ibr - efeito da cheia na renda dos donos de bares e restaurantes na praia do maracanÃ

36
UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ UFOPA CENTRO DE FORMAÇÃO INTERDIASCILPLINAR I CFI INTERAÇÃO NA BASE REAL IBR EFEITOS DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ Arlan Cardoso Santana Bruno Danilo Goudinho dos Santos Manoel Victor Gomes de Almeida Rudolfo Sarmento Santarém PA, Outubro de 2012

Upload: arlansantana

Post on 03-Aug-2015

62 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA

CENTRO DE FORMAÇÃO INTERDIASCILPLINAR I – CFI

INTERAÇÃO NA BASE REAL – IBR

EFEITOS DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE

BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO

MARACANÃ

Arlan Cardoso Santana

Bruno Danilo Goudinho dos Santos

Manoel Victor Gomes de Almeida

Rudolfo Sarmento

Santarém – PA, Outubro de 2012

Page 2: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ - UFOPA

CENTRO DE FORMAÇÃO INTERDIASCILPLINAR I - CFI

EFEITOS DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE

BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO

MARACANÃ

PROJETO IBR

Santarém – PA, Outubro de 2012

Trabalho de pesquisa apresentado

pela equipe composta por: Arlan Cardoso

Santana, Bruno Danilo Goudinho dos Santos,

Manoel Victor Gomes de Almeida, Rudolfo

Sarmento, Heloisa do Socorro Santos da

Possa. Tendo como orientadora a Professora

Rose Meira.

Page 3: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

FOLHA DE APROVAÇÃO

Arlan Cardoso Santana, Bruno Danilo Goudinho dos Santos, Manoel Victor

Gomes de Almeida, Rudolfo Sarmento.

Efeitos da cheia na renda dos donos de bares e restaurantes na

praia do Maracanã.

Aprovados em:

Orientadora:

Professora Rose Meira.

_______________________________________________________________

Santarém – PA, Outubro de 2012

Pesquisa apresentada ao Centro de

Formação Interdisciplinar – CFI da

Universidade Federal do Oeste do Pará

para obtenção de nota na matéria de

Interação na Base Real – IBR.

Page 4: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

Resumo

O presente trabalho apresenta pesquisa realizada na praia do maracanã,

que se localiza na área urbana da cidade de Santarém, em local considerado

periférico. Tendo como principal objetivo demonstrar a diferença e o impacto na

renda dos donos de bares e restaurantes daquele local no período da cheia do

rio tapajós, que acontece entre os meses de dezembro e junho. A pesquisa foi

feita através aplicação de questionário, e posteriormente um tabelamento dos

dados coletados, conseguidos através de entrevistas junto aos donos dos

estabelecimentos. A existência de um período forte de sazonalidade na região

amazônica se intensifica ainda mais quando o nível do rio sobe além do que

esperado, causando assim uma retração na economia regional como um todo,

e é o que acontece com os referidos comerciantes daquele local. Nota-se na

pesquisa que a maioria dos entrevistados declara que na época de cheia as

suas rendas não passam de um salário mínimo, e há uma grande queda no

movimento de banhistas durante vários meses. Há de se destacar que a

maioria dos comerciantes mora nos seus próprios estabelecimentos, ou seja,

eles usam o seu local de trabalho também como de moradia. E que são

unânimes ao afirmar que a cheia é responsável pelo fraco movimento nessa

época do ano.

Palavras chave: praia do maracanã; renda; cheia; rio tapajós;

sazonalidade.

Page 5: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

Abstract

This paper presents research carried out at the Maracana beach, which is

located in the urban area of the city of Santarem, in place considered

peripheral. Its main goal is to demonstrate the difference and the impact on

income of the owners of bars and restaurants that location during the flood of

the river Tapajos, what happens between the months of December and June.

The survey was conducted through a questionnaire, and then a tabelamento

collected data, obtained through interviews with the owners of the

establishments. The existence of a period of strong seasonality in the Amazon

region intensifies further when the river level rises further than expected, thus

causing a decline in the regional economy as a whole, is what happens to those

merchants that location. It is noted in the survey that the majority of

respondents stated that at the time of their full incomes are no more than

minimum wage, and there is a big drop in the movement of bathers for several

months. It must be noted that most traders live in their own premises, ie, they

use their workplace as well as housing. And they are unanimous in saying that

the full movement is responsible for the weak at this time of year.

Keywords: beach maracanã; income; crowded; Tapajos river; seasonality.

Page 6: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

Agradecimentos

A todos os professores do CFI, em especial a professora Rose

Meira pela paciência.

Page 7: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

RELAÇÃO DE FOTOS

FIGURA 1 – Entrada da praia do Maracanã

FIGURA 2 – Maromba que dá acesso a praia do Maracanã

FIGURA 3 – Praia do Maracanã no período da seca

FIGURA 4 – Praia do Maracanã no período da cheia

FIGURA 5 – Bares e Restaurantes desertos devido à cheia

FIGURA 6 – Falta de clientes no periodo da cheia

FIGURA 7 – Durante o verão vários eventos ocorre nos restaurantes da praia

do Maracanã

FIGURA 8 – Praia do Maracanã no verão

FIGURA 9 – Interior das barracas

FIGURA 10 – Acúmulo de lixo próximo as barracas

RELAÇÃO DOS GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Diferença na renda mensal entre cheia e seca em salário mínimo

GRÁFICO 2 – Fluxo semanal de clientes na cheia

GRÁFICO 3 – Fluxo semanal de clientes na seca

RELAÇÃO DE MAPA

MAPA 1 – Mapa da Localização da praia do Maracanã em relação ao centro de

Santarém

Page 8: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

Sumário 1. INTRODUÇÂO ............................................................................................................... 9

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 11

3. METODOLOGIA .......................................................................................................... 17

3.1 QUESTÃO PROBLEMATIZADORA ................................................................................... 17

3.2 OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 18

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS ..................................................................... 18

4. Resultados ................................................................................................................. 20

REFERENCIAS ..................................................................................................................... 28

ANEXO I .............................................................................................................................. 1

CRONOGRAMA .................................................................................................................... 1

ANEXO II ............................................................................................................................. 2

QUESTIONÁRIO ................................................................................................................... 2

ANEXO III ............................................................................................................................ 5

Relato de experiência individual .......................................................................................... 5

Arlan Cardoso Santana ........................................................................................................ 5

Relato de experiência individual .......................................................................................... 6

Manoel Vitor Gomes de Almeida ......................................................................................... 6

ANEXO IV ............................................................................................................................ 8

PLANTA BAIXA DO ESTACIONAMENTO DA PRAIA DO MARACANÃ FORNECIDO PELA

FREFEITURA MUNICIPAL DE SANTARÉM ............................................................................... 8

Page 9: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

9

1. INTRODUÇÂO

O presente trabalho visa estimar os efeitos causados pelo rio tapajós no

período de cheia, aos donos de bares e restaurantes existentes na praia do

maracanã. Determinando assim, se a cheia do rio tapajós influencia a renda

dos comerciantes daquele local, durante essa época do ano.

Foram realizadas pesquisas de campo com objetivo de verificar as

consequências do período de cheias dos rios da nossa região e que na maioria

das vezes constitui um grande problema, inclusive nas áreas urbanas. Este

estudo visa analisar a problemática dos comércios localizados ao longo da

praia do maracanã, que fica as margens do rio tapajós, no bairro também

chamado de maracanã, na cidade de Santarém. Os efeitos dessas enchentes

foram analisados através de um questionário, aplicado junto aos proprietários

dos comércios ali instalados.

Os resultados mostram que 90% dos entrevistados, declaram que sua

renda diminui consideravelmente durante essa época do ano, e nas outras

questões propostas também houve negativa nas respostas. Essas quedas

significativas na renda e no fluxo de clientes são causadas pela invasão dos

estabelecimentos comerciais pelas águas do rio tapajós que chegam avançar a

até 50 metros depois dos mesmos chegando próximo da parada de ônibus ali

localizada.

Outro fator que agrava essa situação é a falta de estrutura que possa

atender os frequentadores desta praia tanto no período de cheia do rio quanto

no de seca, apesar de haver um projeto de infraestrutura de mais de 15 anos

para transformar esta praia e suas redondezas num espaço de lazer e

entretenimento de dia e de noite. O que mostra o desinteresse do poder publico

com esta área da cidade, pois, todo ano ocorre a cheia dos rios da região, e a

falta de um planejamento que busque aperfeiçoar os serviços prestados pelos

restaurantes e bares da mesma. Pretende-se com este trabalho demostrar

através de dados coletados através de questionários junto aos comerciantes da

praia do Maracanã, a diferença na renda no período da cheia tomando como

comparativo a seca, que é a alta estação.

A praia do Maracanã é considerada uma praia urbana que se localiza em

um bairro periférico da cidade. Por ter sua localização próxima do centro

Page 10: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

10

urbano e de vários bairros é bastante frequentada nos finais de semana

durante o período em que acontece a baixa dos rios da região. A falta de

infraestrutura e saneamento básico faz da época das cheias um lugar inviável

para ser frequentado.

Page 11: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

11

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A Amazônia é uma floresta latifoliada úmida que cobre a maior parte da

Amazônica da América do Sul. Esta bacia abrange sete milhões de quilômetros

quadrados, dos quais cinco milhões e meio de quilômetros quadrados são

cobertos pela floresta tropical. Esta região inclui territórios pertencentes a nove

nações. A maioria das florestas está contida dentro do Brasil, com 60% da

floresta, seguido pelo Peru com 13% e com pequenas quantidades na

Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e França(Guiana

Francesa). Estados ou departamentos de quatro nações têm o nome de

Amazonas por isso. A Amazônia representa mais da metade das florestas

tropicais remanescentes no planeta e compreende a mais ampla biodiversidade

de floresta tropical do mundo. É um dos seis grandes biomas brasileiros.

No Brasil, para efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada

por uma área chamada "Amazônia Legal" definida a partir da criação da

Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), em 1966. É

chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa 49,29% do

território e abrange três (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) das cinco divisões

regionais do país, sendo o maior bioma terrestre do país. Uma área de seis

milhões de hectares no centro de sua bacia hidrográfica, incluindo o Parque

Nacional do Jaú, foi considerada pela UNESCO, em 2000(com extensão em

2003), Patrimônio da Humanidade.

A Floresta Amazônica foi pré-selecionada em 2008 como candidata a uma

das Novas 7 Maravilhas da Natureza pela Fundação Sete maravilhas do

mundo moderno. Em fevereiro de 2009, a Amazônia foi classificada em

primeiro lugar no Grupo E, a categoria para as florestas, parques nacionais e

reservas naturais.

O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de

nutrientes. Contudo, a flora e fauna mantêm-se em virtude do estado de

equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema. O aproveitamento de recursos é

ótimo, havendo o mínimo de perdas. Um claro exemplo está na distribuição

acentuada de micorrizas pelo solo, que garantem às raízes uma absorção

rápida dos nutrientes que escorrem da floresta com as chuvas. Também,

forma-se no solo uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais

Page 12: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

12

mortos, rapidamente convertidos em nutrientes e aproveitados antes da

lixiviação. Tal conversão dá-se pelo fato de os fungos ali encontrados serem

saprofíticos. A vegetação do bioma Amazônia se apresenta em três categorias:

Matas de várzea: São matas que sofrem com as constantes enchentes, partes

delas estão localizadas em terras altas onde ocorre inundação apenas em

determinado período do ano. Enquanto que nas regiões baixas as inundações

são constantes e se assemelham as matas de igapó. Matas de terra firme

Estas se localizam em partes altas e por esse motivo não sofrem com as

costumeiras enchentes, nestas estão localizadas as mais frondosas árvores, as

de grande porte como a castanheira do Pará. Matas de igapó: Localizada em

locais baixos, sua vegetação se caracteriza por pequenos arbustos, cipós e

musgos. A vitória régia brasileira conhecida mundialmente é encontrada nessa

vegetação do bioma Amazônia se apresenta em três categorias

Na região amazônica chove bastante e a temperatura é elevada,

normalmente variando entre 22ºC e 28ºC. É o chamado clima equatorial úmido,

que caracteriza algumas áreas próximas à linha do Equador. E como o clima

interfere? Pelo que vimos até aqui, você já deve imaginar alguma forma... Por

exemplo: de acordo com a intensidade das chuvas sobe o nível dos rios; com o

aumento do nível dos rios algumas áreas podem ser alagadas e, uma vez

alagadas, essas áreas podem ser mais ou menos adequadas à vida de

determinados vegetais e animais.

Denomina-se enchente, cheia ou inundação à elevação do nível d’água de

um corpo hídrico (rio, lagoa, reservatório, etc.) provocada, normalmente, pelas

precipitações pluviométricas. Como tal, trata-se de um fenômeno natural a que

todo corpo hídrico está sujeito de forma cíclica. Além das precipitações das

chuvas em determinadas regiões, a fusão da neve acumulada no inverno

também dá origem a inundações cíclicas na primavera.

O conceito de enchente pode ser estendido às inundações artificiais

provocadas por atividades antrópicas, tais como as rupturas de barragem e

diques, as pontes, bueiros e canalizações subdimensionados. Esse conceito se

estende, também, às inundações decorrentes da urbanização descontrolada e

das agressões ambientais, tais como o aterro de áreas normalmente

inundáveis, a impermeabilização excessiva do solo, a concentração de vazões

Page 13: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

13

em áreas não apropriadas, efetuadas por obras erroneamente planejadas ou,

simplesmente, sem planejamento algum.

A explosão demográfica impulsionou, às margens de rios e nas áreas de

praia, o desflorestamento para dar lugar a residências e comércios. Sem

sistema de esgoto apropriado, capitação de lixo orgânico e inorgânico a água

foi poluída. É dentro desta realidade amazônica que ocorrem impactos

naturais, oriundos de mudanças climáticas, refletidas principalmente na

dinâmica enchente e vazante. A vazante deixa rios apenas com filetes de

águas e as enchentes chegam a destruir residência. A cada ano as influências

climáticas globais atingem e agravam a situação de vida dos moradores das

margens dos rios e para agravar mais a situação das mudanças climáticas

dentro da Amazônia têm a presença do desmatamento, desta forma podemos

entender:

No estado de Santa Catarina, diversos trabalhos abordaram a problemática

das inundações em diferentes escalas. Na escala estadual, Herrmann (2001) e

Hermann et al. (2007), mostraram a distribuição espacial das inundações bem

como a frequência e os danos provocados por elas. Na escala municipal,

Machado (2005) e Frank e Pinheiro (2003) apresentaram estudos sobre

desastres catastróficos ocasionados pelas inundações em Tubarão no ano

1974 e Blumenau nos anos 1983 e 1984, respectivamente. Esses trabalhos

são extremamente úteis para as medidas tanto estruturais quanto não

estruturais. Cada município deveria ter registros adequados das ocorrências de

inundações para subsidiar tais medidas. (Silveira, Wivian Nereida 2009)

É de fundamental importância para a compreensão dos processos de

urbanização. Para entender a complexidade desses processos devemos

caminhar no sentido de identificar as relações entre Estado, sociedade e

natureza. Esses fatos expressam com precisão os conflitos que ocorrem entre

responsabilidades estatais, direitos sociais e preservação da natureza. Quando

o Estado não cumpre com a sua responsabilidade de produzir políticas públicas

de habitação e de preservação da natureza, só restam para as populações

pobres a alternativa de invasão ou a produção de aterros sobre áreas alagáveis

de preservação ambiental ou de risco para suprir as suas necessidades de

habitação (R. Branco 2004). Conforme figura 1 que apresenta a entrada da

praia do Maracanã.

Page 14: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

14

Figura 1 - Entrada da praia do Maracanã Fonte: direta, 2012

Comerciantes da Praia do Maracanã reclamam do descaso da Defesa Civil

municipal e da Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEMINF). Ao todo são 28

estabelecimentos que a água do rio já invadiu. Cada um providencia sua

maromba1 e rampa de acesso. A grande maioria não possui outra fonte de

renda, outros moram na praia e permanecem no local para atender ao reduzido

público que ainda comparece. Até que ponto a cheia do rio pode influenciar na

frequência de visitantes da praia, podendo ocasionar alterações na renda dos

microempresários por que como sabemos:

[...] A sucessão regular e alternada dos níveis dos

grandes rios da Amazônia é um fenômeno natural que

existe há milhares de anos. O ciclo natural das enchentes

e vazantes que é regulado por fenômenos de escala

espaço-temporal bastante ampla, configura-se como um

fator essencial para a manutenção do equilíbrio dinâmico

do ecossistema amazônico, com sua frequência

monomodal (uma vez por ano) se contrapondo às muitas

enchentes dos igarapés de floresta (multimodal) que

1 Caminho suspenso feito de madeira em local alagado.

Page 15: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

15

dependem da precipitação localizada que tem papel

fundamental no ciclo hidrológico.

O sistema de pulso (enchente e vazante) é produzido por

funções de força sobre as quais o homem não tem

qualquer poder de mudança. Por essa razão, a ciência e

a sabedoria ensinam ser preciso agir proativamente

(princípio da precaução) para evitar que esse drama da

natureza, em seus pulsos extraordinários (que são

tolerados e absorvidos pela natureza), atinja de forma

dramática os ambientes construídos onde predomina a

vida dos homens e de seus animais associados que não

conseguem tolerar, absorver e superar esses

cataclismos. [...] Fonseca 2009.

A praia do Maracanã é uma das praias mais frequentadas na cidade de

Santarém que se localiza no oeste do Estado do Pará. Ela é frequentada tanto

por turistas, quanto por moradores de bairros próximos e também do centro da

cidade, sua principal atração é a sua praia, pois se localiza a cerca de 8

quilômetros do centro da cidade, facilitando assim o deslocamento de seus

visitantes, está apresenta ainda uma sazonalidade, pois em determinado

período do ano, a praia se encontra submersa pelas águas do rio Tapajós

(meses de janeiro a agosto) o chamado período da cheia.

O fato dessas famílias não terem trabalho fixo e morarem em situação de

risco, em áreas alagáveis os torna ainda mais excluídos dos benefícios sociais

e urbanísticos, exatamente como afirma Maricato (2000), quando refere que a

exclusão urbanística concebida pela expressiva ocupação ilegal do solo

urbano, é ignorada na representação da cidade oficial.

Page 16: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

16

Figura 2: Maromba que dá acesso a praia do Maracanã Fonte: Direta, 2012

No estado de Santa Catarina, diversos trabalhos abordaram a problemática

das inundações em diferentes escalas. Na escala estadual, Herrmann (2001) e

Hermann et al. (2007), mostraram a distribuição espacial das inundações bem

como a frequência e os danos provocados por elas. Na escala municipal,

Machado (2005) e Frank e Pinheiro (2003) apresentaram estudos sobre

desastres catastróficos ocasionados pelas inundações em Tubarão no ano

1974 e Blumenau nos anos 1983 e 1984, respectivamente. Esses trabalhos

são extremamente úteis para as medidas tanto estruturais quanto não

estruturais. Cada município deveria ter registros adequados das ocorrências de

inundações para subsidiar tais medidas. (Silveira, Wivian Nereida 2009)

É de fundamental importância para a compreensão dos processos de

urbanização. Para entender a complexidade desses processos devemos

caminhar no sentido de identificar as relações entre Estado, sociedade e

natureza. Esses fatos expressam com precisão os conflitos que ocorrem entre

responsabilidades estatais, direitos sociais e preservação da natureza. Quando

o Estado não cumpre com a sua responsabilidade de produzir políticas públicas

de habitação e de preservação da natureza, só restam para as populações

pobres a alternativa de invasão ou a produção de aterros sobre áreas alagáveis

Page 17: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

17

de preservação ambiental ou de risco para suprir as suas necessidades de

habitação (R. Branco 20042).

3. METODOLOGIA

3.1 QUESTÃO PROBLEMATIZADORA

Coletar e analisar dados sobre o impacto do período da enchente do rio

Tapajós na renda dos micros empreendedores situados na praia do Maracanã,

para mostrar e estudar as problemáticas causadas por esse fenômeno

existente nos rios da Amazônia, o qual interfere diretamente na renda dessas

pessoas e entre outras que se beneficiam desse ramo.

Figura 3 - Praia do Maracanã no período da seca Fonte: http://www.flickr.com/photos/60265515@N07/6690448577/

2 Engenheiro José Roberto Branco, trecho de sua dissertação de mestrado.

Page 18: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

18

No período da seca do rio Tapajós, a praia do maracanã é uma beleza como e

possível ver na imagem acima. Que contrasta com as situações vistas no

período da cheia.

Figura 4 - Praia do Maracanã no período da cheia Fonte: http://viajamos.com.br/photo/praia-do-maracan-santar-m-pa-1

3.2 OBJETIVO GERAL

Determinar através de dados o déficit na renda dos comerciantes, mostrar

e estudar as problemáticas causadas pelo fenômeno da enchente do rio

Tapajós, e responder a pergunta, até que ponto afeta a venda dos produtos ali

comercializados? E buscar ou propor soluções que minimizem ou eliminem

esse transtorno que acontece todos os anos.

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS

Pesquisa realizada na praia do Maracanã, O balneário mais próximo do

centro de Santarém, localizado a cerca de 10 km do centro comercial, onde

sazonalmente ocorre o período de seca e cheia como apresentado neste

trabalho. A figura 3 mostra a praia no período da seca e a figura 4 no período

da cheia, o mapa a seguir mostra à localização no mapa da praia do Maracanã.

Page 19: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

19

Centro

Praia do Maracanã

Lago do Mapiri

Mapa 1 – Mapa da Localização da praia do Maracanã em relação ao centro de Santarém Fonte do mapa – http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl

A pesquisa utilizou como base a aplicação de um questionário aos

comerciantes da praia do Maracanã, posteriormente analisando as informações

prestadas pelos mesmos, podendo assim diagnosticar até que ponto o nível

alto das águas do Rio Tapajós influencia na renda dos comerciantes que

exploram diversas atividades relacionadas ao lazer turístico no período de

cheia do rio. A pesquisa foi realizada de acordo com as seguintes etapas:

Aplicação de questionário e coleta de dados sobre a renda dos

comerciantes da praia do Maracanã durante a cheia do rio Tapajós.

Analisar dados sobre a renda dos comerciantes da praia do Maracanã

durante a cheia do rio Tapajós

Tabular dados referente a renda dos empresários da praia do Maracanã,

durante a cheia do rio Tapajós.

Mensurar ou estimar o impacto na renda desses microempresários

durante a cheia do rio Tapajós.

Page 20: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

20

0%

20%

40%

60%

80%

100%

CHEIA SECA

91%

0% 9%

46%

0%

36%

0%

18%

Menos de (1) Sal. MínimoEntre um (1) e dois (2) Sal. MínimoEntre três (3) e quatro (4) Sal. MínimoAcima de cinco (5) Sal. Mínimo

4. Resultados

Após concluirmos essas etapas, chegamos aos seguintes resultados

baseadas nos dados coletados e tabulados. Demostraremos em gráficos,

primeiro a diferença em salário mínimo entre a seca e a cheia segundo as

respostas dos comerciantes em que a maioria absoluta confirma que ganha

menos de 1 (um) salário mínimo mensal. Respostas adquiridas através de

questionário que se encontra em anexo.

Gráfico 1 – Diferença na renda mensal nos períodos de seca e cheia, em salario mínimo.

Diferença bastante acentuada entre o período da cheia em relação à seca,

que pode ser explicada pela situação da infraestrutura em que se encontra não

só a praia do Maracanã mais também o seu entorno. Que pode ser confirmada

sua veracidade através das fotos tiradas no período em que a pesquisa foi

realizada.

Page 21: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

21

Figura 5 – Bares e Restaurantes desertos devido à cheia.

Fonte – Direta, 2012

Está diferença se torna ainda mais elástica pela falta de investimentos por

parte do setor público, no caso a prefeitura e os vereadores que estão mais

próximos da realidade em que vive o povo Santareno, mas parece não se

importarem com a situação de abandono que se encontra a praia do maracanã

mais também o seu entorno como o Lago do Mapiri3 que sofre com invasões.

Os problemas causados pela cheia envolve também, a quantidade de

clientes que frequentam a praia do Maracanã entre a cheia e a seca. Segundo

as respostas dos comerciantes da praia do Maracanã que foi realizada com

base nos questionários que estão em anexo. Em que a maioria dos

comerciantes confirma que até 50 (cinquenta) clientes frequentam

semanalmente seu estabelecimento, reforçando assim o gráfico anterior.

3 Lago que se encontra a direita da praia do Maracanã.

Page 22: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

22

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

0 a 50Clientes

50 a 100Clientes 100 a 150

Clientes 200 a 250Clientes Acima de

300 Clientes

82%

18%

0% 0%

0%

% de Comerciantes

Gráfico 2 – Fluxo semanal de clientes na cheia.

Figura 6 – Falta de clientes no periodo da cheia Fonte – Direta, 2012

Page 23: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

23

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

0 a 50Clientes

50 a 100Clientes

150 a 200Clientes

200 a 250Clientes Acima de

300 Clientes

28%

36%

27%

9%

0%

% deComerciantes

Gráfico 3 – Fluxo semanal de clientes na seca.

Figura 7 – Durante o verão vários eventos ocorre nos restaurantes da praia do Maracanã Fonte – http://4gbm-pa.blogspot.com.br/2010_07_01_archive.html

Page 24: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

24

Figura 8 – Praia do Maracanã no verão Fonte – http://jesocarneiro.blogspot.com.br/2006/08/imagens-de-santarm_27.html

Para entendermos melhor por que a falta de clientes remete diretamente na

renda dos comerciantes, isto tem fundamento, mas os clientes deixam de

frequentar a praia do Maracanã na época da cheia, seria só por causa da cheia

ou a falta de incentivos, ou mesmo o descaso do poder público seriam o fator

decisivo para o insucesso no período chuvoso.

Os moradores que possuem casas distante da praia afirmam que também

sofrem com os transtornos da enchente. A Rua Ponta Negra, dois quarteirões

longe da praia, também foi atingida por ser área baixa. As ruas estão tomadas

por mato, lama e pontes improvisadas. “A gente passa muito tormento. Se

carros passarem por aqui vão atolar”, completa o morador Tomás dos Santos.

Na praia propriamente dita, as águas avançaram mais de 50 metros, desde as

barracas de vendas até a área destinada ao estacionamento de veículos.

A impressão geral que se teve, foi que a apropriação desordenada do

espaço causou problemas sócios econômicos, para as pessoas que ali foram

ocupa-lo. Problemas de degradação do meio ambiente que só pode ser

recuperado através de reorganização e padronização das barracas, que

funcionaria só para comercio apropriado para praia, ou seja, teria que remover

as construções antigas que são usadas para comercio e moradia desta forma

descaracterizando o local e afastando os banhistas.

Com a padronização a praia ficaria mais visível à reordenação teria como

objetivo recuperar a praia, para balneário turístico com atividade voltada

Page 25: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

25

somente para este fim, sem impacto habitacional que há hoje, tornou o local

uma verdadeira “favela”.

Figura 9 – Interior das barracas Fonte – Direta, 2012

Outros fatores encontrados durante a pesquisa fazem com que este

cenário piore. Com uma ocupação desordenada e com precárias condições de

atendimento seus comércios são usados também como moradia causando

maior impacto ambiental devido esta estadia permanente com lançamento de

lixo doméstico, esgoto e construções para ampliar as barracas que se tornam

habitações. A cidade de Santarém sofreu um grande impacto em suas praias

urbanas por não ter a mesma divulgação de Alter-do-chão no mapa turístico da

região.

Page 26: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

26

Figura 10 – Acúmulo de lixo próximo as barracas Fonte – Direta, 2012

Entretanto há exemplos a ser seguido, como o da dona Rosemeire

proprietária do Restaurante da Meire que doa as garrafas pets que ficam após

serem vendidas para alunos da Escola Estadual Aluízio Lopes Martins, onde

existe um projeto de reciclagem. Nota-se pelos resultados o tamanho do

impacto da cheia na renda dos mesmos, pois sem uma estrutura adequada

durante o período de cheia, todo o ano haverá um decréscimo no movimento

de visitantes e na renda per capita do comercio desta praia.

O consumo torna-se escasso devido à dificuldade do acesso à referida

praia e ao total desaparecimento da faixa de areia, onde os banhistas

ocupavam, ainda com a cheia dos rios, parte do comércio fica submerso e em

razão disso torna-se inviável a abertura desses e sem contar com as condições

de atendimento. Por vários meses, esses proprietários passam por muitos

problemas, sem políticas públicas que contribuam com iniciativas para busca

de soluções efetivas para o problema que é periódico, pois se trata de um

fenômeno que se repete todos os anos e causa as inundações dos comércios

daquela área.

A praia do Maracanã tende a desaparecer ou ficar com o seu uso impróprio

como já aconteceu com a praia que há em frente à cidade. A administração

Page 27: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

27

pública precisa tomar a frente para que a praia do Maracanã agregue valor à

cidade e qualidade de vida aos moradores do bairro, com a conservação da

praia e ajudando na profissionalização dos comerciantes da área o que

melhoraria o lado econômico dessas pessoas e a conservação do local.

Levando em conta as observações e os dados coletados, notamos que a

praia do Maracanã necessita de infraestrutura por parte do setor publico e que

o mesmo incentive empresas privadas a investirem naquele local. Com

incentivos fiscais para construção de Hotéis, pousadas dentre outros, que

levem os frequentadores a usufruir de melhores condições de lazer e

entretenimento.

Pois a praia do Maracanã tem um grande potencial turístico que não é

explorado de forma adequada sendo facilmente percebido pela estrutura dos

bares e restaurantes, da inexistência de um estacionamento organizado, pela

falta de um sistema de esgoto apropriado para aquele local, às vias de acesso

em precárias condições, pela falta de interesse do poder publico em

transformar aquele logradouro em uma área de turismo e divertimento, ou seja,

a falta de uma padronização que identifique a praia do Maracanã, criando

assim uma identidade sócio ambiental de lazer e turismo.

Page 28: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

28

REFERENCIAS

SILVEIRA, WIVIAN NEREIDA (2009) História das Inundações em Joinville: 1851 - 2008, Curitiba: Editora Organic Trading.

FERRAREZI,C.J. (2011) Guia do Trabalho Cientifico, São Paulo: Editora contexto

SANTARÉM SOFRE COM A CHEIA NO MUNICÍPIO, disponível em:

http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=247&

codigo=590260 acesso em 16/05/2012

FEIRA PROVISÓRIA, disponível em:

http://g1.globo.com/amazonas/noticia/2012/05/feira-provisoria-abrigara-

feirantes-de-manaus-afetados-pela-cheia-do-negro.html acesso em

16/05/2012

INVERNO 2012, disponível em:

http://www.roraimahoje.com.br/home/cidade/10680-inverno-2012-

comerciantes-ja-se-preparam-em-caso-de-enchente.html acesso em

16/05/2012

ENCHENTE E VAZANTE, Disponível em:

http://portalamazonia.globo.com/pscript/artigos/artigo.php?idArtigo=1163

acesso em 12/06/2012

ARTIGOS CIENTIFICOS, Disponível em:

http://www.brasilatual.com.br/ acesso em 12/06/2012

NATUREZA, Disponível em:

http://www.museu-goeldi.br/ acesso em 12/06/2012

Matos, Gláucio Campos Gomes de, Disponível em:

http://www.uel.br/grupo-

estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais12/artigos/pdfs/

mesas_redondas/MR_Matos.pdf acesso em 28/06/2012

Souza, Jose Camilo Ramos de, Disponível em:

http://www.uc.pt/fluc/cegot/VISLAGF/actas/tema4/jose_camilo acesso em

30/06/2012

Page 29: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

1

ANEXO I

CRONOGRAMA

Tarefas

TEMPO PARA REALIZAÇÃO RESPONSAVEL

PELA

REALIZAÇÃO Abril Maio Junho

Idealizar o Projeto X

Equipe

Pré-projeto

X

Equipe

Aplicar Questionário

X Equipe

Tabular os dados

X Equipe

Apresentar os

Resultados

X Equipe

Page 30: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

2

ANEXO II

QUESTIONÁRIO

Questionário aplicado aos comerciantes da praia do Maracanã, formando

um total de 28 estabelecimentos, mas que só foi possível ser aplicado a 11

destes. Devido à época de cheia, pelo fato que alguns dos comerciantes

simplesmente abandonam seu ponto comercial só retornando na baixa das

águas.

1) Qual a renda por mês no período da cheia?

a) Menos de um salário mínimo

b) Entre um e dois salários mínimos

c) Entre três e quatro salários mínimos

d) Cinco ou mais salários mínimos

2) Qual a renda por mês no período da seca?

a) Menos de um salário mínimo

b) Entre um e dois salários mínimos

c) Entre três e quatro salários mínimos

d) Cinco ou mais salários mínimos

3) O fluxo de clientes por semana no período da cheia?

a) De 0 à 50

b) De 50 à 100

c) De 150 à 200

d) De 200 à 250

e) Acima de 300

4) O fluxo de clientes por semana no período da seca?

a) De 0 à 50

b) De 50 à 100

Page 31: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

3

c) De 150 à 200

d) De 200 à 250

e) Acima de 300

5) O numero de funcionários que trabalham no estabelecimento no

período da cheia?

a) De 0 à 2

b) De 2 à 4

c) De 4 à 6

d) De 6 à 8

e) Acima de 10

6) O numero de funcionários que trabalham no estabelecimento no

período da seca?

a) De 0 à 2

b) De 2 à 4

c) De 4 à 6

d) De 6 à 8

e) Acima de 10

7) A quantidade cerveja (600ml) vendida por semana no período da

cheia?

a) De 0 à 3

b) De 3 à 6

c) De 6 à 9

d) Acima de 10

8) A quantidade cerveja (600ml) vendida por semana no período da seca?

a) De 0 à 3

b) De 3 à 6

c) De 6 à 9

d) Acima de 10

Page 32: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

4

9) A quantidade de refrigerante (litros) vendido por semana no período da

cheia?

a) De 0 à 10

b) De 10 à 20

c) De 20 à 40

d) Acima de 50

10) A quantidade de refrigerante (litros) vendido por semana no período

da seca?

a) De 0 à 10

b) De 10 à 20

c) De 20 à 40

d) Acima de 50

11) A quantidade de refeições (porções) vendidas por semana no período

da cheia?

a) De 0 à 10

b) De 10 à 20

c) De 20 à 40

d) Acima de 50

12) A quantidade de refeições (porções) vendidas por semana no período

da seca?

a) De 0 à 10

b) De 10 à 20

c) De 20 à 40

d) Acima de 50

Page 33: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

5

ANEXO III

Relato de experiência individual

Arlan Cardoso Santana

EFEITOS DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E

RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

Objetivos

Mostrar com dados colhidos de forma clara e imparcial através de

questionário a diferença na renda dos comerciantes da praia do Maracanã no

período da cheia em relação a seca e a partir da análise destes dados

argumentar de forma consistente baseada na pesquisa e vivencia de pessoais

que de alguma forma tiveram ou tem alguma relação com a praia do Maracanã

e seu entorno como por exemplo o Lago do Mapiri. Acreditando que o descaso

das autoridades (incluem-se neste, Prefeitos e vereadores) serem os maiores

responsáveis pelo abandono daquele lugar, que é sem dúvida um dos maiores

patrimônios natural da nossa região.

Atividades

Fazer trabalho de campo, coletando através de questionário, dados que

nos servissem como base a nossa pesquisa. Conversando com pessoas que

vivem diretamente a realidade da praia do Maracanã, como a proprietária do

Bar da Meire, a Senhora Rosemeire que nos atentou da existência do projeto

de uma orla na praia do Maracanã e do Senhor Santarém, proprietário do Bar

Santarém, relatando como é passado de pai para filho os pontos comerciais

existindo assim uma manutenção da cultura de quem mora próximo a Rios de

explorarem de alguma forma a praia como meio de subsistência.

E foi através da Senhora Rosemeire que chegamos ao Senhor José Roberto

Branco Ramos mais conhecido como R. Branco que nos auxiliou com a sua

tese de mestrado com o tema “A URBANIZAÇÃO DE SANTARÉM E A

PRESERVAÇÃO AMBIENTAL DO LAGO MAPIRI: um estudo de caso” me fez

entender a praia do Maracanã e seu entorno.

Não contente fomos até a Prefeitura Municipal saber da parte das

autoridades se existia algum projeto para a praia do Maracanã e a única

resposta foi uma planta baixa de um estacionamento, acho que este foi um dos

pontos negativos, outro ponto negativo que teve muita influencia no

Page 34: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

6

desenvolvimento do trabalho foi a desistência e a falta de interesse por parte

de alguns membros da equipe.

Pontos positivos

Chegar até o final mesmo sabendo que alguns irão se beneficiar por não

terem feito quase nada, mais o quê importa mesmo é a redescoberta de um

patrimônio quase esquecido que existe bem no coração de Santarém e ao

mesmo tempo saber que está prestes a desaparecer juntamente com a última

praia urbana da cidade.

Projeto

Está etapa para mim pelo menos está finalizada, mais o que se descobre

neste momento é que surgem outras pesquisas vinculadas a está como, por

exemplo, o Lago do Mapiri qual o seu impacto na praia do Maracanã? E pro

eco sistema da região? E seu Igarapé, o Igarapé do Mapiri como fica? Todas

essas questões estão relacionadas somente a um possível desaparecimento

do Lago que sofre hoje com uma invasão tanto de lixo quanto de sem terras,

transformando assim a sua geografia.

Relato de experiência individual

Manoel Vitor Gomes de Almeida

O trabalho de campo realizado por nosso grupo tem como tema “EFEITOS

DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA

PRAIA DO MARACANÔ tem como objetivo analisar os impactos causados por

esse fenômeno em nossa região, suas consequências econômicas na vida e

não economia dos trabalhadores que ficam as margens dos rios.

Nosso trabalho começa na praia do maracanã localizado no bairro do

maracanã em Santarém. Através de questionários que tem como objetivo obter

uma noção de como a economia sofre influencia do fenômeno da cheia.

Depois de entrevistarmos os proprietários dos bares e restaurantes chegamos

a conclusão que realmente a cheia do rio tapajós influencia e muito na

economia e na vida dos comerciantes que ali comercializam. Esse trabalho de

campo ( iniciante) trouxe expectativas muito grandes para mim, que uma vez

que o mesmo traz uma responsabilidade imensa em analisar a vida de trabalho

Page 35: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

7

das pessoas e possivelmente trazer uma solução para resolver ou tentar

resolver a situação de certos trabalhadores.

É bem aceito, pelo menos da minha parte os pontos negativos e positivos

na realização da pesquisa

Uma vez que deixamos nossas casas e nosso conforto para se preocupar com

os dados coletados. Um ponto negativo foi a participação ativa de membros do

nosso trabalho, uma vez que nem todos se fizeram presentes. Outro ponto

negativo foi a confiança dos trabalhadores e moradores em nos deixar

entrevista-los, bem entendível pois trata-se de um bairro perigoso. Mas como

pontos positivos foi sem duvida os resultados que tivemos segundo nossas

pesquisas constatamos a falta de atenção do poder publico.

É uma pesquisa que sem duvida merece continuidade, mais ferramentas

de pesquisa seria necessário. Pois há muito a ser estudado naquela área tanto

na vida dos comerciantes tanto na sua economia.

Page 36: IBR - EFEITO DA CHEIA NA RENDA DOS DONOS DE BARES E RESTAURANTES NA PRAIA DO MARACANÃ

8

ANEXO IV

PLANTA BAIXA DO ESTACIONAMENTO DA PRAIA DO MARACANÃ FORNECIDO PELA FREFEITURA MUNICIPAL DE SANTARÉM