idade média 1. 2 o final do mundo antigo crise e decadência do império romano no século iii o...
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Idade Média1
Idade Média
Idade Média2
O final do mundo antigo
Crise e decadência do Império Romano
No século III o Império Romano passava
por uma crise económica e política
Com a morte do imperador Teodósio, o
Império foi partilhado entre os seus dois
filhos, um dos quais ficou a governar o
Império romano do Ocidente e o outro o
Império romano do Oriente.
Idade Média3
Queda do Império Romano
No século V, as invasões germânicas aniquilaram o Império romano do
Ocidente (Início da Idade Média)
O Império romano do Oriente manteve a língua e a cultura grega como
dominantes. Os locais onde se cultivava a ciência e a cultura médicas eram
Alexandria, Atenas, assim como Constantinopla e várias localidades da Ásia
Menor
O Império romano do Oriente ou Bizantino manteve-se até à conquista de
Constantinopla pelos turcos em 1453 (séc. XV)
(Fim da Idade Média)
Idade Média4
A Idade Média divide-se em:
Bizâncio
Influência árabe
Idade Média europeia
Idade Média5
Bizâncio e suas influências
A medicina praticada no Império Romano do Oriente é continuação da
Escola de Alexandria (Grécia), depositária do saber da Antiguidade.
Séc. VII queda de Alexandria nas mãos do poder islâmico
A cultura bizantina divide-se em dois períodos:
– anterior a 642 que culmina com a conquista de Alexandria pelos àrabes
– Periodo posterior a essa conquista e que culmina com a tomada de
Constantinopla.
Idade Média6
Médicos bizântinos importantes
Oribásio (325-403)
Célio Aureliano (350-400)
Aecio (520-560)
Alexandre de Tralles (525-605)
Paulo de Egina (625-690)
Idade Média7
Oribásio
Nasceu em Pérgamo (325)
Estudou medicina no Chipre
As suas obras são de inspiração galénica
Exerceu medicina em Constantinopla
Idade Média8
Célio Aureliano (350-400)
Natural de Sicca Veneria
Escreveu a Medicinales responsiones
(introdução à medicina)
Escreveu em Latim
Idade Média9
Aecio (520-560)
Natural de Amida (Mesopotâmia)
Estudou medicina em Alexandria
Médico em Constantinopla
Obra resulta da compilação de autores anteriores como Galeno,
Oribásio, etc.
Escreveu o Tetrabiblion, enciplopédia médica de 4 volumes,
compreendendo cada um deles 4 livros. Os 8 livros foram impressos
em Veneza, em 1534. Versavam temas diversos da medicina como
pneumonia, epilepsia, raiva, bócio, lepra, doenças dos olhos, afecções
dos ouvidos, nariz e garganta, etc.
Idade Média10
Alexandro de Tralles
Natural de Lidia
Fez a formação científica em Roma
Obra mais significativa a Practica, impressa em
Lyon, em 1504. Compreende um conjunto de 12
livros, que versam a questão da patologia e da
terapêutica de doenças internas, tendo como base
Galeno e outros autores clássicos.
Idade Média11
Paulo de Egina (625-690)
Nasceu na ilha de Egina
Exerceu medicina em Alexandrina
Escreveu Epitome Medicae (Veneza, 1528). Encontra-se dividida em 7
livros que abordam diversos aspectos da medicina prática:
– Regimes alimentares
– Doenças como o cancro, lepra
– Toxicologia
– Cirurgia
– Obstetrícia
No 7º livro: 90 substâncias de origem animal, 600 origem vegetal, 168
origem animal
Idade Média12
A influência Árabe
Idade Média13
O Islão e a herança greco-romana
• A ascensão do Islão
Os árabes iniciaram a sua expansão em 634, depois da conversão de toda
a Arábia à fé islâmica revelada por Maomé (570-632)
Derrotaram persas e bizantinos e conquistaram Síria, Palestina, Mesopotâmia,
Egipto, Tunis e Península Ibérica (711)
Na Europa, foram detidos em Poitiers em 732
Chegaram até à Índia em 1001
O árabe tornou-se a língua oficial comum a todo o império
islâmico.
Idade Média14
O Mundo Árabe: A Farmácia atinge a sua identidade
Tradução do grego e sírio para árabe de autores médicos clássico, como
Aristóteles, Hipócrates, Dioscórides e Galeno.
Escola de tradutores em Bagdade
No século VII a medicina Árabe tomou contacto com a alquimia, que permitiu o
desenvolvimento da Farmácia devido ao contacto com as suas técnicas
operatórias
Jâbir Ibn Hayyân (720-800), foi um dos nomes mais sonantes da alquimia
Árabe, conhecido por Geber. Descobriu a água-régia, o ácido sulfúrico e o
ácido azótico. Contributo para o desenvolvimento de técnicas e operações
unitárias como a destilação, sublimação, cristalização e filtração.
Idade Média15
Alguns autores médicos árabes
Verificou-se notável valorização da
– Dietética
– Farmácia
– Cirurgia
Era importante o tratamento da doença mas também a
profilaxia
Terapêutica: envolvia o uso de medicamentos, preceitos
higiénicos
Idade Média16
Alguns autores médicos árabes (I)
Rhazes (854-925)
– Natural de Pérsia
– Estou medicina em Bagdad, exerceu em Ravy
– Na sua obra colocou a alquimia ao serviço da medicina
Mesué - o jovem (924-1015):
– Estou medicina Bagdad, foi médico do califa no Cairo
– Escreveu Antidotarium sive Gravadin Medicamentorum
Compositorum (Veneza 1471). A área da cultura e posterior
tratamento das plantas medicinais.
Idade Média17
Alguns autores médicos árabes (II)
Al-Burani (973-1051)– Matemático e astrónomo
– Escreveu Kitab Al-Saydanah Fi-Al Tib (livro da farmacologia). Obra com a influência
de Galeno, Dioscórides etc
– Descreveu 1197 drogas de origem vegetal, animal e mineral servindo-se bastante
de observações e da experiência pessoal
Avicena (980-1037)– Nasceu na Ásia centrale faleceu na Pérsia. Foi médico, jurista, professor e ocupou
cargos políticos
– Obra enorme: quase 270 títulos de filosofia e ciência
– Principal obra médico é o enciclopédico al-Qanun ou Canon com uma parte
farmacêutica
Idade Média18
Alguns autores médicos árabes (III)
Ibn Al-Baytar (1190-1248)– Nasceu em Málaga, e faleceu em Damasco.Estou em Sevilha e emigrou para o
Oriente1220. Estabeleceu-se no Cairo, onde foi nomeado primeiro ervanário pelo
sultão
– Várias obras de cunho farmacêutico
– Principal contributo consistiu na sistematização do conhecimento de novas drogas
introduzidas oelos árabes durante a Idade Média
Abulcasis (936-1013)– Natural de Córdoba
– Exerceu medicina, farmácia e cirurgia
– Escreveu enciclopédia médica em trinta tratados (Altasrrif), nela são versados
aspectos relacionados com a colheita dos símplices, sua conservação, sua
transformação em medicamentos.
Idade Média19
Idade Média Europeia
Idade Média20
Idade Média Europeia pode ser dividida em quatro períodos
1. Alta idade Média (séc. V-X)
2. Recepção da influência islâmica (séc. XI-XII)
3. Fundação das Universidades (séc. XIII - inicio do
séc. XIV)
4. Período das pestes que assolaram a Europa
Idade Média21
A Medicina e a Farmácia monástica (séc. V e XI)
Instituições
– Mosteiro de Montecassino
Fundação (529) por São Bento (480-544)
Preservam textos antigos, manuscritos com interesse médico-
farmacêutico
Estão agregados instituições hospitalares
Criaram jardins botânicos nos quais são cultivadas plantas medicinais,
matérias primas necessárias à elaboração dos medicamentos
– Escolas Médicas –Mosteiro de Montecassino e de Saint Gall
Idade Média22
Diferentes profissionais nas ciências sanitárias (séc. XII)
Ajudantes para sangrias e flebotomias
Rasorius deu lugar ao barbeiro-cirurgião
Herbarius e pigmentarius especializou na
preparação de medicamentos
Médicos são chamados de físicos.
Idade Média23
Pessoas importantes na farmácia monástica
Cassiodoro (480-575)– Fundou (537) mosteiro de Vivarium, Calábria
– Escola médica monástica –traduz. e copiaram Hipócrates, Dioscórides, Galeno e outros
– Escrveu texto enciclopédico de história natural.
Isidoro de Sevilha (560-636)– Bispo de Sevilha
– Obra enciclopédica (Etymologiarum Libri XX) compendiando em 20 livros os conhecimentos do seu tempo sobre artes e ciências
Hildegarde de Bingen (1098-1179)– Abadessa beneditina. Fundou convento de Ruperstsberg, perto de Bingen
– Atenção a problemas do foro ginecológico, em perspectiva que chocava com visão tradicionalmente negativa da mulher medieval.
– Escreveu textos sobre uso medicinal de plantas, animais e vegetais e descreveu as doenças e os medicamentos seguindo a ordenação.
Idade Média24
Escola de Salerno (origem)
Fundada no séc. X sob a designação de Collegium Hippocraticum
Lenda sua formação:
– Atribuida a 4 médicos: Ponto, grego; Helinus, judeu; Adela, árabe e
Salernus, latino
Inicia-se a caminhada laica da medicina medieval
Primeiras figuras da Escola
– Garioponto (970-1050) Autor do Passionarius Galeni –epitome de textos bizântinos
– Alfano (1015-1085) Médico, aprendeu em Montecassino. Arcebispo de Salerno
Influência Bizantina e greco-síria
Idade Média25
O ponto alto de Salerno
Constantino o Africano (1020-1087)– Natural de Cartago
– Comerciante de drogas
– Viajou entre Oriente e Europa até se instalarem Salerno,
trazendo selecção de manuscritos médicos árabes
– Recebido no mosteiro de Montecassino, onde se converteu
ao cristianismo
– Traduziu (30), do árabe para o latim, um total de cerca de
três dezenas de textos médicos importantes
Idade Média26
Textos traduzidos em Salerno
Tractatus de aegritudinum curatione (1150): compilação de medicina
Séc XII: Liber de febribus, de Ferrarius; Liber de urinis, de Maurus; a
Summula de dietética de Pedro Musanda, Practica oculorum de
Benvanauto Graffeo, etc.
Antidotarium de Nicolaus Salernitanus (1110-1150): 139 fórmulas
farmacêuticas e um apêndice sobre pesos e medidas tendo sido uma
obra muito divulgada
De simplici medicina, de Mattheus Platerius (1120-1161): é uma
farmacopeia
De arte medendi (1532) de Copho
Idade Média27
Fim da Escola de Salerno
A escola de Salerno liderou o ensino médico na
idade Média até 1194, ano em que Henrique VI
saqueou a cidade.
A criação de outras instituições de ensino iniciaram
o declínio da escola salernitana que foi
definitivamente extinta em 1811 (séc. IX).
Idade Média28
Universidades (séc. XII)
A sua criação nasce da necessidade de professores e alunos
terem uma estrutura própria, diferenciada das clericais, capaz
de afirmar os seus direitos e privilégios.
São fundadas no séc. XII por toda a Europa Ocidental :
– Universidade de Montpellier (1289): importante para a medicina
– Bolonha (1088)
– Oxford (1167)
– Cambridge (1209)
– Salamanca (1218)
– Coimbra (1290)
Idade Média29
Ensino na Universidade
Três fases1. Bacharel: 1 ano em Artes e 3 anos em Medicina
+ Exames
2. Licenciado – licença para o exercício: + 3 séries de lições teóricas e 1 prática + Redacção de texto
3. Magister: substituído mais tarde pelo título de doutor: + período de prática e + 2 exames
Idade Média30
Separação de facto das profissões médicas
Médicos– Assimilação do saber médico greco-romano– Domínio do latim e ensino universitário– Processo de nobilitação da profissão médica– Abandono progressivo das funções manuais– Separação entre medicina dogmática, e a Medicina ministrante (farmacêuticos e
cirurgiões) Especieiros
– Impulso do comércio de especiarias orientais através do Mediterrâneo– Especialização na preparação de medicamentos– Aumento da perícia e formação técnica– Perca progressiva do carácter ambulante– Boticários
Formação baseada na aprendizagem com mestre Estabelecidos com botica (armazém)
Idade Média31
Separação legal das profissões médicas
1162 – Arlés (França): posturas municipais determinam a separação
1240 - Frederico II da Sicília e Nápoles através do Édito de Melfi:
– Reafirmou a obrigatoriedade de um curso de tipo superior em Salerno para
os médicos
– Proibiu qualquer sociedade entre médicos e farmacêuticos
– Determinou que os farmacêuticos tinham de dispensar os medicamentos
de acordo Com as receitas médicas
E as normas da arte provenientes de Salerno
– Introduziu o principio Da necessidade de controlo dos preços dos medicamentos
Da licenciamento e inspecção da actividade farmacêutica
Idade Média32
Alargamento das medidas de separação
Em França– Avignon (1242) e Nice (1274) proibiram sociedade entre
farmacêuticos e médicos
Europa Central– Basileia separou as duas profissões – entre finais Séc. XIII
e princ. Séc. XIV
Portugal– Obrigatoriedade da separação determinada em 1462
Idade Média33
Idade Média (Séc. XIV)
1150-1300. a população europeia de 50 a 73 milhões de habitantes
1350 – a população é de 51 milhões 1400 – 45 milhões de habitantes
Peste Negra
LepraEscorbutoSarnaSurtos de piolhos
Idade Média34
A farmácia no Portugal medieval
Idade Média35
Figuras representativas das práticas médico-farmacêuticas
São Frei Gil
Pedro Julião = Pedro Hispano
Idade Média36
São Frei Gil (1185-1265)
Estou medicina e filosofia no Mosteiro de Santa Cruz em
Coimbra indo depois para Paris
Terapêutica: cruzamento de práticas médicas obedientes à
vertente galénica mais ou menos arabizada, cruzada com um
tipo de práticas mágico-religiosas ou supersticiosas.
Produtos usados
– Origem vegetal: heléboro, arruda, celidónia, malvas, losna, funcho
– Origem animal: leite cabra, mel, fel de cabra, leite de mulher, etc.
Idade Média37
Pedro Hispano ou Pedro Julião (1200-1277)
Foi eleito papa sob o nome João XXI em 1276,
morreu em 1277
Matemática e logicamente filosofia
Ensinou medicina em Paris e em Siena
Escreveu Thesaurus paiperum (tem referências a
autores consagrados como Galeno, Avicena e
Dioscórides)
Idade Média38
Mestre Ananias (1449)
Era Árabe de Ceuta
Trouxe boticários aos quais foram prometidos
“Privilégios, Liberdades e Isenções”
Tudo indica que no XV a cobertura sanitária em Portugal era
deficiente, a população necessitava de mais boticas e melhor
organização.Séc XII assistimos ao comercio de especiarias – especieiros eram
judeus; Boticários transformaram em medicamentos as especiarias.
Havia também os médicos que também preparavam e vendiam
medicamentos
Idade Média39
Separação da profissão médica da farmacêutica
1461 – D. Afonso V regulamenta o exercício
das profissões médica e farmacêutica
– Boticários: destinava-se a conservação dos
símplices e a preparação de medicamentos.
Estão-lhe vedado as práticas médicas
Idade Média40
Hospitais e Universidades
Séc XV e inícios do séc. XVI: surgem os hospitais, albergarias e
gafarias, obedecendo aos propósitos da piedade cristã
Nem todos os hospitais apresentavam a sua própria botica
Não existia ensino especifico conducente à formação de boticários. A
licença para o exercício da profissão só veio a acontecer no decurso
do séc. XVI
1290- Universidade de Coimbra sedeada em Lisboa. Só em 1537 se
fixa definitivamente em Coimbra. Inclui estudos médicos.
Idade Média41
Fim