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Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos Área de Integração Identidade Regional Ano Lectivo de 2010/2011 Autor(es): Luís Carlos, N.º 12 Professor(es): Ana Catarina Santos Pedro Silva, N.º 17 Bruno Fernandes, N.º 26 Escola Técnica e Profissional de Mafra, 20 de Janeiro de 2011

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Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos

Área de Integração

Identidade Regional

Ano Lectivo de 2010/2011

Autor(es): Luís Carlos, N.º 12 Professor(es): Ana Catarina Santos

Pedro Silva, N.º 17

Bruno Fernandes, N.º 26

Escola Técnica e Profissional de Mafra, 20 de Janeiro de 2011

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Índice de Figuras

Ilustração 1 - Localização Geográfica da Freguesia ............................................. 5

Ilustração 2 - Símbolo da Empresa Galucho ...................................................... 6

Ilustração 3 - Figos Lampos ......................................................................... 7

Ilustração 4 - Moinho de S. João ................................................................... 7

Ilustração 5 - Praia da Samarra .................................................................... 9

Ilustração 6 - Praia das Azenhas do Mar .......................................................... 9

Ilustração 7 - Praia das Maças ...................................................................... 9

Ilustração 8 - Praia de Magoito .................................................................... 9

Ilustração 9 - Praia da Aguda ..................................................................... 10

Ilustração 10 - Relógio de Sol ..................................................................... 10

Ilustração 11 - Igreja Matriz ....................................................................... 11

Ilustração 12 - Doces Típicos ...................................................................... 12

Ilustração 13 - Escola EB1 de Montelavar ....................................................... 15

Ilustração 14 - Escola EB23 Dr. Rui Grácio de Montelavar .................................... 16

Ilustração 15 - Instalações dos Bombeiros Voluntários de Montelavar ...................... 16

Ilustração 16 - Igreja Matriz de Montelavar ..................................................... 17

Ilustração 17 - Interior da Igreja Matriz ......................................................... 17

Ilustração 18- Bandeira para astear em edifícios (2x3) ....................................... 26

Ilustração 19 - Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1) ................................. 27

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Índice Índice ................................................................................................. 3

Capítulo 1 - Introdução ............................................................................ 4

1.1 - Organização do relatório ............................................................... 4

Capítulo 2 - São João das Lampas ............................................................. 5

2.1 - Localização Geográfica ................................................................ 5

2.2 - Brasão de Armas ........................................................................ 6

2.3 - História da Freguesia .................................................................. 6

2.4 - Monumentos / Pontos de Interesse .................................................. 8

2.5 - Religião ................................................................................. 11

2.6 - Festas e Feiras ......................................................................... 12

2.7 - Gastronomia ............................................................................ 12

Capítulo 3 - Montelavar .......................................................................... 13

3.1 - Localização Geográfica ............................................................... 13

3.2 - História ................................................................................. 13

3.3 - Actividades Económicas / Equipamentos colectivos ............................. 14

3.3.1 - Actividades Económicas ................................................................ 14

3.3.2 - Equipamentos colectivos .............................................................. 15

3.4 - Tradições ............................................................................... 16

3.5 - Património cultural e locais de interesse .......................................... 17

Capítulo 4 - Azueira .............................................................................. 19

4.1 - Localização Geográfica ............................................................... 19

4.2 - História ................................................................................. 20

4.3 - Personalidades ......................................................................... 23

4.4 - Economia ............................................................................... 25

4.5 - Escudo de Armas ....................................................................... 25

Capítulo 5 - Conclusões .......................................................................... 28

Capítulo 6 - Bibliografia ......................................................................... 29

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Capítulo 1 - Introdução

Este trabalho foi proposto no âmbito da disciplina de Área de Integração, com o objectivo

de dar a conhecer as localidades ou freguesias onde os alunos residem, um pouco da

sua história, locais de interesse, monumentos entre outros detalhes.

1.1 - Organização do relatório

Uma vez que este trabalho é realizado por alunos de diferentes freguesias, será dividido

em três capítulos sendo que cada um corresponde a uma freguesia sendo elas: São João

das Lampas, Montelavar e Caneira Velha.

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Capítulo 2 - São João das Lampas

2.1 - Localização Geográfica

Pertencente ao parque natural de Sintra-Cascais e situada a 8 km da Vila de Sintra,

podemos encontrar a pacata aldeia de São João das Lampas, aldeia esta também sede

de freguesia. A freguesia apresenta uma área de 57,29 km2 , segundo os sensos de 2001,

possui uma população de 9653 habitantes dos quais 6799 são maiores de idade e uma

densidade populacional de aproximadamente 169 habitantes por km2. Pertencente ao

concelho de Sintra, é a maior das 20 freguesias que a compõem

A freguesia de São João das

Lampas é delimitada a Sul pelas

freguesias de Colares e de São

Martinho, a Norte pelo concelho

de Mafra, a Este pela freguesia da

Terrugem e a Oeste pelo Oceano

Atlântico.

Ilustração 1 - Localização Geográfica da Freguesia

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2.2 - Brasão de Armas

Apresentado á esquerda, podemos ver brasão de armas da freguesia de

São João das Lampas.

As três torres no topo do brasão, simbolizam o forte da praia de Magoito

que servia de vigia da costa portuguesa na zona de Sintra. A roda

dentada simboliza o trabalho desenvolvido na freguesia, nomeadamente

a indústria mecânica bem com um símbolo da empresa Galucho, produtora de grande

parte dos camiões e alfaias agrícolas de Portugal e a maior empregadora do concelho de

sintra. Á direita a espiga de trigo, que representa a exploração agrícola desenvolvida na

freguesia ao longo dos tempos. Ao centro o carneiro

simboliza a forte ligação com a religião e representa o

santo da freguesia que é o São João Batista, o verde por

São João das Lampas estar maioritariamente inserida no

parque Natural de Sintra – Cascais e por fim a faixa azul

que representa a extensa faixa costeira que a freguesia

possui.

2.3 - História da Freguesia

A freguesia de São João das Lampas apresenta traços de uma forte romanização sendo

que é possível encontrar pontes romanas em alguns locais da freguesia. Existe também a

possibilidade de visitar o Museu Arqueológico de São Miguel de Odrinhas onde podemos

ver durante todo o ano, vestígios de habitações romanas do século XI, monólitos e

inscrições romanas e visigóticas.

Até ao século XVI, o território da freguesia de São João das Lampas, fazia parte da

freguesia de São Martinho de Sintra. Devido á distancia que separava a população da

igreja matriz, o Infante D. Afonso fez publicar em 1539, o alvará que autorizava os

fregueses a nomear o pároco sendo que este possuía uma residência fixa em São João

dos Porqueiros – antiga designação da povoação, sendo que a igreja da mesma já havia

sido reconstruída á medida das novas aspirações de autonomia. Dessa campanha de

obras deve ser destacado o portal manuelino classificado como Imóvel de Interesse

Publico desde 1959.

Ilustração 2 - Símbolo da

Empresa Galucho

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No início do século, mais concretamente em 1600, o nome da povoação – São João dos

Porqueiros é substituído pela actual designação – São João das Lampas. Segundo a

lenda que a população conta (não foi possível confirmar a sua

veracidade), esta realça a cultura em larga escala de um tipo de

figo denominado de “Figo Lampo”. Reza essa lenda que, em

temos que não conseguimos apurar, uma rainha terá passado por

esta localidade, devido ao aspecto e sabor característico destes

figos, terá mudado o nome da localidade para São João das

Lampas.

Segundo as memórias paroquiais de 1758, São João das Lampas já surge como uma

das freguesias constituintes do concelho

de Sintra.

A agricultura dominou até há pouco tempo

as atenções da população, sendo que os

terrenos do planalto de São João das

Lampas são especialmente aptos para a

produção de cereais.

Muitas são as recordações desses tempos

que ainda perduram na freguesia: moinhos

de vento, azenhas movidas com as águas

dos ribeiros, entre outros.

Nos nossos dias, a exploração agrícola

coexiste com o desenvolvimento da indústria

e das actividades ligadas ao turismo. A

grande extensão de costa e a subsistência

de núcleos relativamente reservados de

arquitectura tradicional fomentam a afluência

de um grande número de visitantes á

freguesia.

Ilustração 3 - Figos

Lampos

Ilustração 4 - Moinho de S. João

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A proximidade do Oceano marcou, desde sempre o quotidiano da região. Durante o

século XVIII os fregueses de São João das Lampas estavam dispensados de enviar

soldados ao exército dado que a vigia da costa ocupava toda a população. Na localidade

de Magoito existem ainda vestígios de uma fortaleza – o Forte de Santa Maria –

parcialmente destruído pelo terramoto de 1755. Esta referencia ás necessidades de

defesa costeira relacionam-se com os constantes ataques pelos piratas “mouros”, prática

esta que se encontra documentada para toda a zona a norte do Cabo da Roca,

especialmente pela área da Ericeira.

A freguesia de São João das Lampas apresenta um vasto e importante património

histórico-cultural, sendo que o principal destaque será para o Museu Arqueológico de S.

Miguel de Odrinhas, já referido acima, para o Museu de Miniaturas em Stª Susana e para

o Ponte Romana de Catribana.

2.4 - Monumentos / Pontos de Interesse

A Ponte Romana

Um dos principais vestígios da época romana é a Ponte Romana localizada na aldeia de

Catribana, actualmente é usada por muitos agricultores como meio de acesso às suas

propriedades, apesar da sua

“idade” apresenta bom estado de

conservação, não constituído

assim um perigo para a

população ao atravessa-la.

Museu de Miniaturas

Em Santa Susana, Eduardo Azenha passou a sua vida rodeado de moinhos de vento. A

sua história foi também documentada pela RTP e como tal não poderia ser deixado

passar ao lado este marco da freguesia.

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Projecto este começado por capricho seu, Eduardo Azenha viu como as pessoas se

interessavam pelo seu pequeno moinho de vento junto á porta da sua casa, resolveu

expandir o seu projecto até se tornar na conhecida aldeia que é hoje e que representa a

freguesia de S. João bem como as actividades nelas exercidas. E lá podemos encontrar

o museu cujas peças são

conhecidas por toda a

Europa.

Praias

Graças a sua extensa faixa costeira, São João das Lampas também se desenvolveu

graças ao investimento no turismo

Ilustração 5 - Praia da Samarra Ilustração 6 - Praia das Azenhas do

Mar

Ilustração 8 - Praia de Magoito Ilustração 7 - Praia das Maças

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Igreja Matriz de São João das Lampas

Igreja Mãe da freguesia de São João foi toda ela edificada com temas

manuelinos, bem como decorada com azulejos típicos do século XVIII, no

seu interior podemos observar o tecto decorado com elementos de

carácter religioso que são os anjos. No exterior podemos também observar

um relógio de sol dedicado á Virgem Maria. O portal manuelino foi

classificado por decreto de lei como Imóvel de Interesse Publico em 1959.

M.T.B.A.

Magoito, Tojeira, Bolembre e Arneiro dos Marinheiros, o clube de futebol residente da

freguesia de S. João, organiza com alguma frequência eventos desportivos, bailes, entre

outras actividades para a população.

Ilustração 9 - Praia da Aguda

Ilustração 10 - Relógio

de Sol

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Por toda a freguesia podem ser encontrados

também diversos fontanários e fontes

edificados tanto pela junta de freguesia como

por comissões de moradores. Podem ser

distinguidos da seguinte forma, os edificados

pela junta de freguesia apresentam uma

pintura branca acompanhada de uma faixa

azul, cores típicas da zona de Sintra. Por

outro lado os edificados por comissões

apresentam cores similares ao amarelo

pastel, tom este que estava na “moda” nos

finais do século passado.

2.5 - Religião

A freguesia de São João das Lampas é uma freguesia maioritariamente cristã sendo o

padroeiro da paróquia o São João Batista, no entanto podemos encontrar no interior da

igreja matriz os seguintes santos e imagens:

Nª Srª de Fátima

S. Sebastião

S. António

Nª Srª da Saúde

Sagrado Coração de Jesus

Senhor dos Passos

Nª Srª do Ó

Ilustração 11 - Igreja Matriz

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A freguesia possui um total de 12 pontos religiosos, sendo que a Igreja Matriz é a

única a possuir o estatuto de igreja enquanto as restantes são classificadas como

capelas.

2.6 - Festas e Feiras

Feira de São João das Lampas – 1º Domingo de

cada mês

Baile – Todos os Domingos na sociedade de S.

João.

Festa de São João Batista – 24 de Junho

Festa de Nossa Senhora da Saúde – 1º Domingo de

Setembro

Cirio de Nossa Senhora da Nazaré – De 17 em 17

anos

Círio de Nossa Senhora do Cabo Espichel – De 25

em 25 anos

2.7 - Gastronomia

Por ser uma pequena povoação, São João das Lampas não possui um grande leque

de variedades gastronómicas, mas deve ser destacado que a filhós e o arroz doce

são dois doces que se podem encontrar facilmente.

Ilustração 12 - Doces Típicos

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Capítulo 3 - Montelavar

3.1 - Localização Geográfica

Montelavar e arredores localizam-se a norte do concelho de Sintra e a leste da Serra de

Sintra. É delimitada a noroeste pela freguesia de Cheleiros (concelho de Mafra) e pela freguesia

de Igreja Nova (concelho de Mafra), a nascente pela freguesia de Pêro Pinheiro (concelho de

Sintra), a Sul e Poente pela freguesia de Terrugem (concelho de Sintra), Ocupando uma área de

9,40 Km², apesar de ser considerada uma freguesia rural, Montelavar é, fundamentalmente, uma

região industrial.

A freguesia conta, actualmente, com mais de cem empresas activas e que empregam cerca de mil

pessoas. Trata-se, sobretudo, de pequenas e médias empresas, embora existam, também,

algumas de maior dimensão. A população de Montelavar ronda, actualmente, os três mil

habitantes, embora este número possa apresentar-se substancialmente aumentado nos próximos

censos, já que são várias as famílias que, nos últimos anos, se têm fixado na região.

3.2 - História

Na pré-história, mais propriamente no neolítico verifica-se a fixação de povoados provisórios em

seu redor, por motivos geográficos (os solos, o clima, a água …), também por causa da sua

magnetização e aos astros.

As primeiras actividades, podendo-se concluir pela observação de materiais

arqueológicos, que estes primeiros habitantes de Montelavar tinham como base de sobrevivência

a caça e a criação de animais, a agricultura nesta altura não parecia actividade principal, devido a

fraca produção dos solos.

No século I a.C. verifica-se a ocupação de uma tribo por toda a região, os romanos.

Segundo a tradição popular o primitivo local do “habitat” em estudo erguia-se no Outeiro.

Segundo a tradição popular, o primitivo local do "habitat" em estudo erguia-se no

Outeiro. Porém, são já da época romana os vestígios arqueológicos seguros e abundantes que

conhecemos em Montelavar, vestígios que surgem fora do Outeiro. Foram os romanos que

implementaram a exploração dos jazigos (túmulos) da região.

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Nos fins do século XV, a povoação é elevada a freguesia. Após esta data ressurge muito

lentamente a exploração do mármore, até que no século XVIII, nomeadamente com a construção

do convento de Mafra e a recuperação da cidade de Lisboa após o terramoto, a extracção do

mármore torna-se a principal actividade.

No século XIX aparecem as chamadas serrações que não eram mais do que um aproveitamento

das azenhas de moer trigo, localizadas à beira dos ribeiros. O papel principal destas serrações era

facilitar o corte da pedra, por meio de lâminas de ferro.

Embora o corte da pedra fosse facilitado e mais rápido, havia um problema, só trabalhavam

durante o Inverno porque no Verão, período seco, eram obrigadas a parar. Mais tarde, este

problema foi solucionado com a adopção das serrações a energia pobre resultante da queima de

carvão.

Dentro da arquitectura salientamos as casas com traços tipicamente saloios. A maior parte das

casas de primeiro andar foram construídas nos finais do século XIX, mostrando assim as condições

financeiras dos seus habitantes, no auge da época próspera da transformação do mármore.

3.3 - Actividades Económicas / Equipamentos colectivos

3.3.1 - Actividades Económicas

Apesar de ser considerada uma freguesia rural, Montelavar é, fundamentalmente, uma

região industrial. A exploração, o corte, a cantaria e o trabalho artístico das rochas ornamentais,

com particular destaque para o mármore, fizeram de Montelavar um dos grandes centros desta

indústria, tanto no plano nacional como internacional.

Para além disso, Montelavar conta também com diversas empresas de construção civil e

obras públicas, da fabricação de móveis para cozinha e casa de banho e de outros equipamentos

para a construção civil. Quanto ao sector do comércio, manutenção e reparação de veículos

automóveis e motociclos, estão instalados, em Montelavar, dois stands de venda multimarcas e

um concessionário auto da Mitsubishi.

No sector do comércio a retalho, estão instalados dois supermercados, diversos

minimercados e mercearias, padarias, peixarias, lojas de produtos congelados, de material

informático e eléctrico, de materiais de construção, de têxteis e vestuário, de artigos de desporto,

de rações e alimentos para animais, uma ourivesaria/joalharia/ relojoaria, papelarias e tabacarias,

floristas e diversos estabelecimentos do tipo “bazar”. Na área da restauração e similares,

Montelavar possui diversos restaurantes, cafés, lojas pronto-a-comer e diversas pastelarias,

incluindo duas com fabrico próprio.

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Na área dos serviços, existem na localidade diversas agências imobiliárias, agências de

seguros, agências de documentação e contabilidade, serviços de informática, diversos salões de

cabeleireiro e estética, barbearias, oficinas de reparação de calçado, uma tipografia, agências de

lotaria e outros jogos de aposta e uma agência funerária. Existe, ainda, clínica dentária,

laboratório de análises clínicas, um gabinete de acupunctura e um centro de formação em artes

manuais.

3.3.2 - Equipamentos colectivos

A povoação de Montelavar cumpre-os integralmente, porquanto, na área dos

equipamentos colectivos, conta com uma farmácia, um centro sociocultural, um auditório, com

capacidade para 330 pessoas, um Pavilhão gimnodesportivo municipal, um centro desportivo

multiusos, transportes públicos, posto de correios, estabelecimentos comerciais, uma escola do

2º e 3º ciclos do ensino básico, uma escola do 1º ciclo do ensino básico, agência bancária e

quartel de Bombeiros Voluntários. Possui, ainda, um jardim-de-infância da rede pública, um

Centro Paroquial, um Centro de Convívio para Idosos, um parque infantil, bem como um mercado

municipal e um cemitério. Ainda em construção, está também um Centro Comunitário, com as

valências de Lar, Centro de Dia e Apoio Domiciliário.

Escola EB1 de Montelavar

A escola é antiga, de plano centenário ficando mesmo juntinho aos Bombeiros e à Junta

de Freguesia.

A escola tem 90 alunos, 6 professores e 2 auxiliares.

Ilustração 13 - Escola EB1 de Montelavar

Escola EB23 Dr. Rui Grácio de Montelavar

A Escola EB 2,3 Dr. Rui Grácio, encontra-se situada na freguesia de Montelavar, junto ao

lidl e modelo. A escola vai fazer 28º ano agora em 2011, foi criada em 1983.

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A escola tem mais de 350 alunos e mais de 35 professores.

Ilustração 14 - Escola EB23 Dr. Rui Grácio de Montelavar

Bombeiros de Montelavar

O quartel tem 17 anos e os bombeiros 26 anos, fazem dia 30 de Março 27 anos. O quartel

tem 41 Bombeiros activos e 20 bombeiros de reserva ou licenças.

O quartel tem 21 carros, mas só 20 em funcionamento, dos quais são, duas ambulâncias

de socorro, três ambulâncias de transporte de maca, quatro de transporte só sentados, um carro

de desencarceramento, um carro para fogos urbanos, três carros para fogos florestais, três auto

tanques, um carro para o comandante, um carro para transporte de bombeiros, um carro para

fazer trabalhos distintos e um carro de museu.

Ilustração 15 - Instalações dos Bombeiros Voluntários de Montelavar

3.4 - Tradições

São as seguintes as festividades e tradições religiosas que se realizam, anualmente, na

povoação de Montelavar:

• Festa de Nossa Senhora da Purificação – 2 de Fevereiro;

• Comemorações da Semana Santa em abril

• Procissão do Senhor dos Passos e Celebração da Páscoa;

• Festas do Divino Espírito Santo – Junho;

• Festa de São Mateus – terceira semana de Setembro.

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3.5 - Património cultural e locais de interesse

Em Montelavar, por entre o branco das casas e a magia da região de Sintra, esboça-se o

cenário perfeito para realizar um casamento. A igreja matriz de Montelavar é uma característica

edificação religiosa do termo de Lisboa e um dos muitos exemplos que provam o dinamismo da

imensa região rural em torno da capital pelas primeiras décadas do século XVI.

Ilustração 16 - Igreja Matriz de Montelavar

Ilustração 17 - Interior da Igreja Matriz

Cruzeiro de Montelavar – Data do início do século XVIII o Cruzeiro de Montelavar que,

ainda hoje, pode ser admirado no largo da sede de freguesia, datado de 1714.

Cruz da Moça – Sobre a Cruz da Moça, a lenda e a história confundem-se entre a verdade

e a tradição popular. Diz o povo que ali terá sido assaltada, violada e morta uma moça nos tempos

da Guerra Civil entre liberais e absolutistas, muito embora a data do monumento seja posterior a

esse período. O modesto monumento, em pedra da região, tem 95 cm de altura por 46 de

largura. Em relevo, uma cruz sobre peanha. A cruz, com 53 cm de altura, tem arredondado

complexamente os ângulos da sua parte mais alta e extremidades dos braços. Na peanha, que tal

como os braços da cruz e o seu topo, atinge os limites da pedra e tem 42 cm de altura, estão

gravadas as letras P.N.A.M. (Padre Nosso Avé Maria) e a data de 1845.

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Fonte da Sigueteira – Esta singela fonte, de águas límpidas que correm ininterruptamente,

a fazer lembrar o derrame de lágrimas ou a passagem irreversível do tempo, está situada junto

aos lapiás da Maceira e ostenta a data de 1788. Bem recuperada, forma com o conjunto de

afloramentos rochosos e o bosque típico da região, um recanto aprazível que importa visitar.

Pedra da Figueira – Na típica aldeia de Maceira, bem no meio de um largo, ergue-se um

curioso afloramento rochoso, a que o povo deu o nome de Pedra da Figueira, já que, do cimo da

rocha, nasceu uma ancestral figueira.

Lapiás da Granja dos Serrões – É um dos campos de lapiás mais importantes do país e uma

das mais importantes estações arqueológicas do concelho de Sintra, que levantou materiais desde

o século I d.C. até ao século XI, num singular registo da permanência humana na região.

Lapiás de Maceira – De dimensão mais reduzida que o seu congénere da Granja dos

Serrões, o campo de lapiás de Maceira situa-se junto à Fonte da Sigueteira.

Moinho da Costa – É um dos muitos edifícios que simbolizam a arquitectura popular

saloia da região, situando-se próximo da aldeia de Anços. A comprovar a sua ancestralidade, lá

está a data de 1821.

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Capítulo 4 - Azueira

4.1 - Localização Geográfica

Azueira, freguesia situada no extremo norte do concelho de Mafra, na margem esquerda

de um afluente do rio Sizandro.

A acolhedora e abastada freguesia de Azueira, localizada a 16 quilómetros da sede

concelhia e a cerca de 40 da Capital, estende-se por "vinhedos aveludados e pomares

coloridos" entre as freguesias de Turcifal e Freiria, do vizinho município de Torres

Vedras, a norte; do Gradil e Vila Franca do Rosário a sul; a nascente, novamente

Turcifal e Enxara do Bispo; e, a poente, a freguesia de Sobral da Abelheira.

Ocupando uma área de aproximadamente 1505,761 hectares, Azueira é composta pelos

lugares de Aboboreira, Almeirinho Clemente, Antas, Azueira de Baixo, Azueira do Meio,

Bandalhoeira, Barras, Caneira Nova, Caneira Velha, Carrascal, Casas Novas, Casal da

Cerca, Casal Pão Coito, Casal Pinheiro, Casais de Santa Cristina, Fornea, Livramento,

Roxa, Sevilheira, Tourinha e Vermoeira.

Com base em estudos e nos censos, Azueira tem registado ligeiros progressos na

densidade populacional. Em 1930, o número de habitantes era de 2473 e existiam 603

fogos. Em 1991, registavam-se 2476 habitantes, 863 famílias, 992 edifícios e 1065

alojamentos

Em 2001, o número de famílias subiu para 1042, o de edifícios para 1188 e o de

alojamentos para 1310. Divisão Etária (2002): Crianças: 8 % Adolescentes: 13 % Adultos:

60 % Idosos: 19 % Número de Residentes: Cerca de 2.878 habitantes. Número de

Eleitores Recenseados: Cerca de 2.257 eleitores. Área: 1505,761 ha. Situação: Entre as

Freguesias do Turcifal e Freiria (Torres Vedras), a Norte; Gradil e Vila Franca do Rosário

a Sul; Turcifal e Enxara do Bispo a nascente e Sobral da Abelheira a poente.

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4.2 - História

Povoada desde épocas pré-romanas, documentos arqueológicos atestam a sua

ancestralidade. O topónimo Antas, por exemplo, indicia a presença de monumentos

dolménicos, actualmente inexistentes. Contudo, sabe-se que, no local, foram recolhidos

machados de pedra polida, vulgarmente denominados por "pedras de raio".

A Quinta do Castelo, por outro lado, poderá ter sido o local escolhido pelos lusitanos

para construir o seu castro, antes mesmo da chegada dos romanos à Península.

Etimologicamente, Azueira provém do vocábulo arcaico "azevo", que se refere,

provavelmente, à vegetação encontrada na região aquando da instituição da Freguesia,

depois do Movimento de Reconquista Nacional.

Azueira é também uma palavra latina, atestada pela lápide sepulcral encontrada na

Albergaria do Espírito Santo ou de Nossa Senhora da Luz, que pertenceu à tribo Galéria

(importante circunscrição administrativa do Império Romano), conforme se depreende

da inscrição: "M IVLIVS MF / CAL CALLVS / H S E / QVINTVS TONGIVS" (Quinto Júlio

Tongio a mandou fazer à memória de Marco Júlio Galo, da tribo Galéria, filho doutro).

Talvez, este Júlio Tongio fosse parente da Júlia Tongeta, cujo nome se inscreve na

lápide encontrada na Quinta de São Gião (Torres Vedras). Do espólio do Museu do

Carmo, faz também parte um cipo cupiforne (arca cinerária) de calcário, achado no

lugar do Livramento, com a seguinte inscrição romana: "C[aio] IVLIO C[aii] F[ilio]

CAL[eria tribu] MAXSVMO" (A Gaio Júlio Máximo, filho de Gaio, da tribo Galéria). Datável

do século I d.C.. Pela quantidade de vestígios romanos encontrados na região, presume-

se que a via romana de Mafra a Torres Vedras terá passado por aqui.

Outros topónimos, como Almeirinho e Sevilheira têm origem mourisca e germânica,

facto que comprova a passagem de outros povos por esta região úbere e

verdadeiramente encantadora. Dominada durante vários anos pela força mourisca,

Azueira foi reconquistada definitivamente em 1147, após a tomada de Torres Vedras, a

cujo termo passou a pertencer. Ao longo dos séculos seguintes, integrou os bens da

coroa que a privilegiou de diversas maneiras.

A rainha Santa Isabel, por exemplo, dotou-a de uma Albergaria destinada a recolher os

pobres viandantes. Facto curioso relacionado com esta Freguesia ocorreu no dia 15 de

Fevereiro de 1368. Nesta data, Frei Gonçalves Soutinho, celeireiro e procurador do

Mosteiro de Óia, no bispado de Lisboa, denunciava, em audiência pública realizada nos

paços do concelho de Torres Vedras e presidida por Paio Correia, almoxarife geral desta

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vila, os enfiteutas do Casal da Azueira por não cumprirem as cláusulas contratuais,

nomeadamente, quanto à ocupação, cultivo e pagamento das prestações acordadas.

[AHNMadrid: Clero, carpeta, 1835, n. 16] Firmada a paz com Castela e consolidada a

independência Nacional, o domínio do Mosteiro de Óia sobre os bens possuídos em

Torres Vedras e Lisboa, rapidamente encontraram o seu termo. Em 2 de Novembro de

1423, D. João I, acedendo à súplica do Dom Abade, ordenava a Fernão Lopes que lhe

passasse pública-forma de toda a documentação relativa aos bens possuídos em Torres

Vedras.

[AHNMadrid: Clero, carpeta, 1843, n. 1] Porém, estas precauções de pouco lhe valeram,

porquanto, em 19 de Novembro de 1434, se viu obrigado a ceder, a D. Duarte, todos os

bens do Mosteiro, sito em Torres Vedras, Atouguia, e outras localidades do arcebispado

de Lisboa, pela quantia de 500 coroas de ouro.

[AHNMadrid: Clero, carpeta, 1844, n. 17] Referida como aldeia em 1527, na quinta da

Azueira vivia, nesse ano, Estêvão de Castro, sogro de D. Rodrigo de Castro, comendador

de Seia. Em termos eclesiásticos, de acordo com as informações constantes nas

Memórias Paroquiais de 1758, Azueira foi um curato da apresentação dos fregueses,

tendo a sua paróquia (instituída provavelmente entre os séculos XIII e XIV) sido anexa à

de Santa Maria do Castelo, de Torres Vedras. Inicialmente na Igreja de São Pedro dos

Grilhões, a sede da Paróquia passou para a Igreja de Nossa Senhora do Livramento,

facto que se deveu ao desenvolvimento do culto à Virgem, sentido desde o século XVII

(centúria em que se construiu a primitiva Ermida).

Apesar de nunca lhe ter sido concedida Carta de Foral, Azueira ascendeu à categoria

de Vila em 1820, chegando mesmo a constituir Concelho. De acordo com os estudos

levados a cabo por Mário Guedes Real, o concelho de Azueira "não vem citado nos

mapas da reforma de 1836, pelo que se depreende que foi então suprimido; mas, no

decreto de 24 de Outubro de 1855, está mencionado como sendo então extinto, entre os

da Comarca de Torres Vedras, o que nos leva a supor que teria sido restaurado em

qualquer altura do período que decorreu entre essas duas reformas".

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Alguns documentos referem que o referido Município fora instituído em 1837. Apesar da

sua vida efémera, o concelho de Azueira chegou a constituir um dos maiores da

Estremadura integrando as freguesias de Azueira, Turcifal, Sobral da Abelheira, Freiria e

Enxara do Bispo. A participação dos Azueirenses na revolta liberal da Maria da Fonte

(1846), foi um dos marcos históricos que marcaram para sempre o sentido de justiça e

de independência característico dos fidalgos moradores do antigo Concelho. "[...] 26 de

Maio de 1846. Compareceu o administrador interino de Torres Vedras, Maurício José da

Silva, acompanhado de uma guarda a cavalo e a pé.

Reuniu-se clero, nobresa e povo das freguesias do Concelho, todos fizeram público e

manifesto de aderir aos princípios do grito nacional, principiado na província do Minho,

contra o sistema governativo do Ministério Cabral, protestando não mais obedecer às

suas ordens, tendo o dito Administrador proposto ao povo se queria nomear

Administrador e Junta Governativa, o povo foi unânime em declarar que de hora em

diante obedeceria à Junta Governativa de Torres Vedras e seu Administrador onde

outr’ora pertencia a maioria deste Concelho, e em seguida, o povo nomeou para

regedor da Freguesia de S. Pedro dos Grilhões de Azueira, Boaventura Rodrigues Tornixa

e, para seu escrivão, António Pedro Baptista da Silva Avelino.

Seguiu-se a nomeação dos regedores para as outras freguesias. [...]" (extracto do auto

da Câmara lavrado em Maio de 1846) Região bastante rica e terra pródiga, a mais

produtiva em vinho, frutas e trigo, Azueira é hoje, pelo desenvolvimento que lhe é

reconhecido, o exemplo da vontade de quem quer encarar o futuro com um sorriso

tranquilo e repleto de esperança. Azueira voltou a ser elevada a Vila em Abril de 2001.

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4.3 - Personalidades

Vale sempre a pena recordar as personalidades que, tendo vivido, ou apenas nascido na

freguesia de Azueira, contribuíram para o engrandecimento da sua Terra. São disso

exemplo:

Dr. Carlos de Lima Galrão

(Livramento, 21/Out./1857 — Mafra, 3/Ago./1953)

"Descendendo de ilustres famílias da nossa terra, nasceu o Doutor Carlos de Lima

Galrão, no lugar do Livramento, em vinte e um de Outubro de mil oitocentos e

cinquenta e sete, onde exerceu clínica seu pai, o Doutor Sabino José Maltez dos Anjos

Galrão.

Educado, primeiro, num são ambiente familiar, e depois, no Colégio Militar, cedo

adquiriu uma sólida formação moral e uma rectidão de carácter, que timbraram todos

os actos da sua longa vida. Dotado de um espírito brilhante e de uma invulgar

inteligência, depois de cursar preparatórios na Academia Politécnica do Porto, formou-

se em medicina na Escola Médica-Cirúrgica de Lisboa, apresentando uma notável tese, a

que foi atribuída a mais alta classificação.

A sua carreira profissional iniciou-se em Sintra como médico municipal, onde pouco

tempo permaneceu. Chamava-o a sua terra, à qual dedicou toda a sua vida, como

médico e como cidadão. Assim, por deliberação desta Câmara de sete de Novembro de

mil oitocentos e oitenta e oito foi nomeado Facultativo Municipal das freguesias de

Mafra, Alcainça, Igreja Nova e Cheleiros.

Em três de Dezembro do mesmo ano foi nomeado médico do Hospital de Nossa Senhora

das Dores, eleito Procurador à Junta Geral do Distrito em Novembro do ano seguinte e,

em vinte e um de Maio de mil oitocentos e noventa, nomeado inspector de saúde, cargo

que exerceu durante mais de sessenta anos. Em dezanove de Maio de mil novecentos e

vinte e oito, foi eleito sócio correspondente da Associação dos Arqueólogos Portugueses.

Prestou serviços clínicos na Escola Prática de Infantaria, no Corpo de Salvação Pública

— Bombeiros Voluntários de Mafra, no Terço de Infantaria Legionária número três, desta

vila e na Casa do Povo. Ao ser atingido pelo limite de idade que o compeliu ao abandono

das suas funções oficiais, cheio de vigor e ainda no pleno uso de toda a sua inteligência

e grande saber, não abandonou porém o cargo de Director Clínico do Hospital de Nossa

Senhora das Dores, que exerceu até trinta e um de Dezembro de mil novecentos e

cinquenta e um.

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A sua vida profissional exercida num tão vasto campo e que encarou como um

verdadeiro sacerdócio caracterizou-se por uma bondade sem limites e por uma

inigualável dedicação. Os pobres de que era incomparável protector e o melhor amigo

mereceram o seu especial carinho.

Por isso, Carlos Galrão não granjeou fortuna, mas adquiriu uma maior riqueza, a

gratidão e as bênçãos do povo a que deu tanto da sua vida e da sua ciência. E se na sua

vida profissional e caritativa, o Doutor Carlos Galrão deixou bem vincada a sua

personalidade, não podemos esquecer a vida política, em que a inteireza do seu

carácter se evidenciou igualmente. Fiel às suas convicções, só em mil novecentos e

vinte e seis, após o advento da actual situação, voltou à actividade política, tendo

presidido à primeira Comissão Concelhia da União Nacional, cargo que exerceu no

momento em que vacilava a existência do Estado Novo, muito tendo contribuído as

campanhas doutrinárias que sustentou na imprensa para que, entre a população deste

Concelho se criasse um quase unânime ambiente de simpatia e aplauso à política de

Salazar.

A sua opinião autorizada, a auréola de prestígio que sempre o rodeou aliada a uma

excepcional integridade de carácter, muito contribuíram para a indicação dos

presidentes deste município, entre os quais me coube essa honra e ainda o da minha

dupla recondução.

O apoio e os louvores que dispensou sempre à acção camarária, através da imprensa e

dos discursos em que a sua palavra experiente e cheia de interesse era para nós um

imperativo, proferidos com elegância e vivo entusiasmo, fizeram com que por vezes

este Município se abalançasse a iniciativas um tanto arrojadas, na sua ânsia de fazer

sempre mais e melhor. Tão altos foram os serviços prestados pelo Doutor Carlos Galrão

no exercício da sua profissão que o Governo do País o condecorou com a Comenda da

Ordem de Benemerência e, no último ano da sua existência, a Legião Portuguesa o

distinguiu com a Medalha de Dedicação.

Considerando que, quer como cidadão, quer como político, quer como médico, a vida

do Doutor Carlos Galrão deve ser apontada como um exemplo raro de bondade, de

aprumo moral e de integridade de carácter impõe-se a esta Câmara o dever e a honra

de consagrar o seu nome". (Proposta do presidente da Câmara Municipal de Mafra, de 30

de Abril de 1954, para a erecção de um busto, em homenagem ao Dr. Carlos Galrão).

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4.4 - Economia

A manifestação artesanal dá continuidade aos costumes de um povo, projectando-o

num conjunto de tradições que nos permitem ter um conhecimento mais vasto da

região.

Outrora, a Cestaria era uma arte desenvolvida, na freguesia de Azueira, no entanto,

acabou por desaparecer. Actualmente, podem-se apreciar trabalhos em madeira,

produzidos nas Marcenarias e nas Carpintarias.

As peças de artesanato, cada vez mais apreciadas por naturais e estrangeiros,

funcionam como um bom cartão de visita de cada região, uma marca presente de um

passado que tende a ser esquecido.

Neste sentido, em Azueira, permanece ainda viva a antiga arte de marcenaria.

4.5 - Escudo de Armas

Armas - Escudo de vermelho, duas correntes passadas em aspa, tendo nas quatro

extremidades grilhetas partidas, tudo de ouro, entre uma águia em voo abatido, de

prata e três cachos de uvas de púrpura, folhados de prata. Coroa mural de prata de

quatro torres. Listel branco com a legenda a negro: "AZUEIRA".

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Símbologia

As correntes com grilhetas partidas - Símbolo do orago da freguesia - São Pedro dos

Grilhões, as grilhetas estão partidas por este santo libertar os condenados e os

prisioneiros.

A águia - Evoca a origem romana da freguesia e os vestígios arqueológicos existentes na

mesma, atestam essa mesma origem.

Os cachos de uvas - A evocarem a produção de vinho que constitui uma das principais

fontes de riqueza da freguesia.

Bandeira - Esquartelada de branco e vermelho, cordões e borlas de prata e vermelho.

Haste e lança de ouro.

Ilustração 18- Bandeira para hastear em edifícios (2x3)

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Ilustração 19 - Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1)

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Capítulo 5 - Conclusões

Através deste trabalho foi possível ficar a conhecer mais sobre as freguesias onde os

alunos habitam, é incrível ver como uma pequena localidade possui tanta história e

memórias. Uma pequena terra com tanto para descobrir. Infelizmente não foi possível

incluir mais informação neste relatório, incluímos apenas os factos mais importantes

bem como os pontos mais marcantes na história da freguesia.

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Capítulo 6 - Bibliografia

A Hora da Despedida, Paróquia de São João das Lampas, 2004