idade mÉdia

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INTRODUÇÃO

HISTÓRIA MEDIEVAL

LINHA DO TEMPO

OS FRANCOS

O ISLÃ

O FEUDALISMO

Idade Média Séculos V XV A Idade Média começou com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, e se encerrou com a tomada da capital do Império Bizantino, Constantinopla, pelos turco-otomanos, em 1453. Costuma ser dividida em duas: Alta e Baixa Idade Média.

A Alta Idade Média estendeu-se do século V ao X. Foi a época de consolidação, na Europa Ocidental, do feudalismo, sistema socioeconômico predominante na era medieval. No Oriente, porém, em vez da descentralização política feudal, o período foi marcado por dois fortes impérios: o Bizantino e o Árabe.

A Baixa Idade Média vai do século XI até o fim do período medieval, no século XV. É quando o feudalismo chegou ao auge e entrou em decadência. Lentamente, ele começou a sofrer transformações que só se concluiriam na Idade Moderna, quando seria substituído, no campo político, pelas monarquias nacionais, e, no econômico, pelo sistema mercantilista.

Por séculos, a Idade Média foi tida como uma época de insignificante desenvolvimento científico, tecnológico e artístico. Essa visão nasceu durante o Renascimento, no século XVI, quando o período medieval foi apelidado de Idade das Trevas.

Porém, a Idade Média foi responsável por importantes avanços, sobretudo no que diz respeito à produção agrícola: inventaram-se o moinho, a charrua (um arado mais eficiente) e técnicas de adubamento e rodízio de terras. Outra herança medieval são as universidades, que começaram a surgir na Europa no século XIII. Além disso, desenvolveram-se importantes movimentos artísticos, como o românico e o gótico; viveram influentes filósofos, como Santo Agos nho e São Tomás de Aquino; e, graças ao trabalho dos monges, preservou-se a cultura greco-romana - o que possibilitaria, aliás, o surto de revalorização da Antiguidade Clássica ocorrido durante o Renascimento.

Cronologia

482

650

962527

Nasce o Reino Franco

Num momento de auge da civilização maia, é erguida uma das mais impressionantes construções por ela deixada: o Templo das Inscrições. Os maias instalam-se na península do Yucatán, no atual México, a partir de 700 a.C. Séculos depois, fundam cidades-Estado independentes, com governos teocráticos. Utilizam avançadas técnicas de irrigação e realizam trocas comerciais. Criam um calendário que determina com precisão o ano solar, adotam a escrita hieroglífica e inventam as casas decimais e o conceito do valor zero. Conflitos internos, entre outras razões, levam ao colapso da civilização por volta do ano 900.

O papa João XII nomeia Otto I imperador do Sacro Império Romano-Germânico, numa tentativa de conter os ataques húngaros à Europa cristã. Seus domínios abrangem porções das atuais França, Holanda, Suíça, Alemanha, Áustria e Polônia. Acentua-se a corrupção, e a Igreja Católica torna-se mais suscetível ao poder político, promovendo a venda de cargos eclesiásticos (simonia). A partir de 1250, o império compreende um conjunto de pequenos Estados, nos quais o poder local do príncipe supera a autoridade central do imperador - situação que se estende até o século XIX.

Com a coroação de Justiniano, o Império Bizan no começa a viver seu auge. O imperador reconquista territórios bárbaros no Ocidente, estimula as artes e elabora o Código de Justiniano, que revisa e atualiza o direito romano. Ao fim de seu governo, em 565, o império começa a decair. Em 1204, a capital, Constantinopla, é conquistada pelos cruzados, e o restante do império é repartido entre príncipes feudais. Em 1453, a cidade é subjugada pelos turcos.

987

1054

1075

Após a morte de Luís V, último rei da dinastia carolíngia, nobres franceses elegem Hugo Capeta, conde de Paris, soberano da França. Inicia-se o processo de formação da monarquia francesa.

A Igreja Oriental (Igreja Cristã Ortodoxa Grega) e a Igreja Ocidental (Igreja Católica Apostólica Romana) rompem entre si no Cisma do Oriente.

O Sacro Império Romano-Germânico e o papa Gregório VII travam uma disputa conhecida como a Querela das Inves duras. Procurando diminuir a participação do imperador nas decisões da Igreja, o papa proíbe a investidura leiga (nomeação de bispos e padres pelo imperador). O rei Henrique IV desacata a ordem e é excomungado. Após um conflito armado, é definida a Concordata de Worms, em 1122, que mantém a proibição da investidura leiga e determina a não-interferência do papa em questões políticas.

1096Começam as Cruzadas

1163

É iniciada a construção da Catedral de Notre-Dame, em Paris, um dos mais belos exemplares do estilo arquitetônico que marca a Idade Média: o gótico.

1066

William I (também chamado de Guilherme, o Conquistador), duque da Normandia, invade a Inglaterra, na Batalha de Hastings, e submete os saxões a um poder centralizado. É o início da monarquia Inglesa.

1215

12311206

Sob pressão da nobreza e do alto clero, o rei inglês João II, conhecido como João Sem-Terra, assina a Magna Carta. Em vigor até hoje, é o primeiro documento escrito da história a limitar os poderes da monarquia e a fixar os direitos dos vassalos.

São instaurados os tribunais do Santo Oficio, ou Inquisição, por meio dos quais a Igreja Católica, alegando agir em nome de Deus, persegue, tortura e mata milhares de pessoas consideradas hereges.

Gêngis Khan unifica tribos da Ásia Central (atual Mongólia) e inicia o Império Mongol, que se estende da China até as cercanias da Hungria. Suas conquistas são consolidadas pelo neto Kublai Khan, que funda na China a dinastia Yuan. Ele impulsiona o comércio com a Europa. Em 1368, os mongóis são expulsos da China pela dinastia Ming, que isola a nação do contato com o mundo mediterrâneo. O Império Mongol se desagrega no século XIV.

1281 O sultão Otman I funda o Império Turco-Otomano. No século XVI, o império vive seu auge, ocupando o norte da África, a região do mar Vermelho e a faixa do golfo Pérsico até a Hungria. A partir do século XVII, a retração econômica dá início à decadência, mas o sultanato só é abolido após a derrota na 1ª Guerra Mundial (1914-1919).

13851325

A Revolução de Avis dá início à monarquia nacional portuguesa, inaugurada pelo rei João I

Os astecas fundam Tenochtitlán, atual Cidade do México, a partir de onde criam um império no centro-sul mexicano. Possuem uma sociedade altamente hierarquizada. Desenvolvem importantes obras de drenagem e técnicas de irrigação e cultivo. Estudam a astronomia, a astrologia e a matemática. No século XVI, o império é destruído pelos espanhóis.

1309

Por causa da intromissão da Igreja em assuntos do reino, o rei da França Felipe IV prende o papa Bonifácio VIII e nomeia em seu lugar o francês Clemente V. O evento é conhecido como Ca veiro de Avignon (localidade na França onde o novo papado é instalado).

1337 A pretensão do rei inglês Eduardo III de disputar a sucessão do trono francês é o estopim da Guerra dos Cem Anos, que opõe França e Inglaterra. O conflito envolve disputas em torno de territórios que os duques da Normandia, ingleses, tinham na França. No fim da guerra, em 1453, a França recupera as possessões sob o domínio inglês. O embate impulsiona o nacionalismo francês e contribui para o fortalecimento do poder real.

1400Começa a expansão da civilização inca, instalada em Cuzco, no atual Peru. O império se estende pela região de Equador, Chile e Bolívia. Ele viabiliza a agricultura nas montanhas e regiões desérticas, com técnicas de irrigação. Os incas são o único povo pré-colombiano a domesticar animais. Erguem centros religiosos e cultuam o deus Sol. Abalados por guerras internas, são dominados pelos espanhóis em 1532.

1453A tomada de Constan nopla pelos turcos-otomanos marca o fim da Idade Média.

Invasões bárbaras: Séculos V-VI

Século VIReconquista

bizan na

Reinos bárbaros

Invasão povos germânicosPressão dos

Hunos

INVASÕES

Bárbaros Séc. V

Ocupação da parte ocidental do

Império Romano

Despovoamento das cidades

Reforço do poder da Igreja (defesa e

cristianização)

Medo e insegurança

Formação dos reinos bárbaros

Enfraquecimento do comércio

Dependência dos camponeses face aos

grandes senhores

Ruralização da economia

Aumento da instabilidade

Ataques dos muçulmanos, dos normandos (vikings) e dos magiares (húngaros) Séc. VIII-X

Regressão econômica

Economia de subsistência

Os Francos

O Reino Franco foi, dentre os bárbaros, o de maior duração e estabilidade fundado no Ocidente. Formou-se no século V, quando, após várias tentativas, os francos finalmente conseguiram instalar-se na antiga província romana da Gália - atual França. Ele se estendeu até o século IX, fragmentando-se depois da morte de seu mais célebre líder, Carlos Magno.

Mapa animado: A expansão dos francos

Após se fixarem na Gália, os francos permaneceram divididos em tribos, cada qual com seu chefe. Em 482, Clóvis, um desses líderes, unificou os grupos e tornou-se o primeiro rei, fundando a dinastia merovíngia (cujo nome deriva de seu avô, Meroveu). Clóvis empenhou-se em conquistar territórios e converteu-se ao cristianismo, formalizando uma aliança com a Igreja Católica.

Após sua morte, seus quatro filhos dividiram o reino entre si, enfraquecendo-o. Na época, a Europa vivia um processo de ruralização e descentralização do poder, com a formação do feudalismo .

Batismo de Clóvis

Dinastia merovíngia

Os monarcas que sucederam a dinastia merovíngia ficaram conhecidos como reis indolentes, por demonstrar pouca habilidade política. O poder de fato passou então a ser exercido por altos funcionários da corte, os prefeitos do palácio, denominados majordomus.

O majordomus Carlos Martel ganhou prestígio com a vitória contra os muçulmanos na Batalha de Poitiers, em 732, que impediu o avanço islâmico sobre a Europa Ocidental. Após sua morte, seu filho, Pepino, o Breve, depôs o último monarca merovíngio, Childerico III, e, com o apoio da nobreza e do papa, tornou-se rei, iniciando a dinastia carolíngia.

Império Carolíngio

O Reino Franco atingiu o apogeu durante o reinado de Carlos Magno, filho de Pepino. Em 800, ele foi coroado imperador pelo papa Leão III, adquirindo, assim, a incumbência de disseminar e defender a fé cristã.

Para conduzir o agora Império Carolíngio, Magno dividiu-o em centenas de unidades administrativas dotadas de certa autonomia - os condados -, governadas por nobres de confiança - os condes. Também aumentou o poder dos missi dominici, altos funcionários reais, em geral membros do clero, encarregados de fiscalizar a aplicação das leis capitulares (decretos emitidos em capítulos pelo imperador).

IMPERADOR

VASSALOS

MISSI DOMINICI

NOBRES

LIVRESSERVOS

BISPOS

fidelidade nomeia fidelidade

fidelidade fidelidadecontrola controla

fidelidadefidelidade

Além de continuar a política expansionista do pai, Magno promoveu o Renascimento Carolíngio, uma grande renovação educacional, artística, monetária, jurídica e administrativa. Estimulou a fundação de escolas e tornou-se um dos responsáveis pela continuidade da cultura greco-romana. Morreu em 814, sendo substituído pelo filho, Luís, o Piedoso.

Mais tarde, com a morte de Luís, guerras sucessórias entre seus filhos resultaram no Tratado de Verdun, de 843, que estabeleceu a divisão do império em três reinos: Carlos, o Calvo, recebeu a parte correspondente à França; Luís, o Germânico, ficou com o território alemão; e a Lotário coube a parte central. A desintegração levou a um aumento do poder da nobreza local, fato que, somado às novas invasões bárbaras, de normandos (originários da Escandinávia) e magiares (vindos da atual Hungria), permitiu a consolidação do feudalismo na Europa.

...e em 880... em 870Tratado de Verdum, 843