iac busca variedades de cana para produção de etanol 2g

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62 DRONE VAI DAR MAIOR RAPIDEZ EM PESQUISAS PARA CULTURAS AGROENERGÉTICAS Com o uso de uma câmera termográfica embarcada em um drone, os cientistas da Embrapa têm agora à disposição uma técnica inovadora que proporciona maior rapidez na avaliação de plantas. As imagens capturadas permitem identificar e sele- cionar as plantas mais tolerantes a determinado tipo de estresse a partir da temperatura da copa. Nesta perspectiva, a Embrapa Agroenergia adquiriu esses equipamentos para avaliar genóti- pos de cana-de-açúcar, utilizando as técnicas de fenotipagem de plantas por imagem. O pesquisador da Embrapa Agroenergia, Carlos Sousa, res- ponsável por esse trabalho, salienta que as novas ferramentas de fenotipagem de plantas que estão surgindo são complemen- tares às técnicas tradicionais. No entanto, os resultados obti- dos possibilitam a avaliação de parâmetros que interferem na tolerância à seca ou a qualquer outro tipo de estresse abiótico em plantas como altas ou baixas temperaturas, salinidade, alu- mínio, seca etc. Até o momento, utilizando a câmera térmica manualmente, sem uma plataforma para elevá-la acima da copa das plantas, somente conseguíamos tirar uma foto lateral do experimento, explica Sousa. “Estávamos fazendo o registro apenas das plantas que se encontravam na borda do experimento. A imagem cap- turada pela câmera a partir do drone nos possibilita uma visão geral da plantação.” IAC BUSCA VARIEDADES DE CANA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL 2G Uma variedade com alta capacidade de acúmulo de biomas- sa, que possibilite a produção de mais litros de etanol por hec- tare e tenha custos agrícolas reduzidos. É nisso que o Programa Cana IAC tem focado suas pesquisas. Os estudos visam iden- tificar variedades com três vezes mais fibras, que serão usadas, principalmente, para a geração do etanol 2G. A expectativa é que o IAC disponibilize variedade de ca- na com esse perfil em três anos. No Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto, pré-variedades de cana-energia chegam a 6 m de altura. Segundo o pesquisador do IAC, Mauro Alexandre Xavier, a cana-energia tem perfil agronômico diferente das variedades utilizadas atualmente, em que a preocupação sempre foi de au- mentar o potencial de acúmulo de açúcares. São dois produtos diferentes e complementares. “A cana para produção de etanol 2G tem cerca de três vezes mais fibra do que as variedades tra- dicionais. Estima-se que o custo de produção agrícola seja re- duzido, pois poderá ser plantada em ambientes mais restritivos e terá, provavelmente, maior longevidade, podendo chegar a até dez cortes, o dobro da cana da indústria tradicional”, afirma. MCDONALD’S ANUNCIA QUE VAI SUBSTITUIR XAROPE DE MILHO POR AÇÚCAR A rede McDonald’s dos Estados Unidos vai substituir o xarope de milho de alta frutose por açúcar. Segundo a rede de fast-food, essa mudança é uma forma de simplifi- car seus ingredientes e satisfazer um público consumidor cada vez mais consciente e que tem evitado produtos com xarope de milho, que possui alto teor de frutose e contri- bui para o ganho de peso e desenvolvimento de diabetes, segundo pesquisas. Além dessa mudança, o McDonald’s também está lan- çando nuggets e alguns produtos para café da manhã que são livres de conservantes artificiais e tem restringido o uso de frangos criados com antibióticos. O presidente das operações da rede no Estados Unidos, Mike Andres, disse que a mudança radical vai afetar 50% do menu. ETANOL NA AVIAÇÃO O setor aéreo mundial deve, até 2050, reduzir suas emis- sões de CO 2 aos níveis de 2005, o que significa baixar pela metade os patamares atuais. Custos de produção e disponi- bilidade de matérias-primas ainda representam os maiores desafios para que as empresas do segmento promovam, em larga escala, a substituição da gasolina e do querosene de aviação (QAV) fóssil por outro de origem renovável. Segundo avaliação do consultor de Emissões e Tec- nologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNI- CA), Alfred Szwarc, os biocombustíveis já oferecem um caminho promissor no segmento aéreo, particularmente no Brasil. Embora não tenham decolado em termos de merca- do, o etanol já abastece um número significativo de aviões agrícola no País. Na primeira quinzena de julho deste ano, as duas prin- cipais multinacionais do setor aéreo deram andamento a um importante programa para a ampliação do uso de bio- combustíveis. Resultado de uma parceria iniciada em 2012, que possibilitou a criação de um centro de pesquisas em São José dos Campos, SP, as companhias apresentaram o avião Embraer 170, modelo que testará novas tecnologias de segurança e performance, além de uma mistura de 10% de bioquerosene de cana ao convencional. Nos próximos meses, o objetivo central do programa é comprovar a eficácia da utilização do combustível renová- vel no sistema Drop In, quando o produto pode ser trans- portado e adicionado ao querosene mineral na estrutura já existente, sem que haja nenhum problema de compatibili- dade em dutos, tanques, bombas de abastecimento, e até mesmo a necessidade de alterações estruturais nas aerona- ves em operação.

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DRONE VAI DAR MAIOR RAPIDEZ EM PESQUISAS PARA CULTURAS

AGROENERGÉTICASCom o uso de uma câmera termográfica embarcada em um

drone, os cientistas da Embrapa têm agora à disposição uma técnica inovadora que proporciona maior rapidez na avaliação de plantas. As imagens capturadas permitem identificar e sele-cionar as plantas mais tolerantes a determinado tipo de estresse a partir da temperatura da copa. Nesta perspectiva, a Embrapa Agroenergia adquiriu esses equipamentos para avaliar genóti-pos de cana-de-açúcar, utilizando as técnicas de fenotipagem de plantas por imagem.

O pesquisador da Embrapa Agroenergia, Carlos Sousa, res-ponsável por esse trabalho, salienta que as novas ferramentas de fenotipagem de plantas que estão surgindo são complemen-tares às técnicas tradicionais. No entanto, os resultados obti-dos possibilitam a avaliação de parâmetros que interferem na tolerância à seca ou a qualquer outro tipo de estresse abiótico em plantas como altas ou baixas temperaturas, salinidade, alu-mínio, seca etc.

Até o momento, utilizando a câmera térmica manualmente, sem uma plataforma para elevá-la acima da copa das plantas, somente conseguíamos tirar uma foto lateral do experimento, explica Sousa. “Estávamos fazendo o registro apenas das plantas que se encontravam na borda do experimento. A imagem cap-turada pela câmera a partir do drone nos possibilita uma visão geral da plantação.”

IAC BUSCA VARIEDADES DE CANA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL 2G

Uma variedade com alta capacidade de acúmulo de biomas-sa, que possibilite a produção de mais litros de etanol por hec-tare e tenha custos agrícolas reduzidos. É nisso que o Programa Cana IAC tem focado suas pesquisas. Os estudos visam iden-tificar variedades com três vezes mais fibras, que serão usadas, principalmente, para a geração do etanol 2G.

A expectativa é que o IAC disponibilize variedade de ca-na com esse perfil em três anos. No Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto, pré-variedades de cana-energia chegam a 6 m de altura.

Segundo o pesquisador do IAC, Mauro Alexandre Xavier, a cana-energia tem perfil agronômico diferente das variedades utilizadas atualmente, em que a preocupação sempre foi de au-mentar o potencial de acúmulo de açúcares. São dois produtos diferentes e complementares. “A cana para produção de etanol 2G tem cerca de três vezes mais fibra do que as variedades tra-dicionais. Estima-se que o custo de produção agrícola seja re-duzido, pois poderá ser plantada em ambientes mais restritivos e terá, provavelmente, maior longevidade, podendo chegar a até dez cortes, o dobro da cana da indústria tradicional”, afirma.

MCDONALD’S ANUNCIA QUE VAI SUBSTITUIR XAROPE DE MILHO

POR AÇÚCARA rede McDonald’s dos Estados Unidos vai substituir

o xarope de milho de alta frutose por açúcar. Segundo a rede de fast-food, essa mudança é uma forma de simplifi-car seus ingredientes e satisfazer um público consumidor cada vez mais consciente e que tem evitado produtos com xarope de milho, que possui alto teor de frutose e contri-bui para o ganho de peso e desenvolvimento de diabetes, segundo pesquisas.

Além dessa mudança, o McDonald’s também está lan-çando nuggets e alguns produtos para café da manhã que são livres de conservantes artificiais e tem restringido o uso de frangos criados com antibióticos. O presidente das operações da rede no Estados Unidos, Mike Andres, disse que a mudança radical vai afetar 50% do menu.

ETANOL NA AVIAÇÃOO setor aéreo mundial deve, até 2050, reduzir suas emis-

sões de CO2 aos níveis de 2005, o que significa baixar pela metade os patamares atuais. Custos de produção e disponi-bilidade de matérias-primas ainda representam os maiores desafios para que as empresas do segmento promovam, em larga escala, a substituição da gasolina e do querosene de aviação (QAV) fóssil por outro de origem renovável.

Segundo avaliação do consultor de Emissões e Tec-nologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNI-CA), Alfred Szwarc, os biocombustíveis já oferecem um caminho promissor no segmento aéreo, particularmente no Brasil. Embora não tenham decolado em termos de merca-do, o etanol já abastece um número significativo de aviões agrícola no País.

Na primeira quinzena de julho deste ano, as duas prin-cipais multinacionais do setor aéreo deram andamento a um importante programa para a ampliação do uso de bio-combustíveis. Resultado de uma parceria iniciada em 2012, que possibilitou a criação de um centro de pesquisas em São José dos Campos, SP, as companhias apresentaram o avião Embraer 170, modelo que testará novas tecnologias de segurança e performance, além de uma mistura de 10% de bioquerosene de cana ao convencional.

Nos próximos meses, o objetivo central do programa é comprovar a eficácia da utilização do combustível renová-vel no sistema Drop In, quando o produto pode ser trans-portado e adicionado ao querosene mineral na estrutura já existente, sem que haja nenhum problema de compatibili-dade em dutos, tanques, bombas de abastecimento, e até mesmo a necessidade de alterações estruturais nas aerona-ves em operação.

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