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Page 1: IATF ganha espaço - grupocultivar.com.br · l Dezembro 2004 / Janeiro 2005 l l l l.11 l v Hoffmann Madureira, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia / USP rio deve surgir,

/ Inseminação /

l Dezembro 2004 / Janeiro 2005 ll .10 l l www.cultivar.inf.br lv

A Inseminação Artificial em Tempo Fixo em fêmeas bovinasaparece como uma boa opção para aumentar a taxa de fertilidade

IATF ganha espaço

Arentabilidade da produ-ção de gado de corteestá intimamente ligadaà fertilidade e à sobrevi-vência dos bezerros. Em

um panorama econômico bastante com-petitivo e globalizado, a quantidade deveestar aliada à qualidade, ainda que esta nãoesteja sendo devidamente remunerada.

A Inseminação Artificial (IA) possibili-ta o acasalamento com reprodutores geneti-camente superiores, sejam de raças européi-as ou zebuínas. Entretanto, o emprego destabiotécnia da reprodução, da maneira tradi-cional, pode resultar numa diminuição dataxa de prenhez ao final da estação de mon-ta, quando comparada com o emprego damonta natural.

Isto se deve à baixa taxa de serviço ( nªde animais inseminados em relação ao nªde animais disponíveis para IA ), que tem

como principais causas o anestro e a baixaeficiência na detecção de cios.

Em gado de corte , quando se inicia aestação de monta (EM) , ainda há cerca de50% de vacas em anestro. Entre os animaisque estão ciclando, a eficiência de detecçãode cios encontra-se na faixa de 50% e muitoraramente ultrapassa 70%.

Em trabalhos recentes de nossa equipe,verificou-se que a duração do estro em fême-as Nelore foi cerca de quatro horas a menosdo que a de vacas Angus (13h vs 17h). Entre-tanto, o número médio de montas/estro foisemelhante entre estes grupos genéticos (29montas/estro em vacas Nelore e 27 em va-cas Angus). Adicionalmente, verificou-se quenão ocorreram, significativamente maismontas no período noturno. Concluiu-seque a dificuldade de detecção de cios de va-cas Nelore não é maior do que a de se detec-tarem os estros em vacas Angus.

A detecção dos estros é portanto umdos principais problemas da reprodução debovinos de corte ou leiteiro, taurino ou ze-buíno, criados em clima temperado ou tro-pical, de maneira extensiva ou intensiva.

Uma das maneiras mais eficientes de secontornar este problema é utilizar a Insemi-nação Artificial em Tempo Fixo (IATF).Paraque isto seja possível, é necessário a sincro-nização da ovulação, empregando-se proto-colos hormonais.

Um protocolo de sincronização da ovu-lação deve satisfazer algumas premissas:

1. Proporcionar um período de setea 10 dias de elevação dos teores plasmáticosde progesterona ou progestágenos. Isto podeser obtido pela colocação de implantes vagi-nais de progesterona ou auriculares de pro-gestágeno.

2. A emergência da onda folicular quedará origem ao folículo dominante ovulató-

IATF ganha espaçoA Inseminação Artificial em Tempo Fixo em fêmeas bovinasaparece como uma boa opção para aumentar a taxa de fertilidade

Em trabalhosrecentes denossa equipe,verificou-se que aduração do estroem fêmeasNelore foi cercade quatro horasa menos do quea de vacas Angus(13h vs 17h)

Page 2: IATF ganha espaço - grupocultivar.com.br · l Dezembro 2004 / Janeiro 2005 l l l l.11 l v Hoffmann Madureira, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia / USP rio deve surgir,

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Hoffmann Madureira,Faculdade de Medicina Veterinária eZootecnia / USP

rio deve surgir, de maneira sincronizada, noperíodo progestacional de sete a 10 dias.Geralmente, a aplicação de 50 mg de proges-terona e cinco mg de 17-â-estradiol ou doismg de benzoato de estradiol proporciona aemergência da onda folicular cerca de qua-tro dias após a aplicação. Alternativamente,a aplicação de GnRH ou de seus análogossintéticos também provoca a emergência sin-cronizada da onda folicular, que ocorre cer-ca de 1,5 dias após a aplicação.

3. A fase progestacional deve ser in-terrompida em todos os animais em ummesmo período, pela remoção do implantee aplicação de análogos sintéticos das pros-taglandinas F (PG).

4. Ao final da fase progestacional, agrande maioria das vacas tratadas deve pos-suir um folículo dominante que pode serinduzido à ovulação sincronizada. A aplica-ção de um mg de benzoato de estradiol, ad-ministrado 24 horas após a retirada do im-plante, ou de GnRH, 48 horas após a retira-da do implante, proporcionam excelentestaxas de ovulação. A IATF pode então serfeita cerca de 30 horas após a aplicação deBE, ou 12 a 16 horas após a aplicação deGnRH.

Os resultados esperados de taxa de pre-nhez situam-se entre 40 e 60% e dependem,principalmente, de três fatores: a) condiçãocorporal, b) ciclicidade e c) período pós-par-to.

Em uma escala de um a nove, a condi-ção corporal (Tabela 1) da maioria das vacasdeve ser maior ou igual a cinco. A ciclicida-de pode ser avaliada pela condição ovaria-na. Vacas com presença de corpo lúteo, oufolículos maiores do que 8,5 mm, que este-jam proporcionando turgidez no útero, oumesmo em anestro, porém com ováriosmaiores do que três cm e macios, denotan-do a ocorrência de ondas foliculares, costu-mam responder bem aos tratamentos. Quan-to ao período pós-parto, somente vacas commais de 45 dias devem ser tratadas.

A aplicação de 400 UI de eCG, no mo-mento da retirada do implante pode ser útilprincipalmente em animais acíclicos, comcondição corporal um pouco menor ou pe-ríodo pós-parto mais precoce.

Vacas com escore de condição corpo-ral maior ou igual a cinco no parto recu-peram-se mais rapidamente e apresentammelhores taxas de prenhez tanto à IATFquanto ao final da EM. Vacas com escorequatro, que pesam apenas cerca de 40 qui-

los a menos, costumam atingir somente ametade da taxa de prenhez na EM obtidapelas vacas que pariram com condição cor-poral maior ou igual a cinco. Uma reco-mendação prática de grande valia consisteem avaliar o escore de condição corporaldas vacas no momento do desmame. As-sim, serão possíveis ajustes com suplemen-tação alimentar, num momento em que asvacas apresentam baixa exigência nutricio-nal, pois não mais estarão amamentandoe ainda não entraram no terço final de ges-tação. Suplementação nutricional no perí-odo pós-parto, visando ganho de peso dasvacas, não costuma apresentar resultadossatisfatórios tanto do ponto de vista técni-co quanto econômico.

Embora tratamentos à base de proges-terona/progestágenos tenham a capacida-de de induzir ciclicidade em vacas em anes-tro e atenuar os efeitos supressivos da ama-mentação e da subnutrição, não devem ser

empregados para corrigir deficiências demanejo, sob o risco de se atingirem resul-tados de prenhez abaixo de 40%, e portan-to com um custo/benefício desfavorável.

Vale lembrar que, como todas as va-cas serão inseminadas em tempo fixo, ataxa de serviço será de 100%, no 1ª dia daestação de monta e, em média, 50% delasficarão prenhes. As vacas que não conce-berem à IATF devem retornar ao estrocerca de 18 a 25 dias após. Como o retor-no ao estro concentra-se no período deuma semana, a opção de uma segundaIA pode ser vantajosa, desde que sejamtomadas providências no sentido de seatingir aceitável eficiência na detecção dosestros, caso contrário é aconselhável o re-passe por monta natural.

Escores de condição corporal relacionados ao aspecto dos animais (simplificado)Tabela 1

ECC123456789

Condição CorporalEmaciadaMuito magraMagraLimítrofeModeradaBoaMuito boaGordaObesa

AspectoEscápula, costelas e dorso são visíveisPouca musculatura, sem depósitos de gorduraAlguns depósitos de gordura, costelas visíveisCostelas dianteiras não perceptíveis12º e 13º costelas não visíveisCostelas cobertas de gordura até a inserção da caudaAbundância de gordura na inserção da caudaCobertura espessa e densa de gorduraExcesso de gordura em todo o corpo

As vacas que não conceberem à IATF devem retornar ao estro 18 a 25 dias após.Uma segunda IA pode ser vantajosa, desde que o produtor otimize a detecção de estro

A detecção dosestros é portantoum dos principaisproblemas dareprodução debovinos de corteou leiteiro,taurino ouzebuíno, criadosem climatemperado outropical, demaneiraextensiva ouintensiva

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