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I SEMINÁRIO NORDESTE DA REDE BRASILEIRA DE I SEMINÁRIO NORDESTE DA REDE BRASILEIRA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Múltiplas Múltiplas Perspectivas de Avaliação em Perspectivas de Avaliação em debate debate ANTÔNIO CLEYTON MARTINS MAGALHÃES GT-3 Trabalho, Proteção e Inclusão Social, Saúde Abril/2013

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I SEMINÁRIO NORDESTE DA REDE BRASILEIRA DE I SEMINÁRIO NORDESTE DA REDE BRASILEIRA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Múltiplas Múltiplas Perspectivas de Avaliação em Perspectivas de Avaliação em debatedebate

ANTÔNIO CLEYTON MARTINS MAGALHÃESGT-3 Trabalho, Proteção e Inclusão Social, Saúde

Abril/2013

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Compartilhar as múltiplas perspectivas de

monitoramento e avaliação (M&A) aplicadas ao

exercício do controle social sobre a PP saúde

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exercício do controle social sobre a PP saúde

instrumentos de defesa, aprimoramento e

democratização do SUS

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A noção de controle social:

1) objeto teórico de problematização/reflexão; problematização/reflexão;

-Fenômeno sócio-histórico-político.

2) campo de pesquisa empírica;

-CRS V.

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*

*Fenômeno complexo e prática sociopolítica de controledas ações estatais pela sociedade uma inovaçãocontemporânea que busca aproximar o instituído e oinstituinte: governos e cidadãos.

* Um princípio estratégico/estruturante do SUS, exigênciaconstitucional, regulamentada pela Lei Federal nº8.142/1990, que estabelece a participação da sociedadena (co)gestão das políticas de saúde através dasConferências e Conselhos de Saúde.

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Fonte: IPECE. Disponível em: <http://www2.ipece.ce.gov.br/atlas/capitulo1/11/140x.htm> Acesso em: 12 abr 2012.

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CRS I

CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE FORTALEZA - CMSF

CRS II CRS III CRS IV CRS V CRS VI CRS VII

CLS GALBA DE ARAÚJO CLS DOM LUSTOSA CLS VIVIANE BENEVIDES

Fonte: CRS V/Arquivos próprios.

CLS MACIEL DE BRITO

CLS JURANDIR PICANÇO

CLS FERNANDO DIÓGENES

CLS ARGEU HERBSTER

CLS GUARANY MONT’ALVERNE

CLS HDNS DA CONCEIÇÃO

CLS SIQUEIRA

CLS ABNER C. BRASIL

CLS PARQUE SÃO JOSÉ

CLS CAPS GERAL

CLS CAPS AD

CLS HDGM – J. WALTER

CLS ZÉLIA CORREIA

CLS JOSÉ WALTER

CLS LUÍZA TÁVORA

CLS JOÃO ELÍSIO

CLS GRACILIANO MUNIZ

CLS LUCIANO T. DE MELO CLS EDMILSON PINHEIRO

CLS PEDRO CELESTINO CLS JOSÉ PARACAMPOS

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* Evidenciar/compartilhar experiências/reflexões das práticas de M&A

considerando o exercício do controle social sobre a PP saúde;

* Demonstrar como o M&A pode aprimorar a consciência politica dos

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*

sujeitos, favorecer a participação cidadã, qualificar o controle social,

demonstrar a viabilidade das práticas participativas em democratizar

relações de poder, aprimorar a gestão do SUS, ampliar direitos e

melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, principalmente, os mais

vulneráveis.

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* Na confluência contraditória dos processos

democráticos e de ajuste estrutural decorrente

da (re)configuração do Estado Brasileiro

Contemporâneo;

** Segunda década do século XXI, em Fortaleza,

SER V

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CONCEPÇÃO AMPLIADA DA DEMOCRACIA/POLÍTICA

NOVA RELAÇÃO E-SMAIOR DIVERSIDADE/PARTICIPAÇÃO DE

ATORES/COMPARTILHAMENTO DE PODER

CONCEPÇÃO INSTRUMENTAL/PROCEDIMENTAL

DEMOCRACIA/POLÍTICA

RELAÇÃO E-S PAUTADA NA BAIXA PARTICIPAÇÃO DE ATORES SOCIAIS

PROJETO POLÍTICODemocrático

PROJETO POLÍTICO Neoliberal

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DEFINIÇÃO, EXECUÇÃO, MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO DO

ORÇAMENTO E PPsCONTROLE EX-ANTE

DEBATE POLÍTICO AMPLIADO A CONSTRUIR O INTERESSE PÚBLICO

PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE PARA ALÉM DOS ESPAÇOS INSTITUCIONALIZADOS

ENFASÊ NA LEGALIDADE DAS AÇÕES/CUMPRIMENTO DE NORMAS PRÉ-ESTABELECIDAS/FISCALIZAÇÃO EX-POST

ESPAÇOS INSTITUCIONALIZADOS COM POUCO DEBATE POLITICO/BAIXA DIVERSIDADE DE

ATORES/ MAIS INFORMATIVOS/HOMOLOGATÓRIOS

INTERESSES PÚBLICOS PRÉ-DETERMINADOS FOCADOS NA EFICIÊNCIA E LEGALIDADE DAS

ATUAÇÃO DO ESTADO

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Concepções norteadoras da avaliação de PPs: de que avaliaçã o

estamos tratando?

... uma lógica analítica que busca apreender a realidade concreta tecida nasrelações sociais sob a ótica da totalidade e no esforço epistemológico para superarvisões lineares, descontextualizadas e fragmentadas como caminhos norteadorespara fundamentar a descoberta, análise, avaliação final;

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para fundamentar a descoberta, análise, avaliação final;

... construção de modelos avaliativos alternativos concebidos como processo social, político, econômico, cultural, técnico e pedagógico de alta complexidade

nos moldes:

avaliação em profundidade Carvalho, L. (2008) ou sócio-política Carvalho, A. e Gussi, A. (2011);

.... realização avaliação de processo crítico-analítica e participativa do CRS V.

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M&A:

exige uma abordagem centrada em modelos metodológicos alternativos que propõem a necessária

contextualização/aproximações analíticas/interpretativas possibilitando diálogos multidimensional/interdisciplinares

compreendendo que os sentidos e significados da compreendendo que os sentidos e significados da essência/dinâmica das PPs são processuais e comportam múltiplas determinações, inclusive, a subjetividade sócio-

histórico-política do avaliador.

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A investigação consistiu na análise/avaliação da dinâmica cotidiana e processo de trabalho da Comissão de M&A da

Gestão do Sistema do CRS V. Gestão do Sistema do CRS V.

A abordagem, essencialmente, qualitativa se constituiu num estudo de caso com o uso de técnicas de tipo etnográficas

cujos instrumentos de coleta de dados foram:observações/registros em campo, questionários semi-

estruturados aberto/fechados e grupos focais.

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EM RELAÇÃO ÀS QUESTÕES MAIS ESTRUTURAIS:

* O aprofundamento das reformas estatais visando compatibil izar a democratização brasileiracom as exigências de ajuste do Estado à nova ordem global, a PP saúde implementada naSER V segue o padrão neoliberal - contenção dos gastos com rac ionalização da oferta deserviços/ações de saúde, descentralização com isenção de r esponsabilidade do podercentral e estigmatizante focalização para clientelas espe cíficas;

* Os governos têm adotado uma concepção de democracia mínima, seletiva, processual,

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* Os governos têm adotado uma concepção de democracia mínima, seletiva, processual,representativa, concebendo o Estado e as PPs como campo prio ritário da sociedade políticae distanciando-os da sociedade civil, o que resulta na crise de representação e num cenárioavesso aos direitos sociais e políticos;

* A reconfiguração política e social com feições neoliberais acentua as desigualdades,vulnerabilidades sociais e a privatização da política, rev elando a tendência de minar osespaços de representação coletiva e exercício do controle s ocial, constituindo uma lógicacontrária à gestão compartilhada e ao exercício do controle social das PPs e governos.

APROFUNDAMENTO DA DEMOCRACIA PARA GARANTIR CONQUISTAS SOCIAIS UNIVERSAIS

(MOBILIZAÇÃO MOV. SOCIAIS)

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EM RELAÇÃO QUESTÕES MAIS ESPECÍFICAS:

* Dificuldades e vulnerabilidade socioeconômicas, polític as e educacionais dosconselheiros são um forte entrave ao avanço da participação e controle social na saúde;

* A maioria dos conselheiros da SER V desconhece o caráter híbr ido, atribuições,possibilidades e limitações decorrentes da inserção no Est ado e são capturados pelaproximidade com o poder, deslumbrados por concessões gover namentais, o que acabapor afastá-los das suas reais funções e de sua base social, re produzindo práticas às quaisdeveriam se opor ;

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deveriam se opor ;

(espaços de burocratização e legitimação política X espaços de expressão de demandas e deliberação pública)

* O CRS V reúne conselheiros independentes e com maior acúmulo de recursos políticos(militância partidária e experiência política participat iva) possibilitando-os se opor àspráticas políticas tradicionais com uma atuação mais quali ficada/vanguardista no sistemade conselhos de saúde de Fortaleza;

* O CRSV revela a marca da autonomia/independência perante ao executivo municipal -construção de uma agenda/pauta de discussão não induzida pe lo governo da SER V -fortes barreiras ao custeio de suas ações.

* Estabelecimento de relações mais orgânicas com CLSs, visan do ampliar a participação earticular o sistema regional de conselhos, mostrando a viab ilidade popular na expressão,luta e conquista do direito de (com) partilhar junto com o gov erno a gestão do SUSregional. (CRS V - espaço público privilegiado para discuss ão das PPs).

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* A aprendizagem significativa resultante da reflexão sobre a ação minimiza as diferençascognitivas e firma o CRS V como espaço formativo de quadros po líticos, instânciareceptora de denúncias e promotora de accuntability na SER V, pressionando o governopara gerir a PP saúde em consonância como os princípios e dire trizes do SUS;

* O CRS V se apresenta como mediador na negociação de demandas e ntre a sociedade civile o governo da SER V em função de questões concretas:

i) acesso e transparência das informações públicas (delibe ração e aprovação do planoregional de saúde e dos respectivos relatórios anuais de ges tão);

ii) orçamento e execução orçamentária (elaboração e fiscalização do plano mensal de

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ii) orçamento e execução orçamentária (elaboração e fiscalização do plano mensal deaplicação financeira regional);

iii) gestão de recursos humanos (luta do conselho contra a pr ecarização e a utilizaçãopolítico-eleitoral dos postos de trabalho da saúde na SER V) ;

iv) monitoramento na execução da política (calendário regu lar de visitas aos CSFs);

* O CRS V atua na vertente mais fiscalizatória – buscando imped ir o governo regional detransgredir – e menos na deliberação da política – participa ção mais reativos quepropositivos. Mas, publiciza contradições, desnuda a apro priação privada do público,acirra os conflitos e disputas de interesses particulares/ coletivos;

* O princípio da paridade não garante o protagonismo da socied ade civil sobre a política.

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* A fragilidade organizativa da sociedade civil da SER V limit a a capacidade de pressãopolítica do colegiado;

* Conselheiros desvinculados de uma representação de base, a renovação completa docolegiado e o despreparo para a função acarretam uma solução de continuidade àsações de controle social;

* Não se verifica uma modificação das relações de poder e democ ratização da culturapolítica na SER V. Não se observa a reversão da centralização e protagonismogovernamental sobre PPs. A sociedade civil frágil, pouco estruturada e organizada,

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governamental sobre PPs. A sociedade civil frágil, pouco estruturada e organizada,somado à inexistência de articulação transversal entre os C RSs e ascendente com oCMSF, não fornecendo o suporte adequado para o CRS V exercer p ressão políticasuficiente para o controle contra-hegemônico do Estado/PP ;

* A supervalorização de conquistas parciais em nível regiona l X ausência de atuaçãoconjunta e articulada com os demais conselhos favorecem a pe rda da visão da forçatransformadora coletiva. Falta uma ação articulada do loca l para o central, e destes comoutros conselhos de saúde e organizações da sociedade civil ;

* O processo deliberativo ainda é restrito, não desenvolvend o as potencialidadesdemocráticas da deliberação pública coletiva. Em muitas oc asiões as açõesdeliberativas têm caráter mais individual do que coletivas dentro do conselho.