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IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA ANALISTA CENSITÁRIO (AC) GESTÃO E INFRAESTRUTURA Teoria, dicas e questões de provas FGV LÍNGUA PORTUGUESA Prof. Augusto Sá RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO Prof. Oscar Queiroz CONHECIMENTOS TÉCNICOS (GESTÃO E INFRAESTRUTURA) Danuzio Nobre 2019 GRÁTIS Vídeo-Aulas no site www.editoradince.com.br

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IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

ANALISTA CENSITÁRIO (AC)

GESTÃO E INFRAESTRUTURA

Teoria, dicas e questões de provas FGV

LÍNGUA PORTUGUESA

Prof. Augusto Sá

RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO

Prof. Oscar Queiroz

CONHECIMENTOS TÉCNICOS

(GESTÃO E INFRAESTRUTURA) Danuzio Nobre

2019

GRÁTIS Vídeo-Aulas no site

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Copyright 2019 – DIN.CE Edções Ténicas.

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Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem autorização expressa e por escrito dos autores e da editora.

IBGE - Gestor de Infraestrutura - 310 p

Capa:

Jonas

Diagramação:

Gleivim

Ilustração:

Autores

Impressão:

Gráfica DIN.CE

Editoração Gráfica:

Jonas

Acabamento:

Jolison e Toião

Revisão:

Autores

Supervisão editorial:

Vanques de Melo

_______________________

NOTA DA EDITORA:

As informações e opiniões apresentadas nesta apostila são de inteira responsabilidade dos autores e/ou organizadores das respectivas matérias.

A Editora DIN.CE se responsabiliza apenas pelos vícios do produto no que se refere à sua edição, considerando a impressão e apresentação. Vícios de atualização, revisão ou opiniões são de responsabilidade do(s) autor(res) ou organizador(res), respondendo este(s) pelas sanções previstas na lei.

NOTA DO(S) AUTOR(ES) ORGANIZADOR(ES)

A matéria ora apresentada nesta apostila tem como objetivo auxiliar ao candidato na preparação ao cargo almejado. Todo o seu conteúdo é abordado de forma objetiva e resumido. O que nem sempre é suficiente para lograr o êxito almejado, qual seja, a aprovação. Sendo assim, sugerimos ao candidato que, sempre que possível, busque outras fontes de consulta.

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Possíveis alterações e correções deste material estarão disponíveis no site: [email protected]

ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR:

Dúvidas, reclamações e sugestões:

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PREZADO(A) CONCURSANDO(A),

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Possíveis falhas de impressão ou mesmo de digitação podem ocorrer, assim, caso seja constatado ou mesmo tenha dúvida em algum conteúdo ou gabarito, entre em contato pelo o e-mail dos professores ou diretamente pelo da editora [email protected] que lhe responderemos imediatamente.

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Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. (Romanos 14)

Bem aventura o homem que não anda segundo o caminho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. (Salmo, 1.2 e 2)

Por isso vos digo que todas as coisas que pedires, orando, crede receber e tê-las-ei (Marcos, 11.24)

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LÍNGUA PORTUGUESA 1

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LÍNGUA PORTUGUESA Teoria, dicas e questões AOCP.

PROF. AUGUSTO SÁ

Formando em Letras: Língua Portuguesa e Inglesa pela UECE;

Especialista em Língua e Literatura Latina; Curso de correção de Redação do ENEM ministrado

pela CESPE; Professor do Estado do Ceará; Fiscal Municipal de Fortaleza e

Professor dos principais preparatórios para concursos.

[email protected] 2019

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

DICAS AOCP ......................................................................... 1

Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo); interpretação e organização interna. ...... 1

Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos em português.

Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras; mecanismos de flexão dos nomes e verbos. ................. 35

Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação; concordância nominal e verbal; transitividade e regência de nomes e verbos; padrões gerais de colocação pronominal no português; mecanismos de coesão textual.67

Ortografia. ............................................................................. 29

Acentuação gráfica. ............................................................ 23

Emprego do sinal indicativo de crase ................................... 81

Pontuação. ......................................................................... 111

Estilística: figuras de linguagem. .................................. 103

Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo; variação linguística: norma culta.107

Observação: os itens deste programa serão

considerados sob o ponto de vista textual, ou seja, deverão ser estudados sob o ponto de vista de sua participação na estruturação significativa dos textos.

MUITO IMPORTANTE! NÃO DEIXE DE LER! ESTATÍSTICAS DAS PROVAS DA BANCA AOCP

Para fazermos este módulo de Língua Portuguesa, utilizamos 10 provas da organizadora AOCP, sendo 8 de nível médio e 2 de nível superior e, pudemos concluir o seguinte: não há diferença entre o nível das questões das questões de provas de nível superior e médio.

A abordagem é da seguinte forma: em 10 questões, 2 são de interpretação de texto, 1 de sintaxe da oração, 1 de sintaxe do período composto, 1 sobre a função do QUE (ou é Conjunção Integrante, ou é Pronome Relativo), 1 de pontuação, 1 de semântica (significado de tal palavra no texto), 1 de carse(sempre Loc. Adv Feminina), 1 de Concordância Verbal, 1 de conjunção (sempre adversativa ou conclusiva). Às vezes, um desses assuntos não é abordado; então, aborda-se PREPOSIÇÃO (seus valores).

OUTROS ASSUNTOS, como tipologia textual, verbo, acentuação, regência, ortografia, coesão, são pouco abordados, a não ser que a prova tenha 15 questões, nesse caso cobra-se uma questão (pelo menos) de cada assunto.

Embora a banca vá trabalhar o estilo Certo ou Errado (não é sua linha, visto que não encontramos nenhuma prova nesse estilo), as questões abordadas neste material são fundamentais para o(a) candidato(a) entender a linha de raciocínio da AOCP.

Bons estudos! Prof. Augusto Sá

DICAS AOCP

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Antes de tudo, vamos explicar como se dá o processo de interpretação, depois vamos resolver questões de provas da banca AOCP, mas antes fica a dica: A AOCP tem uma semelhança muito grande com a Fundação Carlos Chagas (FCC) na cobrança de suas questões.

Pois bem!

A Hermenêutica, área da filosofia que estuda o assunto, diz que é preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abordagem eficaz de um texto:

a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor

entre no texto já com conhecimentos prévios sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto do 3º ano do curso de Direito estando ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assunto, porque você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.

b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao

entrar no texto, o leitor vai se deparar com informações novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor ―prende‖ a informação nova com a dele e ―agarra‖ (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: ―Eu entendi, mas não compreendi‖. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.

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2 LÍNGUA PORTUGUESA

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c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a

resposta que você dará ao texto, depois de compreendê-lo (sim, é preciso ―conversar‖ com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então o que se chama ―fusão de horizontes‖: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto. Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.

Sabendo disso, aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas! Confira abaixo:

1) Leia com um dicionário por perto

Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom nível de leituras. Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tempo o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora.

2) Faça paráfrases

Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que as mais interessantes para quem está estudando para o vestibular são três: a paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.

– Paráfrase-resumo: comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que identificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas sim fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito.

– Paráfrase-resenha: esse outro tipo, além dos

passos do resumo, também inclui a sua participação com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção, justificando o porquê.

– Paráfrase-esquema: depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, esse tipo de paráfrase apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar setinhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema… Vai do seu gosto!

3) Leia no papel

Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que aqueles que leram a mesma história em papel. Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que aprendemos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as explicações (claro, fazendo um uso sábio do papel, sem desperdícios!). Vale fazer notas em cadernos, pois já foi provado também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.

4) Reserve um tempo do seu dia para ler devagar

Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificuldades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página) para lembrar de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá ―ler mais‖ – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos.

Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do ―slow-reading‖ (em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!

Depois de treinar bastante e ler muito, você estará pronto para interpretar os mais diversos tipos de texto! Mãos à obra!.

COMPREENSÃO TEXTUAL / SEMÂNTICA / PROVAS AOCP

PROVA 01

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL /MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO / ADMINISTRADOR DE EDIFÍCIOS: 2014

E AGORA O QUE FAZEMOS? Lya Luft

Passaram as festas. Traçados os projetos, dados os abraços, reuniões de família e amigos superadas, boas e alegres ou chatas e fingidas. De repente, cessa o tumulto e estamos sós diante da lista de boas intenções, no papel ou na memória.

Ou, se formos mais realistas, apenas com esse desejo real de que as coisas andem direito, que a saúde aguente, que os afetos persistam, que a alegria seja maior do que a angústia, e que alguma coisa afinal se realize.

Temos pela frente o chamado ano de eleições: há meses começaram as campanhas várias e variadas, as alianças certas ou bizarras, as mudanças, as traições óbvias ou sorrateiras, nesse relacionamento espúrio da política.

Com exceções, procurando bem ainda encontramos em quem confiar, mas a máquina do poder é tão poderosa que é preciso lutar bem, torcer direito, batalhar de peito aberto para que tudo melhore.

Lembramos os infelizes massacrados por deslizamentos e enchentes de dois anos atrás, cujas casas continuam destruídas, carros afundados na lama, escolas fechadas, ruas inexistentes, cidadezinha quase fantasmal – tudo repetido ainda agora.

E o resto sendo o de todo ano: as mesmas enchentes, os mesmos deslizamentos, parece até que sempre as mesmas mortes, e nada, quase nada, se fez. O dinheiro que havia não foi empregado. Se foi desviado, não sabemos, e é melhor nem saber: há desgostos que se acumulam e turvam nossa visão da vida, parece que nunca mais ninguém terá direito de ser alegre, esperançoso, otimista.

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LÍNGUA PORTUGUESA 3

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Melhor não ver todos os noticiosos, que são a repetição cruel de acontecimentos cruéis, melhor se alienar? Não sei se isso seria o melhor, mas é preciso, neste novo ano, mais do que nunca, construir uma espécie de escudo para a alma, ou morreremos flechados como um São Sebastião varado de ferros pontudos.

A gente precisa continuar acreditando: que vale a pena ser honesto. Que vale a pena estudar. Que vale a pena trabalhar. Que é preciso construir: a vida, o futuro, o caráter, a família, as amizades e os amores. Pois tudo é construção, nós os operários. Construir uma existência que não desmorone com as chuvas, não solte avalanches que vão deslizar e sufocar, aos outros ou a nós mesmos, e arrasar o que foi feito.

É difícil? Às vezes é. É tedioso eventualmente, como ter de educar uma criança. Um rapaz que foi pai muito jovem, e era um pai maravilhoso, certa vez se queixou sorrindo: ―Todo dia a mesma coisa, levanta a tampa do vaso, escova os dentes, não fala de boca cheia, aquelas coisas‖. Mas ainda bem que não é só isso, comentamos, tem também a graça, a ternura, a alegria, o assombro quando a pessoazinha evolui, cresce, se manifesta, se transforma.

Tem as risadas, o jogo de bola, ou a boneca nova, ou ensinar a andar de bicicleta, ou ficar abraçados de noite olhando as estrelas. Tem muita coisa boa. Tem o chato também, como em tudo na vida. Então nós nos educamos, neste novo ano já em curso, para fazer tudo direitinho, dentro do possível. Pensar, discernir, escolher, escolher bem, no pessoal e no público.

Tem também a Copa, essa eu havia esquecido, com tantos comentários negativos, bilhões para a Copa e tão pouco para a fome, a miséria, a ignorância, a doença. A moradia, casinhas caindo aos pedaços no primeiro dia, ou casa nenhuma, barracos, tendas, papelão e lata.

Mas este ano da Copa pode também trazer coisas boas: algum dinheiro, algum turista, algum comentário no exterior que não se limite à pobreza, à violência, ao Carnaval e às nossas mazelas. Que lá fora sejam menos ignorantes, não, não temos onças nas esquinas, e às vezes se consegue sair para estudar ou trabalhar sem ser varado de bala perdida.

Sim, aqui temos editoras, e leitores, algumas boas universidades, e excelente medicina em algumas ilhas de excelência. (Temos ilhas de excelência.)

E, por que não?, temos uma democracia que tem de funcionar e proporcionar a este povo brasileiro decência, dignidade, alegria, segurança, respeito, seriedade. Que sejamos, com eleições e Copa e toda a balbúrdia, menos alienados e menos fúteis – para sermos menos sofridos. Adaptado de http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lya

-luft-e-agora-o-que-fazemos/

ASSUNTO: COMPREENSÃO TEXTUAL QUESTÃO 01 De acordo com o texto,

(A) as alianças firmadas no contexto político pré-eleição presidencial são aquelas já previstas e comuns para o cenário.

(B) é preciso permanecer acreditando que é válido ser honesto, estudar e trabalhar.

(C) as relações estabelecidas no meio político são legítimas, verdadeiras e honestas.

(D) os mesmos recursos que estão sendo direcionados para a copa têm sido aplicados na saúde e na educação.

(E) a autora afirma que é melhor se alienar e não ver todos os noticiosos, que são a repetição cruel de acontecimentos.

ASSUNTO: COMPREENSÃO TEXTUAL

QUESTÃO 02 Em ―Que lá fora sejam menos ignorantes, não, não

temos onças nas esquinas...‖, considerando o contexto, nos leva a compreender que

(A) em nossas esquinas, há onças imaginárias que perseguem os usuários de drogas.

(B) há indivíduos extremamente zangados em nossas esquinas capazes de atacar os turistas.

(C) a autora se refere à existência de notas de cinquenta reais em nossas esquinas, notas essas que apresentam a figura da onça pintada.

(D) no exterior, por falta de conhecimento, as pessoas pensam que há animais ferozes soltos em nossas cidades.

(E) as onças das florestas estão invadindo as cidades por causa do desmatamento.

ASSUNTO: COMPREENSÃO TEXTUAL X SEMÂNTICA QUESTÃO 03 No excerto citado na questão anterior, o termo ―onças‖

foi usado

(A) no sentido denotativo, significando pessoa extremamente zangada.

(B) no sentido conotativo, significando pessoa extremamente zangada.

(C) no sentido denotativo, significando o animal de grande porte pertencente à classe dos felídeos.

(D) no sentido conotativo, significando o animal de grande porte pertencente à classe dos felídeos.

(E) nos dois sentidos, conotativo e denotativo, significando tanto pessoa extremamente zangada quanto o animal de grande porte pertencente à classe dos felídeos.

Gabarito: 01/B; 02/D; 03/C

PROVA 02

COREN – SANTA CATARINA/ CARGO: DMINISTRADOR DE REDES/ANO: 2013

―NYT‖ destaca crescimento populacional na Amazônia

e preocupação ambientalista

1.§ Reportagem do jornal americano ―New York Times‖ publicada neste domingo revela o surgimento e o crescimento de diversas cidades em meio à Amazônia, dizendo que os cientistas estão alarmados com a chegada de projetos industriais na região.

2.§ O jornal diz que a expansão dessas cidades é evidente em locais como Parauapebas, que, em uma geração, evoluiu de uma pequena colônia marcada por conflitos de mineiros para uma cidade com shopping e concessionária da Chevrolet.

3.§ Embora a ditadura militar tenha construído estradas no intuito de ocupar a Amazônia e defendê-la dos estrangeiros, o desmatamento que o crescimento populacional tem causado na região preocupa cientistas.

4.§ Alguns pesquisadores dizem que o êxodo rural em países tropicais como o Brasil na verdade ajuda a diminuir o desmatamento, já que algumas áreas rurais se conservam por ter uma diminuição populacional, o que ajuda no reflorestamento.

5.§ Porém, a maior parte dos cientistas discorda dessa visão. Eles dizem que a migração aumenta o desmatamento porque dá espaço para que pecuaristas, que já são responsáveis por reduzir em boa parte as áreas florestais, comprem terras de pequenos agricultores e expandam seus negócios.

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4 LÍNGUA PORTUGUESA

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6.§ Das 19 cidades brasileiras que dobraram seu número de habitantes na última década, dez se encontram na região amazônica, de acordo com o último censo. Manaus, capital do Estado do Amazonas, cresceu 22% em população entre 2000 e 2010.

7.§ O jornal diz que aproximadamente 25 milhões de pessoas vivem atualmente na Amazônia. Enquanto o Brasil no geral cresceu 12% nos últimos dez anos, na região o salto foi de 23%.

8.§ O ―New York Times‖ diz que o crescimento se deveu ao aumento das famílias e à pobreza local, que leva pessoas a deixarem o campo e se mudar para essas cidades em busca de trabalho. Mas a razão principal é a expansão econômica.

9.§ Incentivos fiscais para a indústria de manufatura promoveram crescimento populacional em Manaus e nas cidades vizinhas. Já cidades como Sinop, no Mato Grosso, cresceram cerca de 50% graças à expansão da soja. Construções de grandes hidrelétricas também impulsionaram os dados habitacionais na Amazônia.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1191018-nyt-

QUESTÃO 01 Uma das causas do crescimento populacional em diversas cidades da Amazônia é

(A) o desmatamento. (B) a chegada de estrangeiros. (C) a construção de hidrelétricas. (D) o conflito de mineiros. (E) a ditadura militar. Gabarito: 01/ C PROVA 03

PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS /CARGO: AGENTE ADMINISTRATIVO/ANO: 2015

Espectadores têm chance de ―degustação‖ das Paralimpíadas. Ingressos estão à venda

07/09/2015

Cadeiras de roda e próteses entre bicicletas, skates e patins: a integração entre atletas paralímpicos e o público na Lagoa Rodrigo de Freitas marcou a celebração da data de um ano para as Paralimpíadas Rio 2016, nesta segunda-feira (7.09). Durante o Festival Paralímpico, que teve dois dias de programação na capital fluminense, os espectadores puderam ter um gostinho de como serão os primeiros Jogos da América do Sul, no ano que vem.

O cronômetro que marca o tempo até o dia do evento foi acionado de dentro de uma roda de confraternização que reuniu atletas brasileiros e estrangeiros, o mascote das Paralimpíadas, Tom, autoridades e dirigentes. O ministro do Esporte, George Hilton, esteve presente ao lado do presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, e dos presidentes dos comitês paralímpicos internacional e brasileiro (Phillip Craven e Andrew Parsons).

―Quero dizer que neste um ano para os Jogos, os esforços são para que a gente tenha não apenas um grande evento, mas que possamos despertar a cultura desportiva em todo o território nacional. O Rio terá a missão de espalhar por todo o país a chama paralímpica, e nós daremos todo o apoio que for preciso para que o paradesporto no Brasil continue nos orgulhando‖, disse George Hilton.

Andrew Parsons lembrou que o 7 de setembro também marca o início da venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos. ―Nossa meta é vender 3,3 milhões de

entradas. Se conseguirmos, vai ser o maior número de ingressos vendidos de toda a história da Paralimpíada. Os preços são bem convidativos, tem ingresso a R$ 10, é muito barato. A ideia não é fazer uma grande arrecadação, mas expor o esporte paralímpico ao maior número de pessoas possível‖, afirmou.

Fonte: http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias QUESTÃO 01 De acordo com o texto,

(A) o dia 7 de setembro foi um dia importante para as Paralimpíadas, que estão relacionadas à Independência do Brasil, comemorada também nessa data.

(B) a comemoração das Paralimpíadas teve uma programação que durou o dia todo, dia 07 de setembro de 2015, segunda-feira.

(C) as vendas dos ingressos para as Paralimpíadas se iniciaram no dia 7 de setembro. A meta é vender 3,3 milhões de entradas e fazer uma grande arrecadação.

(D) com as Paralimpíadas de 2016, o ministro do Esporte pretende despertar a cultura do desporto no território brasileiro.

(E) entre atletas, dirigentes e outros participantes do evento, durante uma confraternização e faltando um ano para o início dos Jogos Paralímpicos, inicia-se a contagem do tempo até o início dos jogos em 2016.

ASSUNTO: SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS/ RELAÇÃO

DE SINONÍMIA QUESTÃO 02 Em ―Espectadores têm chance de ‗degustação‘ das

Paralimpíadas‖, a palavra que mais se aproxima do sentido da palavra em destaque utilizada nesse contexto é

(A) experimentar. (B) engolir. (C) comer. (D) ingerir. (E) jogar.

Como o celular influencia no comportamento das

formigas? Por Heverton Paulo

Podemos afirmar com toda certeza que, hoje em dia, o celular é para as pessoas o que a água é para uma planta: completamente essencial. O aparelho eletrônico tornou-se quase um ―membro‖ extra de indivíduos de toda e qualquer faixa etária, sexo, ou escolaridade. Para enviar mensagens, fazer ligações, ouvir música e assistir vídeos, acessar a internet, tirar fotos e até se localizar em algum lugar — GPS —, o celular é usado para quase tudo que se possa imaginar.

Entretanto, já parou para pensar que esse aparelho, aparentemente inofensivo, também pode afetar a sua saúde? Pois saiba que a radiação (mesmo que mínima) e as ondas magnéticas emitidas por um telefone celular podem alterar o cérebro de uma pessoa.

Segundo um estudo norte-americano conduzido pela Doutora Nora Volkow, em 2009, reuniu 47 voluntários que tiveram dois celulares desligados colocados em cada orelha e, logo depois, seus cérebros foram escaneados usando o método PET scan. Depois desse um segundo escaneamento foi feito, mas dessa vez com o celular da orelha direita ligado e com uma chamada ativa durante 50 minutos.

Constatou-se que a área perto da antena do celular sofreu um aumento de 7% em consumo de glicose em relação ao escaneamento anterior, se tornando um pouco mais ativa. Como a ligação era sem áudio, a área do cérebro que apresentou atividade no segundo

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escaneamento não estava relacionado com o interlocutor pensando ou conversando com uma pessoa do outro lado da linha.

Que as ondas do celular podem afetar mesmo que minimamente o cérebro humano, isso já foi comprovado cientificamente. Mas será que o aparelho também pode afetar animais? Bem, as formigas parecem provar que sim, segundo um recente vídeo que está viralizando nas redes sociais.

O vídeo mostra um iPhone no chão com uma certa ‗multidão‘ de formigas ao redor dele. O comportamento dos insetinhos é aparentemente normal, correndo confusas e desordenadas. Entretanto, assim que o celular recebe uma ligação e começa a tocar, algo incrível acontece: as formigas imediatamente, como que comandadas por um ser invisível, entram em uma formação circular e começam a rodear o celular organizada e metodicamente, de maneira veloz e precisa.

Não existe uma explicação 100% concreta de tal fenômeno, mas algumas teorias fazem sentido. Segundo o site Ciência Hoje, as formigas possuem partículas magnéticas em suas antenas, que as fazem seguir caminhos de acordo com a orientação magnética da Terra. O sinal do iPhone teria interferido nesse sistema, confundido os insetos e fazendo com que eles agisse da maneira vista no vídeo.

Texto adaptado. Fonte: http://www.ultracurioso.com.br/

QUESTÃO 03 De acordo com o texto,

(A) o celular tem benefícios, mas pode também causar alguns problemas de saúde. A parte do corpo humano mais afetada são os ouvidos. (B) o uso excessivo do celular tem influenciado o comportamento das formigas e afetado a sua saúde. (C) os maiores problemas surgem quando há do outro lado da linha um interlocutor conversando com a pessoa. (D) quando os celulares estão desligados perto das orelhas, ainda que sejam dois aparelhos, o consumo de glicose é menor do que quando apenas um aparelho está ligado. (E) a mudança de comportamento das formigas é visível somente quando é utilizado o iPhone. Em testes feitos com outros celulares, não se verificou mudança de comportamento das formigas. Gabarito: 01/E; 02/A; 03/D

PROVA 03

PREFEITURA DE VITÓRIA DA CONQUISTA /CARGO: AGENTE ADMINISTRATIVO/ANO: 2013 Texto Malvados da depressão

ASSUNTO: COMPREENÃO E INTERPRETAÇÃO

TEXTUAL QUESTÃO 01 O humor da tirinha é construído a partir de uma relação de

(A) inclusão. (B) exclusão. (C) contraste. (D) conclusão. (E) adição. Texto ―A mãe do filho do seu pai que não é a sua mãe mas fica acordada se você não chega.‖

Acontece nas melhores famílias. Nova temporada MALHAÇÃO.

ASSUNTO: INTERPRETAÇÃO TEXTUAL QUESTÃO 02 O filho a que se refere o texto é

(A) seu irmão por parte de mãe e pai. (B) seu irmão por parte de pai. (C) enteado da sua mãe. (D) seu irmão por parte de mãe. (E) enteado do seu pai. Texto Baderneiro‘ vira ‗mocinho‘ com reação desproporcional

Monika Dowbor Mesmo antes da repressão policial, pesquisas

mostravam que a maioria da população de São Paulo apoiava os manifestantes. Uma hipótese para isso é a causa escolhida pelo movimento: a redução da tarifa. É uma causa clara e cristalina, que gera unidade por representar um problema comum a vários paulistanos.

Essa hipótese também explicaria o apoio aos manifestantes mesmo após o vandalismo das noites anteriores. Na ocupação da reitoria da USP, em 2011, a maioria da população foi contra porque era uma causa interna, que não cativou quem não estudava lá.

O sucesso do protesto provavelmente se deve também à estratégia de ação. Ao confrontar a ordem pública colocando barricadas em chamas nas ruas, espera-se uma reação da polícia. E, quando essa reação é desproporcional, ―baderneiros‖ viram ―mocinhos‖ e são vistos como os que lutam por uma cidade justa.

O Estado de S. Paulo, 15 de junho de 2013. A16. ASSUNTO: INTERPRETAÇÃO TEXTUAL QUESTÃO 03 Segundo a autora,

(A) a população paulista não apoiou a ocupação da reitoria da USP porque não simpatiza com seus estudantes.

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(B) a cidade de São Paulo precisa da ação de ―mocinhos‖ para ter condições de enfrentar a reação da polícia. (C) a população de São Paulo apoiou a estratégia de ação adotada pelos manifestantes contra a polícia. (D) os manifestantes foram mal vistos em São Paulo porque pertenciam à classe dos baderneiros. (E) a redução da tarifa foi a causa mais clara do sucesso obtido pelo movimento dos manifestantes. ASSUNTO: SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS/ RELAÇÃO

DE SINONÍMIA QUESTÃO 04 A expressão ―barricadas‖ é entendida, no texto, como

(A) paredes. (B) muros. (C) pelotões. (D) trincheiras. (E) ruas. Gabarito: 1/B; 2/B; 3/E; 4/D

TIPOLOGIA TEXTUAL A todo o momento nos deparamos com vários

textos, sejam eles verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores.

Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.

É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.

Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação.

Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em prosa.

Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico.

GÊNEROS TEXTUAIS A fim de simplificar o entendimento de diversos

estudos em torno desse assunto, foi criado o quadro abaixo, pautando-se no estudo de Luiz Antônio Marcushi.

Tipos textuais Gêneros textuais

Designam uma sequência definida pela natureza

São os textos materializados encontrados em nosso cotidiano. Esses apresentam

linguística de sua composição. São observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas.

características sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal.

Narração

Descrição

Argumentação

Injunção

Exposição

Carta pessoal, Carta comercial, Bilhete, Diário pessoal, Agenda, Anotações Romance, Resenha Blog, E-mail, Bate-papo (Chat), Orkut, Vídeo-conferência, Second Life (Realidade virtual), Fórum, Aula expositiva, virtual, Reunião de condomínio, Debate, Entrevista, Lista de compras, Piada, Sermão Cardápio, Horóscopo, Instruções de uso, Inquérito policial, Telefonema, etc.

1. Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor que

também é transmitida através de figuras, impregnado de subjetivismo. Ex.: um romance, um conto, uma poesia, uma crônica literária.

2. Texto Não-Literário: preocupa-se em transmitir uma mensagem da forma mais clara e objetiva possível. Ex.: uma notícia de jornal, uma bula de medicamento.

TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO-LITERÁRIO

Conotação, Figurado, Subjetivo, Pessoal

Denotação Claro, Objetivo Informativo

TIPOS DE COMPOSIÇÃO:

1. Descrição:

Descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas.

Ex.:

Ele descia a ladeira e vinha só. De cor era branco, de tez era pálido — dessa brancura descorada de criança que não come vitamina, filho de imigrante pobre que não herdou as cores rosadas da gente da terra velha e não adquiriu ainda o moreno igualitário da terra nova. Num pé só, calçava um acalcanhado sapato de lona. No outro, uma tira negra encordoada, que há tempos fora uma atadura. Vestia uma jardineira azul, que na certa pertencera a um menino mais velho, pois a barra das calças arrastava atrás; os bracinhos nus, ao frio da manhã sem sol, de tão arrepiados eram ásperos, azulados.

Crônica Menino Pequeno, de Raquel de Queiroz

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2. Narração:

É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito.

A Narração envolve:

I. Quem? Personagem;

II. Quê? Fatos, enredo;

III. Quando? A época em que ocorreram os

acontecimentos;

IV. Onde? O lugar da ocorrência;

V. Como? O modo como se desenvolveram os

acontecimentos;

VI. Por quê? A causa dos acontecimentos;

Ex.:

[...] É de notar que o pequeno , ao descer assim a

ladeira empedrada, não ia à toa, tinha um propósito, embora singular. Porque na mãozinha suja como ele todo, carregava — calculem — carregava uma rosa. Uma grande rosa cor-de-rosa propriamente dita, tão bela, tão preciosa, dessas que só medram em jardim de governo ou em jardim de rico, pétalas de porcelana, mal desabrochada, formosa, frágil como uma bolha de sabão. E o pequeno, evidentemente, tinha consciência daquela beleza e daquela fragilidade, pois caminhava de leve, a mão direita que segurava a rosa era mantida rígida, embora um pouco trêmula, e a mão esquerda de vez em quando se erguia à frente para afastar da flor uma rajada de ar, ou qualquer perigo invisível - assim como a gente levanta a mão a fim de proteger a luz de uma vela.

Crônica Menino Pequeno, de Raquel de Queiroz

3. Dissertação:

Dissertar é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.

Ex.:

[...] Quem seria mais frágil, o menino ou a rosa? Ah,

quem pode dizer neste país quanto durará um menino? Aquele, aquele azulado pelo frio na sua velha jardineira sem mangas, será que escapa da pneumonia, será que escapa da septicemia com o pé infeccionado dentro da atadura negra, será que escapa do atropelamento, sozinho no meio da rua, absorto na sua rosa, sem ver o lotação matador que o aguarda no atravessar do asfalto, será que escapa da tuberculose assim tão mal comido e mal vestido, será que escapa da vida, menino sem dono, anão perdido na cidade grande? Sim, sei que a gente nasce para morrer. Mas não tão cedo. Não tão depressa que não dê nem para sentir o gosto da vida. Quem se dá ao trabalho de vir ao mundo deveria ter pelo menos um direito garantido - o de sobreviver. Para que, afinal, a gente se organiza em sociedade, para que obedece às leis, para que aceita essa porção de contratos com a civilização, se em troca nem ao menos se garante a chance de viver a um menino que nasce debaixo dessas leis? Ele nasceu perfeito, tinha pernas e tinha braços, tinha coração e fígado, tinha alma e tinha amor dentro do peito, e tinha ternura com a sua rosa.

E então por que ninguém lhe assegura, como todos os bichos da natureza aos seus filhotes, o sustento e a proteção enquanto deles carece?

Crônica Menino Pequeno, de Raquel de Queiroz

O que é um texto dissertativo-argumentativo?

O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. Nele, a opinião é fundamentada com explicações e argumentos, para formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo de que a ideia defendida está correta. É preciso, portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de explicações para justificá-la.

Seu objetivo é, em última análise, convencer ou tentar convencer o leitor mediante a apresentação de razões, em face da evidência de provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente.

A sua redação atenderá às exigências de elaboração de um texto dissertativo-argumentativo se combinar dois princípios de estruturação:

I – apresentar uma tese, desenvolver justificativas para comprovar essa tese e uma conclusão que dê um fecho à discussão elaborada no texto, compondo o processo argumentativo.

TESE – É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar relacionada ao tema e deve estar apoiada em argumentos ao longo da redação.

ARGUMENTO – É a justificativa utilizada por você para convencer o leitor a concordar com a tese defendida. Cada argumento deve responder à pergunta ―por quê?‖ em relação à tese defendida.

ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS São recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor:

exemplos; dados estatísticos; pesquisas; fatos comprováveis; citações ou depoimentos de

pessoas especializadas no assunto;

alusões históricas; e comparações entre fatos,

situações, épocas ou lugares distintos.

II – utilizar estratégias argumentativas para expor o problema discutido no texto e detalhar os argumentos utilizados.

Fonte: Guia do Participante no Enem 2012

Texto Injuntivo:

Qualquer texto que tenha a finalidade de instruir o leitor (interlocutor). Por esse motivo, sua estrutura se caracteriza por verbos no imperativo: ordenando ou sugerindo. a) Injuntivo-instrucional:

Quando a orientação não é coercitiva, não estabelece claramente uma ordem, mas uma sugestão, um conselho. Exemplos: a) o texto que predomina num livro de autoajuda; b) o manual de instruções de um eletroeletrônico; c) o manual de instruções ( programação ) - dirigido a determinados funcionários de uma empresa – sobre metas, funções etc.;

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d) uma ingênua receita de bolo escrita pela avó...

b) Injuntivo-prescritivo:

A orientação é uma imposição, uma ordem baseada em condições sine qua non. Exemplos: a) a receita de um médico (a um paciente) transmitida à enfermeira responsável; b) os artigos da Constituição ou do Código de Processo Penal; c) a norma culta da Língua Portuguesa; d) manuais de guerrilha; d)as cláusulas de um contrato; e) o edital de um concurso público...

GÊNEROS TEXTUAIS

CRÔNICA Características

Em regra geral, a crônica é um comentário leve e breve sobre algum fato do cotidiano. O comentário pode ser

poético ou irônico mas o seu motivo, na maioria dos casos, é o fato miúdo: a notícia em quem ninguém prestou atenção, o acontecimento insignificante, a cena corriqueira. Nessas trivialidades, o cronista surpreende a beleza, a comicidade, os aspectos singulares. O tom é o de "uma conversa aparentemente banal".

"Busca o pitoresco ou o irrisório no cotidiano de cada um". Em outro momento, Fernando Sabino voltou a

teorizar sobre o gênero: ― Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num incidente doméstico, torno-me simples espectador”.

A questão da linguagem

A mistura entre jornalismo e literatura leva o

cronista a um frequente impasse: para se constituir como texto artístico, o seu comentário sobre o cotidiano precisa apresentar uma linguagem que transcenda a da mera informação. Ou seja, precisa de uma linguagem menos denotativa e mais pessoal. Isso não significa elaboração

muito sofisticada ou pretensiosa. Significa que o estilo deve dar a impressão de naturalidade e a língua escrita aproximar-se da fala.

Nem sempre o cronista atinge o duplo alvo: fazer literatura e expressar-se com simplicidade. Em função do grande público, é preciso buscar primeiramente a clareza e uma dimensão de oralidade na escrita. Daí porque a crônica seja considerada por muitos críticos um gênero menor: aquela vontade de forma que todo o grande artista possui termina subjugada pela necessidade de ser acessível a todos.

Os vários tipos de crônica

A rigor, podemos falar na existência de três tipos de crônica, que muitas vezes se confundem: lírica ou poética, de humor, ensaio.

Crônica lírica ou poética:

Caracteriza-se pelo flagrante de aspectos sentimentais, nostálgicos ou de simples beleza da vida

urbana, especialmente do Rio de Janeiro. Seu maior expoente é Rubem Braga, seguido por legítimos poetas-prosadores como Carlos Drummond de Andrade, Antônio Maria, Paulo Mendes Campos e outros. Este tipo

de comentário poético parece em desuso, provavelmente

devido à violência e a degradação na vida das grandes cidades brasileiras.

Ex.:

O amor acaba O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num

domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

(Paulo Mendes Campos)

Crônica de humor: Procura basicamente o riso, com certo registro

irônico dos costumes. Apresenta-se, como já vimos, tanto

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sob a forma de um comentário quanto de um relato curto, próximo do conto.

ARTIGO DE OPINIÃO

É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião.

É importante estar preparado para produzir este tipo de texto, pois em algum momento e/ou circunstância poderá surgir oportunidades ou necessidades de expor ideias pessoais através da escrita.

Nos gêneros argumentativos em geral, o autor tem a intenção de convencer seus interlocutores e para isso precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.

O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.

A partir da leitura de diferentes textos, o escritor poderá conhecer vários pontos de vista sobre um determinado assunto.

QUESTÕES AOCP

Como o celular influencia no comportamento das formigas?

Por Heverton Paulo

Podemos afirmar com toda certeza que, hoje em dia, o celular é para as pessoas o que a água é para uma planta: completamente essencial. O aparelho eletrônico tornou-se quase um ―membro‖ extra de indivíduos de toda e qualquer faixa etária, sexo, ou escolaridade. Para enviar mensagens, fazer ligações, ouvir música e assistir vídeos, acessar a internet, tirar fotos e até se localizar em algum lugar — GPS —, o celular é usado para quase tudo que se possa imaginar.

Entretanto, já parou para pensar que esse aparelho, aparentemente inofensivo, também pode afetar a sua saúde? Pois saiba que a radiação (mesmo que mínima) e as ondas magnéticas emitidas por um telefone celular podem alterar o cérebro de uma pessoa.

Segundo um estudo norte-americano conduzido pela Doutora Nora Volkow, em 2009, reuniu 47 voluntários que tiveram dois celulares desligados colocados em cada orelha e, logo depois, seus cérebros foram escaneados usando o método PET scan. Depois desse um segundo escaneamento foi feito, mas dessa vez com o celular da orelha direita ligado e com uma chamada ativa durante 50 minutos.

Constatou-se que a área perto da antena do celular sofreu um aumento de 7% em consumo de glicose em relação ao escaneamento anterior, se tornando um pouco mais ativa. Como a ligação era sem áudio, a área do cérebro que apresentou atividade no segundo escaneamento não estava relacionado com o interlocutor pensando ou conversando com uma pessoa do outro lado da linha.

Que as ondas do celular podem afetar mesmo que minimamente o cérebro humano, isso já foi comprovado cientificamente. Mas será que o aparelho também pode afetar animais? Bem, as formigas parecem provar que sim, segundo um recente vídeo que está viralizando nas redes sociais.

O vídeo mostra um iPhone no chão com uma certa ‗multidão‘ de formigas ao redor dele. O comportamento dos insetinhos é aparentemente normal, correndo confusas e

desordenadas. Entretanto, assim que o celular recebe uma ligação e começa a tocar, algo incrível acontece: as formigas imediatamente, como que comandadas por um ser invisível, entram em uma formação circular e começam a rodear o celular organizada e metodicamente, de maneira veloz e precisa.

Não existe uma explicação 100% concreta de tal fenômeno, mas algumas teorias fazem sentido. Segundo o site Ciência Hoje, as formigas possuem partículas magnéticas em suas antenas, que as fazem seguir caminhos de acordo com a orientação magnética da Terra. O sinal do iPhone teria interferido nesse sistema, confundido os insetos e fazendo com que eles agisse da maneira vista no vídeo.

Texto adaptado. Fonte: http://www.ultracurioso.com.br/

QUESTÃO 01 Assinale a alternativa em que o autor do texto expressa

claramente seu PONTO DE VISTA.

(A) ―Como a ligação era sem áudio, a área do cérebro que apresentou atividade no segundo escaneamento não estava relacionado com o interlocutor pensando ou conversando com uma pessoa do outro lado da linha.‖.

(B) ―O comportamento dos insetinhos é aparentemente normal, correndo confusas e desordenadas.‖.

(C) ―Que as ondas do celular podem afetar mesmo que minimamente o cérebro humano, isso já foi comprovado cientificamente.‖.

(D) ―Podemos afirmar com toda certeza que, hoje em dia, o celular é para as pessoas o que a água é para uma planta: completamente essencial.‖.

(E) ―... as formigas imediatamente, como que comandadas por um ser invisível, entram em uma formação circular e começam a rodear o celular organizada e metodicamente, de maneira veloz e precisa.‖.

QUESTÃO 02 Qual é a tipologia textual predominante no texto ―Como

o celular influencia no comportamento das formigas?‖

(A) Argumentação. (B) Exposição. (C) Narração. (D) Descrição. (E) Injunção. ―Estamos Enlouquecendo Nossas Crianças! Estímulos Demais... Concentração de Menos‖

31 Maio 2015 em Bem-Estar, filhos

Vivemos tempos frenéticos. A cada década que passa o modo de vida de 10 anos atrás parece ficar mais distante: 10 anos viraram 30, e logo teremos a sensação de ter se passado 50 anos a cada 5. E o mundo infantil foi atingido em cheio por essas mudanças: já não se educa (ou brinca, alimenta, veste, entretêm, cuida, consola, protege, ampara e satisfaz) crianças como antigamente!

O iPad, por exemplo, já é companheiro imprescindível nas refeições de milhares de crianças. Em muitas casas a(s) TV(s) fica(m) ligada(s) o tempo todo na programação infantil – naqueles canais cujo volume aumenta consideravelmente durante os comerciais – mesmo quando elas estão comendo com o iPad à mesa.

Muitas e muitas crianças têm atividades extra-curriculares pelo menos três vezes por semana, algumas somam mais de 50 horas semanais de atividades, entre escola, cursos, esportes e reforços escolares.

Existe em quase todas as casas uma profusão de brinquedos, aparelhos, recursos e pessoas disponíveis o tempo todo para garantir que a criança ―aprenda coisas‖ e

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não ―morra de tédio‖. As pré-escolas têm o mesmo método de ensino dos cursos pré-vestibulares.

Tudo está sendo feito para que, no final, possamos

ocupar, aproveitar, espremer, sugar, potencializar, otimizar e, finalmente, capitalizar todo o tempo disponível para impor às nossas crianças uma preparação praticamente militar, visando seu ―sucesso‖. O ar nas casas onde essa preocupação é latente chega a ser denso, tamanha a pressão que as crianças sofrem por desenvolver uma boa competitividade. Porém, o excesso de estímulos sonoros, visuais, físicos e informativos impedem que a criança organize seus pensamentos e atitudes, de verdade: fica tudo muito confuso e nebuloso, e as próprias informações se misturam fazendo com que a criança mal saiba descrever o que acabou de ouvir, ver ou fazer.

Além disso, aptidões que devem ser estimuladas estão sendo deixadas de lado: Crianças não sabem conversar. Não olham nos olhos de seus interlocutores. Não conseguem focar em uma brincadeira ou atividade de cada vez (na verdade a maioria sequer sabe brincar sem a orientação de um adulto!). Não conseguem ler um livro, por menor que seja. Não aceitam regras. Não sabem o que é autoridade. Pior e principalmente: não sabem esperar.

Todas essas qualidades são fundamentais na construção de um ser humano íntegro, independente e pleno, e devem ser aprendidas em casa, em suas rotinas.

Precisamos pausar. Parar e olhar em volta. Colocar a mão na consciência, tirá-la um pouco da carteira, do telefone e do volante: estamos enlouquecendo nossas crianças, e as estamos impedindo de entender e saber lidar com seus tempos, seus desejos, suas qualidades e talentos. Estamos roubando o tempo precioso que nossos filhos tanto precisam para processar a quantidade enorme de informações e estímulos que nós e o mundo estamos lhes dando.

Calma, gente. Muita calma. Não corramos para cima da criança com um iPad na mão a cada vez que ela reclama ou achamos que ela está sofrendo de ―tédio‖. Não obriguemos a babá a ter um repertório mágico, que nem mesmo palhaços profissionais têm, para manter a criança entretida o tempo todo. O “tédio” nada mais é que a oportunidade de estarmos em contato conosco, de estimular o pensamento, a fantasia e a concentração.

Sugiro que leiamos todos, pais ou não, ―O Ócio Criativo‖ de Domenico di Masi, para que entendamos a importância do uso consciente do nosso tempo.

E já que resvalamos o assunto para a leitura: nossas crianças não lêem mais. Muitos livros infantis estão disponíveis para tablets e iPads, cuja resposta é imediata ao menor estímulo e descaracteriza a principal função do livro: parar para ler, para fazer a mente respirar, aprender a juntar uma palavra com outra, paulatinamente formando frases e sentenças, e, finalmente, concluir um raciocínio ou uma estória.

Cerquem suas crianças de livros e leiam com elas, por amor. Deixem que se esparramem em almofadas e façam sua imaginação voar!

(Fonte: http://www.saudecuriosa.com.br QUESTÃO 03 Qual é o gênero textual que mais se adequa ao texto

―Estamos Enlouquecendo Nossas Crianças! Estímulos Demais... Concentração de Menos‖?

(A) Relatório Científico. (B) Artigo de opinião. (C) Debate. (D) Charge. (E) Carta.

QUESTÃO 04 O texto se apresenta, quase integralmente, na primeira

pessoa do plural. Quem seria o ―nós‖ ao qual o texto se refere?

(A) Seria todas as crianças da atualidade. (B) Seria os pais e/ou cuidadores das crianças. (C) Seria somente os professores e/ou educadores das

crianças. (D) Seria as pessoas que comercializam produtos infantis. (E) Seria apenas crianças que usam iPads.

Gabarito

1 D 2 B 3 B 4 B

QUESTÕES DE OUTRAS ORGANIZADORAS

Leia o Texto II e responda as questões. TEXTO II

Os viajantes e a árvore ( Esopo)

Dois viajantes, exaustos, após caminharem sob o escaldante sol do meio dia, decidiram descansar à sombra de uma frondosa árvore à beira da estrada.

Assim, depois de deitarem-se debaixo daquela refrescante e oportuna sombra, já relaxados e aliviados do escaldante calor, um dos viajantes, ao reconhecer que tipo de árvore era aquela, disse para o outro:

"Como é inútil esse Plátano! Não produz nenhum fruto, e apenas serve para sujar o chão com suas folhas."

"Criaturas ingratas!", disse uma voz vindo da árvore. "Vocês estão aqui sob minha refrescante e acolhedora sombra, e ainda se atrevem a dizer que sou inútil e improdutiva?"

Gênero Textual 1. É CORRETO afirmar que o Texto II é um(a):

a) Lenda. b) Romance. c) Conto. d) Crônica. e) Fábula. Tipologia Textual

2. É característica do texto descritivo: A) Tem por objetivo contar uma história real, fictícia ou que mescla dados reais e imaginários. B) É a defesa de um ponto de vista em relação a algo. C) Explica com detalhes o que se observou ou imaginou. D) Baseia-se numa evolução de acontecimentos. E) Por meio da apresentação de ideias, dados e conceitos, busca-se chegar a conclusões.

TEXTO III A Última Crônica

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao

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longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês.

O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

―Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."

Fernando Sabino Características da Crônica 3. De acordo com a leitura do Texto I, é correto afirmar que os assuntos abordados nas crônicas são:

a) Fatos corriqueiros. b) Experiências importantes. c) Casos considerados extremos. d) Conflitos envolvendo pessoas importantes. e) Histórias muito conhecidas. Tipologia Textual 4. Sobre o Texto I é correto afirmar que:

a) É completamente narrativo. b) Tem passagens dissertativas. c) Não apresenta descrição. d) É narrativo e descritivo. e) É totalmente dissertativo. Tipologia Textual

5. NÃO é característica desse texto:

a) Narrador-personagem. b) Sequência cronológica. c) Ausência de parágrafos. d) Está escrito em prosa. e) Introdução, desenvolvimento e conclusão. Leia atentamente o texto a seguir e responda às questões.

―A história das secas na região Nordeste é uma prova de fogo para quem lê ou escuta os relatos que vêm desde o século XVI. As duras consequências da falta de água acentuaram um quadro que em diversos momentos da biografia do semiárido chega a ser assustador: migração desenfreada, epidemias, fome, sede, miséria. Os relatos de pesquisadores e historiadores datam da época da colonização portuguesa na região. Até a primeira metade do século XVII, quem ocupava as áreas mais interioranas do semiárido brasileiro era a população indígena. Uma das primeiras secas que se tem notícia aconteceu entre 1580 e 1583. As capitanias tiveram seus engenhos prejudicados, as fazendas sofreram com a falta de água e cerca de 5 mil índios desceram o sertão em busca de comida. (...)‖

(BARRETO, Pedro Henrique. Seca, fenômeno secular na vida dos nordestinos)

Gênero Textual

6. O texto acima é classificado como: A) artigo B) notícia C) instrucional D) aviso E) declaração Gênero Textual 7. Analise as opções a seguir, quanto aos gêneros textuais e marque a opção INCORRETA.

a) Uma receita de bolo é um texto instrucional. b) A ―moral da história‖ está presente nas fábulas. c) Uma lenda é um texto narrativo. d) Um poema tem que ter rimas. e) Um e-mail é considerado um gênero textual. PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPAJÉ – CE – ASSISTENTE SOCIAL – 29/09/2013 TEXTO I Inclusão no Ensino Superior

Nos últimos anos, o país assistiu a uma notável ampliação no número de alunos matriculados no ensino superior. Segundo dados do Censo da Educação Superior, de 2002 a 2011, o aumento de matrículas em graduação foi de 91%. As matrículas em instituições de ensino superior (IES) públicas cresceram 63% no mesmo período e, nas privadas, o número de matrículas mais que dobrou, com um crescimento de 104%. Mas qual é o perfil dos alunos que ingressam no ensino superior no Brasil?

"A expansão recente no número de matrículas revela que o acesso à educação superior

ainda se mostra bastante concentrado nos jovens das faixas de renda alta e média e brancos", afirma Clarissa Eckert Baeta Neves, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), em trabalho apresentado no Congresso da Associação de Estudos Americanos (Lasa).

No último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), pela primeira vez os afrodescendentes passaram a ser maioria na sociedade brasileira (com 51% da população). Os brancos representam 48%. Mas essa mudança está muito longe de acontecer no ensino superior. Analisando o perfil socioeconômico do estudante de graduação no Brasil1, Dilvo Ristoff, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostra que, nos cursos de Medicina e Odontologia, mais de 70% dos alunos são brancos. No curso de Direito, eles somam 66%.

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Nesse contexto, algumas políticas públicas têm buscado amenizar essas desigualdades, por meio de mecanismos para ampliar o número de alunos do ensino público e de negros, pardos e índios no ensino superior.

(Pré- universo, nº 33 agosto de 2013)

Gênero Textual 8. Quanto ao gênero textual, podemos classificar o Texto I como:

a) Crônica. b) Entrevista. c) Reportagem. d) Fábula. e) Conto. Gabarito

1 2 3 4 5 6 7 8

E C A D C A D C

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL

Para não ser enganado pela articulação do contexto, é necessário que se esteja atento à coesão e à coerência textuais.

COESÃO TEXTUAL é ―o fenômeno que diz respeito

ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos.‖ (Ingedore V. Koch).

Diz-se que um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles. A conexão entre os vários enunciados é fruto das relações de sentido que existem entre eles. A título de exemplificação do que foi dito, observe-se o texto a seguir:

É sabido que o sistema do Império Romano dependiada escravidão, sobretudo para a produção agrícola. É sabido ainda que a população escrava era recrutada principalmente entre os prisioneiros de guerra.

Em vista disso, a pacificação das fronteiras fez diminuir consideravelmente a população escrava.

Como o sistema não podia prescindir da mão-de-obra escrava, foi necessário encontrar outra forma de manter inalterada essa população.

Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados caoticamente, mas estritamente interligados entre si: ao se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma das partes.

Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupações é como amarrar a frase seguinte à anterior. Isso só é possível se dominarmos os princípios básicos de coesão. A cada frase enunciada devemos ver se ela mantém um vínculo com a anterior ou anteriores para não perdermos o fio do pensamento.

Uma das modalidades de coesão é a remissão. E a coesão pode desempenhar a função de (re)ativação do referente. A reativação do referente no texto é realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando-se cadeias coesivas mais ou menos longas.

A remissão anafórica realiza-se por meio de

pronomes pessoais de 3ª pessoa(retos e oblíquos) e os demais pronomes; também por numerais, advérbios e artigos. Exemplos:

1. A jovem acordou sobressaltada. Ela não

conseguia lembrar-se do que havia acontecido e como fora parar ali.

2. Márcia olhou em torno de si. Seus pais e seus

irmãos observavam-na com carinho.

3. O concurso selecionará os melhores candidatos. O primeiro deverá desempenhar o papel

principal na nova peça.

4. O juiz olhou para o auditório. Ali estavam os

parentes e amigos do réu, aguardando ansiosos o veredito final.

A remissão catafórica (para a frente) realiza-se

preferencialmente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais. Exemplos:

1. O incêndio havia destruído tudo: casas, móveis,

plantações.

2. Desejo somente isto: que me deem a

oportunidade de me defender das acusações injustas.

3. O enfermo esperava uma coisa apenas: o alívio

de seus sofrimentos.

4. Ele era tão bom, o presidente assassinado!

COERÊNCIA TEXTUAL ―diz respeito ao modo como

os elementos subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na mente dos interlocutores, uma configuração veiculadora de sentido.‖ É a relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Está ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê. Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Além da coesão, é preciso pensar na coerência. É possível escrever um texto coeso sem ser coerente. Observe:

Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo presidente. Este deve ter ideais muito elevados. Esses ideais se concretizarão durante a vigência de seu mandato .O seu mandato deve ser respeitado por todos. Ninguém pode dizer que falta coesão a esse parágrafo. Mas de que ele trata mesmo? Dos problemas do povo? Do presidente? Do seu mandato? Fica difícil dizer. Embora ele tenha coesão, não tem coerência. A coesão não funciona sozinha. No exemplo acima, teríamos que, de imediato, decidir qual a sua palavra-chave: presidente ou problemas do povo? A palavra escolhida daria estabilidade ao parágrafo. Sem essa base estável, não haverá coerência no que se escrever; e o resultado será um amontoado de ideias. Enquanto a coesão se preocupa com a parte visível do texto, sua superfície, a coerência vai mais longe, preocupa-se com o que se deduz do todo.

Na verdade a coerência não está no texto, ela deve ser construída a partir dele, levando-se, portanto, em conta

os recursos coesivos presentes no texto, funcionando como pistas para orientar o interlocutor na construção do sentido.

A coerência exige uma concatenação perfeita entre

as diversas frases, sempre em busca de uma unidade de sentido. Não se pode dizer, por exemplo, numa frase, que o "desarmamento da população pode contribuir para diminuir a violência", e, na seguinte, escrever: "Além disso, o desemprego tem aumentado substancialmente".

É evidente a incoerência existente entre elas.

Assim também é incoerente defender o ponto de vista contrário a qualquer tipo de violência e ser favorável à pena de morte, a não ser que não se considere a ação de matar como uma ação violenta.

Recursos de Coesão

Para escrevermos de forma coesa, há uma série de recursos, como:

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1. Epítetos (palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa)

Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.

2. Nominalizações (emprego de um substantivo que

remete a um verbo enunciado anteriormente)

Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por serem parentes do assassino.

3. Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas.

Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro.

São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão.

Os alagamentos prejudicam o trânsito, provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros.

4. Um termo-síntese

O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.

5. Pronomes

Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso.

O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se preocupam muito com a educação integral.

Aquele político deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi eleito seis vezes.

Há uma grande diferença entre Paulo e Maurício. Este guarda rancor de todos, enquanto aquele tende a perdoar.

6. Numerais

Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua chegada; o segundo dizia justamente o contrário.

7. Advérbios pronominais (aqui, ali, lá, aí)

Não podíamos deixar de ir ao Louvre. Lá está a obra-prima de Leonardo da Vinci: a "Monalisa".

8. Elipse

O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito horas em ponto e (ele) fez então seu discurso emocionado.

9. Repetição do nome próprio (ou parte dele)

Lygia Fagundes Teles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é autora de "Antes do baile verde", um dos melhores livros de contos de nossa literatura.

10. Metonímia (processo de substituição de uma palavra

por outra)

O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O planalto diz que não aceita qualquer remarcação de preço.

OS CONECTIVOS

Uma preocupação de quem escreve é ver se os conectores estão empregados com precisão. A toda hora estamos fazendo uso deles. Por isso, a seguir será dada uma lista sucinta dos conectivos e suas respectivas funções:

*Conjunções, locuções conjuntivas, preposições e locuções prepositivas

1. adição – e, nem, também, não só... mas também

2. alternância – ou... ou, quer...quer, seja...seja

3. causa – porque, já que, visto que, graças a, em virtude de, por (+ infinitivo), porquanto

4. conclusão – logo, portanto, pois

5. condição – se, caso, desde que, a não ser, que, a menos que

6. comparação - como, assim como

7. conformidade - conforme, segundo

8. consequência - tão...que, tanto...que, de modo que, de sorte que, de forma que, de maneira que

9. explicação - pois, porque, porquanto

10. finalidade - para que, a fim de que,para (+ infinitivo)

11. oposição - mas, porém, todavia, embora, mesmo que, apesar de (+ infinitivo), posto que, conquanto

12. proporção – à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos

13. tempo – quando, logo que, assim que, toda vez que, enquanto

• Pronomes relativos:

que – quem - cujo – onde

Ao empregar um pronome relativo, devemos ter o seguinte cuidado:

1. Observar a palavra a que ele se refere para evitar erros de concordância verbal

Encontramos um bom número de pessoas que estavam reivindicando os mesmos direitos dos vinte funcionários vitoriosos. (que = as quais - pessoas)

Pode haver um verbo ou um substantivo que exija uma preposição. Nesse caso, ela deve preceder o pronome relativo.

Ninguém conseguiu até hoje esquecer a cilada de que ele foi vítima. (de que= da qual – cilada). A preposição de foi exigida pelo substantivo vítima.

As dificuldades a que você se refere são normais dentro de sua carreira. (a que= às quais – dificuldades). O verbo referir-se pede a preposição a.

As Transições

Alguns dos conectores citados também aparecem iniciando frases, como se fossem uma espécie de ponte entre um pensamento e outro. O conhecimento desses elementos de transição ajuda a dar maior organicidade ao pensamento, o que faz o texto progredir mais facilmente. Saber usar os termos de transição deve ser uma preocupação constante de quem deseja escrever bem. Eles são muito úteis ao mudarmos de parágrafo porque estabelecem pontes seguras entre dois blocos de ideias.

Eis os mais importantes e suas respectivas funções:

1. Afetividade: felizmente, queira Deus, pudera, Oxalá, ainda bem (que).

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2. Afirmação: com certeza, indubitavelmente, por

certo, certamente, de fato.

3. Conclusão: em suma, em síntese, em resumo.

4. Consequência: assim, consequentemente, com efeito.

5. Continuidade: além de, ainda por cima, bem como, também.

6. Dúvida: talvez, provavelmente, quiçá.

7.Ênfase: até, até mesmo, no mínimo, no máximo,

só.

8. Exclusão: apenas, exceto, menos, salvo, só, somente, senão.

9. Explicação: a saber, isto é, por exemplo.

10. Inclusão: inclusive, também, mesmo, até.

11. Oposição: pelo contrário, ao contrário de.

12.Prioridade: em primeiro lugar, primeiramente, antes de tudo, acima de tudo, inicialmente.

13. Restrição: apenas, só, somente, unicamente.

14. Retificação: aliás, isto é, ou seja.

15.Tempo: antes, depois, então, já, posteriormente.

Correlação verbal

Damos o nome de correlação verbal à coerência que, em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lógica. Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si.

Vejamos este exemplo:

Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a

lição.

No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de maneira a garantir que o período tenha lógica?

Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia), um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada (que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está correto, já que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.

Parece complicado - mas não é.

Para tornar mais clara a questão, vejamos o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:

Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a

lição.

Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou prováveis.

Ora, nesse caso não podemos dizer que jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do subjuntivo) de dormir.

Correlações verbais corretas

A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são concordantes:

presente do indicativo + presente do subjuntivo:

Exijo que você faça o dever.

pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:

Exigi que ele fizesse o dever.

presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:

Espero que ele tenha feito o dever.

pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do subjuntivo:

Queria que ele tivesse feito o dever.

futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.

pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:

Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.

pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo:

Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas

respostas.

futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

Quando você fizer o dever, dormirei.

futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:

Quando você fizer o dever, já terei dormido.

QUESTÕES AOCP

Texto

„Baderneiro‟ vira „mocinho‟ com reação desproporcional

Monika Dowbor

Mesmo antes da repressão policial, pesquisas mostravam que a

maioria da população de São Paulo apoiava os manifestantes.

Uma hipótese para isso é a causa escolhida pelo movimento: a

redução da tarifa. É uma causa clara e cristalina, que gera unidade

por representar um problema comum a vários paulistanos.

Essa hipótese também explicaria o apoio aos manifestantes

mesmo após o vandalismo das noites anteriores. Na ocupação da

reitoria da USP, em 2011, a maioria da população foi contra

porque era uma causa interna, que não cativou quem não estudava

lá.

O sucesso do protesto provavelmente se deve também à

estratégia de ação. Ao confrontar a ordem pública colocando

barricadas em chamas nas ruas, espera-se uma reação da polícia.

E, quando essa reação é desproporcional, ―baderneiros‖ viram

―mocinhos‖ e são vistos como os que lutam por uma cidade justa.

O Estado de S. Paulo, 15 de junho de 2013. A16.

ASSUNTO: COESÃO

QUESTÃO 01 — AOCP

Assinale a alternativa correta quanto aos elementos de coesão

empregados no texto.

(A) ―Uma hipótese‖ retoma o conteúdo antecedente.

(B) ―Isso‖ retoma a expressão ―repressão policial‖.

(C) ―lá‖ retoma a expressão ―causa interna‖.

(D) ―sucesso‖ retoma a ―estratégia de ação‖.

(E) ―a redução da tarifa‖ é a definição de ―causa‖.

Pressionar crianças para que sejam bons alunos resulta em desânimo

Rosely Sayão

Pesquisas apontam aumento na taxa de suicídio entre os jovens brasileiros, e o fenômeno é mundial. Por esse motivo, alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens. A Academia Americana de Pediatria,

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por exemplo, recomendou que os médicos devem sempre procurar sinais dessa doença nos mais novos. Sinal amarelo piscando.

Precisamos pensar com atenção na saúde mental de nossas crianças e de nossos jovens. Mas parece que nem as famílias e nem as escolas têm essa questão como importante: ambas são criadoras de muitas causas que podem afetar negativamente a qualidade de vida emocional de quem elas deveriam cuidar. Vamos levantar alguns pontos que podem provocar pressão em demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianças e nos jovens.

Primeiramente, a pressão sobre a vida escolar. Nunca, nunca antes tivemos famílias e escolas tão empenhadas em fazer com que filhos e alunos tenham alta performance escolar, o que significa, é claro, boas notas, aprovação com destaque em exames e provas etc. Mas por quê?

Porque, de repente, decidimos que o bom rendimento escolar da criança é pré-requisito fundamental para um futuro profissional promissor. Posso assegurar-lhe que não é, por dois motivos bem simples. Primeiro: bom rendimento escolar não significa, necessariamente, bom aprendizado. Segundo: estamos um pouco atrasados nessa premissa, já que, hoje, ter estudos não garante nada, absolutamente nada em termos profissionais, e não apenas em nosso país. Agora, imagine crianças – inclusive as mais novas – e jovens pressionados até o limite para que sejam bons alunos. Só pode resultar em ansiedade, desânimo, receios etc. Junte a isso as acirradas competições às quais eles são submetidos, o bullying – que eu reputo à ausência de adultos na tutela dos mais novos –, as agendas lotadas de compromissos, as intermináveis lições de casa (muitas vezes motivos para brigas entre pais e filhos), a erotização precoce que promove busca infantil por um determinado tipo de beleza etc.

Uau! Se para um adulto essa mistura já pode ser explosiva para a sanidade mental, imagine, caro leitor, para crianças e adolescentes! E o que podemos fazer? Muita coisa! Deixar de confundir cobrança com pressão já pode ser um grande passo. Nossos filhos e alunos precisam ser cobrados a levar sempre adiante sua vida escolar. Mas precisamos ser mais compreensivos quando eles não conseguem, e ajudá-los no esforço que precisam investir para aprender, em vez de pressioná-los mais ainda.

As famílias podem e devem também ensinar os filhos a lidar com suas emoções. Sabe quando uma criança pequena pega algum objeto de vidro e os pais o ensinam a tomar cuidado porque é frágil e ela pode quebrar, mesmo sem querer? Podemos fazer a mesma coisa com os sentimentos que ela experimenta. Posso ilustrar isso que acabei de dizer com o seguinte exemplo: quando uma criança manifesta raiva, devemos ensiná-la que essa emoção e suas manifestações podem machucá-la e também os outros.

E a escola precisa se dar conta de que o ambiente escolar pode ser – e em geral é – neurotizante para muitas crianças! E não é por falta de conhecimento que não mudamos esse panorama.

Vamos cuidar da saúde mental de nossas crianças e jovens tanto quanto cuidamos de sua saúde física!

Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br QUESTÃO 02 — AOCP , Ag. Trânsito, Valência, 2016 No seguinte trecho do texto: ―Mas precisamos ser mais compreensivos quando eles não conseguem, e ajudá-los no esforço que precisam investir para aprender, em vez de pressioná-los mais ainda‖, os elementos destacados retomam quais palavras anteriormente expressas?

(A) Filhos e alunos.

(B) Pais e filhos. (C) Adultos e alunos. (D) Adolescentes e pais. (E) Pais e professores.

Cozinha para desfrutar Rosely Sayão

Conversei com um garoto de seis anos e ele me contou que, quando o pai cozinha, ele vai jantar e dormir na casa da avó - o que, por sinal, ele disse adorar. Perguntei se ele não gosta da comida que o pai prepara e ele respondeu que é sempre uma ―comida muito estranha‖. Na casa da avó, ele gosta de jantar arroz, feijão, picadinho e salada.

A arte culinária - ou gastronomia - está mesmo na moda. Homens e mulheres têm se dedicado a comprar livros e pesquisar receitas, conhecer ingredientes novos e locais onde se vendem produtos de qualidade, comprar utensílios dos mais variados tipos - que vão do sofisticado ao antigo com novo desenho etc. Até as escolas têm usado a cozinha como laboratório de ensino para as crianças.

Há quem nunca tenha se interessado pela cozinha e agora se deleita com essa nova descoberta. Jantar em restaurantes de chefs aclamados, assistir a programas de televisão com esse tema, frequentar sites e blogs que exploram o universo da gastronomia e promover jantares em casa para os amigos têm sido bons programas para essas pessoas.

A cozinha e a sala de jantar transformaram-se, para muita gente, em locais de jogo de adulto, e nem sempre as crianças desfrutam dessa brincadeira de gente grande. Sim: o jogo é importante na vida de todos, mas, num mundo em que as crianças foram invadidas pelo mundo adulto, parece que esse espaço lúdico ficou reservado aos adultos.

[...] Adaptado de http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/

QUESTÃO 03 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e Social Em ―... parece que esse espaço lúdico ficou reservado aos adultos.‖, a expressão destacada refere-se

(A) ao universo da gastronomia. (B) ao restaurante de chefs. (C) ao mundo adulto. (D) ao jogo de adulto. (E) à cozinha e à sala de jantar.

Gabarito

1 E 2 A 3 E

EXERCÍCIOS DE OUTRAS ORGANIZADORAS

O Brasil deu um passo importante ao estabelecer um Plano Nacional de Mudanças Climáticas com metas para a redução do desmatamento da Amazônia e, por consequência, das emissões de gases do efeito estufa. O documento, porém, deixa uma lacuna em relação às adaptações aos danos que devem ser provocados pelo aquecimento global, mesmo se as emissões fossem zeradas hoje. A opinião é de ambientalistas e cientistas envolvidos com a questão.

Isso é reflexo de um problema fundamental: o Brasil pouco conhece sua vulnerabilidade às alterações do clima.

1. Isso é reflexo de um problema fundamental ...

O pronome grifado substitui corretamente, considerando-se o contexto,

(A) a ausência de planos de adaptação aos efeitos do aquecimento global.

(B) as políticas de redução do desmatamento da Amazônia.

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(C) os estudos de cientistas em torno das mudanças climáticas.

(D) a preocupação de ambientalistas quanto aos efeitos catastróficos do clima.

(E) as metas do Plano Nacional de Mudanças Climáticas.

O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) revolucionou a forma como o ser humano vê a si próprio. Antes, era uma criação divina. Depois de Darwin, o homem encontrou seu lugar de elo na cadeia evolutiva, cujas regras valem para todas as criaturas vivas.

2. ... cujas regras valem para todas as criaturas vivas.

O pronome grifado refere-se corretamente, no texto, às regras

(A)) da cadeia evolutiva.

(B) de todas as criaturas vivas.

(C) de um elo.

(D) de Darwin.

(E) de uma criação divina.

3. Ao utilizar pela primeira vez um aeroporto, o novato percorre o aeroporto como se estivesse num labirinto, buscando tornar o aeroporto familiar aos seus olhos, aplicando seus olhos na identificação das rampas, escadas e corredores em que se sente perdido.

Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) o percorre - o tornar - aplicando-lhes

(B) percorre-o - tornar-lhe - aplicando-os

(C) o percorre - torná-lo - aplicando-lhes

(D) percorre-o - torná-lo - aplicando-os

(E) percorre-lhe - tornar-lhe - os aplicando

4. O segmento grifado está substituído pelo pronome correspondente de modo INCORRETO somente em:

(A) tem justificativas históricas = tem-nas.

(B) a tomar decisões = a tomá-las.

(C) para encontrar plantas exóticas = para encontrarlhes.

(D) para enfeitar o palácio de Buckingham = para enfeitá-lo.

(E) percorria o mundo = percorria-o.

5. A substituição de segmentos do texto, grifados abaixo, pelos pronomes correspondentes, está feita de modo INCORRETO em:

(A) o hábito de adorar coisas ou pessoas = de adorá-las.

(B)) alcança um número infinitamente maior de pessoas = alcança-lhes.

(C) até despertar a atenção dos acadêmicos =até despertá-la.

(D) transformamos o ídolo transformamo-lo.

(E) que sustentam todo esse esquema=que o sustentam.

6. Os jovens bem que tentam, mas não se dá aos jovens a oportunidade de um trabalho que recompense os jovens pelos esforços despendidos.

Evita-se a repetição de palavras da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, pelas formas:

(A) se dá a aqueles - recompense eles

(B) se dá a eles - recompense-lhes

(C)) se lhes dá - os recompense

(D) se os dá - os recompense

(E) se dá a eles - recompense eles

Gabarito:

1 A 2 A 3 D 4 C 5 B 6 C

FONÉTICA / FONOLOGIA E SEPARAÇÃO SILÁBICA

1. FONOLOGIA

É a parte da Gramática que estuda o comportamento dos fonemas de uma língua, tomando-os como unidades sonoras capazes de criar diferença de significados. Outros nomes: fonêmica, fonemática.

2. FONÉTICA

É a parte da Gramática que estuda as particularidades dos fonemas, ou seja, as variações que podem ocorrer na realização dos fonemas.

3. FONEMA E LETRA

Fonema é a menor unidade sonora e distintiva de uma língua. Os fonemas dividem-se em vogais, semivogais e consoantes. Convém reforçar que o fonema é uma realidade acústica.

Letra é o sinal gráfico que, na escrita, representa o fonema. A letra é uma realidade gráfico-visual do fonema.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

a) Uma mesma letra pode representar fonemas diferentes. É o que ocorre com a letra ―x‖ em palavras como sexo (x = ks), feixe (x = ch), exato (x = z) e próximo (x = ss).

b) Um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes. É o que ocorre em flecha (ch = x) e lixo (x = ch).

c) Uma única letra pode representar dois fonemas. A esse fenômeno, chama-se dífono. Exemplo: táxi (lê-se ―táksi‖ –

x = ks).

d) Duas letras podem representar um único fonema. A esse fenômeno, chama-se dígrafo. Exemplo: chave (lê-se ―xávi‖ – ch = x).

4. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS

Os fonemas classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.

4.1. VOGAIS

Vogais são fonemas que resultam da livre passagem do ar que vem dos pulmões pela cavidade da boca, sem interferência dos órgãos bucais. O som é obtido pela vibração das cordas vocais, o que faz de todas as vogais fonemas sonoros. As vogais constituem a base da sílaba,

isto é, não há sílaba sem vogal.

ORALIDADE E NASALIDADE

Vogais orais

A corrente de ar vibrante passa apenas pela cavidade bucal. São sete os fonemas vocálicos orais:

1. /a:/ = mato 2. /ê/ = letra 3. /3/ = reta 4. / i / = vida 5. /ô/ = boca

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obra = /:כ/ .67. /u:/ = rubro

Vogais nasais

A corrente de ar vibrante passa, ao mesmo tempo, pelas cavidades bucal e nasal. Para marcar o som nasal das vogais, a escrita utiliza-se do til, do m ou do n. São

cinco as vogais nasais:

1. /ã/ = ímã, anta, canto, ambos.

2. /ê/ = lento, vento, lembro.

3. / î / = cinto, finda, ímpar.

4. /õ/ = põe, ronco, monta, ombro.

5. /û/ = fundo, mundo, umbral.

TIMBRE

Vogais abertas:

1. /a:/ = pá, má, mato, pato, mata, farra.

.pó, escola, prova, novos = /:כ/ .2

3. /3/ = pé, serra, mel, pedra.

Vogais fechadas:

1. /â/ = lama, cama, banha, manta, jambo.

2. /ê/ = seco, menta, perda, medo, vento.

3. /ô/ = doce, moça, poço, monte, ponte.

4. / î / = minto, cinto, limpo, íntimo.

5. /u:/ = uva, rudemente, fundo, mundo.

INTENSIDADE

A intensidade diz respeito à força com que as

vogais são emitidas no ato da fala. Assim, elas podem ser:

Vogais tônicas – São emitidas com mais força;

estão sempre na sílaba tônica das palavras. Atenção: nem

todas as vogais tônicas são acentuadas graficamente.

1. /a:/ = má, lá, falo, calo, mata, farra.

2. /3/ = pé, fé, relé, revés, pele, terra.

3. /i:/ = li, aí, vida, físico, tísico, tambaqui.

4. /ô/ = todas, lodo, fogo, moda, pôr, crosta.

.pólo, fogos, logo, pó, corda = /:כ/ .5

6. /u:/ = baú, nu, angu, úmido, urso.

Vogais átonas – São emitidas com menos força e

nunca estão na sílaba tônica das palavras.

1. /a:/ = mala, azedo, lâmpada, cama, ótima. 2. /ê/ = tremor, enxada, lembrança, enxame. 3. /i:/ = imitar, inimigo, cinema, imaginar, imigrar. 4. /o/ = pólo, lodo, fogo, porque, pomada, coral. 5. /u/ = bulir, fugir, perfumada, rumor, zumbido.

Vogais subtônicas – Têm intensidade

secundária. Só existem em sílabas que, antes, eram tônicas.

1. /a/ = vagamente, pazinha. 2. /e/ = cafezinho, pezinho, levemente. 3. /i/ = timidamente, Luisinha. 4. /o/ = tolamente, comodamente, robozinho. 5. /o/ = somente, sozinho, pozinho. 6. /u/ = rudemente, urubuzinho, bauzinho.

4.2. SEMIVOGAIS

Semivogais são fonemas que se apoiam em uma vogal para formar sílaba. Em síntese: a semivogal está

sempre ao lado da vogal na mesma sílaba, formando ditongo ou tritongo.

Na escrita, as semivogais são: e, i, o e u. Na pronúncia, as semivogais são: /y/ e /w/.

a. Letra e = mãe /mãy/, bem /bey/, também /tãbey/.

b. Letra i = pai /pay/, feito /feytu/, peito /peytu/.

c. Letra o = nódoa /nodwa/, mágoa /magwa/.

d. Letra u = pau /paw/, mingau /mĩgaw/.

4.2.1 SÍLABAS

À união de um ou mais fonemas pronunciados em uma só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em português, a base de qualquer sílaba é sempre a vogal. Assim, para determinar o número de sílabas de uma palavra, basta verificar a quantidade de vogais.

Importante: não existe sílaba sem vogal.

Número de sílabas – De acordo com o número de

sílabas, os vocábulos podem ser:

a. Monossílabos – Formados por apenas uma

sílaba: pois, dois, bois, Deus, meus, pneus, leis, maus.

b. Dissílabos – Formados por duas sílabas: di-a, ri-

o, ru-a, lu-a, vo-a, bo-a, mo-a, Ma-naus.

c. Trissílabos – Formados por três sílabas: a-rei-a,

ca-dei-a, col-mei-a, ba-tei-a.

d. Polissílabos – Formados por mais de três

sílabas: in-co-e-ren-te, se-cre-ta-ri-a, ab-rup-ta-men-te.

4.2.2 ENCONTROS VOCÁLICOS

Chama-se encontro vocálico ao agrupamento de

vogais (na mesma sílaba ou em sílabas diferentes) sem consoantes intermediárias.

Tipos – Há três tipos de encontros vocálicos:

a. Hiato

É a seqüência de duas vogais pronunciadas em sílabas separadas:

i-a = vi-a, di-a, ti-a, Ma-ri-a, se-cre-ta-ri-a, ma-qui-na-ri-a.

i-o = ri-o, ti-o, fri-o, na-vi-o, des-va-ri-o.

u-a = Ru-a, nu-a, lu-a, su-a, con-ti-nu-a.

o-a = Vo-a, co-ro-a, bo-a, ca-no-a, per-do-a, lei-to-a.

u-e = a-ve-ri-gu-e, a-ve-ri-gu-es, a-pa-zi-gu-e, a-pa-zi-gu-es.

u-o = Ar-gu-o, ar-gu-is, ar-gu-e, ar-gu-em.

b. Ditongo

É a seqüência de vogal + semivogal (decrescente) ou de semivogal + vogal (crescente) na mesma sílaba:

Ditongo crescente – Na sílaba, vem primeiro a semivogal (intensidade menor); depois, a vogal

(intensidade maior).

Oral – O som é produzido com o véu palatino

levantado, impedindo a passagem do ar também pela cavidade nasal. Exemplos:

Pró-prio, nó-doa, má-goa, sé-rie, qua-dro, á-rea, pá-reo.

Tran-qui-lo, se-ques-tro, qui-pro-quó, quin-quê-nio.

Nasal – Parte da corrente de ar originada nos

pulmões escoa através da cavidade nasal. Exemplos:

Quan-to, de-lin-quen-te, fre-quên-cia, en-xa-gue-mos.

Ditongo decrescente – Na sílaba, vem primeiro a vogal (intensidade maior); depois, a semivogal

(intensidade menor).

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Oral:

ai = Pais, mais, a-mais, cais, pa-rais.

au = Maus, paus, Ma-naus, min-gaus.

ei = Leis, reis, fôreis, a-má-reis, ti-vé-reis.

eu = Deus, pneus, seus, meus, a-deus.

iu = Viu, fu-giu, par-tiu, con-se-guiu.

ui = Cir-cui-to, In-tui-to, for-tui-to, gra-tui-to, flui-do

Nasal:

ão = Mão, ór-fão, órgão, zângão, sótão, a-ma-rão.

ãe = Mãe, alemães, pães, capitães.

em = Bem, a-mém, hí-fen, pó-len, ré-qui-em.

am = A-mam, re-cla-mam, di-fa-mam.

c. Tritongo

É a seqüência de semivogal + vogal + semivogal

na mesma sílaba (sempre nessa ordem).

Oral – Pa-ra-guai, i-guais, a-ve-ri-gueis, á-gueis.

Nasal – Sa-guão, á-guem, en-xá-guem.

5. CONSOANTES

As consoantes são fonemas em cuja produção a corrente de ar que vem dos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Esses obstáculos podem ser totais ou parciais, dependendo da posição da língua e

dos lábios.

SONORIDADE

Este critério verifica se ocorre ou não vibração das cordas vocais. Quanto à sonoridade, as consoantes

podem ser:

> Sonoras

Consoantes que fazem vibrar as cordas vocais.

1. /b/ = bodega, bode, bola. 2. /d/ = data, dedo, dela. 3. /g/ = gato, galo, gago. 4. /v/ = vida, veto, virgem. 5. /z/ = raso, zelo, exânime, exarar.

6. / j / = gelo, jeca, jaca, jeito, ojeriza.

> Surdas

Consoantes que não fazem vibrar as cordas vocais.

1. /p/ = pulo, pólo, pólos, pêlo, pêlos. 2. /t/ = taco, toco, teto. 3. /k/ = calo, quilo, quota, quotidiano. 4. /f/ = fealdade, faz-tudo, fecha. 5. /s/ = sala, caça, missa, exceção, sintaxe, cresça.

6. /ƒ/ = chá, xale, chalé, chaleira.

MOMENTO FONÉTICO

ALFABETO

01. Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.

O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z

02. As letras k, w e y, que na verdade não tinham

desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);

b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

DESAFIO GRAMATICAL

01. Faça opção pelo item com análise fonética errada:

a) Item: ditongo decrescente nasal.

b) Amém: ditongo decrescente nasal.

c) Linda: encontro consonantal.

d) Fenda: dígrafo.

e) Imensidão: um dígrafo e um ditongo decrescente nasal.

02. Dado o seguinte texto, opte pela afirmativa incoerente.

Andorinha lá fora está dizendo:

— ―Passei o dia à toa, à toa!‖

Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!

Passei a vida à toa, à toa...

Andorinha, Manuel Bandeira

a) Em toa, há hiato.

b) Em dizendo, há dígrafo.

c) Em dia, há hiato.

d) Em mais, há ditongo decrescente oral.

e) Em cantiga, o número de letras coincide com o número

de fonemas.

03. Assinale a opção em que a divisão de sílabas não está

corretamente feita:

a) a-bai-xa-do b) si-me-tria

c) es-fi-a-pa-da d) ba-i-nhas

e) ca-a-tin-ga

04. Opte pela letra somente com palavras dissílabas.

a) pneus, adeus, Manaus, mingaus

b) dia, tia, rio, frio

c) pais, cais, mais, seio

d) voa, côa, moa, magoa

e) rua, lua, nua, Deus

05. Opte pela letra com palavra monossílaba.

a) rua b) frio

c) país d) pneus

GABARITO

01.C 02.E 03.B 04.B 05.D

Comentários:

01. O item C está errado, pois não há encontro consonantal na

palavra linda, mas um dígrafo vocálico (in)

Item: em equivale a ei, sendo portanto um ditongo

decrescente nasal.

Amém: em equivale a ei, sendo portanto um ditongo

decrescente nasal.

Fenda: en: dígrafo vocálico.

Imensidão: dígrafo en; ão ditongo decrescente nasal

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02. Em cantiga há um dígrafo vocálico an; temos portanto sete

letras e seis fonemas.

Toa: Observe que a sílaba tônica recai na letra o: assim o o

só pode ser vogal, e quanto ao a é sempre uma vogal. Vogal com

vogal formam um hiato.

Dizendo: en dígrafo vocálico.

Mais: ai: o a é sempre vogal; o i nesta palavra é um

prolongamento do a, sendo assim uma semivogal. Vogal mais

semivogal formam um ditongo decrescente.

03. Na opção b a separação deveria ser: SI-ME-TRI-A; Tente

entender: se você fosse colocar um acento na palavra, onde você o

colocaria? A resposta é: No I. Conclui-se, portanto, que o I está

funcionando como vogal nesta palavra (afinal a letra I aqui é

forte); e o A funciona sempre como vogal. Temos então duas

vogais: duas vogais formam um hiato. Hiato se separa.

04. Opção a: uma sílaba: pneus; duas sílabas: a-deus, Ma-naus,

min-gaus. Opção b: duas sílabas: di-a, ti-a, ri-o, fri-o. Opção c:

uma sílaba: pais, cais, mais; duas sílabas: sei-o. Opção d: duas

sílabas: vo-a, cô-a, mo-a; três sílabas: ma-go-a. Opção e: uma

sílaba: Deus; duas sílabas: ru-a, lu-a, nu-a. Resposta b.

Se você tem uma palavra como DIA, observe que a

sílaba tônica recai exatamente sobre o I, sendo assim

considerado como vogal, e o A é sempre vogal: duas vogais

se separam, é o que chamamos de hiato. Já o E, o I, o O e o

U ora funcionam como vogais, ora como semivogais, vai

depender da palavra. Na palavra Deus, o U é um

prolongamento do som do E: temos, por isso, uma vogal

(E) e uma semivogal (U).

05. Ru-a, fri-o, pa-ís, pneus. Resposta d.

5.1. ENCONTROS CONSONANTAIS

Aos grupos formados por mais de uma consoante, na mesma sílaba ou em sílabas diferentes, sem vogal intermediária, chama-se encontro consonantal. Os encontros consonantais podem ser:

PERFEITOS

As consoantes agrupam-se na mesma sílaba.

1. bl = blo-co, blu-sa, pro-ble-ma.

2. br = bra-ço, bri-ta, mem-bro.

3. cl = cla-ro, cla-mor.

4. cr = cra-vo, cri-vo.

5. dr = drí-a-de, dri-blar.

6. fl = fla-gran-te, flam-bo-ai-ã.

7. fr = fra-grân-cia, fre-a-men-to, fri-al-da-de.

8. gl = gla-bro, gló-bu-lo.

9. gr = grá-cil, gros- si-dão.

10. pl = pla-cen-tá-rio, be-ne-plá-ci-to.

11. pr = prai-ei-ro, prân-dio.

12. tr = tre-cen-té-si-mo, trê-fe-go.

IMPERFEITOS

As consoantes agrupam-se em sílabas diferentes.

1. bd = ab-di-car, áb-di-to, ab-do-me, ab-du-zir.

2. br = ab-rup-to.

3. bs = sub-sô-ni-co, sub-so-lo.

4. cn = ac-ne.

5. dv = ad-vo-ga-do.

6. pt = rap-to, op-to.

6. DÍGRAFOS

Ao grupo de duas letras que representa um único som ou articulação chama-se dígrafo. Sinônimo: digrama.

Os dígrafos da Língua Portuguesa são:

Dígrafos consonantais

Têm como base uma consoante. São onze:

1. ch = /ƒ/ - cha-ci-na, chave, enchova

2. lh = /λ / - quin-qui-lha-ri-as

3. nh = /η/ - en-de-mo-ni-nha-do

4. rr = /R/ - des-car-ri-la-men-to

5. ss = /s/ - mas-sa-ge-ar

6. sc = /s/ - nas-cer, des-cer

7. sç = /s/ - cres-ça, des-ço

8. xc = /s/ - ex-ce-ção, ex-ce-len-te

9. xs = /s/ - ex-su-dar, ex-si-car

10. qu = /g/ - quin-ti-lha, brân-quia

11. gu = /k/ - guer-ra, guel-ra

Dígrafos vocálicos

Têm como base uma vogal. São dez:

1. am = /ã/ - am-bos, sam-ba

2. em = /e/ - em-pa-te, em-pe-nho

3. im = /î / - ím-pro-bo, im-pró-prio, as-sim

4. om = /õ/ - om-bro, hom-bri-da-de

5. um = /û/ - um-bral, um-bro-so, a-tum

6. an = /ã/ - an-ces-tral, an-ci-ão

7. en = /e/ - en-ca-be-çar, en-cai-brar

8. in = /î / - in-co-men-su-rá-vel

9. on = /õ/ - on-to-ge-ni-a, on-tem, fon-te

10. un = /û/ - un-tu-o-so

7. SÍLABA TÔNICA, ÁTONA E SUBTÔNICA

a) Sílaba tônica

É a sílaba mais forte da palavra, aquela sobre a qual recai o acento tônico. Não confundir acento tônico com acento gráfico.

1. Ru-bri-ca

2. Ín-te-rim

3. Re-cor-de

4. A-va-ro

b) Sílaba átona

Eliminada a sílaba tônica de uma palavra, as restantes são átonas, ou seja, têm pronúncia branda.

c) Sílaba subtônica

Só aparece em palavras derivadas; corresponde à sílaba tônica antes da derivação.

So-zi-nho - Sílaba tônica: "zi"; subtônica: "so".

Ca-fe-zal - Sílaba tônica: "zal"; subtônica: "fe".

Al-ta-men-te - Sílaba tônica: "men"; subtônica: "al".

Pe-zu-do - Sílaba tônica: "zu"; subtônica: "pe".

8. MONOSSÍLABOS E DISSÍLABOS ÁTONOS

Em português, quase todas as palavras têm acento tônico (não confundir com acento gráfico), exceto as monossílabas e as dissílabas átonas.

Monossílabas átonas:

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1. Os artigos definidos (o, a, os, as) e indefinidos (um, uns).

2. Os pronomes pessoais oblíquos:

a) o, a, os, as;

b) me, te, se, nos, vos;

c) lhe, lhes.

3. As contrações ma (me + a), mo (me + o), ta (te +a), to (te + o), lha (lhe + a), lho (lhe + o).

4. As conjunções e, nem, mas, ou, que, se.

5. As preposições a, com, de, em, por, sem, sob.

6. As contrações do (de + o), da (de + a), dos (de + os), das (de + as), no (em + o), na (em + a), nos (em + os), nas, (em + as), dum (de + um), duns (de + uns), num (em + um), nuns (em + uns).

7. A crase à (a + a), às (a + as).

8. As combinações ao (a + o), aos (a + os).

9. O pronome relativo que.

Dissílabas átonas:

1. A preposição para.

2. As contrações pelo (por + o), pela (por + a), pelos (por + os), pelas (por + as).

3. As conjunções como e porque.

4. O artigo indefinido uma, umas.

5. As contrações duma (de + uma), dumas (de + umas).

9. SINAIS DIACRÍTICOS

Todos os sinais gráficos que se utilizam na escrita recebem a denominação de sinais diacríticos ou notações léxicas. São eles:

a) Acento agudo (´) - Indica que a vogal tônica possui timbre aberto: relé, sapé, refém, harém.

b) Acento circunflexo (^) - Indica que a vogal tônica possui timbre fechado: avô, ipê, massapê, crisântemo.

c) Acento grave (') - Indica, hoje, apenas a ocorrência de crase, ou seja a fusão de a + a = à; a + as = às; a + aquele = àquele; a + aquela = àquela; a + aquilo = àquilo.

d) Til (~) - Indica a nasalização de vogais ou de ditongos:

irmã, hortelã, cãibra, órfão, órgão.

e) Cedilha (ç) - Indica o som "sê", quando representado pela letra "ç" (cê cedilhado) antes de "a", "o" e "u": faça, faço, cupuaçu.

f) Apóstrofo (') - Indica a supressão de uma letra: copo d'água, galinha-d'angola.

g) Hífen (-) - Tem variadas funções no português contemporâneo.

h) Trema (ü) - Utilizado sobre a semivogal "u" para indicar a pronúncia dela nos grupos gue, gui, que, qui. Esta regra não está mais valendo na nossa língua, mas continuamos utilizando em palavras estrangeiras como Müller.

ORTOÉPIA E PROSÓDIA

A ortoépia trata da pronúncia correta das palavras.

Quando as palavras são pronunciadas incorretamente, comete-se cacoépia.

É comum encontrarmos erros de ortoépia na linguagem popular, mais descuidada e com tendência natural para a simplificação.

Podemos citar como erros de ortoépia: - ―guspe‖ em vez de cuspe. - ―adevogado‖ em vez de advogado. - ―estrupo‖ em vez de estupro. - ―cardeneta‖ em vez de caderneta.

- ―peneu‖ em vez de pneu. - ―abóbra‖ em vez de abóbora. - ―prostar‖ em vez de prostrar.

A prosódia trata da correta acentuação tônica das

palavras. Cometer erro de prosódia é transformar uma palavra paroxítona em oxítona, ou uma proparoxítona em paroxítona, etc.

- ―rúbrica‖ em vez de rubrica. - ―sútil‖ em vez de sutil. - ―côndor‖ em vez de condor.

A ortoépia é a definição de normas sobre a

pronúncia de palavras de uma língua. A língua padrão prescreve qual será a sílaba tônica

de uma palavra. No entanto, é muito comum haver divergências entre a pronúncia efetivamente praticada no dia-a-dia e a prosódia recomendada pelos dicionários e gramáticas.

Como exemplo, em contextos informais (ou mesmo formais) quase todos pronunciam "duplex" (oxítona), embora "dúplex" (paroxítona) seja a prosódia indicada pela norma padrão.

Quando ocorre um erro de prosódia, ou seja, a troca da posição da sílaba tônica, verifica-se o que é denominado silabada. É bom lembrar que em contextos formais a

norma padrão será a exigida pelo interlocutor.

POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA

Sílaba Tônica e Classificação quanto a Tonicidade

A sílaba Tônica é a sílaba que tem a maior

intensidade de volume ou de frequência em uma palavra. O que não é sílaba tônica é chamado de sílaba Átona. Veja

os exemplos, o que está de negrito é tônico e o que está normal, átono.

Ja.ca.ré

Ro.nal.do

A.le.gri.a

Bra.si.lei.ro

Tô.ni.ca

Pa.ra.béns

Palavras também podem ser classificadas quanto à tonicidade, dependendo da posição em que se encontra sua sílaba tônica. Por exemplo, uma palavra pode ser:

Oxítona: Quando a sílaba tônica é a última sílaba

da palavra. Exemplos

1. Pa.ra.béns

2. Be.bê

3. Co.li.bri

Paroxítona: Quando a sílaba tônica é a penúltima

sílaba da palavra. Exemplos

1. I.tá.lia

2. Co.xa

3. Te.le.fo.ne

Proparoxítona: Quando a sílaba tônica é a antepenúltima da palavra. Exemplos

1. Ô.ni.bus

2. Es.tô.ma.go

3. Pro.pa.ro.xí.to.na

4. An.te.pe.núl.ti.ma

CUIDADO!!!

São oxítonas

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Cateter, cister, ureter, mister, condor, ruim, Nobel, novel, cartel, menestrel, sutil, sutis

São paroxítonas

Avaro, pudico, austero, juniores, aziago, látex, ciclope, recorde, filantropo, rubrica, ibero, têxtil, tulipa, gratuito, fortuito, misantropo

São proparoxítonas

Aerólito, bávaro, ínterim, aríete, monólito, lêvedo, trânsfuga, ômega, crisântemo, Niágara, zênite, arquétipo, protótipo, catástrofe, ímprobo, cérebro, pretérito

Palavras que admitem dupla pronúncia

acróbata/acrobata

transístor/transistor

hieróglifo/hieroglifo

réptil/reptil

projétil/projetil

Oceânia/Oceania

xérox/xerox

transístor ou transistor

AUTÓPSIA / NECROPSIA: apesar de autópsia ter como vogal tônica o "ó", a forma necropsia, que possui o

mesmo significado, deve ser pronunciada com ênfase no "i".

BOÊMIA: de origem francesa, relativa à cidade de Boéme, esta palavra tem sua sílaba forte no "ê", e não no "mi".

CARÁTER: paroxítona que apresenta o plural caracteres, tendo o acréscimo da letra "c", e o

deslocamento do acento tônico da sílaba "ra" para a sílaba "te", sem o emprego de acento gráfico.

CHICLETE / CHOPE / CLIPE / DROPE: quando se referindo a uma só unidade de cada um destes produtos, deve-se falar "um chiclete, um chope, um clipe, um drope", e não "um chicletes, um chopes, um clipes, um dropes". Existe, ainda, a variante "chiclé" (um chiclé, dois chiclés).

CUPIDO e CÚPIDO: a primeira forma (paroxítona e sem acento) significa o deus alado do amor; a segunda (proparoxítona) tem o sentido de ávido de dinheiro, ambicioso, também pode ser usada como possuído de desejos amorosos.

EXTINGUIR: a sílaba "guir" desta palavra deve ser pronunciada como nas palavras "perseguir", "seguir", "conseguir". Isso também vale para "distinguir".

FLUIDO: pronuncia-se como a forma verbal "cuido", verbo cuidar (com força no u). Assim também GRATUITO, CIRCUITO, INTUITO, fortuito. No entanto, o particípio do verbo fluir é "fluído", acontecendo aqui um hiato, onde a vogal tônica agora passa a ser o "í".

INEXORÁVEL (= austero, rígido, inabalável...): esse "x" lê-se como os de exemplo, exame, exato, exercício, isto é, com o som de "z".

MAQUINARIA: o acento tônico deve recair na sílaba "ri", e não sobre a sílaba "na".

NÉON: muitos dicionários apresentam esta palavra como paroxítona, sendo acentuada por terminar em "n"; no entanto, o dicionário Michaelis Melhoramentos, recentemente editado, traz as duas grafias: néon (paroxítona) e neon (oxítona).

OBESO: palavra paroxítona que deve ser pronunciada com o "e" aberto (obéso). Também são abertos o "e" de outras paroxítonas como "coeso" (coéso), "obsoleto" (obsoléto), o "o" de "dolo" (dólo), o "e" de "extra" (éxtra) e o "e" de "blefe" (bléfe). Apresentam-se, porém, fechados o "e" de "nesga" (nêsga), o de "destro" (dêstro), e o "o" "torpe" (tôrpe).

OPTAR: ao se conjugar este verbo na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, deve-se pronunciar "ópto", e não "opito". Assim também em relação às formas verbais "capto, adapto, rapto" - todas com força na sílaba que vem antes do "p".

PROJÉTIL / PROJETIL: ambas as formas têm o mesmo significado, apesar de a primeira ser paroxítona e a segunda oxítona. Plurais: PROJÉTEIS / PROJETIS.

RECORDE: deve ser pronunciada como paroxítona (recórde).

RÉPTIL / REPTIL: mesmo caso da palavra PROJÉTIL. Plurais. RÉPTEIS / REPTIS.

RUPIA / RÚPIA: a primeira forma se refere à moeda utilizada na Indonésia (força no "i") e a segunda é relativa a uma planta aquática (com ênfase no "ú").

SUBSÍDIOS: a pronúncia correta é com som de "ss", e não "z" (subssídios).

SUTIL e SÚTIL: a primeira forma, sendo oxítona, significa "tênue, delicado, hábil"; a segunda, paroxítona, significa "tudo aquilo que é composto de pedaços costurados".

TÓXICO: pronuncia-se com o som de "cs" = tócsico.

A prosódia trata da correta acentuação tônica as palavras. Ao erro prosódico se dá o nome de silabada.

Exemplos:

Filantropo e não filântropo; gratúito e não gratuíto; recórde e não récorde etc. A entonação também é objeto

de estudo da prosódia.

EXERCÍCIOS

01. Nesta relação, as sílabas tônicas estão destacadas.

Uma delas, porém, está destacada incorretamente. Assinale-a:

a) interim. b) pudico.

e) rubrica. d) gratuito.

e) inaudito.

02. Nas palavras enquanto, queimar, folhas, hábil e grossa, constatamos qual sequência de letras e fonemas?

a) 8-7, 7-6, 6-5, 5-4, 6-5.

b) 7-6, 6-6, 5-5, 5-5, 5-5.

e) 8-5, 7-5, 6-4, 5-4, 5-4.

d) 8-6, 7-6, 6-5, 5-4, 6-5.

e) 8-5, 7-6, 6-5, 5-5, 5-5.

03. Nas palavras anjinho, carrocinhas, nossa e recolhendo, podemos detectar oralmente a seguinte

quantidade de fonemas, respectivamente:

a) três, quatro, dois, quatro.

b) cinco, nove, quatro, oito.

c) seis, dez, cinco, nove.

d) três, seis, dois, cinco.

e) sete, onze, cinco, dez.

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04. Assinale a melhor resposta. Em papagaio temos:

a) um ditongo. b) um trissílabo.

c) um proparoxítono. d) um tritongo.

e) um dígrafo.

05. Têm a mesma classificação, quanto ao acento tônico,

as palavras:

a) alivia, vizinho, insônia, chão.

b) risquei, fósforo, tijolo, porque.

e) zombaria, devagarinho, companhia.

d) fôlego, estrela, tamborete.

06. Está corretamente separada em sílabas a palavra:

a) des-en-vol-vi-men-to

b) ex-pre-ssi-vos

c) pro-por-çõ-es

d) ex-cep-ci-o-nal

07. Assinale a alternativa em que a sílaba tônica está

sublinhada corretamente.

a) mister decano avaro, circuito.

b) rubrica, aziago, ibero, mister.

c) Nobel, latex, avaro, recém-nascido.

d) rubrica, látex, jbero, filantropo.

e) decano êxodo rubrica ureter.

08. Dadas as palavras:

1) tung-stê-nio

2) bis-a-vô

3) du-e-lo

Constatamos que a separação de silabas está correta:

a) apenas na palavra nº 1.

b) apenas na palavra nº 2.

c) apenas na palavra nº 3.

d) em todas as palavras.

e) n.d.a.

09. Aponte a opção cujo vocábulo em destaque não

contém ditongo.

a) A paciência é amarga, mas seus frutos são doces.

b) O maior defeito é não ter consciência de nenhum defeito.

c) Todo homem é culpado de bem que não fez.

d) O coração tem razões que a razão não conhece.

e) A prosperidade faz amigos, a adversidade os põe à prova.

10. Marque a opção em que todas as palavras apresentam um dígrafo:

a) fixo, auxílio, tóxico, exame

b) enxergar, luxo, bucho, olho

c) bicho, passo, carro, banho

d) choque, sintaxe, unha, coxa

11. (Cesp - UNB) Das palavras abaixo, aponte a que tem o

mesmo número de fonemas que a palavra destacada no seguinte trecho: ―...tinha o brilho de mil lâmpadas...‖.

a) minhas b) laranjas

c) agulhas d) lacuna e) revistas

12. Assinale a alternativa em que haja o mesmo número de

letras e de fonemas.

a) nascimento b) florescer

c) missa d) sexologia

e) escadaria

13. Assinale a opção que apresenta ERRO quanto à divisão

silábica:

A) per-cep-ção cons-ti-tu-i-ção

B) rit-mo ve-lhi-ce

C) exe-cu-ti-vo nas-ci-men-to

D) lu-a co-or-de-na-ção

14. Assinale a opção que apresenta ERRO quanto à divisão

silábica:

a) ins-ti-tu-i-ção, co-me-ça-ram, pres-tí-gio

b) res-sur-gi-men-to, pres-ti-gi-o, ad-mi-rar

c) su-pers-ti-ção, ex-pe-ri-en-te, pers-pec-ti-va

d) ex-e-cu-ti-vo, a-brup-to, re-i-vin-di-car

e) ca-a-tin-ga, rit-mo, réus

Gabarito

01 02 03 04 05

A D B A C

06 07 08 09 10

D A C D C

11 12 13 14

B E C D

COMENTÁRIOS

01. A resposta é letra A, pois a palavra é ínterim: uma palavra

proparoxítona; e não oxítona como foi assinalada.

02. Os dígrafos (duas letras com um som) estão destacados:

Enquanto Letras 8 Fonemas 6

Queimar Letras 7 Fonemas 6

Folhas Letras 6 Fonemas 5

Hábil Letras 5 Fonemas 4

Grossa Letras 6 Fonemas 5

Devemos , por isso, assinalar a letra D

03. Vamos destacar os dígrafos, que são duas letras com apenas

um som (fonema): ANJINHO (7 letras e 5 fonemas),

CARROCINHAS (11 letras e 9 fonemas), NOSSA (5 letras e 4

fonemas), RECOLHENDO (10 letras e 8 fonemas). Letras b,

portanto, é a resposta.

04. PA-PA-GAI-O: temos um ditongo (AI), quatro sílabas,

paroxítona terminada em O; não há dígrafo.

Assim a letra A é a resposta.

05. A sílaba tônica está assinalada:

a) alivia

(paroxítona)

vizinho

(paroxítona)

insônia

(paroxítona)

chão

(monossílabo).

b) risquei (oxítona) fósforo

(proparoxítona)

tijolo porque

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(paroxítona) (oxítona).

c) zombaria

(paroxítona)

devagarinho

(paroxítona)

companhia

(paroxítona)

d) fôlego

(proparoxítona)

estrela

(paroxítona)

tamborete

(paroxítona)

A resposta é a letra C: todas são paroxítonas.

06. Separando corretamente:

a) de-sen-vol-vi-men-to

b) ex-pres-si-vo

c) pro-por-ções

d) ex-cep-ci-o-nal

A única opção correta é D

07. corrigindo os erros

a)

b) mister

c) nobel látex avaro

d) látex ibero

e) decano

Na letra A não há erro.

08. Separando corretamente

1) tungs-tê-nio

2) bi-sa-vô

3) du-e-lo

Resposta C

09. O ditongo está assinalado:

a) pa-ci-ên-cia

b) de-fei-to

c) bem

d) que: o U não é pronunciado; não temos, portanto encontro

vocálico, mas sim dígrafo QU.

e) põe

Resposta item D

10. Opção C: Dígrafos: CH, SS, RR, NH.

Não há dígrafo na opção a: FIXO, TÓXICO: o x tem som de ks.

Portanto (FIXO) quatro letras e cinco fonemas; (TÓXICO) seis

letras e sete fonemas.

Na letra b: dígrafos ENXERGAR, BUCHO, OLHO. Não há

dígrafo na palavra LUXO.

Item d: dígrafos: CHOQUE, SINTAXE, UNHA. Não há dígrafo

na palavra COXA.

11. LÂM-PA-DAS 8 letras e 7 fonemas, pois há um dígrafo: AM

Os dígrafos estão destacados

a) minhas: 6 letras e 5 fonemas

b) laranjas: 8 letras e 7 fonemas

c) agulhas: 7 letras e 6 fonemas

d) lacuna: 6 letras e 6 fonemas: não há dígrafo

e) revistas: 8 letras e 8 fonemas: não há dígrafo

Resposta letra B

12. Os dígrafos estão assinalados.

a) nascimento: 10 letras e 8 fonemas

b) florescer: 9 letras e 8 fonemas

c) missa: 5 letras e 4 fonemas

d) sexologia: 9 letras e 10 fonemas; o X nesta palavra é um

dífono, pois tem som de /cs/

e) escadaria: 9 letras e 9 fonemas

Resposta letra E

13. Corrigindo erro: e-xe-cu-ti-vo. Opção C.

14. Corrigindo erros:

a) Observe pres-tí-gio (substantivo)

b) Observe pres-ti-gi-o (verbo prestigiar na 1ª pessoa)

d) e-xe-cu-ti-vo, ab-rup-to, rei-vin-di-car

Resposta item D

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Na língua portuguesa, quase todas as palavras

apresentam uma sílaba tônica, ou seja, uma sílaba que é pronunciada com mais força, com mais vigor, com mais tom. Em alguns casos, a mudança de posição de sílaba tônica implica mudança de significado.

Observe:

Secretária secretaria

Fábrica fabrica

Dependendo da posição da sílaba tônica na palavra, podemos ter três casos:

palavras oxítonas: quando a última sílaba da palavra é a tônica, como em Aracaju, café, caju, mister, Nobel, Pará, saci, sutil, ureter, etc.

palavras paroxítonas: quando a penúltima sílaba da palavra é a tônica, como em avaro, aziago, ibero, janela, literatura, necropsia, pudico, rubrica, etc.

palavras proparoxítonas: quando a antepenúltima sílaba da palavra é a tônica, como em álibi, Ângelo, chávena, côvado, etíope, lâmpada, míope, xícara,

etc.

IMPORTANTE!

Os monossílabos (vocábulos formados por apenas

uma sílaba) não são oxítonos. A classificação em oxítona só é usada para palavras de duas ou mais sílabas.

Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos. Os

monossílabos tônicos são aqueles que têm acento próprio e, portanto, são pronunciados com maior intensidade, como lá, cá, pé, sol, etc.

Os monossílabos átonos (átono, ―sem tom‖, ―sem

força‖) não se destacam e aparecem ligados, foneticamente, às palavras próximas, como os artigos o, a, os, as; alguns pronomes como me, nos, vos, que, se te; as preposições de, com; etc.

Os únicos casos de palavras que não apresentam sílabas tônicas são:

as monossílabas átonas, exemplificadas anteriormente.

as dissílabas átonas, em número reduzido, representadas pela preposição para, pela contração pelo (a, os, as), pelas conjunções como e porque e pelo artigo indefinido uma(s)

Regras básicas

a) Proparoxítonas – são todas acentuadas. É o caso

de: alcoólico, lâmpada, Atlântico, Júpiter, ótimo, flácido, relâmpago, trôpego, lúcido, víssemos.

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b) Paroxítonas – são as palavras mais numerosas da

língua e justamente por isso as que recebem menos acentos. São acentuados as que terminam em:

i, is, : táxi, beribéri, biquíni, lápis, grátis;

us, um, uns: vírus, bônus, álbum, parabélum (arma

de fogo), álbuns, parabéluns;

I, n, r, x, ps: incrível, útil, próton, elétron, éter,

pôquer, mártir, Vítor, dúplex, tórax, ônix, bíceps, fórceps;

ATENÇÃO!

Elétron, elétrons... mas hífen, hifens

Uma palavra oxítona terminada em EM (ENS) recebe acento: armazém, armazéns. Seria, portanto,

redundância acentuar hifens, afinal se a pronúncia fosse hiféns teria acento.

ã, ãs, ão, ãos, : ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção,

órgão, órfãos, sótãos;

ditongo oral, crescente ou decrescente seguido ou não de s: água, árduo, pônei, vôlei, cáries,

mágoas, pôneis, jóqueis.

ATENÇÃO!

As chamadas proparoxítonas aparentes, isto

é, que apresentam na sílaba tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que terminam por sequências vocálicas pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo.

As paroxítonas terminadas em ditongo crescente são também consideradas proparoxítonas:

Fa-mí-lia ou fa-mí-li-a

c) Oxítonas – são acentuadas as que terminam em:

a, as: Pará, vatapá, estás, irás, matá-lo;

e, es: você, café, Urupês, jacarés, fazê-lo;

o, os: jiló, avô, retrós, supôs, supô-lo;

em, ens: alguém, vintém, armazéns, parabéns.

Verifique que essas regras criam um sistema de oposição entre as terminações das oxítonas e as das paroxítonas. Compare as palavras dos pares seguintes e note que os acentos das paroxítonas e os das oxítonas são mutuamente excludentes:

portas (paroxítona, sem acento) e café (oxítona,

com acento);

pele (paroxítona, sem acento) e maiô (oxítona, com

acento);

garantem (paroxítona, sem acento) e alguém

(oxítona, com acento);

hifens (paroxítona, sem acento) e vinténs (oxítona

com acento);

táxi (paroxítona, com acento) e aqui (oxítona, sem

acento).

d) Monossílabos tônicos – são acentuados os

terminados em:

a, as: pá, vá, gás, Brás;

e, es: pé, fé, mês, três;

o, os: só, xô, nós, pôs.

COMO SABER SE UM MONOSSÍLABO É ÁTONO OU TÔNICOS

Pela classe gramatical: das dez classes morfológicas os substantivos (o pé), os adjetivos (Maria é má), os advérbios (Só ele não veio), alguns pronomes (Nós que fazemos a Editora Public), os verbos (Dê o que se pede), as interjeições (Quê! Você ainda não tomou banho nesta semana), os numerais (Quero três mariolas) são tônicos; as preposições (Vim de Fortaleza), as conjunções (Pedro não disse que voltaria), alguns pronomes (Eles nos viram), os artigos (Vi um belo

cajueiro)são átonos.

Pela semântica: os tônicos têm significado mesmo quando isolados; os átonos não significam nada quando isolados: O que significa o vocábulo de? .

Pela pronúncia: os tônicos têm pronúncia forte: Bebida é água, comida é pasto, você tem sede de quê |que|?; os átonos têm pronúncia fraca: Pedro disse que

|qui| voltaria logo.

Observação!

O vocábulo que é átono, mas sendo substantivado é

tônico.

―Ela tem um quê de misteriosa...‖

QUESTÕES

1. Assinale a alternativa em que as palavras são todas oxítonas.

a) Cajá / casa. b) Cipó / lâmpada.

c) Amor / caju. d) Árvore / sofá.

e) Balão / bota. Gabarito C

REGRAS ESPECIAIS

Hiatos

Quando a Segunda vogal do hiato for i ou u, tônicos, acompanhados ou não de s, haverá acento: saída, proíbo,

faísca, caíste, saúva, viúva, balaústre, carnaúba, país, aí, uísque, substituí-lo, baú, jaú, Icaraí, Luís, Maracanaú.

CUIDADO!

Atraí-lo... mas feri-lo

No primeiro caso justifica-se o acento em virtude do I hiato tônico; no caso de feri-lo, é uma oxítona terminada em I; não recebe, por conseguinte, acento.

Segunda vogal: i ou u tônico.

CUIDADO:

Se o i for seguido de nh, não haverá acento. É o

caso de: rainha, moinho, tainha, campainha. Também não haverá acento se a vogal i ou a vogal u se repetirem, o que

ocorre em poucas palavras: vadiice, sucuuba, mandriice, xiita.

CUIDADO!

A palavra iídiche é acentuada por ser uma

proparoxítona e não pela regra do hiato.

Convêm lembrar que, quando a vogal i ou a vogal u forem acompanhadas de outra letra que não seja s, não

haverá acento: ruim, juiz, paul, Raul, cairmos, contribuiu, contribuinte.

Novas Regras

Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica

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baiúca baiuca

bocaiúva bocaiuva

cauíla cauila

feiúra feiura

ATENÇÃO:

Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece.

Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

Grupos EE e OO — Novas Regras

Não se usa mais o acento das palavras terminadas em eem e oo(s).

Como era Como fica

abençôo abençoo

crêem (verbo crer) creem

enjôo enjoo

Note que a terminação eem é exclusiva dos verbos crer, dar, ler, ver e derivados (descrer, reler, prever, rever, antever e outros). Não ocorre a terminação eem nos verbos ter, vir e derivados (deter, manter, entreter, conter, reter,

obter, abster, intervir, convir, provir e outros).

Os verbos VIR e TER na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo, apesar de serem monossílabos tônicos terminados em EM, recebem o acento circunflexo para diferenciar-se da 3ª pessoa do singular.

Ele tem Eles têm

Ele vem Eles vêm

Os verbos derivados de TER e VIR, como deter, reter, intervir, etc. na 3ª p. do pres. Indicativo são oxítonas terminadas em EM, portando, recebem acento.

Ele detém Eles detêm

Ele intervém Eles intervêm

DITONGOS ABERTOS

Mudanças nas regras de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói

das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Como era Como fica

alcalóide alcaloide

alcatéia alcateia

bóia boia

ATENÇÃO:

Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis.

Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

CUIDADO!

Observe o plural destas palavras

chapéu chapéus

troféu troféus

degrau degraus

A palavra só recebe o I caso ela termine em L, como paul: pauis, funil: funis, projétil: projéteis

CUIDADO!!!

Não haverá acento se o ditongo for aberto, mas não tônico: chapeuzinho, heroizinho, aneizinhos, pasteizinhos,

ideiazinha. Você notou que, em todas essas palavras, a sílaba tônica é zi. Se o ditongo apresentar timbre fechado,

também não haverá acento, como em azeite, manteiga, eu, judeu, hebreu, apoio, arroio, comboio.

ATENÇÃO:

O til (~) é um sinal gráfico que se coloca sobre uma

vogal para indicar sua nasalização; vale como acento tônico se não figura outro acento no vocábulo, como em: afã, capitães, coração, devoções, etc. Se a sílaba em que o til

aparece for átona, acentua-se graficamente a sílaba tônica, como em: órfão, bênção, acórdão.

IMPORTANTE!

Os monossílabos átonos nunca devem ser

acentuados.

Os monossílabos tônicos terminados em i(s) e u(s) não devem ser acentuados: Lu Produções.

TREMA

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.

Como era Como fica

agüentar aguentar

argüir arguir

bilíngüe bilíngue

cinqüenta cinquenta

freqüente frequente

lingüeta lingueta

lingüiça linguiça

ATENÇÃO:

O Trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.

O ACENTO DIFERENCIAL

Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Como era Como fica

Ele pára o carro. Ele para o carro.

Ele foi ao pólo Norte Ele foi ao polo Norte.

Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.

Ele tem pêlos brancos. Ele tem pelos brancos.

Comi uma pêra. Comi uma pera.

ATENÇÃO:

• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito

perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular.

Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª

pessoa do singular.

Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.

Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por

mim.

• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus

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derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.

Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.

Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.

Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos

estudantes.

Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.

Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em

todas as aulas.

• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este

QUESTÕES AOCP

QUESTÃO 01 — AOCP, Agent Trânsito, Valência, 2016 Em ―[...] alguns países têm se preocupado com a

depressão em crianças e jovens [...]‖, é correto afirmar que o acento circunflexo no verbo destacado

(A) foi utilizado indevidamente, pois não está de acordo com a ortografia da língua portuguesa.

(B) é facultativo se o verbo ―ter‖ estiver conjugado na terceira pessoa do singular ou do plural.

(C) indica a concordância que se estabelece entre o verbo conjugado e o seu respectivo sujeito.

(D) poderia ser omitido, caso o sujeito na terceira pessoa do plural fosse composto.

(E) indica a regência do verbo ―ter‖ que é complementado por um objeto direto.

Texto

Por uma razão ou outra, a gente vive com medo. A sensação de que as coisas podem repentinamente dar errado faz parte da nossa essência, eu acho. Alguns a têm mais forte; outros, mais fraca. Mas a ansiedade essencial em relação ao futuro está lá, em todos nós – mesmo quando estamos apaixonados e contentes. Ou, sobretudo, quando apaixonados e contentes.

QUESTÃO 02 — AOCP, Analista de Gestão, 2015,

Jaboatão dos Guararapes Sobre a oração ―Alguns a têm mais forte...‖, é correto

afirmar que

(A) não há sujeito na oração. (B) não existe concordância entre o verbo ―têm‖ e o sujeito

da oração, porque ―ter‖ é um verbo impessoal. (C) o acento no verbo ―têm‖ é marca de singular. (D) ―Alguns‖ é um termo acessório da oração. (E) o verbo ―têm‖ apresenta acento diferencial de plural

para concordar com ―Alguns‖.

QUESTÃO 03 — AOCP, 2015, Analista Adm. Administração, EBSERH Assinale a alternativa cuja palavra NÃO apresenta a

mesma regra de acentuação gráfica da palavra ―música‖.

(A) Mínima. (B) Drástico. (C) Também. (D) Pública. (E) Informática. Gabarito: 1/C; 2/E; 3;C

QUESTÕES

1. Marque a opção CORRETA que apresenta as palavras acentuadas pela mesma regra da palavra circunstância.

a) Lâmpada / cajá / história.

b) Paralelepípedo / árvore / pêssego. c) História / secretária / salário. d) Álbum / órfão / látex. e) Ganância / aniversário / revólver.

2. Marque a opção CORRETA em que as duas palavras recebem acento gráfico em razão da mesma regra ortográfica.

a) Já / está. b) Três / até. c) Café / você. d) Xícara / segurá-la. e) Fenômeno / armazém.

3. Marque a opção que NÃO contém erro de acentuação gráfica.

a) O aluno vêm para a escola a pe. b) A mãe ficou mágoada com o filho. c) O revolver não estava carregado. d) Maria só toma café solúvel. e) Cajú é minha fruta preferida.

Gabarito 1 C 2 C 3D

ESTRUTURAS E PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

ESTRUTURA DE PALAVRAS

A palavra é subdivida em partes menores, esses elementos são chamados elementos mórficos.

MORFEMA

É a menor unidade portadora de sentido de uma palavra. Ex.: Menin - o

Menin é o primeiro morfema, que designa ‗criança‘.

O é o segundo morfema, que informa sobre o

‗gênero‘.

ELEMENTOS MÓRFICOS

Os elementos mórficos são:

Radical;

Vogal temática;

Tema;

Desinência;

Afixo;

Vogais e consoantes de ligação.

RADICAL:

O significado básico da palavra está contido nesse elemento; a ele são acrescentados outros elementos.

Ex.: pedra, pedreiro, pedrinha.

VOGAL TEMÁTICA:

Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelas desinências e também indicar a conjugação a que o verbo pertence.

Ex.: Casa, poço, peixe, inteligente.

Ex.: cantar, vender, partir.

OBSERVAÇÃO:

Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática.

Ex.: parto (radical + desinência número pessoal)

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TEMA:

É o radical com a presença da vogal temática.

Ex.: CHOR A VA

Rad. VT

DESINÊNCIAS:

São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar. São subdivididas em:

- DESINÊNCIAS NOMINAIS;

- DESINÊNCIAS VERBAIS.

DESINÊNCIAS NOMINAIS

Indicam o gênero e número. As desinências de gênero são a e o; as desinências de número são o s para o plural e o singular não tem desinência própria.

Ex.: GAT O S

Rad. Desinência nominal de gênero

Desinência nominal de número

DESINÊNCIAS VERBAIS – indicam o modo, número,

pessoa e tempo dos verbos.

Ex.: CANT Á VA MOS

Rad. Vogal Temática

Desin. Modo Temporal

Desin. Número-Pessoal

AFIXOS

São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras. Os afixos podem ser:

PREFIXOS – quando colocado antes do radical;

SUFIXOS – quando colocado depois do radical

Exemplo:

Pedrada.

Inviável.

Infelizmente

VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO

São elementos que são inseridos entre os morfemas (elementos mórficos), em geral, por motivos de eufonia, ou seja, para facilitar a pronúncia de certas palavras.

Ex.: SILVÍCOLA, PAULADA, CAFEICULTURA.

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Inicialmente observemos alguns conceitos sobre palavras primitivas e derivadas e palavras simples e compostas:

PALAVRAS PRIMITIVAS

Palavras que não são formadas a partir de outras.

Ex.: PEDRA, CASA, PAZ, ETC.

PALAVRAS DERIVADAS

Palavras que são formadas a partir de outras já existentes.

Ex.: PEDRADA (derivada de pedra), FERREIRO

(derivada de ferro).

PALAVRAS SIMPLES

São aquelas que possuem apenas um radical.

Ex.: FLOR, PÉ, BEIJO.

PALAVRAS COMPOSTAS

São palavras que apresentam dois ou mais radicais.

Ex.: PÉ-DE-MOLEQUE, BEIJA-FLOR, GUARDA-CHUVA.

Na língua portuguesa existem dois processos de formação de novas palavras: derivação e composição.

DERIVAÇÃO

É o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são formadas a partir de outras que já existem (primitivas). Podem ocorrer das seguintes maneiras:

Prefixal;

Sufixal;

Parassintética;

Regressiva;

Imprópria.

PREFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um radical.

Ex.: DESFAZER, INÚTIL.

Vejamos alguns prefixos latinos e gregos mais utilizados:

PREFIXO LATINO

PREFIXO GREGO

SIGNIFICADO

EXEMPLOS

PREF. LATINO

PREF. GREGO

Ab-, abs- Apo- Afastamento Abs ter Apo geu

Ambi- Anfi- Duplicidade Ambí guo Anfí bio

Bi- di- Dois Bí pede Dí grafo

Ex- Ex- Para fora Ex ternar Êx odo

Supra Epi- Acima de Supra citar Epi táfio

SUFIXAL – processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo a um radical.

Ex.: CARRINHO, LIVRARIA.

Vejamos alguns sufixos latinos e alguns gregos:

SUFIXO LATINO

EXEMPLO SUFIXO GREGO

EXEMPLO

-ada Paulada -ia Geologia

-eria Selvageria -ismo Catolicismo

-ável Amável -ose Micose

PARASSINTÉTICA – processo de derivação pelo qual é

acrescido um prefixo e sufixo simultaneamente ao radical.

Ex.: A NOIT ECER, PER NOIT AR.

OBSERVAÇÃO!! Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo,

mas não são formadas por parassíntese. Para que ocorra a parassíntese é necessários que o prefixo e o sufixo juntem-se ao radical ao mesmo tempo. Para verificar tal derivação basta retirar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintética. Caso a palavra continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá sido formada por DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL.

Ex.: DES + CAPITAL + IZAR + AÇÃO

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REGRESSIVA - processo de derivação em que são

formados substantivos a partir de verbos. São os substantivos abstratos que funcionam como ação de (resgate: ação de resgatar), esses substantivos terminam em A, E, O (sendo vogais temáticas).

Ex.: Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar)

Ex.: O debate foi longo. (do verbo debater)

IMPRÓPRIA — processo de derivação que consiste na

mudança de classe gramatical da palavra sem que sua forma se altere.

Jantar é verbo, mas usamos como se fosse um

substantivo

Ex.: O jantar estava ótimo

COMPOSIÇÃO — o processo pelo qual a palavra é

formada pela junção de dois ou mais radicais. A composição pode ocorrer de duas formas:

JUSTAPOSIÇÃO e AGLUTINAÇÃO

JUSTAPOSIÇÃO – quando não há alteração nas

palavras e continua a serem faladas (escritas) da mesma forma como eram antes da composição.

Ex.: GIRASSOL (gira + sol)

Ex.: PÉ-DE-MOLEQUE (pé + de + moleque)

AGLUTINAÇÃO – quando há alteração em pelo

menos uma das palavras seja na grafia ou na pronúncia.

Exemplo: planalto (plano + alto)

Além da derivação e da composição existem outros tipos de formação de palavras que são hibridismo, abreviação e onomatopeia.

ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO

É a forma reduzida apresentada por algumas palavras:

Ex.: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto

(motocicleta).

HIBRIDISMO

É a formação de palavras a partir da junção de elementos de idiomas diferentes.

Ex.: automóvel (auto – grego + móvel – latim)

Ex.: burocracia (buro – francês + cracia – grego).

ONOMATOPÉIA

Consiste na criação de palavras através da tentativa de imitar vozes ou sons da natureza.

Exemplo: fonfom, cocoricó, tique-taque, boom!.

COMPLEMENTO

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):

CANT Á VA MOS

Rad. Vogal Temática

Desin. Modo Temporal

caracteriza o Pretérito Imperfeito do

Indicativo

Desin. Número-Pessoal

caracteriza a 1ª pessoa do plural

CANT Á SSE IS

Rad. Vogal Temática

Desin. Modo Temporal

caracteriza o Pretérito Imperfeito do

Subjuntivo

Desin. Número-Pessoal

caracteriza a 2ª pessoa do plural

VOGAL TEMÁTICA

Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema – a.

Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao

radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.

• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não

poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal

temática.

• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que

caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a

pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.

primeira conjugação

segunda conjugação

terceira conjugação

govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra

atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse

realiz-a-sse mex-e-rá ag-i-mos

Terminando os nomes em consoante ou vogal tônica são ATEMÁTICOS, não têm vogal temática.

Aqueles que terminam em -r, -z ou -l apresentam a vogal temática somente no plural.

Ex.: cor - corES, cruz, - cruzES, flor - florES,

Cuidado:

Sal - saIS, a vogal temática é a semivogal -i com a supressão ou síncope do - l, vejam a cadeia evolutiva:

sale< sales< saes< sais.

Nota:

São atemáticos, alguns exemplos, por serem

nomes terminados em vogal tônica.

Ex.: Angu, cipó, tupi, rapé, cajá, sagu.

Atenção:

Lápis, núpcias, férias, pires, vírus, como não recebem nenhuma desinência para indicar o plural, jamais apresentam vogal temática, acontecerá isto com as palavras "pluralia tantum", palavras que só se usam no plural.

Os radicais quando se aglutinam, a vogal temática

do primeiro elemento geralmente se reduz a "-i-", funcionando como vogal de ligação entre ambos os radicais assim:

Boquiaberto (boca + aberto)

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Altiplano (alto + plano)

Hortigranjeiro (horta + granjeiro)

Frutífero (fruto + fero)

Pontiagudo (ponta + agudo)

Suaviloquência (suave + eloquência)

QUESTÕES

1. Pelo mesmo processo de formação da palavra cidadezinha são formadas as palavras:

a) Felizmente e televisão. b) Pedreira e livraria. c) Laranjeira e infeliz. d) Empobrecer e pobrezinho. e) Lugarejo e infelizmente.

2. Indique o processo de formação da palavra deságua.

a) Composição por justaposição. b) Composição por aglutinação. c) Derivação sufixal. d) Derivação parassintética. e) Derivação prefixal. 3. Marque a opção CORRETA que apresenta uma palavra formada por parassíntese.

a) Aguardente. b) Infelizmente. c) Termologia. d) Girassol. e) Enriquecer. 4. Na palavra ―bebedouro‖, o sufixo indica:

A) ação ou resultado da ação B) lugar C) matéria D) referência E) aglomeração 5. Marque a opção CORRETA em que todas as palavras são formadas por prefixação.

a) Inteligente / amoral / desleal. b) Preparo / amoroso / incrível. c) Heterônimo / hipopótamo / biologia. d) Imoral / deselegante / sublocar. e) Regar / incrível / supermercado. 6. Marque a opção CORRETA em que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo.

a) Inculto / ambidestro / desacordo. b) Carinhoso / empobrecer / televisão. c) Tristeza / casinha / infeliz. d) Entardecer / planalto / desocupado. e) Motorista / riqueza / carinhoso. Gabarito

1 B 2 E 3 E 4 B 5 D 6 A

ORTOGRAFIA OFICIAL

CONCEITO

Ortografia (deriva das palavras gregas ortho = “correcto) + graphos = "escrita") é a parte da Gramática que trata do emprego da grafia correta das letras e dos sinais gráficos.

ALGUMAS REGRAS BÁSICAS

Emprego das letras K, W e Y

Em palavras estrangeiras aportuguesadas, o K foi substituído por c ou qu; o W, por u ou v; o Y, por i:

Ex.: Uísque, Iorque, sanduíche, vermute, Válter, Osvaldo, jóquei, guarani, viquingue.

Usa-se a letra H

Hábito, hérnia, hesitar, ah!, oh!, Bahia (cuidado! baiano),

Não se usa-se a letra H

Ontem, úmido, ume, iate, ombro, erva (cuidado! herbívoro, herbicida), inverno (cuidado! hibernal), reaver (re

+ haver), desonesto (des + honesto), turboélice (turbo + hélice).

Emprego do I

Na 3ª p dos verbos terminados em AIR, UIR, OER: Ele atrai, possui, rói.

Nas palavras: antiaéreo, Anticristo, antitetânico (pref. Anti ‗contra‘), aborígine, açoriano, crânio, crioulo, digladiar, Filipe, inclinar, incinerar, invólucro, lajiano, lampião, privilégio, requisito.

Emprego do E

Na 3ª p dos verbos terminados em OAR, UAR: Quero que você continue, perdoe.

Nas palavras: antebraço, antediluviano, (pref. Ante ‗antes‘), candeeiro, creolina, cumeeira, desperdiçar, disenteria, empecilho, irrequieto,

Emprego do O

Ex.: Botequim, bússola, engolir, goela, mágoa, mocambo, moela, tribo

Emprego do U

Ex.: Buliçoso, bulir, burburinho, camundongo, chuviscar, curtume, cutucar, entupir, jabuti, jabuticaba, Manuel, mutuca, rebuliço, tabuada.

Emprega-se a letra Z:

a) nos substantivos abstratos femininos formados a partir de adjetivos:

rápido → rapidez

limpo → limpeza

lúcido → lucidez

nobre → nobreza

ácido → acidez

pobre → pobreza

b) nos verbos terminados em izar, tomados a partir de palavras que não têm s no fim do radical:

padrão → padronizar

economia → economizar

terror → aterrorizar

frágil → fragilizar

ATENÇÃO:

Catequese → catequizar

Síntese → sintetizar

Hipnose → hipnotizar

Batismo → batizar

c) em numerosas palavras:

Ex.: azedo, baliza, buzina, bazar, prezado, vazar

Emprega-se a letra S:

a) na terminação -ês de palavras indicativas de origem, procedência:

Burgo → burguês→ burguesia

Holanda → holandês

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Corte → cortês →cortesão → cortesia

b) nos substantivos com os sufixos gregos –ese, -isa, -ose:

Ex.: profetisa, poetisa, chinesa, Heloísa, Marisa, catequese, diocese, diurese, pitonisa, sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose

c) nos verbos terminados em -isar, formados a partir de palavras que têm s no fim do radical:

friso → frisar

análise → analisar

pesquisa → pesquisar

paralisia → paralisar

d) em todas as formas dos verbos querer e pôr:

quiseram

puseram

quiser

e) nos substantivos femininos designativos de títulos nobiliárquicos e funções diplomáticas ou religiosas:

Ex.: baronesa, duquesa, marquesa, princesa,

consulesa, prioresa

f) nos seguintes nomes próprios:

Ex.: Baltasar, Brás, Eliseu, Heloísa, Inês, Isabel, Isaura,

Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa

g) em numerosas palavras

atrás → atraso → atrasar

através

liso → alisar

Cuidado: deslize → deslizar

Aviso → avisar

Colisão

Cuidado: coalizão

Defender → defesa

Despender → Despesa

Empreender → empresa

Surpreender → surpresa

Esplêndido

Espontâneo

Freguesia

Fusível

Querosene

Emprega-se a letra G:

a) os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: garagem, massagem, viagem, origem, vertigem, ferrugem, lanugem

Exceção: lajem, pajem, lambujem

b) as palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: contágio, egrégio, prodígio, relógio, refúgio.

OBSERVE:

Rabugem → rabugento → rabugice

Ângelo → anjo → angelical

Monge → monja

Tânger, no norte de África, → tangerina

Viagem → Faça uma boa viagem!

Ex.: Gesso, ginete, herege, tigela

Emprega-se a letra J:

Ex.: jipe, Jeca, jiló, berinjela, pajé, canjerê, jenipapo,

jequitibá, jirau, Moji, mojiano, alfanje, alforje, cafajeste, manjedoura, manjericão, ojeriza, rijeza, traje, ultraje.

a) nas palavras formadas a partir de palavras terminadas em -ja (ex.: franja - franjinha);

b) nas formas verbais dos verbos terminados em -jar (ex: velejar- velejei).

OBSERVE!!

Sarjar → sarjeta

Gorja → gorjeta, gorjeio, gorjear

Maior → majoritário → majestade

Loja → lojista

Canja → canjica

Jia → jibóia

Viajar → Espero que vocês viajem bem.

Laje → lajedo, Lajes, lajiano, lajense.

Jeito → jeitoso, ajeitar, desajeitado, enjeitar, conjectura,

dejetar, ejetar, injeção, interjeição, objetar, objeção, objeto, projetar, rejeitar, sujeitar, trajeto, trajetória, trejeito.

Emprega-se a letra X:

a) depois de ditongo:

Ex.: deixa, seixo ,ameixa, queixa, feixe, peixe, gueixa

Exceção: caucho, recauchutar.

b) depois da sílaba inicial en-:

Ex.: enxaqueca, enxugar, enxada, enxerto, enxerido, enxurrada

Exceções: palavras formadas a partir de outras que tenham ch (enchente - de cheio, encharcar - de charco) e a palavra enchova (ou anchova), nome de um peixe.

c) após –me:

Ex.: mexilhão, mexer , mexerica, México, mexerico.

Exceção: mecha

A / HÁ

A: Em relação a tempo, indica futuro (normalmente vem

acompanhado da expressão DAQUI):

Ex.: Viajaremos daqui a seis meses.

A: Em relação a distância:

Ex.: Moro a dois quilômetros daqui.

HÁ: Indica tempo passado (pode ser substituído por FAZ):

Ex.: Há seis meses Pedro faleceu.

HÁ: Usado no sentido de EXISTIR:

Ex.: Há seis alunos nesta sala.

ACERCA, HÁ CERCA DE, A CERCA DE

Ex.: Os vizinhos saíram de casa há cerca de uma hora. Não devem demorar, pois só foram ao sítio, a cerca de 10 km daqui.

Ex.: Sempre tenho dúvidas acerca da sinceridade

de suas palavras, principalmente quando repete que me ama ―há cerca‖ de dez anos.

A locução cerca de significa ―aproximadamente‖. Na

primeira frase, antecedida da forma verbal "há", tem o sentido de certo tempo transcorrido = faz mais ou menos uma hora. Na segunda, antecedida da preposição "a",

marca distância aproximada. Já a grafia numa só palavra ( acerca) quer dizer que se está usando a preposição

"sobre".

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SAIBA MAIS

Existem também expressões que apresentam semelhanças entre si, e têm significação diferente. Tal semelhança pode levar os utentes da língua a usar uma expressão uma em vez de outra.

Vir ao encontro de / vir de encontro a M. T. Piacentini

Com o título Mas afinal que Bolshoi é esse?, "O Estado de S. Paulo" do dia 20 de março último traz matéria sobre a inauguração, em Joinville (SC), da Escola do Teatro Bolshoi. A articulista, Helena Katz, transcreve trecho do discurso do Ministro da Cultura, Francisco Weffort, na solenidade realizada no Centreventos Cau Hansen na noite anterior: "Venho, em nome do Professor Fernando Henrique Cardoso, Presidente da República, e no meu, que o represento neste momento, e em nome da cultura no Brasil, dizer a Joinville simplesmente duas coisas: obrigado e parabéns. Obrigado por este fenômeno histórico mundial, cuja significação para a cultura brasileira é excepcional e que vem de encontro ao que praticamos como política no nosso Ministério, que vem buscando resgatar o nosso senso de dignidade nacional; e parabéns por Joinville estar se tornando não apenas a capital da dança clássica no Brasil como de toda a América Latina".

Controvérsias à parte, não posso deixar de apontar a gafe cometida pelo representante governamental: ao invés de dizer que a abertura de tal escola é tudo o que o seu Ministério quer e pratica, acabou dizendo que ela contraria a política cultural do governo!

Vir de encontro a e vir ao encontro de são duas expressões semelhantes na forma mas opostas na ideia que exprimem. É importantíssimo saber a diferença entre elas, não só para interpretar corretamente um texto (supondo que ele esteja correto) como para informar de maneira precisa o que se quer dizer ao usar tal expressão. O problema é que ambas podem se encontrar no mesmo tipo de frase, por exemplo:

1. A promessa veio de encontro aos nossos desejos.

2. A promessa veio ao encontro dos nossos desejos.

Dependendo da promessa, você escolhe a primeira ou a segunda opção. Em (1), o prometido deve ser desagradável, ruim, pois de encontro a dá ideia de oposição, contrariedade. Em (2), o sentido da frase muda completamente, pois ao encontro de sugere algo agradável, bem-vindo; dá ideia de favorecimento.

Portanto, ao ler cada uma das frases abaixo, você a interpreta conforme a expressão em uso:

Sem dúvida, a construção de uma usina termelétrica virá de encontro aos interesses dos habitantes da localidade a ser atingida.

Os homens públicos devem vislumbrar saídas que venham ao encontro das aspirações não só do seu eleitorado mas de toda a população.

Além disso, as expressões são usadas no seu sentido mais óbvio, de encontrar mesmo, por um lado, e de bater, ir contra, por outro, como nos seguintes exemplos:

Subiu a rampa para ir ao encontro do Presidente.

O carro desgovernou-se e foi de encontro ao muro.

GUARDE ESTE RESUMO:

Ao encontro de: para junto de

favorável a

De encontro a: contra

em prejuízo de

CUIDADO MUDANÇA!!!!!

À-toa (adjetivo): ordinário, imprestável.

Ex.: Pedro é um advogado à-toa.

À toa (advérbio): sem rumo.

Ex.: Andava à toa pela vila.

Depois da Nova Reforma Ortográfica não existe mais a forma com hífen.

Cuidado!!!!! Mudança!!!! Dia a dia ( locução adverbial de tempo) ‗dia após

dia‘

Ex.: Dia a dia Maria envelhecia.

Dia-a-dia ( substantivo) ‗cotidiano‘

Ex.: Facilite seu dia-a-dia, Maria.

O brasileiro gosta de falar da sua rotina, do seu trabalho, do seu dia a dia (ou dia-a-dia?). Se fosse antes do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o certo

seria grafar a expressão com hífen. Mas, pela nova regra, o hífen não é mais exigido nas palavras compostas que têm entre os termos um elemento de ligação (preposição, artigo ou pronome).

Ex.: Gosto de trabalhar, mas o dia a dia daquela empresa me mata!

Tão pouco e tampouco

A expressão tão pouco acompanha um substantivo;

e a palavra "pouco", no caso, é variável.

Ex.: Eu tive tão pouco tempo para preparar a festa

de Natal.

Ex.: Eu estava com tão pouca disposição para o

trabalho!

A expressão tampouco se refere a um verbo; é,

portanto, invariável e significa "também não".

Ex.: Se a professora não resolveu o problema,

tampouco o inspetor o resolverá.

ONDE/ AONDE/ PARA ONDE/ ATÉ ONDE/ ATÉ AONDE/ DE ONDE

O Advérbio Interrogativo de Lugar (ONDE) é usado para saber o lugar em que se encontra algo ou a que lugar se vai. Agora se vamos utilizar ONDE ou AONDE basta verificar a REGÊNCIA do verbo.

Onde você mora?

Quem mora mora EM algum lugar.

A palavra ONDE significa EM QUE LUGAR.

Aonde você vai?

Quem vai vai A algum lugar.

De onde você vem?

Quem vem vem DE algum lugar.

Até onde você vai?

Até aonde vai?

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Quem vai vai A (ou ATÉ, quando você quiser dar a ideia de limite. Acontece que a preposição ATÉ aceita a preposição A após ela, facultativamente.

OBSERVE

Fui até o meio do rio.

Fui até (a)o meio do rio.

As duas formas acima estão corretas.

Veja mais exemplos:

Até onde você quer chegar.

Até aonde você quer chegar.

Quem chega chega A algum lugar.

SENÃO/ SE NÃO

I. SE NÃO

SE: conjunção subordinativa circunstancial condicional

NÃO: advérbio de negação (tem a função de negar o verbo)

EX1.: Vou à fazenda se não chover. (= Vou à fazenda caso não chova.)

Vou à fazenda se não chover.

Or. Principal Or. Subord. Adv. Condicional

II. SENÃO

1) substantivo:

Sinônimo de ―inconveniente‖, ―problema‖, ―defeito‖, ―deficiência‖, etc.

EX1.: Não há bela sem senão.

2) conjunção

2.1 conjunção coordenativa aditiva

Este valor (pouco frequente) aparece apenas nas locuções não só... senão também e não só... senão que.

EX1.: Não só trouxeram água, senão também presunto.

EX1.: Não só trouxeram água, MAS também presunto.

MAS TAMBÉM é CONJUNÇÃO COORDENATIVA

ADITIVA

2.2 conjunção coordenada adversativa

―A conjunção simples representativa deste valor [de contraste entre membros coordenados] é mas. Alerta a

gramática para o fato de esta conjunção requerer ―a presença de um elemento negativo precedendo-a‖, tal como acontece com nem de sentido aditivo.

EX1: Não obteve aplausos nem respeito, senão

escárnio e menoscabo.

EX1: Não obteve aplausos nem respeito, MAS

escárnio e menoscabo

2.3 conjunção coordenada alternativa

EX1: Toma os medicamentos senão poderás piorar.

EX1: Ou tu tomas os medicamentos, ou podes piorar;

Or. Coord. Alternativa Or. C. Alternativa

3) ADVÉRBIO

A palavra senão é considerada pela gramática tradicional um ―advérbio de exclusão‖, assim como apenas, somente, unicamente.

Os advérbios de exclusão, que não modificam nomes, têm comportamentos distintos da maioria dos elementos desta classe.

EX1.: A sessão não durou senão até à noite.

EX2.: Ana não comprou esta revista senão ontem.

OBS:

Num exemplo como ―Ana não comprou senão esta revista ontem‖, senão pode ser reanalisado como

preposição, se for interpretado como ―Ana ontem não comprou nada sem ser (=exceto) esta revista‖. Mas é advérbio quando significa ―Ana comprou apenas (=somente) a revista ontem‖. Do mesmo modo, ―não pretendo senão uma coisa, que me encerrem

definitivamente no meu pensamento‖ pode entender-se como ―apenas pretendo uma coisa...‖, ou ―pretendo tudo,

exceto...‖.

Na teoria gramatical mais recente, os advérbios de exclusão denominam-se advérbios focalizadores. Os advérbios podem ser classificados segundo o seu valor restritor, que senão também tem. É obrigatoriamente correlativo de uma expressão negativa (nunca, não, etc.).

OBS: Celso Cunha, Nova Gramática do Português Contemporâneo adota a designação ―palavras denotativas‖ para estes advérbios porque ―não modificam o verbo, nem o adjetivo, nem outro advérbio‖.

4) PREPOSIÇÃO:

Quando significar EXCETO

EX1: Todos, senão eu, estiveram presentes no jantar.

EX1: Todos, EXCETO eu, estiveram presentes no jantar.

REPRESENTAÇÃO DO FONEMA /S/

a) C, Ç

acetinado, açafrão, almaço, contorção, exceção, Iguaçu, Maçarico, Miçanga, Muçurana, Suíça, sucinto, Vicissitude

b) S

ânsia, farsa, hortênsia, pretensão, remorso

c) SS

acesso, acessório, acessível, carrossel, concessão, discussão, escassez, obsessão

d) SC, SÇ

acréscimo, adolescente

ascender essa terminação gera s: ascensão

consciência, disciplina, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina, ressuscitar, suscetível, suscitar, víscera

e) XC

exceção, excepcional, excesso.

MAU e MAL MAU - adjetivo - contrário de BOM

mau comportamento mau caráter. Ex. O menino teve um mau comportamento na escola. MAL - advérbio - contrário de BEM

mal-educado mal orientado Ex. É um menino mal-educado .

MAL – logo que: conjunção subordinativa adverbial

temporal Ex.: Mal chegou, foi preso pela polícia que o aguardava. 01. Complete com MAL ou MAU: a) Disseram que Caloca passou...............................ontem.

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b) Ele ficou de.................humor após ter agido daquela forma. c) O time se considera......................preparado para tal jogo. d) Caloca sofria de um.............................................curável. e) Ele não é um........................................................sujeito. f) Mas o ...........................................não durou muito tempo. g) ......................................chegou, foi quebrando as mesas.

Gabarito a) mal; b) mau; c) mal; d) mal; e) mau; f) mal; g) mal

MEIO / MEIA Meio e meia - como numeral, concordam com o

substantivo. Ex.: meio limão, meia laranja.

Meio - como advérbio, fica invariável. Ex.: A porta está meio aberta. Ex.: Aquela flor é meio vermelha.

01. Complete usando MEIO ou MEIA: a) Maria chegou....................................................atrasada. b) Petrolina é.............................................................louca. c) Mamãe engordou....................................................quilo. d) Levei.......................................................torta para vovó. e) Minha irmã está................ assustada com as atitudes de Caloca.

Gabarito

a) meio; b) meio; c) meio; d) meia; e) meio MAS = PORÉM MAIS = INDICA QUANTIDADE MAIS = NUNCA MAIS: ADVÉRBIO DE TEMPO MÁS = FEMININO DE MAU

01. Preencha as lacunas com a) A mãe e o filho discutiram, ...........não chegaram a um

acordo. b) Você quer.....................razões para acreditar em seu pai? c) Pessoas..................deveriam fazer reflexões para

acreditar .................................. na bondade do que no ódio.

d) Eu limpo,...........................................depois vou brincar. e) O frio não prejudica.............................................o Tico. f) Infelizmente Tico morreu,............comprarei outro

cãozinho. g) Todas as atitudes.............devem ser

perdoadas,...........jamais ser repetidas, pois, quanto....................se vive,..................se aprende.

Gabarito:

a) mas; b) mais; c) más; d) mas; e) mais; f) mas; g) más / mas / mais / mais

Texto

Há quem duvide, mais eu amo todo mundo!...

Alguns eu amo ter por perto

Outros eu amo evitar

Uns eu amo bem longe de mim

E tem aqueles que eu amaria nem ter conhecido

QUESTÃO 01- AOCP, Ag. Fiscal., Vitória Conquista 2013

No texto acima, NÃO estão de acordo com a norma

padrão da língua portuguesa as expressões

(A) ―amo‖ e ―longe‖.

(B) ―outros‖ e ―evitar‖. (C) ―mais‖ e ―tem‖.

(D) ―aqueles‖ e ―há‖.

(E) ―alguns‖ e ―conhecido‖.

C

Não se pode usar o verbo TER no sentido de HAVER/EXISTIR Ex.: Tem um piolho em tua cabeça. (forma errada) Ex.: Há/Existe um piolho em tua cabeça. (forma correta)

Está ou estar

As duas formas existem e estão corretas. Está é a

forma conjugada do verbo estar na 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo (ele está). Estar é a forma do

verbo no infinitivo. O infinitivo impessoal estar deverá ser usado,

principalmente, em locuções verbais, quando o verbo tiver regência de uma preposição e quando não houver um sujeito definido, havendo ainda outros usos. A dúvida na utilização do infinitivo ocorre principalmente nas locuções verbais e nas frases com preposições.

Exemplos:

O menino deve estar feliz. (locução verbal com verbo auxiliar deve)

Helena deve estar indo embora. (locução verbal com verbo auxiliar deve)

Meditar é importante para ele estar sossegado. (frase com preposição)

Está, forma verbal no presente do indicativo, é

usada principalmente para indicar uma ação que ocorre no exato momento em que se narra a ação. Indica também, entre outros usos, uma ação habitual, uma característica do sujeito e um estado permanente de uma situação.

Verbo estar – Presente do indicativo: (Eu) estou (Tu) estás (Ele) está (Nós) estamos (Vós) estais (Eles) estão Exemplos:

O menino está feliz. Helena está indo embora. Meu pai está atrasado.

USOS DOS PORQUÊS

Há quatro maneiras de se escrever o porquê: porquê, porque, por que e por quê. Vejamo-las:

Porquê É um substantivo, por isso somente poderá ser

utilizado, quando for precedido de artigo (o, os), pronome adjetivo (meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quantos(s)...) ou numeral (um, dois, três,

quatro)

Ex.: Ninguém entende o porquê de tanta confusão.

Ex.: Este porquê é um substantivo.

Ex.: Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?

Ex.: Existem quatro porquês.

Por quê (Utilizado nas perguntas / pode ser substituído

pela expressão por qual razão) Quando a palavra que estiver em final de frase,

deverá receber acento.

Ex.: Ela não me ligou e nem disse por quê.

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Ex.: Você está rindo de quê?

Ex.: Você veio aqui para quê?

Por que Usa-se por que, quando houver a junção da

preposição por com o pronome interrogativo que ou com o pronome relativo que. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por por qual razão, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual.

Ex1.: Por que você não me disse a verdade? = por qual

razão

Ex2.: Gostaria de saber por que não me disse a verdade. =

por qual razão

Ex3.: As causas por que discuti com ele são particulares. =

pelas quais

Ex4.: Ester é a mulher por que vivo. = pela qual.

Porque É uma conjunção subordinativa causal ou

conjunção coordenativa explicativa, portanto estará

ligando duas orações, indicando causa ou explicação. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por já que ou pois.

Ex1.: Não saí de casa, porque estava doente. = já

que

Ex2.: É uma conjunção, porque liga duas orações. =

pois

QUESTÕES DE OUTRAS ORGANIZADORAS

1. Observe as afirmativas a seguir:

I. Querida, _________ você não chega na hora? II. Eu cheguei atrasada __________ estava doente. III. Gostaria de saber o ____________ de sua ausência. IV. Não há ______ ser feliz, se não for por um grande amor. Marque a opção que preenche corretamente e respectivamente as lacunas.

a) Porque / porque / por que / por-que.

b) Por que / porque / porquê / por que.

c) Por quê / porquê / porque / por quê.

d) Porquê / porque / por quê / porque.

e) Porque / por quê / porque / porquê.

2. Leia as afirmativas a seguir:

I. ______ ela chegou, eu saí. II. O _____ está em todos os lugares. III. Marta está muito _______. Marque a opção que preenche corretamente e respectivamente as lacunas.

a) Mal / mal / mal. b) Mau / mau / mau.

c) Mal / mau / mal. d) Mau / mal / mau.

e) Mal / mal / mau. 3. Indique a alternativa em que todas as palavras são escritas com ―z‖.

a) Bele__a / me__a / certe__a. b) Alte__a / ga__olina / despe__a. c) Bali__a / bu__ina / desli__e. d) Bra__a / u__ina / despe__a.

e) Avi__o / ami__ade / pra__o.

4. Considerando as frases a seguir relacionadas, marque a que não apresenta erro nenhum quanto ao uso de algumas palavras ou expressões da língua portuguesa:

a) O ministro falou a cerca de vinte jornalistas. b) Houve bastante encomendas deste produto. c) Ainda não instalaram o corremão. d) Na excusão eles deram uma gorjeta ao motorista. e) Estou satisfeito. Seu apoio à iniciativa veio de encontro a nossos desejos. 5. A palavra ―debruçando-se‖ se escreve corretamente com

Ç. Assinale a palavra que, sendo escrita com essa letra, apresenta um erro de grafia: A) sumiço B) detenção C) exceção D) obseção E) balaço 6. Quanto à ortografia, marque a opção CORRETA.

a) Em seu olhar não havia mágua. b) Vasculhou toda a sessão masculina. c) Não tinha geito para cozinha. d) Não gosto de animais, mais crio gatos. e) Aonde você vai? 7. Leia a frase a seguir:

Tantas ___________ constituem ______________. Marque a opção que completa corretamente e respectivamente as lacunas. a) Exceções / privilégio inadmissível.

b) Exceções / previlégio inadmissível.

c) Excessões / privilégio inadmissível.

d) Excessões / previlégio inadmissível.

e) Esceções / previlégio inadmissível. Gabarito:

1 B 2 A 3 C 4 A 5 D 6 E 7 A

QUESTÕES AOCP

QUESTÃO 01— AOCP, Analista de Gestão, 2015,

Jaboatão dos Guararapes Assinale a alternativa correta em relação à ortografia dos pares.

(A) Sólida – solidez. (B) Detonar – detonasão. (C) Iminente – iminênscia. (D) Intensão – intensional. (E) Ansiedade – ansiozo.

QUESTÃO 02 — AOCP, 2015, Analista Adm. Administração, EBSERH

Assinale a alternativa em que uma das palavras está grafada inadequadamente.

(A) agredir – agreção. (B) amor – amoroso. (C) imprimir – impressão. (D) responsável – responsabilidade. (E) viajar – viagem (substantivo).

QUESTÃO 03 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e Social Assinale a alternativa correta quanto à grafia dos pares.

(A) Sinal – sinalizassão. (B) Adorar –adorassão. (C) Sedutora – sedussão. (D) Atualizar – atualizassão. (E) Pressionar – pressão.

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Gabarito: 1/A; 2/A; 3/E

MORFOLOGIA: CLASSES DE PALAVRAS VARIÁVEIS E INVARIÁVEIS E SEUS EMPREGOS NO TEXTO

Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e

da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período.

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. PALAVRA VARIÁVEL E INVARIÁVEL

Caracteriza-se como variável aquela palavra que sofre flexão, e como invariável aquela palavra não flexionada.

Há muito já é sabido que, para organizarmos nosso pensamento e colocá-lo em prática por meio do discurso que produzimos, dispomos dos recursos que a própria língua nos oferece. Partindo desse pressuposto, alguns deles, aqui tratados de forma específica, estabelecem uma estreita familiaridade com o que chamamos de morfologia,

caracterizada pela parte da gramática responsável pelo estudo da forma pela qual se constituem os vocábulos, os quais compõem todo o acervo de que dispomos e, cotidianamente, colocamos em prática. Dessa forma, ao estudarmos acerca dos substantivos, adjetivos, advérbios, verbos, numerais, enfim, todas aquelas dez classes gramaticais, entre os aspectos que lhes são condizentes, residem aqueles materializados pela flexão e não flexão das palavras, razão única de estarmos

partilhando, aqui nesse espaço, algumas informações acerca dos casos referentes a uma palavra que se apresenta como variável, bem como àquela que se apresenta como invariável.

Foi pensando nesse pressuposto que resolvemos travar essa calorosa discussão, apontando acerca de tais aspectos. Nesse sentido, cabe afirmar que a palavra que se define como variável é aquela que sofre alteração em sua forma pela presença das chamadas desinências nominais de gênero e de número; bem como das desinências verbais de modo, tempo, número e pessoa.

Assim, equivale afirmar que se estamos nos referindo à morfologia, estamos, obviamente, fazendo referência às classes gramaticais (como já pontuado), por isso não se torna descabido dizer que aquelas classes que recebem as desinências nominais são representadas pelo substantivo, artigo, adjetivo, pronome e numeral, sendo que todas elas se apresentam classificadas como nomes,

gramaticalmente dizendo. Partindo desse princípio, analisaremos uma a uma, de modo a fazer com que nossas intenções e seu aprendizado se tornem de todo efetivados. Assim, temos:

Encontrei um garoto esperto – gênero masculino,

bem como o caso nos permite afirmar que há a ausência de desinência.

Encontrei uma garota educada – temos agora o

gênero feminino e a desinência ―a‖. Encontrei um rapaz esperto – deparamos com o

número singular e a ausência de desinência. Encontrei uns garotos educados – constatamos

se tratar de um número plural associado à presença da desinência ―s‖.

As desinências verbais são representadas pelas desinências de modo e tempo (DMT) e pelas desinências de número e pessoa (DNP). Vamos a alguns exemplos, portanto:

Estávamos à espera de Patrícia. Temos que:

- va – DMT - desinência modo-temporal indicando o pretérito imperfeito do modo indicativo.

- mos – DNP – desinência número-pessoal indicando a primeira pessoa do plural (nós).

Acerca de tais elucidações, afirmamos se tratar das características que se atribuem à palavra variável.

Agora, invariável, literalmente afirmando, trata-se daquela palavra que não sofre flexão, característica essa atribuída a algumas das classes gramaticais, como é o caso do advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

EMPREGOS DAS CLASSES DE PALAVRAS

O PRONOME

CONCEITO:

Pronome é a palavra que substitui o substantivo ou acompanha o substantivo, definindo-lhe os limites de significação.

Ex: Meu irmão comprou um livro, mas não o leu.

Meu pronome que acompanha o subst. irmão.

O pronome que substitui o substantivo livro.

CLASSIFICAÇÃO:

a) PRONOMES PESSOAIS: representam as três

pessoas gramaticais.

Pessoa Gramatical

Reto Oblíquo

Átono Tônico

1ª do singular eu me mim, comigo

2ª do singular tu te ti, contigo

3ª do singular ele/ ela se, o, a, lhe si, consigo, ele, ela

1ª do plural nós nos nós, conosco

2º do plural vós vos vós, convosco

3º do plural eles/elas se, os, as, lhes

si, consigo, eles, elas.

As formas alomórficas de O, A, OS, AS

Transformam-se em LO, LA, LOS, LAS: após formas verbais terminadas em R, S, Z.

— Você fez o exercício?

— Sim, fi-lo.

— Você fez a questão?

— Sim, fi-la.

— Pedro quis a refeição?

— Sim, qui-la.

— É preciso enfeitar as mesas.

— Sim, é preciso enfeitá-las

Transformam-se em NO, NA, NOS, NAS: após formas verbais terminadas em fonemas nasais (m, õe, õem)

— Encontraram a garota?

— Sim, encontraram-na.

— Os garotos fizeram as bandeiras?

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— Sim, fizeram-nas.

Põe o lixo ali.

Põe-no ali.

ENTRE EU E TU ou ENTRE MIM E TI?

Após a preposição ENTRE não se usa o pronome EU nem o pronome TU, pois após preposição o pronome pessoal a ser usado é o oblíquo tônico; logo a forma correta é ENTRE MIM E TI.

ISSO É PARA EU ou ISSO É PARA MIM?

ISSO É PARA EU FAZER ou ISSO É PARA MIM FAZER?

ISSO É PARA TU ou ISSO É PARA TI?

ISSO É PARA TU FAZERES ou ISSO É PARA TI

FAZERES?

Devo dizer: Isso é para mim. Mas, se a frase continuar, aí devo usar EU: Isso é para eu preencher. Observe que o mim não faz nada, quem faz é o eu.

Da mesma acontece com o pronome TU/TI: Isso é para ti/ Isso é para tu fazeres.

CUIDADO!

Às vezes a frase está invertida para enganar o candidato: Para mim aprender Matemática é difícil. Na verdade, na ordem direta fica:

Aprender Matemática é difícil para mim.

Sujeito Predicativo Sujeito┘ Complemento Nominal

Observe que para mim complementa o adjetivo difícil.

E não seria assim?

Para mim, aprender matemática é difícil.

Poderia ser assim. Afinal a inversão de uma função sintática (complemento nominal) não exige vírgula obrigatória.

b) PRONOMES POSSESSIVOS: referem-se às três

pessoas gramaticais, indicando que elas possuem alguma coisa. Os pronomes possessivos relacionam-se diretamente aos pronomes pessoais:

Pronome

Pessoal

Pronome

Possessivos

Pronome

Pessoal

Pronome

Possessivo

eu meu(s),minha(s) nós nosso(s), nossa(s)

tu teu(s), tua(s) vós vosso(s), vossa(s)

ele seu(s), sua(s) eles seu(s), sua(s)

c) PRONOMES DEMONSTRATIVOS: indicam o lugar

ocupado por um determinado ser, em relação a uma das pessoas gramaticais.

Emprego básico:

As formas de primeira pessoa indicam proximidade de quem fala ou escreve:

Ex.: Este senhor ao meu lado é o meu avô.

Os demonstrativos de primeira pessoa podem indicar também o tempo presente em relação a quem fala ou escreve. Ex.: Nestas últimas horas tenho me sentido mais cansado

que nunca.

as formas de segunda pessoa indicam proximidade da pessoa a quem se fala ou escreve: Ex.: Essa foto que tens na mão é antiga?

os pronomes de terceira pessoa marcam posição próxima da pessoa de quem se fala ou posição distante dos dois interlocutores. Ex.: Aquela foto que ele tem na mão é antiga.

Os pronomes demonstrativos, além de marcar posição no espaço, marcam posição no tempo.

Este (e flexões) marca um tempo atual ao ato da

fala.

Ex.: Neste instante minha irmã está trabalhando.

Esse (e flexões) marca um tempo anterior

relativamente próximo ao ato da fala.

Ex.: No mês passado fui promovida no trabalho. Nesse

mesmo mês comprei meu apartamento.

Aquele (e flexões) marca um tempo remotamente

anterior ao ato da fala.

Ex.: Meu avô nasceu na década de 1930. Naquela época

podia-se caminhar à noite em segurança.

Os pronomes demonstrativos servem para fazer referência ao que já foi dito e ao que se vai dizer, no interior do discurso.

Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser

dito posteriormente.

Ex.: Espero sinceramente isto: que seja muito feliz.

Esse (e flexões) faz referência àquilo que já fio

dito no discurso.

Ex.: Que seja muito feliz: é isso que espero.

Este em oposição a aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados, este se refere ao mais próximo, aquele, ao mais distante.

Ex.: Romance e Suspense são gêneros que me agradam, este me deixa ansioso, aquele, sensível.

QUESTÕES AOCP

CASAN /CARGO: AGENTE ADM. OPERACIONAL ANO: 2016 ―Estamos Enlouquecendo Nossas Crianças! Estímulos Demais... Concentração de Menos‖

31 Maio 2015 em Bem-Estar, filhos

Vivemos tempos frenéticos. A cada década que passa o modo de vida de 10 anos atrás parece ficar mais distante: 10 anos viraram 30, e logo teremos a sensação de ter se passado 50 anos a cada 5. E o mundo infantil foi atingido em cheio por essas mudanças: já não se educa (ou brinca, alimenta, veste, entretêm, cuida, consola, protege, ampara e satisfaz) crianças como antigamente!

O iPad, por exemplo, já é companheiro imprescindível nas refeições de milhares de crianças. Em muitas casas a(s) TV(s) fica(m) ligada(s) o tempo todo na programação infantil – naqueles canais cujo volume aumenta consideravelmente durante os comerciais – mesmo quando elas estão comendo com o iPad à mesa.

Muitas e muitas crianças têm atividades extra-curriculares pelo menos três vezes por semana, algumas somam mais de 50 horas semanais de atividades, entre escola, cursos, esportes e reforços escolares.

Existe em quase todas as casas uma profusão de brinquedos, aparelhos, recursos e pessoas disponíveis o tempo todo para garantir que a criança ―aprenda coisas‖ e não ―morra de tédio‖. As pré-escolas têm o mesmo método de ensino dos cursos pré-vestibulares.

Tudo está sendo feito para que, no final, possamos ocupar, aproveitar, espremer, sugar, potencializar, otimizar e, finalmente, capitalizar todo o tempo disponível para impor às nossas crianças uma preparação praticamente militar,

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visando seu ―sucesso‖. O ar nas casas onde essa preocupação é latente chega a ser denso, tamanha a pressão que as crianças sofrem por desenvolver uma boa competitividade. Porém, o excesso de estímulos sonoros, visuais, físicos e informativos impedem que a criança organize seus pensamentos e atitudes, de verdade: fica tudo muito confuso e nebuloso, e as próprias informações se misturam fazendo com que a criança mal saiba descrever o que acabou de ouvir, ver ou fazer.

[...] Cerquem suas crianças de livros e leiam com elas, por

amor. Deixem que se esparramem em almofadas e façam sua imaginação voar!

(Fonte: http://www.saudecuriosa.com.br QUESTÃO 01. Observe o pronome relativo ―essa‖ destacado no quinto parágrafo do texto e assinale a alternativa que melhor descreve o emprego desse pronome no contexto mencionado.

(A) O pronome relativo ―essa‖ retoma algo antes mencionado no texto.

(B) O pronome relativo ―essa‖ alude a uma situação distante no espaço.

(C) O pronome relativo ―essa‖ designa o tempo passado em que se coloca a pessoa que fala.

(D) O pronome relativo ―essa‖ designa o tempo futuro em que se coloca a pessoa que fala.

(E) O pronome relativo ―essa‖ denota algo que ainda será mencionado no texto.

Medo de ser feliz

De onde vem a sensação de que a nossa felicidade pode ser destruída a qualquer momento?

IVAN MARTINS Por uma razão ou outra, a gente vive com medo. A sensação de que as coisas podem repentinamente dar errado faz parte da nossa essência, eu acho. Alguns a têm mais forte; outros, mais fraca. Mas a ansiedade essencial em relação ao futuro está lá, em todos nós – mesmo quando estamos apaixonados e contentes. Ou, sobretudo, quando apaixonados e contentes.

[...] Já vi pessoas ficarem com tanto medo do futuro

que detonam o presente. É uma espécie de pânico em câmera lenta. O sentimento de desastre iminente é tão forte, a sensação de insegurança é tão grande, que a pessoa conclui (mesmo que seja de maneira inconsciente) que é melhor chutar logo o pau da barraca e sair correndo, em qualquer direção – deixando para trás o relacionamento, o emprego, o futuro e tudo o mais que estava dando certo e por isso mesmo parecia estar sob ameaça. É uma piração, claro, mas gente normal faz essas coisas todos os dias. [...]

Existe uma coisa chamada medo de ser feliz. Não estou falando daquele clichê sobre as

pessoas terem medo de se entregar ao sentimento do amor e por isso não darem bola ao que sentimos por ela. Em geral, essa situação esconde um equívoco: a pessoa em questão não sente nada relevante por nós, mas preferimos acreditar que ela tem ―medo de amar‖. É uma ficção que protege a nossa auto-estima e rende uma boa história para contar aos amigos. Mas quase nunca é verdade.

Existem, porém, pessoas tocadas por dores tão intensas, por experiências tão sofridas, que não conseguem evitar a sensação de que tudo de mau vai se repetir, de uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde. Esse sentimento é ainda mais forte quando tudo vai bem e existe

algo importante a ser perdido. Apaixonada e feliz, a pessoa começa a ser perseguida por seus medos:

Sonha que vai ser abandonada, imagina que algo de errado vai acontecer com a pessoa que ama, sente, de maneira inexplicável, que aquilo de bom que ela tem está sob ameaça, e que não vai durar.

Esse é o medo causado pela felicidade. Em alguns, ele está à flor da pele. Em outros,

esconde-se sob outros sentimentos e se manifesta de forma subterrânea. Mas, como eu disse no início, acho que ninguém está livre da sensação secreta de desastre. Todos têm traumas. Todos passaram por momentos difíceis na infância, quando não éramos capazes de entender e de nos proteger. Muitos de nós, menos afortunados, sofreram perdas terríveis, precoces, que deixaram uma profunda sensação de desamparo. Essas coisas provocam marcas que se refletem na forma como lidamos com o amor e com a sensação de felicidade. Alguns, de forma leve e otimista. Outros, de maneira pesada e pessimista. [...]

2014/07/medo-de-bser-felizb.html QUESTÃO 02. Em ―Esse é o medo causado pela

felicidade.‖, o termo destacado

(A) retoma o que está expresso no parágrafo anterior. (B) tem função de predicado da oração. (C) introduz o que virá no parágrafo posterior. (D) é um termo acessório da oração. (E) está grafado incorretamente.

Gabarito: 1/A; 2/A

d) PRONOMES INDEFINIDOS: referem-se, de modo

indeterminado, à 3ª pessoa gramatical.

Indefinidos mais usados: algum, nenhum, todo,

outro, muito, pouco, certo, qualquer, alguém, ninguém, algo.

Ex: alguns investidores perderam muito dinheiro.

―O senhor admite ter desempenhado um papel fundamental na organização dos ataques do PCC? Não se pode dispensar todo o barril por causa de algumas

maçãs podres. Eu ajudo mais de 90 milhões de brasileiros a se comunicarem diariamente. Sou um aparelho democrático.‖

e) PRONOME RELATIVO é uma classe de pronomes que

substituem um termo da oração anterior e estabelece relação entre duas orações.

nome repetido

Não conhecemos o aluno. O aluno saiu.

Reunindo os dois períodos num único teremos:

Não conhecemos o aluno / que saiu.

Oração Principal Or. Sub. Adjetiva Restritiva

Ou seja, período composto por subordinação.

Como se pode perceber, o que, nessa frase está substituindo o termo aluno e está relacionando a segunda

oração com a primeira.

Os pronomes relativos classificam-se em:

Variáveis

O qual, a qual

Os quais, as quais

Cujo, cuja

Cujos, cujas

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Quanto, quanta

Quantos, quantas

Invariáveis

Que (quando equivale a o qual e flexões)

Quem (quando equivale a o qual e flexões)

Onde (quando equivale a no qual e flexões)

Emprego dos pronomes relativos

1. Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência assim determinar.

Prepos. exigida p/ verbo↓ Pronome Relativo

Termo regente

Havia condições a que nos opúnhamos.

(opor-se a)

Havia condições com que não concordávamos.

(concordar com)

Havia condições de que desconfiávamos. (desconfiar de)

Havia condições - que nos prejudicavam.

(= sujeito)

Havia condições em que insistíamos.

(insistir em)

2. O pronome relativo quem se refere a uma pessoa ou a

uma coisa personificada.

Não conheço a médica de quem você falou.

Esse é o livro a quem prezo como companheiro.

3. Quando o relativo quem aparecer sem antecedente claro é classificado como pronome relativo indefinido.

Quem atravessou, foi multado.

4. Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem

virá precedido de preposição.

João era o filho a quem ele amava.

5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de relativo universal, pode ser empregado com

referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural. Conheço bem a moça que saiu.

Não gostei do vestido que comprei.

Eis os instrumentos de que necessitamos.

6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o

demonstrativo o (a, os, as).

Ex1: Sei o que digo. (Sei AQUILO que digo.)

Ex2: Comprei uma casa igual A1 + A2 que você comprou.

(Comprei uma casa igual à / que você comprou)

(Comprei uma casa igual a + aquela que você comprou)

A1 → Preposição exigida pelo adjetivo igual.

A2 → Pronome Demonstrativo aquela.

Ex3: Dentre as pessoas escolhi as que mais interessavam

à escola.

As – pronome demonstrativo (as = aquelas)

Que – pronome relativo

7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões).

Ou seja, se a preposição tiver mais de uma sílaba (perante, sobre, etc.), o relativo que deve ser substituído por o/a

qual, os/as quais. Compare:

Ex.: A notícia segundo que ele havia viajado é falsa (forma

inadequada)

Ex.: A notícia segundo a qual ele havia viajado é falsa

(forma adequada)

Outros exemplos

Aquele é o machado com que trabalho.

Aquele é o empresário para o qual trabalho.

Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar que depois de sobre.)

8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivale a do qual, de que, de quem. Deve concordar

com a coisa possuída.

Cortaram as árvores cujos troncos estavam podres.

9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são

pronomes relativos quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas.

Recolheu tudo quanto viu.

10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de em que, no qual.

Esta é a terra onde habito.

a) onde é empregado com verbos que não dão ideia de

movimento. Pode ser usado sem antecedente.

Nunca mais morei na cidade onde nasci.

b) aonde é empregado com verbos que dão ideia de movimento e equivale a para onde, sendo resultado da combinação da preposição a + onde.

As crianças estavam perdidas, sem saber aonde ir.

Por Marina Cabral

Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

Equipe Brasil Escola.

f) Pronomes interrogativos: usados em frases

interrogativas.

São interrogativos: que, quem, qual, quanto.

Ex.: Quanto tempo você viveu lá?

QUESTÕES AOCP

Texto

―A mãe do filho do seu pai que não é a sua mãe mas fica acordada se você não chega.‖

Acontece nas melhores famílias. Nova temporada MALHAÇÃO.

ASSUNTO: Função Sintática do Pronome Relativo QUESTÃO 01. A função do elemento ―que‖ é a de

(A) objeto indireto. (B) predicativo. (C) objeto direto. (D) sujeito. (E) complemento nominal.

Texto Há quem duvide, mais eu amo todo mundo!...

Alguns eu amo ter por perto

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Outros eu amo evitar

Uns eu amo bem longe de mim

E tem aqueles que eu amaria nem ter conhecido QUESTÃO 02 (Ag. Fiscal., Vitória Conquista 2013) As

expressões ―alguns‖, ―outros‖ e ―uns‖ são expressões que pertencem à classe dos

(A) pronomes. (B) conjunções. (C) preposições. (D) adjetivos. (E) substantivos.

Texto

Há homens que devem à esposa tudo o que são, mas em geral, os homens devem à esposa tudo o que devem.

http://pensador.uol.com.br/millor/5/

QUESTÃO 03. (Ag. Fiscal., Vitória Conquista 2013) Em

―tudo o que devem‖, a expressão em destaque é

(A) pronome relativo. (B) artigo definido. (C) conjunção integrante. (D) artigo indefinido. (E) pronome demonstrativo.

QUESTÃO 04. (Analista de Gestão, 2015, Jaboatão dos Guararapes) Assinale a alternativa em que o termo destacado é um pronome relativo.

(A) ―Sonha que vai ser abandonada.‖. (B) ―É uma ficção que protege a nossa autoestima.‖. (C) ―... a pessoa conclui que é melhor chutar logo o pau da

barraca...‖. (D) ―Percebe que o Fulano não vai sumir de uma hora para

outra.‖ (E) ―Isso não quer dizer que as coisas não mudem...‖.

ASSUNTO: PRONOME RELATIVO /CONJUNÇÃO

INTEGRANTE QUESTÃO 05. Assinale a alternativa cujo ―que‖ NÃO

tem a função de retomar o termo antecedente.

(A) ―O cronômetro que marca o tempo...‖. (B) ―...roda de confraternização que reuniu atletas

brasileiros e estrangeiros‖. (C) ―...e nós daremos todo o apoio que for preciso‖. (D) ―Andrew Parsons lembrou que o 7 de setembro também

marca o início da venda de ingressos‖.

(E) ―...os primeiros Jogos da América do Sul, no ano que vem‖.

Texto

‗Baderneiro‘ vira ‗mocinho‘ com reação desproporcional Monika Dowbor

Mesmo antes da repressão policial, pesquisas mostravam que a maioria da população de São Paulo apoiava os manifestantes. Uma hipótese para isso é a causa escolhida pelo movimento: a redução da tarifa. É uma causa clara e cristalina, que gera unidade por representar um problema comum a vários paulistanos.

Essa hipótese também explicaria o apoio aos manifestantes mesmo após o vandalismo das noites anteriores. Na ocupação da reitoria da USP, em 2011, a maioria da população foi contra porque era uma causa interna, que não cativou quem não estudava lá.

O sucesso do protesto provavelmente se deve também à estratégia de ação. Ao confrontar a ordem pública colocando barricadas em chamas nas ruas, espera-se uma

reação da polícia. E, quando essa reação é desproporcional, ―baderneiros‖ viram ―mocinhos‖ e são vistos como os que lutam por uma cidade justa.

O Estado de S. Paulo, 15 de junho de 2013. A16. ASSUNTO: PRONOME DEMONSTRATIVO/PONTO DE

VISTA/TAMBÉM/SINTAXE DO PERÍODO COM POSTO (Or. Subor. Adv. Reduzida/PREPOSIÇÃO

QUESTÃO 06. Assinale a alternativa INCORRETA quanto aos elementos linguísticos empregados no texto.

(A) Em ―os que lutam‖, o elemento em destaque funciona como artigo definido.

(B) A expressão ―provavelmente‖ manifesta um ponto de vista da autora do texto.

(C) Em ―se deve também‖, a expressão em destaque acrescenta um novo argumento.

(D) Em ―Ao confrontar a ordem pública‖, ocorre a redução de uma oração adverbial.

(E) Em ―por uma cidade justa‖, a preposição em destaque indica relação de favor.

Gabarito: 01/A; 02/A; 03/E; 04/B (Nas demais opções (A,

C, D, E), o QUE é uma CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA INTEGRANTE e inicia uma Or. Subord. Substantiva Objetiva Direta); 06/D; 07/A

PRONOMES DE TRATAMENTO

Concordância com os Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal. Embora

se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo

concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo sintático: ―Vossa Senhoria nomeará o substituto‖; ―Vossa Excelência conhece o assunto‖.

Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: ―Vossa Senhoria nomeará seu substituto‖ (e não ―Vossa ... vosso...‖).

Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo

que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é ―Vossa Excelência está atarefado‖, ―Vossa Senhoria deve estar satisfeito‖; se for mulher, ―Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita‖.

Emprego dos Pronomes de Tratamento

Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradição. São de uso consagrado:

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo; Presidente da República; Vice-

Presidente da República; Ministros de Estado; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo: Deputados Federais e

Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União;

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Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário: Ministros dos Tribunais

Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,

Senhor Juiz,

Senhor Ministro,

Senhor Governador,

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD), às autoridades arroladas na

lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:

Senhor Fulano de Tal,

(...)

Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as

autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.

Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo

indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.

Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em

comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor,

(...)

Os pronomes de tratamento para religiosos, de

acordo com a hierarquia eclesiástica, são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:

Santíssimo Padre,

(...)

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou

Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

(...)

Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e

demais religiosos.

QUESTÕES SOBRE O USO DE PRONOMES DE

TRATAMENTO

01. O uso de Pronomes Pessoais de Tratamento (2ª.

Pessoa do plural no tratamento de pessoas) é um expediente de distinção e respeito.

R:_________________________________________

02. Concordância com Pronomes de Tratamento: a

concordância nominal, verbal e pronominal é feita na 3ª. Pessoa do singular. A concordância nominal se faz com o sexo da pessoa, não com o Pronome de Tratamento, que é feminino. Julgue as construções como corretas ou incorretas.

a) Sua Santidade, o Papa, está agradecida pelos

presentes recebidos.

R:_________________________________________

b) Vossa Excelência poderia conceder-me um pouco de vosso tempo?

R:_________________________________________

c) Vossa Magnificência andais preocupado com a situação

da UFC?

R:_________________________________________

d) Vossa Excelência, preciso entregar-te este ofício.

R:_________________________________________

e) Vossa Excelência, preciso entregar-lhe este ofício.

R:_________________________________________

f) Vossa Excelência, preciso entregar-vos este ofício.

R:_________________________________________

g) Vossa Senhoria pensa que pode me calar!

R:_________________________________________

h) Vossa Senhoria pensas que pode me calar!

R:_________________________________________

i) Vossa Senhoria pensais que pode me calar!

R:_________________________________________

03. Corrija a frase quanto ao uso do Pronome de

Tratamento e suas implicações.

a) É Vossa Senhoria que nomeareis vosso substituto?

R:_________________________________________

b)

— Como Vossa Excelência estais atarefada nesta

semana!

— Ser ministro tem suas prerrogativas, porém há muito deveres. Minha esposa reclama de minha ausência em casa.

R:_________________________________________

04. Quanto ao emprego dos pronomes de tratamento, assinale a opção errada:

a) Vossa Excelência deve ser usado para Presidente e Vice-Presidente da República.

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b) Vossa Magnificência deve ser usado para Reitores de universidade.

c) Vossa Excelência deve ser usado para Ministros de Estado.

d) Vossa Santidade deve ser usado para o Papa.

e) Vossa Excelência deve ser usado para vereadores em geral.

05. Quanto ao emprego dos pronomes de tratamento, assinale a opção errada:

a) Vossa Excelência deve ser usado para Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal.

b) Vossa Eminência deve ser usado para Cardeais.

c) Vossa Excelência deve ser usado para Oficiais- Generais das Forças Armadas.

d) Vossa Reverência deve ser usado para Arcebispos e Bispos.

e) Vossa Excelência deve ser usado para Secretários-Executivos de Ministérios.

06. Julgue os itens como certo ou errado, quanto ao uso de Pronomes de Tratamento e Vocativo.

a) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor. São

Chefes dos Poderes: O Presidente da República (Dilma), o Presidente do Congresso Nacional (Senador Renan Calheiro) e o Presidente do Supremo Tribunal Federal (Joaquim Barbosa).

Ex.:

Excelentíssima Senhora Presidenta da República

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal

b) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas

a Senadores, a Governadores, a Deputados, a Secretários de Estado dos Governos Estaduais,a Juízes, a Desembargadores, a Ministros de Estado, a Embaixadores, será Senhor + Cargo:

Ex.: Senhor Governador,

c) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas ao Papa será Santíssimo Padre.

Ex.: Santíssimo Padre,

d) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas a Reitores de Universidades será Magnífico Reitor.

Ex.: Magnífico Reitor,

07. Faça a correlação:

(A) Vossa Excelência

(B) Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima

(C) Vossa Excelência Reverendíssima

(D) Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima

( ) A Avenida Monsenhor Tabosa sofre mais uma

intervenção.

( ) A Arquidiocese de Fortaleza, que tem como padroeiro São José, é presidida pelo Arcebispo José Antônio

Aparecido Tosi Marques.

( ) Um Cardeal argentino, Jorge Bergoglio, tornou-se o

primeiro Papa da América Latina

( ) Ministro do STJ

GABARITO:

01. O uso de Pronomes Pessoais de Tratamento (2ª.

Pessoa do plural no tratamento de pessoas) é um expediente de distinção e respeito.

Resposta: CORRETO

02. Concordância com Pronomes de Tratamento: a

concordância nominal, verbal e pronominal é feita na 3ª. Pessoa do singular. A concordância nominal se faz com o sexo da pessoa, não com o Pronome de Tratamento, que é feminino. Julgue as construções como corretas ou incorretas.

a) Sua Santidade, o Papa, está agradecida pelos

presentes recebidos.

Resposta: ERRADO

Sua Santidade, o Papa, está agradecido pelos presentes

recebidos.

Concordância com o sexo da pessoa, não com o pronome de tratamento, que é feminino.

b) Vossa Excelência poderia conceder-me um pouco de vosso tempo?

Resposta: ERRADO

b) Vossa Excelência poderia conceder-me um pouco de seu tempo?

A Concordância Pronominal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (meu, teu, seu)

c) Vossa Magnificência andais preocupado com a situação

da UFC?

Resposta: ERRADO

A Concordância Verbal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (ele anda)

d) Vossa Excelência, preciso entregar-te este ofício.

Resposta: ERRADO

A Concordância Pronominal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (me, te, lhe)

e) Vossa Excelência, preciso entregar-lhe este ofício.

Resposta: CORRETO

A Concordância Pronominal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (me, te, lhe)

f) Vossa Excelência, preciso entregar-vos este ofício.

Resposta: ERRADO

A Concordância Pronominal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (me, te, lhe)

g) Vossa Senhoria pensa que pode me calar!

Resposta: CORRETO

A Concordância Verbal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (ele pensa)

h) Vossa Senhoria pensas que pode me calar!

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Resposta: ERRADO

A Concordância Verbal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (ele pensa)

i) Vossa Senhoria pensais que pode me calar!

Resposta: ERRADO

A Concordância Verbal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (ele pensa)

03. Corrija a frase quanto ao uso do Pronome de

Tratamento e suas implicações.

Comentário

a) É Vossa Senhoria que nomeará seu substituto?

Resposta: ERRADO

Tanto a concordância verbal quanto a pronominal devem ser realizadas na 3ª. pessoa do singular.

b) — Como Vossa Excelência está atarefado nesta

semana!

Resposta: ERRADO

A concordância verbal deve ser realizada na 3ª. pessoa do singular. (ele está)

A Concordância Nominal deve ser feita com o sexo (ele) da

pessoa, não com o pronome de tratamento, que é feminino. (ele está atarefado)

04. Quanto ao emprego dos pronomes de tratamento, assinale a opção errada:

e) Vossa Excelência deve ser usado para vereadores em geral.

Para vereadores usa-se o pronome de tratamento Vossa Senhoria; para o vereador Presidente da Casa, usa-se Vossa Excelência.

05. Quanto ao emprego dos pronomes de tratamento, assinale a opção errada:

d) Vossa Reverência deve ser usado para Arcebispos e Bispos.

Para Arcebispos e Bispos, usa-se Vossa Excelência Reverendíssima. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.

06. Julgue os itens como certo ou errado, quanto ao uso de Pronomes de Tratamento e Vocativo.

a) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor. São

Chefes dos Poderes: O Presidente da República (Dilma), o Presidente do Congresso Nacional (Senador Renan Calheiro) e o Presidente do Supremo Tribunal Federal (Joaquim Barbosa).

Ex.:

Excelentíssima Senhora Presidenta da República

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal

Resposta: CORRETO

b) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas

a Senadores, a Governadores, a Deputados, a Secretários de Estado dos Governos Estaduais, a Juízes, a Desembargadores, a Ministros de Estado, a Embaixadores, será Senhor + Cargo:

Ex.: Senhor Governador,

Resposta: CORRETO

c) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas ao Papa será Santíssimo Padre.

Ex.: Santíssimo Padre,

Resposta: CORRETO

d) O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas a Reitores de Universidades será Magnífico Reitor.

Ex.: Magnífico Reitor,

Resposta: CORRETO

07. Faça a correlação:

(A) Vossa Excelência

(B) Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima

(C) Vossa Excelência Reverendíssima

(D) Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima

(D) A Avenida Monsenhor Tabosa sofre mais uma

intervenção.

(C) A Arquidiocese de Fortaleza, que tem como padroeiro São José, é presidida pelo Arcebispo José Antônio

Aparecido Tosi Marques.

(B) Um Cardeal argentino, Jorge Bergoglio, tornou-se o

primeiro Papa da América Latina

(A) Ministro do STJ

COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Em nossa língua, os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam três posições em relação aos verbos.

Antes do verbo (próclise ou pronome proclítico)

Sempre nos encontramos aqui.

Depois do verbo (ênclise ou pronome enclítico)

Encontramo-nos sempre aqui.

No meio do verbo (mesóclise ou pronome mesoclítico)

Encontrar-nos-emos sempre aqui.

A gramática apresenta algumas regras quanto à colocação desses pronomes.

Próclise

Usa-se a próclise quando, antes do verbo, ocorrer uma palavra dos seguintes grupos:

a) palavras ou expressões de sentido negativo:

Ninguém me contou isso antes.

Em hipótese alguma lhe faria mal.

b) advérbios:

Ontem o encontrei na praia.

Importante! Se houver vírgula depois do advérbio, ele deixa de

atrair o pronome:

Antes, via-a sempre.

c) pronomes relativos:

As pessoas que me convidaram não estavam lá.

d) pronomes indefinidos:

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Alguém lhe fez outra proposta.

e) pronomes demonstrativos neutros:

Isso te incomoda?

f) conjunções subordinativas:

Embora o respeite muito, discordo de sua opinião.

g) frases exclamativas, optativas e interrogativas diretas:

Quanto me foi difícil partir!

Quem nos deixou aqui?

Deus te ajude, meu amigo.

Ênclise

Usa-se a ênclise nas seguintes situações:

1. verbo no início da frase:

Roubaram-me os documentos também.

2. verbo no imperativo afirmativo:

Crianças, lavem-se mais depressa.

3. verbo no gerúndio:

Entrou, queixando-se de dores fortes.

Importante! Se houver preposição em seguida de gerúndio, usa-

se a próclise:

Em se tratando de fofocas, estou fora.

ASSUNTO: COLOCAÇÃO PRONOMINAL

QUESTÃO 01 — AOCP ―Constatou-se que a área perto da antena do celular sofreu um

aumento de 7% em consumo de glicose em relação ao

escaneamento anterior, se tornando um pouco mais ativa.‖

Considere as regras gramaticais da língua padrão culta e

assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a

respeito da colocação pronominal e do verbo que se encontra

em destaque. (A) O pronome está em posição de mesóclise.

(B) O pronome está em posição de ênclise.

(C) Por estar após a vírgula e iniciando a oração, o pronome

deveria estar após o verbo.

(D) O verbo, por estar no gerúndio, jamais poderia iniciar a

oração.

(E) Esse uso é facultativo na língua escrita.

C

4. verbo no infinitivo impessoal:

Convém ajudá-lo imediatamente.

5. junto ao infinitivo não-flexionado, precedido da preposição a, em se tratando dos pronomes o, a, os, as:

Começou a maltratá-la.

Importante! Junto ao infinitivo flexionado, regido de preposição, é

de rigor a próclise.

Repreendi-os por se queixarem sem razão.

6. Vindo o infinitivo regido da preposição para, quase sempre é indiferente a colocação do pronome oblíquo antes ou depois do verbo, mesmo com a presença do advérbio não:

Corri para defendê-lo.

Corri para o defender.

Calei-me para não contrariá-lo.

Calei-me para não o contrariar.

Mesóclise

Ocorrerá a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, sem que venha precedido por palavra atrativa:

Informar-lhe-ei hoje

Facilitar-me-iam os pagamentos.

Importante! Com palavras atrativas, ocorreria a próclise:

De modo algum lhe informarei hoje.

Alguns me facilitariam os pagamentos.

Veja o seguinte exemplo:

A colocação dos pronomes no terceiro quadrinho, se atendesse aos padrões da língua culta, deveria contemplar a mesóclise: ―afundar-me-ei..., rebelar-me-ei..., enforcar-me-ei...".

Pronomes átonos em locuções verbais

Estando o verbo principal no infinitivo ou no gerúndio, coloca-se o pronome oblíquo depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal:

Posso-lhe afirmar isso Estou-lhe afirmando isso.

Posso lhe afirmar isso Estou lhe afirmando isso.

Posso afirmar-lhe isso. Estou afirmando-lhe isso.

TENÇÃO

Se houver palavra atrativa, o pronome pode ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal:

Não lhe posso afirmar isso.

Não posso afirmar-lhe isso.

Pronomes átonos em tempos compostos

Nos tempos compostos (ter ou haver + particípio), o pronome se junta ao verbo auxiliar, NUNCA ao particípio:

Tinha-lhe falado outras coisas.

Ter-lhe-ia falado outras coisas.

TENÇÃO

Se houver palavra atrativa, o pronome será colocado antes do verbo auxiliar:

Ninguém lhe tinha falado outras coisas

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EXERCÍCIOS

Texto

Qualquer barulho que se fizesse, principalmente os mais

desagradáveis, ecoava pelo edifício inteiro, verdadeira

caixa acústica. Mas nada de alguém assobiando ou

cantando uma canção. Um amigo meu casou-se com a

mais bela do bairro porque a conquistou com O Vôo da

Abelha, o grande desafio dos assobiadores.

Certamente ouvíamos música no edifício, mas

emitida por aparelhos de som, alguns muito possantes,

não, porém, pela voz natural, direto da garganta,

amadora, desafinada, catarrenta e sem acompanhamento

de orquestra. A voz do CD não é a voz ao vivo, solta,

gratuita, à qual nos referimos.

– Não se incomode, dona Mariana – replicou ela.

– Acabo de assinar contrato com a Tupi, vou ganhar uma

nota preta.

1. Assinale a alternativa em que, mudando-se a colocação pronominal de próclise para ênclise e vice-versa, a frase continua correta.

(A) que se fizesse (B) um amigo meu casou-se (C) porque a conquistou (D) à qual nos referimos (E) não se incomode

Texto

Assim como no progresso alucinante de nossos dias há um negativo inerente, também nas vivências anteriores e superadas havia um positivo injustamente sepultado junto com o negativo que as caracterizou.

2. Como em ―que as caracterizou‖, a colocação pronominal está correta em A) Entregarei-as na próxima semana. B) Os seres humanos haviam conseguido-as. C) Não se sabe quem as revelou. D) Espero que examinem-se todos os detalhes.

Perguntaram-me uma vez se eu saberia calcular o

Brasil daqui a vinte e cinco anos. Nem daqui a vinte e cinco minutos, quanto mais vinte e cinco anos. 3. Da mesma maneira que em ―Perguntaram-me‖, linha 01,

a colocação do pronome oblíquo átono está correta em A) Os alunos leram muito, preparando-se para as

avaliações. B) Se pudesse, o professor educaria-os. C) Os estudantes haviam preparado-se para as avaliações. D) Os estudantes que indagaram-me são interessados. E, na maioria das vezes, quando se descrevem as

características físicas, morais e mentais de um brasileiro, não se nota que na verdade se estão descrevendo os sintomas físicos, morais e mentais da fome.

4. O pronome ―se‖ está posto antes do verbo, por estar

atraído por A) outro pronome. B) um advérbio. C) uma conjunção coordenativa. D) uma conjunção subordinativa.

05. Considere os itens seguintes:

I. Os agentes penitenciários haviam deslocado-se para o presídio.

II. Há menas confusão na rua.

III. Cada um dos agentes prestarão juramento.

IV. Todos os agentes devem assistir ao hasteamento da bandeira.

Marque a alternativa verdadeira.

A) Em I, está correta a colocação do pronome oblíquo

átono.

B) Em II, está correta a concordância nominal.

C) Em III, está correta a concordância verbal.

D) Em IV, está correta a regência verbal.

06. Do mesmo modo que em ―que lhes permita‖ a colocação do pronome átono está correta em:

A) O bombeiro o qual ajudou-me é educado.

B) O bombeiro entrou logo em ação, nos revelando

eficiência.

C) Os bombeiros se tinham preparado para o trabalho.

D) Haviam arrastado-se até o prédio os bombeiros.

07. Assinale a alternativa em que a colocação do pronome átono, de acordo com a norma culta, pode ser tanto proclítica quanto enclítica.

a) Ninguém dirá a verdade. (lhe)

b) Começou a maltratar. (a)

c) Chamaria louca, com certeza. (a)

d) Corri para ajudar. (o)

Gabarito

01. B 02. C 03. A 04. D 05.D

06. C 07.D

FLEXÃO VERBAL: VERBO

CONCEITUAÇÃO

Verbo é a palavra que, por si só, indica um fato

(ação, estado, mudança de estado, fenômeno) e situa-se no tempo.

FLEXÕES DO VERBO

Número

Os verbos apresentam variações de número: está no singular quando se refere a uma só pessoa ou coisa, está no plural quando se refere a mais de uma pessoa ou coisa.

- Estudas música há muito tempo? (singular)

- Meu irmão e eu estudamos música há três anos. (plural).

Pessoa

Os verbos possuem três pessoas que correspondem aos pronomes pessoais que lhes servem de sujeito:

Primeira pessoa - aquela que fala - corresponde aos pronomes pessoais eu e nós;

Segunda pessoa - aquela com quem se fala - corresponde aos pronomes pessoais tu e vós;

Terceira pessoa - aquela de quem se fala - corresponde aos pronomes pessoais ele, ela, eles e elas.

CONJUGAÇÕES VERBAIS

1ª conjugação (terminação AR) Ex.: louvAR

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2ª conjugação (terminação ER) Ex.: vendER

3ª conjugação (terminação IR) Ex.: partIR

ATENÇÃO: O verbo pôr (e seus derivados repor, depor,

compor, transpor, etc.) pertence à 2ª conjugação, porque sua origem é essa: ponere › poer › pôr.

QUESTÕES

1. Marque a opção CORRETA que apresenta os verbos pertencentes à segunda conjugação.

a) Amar / sentir / vender. b) Correr / sofrer / dizer. c) Sorrir / amar / morrer. d) Calar / moldar / chorar. e) Sorrir / polir / vir. Gabarito B

TEMPO

Os tempos verbais indicam o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Basicamente são três, sendo dois deles subdivididos:

Presente - O fato se dá no momento em que se fala:

Vou agora à locadora

Pretérito - o fato se dá antes do momento em que se

fala:

Perfeito - indica um fato concluído:

Aluguei dois filmes italianos.

Imperfeito - toma o fato em curso, no passado:

Durante a infância, fazia desenhos incríveis.

Mais-que-perfeito - indica um fato ocorrido no passado, mas anterior a outro fato ocorrido:

Quando entramos, o filme já começara.

Futuro - o fato se dá depois do momento em que se fala:

Do presente - exprime um fato futuro ao presente:

Cacá Diegues também filmará esse tema.

Do pretérito - indica um fato futuro em relação a um

fato passado: é um futuro hipotético.

Ele falou aos repórteres que faria o filme.

Nos modos verbais, os tempos aparecem assim esquematizados:

MODO TEMPO

Indicativo

Presente: Falo

Imperfeito: Falava

Pretérito Perfeito: Falei

Mais-que-perfeito: Falara

Do Presente: Falarei

Futuro

Do Pretérito: Falaria

Subjuntivo

Presente: Fale

Pretérito Imperfeito: Falasse

Futuro: Falar

Imperativo

Afirmativo: Falemos

Negativo:

Não Falemos

IMPORTANTE!

Existem outras variações nos tempos verbais para atender à diversidade de situações comunicativas. Além das subdivisões vistas acima, os tempos verbais assumem significações que pouco têm a ver com seus significados

originais.

Observe algumas dessas variações:

1. Presente do Indicativo

a) Faço minhas lições todas as noites. (exprime uma ação habitual)

b) Os corpos são constituídos de átomos. (exprime uma

verdade científica)

c) Eles viajam depois de amanhã. (exprime futuro próximo e certo)

2. Pretérito Perfeito (composto)

Ele tem trabalhado muito nos últimos meses. (a

forma composta - verbo auxiliar + verbo principal no particípio - indica uma ação passada que se prolonga até o presente)

3. Futuro do Pretérito

a) Gostaria de um cafezinho agora? (exprime gentileza)

b) Se meu pai permitisse, viajaria com vocês. (exprime futuro atrelado a uma condição)

c) Ele falaria tal coisa (exprime incerteza)

MODO

Os modos dos verbos são três: indicativo, subjuntivo e imperativo. Eles indicam certeza, dúvida, ordem , pedido, desejo, possibilidade, etc.

Indicativo: exprime uma atitude de certeza

Comprei os ingressos ontem

Subjuntivo: exprime uma atitude de dúvida, de possibilidade: Eles querem que você viaje amanhã.

Imperativo: indica uma atitude de mando, conselho ou

súplica ou ainda convite.

Faça exercícios físicos apropriados.

Na frase ―Filho, faça boa

prova!‖ o modo é SUBJUNTIVO, não IMPERATIVO, pois não está exprimido um pedido , mas um desejo.

FORMAS NOMINAIS

Os verbos assumem algumas formas que, por exercerem funções não verbais, são chamados nominais:

Infinitivo – termina sempre em R e, em função de ter, ou

não, sujeito próprio subdivide-se em:

Infinitivo impessoal: quando não se refere a

nenhuma pessoal gramatical, isso equivale a dizer: quando não tem sujeito.

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Ex.: Convém ajudar este rapaz.

Infinitivo pessoal: quando tem um sujeito

específico, determinado.

Gerúndio – é caracterizado pela terminação NDO.

Ex.: Vivendo sozinho ele era mais feliz.

Particípio – apresenta, em geral a terminação ADO (na 1ª conjugação) e IDO (na 2ª e 3ª conjugações).

Ex.: Encontrado o garoto, voltamos para casa.

Ex.: Vendido o carro, voltamos para casa.

COMPOSIÇÃO DO MODOS VERBAIS

Os três modos verbais são constituídos pelos tempos verbais que constam do quadro abaixo.

Modo Indicativo

Presente Eu volto

Pretérito imperfeito Eu voltava

Pretérito perfeito simples Eu voltei

Pretérito perfeito composto

Eu tenho voltado

Pretérito mais-que-perfeito simples

Eu voltara

Pretérito-mais-que-perfeito composto

Eu tinha (havia) voltado

Futuro do presente simples

Eu voltarei

Futuro do presente composto

Eu terei (haverei) voltado

Futuro do pretérito simples

Eu voltaria

Futuro do pretérito composto

Eu teria (haveria) voltado

Modo Subjuntivo

Presente Que eu volte

Pretérito imperfeito Se eu voltasse

Pretérito perfeito Que eu tenha voltado

Pretérito mais-que-perfeito

Se eu tivesse voltado

Futuro simples Quando eu voltar

Futuro composto Quando eu tiver voltado

Modo Imperativo

Afirmativo Volta (tu); volte (você)

Negativo Não voltes (tu); não volte (você)

QUESTÕES

Ela aprendeu muito bem a lição. Enquanto ia andando para casa, faminta, pensava: ―Não posso

reclamar da cegonha. Ela me tratou mal, mas fui grosseira com ela primeiro.‖ 1. Marque a alternativa CORRETA em relação à

conjugação do verbo ―pensava‖ destacado no último parágrafo do texto.

a) Terceira pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo.

b) Primeira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.

c) Terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo.

d) Terceira pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo.

e) Primeira pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo.

Gabarito A

FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS

Toda palavra tem uma sílaba mais forte: a sílaba tônica. No caso das formas verbais, essa sílaba tônica pode estar dentro ou fora do radical do verbo. Para se obter o radical deste, basta tomar seu infinitivo e eliminar dele a terminação AR, ER, IR.

Ex.: LOUVAR→Radical→LOUV

Dependendo de apresentar a vogal da sílaba tônica dentro ou fora do Radical, uma forma verbal classifica-se em:

FORMA RIZOTÔNICA: quando a vogal da sílaba tônica está dentro do radical.

⌐VOGAL DA SÍLABA TÔNICA

Ex.: Eu LOUV O meu Deus.

└ RADICAL

FORMA ARRIZOTÔNICA: quando a vogal da sílaba tônica está fora do radical.

⌐VOGAL DA SÍLABA TÔNICA

Ex.: Eu LOUV AVA meu Deus.

└ RADICAL

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

QUANTOÀ CLASSIFICAÇÃO UM VERBO PODE SER:

a) REGULAR é aquele cujo radical não sofre alteração em

nenhum tempo, modo, número ou pessoa.

Ex.: Cantar — Vender — Partir — Negociar —Averiguar —

Apaziguar

IMPORTANTE:

Quando a alteração no radical é uma simples adaptação fonética exigida pelo idioma, nesse caso não se considera traço de verbo irregular.

Ex.: EU FICO QUE EU FIQUE

Ex.: TOCAR, CORRIGIR,

b) IRREGULAR é aquele que sofre alteração no radical ou

no quadro das desinências.

Ex.: FAZ ER → Eu FAÇ O

TRAZ ER → Eu TRAG O

POL IR → Eu PUL O

IMPORTANTE:

Normalmente a irregularidade de um verbo se mostra logo na 1ª pessoa do Presente do Indicativo.

Exemplos de VERBOS IRREGULARES:

aguar, dar, sentir, estar, querer, requerer, passear, cear, bloquear, ansiar, incendiar, mediar odiar, remediar, ver, vir (seguem-no advir, convir, intervir, provir, sobrevir)

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pôr, mobiliar (apresenta irregularidade na pronúncia), ter, haver, caber, crer, dizer, poder, saber, escrever (irregular no particípio: escrito), moer, perder, valer, ferir (conjugam-se como ferir: aderir, advertir, aferir, assentir, compelir, competir, conferir, conseguir, consentir, convergir, deferir, desferir, desmentir, despir, digerir, discernir, divergir, divertir, expelir, gerir, impelir, ingerir, inserir, interferir, investir, mentir, perseguir, preferir, pressentir, preterir, proferir, prosseguir, referir, refletir, repelir, repetir, ressentir, revestir, seguir, servir, sugerir, transferir e vestir), atribuir (seguem-no possuir, concluir, constituir, destituir, instruir, arguir, etc.), cair (seguem-no abstrair, atrair contrair, decair, distrair, esvair, extrair, recair, retrair, sair, sobressair, trair), construir (seguem-no destruir, reconstruir), rir, mentir, ouvir, pedir (seguem-no desimpedir, despedir, expedir, impedir e medir).

QUESTÕES

01. ―Disse‖ é um verbo irregular. Assinale o item no qual há outro verbo que sofra irregularidade: A) Amo poemas de amor! B) Ele quis que a esposa se aproximasse. C) Gostarias de olhar o céu? D) Ando preocupado ultimamente. E) Pensou na esposa falecida. 2. Leia o período a seguir:

Enquanto eles _________ o jardim, eu __________ a casa. Marque a opção que preenche corretamente e respectivamente as lacunas.

a) Águam – mobílio. b) Aguam – mobílio.

c) Agúam – mobilio. d) Águam – mobilío.

e) Aguam – mobilio. Gabarito: A/B; 2/A

c) ANÔMALO é aquele que apresenta profundas

alterações na sua conjugação em virtude de possuir mais de um radical.

Ex.: SER, IR

IMPORTANTE:

O verbo SER é constituído de três radicais primários: SEDERE, ESSE e IRE. Este último é o radial do verbo IR, razão por que os verbos SER e IR se confundem no pretérito perfeito e seus derivados (mais-que-perfeito, futuro do subjuntivo).

d) ABUNDANTE é aquele que apresenta mais de uma

possibilidade de conjugação. Em geral, tal fato ocorre no particípio, mas não somente. Muitos são os verbos que, ao lado do particípio regular terminado em –do, possuem outro, irregular.

Ex.:HAVER ENTUPIR

CONSTRUIR APIEDAR-SE

Hei Entupo

Construo Apiedo-me ou Apiado-me

Hás Entupes ou Entopes

Constróis ou Construis

Há Entupe ou Entope

Hemos ou Havemos

Entupimos

Heis ou Entupis

Haveis

Hão Entupem ou Entopem

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR

PARTICÍPIO IRREGULAR

aceitar aceitado aceito

acender acendido aceso

anexar anexado anexo

benzer benzido bento

desenvolver desenvolvido desenvolto

despertar despertado desperto

dispersar dispersado disperso

distinguir distinguido distinto

eleger elegido eleito

emergir emergido emerso

encher enchido cheio

entregar entregado entregue

envolver envolvido envolto

enxugar enxugado enxuto

erigir erigido ereto

expelir expelido expulso

expressar expressado expresso

exprimir exprimido expresso

expulsar expulsado expulso

extinguir extinguido extinto

findar findado findo

fixar fixado fixo

fritar fritado frito

ganhar ganhado ganho

gastar gastado gasto

imergir imergir imerso

imprimir imprimido impresso

incluir incluído incluso

isentar isentado isento

juntar juntado junto

limpar limpado limpo

malquerer malquerido malquisto

matar matado morto

misturar misturado misto

morrer morrido morto

murchar murchado murcho

ocultar ocultado oculto

omitir omitido omisso

pagar pagado pago

pegar pegado pego

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prender prendido preso

romper rompido roto

salvar salvado salvo

secar secado seco

segurar segurado seguro

soltar soltado solto

submergir submergido submerso

sujeitar sujeitado sujeito

suprimir suprimido supresso

suspender suspendido suspenso

tingir tingido tinto

vagar vagado vago

Os particípios regulares são usados, em geral, com os auxiliares ter e haver, ou seja, na voz ativa; e os irregulares com o verbo ser, na voz passiva.

Ex.: Julieta havia acendido o fogo.

Ex.: O fogo foi aceso por Julieta.

OBSERVAÇÕES

1ª) Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver, vir e seus derivados possuem apenas o particípio irregular: aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto, vindo.

2ª) Na língua contemporânea há uma tendência pelo uso dos particípios irregulares, o que justifica o desuso de ganhado, gastado, pagado e pegado.

e) DEFECTIVO é aquele que não é conjugado em todos os

tempos, modos, números ou pessoas.

Ex.: REAVER segue a conjugação do verbo HAVER, na

íntegra, mas só possui as formas em que o verbo HAVER apresenta a letra V.

REAVER

PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO

Hei HOUVE → REOUVE

Hás HOUVESTE → REOUVESTE

Hás HOUVE → REOUVE

Havemos → REAVEMOS HOUVEMOS→ REOUVEMOS

Haveis → REAVEIS HOUVESTES→ REOUVESTES

Hão HOUVERAM → REOUVERAM

PRET.-MAIS-QUE-PERFEITO

PRETÉRITO IMPERFEITO

FUTURO DO PRESENTE

FUTURO DO PRETÉRITO

REOUVERA REAVIA REAVEREI REAVERIA

REOUVERAS REAVIAS REAVERÁS REAVERIAS

REOUVERA REAVIA REAVERÁ REAVERIA

REOUVÉRAMOS REAVÍAMOS REAVEREMOS REAVERÍAMOS

REOUVÉREIS REAVÍEIS REAVEREIS REAVERÍEIS

REOUVERAM REAVIAM REAVERÃO REAVERIAM

FORMAS NOMINAIS

INFINITIVO IMPESSOAL INFINITIVO PESSOAL

REAVER REAVER

REAVERES

REAVER

REAVERMOS

REAVERDES

REAVEREM

REAVER

SUBJUNTIVO FORMAS NOMINAIS

PRESENTE

PRETÉRITO IMPERFEITO

FUTURO GERÚNDIO REAVENDO

— REOUVESSE REOUVER PARTICÍPIO

REAVIDO — REOUVESSES REOUVERES

— REOUVESSE REOUVER

— REOUVÉSSEMOS REOUVERMOS

— REOUVÉSSEIS REOUVERDES

— REOUVESSEM REOUVEREM

IMPERATIVO

AFIRMATIVO NEGATIVO

— —

— —

— —

REAVEI —

— —

EX.: Precaver-se, adequar, falir, ressarcir (esses verbos só são conjugados nas formas arrizotônicas); abolir, banir, colorir, demolir, exaurir, explodir, extorquir, fremir, retorquir (não possuem a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo); acontecer, ocorrer, suceder, prazer, doer, constar, urgir, fluir (conjugados apenas na 3ª p. do singular e do plural); chover, nevar, ventar, trovejar, gear, haver (só são conjugados na 3ª p. do singular).

PRECAVER: é conjugado apenas nas formas

arrizotônicas. As formas inexistentes são substituídas por sinônimos: acautelar-se, precatar-se, prevenir-se.

PRECAVER

INDICATIVO FORMAS

NOMINAIS

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO

PRET. PERFEITO

INFINITIVO IMPESSOAL

— precavia precavi precaver

— precavias precaveste INFINITIVO PESSOAL

— precavia precaveu precaver

precavemos precavíamos precavemos precaveres

precaveis precavíeis precavestes precaver

— Precaviam precaveram precavermos

PRET. MAIS-QUE-

PERFEITO

FUTURO DO PRESENTE

FUTURO DO

PRETÉRITO

precaverdes

precavera precaverei precaveria precaverem

precaveras precaverás precaverias GERÚNDIO

precavera precaverá precaveria precavendo

precavêramos

precaveremos precaveríamos

PARTICÍPIO

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precavêreis precavereis precaveríeis precavido

precaveram precaverão precaveriam

SUBJUNTIVO

PRESENTE

PRET. IMPERFEITO

FUTURO

— precavesse precaver

— precavesses precaveres

— precavesse precaver

— precavêssemos precavermos

— precavêsseis precaverdes

— precavessem precaverem

IMPERATIVO

AFIRMATIVO NEGATIVO

— —

— —

— —

precavei —

— —

VERBOS AUXILIARES

São auxiliares os verbos que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

┌Verbo Principal

Ex.: Vou conversar com meus amigos.

└Verbo Auxiliar

┌Verbo Principal

Ex.: Maria está chegando.

└Verbo Auxiliar

┌Verbo Principal

Ex.: Esta parede foi pintada por mim.

└Verbo Auxiliar

VERBOS PRONOMINAIS

São pronominais os verbos que só se conjugam com os pronomes oblíquos átonos; esses pronomes fazem parte intrínseca do verbo.

São essencialmente pronominais os verbos arrepender-se e queixar-se.

Ex.: Eu me arrependi do que disse.

Ex.: Os fracos se queixam muito da vida.

OBSERVAÇÕES:

1ª) Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática.

2ª) Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são os verbos reflexivos. Nos

verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas.

Ex.: Ele se cortou.

└ Objeto Direto reflexivo

VOZES DO VERBO

Quanto à voz, os verbos se apresentam de três formas:

a) Voz Ativa - o fato expresso pelo verbo é praticado pelo sujeito:

O presidente criticou o novo ministro.

└SUJEITO AGENTE

b) Voz passiva - o fato expresso pelo verbo é recebido pelo

sujeito. Pode ser:

Passiva Analítica (verbo no particípio + verbo auxiliar ser)

O novo ministro foi criticado pelo presidente.

└SUJEITO PACIENTE

IMPORTANTE:

Observe que da VOZ ATIVA para a PASSIVA passamos de um verbo a dois: se tivéssemos dois na ATIVA, teríamos três na PASSIVA, e vice-versa.

Passiva Sintética (verbo na 3ª pessoa + partícula apassivadora se)

┌O D transforma-se em SUJEITO PACIENTE

C r i t i c o u –se o n o v o m i n i s t r o.

VTD └ P. APASSIVADORA

c) Voz Reflexiva - o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo:

O novo ministro demitiu-se.

└ OBJETO DIRETO REFLEXIVO

OBSERVAÇÃO:

Quando o verbo está no plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade da ação.

Ex.: Os deputados agrediram-se.

└ VOZ REFLEXIVA RECÍPROCA

FORMAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMPOS VERBAIS SIMPLES

1ª Etapa: Formação dos Presentes

O presente do indicativo é considerado um tempo primitivo e dele deriva-se o presente do subjuntivo, da maneira como mostra o esquema a seguir:

Verbo de 1ª conjugação

1ª pessoa singular do presente do indicativo

-O

+E

1ª pessoa singular do presente do subjuntivo

Ex.: Eu louvo

→ Que eu louve

Presente d Indicativo

Presente do Subjuntivo

Eu louvo

Que eu louve

Tu louvas

Que tu louves

Ele louva

Que ele louve

Nós louvamos

Que nós louvemos

Vós louvais

Que vós louveis

Eles louvam

Que eles louvem

Note como a desinência modo-temporal E se

mantém em todas as pessoas do presente do subjuntivo.

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Verbos de 2ª e 3ª conjugações.

1ª pessoa singular do presente do indicativo

-O

+A

1ª pessoa singular do presente do subjuntivo

Ex.: Eu vendo

→ Que eu venda

Presente d Indicativo

Presente do Subjuntivo

Eu vendo

Que eu venda

Tu vendes

Que tu vendas

Ele vende

Que ele venda

Nós vendemos

Que nós vendamos

Vós vendeis

Que vós vendais

Eles vendem

Que eles vendam

Note como a desinência modo-temporal A se

mantém em todas as pessoas do presente do subjuntivo.

ATENÇÃO!

Essa derivação só é possível quando a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo termina em O. Por isso ela não vale para os seguintes verbos:

ser (Eu sou — Que eu seja)

estar (Eu estou — Que eu esteja)

ir (Eu vou — Que eu vá)

dar (Eu dou — Que eu dê)

haver (Eu hei — Que eu haja)

saber (Eu sei — Que eu saiba)

2ª Etapa: FORMAÇÃO DO IMPERATIVO

O Imperativo Afirmativo forma-se a partir dos dois presentes (do indicativo e do subjuntivo)

Do Presente do Indicativo: usamos as 2ªs pessoas (Tu e Vós), eliminando o S final.

Do Presente do Subjuntivo usamos as demais pessoas (Você, Nós, Vocês), sem nenhuma alteração.

Veja o esquema

Presente do indicativo

Imperativo Afirmativo

Presente do Subjuntivo

Eu canto --------------- Que eu cante

Tu cantas → Canta tua música Que tu cantes

Ele canta Cante sua música

← Que ele cante

Nós cantamos

Cantemos nossa música

← Que nós cantemos

Vós cantais →

Cantai vossas canções

Que vós canteis

Eles cantam Cantem suas canções

← Que eles cantem

O Imperativo Negativo forma-se a partir do presente do subjuntivo, sem nenhuma alteração.

Veja o esquema:

Imperativo Negativo Presente do

Subjuntivo

----------------------- ← Que eu cante

Não Cantes tua música ← Que tu cantes

Não Cante sua música ← Que ele cante

Não Cantemos nossa música ← Que nós cantemos

Não Canteis vossas canções ← Que vós canteis

Não Cantem suas canções ← Que eles cantem

ATENÇÃO!

Para o verbo SER essa derivação não é válida. Para esse verbo, temos, na 2ª p. singular e plural, as seguintes formas:

Sê tu

Sede vós

3ª Etapa: PRETÉRITO PERFEITO E SEUS DERIVADOS

O pretérito perfeito é um tempo primitivo e dá origem a três outros tempos verbais, conforme o esquema abaixo:

Ex.: verbo louvar

Pretérito Perfeito Eu louvei Tu louvaste Ele louvou Nós louvamos Vós louvastes

Eles louvaram

/ /

│ │

\ \

-M -AM -RAM+SSE

▼ ▼ ▼

Pretérito Mais-Que-

Perfeito

Futuro do Subjuntivo

Pretérito imperfeito do

Subjuntivo

Eu louvara

Qdo. eu louvar

Se eu louvasse

Tu louvaras

Qdo. tu louvares

Se tu louvasses

Ele louvara

Qdo. ele louvar

Se ele louvasse

Nós louváramos

Qdo. nós louvarmos

Se nós louvássemos

Vós louváreis

Qdo. vós louvardes

Se vós louvásseis

Eles louvaram

Qdo. eles louvarem

Se eles louvassem

4ª Etapa: FORMAÇÃO DOS TEMPOS FUTUROS

Os dois tempos futuros formam-se pelo acréscimo de determinadas desinências ao infinitivo.

FUTURO DO PRESENTE

Futuro do Presente

⁄ +ei → Louvarei

INFINITIVO ⁄ +ás → Louvarás

LOUVAR ─ +á → Louvará

\ +emos → Louvaremos

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\ +eis → Louvareis

\ +ão → Louvarão

FUTURO DO PRETÉRITO

Futuro do Presente

⁄ +ia → Louvaria

INFINITIVO ⁄ +ias → Louvarias

LOUVAR ─ +ia → Louvaria

\ +íamos → Louvaríamos

\ +íeis → Louvaríeis

\

+iam → Louvariam

Correlação entre os tempos verbais

Quando se constrói uma determinada frase, os verbos que ela apresenta estabelecem entre si certas correlações, de tal forma que se ajustem convenientemente no que se refere às variadas possibilidades de uso dos tempos e modos verbais.

Observe, por exemplo, a frase:

Se elas voltassem, eu ficaria feliz

Correlação

O uso da forma voltassem, que é uma hipótese, uma condição, implica o emprego da forma ficaria, que, no contexto da frase, expressa uma possibilidade dependente da realização - ou não - do fato contido em voltassem.

A essa articulação temporal entre duas formas verbais dá-se o nome de correlação verbal.

Veja como, na frase acima, a correlação não estaria adequada se, em lugar de ficaria, usássemos, por exemplo, ficarei:

Se elas voltassem, eu ficarei feliz

Correlação Inadequada

Observe que a forma ficarei estabelece correlação com outra forma do verbo voltar:

Se elas voltarem, eu ficarei feliz

Correlação Adequada

QUESTÃO 01 — AOCP, Ag. Fiscal., Vitória Conquista 2013

Texto

Há quem duvide, mais eu amo todo mundo!...

Alguns eu amo ter por perto

Outros eu amo evitar

Uns eu amo bem longe de mim

E tem aqueles que eu amaria nem ter conhecido

A forma verbal “amaria” está conjugada no

(A) futuro do presente do indicativo.

(B) futuro do pretérito do indicativo.

(C) futuro do subjuntivo.

(D) pretérito imperfeito do subjuntivo.

(E) pretérito imperfeito do indicativo.

Gabarito: B

LOCUÇÕES VERBAIS

Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locuções

verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. Observe os exemplos:

Estou lendo o jornal.

Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.

Ninguém poderá sair antes do término da sessão.

A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir por meio delas os mais variados matizes de significado. Ser (estar,

em algumas construções) é usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a

potencialidade ou a necessidade de que determinado processo se realize ou não. Veja:

Pode ocorrer algo inesperado durante a festa.

Deve ocorrer algo inesperado durante a festa.

Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo.

Por exemplo:

Quero ver você hoje.

Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se a, ir, vir eestar, todos ligados à noção de aspecto verbal.

QUESTÕES COMENTADAS

01. Noticiando é forma do gerúndio do verbo noticiar; a

frase em que a forma verbal destacada pode NÃO estar no gerúndio é:

a) As notícias estão chegando da Itália cada vez mais

rapidamente;

b) Transformando-se o ódio em amor, acabam-se as

guerras;

c) Vindo o resultado, os clientes começaram a protestar;

d) Os jogadores italianos estão reclamando dos

estrangeiros;

e) O atleta viajou, completando sua missão.

COMENTÁRIO:

O verbo "vir" faz o particípio e o gerúndio de uma

única forma: "vindo".

02. Considerando que a ação de agredir o jogador brasileiro

Antônio Carlos ocorreu antes de o Lazio perder o mando do campo, ação também passada, o verbo agredir deveria estar no:

a) mais-que-perfeito do indicativo;

b) imperfeito do indicativo;

c) futuro do pretérito;

d) imperfeito do subjuntivo;

e) presente do subjuntivo.

COMENTÁRIO:

O tempo verbal usado para se referir a uma ação no

passado que aconteceu antes de outra ação também no

passado se chama pretérito-mais-que-perfeito.

┌Pret. Perfeito

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Quando o árbitro apitou, a bola já entrara.

Pret. Mais-Que-Perfeito┘

O tempo MAIS-QUE-PERFEITO como o próprio nome diz: MAIS que o PERFEITO; ou seja, um acontecimento anterior a outro também no passado.

A bola havia entrado antes de o árbitro ter apitado; ambas ações já aconteceram.

Gabarito: 01/C; 02/A;

EXERCÍCIOS COMENTADO DE OUTRAS ORGANIZADORAS

Verbo: reconhecimento do tempo de modo verbais.

01. ... os nobres enviavam marinheiros mundo afora ...

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que os do

grifado acima está na frase:

(A) ... todas tratam o colecionismo como algo mais que um simples passatempo de adolescentes.

(B) Mas não pense que todo colecionador...

(C) Quem passa da adolescência...

(D) Os portos de Roterdã e Amsterdã enchiam-se de coisas maravilhosas e exóticas.

(E) Sem elas, até mesmo a paisagem de alguns países seria diferente.

COMENTÁRIO

ENVI A VA M

Radical V. T. DMT* DNP**

*Desinência Modo Temporal do Pretérito Imperfeito do

Indicativo para os verbos de 1ª conjugação. Em se tratando

da 2ª e 3ª conjugações a DMT é IA.

** Desinência Número Pessoal

(A) tratam: presente do indicativo.

(B) não pense: imperativo negativo.

(C) passa: presente do indicativo.

(D) enchiam-se: pretérito imperfeito do indicativo.

(E) seria: futuro do pretérito.

VOZES VERBAIS

02. Ele não é emitido por motores...

Transpondo-se a frase acima para a voz ativa, a forma

verbal correta passa a ser

(A) emitia. (B) emitem.

(C) tinham emitido. (D) serão emitidos.

(E) é para ser emitido.

COMENTÁRIO

Ele não é emitido por motores...

Esta oração está na voz passiva, você deve passá-la para a

ativa. Siga os passos: conte os verbos, verifique o tempo e

o modo verbal, encontre o sujeito (que será o OBJETO

DIRETO, na ATIVA), encontre o agente da passiva (que

será o SUJEITO, na ATIVA).

É EMITIDO: 2 verbos na passiva, 1 na ativa. Eliminam-se,

desse modo, os itens C, D, E.

É EMITIDO: verbo no presente do indicativo. A resposta

deve trazer o verbo no mesmo tempo e modo. Eliminam-se,

portanto, os itens A, C, D.

MODO VERBAL

03. Até o fim do século, dizia-se, seria preciso usar

máscaras de oxigênio nas cidades...

O emprego da forma verbal grifada acima denota, no

contexto,

(A) prolongamento de um fato que se realiza até o momento presente.

(B) declaração real com um limite determinado de tempo.

(C) ideia aproximada da realização de um fato atual.

(D) possibilidade de realização de um fato a partir de certa condição.

(E) afirmação categórica a partir de uma situação anterior.

COMENTÁRIO

SERIA: RIA é a DMT do Futuro do Pretérito. Este é

um futuro que tem um pé no passado. Só chega a se realizar

se você tivesse feito algo no passado. É também conhecido

como Futuro Condicional, pois está depende de uma

condição para se realizar.

Mais um pouco...

Emprega-se o futuro do pretérito para assinalar:

Um fato futuro em relação a outro no passado

o "Se eu morresse amanhã, viria ao menos

Fechar meus olhos minha triste irmã;

Minha mãe de saudades morreria. (Álvares Azevedo, Se

Eu Morresse Amanhã).

Uma ironia ou um pedido de cortesia:

o Daria para fazer silêncio!

o Poderia fazer o favor de sair!?

Verbo

04. O verbo corretamente flexionado está grifado na frase:

(A) As tropas americanas não conteram os ataques da população enfurecida à Biblioteca Nacional.

(B) Saqueadores de museus contrabandeiam obras de raro valor arqueológico no mercado internacional.

(C) Nazistas se proporam a destruir, em enormes fogueiras, livros considerados perigosos na Alemanha.

(D) O problema que sobreviu à invasão americana no Iraque foi a destruição de peças arqueológicas raríssimas.

(E) Os invasores do Iraque não antevieram as funestas consequências dos saques, como o contrabando de obras valiosas.

COMENTÁRIO

(A) conteram: segue o verbo TER: contiveram

(B) contrabandeiam: segue os verbos terminados em EAR:

passear, frear, arrear, cear, etc.

Todos os verbos terminados em -ear têm o

acréscimo da letra i, colocada imediatamente antes da

terminação verbal (ar), somente nas formas rizotônicas.

O verbo passear, então, tem a seguinte conjugação

no Presente do Indicativo: Todos os dias eu passeio, tu

passeias, ele passeia, nós passeamos, vós passeais, eles

passeiam;

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No Presente do Subjuntivo: espero que eu passeie,

que tu passeies, que ele passeie, que nós passeemos, que

vós passeeis, que eles passeiem.

Nenhuma outra estrutura verbal de nenhum outro

tempo tem a letra i.

(C) proporam: segue o verbo PÔR: propuseram

(D) sobreviu: segue o verbo VIR: sobreveio

(E) antevieram: segue o verbo VER: anteviram

Modo Verbal

05. Que ele nade bem esses cinquenta ou sessenta metros

...

O emprego do verbo grifado indica, no contexto,

(A) dúvida provável. (B) certeza absoluta.

(C) desejo realizável. (D) ação habitual.

(E) surpresa real.

COMENTÁRIO

Uma oração que comece com que traz o verbo no modo

subjuntivo. O mundo subjuntivo expressa DÚVIDA,

POSSIBILIDADE, PROBALIDADE, DESEJO.

06. Todos os verbos estão corretamente flexionados na

frase:

(A) Cientistas exporam recentemente resultados de uma pesquisa que busca explicar por que o ser humano se tornou bípede.

(B) Muitas condições favoráveis à sobrevivência da espécie humana advieram do fato de que o homem se transformou em bípede.

(C) O resultado da pesquisa constitue um avanço nas teorias que tentam esclarecer as condições que facilitaram o processo de evolução do homem.

(D) Pesquisadores se deteram em fatos da natureza, como a incidência dos raios solares, para desenvolver suas teorias de como o homem evoluiu.

(E) Nos testes realizados em esteiras, os chimpanzés consomiram mais energia, porque suas características físicas não satisfazeram as necessidades da caminhada.

COMENTÁRIO

(A) Cientistas exporam ...

EX + PÔR= No Pretérito Perfeito = Eu pus, tu puseste, ele

pôs, nós pusemos, vós pusestes, eles Expuseram.

(B) Muitas condições favoráveis à sobrevivência da espécie

humana advieram do fato de que o homem se transformou

em bípede.

AD+ VIR: Pretérito Perfeito = Eu vim, tu vieste, ele veio,

nós viemos, vós viestes, eles vieram.

(C) O resultado da pesquisa constitue

CONSTITUIR: Verbos terminados em UIR, NA 3ª pessoa

recebem um I, não um E. Ex.: Isto constitui...

(D) Pesquisadores se deteram

DE+ TER: no pretérito perfeito: Eu tive, tu tiveste, ele teve,

nós tivemos, vós tivestes, eles tiveram. Logo, eu detive, tu

detiveste, ele deteve, nós detivemos, vós detivestes, eles

detiveram.

(E) Nos testes realizados em esteiras, os chimpanzés

consomiram ... não satisfazeram ...

CONSUMIR: eu consumi, tu consumiste, ele consumiu,

nós consumimos, vós consumistes, eles consumiram.

SATISFAZER: paradigma de FAZER. Pretérito Perfeito

do Indicativo eu satisFIZ, tu satisFIZESTE, ele satisFEZ,

nós satisFIZEMOS, vós satisFIZESTES, eles

satisFIZERAM.

Gabarito: 1.D 2.B 3.D 4.B 5.C 6.B

ADVÉRBIO

Ele bebeu muito.

Adv. Intensidade Na frase acima o advérbio muito está

intensificando o sentido do verbo BEBER.

A banda chegou hoje. Nessa outra frase o advérbio hoje acrescenta ao

verbo CHEGAR uma circunstância de tempo.

Gil está muito alegre. O advérbio muito está intensificando o adjetivo

alegre.

A seleção jogou muito bem. Na frase acima o advérbio muito está

intensificando o advérbio de modo BEM. Então, podemos concluir que: Advérbio é uma palavra que

modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.

Texto Há quem duvide, mais eu amo todo mundo!...

Alguns eu amo ter por perto

Outros eu amo evitar

Uns eu amo bem longe de mim

E tem aqueles que eu amaria nem ter conhecido

QUESTÃO 01 — AOCP, Ag. Fiscal., Vitória Conquista 2013 A expressão ―bem‖ modifica, sintaticamente, a expressão

(A) de mim. (B) longe. (C) uns. (D) amo. (E) eu. B

CLASSIFICAÇÃO DO ADVÉRBIO

De acordo com as circunstâncias que exprimem o advérbio pode ser classificado:

CIRCUNSTÂNCIA ADVÉRBIO

Tempo Ontem, hoje, amanhã, breve, logo, antes, depois, agora, já, sempre, nunca, jamais, cedo, tarde, outrora, ainda, antigamente, novamente, brevemente, raramente.

Lugar Aqui, ali, aí, cá, lá, acolá, atrás, perto, longe, acima, abaixo, adiante, dentro, fora, além.

Modo Bem, mal, assim, depressa, calmamente, suavemente, alegremente.

Afirmação Sim, deverás, certamente, realmente, efetivamente.

Negação Não, tampouco.

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Dúvida Talvez, quiçá, acaso, decerto, porventura, provavelmente, possivelmente.

Intensidade Muito, pouco, bastante, mais, menos, demais, tão, tanto, meio.

QUESTÃO 01 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e Social Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao sentido apresentado pelas expressões em destaque.

(A) ―... e agora se deleita com essa nova descoberta...‖ (tempo)

(B) ―Há quem nunca tenha se interessado...‖ (intensidade) (C) ―... um lanche desse tipo conta muito para as mães.‖

(intensidade) (D) ―... ele respondeu que é sempre uma ―comida muito

estranha‖.‖ (tempo) (E) ―Talvez isso seja necessário porque faltem atos...‖ (dúvida) B NUNCA: ADVÉRBIO DE TEMPO

DISTINÇÃO ENTRE ADVÉRBIO E PRONOME INDEFINIDO

Alguns advérbios podem ser confundidos com pronomes indefinidos; isso porque as palavras muito, bastante, etc., podem aparecer como advérbio e como

pronome indefinido. Veja como diferencia-los:

Advérbio » modifica um verbo, adjetivo ou o próprio advérbio e não sofre flexão (em gênero e número). Ex.: Ele bebeu muito.

Pronome indefinido » relaciona-se com substantivos

e sofre flexões. Ex.: As meninas caminharam muitos quilômetros.

FLEXÃO DO ADVÉRBIO

O advérbio é uma palavra invariável em número e gênero, mas é flexionado em grau.

Igualmente aos substantivos o advérbio admite dois graus: comparativo e superlativo.

LOCUÇÃO ADVERBIAL

São palavras que tem a função de advérbio e são iniciadas por preposição.

Ex.: O gol surgiu de repente. Ex.: Tivemos que sair às pressas. Ex.: Há crianças que morrem de fome.

As locuções adverbiais classificam-se como os advérbios, de acordo com as circunstâncias que exprimem.

Abaixo a relação de algumas locuções adverbiais: Às vezes com certeza às cegas À esquerda às claras a distância Ao lado à direita às pressas Ao vivo a pé à toa De repente por ali por perto Por fora sem dúvida em cima De fome de medo

ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS

São advérbios interrogativos quando, como, onde, por que e se referem às circunstâncias de tempo, de modo, de lugar, e de causa, respectivamente. Podem aparecer tanto nas interrogativas diretas quanto nas interrogativas indiretas.

Interrogativa direta interrogativa indireta

Quando sairemos? Não sei quando sairemos

Como você caiu? Não sei como você caiu.

Onde você mora? Não sei onde você mora.

Por que você não veio? Não sei por que você não veio.

ADJETIVOS ADVERBIALIZADOS

Consideramos adjetivos adverbializados aqueles empregados com valor de advérbio. Por isso, são mantidos invariáveis.

Ex.: Os bombeiros chegaram rápido ao local do

incêndio. (rapidamente)

Ex.: A seleção venceu fácil o jogo. (facilmente)

PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS

As palavras e locuções denotativas são classificadas à parte pela NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) porque não se enquadram em nenhuma das dez classes gramaticais. Antigamente, eram consideradas advérbios, hoje são classificadas de acordo com o significado que elas expressam; por isso chamadas palavras denotativas e exprimem:

Adição: ainda, além disso.

Ex.: Jogou uma ótima partida e ainda tem fôlego

para outra.

Afastamento: embora.

Ex.: Vamos embora daqui.

Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente.

Ex.: Felizmente tudo acabou bem.

Ex.: Ainda bem que vencemos o jogo.

Designação: eis.

Ex.: Eis o candidato que lhe falei.

Exclusão: somente, só, exclusive, exceto, senão, apenas, etc.

Ex.: Acertamos apenas dois números.

Explicação: isto é, por exemplo.

Ex.: Mereço um bom presente, por exemplo, um

carro.

Inclusão: até, ainda, também, inclusive.

Ex.: Consegui boas notas nas provas inclusive

em matemática.

Ex.: Você também não foi trabalhar.

Limitação: só, somente, unicamente, apenas.

Ex.: Apenas você optou pela carreira acadêmica.

Ex.: Só o comercial conseguiu atingir as metas.

Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes.

Ex.: O dia está quente, aliás, muito quente.

Ex.: O Brasil jogou bem, ou melhor, deu aula de

futebol.

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QUESTÕES

1. No período: ―Chegou a ser formado na África do Sul...‖, o termo grifado funciona como advérbio de:

a) Modo. b) Tempo. c) Causa. d) Lugar. e) Afirmação. TEXTO 1

01 02 03 04 05

Com o tempo aprendi que o ciúme é um sentimento para proclamar de peito aberto, no instante mesmo de sua origem. Porque ao nascer, ele é realmente um sentimento cortês, deve ser logo oferecido à mulher como uma rosa. Senão,

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06 07 08 09 10 11

no instante seguinte ele se fecha em repolho, e

dentro dele todo o mal fermenta. O ciúme é então a espécie mais introvertida das invejas, e mordendo-se todo, põe nos outros a culpa de sua feiura. Sabendo-se desprezível, apresenta-se com nomes supostos. (BUARQUE, Chico. In Leite Derramado. Companhia das Letras. 2009)

2. As palavras ―logo‖ (linha 05), ―seguinte‖ (linha 06) e ―ele‖

(linha 04) classificam-‐se, respectivamente, como:

A) advérbio, adjetivo, pronome B) conjunção, advérbio, adjetivo C) advérbio, advérbio, pronome D) conjunção, advérbio, pronome E) conjunção, adjetivo, advérbio 3. Marque a opção CORRETA que indica a palavra que tem o sufixo formador de advérbio.

a) Extremamente. b) Sociedade. c) Enriquecimento. d) Pessimismo. e) Desesperança. Gabarito: 1 D; 2 A; 3 A

PREPOSIÇÃO Preposição é a palavra que estabelece uma

relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.

Exemplos Os amigos de João estranharam o seu modo de

vestir. [amigos de João / modo de vestir: elementos

ligados por preposição] [de: preposição] Ela esperou com entusiasmo aquele breve

passeio. [esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição]

[com: preposição]

Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.

Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente - é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado conseqüente – é o temo regido, aquele que cumpre o

regime estabelecido pelo antecedente. Exemplos

A hora das refeições é sagrada. [hora das refeições: elementos ligados por

preposição] [de + as = das: preposição] [hora: termo antecedente = rege a construção "das

refeições"] [refeições: termo conseqüente = é regido pela

construção "hora da"] Alguém passou por aqui. [passou por aqui: elementos ligados por

preposição] [por: preposição]

[passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"]

[aqui: termo conseqüente = é regido pela construção "passou por"]

As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se liga. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde (ex.: de + o = do; por + a = pela; em + um = num, etc.).

Uso da Preposição Algumas particularidades no uso das preposições: 1. O sujeito das orações reduzidas de infinitivo não deve vir contraído com uma preposição. Exemplos A maneira dele estudar não é correta. [Inadequado] A maneira de ele estudar não é correta. [Adequado] A maneira de nós estudarmos não é correta. [Adequado] 2. A preposição "a" não deve ser utilizada após a preposição "perante". Exemplos Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou perante a todos. [Inadequado] Quando o resultado das provas foi divulgado, ela chorou perante todos. [Adequado] 3. Do mesmo modo, não podemos utilizar a preposição "a" depois da preposição "após". Exemplos Todos nos reunimos após à reunião. [Inadequado] Todos nos reunimos após a reunião. [Adequado] O retorno dos alunos após ao intervalo é sempre tumultuado. [Inadequado] O retorno dos alunos após o intervalo é sempre tumultuado. [Adequado] 4. A preposição "desde" não admite em sua seqüência a preposição "de". Exemplos Estamos esperando aqui desde das 12 h. [Inadequado] Estamos esperando aqui desde as 12 h. [Adequado] 5. Em vez de utilizar a preposição "após" antes de verbos no particípio, prefira a locução "depois de". Exemplos O aluno partiu após difundida a notícia. [Inadequado] O aluno partiu depois de difundida a notícia. [Adequado]

Omissão das preposições Antes de alguns advérbios de tempo, modo e lugar, a

preposição pode ou não ser omitida. Exemplos

Chegarão domingo. [Adequado]

Chegarão no domingo. [Adequado]

O filho, cabeça baixa, ouvia a reprimenda. [Adequado]

O filho, de cabeça baixa, ouvia a reprimenda. [Adequado]

A crase e as preposições A crase não deve ser empregada junto a algumas

preposições.

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Dois casos, no entanto, devem ser observados quanto ao emprego da crase. Trata-se das preposições "a" e "até" empregadas antes de palavra feminina. Essas únicas exceções se devem ao fato de ambas indicarem, além de outras, a noção de movimento. Por isso, com relação à preposição "a" torna-se obrigatório o emprego da crase, já que haverá a fusão entre a preposição "a" e o artigo "a" (ou a simples possibilidade de emprego desse artigo). Já a preposição "até" admitirá a crase somente se a idéia expressa apontar para movimento.

Exemplos

A entrada será permitida mediante à entrega da passagem. [Inadequado]

A entrada será permitida mediante a entrega da passagem. [Adequado]

Desde à assembléia os operários clamavam por greve. [Inadequado]

Desde a assembléia os operários clamavam por greve. [Adequado]

Os médicos eram chamados a sala de cirurgia. [Inadequado] Os médicos eram chamados à sala de cirurgia. [Adequado]

[termo regente: chamar a / "a" = preposição indicativa de movimento]

[termo regido: (a) sala / "a" = artigo]

[sala: palavra feminina]

Os escravos eram levados vagarosamente até a senzala. Os escravos eram levados vagarosamente até à senzala.

[termo regente: levar a / "a" = preposição indicativa de movimento]

[termo regido: (a) senzala / "a" = artigo]

[senzala: palavra feminina]

Observe que não foi apontado no exemplo (4) o uso inadequado e adequado das ocorrências de crase. Isso se dá porque atualmente no Brasil o emprego da crase diante da preposição "até" é facultativo.

Uso das locuções prepositivas Certas construções da língua portuguesa constituem

casos em que determinados termos se combinam de tal forma que não é permitida a variação seja qual for o contexto em que estão inseridas. Normalmente, trata-se de locuções (conjunto de palavras que formam uma unidade expressiva).

As locuções prepositivas são elementos que não variam em gênero (feminino ou masculino) e número (singular ou plural). São, por isso, expressões fixas na língua portuguesa. A forma fixa dessas locuções, porém, não se resume à variação de gênero e número. No decorrer da história da língua portuguesa, determinadas formas se consagraram. Muitos gramáticos postulam a adequação de uma forma e não outra para a língua escrita. Por isso, o emprego inadequado dessas construções configura-se um problema de linguagem.

Vejamos alguns exemplos freqüentes de uso inadequado de locuções prepositivas:

Exemplos

A nível de experiência, tudo é válido. [Inadequado] Em nível de experiência, tudo é válido. [Adequado]

Eles estavam em vias de cometer uma loucura. [Inadequado] Eles estavam em via de cometer uma loucura. [Adequado]

A seguir, alguns exemplos de locuções em uso inadequado:

EMPREGO INADEQUADO

EMPREGO ADEQUADO

a nível de em nível de

à medida em que na medida em que

ao mesmo tempo que ao mesmo tempo em que

apesar que apesar de que

de modo a de modo que

a longo prazo em longo prazo

em vias de em via de

ao ponto de a ponto de

de vez que uma vez que / portanto

Note que o uso corrente das inadequações promove substituição ou supressão das preposições que compõem a expressão.

Além disso, é importante ressaltar que, embora estejamos nos referindo apenas às locuções prepositivas, o mesmo princípio pode ser aplicado às locuções conjuncionais ou locuções adverbiais. Vejamos, por exemplo, um caso em que a inadequação recai sobre uma locução adverbial:

Os amigos, na surdina, combinavam sobre tua festa. [Inadequado]

Os amigos, à surdina, combinavam sobre tua festa. [Adequado]

Fonte: www.nilc.icmc.usp.br

Preposição Preposição é uma palavra invariável que liga dois

elementos da oração, subordinando-os. Isso significa que a preposição é o termo que liga substantivo a substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a substantivo, etc.

Por exemplo, na frase Os alunos do colégio assistiram ao filme de Walter Salles comovidos, teremos como elementos da oração os alunos, o colégio, o verbo assistir, o filme, Walter Salles e a qualidade dos alunos comovidos. O restante é preposição. Observe: de liga alunos a colégio, a liga assistir a filme, de liga filme a Walter Salles. Portanto são preposições. O termo que antecede a preposição é denominado regente, e o termo que a sucede, regido.

Portanto em "Os alunos do colégio..." teremos: os alunos = elemento regente o colégio = elemento regido.

TIPOS DE PREPOSIÇÕES Essenciais

por

para

perante

a

ante

até

após

de

desde

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em

entre

com

contra

sem

sob

sobre

trás As essenciais são as que só desempenham a função

de preposição. Acidentais

afora fora exceto salvo malgrado durante mediante segundo menos

As acidentais são palavras de outras classes gramaticais que eventualmente são empregadas como preposições. São, também, invariáveis. Locução Prepositiva

São duas ou mais palavras, exercendo a função de uma preposição:

acerca de a fim de apesar de através de de acordo com em vez de junto de para com à procura de à busca de à distância de além de antes de depois de à maneira de junto de junto a a par de...

As locuções prepositivas têm sempre como último componente uma preposição. Combinação

Junção de algumas preposições com outras palavras, quando não há alteração fonética. Exemplos

ao (a + o)

aonde (a + onde) Contração

Junção de algumas preposições com outras palavras, quando a preposição sofre redução. Exemplos

do (de + o)

neste (em + este)

à (a + a) Observação:

Não se deve contrair a preposição de com o artigo que inicia o sujeito de um verbo, nem com o pronome

ele(s), ela(s), quando estes funcionarem como sujeito de um verbo.

Por exemplo a frase "Isso não depende do professor querer" está errada, pois professor funciona como sujeito do verbo querer.

Portanto a frase deve ser "Isso não depende de o professor querer" ou "Isso não depende de ele querer". Circunstâncias: As preposições podem indicar diversas circunstâncias:

Lugar = Estivemos em São Paulo. Origem = Essas maçãs vieram da Argentina. Causa = Ele morreu, por cair de um andaime. Assunto = Conversamos bastante sobre você. Meio = Passeei de bicicleta ontem. Posse = Recebeu a herança do avô. Matéria = Comprei roupas de lã.

Fonte: www.gramaticaonline.com.br

QUESTÕES AOCP

Texto I

‗Baderneiro‘ vira ‗mocinho‘ com reação desproporcional

Monika Dowbor

Mesmo antes da repressão policial, pesquisas mostravam que a maioria da população de São Paulo apoiava os manifestantes. Uma hipótese para isso é a causa escolhida pelo movimento: a redução da tarifa. É uma causa clara e cristalina, que gera unidade por representar um problema comum a vários paulistanos.

Essa hipótese também explicaria o apoio aos manifestantes mesmo após o vandalismo das noites anteriores. Na ocupação da reitoria da USP, em 2011, a maioria da população foi contra porque era uma causa interna, que não cativou quem não estudava lá.

O sucesso do protesto provavelmente se deve também à estratégia de ação. Ao confrontar a ordem pública colocando barricadas em chamas nas ruas, espera-se uma reação da polícia. E, quando essa reação é desproporcional, ―baderneiros‖ viram ―mocinhos‖ e são vistos como os que lutam por uma cidade justa.

O Estado de S. Paulo, 15 de junho de 2013. A16.

QUESTÃO 01 Em ―...por representar um problema comum a vários paulistanos.‖, a preposição ―por‖ expressa relação semântica de

(A) conclusão. (B) causa. (C) conformidade. (D) meio. (E) modo. QUESTÃO 02 A preposição ―com‖, empregada no título, indica relação semântica de

(A) instrumento. (B) causa. (C) matéria. (D) modo. (E) concessão. Gabarito: 1/B; 2/B

PREPOSIÇÃO Palavras invariáveis que exprimem relações entre

duas partes de uma oração que dependem uma da outra.

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a ante após até

com conforme contra consoante de desde durante

em excepto entre mediante para perante

por salvo sem segundo sob sobre trás

Fonte: www.priberam.pt

PREPOSIÇÃO Classe invariável que liga termos, às vezes, liga

orações. Exemplos

O professor gosta de trabalhos noturnos. (liga termos de uma oração)

O professor gosta de trabalhar à noite. (liga orações)

Exemplos das preposições mais comuns: a ante após até, com contra de desde em entre para perante por sem sob sobre trás

DICAS

O que caracteriza uma palavra como pertencente a uma classe não é a sua forma e sim a função que desempenha dentro da oração.

Os exemplos citados servem como roteiro, mas não devem limitar sua visão do assunto. Analise cada caso, você descobrirá palavras funcionando como preposição que não estão nesta lista.

Fonte: www.portugues.com.br

Preposição Há palavras que, na frase, são usadas como

elementos de ligação: uma delas é a preposição. Preposição é a palavra invariável que liga dois

termos. Nessa ligação entre os dois termos, cria-se uma

relação de subordinação em que o segundo termo se subordina ao primeiro.

Locução Prepositiva É o conjunto de duas ou mais palavras com valor de

uma preposição. Exemplos

afim de

através de

à custa de... Fonte: www.geocities.com

PREPOSIÇÃO

Palavra invariável que liga dois termos entre si, estabelecendo relação de subordinação (regente - regido).

Antepõem-se a termos dependentes (OI, CN, adjuntos etc. e orações subordinadas). Divide-se em: =>Essenciais (maioria das vezes são preposições)

a ante após até com contra de desde em entre para per perante por sem sob sobre trás

=>Acidentais (palavras de outras classes que podem exercer função de preposição)

afora conforme (= de acordo com) consoante durante exceto salvo segundo senão mediante visto (= devido a, por causa de) etc. (Vestimo-nos conforme a moda e o tempo / Os

heróis tiveram como prêmio aquela taça / Mediante meios escusos, ele conseguiu a vaga / Vovó dormiu durante a viagem)

As preposições essenciais regem pronomes oblíquos tônicos; enquanto preposições acidentais regem as formas retas dos pronomes pessoais. (Falei sobre ti/Todos, exceto eu, vieram)

As locuções prepositivas, em geral, são formadas de adv (ou locução adverbial) + preposição - abaixo de, acerca de, a fim de, além de, defronte a, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, em vez de, junto de, perto de, até a, a par de, devido a etc.

OBSERVAÇÃO

A última palavra da loc. prepositiva é sempre uma preposição, enquanto a última palavra de uma loc. adverbial nunca é preposição

Emprego combinação - preposição + outra palavra sem perda

fonética (ao/aos) contração - preposição + outra palavra com perda

fonética (na/àquela) não se deve contrair de se o termo seguinte for

sujeito (Está na hora de ele falar) a preposição após, acidentalmente, pode funcionar

como advérbio (=atrás) (Terminada a festa, saíram logo após.)

trás, modernamente, só se usa em locuções adverbiais e prepositivas (por trás, para trás por trás de)

Pronome pessoal oblíquo X preposição X artigo Preposição - liga dois termos, sendo invariável Pronome oblíquo - substitui um substantivo

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Artigo - antecede o substantivo, determinando-o Relações estabelecidas pelas preposições

Isoladamente, as preposições são palavras vazias de sentido, se bem que algumas contenham uma vaga noção de tempo e lugar.

Nas frases, exprimem diversas relações: autoria - música de Caetano lugar - cair sobre o telhado / estar sob a mesa tempo - nascer a 15 de outubro / viajar em uma hora

/ viajei durante as férias modo ou conformidade - chegar aos gritos / votar

em branco causa - tremer de frio / preso por vadiagem assunto - falar sobre política fim ou finalidade - vir em socorro / vir para ficar instrumento - escrever a lápis / ferir- se com a faca companhia - sair com amigos meio - voltar a cavalo / viajar de ônibus matéria - anel de prata / pão com farinha posse - carro de João oposição - Flamengo contra Fluminense conteúdo - copo de (com) vinho preço - vender a (por) R$ 300, 00 origem - descender de família humilde especialidade - formou-se em Medicina destino ou direção - ir a Roma / olhe para frente Fonte: www.graudez.com.br Preposição

Classe invariável que liga termos, às vezes, liga orações.

Exemplos: O professor gosta de trabalhos noturnos. (liga termos

de uma oração) O professor gosta de trabalhar à noite. (liga orações)

Exemplos das preposições mais comuns

a ante após até com contra de desde em entre para perante por sem sob sobre trás

O que caracteriza uma palavra como pertencente a uma classe não é a sua forma e sim a função que desempenha dentro da oração. Os exemplos citados servem como roteiro, mas não devem limitar sua visão do assunto. Analise cada caso, você descobrirá palavras funcionando como preposição que não estão nesta lista.

Fonte: www.coladaweb.com

EXERCÍCIOS AOCP

ASSUNTO: LOCUÇÃO PREPOSITIVA QUESTÃO 01 — AOCP ―Embora a ditadura militar tenha construído estradas no

intuito de ocupar a Amazônia e defendê-la dos

estrangeiros, o desmatamento que o crescimento

populacional tem causado na região preocupa cientistas.‖ (3.§)

A expressão em destaque estabelece uma relação semântica de

(A) finalidade. (B) condição. (C) causa. (D) explicação. (E) conclusão.

Gabarito: A

EXERCÍCIOS DE OUTRAS ORGANIZADORAS

01. (PUC-SP) Use o sinal de crase, se necessário: a) Não vai a festas nem a reuniões. b) Chegamos a Universidade as oito horas. 02. (FUVEST)

No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque (...) sai à caça do soldado desertor que realizou assalto a trem com confederados. (O

Estado de S. Paulo, 15/09/95)

O uso da preposição com permite diferentes interpretações da frase acima. a) Reescreva-a de duas maneiras diversas, de modo que haja um sentido diferente em cada uma. b) Indique, para cada uma das reações, a noção expressa da preposição com. 03. (UFPA) No trecho: ―(O Rio) não se industrializou,

deixou explodir a questão social, fermentada por mais de dois milhões de favelados, e inchou, à exaustão, uma máquina administrativa que não funciona...‖, a preposição a (que está contraída com o artigo a traduz uma relação de:

a) fim b) causa c) concessão d) limite e) modo 04. (INATEL) Assinale a alternativa em que a norma culta

não aceita a contração da preposição de: a) Aos prantos, despedi-me dela. b) Está na hora da criança dormir. c) Falava das colegas em público. d) Retirei os livros das prateleiras para limpá-los. e) O local da chacina estava interditado.

05. Assinale a alternativa em que a preposição destacada

estabeleça o mesmo tipo de relação que na frase matriz:

Criaram-se a pão e água. a) Desejo todo o bem a você. b) A julgar por esses dados, tudo está perdido. c) Feriram-me a pauladas. d) Andou a colher alguns frutos do mar. e) Ao entardecer, estarei aí.

06. (CESGRANRIO) Assinale a opção em que a preposição

com traduz uma relação de instrumento:

a) "Teria sorte nos outros lugares, com gente estranha." b) "Com o meu avô cada vez mais perto de mim, o Santa

Rosa seria um inferno." c) "Não fumava, e nenhum livro com força de me prender." d) "Trancava-me no quarto fugindo do aperreio, matando-as

com jornais." e) "Andavam por cima do papel estendido com outras já

pregadas no breu."

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07. (FAU - SANTOS) "O policial recebeu o ladrão a bala.

Foi necessário apenas um disparo; o assaltante recebeu a bala na cabeça e morreu na hora."

No texto, os vocábulos em destaque são respectivamente:

a) preposição e artigo b) preposição e preposição c) artigo e artigo d) artigo e preposição e) artigo e pronome indefinido 08. (UNIMEP) "Depois a mãe recolhe as velas, torna a

guardá-las na bolsa.", os vocábulos em destaque são,

respectivamente: a) pronome pessoal oblíquo, preposição, artigo b) artigo, preposição, pronome pessoal oblíquo c) artigo, pronome demonstrativo, pronome pessoal oblíquo d) artigo, preposição, pronome demonstrativo e) preposição, pronome demonstrativo, pronome pessoal

oblíquo. 09. (FAC. RUI BARBOSA) Assinale a alternativa em que

ocorre combinação de uma preposição com um pronome demonstrativo:

a) Estou na mesma situação. b) Neste momento, encerramos nossas transmissões. c) Daqui não saio. d) Ando só pela vida. e) Acordei num lugar estranho. 10. (FECAP) Classifique a palavra como nas construções

seguintes, numerando, convenientemente, os parênteses. A seguir, assinale a alternativa correta:

1) Preposição 2) Conjunção Subordinativa Causal 3) Conjunção Subordinativa Conformativa 4) Conjunção Coordenativa Aditiva 5) Advérbio Interrogativo de Modo ( ) Perguntamos como chegaste aqui. ( ) Percorrera as salas como eu mandara. ( ) Tinha-o como amigo. ( ) Como estivesse muito frio, fiquei em casa. ( ) Tanto ele como o irmão são meus amigos. a) 2 - 4 - 5 - 3 - 1 b) 4 -5 - 3 - 1 - 2 c) 5 - 3 - 1 - 2 - 4 d) 3 - 1 - 2 - 4 - 5 e) 1 - 2 - 4 - 5 - 3 GABARITO

1. a)--------- b) Chegamos a Universidade às oito horas. 2. a) 1. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel

ianque (...) sai à caça do soldado desertor que realizou assalto a trem que levava confederados.

2. No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque (...) sai à caça do soldado desertor, que, com confederados, realizou assalto a trem.

b) Na frase 1, com indica a relação continente-conteúdo,

(trem-soldados), como em copo com água. Na frase 2, com indica ―em companhia de‖. Em 1, com introduz um adjunto adnominal (de trem); em 2, introduz um adjunto adverbial de companhia.

3. E / 4. B / 5. C/ 6. C/ 7. A/ 8. B/ 9. B / 10. C

A CONJUNÇÃO

Conceituação:

Palavra que tem por função básica ligar duas orações.

Classificação das conjunções

Dividem-se em dois tipos: coordenativas e subordinativas.

Tipos de conjunções coordenativas

1. Aditivas - ligam idéias equivalentes: e, nem, mas também, etc.

Não devolvi os jornais nem (devolvi) as revistas..

QUESTÃO AOCP

QUESTÃO 01 ASSUNTO: SEMÂNTICA X CONJUNÇÃO COORDENATIVA

ADITIVA

―Quero dizer que neste um ano para os Jogos, os esforços são

para que a gente tenha não apenas um grande evento, mas que

possamos despertar a cultura desportiva em todo o território

nacional.‖

Para efeitos de organização textual, o trecho ou parte dele

poderia ser reescrito. Assinale a alternativa em que a

alteração em destaque ocasionaria prejuízo ao sentido inicial

pretendido pelo autor do texto. (A) ―Quero dizer que neste um ano que falta para os Jogos...‖.

(B) ―Quero dizer que neste um ano propício para os Jogos...‖.

(C) ―...os esforços são para que a gente tenha não apenas um

grande evento, mas também para que possamos despertar...‖.

(D) ―...os esforços são para que nós tenhamos não apenas um

grande evento, mas...‖.

(E) ―...os esforços serão para que a gente tenha não somente um

grande evento, mas também para...‖.

Gabarito: 1/B

2. Adversativas - ligam ideias contrastantes: mas, porém, contudo, todavia, etc.

Lemos sobre o assunto, mas não redigimos o trabalho.

QUESTÃO AOCP

QUESTÃO 02

Texto

4.§ Alguns pesquisadores dizem que o êxodo rural em países

tropicais como o Brasil na verdade ajuda a diminuir o

desmatamento, já que algumas áreas rurais se conservam por ter

uma diminuição populacional, o que ajuda no reflorestamento.

5.§ Porém, a maior parte dos cientistas discorda dessa visão.

Eles dizem que a migração aumenta o desmatamento porque dá

espaço para que pecuaristas, que já são responsáveis por reduzir

em boa parte as áreas florestais, comprem terras de pequenos

agricultores e expandam seus negócios.

ASSUNTO: CONJUNÇÃO ADVERSATIVA

Em “Porém, a maior parte dos cientistas discorda dessa

visão.” (5.§), a expressão porém

(A) apresenta uma conclusão a que chegou o autor em relação ao

conteúdo expresso anteriormente.

(B) introduz uma explicação para o fato de os cientistas

não concordarem com a ideia anterior.

(C) apresenta uma consequência decorrente da migração da

população rural para as cidades.

(D) introduz um contraste entre a ideia expressa nesse fragmento e

a ideia expressa anteriormente.

(E) expõe uma condição para que o êxodo rural não favoreça o

desmatamento na Amazônia.

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Gabarito: 01/D

3. Alternativas - ligam ideias que se alternam: ou, ou....ou, ora.....ora etc.

Apresento um trabalho malfeito ou peço novo prazo?

4. Conclusivas - dão idéia de dedução, conclusão, de

conseqüência lógica: logo, portanto, pois (após o verbo da 2ª oração), por isso, por conseguinte, etc.

Ex.: Ele é uma pessoa acessível; farei, portanto, a

proposta.

QUESTÃO AOCP

QUESTÃO 01 — AOCP, 2015, Analista Adm. Administração,

EBSERH Em “Considerando, portanto, que o aumento da idade mínima

diminui a taxa de iniciação no vício, os pesquisadores

concluem que a medida resultaria em queda nas doenças e

mortes relacionadas ao tabaco”, o termo em destaque NÃO

pode ser substituído, sem prejuízo semântico, por

(A) dessa forma.

(B) assim.

(C) destarte.

(D) entretanto

(E) pois.

Gabarito: D

5. Explicativas - indicam explicação, justificativa: pois, porque, que ( = pois), etc.

Pedirei com cautela, pois a falha foi minha.

QUESTÃO AOCP

Texto

Fonte: http://junior3.com.br/dicas-das-professores-cintia-e-clessia-2o-

bim2012-6o-e-7o-anos/

QUESTÃO 01 ASSUNTO: CONJUNÇÃO COORDENATIVA

ADVERSATIVA

No terceiro quadrinho, a expressão “só que” poderia, sem

prejuízo semântico, ser substituída por (A) ―somente‖.

(B) ―mas‖.

(C) ―apenas‖.

(D) ―sozinho‖.

(E) ―porque‖.

QUESTÃO 02

Texto

“A mãe do filho do seu pai que não é a sua mãe

mas fica acordada se você não chega.”

Acontece nas melhores famílias. Nova temporada

MALHAÇÃO.

ASSUNTO: CONJUNÇÃO COORDENATIVA

ADVERSATIVA

A expressão “mas” indica relação semântica de

(A) conclusão.

(B) explicação.

(C) tempo.

(D) condição.

(E) adversidade.

Pressionar crianças para que sejam bons alunos resulta em

desânimo

Rosely Sayão Pesquisas apontam aumento na taxa de suicídio entre os

jovens brasileiros, e o fenômeno é mundial. Por esse motivo,

alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e

jovens. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo,

recomendou que os médicos devem sempre procurar sinais dessa

doença nos mais novos. Sinal amarelo piscando.

Precisamos pensar com atenção na saúde mental de nossas

crianças e de nossos jovens. Mas parece que nem as famílias e

nem as escolas têm essa questão como importante: ambas são

criadoras de muitas causas que podem afetar negativamente a

qualidade de vida emocional de quem elas deveriam cuidar.

Vamos levantar alguns pontos que podem provocar pressão em

demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianças e nos jovens.

Primeiramente, a pressão sobre a vida escolar. Nunca, nunca

antes tivemos famílias e escolas tão empenhadas em fazer com

que filhos e alunos tenham alta performance escolar, o que

significa, é claro, boas notas, aprovação com destaque em exames

e provas etc. Mas por quê?

[...]

Uau! Se para um adulto essa mistura já pode ser explosiva

para a sanidade mental, imagine, caro leitor, para crianças e

adolescentes! E o que podemos fazer? Muita coisa! Deixar de

confundir cobrança com pressão já pode ser um grande passo.

Nossos filhos e alunos precisam ser cobrados a levar sempre

adiante sua vida escolar. Mas precisamos ser mais

compreensivos quando eles não conseguem, e ajudá-los no

esforço que precisam investir para aprender, em vez de pressioná-

los mais ainda.

[...] Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br

QUESTÃO 03 — AOCP

No excerto “Mas precisamos ser mais compreensivos quando

eles não conseguem [...]”, por qual das palavras a seguir o

termo em destaque pode ser substituído sem que haja prejuízo

de sentido para a frase no contexto em que se encontra? (A) Portanto.

(B) Pois.

(C) Logo.

(D) Entretanto.

(E) Então.

QUESTÃO 04 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e Social Em “O primeiro contato da criança com esse mundo dá-se por

meio da alimentação [...] Entretanto, num mundo em que a oferta

de alimentos industrializados é intensa e sedutora, logo as crianças

são apresentadas às guloseimas..., o termo destacado, a fim de

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manter a mesma relação sintática e semântica, pode ser

substituído por todas as expressões abaixo, EXCETO por

(A) mas.

(B) porém.

(C) contudo.

(D) portanto.

(E) no entanto.

Gabarito: 01 B, 02 E, 03 D, 04 D

TIPOS DE CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

1. ADVERBIAIS

Ligam duas orações, sendo a segunda adjunto adverbial da primeira. Subdividem-se em nove tipos, conforme as circunstâncias que expressam:

Causais (exprimem motivo) : porque, visto que, porquanto, como, já que, uma vez que, etc.

Como todos saíram, fiquei preocupado.

Comparativas (indicam comparação): como, (tal).....qual, (menos)...do que, etc.

O âncora do jornal é mais jovem (do) que seu antecessor.

Concessivas (exprimem concessão): embora, ainda que, por mais que, por menos que, mesmo que, conquanto, não obstante, posto que, sem bem que, a despeito de, apesar de, em que pese a, etc.

Ex.: Não posso lhe contar a história, embora tenha

alguns motivos para isso.

Condicionais (exprimem condição): se, caso, desde que, salvo se, sem que, etc.

Se tiver paciência, ouça-me mais um pouquinho.

QUESTÃO AOCP

Texto

“A mãe do filho do seu pai que não é a sua mãe

mas fica acordada se você não chega.”

Acontece nas melhores famílias. Nova temporada

MALHAÇÃO.

ASSUNTO: CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA ADV.

CONDICIONAL

QUESTÃO 01 — AOCP

A expressão “se” indica relação semântica de

(A) condição.

(B) conclusão.

(C) explicação.

(D) contraste.

(E) adição.

A

Conformativas (exprimem conformidade):

conforme, como, segundo, consoante, etc.

Houve cortes nas filmagens, como sugeriu o diretor.

Consecutivas (exprimem conseqüência: (tão)...que, (tal)....que, (tanto)....que, (tamanho)...que, de sorte que, de modo que.

Ex.: Fez tanto estardalhaço, que decidimos acatar a

decisão.

Finais (indicam finalidade): para que, a fim de que, que,

etc.

Ex.: Fez tudo para que saísse o financiamento.

Ex.: Fiz-lhe sinal que voltasse.

QUESTÃO AOCP

QUESTÃO 01 — AOCP, Agent Trânsito, Valência, 2016

No período “Pressionar crianças para que sejam bons alunos

resulta em desânimo”, a expressão destacada introduz uma (A) condição.

(B) causa.

(C) finalidade.

(D) concessão.

(E) consequência.

Gabarito: C

Proporcionais (indicam proporção): à medida que, à proporção que, quanto mais... mais, quanto menos...menos, enquanto, etc.

Ex.: À medida que cai a inflação, aumenta o

consumo.

Temporais ( indicam tempo) : quando, enquanto, mal, logo que, antes que, depois que, etc.

Ex.: Enquanto chovia, organizei minhas coisas.

2. INTEGRANTES

Ligam duas orações, sendo a segunda sujeito ou complemento da primeira: que, se.

Ex.: É bem possível que nosso plano dê certo.

QUESTÃO AOCP

QUESTÃO 01 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv.

Ec e Social

Assinale, a seguir, o termo destacado que NÃO exerce função

de conjunção. (A) ―... sites e blogs que exploram o universo da gastronomia...‖

(B) ―... ele me contou que, quando o pai cozinha, ele vai jantar e

dormir na casa da avó.‖

(C) ―... parece que esse espaço lúdico ficou reservado aos

adultos.‖

(D) ‖E vale dizer que, além de as crianças gostarem, a praticidade

de montar um lanche...‖

(E) ―... ele respondeu que é sempre uma ―comida muito

estranha‖.‖

QUESTÃO 02 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e Social

Em “Perguntei se ele não gosta da comida”, o termo destacado

exerce função de (A) conjunção subordinativa integrante.

(B) pronome apassivador.

(C) índice de indeterminação do sujeito.

(D) pronome reflexivo.

(E) conjunção subordinativa condicional.

QUESTÃO 03— AOCP, Analista de Gestão, 2015, Jaboatão dos

Guararapes

Em “a pessoa em questão não sente nada relevante por nós,

mas preferimos acreditar que ela tem „medo de amar‟.”, o

termo destacado NÃO pode ser substituído por

(A) contudo.

(B) porém.

(C) portanto.

(D) entretanto.

(E) todavia

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Gabarito: 01 A, 02 A 03 C

FUNÇÃO DA PALAVRA ―QUE‖

A palavra QUE pode pertencer a várias categorias gramaticais, exercendo as mais diversas funções sintáticas. Veja abaixo quais são essas funções e classificações.

- ADVÉRBIO:

Intensifica adjetivos e advérbios, atuando sintaticamente como adjunto adverbial de intensidade. Tem valor aproximado ao das palavras quão e quanto.

Ex.: Que longe está meu sonho!

Ex.: Os braços... Oh! Os braços! Que bem-feitos!

- SUBSTANTIVO:

Como substantivo, tem o valor de qualquer coisa ou alguma coisa. Nesse caso, é modificado por um artigo, pronome adjetivo ou numeral, tornando-se monossílabo tônico (portanto, acentuado). Pode exercer qualquer função sintática substantiva.

Ex.: Um tentador quê de mistério torna-a cativante.

Ex.: "Meu bem querer tem um quê de pecado..."

Também quando indicamos a décima sexta letra do nosso alfabeto usamos o substantivo quê.

Ex.: Mesmo tendo como símbolo kg, a palavra quilo deve ser escrita com quê.

- PREPOSIÇÃO:

Equivale à preposição de ou para, geralmente ligando uma locução verbal com os verbos auxiliares ter e haver.

Na realidade, esse QUE é um pronome relativo que o uso consagrou como substituto da preposição de.

Ex1: Tem que combinar? (= de)

Ex2: Amanhã, teremos pouco que fazer em nosso

escritório. (= para) Além disso, a partícula QUE atua como preposição quando possui sentido próximo ao de exceto ou salvo.

Ex.: Chegara sem outro aviso que seu silêncio

inquietante.

- INTERJEIÇÃO:

Como interjeição, a palavra QUE (exclamativo) também se torna tônica, devendo ser acentuada. Exprime um sentimento, uma emoção, um estado interior e, equivale a uma frase, não desempenhando função sintática em oração alguma.

Ex.: Quê! Você por aqui!

Ex.: Quê! Nunca você fará isso!

- PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE:

Neste caso, a retirada da palavra QUE não prejudica a estrutura sintática da oração. Sua presença, nestes contextos, é um recurso expressivo, enfático.

Ex.: Quase que ela desmaia!

Ex.: Então qual que é a verdade? Obs: Pode aparecer acompanhado do verbo ser, formando a locução é que.

Ex.: Mas é que lá passava bonde.

- PRONOME RELATIVO:

O pronome relativo refere-se a um termo (por isso mesmo chamado de antecedente), substantivo ou pronome, ao mesmo tempo que serve de conectivo subordinado entre

orações. Geralmente, o pronome relativo introduz uma oração subordinada adjetiva. Neste caso, pode ser substituído por qual, o qual, a qual, os quais, as quais.

Ex.: João amava Teresa que amava Raimundo.

- PRONOME INDEFINIDO SUBSTANTIVO:

Quando equivale a "que coisa".

Ex.: Que caiu?

Ex.: A fantasia era feita de quê?

- PRONOME INDEFINIDO ADJETIVO:

Quando, funcionando com adjunto adnominal, acompanha um substantivo.

Ex1: Que tempo estranho, ora faz frio, ora faz calor.

Ex2: Que vista linda há aqui!

- PRONOME SUBSTANTIVO INTERROGATIVO:

Substitui, nas frases da língua, o elemento sobre o qual se deseja resposta, exercendo sempre uma das funções substantivas, significando que coisa.

Ex.: Que terá acontecido? (= que coisa)

Ex.: Que adiantaria a minha presença? (= que coisa)

- PRONOME ADJETIVO INTERROGATIVO:

Acompanha os substantivos nas frases interrogativas, desempenhando função de adjunto adnominal.

Ex.: Que livro você está lendo?

Ex.: "Por aquela que foi tua, que orvalho em teus

olhos tomba?"

OBS:

Caso semelhante (o qual não figura entre os tipos de pronomes registrados pela NGB) ocorre em frases exclamativas. Nesse caso, teríamos um pronome adjetivo exclamativo, sintaticamente atuando como adjunto adnominal.

Ex.: Que poema acabamos de declamar!

Ex.: Meu Deus! Que gelo, que frieza aquela!

- A CONJUNÇÃO QUE:

O QUE pode ser conjunção COORDENATIVA ou SUBORDINATIVA.

CONJUNÇÃO COORDENATIVA como conjunção

coordenativa, a palavra QUE liga orações coordenadas, ou seja, orações sintaticamente equivalentes.

- ADITIVA:

Liga orações independentes, estabelecendo uma sequência de fatos. Neste caso, o QUE não tem valor bastante próximo de conjunção e.

Ex.: Anda que anda e nunca chega a lugar algum.

- EXPLICATIVA:

A oração coordenada explicativa aponta a razão de se ter feito a declaração contida em outra oração coordenada. Quando introduz esse tipo de oração, o QUE tem valor próximo ao da conjunção pois. Ex.: Mantenhamo-nos unidos, que a união faz a força. Ex.: Deixe, que os

outros pegam.

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- ADVERSATIVA

Indica oposição, ressalva, apresentando valor equivalente a mas.

Ex.: Outro, que não eu, teria de fazer aquilo.

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA a conjunção QUE

é subordinativa quando introduz orações subordinadas substantivas e adverbiais. Essas orações são subordinadas porque desempenham, respectivamente, funções substantivas e adverbiais em outras orações (chamadas principais).

- INTEGRANTE:

No QUE é conjunção subordinativa integrante quando introduz oração subordinada substantiva.

Ex.: "E ao lerem os meus versos pensem que eu

sou qualquer coisa natural."

.- CAUSAL:

Introduz as orações adverbiais causais, possuindo valor próximo a porque.

Ex.: Fugimos todos, que a maré não estava pra

peixe.

Ex.: Não esperaria mais, que elas podiam voar.

- FINAL:

Introduz orações subordinadas adverbiais finais, equivalendo a para que, a fim de que.

Ex.: "...Dizei que eu saiba."

Ex.: Todos lhe fizeram sinal que se calasse.

- CONSECUTIVA:

Introduz as orações subordinadas adverbiais consecutivas.

Ex.: A minha sensação de prazer foi tal que venceu

a de espanto.

Ex.: "Apertados no balanço Margarida e Serafim Se beijam com tanto ardor Que acabam ficando assim."

- COMPARATIVA:

Introduz orações subordinadas adverbiais comparativas.

Ex.: Eu sou maior que os vermes e todos os

animais.

Ex.: As poltronas eram muito mais frágeis que o

divã.

- CONCESSIVA:

Introduz orações subordinada adverbial concessiva, equivalente a embora.

Ex.: Que nos tirem o direito ao voto, continuaremos

lutando.

Ex.: Estude, menino, um pouco que seja!

- TEMPORAL:

Introduz oração subordinada adverbial temporal, tendo valor aproximado ao de desde que.

Ex.: "Porém já cinco sóis eram passados que dali

nós partíramos."

Ex.: Agora que a lâmpada acendeu, podemos ver

tudo.

EXERCÍCIOS - QUE

1 - Classifique a partícula que nos períodos abaixo:

A) Falou sim, que eu escutei.

B) Tenho que sair.

C) Quê! Você vai deixá-lo sair agora?

D) Vocês é que são os culpados.

E) Trabalha que trabalha e nunca vê dinheiro.

2 - Relacione a primeira coluna com a segunda.

(1) Conjunção Subordinativa

(2) Advérbio

(3) Pronome

(4) Interjeição

(5) Partícula Expletiva ou de Realce

( ) Quê! Você ainda está aqui?

( ) Que lindo foi teu gesto!

( ) Esperava que eles me entendessem.

( ) Quase que eu perco o jogo.

( ) Devolvi o dinheiro que me deram por engano.

3 - No período "Falou tanto que ficou rouco.", o que é classificado como:

a) Pronome b) Advérbio

c) Preposição d) Conjunção e) Interjeição

4 - No período "Que longe é a sua casa!", o que é classificado como:

a) Pronome b) Advérbio

c) Preposição d) Conjunção e) Interjeição

5 - No período "Tiveram que enfrentar a situação", o que é classificado como:

a) Pronome b) Advérbio

c) Preposição d) Conjunção e) Interjeição

GABARITO COMENTADO

1.

A) Falou sim, pois eu escutei. (conjunção coordenativa

explicativa)

B) Tenho de sair. (preposição)

C) Interjeição

D) Vocês são os culpados. É QUE: expressão que denota realce.

E) Trabalha e trabalha e nunca vê dinheiro. (conjunção

coordenativa aditiva)

2.

(4) Quê! Você ainda está aqui? (Interjeição)

(2) Quão lindo foi teu gesto! (Teu gesto foi tão lindo)

Advérbio que altera o adjetivo lindo.

(1) Esperava que eles me entendessem.

Oração Principal Oração Subord. Substant. Objetiva

Direta

As Orações Substantivas são iniciadas por conjunção

subordinativa integrante.

(5) Quase eu perco o jogo. (partícula expletiva ou de realce)

(3) Devolvi o dinheiro que me deram por engano.

Devolvi o dinheiro. Me deram o dinheiro por engano.

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Para evitar a repetição do substantivo destacado e inserir coesão

no período, basta colocarmos um pronome (relativo) que

substitua o substantivo e ligue os dois períodos,

transformando-os em um período composto por duas orações.

Devolvi o dinheiro / que me deram por engano.

Or. Principal Or. Subordinada Adjetiva Restritiva

OBS.:

O Pronome Relativo sempre inicia uma oração adjetiva.

Analisando sintaticamente...

┌o dinheiro

...que me deram por engano

OD OI VTDI

Sujeito indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural, não se sabe

quem praticou a ação)

3 - Falou tanto / que ficou rouco.

Or. Principal Or. Subordinada Adverbial Consecutiva

A conjunção consecutiva é antecedida de expressões de

reforço como TAL, TANTO, TÃO, TAMANHO; às vezes, essas

expressões vêm implícitas (subentendidas).

Gabarito: D

4- Quão longe é a sua casa! / Sus casa é MUITO longe.

ADVÉRBIO que altera o advérbio LONGE.

Gabarito: B

5- Tiveram de enfrentar a situação.

└Preposição)

Gabarito: C

FUNÇÃO DO VOCÁBULO ―SE‖

A palavra SE pode exercer diversas funções dentro da língua portuguesa. Tais funções são as seguintes: A) PRONOME APASSIVADOR OU PARTÍCULA APASSIVADORA

Aparece na formação da voz passiva sintética com verbos transitivo direto, e transitivo direto e indireto; com verbo transitivo apenas indireto, não há possibilidade. Na prática, a frase pode ser transposta para a passiva analítica ( com dois verbos ).

Ex.: Reformam-se móveis velhos.

Ex.: Entregou-se o prêmio ao aluno que obteve a melhor

nota.

B) ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO

Também chamado de pronome Impessoalizador, pronome apassivador impessoal ou, ainda, símbolo de indeterminação do sujeito, aparece junto a verbo intransitivo, transitivo indireto ou ainda de ligação.

Como o nome já diz, quando exerce essa função, a palavra SE indetermina o sujeito da oração. Esse tipo de oração não admite a passagem para a voz passiva analítica e o verbo estará sempre na 3º pessoa do singular.

Ex.: Vive-se bem naquele país.

Ex.: Precisava-se de novas fontes de riquezas.

Ex.: Fica-se furioso nesses momentos.

C) PRONOME REFLEXIVO (ESTE EXERCE FUNÇÃO SINTÁTICA)

Usado para indicar que a ação praticada pelo sujeito recai sobre o próprio sujeito (voz reflexiva). É substituível por a si mesmo, a si próprio, etc.

Ex.: O lenhador machucou-se com a foice. (=

machucou a si mesmo)

Ex.: Localize-se no mapa. (= localize a si próprio)

D) PRONOME REFLEXIVO RECÍPROCO

Usado para indicar que a ação praticada por um dos elementos do sujeito recai sobre o outro elemento do sujeito e vice-versa. Na prática, é substituível por: um ao outro, uns aos outros, etc.

Ex.: Pai e filho abraçaram-se emocionados. (=

abraçaram um ao outro )

Ex.: Amigo e amiga deram-se as mão

afetuosamente. (= deram as mãos um ao outro)

E) PARTE INTEGRANTE DO VERBO

Há verbos que são essencialmente pronominais, isto é, são sempre apresentados e conjugados com o pronome. Não se deve confundi-los com os verbos reflexivos, que são acidentalmente pronominais. Os verbos essencialmente pronominais geralmente se referem a sentimentos e fenômenos mentais: indignar-se, ufanar-se, atrever-se, admirar-se, lembrar-se, esquecer-se, orgulhar-se arrepender-se, queixar-se, etc.

Ex1: Os atletas queixaram-se do tratamento

recebido.

Ex2: Ele não se dignou a entrar.

F) PARTÍCULA EXPLETIVA OU DE REALCE

O SE é considerado partícula expletiva ou de realce quando ocorre, principalmente, ao lado de verbos intransitivos, de movimento ou que exprimem atitudes da pessoa em relação ao próprio corpo ( ir-se, partir-se, chegar-se, passar-se, rir-se, sentar-se, sorrir-se, etc. ), em construções em que o SE não apresenta nenhuma função essencial para a compreensão da mensagem. Trata-se de um recurso estilístico, um reforço de expressão.

Ex.: Acabou-se a confiança no próximo.

Ex.: Lá se vai mais um caminhão de verduras.

G) A CONJUNÇÃO SE

Atuando como conjunção, o SE sempre introduz oração subordinada.

- Conjunção subordinativa integrante

Inicia orações subordinadas substantivas.

Ex.: Ninguém sabe se ele venceu a partida.

Ex.: Não sei se tudo isso vale a pena.

- Conjunção subordinativa condicional

Introduz as orações subordinadas adverbiais condicionais. Essas orações exprimem a condição necessária para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. Essa relação também se pode dar em um sentido hipotético.

Ex.: Se não chover, partiremos à tarde.

Ex.: O material será devolvido se você quiser.

- Sujeito de um infinitivo (PRONOME REFLEXIVO)

Trata-se das estruturas formadas pelos auxiliares causativos (deixar, mandar e fazer) e sensitivos (ver, ouvir, sentir, etc.) quando seguidos de objeto direto na forma de

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oração reduzida. Nesse casos, o pronome SE atuará sintaticamente como sujeito.

Ex.: Deixou-se ficar à janela a tarde toda.

Ex.: O jovem professor sentiu-se fraquejar.

- Objeto direto (PRONOME REFLEXIVO)

Acompanha verbo transitivo direto que tenha sujeito animado.

Ex.: Ergueu-se, passou a toalha no rosto.

Ex.: Vestiu-se rapidamente, telefonou pedindo um

táxi, saiu.

- Objeto indireto (PRONOME REFLEXIVO)

Aparece quando o verbo é transitivo direto e indireto.

Ex.: Ele arroga-se a liberdade de sair a qualquer

hora.

Ex.: Ele impôs-se uma disciplina rigorosa.

EXERCÍCIOS – SE

QUESTÕES COMENTADAS

01. ―...enquanto que no continente europeu marcha-se a

passos largos na direção de conflitos raciais...‖; o item abaixo em que SE tem o mesmo valor sintático que

apresenta no segmento em destaque é:

a) A história se repete na Europa;

b) O líder declarou que, se levado ao poder, deportará imigrantes;

c) As manifestações contra imigrantes se transformaram em praga internacional;

d) Encontram-se muitas injustiças nas relações com os imigrantes;

e) Precisa-se de novos imigrantes para a lavoura brasileira.

COMENTÁRIOS:

QUEM MARCHA A PASSOS LARGOS? NA

ORAÇÃO NÃO HÁ INTENÇÃO DE DIZER QUEM

(SUJEITO) COMETE ESSA AÇÃO.

O PRONOME SE, PORTANTO, ESTÁ AQUI

PARA INDETERMINAR O SUJEITO; OU SEJA: SE →

ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO.

A) REPETIR-SE (ACONTECER DE NOVO); VERBO

INTRANSITIVO PRONOMINAL; OU SEJA, O SE É

PARTE DO VERBO.

SE → PRONOME INTEGRANTE DO VERBO.

B) QUANDO A PALAVRA SE CORRESPONDER A

CASO ESTAREMOS DIANTE DE UMA

CONJUNÇÃO SUBORDINATIVA CONDICIONAL.

C) TRANSFORMAR-SE, TORNAR-SE, ACHAR-SE

VERBOS QUE INDICAM MUDANÇA DE

ESTADO: VERBOS DE LIGAÇÃO; ASSIM,

CONSIDERAMOS ESSES VERBOS COMO

PRONOMINAIS; POR ISSO, O SE É PRONOME

INTEGRANTE DO VERBO.

D) ENCONTRARAM–SE MUITAS INJUSTIÇAS

VTD SE SUJEITO

└Pronome Apassivador

QUEM ENCONTRA ENCONTRA ALGO: OU

SEJA, O VERBO É TRANSITIVO DIRETO; MUITAS

INJUSTIÇAS SERIA OBJETO DIRETO; COM A

COLOCAÇÃO DO PRONOME APASSIVADOR O

OBJETO DIRETO TRANSFORMA-SE EM

SUJEITO.

E) ┌ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO.

PRECISA-SE DE NOVOS IMIGRANTES

VTI OBJ INDIRETO

QUEM PRECISA DE NOVOS IMIGRANTES?

NÃO HOUVE INTENÇÃO DE DIZER QUEM

PRECISA; DAÍ NÃO HÁ UM SUJEITO; ELE ESTÁ

INDETERMINADO.

CORRETA

TEXTO

―Realizada em Copenhague, sob o signo da recessão mundial, a COP-15 foi uma relativa decepção: não

conseguiu produzir um documento tornando obrigatórias as metas de redução da emissão de poluentes, mas houve consensos. Todos os compromissos ali assumidos são

voluntários. Os participantes da COP-16 bem poderiam, para avançar, inspirar-se na última reunião sobre

biodiversidade, em outubro, em Nagoia, Japão.‖

02. Em ―inspirar-se‖, a partícula ―se‖ indica que o sujeito da oração é indeterminado.

COMENTÁRIO:

O verbo inspirar-se e outros como ater-se,

esquecer-se, lembrar-se, tornar-se, indignar-se,

atrever-se, admirar-se, orgulhar-se, arrepender-se,

queixar-se, são chamados VERBOS PRONOMINAIS,

verbos que são conjugados com o pronome, e este

pronome é chamado de Parte (Pronome) Integrante do

Verbo.

Tu te inspira

Ele se inspira

Os elementos destacados são pronomes chamados

de Pronome Integrante do Verbo; não assumem função

sintática.

Exemplo: Pedro ateve-se a este caso.

Sujeito Simples └Parte Integrante do Verbo

Os participantes da COP-16 bem poderiam

inspirar-se na última reunião sobre biodiversidade

O elemento destacado faz função sintática de

sujeito simples desta oração.

Para saber quando o Se é Pronome que

Indetermina o Sujeito faça uma leitura agora...

ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO

Também chamado de pronome Impessoalizador,

pronome apassivador impessoal ou, ainda, símbolo de

indeterminação do sujeito, aparece junto a verbo

intransitivo, transitivo indireto ou ainda de ligação.

Como o nome já diz, quando exerce essa função,

a palavra SE indetermina o sujeito da oração. Esse tipo de

oração não admite a passagem para a voz passiva

analítica e o verbo estará sempre na 3º pessoa do

singular.

ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO

SUJEITO

Também chamado de pronome

Impessoalizador, pronome apassivador impessoal

ou, ainda, símbolo de indeterminação do sujeito,

aparece junto a verbo intransitivo, transitivo

indireto ou ainda de ligação.

Como o nome já diz, quando exerce essa

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função, a palavra SE indetermina o sujeito da

oração. Esse tipo de oração não admite a passagem

para a voz passiva analítica e o verbo estará sempre

na 3º pessoa do singular.

┌Pronome de Indeterminação do Sujeito

Ex.: Vive-se bem neste condomínio.

└Verbo Intransitivo

# O sujeito deste exemplo é indeterminado, pois quem disse essa frase não quis informar quem é que vive

bem, mas somente quis dizer que aqui (neste condomínio) a morada é boa.

# bem exerce a função sintática de Adjunto Adverbial de Modo, pois é o modo como as pessoas vivem

neste condomínio.

# neste condomínio exerce a função sintática de Adjunto Adverbial de Lugar, pois é o lugar onde se vive

bem.

┌Pronome de Indeterminação do Sujeito

Ex.: Precisa-se de costureiras.

└Verbo Transitivo Indireto

# O sujeito deste exemplo é indeterminado, pois quem disse essa frase não quis informar quem é que precisa de costureiras, mas somente quis dizer que precisa de costureiras.

# de costureiras exerce a função sintática de Objeto Indireto, pois é o complemento ver verbo precisar,

o qual é TRANSITIVO INDIRETO.

┌Pronome de Indeterminação do Sujeito

Ex.: Fica-se furioso nesses momentos.

└Verbo de Ligação

# O sujeito deste exemplo é indeterminado, pois quem disse essa frase não quis informar quem é que fica furioso, mas simplesmente quis dizer que nesses momentos fica-se furioso.

# furioso exerce a função sintática de Predicativo do Sujeito, pois se temos VERBO DE LIGAÇÃO temos

PREDICATIVO DO SUJEITO.

# nesses momentos exerce a função sintática de Adjunto Adverbial de Tempo, pois é o momento em que

ficamos furiosos.

Gabarito: Errado

QUESTÕES GABARITADAS

01. Escreva V ou F quanto à classificação da palavra se nas orações abaixo:

( ) Virou o rosto quando se aproximou — parte integrante do verbo.

( ) Jamais chegará sequer a se lembrar de que precisava calar — conjunção subordinativa condicional.

( ) Perguntei se a família queria ficar — conjunção subordinativa integrante.

( ) Pensou rapidamente em se proteger — partícula apassivadora.

( ) Necessita-se de garimpeiros — índice de indeterminação do sujeito.

( ) Se você cavar, encontrará belos tesouros — pronome reflexivo.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

a. V — F — V — F — V — V

b. V — F — V — V — V — V

c. V — F — V — F — F — F

d. V — F — V — V — F — F

e. V — F — V — F — V — F

02. Relacione a primeira coluna com a segunda.

(1) Conjunção Subordinativa

(2) Pronome Reflexivo

(3) Pronome Apassivador

(4) Índice de Indeterminação do Sujeito

(5) Partícula Expletiva ou de Realce

( ) Solange considerou-se culpada.

( ) Precisa-se de operários especializados.

( ) Nunca se sabe se ele vai chegar cedo ou não.

( ) A plateia riu-se das piadas do apresentador.

( ) Ali ainda se viam grandes florestas.

03. No período "O irmão deixou-se envolver por más companhias ", o se é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa

b) Pronome Reflexivo.

c) Pronome Apassivador

d) Índice de Indeterminação do Sujeito.

e) Partícula Expletiva ou de Realce

04. No período "Conseguiremos lugar, se chegarmos cedo ao teatro", o se é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa

b) Pronome Reflexivo

c) Pronome Apassivador

d) Índice de Indeterminação do Sujeito

e) Partícula Expletiva ou de Realce

05. No período "A mulher arrependeu-se do que fez", o se é classificado como:

a) Conjunção Subordinativa

b) Pronome Reflexivo

c) Parte Integrante do verbo

d) Pronome Apassivador

e) Partícula Expletiva ou de Realce

Gabarito: 1/E; 2/24153; 03/b; 04/A; 05/C

ANÁLISE SINTÁTICA / SINTAXE DA ORAÇÃO

1. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA ORAÇÃO

A oração é constituída de termos ESSENCIAIS, INTEGRANTES e ACESSÓRIOS. Os termos ESSENCIAIS são as vigas-mestras de estrutura oracional: sujeito e predicado.

SUJEITO é o ―ser de quem se diz alguma coisa‖.

Pode ser:

1. SIMPLES: quando tem um só núcleo.

Ex1.: O datilógrafo é o bom!

Ex2.: As belas moças estudavam.

Ex3.: Navegar é preciso.

Ex4.: Ninguém compareceu à recepção.

Ex5.: Chegaram as férias.

Ex6.: Vendem-se lugares no Céu.

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ATENÇÃO!

Chama-se núcleo do sujeito a palavra ―base‖ que representa o sujeito. Ao núcleo do sujeito ajuntam-se palavras secundárias (artigos, adjetivos, preposições…).

VEJA!

―As águas majestosas do rio banham a planície.‖

O QUE banha a planície?

Resposta: As majestosas do rioáguasnúcleo

Sujeito

QUESTÕES

1. Releia a segunda estrofe do texto, Águas escuras dos rios

que levam a fertilidade ao sertão, e marque a opção

CORRETA quanto ao sujeito da oração.

a) Sujeito simples – águas.

b) Sujeito simples – águas escuras.

c) Sujeito composto – águas escuras dos rios.

d) Sujeito simples – águas escuras dos rios.

e) Sujeito composto – águas escuras.

Gabarito D

2. COMPOSTO: quando tem mais de um núcleo.

Ex1.: Ele e ela são bons.

Ex2.: Tibúrcio e Filisbina saíram por aí.

Ex3.: Obedeceram ao pai os filhos e as filhas.

QUESTÕES

1. Marque a opção que traz oração com sujeito composto.

a) Ontem, meus pais e eu fomos ao cinema.

b) Nós todos estamos atrasados.

c) Muitas pessoas são infelizes.

d) Cada um de nós tem seus segredos.

e) Havia uma árvore e um poste nessa rua.

GABARITO A

3. OCULTO (OU ELÍPTICO/ DESINENCIAL/ SUBENTENDIDO): quando o agente verbal não vem

expresso porque

a) é facilmente subentendido pela desinência verbal ou

b) já figura na oração anterior.

Ex1.: Matei.

Ex2.: ―Choraste em presença da morte.‖

Ex3.: Brincastes com o fogo.

Ex4.: Bonifácio comeu o pepino / e não quis mais nada.

QUESTÕES AOCP

Texto

Existem, porém, pessoas tocadas por dores tão intensas,

por experiências tão sofridas, que não conseguem evitar a

sensação de que tudo de mau vai se repetir, de uma forma ou de

outra, mais cedo ou mais tarde. Esse sentimento é ainda mais forte

quando tudo vai bem e existe algo importante a ser perdido.

Apaixonada e feliz, a pessoa começa a ser perseguida por seus

medos:

Sonha que vai ser abandonada, imagina que algo de

errado vai acontecer com a pessoa que ama, sente, de maneira

inexplicável, que aquilo de bom que ela tem está sob ameaça, e

que não vai durar.

QUESTÃO 01— AOCP, Analista de Gestão, 2015, Jaboatão dos

Guararapes

“Sonha que vai ser abandonada.” é um período (A) que apresenta sujeito simples.

(B) que apresenta sujeito composto.

(C) sem sujeito.

(D) que apresenta sujeito indeterminado.

(E) em que o sujeito está oculto.

Gabarito: E

4. INDETERMINADO: quando não sabemos ou não

queremos determinar com precisão o sujeito da oração. Temos certeza de que a ação verbal foi praticada por um ser, mas nem por isso desejamos ou podemos apontá-lo.

A indeterminação do sujeito pode ocorrer de dois modos:

a) Estando o verbo na 3ª PESSOA DO PLURAL, sem se referir a algum agente expresso.

Ex1.: Falaram mal de você.

Ex2.: Abriram as janela do palácio.

b) Estando o verbo na 3ª PESSOA DO SINGULAR, acompanhado da partícula SE e não se referindo a nenhum sujeito expresso:

Ex1.: Aqui se trabalha.

Ex2.: Hoje, dorme-se no chão.

Ex3.: Precisa-se de empregados.

Ex4.: Trata-se de casos urgentes.

5. INEXISTENTE

Eis os principais casos em que apresenta ORAÇÃO SEM SUJEITO (OU SUJEITO INEXISTENTE):

1. Com verbos que exprimem fenômenos meteorológicos:

chover, nevar, garoar, trovejar, amanhecer, etc.

Ex1.: Choveu muito em Curitiba.

Ex2.: Anoitecera nas campinas.

Observação: Tais verbos, ditos impessoais, podem vir a

admitir sujeito expresso:

Ex1.: O dia amanheceu lindo.

Ex2.: Os canhões trovejam.

2. Com o verbo HAVER, no sentido de ―existir‖.

Ex1.: Havia lugares no centro da sala.

Ex2.: Para isso, não há explicações.

3. Com o verbo HAVER, no sentido de ―Ter decorrido‖:

Ex1.: Havia dias que ele desaparecera.

Ex2.: Há séculos que não se escuta falar nele.

4. Com o verbo FAZER, indicando ―fenômeno natural‖ ou ―tempo decorrido‖:

Ex1.: Fazia calor ali.

Ex2.: Faz onze anos que moro aqui.

5. Com o verbo SER, indicando horas, datas, tempos:

Ex1.: São dez horas.

Ex2.: É 1º de agosto.

QUESTÕES AOCP

ASSUNTO: Sintaxe da Oração (reconhecimento do sujeito)

QUESTÃO 01 — AOCP

Assinale a alternativa cuja expressão destacada

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NÃO funciona como sujeito.

(A) ―‗Baderneiro‘ vira ‗mocinho‘ com reação desproporcional‖

(B) ―Essa hipótese também explicaria o apoio aos

manifestantes...‖

(C) ―Na ocupação da reitoria da USP, em 2011, a maioria da

população foi contra...‖

(D) ―Uma hipótese para isso é a causa escolhida pelo movimento:

a redução da tarifa.‖

(E) ―O sucesso do protesto provavelmente se deve também à

estratégia de ação.‖

Gabarito: C

PREDICAÇÃO VERBAL

Verbo Intransitivo

É aquele que tem sentido completo e não necessita de complementos para tornar o processo verbal mais claro:

Ex.: O ancião faleceu.

No exemplo, o verbo falecer não precisa de

complemento para que se compreenda o sentido desse processo verbal.

Ex2.: A criança acordou.

Ex3.: O bebê dormiu.

Verbo Transitivo

É aquele em que o sentido precisa ser complementado para que a informação transmitida pelo processo verbal fique clara. Observe:

Ex.: Pedro engoliu uma moeda

No exemplo, a forma verbal engoliu precisa de um complemento – uma moeda – que conclua e complete o processo do verbo engolir.

Os complementos podem ser ligados direta ou indiretamente ao verbo, com o auxílio de preposição ou sem ela. Então, os verbos transitivos podem ser diretos, indiretos ou diretos e indiretos.

1.Verbo Transitivo Direto

É aquele cujo sentido é completado por um termo que se junta a ele sem o auxílio de preposição. O

complemento do verbo transitivo direto é chamado de objeto direto (OD).

Ex1.: Os alunos vencedores receberam troféus.

QUESTÕES AOCP

Texto

Malvados da depressão

ASSUNTO: SINTAXE DA ORAÇÃO (VTD)

QUESTÃO 01 Assinale a alternativa INCORRETA.

(A) A expressão ―só‖ restringe a forma verbal ―precisa‖.

(B) A forma verbal ―encontrar‖ é transitiva direta.

(C) A expressão ―ainda‖ indica relação temporal.

(D) A forma verbal ―preciso‖ é transitiva indireta.

(E) A expressão ―acho que‖ indica incerteza.

Gabarito: D

2. Verbo Transitivo Indireto

É aquele cujo sentido é completado por um termo que se junta a ele com o auxílio de preposição. Observe:

Ex1.: Se você gosta de flores, São Paulo é o lugar certo.

Na frase acima, o verbo em destaque é transitivo indireto, pois necessita de complemento que está ligado a ele indiretamente, por uma preposição. Esse tipo de complemento denomina-se objeto indireto (OI).

Ex1.: Todos confiam em suas palavras.

3. Verbo Transitivo Direto e Indireto

É aquele que necessita simultaneamente de dois complementos, um sem preposição – o objeto direto – e outro com preposição – o objeto indireto. Observe:

Ex1.: Ensinamos gramática a nossos alunos.

prep.

OD OI

VERBO DE LIGAÇÃO

Verbo de ligação é o que une simplesmente o predicativo ao sujeito. Assim, não pode existir verbo de ligação se não houver predicativo do sujeito.

A seguir, os principais verbos de ligação e os aspectos que exprimem:

1. SER – estado normal habitual (aspecto permansivo):

Ex1.: Sônia é minha cunhada.

Ex2.: O triângulo é perfeito.

2. ESTAR, ANDAR, ACHAR-SE, etc. – estado adquirido, passageiro (aspecto transitório)

Ex1.: Luciana está alegre.

Ex2.: Você anda zangado comigo?

Ex3.: Ele se acha acamado.

3. FICAR, TORNAR-SE – mudança de estado (aspecto inceptivo):

Ex1.: Luciana ficou aborrecida.

Ex2.: Marlene tornou-se professora.

QUESTÕES AOCP

ASSUNTO: PREDICAÇÃO VERBAL

QUESTÃO 01

Em “Baderneiros viram mocinhos”, a forma verbal funciona

como verbo

(A) transitivo direto.

(B) transitivo indireto.

(C) ligação.

(D) intransitivo.

(E) direto e indireto.

Gabarito: C

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4. FICAR, CONTINUAR, PERMANECER – duração ou continuidade de estado (aspecto durativo):

Ex1.: Luciana ficou aborrecida.

Ex2.: O governador continua carrancudo.

Ex3.: Durante a reunião, Antunes permaneceu calado.

5. PARECER – semelhança dúvida de estado (aspecto dubitativo):

Ex1.: Manoel só parecia preocupado.

Observação: Lembre-se de que a predicação não é fixa.

Alguns dos verbos apresentados como de ligação podem vir a ser classificados como intransitivos ou transitivos. Tudo dependerá do sentido.

Compare!

Ele está feliz.

VL PS

Predicado Nominal

Ele está aqui.

VI ADJ.ADV.

Predicado Verbal

2. Não confundir predicativo com adjunto adverbial de modo. O predicativo é variável em gênero e número e o advérbio é invariável:

Ele está bom. (predicativo do sujeito)

Ele está bem. (adjunto adverbial de modo)

QUESTÕES

1. Analise a frase a seguir:

―Assisti a um espetáculo riquíssimo.‖ Marque a alternativa CORRETA. O verbo assistir é:

a) Transitivo direto. b) Transitivo indireto.

c) Intransitivo. d) De ligação.

e) Transitivo direto e indireto.

2. Considere a oração ―Não serei o poeta de um mundo caduco‖. Sobre a oração marque a opção CORRETA.

a) Há um predicado verbal. b) Há um sujeito indeterminado. c) Há um predicado nominal. d) Há um verbo intransitivo. e) É uma oração sem sujeito. Gabarito: 1/B; 2/C

PREDICATIVO:

ELEMENTO ESSENCIAL, INTEGRANTE OU ACESSÓRIO?

VEJA COMO OS PRINCIPAIS GRAMÁTICOS SE POSICIONAM.

Gramática Classificação do predicativo (posicionamento na gramática)

1. Rocha Lima (1984) Termo Essencial

2. Celso Cunha (1990) Termo Essencial/Integrante

3. Ernani e Nicola (1997) Termo Essencial

4. Douglas Tufano (1998) Termo Essencial

5. Ulisses Infante (2001) Termo Essencial

6. Celso Luft (2002) Termo Essencial

7. Azeredo (2008) Capítulo – verbos de ligação

8. Evanildo Bechara (2009) Capítulo termos integráveis e não-integráves

9. Ataliba Castilho (2010) Termo Acessório/Adjunto

Muitos gramáticos, bem como a NGB (Nomeclatura Gramatical Brasileira) tratam muitas vezes o predicativo com um termo essencial, não explicitamente, mas acabam explicando sua existência no capítulo do predicado, que é um termo essencial.

Como existe uma polêmica em relação a esse assunto, você deve tomar a seguinte posição: caso a banca cite alguma gramática (algum autor), consulte no capítulo sintaxe da oração qual é a posição do autor da gramática; caso não haja referência a nenhuma gramática, adote o posicionamento dos gramáticos filiados à NGB, ou seja, o PREDICATIVO SERÁ UM ELEMENTO ESSENCIAL.

QUESTÕES AOCP

ASSUNTO: SINTAXE DA ORAÇÃO X PONTUAÇÃO

QUESTÃO 01

Em “Pois tudo é construção”, sintaticamente, os termos

destacados são, respectivamente, (A) sujeito e predicativo, sendo que ambos são termos essenciais à

oração.

(B) predicado e sujeito, sendo que ambos são termos essenciais à

oração.

(C) adjunto adnominal e predicado, sendo o primeiro um termo

acessório e o segundo um termo essencial à oração.

(D) sujeito e adjunto adnominal, sendo o primeiro um termo

essencial e o segundo um termo acessório à oração.

(E) sujeito e adjunto adverbial, sendo que ambos são termos

acessórios à oração.

Gabarito: A

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

Função sintática Liga-se a Preposição

Objeto direto verbo sem preposição

Objeto indireto verbo com preposição exigida pelo verbo

Agente da passiva verbo com preposição de ou por

Complemento nominal

adjetivo, advérbio ou substantivo

com preposição obrigatória

OBSERVAÇÕES:

1. O agente da passiva aparece apenas em orações que estão na voz passiva.

2. Expressões preposicionadas ligadas a um substantivo só poderão ser classificadas como complemento nominal se o substantivo for abstrato e a expressão representar o alvo desse nome.

Ex.: medo de baratas.

TERMOS INTEGRANTES LIGADOS AO VERBO

Complementos verbais

Os complementos verbais integram o sentido

dos verbos transitivos e ligam-se ao verbo:

a. diretamente, sem auxílio de preposição. Nesse caso, são chamados de objeto direto (OD);

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b. indiretamente, com auxílio de preposição. Nesse caso, são chamados de objeto indireto (IO).

Objeto direto (OD)

Esse complemento verbal integra o sentido de um verbo transitivo direto (VTD), ao qual se liga diretamente.

Normalmente, o núcleo do objeto é representado

na oração por um substantivo ou uma expressão substantiva, um numeral, um pronome substantivo, um pronome oblíquo ou uma oração (introduzida por conjunção integrante ou por pronome ou advérbio interrogativo). Veja este exemplo:

As crianças receberam troféus.

O verbo ―receber‖ pede objeto direto. No caso de ―receber‖, um substantivo desempenha essa função (troféus);

Quando completam o verbo, os pronomes oblíquos o, a os, as exercem sempre a função de objeto

direto.

―Tio Palha felicitou-a.‖ (Marcos Rey)

OD

Os pronomes me, te, se, nos, vos podem

exercer a função de objeto direto ou indireto, dependendo da transitividade do verbo.

―Puxou-me para a escada.‖ (Marcos Rey)

VTD OD

―O homem pagou-me e desapareceu.

VTI OI

QUESTÕES AOCP

Texto

Há homens que devem à esposa tudo o que são, mas em geral, os

homens devem à esposa tudo o que devem. http://pensador.uol.com.br/millor/5/

QUESTÃO 01 — AOCP, Ag. Fiscal., Vitória Conquista 2013

A primeira expressão “homens” funciona como

(A) adjunto adverbial.

(B) sujeito.

(C) objeto indireto.

(D) complemento nominal.

(E) objeto direto.

Gabarito: E

Objeto Indireto (OI)

É o termo que completa o sentido do verbo transitivo indireto (VTI), ao qual se liga com o auxílio de preposição. Veja:

Acreditamos em vidas passadas.

O verbo acreditar é transitivo indireto, regendo a preposição em. No caso, o objeto indireto é ―em vidas

passadas‖.

CUIDADO! Existe um ERRO nesse gabarito, pois em todos os itens os elementos destacados complementam verbos, inclusive no item C, observe...

a maior parte dos cientistas discorda dessa visão.

Sujeito V.T. Indireto Objeto Indireto Como sabemos, OBJETO INDIRETO é um COMPLEMENTO VERBAL

QUESTÕES AOCP

ASSUNTO: SINTAXE DA ORAÇÃO (Complemento Verbal)

QUESTÃO 01

Assinale a expressão destacada que NÃO funciona como

complemento de um verbo.

(A) ―...o êxodo rural [...] na verdade ajuda a diminuir o

desmatamento...‖

(B) ―...algumas áreas rurais se conservam por ter uma diminuição

populacional...‖

(C) ―Porém, a maior parte dos cientistas discorda dessa visão.‖

(D) ―Eles dizem que a migração aumenta o desmatamento...‖

(E) ―Construções de grandes hidrelétricas também impulsionaram

os dados habitacionais...‖

QUESTÃO 02— AOCP, Analista de Gestão, 2015, Jaboatão dos

Guararapes

Em “... uma boa história para contar aos amigos.”, a

expressão destacada é

(A) adjunto adverbial.

(B) objeto direto.

(C) predicativo do objeto.

(D) objeto indireto.

(E) agente da passiva.

Gabarito: 01 C, 02 D

AGENTE DA PASSIVA

É o termo que, na voz passiva, pratica a ação do verbo. O agente da passiva,, em geral, vem acompanhado da preposição por ou, mais raramente, da preposição de.

preposição por + artigo o

A carta foi entregue à moça pelo carteiro.

voz passiva OI agente da passiva

No exemplo, o agente da passiva corresponde, na voz ativa, ao respectivo sujeito da oração.

Observe os esquemas de conversão das vozes:

Voz passiva:

A carta foi entregue à moça pelo carteiro.

sujeito paciente agente da passiva

Voz ativa:

O carteiro entregou a carta à moça.

sujeito agente objeto direto

Tanto na oração de voz passiva como de voz ativa, o agente e o paciente continuam sendo os mesmos termos. Apenas a função sintática é diferente. Tomando-se um desses exemplos, observe que, na voz passiva, ―pelo carteiro‖ é agente (função sintática: agente da passiva). Já na voz ativa, ―o carteiro‖ também é agente (o que age, atua) com a função sintática de sujeito.

MUITO IMPORTANTE!!!

O agente da passiva aparece como complemento apenas dos verbos transitivos diretos e transitivos direto e indiretos, que admitem a voz passiva, pois

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somente orações na voz ativa com objeto direto podem ser transformadas em orações na passiva. Como consequência, não pode haver agente da passiva junto a verbos transitivos indiretos, intransitivos e de ligação, que não admitem a voz passiva; apenas a ativa. Observe:

O menino precisa de amor.

VTI

O homem saiu apressado. Voz ativa

VI

Eu sou feliz.

VL

Tais orações não podem ser transformadas em

orações na voz passiva.

QUESTÕES

1. Marque a opção CORRETA que traz a oração ―O exército cercou a cidade‖ na voz passiva.

a) O exército cercava a cidade. b) A cidade era cercada pelo exército. c) A cidade foi cercada pelo exército. d) O exército havia cercado a cidade. e) A cidade fora cercada pelo exército. Gabarito C

COMPLEMENTO NOMINAL

É o termo que completa o sentido de um nome de significação transitiva. Esse nome pode ser representado por um substantivo abstrato, por um adjetivo ou por um advérbio.

Não somente verbos, mas substantivos, adjetivos e advérbios podem também necessitar de complemento.

Obs.: O complemento nominal vem sempre ligado por

preposição.

Ex.: Os conhecimentos são úteis a todos.

Adjetivo Comp. Nominal

Nós agimos favoravelmente às discussões.

Advérbio Comp. Nominal

Todo filho tem amor aos pais.

Substantivo Comp. Nominal

Tenho apenas a certeza do ontem.

Substantivo Comp. Nominal

ASSUNTO: SINTAXE DA ORAÇÃO (Complemento Nominal)

QUESTÃO 01 — AOCP

―Eles dizem que a migração aumenta o desmatamento porque dá

espaço para que pecuaristas, que já são responsáveis por reduzir

em boa parte as áreas florestais, comprem terras de pequenos

agricultores e expandam seus negócios.‖ (5.§)

A expressão destacada funciona como complemento do

(A) nome ―responsáveis‖.

(B) verbo de ligação ―são‖.

(C) verbo ―reduzir‖.

(D) nome ―pecuaristas‖.

(E) nome ―áreas‖.

Gabarito: A

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

1. Adjunto Adnominal

Adjunto adnominal é o termo acessório da oração que restringe, qualificando ou determinando a significação de um substantivo.

Pode ser expresso:

a) Por um artigo definido ou indefinido:

Ex.: A aluna era linda.

Ex.: Ronaldo fez um gol aos 10 minutos de jogo.

b) Por um adjetivo:

Ex.: O aluno estudioso passa no vestibular.

c) Por um pronome adjetivo:

Ex1.: Teu lápis é preto? (=possessivo)

Ex2.: Aquele livro é bom? (=demonstrativo)

Ex3.: Alguns alunos chegaram. (=indefinido)

Ex4.: Qual casa compraste? (=interrogativo)

Ex5.: Eis a mulher cuja filha é minha esposa. (=relativo)

d) Por um numeral adjetivo:

Ex.: Pediu duas cartas.

e) Por uma locução adjetiva (preposição + substantivo), indicando posse, origem, matéria, semelhança, qualidade.

Ex1.: Achei o livro de Pedro (=posse)

Ex2.: É boa a água da fonte. (=origem)

Ex3.: Ganhou um anel de alumínio. (=matéria)

Ex4.: Ele tem cara de macaco. (= semelhança)

Ex5.: É um rapaz sem educação. (=qualidade)

OBSERVAÇÕES:

1. Os pronomes oblíquos ME, TE, LHE(S), NOS E VOS, quando na função de possessivos, serão classificados como adjuntos adnominais.

Ex1.: Roubaram=ME a carteira. (ME = a minha)

Ex2.: Quebrei-LHE a cara. (LHE = a sua)

Ex3.: Tiraram-NOS a alegria. (NOS = a nossa)

2. Às vezes, o adjunto adnominal expresso por adjetivo se liga ao substantivo por meio da preposição DE; principalmente depois de expressões de sentimento como pobre, triste, feliz, infeliz, etc.

Ex1.: O pobre do rapaz ficou perplexo.

Ex2.: O bom do padre ajudou os humildes.

3. A preposição EM pode ser empregada, em boa linguagem, em construções como as seguintes:

Ex.: ouro em pó

Ex.: prata em barra

(As expressões em destaque são adjuntos adnominais).

ADJUNTO ADVERBIAIS

1.NOÇÃO

Se em torno de um núcleo nominal aparece o adjunto adnominal, em torno do núcleo verbal gira o adjunto adverbial.

Ex.: Não estudaremos hoje.

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O adjunto adverbial pode referir-se ainda ao adjetivo:

Ex.: José está muito doente.

Ou a outro advérbio:

Ex.: Pelé jogava muito bem.

Assim, adjunto adverbial é o termo que exprime circunstância a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

O adjunto adverbial não se flexiona em gênero ou número.

Ex.: Ele saiu muito cedo.

Ela saiu muito cedo.

Eles saíram muito cedo.

Elas saíram muito cedo.

A única exceção é TODO, usado como advérbio, no sentido de ―completamente‖.

Ex.: Ele molhou-se todo.

Ela molhou-se toda.

Eles molharam-se todos.

Elas molharam-se todas.

Aposto e Vocativo

Vocativo é a expressão de apelo, chamamento, invocação.

Ex.: Ajudai-me, Senhor Deus!

Ex.: Josefino, vem cá.

Ex.: Você, meu irmão, precisa estudar mais.

Ex.: Ó minha amada, que olhos os teus!

Ex.: Olá, companheiro, tudo bem?

OBSERVAÇÕES:

1. O vocativo sempre será separado por vírgula.

Ex.: Ó triste mendigo, dorme teu sono.

Dorme, ó triste mendigo, teu sono final.

Dorme teu sono final, ó triste mendigo.

2. O vocativo é um termo alheio à estrutura da oração: não pertence nem ao sujeito nem ao predicado.

Aposto é a expressão que, referindo-se à outra, explica-a ou resume-a. Há diversos tipos de aposto:

QUESTÕES AOCP ASSUNTO: SINTAXE DA ORAÇÃO

QUESTÃO 01 AOCP

Em “De repente, cessa o tumulto e estamos sós diante da lista

de boas intenções...”, a expressão destacada (A) trata-se de um adjunto adnominal e é um termo acessório à

oração.

(B) trata-se de um adjunto adverbial e é um termo acessório à

oração.

(C) trata-se de um aposto e é um termo acessório à oração.

(D) trata-se de um vocativo e é um termo acessório à oração.

(E) trata-se do sujeito e é um termo essencial à oração.

Gabarito: B

QUESTÕES Leia os versos a seguir, de Fernando Pessoa, para responder

as questões.

“Quantas noivas ficaram por casar

para que tu fosses nosso, ó mar!”

1. O termo ó mar foi usado como:

a) Sujeito. b) Aposto.

c) Predicativo do sujeito. d) Vocativo.

e) Adjunto adverbial.

2. Marque a alternativa que apresenta oração com sujeito

composto.

a) Todos os alunos estavam na sala.

b) Aquela pequena árvore estava caída ao chão.

c) Mais de um aluno compareceu à reunião.

d) Na feira compraram pão e leite.

e) Chegamos juntos eu e você.

Gabarito : 1/D; 2/E

1. APOSTO EXPLICATIVO

Ex.: Jânio Quadros, Presidente da República, escreveu

um livro de Português. (aposto do sujeito).

Ex.: Muito devemos a Gutemberg, o inventor da imprensa.

(aposto do objeto indireto).

Ex.: Amanhã, segunda-feira, não haverá espetáculo.

(aposto do adjunto adverbial de tempo)

Ex.: A República foi escrita por Platão, gênio da filosofia grega. (aposto do agente da passiva)

Ex.: Yolanda casou-se com João, filho do velho Francisco, banqueiro famoso. (aposto do aposto)

2. APOSTO ENUMERATIVO:

Ex.: Apresento-lhe duas grandes amigas: Leila e Maria.

Ex.: Foram as duas, a loira e a morena.

3. APOSTO RECAPITULATIVO:

Ex.: Reclamações, tristezas, dores nas costas, dificuldades, nada me impedirá de terminar este trabalho.

Ex.: De cobras, lagartos, aranhas, de tudo ele tinha medo.

Ex.: Marleta, Marly, Augusta, ninguém conseguiu

convencê-lo do contrário.

4. APOSTO ESPECIFICATIVO/ RESTRITIVO/ NOMINATIVO: (nome próprio especifica nome comum)

Ex.: Comprei esta gravata na loja Dez Irmãos.

Ex.: O poeta Castro Alves foi ferido.

Ex.: O professor Ricardo programou o curso de

Português.

Ex.: A cidade de Curitiba cresce assustadoramente.

QUESTÕES AOCP

QUESTÃO 01

Assinale a alternativa correta em relação à sintaxe da oração:

“Muitas e muitas crianças têm atividades extra-

curriculares pelo menos três vezes por semana”. (A) O sintagma ―três vezes por semana‖ é o predicativo do sujeito

da oração.

(B) O sujeito da oração é o sintagma ―atividades extra-

curriculares‖.

(C) O sintagma ―Muitas e muitas crianças‖ é o predicado da

oração.

(D) O sintagma ―têm atividades extra-curriculares pelo menos três

vezes por semana‖ é o predicado da oração.

(E) O predicado da oração é nominal.

QUESTÃO 02

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Observe a oração “Não corramos para cima da criança com

um iPad na mão (...)”. O verbo “correr”, nesse contexto, é (A) um verbo intransitivo.

(B) um verbo transitivo direto.

(C) um verbo transitivo indireto.

(D) um verbo de ligação.

(E) um verbo bitransitivo.

QUESTÃO 03 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e

Social

Em “...assistir a programas de televisão...”, o termo destacado

funciona como (A) complemento nominal.

(B) agente da passiva.

(C) objeto direto.

(D) objeto indireto.

(E) predicativo do sujeito.

Gabarito: 01 D, 02 A, 03 D

SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO

ORAÇÕES COORDENADAS

Classificação

ADITIVAS estabelecem, em relação a outra oração, uma noção de acréscimo, de adição:

São introduzidas pelas conjunções coordenativas aditivas: e, nem, que, ou pelas locuções não só ...mas (também), como ou quanto (depois de tanto) e análogas.

Ex.: Ele comprou passagem e partiu no primeiro trem

Ex.: Chora que chora.

Ex.: Tanto é dona de casa como (ou quanto) trabalha fora.

ADVERSATIVAS estabelecem, em relação a outra oração, uma idéia de oposição, compensação, ressalva, adversidade, contrariedade, contraste:

São introduzidas pelas conjunções coordenativas adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, senão, não obstante.

Ex.: Estuda, mas não aprende.

Ex.: O nosso time era o favorito, não obstante foi derrotado.

ALTERNATIVAS estabelecem, em relação a outra oração, uma idéia de separação ou exclusão ou alternância:

São introduzidas pelas conjunções coordenativas alternativas: ou...ou, quer ... quer, seja ... seja, ora ...ora, já ... já.

Ex.: Todas as tardes, ia ao cinema ou fazia pequenas

compras em lojas da região.

Ex.: ―Nunca nele a firmeza permanece;

se nos dá gosto algum, muda-se logo;

já chora, já se ri, já se enfurece.‖ (Luís V.Camões)

CONCLUSIVAS exprimem, em relação a outra oração, uma

idéia de conclusão ou de conseqüência lógica.

São introduzidas pelas conjunções coordenativas conclusivas: logo, pois (posposto ao verbo), portanto, de modo que, por isso, por conseguinte, etc.

Ex.: Seu amigo está triste e decepcionado; deve, portanto, confortá-lo nesse momento difícil.

EXPLICATIVAS explicam o motivo da declaração contida

na oração anterior:

São introduzidas pelas conjunções coordenativas explicativas: porque, pois (anteposto ao verbo), que, porquanto, etc.

Ex.: Volte logo, porque eu preciso de você.

DISTINÇÃO ENTRE ORAÇÕES COORDENADAS EXPLICATIVAS E ORAÇÕES SUBORDINADAS

ADVERBIAIS CAUSAIS

Choveu, porque a rua está molhada.

Or. C. Assind. Or. Coord. Sindética Explicativa

Choveu porque houve muita evaporação

Or. Principal Or. Subordinada Adverbial Causal

As orações coordenadas explicativas são empregadas com freqüência depois de orações imperativas e optativas:

Ex.: Não zombe dele, que está apaixonado.

Ex.: Que Deus te ajude, porque ousado és.

ORAÇÃO INTERCALADA

Dá-se o nome de oração intercalada ou interferente à oração que se insere em outra, com a

finalidade de se fazer um esclarecimento, uma ressalva, uma advertência, um desabafo.

Esse tipo de oração é sintaticamente independente e normalmente aparece entre vírgulas, travessões ou parênteses:

Ex.: ―Tive (por que não direi tudo?), tive remorsos‖.

(M. de Assis)

Às vezes, não é apenas uma oração que se insere numa frase, mas um período composto:

E ela – não existe quem possa provar o contrário – foi acusada de ladra.

EXERCÍCIOS

01. Classifique as orações destacadas:

a) Façam silêncio, que há gente doente.

b) Siga o roteiro proposto, ou abandone a competição.

c) Atrasado, o vestibulando não só tremia, mas também chorava copiosamente.

d) Havia muito serviço na cozinha; entretanto, de raiva, ninguém trabalhava nem falava.

e) O mendigo não estava bem, pois chorava e gemia baixinho.

f) Ele é seu pai: respeite-lhe, pois, a vontade.

g) Notei, é verdade, as pedras roídas nos alicerces.

(M. Assis).

02. Classifique a oração destacada, indicando se ela é subordinada adverbial causal ou coordenada sindética explicativa:

a) ―Não fujas, que eu te sigo‖.

b) Saímos a passeio porque fazia sol.

c) Não grite, que ele pode acordar.

d) Não dava esmola a ninguém porque era sovina.

e) Não corra, que há neblina.

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03. Em ―Assim que viu que já eram sete horas, lembrou-se Ana Rita num sobressalto, que fez com que suas pernas bambeassem, de que se esquecera do encontro que ela combinara para as seis‖. Temos do ponto de vista sintático:

a) Um período composto por coordenação e subordinação.

b) Seis orações subordinadas, sendo as duas iniciais respectivamente oração adverbial temporal e oração adjetiva.

c) Um período composto por subordinação, cujas orações são todas subordinadas substantivas e subordinadas adjetivas.

d) Um período composto por subordinação, cuja oração principal é ―lembrou-se Ana Rita num sobressalto”.

e) Um período composto por coordenação e subordinação, cuja oração principal é: “Assim que viu que já eram sete horas”.

GABARITO

01.

A B C D E F G

Or. Coord. Sind. Explic.

Or. Coord. Sind. Altern.

Or. Coord. Sind. Aditiva

Or. Coord. Sind. Advers e Aditiva

Or. Coord. Sind. Explic. e Or. Coord. Sind. Aditiva

Or. Coord. Sind. Conclusiva

Oração Intercalada

02

A B C D E

Or. Coord. Sind. Explicativa

Or. Subordinada Adverbial Causal

Or. Coord. Sind. Explicativa

Or. Coord. Subordinada Adverbial Causal

Or. Coord. Sind. Explicativa

03.

Assim que viu que já eram sete horas

Or. Subord. Adver. Temporal

lembrou-se Ana Rita num sobressalto

Or. Principal

Assim que viu que já eram sete horas

Or. Sub. Subst. Objet. Direta

que fez com que suas pernas bambeassem

Or. Subord. Adjetiva Restritiva

lembrou-se de que se esquecera do encontro

Or. Subord. Subst. Objetiva Indireta

que ela combinara para as seis

Or. Subord. Adjetiva Restritiva

Resposta: letra d

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Classificação

Causal indica a causa do efeito expresso na oração

regente:

É introduzida pelas conjunções causais: porque, visto que, que, como(sempre anteposto à oração à oração principal), posto que (seguido de verbo no indicativo), uma vez que, já que.

Ex.: Não veio porque estava doente.

Comparativa estabelece uma relação de comparação

relativamente a um elemento da outra oração:

É introduzida pelas conjunções subordinativas comparativas: como, que, do que, assim como, (tanto) quanto, etc.

Ex.: Trabalha como um escravo.

QUESTÕES AOCP

QUESTÃO 01 — AOCP, Agent Trânsito, Valência, 2016

Considerando a análise sintática do período “Vamos

cuidar da saúde mental de nossas crianças e jovens

tanto quanto cuidamos de sua saúde física”, é

correto afirmar que trata-se de um período (A) simples em que se identifica o sujeito, um verbo

transitivo indireto e um complemento de objeto indireto.

(B) composto por subordinação, cuja conjunção

subordinativa estabelece a relação entre a oração

principal e a oração subordinada adverbial comparativa.

(C) simples em que se identifica o sujeito, um verbo

intransitivo e dois adjuntos adverbiais.

(D) composto por coordenação, cuja locução conjuntiva

―tanto quanto‖ estabelece uma relação aditiva entre duas

orações coordenadas aditivas.

(E) simples com verbo de ligação e dois termos essenciais

para a oração, o sujeito e o predicado. Gabarito: B

Concessiva indica uma concessão, uma exceção, um

caso particcular, relativamente à outra oração:

É introduzida pelas conjunções subordinativas concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que, etc.

Ex.: Não percebeu nada embora estivesse atento.

Condicional expressa uma condição para que ocorra o

fato expresso na outra oração:

É introduzida pelas conjunções subordinativas condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, a menos que, sem que, etc.

Ex.: Irei à fazenda, se não chover.

QUESTÕES AOCP

ASSUNTO: SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO (OR. SUB

ADV. CONDICIONAL)

QUESTÃO 01 — AOCP

Em “„Nossa meta é vender 3,3 milhões de entradas. Se

conseguirmos, vai ser o maior número de ingressos

vendidos de toda a história da Paralimpíada...”, a oração

em destaque (A) não remete ao período anterior: ―Nossa meta é vender 3,3

milhões de entradas‖.

(B) remete à realização dos Jogos Paralímpicos.

(C) expressa condição.

(D) expressa finalidade.

(E) expressa causa.

QUESTÃO 02 — AOCP, 2015, Analista Adm. Administração,

EBSERH

Em “Segundo simulações apresentadas no relatório, se o

aumento na idade mínima ocorresse hoje nos Estados

Nas orações comparativas, o verbo costuma ser o mesmo

nas duas orações e freqüentemente aparece subentendido.

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Unidos, haveria mudanças significativas na quantidade de

jovens fumantes em 2100”, a oração em destaque expressa (A) condição.

(B) tempo.

(C) comparação.

(D) finalidade.

(E) consequência.

Gabarito: 01/C; 02/A

Conformativa estabelece uma idéia de conformidade

em relação ao fato da outra oração:

É introduzida pelas conjunções subordinativas conformativas: como, conforme, segundo, consoante.

Ex.: Conforme prometeu, pagará a dívida amanhã.

Consecutiva expressa uma conseqüência, um efeito

do fato mencionado na outra oração:

É introduzida pelas conjunções subordinativas consecutivas: que (precedida de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, etc.

Ex.: Trabalhou tanto que adoeceu.

QUESTÕES AOCP

Texto

O poema da mente

(Anônimo)*

Há um presidente que mente,

Mente de corpo e alma, completa/mente

E mente de maneira tão pungente

Que a gente acha que ele, mente

Sincera/mente

Mas que mente, sobretudo,

impune/mente…

Indecente/mente.

E mente nacional/mente,

Que acha que mentindo história afora,

vai nos enganar eterna/mente. * Erroneamente atribuído a Affonso Romano de Sant‘Anna

QUESTÃO 01 — AOCP, Ag. Fiscal., Vitória Conquista 2013

Assinale o que se pode afirmar a respeito do poema.

(A) Nos três últimos versos, há uma expressão que indica

conclusão das ações.

(B) Na segunda estrofe, há uma expressão que indica consecução

das ações.

(C) A expressão ―sobretudo‖ enfatiza todo o conteúdo da estrofe

antecedente.

(D) O autor emprega a expressão ―mente‖ como substantivo,

adjetivo e advérbio.

(E) A forma de gerúndio ―mentindo‖ equivale a uma expressão de

sentido modal.

Gabarito: B

Final apresenta uma finalidade para o fato expresso na

outra oração:

É introduzida pelas conjunções subordinativas finais: para que, a fim de que, que.

Ex.: Fiz de tudo para que ele aprendesse bons modos.

Proporcional indica uma proporção em relação a outro

fato:

É introduzida pelas conjunções subordinativas proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais ... (mais), etc.

Ex.: À medida que se aproximava a hora, a tensão

aumentava.

Temporal indica o momento, a época de ocorrência de

um fato:

É introduzida pelas conjunções subordinativas temporais: quando, enquanto, mal, logo que, assim que,

etc.

Ex.: Houve protestos depois que o diretor saiu da reunião.

QUESTÕES AOCP

Texto

‗Baderneiro‘ vira ‗mocinho‘ com reação desproporcional

Monika Dowbor

Mesmo antes da repressão policial, pesquisas mostravam que a

maioria da população de São Paulo apoiava os manifestantes.

Uma hipótese para isso é a causa escolhida pelo movimento: a

redução da tarifa. É uma causa clara e cristalina, que gera unidade

por representar um problema comum a vários paulistanos.

Essa hipótese também explicaria o apoio aos manifestantes

mesmo após o vandalismo das noites anteriores. Na ocupação da

reitoria da USP, em 2011, a maioria da população foi contra

porque era uma causa interna, que não cativou quem não estudava

lá.

O sucesso do protesto provavelmente se deve também à

estratégia de ação. Ao confrontar a ordem pública colocando

barricadas em chamas nas ruas, espera-se uma reação da polícia.

E, quando essa reação é desproporcional, ―baderneiros‖ viram

―mocinhos‖ e são vistos como os que lutam por uma cidade justa.

O Estado de S. Paulo, 15 de junho de 2013. A16.

ASSUNTO: SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO (Or. Sub.

Adv. Temporal)

QUESTÃO 01 — AOCP

Em “E, quando essa reação é desproporcional, „baderneiros‟

viram „mocinhos‟...”, a expressão “quando” indica

(A) modo.

(B) concessão.

(C) tempo.

(D) conclusão.

(E) proporção.

Texto

Existem, porém, pessoas tocadas por dores tão intensas,

por experiências tão sofridas, que não conseguem evitar a

sensação de que tudo de mau vai se repetir, de uma forma ou de

outra, mais cedo ou mais tarde. Esse sentimento é ainda mais forte

quando tudo vai bem e existe algo importante a ser perdido.

Apaixonada e feliz, a pessoa começa a ser perseguida por seus

medos:

QUESTÃO 02

Em “Esse sentimento é ainda mais forte quando tudo vai

bem...”, a oração destacada estabelece, no período, uma

relação de

(A) finalidade.

(B) causa.

(C) tempo.

(D) consequência.

(E) concessão.

QUESTÃO 03 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e

Social

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“Conversei com um garoto de seis anos e ele me contou que,

quando o pai cozinha, ele vai jantar e dormir na casa da

avó...” A oração destacada expressa relação semântica de (A) causa.

(B) consequência.

(C) tempo.

(D) concessão.

(E) conclusão.

Gabarito: A/C; 2/C; 3/C

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

Dá-se o nome de oração subordinada substantiva à oração que tem valor de substantivo e exerce, em relação à principal, a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo ou aposto.

ATENÇÃO:

As orações subordinadas substantivas são normalmente introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes que ou se e por pronome indefinido, pronome

ou advérbio interrogativo ou exclamativo. Observe:

quanto

quem

por que

Não sabemos comprou

como

quando

onde

CLASSIFICAÇÃO

Subjetiva exerce a função de sujeito da oração de que

depende ou em que se insere:

Ex.: É claro que eu não tenho medo de escuro

Ex.: Convém que você volte logo.

Neste exemplo o reconhecimento do verbo convir como unipessoal facilita a classificação. Verbos unipessoais são

aqueles utilizados na 3ª pessoa do singular; fazem parte de uma oração principal que tem como subordinada uma substantiva subjetiva. Os mais usados são: convir, constar, parecer, cumprir, acontecer, suceder, importar.

Ex.: Parece que o tempo melhorou.

V. Unip. Or. Sub. Subst. Subjetiva

Ex.:Ainda não se sabe se Pedro voltará.

CUIDADO!, mano, nesse exemplo há uma

tendência a você classificar como Or. Sub. Substant. Objetiva Direta; porém há o se (antes do sabe), que se classifica como partícula apassivadora, cujo papel é transformar o objeto direto em sujeito, ou seja, passar da voz ativa para a passiva sintética.

Objetiva direta exerce a função de objeto direto do

verbo da oração principal:

Ex.: ―Dizem que os cães vêem coisas.‖

QUESTÕES AOCP

QUESTÃO 01 — AOCP, Agent Trânsito, Valência, 2016

No excerto “Porque, de repente, decidimos que o bom

rendimento escolar da criança é pré-requisito fundamental

para um futuro profissional promissor”, é correto afirmar

que o termo destacado

(A) é uma preposição e introduz um complemento nominal. (B) é uma conjunção e introduz um adjunto adverbial de modo.

(C) é uma preposição e introduz um objeto indireto.

(D) é um pronome relativo e introduz um sujeito.

(E) é uma conjunção e introduz um objeto direto.

Gabarito: E

Objetiva indireta exerce a função de objeto indireto do

verbo da oração principal:

Ex.: Convenceu-o de que o trabalho era fácil.

Predicativa exerce a função de predicativo da oração

principal:

Ex.: O problema é que o prazo para as inscrições já se esgotou.

Completiva Nominal exerce a função de complemento

nominal de um substantivo ou adjetivo transitivos da oração principal:

Ex.: Estava convicto de que ele era inocente.

Apositiva exerce a função de aposto de um nome da

oração principal. Freqüentemente é precedida por dois pontos e, às vezes, pode vir entre vírgulas:

Ex.: Dei-lhe um conselho: (que) não se importasse mais com o caso.

EXERCÍCIOS

01. No período ―Cumpre que todos se esforcem‖, a oração destacada é:

a) Substantiva objetiva direta b) Substantiva objetiva indireta c) Substantiva completiva nominal d) Substantiva subjetiva e) Substantiva predicativa 02. Assinale o nome das orações destacadas: ―Digo que

tens receio de que ela morra‖. a) Subjetiva e objetiva direta b) Objetiva indireta e objetiva direta c) Objetiva direta e completiva nominal d) Adjetiva restritiva e adjetiva relativa 03. A oração destacada em ―Não permita Deus que eu

morra‖ tem valor de ...... e função sintática de.......... .

a) Adjetivo objeto direto b) Substantivo sujeito c) Advérbio adjunto adverbial d) Substantivo objeto direto e) Adjetivo sujeito 04. Assinale a alternativa cuja oração subordinada é

substantiva predicativa: a) Espero que venhas hoje. b) O aluno que trabalha é bom. c) Meu desejo é que te formes logo. d) És tão inteligente como teu pai. 05. Sabendo que a oração subordinada substantiva

apositiva exerce a função de aposto e que este ―é um termo de natureza substantiva que se refere a um outro termo também de natureza substantiva‖ marque a alternativa que apresenta uma oração apositiva:

a) Disse-me: vá embora. b) Cometeu dois erros, aliás, três.

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c) Havia apenas um meio de ajudá-las: contar-lhes a verdade.

d) ―Como Sofia falasse das bonitas rosas que possuía, Rubião pediu para ir vê-las: era doido por flores‖.

e) Não preciso de ajuda: sei arrumar-me sozinho.

Gabarito

01 02 03 04 05

D C D C C

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

As orações subordinadas adjetivas são introduzidas pelos pronomes relativos que, quem, onde, o qual (a qual,

os quais, as quais), cujo (cuja, cujos, cujas), quanto, etc.

CLASSIFICAÇÃO

RESTRITIVA delimita o sentido do substantivo (nome

ou pronome) antecedente, sendo, por isso, indispensável ao sentido completo do enunciado. Liga-se ao antecedente sem vírgula:

Ex.: As árvores que dão frutos são raras no Parque

Ecológico do Cocó.

Já assisti ao filme que você me indicou.

EXPLICATIVA encerra uma simples explicação ou

informação adicional ao antecedente, já definido plenamente, podendo, por isso mesmo, ser omitida sem prejuízo para o sentido completo do enunciado. A oração adjetiva explicativa sempre aparece entre vírgulas:

Ex.: Deus, que é nosso pai, nos salvará.

DISTINÇÃO ENTRE AS ORAÇÕES SUBORDINADAS APOSITIVAS E AS ADJETIVAS EXPLICATIVAS

Ele revelou as suas razões, que estava cansado e

com fome, e foi embora.

Ele revelou as suas razões, que todos já conheciam,

e foi embora.

Conversando...

No primeiro caso, a oração destacada explica (função do aposto) as razões; no segundo caso, a palavra que retoma o termo razões, sendo assim um pronome

relativo. O pronome relativo inicia uma oração subordinada adjetiva.

QUESTÕES AOCP

QUESTÃO 01 — AOCP

Observe o excerto: “Não obriguemos a babá a ter um

repertório mágico, que nem mesmo palhaços profissionais

têm, para manter a criança entretida o tempo todo.” A

oração destacada é classificada como (A) uma oração subordinada substantiva subjetiva.

(B) uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

(C) uma oração subordinada substantiva objetiva indireta.

(D) uma oração subordinada adjetiva restritiva.

(E) uma oração subordinada adjetiva explicativa.

Gabarito: E

EXERCÍCIOS 01. Analise sintaticamente a oração em destaque: "Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão

recompensados." (Machado de Assis)

a ( ) oração subordinada substantiva completiva nominal b ( ) oração subordinada adverbial causal c ( ) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida d ( ) oração coordenada sindética conclusiva e ( ) oração coordenada sindética explicativa 02. Ache a única oração subordinada: a ( ) Ora a nuvem escondia a lua, ora a lua escondia a

nuvem. b ( ) O jogador prometeu um jogo à torcida, mas não

conseguiu marcá-lo. c ( ) Não saia sem o agasalho, pois há umidade no ar. d ( ) Você verá que a emoção começa agora. e ( ) Há neblina na estrada; logo, há umidade no ar. Texto (1) Roncou ? Não dirija

Pessoas que dirigem e à noite, quando dormem, roncam, têm aumentado em até sete vezes os riscos de provocar acidentes de trânsito. Essa é a conclusão de um grupo de pesquisadores espanhóis especializados em trânsito que acompanharam 102 vítimas de acidentes.

(Isto é, 31 / 03 / 99 ) 03. Em: Pessoas que dirigem e à noite, quando dormem,

roncam ... A oração destacada é: a ( ) Oração coordenada assindética b ( ) Oração coordenada sindética explicativa c ( ) Oração subordinada adverbial temporal d ( ) Oração subordinada adverbial concessiva e ( ) Oração subordinada adjetiva restritiva Texto (2) A lebre

Apareceu não sei como. Queria por toda lei desaparecer num relâmpago. Foi encurralada e é recolhida, orelhas em pânico, ao pátio dos pavões estupefatos. Lá está, infeliz, roendo o tempo. Eu faço o mesmo. (Carlos Drummond) 04. Em: "Eu faço o mesmo." Assinale o item em que a

oração subordinada exerce função semelhante ao termo destacado.

a ( ) Não é certo que ele retorne. b ( ) Fizeram um só pedido: que cuidássemos bem do

jardim. c ( ) Eles precisavam de que eu os ajudasse. d ( ) Todos esperam que ela volte logo. e ( ) Ele tinha esperança de que brilharia como o sol. ―Suponho que o destino desses guris está selado: eles

acabarão na cadeia. Ou nos encostarão contra a parede a qualquer momento, o revólver em nosso peito.‖

05. A oração ―que o destino desses guris está selado‖ se

classifica como subordinada: A) substantiva objetiva direta. B) substantiva subjetiva. C) adjetiva restritiva. D) adjetiva explicativa.

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06 .No período "Ainda que fosse bom jogador, não ganharia a partida", a oração sublinhada encerra idéia de

a) causa. b) concessão. c) condição. d) fim. 07. Assinale a alternativa que contém oração subordinada

substantiva. a) As pernas tremiam porque ele tinha medo. b) É esta a verdade que ninguém contestou. c) É necessário que você compareça à reunião. d) A cobra é um animal que se arrasta. 08. Em “O sociólogo estava esperançoso de que a

pesquisa sobre o Brasil fosse aprovada pelas autoridades.”, a oração subordinada substantiva

destacada classifica-se como: a) objetiva indireta b) predicativa c) completiva nominal d) objetiva direta 09. Assinale a alternativa em que não há período composto

por coordenação. a) ―Chega mais perto e contempla as palavras.‖ b) ―Os artistas não foram ao teatro nem fizeram o

espetáculo.‖ c) ―Dentro de mim estão presos todos os movimentos que

compõem o universo.‖ d) ―Vou traçar no tempo meu próprio caminho, abrir meu

peito ao vento, ser feliz.‖

01 05

As reservas internacionais em moeda forte funcionam como um seguro que o Brasil contrata para se proteger contra eventuais ataques especulativos e crises abruptas. Foi graças ao acúmulo desses recursos que o Brasil pôde decretar o fim de sua dívida externa.

Giuliano Guandalini. Elas valem quanto pesam. In: Veja, 5/3/2008, p. 88 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue o item subseqüente. 10. Na linha 2, a ausência de uma vírgula logo após

―seguro‖ indica que o trecho ―que o Brasil‖ inicia uma oração explicativa.

Gabarito

01.E 02.D 03.C 04.D 05.A 06.B

07.C 08.C 09.C 10.E

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

REGÊNCIA VERBAL

A Regência Verbal se ocupa do estudo da relação entre VERBOS e os termos que os complementam (OBJETO DIRETO ou INDIRETO) ou caracterizam-nos (ADJUNTO ADVERBIAL).

VERBO INTRANSITIVO: não possui objeto direto/ objeto

indireto; porém, normalmente, são acompanhados de adjunto adverbial. A informação que se quer passar já está contida no próprio verbo.

Exemplos: chegar, ir, sair, morrer, nascer, etc.

Ex.: Ronaldo morreu.

└Verbo Intransitivo

Ex.: Ronaldo chegou ao Rio de Janeiro.

Verbo Intransitivo┘ Adjunto Adverbial de Lugar

LEMBRETE IMPORTANTE!

As funções sintáticas de OBJETO DIRETO e OBJETO INDIRETO são exercidas por SUBSTANTIVOS; já a função de ADJUNTO ADVERBIAL é exercida por ADVÉRBIO (palavra que expressa circunstância de lugar, de modo, de tempo, de afirmação, de negação...).

VERBO TRANSITIVO DIRETO: verbo que exige objeto

direto como complemento.

Exemplos: amar, comer, aborrecer, socorrer, ver, admirar,

etc.

Ex.: Maria socorreu o garoto.

Verbo Transitivo Direto┘ Objeto Direto

VERBO TRANSITIVO INDIRETO: verbo que exige objeto

(complemento de verbo) por meio de uma preposição, ou seja, o objeto indireto.

Exemplos: gostar de, confiar em, precisar de, concordar

com, etc.

Ex.: Maria precisa de ajuda.

Verbo Transitivo Indireto┘ Objeto Indireto

VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO: verbo que

exige objeto direto e indireto.

Exemplos: pagar algo a alguém, ensinar algo a alguém, informar alguém sobre algo, etc.

Ex.: Maria Bonita pagou a dívida ao rapaz.

VTDI┘ Objeto Direto Objeto Indireto

REGÊNCIA NOMINAL

A Regência Nominal trata de algumas palavras que exigem complementos (assim como muitos verbos) por meio de PREPOSIÇÕES; o estudo é para você ficar ciente de quais são as preposições.

Exemplo: Junto A/DE: aceita as duas preposições.

Ex.: Pedro foi nomeado embaixador junto ao governo

italiano.

Ex.: Esperei socorro junto do portão.

Exemplo: Preferível isto A aquilo

Ex.: É preferível trabalhar a vadiar. (Forma correta)

CUIDADO! É preferível trabalhar do que vadiar. (Forma errada)

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

a) Aspirar

= respirar é VTD. Ex: Ele aspirou o gás.

= desejar é VTI. Ex: Ele aspira ao sucesso.

IMPORTANTE para todos os verbos doravante estudados.

Primeiro caso

Ex.: A menina aspirou o gás tóxico: nesse sentido, por ser

transitivo direto, aspirar admite:

Voz Passiva: O gás tóxico foi aspirado pela menina.

A substituição do objeto por O. A menina aspirou-o.

Ao usar PRONOME RELATIVO, não há necessidade da preposição.

Ex.: O gás tóxico que a menina aspirou era

fortíssimo.

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Segundo caso

Ex.: O rapaz aspirava a uma vitória. Nesse sentido,

aspirar é verbo transitivo indireto; não aceita, portanto, voz passiva. Uma vitória era aspirada pelo rapaz é uma frase considerada errada.

Esse verbo não admite o pronome LHE: Você aspirava ao diploma?

Sim, eu aspirava-lhe. (resposta errada. O lhe refere-se a

pessoa)

Sim, eu aspirava a ele. (resposta correta)

Sim, eu aspirava-a. (resposta errada. Este pronome é

obj. direto.)

Ao usar PRONOME RELATIVO, deve-se colocar a preposição diante dele.

Ex.: Você desconhece as vantagens a que aspiro.

Ex.: Você desconhece as vantagens às quais aspiro.

b) Assistir

= ver é VTI, exige a preposição A.

Ex.: Eu assisti ao filme.

= socorrer é VTD.

Ex.: Assistimos o rapaz doente

= pertencer é VTI.

Ex.: Esse direito assiste aos jovens.

= residir é V. Intransitivo (com a preposição EM)

Ex.: Pelé assistia em Santos

c) Antipatizar e simpatizar

VTI exige preposição Com

Ex.: Eu simpatizo com aquela moça. (forma correta)

CUIDADO!Este verbo não é pronominal.

Ex.: Eu ME simpatizo com aquela moça. (forma errada)

d) Chegar

V. Intransitivo; normalmente acompanhado de Adjunto Adverbial de Lugar.

Quem chega chega A algum lugar

Ex.: A noiva chegou tarde ao cartório. (forma correta)

CUIDADO!

É incorreto dizer quem chega chega EM algum lugar.

Ex.: A noiva chegou tarde no cartório. (forma errada)

e) Esquecer e Lembrar

Quando desacompanhados de pronome oblíquo, são VTD.

Ex.: Eu esqueci o problema.

Quando acompanhados de pronome oblíquo, são VTI.

Ex.: Eu me esqueci do problema.

f) Informar

É VTDI (exige um objeto direto e um objeto indireto).

Admite duas construções:

Informar alguma coisa a alguém.

Ex.: Ela informou o fato aos alunos.

Informar alguém de (sobre) alguma coisa.

Ex.: Ela informou os alunos do (sobre) fato.

Os verbos avisar, esclarecer, lembrar, prevenir, notificar e cientificar admitem as mesmas construções que o verbo informar

g) Namorar

É verbo VTD, não há necessidade da preposição COM.

Ex.: Maria namora seu ex-cunhado.

h) Obedecer e Desobedecer

São VTI (exigem preposição a)

Ex.: Ele nunca obedece aos regulamentos da PM.

Ex.: Obedeça à sinalização de trânsito.

i) Pagar e Perdoar

São VTI quando o objeto refere-se a pessoa.

Ex.: O pai sempre perdoa aos filhos

São VTD quando o objeto refere-se a coisa.

Ex.: Nós já pagamos os impostos.

CUIDADO!Quem paga (ou perdoa) paga A alguém.

Ex.: Maria pagou o pedreiro. (forma errada)

Ex.: Maria pagou ao pedreiro. (forma correta)

j) Pisar

É VTD. Ex.: Não pise o terreno molhado.

CUIDADO! Este verbo não exige preposição e nem é

verbo intransitivo exigindo Adjunto Adverbial de Lugar.

┌ EM + A (preposição + artigo)

Ex.: Não pise NA grama. (forma errada)

Verbo Intransitivo┘ └Adjunto Adverbial de Lugar

Ex.: Não pise a grama. (forma correta)

Verbo Transitivo┘ Objeto Direto

k) Preferir

É VTDI (preferir alguma coisa a outra)

Ex.: Ele prefere o futebol ao vôlei.

l) Querer

= desejar é VTD. Ex.: Todos queriam o prêmio

= gostar é VTI. Ex.: As mães querem aos filhos.

m) Visar

= pretender é VTI. Ex.: Ele visava ao sucesso

= mirar é VTD. Ex.: O jogador visou o gol.

= assinar é VTD. Ex.: Você já visou o cheque?

n) Agradar

a) No sentido de fazer carinho, é VTD.

Ex.: A mulher agradava o filhinho.

b) No sentido de contentar, satisfazer, é VTI (exige objeto indireto com a preposição a).

Ex.: O desempenho do time agradou ao técnico.

o) Custar

a) É VTI, com sentido de ser custoso.

Ex.: Custou ao aluno entender a lição.

VTI OI SUJEITO

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OBSERVAÇÃO!

É errada a construção em que a pessoa aparece

como sujeito do verbo CUSTAR.

Ex.: O aluno custou a entender a lição.

o) Proceder O verbo "proceder" é VTI e rege a preposição "a". Ex.: Os apuradores procederam a contagem dos votos das escolas de samba. [Inadequado] Ex.: Os apuradores procederam à contagem dos votos das escolas de samba. [Adequado] ...[objeto indireto: à contagem] ...[à: contração = a (artigo) + a (preposição) = crase] Ex.: O Presidente do Senado, na última sessão, procedeu

à verificação dos votos para a aprovação da emenda.

QUESTÕES AOCP

ASSUNTO: REGÊNCIA VERBAL

(assistir)/PONTUAÇÃO/CONCORDÂNCIA

NOMINAL/CONCORDÂNCIA VERBAL/COLOCAÇÃO

PRONOMINAL

QUESTÃO 01 — AOCP

Assinale a alternativa gramaticalmente adequada quanto ao

conteúdo apresentado entre parênteses. (A) Para enviar mensagens, fazer ligações, ouvir música e assistir

vídeos, acessar a internet, tirar fotos e até se localizar em

algum lugar — GPS —, o celular é usado para quase tudo que

se possa imaginar (Regência verbal).

(B) Depois desse um segundo escaneamento foi feito, mas dessa

vez com o celular da orelha direita ligado e com uma chamada

ativa durante 50 minutos (Pontuação).

(C) Como a ligação era sem áudio, a área do cérebro que

apresentou atividade no segundo escaneamento não estava

relacionado com o interlocutor pensando ou conversando com

uma pessoa do outro lado da linha (Concordância nominal).

(D) O sinal do iPhone teria interferido nesse sistema, confundido

os insetos e fazendo com que eles agisse da maneira vista no

vídeo (Concordância verbal).

(E) Constatou-se que a área perto da antena do celular sofreu um

aumento de 7% em consumo de glicose em relação ao

escaneamento anterior (Colocação pronominal).

Gabarito: E

QUESTÕES

1. Marque a opção CORRETA quanto à regência verbal.

a) Os alunos chegaram cedo no colégio. b) Antonio namora com Maria. c) Ele não obedece os mais velhos. d) Assistimos um importante jogo de futebol. e) A carga chegou no avião. 2. Regência imprópria:

a) Não o via desde o ano passado.

b) Fomos à cidade pela manhã.

c) Informou ao cliente que o aviso chegara.

d) Respondeu à carta no mesmo dia.

e) Avisamos-lhe de que o cheque foi pago. 3. Em ―Uma das primeiras secas que se tem notícia...‖,

segundo a norma culta, ocorre um erro de: A) ortoépia B) colocação C) acentuação D) grafia E) regência

4. Assinale a opção INCORRETA quanto à regência dos verbos.

a) A arma com que se feriu desapareceu. b) Encontrei um amigo de infância cujo nome não me

lembrava mais. c) Aqui está a foto a que me referi. d) Passamos por uma fazenda onde se criam búfalos. e) A que filme você assistirá à noite? Texto

―Nos últimos anos, o país assistiu a uma notável

ampliação no número de alunos matriculados no ensino superior.‖ 5. Em qual das opções a seguir, encontra-se verbo com

a mesma regência do verbo ―assistir‖?

a) Vive-se bem neste país. b) Maria namora João há mais de dois anos. c) As empresas negam-se a assistir os idosos. d) O aluno parece dedicado. e) O ensino deve sempre visar ao progresso social. 6. Analise as afirmativas a seguir.

A enfermeira procede______ exame do paciente. O conferencista aludiu ______ fato. A gerente visa ______ cheque do cliente. A equipe visa ______ primeiro lugar no campeonato. Não podendo lutar, preferiu morrer ______ viver. Marque a opção que preenche corretamente e

respectivamente as lacunas. a) Ao / o / ao / ao / do que.

b) Ao / ao / ao / ao / do que.

c) A / ao / o / ao / que.

d) Ao / ao / o / ao / a.

e) Ao / ao / o / ao / à. 7. Analise a regência verbal e marque a opção

CORRETA em relação à norma culta.

a) Nós nos valemos dos artifícios que dispúnhamos para vencer.

b) Avisaram-no que chegaríamos logo. c) Amanhã responderei essa carta. d) Ninguém obedece o horário. e) O presidente assiste em Brasília há quatro anos. Gabarito

1 2 3 4 5 6 7

E E E B E D E

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

CONCEITO

Crase é a fusão de a + a(s). Ex: Ele vai A1 + A2 feira

Ele vai à feira.

REGRA PRÁTICA

Troca-se a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se, antes da masculina, aparecer ao(s), coloca-se o sinal da crase no a(s) antes da feminina.

Ex:

Ele vai à feira (Ele vai ao banco)

Ele visitou a exposição (Ele visitou o salão de arte)

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CASOS EM QUE NÃO OCORRE CRASE

A crase é proibida antes das palavras que não apresentam o artigo a(s).

a) Antes de masculinos

Ex: Ele foi a pé para casa

b) Antes de verbos

Ex: A torcida começou a gritar.

c) Antes de pronomes pessoais (inclusive os de

tratamento)

Ex: Nada disse a ela nem a Vossa Senhoria.

d) Antes dos pronomes esta(s), quem e cuja(s).

Ex: Essa é pessoa a quem pedi ajuda.

e) Com a no singular + palavra no plural

Ex: Ele se refere a acusações mentirosas.

f) Entre duas palavras repetidas

Ex: Ficamos cara a cara.

g) Antes de nomes de cidades sem especificativo

Ex: Ele gosta de ir a Fortaleza.

Se o nome da cidade estiver caracterizado por um especificativo, ocorre crase.

Ex: Ele gosta de ir à ensolarada Fortaleza.

CASOS EM QUE OCORRE CRASE

a) Locuções adverbiais femininas de:

Tempo Ex: Ele chegou à noite e saiu às seis horas.

Lugar Ex: Ninguém chegou à cidade.

Modo Ex: Ele entrou às escondidas no armazém.

b) Locuções prepositivas ( à + palavra feminina + de)

Ex: Nós ficamos à espera de ajuda.

c) Locuções conjuntivas (à + palavra feminina + que )

Ex: O tempo esfria, à medida que escurece.

Texto

Que lá fora sejam menos ignorantes, não, não temos onças nas esquinas, e às vezes se consegue sair para

estudar ou trabalhar sem ser varado de bala perdida.

QUESTÕES AOCP

ASSUNTO: CRASE (Loc. Adv. Feminina) QUESTÃO 01

Em “Às vezes é.”, a crase foi utilizada (A) para atender à regência do nome ―vezes‖.

(B) para atender à regência do verbo ―ser‖.

(C) por tratar-se de uma locução prepositiva de base feminina.

(D) por tratar-se de uma locução adverbial de base feminina.

(E) por tratar-se de uma locução conjuntiva de base feminina.

D

ASSUNTO: CRASE (Loc. Adv. Feminina)

QUESTÃO 02

Em “Ingressos estão à venda”, (A) o acento empregado em ―à‖ é denominado ―agudo‖.

(B) a crase se justifica pela junção de duas vogais com a mesma

função.

(C) o acento se justifica por se apresentar em uma locução

adverbial de base feminina.

(D) a crase se justifica tendo em vista a fusão da preposição ―a‖

exigida pelo verbo e do artigo feminino ―a‖ antes de ―venda‖.

(E) a crase foi empregada inadequadamente.

Gabarito: 01/D; 02/C

CASOS EM QUE A CRASE É FACULTATIVA

a) Antes de pronomes possessivos femininos

Ex: A vizinha pediu ajuda à minha mãe

A vizinha pediu ajuda a minha mãe

b) Antes de nomes de mulher

Ex: O juiz fez uma advertência à Paula

O juiz fez uma advertência a Paula

c) Depois da preposição até

Ex: Eu andei até à esquina

Eu andei até a esquina

CRASE COM PRONOMES DEMONSTRATIVOS E RELATIVOS

a) Preposição a + pronome demonstrativo a(s)

O pronome demonstrativo a(s) aparece seguido de que ou de.

Critério prático:

Troca-se por um substantivo masculino o feminino que vem antes do a(s).

Só ocorre crase se, com o masculino, aparecer ao(s) antes de que ou de.

Ex: Esta casa é igual à que você comprou

Este carro é igual ao que você comprou

b) Preposição a + aquele(s)

Critério prático:

Troca-se aquele(s) por este(s). Só ocorre crase se aparecer a antes do este(s).

Ex: Ele se refere àquele fato.

Ele se refere a este fato

Esse critério prático vale também para os demonstrativos aquela(s) e aquilo.

c) Crase antes de qual / quais.

Critério prático:

Troca-se por um substantivo masculino o feminino anterior ao qual / quais. Só ocorre crase se, com o masculino, aparecer ao qual / aos quais.

Ex: Estas são as crianças às quais me refiro.

Estes são os alunos aos quais me refiro

CASOS ESPECIAIS DE CRASE

pai.meu do casa à cedo Chegamos Ex.

crase. com tivoespecifica Com

casa. a cedo Chegamos Ex.

crase sem tivoespecifica Sem

casa )a

avós. dos terraà voltou Ele Ex.

crase. com planeta e natal terrade sentido Com

terra.a voltaramsjangadeiro Os Ex.

crase. sem água de ao oposto sentido Com

terra)b

Emprego de Há e A

Em referência a tempo, essas duas formas têm os seguintes usos:

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Há: é usado na indicação de tempo decorrido, tempo

passado.

Na prática, pode ser trocado pelo verbo fazer.

Exemplo:

Os viajantes partiram )( faz

há três semanas.

A forma há também pode ser usada com outros

sentidos.

Ex: Aqui não há nenhuma dificuldade. (existir)

Ele há de voltar. (ter)

A: é usado na indicação de tempo futuro (em geral,

aparece na locução daqui a).

Ex: Os viajantes partirão daqui a três semanas.

Daqui a muitos anos, essa região será um deserto.

QUANTO A, JUNTO A, DEVIDO A, DADO

Vamos tratar do uso da crase com as locuções prepositivas quanto a, junto a, relativamente a, etc. A

locução prepositiva é composta de dois ou mais vocábulos, sendo o último deles uma preposição simples (ex.: ao lado de, de acordo com, frente a). Sua função é a mesma da

preposição. Só nos interessam agora as locuções que acabam na preposição "a", pois estas exigem o a craseado quando se ligam a um substantivo feminino determinado.

Como são relativamente poucas as locuções que se enquadram nesta categoria, pode-se memorizá-las para evitar os condenáveis erros de crase:

1. Graças à competência do médico, o menino se

curou completamente.

2. Em atenção à reclamação formulada por sua

empresa, revisaremos o produto.

3. Foram abertas inscrições com vistas à renovação

da diretoria.

4. Nada apuramos quanto à participação da nossa

equipe no campeonato estadual.

5. Em relação à solicitação de emprego que V. Sa.

nos fez, nada podemos adiantar.

6. Qual seu interesse relativamente às tabelas

afixadas no mural?

7. O governo se calou no tocante às perguntas

sobre o empréstimo compulsório.

8. Qualquer matéria com referência à música

minimalista é de nosso interesse.

9. Face às necessidades detectadas, novas

prioridades serão estabelecidas. [V. também Não Tropece na Língua 024]

10. Qual foi sua atitude com respeito à difamação?

11. O carro pifou próximo à rua onde morávamos.

12. Frente às reivindicações dos funcionários, a

diretoria fará alterações no quadro.

13. Parou em frente às galerias.

14. Vamos nos encontrar defronte à barbearia do

Luís.

15. Viajou em direção à fronteira.

16. O governador logrou êxito junto às autoridades

federais para que fossem liberadas outras linhas de crédito.

O uso de JUNTO A em frases desse tipo (e outras como: solicitar providências junto a, conseguir/obter/acertar/fazer pedidos junto a alguém) é condenado por puristas. Contudo, não há como negar a sua frequência em artigos de jornais, revistas e correspondência

em geral. Estritamente falando, junto a significa apenas

―perto, próximo, ao lado‖, por exemplo: Encostou o carro junto à calçada.

17. Os produtores de uva enfrentaram uma queda de produção de 70% devido à ocorrência de geadas

em outubro.

Devo advertir que o uso de DEVIDO A não tem o ―respaldo dos autores cuidadosos‖, no dizer do professor A. da Gama Kury, porque a locução surgiu da ―masculinização‖ do particípio do verbo dever, que concordava normalmente com o substantivo referente: ―ausência devida a problemas pessoais; problemas devidos ao excesso de chuvas‖.

Já a opinião de Celso Luft é a seguinte: ―Os puristas não gostam desta locução e acham que devido deve ser usado apenas como particípio: o acidente foi devido (=

deveu-se) a um descuido. O uso corrente da locução, claro, desautoriza os puristas‖.

Em todo caso, observe-se a concordância quando "devido" é realmente particípio e atente-se sempre para a colocação do acento indicativo de crase diante de substantivo feminino, dada a presença da preposição "a" nos dois casos: Acidentes devidos a motoristas imprudentes / ao desatino / à imprudência do motorista... Foi cancelado o show devido a problemas / devido ao tempo / devido à chuva.

DADO O, DADA A

Dada a dificuldade em alugar uma casa, ficaremos

no apartamento.

Que não se faça confusão com a locução "devido a", apesar da semelhança de significado e uso. DADO sim é um particípio; não rege preposição, portanto não forma uma locução, mas concorda com o substantivo sequente: Dado o mau tempo / dados os raios e trovões / dada a chuva / dadas as condições de tempo , não fomos à praia.

QUESTÕES AOCP

QUESTÃO 01— AOCP, Analista de Gestão, 2015,

Jaboatão dos Guararapes Em ―Em alguns, ele está à flor da pele.‖, o uso da crase

justifica-se

(A) para atender a regência do verbo ―estar‖. (B) para atender a regência do nome ―pele‖. (C) por tratar-se de uma locução conjuntiva de base

feminina. (D) por tratar-se de uma locução cristalizada de base

feminina.

(E) para atender à regência do nome ―flor‖. QUESTÃO 02 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e Social Assinale a alternativa em que se usou a crase pela

mesma razão em que ela foi utilizada em: ―... logo as crianças são apresentadas às guloseimas...‖

(A) Saiu de casa às nove horas da manhã e não mais voltou.

(B) As mulheres são constantemente levadas à marginalização.

(C) Usava roupas à moda francesa, mas nem por isso era elegante.

(D) Retornou à Itália depois de uma longa ausência. (E) A medicação foi benéfica à criança, porém não nas

proporções desejadas. Gabarito: 01/D; 02/B

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EXERCÍCIO COMENTADO

1. A ciência produz resultados passo ...... passo, como se fosse um quebra-cabeça ...... ser devidamente montado, para chegar-se ...... confirmação de uma hipótese qualquer.

As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A) à − à − a (B) a − a − à

(C) a − à − à (D) à − à – à (E) a − a − a

2. A exposição aos raios solares dá ...... pessoas uma cor bronzeada, além de fazer bem ...... saúde, desde que se tomem os cuidados necessários ...... cada tipo de pele.

As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A) às - a – a (B) às - à - à

(C) as - à – à (D) às - à – a (E) as - a - a

3. Está correto o emprego do acento indicativo de crase, ou

sua ausência, na frase:

(A) Com as mãos livres, os homens estavam prontos à carregar os alimentos necessários para sua prole.

(B) O homem passou a gastar menos energia a medida que começou a usar somente os pés para andar.

(C) Pesquisadores sempre buscaram respostas à questões que explicariam por que o homem se tornou bípede.

(D) Graças a posição ereta, o homem consome menos oxigênio do que os chimpanzés ao andar em esteiras.

(E) Testes à disposição de pesquisadores são elementos importantes nos resultados obtidos a respeito da evolução da humanidade.

4. Em vários países, pesquisadores ligados ...... universidades tentam apontar os motivos que induzem jovens ...... criminalidade, submetendo-os ...... uma série de exames por imagem.

As lacunas estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A) à - à – a (B) a - à - a

(C) a - a – à (D) à - à – à (E) à - a – a

5. Num assalto ............ mão armada, é aconselhável que a vítima obedeça ............ordens do bandido, evitando expor-se ainda mais ........... qualquer tipo de agressão.

As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas por

(A) a — as — à (B) à — às — a

(C) à — às — à (D) a — as — a

(E) à — as — à

6. Está bem observada a necessidade dos sinais de crase

na seguinte frase:

(A) Quando os filhos passam à interpelar os valores de seus pais, consideram-se aptos à afirmar os seus próprios.

(B) O jovem fica à uma distância cada vez maior das poucas oportunidades que ainda estão à lhes oferecer.

(C) Daqui à pouco vão dizer que são os jovens os principais responsáveis pelo círculo vicioso à que o texto se refere.

(D) Apresentam-se, à toda vaga oferecida, candidatos dispostos à disputá-la da forma mais aguerrida.

(E) Não se notam, à medida que o tempo passa, avanços significativos nas condições de trabalho oferecidas à juventude.

7. Estradas de ferro foram construídas em regiões propícias ...... malária e ...... outras doenças tropicais, fato que levou ...... morte grande número de trabalhadores.

As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por:

(A) à - a – à (B) a - à - à

(C) a - a – a (D) a - à – a (E) à - à - à

8. É pequena a proporção de água doce no planeta. O acesso ...... ela depende de um sistema eficiente de coleta e distribuição, pois muitas vezes é captada ...... quilômetros de distância, antes de ser entregue com qualidade ...... população.

As lacunas da frase acima estão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A) a - a – à (B) a - à - à

(C) a - a – a (D) à - à – a (E) à - a - à

Gabarito

1.B 2.D 3.E 4.B 5.B 6.E

7.A 8.A

COMENTÁRIOS

1. PASSO A1 PASSO: entre palavras repetidas não há crase.

A1 SER: antes de verbo não há crase.

PARA CHEGAR-SE A1 + A2 CONFIRMAÇÃO: QUEM

CHEGA CHEGA A1 + A2 CONFIRMAÇÃO

A1 + A2

PREPOSIÇÃO + ARTIGO

2.

Quem dá dá algo A1 alguém

Objeto Direto Objeto Indireto

A exposição dá um bronze A1 + AS pessoas

A1→ Preposição, exigida pelo verbo dar

AS→ Artigo, que acompanha o substantivo pessoas

...além de fazer bem ...... saúde:

Quem faz bem faz bem A1 + A2 saúde.

A palavra bem exige complemento por meio de preposição, no

caso A1. A palavra saúde por ser substantivo é acompanhada de

artigo, A2.

necessários ...... cada tipo de pele.

O que é necessário é necessário A1

O adjetivo necessário exige complemento através da preposição

A1 + CADA tipo de pele. CADA é pronome indefinido que

acompanha o substantivo masculino tipo. Ou seja, não há um

segundo A para haver crase.

3.

(A) ... estavam prontos A1 carregar os alimentos ...

Antes de verbo não se usa crase

(B) ... menos energia à medida que começou a ...

Usa-se crase nas locuções conjuntivas proporcionais à

medida que e à proporção que.

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(C) Pesquisadores sempre buscaram respostas A1 questões que

explicariam ...

Resposta A1 + AS2 questões. Observe que o artigo (AS2)

que acompanha o substantivo questões não veio, caso

contrário seria Pesquisadores sempre buscaram

respostas às questões que ...

(D) Graças A1 + A2 posição ereta, ...

A1 → preposição

A2 → artigo que acompanha posição

(E) Testes à disposição de pesquisadores são...

à disposição de é uma locução prepositiva.

4. ... ligados A1 + AS2 universidades tentam apontar os motivos

que induzem jovens A1 + A2 criminalidade, submetendo-os A1

uma série de exames por imagem.

A1 →preposição

A2 → artigo

Observe que antes da palavra universidades não veio o

artigo AS2

Quem induz induz alguém A1 + A2 artigo que

acompanha o substantivo criminalidade.

Quem submete submete alguém A1 + UMA série de

exames...Não há crase porque o substantivo série foi

antecedido pelo artigo Indefinido UMA e não pelo

artigo definido A2.

5. Num assalto ............ mão armada, é aconselhável que a vítima

obedeça ............ordens do bandido, evitando expor-se ainda mais

........... qualquer tipo de agressão.

A1 + A2 mão armada: Loc. Adverbial de Modo.

Quem obedece obedece A1 + AS2 ordens.

Quem se expõe se expõe A1 + qualquer

tipo...Qualquer é um pronome indefinido: não há crase

antes de pronome indefinido exceto diante do pronome

outra.

6.

(A) Quando os filhos passam A1 interpelar os valores de seus

pais, consideram-se aptos A1 afirmar os seus próprios.

Antes de verbo não se usa crase.

(B) O jovem fica A1 uma distância cada vez maior das poucas

oportunidades que ainda estão A1 lhes oferecer.

Antes de artigo indefinido (uma) não há crase.

Antes de pronome pessoal oblíquo átono (lhes) não há

crase.

(C) Daqui à pouco vão dizer que são os jovens os principais

responsáveis pelo círculo vicioso à que o texto se refere.

A expressão DAQUI A1 POUCO, que indica futuro,

possui apenas um A, no caso a preposição.

círculo vicioso A1 que o texto se refere: O vocábulo

QUE (pronome relativo) retoma circulo vicioso; quando

trabalhamos com pronome relativo, devemos ter cuidado

se temos ou não de usar preposição antes dele: neste

caso, sim, pois estamos lidando com um verbo que exige

preposição: quem se refere se refere A1.

(D) Apresentam-se, A1 toda vaga oferecida, candidatos dispostos

A1 disputá-la da forma mais aguerrida.

A1 toda vaga oferecida: antes do pronome indefinido

TODA não há crase.

dispostos A1 disputá-la: antes de verbo não há crase.

(E) Não se notam, à medida que o tempo passa, ...

à medida que: locução conjuntiva proporcional possui

crase.

7. Estradas de ferro foram construídas em regiões propícias A1 +

A2 malária e A1 outras doenças tropicais, fato que levou A1 + A2

morte grande número de trabalhadores.

propícias A1 + A2 malária: o que é propício é propício

A1; o substantivo malária está antecedido de artigo

(A2).

propícias A1 outras doenças tropicais: o substantivo

doenças não veio antecedido de artigo, mas somente do

pronome indefinido OUTRAS.

fato que levou A1 + A2 morte: quem leva leva alguém

A1; o substantivo morte está antecedido de artigo (A2).

8. O acesso A1 ela depende de um sistema eficiente de coleta e

distribuição, pois muitas vezes é captada A1 quilômetros de

distância, antes de ser entregue com qualidade A1 + A2 população.

O acesso A1 ela depende: A palavra ACESSO exige

complemento através da preposição A1; ELA é um

pronome pessoal do caso reto, o qual não aceita

NUNCA artigo, nem crase.

A1 quilômetros de distância: Nesta locução não há o A2,

pois se houvesse seria AOS quilômetros de distância:

observe o sentido genérico da expressão, fato que

impossibilita o uso do artigo, mesmo sendo o O.

antes de ser entregue A1 + A2 população: quem entrega

entrega algo A1 alguém; o substantivo população veio

antecedido do artigo (A2).

CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. Substantivo + Substantivo... + Adjetivo

Quando o adjetivo posposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o último ou vai facultativamente:

para o plural, no masculino, se pelo menos um deles for masculino;

para o plural, no feminino, se todos eles estiverem no feminino.

Exemplos:

Ternura e amor humano.

Amor e ternura humana.

Ternura e amor humanos.

Carne ou peixe cru.

Peixe ou carne crua.

Carne ou peixe crus.

2. Adjetivo + Substantivo + Substantivo + ...

Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o mais próximo. Exemplos:

Mau lugar e hora.

Má hora e lugar.

3. Substantivo + Adjetivo + Adjetivo + ...

Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, este vai para o singular ou plural.

Exemplos:

Estudo as línguas inglesa e portuguesa.

Estudo a língua inglesa e (a) portuguesa.

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Os poderes temporal e espiritual.

O poder temporal e (o) espiritual.

4. Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo

Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um substantivo, determinando-o, este concorda com o mais próximo ou vai para o plural.

Exemplos:

A primeira e segunda lição.

A primeira e segunda lições.

5. Substantivo + Ordinal + Ordinal + ...

Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo, determinando-o, este vai para o plural.

Exemplo:

As cláusulas terceira, quarta e quinta.

6. Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo

Quando as expressões "um e outro", "nem um nem outro" são seguidas de um substantivo, este permanece no singular.

Exemplos:

Um e outro aspecto.

Nem um nem outro argumento.

De um e outro lado.

7. Um e outro + Substantivo + Adjetivo

Quando um substantivo e um adjetivo vêm depois da expressão "um e outro", o substantivo vai para o singular e o adjetivo para o plural.

Exemplos:

Um e outro aspecto obscuros.

Uma e outra causa juntas.

8. "O (a) mais ... possível" - "Os (as) mais ... possíveis" - "O (a) pior ... possível" - "Os (as) piores ..." - "O (a) melhor ... possível" - "Os (as) melhores ... possíveis"

O adjetivo "possível", nas expressões "o mais ...", "o pior ...", "o melhor ..." permanece no singular.

Com as expressões "os mais ...", "os piores ...", "os melhores ...", vai para o plural.

Exemplos:

Os dois autores defendem a melhor doutrina possível.

Estas frutas são as mais saborosas possíveis.

Eles foram os mais insolentes possíveis.

Comprei poucos livros, mas são os melhores possíveis.

9. Particípio + Substantivo

O particípio concorda com o substantivo a que se refere.

Exemplos:

Feitas as contas ...

Vistas as condições ...

Restabelecidas as amizades ...

Postas as cartas na mesa ...

Salvas as crianças ...

OBSERVAÇÃO:

"Salvo", "posto" e "visto" assumem também papel de conectivos, sendo, por isso, invariáveis:

Salvo honrosas exceções.

Posto ser tarde, irei.

Visto ser longe, não irei.

10. Anexo / bastante / incluso / leso / mesmo / próprio + Substantivo

Essas palavras concordam com o substantivo a que se referem.

Exemplos:

Vão anexas as cópias.

Recebi bastantes flores.

Vão inclusos os documentos.

Cometeu um crime de lesa-pátria.

Cometeu um crime de leso-patriotismo.

Ele mesmo falou aquilo.

Ela mesma falou aquilo.

Elas próprias falaram aquilo.

11. Meio (= metade) + Substantivo

O adjetivo "meio" concorda com o substantivo a que se refere.

Exemplos:

Meias medidas.

Meio litro.

Meia garrafa.

12. Meio (= um tanto) + Adjetivo

O advérbio "meio", que se refere a um adjetivo, permanece invariável.

Exemplos:

Ela parecia meio encabulada.

Janela meio aberta.

OBSERVAÇÕES:

1. Na fala, observam-se exemplos do advérbio "meio" flexionado. Tal fato pode ser explicado pelo fenômeno da "concordância atrativa", ou por influência do adjetivo a que se refere: "Ela está meia cansada".

Dessa concordância existem exemplos entre os clássicos: "Uns caem meios mortos". (Camões)

2. Em "meio-dia e meia", "meia" concorda com a palavra "hora", oculta na expressão "meio-dia e meia (hora)". Essa é a construção recomendada pela maioria dos manuais de cultura idiomática.

A construção "meio-dia e meio" também ocorre na fala; a forma "meio" permanece no masculino, por atração ou influência da forma masculina "meio-dia".

3. A palavra "meio" funciona como elemento de justaposição em "meias-luas", "meios-termos", "meios-tons", "meia-idade", etc.

13. Verbo transobjetivo + predicativo do objeto + objeto + objeto ... Verbo transobjetivo + objeto + objeto ... +

predicativo do objeto

Verbo transobjetivo é o verbo que pede, além de um complemento-objeto, uma qualificação para esse complemento (= predicativo do objeto).

Nesse caso, o predicativo concorda com o(s) objetos.

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Verbo transobjetivo

+ predicativo do objeto

+ objeto + objeto ...

Julgou Considerei Achei

inocentes oportunas simpáticos

o pai e o filho a decisão e a sugestão a irmã e o irmão

Verbo transobjetivo + objeto + objeto ... + predicativo

Julgou Considerei Achei

o pai e o filho a decisão e a sugestão a irmã e o irmão

inocentes oportunas simpáticos

14. Casa, página (+ número) + numeral

Na enumeração de casas e páginas, o numeral concorda com a palavra oculta "número".

Exemplos:

Casa dois.

Página dois.

15. Substantivo + é bom / é preciso / é proibido

Em construções desse tipo, quando o substantivo não está determindado, as expressões "é bom", "é preciso", "é proibido" permanecem no singular.

Exemplos:

Maçã é bom para a saúde.

É preciso cautela.

É proibido entrada.

OBSERVAÇÃO:

Quando há determinação do sujeito, a concordância efetua-se normalmente:

É proibida a entrada de meninas.

16. Pronome de tratamento (referindo-se a uma pessoa de sexo masculino) + verbo de ligação + adjetivo masculino

Quando um adjetivo modifica um pronome de tratamento que se refere a pessoa do sexo masculino, vai para o masculino.

Exemplos:

Sua Santidade está esperançoso.

Referindo-se ao Governador, disse que Sua Excelência era generoso.

17. Nós / Vós + verbo + adjetivo

Quando um adjetivo modifica os pronomes "nós / vós", empregados no lugar de "eu / tu", vai para singular.

Exemplos:

Vós (= tu) estais enganado.

Nós (= eu) fomos acolhido muito bem.

Sejamos (nós = eu) breve.

QUESTÕES AOCP ASSUNTO: CONCORDÂNCIA NOMINAL QUESTÃO 01 — AOCP ―O comportamento dos insetinhos é aparentemente

normal, correndo confusas e desordenadas‖. Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a

respeito dos itens em destaque no excerto apresentado

(A) Das palavras em destaque, ―normal‖ e ―confusas‖ concordam, respectivamente, com ―comportamento‖ e ―insetinhos‖.

(B) Das palavras em destaque, somente ―desordenadas‖ está concordando em número com ―insetinhos‖ .

(C) Todas as palavras em destaque variam em gênero e número e concordam com os nomes a elas relacionados.

(D) ―Confusas‖ e ―desordenadas‖ estão no plural por concordar com ―insetinhos‖, que também está no plural.

(E) Apesar de as palavras ―confusas‖ e ―desordenadas‖ poderem estabelecer concordância com outros nomes, nesse contexto, as palavras remetem à forma de correr dos insetinhos.

Text

Tudo está sendo feito para que, no final, possamos ocupar, aproveitar, espremer, sugar, potencializar, otimizar e, finalmente, capitalizar todo o tempo disponível para impor às nossas crianças uma preparação praticamente militar, visando seu ―sucesso‖. O ar nas casas onde essa preocupação é latente chega a ser denso, tamanha a pressão que as crianças sofrem por desenvolver uma boa competitividade. Porém, o excesso de estímulos sonoros, visuais, físicos e informativos impedem que a criança organize seus pensamentos e atitudes, de verdade: fica tudo muito confuso e nebuloso, e as próprias informações se misturam fazendo com que a criança mal saiba descrever o que acabou de ouvir, ver ou fazer. QUESTÃO 02 — AOCP No sintagma ―uma boa competitividade‖, a

concordância nominal se dá porque

(A) temos uma preposição seguida de dois substantivos femininos singulares.

(B) temos uma preposição, um advérbio e um substantivo masculino singular.

(C) temos um artigo definido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo masculino singular.

(D) temos um artigo definido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo feminino singular.

(E) temos um artigo indefinido feminino singular, um adjetivo feminino singular e um substantivo feminino singular.

Gabarito: 01/E; 02/E

EXERCÍCIOS

01. A concordância nominal correta está em: A) Ele passou aos alunos os exercícios o mais fáceis

possível. B) Elas estão quite com suas obrigações. C) As crianças comeram bastante uvas. D) Meu amigo trouxe as mais geladas cervejas possível. E) Por favor, passe menas questões para mim.

02. Marque o item que contraria as normas da Gramática em relação à concordância nominal:

A) A preservação do meio-ambiente é necessária à sobrevivência;

B) Preservar o meio-ambiente é necessário à sobrevivência;

C) A preservação do meio-ambiente é necessário à sobrevivência;

D) É proibido desmatar sem critério algum;

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E) É proibida a caça predatória.

01. Qual das opções abaixo está totalmente de acordo com a Gramática Normativa?

A) A vida em sociedade é necessária para o desenvolvimento do homem;

B) É proibido a permanência de pessoas estranhas neste lugar;

C) Bastante pessoas concorrem a esta vaga; D) Iniciado os trabalhos, todos saíram; E) Comprei quinhentas gramas de carne.

04. Assinale a alternativa em que a concordância nominal

não foi empregada corretamente: A) Eu comprei poucas laranjas e meia melancia; B) Seu nome na lista dos aprovados no concurso deixou

seus familiares bastante felizes; C) Eles mesmos encarregaram-se de desfazer o mal-

entendido; D) Fruta é bom para a saúde; E) Já percebi que minha avó anda meia adoentada.

05. Assinale o item em que há uma frase com erro de concordância da palavra ―só":

A) Esses argumentos não valem por si sós. B) Tais eram as sós verdades em que ele cria. C) Vocês não estão só, neste mundo divino. D) Eles sós fizeram isso. Eles só fizeram isso.

06. O vocábulo destacado está em DESACORDO com o

registro culto e formal da língua, quanto à flexão de gênero ou número, em

(A) Havia menas ilusões no seu comportamento.

(B) É necessário calma para falar do outro.

(C) Entre mim e você há divergências bastantes.

(D) Ela permanecia meio preocupada consigo mesma.

(E) Como falavam mal de todos, ficavam sós.

07. Assinale a sentença em que há ERRO na concordância nominal.

(A) Ela recebeu um único telefonema a respeito da encomenda.

(B) É raro, depois das 15 horas, a frequência ao restaurante.

(C) As pessoas, em sua maioria, vêm almoçar aqui sozinhas.

(D) Quem deseja provar tantas iguarias?

(E) Para sair do restaurante, era preciso permissão.

08. Assinale a alternativa em que a concordância nominal

está correta.

A) A tropa de burros andou meia agitada.

B) Teremos de permanecer até meio-dia e meio.

C) Apreensivos, tropeiros continuavam esperando.

D) Os caixeiros-viajantes percorriam bastante trilhas.

E) Eram dois mil e cinquenta informações no almanaque.

09. Assinale a alternativa correta quanto à concordância nominal.

A) Os velhinhos caminhavam sós pela praça.

B) Apesar de famoso, não são escritores de talento.

C) Puxou a cordinha, bastante vezes, até que saltou.

D) Considerou delicadas o gesto e atitude do velhinho.

E) O amor é um sentimento que torna inesquecível as horas.

10. Segundo a norma culta, há ERRO de concordância na

opção

(A) A revista custa caro.

(B) Os funcionários estão meio descrentes.

(C) As equipes devem estar sempre alerta.

(D) Às faturas estão anexo as listas de preço.

(E) Todos chegaram ao continente salvo ele.

Gabarito

01 A 02 C 03 A 04 E 05 C 06 A

07 B 08 C 09 A 10 D

COMENTÁRIOS

01.

A) ... o mais fáceis possível.

A expressão Artigo + mais + adjetivo + Possível

Singular Singular

B) Elas estão quiteS com suas obrigações.

Plural Adjetivo no plural

C) As crianças comeram bastanteS uvas.

Pronome Indefinido Variável┘

D) ...as mais geladas cervejas possível.

A expressão Artigo + mais + adjetivo + Possíveis

Plural Plural

E) ........................passe menos questões para mim.

Pronome Indefinido invariável┘

02.

A) A preservação é necessáriA;

Verbo Ser + Adjetivo + Substantivo

→ Não há concordância com Substantivo

É necessário → luta

Verbo Ser + Adjetivo + Artigo + Substantivo

→ Concordância com Artigo (ou pronome)

É necessáriA → A luta de classes

B) Preservar é necessário;

C) A preservação é necessáriA;

D) Desmatar é proibido;

E) A caça é proibida.

03.

A) A vida em sociedade é necessária;

B) É proibidA a permanência;

C) BastanteS pessoas concorrem a esta vaga;

└ Pronome Indefinido Variável

D) IniciadoS os trabalhos, todos saíram;

E) Comprei quinhentOs (quilogramas)gramas de carne.

O quilograma (palavra masculina)

04.

A) Eu comprei poucas laranjas e meia melancia;

└ Pronome Indefinido Variável

┌ Adjetivo B) ... seus familiares bastante felizes;

└Advérbio de Intensidade

(invariável)

C) Eles mesmos encarregaram-se;

└ Pronome Demonstrativo variável

D) Fruta é bom ou Esta fruta é boa para saúde.

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Verbo Ser + Adjetivo + Substantivo

→ Não há concordância com Substantivo

É necessário → luta

Verbo Ser + Adjetivo + Artigo + Substantivo

→ Concordância com Artigo (ou pronome)

É necessáriA → A luta de classes

┌ Adjetivo E) Já percebi que minha avó anda meiO adoentada.

Advérbio de Intensidade (invariável)┘

05.

A) Esses argumentos não valem por si sós.

Adjetivo variável┘

B) Tais eram as sós verdades em que ele cria.

Adjetivo variável┘

C) Vocês não estão sóS, neste mundo divino.

Adjetivo variável┘

Advérbio invariável┐(somente, apenas)

D) Eles sós fizeram isso. Eles só fizeram isso.

└ Adjetivo variável (sozinhos)

06.

(A) Havia menOs ilusões no seu comportamento.

└Pronome Indefinido invariável

(B) É necessário calma para falar do outro.

Calma é necessário ou A calma é necessária.

(C) Entre mim e você há divergências bastantes.

Pronome Indefinido Variável┘

┌ Adjetivo

(D) Ela permanecia meio preocupada consigo mesma.

└Advérbio de Intensidade (invariável)

(E) Como falavam mal de todos, ficavam sós.

Adjetivo variável (sozinhos)┘

07.

(B) É rarA a frequência ao restaurante.

Verbo Ser + Adjetivo + Artigo + Substantivo

→ Concordância com Artigo (ou pronome)

É rarA → A frequência

08.

┌ Adjetivo

A) A tropa de burros andou meiO agitada.

Advérbio de Intensidade (invariável)┘

B) Teremos de permanecer até meio-dia e meiA (hora).

┌Adjetivo, classe variável, na função de Predicativo do Sujeito

C) Apreensivos, tropeiros continuavam esperando.

└Sujeito

Os tropeiros estavam apreensivos e continuavam esperando.

D) Os caixeiros-viajantes percorriam bastanteS trilhas.

Pronome Indefinido Variável┘

E) Eram duas mil e cinquenta informações...

09.

A) Os velhinhos caminhavam sós pela praça.

Adjetivo variável (sozinhos)┘

B) Apesar de famosoS, não são escritores de talento.

C) Puxou a cordinha, bastanteS vezes, até que saltou.

Pronome Indefinido Variável┘

Predicativo do Objeto Direto┐

D) Considerou o gesto e atitude do velhinho delicados

VTD Objeto Direto

┌Substantivo feminino

Considerou o gesto e a atitude delicados

Substantivo masculino┘

Na função de predicativo seja depois, seja antes de substantivos,

a concordância pode ser feita com os dois; sendo um feminino e o

outro masculino, a concordância será no masculino plural.

┌Predicativo do Objeto

Direto

E) O amor torna as horas inesquecíveis.

Sujeito VTD Objeto Direto

10. Segundo a norma culta, há ERRO de concordância na opção

(A) A revista custa caro.

└Advérbio que altera o verbo CUSTA

Adjetivo┐

(B) Os funcionários estão meio descrentes.

Advérbio Intensidade (invariável)┘

(C) As equipes devem estar sempre alerta.

Palavra invariável┘

(D) As listas de preço estão ANEXAS às faturas.

(E) Todos chegaram ao continente salvo ele.

Palavra invariável (exceto)┘

Palavra invariável┘

CONCORDÂNCIA VERBAL

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.

Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser.

Ex.: Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.

CASOS DE CONCORDÂNCIA VERBAL:

1) Sujeito simples

Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.

Ex.: Nós vamos ao cinema.

O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo — o verbo fica no singular.

Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

a) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.)

– o verbo fica no singular ou vai para o plural.

Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão.

Ex.: A maioria dos alunos foram à excursão.

b) O sujeito é um pronome de tratamento — o verbo fica

sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio.

Ex.: Vossas Altezas pediram silêncio.

c) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda

com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu que derramei o café.

Ex.: Fomos nós que derramamos o café.

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d) O sujeito é o pronome relativo quem — o verbo pode

ficar na 3ª pessoa do singular (concordando com QUEM) ou concordar com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu quem derramou o café.

Ex.: Fui eu quem derramei o café.

e) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ..., etc. — o

verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me punirão?

Ex.: Quais de vós me punireis?

2) Sujeito composto

Regra geral: o verbo vai para o plural. Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes — o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª

pessoa plural) amigos.

O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex.: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª

pessoa do plural) amigos.

O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

No caso acima, também é comum a concordância

do verbo com a terceira pessoa.

Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.

Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e — o verbo concordará

com os dois núcleos.

Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Se o sujeito estiver posposto, permite-se a

concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.

Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão

no singular — o verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se

concentrar.

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudava a se

concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos — o verbo pode

concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo,

ninguém... — o verbo concorda com o aposto resumidor.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o

comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro...— o verbo poderá ficar no

singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou-

o verbo irá para o singular quando a ideia for de exclusão e plural quando for de inclusão.

Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)

Ex.: A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao

homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries

correlativas (tanto...como/ assim...como/ não só...mas também, etc.) — o mais comum é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.

Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições

municipais em São Paulo./

Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições

municipais em São Paulo.

OUTROS CASOS:

1) Partícula SE:

a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto)

concordará com o sujeito passivo.

Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo

(transitivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular.

Ex.: Precisa-se de secretárias.

Confia-se em pessoas honestas.

2) Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Havia sérios problemas na cidade.

Ex.: Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.

IMPORTANTE! Observe que os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.

Ex.: Deve haver sérios problemas na cidade.

Ex.: Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

O verbo existir não é impessoal. Veja:

Ex.: Existem sérios problemas na cidade.

Ex.: Devem existir sérios problemas na cidade

3) Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele devem concordar.

Ex.: O relógio deu duas horas.

Ex.: Deram duas horas no relógio da estação.

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Ex.: Deu uma hora no relógio da estação.

4) Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.

5) Concordância com o infinitivo

a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:

não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.

Ex.: Esperei-as chegar.

└Sujeito do verbo chegar

é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).

Ex.: Mandei sair os alunos.

Ex.: Mandei saírem os alunos.

└Sujeito do verbo sair

flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo.

Ex.: Esperei saírem todos.

b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto

não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.

Ex.: Passamos horas a comentar o filme.(comentando)

é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.

Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto.

Ex.: Antes de (tu )responderes, (tu) lerás o texto.

é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e está indicado por algum termo do contexto.

Ex.: Ele nos deu o direito de contestar.

Ex.: Ele nos deu o direito de contestarmos.

c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal

não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal quando devida à ordem dos termos da oração sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.

Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.

é facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.

Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de

honestidade, duvidar e reclamar dela.

Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de

honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.

6) Concordância com o verbo ser:

A- Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concordarão com o

predicativo.

Ex.: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.

Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.

Ex.: Aquilo é sonhos vãos.

B- O verbo ser concordará com o predicativo quando o

sujeito for os pronomes interrogativos QUE ou QUEM.

Ex.: Que são gametas?/ Quem foram os escolhidos?

C- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a

concordância será com a expressão numérica.

Ex.: São nove horas./ É uma hora.

Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias pois subentende-se a palavra dia.

Ex.: Hoje são 24 de outubro. Hoje é (dia) 24 de outubro.

D- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome

pessoal, a concordância se dará com o pronome.

Ex.: Aqui o presidente sou eu.

Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.

Ex.: Eu não sou tu.

E- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará

com o predicativo.

Ex.: O menino era as esperanças da família.

F- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto a especificações de preço, peso, quantidade,

distância e etc, o verbo fica sempre no singular.

Ex.: Cento e cinquenta é pouco./ Cem metros é muito.

G- Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário, ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis,

(verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.

Ex.: É necessário aqueles materiais.

Ex.: São necessários aqueles materiais.

H- Na expressão é que, usada como expletivo, se o sujeito

da oração não aparecer entre o verbo ser e o que, ficará invariável. Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.

Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados.

Ex.: São eles que sempre chegam atrasados

CONCORDÂNCIA ESPECIAL NOMINAL E VERBAL

SILEPSE

A palavra silepse vem do grego e significa ―ato de compreender‖, ―compreensão‖.

É uma figura de construção. Trata-se da concordância que acontece não com o que está explícito na frase, mas com o que está mentalmente subentendido, com o que está oculto. É, portanto, uma concordância ideológica, que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir. É também chamada de concordância irregular.

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Há três tipos de silepse:

1) SILEPSE DE PESSOA

Ex.: Todos nesta sala somos gaúchos.

Nesta frase, o verbo somos não concorda com o sujeito claro Todos, que é da 3ª pessoa, portanto, a concordância ―normal‖ seria Todos nesta sala são gaúchos.

O verbo concorda com a ideia nele implícita. O falante se inclui entre os gaúchos.

Para entender melhor este tipo de concordância, é preciso recordar uma regra que diz:

Quando o sujeito for composto de pessoas diferentes (eu, tu, ele), do qual faça parte o EU, o verbo vai para a 1ª pessoa do plural. Exemplo:

Ex.: Tu, ele e eu fomos ao cinema ontem.

Logo, no exemplo acima, a ideia subentendida é o EU, que representa a pessoa que fala.

2) SILEPSE DE NÚMERO

Ex.: O gaúcho é bravo e forte. Não fogem da luta.

O verbo fugir – fogem – não concorda com o sujeito o gaúcho, e sim com o que ele representa: os gaúchos.

OBSERVAÇÃO:

Estamos ciente. Nesta frase, o sujeito é da primeira

pessoa do plural (nós) e o predicativo é usado no singular, porque se trata de uma pessoa. É o que se chama de ―plural de modéstia‖. Em vez de o verbo ser empregado na 1ª pessoa do singular, é usado na 1ª pessoa do plural. Muito empregado por escritores e oradores, principalmente políticos, para evitar o tom individualista no discurso,

expressando uma fala coletiva.

3) SILEPSE DE GÊNERO

Ex.: Porto Alegre é linda. Vista daqui parece um jardim.

Nesse caso, os adjetivos linda e vista não concordam com o substantivo Porto Alegre, mas com a

palavra cidade. Este tipo de silepse ocorre principalmente com:

Pronomes de tratamento: Vossa Senhoria foi taxativo em seu discurso.

Subentende-se neste exemplo que a pessoa representada pelo pronome Vossa Senhoria é do sexo

masculino.

Com nomes de cidades:

Ex.: São Paulo está muito poluída.

O adjetivo poluída concorda com cidade, que está

subentendida.

Com a expressão ―a gente‖:

Ex.: A gente é novo ainda.

O adjetivo novo não concorda com a gente, levando

a entender que o falante é do sexo masculino.

A silepse é muito empregada na linguagem coloquial, mas grandes escritores também a utilizaram em suas obras. Eis alguns exemplos:

Ex.: ―Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.‖

(O Bilac)

Ex.: ―Nuvens baixas e grossas ocultavam Ilhéus, vista dali

em mar grande e livre.‖

– Adonias Filho.

Ex.: ―A certa altura, a gente tem que estar cansado.‖

F. Pessoa

Ex.: ―Corria gente de todos os lados, e gritavam.‖

– Mário Barreto

QUESTÕES AOCP

ASSUNTO: CONCORDÂNCIA VERBAL X SINTAXE DA

ORAÇÃO (reconhecimento do sujeito) QUESTÃO 01 Em ―... a integração entre atletas paralímpicos e o público

na Lagoa Rodrigo de Freitas marcou a celebração da data de um ano para as Paralimpíadas Rio 2016‖, o verbo em destaque

(A) está no singular para concordar com ―a integração‖. (B) está no singular para concordar com ―o público‖. (C) deveria estar no plural para concordar com o sujeito

―atletas paralímpicos e o público na Lagoa Rodrigo de Freitas‖.

(D) está no plural para concordar com ―atletas paralímpicos e o público na Lagoa Rodrigo de Freitas‖.

(E) está no singular para concordar com o sujeito posposto ―a celebração‖.

QUESTÃO 02— AOCP, Analista de Gestão, 2015,

Jaboatão dos Guararapes Em relação à concordância verbal, assinale a

alternativa correta.

(A) Fazem três meses que não a vejo. (B) Havia muitas manifestações favoráveis ao movimento. (C) Fazem quatro anos que entrei na faculdade. (D) Haviam milhares de pessoas no comício. (E) É quarenta minutos de viagem de Jaboatão a Recife.

QUESTÃO 03 — AOCP, 2015, Analista Adm. Administração, EBSERH Em ―A maioria dos outros experimentou o primeiro

cigarro antes dos 26‖, o verbo em destaque

(A) deveria estar no plural para concordar com o sujeito ―outros‖.

(B) está no plural por concordar com ―outros‖. (C) deveria estar no singular para concordar com ―maioria‖,

mas não está. (D) está no singular por concordar com ―maioria‖. (E) está conjugado no tempo presente do indicativo.

Gabarito: 01/A; 02/B; 03/D

QUESTÕES DE OUTRAS ORGANIZADORAS

1. (Pref. Capistrano – Agent Vigil. a saúde – 2013 – Fundamental – NEO EXITUS) Quanto à concordância verbal, assinale a opção em que a lacuna pode ser preenchida por qualquer das duas formas entre parênteses:

a) Um dos seus sonhos ............... morrer na terra natal.(era, eram).

b) Aqui não .......... os sítios onde eu brincava. (existe, existem).

c) Uma porção de sabiás ........ na laranjeira. (cantava, cantavam).

d) Não ....... em minha terra belezas naturais. (falta, faltam).

e) Sou eu que ........ morrer ouvindo o canto do sabiá. (quero, quer).

02. (Câm. Acaraú – 2014 – Consultor Legisl. FUNCEPE)

Em ―havia muitas estrelas‖ (linha 08), as regras de concordância verbal foram respeitadas. Assinale o

item em que isso não acontece:

A) Deve fazer vários anos que não há uma seca tão grande

B) Grande parte dos sertanejos conta essa mesma história

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C) Um por cento dos nordestinos não se identifica com Fabiano

D) Quais de nós conhecem histórias semelhantes?

E) Mantem-se sempre os sonhos, apesar das dificuldades

3. (Pref. Itapajé – Assist. Social - 2013 – I NEO EXITUS) Observe os períodos a seguir:

I. A maior parte recusou-se a segui-los.

II. Mais de um passageiro se irritou com ele.

III. Vossa Senhoria não respeitastes o compromisso.

IV. Fui eu quem perdeu mais no investimento.

Quanto à concordância verbal, marque a opção que apresenta a(s) afirmativa(s) CORRETA(S).

a) I – II. b) II.

c) I – II – III. d) III. e) I – II – IV.

Gabarito:

1 C 2 E 3 E

SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES. RELAÇÕES DE SINONÍMIA E

DE ANTONÍMIA

Semântica é a parte da gramática que estuda a significação das palavras no texto.

Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:

Sinônimos

As palavras que possuem significados próximos são chamadas sinônimos. Exemplos:

casa - lar - moradia - residência longe - distante delicioso - saboroso carro - automóvel

Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas não são exatamente equivalentes.

Dificilmente encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra.

Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam

sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte frase:

Comprei um novo lar.

OBS.: o uso de palavras sinônimas pode ser de

grande utilidade nos processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos textos.

Antônimos

São palavras que possuem significados opostos, contrários. Ex.:

mal / bem ausência / presença fraco / forte claro / escuro subir / descer cheio / vazio possível / impossível

Polissemia

Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas:

cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da

vassoura, da faca)

banco (instituição comercial financeira, assento)

manga (parte da roupa, fruta)

Homônimos:

São palavras iguais na forma (pronúncia ou grafia), mas diferentes no significado. Os homônimos podem ser:

Homônimos homógrafos

Iguais na grafia, mas diferentes na pronúncia e no significado.

Exemplo: governo /ê/ (substantivo)

Governo /é/ (verbo)

Molho /ô/ (substantivo)

Molho /ó/ (verbo)

Homônimos homófonos

Iguais na pronúncia, mas diferentes na grafia e no significado.

Exemplo: cheque (de banco)

Xeque (lance de xadrez)

Censo (recenseamento)

Senso (sensatez, juízo)

Parônimos:

São palavras semelhantes na forma (pronúncia e grafia), mas diferentes no significado.

Exemplo: Tráfego (trânsito)

Tráfico (comércio ilegal)

Mandado (ordem judicial)

Mandato (tempo de um político no cargo)

PALAVRAS HOMÔNIMAS E PARÔNIMAS

ABSOLVER: inocentar, perdoar

Ex.: (A tortura) é o meio mais seguro de absolver os

criminosos robustos e condenar os fracos inocentes.

(Cesare Beccaria)

Ex.: A história absolver-me-á.

(Fidel Castro)

ABSORVER: sorver, consumir, esgotar.

Ex.: o jogo absorveu toda a fortuna dele.

ACENDER: pôr fogo, alumiar

Ex.: Aqui jaz tio Zé que acendeu um fósforo para ver se o

tambor tinha gasolina...E tinha!

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ASCENDER: subir

Ex.: Para o consenso da maioria dos cristãos, a doutrina da Ascensão

afirma que o corpo de Jesus de Nazaré, depois de quarenta dias da sua Ressurreição, na presença das testemunhas dos apóstolos, ascendeu

aos céus onde se encontrou na presença de Deus Pai, não só em espírito, mas também em sua pessoa humana (corpo e alma).

ACIDENTE: um desastre, acontecimento de que resulta ferimento, prejuízo, dano pessoal ou material.

Ex.: Três pessoas, entre elas uma criança de 10 anos, morreram em dois acidentes em açudes.

INCIDENTE: episódio casual sem consequências graves

Ex.: O incidente entre as primeiras-damas atrasou a

cerimônia.

ACENTO: tom de voz; sinal gráfico

Ex.: Percebi um acento emotivo em sua voz.

ASSENTO: lugar de sentar-se

Ex.: devemos chegar cedo ao cinema para pegarmos assentos na frente.

A CERCA DE: sobre, a respeito de

Ex.: O deputado fez um discurso acerca dos prejuízos

causados à natureza pelas queimadas.

CERCA DE: aproximadamente

Ex.: Morávamos a cerca de seis léguas daqui.

HÁ CERCA DE: faz aproximadamente (passado)

Ex.: Há cerca de seis meses Pedro fugiu do Carandiru.

AFERIR: conferir, avaliar

Ex.: O número de entradas de água em cada apartamento é um fator que pode encarecer as obras, sobretudo nos prédios mais antigos que possuem mais de uma coluna de água. Como cada entrada deve receber um hidrômetro para aferir o consumo, os gastos com a instalação podem ultrapassar os R$ 2.000. Folha de São Paulo, 12/07/201

AUFERIR: colher, obter, ter, tirar

Ex.: Para o professor Darton, uma biblioteca pública digital

americana servirá como alternativa institucional, sem fins lucrativos, ao Google Books. Existe um conflito entre a razão de ser do Google, que é auferir lucros para seus

acionistas, e as bibliotecas, cuja meta é colocar livros à disposição dos leitores‖, diz Folha de São Paulo, 10/08/2011.

AFIM: que semelhanças ou afinidades com algo ou alguém

Ex.: trataram o assunto em agenda e um outro afim deste.

Ex.: Não tinham interesses afins.

A FIM DE: para, com a finalidade de, para que

Ex.: Estudamos muito a fim de passarmos neste concurso.

MORAL: o que está ―de acordo com os bons costumes e regras de conduta; conjunto de regras de conduta proposto por uma determinada doutrina ou inerente a uma determinada condição.‖ ―conjunto dos princípios da honestidade e do pudor‖.

IMORAL: é tudo aquilo que contraria o que foi exposto

acima a respeito da moral. Quando há falta de pudor, quando algo induz ao pecado, à indecência, há falta de moral, ou seja, há imoralidade.

AMORAL: é a pessoa que não tem senso do que seja

moral, ética. A questão moral para este indivíduo é desconhecida, estranha e, portanto, ―não leva em consideração preceitos morais‖. É o caso, por exemplo, dos índios no tempo do descobrimento ou de uma sociedade, como a chinesa, que não vê o fato de matar meninas, a fim de controlar a natalidade, como algo mórbido e triste.

ARREAR: pôr arreios

Ex.: Ele arreou o cavalo esta manhã e saiu.

ARRIAR: abaixar, descer

Ex.: Ele arriou as calças e fez as necessidades ali mesmo.

ASSOAR: limpar o nariz

Ex.: A umidade nas narinas é fundamental para o cão

perceber o mundo pelo focinho. Ou seja, uma mãe-cachorro

nunca mandaria seu filho assoar o nariz! Folha de São

Paulo, 30/04/2011

ASSUAR: vaiar, insultar com vaias, apupar

Ex.: O candidato foi assuado pela oposição.

CAÇAR: apanhar animais ou aves

Ex.: Quando adolescente, costumava caçar ciganas nos

aninguais do Aritapera.

CASSAR: anular

Ex.: Um deputado federal teve o mandato cassado por ter

se envolvido em licitações fraudulentas.

CALDA: solução açucarada.

Ex.: Gosto de pêssegos em calda.

CAUDA: rabo

Ex.: O avião perdeu a cauda em pleno voo.

CAVALEIRO: aquele que sabe andar a cavalo

Ex.: Os cavaleiros costumavam viver em duelo.

Jovem sendo elevado à dignidade de cavaleiro

CAVALHEIRO: homem educado

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Ex.: Atitudes que fazem de você um perfeito cavalheiro.

Ao andar na calçada com ela, você fica para o lado da rua.

CELA: pequeno quarto de dormir

Ex.: ...há um santinho querendo fugir da cela.

SELA: arreio

Ex.: Coloque a sela no cavalo,

por favor!

CENSO: recenseamento

Ex.: O IBGE realizou um censo que definiu a quantidade de membros em cada família.

SENSO: raciocínio, juízo claro

Ex.: Ele não faria isso porque tem bom senso.

CESTO: balaio, cesta pequena

Ex.: Ele se declarou culpado por ter roubado um cesto de

lixo de uma loja de departamentos no bairro de Romford, e será julgado por um tribunal para menores no fim deste mês. Folha de São Paulo, 11/08/2011

SEXTO: numeral ordinal (seis)

Ex.: Thiago Pereira ficou em sexto nos 200 m medley e

deverá nadar as eliminatórias dos 400 m medley no sábado. Folha de São Paulo, 29/07/2011

CHÁ: bebida

Ex.: É costume entre os ingleses tomar o chá da tarde

XÁ: título do ex-imperador do Irã

Ex.: Mohammad Reza Pahlevi foi o último xá da Pérsia.

Consertos e reformas em todos os tipos

de Janelas e Persianas.

CONSERTO: reparo

Ex.: Preciso levar meu carro para um conserto na parte elétrica.

CONCERTO: sessão musical, acordo

Ex.: Fui a um concerto de rock pela primeira vez quando

tinha 16 anos.

COSER: costurar

Ex.: Maria vive de coser para fora.

COZER: cozinhar

Ex.: Em "O Grande Livro de Receitas: Carnes e

Grelhados", escrito por Hilaire Walden e editado pela Publifolha, é possível aprender a cozer carnes, peixes e

frutos do mar no tempo certo e preparar um bom churrasco. Saiba mais sobre o livro. Folha de São Paulo, 04/07/200.

CHEQUE: ordem de pagamento

Ex.: Passei um cheque para pagar as compras.

XEQUE: lance de jogo no xadrez; perigo; situação má

Ex.: Ele terminou o jogo com xeque-mate ao rei.

Ex.: O telefonema dela colocou o amigo em xeque.

DELATAR: denunciar

Ex.: Nelsinho não foi punido, pois havia recebido imunidade da FIA por delatar o esquema. Folha de São Paulo, 24/09/2009.

DILATAR: alargar, ampliar

Ex.: A Abbott faz uma ampla gama de medicamentos,

incluindo estatinas para baixar o colesterol, e dispositivos médicos, como stents (dispositivos para dilatar vasos

sanguíneos), usados em pacientes cardíacos com artérias obstruídas. Folha de São Paulo, 20/05/2011

DESAPERCEBIDO: desprovido, desprevenido

Ex.: ―A custo terminara-se a linha telegráfica de

Queimadas, pela comissão de engenheiros militares, dirigida pelo tenente-coronel Siqueira de Meneses. E foi a única coisa apreciável durante tanto tempo perdido. O comandante-em-chefe, sem carretas para o transporte de munições, desapercebido dos mais elementares recursos,

quedava-se, sem deliberar, diante da tropa acampada, e mal avitualhada por alguns bois magros e famintos dispersos em torno sobre as macegas secas das várzeas.‖

DESPERCEBIDO: sem ser notado

Ex.: O motorista teria dito ainda que a ideia de alugar um

carro com placas de uma cidade da região foi de quem o contratou, que acreditava que assim o carro passaria despercebido pela fiscalização. Folha de São Paulo, 26/07/2011

DESCRIÇÃO: ato de descrever, expor

Ex.: Segundo descrição em seu currículo no site do

Ministério do Turismo, sua função era a de gerenciamento de recursos e investimentos financeiros para a infraestrutura turística e atrair investimentos nacionais e estrangeiros para o setor. Folha de São Paulo, 09/08/2011

DISCRIÇÃO: Qualidade do que é discreto. Circunspeção, prudência, tino; discernimento; sensatez. Recato, modéstia. Reserva, segredo, reservada, qualidade de discreto

Ex.: A discrição é para a alma o que o pudor é para o

corpo. (Francis Bacon)

Ex.: Carvalho ressaltou que a presidente Dilma Rousseff exigiu discrição sobre o caso. "Essa é uma questão que a

presidente tomou muito pra si. Ela não tem aberto esse

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debate dentro do governo. Ela pediu que a gente deixasse com ela esse tema e eu vou respeitar." Folha de São Paulo, 31/07/2011

Tem ―alguém‖ infringindo a lei... e vai precisar de um advogado para descriminá-lo.

DESCRIMINAR: inocentar

Ex.: Tem ―alguém‖ infringindo a lei... e vai precisar de um advogado para descriminá-lo.

DISCRIMINAR: distinguir, segregar, separar

Ex.: É doloroso ser vítima de discriminação.

Ex.: Você tem de discriminar os produtos em uma nota

fiscal.

DESPENSA: onde se guardam alimentos

Ex.: Babi procura sua pulseira na despensa e encontra

com Pedro. Eric reclama ao ver Josiane cumprimentando um amigo na porta do colégio. Folha de São Paulo, 11/07/2011

DISPENSA: ato de dispensar, isenção de serviço

Ex.: Os demais jogadores da NBA pediram dispensa ou foram liberados da seleção. Folha de São Paulo, 09/08/2011.

DESTRATAR: maltratar com palavras, descompor, insultar

Ex.: Guilherme conta para Catarina que viu Pedro entrar

num carro com um homem que ela identifica como sendo Rique e se desespera. Babi elogia Maicon e os dois se beijam. Duda questiona Eric o motivo de ele destratar Josiane. Dona Zica teme quando Cláudia diz que ela pode não ter se curado. Rique alcança Pedro. Folha de São Paulo, 12/05/2011.

DISTRATAR: desfazer o acordo, rescindir um trato .

DISCENTE: referente a alunos

Ex.: ―Depois de destinar 45% de suas vagas para negros e

índios oriundos da rede pública de ensino fundamental, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) agora pretende

acabar definitivamente com os exames vestibulares, como forma de seleção de seu corpo discente.‖

DOCENTE: referente a professores

Ex.: "Na época dos primeiros contatos de missionários

cristãos com os iorubás na África, Exu foi grosseiramente confundido com o diabo e ele carrega esse fardo até os dias de hoje", diz Reginaldo Prandi, mestre, doutor e livre-docente em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Folha de São Paulo, 27/07/2011.

EMINENTE: ilustre, excelente

Ex.: Supremo Tribunal Federal dá exemplo pedindo desculpas a eminente autoridade!

IMINENTE: que ameaça acontecer

Ex.: A Segurança da Casa estava na iminência de perder

o controle da multidão.

EMERGIR: vir à tona; manifestar-se; surgir

Ex.: A aprovação desse pacote foi positiva, mas há outros problemas que podem emergir a partir dos próximos

meses", disse Hamilton. "A única certeza no cenário internacional é que há muita incerteza." Folha de São Paulo, 29/06/2011.

IMERGIR: mergulhar; entrar, penetrar em alguma coisa

Ex.: Mostra convida público a imergir na poesia de Paulo Leminski Folha de São Paulo, 23/10/2009

EMIGRAR: sair da pátria, deixar a terra natal, o país, para estabelecer-se em outra região.

Ex.: O Brasil também aparece como opção para espanhóis

de alta formação. Um estudo elaborado pela consultora Adecco e pela Universidade de Navarra indica que os espanhóis com alto grau de formação e que também foram atingidos pela crise colocam o Brasil como um dos seis destinos preferidos para emigrar por emprego. Folha de São Paulo, 22/06/2011.

IMIGRAR: entrar num país estranho para nele morar

Ex.: Fugir do tema parece impossível para Sacco, que,

após "Notas sobre Gaza", fez gibis sobre africanos que tentam imigrar para a Europa, a pobreza na zona rural da Índia e a indústria de carvão nos EUA, inéditos aqui. Folha de São Paulo, 02/07/2011.

ESPERTO: ativo, inteligente, vivo, sagaz, destro, hábil, ativo, diligente

Ex.: Preciso de um auxiliar mais esperto.

EXPERTO: perito, entendido em determinado assunto

Ex.: Expertos são chamados a opinar sobre os assuntos

que dominam, mas nem sempre concordam sobre as particularidades de um campo de estudo.

ESPIAR: observar, espionar

Ex.: E então, como você ousa espiar o nosso ensaio?

EXPIAR: sofrer castigo

Ex.: Deus os colocou num mundo ingrato, para expiarem

suas faltas, através de um trabalho penoso e das misérias da vida, até que se façam merecedores de passar para um mundo mais feliz."

ESTÁTICO: firme, imóvel

Ex.: Em compensação, a cada vez que voltava para as

décadas de 70 e 80, Erasmo ganhava a plateia - "Sou uma Criança, Não Entendo Nada", "Mesmo que Seja Eu",

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"Mulher", "Minha Superstar", "Sentado à Beira do Caminho", todas tiveram coro do público, mesmo com o Tremendão estático no centro do palco. Folha de São Paulo, 03/07/2011.

EXTÁTICO: admirado, pasmado, com êxtase

Ex.: Fiquei extático diante de tamanha maravilha divina.

ESTRATO: Geologia: Camada formada pelas rochas sedimentares. Meteorologia Nuvem que se apresenta em forma de faixas cinzentas e paralelas, e aparece geralmente ao crepúsculo. Fig. Camada, faixa: estrato social.

Ex.: A presidente Dilma Rousseff viu dados de pesquisas

internas de opinião, analisou o impacto do caso nesse estrato social e, em seguida, concluiu que "a linha [de ação] está boa". Folha de São Paulo, 18/07/2011.

EXTRATO: resumo, essência

Ex.: Ao acompanhar meu extrato bancário, percebi que a

cobrança indevida havia sido feita. Após conversa com atendente, fui informado de que a contestação fora negada e que a cobrança era devida", queixa-se. Folha de São Paulo, 12/07/2011.

FLAGRANTE: evidente, incontestável

Ex.: A vítima ainda foi levada para um hospital, mas não sobreviveu. Os três militares foram presos em flagrante,

por suposto abandono de posto e consumo de bebidas alcoólicas em serviço, o que é considerado crime militar. Folha de São Paulo, 10/08/2011.

FRAGRANTE: perfumado, aromático

Ex.:

Pequena e fragrante flor de cera

FLUIR: correr em estado líquido; Fig. Derivar, proceder

Ex.: As águas fluem calmas

FRUIR: gozar, desfrutar, tirar proveito de

Ex.: É claro que, para Singer, nem todos os seres vivos têm

os mesmos "direitos". O nível de consideração que cabe a cada qual é uma função direta de sua capacidade de perceber dor, prazer e até de fruir o transcendente --ou seja, de seu grau de consciência. Folha de São Paulo, 11/02/2010.

FUSÍVEL: aquele que funde

Ex.: Um curto-circuito pode ser causado por um acidente e originar um incêndio. Um fusível evita isto.

FUZIL: arma

Ex.: Somos a favor da abolição da guerra, não queremos a

guerra. Mas a guerra só pode ser abolida com a guerra. Para que não existam mais fuzis, é preciso empunhar o fuzil. -- Mao Tse-Tung

INCIPIENTE: principiante

Ex.: Afinal, Cuba ainda é um país de mídia incipiente. A

televisão tem poucos canais. A internet é acessada por

conexões dial-up. E, embora a música pareça estar presente em todo lugar (clubes e bares incluídos), a maior parte dela ocupa o espectro estreito delimitado pelas baladas (trova) e pelo rebolante reggaeton. Folha de São Paulo, 11/08/2011.

INSIPIENTE: ignorante, não sapiente, insensato, imprudente

Ex.: O governador, insipiente conhecido, negou-se a

conversar com os representantes dos professores, daí a greve.

INFLIGIR: aplicar pena

Ex.: O juiz infligiu grande pena ao criminoso.

INFRINGIR: violar, desrespeitar

Ex.: O motoqueiro infringiu as leis de trânsito.

LAÇO: nó, vínculo, união

Ex.: O laço essencial que nos une é que todos habitamos

este pequeno planeta. Todos respiramos o mesmo ar. Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos. E todos somos mortais. (John Kennedy)

LASSO: frouxo, que sente profunda fadiga física

Ex.:

ÉBRIOS E CEGOS

Fim de tarde sombria. Torvo e pressago todo o céu nevoento. Densamente chovia. Na estrada o lodo e pelo espaço o vento.

Monótonos gemidos Do vento, mornos, lânguidos, sensíveis: Plangentes ais perdidos De solitários seres invisíveis...

Dois secretos mendigos Vinham, bambos, os dois, de braço dado, Como estranhos amigos Que se houvessem nos tempos encontrado.

Parecia que a bruma Crepuscular os envolvia, absortos Numa visão, nalguma Visão fatal de vivos ou de mortos.

E de ambos o andar lasso

Tinha talvez algum sonambulismo, Como através do espaço Duas sombras volteando num abismo

(CRUZ E SOUSA)

MANDADO: ordem judicial

Ex.: A polícia chegou ao acusado através de uma denúncia anônima e foi preso com um mandado de prisão temporária por policiais do 70º DP (Sapopemba). Folha de São Paulo, 09/08/2011.

MANDATO: Autorização dada por uma pessoa a outra para agir em seu nome (procuração). Missão, delegação, procuração. Função, representação delegada pelo povo ou por uma classe de cidadãos.

Ex.: O filme, abordando um dos maiores feitos no mandato do presidente Barack Obama, deve ser

lançado em outubro de 2012, menos de um mês antes de Obama disputar a reeleição. Folha de São Paulo, 11/08/2011.

PAÇO: palácio real ou episcopal (do bispo)

Ex.:

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PASSO: passada

Ex.:

PEÃO: aquele que anda a pé; trabalhador rural nas estâncias gaúchas; peça do xadrez.

Ex.: Leopoldo surpreende Tião e estrangula mais uma

testemunha. Ana brilha no rodeio de Jaguariúna e ofusca a apresentação de Daniel. A velha Biga cerca Daniel no rodeio e deixa o peão preocupado com suas

profecias. Folha de São Paulo, 01/03/2011

PIÃO: brinquedo

Ex.: Isabela Franco de Figueiredo, 6, correu para a família

com uma rosa pintada no rosto. "Eu aprendi a fazer um pião. Usei palito, jornal e fita [adesiva]", diz. Folha de

São Paulo, 06/06/2011.

PRESCRITO: Estabelecido, ordenado, regulado. Que prescreveu, deixou de vigorar por motivo de prescrição.

Ex.: Seus advogados alegavam que todas as acusações já haviam prescrito. Os ministros do tribunal entenderam,

porém, que somente alguns dos atos, de fato, não poderiam ser investigados por conta da prescrição. Folha de São Paulo, 30/06/2011.

Ex.: A presidente Dilma Rousseff decidiu aprofundar o receituário prescrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da

Silva: dialogar mais com a base aliada e fazer aparições públicas. O objetivo é mostrar normalidade e tocar agendas fora de Brasília. Folha de São Paulo, 04/06/2011.

PROSCRITO: desterrado, emigrado

Ex.: A campanha oficial para as eleições legislativas de 7

de março no Iraque começou na sexta-feira num ambiente político agitado, marcado por um clima de caça a supostos partidários do proscrito partido Baath, traduzindo-se na

eliminação de centenas de candidatos, entre eles um líder sunita do Parlamento. Folha de São Paulo, 14/02/2010

SEÇÃO: divisão administrativa, parte, parcela

Ex.: Ela aparece na seção preliminares da edição de agosto da revista "VIP". Folha de São Paulo, 02/08/2011

CESSÃO: ato de ceder

Ex.: O segundo caso é relativo à cessão de um terreno

destinado em um primeiro momento a ser transformado em um espaço verde e que foi revendido a uma empresa que

pertence a Sajr al-Materi, no mesmo bairro da Tunísia. Folha de São Paulo, 28/07/2011.

SESSÃO: Tempo em que uma assembleia, um congresso, um corpo deliberativo ou consultivo se mantém em reunião, estudando, discutindo e resolvendo questões. Tempo de duração de um espetáculo:

Ex.: Vimos o filme na sessão das dez.

CESTA: utensílio de transporte

Ex.:

SESTA: descanso depois do almoço (o qual acontece na sexta hora do dia)

Ex.: O melhor meio de não esquecer uma poesia ou um

teorema que uma pessoa acaba de aprender pode ser o simples ato de fazer a sesta, consideram cientistas

alemães, eles mesmos surpreendidos com a descoberta. Folha de São Paulo, 26/01/2011.

SORTIR: abastecer

Ex.: Estas atenções do negociante pelo rapaz não eram

puro espírito de hospitalidade e provinha sem dúvida dos interesses que o barão dava anualmente à casa comercial dele. Sampaio era o encarregado de lhe sortir a fazenda de

tudo que precisava ir da corte, e nessas faturas o fornecedor de antemão pagava-se de todas aquelas galanterias.

SURTIR: produzir efeito

Ex.: As medidas do governo de restrição de crédito e de aumento dos juros já começam a surtir efeito nas vendas

do comércio, que interromperam, em abril, a tendência de alta em vigor desde maio do ano passado na comparação com o mês imediatamente anterior. Folha de São Paulo, 10/06/2011

Acessório com tacha deixa muito mais bonito e não deixa tão carregado.

TACHA: pequeno prego chato usado por estofadores

Ex.: Compre para mim um quilo de tacha.

TAXA: tributo

Ex.: Apesar de manter a taxa básica de juros do país

próxima de zero, o Fed confirmou os temores dos investidores sobre uma desaceleração do crescimento americano. Folha de São Paulo, 10/08/2011.

TACHAR: censurar, pôr defeito

Ex.: Um grupo nacionalista chegou a tachar a cantora de

"satanista", ressaltando que ela insulta a religião católica e seus seguidores. Folha de São Paulo, 14/08/2009

TAXAR: Estabelecer autoritariamente o preço de: taxar uma mercadoria. Onerar com imposto.

Ex.: O número de julho é o maior resultado desde março, quando o governo decidiu taxar operações de empréstimos

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externos para conter a entrada de dólares no país, que havia caído nos meses seguintes. Folha de São Paulo, 20/07/2011.

TRÁFEGO: movimento, trânsito; fluxo

Ex.: Neste fim de semana o tráfego, na grande São Paulo,

será bom.

TRÁFICO: comércio lícito ou não

Ex.: Aí, magro. Tá a fim de trabalhar pro tráfico?

VULTOSO: volumoso

Ex.: (...) O procurador mencionou ainda que o empresário

Marcos Valério tinha acesso livre com Dirceu. Também citou uma reunião de diretores dos bancos BMG e Banco Rural com o ex-dirigente do PT Delúbio Soares e Marcos Valério. Antes, ele lembrou que houve a liberação de vultoso empréstimo de dinheiro para o PT. VULTUOSO: atacado de congestão na face

Ex.: "O rosto vultuoso, cianótico, empolado em vergões,

era uma máscara hedionda. "(Coelho Neto)

PALAVRAS HOMÓGRAFAS:

A relação abaixo mostra palavras escritas de forma idêntica, mas possuem a sílaba tônica em posição diferente (proparoxítonas e paroxítonas):

crédito (substantivo)- credito (verbo)

crítica (substantivo) - critica (verbo)

cópia (substantivo) - copia (verbo)

filósofo (substantivo) - filosofo (verbo)

EXERCÍCIOS

01. FLAGRANTE e FRAGRANTRE são vocábulos semelhantes na pronúncia e na escrita, mas de sentido diferente. Um a outro está devidamente empregado em: a) A polícia chegou na hora e prendeu o assaltante em

fragrante. b) A noiva usava flores flagrantes, isto é, cheirosas nos

cabelos. c) Segundo a Constituição, assaltantes devem ser presos

em fragrantes. d) O criminoso foi preso em flagrante. 02. Por sugestão de porque, há correção gramatical em: a) Na carta, o autor mostra por quê pede perdão a Maria. b) Não há quem explique o porque de sua paixão. c) A carta apresenta a justifica por que o autor não quis

ver Maria.

d) O meu amor cresceu, porquê houve a separação.

03. Por sugestão de SELA, está correto o emprego da palavra sublinhada do item: a) Todos devemos pagar a tacha do imposto predial b) De 10 em 10 anos, o Brasil realiza o senso

demográfico. c) O homem que duvida se diz céptico. d) Após o almoço, o sertanejo dorme uma agradável

cesta. 04. Os últimos acontecimentos na cidade vieram ..... as suspeitas do ........ Chefe de Polícia quanto ao perigo.........que a população poderia vir a sofrer. a) Retificar / iminente/ eminente b) Retificar / eminente / iminente c) Ratificar / iminente / iminente d) Ratificar / eminente / iminente e) Ratificar / iminente / eminente 05. Analise as palavras entre parênteses e assinale a alternativa em que a PRIMEIRA Palavra completa,

corretamente, a frase.

a) motorista foi multado porque .............. (infligiu, infringiu) as regras de trânsito.

b) Naquela assembleia, foi aprovada a .......... (sessão, cessão) de terras aos colonos.

c) Solicitei ao banco o meu ...... (estrato, extrato) de contas.

d) As mercadorias devem ser........ (descriminadas, discriminadas) na nota fiscal. e) supermercado deveria estar.... (sortido, surtido) de

mercadorias. GABARITO:

01 D 02 C 03 C 04 D 05 E

TEORIA DA COMUNICAÇÃO:

EMISSOR, MENSAGEM E RECEPTOR

Nas situações de comunicação, alguns elementos são sempre identificados. Isto é, sem eles, pode-se dizer que não há comunicação. É o que diz a teoria da comunicação.

Os elementos da comunicação são:

Emissor ou destinador: alguém que emite a mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituição.

Receptor ou destinatário: a quem se destina a mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo ou mesmo um animal, como um cão, por exemplo.

Código: a maneira pela qual a mensagem se

organiza. O código é formado por um conjunto de sinais, organizados de acordo com determinadas regras, em que cada um dos elementos tem significado em relação com os demais. Pode ser a língua, oral ou escrita, gestos, código Morse, sons etc. O código deve ser de conhecimento de ambos os envolvidos: emissor e destinatário.

Canal de comunicação: meio físico ou virtual, que

assegura a circulação da mensagem, por exemplo, ondas sonoras, no caso da voz. O canal deve garantir o contato entre emissor e receptor.

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Mensagem: é o objeto da comunicação, é

constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.

Referente: o contexto, a situação aos quais a mensagem se refere. O contexto pode se constituir na situação, nas circunstâncias de espaço e tempo em que se encontra o destinador da mensagem. Pode também dizer respeito aos aspectos do mundo textual da mensagem.

Veja os dois textos a seguir:

Texto A

Caro Jorge, Amanhã não poderei ir à aula. Por favor, avise o professor que entregarei o trabalho na semana que vem. Joaquim

Texto B

Nos dois exemplos de comunicação, podemos perceber que uma pessoa (o emissor) escreveu alguma coisa a outra ou outras (o destinatário), dando uma informação (a mensagem). Para isso precisou de papel ou

da tela do computador, transformou o que tinha a dizer em um código, (a língua - no texto A, a língua portuguesa; no

texto B, a língua russa). Além disso, o emissor, precisou selecionar um conjunto de vocábulos (ou de sinais) no código que escolheu.

Todo sistema de comunicação é constituído por esse conjunto de elementos, que entra em jogo em cada ato de comunicação para assegurar a troca de informações. Em um esquema, os elementos da comunicação podem ser representados assim:

Nem sempre a troca de informações é bem sucedida. Denomina-se ruído aos elementos que perturbam, dificultam a compreensão pelo destinador, como por exemplo, o barulho ou mesmo uma voz muito baixa. O ruído pode ser também de ordem visual, como borrões, rabiscos etc.

Suely Amaral, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua, linguagem e leitura.

A COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO-VERBAL

A Comunicação é entendida como a transmissão

de estímulos e respostas provocadas, através de um

sistema completa ou parcialmente compartilhado. É todo o

processo de transmissão e de troca de mensagens entre

seres humanos.

Esquema da Comunicação de R. Jakobson:

Contexto

Emissor Mensagem Receptor

Contato

Código

Para se estabelecer comunicação, tem de ocorrer um conjunto de elementos constituídos por: um emissor

(ou destinador), que produz e emite uma determinada mensagem, dirigida a um receptor (ou destinatário). Mas

para que a comunicação se processe efetivamente entre estes dois elementos, deve a mensagem ser realmente recebida e descodificada pelo receptor, por isso é necessário que ambos estejam dentro do mesmo contexto

(devem ambos conhecer os referentes situacionais), devem utilizar um mesmo código (conjunto estruturado de signos) e estabelecerem um efetivo contato através de um canal

de comunicação. Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar, ocorre uma situação de ruído na

comunicação, entendido como todo o fenómeno que perturba de alguma forma a transmissão da mensagem e a sua perfeita recepção ou descodificação por parte do receptor.

Elementos da Comunicação:

- Codificar: transformar, num código conhecido, a

intenção da comunicação ou elaborar um sistema de signos;

- Descodificar: decifrar a mensagem, operação que

depende do repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa;

- Feedback: corresponde à informação que o

emissor consegue obter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor.

LINGUAGEM VERBAL: as dificuldades de

comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos de abstração e variedade de sentido. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras);

LINGUAGEM NÃO-VERBAL: as pessoas não se

comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a entoação são também importantes: são os elementos não verbais da comunicação.

Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e de época para época.

A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento não-verbal pode ser uma reação involuntária ou um ato comunicativo propositado.

Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções específicas de regular e encadear as interações sociais e de expressar emoções e atitudes interpessoais.

a) expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a partir da sua expressão fisionómica. Por vezes os rostos transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas tentam inibir a expressão emocional.

b) movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante na comunicação. Um olhar fixo pode ser

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entendido como prova de interesse, mas noutro contesto pode significar ameaça, provocação.

Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto pode transmitir a ideia de submissão como a de desinteresse.

c) movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão de mensagens.

d) postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais podem fornecer pistas mais seguras do que a expressão facial para se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: inferiores hierárquicos adoptam posturas atenciosas e mais rígidas do que os seus superiores, que tendem a mostrar-se descontraídos.

e) comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens mais claras do que uma voz agitada.

f) a aparência: a aparência de uma pessoa reflete normalmente o tipo de imagem que ela gostaria de passar. Através do vestuário, penteado, maquilhagem, apetrechos pessoais, postura, gestos, modo de falar, etc., as pessoas criam uma projeção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer aos outros a sua projeção particular e se os outros respeitarem essa projeção.

Conclusão: na interação pessoal, tanto os elementos verbais como os não-verbais são importantes para que o processo de comunicação seja eficiente.

FUNÇÃO TEXTUAL DAS PALAVRAS

Segundo Halliday, a língua é um sistema para produzir significados. A perspectiva funcionalista do linguista leva em consideração, nos estudos sobre a linguagem, um conjunto de situações comunicativas na qual ocorre um processo linguístico. Esse conjunto de situações comunicativas corresponde aos interlocutores, às condições de produção e à dinâmica do ato comunicativo, enfim.

A identidade na comunicação se constrói pelas relações que estabelecemos com os outros e com o meio em que vivemos, por meio do desempenho de papéis em eventos sociais.

Ao desempenharmos os papéis num evento de fala, nós nos colocamos como sujeitos desse evento, dividindo-nos em tipos diversos de pessoas e categorias sociais. Hallidayformulou um esquema, em que, de acordo com sua concepção, as funções básicas da comunicação se dividem da seguinte forma:

a) ideacional - a linguagem tem como finalidade a manifestação de conteúdos que estejam ligados à experiência que o falante possui do mundo concreto, real ou de seu universo subjetivo, interior; b) interpessoal – a linguagem é mantenedora das relações sociais, com a finalidade de expressar papéis sociais na qual haja contato entre dois ou mais indivíduos;

c) textual – a linguagem estabelece vínculos com ela mesma e está ligada às características da situação em que é usada. Nessa função, o indivíduo – falante ou escritor – é capaz de criar textos, enquanto o ouvinte ou leitor consegue distinguir um texto de um conjunto aleatório de frases. A função textual é, pois, um instrumento das outras duas, já que sempre o ato comunicativo necessita da elaboração de discursos.

Essas três funções se combinam e se atualizam simultaneamente nas cláusulas, estruturando assim o contexto conversacional, equilibrando o ato de fala em representação (ideacional), troca (interpessoal) e mensagem (textual).

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Funções da linguagem são recursos de ênfase que

atuam segundo a intenção do produtor da mensagem, cada qual abordando um diferente elemento da comunicação. Um texto pode possuir mais de uma função enfatizada.

Função emotiva ou expressiva - a mensagem é

centrada nas opiniões e emoções do emissor. Geralmente usa-se a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. O texto é pessoal, subjetivo. Exemplos: biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.

Função referencial ou denotativa - a mensagem é

centrada no receptor, o objetivo é informá-lo. O emissor procura fornecer informações da realidade, sem a opinião pessoal, de forma objetiva, direta, denotativa. A ênfase é dada ao conteúdo, às informações. Geralmente usa-se a 3ª pessoa do singular. Exemplos: textos jornalísticos e

científicos.

Função apelativa ou conativa - a mensagem é

centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo. Geralmente usa-se a 2ª e 3ª pessoa, vocativos e imperativo. Exemplos: discursos, sermões, textos de

publicidade e propaganda.

Função fática - o canal é posto em destaque. O

interesse do emissor é emitir e simplesmente testar ou chamar a atenção para o canal. Exemplos típicos da

função fática são: "alô", "pronto", "oi", "tudo bem?" "boa tarde", "sentem-se", etc. Ou na propaganda, de forma a chamar a atenção, a tipografia, layout, etc.

Função poética - é aquela que põe em evidência a

forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em "como dizer" do que com "o que dizer". A mensagem é posta em destaque, chamando atenção para o modo como foi organizada. É afetiva, sugestiva, conotativa, metafórica. Valorizam-se as palavras e suas combinações. Exemplos:

linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas. Características: subjetividade, figuras de linguagem, brincadeiras com o código, poesia, letras de músicas, propaganda.

Função metalingüística - o código lingüístico é

posto em destaque. Usa-se o código para falar dele mesmo. Exemplos: dicionários, gramáticas, textos que

analisam textos, poesias que abordam o assunto poesia.

QUESTÕES

TEXTO I Inclusão no Ensino Superior

Nos últimos anos, o país assistiu a uma notável ampliação no número de alunos matriculados no ensino superior. Segundo dados do Censo da Educação Superior, de 2002 a 2011, o aumento de matrículas em graduação foi de 91%. As matrículas em instituições de ensino superior (IES) públicas cresceram 63% no mesmo período e, nas privadas, o número de matrículas mais que dobrou, com um crescimento de 104%. Mas qual é o perfil dos alunos que ingressam no ensino superior no Brasil?

"A expansão recente no número de matrículas revela que o acesso à educação superior

ainda se mostra bastante concentrado nos jovens das faixas de renda alta e média e brancos", afirma Clarissa Eckert Baeta Neves, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), em trabalho apresentado no Congresso da Associação de Estudos Americanos (Lasa).

No último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), pela primeira vez os afrodescendentes passaram a ser maioria na sociedade brasileira (com 51% da população). Os brancos

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representam 48%. Mas essa mudança está muito longe de acontecer no ensino superior. Analisando o perfil socioeconômico do estudante de graduação no Brasil1, Dilvo Ristoff, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostra que, nos cursos de Medicina e Odontologia, mais de 70% dos alunos são brancos. No curso de Direito, eles somam 66%. Nesse contexto, algumas políticas públicas têm buscado amenizar essas desigualdades, por meio de mecanismos para ampliar o número de alunos do ensino público e de negros, pardos e índios no ensino superior.

(Pré-universo, nº 33 agosto de 2013) 1. Marque a opção CORRETA que indica a função da linguagem predominante no texto I.

a) Referencial. b) Metalinguística. c) Poética. d) Fática. e) Apelativa. Gabarito A

EXERCÍCIOS 01. Reconheça nos textos a seguir, as funções da

linguagem: a) "O risco maior que as instituições republicanas hoje

correm não é o de se romperem, ou serem rompidas, mas o de não funcionarem e de desmoralizarem de vez, paralisadas pela sem-vergonhice, pelo hábito covarde de acomodação e da complacência. Diante do povo, diante do mundo e diante de nós mesmos, o que é preciso agora é fazer funcionar corajosamente as instituições para lhes devolver a credibilidade desgastada. O que é preciso (e já não há como voltar atrás sem avacalhar e emporcalhar ainda mais o conceito que o Brasil faz de si mesmo) é apurar tudo o que houver a ser apurado, doa a quem doer."

(O Estado de São Paulo)

b) O verbo infinitivo

Ser criado, gerar-se, transformar O amor em carne e a carne em amor; nascer Respirar, e chorar, e adormecer E se nutrir para poder chorar Para poder nutrir-se; e despertar Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir E começar a amar e então ouvir E então sorrir para poder chorar. E crescer, e saber, e ser, e haver E perder, e sofrer, e ter horror De ser e amar, e se sentir maldito E esquecer tudo ao vir um novo amor E viver esse amor até morrer E ir conjugar o verbo no infinito...

(Vinícius de Morais) c) "Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde

os tempos pré-históricos, de sons a que se dá o nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até a parte exterior da boca." (Matoso Câmara Jr.)

d) " - Que coisa, né? - É. Puxa vida! - Ora, droga! - Bolas! - Que troço! - Coisa de louco! - É!"

e) "Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra Lights."

f) "Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava

que um grito me anunciasse qualquer acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da gravata. Seria tudo ilusão?... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível... Quis ver-me no espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes." (Graciliano Ramos)

g) " - Que quer dizer pitosga? - Pitosga significa míope. - E o que é míope? - Míope é o que vê pouco." 02. No texto abaixo, identifique as funções da linguagem: "Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao

coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora de moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno."

(Machado de Assis) 03. Descubra, nos textos a seguir, as funções de

linguagem: a) "O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm

linguagem comum." (Rose-Marie Muraro) b) "O discurso comporta duas partes, pois necessariamente

importa indicar o assunto de que se trata, e em seguida a demonstração. (...) A primeira destas operações é a exposição; a segunda, a prova."

(Aristóteles) c) "Amigo Americano é um filme que conta a história de um

casal que vive feliz com o seu filho até o dia em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer."

d) "Se um dia você for embora Ria se teu coração pedir Chore se teu coração mandar." (Danilo Caymmi & Ana Terra) e) "Olá, como vai? Eu vou indo e você, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e

você? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo..."

(Paulinho da Viola) Texto para as questões 04 e 05 POÉTICA Que é poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados Que é um poeta? um homem que trabalha um poema com o suor do seu rosto Um homem que tem fome como qualquer outro homem. (Cassiano Ricardo)

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04. Quais as funções da linguagem predominantes no

poema anterior? 05. Aponte os elementos que integram o processo de

comunicação em Poética, de Cassiano Ricardo. 06. Historinha I

Historinha II

Qual a função da linguagem comum às duas historinhas? 07. (CESUPA - CESAM - COPERVES) Segundo o linguista

Roman Jakobson, "dificilmente lograríamos (...) encontrar

mensagens verbais que preenchem uma única função... A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante".

"Meu canto de morte Guerreiros, ouvi. Sou filho das selvas Nas selvas cresci. Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante. Guerreiros, nasci: Sou bravo, forte, Sou filho do Norte Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi."

(Gonçalves Dias) Indique a função predominante no fragmento acima

transcrito, justificando a indicação.

GABARITO 01. RESPOSTA: a) função referencial b) função poética c) funções referencial e metalinguística d) função fática e) função conativa f) função emotiva g) função metalinguística 02. RESPOSTA: Função emotiva 03. RESPOSTA: a) função referencial b) função referencial c) funções referencial e metalinguística d) função poética

e) função fática 04. RESPOSTA: Funções poética e metalinguística. 05. RESPOSTA: Código, emissor e mensagem. 06. RESPOSTA: Função metalinguística, último quadro de

cada historinha. 07. RESPOSTA: Função emotiva - predominância de 1ª

pessoa.

ESTILÍSTICA UM ESCLARECIMENTO SOBRE A DIFERENÇA ENTRE

DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO Denotação

Denotação de um termo é o objeto ao qual o

mesmo se refere.

A linguagem tem no seu sentido usual ou literal, ou seja, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de informar. É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um manual de instruções, etc.

Por isso, a palavra literária é conotativa, é uma linguagem carregada de emoções e sons. Isto fica evidente em momentos da crônica Notícia de Jornal de Stanislaw Ponte Preta: Linguagem denotativa: "João José Gualberto, vulgo Sorriso, foi preso na madrugada de ontem, no Beco da felicidade, por ter assaltado a Casa Garson, de onde roubara um lote de discos. (…)"

Conotação

Conotação é a associação subjetiva, cultural e/ou

emocional, que está para além do significado estrito (denotativo) ou literal de uma palavra, frase ou conceito. Além da sua denotação, o sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Linguagem Conotativa

Conotação é o emprego de uma palavra tomada em um sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto. Muitas vezes é um sentido poético, fazendo comparações.

Exemplos:

A frieza do olhar

A lua nova é o sorriso do céu.

A denotação é o significado literal da palavra, ou seja, normalmente o primeiro significado da palavra que você acha no dicionário. A conotação resulta do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da palavra, isto é, um outro plano de conteúdo pode ser combinado ao plano da expressão. Este outro plano de conteúdo (conotação) reveste-se de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou positivos, reações psíquicas que um signo evoca.

Portanto, o sentido conotativo difere de uma cultura

para outra, de uma classe social para outra, de uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora, esposa, mulher denotam praticamente a mesma coisa, mas têm conteúdos conotativos diversos, principalmente se pensarmos no prestígio que cada uma delas evoca.

Desta maneira, podemos dizer que os sentidos das palavras compreendem duas ordens: referencial ou denotativa e afetiva ou conotativa.

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A palavra tem valor referencial ou denotativo

quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários logo nas primeiras acepções; seu sentido é objetivo, explícito, constante.

Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em "estado de dicionário"

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos,

que são apenas sugeridos, evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades por associações que ela provoca

O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais entre DENOTAÇÃO e CONOTAÇÃO:

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO

palavra com significação restrita

palavra com significação ampla

palavra com sentido comum do dicionário

palavra cujos sentidos extrapolam o sentido comum

palavra usada de modo automatizado

palavra usada de modo criativo

linguagem comum linguagem rica e expressiva

Exemplo de texto denotativo

Os textos informativos (científicos e jornalísticos), por serem, em geral, objetivos, prendem-se

ao sentido denotativo das palavras. Vejamos o texto abaixo, em que a linguagem está estruturada em expressões comuns, com um sentido único.

Texto técnico-científico

Canibalismo entre insetos

Seres que nascem na cabeça de outros e que consomem progressivamente o corpo destes até aniquilá-los, ao atingir o estágio adulto. ... Esse é um enredo que mais parece de ficção científica. No entanto, acontece desde a pré-história, tendo como protagonistas as vespas de certas espécies e as paquinhas, e é um exemplo da curiosa relação dos ‗inimigos naturais‘, aproveitada pelo homem no controle biológico de pragas, para substituir com muitas vantagens os inseticidas químicos.

(Revista Ciência Hoje, nº 104)

Exemplo de texto conotativo

Além dos poetas, os humoristas e os publicitários fazem um amplo uso das palavras no seu sentido conotativo, o que contribui para que os anúncios despertem a atenção dos prováveis

consumidores e para que o dito humorístico atinja o seu

objetivo de fazer rir, às vezes até com uma certa dose de ironia.

Observe e analise o uso da palavra enxutíssima

Exemplo de conotação

Os provérbios ou ditos populares são também um

outro exemplo de exploração da linguagem no seu uso conotativo. Assim, "Quem está na chuva é para se molhar" equivale a "/Quando alguém opta por uma

determinada experiência, deve assumir todas as regras e consequências decorrentes dessa experiência". Do mesmo modo, "Casa de ferreiro, espeto de pau" significa O que a pessoa faz fora de casa, para os outros, não faz em casa, para si mesma.

VARIEDADES LINGUÍSTICAS

Variedades linguísticas são as variações que uma

língua apresenta, de acordo com as condições sociais,

culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

Entre as variedades da língua, existe uma que tem maior prestígio: a variedade padrão. Também conhecida como língua padrão e norma culta, essa variedade é utilizada na maior parte dos livros, jornais e revistas, em alguns programas de televisão, nos livros científicos e didáticos, e é ensinada na escola. As demais variedades linguísticas — como a regional, a gíria, o jargão de grupos ou profissões (a linguagem dos policiais, dos jogadores de futebol, dos metaleiros dos surfistas, etc.) — são chamadas genericamente de variedades não padrão.

Variedade padrão, língua padrão ou norma culta

é a variedade linguística de maior prestígio social.

Variedades não padrão, ou língua não padrão são

todas as variedades linguísticas diferentes da padrão.

A linguagem coloquial é aquela usada no dia-a-

dia, uma língua espontânea, sem preocupações formais, com pequenos deslizes gramaticais.

A linguagem vulgar é praticada pela pessoas sem

nenhum nível de educação escolar, linguisticamente falando.

Ex.: Hoje, nós vai mai cedo pra modo di coier o mio.

QUESTÕES FUNCEPE E NEO EXITUS

Leia a tirinha para responder a questão TEXTO II

(disponível em www.tirinhasnovestibular)

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1. (Pref. Itapajé – Assist. Social - 2013 – I NEO EXITUS) Quanto à linguagem empregada no texto II, marque a opção INCORRETA.

a) É coloquial, utilizada entre amigos. b) Há presença de gírias. c) É predominantemente denotativa. d) É predominantemente conotativa. e) É linguagem verbal. Gabarito D

QUESTÕES

Texto

Questão 01 ASSUNTO: Níveis de Linguagem / Crase

Sobre o texto, de uma maneira geral, analise as afirmações. I. A linguagem é, eminentemente, não verbal. II. A linguagem é, predominante, formal. III. O acento indicativo de crase deveria aparecer em ―são obrigados a ter pia‖. Tendo em mente a coerência em relação ao contexto e o respeito às regras do acento indicativo de crase, pode-se considerar a adequação de: a) I, somente. b) III, somente. c) I e II, somente. d) II, somente. e) I e III, somente. Texto

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Questão 02 ASSUNTO: Níveis de Linguagem

Sobre o texto, de uma maneira geral, analise as afirmações. I. A linguagem é, eminentemente, não verbal. II. A linguagem é absolutamente impessoal, formal e resbucada, com alguns arcaísmos. III. Não há uso de primeira pessoa em nenhuma das passagens do texto. Está correto o que se afirma em: a) I, somente. b) II, somente. c) III, somente. d) nenhuma. e) todas. Texto

Questão 03 ASSUNTO: Interpretação Textual

Sobre os quadrinhos, pode-se afirmar que é um de seus objetivos: a) Primar pela verossimilhança. b) Destacar as características de cada animal. c) Criticar a atuação do educador físico. d) Alertar para a necessidade de preservação da fauna e da flora. e) Causar o humor. Questão 04 ASSUNTO: Funções da Linguagem / Características da

Linguagem Sobre a linguagem dos quadrinhos, analise as informações. I. Apesar de poder se compreendida por todos os tipos de leitores, apresenta termos característicos de algumas áreas. II. Caracteriza-se por ser absolutamente formal e rebuscada. III. Prevalece, no texto dos quadrinhos, sua função fática. Está correto o que se afirma em: a) todas. b) nenhuma. c) somente I e II. d) somente I. e) somente II e III. Gabarito

01 D 02 D 03 E 04 D

FIGURAS DE LINGUAGEM REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO

A ANTÍTESE é um recurso estilístico literário que

consiste na exposição de ideias opostas. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.

Ex.:

Onde queres prazer sou o que dói,

E onde queres tortura, mansidão

Onde queres um lar, revolução

E onde queres bandido sou herói. (Caetano Veloso)

Ex.: Ele a amava, ela o odiava.

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Uma CATACRESE consiste na utilização de um

vocábulo ou expressão imprópria na falta ou ignorância de um termo mais apropriado. Por exemplo, quando dizemos "dente de alho" em vez de "bolbilho", que é o termo proposto cientificamente.

Outros exemplos de catacrese são: "os pés da mesa", "marmelada de laranja", "vinagre de maçã", "embarcar no avião", "olho do alfinete", "braço de rio", etc.

Comparação simples

É a aproximação de dois termos entre os quais existe alguma relação de semelhança. A comparação, porém, é feita por meio de um conectivo e busca realçar determinada qualidade do meio termo.

Ex.: ―O mar canta como um canário". Oswald de Andrade

Comparação por símile

É usada para comparar dois elementos que não pertencem à mesma categoria (dependendo, claro, do contexto).

Ex.:

Ver minh'alma adejar pelo infinito

Qual branca vela n'amplidão dos mares

— Castro Alves

É que teu riso penetra n'alma

Como a harmonia de uma orquestra santa

— Castro Alves

Comparação versus Metáfora

A comparação assemelha-se à metáfora, que não é mais que uma comparação não assumida, para acentuar a identidade poética entre as duas entidades comparadas.

Lendo a expressão "os teus olhos são como lagos gélidos" existe uma comparação explícita denotada pelo conectivo "como". Contudo, se dissermos, "os teus olhos são lagos gélidos", passamos a ter uma metáfora que passa a estabelecer uma relação de identidade poética em vez da mais prosaica comparação que mantém os dois objetos em universos distintos.

O disfemismo (ou cacofemismo) é uma figura de

estilo que consiste em intensificar o caráter negativo de um conceito inserido numa frase (opõe-se a eufemismo).

Alguns exemplos: "lixeiro", em vez de "gari"; "boiola" em vez de "homossexual"; "presunto" em vez de "cadáver".

Eufemismo: figura de estilo que consiste em

suavizar a expressão de uma ideia modesta, substituindo o termo contundente por palavras ou circunlocuções menos desagradáveis ou mais polidas.

Ex.: Você faltou com a verdade a um homem. (Em lugar de mentiu)

Ex.: Ele entregou a alma a Deus. (Ele morreu)

Ex.: "Trata-se de um usurpador do bem alheio..." (ladrão)

GRADAÇÃO é uma figura de estilo, relacionada

com a enumeração, onde são expostas determinadas ideias de forma crescente (em direção a um clímax) ou decrescente (anticlímax).

Ex.:

Tudo começou no meu quarto, onde concebi as ideias que me levariam a dominar o bairro, a cidade, o país, o mundo... E a desejar o próprio Universo...

Meu caro, para mim, você é um simples roedor. Que digo? Um verme... Menos que isso! Uma bactéria! Um vírus!...

Em retórica, ocorre HIPÉRBOLE quando há

exagero numa ideia expressa, de modo a acentuar de forma dramática aquilo que se quer dizer, transmitindo uma imagem inesquecível. É frequente na linguagem corrente, como quando dizemos: "Já te avisei mais de cem vezes, para não voltares a falar-me alto!".

Ex.: Então, por que olhas para o argueiro no olho do teu

irmão, mas não tomas em consideração a trave no teu próprio olho? (Mateus 7:1-3)

METÁFORA é uma figura de estilo, que consiste

em uma comparação entre dois elementos por meio de seus significados imagísticos, causando o efeito de atribuição "inesperada" ou improvável de significados de um termo a outro.

Ex.: ―Meu coração é um balde despejado‖. (F. Pessoa)

Chama-se de METONÍMIA à figura de estilo que

substitui um elemento pela citação de outro que lhe está relacionado (por exemplo: "sem teto", para alguém que não possui uma casa).

Formas mais usuais

Efeito pela causa:

Sócrates tomou a morte. (O efeito é a morte, a causa é o veneno.)

Causa pelo efeito:

Por favor, não fume dentro de casa: sou alérgica a cigarro. (O cigarro é a causa: a fumaça, o efeito. Podemos ser alérgicos a fumaça, mas não ao cigarro)

Marca pelo produto:

O meu irmãozinho adora danone. (Danone é a marca de um iogurte; o menino gosta de iogurte)

A SINÉDOQUE é um caso especial de metonímia,

no qual você troca a palavra que indica o todo de um ser por outra que indica apenas uma parte dele.

Ex.: O rebanho tinha mil cabeças. (cabeça [parte] -> animal

[todo])

A palavra ONOMATOPEIA designa expressões ou

palavras cuja sonoridade imita a voz ou ruídos de objetos ou animais. Ao dizermos que um grilo faz "cricri" ou que batemos à porta e fazemos "toc toc", estamos a utilizar onomatopeias.

Ex.: tilintar, grasnar, piar, cacarejar, zurrar, miar

Relacionado com a antítese, o PARADOXO é uma

figura de estilo que consiste na exposição contraditória de ideias. As expressões assim formuladas tornam-se proposições falsas, à luz do senso comum, mas que podem encerrar verdades do ponto de vista psicológico/poético.(Simplificando, é uma afirmação ou opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas na realidade expressa uma verdade possível).

Ex.:

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"Amor é fogo que arde sem se ver,

é ferida que dói e não se sente;

é um contentamento descontente;

é dor que desatina sem doer."

A diferença existencial entre antítese e paradoxo,

é que antítese toma nota de comparação por contraste ou justaposição de contrários, já o paradoxo reconhece-se como relação interna de contrários:

Antítese: "Eu sou velho, você é moço."

Paradoxo: "Eu sou um velho moço."

PERÍFRASE é figura de estilo retórico que também

substitui uma expressão curta e direta por outra mais extensa e carregada de maior ou menor simbolismo, estando, neste caso, intimamente relacionada com a antonomásia. Quando Olavo Bilac escrevia "a última flor do Lácio", querendo referir-se à "Língua portuguesa" estava a utilizar este recurso estilístico.

Ex.: "O país do futebol acredita em seus filhos." (a

expressão "país do futebol" retoma o termo Brasil)

A PERSONIFICAÇÃO ou PROSOPOPÉIA é uma

figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.

Dizer "está um dia triste" implica a atribuição de um sentimento a uma entidade que, de fato, nunca poderá estar triste mas cujas características (céu nublado, frio, etc.) poderão conotar tristeza para o ser humano.

SINESTESIA ("união" ou "junção" e "sensação") é

a relação de planos sensoriais diferentes: Por exemplo, o gosto com o cheiro, ou a visão com o olfato. O termo é usado para descrever uma figura de linguagem e uma série de fenômenos provocados por uma condição neurológica.

Ex.:

Indefiníveis músicas (audição), supremas harmonias de cor (visão) e de perfume (olfato).

Horas do ocaso, trêmulas, extremas, réquiem do Sol que a dor da luz resume.

FIGURAS DE CONSTRUÇÃO (OU DE SINTAXE)

Aliteração é uma figura de linguagem que consiste

em repetir consoantes, vogais ou sílabas num verso ou numa frase, especialmente as sílabas tônicas.

Há duas formas de aliteração: assonância, que utiliza de modo repetido o som de uma vogal; consonância, que

repete o som de uma consoante.

Consonância

Vozes veladas, veludosas vozes,

Volúpias dos violões, vozes veladas

Vagam nos velhos vórtices velozes

'Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas

— Cruz e Souza (aliteração em V)

ASSONÂNCIA

Anule aliterações altamente abusivas

— manual de redação humorístico (aliteração em A)

ANADIPLOSE é a figura de estilo que consiste na

repetição de palavra ou expressão de fim de um membro de frase ou começo de outro membro de frase.

Ex.: "Todo pranto é um comentário. Um comentário que

amargamente condena os motivos dados."

ANÁFORA é a repetição da mesma palavra no

princípio de cada frase, figura comuníssima nos nossos quadrinhos populares.

Nem tudo que ronca é porco,

Nem tudo que berra é bode,

Nem tudo que reluz é ouro,

Nem tudo falar se pode.

ASSÍNDETO é uma figura de estilo que consiste na

omissão das conjunções ou conectivos (em geral, conjunções copulativas), resultando no uso de orações justapostas ou orações coordenadas assindéticas, separadas por vírgulas. É uma figura de sintaxe, por omissão, tal como a elipse e o zeugma.

Ex.: "Fere, mata, derriba denodado...". (Camões)

ELIPSE é uma figura de estilo e, mais

concretamente, uma figura de sintaxe que consiste na omissão de uma ou mais expressões numa frase que podem, contudo, ser facilmente subentendidas.

Exemplos

"No mar, tanta tormenta e tanto dano." (em "Os Lusíadas" de Camões) - onde se omite o verbo, ainda que seja óbvia a intenção do autor.

João estava com pressa. Preferiu não entrar. (Ele,

João, preferiu não entrar)

PLEONASMO pode ser tanto uma figura de

linguagem quanto um vício de linguagem. O pleonasmo é uma redundância (proposital ou não) em uma expressão, enfatizando-a.

PLEONASMO LITERÁRIO

Trata-se do uso do pleonasmo como figura de linguagem para enfatizar algo em um texto.

Ex.: "Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal" (F. Pessoa)

Ex.: "O cadáver de um defunto morto que já faleceu"

(Roberto Gómez Bolaños)

Ex.: "E rir meu riso" (V. de Moraes)

PLEONASMO VICIOSO

Trata-se da repetição inútil e desnecessária de algum termo na frase. Esse não é uma figura de linguagem, e sim um Vício de linguagem.

Ex.: Subir para cima; a grande maioria deles

POLISSÍNDETO é uma figura de linguagem que

consiste no uso repetido de conjunções (principalmente "e", "ou" ou "mas"), É utilizada, por exemplo, para acentuar a abundância de algo: "A festa foi fantástica! Comemos, e bebemos, e dançamos, e brincamos...".

ZEUGMA é uma figura de estilo ou figura de

linguagem que consiste na omissão de um ou mais

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elementos de uma oração, já expressos anteriormente. A zeugma é uma forma de elipse.

Ex.: "Ela gosta de história; eu, de física."

QUESTÕES

ASSUNTO: FIGURA DE LINGUAGEM

01. Em ―... morreremos flechados como um São Sebastião varado de ferros pontudos.‖, ocorre

(A) a figura de linguagem denominada hipérbole.

(B) a figura de pensamento denominada antítese.

(C) a figura de linguagem denominada comparação.

(D) a figura de pensamento denominada eufemismo.

(E) a figura de linguagem denominada onomatopeia.

02. Nas frases: ―Vivemos tempos frenéticos‖, ―Precisamos pausar‖, entre outras, podemos observar qual figura de linguagem?

(A) Silepse de pessoa.

(B) Perífrase.

(C) Elipse.

(D) Pleonasmo.

(E) Eufemismo.

Gabarito: 01/C; 02/C

QUESTÕES

01. Em ―O ciúme é então a espécie mais introvertida das

invejas‖ (linhas 07 e 08), tem-se uma:

A) catacrese B) metáfora

C) metonímia D) comparação

E) antonomásia

02. Qual a figura de linguagem presente no período ―Falta-lhe inteligência para compreender isso.‖?

a) Ironia. b) Eufemismo.

c) Hipérbole. d) Metonímia.

e) Prosopopeia.

Gabarito: 01/B; 02/A

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: NORMA CULTA.

CONHECIMENTO GRAMATICAL DE ACORDO COM O PADRÃO CULTO DA LÍNGUA

A norma culta se refere ao conjunto de padrões

linguísticos que determina o correto uso da língua de acordo com a camada escolarizada da população. A norma culta define-se, assim, como a variação linguística habitualmente utilizada por pessoas com elevado nível de escolaridade e cultura.

Na língua portuguesa existem diversas variações linguísticas, justificadas pela existência de diferentes grupos sociais, com diferentes graus de escolarização, que apresentam diferentes hábitos linguísticos, que resultam numa pluralidade de normas.

De todas essas normas, a norma culta é a mais conceituada, vista como uma linguagem culta e erudita, utilizada por um grupo de pessoas de elite, pertencentes à camada mais favorecida e escolarizada da população.

O domínio da norma culta se reflete, principalmente, na modalidade escrita da língua, revelando um elevado grau de rigor e correção gramatical, como o devido uso da pontuação, da acentuação, da colocação pronominal, da concordância e da regência, entre outros.

Saber escrever e falar de acordo com a norma culta de uma língua é uma competência bastante valorizada no mercado de trabalho, uma vez que o domínio da norma culta possibilita ao indivíduo comunicar com precisão, eficiência e desenvoltura.

NORMA CULTA E NORMA PADRÃO

mbora esses conceitos sejam próximos, sendo inclusivamente usados muitas vezes como sinônimos, se referem a normas distintas.

A norma padrão pode ser entendida como a norma

gramatical, com base na gramática tradicional e normativa. Atua como um modelo idealizado que visa a padronização da língua escrita.

A norma culta é a variação que mais se aproxima

desse padrão.

EXERCÍCIOS

Vícios de Linguagem

Cuidado, ao falar muitas vezes a combinação de vogais ou

de consoantes pode não ser tão agradável aos ouvidos

1. Assinale a alternativa em que a frase exibe linguagem predominantemente conotativa.

(A) O índio em sua tribo tem um lugar estável.

(B) A coesão mergulha nas águas de um mundo mítico.

(C) O índio, por sua vez, estacionou no tempo e no espaço.

(D) É livre, sem precisar dar explicações a quem quer que seja.

(E) Que diferença enorme entre as duas humanidades!

Texto

Olga viu entrar seu padrinho sem aquela alegria expansiva de sempre. Não foi indiferença que sentiu, foi espanto, assombro, quase medo, embora soubesse perfeitamente que ele estava a chegar. Entretanto, não havia mudança na fisionomia de Quaresma, no seu corpo, em todo ele. Era o mesmo homem baixo, pálido, com aquele cavanhaque apontado e o olhar agudo por detrás do pince-nez... Nem mesmo estava mais queimado e o jeito de apertar os lábios era o mesmo que ela conhecia há tantos anos. Mas, parecia-lhe mudado e ter entrado impelido, empurrado por uma força estranha, por um turbilhão; bem examinando, entretanto, verificou que ele entrara naturalmente, com o seu passo miúdo e firme. Donde lhe vinha então essa coisa que a acanhava, que lhe tirara a sua alegria de ver pessoa tão amada? Não atinou. Estava lendo na sala de jantar e Quaresma não se fazia anunciar; ia entrando conforme o velho hábito.

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Respondeu ao padrinho ainda sob a dolorosa impressão de sua entrada:

- Papai saiu; e o Armando está lá embaixo escrevendo.

De fato, ele estava escrevendo ou mais particularmente: traduzia para o clássico um grande artigo sobre "Ferimentos por arma de fogo". O seu último truque intelectual era este do clássico. Buscava nisto uma distinção, uma separação intelectual desses meninos por aí que escrevem contos e romances nos jornais. Ele, um sábio, e sobretudo, um doutor, não podia escrever da mesma forma que eles. A sua sabedoria superior e o seu título acadêmico não podiam usar da mesma língua, dos mesmos modismos, da mesma sintaxe que esses poetastros e literatecos. Veio-lhe, então, a ideia do clássico. O processo era simples: escrevia do modo comum, com as palavras e o jeito de hoje, em seguida invertia as orações, picava o período com vírgulas e substituía incomodar por molestar, ao redor por derredor, isto por esto, quão grande ou tão grande por quamanho, sarapintava tudo de ao invés, empós, e assim, obtinha o seu estilo clássico que começava a causar admiração aos seus pares e ao público em geral. (Lima Barreto)

2. O último parágrafo cria uma figura de pensamento que

é

(A) a metáfora. (B) a hipérbole.

(C) o eufemismo. (D) a antítese.

(E) a ironia.

3. Observe o trecho abaixo, da 8a estrofe do "ABC do

Nordeste Flagelado", de Patativa do Assaré, e indique a figura de estilo que ocorre na expressão em destaque:

Nas horas de mais calor/ se escuta pra todo lado/ o toque desafinado/ da gaita da seriema/ acompanhando o cinema/ do Nordeste flagelado./

(A) prosopopeia (B) hipérbole

(C) metonímia (D) eufemismo

(E) onomatopeia

Texto

PARA A FEIRA DO LIVRO

A Ángel Crespo

Folheada, a folha de um livro retoma

o lânguido e vegetal da folha folha,

e um livro se folheia ou se desfolha

como sob o vento a árvore que o doa;

folheada, a folha de um livro repete

fricativas e labiais de ventos antigos,

e nada finge vento em folha de árvore

melhor do que vento em folha de livro.

Todavia a folha, na árvore do livro,

mais do que imita o vento, profere-o:

a palavra nela urge a voz, que é vento,

ou ventania varrendo o podre a zero.

(João Cabral de Melo Neto)

4. folheada, a folha de um livro repete fricativas e labiais de ventos antigos.

A imagem criada pelo som das consoantes citadas nos versos acima sugere

(A) um eufemismo, suavizando a expressão poética.

(B) uma ironia, em que o poeta tenta disfarçar seu tom sarcástico.

(C) uma prosopopeia, em que o poeta humaniza o vento que sopra nas árvores.

(D) uma onomatopeia, que procura imitar o som anterior do vento nas folhas das árvores.

(E) uma hipérbole, no evidente exagero poético de que o vento seja um agente destruidor do livro.

Texto II – Majoração

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Com a revisão tarifária deste ano, a Cegas eleva o preço médio da tarifa do metro cúbico do

gás natural de R$ 0,1307, o correspondente a 36,43% de aumento no preço dos seus serviços. O

pleito foi solicitado em maio de 2007, mas negado, e agora concedido pela Agência reguladora.

―Esse reajuste reflete o que fora negado no ano passado‖, confirma o presidente da Cegás, José Rêgo Filho. À época, a proposta da Cegas foi elevar de R$ 0,1006, para R$ 0,1596, a tarifa

média, por metro cúbico, aplicada sobre os serviços de distribuição do gás no Ceará. Contrária ao pedido, a Arce em vez de conceder o aumento,

reduziu o preço para R$ 0,958, vigente até hoje.

Na revisão tarifária passada, a Cegas alegava que a majoração solicitada na margem bruta tinha por base a redução no volume do gás distribuído, após a suspensão, pela Petrobras, do fornecimento de gás natural, para alimentar as termoelétricas,

em 2006.

(Diário do Nordeste. 27 de maio de 2008)

5. Está empregada no sentido metafórico a palavra

A) ―preço‖, linha 26. B) ―serviços‖, linha 28.

C) ―elevar‖, linha 34. D) ―alimentar‖, linha 43.

6. Assinale as frases em que a palavra pérolas não está empregada em sentido denotativo.

a) Essas funcionárias são realmente umas pérolas: mantêm tudo em perfeita ordem.

b) Pérolas são glóbulos duros, brilhantes e nacarados que se formam nas conchas de alguns moluscos.

c) A coroa da imperatriz era ornamentada com pérolas dos mais variados tons.

d) Os mais belos objetos de adorno eram feitos com pérolas importadas.

7. (UFSE) Assinale a alternativa em que a palavra calor tem sentido conotativo:

a) Frio ou calor, chuva ou sol, nada o impediria de ir ao cinema.

b) O calor do fogo provocou o derretimento dos objetos plásticos.

c) Existiria calor mais insuportável do que o das chamas daquele incêndio?

d) No calor de uma discussão interminável, poucos se lembraram de que o grito é a arma daqueles que não têm razão.

e) Ninguém se exporia ao perigo de enfrentar o calor do deserto.

GABARITO

1. B 2. E 3. A 4. D 5. D 6. A 7. D

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PONTUAÇÃO

Vírgula

EMPREGO DA VÍRGULA NO PERÍODO SIMPLES

1. Para isolar adjuntos adverbiais deslocados:

Ex1.: A maioria dos alunos, durante as férias, viaja.

Ex2.: Durante as férias, a maioria dos alunos viaja.

OBS. Na ordem natural (direta) não use a vírgula: Ex1.: A maioria dos alunos viaja durante as férias.

ASSUNTO: SINTAXE DA ORAÇÃO X PONTUAÇÃO

QUESTÃO 01 — AOCP

Em ―De repente, cessa o tumulto e estamos sós diante da lista de boas intenções...‖, a vírgula foi utilizada para

(A) isolar adjunto adnominal antecipado.

(B) para indicar a supressão de uma palavra.

(C) para separar orações coordenadas sem conectivo.

(D) para isolar o vocativo.

(E) isolar adjunto adverbial antecipado.

Gabarito: E

2. Para isolar o aposto explicativo:

Ex1.: Chico da Matilde, o Dragão do Mar, juntamente com seus companheiros jangadeiros recusam-se a

transportar os escravos...

3. Para isolar o vocativo: Ex1.: Alberto, traga minhas calças até aqui!

Texto

Fonte: http://junior3.com.br/dicas-das-professores-cintia-e-clessia-2o-bim2012-6o-e-7o-anos/

QUESTÃO 01 — AOCP

Analise a tirinha e assinale a alternativa INCORRETA quanto ao que se afirma.

(A) No primeiro quadrinho, o verbo conjugado em ―vou usar‖ está no tempo futuro, tanto que a locução pode ser substituída por

―usarei‖.

(B) No primeiro quadrinho, a oração ―para enviar um currículo‖ expressa finalidade, tanto que o objetivo do personagem foi

alcançado depois.

(C) No segundo quadrinho, o verbo ―tem‖ é utilizado como verbo de existência, e não de posse. Por isso, poderia ser substituído por

―existe‖.

(D) No terceiro quadrinho, a vírgula, após a palavra ―positivo‖, justifica-se tendo em vista o vocativo ―amigão‖ na sequência.

(E) No terceiro quadrinho, as exclamações expressam a euforia do personagem.

Gabarito: A

4. Para separar elementos coordenados*:

Ex1.: As crianças, os pais, os professores e os diretores irão ao convescote.

*Elementos coordenados são aqueles que exercem uma mesma função sintática.

5. Para indicar a elipse do verbo:

Ex1.: Ela prefere filmes românticos; o namorado, de aventura.

(o namorado prefere filmes de aventura)

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6. Para separar as diferentes circunstâncias expressas pelos advérbios:

Ex1.: Fortaleza, 10 de maio de 2010.

Lugar tempo

7. Para isolar conjunção coordenativa intercalada:

Ex1.: As ações repercutem no País e os abolicionistas, gente de elite, brava e culta, são ovacionados pela imprensa

abolicionista nacional. Entre eles há, porém, uma pessoa humilde, de cor parda, trabalhador do mar: Chico da Matilde.

Chefe dos jangadeiros, eles e seus colegas se engajaram à luta já em 1881, recusando-se a transportar para os navios negreiros, os escravos vendidos para o Sul do País.

8. Para isolar as expressões explicativas, retificativas ou exemplificativas: isto é, a saber, melhor dizendo, quer dizer, ou seja, por exemplo, aliás...

Ex1.: O Universo é maniqueísta, ou seja, tudo está dividido entre o bem e o mal.

EMPREGO DA VÍRGULA NO PERÍODO COMPOSTO

1. Período Composto por Coordenação:

As orações coordenadas devem sempre ser separadas por vírgula.

Ex1.: Todos gostamos de seus projetos, no entanto não há verbas para viabilizá-los.

Oração Coordenada Assindética Oração Coordenada Sindética Adversativa

NOTA: as orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e só terão vírgula, quando os sujeitos forem diferentes e quando o e aparecer repetido.

Ex1.: Pedro trabalha de dia e estuda à noite.

Or. Coordenada Assindética Oração Coordenada Sindética Aditiva

Ex2.: Ela irá no primeiro avião, e seus filhos no próximo.

Or. Coordenada Assindética Oração Coordenada Sindética Aditiva

Ela: sujeito da 1ª oração; seus filhos sujeito da 2ª oração.

Ex1.:

"Longe do estéril turbilhão da rua,

Beneditino, escreve! No aconchego

Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!" (Olavo Bilac)

2. Período Composto por Subordinação

Orações Subordinadas Substantivas: não se separam por vírgula.

┌Oração Principal

Ex1.: Paulo disse-me que o culpado é o mordomo.

Or. Subord. Substant. Obj Direta

Orações Subordinadas Adjetivas: só a explicativa é separada por vírgula.

Ex1.: Criança que mama no peito não precisa de mamadeira.

Or. Subord. Adjetiva Restritiva

Ex1.: Cid, que é governador do Ceará, é fã do Orkut e do Twitter.

Or. Subord. Adjetiva Explicativa

Orações subordinadas adverbiais: sempre se separam por vírgula.

Na ordem indireta (Oração Subordinada Adverbial + Oração Principal ) a vírgula é obrigatória:

Ex1.: Assim que chegarem as encomendas, começaremos a trabalhar.

Oração Subordinada Adverbial Temporal Oração Principal

Na ordem direta (Oração Principal + Oração Subordinada Adverbial) a vírgula é facultativa:

Ex1.: Começaremos a trabalhar ( , ) assim que chegarem as encomendas.

Oração Principal Oração Subordinada Adverbial Temporal

QUESTÕES AOCP

QUESTÃO 01 — AOCP, 2015, Analista Adm. Administração, EBSERH

Em “Se passasse para 21, cairia 12%”, a vírgula foi empregada para separar

(A) aposto.

(B) orações coordenadas.

(C) oração adverbial e oração principal.

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(D) termos de mesmo valor sintático.

(E) data.

QUESTÃO 02 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e Social

Em “Conversei com um garoto de seis anos e ele me contou que, quando o pai cozinha, ele vai jantar e dormir na casa da

avó...”, as vírgulas foram utilizadas no período para

(A) separar oração subordinada adverbial.

(B) separar oração coordenada sindética.

(C) separar oração coordenada assindética.

(D) separar oração subordinada adjetiva explicativa.

(E) separar oração subordinada adjetiva restritiva.

Gabarito: 01/C; 02/A

Ponto-e-vírgula

O ponto-e-vírgula indica uma pausa um pouco mais longa que a vírgula e um pouco mais breve que o ponto.

O emprego do ponto-e-vírgula depende muito do contexto em que ele aparece. Podem-se seguir as seguintes orientações para empregar o ponto-e-vírgula:

1. Para separar duas orações coordenadas que já contenham vírgulas:

┌Adjunto Adverbial deslocado ┌ Adjunto Adverbial deslocado

Ex1.: Estive a pensar, durante toda a noite, em Diana, minha antiga namorada; no entanto, desde o último verão, estamos sem nos ver.

└Aposto Explicativo

2. Para separar duas orações coordenadas, quando elas são longas:

Ex1.: O diretor e a coordenadora já avisaram a todos os alunos que não serão permitidas brincadeiras na sala de aula; porém alguns alunos

ignoram essa ordem.

3. Para separar enumeração após dois pontos:

Ex1.: Os alunos devem respeitar as seguintes regras:

não fumar dentro do colégio;

não fazer algazarras na hora do intervalo;

respeitar os funcionários e os colegas;

trazer sempre o material escolar.

Reticências

As reticências são empregadas:

1. Para indicar uma certa indecisão, surpresa ou dúvida na fala da personagem:

Ex.: João Antônio! Diga-me...você... me traiu?

2. Para indicar que, num diálogo, a fala de uma personagem foi interrompida pela fala da outra:

Ex.: — Como todos já deram sua opinião...

— Um momento, presidente, ainda tenho um assunto a tratar.

3. Para sugerir ao leitor que complete o raciocínio contido na frase:

Ex.: Durante o ano ficou claro que o aluno que não atingisse 150 pontos seria reprovado; você atingiu 145,

portanto...

4. Para indicar, numa citação, que certos trechos do texto foram exclusos:

Ex.: "No momento em que a tia foi pagar a conta, Joana pegou o livro..." (Clarice Lispector)

Aspas

Empregam-se as aspas para:

a) isolar citação textual colhida a outrem.

Ex.: Como afirma Caio Prado Jr. em História Econômica do Brasil: ―A questão da imigração europeia do séc.

passado está intimamente ligada à da escravidão‖.

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QUESTÕES AOCP

Texto

É difícil? Às vezes é. É tedioso eventualmente, como ter de educar uma criança. Um rapaz que foi pai muito jovem, e era um pai

maravilhoso, certa vez se queixou sorrindo: ―Todo dia a mesma coisa, levanta a tampa do vaso, escova os dentes, não fala de boca

cheia, aquelas coisas‖. Mas ainda bem que não é só isso, comentamos, tem também a graça, a ternura, a alegria, o assombro quando a

pessoazinha evolui, cresce, se manifesta, se transforma.

ASSUNTO: PONTUAÇÃO (ASPAS)

QUESTÃO 01

Em “Todo dia a mesma coisa, levanta a tampa do vaso, escova os dentes, não fala de boca cheia, aquelas coisas”, as aspas

foram utilizadas para

(A) marcar a citação de parte de uma obra literária.

(B) valorizar e acentuar o valor significativo de palavras e expressões.

(C) realçar ironicamente a expressão.

(D) marcar a mudança de interlocutor que acontece no diálogo apresentado no texto.

(E) marcar a transcrição de palavras que não pertencem ao autor do texto.

Gabarito: E

b) isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta, tais como: gíria e expressões populares, estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, etc.

Ex1.: Ele era um ―gentleman‖.

Ex2.: Ele estava ―numa boa‖.

Ex3.: o rapaz ficou ―grilado‖ com o resultado.

Ex4.: Emocionado, o rapaz deu-lhe um ―ósculo‖ ardente.

c) mostrar que uma palavra está em sentido diverso do usual (geralmente em sentido irônico).

Ex.: Fizeste ―excelente‖ serviço. (irônico)

Ex.: Nesta época, no ano passado, começou a se constatar nas prateleiras dos supermercados uma ―maquiagem‖ de

produtos. (está empregado fora de seu sentido habitual)

d) dar destaque a determinada palavra ou termo.

Ex.: Já entendi o ―porquê‖ do seu projeto; só não percebo ―como‖ executá-lo.

Travessão

O travessão simples serve para indicar que alguém está falando de viva voz (discurso direto). Emprega-se, pois, o travessão para marcar a mudança de interlocutor nos diálogos.

Ex.: — De quem são as bilas?

— São minhas, Uerê.

Pode-se usar o duplo travessão para substituir dupla vírgula, sobretudo quando se quer dar ênfase ou destaque ao termo intercalado.

Ex.: O Ministro — profundo conhecedor do mercado internacional — está consciente das dificuldades.

ATENÇÃO!

As orações intercaladas podem vir separadas por vírgulas ou duplo travessão.

Ex.: Eu, disse o eminente jurista, não aceito tal decisão. ou Eu — disse o eminente jurista — não aceito tal

decisão.

QUESTÕES AOCP

Cozinha para desfrutar

Rosely Sayão

Conversei com um garoto de seis anos e ele me contou que, quando o pai cozinha, ele vai jantar e dormir na casa da avó - o que,

por sinal, ele disse adorar. Perguntei se ele não gosta da comida que o pai prepara e ele respondeu que é sempre uma ―comida muito

estranha‖. Na casa da avó, ele gosta de jantar arroz, feijão, picadinho e salada.

A arte culinária - ou gastronomia - está mesmo na moda. Homens e mulheres têm se dedicado a comprar livros e pesquisar

receitas, conhecer ingredientes novos e locais onde se vendem produtos de qualidade, comprar utensílios dos mais variados tipos -

que vão do sofisticado ao antigo com novo desenho etc. Até as escolas têm usado a cozinha como laboratório de ensino para as

crianças.

QUESTÃO 02 — AOCP, 2013, Gov Mato Grosso, Ag. Desenv. Ec e Social

Em “A arte culinária — ou gastronomia — está mesmo na moda.”, os travessões foram utilizados para isolar e enfatizar

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(A) um vocativo que se refere ao termo ―arte culinária‖.

(B) um adjunto adverbial que se refere à expressão ―arte culinária‖.

(C) uma outra denominação possível para o termo ―moda‖.

(D) um adjunto adverbial que está modificando o verbo ―está‖.

(E) uma outra denominação possível para o termo ―arte culinária‖.

Gabarito: E

Parênteses

Os parênteses servem para isolar explicações, indicações ou comentário acessórios.

Ex.: ―Fui hoje cedo à casa deste último, apresentar minhas desculpas (deve ter ficado aborrecido com a minha

ausência no local determinado para o encontro) e repetir o convite para a pretendida visita.‖

QUESTÕES AOCP

Medo de ser feliz

De onde vem a sensação de que a nossa felicidade pode ser destruída a qualquer momento?

IVAN MARTINS

Por uma razão ou outra, a gente vive com medo. A sensação de que as coisas podem repentinamente dar errado faz parte da

nossa essência, eu acho. Alguns a têm mais forte; outros, mais fraca. Mas a ansiedade essencial em relação ao futuro está lá, em todos

nós – mesmo quando estamos apaixonados e contentes. Ou, sobretudo, quando apaixonados e contentes.

[...]

Já vi pessoas ficarem com tanto medo do futuro que detonam o presente. É uma espécie de pânico em câmera lenta. O sentimento

de desastre iminente é tão forte, a sensação de insegurança é tão grande, que a pessoa conclui (mesmo que seja de maneira

inconsciente) que é melhor chutar logo o pau da barraca e sair correndo, em qualquer direção – deixando para trás o relacionamento,

o emprego, o futuro e tudo o mais que estava dando certo e por isso mesmo parecia estar sob ameaça. É uma piração, claro, mas

gente normal faz essas coisas todos os dias.

[...]

QUESTÃO 01 — AOCP, Analista de Gestão, 2015, Jaboatão dos Guararapes

Em “... a pessoa conclui (mesmo que seja de maneira inconsciente) que é melhor chutar logo o pau da barraca e sair

correndo...”, os parênteses foram utilizados para intercalar

(A) uma reflexão concessiva do autor em relação ao que ele afirma.

(B) uma reflexão explicativa do autor em relação ao que ele afirma.

(C) uma nota emocional expressa de forma interrogativa.

(D) uma oração que possui um verbo declarativo.

(E) uma reflexão comparativa do autor em relação ao que ele afirma.

Gabarito: A

QUESTÕES

1. Analise os períodos a seguir e marque a opção que contém a pontuação CORRETA.

a) Joana minha amiga, está muito doente.

b) Joana, minha amiga está, muito doente.

c) Joana minha amiga está muito doente.

d) Joana, minha amiga, está muito doente.

e) Joana, minha amiga, está, muito doente.

2. Marque a opção que NÃO apresenta erro de pontuação.

a) Um pastor, notando certa manhã a falta de várias ovelhas, enfureceu-se, tomou da espingarda e saiu para a floresta.

b) Acabaram-se as minhas preocupações doutor, agora vão começar as suas; não tenho um tostão.

c) Os meninos, esperavam inquietos, o resultado do pedido.

d) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho.

e) Meu irmão, às vezes passa o fim de semana na casa de praia.

3. De acordo com as regras do português padrão, em ―As duras consequências da falta de água acentuaram um quadro

que em diversos momentos da biografia do seminário chega a ser assustador: migração desenfreada, epidemias, fome, sede, miséria.‖, há um erro de:

A) regência

B) pontuação

C) acentuação

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D) ortoépia

E) colocação

Leia o Texto I e responda às questões.

TEXTO I

Rio 2016

Vale ressaltar que, em 2016, o Rio de Janeiro será a sede das Olimpíadas, que irá demandar profissionais de inúmeras áreas. O responsável em selecionar a enorme equipe que trabalhará nos Jogos é Henrique Gonzalez, Diretor de Recursos Humanos do Comitê Organizador Rio 2016. Em entrevista ao site oficial do Rio 2016, Gonzalez contou que procura ―profissionais que tenham essa característica de topar desafios, que queiram aprender, que gostem de mudança. Queremos pessoas naturalmente confiantes no seu trabalho‖. O processo de seleção já começou e os profissionais interessados podem enviar os seus currículos para as vagas disponíveis.

A Comissão irá precisar também de 70 mil voluntários que irão desempenhar diversas funções durante os Jogos. É uma ótima oportunidade de adquirir experiência profissional em um evento assistido no mundo inteiro. As universidades internacionais valorizam estudantes estrangeiros que possuem trabalhos voluntários em seus currículos acadêmicos.

(site: www.vestibularbrasilescola.com)

4. As aspas utilizadas no primeiro parágrafo têm a finalidade de:

a) Indicar o uso de frases de terceiros.

b) Destacar a fala do entrevistado.

c) Enfatizar o uso de palavras estrangeiras.

d) Destacar o discurso indireto.

e) Mostrar a importância de se ter bons profissionais.

5. Marque a opção INCORRETA em relação à pontuação.

a) Os alunos, inquietos, esperavam o resultado das provas.

b) Inquietos, os alunos esperavam o resultado das provas.

c) Os alunos esperavam, inquietos, o resultado das provas.

d) Os alunos inquietos esperavam o resultado das provas.

e) Os alunos, esperavam inquietos, o resultado das provas.

Gabarito: 1/D; 2/A; 3/B; 4/B; 5/ E

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 1

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Danúzio Nobre

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

O Sistema Organizacional - Teoria geral dos sistemas; a organização como um sistema social ........................... 1

Cultura organizacional....................................................... 4

Tecnologia e estratégia empresarial ................................. 6

Estruturas de poder ........................................................... 7

Liderança e motivação ...................................................... 9

Gerenciamento de projetos - planejamento, acompanhamento e controle ..................................... 10

Noções básicas da administração pública direta e indireta. ....................................................................... 12

Orçamento Público; orçamento como instrumento de controle ...................................................................... 13

Integração do orçamento com a contabilidade ............... 17

Noções básicas das técnicas de elaboração de projeções financeiras .................................................. 19

Administração de Materiais: Planejamento: análise, especificação, classificação; Padronizações, catalogação, normalização; Previsão de consumo e aquisição; lote econômico - cálculo e aplicação; Aquisição-pesquisa de mercado, cadastro, controle e escolha de fornecedores ........................................... 55

Administração de compras .............................................. 57

Noções básicas sobre processos de licitação: Lei nº 8.666/93 e Lei nº 8.883/94 ......................................... 20

Pregão: Lei nº 10.520/02,e Decreto nº 3.555/00 e Decreto nº 7.892/13 ................................................... 45

Noções básicas sobre armazenamento e controle ......... 64

Noções básicas sobre administração patrimonial. ......... 66

Recursos Humanos - Visão geral da área de Recursos Humanos. ................................................................... 68

Conceito e cenário do Serviço Público Federal. ............. 71

Conceito e papel do RH nas organizações. ................... 72

Administração de Recursos Humanos ............................ 72

Regime Jurídico Único (Lei nº 8.112/90, e alterações posteriores). ................................................................ 77

Registros funcionais: exigências legais. ....................... 108

Sistemas informatizados de gestão de informações de pessoal. .................................................................... 111

Processo admissional. ................................................. 113

Obrigações trabalhistas, previdenciárias e de tributos. 114

Controle de frequência e de férias. .............................. 121

O provimento de mão de obra no Serviço Público Federal. ................................................................... 122

Planejamento, execução e acompanhamento de processos seletivos. ................................................ 124

Legislação: Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e alterações posteriores; Portaria nº 450, de 6 de novembro de 2002, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. .............................................. 127

Desenvolvimento e avaliação de programas de treinamento. .............................................................. 132

Questões de concursos................................................. 133

O SISTEMA ORGANIZACIONAL - TEORIA

GERAL DOS SISTEMAS;

TEORIA GERAL DE SISTEMAS

As organizações são muito mais complexas do que aparentavam ser nas teorias desenvolvidas anteriormente por Taylor, Fayol, Weber, Mayo e outros. Fez-se necessário uma abordagem muito mais abrangente, que analisasse as organizações sob uma ótica mais ampla, levando em consideração não apenas os fatores internos da organização, mas também os fatores externos, como fatores de mercado, por exemplo.

Desenvolvida pelo alemão Ludwing Von Bertalanffy na década de 1950, tem como objetivo

classificar os sistemas e de que forma seus componentes se organizam e o padrão de comportamento de cada categoria.

Conceito

"Conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado”. Sistema é um conjunto ou combinações de coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitário”.

(Chiavenato p.545)

“Sistema é um todo complexo ou organizado; é um conjunto de partes ou elementos que formam um todo unitário ou complexo”.

(Maximiano p.356)

Características

O sistema é um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas. Decorrem dois conceitos: o de propósito (ou objetivo) e o de globalismo (ou

totalidade). Esses dois conceitos retratam duas características básicas do sistema.

a) Propósito ou Objeto – as unidades ou elementos, definem um arranjo que visa sempre um objetivo a ser alcançado.

b) Globalismo ou Totalidade – todo sistema tem uma natureza orgânica, pela qual uma ação que produza mudança em uma das unidades do sistema, deverá produzir mudanças em todas as suas outras unidades.

O termo sistema é empregado no sentido de sistema total. Os componentes necessários à operação de um sistema são chamados subsistemas. A hierarquia dos sistemas e o número de subsistemas dependem da complexidade do sistema.

Tipos de Sistemas

Os tipos de sistemas são:

a) Os sistemas podem ser físicos ou abstratos:

1. Sistemas físicos ou concretos: São

equipamentos, máquinas, objetos, coisas reais, ou seja, “hardware”.

2. Sistemas abstratos ou conceituais: São os

planos, as ideias, as hipóteses, são chamadas de “software”.

b) Quanto sua natureza, os sistemas podem ser

fechados ou abertos:

1. Sistemas fechados: Não recebem influência do

ambiente e não influenciam o ambiente.

2. Sistemas abertos: Trocam matéria e energia

regularmente com o meio ambiente. São adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se constantemente às condições do meio.

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2 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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Fonte: (Chiavenato p.552)

MODELO GENÉRICO DE SISTEMA ABERTO

Parâmetros dos Sistemas

Entradas ou insumo (input) – é a força ou

impulso de arranque ou de partida do sistema que fornece o material ou a informação para a operação do sistema.

Saída ou resultado (output) – é a consequência

para a qual se reuniram elementos e relações do sistema.

Processamento ou transformador (trhoughput) – é o fenômeno que produz mudanças, é o mecanismo de

conversão das entradas em saídas.

Retroação ou retroalimentação – é a função de

sistema que compara a saída com um critério ou padrão previamente estabelecido.

Ambiente – é o meio que envolve externamente o

sistema. O sistema e o ambiente encontram-se inter-relacionados e interdependentes.

Uma organização é um sistema composto de elementos ou componentes interdependentes.

A Organização como um sistema aberto

A organização é um sistema criado pelo homem e matém uma dinâmica interação com o meio ambiente, sejam clientes, fornecedores, concorrentes, entidades sindicais, órgãos governamentais e outros agentes externos. É um sistema integrado por diversas partes ou unidades relacionadas entre si, que trabalham em harmonia umas com as outras, com a finalidade de influenciar o meio externo e por ele ser influenciado.

Características das Organizações como Sistemas Abertos

Comportamento probabilístico e não determinístico: as organizações são sistemas abertos,

são afetadas por mudanças em suas variáveis externas desconhecidas e incontroláveis em seu comportamento.

As organizações como partes de uma sociedade maior e constituída de partes menores: as

organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas.

Interdependência das Partes: a organização é

um sistema social com partes independentes, mas inter-relacionadas.

Homeostase ou “Estado Firme”: a organização

alcança um estado firme – ou seja, um estado de equilíbrio quando satisfaz dois requisitos: a unidirecionalidade e o progresso.

Fronteiras ou Limites: é a linha que demarca e

define o que está dentro e o que está fora do sistema ou subsistema. Essas fronteiras não existem fisicamente.

Morfogenese: o sistema organizacional tem a

capacidade de modificar a si próprio e a sua estrutura básica

Resiliência: é a capacidade de superar o distúrbio

imposto por um fenômeno externo

Fonte: (Chiavenato pag.552)

Principais representantes e suas contribuições

Edgard Schein – propõe aspectos que a teoria de

sistemas considera na definição de organização como sendo um sistema aberto, com objetivos, é um conjunto de subsistemas em interação.

Daniel Katz e Robert L. Kahn – desenvolveram

um modelo de organização através da aplicação da Teoria dos Sistemas à teoria administrativa. No modelo proposto, a organização apresenta as características típicas de um sistema aberto.

Decorrências para a administração atual

Durante a Revolução Industrial, com o mecanicismo o homem era visto como parte integrante da máquina, era visto como um “bovino”, porém, com a automação provocada pela Cibernética, muitas tarefas que cabiam no cérebro humano passaram para a máquina. O computador tende a substituir o homem em diversas atividades, são elas: a automação e a informática.

SISTEMA ORGANIZACIONAL

Um Sistema organizacional consiste num mecanismo empresarial que tem como objetivo organizar e padronizar a execução das tarefas de uma empresa. Podemos dizer ainda que são as regras, normas, cultura e tudo que orienta as ações de uma organização de forma sistêmica.

No IBC, por exemplo, centralizamos algumas de nossas diretrizes numa ferramenta própria de gestão empresarial chamada IBCSISTEM. Nela, cada área e, todo colaborador tem acesso a informações pertinentes ao seu departamento e pode realizar suas tarefas de forma mais estruturada e organizada seguindo a estrutura de trabalho definida para cada setor.

Também é um local que reúne uma série de informações que orientam tanto o trabalho dos profissionais mais velhos de casa e dos mais novos também. Este sistema organizacional permite que a forma de executar as demandas siga o padrão de qualidade da empresa, garantindo uma maior eficiência operacional e diminuindo drasticamente os erros e a falta de alinhamento entre as equipes.

Conjunto de elementos que têm um objetivo em comum, e que se relacionam entre si, de forma dinâmica.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 3

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O sistema organizacional se refere ao sistema aplicado por uma determinada empresa ou organização na execução de suas tarefas.

A ORGANIZAÇÃO COMO UM SISTEMA SOCIAL;

O QUE SÃO ORGANIZAÇÕES?

Para Daft (2002, p. 11) “são entidades sociais que são dirigidas por metas, são desenhadas como sistema de atividades deliberadamente estruturadas e coordenadas e são ligados ao ambiente externo”.

“As organizações são entidades sociais (ou agrupamentos humanos) intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos” (PARSON, 1960, p. 17, apud ETZIONI, 1980, p. 9).

O QUE É SISTEMA?

"Um sistema se define como um complexo de elementos em interação, interação essa de natureza ordenada (não fortuita)" (BERTALANFFY, 1976, p. 1).

“É um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuando uma função” (OLIVEIRA, 2004, p. 53).

As organizações nos aparecem como igrejas, escolas, hospitais, entidades não governamentais, indústrias farmacêuticos, bem como os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo e suas divisões. Segundo Hall (2004) elas existem para produzir algo que uma só pessoa não seria capaz de produzir, assim uma organização seria a união de duas ou mais pessoas com um objetivo em comum, mas ela pode ser mais do que isso.

Quanto à função social das organizações, esta vem aumentando a cada dia.

No período da 2ª revolução industrial as empresas se viam como sistemas fechados e tinham o ser humano como parte da maquina, não levando em conta seu papel humano e social (CHIAVENATO, 2004). Mesmo com tais erros de interpretação, essas mesmas organizações foram as principais responsáveis pelo surgimento da Sociologia, porque foram elas as causadoras de tantas transformações naquela sociedade (VILA NOVA, 1985).

Hoje, as organizações demonstram mais interesse pelo meio externo e como interagir positivamente com esse meio, sendo a função do marketing a responsabilidade primeira por essa relação, daí a derivação conhecida como marketing social. Esse interesse significa a necessidade de aplicação de pesquisas junto a um público específico a fim de desenvolver uma compreensão melhor deste público e melhorar a tomada de decisões gerenciais (KOTLER, 1996).

Para Cury (2013) as organizações de hoje exercem um papel social importante. Não como na época da segunda revolução industrial em que era estritamente burocrática, mas mais como instituição social. Neste sentido, buscam atingir as necessidades tanto dos clientes externos quanto a dos clientes internos. Ou como expõe Etzioni (1980, p. 26-27) ao explicar sobre as organizações como sistemas cooperativos:

Um sistema cooperativo é um complexo de componentes físicos, biológicos, pessoais e sociais, entre os quais existe uma relação sistemática e específica em razão da cooperação de duas ou mais pessoas que visam determinado fim. Tal sistema é, evidentemente, uma unidade subordinada de maiores sistemas e, de outro ponto de vista, esse sistema abarca sistemas subsidiários – físicos, biológicos etc. Um dos sistemas cobertos por

um sistema cooperativo – um que está implícito na frase ‘cooperação de duas ou mais pessoas’, é denominado ‘organização’.

O autor se refere ao conceito de sistemas aplicado às organizações para conceitua-las como cooperativas. Se pode entender também como sistemas organizacionais complexos, pois precisam interagir em todos os níveis, satisfazendo todos os níveis para atingir seus objetivos.

Toda organização é um sistema que se divide em componentes menores interligados e interdependentes, funcionando para atingir um ou mais objetivos. Dentre os vários componentes que a compõem destacam-se os

seguintes recursos necessários para o seu funcionamento.

a) Recursos humanos: na administração pública

são todas as pessoas investidas em cargo, emprego ou função pública. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, parágrafo II esclarece que “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.

b) Recursos financeiros: são considerados os

erários disponibilizados para o melhor funcionamento da organização. Nas organizações públicas deverão ser respeitadas as leis de orçamento e de responsabilidade fiscal. Já organizações públicas de direito privado têm mais liberdade para planejar e aplicar seus recursos financeiros, mais ainda respeitando lei complementar que regerá cada caso.

c) Recursos materiais ou recursos físicos. É

toda a parte tangível e compreendem os terrenos, as edificações, os mobiliários e as tecnologias. Na administração pública, em regra, é a lei 8.666 que rege o processo geral de aquisições desses recursos.

d) Recursos informacionais: são as informações

que uma organização coleta em forma de dados, as organiza e as dispõe para a tomada de decisões com a finalidade de obter crescimento, satisfação dos clientes, vantagem competitiva, dentre outros objetivos mais específicos.

Enfim, as organizações ou entidades sociais desempenham um papel cada vez mais significativo no mundo moderno, e não só do ponto de vista meramente capitalista. Suas influências marcam a sociedade pelo modo como funcionam, ou seja, pela troca de elementos que realiza com o meio ambiente: recebendo insumos, transformando-os e entregando produtos e serviços (DAFT, 2002).

A ORGANIZAÇÃO SEGUNDO A TEORIA BUROCRÁTICA DE MAX WEBER

O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) foi o estudioso pioneiro das burocracias organizacionais e seus estudos determinaram o modelo ideal de burocracia: modelo baseado na autoridade legal-racional (MAXIMIANO, 2011).

Segundo Etzioni (1980), as principais características da teoria burocrática são:

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4 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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a) Uma organização deve ser regida por regras, pois as regras geram a padrões comportamentais, eliminando tratamentos desiguais.

b) A divisão racional do trabalho e a oferta de recursos para que cada um efetue suas tarefas previamente descritas, evitando, assim, tanto o desvio de função quanto o choque de competências.

c) A hierarquia entre cargos tem foque no controle.

d) O que legitima a ocupação de um determinado cargo é o notório conhecimento técnico do seu ocupante. É a gestão por meritocracia.

e) Separação entre a propriedade e a administração, entre a posse da empresa e o administrador, ou seja, aquele que administra é um profissional especialista e não o dono.

f) Os ocupantes dos cargos são profissionais especialistas, assalariados, nomeados por um superior na hierarquia e por tempo indeterminado, faz carreira na organização e ao longo desse tempo controla cada vez mais as burocracias.

g) A formalização é crucial. As políticas, regras, atos, decisões devem ser escritas.

CULTURA ORGANIZACIONAL

A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros da organização.

Ela refere-se ao sistema de significados compartilhados por todos os membros e que distingue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado de pensar e agir que existe em uma organização.

A essência da cultura de uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade expresso por seus funcionários com relação à empresa.

A cultura organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Por esta razão, ela condiciona a administração das pessoas.

Em outras palavras, a cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais.

No fundo, é a cultura que define a missão e provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da organização. A cultura precisa ser alinhada juntamente com outros aspectos das decisões e ações da organização como planejamento, organização, direção e controle para que se possa melhor conhecer a organização.

Pode-se ou Deve-se Mudar a Cultura de uma Organização?

Segundo Kissil (1998), para que a organização possa sobreviver e se desenvolver, para que existam revitalização e inovação, deve-se mudar a cultura organizacional. Esse conceito responde plenamente esta questão, onde o Autor sugere que a revitalização e a inovação são fatores importantes para as empresas, e de

certo modo só se consegue isso mudando a cultura da organização.

O esforço de entendimento mútuo dentro da empresa é uma maneira de garantir uma estrutura consistente e manter o ritmo de produtividade da organização. Para montar as equipes com um perfil variado é preciso de um enfoque cultural e escolher as pessoas que são diferentes.

O que faz uma empresa forte é o respeito mútuo interno, é ele que poderá gerar respostas rápidas e eficientes. Se as diversidades forem integradas em torno de um único compromisso, a empresa estará sempre pronta para administrar as mudanças que forem necessárias.

Só se consegue isso com uma cultura organizacional forte, onde as pessoas têm os valores e princípios da empresa disseminados de forma clara, onde todos tem orgulho de fazer parte de uma organização transparente e focada no sucesso.

Ferramentas que ajudam na mudança na Cultura da Organização

Clareza de objetivos, valores e princípios: Onde a empresa tem seus objetivos claros, definidos, formalmente estabelecidos e orientados para médio e longo prazo. Para dar certo a empresa deve fazer com que todos funcionários tenham acesso aos seus objetivos, ter definidos os valores e princípios, sendo relembrados periodicamente (Ex. reunião mensal), isso auxilia no processo de mudança e seu retorno pode ser de médio prazo, caso bem divulgado e aplicado.

Imagem de produtos e serviços: Grau em que os vários públicos (internos e externos) percebem a qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Não basta o cliente externo ter percepção da empresa, mas também os funcionários, a “venda” interna é muito importante, divulgação de projetos que estão sendo executados, conquistas, detalhes sobre a qualidade de seus produtos e serviços, devem ser do conhecimento dos clientes internos e externos, fazendo com que o funcionário tenha orgulho do seu trabalho. Seu resultado na mudança pode ser notado no longo prazo. Deve ser também ser trabalhado constantemente, para manter os funcionários informados.

Integração e comunicação: Onde a estrutura da organização permite a comunicação interna entre os diversos níveis de forma simples e aberta. Tendo também a colaboração e parceria como meio existente como auxílio mútuo, sendo tanto internamente (funcionários) quanto externamente (fornecedores). A comunicação flexível, entre subordinados e gestores, caso a empresa for muito fechada se dará num período de longo prazo, porém sendo um pouco mais flexível, se dará no curto ou médio prazo. A política de “portas abertas” deve ser incentivada pelos gestores até se tornar comum na organização.

Abertura a novas ideias: Grau em que a empresa é dinâmica, está atenta às mudanças, tem senso de oportunidade, estabelece objetivos arrojados, é líder de tendências e cria um ambiente motivador. Nesse ambiente a empresa valoriza e incentiva as novas ideias de seus colaboradores. Pode ser feito incentivos financeiros como premiações por economia na mudança de algum processo, criar uma caixa de sugestões, ter reuniões periódicas entre setores na busca de melhorias, criar um grupo de melhoria, etc. Depende muito da comunicação, ela deve ser aberta a ponto do funcionário ter a ousadia de expor e criar novos métodos e

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procedimentos. É um trabalho que pode trazer resultados no curto, médio, ou longo prazo.

Desempenho profissional: O trabalho é estimulante para os funcionários e oferece desafios profissionais, possibilidade de crescimento e valorização pessoal. A própria prática de ideias faz com que o profissional sinta-se mais valorizando, pode-se também fazer rodízios, onde o funcionário deixa de ser um especialista numa função e começa a ter conhecimento de outras atividades, ajudando no entendimento do todo do processo e seu objetivo final. A construção de um plano de carreira também é importante, mas certamente é mais viável em empresas de grande porte. Seus resultados são de médio a longo prazo.

Aprendizado: A empresa estimula e proporciona oportunidade de desenvolvimento profissional para os funcionários. A empresa não passa da fase de apenas cobrar qualificação do quadro funcional, mas passa a incentivar. Pode-se fazer isso com cursos internos, auxílio financeiro nos estudos (faculdade, curso de línguas, cursos profissionalizantes específicos, etc.). Pode ser implantado com divulgação de uma nova política de valorização dos funcionários incentivando aos estudos, tem um reflexo muito bom, e seus resultados podem ser de curto prazo.

Critérios para recrutamento, seleção, promoção de empregados. Os tipos de pessoas que são contratadas e os que têm sucesso são aqueles que aceitam e comportam-se de acordo com os valores da organização. É fundamental não ter o favoritismo de algumas pessoas, onde o caráter paternalista, pode ser visto muito fortemente em empresas familiares acontecer tornando a organização desacreditada internamente. Aplica-se com um recrutamento e seleção feita por profissionais qualificados, onde são buscados profissionais que se encaixam com o perfil da vaga e os objetivos da organização. Seu retorno é de longo prazo.

É importante porém ressaltar que antes de qualquer atitude deve-se primeiramente fazer um diagnóstico da atual cultura da organização, para poder assim fazer um plano de ação e finalmente executa-lo e controla-lo.

Aplicação das ferramentas citadas

Os mecanismos acima citados, realmente podem ser aplicados, e são formas de fazer com que a organização mude sua cultura corporativa, claro que se deve observar o tamanho e a estrutura de cada empresa e adaptar a ferramenta conforme sua situação.

A mudança da cultura certamente começa de cima para baixo, e podem e devem ser executadas pela Diretoria (CEO). Os gerentes intermediários, supervisores, ou chefes de departamentos, devem obrigatoriamente fazer parte do processo, ou etapas como a de comunicação não funcionariam, é seu papel também incentivar as mudanças propostas, é por eles que as instruções normalmente chegam, e se falhar nessa etapa todo o processo pode vir por água abaixo.

Dessa forma conclui-se que apenas com a integração de todos é possível fazer com que se mude a cultura de uma organização.

“Só existem duas maneiras de mudar a cultura de uma organização: mudando as pessoas ou mudando de pessoas.” (Autor desconhecido)

O que é cultura

Cultura é o termo genérico usado para significar duas acepções diferentes. De um lado, o conjunto de costumes, civilização e realizações de uma época ou

povo, e, de outro lado, artes, erudição e demais manifestações mais sofisticadas do intelecto e da sensibilidade humana, consideradas coletivamente. A cultura organizacional nada tem a ver com isto.

No estudo das organizações, a cultura equivale ao modo de vida da organização em todos os seus aspectos, como ideias, crenças, costumes, regras, técnicas, etc. Neste sentido, todos os seres humanos são dotados de cultura, pois fazem parte de algum sistema cultural. Em função disso, toda pessoa tende a ver e julgar as outras culturas a partir do ponto de vista de sua própria cultura. Daí o relativismo: as crenças e comportamentos só podem ser compreendidos em relação ao seu contexto cultural.

Componentes da cultura organizacional

Toda cultura se apresenta em três diferentes níveis: artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas.

Artefatos: Constituem o primeiro nível da cultura, o mais superficial, visível e perceptível. Artefatos são as coisas concretas que cada um vê, ouve e sente quando se depara com uma organização. Incluem os produtos, serviços, e os padrões, de comportamento dos membros de uma organização. Quando se percorre os escritórios de uma organização, pode-se notar como as pessoas se vestem, como elas falam, sobre o que conversam, como se comportam, o que são importantes e relevantes para elas. Os artefatos são todas ou eventos que podem nos indicar visual ou auditivamente como é a cultura da organização. Os símbolos, as histórias, os heróis, os lemas, as cerimônias anuais são exemplos de artefatos.

Valores compartilhados: Constituem o segundo nível da cultura. São os valores relevantes que se tornam importantes para as pessoas e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem. Funcionam como justificativas aceitas por todos os membros. Em muitas culturas organizacionais os valores são criados originalmente pelos fundadores da organização.

Pressuposições básicas: Constituem o nível mais íntimo, profundo e oculto da cultura organizacional. São as crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições dominantes nos quais as pessoas acreditam. A cultura prescreve a maneira de fazer as coisas adotadas na organização, muitas vezes através de pressuposições não escritas e nem sequer faladas.

Os funcionários aprendem a cultura organizacional através de várias formas, como histórias, rituais, símbolos materiais e linguagem.

Histórias: Contos e passagens sobre o fundador da companhia, lembranças, sobre dificuldades ou eventos especiais, regras de conduta, corte e recolocação de funcionários. Acertos e erros do passado geralmente ancoram o presente no passado e explicam a legitimação das práticas atuais.

Rituais e Cerimonias: São sequências repetitivas de atividades que expressam e reforçam os valores principais da organização. As cerimônias de fim de ano e as comemorações do aniversário da organização são rituais que reúnem e aproximam a totalidade dos

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funcionários para motivar e reforçar aspectos da cultura da organização, bem como reduzir os conflitos.

Símbolos Materiais: A arquitetura do edifício, as salas e mesas, o tamanho e arranjo físico dos escritórios constituem símbolos materiais que definem o grau de igualdade ou diferenciação entre as pessoas e o tipo de comportamento (como assumir riscos ou seguir a rotina, autoritarismo ou espírito democrático, estilo participativo ou individualismo, atitude conservadora ou inovadora) desejado pela organização. Os símbolos materiais constituem a comunicação não verbal.

Linguagem: Muitas organizações e mesmo unidades dentro das organizações utilizam a linguagem como um meio de identificar membros de uma cultura ou subcultura. Ao aprender a linguagem, o membro confirma a aceitação da cultura e ajuda a preserva-la. As organizações desenvolvem termos singulares para descrever equipamentos, escritórios, pessoas – chaves, fornecedores, clientes ou produtos. Também a maneira como as pessoas se vestem e os documentos utilizados constituem formas de expressar a cultura organizacional.

A cultura organizacional se caracteriza pela sua aceitação implícita pelos seus membros. Ela é também reforçada pelo próprio processo de seleção, que elimina as pessoas com características discrepantes com os padrões estabelecidos e ajuda a preservar a cultura.

Tipos de cultura organizacional:

Culturas adaptativas: Caracterizam-se pela sua maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a inovação e a mudança. São organizações que adotam e fazem constantes revisões e atualizações, em suas culturas adaptativas se caracterizam pela criatividade, inovação e mudanças. De um lado, a necessidade de mudança e a adaptação para garantir a atualização e modernização, e de outro, a necessidade de estabilidade e permanência para garantir a identidade da organização. O Japão, por exemplo, é um país que convive com tradições milenares ao mesmo tempo em que cultua e incentiva a mudança e a inovação constantes.

Culturas conservadoras: Se caracterizam pela manutenção de ideias, valores, costumes e tradições que permanecem arraigados e que não mudam ao longo do tempo. São organizações conservadoras que se mantêm inalteradas como se nada tivesse mudado no mundo ao seu redor.

Culturas fortes: Seus valores são compartilhados intensamente pela maioria dos funcionários e influencia comportamentos e expectativas. Empresas como IBM, 3M, Merk, Sony, Honda, estão entre aquelas que ostentam culturas fortes.

Culturas fracas: São culturas mais facilmente

mudadas. Como exemplo, seria uma empresa pequena e jovem, como está no início, é mais fácil para a administração comunicar os novos valores, isto explica a dificuldade que as grandes corporações tem para mudar sua cultura.

TECNOLOGIA E ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Estratégia Empresarial pode ser caracterizada pela conjugação produto/mercado, isto é, a especificação dos

produtos com os quais a empresa pretende atingir seus objetivos e dos mercados onde ela pretende operar para cooca-los ou vendê-los.

Também pode-se entender a Estratégia Empresarial pela escolha dos vetores de crescimento que indicam qual direção a empresa seguirá, tendo por base sua conjugação produto/mercado escolhida, ou sua "vantagem competitiva", ou seja, o perfil de competência da empresa em relação aos seus concorrentes.

Portanto se Estratégia é a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito global, visando atingir objetivos a longo prazo, Estratégia Empresarial é o conjunto dos objetivos, finalidades, metas, diretrizes fundamentais e os planos para atingir esses objetivos, postulados de forma a definir em que atividades se encontra a empresa (negócio) que tipo de empresa ele é ou deseja ser (missão).

Um gestor, ao tomar decisões estratégicas, necessita da disponibilidade de relatórios que possam fornecer uma visão completa de sua organização e dos riscos envolvidos em cada uma das alternativas consideradas.

Na medida em que os executivos necessitam analisar as diversas áreas da organização em conjunto, aumenta a dificuldade de geração de informações pois, em geral, há a necessidade de composição de dados provenientes das mais diversas origens, tais como banco de dados, CRM, planilhas eletrônicas e sistemas desenvolvidos internamente. Caso a análise necessária se refira a um grupo de empresas, muitas vezes atuantes em distintos segmentos, a composição dos relatórios de forma adequada e eficiente se torna atividade quase impraticável.

Nos últimos anos observou-se o surgimento de diversos negócios e tecnologias que modificaram completamente a vida das pessoas e por outro lado passaram a fornecer uma infinidade de dados sobre seu comportamento e consumo. A sua disponibilização para as empresas é outra fonte a ser explorada em conjunto com as tradicionais, o que aumenta o desafio de geração de informações relevantes para a gestão.

Felizmente, a tecnologia da informação tem evoluído com grande velocidade nos mais diversos segmentos, inclusive para o atendimento das necessidades de informações gerenciais. Além disso, outro fenômeno recente no mercado mundial é a tendência de soluções em nuvem que retiram grande parte da necessidade de investimento e manutenção das empresas, possibilitando o acesso a um maior número de companhias.

O grupo de soluções destinadas ao atendimentos das demandas citadas recebe algumas nomenclaturas distintas tais como EPM – Enterprise Performance Management, CPM – Corporate Performance Management ou até BPM – Business Performance Management. Deve-se observar que o potencial destas soluções se torna ainda maior quando utilizadas em conjunto com tecnologias de análise de dados e de Big Data.

Utilizando como referência a sigla EPM, pode-se dizer que este é um conjunto de soluções tecnológicas voltadas para a gestão estratégica e o atendimento das necessidades de informações dos gestores. O seu uso facilita a elaboração das estratégias e permite a comunicação para todos os níveis responsáveis pela sua execução e controle.

O conceito de EPM, tem três pilares centrais para que seja desenvolvido:

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1. Modelo de Gestão. Este conceito se refere à

maneira como uma organização é gerida, planejada e controlada. As suas características podem ser derivadas de diversas fontes, tais como, crenças pessoais do fundador, origem ou mesmo região de atuação da empresa. Estas influências podem modificar a forma como as decisões são tomadas, impondo modelos, princípios e regras a serem seguidas. Isto pode fazer com que diferentes empresas apresentem formas de atuação bastante distintas mesmo que pertencentes à um mesmo setor de atuação.

2. Processos. As atividades que envolvem

a elaboração dos planejamentos estratégicos, orçamentos empresariais, desdobramento de metas orçamentárias, realização de fechamentos contábeis, apuração de custos tanto contábeis quanto gerenciais, entre diversas outras atividades fundamentais para a gestão da estratégia de uma empresa, envolvem processos que fazem parte da gestão do conhecimento empresarial.

3. Tecnologia. Devido a grande e crescente

complexidade dos negócios e modelos de gestão, acompanhados da necessária agilidade nos processos, apenas se torna possível a criação de um eficiente sistema de informação gerencial com a utilização da tecnologia. A sua não utilização geraria dificuldades praticamente intransponíveis para a agregação de todos os processos e fontes de dados de modo que, em tempo aceitável, fossem geradas as informações fundamentais para a gestão de uma empresa. Além disso, o desenvolvimento de um modelo estruturado que permita o desdobramento do planejamento estratégico em planos para as áreas de execução, de maneira coordenada e consistente, necessita de sistemas que garantam uma relação de causa e efeito, com acompanhamentos periódicos para garantir que os objetivos sejam atingidos.

Em teoria, não há uma dependência entre tecnologia e a implantação de modelos de gestão, mas a complexidade das empresas e a agilidade exigida atualmente praticamente impõem a sua utilização cada vez mais efetiva. Este fato faz com que os sistemas de EPM e de análise de dados representem uma das grandes demandas de investimento das empresas, tanto no Brasil quanto ao redor do mundo, além de serem considerados como fator fundamental para o desenvolvimento de organizações ágeis e eficientes para enfrentar os desafios oriundos de uma concorrência global.

ESTRUTURAS DE PODER

Estrutura de poder é um sistema global de

relações de influência entre quaisquer indivíduos e todos os demais indivíduos dentro de um grupo específico de pessoas. Tal estrutura representa a maneira através da qual os poderes ou a autoridade encontram-se

distribuídos entre as pessoas, dentro de grupos como o governo, a nação ou a sociedade. O estudo dessas estruturas é relevante a várias áreas, incluindo a sociologia, a administração pública, a economia e os negócios.

Uma estrutura de poder pode ser formal e intencionalmente elaborada com o objetivo de maximizar valores como justiça social ou eficiência, por meio de uma organização hierárquica na qual todas as instituições, com exceção de uma, são subordinadas a outras. Reciprocamente, também pode compreender um conjunto informal de papeis, assim como os que são encontrados em uma hierarquia de dominância, na qual os membros de um grupo social interagem, geralmente de maneira agressiva, com o objetivo de criar um sistema baseado em ranking.

A cultura organizada por meio da hierarquia dominante é uma cultura dominante, ou seja, o oposto de

uma cultura igualitária de parceria. O grupo visivelmente dominante, também chamado de elite, que detém o poder ou a autoridade dentro de uma estrutura de poder, é conhecido como establishment.

Estruturas de poder tendem a ser fluídas, passíveis de constantes mudanças, sejam estas rápidas ou paulatinas, evolutivas ou revolucionárias, pacíficas ou violenta.

Para Max Weber:

Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade. (1991, p.33)

Os componentes do poder

Como vimos, o poder se manifesta, invariavelmente, através de pelo menos três componentes: a força, a autoridade e a influência. Levando em consideração o aspecto da legitimidade, teríamos que o poder manifesto pela autoridade é legítimo, pois aceito pela sociedade, e nesse sentido teríamos um exercício de poder legítimo, baseado em três tipos “puros” de dominação: a autoridade burocrática ou racional; a tradicional; e a carismática.

Os outros componentes do poder poderiam não ser legítimos, mas da mesma forma manifestações efetivas e que, do nosso ponto de vista, constituem-se na força e na influência.

Vejamos cada um desses componentes do poder.

a) A força

Denominamos força o uso ou ameaça de coerção física. A coerção física pode ser expressa através de armas de todo tipo — uma lança, um revólver etc. — e é um importante atributo da força.

Os Estados reservam o monopólio de todos os meios importantes de coerção física para a polícia ou as forças militares (exército, marinha, aeronáutica). Uma das principais características do Estado é este monopólio que utiliza para manter a integridade e impor sua vontade sobre o conjunto do seu território.

No entanto, nos Estados nacionais cada vez mais surgem grupos que disputam com o Estado este monopólio da coerção física. Um dos exemplos mais presentes é o crime organizado. Estes grupos muitas vezes tornam-se uma ameaça ao poder estatal, substituindo-o na prática em alguns pontos de seu território, onde o poder coercitivo do Estado não se faz presente, manifestando-se somente a coerção dos bandos criminosos.

Nos primeiros agrupamentos humanos, a força provavelmente era a única componente do poder; mesmo na Idade Média permanecia com tal significado. Com o advento do capitalismo foram surgindo outras componentes que equilibram o poder manifesto pela força, muito embora ainda permaneça sendo um dos mais importantes componentes do poder.

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b) A autoridade

Compreendemos autoridade como um direito estabelecido para tomar decisões e ordenar ações de outrem. Dito de outro modo, é a legitimação do poder, através da incorporação de conteúdo jurídico e/ou moral. Essa legitimidade assenta-se sobre o consentimento durável e tendente à unanimidade entre os membros de uma sociedade ou de um grupo social.

Max Weber identificou três tipos de autoridade, de acordo com a sua base de legitimidade, que já se tornaram clássicos nos estudos de ciências sociais: a burocrática (ou racional), a tradicional e a carismática.

Autoridade burocrática ou racional-legal,

baseada no cargo ou posição formalmente instituída, é a autoridade investida no cargo que o indivíduo ocupa. Ele só tem essa autoridade enquanto estiver ocupando o cargo. O exercício da autoridade é legítimo por estar de acordo com as leis ou com as regras escritas. A lei é o princípio legitimador em função de sua racionalidade, independentemente do líder ou chefe que a faça cumprir. Há um consenso, em que as pessoas aceitam serem governadas através de um processo legal, evitando-se desse modo arbitrariedades. A lei gera organizações burocráticas. Exemplo: juiz, delegado, funcionário público. É o tipo de autoridade encontrada nos modernos Estados e empresas.

Autoridade tradicional, baseada na crença,

normas e tradições sagradas e que as pessoas obedecem em virtude da tradição. Não há necessidade de legislação. A obediência à autoridade é devida à tradição e aos costumes, à vontade da pessoa. Não há a relação de capacitação com as funções a serem executadas. Legitima o poder no passado e no status herdado. A autoridade se constitui pela vassalagem dos súditos. Gera organizações administrativas e funcionais. Exemplos: rei, príncipe, padre, marido, pai etc.

A administração patrimonial é constituída pela

autoridade tradicional, que trata os negócios de governo como se fossem uma extensão de sua própria casa. Esse tipo de administração é encontrado em Estados centralizados e despóticos.

Autoridade carismática, baseada nas qualidades

pessoais excepcionais do indivíduo (líder). “Baseada na veneração extra cotidiana da santidade, do poder heróico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por ela reveladas ou criadas” (1991:141), a qual se obedece em função do carisma (imagem de notável sabedoria, invencibilidade ou santidade). Sua natureza é quase religiosa, e a organização ou sociedade permanecerá estável enquanto durar o líder. Exemplos: Cristo, Napoleão, Ghandi, Hitler, Martin Luther King, Perón etc.

Há muitos casos em que a força e a autoridade estão combinadas, como no exército, polícia ou prisão.

Os tipos de autoridade identificados por Max Weber são o que ele denomina “tipos ideais”, tipos

considerados puros e que na prática são pouco comuns, pois de modo geral aparecem combinados.

Denominaremos de dominação ao exercício de poder legítimo, que se expressa através de qualquer um dos tipos de autoridade enunciados por Max Weber.

A dominação

É um conceito importante relacionado com as estruturas de poder, desenvolvido particularmente por Max Weber, e que pode ser considerado um dos mais importantes processos sociais básicos.

A dominação, segundo Weber,

É a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem [...]. A situação de dominação está ligada à

presença efetiva de alguém mandando eficazmente em outros, mas não necessariamente à existência de um quadro administrativo nem à de uma associação; porém certamente — pelo menos em todos os casos normais — à existência de um dos dois. (1991, p.33).

e) Influência

Chamamos de influência a habilidade para afetar as decisões e ações de outros, mesmo não possuindo autoridade ou força para assim proceder. E influente um indivíduo que consegue modificar o comportamento dos outros sem ocupar um cargo público ou privado, e sem utilizar nenhuma forma de coerção física.

A influência tem aumentado sua importância como um componente do poder. Um aspecto que deve ser considerado é a posse de meios materiais ou não por parte de um grupo ou indivíduo que, utilizando de habilidade na manipulação do que possui, adquire maiores parcelas do poder, ou se constitui de fato numa fonte de poder, modificando o comportamento de outras pessoas de acordo com a sua vontade.

O PODER E AS ORGANIZAÇÕES

Na estrutura de funcionamento das organizações, a questão do poder é fundamental, pois se trata de um sistema de relações sociais em que existe permanentemente uma hierarquização baseada em diferentes capacidades dos indivíduos nas posições que estes ocupam na organização.

O problema do poder na interação entre indivíduos era ignorado pela teoria racionalista clássica, pois “o modelo mecanicista da conduta humana em que se apoiava, excluía as relações complicadas e ambíguas que se desenvolvem em torno das relações de poder”. Crozier (1969, p. 10).

Levando-se em consideração essa questão do poder, podemos falar numa organização como uma estrutura hierárquica de poder. Sendo este compreendido como a capacidade que possuem os indivíduos de modificarem o comportamento de outro ou de outros, teremos na base da organização aqueles que apresentam pouco poder, seja pessoal ou institucional, e no topo aqueles que apresentam maior poder, este sendo institucional, mas também pessoal (pois permitiu ao seu possuidor acesso ao poder institucional).

Os autores French Jr. e Raven, em um estudo clássico e bastante utilizado em análise de organizações, identificaram cinco bases sociais do poder em função da sua origem e na relação entre o portador (do poder) e outro agente. Nessa classificação denominaram a esses tipos de poder: de recompensa, coercitivo, legítimo, do especialista e de referência. French Jr. e Raven (1975, p. 765).

O poder de recompensa é definido como aquele

cuja base é a capacidade de recompensar, e também está baseado na crença daqueles que se submetem de que serão recompensados de alguma forma ao adotarem esse comportamento. Por exemplo, um aumento de salário pode servir de incentivo para aumentar a produção. Em outro exemplo, um professor pode utilizar o argumento de aumentar ou diminuir a nota em função da adoção de determinado comportamento pelos alunos.

O poder coercitivo é aquele cuja base é a

capacidade de punição e está baseado na crença daqueles que se submetem de que devem assim proceder para evitar a punição. Pode-se expressar, por exemplo, na capacidade para despedir um empregado que esteja abaixo de determinado nível de produção. Num outro exemplo, um professor pode acenar com a

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possibilidade de levar à diretoria da escola aqueles que não adotarem um determinado comportamento.

O poder legítimo é aquele baseado numa

autoridade legítima que foi eleita, escolhida ou indicada para a posição. Pode ser associado ao conceito de autoridade racional-legal ou tradicional de Weber. Exemplo: a posição de professor já confere numa instituição de ensino autoridade legítima, reconhecida pela sociedade a uma pessoa para direcionar o comportamento dos alunos.

O poder do especialista é o que possui quem

detém conhecimento, competência ou habilidade especial sobre determinado assunto ou modo de fazer as coisas. Exemplo: o professor; pelo conhecimento que possui, pode utilizá-lo em argumentos, para direcionar a turma de alunos para a adoção de condutas que considera desejáveis.

No poder de referência, aquele que o possui é

admirado e pode tornar-se modelo de referência para os outros, que passam a assumir o comportamento desejado pelo que possui esse poder. Está bastante associado ao carisma como base de poder. Exemplo: um professor que pauta suas ações pela ética e respeito pelos outros pode ser admirado de tal modo que influencia o comportamento de seus alunos.

Em resumo, em toda organização há um sistema de autoridade, que se apresenta verticalmente hierarquizado, desde seu nível mais simples até o topo do sistema, representado pelo dirigente máximo da organização, que pode ser um presidente, um diretor-geral, um alto dignitário religioso, um general etc. Abaixo do dirigente máximo existe uma linha de autoridade estabelecida por delegação. Nas modernas organizações empresariais burocratizadas predominou ao longo do século XX o modelo piramidal, conforme Figura 9.1. No modelo apresentado, nos níveis de A e B, as pessoas apresentam algum tipo de autoridade decrescente, por delegação do dirigente máximo da organização (Ai). As pessoas que se encontram no nível C, por outro lado, não possuem nenhum tipo de autoridade formalmente estabelecido (embora possam ter autoridade carismática ou tradicional).

LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO

Líder é aquele que incentiva, que cativa, que faz os que estão a sua volta sentir segurança e vontade de segui-lo. Não por obrigação, mas por acreditar que com ele poderá chegar mais longe.

Líder é aquele que transforma um grupo de pessoas comuns em uma equipe com objetivos e propósitos para alcançar resultados positivos. A motivação deve ser a principal característica de um líder, pois ela influência no comportamento individual de cada colaborador, e o líder deve conhecer cada um de seus colaboradores, saber o que os motivam e o que os

desmotivam, para assim poder alcançar resultados positivos.

Em uma equipe todos tem que estar em sintonia, remando na mesma direção, pois se somente um da equipe estiver desmotivado isso abalará todo o restante. O líder tem que ser admirado por todos. Pois se obter a admiração de toda a equipe, não haverá desvio e assim todos irão atrás do mesmo objetivo, tornando o sucesso algo garantido.

Liderança e motivação tem que andar juntos lado, a lado. O bom líder sabe que nem sempre é possível vencer, mas não omite isso de sua equipe, pois a motivação transforma o insucesso, em forças para continuar e para vencer, porque acredita na equipe que tem e passa força e faz com que seus colaboradores acreditem na capacidade que possuem.

Esse é o papel do líder incentivar, motivar, preocupar-se com o bem estar do grupo, e com isso alcançar bons resultados da sua equipe.

Motivação: é a disposição espontânea em se

realizar algo. Isso ocorre a partir do momento que o indivíduo percebe que, por meio de tal realização, terá satisfeitas suas necessidades pessoais. É preciso que o gerente saiba estimular as pessoas para que estas alcancem a satisfação de seus interesses por meio do contexto organizacional.

A motivação é fundamental para a vida humana, pois o homem tem seu comportamento baseado naquilo que o motiva, seja interno ou externo. Vale lembrar que grande parte de motivação interna só existem quando há motivação externa, ou seja, a motivação interior depende principalmente de motivação exterior.

A motivação, dentro de um contexto organizacional, influenciará positivamente no comportamento de seus colaboradores e, consequentemente, nos resultados da empresa. A ação da motivação, nesse contexto, acontece de fora (empresa) para dentro (funcionário), isto é, a empresa diz (estratégia motivacional) e o funcionário responde (resultados).

Liderança: é o uso da influência interpessoal para

conduzir um grupo à consecução de determinado objetivo. A liderança varia não só de acordo com as características pessoais do líder, mas também conforme a situação em si. Os liderados só irão seguir o líder caso percebam que desta forma podem alcançar seus objetivos.

Estilos de liderança:

Autocrática: todas as decisões, diretrizes e

divisões de tarefas partem do líder;

Liberal: as decisões, diretrizes e divisões de

tarefas partem dos próprios subordinados. Há uma total liberdade e o líder apenas comenta algo caso seja questionado;

Democrática: as decisões, diretrizes e divisões de tarefas são decididas pelo grupo, com a participação efetiva do líder.

ATENÇÃO: Um líder geralmente utiliza todos os

três estilos de liderança, variando conforme a situação, as circunstâncias e as características dos subordinados. O bom líder, empresarial ou não, sabe que há alguém acima dele e, sempre que for preciso, também buscará ajuda. A liderança legítima dentro de uma empresa só funciona quando os colaboradores percebem que há um líder e assumem o papel de liderados voluntariamente, sem que haja pressão ou obrigação.

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GERENCIAMENTO DE PROJETOS - PLANEJAMENTO, ACOMPANHAMENTO E CONTROLE

O que é um projeto?

Para conhecer tudo sobre Gestão de Projetos, primeiro, devemos entender o que é um projeto, certo? Existem muitos tipos de projetos, os mais conhecidos: Projeto de pesquisa, projeto de lei, projeto social, ambiental e projeto de sistemas.

Um projeto é um esforço temporário e distinto de qualquer outra atividade repetitiva. Em outras palavras, é um empreendimento com resultado exclusivo a ser alcançado dentro de um prazo estabelecido.

A definição de projeto mais adotada no mundo é aquela oferecida pelo PMI:

Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Os projetos e as operações diferem, principalmente, no fato de que os projetos são temporários e exclusivos, enquanto as operações são contínuas e repetitivas.

Em síntese, projetos são únicos. Afinal, eles precisam atingir um objetivo claro, dentro de um prazo determinado, contando com um conjunto limitado de recursos (humanos, financeiros e materiais) que devem

ser otimizados para alcançar as metas estipuladas, sem frustrar as expectativas iniciais de seus patrocinadores.

Logo, projetos não devem ter duração indeterminada ou recursos ilimitados. Eles devem atingir os resultados esperados segundo o planejamento.

Exemplos de projetos incluem, mas não se limitam, a:

Desenvolver um novo produto, serviço ou resultado;

Efetuar uma mudança na estrutura, envolvendo pessoas e/ou processos;

Adquirir, modificar ou desenvolver um sistema;

Realizar uma pesquisa cujo resultado será registrado;

Construir um prédio, planta industrial ou infraestrutura;

Diferenças entre projeto e processo

Processo é um trabalho contínuo que produz resultados padronizados. As características de um

processo são:

Contínuo;

Gera resultados padronizados;

Fortemente definido.

Já as características de um projeto são:

Temporário;

Gera resultado único;

Elaborado progressivamente.

Embora alguns elementos possam ser repetidos no projeto, como o apontamento de horas e a gestão de custos, essa repetição não muda as características exclusivas do trabalho do projeto.

Por exemplo: prédios podem ser construídos com

materiais iguais e pelas mesmas equipes. Entretanto, cada projeto de prédio é único, com circunstâncias, situações, localização e partes interessadas diferentes.

GESTÃO DE PROJETOS

É comum que algumas pessoas confundam “projeto”, com a sua gestão. A gestão de projetos está

diretamente ligada a execução e controle do projeto, o gerenciamento de mudanças, alterações no escopo etc., portanto, tem o papel de garantir a finalização do projeto dentro dos recursos estimados ou o mais similar do que foi planejado inicialmente.

De forma resumida: Gestão de Projetos nada mais é que o conjunto de conhecimento, técnicas, metodologias e habilidades para garantir o sucesso de

um objetivo ou meta.

Por isso, quando falamos em “gerenciar”, não falamos apenas sobre chefiar e distribuir atividades aos membros da equipe de projeto. É sobre liderar um projeto para entregar o melhor resultado possível para as partes interessadas.

GRUPOS DE PROCESSOS DE GERENCIAMENTOS DE PROJETOS

A gestão de projetos envolve uma série de aspectos derivados de cinco fundamentos: A inicialização, o planejamento, a execução, o acompanhamento/controle e o encerramento.

1. Iniciação

Os processos de iniciação são aplicados para oficializar o início do projeto ou de uma nova etapa de um planejamento que já existe. Basicamente, é nessa fase que se aperta o botão de “start” de uma proposta.

Se o projeto for composto por várias etapas é necessário que em cada uma delas sejam abordados os termos essenciais dos grupos de processos de iniciação. Nesse período, deve-se destacar que o início dele tem que acontecer depois que se obtém a autorização dos responsáveis, documentada e arquivada.

Durante esse processo é feita definição do escopo preliminar e liberação do capital financeiro para o início da execução do planejamento. Nesse passo, também há a possibilidade de analisar se o projeto tem que ser interrompido, continuado ou postergado. Participam dessa etapa os gestores da empresa, que dão o aval para a execução ou da iniciativa e o gerente ao qual o projeto é atribuído.

Portanto, suponhamos que você tenha tido uma ideia incrível para desenvolver um novo serviço ou produto para empresa. A proposta deve ser levada até os gestores, que analisarão se é cabível e definir o escopo preliminar, contendo o seu objetivo principal e, então, é liberada a verba para colocá-la em prática.

2. Planejamento

O objetivo do processo de planejamento é

detalhar o que foi definido na etapa de iniciação. Quem participa dessa fase é o gerente de projeto, sendo responsável por desenvolver o plano de projeto e os seus planos complementares.

Esse é o passo mais complexo, pois exige que o escopo seja esmiuçado, estudado e definido por partes. É necessário estabelecer qual o valor do investimento e o prazo do projeto, como o trabalho será organizado, a estratégia de comunicação, os membros da equipe que irão executá-lo, sendo que devem ser escolhidos de acordo com as habilidades que possuem e as necessidades da proposta. Também é montada uma estrutura para a revisão e controle do plano.

Além disso, é preciso projetar mudanças significativas que possam acontecer enquanto o projeto está sendo executado, o que é crucial para não ser pego desprevenido por imprevistos como, por exemplo, o surgimento de um custo adicional para realizar uma

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atividade. Nesse caso, no processo de planejamento é necessário reservar uma parcela do investimento para cobrir possíveis gastos extras.

3. Execução

Na execução, o gerente se encarrega de coordenar os recursos disponíveis para executar o que foi planejado, se baseando no plano de gerenciamento do projeto e nos planos auxiliares feitos anteriormente. Aqui, as tarefas são delegadas para os integrantes da equipe, conforme as suas funções.

No decorrer dessa fase, o gerente verifica se as entregas estão em harmonia com o escopo do projeto, o defende de possíveis mudanças e reafirma o nível da qualidade prevista para o trabalho que está em processo de execução.

Por fim, a equipe da proposta entra em contato com o gerente para informá-lo sobre a evolução das suas atividades, que em seguida vai relatar tal desempenho ao patrocinador da iniciativa e também aos stakeholders do projeto, ou seja, os principais interessados nos

resultados.

No período da execução, o gerente também pode rever os riscos. Caso tenha aparecido um obstáculo que não foi antevisto, há que se readequar o planejamento, alterando os planos do gerenciamento que estão sendo afetados.

4. Monitoramento e controle

No processo de monitoramento e controle, o gerente de projeto supervisiona todas as variações ocorridas. Para identificá-las, se faz uma análise comparativa entre o que foi concretizado com as linhas de base de prazo, escopo e custo determinados no planejamento.

Ao reconhecer uma área afetada, avalia-se a necessidade e implantação das mudanças cabíveis, com urgência, impedindo que todo o projeto seja impactado. Esse processo deve ser aproveitado para monitorar e reconsiderar a prioridade dos riscos. Afinal, ações de

natureza, fatores mercadológicos ou até mesmo o andamento das atividades podem causar alterações que modifiquem a ordem dos riscos.

5. Encerramento

O processo de encerramento consiste em formalizar o fechamento do projeto ou de uma das suas fases, e no balanço e registro de erros e acertos, a fim de se preparar melhor para os próximos empreendimentos. Recomenda-se catalogar esses ensinamentos em um documento para que fique arquivado na empresa.

Para oficializar o encerramento é preciso criar diversos documentos, tendo a aceitação do cliente, do patrocinador ou da alta administração. A etapa final também exige uma revisão pós-projeto para assegurar que todos os planos projetados foram cumpridos. Isso é feito a partir de uma reunião do gerente de projeto com todos os membros da equipe e responsáveis por cada tarefa.

O ponto crítico desse processo é a aceitação do usuário final do produto ou serviço desenvolvido durante o projeto, bem como se a sua finalidade foi atingida. Pode acontecer de uma funcionalidade criada não ser aceita ou não surtir efeito exatamente conforme o planejado. Se esse problema for apontado, há que se avaliar o que deu errado, rever e consertar juntamente com a equipe de execução.

Como você pode perceber, todos os processos de gerenciamento de projetos ajudam a colocar os novos planos em prática com mais segurança e facilidade, além de aumentar o grau de eficácia da empresa.

VANTAGENS DA GESTÃO DE PROJETOS

A gestão de projetos tem como base não apenas as habilidades técnicas para realizar o trabalho, mas também reúne as habilidades de gestão de pessoas e de relacionamento com o cliente.

Por isso, as vantagens trazidas pela gestão de

projetos precisam atender a todos os envolvidos no processo: o gerente (responsável pelo planejamento, execução e supervisão do trabalho), a equipe de produção e o cliente, que aguarda ansiosamente para que o projeto seja entregue dentro do prazo, com custos previstos e todas as entregas realizadas.

Conheça, a seguir, sete vantagens da gestão de projetos e descubra como esse recurso pode ajudar a sua empresa a alcançar ótimos resultados.

1. Maior controle dos processos

O acompanhamento de todos os processos de um projeto é uma tarefa complexa, então, que tal simplificar e otimizar essa gestão?

Esse é justamente um dos benefícios da gestão de projetos. Com ela, você consegue centralizar todas as etapas, recursos, prazos e envolvidos no projeto,

desde o planejamento até a conclusão e entrega do trabalho.

Torna-se mais fácil realizar o acompanhamento e o controle de cada um dos processos, contribuindo para o aumento da produtividade. Melhor ainda é quando você tem, à disposição, um software de gestão de projetos.

Essa ferramenta é extremamente eficiente no gerenciamento de todas as informações relacionadas. A boa notícia é que, graças à sua versatilidade, o software de gestão pode ser utilizado nos mais diferentes tipos de processos, então, certamente você vai encontrar a ferramenta na medida certa para você.

2. Cumprimento do cronograma

Todo gerente sabe que não existe nenhuma garantia do cumprimento dos prazos de um projeto, já

que imprevistos sempre podem acontecer.

E é por isso que a gestão de projetos é tão importante, pois, com o acompanhamento e a verificação de todas as informações disponíveis, é

possível prever, minimizar e, até mesmo, evitar atrasos. Se for o caso, é possível ainda informar o cliente com uma maior antecedência sobre alterações no prazo e nos custos do projeto.

3. Monitoramento da lucratividade

Quando o gerente de projetos está ciente dos custos envolvidos em cada uma das etapas do

trabalho, é possível ter um maior controle do retorno sobre os investimentos realizados.

Esse gerenciamento de custos é útil para o

controle de despesas e das negociações com fornecedores ou clientes e faz com que você fique cada vez mais ciente dos lucros obtidos.

4. Riscos minimizados

Todo projeto está exposto a riscos, mas a boa gestão contribui para a redução de possíveis prejuízos, já que o gestor está preparado para identificá-los e minimizá-los.

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Quanto maior a quantidade de informações sobre o projeto, mais fácil será antecipar as soluções preventivas e corretivas para que esses riscos não se

transformem em problemas reais.

Você também pode utilizar sua experiência de projetos anteriores, afinal, as lições aprendidas no passado estão entre as questões que não podem ser desconsideradas na gestão de projetos atuais.

5. Agilidade na tomada de decisões

Tempo é dinheiro e, se for mal administrado, pode resultar em mais trabalho. A prática da gestão de projetos tem, entre seus benefícios, a possibilidade de uma maior agilidade nos processos decisórios.

Com todas as informações estruturadas e o levantamento daquilo que pode sair errado no projeto, é mais fácil pensar em ações imediatas e eficazes.

Outro impacto positivo da agilidade na tomada de decisões é a maior eficiência de gestão, o que permite que você se envolva em uma maior quantidade de ações, sem perder a qualidade do serviço apresentado.

6. Maior engajamento do time

O gerenciamento eficiente permite que você deixe claro para a equipe qual será o trabalho de cada membro e o prazo que eles têm para a entrega das atividades.

Quer resultados ainda melhores? Aproveite a gestão de projetos para melhorar sua relação com a equipe e melhorar o engajamento desses profissionais

em cada um dos processos.

Nunca se esqueça de que são eles que colocam o planejamento em prática e é necessário que eles entendam a lógica de cada um dos processos. Parte de seu trabalho como gerente de projetos está em facilitar a execução de cada um dos colaboradores, inclusive no que diz respeito à gestão de pessoas.

Esse alinhamento das informações e a comunicação de cada passo do planejamento ajuda a equipe a se envolver mais no projeto, apresentando um resultado alinhado àquilo que foi proposto no planejamento inicial.

Isso sem falar no resultado prático no ambiente de trabalho, que se torna cada vez mais amigável e colaborativo.

Além disso, quando as responsabilidades são definidas logo no início do planejamento do projeto, fica mais fácil eliminar as chances de fracasso, porque você consegue acompanhar cada uma das tarefas enquanto a equipe também fica ciente do direcionamento de foco para o cumprimento dessas ações.

7. Maior satisfação do cliente

Um projeto entregue dentro do cronograma e sem custos adicionais é garantia de um cliente satisfeito e feliz!

E cliente feliz é aquele que voltará a fazer negócios e que recomendará o seu trabalho para outras pessoas, o que mostra que uma gestão de projetos eficiente também resulta em maiores lucros para o negócio.

Para alcançar esse resultado, é preciso que você seja capaz de gerenciar as expectativas dos seus clientes. Converse com eles, avalie as sugestões e comunique-os sobre o andamento do projeto. Ofereça a eles o mesmo tratamento que você gostaria de receber ao procurar um produto ou serviço.

CICLO DE VIDA DE PROJETO

O ciclo de vida de um Projeto é a divisão da Gestão do Projeto em fases menores, pelas quais ele

deve passar desde seu início até o seu término.

As fases do ciclo de vida de projetos são definidas pela organização ou pelo gerente de projetos, conforme aspectos específicos da organização, setor ou tecnologia empregada.

No entanto, é possível mapear 4 fases genéricas a todos os ciclos de vida:

-Início do Projeto;

-Organização e preparação;

-Execução do trabalho do projeto;

-Encerramento do Projeto.

A estrutura de fases permite que o controle seja segmentado em subconjuntos lógicos para facilitar o gerenciamento, o planejamento de projetos e o controle.

NOÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA.

Segundo o Decreto-lei nº 200/1967, a Administração Federal é formada pela Administração Direta e Indireta, conforme segue:

Art. 4º – A Administração Federal compreende:

I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA

Resumidamente, a Administração Direta é o

próprio ente da Federação. Fazem parte da estrutura federativa brasileira a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, todos pessoas jurídicas de

direito público. Estes, por conseguinte, são os entes que compõem as diversas Administrações Diretas que coexistem em nosso país.

A Administração Pública Direta é formada por órgãos públicos, ou seja, partes de uma pessoa jurídica.

São exemplos de órgãos do ente União: os Ministérios, as Forças Armadas, a Receita Federal, e, inclusive, os próprios Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Deve-se atentar, portanto, que a Administração Direta é o ente no todo, com toda a sua máquina estatal.

A criação dos órgãos públicos se dá por um processo chamado de desconcentração. Desconcentrar

nada mais é do que dividir internamente. Exemplificando: se a Administração nota que um órgão está encarregado de muitas tarefas e ficando desorganizado por isso, ela pode, por meio de lei (art. 48, XI da CF), criar um novo órgão, desconcentrando uma ou mais tarefas do antigo e resolvendo esse problema.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA

As entidades que fazem parte da Administração Indireta estão muito bem explicitadas no Decreto-Lei n°

200/67 (DL 200/67):

Art. 4° A Administração Federal compreende: […]

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II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

O primeiro exemplo são as AUTARQUIAS. Elas são criadas por meio de lei e prestam serviços à

população de forma descentralizada, nas mais diferentes áreas. Um exemplo de autarquia é o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), hoje vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. O INSS atende aos aposentados e pensionistas cobertos pela previdência social e é responsável pelo pagamento de benefícios a milhões de cidadãos.

Existem também, as FUNDAÇÕES, como por exemplo, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), que tem

por finalidade desenvolver atividades no campo da saúde, da educação e do desenvolvimento científico e tecnológico.

Nas autarquias e fundações, em regra, os cargos públicos são ocupados por servidores estatutários,

assim como na Administração direta, ressalvadas algumas exceções. Esses servidores também deverão se submeter a concurso público, como previsto na Constituição Federal.

Ainda na administração indireta, temos as EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, que só podem ser criadas após autorização em lei.

Assim, temos tanto pessoas jurídicas de direito público, como as autarquias, quanto de direito privado,

como as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações, na estrutura da Administração Indireta.

Segundo dispõe o artigo 37, inciso XIX da Carta Magna, as pessoas jurídicas que compõem a Administração Indireta só podem ser criadas por lei específica. Observe:

Art. 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

A criação das entidades da Administração Indireta se dá mediante um processo de descentralização (art.

37, XIX e XX, da CF), ato este que, por meio de lei, cria uma nova pessoa jurídica.

Deve-se atentar para o fato de que nem todo ato de descentralização gera uma nova pessoa jurídica: a delegação de serviço público, por exemplo, se trata de ato de descentralização que ocorre mediante parceria com uma pessoa jurídica já existente para execução de um serviço público.

CONCEITOS

autarquia: pessoa jurídica de direito público,

criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei (Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro);

fundação pública: é a fundação instituída pelo Poder Público como o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica de direito

público ou privado e destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado de ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei (Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro);

empresa pública: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital

social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Ademais, desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade do ente político, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Lei 13.303/16, art. 3º);

sociedade de economia mista: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioriaà União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos

Municípios ou a entidade da administração indireta (Lei 13.303/16, art. 4º).

ORÇAMENTO PÚBLICO

O orçamento público é um instrumento utilizado

pelo governo para gerir os recursos financeiros provenientes das receitas totais arrecadadas. É com ele que o governo controla o que entra e o que sai dos cofres públicos, quais as origens das verbas e para quais fins serão destinadas.

O orçamento estima a receita e fixa a despesa do determinado ano referente a ele, ou seja, o ano de exercício da peça orçamentária.

A gerência dos recursos financeiros é feita por meio de planejamento do que será recebido e com o que será gasto, devendo ser definido no ano anterior ao do exercício do novo orçamento público.

No Brasil, como na maioria dos países de regime democrático, o processo orçamentário reflete a co-responsabilidade entre os poderes, caracterizando-se por configurar quatro fases distintas:

1 - a elaboração da proposta, feita no âmbito do Poder Executivo;

2 - a apreciação e votação pelo Legislativo - no caso do governo federal, o Congresso Nacional;

3 - a sua execução; e

4 - o controle, consubstanciado no acompanhamento e avaliação da execução.

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MODELOS, TIPOS OU TÉCNICAS DE ORÇAMENTO PÚBLICO

Tipo/técnica do Orçamento

Características Principais

Clássico/ tradicional

Tem como função principal o controle político sobre as finanças;

Considera os orçamentos dos anos anteriores, é baseado em dados históricos;

Ênfase em uma única dimensão: objeto de gastos.

Não se preocupa com a eficiência e efetividade dos resultados.

Ênfase nos aspectos contábeis e legais.

Desempenho

Evolução do Orçamento Tradicional;

Ênfase naquilo que o Estado realiza, desempenho;

Baseado em duas dimensões: objeto de gasto e programa de trabalho;

Foco basicamente no resultado programado, mas sem vinculação com um planejamento de médio ou longo prazo.

Orçamento-Programa

Baseado em três dimensões: objeto de gasto, programa de trabalho e planejamento.

Na sua elaboração são considerados todos os custos dos programas, inclusive os que ultrapassam o exercício financeiro;

Definido como um plano de trabalho expresso por programas e objetivos e ações a serem realizadas em um período pré-determinado, mensurados por metas e indicadores;

É o elo entre o planejamento e as funções executivas da organização;

A alocação de recursos visa a consecução de objetivos e metas;

As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas das alternativas possíveis;

A estrutura do orçamento está voltada para os aspectos administrativos e de planejamento;

Principal critério de classificação: funcional-programático;

Utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e dos resultados;

O controle visa avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade das ações governamentais.

Foi legalmente implantado no Brasil por meio da Lei 4.320/64.

Orçamento Base Zero (OBZ)

Ênfase na análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas;

Exigência de justificativas detalhadas de todas as dotações orçamentárias solicitadas, cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário;

O gestor público é obrigado a preparar um “pacote de decisão” para cada atividade ou operação, que inclui custos, finalidades, medidas de desempenho, benefícios e as consequências de não

Tipo/técnica do Orçamento

Características Principais

executar as atividades.

Participativo

Instrumento de participação da sociedade na gestão dos recursos públicos;

A decisão governamental é combinada com a participação coletiva;

Melhor utilizado em administrações locais, como nos municípios;

Geralmente voltada para os investimentos locais;

Ainda não utilizado no âmbito da União;

Trata-se de uma experiência nova, podendo ser utilizada na elaboração do Orçamento-programa.

Incremental

Realizado mediante ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa;

Mais relacionado com o modelo de Orçamento Tradicional ou Clássico

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Para você entender como se dá o processo de definição do orçamento e todos os trâmite legais que o envolvem, é necessário conhecer os princípios orçamentários, o ciclo orçamentário e como ele funciona no Brasil.

Para que haja um orçamento público, é necessário prever que ele funcione. Mas, como prever se vai atender às demandas? É para isso que existem trâmites, às vezes longos, para a elaboração. São os princípios orçamentários que irão definir como estruturar este instrumento a fim de que possa contribuir para atender às necessidades da população.

Existem dois tipos: 1) Princípio orçamentário clássico e 2) Princípio orçamentário moderno.

O princípio orçamentário clássico foi criado com

a conotação jurídica em meados da Idade Média. Já o princípio orçamentário moderno o complementou

quando o orçamento público passou a ser utilizado como instrumento de gestão e planejamento.

1) Princípios orçamentários clássicos

Nestes, estão contidos:

Princípio da anualidade: sustentado pela Lei de

Responsabilidade Fiscal, propõem que a vigência de um orçamento seja referente a apenas um exercício financeiro. Assim, o orçamento público de um país em 2017 não pode ser o mesmo de 2018, uma vez que as realidades mudam;

Princípio da clareza: qualquer pessoa, por

menor que seja a capacidade intelectual, tem o direito de compreender claramente o orçamento público;

Princípio do equilíbrio: não pode haver mais

despesas do que receitas para manter o equilíbrio das contas públicas;

Princípio da exclusividade: não pode haver

matéria estranha, mesmo que haja exceções definidas na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Princípio da legalidade: nem uma vírgula do

orçamento público pode ser inconstitucional.

Princípio da não-vinculação de receitas: a

verba de determinada receita não pode ser destinada exclusivamente ou em partes para determinada despesa.

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Princípio da publicidade: qualquer contribuinte

tem direito de acesso ao orçamento público.

Princípio da unidade orçamentária: tudo o que

se arrecada e o que se gastar deve estar reunido apenas na lei orçamentária.

Princípio da uniformidade: o mesmo critério de

representação de dados deve ser mantido em cada peça orçamentária de cada ano, para fins comparativos;

Princípio da universalidade: nada de receita ou

despesa pode ser omitido. Tudo deve constar na peça.

Princípio do orçamento bruto: não pode haver

valor líquido das despesas e receitas estimadas no orçamento público.

2) Princípios orçamentários modernos

Estes princípios compreendem:

Princípio da simplificação: a fácil compreensão

é fundamental para um orçamento público;

Princípio da descentralização: o nível de

proximidade deve ser alto entre as ações executadas pelo governo e os cidadãos beneficiados por elas;

Princípio da responsabilização: a

responsabilidade deve ser assumida de forma personalizada por quem irá executar as ações previstas no orçamento público.

Juntando esses três princípios, chegamos ao orçamento que detalha programas de governo e que levam as características do atual governante, definidos no Plano Plurianual (PPA) de longo prazo. Sobre isso, falaremos mais adiante.

CICLO ORÇAMENTÁRIO

O ciclo orçamentário é composto por processos que envolvem elaboração de leis e tramitação para aprovação, a fim que de que resulte na peça orçamentária para determinado exercício.

Lidar com o orçamento público é uma grande responsabilidade e, por isso, deve haver debates para votação. A proposta de todas essas leis deve ser enviada ao Legislativo pelo Poder Executivo para definir os nortes da elaboração do orçamento em longo, médio e curto prazos:

Plano Plurianual (PPA): longo prazo. Dura 4

anos (1 mandato).

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): médio

prazo e curto prazo. Orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual em consonância com o PPA.

Lei Orçamentária Anual (LOA): curto prazo.

Nele, estão inseridos o orçamento de seguro social, investimento de estatais e orçamento fiscal (receitas).

O Poder Executivo deve enviar em prazos determinados cada projeto ao Legislativo para apreciação das comissões, discussão e votação em todas as casas que compõem este poder. Os parlamentares podem alterar questões e aprovar ou reprovar conteúdos que serão enviados de volta ao Executivo que, por sua vez, pode sancionar ou vetar.

ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

§ 9º Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

ORÇAMENTO COMO INSTRUMENTO DE CONTROLE

Atualmente, as empresas para se manterem competitivas no mercado onde distintas unidades políticas e econômicas estão sendo implantadas e as inovações comerciais ocorrem a cada momento, juntamente com as informações que são transmitidas a uma velocidade quase instantânea, necessitam de uma administração eficiente, que se adapte a essas mudanças que ocorrem através da globalização e que se impõe - fazendo com que somente aquelas empresas eficientes que geram bons resultados - permaneçam no mercado.

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Para isso, é importante ao gestor a utilização de técnicas que facilitem seu trabalho; dentre elas, o planejamento é um importante instrumento que serve de auxílio à administração de qualquer empresa, seja ela pública ou privada. Dentro desse planejamento surge o orçamento como sua principal ferramenta, pois é através do orçamento que a empresa vai expressar seus objetivos e metas e tem como intuito dar a todos os membros da organização um direcionamento e, além disso, favorecerá na avaliação ao cumprimento dessas metas e objetivos.

O orçamento possui ainda outros objetivos tais como: a Coordenação entre as atividades da empresa a partir do momento que serve de orientação às pessoas da organização; de Comunicação, pois ela divulga a todos os membros da empresa os objetivos, as estratégias, os planos e até mesmo as oportunidades existentes nela; Motivação, quando fornece aos profissionais estímulos para atingirem metas; Controle, ao possibilitar aos gestores a comparação dos resultados encontrados com os objetivos já traçados e; Avaliação ao possibilitar o controle da empresa permitindo que as pessoas envolvidas sejam avaliadas a partir do momento que atinja os objetivos e as metas pré-determinados pelo orçamento.

Enfim, o orçamento tornou-se um importante instrumento para a tomada de decisão dos gestores das organizações. Atualmente, qualquer organização pequena ou grande e bem administrada, utiliza-se do orçamento dentro do seu próprio planejamento estratégico, tornando-o um importante instrumento no processo de gestão.

Fischmann e Almeida (1995, pág. 25) conceituavam planejamento estratégico como: técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das oportunidades e das ameaças que podem ocorrer diante dos seus pontos fortes e fracos ao cumprimento de uma missão e, através desta consciência, estabelece-se o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos. Ainda para Ansoff (1991, pág. 20), o planejamento estratégico deveria oferecer respostas a duas necessidades: a de preparar a empresa para um futuro que não seja uma simples projeção do passado; e de preparar a empresa de maneira abrangente e sistemática.

O orçamento surge como sequência à montagem do plano estratégico, permitindo focar e identificar num horizonte menor - de um exercício fiscal - as ações mais importantes. O orçamento existe para implementar as decisões do plano estratégico. Dessa forma, quando as decisões não forem tomadas no plano estratégico, e muitas vezes isso pode vir a acontecer, algum impacto no gerenciamento dos elementos internos da empresa deverá ocorrer. Nesse sentido, uma vez tendo feito um adequado trabalho de montagem do plano estratégico, o orçamento terá grande chance de ser elaborado com coerência e consistência.

Para Frezatti (2006, pág. 44), o orçamento é o plano financeiro para implementar a estratégia da empresa para determinado exercício. É mais do que uma simples estimativa, pois deve estar baseado no compromisso dos gestores em termos de metas a serem alcançadas. Contém as prioridades e a direção da entidade para um período e proporciona as condições de avaliação de desempenho da entidade nas áreas internas juntamente com seus gestores.

Segundo Sanvicente (1983, pág. 215), a concepção e a implantação de um sistema de controle por meio de orçamentos, evidentemente, não prescindem da finalidade desses orçamentos em termos de

planejamento, à medida que são duas tarefas que só têm razões quando executadas em conjunto.

Um sistema de controle; exige, porém, o atendimento de alguns requisitos especiais por ser apoiado em um conjunto de relatórios sobre os mais diversos aspectos operacionais da empresa. A missão desses relatórios é tornar concreta a transmissão de informações para a análise de variações anteriormente indicadas e para que se tomem decisões que porventura se façam necessárias.

Conforme Zdanowiez (2001, pág. 22), o orçamento é o instrumento utilizado para elaborar, de forma eficaz e eficiente, o planejamento e o controle financeiro das atividades operacionais e de capital da empresa, auxiliando na tomada de decisões. Assim, o orçamento é a técnica que toma por base informações e dados de experiências passadas, mas deverá constituir-se, também, numa ferramenta de orientação ao processo de tomada de decisão da empresa futuramente.

Além disso, o orçamento deverá apresentar flexibilidade na sua aplicação, permitindo corrigir quaisquer desvios surgidos, bem como utilizá-lo adequadamente ao processo de retroalimentação do sistema de planejamento global da empresa. O orçamento constitui-se em mecanismo de planejamento e controle financeiro no contexto presente, pois analisa as situações econômico-financeiras e patrimoniais passadas e projeta as perspectivas operacionais e de capital da empresa para o futuro.

Quanto ao período orçamentário, para Bateman (1998, pág. 435), todos os orçamentos são preparados para um período de tempo definido. Muitos orçamentos valem para um, três ou seis meses ou até por um ano, mas a extensão de tempo escolhida depende do principal propósito do orçamento. O período selecionado deve incluir o ciclo completo normal de atividade da empresa. Por exemplo, variações sazonais devem ser incluídas tanto na produção quanto nas vendas.

Para que a utilização de orçamento funcione adequadamente, é necessário; conforme Sanvicente (1983, pág. 28), como princípio da boa utilização de orçamentos, é importante dar destaque à exigência de um processo simultâneo de educação orçamentária ou de criação dentro da empresa e depende de uma atitude apropriada ao aproveitamento das vantagens do sistema. Entende-se por educação orçamentária um programa de comunicação aos administradores já envolvidos ou que virão a se envolver com o uso do sistema orçamentário e de seus benefícios tanto para a empresa quanto para o melhor desempenho das tarefas específicas na organização.

ESTRUTURAS PARA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO

No processo de elaboração e execução de um orçamento, as PESSOAS são o fator central para o sucesso. Ter pessoas motivadas a participar do processo orçamentário, atuando como multiplicadores desta atividade, é um grande avanço para que se alcance o êxito na elaboração e execução de orçamentos. Para que o orçamento dê certo em uma organização, é necessário que haja uma CULTURA ORÇAMENTÁRIA, ou seja, é indispensável adquirir hábito e gosto ao elaborar e executar orçamentos. Para que se tenha sucesso no orçamento, é imprescindível aos componentes das organizações possuir habilidades em lidar com números, em trabalhar com objetivos pré-determinados, em acostumar a serem cobrados pelo cumprimento de metas e objetivos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 17

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Uma das tarefas mais difíceis na elaboração de um orçamento é chegar a um CONSENSO. Pode haver muitas variáveis que podem afetar os resultados prejudicando de certa forma os trabalhos. Assim, é importante a participação de um líder neste processo para sanar os conflitos que surgirem.

Os orçamentos, muitas vezes, são estimativas do que pode vir a acontecer, porém podem surgir variáveis que não estavam previstas quando o orçamento foi elaborado. Portanto, é necessário que haja FLEXIBILIDADE na execução do orçamento para adequá-lo à realidade momentânea.

É importante que o orçamento elaborado esteja inteiramente ALINHADO AOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS da organização. Além disso, é essencial alcançar os objetivos traçados e o ENVOLVIMENTO DE TODOS os membros da organização.

O orçamento deve ser entendido como um processo e não como algo que se faz uma única vez. Os gestores do orçamento e as equipes participantes devem ter o bom senso e a capacidade para entender as frequentes necessidades de reavaliação e mudanças no orçamento em função de vários fatores tais como as mudanças que podem vir a ocorrer no mercado por motivos econômicos, comerciais, etc. Enfim, o orçamento tem que ser um processo constantemente reavaliado.

A INFORMAÇÃO é um ponto vital aos processos de elaboração, execução e também ao acompanhamento dos orçamentos. A qualidade destas informações, bem como a agilidade com que elas chegam aos interessados, pode determinar o sucesso ou o fracasso de um processo orçamentário.

É de extrema importância que as metas e objetivos traçados sejam possíveis de serem alcançados, pois não adianta traçar metas e objetivos irreais à organização, pois além de não atingir o que estava proposto, irá causar desmotivação à equipe por não ter atingido o objetivo principal.

TIPOS DE ORÇAMENTOS

De acordo com Zdanowiez (2001), podemos enumerar alguns tipos de orçamento, conforme segue abaixo.

De Vendas – representa grande importância dentro do sistema de planejamento financeiro devido à sua interdependência com as outras áreas da empresa. A projeção das vendas constitui-se em desafio maior, pois será o chute inicial do orçamento global da empresa. A sua elaboração deverá ser a etapa mais realista possível para não prejudicar as demais etapas do orçamento. Para que o orçamento de vendas seja eficiente e demonstre as reais dimensões da empresa, será necessário que a estimativa das vendas seja realizada corretamente, de acordo com as perspectivas de expansão do mercado onde atuará.

De Produção – este é projetado conforme as informações extraídas do orçamento de vendas. Não é correto estimar a produção da empresa sem o prévio conhecimento de sua real participação no mercado. O orçamento de produção caracteriza-se na previsão das unidades a serem consumidas pela matéria-prima, mão-de-obra direta e os demais itens de despesas indiretas de fabricação como materiais secundários, etc., visando à produção de produtos finais com qualidade e na quantidade corretas.

De Despesas Operacionais – este é constituído por despesas administrativas (gerais), vendas (comerciais), tributárias e financeiras, ou seja, por todos os gastos que irão ocorrer no período projetado, exceto os

custos de produção. O orçamento de despesas operacionais deverá considerar ainda a captação e alocação de recursos financeiros da empresa, a estimativa de perdas por créditos concedidos a clientes que decorrerão de desembolsos já ocorridos ou que irão constituir-se em futuras saídas de caixa, mas que serão pagas durante o período projetado.

De Caixa – é fundamental para a empresa estabelecer um equilíbrio financeiro entre as receitas e os custos projetados no sentido de estimar, antecipadamente, o saldo necessário entre entradas e saídas financeiras, evitando possíveis embaraços na hora de cumprir os futuros compromissos da empresa. Com esse orçamento a administração financeira pode alocar seus recursos de maneira eficiente, pois o mesmo irá informar as estimativas de ingressos e desembolsos de caixa.

O conhecimento antecipado da existência de possíveis excedentes financeiros possibilitará à administração financeira dar um destino mais eficaz a esses recursos; pois dessa forma a escassez de caixa determinará a busca de fontes menos onerosas aos recursos necessários.

O orçamento além de nos permitir fazer todas essas projeções acima, possibilita ainda projetar o Demonstrativo do Resultado do Exercício Projetado (admite visualizar todos os instrumentos auxiliares que vão compor o planejamento econômico-financeiro da empresa) e o Balanço Patrimonial Projetado (que revela as situações financeiras e patrimoniais da empresa entre os períodos realizados e orçados, tornando possível a comparação dos valores que o integram) que será elaborado a partir das informações levantadas nos orçamentos anteriores. Essas informações darão complementação aos gestores para que sua administração seja eficiente e eficaz.

INTEGRAÇÃO DO ORÇAMENTO COM A CONTABILIDADE

O q u e é u m s i s t e m a i n t e g r a d o d e g e s t ã o E R P ?

Um sistema integrado de gestão empresarial — ou ERP — é um software que gerencia as diferentes informações contábeis e fiscais de uma empresa.

Ele interliga todos os setores da empresa por meio de seus módulos possibilitando, assim, executar o gerenciamento de um negócio por inteiro, apresentando-se como uma solução completa para a gestão e administração de uma empresa.

Além disso, ele visa melhorar a análise de dados relativos a processos operacionais, gerenciais e administrativos, concentrando informações importantes da empresa no momento em que são solicitadas.

Dentro desse sistema, todos os setores da empresa estão ligados. Isso significa dizer que a informação que é registrada na área fiscal, por exemplo, fica disponível para a visualização, por meio de um relatório, para as outras áreas da empresa.

Para ilustrar, vamos citar um exemplo: suponhamos que você acabou de receber uma mercadoria no estoque, e com ela chegaram a nota fiscal e o boleto para pagamento. Ao lançar o documento fiscal no sistema ERP, várias ações automáticas ocorrerão, como: o estoque será alimentado, o financeiro fará a provisão do pagamento e a contabilidade os lançamentos de compra de mercadoria.

Tudo isso feito de forma automática pelo sistema.

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C o m o u m E R P a u x i l i a o p r o c e s s o f i s c a l d e u m a e m p r e s a ?

Com o exemplo acima já dá para você ter uma noção de como um sistema integrado ou ERP pode ajudar no processo fiscal de uma empresa.

O departamento fiscal é a área de um negócio que fornece informação básica para quase todos os setores da empresa, sendo assim, é muito importante que ele trabalhe de forma integrada.

A alimentação do estoque, as saídas de mercadorias, as bases de cálculo para apuração dos impostos, bem como os saldos de clientes e fornecedores informados à contabilidade, são gerados inicialmente pelo departamento fiscal.

Possuir todas essas informações integradas em um único canal pode levar o seu negócio a um nível de gestão e controle extremamente alto.

D e q u e f o r m a o s i s t e m a d e E R P o t i m i z a a i n t e g r a ç ã o c o m o u t r a s i n t e r f a c e s ?

É muito comum as empresas fazerem uso de diferentes sistemas para realizar o controle do seu estoque, a gestão de processos administrativos, financeiros, contábeis, de recursos humanos, entre outras tarefas. Pode parecer que está tudo muito bem organizado, mas utilizar tantas ferramentas distintas acaba tornando o processo complexo, causando impacto direto no gerenciamento do tempo gasto nessas funções.

O software de ERP atua justamente para minimizar esse cenário de desperdício de tempo, otimizando a realização desses serviços por meio da integração de planilhas externas e leituras de outros softwares de contabilidade, com o objetivo de centralizar as informações.

Dessa forma, os responsáveis pela gestão do negócio conseguem analisar globalmente a empresa, encontrando todas as informações necessárias para tomar suas decisões em uma só plataforma.

Se pegarmos como exemplo um escritório de contabilidade que tem em sua carteira diversos clientes que, por sua vez, utilizam diferentes ferramentas para armazenar suas informações, é incontestável a necessidade de integrar todas essas interfaces por meio de um sistema contábil eficiente, caso o gestor não queira correr o risco de atrasar o cumprimento de suas obrigações, minimizando falhas operacionais.

V a l e a p e n a i n v e s t i r e m u m s o f t w a r e E R P ?

Existem sistemas de gestão integrados dos mais variados preços, no entanto, o valor pago para adquirir um software desses, bem como a manutenção mensal que a maioria deles cobra, é irrelevante frente aos benefícios que podem ser obtidos com a sua utilização.

O ganho de confiabilidade e efetividade nos processos do setor fiscal e demais áreas da empresa é significativamente maior que o investimento depositado para manter um sistema ERP funcionando no seu negócio.

V a n t a g e n s d o u s o d e u m s i s t e m a E R P i n t e g r a d o a o p r o c e s s o f i s c a l

Se você ainda não está convencido de todos os benefícios que um sistema integrado com a contabilidade traz às empresas, listamos mais 6 vantagens relacionadas aos softwares ERP. Confira!

1 . E x p o r t a ç ã o e c e n t r a l i z a ç ã o d a m o v i m e n t a ç ã o f i n a n c e i r a

A gestão financeira de cada negócio é feita de forma diferente pelos seus gestores, afinal, as necessidades variam de uma empresa para outra. A integração contábil permite a realização da importação do plano de contas do sistema de contabilidade da empresa para o ERP, proporcionando praticidade para correlacionar as categorias que dão origem ao arquivo de movimentação financeira.

2 . C o n t r o l e o n l i n e d o s o f t w a r e p a r a o s e t o r

Vivemos conectados o tempo todo e isso não pode ser diferente quando tratamos da contabilidade de um negócio. Por isso, ter acesso ao controle online das informações contábeis é fundamental nos dias de hoje. O painel de controle de um sistema de ERP possibilita o acompanhamento das rotinas do departamento, mostrando um dashboard com o resumo dos dados que já foram reunidos. O controle online também atua para que obrigações fiscais não sejam esquecidas, enviando lembretes aos gestores para que o pagamento de multas e juros não ocorra.

3 . R e d u ç ã o d e p a g a m e n t o d e t a x a s e c u s t o s f i s c a i s

Um software de ERP permite que o processo de contabilidade de um negócio seja feito sem a necessidade de papéis e trâmites administrativos complexos, demorados e, muitas vezes, desnecessários. Esse tipo de plataforma garante a gestão integrada de todos os procedimentos fiscais, formais e financeiros.

O resultado benéfico para empresa é gastar menos tempo para realizar eletronicamente o que antes era feito de forma manual. Assim, a equipe pode analisar quais taxas e obrigações fiscais podem ser pagas de forma adiantada, reduzindo custos e economizando recursos.

4 . M e l h o r a s s e r t i v i d a d e f i s c a l

É imprescindível que toda empresa esteja sempre atenta em relação às suas obrigações fiscais, pois essa tarefa impacta diretamente no status de regularidade para um negócio operar sem maiores problemas. Estar em dia com o fisco garante credibilidade ao negócio, evitando qualquer tipo de penalidade e assegurando a possibilidade de participação em processos licitatórios.

O sistema de ERP integrado com a contabilidade auxilia a assertividade do processo fiscal por meio da centralização das informações regulatórias.

5 . A m p a r o n a e l a b o r a ç ã o d o p l a n e j a m e n t o t r i b u t á r i o

Para que a contabilidade de uma empresa consiga realizar um planejamento tributário eficiente, garantindo o enquadramento de acordo com a legalidade do regime e buscando as menores alíquotas possíveis, é preciso ter transparência nas contas a pagar e a receber.

O ERP permite justamente a visualização e acompanhamento de todos os recursos que entram e saem da empresa. Dessa forma, o estudo das possibilidades de enquadramentos fiscais pode auxiliar o crescimento do negócio.

6 . G a n h o d e p r o d u t i v i d a d e

Sempre que alguma tarefa é automatizada, os colaboradores que eram responsáveis por aquelas funções ficam disponíveis para atuarem em atividades mais estratégicas, que produzam resultados relevantes na lucratividade da empresa.

Um bom exemplo é a questão do relacionamento das categorias financeiras. Trata-se de um trabalho que

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 19

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pode comprometer um dia todo do funcionário quando feito manualmente. Já para organizações que optam pela utilização de um sistema contábil integrado, o serviço leva apenas alguns minutos.

NOÇÕES BÁSICAS DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO DE PROJEÇÕES FINANCEIRAS

O que é projeção financeira?

É uma estimativa do valor de receitas e despesas futuras. Geralmente, a projeção financeira é feita em períodos de curto e médio prazo. Enquanto a de curto prazo representa a previsão do primeiro ano de desenvolvimento do negócio, a outra antecipa a saúde financeira dos próximos três meses, que são alinhados ano a ano.

O histórico de vendas, as despesas da empresa, a capacidade de produção, o comportamento do mercado e a sazonalidade são fatores que devem ser levados em consideração na hora de fazer uma projeção das finanças da sua empresa. Quanto mais a previsão for fundamentada, mais ela se aproximará da realidade.

O principal cuidado na hora de elaborar a projeção, além dessas informações que devem ser levantadas, é ter bom senso e ser bastante criterioso. Afinal, são previsões baseadas no entendimento da gestão. Por isso, é importante agir com sinceridade na hora de prever os custos, pois uma informação acima do normal pode inviabilizar investimentos futuros.

Benefícios de fazer projeção financeira

A projeção financeira permite uma visão antecipada e real do seu negócio, ajuda a reduzir perdas financeiras e a aumentar a produtividade da empresa, uma vez que a margem de erros é minimizada pelo planejamento.

Um sistema financeiro eficiente depende da capacidade de controlar todas as informações pertinentes ao negócio. Por isso, acompanhar contas a pagar e a receber, faturamento diário e mensal, despesas fixas e outros compromissos financeiros ajuda a visualizar o passado e projetar o futuro.

Nesse sentido, projetar as finanças possibilita uma gestão mais segura e eficaz, pois o potencial produtivo da equipe pode ser melhor gerenciado. Além disso, você pode analisar a necessidade de contratação de pessoal ou aquisição de equipamentos sem surpresas, ou seja, sabendo exatamente quanto poderá investir.

Hoje, existem tecnologias capazes de conciliar as vendas no sistema de cartão de crédito de forma automática, que fornecem relatórios de fluxo de caixa e possibilitam novos recursos para a tomada de decisões da empresa.

Passo a passo: como elaborar uma projeção financeira eficiente

1. Esteja preparado para o pior

Não é aconselhável ser otimista demais na hora de elaborar o seu planejamento financeiro, pois isso pode levar você a fazer investimentos desnecessários e prejudicar o seu orçamento futuramente.

Procure se basear na projeção do fluxo de caixa para analisar como superar uma crise na pior hipótese possível. Imagine que, de uma hora para outra, os custos de fornecimento aumentarão. Observe o comportamento atual do mercado e planeje um crescimento realista.

2. Faça uma previsão de vendas e despesas

Elabore uma projeção de vendas com base em informações confiáveis sobre o desempenho das vendas passadas. Jamais estipule um valor com base em achismos. Analise o custo do produto, a média mensal do que é vendido, o valor gasto por venda. Se você achar necessário, consulte a opinião de outros para chegar a um valor aproximado da realidade.

Para projetar as despesas, registre o pagamento do aluguel, telefone, água, energia, publicidade, e todas as taxas fixas e previsíveis. Ao fazer isso, você terá condições de projetar o lucro estimado e poderá organizar melhor as finanças.

3. Mantenha as informações do fluxo de caixa sempre atualizadas

A projeção do fluxo de caixa ajuda a prever os resultados negativos a tempo de repará-los, mas é preciso estar atento e manter as informações sempre atualizadas. O ideal é estimar o valor em caixa uma vez por mês, incluindo retiradas, despesas fixas e obrigações fiscais.

Dessa forma, é possível agendar futuros investimentos para aqueles períodos em que a empresa terá mais recurso financeiro disponível em caixa. Por outro lado, se você identificar na projeção que os recursos são limitados, saberá que o momento é delicado e a hora não é apropriada para investir.

4. Identifique a velocidade do seu ciclo financeiro

Se você atua no mercado há bastante tempo, analise os demonstrativos de perdas e lucros na última década. Fazendo isso, você poderá prever o que vai acontecer e desenvolver estratégias para épocas sazonais.

É interessante criar hipóteses e incluí-las nas projeções, bem como fazer pesquisas sobre o comportamento do consumidor. Converse com outros gestores a respeito das mudanças no cenário econômico.

5. Analise o ponto de equilíbrio para tomar as decisões mais acertadas

Para fazer uma análise do ponto de equilíbrio, é preciso dividir o montante das despesas fixas pela margem bruta por unidade. O resultado dessa matemática é o número de quantidades que precisam ser vendidas durante o ano até manter as contas niveladas.

Sempre que você tiver que tomar uma decisão importante, como lançar um produto ou expandir a empresa para outras filiais, coloque a nova despesa em suas projeções para calcular como isso vai influenciar o ponto de equilíbrio.

Lembre-se de que mudanças podem ocorrer e alterar os rumos da sua projeção financeira, o que é perfeitamente natural. Por isso, é importante que você faça um bom planejamento e monitore constantemente os resultados, para evitar surpresas desagradáveis que possam prejudicar o sucesso do seu negócio.

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20 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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NOÇÕES BÁSICAS SOBRE PROCESSOS DE LICITAÇÃO: LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 e LEI Nº 8.883/94

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

(Conforme Decreto nº 9.412, de 18 de junho de 2018 e

Lei nº 13.500, de 26.10. 2017)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I Dos Princípios

Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre

licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade,

compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância

do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5

o a 12

deste artigo e no art. 3o da Lei n

o 8.248, de 23 de outubro

de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3

o da Lei n

o 8.248, de 23 de

outubro de 1991.

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de

desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.(Redação dada pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº

13.146, de 2015) (Vigência)

§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e

acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Nos processos de licitação, poderá ser

estabelecida margem de preferência para: (Redação dada

pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às

regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído

pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 6o A margem de preferência de que trata o §

5o será estabelecida com base em estudos revistos

periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012)

I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços

nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5

o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 8o As margens de preferência por produto,

serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5

o e 7

o, serão definidas pelo Poder

Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 9o As disposições contidas nos §§ 5

o e 7

o deste

artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 21

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I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o

do art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5

o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e

serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei n

o

10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5

o, 7

o, 10, 11 e 12 deste

artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

Art. 4o Todos quantos participem de licitação

promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados

nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.

§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão

seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.

§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior

cujo pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Observados o disposto no caput, os

pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados

da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Seção II Das Definições

Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:

I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;

II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;

III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;

IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;

V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei;

VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos;

VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios;

VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;

c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;

e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

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22 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;

XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;

XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública;

XVI - Comissão - permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.

XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo Federal; (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010)

XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado pela

instituição contratante. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

Seção III Das Obras e Serviços

Art. 7o As licitações para a execução de obras e

para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:

I - projeto básico;

II - projeto executivo;

III - execução das obras e serviços.

§ 1o A execução de cada etapa será

obrigatoriamente precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser

licitados quando:

I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.

§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a

obtenção de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica.

§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da

licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto

inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.

§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a

nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

§ 7o Não será ainda computado como valor da obra

ou serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.

§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à

Administração Pública os quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.

§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no

que couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve

programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 23

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custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.

Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 9o Não poderá participar, direta ou

indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:

I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;

III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.

§ 1o É permitida a participação do autor do projeto

ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.

§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação

ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.

§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do

disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.

§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos

membros da comissão de licitação.

Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados

nas seguintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - execução direta;

II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) empreitada por preço global;

b) empreitada por preço unitário;

c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) tarefa;

e) empreitada integral.

Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos

fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento.

Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos

de obras e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - segurança;

II - funcionalidade e adequação ao interesse público;

III - economia na execução, conservação e operação;

IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;

V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;

VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

VII - impacto ambiental.

Seção IV Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se

serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:

I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II - pareceres, perícias e avaliações em geral;

III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de

licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo

aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.

§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos

especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.

Seção V Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a

adequada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

(Regulamento)

I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;

II - ser processadas através de sistema de registro de preços;

III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;

IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;

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24 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração Pública.

§ 1o O registro de preços será precedido de ampla

pesquisa de mercado.

§ 2o Os preços registrados serão publicados

trimestralmente para orientação da Administração, na imprensa oficial.

§ 3o O sistema de registro de preços será

regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:

I - seleção feita mediante concorrência;

II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;

III - validade do registro não superior a um ano.

§ 4o A existência de preços registrados não obriga a

Administração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral

de preços, quando possível, deverá ser informatizado.

§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para

impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:

I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;

II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;

III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material.

§ 8o O recebimento de material de valor superior ao

limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.

Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em

órgão de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Seção VI

Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração

Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei n

o 6.383, de 7 de dezembro de 1976,

mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1

o do art. 6

o da Lei n

o 11.952, de 25 de junho de 2009,

para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, 2017)

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei n

o 6.383, de 7 de dezembro de 1976,

mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do

inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.

§ 2o A Administração também poderá conceder título

de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 25

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II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1o do art. 6o da Lei

no 11.952, de 25 de junho de 2009; (Redação dada pela Lei nº

13.465, 2017)

§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam

dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1

o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de

2005)

II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005)

III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2

o deste artigo:

(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)

§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta

lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu

instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o

donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de

financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados,

isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de

2007)

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens

imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública,

cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I - avaliação dos bens alienáveis;

II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Capítulo II Da Licitação

Seção I Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde

se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais

das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local

em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das

propostas ou da realização do evento será:

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I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior

serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o Qualquer modificação no edital exige

divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação

entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre

interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem

oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o Na hipótese do § 3

o deste artigo, existindo na

praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7o Quando, por limitações do mercado ou

manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3

o

deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de

licitação ou a combinação das referidas neste artigo.

§ 9o Na hipótese do parágrafo 2

o deste artigo, a

administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 23. As modalidades de licitação a que se

referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I - para obras e serviços de engenharia: (Redação

dada pelo Decreto nº 9.412, de 18 de junho de 2018 – em

vigar após 18.06.2018) a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00

(trezentos e trinta mil reais);

b) na modalidade tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e

c) na modalidade concorrência - acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais); e

II - para compras e serviços não incluídos no

inciso I: (Redação dada pelo Decreto nº 9.412, de 18 de

junho de 2018 – em vigar após 18.06.2018) a) na modalidade convite - até R$ 176.000,00 (cento

e setenta e seis mil reais);

b) na modalidade tomada de preços - até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais); e

c) na modalidade concorrência - acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais).

TEXTO ANTERIOR AO DECRETO:

I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada

pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil

reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e

quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e

quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - para compras e serviços não referidos no inciso

anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação

dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e

cinquenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e

cinquenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de

1998)

§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela

administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis,

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procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à amplicação da competitiivdade, sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o Na execução de obras e serviços e nas

compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação

cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o Nos casos em que couber convite, a

Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite"

ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o As organizações industriais da Administração

Federal direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e

desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o

dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

Art. 24. É dispensável a licitação:

> Vide Lei nº 12.188, de 2010 Vigência

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos

nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do

art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Acrescentado pela Lei n 12.188/2010)

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3

o, 4

o, 5

o e 20 da Lei n

o 10.973, de 2 de

dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema

Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19

de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela

seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº

12.873, de 2013)

XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 29

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administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente risco à segurança pública. (Incluído pela Lei nº 13.500, de

2017)

§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II

do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para

compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou

entidade que integre a administração pública estabelecido

no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos

órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos

para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de

setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção

nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver

inviabilidade de competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1o Considera-se de notória especialização o

profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos

casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o

agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4

o do

art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8

o desta Lei deverão ser

comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso; (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)

II - razão da escolha do fornecedor ou executante;

III - justificativa do preço.

IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Seção II Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á

dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:

I - habilitação jurídica;

II - qualificação técnica;

III - qualificação econômico-financeira;

IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011)

V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7

o da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de

1999)

Art. 28. A documentação relativa à habilitação

jurídica, conforme o caso, consistirá em:

I - cédula de identidade;

II - registro comercial, no caso de empresa individual;

III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;

V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade

fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011)

I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);

II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;

III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

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30 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n

o 5.452, de 1

o de maio de 1943. (Incluído

pela Lei nº 12.440, de 2011)

Art. 30. A documentação relativa à qualificação

técnica limitar-se-á a:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;

II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II

do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o As parcelas de maior relevância técnica e de

valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Será sempre admitida a comprovação de

aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.

§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a

comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.

§ 5o É vedada a exigência de comprovação de

atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.

§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações

de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.

§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 8o No caso de obras, serviços e compras de

grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade

técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1

o deste artigo deverão

participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 31. A documentação relativa à qualificação

econômico-financeira limitar-se-á a:

I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;

II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;

III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1

o do art. 56 desta Lei, limitada a

1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.

§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à

demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o A Administração, nas compras para entrega

futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1

o do art. 56

desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio

líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 31

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exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.

§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos

compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.

§ 5o A comprovação de boa situação financeira da

empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação

poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31

desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.

§ 2o O certificado de registro cadastral a que se

refere o § 1o do art. 36 substitui os documentos

enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3o A documentação referida neste artigo poderá

ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.

§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem

no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente.

§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata

este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.

§ 6o O disposto no § 4

o deste artigo, no § 1

o do art.

33 e no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações

internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo,

nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no exterior.

§ 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31

e este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea

“a” do inciso II do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº

13.243, de 2016)

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação

de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:

I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;

II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;

III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;

IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;

V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e

estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.

§ 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover,

antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Seção III Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e

entidades da Administração Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento)

§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente

divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.

§ 2o É facultado às unidades administrativas

utilizarem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou

atualização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei.

Art. 36. Os inscritos serão classificados por

categorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e

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32 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.

§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado,

renovável sempre que atualizarem o registro.

§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de

obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.

Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado,

suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado

com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;

III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;

IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;

VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade;

VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;

IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;

X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI - outros comprovantes de publicações;

XII - demais documentos relativos à licitação.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma

licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias

após o término do contrato resultante da licitação antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de

ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;

III - sanções para o caso de inadimplemento;

IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;

VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;

VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o dispossto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;

XIV - condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 33

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XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado

em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.

§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo

parte integrante:

I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros complementos;

II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;

IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.

§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se

como adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.

§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim

entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a contratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja oriundo ou egresso do sistemaprisional, coma finalidade de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento. (Incluído pela Lei

nº 13.500, de 2017)

Art. 41. A Administração não pode descumprir as

normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para

impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1

o do art. 113.

§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do

edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo

licitante não o impedirá de participar do processo

licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do

seu direito de participar das fases subsequentes.

Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional,

o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.

§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro

cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.

§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro

eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o As garantias de pagamento ao licitante

brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.

§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as

propostas apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames consequentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.

§ 5o Para a realização de obras, prestação de

serviços ou aquisição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6o As cotações de todos os licitantes serão para

entrega no mesmo local de destino.

Art. 43. A licitação será processada e julgada com

observância dos seguintes procedimentos:

I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;

II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

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34 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;

VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.

§ 1o A abertura dos envelopes contendo a

documentação para habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 2o Todos os documentos e propostas serão

rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior,

em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.

§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência

e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos

concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.

§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe

desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão

levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento,

critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes.

§ 2o Não se considerará qualquer oferta de

vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.

§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços

global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se

também às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo,

devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de

licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a

proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o No caso de empate entre duas ou mais

propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3

o

desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.

§ 3o No caso da licitação do tipo "menor preço",

entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o Para contratação de bens e serviços de

informática, a administração observará o disposto no art. 3

o da Lei n

o 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em

conta os fatores especificados em seu parágrafo 2o e

adotando obrigatoriamento o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de

licitação não previstos neste artigo.

§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão

selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou

"técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4

o do artigo anterior. (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será

adotado o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:

I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;

II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;

III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado, sucessivamente,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 35

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com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para a contratação;

IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.

§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será

adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório:

I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;

II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.

§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação

previstos neste artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e

serviços, quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.

Art. 48. Serão desclassificadas:

I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;

II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexequiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se

referem as alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação

do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.

§ 1o A anulação do procedimento licitatório por

motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à

do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 3o No caso de desfazimento do processo

licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.

§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos

aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 50. A Administração não poderá celebrar o

contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em

registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

§ 1o No caso de convite, a Comissão de licitação,

excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

§ 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de

inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3o Os membros das Comissões de licitação

responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

§ 4o A investidura dos membros das Comissões

permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente.

§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito

por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

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36 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22

desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.

§ 1o O regulamento deverá indicar:

I - a qualificação exigida dos participantes;

II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá

autorizar a Administração a executá-lo quando julgar conveniente.

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial

ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.

§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente

avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.

§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no

percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.

§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da

parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente

divulgado, principalmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Capítulo III DOS CONTRATOS

Seção I Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e

precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de

inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração

Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no § 6

o do art. 32 desta Lei.

§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços

de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei n

o 4.320, de 17 de

março de 1964.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das

seguintes modalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)

II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)

§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo

não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3

odeste artigo.

(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande

vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4o A garantia prestada pelo contratado será

liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.

§ 5o Nos casos de contratos que importem na

entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 37

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Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de

conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei;

V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser

justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência

indeterminado.

§ 4o Em caráter excepcional, devidamente

justificado e mediante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e

monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as

cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção II Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o

edital ou ato convocatório da licitação.

§ 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de

despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no

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que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61

desta Lei e demais normas gerais, no que couber:

I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;

II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.

§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada

a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado

uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2o É facultado à Administração, quando o

convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da

entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

Seção III Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada

a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas

mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá

exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3o Se no contrato não houverem sido

contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1

o deste artigo.

§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou

serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.

§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados,

alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato

que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.

§ 7o (VETADO)

§ 8o A variação do valor contratual para fazer face

ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.

Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2

o e no inciso II do § 5

o do art. 3

o desta Lei deverão

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cumprir, durante todo o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1o O representante da Administração anotará em

registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem

a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.

Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1o A inadimplência do contratado, com referência

aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 2o A Administração Pública responde

solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I - em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a

adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e consequente aceitação.

§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de

grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.

§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não

exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I

deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.

§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a

verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:

I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II - serviços profissionais;

III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.

Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contratado.

Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;

II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;

III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;

IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração;

VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou

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transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1

o do art. 67 desta Lei;

IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1

o do

art. 65 desta Lei;

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.

XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;

III - judicial, nos termos da legislação;

IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá

ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.

§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos

incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:

I - devolução de garantia;

II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;

III - pagamento do custo da desmobilização.

§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou

sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:

I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;

II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.

§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I

e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.

§ 2o É permitido à Administração, no caso de

concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.

§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato

deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.

§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo

anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Capítulo IV DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA

JUDICIAL

Seção I Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2

o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas

mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.

Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções

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previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.

Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.

Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público.

§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins

desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.

§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte,

quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

Seção II Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que

a Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.

§ 2o A multa, aplicada após regular processo

administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado.

§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da

garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da

garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos

pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.

§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste

artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo

é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:

I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;

II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;

III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III Dos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório:

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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:

I - elevando arbitrariamente os preços;

II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

III - entregando uma mercadoria por outra;

IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;

V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do contrato:

Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.

Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.

§ 1o Os índices a que se refere este artigo não

poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.

§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá,

conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IV Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.

Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.

Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.

Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais

ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.

Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.

Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.

Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.

Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.

Capítulo V DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:

I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:

a) habilitação ou inabilitação do licitante;

b) julgamento das propostas;

c) anulação ou revogação da licitação;

d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;

e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;

III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4

o do art. 87 desta Lei,

no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.

§ 1o A intimação dos atos referidos no inciso I,

alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.

§ 2o O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do

inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.

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§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos

demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 4o O recurso será dirigido à autoridade superior,

por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.

§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou

pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.

§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na

modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3

o deste artigo serão de

dois dias úteis. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Capítulo VI DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.

Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.

Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.

Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.

Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.

§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar

licitação da qual, nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

§ 2o É facultado à entidade interessada o

acompanhamento da licitação e da execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.

§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física

ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.

§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes

do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de

recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.

§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação

será feita mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.

§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as

exigências desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à analise da documentação.

Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.

§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste

pelos órgãos ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:

I - identificação do objeto a ser executado;

II - metas a serem atingidas;

III - etapas ou fases de execução;

IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;

V - cronograma de desembolso;

VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas;

VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.

§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão

repassador dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.

§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em

estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:

I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública;

II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na

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44 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;

III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.

§ 4o Os saldos de convênio, enquanto não

utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês.

§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do

parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste.

§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou

extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.

Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.

Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.

Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1

o, 2

o e 8

o do art. 65, no inciso XV

do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do art. 5o,

com relação ao pagamento das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei n

o 8.666, de

21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei n

o 9.760, de 5 de setembro de

1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.

Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.

Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica.

Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2

o do art. 7

o serão dispensadas nas licitações

para concessão de serviços com execução prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Administração Pública concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os Decretos-leis n

os 2.300, de 21 de

novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei n

o 8.220, de 4 de

setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de

dezembro de 1966.(Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e

105o da República.

ITAMAR FRANCO Rubens Ricupero Romildo Canhim

QUESTÕES DE CONCURSOS - LICITAÇÕES

01. (RCC/IESES/2015) É a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto:

a) Convite.

b) Tomada de preços.

c) Concurso.

d) Concorrência.

02. (EBSERH/Téc.Cont/AOCP/2015) A licitação será

processada e julgada em estrita conformidade com princípios básicos que lhes são correlatos. Qual das alternativas a seguir NÃO faz parte desses princípios?

a) Princípio da Legalidade.

b) Princípio da Impessoalidade.

c) Princípio da Moralidade.

d) Princípio da Igualdade.

e) Princípio da Atualização monetária.

03. (Tec.Adm.CNMP/FCC/2015) Nas compras do setor

público, a licitação de bens e serviços para possíveis contratações futuras, durante um período máximo de um ano (podendo este ser prorrogado sob determinadas condições e/ou reajustes), é uma característica exclusiva

a) do Convite.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 45

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b) da Concorrência.

c) do Pregão.

d) do Sistema de Registro de Preços.

e) da Tomada de preços.

04. (Anal.Jud.TRE-AM/FCC/2010) De acordo com a Lei

Federal de Licitações, constituem hipóteses de dispensa de licitação a

a) inviabilidade de competição, especialmente para a contratação de serviços técnicos de natureza singular, desde que comprovada a notória especialização do contratado.

b) contratação com pessoa diversa da vencedora do certame original, de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor.

c) alienação de bens móveis, desde que contem com prévia autorização legislativa.

d) contratação de serviços de publicidade e divulgação.

e) contratação de profissional do setor artístico, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

05. (Tec.Jud.TRT 3ª R/FCC/2009) A lei de licitações (Lei

Federal no 8.666/93 e alterações) autoriza a dispensa de licitação para

a) aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros, que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo.

b) celebração de contratos de prestação de serviços com organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

c) aquisição de bens e contratação de serviços de até R$ 80.000,00.

d) contratação de profissional do setor artístico, desde que consagrado pela crítica especializada ou opinião pública.

e) qualquer situação em que se possa comprovar, objetivamente, que a contratação direta é mais vantajosa para a administração.

Gabarito: 01/D; 02/C; 03/D; 04/B; 05/B

LEI No 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002.

Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

Art. 2º (VETADO)

§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.

§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a participação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:

I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;

II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;

III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e

IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:

I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º;

II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;

III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;

IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;

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46 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;

VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;

VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

X - para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;

XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;

XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;

XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor;

XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;

XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;

XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar

contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;

XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;

XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;

XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; e

XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.

Art. 5º É vedada a exigência de:

I - garantia de proposta;

II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame; e

III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.

Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.

Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.

Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regulamento específico.

Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:

“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de preços destinadas à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por meio eletrônico, observando-se o seguinte:

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I - são considerados bens e serviços comuns da área da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especificações usuais do mercado.

II - quando o quantitativo total estimado para a contratação ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem necessários para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde que os referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta vencedora.

III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços diferentes da proposta vencedora, desde que se trate de objetos de qualidade ou desempenho superior, devidamente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite máximo admitido.”

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Pedro Malan

DECRETO Nº 3.555, DE 8 DE AGOSTO DE 2000.

Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das

atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição e tendo em vista o disposto na Medida Provisória nº2.026-3, de 28 de julho de 2000,

DECRETA:

Art. 1º Fica aprovado, na forma dos Anexos I e II a este Decreto, o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para a aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito da União.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime deste Decreto, além dos órgãos da Administração Federal direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União.

Art. 2º Compete ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão estabelecer normas e orientações complementares sobre a matéria regulada por este Decreto.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 8 de agosto de 2000; 179º da Independência e 112º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

ANEXO I

REGULAMENTO DA LICITAÇÃO NA MODALIDADE DE PREGÃO

Art. 1º Este Regulamento estabelece normas e procedimentos relativos à licitação na modalidade de pregão, destinada à aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito da União, qualquer que seja o valor estimado.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime deste Regulamento, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações, as

empresas públicas, as sociedades de economia mista e as entidades controladas direta e indiretamente pela União.

Art. 2º Pregão é a modalidade de licitação em que a disputa pelo fornecimento de bens ou serviços comuns é feita em sessão pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais.

Art. 3º Os contratos celebrados pela União, para a aquisição de bens e serviços comuns, serão precedidos, prioritariamente, de licitação pública na modalidade de pregão, que se destina a garantir, por meio de disputa justa entre os interessados, a compra mais econômica, segura e eficiente.

§ 1º Dependerá de regulamentação específica a utilização de recursos eletrônicos ou de tecnologia da informação para a realização de licitação na modalidade de pregão.

§ 2o Consideram-se bens e serviços comuns

aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especificações usuais praticadas no mercado. (Redação dada pelo Decreto nº 7.174, de 2010)

§ 3o Os bens e serviços de informática e

automação adquiridos nesta modalidade deverão observar o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, e a regulamentação específica. (Redação dada pelo Decreto nº 7.174, de 2010)

§ 4o Para efeito de comprovação do requisito

referido no parágrafo anterior, o produto deverá estar habilitado a usufruir do incentivo de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, de que trata o art. 4

o da Lei n

o 8.248, de 1991, nos termos da

regulamentação estabelecida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. (Incluído pelo Decreto nº 3.693, de 2000)

§ 5o Alternativamente ao disposto no § 4

o, o

Ministério da Ciência e Tecnologia poderá reconhecer, mediante requerimento do fabricante, a conformidade do produto com o requisito referido no § 3

o." (Incluído pelo

Decreto nº 3.693, de 2000)

Art. 4º A licitação na modalidade de pregão é juridicamente condicionada aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, bem assim aos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação objetiva das propostas.

Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não comprometam o interesse da Administração, a finalidade e a segurança da contratação.

Art. 5º A licitação na modalidade de pregão não se aplica às contratações de obras e serviços de engenharia, bem como às locações imobiliárias e alienações em geral, que serão regidas pela legislação geral da Administração.

Art. 6º Todos quantos participem de licitação na modalidade de pregão têm direito público subjetivo à fiel observância do procedimento estabelecido neste Regulamento, podendo qualquer interessado acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Art. 7º À autoridade competente, designada de acordo com as atribuições previstas no regimento ou estatuto do órgão ou da entidade, cabe:

I - determinar a abertura de licitação;

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48 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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II - designar o pregoeiro e os componentes da equipe de apoio;

III - decidir os recursos contra atos do pregoeiro; e

IV - homologar o resultado da licitação e promover a celebração do contrato.

Parágrafo único. Somente poderá atuar como pregoeiro o servidor que tenha realizado capacitação específica para exercer a atribuição.

Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as seguintes regras:

I - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem ou frustrem a competição ou a realização do fornecimento, devendo estar refletida no termo de referência;

II - o termo de referência é o documento que deverá conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado, a definição dos métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução do contrato;

III - a autoridade competente ou, por delegação de competência, o ordenador de despesa ou, ainda, o agente encarregado da compra no âmbito da Administração, deverá:

a) definir o objeto do certame e o seu valor estimado em planilhas, de forma clara, concisa e objetiva, de acordo com termo de referência elaborado pelo requisitante, em conjunto com a área de compras, obedecidas as especificações praticadas no mercado;

b) justificar a necessidade da aquisição;

c) estabelecer os critérios de aceitação das propostas, as exigências de habilitação, as sanções administrativas aplicáveis por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos e das demais condições essenciais para o fornecimento; e

d) designar, dentre os servidores do órgão ou da entidade promotora da licitação, o pregoeiro responsável pelos trabalhos do pregão e a sua equipe de apoio;

IV - constarão dos autos a motivação de cada um dos atos especificados no inciso anterior e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento estimativo e o cronograma físico-financeiro de desembolso, se for o caso, elaborados pela Administração; e

V - para julgamento, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e os parâmetros mínimos de desempenho e de qualidade e as demais condições definidas no edital.

Art. 9º As atribuições do pregoeiro incluem:

I - o credenciamento dos interessados;

II - o recebimento dos envelopes das propostas de preços e da documentação de habilitação;

III - a abertura dos envelopes das propostas de preços, o seu exame e a classificação dos proponentes;

IV - a condução dos procedimentos relativos aos lances e à escolha da proposta ou do lance de menor preço;

V - a adjudicação da proposta de menor preço;

VI - a elaboração de ata;

VII - a condução dos trabalhos da equipe de apoio;

VIII - o recebimento, o exame e a decisão sobre recursos; e

IX - o encaminhamento do processo devidamente instruído, após a adjudicação, à autoridade superior, visando a homologação e a contratação.

Art. 10. A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da Administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou da entidade promotora do pregão, para prestar a necessária assistência ao pregoeiro.

Parágrafo único. No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.

Art. 11. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:

I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em função dos seguintes limites:

a) para bens e serviços de valores estimados em até R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais):

1. Diário Oficial da União; e

2. meio eletrônico, na Internet;

b) para bens e serviços de valores estimados acima de R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais) até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)

1. Diário Oficial da União;

2. meio eletrônico, na Internet; e

3. jornal de grande circulação local;

c) para bens e serviços de valores estimados superiores a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais): (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)

1. Diário Oficial da União;

2. meio eletrônico, na Internet; e

3. jornal de grande circulação regional ou nacional;

d) em se tratando de órgão ou entidade integrante do Sistema de Serviços Gerais - SISG, a íntegra do edital deverá estar disponível em meio eletrônico, na Internet, no site www.comprasnet.gov.br, independentemente do valor estimado; (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)

II - do edital e do aviso constarão definição precisa, suficiente e clara do objeto, bem como a indicação dos locais, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital, e o local onde será realizada a sessão pública do pregão;

III - o edital fixará prazo não inferior a oito dias úteis, contados da publicação do aviso, para os interessados prepararem suas propostas;

IV - no dia, hora e local designados no edital, será realizada sessão pública para recebimento das propostas e da documentação de habilitação, devendo o interessado ou seu representante legal proceder ao respectivo credenciamento, comprovando, se for o caso, possuir os necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;

V - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes legais entregarão ao pregoeiro, em envelopes separados, a proposta de preços e a documentação de habilitação;

VI - o pregoeiro procederá à abertura dos envelopes contendo as propostas de preços e classificará o autor da proposta de menor preço e aqueles que tenham apresentado propostas em valores sucessivos e superiores em até dez por cento, relativamente à de menor preço;

VII - quando não forem verificadas, no mínimo, três propostas escritas de preços nas condições definidas no inciso anterior, o pregoeiro classificará as melhores propostas subsequentes, até o máximo de três, para que

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 49

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seus autores participem dos lances verbais, quaisquer que sejam os preços oferecidos nas propostas escritas;

VIII - em seguida, será dado início à etapa de apresentação de lances verbais pelos proponentes, que deverão ser formulados de forma sucessiva, em valores distintos e decrescentes;

IX - o pregoeiro convidará individualmente os licitantes classificados, de forma seqüencial, a apresentar lances verbais, a partir do autor da proposta classificada de maior preço e os demais, em ordem decrescente de valor;

X - a desistência em apresentar lance verbal, quando convocado pelo pregoeiro, implicará a exclusão do licitante da etapa de lances verbais e na manutenção do último preço apresentado pelo licitante, para efeito de ordenação das propostas; (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)

XI - caso não se realizem lances verbais, será verificada a conformidade entre a proposta escrita de menor preço e o valor estimado para a contratação;

XII - declarada encerrada a etapa competitiva e ordenadas as propostas, o pregoeiro examinará a aceitabilidade da primeira classificada, quanto ao objeto e valor, decidindo motivadamente a respeito;

XIII - sendo aceitável a proposta de menor preço, será aberto o envelope contendo a documentação de habilitação do licitante que a tiver formulado, para confirmação das suas condições habilitatórias, com base no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF, ou nos dados cadastrais da Administração, assegurado ao já cadastrado o direito de apresentar a documentação atualizada e regularizada na própria sessão;

XIV - constatado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor, sendo-lhe adjudicado o objeto do certame;

XV - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará a oferta subseqüente, verificando a sua aceitabilidade e procedendo à habilitação do proponente, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma proposta que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor e a ele adjudicado o objeto do certame;

XVI - nas situações previstas nos incisos XI, XII e XV, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;

XVII - a manifestação da intenção de interpor recurso será feita no final da sessão, com registro em ata da síntese das suas razões, podendo os interessados juntar memoriais no prazo de três dias úteis;

XVIII - o recurso contra decisão do pregoeiro não terá efeito suspensivo;

XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;

XX - decididos os recursos e constatada a regularidade dos atos procedimentais, a autoridade competente homologará a adjudicação para determinar a contratação;

XXI - como condição para celebração do contrato, o licitante vencedor deverá manter as mesmas condições de habilitação;

XXII - quando o proponente vencedor não apresentar situação regular, no ato da assinatura do contrato, será convocado outro licitante, observada a ordem de classificação, para celebrar o contrato, e assim sucessivamente, sem prejuízo da aplicação das sanções

cabíveis, observado o disposto nos incisos XV e XVI deste artigo;

XXIII - se o licitante vencedor recusar-se a assinar o contrato, injustificadamente, será aplicada a regra estabelecida no inciso XXII; (Redação dada pelo Decreto nº 3.693, de 2000)

XXIV - o prazo de validade das propostas será de sessenta dias, se outro não estiver fixado no edital.

Art. 12. Até dois dias úteis antes da data fixada para recebimento das propostas, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos, providências ou impugnar o ato convocatório do pregão.

§ 1º Caberá ao pregoeiro decidir sobre a petição no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Acolhida a petição contra o ato convocatório, será designada nova data para a realização do certame.

Art. 13. Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a documentação prevista na legislação geral para a Administração, relativa à:

I - habilitação jurídica;

II - qualificação técnica;

III - qualificação econômico-financeira;

IV - regularidade fiscal; e

V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição e na Lei nº 9.854, de 27 de outubro de 1999.

Parágrafo único. A documentação exigida para atender ao disposto nos incisos I, III e IV deste artigo deverá ser substituída pelo registro cadastral do SICAF ou, em se tratando de órgão ou entidade não abrangido pelo referido Sistema, por certificado de registro cadastral que atenda aos requisitos previstos na legislação geral.

Art. 14. O licitante que ensejar o retardamento da execução do certame, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo, fizer declaração falsa ou cometer fraude fiscal, garantido o direito prévio da citação e da ampla defesa, ficará impedido de licitar e contratar com a Administração, pelo prazo de até cinco anos, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.

Parágrafo único. As penalidades serão obrigatoriamente registradas no SICAF, e no caso de suspensão de licitar, o licitante deverá ser descredenciado por igual período, sem prejuízo das multas previstas no edital e no contrato e das demais cominações legais.

Art. 15. É vedada a exigência de:

I - garantia de proposta;

II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame; e

III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

Art. 16. Quando permitida a participação de empresas estrangeiras na licitação, as exigências de habilitação serão atendidas mediante documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado.

Parágrafo único. O licitante deverá ter procurador residente e domiciliado no País, com poderes para receber citação, intimação e responder administrativa e judicialmente por seus atos, juntando os instrumentos de mandato com os documentos de habilitação.

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50 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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Art. 17. Quando permitida a participação de empresas reunidas em consórcio, serão observadas as seguintes normas:

I - deverá ser comprovada a existência de compromisso público ou particular de constituição de consórcio, com indicação da empresa-líder, que deverá atender às condições de liderança estipuladas no edital e será a representante das consorciadas perante a União;

II - cada empresa consorciada deverá apresentar a documentação de habilitação exigida no ato convocatório;

III - a capacidade técnica do consórcio será representada pela soma da capacidade técnica das empresas consorciadas;

IV - para fins de qualificação econômico-financeira, cada uma das empresas deverá atender aos índices contábeis definidos no edital, nas mesmas condições estipuladas no SICAF;

V - as empresas consorciadas não poderão participar, na mesma licitação, de mais de um consórcio ou isoladamente;

VI - as empresas consorciadas serão solidariamente responsáveis pelas obrigações do consórcio nas fases de licitação e durante a vigência do contrato; e

VII - no consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras, a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso I deste artigo.

Parágrafo único. Antes da celebração do contrato, deverá ser promovida a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Art. 18. A autoridade competente para determinar a contratação poderá revogar a licitação em face de razões de interesse público, derivadas de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de qualquer pessoa, mediante ato escrito e fundamentado.

§ 1º A anulação do procedimento licitatório induz à do contrato.

§ 2º Os licitantes não terão direito à indenização em decorrência da anulação do procedimento licitatório, ressalvado o direito do contratado de boa-fé de ser ressarcido pelos encargos que tiver suportado no cumprimento do contrato.

Art. 19. Nenhum contrato será celebrado sem a efetiva disponibilidade de recursos orçamentários para pagamento dos encargos, dele decorrentes, no exercício financeiro em curso.

Art. 20. A União publicará, no Diário Oficial da União, o extrato dos contratos celebrados, no prazo de até vinte dias da data de sua assinatura, com indicação da modalidade de licitação e de seu número de referência.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigo sujeitará o servidor responsável a sanção administrativa.

Art. 21. Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados ou juntados no respectivo processo, cada qual oportunamente, compreendendo, sem prejuízo de outros, o seguinte:

I - justificativa da contratação;

II - termo de referência, contendo descrição detalhada do objeto, orçamento estimativo de custos e

cronograma físico-financeiro de desembolso, se for o caso;

III - planilhas de custo;

IV - garantia de reserva orçamentária, com a indicação das respectivas rubricas;

V - autorização de abertura da licitação;

VI - designação do pregoeiro e equipe de apoio;

VII - parecer jurídico;

VIII - edital e respectivos anexos, quando for o caso;

IX - minuta do termo do contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

X - originais das propostas escritas, da documentação de habilitação analisada e dos documentos que a instruírem;

XI - ata da sessão do pregão, contendo, sem prejuízo de outros, o registro dos licitantes credenciados, das propostas escritas e verbais apresentadas, na ordem de classificação, da análise da documentação exigida para habilitação e dos recursos interpostos; e

XII - comprovantes da publicação do aviso do edital, do resultado da licitação, do extrato do contrato e dos demais atos relativos a publicidade do certame, conforme o caso.

Art. 22. Os casos omissos neste Regulamento serão resolvidos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

DECRETO Nº 7.892, DE 23 DE JANEIRO DE 2013

Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da

Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e no art. 11 da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º As contratações de serviços e a aquisição de bens, quando efetuadas pelo Sistema de Registro de Preços - SRP, no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, fundos especiais, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou indiretamente pela União, obedecerão ao disposto neste Decreto.

Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as seguintes definições:

I - Sistema de Registro de Preços - conjunto de procedimentos para registro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras;

II - ata de registro de preços - documento vinculativo, obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação, em que se registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas apresentadas;

III - órgão gerenciador - órgão ou entidade da administração pública federal responsável pela condução do conjunto de procedimentos para registro de preços e gerenciamento da ata de registro de preços dele decorrente;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 51

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IV - órgão participante - órgão ou entidade da administração pública que participa dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e integra a ata de registro de preços; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

V - órgão não participante - órgão ou entidade da administração pública que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos os requisitos desta norma, faz adesão à ata de registro de preços.

VI - compra nacional - compra ou contratação de bens e serviços, em que o órgão gerenciador conduz os procedimentos para registro de preços destinado à execução descentralizada de programa ou projeto federal, mediante prévia indicação da demanda pelos entes federados beneficiados; e (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

VII - órgão participante de compra nacional - órgão ou entidade da administração pública que, em razão de participação em programa ou projeto federal, é contemplado no registro de preços independente de manifestação formal. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Art. 3º O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguintes hipóteses:

I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações frequentes;

II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa;

III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou

IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.

CAPÍTULO II

DA INTENÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS

Art. 4º Fica instituído o procedimento de Intenção de Registro de Preços - IRP, a ser operacionalizado por módulo do Sistema de Administração e Serviços Gerais - SIASG, que deverá ser utilizado pelos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Serviços Gerais - SISG, para registro e divulgação dos itens a serem licitados e para a realização dos atos previstos nos incisos II e V do caput do art. 5º e dos atos previstos no inciso II e caput do art. 6º .

§ 1 º A divulgação da intenção de registro de

preços poderá ser dispensada, de forma justificada pelo órgão gerenciador. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 1º-A O prazo para que outros órgãos e entidades manifestem interesse em participar de IRP será de oito dias úteis, no mínimo, contado da data de divulgação da IRP no Portal de Compras do Governo federal. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

§ 2º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão editará norma complementar para regulamentar o disposto neste artigo.

§ 3 º Caberá ao órgão gerenciador da Intenção de

Registro de Preços - IRP: (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

I - estabelecer, quando for o caso, o número máximo de participantes na IRP em conformidade com sua capacidade de gerenciamento; (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

II - aceitar ou recusar, justificadamente, os quantitativos considerados ínfimos ou a inclusão de novos itens; e (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

III - deliberar quanto à inclusão posterior de participantes que não manifestaram interesse durante o período de divulgação da IRP. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 4 º Os procedimentos constantes dos incisos II e III do § 3 º serão efetivados antes da elaboração do edital

e de seus anexos. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 5 º Para receber informações a respeito das IRPs

disponíveis no Portal de Compras do Governo Federal, os órgãos e entidades integrantes do SISG se cadastrarão no módulo IRP e inserirão a linha de fornecimento e de serviços de seu interesse. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 6 º É facultado aos órgãos e entidades

integrantes do SISG, antes de iniciar um processo licitatório, consultar as IRPs em andamento e deliberar a respeito da conveniência de sua participação. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

CAPÍTULO III

DAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO GERENCIADOR

Art. 5º Caberá ao órgão gerenciador a prática de todos os atos de controle e administração do Sistema de Registro de Preços, e ainda o seguinte:

I - registrar sua intenção de registro de preços no Portal de Compras do Governo federal;

II - consolidar informações relativas à estimativa individual e total de consumo, promovendo a adequação dos respectivos termos de referência ou projetos básicos encaminhados para atender aos requisitos de padronização e racionalização;

III - promover atos necessários à instrução processual para a realização do procedimento licitatório;

IV - realizar pesquisa de mercado para identificação do valor estimado da licitação e, consolidar os dados das pesquisas de mercado realizadas pelos órgãos e entidades participantes, inclusive nas hipóteses previstas nos §§ 2 º e 3 º do art. 6 º deste Decreto;

(Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

V - confirmar junto aos órgãos participantes a sua concordância com o objeto a ser licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de referência ou projeto básico;

VI - realizar o procedimento licitatório;

VII - gerenciar a ata de registro de preços;

VIII - conduzir eventuais renegociações dos preços registrados;

IX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes de infrações no procedimento licitatório; e

X - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das obrigações contratuais, em relação às suas próprias contratações.

XI - autorizar, excepcional e justificadamente, a prorrogação do prazo previsto no § 6 º do art. 22 deste

Decreto, respeitado o prazo de vigência da ata, quando solicitada pelo órgão não participante. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 1º A ata de registro de preços, disponibilizada no Portal de Compras do Governo federal, poderá ser assinada por certificação digital.

§ 2º O órgão gerenciador poderá solicitar auxílio técnico aos órgãos participantes para execução das atividades previstas nos incisos III, IV e VI do caput.

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52 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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CAPÍTULO IV

DAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO PARTICIPANTE

Art. 6º O órgão participante será responsável pela manifestação de interesse em participar do registro de preços, providenciando o encaminhamento ao órgão gerenciador de sua estimativa de consumo, local de entrega e, quando couber, cronograma de contratação e respectivas especificações ou termo de referência ou projeto básico, nos termos da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, adequado ao registro de preços do qual pretende fazer parte, devendo ainda:

I - garantir que os atos relativos a sua inclusão no registro de preços estejam formalizados e aprovados pela autoridade competente;

II - manifestar, junto ao órgão gerenciador, mediante a utilização da Intenção de Registro de Preços, sua concordância com o objeto a ser licitado, antes da realização do procedimento licitatório; e

III - tomar conhecimento da ata de registros de preços, inclusive de eventuais alterações, para o correto cumprimento de suas disposições.

§ 1 º Cabe ao órgão participante aplicar, garantida

a ampla defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das obrigações contratuais, em relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão gerenciador. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2 º No caso de compra nacional, o órgão

gerenciador promoverá a divulgação da ação, a pesquisa de mercado e a consolidação da demanda dos órgãos e entidades da administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 3 º Na hipótese prevista no § 2 º , comprovada a

vantajosidade, fica facultado aos órgãos ou entidades participantes de compra nacional a execução da ata de registro de preços vinculada ao programa ou projeto federal. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 4 º Os entes federados participantes de compra

nacional poderão utilizar recursos de transferências legais ou voluntárias da União, vinculados aos processos ou projetos objeto de descentralização e de recursos próprios para suas demandas de aquisição no âmbito da ata de registro de preços de compra nacional. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 5 º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão

de novos itens, o órgão participante demandante elaborará sua especificação ou termo de referência ou projeto básico, conforme o caso, e a pesquisa de mercado, observado o disposto no art. 6 º . (Incluído pelo

Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 6 º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão

de novas localidades para entrega do bem ou execução do serviço, o órgão participante responsável pela demanda elaborará, ressalvada a hipótese prevista no § 2º , pesquisa de mercado que contemple a variação de custos locais ou regionais. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

CAPÍTULO V

DA LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS

Art. 7º A licitação para registro de preços será realizada na modalidade de concorrência, do tipo menor preço, nos termos da Lei nº 8.666, de 1993, ou na modalidade de pregão, nos termos da Lei nº 10.520, de 2002, e será precedida de ampla pesquisa de mercado.

§ 1 º O julgamento por técnica e preço, na

modalidade concorrência, poderá ser excepcionalmente adotado, a critério do órgão gerenciador e mediante despacho fundamentado da autoridade máxima do órgão ou entidade. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2º Na licitação para registro de preços não é necessário indicar a dotação orçamentária, que somente será exigida para a formalização do contrato ou outro instrumento hábil.

Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quantidade total do item em lotes, quando técnica e economicamente viável, para possibilitar maior competitividade, observada a quantidade mínima, o prazo e o local de entrega ou de prestação dos serviços.

§ 1 º No caso de serviços, a divisão considerará a

unidade de medida adotada para aferição dos produtos e resultados, e será observada a demanda específica de cada órgão ou entidade participante do certame. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2º Na situação prevista no § 1º , deverá ser evitada a contratação, em um mesmo órgão ou entidade, de mais de uma empresa para a execução de um mesmo serviço, em uma mesma localidade, para assegurar a responsabilidade contratual e o princípio da padronização.

Art. 9º O edital de licitação para registro de preços observará o disposto nas Leis nº 8.666, de 1993, e nº 10.520, de 2002, e contemplará, no mínimo:

I - a especificação ou descrição do objeto, que explicitará o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado para a caracterização do bem ou serviço, inclusive definindo as respectivas unidades de medida usualmente adotadas;

II - estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo órgão gerenciador e órgãos participantes;

III - estimativa de quantidades a serem adquiridas por órgãos não participantes, observado o disposto no § 4º do art. 22, no caso de o órgão gerenciador admitir adesões;

IV - quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item, no caso de bens;

V - condições quanto ao local, prazo de entrega, forma de pagamento, e nos casos de serviços, quando cabível, frequência, periodicidade, características do pessoal, materiais e equipamentos a serem utilizados, procedimentos, cuidados, deveres, disciplina e controles a serem adotados;

VI - prazo de validade do registro de preço, observado o disposto no caput do art. 12;

VII - órgãos e entidades participantes do registro de preço;

VIII - modelos de planilhas de custo e minutas de contratos, quando cabível;

IX - penalidades por descumprimento das condições;

X - minuta da ata de registro de preços como anexo; e

XI - realização periódica de pesquisa de mercado para comprovação da vantajosidade.

§ 1º O edital poderá admitir, como critério de julgamento, o menor preço aferido pela oferta de desconto sobre tabela de preços praticados no mercado, desde que tecnicamente justificado.

§ 2º Quando o edital previr o fornecimento de bens ou prestação de serviços em locais diferentes, é facultada a exigência de apresentação de proposta diferenciada por região, de modo que aos preços sejam acrescidos custos variáveis por região.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 53

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§ 3º A estimativa a que se refere o inciso III do caput não será considerada para fins de qualificação

técnica e qualificação econômico-financeira na habilitação do licitante.

§ 4 º O exame e a aprovação das minutas do

instrumento convocatório e do contrato serão efetuados exclusivamente pela assessoria jurídica do órgão gerenciador.(Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão reduzir seus preços ao valor da proposta do licitante mais bem classificado.

Parágrafo único. A apresentação de novas propostas na forma do caput não prejudicará o resultado

do certame em relação ao licitante mais bem classificado.

CAPÍTULO VI

DO REGISTRO DE PREÇOS E DA VALIDADE DA ATA

Art. 11. Após a homologação da licitação, o registro de preços observará, entre outras, as seguintes condições:

I - serão registrados na ata de registro de preços os preços e quantitativos do licitante mais bem classificado durante a fase competitiva; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

II - será incluído, na respectiva ata na forma de anexo, o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais aos do licitante vencedor na sequência da classificação do certame, excluído o percentual referente à margem de preferência, quando o objeto não atender aos requisitos previstos no art. 3º da Lei nº 8.666, de 1993 ; (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

III - o preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado no Portal de Compras do Governo Federal e ficará disponibilizado durante a vigência da ata de registro de preços; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

IV - a ordem de classificação dos licitantes registrados na ata deverá ser respeitada nas contratações. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 1º O registro a que se refere o inciso II do caput tem por objetivo a formação de cadastro de

reserva no caso de impossibilidade de atendimento pelo primeiro colocado da ata, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 2º Se houver mais de um licitante na situação de que trata o inciso II do caput, serão classificados segundo

a ordem da última proposta apresentada durante a fase competitiva. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 3º A habilitação dos fornecedores que comporão o cadastro de reserva a que se refere o inciso II do caput será efetuada, na hipótese prevista no parágrafo

único do art. 13 e quando houver necessidade de contratação de fornecedor remanescente, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

§ 4º O anexo que trata o inciso II do caput consiste

na ata de realização da sessão pública do pregão ou da concorrência, que conterá a informação dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitante vencedor do certame. (Incluído pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de preços não será superior a doze meses, incluídas eventuais prorrogações, conforme o inciso III do § 3º do art. 15 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 1º É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados pela ata de registro de preços, inclusive o acréscimo de que trata o § 1º do art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 2º A vigência dos contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços será definida nos instrumentos convocatórios, observado o disposto no art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços poderão ser alterados, observado o disposto no art. 65 da Lei nº 8.666, de 1993.

§ 4º O contrato decorrente do Sistema de Registro de Preços deverá ser assinado no prazo de validade da ata de registro de preços.

CAPÍTULO VII

DA ASSINATURA DA ATA E DA CONTRATAÇÃO COM FORNECEDORES REGISTRADOS

Art. 13. Homologado o resultado da licitação, o fornecedor mais bem classificado será convocado para assinar a ata de registro de preços, no prazo e nas condições estabelecidos no instrumento convocatório, podendo o prazo ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pelo fornecedor e desde que ocorra motivo justificado aceito pela administração. (Redação dada pelo Decreto nº 8.250, de 2.014)

Parágrafo único. É facultado à administração, quando o convocado não assinar a ata de registro de preços no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado.

Art. 14. A ata de registro de preços implicará compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, após cumpridos os requisitos de publicidade.

Parágrafo único. A recusa injustificada de fornecedor classificado em assinar a ata, dentro do prazo estabelecido neste artigo, ensejará a aplicação das penalidades legalmente estabelecidas.

Art. 15. A contratação com os fornecedores registrados será formalizada pelo órgão interessado por intermédio de instrumento contratual, emissão de nota de empenho de despesa, autorização de compra ou outro instrumento hábil, conforme o art. 62 da Lei nº 8.666, de 1993.

Art. 16. A existência de preços registrados não obriga a administração a contratar, facultando-se a realização de licitação específica para a aquisição pretendida, assegurada preferência ao fornecedor registrado em igualdade de condições.

CAPÍTULO VIII

DA REVISÃO E DO CANCELAMENTO DOS PREÇOS REGISTRADOS

Art. 17. Os preços registrados poderão ser revistos em decorrência de eventual redução dos preços praticados no mercado ou de fato que eleve o custo dos serviços ou bens registrados, cabendo ao órgão gerenciador promover as negociações junto aos fornecedores, observadas as disposições contidas na alínea “d” do inciso II do caput do art. 65 da Lei nº

8.666, de 1993.

Art. 18. Quando o preço registrado tornar-se superior ao preço praticado no mercado por motivo superveniente, o órgão gerenciador convocará os fornecedores para negociarem a redução dos preços aos valores praticados pelo mercado.

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§ 1º Os fornecedores que não aceitarem reduzir seus preços aos valores praticados pelo mercado serão liberados do compromisso assumido, sem aplicação de penalidade.

§ 2º A ordem de classificação dos fornecedores que aceitarem reduzir seus preços aos valores de mercado observará a classificação original.

Art. 19. Quando o preço de mercado tornar-se superior aos preços registrados e o fornecedor não puder cumprir o compromisso, o órgão gerenciador poderá:

I - liberar o fornecedor do compromisso assumido, caso a comunicação ocorra antes do pedido de fornecimento, e sem aplicação da penalidade se confirmada a veracidade dos motivos e comprovantes apresentados; e

II - convocar os demais fornecedores para assegurar igual oportunidade de negociação.

Parágrafo único. Não havendo êxito nas negociações, o órgão gerenciador deverá proceder à revogação da ata de registro de preços, adotando as medidas cabíveis para obtenção da contratação mais vantajosa.

Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado quando:

I - descumprir as condições da ata de registro de preços;

II - não retirar a nota de empenho ou instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Administração, sem justificativa aceitável;

III - não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese deste se tornar superior àqueles praticados no mercado; ou

IV - sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei nº 10.520, de 2002.

Parágrafo único. O cancelamento de registros nas hipóteses previstas nos incisos I, II e IV do caput será

formalizado por despacho do órgão gerenciador, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

Art. 21. O cancelamento do registro de preços poderá ocorrer por fato superveniente, decorrente de caso fortuito ou força maior, que prejudique o cumprimento da ata, devidamente comprovados e justificados:

I - por razão de interesse público; ou

II - a pedido do fornecedor.

CAPÍTULO IX

DA UTILIZAÇÃO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS POR ÓRGÃO OU ENTIDADES NÃO PARTICIPANTES

Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata de registro de preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou entidade da administração pública federal que não tenha participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador.

§ 1º Os órgãos e entidades que não participaram do registro de preços, quando desejarem fazer uso da ata de registro de preços, deverão consultar o órgão gerenciador da ata para manifestação sobre a possibilidade de adesão.

§ 1º-A A manifestação do órgão gerenciador de que trata o § 1º fica condicionada à realização de estudo, pelos órgãos e pelas entidades que não participaram do registro de preços, que demonstre o ganho de eficiência, a viabilidade e a economicidade para a administração pública federal da utilização da ata de registro de preços, conforme estabelecido em ato do Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e

Gestão. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

§ 1º-B O estudo de que trata o § 1º-A, após aprovação pelo órgão gerenciador, será divulgado no Portal de Compras do Governo federal. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

§ 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de registro de preços, observadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique as obrigações presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com o órgão gerenciador e órgãos participantes.

§ 3º As aquisições ou as contratações adicionais de que trata este artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cinquenta por cento dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes. (Redação dada pelo Decreto nº 9.488, de 2018)(Vigência)

§ 4º O instrumento convocatório preverá que o quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na totalidade, ao dobro do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes, independentemente do número de órgãos não participantes que aderirem. (Redação dada pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

§ 4º-A Na hipótese de compra nacional: (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

I - as aquisições ou as contratações adicionais não excederão, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes; e (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

II - o instrumento convocatório da compra nacional preverá que o quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de preços não excederá, na totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes, independentemente do número de órgãos não participantes que aderirem. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

§ 6º Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante deverá efetivar a aquisição ou contratação solicitada em até noventa dias, observado o prazo de vigência da ata.

§ 7º Compete ao órgão não participante os atos relativos à cobrança do cumprimento pelo fornecedor das obrigações contratualmente assumidas e a aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de eventuais penalidades decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais, em relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão gerenciador.

§ 8º É vedada aos órgãos e entidades da administração pública federal a adesão a ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade municipal, distrital ou estadual.

§ 9º É facultada aos órgãos ou entidades municipais, distritais ou estaduais a adesão a ata de registro de preços da Administração Pública Federal.

§ 9º-A Sem prejuízo da observância ao disposto no § 3º , à hipótese prevista no § 9º não se aplica o disposto nos § 1º-A e § 1º-B no caso de órgãos e entidades de outros entes federativos. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

§ 10. É vedada a contratação de serviços de tecnologia da informação e comunicação por meio de

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 55

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adesão a ata de registro de preços que não seja: (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

I - gerenciada pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; ou (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

II - gerenciada por outro órgão ou entidade e previamente aprovada pela Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

§ 11. O disposto no § 10 não se aplica às hipóteses em que a contratação de serviços esteja vinculada ao fornecimento de bens de tecnologia da informação e comunicação constante da mesma ata de registro de preços. (Incluído pelo Decreto nº 9.488, de 2018) (Vigência)

CAPÍTULO X

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 23. A Administração poderá utilizar recursos de tecnologia da informação na operacionalização do disposto neste Decreto e automatizar procedimentos de controle e atribuições dos órgãos gerenciadores e participantes.

Art. 24. As atas de registro de preços vigentes, decorrentes de certames realizados sob a vigência do Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001, poderão ser utilizadas pelos órgãos gerenciadores e participantes, até o término de sua vigência.

Art. 25. Até a completa adequação do Portal de Compras do Governo federal para atendimento ao disposto no § 1º do art. 5º , o órgão gerenciador deverá:

I - providenciar a assinatura da ata de registro de preços e o encaminhamento de sua cópia aos órgãos ou entidades participantes; e

II - providenciar a indicação dos fornecedores para atendimento às demandas, observada a ordem de classificação e os quantitativos de contratação definidos pelos órgãos e entidades participantes.

Art. 26. Até a completa adequação do Portal de Compras do Governo federal para atendimento ao disposto nos incisos I e II do caput do art. 11 e no inciso II

do § 2º do art. 11, a ata registrará os licitantes vencedores, quantitativos e respectivos preços.

Art. 27. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá editar normas complementares a este Decreto.

Art. 28. Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publicação.

Art. 29. Ficam revogados:

I - o Decreto nº 3.931, de 19 de setembro de 2001 ; e

II - o Decreto nº 4.342, de 23 de agosto de 2002. Brasília, 23 de janeiro de 2013; 192º da Independência e

125º da República.

DILMA ROUSSEFF

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A administração de materiais é, certamente, um

dos principais subsistemas de uma organização. Fortemente ligada à logística, seu foco principal e determinar o que, quando, como e quanto comprar, ao menor custo, desde a compra junto ao fornecedor até a entrega ao cliente final. Vê-se, dessa forma, que a administração de materiais é muito mais do que o simples controle de estoque, é uma atividade complexa e que envolve vários fatores. Entenda mais lendo nosso resumo.

O constante equilíbrio entre estoque e consumo deve ser o principal objetivo de um administrador de materiais. O fluxo de distribuição dos produtos deve ser

constante, sem interrupções. Destacamos, como principais tarefas de tal área:

Comprar: Nesta fase são identificados os

fornecedores disponíveis e escolhidos os que melhor se adéquam às necessidades da empresa;

Armazenar: Deve-se identificar a demanda dos

produtos para que se possa ter exata noção do quanto armazenar. Insta salientar, nesse momento, que armazenamento em excesso pode trazer prejuízos à organização, dessa forma, adequar o armazenamento à demanda é muito importante;

Controlar: de acordo com a demanda, deve-se

fazer o controle de estoque, respeitando a disponibilidade financeira da organização;

Distribuir: de acordo com as ordens de compra

recebidas, faz-se a distribuição dos produtos aos clientes na quantidade e momento oportunos.

A administração de materiais é uma das áreas

mais importantes da organização, também, pelo fato de que essa influi bastante nos custos de funcionamento da mesma. Dessa forma, uma boa administração de materiais pode reduzir custos e melhorar os resultados de uma empresa.

Como você já deve ter percebido, tendo em vista à sua importância, a administração de materiais deve ser realizada com altos padrões de excelência, pois interfere grandemente no fluxo de trabalho da organização e, também, em seus resultados internos e externos.

Ferramentas de Administração de Materiais

Em virtude da alta competitividade entre as organizações, otimizar os processos reduzindo custos e aumentando os ganhos tornou-se verdadeira obsessão. Uma boa administração de matériais pode ser determinante para o alcance de tal meta. Dessa forma, um bom profissional da área deve conhecer as principais ferramentas de administração de materiais:

1 – WMS (Warehouse Management System) –

Sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e linhas de produção. O WMS tem seu foco dirigido aos estoques, visando otimizar a utilização dos espaços na armazenagem.

2 – TMS (Transportation Management System) – Sistema para otimização do

processo de distribuição. Ele faz a integração entre todas as unidades de transporte, visando aumentar a velocidade do processo ao menor custo possível.

3 – ERP (Entreprise Resource Planning) –

Integra todos os dados de uma organização em um único sistema. Esse sistema automatiza e armazena as informações fornecidas por todas as áreas da organização, de maneira integrada.

4 – MRP (Material Requirement Planning) – Com

base na demanda, realiza o planejamento dos materiais necessários, naquele momento. Dessa forma, é ferramenta essencial para que o gestor saiba o que, quando e quanto comprar.

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56 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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PLANEJAMENTO: ANÁLISE, ESPECIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO; PADRONIZAÇÕES, CATALOGAÇÃO, NORMALIZAÇÃO

Segundo Dias, o objetivo da classificação de materiais é definir uma CATALOGAÇÃO, SIMPLIFICAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, NORMALIZAÇÃO, PADRONIZAÇÃO E CODIFICAÇÃO de todos os

materiais componentes do estoque da empresa além de facilitar a localização dos mesmos no almoxarifado. CATALOGAR – Significa denominar todos os itens

existentes, de modo que não se omita nenhum deles. SIMPLIFICAR – É reduzir a multiplicidade de materiais

que são empregados para o mesmo fim.

ESPECIFICAR – É descrever detalhadamente um

certo item, demonstrando suas medidas, formato, tamanho, peso, etc.

NORMALIZAR – Significa determinar a forma de

utilização de um material em suas diversas aplicações.

PADRONIZAR – É estabelecer idênticos padrões

de peso, medidas e formato para os materiais de modo que não existam muitas variações entre eles.

Vantagens da Padronização

Simplifica o trabalho de conferência, inspeção, fiscalização.

Reduz substancialmente o número de itens

Esses itens têm pouca probabilidade de se tornarem obsoletos

Reduz o custo de material

TIPOS DE CLASSIFICAÇÃO.

Classificação de Materiais

É um processo onde se busca reunir os materiais por características semelhantes. Para se obter maior êxito na classificação temos de considerar alguns atributos importantes que são:

a) Abrangência – objetiva-se tratar de uma gama

de características ao invés de ficar reunindo apenas materiais para serem classificados.

b) Flexibilidade – deve ter como escopo a

permissão de interfaces entre os vários tipos de classificação, para que se possa obter uma visão holística do gerenciamento dos estoques.

c) Praticidade – a classificação deve objetivar

sempre ser direta e simples.

Por Demanda

a) Materiais de Estoque – Materiais Produtivos;

Matérias Primas; Produtos em Fabricação; Produtos Acabados; Materiais em Manutenção; Materiais Improdutivos; Materiais de Consumo Geral.

b) Materiais não de Estoque – são materiais de

demanda imprevisível, para os quais não há definição de parâmetros para ressuprimento automático.

Materiais Críticos

a) Por Problemas de Obtenção – Material

Importado; Existência de um único fornecedor; Escassez no Mercado; Material Estratégico; Difícil Fabricação ou Obtenção.

b) Por Razões Econômicas – Material de Valor

Elevado; Material com Elevado Custo de Armazenagem; Material com Elevado Custo de Transporte.

c) Por Problemas de Armazenagem e Transporte – Material Perecível; Material de Alta

Periculosidade; Material de Elevado Peso; Material de Grandes Dimensões.

d) Por Problemas de Previsão – Material com

Difícil Previsão de Utilização.

e) Por Razões de Segurança – Material de

Reposição de Alto Custo; Material para Equipamento Vital da Produção.

Perecibilidade – Não Perecíveis e Perecíveis

a) Pela Ação Higroscópica – Sal Marinho; Cal

Virgem etc.

b) Pela Limitação do Tempo – que possuam

prazos de validade – Alimentos; Remédios etc.

c) Instáveis – produtos químicos – peróxido de

éter; oxido de etileno etc

d) Voláteis – Amoníacos

e) Por Contaminação pela Água – óleos para

transformadores.

f) Por Contaminação por Partículas Sólidas –

graxas.

g) Pela Ação da Gravidade – eixos de grande

comprimento.

h) Por Queda, Colisão ou Vibração – cristais;

vidros; instrumentos de medição etc

i) Pela Mudança de Temperatura – selantes

para vedação; anéis de vedação em borracha etc

j) Pela Ação da Luz – filmes fotográficos etc

k) Por da Atmosfera Agressiva – materiais que

sofrem corrosão em contato com a atmosfera (gases e vapores).

l) Pela Ação de Animais – grãos; madeira etc

Periculosidade – visa identificar materiais

químicos, gases, inflamáveis etc.

Possibilidade de Fazer ou Comprar – fazer

internamente; comprar; decidir por fazer ou comprar; recondicionar.

Tipos de Estocagem – estocagem permanente ou

estocagem temporária

Dificuldade de Aquisição – fabricação especial;

escassez no mercado; sazonalidade; monopólio ou tecnologia exclusiva; logística sofisticada; importações;

Mercado Fornecedor – mercado nacional; mercado

estrangeiro; materiais em processo de nacionalização.

METODOLOGIA DE CÁLCULO DA CURVA ABC

CLASSIFICAÇÃO ABC

A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa.

Verifica-se, portanto, que, uma vez obtida a sequência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta imediatamente a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativas, conforme a importância dos itens.

A curva ABC tem sido usada para a administração de estoques, para definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa.

Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 57

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Classe A: Grupo de itens mais importante que de-

vem ser trabalhados com uma atenção especial pela administração.

Classe B: Grupo intermediário.

Classe C: Grupo de itens menos importantes em

termos de movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem custo de manter estoque.

A classe “A” são os itens que nesse caso dão a

sustentação de vendas, podemos perceber que apenas 20% dos itens corresponde a 80% do faturamento.(alta rota tividade).

A classe “B” responde por 30% dos itens em

estoque e 15% do faturamento.(rotatividade média).

A classe “C” compreende a sozinha 50% dos

itens em estoque, respondendo por apenas 5% do faturamento.

Métodos de codificação

Número sequencial:

É o método pelo qual se distribui, sequencialmente, números arábicos a casa material que se deseja codificar. Este método, embora simples, não deixa de ser bastante eficaz, especialmente em empresas de pequeno médio porte.

Método alfabético

A codificação pelo sistema alfabético é a que utiliza letras em vez de números para a identificação dos materiais. É um sistema bastante limitado, especialmente, hoje, quando as máquinas que não aceitam símbolos alfabéticos, já são tão largamente aceitas nas empresas modernas.

No sistema alfabético, o material é codificado, segundo uma letra, sendo utilizado um conjunto de letras suficientes para preencher toda a identificação do material pelo seu limite em termos de quantidade de itens e uma difícil memorização, este sistema está em desuso.

Método alfanumérico ou misto

Este método caracteriza-se pela associação de letras e algarismos. Permite certa flexibilidade, por quanto às letras que antecedem os números poderão indicar lotes ou representar a inicial do material codificado. Apesar de ser o método mais difundido no Brasil, apresenta o problema da não aceitação das letras pelos sistemas mecanizados.

O sistema alfanumérico é uma combinação de letras e números e permite um número de itens em estoque superior ao sistema alfabético. Normalmente é dividido em grupos e classes, assim:

Método decimal (simplificado)

Este método de codificação apoia-se na “Decimal Classification” do famoso bibliotecário norte americano Melville Louis Kossuth Dervey. É uma adaptação de ideia genial de Dervey, uma simplificação de seu sistema. Consiste, basicamente, na associação de três grupos e sete algarismos. É o método mais utilizado nos almoxarifados para a codificação dos materiais.

1º Grupo-00- Classificador: Designa as grandes

“Classes” ou agrupamentos de materiais em estoque.

2º Grupo-00- Individualizador: Identifica cada um

dos materiais do 1º grupo.

3º Grupo-000-Caracterizador: Descreve os

materiais pertencentes ao 2º grupo, de forma definitiva, com todas as suas características, a fim de torná-los inconfundíveis.

É o método mais usado nas empresas, pela sua simplicidade e com possibilidades de itens em estoque e

informações incomensuráveis. Suponhamos que uma empresa utilize a seguinte classificação para especificar os diversos tipos de materiais em estoque:

matéria-prima

óleos, combustíveis e lubrificantes.

produtos em processos

produtos acabados

material de escritório

material de limpeza

Podemos verificar que todos os materiais estão classificados sob títulos gerais, de acordo com suas características. É uma classificação bem geral. Cada um dos títulos da classificação geral é submetido a uma nova divisão que individualiza os materiais. Para exemplificar, tomemos o título 05 – materiais de escritório, da classificação geral, e suponhamos que tenha a seguinte divisão:

ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS

COMPRAS

A função compras é um segmento essencial do Departamento de Material Suprimentos que tem pôr finalidade suprir as necessidades de materiais ou serviços planejá-las quantitativamente e satisfazê-las no momento certo com as quantidade corretas, verificar se recebeu efetivamente o que foi comprado e providenciar andamento. Compras é, portanto, uma operação da área de materiais, muito importante entre as que compõem o processo de suprimento.

Em todo sistema empresarial, para se manter um volume de vendas e um perfil competitivo no mercado e, consequentemente, gerar lucros satisfatórios, a minimizarão de custos deve ser perseguida e alcançada, principalmente os que se referem materiais utilizados, já que representam uma parcela pôr demais considerável estrutura de custo total.

Podemos concluir então que os objetivos básicos de uma Seção de Compras seriam:

a) Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos programas produção.

b) Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento afete a operacionalidade da empresa.

c) Comprar materiais e insumos aos menores preços obedecendo padrões de quantidade e qualidade definidos.

Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para empresa, principalmente em condições de pagamento.

1 Organização do setor de compras

Independente do porte da empresa, os princípios básicos da organização de compras constituem-se de normas fundamentais assim consideradas:

· Autoridade para compra;

· Registro de compra;

· Registro de preço;

· Registro de estoque e consumo;

· Registro de fornecedores;

· Arquivos e especificações;

· Arquivo de catálogos;

Completando a organização, podemos incluir como atividade típicas da seção de compras:

a) Pesquisa dos fornecedores

· Estudo do mercado

· Estudo dos materiais

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58 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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· Analise dos custos

· Investigação das fontes de fornecimento

· Desenvolvimento de fontes de fornecimento

· Desenvolvimento de fontes de materiais alternativos

b) Aquisição

· Conferencia de requisições

· Analise das cotações

· Decidir comprar pôr meios de contratos ou mercado aberto

· Entrevistar vendedores

· Negociar contratos

· Efetuar as encomendas de compras

· Acompanhar o recebimento de materiais

c) Administração

· manutenção de estoques mínimos;

· transferências de materiais;

· evitar excessos e obsolescência de estoque;

· padronizar o que for possível.

d) Diversos

· fazer estimativa de custo;

· dispor de materiais desnecessários, obsoletos ou excedentes;

· cuidar das relações comerciais recíprocas.

2 Etapas do processo

Operação do sistema de Compras Introdução

Um sistema adequado de compras tem variações em função da estrutura da empresa e em função da sua política adotada. A área de compras em empresas tradicionais vem a cada ano sofrendo reformulações na sua estrutura. Em sua sistemática são introduzidos alterações com varias características básicas para poder comprar melhor e encorajar novos e eficientes fornecedores. De tempos em tempos esses sistemas vêm sendo aperfeiçoado, acompanhando a evolução e o progresso do mundo dos negócios, mas os elementos básicos permanecem os mesmos. Entre essas características podemos destacar:

a) Sistema de compras a três cotações: tem pôr finalidade partir de um número mínimo de cotações para encorajar novos competidores. A pré-seleção dos concorrentes qualificados evita o dispêndio de tempo com um grande número de fornecedores dos quais boa parte não teria condição para fazer um bom negocio.

b) Sistema de preço objetivo: o conhecimento prévio do preço justo, além de ajudar nas decisões do comprador proporciona uma verificação dupla no sistema de cotações. Pode ainda ajudar (os fornecedores a serem competitivos, mostrando lhes que suas bases comerciais não são reais e que seus preços estão fora de concorrência. E garante ao comprador uma base para as argumentações nas discussões de aumentos de preço e nas negociações de distribuição da porcentagem.

c) Duas ou mais aprovações: no mínimo duas pessoas estão envolvidas em cada decisão da escolha do fornecedor. Isto estabelece uma defesa dos interesses da empresa pela garantia de um melhor julgamento, protegendo o comprador ao possibilitar revisão de uma decisão individual. Não fosse só esta razão, poder-se-ia acrescentar mais uma: o sistema de duas aprovações permite que os mesmos

estejam envolvidos pelo processamento da compra, uma vez que a sua decisão esta sujeita a um assessoramento ou supervisão.

d) Documentação escrita: a presença de muito papel pode parecer desnecessária, porém fica evidente que a documentação escrita anexa ao pedido, além de possibilitar, no ato da segunda assinatura, o exame de cada fase de negociação, permite a revisão e estará sempre disponível junto ao processo de compra para esclarecer qualquer dúvida posterior.

Solicitação de Compras

A Solicitação de Compras é um documento que da a autorização para o comprador executar uma compra. Seja para materiais produtivos ou improdutivos ela e sol citada para um programa de produção para um projeto que se esta desenvolvendo ou ainda para abastecimento geral da empresa. É o documento que deve informar o que se deve comprar a quantidade o prazo de entrega local da entrega e em alguns casos especiais, os prováveis fornecedores. Seguem-se modelos de Solicitação de Compras, com e sem ocorrência.

Coleta de preços

A cotação é o registro do preço obtido da oferta de diversos fornecedores em relação ao material cuja compra foi solicitada. Não deve ter rasuras e deverá conter preço, quantidade e data do recebimento na Seção de Compras; deverá ainda estar sempre ao alcance de qualquer consulta e análise de Auditoria quando for solicitada. E um documento que precisa ser manuseado com atenção; os elementos ai contidos devem fornecer não somente ao comprador, mas também a qualquer outro os informes completos do que se está pretendendo comprar, para que a cotação dada corresponda exatamente ao preço do produto requerido e não surjam dúvidas futuras pôr insuficiência de lados ou das características exigidas. Para melhor análise desses dados, eles podem ser transcritos em um mapa que é a cópia Fiel das cotações recebidas, a fim de que se tenha uma melhor visualização, conforme modelo apresentado a seguir. Existem casos em que a empresa utiliza a própria solicitação de compras para registro da coleta de preços.

Ao se fazer uma cotação de preços para determinado equipamento ou produto, os fornecedores em potencial enviam propostas de fornecimento, que informam preço, prazo, reajuste e uma serie de condições gerais que estabelecem. A empresa pôr intermédio do comprador fixa também diversas condições para o fornecedor. Vejamos algumas das condições mais usuais que são feitas pelos fornecedores.

As propostas ficam sujeitas a confirmação.

Os preços indicados são líquidos, para entregas na fabrica.

Em casos de atrasos na entrega de mercadorias sem culpa do fornecedor, as datas dos pagamentos permanecerão as mesmas, como se a entrega tivesse sido feita na data devida. Se as condições de pagamento, inclusive as relativas ao reajuste de preços, não forem observadas alem da correção monetária, a ser calculada com base nos índices conjuntural, publicado pela F.G.V., e proporcional ao atraso ocorrido, o comprador ficara sujeito ao pagamento de multa moratória de 1% ao mês sobre as importâncias devidas sem necessidade de qualquer interpelação, judicial ou extrajudicial.

Comprador não pode suspender ou reduzir os pagamentos, baseado em reclamações não reconhecidas como procedentes pelos vendedores. Se, pôr ocasião do

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término da fabricação, não for possível o despacho do material, pôr motivos alheios á vontade do fornecedor, efetua-se o respectivo faturamento, correndo a armazenagem pôr conta exclusiva do comprador.

Pagamento inicial efetuado pelo comprador mesmo sem o envio do pedido traduz a concorrência tacita do volume do fornecimento, das características técnicas e das condições constantes da proposta. Consistindo o pedido em várias ou diferentes unidades, assiste-nos o direito de fornecer e faturar cada unidade separadamente As duplicatas extraídas em conformidade com as condições de pagamento ajustados devem ser aceitas nos termos da legislação em vigor. Um eventual reajuste de preço deverá ser pago contra apresentação da respectiva fatura.

Os prazos de fabricação são geralmente indicados na proposta em dias úteis de trabalho, de acordo com a programação estimada na data da proposta, portanto para que tenha validade pôr ocasião da encomenda, os prazos devem ser expressamente confirmados. O prazo de fabricação deverá ser contado a partir da data do recebimento do sinal e da primeira parcela do preço de venda ou da data de nossa confirmação, pôr escrito, do pedido expressamente aceita pôr nós.

O prazo, inclusive para efeito do cálculo do reajuste de preço, ficará prorrogado de tantos dias quantos forem os dias da mora no pagamento das prestações ajustadas ou nos casos de qualquer das seguintes ocorrências:

· Informações, documentação e esclarecimentos pedidos ao comprador, a pessoas ou entidades indicadas pelo mesmo comprador, e não respondidos ou entregues no devido tempo.

· Atrasos pôr motivos de força maior, tais como guerra, revolução, motim perturbação da ordem, epidemias, inundações, incêndio, explosão greves e de’ modo geral, geral, acontecimentos fortuitos, alheios á vontade, inclusive falhas de fabricação e impossibilidade na obtenção de matérias-primas.

Salvo o que diferentemente for estabelecido, a entrega do material é efetuada na fábrica. O material, uma vez pronto, total ou parcialmente, devera ser retirado logo apôs o aviso. Na impossibilidade da retirada do Mesmo, por motivos independentes.

A vontade do fornecedor, reserva-se o direito de despacha-lo ao endereço do comprador, pôr sua conta e risco, ou de armazená-lo igualmente pôr sua conta e risco, mantendo-o á distância do mesmo, sendo considerado entregue. Os venci-mentos para efeito de pagamento, são contados a partir da data do aviso de disponibilidade.

Exceções ou modificações dessas “Condições Gerais” somente serão válidas quando forem aceitas por escrito. Na existência de condições de compra estabelecidas pelo comprador, contrárias às condições gerais, prevalecem estas últimas.

PEDIDO DE COMPRA

O Pedido de Compra é um contrato formal entre a empresa e o fornecedor, devendo representar fielmente todas as condições e características da compra ai estabelecidas, razão pela qual o fornecedor deve estar ciente de todas as cláusulas e pré-requisitos constantes do impresso, dos procedimentos que regem o recebimento das peças ou produtos, dos controles e das exigências de qualidade, para que o pedido possa legalmente ser considerado em vigor. As alterações das condições iniciais também devem ser objeto de discussões e entendimentos, para que não surjam dúvidas e venha a empresa a ser prejudicada com uma contestação pelos fornecedores envolvidos.

O Pedido de Compra tem força de contrato e a sua aceitação pelo fornecedor implica o atendimento de todas as condições aí estipuladas, tais como: quantidade, qualidade, frequência de entregas, prazos, preços e local de entrega. Deve-se alertar o fornecedor para a propriedade dos desenhos e marcas exclusivas da compradora e para as implicações legais dai decorrentes. Cuidados especiais devem ser tomados na negocia-ção que envolva a encomenda e a compra de uma ferramenta específica, evitando-se que a mesma não venha a ser fornecida a terceiros. Os pedidos de compra devem sempre ser remetidos ao fornecedor pôr intermédio de um protocolo para o qual se farão registros e controles, conforme o modelo seguinte:

Apresentamos um modelo de Pedido de Compra que poderá, dentro de certas especificas, ser útil a qualquer tipo de empresa. São bastante normais atrasos nos prazos de entrega dos fornecedores, porem esta situação deve, na medida do possível, ser evitada; o comprador deverá manter um acompanhamento constante desses prazos, comunicando ao fornecedor quando Os atrasos passam a ser significativos. Pôr intermédio dos modelos das cartas seguintes pode-se cobrar o fornecedor em três estágios

É bastante comum que no verso do Pedido de Compra cada empresa registre as suas condições de compra, que são características especiais da estrutura de cada empresa e da sua política de Compras. Essas Condições poderiam ser de maneira geral as seguintes:

1. As mercadorias deverão ser entregues absolutamente dentro do prazo combinado. A não-observância da presente cláusula garante-nos o direito de cancelar este Pedido de Compra em todo ou em parle, sem qualquer prejuízo de nossa parte.

2. Todo material fornecido devera estar rigorosamente de acordo com o nosso pedido no que se refere a especificações, desenhos etc, e sua aceitação é condicionada a aprovação de nossa inspeção. Em casos de rejeição será colocado a disposição pôr conta e risco do fornecedor, até sua retirada. Qualquer despesa de transporte, relativa a materiais assim rejeitados, ocorrera pôr conta do fornecedor.

3. Reservamo-nos o direito de recusar e devolver, as custas do fornecedor, qualquer parcela de material recebido em quantidade superior àquela cujo fornecimento foi autorizado pela presente.

4. A presente encomenda não poderá ser faturado pôr preço mais elevada do que aqueles aqui estabelecido, salvo prévia modificação e posterior consentimento de nossa parte.

5. Não serão aceitas responsabilidades de pagamentos referentes a transporte, embalagem, seguros etc., salvo se especificadamente autorizados pela presente.

6. Qualquer débito resultante de pagamento pôr parte do fornecedor sobre transporte, embala gem, seguro etc., quando autorizado, deverá ser corretamente documentado junto à fatura correspondente ao fornecimento feito.

7. Fica expressamente entendido que o fornecedor será considerado estritamente responsável pôr qualquer obrigação ou onus resultante da venda ou fabricação de qualquer dos itens deste pedido de compra que viole ou transgrida qualquer lei, decreto ou direitos de

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patentes e de copyright ou marca registrada.

8. Não assumimos qualquer responsabilidade pôr mercadorias, cujas entregas não tenham sido autorizadas pôr um Pedido de Compra devidamente aprovado ou que, de qualquer modo, não estejam de acordo com os termos e condições supra-esta-beleci das.

9. Garanta a possibilidade de novos pedidos respeitando o estabelecido nos itens acima. Pedimos em beneficio recíproco avisar-nos pôr telefone, telegrama ou carta sobre qualquer dilatação que venha a sofrer o prazo de entrega originalmente fixado ou sobre sua impossibilidade de cumprir qualquer das cláusulas acima.

Ao receber um produto do fornecedor existem normalmente algumas divergências entre aquilo que foi solicitado e o que efetivamente o fornecedor entregou, ou divergências com qualquer negociação combinada anteriormente constante no Pedido de Compra. Para evitar comunicações extensas e periódicas, lança-se mão de uma carta-padrão onde está englobada todas as irregularidade que porventura ve-nham a acontecer Fornecemos, a propósito, um modelo que pode ser utilizado para este fim.

Acompanhamento de compras

Um Comprador eficaz deve manter um arquivo onde deve registrar a vida do produto, controlando todas as fases do processo de compra, as variações de preço, as modificações das quantidades solicitadas, a indicação de uma nova condição de paga mento e as entradas de mercadorias correspondentes ao pedido colocado. Qualquer falha nesses registros ou insuficiência de dados pode acarretar uma má performance das atividades de Compras. Deve ser mantido atualizado devidamente a hm de ser consultado a qualquer momento.

3 Perfil do comprador.

Comprador de materiais diversos

Efetuar e acompanhar pequenas compras de materiais sob supervisão da chefia da seção; classificar e analisar requisições de compras remetidas por outros setores; pesquisar cadastro de fornecedores e efetuar coleta de preços; estudar preços e qualidades, optando pelo que obter melhores condições; efetuaras compras e controlar a entrega dos materiais; manter arquivo de catálogos e fornecedores.

Comprador Técnico

Efetuar compras de materiais especiais de produção mediante a supervisão e orientação da chefia; classificar e analisar solicitações de compra; estudar e analisar necessidades técnicas; pesquisar cadastro de fornecedores; preparar concorrência, analisar informaçoes recebidas e informar á chefia as melhores condições; manter e atualizar cadastro geral de fornecedores; assessorar as várias seções com informações técnicas; acompanhar e controlar a entrega dos materiais.

Comprador de Matéria-prima

Efetuar compras de matérias Primas utilizadas em urna ou várias unidades fabris, sob supervisão da chefia da seção: classificar analisar solicitação de compra remetidas pôr outro setor; pesquisar cadastro de fornecedores; consultar em publicações específicas as cotações dos produtos; organizar pequenas concorrências; analisar as informações e opinar sobre as

melhores ofertas; providenciar as compras e acompanhar as entregas das mesmas.

Auxiliar de Compras

Controlar o recebimento de solicitações de compras e efetuar conferência dos valores anotados; pesquisar arquivo de publicações técnicas; elaborar relações de fornecedores para cada material, emitir pedidos de Compra; controlar arquivo de catálogos e documentos referentes às compras efetuadas.

Acompanhador de Compras Follow-up -

Acompanhar, documentar e fiscalizar as encomendas realizadas em observância aos respectivos prazos de entrega; informar ao comprador o resultado do acompanhamento; efetuar cancelamentos, modificações e pequenas compras conforme determinação da chefia.

Qualificação de compradores

Mesmo para aqueles mais novos na atividade de compras já deve ter-se tornado evidente a importância dessa função e o quanto ela é interessante. Aos mais antigos no exercício do cargo deve ter ocorrido a diferença entre a função de comprador atual e o primitivo “Colocador de Pedido”, que antes somente fazia a entrega de formulários preenchidos e assinados, para cuja decisão ou formalização em nada tinham contribuído e influído.

Antigamente os homens de compras iniciavam-se como almoxarifes, aos quais eram delegadas a responsabilidade de compra de “algumas coisas” de uso geral na fábrica e a acomodação das providências finais do recebimento e armazenagem de mercadorias. Algumas vezes nem sabiam que mercadorias eram ou para que se destinavam.

Possivelmente era um Gerente de Fábrica que encomendava diretamente, sem concorrência, sem pedido, sem solicitação, sem nada, e o comprador era o último a saber, ou seja, ficava sabendo somente na hora da chegada da mercadoria.

Atualmente o comprador é um elemento experiente e a função é tida e reconhecida como uma das mais importantes em uma empresa. O padrão atual exige que o comprador tenha ótimas qualificações e esteja preparado para usá-las em todas as ocasiões. Para conduzir eficazmente suas compras, deve demonstrar conhecimentos amplos das características dos produtos dos processos e das fases de fabricação dos itens comprados. Deve estar preparado para discutir em igual nível de conhecimento com os fornecedores.

O comprador ideal deve saber ouvir atentamente os argumentos apresentados pelo vendedor, para depois agir sensatamente. Muitas vezes as razões e opiniões apresentadas pelo vendedor poderão ser bem contra-argumentadas, levando a negociação a representar um benefício para a empresa. Assim, uma agressividade bem orientada, pôr firmeza de convicções leva a um bom termo uma negociação que, a primeira vista, poderia parecer de resultado inglório.

Outra característica do bom comprador é estar perfeitamente identificado com a política e os padrões de ética definidos pela empresa, como, pôr exemplo, a manutenção do sigilo nas negociações que envolvam mais de um fornecedor ou até mesmo quando um só está envolvido.

As concorrências, as discussões de preços e a finalização da compra devem ser orientadas pelos mais elevados níveis. O objetivo é obter dos fornecedores negócios honestos e compensadores, sem que pairem dúvidas quanto à dignidade daqueles que o conduziram.

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No caso de a empresa vir a tomar decisões que possam afetar as operações ou influir expressivamente nas relações comerciais com o fornecedor, é de boa ética e do interesse de Compras da Empresa que os envolvidos sejam comunicados rapidamente. E uma atitude que vem reforçar a política da manutenção de boas relações e permite um planejamento de operações com vista ás atividades futuras, sem perdas e estremecimentos de relações.

Outro padrão a ser seguido é o de não restringir a liberdade do fornecedor, que deve poder discutir em qualquer nível da Empresa, para obter esclarecimentos sobre qualquer aspecto das suas relações ou que lhe causaram dúvidas ou surpresas.

Compradores com boa qualificação profissional fornecem às empresas condições de fazer bons negócios; dai vem a maior responsabilidade, constituindo o comprador uma força vital, que faz parte da própria vida da empresa, pois o objetivo é comprar bem e eficientemente, e com isso atender aos objetivos de lucro, uma vez que o departamento de Compras é, em igualdade de condições com outras áreas, um centro de lucro. E será mais ainda um centro de lucro quando os fornecedores forem encorajados a enfrentar novas ideias e novos projetos, dispondo-se a aproveitar a oportunidade de fazerem novos negócios.

4 Modalidades de compra

A compra pode ter dois trâmites: normal ou em caráter de emergência

a) Compra normal – utilizada quando o prazo for compatível para obter melhores condições comerciais e técnicas na aquisição de materiais, por meio de todas as etapas demonstradas no fluxo básico da compra (mais vantajosa).

b) Compra em Emergência: ocorre quando a empresa falha na elaboração do planejamento ou no atendimento de necessidade oriunda de problemas operacionais (perda em várias etapas fundamentais).

5 Cadastro de fornecedores

Classificação de fornecedores

Podemos classificar como Fornecedor toda empresa interessada em suprir as necessidades de outra empresa em termos de:

· matéria-prima;

· serviços; e

· mão-de-obra.

A eficiência de um Departamento de Compras está diretamente ligada ao grau de atendimento e ao relacionamento entre o comprador e o fornecedor que devem se os mais adequados e convenientes. Dentro de uma classificação podemos ter:

a) Fornecimento monopolista. Monopolistas são os fabricantes de produtos exclusivos dentro do mercado; normalmente o volume de compras é determinado o grau de atendimento e relacionamento. Ocorre também na maioria das vezes uma atenção bem pequena dos vendedores para seus clientes; são chamados “apanhadores de pedido”, porque não existe uma da venda; o fornecedor é consciente de seu monopólio. Nesses casos o comprador tem de manter o interesse da aquisição.

b) Fornecedores habituais São normalmente os fornecedores tradicionais que sempre são

Consultados numa coleta de preços; eles possuem uma linha de produto padronizada e bastante comercial. Geralmente são os fornecedores que prestam melhor atendimento, pois sabem que existe concorrência e que seu volume de vendas está ligado á qualidade de seus produtos e ao tratamento dado ao Cliente.

c) Fornecedores especiais. São os que ocasionalmente poderão prestar serviços mão-de-obra e até mesmo fabricação de produtos, que requerem equipamentos especiais ou processos específicos e que normalmente não são encontrados nos fornecedores habituais.

Esta classificação é bastante genérica e acadêmica, existe um grau de dependência nessa classificação que variará de acordo com o grau de necessidade e importância dos produtos a serem comprados, que pode ser diretamente ligado às Características do fornecedor, ou Seja:

a) se é um fabricante, revendedor, ou representante;

b) se o produto a ser adquirido é especial ou de linha normal;

c) se todo o processo de fabricação é realizado internamente não dependendo de terceiros;

d) se existem lotes mínimos de fabricação ou independentes das quantidades vendidas

e) grau de assistência técnica ao cliente comprador;

f) analise de capacidade de produção e qualidade dos produtos fornecidos anteriormente;

g) análise da procedência da matéria prima e qualidade.

Com exceção de fornecedores do tipo monopolista, o Departamento de Compras deve sempre manterem seu cadastro um registro de no mínimo três fornecedores para cada tipo de material. Não é recomendável urna empresa depender do fornecimento de apenas uma fonte, sem qualquer alternativa. As inúmeras vantagens que esse critério pode acarretar para a área de Compras seriam:

· maior segurança no ciclo de reposição de material;

· maior liberdade de negociação e consequentemente um potencial de redução de preço de compra;

· maiores oportunidades de os fornecedores se familiarizarem com os nossos componentes e/ou peças.

Existem algumas situações em que não há vantagens em trabalhar com mais de um fornecedor; são os casos dos fornecedores monopolistas, das situações de produtos patenteados ou de processo de fabricação exclusivo; as tolerâncias de qualidade do produto que são bastante restritas e que, como consequência, diminuem a amplitude de fontes de fornecimento, quantidades de compra demasiadamente pequenas, antieconômicas e operacionalmente inviáveis; existência de necessidades de programar entregas, ocorrendo um desgaste muito grande quando se têm vários fornecedores, no sentido de acompanhamento e cobrança de entrega. Uma das alternativas bastante utilizadas são as alternâncias de fornecedores, reciclando-os a cada determinado período.

Um dos documentos primordiais do Departamento de Compras é o Cadastro de fornecedor e a Ficha de material, quando então existem condições de escolher o fornecedor ou prováveis fornecedores de determinado material. Através desse cadastro e que se realizará a seleção dos fornecedores que atendam às quatro

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condições básicas de uma boa compra: preço, prazo, qualidade e condições de pagamento.

O setor de Compras deve possuir dois tipos de cadastro, um pôr fornecedor e outro pôr tipo de material dos quais apresentamos modelos. O cadastro de fornecedor reúne fichas de diversos fornecedores, especificando o material que fabricam, ou que representam; o cadastro de material são fichas em une se identificam os fornecedores aprovados dos quais se pode adquirir A necessidade desses dois cadastros é devida a situação em que o comprador desconhece o fornecedor de determinado produto, nesse ele deve consultar o cadastro de material.

Uma excelente fonte de informação sobre a performance do fornecedor e também acompanhar as suas entregas, tendo como finalidade registrar as compras efetuadas, os recebimentos, as devoluções, as alterações de preço e condições de pagamento, os cancelamentos e as alterações de prazos de entrega.

COMPRAS NO SETOR PÚBLICO

1 Objeto de licitação

Compras no Serviço Público – nas empresas

estatais e autárquicas, como também no serviço público, as aquisições de qualquer natureza, terão que obedecer à Lei 8.666/93 e 8.883/94.

1) Licitação – é um procedimento administrativo

pelo qual a administração pública, em qualquer de seus níveis, objetivando aquisição de materiais ou serviços, realização de obras, alienação ou locação de bens, convoca os interessados para apresentarem suas propostas, para que se possa selecionar a que se revele mais conveniente em função do preestabelecido do Edital de Licitação devidamente publicado.

A licitação tem por finalidade propiciar igualdade de oportunidades entre os que desejam contratar com a Administração Pública. Toda licitação tem por obrigação observar os princípios básicos que são:

a) Princípio da Igualdade princípio primordial da

licitação, este descarta a discriminação entre seus participantes.

b) Princípio da Publicidade – não pode existir

licitação sigilosa.

c) Princípio da Probidade Administrativa –

enfatiza a honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de cumprir todos os deveres que são atribuídos ou cometidos por força da lei.

d) Princípio do Procedimento Formal – significa

que a licitação está vinculada às prescrições legais que regem as frases e atos.

e) Princípio do Sigilo na Apresentação da Proposta – garante a igualdade entre os

licitantes no que concerne a competitividade.

f) Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório (edital) – significa dizer que a

Administração e os licitantes ficam sempre adstritos aos termos do pedido ou do permitido no instrumento convocatório (edital).

g) Princípio do Julgamento Objetivo – o

julgamento deve estar apoiado em fatores concretos pedidos pela Administração em confronto com o ofertado pelos proponentes dentro do especificado no edital.

h) Princípio da Adjudicação Compulsória ao Vencedor – gera ao vencedor o direito

subjetivo à adjudicação, isto é, atribuição de

seu objeto a que foi classificado em primeiro lugar.

2. Objeto da Licitação

Um serviço, uma compra, uma alienação, um locação, uma concessão ou uma permissão, nas melhores condições para o Poder Público. A definição do objeto é condição indispensável de legitimidade da licitação.

Na contratação de Obras e serviços conforme legislação vigente faz-se necessário a apresentação de um projeto básico e um projeto executivo.

Projeto Básico – é um conjunto de elementos que

definem a obra ou o serviço que são o objeto da licitação e que possibilita a estimativa de seu custo final e prazo de execução.

Projeto Executivo – é o conjunto de elementos

necessários e suficiente à execução correta da obra ou da prestação do serviço.

3. Obra

Toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta.

4. Serviço

Toda atividade prestada para a Administração para o atendimento de suas necessidades ou de seus administradores. Exemplos: demolição, fabricação, conserto, instalação, montagens, operação, reparação, manutenção, transporte, comunicação ou trabalhos técnico-profissionais.

5. Compra

A legislação exige que seja realizada uma adequada caracterização do objeto da compra e a indicação dos recursos financeiros para seu pagamento, adotando, ainda, além das vantagens semelhantes às do setor privado, o princípio da padronização e o sistema de registro de preços.

Edital de licitação

Documentação Necessária para cadastramento – a empresa que pretende

fornecer bens e serviços deve cadastrar-se na unidade administrativa respectiva, por meio de requerimento. O cadastramento é realizado mediante a apresentação de documentação inerente à habilitação jurídica e regularidade fiscal do interessado, e também da documentação comprobatória de qualificação econômico-financeira.

Habilitação Jurídica – registro comercial

(empresa individual); ato constitutivo, Estatuto ou Contrato Social em vigor, e alterações subsequentes devidamente registrados na junta comercial, e se for sociedades anônimas, acompanhados de documentos de eleição de seus administradores; inscrição do ato constitutivo no caso de sociedades civis; decreto de autorização, em se tratando de empresa estrangeira em funcionamento no país.

Qualificação Técnica – registro ou inscrição em

entidade profissional competente, caso não possua o registro, apresentar declaração em papel timbrado, justificando a inexistência de tal registro; atestado de desempenho anterior, para cada uma das atividades exercidas pela

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empresa; indicação das instalações para realização do objeto do cadastro; indicação do aparelhamento técnico adequado e disponível; e relação da equipe técnica da empresa, com indicação do responsável técnico, acompanhada do respectivos currículus.

Qualificação Econômico Financeira – Balanço

patrimonial e demonstrações financeiras contábeis do último exercício social; certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou Certidão Negativa de Execução Patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física.

Regularidade Fiscal – Inscrição no CNPJ; Inscrição Estadual ou Municipal; Certidão Negativa de Débito (CND), expedida pelo Instituto Nacional de Seguridade Social; prova de regularidade com a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, do domicilio ou sede do solicitante, oui outra equivalente na forma da lei; Certidão de Regularidade de Situação (CRS), do FGTS emitida pela Caixa Econômica Federal.

RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM

Intermédia as tarefas de compras e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade a conferência dos materiais destinados a empresa.

1 Entrada

É considerada a primeira fase, representando o início do processo de recebimento, e tem como propósito efetuar a recepção dos veículos transportadores, proceder a triagem da documentação suporte do recebimento e encaminha-los para descarga e efetuar o cadastramento dos dados pertinentes para o sistema.

a) Na portaria da empresa – conferência primária de documentação que objetiva identificar, constatar e providenciar, conforme cada caso.

b) No Almoxarifado – conferência de volumes, confrontando-se Nota Fiscal do fornecedor com os respectivos registros e controles de compra, posicionamento do veículo no local exato da descarga, providências de equipamento e material de descargas necessários.

c) Exame de Avarias e Conferência de Volumes – é necessário para apontamento de responsabilidades. A existência de avarias é constatada por meio da análise de disposição de carga observando se as embalagens ou proteções estão intactas e invioláveis ou contenham sinais evidentes de quebra, umidade, e outras características.

d) Recusa do Recebimento – as divergências constatadas devem ser apontadas no conhecimento de transporte e também no canhoto da Nota Fiscal, deve-se anotar também, no verso da 1ª via da Nota Fiscal as circunstâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do transportador.

2 Conferência

Conferência Quantitativa – é a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente recebida, devendo-se optar por um modelo de conferência por acusação, no qual o Conferente aponta a quantidade recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo Fornecedor,

conhecido como princípio da “contagem cega”. A confrontação do recebido versus faturado é efetuada a posteriori.

Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes podem ser contados utilizando-se um dos seguintes métodos:

a) Manual: para casos de pequenas quantidades

b) Por Meio de Cálculo: para os casos que envolvem embalagens padronizadas com grandes quantidades

c) Por meio de Balanças Contadoras Pesadoras: para casos que envolvem grande quantidade de pequenas peças, como parafusos, porcas ou arruelas.

d) Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesagem pode ser feita com o veículo transportador sobre balanças rodoviárias ou ferroviárias, casos em que o peso líquido será obtido por meio da diferença entre o peso bruto e a tara do veículo.

e) Medição: em geral, as medições são efetuadas por meio de trenas.

3 Objetivos da armazenagem

O objetivo primordial do armazenamento é utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente possível. As instalações do armazém devem proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição.

4 Critérios e técnicas de armazenagem

A armazenagem pode ser simples ou complexa. Dependendo de algumas características intrínsecas dos materiais, a armazenagem torna-se complexa em virtude de:

a) fragilidade

b) combustibilidade

c) volatização

d) oxidação

5 Arranjo físico (leiaute)

O layout nada mais é do que um desenho (projeto), no qual define-se um planta, onde estará definido a adequação do local (modificação ou ampliação). O Layout é iniciado com a aplicabilidade da elaboração de um projeto, sendo finalizado por sua concretização.

DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS

A distribuição é a atividade por meio da qual a empresa efetua as entregas de seus produtos, estando, por consequência, intimamente ligada a movimentação e a transportes

1 Características das modalidades de transporte

a) Transporte Rodoviário: destinado a cargas que exigem prazos relativamente rápidos de entrega;

b) Transporte Ferroviário: destinado a cargas maiores, cujo fator tempo para entrega não será preponderante;

c) Transporte Hidroviário e Marítimo: destinado a cargas cujo tempo de entrega não seja fator preponderante;

d) Transporte Aeroviário: destinado a cargas, cujo o prazo de entrega seja imperioso;

e) Transporte Intermodal: requer tráfego misto, envolvendo várias modalidades. O intermodal pode ser

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considerado como solução ideal para atingir locais de difícil acesso ou de extrema distância.

2 Estrutura para distribuição

Para se realizar uma adequada estrutura para distribuição deve-se contemplar os seguintes segmentos:

a) Depósitos Regionais e de Mercadorias em Trânsito: recebimento, armazenagem e expedição de materiais.

b) Movimentação de materiais: manuseio interno dos depósitos, movimentação interna e externa dos depósitos e terminais e centros de distribuição.

c) Transportes e Fretes: determinação de roteiros para utilização dos serviços de transporte da forma mais econômica e eficiente.

d) Embalagem e Acondicionamento: embalagens de proteção e acondicionamento, material de embalagem, serviço de carpintaria, mecanização de embalagem e enchimento.

e) Expedição: preparação de cargas, determinação das condições de transporte, carregamento, expedição e controle cronológico das remessas.

LOTE ECONÔMICO - CÁLCULO E APLICAÇÃO;

O Lote Econômico de Compras é a quantidade a ser comprada que vai minimizar os custos de estocagem e de aquisição.

Para que o LEC seja considerado, algumas suposições precisam ser atendidas:

– a demanda considerada é conhecida e constante;

– não há restrições quanto ao tamanho dos lotes (os caminhões de transporte não tem capacidade limitada e o fornecedor pode suprir tudo o que desejarmos);

– os custos envolvidos são apenas de estocagem (por unidade) e de pedido (por ordem de compra);

– o lead time é constante e conhecido;

– não é considerada a possibilidade de agregar pedidos para mais de um produto do mesmo fornecedor.

Algumas dessas suposições não são totalmente realistas, mas elas simplificam muito o modelo do LEC, e portanto, são consideradas para estimar a melhor quantidade a ser comprada. Essa estimativa pode depois ser ajustada para que a quantidade realmente comprada não esteja muito distante da melhor quantidade.

Como calcular o Lote Econômico de Compras?

Antes de apresentar a fórmula do LEC, vamos conhecer os elementos que o compõe. Como vimos, este modelo supõe que apenas os custos de pedido e de estocagem influenciam nossa decisão.

Assim, o custo total por um período é composto pelo número de pedidos que fazemos (multiplicado pelo custo de pedido) mais o estoque médio (multiplicado pelo custo unitário de estoques).

Com alguns cálculos matemáticos encontramos

que o tamanho do lote Q que minimiza o custo total é então:

Onde D é a demanda do período, Cp é o custo por

pedido e Ce é o custo unitário de estocagem.

Este valor deve ser então arredondado e negociado, mas sabemos que se não for muito diferente do Q calculado, não estaremos tendo gastos muito diferentes do ideal.

NOÇÕES BÁSICAS SOBRE ARMAZENAMENTO E CONTROLE

A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material numa organização.

O QUE É ESTOQUE?

É qualquer quantidade de material armazenada para uso futuro, conforme a atividade empresarial, como segue:

• indústria - matéria-prima, materiais auxiliares e produtos acabados;

• comércio - mercadorias para revenda;

• serviços - materiais necessários à realização dos serviços.

O QUE É PLANEJAR O ESTOQUE?

É prover todas as necessidades de materiais da empresa na quantidade certa e na hora certa (just-in-time).

O QUE SIGNIFICA CONTROLAR ESTOQUE?

Saber “o que”, “quando” e “quanto” deve ser reposto no estoque, controlando o que sai e o que resta de material estocado. Esta informação deve estar disponível a qualquer momento do dia, sem que haja necessidade de contar ou medir fisicamente o estoque.

Os principais motivos para que sua a empresa invista num controle de estoques eficiente são:

• evitar desvios, perdas, validade (para produtos perecíveis) e roubo;

• conhecer quais as necessidades de reposição;

• identificar os itens que estão encalhados;

• entender a influência do estoque nos custos dos produtos/serviços;

• administrar as necessidades de capital de giro da empresa;

• informar “o que”, “quando” e “quanto” comprar.

CODIFICAÇÃO

A codificação visa facilitar comunicação interna na empresa no que se refere a materiais e compras, evitar a duplicidade de itens no estoque, facilitar a padronização de materiais e facilitar o controle contábil dos estoques.

TIPOS DE CODIFICAÇÃO

1. Codificação Decimal – divide os materiais em

grandes grupos, de acordo com o campo de emprego, numerando-os de 01 a 99. Os grupos são divididos em subclasses, numerando-os do 001 a 999. E os itens serão identificados também de 001 a 999. Ex.: um material adquirido receberá a seguinte codificação – 01 (grupo) – 001 (subclasse) – 001 (item) ficando assim formatado: 01.001.001

2. Federal Supply Classification (FSC) – sua

estrutura é composta por 11 dígitos, sendo que os quatro primeiros definem o Grupo (dois primeiros dígitos) e Classe (os dois seguintes) e os sete dígitos seguintes indicam o número de identificação, onde os três primeiros

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 65

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dígitos significam a unidade de aplicação e os quatro últimos indicam a sequência de cadastramento do material. Pode-se criar ainda um décimo segundo dígito que será o dígito verificador.

FORMAÇÃO DE ESTOQUE

Deve ser sempre realizada com bases em cálculos (índices) técnicos, mas sabemos que a formação de estoque ideal seria zero, ou melhor, a inexistência de estoques. A quantidade dos estoques está diretamente relacionada a fatores de influência, internos e externos, descritos a seguir.

a) Influências Internas – geralmente ocorrem nos

conflitos de interesses entre produção, materiais e financeiro. Que são solucionados administrativamente considerando-se necessidade de espaço para armazenamento, perecibilidade do material, capital aplicado em sua manutenção, variação da quantidade consumida, disponibilidade imediata e o risco de falta que possa afetar a produção (perda de vendas e de clientes).

b) Influências Externas – Segurança contra

riscos de produção (paralisações por greves), cumprimento dos prazos de entrega (distância dos fornecedores e meios de transportes a serem utilizados) e disponibilidade de mercado (escassez do produto ou apenas um único fornecedor).

POLÍTICAS DE ESTOQUES

O ideal almejado por qualquer empresa é o estoque zero, transportando para o fornecedor todos os encargos de manutenção dos mesmos.

a) Just in Time – é a produção na quantidade

necessária, no momento necessário, para atender à variação de vendas com o mínimo de estoque em produtos acabados, em processos e matéria-prima. O foco principal do just in time é ter somente o estoque necessário e melhorar a qualidade tendendo a zero defeito.

Considera-se ainda que o JIT emprega conceitos simples para eliminar as perdas e elevar o moral e a dignidade dos funcionários. O JIT é um programa para melhora constante do desempenho do empregado dentro da manufatura, num meio integrado. É uma ação integrada de todos os funcionários para melhora continuada do desempenho operacional, mantendo a qualidade e reduzindo os desperdícios.

O JIT tem como uma de suas características, tornar seus funcionários mais flexíveis e polivalentes.

O JIT quando aplicado adequadamente, reduz ou elimina a maior parte dos desperdícios que ocorrem nas compras, produção, distribuição e atividades de apoio à produção e de qualquer atividade produtiva.

b) Kanban – técnica japonesa de gestão de

materiais e de produção no momento exato, controlados por meio visual e/ou auditivo.

GERENCIAMENTO DE ESTOQUES

Função do sistema de Administração de Materiais, que tem como objetivo manter em níveis satisfatórios economicamente o atendimento às necessidades em material de qualquer empresa.

1. Estoques são os materiais, mercadorias ou

produtos de qualquer natureza acumulados para consumo posterior, visando atender regularmente as necessidades dos usuários, permitindo a continuidade das atividades

laborativas.

2. Consumo – material a ser utilizado para

atender as necessidades oriundas da produção, comercialização ou para consumo administrativo. O consumo pode ser classificado como:

a) Consumo Regular – caracteriza-se por

materiais utilizados significativamente, em quantidade de pequena variação entre sucessivos intervalos de tempo constantes.

b) Consumo Irregular – caracteriza-se por

materiais utilizados em quantidades aleatórias, por meio de grande variação entre sucessivos intervalos de tempo.

c) Consumo Sazonal – caracteriza-se por um

padrão repetitivo de demanda em períodos específicos, com considerável elevação de consumo.

3. Demanda – é a intenção de consumo e tem

como objetivo básico realizar previsões através de cálculos técnicos (estatísticos) com base em uma evolução histórica a ser considerada.

PROCEDIMENTOS PARA GERENCIAR O SEU ESTOQUE

Conhecer os procedimentos de organização dos estoques pode ajudar a sua empresa a melhorar o gerenciamento sobre este ativo tão importante. Um bom gerenciamento fornece informações para reposição e redução de produtos armazenados, parados no estoque, entre outras providências necessárias no dia-a-dia.

Com o gerenciamento correto, é possível aumentar a lucratividade da sua empresa, melhorar o fluxo de caixa, minimizar os espaços dos estoques, entre outros benefícios. Veja como iniciar:

1. Inventário dos estoques

• faça um levantamento (relação) de todos os itens do estoque;

• conte e registre toda a quantidade armazenada;

• ordene os itens, começando pelos de maior valor monetário;

• identifique o valor unitário e total dos estoques.

2. Previsões de vendas/consumo

• Calcule a média de vendas/consumo dos últimos meses;

• multiplique a média pelo valor unitário e obtenha o valor mensal de cada item;

• some todos os valores e terá o valor total de vendas/consumo do mês;

• calcule o percentual de cada item,

• dividindo o valor mensal pelo total do estoque.

3. Classificação ABC

Esta é uma técnica importante de gestão de estoques e que identifica quais são os principais produtos/materiais que necessitam maior atenção.

Classe Materiais Valor Definição

A 10% 70% Itens de maior valor

B 30% 20% Itens de médio valor

C 60% 10% Itens de baixo valor

Para os itens da classe A, deve-se:

• armazenar em posições que sejam mais estratégicas nas prateleiras, de fácil colocação e retirada;

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• manter um controle rígido de entradas, saídas e saldos;

• comprar somente o que for necessário e calculado;

• manter estoque de segurança baixo;

• negociar com os fornecedores a garantia de entrega, mantendo os estoques baixos.

Para os itens da classe B e C, pode-se:

• manter um controle moderado, evitando a sua falta;

• comprar quantidades maiores, pois baixos valores dos itens fazem com que despesas com frete e contatos com fornecedores tornem os custos elevados;

• manter estoque de segurança maior.

4. Parâmetros de gestão de estoques

a) Tempo de reposição é o prazo entre a emissão

de ordens de compra e de atendimento, composto por:

• prazo do pedido, dias necessários para que o pedido seja realizado;

• prazo de entrega, dias necessários para o produto chegar à empresa;

• prazo de recebimento, tempo ideal para conferir, etiquetar e utilizar a mercadoria;

• margem de segurança, tolerância de atrasos, extravios etc. (normalmente três dias).

b) Estoque mínimo é a quantidade mínima de

mercadoria ou matéria-prima que a empresa deve manter em estoque.

Fórmula: estoque mínimo = venda ou consumo médio x tempo de reposição

c) Lote de reposição é a quantidade média mensal

de produtos vendidos, dividido pela frequência de compras de mercadoria ou matéria-prima. Para determinar os lotes de reposição é preciso ter cuidado com: custo do frete, tamanhos de lotes definidos pelos fornecedores, produtos frágeis que podem se deteriorar no estoque, datas de validade em relação ao consumo e compra de oportunidade.

Fórmula: lote de reposição = consumo médio mensal ÷ frequência de compra

d) Estoque máximo é a quantidade máxima de

uma mercadoria ou matéria-prima que a empresa deve estocar. É importante saber: o espaço disponível de seu almoxarifado, o custo financeiro do estoque, lotes que demandam muito tempo para serem consumidos, produtos que requerem cuidados especiais de armazenamento e produtos voláteis ou que tenham características modificadas com o tempo.

Fórmula: estoque máximo = estoque mínimo + lote de reposição

5. Modelos de gestão de estoque

a) Reposição contínua (ponto de pedido) é aquela

em que se providencia a reposição dos estoques quando atinge o estoque mínimo, não importando o intervalo de tempo entre as reposições;

b) Reposição periódica é aquela na qual é

verificada, a um período fixo, a situação do estoque e, quando necessária, é providenciada sua complementação. Este período varia em função da classificação ABC dos produtos, conforme retratamos na edição anterior.

6. Análises de estoque

a) Giro de estoque é o número de vezes, durante

um período, em que o estoque foi renovado. Este período pode ser de um dia, uma semana ou um mês.

Fórmula: giro de estoque = valor consumido no período ÷ valor de estoque médio no período

b) Tempo de cobertura é o período em que o

estoque médio será suficiente para cobrir a demanda média, ou seja, tempo que o produto leva para sair do estoque.

Fórmula: cobertura (dias de estoque) = número de dias

do período ÷ giro

NOÇÕES BÁSICAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIAL.

O primeiro ponto é entender o conceito de patrimônio, que está relacionado aos bens, obrigações e direitos de uma organização ou pessoa.

Bens patrimoniais: são aqueles que integram o

ativo permanente da organização, compondo seu acervo patrimonial. Podem ser classificados em:

Móveis: podem ser deslocados sem alterar sua forma física (ex. computadores, veículos);

Imóveis: não podem ser deslocados (ex. imóveis);

Fungíveis: podem ser misturados, podem ser fundidos (ex. metais);

Infungíveis: não é possível haver a fundição;

Divisíveis: podem ser fracionados em partes (ex. um grande área rural);

Indivisíveis: não podem ser fracionados (ex. automóveis);

Tangíveis: são palpáveis, possuem massa (ex. mesa, cadeira, telefone);

Intangíveis: não são palpáveis, não são corpóreos (ex. direitos autorais, patentes).

O controle patrimonial de uma entidade se dá

por meio de um efetivo registro de entradas (tombamento), movimentações (ou transferências) e saídas (baixas) de bens.

Tombamento: é o processo de inclusão, de

entrada de um bem permanente no sistema de controle patrimonial da organização. Modalidades:

Aquisição: é a compra de determinado bem;

Cessão: é o empréstimo gratuito de bens a uma entidade pública;

Comodato: é o empréstimo gratuito de bens a uma entidade privada;

Doação: é a transferência de propriedade de um bem de uma entidade para outra;

Fabricação: é quando o bem é fruto do próprio processo produtivo da organização;

Incorporação: ocorre quando no acervo da empresa se encontre, por um período mínimo de 2 anos, um bem de origem desconhecida. Neste caso, uma comissão especial avaliará e estimará o valor do bem em questão.

Após o tombamento, é preciso realizar a fixação de plaquetas, procedimento em

que são coladas lâminas de alumínio em locais visíveis dos bens, contendo um código de identificação dos mesmos ou, dependendo do caso, um código de barras;

ATENÇÃO: Em alguns casos (devido à grande

dimensão de um maquinário, por exemplo), é inviável a fixação de plaquetas. Nestas

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 67

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circunstâncias, o controle patrimonial é feito simplesmente a partir da quantidade e da localização do bem em questão.

Transferências: ocorrem quando há mudanças

em relação ao responsável pela guarda de determinado bem. A oficialização das transferências é feita por meio da assinatura de um “Aceite de Transferência”.

Movimentações: são as saídas de um bem do

local de sua guarda sem a troca de responsabilidade pelo mesmo. Neste caso, sempre é emitido um documento denominado “Nota de Movimentação”.

Inventário: é a ferramenta que permite o

controle dos dados escriturais com o saldo físico do acervo patrimonial de cada entidade, permitindo um levantamento da real situação dos bens e de eventuais disponibilidades dos mesmos, bem como necessidades de reparo e manutenção. Tipos de inventário:

Anual: como o nome já diz, é realizado a cada final de ano;

Inicial: é feito no momento de criação de uma unidade gestora, justamente para identificar os bens que serão de sua responsabilidade;

De transferência: é efetuado em situações de troca de direção de uma unidade gestora, substituição de chefias, etc.;

De extinção ou transformação: feito quando a unidade gestora é extinta ou transformada;

Eventual: realizado em qualquer época.

Quem realiza os inventários físicos é a comissão de inventário, a qual deve ser

formada por 3 servidores de quadro permanente, no mínimo, e estes não podem pertencer ao setor de patrimônio da organização.

ATENÇÃO: Durante a realização do inventário, os

códigos números e alfanuméricos atribuídos aos bens necessariamente devem ser sequenciais.

Desfazimento nada mais é do que excluir um

bem do acervo patrimonial. Tal processo precisa seguir as diretrizes estabelecidas na lei e, logicamente, deve ser autorizado pela unidade gestora. Situações de baixa:

Bens inservíveis (ociosos, irrecuperáveis, antieconômicos);

Devolução de bens em comodato;

Erros de tombamento.

Modalidades de desfazimento:

Alienação: é a transferência do direito de propriedade do bem, seja por meio de venda, permuta ou doação;

Inutilização ou abandono: quando a alienação se torna inconveniente ou impossibilitada, a autoridade pode optar pela inutilização do bem ou até mesmo por sua destruição. Em todo caso, tudo deve ser devidamente documentado, seja por meio de Termos de Inutilização ou Justificativas de Abandono.

Baixa Patrimonial

As baixas patrimoniais são caracterizadas pela perda do poder exercido sobre o bem, valor ou direito pelo uso intensivo ou prolongado do bem, tornando-o obsoleto ou acarretando-lhe desgastes, quebras ou

avarias que não justifiquem mais a inversão de recursos para sua recuperação.

A baixa patrimonial somente ocorrerá após a conclusão do respectivo processo e sob total enquadramento na legislação em vigor.

QUESTÕES DE CONCURSOS

1) (TJ-DF – Técnico) Ainda com referência a noções de

administração de materiais, julgue os itens a seguir.

1 Considere o consumo de determinado material apresentado a seguir.

mês unidades

janeiro 250

fevereiro 280

março 320

abril 290

maio 300

junho 310

Nessa situação, a previsão de consumo para julho será superior a 310 unidades, se for empregado o método do último período para previsão do consumo.

2 Predileção é um grupo de técnicas de previsão de consumo que tem como base a premissa de que o futuro será a repetição do passado.

2) (TJ-DF – Analista) A respeito de noções de

administração de material, julgue os próximos itens.

1 Considere a seguinte movimentação hipotética de determinado material em uma empresa:

10/8: entrada de 100 unidades ao valor unitário de R$ 11,00;

20/8: entrada de 50 unidades ao valor unitário de R$ 10,00;

30/8: saída de 100 unidades;

10/9: entrada de 70 unidades ao valor unitário de R$ 9,00;

20/9: saída de 40 unidades.

Com base nos dados acima e considerando a avaliação de estoques pelo método PEPS, o valor do estoque em 21/9 é superior a de R$ 800,00.

2 O sistema just-in-time é um método de gestão de estoques destinado a reduzir a probabilidade de desabastecimento do setor produtivo em função da maximização dos volumes em estoque.

3 Considera-se que há sazonalidade no consumo de determinado bem quando seus dados referentes ao consumo apresentam variação regular em alguns períodos.

4 É correto utilizar a curva ABC para classificar materiais em função do valor e da quantidade de consumo.

5 A soma do estoque de segurança com o lote de compra resulta no estoque máximo.

3) (TJ-DF – Técnico) Julgue os próximos itens, que se

referem a noções de administração de materiais.

1 Análise da requisição de compra, recebimento e aceitação da mercadoria e aprovação da fatura para pagamento do fornecedor são fases do ciclo de compras.

2 Tempo de reposição é o termo empregado para o período contado a partir da demanda de um bem a determinado fornecedor até a sua efetiva entrega na organização.

4) (TST – Analista/CESPE) Com base nos conceitos e

aplicações relacionados à administração de recursos materiais, julgue os itens a seguir.

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68 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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1 Considere-se que, para prever o consumo de um material, um gestor tenha resolvido adotar o método da média móvel. Nessa situação, sabendo-se que o consumo desse material foi de 53, 54, 60 e 57 peças nos últimos quatro períodos, e utilizando-se esse método para três períodos, a previsão de consumo do material para o próximo período é de 56 unidades.

2 Para trabalhar com estoque mínimo, é fundamental conhecer o tempo de reposição, que começa com a constatação da necessidade de reposição e termina com a entrega do material, compreendendo o ciclo de produção do fornecedor.

3 Considere-se que, em uma análise das variações de materiais — custo real versus custo-padrão —, tenha sido verificado que a intenção era utilizar 5 unidades de matéria-prima por R$ 35,00 cada, mas tenham sido efetivamente utilizadas 7 unidades, sem variação de preço da unidade. Nessa situação, é correto concluir que ocorreu uma variação desfavorável de preço, de R$ 70,00.

4 As variações desfavoráveis de quantidade podem ocorrer por várias razões, entre elas, a baixa qualificação da mão-de-obra, que aumenta consumo ou gera desperdícios, e equipamentos inadequados ou mal utilizados, que provocam perdas ou estragos.

5 Entre os parâmetros adotados na administração pública para se identificar um material como permanente, inclui-se a perecibilidade, que procura definir se o uso desse material acarreta modificações ou deterioração de sua característica normal.

6 A administração pública pode ceder os bens constantes de seu patrimônio, a título oneroso ou gratuito, mediante contrato. A permissão de uso é concedida por prazo determinado a pessoa jurídica de direito privado, sem remuneração ou encargos, caracterizada apenas a responsabilidade pela guarda e utilização do bem.

7 Por meio da curva ABC, considerada importante instrumento para o administrador, pode-se selecionar materiais de tal maneira que se estabeleça uma relação inversa entre o valor relativo de cada classe e a respectiva quantidade de itens.

8 Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção, o just in time caracteriza-se como um sistema no qual qualquer movimento de produção somente é liberado na medida da necessidade sinalizada pelo usuário da peça ou do componente em fabricação.

9 Considere-se que uma empresa mantenha estoque médio de R$ 200.000,00, cujo custo das vendas tenha sido de R$ 1.000.000,00 e as mercadorias sejam vendidas com 50% de lucro sobre o custo. Considere-se, ainda, que, para aumentar suas vendas em 1/3, essa empresa admita reduzir seu lucro sobre o custo à metade. Nessa situação, para manter o mesmo estoque médio, a empresa terá de aumentar o quociente de rotação do estoque em 20%.

10 Do ponto de vista da análise de risco, prazo médio de rotação dos estoques é um indicador que se traduz por quanto maior, melhor, mantidos constantes os demais fatores.

Gabarito

1 2 3 4

EE EECCC CE ECECCECCEE

RECURSOS HUMANOS - VISÃO GERAL DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS.

Recursos humanos são todas as pessoas que fazem parte da organização, desempenhando suas tarefas de forma que tragam o lucro esperado.

As áreas de atuação no RH estão ligadas à

construção do relacionamento entre a empresa e os funcionários, realizando a gestão dos profissionais — muito além da contratação, como era vista no passado —, prezando pela implantação de ambientes corporativos favoráveis à criação e produtividade e criando iniciativas para valorizar, motivar e reter os talentos da companhia.

RH ESTRATÉGICO

Com a valorização das pessoas no ambiente de trabalho, passamos a ter um setor de RH estratégico,

pois, por meio dele, são contratados os perfis mais compatíveis com a cultura da empresa, os talentos são acompanhados de perto pela aplicação de avaliações de desempenho, o desenvolvimento profissional e a valorização do ambiente de trabalho são prioridades, assim como a motivação e o engajamento dos colaboradores.

Outra mudança importante no setor de recursos humanos é a digitalização dos processos. Dessa forma, a gestão de pessoas consegue focar plenamente a

tomada de decisões estratégicas dentro da organização e, consequentemente, a eficiência da entrega dos resultados.

O QUE FAZ A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS?

O RH é responsável pelo relacionamento entre a empresa e o funcionário. É ele quem deve melhorar os resultados da empresa com base nas pessoas, alinhando as políticas de Recursos Humanos com a estratégia da organização.

Dessa forma, para que o profissional construa uma sólida carreira no RH, deverá estar em constante

evolução e disposto a aprender, além de ter competências comportamentais diferentes das requeridas em funções operacionais.

Para entender melhor esses requisitos e no que aplicá-los, seguem algumas atribuições da gestão de RH.

Provisão de recursos humanos

Ainda hoje, é possível encontrar empresas que enxergam o RH como o setor responsável somente pelo recrutamento e seleção (R&S) de pessoas, sendo que essa função é uma das mais estratégicas nas

organizações atuais, ao ponto de algumas optarem pela terceirização desse processo ou adquirirem softwares especializados em R&S, para contratarem o perfil mais compatível possível com a cultura empresarial, além de todos os requisitos técnicos.

Quanto mais eficiente o processo de recrutamento e seleção se mostrar, melhor se torna o corpo funcional da organização, favorecendo o alcance de metas estratégicas da empresa.

Aplicação de recursos humanos

Os profissionais responsáveis pelo setor de RH devem focar em criar políticas de convivência entre funcionários e superiores, transformar o ambiente de trabalho em um lugar prazeroso para todos, prezar pela comunicação interna efetiva e criar iniciativas de

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 69

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valorização dos colaboradores, atuando para que eles estejam sempre engajados e motivados.

Benefícios

Atuar na gestão de benefícios, de forma que estejam sempre alinhados com as expectativas dos profissionais. O RH deve realizar pesquisas de mercado além da de clima organizacional, pois esses recursos são ferramentas que municiam a gestão de pessoas para que a tomada de decisões esteja de acordo com as necessidades dos funcionários, sem prejudicar o orçamento empresarial e nivelada com o mercado externo.

Lembrando que os benefícios não são, necessariamente, um plano de academia ou um vale-cultura — essas bonificações podem ser estendidas de acordo com o que mais motiva o colaborador. Alguns exemplos que podemos citar são: uma folga no dia do aniversário, um dia de trabalho home-office, uma sexta-feira com meio período etc.

As possibilidades são infinitas, basta que o líder da equipe esteja atento à sua equipe e sempre alinhe o melhor para ambos. Ir além das possibilidades óbvias faz parte da estratégia de um RH competente e dinâmico.

Manutenção de recursos humanos

Com uma contratação eficiente, o maior desafio do RH é manter esse talento.

Mesmo com a crise econômica do país, existem ofertas de emprego atraentes, e os melhores profissionais sempre estarão sob os olhares dos headhunters, portanto, a tarefa da gestão de pessoas não é simples — reter os melhores talentos e mantê-los engajados e motivados exige muita dedicação e o acompanhamento da trajetória do profissional dentro da companhia.

Desenvolvimento pessoal e corporativo

O RH deve prever o futuro do profissional na empresa, mas isso não é uma questão de adivinhação. E sim de planejamento estratégico e plano de carreira.

A avaliação de desempenho é a principal ferramenta de acompanhamento da carreira do colaborador. Para isso, é necessário que se faça e siga um cronograma. A fim de que essas análises não se percam e fiquem sem o retorno esperado.

Quando a empresa investe no desenvolvimento do funcionário, automaticamente toda a companhia é beneficiada. Pois o colaborador se sente motivado e agrega ainda mais valor à organização, gerando mais produtividade e lucratividade.

Monitoramento de métricas e estratégias

O RH há muito deixou de ser um setor operacional e está cada vez mais atualizado. Utilizando ferramentas responsáveis por medir as tarefas de sua responsabilidade. Ao refletirmos sobre a frase “tudo o que é medido pode ser melhorado.” Chegamos à conclusão de que as melhores estratégias surgem quando visualizamos em que ponto está o problema.

O impacto positivo causado pela intervenção nas situações que prejudicam a organização é um grande aliado na redução de custos. Erros nos processos e retrabalhos, fortalecendo a marca do RH perante os colaboradores e gestores.

Monitorar as estratégias contribui para uma maior efetividade nos resultados da empresa.

PASSADO E PRESENTE DO RH

Ao conhecermos em que aspectos a gestão de

recursos humanos pode atuar dentro de uma organização, talvez não dê para imaginar como ela funcionava antigamente. Para sanar essa questão, vamos às comparações:

Como era o RH

Ainda hoje confundido com o Departamento Pessoal, o setor de Recursos Humanos era uma área estritamente operacional dentro das empresas, responsável pelo recrutamento, seleção, admissão, ponto eletrônico, treinamento, férias, benefícios e demissão.

Nada era medido, somente calculado — um setor burocrático e pouco funcional, com muita tarefa e poucas pessoas para executá-las.

Os profissionais não eram muito capacitados, assumindo funções desgastantes e estressantes. O que prejudicava o relacionamento do setor com os demais colaboradores da empresa.

Além dos erros cometidos pela equipe, que afetavam diretamente sua credibilidade. Transformando o setor em uma área que gerava mais custos do que benefícios à organização.

COMO ESTÁ O RH

Hoje em dia, o RH se tornou referência dentro das organizações, não bastando desenvolver somente as tarefas operacionais. Mas executando atividades focadas

em melhorar os resultados da empresa por meio dos funcionários.

Oferecendo um ambiente favorável à execução das atividades, desenvolvendo os talentos e investindo em contratações efetivas. A fim de criar equipes colaborativas, engajadas e alinhadas com os valores e objetivos da empresa.

A necessidade de profissionais capacitados para exercer tais funções agrega valor e renova as estratégias. Favorecendo a comunicação entre a equipe de RH, líderes e membros de outras áreas. Ou seja, o setor de Recursos Humanos se tornou o facilitador da empresa.

Para ajudar nos desafios do RH, o setor utiliza menos papel. E muito mais programas que o auxiliam na tomada de decisões. Favorecendo resultados eficientes e aumento da credibilidade perante os demais setores e seus superiores.

Sistemas de RH

A tecnologia deixou de ser uma ferramenta acessória para se tornar primordial no novo conceito de Recursos Humanos. Os softwares de gestão de pessoas — que, a princípio, podem ter um custo significativo —, com o tempo, mostram que compensam o investimento pelo valor agregado.

Com a utilização de sistemas de RH, os

profissionais do setor ganharam mais tempo para exercer funções estratégicas e focadas no que realmente interessa: o capital humano.

Com a complexidade que a nova realidade da gestão de pessoas traz, faz-se necessário adquirir uma

ferramenta que disponibilize uma visão global da empresa, para que todas as decisões sejam tomadas de acordo com as metas empresariais estabelecidas.

TENDÊNCIAS DO RH

Com a valorização dos talentos nas organizações, os donos das empresas estão investindo em métodos e

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70 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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ferramentas que possam agregar valor e facilitar a tomada de decisões.

Alguns exemplos são os softwares de recrutamento e seleção, que fazem a triagem dos candidatos de acordo com o perfil da empresa; entrevistas por vídeo, utilizadas para encurtar a distância entre o RH e o candidato sem custo para ambos; e os testes online, responsáveis por avaliar habilidades teóricas e psicológicas dos candidatos, auxiliando o RH na escolha dos mais aderentes aos requisitos e cultura organizacional.

Essa não é somente uma tendência, mas uma realidade nas organizações — quanto mais recursos aplicados em ferramentas de inteligência artificial, mais precisos serão os resultados obtidos.

Para auxiliar na otimização de todos os processos da empresa, são utilizados indicadores, conforme veremos a seguir:

INDICADORES DO RH

Os indicadores de RH são ferramentas

responsáveis por medir processos ou resultados que determinam o valor e a eficácia das iniciativas do Recursos Humanos, auxiliando na construção de metas de melhoria de desempenho.

Eles fornecem uma dimensão maior e mais realista da visão empresarial, com avaliações mais objetivas sobre conhecimento, habilidades e capacidade de trabalho, áreas estas que causam grande impacto nos custos da empresa.

A finalidade básica dos indicadores é facilitar:

o conhecimento da situação atual da empresa;

a análise dos resultados, com foco na comparação das metas estabelecidas;

o auxílio na definição de novas metas e projetos futuros.

Alguns dos exemplos de indicadores de RH que podem ajudar muito na tomada de decisões são:

absenteísmo: onde são medidas as faltas e atrasos, o que reflete o grau de motivação dos colaboradores;

rotatividade ou turnover: ao medir a entrada e saída de funcionários, é possível visualizar quais tipos de problema geram essa situação;

colaboradores: analisar a quantidade de profissionais ativos e comparar com a produção da empresa, avaliando se os números estão compatíveis;

avaliações: com os dados das avaliações de desempenho, mensurar a aderência à cultura organizacional, o nível do clima interno e a evolução de todos os talentos;

treinamento: avaliar se os treinamentos aplicados estão dando resultados positivos na execução das tarefas e na produtividade.

Se o departamento de Recursos Humanos aprimorar essa ferramenta e utilizá-la de forma efetiva, será capaz de fornecer relatórios eficientes e soluções para problemas que não poderiam ser vistos anteriormente, ajudando no crescimento da organização e visibilidade da marca.

MENSURAÇÃO DOS INDICADORES DO RH

Não basta definir os pontos que serão medidos na organização. O RH precisa ter um propósito, para que as medidas tomadas estejam de acordo com o que é esperado.

Desdobrar os objetivos em metas é o passo seguinte para medir os indicadores no RH. Além de ter o

cuidado com a coleta de dados confiáveis para que a medição seja efetiva.

As consequências da correta utilização dos indicadores, assim como a frequência das aferições. Proporciona ao RH a identificação rápida de desvios e falhas, evitando possíveis prejuízos.

Além disso, a análise dos indicadores promove ações preventivas e corretivas. As preventivas são visualizadas pela tendência do gráfico gerado, a fim de atuar em situações que podem ocorrer. Evitando problemas futuros. As corretivas são utilizadas para eliminar problemas já detectados. Sendo necessário um esforço conjunto e engajamento dos envolvidos para sanar a dificuldade já apontada.

Divulgar os indicadores é importante para o envolvimento dos colaboradores. Assim, eles poderão acompanhar o desempenho e desenvolvimento de projetos, campanhas e ações de todo o setor.

Essa divulgação deve ser constante. Assim, os profissionais não perdem o foco na melhoria contínua. E o RH consegue ter uma visão do impacto das mudanças causadas pelos indicadores. E buscar sempre melhores práticas relacionadas à gestão de pessoas. Para alcançar níveis consideráveis de satisfação, motivação e desempenho dos talentos da empresa.

ESTRATÉGIAS DO RH

Para gerir pessoas de forma efetiva, é preciso criar táticas para que todo o processo tenha um resultado positivo. Para isso, o RH precisa investir em estratégias inovadoras que auxiliem no crescimento organizacional.

Integração dos colaboradores

A integração é o primeiro passo para que o novo colaborador tenha uma boa primeira impressão.

Preocupar-se em apresentar toda a empresa, transmitir as ideias, valores, metas, normas e cultura organizacional, reforçando-as aos demais membros da equipe, é uma forma de motivar o colaborador e deixá-lo à vontade em seu novo ambiente de trabalho.

Esclarecer todas as dúvidas que possam surgir, assim como manter o RH sempre disponível, é sempre uma boa estratégia para o engajamento profissional.

Investir em qualificação

Em um mundo em constante evolução, cabe ao RH a responsabilidade de manter os profissionais sempre atualizados e treinados. A qualificação favorece a produtividade e a excelência nos resultados, pois, além do desenvolvimento de competências, há o desenvolvimento humano.

Criar um planejamento de treinamento e desenvolvimento não é simples quando a intenção é

fazer dar certo. É necessário levantar as necessidades de acordo com as metas corporativas, verificar quais problemas serão eliminados por meio do treinamento e os resultados que serão alcançados.

Esses dados são obtidos pelos indicadores, mas, caso a necessidade seja de desenvolvimento do talento, o feedback de clientes internos ou externos, assim como o nível do clima organizacional, são algumas das ferramentas para esse apontamento.

Esse investimento também deve ser seguido pelo próprio setor de recursos humanos, pois é uma das áreas que mais sofrem modificações e atualizações, devendo estar sempre atenta às inovações e aplicá-las na empresa.

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O RH não poderá esquecer de medir os resultados alcançados e fazer um acompanhamento. Dessa forma, a efetividade do processo se torna mensurável.

Quando o colaborador é incentivado ao crescimento, se sente valorizado e produz sempre resultados positivos para a organização.

Otimizar a comunicação

Facilitar a comunicação entre os setores,

pessoas e líderes é um grande desafio para as empresas, mas esse problema pode ser atenuado com atitudes que o RH pode aplicar e incentivar. Um bom exemplo é a prática do feedback.

O líder da área precisa estar preparado para conversar com todos da sua equipe e fornecer feedback ao grupo ou individualmente.

A falta de diálogo entre membros e líderes é fator desmotivador, que compromete a permanência dos talentos na organização.

Criar e implantar avaliações

É de extrema importância que o RH incentive a cultura de avaliação de desempenho na empresa. Por

meio dos dados obtidos, é possível tomar medidas para otimização de processos. Desenvolvimento profissional, contratações, realocações e tantas outras decisões importantes para um melhor desempenho das pessoas e da organização.

Avaliações também são responsáveis por alertar sobre melhorias quanto aos benefícios oferecidos. Salários, ergonomia, comunicação e qual imagem a empresa está passando para seus efetivos.

Ao levantar esses dados, o RH, junto à diretoria, será capaz de criar planos de ação para principais necessidades. Aumentando a atuação na prevenção de problemas provenientes de uma má avaliação recebida.

Implantar a gestão de carreiras

Uma gestão de pessoas estratégica tem papel fundamental na trajetória profissional de cada talento da empresa. Por isso, é importante que o RH dedique tempo e estudo para a construção de um plano de carreira para

cada função exercida na organização.

Traçar o caminho que cada profissional deverá percorrer para conquistar seus objetivos promove maior adesão dos colaboradores. Pois eles se sentirão seguros e motivados para continuar na empresa.

Apenas apresentar um plano de carreira não basta. Pois, fazer a gestão e cumprir com o que determina o documento, são atividades fundamentais do RH. Assim, todos serão avaliados justamente e terão ciência de que cada um deve fazer a sua parte.

O setor responsável pelos Recursos Humanos da empresa passou por inúmeras transformações ao longo dos anos. Por isso, conhecer essas mudanças e inovações fará com que as pessoas entendam a importância da área para todas as organizações. Sejam elas pequenas, médias ou grandes.

CONCEITO E CENÁRIO DO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

O conceito de Administração Pública evoluiu significativamente no século XX. De acordo com Fischer (1984:278), a partir dos anos 30, a administração pública teve um enfoque teórico mecanicista, estabelecendo relações entre organização pública e privada. Desde esta

época, o setor público brasileiro tem vivido vários empuxos e iniciativas de transformação e modernização, mas ainda aparecem a manutenção de uma estrutura rígida, inflexível, que tem resistido à evolução e democratização da sociedade.(TORRES 2004:140).

No tocante a administração de serviços públicos está diretamente ligada às rupturas e transformações sociais recentes. Com a desmobilização do Estado dos anos 80 e as frustrações com as várias reformas ocorridas até a virada do século, vários atores sociais e políticos passam a buscar soluções para seus problemas de maneira independentemente da ação do governo. Observa-se as pessoas cada vez mais envolvidas e comprometidas com a comunidade de serviços públicos trazendo ao social confiabilidade e eficiência em serviços públicos, sendo estes por meios do terceiro setor, do governo ou voluntariado.

É importante ressaltar Denhardt (2004:173) que descreve o Novo Serviço Público como uma alternativa para a ‘Nova Gestão Pública’ Entende-se que a proposta do ‘Novo Serviço Público’ está inspirado na teoria política democrática principalmente quando se refere a conexão entre cidadãos e seus governos e abordagens alternativas à gestão e ao modelo organizacional sendo mais humanística na teoria da administração pública.

O Novo Serviço Público expressa na liderança e na gestão dos órgãos públicos, um interesse renovado pelos valores democráticos. No processo de construção da Gestão Democrática Participativa no Brasil essa “noção do Novo Serviço Público contribui na remodelação do Estado, para uma mudança de mentalidade na busca de uma gestão mais participativa”. (DENHARDT 2004:175).

Antes de explanar sobre os pontos que envolvem as mais recentes teorias na Administração Pública, verifica-se que após o Estado Novo a administração é identificada a partir de suas reformas. Conforme Petrucci (1999:08), o Brasil passou por três grandes reformas. A primeira é a Reforma Burocrática de 1936, que buscou montar um corpo burocrático clássico, de funcionários do Estado. A segunda reforma, pode ser apresentada pelo Decreto-Lei 200ii, de 1967, continha uma preocupação com o enrijecimento da burocracia. Sendo ambas implementadas em contextos de ditadura política e sem a participação da sociedade.

Já a terceira se caracteriza pela Reforma Gerencial, iniciada em 1995. É a primeira a pensar o setor público do país com uma visão mais democrática, onde o Estado deve estar voltado para o atendimento dos seus cidadãos, as instituições públicas devem ser eficientes e eficazes. Temos a Reforma do Estado e mais especificamente a Reforma do Aparelho do Estado, ou seja do conjunto teórico que vem alimentando as várias iniciativas de reforma ao redor do mundo, que costuma ser denominado da Nova Administração Pública.

Neste contexto, identifica-se três modelos que se sucederam na evolução do aparelho estatal brasileiro: o modelo patrimonialista, o burocrático e o gerencial. A administração patrimonialista é típica dos Estados que antecedem o avanço do capitalismo industrial. A administração burocrática é baseada em um serviço civil profissional, na dominação racional-legal observado na década de 30 no Brasil. Já a administração gerencial, é vista na década de 90, de forma mais expressiva, também pode ser denominada a ‘nova gestão pública’.

As técnicas consideradas mais gerenciais e mais eficientes eram aplicadas em órgãos da administração pública muito antes do decreto-lei nº 200/67, que buscou introduzir práticas gerenciais no setor público. Desta

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forma, apesar dos esforços de implantação de um modelo gerencial, as práticas patrimonialistas de se governar e administrar o Estado ainda são comuns no cotidiano da administração pública, em todos os três níveis de governo e poderes.

Para Torres (2004:141) esclarece que nem mesmo o modelo burocrático foi plenamente implantado no Estado brasileiro, que permanece sendo administrado através de práticas que muitas vezes ignoram os princípios de impessoalidade, publicidade, especialização e profissionalismo’’. É evidente a ‘capacidade de resistência do patrimonialismo’ na cultura política da administração pública.

Neste sentido, percebe-se que o Estado Brasileiro precisa ser ‘democratizado’ de maneira intensa, ágil e flexível, precisa se impor com soberania na nova estrutura da economia mundial, regular democraticamente a economia, coordenar o desenvolvimento e desenhar políticas sociais ativas, agressivas e radicais.

Percebe-se que as atribuições da administração pública foram crescendo e abarcando quase todas as esferas da sociedade organizada. Como resultado da democratização do Estado, a administração pública ganhou novas e complexas atuações nas áreas da saúde, educação, lazer, previdência social, relações de trabalho, criou-se uma quantidade infinita de setores que exigem ampla fiscalização, intervenção e regulação.

Contudo, é inegável que a operação dos mecanismos da democracia provocou a redefinição do papel do Estado na sociedade, tendo como resultado a ampliação de suas funções. Para entender o processo de reforma do Estado basta pensar na pressão que operação do regime democrático gera sobre a administração pública. Assim, percebe-se que o Estado está sendo lapidado pela democratização.

Assim, aponta-se os princípios do Novo Serviço Público, segundo a proposta de Denhardt (2004:182) são: servir a cidadãos, não a consumidores; visar o interesse público; dar precedência à cidadania e ao serviço público sobre o empreendedorismo; pensar estrategicamente; agir democraticamente; reconhecer que a accountability não é simples; servir em vez de dirigir; dar valor às pessoas, não apenas à produtividade. O Novo Serviço Público busca “encontrar valores compartilhados e interesses comuns por meio de um diálogo generalizado e engajamento dos cidadãos”. DENHARDT (2004:182).E desta forma, o próprio serviço público é visto como uma extensão da cidadania, sendo motivado por um desejo de servir aos outros e de atingir objetivos públicos.

Sob este prisma, Denhardt (2004:183)explica que diferentemente da Nova Gestão Pública, construída sobre conceitos econômicos como o auto-interesse, o Novo Serviço Público é formado sobre a idéia de administradores públicos a serviço de cidadãos, procurando envolvê-los totalmente com quem servem. Desta maneira, o Novo Serviço Público proclama uma nova visão, mais participativa para os administradores públicos da atualidade e do futuro.

Para Vieira (2007:02), a Constituição de 1988 aponta para um Estado Social e Democrático de Direito, que vai mais além, de caráter inovador que busca traçar novos horizontes à administração pública brasileira. Entende-se que a administração pública democrática e paticipativa é o modelo mais adequado que atenderá as necessidades da sociedade atual, pois através de mecanismos como a participação. Entende-se que a Constituição de 1988, além de traçar rumos ao modelo de Estado e ao modelo de administração, inaugura os novos

direitos e portanto novas políticas públicas para o Estado e a coletividade.

CONCEITO E PAPEL DO RH NAS ORGANIZAÇÕES.

O crescimento da economia impulsiona empresas a buscarem profissionais mais preparados. O trabalho de reconhecer os profissionais preparados para assumir funções na empresa, transmitir valores, treinar e manter os profissionais motivados é realizado pelo departamento de Recursos Humanos.

O departamento de RH deve ser aberto e acolhedor às ideias e necessidades dos colaboradores. A proximidade com os outros departamentos facilita o relacionamento com os membros da empresa e permite conhecer melhor a organização.

O profissional de RH tem o papel de disseminar a cultura, missão e valores da empresa. O objetivo é alinhar as políticas de Recursos Humanos com a estratégia da organização. No cronograma de ações do departamento deverá ter espaço para o feedback. Todos os colaboradores devem receber retorno dos questionamentos, opiniões e ideias enviadas ao setor.

É importante que o setor de RH estabeleça um cronograma de visitas aos demais setores da empresa. Essa atividade ajudará a conhecer melhor os colaboradores, suas funções e setores. A área de RH deve ser conhecida em toda a empresa. Ouvir os funcionários também é atividade importante. Eles têm boas ideias que, aproveitadas, contribuem para maior desenvolvimento da organização e engajamento dos funcionários.

Para facilitar o acesso ao RH a demais setores, algumas empresas estão adotando software de comunicação corporativa, vista a sua importância para o desenvolvimento. A ferramenta pode facilitar o acesso à informação e fomentar a troca de ideias e opiniões, realizar reuniões, agendar treinamentos e ainda colabora com a disseminação de conhecimento dentro da organização.

Veja algumas funções importantes do setor de RH:

Recrutamento e seleção

Treinamento, desenvolvimento e capacitação

Administração de pessoal

Definição de cargos e salários

Avaliação de desempenho

Manter a motivação da equipe

Orientação dos colaboradores

Participação nos eventos da empresa

O RH precisa assumir um papel estratégico dentro das organizações, dando sustentação às estratégias da empresa, na gestão do seu principal recurso: as pessoas.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

O conceito de gestão de pessoas ou administração de recursos humanos é uma associação de habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas definidas, com o objetivo de administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano nas organizações.

A Gestão de Pessoas ocorre através da participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento de funcionários de uma empresa, e a

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área tem a função de humanizar as empresas. Muitas vezes, a gestão de pessoas é confundida com o setor de Recursos Humanos, porém RH é a técnica e os mecanismos que o profissional utiliza e gestão de pessoas tem como objetivo a valorização dos profissionais. Em uma empresa, a gestão de pessoas deve ser feita pelos gestores e diretores, porque é uma área que requer capacidade de liderança.

O setor de gestão de pessoas possui uma grande responsabilidade na formação dos profissionais, e tem o objetivo de desenvolver e colaborar para o crescimento da instituição e do próprio profissional.

A Administração de Recursos Humanos inclui:

Realização de análises de trabalho

Planejamento de necessidades de pessoal

Recrutamento das pessoas certas para o trabalho

Gerenciamento de salários, oferecendo benefícios e incentivos

Avaliação do desempenho

GESTÃO DE PESSOAS POR IDALBERTO CHIAVENATO

A Administração de Recursos Humanos, segundo Chiavenato, consiste em planejar, organizar, desenvolver, coordenar e controlar os métodos capazes de promover o desempenho eficiente do pessoal.

Ao mesmo tempo em que a organização representa o meio que permita às pessoas que com ela colaborem para alcançar os objetivos individuais relacionados direta ou indiretamente com o trabalho.

Também significa conquistar e manter as pessoas na organização, trabalhando sempre com eficiência para produzir resultados eficazes.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS DO OPERACIONAL AO ESTRATÉGICO

O gerenciamento operacional de RH e a gestão estratégica de RH são dois lados da mesma entidade.

O RH operacional exige operações diárias essenciais para atender às necessidades de seus funcionários, enquanto a gestão estratégica de RH se preocupa com a previsão de resultados e garantindo que sua empresa tenha o capital humano mais qualificado para atingir seus objetivos.

Ambas as facetas dos recursos humanos são componentes fundamentais que podem levar o seu negócio ao sucesso.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS OPERACIONAL:

Atuando operacionalmente, os membros da equipe de recursos humanos são administradores de alto nível.

As tarefas que realizam geralmente são altamente visíveis para seus funcionários porque estão focadas nas questões de trabalho diário atribuídas às necessidades atuais de sua equipe.

Estas incluem tarefas vitais, tais como recrutamento, entrevistas e contratação, e gerenciamento de riscos.

O gerenciamento operacional de RH pode usar e manter sistemas informatizados de informações de RH, e também pode supervisionar seu departamento de folha de pagamento.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICO:

A Administração de Recursos Humanos Estratégica requer que os profissionais de RH considerem a imagem geral do crescimento da sua empresa, implementando maneiras de contribuir diretamente para seus objetivos de longo prazo.

O RH estratégico é parte integrante do planejamento futuro do seu negócio em relação aos funcionários.

Em uma capacidade estratégica, os membros da equipe de RH tentam projetar as futuras necessidades de negócios e trabalhar para desenvolver funcionários e programas atuais para atender a essas necessidades.

Olhando para o futuro, as equipes de RH podem considerar muitas opções para manter seu negócio competitivo e crescendo, incluindo a terceirização de certos empregos.

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NAS ORGANIZAÇÕES

A linha estratégica de pesquisa é focada principalmente em teorias e práticas de estratégia de gerenciamento de RH em organizações e consequentemente o acompanhamento da estratégia com o uso de sistemas de medição.

O foco central é, em primeiro lugar, desvendar a criação de sistemas e práticas estratégicas de GRH, e os resultados finais da gestão de recursos humanos e organizacionais.

Em segundo lugar, a equipe de pesquisa também está interessada em desenvolvimentos no campo de sistemas estratégicos de medição de HRM.

Em terceiro lugar, estamos cada vez mais em direção a uma abordagem sustentável da gestão de recursos humanos.

Faz-se isso usando uma abordagem econômica e gerencial de HRM e, posteriormente, buscando o valor agregado de HRM em organizações.

Relações de trabalho:

Com a linha de pesquisa sobre a relação de trabalho, estuda-se o relacionamento empregado-organização e seus resultados em diferentes níveis, reconhecendo assim que os funcionários são gerenciados em vários níveis e como esses níveis distintos interferem uns com os outros.

No nível do trabalho, estuda-se a perspectiva do empregador referente ao que a organização oferece aos empregados no nível do trabalho e o que é esperado dos funcionários em troca.

Considerando que as organizações estão mudando cada vez mais sua abordagem de investimento mútuo para o emprego em uma abordagem de sub investimento (em que muito é perguntado pelos funcionários em comparação com o que lhes é oferecido), é importante estudar o impacto dessas mudanças para diferentes empregados e resultados organizacionais.

Além disso, a nível individual, estuda-se a perspectiva do empregado pertencente à relação de troca de membros do líder.

O gerente de linha como agente da organização implementa a relação de trabalho com o empregado individual.

Portanto, é importante estudar a LMX como uma importante faceta do relacionamento amplo-empregado-organização.

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O objetivo é contribuir com a compreensão de como o relacionamento empregado-organização afeta funcionários e organizações.

Estuda-se especificamente os processos operacionais nesta ligação.

Gerenciamento de desempenho:

Esta linha de pesquisa concentra-se no gerenciamento de desempenho e no comportamento organizacional.

A pesquisa é dedicada a uma melhor compreensão de como as organizações podem desempenhar de forma mais efetiva pelo gerenciamento melhor (gerenciamento de RH e desempenho).

O objetivo é examinar e melhorar a eficácia de várias práticas, sistemas e políticas de gerenciamento de desempenho e gerenciamento de RH nas organizações.

Além disso, a pesquisa realizada dentro desta equipe enfoca o papel do bem-estar dos funcionários no Gerenciamento de Recursos Humanos – Relacionamento com o desempenho organizacional.

A questão central é como o sistema de gestão organizacional, a estratégia, a cultura e o comportamento podem ser otimizados para facilitar e melhorar o bem-estar e efetividade dos funcionários, o desempenho da equipe e da organização.

Gestão estratégica:

Esta linha de pesquisa utiliza a estrutura estratégia e prática para examinar as características dos processos de planejamento estratégico e o uso de instrumentos de planejamento estratégico em organizações públicas e sem fins lucrativos, tanto de uma perspectiva social quanto de sistemas.

Mais especificamente, examinamos a relação entre as características dos processos estratégicos de tomada de decisão e os resultados próximos e / ou distal.

As características do processo de tomada de decisão estratégica abrangem os profissionais de planejamento estratégico (por exemplo, características e papéis da equipe), as práticas de planejamento estratégico (por exemplo, características do processo) e a práxis de planejamento estratégico (por exemplo, ferramentas estratégicas e planos estratégicos).

Os resultados imediatos de interesse são: qualidade das decisões estratégicas, eficácia do planejamento estratégico, compreensão compartilhada e compromisso com a estratégia e a comunicação estratégica.

Os resultados distantes de interesse são o desempenho organizacional, estratégia realizada e legitimidade estratégica.

Os dados são coletados em configurações de lucro público e social usando projetos de pesquisa e projetos experimentais de pesquisa em combinação com dados secundários.

Recrutamento e marca de empregador:

O recrutamento visa identificar e atrair o capital humano certo para atingir os objetivos e as estratégias da organização.

Mesmo em tempos de recessão econômica, a “guerra pelo talento” continua à medida que as organizações lutam para encontrar um equilíbrio entre a manutenção de uma força de trabalho magra, atraindo o talento necessário para manter uma vantagem competitiva.

As tendências demográficas sugerem que a aquisição de capital humano será ainda mais importante no futuro.

Além disso, dado que o recrutamento influencia a quantidade e a qualidade dos candidatos e contratados, tem implicações para todas as outras práticas de recursos humanos.

Como resultado, o recrutamento tornou-se uma das funções de recursos humanos mais críticas para o sucesso organizacional e a sobrevivência.

Como essas evoluções garantem uma compreensão completa do recrutamento e da atração organizacional, a pesquisa nesse domínio cresceu exponencialmente nos últimos anos.

Estudos recentes mudaram o campo com base em teorias de marketing e branding e construções para elucidar ainda mais o processo de recrutamento.

Dentro do domínio do recrutamento e da marca do empregador, os principais tópicos de pesquisa da nossa equipe de pesquisa são o estudo de fontes de recrutamento, comportamentos de busca de emprego, comunicação boca-a-boca, mídia social, imagem do empregador e diversidade de candidatos.

Responsabilidade social corporativa e empreendedorismo social:

A responsabilidade social corporativa e as empresas sociais têm em comum o desafio de combinar a sustentabilidade econômica e social.

Nesta linha de pesquisa, o foco é o estudo de empresas sociais, que desenvolvem atividades geradoras de receita para realizar metas sociais.

As empresas sociais são consideradas como “casos extremos de hibridação” porque a realização dos objetivos sociais e econômicos são fundamentais para o funcionamento das empresas sociais, embora possa implicar práticas que nem sempre são compatíveis.

O estudo das empresas sociais é, portanto, considerado particularmente interessante para obter informações sobre os desafios da introdução da responsabilidade social corporativa em organizações com foco principal na sustentabilidade econômica.

Estuda-se os antecedentes, valores e objetivos dos gerentes e membros do conselho nas empresas sociais em relação à dinâmica e à tomada de decisões na equipe de alto nível e no conselho de administração, influenciando o desempenho da organização.

Avaliando o desempenho organizacional, não só consideramos o desempenho financeiro, mas também visamos medir o desempenho social.

Portanto, desenvolvemos atividades de pesquisa para poder avaliar o desempenho não financeiro das empresas (sociais).

Gerenciamento de carreira:

Este fluxo de pesquisa concentra-se no ciclo de vida do empregado a partir do “estágio do candidato a emprego” e termina na idade de aposentadoria.

Todos os problemas de desenvolvimento de RHM e gestão de talentos no meio estão sendo pesquisados a partir de uma perspectiva de correspondência.

Ao fazê-lo, a ênfase é tanto sobre as necessidades de desenvolvimento do indivíduo quanto sobre as soluções potenciais que as organizações podem surgir, a fim de reter suas pessoas de forma a permanecerem motivadas e comprometidas.

Este fluxo de pesquisa permitiu várias publicações em torno das seguintes equipas: sistemas de carreira,

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escadas de carreira triplas, contrato psicológico, criação de emprego, diferentes gerações no piso de trabalho, comportamento de autogestão de carreira, etc.

Organizações de aprendizagem:

Os principais campos de interesse são a organização de aprendizagem, habilidades profissionais, gerenciamento de mudanças, inteligência emocional, estilos cognitivos e liderança.

Benefícios da Administração de Recursos Humanos

O benefício de uma função de RH está no processo de ligação da função de recursos humanos com os objetivos estratégicos de uma empresa, a fim de melhorar e impulsionar o desempenho.

Em termos simples, a gestão de recursos humanos envolve recrutamento, contratação e gerenciamento de funcionários.

No entanto, um sistema de recursos humanos bem-sucedido requer muitas mais peças da organização, envolvendo cultura organizacional e administrando saúde e segurança.

Com a compreensão desses elementos de um sistema de gerenciamento de RH, os empresários e gerentes podem efetivamente estruturar seus processos de negócios.

Cultura Organizacional:

A cultura organizacional é a montagem de valores, regras de trabalho, visão da empresa, tradições e crenças que uma empresa adotou ao longo dos anos.

O sistema de gerenciamento de RH desempenha um papel vital na influência da cultura organizacional dentro de uma empresa.

Estabelecendo diretrizes, procedimentos e padrões da empresa, os funcionários sabem e aprendem os comportamentos que são aceitáveis no local de trabalho.

Por exemplo, uma política pode indicar que a pontualidade é importante dentro da empresa, o que promove habilidades aprimoradas de gerenciamento de tempo entre os funcionários, ou a equipe de RH pode adaptar uma política de gerenciamento de tempo mais flexível que valha a liberdade dos funcionários para gerenciar seus próprios horários.

Portanto, a cultura organizacional afeta a maneira como as pessoas trabalham e cooperam entre si e com os clientes.

Planejando a Mudança:

O mundo dos negócios muda rapidamente. A tecnologia está mudando e sendo atualizada constantemente, os funcionários vêm e vão, e as finanças do negócio variam de tempos em tempos.

É responsabilidade da equipe de RH ajudar a estabilizar a empresa para mudanças contínuas e isso não pode ser ignorado.

Planejar mudanças significa ajudar os funcionários a entender seus papéis, levando em consideração a imagem maior da empresa.

Trata-se de construir pontes entre departamentos e gerentes e fazer com que as pessoas falem sobre as circunstâncias do “caso e o caso”.

O RH usa essa informação e desenvolve um plano de gerenciamento para desastres, mudanças no fluxo de trabalho e para tranquilizar os funcionários em tempos de desastre ou mudanças alarmantes.

Treinamento e desenvolvimento:

Quase todos os funcionários, incluindo aqueles que são altamente qualificados e qualificados, exigem treinamento em algum momento devido ao fato de que cada organização faz as coisas de maneira diferente aos outros.

Políticas e procedimentos precisam ser firmemente transmitidos a todos os funcionários como parte do processo de embarque -, portanto, ter todos com o mesmo comprimento de onda.

O sistema de gerenciamento de RH também é responsável pelo desenvolvimento contínuo dos funcionários.

Esta educação contínua mantém atualizadas as habilidades dos funcionários, de modo que eles trazem ideias originais e modernas para a empresa.

Saúde e segurança:

O sistema de gerenciamento de RH desempenha um papel fundamental na garantia de saúde e segurança no local de trabalho.

Isso pode ser alcançado através de políticas e procedimentos, mas a função de RH pode dar um passo adiante para garantir que os funcionários compreendam os riscos de certas atividades.

Por exemplo, se houver maquinaria pesada no escritório, a RH pode postar sinais de alerta e cartazes listando as etapas a serem tomadas em caso de emergência.

Isso minimiza a possibilidade de ocorrência de um acidente e ajuda a eliminar qualquer ação judicial posterior que possa ser tomada contra a empresa.

Recrutamento:

Embora o recrutamento possa parecer um dado para os sistemas de gerenciamento de RH, é o principal centro de todas as políticas e sistemas de RH.

Obter trabalhadores qualificados, mantê-los envolvidos dentro da empresa, treiná-los corretamente para concluir com êxito seus trabalhos e encorajá-los a ser submetidos a uma maior educação.

Atribuir-lhes benefícios e compensação são todos impulsionadores para o sucesso organizacional e devem estar continuamente na mente de Gerentes de RH.

Portanto, desenvolver e implementar o Sistema de Gestão de Recursos Humanos certo para o seu negócio é importante.

Embora seja possível cuidar dessas funções manualmente, um sistema automatizado garante que haja muito tempo disponível para a equipe de recursos humanos para desenvolver e manter os dados que entram nesses sistemas.

OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Os objetivos são metas pré-determinadas às quais a atividade individual ou de grupo em uma organização é dirigida.

Os objetivos da gestão de pessoal são influenciados por objetivos organizacionais e objetivos individuais e sociais.

As instituições são instituídas para atingir determinados objetivos específicos.

Os objetivos das instituições econômicas são principalmente gerar lucros, e as instituições educacionais são principalmente educação e / ou realizar pesquisas e assim em diante.

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No entanto, o objetivo fundamental de qualquer organização é a sobrevivência.

As organizações não estão apenas satisfeitas com esse objetivo. Além disso, o objetivo da maioria das organizações é o crescimento e / ou lucros.

As instituições adquirem e gerenciam vários recursos, inclusive humanos, para atingir os objetivos especificados.

Assim, os recursos humanos são gerenciados para desviar e utilizar seus recursos para a realização dos objetivos organizacionais.

Portanto, basicamente, os objetivos da GRH são extraídos e contribuem para a realização dos objetivos organizacionais.

Os outros objetivos da GRH são atender às necessidades, aspirações, valores e dignidade dos funcionários individuais e ter uma preocupação devida pelos problemas socioeconômicos da comunidade e do país.

Os objetivos da Administração de Recursos Humanos podem ser os seguintes:

1. Criar e utilizar uma força de trabalho capaz e motivada, para atingir os objetivos organizacionais básicos.

2. Estabelecer e manter uma sólida estrutura organizacional e relações de trabalho desejáveis entre todos os membros da organização.

3. Garantir a integração de indivíduos ou grupos dentro da organização por coordenação dos objetivos individuais e grupais com os da organização.

4. Criar instalações e oportunidades de desenvolvimento individual ou grupal para combiná-lo com o crescimento da organização.

5. Para alcançar uma utilização efetiva dos recursos humanos na consecução dos objetivos organizacionais.

6. Identificar e satisfazer as necessidades individuais e grupais, proporcionando salários adequados e equitativos, incentivos, benefícios dos empregados e segurança social e medidas para desafiar o trabalho, prestígio, reconhecimento, segurança, status.

7. Manter a moral dos funcionários e as relações humanas sólidas, mantendo e melhorando as várias condições e instalações.

8. Fortalecer e apreciar os recursos humanos continuamente, fornecendo programas de treinamento e desenvolvimento.

9. Considerar e contribuir para minimizar os males socioeconômicos, como desemprego, subemprego, desigualdades na distribuição de renda e riqueza e para melhorar o bem-estar da sociedade, oferecendo oportunidades de emprego para mulheres e setores desfavorecidos da sociedade. .

10. Fornecer uma oportunidade para expressão e gerenciamento de voz.

11. Proporcionar liderança justa, aceitável e eficiente.

12. Fornecer instalações e condições de trabalho e criar uma atmosfera favorável para manter a estabilidade do emprego.

IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Uma organização não pode construir uma boa equipe de profissionais que trabalham sem bons recursos humanos.

As principais funções da equipe de Gerenciamento de Recursos Humanos incluem recrutar pessoas, treiná-las, avaliações de desempenho, motivar funcionários, comunicação no local de trabalho, segurança no local de trabalho e muito mais.

Os efeitos benéficos dessas funções são discutidos aqui:

Avaliações de desempenho:

A Administração de Recursos Humanos encoraja as pessoas que trabalham em uma organização, a trabalhar de acordo com seu potencial e lhes dá sugestões que podem ajudá-las a melhorar.

A equipe se comunica individualmente com a equipe e fornece todas as informações necessárias sobre seus desempenhos e também define seus respectivos papéis.

Isso é benéfico, pois permite que eles formem um esboço de seus objetivos antecipados em termos muito mais claros e, assim, os ajuda a executar os objetivos com os melhores esforços possíveis.

As avaliações de desempenho, quando tomadas regularmente, motivam os funcionários.

Manutenção da atmosfera de trabalho:

Este é um aspecto vital da GRH porque o desempenho de um indivíduo em uma organização é em grande parte conduzido pela atmosfera de trabalho ou cultura de trabalho que prevalece no local de trabalho.

Uma boa condição de trabalho é um dos benefícios que os funcionários podem esperar de uma equipe eficiente de recursos humanos.

Um ambiente seguro, limpo e saudável pode trazer o melhor em um empregado.

Uma atmosfera amigável proporciona aos funcionários a satisfação profissional também.

Gerenciando Disputas:

Em uma organização, existem várias questões sobre as quais podem surgir disputas entre os empregados e os empregadores.

Você pode dizer que os conflitos são quase inevitáveis.

Em tal cenário, é o departamento de recursos humanos que atua como consultor e mediador para resolver essas questões de forma efetiva.

Eles primeiro ouviram as queixas dos funcionários.

Então, eles apresentam soluções adequadas para classificá-los. Em outras palavras, eles tomam medidas oportunas e impedem que as coisas saem das mãos.

Desenvolvimento de Relações Públicas:

A responsabilidade de estabelecer boas relações públicas está em grande medida com a Administração de Recursos Humanos.

Eles organizam reuniões de negócios, seminários e vários encontros oficiais em nome da empresa, a fim de construir relacionamentos com outros setores de negócios.

Às vezes, o departamento de RH desempenha um papel ativo na preparação dos planos de negócios e marketing para a organização também.

Qualquer organização, sem uma configuração adequada , é obrigada a sofrer sérios problemas ao gerenciar suas atividades regulares.

Por esta razão, hoje, as empresas devem colocar muito esforço e energia na criação de uma Administração de Recursos Humanos forte e efetiva.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 77

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GESTÃO DE PESSOAS NO SETOR PÚBLICO

A gestão de pessoas no setor público possui algumas particularidades. Ao contrário do que acontece no setor privado, onde o gestor pode contratar indivíduos que aprensentem características vantajosas para a empresa, no setor público, a lei exige que as contratações sejam feitas mediante concursos públicos. É por esse motivo que no âmbito do setor público ações de desenvolvimento profissional são cruciais, pois os elementos podem aprender a progredir na carreira, e não aprendem só a cumprir as suas funções atuais de forma mais eficaz.

Os responsáveis pela gestão de pessoas no setor público devem saber motivar os funcionários, para que estes sintam que são uma peça importante na empresa. Se isto acontecer, seguramente terão um melhor desempenho no trabalho. Além disso, a área de gestão de pessoas tem também a responsabilidade de exercer práticas de gerenciamento, planejamento, avaliação e recompensas, criando e mantendo um ambiente profissional e positivo na organização.

REGIME JURÍDICO ÚNICO (LEI Nº 8.112/90, E ALTERAÇÕES POSTERIORES)

Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

Revista e atualizado conforme Lei 13.846, de 18 de junho de 2019.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

CAPÍTULO ÚNICO

Das Disposições Preliminares

Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos

Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a

pessoa legalmente investida em cargo público.

Comentários:

Os servidores estão para os cargos públicos assim como os empregados públicos estão para os

empregos públicos. A pessoa será investida no cargo somente no momento da posse.

Os agentes públicos, genericamente falando, são

as pessoas físicas que exercem função pública, geralmente em nome de certa entidade política ou administrativa (a ressalva se justifica pelos agentes públicos delegados, que exercem funções públicas em nome próprio).

Servidor público, para os efeitos da Lei nº

8.112/90 (servidor em sentido estrito), é o titular de cargo público, seja ele de provimento efetivo ou em comissão. É o antigo conceito de funcionário público, que não deve mais ser utilizado, pois não foi recepcionado pela Constituição de 1988. (João Trindade, 2012.)

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e

responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres

públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

Art. 4o É proibida a prestação de serviços

gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

Comentários:

Em todo cargo público haverá uma contraprestação

pecuniária (dinheiro), salvo a prestação de serviços gratuitos

como é o caso do serviço voluntariado e os serviços realizados

pelos agentes honoríficos (mesários, membros do Tribunal do

Júri, por exemplo).

TÍTULO II

DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

COMENTÁRIOS:

Provimento - É o ato pelo qual o servidor é investido no

exercício de cargo, emprego ou função.

Formas de provimentos:

- Originário

Que vincula inicialmente o servidor ao cargo, emprego

ou função; pode ser tanto a nomeação quanto a contratação,

dependendo do regime jurídico de que se trate.

NOMEAÇÃO: Forma de provimento originário. Prazo

para tomar posse: 30 dias. Se não ocorrer a posse a nomeação é

tornada sem efeito (não há anulação do ato nem exoneração do

servidor).

- Derivado

Provimento derivado é o que depende de um vínculo

anterior do servidor com a Administração Pública.

Pode ocorrer por:

a) promoção: forma de provimento pelo qual o servidor

passa para cargo de maior complexidade e de maior grau de

responsabilidade, dentro da carreira a que pertence;

b) readaptação: dá-se quando o servidor, em razão de

limitações supervenientes, torna-se inapto para desempenhar as

funções do cargo que ocupava;

c) reversão: retorno à atividade de servidor aposentado:

(i) por invalidez, se insubsistentes os motivos da

aposentadoria;

(ii) no interesse da administração, se:

a) tenha solicitado a reversão;

b) a aposentadoria foi voluntária;

c) era estável; e

d) aposentou-se nos 5 anos anteriores à solicitação.

d) aproveitamento: reingresso, no serviço público, do

funcionário em disponibilidade, quando haja cargo vago de

vencimento e natureza compatíveis com o anteriormente

ocupado;

e) reintegração: reingresso do servidor demitido,

quando seja invalidada por sentença judicial a sua demissão,

sendo-lhe assegurado o ressarcimento das vantagens inerentes

ao cargo;

f) recondução: ocorre em consequência de:

reintegração, hipótese em que o servidor que ocupava o cargo do

reintegrado tem o direito de ser reconduzido a seu cargo de

origem; e no caso de inabilitação em estágio probatório relativo

a outro cargo.

Formas de provimento quanto à durabilidade

Provimento efetivo é o que se faz em cargo público,

mediante nomeação por concurso público, assegurando ao

servidor, após três anos de exercício, o direito de permanência

no cargo, do qual só pode ser destituído nas hipóteses

constitucionais.

Provimento vitalício é o que se faz em cargo público,

mediante nomeação, assegurando ao servidor a permanência no

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78 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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cargo, do qual só pode ser destituído por sentença judicial

transitada em julgado.

Provimento em comissão é o que se faz mediante

nomeação para cargo público, independentemente de recurso e

em caráter transitório.

Capítulo I

Do Provimento

Seção I

Disposições Gerais

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em

cargo público:

I - a nacionalidade brasileira;

Comentários:

Ressalte-se que os brasileiros naturalizados e os

portugueses equiparados não poderão ocupar os cargos previstos

no art. 12, §. 3º da Constituição Federal de 1988, ou seja,

Presidente e Vice-Presidente da República, Presidente da

Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro

do Supremo Tribunal Federal - STF, carreira diplomática e

oficial das Forças Armadas e seus assentos no Conselho da

República.

II - o gozo dos direitos políticos;

III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a

exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.

§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é

assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 3o As universidades e instituições de pesquisa

científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)

Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á

mediante ato da autoridade competente de cada Poder.

Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá

com a posse.

DICA DE CONCURSO!

(UnB- CESPE – SEPLAG/SEAPA/DF/2009) O

servidor empossado já ocupa cargo público, ainda que não

tenha entrado em exercício. (V/F) VERDADEIRO

Art. 8o São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - promoção;

III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

V - readaptação;

VI - reversão;

VII - aproveitamento;

VIII - reintegração;

IX - recondução.

COMO CAIU NA PROVA!

(CESPE/UNB/TRE/MS/2013/ANALISTA) De acordo

com a legislação vigente, a ascensão e a transferência são

consideradas formas de provimento de cargo público.(V/F)

FALSO

Seção II

Da Nomeação

Art. 9o A nomeação far-se-á:

I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;

II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Comentários:

Estabelece o art. 37, V, da CF/88: “as funções de

confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes

de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos

por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais

mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de

direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)”

Veja que a diferença básica ente CARGO EM

COMISSÃO e FUNÇÃO DE CONFIANÇA reside no fato de

que a função será exercida exclusivamente por ocupantes de

cargos efetivos. Já os cargos em comissão não possuem esta

exigência. Lembre – se que para cargo você é nomeado e para

uma função você será designado. Por fim ressalte – se que todo

cargo tem função, mas nem toda função tem um cargo atrelado.

Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou

cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Comentário:

É conditio sine qua non (condição imprescindível) que o

servidor público nomeado para cargo de provimento efetivo

tenha sido, aprovado em concurso público de provas ou provas e

títulos (não há concurso público somente de títulos). Será falsa a

afirmativa que disser que TODOS os cargos públicos

necessitam de concurso público, pois, por exemplo, os cargos

em comissão são exceções a esta regra geral.

Cargo de carreira é o que se escalona em classes

(níveis) admitindo a chamada promoção (daí a luta de várias

categorias para a aprovação de seus PCCs ou seja, os Plano de

Cargos e Carreiras).

Seção III

Do Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e

títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Comentário:

Em algumas situações o candidato poderá ser isento do

pagamento da taxa de inscrição destinada a custear a realização

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 79

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do certame. A escolha da organizadora do concurso público será

feita ou por licitação ou por sua dispensa. Sempre é bom

lembrar que não há concurso público somente de títulos.

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2

(dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.

Comentário:

Observe que poderemos ter um edital com um prazo de

validade menor que 2 (dois) anos tendo em vista o prazo ser até

2 anos. É uma situação discricionária, inclusive, quanto a

possibilidade ou não de prorrogação. Se a Administração

Pública quiser prorrogar um concurso público só poderá faze-lo

uma única vez. O prazo de validade de um concurso público

começa a contar da publicação da homologação deste na

Imprensa Oficial..

§ 1o O prazo de validade do concurso e as

condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.

Comentário:

O edital define todos os aspectos do concurso público.

Existe uma vinculação tanto à Administração Pública quanto ao

candidato. A necessidade de publicação atende ao princípio

explícito da publicidade.

§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver

candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

Comentário:

A CF/88 permite a abertura de um novo concurso ainda

estando no prazo de validade do anterior. O que obviamente não

será permitido o chamamento dos candidatos aprovados no

segundo concurso ainda restando candidatos a ser chamados do

primeiro.

Seção IV

Da Posse e do Exercício

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do

respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.

Comentário:

É a partir da posse que o candidato tornar-se-á servidor

público. É através da a assinatura deste documento que o

servidor público toma conhecimento oficial de suas atribuições,

deveres, responsabilidades e direitos referentes ao cargo a ser

ocupado.

DICA DE CONCURSO:

O ato de posse refere-se ao ato administrativo solene e

formal que torna válida a investidura em um cargo público de

provimento efetivo ou não. No entanto, somente com a posse é

que a nomeação se consolida, salvo nos casos de formas de

provimento derivadas.(Anal.Jud.TRE-MT- CESPE/2010)

§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias

contados da publicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na

data de publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração

específica.

§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de

cargo por nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará

declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

Comentários:

Duas declarações importantes: a primeira ajuda a

Administração, a saber, as reais condições econômicas do

servidor ao entrar no serviço público. A segunda obedece ao que

preceitua a CF/88 (A REGRA GERAL É A NÃO

ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS):

Art. 37 da CF/88:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos

públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,

observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou

científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais

de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e

funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas,

sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades

controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento

se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste

artigo.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de

prévia inspeção médica oficial.

Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das

atribuições do cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor

empossado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será

tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o À autoridade competente do órgão ou

entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 4o O início do exercício de função de confiança

coincidirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o

reinício do exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.

Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento individual.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de

exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro

município em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em

licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos

estabelecidos no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de

10.12.97)

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de

trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função

de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a

duração de trabalho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor

nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão

objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19)

I - assiduidade;

II - disciplina;

III - capacidade de iniciativa;

IV - produtividade;

V- responsabilidade.

Comentários:

ESTÁGIO PROBATÓRIO

É um período de prova a que se submete o servidor

nomeado para cargo de provimento efetivo (permanente), sendo

apuradas a aptidão e a capacidade para o desempenho do cargo.

Esse período probatório passou a ser de três anos, por força da

Emenda Constitucional nº 19.

Aferição da aptidão e capacidade: é feita através de

avaliações semestrais, pela chefia imediata do servidor, com a

observância dos seguintes critérios:

a) assiduidade - a presença do servidor no local de

trabalho, dentro do horário estabelecido para o expediente da

unidade;

b) disciplina - a observância sistemática aos

regulamentos e às normas emanadas das autoridades

competentes;

c) capacidade de iniciativa - a habilidade do servidor

em adotar providências em situações não definidas pela chefia

ou não previstas nos manuais ou normas de serviço;

d) produtividade - a quantidade de trabalhos realizados

num intervalo de tempo razoável, que atenda satisfatoriamente à

demanda do serviço;

e) responsabilidade - o comprometimento do servidor com as

suas tarefas, com as metas estabelecidas pelo órgão ou entidade

e com o bom conceito da administração pública do Estado.

COMO CAIU!

(CESPE/UNB/TRE/MS/2013/ANALISTA) O ato de

exoneração de um servidor público em estágio probatório

depende apenas das formalidades legais de apuração de sua

capacidade.(V/F) FALSO

§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do

estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008

§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório

será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.

§ 3o O servidor em estágio probatório poderá

exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente

poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante

as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1

o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em

curso de formação, e será retomado a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção V

Da Estabilidade

Art. 21. O servidor habilitado em concurso público

e empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19)

Comentário:

Segundo a CF/88 o prazo foi modificado para 03 (três)

anos e sobre isto nunca houve polêmica. Entretanto, consoante o

que estabelece o art. 28 da EC nº 19/98, ficou assegurado o

prazo de 2 (dois) anos de efetivo exercício para aquisição da

estabilidade aos servidores em estágio probatório à época da

promulgação dessa Emenda (5/6/98).

Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em

virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Comentário:

Observe o que estabelece o art. 41 da Constituição

Federal de 1988:

“São estáveis após três anos de efetivo exercício os

servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em

virtude de concurso público.

§ 1º. O servidor público estável só perderá o cargo:

I - em virtude de sentença judicial transitada em

julgado;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 81

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II - mediante processo administrativo em que lhe seja

assegurada ampla defesa;

III - mediante procedimento de avaliação periódica de

desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla

defesa.

§ 2º. Invalidada por sentença judicial a demissão do

servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da

vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a

indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em

disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de

serviço.

§ 3º. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,

o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração

proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado

aproveitamento em outro cargo.

§ 4º. Como condição para a aquisição da estabilidade, é

obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão

instituída para essa finalidade.”

Seção VI

Da Transferência

Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção VII

Da Readaptação

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor

em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o

readaptando será aposentado.

§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de

atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção VIII

Da Reversão

(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000)

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de

servidor aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no

cargo resultante de sua transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 2o O tempo em que o servidor estiver em

exercício será considerado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o

cargo, o servidor exercerá suas atribuições como

excedente, até a ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 4o O servidor que retornar à atividade por

interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente

terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto

neste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº

2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já

tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

DICA DE CONCURSO!

(UnB- CESPE – SEPLAG/SEAPA/DF/2009) No caso

de servidor aposentado por invalidez, se for caracterizada a

reversão, esta se dará ainda que ele tenha completado setenta

anos de idade. (V/F) FALSO

Seção IX

Da Reintegração

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do

servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o

servidor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.

§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu

eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

Como caiu em prova!

(CESPE/ANALISTA/TRE/MS/2013) João foi demitido

do serviço público por ter praticado falta grave. Dois anos

depois, conseguiu anular, por meio de ação judicial, a decisão

administrativa que o demitiu. Além de anular o ato

administrativo, a decisão judicial determinou que João voltasse

ao cargo público que ocupava anteriormente. De acordo com

essa situação hipotética, assinale a opção que apresenta a forma

de investidura utilizada para que João volte a ocupar o cargo

público.

A recondução

B aproveitamento

C reversão

D readaptação

E reintegração

Seção X

Da Recondução

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor

estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

II - reintegração do anterior ocupante.

Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

Seção XI

Da Disponibilidade e do Aproveitamento

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Art. 30. O retorno à atividade de servidor em

disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal

Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do

art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento

e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

COMO CAIU EM PROVA:

(CESPE/ANALISTA/TRE/MS/2013) Assinale a opção

correta quanto ao provimento de cargos públicos.

A Entre as formas de provimento de cargo público,

inclui-se a ascensão que ocorre quando o servidor muda de

classe ou categoria, dentro da mesma carreira, em razão de

merecimento ou antiguidade.

B O servidor nomeado para cargo efetivo terá o prazo de

trinta dias para entrar em exercício.

C De acordo com a jurisprudência majoritária, a

aprovação em concurso público, dentro do número de vagas

oferecidas pelo edital, gera direito subjetivo à nomeação.

D A promoção não é considerada forma de provimento

de cargo público, visto que, nesse caso, o servidor já foi

investido no cargo por meio da nomeação.

E A reintegração é forma de provimento originário de

cargo público. GABARITO - C

Capítulo II

Da Vacância

Comentário:

A vacância é um ato administrativo pelo qual o servidor

deixa o seu cargo público através da exoneração, demissão,

promoção; readaptação; aposentadoria posse em outro cargo

inacumulável e falecimento. A promoção e a readaptação são

formas simultâneas de vacância e provimento de cargo público.

Requisitos básicos - Ser servidor público e nos casos de

posse em cargo inacumulável, ter sido aprovado em concurso

público e nomeado.

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - promoção;

IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VI - readaptação;

VII - aposentadoria;

VIII - posse em outro cargo inacumulável;

IX - falecimento.

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a

pedido do servidor, ou de ofício.

Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;

II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.

Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a

dispensa de função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - a juízo da autoridade competente;

II - a pedido do próprio servidor.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo III

Da Remoção e da Redistribuição

Seção I

Da Remoção

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a

pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

COMO CAIU!

(UnB- CESPE–CEEE/ S/ADMINISTRADOR/2005)

Celva tomou posse como analista do Tribunal de Contas da

União (TCU) em junho de 1998 e, em setembro de 2004,

recebeu a notícia que sua filha Suzana estava com leucemia.

Não tendo tratamento para esse quadro clínico em Brasília, onde

estava lotada, no mês seguinte, Celva fez um pedido de remoção

para São Paulo dirigido ao presidente do tribunal alegando

motivo de saúde de sua filha que vive sob sua dependência.

Considerando a situação hipotética descrita acima e a Lei n.º

8.112/1990, julgue o item subsequente. (QUESTÃO

ADAPTADA!)

Comprovada a doença de Suzana por junta médica oficial, não haverá óbice legal para o pedido de

Celva. (V/F) VERDADEIRO

Seção II

Da Redistribuição

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo

de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para

ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se

dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de

órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 4o O servidor que não for redistribuído ou

colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IV

Da Substituição

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou

função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o O substituto assumirá automática e

cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo

exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos

titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.

TÍTULO III

DOS DIREITOS E VANTAGENS

Capítulo I

Do Vencimento e da Remuneração

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo

exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008)

Comentários:

Vencimento (no singular) é o estipêndio pago ao

servidor público. É o chamado vencimento-base já que no plural

é sinônimo de remuneração. Lembre-se que o empregado

público recebe salário, o agente Político recebe subsídio, o

inativo receberá proventos e o militar, soldo. Vencimento nada

mais é do que a contraprestação pecuniária dada a quem exerce

um de cargo público em parcela única vedado o pagamento de

adicionais e gratificações.

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo

efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

§ 1o A remuneração do servidor investido em

função ou cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.

§ 2o O servidor investido em cargo em comissão

de órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1

o do

art. 93.

§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das

vantagens de caráter permanente, é irredutível.

§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos

para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração

inferior ao salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber,

mensalmente, a título de remuneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.

Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98)

(Vide Lei nº 9.624, de 2.4.98)

Art. 44. O servidor perderá:

I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Comentário:

Acrescida a expressão “sem motivo justificado” para

estabelecer que a perda da remuneração só ocorra nesta situação.

O limite de 60 minutos foi eliminado, além da criação do

aspecto voltado a compensação de horários nos casos de atraso,

ausências justificadas e saídas antecipadas até o mês

subsequente, com a concordância da chefia imediata.

Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Caso fortuito – evento humano (uma greve, por exemplo). Força Maior – eventos da natureza (um vendaval,

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maremoto, terremoto etc). Lembre – se que as faltas serão

compensadas a critério da chefia imediata.

Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado

judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Regulamento)

§ 1o Mediante autorização do servidor, poderá

haver consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.172, de

2015)

§ 2o O total de consignações facultativas de que

trata o § 1o não excederá a 35% (trinta e cinco por

cento) da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) reservados exclusivamente para: (Redação

dada pela Lei nº 13.172, de 2015)

I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou (Incluído pela Lei nº

13.172, de 2015)

II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172,

de 2015)

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário,

atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser

inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 2o Quando o pagamento indevido houver

ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 3o Na hipótese de valores recebidos em

decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 48. O vencimento, a remuneração e o

provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

Capítulo II

Das Vantagens

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas

ao servidor as seguintes vantagens:

I - indenizações;

II - gratificações;

III - adicionais.

§ 1o As indenizações não se incorporam ao

vencimento ou provento para qualquer efeito.

§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se

ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.

Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão

computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Seção I

Das Indenizações

Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:

I - ajuda de custo;

II - diárias;

III - transporte.

IV - auxílio-moradia. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 52. Os valores das indenizações

estabelecidas nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)

Subseção I

Da Ajuda de Custo

Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar

as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Comentário:

Foi introduzida a proibição do duplo pagamento da

ajuda de custo, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou

companheiro que detenha também a condição de servidor vir a

ter exercício na mesma localidade, visando economizar para os

cofres públicos. Veja que na ajuda de custo o servidor muda de

domicílio COM CARÁTER PERMANENTE.

§ 1o Correm por conta da administração as

despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.

§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede

são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.

§ 3o São será concedida ajuda de custo nas

hipóteses de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 36. (Incluído pela Lei nº 12.998, de

2014)

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.

Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao

servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele

que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.

Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a

ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Comentários:

A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração e não

sobre o vencimento-base, não podendo exceder a três vezes o

valor da respectiva remuneração. Perceba que consoante o que

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estabelece o art. 56 caso a União nomeie uma pessoa, por

exemplo do Ceará, para um cargo comissionado federal em São

Paulo terá que conceder ajuda de custo para o deslocamento até

aquele Estado-Membro.

Subseção II

Das Diárias

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da

sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A diária será concedida por dia de

afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede

constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.

§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que

se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 59. O servidor que receber diárias e não se

afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

Subseção III

Da Indenização de Transporte

Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte

ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Subseção IV

Do Auxílio-Moradia

(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no

ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao

servidor se atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese

de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3

o, em relação ao local de

residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)

Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014)

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014)

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é

limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar

25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

§ 2o Independentemente do valor do cargo em

comissão ou função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

§ 3º (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de

2017) (Vigência encerrada)

§ 4º (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de

2017) (Vigência encerrada)

Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,

colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Seção II

Das Gratificações e Adicionais

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens

previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - gratificação natalina;

III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;

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V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;

VI - adicional noturno;

VII - adicional de férias;

VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

Subseção I

Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessoramento

(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo

investido em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9

o. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de

10.12.97)

Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem

Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem os arts. 3

o e 10 da

Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3

o da Lei n

o

9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput

deste artigo somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servidores públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Subseção II

Da Gratificação Natalina

Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12

(um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.

Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.

Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20

(vinte) do mês de dezembro de cada ano.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua

gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.

Art. 66. A gratificação natalina não será

considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.

Comentário:

A gratificação natalina copia o que se entende por

décimo terceiro salário. É natalina, obviamente, pois será paga

até a época próxima do natal. Conforme Orientação Normativa

DRH/AS nº 10, a Gratificação Natalina poderá ser antecipada

em 50% (cinquenta por cento) de seu valor por ocasião do

afastamento decorrente de férias.

Subseção III

Do Adicional por Tempo de Serviço

Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº

2.225-45, de 2001, respeitadas as situações constituídas até 8.3.1999)

Subseção IV

Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas

Art. 68. Os servidores que trabalhem com

habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.

§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de

insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles.

Comentário:

Os adicionais de insalubridade e periculosidade não são

cumulativos. A lei não faz referência qual adicional pagaria

mais ao servidor.

§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou

periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 69. Haverá permanente controle da atividade

de servidores em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.

Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades

penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas em legislação específica.

Art. 71. O adicional de atividade penosa será

devido aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.

Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que

operam com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.

Subseção V

Do Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação

à hora normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço

extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

Comentário:

Memorize neste caso o percentual de 50% e o máximo

de horas por jornada (2 horas).

Subseção VI

Do Adicional Noturno

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário

compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Comentário:

O adicional previsto ao servidor que prestar serviço no

horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e

cinco horas do dia seguinte, será no percentual de 25% (vinte e

cinco por cento) sobre o valor da hora diurna. Memorize,

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também, que à hora noturna é menor que a hora diurna, ou seja,

52 minutos e 30 segundos.

Subseção VII

Do Adicional de Férias

Art. 76. Independentemente de solicitação, será

pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias.

Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

Comentário:

A CF/88 estabelece que o adicional de férias

corresponderá a pelo menos 1/3 da remuneração do período das

férias.

Subseção VIII

Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou

Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) (Regulamento)

I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

II - participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

III - participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

§ 1o Os critérios de concessão e os limites da

gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do

caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou

Concurso somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4

o do art. 98 desta Lei. (Incluído

pela Lei nº 11.314 de 2006)

§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou

Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

COMO CAIU NA PROVA:

(CESPE/TRE/MS/ANALISTA/2013) Considere que

Luísa tenha sido aprovada em concurso público para o cargo de

auditora da Receita Federal, tendo sido nomeada para assumir o

cargo em outro estado da federação. Com base nessa situação

hipotética, assinale a opção correta.

A Na hipótese de Luísa trabalhar horas extras, além da

jornada regular de trabalho, no período noturno, ela terá direito

ao acréscimo do adicional noturno que incidirá sobre a

remuneração do adicional por serviço extraordinário.

B Luísa poderá tirar férias após doze meses de exercício

e converter um terço das férias em abono pecuniário.

C Após cinco anos de efetivo exercício, Luísa fará jus ao

adicional por tempo de serviço.

D Caso Luísa não possua imóvel no local de lotação, ela

terá direito a auxílio-moradia.

E Se por necessidade do serviço Luísa trabalhar além da

jornada de quarenta horas semanais, ela deve ser remunerada

com acréscimo de cem por cento em relação à hora normal de

trabalho. GABARITO: A

Capítulo III

Das Férias

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias,

que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) (Férias de Ministro - Vide)

§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias

serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta

ao serviço.

§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três

etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)

Comentário:

Observa-se que as férias poderão ser acumuladas em no

máximo dois períodos, mas há a possibilidade de serem

fracionadas, em até três etapas. Somente o estatuto federal

estabelece que somente para o primeiro período aquisitivo o

servidor terá que trabalhar 12 (doze) meses de exercício. É

proibido descontar qualquer falta que o servidor tenha ao serviço

quando do gozo de suas férias.

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias

será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no § 1

o

deste artigo. (Férias de Ministro - Vide)

§ 1° e § 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

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§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em

comissão, perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)

§ 4o A indenização será calculada com base na

remuneração do mês em que for publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)

§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor

receberá o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o

da Constituição Federal quando da utilização do primeiro período. (Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97)

Art. 79. O servidor que opera direta e

permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 80. As férias somente poderão ser

interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Férias de Ministro - Vide)

Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IV

Das Licenças

Seção I

Disposições Gerais

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:

I - por motivo de doença em pessoa da família;

II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

III - para o serviço militar;

IV - para atividade política;

V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VI - para tratar de interesses particulares;

VII - para desempenho de mandato classista.

§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste

artigo bem como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 2o (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada

durante o período da licença prevista no inciso I deste artigo.

Art. 82. A licença concedida dentro de 60

(sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.

Comentário:

Lembre-se que somente as quatro primeiras licenças

serão concedidas a servidor em estágio probatório. Atente para o

art. 82, pois já caiu várias vezes em concurso público.

Seção II

Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor

por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu

assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 1o A licença somente será deferida se a

assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as

prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)

I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será

contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

§ 4o A soma das licenças remuneradas e das

licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3

o, não poderá

ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2

o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

Seção III

Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor

para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem

remuneração.

§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou

companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção IV

Da Licença para o Serviço Militar

Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço

militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica.

Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Seção V

Da Licença para Atividade Política

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem

remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na

localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o A partir do registro da candidatura e até o

décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à

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licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção VI

Da Licença para Capacitação (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício,

o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis. (Redação dada pela

Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Comentário:

Quinquênio (e não quinquídio) corresponde a

cinco anos. Ressalte – se que os períodos não acumuláveis. Não posso deixar passar 10 (dez) anos para

gozar 06 (seis) meses desta licença.

Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 90. (VETADO).

Seção VII

Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 91. A critério da Administração, poderão ser

concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Seção VIII

Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à

licença sem remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005) (Regulamento)

I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o Somente poderão ser licenciados servidores

eleitos para cargos de direção ou representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)

II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)

III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)

§ 1o Somente poderão ser licenciados os

servidores eleitos para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no órgão competente. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)

§ 2o A licença terá duração igual à do mandato,

podendo ser renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)

Capítulo V

Dos Afastamentos

Seção I

Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter

exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

Comentário:

O supramencionado afastamento é discricionário, ou

seja, atende a conveniência e a oportunidade da Administração

Pública. A entidade cessionária (entidade que recebe a força de

trabalho do servidor cedido), regra geral arcará com o ônus de

sua remuneração. Quando a União é que receber o servidor

cedido de outra entidade federativa o ônus será seu.

ATENÇÃO!

Ver DECRETO Nº 9.144, DE 22 DE AGOSTO DE

2017, que dispõe sobre as cessões e as requisições de pessoal em

que a administração pública federal, direta e indireta, seja parte.

I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

II - em casos previstos em leis específicas. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para

órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)

§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada

no Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente

da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)

§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)

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§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)

§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, independentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005)

Seção II

Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo

aplicam-se as seguintes disposições:

Comentário:

Este afastamento permite ao servidor público federal

exercer mandato eletivo. Entretanto estabelece regras a serem

cumpridas.

As principais regras são previstas nos inciso I, II e II

As duas situações em que o servidor público investido

em mandato eletivo poderá optar pela remuneração do cargo de

origem é o prefeito e o vereador quando não houver

compatibilidade de horários.

I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor

contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse.

§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou

classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

COMO CAIU NA PROVA:

(CESPE/TRE/MS/2008/ANALISTA/2013) Maria,

servidora pública federal, foi eleita para o cargo eletivo de

vereadora do município de seu estado natal, cidade onde já

exerce cargo efetivo. Com base nessa situação hipotética,

assinale a opção correta sobre a situação funcional de Maria à

luz do que prevê a Lei n.º 8.112/1990.

A Maria deverá necessariamente optar pela remuneração

do cargo efetivo.

B Maria terá que pedir exoneração, visto que os

referidos cargos são inacumuláveis.

C Caso Maria seja transferida de ofício para outro

estado, ela deverá renunciar ao mandato de vereadora ou pedir

exoneração do cargo efetivo.

D Se houver compatibilidade de horário, Maria poderá

receber as vantagens de seu cargo cumuladas com a

remuneração do cargo de vereadora.

E Ao ser diplomada em cargo de mandado eletivo,

Maria ficará automaticamente afastada do cargo efetivo.

GABARITO: D

Seção III

Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do

País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.

§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e

finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.

§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste

artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.

§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos

servidores da carreira diplomática.

§ 4o As hipóteses, condições e formas para a

autorização de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em

organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração. (Vide Decreto nº 3.456, de 2000)

Seção IV (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da

Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade

definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 2o Os afastamentos para realização de

programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 3o Os afastamentos para realização de

programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)

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§ 4o Os servidores beneficiados pelos

afastamentos previstos nos §§ 1o, 2

o e 3

o deste artigo

terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração

do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4

o deste artigo, deverá

ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei n

o 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com

seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau

que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5

o deste artigo, salvo na hipótese

comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-

graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1

o a 6

o deste artigo. (Incluído

pela Lei nº 11.907, de 2009)

Capítulo VI

Das Concessões

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor

ausentar-se do serviço:

I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;

II - pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei

nº 12.998, de 2014)

III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:

a) casamento;

b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Art. 98. Será concedido horário especial ao

servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.

§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será

exigida a compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o Também será concedido horário especial ao

servidor portador de deficiência, quando comprovada a

necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o As disposições constantes do § 2

o são

extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência. (Redação dada pela Lei 13.370, de 12.12.2016)

§ 4o Será igualmente concedido horário especial,

vinculado à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede

no interesse da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga.

Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

Capítulo VII

Do Tempo de Serviço

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo

de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.

Comentário:

Todos os efeitos, entendam: aposentadoria,

disponibilidade e promoção (antiguidade e merecimento).

Averbar o tempo de serviço significa registrar este tempo de

serviço prestado a outras instituições, públicas ou

privadas.

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será

feita em dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas

no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:

Comentário:

Na contagem do tempo de serviço não serão

considerados os anos bissextos.

I - férias;

II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;

III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;

IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;

VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

VIII - licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)

d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

f) por convocação para o serviço militar;

IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;

X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;

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XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de

aposentadoria e disponibilidade:

I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;

II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)

III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2

o;

IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;

V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;

VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;

VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o O tempo em que o servidor esteve

aposentado será contado apenas para nova aposentadoria.

§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço

prestado às Forças Armadas em operações de guerra.

§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de

serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública.

COMO CAIU EM PROVA:

(CESPE/TRE/MS/2008/ANALISTA/2013) Assinale a

opção correta com base na Lei n.º 8.112/1990.

A A prestação de serviço militar nas Forças Armadas

suspende a contagem de tempo de serviço e o período não será

considerado para efeito de aquisição de direitos e benefícios

previstos na Lei n.º 8.112/1990.

B O servidor em estágio probatório não poderá

licenciar-se para fins de atividade política.

C A remuneração do servidor público, incluindo-se as

gratificações, adicionais e indenizações, é irredutível.

D É permitido ao servidor ausentar-se do serviço por

oito dias em razão de morte dos pais, madrasta, padrasto,

enteados e irmãos.

E O afastamento de servidor para servir em organismo

internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere

dar-se-á sem prejuízo da remuneração do cargo. GABARITO -

D

Capítulo VIII

Do Direito de Petição

Comentário:

Versa o artigo 5º, XXXIV, da CF/88:

XXXIV “são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;”

Portanto é o direto de pedir administrativamente

Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de

requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade

competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à

autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)

Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de

2010)

I - do indeferimento do pedido de reconsideração;

II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

§ 1o O recurso será dirigido à autoridade

imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.

§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio

da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 108. O prazo para interposição de pedido de

reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)

Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito

suspensivo, a juízo da autoridade competente.

Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 110. O direito de requerer prescreve:

I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;

II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,

quando cabíveis, interrompem a prescrição.

Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não

podendo ser relevada pela administração.

Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é

assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 114. A administração deverá rever seus atos,

a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.

Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos

estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

TÍTULO IV

DO REGIME DISCIPLINAR

Comentários:1

Temos aqui o denominado Poder Disciplinar que é

aquele conferido à Administração com o objetivo de manter sua

1 Fonte: www.portalciclo.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 93

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disciplina interna, na medida em que lhe atribui instrumentos

para punir seus servidores (e também àqueles que estejam a ela

vinculados por um instrumento jurídico determinado -

particulares contratados pela Administração).

Não se confunde o Poder Disciplinar da Administração

com o Poder de Polícia, visto o caráter tipicamente interno do

primeiro, como também não se confunde com o denominado

poder punitivo do Estado, visto que este é exercido pelos órgãos

do Poder Judiciário e que se destina a punir crimes e

contravenções tipificados em lei, enquanto o Poder Disciplinar

tem por objeto apenas as denominadas infrações administrativas.

O poder disciplinar de que se acha investida a

Administração Pública possui certo grau de discricionariedade,

já que não está vinculado ao princípio da pena específica, que

corresponde à necessidade de prévia definição em lei da infração

funcional e da sanção cabível.

Vale dizer, no exercício deste poder-dever, a

Administração possui uma relativa liberdade para, tipificada

uma determinada conduta, especificar, dentre as penas previstas,

aquela aplicável ao caso examinado, não estando, para tanto,

submetida a regras procedimentais rígidas.

O disposto no Título IV da lei nº 8.112/90 prevê

basicamente um conjunto de obrigações impostas aos servidores

por ela regidos. Tais obrigações, ora positivas (os denominados

Deveres – art. 116), ora negativas (as denominadas Proibições –

art. 117) uma vez inadimplidas ensejam sua imediata apuração

(art. 143) e uma vez comprovadas importam na

responsabilização administrativa, a desafiar, então, a aplicação

de uma das sanções administrativas (art. 127). Não é por outra

razão que o art. 124 declara que a responsabilidade

administrativa resulta da prática de ato omissivo (quando o

servidor deixa de cumprir os deveres a ele impostos) ou

comissivo (quando viola proibição) praticado no desempenho do

cargo ou função.

Capítulo I

Dos Deveres

Art. 116. São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

Comentário:

Trabalhar com zelo é trabalhar com perfeição, presteza e

rendimento funcional, ou seja, é trabalhar obedecendo ao

princípio da eficiência.

II - ser leal às instituições a que servir;

III - observar as normas legais e regulamentares;

IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

Comentário:

O servidor não é obrigado a cumprir todas as ordens de

seus superiores hierárquicos. Isto porque, também, existem as

ordens ilegais, impossíveis e a absurdas. Entretanto, o dever de

obediência estabelece que o não cumprimento de ordens legais

ensejará a demissão do servidor público.

V - atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527, de 2011)

VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

Capítulo II

Das Proibições

Comentário:

As proibições estabelecidas nos incisos I a VIII e XIX

do artigo 117 da lei 8112/90 implicarão na aplicação da

penalidade de advertência escrita ao servidor, conforme

estabelece o artigo 129 da mesma lei.

As proibições estabelecidas nos incisos IX a XVI do

artigo 117 da lei 8112/90 implicarão na aplicação da penalidade

de demissão do servidor.

Também incorrerá na penalidade de demissão, as

infrações descritas no artigo 132 da lei 8.112/90, incisos I a

XIII.

Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida

Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;

III - recusar fé a documentos públicos;

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;

X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

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XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV - proceder de forma desidiosa;

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;

XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008

I - participação nos comitês de auditoria e nos conselhos de administração e fiscal de empresas, sociedades ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 792, de 2017)

II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91. (Redação dada pela Medida Provisória nº 792, de 2017)

COMO CAIU NA PROVA:

(CESPE/TRE/MS/2013/ANALISTA) O servidor

público federal não pode manter sob sua chefia imediata, em

cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente

até o segundo grau civil, sob pena de sofrer pena de advertência.

(V/F)

(CESPE/TRE/MS/2013/ANALISTA) É vedado ao

servidor público federal exercer o comércio, inclusive na

qualidade de acionista ou cotista. (V/F)

GABARITO: V, F

Capítulo III

Da Acumulação

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na

Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos,

empregos e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica

condicionada à comprovação da compatibilidade de horários.

Comentários:

Versa o art. 37, XVI e XVII:

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos

públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,

observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. (Redação

dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor; (Incluída pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou

científico; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de

profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e

funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas,

sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades

controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3o Considera-se acumulação proibida a

percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de

um cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9

o, nem ser remunerado pela

participação em órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,

que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IV

Das Responsabilidades

Art. 121. O servidor responde civil, penal e

administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.

Comentário:

É a chamada tríplice responsabilidade do servidor

público. As responsabilidades, civil, penal e administrativa são

independentes (e não interdependentes) entre si, ou seja, por um

mesmo ato, o servidor poderá ter de responder,

concomitantemente, na área civil, penal e administrativa.

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato

omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente

causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros,

responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos

sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os

crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa

resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 125. As sanções civis, penais e

administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do

servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

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Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser

responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011).

Capítulo V

Das Penalidades

Art. 127. São penalidades disciplinares:

I - advertência;

II - suspensão;

III - demissão;

IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V - destituição de cargo em comissão;

VI - destituição de função comissionada.

Comentários:

O rol estabelecido no art. 129 é taxativo, ou seja,

somente estas são as punições a ser aplicadas. Percebe que a

exoneração não é forma de punição. A mais branda é a

advertência e a mais grave é a demissão (desligamento

compulsório do serviço público com caráter punitivo).

É importante salientar que as penalidades abaixo são

aplicadas no âmbito administrativo, o que não inviabiliza que

haja cumulação com sanções penais e civis. Isso devido ao fato

de os atos contrários às normas administrativas poderem ser

mais graves e passarem a repercutir no âmbito de incidência de

leis civis e penais.

É o próprio art. 125 da Lei 8112/90 que estabelece a

regra:

“As sanções civis, penais e administrativas poderão

cumular-se, sendo independentes entre si”.

No âmbito civil, a sanção decorre em razão de conduta

culposa ou dolosa do servidor público que cause prejuízo ao

Estado ou a terceiro, o que ocasionaria o dever de reparar o

dano.

Já na esfera criminal, a responsabilidade do servidor

público decorre de conduta criminosa tipificada em lei penal,

praticada no exercício do cargo ou em razão do mesmo. O

objetivo é o de proteger o interesse público e a coletividade.

Por último, a responsabilidade administrativa do

servidor decorre da perturbação ao bom funcionamento da

administração pública, quando há o descumprimento de um

dever ou proibição, como explicado acima.

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão

consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito,

nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida

Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;

III - recusar fé a documentos públicos;

IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

DICAS DE CONCURSOS:

Na hipótese de aplicação da penalidade de advertência a

servidor público, o poder disciplinar deve ser harmonizado com

os princípios da ampla defesa e do contraditório.

As penalidades de advertência e de suspensão terão seus

registros cancelados, após o decurso de três e cinco anos de

efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver,

nesse período, praticado nova infração disciplinar, mas o

cancelamento não surtirá efeitos retroativos. Anal.Jud.TRE-MT-

CESPE/2010)

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de

reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.

§ 1o Será punido com suspensão de até 15

(quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

§ 2o Quando houver conveniência para o serviço,

a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Comentários:

No máximo o servidor público federal poderá ser

suspenso por 90 dias. Ao final do período é direito adquirido do

servidor o retorno ao trabalho. Caso seja impedido, usa-se o

conhecido MANDADO DE SEGURANÇA. Na suspensão o

servidor deixa de receber a sua remuneração. Atentem para a

possibilidade de conversão em multa, na base de 50% por dia de

vencimento ou remuneração.

Art. 131. As penalidades de advertência e de

suspensão terão seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes

casos:

I - crime contra a administração pública;

II - abandono de cargo;

III - inassiduidade habitual;

IV - improbidade administrativa;

V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

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VI - insubordinação grave em serviço;

VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;

VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;

IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

XI - corrupção;

XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a

acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I

dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a

publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará

relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 4o No prazo de cinco dias, contados do

recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3

o do art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527,

de 10.12.97)

§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de

prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada

a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 7o O prazo para a conclusão do processo

administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas

disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a

disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Art. 135. A destituição de cargo em comissão

exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo em comissão.

Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo

em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo

em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

Art. 138. Configura abandono de cargo a

ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a

falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou

inassiduidade habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 97

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intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 141. As penalidades disciplinares serão

aplicadas:

I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;

II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;

III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da

data em que o fato se tornou conhecido.

§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei

penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime.

§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de

processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.

§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o

prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

TÍTULO V

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

PROCESSO ADMINISTRATIVO é a sequência da

documentação e das providências necessárias para a obtenção de

determinado ato final

- Procedimento administrativo – é o modo pelo qual o

processo anda, ou a maneira de se encadearem os seus atos – é o

rito.

Pode ser:

a) vinculado: quando existe lei determinando a

sequência dos atos, ex. licitação

b) discricionário: ou livre, nos casos em que não há

previsão legal de rito, seguindo apenas a praxe administrativa.

Na esfera administrativa não existe coisa julgada,

podendo sempre ser intentada ação judicial, mesmo após uma

decisão administrativa – art. 5º, XXXV.

Princípios do processo administrativo -

a) legalidade objetiva –apoiar-se em norma legal

específica

b) oficialidade – impulsionado pela administração

c) informalismo

d) verdade real

e) garantia de defesa

f) publicidade

Fases do procedimento:

a) Instauração – ato da própria administração ou por

requerimento de interessado.

b) Instrução

c) Defesa d) Relatório

e) Decisão

f) Pedido de reconsideração – se tiver novos

argumentos

g) Recurso – para autoridade hierarquicamente

superior, todos tem efeitos devolutivo, podendo ter ou não efeito

suspensivo

Modalidades de processo:

a) mero expediente

b) internos – são os processos que envolvem assuntos

da própria Administração

c) externos – são os que abrangem os administrados

d) de interesse público – são os que interessam à

coletividade

e) de interesse particular – são os que interessam a uma

pessoa

f) de outorga – são aqueles em que o poder público

autoriza o exercício de direito individual (licença de edificação)

g) de controle – são os que abrangem atividade sujeita

a fiscalização

h) disciplinares – envolve atuação dos servidores

i) licitatório – os que tratam de licitação

Sindicância - apuração prévia, pode se usado para

infrações leves, punidas com advertência e suspensão de até 30

dias

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de

irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

§ 1o (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

(Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)

§ 2o (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o A apuração de que trata o caput, por

solicitação da autoridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência específica para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências para o julgamento que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 144. As denúncias sobre irregularidades

serão objeto de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

Art. 145. Da sindicância poderá resultar:

I - arquivamento do processo;

II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;

III - instauração de processo disciplinar.

Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo

servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de

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98 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

Capítulo II

Do Afastamento Preventivo

Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o

servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Capítulo III

Do Processo Disciplinar

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento

destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido.

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido

por comissão composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3

o do art. 143, que indicará, dentre eles, o

seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o A Comissão terá como secretário servidor

designado pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.

§ 2o Não poderá participar de comissão de

sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades

com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração.

Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve

nas seguintes fases:

I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;

II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;

III - julgamento.

Art. 152. O prazo para a conclusão do processo

disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará

tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.

§ 2o As reuniões da comissão serão registradas

em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.

Seção I

Do Inquérito

Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao

princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o

processo disciplinar, como peça informativa da instrução.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão

promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de

acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.

§ 1o O presidente da comissão poderá denegar

pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.

§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial,

quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito.

Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor

mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.

Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição.

Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e

reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.

§ 1o As testemunhas serão inquiridas

separadamente.

§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou

que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.

Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas,

a comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.

§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um

deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.

§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao

interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.

Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade

mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será

formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

§ 1o O indiciado será citado por mandado

expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 99

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§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo

será comum e de 20 (vinte) dias.

§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado

pelo dobro, para diligências reputadas indispensáveis.

§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o

ciente na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas.

Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica

obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto

e não sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.

Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que,

regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal.

§ 1o A revelia será declarada, por termo, nos

autos do processo e devolverá o prazo para a defesa.

§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade

instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão

elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.

§ 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à

inocência ou à responsabilidade do servidor.

§ 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor,

a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório

da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.

Seção II

Do Julgamento

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do

recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a

alçada da autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.

§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade

de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou

cassação de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.

§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do

servidor, a autoridade instauradora do processo determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da

comissão, salvo quando contrário às provas dos autos.

Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica

nulidade do processo.

§ 2o A autoridade julgadora que der causa à

prescrição de que trata o art. 142, § 2o, será

responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título IV.

Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a

autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada

como crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.

Art. 172. O servidor que responder a processo

disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.

Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se for o caso.

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:

I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indiciado;

II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Seção III

Da Revisão do Processo

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser

revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou

desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.

§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor,

a revisão será requerida pelo respectivo curador.

Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova

cabe ao requerente.

Art. 176. A simples alegação de injustiça da

penalidade não constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.

Art. 177. O requerimento de revisão do processo

será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149.

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao

processo originário.

Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

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Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta)

dias para a conclusão dos trabalhos.

Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão

revisora, no que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.

Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que

aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.

Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

Art. 182. Julgada procedente a revisão, será

declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exoneração.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

TÍTULO VI

DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade

Social para o servidor e sua família.

§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão

que não seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da assistência à saúde. (Redação dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)

§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo

efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do mencionado regime de previdência. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)

§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou

afastado sem remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)

§ 4o O recolhimento de que trata o § 3

o deve ser

efetuado até o segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de vencimento. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)

Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar

cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades:

I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;

II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;

III - assistência à saúde.

Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições definidos em regulamento, observadas as disposições desta Lei.

Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade

Social do servidor compreendem:

I - quanto ao servidor:

a) aposentadoria;

b) auxílio-natalidade;

c) salário-família;

d) licença para tratamento de saúde;

e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;

f) licença por acidente em serviço;

g) assistência à saúde;

h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;

II - quanto ao dependente:

a) pensão vitalícia e temporária;

b) auxílio-funeral;

c) auxílio-reclusão;

d) assistência à saúde.

§ 1o As aposentadorias e pensões serão

concedidas e mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.

§ 2o O recebimento indevido de benefícios

havidos por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

Capítulo II

Dos Benefícios

Seção I

Da Aposentadoria

Art. 186. O servidor será aposentado:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,

incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de

previdência de caráter contributivo e solidário, mediante

contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e

inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem

o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de

previdência de que trata este artigo serão aposentados,

calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na

forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos

proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de

acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,

contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação

dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo

mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e

cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,

observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 20, de 15/12/98)

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de

contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e

trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 20, de 15/12/98)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 101

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b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta

anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo

de contribuição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº

20, de 15/12/98)

§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por

ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração

do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a

aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da

pensão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de

15/12/98)

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por

ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações

utilizadas como base para as contribuições do servidor aos

regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na

forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,

19.12.2003)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios

diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos

pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos

definidos em leis complementares, os casos de servidores:

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 47, de 2005)

II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela

Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

III cujas atividades sejam exercidas sob condições

especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição

serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º,

III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo

de efetivo exercício das funções de magistério na educação

infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos

cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a

percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de

previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de

pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor

falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do

regime geral de previdência social de que trata o art. 201,

acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite,

caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 41, 19.12.2003)

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no

cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo

estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência

social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da

parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do

óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para

preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme

critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou

municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo

de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de

contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela

Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma

total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes

da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de

outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de

previdência social, e ao montante resultante da adição de

proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável

na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em

lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído

pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de

previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo

observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o

regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo

em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração

bem como de outro cargo temporário ou de emprego público,

aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela

Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios, desde que instituam regime de previdência

complementar para os seus respectivos servidores titulares de

cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e

pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo,

o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral

de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela

Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 15. O regime de previdência complementar de que

trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo

Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus

parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas

de previdência complementar, de natureza pública, que

oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios

somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada

pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o

disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver

ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de

instituição do correspondente regime de previdência

complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de

15/12/98)

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados

para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente

atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de

aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata

este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os

benefícios do regime geral de previdência social de que trata o

art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores

titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha

completado as exigências para aposentadoria voluntária

estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em

atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao

valor da sua contribuição previdenciária até completar as

exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.

(Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime

próprio de previdência social para os servidores titulares de

cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo

regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, §

3º, X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo

incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria

e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido

para os benefícios do regime geral de previdência social de que

trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na

forma da lei, for portador de doença incapacitante. (Incluído

pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

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I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;

ATENÇÃO PARA A EC 88/20015 que deu nova

redação ao inciso II do art. 40 da CF:

II - compulsoriamente, com proventos

proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

III - voluntariamente:

a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais;

b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proventos integrais;

c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas

ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.

§ 2o Nos casos de exercício de atividades

consideradas insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, "a" e "c", observará o disposto em lei específica.

§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será

submetido à junta médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 187. A aposentadoria compulsória será

automática, e declarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo.

Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por

invalidez vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.

§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida

de licença para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2o Expirado o período de licença e não estando

em condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado.

§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o

término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

§ 4o Para os fins do disposto no § 1

o deste artigo,

serão consideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invalidez ou doenças correlacionadas. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 5o A critério da Administração, o servidor em

licença para tratamento de saúde ou aposentado por

invalidez poderá ser convocado a qualquer momento, para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Art. 189. O provento da aposentadoria será

calculado com observância do disposto no § 3o do art. 41,

e revisto na mesma data e proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.

Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 190. O servidor aposentado com provento

proporcional ao tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias especificadas no § 1

o do art. 186

desta Lei e, por esse motivo, for considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber provento integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de

serviço, o provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.

Art. 192.(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 193. (Vetado).

Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a

gratificação natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.

Art. 195. Ao ex-combatente que tenha

efetivamente participado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.

Seção II

Do Auxílio-Natalidade

Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora

por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.

§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será

acrescido de 50% (cinquenta por cento), por nascituro.

§ 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou

companheiro servidor público, quando a parturiente não for servidora.

Seção III

Do Salário-Família

Art. 197. O salário-família é devido ao servidor

ativo ou ao inativo, por dependente econômico.

Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família:

I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;

II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo;

III - a mãe e o pai sem economia própria.

Art. 198. Não se configura a dependência

econômica quando o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra

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fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.

Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores

públicos e viverem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.

Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.

Art. 200. O salário-família não está sujeito a

qualquer tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.

Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem

remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.

Seção IV

Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 202. Será concedida ao servidor licença para

tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei

será concedida com base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 1o Sempre que necessário, a inspeção médica

será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no

local onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por médico particular. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o No caso do § 2

o deste artigo, o atestado

somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento

e vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de

que trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Art. 204. A licença para tratamento de saúde

inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica

não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. 186, § 1

o.

Art. 206. O servidor que apresentar indícios de

lesões orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.

Art. 206-A. O servidor será submetido a exames

médicos periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento).

Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)

I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo órgão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)

II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parceria com os órgãos e entidades da administração direta, suas autarquias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)

III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistência à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma do art. 230; ou(Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)

IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contrato administrativo, observado o disposto na Lei n

o 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas

pertinentes. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)

Seção V

Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade

Art. 207. Será concedida licença à servidora

gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)

§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do

nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.

§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença

terá início a partir do parto.

§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta)

dias do evento, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

§ 4o No caso de aborto atestado por médico

oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.

Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o

servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.

Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a

idade de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda

judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)

Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

Seção VI

Da Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado, com remuneração

integral, o servidor acidentado em serviço.

Art. 212. Configura acidente em serviço o dano

físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.

Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:

I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;

II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 213. O servidor acidentado em serviço que

necessite de tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.

Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui medida de exceção e

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somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública.

Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo

de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

Seção VII

Da Pensão

Art. 215. Por morte do servidor, os seus dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão por morte, observados os limites estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Federal e no art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004. (Redação dada pela Lei nº 13.846,

de 2019)

Art. 216. (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015)

Art. 217. São beneficiários das pensões:

I - o cônjuge; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

b) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

c) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão

alimentícia estabelecida judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

III - o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

b) seja inválido; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

c) (Vide Lei nº 13.135, de 2015)

d) tenha deficiência intelectual ou mental;

(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 1o A concessão de pensão aos beneficiários de

que tratam os incisos I a IV do caput exclui os

beneficiários referidos nos incisos V e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 2o A concessão de pensão aos beneficiários de

que trata o inciso V do caput exclui o beneficiário referido

no inciso VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 3o O enteado e o menor tutelado equiparam-se a

filho mediante declaração do servidor e desde que comprovada dependência econômica, na forma estabelecida em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à

pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº

13.135, de 2015)

§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº

13.135, de 2015)

§ 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº

13.135, de 2015)

Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: (Redação dada

pela Lei nº 13.846, de 2019)

I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias) após o óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais dependentes; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I do caput deste artigo; ou

(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

III - da decisão judicial, na hipótese de morte presumida. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente e a habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão da pensão ao dependente habilitado. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de rateio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela concessão da pensão por morte, este poderá proceder de ofício à habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste artigo, o valor retido será corrigido pelos índices legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes, de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios.(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor da pensão por morte a cobrança dos valores indevidamente pagos em função de nova habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

Art. 219. A pensão por morte será devida ao

conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data: (Redação dada pela Medida Provisória nº 871, de 2019)

I - do óbito, quando requerida em até cento e oitenta dias após o óbito, para os filhos menores de dezesseis anos, ou em até noventa dias após o óbito, para os demais dependentes; (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)

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II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I; ou (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)

III - da decisão judicial, na hipótese de morte presumida. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)

§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente e a habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão da pensão ao dependente habilitado. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)

§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de rateio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da decisão judicial que reconhecer a qualidade de dependente do autor da ação. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)

§ 3º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º, o valor retido será corrigido pelos índices legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes, de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios. (Incluído pela Medida Provisória nº 871, de 2019)

Art. 220. Perde o direito à pensão por

morte: (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

Art. 221. Será concedida pensão provisória por

morte presumida do servidor, nos seguintes casos:

I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;

II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;

III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança.

Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.

Art. 222. Acarreta perda da qualidade de

beneficiário:

I - o seu falecimento;

II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;

III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, ou o afastamento da deficiência, em se tratando de beneficiário com deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas a e b do inciso VII do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº

13.846, de 2019)

IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho ou irmão; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;

VI - a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº

13.135, de 2015)

a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 1o A critério da administração, o beneficiário de

pensão cuja preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou por deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das referidas condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 2o Serão aplicados, conforme o caso, a regra

contida no inciso III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do servidor

decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 3o Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos

e desde que nesse período se verifique o incremento mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do

Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o acréscimo na comparação com as idades anteriores ao referido incremento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 4o O tempo de contribuição a Regime Próprio de

Previdência Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

§ 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito,

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caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 6º O beneficiário que não atender à convocação de que trata o § 1º deste artigo terá o benefício suspenso, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 95

da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da cota da pensão de dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 8º No ato de requerimento de benefícios previdenciários, não será exigida apresentação de termo de curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de

beneficiário, a respectiva cota reverterá para os cobeneficiários. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

II - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

Art. 224. As pensões serão automaticamente

atualizadas na mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. 189.

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada

a percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

Seção VIII

Do Auxílio-Funeral

Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do

servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento.

§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o

auxílio será pago somente em razão do cargo de maior remuneração.

§ 2o (VETADO).

§ 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta

e oito) horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral.

Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro,

este será indenizado, observado o disposto no artigo anterior.

Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em

serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou fundação pública.

Seção IX

Do Auxílio-Reclusão

Art. 229. À família do servidor ativo é devido o

auxílio-reclusão, nos seguintes valores:

I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;

II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.

§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o

servidor terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.

§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a

partir do dia imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.

§ 3o Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-

reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

Capítulo III

Da Assistência à Saúde

Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo

ou inativo, e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006)

§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que

seja exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 2o Na impossibilidade, devidamente justificada,

da aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 3o Para os fins do disposto no caput deste

artigo, ficam a União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de serviços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei n

o 8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e

seguros privados de assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 107

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§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de

2006)

§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total

despendido pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)

Capítulo IV

Do Custeio

Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de

28.01.99)

Título VII

Capítulo Único

Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público

Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)

Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)

Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)

Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)

TÍTULO VIII

CAPÍTULO ÚNICO

Das Disposições Gerais

Art. 236. O Dia do Servidor Público será

comemorado a vinte e oito de outubro.

Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos

Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:

I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos operacionais;

II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condecoração e elogio.

Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão

contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de

convicção filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado,

nos termos da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;

b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o final do mandato, exceto se a pedido;

c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas em assembléia geral da categoria. (Revogado pela Medida Provisória nº 873, de 2019)

d) (Vetado).

e) (Vetado).

d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 241. Consideram-se da família do servidor,

além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assentamento individual.

Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.

Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se

sede o município onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, em caráter permanente.

TÍTULO IX

CAPÍTULO ÚNICO

Das Disposições Transitórias e Finais

Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico

instituído por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1

o de maio de 1943, exceto os

contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação.

§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores

incluídos no regime instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na data de sua publicação.

§ 2o As funções de confiança exercidas por

pessoas não integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei.

§ 3o As Funções de Assessoramento Superior -

FAS, exercidas por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência desta Lei.

§ 4o (VETADO).

§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos

serventuários da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber.

§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros

com estabilidade no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos de carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos.

§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput

deste artigo, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conforme critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados mediante indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo exercício no serviço público federal. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda

na fonte e na declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista no parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 9o Os cargos vagos em decorrência da

aplicação do disposto no § 7o poderão ser extintos pelo

Poder Executivo quando considerados desnecessários. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já

concedidos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuênio.

Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art.

116 da Lei nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.

Art. 246. (VETADO).

Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta

Lei, haverá ajuste de contas com a Previdência Social,

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108 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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correspondente ao período de contribuição por parte dos servidores celetistas abrangidos pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de 8.1.91)

Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até

a vigência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem do servidor.

Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do

art. 231, os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União conforme regulamento próprio.

Art. 250 (Vetado)

Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a

satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional)

Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua

publicação, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subsequente.

Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28

de outubro de 1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais disposições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da

Independência e 102o da República.

FERNANDO COLLOR Jarbas Passarinho

QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (FCC - TJ TRE RR/TRE RR/Administrativa/2015) Um

servidor da União utilizou recursos materiais da repartição em atividade particular. Nos termos da Lei no 8.112/90, esse ato é passível da aplicação da penalidade de

a) advertência.

b) suspensão de 15 dias.

c) suspensão de 30 dias.

d) suspensão de 90 dias.

e) demissão.

02. (FCC - AJ TRE RR/TRE RR/Judiciária/2015) Dentre

os direitos previstos no Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, Autarquias e das Fundações Públicas Federais está o gozo de licenças. É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período de licença

a) por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro.

b) por motivo de doença em pessoa da família.

c) para atividade política.

d) para tratar de interesses particulares.

e) para capacitação.

Comentários

Ver art. 83 da Lei 8.112/90.

03. (FCC - 2012 - INSS - Técnico do Seguro Social)

Sérgio, servidor público federal, teve ciência de irregularidades ocorridas no âmbito da Administração Pública Federal, em razão do cargo que ocupa. Por medo de retaliação, não relatou os fatos de que teve conhecimento.

Nos termos da Lei no 8.112/1990, Sérgio

a) não descumpriu dever legal.

b) deveria ter levado os fatos ao conhecimento da autoridade superior.

c) agiu corretamente, pois omitiu-se para a salvaguarda de seus direitos.

d) deveria obrigatoriamente ter levado os fatos ao conhecimento do Poder Judiciário.

e) agiu expressamente nos termos da lei.

04. (FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário – Área

Judiciária) Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. De acordo com a Lei no 8.112/1990, esta licença será

a) por prazo indeterminado e sem remuneração.

b) de até 120 dias consecutivos, com remuneração.

c) de até 180 dias consecutivos, sem remuneração.

d) de, no máximo, 90 dias, com remuneração na sua integralidade.

e) de, no máximo, 90 dias, com remuneração de 50% dos vencimentos líquidos.

05. (FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário) Com

relação a Revisão do Processo Administrativo Disciplinar considere:

I. Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.

II. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito

a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, inclusive em relação à destituição do cargo em comissão.

III. A revisão correrá em apenso ao processo originário, sendo que na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

IV. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

Segundo a Lei no 8.112/90, está correto o que se afirma APENAS em

a) III e IV.

b) I, II e III.

c) II, III e IV.

d) I e IV.

e) I, III e IV.

Gabarito: 01/E; 02/B; 03/B; 04/A; 05/E

REGISTROS FUNCIONAIS: EXIGÊNCIAS LEGAIS

Após o processo de seleção para o preenchimento de uma vaga, é hora de realmente efetuar a admissão do novo colaborador. Porém, como fazer a contratação de funcionários não é um tema que todos os empresários dominam.

São documentos que precisam ser anotados, contratos que devem ser assinados, requisição de exames de admissão e tantos outros procedimentos que garantem que o funcionário mantenha uma jornada amparada por lei. Dessa forma, para muitos empreendedores, o processo de registro gera dúvidas, já

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 109

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que inclui uma série de direitos e deveres, tanto da parte do empregador como do futuro empregado.

PASSO A PASSO: COMO FAZER A CONTRATAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

1º – Decida que tipo de contrato irá fazer

A primeira providência que o empregador deve tomar é redigir um contrato de trabalho. Existem duas opções durante o processo de admissão:

a) Contrato de experiência

É o tempo que o empregado ficará em experiência. Pode ser por um período determinado de 45 dias, podendo ser prorrogado por mais 45 dias, somando-se 90 dias. Durante os três meses de experiência, o colaborador tem direito a salário.

Caso após este período o empregador decida que não ficará com seus serviços, o empregado irá receber da empresa um quarto do 13º salário (25%) e as férias proporcionais. Via de regra, a empresa não será obrigada a pagar ao colaborador aviso prévio ou a multa de 40% por motivo de rescisão, como geralmente ocorre nos contratos de trabalho definitivos. No entanto, os pré-requisitos anteriores devem ser rigorosamente cumpridos.

b) Contrato de trabalho

Caso o empregador tenha gostado dos serviços do colaborador durante o contrato de experiência e não queira dispensá-lo, automaticamente ele se torna um contrato de trabalho. É preciso ficar atento após o encerramento do contrato de experiência.

Isso porque o empregador tem 48 horas, ou dois dias úteis, improrrogáveis, para fazer as anotações na carteira de trabalho do novo funcionário. Caso isso não aconteça, a empresa corre sérios riscos de ser autuada pela fiscalização, sendo penalizada com multas bem salgadas.

Portanto, o melhor a se fazer é não deixar essa tomada de decisão para a última hora. Pelo menos duas semanas antes de encerrar o período de experiência, defina se o empregado será contratado em definitivo ou não e já providencie os procedimentos necessários para sua efetivação ou para a dispensa.

2º – Requisite os documentos do empregado

Como é de responsabilidade do empregador a elaboração do contrato de trabalho, é fundamental que ele exija alguns documentos, como:

Carteira de Trabalho da Previdência Social – CTPS

O empregador não poderá ficar de posse dela por mais de 48 horas. Deverão ser anotadas na CTPS a data de admissão, a remuneração e condições especiais, caso houver. Para toda e qualquer alteração necessária deverá ser solicitada ao empregado a sua carteira novamente para registrar quaisquer eventos decorridos (tais como: férias, acidente de trabalho, alteração de cargos e salários, entre outros).

Certificado de alistamento militar

Para colaboradores do sexo masculino, maiores de 18 anos, deve ser solicitado o certificado de alistamento militar (CAM).

Exame admissional

Essa é uma exigência legal e obrigatória para todos os empregadores, devendo ser concedido pela empresa sem custos adicionais ao empregado. É através deste exame que será analisado se o trabalhador está apto ao serviço no momento em que for admitido. O não cumprimento dessa regra pode implicar em multas para a

empresa e em problemas graves se o caso for levado à justiça trabalhista.

Certidão de Nascimento/Casamento e declaração de dependentes

É preciso que o empregador saiba quantos dependentes o empregado tem, já que será preciso declarar estas informações no seu Imposto de Renda ou para efeitos de outros benefícios, como assistência médica e odontológica. Por isso, é fundamental solicitar documentos como a Certidão de Nascimento ou a Certidão de Casamento, além da declaração de dependentes.

Requisição de vale-transporte

Por fim, o empregador deverá oferecer o benefício de vale-transporte e descontar uma pequena parcela do salário do trabalhador. Quanto ao valor, ele poderá ser pago em dinheiro ou com os próprios passes da empresa que presta serviços de transporte.

Do ponto de vista da empresa o oferecimento do benefício é obrigatório. Já do ponto de vista do empregado, cabe a ele decidir se aceitará ou não, podendo abrir mão do vale-transporte se assim julgar necessário.

Outros documentos necessários

Além dos documentos citados acima, que são considerados os mais importantes, recomenda-se ainda que a empresa solicite uma cópia de cada um dos itens abaixo:

Cópia do Título de eleitor (exigido apenas para funcionários com mais de 18 anos);

Cópia da Carteira de Identidade (RG);

Cópia do Cadastro de Pessoa Física (CPF);

Cópia do Comprovante de Escolaridade (informar o grau de instrução ou certificado de conclusão);

Número de inscrição no PIS/PASEP;

Cópia de comprovante de residência com CEP;

Foto 3×4 colorida recente.

Adicionais em caso de salário-família

Para os casos em que é oferecido o salário-família, há ainda a exigência de dois outros documentos, ambos relacionados à vacinação e à frequência escolar dos filhos. São eles:

Carteira de vacinação para filhos menores de 7 anos;

Comprovante de frequência escolar para filhos maiores de 7 anos.

3º – Procedimentos Internos

Após coletar todos os documentos necessários, é chegado o momento de a empresa dar seguimento aos chamados procedimentos internos. É aqui que surgem as dúvidas da maioria dos empresários, especialmente naquelas empresas em que não há uma pessoa responsável por essas tarefas. Vamos ao passo a passo.

1. Registrar o vínculo empregatício na Carteira de Trabalho anotando as seguintes informações: dados do empregador, cargo, data de admissão, a remuneração e as condições especiais (se houver).

2. Preencher a Ficha ou Livro Registro de Empregado com os dados é uma exigência legal imposta ao empregador (Artigos 41 a 48 da CLT). Na dúvida, consulte um profissional de contabilidade para saber como fazer essa etapa do registro.

3. Devolver ao empregado a sua Carteira de Trabalho (CTPS) em 48 horas via protocolo de entrega.

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Tenha em mente que o protocolo de entrega é uma segurança legal para a sua empresa, caso posteriormente o empregado alegue que a CTPS não foi entregue dentro do prazo.

4. Elaborar um Contrato Individual de Trabalho que estabeleça por escrito as condições de trabalho, contendo expressamente: a data de início do contrato, a jornada de trabalho, horário de trabalho com intervalo para almoço ou jantar, o valor do salário, entre outras condições essenciais a um contrato de emprego.

5. Também é necessário realizar a assinatura da CTPS e do contrato de trabalho. Ressalta-se ainda a possibilidade de a empresa adotar o contrato de experiência, para saber qual será a aderência do empregado às suas funções. Mas atenção: o prazo máximo é de 90 dias, sendo vedado dividir o contrato em mais de uma prorrogação. Exemplos possíveis: 30 + 60 = 90 dias, 60 + 30 = 90 dias, 45 + 45 = 90 dias.

6. Elaborar de Acordo de Prorrogação e Compensação de Horas, indicando também de que forma isso será feito.

7. Preencher a Ficha de Salário-Família. Esse documento é utilizado para o pagamento de salário-família. Ele deve vir acompanhado da certidão de nascimento e da carteira de vacinação, e deve ser preenchido sempre que o empregado tiver dependente menor de 14 anos de idade ou nos casos específicos determinados pela previdência social. Para os filhos até 6 anos de idade, o empregado deverá apresentar o atestado de vacinação ou documento equivalente e para os filhos a partir de 7 anos de idade no mês de novembro e um comprovante de frequência escolar nos meses de maio e novembro. No caso de menor inválido que não frequenta a escola por motivo de invalidez, deve ser apresentado atestado médico que confirme este fato.

8. Preencher o Termo Responsabilidade de Salário-Família: faz parte da ficha de Salário-Família, servindo como declaração de responsabilidade pelas informações fornecidas pelo empregado.

9. Preencher a Declaração de dependentes para fins de IR na fonte: utilizado sempre que o empregado possuir dependentes para imposto de renda, devendo ser também assinada pelo cônjuge.

10. Preencher o Termo de Opção do Vale Transporte: é previsão legal que o empregador conceda meios de transporte para que o empregado possa se descolar da residência ao local de trabalho e vice-versa. Dessa forma, o Vale Transporte será concedido mediante uma declaração do empregado mencionando qual o tipo e quantidade de condução que usa diariamente. Pode o empregado também declarar que não precisa do Vale Transporte por usar outros meios para o deslocamento.

11. Por fim, solicitar o cadastramento, logo após a admissão, em qualquer agência da Caixa Econômica Federal. Para isso, basta ter em mãos o formulário de cadastramento (DCN) do novo funcionário ainda não cadastrado no PIS, que deverá ser preenchido em duas vias e entregue à Caixa.

Obrigações do empregador

O recolhimento do INSS (uma parte da previdência deverá ser paga pelo funcionário e a outra pela empresa), o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS (integralmente pago pelo empregador), além da Contribuição Sindical (paga pelo empregado), devem ser recolhidos pelo empregador.

Alguns documentos não podem ser exigidos no ato de admissão do novo colaborador. São eles:

Certidão negativa do SERASA, SPC, cartórios de protestos ou outros assemelhados;

Exame de HIV (Aids);

Testes, exames, laudos ou qualquer outro tipo de procedimento que evidencie esterilização ou gravidez;

Certidão negativa de processo trabalhista ajuizado;

Informações sobre antecedentes criminais, salvo se a atividade laboral não guardar relação com algum crime.

Como informar o recolhimento de INSS e FGTS?

No modelo atual de Folha de Pagamento, o empregador necessita de um software de departamento pessoal para cadastrar funcionários, gerar a folha de pagamentos e entregar as obrigações mensais e acessórias ao governo.

Sem esse software de departamento pessoal, o empregador terá que criar um controle pessoal dos dados dos funcionários para enviar direto no aplicativo SEFIP da Caixa. É por essa razão que quase todas as empresas utilizam um programa para gerar a folha de pagamento.

Afinal, o recolhimento do INSS e do FGTS feito do governo pode ser calculado automaticamente e importado por meio de soluções como as que a Sage oferece. Caso contrário, o empreendedor terá que preencher manualmente todos os dados do aplicativo para ter acesso às guias de recolhimento e dispenderá muito tempo nessa tarefa. Trata-se de um gasto de tempo desnecessário e, por essa razão, recorrer a softwares específicos é o melhor caminho.

Os impactos do eSocial na folha de pagamento

O eSocial veio para ficar e desde o dia 1º de janeiro de 2018 passou a valer para muitas das empresas do Brasil. Esse é um projeto do Governo Federal para unificar o envio de informações pelo empregador sobre seus funcionários, ou seja, os impactos do eSocial na folha de pagamento são grandes.

O cronograma final de implantação do sistema vai até 2019, mas já a partir deste ano a maioria das empresas estão enquadradas entre as que foram contempladas com essa obrigatoriedade. Nesse artigo, vamos nos aprofundar um pouco mais nesse tema que é fundamental para qualquer empresário.

Unificação dos dados

O eSocial vale para todo mundo que contrata trabalhadores — empresas de todos os tamanhos, profissionais liberais, produtores rurais e patrões de empregados domésticos. Todos têm agora que utilizar o sistema para registrar eventos que se referem às relações trabalhistas. Isso inclui admissão, aviso prévio, desligamentos, licenças, remunerações e pagamentos.

As obrigações da informação em si não são novas, quanto a isso o eSocial não vai exigir nenhum comportamento novo. O que acontece é que, se antes a prestação de contas era feita em diversos sistemas e órgãos diferentes, agora tudo vai para um canal só. Ou seja, ficou mais simples.

Impostos simplificados com o eSocial

O novo sistema traz uma grande vantagem ao eliminar declarações e formulários hoje exigidos pela Caixa Econômica Federal, pelo Ministério do Trabalho e pela Previdência Social — como Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), GFIP (Guia de

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 111

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Recolhimento do FGTS) e RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) entre muitos outros.

Como várias iniciativas recentes do Governo Federal (entre elas a própria figura do MEI e seu portal próprio), a criação do eSocial tem o principal objetivo de combater a sonegação. Ele também é importante para fazer aumentar o cumprimento de leis e obrigações trabalhistas, e, exatamente por isso, reduz a flexibilidade.

Mais rigidez na folha de pagamento

Com mais controle sobre as informações prestadas, a intenção do eSocial é garantir com mais força a concessão de direitos como abono salarial, benefícios previdenciários, FGTS e seguro-desemprego. Também existem impactos sobre outros itens:

Contrato de experiência: será considerado

contrato por prazo indeterminado assim que sejam passados 90 dias ou o período de experiência, independentemente de qualquer anotação na CTPS.

Acidente de trabalho: qualquer acidente,

resultando ou não no afastamento, também deve ser comunicado via eSocial.

Cancelamento de aviso prévio: com o eSocial,

ao comunicar o evento de aviso prévio, o sistema passa a aguardar o envio do evento da rescisão ou do cancelamento do aviso prévio. Assim, as empresas precisarão ficar de olho nessa rotina.

SISTEMAS INFORMATIZADOS DE GESTÃO DE INFORMAÇÕES DE PESSOAL

Sistema de Informação de Recursos Humanos

é um sistema utilizado para coletar, registrar, armazenar, analisar e recuperar dados sobre os recursos humanos da organização e de suas respectivas atividades.

Existem dois objetivos básicos para se ter o sistema de informação sobre os funcionários.

O primeiro é administrativo, ou seja, reduzir

custos e tempo de processamento da informação.

O segundo é proporcionar suporte para decisão,

ou seja, auxiliar os gerentes e os funcionários nas tomadas de decisões eficazes.

Há duas medidas para avaliar o Sistema de Informação de RH.

A primeira relaciona-se com as economias

decorrentes da redução das atividades administrativas, como redução de níveis de staff, custos de malotes, tempo de espera dos gerentes para obterem informações.

A segunda envolve o acompanhamento dos

efeitos das informações do sistema para os tomadores de decisões. Essa medida mostra os reais benefícios do sistema.

O que é sistema de informação?

A primeira questão a se pensar em relação a esse assunto é que o sistema de informação não está restrito a um hardware ou software.

Esse é um conceito bastante comum e que assusta algumas pessoas, mas que precisa ser desconstruído, já que esses sistemas são muito mais abrangentes.

Na verdade, o objetivo dos sistemas de informação é entender e analisar como ocorre o impacto da adoção

das tecnologias de informação nos processos de decisão gerenciais e administrativos das empresas.

Por isso, como já foi afirmado, seu elemento principal é a informação, já que é isso que vai embasar as tomadas de decisão. Mas de onde surge essa informação?

Basicamente, da interação que ocorre entre procedimentos, pessoas e tecnologias, que trabalham em conjunto com os sistemas de informação para alcançar as metas definidas pela empresa.

Nesse sentido, vale destacar que o sistema é dividido em subsistemas.

Um deles é social (incluindo pessoas, informações, processos e documentos) e o outro, automatizado (composto por máquinas, redes de comunicação e computadores).

Isso demonstra que realmente as pessoas são fundamentais para essa ferramenta.

Quais são as características desse sistema?

O sistema de informação pode trabalhar com diversos elementos. Entre eles estão software, hardware, banco de dados, sistemas especialistas, sistemas de apoio à gestão etc.

Ou seja, estão inclusos todos os processos informatizados, que podem disponibilizar a informação correta e fazer a empresa funcionar de maneira adequada.

No entanto, existem algumas características inerentes a esse sistema que devem ser levadas em consideração. Veja quais são elas.

Relevância

O sistema deve gerar informações relevantes e necessárias à empresa, que devem ser geradas em tempo hábil e ser confiáveis.

Assim, essas informações têm um custo próximo ao esperado pela organização e atendem aos requisitos de gerenciamento e operação da empresa.

Integração

Deve haver uma integração entre o sistema de informação e a estrutura da empresa.

Dessa forma, é mais fácil coordenar os departamentos, setores, divisões e outros tipos de unidades organizacionais.

Além disso, esse processo de integração facilita e agiliza a tomada de decisões.

Fluxo independente

Essa característica é bastante diferenciada, porque, ao mesmo tempo em que há um fluxo de processamento de dados, que ocorre de maneira interna e externa, também há um fluxo independente dos sistemas de informação.

Ele está integrado aos subsistemas existentes e, por isso, age de forma mais rápida e com menos custo.

Controle

Não é obrigatório, mas os sistemas de informação podem conter ferramentas de controle interno, cuja finalidade é assegurar que as informações geradas são confiáveis e atuar de maneira a proteger os dados controlados.

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112 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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Diretrizes

Servem para garantir que os objetivos da empresa serão atingidos de maneira objetiva, eficiente e direta.

Quais são os tipos de sistemas de informação?

Como existem diferentes tipos de informação e elas são categorizadas em nível, também há diferentes tipos de sistemas.

Cada um deles tem especificidades e particularidades, sendo voltado para o fornecimento de determinado tipo de informação.

Esses diversos tipos de sistemas trabalham de maneira integrada, atendendo a interesses empresariais diversificados. Eles atuam nos níveis estratégico, operacional, de conhecimento e tático.

Para simplificar, existem 4 sistemas de informação principais. Eles são bastante conhecidos e utilizados nas organizações do mundo todo. Veja quais são.

ERP

Os sistemas Enterprise Resource Planning (ou planejamento de recursos da empresa) são softwares que integram diferentes processos e dados da empresa, reunindo-os em apenas um local.

Dessa forma, os dados de todos os departamentos da organização são integrados e armazenados.

Os dados fornecidos pelos softwares ERP ajudam a trazer mais agilidade aos processos e permitem cumprir a produção por demanda, também chamada de just in time.

O objetivo é reduzir os estoques e até mesmo eliminá-lo, evitando os gastos com armazenamento.

Um exemplo de funcionamento do software ERP é no momento da venda de uma mercadoria.

Enquanto a venda é realizada, os departamentos de produção e de compras são automaticamente alertados.

Assim, é possível verificar se há todos os produtos ou se será necessário adquirir algo. Além disso, é possível identificar a necessidade de repor os estoques.

CRM

Os softwares Customer Relationship Management (ou gestão do relacionamento com os clientes) automatizam todas as funções relativas ao contato com os clientes, permitindo que as organizações coletem e armazenem os dados de contato, as preferências dos clientes, o histórico de compras deles etc.

Assim, a empresa pode contatar os clientes para estratégias específicas, com o objetivo principal de atender às necessidades dos consumidores de maneira antecipada.

SCM

Já os sistemas Supply Chain Management (ou gestão da cadeia de fornecimento) integram os diferentes processos relativos os fornecedores de serviços, produtos e informações.

A finalidade é criar valor para o consumidor, satisfazendo-o quando ele adquire um produto ou serviço.

Assim, esse tipo de software integra os dados relativos a fabricantes, fornecedores e pontos de venda, garantindo que os produtos sejam entregues nas quantidades necessárias e no prazo correto, evitando a falta de mercadorias e o excesso de estoque.

Assim, alcança-se um bom nível de serviço ao mesmo tempo em que os gastos são reduzidos.

É importante ressaltar que esse software é composto pelos sistemas de gestão de suprimentos e componentes, da cadeia de suprimentos, da estrutura de produto, do rastreamento de origem e uso e de controle da cadeia de suprimentos.

Dessa forma, consegue-se fazer desde a previsão de vendas, inventário e classificação de itens até reduzir o custo de manipulação e criação de peças.

SIG

Os Sistemas de Informação Gerenciais são bastante voltados para o apoio à tomada de decisões e atuam nos níveis estratégico, operacional e tático.

As informações podem ser fornecidas por meio de gráficos, planilhas ou, mais comumente, relatórios.

No caso dos relatórios, eles podem ser categorizados em 4 tipos, como você verá a seguir.

Relatórios programados

São uma das formas mais tradicionais para o fornecimento de informações. Como o próprio nome afirma, eles são programados, ou seja, são gerados de acordo com uma programação.

Alguns exemplos de relatórios programados são os de vendas por dia e por semana e as demonstrações financeiras mensais, por exemplo.

Relatórios de exceção

São gerados em situações excepcionais com a finalidade de obter informações específicas.

Por exemplo, um relatório focado na lista de inadimplentes ou um que apresente os clientes que ultrapassam o limite de crédito ofertado.

Informes e respostas por solicitação

Apresentam as informações de acordo com a solicitação do empreendedor.

Por isso, não fornecem dados específicos, mas sim uma visão geral para que o gestor possa analisar os dados rapidamente e encontrar soluções imediatas.

Relatórios em pilhas

As informações são colocadas em pilha na área de trabalho em rede do gestor ou empreendedor. Assim, ele pode acessar o relatório sempre que quiser ou precisar.

Como o sistema de informação ajuda o funcionamento da empresa?

Como vimos, os sistemas de informação possuem diferentes níveis e funcionalidades. Por isso, é evidente que esses softwares ajudam a empresa a funcionarem de maneira mais adequada.

Por meio da adoção desses sistemas, o gestor consegue reunir uma série de informações importantes, que podem impactar tanto no atendimento aos clientes quanto nos processos internos.

Além disso, a obtenção desses dados permite que o gestor ou o empreendedor analise os dados e interprete-os.

Dessa forma, as informações podem ser usadas para a tomada de decisões estratégica, controlando as informações e os dados e assegurando que a empresa esteja funcionando com o máximo de eficiência.

Com isso, o resultado é um ganho de competitividade, já que o empreendedor consegue

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 113

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identificar falhas e oportunidades, atendendo a demandas não sanadas e a nichos específicos de mercado e diferenciando-se da concorrência.

Considerando tudo o que foi visto neste post, podemos entender que os sistemas de informação, independentemente de seu tipo ou características, é fundamental para qualquer empresa, desde as mais pequenas até as grandes corporações.

No caso das pequenas e médias, serve como um orientador para a tomada de decisões. Para as grandes, ajuda a organizar os dados, reunir as informações e organizar as tomadas de decisões, que passam a ser mais estratégicas.

PROCESSO ADMISSIONAL.

A admissão de funcionários é um processo fundamental para a corporação, pois ela é responsável por selecionar os melhores profissionais para a equipe. Assim, o desempenho da empresa depende desse importante conjunto de procedimentos. São várias etapas a serem cumpridas no recrutamento e seleção (R&S),

cada uma contendo uma série de desafios.

Preparamos este post para você com um passo a passo para fazer a admissão de funcionários. Ficou interessado? Confira o nosso artigo e entenda mais sobre o tema!

QUAIS FATORES INDICAM UM BOM PROCESSO DE ADMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS?

Para desenvolver um bom processo de admissão de funcionários, é importante ter atenção a alguns

detalhes. É preciso definir bem a vaga e o perfil do profissional buscado. Esses parâmetros vão guiar você e a equipe de RH durante todo o processo seletivo.

Assim, nesse momento, você faz o delineamento do perfil ideal para a vaga, demarcando a capacidade técnica, ferramentas e experiências, padrão da equipe e as características que a cultura organizacional exige.

Outra medida necessária é organizar como será o processo seletivo, separando o que será realizado em cada fase, gerenciando a divisão de tarefas e definindo como as atividades vão ser desempenhadas. Quando os profissionais forem selecionados, você deve cuidar da documentação para regulamentar a situação do colaborador dentro da empresa.

QUAIS OS BENEFÍCIOS DE ORGANIZAR BEM UM PROCESSO DE ADMISSÃO?

Há uma série de vantagens em organizar bem um processo de admissão de funcionários. Veja mais a seguir!

Melhoria no desempenho corporativo

Com a realização de boas admissões, a empresa pode contar com colaboradores qualificados e capazes de se adequar à cultura da organização. Esses profissionais vão desempenhar bem o seu trabalho e garantir melhores resultados para o empreendimento. Assim, a qualidade da produção melhora e a companhia tem resultados positivos nos negócios.

A melhoria no desempenho ocorre pela maior qualificação do trabalhador e também pela melhor adaptação do funcionário à organização. Dessa forma, toda a corporação é beneficiada.

Retenção de talentos

A alta rotatividade é muito temida pelos gestores, pois gera custos com verbas rescisórias, novas admissões e treinamentos para novatos. Além disso, ela é um indicador de que a empresa está com problemas. O processo de recrutamento e seleção pode estar com falhas, gerando contratações pouco duradouras.

Com um bom processo de admissão, você agrega para o time as pessoas que se adaptam melhor às exigências do cargo. Assim, a insatisfação com o emprego é evitada e você retém talentos no empreendimento.

Melhoria no clima organizacional

Com um bom recrutamento e seleção, é possível contratar profissionais que assimilam bem a cultura da empresa e sentem bem-estar dentro desse conjunto de

práticas. Assim, os colaboradores ficam mais satisfeitos com o trabalho, o que estimula relacionamentos positivos entre os colegas.

Nesse contexto, os profissionais criam laços sólidos e desenvolvem uma postura mais cooperativa. Dessa forma, o clima organizacional no

empreendimento é afetado de modo muito positivo.

Todos esses fatores contribuem muito também na Marca Empregadora.

COMO FORMALIZAR UM PROCESSO DE ADMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS?

Agora que você já sabe o quanto é importante fazer uma boa admissão, confira o nosso passo a passo de como montar e formalizar um processo de contratação!

1. Faça a descrição do cargo

A descrição do cargo registra quais são as atividades que devem ser desempenhadas pelo trabalhador durante o expediente. Ela é fundamental no processo, pois é a partir desse documento que o gestor de RH vai saber quais características deve buscar nos candidatos. Ou seja, a descrição do cargo é utilizada para se desenhar o perfil ideal do funcionário, e essas referências são necessárias para o prosseguimento da admissão.

2. Realize a divulgação

A divulgação das vagas deve ser realizada em locais estratégicos, para atrair uma boa quantidade de candidatos próximos ao perfil ideal daquela função. Você pode utilizar avisos em faculdades, jornais, redes sociais e plataformas especializadas em recrutamento.

3. Organize as etapas da seleção

A seleção passa por várias atividades distintas. Após receber os currículos, é necessário realizar uma triagem, para escolher aqueles que atendem aos requisitos básicos da vaga (como experiência na área, formação, entre outros fatores).

Após selecionar os melhores currículos, faça entrevistas pelo telefone com os candidatos para confirmar algumas informações e verificar o interesse na vaga. Aqueles que passarem nessa etapa podem ser convocados para as outras fases, que são as provas objetivas de conhecimentos, provas situacionais, dinâmicas de grupo e as entrevistas presenciais com o

profissional do RH. Os finalistas são convocados para a entrevista com o gestor e ele escolhe quem será contratado.

Ao longo do processo, é importante oferecer um feedback para todos os participantes, explicando com

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cuidado as razões da não aprovação e agradecendo pela participação.

4. Formalize a contratação

O profissional deve apresentar à empresa os seguintes documentos: CTPS, certificado de reservista ou prova de alistamento no serviço militar (para homens entre 18 e 45 anos), certidão de nascimento e de casamento, declaração de dependentes, atestado médico admissional, CPF, identidade, título eleitoral, comprovante de escolaridade, declaração para obtenção (ou não) do vale-transporte.

A contratação deve ser formalizada por meio de um documento, que é o registro do trabalhador. Ele deve conter o nome, data de nascimento, nome dos filhos (se houver), número e série da carteira de trabalho, naturalidade e nacionalidade, número do PIS/PASEP, data da contratação, cargo e função, remuneração, horário de trabalho, férias e, se houver, os acidentes e doenças.

Para o caso de recebimento de salário-família, se o funcionário tiver filhos com menos de 14 anos ou com idade superior a essa, mas que tenham algum tipo de invalidez, ele deve apresentar alguns documentos. Esses registros são as certidões de nascimento, cartão das crianças com menos de 6 anos, declaração de frequência escolar para os filhos que tenham entre 7 e 14 anos e o comprovante de invalidez, se for o caso.

A admissão de funcionários é um processo complexo e fundamental para garantir a produtividade no empreendimento. Com a escolha dos candidatos

adequados, é possível montar uma equipe cooperativa e de alta performance, o que traz diversos resultados positivos para a companhia.

Para fazer uma boa seleção, é importante adotar os passos adequados, fazendo o desenho de cargo e delineando o perfil ideal de trabalhador para a vaga. Além disso, realize as etapas de entrevistas, dinâmicas e provas e dê a devolutiva para todos os participantes. Por fim, formalize a contratação por meio da documentação.

OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS, PREVIDENCIÁRIAS E DE TRIBUTOS

Em um contrato de trabalho, o trabalhador cede à empresa sua capacitação técnica, seu conhecimento e seu tempo. Por conta disso, é remunerado. Só que para evitar práticas ilegais há várias contribuições obrigatórias recolhidas por quem contrata. Os objetivos são diversos: garantir a aposentadoria e/ou seguro-desemprego, os 30 dias de férias por ano, as verbas rescisórias e o sustento do empregado em situações de afastamento, por exemplo. Para o empregador, o objetivo é comum: garantir a atuação trabalhista dentro da lei.

Obrigações trabalhistas e previdenciárias mensais

1. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)

O depósito deve ser feito todo dia 7 de cada mês. Corresponde a 8% da remuneração bruta do trabalhador no mês anterior. O atraso no pagamento gera multas proporcionais.

2. INSS – Guia do Instituto Nacional de Seguro Social

Deve ser pago até o dia 20 de cada mês e a base de cálculo também é o salário do mês anterior, porém varia de acordo com a faixa salarial. Consulte sempre o

site oficial do INSS, onde os valores e alíquotas estão atualizados.

3. Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)

Também pago até o dia 20 de cada mês, recolhido pelo empregador e descontado em folha do empregado. A alíquota varia de acordo com a remuneração bruta e o mais recomendado é consultar periodicamente os valores atualizados no site da Receita Federal.

Obrigações trabalhistas e previdenciárias enviadas pelo Departamento Pessoal

Com os devidos recolhimentos feitos, é preciso enviar as informações atualizadas para os órgãos competentes. Estas obrigações são exclusivas do empregador e não passam por desconto em folha nem necessitam do trabalhador para serem enviadas.

1. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)

Todos os meses, até o dia 7, é preciso enviar o CAGED da empresa ao Ministério do Trabalho e Emprego. A lista conta com o registro de todos os empregados registrados, contratados ou dispensados no mês anterior.

2. GFIP, SEFIP e GPS

Também no dia 7 de cada mês, o empregador deve transmitir à Previdência Social os arquivos referentes ao recolhimento de FGTS e às demais informações previdenciárias. Já a GPS – Guia de Previdência Social – deve ser paga e transmitida ao órgão até o dia 10. Uma cópia deve ser enviada ao sindicato das categorias de trabalhadores da empresa.

Facilite os recolhimentos e entregas

Como você pode observar acima, são várias datas e documentos que compõem as obrigações trabalhistas e previdenciárias. A implantação do eSocial, que começou em janeiro deste ano, unificou a plataforma que recebe estes dados. Isso significa que há apenas um canal para centralizar e enviar estas informações. A longo prazo, a expectativa é que o trabalho do RH e do DP com atividades burocráticas recorrentes seja reduzido. Mas neste momento, a atenção deve ser redobrada: há um processo de migração para o eSocial, obrigatório para todas as empresas, que exige treinamento e estruturação de todas as áreas: RH, DP, financeiro, tributário, TI.

Além disso, há outras obrigações relacionadas à folha que também não podem ser esquecidas – o uso de soluções digitais para gestão do RH contempla estas obrigações. Veja quais são:

– Pagamento

Por lei, deve ser efetuado até o 5º dia útil do mês. (Art. 459, §1º da CLT)

– Férias e 13º salário

A cada 12 meses trabalhados, o empregado tem direito a 30 dias de férias remuneradas. (Art. 130 da CLT). Lembre-se que com a reforma trabalhista, as férias podem ser divididas em até três períodos. O 13º salário, por sua vez, pode ser pago em duas parcelas – a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro.

– Horas extras

Os prazos para pagamento ou compensação de horas extras variam e as disposições estão no Art. 59 da CLT. Convenções coletivas e acordos individuais são os principais determinantes em relação à forma de pagamento, enquanto os prazos máximos são definidos pela CLT.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 115

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SINOPSE DAS PRINCIPAIS ROTINAS TRABALHISTAS

2

Rotinas Trabalhistas

Acordo de compensação jornada normal

Verificar se os acordos de compensação de horas (sábados) estão formalizados e previstos em acordo ou convenção coletiva de trabalho, ou se estão de acordo com o previsto no § 6º do art. 59 da CLT.

Acordos ou Convenções Coletivas

Verificar as exigências do Acordo ou Convenção Coletiva, tais como a aplicação de reajustes salariais, normas específicas sobre benefícios, banco de horas e outros itens negociados, a fim de que sua aplicação esteja sendo observada.

Agenda trabalhista e previdenciária

Acompanhar, mensalmente, os recolhimentos e cumprimento das obrigações trabalhistas e previdenciárias.

Arquivamento das folhas de pagamento

Sistema eletrônico – verificar atendimento do Manual Normativo de Arquivos Digitais - MANAD.

Autônomos

Especial cuidado para que a relação de trabalho (autônomo) não seja caracterizada como relação de emprego (empregado).

Verificar também retenção e recolhimento de 11% no pagamentos a tais profissionais, bem como o IRF devido, além da contribuição por parte da tomadora.

Cálculos trabalhistas

Salários, comissões, adicional noturno, insalubridade, periculosidade, férias, 13º salário, DSR, descontos legais como INSS, IRF, benefícios, pensão alimentícia e etc.

Verificar se o programa informatizado atende e calcula corretamente todas as variáveis exigidas.

Comunicação do Acidente de Trabalho - CAT

A emissão da CAT até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sendo:

- 1ª via: ao INSS;

- 2ª via: ao segurado ou dependente;

- 3ª via: ao sindicato dos trabalhadores; e

- 4ª via: à empresa.

Cartão ponto

Para os estabelecimentos com mais de 10 trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída. Tal procedimento deve ser observado por todos os trabalhadores sujeitos ao controle de jornada, independentemente do porte da empresa, visando resguardar-se em ações trabalhistas (horas extras e outras reclamações).

CIPA

Verificar a obrigatoriedade da semana de prevenção de acidentes de trabalho e da instituição da comissão interna.

Elaborar o Mapa de Riscos Ambientais;

2Fontes:

http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/rotinastrabalhistas.htm

Inspeção Prévia de funcionamento do estabelecimento.

Certidão Negativa de Débito - CND (Previdenciário)

Comprova a regularidade em relação às contribuições previdenciárias.

O pedido da certidão pode ser efetuado via internet ou em uma unidade de atendimento da Receita Federal.

Se não houver restrições a certidão é emitida automaticamente.

Certidão Negativa de Débito Trabalhistas - CNDT

De acordo com a Lei 12.440/2011 as empresas interessadas em participar das licitações e firmar contratos com o Poder Público estão obrigadas a apresentar, dentre o rol de documentos exigidos, a CNDT. O sistema para emissão da certidão já se encontra disponível no portal do Tribunal Superior do Trabalho, no link Emitir Certidão.

Contratação de deficientes

Observar a obrigatoriedade de contratação. Veja todos os detalhes no tópico Pessoas Portadoras de Deficiência - Preenchimento Obrigatório de Vagas.

Contrato de Experiência

Modalidade de contrato por prazo determinado, não poderá exceder o limite de 90 (noventa) dias, já incluso neste prazo possível prorrogação.

Controle do vencimento do contrato.

Contribuição sindical dos empregados

Em março de cada ano desconta-se 1/30 avos (do salário base) para o sindicato da categoria profissional representativa, desde que devidamente autorizadas - - mediante termo escrito e com a assinatura do trabalhador, conforme dispõe o art. 578 da CLT.

Contribuição sindical patronal

Verificar o recolhimento anual. De acordo com a Reforma Trabalhista, a partir de 11.11.2017 as empresas não estão mais obrigadas ao pagamento da contribuição sindical patronal.

Cooperativas médicas

Verificar o recolhimento do INSS sobre o pagamento às cooperativas que atuam em saúde.

Certificado de Regularidade do FGTS - CRF

Comprova a regularidade perante o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, sendo emitido exclusivamente pela CAIXA.

O CRF será fornecido, mediante consulta por meio da Internet, para o empregador que se encontre regular.

CTPS

O prazo de anotação e devolução da CTPS é de 48 (quarenta e oito) horas a partir do seu recebimento, mediante recibo de entrega.

Principais anotações: Data de Admissão/Demissão, Férias, Contribuição Sindical, Alterações Salariais e demais anotações que se fazem necessárias. Cuidado com as anotações desabonadoras.

Descanso Semanal Remunerado

Verificar se o DSR está sendo pago para horistas, comissionado ou quando do pagamento de adicionais como horas extras, adicional noturno e etc.

Descontos salariais

Caso o empregador mantenha convênios e o empregado queira usufruir dos mesmos, precisa haver

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116 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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autorização POR ESCRITO do empregado.

Documentação do empregado

Estipular normas para que toda a documentação do empregado, na admissão, seja realizada de forma completa e o registro seja feito antecipadamente, de modo a atender as exigências do eSocial e evitar o pagamento de multa.

Empréstimos a empregados

Devem ser contratados por escrito.

Equiparação salarial

Analisar desníveis salariais que possam justificar uma ação trabalhista por equiparação. Para tanto, desenvolva um plano de cargos e salários com base no ramo de atividade ou área territorial em que a empresa atua.

ESocial

A Resolução CDES 5/2018 (publicada em 05.10.2018) alterou a Resolução CDE 2/2016, estabelecendo a implementação progressiva do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial.

Veja o Cronograma de Implementação dividido por grupo de empresas.

Fundo de Amparo do Trabalhador - FAT

FAT é um fundo especial, de natureza contábil-financeira, vinculado ao MTE, destinado ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico.

A principal fonte de recursos do FAT é composta pelas contribuições para o PIS e PASEP.

Férias

Verificar e planejar as férias anuais de modo a evitar o pagamento de férias em dobro.

As férias podem ser concedidas em até 3 vezes (desde que haja concordância do empregado) sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a 5 dias corridos, cada um, conforme dispõe a Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista).

FGTS e INSS

Verificar regularidade de recolhimento e correto preenchimento da GFIP/SEFIP.

Sugere-se a obtenção de certidão negativa a cada 6 meses.

Ficha de registro

Verificar correto preenchimento e atualização de dados dos empregados relativos à sua admissão no emprego, duração e efetividade do trabalho, a férias, acidentes e demais circunstâncias que interessem à proteção do trabalhador.

GFIP

Entregar, mensalmente, a Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social, até que tal obrigatoriedade seja substituída pelo eSocial conforme cronograma.

GILRAT/SAT

A atividade preponderante do estabelecimento (matriz ou filial) deve ser utilizada para se determinar o grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT/SAT).

O enquadramento do estabelecimento no correspondente grau de risco é de responsabilidade da empresa, e deve ser feito mensalmente, de acordo com sua atividade econômica preponderante.

Guarda de Documentos Trabalhistas

Respeitar o prazo mínimo de arquivamento dos documentos que envolvem a relação empregatícia.

Horas extras

Especial atenção neste item. As horas extras habituais geram uma série de novos direitos e precisam ser analisados, quanto à necessidade e dispendiosidade.

O pagamento habitual também pode assegurar o direito a indenização no caso de supressão das horas.

Horas noturnas

Trabalhadores (urbanos) que atuam entre 22 horas e 5 horas – remuneração adicional mínimo de 20%.

Intervalos de jornadas

Verificar o período de descanso mínimo 1 hora (ou de 30 minutos se previsto em acordo ou convenção coletiva) no almoço e 11 horas entre uma jornada e outra.

IRF

Verificar a correta retenção na folha de pagamento e recolhimento a Receita Federal.

Declaração de dependentes para Imposto de Renda (admissão, alteração no mês de janeiro de cada ano) ou quando do nascimento do filho(a).

Livro de Inspeção do Trabalho

Verificar a existência e a disponibilidade em caso de fiscalização.

Normas de Segurança e Saúde do Trabalho

Verificar quais normas são exigíveis para a aplicação e treinamento dos empregados de acordo com as Normas Regulamentadoras.

Quadro Horário de Trabalho

Verificar existência, preenchimento e atualidade. Conheça as situações que dispensam sua obrigatoriedade.

Programa de Alimentação do

Trabalhador - PAT

A adesão ao PAT consiste na apresentação do formulário oficial, devidamente preenchido e instruído conforme instruções do Ministério do Trabalho. A inscrição pode ser efetuada por meio eletrônico utilizando o formulário constante da página do Ministério do trabalho e Emprego na Internet.

PCMSO - Exames Médicos

Obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO.

- Admissional;

- Periódico;

- Retorno ao trabalho;

- Mudança de função;

- Demissional.

PPP

Entregar na ocasião do desligamento do empregado ou quando de sua solicitação.

PPRA Efetuar sempre que necessário e pelo

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 117

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menos uma vez ao ano, uma análise global pra fins de avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.

RAIS e CAGED

Verificar entrega regular de tais informações junto ao MTE, até que tais obrigações sejam substituídas pelo eSocial.

Recibos salariais

Observar assinaturas nos holerites e respectivo arquivamento mensal.

Reclamatórias trabalhistas

Acordos: atentar para o recolhimento mensal do INSS (de acordo com o pagamento de cada parcela) se for o caso.

Verificar a possibilidade de realizar conciliação prévia sindical em caso de previsão convencional.

Rescisão de contrato de trabalho

Atentar para prazo da formalização e pagamento das verbas rescisórias, nos termos da nova redação estabelecida pelo art. 477 da CLT.

Salário Família

Manutenção das fichas de Salário Família e comprovação de vacinações periódicas (Cartão da Criança) e matrícula escolar;

Retenção dos documentos necessários da criança (até 14 anos) para o recebimento do benefício.

Salário-maternidade

Observar se as normas do INSS estão sendo atendidas e se os valores pagos a este título estão sendo abatidos da contribuição previdenciária mensal a recolher.

Salários

Piso Estadual- Verificar se o piso da categoria e do respectivo Estado está sendo respeitado. O piso estabelecido em convenção prevalece sobre o piso estadual, ainda que aquele seja inferior.

Pisos de categorias diferenciadas.

Telefonistas e outras categorias diferenciadas

Verificar cumprimento do horário reduzido de trabalho.

Terceirização de atividades

Fiscalizar as condições em que os trabalhadores terceirizados atuam, especialmente em relação às normas de segurança do trabalho, bem como quanto ao cumprimento das obrigações trabalhistas, sob pena de a tomadora ser condenada ao pagamento de verbas não pagas pelas terceirizadas.

Trabalho aos domingos e feriados

Verificar escala dominical e remuneração extraordinária nos feriados.

Trabalho de menores

Verificar as normas específicas para este grupo de trabalhadores, os quais são impedidos de atuar em determinadas atividades prejudiciais à sua saúde ou à sua formação pessoal e profissional.

Trabalho voluntário

Para pessoas que executam atividades administrativas regulares em entidades com finalidades não lucrativas - estipular termo de adesão.

Vale transporte

Verificar a existência de opção ou não deste benefício.

O empregado precisa se manifestar por escrito optando ou não pelo recebimento.

Verbas extra-salário

Ajuda de custos, benefícios, entre outros precisam ser reavaliados para que não possam surgir contingências (incorporação ao salário).

Outras Considerações:

A Lei 13.467/2017 (lei da Reforma Trabalhista), publicada em 14/07/2017 e que entrou em vigor a partir de 11.11.2017, alterou diversos artigos da CLT e trouxe várias mudanças que afetaram o dia a dia entre empregado e empregador, bem como questões que abrangem as relações sindicais ou que envolvem questões judiciais decorrentes de reclamatórias trabalhistas.

SINOPSE DA REFORMA TRABALHISTA.

A Medida Provisória (MP) 808/2017, publicada em 14/11/2017, trouxe diversas alterações à Lei 13.467/2017 (lei da Reforma Trabalhista), alterações estas que passaram a valer no âmbito da prática trabalhista desde a sua publicação.

Por não ter sido votada pelo Congresso Nacional, a Medida Provisória 808/2017 deixou de produzir seus efeitos em 23.04.2018.

Entretanto, importante ressaltar que mesmo perdendo sua validade a partir da citada data, a MP teve eficácia legal durante o período em que esteve vigente, ou seja, a contar de 14.11.2017 a 22.04.2018.

Neste período, todos os atos praticados pelo empregador com base na MP 808/2017, foram válidos e possuem amparo jurídico.

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Denomina-se "obrigação tributária" o dever de fazer de um contribuinte, responsável ou terceiro em função da lei.

De acordo com o artigo 113 do CTN — Código Tributário Nacional a obrigação tributária divide-se em:

1) Principal.

2) Acessória.

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL

A obrigação é principal quando o contribuinte tem por prestação (por dever) o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (multa em dinheiro).

A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e extingue-se juntamente com o crédito tributário dela decorrente (artigo 113, § 1, do CTN). Exemplo: fato gerador - circulação de mercadorias, sujeita ao ICMS.

A obrigação principal somente se extingue com o pagamento (recolhimento) do valor integral devido. Se for recolhido parcialmente, não se considera extinto.

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA

A obrigação é acessória quando, por força de lei, a prestação a ser cumprida é a de fazer ou não fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo Fisco, tudo no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (artigo 113, § 2, do CTN).

Exemplo: escrituração das operações de circulação de mercadoria (notas fiscais), sujeitas ao ICMS, e apuração do respectivo saldo devedor (ou credor) nos livros fiscais.

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Ressalve-se que, independentemente de ser exigido ou não o cumprimento de obrigação principal, o contribuinte é sempre obrigado a cumprir a obrigação acessória.

É o caso, por exemplo, de uma venda estar isenta do ICMS, mas de esse fato não desobrigar o comerciante a emissão da respectiva Nota Fiscal, acobertando a operação. Ou de se apurar saldo credor do ICMS (saldo a favor do contribuinte, onde não haverá recolhimento do imposto).

TRIBUTOS

Por tributo, entende-se toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – art. 3º do Código Tributário Nacional - CTN.

Nos termos do artigo 145 da nossa Constituição Federal e do artigo 5º do CTN, tributos são:

a) Impostos.

b) Taxas, cobradas em razão do exercício do poder de policia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

c) Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

As contribuições parafiscais ou especiais integram o sistema tributário nacional, já que a nossa Constituição Federal (CF) ressalva quanto à exigibilidade da contribuição sindical (art. 80, inciso IV, CF), das contribuições previdenciárias (artigo 201 CF), sociais (artigo 149 CF), para a seguridade social (artigo 195 CF) e para o PIS — Programa de Integração Social e PASEP — Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (artigo 239 CF).

Como contribuições especiais temos ainda as exigidas a favor da OAB, CREA, CRC, CRM e outros órgãos reguladores do exercício de atividades profissionais.

Os empréstimos compulsórios são regulados como tributos, conforme artigo 148 da Constituição Federal o qual se insere no Capítulo I – Do Sistema Tributário Nacional.

Baseado nos conceitos constitucionais e do Código Tributário Nacional, elaboramos a seguinte lista de tributos vigentes no Brasil:

IMPOSTOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS

De acordo com o governo federal, podemos denominar como “imposto” todo tipo de tributo pago por pessoas físicas ou jurídicas aos municípios, estados ou ao Estado Brasileiro propriamente dito.

Esse tributo tem como principal objetivo contribuir para a gestão e investimentos governamentais (especialmente para infraestrutura). A seguir, confira quais são todos os impostos cobrados em âmbito nacional: o que inclui os impostos federais, estaduais e municipais.

IMPOSTOS FEDERAIS

A grande maioria dos impostos são destinados ao Governo Federal. São eles:

II

O II (Imposto de Importação) é um tributo que, de acordo com o artigo 153 I da Constituição Federal, é de responsabilidade da União.

Esse tipo de imposto, como o seu próprio nome já nos dá a entender, incide sobre os produtos comprados em território estrangeiro.

Sendo assim, toda vez que compras são feitas no exterior, a entrega dos produtos no Brasil só é autorizada mediante o pagamento do II.

O contribuinte, neste caso, é a pessoa física ou jurídica importadora. Esse tipo de imposto conta com dois tipos de arrecadação: regime de tributação simplificada (para bens adquiridos no valor de até US$100) ou regime de tributação especial (para bens adquiridos com valores acima de US$100 e abaixo de US$3000).

IPI

O IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – também é um tributo de competência da União. Basicamente, os contribuintes do IPI são os importadores, comerciantes ou arrematadores. Ele é destinado, exclusivamente, aos donos de indústrias.

Esse tipo de tributação recai tanto no valor do produto importado como do produto industrializado nacional. Além disso, no caso de produtos levados a leilão (por abandono ou apreensão), o imposto também é cobrado.

IOF

O IOF – Imposto sobre Operações Financeiras – é um dos principais impostos pagos pelo cidadão ao longo da vida. Basicamente, tal tributação recai sob operações de câmbio, crédito ou de seguro. Além disso, ele também é cobrado em operações mobiliárias ou relacionadas a títulos. O contribuinte pode ser tanto pessoa física como jurídica – tudo vai depender de quem realizar a operação.

De acordo com o Código Tributário Nacional (Art. 63) a cobrança do IOF pode estar relacionada a: operações de crédito, operações de câmbio (seja na troca de moeda estrangeira ou nacional), operações de seguro (como no recebimento de prêmios ou geração de apólices) e na emissão, pagamento, transmissão ou resgate de valores mobiliários/títulos.

IRPJ

O IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica – é a tributação que incide sobre a renda bruta de empresas de todos os portes e segmentos do mercado nacional. As alíquotas são as seguintes: 6% (quando sobre o lucro acumulado inflacionário) ou de 15% (quando sobre o lucro real).

Empresas de todas as áreas do mercado estão sujeitas ao pagamento do IRPJ, assim como negócios essencialmente rurais, empresas estatais, empresas registradas ou não, empresas de sociedade mista e até mesmo estabelecimentos que estão em estados críticos que podem levar a falência. A declaração deste tipo de imposto pode ser tanto trimestral como anual.

Quando trimestral, o tributo deve ser pago no último dia dos seguintes meses: março, junho, setembro e dezembro. Quando em relação ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, devemos destacar que existem 4 diferentes modelos de tributação para as empresas: lucro arbitrário, lucro simples, lucro presumido e lucro real.

O lucro real é obrigatório para empresas com faturamento maior que 48 milhões anuais, e também para empresas que exercem determinadas atividades, como instituições financeiras e factoring.

IRPF

Outro imposto que está entre os principais impostos federais é o IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física. Esse tipo de tributação incide na renda do trabalhador brasileiro. Esse tipo de imposto não é cobrado

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para uma grande parcela da população, uma vez que é necessário ter obtido ganhos acima de um valor específico para contribuir no IRPF.

A alíquota do Imposto de Renda de Pessoa Física varia bastante e é proporcional à renda de tributação. Atualmente, não precisam contribuir indivíduos com renda de até R$1.903,98 por mês.

Sob brasileiros com renda de 1.903,99 a 2.826,65 incide alíquota de 7,5%, o que reflete na contribuição de R$142,80 anualmente para o IRPF. Já sob os indivíduos com renda de 2.826,66 a 3.751,05 incide alíquota de 15%, refletindo em R$353,80 de tributação.

Para os que ganham entre R$3.751,06 a 4.664,68 a alíquota de tributação é de 22,5%, o que reflete na parcela de R$636,13 para dedução do IRPF. Por fim, para indivíduos com salário superior a R$4.664,68 incide a alíquota de 27,5%, com parcelas a partir de R$869,36 de contribuição.

Vários rendimentos não são tributáveis (ou seja, estão isentos). Este é o caso de: cadernetas de poupança, ajudas de custo, alienação de um imóvel ou de bens de até R$20 mil, cessão de imóveis gratuita, auxílio transporte ou alimentação, heranças, diárias, bolsas de estudo, doações, pensões para indivíduos com mais de 65 anos, letras hipotecárias e uma série de indenizações (como indenizações por acidente de trabalho, rescisões de contratos de trabalho, por danos patrimoniais e assim por diante).

ITR

O ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – é um imposto federal cobrado todos os anos exclusivamente das propriedades rurais. Basicamente, ele deve ser pago pelos donos de imóveis rurais ou usufrutuários/portadores de títulos (sendo estes pessoas físicas ou jurídicas). Quando não há pagamento da tributação há a cobrança de 1% de juros ao mês.

COFINS

O COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) é um tributo cobrado de empresas brasileiras de todos os portes e segmentos do mercado – com exceção às micro e pequenas empresas registradas no regime do Simples Nacional (que diminui as tributações para tais empresas com o objetivo de legalizá-las).

Basicamente, as empresas devem pagar este imposto para auxiliarem o governo federal no financiamento de programas de seguridade social – como previdência social, assistência social e saúde pública, por exemplo.

Essa contribuição é baseada nos rendimentos brutos anuais da empresa. Para as empresas com regime de lucros não cumulativo, a alíquota é de 7,6%. Já para empresas que optarem pela incidência do tipo cumulativa, a alíquota é menor: de 3%.

Sendo assim, uma empresa com regime de lucros cumulativos, que lucra R$100.000 por ano, irá pagar R$3000 de COFINS para o governo federal. Por outro lado, uma organização com regime de lucros não-cumulativo que lucra esse mesmo valor anualmente pagará R$7.600 de tributação anual.

CIDE

O CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – é uma tributação que incide sobre o gás natural, petróleo e seus derivados (o que inclui o álcool e o combustível). Os contribuintes do CIDE são os

produtores, importadores e formuladores de combustíveis em âmbito nacional.

As alíquotas são de R$100 por m³ de gás natural; R$50 por m³ de óleo diesel e zerada para os seguintes produtos: óleos combustíveis com alta ou baixa concentração de enxofre; querosenes de modo geral (incluindo querosenes de aviação), álcool etílico combustível e gases de petróleo liquefeitos (o que inclui os derivados de nafta e de gás natural).

Estão isentos do pagamento desta tributação produtos que serão vendidos para exportadores e nafta petroquímica que tem como destino final a produção de petroquímicos.

CSLL

Já a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – é uma tributação federal brasileira com incidência na renda líquida de pessoas jurídicas. A alíquota da CSLL varia de 9 a 20%, o que irá depender dos lucros líquidos do período de base antes mesmo da provisão do IR.

INSS

O INSS é um dos impostos mais populares em âmbito nacional. Basicamente, essa tributação é destinada ao Instituto Nacional do Seguro Social, que pertence ao Ministério da Previdência Social (órgão do governo federal).

O INSS foi criado no ano de 1988 e é dotado de inúmeras funções, sendo a mais popular entre elas a responsabilidade pela aposentadoria social. O imposto é recolhido tanto das empresas (pessoas jurídicas) como dos trabalhadores (pessoas físicas).

Entre os pagamentos realizados pelo INSS destacam-se: aposentadoria, pensão por morte, auxílio doença, auxílio acidente e demais benefícios também previstos em lei. O INSS é um tributo descontado em folha de pagamento e a alíquota varia de 8 a 11% (basicamente, quanto maior é o salário, maior é também o desconto no holerite).

FGTS

O FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – é um tributo que incide sob a renda do trabalhador brasileiro com carteira assinada. Esse valor, por sua vez, deve ser depositado pela própria empresa.

Essa tributação é no valor fixo de 8% do salário do empregado. O empregador, no caso, é o responsável por realizar este pagamento no nome do indivíduo mensalmente em uma conta da Caixa Econômica Federal.

Resumindo, o FGTS reflete na junção de todos esses depósitos mensais. O valor pertence ao empregado.

PIS ou PASEP

O PIS (Programa de Integração Social) e PASEP (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) nada mais são do que contribuições sociais. O principal objetivo do PIS e PASEP é de financiamento para o pagamento de abonos, seguro-desemprego e participação na receita bruta de entidades ou órgãos.

Não à toa, o PIS ou PASEP funcionam como uma segurança para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Tanto o número do PIS como do PASEP devem estar cadastrados no número de CNPJ da empresa.

Melhorar a distribuição de renda em âmbito nacional é o principal objetivo pelo qual o PIS/PASEP foi implementado, na reforma da constituição de 1988. O PIS

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pode ser sacado todos os anos – especialmente em casos de morte, aposentadoria ou graves doenças. O contribuinte deste tipo de imposto é o empregador.

IMPOSTOS ESTADUAIS

Já os impostos estaduais (ou seja, recolhidos pelos 26 estados brasileiros) são os seguintes:

ICMS

O ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – é um imposto instituído em todo Brasil. Cada estado, por sua vez, pode alterar a tabela de valores a serem tributados por conta própria.

O ICMS é um tributo que incide sobre os mais variados tipos de serviços prestados em âmbito nacional – como serviços de importação, telecomunicações, transportes interestaduais ou intermunicipais, prestação de serviços e assim por diante.

Ele também incide na circulação de alimentos, eletrodomésticos, roupas, veículos e outros. Os contribuintes do ICMS são pessoas jurídicas, ou seja, empresas cadastradas na Secretaria de Estado da Fazenda. A inscrição do estabelecimento é obrigatória antes mesmo do início de suas atividades.

Basicamente, qualquer empresa que atue na transferência, venda, transporte ou qualquer outra operação comercial/de circulação de mercadorias deve contribuir para o ICMS.

ITCMD

O ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação – é um imposto de competência do Distrito Federal e dos Estados brasileiros. Seu objetivo é incidir sobre o recebimento de heranças (quando é causa mortis) ou doações (no caso de relações com inter-vivos).

Esse imposto passa a ser cobrado após a transmissão de bens ou títulos (como créditos, imóveis e direitos em geral) de um indivíduo para outro, seja após a morte ou como doação. A alíquota varia de caso para caso e a função deste tipo de imposto é essencialmente fiscal.

IPVA

O IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – é, certamente, o imposto estadual mais conhecido pela população. Basicamente, este tributo estadual e instituído na Constituição Federal incide sobre a propriedade de veículos automotores – o que inclui carros, motos, ônibus, caminhões e outros.

Após arrecadado, 50% do valor é de domínio do estado e os outros 50% da cidade onde o veículo foi registrado. A alíquota do IPVA varia de Estado para Estado e incide sobre o valor do veículo na tabela FIPE.

Sendo assim, um carro mais novo ou de um modelo mais caro terá o IPVA mais alto do que quando em comparação a um veículo velho e básico. O IPVA foi criado em 1985 em substituição a TRU – Taxa Rodoviária Única. Ele não tem nenhum tipo de relação com a situação das ruas ou estradas do estado, sendo o seu objetivo exclusivamente fiscal. O imposto deve ser pago anualmente em parcela única ou em até três mensalidades.

IMPOSTOS MUNICIPAIS

Já os impostos municipais, ou seja, aqueles recolhidos pelos municípios/cidades brasileiras são os seguintes:

ITBI

O ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos – é um tributo municipal de competência do Distrito Federal e dos Municípios. Em algumas cidades ele também pode ser conhecido pela sigla SISA. Esse tipo de imposto incide sobre a transferência da propriedade de casas, prédios e imóveis de modo geral.

Sendo assim, o processo de compra e venda de uma residência, por exemplo, só é oficializado após o pagamento deste tributo. Na grande maioria dos casos o ITBI é pago pelo próprio comprador do imóvel. Porém, tudo vai depender do tipo de negociação.

A alíquota do ITBI varia de cidade para cidade, porém, é de em média 2% sob o valor de mercado do imóvel. Essa é uma média das capitais e cidades maiores de todo o Brasil. Sendo assim, no caso de um imóvel no valor de R$200.000 com aplicação de alíquota de 2%, a taxa de ITBI será de R$4 mil.

ISS

O ISS – Imposto sobre Serviços – é um tributo que incide sobre empresas de todos os portes e segmentos instalados na cidade em questão. O ISS foi criado em substituição do ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza). Basicamente o ISS é um tributo de competência do Distrito Federal e dos municípios regido pela Lei Complementar de número 116, implementada em agosto de 2003.

De acordo com a Constituição Federal, a alíquota mínima de cobrança é de 2% com base nos rendimentos brutos da empresa. Não só as empresas de todos os portes prestadores de serviços devem pagar esse imposto, como também, profissionais autônomos deste segmento. Geralmente, a alíquota é de 5% em cima do valor da nota fiscal de cada serviço prestado.

Em alguns municípios brasileiros a alíquota é de apenas 2% (alíquota mínima, de acordo com a a emenda constitucional) para estimular a prestação de determinados serviços, como é o caso de serviços na área de informática, por exemplo.

Todos os profissionais com ensino superior completo – como é o caso de médicos, advogados, administradores, engenheiros, cientistas políticos, arquitetos, comunicadores e outros – que atuam sem vínculo empregatício (ou seja, sem carteira assinada) também devem contribuir com o pagamento do ISS.

IPTU

Por fim, o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) é o imposto que incide sobre a propriedade de qualquer tipo de imóvel, o que inclui: residências, galpões industriais, prédios comerciais ou residenciais, chácaras de recreio, terrenos e quaisquer outros espaços.

A base de cálculo deste imposto depende do valor venal do imóvel (ou seja, valor de mercado pelo qual ele deve ser comercializado). Para cálculo do valor venal do imóvel, por sua vez, levam-se em consideração os seguintes fatores: tamanho do terreno, total de área construída e não construída, localização do terreno na planta da cidade e qualificação (o que irá depender do acabamento da obra).

Após calculado o valor venal do imóvel, multiplica-se este valor pela alíquota de seu município. Geralmente, a alíquota é de 1,0% para casas e comércios ou de até 3% para prédios e terrenos.

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CONTROLE DE FREQUÊNCIA E DE FÉRIAS

O controle de jornada é uma obrigação das empresas com mais de dez trabalhadores, segundo o art. 74 da CLT. A lei não especifica a maneira como esse

controle deve ser feito e o empregador tem diversas opções.

Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro, organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comercio, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma.

§ 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados.

§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

§ 3º - Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o § 1º deste artigo.

O que é jornada de trabalho e controle de ponto?

A jornada de trabalho é o tempo que o colaborador deve prestar serviço à empresa, normalmente definido em quantidades de horas por dia, por semana e por mês. A jornada de trabalho tem, por lei, o limite de 44 horas por semana ou 220 horas por mês.

No contrato de trabalho do colaborador, além da jornada em si, também é determinado o horário que o colaborador deve seguir. Este horário e eventuais horas extras feitas além do horário predefinido do colaborador são controlados e gerenciados através do controle de ponto.

Sendo assim, o controle de ponto nada mais é do que a marcação do horário efetivamente realizado pelo funcionário e esta marcação pode ser realizada de diversas formas, que vamos abordar mais para frente neste guia.

A legislação determina que “Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso”, Lei 7.855 de 1989.

Apesar de não ser obrigatório para as empresas com menos de 10 funcionários, o registro de ponto é comumente realizado por grande parte das micro e pequenas empresas, uma vez que ajuda os empresários a terem controle sobre o que está acontecendo em seu negócio, avaliando a disponibilidade de seus colaboradores, e dando autonomia para que o pagamento dos mesmos seja correspondente ao tempo efetivamente trabalhado.

Com o controle de ponto, a empresa também se livra da responsabilidade pelas ações do colaborador em seu horário de trabalho, caso o mesmo não esteja efetivamente trabalhando.

Figura central nos debates sobre os limites de carga horária, o controle de ponto se tornou obrigatório a partir de 1989, com a publicação da Lei 7.855, que afirma que:

Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Em 2009, o Ministério do Trabalho publicou a Portaria 1.510, que regulamenta o uso do sistema eletrônico para controle de ponto, proibindo restrições à marcações, lançamentos automáticos e alterações dos dados registrados.

Determina também a emissão de comprovante de marcação, os requisitos dos programas para tratamento dos dados e os formatos de relatórios e arquivos que devem ser armazenados pelo empregador para apresentação aos fiscais do trabalho.

Em 2011, entrou em vigor a Portaria 373, que

oferece ao empregador a opção de utilizar sistemas alternativos para o controle de ponto desde que estes sistemas cumpram com as determinações legais estabelecidas para o ponto eletrônico (não permitir restrição à marcação de ponto, lançamentos automáticos, alteração ou apagamento de lançamentos ou exigência de autorização prévia para marcação de horários diferentes da jornada) além de permitir a identificação de empregador e empregado, estar disponível no local de trabalho e possibilitar a extração eletrônica e impressa dos registros feitos pelos colaboradores.

As portarias em questão tornaram o controle eletrônico de ponto mais rígido e eficiente, eliminando possíveis distorções causadas por outros formatos de registro e que, historicamente, causaram conflitos entre companhias, seus funcionários, representantes sindicais e a fiscalização realizada pelo Ministério do trabalho.

FÉRIAS

Definição:

Período anual de descanso remunerado, com duração máxima de 30 dias, proporcional ao número de dias trabalhados, descontadas as faltas injustificadas ao serviço.

Critérios e requisitos

1. Obrigações de período

Antes, era obrigatório que funcionários abaixo de 18 anos e acima de 50 anos tirassem férias em um período único de 30 dias.

Com a nova lei trabalhista, estes funcionários deixaram de ser exceção e pode ter o período parcelado.

A lei prevê que as férias podem ser divididas em até três períodos, sendo um deles obrigatoriamente maior que 14 dias corridos e nenhum inferior a 5.

2. Dias para iniciar as férias

A lei não permite que o início do período de férias seja em algum dia em que o funcionário não trabalha.

É necessário, portanto, que as férias se iniciem em um dia útil, alinhando-se à jornada de trabalho dele.

3. Dias para terminar as férias

De acordo com a lei, o funcionário deve voltar a trabalhar no primeiro dia útil após o fim do período de suas férias.

Por isso, mesmo que sua jornada termine em um sábado ou domingo, o funcionário só deverá voltar a

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trabalhar no próximo dia útil, que, neste caso, seria a segunda-feira.

4. De quem parte a decisão do período de férias

Apesar de ser bastante comum nos depararmos com cenários em que o empregado sugere o período para o gozo de suas férias, quem deve decidir este momento é o empregador.

Esta informação é importante quando estamos diante de casos em que o período de férias do funcionário vai vencer em breve.

Apesar disso, é sempre importante buscar ouvir as preferências do funcionário para que exista um acordo entre ambas as partes.

5. Aviso de férias: quando fazê-lo

O empregado deve ter conhecimento do aviso de férias com, no mínimo, 30 dias antes do início das férias de fato.

Isto deve ser feito para que o funcionário possa se programar para gozar propriamente do período de descanso, assim como para que a empresa se organize durante o período em que este empregado esteja ausente.

6. Quando um funcionário tem direito a menos de 30 dias de férias?

Caso o empregado falte de 6 a 14 dias dentro do período de um ano (12 meses), ele terá direito a apenas 24 dias de férias. Caso falte entre 15 e 23 dias, o número de dias de férias cai para 18.

Se o número de faltas for entre 24 a 32 dias, este funcionário terá direito a apenas 12 dias de férias.

O PROVIMENTO DE MÃO DE OBRA NO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

O provimento em cargo público é o ato administrativo que exterioriza a vontade da administração pública para o preenchimento de cargo público por um agente.

Sua disciplina jurídica para os servidores públicos federais é feita pela Lei Nº 8.112/90.

Divide-se em categorias, as quais dependem da natureza do cargo a ser provido. Por isso o provimento poderá ser:

1. Em caráter efetivo (ou permanente), através

de concurso;

2. Em caráter provisório, para cargos em

confiança, isto é de direção, chefia, assistência e assessoramento;

3. Em caráter vitalício, para magistrados,

membros do Ministério Público e os Conselheiros dos Tribunais de Contas;

Há, ainda, uma forma de provimento peculiar, a por mandato fixos e preestabelecidos por lei, geralmente por período de 05 anos, como ocorre, por exemplo, nas Agências Reguladoras.

Importante ressaltar que nenhum destes casos se confundem com o provimento para cargos temporários, os denominados servidores temporários, cuja

contratação pressupõe situação excepcional ou de emergência, bem como prazo certo e determinado.

TERCEIRIZAÇÃO X CONCURSO PÚBLICO:

A terceirização na Administração Pública se dá nos termos da Lei 8.666/93. Regras mais especificas sobre a gestão destes contratos são produzidas pelos entes da federação. A título de exemplo, no Poder Executivo Federal existem o Decreto 2.271/97 e a Instrução Normativa n.º 02/08 do SLTI/MP que estabelecem que as atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e instalações serão, de preferência, objeto de execução indireta.

Portanto, que fique claro, não é toda atividade que pode ser delegada.

Já de início podemos afirmar que não pode ser objeto de terceirização serviços e atividades ligadas à essência do poder de polícia, como, por exemplo, atividades de fiscalização e punição relacionadas àquele poder.

A IN 02/08 expressamente veda a terceirização deste tipo de atividade, conforme prescreve seu artigo 9º, inciso III:

Art. 9º É vedada a contratação de atividades que: (…)

III – impliquem limitação do exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público, exercício do poder de polícia, ou manifestação da vontade do Estado pela emanação de atos administrativos, tais como:

a) aplicação de multas ou outras sanções administrativas;

b) a concessão de autorizações, licenças, certidões ou declarações;

c) atos de inscrição, registro ou certificação; e

d) atos de decisão ou homologação em processos administrativos.

Em âmbito Federal o Decreto 2.271/97 proíbe a terceirização quando a atividade estiver encartada nas competências de cargo público. Veja-se:

Art. 1º […] § 2º Não poderão ser objeto de execução indireta as atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.

Portanto, para estas atividades, deve a Administração realizar concurso público. Caso tenha feito o certame, porém, no prazo de validade do mesmo, ao invés de nomear os aprovados ela optar por terceirar a atividade, tal comportamento ilegal gera o direito do candidato lesado pleitear sua nomeação judicialmente.

TERCEIRIZAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO – DECRETO

9.507/20183

O Decreto 9.507, de 21 de setembro de 2018 dispõe sobre “a execução indireta, mediante contratação, de serviços da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das

3

https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/terceirizacao-no-servico-publico/

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empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União”.

Assim, já devemos esclarecer que ele somente se aplica ao âmbito da União, não se aplicando aos estados, Distrito Federal e municípios. O Decreto também não se aplica aos Poderes Judiciário, Legislativo, Tribunal de Contas e Ministério Público. Tais poderes/órgãos não se sujeitam ao regulamento baixado pelo Presidente da República. Logo, só aqui, já temos uma infinidade de concursos que sequer serão afetados pelo conteúdo do Decreto.

A norma revoga o antigo Decreto 2.271/1997, que tratava da execução indireta de serviços. O Decreto revogado enumerava expressamente as atividades que seriam passíveis de execução indireta. Já o novo documento delega para o Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão a competência para estabelecer “os serviços que serão preferencialmente objeto de execução indireta mediante contratação”.

Logo, nos próximos dias/meses, teremos um ato normativo do Ministério do Planejamento enumerando atividades que preferencialmente serão executadas de forma indireta, mediante contratação com terceiros. As atividades que já imaginamos que serão contempladas são atividades de vigilância, limpeza, manutenção e outras, dessa natureza, que já constavam no Decreto 2.271/1997. Talvez outras atividades serão incluídas, muitas ligadas a serviços administrativos, mas o Ministério não poderá estabelecer qualquer tipo de atividade, uma vez que os arts. 3º e 4º enumeram atividades que NÃO poderão ser objeto de execução indireta. Ademais, o ato do Ministério também não poderá contrariar o próprio texto constitucional, que prevê a realização de concurso público para os cargos efetivos.

Agora, vamos analisar o Decreto em duas partes: uma sobre a administração direta, autárquica e fundacional e a outra sobre as empresas estatais.

Administração direta, autárquica e fundacional.

Segundo o Decreto 9.507/2018, não serão objeto de execução indireta na administração pública federal direta, autárquica e fundacional, os serviços:

I – que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento institucional nas áreas de planejamento, coordenação, supervisão e controle;

II – que sejam considerados estratégicos para o órgão ou a entidade, cuja terceirização possa colocar em risco o controle de processos e de conhecimentos e tecnologias;

III – que estejam relacionados ao poder de polícia, de regulação, de outorga de serviços públicos e de aplicação de sanção; e

IV – que sejam inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou da entidade, exceto disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.

De certa forma, o decreto não inovou em nada até aqui. Estas atividades não poderiam ser prestadas por terceiros, uma vez que envolvem o poder de decisão e planejamento de políticas públicas, além de competências típicas de Estado. Só com essas vedações, podemos observar que várias carreiras não serão afetadas, cito algumas: carreiras de planejamento de políticas públicas, Auditor-Fiscal, AFT, cargos ligados ao controle (TCU, CGU, etc.), carreiras das agências reguladoras, carreiras

do Bacen e da CVM (pois exercem poder de polícia/regulação), polícias, e inúmeras outras.

Enfim, todas as principais carreiras típicas de Estado, que exercem competência fiscalizatória, regulatória ou de planejamento NÃO serão afetadas pelo Decreto.

No entanto, carreiras meramente administrativas podem sofrer uma redução. Isso, porém, já era previsível e óbvio. Nessa linha, o Decreto prevê que:

Art. 3º […] § 1º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de que tratam os incisos do caput poderão ser executados de forma indireta, vedada a transferência de responsabilidade para a realização de atos administrativos ou a tomada de decisão para o contratado.

§ 2º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de fiscalização e consentimento relacionados ao exercício do poder de polícia não serão objeto de execução indireta.

A utilização cada vez mais frequente de recursos de tecnologia da informação vem diminuindo (mas não extinguindo) a necessidade de cargos ligados a áreas meramente administrativas, isso sem falar na tendência do Estado (não importa quem seja eleito) em concentrar seus recursos em áreas finalísticas de educação, saúde, segurança e outras políticas públicas.

Mesmo assim, note que o Decreto expressamente veda a delegação da realização de atos administrativos, tomada de decisão e atos de polícia, incluindo serviços auxiliares de poder de polícia.

Visto isso, vamos falar um pouco das EMPRESAS ESTATAIS.

Empresas públicas e sociedades de economia mista

Aqui, certamente, teremos mais execução indireta. Isso, no entanto, já estava acontecendo há bastante tempo. Milhares de pessoas já trabalhavam para os Correios, Petrobrás e outras empresas estatais mediante terceirização. Portanto, o decreto, na prática, só regulamenta algo que já acontece há vários anos.

Vejamos o que o Decreto 9.507/2018 dispõe sobre este assunto:

Art. 4º Nas empresas públicas e nas sociedades de economia mista controladas pela União, não serão objeto de execução indireta os serviços que demandem a utilização, pela contratada, de profissionais com atribuições inerentes às dos cargos integrantes de seus Planos de Cargos e Salários, excetose contrariar os princípios administrativos da eficiência, da economicidade e da razoabilidade, tais como na ocorrência de, ao menos, uma das seguintes hipóteses:

I – caráter temporário do serviço;

II – incremento temporário do volume de serviços;

III – atualização de tecnologia ou especialização de serviço, quando for mais atual e segura, que reduzem o custo ou for menos prejudicial ao meio ambiente; ou

IV – impossibilidade de competir no mercado concorrencial em que se insere.

A leitura nos mostra uma série de exceções que, na prática, permitirão a realização de contratação indireta em várias situações. Isso é um fato! Já alertamos em eventos anteriores que teremos um número cada vez mais reduzido de concursos para as empresas estatais,

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tanto em virtude do incremento de tecnologia, como pela possibilidade de terceirização para permitir a competitividade da entidade no setor em que atue.

Nessa linha, o art. 14 do Decreto dispõe ainda que: “as empresas públicas e as sociedades de economia mista controladas pela União adotarão os mesmos parâmetros das sociedades privadas naquilo que não contrariar seu regime jurídico e o disposto neste Decreto”.

Ademais, o regulamento dispõe que “o Conselho de Administração ou órgão equivalente das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União estabelecerá o conjunto de atividades que serão passíveis de execução indireta, mediante contratação de serviços” (art. 4º, § 4º). Dessa forma, muito em breve, as empresas públicas e sociedades de economia mista estabelecerão, dentro do contexto constitucional, quais as atividades que serão executadas indiretamente.

Ressalvo, porém, que isso não representa a extinção dos concursos nas empresas estatais. Veja que, ainda que existam exceções, a terceirização deve guardar pertinência com: (i) a exigência constitucional de concurso público, no caso dos empregos públicos, que é a regra, e só admite exceções compatíveis com a Constituição – lembro, por mais óbvio que seja, que um decreto não revoga a Constituição; (ii) qualquer exceção terá que ser devidamente justificada, explicando em que a contratação direta estaria contrariando os “princípios administrativos da eficiência, da economicidade e da razoabilidade” e em quais das situações dos incisos I a IV do art. 4º ela se enquadraria.

Ademais, os órgãos de controle, certamente, exercerão a fiscalização para evitar que abusos sejam realizados e, a pretexto da eficiência, sejam feitas contratações despidas de interesse público.

Por fim, torna-se indispensável a leitura do art. 5º do Decreto 9.507/2018, vazado nos seguintes termos:

Art. 5º É vedada a contratação, por órgão ou entidade de que trata o art. 1º, de pessoa jurídica na qual haja administrador ou sócio com poder de direção que tenham relação de parentesco com:

I – detentor de cargo em comissão ou função de confiança que atue na área responsável pela demanda ou pela contratação; ou

II – autoridade hierarquicamente superior no âmbito de cada órgão ou entidade.

Nesse caso, o Decreto busca assegurar a objetividade tanto da decisão de executar o serviço de forma indireta como na própria escolha da empresa que fornecerá os serviços.

Os demais artigos dispõem sobre regras para a realização de licitação e sobre as disposições contratuais que fogem ao objeto do presente artigo.

Enfim, o que podemos concluir é o seguinte sobre o Decreto:

(i) ele somente se aplica à União, não causando qualquer impacto em concursos estaduais, distritais e municipais;

(ii) o regulamento não alcança os demais poderes e órgãos não submetidos ao poder regulamentar do Poder Executivo;

(iii) carreiras típicas de Estado, que exercem competências de planejamento, poder de polícias, fiscalização e regulação não poderão ser afetadas;

(iv) as atividades meramente administrativas podem ser afetadas, mas dependem de justificativa;

(v) no âmbito das empresas estatais, como já era de se presumir, a tendência é a diminuição de concursos públicos, mas não a total extinção.

PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE PROCESSOS SELETIVOS

De acordo com Chiavenato (1999) as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. Para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com

um mínimo de tempo, esforço e conflito.

É fundamental que as estratégias organizacionais sejam claras, objetivas, fáceis de compreender para que tenham sentido para às pessoas.

Como já dizia Ulrich (2000), visões estratégicas podem ser de tal forma amplas, que transmitem pouco significado e orientação às pessoas da organização. Estabelecer estratégias não garante o sucesso, pessoas comprometidas e competentes são quem farão as estratégias evoluírem.

O modelo de gestão estratégica de pessoas é aquele em que a área de RH busca fazer um elo entre as pessoas e a estratégia da organização. É o alinhamento do planejamento do RH com o planejamento estratégico da organização.

O RH estratégico participa da elaboração do planejamento estratégico da organização, para com base

neste planejamento, desenvolver o planejamento da área de RH. Segundo Girardi (2008) um planejamento estratégico adequado conduz a organização à eficiência operacional e à eficácia dos seus negócios.

Busca-se, na gestão estratégica, desenvolver um conjunto de ações em cada processo envolvido no RH

visando os objetivos da organização e o bem estar das pessoas.

Pensar o que o RH pode desenvolver com ou para as pessoas, de forma a motivá-las a trazerem resultados positivos para a organização. Propiciar o comprometimento das pessoas com a missão, a visão,

os valores e a estratégia da organização.

Recursos humanos estratégicos revela o poder das táticas de RH em influenciar não apenas o desempenho individual, mas também o da empresa,

oferecendo estratégias possíveis que produzam resultados palpáveis desde a produção até a sala da diretoria. (ULRICH, 2000).

Os profissionais de RH da atualidade devem estimular a construção de relacionamentos confiáveis; conhecer os negócios o bastante para se engajar nas discussões; certificar-se de que os sistemas operacionais básicos de sua área estão desenhados corretamente; participar dos processos tanto de elaboração como de execução das estratégias; conhecer a teoria e as ferramentas necessárias para identificar e administrar um talento; possibilitar que, nas empresas, as coisas aconteçam de maneira certa, no momento correto. (ULRICH, 2008).

Conforme Chiavenato (1999), a área de RH envolve os seguintes processos:

1. Provisão: recrutamento e seleção;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 125

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2. Aplicação: orientação, modelagem de cargos,

avaliação de desempenho;

3. Remuneração: remuneração, programas de

incentivos, benefícios;

4. Desenvolvimento: treinamento e

desenvolvimento;

5. Manutenção: relações trabalhistas, higiene,

segurança, qualidade de vida no trabalho;

6. Monitoração: banco de dados e sistemas de

informações de RH.

Nos tópicos a seguir, procurou-se abordar estes processos num modelo de RH estratégico.

1 Provisão

O processo de provisão refere-se ao recrutamento e seleção das pessoas.

O RH deve ter critérios de seleção bem definidos, para que este processo ocorra da melhor forma possível. Uma seleção mal realizada traz consequências sérias para a organização, que têm impactos diretos no desempenho da mesma.

No processo de seleção e recrutamento, geralmente realiza-se o recebimento de currículos,

dinâmicas de grupos, entrevistas, provas seletivas, dentre outras atividades, de acordo com os critérios estabelecidos pela organização.

Uma seleção estratégica começa por conhecer os valores, as crenças, da pessoa que se está pleiteando para o cargo.

Obviamente que não se conhece uma pessoa numa simples conversa de alguns minutos. Mas, se o profissional de RH souber valer-se de algumas táticas neste processo, certamente poderá coletar informações

estratégicas que ajudarão na tomada de decisão.

Além da formação profissional e das competências, cada vez mais deve-se observar aspectos relacionados à personalidade das pessoas, o modo de

vida, seus sonhos e expectativas. É necessário que haja uma identificação das crenças da pessoa com os valores da organização, para que aquela possa se comprometer com os objetivos organizacionais. É fundamental recrutar pessoas que se identifiquem com o negócio da empresa, para que estas não venham deixar a organização meses mais tarde.

No mercado de trabalho, o currículo por si só, já não é mais um diferencial competitivo. Nos últimos anos houve uma proliferação de universidades, proporcionando o acesso à graduação e pós-graduação a muitas pessoas. Neste sentido, o que fará a diferença numa competição são os aspectos relacionados a personalidade das pessoas, como a facilidade de comunicação, a pró-atividade, a iniciativa, o bom relacionamento interpessoal, dentre outros.

Sabe-se que é muito mais fácil transmitir o conhecimento e desenvolver competências nas

pessoas, do que desenvolver atitudes. Atitude é uma característica própria da personalidade da pessoa. As organizações empreendedoras precisam de pessoas com iniciativa, pró-atividade e atitude.

Realizada a seleção, é importante que o RH desenvolva atividades de integração deste novo

funcionário. Nesta etapa, o gestor de RH deve proporcionar à pessoa contratada, que ela conheça a missão, a visão, os valores, os objetivos e estratégias organizacionais, para que este tenha clareza da razão pela qual a sua empresa existe, onde ela está querendo chegar, quais são suas metas, sua visão de futuro, e que meios ela está empregando para alcançar o que almeja.

Conforme Chiavenato (1999) quando todos os funcionários conhecem a missão e os valores que norteiam seu trabalho, tudo fica mais fácil de entender, inclusive saber qual o seu papel e como contribuir eficazmente para a organização.

Algumas empresas entregam cartas de boas vindas aos novos funcionários, apresentam a estrutura da empresa, seus departamentos, seus colaboradores, a gerência. Este primeiro contato do novo funcionário com seu local de trabalho, com seus colegas, seus superiores é muito importante para deixá-lo mais à vontade para realizar suas atividades.

2 Aplicação

O processo de aplicação envolve a orientação, a

modelagem de cargos e a avaliação de desempenho.

Este processo é fundamentalmente estratégico para a organização, pois refere-se aos ajustes que são necessários de se fazer e imprescindíveis para um bom desempenho dos funcionários e da organização como

um todo.

Aqui o gestor de RH verifica se o trabalho está evoluindo, da forma como estão distribuídas as pessoas em seus respectivos cargos, se há necessidade de alguma intervenção, de ajustes, de movimentação de pessoal, troca de cargos, funções, ou de remodelar determinado cargo, rever as atribuições, ou ainda de orientar melhor as pessoas para um desempenho mais eficiente.

É necessário que o gestor de RH esteja atento as necessidades, não somente da organização, mas,

principalmente das pessoas. Se alguma pessoa não está rendendo o que deveria é porque algo está errado. Cabe ao gestor conversar com esta pessoa e verificar o que está acontecendo. O diálogo neste processo é

imprescindível. Para isso, os colabores precisam confiar no gestor precisam vê-lo como um parceiro, alguém que poderá ajudá-los a resolver os problemas.

Percebe-se ainda hoje, em muitas organizações, certo temor, dos colaboradores, em relação ao gestor de RH. Talvez pelo poder de decisão que este detenha e

pela própria atitude de muitos gestores, que fazem questão de mostrar o que podem fazer. O gestor de RH em organizações empreendedoras deve ser a voz dos funcionários na diretoria, e não o contrário.

Esta relação de líderes e liderados quando bem construída, pode ser a solução de muitos problemas na organização. Pode-se exemplificar a importância de se criar uma relação de confiança entre líderes e liderados, num caso

de sucesso, vivenciado por Joaquim Antônio Artuzo Lopes – na década de 80, quando da aquisição da empresa Climax pela Refripar – relatado no site Noticenter em Jun. 2006. Lopes, na época, era diretor da Refripar, atualmente é consultor da De Bernt Entschev Human Capital.

Na década de 80, a Refripar, uma empresa de refrigeração de Curitiba, no Paraná, adquiriu a Climax de São Carlos, interior de São Paulo. Hoje, estas empresas fazem parte do grupo Electrolux. Os diretores da Climax não conseguiam, por maior que fossem os seus esforços, transmitir a cultura organizacional, os valores da

empresa Paranaense para a Climax.

A produtividade da empresa estava caindo, os funcionários desmotivados. Então, a Refripar decidiu

transferir um diretor da fábrica de Curitiba para a Climax. Ao chegar na Climax este diretor deparou-se com um ambiente de expectativa, um clima organizacional muito ruim, as pessoas achavam que ele iria transferir alguns

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processos de produção para a Refripar e consequentemente isto ocasionaria muitas demissões. De fato, estudos realizados em Curitiba apontavam possibilidades de redução de custos e melhores

resultados, se fossem transferidos para Curitiba alguns dos produtos fabricados em São Carlos.

Os produtos e processos da fábrica de São Carlos eram tecnologicamente defasados, os custos fixos eram altos, a produtividade dos ativos e do quadro de pessoal era muito baixa.

Todos sabiam que esta transferência poria em risco a continuidade da existência da própria fábrica. A atitude daquele diretor, foi essencialmente conversar com as pessoas, expondo-lhes os problemas com franqueza, num relacionamento honesto e respeitoso entre adultos, desenvolvendo um processo de credibilidade e confiança mútua. Alguns resultados obtidos: elevado clima organizacional e preparo para mudanças; ganhos de

produtividade da mão-de-obra e dos ativos superiores a 40% e 30% respectivamente; programa de educação dando acesso a complementação dos estudos de 1º e 2º grau a mais de 400 pessoas; estabelecimento de uma liderança com credibilidade; melhoria de salários e benefícios aos funcionários; maior estabilidade no emprego; redução de custos com banco de horas, grandes ganhos sociais com a manutenção de mais de 1.500 empregos; resolvidos os problemas ambientais de qualidade e capacidade de produção, com a aprovação de investimentos; dentre outros.

Verifica-se, neste exemplo, que os colaboradores entenderam os problemas pelo qual a empresa estava passando e ajudaram a empresa a se reerguer, e esta, por sua vez, manteve os empregos e implantou muitas melhorias, benefícios aos seus funcionários. Isto só foi

possível pela postura do diretor que viu nas pessoas a solução para os problemas, ele precisava das pessoas para fazer com que a Climax desse certo.

Há ainda no processo de aplicação, a avaliação de desempenho, que é realizada em algumas

organizações, tanto pelo supervisor de área e pelo gestor do RH, quanto pelo colaborador.

É uma espécie de feedback onde o colaborador terá uma avaliação do seu superior sobre o seu desempenho no trabalho, bem como poderá fazer o mesmo com o seu chefe.

O gestor de RH deve ter sensibilidade para perceber qual o momento certo de fazer esta avaliação,

para não comprometer os resultados. Por exemplo, quando a empresa está passando por problemas, está em momento de crise, certamente que não será a melhor ocasião para se fazer avaliação de desempenho. Da mesma forma, quando se está em épocas festivas, como festas de final de ano, as pessoas estão muito envolvidas e certamente vão falar somente coisas positivas. Esta avaliação deve ser periódica, mas num espaço de tempo razoável para que se possa verificar a evolução do funcionário.

3 Remuneração

Outro processo envolvido na gestão de pessoas diz respeito a remuneração, e refere-se aos salários, aos

programas de incentivos, benefícios.

A remuneração é um processo estratégico no RH. Tem muito haver com a valorização do trabalhador. Os colaboradores precisam receber um salário digno, para suprir suas necessidades.

Quando um funcionário recebe um bom salário, ele se sente motivado para o trabalho, e, mais ainda, quando

ele recebe elogios do gestor. As pessoas têm

necessidade não somente de uma boa remuneração, mas também de elogios, de serem lembradas, notadas. E este é um papel fundamental do gestor, não apenas chamar a atenção quando saiu algo errado, mas principalmente parabenizar o funcionário quando realizou algo bom.

Além da remuneração, propriamente dita, há ainda, uma série de outros benefícios que podem ser implantados nas organizações, como prêmios por mérito, quando o funcionário consegue bons resultados; planos de saúde; auxílio alimentação; descontos em farmácias, faculdades, comércio em geral, por meio de convênios firmados com a empresa; programas de saúde e qualidade de vida; remuneração variável, dentre outros. Tudo isso, são formas de estimular a motivação das pessoas para com o trabalho, o comprometimento com a organização, além de serem importantes estratégias para reter talentos. Um dos maiores problemas da gestão de

pessoas é a questão da rotatividade, a oferta de benefícios, além do salário, é uma estratégia que pode favorecer as políticas de valorização e retenção de profissionais.

Muitas organizações possuem ainda o Plano de Cargos, Carreiras e Salários, onde estão descritas as

atribuições de cada cargo, bem como a remuneração respectiva. Este documento como o nome já diz, é um planejamento da evolução da carreira das pessoas nas organizações. E é muito importante que estas conheçam o mesmo para avaliarem quais suas perspectivas de carreira na empresa e compararem com as suas visões de futuro. Assim como as organizações tem um conjunto de objetivos que pretendem alcançar num determinado período, as pessoas também os têm.

Quando estes objetivos não coincidem, então talvez seja o momento certo de mudar de empresa. Ou buscar novas oportunidades de crescimento profissional, novas parcerias. “As pessoas têm expectativas de crescimento e é fundamental elas saberem onde estão e

o que precisam agregar em termos de atitudes, conhecimento e qualificação para terem oportunidades dentro da organização” (SIEVERS apud PEREIRA, 2008, p. 45).

O RH estratégico, em organizações empreendedoras, procura fazer com que seus colaboradores sejam felizes com seus empregos. Por isso, investe em muitas ações para proporcionar o bem estar de seus funcionários. Além das ações já descritas anteriormente, o gestor de RH pode-se valer ainda de algumas ferramentas estratégicas, como as pesquisas. Pode-se citar como exemplo, o diagnóstico motivacional que é uma pesquisa de clima

organizacional. Que serve para medir o grau de satisfação dos colaboradores em relação ao horário de trabalho, a liderança, aos colegas, a remuneração e aos benefícios. Há também a pesquisa socioeconômica, em que a

empresa pode contratar os serviços de um assistente social para visitar as residências dos colaboradores e verificar como eles vivem, quais são as suas necessidades e como a empresa pode ajudá-los.

Estas pesquisas trazem indicadores estratégicos para que a organização possa melhorar a vida de seus funcionários, e assim conseguir um melhor desempenho

dos mesmos no trabalho, um ambiente organizacional sadio, aberto à mudanças, profissionais mais criativos, dentre outras vantagens.

A organização precisa estar atenta às necessidades de seus colaboradores. Muitas vezes a empresa está tão ‘voltada para fora’, realizando ações sociais e internamente não faz nada.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 127

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4 Desenvolvimento

O mercado de trabalho no Brasil, desde o ano 2000 vem apresentando crescimentos constantes na geração de empregos. Em contrapartida a falta de mão-

de-obra qualificada é um dos grandes problemas do mercado na atualidade. Com foco na produtividade, as empresas passaram a procurar profissionais mais qualificados. Para reverter este problema, muitas organizações têm investido no desenvolvimento de seus

colaboradores, com ações de treinamento, formação e educação. No entanto, a falta de cursos adequados e o custo elevado para ampliar o investimento são algumas dificuldades apontadas pelas empresas (PEREIRA, 2008). Porém, para que a organização seja competitiva é necessário investir na qualificação das pessoas. Pois são elas que trazem os resultados esperados.

Mas, esta questão não é tão simples assim, muitas organizações não têm esta visão, acham que a questão da qualificação é responsabilidade de outros atores sociais, do poder público, das universidades, do sistema “S”, das escolas técnicas e profissionalizantes.

Há também o problema da jornada de trabalho. A

maioria dos trabalhadores cumpre uma jornada de 40 a 44 horas semanal. Não tendo tempo, nem disposição, para realizar cursos de capacitação para o trabalho. O empresariado, por sua vez, resiste em fazer formação continuada, dentro da jornada de trabalho. Mesmo sendo efetivamente uma qualificação para o aumento da produtividade. É um direito muito difícil de ser conseguido.

Cabe ao gestor negociar isso da melhor forma possível, e propiciar aos colaboradores além de cursos funcionais (de capacitação, treinamentos, voltados às

práticas das funções), os comportamentais, de conscientização, como seminários, palestras, workshops sobre temas diversos de interesse comum. Tais como: drogas, AIDS, desenvolvimento sustentável, economia, dentre outros.

Existe ainda, receio por parte dos empresários, em investir na qualificação do colaborador, e posteriormente

as empresas concorrentes o contratarem. É um risco mesmo, levando em consideração a rotatividade do mercado de trabalho brasileiro, isto pode acontecer. Porém, organizações empreendedoras são autoconfiantes assumem este risco, e investem nas pessoas para o seu próprio desenvolvimento.

5 Manutenção

O processo de manutenção refere-se às relações trabalhistas, a questões de higiene, segurança e

qualidade de vida no trabalho.

Estes são aspectos muito importantes que precisam de atenção especial do RH. Que deve buscar o apoio de profissionais especializados nestas questões.

As atividades envolvidas neste processo são essencialmente preventivas, por isso, há uma tendência

em não priorizar estas questões. Além disso, os custos são onerosos. O que dificulta ainda mais conscientizar a direção da organização da importância de se realizar estes investimentos.

Cabe ao gestor de RH saber argumentar para negociar estas questões. Sobre esta resistência por parte dos líderes nas empresas, Ferreira (apud BISPO, 2007) afirma:

As empresas são criações humanas e, a rigor, não são elas que resistem, mas seus dirigentes e gestores.

Tal resistência resulta da combinação de diversos fatores. Dentre eles, merecem destaque: ausência de umavisão social e histórica do papel da organização no

contexto contemporâneo; despreparo gerencial, sobretudo, porque faltam teoria, método e ética nas práticas de gestão; mentalidade centrada no lucro, produtividade, resultados; concepção empobrecida do sentido do trabalho humano que tende a pensar o trabalhador como peça de engrenagem; receio de perder o poder de decisão, dentre outros.

É responsabilidade da organização, zelar pela saúde e bem estar de seus colaboradores.

6 Monitoração

Este processo é muito importante. Nele estão inseridas as atividades de registros, de manutenção dos

bancos de dados e dos sistemas de informações de RH, controles, frequência, produtividade, balanço social e auditoria em recursos humanos.

Estes registros servem de subsídios para a tomada de decisão na área de RH.

Por meio do processo de monitoração se defini também os critérios de avaliação e adequação permanentes das políticas, normas e procedimentos de recursos humanos. (FERRARI, 2008).

LEGISLAÇÃO: LEI Nº 8.745, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1993

Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, os órgãos da Administração Federal direta, as autarquias e as fundações públicas poderão efetuar contratação de pessoal por tempo determinado, nas condições e prazos previstos nesta Lei.

Art. 2º Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público:

I - assistência a situações de calamidade pública;

II - assistência a emergências em saúde pública; (Redação dada pela Lei nº 12.314, de 2010)

III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; (Redação dada pela Lei nº 9.849, de 1999).

IV - admissão de professor substituto e professor visitante;

V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro;

VI - atividades: (Redação dada pela Lei nº 9.849, de 1999).

a) especiais nas organizações das Forças Armadas para atender à área industrial ou a encargos temporários de obras e serviços de engenharia; (Incluído pela Lei nº 9.849, de 1999). (Vide Medida Provisória nº 341, de 2006).

b) de identificação e demarcação territorial; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 Vigência)

c) (Revogada pela Lei nº 10.667, de 2003)

d) finalísticas do Hospital das Forças Armadas; (Incluído pela Lei nº 9.849, de 1999). (Prorrogação de prazo pela Lei nº 11.784, de 2008

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128 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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e) de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados à segurança de sistemas de informações, sob responsabilidade do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações - CEPESC; (Incluído pela Lei nº 9.849, de 1999).

f) de vigilância e inspeção, relacionadas à defesa agropecuária, no âmbito do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, para atendimento de situações emergenciais ligadas ao comércio internacional de produtos de origem animal ou vegetal ou de iminente risco à saúde animal, vegetal ou humana; (Incluído pela Lei nº 9.849, de 1999). (Vide Medida Provisória nº 341, de 2006).

g) desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM. (Incluído pela Lei nº 9.849, de 1999).

h) técnicas especializadas, no âmbito de projetos de cooperação com prazo determinado, implementados mediante acordos internacionais, desde que haja, em seu desempenho, subordinação do contratado ao órgão ou entidade pública. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 2003)

i) técnicas especializadas necessárias à implantação de órgãos ou entidades ou de novas atribuições definidas para organizações existentes ou as decorrentes de aumento transitório no volume de trabalho que não possam ser atendidas mediante a aplicação do art. 74 da Lei n

o 8.112, de 11 de dezembro de 1990;

(Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008) (Vide Medida Provisória nº 878, de 2019)

j) técnicas especializadas de tecnologia da informação, de comunicação e de revisão de processos de trabalho, não alcançadas pela alínea i e que não se caracterizem como atividades permanentes do órgão ou entidade; (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)

l) didático-pedagógicas em escolas de governo; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)

m) de assistência à saúde para comunidades indígenas; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)

n) que tenham o objetivo de atender a encargos temporários de obras e serviços de engenharia destinados à construção, à reforma, à ampliação e ao aprimoramento de estabelecimentos penais; (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de 2019)

VII - admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos para suprir a falta de professor, pesquisador ou tecnólogo ocupante de cargo efetivo, decorrente de licença para exercer atividade empresarial relativa à inovação. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)

VIII - admissão de pesquisador, de técnico com formação em área tecnológica de nível intermediário ou de tecnólogo, nacionais ou estrangeiros, para projeto de pesquisa com prazo determinado, em instituição destinada à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação; (Redação dada pela Lei nº 13.243, de 2016)

IX - combate a emergências ambientais, na hipótese de declaração, pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente, da existência de emergência ambiental na região específica. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)

X - admissão de professor para suprir demandas decorrentes da expansão das instituições federais de ensino, respeitados os limites e as condições fixados em ato conjunto dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação. (Incluído pela Lei nº 12.425, de 2011)

XI - admissão de professor para suprir demandas excepcionais decorrentes de programas e projetos de aperfeiçoamento de médicos na área de Atenção Básica em saúde em regiões prioritárias para o Sistema Único de

Saúde (SUS), mediante integração ensino-serviço, respeitados os limites e as condições fixados em ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Saúde e da Educação. (Incluído pela Lei nº 12.871, de 2013)

XII - admissão de profissional de nível superior especializado para atendimento a pessoas com deficiência, nos termos da legislação, matriculadas regularmente em cursos técnicos de nível médio e em cursos de nível superior nas instituições federais de ensino, em ato conjunto do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e do Ministério da Educação. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)

§ 1º A contratação de professor substituto de que trata o inciso IV do caput poderá ocorrer para suprir a falta de professor efetivo em razão de: (Incluído pela Lei nº 12.425, de 2011)

I - vacância do cargo; (Incluído pela Lei nº 12.425, de 2011)

II - afastamento ou licença, na forma do regulamento; ou (Incluído pela Lei nº 12.425, de 2011)

III - nomeação para ocupar cargo de direção de reitor, vicereitor, pró-reitor e diretor de campus. (Incluído

pela Lei nº 12.425, de 2011)

§ 2º O número total de professores de que trata o inciso IV do caput não poderá ultrapassar 20% (vinte por cento) do total de docentes efetivos em exercício na instituição federal de ensino. (Incluído pela Lei nº 12.425, de 2011)

§ 3º As contratações a que se refere a alínea h do inciso VI serão feitas exclusivamente por projeto, vedado o aproveitamento dos contratados em qualquer área da administração pública. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)

§ 4o Ato do Poder Executivo disporá, para efeitos

desta Lei, sobre a declaração de emergências em saúde pública. (Incluído pela Lei nº 12.314, de 2010)

§ 5o A contratação de professor visitante e de

professor visitante estrangeiro, de que tratam os incisos IV e V do caput, tem por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

I - apoiar a execução dos programas de pós-graduação stricto sensu; (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

II - contribuir para o aprimoramento de programas de ensino, pesquisa e extensão; (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

III - contribuir para a execução de programas de capacitação docente; ou (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

IV - viabilizar o intercâmbio científico e tecnológico. (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

§ 6o A contratação de professor visitante e o

professor visitante estrangeiro, de que tratam os incisos IV e V do caput, deverão: (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

I - atender a requisitos de titulação e competência profissional; ou (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

II - ter reconhecido renome em sua área profissional, atestado por deliberação do Conselho Superior da instituição contratante. (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

§ 7o São requisitos mínimos de titulação e

competência profissional para a contratação de professor visitante ou de professor visitante estrangeiro, de que tratam os incisos IV e V do caput: (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 129

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I - ser portador do título de doutor, no mínimo, há 2 (dois) anos; (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

II - ser docente ou pesquisador de reconhecida competência em sua área; e (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

III - ter produção científica relevante, preferencialmente nos últimos 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

§ 8o Excepcionalmente, no âmbito das Instituições

da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, poderão ser contratados professor visitante ou professor visitante estrangeiro, sem o título de doutor, desde que possuam comprovada competência em ensino, pesquisa e extensão tecnológicos ou reconhecimento da qualificação profissional pelo mercado de trabalho, na forma prevista pelo Conselho Superior da instituição contratante. (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

§ 9o A contratação de professores substitutos,

professores visitantes e professores visitantes estrangeiros poderá ser autorizada pelo dirigente da instituição, condicionada à existência de recursos orçamentários e financeiros para fazer frente às despesas decorrentes da contratação e ao quantitativo máximo de contratos estabelecido para a IFE. (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

§ 10. A contratação dos professores substitutos fica limitada ao regime de trabalho de 20 (vinte) horas ou 40 (quarenta) horas. (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012)

Art. 3º O recrutamento do pessoal a ser contratado, nos termos desta Lei, será feito mediante processo seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do Diário Oficial da União, prescindindo de concurso público.

§ 1o A contratação para atender às necessidades

decorrentes de calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde pública prescindirá de processo seletivo. (Redação dada pela Lei nº 12.314, de 2010)

§ 2o A contratação de pessoal, nos casos do

professor visitante referido nos incisos IV e V e nos casos das alíneas a, d, e, g, l e m do inciso VI e do inciso VIII do caput do art. 2

o desta Lei, poderá ser efetivada em vista

de notória capacidade técnica ou científica do profissional, mediante análise do curriculum vitae. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008)

§ 3o As contratações de pessoal no caso das

alíneas h e i do inciso VI do art. 2o desta Lei serão feitas

mediante processo seletivo simplificado, observados os critérios e condições estabelecidos pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008) (Regulamento)

Art. 4o As contratações serão feitas por tempo

determinado, observados os seguintes prazos máximos: (Redação dada pela Lei nº 10.667, de 2003) (Prorrogação de prazo pela Lei nº 11.784, de 2008

I - 6 (seis) meses, nos casos dos incisos I, II e IX do caput do art. 2

o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº

11.784, de 2008)

II - 1 (um) ano, nos casos dos incisos III e IV, das alíneas d e f do inciso VI e do inciso X do caput do art. 2º;

(Incluído pela Lei nº 12.425, de 2011)

III - 2 (dois) anos, nos casos das alíneas b, e e m do inciso VI do art. 2

o; (Redação dada pela Lei nº 12.314,

de 2010)

IV - 3 (três) anos, nos casos das alíneas “h” e “l” do inciso VI e dos incisos VII, VIII e XI do caput do art. 2

o

desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.871, de 2013)

V - 4 (quatro) anos, nos casos do inciso V e das alíneas “a”, “g”, “i”, “j” e “n” do inciso VI do caput do art.

2º. (Redação dada pela Medida Provisória nº 885, de 2019)

Parágrafo único. É admitida a prorrogação dos contratos: (Incluído pela Lei nº 10.667, de 2003) (Vide Lei nº 11.204, de 2005)

I - no caso do inciso IV, das alíneas b, d e f do inciso VI e do inciso X do caput do art. 2

o, desde que o

prazo total não exceda a 2 (dois) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)

II - no caso do inciso III e da alínea e do inciso VI do caput do art. 2

o, desde que o prazo total não exceda a

3 (três) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)

III - nos casos do inciso V, das alíneas “a”, “h”, “l”, “m” e “n” do inciso VI e do inciso VIII do caput do art. 2º,

desde que o prazo total não exceda a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Medida Provisória nº 885, de 2019)

IV - no caso das alíneas g, i e j do inciso VI do caput do art. 2

o desta Lei, desde que o prazo total não

exceda a 5 (cinco) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008) (Vide Medida Provisória nº 878, de 2019)

V - no caso dos incisos VII e XI do caput do art. 2o,

desde que o prazo total não exceda 6 (seis) anos; e (Redação dada pela Lei nº 12.871, de 2013)

VI - nos casos dos incisos I e II do caput do art. 2o

desta Lei, pelo prazo necessário à superação da situação de calamidade pública ou das situações de emergências em saúde pública, desde que não exceda a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.314, de 2010)

Art. 5º As contratações somente poderão ser feitas com observância da dotação orçamentária específica e mediante prévia autorização do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Ministro de Estado sob cuja supervisão se encontrar o órgão ou entidade contratante, conforme estabelecido em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.849, de 1999)

Parágrafo único (Revogado pela Lei nº 9.849, de 1999)

Art. 5º-A Os órgãos e entidades contratantes encaminharão à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, para controle do disposto nesta Lei, síntese dos contratos efetivados. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 2003)

Art. 6º É proibida a contratação, nos termos desta Lei, de servidores da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como de empregados ou servidores de suas subsidiárias e controladas.

§ 1o Excetua-se do disposto no caput deste artigo,

condicionada à formal comprovação da compatibilidade de horários, a contratação de: (Redação dada pela Lei nº 11.123, de 2005)

I - professor substituto nas instituições federais de ensino, desde que o contratado não ocupe cargo efetivo integrante das carreiras de magistério de que trata a Lei n

o 7.596, de 10 de abril de 1987; (Incluído pela Lei nº

11.123, de 2005)

II - profissionais de saúde em unidades hospitalares, quando administradas pelo Governo Federal e para atender às necessidades decorrentes de calamidade pública, desde que o contratado não ocupe cargo efetivo ou emprego permanente em órgão ou entidade da administração pública federal direta e indireta. (Incluído pela Lei nº 11.123, de 2005)

§ 2º Sem prejuízo da nulidade do contrato, a infração do disposto neste artigo importará responsabilidade administrativa da autoridade contratante

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130 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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e do contratado, inclusive, se for o caso, solidariedade quanto à devolução dos valores pagos ao contratado. (Renumerado do Parágrafo Único com nova redação pela Lei nº 9.849, de 1999).

Art. 7º A remuneração do pessoal contratado nos termos desta Lei será fixada:

I - nos casos dos incisos IV, X e XI do caput do

art. 2o, em importância não superior ao valor da

remuneração fixada para os servidores de final de Carreira das mesmas categorias, nos planos de retribuição ou nos quadros de cargos e salários do órgão ou entidade contratante; (Redação dada pela medida Provisória nº 632, de 2013)

II - nos casos dos incisos I a III, V, VI e VIII do caput do art. 2

o, em importância não superior ao valor da

remuneração constante dos planos de retribuição ou nos quadros de cargos e salários do serviço público, para servidores que desempenhem função semelhante, ou, não existindo a semelhança, às condições do mercado de trabalho; e (Redação dada pela medida Provisória nº 632, de 2013)

III - no caso do inciso III do art. 2º, quando se tratar de coleta de dados, o valor da remuneração poderá ser formado por unidade produzida, desde que obedecido ao disposto no inciso II deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.849, de 1999).

§ 1o Para os efeitos deste artigo, não se

consideram as vantagens de natureza individual dos servidores ocupantes de cargos tomados como paradigma. (Renumerado pela Lei nº 10.667, de 2003)

§ 2o Caberá ao Poder Executivo fixar as tabelas de

remuneração para as hipóteses de contratações previstas nas alíneas h, i, j, l e m do inciso VI do caput do art. 2

o.

(Redação dada pela Lei nº 12.314, de 2010)

Art. 8º Ao pessoal contratado nos termos desta Lei aplica-se o disposto na Lei nº 8.647, de 13 de abril de 1993.

Art. 9º O pessoal contratado nos termos desta Lei não poderá:

I - receber atribuições, funções ou encargos não previstos no respectivo contrato;

II - ser nomeado ou designado, ainda que a título precário ou em substituição, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança;

III - ser novamente contratado, com fundamento nesta Lei, antes de decorridos 24 (vinte e quatro) meses do encerramento de seu contrato anterior, salvo nas hipóteses dos incisos I e IX do art. 2

o desta Lei, mediante

prévia autorização, conforme determina o art. 5o desta

Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008)

Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008)

Art. 10. As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos desta Lei serão apuradas mediante sindicância, concluída no prazo de trinta dias e assegurada ampla defesa.

Art. 11. Aplica-se ao pessoal contratado nos termos desta Lei o disposto nos arts. 53 e 54; 57 a 59; 63 a 80; 97; 104 a 109; 110, incisos, I, in fine, e II, parágrafo único, a 115; 116, incisos I a V, alíneas a e c, VI a XII e parágrafo único; 117, incisos I a VI e IX a XVIII; 118 a 126; 127, incisos I, II e III, a 132, incisos I a VII, e IX a XIII; 136 a 142, incisos I, primeira parte, a III, e §§ 1º a 4º; 236; 238 a 242, da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Art. 12. O contrato firmado de acordo com esta Lei extinguir-se-á, sem direito a indenizações:

I - pelo término do prazo contratual;

II - por iniciativa do contratado.

III - pela extinção ou conclusão do projeto, definidos pelo contratante, nos casos da alínea h do inciso VI do art. 2

o. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 2003)

§ 1o A extinção do contrato, nos casos dos incisos

II e III, será comunicada com a antecedência mínima de trinta dias. (Redação dada pela Lei nº 10.667, de 2003)

§ 2º - A extinção do contrato, por iniciativa do órgão ou entidade contratante, decorrente de conveniência administrativa, importará no pagamento ao contratado de indenização correspondente à metade do que lhe caberia referente ao restante do contrato.

Art. 13. (Revogada pela Lei nº 11.440, de 2006)

Art. 14. (Revogada pela Lei nº 11.440, de 2006)

Art. 16. O tempo de serviço prestado em virtude de contratação nos termos desta Lei será contado para todos os efeitos.

Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 18. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os arts. 232 a 235 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Brasília, 9 de dezembro de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCO

PORTARIA Nº 450, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2002, DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO.

O MINISTRO DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO, Interino, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no Decreto nº 4.175, de 27 de março de 2002, resolve:

CAPÍTULO I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Estabelecer normas gerais para realização de concursos públicos, no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional.

Art. 2º Os concursos públicos destinados a selecionar candidatos para provimento de cargo efetivo ou emprego público têm por objetivo compatibilizar o suprimento das necessidades da Administração Pública federal com as prioridades governamentais e os recursos orçamentários disponíveis.

Art. 3º A reposição da força de trabalho deve adequar-se, quantitativa e qualitativamente, à natureza e complexidade das atividades, aos objetivos e às metas institucionais da Administração Pública federal.

Art. 4º A seleção de candidatos para o ingresso no serviço público federal ocorrerá de modo a permitir a renovação contínua do quadro de pessoal, observada a disponibilidade orçamentária.

CAPÍTULO II

Do Pedido de Autorização

Art. 5º A realização de concursos depende de prévia autorização do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e visa ao provimento de cargos ou empregos públicos.

Art. 6º O pedido de autorização deve ser encaminhado à Secretaria de Gestão, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, pela Pasta à qual se vincula o órgão ou entidade demandante e deverá conter:

a) o perfil necessário aos candidatos para o desempenho das atividades;

b) a descrição do processo de trabalho a ser desenvolvido pela força de trabalho pleiteada e o impacto

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 131

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dessa força de trabalho no desempenho das atividades finalísticas do órgão ou entidade;

c) o número de vagas disponível em cada cargo ou emprego público;

d) a evolução do quadro de pessoal nos últimos três anos, em 31 de dezembro, com movimentações, ingressos, desligamentos e aposentadorias, bem como a estimativa de aposentadorias nos próximos três anos, por perfil;

e) a situação atual do quantitativo do pessoal cedido; e

f) a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no ano em exercício e nos dois anos subsequentes, acompanhado da memória de cálculo.

CAPÍTULO III

Do Edital do Concurso

Art. 7º O prazo para publicação de edital de abertura de inscrições para realização do concurso público será de até seis meses, contado a partir da data de publicação da Portaria de autorização do certame.

Parágrafo único. Deverão constar do edital de abertura de inscrições, no mínimo, as seguintes informações:

a) o número de vagas disponível em cada cargo ou emprego público;

b) o número de vagas reservadas aos portadores de deficiência;

c) a denominação do cargo ou emprego público, a classe de ingresso e a remuneração inicial; d) a descrição das atribuições do cargo ou emprego público;

e) o período e o(s) local(is) de inscrição;

f) o valor da inscrição;

g) a documentação a ser apresentada no ato de inscrição;

h) indicativo sobre a existência e condições do curso de formação, se for o caso; e

i) a validade do concurso.

Art. 8º O edital deverá ser publicado, na íntegra, no Diário Oficial da União e divulgado por meio eletrônico. Parágrafo único. Quando o número de vagas for inferior a dez, admitir-se-á a publicação no Diário Oficial da União, de forma resumida, das informações referidas no parágrafo único do art. 7º.

CAPÍTULO IV

Do concurso

Art. 9º Os concursos serão de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizados em duas etapas, conforme dispuser as regras de provimento dos Cargos ou dos Empregos Públicos.

Art. 10. A primeira etapa do concurso público poderá ser composta de uma ou mais fases, sendo constituída de prova de conhecimentos gerais e específicos, de caráter eliminatório e classificatório, e poderá incluir avaliação de títulos, de caráter apenas classificatório.

Parágrafo único. Sempre que houver previsão legal, haverá, ainda na primeira etapa, a realização de exames psicotécnicos, prova de esforço físico e outros, para seleção de candidatos aos cargos ou empregos públicos cujas atribuições justifiquem tais exigências.

Art. 11. No caso de concursos públicos realizados em duas etapas, a segunda será constituída de curso ou programa de formação, de caráter eliminatório, podendo, desde que previsto nos instrumentos reguladores do concurso, ser, também, classificatória.

§1º A classificação poderá ser feita separadamente por etapas ou pela soma dos pontos obtidos nas duas etapas do concurso.

§2º Os candidatos classificados na primeira etapa serão convocados por edital, para fins de matrícula no curso de formação, observado o prazo fixado pelo órgão ou entidade realizador do certame.

§3º O candidato que não formalizar a matrícula no curso de formação, dentro do prazo fixado pelo instrumento de convocação, será considerado reprovado e, consequentemente, eliminado do processo seletivo, podendo ser convocados candidatos em igual número de desistências, obedecida a ordem de classificação.

§4º Será também considerado reprovado e eliminado do processo seletivo o candidato que não comparecer ao curso de formação, desde o início, ou dele se afastar.

§5º Quando o número de candidatos matriculados para a segunda etapa do concurso público ensejar a formação de mais de uma turma, com início em datas diferentes, o resultado do concurso será divulgado por grupo, ao término de cada turma, observado o disposto no §6º deste artigo e a ordem decrescente dos pontos obtidos.

§6º O prazo de validade do concurso público, para efeito do § 5º deste artigo, será contado a partir da publicação do edital de homologação da primeira turma.

Art. 12. A validade dos concursos públicos poderá ser de até um ano, prorrogável por igual período, contada a partir da data de publicação da homologação do concurso ou da homologação da primeira turma, no caso de certames organizados em duas etapas, conforme dispõe o art. 11.

Art. 13. O órgão ou entidade responsável pela realização do concurso homologará e divulgará, pelo Diário Oficial da União, a relação dos candidatos aprovados no certame, classificados em até duas vezes o número de vagas previsto no edital para cada cargo ou emprego público, por ordem de classificação.

Art. 14. Durante o período de validade do concurso público, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá autorizar a nomeação ou contratação de candidatos classificados e não convocados, até o limite de cinquenta por cento a mais do quantitativo original de vagas. §1º Para efeito do disposto no caput, no caso de concurso realizado em duas etapas, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá autorizar a convocação para a segunda etapa de candidatos aprovados na primeira etapa e não convocados, sendo que a nomeação dependerá de aprovação na segunda etapa.

§2º A nomeação ou contratação dos candidatos obedecerá rigorosamente à ordem de classificação do concurso público.

Art. 15. Havendo desistência de candidatos durante o processo seletivo, antes da nomeação ou da assinatura do contrato, facultar-se-á à Administração substituí-los, convocando candidatos com classificações posteriores, observado o limite estabelecido no art. 13, para provimento das vagas previstas no edital. Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput, o órgão ou entidade responsável pela realização do certame poderá proceder a tantas convocações quantas necessárias, durante a validade do concurso, segundo a ordem de classificação, até o limite das vagas autorizadas no edital.

Art. 16. Dentro do período de validade do concurso, havendo exoneração de cargo ou demissão de emprego público de servidor nomeado ou contratado em virtude de aprovação no concurso, poderá ser feita a substituição nos termos do parágrafo único do art.15.

Art. 17. O valor cobrado a título de inscrição no concurso será de, no máximo, 2,5% do valor da

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132 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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remuneração inicial do cargo ou emprego público prevista no edital.

CAPÍTULO VI

Das Disposições Finais

Art. 18. O ato de autorização para realização de concurso público disporá, também, sobre o provimento dos cargos ou empregos públicos previstos no edital do respectivo certame.

Art. 19. O não cumprimento das disposições contidas nesta Portaria implicará o cancelamento da autorização concedida para fins de realização do concurso público e nomeação ou contratação, bem como a suspensão do certame, em qualquer fase em que se encontre.

Art. 20. O disposto nesta Portaria não se aplica às carreiras de Diplomata, do Ministério das Relações Exteriores, e às de Advogado da União, Procurador da Fazenda Nacional, Assistente Jurídico e Procurador Federal, da Advocacia-Geral da União.

Art. 21. Eventuais dúvidas sobre a aplicação dos dispositivos desta Portaria deverão ser encaminhadas à Secretaria de Gestão, deste Ministério.

Art. 22. Esta Portaria aplica-se aos concursos em andamento.

Art. 23. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 24. Fica revogada a Portaria MARE nº 956, de 24 de março de 1998, publicada no Diário Oficial de 27 de abril de 1998, Seção I.

SIMÃO CIRINEU DIAS

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE TREINAMENTO.

Treinamento e desenvolvimento é uma prática que empresas adotam para treinar e capacitar seus colaboradores. Este processo tem como principal objetivo ligar os objetivos da organização aos objetivos individuais de cada profissional na empresa, a fim de estimular o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) nos profissionais.

Apesar de uma palavra complementar a outra, Treinamento e Desenvolvimento são duas coisas diferentes: TREINAMENTO é o processo que vai ajudar

a preparar o colaborador para conseguir executar da melhor maneira a sua função. Já o DESENVOLVIMENTO, é um conjunto de práticas que irão auxiliar a melhorar o desempenho e as habilidades do profissional.

Como elaborar um Programa de Treinamento e Desenvolvimento

Um Programa de Treinamento e Desenvolvimento é uma área da empresa especializada em promover capacitação e desenvolvimento dos colaboradores.

O objetivo de manter um Programa de T&D (e não apenas práticas isoladas) é continuar essa prática de forma continuada, não esporadicamente. Afinal, as

informações mudam constantemente e é preciso manter seus colaboradores atualizados.

Há quatro etapas para implantação e manutenção desse programa, que vai desde a descoberta dos problemas, até a avaliação: Diagnóstico, Planejamento, Execução e Avaliação:

1 – Diagnóstico

Diagnóstico é a etapa de identificar as dificuldades da sua organização para que sejam solucionadas com T&D. Nesse momento é preciso entrar em contato com os

gestores e colaboradores e identificar quais competências precisam ser desenvolvidas entre os

profissionais.

2 – Planejamento

Consiste em definir metodologia, objetivos e cronograma do programa de T&D. O Planejamento ainda engloba o planejamento das atividades e cursos que serão oferecidos para os colaboradores.

3 – Execução

É a hora de colocar tudo em prática! Executar o planejamento e acompanhar o andamento do Programa!

4 – Avaliação

A avaliação analisa todo o processo de execução para ver o que deu certo e errado. É uma etapa crucial porque, se os problemas do programa não forem detectados neste momento, eles dificilmente serão detectados depois e o seu T&D será ineficiente. Para isso é importante coletar opiniões de todas as pessoas envolvidas nesse processo.

PRINCIPAIS TIPOS DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO

1 – Treinamento de integração

Treinamento de integração tem o objetivo de introduzir um novo colaborador nas atividades da empresa.

Esse tipo de treinamento inclui transmitir missão, visão e valores, e explicar mais sobre o papel do funcionário na equipe, para que ele entenda a sua importância na empresa e execute o seu trabalho com mais clareza e objetividade.

2 – Rodízio de trabalho

Rodízio de trabalho ou job rotation é uma técnica de treinamento que estimula a rotação de colaboradores

dentro da empresa para que ocupem vagas de outros funcionários por um determinado espaço de tempo.

É indicado que essa técnica seja praticada entre setores que passam serviços uns para os outros, assim eles terão mais empatia pelos colegas de trabalho e poderão identificar se o seu próprio trabalho está sendo executado da melhor forma.

Porém, para essa rotação acontecer é preciso fazer um treinamento entre quem irá fazer o rodízio, afinal, eles terão que se deslocar da própria função para outra.

3 – Treinamentos de Liderança

Os treinamentos de liderança têm o objetivo de preparar colaboradores para exercerem papéis de liderança dentro da empresa.

Para fazer esse treinamento é preciso identificar quais colaboradores têm perfil de liderança e vontade de crescer dentro da organização.

Esse tipo de treinamento é adotado principalmente por empresas que possuem Universidades Corporativas.

4 – Coaching

Coaching é uma técnica de acompanhamento profissional, para identificar os potenciais de cada colaborador e desenvolve-los.

O profissional que realiza esse acompanhamento é o coach, e ele pode atender os colaboradores com pequenas consultas.

Essa técnica tem um cunho bastante motivacional.

5 – Jogos Corporativos

A técnica de Jogos Corporativos é um tipo de T&D que foca em técnicas que lembram os jogos da “vida real”, mas adaptando para a realidade da organização.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 133

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Esse tipo de treinamento estimula a competição saudável e desenvolve os colaboradores de forma descontraída através de atividades como gincanas, rankings e desbloqueio de conquistas.

O objetivo é tornar o aprendizado divertido e prazeroso, para que as práticas de T&D parem de ser percebidas pelos colaboradores como sinônimo de monotonia e tempo desperdiçado.

6 – Treinamentos EAD

O Tipo de Treinamento e Desenvolvimento que está ganhando mais popularidade é o treinamento EAD.

Esse treinamento veio para superar algumas dificuldades que as empresas têm em T&D, como:

deslocamento de colaboradores, tempo disponível e conteúdo obsoleto com rapidez.

Com ele é possível adotar Plataformas EAD e fazer tudo de forma remota, otimizando tempo e economizando gastos com deslocamento de pessoal especializado para ministrar esses treinamentos.

Para fazer esse tipo de treinamento muitas empresas costumam adotar Plataformas EAD, que automatizam esse processo e fazem o gerenciamento do progresso dos colaboradores.

QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (CFP - Psicologia Organizacional -Quadrix/2018) De

acordo com os pressupostos de Robbins (1998) sobre cultura organizacional, julgue os itens que se seguem.

I A institucionalização presente na cultura organizacional opera para produzir entendimentos comuns entre os membros sobre o que é comportamento apropriado e, fundamentalmente, relevante. Assim, quando uma organização assume permanência institucional, modos aceitáveis de comportamento tornam‐se evidentes

para seus membros.

II Na concepção de cultura organizacional, o sistema de significados compartilhados e mantidos por seus membros distingue essa organização de outras, tornando‐se um conjunto‐chave do que a organização

valoriza. Tal sistema valorativo, portanto, representa uma percepção comum por parte dos membros da organização.

III Podem existir subculturas organizacionais dentro de um sistema maior que abranja a cultura organizacional como um todo. Nesse seguimento, pode‐se ter a cultura macro (que fornece à organização uma personalidade distinta) e, dentro dela, um subsistema de valores partilhados unicamente por um pequeno número de funcionários, mas fundamentalmente atrelado à cultura macro.

Assinale a alternativa correta.

A.Nenhum item está certo.

B.Apenas os itens I e II estão certos.

C.Apenas os itens I e II estão certos.

D.Apenas os itens II e III estão certos.

E.Todos os itens estão certos.

02. (TRT 14ª - Analista Judiciário - Psicologia –

FCC/2018) No que tange à cultura organizacional, a frase “as pessoas aqui tomam conta umas das outras, como em uma família” expressa

A.artefatos da cultura e estilo gerencial.

B.o nível da superfície da cultura e crenças limitantes.

C.pressupostos subjacentes e crenças profundas.

D.símbolos da cultura e administração das relações.

E.padrões de comportamento e simbologia explícita.

03. (FHB/DF - Analista de Atividades do Hemocentro -

Área Psicologia –IADES/2017) Acerca da cultura organizacional e do clima organizacional, assinale a alternativa correta.

A.Em uma cultura organizacional forte, os valores essenciais da organização são intensamente acatados e amplamente compartilhados pelos colaboradores.

B.Uma cultura organizacional forte aumenta a consistência do comportamento, contudo, não substitui a formalização dos processos organizacionais.

C.Há pouca correlação entre cultura forte e rotatividade da força de trabalho.

D.O clima organizacional refere-se ao conjunto de processos responsáveis pela intensidade, a direção e a persistência para o alcance de determinadas metas organizacionais.

E.O clima organizacional se dá por pouca influência das pessoas que trabalham em uma organização.

04. (Sergás/SE - Administrador – FCC/2013) A respeito

do Planejamento Estratégico Empresarial, considere:

I. Estratégia empresarial pode ser definida como um conjunto integrado de compromissos e ações para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva.

II. É voltado para o presente, sendo o curto prazo seu horizonte de tempo.

III. Um primeiro passo a ser dado pela empresa, na implantação de um processo de administração estratégica, é a análise dos ambientes, externo e interno, para um levantamento de seus recursos, capacitações e competências essenciais.

IV. É uma forma de aprendizagem organizacional, pois se orienta para a adaptação da organização ao contexto ambiental.

Está correto o que consta APENAS em

A.I, II e III.

B.II, III e IV.

C.I, III e IV.

D.I, II e IV.

E.I, II, III e IV.

05. (AP - Especialista na Educação - Área Administrador -

FCC/2018) Entre as abordagens mais contemporâneas sobre a liderança no âmbito das organizações, emerge o conceito de liderança transacional, a qual

A.busca a transformação dos liderados com a superação de dificuldades e desenvolvimento de habilidades individuais.

B.também conhecida como carismática, baseada nas características de personalidade do líder.

C.é baseada na troca, na qual os liderados alcançam benefícios em função do atingimento dos objetivos indicados pelo líder.

D.é referenciada ao ambiente no qual a organização se insere, com a adequação do estilo do lider ao momento vivenciado.

E.propõe a modulação da atitude do líder às características do grupo e não às tarefas executadas.

06. (BA - Analista Legislativo Municipal - Área Gestão de

Pessoas – FGV/2018) Um administrador acaba de assumir a chefia da área de operações da empresa em que trabalha. O administrador tem pouco tempo de

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134 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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casa e sua promoção foi vista com desconfiança e insatisfação pelos colegas de equipe. O setor é responsável por projetos importantes de melhoria e inovação na área fim de atuação da empresa. Os membros da equipe são especialistas em suas áreas de atuação e seu trabalho é bastante valorizado pela empresa. O novo chefe entende que terá pouca liberdade para recompensar ou punir os membros da equipe.

Pelo modelo contingencial de liderança de Fiedler, na situação descrita, o estilo de liderança mais eficaz seria:

A.orientado para o relacionamento;

B.orientado para a tarefa;

C.transacional;

D.transformacional;

E.apoiador.

07. (FCC – Técnico de Nível Superior/Prefeitura de

Teresina-PI/2016) Pessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma da legislação brasileira, com parte do capital pertencente a entes públicos, na condição de detentores do controle, prestadora de serviço público, sujeita a regime licitatório para contratação das atividades meio, descreve uma

a) sociedade de economia mista.

b) autarquia.

c) fundação.

d) empresa pública.

e) autarquia especial.

08. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-PI/2016) Entidade

administrativa, com personalidade jurídica de direito público, destinada a supervisionar e fiscalizar o ensino superior, criada mediante lei específica,

a) é regida, predominantemente, pelo regime jurídico de direito privado.

b) integra a administração direta.

c) possui autonomia e é titular de direitos e obrigações próprios.

d) tem natureza de empresa pública.

e) é exemplo de entidade resultante da desconcentração administrativa.

09. (FCC – TRF/1ª/2011 – anal. Jud. Administrativo) Com

relação aos tipos de orçamentos, considere as afirmativas abaixo:

I. No orçamento de tipo tradicional há grande preocupação com a clareza dos objetivos econômicos e sociais que motivaram a elaboração da peça orçamentária.

II. O orçamento base-zero exige a reavaliação de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente.

III. O orçamento-programa considera os objetivos que o Governo pretende atingir, num prazo pré-determinado.

IV. O orçamento de desempenho não pode ser considerado um orçamento-programa, pois não incorpora o controle contábil do gasto e o detalhamento da despesa.

V. No orçamento-programa a alocação dos recursos para unidades orçamentárias se dá com base na proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores.

Está correto o que se afirma SOMENTE em:

(A) I e IV.

(B) I, III e IV.

(C) II, III e V.

(D) I, III, IV e V.

(E) II e III.

10. (FCC – TRE/CE – anl. Jud. Contabilidade/2012) No

processo orçamentário que se caracteriza por apresentar duas dimensões do orçamento: o objeto de gasto é um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas, toda a ênfase reside na performance organizacional, sendo também conhecido como orçamento funcional.

Esta técnica orçamentária é conhecida como orçamento

(A) programa.

(B) clássico.

(C) de desempenho.

(D) fixo.

(E) contínuo.

11. (FCC – TRE/CE – anl. Jud. Contabilidade/2012) O

instrumento ou ferramenta de planejamento da ação governamental, no qual a principal característica da metodologia é exigir que todas as despesas de cada repartição pública sejam justificadas detalhadamente como se cada item programático fosse uma nova iniciativa, isto é, direitos adquiridos sobre despesas anteriormente autorizadas são desprezados. Esta metodologia de orçamentação é conhecida como Orçamento

(A) estratégico.

(B) funcional.

(C) clássico.

(D) programa.

(E) base-zero.

Gabarito: 01/E; 02/E; 03/A; 04/C; 05/C; 06/B; 07/A; 08/C;

09/C; 10/C; 11/E

REFERÊNCIAS:

https://blog.egestor.com.br/impostos-federais-estaduais-e-municipais-quais-sao/

http://blogrh.com.br/os-4-niveis-de-avaliacao-em-treinamento/

http://www.kenoby.com/blog/admissao-de-funcionarios/

https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/sistema-de-informao-de-recursos-humanos-no-brasil/

https://blog.softwareavaliacao.com.br/administracao-de-recursos-humanos/

/blog.financas360.com.br/projecao-financeira-o-que-e-e-por-que-fazer-em-sua-empresa/

http://vejasociologia.blogspot.com/p/o-poder-nas-organizacoes_1210.html

https://www.coladaweb.com/administracao/cultura-organizacional

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PROF. OSCAR QUEIROZ RACIOCÍNIO LÓGICO 1

RACIOCÍNIO LÓGICO

Prof. Oscar Queiroz [email protected]

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CAPÍTULO 1

SEQUÊNCIAS LÓGICAS

Muitas provas de concursos vêm cobrando questões sobre sequências lógicas. Estas sequências podem ser formadas por números, letras, palavras, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma sequência, mas é necessário que existam pelo menos três elementos para que se caracterize a lógica de sua formação. No entanto algumas séries necessitam de mais elementos para definir sua lógica.

Algumas sequências são bastante conhecidas e todo candidato que estuda lógica deve conhecê-las, tais como as progressões aritméticas e geométricas, a série de Fibonacci, os números primos e os quadrados perfeitos.

SEQUÊNCIAS DE NÚMEROS

As sequências numéricas são muito comuns em provas de concursos de diversas organizadoras. Eis os principais tipos de sequências de número que podemos encontrar:

PROGRESSÃO ARITMÉTICA: Soma-se constantemente um mesmo número.

PROGRESSÃO GEOMÉTRICA: Multiplica-se constantemente um mesmo número.

INCREMENTO EM PROGRESSÃO: O valor somado é que está em progressão.

NÚMEROS PRIMOS: Números naturais que possuem apenas dois divisores naturais. 2 3 5 7 11 13 17

QUADRADOS PERFEITOS: Números naturais cujas raízes são naturais. Possuem raiz quadrada exata. 1 4 9 16 25 36 49

SÉRIE DE FIBONACCI: Cada termo é igual à soma dos dois anteriores. 1 1 2 3 5 8 13

EXEMPLO1: Qual o próximo termo da seguinte sequência: 2, 6, 14, 30, 62, ... ?

SOLUÇÃO: Esta sequência é obtida somando-se uma unidade ao termo anterior e multiplicando-se o resultado por 2.

2 (2 + 1) x 2 = 6 (6 + 1) x 2 = 14 (14 + 1) x 2 = 30 (30 + 1) x 2 = 62

OBS: Existem sequências numéricas que são formadas por outros padrões, por exemplo, combinando as operações matemáticas. Estas sequências requerem um pouco mais de treino.

OBS: Eis as fórmulas do termo geral e da soma dos termos de uma PA, para a resolução dos exercícios: 1) Termo geral da PA: an = a1 + (n – 1) . r2) Soma dos termos da PA: Sn = (a1 + an) . n

2

OBS: Eis as fórmulas do termo geral e da soma dos termos de uma PG finita, para a resolução dos exercícios: 1) Termo geral da PG: an = a1 . q n - 1

2) Soma dos termos da PG: 1q

1)(q . a S

n 1

n

CONTEÚDO PROGRMÁTICO:

Noções básicas de lógica: conectivos, tautologia e contradições, implicações e equivalências, afirmações e negações, silogismos. .......................... 33

Estrutura lógica de relações entre pessoas, lugares, objetos e eventos. ....................................................... 1

Dedução de novas informações a partir de outras apresentadas. ............................................................ 44

Lógica da argumentação. ............................................... 43 Diagramas lógicos. ......................................................... 46

Análise, interpretação e utilização de dados apresentados em tabelas e gráficos. .................... 15/41

Princípio fundamental da contagem. .............................. 32 Cálculo de probabilidade em espaços amostrais finitos .. 53

Gabarito das questões ............................................ 56

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RACIOCÍNIO LÓGICO PROF. OSCAR QUEIROZ 2 (62 + 1) x 2 = 126

Logo, o próximo número é: 62 + 1 x 2 = 126.

EXEMPLO2: (FCC) Os termos da sucessão seguinte foram obtidos considerando uma lei de formação.

(0, 1, 3, 4, 12, 13, ...) Segundo essa lei, o décimo terceiro termo dessa sequência é um número a) menor que 200.b) compreendido entre 200 e 400.c) compreendido entre 500 e 700.d) compreendido entre 700 e 1000.e) maior que 1000.

SOLUÇÃO: Da sequência dada, pode-se perceber que os

números são obtidos somando-se uma unidade e multiplicando-se por três, alternadamente. Portanto:

Então o décimo terceiro termo dessa sequência é um número maior que 1000.

SEQUÊNCIAS DE LETRAS

Em geral, você deve escrever todo o alfabeto (atualmente, deve-se contar com as letras k, w e y) e destacar as letras dadas para entender a lógica proposta. As sequências de letras podem estar associadas a uma série de números ou não.

1) B D G K P V

Observe que foram saltadas 1, 2, 3, 4 e 5 letras e esses números estão em progressão aritmética. ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUV

2) B1 2F H4 8L N16 32R T64

Nesse caso, associou-se letras e números (potências de 2), alternando a ordem. As letras saltam 1, 3, 1, 3, 1, 3 e 1 posições. ABCDEFGHIJKLMNOPQRST

EXEMPLO: (FCC) Observe que, no esquema abaixo as letras que compõem os dois primeiros grupos foram dispostas segundo um determinado padrão. Esse mesmo padrão deve existir entre o terceiro grupo e o quarto, que está faltando.

ZUVX : TQRS :: HEFG : ? Considerando a ordem alfabética adotada, que é a oficial, exclui as letras K, W e Y, o grupo de letras que substitui corretamente o ponto de interrogação é: a) QNOP b) BCDA c) IFGHd) DABC e) FCDE

SOLUÇÃO: Considerando as letras na ordem em que

aparecem, e colocando as letras de cada grupo em ordem alfabética obtemos a seguinte ordem: 2ª, 3ª, 4ª e 1ª. Veja:

O segundo grupo termina a ordem alfabética na letra T, e o primeiro grupo inicia a ordem alfabética com a letra seguinte (U). Lembre que a ordem alfabética começa da 2ª letra.

Aplicando este conceito ao terceiro e quarto grupos, teremos:

Logo, a resposta correta é a opção D.

SEQUÊNCIAS DE PALAVRAS

As sequências de palavras são bastante interessantes, pois existem vários padrões (ou critérios) diferentes para caracterizá-la. Vejamos alguns exemplos para que possamos estar “treinados”, caso apareça uma questão na prova:

EXEMPLO1: A sequência de palavras abaixo segue um padrão lógico de formação. Qual a próxima palavra desta sequência?

HOMERO – ATUM – DEPOIS – MÊS – TEATRO ...

a) PEIXE b) JULHO c) CINTOd) CINEMA e) CHINÊS

SOLUÇÃO: A lei de formação da sequência dada é a seguinte: as palavras dadas “lembram” a sequência numérica ZERO, UM, DOIS, TRÊS, QUATRO,... . Veja:

HOMERO – ATUM – DEPOIS – MÊS – TEATRO ... ZERO – UM – DOIS – TRÊS – QUATRO,...

O próximo número a sequência seria o CINCO, e a única palavra que o lembra é CINTO (opção C).

EXEMPLO2: Uma propriedade lógica define a sucessão: SEGURO, TERRA, QUALIDADE, QUILATE, SEXO, SÁBIO, ... . Qual a alternativa que apresenta a próxima palavra desta sequência? a) JADE b) CHINÊS c) TRIVIALd) DOMÍNIO e) ESCRITURA

SOLUÇÃO: Neste caso temos que as três primeiras letras de cada palavra “lembram” os dias da semana: SEGURO, TERRA, QUALIDADE, QUILATE, SEXO,

SÁBIO

Logo, como o próximo dia da semana é o domingo, a palavra que o lembra é: DOMÍNIO (opção D).

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PROF. OSCAR QUEIROZ RACIOCÍNIO LÓGICO 3

EXEMPLO3: (FCC) Para responder à questão, você deve observar que em cada um dos dois primeiros pares de palavras dadas, a palavra da direita foi obtida da palavra da esquerda segundo determinado critério. Você deve descobrir esse critério e usá-lo para encontrar a palavra que deve ser colocada no lugar do ponto de interrogação.

arborizado - azar asteróides - dias articular - ?

a) luar b) arar c) lirad) luta e) rara

SOLUÇÃO: Do enunciado podemos concluir que:

Lendo as sílabas destacadas no sentido indicado pelas setas, começando pelo quadradinho da direita, obtemos as palavras da coluna da direita. Portanto, a terceira palavra da coluna da direita é LUAR (opção A).

SEQUÊNCIAS DE FIGURAS

Nesse tipo de sequência, geralmente obtemos as figuras através da rotação da figura anterior no sentido horário ou anti-horário. Podemos também encontrar sequências de figuras onde se pede para informar qual figura é diferente das demais ou ainda qual figura completa a proporção (comum em provas da FCC). Veja os exemplos:

EXEMPLO1: Observe a figura abaixo:

Sem sair do plano do papel, qual das figuras abaixo não pode ser obtida da figura dada acima?

a) b) c)

d) e)

SOLUÇÃO: A expressão “sem sair do plano do papel” já

dá uma dica de como devemos obter as figuras a partir da que foi dada no enunciado. Esta expressão significa que devemos apenas rotacionar a figura dada para obtermos as outras. Portanto, rotacionando teremos:

Logo, a única figura que não pode ser obtida da figura dada no enunciado (que coincide com a figura da opção D) é a figura da opção E.

EXEMPLO2: (FCC) Qual dos cinco desenhos representa a comparação adequada?

a) b) c)

d) e)

SOLUÇÃO: Neste caso, o quadrado, que tem quatro lados, foi dividido em quatro partes. Logo, o triângulo, que tem três lados, deve ser dividido em três partes! Daí, teremos:

Portanto, a resposta correta é a alternativa E.

EXEMPLO3: Considere a sequência de quadrados abaixo:

Levando-se em conta que a posição dos triângulos pintados segue uma ordem lógica, assinale a alternativa que indica o quadrado que completa a sequência.

a) b) c)

d) e)

SOLUÇÃO: Esta questão é bem interessante e sua

resolução é muito simples! A lógica é a seguinte: do primeiro quadrado para o segundo, o triângulo preto “volta” 7 triângulos no sentido anti-horário; do segundo quadrado para o terceiro, o triângulo preto “volta” 6 triângulos no sentido anti-horário; do terceiro quadrado para o quarto, o triângulo preto “volta” 5 triângulos no sentido anti-horário; do quarto quadrado para o quinto, o triângulo preto “volta” 4 triângulos no sentido anti-horário; logo, do quinto quadrado para o

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RACIOCÍNIO LÓGICO PROF. OSCAR QUEIROZ

4 sexto, o triângulo preto “volta” 3 triângulos no sentido anti-horário:

Logo, a alternativa correta é a opção C.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (FCC) Se a/b é o sexto termo da sequência de frações irredutíveis 1/3, 7/3, 7/15, 31/15, 31/63,... . Se ela está logicamente estruturada, então a+b é igual a: a) 190 b) 182 c) 178 d) 202 02. (FCC) Considere que os números que compõem a sequência (414, 412, 206, 204, 102, 100,...) obedecem a um lei de formação. A soma do nono e décimo termos dessa sequência é igual. a) 98 b) 72 c) 58 d) 46 e) 38 03. (FCC) Os termos da sequência (2, 5, 8, 4, 8, 12, 6, 11, 16, ...) são obtidos através de uma lei de formação. Determine a soma do décimo e do décimo segundo termos dessa sequência, obtidos segundo essa lei. a) 28 b) 29 c) 30 d) 31 e) 32 04. (FCC) Dispõe-se de uma caixa com 100 palitos de fósforos, todos inteiros, com os quais pretende-se construir quadrados da seguinte forma: no primeiro, o lado deverá medir 1 palito; no segundo, 2 palitos; no terceiro, 3 palitos; e assim, sucessivamente. Seguindo esse padrão, ao construir-se o maior número possível de quadrados a) serão usados exatamente 92 palitos da caixa. b) sobrarão 8 palitos da caixa. c) serão usados todos os palitos da caixa. d) sobrarão 16 palitos da caixa. e) serão usados exatamente 96 palitos da caixa. 05. (FCC) Observando a sequência (2, 5, 11, 23, 47, 95, ...) verifica-se que, do segundo termo em diante, cada número é obtido a partir do anterior, de acordo com uma certa regra. Nessas condições, o sétimo elemento dessa sequência é a) 197 b) 191 c) 189 d) 187 e) 185

06. (FCC) Os termos da sequência (25; 22; 11; 33; 30; 15; 45; 42; 21; 63; . . .) são obtidos segundo um determinado padrão. De acordo com esse padrão o décimo terceiro termo da sequência deverá ser um número a) não inteiro. b) ímpar. c) maior do que 80. d) divisível por 4. e) múltiplo de 11 07. (FCC) Considere que os números que compõem a sequência seguinte obedecem a uma lei de formação.

(120; 120; 113; 113; 105; 105; 96; 96; 86; 86; . . .) A soma do décimo quarto e décimo quinto termos dessa sequência é um número a) ímpar. b) menor do que 100. c) divisível por 3. d) maior do que 130. e) múltiplo de 5. 08. (FCC) No quadro abaixo, a letra X substitui o número que faz com que a terceira linha tenha o mesmo padrão das anteriores.

Segundo tal padrão, o número que deve substituir X é a) menor que 50. b) maior que 60. c) primo. d) múltiplo de 5. e) divisível por 3 09. (FCC) Das 5 ternas abaixo, 4 delas têm uma mesma característica comum, baseada em operações com seus elementos, enquanto uma delas NÃO tem essa característica.

(9, 1, 3) − (3, 2, 1) − (2, 3, 4) − (7, 4, 1) − (8, 5, 2) A terna que NÃO possui essa característica comum é a terna a) (9, 1, 3) b) (3, 2, 1) c) (2, 3, 4) d) (7, 4, 1) e) (8, 5, 2) 10. (FCC) Segundo um determinado critério, foi construída a sucessão seguinte em que cada termo é composto de um número seguido de uma letra:

A 1 – E 2 – B 3 – F 4 – C 5 – G 6 – D 7 – ⋅ ⋅ ⋅ Considerando que no alfabeto usado são excluídas as letras K, Y e W, então, de acordo com o critério estabelecido, a letra que deverá anteceder o número 12 é a) J b) H c) I d) F

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PROF. OSCAR QUEIROZ RACIOCÍNIO LÓGICO

5 e) E 11. (FCC) Abaixo tem-se uma sucessão de grupos de três letras, cada qual seguido de um número que o representa, entre parênteses.

ABH (11) − DBX (30) − MAR (32) − KIT (40) − CYN (42)

Considerando que o número representante de cada grupo de letras foi escolhido segundo determinado critério e o alfabeto usado é o oficial, ou seja, tem 26 letras, então, segundo o mesmo critério, o grupo PAZ deve ser representado pelo número a) 31 b) 36 c) 40 d) 43 e) 46 12. (FCC) Na figura abaixo, as letras foram dispostas em forma de um triângulo segundo determinado critério.

Considerando que as letras K, W e Y não fazem parte do alfabeto oficial, então, de acordo com o critério estabelecido, a letra que deve substituir o ponto de interrogação é a) P b) Q c) R d) S e) T 13. (FCC) Observe que, no diagrama abaixo, foram usados somente as letras K, R, C, S, A, F, X, H, T e que cada linha tem uma letra a menos que a anterior.

K R C S A F X H T S T C K X F R H F H K T R S X H K R X S T T R S K X

... Se as letras foram retiradas obedecendo a um certo critério, então a próxima letra a ser retirada será a) T b) R c) S d) K e) X 14. (FCC) Na figura abaixo, as letras do alfabeto foram dispostas na forma de um triângulo, obedecendo a determinado critério.

Considerando que nessa figura não foram usadas as letras K, W e Y, então, segundo tal critério, a letra que substituiria corretamente o ponto de interrogação é a) P b) Q c) R d) S e) T 15. (FCC) No alfabeto oficial da língua portuguesa é fixada a ordem que cada letra ocupa:

Se as letras do alfabeto oficial fossem escritas indefinida e sucessivamente na ordem fixada − A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z A B C D E F G H I ... −, a letra que ocuparia a 162ª posição seria a) B. b) C. c) F. d) K. e) N. Instruções: Nas questões de números 16 e 17, observe que há uma relação entre o primeiro e o segundo grupos de letras. A mesma relação deverá existir entre o terceiro grupo e um dos cinco grupos que aparecem nas alternativas, ou seja, aquele que substitui corretamente o ponto de interrogação. Considere que a ordem alfabética adotada é a oficial e exclui as letras K, W e Y. 16. (FCC) ABCA : DEFD : : HIJH : ? a) IJLI b) JLMJ c) LMNL d) FGHF e) EFGE 17. (FCC) CASA : LATA : : LOBO : ? a) SOCO b) TOCO c) TOMO d) VOLO e) VOTO 18. (FCC) Abaixo, os dois primeiros grupos de letras são compostos de duas vogais e duas consoantes que guardam entre si uma relação. Essa mesma relação deve existir entre o terceiro e o quarto grupo, que está faltando.

(G E B A) está para (B I G E)

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6 assim como

(R O M I) está para ( ? ) Considerando que a ordem alfabética é a oficial, o grupo de letras que deve substituir corretamente o ponto de interrogação é a) M U R O. b) M I R O. c) M O R U. d) M I R A. e) M O R A. 19. (FCC) Observe que na sentença abaixo há duas palavras sublinhadas e dois espaços em branco.

Cachorro está para . . . . . assim como pernilongo está para . . . . . .

Preenchidos corretamente os espaços, a primeira palavra deve ter com a segunda a mesma relação que a terceira tem com a quarta. Nessas condições, as respectivas palavras que devem ocupar as lacunas são: a) cadela – pernalonga b) pelo – garra c) mordida − ferrolhada d) latido – zumbido e) raiva − picada 20. (FCC) Uma propriedade comum caracteriza o conjunto de palavras seguinte:

MARCA − BARBUDO − CRUCIAL − ADIDO − FRENTE − ?

De acordo com tal propriedade, a palavra que, em sequência, substituiria corretamente o ponto de interrogação é a) FOFURA. b) DESDITA. c) GIGANTE. d) HULHA. e) ILIBADO. 21. Considere a seguinte sequência de palavras: PRIMEIRO, OUTORGA, INVERDADE,... . A palavra que completa esta sequência é: a) JUÍZO b) VERAZ c) MENTIROSO d) ÚLTIMO e) VALOR 22. (FCC) Observe que em cada um dos dois primeiros pares de palavras abaixo, a palavra da direita foi formada a partir da palavra da esquerda, utilizando-se um mesmo critério.

SOLAPAR - RASO LORDES - SELO CORROBORA - ?

Com base nesse critério, a palavra que substitui corretamente o ponto de interrogação é: a) CORA b) ARCO c) RABO d) COAR

e) ROCA 23. (FCC) Usando palitos de fósforo inteiros é possível construir a seguinte sucessão de figuras compostas por triângulos:

Seguindo o mesmo padrão de construção, então, para obter uma figura composta de 25 triângulos, o total de palitos de fósforo que deverão ser usados é a) 45 b) 49 c) 51 d) 57 e) 61 24. (FCC) Na sequência de quadriculados abaixo, as células pretas foram colocadas obedecendo a um determinado padrão.

Mantendo esse padrão, o número de células brancas na Figura V será a) 101 b) 99 c) 97 d) 83 e) 81 25. (FCC) Considere que a seguinte sequência de figuras foi construída segundo determinado padrão.

Mantido tal padrão, o total de pontos da figura de número 25 deverá ser igual a a) 97 b) 99 c) 101 d) 103 e) 105 26. (FCC) Considere a sequência de figuras:

Mantendo a mesma lei de formação, a 1ª figura é igual à a) 11ª figura b) 12ª figura c) 13ª figura

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7 d) 14ª figura e) 15ª figura 27. (FCC) Em cada linha do quadrado abaixo, as figuras foram desenhadas obedecendo a um mesmo padrão de construção.

Segundo esse padrão, a figura que deverá substituir corretamente o ponto de interrogação é

a) b) c)

d) e) 28. (FCC) Observe que a sequência de figuras seguinte está incompleta. A figura que está faltando, à direita, deve ter com aquela que a antecede, a mesma relação que a segunda tem com a primeira. Assim:

a) b) c)

d) e) 29. (FCC) Observe que há uma relação entre as duas primeiras figuras representadas na sequência abaixo.

A mesma relação deve existir entre a terceira figura e a quarta, que está faltando. Essa quarta figura é:

a) b) c)

d) e) 30. (FCC) Observe abaixo que há uma relação entre as duas primeiras figuras.

Se a mesma relação é válida entre a 3ª e a 4ª figuras, então a 4ª figura é

a) b)

c) d)

(e) 31. (FCC) Considere a sequência das figuras abaixo.

Mantendo-se esse comportamento, a quarta figura será

a) b) c)

d) e) 32. (FCC) As pedras de um dominó mostradas abaixo foram dispostas, sucessivamente e no sentido horário, de modo que os pontos marcados obedeçam a um determinado critério.

Com base nesse critério, a pedra de dominó que completa corretamente a sucessão é

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8

CAPÍTULO 2

ORIENTAÇÃO ESPACIAL E

TEMPORAL

No que diz respeito à orientação espacial e

temporal, quase não temos teoria. Existem alguns modelos de questões e certos padrões deste tipo de questão em algumas bancas organizadoras de concursos.

Com relação à orientação espacial, temos basicamente os seguintes tipos de questões: planificação, rotação de figuras, encontrar a figura diferente das outras, mosaicos (montagem), localização da posição em uma fila, encontrar o maior ou menor caminho entre dois pontos, obter outras figuras a partir da figura dada, etc.

Nas questões que envolvem orientação temporal, vemos basicamente as bancas organizadoras trabalhando com datas. Por exemplo, a questão fornece uma data específica e o dia da semana desta data, em seguida pergunta o dia da semana em outra data. Trabalham também com a noção de anos bissextos, contagem dos dias do ano, etc. Dica: deve-se conhecer bem o calendário, ou seja, quais meses têm 30 ou 31 dias, o mês de fevereiro tem 29 dias em um ano bissexto, etc.

Para que tenhamos uma melhor compreensão de como as questões são cobradas, vejamos alguns exemplos de problemas relativos à orientação espacial e temporal que já caíram em provas de concursos anteriores.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

ORIENTAÇÃO ESPACIAL 01. (CESGRANRIO) Augusto está em uma fila de pessoas. Quando as pessoas na fila são contadas de trás para frente, Augusto é o 8º. No entanto, se contadas da frente para trás, ele ocupa a 10ª posição. Quantas pessoas há nessa fila? (A) 20 (B) 19 (C) 18 (D) 17 (E) 16 SOLUÇÃO: Augusto 7 pessoas 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9 10ª 8ª 7ª 6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª 9 pessoas Total de pessoas = Augusto + 9 pessoas antes de Augusto + 7 pessoas depois de augusto = 17 pessoas. 02. (CESGRANRIO) Um quebra-cabeça consiste em um conjunto de 3 peças planas que, ao serem reunidas, formam um quadrado como o ilustrado abaixo.

O conjunto de 3 peças desse quebra-cabeça pode ser: (A) (B) (C) (D) (E) SOLUÇÃO:

Questões que envolvem “mosaicos” são feitos por tentativas. Com isso, a única opção que apresenta um conjunto de peças que se encaixa perfeitamente no quadrado é a opção B. Colorimos as peças para facilitar a visualização do quebra-cabeça montado, veja:

03. (CESGRANRIO) Considere a figura abaixo.

Supondo que as figuras apresentadas nas alternativas abaixo possam apenas ser deslizadas sobre o papel, aquela que coincidirá com a figura dada é

SOLUÇÃO:

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9 Como as figuras apresentadas nas

alternativas abaixo podem apenas ser deslizadas sobre o papel, então resolvemos este tipo de questão apenas rotacionando a figura dada no início do enunciado. Aquela que coincidir com alguma das opções é a resposta. Logo:

Logo, a única opção que coincide com a

figura dada no enunciado é a da alternativa D. As outras figuras não podem ser obtidas a partir daquela dada no início da questão. 04. (CESGRANRIO)

Acima estão ilustrados dois recipientes vazios, de mesma altura H, totalmente idênticos, inclusive na forma. Ambos são fechados embaixo e têm abertura na parte superior. No primeiro, essa abertura corresponde ao círculo máximo. No segundo, a um pequeno orifício. Despeja-se, no primeiro recipiente, um volume de água correspondente à metade do seu volume total. A altura atingida pelo líquido é h1. A seguir, todo o líquido contido no primeiro recipiente é transferido para o segundo recipiente, atingindo, dentro deste, a altura h2. Pode-se afirmar que (A) h1 = h2 = H/2 (B) h1 = H/2 e h2 > h1 (C) h1 > H/2 e h2 = h1 (D) h1 > H/2 e h2 < h1 (E) h1 > H/2 e h2 > h1 SOLUÇÃO: Esta é uma questão diferente, mas interessante! Em um cone qualquer, numa posição igual à da FIGURA 1, se o enchermos com um volume de água correspondente à metade de seu volume a altura do nível da água ficará acima da metade (h1 > H/2), pois a parte inferior é menor que a parte superior:

Para a FIGURA 2 fica fácil, pois basta invertermos a FIGURA 1 e obteremos a FIGURA 2, cujo nível da água ficará abaixo do meio.

Com isso, h2 < H/2. Como h1 > H/2, temos que h2 < h1 (opção D). 05. (CESGRANRIO)

A figura acima representa um conjunto de 9 pontos e 14 ligações distribuídas entre esses pontos (6 horizontais, 4 verticais e 4 diagonais). Dados dois pontos X e Y distintos, chama-se caminho a uma sequência contínua de ligações que começa em X e termina em Y, sem nunca passar duas vezes por um mesmo ponto. O tamanho do caminho é dado pela quantidade de ligações. Abaixo, está ilustrado um caminho de A a I, cujo tamanho é 3. Note que, de um ponto a outro, pode haver mais de um caminho.

Sejam D(X,Y) o maior caminho e d(X,Y), o menor caminho de X a Y. A diferença entre D(A,I) – d(A,I) é (A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 5 (E) 7 SOLUÇÃO:

Quando o enunciado descreve que o caminho de A a I tem tamanho igual a 3, isto quer dizer que cada ligação entre dois pontos quaisquer é igual a 1 (A – B; B – E; E – I).

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10 O menor caminho entre A e I é fácil de

calcular, pois o menor caminho entre dois pontos é a reta que passa por eles. Portanto, o menor caminho é: A – E; E – I. Com isso, d(A,I) = 2.

O maior caminho entre A e I pode ser feito pelo método das tentativas. Há mais de um caminho que pode ser considerado o maior. Logo, se percebe que o maior caminho, ou seja, aquele em que se passa pela maior quantidade de pontos pode ser: A – B; B – C; C – E; E – D; D – G; G – H; H – I. Com isso, D(A,I) = 7. Então a diferença entre D(A,I) – d(A,I) = 7 – 2 = 5. 06. (CESGRANRIO) Ana, Lúcio, Márcia e João estão sentados ao redor de uma mesa circular, como ilustrado.

Sabe-se que João está de frente para Márcia que, por sua vez, está à esquerda de Lúcio. É correto afirmar que: (A) Ana está de frente para Lúcio. (B) Ana está de frente para Márcia. (C) João está à direita de Ana. (D) João está à esquerda de Lúcio. (E) Lúcio está à esquerda de Ana. SOLUÇÃO: 1) Primeiramente colocaremos João em um dos quatro lugares da mesa:

2) Sabe-se que João está de frente para Márcia.

3) Sabemos também que Márcia, por sua vez, está à esquerda de Lúcio. Se Márcia está a esquerda de Lúcio, então este se encontra à direita de Márcia.

4) E por último, sobra apenas um lugar para Ana.

Com base no desenho, concluímos que a opção correta é a letra A. ORIENTAÇÃO TEMPORAL 07. (FCC) Serena está muito preocupada com sua amiga Corina, pois descobriu que todas as quartas, quintas e sextas-feiras ela só fala mentiras e nos demais dias da semana ela fala apenas a verdade. Certo dia em que foram almoçar juntas, Corina disse a Serena: − “Ontem foi meu dia de mentir, mas só voltarei a fazê-lo daqui a três dias.“ Com base na afirmação de Corina, tal almoço só pode ter ocorrido em (A) uma segunda-feira. (B) uma quarta-feira. (C) uma sexta-feira. (D) um sábado. (E) um domingo. SOLUÇÃO: De acordo com o enunciado, Corina:

Com a afirmação de Corina: “Ontem foi meu

dia de mentir, mas só voltarei a fazê-lo daqui a três dias”, e analisando cada opção, teremos: (A) segunda-feira = ERRADO. Pois se ela diz que ontem (domingo) foi dia de mentir, e sabemos pela tabela acima que não foi, então, a segunda-feira deveria também ser dia de mentir. (B) quarta-feira = CERTO. Note que, se na quarta-feira ela diz que ontem (terça-feira) foi dia de mentir, percebe-se que ela realmente mente na quarta-feira dizendo que terça-feira foi dia de mentir. (C) sexta-feira = ERRADO. Na sexta-feira, pela tabela, ela deveria mentir, mas quando ela diz que ontem (quinta-feira) foi dia de mentir, ela está dizendo a verdade. (D) sábado = ERRADO. No sábado, também pela tabela, ela deveria dizer a verdade, e ela o faz quando diz que ontem (sexta-feira) foi dia de mentir. Porém, ela mente quando diz que daqui a três dias (terça-feira) irá mentir de novo. (E) domingo = ERRADO. Se no domingo ela deve falar a verdade e diz que ontem (sábado) foi dia de mentir, então ela mentiu no domingo. Resposta: opção B. 08. (CESGRANRIO) Anos bissextos são os múltiplos de 4 que não são múltiplos de 100 e, além desses, os múltiplos de 400. Quantos anos bissextos há no conjunto {2015, 2018, 2020, 2100, 2400}? (A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 4 (E) 5

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11 SOLUÇÃO:

Sabendo que os anos bissextos são os múltiplos de 4 que não são múltiplos de 100 e, além desses, os múltiplos de 400, então:

2015 = não é bissexto (não é múltiplo de 4) 2018 = não é bissexto (não é múltiplo de 4) 2020 = é bissexto (múltiplo de 4) 2100 = não é bissexto (é múltiplo de 100) 2400 é bissexto (múltiplo de 4 e de 400)

Logo, temos dois anos bissextos no conjunto (opção B) 09. (FCC) Sabendo que todo ano bissexto é um número múltiplo de 4, então, se em 2006 o dia 7 de setembro ocorreu em uma quinta-feira, o próximo ano em que esse dia ocorrerá novamente em uma quinta-feira será (A) 2013. (B) 2014. (C) 2015. (D) 2016. (E) 2017. SOLUÇÃO:

Para mesma data, a cada ano que passa somamos um dia na semana. Ex.: se em 2006 o dia 07/09 caiu numa quinta-feira, em 2007 cairá em uma sexta-feira. Se o ano for bissexto e a data for após o dia 29/02, então pulamos 2 dias da semana. Veja:

2006 = 07/09 (quinta-feira) 2007 = 07/09 (sexta-feira) 2008 (bissexto) = 07/09 (domingo) 2009 = 07/09 (segunda-feira) 2010 = 07/09 (terça-feira) 2011 = 07/09 (quarta-feira) 2012 (bissexto) = 07/09 (sexta-feira) 2013 = 07/09 (sábado) 2014 = 07/09 (domingo) 2015 = 07/09 (segunda-feira) 2016 (bissexto) = 07/09 (quarta-feira) 2017 = 07/09 (quinta-feira)

Logo, a resposta correta é a opção E. 10. (CESGRANRIO) O mês de fevereiro de um ano bissexto só terá cinco sábados se começar em um(a) (A) sábado. (B) domingo. (C) quarta-feira. (D) quinta-feira. (E) sexta-feira. SOLUÇÃO:

A única hipótese em que o mês de fevereiro de um ano bissexto (29 dias) terá 5 sábados é se o mesmo iniciar no sábado. Para ficar claro, contemos os sábados a partir de cada uma das hipóteses apresentadas nas opções (basta contar de 7 em 7 dias a partir do 1º sábado): (A) Iniciando no sábado (01/02 = sábado). 5 Sábados = 01/02; 08/02; 15/02; 22/02 e 29/02. (B) Iniciando no domingo (01/02 = domingo). 4 Sábados = 07/02; 14/02; 21/02 e 28/02. (C) Iniciando no quarta-feira (01/02 = quarta-feira).

4 Sábados = 04/02; 11/02; 18/02 e 25/02. (D) Iniciando no quinta-feira (01/02 = quinta-feira).

4 Sábados = 03/02; 10/02; 17/02 e 24/02.

(E) Iniciando no sexta-feira (01/02 = sexta-feira). 4 Sábados = 02/02; 09/02; 16/02 e 23/02.

Resposta: Opção A. 11. (CESGRANRIO)

Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

O calendário acima corresponde ao mês de dezembro de 2008. Esse mesmo calendário voltará a aparecer em (A) maio de 2010. (B) março de 2010. (C) fevereiro de 2010. (D) agosto de 2009. (E) junho de 2009. SOLUÇÃO:

De cara podemos eliminar os meses de junho (30 dias) e fevereiro (29 dias). Podemos também afirmar que o dia 1º de janeiro de 2009 é uma quinta-feira. Agora, testaremos cada uma das opções restantes e aquela que apresentar o 1º dia do mês como sendo segunda-feira, é por que tem o calendário idêntico ao dado. Vejamos: 1ª hipótese: agosto de 2009 De 01/01/2009 (quinta-feira) a 01/08/2009 (?) = 213 dias.

Cada um desses grupos de sete dias, contados a partir de quinta-feira, termina sempre em uma quarta-feira. Porém, como ainda sobram 3 dias: quarta-feira + 3 dias = sábado. Portanto, o fato não ocorrerá no mês de agosto de 2009. 2ª hipótese: março de 2010 Como o dia 01/01/2009 caiu em uma quinta-feira, então o dia 01/01/2010 cairá em uma sexta-feira. Logo, De 01/01/2010 (sexta-feira) a 01/03/2010 (?) = 60 dias.

Cada um desses grupos de sete dias, contados a partir de sexta-feira, termina sempre em uma quinta-feira. Porém, como ainda sobram 4 dias: quinta-feira + 4 dias = segunda-feira. Portanto, o fato ocorrerá no mês de março de 2010.

Se fizéssemos a outra hipótese, encontraríamos o dia 1º do mês começando por um dia diferente de segunda-feira. Resposta: opção B.

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12

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (CESGRANRIO) Em uma fila, a vigésima primeira pessoa ocupa o lugar central. Quantas pessoas há nessa fila? a) 44 b) 43 c) 42 d) 41 e) 40 02. (FCC) Observe o esquema abaixo.

Um sentinela em vigília vai de A para B, caminhando sobre as linhas desenhadas e sempre descendo, no sentido de A para B. Quantos caminhos distintos poderá percorrer? a) 6 b) 8 c) 12 d) 15 e) 18 03. (FCC) Na ilustração abaixo, a figura em forma de L recobre 4 quadrinhos iguais. Se cada lado dessa figura fosse triplicado, quantos desses quadrinhos seriam recobertos pela figura ampliada? a) 6 b) 12 c) 18 d) 24 e) 36 04. (FCC) Do conhecido “Jogo da Velha” participam duas pessoas que devem, alternadamente, assinalar suas respectivas marcas nas casas de um esquema formado por linhas paralelas, duas horizontais e duas verticais. O vencedor será aquele que primeiro conseguir assinalar sua marca em três casas de uma mesma linha, coluna ou diagonal do esquema. Considere que, após três jogadas sucessivas, tem-se o seguinte esquema:

Dos esquemas seguintes, o único que NÃO apresenta jogadas equivalentes à do esquema acima é.

05. (FCC) Considere a figura seguinte:

Se fosse possível deslizar tal figura sobre a folha em que ela está desenhada, certamente ela coincidiria com a figura:

a) b)

c) d)

e) 06. (FCC) Considere a figura abaixo:

Se você pudesse fazer uma das figuras seguintes deslizar sobre o papel, aquela que, quando sobreposta à figura dada, coincidirá exatamente com ela é

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13 07. (CESGRANRIO) A figura ilustra a planificação de um dado comum de 6 faces.

Montando-se o dado, o número da face oposta à face que contém o 1 é a) 6 b) 5 c) 4 d) 3 e) 2 08. (FCC) O sólido representado na figura seguinte é um paralelepípedo reto-retângulo.

Uma planificação desse sólido é

a) b)

c) d)

e) 09. (FCC) Observe com atenção a figura abaixo:

Dos desenhos seguintes, aquele que pode ser encontrado na figura dada é

a) b) c)

d) e) 10. (CESGRANRIO)

A figura acima ilustra um sólido fechado. Sua planificação é a) b) c) d) e) 11. (CESGRANRIO) A figura abaixo representa um conjunto de cubos, todos iguais, cujos volumes correspondem a 1m3.

Quanto vale, em m3, o volume do conjunto, incluindo os cubos não visíveis? a) 6 b) 8 c) 10 d) 12 e) 13 12. As faces opostas de um dado bem construído somam sempre sete pontos. Um dado percorre um circuito como ilustrado nos dois movimentos feitos. Inicialmente, a face superior é três pontos. Qual será a face superior ao final de percorrer o circuito?

Posição inicial Primeiro movimento feito a) 2 b) 3 d) 5 c) 4

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14 e) 6 13. (FCC) Analise a figura abaixo:

O maior número de triângulos distintos que podem ser vistos nessa figura é a) 20 b) 18 c) 16 d) 14 e) 12 14. (CESGRANRIO) Depois de amanhã é segunda-feira, então, ontem foi a) terça-feira. b) quarta-feira. c) quinta-feira. d) sexta-feira. e) sábado. 15. (FCC) Num certo dia do ano o avô falou para Helena, sua netinha: "Anteontem você tinha sete aninhos e já no próximo ano completarás dez anos". Todos olharam espantados para o vovô pensando que ele estava senil. Até que seu filho Bruno olhou a folhinha, sorriu e disse: "É incrível, mas o papai tem razão". Assim, é correto afirmar que a) tal situação nunca ocorreria. b) isso só poderia ocorrer nos anos bissextos e em 29 de fevereiro. c) Helena nasceu em 30 de dezembro e o vovô disse isso no dia 2 de janeiro. d) Helena nasceu em 31 de dezembro, e o vovô disse isso no dia 1º de janeiro. e) isso ocorreria para todo fim de mês, desde que a fala do vovô ocorresse no primeiro dia do mês seguinte. 16. (FCC) José decidiu nadar no clube, regularmente, de quatro em quatro dias. Começou a fazê-lo em um sábado; nadou pela segunda vez na quarta-feira seguinte, depois no domingo e assim por diante. Nesse caso, na centésima vez em que José for nadar, qual será o dia da semana? a) terça b) quarta c) quinta d) sexta e) sábado 17. (FCC) Regina e Roberto viajaram recentemente e voltaram três dias antes do dia depois do dia de antes de amanhã. Hoje é terça-feira. Em que dia Regina e Roberto voltaram? a) quarta b) quinta c) sexta

d) sábado e) domingo 18. (CESGRANRIO) Em determinado ano bissexto, o dia 31 de dezembro foi um sábado. Se este ano não tivesse sido bissexto, em que dia da semana cairia o último dia do ano? a) Terça-feira b) Quarta-feira c) Quinta-feira d) Sexta-feira e) Domingo 19. (CESGRANRIO) O Carnaval é uma festa pagã comemorada sempre às terças-feiras. Esta comemoração ocorre sempre 47 dias antes do domingo de Páscoa. Por sua vez, a Páscoa é comemorada no primeiro domingo de lua cheia posterior ao dia 21 de março. A seguir, vêem-se o calendário e a tabela das fases da lua para o primeiro semestre do ano de 2009.

Segundo as informações acima, no ano de 2009, a terça-feira de Carnaval será comemorada no dia a) 10 de fevereiro. b) 17 de fevereiro. c) 24 de fevereiro. d) 3 de março. e) 10 de março. 20. (FCC) Considerando que, em certo ano, o dia 23 de junho ocorreu em um sábado, o dia 22 de outubro desse mesmo ano ocorreu em: a) uma segunda-feira b) uma terça-feira c) uma quinta-feira d) um sábado e) um domingo

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15 21. (FCC) Se em certo ano bissexto o dia 1º de janeiro ocorreu em uma sexta-feira, então, nesse mesmo ano, o dia 1º de maio ocorreu em a) um sábado. b) um domingo. c) uma segunda-feira. d) uma terça-feira. e) uma quarta-feira. 22. (CESGRANRIO) O ano de 2009 começou em uma quinta-feira. Se durante este ano não existissem domingos, as semanas teriam apenas 6 dias. Nesse caso, se janeiro continuasse a ter 31 dias, o dia 1º de fevereiro de 2009 não teria caído em um domingo e sim em uma a) segunda-feira. b) terça-feira. c) quarta-feira. d) quinta-feira. e) sexta-feira.

CAPÍTULO 3

LÓGICA DAS RELAÇÕES

Em muitos editais de concursos atuais vemos expressões como:” estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios”. Trata-se basicamente de três tipos básicos de problemas: “ORDENAÇÃO”, “ASSOCIAÇÕES LÓGICAS” e “VERDADES E MENTIRAS”.

Estes assuntos são menos teóricos e mais práticos. Aprenderemos a reconhecer e a resolver questões de relações do jeito mais rápido possível: resolvendo-as!

Passemos à analise de cada um dos tipos de questões envolvendo associações de pessoas, objetos, lugares e etc, bastante cobrados em provas de concursos! 1º TIPO: ORDENAÇÃO (APENAS VERDADES)

Nesse tipo de questão o enunciado informa apenas dados verdadeiros, dos quais poderemos tirar conclusões que nos permitirá colocar em ordem pessoas, objetos, datas, idades, cores, figuras ou qualquer outro tipo de dado.

As “pistas” fornecidas devem ser seguidas corretamente para que se consiga colocar os dados fornecidos na ordem desejada, o que permitirá identificar o item correto da questão. EXEMPLO: Marcos é mais alto que Naldo, que é mais baixo que Oscar, mas este não é o mais alto de todos. Desta forma, pondo os três em ordem crescente das idades, teremos: SOLUÇÃO:

Sejam M, N e O as respectivas alturas de Marcos, Naldo e Oscar, então M > N e O > N. Como “Oscar não é o mais alto de todos”, podemos ordenar as alturas dos rapazes da seguinte forma: M > O > N.

2º TIPO: ASSOCIAÇÕES (APENAS

VERDADES)

Assim como no 1º tipo, todas as informações dadas são verdadeiras. Logo, o que devemos saber é organizar as informações em uma tabela para cruzar os dados fornecidos. Por exemplo, cada coluna trata das informações de uma determinada pessoa e as linhas tratam das características dessas pessoas. O que devemos fazer é preencher a tabela, cruzando as informações de cada uma das pessoas, iniciando pelas informações diretas e posteriormente deduzindo as demais. EXEMPLO: (ESAF) Os carros de Artur, Bernardo e César são, não necessariamente nesta ordem, uma Brasília, uma Parati e um Santana. Um dos carros é cinza, um outro é verde, e o outro é azul. O carro de Artur é cinza; o carro de César é o Santana; o carro de Bernardo não é verde e não é a Brasília. As cores da Brasília, da Parati e do Santana são, respectivamente: a) cinza, verde e azul d) cinza, azul e verde b) azul, cinza e verde e) verde, azul e cinza c) azul, verde e cinza SOLUÇÃO: Temos as seguintes pessoas: Artur, Bernardo e César. Temos os seguintes carros: Brasília, Parati e Santana. As cores dos carros são: cinza, verde, e azul. No enunciado, são feitas as seguintes afirmações verdadeiras:

1. O carro de Artur é cinza; 2. O carro de César é o Santana; 3. O carro de Bernardo não é verde e não é a Brasília.

A questão pede a associação entre cada carro e a sua cor. Vamos fazer um quadro relacionando os nomes das pessoas com os modelos de carros, e outro quadro relacionando os nomes das pessoas com as cores dos carros:

Agora vamos colocar um X nas células do

quadro quando houver uma associação correta, e um N quando incorreta.

Em cada quadro, devemos ter somente um X em cada linha e também somente um X em cada coluna. Sempre é assim! Pois se tivermos, por exemplo, dois X na 1ª coluna do 1º quadro, isto significa que Artur tem dois carros. E se não tivermos X nessa coluna, significa que Artur não tem carro. Ambas essas situações não interessam nas questões do tipo associação.

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16 Portanto, sempre que colocarmos um X em

uma célula de um quadro, automaticamente devemos colocar N nas outras células da mesma linha e mesma coluna! Analisando os dados da questão, teremos: 1º) O carro de Artur é cinza! Marcamos um X na célula correspondente a Artur e cinza. Automaticamente, marcamos N nas outras células da mesma linha e da mesma coluna.

2º) O carro de César é o Santana! Marcamos um X na célula correspondente a César e Santana. Automaticamente, marcamos N nas outras células da mesma linha e da mesma coluna.

3º) O carro de Bernardo não é verde e não é a Brasília! Marcamos um N na célula correspondente a Bernardo e verde, e outro N na célula correspondente a Bernardo e Brasília.

4º) Cada linha e coluna devem conter uma célula marcada com X! Assim, marcamos X na célula vazia da linha (ou coluna) que tem N em todas as outras células.

5º) Depois, marcamos N para completar as linhas (ou colunas).

Conclusão:

Artur tem uma Brasília cinza! Bernardo tem uma Parati azul! César tem um Santana verde!

Portanto, a resposta correta é a opção D. 3º TIPO: VERDADES E MENTIRAS

Este tipo de questão é muito interessante, e é freqüentemente cobrado em provas de raciocínio lógico!

Este é um outro assunto muito prático e quase sem teoria, porém requer maior atenção, pois existem verdades e mentiras envolvidas no enunciado e através da análise das hipóteses chegaremos às devidas conclusões.

Por exemplo, quando um investigador procurar descobrir quem é o verdadeiro culpado entre três suspeitos, ele lança mão de hipóteses, ou seja, ele vai supondo que cada um deles seja o culpado e vai analisando a veracidade de informação que ele possui, a fim de confirmar ou rejeitar a hipótese.

Vejamos um exemplo de questão envolvendo “verdades e mentiras” e percebamos como é fácil trabalhá-la! EXEMPLO: (ESAF) Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Perguntados sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu:

Armando: "Sou inocente" Celso: "Edu é o culpado" Edu: "Tarso é o culpado" Juarez: "Armando disse a verdade" Tarso: "Celso mentiu"

Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que todos os outros disseram a verdade, pode-se concluir que o culpado é: a) Armando b) Celso c) Edu d) Juarez e) Tarso SOLUÇÃO:

Percebe-se que as cinco pessoas envolvidas na trama do enunciado (Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso) estão fazendo uma declaração, que pode ser uma verdade ou uma mentira!

Além das declarações, o enunciado dessas questões de “verdade e mentira” SEMPRE nos fornecerão alguma ou algumas INFORMAÇÕES ADICIONAIS!

Estas informações adicionais serão a base do raciocínio que iremos desenvolver para resolver a questão! Em geral, são informações referentes às pessoas envolvidas na situação do enunciado, ou referentes ao número de pessoas que estariam

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17 mentindo ou dizendo a verdade, em suas declarações!

No nosso enunciado, essas informações adicionais são as seguintes: 1º) O crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa. Ou seja: Só há um culpado! 2º) Apenas um dos suspeitos mentiu e todos os outros disseram a verdade. Logo: Só há um mentiroso!

Até aqui, nada fizemos, além de reunir os dados do enunciado, com os quais iremos trabalhar a nossa resolução. Mas esse procedimento é ESSENCIAL!

Como só pode haver um mentiroso no grupo

dos cinco suspeitos, então teremos cinco possíveis hipóteses de quem mente. Veja abaixo essas possíveis hipóteses associadas às declarações de cada suspeito. (Usamos M para mentira e V para verdade!)

1) A 1ª, 4ª e 5ª hipóteses estão descartadas. As declarações de C e E não podem ser ambas verdadeiras, pois há apenas um culpado.

2) A 3ª hipótese também está descartada, pois a última linha diz que a afirmação “Celso mentiu” é verdadeira, mas na 2ª linha temos que Celso disse a verdade. Daí, temos uma contradição.

3) Com isso, resta-nos apenas a 2ª hipótese. Da segunda hipótese, temos que Celso mente e os outros dizem a verdade! Como Edu diz a verdade,

então é verdadeira a sua declaração: "Tarso é o culpado". Assim, descobrimos que o culpado é Tarso! (opção E)

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1º TIPO: ORDENAÇÃO (SOMENTE VERDADES) 01. (CESGRANRIO) Em um time de futebol, o goleiro é mais alto que o centroavante, o zagueiro é mais alto que o lateral e o centroavante é mais alto que o zagueiro. Logo, entre eles, o mais a) alto é o centroavante. b) alto é o goleiro. c) alto é o zagueiro. d) baixo é o goleiro. e) baixo é o centroavante. SOLUÇÃO: Analisando as afirmações do enunciado, uma a uma: 1) O goleiro é mais alto que o centroavante: Goleiro > Centroavante 2) O zagueiro é mais alto que o lateral: Zagueiro > Lateral 3) E como o centroavante é mais alto que o zagueiro, então: Goleiro > Centroavante > Zagueiro > Lateral Com isso, a resposta correta é a opção B, que afirma que o mais alto é o goleiro. 02. Cinco camisetas de cores diferentes foram dispostas em uma pilha. A branca está abaixo da laranja e acima da azul. A vermelha está acima da marrom e esta fica abaixo da branca. A laranja e a branca se encostam, assim como esta e a marrom. Qual é a cor da camiseta do topo da pilha? a) Azul b) Laranja c) Branca d) Vermelha e) Marrom SOLUÇÃO: Analisando as afirmações, teremos: 1) A branca está abaixo da laranja e acima da azul. A laranja e a branca se encostam, assim como esta (branca) e a marrom (que está abaixo da branca). Obs.: O termo “acima” significa qualquer posição acima, e o termo “em cima” significa a posição imediatamente acima. O mesmo vale para “em baixo” e “abaixo”.

Laranja Branca Marrom

Azul 2) Para a camisa vermelha estar acima da marrom, só tem uma possibilidade: já que as camisas laranja, branca e marrom se encostam, a vermelha só pode estar no topo. Logo:

Vermelha Laranja Branca Marrom

Azul Opção correta: alternativa D.

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18 03. (CESGRANRIO) Considere uma pergunta e duas informações as quais assumiremos como verdadeiras:

Pergunta: Entre Ana, Beatriz e Camila, quem é a mais velha? Informação 1: Beatriz é mais velha do que

Camila. Informação 2: Camila é mais nova do que Ana.

Conclui-se, então, que a) a primeira informação, sozinha, é suficiente para que se responda corretamente à pergunta, e a segunda, insuficiente. b) a segunda informação, sozinha, é suficiente para que se responda corretamente à pergunta, e a primeira, insuficiente. c) as duas informações, em conjunto, são suficientes para que se responda corretamente à pergunta, e cada uma delas, sozinha, é insuficiente. d) as duas informações, em conjunto, são insuficientes para que se responda corretamente à pergunta. e) cada uma das informações, sozinha, é suficiente para que se responda corretamente à pergunta. SOLUÇÃO:

Da informação 1, temos que Beatriz é mais velha do que Camila. Contudo, não sabemos se Ana é mais velha do que Beatriz ou mais velha que Camila ou mais nova que Camila.

Ana – Beatriz – Ana – Camila – Ana Da informação 2, temos que Camila é mais nova do que Ana. Eliminamos a última hipótese. Porém ainda não sabemos se Ana é mais velha do que Beatriz, ou se é mais velha que Camila e mais nova que Beatriz. Veja:

Ana – Beatriz – Ana – Camila Logo, não podemos responder a quem é a mais velha das três (opção D). 2º TIPO: ASSOCIAÇÕES (SOMENTE VERDADES): 03. (CESPE) Em uma investigação, um detetive recolheu de uma lixeira alguns pedaços de papéis semi-destruídos com o nome de três pessoas: Alex, Paulo e Sérgio. Ele conseguiu descobrir que um deles tem 60 anos de idade e é pai dos outros dois, cujas idades são: 36 e 28 anos. Descobriu, ainda, que Sérgio era advogado, Alex era mais velho que Paulo, com diferença de idade inferior a 30 anos, e descobriu também que o de 28 anos de idade era médico e o outro, professor. Com base nessas informações, assinale a opção correta. a) Alex tem 60 anos de idade, Paulo tem 36 anos de idade e Sérgio tem 28 anos de idade. b) Alex tem 60 anos de idade, Paulo tem 28 anos de idade e Sérgio tem 36 anos de idade. c) Alex não tem 28 anos de idade e Paulo não é médico. d) Alex tem 36 anos de idade e Paulo é médico. e) Alex não é médico, e Sérgio e Paulo são irmãos.

SOLUÇÃO: Podemos construir uma tabela, apenas para

facilitar na resolução. Assim, com as informações do enunciado fica: 1) Sérgio era advogado.

2) Alex era mais velho que Paulo, com diferença de idade inferior a 30 anos. Assim, ou Alex ou Paulo possui idade igual a 36 anos. Com isso, Alex não é o mais novo nem Paulo é o mais velho e nem Sérgio tem 36 anos.

3) O de 28 anos de idade era médico. Assim, Paulo é quem possui 28 anos de idade, pois que Sérgio é advogado e Alex não tem 28 anos, logo, ambos não podem ser o médico. Sobra para Paulo a profissão de professor.

4) Como a diferença de idade entre Alex e Paulo é inferior a 30 anos, então Alex possui 36 anos.

Logo:

Alex é professor e possui 36 anos. Paulo é médico e possui 28 anos. Sérgio é advogado e possui 60 anos.

Portanto a resposta é a opção D.

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19 04. (FCC) Um teste de aptidão física consta de três provas: salto em altura, salto em distância e corrida. Ao realizar tais provas, Jerônimo, Otávio e Afonso foram reprovados por não atingirem a marca mínima exigida, em virtude de sentirem, cada um, um tipo de dor (de dente, de cabeça, de estômago). Sabe-se que:

• cada um foi reprovado em apenas uma das modalidades; • Jerônimo não estava com dor de cabeça nem

de estômago; • quem estava com dor de cabeça foi reprovado no salto em altura; • Afonso foi reprovado na corrida.

Nessas condições, é verdade que a) Otávio foi reprovado no salto em altura. b) Jerônimo foi reprovado na corrida. c) Afonso estava com dor de cabeça. d) Afonso estava com dor de dente. e) Otávio estava com dor de estômago. SOLUÇÃO:

Nesta questão, vamos colocar um C nas células do quadro quando houver uma associação correta, e um X quando incorreta (como usado em alguns livros).

Construindo a tabela para organizar as informações e facilitar a resolução da questão, obtemos:

Sabendo que

• cada um foi reprovado em apenas uma das modalidades;

• Jerônimo não estava com dor de cabeça nem de estômago → Logo, ele está com dor de dente.

• quem estava com dor de cabeça foi reprovado no salto em altura;

• Afonso foi reprovado na corrida. Logo,

Como sabemos que “quem estava com dor

de cabeça foi reprovado no salto em altura” e que, pela tabela, vemos que Jerônimo não estava com dor de cabeça, portanto ele não foi reprovado no salto, e sim no salto em distância. Portanto, Otávio é quem foi reprovado no salto em altura, e com isso ele estava com dor de cabeça.

Daí, concluímos que a opção correta é a alternativa A: “Otávio foi reprovado no salto em altura”. Resposta: letra A. 05. (FCC) Nas prateleiras de uma farmácia há apenas três tipos de frascos, nos tamanhos grande, médio e pequeno e nas cores rosa, branca e azul, não respectivamente. Sabe-se também que: cada frasco contém somente comprimidos de uma mesma cor – rosa, branca ou azul –, entretanto, apenas os frascos grandes têm a mesma cor dos comprimidos que contêm; nem os frascos médios e nem os comprimidos que eles contêm são azuis; os frascos pequenos contêm apenas comprimidos na cor rosa. Nessas condições, é correto afirmar que os a) frascos médios contêm comprimidos rosa e os grandes contêm comprimidos brancos. b) frascos brancos têm tamanho médio e contêm comprimidos azuis. c) comprimidos dos frascos médios são brancos e os dos frascos grandes são azuis. d) comprimidos dos frascos grandes são brancos e os dos frascos pequenos são azuis. e) frascos grandes são brancos e os médios são azuis. SOLUÇÃO: Se montarmos uma tabela para ajudar na resolução, então teremos:

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20 Na tabela, colocaremos um N quando não houver correspondência entre os dados e um X quando houver. Do enunciado temos, primeiramente, que “nem os frascos médios e nem os comprimidos que eles contêm são azuis” e que “os frascos pequenos contêm apenas comprimidos na cor rosa”, logo:

Da tabela acima concluímos que os frascos médios só podem conter comprimidos da cor branca e sobra a cor azul para os frascos grandes. E como, do enunciado, sabemos que “apenas os frascos grandes têm a mesma cor dos comprimidos que contêm”, então a cor dos frascos grandes é azul. Portanto fica:

Como apenas os frascos grandes têm a mesma cor dos comprimidos que contêm, os frascos médios, que contêm comprimidos brancos, terão a cor rosa. E os frascos pequenos, que contêm comprimidos na cor rosa, terão a cor branca. Daí resulta que:

Analisando esta última tabela (completa), concluímos que a opção correta é a opção C. 06. Fátima, Beatriz, Gina, Sílvia e Carla são atrizes de teatro infantil, e vão participar de uma peça em que representarão, não necessariamente nesta ordem, os papéis de Fada, Bruxa, Rainha, Princesa e Governanta. Como todas são atrizes versáteis, o

diretor da peça realizou um sorteio para determinar a qual delas caberia cada papel. Antes de anunciar o resultado, o diretor reuniu-as e pediu que cada uma desse seu palpite sobre qual havia sido o resultado do sorteio. Disse Fátima: “Acho que eu sou a Governanta, Beatriz é a Fada, Sílvia é a Bruxa e Carla é a Princesa”. Disse Beatriz: “Acho que Fátima é a Princesa ou a Bruxa”. Disse Gina: “Acho que Silvia é a Governanta ou a Rainha”. Disse Sílvia: “Acho que eu sou a Princesa”. Disse Carla: “Acho que a Bruxa sou eu ou Beatriz”. Neste ponto, o diretor falou: “Todos os palpites estão completamente errados; nenhuma de vocês acertou sequer um dos resultados do sorteio”! Um estudante de Lógica, que a tudo assistia, concluiu então, corretamente, que os papéis sorteados para Fátima, Beatriz, Gina e Sílvia foram, respectivamente, a) rainha, bruxa, princesa, fada. b) rainha, princesa, governanta, fada. c) fada, bruxa, governanta, princesa. d) rainha, princesa, bruxa, fada. e) fada, bruxa, rainha, princesa. SOLUÇÃO: São feitas as seguintes afirmações: 1. Disse Fátima: “Acho que eu sou a Governanta, Beatriz é a Fada, Sílvia é a Bruxa e Carla é a Princesa”. (Lembrando que os palpites estão todos errados!) Daí, é verdade que: Fátima não é a Governanta, e Beatriz não é a Fada, e Sílvia não é a Bruxa, e Carla não é a Princesa! 2. Disse Beatriz: “Acho que Fátima é a Princesa ou a Bruxa”. (Lembrando que os palpites estão todos errados!) Daí, é verdade que: Fátima não é a Princesa e Fátima não é a Bruxa! 3. Disse Gina: “Acho que Silvia é a Governanta ou a Rainha”. (Lembrando que os palpites estão todos errados!) Daí, é verdade que: Silvia não é a Governanta e Silvia não é a Rainha! 4. Disse Sílvia: “Acho que eu sou a Princesa”. (Lembrando que os palpites estão todos errados!) Daí, é verdade que: Silvia não é a Princesa! 5. Disse Carla: “Acho que a Bruxa sou eu ou Beatriz”. (Lembrando que os palpites estão todos errados!) Daí, é verdade que: Carla não é a Bruxa e Beatriz não é a Bruxa!

Vamos fazer um quadro relacionando os nomes das pessoas com os respectivos papéis de teatro.

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada Bruxa Rainha

Princesa Governanta

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21

Agora vamos colocar um X nas células do quadro quando houver uma associação correta, e um N quando incorreta.

No quadro, devemos ter somente um X em cada linha e também somente um X em cada coluna. Se tivermos, por exemplo, dois X na 1ª coluna, significa que Fátima tem dois papéis. E se não tivermos X nessa coluna, significa que Fátima não tem um papel de teatro. 1º) Fátima não é a Governanta, e Beatriz não é a Fada, e Sílvia não é a Bruxa, e Carla não é a Princesa!

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N Bruxa N Rainha

Princesa N Governanta N 2º ) Fátima não é a Princesa e Fátima não é a Bruxa!

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N Bruxa N N Rainha

Princesa N N Governanta N 3º) Silvia não é a Governanta e Silvia não é a Rainha!

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N Bruxa N N Rainha N

Princesa N N Governanta N N 4º) Silvia não é a Princesa!

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N Bruxa N N Rainha N

Princesa N N N Governanta N N 5º) Carla não é a Bruxa e Beatriz não é a Bruxa!

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N Bruxa N N N N Rainha N

Princesa N N N Governanta N N 6º) Cada linha e coluna devem conter uma célula marcada com X! Assim, marcamos X na célula vazia da linha (ou coluna) que tem N em todas as outras células.

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N X

Bruxa N N X N N Rainha N

Princesa N N N Governanta N N Depois, marcamos N para completar as linhas (ou colunas) que já possui um X.

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N N N X N Bruxa N N X N N Rainha N N

Princesa N N N N Governanta N N N Novamente, marcamos X na célula vazia da linha (ou coluna) que tem N em todas as outras células.

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N N N X N Bruxa N N X N N Rainha X N N

Princesa N X N N N Governanta N N N Novamente, marcamos N para completar as linhas (ou colunas) que já possui um X.

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N N N X N Bruxa N N X N N Rainha X N N N N

Princesa N X N N N Governanta N N N N Novamente, marcamos X na célula vazia da linha (ou coluna) que tem N em todas as outras células.

Fátima Beatriz Gina Sílvia Carla Fada N N N X N Bruxa N N X N N Rainha X N N N N

Princesa N X N N N Governanta N N N N X Conclusão:

Fátima é a Rainha! Beatriz é a Princesa! Gina é a Bruxa! Sílvia é a Fada! Carla é a Governanta!

Resposta: alternativa D. 3º TIPO: VERDADES E MENTIRAS 07. Quando a mãe de Abraão, Baltazar, Caifás e Daniel, chega a casa, percebe que seu vaso preferido havia sido quebrado. Interrogados pela mãe, eles fazem as seguintes declarações: "Mãe, o Baltazar foi quem quebrou" – disse Abraão "Como sempre, o Daniel foi culpado" – disse Baltazar "Mãe, sou inocente" – disse Caifás “Claro que o Baltazar está mentindo" – disse Daniel

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22 Sabendo que apenas um dos quatro disse a verdade, quem quebrou o vaso foi: a) Abraão b) Baltazar c) Caifás d) Daniel e) n.d.a. SOLUÇÃO: Temos quatro pessoas que fazem, cada um, uma declaração, e nós não sabemos quem está falando a verdade ou quem está mentindo. Daí, estamos diante de uma questão de “verdades e mentiras”. Reunindo as DECLARAÇÕES e as INFORMAÇÕES ADICIONAIS do enunciado, teremos: INFORMAÇÕES ADICIONAIS: 1º) Apenas um disse a verdade. 2º) Apenas um deles quebrou o vaso. DECLARAÇÕES: 1º) Abraão: "Mãe, o Baltazar foi quem quebrou". 2º) Baltazar: "Como sempre, o Daniel foi culpado”. 3º) Caifás: "Mãe, sou inocente". 4º) Daniel: “Claro que o Baltazar está mentindo". Como apenas um deles está dizendo a verdade, então teremos quatro hipóteses de quem está dizendo a verdade: Abraão, Baltazar, Caifás ou Daniel. Vejamos na tabela a seguir essas possíveis hipóteses associadas às declarações de cada um deles. (Usamos M para mentira e V para verdade!)

1) A 1ª e 3ª hipóteses estão descartadas. A última linha de cada uma destas hipóteses (1ª e 3ª) afirma que a declaração de Daniel (“Claro que o Baltazar está mentindo") é uma mentira. Logo, concluímos que Baltazar está falando a verdade! Porém, olhando para 2ª linha de cada uma destas hipóteses (1ª e 3ª), vemos que Baltazar mente! Temos aí uma contradição!

2) A 2ª hipótese está descartada! A declaração de Caifás ("Mãe, sou inocente") é uma mentira, logo concluímos que ele é culpado. Contudo, A declaração de Baltazar ("Como sempre, o Daniel foi culpado”) é verdadeira, daí concluímos que Daniel também é

culpado. Como sabemos que apenas um eles quebrou o vaso, então esta hipótese não serve!

3) Portanto, ficamos a penas com a 4ª hipótese, que não tem nenhuma contradição! Sabendo que a afirmação de Caifás ("Mãe, sou inocente") é uma mentira, concluímos que ele é culpado. Com isso, Caifás quebrou o vaso! (opção C). 08. Três amigas, Tânia, Janete e Angélica, estão sentadas lado a lado em um teatro. Tânia sempre fala a verdade; Janete às vezes fala a verdade; Angélica nunca fala a verdade. A que está sentada à esquerda diz: "Tânia é quem está sentada no meio". A que está sentada no meio diz: "Eu sou Janete". Finalmente, a que está sentada à direita diz: "Angélica é quem está sentada no meio". A que está sentada à esquerda, a que está sentada no meio e a que está sentada à direita são, respectivamente: a) Janete, Tânia e Angélica b) Janete, Angélica e Tânia c) Angélica, Janete e Tânia d) Angélica, Tânia e Janete e) Tânia, Angélica e Janete SOLUÇÃO:

Esta questão é interessante, pois é um pouco diferente do que já foi visto, porém é mais fácil do que a demais! Temos três amigas: Tânia, Janete e Angélica, que estão sentadas lado a lado em um teatro. Sabemos sobre as três amigas que:

1) Tânia sempre fala a verdade. 2) Janete às vezes fala a verdade. 3) Angélica nunca fala a verdade.

Temos as seguintes declarações: 1) A que está sentada à esquerda diz: "Tânia é quem está sentada no meio". 2) A que está sentada no meio diz: "Eu sou Janete". 3) A que está sentada à direita diz: "Angélica é quem está sentada no meio".

Considere as seguintes posições no teatro, com as respectivas declarações:

ESQUERDA MEIO DIREITA Tânia está no

meio! Eu sou Janete! Angélica está no meio!

1) Temos que Tânia sempre fala a verdade. Logo, não pode ser a da esquerda (Tânia não pode falar que ela mesma está no meio) nem pode ser a do

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23 meio (Tânia não poderia falar “Eu sou a Janete”), restando, assim, a posição direita para Tânia.

ESQUERDA MEIO Tânia Tânia está no

meio! Eu sou Janete! Angélica está no meio!

2) Como Tânia está à direita e sempre fala a verdade, a sua declaração: “Angélica está no meio!” é verdade! E esta, que está na posição do meio, declara que ela é Janete. E isto está de acordo com o enunciado: Angélica sempre mente!

ESQUERDA Angélica Tânia Tânia está no

meio! Eu sou Janete! Angélica está no meio!

3) Só resta a posição esquerda, que claramente será ocupada pela única que ainda não tem posição, a Janete. Esta faz a seguinte declaração: “Tânia está no meio”, e aí descobrimos que também ela mente! Isso não contraria as informações dadas no enunciado: Janete às vezes fala a verdade.

Janete Angélica Tânia Tânia está no

meio! Eu sou Janete! Angélica está no meio!

Portanto, obtemos as seguintes posições para as três amigas:

Na esquerda: Janete. No meio: Angélica. Na direita: Tânia.

Resposta: alternativa B. 09. Cinco colegas foram a um parque de diversões e um deles entrou sem pagar. Apanhados por um funcionário do parque, que queria saber qual deles entrou sem pagar, eles informaram:

– “Não fui eu, nem o Manuel”, disse Marcos. – “Foi o Manuel ou a Maria”, disse Mário. – “Foi a Mara”, disse Manuel. – “O Mário está mentindo”, disse Mara. – “Foi a Mara ou o Marcos”, disse Maria.

Sabendo-se que um e somente um dos cinco colegas mentiu, conclui-se logicamente que quem entrou sem pagar foi: a) Mário b) Marcos c) Mara d) Manuel e) Maria SOLUÇÃO:

Novamente temos aqui cinco pessoas envolvidas na situação do enunciado. Cada qual faz uma declaração, e nós não sabemos, a priori, quem está falando a verdade ou quem está mentindo. Daí, não resta dúvida: estamos diante de uma questão de “verdades & mentiras”. Reunindo as DECLARAÇÕES e as INFORMAÇÕES ADICIONAIS do enunciado, teremos: INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

1º) Só há um que entrou sem pagar. 2º) Só há um mentiroso.

DECLARAÇÕES: 1º) Marcos: "Não foi o Marcos; Não foi o Manuel"

2º) Mário: "Foi o Manuel ou foi a Maria" 3º) Manuel: "Foi a Mara" 4º) Mara: "Mário está mentindo" 5º) Maria: "Foi a Mara ou foi o Marcos"

Como só há um mentiroso entre os cinco colegas, então teremos cinco possíveis hipóteses de quem é o mentiroso: Mário, Marcos, Mara, Manuel ou Maria. Vejamos na tabela a seguir essas possíveis hipóteses associadas às declarações de cada um deles. (Usamos M para mentira e V para verdade!)

Lembre-se que, para ganhar tempo, é melhor tentar achar quais hipóteses você pode descartar. Procure entre as declarações, duas que não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Daí: 1) A 1ª, 4ª e 5ª hipóteses estão descartadas, pois as declarações de Mário e Manuel não podem ser ambas verdadeiras. Desta forma teríamos obrigatoriamente mais de uma pessoa que entrou sem pagar. Com isso, restam apenas a 2ª e 3ª hipóteses.

2) A 3ª hipótese também está descartada. Dentre outros motivos, podemos destacar o fato de a declaração de Mara (Mário está mentindo) ser verdadeira, e a 2ª linha nos dizer que Mário diz a verdade. Temos aí uma contradição!

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24 3) Com isso, resta-nos apenas a 2ª hipótese! Da segunda hipótese, temos que Mário mente e os outros dizem a verdade! Como Manuel diz a verdade, então é verdadeira a sua declaração: "Foi a Mara". Assim, descobrimos que quem entrou sem pagar foi Mara! (opção C)

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (FCC) Paulo é mais alto que Enéas.

Carlos é mais alto que Luiz. Enéas é mais alto que Carlos.

Em relação as quatro pessoas, é correto afirmar que: a) Enéas é o mais alto b) Carlos é o mais baixo c) Luiz é mais alto que Enéas. d) Paulo é mais alto que Carlos e) Luiz é mais alto que Carlos 02. João é mais velho do que Pedro, que é mais novo do que Carlos; Antônio é mais velho do que Carlos, que é mais novo do que João. Antônio não é mais novo do que João e todos os quatro meninos têm idades diferentes. O mais jovem deles é: a) João b) Antônio c) Pedro d) Carlos 03. (CESGRANRIO)

Ana, Bruna, Cecília, Dora e Elisa são cinco meninas. Na tabela acima, os sinais de “+”, “–” e “=” significam que a menina indicada na linha é, respectivamente, maior, menor ou da mesma altura que a menina indicada na coluna. Ao analisar a tabela, conclui-se que a) Bruna é a mais alta. b) Elisa é a mais alta. c) Dora é a mais baixa. d) Cecília é a mais baixa. e) Ana tem a mesma altura de Dora. 04. (FCC) Com relação a três funcionários do Tribunal, sabe-se que:

I. João é mais alto que o recepcionista. II. Mário é escrivão. III. Luís não é o mais baixo dos três. IV. Um deles é escrivão, o outro recepcionista e o outro segurança.

Sendo verdadeiras as quatros afirmações, é correto dizer que: a) João é mais baixo que Mário b) Luís é segurança

c) Luís é o mais alto dos três d) João é o mais alto dos três e) Mário é mais alto que Luís 05. (FCC) Marcos trabalha por conta própria e notou que, em geral,

- Nas segundas-feiras, ganha mais que nas quartas-feiras - Nas terças-feiras, ganha menos que nas quartas-feiras e menos que Nas quintas-feiras; - Nas quintas-feiras, ganha mais que nas segundas-feiras; - Nas sextas-feiras, ganha mais que nas segundas-feiras.

Analisando as afirmações, é correto dizer que o dia da semana em que Marcos ganha menos, em geral é: a) segunda-feira b) terça-feira c) quarta-feira d) quinta-feira e) sexta-feira 06. (FCC) Cinco times: Antares, Bilbao, Cascais, Dali e Elite, disputam um campeonato de basquete e, no momento, ocupam as cinco primeiras posições na classificação geral. Sabe-se que: Antares está em um primeiro lugar e Bilbao está em

quinto; Cascais está exatamente na posição intermediária

entre Antares e Bilbao; Deli está à frente do Bilbao, enquanto que o Elite

está imediatamente atrás do Cascais. Nessas condições, é correto afirmar que: a) Cascais está em segundo lugar. b) Deli está em quarto lugar. c) Deli está em segundo lugar. d) Elite está em segundo lugar. e) Elite está em terceiro lugar. 07. (ESAF) Quatro carros de cores diferentes, amarelo, verde, azul e preto, não necessariamente nessa ordem, ocupam as quatro primeiras posições no “grid” de largada de uma corrida. O carro que está imediatamente atrás do carro azul, foi menos veloz nos treinos do que o que está mediatamente a frente do carro azul. No treino, o carro verde foi o menos veloz de todos e por isso larga atrás do carro azul. O carro amarelo larga atrás do carro preto. As cores do primeiro e do segundo carro do “grid”, são, respectivamente, a) amarelo e verde. b) preto e azul. c) azul e verde. d) verde e preto. e) preto e amarelo. 08. Um agente de viagens atende três amigas. Uma delas é loura, outra é morena e a outra é ruiva. O agente sabe que uma delas se chama Bete, outra se chama Elza e a outra se chama Sara. Sabe, ainda, que cada uma delas fará uma viagem a um país diferente da Europa: uma delas irá à Alemanha, outra irá à França e a outra irá à Espanha. Ao agente de

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25 viagens, que queria identificar o nome e o destino de cada uma, elas deram as seguintes informações:

A loura: “Não vou à França nem à Espanha”. A morena: “Meu nome não é Elza nem Sara”. A ruiva: “Nem eu nem Elza vamos à França”.

O agente de viagens concluiu, então, acertadamente, que: a) A loura é Sara e vai à Espanha. b) A ruiva é Sara e vai à França. c) A ruiva é Bete e vai à Espanha. d) A morena é Bete e vai à Espanha. e) A loura é Elza e vai à Alemanha. 09. Três amigas encontram-se em uma festa. O vestido de uma delas é azul, o de outra é preto, e o da outra é branco. Elas calçam pares de sapatos destas mesmas três cores, mas somente Ana está com vestido e sapatos de mesma cor. Nem o vestido nem os sapatos de Júlia são brancos. Marisa está com sapatos azuis. Desse modo, a) o vestido de Júlia é azul e o de Ana é preto. b) o vestido de Júlia é branco e seus sapatos são pretos. c) os sapatos de Júlia são pretos e os de Ana são brancos. d) os sapatos de Ana são pretos e o vestido de Marisa é branco. e) o vestido de Ana é preto e os sapatos de Marisa são azuis. 10. (ESAF) Os cursos de Márcia, Berenice e Priscila são, não necessariamente nesta ordem, Medicina, Biologia e Psicologia. Uma delas realizou seu curso em Belo Horizonte, a outra em Florianópolis, e a outra em São Paulo. Márcia realizou seu curso em Belo Horizonte. Priscila cursou Psicologia. Berenice não realizou seu curso em São Paulo e não fez Medicina. Assim, cursos e respectivos locais de estudo de Márcia, Berenice e Priscila são, pela ordem: a) Medicina em Belo Horizonte, Psicologia em Florianópolis, Biologia em São Paulo. b) Psicologia em Belo Horizonte, Biologia em Florianópolis, Medicina em São Paulo. c) Medicina em Belo Horizonte, Biologia em Florianópolis, Psicologia em São Paulo. d) Biologia em Belo Horizonte, Medicina em São Paulo, Psicologia em Florianópolis. e) Medicina em Belo Horizonte, Biologia em São Paulo, Psicologia em Florianópolis. 11. (FCC) Quatro empresas (Maccorte, Mactex, Macval, Macmais) participam de uma concorrência para compra de certo tipo de máquina. Cada empresa apresentou um modelo diferente do das outras (Thor, Hércules, Netuno, Zeus) e os prazos de entrega variavam de 8 a 14 dias. Sabe-se que: Sobre os prazos de entrega, Macval apresentou o

menor e Mactex o maior. O modelo Zeus foi apresentado pela Maccorte,

com prazo de entrega de 2 dias a menos do que a Mactex.

O modelo Hércules seria entregue em 10 dias. Macval não apresentou o modelo Netuno.

Nessas condições, o modelo apresentado pela empresa a) Macval foi o Hécules. b) Mactex foi o Thor. c) Macmais foi o Thor. d) Mactex foi o Netuno e) Macval foi o Netuno 12. (FCC) Certo dia, três técnicos judiciários – Altamiro, Benevides e Corifeu – receberam, cada um, um lote de processos para arquivar e um lote de correspondências a serem expedidas. Considere que: tanto a tarefa de arquivamento, quanto a de

expedição devem executadas no mesmo dia e nos seguintes horários: das 10 às 12 horas, das 14 às 16 horas e das 16 às 18 horas;

dois funcionários não podem ficar responsáveis pela mesma tarefa no mesmo horário;

apenas Altamiro arquivou os processos e expediu as correspondências que recebeu em um mesmo horário;

nem as correspondências expedidas e nem os processos arquivados por Benevides ocorreram de 10 às 12h;

Corifeu expediu toda a correspondência de seu respectivo lote das 16 às 18 horas.

Nessas condições, é verdade que a) os processos dos lotes de Altamiro foram arquivados das 16 às 18 horas. b) as correspondências dos lotes de Altamiro foram expedidas das 14 às 16 horas. c) Benevides arquivou os processos de seu lote das 10 às 12 horas. d) o lote de processos que coube a Benevides foi arquivado das 10 às 12 horas. e) Altamiro expediu as correspondências de seu lote das 10 às 12 horas. 13. (FCC) Certo dia, três funcionários do Tribunal de Contas – Xavier, Yolanda e Zenilda – cujas idades são 24, 32 e 44 anos, não necessariamente nesta ordem, foram incumbidos da execução das seguintes tarefas: digitação de um texto, arquivamento de processos e expedição de correspondências. Considerando que:

– cada um deles executou apenas uma das tarefas e, dois a dois, eles executaram tarefas distintas; – Zenilda tem 44 anos; – coube a Xavier cuidar da expedição de correspondências; – ao funcionário que tem 24 anos coube a digitação do texto.

É correto afirmar que a) Xavier tem 24 anos. b) Yolanda tem 32 anos. c) Yolanda tem 24 anos. d) Yolanda foi encarregada de arquivar os processos. e) Zenilda foi incumbida de digitar o texto. 14. (FCC) Um teste de aptidão física consta de três provas: salto em altura, salto em distância e corrida. Ao realizar tais provas, Jerônimo, Otávio e Afonso

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26 foram reprovados por não atingirem a marca mínima exigida, em virtude de sentirem, cada um, um tipo de dor (de dente, de cabeça, de estômago). Sabe-se que:

• cada um foi reprovado em apenas uma das modalidades; • Jerônimo não estava com dor de cabeça nem de estômago; • quem estava com dor de cabeça foi reprovado no salto em altura; • Afonso foi reprovado na corrida.

Nessas condições, é verdade que a) Otávio foi reprovado no salto em altura. b) Jerônimo foi reprovado na corrida. c) Afonso estava com dor de cabeça. d) Afonso estava com dor de dente. e) Otávio estava com dor de estômago. 15. (FCC) Certo dia, três policiais militares − Alceste, Belo e Guerra − foram designados para cumprir tarefas distintas entre si. Considere as seguintes informações:

− seus tempos de serviço na Corporação eram: 12, 15 e 19 anos, não respectivamente; − as tarefas para as quais eles foram designados eram: patrulhamento de um bairro, acompanhamento de um evento e patrulhamento do trânsito em uma região; − a Alceste coube exercer o acompanhamento do evento; − na ocasião, Guerra tinha 19 anos de serviço na Corporação; − aquele que tinha 12 anos de serviço fez o patrulhamento do trânsito.

Com base nas informações dadas, é correto afirmar que a) Alceste tinha 12 anos de serviço na Corporação. b) Belo tinha 12 anos de serviço na Corporação. c) Belo fez o patrulhamento do bairro. d) Alceste não tinha 15 anos de serviço na Corporação. e) Guerra fez o patrulhamento do trânsito. 16. (FCC) Certo dia, três auxiliares judiciários – Alcebíades, Benevides e Corifeu – executaram, num dado período, um único tipo de tarefa cada um. Considere que: – as tarefas por eles executadas foram: expedição de correspondências, arquivamento de documentos e digitação de textos; – os períodos em que as tarefas foram executadas foram: das 8 às 10 horas, das 10 às 12 horas e das 14 às 16 horas; – Corifeu efetuou a expedição de correspondências; – o auxiliar que arquivou documentos o fez das 8 às 10 horas; – Alcebíades executou sua tarefa 14 às 16 horas. Nessas condições, é correto afirmar que a) Alcebíades arquivou documentos. b) Corifeu executou sua tarefa 8 às 10 horas. c) Benevides arquivou documentos. d) Alcebíades não digitou textos. e) Benevides digitou textos.

17. (FCC) De um grupo de 5 homens (A, B, C, D e E) e 6 mulheres (M, N, O, P, Q e R), deverá ser formado um grupo de trabalho constituído de 3 homens e 3 mulheres, satisfazendo as seguintes condições:

− A se recusa a trabalhar com M e Q; − B se recusa a trabalhar com N e P; − C se recusa a trabalhar com P e R; − D se recusa a trabalhar com N e R; − E se recusa a trabalhar com N e Q; − Q se recusa a trabalhar com N e R.

Se Q pertencer ao grupo, então os outros membros desse grupo serão a) B, C, E, O e P. b) B, C, D, M e O. c) B, C, D, M e P. d) B, C, D, N e O. e) B, D, E, M e O. 18. (FCC) Amaro, Benito, Corifeu e Delúbio são funcionários de uma mesma unidade do Tribunal Regional do Trabalho e cada um deles participou de apenas um entre quatro cursos de Informática, realizados em janeiro, fevereiro, março e abril de 2008. Sabe-se também que:

– tais funcionários trabalham no Tribunal há 1, 2, 4 e 5 anos; – os cursos tiveram durações de 20, 30, 40 e 50 horas; – Delúbio participou do curso realizado no mês de março; – Corifeu, que é funcionário há mais de 1 ano, fez o curso no mês de janeiro, com a duração de 30 horas; – Benito, funcionário há 2 anos, fez o curso cuja duração era maior do que a do curso feito por aquele que é funcionário há 5 anos e menor do que a do curso feito pelo que é funcionário há 4 anos; – o funcionário que tem 1 ano de serviço, que não é Delúbio, fez seu curso antes do mês de abril; – Amaro fez seu curso após o funcionário que trabalha há 5 anos no Tribunal ter feito o dele.

Com base nessas informações, é correto afirmar que a) Amaro é funcionário do Tribunal há 2 anos. b) a duração do curso feito por Benito foi de 40 horas. c) Corifeu é funcionário do Tribunal há 4 anos. d) Benito fez o curso em março. e) a duração do curso feito por Delúbio foi de 40 horas. 19. Três irmãos: Pedro, Queila e Raquel são suspeitos de ter quebrado a televisão da sala de estar. Quando perguntados sobre o fato, declararam o seguinte:

PEDRO: “Foi a Queila que quebrou” QUEILA: “Pedro está mentindo” RAQUEL: “Não fui eu”

Sabendo que apenas um deles está dizendo a verdade e que apenas um deles comeu o bolo, então quem quebrou a televisão foi: a) Raquel b) Queila

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27 c) Pedro d) Sarah 20. (CESGRANRIO) Alberto, Bruno e Cláudio são três irmãos e fazem as seguintes declarações:

Alberto: eu sou o mais velho dos três irmãos. Bruno: eu não sou o mais velho dos três irmãos. Cláudio: eu não sou o mais novo dos três irmãos.

Sabendo-se que apenas uma das declarações é verdadeira, conclui-se que a) Alberto é mais velho do que Bruno. b) Alberto é mais velho do que Cláudio. c) Bruno é mais velho do que Cláudio. d) Cláudio é mais velho do que Bruno. e) as informações são insuficientes para que se conclua quem é o mais velho. 21. (FCC) Certo dia, três Técnicos Judiciários – Abel, Benjamim e Caim – foram incumbidos de prestar atendimento ao público, arquivar um lote de documentos e organizar a expedição de correspondências, não respectivamente. Considere que cada um deverá executar um único tipo de tarefa e que, arguidos sobre qual tipo de tarefa deveriam cumprir, deram as seguintes respostas:

– aquele que irá atender ao público disse que Abel fará o arquivamento de documentos; – o encarregado do arquivamento de documentos disse que seu nome era Abel; – o encarregado da expedição de correspondências afirmou que Caim deverá fazer o arquivamento de documentos.

Se Abel é o único que sempre diz a verdade, então as respectivas tarefas de Abel, Benjamim e Caim são: a) atendimento ao público, arquivamento de documentos e expedição de correspondências. b) atendimento ao público, expedição de correspondências e arquivamento de documentos. c) arquivamento de documentos, atendimento ao público e expedição de correspondências. d) expedição de correspondências, atendimento ao público e arquivamento de documentos. e) expedição de correspondências, arquivamento de documentos e atendimento ao público. 22. (ESAF) Ana encontra-se à frente de três salas cujas portas estão pintadas de verde, azul e rosa. Em cada uma das três salas encontra-se uma e somente uma pessoa – em uma delas encontra-se Luís; em outra, encontra-se Carla; em outra, encontra-se Diana. Na porta de cada uma das salas existe uma inscrição, a saber:

Sala verde: “Luís está na sala de porta rosa” Sala azul: “Carla está na sala de porta verde” Sala rosa: “Luís está aqui”.

Ana sabe que a inscrição na porta da sala onde Luís se encontra pode ser verdadeira ou falsa. Sabe, ainda, que a inscrição na porta da sala onde Carla se encontra é falsa, e que a inscrição na porta da sala em que Diana se encontra é verdadeira. Com tais informações, Ana conclui corretamente que nas salas de portas verde, azul e rosa encontram-se, respectivamente, a) Diana, Luís, Carla

b) Luís, Diana, Carla c) Diana, Carla, Luís d) Carla, Diana, Luís e) Luís, Carla, Diana 23. (ESAF) Três suspeitos de haver roubado o colar da rainha foram levados à presença de um velho e sábio professor de Lógica. Um dos suspeitos estava de camisa azul, outro de camisa branca e o outro de camisa preta. Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é culpado e que o culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente. Sabe-se, também, que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que são inocentes), um sempre diz a verdade e o outro sempre mente. O velho e sábio professor perguntou, a cada um dos suspeitos, qual entre eles era o culpado.

Disse o de camisa azul: “Eu sou o culpado”. Disse o de camisa branca, apontando para o de camisa azul: “Sim, ele é o culpado”. Disse, por fim, o de camisa preta: “Eu roubei o colar da rainha; o culpado sou eu”.

O velho e sábio professor de Lógica, então, sorriu e concluiu corretamente que: a) O culpado é o de camisa azul e o de camisa preta sempre mente. b) O culpado é o de camisa branca e o de camisa preta sempre mente. c) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre mente. d) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre diz a verdade. e) O culpado é o de camisa azul e o de camisa azul sempre diz a verdade. HUMOR!!!

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CAPÍTULO 04

DIAGRAMAS LÓGICOS

DIAGRAMAS LÓGICOS

O uso de diagramas para representar as proposições é de extrema importância, pois ajudam a visualizar todas as proposições de um enunciado de forma conjunta. Os diagramas lógicos nada mais são do que a representação de proposições utilizando o diagrama de Venn-Euler, que são círculos utilizados para representar os conjuntos, no nosso caso, as proposições.

Os diagramas lógicos são mais utilizados nas questões de lógica que envolvem as palavras todo, algum e nenhum, chamados de quantificadores. As proposições que envolvem tais termos são:

Todo A é B Nenhum A é B Algum A é B

Algum A não é B TODO A é B

As proposições do tipo Todo A é B afirmam que o conjunto A é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: o conjunto A está contido em B. REPRESENTAÇÃO:

ATENÇÃO: dizer que Todo A é B não significa necessariamente que Todo B é A. NEGAÇÃO: A: Todos os políticos são honestos. ~A: Existe pelo menos um político que não é honesto. NENHUM A é B

As proposições da forma Nenhum A é B querem dizer que os conjuntos A e B são disjuntos, isto é, não tem elementos em comum. REPRESENTAÇÃO:

ATENÇÃO: dizer que Nenhum A é B é logicamente equivalente a dizer que Nenhum B é A. NEGAÇÃO: B: Nenhum político é honesto. ~B: Existe pelo menos um político honesto. ALGUM A é B

Na Lógica, proposições da forma Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto B. Contudo, devemos nos atentar para o seguinte: quando afirmamos que “alguns pássaros voam”, está perfeitamente correto mesmo que todos eles voem.

Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente a dizer que Algum B é A. São também equivalentes a esta, as seguintes proposições:

Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe

um A que é B REPRESENTAÇÃO: Suas representações possíveis são:

ATENÇÃO: Qualquer uma das quatro representações está correta, porém a que deverá ser utilizada na resolução das questões que contém esta proposição (algum A é B), para que não haja confusão, será a primeira. NEGAÇÃO: C: Algum político é honesto. ~C: Nenhum político é honesto. ALGUM A não é B

Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B = Algum A é não B = Algum não

B é A = Existe A que não é B. ATENÇÃO: “Algum A não é B” não é equivalente a “Algum B não é A”.

EXEMPLOS: Todos os políticos são honestos. Todo cearense é nordestino. Todos os jogadores estão cansados.

EXEMPLOS: Nenhum político é honesto. Nenhum cearense gosta de forró. Nenhum aluno foi reprovado.

EXEMPLOS: Algum político é honesto. Pelo menos um restaurante é bom. Existem alunos que foram aprovados.

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29 REPRESENTAÇÃO: Para esta proposição (algum A é B), teremos três representações possíveis:

NEGAÇÃO: D: Algum político não é honesto. ~D: Todos os políticos são honestos.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01. (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita, mas (e) Ana não cometeu um crime perfeito, então Ana é suspeita. SOLUÇÃO: Sabemos que, se negarmos a segunda proposição de uma condicional devemos negar a primeira. Porém, se negarmos a primeira proposição de uma condicional, nada podemos afirmar em relação à segunda. Pelo exemplo do enunciado temos: Premissas: Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita. Ana não cometeu um crime perfeito. Representando-as na forma de diagramas obtemos:

Se Ana não cometeu um crime perfeito, não

podemos afirmar se ela é suspeita ou não. Logo, o argumento é inválido Resposta: Item Errado 02. Sabendo que é verdade que "Alguns marinheiros sabem nadar" e que "nenhum piloto sabe nadar" então é necessariamente verdade que: a) Alguns marinheiros não são pilotos. b) Alguns marinheiros são pilotos. c) Nenhum marinheiro é piloto. d) Todos os pilotos são marinheiros. e) Todos os marinheiros são pilotos. SOLUÇÃO: Representando as proposições do enunciado na forma de conjuntos teremos:

Onde: M = marinheiros; P = pilotos; SN = sabem nadar Temos duas possibilidades para o conjunto P porque o enunciado não fala se existem pilotos que também são marinheiros. Porém, podemos afirmar com certeza que existem marinheiros que não são pilotos (parte cinza). Resposta: Alternativa A 03. (CESPE) Considere que são V as seguintes proposições: “todos os candidatos que obtiveram nota acima de 9 na prova de Língua Portuguesa foram aprovados no concurso” e “Joaquim foi aprovado no concurso”. Então a proposição “Joaquim teve nota acima de 9 na prova de Língua Portuguesa” é também V, podendo-se concluir que essas proposições constituem um argumento válido. SOLUÇÃO: Tomando as proposições “todos os candidatos que obtiveram nota acima de 9 na prova de Língua Portuguesa foram aprovados no concurso” e “Joaquim foi aprovado no concurso”e representando-as na forma de diagramas lógicos:

Com isso, não podemos afirmar, com certeza, se a proposição “Joaquim teve nota acima de 9 na prova de Língua Portuguesa” é V ou F. Por isso, o argumento é inválido. Resposta: Item Errado 04. Supondo que “Nenhum advogado foi reprovado no provão do MEC” e que “Alguns economistas foram reprovados”, podemos logicamente concluir que: a) não pode haver advogado economista. b) algum advogado é economista. c) nenhum advogado é economista. d) todos os advogados são economistas. e) alguns economistas não são advogados. SOLUÇÃO: Representando as proposições do enunciado na forma de conjuntos teremos:

EXEMPLOS: Algum político não é honesto. Algumas aves não voam. Existem alunos que não foram aprovados.

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Onde: A = advogados; E = economistas; R = reprovados no provão O conjunto E pode ser representado de duas formas possíveis porque o enunciado não fala se existem economistas que são advogados. Porém, podemos afirmar com certeza que existem economistas que não são advogados (parte hachurada). Portanto a resposta correta é a opção E. Resposta: Alternativa E 05. (ESAF) Todos os alunos de matemática são, também, alunos de inglês, mas nenhum aluno de inglês é aluno de história. Todos os alunos de português são também alunos de informática, e alguns alunos de informática são também alunos de história. Como nenhum aluno de informática é aluno de inglês, e como nenhum aluno de português é aluno de história, então: a) pelo menos um aluno de português é aluno de inglês. b) pelo menos um aluno de matemática é aluno de história. c) nenhum aluno de português é aluno de matemática. d) todos os alunos de informática são alunos de matemática. e) todos os alunos de informática são alunos de português. SOLUÇÃO: Temos, do enunciado, as seguintes proposições: 1. Todos os alunos de matemática são, também, alunos de inglês 2. Nenhum aluno de inglês é aluno de história 3. Todos os alunos de português são também alunos de informática 4. Alguns alunos de informática são também alunos de história 5. Nenhum aluno de informática é aluno de inglês 6. Nenhum aluno de português é aluno de história

Agora iremos representar cada proposição utilizando os diagramas lógicos. Como não há uma ordem a ser seguida, podemos começar com qualquer uma das proposições até que façamos a representação de todas elas. Após desenharmos os diagramas para cada proposição, chegamos ao seguinte resultado:

Analisando as alternativas e as comparando com o desenho acima, vemos claramente que o item correto é item C. Resposta: alternativa C.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (FCC) Um jornal publicou a seguinte manchete:

“Toda Agência do Banco do Brasil tem déficit de funcionários.”

Diante de tal inverdade, o jornal se viu obrigado a retratar-se, publicando uma negação de tal manchete. Das sentenças seguintes, aquela que expressaria de maneira correta a negação da manchete publicada é: a) Qualquer Agência do Banco do Brasil não têm déficit de funcionários. b) Nenhuma Agência do Banco do Brasil tem déficit de funcionários. c) Alguma Agência do Banco do Brasil não tem déficit de funcionários. d) Existem Agências com déficit de funcionários que não pertencem ao Banco do Brasil. e) O quadro de funcionários do Banco do Brasil está completo. 02. Dizer que a afirmação “todos os economistas são médicos” é falsa, do ponto de vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira: a) pelo menos um economista não é médico. b) nenhum economista é médico. c) nenhum médico é economista. d) pelo menos um médico não é economista. e) todos os não médicos são não economistas. 03. (CESGRANRIO) A negação de “todos os números inteiros são positivos” é: a) nenhum número inteiro é positivo. b) nenhum número inteiro é negativo. c) todos os números inteiros são negativos. d) alguns números positivos não são inteiros. e) alguns números inteiros não são positivos. 04. (FCC) Sabe-se que existem pessoas desonestas e que existem corruptos. Admitindo-se verdadeira a frase “Todos os corruptos são desonestos”, é correto concluir que a) quem não é corrupto é honesto. b) existem corruptos honestos. c) alguns honestos podem ser corruptos. d) existem mais corruptos do que desonestos. e) existem desonestos que são corruptos. 05. (FCC) Todos os macerontes são torminodoros. Alguns macerontes são momorrengos. Logo, a) todos os momorrengos são torminodoros. b) alguns torminodoros são momorrengos. c) todos os torminodoros são macerontes. d) alguns momorrengos são pássaros. e) todos os momorrengos são macerontes.

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31 06. (ESAF) Sabe-se que existe pelo menos um A que é B. Sabe-se, também, que todo B é C. Segue-se, portanto, necessariamente que: a) todo C é B b) todo C é A c) nada que não seja C é A d) algum A é C e) algum A não é C 07. (ESAF) Os dois círculos abaixo representam, respectivamente, o conjunto S dos amigos de Sara e o conjunto P dos amigos de Paula.

Sabendo que a parte sombreada do diagrama não possui elemento algum, então: a) Algum amigo de Paula não é amigo de Sara. b) Todo amigo de Sara é também amigo de Paula. c) Todo amigo de Paula é também amigo de Sara. d) Nenhum amigo de Sara é amigo de Paula. e) Nenhum amigo de Paula é amigo de Sara. 08. (FCC) São dadas as afirmações:

– Toda cobra é um réptil. – Existem répteis venenosos.

Se as duas afirmações são verdadeiras, então, com certeza, também é verdade que a) toda cobra é venenosa. b) algum réptil venenoso é uma cobra. c) qualquer réptil é uma cobra. d) Se existe um réptil venenoso, então ele é uma cobra. e) Se existe uma cobra venenosa, então ela é um réptil. 09. (CESGRANRIO) Suponha que todos os professores sejam poliglotas e todos os poliglotas sejam religiosos. Pode-se concluir que, se: a) João é religioso, João é poliglota. b) Pedro é poliglota, Pedro é professor. c) Joaquim é religioso, Joaquim é professor. d) Antônio não é professor, Antônio não é religioso. e) Cláudio não é religioso, Cláudio não é poliglota. 10. (FGV) Um eminente antropólogo, afirmou que TODOS OS AFANEUS SÃO ZARAGÓS, e que TODOS OS ZARAGÓS SÃO CHUMPITAZES. Com base nestas afirmações, podemos concluir que: a) É possível existir um Afaneu que não seja Zaragó. b) É possível existir um Afaneu que não seja Chumpitaz. c) É possível existir um Zaragó que não seja Afaneu. d) Nada se pode concluir sem saber o que significa Afaneu, Zaragó e Chumpitaz. 11. (FCC) Sejam as afirmações: – “Todo policial é forte.” – “Existem policiais altos.”

Considerando que as duas afirmações são verdadeiras, então, com certeza, é correto afirmar que: a) Todo policial alto não é forte. b) Todo policial forte é alto. c) Existem policiais baixos e fracos. d) Algum policial alto não é forte. e) Algum policial forte é alto. 12. (FCC) Considere que as seguintes afirmações são verdadeiras:

“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.” “Existem crianças que são inteligentes.”

Assim sendo, certamente é verdade que: a) Alguma criança inteligente não gosta de passear no Metrô de São Paulo. b) Alguma criança que gosta de passear no Metrô de São Paulo é inteligente. c) Alguma criança não inteligente não gosta de passear no Metrô de São Paulo. d) Toda criança que gosta de passear no Metrô de São Paulo é inteligente. e) Toda criança inteligente não gosta de passear no Metrô de São Paulo. 13. (FGV) Sendo R o conjunto dos países ricos, I o conjunto dos países industrializados, e o conjunto dos países exportadores de petróleo e admitindo como verdadeiras as relações IR ; ER ; I E = , qual das afirmações abaixo é verdadeira? a) Todos os países não-exportadores de petróleo são pobres. b) Todos os países não-industrializados não são ricos. c) Os países que não são ricos não podem ser exportadores de petróleo. d) Os países não industrializados não podem ser exportadores de petróleo. e) Todas as afirmações acima são falsas. 14. Dizer que é verdade que “para todo x, se x é uma rã e se x é verde, então x está saltando” é logicamente equivalente a dizer que não é verdade que: a) algumas rãs que não são verdes estão saltando; b) algumas rãs verdes estão saltando; c) nenhuma rã verde não está saltando; d) existe uma rã verde que não está saltando; e) algo que não seja uma rã verde está saltando. 15. (FCC) Considere que as seguintes afirmações são verdadeiras:

- Todo motorista que não obedece às leis de trânsito é multado. - Existem pessoas idôneas que são multadas.

Com base nessas afirmações é verdade que: a) se um motorista é idôneo e não obedece às leis de trânsito, então ele é multado. b) se um motorista não respeita as leis de trânsito, então ele é idôneo. c) todo motorista é uma pessoa idônea. d) toda pessoa idônea obedece às leis de trânsito.

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32 e) toda pessoa idônea não é multada. 16. (ESAF) Em um grupo de amigas, todas as meninas loiras são, também, altas e magras, mas nenhuma menina alta e magra tem olhos azuis. Todas as meninas alegres possuem cabelos crespos, e algumas meninas de cabelos crespos têm também olhos azuis. Como nenhuma menina de cabelos crespos é alta e magra, e como neste grupo de amigas não existe nenhuma menina que tenha cabelos crespos, olhos azuis e seja alegre, então: a) pelo menos uma menina alegre tem olhos azuis. b) pelo menos uma menina loira tem olhos azuis. c) todas as meninas que possuem cabelos crespos são loiras. d) todas as meninas de cabelos crespos são alegres. e) nenhuma menina alegre é loira. 17. (ESAF) Em uma comunidade, todo trabalhador é responsável. Todo artista, se não for filósofo, ou é trabalhador ou é poeta. Ora, não há filósofo e não há poeta que não seja responsável. Portanto, tem-se que, necessariamente, a) todo responsável é artista. b) todo responsável é filósofo ou poeta. c) todo artista é responsável. d) algum filósofo é poeta. e) algum trabalhador é filósofo.

CAPÍTULO 05

LÓGICA DAS PROPOSIÇÕES

PROPOSIÇÕES - DEFINIÇÃO

EXPRESSÕES = São frases que não possuem sentido completo. DICA: não possuem verbo!

Ex: O dobro de cinco. O jogador de futebol.

13 + 5 SENTENÇAS = São frases Possuem sentido

completo. DICA: possuem verbo! SENTENÇAS ABERTAS = são aquelas proposições simples que “dependem” de variáveis (que não conhecemos) para dizer se ela é verdadeira ou falsa. Ou seja, não se pode atribuir um valor lógico V ou F à ela sem conhecermos esta variável.

Ex: Alguém está nascendo agora. (V ou F?) x + 4 = 7 (V ou F?) Ele foi à praia. (V ou F?)

SENTENÇAS FECHADAS = Aquelas às quais se pode atribuir um valor lógico V ou F. Tem um valor lógico definido. Ex: O TCU está vinculado ao poder Legislativo (V) O Ceará é um Estado da região Sudeste (F) 8 + 5 > 15 (F) PROPOSIÇÕES = As proposições são sentenças

fechadas, formadas de palavras ou símbolos, que

exprimem um pensamento completo e às quais podemos atribuir um dos valores lógicos: V ou F.

Somente às sentenças declarativas podem-se

atribuir valores de verdadeiro ou falso, o que ocorre quando a sentença é, respectivamente, confirmada ou negada. São exemplos de proposições as seguintes sentenças declarativas: A praia do Futuro fica em Fortaleza. (V) A Receita Federal pertence ao poder judiciário. (F) O número 15 não é primo. (V) O número 6 é ímpar. (F)

Pelos exemplos descritos acima, também observamos que uma proposição representa uma informação enunciada por uma oração, e, portanto pode ser expressa de várias formas, tais como: “Pedro é maior que Carlos”, ou podemos expressar também por “Carlos é menor que Pedro”. NUNCA SERÃO PROPOSIÇÕES = Não se pode

atribuir um valor de verdadeiro ou falso às demais formas de sentenças como as interrogativas, as exclamativas, imperativas, expressões sem predicado (sem verbo) e sentenças abertas (com variáveis) embora elas também expressem um pensamento completo.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

1 – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: Uma proposição só pode ter dois valores verdades, isto é, é verdadeiro (V) ou falso (F), não podendo ter outro valor. 2 – PRINCÍPIO DA NÃO-CONTRADIÇÃO: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa simultaneamente. Logo, temos: “O Brasil é um País da América do Sul” é uma proposição verdadeira. “A Receita Federal pertence ao poder judiciário”, é uma proposição falsa. PROPOSIÇÕES SIMPLES

A proposição simples ou atômica é aquela que não contém qualquer outra proposição como sua componente. Isso significa que não é possível encontrar como parte de uma proposição simples alguma outra proposição diferente dela. Não se pode subdividi-la em partes menores tais que alguma delas seja uma nova proposição. EXEMPLOS: Carlos é primo de Marta. O futebol é o esporte mais popular do mundo. O heptágono possui sete lados. PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Uma proposição que contenha qualquer outra como sua parte componente é dita proposição

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33 composta ou molecular. As proposições compostas são combinações de proposições simples feitas através dos operadores lógicos: , , , . Assim, se tivermos as proposições A e B podemos formar as proposições compostas: A B, A B, A B, A B. Estas proposições recebem designações particulares, conforme veremos a seguir:

CONJUNÇÃO: A B (lê-se “A e B”) DISJUNÇÃO NÃO-EXCLUDENTE: A B (lê-se “A ou B”) DISJUNÇÃO EXCLUDENTE: A B (lê-se “ou A ou B”) CONDICIONAL: A B (lê-se “se A então B”) BICONDICIONAL: A B (lê-se “A se e somente se B”)

EXEMPLOS:

João é médico e Pedro é dentista. Maria vai ao cinema ou Paulo vai ao circo. Ou compro um carro ou uma bicicleta. Se chover amanhã de manhã, então não irei à praia. Comprarei uma mansão se e somente se eu ganhar na loteria.

Nas sentenças acima, vimos os vários tipos

de conectivos – ditos CONECTIVOS LÓGICOS – que estarão presentes em uma proposição composta. Estudaremos cada um deles a seguir, uma vez que é de nosso interesse conhecer o valor lógico das proposições compostas. Veremos que, para dizer que uma proposição composta é verdadeira ou falsa, dependerá de duas coisas:

1º) do valor lógico das proposições componentes; 2º) do tipo de conectivo que as une.

Com estas duas informações, podemos dizer o valor lógico da proposição composta. O conjunto de todos os valores possíveis que uma proposição pode assumir é chamado de tabela-verdade. NEGAÇÃO (MODIFICADOR)

Dada uma proposição qualquer A, denominamos negação de A à proposição composta que se obtém a partir da proposição A acrescida do conectivo lógico “não” ou de outro equivalente. A negação “não A” pode ser representada simbolicamente como: ~A ou ¬A. Expressões equivalentes de “não A”:

Não é verdade que A. É falso que A.

TABELA-VERDADE

Como se pode observar na tabela-verdade, uma proposição qualquer e sua negação nunca poderão ser simultaneamente verdadeiras ou simultaneamente falsas. EXEMPLOS: A: Ricardo é honesto. B: Paulo foi ao parque. ~A: Ricardo não é honesto. ~B: Paulo não foi ao parque. ~A: Não é verdade que Ricardo é honesto. ~B: É falso que Paulo foi ao parque. CONJUNÇÃO (E)

Denominamos conjunção a proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “E”, e que pode ser representada simbolicamente como: A B. EXEMPLO: A: Carlos gosta de futebol. B: Maria é dentista.

Conjunção = Carlos gosta de futebol e Maria é dentista. (AB)

TABELA-VERDADE Na tabela-verdade, que representa todos os resultados da conjunção “A e B” para cada um dos valores que A e B podem assumir, temos:

ANÁLISE DAS PROPOSIÇÕES: Seja a proposição A B podemos concluir: 1) Se A = V, então B será obrigatoriamente V. 2) Se B = V, então B será obrigatoriamente V. DISJUNÇÃO NÃO-EXCLUDENTE (OU)

Disjunção não excludente, chamada apenas de disjunção, é toda proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “OU”. A disjunção “A ou B” pode ser representada simbolicamente como: A B. PREMISSAS NÃO-EXCLUDENTES:

Premissas não-excludentes são aquelas que podem ocorrer simultaneamente. Ou seja, o “ou” significa que pelo menos uma das premissas deverá ser verdadeira. EXEMPLO:

CONCLUSÃO: Uma conjunção é verdadeira somente quando ambas as proposições que a compõem forem verdadeiras.”

CONCLUSÃO: Uma proposição A e sua negação “não A” terão sempre valores lógicos opostos.

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34 A: O pai dará um carro ao seu filho. B: O pai dará uma bicicleta ao seu filho.

Disjunção = O pai dará um carro ou uma bicicleta ao seu filho. (A B)

TABELA-VERDADE

ANÁLISE DAS PROPOSIÇÕES: Seja a proposição A B podemos concluir:

1) Se A = V, então B pode ser V ou F. 2) Se B = V, então A pode ser V ou F. 3) Se A = F, então B obrigatoriamente será V. 4) Se B = F, então A obrigatoriamente será V.

DISJUNÇÃO EXCLUDENTE (OU... OU...)

Disjunção excludente é toda proposição composta formada por duas proposições simples quaisquer e que estejam ligadas pelo conectivo “OU... OU...”. A disjunção excludente “ou A ou B” pode ser representada simbolicamente como: A B. PREMISSAS EXCLUDENTES:

Premissas excludentes são aquelas que NÃO podem ocorrer simultaneamente. Portanto, o “ou... ou...” significa que somente uma das premissas poderá ser verdadeira e que a premissa verdadeira será única, ou seja, não pode haver mais de uma premissa verdadeira. EXEMPLO: A: Diego viajará para Londres. B: Fábio viajará para a Bahia.

Disjunção Excludente = Ou Diego viajará para Londres ou Fábio viajará para a Bahia. (A B)

TABELA-VERDADE

ANÁLISE DAS PROPOSIÇÕES: Seja a a proposição A B podemos concluir: 1) Se A = V, então B será obrigatoriamente F. 2) Se B = V, então A será obrigatoriamente F. 3) Se A = F, então B será obrigatoriamente V. 4) Se B = F, então A será obrigatoriamente V. CONDICIONAL (SE... ENTÃO...)

Denominamos condicional a proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “SE... ENTÃO...” ou por uma de suas formas equivalentes. A proposição condicional “Se A então B” pode ser representada simbolicamente como: AB. EXEMPLO: A: José é cearense. B: José é brasileiro.

Condicional = Se José é cearense então José é brasileiro. (A B)

OBS: A primeira proposição de uma condicional é chamada de condição e a segunda proposição é chamada de conclusão.

TABELA-VERDADE:

Isso significa que, numa proposição

condicional, a única situação que não pode ocorrer é uma condição verdadeira implicar uma conclusão falsa. Alguns dos resultados da tabela anterior podem parecer absurdos à primeira vista. A fim de esclarecer o significado de cada um dos resultados possíveis numa sentença condicional, considere a seguinte situação (apenas para fins didáticos):

SE NASCI EM FORTALEZA, ENTÃO SOU CEARENSE.

Agora responda: qual é a única maneira de

essa proposição estar incorreta? Ora, só há um jeito de essa frase ser falsa: se a primeira parte for

CONCLUSÕES: 1) Uma disjunção é falsa somente quando as duas proposições que a compõem forem falsas. 2) Para que a disjunção seja verdadeira, basta que pelo menos uma das proposições que a compõe seja verdadeira.

CONCLUSÃO: Uma disjunção excludente é verdadeira quando apenas uma das proposições for verdadeira. Caso contrário será falsa!

CONCLUSÃO: Uma condicional é falsa somente quando a primeira premissa é verdadeira e a segunda é falsa, sendo verdadeira em todos os outros casos.

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35 verdadeira, e a segunda for falsa. Ou seja, se é verdade que eu nasci em Fortaleza, então necessariamente é verdade que eu sou cearense.

Então se alguém disser que é verdadeiro que eu nasci em Fortaleza, e que é falso que eu sou cearense, então esta condicional será falsa. O fato de eu ter nascido em Fortaleza é condição suficiente (basta isso!) para que se torne um resultado necessário que eu seja cearense. ANÁLISE DAS PROPOSIÇÕES: 1) Seja a proposição A B podemos concluir:

a) Se A = V, então B será obrigatoriamente V. b) Se A = F, então B pode ser V ou F. c) Se B = V, então A pode ser V ou F. d) Se B = F, então A será obrigatoriamente F.

2) Percebe-se do item d que a proposição A B é equivalente a:

Se a premissa B for falsa, então a premissa A será

falsa. OUTRAS FORMAS DA CONDICIONAL: As seguintes expressões podem se empregar como equivalentes de “Se A então B”: 1) Se A, B. 2) B, se A. 3) Todo A é B. 4) A implica B. 5) A somente se B. 6) A é condição suficiente para B. 7) B é condição necessária para A. Destas duas últimas representações, as mais comuns em provas de concursos, podemos escrever:

BICONDICIONAL (SE E SOMENTE SE)

Denominamos bicondicional a proposição composta formada por duas proposições quaisquer que estejam ligadas pelo conectivo “SE E SOMENTE SE” ou por uma de suas formas equivalentes. A proposição bicondicional “A se e somente se B” pode ser representada simbolicamente como: A B. EXEMPLO: A: Ricardo é meu tio. B: Ricardo é irmão de um dos meus pais. Bicondicional = Ricardo é meu tio se e somente se Ricardo é irmão de um dos meus pais. (A B) TABELA-VERDADE

Como próprio nome e símbolo sugerem, uma proposição bicondicional “A se e somente se B” é equivalente à proposição composta “Se A então B e se B então A”:

(A B) (B A) OUTRAS FORMAS DA BICONDICIONAL: Podem-se empregar também como equivalentes de “A se e somente se B” as seguintes expressões:

A se e só se B. Todo A é B e todo B é A. Todo A é B e reciprocamente. A somente se B e B somente se A. A é condição necessária e suficiente para que B ocorra. B é condição necessária e suficiente para que A ocorra.

TAUTOLOGIA

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições é uma tautologia se ela for SEMPRE VERDADEIRA independentemente dos valores lógicos das proposições que a compõe. EXEMPLO1: A proposição “A ou não A” é uma tautologia, pois é sempre verdadeira independentemente dos valores lógicos de A. Veja a tabela-verdade:

EXEMPLO2: A proposição “Se (A e B) então (A ou B)” também é uma tautologia, pois é sempre verdadeira independentemente dos valores lógicos de A e de B, como se pode observar na tabela-verdade abaixo:

CONTRADIÇÃO

Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições é uma contradição se ela for SEMPRE FALSA independentemente dos valores lógicos das proposições que a compõe. EXEMPLO:

CONCLUSÃO: 1) A bicondicional é verdadeira somente quando A e B têm o mesmo valor lógico (ambas são verdadeiras ou ambas são falsas). 2) A bicondicional é falsa quando A e B têm valores lógicos contrários.

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36 A proposição “A se e somente se não A”é uma contradição, pois é sempre falsa independentemente dos valores lógicos de A e de não A, como se pode observar na tabela-verdade abaixo:

ATENÇÃO! Como uma tautologia é sempre verdadeira e uma contradição, sempre falsa, tem-se que uma é a negação da outra, logo: “A negação de uma tautologia é sempre uma contradição e a negação de uma contradição é sempre uma tautologia”.

CONTINGÊNCIA

Contingências são proposições que têm em suas tabelas-verdade, valores verdadeiros e falsos. EXEMPLO: As seguintes proposições são contingências:

EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS

Dizemos que duas proposições são logicamente equivalentes ou, simplesmente, que são equivalentes quando são compostas pelas mesmas proposições simples e os resultados de suas tabelas verdade são idênticos. Uma consequência prática da equivalência lógica é que ao trocar uma dada proposição por qualquer outra que lhe seja equivalente, estamos apenas mudando a maneira de dizê-la. A equivalência lógica entre duas proposições, A e B, pode ser simbolicamente representada da seguinte forma: A B EXEMPLO: As proposições (A B) e (~AB) são equivalentes, pois possuem os mesmos resultados em suas tabelas-verdade:

Obs.: Os símbolos e são distintos? Sim. indica uma operação lógica = bicondicional

estabelece que duas proposições são equivalentes.

ALGUMAS EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS Leis Associativas:

1. (A B) C A (B C)

2. (A B) C A (B C) Leis Comutativas: 1. A B B A 2. A B B A

3. A B B A 4. A B B A (NÃO SÃO EQUIVALENTES) Leis Distributivas:

3. A (B C) (A B) (A C) 4. A (B C) (A B) (A C) EQUIVALÊNCIAS MUITO IMPORTANTES!!! Lei da dupla negação: 1. ~(~A) A Equivalências da Conjunção e da Disjunção: 1. A B ~A B ~B A 2. A B ~(A ~B) ~(B ~A) Equivalências da Condicional: 1. A B ~B ~A (CONTRA-POSITIVA) 2. A B ~A B 3. A B e B A (RECÍPROCAS = NÃO SÃO EQUIVALENTES!!!) IMPORTANTE: Da condicional: “Se a piscina é funda, então não vou nadar”, temos:

A recíproca: “Se não vou nadar, então a piscina é funda”. A contra positiva: “Se vou nadar, então a piscina não é funda”.

LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN – NEGAÇÃO Um problema de grande importância para a lógica é o da identificação de proposições equivalentes à negação de uma proposição dada. Negar uma proposição simples é uma tarefa que não oferece grandes obstáculos, entretanto, podem surgir algumas dificuldades quando procuramos identificar a negação de uma proposição composta. Como vimos anteriormente, a negação de uma proposição deve ter sempre valor lógico oposto ao da proposição dada. Desse modo sempre que uma proposição A for verdadeira, a sua negação não A deve ser falsa e sempre que A for falsa não A deve ser verdadeira. Em outras palavras, Vejamos abaixo as equivalências mais comuns para negações de algumas proposições compostas: 1) Negação da Conjunção: ~(A B) ~A ~B DICA: Nega as duas proposições e troca o “e” pelo “ou”. 2) Negação da Disjunção: ~(A B) ~A ~B

A negação de uma proposição deve ser contraditória com a proposição dada.

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37 DICA: Nega as duas proposições e troca o “ou” pelo “e”. 3) Negação de uma Condicional: ~(A B) A ~B DICA: Mantém a primeira proposição “e” nega a segunda. 4) Negação da Bicondicional: ~(AB) ~A B A ~B DICA: Nega-se uma das duas, se e somente se, mantém a outra proposição. LEMBRE-SE: ~(Todo A é B) Algum A não é B. (Pelo menos uma A não é B) ~(Algum A é B) Nenhum A é B. EXEMPLOS: Negue as proposições: P1: Paulo é alto e Jane é não bonita. ~P1: Paulo não é alto ou Jane é bonita. P2: Vou de carro ou chego atrasado. ~P2: Não vou de carro e não chego atrasado. P4: Se o governo faz economia então não aplica em obras públicas. ~P4: O governo faz economia e aplica em obras públicas. P5: Se x é par, então x não é primo. ~P5: x é par e x é primo. P6: Carlos vai ao cinema se e somente se Maria fica em casa. ~P6: Carlos não vai ao cinema se e somente se Maria fica em casa. Carlos vai ao cinema se e somente se Maria não fica em casa. TABELAS - VERDADE

Trataremos agora um pouco mais a respeito de uma TABELA-VERDADE.

Aprendemos que se trata de uma tabela mediante qual são analisados os valores lógicos de proposições compostas.

Nos tópicos anteriores, vimos que uma Tabela-Verdade que contém duas proposições apresentará exatamente um número de quatro linhas! Mas e se estivermos analisando uma proposição composta com três ou mais proposições componentes? Como ficaria a tabela-verdade neste caso? NÚMERO DE LINHAS DA TABELA-VERDADE

Para qualquer caso, teremos que o número de linhas de uma tabela-verdade será dado por:

Ou seja: se estivermos trabalhando com duas proposições p e q, então a tabela-verdade terá 4 linhas, já que 22 = 4. E se estivermos trabalhando com uma proposição composta que tenha três componentes p, q e r? Quantas linhas terá essa tabela-verdade? Terá 8 linhas, uma vez que 23 = 8. E assim por diante.

CONSTRUINDO UMA TABELA VERDADE Na hora de construirmos a tabela-verdade

de uma proposição composta qualquer, teremos que seguir uma certa ordem de precedência dos conectivos. Ou seja, os nossos passos terão que obedecer a uma sequência.

Começaremos sempre trabalhando com o que houver dentro dos parênteses. Só depois, passaremos ao que houver fora deles. Em ambos os casos, sempre obedecendo à seguinte ordem:

1º) Faremos as negações (~); 2º) Faremos as conjunções (E) ou disjunções (OU), na ordem em que aparecerem; 3º) Faremos a condicional (SE...ENTÃO...); 4º) Faremos a bicondicional (...SE E SOMENTE SE...).

PARA DUAS PROPOSIÇÕES A e B:

Construa a tabela-verdade da seguinte proposição composta: (A ~B) v (B ~A) Sol.: Observamos que há dois parênteses. Começaremos, pois, a trabalhar o primeiro deles, isoladamente. Nossos passos, obedecendo à ordem de precedência dos conectivos, serão os seguintes: 1º Passo) A negação de B:

2º Passo) A conjunção:

Deixemos essa coluna-resultado “guardada” para daqui a pouco, e passemos a trabalhar o segundo parênteses. Teremos: 3º Passo) A negação de A:

4º Passo) A conjunção:

N = 2 nº de proposições simples

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38

5º Passo) Uma vez trabalhados os dois parênteses, faremos, por fim, a disjunção que os une. Teremos:

Se quiséssemos, poderíamos ter feito tudo em uma única tabela maior, da seguinte forma:

PARA TRÊS PROPOSIÇÕES A, B e C:

Suponhamos que alguém (uma questão de prova, por exemplo!) nos peça que construamos a tabela-verdade da proposição composta seguinte: (A ~B) (B v ~C). A leitura dessa proposição é a seguinte: Se A e não B, então B ou não C.

Começaremos sempre com a estrutura inicial para três proposições. Teremos:

Daí, já sabemos que existe uma ordem de

precedência a ser observada, de modo que trabalharemos logo os parênteses da proposição acima. Começando pelo primeiro deles, faremos os seguintes passos: 1º Passo) Negação de B:

2º Passo) A conjunção do primeiro parênteses: (Só recordando: somente se as duas partes forem verdadeiras é que a conjunção (e) também o será!)

3º Passo) Trabalhando agora com o segundo parênteses, faremos a negação de C:

4º Passo) A disjunção do segundo parênteses: Só recordando: basta que uma parte seja verdadeira, e a disjunção (ou) também o será!

5º Passo) Finalmente, já tendo trabalhado os dois parênteses separadamente, agora vamos fazer a condicional que os une: Só recordando: a condicional só será falsa se tivermos VERDADEIRO na primeira parte e FALSO na segunda!

Novamente, se assim o quiséssemos, poderíamos ter feito todo o trabalho em uma só tabela, como se segue:

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01. (FCC) Define-se sentença como qualquer oração que tem sujeito (o termo a respeito do qual se declara alguma coisa) e predicado (o que se declara sobre o sujeito). Na relação que segue há expressões e sentenças:

1. Tomara que chova! 2. Que horas são? 3. Três vezes dois são cinco. 4. Quarenta e dois detentos. 5. Policiais são confiáveis. 6. Exercícios físicos são saudáveis.

De acordo com a definição dada, é correto afirmar que, dos itens da relação acima, são sentenças APENAS os de números a) 1, 3 e 5. b) 2, 3 e 5. c) 3, 5 e 6. d) 4 e 6. e) 5 e 6. SOLUÇÃO: De acordo com a definição do enunciado, analisando as opções temos:

1. Tomara que chova! Não é sentença, pois não tem sujeito.

2. Que horas são? Não é sentença, pois não tem sujeito.

3. Três vezes dois são cinco. É uma sentença. Sujeito = Três vezes dois; Predic. = são cinco.

4. Quarenta e dois detentos. Não é uma sentença, pois tem apenas sujeito.

5. Policiais são confiáveis. É uma sentença. Sujeito = Policiais; Predic. = são confiáveis.

6. Exercícios físicos são saudáveis. É uma sentença. Sujeito = Exercícios físicos; Predic. = são saudáveis. Logo, são sentenças apenas os itens de números 3, 5 e 6. Resposta: item C. 02. (FCC) Das cinco frases abaixo, quatro delas têm uma mesma característica lógica em comum, enquanto uma delas não tem essa característica.

I. Que belo dia! II. Um excelente livro de raciocínio lógico. III. O jogo terminou empatado? IV. Existe vida em outros planetas do universo. V. Escreva uma poesia.

A frase que não possui essa característica comum é a: a) IV. b) V. c) I. d) II. e) III. SOLUÇÃO: A característica que a questão menciona é o fato de as frases serem proposições ou não. 1) É proposição:

IV. (sujeito = vida / predicado = existe em outros planetas do universo.

2) Não são proposições: I. Que belo dia! = Frase exclamativa.

II. Um excelente livro de raciocínio lógico. = Sem predicado. III. O jogo terminou empatado? = Frase

interrogativa. V. Escreva uma poesia. = Frase imperativa. Resposta: item A. 03. (FCC) Considere as seguintes premissas:

p : Trabalhar é saudável q : O cigarro mata.

A afirmação "Trabalhar não é saudável" ou "o cigarro mata" é FALSA se a) p é falsa e ~q é falsa. b) p é falsa e q é falsa. c) p e q são verdadeiras. d) p é verdadeira e q é falsa. e) ~p é verdadeira e q é falsa. SOLUÇÃO: Esta questão é bem simples! Basta lembrar que uma disjunção (p ou q) só será falsa se as duas proposições simples que a formam forem ambas falsas. A afirmação "Trabalhar não é saudável" ou "o cigarro mata", é representada por: ~p ou q. Logo, para que a afirmação “~p ou q” seja FALSA, devemos ter:

1) ~p = F (ou ainda, p = V, já que uma é a negação da outra) 2) q = F (ou ainda, ~q = V, já que uma é a negação da outra)

Observando os termos em negrito, podemos afirmar que a resposta é o item D. 04. (FCC) Sejam as proposições:

p: atuação compradora de dólares por parte do Banco Central;

q: fazer frente ao fluxo positivo. Se p implica em q, então: (A) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central é condição necessária para fazer frente ao fluxo positivo. (B) fazer frente ao fluxo positivo é condição suficiente para a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central. (C) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central é condição suficiente para fazer frente ao fluxo positivo. (D) fazer frente ao fluxo positivo é condição necessária e suficiente para a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central. (E) a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central não é condição suficiente e nem necessária para fazer frente ao fluxo positivo. SOLUÇÃO: Uma proposição do tipo “p implica em q” (condicional) pode ser escrita das seguintes formas: 1) p é condição suficiente para q; 2) q é condição necessária para p. Logo, se

p: atuação compradora de dólares por parte do Banco Central; q: fazer frente ao fluxo positivo.

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40 Então podemos escrever:

1) A atuação compradora de dólares por parte do Banco Central é condição suficiente para fazer frente ao fluxo positivo. (item C) 2) Fazer frente ao fluxo positivo é condição necessária para a atuação compradora de dólares por parte do Banco Central.

Resposta: item C. 05. (FCC) A correta negação da proposição "todos os cargos deste concurso são de analista judiciário” é: (A) alguns cargos deste concurso são de analista judiciário. (B) existem cargos deste concurso que não são de analista judiciário. (C) existem cargos deste concurso que são de analista judiciário. (D) nenhum dos cargos deste concurso não é de analista judiciário. (E) os cargos deste concurso são ou de analista, ou no judiciário. SOLUÇÃO:

A negação de uma proposição do tipo “Todo P é Q” é dada por “Algum P não é Q” ou ainda “Existe P que não é Q”. Logo, a correta negação da proposição "todos os cargos deste concurso são de analista judiciário” é: “existem cargos deste concurso que não são de analista judiciário”. Resposta: item B. 06. (CESPE) Independentemente da valoração V ou F atribuída às proposições A e B, é correto concluir que a proposição ¬(A ˅ B) ˅ (A ˅ B) é sempre V. SOLUÇÃO: Em outras palavras, dizer que a proposição ¬(A ˅ B) ˅ (A ˅ B) é sempre V, independentemente da valoração V ou F atribuída às proposições A e B, é a mesma coisa que dizer que esta proposição é uma TAUTOLOGIA. Para fazer esta verificação basta desenharmos a tabela verdade desta proposição. Logo:

Com isso, podemos ver que a proposição ¬(A ˅ B) ˅ (A ˅ B) é sempre V, independente dos valores lógicos das proposições A e B. Resposta: Item Certo 07. (FCC) São dadas as seguintes proposições simples:

p : Beatriz é morena; q : Beatriz é inteligente; r : Pessoas inteligentes estudam.

Se a implicação (p ~r) → ~q é FALSA, então é verdade que: (A) Beatriz é uma morena inteligente e pessoas inteligentes estudam. (B) Pessoas inteligentes não estudam e Beatriz é uma morena não inteligente.

(C) Beatriz é uma morena inteligente e pessoas inteligentes não estudam. (D) Pessoas inteligentes não estudam mas Beatriz é inteligente e não morena. (E) Beatriz não é morena e nem inteligente, mas estuda. SOLUÇÃO: Sabendo que uma proposição do tipo condicional (A → B) é falsa somente quando A = V e B = F, então, na proposição (p ~r) → ~q, temos que: A = (p ~r) = V B = ~q = F, logo q = V Como uma proposição do tipo conjunção (A B) é verdadeira quando A = V e B = V, então: Se (p ~r) = V, logo p = V e ~r = V. Com isso, concluímos que: q = V Beatriz é inteligente. p = V Beatriz é morena. ~r = V Pessoas inteligentes não estudam Resposta:Item C. 08. (FCC) São dadas as seguintes proposições:

(1) Se Jaime trabalha no Tribunal de Contas, então ele é eficiente.

(2) Se Jaime não trabalha no Tribunal de Contas, então ele não é eficiente.

(3) Não é verdade que, Jaime trabalha no Tribunal de Contas e não é eficiente.

(4) Jaime é eficiente ou não trabalha no Tribunal de Contas. É correto afirmar que são logicamente equivalentes apenas as proposições de números a) 2 e 4 b) 2 e 3 c) 2, 3 e 4 d) 1, 2 e 3 e) 1, 3 e 4 SOLUÇÃO: Sejam as proposições: A = Jaime trabalha no Tribunal de Contas. B = Jaime é eficiente. Do enunciado temos>

(1) A → B. (2) A → B. (3) (A e B). (4) B ou A.

Construindo a tabela-verdade das proposições do enunciado, obtemos:

Como proposições equivalentes são aquelas que têm exatamente a mesma tabela-verdade, então as proposições equivalentes são as proposições 1, 3 e 4. Resposta: Item E 09. (CESPE) Considere as seguintes proposições.

• (7 + 3 = 10) (5 – 12 = 7) • A palavra crime é dissílaba. • Se lâmpada é uma palavra trissílaba, então

lâmpada tem acentuação gráfica.

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41 • (8 – 4 = 4) (10 + 3 = 13) • Se x = 4 então x + 3 < 6.

Entre essas proposições, há exatamente duas com interpretação F. SOLUÇÃO: De acordo com o texto, temos: 1) (7 + 3 = 10) (5 – 12 = 7) V F = V. 2) A palavra crime é dissílaba. V. (cri – me) 3) Se lâmpada é uma palavra trissílaba, então lâmpada tem acentuação gráfica. V → V = V. 4) (8 – 4 = 4) (10 + 3 = 13) V V = V. 5) Se x = 4 então x + 3 < 6. não dá pra saber se é V ou F, pois não sabemos o valor de x. Resposta: Item Errado, pois apenas um item tem valor lógico falso. 10. (FCC) Em uma declaração ao tribunal, o acusado de um crime diz: "No dia do crime, não fui a lugar nenhum. Quando ouvi a campainha e percebi que era o vendedor, eu disse a ele: - hoje não compro nada. Isso posto, não tenho nada a declarar sobre o crime." Embora a dupla negação seja utilizada com certa frequência na língua portuguesa como um reforço da negação, do ponto de vista puramente lógico, ela equivale a uma afirmação. Então, do ponto de vista lógico, o acusado afirmou, em relação ao dia do crime, que (A) não foi a lugar algum, não comprou coisa alguma do vendedor e não tem coisas a declarar sobre o crime. (B) não foi a lugar algum, comprou alguma coisa do vendedor e tem coisas a declarar sobre o crime. (C) foi a algum lugar, comprou alguma coisa do vendedor e tem coisas a declarar sobre o crime. (D) foi a algum lugar, não comprou coisa alguma do vendedor e não tem coisas a declarar sobre o crime. (E) foi a algum lugar, comprou alguma coisa do vendedor e não tem coisas a declarar sobre o crime. SOLUÇÃO:

A lei da dupla negação diz que: negar duas vezes a mesma proposição, é equivalente a não ter negado, ou seja, ~(~P) é equivalente a P. Logo, analisando cada afirmação do acusado, teremos:

1) “No dia do crime, não fui a lugar nenhum” Como ele nega duas vezes a mesma coisa, temos que ele foi a algum lugar.

2) “hoje não compro nada” aqui ele nega duas vezes o fato de comprar, logo, ele comprou alguma coisa do vendedor.

3) “não tenho nada a declarar sobre o crime” Nesta, ele nega duas vezes sobre ter algo a declarar. Então ele tem coisas a declarar sobre o crime. Resposta: item C.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. Analise as frases abaixo e marque “Sim” (X) se forem proposições e “Não” (X) se não forem proposições.

a) O TCE/AC tem como função fiscalizar o orçamento do estado do Acre. S ( ) N ( ) b) O barão do Rio Branco foi um diplomata notável. S ( ) N ( ) c) “A frase dentro destas aspas é uma mentira.” S ( ) N ( ) d) Qual é o horário do filme? S ( ) N ( ) e) Que belas flores! S ( ) N ( ) f) O BB foi criado em 1980. S ( ) N ( ) g) O número 1.024 é uma potência de 2. S ( ) N ( ) h) Faça seu trabalho corretamente. S ( ) N ( ) i) Esta proposição é falsa. S ( ) N ( ) j) Quantos são os conselheiros do TCE/AC? S ( ) N ( ) l) A expressão X+Y é positiva. S ( ) N ( ) m) Ele é um procurador de justiça muito competente. S ( ) N ( ) n) Em Vila Velha, visite o Convento da Penha. S ( ) N ( ) o) O Brasil é pentacampeão de futebol. S ( ) N ( ) 02. Determine o verdadeiro valor lógico (V ou F) de cada uma das seguintes proposições compostas. a) 3 + 2 = 7 e 5 + 5 = 10. ( ) b) 1 > 0 2 + 2 = 4. ( ) c) 3 ≠ 3 ou 5 ≠ 5. ( ) d) Se 3 + 2 = 7, então 4 + 4 = 8. ( ) e) 7 é primo 4 é primo. ( ) f) Se 3 + 2 = 6 então 4 + 4 = 9. ( ) g) Se 13 então -1 < - 2. ( ) h) Paris está na Inglaterra ou Londres está na França. ( ) j) 3 + 4 = 7 se e somente se 53 = 125. ( ) l) Não é verdade que 12 é impar. ( ) m) Não é verdade que 2 + 2 = 5 se, e somente se 4 + 4 = 10. ( ) n) É Falso que 1 + 1 = 3 ou 2 + 1 = 3. ( ) o) É Falso que se Paris está na Inglaterra, então Londres está na Franca. ( ) 03. (FCC) Considere as seguintes frases:

I. Ele foi o melhor jogador do mundo em 2005. II. (x+y)/5 é um número inteiro. III. João da Silva foi o secretário da Fazenda do Estado de São Paulo em 2000.

É verdade que apenas: a) I e II são sentenças abertas. b) I e III são sentenças abertas. c) II e III são sentenças abertas. d) I é uma sentença aberta. e) II é uma sentença aberta. 04. (FCC) Sabe-se que sentenças são orações com sujeito (o termo a respeito do qual se declara algo) e predicado (o que se declara sobre o sujeito). Na relação seguinte há expressões e sentenças: 1. A terça parte de um número. 2. Jasão é elegante. 3. Mente sã em corpo são. 4. Dois mais dois são 5. 5. Evite o fumo. 6. Trinta e dois centésimos.

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42 É correto afirmar que, na relação dada, são sentenças APENAS os itens de números a) 1, 4 e 6. b) 2, 4 e 5. c) 2, 3 e 5. d) 3 e 5. e) 2 e 4. 05. (FCC) Leia atentamente as proposições P e Q:

P: o computador é uma máquina. Q: compete ao cargo de técnico judiciário a construção de computadores.

Em relação às duas proposições, é correto afirmar que a) a proposição composta "P ou Q" é verdadeira. b) a proposição composta "P e Q" é verdadeira. c) a negação de P é equivalente à negação de Q. d) P é equivalente a Q. e) P implica Q. 06. (CESPE) Considere que a proposição composta “Alice não mora aqui ou o pecado mora ao lado” e a proposição simples “Alice mora aqui” sejam ambas verdadeiras. Nesse caso, a proposição simples “O pecado mora ao lado” é verdadeira. 07. (FCC) Dadas as proposições simples p e q, tais que p é verdadeira e q é falsa, considere as seguintes proposições compostas:

(1) p q; (2) ~p q; (3) ~(p ~q); (4) ~(p q) Quantas dessas proposições compostas são verdadeiras? a) Nenhuma. b) Apenas uma. c) Apenas duas. d) Apenas três. e) Quatro. 08. (FCC) Dadas as proposições compostas :

I) 3 + 4 = 7 53 = 125 II) 3 + 2 = 6 4 + 4 = 9 III) 3 >1 U não é um número real IV) 2 >1 20 = 2 V) –2 > 0 2 < 0

A que tem valor lógico FALSO é a a) I b) II c) III d) V e) IV 09. (FCC) Dadas as proposições:

I) ~ (1 + 1 = 2 3 + 4 = 5) II) ~ (2 + 2 4 3 + 5 = 8) III) 43 64 (3 + 3 = 7 1 + 1 = 2) IV) (23 8 42 43) V) 34 = 81 ~ (2 + 1 = 3 5 x 0 = 0)

A que tem valor lógico FALSO é a a) IV b) V c) III d) II e) I

10. (FCC) São dadas as seguintes proposições simples: p : Beatriz é morena; q : Beatriz é inteligente; r : Pessoas inteligentes estudam. Se a implicação (p ~ r) ~q é FALSA, então é verdade que a) Beatriz é uma morena inteligente e pessoas inteligentes estudam. b) Pessoas inteligentes não estudam e Beatriz é uma morena não inteligente. c) Beatriz é uma morena inteligente e pessoas inteligentes não estudam. d) Pessoas inteligentes não estudam mas Beatriz é inteligente e não morena. e) Beatriz não é morena e nem inteligente, mas estuda. 11. Numa fábrica todos os empregados recebem vale transporte ou vale-refeição. A partir desta informação, é correto concluir que: a) todos os empregados recebem vale-transporte ou todos os empregados recebem vale-refeição b) todo empregado que não recebe vale-transporte recebe vale-refeição c) algum empregado recebe vale-transporte e não recebe vale-refeição d) algum empregado recebe vale-transporte e vale-refeição 12. (FCC) São dadas as seguintes proposições:

− p: Computadores são capazes de processar quaisquer tipos de dados.

− q: É possível provar que ∞ + 1 =∞. Se p implica em q, então o fato de: a) ser possível provar que ∞ + 1 =∞ é uma condição necessária e suficiente para que os computadores sejam capazes de processar quaisquer tipos de dados. b) computadores serem capazes de processar quaisquer tipos de dados não é condição necessária e nem suficiente para que seja possível provar que ∞ + 1 =∞. c) ser possível provar que ∞ + 1 =∞ é uma condição suficiente para que os computadores sejam capazes de processar quaisquer tipos de dados. d) computadores serem capazes de processar quaisquer tipos de dados é condição necessária para que seja possível provar que ∞ + 1 =∞. e) ser possível provar que ∞ + 1 = ∞ é condição necessária para que os computadores sejam capazes de processar quaisquer tipos de dados. 13. (ESAF) Se Marcos não estuda, João não passeia. Logo, a) Marcos estudar é condição necessária para João não passear. b) Marcos estudar é condição suficiente para João passear. c) Marcos não estudar é condição necessária para João não passear.

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43 d) Marcos não estudar é condição suficiente para João passear. e) Marcos estudar é condição necessária para João passear. 14. (FCC) Considere a seguinte proposição: "na eleição para a prefeitura, o candidato A será eleito ou não será eleito”. Do ponto de vista lógico, a afirmação da proposição caracteriza: a) um silogismo. b) uma tautologia. c) uma equivalência. d) uma contingência. e) uma contradição. 15. Assinale a alternativa que é logicamente equivalente à negação de: “Não estudo e passo no concurso”. a) Estudo e passo no concurso. b) Estudo ou passo no concurso. c) Se estudo então não passo no concurso. d) Se não estudo, então não passo no concurso. e) Não estudo e não passo no concurso. 16. (FCC) A negação da sentença "A Terra é chata e a Lua é um planeta." é: a) Se a Terra é chata, então a Lua não é um planeta. b) Se a Lua não é um planeta, então a Terra não é chata. c) A Terra não é chata e a Lua não é um planeta. d) A Terra não é chata ou a Lua é um planeta. e) A Terra não é chata se a Lua não é um planeta. 17. (CESPE) A negação da proposição "O presidente é o membro mais antigo do tribunal e o corregedor é o vice-presidente" é "O presidente é o membro mais novo do tribunal e o corregedor não é o vice-presidente". 18. (FCC) Considere as proposições simples: p: Maly é usuária do Metrô e q: Maly gosta de dirigir automóvel A negação da proposição composta p ~ q é: a) Maly não é usuária do Metrô ou gosta de dirigir automóvel. b) Maly não é usuária do Metrô e não gosta de dirigir automóvel. c) Não é verdade que Maly não é usuária do Metrô e não gosta de dirigir automóvel. d) Não é verdade que, se Maly não é usuária do Metrô, então ela gosta de dirigir automóvel. e) Se Maly não é usuária do Metrô, então ela não gosta de dirigir automóvel. 19. (ESAF) Dizer que não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é alto, é logicamente equivalente a dizer que: a) Pedro não é pobre ou Alberto não é alto. b) Pedro não é pobre e Alberto não é alto. c) Pedro é pobre ou Alberto é alto. d) Se Pedro não é pobre, então Alberto é alto. e) Se Pedro não é pobre, então Alberto não é alto.

20. (ESAF) Uma sentença lógica equivalente a “Se Pedro é economista, então Luisa é solteira.” é: a) Pedro é economista ou Luisa é solteira. b) Pedro é economista ou Luisa não é solteira. c) Se Luisa é solteira, Pedro é economista. d) Se Pedro não é economista, então Luisa não é solteira. e) Se Luisa não é solteira, então Pedro não é economista. 21. (ESAF) Dizer que "André é artista ou Bernardo não é engenheiro" é logicamente equivalente a dizer que: a) André é artista se e somente se Bernardo não é engenheiro. b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro. c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro. d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista. e) André não é artista e Bernardo é engenheiro. 22. Dizer que "Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista" é, do ponto de vista lógico, o mesmo que dizer que: a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista. b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro. c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista. d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista. e) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista.

CAPÍTULO 6

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO

(ESTRUTURAS LÓGICAS)

INTRODUÇÃO

Para analisarmos um conjunto de proposições (argumentos) devemos ter em mente os conhecimentos sobre os capítulos anteriores: álgebra das proposições (, , , ), quantificadores, diagramas lógicos, etc.

Analisar um argumento consiste em organizar as proposições dadas, representando-as simbolicamente para facilitar a visualização destas no argumento, e partir de uma destas proposições para deduzir o valor lógico das demais. Geralmente partimos de uma proposição simples e desta achamos os valores das demais. Para maior compreensão, veremos mais adiante alguns exercícios resolvidos sobre o tema. INFERÊNCIA

Inferência, do latim inferre, é o mesmo que dedução.

Em lógica, inferência é a passagem, através de regras válidas, do antecedente ao conseqüente de um argumento. A inferência é, portanto, um processo pelo qual se chega a uma proposição, afirmada na

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44 base de uma ou outras mais proposições aceitas como ponto de partida do processo. Então, inferir significa deduzir. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Regra_de_inferencia ARGUMENTO

Argumento é um conjunto de proposições chamadas de premissas ou hipóteses com uma estrutura lógica de maneira tal que algumas delas, ou todas elas, acarretam ou tem como consequência (infere-se), outra proposição chamada de conclusão ou tese. Chamaremos as proposições proposição1, proposição2, proposição3,... , proposição “n”, de premissas do argumento, e a proposição q de conclusão do argumento. Teremos, portanto, que a estrutura básica do argumento é representada da seguinte forma:

ãoargumentaç

conclusão q Proposição

premissas

n Proposição...

3 Proposição 2 Proposição

1 Proposição

EXEMPLOS:

1)

ãoargumentaç

conclusão Trabalhar Irei

premissas concurso no Passei

trabalhar. irei então concurso, no passar eu Se

2)

ãoargumentaç

conclusão música. de gostam cearenses os Todos

premissas música. de gostam humoristas os Todos

.humoristas são cearenses os Todos

3)

ãoargumentaç

conclusão louco. é Einstein

premissas cientista. é Einstein

loucos. são cientistas os Todos

Os exemplos descritos acima são chamados de silogismos.

SILOGISMO

Silogismo é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a argumentação lógica perfeita, constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das duas primeiras, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão.

O silogismo é, portanto, uma forma de raciocínio dedutiva onde, na sua forma padronizada, é constituído por três proposições. As duas primeiras denominam-se premissas e a terceira conclusão.

A estrutura de um silogismo categórico regular é a seguinte:

EXEMPLO: Premissa

maior Todo professor de Lógica é estudioso.

Premissa menor

Oscar é professor de Lógica.

Conclusão Oscar é estudioso. As premissas possuem três termos chamados de Maior, Médio e Menor, respectivamente. No argumento do exemplo anterior temos:

Termo Maior = “estudioso” (Termo de maior extensão. Integra a premissa maior e aparece como predicado da conclusão). Termo médio = “professor de Lógica” (Termo de extensão intermédia. Repete-se nas duas premissas, mas não aparece na conclusão). Termo menor = “Oscar” (Termo de menor extensão. Integra a premissa menor e é sujeito da conclusão).

ANALOGIA

Uma analogia é uma relação de equivalência entre duas outras relações. As analogias têm uma forma de expressão própria que segue o modelo: A está para B, assim como C está para D. Por exemplo, diz-se que: "Os patins estão para o patinador, assim como os esquis estão para o esquiador". Ou seja, a relação que os patins estabelecem com o patinador é idêntica à relação que os esquis estabelecem com o esquiador. A maior parte das pessoas achará a analogia dos esquis/patins verdadeira. No entanto, é extremamente difícil estabelecer de forma rigorosa porque é que é verdadeira. Normalmente, as analogias são fluidas e uma análise mais detalhada poderá revelar algumas imperfeições na comparação. Afinal, esquiar e patinar são atividades parecidas, mas não são exatamente iguais.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Analogia DEDUÇÕES E INDUÇÕES

Os argumentos são divididos em dois grupos:

• DEDUTIVOS • INDUTIVOS

DEDUÇÃO

Teremos uma DEDUÇÃO (a dedução também é chamada de INFERÊNCIA), quando as premissas do argumento fornecerem prova conclusiva da veracidade da conclusão, isto é, o argumento é dedutivo quando a conclusão é completamente derivada das premissas. EXEMPLO:

Todo ser humano têm mãe. Todos os homens são humanos. ------------------------------------------ Todos os homens têm mãe.

Os argumentos que têm somente três proposições, duas premissas e a conclusão, são denominados SILOGISMOS.

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45 INDUÇÃO

Estaremos diante de uma INDUÇÃO quando as premissas do argumento não fornecerem o apoio completo para ratificar as conclusões. Portanto nos argumentos indutivos a conclusão possui informações que ultrapassam as fornecidas nas premissas. Sendo assim, não se aplica, então, a definição de argumentos válidos ou não-válidos para argumentos indutivos. EXEMPLO:

O Flamengo é um bom time de futebol. O Palmeiras é um bom time de futebol. O Vasco é um bom time de futebol. O Fortaleza é um bom time de futebol. ------------------------------------------------------------- Todos os times brasileiros de futebol são bons.

Perceba que não podemos dizer que “todos

os times brasileiros de futebol são bons” apenas porque as premissas afirmaram que 4 deles são (Flamengo, Palmeiras, Vasco e Fortaleza). EXEMPLO2:

O alumínio conduz eletricidade. O alumínio é metal. O ouro conduz eletricidade. O ouro é metal. O cobre conduz eletricidade. O cobre é metal. ----------------------------------------------------

Todos os metais conduzem eletricidade.

Portanto, quando falarmos em validade de um argumento, estaremos nos referindo apenas aos argumentos dedutivos. VALIDADE DE UM ARGUMENTO

Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de um argumento dedutivo diremos que ele é válido ou não válido (inválido). A validade é uma propriedade dos argumentos que depende apenas da forma (estrutura lógica) das suas proposições (premissas e conclusões) e não do conteúdo delas. ARGUMENTO DEDUTIVO VÁLIDO

Em outras palavras, podemos dizer que quando um argumento é válido, a verdade de suas premissas deve garantir a verdade da conclusão do argumento. Isso significa que, se o argumento é válido, jamais poderemos chegar a uma conclusão falsa quando as premissas forem verdadeiras. EXEMPLO1: Verifique a validade do argumento.

Todos os elefantes jogam futebol. Nenhum jogador de futebol gosta de basquete. ---------------------------------------------------------- Portanto, nenhum elefante gosta de basquete.

SOLUÇÃO:

Este argumento está perfeitamente bem construído (veja o diagrama abaixo), sendo, portanto, um argumento válido, muito embora a validade das premissas seja questionável (todos os elefantes gostam de futebol?).

E = Conjunto dos elefantes. F = Conjunto dos jogadores de futebol. B = Conjunto dos que gostam de basquete.

Pelo diagrama, percebe-se que nenhum elemento do conjunto E (elefantes) pode pertencer ao conjunto B (os que gostam de basquete). Logo, o argumento é VÁLIDO!

Observe que a validade do argumento depende apenas da estrutura dos enunciados, logo o que é importante é a FORMA do argumento e não o conhecimento de suas premissas. EXEMPLO2: Verifique a validade do argumento. Todas as mulheres são bonitas. Todas as princesas são mulheres. ---------------------------------------------- Todas as princesas são bonitas. Observe que não precisamos de nenhum conhecimento aprofundado sobre o assunto para concluir que o argumento acima é válido. Vamos substituir mulheres, bonitas e princesas por A, B e C respectivamente e teremos: Todos os A são B. Todos os C são A. -------------------------- Todos os C são B. Logo o que é importante é a forma do argumento e não o conhecimento de A, B e C, isto é, este argumento é VÁLIDO para quaisquer A, B e C e, portanto: A validade de um argumento é consequência de sua FORMA. ARGUMENTO DEDUTIVO INVÁLIDO

Dizemos que um argumento é inválido, quando a verdade das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão, ou seja, quando a conclusão não é uma consequência obrigatória das premissas. EXEMPLO1: Verifique a validade do argumento.

Todos os estudantes gostam de Lógica. Nenhum atleta é um estudante. --------------------------------------------------------- Não existe atleta que goste de Lógica.

Um argumento será VÁLIDO quando a sua conclusão é uma conseqüência obrigatória de suas premissas.

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46 SOLUÇÃO:

Este argumento é INVÁLIDO, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão (veja o diagrama abaixo). O fato de nenhum atleta ser estudante não quer dizer que ele automaticamente não gosta de lógica, pois vemos claramente no diagrama que, se o atleta não é estudante, ele pode ou não gostar de lógica.

L = Conjunto das pessoas que gostam de lógica. E = Conjunto dos estudantes. A = Conjunto dos atletas.

EXEMPLO2:

Todos os mamíferos são mortais. ( V ) Todos os gatos são mortais. ( V ) ------------------------------------------------ Todos os gatos são mamíferos. ( V )

SOLUÇÃO: Este argumento tem a forma:

Todos os A são B Todos os C são B ----------------------------- Todos os C são A Podemos facilmente mostrar que este

argumento é INVÁLIDO, pois as premissas não sustentam a conclusão (basta “desenhar” o diagrama lógico das premissas).

Com as premissas verdadeiras e a conclusão falsa nunca pode ocorrer que o argumento seja válido, então este argumento é não-válido, ou é simplesmente uma falácia. ATENÇÃO!!! METODOS DE AVERIGUAÇÃO DA VALIDADE DE UM ARGUMENTO

Para verificar se um argumento é válido ou inválido podemos utilizar dois métodos de análise bastante simples:

1) UTILIZANDO DIAGRAMAS LÓGICOS:

Esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras: todo, algum e nenhum, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc. Consiste na representação das premissas por diagramas de conjuntos, e posterior verificação da verdade da conclusão.

2) UTILIZANDO TABELAS-VERDADE: Este método consiste na construção da

tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão.

Após a construção da tabela-verdade, verificam-se quais são as suas linhas em que os valores lógicos das premissas têm valor V. Se em todas essas linhas (com premissas verdadeiras), os valores lógicos da coluna da conclusão forem também Verdadeiros, então o argumento é válido! Porém, se ao menos uma daquelas linhas (que contêm premissas verdadeiras) houver na coluna da conclusão um valor F, então o argumento é inválido.

Este método tem a desvantagem de ser mais trabalhoso, sendo recomendado somente quando não puder ser feito pelo método anterior, muito mais prático. Lembrando que a maioria esmagadora das questões pode ser feita usando diagramas lógicos.

Trataremos de algumas questões nos exercícios resolvidos.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Existem basicamente dois tipos de questões,

nas provas de concursos, envolvendo lógica de argumentação:

1º TIPO: Quando a questão informa as premissas e lhe pede a conclusão (Estruturas Lógicas); 2º TIPO: Questões em que são dadas as premissas e a conclusão e é pedido para que informe a validade do argumento.

Vejamos agora, questões envolvendo cada um dos tipos citados: 1º TIPO: A QUESTÃO PEDE A CONCLUSÃO DO ARGUMENTO! (ESTRUTURAS LÓGICAS) 01. (FCC) Considere como verdadeiras as seguintes premissas:

– Se Alfeu não arquivar os processos, então Benito fará a expedição de documentos.

– Se Alfeu arquivar os processos, então Carminha não atenderá o público.

– Carminha atenderá o público. Logo, é correto concluir que a) Alfeu arquivará os processos. b) Alfeu arquivará os processos ou Carminha não atenderá o público. c) Benito fará a expedição de documentos. d) Alfeu arquivará os processos e Carminha atenderá o público. e) Alfeu não arquivará os processos e Benito não fará a expedição de documentos.

1) premissas todas verdadeiras + conclusão verdadeira = argumento válido ou inválido. 2) premissas todas verdadeiras + conclusão falsa = argumento inválido (sempre). 3) premissas todas verdadeiras + argumento válido = conclusão verdadeira. 4) premissas todas falsas + conclusão verdadeira = argumento válido ou inválido. 5) premissas todas falsas + conclusão falsa = argumento válido ou inválido.

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47 SOLUÇÃO: Representando as premissas na forma simbólica, e considerando-as como verdadeiras, obtemos: A B A C verdadeiras C Iniciamos sempre da proposição simples: C = V (sempre a proposição simples será V). Se C = V, então C = F (pois uma é a negação da outra). Daí temos que, para a premissa A(?) C(F) ser verdadeira, então devemos ter que A = F (visto que numa condicional não podemos ter V F). A B (F) A C (F) C (V) Se A = F, então A = V. Para que a premissa A(V) B(?) seja verdadeira, devemos ter que B = V (pois não podemos ter V F). Com isso: (V) A B (V) (F) A C (F) C (V) Logo, podemos concluir que: A = V Alfeu não arquivará os processos. B = V Benito fará a expedição de documentos. Resposta: Item C. 02. (ESAF) Se Carina é amiga de Carol, então Carmem é cunhada de Carol. Carmem não é cunhada de Carol. Se Carina não é cunhada de Carol, então Carina é amiga de Carol. Logo, a) Carina é cunhada de Carmem e é amiga de Carol. b) Carina não é amiga de Carol ou não é cunhada de Carmem. c) Carina é amiga de Carol ou não é cunhada de Carol. d) Carina é amiga de Carmem e é amiga de Carol. SOLUÇÃO: Representando o argumento do enunciado simbolicamente e adotando que todas as premissas são verdadeiras, obtemos: (omitiremos o nome Carol, pois todas as proposições se referem a ela)

Comecemos da proposição simples: “Carmen não cunhada” = V. Se a proposição “Carmen não cunhada” = V, então sua negação é F, logo: “Carmen cunhada Carol” = F. Com isso, se “Carmen não cunhada” = V, então para a premissa “Carina Amiga Carmen Cunhada” ser verdadeira, deveremos ter “Carina Amiga” = F (numa condicional não podemos ter V F). Daí, teremos: (F) Carina Amiga Carmen Cunhada (F) Carmen não Cunhada (V) Carina não Cunhada Carina Amiga Do exposto acima concluímos que, se “Carina Amiga” = F, então para a premissa “Carina não Cunhada Carina Amiga” ser verdadeira, devemos ter que “Carina não Cunhada” = F.

(F) Carina Amiga Carmen Cunhada (F) (V) Carmen não Cunhada

(F) Carina não Cunhada Carina Amiga (F) Desta forma, concluímos que: “Carina Amiga” = F Carina não é amiga de Carol. “Carina não Cunhada” = F Carina é Cunhada de Carol. Resposta: Item B. 03. (ESAF) Celso compra um carro, ou Ana vai à África, ou Rui vai a Roma. Se Ana vai à África, então, Luís compra um Livro. Se Luís compra um livro, então Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma, logo: a) Ana vai à África ou Luís compra um livro. b) Celso não compra um carro e Luís não compra o livro. c) Ana não vai à África e Luís compra um livro. d) Celso compra um carro e Ana não vai à África. e) Ana vai à África e Rui não vai a Roma. SOLUÇÃO: Representando o argumento simbolicamente, e adotando que todas as premissas são verdadeiras, obtemos:

Iniciando sempre da proposição simples: ~R = V. Se ~R = V, então R = F. Como R = F, então para a premissa L R ser verdadeira, L = F (numa condicional não podemos ter V F). Com isso, tem-se: C ou A ou R A L (F) L R (F) ~R (V) Se L = F, então para a premissa A L ser verdadeira, A = F (pois L não pode ser V). Daí:

C ou A ou R (F) A L (F) (F) L R (F) ~R (V) Na premissa C ou A ou R, como temos que A = F e R = F, e devemos ter uma proposição verdadeira, então C = V.

(V) C ou (F) A ou (F) R (F) A L (F) (F) L R (F) (V) ~R Finalmente concluímos que: R = F Rui não vai a Roma. L = F Luís não compra o livro. A = F Ana não vai à África. C = V Celso compra um carro. Resposta: Item D. Texto para a questão 04. Considere como premissas as proposições abaixo, que foram construídas a partir de alguns artigos do

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