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Kátia Baldini
Enfermeira do NASPEC
HIPODERMÓCLISE
Via de administração em Cuidados Paliativos
CONCEITO
HIPODERMÓCLISE
Infusão por via subcutânea de fluidos isotônicos e/ou
medicamentos.
OBJETIVO
Reposição hidroeletrolíticaTerapia medicamentosa
HISTÓRICO
Método conhecido há mais de 100 anos1940 – Gaisford e Evans – hidratação em crianças para evitar a punção venosa1950 – Desuso por infusão rápida de fluidos hipotônicos, com sobrecarga hídrica e cardiovascular1980 – Retorno após estudos comprovando a eficácia1997 - Retorno pelo CSTO (medicação sc)1999 - Prática no Inca (hidratação sc)
COMPROVAÇÃO DA EFICÁCIA
Idosos voluntários e saudáveis, foram submetidos à infusão de solução salina intravenosa ou subcutânea marcada com um radioisótopo. A velocidade de infusão foi de 167 ml/h e após 75 min do término da infusão já não era mais detectado radiação no subcutâneo.
Lipschitz et al, J Am Geriatr Soc 1991
COMPROVAÇÃO DA EFICÁCIA
Infusão subcutânea e intravenosa de solução com tecnécio:
Meia vida de absorção - não mostrou mudança consistente durante a infusão subcutânea.
Osmolaridade - entre os pacientes que receberam as infusões era a mesma.
Roberts et al, J Pharmacokinet Biopharm 1997
1982 – Estudo com 67 idosos com hipocalemia moderada. Instalado infusão de SF 0,9% ou SG 5% com 34 mmol de KCL. Tempo de infusão de 3 a 4 horas. Resultado: Idêntico ao alcançado com a solução intravenosa. Alguns pacientes reclamaram de desconforto durante a infusão que foi resolvido com diminuição do gotejamento.
COMPROVAÇÃO DA EFICÁCIA
Schen RJ, Singer-Edelstein, J Am Geriatr Soc 1981
ANATOMIA
ANATOMIA
Formada por tecido adiposoCamada mais interna
FunçõesIsolante térmico
Conexão da pele com estruturas profundas
PreenchimentoCoxim / Acolchoamento
Depósito energético
FISIOLOGIA
FISIOLOGIA
FISIOLOGIA
FISIOLOGIA
Força Hidrostática de
Perfusão
INDICAÇÕES
Impossibilidade VO
embotamento cognitivonáuseas/vômitos
obstrução intestinal por neoplasiaAVE
INDICAÇÕES
Impossibilidade de acesso venoso
flebites trombose de vaso
infecção
INDICAÇÕES
Permanência domiciliar
método seguro
sem graves complicações
facilmente manipulado pelo paciente ou familiar/cuidador
INDICAÇÕES
Níveis de desidratação
Desidratação moderada
Caquexia neoplásica
Ronchon et al, J Gerontol A Biol Sci Med Sci 1997
CONTRA-INDICAÇÕES
Distúrbios de coagulação
Risco severo de congestão pulmonar (ex: ICC)
Edema
Anasarca
VANTAGENSBaixo custo
Manuseio simples (uso em domicílio)
Administração fácil
Exige menos horas de supervisão técnica
Alta hospitalar precoce (hidratação e medicação analgésica)
VANTAGENS
Mínimo desconforto (dor, limitação)
Menor risco de hiperhidratação e de sobrecarga cardíaca
Baixa incidência de infecção
A infusão pode ser interrompida a qualquer momento sem risco de trombose
Limite para infusão rápida de drogas e de volume (choque hipovolêmico,
desidratação severa)
Impossibilidade de ajuste rápido de doses
DESVANTAGENS
LIMITAÇÕES
Tempo – de acordo com volume, droga e evolução clínica
Drogas - de acordo com as compatibilidades.
Volume - Baixo até 3000 ml (1500ml/sítio) em 24 h.
Velocidade de infusão – Baixa até (1 ml/min)
COMPLICAÇÕES
Sobrecarga cardíaca
Reações locais:
- edema
- dor
- inflamação
- hematoma
- infecção
- necrose do tecido
2664
Edema
Sem Edema
Infusão subcutânea em idosos
(65 à 82 anos)
Schen RJ, Singer-Edelstein, J Am Geriatr Soc 1981
270 idosos
DROGAS ADMINISTRADAS VIA SUBCUTÂNEA
Opiáceo Morfina, Fentanil e TramadolAntiemético Haloperidol, Metroclopramida, OndasedronAnálogo somatostatina OctreotideSedativo Midazolan e FenobarbitalAnti-histamínico Prometazina e HidroxizinaAnticolinégico Atropina e EscopolaminaCorticosteróide DexametasonaBloqueadores H2 RanitidinaDiuréticos Furosemida
OUTRAS DROGAS ADMINISTRADASVIA SUBCUTÂNEA
Antibióticos (ampicilina melhor tolerada no
subcutâneo do que na infusão IV, segundo estudo)
Quimioterápicos
Estudos insuficientes
Champoux N et al, Br J Clin Pharmacol 1996
DROGAS NÃO ADMINISTRADAS VIA SUBCUTÂNEA
Diazepan
Diclofenaco
Clorpromazina
Dexametasona + Haloperidol
Dexametasona + Ranitidina
Dexametazona + Midazolan
Ranitidina + Midazolan
Eletrólitos não diluídos
www.inca.gov.br
COMPATIBILIDADE
CONSIDERAÇÕES
Hialuronidase
Enzima que promove a desagregação do ácido hialurônico, diminuindo sua viscosidade e aumentando a difusão dos fluidos no SC.
Aumenta a absorção do tecido subcutâneo, através da lise temporária da barreira natural do tecido.
CONSIDERAÇÕES
Fluidos são absorvidos por difusão capilarAbsorção fica reduzida quando há comprometimento da
irrigação no sítio de infusãoSoluções com extremos de ph (<2 ou >11) tem risco
aumentado de precipitação ou irritaçãoSoluções isotônicas são melhor toleradas
Opióides são geralmente bem toleradas e esta via é muito utilizada para medicação de resgate.
Níveis séricos de opioídes por via SC são comparáveis ao nível por via IV.
EXECUÇÃO DA TÉCNICA
Materiais necessários:Solução preparada para ser instalada (soro,
medicações)Equipo com dosador (ml/hora)Solução anti-sépticaGaze, luva de procedimentoScalp 25, 27, 23 (tipo butterfly) Seringas de 5 mlSF 0,9% 1 mlFilme transparente para fixarEsparadrapo para datar
EXECUÇÃO DA TÉCNICA
Instalação da hipodermóclise
Explicar ao paciente sobre o procedimento Escolher o local da infusão Fazer anti-sepsia e fazer a dobra na peleIntroduzir o scalp num ângulo de 30 a 45° (a agulha deve estar solta no espaço subcutâneo)Fixar o scalp com o filme transparente Assegurar de que nenhum vaso foi atingidoAplicar a medicação ou conectar o scalp ao equipo da soluçãoDatar e identificar a fixação
ESCOLHA DO SÍTIO DE PUNÇÃO
Região do deltóide
Região anterior do tórax
Região escapular
Região abdominal
Face lateral da coxa
15º 30º 45º 60º
ANGULAÇÃO E GOTEJAMENTO
GOTEJAMENTO75 ml/h 150 ml/h
Não é necessário o uso de hialuronidase quando < 125 ml/h
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Monitorar o sítio da punção quanto - edema - endurecimento - calor - eritema nas primeiras 4 horas - SQN
Monitorar o paciente quanto - sinais de infecção (presença de febre, calafrio, dor, cefaléia,
ansiedade) - sinais de sobrecarga cardíaca (taquicardia, turgência
jugular, hipertensão arterial, tosse, dispnéia)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Fazer rodízio do sítio de punção a cada 72 h, respeitando a distância de 5 cm do local da punção anterior
Após a administração de medicação, injetar 0,5 ml de SF 0,9%
Edema local (massagem)
PASSO A PASSO
PASSO A PASSO
VISUALIZAÇÃO ACESSO SC
CONCLUSÃO
O conhecimento da técnica e dos cuidados O conhecimento da técnica e dos cuidados relacionados à Hidratação Subcutânea permite relacionados à Hidratação Subcutânea permite ao enfermeiro maior possibilidade de atuação ao enfermeiro maior possibilidade de atuação no que se refere ao controle de sintomas em no que se refere ao controle de sintomas em pacientes com câncer avançado, contribuindo pacientes com câncer avançado, contribuindo
para uma melhora da qualidade de vida e para uma melhora da qualidade de vida e proporcionando maior conforto para pacientes, proporcionando maior conforto para pacientes,
familiares e equipe.familiares e equipe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gaisford W, Evans DG. Hyaluronidase in pediatric therapy. Lancet 1949; II: 505-8Lipschitz S, Campell AJ, Roberts MS. Subcutaneous fluid administration in elderly subjects: validation of an under-used technique. J Am Geriatr Soc 1991; 39: 6-9Roberts MS, Lipschitz S, Campell AJ, et al. Modeling of subcutaneous absortion kinetics of infusion solutions in the elderly using technetium. J Pharmacokinet Biopharm 1997; 25 (1): 1-21Ronchon PA, Gill SS, Litner J, et al. A systematic review of the evidence for hypodermoclysis to treat dehydration in older people. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 1997; 52 (3): M169-76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASChampoux N, Du Souch P, Ravacarinoro M, et al. Single dose pharmacokinetics of ampicillin and tobramycin administered by hypodermoclysis in young and older healthy volunteers. Br J Clin Pharmacol 1996; 42 (3): 325-31Frisoli, A. J.; Paula, A. P.; F., D; Nasri, F Subcutaneous Hydration By Hypodermoclysis: A Practical and Low Cost Treatment for Elderly Patients. Drugs&Aging,16(4), 313-319, 2000. Disponível na world wide web: http://gateway.ut.ovid.com/gw1/ovidweb.cgi (Acesso em 02/05/2005)BRASIL.. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER MINISTÉRIO BRASIL.. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER MINISTÉRIO DA SAÚDE. DA SAÚDE. Cuidados Paliativos Oncológicos – Controle de Cuidados Paliativos Oncológicos – Controle de Sintomas – Controle da DorSintomas – Controle da Dor. 2002. p 45, 53 – 56.. 2002. p 45, 53 – 56.www.pallmed.netwww.pallmed.net