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MEDICINA

REVISTA FUNDADA PELO CENTRO ACADÊMICO ROCHA LIMA, DOS ALUNOS DA

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EM 1961

VOLUME 47 SUPLEMENTO 4 NOVEMBRO 2014

Reitor da Universidade de São Paulo

Prof. Dr. MARCO ANTONIO ZAGO

Vice-Reitor

Prof.Dr. VAHAN AGOPYAN

Diretor da F.M.R.P.

Prof. Dr. CARLOS GILBERTO CARLOTTI JUNIOR

Superintendente do H.C.R.P.

Prof. Dr. MARCOS FELIPE SILVA DE SÁ

Editor

Prof.Dr. ORLANDO DE CASTRO E SILVA JÚNIOR

Comissão de Publicação:

Prof. Dr. JOSÉ ANTONIO BADDINI MARTINEZ

Prof. Dr. ORLANDO DE CASTRO E SILVA JÚNIOR

Profª Drª TEREZILA MACHADO COIMBRA

Secretaria

MARLENE CANDIDA DE FARIA

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Medicina (Ribeirão Preto) 2014; 47 (Supl. 4) I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos http://www.fmrp.usp.br/revista Hospitalares e Cuidados Paliativos - ATOHosP

Sumário

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................................... 15

COMISSÃO ORGANIZADORA ................................................................................................................................... 17

APOIO E PATROCÍNIO ............................................................................................................................................... 18

PROGRAMAÇAO ........................................................................................................................................................ 19

RESUMO DAS CONFERÊNCIAS E PALESTRAS ..................................................................................................... 23

INTERNATIONAL PERSPECTIVES ON OCCUPATIONAL THERAPY IN PALLIATIVE CARE ................................ 23

Eva, Gail E. .................................................................................................................................................................. 23

Mesa 1: ........................................................................................................................................................................ 23

A ESPECIALIDADE PROFISSIONAL DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS EM “CONTEXTOS HOSPITALARES”

E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO ................................................................................................................................. 23

De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado .......................................................................................................... 23

DIFERENTES PRÁTICAS HOSPITALARES DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA REALIDADE BRASILEIRA, DE

NORTE A SUL ............................................................................................................................................................. 24

Pinheiro, Clori Araujo ............................................................................................................................................... 24

EIXO 1: TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES.................................................................. 25

RODA DE CONVERSA: TERAPIA OCUPACIONAL NA CLINICA MÉDICA E CIRURGICA ..................................... 25

Aguiar, Preslavia Colares ........................................................................................................................................ 25

Bigatão, Marcela dos Reis ....................................................................................................................................... 25

Assis, Janaina Teresinha da Silva Junqueira .......................................................................................................... 26

MESA 2: ....................................................................................................................................................................... 26

TERAPIA OCUPACIONAL EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA E BRINQUEDOTECA ................................................ 26

Kudo, Aide Mitie ....................................................................................................................................................... 26

TERAPIA OCUPACIONAL EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL ................................................ 27

Dittz, Erika da Silva .................................................................................................................................................. 27

DESAFIOS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO AO PACIENTE CRÍTICO - UTI ........................ 27

Santos, Claudia Aline Valente ................................................................................................................................. 27

MESA 3: ....................................................................................................................................................................... 28

TERAPIA OCUPACIONAL EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA EM CONTEXTOS HOSPITALARES................... 28

Couto, Tatiana Vieira ............................................................................................................................................... 28

TERAPIA OCUPACIONAL EM TRAUMATO-ORTOPEDIA E ONCO-ORTOPEDIA EM CONTEXTOS

HOSPITALARES ......................................................................................................................................................... 28

Prieto, Gisele Brides ................................................................................................................................................ 28

TERAPIA OCUPACIONAL E PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES .................. 28

Queiroz, Leidiane ..................................................................................................................................................... 28

EIXO 2: TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS ........................................................................... 30

RODA DE CONVERSA: TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS E NÃO-

ONCOLÓGICOS .......................................................................................................................................................... 30

Lourenço, Maria Lúcia Pedroso Cesari .................................................................................................................... 30

Neves, Fernanda Ribeiro Correia Bianchi ................................................................................................................ 30

16

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Queiroz, Mônica Estuque Garcia .............................................................................................................................. 30

MESA 6: ....................................................................................................................................................................... 31

BIOÉTICA EM CUIDADOS PALIATIVOS .................................................................................................................... 31

Abreu, Carolina Becker Bueno ................................................................................................................................. 31

COMO AVALIAR O PACIENTE E SUA FAMÍLIA EM CUIDADOS PALIATIVOS? ..................................................... 31

Queiroz, Mônica Estuque Garcia .............................................................................................................................. 31

A DIMENSÃO DA ESPIRITUALIDADE NA FORMAÇÃO E NA ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM

CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS ..................................................................................... 32

De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado ........................................................................................................... 32

MESA 7: ....................................................................................................................................................................... 33

TERAPIA OCUPACIONAL E CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOPEDIATRIA ....................................................... 33

Santos, Walkyria de Almeida .................................................................................................................................... 33

TERAPIA OCUPACIONAL E CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOGERIATRIA ....................................................... 33

Victal, Francine Castro Alves.................................................................................................................................... 33

ATENÇÃO DOMICILIAR A PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS OFERECIDA POR HOSPITAIS ................. 33

Fangel, Leticia Meda Vendrusculo ........................................................................................................................... 33

EIXO 3: ENSINO E PESQUISA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS

PALIATIVOS ................................................................................................................................................................ 34

RODA DE CONVERSA: ENSINO E PRÁTICAS DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM DIFERENTES CONTEXTOS

HOSPITALARES .......................................................................................................................................................... 34

Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian .............................................................................................................. 34

Nunes, Ciomara Maria Pérez ................................................................................................................................... 34

Tedesco, Solange ..................................................................................................................................................... 35

MESA 4: ....................................................................................................................................................................... 35

FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA ATUAÇÃO EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS -

CONTEÚDOS, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS ................................................................................................... 35

Frizzo, Heloisa Cristina Figueiredo ........................................................................................................................... 35

EDUCAÇÃO CONTINUADA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO E STRICTO SENSU DE TERAPIA OCUPACIONAL EM

CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS ..................................................................................... 37

Palm, Rosibeth Del Carmen Muñoz ......................................................................................................................... 37

REFLEXÕES SOBRE A PRODUÇÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM CONTEXTOS HOSPITALARES E

CUIDADOS PALIATIVOS ASSOCIADOS À TERAPIA OCUPACIONAL ................................................................... 37

De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado ........................................................................................................... 37

A CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA DA TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS

HOSPITALARES NO BRASIL: UM ESTUDO DA LITERATURA NO PERÍODO DE 2008 A 2013 ............................ 38

Galheigo, Sandra Maria ............................................................................................................................................ 38

MESA 8: ....................................................................................................................................................................... 38

PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TERAPIA OCUPACIONAL E AS POLÍTICAS

PÚBLICAS DE SAÚDE ................................................................................................................................................ 38

Cordeiro, Júnia Jorge Rjeille..................................................................................................................................... 38

QUESTÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E

CUIDADOS PALIATIVOS ............................................................................................................................................ 39

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Bartalotti, Celina Camargo ....................................................................................................................................... 39

TERAPIA OCUPACIONAL E HUMANIZAÇÃO: AÇÕES, DIÁLOGOS E PERSPECTIVAS ....................................... 39

Camargo, Maria José Gugelmin .............................................................................................................................. 39

MESA 9: ....................................................................................................................................................................... 40

RACIOCÍNIO CLÍNICO E TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS

PALIATIVOS ................................................................................................................................................................ 40

Abumusse, Luciene Vaccaro de Morais................................................................................................................... 40

TECNOLOGIA ASSISTIVA EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS ................................. 40

Mello, Maria Aparecida Ferreira ............................................................................................................................... 40

A CLÍNICA DO LUTO E TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS

PALIATIVOS ................................................................................................................................................................ 40

Corrêa, Victor Augusto Cavaleiro ............................................................................................................................ 40

CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO ..................................................................................................................... 41

THE NEED FOR RESEARCH AND EVIDENCE IN OCCUPATIONAL THERAPY IN HOSPITAL CONTEXTS AND

PALLIATIVE CARE ..................................................................................................................................................... 41

Eva, Gail .................................................................................................................................................................. 41

TRABALHOS ............................................................................................................................................................... 42

1. UM RECURSO LÚDICO INSTRUCIONAL PARA A PEDIATRIA: A EXPERIÊNCIA DE SUA ELABORAÇÃO

POR ALUNAS DO 3º. ANO DE GRADUAÇÃO DE TERAPIA OCUPACIONAL ........................................................ 42

Almeida, Thallyta Aparecida; Lino, Carolina Cristina Alves; Prestridge, Luma; Joaquim, Regina Helena Vitale

Torkomian..................................................................................................................................................... ............ 42

2. SESSÃO DE CINEMA HOSPITALAR: OS BENEFÍCIOS DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS NA

HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL .................................................................................................................................... 42

Almohalha, Lucieny; Lázaro, Andressa Regina ....................................................................................................... 42

3. O BANHO HUMANIZADO EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO E SEU IMPACTO NAS RESPOSTAS

ADAPTATIVAS AO AMBIENTE .................................................................................................................................. 43

Almohalha, Lucieny; Martins, Raquel da Silva ......................................................................................................... 43

4. A PERCEPÇÃO MATERNA SOBRE OS SINAIS NEUROCOMPORTAMENTAIS DE BEBÊS PRÉ-TERMO

INTERNADOS EM UMA ENFERMARIA PEDIÁTRICA .............................................................................................. 43

Almohalha, Lucieny; Riccioppo, Maria Regina Pontes Luz ...................................................................................... 43

5. CONSTRUÇÃO DO PROTOCOLO DE TERAPIA OCUPACIONAL PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO DE

SAÚDE DE MULHERES MASTECTOMIZADAS ........................................................................................................ 44

Alves, Cristiane Paiva; Moraes, Aline Aparecida ..................................................................................................... 44

6. PRÁTICA CENTRADA NO CLIENTE E BASEADA NA OCUPAÇÃO: INTERVENÇÃO NA URGÊNCIA E

EMERGÊNCIA ............................................................................................................................................................. 45

Alves, Walter Luís Teixeira; Nunes, Ciomara Maria Perez; Silva, Cynthia Girundi .................................................. 45

7. TERAPIA OCUPACIONAL EM EPIDERMÓLISE BOLHOSA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................... 45

Amaro, Jéssica Moscatelli; Annunciato, Bruna Gabriela Pascarelli; Kudo, Aide Mitie ............................................. 45

8. TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO HOSPITALAR: A ASSISTÊNCIA OFERECIDA À PORTADORES

DE SIDA EM HOSPITAL GERAL ................................................................................................................................ 46

Assoni, Laura; Arantes, Claudinea Dizaro ............................................................................................................... 46

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9. TRIAGEM DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO E CRITÉRIOS DE

ELEGIBILIDADE PARA INTERVENÇÃO .................................................................................................................... 46

Barros, Priscila Bagio Maria; Kudo, Aide Mitie; Souza, Fernanda Degani Alves; Franco, Mariana de Paiva;

Bittencourt, Renata Sloboda .................................................................................................................................... 46

10. CONFECÇÃO DE JOGOS: PROJETO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO EM TERAPIA OCUPACIONAL EM

CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO ................................................................................................................... 47

Barros, Priscila Bagio Maria; Martins, Amanda Oliveira; Sato, Andrea Toshye; Marcelino, Daniela Machado;

Roque, Kamyla Leme.................................................................................................................................................47

11. A IMPORTÂNCIA DAS PESQUISAS QUALITATIVAS NA ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL 48

Beltrame, Vitória Hoerbe; Peruzzolo, Dani Laura; Barbosa, Deise Maria; Froehlich, Larissa Ten Caten; Corneau,

Graciela Carneiro .................................................................................................................................................... 48

12. O IMPACTO DA IDADE CORRIGIDA NO DESENVOLVIMENTO DOS BEBÊS PREMATUROS E NO

COTIDIANO DOS PAIS ................................................................................................................................................ 48

Beltrame, Vitória Hoerbe; Peruzzolo, Dani Laura; Schmitt, Patrícia Menezes; Barbosa, Deise Maria; Rossato,

Larissa; ..................................................................................................................................................................... 48

13. OSTEOPETROSE: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM UM

CENTRO DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICA ............................................................ 49

Bittencourt,Renata Sloboda; Franco, Mariana de Paiva; Passos, Paula Bullara; Souza, Fernanda Degani Alves .. 49

14. TERAPIA OCUPACIONAL & CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADE DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-

TRONCO HEMATOPOÉTICAS JUNTO À POPULAÇÃO ADULTA ........................................................................... 50

Bittencourt,Renata Sloboda; Loureiro, Morgana Bardemaker; Santos, Dayane Regina; Fabri, Aline Ferrari .......... 50

15. O LUTO NA PRÁTICA ASSISTENCIAL DA TERAPIA OCUPACIONAL....................................................... 50

Bombarda, Tatiana Barbieri ...................................................................................................................................... 50

16. ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: RECURSOS EMPREGADOS NA

INTERDISCILPINARIDADE DO CUIDADO ................................................................................................................. 51

Bombarda, Tatiana Barbieri; Corrêa, Bruna Carolina ............................................................................................... 51

17. AMBULATÓRIO INTEGRADO DE CUIDADOS PALIATIVOS: TRILHANDO NOVAS FORMAS DE SE

PROVER O CUIDADO ................................................................................................................................................. 52

Bombarda, Tatiana Barbieri; Simplício, Milena Regina ............................................................................................ 52

18. ESPELHO, ESPELHO MEU: A EXPERIÊNCIA DO CORPO FEMININO FRENTE AO TRATAMENTO DO

CÂNCER DE MAMA .................................................................................................................................................... 52

Borges, Veronica Gomes; Koenig, Anne Marise ...................................................................................................... 52

19. INTERVENÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NA DOR PÉLVICA CRÔNICA: REVISÃO

SISTEMATIZADA ......................................................................................................................................................... 53

Bortolieiro, Raquel Verceze; Poli, Omero Benedicto Neto ........................................................................................ 53

20. A CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS SINGULARES PARA A PRODUÇÃO DE CUIDADO EM ATENÇÃO

HOSPITALAR DE NEONATOS, CRIANÇAS, ADOLESCENTES E CUIDADORES ................................................... 53

Braga, Cláudia Pellegrini; Amaro, Jéssica Moscatelli; Annunciato, Bruna Pascarelli; Galheigo, Sandra Maria ....... 53

21. O DESEMPENHO OCUPACIONAL DURANTE A INTERNAÇÃO HOSPITAL: TREINO DAS ATIVIDADES

DE VIDA DIÁRIA .......................................................................................................................................................... 54

Braga, Marcela Aline Fernandes; Nunes, Ciomara Maria Perez .............................................................................. 54

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22. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELA TERAPIA OCUPACIONAL NA UAVE DO

HOSPITAL RISOLETA NEVES ................................................................................................................................... 54

Braga, Marcela Aline Fernandes; Nunes, Ciomara Maria Perez; Barini, Caroline ................................................... 54

23. TERAPIA OCUPACIONAL E GRUPO DE MÃES DA UTI NEONATAL: HUMANIZANDO A RELAÇÃO

MATERNO-INFANTIL.................................................................................................................................................. 55

Camargo, Maria José Gugelmin; Kawamura, Aline Costa de Sousa; Krameck, Karine .......................................... 55

24. TERAPIA OCUPACIONAL NA ASSISTÊNCIA EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ......................................... 56

Cardinal, Ana Carolina; Teixeira, Natalia de Andrade; Bianchin, Maysa Alahmar ................................................... 56

25. ATENÇÃO A PACIENTES EM SERVIÇO DE CUIDADOS PALIATIVOS DE HOSPITAL DE ELEVADA

COMPLEXIDADE ........................................................................................................................................................ 56

Cardoso, Renata Carvalho; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues Do Prado; Rezende, Gabriela; Gomes Cristiane,

Aparecida; Neves,Fernanda Ribeiro Correia Bianchi .............................................................................................. 56

26. CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: UMA REVISÃO DOS ARTIGOS PUBLICADOS NO BRASIL 57

Cavalcante, Aline da Cruz; Maués, Nayara Caroline Silva; Castro, Gisely Gabrielli Avelar..................................... 57

27. TERAPIA OCUPACIONAL: A LEITURA COMO RECURSO HUMANIZADO DE INTERVENÇÃO

HOSPITALAR .............................................................................................................................................................. 57

Cavalcante, Aline da Cruz; Maués, Nayara Caroline Silva; Damasceno, Ana Carolina de Souza, Nascimento, Zelito

dos Anjos Filho; Matos, Clévia Dantas Luz .............................................................................................................. 57

28. IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL NA ENFERMARIA DE NEUROLOGIA

CLÍNICA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO .................................................... 58

Conti, Juliana; Credidio, Roberta Abduch Rolim; Oyama, Larissa Rodrigues Leite; Lancman, Selma .................... 58

29. INDICADORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL (IRDIS) COMO FORMA DE

AVALIAÇÃO PARA BEBÊS ....................................................................................................................................... 59

Corneau, Graciela Carneiro; Souza, Ana Paula Ramos; Peruzzolo, Dani Laura; Barbosa, Deise; Beltrame, Vitória

Hoerbe ..................................................................................................................................................................... 59

30. PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM HOSPITAL DE ALTA

COMPLEXIDADE ........................................................................................................................................................ 59

Credidio, Roberta Abduch Rolim; Oyama, Larissa Rodrigues Leite; Conti, Juliana; Abrão, Camila; Lancman,

Selma....................................................................................................................................................................... 59

31. O ESTÁGIO DE 4º. ANO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL ESCOLA: A EXPERIÊNCIA

DE UM LOCAL NO QUAL O TRABALHO SE DÁ DE FORMA INTERDISCIPLINAR ............................................... 60

Crippa, Joyce Nunes; Ulrich, Natália Moreno; Santos, Claudia Aline Valente; Joaquim, Regina Helena Vitale

Torkomian ................................................................................................................................................................ 60

32. TERAPIA OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM DOENÇAS

INFECTOCONTAGIOSAS DO ESTADO DE GOIÁS .................................................................................................. 60

Cunha, Jackeline Oliveira do Vale; Rosa, Cristiane da Silva ................................................................................... 60

33. RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE EM CONTEXTO HOSPITALAR:

CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL .......................................................... 61

Cunha, José Henrique da Silva; Pereira, Diane Coelho; Zanni, Karina Piccin; Monteiro, Claudia Franco ............. 61

34. “CUIDANDO DE QUEM CUIDA”: ARTERAPIA COMO PROPOSTA DE CUIDADO AOS PROFISSIONAIS

DA SAÚDE NO HOSPITAL ......................................................................................................................................... 61

Cunha, José Henrique da Silva; Pereira, Diane Coelho; Zanni, Karina Piccin; Monteiro, Claudia Franco ............. 61

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35. TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES - CARACTERIZAÇÃO DO ENSINO NOS

CURSOS DE GRADUAÇÃO UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS ............................................................................... 62

Dahdah, Daniel Ferreira; Frizzo, Heloísa Cristina Figueiredo; Fangel, Letícia Meda Vendrusculo .......................... 62

36. TERAPIA OCUPACIONAL NA RESSIGNIFICAÇÃO DO COTIDIANO DE PACIENTES EM CUIDADOS

PALIATIVOS ................................................................................................................................................................ 63

Damasceno, Ana Carolina de Souza; Cavalcante, Aline da Cruz; Rodrigues, Karoline Vitória Silva; Castro, Gisely

Gabrieli Avelar .......................................................................................................................................................... 63

37. RECONSTRUÇÃO DO COTIDIANO E RESSIGNIFICAÇÃO DE VIVÊNCIAS NO TRANSPLANTE DE

CÉLULAS- TRONCO HEMATOPOÉTICAS ................................................................................................................ 63

Dias, Gabriela Martins; Santos, Dayane Regina ...................................................................................................... 63

38. TERAPIA OCUPACIONAL E MULHERES COM CÂNCER DE MAMA EM CUIDADOS PALIATIVOS ......... 64

Faria, Natália Cintra; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado ......................................................................... 64

39. OFICINAS PRODUTIVAS COM MÃES DE CRIANÇAS SUBMETIDAS Á INTERNAÇÃO HOSPITALAR:

RELATO DE EXPERIÊNCIA ........................................................................................................................................ 64

Fonteles, Ana Cindy de Souza; Holanda, Isabel Cristina Luck Coelho .................................................................... 64

40. CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA ONCOLÓGICA PEDIÁTRICA: PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA

ASSISTÊNCIA DE TERAPIA OCUPACIONAL ............................................................................................................ 65

Franco, Mariana de Paiva; Kudo, Aide Mitie; Bittencourt, Renata Sloboda; Passos, Paula Bullara ........................ 65

41. AVALIAÇÃO DE MANUAIS DE ORIENTAÇÕES UTILIZADOS COMO RECURSOS TERAPÊUTICOS

OCUPACIONAIS EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO ................................................................................ 66

Franco, Mariana de Paiva; Barros, Priscila Bagio Maria; Souza, Fernanda Degani Alves; Passos, Paula Bullara .. 66

42. O ENSINO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES: UMA FORMAÇÃO

TÉCNICA, ÉTICA, HUMANISTA E CRÍTICA ............................................................................................................... 66

Galheigo, Sandra Maria; Braga, Cláudia Pellegrini .................................................................................................. 66

43. PARTICIPAÇÃO E AUTONOMIA DE CRIANÇAS EM TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA: PRÁTICAS

EM TERAPIA OCUPACIONAL .................................................................................................................................... 67

Idemori, Thais Clemente; Martinez, Claudia Maria Simões ...................................................................................... 67

44. A EXPERIÊNCIA DE ATUAR NUM PROJETO DE EXTENSÃO UTILIZANDO A FIGURA DO PALHAÇO-

DOUTOR EM HOSPITAIS ............................................................................................................................................ 68

Jacob, Luana Ramalho ............................................................................................................................................. 68

45. ERGONOMIA HOSPITALAR COM FOCO NO PACIENTE E A TERAPIA OCUPACIONAL: UMA REVISÃO

NARRATIVA ................................................................................................................................................................. 68

Jacob, Luana Ramalho; Maia, Fernanda do Nascimento ......................................................................................... 68

46. TERAPIA OCUPACIONAL E GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: UM ESTUDO DE CASO ............................... 69

Kawamura, Aline Costa de Sousa; Camargo, Maria José Gugelmin; Krameck, Karine ........................................... 69

47. TERAPIA OCUPACIONAL E ATENÇÃO AO CUIDADO MATERNO: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM

UNIDADE DE CUIDADO A MÃE E AO RECÉM-NASCIDO ........................................................................................ 69

Krameck, Karine; Camargo, Maria José Gugelmin; Kawamura, Aline Costa de Sousa ........................................... 69

48. INDICADORES DE ASSISTÊNCIA DE TERAPIA OCUPACIONAL: UMA FERRAMENTA DE GESTÃO DO

SERVIÇO ...................................................................................................................................................................... 70

Kudo, Aide Mitie; Barros, Priscila Bagio Maria ......................................................................................................... 70

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49. CUSTOS DO SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR: UM DESAFIO NA

GESTÃO DO SERVIÇO............................................................................................................................................... 71

Kudo, Aide Mitie; Barros, Priscila Bagio Maria; Souza, Fernanda Degani Alves; Franco, Mariana de Paiva;

Bittencourt, Renata Sloboda .................................................................................................................................... 71

50. TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO A PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE MEDULAR

ÓSSEO: A VISÃO DOS PACIENTES ......................................................................................................................... 71

Kurauchi, Graziela Regina Sogumo; Ono, Danielly Hidemi Hasegawa; Joaquim, Regina Helena Torkomian ........ 71

51. A PERCEPÇÃO DE MÃES SOBRE AS HABILIDADES DE BRINCAR DE SEUS FILHOS

HOSPITALIZADOS ..................................................................................................................................................... 72

Almohalha, Lucieny; Lázaro, Andressa Regina ....................................................................................................... 72

52. O BRINQUEDO PERMANENTE EM UNIDADE INTERMEDIÁRIA DE UM HOSPITAL DE MÉDIA E ALTA

COMPLEXIDADE ........................................................................................................................................................ 72

Lima, Valeria Borges Ribeiro; Maia, Fernanda do Nascimento; Mitre, Rosa Maria de Araujo ................................. 72

53. INTEGRAÇÃO SENSORIAL NO CONTEXTO HOSPITALAR ....................................................................... 73

Lima, Valeria Borges Ribeiro; Maia, Fernanda do Nascimento; Simonato, Mariana Pereira; Moura, Nayara Lobato

da Silva; Jacob, Luana Ramalho ............................................................................................................................. 73

54. AVALIAÇÃO DE ADULTOS/IDOSOS PELA TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR:

PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO ......................................................................................... 74

Lino, Thaís Breternitz; Santos, Claudia Aline Valente; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian; Souza, Monica

Cristina Assaiante .................................................................................................................................................... 74

55. O USO DA ARTE COMO UM RECURSO NO CUIDAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA .......................... 74

Litholdo, Mariana da Cunha; Vasconcelos, Sarah Xavier Peixoto; Cavalcanti, Annelise Nathalia Farias; Silva, Talita

Maria Pereira de Pádua ........................................................................................................................................... 74

56. GRUPO DE CUIDADORES EM UMA ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS: RELATO DE

EXPERIÊNCIA ............................................................................................................................................................. 75

Litholdo, Mariana da Cunha; Vasconcelos, Sarah Xavier Peixoto; Nascimento, Pâmela Joyce Ferreira; Silva, Talita

Maria Pereira de Pádua ........................................................................................................................................... 75

57. O RUIDO NO CTI NEONATAL: UMA VIVÊNCIA DE SUAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS PARA O

RECÉM-NASCIDO ...................................................................................................................................................... 75

Machado, Letícia Guimarães; Leandro, Handula Janine Simões; Coelho, Renato Ramos ..................................... 75

58. DESEMPENHO OCUPACIONAL DE PACIENTES DEPRESSIVOS COM E SEM ESTRESSE PRECOCE:

ANÁLISE DA RESPOSTA TERAPÊUTICA ................................................................................................................ 76

Martins, Camila Maria Severi; Ustulin, Keide Fernanda; Baes, Cristiane Von Werne; Bosaipo, Nayanne Beckmann;

Juruena, Mario Francisco ........................................................................................................................................ 76

59. TERAPIA OCUPACIONAL E A PRODUÇÃO DE CUIDADO EM UNIDADE NEONATAL: UMA REVISÃO

NARRATIVA DE LITERATURA .................................................................................................................................. 77

Matsuo, Cátia Mari; Galheigo, Sandra Maria ........................................................................................................... 77

60. LUTO ANTECIPATÓRIO NO CUIDADOR FAMILIAR DE IDOSOS COM DEMÊNCIA: NOVAS

PERSPECTIVAS DE OLHARES PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ..................................................................... 77

Mattos, Emanuela Bezerra Torres; Silva, Márcia Laface; Medeiros, Erica Teixeira ................................................ 77

61. GRUPOS COMO INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA ..... 78

Mattos, Fernanda Ferreira; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado ............................................................... 78

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62. GRUPO DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS COM MÃES DE BEBÊS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE

NEONATOLOGIA ......................................................................................................................................................... 78

Menezes, Mchilanny Bussinguer; Fangel, Vendrusculo, Letícia Meda; Gonçalves, Nádia Luiza ............................. 78

63. RELATO DE EXPERIÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL NA UNIDADE DE PSIQUIATRIA

HOSPITALAR............................................................................................................................................................... 79

Messina, Shabbina Ribeiro; Batschauer, Daniela ..................................................................................................... 79

64. PAPÉIS OCUPACIONAIS DE PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO...................................... 79

Molinari, Natalia Calil Ambrosio; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado ....................................................... 79

65. IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES HEMODIALÍTICOS .............. 80

Imano, Mariana Eiko; Molinari, Natalia Calil Ambrosio; Xavier, Priscilla Taoni; Cavali, Amanda Regina ................. 80

66. A FAMÍLIA DA CRIANÇA DEPENDENTE DE TECNOLOGIA: APONTAMENTOS SOBRE O COTIDIANO 80

Moura, Nayara Lobato da Silva; Leite, Noélia Silva Ladislau; Maia, Fernanda do Nascimento ............................... 80

67. O TERAPEUTA OCUPACIONAL INSERIDO EM UMA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE UM

HOSPITAL PEDIÁTRICO ............................................................................................................................................. 81

Moura, Nayara Lobato da Silva; Simonato, Mariana Pereira; Jacob, Luana Ramalho; Lima, Valéria Borges Ribeiro;

Mitre, Rosa Maria de Araujo ..................................................................................................................................... 81

68. A TERAPIA OCUPACIONAL NO CUIDADO AOS PACIENTES COM MUCOPOLISSACARIDOSE: UMA

EXPERIÊNCIA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL .......................................................................................... 82

Nascimento, Éllyda Márcia; Gomes, Rebeca Rodrigues .......................................................................................... 82

69. A HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR ATRAVÉS DA MÚSICA E PALHAÇOTERAPIA SOB O OLHAR DA

TERAPIA OCUPACIONAL........................................................................................................................................... 82

Nascimento, Éllyda Márcia ....................................................................................................................................... 82

70. RESSIGNIFICANDO O TRATAMENTO NA HEMODIÁLISE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA TERAPIA

OCUPACIONAL ........................................................................................................................................................... 83

Nascimento, Janaína Santos; Mannini, Juliana; Pelosi, Miryam Bonadiu ................................................................ 83

71. ESTRATÉGIAS NECESSÁRIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NO

CONTEXTO HOSPITALAR .......................................................................................................................................... 83

Nascimento, Janaína Santos; Paiva, Mariana Mapelli; Pelosi, Miryam Bonadiu; Souza, Vera Lúcia Vieira ............. 83

72. A INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO ATENDIMENTO A UMA CRIANÇA COM

SEQÜELA DE VARICELA NO CONTEXTO HOSPITALAR ........................................................................................ 84

Nunes, Roberta Ribeiro; Barbosa, João Bosco Lima; Morais, Thaisa Wancy Silva ................................................. 84

73. UM AMBIENTE E ALGUNS PACIENTES: ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CENTRO DE

TERAPIA INTENSIVA ADULTO .................................................................................................................................. 84

Oliveira, Natasha Pompeu; Vinture, Juliana Silva .................................................................................................... 84

74.“HOJE VAI TER GRUPO?” AS TERÇAS AS QUINTAS-FEIRAS EM UMA CENTRAL DE QUIMIOTERAPIA .... 85

Oliveira, Natasha Pompeu; Wolf, Bianca Brunelli; Victal, Francine .......................................................................... 85

75. TERAPIA OCUPACIONAL E PACIENTE DIABETICO: UM RELATO DE CASO .......................................... 86

Paiva, Juliana da Silva; França, Barbara Lorrane Oliveira; Vendrusculo-Fangel, Leticia Meda ............................... 86

76. RECURSO DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA PARA PACIENTES HOSPITALIZADOS ......................... 86

Pelosi, Miryam Bonadiu; Nascimento, Janaína Santos; Souza, Vera Lúcia Vieira; Marvila, Brenda ........................ 86

77. ASPECTOS EMOCIONAIS DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE ............................... 87

Pereira, Nathalia Cristina Silva; Cavalcante, Milady Cutrim Vieira; Martins, Ana Lice Azevedo ............................... 87

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78. INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À CRIANÇA HOSPITALIZADA: UMA REVISÃO

DA LITERATURA ........................................................................................................................................................ 87

Pereira, Nathalia Cristina Silva; Cavalcante, Milady Cutrim Vieira; Oliveira, Ana Claudia dos Santos Silva ........... 87

79. TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DA NEFROLOGIA: REVISÃO SISTEMÁTICA ....................... 88

Pereira, Nathalia Cristina Silva; Cavalcante, Milady Cutrim Vieira; Oliveira, Maranho, Katiúscia Marques de

Paulo........................................................................................................................................................................ 88

80. NÍVEL FUNCIONAL DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE NAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA ................ 89

Pereira, Nathalia Cristina Silva; Maranho, Katiúscia Marques de Paulo; Cardoso, Jordana Santos; França, Ana

Karina Teixeira da Cunha; Cavalcante, Milady Cutrim Vieira .................................................................................. 89

81. DESENVOLVIMENTO DE PARCERIAS PARA CONFECÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA: TERAPIA

OCUPACIONAL E SERVIÇO DE MANUTENÇÃO HOSPITALAR ............................................................................. 89

Pereira, Rita Aparecida Bernardi; Silva, Alexsandra Santos; Veiga, Bruna; Lima, Lisandra Emy Taketa dos Santos;

Lazoski, Valeska Cardeal Santana .......................................................................................................................... 89

82. “NA TORCIDA PELO BRASIL!” – UMA AÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA ................................................................................................................................. 90

Pereira, Rita Aparecida Bernardi; Silva, Alexsandra Santos; Veiga, Bruna; Lima, Lisandra Emy Taketa dos Santos;

Lazoski, Valeska Cardeal Santana .......................................................................................................................... 90

83. REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DA TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS: RELATO

DE EXPERIÊNCIA ....................................................................................................................................................... 91

Perruci, Ludmila Gonçalves; Neves, Fernanda Ribeiro Correia Bianchi; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do

Prado ...................................................................................................................................................................... 91

84. A EXPERIÊNCIA DE TERAPEUTAS OCUPACIONAIS RESIDENTES INSERIDAS EM CONTEXTOS

DIFERENTES EM UM AMBIENTE HOSPITALAR ...................................................................................................... 91

Poellnitz, Jéssica Cristina Von; Souza, Fernanda; Coelho, Tamiris Teixeira Lopes ................................................ 91

85. A TRAJETÓRIA DA TERAPIA OCUPACIONAL NO HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM TRAUMA NO

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE .................................................................................................................... 92

Ramos, Jonara Crys Abreu; Nunes, Roberta Ribeiro; Morais, Thaisa Wancy Silva; Queiroz, Leidiane Fernandes 92

86. INTERVENÇÃO DE TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO A PACIENTES ORTOPÉDICOS INTERNADOS:

RELATO DE EXPERIÊNCIA ....................................................................................................................................... 92

Ratier, Ana Paula Pelegrini; Freitas, Dionne do Carmo Araújo; Yoshioka, Eliani Tiemi .......................................... 92

87. TERAPIA OCUPACIONAL E PACIENTES EM TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA: RELATOS DE UMA

PRÁTICA ACADÊMICA .............................................................................................................................................. 93

Rodrigues, Karoline Vitória Silva; Cavalcante, Aline da Cruz; Damasceno, Ana Carolina; Almeida, Sandra .......... 93

88. IMPLANTAÇÃO DA BRINQUEDOTECA HOSPITALAR DA UNIDADE DE CIRURGIA PEDIÁTRICA DO

HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR .......................................................................................................................... 94

Sacco, Camila Menezes; Kirsch, Elisabeth Bergmann; Camargo, Maria Jose Gugelmin; Castanharo, Regina Célia

Titotto ....................................................................................................................................................................... 94

89. AVALIAÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NO AMBULATÓRIO DE UM SERVIÇO DE TRANSPLANTE

DE MEDULA ÓSSEA .................................................................................................................................................. 94

Santos, Aime Juliana; Santos, Dayane Regina ....................................................................................................... 94

90. A MORTE E O MORRER NAS GRADES CURRICULARES DOS CURSOS DA SAÚDE ............................ 95

Santos, Andréa Rizzo; Silva, Nilson Rogério; Oliveira, Rodrigo Mota ..................................................................... 95

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91. PROJETO DE DESOSPITALIZAÇÃO - VIABILIZANDO O SISTEMA DE CONTRA-REFERÊNCIA:

EXPERIÊNCIAS DE RESIDENTES DE TERAPIA OCUPACIONAL ........................................................................... 95

Santos, Brenda Pina; Silva, Alexsandra Santos; Veiga, Bruna; Motizuki, Camila Sayuri; Santana, Valeska

Cardeal ..................................................................................................................................................................... 95

92. A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NA EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA ........................... 96

Santos, Brenda Pina; Soares, Luana Louise Padilha ............................................................................................... 96

93. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE ADEQUAÇÃO POSTURAL E DISPENSAÇÃO DE OPM EM HOSPITAL

DE ALTA COMPLEXIDADE......................................................................................................................................... 96

Santos, Camila Abrão; Credidio, Roberta Abduch Rolim; Oyama, Larissa Alves Rodrigues; Conti, Juliana;

Lancman, Selma ....................................................................................................................................................... 96

94. INTEGRALIDADE: DESAFIOS NA CONSTITUIÇÃO DA LINHA DE CUIDADO DO IDOSO NUM HOSPITAL

ESCOLA ....................................................................................................................................................................... 97

Santos, Claudia Aline Valente; Farias, Aline Zacchi; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian; Souza, Monica

Cristina Assaiante ..................................................................................................................................................... 97

95. APRENDENDO COM O ENCONTRO A OUVIR: PROJETO DE EXTENSÃO COLHEDORES DE

CAUSOS ...................................................................................................................................................................... 98

Santos, Claudia Aline Valente; Melo, Tatiana De Vasconcellos; Souza, Mariana Carolina Lima; Oliveira, Maribia

Taliane ...................................................................................................................................................................... 98

96. A VIVÊNCIA DO PROCESSO DE MORTE EM UM AMBIENTE HOSPITALAR: CONTRIBUIÇÕES DA

TERAPIA OCUPACIONAL........................................................................................................................................... 98

Santos, Dayane Regina; Dias, Gabriela Martins ...................................................................................................... 98

97. AÇÕES INTERPROFISSIONAIS DE HUMANIZAÇÃO EM UM AMBULATÓRIO DE QUIMIOTERAPIA ...... 99

Santos, Dayane Regina; Perez, Juliana de Oliveira; Antonechen, Aline Cristina; Dóro, Maribel Pelaez .................. 99

98. O IMPACTO DA AÇÃO DE HUMANIZAÇÃO EM UMA UNIDADE DE QUIMIOTERAPIA DE ALTO

RISCO ....................................................................................................................................................................... 100

Santos, Dayane Regina; Santarém, Ian ................................................................................................................. 100

99. O DESENHO COMO RECURSO TERAPÊUTICO JUNTO A PACIENTE HOSPITALIZADA: UM RELATO

DE CASO ................................................................................................................................................................... 100

Santos, Letícia Pereira; Finarde, Tamara Neves; Almeida, Maria Helena Morgani; Toldra, Rosé Colon ............... 100

100. 1 ANO DE VIDA 1 ANO DE HOSPITALIZAÇÃO – TERAPIA OCUPACIONAL EM AÇÃO E

COMEMORAÇÃO ...................................................................................................................................................... 101

Sardenberg, Renata ............................................................................................................................................... 101

101. RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ÁREA DE CONCENTRAÇÃO MATERNO INFANTIL E A

ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL ......................................................................................................... 101

Schmitt, Patrícia Menezes; Corneau, Graciela Carneiro; Peruzzolo, Dani Laura ................................................... 101

102. CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM GRUPO DE ORIENTAÇÃO AOS PAIS NA UTI

NEONATAL ................................................................................................................................................................ 102

Sgavioli, Ana Júlia Ribeiro; Silva, Mariana Oliveira Leite; Bianchin, Maysa Alahmar ............................................. 102

103. TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS – UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE

LITERATURA ............................................................................................................................................................. 103

Silva, Ana Cristina Cardoso; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado ........................................................... 103

104. ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA ASSISTÊNCIA À CRIANÇA HOSPITALIZADA .......... 103

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Silva, Mariana Oliveira Leite; Sgavioli, Ana Júlia Ribeiro; Bianchin, Maysa Alahmar ............................................ 103

105. HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES CRONICAMENTE ADOECIDOS: DESAFIOS DA

PRÁTICA ................................................................................................................................................................... 104

Simonato, Mariana Pereira; Moura, Nayara Lobato da Silva; Mitre, Rosa Maria de Araujo; Maia, Fernanda do

Nascimento, Lima, Valéria Borges Ribeiro ............................................................................................................ 104

106. ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA PORFIRIA AGUDA INTERMITENTE ................................ 104

Soares, Fernanda Brioschi; Carvalho, Michelle; Ballarin, Maria Luisa Gazabim Simões....................................... 104

107. CARACTERIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DE

ONCOPEDIATRIA NO ESTADO DE SÃO PAULO ................................................................................................... 105

Soares, Fernanda Brioschi; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian................................................................ 105

108. EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO DE TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO ÀS CRIANÇAS COM ANOMALIAS

CRANIOFACIAIS HOSPITALIZADAS E SEUS FAMILIARES ................................................................................. 106

Sousa, Lyana Carvalho; Moraes, Márcia Cristina Almendros Fernandes .............................................................. 106

109. GRUPO DE EXPRESSÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES COM FISSURA LABIOPALATINA: VISÃO

DOS FAMILIARES .................................................................................................................................................... 106

Sousa, Lyana Carvalho; Nascimento, Naiara Martins; Moraes, Márcia Cristina Almendros Fernandes; Motti, Telma

Flores Genaro, Buffa, Maria José Monteiro Benjamin ........................................................................................... 106

110. IMPLANTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA:

AMPLIANDO O CAMPO DE ATUAÇÃO ................................................................................................................... 107

Souza, Fernanda Degani Alves; Kudo, Aide Mitie; Barros, Priscila Bagio Maria; Franco, Mariana de Paiva ........ 107

111. MANUAL PARA PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS RENAIS CRÔNICAS: RECURSO

TERAPÊUTICO OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO ................................................... 108

Souza, Fernanda Degani Alves; Szmyheil, Paula Patini; Okuma, Silvia Mayumi; Passos, Paula Bullara ............. 108

112. REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS NO CONTEXTO HOSPITALAR: O DESAFIO DO

TERAPEUTA OCUPACIONAL .................................................................................................................................. 108

Teixeira, Maria Luiza Vautier; Santos, Brenda Pina; Motizuki, Camila Sayuri; Lima, Lisandra Emy Taketa dos

Santos; Pereira, Rita Aparecida Bernardi .............................................................................................................. 108

113. A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL DIRECIONADA AO CUIDADOR DE IDOSOS NO CONTEXTO

HOSPITALAR ............................................................................................................................................................ 109

Teixeira, Maria Luiza Vautier; Santos, Brenda Pina; Motizuki, Camila Sayuri; Lima, Lisandra Emy Taketa dos

Santos; Veiga, Bruna ............................................................................................................................................. 109

114. PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES NOS ANAIS

DOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE 2011 E 2013 ............................................................................................ 109

Ulrich, Natália Moreno; Crippa, Joyce Nunes; Santos, Claudia Aline Valente; Joaquim, Regina Helena Vitale

Torkomian .............................................................................................................................................................. 109

115. O ENSINO DE CUIDADOS PALIATIVOS EM TERAPIA OCUPACIONAL: UMA ANÁLISE

DOCUMENTAL .......................................................................................................................................................... 110

Vendrusculo-Fangel, Leticia Meda; Carreiro, Adrielle Souza; Abreu, Carolina Becker Bueno .............................. 110

116. A VIVÊNCIA DE ATIVIDADES SIGNIFICATIVAS EM ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS ........ 110

Vendrusculo-Fangel, Leticia Meda; Luniere, Juliana; Castro, Rafaela da Silva ..................................................... 110

117. A IMAGEM CORPORAL E A INFLUÊNCIA NA SEXUALIDADE DE MULHERES MASTECTOMIZADAS 111

Vendrusculo-Fangel, Leticia Meda; Pereira, Vanessa Peregrino ........................................................................... 111

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118. O HOSPITAL POR UM RISO – O IMPACTO DA HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE MENTAL DE PACIENTES

HOSPITALIZADOS .................................................................................................................................................... 111

Vendrusculo-Fangel, Leticia Meda; Tavares, Mariana Olívia Barbosa ................................................................... 111

119. O GRUPO COMO RECURSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL COM PACIENTES HOSPITALIZADOS EM

UMA ENFERMARIA DA UNIDADE METABÓLICA ................................................................................................... 112

Wolf, Bianca Brunelli; Arantes, Claudinéa Dizaró ................................................................................................... 112

ÍNDICE REMISSIVO ................................................................................................................................................... 113

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APRESENTAÇÃO

Este congresso começou a ser idealizado em 2009 por um grupo de terapeutas ocupacionais que se uniu em Fortaleza, durante o XI Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional, para compartilhar conhecimentos técnico-científicos e práticas em “Contextos Hospitalares”. A concretização do trabalho coletivo caminhou com fundação, em 09 de agosto de 2012, da “Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos – ATOHosP”, primeira sociedade científica de especialidade da Terapia Ocupacional no Brasil.

Em junho de 2013, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO reconheceu e disciplinou a especialidade profissional dos terapeutas ocupacionais em “Contextos Hospitalares” e em 2014 foi aprovado o convênio com o COFFITO para sermos a associação científica responsável pela outorga do título de especialista em nossa área.

Chegamos, finalmente, a 2014, com a realização do “I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos” da ATOHosP.

A Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos – ATOHosP tem trabalhado incansavelmente junto a sua Diretoria e associados, para fazer desse Congresso um marco em nossa história. Seguimos rumo ao crescimento técnico-científico da nossa profissão, principalmente através da união de todos os colegas que atuam e pesquisam no campo da especialidade dos terapeutas ocupacionais em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos.

Neste Congresso, esperamos reunir profissionais, pesquisadores, docentes e estudantes de graduação e de pós-graduação para aprimorar nosso conhecimento técnico e científico, buscando soluções e evidências para o fundamento e desenvolvimento das melhores práticas profissionais.

O evento contará com 3 Eixos, que delinearão nossos trabalhos: . Eixo I – Contextos Hospitalares. . Eixo II – Cuidados Paliativos. . Eixo III – Ensino e Pesquisa em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos.

Teremos a participação de 30 palestrantes convidados, profissionais de referência dentro de suas áreas de atuações; e um palestrante internacional com amplo conhecimento e publicação sobre a Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos no cenário mundial, representando assim, o que temos de melhor na área de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. Além disso, teremos a apresentação de 15 trabalhos de Comunicação Oral e 119 Pôsteres Dialogados, contemplando o ensino, a pesquisa e as práticas profissionais no Brasil.

Os esforços da Comissão Organizadora para realizar um evento de qualidade não teriam se concretizado se não tivéssemos recebido os apoios de: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP, Instituto de Estudos Avançados / Polo de Ribeirão Preto -IEARP, Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, A Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FAEPA), Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, Universidade Federal de São Carlos, Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – região 3. Obrigada!

Por fim, agradecemos a todos vocês por participarem do “I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos – ATOHosP”, pois estamos escrevendo, juntos, mais uma importante página da história da Terapia Ocupacional no Brasil. Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo Presidente do I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

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COMISSÃO ORGANIZADORA

PRESIDENTE DO CONGRESSO: Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo - FMRP/USP

COMISSÃO ORGANIZADORA:

Ana Carolina Chagas Pereira - Grad. T.O. FMRP/USP Bianca Brunelli Wolf - Aprimoranda HC FMRP/USP

Claudinéa Dizeró Arantes - HCFMRP/USP Cristiane Aparecida Gomes - Pós-grad. EERP/USP

Gabriela Rezende - Pós-grad. EERP/USP Juliana Silva Vinture - HCFMRP/USP

Ludmila Gonçalves Perruci - Grad. T.O. FMRP/USP Maida Ostapechen - Grad. T.O. FMRP/USP Marília Chellegatti - Grad. T.O. FMRP/USP

Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo - FMRP/USP Milena Sanches Guadanhim - Pesq. FMRP/USP

Natália Cintra Faria - Pesq. FMRP/USP Natasha Pompeu de Oliveira - Aprimoranda HC FMRP/USP

Renata Carvalho Cardoso - Pós-grad. EERP/USP Samira Mercaldi Rafani - HCFMRP/USP Talita Peripato - Grad. T.O. FMRP/USP

Thais Balastreire Forghieri - Grad. T.O. FMRP/USP Thais Fernanda Oliveira -Grad.T.O. FMRP/USP

COMISSÃO CIENTÍFICA:

Claudia Aline Valente dos Santos - Docente UFSCar Heloisa Cristina Figueiredo Frizzo - Docente UFTM

Leticia M Vendrusculo Fangel - Docente UnB Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo - Docente FMRP-USP

Regina Helena. V. T. Joaquim - Docente UFSCar Rosibeth Del Carmen Muñoz Palm - Docente UFPR

COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO:

Aide Mitie Kudo - ICr – HCFMUSP Mônica Estuque G. Queiroz - I.I. Emilio Ribas

Walkyria de Almeida Santos - GRAACC UNIFESP

COMISSÃO DE SECRETARIA E FINANÇAS: Fernanda Capella Rugno - Hospital de Câncer Barretos

Heloisa Cristina Figueiredo Frizzo - Docente UFTM Leticia M Vendrusculo Fangel - Docente UnB

Natália Cintra Faria - Pesq. FMRP-USP Renata Carvalho Cardoso - Pós-grad. EERP-USP

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APOIO E PATROCÍNIO

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PROGRAMAÇAO

Dia 06 de novembro de 2014 – 5ª feira

I CONGRESSO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS

AUDITÓRIO DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO – USP

10h30 - 12:30 Secretaria: Credenciamento, entrega de materiais, novas inscrições, afixação dos pôsteres e preparação da exposição de fotografias

12:30 ALMOÇO INSTALAÇÃO DA MOSTRA DE FOTOGRAFIAS – “Promovendo Saúde e Qualidade de Vida em

Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos”

14:00 ABERTURA OFICIAL HCFMRP-USP, COFFITO, CREFITO 3, ATOHosP, ABRATO, ATOESP

14:30 - 15h30

CONFERÊNCIA DE ABERTURA International perspectives on occupational therapy in palliative care: case examples from around the world

Gail Eva - UCL Institute of Neurology, London / UK

15:30 - 17:00

MESA 1 Moderador: Regina Aparecida Rosseto Guzzo (Santa Casa - SP)

A Especialidade Profissional dos Terapeutas Ocupacionais em “Contextos Hospitalares” e suas Áreas de Atuação

Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo - Presidente da ATOHosP

Diferentes Práticas Hospitalares do Terapeuta Ocupacional na Realidade Brasileira, de Norte a Sul

Clori Araújo Pinheiro - Presidente da ABRATO

17:30 - 18:30 COQUETEL DE ABERTURA

Dia 07 de novembro de 2014 – 6ª feira

AUDITÓRIO DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO – USP EIXO 1: TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES

8:30 - 10:00

RODA DE CONVERSA: Terapia Ocupacional em Clínica Médica e Clinicas Cirúrgicas Coordenadora: Preslavia Colares Aguiar (HG Fortaleza - CE) Marcela dos Reis Bigatão (Neurocirurgia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço) Janaina T. da Silva Junqueira Assis (Cirurgia Plástica - Queimados/HCFMRP-USP)

10:00 INTERVALO e VISITA AOS PÔSTERES

10:30 - 12:00

MESA 2 Moderador: Walkyria A. Santos (GRAACC-UNIFESP - SP)

Terapia Ocupacional em Enfermaria Pediátrica e Brinquedoteca

Aide Mitie Kudo (ICr- HCFMUSP)

Terapia Ocupacional em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal

Erika da Silva Dittz (Hospital Sofia Feldman - MG)

Terapia Ocupacional em Unidades de Terapia Intensiva Adultos

Claudia Aline Valente dos Santos (UFSCar - SP)

12:00 ALMOÇO

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14:00 -15:30 COMUNICAÇÕES ORAIS Moderador: Rita Aparecida Bernardi Pereira (UFPR - PR)

15:30 INTERVALO e VISITA AOS PÔSTERES

16:00 - 17:30

MESA 3 Moderador: Clori Araújo Pinheiro (RS)

Terapia Ocupacional em Geriatria e Gerontologia em Contextos Hospitalares

Tatiana Vieira do Couto (HSPE - SP)

Terapia Ocupacional e Promoção de Saúde Mental em Contextos Hospitalares

Leidiane Queiroz (Natal - RN)

Terapia Ocupacional em Traumato-Ortopedia e Onco-Ortopedia em Contextos Hospitalares

Gisele Brides Prieto (Hospital Ouro Verde e PUC-Campinas – SP)

17:45 - 18:15 Apresentação e avaliação dos Pôsteres Dialogados – Eixo 1 Local: Faculdade de Direito de Ribeirão Preto - USP

19:00 - 21:30 ASSEMBLEIA ATOHosP (Somente para associados) Coordenador: Aide Mitie Kudo - Vice-Presidente da ATOHosP Local: Espaço de Eventos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Dia 07 de novembro de 2014 – 6ª feira

ESPAÇO DE EVENTOS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO – USP EIXO 2: TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS

8:30 - 10:00

RODA DE CONVERSA: Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos Oncológicos e Não-

Oncológicos Coordenadora: Maria Lúcia P. Cesari Lourenço (Hospital de Câncer de Barretos - SP) Mônica Estuque Garcia Queiroz ( I.I. Emílio Ribas) Fernanda Ribeiro Correia (HCFMRP-USP - SP)

10:00 INTERVALO e VISITA AOS PÔSTERES

10:30 - 12:00

MESA 6 Moderador: Fernanda Capella Rugno (HC Barretos - SP)

Bioética em Cuidados Paliativos Carolina Becker Bueno Abreu (UnB - DF)

Como Avaliar o Paciente e sua Família em Cuidados Paliativos?

Mônica Estuque Garcia Queiroz (I.I. Emílio Ribas - SP)

A Dimensão da Espiritualidade na Atuação do Terapeuta Ocupacional em Cuidados Paliativos

Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo (FMRP- USP - SP)

12:00 ALMOÇO

14:00 -15:30 COMUNICAÇÕES ORAIS Moderador: Fernanda Capella (HC Barretos - SP)

15:30 INTERVALO e VISITA AOS PÔSTERES

16:00 - 17:30

MESA 7 Moderador: Maria de Fátima M.L. Depieri (H.B.Brasília - DF)

Terapia Ocupacional e Cuidados Paliativos em Oncopediatria

Walkyria de Almeida Santos (GRAACC UNIFESP - SP)

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Terapia Ocupacional em Oncogeriatria e Cuidados Paliativos Geriátricos

Francine Castro A. Victal (HCFMRP-USP)

Atenção Domiciliar oferecida por Hospitais a Pacientes em Cuidados Paliativos e seus familiares

Leticia M. Vendrusculo Fangel (UnB - DF)

18:15 - 18:45 Apresentação e avaliação dos Pôsteres Dialogados – Eixo 2 Local: Faculdade de Direito de Ribeirão Preto - USP

19:00 - 21:30 ASSEMBLEIA ATOHosP (Somente para associados) Coordenador: Aide Mitie Kudo - Vice-Presidente da ATOHosP Local: Espaço de Eventos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Dia 07 de novembro de 2014 – 6ª feira

ANFITEATRO DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO – USP EIXO 3: ENSINO E PESQUISA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS

PALIATIVOS

8:30 - 10:00

RODA DE CONVERSA: Ensino e Práticas do Terapeuta Ocupacional em Diferentes Contextos

Hospitalares Coordenadora: Regina Helena Vitale Torkomian Joaquim (UFSCar - SP) Solange Tedesco (UNIFESP - SP) Ciomara Maria Pérez Nunes (UFMG - MG)

10:00 INTERVALO e VISITA AOS PÔSTERES

10:30 - 12:00

MESA 4 Moderador: Vera Lucy Duarte Costa (UNIFRA - RS)

Formação Profissional do Terapeuta Ocupacional para Atuação em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Heloisa Cristina Figueiredo Frizzo (UFTM - MG)

Educação Continuada e Pós-Graduação Lato e Stricto Sensu de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Rosibeth Del Carmen Muñoz Palm (UFPR - PR)

12:00 ALMOÇO

14:00 -15:30 COMUNICAÇÕES ORAIS Moderador: Amara Lúcia Holanda Tavares Battistel (UFSM - RS)

15:30 INTERVALO e VISITA AOS PÔSTERES

16:00 - 17:30

Moderador: Priscila Bagio Maria Barros (ICr – HCFMUSP - SP)

Pesquisa de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos e Prática Baseada em Evidência

Marysia Mara Rodrigues do Prado De Carlo, Cristiane Aparecida Gomes, Natália Cintra Faria, Gabriela Rezende, Milena Guadanhim e Renata Cardoso Carvalho

Publicações de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Sandra Maria Galheigo (FMUSP – SP)

17:45 - 18:15 Apresentação e avaliação dos Pôsteres Dialogados – Eixo 3 Local: Faculdade de Direito de Ribeirão Preto - USP

19:00 - 21:30 ASSEMBLEIA ATOHosP (Somente para associados) Coordenador: Aide Mitie Kudo - Vice-Presidente da ATOHosP Local: Espaço de Eventos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

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Dia 08 de novembro – Sábado

AUDITÓRIO DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO – USP

8:30 - 10:00

MESA 8 Moderador: Heloisa Cristina Figueiredo Frizzo (UFTM - MG)

Planejamento e Gerenciamento de Serviços de Terapia Ocupacional e as Políticas Públicas de Saúde

Júnia Jorge Rjeille Cordeiro

Questões Teórico-Metodológicas de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Celina Camargo Bartalotti (Centro Universitário São Camilo - SP)

Humanização e Qualidade de Vida em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Maria José Gugelmin de Camargo (UFPR - PR)

10:00 INTERVALO e VISITA AOS PÔSTERES

10:15 -11:30

MESA 9 Moderador: Mônica Estuque Garcia Queiroz (I.I. E.Ribas)

Raciocínio Clínico e Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Luciene Vaccaro de Morais Abumusse (UNIFESP - SP)

Tecnologia Assistiva em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Maria Aparecida Ferreira de Mello (Technocare - MG)

A Clínica do Luto e Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos

Victor Augusto Cavaleiro Corrêa (UFPA - PA)

11:30 - 12:15 CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO The need for Research and evidence in occupational therapy in hospital contexts and palliative care - Gail Eva - UCL Institute of Neurology, London / UK

12:15 - 12:30 ENCERRAMENTO

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RESUMO DAS CONFERÊNCIAS E PALESTRAS

Conferência de abertura

INTERNATIONAL PERSPECTIVES ON OCCUPATIONAL THERAPY IN PALLIATIVE CARE Eva, Gail E.

Palliative care is a relatively recently established specialist area in health and social care. Its origins can be traced back to the development of the hospice movement in the United Kingdom in the 1960s by Dr Cicely Saunders, whose foundational belief was that life was worth living regardless of how long or short the timescale. As she famously said, “You matter because you are you. You matter to the last moment of your life, and we will do all we can, not only to help you to die peacefully, but also to live until you die.” Over the past 40 years, occupational therapists have been fundamental to achieving the palliative care vision that people are enabled to live until they die. However, it is in the past decade or so that we have seen occupational therapy in palliative care really beginning to flourish, with many examples of innovative practice being shared at conferences, and through social media networks around the world. In this talk I will use case examples from five continents (Europe, Australia, Asia, Africa and South America) to illustrate the different contexts in which occupational therapy contributes to the care of people reaching the end of their lives. Through a structured process of assessment, activity analysis and goal-setting, occupational therapists are able to help patients and their families to maintain a sense of purpose and satisfaction in everyday living while at the same time acknowledging the practical and existential consequences of a deteriorating condition. Mesa 1:

A ESPECIALIDADE PROFISSIONAL DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS EM “CONTEXTOS HOSPITALARES” E SUAS ÁREAS DE ATUAÇÃO De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado

A profissão Terapia Ocupacional constitui-se formalmente como tal na América do Norte, na segunda década do séc.XX, tendo os hospitais civis ou militares como campo fundamental de práticas. No Brasil, de forma semelhante ao ocorrido em outros países, os hospitais foram também os primeiros contextos de práticas profissionais dos terapeutas ocupacionais, sejam os hospitais psiquiátricos ou hospitais gerais, neste caso, inicialmente mais com perfil voltado às práticas de reabilitação, atualmente voltada a quaisquer populações em contextos hospitalares. A visibilidade e percepção sobre a importância da Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares vêm se ampliando cada vez mais, principalmente a partir da constatação de que: 1. Sua fundamentação técnico-científica está referendada pela produção científica nacional e internacional de Terapia Ocupacional, publicada em periódicos científicos, livros, teses, dentre outros; 2. É crescente o mercado de trabalho para os profissionais em instituições hospitalares, sejam secundários ou terciários, hospitais gerais ou especializados, como também em serviços a elas integrados; 3. Há um crescimento das pesquisas e publicações científicas de terapeutas ocupacionais, que abrangem todos os ciclos de vida e linhas de cuidados, abordam diferentes áreas, habilidades e contextos de desempenho e papeís ocupacionais, ligados a condições clínicas ou cirúrgicas de média ou elevada complexidade, com novas demandas e maior reconhecimento institucional baseados na organização da especialidade profissional; 4. Ocorre um crescimento de atividades de ensino de graduação em Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e suas áreas de atuação, dentre elas a de Cuidados Paliativo, com a ampliação do oferecimento de disciplinas teóricas e de formação prática profissionalizante com diferentes populações; 6. O crescimento de atividades de ensino e pesquisa de pós-graduação (lato ou stricto sensu), como também de grupos de pesquisa e eventos científicos com essa especificidade de temas relativos ao campo; 6. Há um crescimento de publlicações de portarias, resoluções e outros tipos de documentos oficiais que regulamentam as práticas neste campo e areas de atuação.

Dois marcos importantes foram a criação do Grupo Nacional de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares (GNTOCH), em 2009, e a fundação da “Associação Científica de Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos – ATOHosP”, em 09 de agosto de 2012. Esta é a primeira Sociedade Científica de especialidade dos terapeutas ocupacionais no Brasil, especificamente relacionada à especialidade de “Contextos hospitalares” e Cuidados Paliativos. Desde 2009, foram publicadas várias resoluções que regulamentam a prática profissional e a especialidade dos terapeutas ocupacionais em Contextos Hospitalares, como: a Resolução COFFITO Nº 371 – 06/11/2009, que incluiu a especialidade de Contextos hospitalares; a Resolução COFFITO Nº 378 – 11/06/2010, que dispôs sobre as normas e procedimentos para o registro de títulos de especialidade profissional; a Resolução COFFITO Nº 405 a 408 – 03/08/2011, que disciplinou a prova de títulos dos terapeutas ocupacionais, mas que ainda excluía a especialidade de Contextos Hospitalares; a Resolução COFFITO No. 418, que definiu novos Parâmetros Assistenciais da Terapia Ocupacional (Anexo I – Contextos Hospitalares); a revisão da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO); a Resolução Nº.429 de julho/2013, reconheceu e disciplinou a especialidade

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Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares, definindo áreas de atuação e suas competências; o Acórdão Nº 316, de dez/2013, que aprovou o convênio entre COFFITO e ATOHosP, para fins de concessão de título de especialista. A ATOHosP tem por finalidade: promover o desenvolvimento técnico-científico do terapeuta ocupacional que atua em contextos hospitalares e em serviços ou programas de cuidados paliativos, fundamentando e desenvolvendo seu campo de conhecimentos dentro de suas áreas específicas de atuação. Em relação à divulgação dos trabalhos assistenciais e de pesquisa dos terapeutas ocupacionais, a partir de agosto de 2013 iniciaram-se as Videoconferências Temáticas (mensais) do SIG (Special Interest Group/ Grupo de Interesse Especial): “Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos”, através da Rede RUTE (Rede Universitária de Telemedicina). Trata-se de um espaço da rede virtual de Telessaúde que trata da promoção de ações conjuntas entre instituições de ensino de Terapia Ocupacional e instituições hospitalares nacionais e internacionais para promover o campo de conhecimentos e atuação dentro da especialidade dos terapeutas ocupacionais em “Contextos Hospitalares” e “Cuidados Paliativos”. Nesse sentido contribui para a promoção da atualização, aprofundamento e difusão de conhecimentos técnico-científicos e práticas profissionais referentes à especialidade de Terapia Ocupacional em “Contextos Hospitalares” e respectivas áreas de atuação, além de congregar terapeutas ocupacionais e estudantes de Terapia Ocupacional, bem como a associação científica e entidades ou organizações de quaisquer naturezas, para discussões de temas pertinentes à especialidade. Todas essas ações e conquistas devem gerar mudanças: na forma como a sociedade e outras categorias profissionais entendem a Terapia Ocupacional; nas concepções que os próprios terapeutas ocupacionais têm sobre seus diferentes campos de conhecimentos e de atuação e sobre a especialidade de “Contextos Hospitalares”; no mercado de trabalho e na formação profissional, tanto na graduação como na pós-graduação.O desenvolvimento de práticas inovadoras em contextos hospitalares e a difusão de conhecimentos demonstram que, apesar de ocorrerem em instituições reconhecidamente medicalizadas, nem por isso as práticas dos terapeutas ocupacionais limitam-se a projetos terapêuticos baseados em modelos biomédicos tradicionais. Portanto, não há mais como, nem porque questionar a relevância e se há ou não especificidades nos conhecimentos e práticas em Contextos Hospitalares, mas , sem dúvida, muito ainda há por fazer e caminhos a percorrer.

DIFERENTES PRÁTICAS HOSPITALARES DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA REALIDADE BRASILEIRA, DE NORTE A SUL Pinheiro, Clori Araujo

No País somos hoje 15.545 terapeutas ocupacionais. Destes, em torno de 40% atuam na área de Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. Profissão nascida, registrada e reconhecida há 43 anos (13/10/1969) pelo COFFITO, seu marco referencial é a Constituição Federal de 1988, destacando o artigo 196 “Saúde como Direito de Todos e Dever do Estado”. No mesmo ano houve a criação do SUS, com regulamentação efetivada em Setembro de 1990, através da Lei Orgânica 8080 e Lei 8142 de 28/12/1990. , Como profissão envolvida com Politicas Publicas, a Terapia Ocupacional tem um projeto de atuação e contribuições importantes para o SUS, SUAS, JUSTIÇA, CULTURA, EDUCAÇÃO. Somente no SUS temos 50 portarias vigentes com dotação orçamentaria (algumas delas ainda desconhecidas) como a que se refere à atuação em Saúde Mental, NASF, entre outras. Os usuários dos diversos services, com diferentes graus de complexidade, dependem da nossa mobilização para trazer o conhecimento, a informação e a assistência necessaries. Estudos apontam que 80% dos profissionais em formação estão empregados no primeiro ano de formados, comprovando a eficiência deste profissional. Na rede publica há atualmente uma carência de 53.000 terapeutas Ocupacionais para atender somente a legislação vigente. Em 2008, pensando na qualificação, surgem as especialidades, desafiando novos campos de ação nas diferentes praticas e necessidades da rede de assistência. Pensando no Espaço Ocupacional, nosso objeto de estudo, estamos aqui hoje para pensar e discorrer sobre os papeis ocupacionais vividos por este sujeitos durante seu período de recolhimento, Ocupação Humana, sempre com o foco no Contexto Hospitalar e Cuidados Paliativos.

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EIXO 1: TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES RODA DE CONVERSA: TERAPIA OCUPACIONAL NA CLINICA MÉDICA E CIRURGICA

Aguiar, Preslavia Colares

A nova perspectiva de assistência da Terapia Ocupacional no contexto hospitalar, que se volta para a importância de sua atuação como promotora da saúde e da qualidade da vida ocupacional, mesmo durante o período de internação hospitalar, é bastante recente. Essa tendência norteia-se pelo princípio da necessidade da manutenção não só da capacidade funcional do paciente, mas, principalmente, de um nível mais elevado de qualidade de vida, que implica maior autoestima e melhores estados de humor e de motivação para recuperação da saúde o mais rapidamente possível. A Terapia Ocupacional vem caracterizando suas ações em contextos hospitalares no âmbito das intervenções voltadas às consequências, no dia a dia, da enfermidade e da própria internação hospitalar, bem como das diversas alterações e rupturas que acometem os seres humanos. Tendo como objetivo primordial a promoção da qualidade de vida do indivíduo hospitalizado e considerando sua globalidade e integridade, atua com vistas ao melhor dimensionamento de soluções para suas condições de permanência no ambiente hospitalar, suas relações com a equipe profissional que o atende, as necessidades de sua família e/ou acompanhante além de promoção da saúde e de seu desenvolvimento global. Especificamente, no âmbito do atendimento das clinicas médicas e cirúrgicas em instituições hospitalares de alta ou média complexidade, tem como objetivos terapêuticos: Diminuir o stress e ansiedade pela hospitalização; Favorecer, desenvolver ou manter habilidades e desempenhos ocupacionais; Melhorar a qualidade de vida ocupacional; Reestruturação do cotidiano através de adaptações e tecnologias assistivas; Minimizar a instalação de sequelas e deformidades; Estabelecer relação de suporte e orientação à família/ acompanhante. A implementação das novas propostas de atuação do terapeuta ocupacional em serviços de saúde tem levado à revisão das representações socialmente construídas de seu papel profissional, com maior integração e reconhecimento de seu trabalho pela equipe de saúde. Por outro lado, isso tem exigido o aprofundamento de suas fundamentações teórico-metodológicas e conhecimento com relação aos seus procedimentos técnicos e recursos terapêuticos, especialmente voltados para o trabalho nesse tipo de instituição, construído a partir de diferentes concepções de sujeito e de processo saúde/doença. Atualmente, os programas hospitalares de Terapia Ocupacional vêm sendo progressivamente ampliados, tanto em função da difusão de novas perspectivas teórico-metodológicas e de tecnologias em reabilitação, como das novas necessidades e demandas, seja do meio social, seja dos serviços de assistência a saúde, num processo que vem provocando uma reconfiguração do mercado de trabalho para os terapeutas ocupacionais no país. Portanto, é necessário avançar na construção do corpo de conhecimento da Terapia Ocupacional, baseado nas diversas áreas das ciências, ao mesmo tempo em que se compreendam e fundamentam as práticas contemporâneas existentes na realidade do mercado de trabalho da profissão. Obviamente, essa conquista social traz implicações na organização das políticas sociais e de saúde, exigindo qualificação profissional especializada. Dessa forma, o aperfeiçoamento na formação de profissionais terapeutas ocupacionais faz-se imprescindível para o aprofundamento e compreensão das múltiplas dimensões do ser humano adoecido, fornecendo subsídios para uma atuação junto a essa clientela, muitas vezes desassistida, de forma integrada e interdisciplinar. Bigatão, Marcela dos Reis

O objetivo desse trabalho é relatar através da experiência profissional a atuação da Terapia Ocupacional na enfermaria de cirurgia de cabeça e pescoço e na neurocirurgia. Na enfermaria da Cabeça e Pescoço do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP (HC-FMRP) a maioria dos casos atendidos são oncológicos, atingindo principalmente a faringe, laringe, língua, tireóide e parótida, na maioria são homens, tabagistas e etilistas. Na neurocirurgia (HC-FMRP) a população atendida se submeteu a cirurgia decorrente de um tumor com alto grau de malignidade, na maioria são homens. Em decorrência das grandes cirurgias e os efeitos ocasionados por elas, os sujeitos apresentam dificuldades nas áreas de desempenho, nas atividades de vida diárias, no trabalho e no lazer, necessitam de acompanhamento/ cuidados pré e pós-cirúrgicos. Cada uma dessas populações tem suas especificidades. Tanto o adoecimento quanto o próprio tratamento geram rupturas e importantes transformações na vida ocupacional dos pacientes e de seus familiares, o que exige reorganizações do cotidiano e dos papéis ocupacionais desses sujeitos. A intervenção terapêutico-ocupacional, auxiliando a pessoa a adaptar-se às suas novas condições de vida impostas pelo adoecimento e tratamentos, mantendo o melhor nível de função possível e qualidade de vida. Além disto, mesmo em face a uma doença crônica e perspectiva de finitude da vida, o indivíduo deve ser estimulado a manter uma vida ativa e produtiva e plena de significados.

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Assis, Janaina Teresinha da Silva Junqueira

O adoecimento e a hospitalização comprometem a qualidade, organização e realização das atividades humanas em geral e levam os sujeitos a dificuldades no seu desempenho ocupacional, dificuldades de adaptação e de autoreconhecimento. A Terapia Ocupacional hospitalar oferece ao paciente queimado uma gama de atividades lúdicas, estimulantes e enriquecedoras que proporcionam tranquilidade e segurança para o enfrentamento da rotina diária do tratamento de forma mais adequada à sua recuperação harmônica, levando em conta não apenas o paciente, mas sua família, o meio social em que vive, sua capacidade laborativa, suas ansiedades, medos e angústias. Pessoas acometidas por queimaduras extensas sofrem danos corporais e emocionais importantes. O medo da morte, o sofrimento advindo da dor, a separação de familiares, as alterações do corpo provocam estranhamento ao paciente e às pessoas ao seu redor, favorecendo o isolamento social, dificuldade na retomada de seu cotidiano anterior ao trauma térmico, papéis sociais e desempenho ocupacional. O desempenho ocupacional refere-se à habilidade para desempenhar tarefas de forma a poder focalizar os papéis ocupacionais de forma satisfatória, que seja apropriada ao estado de desenvolvimento, cultura e ambiente do indivíduo. O desempenho em ocupações pode, ainda, ser considerado de acordo com os componentes de desempenho, tidos como as habilidades ou funções que apoiam a capacidade para o desempenho, a exemplo encontram-se a força muscular, o equilíbrio, a memória, habilidades psicossociais e psicológicas, entre outras. As ocupações também se efetivam em contextos de desempenho, que consideram dimensões temporais e ambientais e é categorizado nas áreas de AVDs, Trabalho ou Atividade Produtiva e Atividades Recreativas e Lazer. Um equilíbrio apropriado do desempenho ocupacional é essencial na manutenção de saúde e varia com a idade, ciclo de vida, acontecimentos e circunstâncias de vida. As diferentes fases de internação de um paciente que sofreu queimaduras exigem as mais diversas contribuições da Terapia Ocupacional. Na fase de emergência ou aguda encontramos principalmente: Estabilização e controle de lesões associadas, Avaliação de lesão por inalação, da circulação sanguínea; desbridamento e aplicação de antibióticos tópicos, risco de contraturas e posições deformantes, Curativos e Controle médico. O Trabalho da Terapia Ocupacional nesta fase pode ser realizado através de acolhimento; orientações gerais sobre rotina e internação hospitalar, os principais papéis de cada equipe do serviço, possibilitar alternativas de adaptação à rotina hospitalar, verificar histórico médico e outras doenças associadas; avaliar AVD`s (contexto internação e extra-hospitalar), estado neuromuscular (força, sensação, ADM), posicionamento, melhora da mobilidade articular e a coordenação, mediador de redução do nível de ansiedade e pensamentos mórbidos, reeducação sensitiva (sensação de movimento /toque), apoio ao paciente e família, promover um Grupo de orientação familiar com equipe multiprofissional, incentivar atividades expressivas e de relaxamento para controle da dor e preparação para a alta. Já a fase de reabilitação que consiste em sequelas como contratura e cicatrizes, cicatriz hipertrófica e cirurgia reconstrutiva ou reparadora o Terapeuta Ocupacional pode priorizar uma possível reconstrução e reorganização do cotidiano, cuidados físicos (massagem e alongamento), reavaliar as AVD`s, AVDI´s, trabalho e lazer, apoio e ajuste psicossocial (culpa, embaraço, papéis sociais e imagem corporal); espiritualidade e os significados das (re)internações do paciente, (re)orientar sobre os procedimentos de tricotomia, enxertia, banho, troca de curativos e acolher em suas decisões, fantasias, medo e insegurança nos momentos pré e pós operatório; além de intermediar possíveis relações de conflito com a equipe e familiares e promover atividades humanizadoras no ambiente hospitalar: comemoração de datas festivas, cinema, atividades de extensão como o dia nacional de prevenção em queimaduras. Assim, a assistência do terapeuta ocupacional no contexto hospitalar traz uma nova perspectiva de atuação baseada na manutenção da capacidade funcional e em um nível mais elevado de qualidade de vida, o que implica no aumento de autoestima e em melhores estados de humor e de motivação. Os avanços no atendimento hospitalar de queimaduras têm contribuído para a sobrevivência de pacientes que sofreram trauma térmico, o que tem favorecido na redução da taxa de mortalidade entre vítimas de lesões de queimaduras. Contudo, muitas pessoas ainda ficam com sequelas e morrem a cada ano por causa da queimadura. MESA 2: TERAPIA OCUPACIONAL EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA E BRINQUEDOTECA Kudo, Aide Mitie

A Terapia Ocupacional em contexto hospitalar pediátrico atua na promoção da saúde, buscando alternativas para potencializar a qualidade de vida do paciente através da ressignificação do seu cotidiano, o qual foi interrompido em função do adoecimento e da internação. O terapeuta ocupacional possibilita a escolha de atividades de interesse ao paciente, levando-se em consideração sua história de vida, seus valores culturais e sociais, suas preferências e potencialidades. Para tanto é fundamental avaliar as necessidades do paciente detectando o impacto do adoecimento e hospitalização no seu cotidiano e no desenvolvimento neuro-psico-motor para assim executar programa terapêutico ocupacional visando: Auxiliar a criança na compreensão do processo de adoecimento, internação e tratamento; ressignificar o cotidiano durante e após a hospitalização; manter os desempenhos ocupacionais e autonomia do paciente; auxiliar na aderência ao tratamento e no empoderamento; prevenir ou minimizar o atraso no DNPM; elaborar estratégias para melhoria da qualidade de vida; manter e/ou proporcionar a

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Medicina (Ribeirão Preto) 2014; 47 (Supl. 4) I Congresso de Terapia Ocupacional em Contextos http://www.fmrp.usp.br/revista Hospitalares e Cuidados Paliativos - ATOHosP

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independência nas Atividades Básicas de Vida Diária (ABVDs) e AIVDs (Atividades Instrumentais de Vida Diária); prescrever e confeccionar de dispositivos de Tecnologia Assistiva (órteses, Cadeira de Rodas adaptada, entre outros); verificar necessidades de adaptação e eliminação de barreiras arquitetônicas nos ambientes onde o paciente desempenha suas atividades cotidianas; realizar orientação e encaminhamento para redes de suporte. TERAPIA OCUPACIONAL EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL Dittz, Erika da Silva

A evolução no cuidado ao recém-nascido de risco repercutiu diretamente na prática dos profissionais de saúde que assistem a esse grupo, dentre os quais se insere o terapeuta ocupacional. Nesse contexto, os conhecimentos e habilidades que sustentam a prática do terapeuta ocupacional na Neonatologia têm expandido para abordagens que não se limitam ao desenvolvimento do recém-nascido com ênfase nos componentes motor e sensorial, para abordagens que considerem a criança, sua família e o contexto na qual está inserida. Esse entendimento tem encontrado sustentação nas produções em terapia ocupacional tanto teórica quanto prática que incentivam a prestação de serviços centrados na família, colocando a família no centro da tomada de decisão sobre a avaliação e a intervenção. Assim, a tendência é que o terapeuta ocupacional que atua nas Unidades Neonatais tenha uma prática que possibilite o acompanhamento do recém-nascido e sua família, considerando suas necessidades ampliadas de saúde. Essas possibilidades de intervenção demandam do terapeuta ocupacional o domínio de um corpo de conhecimento oriundo de diferentes áreas. O presente trabalho se propõe a abordar os avanços no campo da neonatologia e as políticas de saúde que têm influenciado a prática do terapeuta ocupacional bem como as possibilidades de atuação do terapeuta ocupacional na Neonatologia. DESAFIOS DA ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO AO PACIENTE CRÍTICO - UTI Santos, Claudia Aline Valente

O avanço técnico e científico da Medicina tem contribuído para o aumento da sobrevivência de pessoas com os mais variados quadros de saúde, sejam estes oriundos de condições crônicas de saúde ou de eventos agudos e graves. O hospital se configura como lócus essencial na prática de cuidados de saúde em condições críticas e ameaçadoras de vida, onde as Unidades de Terapia Intensiva - UTIs têm se tornado importante espaço para viabilização dos procedimentos e técnicas necessárias para a sobrevivência. Segundo a Resolução número 7 (RDC 7-2010) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2010) que estabelece os requisitos mínimos para funcionamento das UTI há a necessidade da presença do Terapeuta Ocupacional entre os membros da equipe. Todavia, não é estipulada a carga horária e o tipo de inserção deste profissional na equipe de trabalho. Também não estão descritas as ações específicas a serem desenvolvidas pelo terapeuta ocupacional. Essa situação pode se configurar enquanto desafio por um lado, mas por outro como uma possibilidade de ampliação das ações e configuração de um campo de atuação no qual o terapeuta ocupacional possa demonstrar possibilidades amplas de prestação de cuidados em saúde. A RDC 7-2010 previa que a adequação aos requisitos fosse feita até fevereiro de 2013, entretanto sabe-se que são poucas as unidades hospitalares que se adequaram à resolução, bem como, que ainda temos uma carência de atuações clínicas e publicações de terapeutas ocupacionais, no contexto brasileiro junto às populações atendidas em contexto de UTI. De acordo com a RDC 7-2010, ao descrever as ações a serem desenvolvidas pela equipe multiprofissional em UTI, destacam-se as quais o terapeuta ocupacional apresenta conhecimentos, recursos e habilidades para contribuir de modo efetivo ao trabalho: ações humanizadoras de saúde; ações de ambiência acolhedora e mediação da participação da família na atenção ao paciente. Porém, sabemos que o profissional é capaz de desenvolver inúmeras outras ações que contribuem para minimizar o impacto da internação em UTI e ampliar os aspectos de vida saudáveis de pacientes e familiares. A resolução está em consonância ao que é recomendado pela Política Nacional de Humanização em Saúde, que afirma que o aprimoramento das relações se dá por meio de uma Clínica Ampliada na qual estão priorizados: a escuta ativa dos sujeitos, o vínculo, os afetos e o acolhimento das necessidades. Os terapeutas ocupacionais apresentam condições plenas para contribuir com estas ações em saúde humanizadas ao compor equipes multidisciplinares e necessitam se apropriar cada vez mais desses espaços de inserção profissional. Dessa forma, a palestra tem como objetivo descrever a atuação do terapeuta ocupacional realizada na Unidade de Terapia Intensiva e apontar os desafios pertinentes à inserção profissional no contexto brasileiro, bem como, as estratégias encontradas na busca de superá-las. Identificamos, a partir do relato de práticas, que os desafios encontrados para a inserção profissional do terapeuta ocupacional em UTI Adulto são referentes à diversas esferas, as quais, identifico como sendo: a) Institucional: se relaciona ao desconhecimento, por parte da gestão da instituição hospitalar e dos membros da equipe multiprofissional das UTI, sobre as possibilidades de atuação e papel do terapeuta ocupacional neste contexto; b) Categoria Profissional: relacionada às lacunas no processo formativo do terapeuta ocupacional que não o instrumentaliza para identificar de modo claro e objetivo os conhecimentos que possui para proceder dentro das UTI,

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especificamente, bem como, falta de fiscalização, por parte dos Conselhos Profissionais, do cumprimento da RCD 7-2010, pelas instituições hospitalares; c) Pessoal: relacionada aos fatores de personalidade e afinidade dos terapeutas ocupacionais para trabalharem no Contexto Hospitalar e UTI, especialmente ligado à capacidade de lidar com situações críticas e limítrofes de vida e aproximação com morte e luto.

Espera-se que a palestra possibilite a abertura de um diálogo e reflexão sobre as vicissitudes do trabalho em UTI por parte dos terapeutas ocupacionais que tem se interessado por desenvolver ações de cuidado em saúde neste contexto. MESA 3: TERAPIA OCUPACIONAL EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA EM CONTEXTOS HOSPITALARES Couto, Tatiana Vieira

Nas últimas décadas, o Brasil passou por um declínio de fecundidade acelerado e que combinado com a queda dos índices de mortalidade proporcionou o aumento na longevidade da população. Atualmente pessoas acima de 65 anos representam 7,4% da população total brasileira. Com o crescimento da população idosa, aumentam-se os casos de doenças crônico-degenerativas, visto que são predominantes nesta fase da vida. A hospitalização representa um grande risco para a população idosa, uma vez que estes são mais suscetíveis a complicações causadas pelo período prolongado no leito, contribuindo assim para a diminuição da capacidade funcional e consequentemente para mudanças na qualidade de vida. Nesse contexto a capacidade funcional surge como o paradigma de saúde do idoso, que compreende o grau de preservação do indivíduo em realizar as ABVD e AIVD, sendo, portanto, um indicador de saúde para esta população. Objetivos: Descrever a atuação do Terapeuta Ocupacional, junto a idosos hospitalizados, abordando aspectos sensoriais, cognitivos, psicomotores e funcionais, visando maximizar a independência para a realização de atividades.Discutir protocolos de avaliações comumente usados por terapeutas ocupacionais em Geriatria e Gerontologia. TERAPIA OCUPACIONAL EM TRAUMATO-ORTOPEDIA E ONCO-ORTOPEDIA EM CONTEXTOS HOSPITALARES Prieto, Gisele Brides

Durante a internação hospitalar as pessoas apresentam múltiplas demandas clinicas e psicossociais, como a perda da capacidade funcional e suas consequências no desempenho ocupacional que têm impactos diferenciados no seu cotidiano. A clientela traumato-ortopédica apresenta necessidades físicas importantes e suas expectativas estão relacionadas a ganhos funcionais. Porém, quando são pacientes que estão “fora de possibilidades curativas”, há outros aspectos a serem considerados, como a insegurança e o medo do desconhecido – especialmente a morte. Assim, até quando investir na promoção da capacidade funcional, na diminuição de incapacidades, na recuperação das funções específicas (físicas, cognitivas, etc), que vão sendo perdidas devido à evolução da doença? Com pacientes onco-ortopédicos, há a necessidade de propor uma abordagem integral e multiprofissional na perspectiva dos Cuidados Paliativos, distinta da perspectiva reabilitadora tradicional. OBJETIVO: Discutir a atuação da Terapia Ocupacional Hospitalar na definição de demandas prioritárias e no manejo terapêutico da clientela de traumato-ortopedia e onco-ortopédica. MÉTODO trata-se de um trabalho de análise reflexiva sobre os princípios e práticas da área de “Terapia Ocupacional Hospitalar” junto a pacientes traumato-ortopédicos e da onco-ortopedia internados. RESULTADOS: Os melhores resultados terapêuticos, na perspectiva da integralidade do cuidado, decorrem do trabalho na perspectiva da promoção de qualidade de vida e de confortos físico, psicossocial e espiritual. Com o uso de recursos múltiplos, como de tecnologia assistiva e atividades expressivas, a Terapia Ocupacional contribui para o controle de dor e sintomas, manutenção da vida ativa e dos papeis ocupacionais, com autonomia pelo tempo que for possível, enfrentamento da possibilidade da morte e acolhimento aos familiares e cuidadores no luto. CONCLUSÃO: Na perspectiva da integralidade do cuidado, é possível promover autonomia e independência, bem-estar e qualidade de vida, através da abordagem de resignificação da vida no ambiente hospitalar. A atuação do terapeuta ocupacional tem contribuído para melhora na qualidade de vida, retorno as suas atividades cotidianas, retomada dos papeis sociais, enfrentamento do processo de adoecimento/hospitalização na perspectiva do cuidado integral e integrado a clientela e família. TERAPIA OCUPACIONAL E PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES Queiroz, Leidiane

O contexto hospitalar disponibiliza cuidados aos usuários em condições agudas e crônicas observando o potencial de estabilização e complicações, compreendendo além do diagnóstico, tratamento e reabilitação, ações de

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prevenção e promoção de saúde (PNHOSP, 2013). A Carta de Ottawa de 1986, primeiro documento internacional com foco na promoção de saúde, argumentou que a comunidade deve atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, buscando o completo bem-estar físico, mental e social. Alinhado com a proposta internacional, o Brasil institui a Política Nacional de Promoção de Saúde - PNPS e destaca os sujeitos como seres que amam, sofrem, adoecem, buscam suas curas, necessitam de cuidados, lutam por seus direitos e desejos (PNPS, 2002). Entender os sujeitos e permitir a subjetividade é promover Saúde Mental, incluindo nesse contexto o social, o cultural, o econômico e o político, compreendendo a saúde humana como complexa e mutável. No entanto, a visão de promoção de saúde se encaixou perfeitamente na Política Nacional Atenção Básica (2012) e pouco se faz ou se produz sobre a promoção de saúde em contextos hospitalares, especialmente promoção de Saúde Mental. É preciso levar em consideração que hospital historicamente se configurou como espaço para intervenção nos agravos à saúde e o terapeuta ocupacional organizou suas práticas em torno dos processos de Reabilitação. Surge então a curiosidade de entender melhor quais as contribuições do terapeuta ocupacional na promoção de Saúde Mental em contextos hospitalares. Com base nisto, foi realizada uma revisão bibliográfica na Biblioteca Virtual em Saúde – BVS com os descritores Promoção de Saúde, Saúde Mental, Hospital, Terapia Ocupacional, além de busca em livros e outras publicações na área da Terapia Ocupacional e promoção de saúde. A busca evidenciou a ausência de trabalhos específicos sobre o assunto, tendência observada também em publicação de outras áreas do conhecimento. Contudo, os estudos existentes apontam que a promoção de saúde em contextos hospitalares visa manter ou melhorar o bem-estar mental, entendendo a real necessidade do indivíduo desde a recepção até o acompanhamento extra-hospitalar e deve ser abordada sob a ótica de quem cuida (profissional de saúde) e de quem é cuidado (usuário). Envolve fatores intrínsecos e extrínsecos, percebendo que saúde física e saúde mental são indissociáveis. Desse modo, cuidados devem abranger trabalhadores, gestores, usuários, cuidadores e familiares por meio de tecnologias leves. Sobre as condições de Saúde Mental do sujeito na condição de paciente e os seus familiares é sabido que ambos vivenciam relações terapêuticas permeadas por dores, sofrimentos, ansiedade, impotência e perdas inerentes ao processo do adoecimento (Botega, 2012). Por sua vez, o cuidador é desafiado a romper cotidianamente com o instituído e manter concomitantemente a sua saúde e capacidade de cuidar. Apesar dessas condições, os profissionais de saúde podem e devem lançar mão de ferramentas e estratégias de cuidado como as disponibilizadas pela Política Nacional de Humanização (2003) que discorre sobre o acolhimento, a visita aberta, a clínica ampliada, a escuta qualificada, o vínculo, o empoderamento, a educação em saúde, a ambiência, o apoio social, entre outros, como meios de promoção de saúde. O terapeuta ocupacional, assim como demais profissionais de saúde, deve apropriar-se mão da PNH, da PNPS e de suas especificidades para melhor atender a pessoa em condição de internação hospitalar. O terapeuta ocupacional utiliza a ocupação humana e as atividades para proporcionar autonomia e o desenvolvimento de habilidades, atuando em consonância com as práticas de cuidados voltadas para a promoção de Saúde Mental por compreender que o adoecimento trás consigo um rompimento da rotina, das relações sociais e produtivas do usuário. Esta relação necessita ser mais bem esclarecida através do desenvolvimento de pesquisas que enfatizem a atuação do terapeuta ocupacional junto às estratégias de promoção de saúde. Outros estudos necessitam ser realizados para fomentar que o hospital também pode ser espaço de promoção de Saúde Mental e que esta prática pode ser instituída e viável.

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EIXO 2: TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS RODA DE CONVERSA: TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS E NÃO-ONCOLÓGICOS

Lourenço, Maria Lúcia Pedroso Cesari

Os Cuidados Paliativos fazem parte de uma das temáticas na área da saúde mais discutidas e em desenvolvimento no Brasil. Dentro da Terapia Ocupacional não é diferente, uma vez que podemos verificar o crescimento de publicações na área. Objetivos: Apresentar ao publico o tema cuidados paliativos e suas especificações e diferenciações com relação ao trabalho voltado para os cuidados oncológicos e os não oncológicos. Método: Roda de conversa com uma moderadora, duas palestrantes especialistas na área e o publico. Resultados: Uma vez apresentados os conceitos, práticas e especificidades dos Cuidados Paliativos Oncológicos e Não Oncológicos, suscitar ao publico discussão e reflexão sobre a atuação e consciência do papel do Terapeuta Ocupacional nesta especialidade. Resultando na formação do profissional crítico e participativo. Considerações Finais: Esta roda de conversa promoverá aos interessados elucidações atuais da prática pautadas em considerações cientificas favorecendo dessa forma o crescimento profissional. Neves, Fernanda Ribeiro Correia Bianchi

Segundo definição da Organização Mundial de Saúde os “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais" (WHO, 2002). Neste contexto multiprofissional o terapeuta ocupacional pode se inserir como o profissional que cuida do fazer na vida do sujeito. Ele conhece e compreende qual o espaço que cada indivíduo coloca o fazer na construção de seu cotidiano e oferece a ampliação de possibilidades e a criação de espaços saudáveis em contextos onde a vida está ameaçada, ou seja, pensa-se em saúde quando se está morrendo de doença. Estas ações também se estendem aos cuidados dos familiares e/ou cuidadores destes pacientes, auxiliando-os no enfrentamento do processo de adoecimento, morte e luto de seu ente querido. O reconhecimento e cuidado dos diferentes fazeres permitem que o terapeuta ocupacional, na atenção tanto aos pacientes com doença oncológica ou não-oncológica e às pessoas ao seu entorno, utilize ferramentas e técnicas no intuito de auxiliá-los na construção de projetos de vida e de despedida, busca da criação, do prazer e da potencialização de capacidades para ampliação de possibilidades, concretização de sonhos e desejos, oferecimento de confortos, significados e (re)significações dos fazeres e do estar/ser no mundo. Queiroz, Mônica Estuque Garcia

Os Cuidados Paliativos têm como objetivos primordiais o controle de sintomas, a obtenção de conforto e o alivio dos sofrimentos para o paciente e seus cuidadores, através de uma abordagem integral e integrada que compreende a dimensão física, psicossocial e espiritual em uma abordagem multiprofissional e interdisciplinar, que possibilita a elaboração de um plano de cuidados resultante da combinação de diferentes conhecimentos, habilidades e técnicas específicas.a cada área profissional. Diante disso, a Terapia Ocupacional tem papel fundamental, uma vez que atua em conjunto com o paciente e sua rede de apoio psicossocial e familiar na perspectiva de manutenção de sua vida ativa e funcional em um contexto repleto de significados e que dá sentido a sua individualidade e autonomia, apesar das limitações e perdas decorrentes do processo de adoecimento e/ou terminalidade. O terapeuta ocupacional possibilita ao paciente a vivência de atividades terapêuticas significativas direcionadas para a problemática enfrentada a partir de uma gama de recursos que vai da abordagem funcional a adaptação do ambiente, acompanhando o paciente no processo de tomada de decisões e estabelecimento de metas de vida. A partir da identificação dos problemas e desconfortos são propostas condutas terapêuticas que visam o desempenho funcional e ocupacional e, consequentemente, a manutenção do status de ser ativo e participativo, sendo as abordagens mais, comumente, usadas o treino e a orientação das AVDs; atividades físicas, massagem e exercícios para alívio e controle da queixa dolorosa; orientação para a realização e simplificação das tarefas cotidianas, a fim de garantir a proteção articular e conservação da energia; proposição de atividades físicas (de acordo com o grau de fadiga, dispnéia e movimentação presente) a fim de preservar a mobilidade e garantir certo grau de independência; treino dos cuidadores; indicação e confecção de adaptações que facilitem o desempenho ocupacional e o posicionamento; realização de atividades que resgatem a biografia do paciente e sua individualidade colaborando em seu processo de elaboração e aceitação da situação vívida. As metas estabelecidas no processo

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terapêutico ocupacional devem ir ao encontro das habilidades remanescentes, as limitações presentes, as necessidades e desejos do paciente e cuidador objetivando o conforto nas diferentes esferas do individuo e a qualidade de vida; isso pode acontecer através da realização de projetos a curto e médio prazo, que dão sentido e significado a vida do paciente e impactam em seu suas relações afetivas e sociais, em um processo contínuo de adaptação e domínio as perdas funcionais e sociais na perspectiva de garantir a independência e autonomia de todos os envolvidos no processo. MESA 6: BIOÉTICA EM CUIDADOS PALIATIVOS Abreu, Carolina Becker Bueno

A terminalidade da vida humana e a assistência ao paciente com doença que ameaça a vida envolvem questões éticas que devem ser enfrentadas por profissionais de saúde e outros envolvidos no cuidado. Conhecer os problemas éticos vivenciados na prática dos cuidados paliativos e discuti-los à luz de um referencial bioético favorece a deliberação para tomada de decisão e contribui à adequada assistência.Nesta palestra pretende-se apresentar dados de literatura e de pesquisa de campo acerca de Bioética e Cuidados Paliativos favorecendo, dessa forma, a discussão de questões éticas vivenciadas na prática clínica na área. Será apresentada reflexão embasada na literatura que propõe os Cuidados Paliativos como proposta ética frente às demandas de assistência a pessoas com doenças graves, avançadas, ou em situação de terminalidade. A partir de perspectiva histórica, serão abordados pontos em comum entre o movimento hospice moderno e a Bioética. Serão apresentados os princípios éticos citados na literatura que embasam os Cuidados Paliativos. Levando em consideração a literatura e os resultados da minha pesquisa de doutorado, serão discutidas algumas questões éticas identificadas por profissionais que atuam na área, seguindo os quatro tópicos de análise Bioética do referencial da Casuística. Concretamente, serão abordados os seguintes temas: 1. Indicações terapêuticas: erros na compreensão sobre Cuidados Paliativos, que levam a falhas em encaminhamentos, pouca eficácia de interconsultas e desprestígio à equipe; divergências entre a conduta acordada entre equipe e paciente/família e a seguida no pronto socorro; futilidade terapêutica; encenação de reanimação do paciente; autoquestionamento sobre efetividade de intervenções cuja utilidade é provada em outros contextos de assistência; uso de determinados medicamentos, ventilação não invasiva e alimentação/hidratação artificial. 2. Preferências do paciente: Respeito à autonomia do paciente; veracidade e direito à informação; habilidades de comunicação; cerco do silêncio; participação no processo de deliberação; documentação das preferências do paciente; escolha do local de tratamento e morte. 3. Qualidade de vida: componentes da qualidade de vida; divergências entre avaliações feitas pelo paciente ou por outra pessoa; proporcionalidade terapêutica; qualidade de morte. 4. Aspectos contextuais: disponibilidade de recursos para assistência e cuidados; conflitos de interesses de familiares; trabalho em equipe; ensino clínico. Assim, destacam-se algumas necessidades, como: de formação de recursos humanos para atuação em Cuidados Paliativos incluindo conteúdos relacionados à ética e Bioética para fazer frente às demandas do cotidiano da assistência; de que profissionais de saúde desenvolvam habilidades de comunicação; de integração de rede de assistência. COMO AVALIAR O PACIENTE E SUA FAMÍLIA EM CUIDADOS PALIATIVOS? Queiroz, Mônica Estuque Garcia

O terapeuta ocupacional avalia o desempenho funcional e ocupacional a fim de propor intervenções direcionadas para a problemática identificada e referida, nesta visão, o contexto é ampliado e entendido como uma rede de apoio, onde estão inseridos os familiares e cuidadores. O binômio paciente – família é parte integrante da abordagem paliativista e, portanto, deve ser avaliado de forma criteriosa e resolutiva, respeitando sua caracterização e complexidade durante a evolução da doença e/ou finitude. O processo avaliativo em Cuidados Paliativos é fator determinante para a elaboração de uma abordagem integrada e integral que contemple aos diferentes desconfortos e sofrimentos enfrentados pelo paciente e familiares / cuidadores face a uma situação de cronicidade e/ou limitação terapêutica. Faz-se necessário discutir e refletir sobre os aspectos relevantes para a avaliação do paciente e família, no que diz respeito as esferas física, psicossocial e espiritual, dentro de uma concepção ampliada na visão dos Cuidados Paliativos e específica na prática da Terapia Ocupacional a fim de identificar as alterações ocorridas no cotidiano dos envolvidos. Indicadores de avaliação nos diferentes estágios de evolução e terminalidade devem estar correlacionados a sintomas e sinais, sofrimentos e desconfortos. Durante o processo de avaliação devem ser observadas as queixas do paciente; os aspectos sensórios-motores e cognitivos; o grau de independência a autonomia e a funcionalidade, da mesma forma que busca-se a compreensão das modificações surgidas na vida dos familiares e de que forma estão vivenciando e enfrentando a situação. A partir disto, existe a proposição de condutas individualizadas com metas realistas e objetivas estabelecidas e validadas junto ao paciente e cuidador. Esse processo é dinâmico e passível de alterações a qualquer momento em razão da percepção de como o processo está enfrentado e elaborado.

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A DIMENSÃO DA ESPIRITUALIDADE NA FORMAÇÃO E NA ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado

Na antiguidade, os cuidados aos enfermos baseavam-se no princípio da harmonia entre corpo e alma e numa interpretação mágico-religiosa das doenças, entendendo-as como decorrentes da invasão do corpo humano por um elemento natural ou espírito sobrenatural. Com o surgimento da escola médica de Hipócrates (séc. V a.C) a medicina passou a se apoiar sobre as observações e fatos, mas sem ignorar o aspecto espiritual de seus pacientes. O homem deveria ser visto como um todo, cada parte do corpo possuindo um dinamismo próprio que se relaciona de forma a manter a unidade. Hipócrates via uma inter-relação entre corpo e alma, com grande importância para a saúde - ‘mente sã em corpo são’ e Aristóteles (384-322 a.C.) propôs também a ncessidade de estudar e compreender o espírito (do latin spiritus) A alma fez parte das discussões médicas até o século XVI, mas com o conceito de separação em que o corpo era o perecível instrumento da alma imortal. A partir da cisão declarada no século XVII entre alma e corpo, a medicina foi desenvolvendo métodos para investigações do corpo (do latim corpus: parte essencial) e houve o distanciamento da psicologia em relação ao estudo daquilo considerado como “não-palpável”, sendo que a alma ficou a cargo exclusivo dos filósofos e religiosos. As primeiras discussões sobre religião no âmbito da psicologia foram trazidas por Freud, que a considerou como remédio ilusório contra o desamparo. Posteriormente, Jung definiria o espírito como princípio orientador da vida psíquica que regula pensamentos, permitindo insights significativos e uma sensação de bem-estar, pois entendia que a espiritualidade está relacionada a uma ação interna, a um contato do indivíduo com sentimentos e pensamentos superiores, podendo ter por consequência o fortalecimento e amadurecimento da sua personalidade. A religiosidade envolve um sistema de culto e doutrina que é compartilhado por um grupo, e tem características comportamentais, sociais, doutrinárias e valorais específicas. A espiritualidade é um fenômeno metafísico exclusivo dos seres humanos e, por natureza, é de difícil definição; em hebraico, latim e muitas línguas asiáticas a palavra espírito significa respiração ou ar em movimento. A filosofia grega, bem como a tradição hindu e budista, vê o espírito como a essência do indivíduo que reside em seu corpo. Espiritualidade é aquilo que dá sentido à vida, é um conceito mais amplo que religião, que pode ser entendida como uma expressão da espiritualidade; é um sentimento pessoal, que estimula um interesse por si e pelos outros, um sentido de significado da vida capaz de fazer suportar sentimentos estressantes e debilitantes como culpa, raiva e ansiedade. Está relacionada com o transcendente, com questões sobre o significado e propósito da vida. A crença em aspectos espiritualistas pode mobilizar energias e iniciativas positivas para melhorar a qualidade de vida de um indivíduo. O sofrimento espiritual pode ser o problema que mais demanda suporte, que surge da perda de significado, de sentido da vida, de esperança, podendo ser tão perturbador quanto o sofrimento físico e, por vezes, menos suportável. O sofrimento espiritual não identificado frequentemente é o culpado por um plano terapêutico mal-sucedido. Há autores que consideram a espiritualidade como uma resistência interna que permite à pessoa enfrentar os desafios e adversidades que podem surgir, por exemplo, em condições de adoecimento e hospitalização. Assim, a espiritualidade pode surgir como um dos aspectos da demanda hospitalar em Terapia Ocupacional e, principalmente, na assistência em Cuidados Paliativos. Neste caso o tema da espiritualidade adquire grande relevância, sendo frequente a discussão sobre a denominada dor simbólica da morte, que consiste na dor psíquica e na dor espiritual, dois dos componentes do conceito de dor total proposto por Cicely Saunders. O conceito de dor psíquica pode ser considerado como o medo do sofrimento e o humor depressivo representado por tristezas, angústias e culpas frente às perdas e o conceito de dor espiritual como medo da morte e do pós–morte, ideias e concepções em relação à espiritualidade, sentido da vida e da morte e culpas perante Deus. Vários estudos sobre o tema da espiritualidade têm sido feitos na área das ciências da saúde, mas apenas trabalhos internacionais específicos da Terapia Ocupacional foram encontrados até o momento. Pesquisas têm demonstrado que os terapeutas ainda se sentem desconfortáveis com esse conceito. Entretanto, estudos sobre espiritualidade e religiosidade são especialmente relevantes num país como o Brasil, que tem na religiosidade uma característica marcante e onde se manifesta uma grande diversidade de crenças religiosas e espirituais. Embora o Modelo Canadense de Desempenho Ocupacional e o Modelo da Ocupação Humana considerem a espiritualidade como uma dimensão da vida ocupacional que deve ser comtemplada na prática do terapeuta ocupacional, a grande maioria dos modelos teórico-metodológicos de atuação em terapia ocupacional refere-se apenas à mente e ao corpo, ignorando as referências mente-corpo-espírito que caracterizaram filosofias de cura desde o tempo de Hipócrates. O conceito de “tratamento holístico” é fundamental da Terapia Ocupacional, porém, deixa de ser praticado à medida que a dimensão espiritual é desconsiderada, tanto na formação profissional como na intervenção terapêutica. Estudantes e profissionais de Terapia Ocupacional estão familiarizados com os componentes da performance afetiva, física e cognitiva do cliente e regularmente os consideram em avaliações e tratamentos. Entretanto, o componente espiritual ainda é o mais desafiador para os terapeutas ocupacionais incorporarem a sua prática. É necessário reconhecer a espiritualidade como uma importante dimensão da vida diária, que pode ter um impacto significativo na saúde e ocupação das pessoas. O terapeuta ocupacional deve ajudar o cliente a encontrar a sua resistência ou capacidadade de enfrentamento num caminho significativo a ele, conferir sentido à vida. Para isso, é necessário incluir o conceito de espiritualidade e a pertinência do tema na formação e na prática profissional dos terapeutas ocupacionais.

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MESA 7:

TERAPIA OCUPACIONAL E CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOPEDIATRIA Santos, Walkyria de Almeida

Esta apresentação visa levar o público a refletir sobre conceitos atuais dos Cuidados Paliativos em Oncologia Pediátrica, e principalmente sobre as possíveis práticas de terapeutas ocupacionais em contextos hospitalares, atuando nesta direção. Para tanto, traremos uma revisão dos fundamentos do trabalho realizado em Cuidados Paliativos pela terapia ocupacional em pediatria geral, quando diante do desafio de estabelecer este tipo de cuidado a pacientes gravemente adoecidos, bem como uma breve revisão bibliográfica que respalde estes fundamentos. Como parte importante desta exposição, compartilhar experiências de trabalhos realizados na área Cuidados Paliativos em Oncologia Pediátrica, onde haja a participação direta da terapia ocupacional. Concluindo, faremos a exposição de um caso clínico de terapia ocupacional em oncologia pediátrica, em contexto hospitalar atendido em Cuidados Paliativos. TERAPIA OCUPACIONAL E CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOGERIATRIA Victal, Francine Castro Alves A melhoria das condições sanitárias e o desenvolvimento tecnológico e de diversas terapêuticas em saúde resultaram na redução das taxas de mortalidade e natalidade, aumento da expectativa de vida e envelhecimento populacional. Essas transformações possibilitaram uma transição epidemiológica, com a diminuição das taxas de doenças infecciosas e aumento de patologias crônico-degenerativas, incluindo o câncer. Apesar de tais transformações, ainda observamos que os serviços de atenção à saúde, assim como seus profissionais não tiveram uma preparação adequada para lidar com o aumento da ocorrência de doenças crônico-degenerativas potencialmente fatais e, embora tenhamos grandes avanços na área, como a luta contra o câncer e a implementação de novos tratamentos, sua aplicabilidade aos idosos ainda se configura como um desafio a todos os profissionais. As particularidades do processo de envelhecimento e o grande número de comorbidades apresentadas por essa população impactam diretamente na medida terapêutica a ser implementada (BRITO; MALUF, 2012). Assim, quando utilizamos como ferramenta norteadora os campos de conhecimento da oncogeriatria e dos Cuidados Paliativos podemos melhor nos fundamentar para uma prática que atenda às necessidades específicas desta população. O terapeuta ocupacional que se insere nas equipes multiprofissionais dos serviços de atenção ao idoso nestas condições cuida das necessidades ocupacionais dos sujeitos, buscando favorecer sua autonomia e independência, mantendo-o ativo o máximo possível. Além disso, também se vê diante da necessidade de assistência aos familiares, reduzindo a sobrecarga vivenciada, assim como os auxilia no processo de construção conjunta do cuidar do idoso, ampliando os sentidos para o seu fazer enquanto cuidadores. Outro aspecto de importante relevância está nos processos de educação continuada junto aos profissionais que atendem esta clientela, auxiliando-os na construção de uma prática humanizada voltada às necessidades e sofrimentos identificados. ATENÇÃO DOMICILIAR A PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS OFERECIDA POR HOSPITAIS Fangel, Leticia Meda Vendrusculo

A atenção domiciliar a pacientes em cuidados paliativos acontece como uma extensão do cuidado humanizado oferecido pelo hospital e se justifica pela impossibilidade dessas pessoas se locomoverem até o hospital, e também este é um espaço que garante proteção psicossocial e condições especiais para a unidade de cuidado (família – paciente). A atenção domiciliar tem com papel importante a promoção do autocuidado e treinamento do paciente e cuidador frente as suas novas necessidade, a fim de possibilitar uma adaptação às novas experiências. Por meio da atenção domiciliar consegue-se executar a prevenção precoce de complicações e favorece a manutenção e retomada de vinculo familiar e de sua rotina domiciliar. A atenção domiciliar oferecida por hospital integra, com a nova regulamentação da Atenção Domiciliar, o programa Melhor em Casa do Ministério da Saúde com suas delimitações de complexidade, visando à redução de custos por meio da substituição ou abreviação da internação hospitalar. Para o melhor cuidado do paciente é de extrema importância a construção de uma rede de cuidado para a assistência efetiva do paciente em cuidados paliativos e em atenção domiciliar. Além disso, é primordial uma atenção multiprofissional, pois, assim, se torna possível um cuidado integral e de qualidade ao paciente e sua família. Dentro da equipe multiprofissional de atenção domiciliar oferecida por hospital a pacientes em cuidados paliativos, o papel da terapia ocupacional na promoção e manutenção da independência e autonomia do paciente, respeitando suas limitações, bem como seus costumes, crenças e contextos. Para isso o terapeuta ocupacional utiliza de diversos recursos e estratégias, tais como o treino de AVD em sua própria casa, o uso de tecnologia assistiva e, principalmente de atividades significativas visando as potencialidades do paciente. Outro papel do terapeuta ocupacional nesta modalidade de atenção à saúde é atenção ao cuidador, buscando capacitá-lo no auxilio ao paciente, mas orientando a necessidade da autonomia do paciente o quanto possível, bem como respeitar as limitações do mesmo.

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EIXO 3: ENSINO E PESQUISA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS

RODA DE CONVERSA: ENSINO E PRÁTICAS DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM DIFERENTES CONTEXTOS HOSPITALARES

Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian

Falar sobre ensino nos tempos atuais é remeter a ações que permitam a apropriação de competências pelos estudantes (aprendizes) capazes de pensar e agir criticamente sobre o mundo em que vivem. O curso de graduação de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos tem nestes últimos anos baseado seu ensino teórico-prático nas metodologias ativas, na aprendizagem baseada na resolução de problemas e nas estratégias interdisciplinares. Dessa forma a inserção dos alunos no campo de contexto hospitalar se dá de maneira gradual e na compreensão que o indivíduo deve ser visto num deslocamento da patologia para o ser integral. Na especificidade da Terapia Ocupacional isso ocorre na compreensão do desempenho-ocupacional ao longo das diferentes etapas e processos do curso de vida. Busca-se cuidar dos indivíduos no ambiente hospitalar enfatizando a ampliação dos aspectos de vida saudáveis por meio de atividades durante a internação, bem como, a aproximação do cotidiano vivido antes desta e após a alta hospitalar. Desde que o cenário hospitalar se abriu para o curso de terapia ocupacional da UFSCar, os espaços de ensino-aprendizagem foram se ampliando num caminho também percorrido pelo profissional. A atuação do terapeuta iniciou-se na equipe de profissionais da internação domiciliar hospitalar e em projetos que priorizavam a “humanização” da assistência e ambiência, provavelmente numa compreensão das origens e nas ações mais comumente conhecidas da prática profissional. Assim era conferido ao TO o acompanhamento e cuidado em domicílio a usuários que ainda necessitavam de atenção, no pós-alta; a organização de comemorações festivas como natal, dia das crianças, festas de aniversário; a sensibilização e mediação da equipe quanto a diferentes formas de comunicação na equipe e entre equipe e usuários; a manutenção de espaço lúdico as crianças, entre outros. Ao longo dos últimos cinco anos, o profissional e os alunos foram ocupando outros espaços, como as enfermarias de clínica médica masculina e feminina, a pediatria e o pronto atendimento. Nesses desenvolvendo também outras ações, na perspectiva que os processos assistenciais devem estar em consonância com a formação dos alunos pautada na clínica ampliada, na integralidade do cuidado e na singularidade dos usuários. Os alunos se inserem nesse cenário para a prática supervisionada, em pequenos grupos, ao longo do terceiro ano nas enfermarias adulto ou pediátrica. No quarto e quinto ano os alunos se inserem nas enfermarias e no pronto atendimento. O desafio que se apresenta aos alunos é a compreensão da demanda do campo de atuação profissional, onde a “cura” do usuário não está no seu protagonismo. Nesse sentido os alunos têm que olhar o indivíduo e não sua disfunção física, seu transtorno mental, sua exclusão social, mas olhar um cotidiano modificado por um tempo e espaço permeado por diferentes rotinas, atividades, relações interpessoais, ações e sentimentos. Estando o usuário numa condição aguda da doença ou na agudização da doença crônica o que pode lhe trazer a consciência da possibilidade da perda e da morte. Além disso, num ambiente de procedimentos, grande parte tecnológico, no qual nem sempre é compreensível, tanto para o usuário como para a equipe o uso de atividades da vida humana. Ainda, nesse campo, fortemente as ações são dirigidas não só ao usuário, como no caso de bebês e crianças, as suas mães e familiares, no caso de adultos e idosos a seus cuidadores e familiares, exigindo do profissional uma diversidade de ações e o real compartilhamento com a equipe multiprofissional. Dessa forma, nesse campo o ensino-aprendizagem que se tem estabelecido parece superar a racionalidade médico-centrada e o cuidado fragmentado do indivíduo, em que os alunos de terapia ocupacional tem se confrontado com uma formação que se assemelha a que Merhy e Franco, chamam de “trabalho vivo em ato”, isto é, o trabalho humano no exato momento em que é executado e que determina a produção de cuidado em saúde. E a efetivação da tecnologia leve do “trabalho vivo em ato”, na saúde, para os autores, expressa-se como processo de produção de relações intercessoras, em uma de suas dimensões chaves, o seu encontro com o usuário-final. Nesse sentido o foco do ensino para os alunos da UFSCar no campo hospitalar é o estabelecimento de relações que possam dar um novo sentido para o tempo e espaço da hospitalização, num entorno de dúvidas e sofrimentos, mas que pode ainda ser de recomeços e descobertas. Nunes, Ciomara Maria Pérez

A Terapia Ocupacional se originou dentro de instituições hospitalares, mas ainda hoje a realidade da Urgência e Emergência (RUE) ainda é pequena na formação profissional e na ocupação de postos de trabalho. O tempo de identificação do problema, registro, tomada de decisão e ação são variáveis determinantes da atuação profissional e, portanto, o conhecimento sólido baseado em evidências determina o reconhecimento da prática profissional. O objetivo desse trabalho é apresentar o percurso e a construção do ensino e da prática da Terapia Ocupacional ao longo de seis anos num hospital especializado Tipo II, RUE portas abertas. Metodologia: Seleção e definição de perfis de risco com maior incidência de internação, composição de equipes multidisciplinares, organização de fluxos e criação de procedimentos operacionais padrão (POP) da Terapia ocupacional para os

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cenários de atuação. A partir do modelo biopsicossocial de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) promulgado através da publicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) foram confeccionadas matrizes de abrangência e de profundidade para os sinais, sintomas e, principalmente, para a mobilização precoce através da participação dos usuários em Atividades de Vida Diária (AVD) e capacitação dos cuidadores. Os procedimentos e fluxos foram rediscutidos a partir da prática e finalizados com a institucionalização dos POP. Resultados: O reconhecimento da atuação da Terapia Ocupacional nessa realidade foi se ampliando com: expansão dos perfis assistidos (de 2 para 8); inserção em 4 Linhas de Cuidado e em 6 Unidades de Cuidado; atuação em diferentes cenários hospitalares atingindo todo o hospital; contratação de profissionais (de 1 professora em 2008 para 3 e mais 4 Terapeutas Ocupacionais em 2014); ampliação do número de programas de residência multiprofissional (1 em 2010 e 3 em 2014) e de residentes (6 em prática simultânea anualmente); ampliação do número de atendimentos (menos de 1.000 em 2008 e 9.995 em 2013); registro de todas as atividades eletronicamente na instituição. Discussão e conclusão: O processo de construção mesclou literatura atualizada, firmeza de propósitos, mudança do raciocínio profissional e atendimento às necessidades do serviço. A ausência de conteúdos curriculares suficientes e a mudança de raciocínio clínico na formação profissional do Terapeuta Ocupacional continuam sendo um grande desafio que sobrecarrega a prática. O reconhecimento da profissão e a crescente ampliação do quadro de pessoal e dos cenários de atuação compensam todos os esforços. Tedesco, Solange

Na literatura da Terapia Ocupacional em Saúde tem sido abordadas questões tanto sobre a construção do campo de conhecimento (Araújo Lima e Ghirardi, 2008; Araújo Lima, 1999, 2003, 2004, 2006) como a efetividade de suas intervenções em serviços de saúde do tipo hospitalar. Neste panorama, encontram-se questões que reafirmam o conhecimento empírico: a constatação da dificuldade de descrição, sistematização e, conseqüente, estudo e pesquisa sobre os procedimentos especializados em terapia ocupacional. Apesar desta dificuldade, é comum em descrições de serviços, a afirmativa sobre o atendimento em terapia ocupacional trazer benefícios para o paciente internado no hospital geral por produzir desde uma melhor ambientação e transformação do tempo de internação até as intervenções especializadas na restauração e recuperação físicas, emocionais e sociais (Uchôa-Figueiredo; Negrini, 2009). Uma das questões impostas ao processo de formação de um profissional é a relação estabelecida entre o conhecimento teórico e a aplicação destes conhecimentos na pratica clínica ampliada e na integralidade dos cuidados. Apesar da necessidade vivenciada na prática de uma integração interprofissional em cenários hospitalares, ainda são insuficientes na literatura especializada, estudos que investiguem o trabalho multiprofissional, no que se refere às percepções das práticas especializadas. Canônico e Bretãs (2008) discutem a formação de estudantes da área da saúde para o trabalho no sistema único de saúde, pautada apenas em políticas pedagógicas tradicionais deve ser repensado. Apontam para a importância da experiência e vivência integrada nos processos de aprendizado como potencial humano tão imprescindíveis quanto o conhecimento teórico-prático. Isto implica em uma determinada prática e inspira o exercício de novas formas de se colocar frente à complexidade de cuidados e a integralidade das ações da terapia ocupacional. O sujeito alvo é um sujeito em relação. Discutir a formação interprofissional e as funções especializadas neste contexto passam a exigir uma sistematização. MESA 4: FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA ATUAÇÃO EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS - CONTEÚDOS, HABILIDADES E COMPETÊNCIAS Frizzo, Heloisa Cristina Figueiredo O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), através da Resolução N. 429 de junho de 2012, reconhece e disciplina a especialidade Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares, definindo áreas de atuação e competências do terapeuta ocupacional especialista em Contextos Hospitalares. O referido documento contempla diretrizes previstas nas resoluções No. 366 e 371 de 2009/COFFITO, que reconhecem as diferentes especialidades e áreas de atuação em Terapia Ocupacional. A especialidade contextos hospitalares e cuidados paliativos prevê que o terapeuta ocupacional possa trabalhar em instituições de saúde de pequeno, médio ou grande porte, seja hospital geral ou especializado, nos níveis secundário e terciário de atenção à saúde, inclusive os hospitais psiquiátricos e penitenciários, e todas as fases do desenvolvimento ontogenético, com ações de prevenção, promoção, proteção, educação, intervenção e reabilitação do cliente/paciente/usuário, dos familiares, cuidadores e grupos. Esta apresentação pretende refletir sobre a formação profissional mínima necessária para a atuação profissional na especialidade, de modo a destacar habilidades, competências e conteúdos necessários para a atuação em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. Segundo parâmetros estabelecidos na Resolução N. 429, para a atuação nesta área, o profissional deverá ser capaz de realizar procedimento de avaliação, intervenção e orientação, em regime ambulatorial (hospitalar) ou internação, com o cliente/paciente/usuário internado e/ou familiar e cuidador, em pronto-atendimento, enfermaria, para intervenção o mais precoce possível, a fim de prevenir

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deformidades, disfunções e agravos físicos e/ou pisco-afetivo-sociais, promovendo o desempenho ocupacional e qualidade de vida a todos os clientes/ pacientes/ usuários/família/amigos/equipe, incluindo aqueles que estão “fora de possibilidades curativas”, atuando em Cuidados Paliativos. Dentre as atribuições previstas para serem exercidas pelos especialistas terapeutas ocupacionais em contextos hospitalares estão o gerenciamento de serviços, o ensino e pesquisa, cabendo ao profissional a responsabilidade técnica, coordenação e supervisão, gestão, direção, chefia, consultoria, auditoria, perícia, ensino e pesquisa. Espera-se que o terapeuta ocupacional especialista em contextos hospitalares seja capaz de realizar consulta, interconsulta e avaliação terapêutica ocupacional com paciente, cliente, usuário, família, cuidadores e grupos; estabelecer diagnóstico terapêutico ocupacional e se necessário solicitar interconsulta, exames complementares e pareceres para definir a conduta e o prognóstico terapêutico-ocupacional; realizar o planejamento do tratamento e intervenção - constituída por uma série de ações que envolvem tanto a seleção, como a indicação e aplicação de métodos, técnicas e procedimentos terapêuticos ocupacionais, adequados e pertinentes às necessidades e características do paciente/cliente/usuário dos familiares, cuidadores e grupos, monitorando seu desempenho nas diferentes áreas ocupacionais, particularmente nas AVDS, AIVDS, produtividade, lazer e participação social; determinar as condições de alta terapêutica ocupacional e possíveis encaminhamentos; emitir laudos, atestados, pareceres e relatórios terapêuticos ocupacionais; participar de órgãos gestores, gerenciar áreas técnicas e administrativas. Para que o profissional possa desenvolver as habilidades e competência acima citadas, a Resolução N. 429 prevê conteúdos mínimos a serem preconizados tais como o processo de saúde e doença e epidemiologia; sistemas de saúde; políticas sociais de saúde, educação, trabalho e promoção social; fundamentos históricos e teóricos metodológicos da terapia ocupacional; atuação em equipe inter, multi e transdisciplinar; ética, bioética, cuidados paliativos e tanatologia; próteses, órteses, dispositivos de tecnologia assistiva e comunicação e acessibilidade; humanização hospitalar; procedimentos e intervenções terapêutico – ocupacionais; ocupação, atividades e recursos terapêuticos; desenvolvimento ontogenético e psicossocial; ergonomia; farmacologia aplicada; suporte básico de vida; instrumentos de mensuração e avaliação relacionados ao paciente, familiares e cuidadores; princípios do tratamento quimioterápico, radioterápico, de abordagens cirúrgicas e de controle da dor; gerenciamento de serviços e gestão em saúde; medidas de controle de infecção hospitalar e biossegurança. A questão primordial que se apresenta neste dado momento histórico em que vivemos a consolidação do campo de prática Hospitalar enquanto especialidade em Terapia Ocupacional é como nortear o ensino na área equalizando habilidades, competências e conteúdos mínimos para a formação no ensino de graduação e pós-graduação. Há de se esperar o perfil estabelecido pela Resolução no. 429, apenas para os profissionais especialistas, ou seja, aqueles que obtiveram concessão de títulos após certificação através de prova de conhecimentos e de título, validando seu conhecimento teórico-prático que o qualifica como um profissional competente, especializado. Sob outra ótica, é imprescindível pensar em garantir o ensino de graduação com diretrizes mínimas para a constituição do perfil de terapeuta ocupacional apto ao exercício profissional em contextos hospitalares, tendo em vista que a resolução No.378/2010 prevê que somente poderá pleitear a titulação de especialista em contextos hospitalares, o profissional com experiência minima de dois (02) anos na área de contextos hospitalares. A princípio, a estratégia de transversalidade de conteúdos afins durante a graduação parece ser uma alternativa adequada para garantir uma formação mínima especifica em uma estrutura curricular generalista, a partir da construção de um raciocínio pedagógico-metodológico de constituição do eixo transversal: contextos hospitalares e cuidados paliativos. Raciocínio este que vai além de se oferecer disciplinas isoladas afins, em busca da construção gradativa de requisitos mínimos para contemplar a complexidade deste contexto, que exige peculiares conhecimentos básicos das áreas biológicas e humanas. São essencias conteúdos relacionados aos princípios e diretrizes do SUS e a formação ética e humanística para lidar com a fragilidade humana e a finitude de vida, conhecimentos estes que não podem ser adquiridos somente a partir do domínio de métodos e técnicas. Nesse cenário, é relevante o esforço da categoria profissional na criação e consolidação de cursos de pós-graduação lato e strito-sensu, que priorizam a construção e o desenvolvimento de conhecimentos e práticas em formações mais específicas e especializadas. A formação do profissional especialista em contextos hospitalares, independentemente das questões já abordadas em relação à necessidade de formação mais generalista, em âmbito da graduação e especializada, na pós graduação, precisa pautar o conhecimento e a prática na sistematização da assistência, na definição de parâmetros e indicadores de qualidade e produtividade, subsidiados por evidências científicas. Assim, o terapeuta ocupacional especialista em contextos hospitalares será capaz de estabelecer a diagnose, avaliação e acompanhamento do histórico ocupacional de pessoas, famílias, grupos e comunidades, por meio da interpretação do desempenho ocupacional dos papéis sociais contextualizados, no que diz respeito ao cuidado integral à pessoa que adoece e seu entorno, conforme preconizado pelo código de ética da profissão, revisado em 2013.

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EDUCAÇÃO CONTINUADA E PÓS-GRADUAÇÃO LATO E STRICTO SENSU DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS Palm, Rosibeth Del Carmen Muñoz

Este trabalho tem como objetivo objetiva descrever e analisar as diversas modalidades de formação profissional do Terapeuta Ocupacional em Contexto Hospitalar e Cuidados Paliativos em Programas de Pós-Graduação lato sensu (residência multiprofissional, aprimoramento e especialização) e stricto sensu (mestrado e doutorado). Nesse contexto busca-se identificar competências, metodologias utilizadas, estratégias e demandas da formação do terapeuta ocupacional em contextos hospitalares e cuidados paliativos em programas de pós-graduação, a partir da legislação vigente e da regulamentação da especialidade. A inserção de terapeuta ocupacionais em programas de pós-graduação lato sensu tem como finalidade formar um profissional crítico-reflexivo e ético, orientada para o desenvolvimento de uma prática profissional de excelência na atenção hospitalar fundamentado no referencial teórico-metodológico da profissão, produção de práticas inovadoras, produção de conhecimentos em serviço, orientadas pelas diretrizes das políticas sociais, do Sistema Único de Saúde e da própria especialidade. Especificamente a inserção de profissionais terapeutas ocupacionais em Programas Stricto Sensu objetiva a produção de conhecimentos e investigação no âmbito profissional e acadêmico voltado para atividades de ensino e pesquisa. Essas diversas modalidades vêm se mostrando uma estratégia importante para a formação e qualificação do profissional em Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos no cenário brasileiro. REFLEXÕES SOBRE A PRODUÇÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS ASSOCIADOS À TERAPIA OCUPACIONAL De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado; Gomes, Cristiane Aparecida; Faria, Natália Cintra; Rezende, Gabriela; Guadanhim, Milena; Cardoso, Renata Carvalho

O campo de conhecimentos e de atuação da Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados

Paliativos é bastante amplo, diversificado e crescente, porém, ainda são necessárias mais pesquisas e publicações científicas. O momento histórico atual tem reforçado a necessidade de integrar a prática clínica com evidências documentadas em pesquisas científicas relevantes e metodologicamente confiáveis, dentro de campos de legitimidade conferidos pelas novas especialidades profissionais dos terapeutas ocupacionais. Isso tem levado os profissionais a buscarem novos modelos para as práticas que sejam mais condizentes com sua ênfase teórico-metodológica e/ou papel profissional e maior sistematização da prática, tendência que tem sido reforçada pelo surgimento e/ou validação e adaptação cultural para o Brasil (dentro de rigorosos procedimentos e normas), de testes e protocolos de avaliação padronizados. A Prática Baseada em Evidência (PBE) faz alusão à utilização e aplicação de pesquisas como embasamento para tomada de decisões em assistência de saúde. Porém, antes de serem utilizadas em prática, as evidências devem ser avaliadas quanto à sua qualidade e relevância, bem como deve ser analisada criticamente para não serem tomadas como verdade absoluta. Leva em conta: a síntese da melhor evidência de pesquisa, a experiência do profissional e os valores e preferências do paciente (centrada no paciente e na família). A Terapia Ocupacional Baseada em Evidências (TOBE) pode subsidiar ações terapêuticas e fundamentar sua prática clínica, através da seleção e realização de intervenções com o uso de recursos terapêuticos adequados, com eficácia demonstrada. Entretanto, há barreiras para a PBE em Terapia Ocupacional: o distanciamento entre a academia e a prática clínica, em termos de utilização da evidência de pesquisa para tomar decisões clínicas informadas, e a dificuldade dos profissionais de entender quais tipos de pesquisas oferecem evidências de mais alta qualidade e de aplicar esses achados para compreender a experiência individual (centrada no cliente) e para fundamentar suas intervenções clínicas. Outras barreiras para a expansão: o fato de ser uma profissão ainda emergente na pesquisa científica mundial; diferenças no desenvolvimento da profissão em distintos países; os diferentes idiomas utilizados e os recursos limitados para pesquisa. Portanto, há necessidade de repensarmos nossos objetos de pesquisa, de forma a estaremos mais relacionados com a prática clínica e de capacitação para a pesquisa e para o uso de evidências científicas na prática clínica. A implantação da prática baseada em evidência na área da saúde e em particular na Terapia Ocupacional (TOBE) possibilita uma melhor qualidade da assistência prestada ao cliente e familiares, mas, para isto, é preciso que o profissional desenvolva conhecimento clínico e habilidades profissionais que permitem interpretar e integrar as evidências oriundas de pesquisas com os dados do cliente e as observações clínicas (centrado no cliente). Precisamos também conhecer os trabalhos científicos que têm sido produzidos, seja de graduação ou pós-graduação (lato e stricto sensu), e elencar os artigos publicados que tenham correlação com a Terapia Ocupacional em contextos hospitalares e cuidados paliativos Como metodologia, foi realizado um levantamento e breve análise dos dados que pudemos coletar através dos Lattes de pesquisadores brasileiros cadastrados, de informações que os próprios profissionais enviaram, de referências nos artigos publicados e através de busca livre pela internet. Considerando apenas produções de terapeutas ocupacionais ou estudantes de Terapia Ocupacional referentes a temas relacionados a Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos, foram identificados: 63 trabalhos de conclusão de curso de graduação (período de 1990 a 2013), 47 trabalhos de Iniciação Científica (período de 2004 a 2014), 25 pesquisas de pós-

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graduação stricto sensu - mestrado ou doutorado (período de 2000 a 2014), 57 pesquisas de pós-graduação lato sensu (período de 2003 a 2013), 38 livros ou capítulos de livros (período de 2003 a 2013) e 122 artigos publicados em periódicos científicos (período de 1998 a 2012). Dentre esse material selecionado, identificamos uma prevalência de estudos e publicações referentes às populações infantil / Pediatria e oncológica. Além disso, os dados apontam também um evidente crescimento do número de pesquisas de pós-graduação stricto (mestrado e doutorado) e lato sensu (cursos de especialização, aprimoramentos profissionais, residências multiprofissionais, etc) O aumento quantitativo e melhora da qualidade das pesquisas e publicações científicas possibilitarão a implantação da Terapia Ocupacional Baseada em Evidência na área da saúde, o que possibilitará a melhoria da qualidade da assistência prestada ao cliente e familiares. Logo, é fundamental saber como adquirir, interpretar e integrar as evidências oriundas de pesquisas com os dados do cliente e as observações clínicas. Esperamos que essas reflexões sobre desafios, estratégias e possibilidades fortaleçam tanto a produção e as publicações científicas como as práticas assistencias dos terapeutas ocupacionais em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos.

A CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA DA TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES NO BRASIL: UM ESTUDO DA LITERATURA NO PERÍODO DE 2008 A 2013 Galheigo, Sandra Maria

Este trabalho se propõe a apresentar a caracterização da produção bibliográfica da terapia ocupacional em contextos hospitalares de 2008 a 2013, através de estudo da produção bibliográfica de terapeutas ocupacionais com inserção profissional no Brasil. Foi analisada a produção na forma de artigos em periódicos indexados e não indexados, livros e capítulos de livro. O material foi organizado e analisado por período, região de inserção profissional do autor, tipo de publicação, locais de indexação do periódico, tipo de produção (pesquisa, revisão bibliográfica, relato de experiência, trabalhos de natureza teórica, metodológica e técnica). O material também foi analisado segundo seus domínios de publicação, descritores e temáticas centrais. Foram também estudadas as tendências teórico-metodológicas que subjazem nas produções. Os resultados apontam para um significativo incremento quantitativo e qualitativo da produção nos últimos 5 anos, principalmente quando comparado a estudo anterior sobre o período de 1990 a 2007. MESA 8:

PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS DE TERAPIA OCUPACIONAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE Cordeiro, Júnia Jorge Rjeille

O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil demonstra sua lógica assistencial, de organização territorial, financiamento e monitoramento a partir da Lei nº 8.080, 19 de setembro de 1990 e do decreto que a regulamenta, o de nº 7.508, de 28 de junho de 2011, este último também conhecido como Lei Orgânica da Saúde. Estas e suas leis derivadas que detalham a assistência à saúde em seu amplo escopo, desde a infraestrutura até protocolos clínicos, deixam expressos os princípios do SUS de universalidade, integralidade, equidade, descentralização e participação social. Uma vez inseridos na saúde pública, os Serviços de Terapia Ocupacional em contextos hospitalares precisam planejar e gerenciar sua prática tendo como pilar não somente a prática clínica baseada nas melhores evidências científicas disponíveis, como também fundamentos gerenciais que favoreçam o pleno desenvolvimento dos princípios do SUS e de seus derivados práticos para auxiliar a instituição e o gestor local de saúde prestar contas a todas as instâncias cabíveis sobre a aplicação dos recursos disponibilizados e os resultados assistenciais palpáveis e consistentes na população-alvo. Exemplificando esta postura, o gestor do serviço, bem como os demais terapeutas devem estar cientes e sujeitos às normas da vigilância sanitária, às metas quantitativas e qualitativas do gestor local e ao seu papel no alcance destas metas. Desta forma, os Serviços de Terapia Ocupacional podem estar mais alinhados com toda a política de saúde que lhe diz respeito e conseguir mais recursos e mais visibilidade para realizar sua missão, bem como poder contribuir de forma diferenciada para o alcance da meta do gestor local. Diante da baixa remuneração da tabela de procedimentos dos SUS, cabe aos Serviços de Terapia Ocupacional se envolverem de alguma forma com as questões de faturamento do serviço que prestam e estudar forma de obter melhor remuneração. Finalmente, nossos Serviços precisam, cada vez mais, comprovar a eficiência de sua intervenção, buscando contribuir para a redução do tempo de permanência na internação, para o aumento da sobrevida humana com qualidade. Sem perder o seu foco e sabendo comprovar de forma objetiva seus resultados, a Terapia Ocupacional fortalecerá cada vez mais seu papel nos contextos hospitalares.

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QUESTÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS Bartalotti, Celina Camargo

A Terapia Ocupacional, enquanto estratégia de assistência e, posteriormente, profissão, nasce da prática hospitalar. Ao longo de sua história e constituição como campo de produção de conhecimento e intervenção na saúde a profissão foi ampliando sua gama de atuação, mantendo-se, o contexto hospitalar, como espaço de atuação desse profissional, mas não necessariamente aquele ao qual se destinou o maior cabedal de produção científica, principalmente quando nos referimos ao Hospital Geral e a pacientes com quadros agudos pois, historicamente, a Terapia Ocupacional mostra forte inserção na ação junto aos considerados portadores de afecções crônicas. Em anos mais recentes, no entanto, observa-se importante crescimento da ação do profissional terapeuta ocupacional nos denominados contextos hospitalares, amparado por mudanças na legislação, pela ampliação dos conhecimentos sobre procedimentos e competências desse profissional e pela crescente compreensão da complexidade das demandas dos pacientes internados em leitos hospitalares, que não se resume à afecção que o levou à internação, mas o afeta de maneira global, interfere em seu cotidiano, impõe limitações ou dificuldades nas suas ocupações, ou seja, interfere na sua forma de estar no mundo enquanto sujeito produtivo. Hoje, o campo da Terapia Ocupacional em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos se constitui em uma área de especialidade profissional. A fundamentação da atuação do terapeuta ocupacional nessa área de especialidade se constrói a partir da compreensão de referenciais teórico-metodológicos específicos da profissão, assim como daqueles mais amplos do campo as saúde, provenientes da medicina, da psicologia, da saúde coletiva entre outros, que permitem ao profissional a definição de um olhar próprio mas, ao mesmo tempo, integrado às características específicas desse campo particular de atuação. Acredita-se que o desafio que ora se coloca à profissão é, cada vez mais, sem desprezar os conhecimentos adquiridos a partir das populações específicas que tem sido alvo da prática, consolidar uma identidade e fundamentação própria dessa especialidade TERAPIA OCUPACIONAL E HUMANIZAÇÃO: AÇÕES, DIÁLOGOS E PERSPECTIVAS Camargo, Maria José Gugelmin

A Política de Humanização da Atenção e da Gestão (PNH) é uma iniciativa inovadora no SUS. Criada em 2003, a PNH tem por objetivo qualificar práticas de gestão e de atenção em saúde. Uma tarefa desafiadora, sem dúvida, uma vez que na perspectiva da humanização, isso, corresponde à produção de novas atitudes por parte de trabalhadores, gestores e usuários, de novas éticas no campo do trabalho, incluindo aí o campo da gestão e das praticas de saúde, superando problemas e desafios do cotidiano do trabalho. A PNH define a humanização como um modo de fazer inclusão, como uma prática social ampliadora dos vínculos de solidariedade e co-responsabilidade, uma prática que se estende seguindo o Método da Tríplice Inclusão. Assim, a feitura da humanização se realiza pela inclusão nos espaços de gestão, do cuidado e da formação de sujeitos e coletivos, bem como, dos analisadores (as perturbações) que estas inclusões produzem. Para humanizar as práticas de gestão e de cuidado, bem como as práticas pedagógicas, a PNH propõe que se incluam os diferentes sujeitos que participam desde suas singularidades no planejamento, implementação e avaliação dos processos de produção de saúde e de formação do trabalhador de saúde. No campo das relações humanas que caracterizam qualquer atendimento à saúde, é essencial agregar à eficiência técnica e científica uma atitude ética que considere e respeite a singularidade das necessidades do usuário e do profissional, que acolha o desconhecido e o imprevisível, que aceite os limites de cada situação. A participação social do usuário, dentre outros, demanda a revisão das práticas cotidianas, com ênfase na criação de espaços de trabalho menos alienantes que valorizem a dignidade do trabalhador e do usuário. Nessa aproximação, se faz primordial, inicialmente, a análise do conhecimento já produzido acerca dessa temática. Seus objetivos: difundir, conceber e implantar uma nova cultura de humanização no atendimento à saúde da rede hospitalar; melhorar a qualidade e eficácia da atenção dispensada aos usuários; capacitar profissionais dos hospitais para um novo conceito de assistência à saúde: valor à vida humana e à cidadania; fortalecer e articular todas as iniciativas de humanização já existentes na rede hospitalar pública; estimular a realização de parcerias e intercâmbio de conhecimentos e experiências nesta área; desenvolver indicadores de resultados e sistemas de incentivos ao tratamento humanizado e modernizar as relações de trabalho no âmbito dos hospitais públicos, tornando as instituições mais harmônicas e solidárias. A proposta da Política Nacional de Humanização (PNH) coincide com os próprios princípios do SUS, enfatizando a necessidade de assegurar atenção integral à população e estratégias de ampliar a condição de direitos e de cidadania das pessoas. Avançando na perspectiva da transdisciplinaridade, propõe uma atuação que leve à ampliação da garantia de direitos e o aprimoramento da vida em sociedade. O propósito ou meta de humanizar, em todos os sentidos apontados, mais objetivamente no caso da saúde, implica aceitar e reconhecer que nessa área e nas suas práticas, em especial, subsistem sérios problemas e carências de muitas das condições exigidas pela definição da concepção, organização e implementação do cuidado da saúde da humanidade, tanto por parte dos organismos e práticas estatais, como da sociedade civil. A humanização do ambiente hospitalar e da assistência à saúde não se concretiza se estiver centrada unicamente em fatores motivacionais externos ou somente no usuário. O hospital humanizado é aquele que contempla, em sua estrutura

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física, tecnológica, humana e administrativa a valoração e o respeito à dignidade da pessoa humana, seja ela paciente, familiar ou o próprio profissional que nele trabalha, garantindo condições para um atendimento de qualidade. Se houvesse a possibilidade de resumir a missão de humanização num sentido amplo, além da melhora do tratamento intersubjetivo, dir-se-ia que se trata de incentivar, por todos os meios possíveis, a união e colaboração interdisciplinar de todos os envolvidos, dos gestores, dos técnicos e dos funcionários, assim como a organização para a participação ativa e militante dos usuários nos processos de prevenção, cura e reabilitação. MESA 9: RACIOCÍNIO CLÍNICO E TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS Abumusse, Luciene Vaccaro de Morais

O hospital, enquanto local destinado a hospedar e cuidar de pessoas doentes, sempre foi um campo de prática clinica para a Terapia Ocupacional, desde o surgimento da profissão no inicio do século XX. Estando inserido em uma rede de assistência à saúde, o hospital é um espaço que trata pessoas que permanecem internadas com o objetivo de diminuir ou extinguir sua doença e para tanto, necessitam estar acamadas ou em repouso, afastadas da maioria das pessoas de sua rede social e das atividades cotidianas, por vezes impossibilitadas de manter seu auto cuidado, seu trabalho ou estudo, necessitando cuidar amplamente da sua saúde. É neste contexto que se inserem as ações do terapeuta ocupacional, tendo em vista que a população das pessoas doentes internadas no hospital, são sujeitos necessitados de ajuda para adaptação, organização, autonomia e independência na rotina particular que o hospital, enquanto ambiente e a hospitalização enquanto cuidado, impõem. A terapia ocupacional no contexto do hospital deve possibilitar um espaço de busca pela saúde, pela ampliação das capacidades que o paciente nos apresenta, tendo em vista seus fatores clínicos, ambientais e temporais (fase de desenvolvimento que se encontra). A relação clinica com o sujeito alvo se inicia na relação terapeuta ocupacional – paciente –atividades em um espaço que estimula o fazer particularizado, estendendo-se para as relações com a equipe assistencial, para outras relações e, quando possível, para o processo de inserção na sua rede de apoio cotidiana. TECNOLOGIA ASSISTIVA EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS Mello, Maria Aparecida Ferreira

Quanto mais a tecnologia avança e abre novas possibilidades, mais ela deve ser considerada como um componente intrínseco de uma rede de cuidados à saúde da população, especialmente àquelas atendidas em Contextos Hospitalares e Cuidados Paliativos. Entretanto, devem-se criar mecanismos que torne a tecnologia acessível, mas também garantir processos eficazes que façam com que o usuário tenha acesso a solução assistiva mais adequada à sua necessidade, prevenindo o abandono do produto assistivo, complicações funcionais associadas ao uso de um produto inadequado, e decorrentes prejuízos sociais e econômicos associados. Ou seja, é fundamental garantir o acesso a tecnologia assistiva (TA) para aqueles que dela necessitam para melhorar, ou tornar possível, a independência na vida diária e participação na sociedade em igualdade com os outros cidadãos de forma efetiva e segura. No entanto, inúmeros estudos têm mostrado que existe um nível elevado de abandono do dispositivo, mesmo com o que parece ser um dispositivo bem adaptado. Há uma falta de procedimentos baseados em evidências na questão específica do fornecimento de tecnologia assistiva no Brasil. A CLÍNICA DO LUTO E TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES E CUIDADOS PALIATIVOS Corrêa, Victor Augusto Cavaleiro

O envolvimento em ocupações, como o trabalho, o lazer, atividades da vida diária (AVD’S) e as referentes à participação em comunidade, estão relacionadas à condição de saúde cognitiva, física, psicossocial e contextual do indivíduo. O luto é a reação natural a uma perda significativa, vivida em várias fases da vida. Geralmente, o luto causa desconforto e altera funções, pois pode proporcionar momentos de agitação, ansiedade, isolamento, presença de humor depressivo, baixa auto-estima, capacidade diminuída de pensar e concentrar-se, de desinteresse e afastamento das atividades relacionadas ao trabalho, ao lazer e às atividades da vida diária (AVD’s), considerando que algumas pessoas podem envolver-se ainda mais em suas ocupações diárias. O enlutado pode desligar-se de suas ocupações, inclusive daquelas relacionadas aos cuidados destinados à manutenção de sua vida - cuidados pessoais. O objetivo é compartilhar possibilidades de fundamentação e intervenção terapêutica ocupacional nas condições de luto. Apresentar uma assistência voltada para as condições de luto nos processos de morte, morrer e quando da morte de pessoas queridas. Fundada em uma compreensão biopsicossocial, considera-se as ocupações cotidianas significativas quando da perda de entes queridos, revelando situações em que a ocupação pode ser um

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meio pelo qual as pessoas compartilham relações, afetos, experiências - enfim, vivem e que quando essas ações não podem ser mais experienciadas pela falta de alguém querido que se foi ou por alguma perda, algo muda. Ancorando-se nos fundamentos dos processos de perda, luto e da ocupação humana, apresentam-se experiências e casos que revelam essas demandas ocupacionais nos casos de enlutamento e apresenta-se uma assistência terapêutica ocupacional voltada para a compreensão e intervenção nas situações vividas no luto, em que as ocupações cotidianas significativas podem ser o meio ou a finalidade pelo qual às pessoas estabelecem relações, investem parte do seu tempo, trocam afetos – ocupam-se e que, o pesar também pode ser expresso nas atividades ocupacionais nos processos de morte e morrer ou quando da perda de uma pessoa significativa com quem se compartilhava essas as ocupações. Nestas condições, verifica-se que se pode experienciar um período de retraimento e afastamento das relações sociais e das ocupações habituais, indicando que as perdas interferem significativamente no cotidiano das suas ocupações, incluindo uma diminuição no engajamento no trabalho, nos cuidados pessoais e as atividades da vida diária (AVD’S), sugerindo a ocorrência do luto ocupacional pela perda das ocupações desenvolvidas com e para o ente querido falecido, podendo haver uma alteração na forma, função e significado ocupacional em que padrões habituais de ocupações são rompidos, remetendo a difícil tarefa de renunciar, excluir e incluir novas ocupações. As pesquisas e a experiência em contextos hospitalares têm revelado a necessidade de uma assistência sensível à compreensão das singularidades vividas no luto, que compreenda que, nestas situações, a pessoa pode experimentar uma variedade de reações que, conforme a ocorrência e a severidade das manifestações podem repercutir na qualidade e nos modos de viver. Também visa compartilhar e discutir uma assistência que visa abordar as competências e funções ocupacionais, desempenhadas em conjunto e/ou para o ente querido que faleceu e outros aspectos da existência, ressaltando a importância da intervenção ocupacional nestas situações, promovendo assim, a expressão dos sentimentos, a aceitação da perda, a avaliação do vínculo com o falecido (a), a elaboração do luto e a participação ocupacional. CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO THE NEED FOR RESEARCH AND EVIDENCE IN OCCUPATIONAL THERAPY IN HOSPITAL CONTEXTS AND PALLIATIVE CARE Eva, Gail

Research and service evaluation are vitally important in occupational therapy in palliative care. We work in contexts where time and resources are limited and we need to ensure that that we are delivering services that meet the needs of patients and their families, and that are effective – both clinically and from a cost perspective. A recent survey carried out by the Occupational Therapy Taskforce of the European Association for Palliative Care (EAPC) showed that whereas occupational therapists are frequently involved in activities and interventions with patients and their families, they are much less often involved in research. Internationally, there are relatively few occupational therapists undertaking significant research in palliative care which can then be shared with colleagues and with the wider multidisciplinary team in academic journals and at conferences. This places us at a disadvantage in developing and improving clinical practice and influencing policy. As occupational therapists in palliative care, we face three key challenges in carrying out research and service evaluation. Firstly, our capacity and leadership: we need to build expertise in research methods and develop strong collaborations nationally and internationally. Secondly, our patient population: we are working with a vulnerable group of patients. We need methods that are patient-centred and ethically sound. Thirdly, measuring our outcomes: with patients who are deteriorating, traditional rehabilitation measures of function are not generally relevant. We need effective and appropriate ways to capture the changes that result from our interventions. In this talk, I will address these three key areas, drawing on examples of successful projects to make recommendations about ways in which we can begin to build a strong evidence base for occupational therapy in palliative care.

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TRABALHOS

1. UM RECURSO LÚDICO INSTRUCIONAL PARA A PEDIATRIA: A EXPERIÊNCIA DE SUA ELABORAÇÃO POR ALUNAS DO 3º. ANO DE GRADUAÇÃO DE TERAPIA OCUPACIONAL Almeida, Thallyta Aparecida; Lino, Carolina Cristina Alves; Prestridge, Luma; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian Universidade Federal de São Carlos

Introdução: A criança hospitalizada passa por experiências invasivas, acarretando reações de medo e ansiedade. Assim, quando é submetida à internação, pode sofrer alterações emocionais. A atuação da Terapia Ocupacional é importante, pois acolhe e desenvolve diversos métodos e técnicas no ambiente hospitalar para estimular as crianças, criando um ambiente menos isolador e angustiante, por meio de recursos lúdicos e atividades. Dentre os diversos tipos de intervenções, surge a proposta do brinquedo terapêutico instrucional (BTI), indicado para preparar e informar à criança a respeito do procedimento a que deverá submeter-se, facilitando sua compreensão a respeito deste e amenizando suas expectativas e incertezas relacionadas à internação hospitalar. Objetivo: Elaborar a partir das principais demandas relacionadas aos procedimentos invasivos realizados junto aos pacientes da enfermaria pediátrica, um recurso lúdico para informar sobre procedimentos de tratamento e cuidado. Método: A experiência ocorreu numa Enfermaria Pediátrica de Hospital Escola municipal. Foram participantes profissionais da equipe que atuam na enfermaria e uma criança. Para sua realização utilizou-se: Roteiro de Observação Institucional; Roteiro de Entrevista e o Livro Ilustrado - "No Hospital com Marcelinho", desenvolvidos pelas alunas. Resultados: Das observações e diálogos com a equipe, identificou-se algumas necessidades, entre elas, a falta de um recurso lúdico para explicar às crianças o procedimento técnico a ser realizado. Dentre os procedimentos, destacaram-se os que envolviam o uso de agulha. Assim as alunas construíram um livro que informa a criança sobre o processo invasivo que irá receber, no caso retratado, a injeção. O livro como um recurso lúdico, poderá ser utilizado por qualquer profissional da equipe para interagir com a criança e acalmá-la sobre o procedimento. Houve a vivência de uso do livro com uma criança que já estava internada e puncionada, mas que tentava retirar seu acesso o tempo todo. Essa mostrou-se interessada durante a leitura, pedindo para rever o livro sozinha e quando questionada se havia gostado, respondeu que sim. A equipe relatou que não a via mais tentando retirar o acesso. Considerações finais: Reconhece-se a limitação da experiência e a necessidade de continuar o uso do livrinho, mas pode-se inferir que a leitura do livro foi benéfica para a criança em questão. Tornando o seu processo de internação menos traumático e contribuindo para a humanização da assistência. Uma solicitação feita pela equipe de enfermagem foi que as alunas pudessem explicar como usar o livro, o que foi visto como algo positivo, por se tratar do reconhecimento do recurso lúdico por profissionais de saúde do local.

Descritores: assistência hospitalar; criança hospitalizada; terapia ocupacional

2. SESSÃO DE CINEMA HOSPITALAR: OS BENEFÍCIOS DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS NA HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL Almohalha, Lucieny; Lázaro, Andressa Regina Associação de Apoio a Criança Deficiente (AACD), Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP

Introdução: Crianças hospitalizadas tornam-se incluídas em um universo bastante diferente de seu cotidiano normal e se encontram envolvidas por situações desconhecidas, sob as quais não tem domínio. Ainda neste processo vivenciam dores físicas e emocionais e privações em suas atividades rotineiras, como as atividades de auto uidado e de vida diária, de brincar e lazer, e ainda interfere com seus papéis e participação social. Com o propósito de se minimizar os impactos da hospitalização, diminuir o estresse e melhorar o bem estar, o humor, a aceitação ou o entendimento e compreensão da rotina existente no serviço hospitalar o terapeuta ocupacional do hospital onde se deu a pesquisa criou a uma sessão de cinema hospitalar, para minimizar os sofrimentos trazidos pela hospitalização e promover melhora no bem estar das crianças. Objetivo: Investigar os efeitos da sessão de cinema no cotidiano hospitalar de crianças internadas na enfermaria pediátrica de um hospital de clínicas. Método: Esta pesquisa descritiva foi realizada com dez crianças de oito a doze anos internadas em uma enfermaria pediátrica. Os dados foram coletados pré e pós sessão de cinema através de entrevista semi-estruturada, analisados por frequência absoluta de aparição de respostas, pela análise de conteúdo e por análise de diário de campo. Resultados: Todas elas relataram gostar de assistir a filmes. A maioria relatou sentir menos dor após assistir a sessão de cinema. Verificou se mudanças no comportamento, como de retraídos, pouco falantes e receptivos para relaxado, tranqüilo, descontraído e mais interativo; de agitado e disperso para silencioso e atento; apático para sorridente e interativo; de agitado, estressado e muito falante para concentrado e organizado. Discussão: A hospitalização da criança significa interferências em seu desenvolvimento, acometimentos físicos, psíquicos e emocionais, afastamento de pessoas queridas, modificações em seu cotidiano, agressão ao seu mundo lúdico e mágico e, por isso, requer do profissional que a assiste, a compreensão do mundo infantil. A relação dos contextos com a atividade de sessão de cinema pode ser notada como algo que determinou o querer ou não querer da criança. O impacto da hospitalização nas atividades

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infantis e nas rotinas das crianças pode ser percebido, já que antes de se iniciar a sessão de cinema, estavam, em sua maioria, no leito, sem brincar ou realizar qualquer tipo de atividade. Através da análise da sessão de cinema foi perceptível, principalmente pela leitura dos diários de campo de cada criança, o impacto que tal atividade causou no comportamento delas. Na intervenção terapêutica ocupacional onde se insere a atividade como recurso, é possível provocar mudanças na forma de se compreender a hospitalização, na maneira de se vivenciar a rotina hospitalar e de compreender e adequar-se a ela. Conclusão: Verificaram-se algumas mudanças no comportamento das crianças antes e depois de assistir ao filme. Em sua maioria, apresentaram-se mais calmas, participativas e com melhor bem estar. Portanto, a inserção de uma atividade significativa e prazerosa em um ambiente hospitalar pode diminuir o desconforto e o impacto da hospitalização no comportamento de crianças internadas.

Descritores: Terapia Ocupacional, Criança, Hospitalização, Recursos Audiovisuais

3. O BANHO HUMANIZADO EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO E SEU IMPACTO NAS RESPOSTAS ADAPTATIVAS AO AMBIENTE

Almohalha, Lucieny; Martins, Raquel da Silva Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP

Introdução: Geralmente, os recém-nascidos pré-termo (RNPT) permanecem hospitalizados por longos períodos e são submetidos a diversos procedimentos clínicos e recebem diversos estímulos estressores advindos do meio, como manuseios excessivos e procedimentos invasivos e dolorosos, que geram maior gasto energético e interferem diretamente com seu sistema nervoso central imaturo. O banho é considerado um procedimento gerador de estresse, caracterizado por um alto nível de manipulação que produz reações neurocomportamentais indesejadas. Objetivo: Verificou os efeitos do banho humanizado com a utilização da tummy bath para as respostas adaptativas dos bebês ao ambiente hospitalar. Método: Participara quatro recém-nascidos prematuros e de baixo peso, perante autorização de seus responsáveis. Os dados foram coletados através de entrevista inicial com os responsáveis, filmagem e roteiro de observação dos banhos de rotina e humanizado. Utilizou-se também um checklist dos sinais neurocomportamentais da Abordagem Síncrono-ativa do Desenvolvimento. Os banhos foram oferecidos aos RNPT por uma enfermeira treinada, seguindo o protocolo de execução das etapas do banho humanizado descrito pelo Manual de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso do Método Mãe Canguru do Ministério da Saúde. Resultado: Verificou-se uma mudança no comportamento dos bebês conforme o tipo de banho oferecido a eles. Em sua maioria, durante e após o banho humanizado, os bebês apresentaram-se mais relaxados e calmos, com melhor bem estar. Foram apresentados diversos sinais de retraimento durante os dois tipos de banho, porém, a maioria diminuiu durante e após o banho humanizado. Visto a partir da somatória e comparação das respostas dos sinais apresentados pelos bebês, pode ser verificado que, os sinais de retraimento apareceram 62 vezes no banho de rotina e 40 vezes no banho humanizado. Enquanto os sinais de aproximação apareceram 90 vezes no banho de rotina e 107 vezes no banho humanizado. Discussão: O manuseio está frequentemente associado ao aumento da frequência cardíaca e à diminuição da saturação de oxigênio. Este manuseio pode ser estressante para o bebê e seu aprendizado relacionado ao estresse invasivo pode levá-lo a reagir negativamente ao toque dos pais. Em contrapartida, quando o toque é adequado causará bem estar ao bebê. A tummy bath é um tipo de banheira que se assemelha ao formato do útero, permitindo ao neonato permanecer com o corpo submerso dentro da água. O banho humanizado é capaz de proporcionar sensação de conforto e bem-estar quando realizada de forma correta. A manipulação do ambiente no qual o RNPT se encontra tem, portanto, grande influência em seu desenvolvimento e enorme importância na prevenção de complicações clínicas e ou desenvolvimentais. Conclusão: O banho humanizado pode diminuir o desconforto e o impacto da hospitalização nas respostas adaptativas do bebê ao ambiente, interferindo diretamente no seu comportamento e desenvolvimento. Este promoveu mais comportamentos adaptativos levando a crer sobre uma melhor eficácia deste tipo de banho. Uma atividade antes estressora, quando adaptada, pode oferecer aos RNPT uma melhor organização neurocomportamental.

Descritores: Humanização da Assistência; Recém-Nascido de Baixo Peso; Prematuro; Aparelhos Sanitários; Imersão

4. A PERCEPÇÃO MATERNA SOBRE OS SINAIS NEUROCOMPORTAMENTAIS DE BEBÊS PRÉ-TERMO INTERNADOS EM UMA ENFERMARIA PEDIÁTRICA Almohalha, Lucieny; Riccioppo, Maria Regina Pontes Luz Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP

Introdução: A prematuridade é um fator de risco biológico para o desenvolvimento infantil. Bebês pré-termo geralmente permanecem em cuidados intensivos por longos períodos o que pode lhes trazer consequências desenvolvimentais pouco congruentes com sua maturidade neurológica. Com o intuito de se melhorar a qualidade de vida destes bebês e de seus pais e fornecer-lhes uma atenção humanizada avanços na assistência hospitalar têm ocorrido crescentemente. Objetivo: Realizar o mapeamento dos sinais neurocomportamentais apresentados por bebês pré-termo a partir da óptica materna. Método: Foi realizada uma pesquisa descritiva exploratória utilizando-se

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a abordagem qualitativa-quantitativa em uma enfermaria pediátrica de um hospital de clínicas com vinte mães de bebês pré-termo. Foi utilizado um checklist de parte da Avaliação do Comportamento do Bebê Pré-termo (ACBP). Os dados foram plotados em dois quadros, um representando os comportamentos de retraimento e outro os de aproximação apresentados pelos bebês. Para analisar qualitativamente a percepção das mães, foram acrescidas questões referentes ao conhecimento delas sobre estes sinais neurocomportamentais. Resultado: Dentre os dezessete sinais de aproximação do checklist, observou-se que nove foram assinalados por mais de 70% das mães, sendo que quatro deles foram assinalados por mais de 90% delas; e dos dezesseis sinais de retraimento, seis foram assinalados por mais 70% das mães, e destes sinais dois foram assinalados por mais de 90% das mães. Através da análise dos sinais notou-se que as mães conseguiram reconhecer mais os de aproximação do que os de retraimento. Em relação à percepção das mães referentes ao assunto, todas disseram observar muito os seus bebês e relataram sobre a importância do vínculo mãe-filho. O tempo de permanência da mãe com seu bebê influenciou no reconhecimento dos sinais apresentados por ele e no processo de vinculação. Discussão: O vínculo entre mãe e filho desenvolve-se constantemente e tem papel de trazer proteção e sobrevivência ao bebê e promover comunicação entre ambos. Sabe-se que os pais que convivem com seus bebês internados sentem-se realizados por auxiliar na recuperação do filho. A permanência materna durante a hospitalização torna-se algo fundamental para uma assistencial humanizada e para o processo de vinculação afetiva entre mãe e bebê prematuro. É imprescindível que a mãe do bebê pré-termo compreenda as capacidades e as fraquezas de seu filho, auxiliando assim a intervir no momento de organização dos sistemas fisiológicos. Quando a mãe e o bebê se interagem, inicia-se uma série de eventos sensoriais, hormonais, fisiológicos, imunológicos e comportamentais, que contribuem positivamente para o vínculo e que vão de acordo com a abordagem síncrono-ativa. Conclusão: O fato das mães dos bebês pré-termo internados terem desenvolvido uma vinculação afetiva com eles no período de hospitalização auxiliou tanto no processo observacional, quanto no fortalecimento crescente do vínculo mãe-bebê, ajudando também na criação de estratégias para lidar com a hospitalização. Pode-se dizer que nada melhor do que a figura materna para reconhecer esses sinais, auxiliando assim para possíveis intervenções da equipe de saúde com o seu filho, contribuindo ainda para efetivação de uma assistência mais humanizada.

Descritores: Bebês pré-termo, Sinais neurocomportamentais, Assistência humanizada, Mães.

5. CONSTRUÇÃO DO PROTOCOLO DE TERAPIA OCUPACIONAL PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE DE MULHERES MASTECTOMIZADAS Alves, Cristiane Paiva; Moraes, Aline Aparecida Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista – UNESP, Marília, SP, Brasil

O câncer de mama é o que mais atinge as mulheres no mundo todo. Seu tratamento implica em várias fases, desde a descoberta, a adaptação e aceitação da enfermidade, até a cirurgia e o tratamento pós-operatório, que levam a prejuízos na qualidade de vida. Para o acompanhamento nas diversas fases, faz-se necessária a presença de um terapeuta ocupacional na equipe multidisciplinar. Já que a terapia ocupacional (T.O.) visa a intervenção nos aspectos biopsicossociais envolvidos no estado de saúde da mulher. Estes aspectos são propostos na Classificação Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde – CIF, da OMS, em seus componentes Funções e Estruturas Corporais, Atividade e Participação e Fatores Ambientais que em seus mais de mil domínios definem as características a serem avaliadas. Embora, a CIF não se constitua em um instrumento, serve como base de dados para construção de medidas que possibilitam a avaliação e intervenção. Trazendo mais sistematização e confiabilidade para a prática da T.O. em mastectomia. Sendo assim, a presente pesquisa tem por objetivo propor um protocolo de avaliação biopsicossocial para mulheres mastectomizadas. Para tanto, foi realizada uma busca bibliográfica, para selecionar as intervenções (construtos) que servirão de base para a construção do protocolo. Serão utilizadas as linking rules para seleção dos domínios. Em busca textual internacional sobre as intervenções da terapia ocupacional em mastectomia, foram encontrados 22 artigos, dos quais, após leitura dos resumos, foram selecionados, 8. Os artigos apresentaram intervenções bastante diversas como: avaliação e prática de transferências; orientação de decúbito; técnicas de relaxamento; gestão de fadigas; prescrição de órteses e adaptações; atividades lúdicas, expressivas, de autocuidado e físicas; sensibilização corporal; prevenção e estabilização de rigidez músculo articular; drenagem linfática; atividades em grupo; grupos de apoio e programas educacionais; atividades de aceitação e percepção corporal, orientação nas AVD’s e AIVD’s e também a utilização de sessões por telefone com as mulheres com câncer de mama residentes na zona rural. Com base nestas intervenções encontradas na revisão da literatura, serão utilizadas as linking rules, metodologia proposta para o mapeamento de domínios da CIF na construção do protocolo que contemple todos os componentes da CIF para caracterização do estado de saúde de mulheres mastectomizadas. Espera-se que o protocolo contribua para sistematizar a avaliação dos diversos aspectos que envolvem o estado de saúde da população descrita, e por consequência, fornecer parâmetros para a prática e documentação das intervenções da terapia ocupacional em mastectomia. Valorizando esta atuação e facilitando o raciocínio clínico para tomadas de decisões de quais intervenções realizar em cada caso. Os dados obtidos com o protocolo estarão em códigos propostos pela CIF e

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poderão servir, também, como base para comparação intra e inter sujeitos, inclusive internacionalmente, pois os códigos da classificação são universais.

Descritores: Câncer de mama, terapia ocupacional, avaliação, CIF

6. PRÁTICA CENTRADA NO CLIENTE E BASEADA NA OCUPAÇÃO: INTERVENÇÃO NA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Alves, Walter Luís Teixeira; Nunes, Ciomara Maria Perez; Silva, Cynthia Girundi Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital Risoleta Tolentino Neves

Introdução: A Terapia Ocupacional é definida como o uso terapêutico de atividades (ocupações) do cotidiano com indivíduos ou grupos, com o propósito de possibilitar e otimizar a participação em papéis, hábitos e rotinas, nos diferentes contextos de vida de cada sujeito. Dentre os diversos ambientes de trabalho, tem aumentado a demanda por Terapeutas Ocupacionais em Hospitais de Urgência e Emergência. A pratica, nesses locais, tem sido um desafio devido à falta de uma formação profissional adequada e as condições clinicas do cliente. Além disso, atualmente, existem poucas publicações que documentem os resultados e/ou a efetividade da Terapia Ocupacional na Urgência e Emergência. Objetivo: Descrever o resultado da intervenção da Terapia Ocupacional em um Jovem internado em um Hospital de Urgência e Emergência de Belo Horizonte utilizando uma pratica centrada no cliente e com o foco no treinamento de tarefas ocupacionais. Método: Trata-se de um relato de caso de caráter descritivo. A coleta de dados consistiu no resultado das avaliações: Medida de Independência Funcional (MIF) e Medida Canadense de desempenho ocupacional (COPM) aplicadas no momento da admissão e da alta. Os dados foram analisados por meio de gráficos com o score bruto de cada variável das avaliações. Resultado: Após uma semana de intervenção envolvendo treinamento de Tarefas ocupacionais (alimentação, transferência da cama para a cadeira, escovar os dentes, banho de cadeira, vestir a parte superior, vestir a parte inferior, transporte de objetos e escrita) o paciente obteve ganhos diminuindo o nível de assistência requerida para completar 12 tarefas pela Medida de Independência Funcional. A auto percepção em relação ao desempenho ocupacional e a satisfação teve aumento significativo em cinco tarefas identificadas pela Medida Canadense de Desempenho Ocupacional. Discussão: O treinamento especifico de tarefas ocupacionais consisti no uso das demandas das atividades para otimizar as habilidades de desempenho ocupacional dos clientes. Durante a fase aguda em ambientes hospitalares de urgência e emergência, clientes podem desejar estar aptos a realizar tarefas que os auxiliem para o retorno domiciliar. No caso em questão, o uso de uma abordagem centrada no cliente contribuiu para o ganho de resultados no desempenho ocupacional, satisfação e nível de assistência. Conclusões: A pratica centrada no cliente e o treinamento de tarefas é um desafio para o Terapeuta Ocupacional que atua em uma enfermaria hospitalar. O uso de medidas padronizadas que valorizam o impacto da Terapia Ocupacional pode auxiliar o profissional na tomada de decisão profissional ética ao longo das intervenções. É importante reconhecer os desafios e as limitações ambientais, estruturais e da condição clínica de cada cliente, para estabelecer metas realísticas, operacionais e que contribuam para o processo de recuperação.

Descritores: Terapia Ocupacional, Urgência e emergência, cuidado agudo, pratica centrada no cliente

7. TERAPIA OCUPACIONAL EM EPIDERMÓLISE BOLHOSA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Amaro, Jéssica Moscatelli; Annunciato, Bruna Gabriela Pascarelli; Kudo, Aide Mitie Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Instituto da Criança, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP)

Introdução: O programa de Residência Multiprofissional em contextos hospitalares – área saúde da criança e adolescente – de uma instituição de ensino e pesquisa da cidade de São Paulo consiste em uma pós-graduação latu-senso que visa capacitar os profissionais da saúde, dentre eles, Terapeutas Ocupacionais (T.O.), a trabalhar na área hospitalar. Este programa é composto em sua maioria por atividades práticas de trabalho em hospitais de diferentes níveis de atenção. O trabalho desenvolvido em um hospital infantil de alta complexidade fez surgir à necessidade de estudar a atuação da T.O. com crianças com Epidermólise Bolhosa (EB). A E.B. compreende um grupo de doenças de pele determinadas geneticamente, caracterizando-se pela formação de bolhas na pele e mucosas, resultante da fragilidade do epitélio. Essas bolhas podem originar-se após pressão mecânica ou fricção e tendem a formar feridas dolorosas. O processo de cicatrização pode originar complicações como a pseudosindactilia, onde ocorre a perda de movimento dos dedos e função das mãos. Tal condição acarreta restrições no desempenho de atividades cotidianas simples como: dormir, banhar-se, engatinhar, andar. Objetivo: revisar a literatura acerca de intervenções terapêuticas ocupacionais referentes às questões cotidianas de pacientes com EB, podendo relacionar-se a reabilitação física e uso de tecnologias assistivas, pois faz-se necessário, dentro do contexto do programa, que os terapeutas ocupacionais residentes possuam este conhecimento para a promoção do cuidado desta população. Casuística e método: os artigos foram identificados a partir das bases de dados MedIine e Cochrane usando o descritor Epidermolysis Bullosa associado aos descritores: Occupational Therapy, Assistive Technology e Rehabilitation. Para a realização deste estudo foram desconsideradas delimitações cronológicas das publicações

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bibliográficas encontradas. Resultados: associando o descritor Epidermolysis Bullosa a Occupational Therapy foi encontrado um artigo; associando o descritor Epidermolysis Bullosa a Assistive Technology não foi encontrado nenhum artigo; associando o descritor Epidermolysis Bullosa a Rehabilitation foram encontrados duzentos e um artigos, sendo que estes foram separados em dezessete unidades temáticas. Discussão: a partir da divisão em unidades temáticas foi possível observar que a maioria dos artigos encontrados trata de questões relacionadas aos aspectos clínicos da patologia. Assim, foi possível selecionar para a validade do estudo apenas nove artigos, sendo que estes relacionam-se a aspectos cotidianos (qualidade de vida, mobilidade, atividades de lazer e atividades de vida diária) e aspectos da reabilitação (reabilitação pós-operatória de mãos). Nota-se ainda que não foram encontradas produções de terapeutas ocupacionais, sendo que o único artigo encontrado ao relacionar o descritor Occupational Therapy não trata de intervenções específicas da profissão. Conclusão: foi possível concluir a partir desta revisão bibliográfica que a grande maioria dos artigos visa instrumentalizar os profissionais que atuam com essa patologia acerca dos cuidados clínicos/patológicos. Existem poucos artigos que abordam questões cotidianas de pacientes com EB, demonstrando assim, a necessidade de mais estudos e publicações científicas que considerem estes aspectos.

Descritores: terapia ocupacional, epidermólise bolhosa, reabilitação, assistência hospitalar

8. TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO HOSPITALAR: A ASSISTÊNCIA OFERECIDA À PORTADORES DE SIDA EM HOSPITAL GERAL Assoni, Laura; Arantes, Claudinea Dizaro Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/ USP

Introdução: A hospitalização envolve diversos tipos de sofrimento, relacionados ao “estar doente”, tanto pelos aspectos clínicos e sintomas, como pela condição de “paciente” que espera e recebe cuidados. Envolve, ainda, ruptura do cotidiano, dificuldades nas relações interpessoais e situações estressantes da rotina hospitalar. A Terapia ocupacional entende o sujeito como um ser ativo, desejante e participante em seu processo de vida. Neste sentido, visa à criação de espaços saudáveis para ofertar uma atenção para além de um corpo adoecido, valorizando sua singularidade. OBJETIVO: Refletir sobre assistência prestada pela Terapia Ocupacional à pacientes portadores de HIV/SIDA, internados num hospital geral, público, universitário, localizado no interior do Estado de São Paulo. CASUÍSTICA E MÉTODO: Os encaminhamentos de pacientes para o Serviço de Interconsulta Hospitalar de Terapia Ocupacional podem ser feitos pelas equipes de enfermarias/ Unidades da instituição que não contam com terapeutas ocupacionais de ligação. O Hospital conta com uma Unidade especializada no atendimento de pacientes com doenças infecto-contagiosas, atendendo principalmente portadores do vírus HIV. Portanto, o maior número de pacientes encaminhados, considerando este público específico, para o Serviço de Interconsulta Hospitalar de Terapia Ocupacional, é advindo desta Unidade. RESULTADOS: Se a partir da hospitalização esse sujeito passa a ser considerado um sujeito de atenção num espaço de cuidados, a clínica da Terapia Ocupacional apresenta possibilidades para que ele se torne um sujeito de intenções, com possibilidades de re-significar aspectos relevantes deste processo: Autocuidado; Relações interpessoais e os estigmas ainda enfrentados pelos portadores de HIV/AIDS, assim como, Adesão ao tratamento de um diagnóstico que, muitas vezes, ainda não lhe é possível aceitar. DISCUSSÃO: A Terapia Ocupacional Hospitalar intervêm, principalmente, nas perdas que a hospitalização causa ao paciente, além daquelas que se antecedem à mesma; no caso dos pacientes portadores de SIDA, muitas dessas perdas são vivenciadas logo na descoberta do diagnóstico. O recebimento do resultado de um diagnóstico positivo para o HIV desperta nos indivíduos uma variedade de sentimentos. As emoções apresentadas a partir da devolução de um resultado positivo para o HIV estão relacionadas com sentimentos experimentados em situações limite impostas pela vida, embora a intensidade possa ser maior devido às interpretações subjetivas do sujeito acerca do conceito compartilhado socialmente sobre a AIDS. Desse modo, é a partir das vivências proporcionadas pelo atendimento terapêutico ocupacional que o indivíduo passa a ter um espaço para vivenciar perdas - sejam elas oriundas da perda do que ele conceitua como estar saudável, como também, as perdas impostas pelo período de internação, no qual permanece afastado de seu meio social, vivenciando o cotidiano hospitalar. O atendimento passa também a ser um espaço para identificar, construir e refletir sobre estratégias de enfrentamento frente a este sofrimento. CONCLUSÃO: A intervenção terapêutico ocupacional, junto a portadores de SIDA hospitalizados, contribui em seu amplo sentido, considerando não somente a patologia, mas também as consequências do adoecimento e da hospitalização no cotidiano e na sua vida ocupacional.

Descritores: Terapia Ocupacional; Assistência Integral à Saúde; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida e Hospitalização

9. TRIAGEM DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE PARA INTERVENÇÃO

Barros, Priscila Bagio Maria; Kudo, Aide Mitie; Souza, Fernanda Degani Alves; Franco, Mariana de Paiva; Bittencourt, Renata Sloboda Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

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Introdução: Triagem de Terapia Ocupacional é um instrumento para obter e interpretar dados necessários para determinar se o paciente necessita ou não de intervenção terapêutica ocupacional. Devem-se estabelecer critérios de elegibilidade para nortear essa decisão. A clareza desses critérios auxiliará o terapeuta na tomada de conduta adequada. Objetivo: apresentar a prevalência dos critérios de elegibilidade da Triagem de Terapia Ocupacional em Contexto Hospitalar Pediátrico. Casuística e método: Levantamento e análise das Triagens de Terapia Ocupacional em um hospital público, pediátrico e de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição de ensino. Foram analisadas 257 avaliações realizadas no período entre 2011 e 2012, na enfermaria de especialidades pediátricas. Os critérios de elegibilidade foram classificados em: diagnóstico recente, alterações significativas no curso da doença, alterações de humor, alterações no desempenho ocupacional, hipótese de não aderência ao tratamento, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, encaminhamentos, “outros” e não elegível. Resultados: das 257 triagens, 51 pacientes foram considerados não elegíveis (19,84%), 204 pacientes elegíveis (79,37%) e 02 não constavam os critérios (0,77%). Quanto aos critérios de elegibilidade, foram contabilizados 362 critérios, sendo que vários pacientes apresentaram mais de um critério: 56 pacientes (15,46%) com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor; 46 pacientes (12,70%) com necessidade de encaminhamentos; 42 pacientes (11,60%) com alterações no desempenho ocupacional; 40 pacientes (11,04%) com diagnóstico recente; 25 pacientes (6,90%) com alterações significativas no curso da doença; 21 pacientes (5,80%) com alterações de humor; 7 pacientes (1,93%) com hipótese de não aderência ao tratamento; e 72 pacientes (19,88%) no critério “outros”. No critério “outros” observou-se: 22 pacientes (30,55%) com necessidade de orientações diversas; 20 pacientes (27,70%) necessidade de orientação quanto ao posicionamento no leito; 13 pacientes (18,05%) intervenção nos aspectos sensório/ motor/ cognitivo; 12 pacientes (16,66%) avaliação do conhecimento ou aprofundamento sobre o diagnóstico; 5 pacientes (6,94%) abordagem dos aspectos referentes à internação (1ª internação, período prolongado, promover atividades de interesse, ampliação do repertório ocupacional ou lúdico); 5 pacientes (6,94%) necessidade de Tecnologia Assistiva; 1 paciente (1,38%) intervenção no manejo e controle de dor e 1 paciente (1,38%) intervenção nas ABVDs. Discussão: Devido ao fato do critério “outros” ter sido a maior demanda para os atendimentos, observa-se que ainda é necessário chegar a um consenso dos critérios para caracterizar a elegibilidade para a intervenção terapêutica ocupacional. Atualmente os critérios estão sendo revistos pelo Serviço de Terapia Ocupacional para caracterizar melhor as ações dos profissionais. Vários dos critérios anteriormente classificados em “outros” ganharão um status específico. Conclusões: Com os atuais dados é possível demonstrar a importância da atuação do terapeuta ocupacional na enfermaria pediátrica, tendo em vista que um número expressivo de pacientes apresentou demanda para a intervenção específica desse profissional. Porém, por se tratar de um instrumento criado com base em evidências e experiência clínica dos profissionais do Serviço, a Triagem precisa ser padronizada para se tornar um eficaz na caracterização de demandas clínicas de Terapia Ocupacional em Contexto Hospitalar Pediátrico.

Descritores: Avaliação, Criança Hospitalizada, Terapia Ocupacional, Triagem de pacientes

10. CONFECÇÃO DE JOGOS: PROJETO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO EM TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO Barros, Priscila Bagio Maria; Martins, Amanda Oliveira; Sato, Andrea Toshye; Marcelino, Daniela Machado; Roque, Kamyla Leme Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da universidade de São Paulo

Introdução A disciplina de estágio supervisionado possibilita ao aluno de graduação de Terapia Ocupacional conhecer a população-alvo da intervenção de TO e auxiliar na compreensão do campo de atuação. Além do domínio de conceitos teóricos deve haver na programação de estágio possibilidades de realizar a correlação entre o conteúdo teórico e prático. No campo de contextos hospitalares, em enfermaria pediátrica, a hospitalização das crianças e adolescentes leva o aluno a reflexões do processo saúde-doença e suas repercussões no cotidiano dos pacientes e familiares. Apesar do adoecimento e hospitalização, os pacientes mantêm aspectos saudáveis que devem ser estimulados e usados como forma de promover o enfrentamento desse momento de suas vidas. Um desses aspectos é a disposição para brincar, que surge nesse contexto como uma possibilidade terapêutica que vai além da lógica de continuidade da promoção do desenvolvimento infantil. O brincar também pode ser utilizado como recurso terapêutico capaz de auxiliar o paciente na compreensão, na aceitação e no enfrentamento do seu adoecimento e hospitalização. Como projeto de conclusão do estágio, os alunos devem elaborar um trabalho que resulte concretamente o emprego do conhecimento técnico-teórico com a sua vivência prática durante o período do estágio. Objetivo: descrever a elaboração de jogos realizados por estagiários, baseados nas vivências e experiências dos pacientes internados, como projeto final da disciplina de estágio supervisionado em contexto hospitalar pediátrico. Casuística e método: os jogos foram desenvolvidos por duas duplas de estagiários no 1º semestre de 2013 e 1º semestre de 2014 em um hospital público, pediátrico de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição de ensino. Os estagiários deveriam se basear nas práticas vivenciadas durante o período do estágio. O enfoque solicitado foi a experiência da internação hospitalar vivenciada pelas crianças e adolescentes. Resultados: Ao final foram confeccionados dois jogos: “Brincando no hospital” e “Desenrolando a história”. O primeiro é um jogo

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de tabuleiro, onde o início descreve o adoecimento e internação hospitalar. Cada paciente/jogador deve percorrer a trilha com “casas” que sugerem as vivências deste período, como procedimentos e exames, até chegar ao final na “casa” de alta hospitalar. “Desenrolando a história” é um jogo de cartas, subdivididas em locais, sujeitos, objetos, ações e qualidades, também baseadas em situações e personagens relacionados à internação, rotina, dinâmica e ambiente hospitalar; o objetivo é a elaboração de uma história coletiva na qual cada participante colabora com um trecho a partir do conteúdo de sua carta e de suas próprias vivências neste contexto. Discussão: Ambos os jogos possibilitaram aos estagiários trazerem as práticas vivenciadas no contato com os pacientes na enfermaria, concretizando situações reais de rotinas e procedimentos hospitalares. Transformar essas situações em atividades lúdicas possibilitou criar um recurso terapêutico para a intervenção do terapeuta ocupacional. Conclusões: O projeto auxiliou os estagiários refletirem sobre diferentes formas de abordar a questão do adoecimento e hospitalização do paciente pediátrico, evidenciando a importância de estratégias que vão além da atenção centrada em procedimentos e aplicação de saberes técnicos normatizados, promovendo acolhimento, escuta e criação de vínculos.

Descritores: Criança Hospitalizada, Terapia Ocupacional, Estágio Clínico, jogos e brinquedos

11. A IMPORTÂNCIA DAS PESQUISAS QUALITATIVAS NA ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL Beltrame, Vitória Hoerbe; Peruzzolo, Dani Laura; Barbosa, Deise Maria; Froehlich, Larissa Ten Caten; Corneau, Graciela Carneiro;

Universidade Federal de Santa Maria/UFSM

Desde o surgimento da Terapia Ocupacional como profissão da área da saúde, percebe-se um caminho diferente das demais, na maneira de comprovar a eficácia de seus diversos procedimentos terapêuticos. As intervenções da maioria dos profissionais da saúde são, atualmente, baseadas em pesquisas quantitativas, que comprovem sua eficácia. Porém, na produção científica histórica da Terapia Ocupacional percebe-se a criação de um caminho no qual intensifica-se a valorização do compromisso social do terapeuta com seus pacientes, apresentados através de relatos com enfoques qualitativos. Os objetivos deste trabalho são problematizar e potencializar a valorização das pesquisas qualitativas para a prática clínica da Terapia Ocupacional. Ele foi elaborado considerando as práticas clínicas, as revisões bibliográficas e a própria elaboração de pesquisas qualitativas e quantitativas dos autores no campo da Terapia Ocupacional. Percebeu-se a importância da cientificidade das pesquisas quantitativas, mais precisamente a da Prática Baseada em Evidências. Porém, identifica-se também que outros tipos de metodologias, como os relatos de caso, são essenciais e enriquecedores para a prática clínica e o aprendizado em Terapia Ocupacional, por sua especificidade. Desde o surgimento da profissão, iniciou-se também um enfrentamento em defesa de sua prática, que não fosse embasada especificamente nas teorias da biologia, fisiologia, química. Nessa época, a profissão enfrentava momentos em que necessitou avaliar o problema das ciências e assim, analisar a questão das diferenças encontradas em sua prática, percebendo que generalizar as atuações através da alocação de pacientes em grupos para a realização de pesquisas também poderia colocá-lo na mesma condição para o tratamento e isso nem sempre qualifica a prática clínica. A Terapia Ocupacional entende os pacientes como sujeitos singulares e inseridos em um cotidiano produzido por eles e seus fazeres. Neste sentido os relatos de caso acabam sendo importantes, pois viabilizam a troca de experiências, de conhecimento a respeito de técnicas e de como os procedimentos profissionais podem ser viabilizados em contextos específicos, mas considerando o paciente e sua singularidade. Isso enriquece a formação dos acadêmicos e ajuda os profissionais a pensarem suas práticas na produção de um raciocínio clínico e não só de uma repetição de abordagem já testada. Entretanto, seguir padrões científicos internacionalmente aceitos, se faz necessário para viabilizar a adoção de práticas fundamentadas em achados sólidos e consistentes, também para a profissão. Porém, se o terapeuta ocupacional continuar compreendendo o paciente e seu cotidiano como único, deverá seguir relatando suas experiências clínicas, para que mantenham a essência da profissão, não generalizando suas ações através de dados de pesquisas que consideram apenas o resultado em sua repetição, mas sim sujeitos protagonistas de uma vida singular. Frente a isso, é possível perceber a importância de que os profissionais de Terapia Ocupacional invistam em pesquisas quantitativas para compreender e divulgar seus procedimentos como ações sustentadas pela cientificidade exigida na ética com o paciente e com seus pares. Porém, também é necessário que siga apresentando relatos de experiências, discutidos teoricamente, para que não se perca o que a Terapia Ocupacional tem de diferencial: um sujeito que se constitui a partir de seu fazer único.

Descritores: Terapia Ocupacional; Pesquisa Qualitativa; Prática Clínica Baseada em Evidências.

12. O IMPACTO DA IDADE CORRIGIDA NO DESENVOLVIMENTO DOS BEBÊS PREMATUROS E NO COTIDIANO DOS PAIS Beltrame, Vitória Hoerbe; Peruzzolo, Dani Laura; Schmitt, Patrícia Menezes; Barbosa, Deise Maria; Rossato, Larissa;

Universidade Federal de Santa Maria/UFSM

O nascimento prematuro no Brasil está associado a taxas de morbidade e mortalidade no início da vida e risco ao desenvolvimento até a idade escolar. Na tentativa de combater estes dados, criaram-se serviços como o

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Seguimento de Prematuros Egressos de Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN). A partir de experiências neste serviço, a Terapia Ocupacional desenvolveu uma pesquisa intitulada “O impacto da informação da idade corrigida sobre o desenvolvimento do bebê prematuro e sobre o cotidiano dos pais”, apresentada a seguir. O objetivo da pesquisa é o de produzir evidências científicas que situem a importância da informação e orientação sobre a idade corrigida na vida do bebê e de seus pais. A metodologia utilizada é a quali-quantitativa. A parte qualitativa refere-se a entrevistas semi-estruturadas com os pais, entendendo o impacto da prematuridade e das informações da idade corrigida na vida dos pais e na relação com o bebê. A parte quantitativa consiste em um ensaio clínico randomizado; Tem o objetivo de comparar e avaliar o desenvolvimento dos bebês de pais que recebem a informação e a orientação, a dos bebês de pais que não recebem. A pesquisa teve início em 2013 com previsão de encerramento em março de 2015. Possui aprovação CAAE nº 19334013.0.0000.5346. No ano de 2014 esta pesquisa foi contemplada através do edital 009 /2014 – PRPGP/UFSM, Programa Especial de Incentivo à Pesquisa para o Servidor Mestre (PEIPSM). Os resultados qualitativos já podem ser previamente discutidos. A primeira constatação refere-se aos retornos posturais/gestuais apresentados pelos pais com seus filhos, quando se falava da importância do toque afetuoso e do olhar: os pais, na sua maioria, acolhiam ainda mais seus bebês no colo ou olhavam para eles imediatamente após a fala das terapeutas. Também foi possível identificar que tanto os pais que conheciam os objetivos de corrigir a idade de vida do bebê antes da pesquisa, como os que os desconheciam, referiram maior segurança nos cuidados com seus bebês. Também foi identificado um descompasso no discurso dos pais que relatam que a prematuridade não faz diferença, porém afirmam que seu bebê necessita de maiores cuidados devido as suas fragilidades e tamanho, confirmando o que se tem encontrado na literatura: as mães associam o prematuro a uma criança frágil devido ao seu tamanho e não a sua cronologia. Ou seja, o real do corpo é um registro mais eficaz que a informação da correção da idade. Os resultados destacados não são definitivos, pois a amostra ainda não foi alcançada. Porém, uma das hipóteses até o momento não se confirma. Supunha-se que a informação sobre a idade corrigida provocaria alterações no cotidiano familiar e isso não tem se confirmado. Acredita-se que a identificação do que é mais importante a ser transmitido aos pais quanto a idade corrigida e a prematuridade do filho, contribuirá para qualificar ainda mais o diálogo entre setores da saúde e familiares de filhos prematuros. Descritores: Nascimento Prematuro; Cotidiano; Ensaio Clínico; Distribuição Aleatória; Terapia Ocupacional.

13. OSTEOPETROSE: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM UM CENTRO DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICA Bittencourt,Renata Sloboda; Franco, Mariana de Paiva; Passos, Paula Bullara; Souza, Fernanda Degani Alves Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: A osteopetrose maligna é uma doença hereditária rara caracterizada pela deficiência na reabsorção óssea. Com o estreitamento do canal medular, ocorre hematopoiese extramedular, macrocefalia, protusão da fronte, hipertelorismo, exoftalmia, aumento da pressão intracraniana, retardo na erupção dentária, atraso no crescimento e no desenvolvimento neuropsicomotor e a obliteração dos forames dos nervos cranianos que pode levar a cegueira, surdez e paralisias faciais. Sendo a única alternativa curativa o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) que deve ser realizado nos primeiros anos de vida. Neste contexto temos o terapeuta ocupacional inserido na equipe do centro de TCTH. Objetivo: descrever possibilidades de atuação do terapeuta ocupacional junto a pacientes pediátricos com Osteopetrose em um Centro de TCHT. Casuística e Método: Foi realizada revisão de literatura nas bases de dados Lilacs e Medline, via portal Biblioteca Virtual da Saúde, utilizando os descritores “terapia ocupacional e ostepetrose” e os mesmos descritores na língua inglesa. Precedido da aplicação da avaliação específica do serviço visando à identificação de demandas para atendimento de terapia ocupacional. Resultado: Na busca em bases de dados não foram encontradas publicações específicas de Terapia Ocupacional. Na avaliação de Terapia Ocupacional específica do serviço, as demandas encontradas foram: estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor através de orientações aos cuidadores que pudessem ser realizadas no ambiente hospitalar durante as atividades cotidianas do bebê e a disponibilização de um manual desenvolvido pelo Serviço; a estimulação sensorial através de estímulos sonoros utilizando recursos como DVD’s musicais apropriados para a idade, e estímulos táteis com materiais de diferentes texturas; e o acolhimento aos cuidadores. Discussão: Tendo em vista que o transplante para pacientes com osteopetrose deve ser realizado nos primeiros anos de vida, as alterações decorrentes da patologia e tratamento se concentram no atraso significativo do desenvolvimento neuropsicomotor geralmente acrescida com a deficiência visual. Para a realização do transplante os pacientes necessitam permanecer em um isolamento protetor por aproximadamente um mês e só poderão ter contato com materiais novos, e passiveis de serem desinfectados. Inúmeros são os recursos do terapeuta ocupacional na estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor de uma criança, porém esses recursos acabam sendo limitados na criança com osteopetrose no contexto do TCTH devido às reações adversas próprias do tratamento e das restrições de materiais que podem ser utilizados neste ambiente. Conclusões: Não se espera com este trabalho esgotar as possibilidades de intervenções do terapeuta ocupacional com estes pacientes, apenas iniciar esta discussão apresentando algumas possibilidades encontradas. A experiência permite ampliar as reflexões acerca das intervenções da Terapia Ocupacional realizada neste espaço que impõe restrições, mas que também traz inúmeras possibilidades de atuação com os pacientes com osteopetrose e seus acompanhantes buscando

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alternativas para potencializar a qualidade de vida dos pacientes através da ressignificação do seu cotidiano, interrompido em função do adoecimento e da internação.

Descritores: Osteopetrose; Terapia Ocupacional; Transplante de Células-Tronco Hematopóeticas,

14. TERAPIA OCUPACIONAL & CUIDADOS PALIATIVOS EM UNIDADE DE TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS JUNTO À POPULAÇÃO ADULTA Bittencourt,Renata Sloboda; Loureiro, Morgana Bardemaker; Santos, Dayane Regina; Fabri, Aline Ferrari Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná

INTRODUÇÃO: Ainda que seja um tratamento consolidado, o Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) representa um risco real e simbólico de morte, e frequentemente é posto como a opção final para pacientes que enfrentam uma doença grave e potencialmente fatal. Num cenário de incertezas, sintomas desconfortáveis e procedimentos invasivos, os Cuidados Paliativos (CP) buscam melhorar a Qualidade de Vida de pacientes e seus familiares por meio da prevenção e alívio do sofrimento. OBJETIVO: Descrever estratégias de intervenção em CP desenvolvidas por terapeutas ocupacionais residentes em uma Unidade de Transplante de Células Tronco Hematopoéticas. CASUÍSTICA E MÉTODO: trata-se de um relato de experiência relacionado a prática vivenciada em um hospital terciário no estado do Paraná vinculado a uma Instituição de Ensino Superior. RESULTADO: A prática em CP deu-se a partir da admissão do paciente na Unidade de TCTH, mediante análise interdisciplinar das condições clínicas, emocionais, funcionais e ocupacionais do indivíduo. Os principais objetivos da Terapia Ocupacional, neste sentido, centraram-se em cinco eixos norteadores: medidas não farmacológicas de controle da dor e outros sintomas desagradáveis; promoção da autonomia e do desempenho ocupacional; resgate e manutenção de papéis ocupacionais e vínculos significativos; suporte aos familiares e acolhimento ao Luto. Os procedimentos realizados partiram da avaliação processual diária do paciente, com base nas condições em que este se encontra e no plano terapêutico lançado pela equipe de modo individualizado. Exemplos de estratégias para este fim incluíram: o uso de atividades terapêuticas ocupacionais; medidas de acolhimento e orientação a familiares/pacientes/cuidadores; medidas de conservação de energia; facilitação do desempenho de Atividades de Vida Diária; adaptações ambientais, ampliação do espaço vital e discussão de caso com a equipe. Na vigência do atendimento terapêutico ocupacional, observou-se que os pacientes apresentaram-se mais dispostos, com melhores humor e autoestima e esforçaram-se para realizar tarefas e atividades significativas, sejam do período pré-hospitalar ou mesmo quando aprendidas no internamento. DISCUSSÃO: Por ser um tratamento tido como “último recurso” ou “última esperança”, por vezes foi complexa a abordagem da finitude do paciente, de estabelecimento de projetos a curto prazo e mesmo encerramento de projetos junto aos pacientes que evoluem para CP exclusivos. Essa dificuldade é observada também na equipe de Saúde, de modo geral. O uso de atividades devidamente selecionadas tornou esse processo mais sutil e natural, facilitando a aceitação para os envolvidos. CONCLUSÕES: A estratégia dos CP foram essenciais para a atenção integral ao paciente internado. Nos Centros de TCTH isto se intensificou frente à complexidade deste contexto. A intervenção requereu habilidades e competências por parte do terapeuta ocupacional que incluíram o manejo do trabalho em equipe, medidas de comunicação eficazes, a capacidade de elaboração de planos terapêuticos efetivos e adaptação a mudanças bruscas, dada a instabilidade do quadro clínico dos pacientes internados.

Descritores: Transplante de Células-Tronco Hematopóeticas; Cuidados Paliativos; Terapia Ocupacional.

15. O LUTO NA PRÁTICA ASSISTENCIAL DA TERAPIA OCUPACIONAL Bombarda, Tatiana Barbieri Hospital Estadual Américo Brasiliense (H.E.A.B)

Introdução: Os avanços tecnológicos alcançados principalmente a partir da segunda metade do século XX, associado ao desenvolvimento da terapêutica, fez com que muitas doenças mortais se transformassem em crônicas, levando à longevidade de seus portadores. No entanto, apesar do conhecimento acumulado, a morte continua sendo uma certeza e ameaça o ideal de cura e preservação da vida para quais os profissionais da saúde são treinados. O processo de morrer traz à tona a questão sobre qual aspecto da vida do paciente deve ser priorizado: a qualidade ou a quantidade de vida? No âmbito hospitalar intervenções desenvolvem-se embasadas em dois paradigmas. O paradigma da cura consiste no investimento na vida a qualquer preço, na qual a medicina de alta tecnologia se torna presente e as práticas mais humanistas ficam em segundo plano; enquanto que o paradigma do cuidar consiste na aceitação da morte como parte da condição humana, levando-se em conta a pessoa doente e não somente a doença; priorizando-se a multidimensionalidade do cuidado e a dor total do paciente. Nas duas abordagens existe a presença de um sofrimento familiar manifestado por diferentes formas, o qual em geral, se intensifica nas fases de terminalidade. É importante expressar que a morte historicamente sofre várias representações, sendo atualmente compreendida como um tema interditado, fator que dificulta o surgimento de espaços de expressão e compartilhamento próprios à fase final de vida. Esta dificuldade se reflete claramente na oferta assistencial pós-óbito. Não são comumente encontradas práticas voltadas ao período de enlutamento dos familiares, percebendo-se o

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desligamento do vinculo profissional e institucional posterior ao momento da perda. Visando uma assistência humanizada e qualificada, baseada em vivências profissionais, dentro do campo de intervenção da Terapia Ocupacional, o luto pode ser compreendido como uma manifestação não apenas biopsicossocial, mas também ocupacional, quando observados dados que revelam a ocorrência de manifestações de pesar intimamente ligados à inserção, participação, adequação e satisfação da pessoa em suas atividades cotidianas. Considerando estes fatores, mensalmente o setor de terapia ocupacional em conjunto com a psicologia desenvolve um grupo assistencial voltado à familiares de pacientes que vieram a óbito na instituição. O trabalho consiste na oferta de um espaço de escuta propiciando trocas de vivências diante da perda, acolhimento, estratégias para reorganização da rotina e enfrentamento, assim como auxilia na prevenção do luto patológico. É notória a importância do terapeuta ocupacional na assistência a esta população, visto que durante o luto as pessoas experienciam um período de retraimento e afastamento das relações sociais e das atividades habituais, indicando que a perda interfere significativamente no cotidiano de suas ocupações, incluindo falta de prazer em desempenhar o trabalho, em ter cuidados pessoais e nas AVDs; se constituindo para tanto, em um campo de atuação importante de ser refletido para a viabilização e construção de novos espaços na assistência hospitalar.

Descritores: luto, terapia ocupacional, família

16. ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: RECURSOS EMPREGADOS NA INTERDISCILPINARIDADE DO CUIDADO Bombarda, Tatiana Barbieri; Corrêa, Bruna Carolina Hospital Estadual Américo Brasiliense (H.E.A.B)

A falta de adesão ao tratamento é um problema de saúde pública, visto impactar em graves complicações como hospitalizações, absenteísmo do trabalho, elevados custos com internações de longa permanência, invalidez, aposentadoria precoce entre outros. Fatores sociais, cognitivos, econômicos e culturais influenciam na adesão ao tratamento. Em específico, a adesão medicamentosa pode-se apresentar por vezes como frágil considerando interrupções dos medicamentos pelos usuários vinculados a fatores como uso prolongado, efeitos colaterais, desaparecimento dos sintomas, desconhecimento sobre suas funções e alto custo. O uso de medicamentos se torna ainda mais complicado quando envolve pacientes analfabetos, com limitações cognitivas e/ou com baixo suporte sócio familiar. Neste contexto, a utilização de medidas para viabilizar o uso correto de medicamentos em domicilio tem se apresentado como relevante demanda na assistência de um hospital de nível secundário, de média complexidade do interior de São Paulo. De forma integrada, médicos, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos clínicos têm desenvolvido esforços coordenados com o objetivo de favorecer a adesão farmacoterapêutica de forma segura e efetiva. O objetivo deste relato de experiência consiste na apresentação de recursos utilizados no âmbito hospitalar de modo a favorecer o treinamento acerca do uso medicamentoso. Assistencialmente, assim que constatado que sintomatologias ou reinternações estão correlacionadas com dificuldades no gerenciamento de medicações de uso contínuo, é solicitado pedido de interconsulta à farmácia e terapia ocupacional. No processo avaliativo, aspectos como escolaridade, nível de compreensão, rotina medicamentosa e existência de figuras de apoio aos cuidados são analisados. Posteriormente, de forma integrada são desenvolvidas ações de orientações sobre uso e armazenamento dos medicamentos, buscando por meio de simulações verbais e práticas identificar dificuldades e saná-las anteriormente a alta. Recursos alternativos como elaboração de tabelas ilustrativas com figuras que sinalizam período do dia e representações de quantidades prescritas são uma das abordagens realizadas. Nos casos de maior dificuldade, envolvendo analfabetismo e limitações cognitivas busca-se o envolvimento de figuras de apoio pertencente a rede sócio familiar do paciente concomitante a mecanismos que possam lhe promover o máximo de autonomia na administração de seus medicamentos. Nesta vertente, pode-se citar a elaboração de uma adaptação, a qual consiste em uma estrutura em tecido com bolsos de cores diversificadas (cada bolso é destinado a um medicamento), estando indicado em cada bolso o nome, quantidade e período do dia por representações. Nesta abordagem torna-se necessário não apenas o treinamento durante a hospitalização, mas a integralidade com a rede básica. É feito contato com o posto de saúde onde o paciente retira os medicamentos para solicitação do armazenamento dos medicamentos na adaptação confeccionada, conforme o que foi treinado na instituição. Na alta, complementarmente, é realizado um relatório informativo pelos setores acerca das dificuldades avaliadas e finalidade do recurso elaborado. Em nossas práticas tem-se percebido que a realização de orientações e treinamentos associados a recursos que simplificam a administração de medicamentos, tem maior efetividade quando realizados multiprofissionalmente e tem atingido resultados significativos, visto estimular e adaptar recursos que permitam envolver o paciente em uma postura mais ativa em seu auto cuidado.

Descritores: tratamento medicamentoso, comunicação interdisciplinar, autocuidado

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17. AMBULATÓRIO INTEGRADO DE CUIDADOS PALIATIVOS: TRILHANDO NOVAS FORMAS DE SE PROVER O CUIDADO Bombarda, Tatiana Barbieri; Simplício, Milena Regina Hospital Estadual Américo Brasiliense (H.E.A.B)

Os Cuidados Paliativos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, consiste em uma abordagem voltada a prevenção e alívio do sofrimento, com objetivo de promover qualidade de vida aos pacientes e familiares que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida. Nesta filosofia de cuidado são considerados os aspectos físicos, psicossociais e espirituais do paciente, estando entre os princípios assistenciais a extensão do cuidado com a família inclusive na fase de luto, a compreensão de suas crenças e religião, a integralidade na assistência e o controle da dor e de sintomatologias. Nesta vertente, este trabalho visa apresentar uma das práticas realizadas em um hospital do interior de São Paulo, de nível secundário e de média complexidade, onde foi estruturado um serviço ambulatorial integrado em Cuidados Paliativos. Considerando as demandas multiprofissionais do paciente e as dificuldades por vezes de deslocamentos para inúmeras consultas, abrangendo o olhar também para a necessidade de suporte voltado a reestruturação e sofrimento familiar, os atendimentos são realizados com o paciente acompanhado de seus familiares ou cuidador, tendo duração aproximada de uma hora. O atendimento é realizado por um grupo de profissionais composto por médico, terapeuta ocupacional, nutricionista, fonoaudióloga, psicóloga, fisioterapeuta e assistente social. A abordagem é conduzida pelo médico e a medida que são expressadas dificuldades de ordem emocional, funcional, nutricional e social vão sendo realizadas orientações e intervenções pelas demais especialidades. No período de dezembro de 2011 à agosto de 2014 foram efetivados 341 atendimentos, constituindo-se a caracterização da população em 47,21% do gênero masculino e 52,79% feminino; média de idade de 75,5anos, sendo a assistência paliativa desenvolvida com 13,8% dos pacientes com diagnósticos oncológicos e 86,2% não oncológicos. O trabalho desempenhado envolve a interlocução com o serviço de atendimento domiciliar dos municípios e encaminhamentos à rede de saúde. Das especialidades que compõem o ambulatório, quando observado necessidade de acompanhamentos terapêuticos mais específicos são realizados encaminhamentos para assistência individual na instituição ou na rede sócio assistencial a que o paciente pertence. A alta deste serviço é efetivada quando o paciente apresenta demandas direcionadas ao inferior de 3 especialidades, passando então esta assistência a ser de modo interdisciplinar; ou quando observados boa estruturação dos cuidados e controle de sintomas, sendo para tanto mantido seguimento para manutenção apenas com a clínica médica. Nesta prática ambulatorial as dificuldades vivenciadas consistem na alta taxa de absenteísmo e na estruturação da equipe nos aspectos referentes a manutenção de participação de todas as especialidades e da rotatividade profissional. Contudo, pode-se apontar que o assistencialismo envolvendo os aspectos singulares, subjetivos e clínicos do paciente vem sendo uma prática construída multiprofissionalmente, propiciando compartilhamento de saberes e permitindo qualificação da assistência no âmbito do SUS de modo mais humanizado.

Descritores: cuidados paliativos, ambulatório, equipe de assistência ao paciente

18. ESPELHO, ESPELHO MEU: A EXPERIÊNCIA DO CORPO FEMININO FRENTE AO TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA Borges, Veronica Gomes; Koenig, Anne Marise Universidade Federal do Triângulo Mineiro- UFTM, Uberaba-MG, Brasil

Introdução: o câncer de mama é caracterizado como uma doença heterogenia, por apresentar comportamentos distintos, manifestações clínicas variadas e, com isso, diferentes respostas terapêuticas (INCA, 2011). A relevância de se pesquisar sobre este tema está na relação da mama para a mulher, que historicamente é associada à feminilidade e a identidade feminina (VIEIRA; LOPES. SHIMO, 2007). Analisar a imagem corporal vai além da observação do corpo refletido ou observado pelo outro, engloba a compreensão deste, de suas histórias e significados, sendo assim, traz um significado importante para a vivência do tratamento, já que a reconstrução da identidade feminina acontecerá em relação ao seu próprio corpo e no significado de ser mulher. As mudanças na imagem corporal vivenciadas pela mulher sejam estas positivas ou negativas, reflete em sua vida, em suas relações pessoais e principalmente “ao se sentir mulher”. Objetivo: descrever e analisar a repercussão do câncer de mama para a imagem corporal da mulher. Metodologia: trata-se de um estudo qualitativo, descritivo-exploratório, de análise temática. A pesquisa foi realizada na central de quimioterapia e ambulatório de um hospital público do município de Uberaba- MG, no período de junho a julho de 2013. A amostra se deu por conveniência e foi composta por sete mulheres, separadas pelo estágio do tratamento e pós-tratamento. Resultados e discussão: todas as mulheres tiveram filhos, e destas, três relataram que os amamentaram, o que é considerado um fator de proteção contra o câncer de mama (GRANDIM et al; 2011). A cirurgia prevalente foi a retirada parcial da mama, em quatro mulheres. Após análise do material coletado, três eixos categóricos surgiram. O primeiro refere-se ao processo de mudança vivenciado pelas mulheres em relação a pensamentos, questionamentos, à beleza e ao convívio com sua imagem corporal e efeitos do tratamento. Observou-se que no início do tratamento, as mulheres encontraram dificuldade ao verem-se retratadas no espelho e como solução o evitaram. Em seu decorrer o desconforto foi amenizado, gerando a criação de estratégias para superar o momento vivido, criando satisfação com sua imagem. O segundo diz respeito a

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olhares externos, sendo que a situação mais perturbadora citada foi a queda de cabelo, em detrimento da retirada ou alteração da mama, pois tornou a doença notória para a sociedade e despertou olhares externos. A terceira refere-se às estratégias de enfrentamento encontradas para lidar com as mudanças advindas da doença e do tratamento: o uso de acessórios; o apoio social na vivência do tratamento; a fé como força impulsionadora, e também o sentimento de otimismo e pensamento positivo em relação ao momento vivenciado, superando suas próprias limitações. Considerações Finais: O estudo encontrou limitações acerca de referenciais teóricos que vinculem a Terapia Ocupacional ao câncer de mama e à imagem corporal, assim como referenciais que relatem sentimentos e vivências positivas do câncer de mama. Enfatiza-se, a imprescindibilidade de ampliar as discussões acerca do que é experienciado, para que ao passar pelo tratamento, possam sentir o que uma doença ligada a um símbolo do feminino traz, buscando formas de superá-la.

Descritores: Imagem corporal; Neoplasia de mama; feminilidade; Terapia Ocupacional

19. INTERVENÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NA DOR PÉLVICA CRÔNICA: REVISÃO SISTEMATIZADA

Bortolieiro, Raquel Verceze; Poli, Omero Benedicto Neto Departamento de Ginecologia Obstetrícia FMRP-USP

Introdução: A dor pélvica crônica se caracteriza como uma condição de difícil compreensão, cuja etiologia não é clara e é uma condição clínica frequente nas mulheres, afetando diretamente sua vida conjugal, social e profissional, o que a torna um sério problema de saúde pública. A terapia ocupacional preocupa-se principalmente com fatores psicossociais e ambientais que contribuem para a dor, para o impacto da dor na vida cotidiana do sujeito e no seu desempenho ocupacional de autocuidado, lazer e trabalho, Seus procedimentos incluem a avaliação dessa multiplicidade de fatores físicos, psicossociais e ambientais agravados pela dor, nos diversos contextos de desempenho do indivíduo. Objetivo: O estudo tem como objetivo revisar intervenções da terapia ocupacional em pacientes com dor crônica para uma possível aplicação dessas intervenções à população de mulheres com dor pélvica crônica. Métodos: foram elegíveis todos os estudos que falam sobre a terapia ocupacional e dor crônica não oncológica, que apresentaram a intervenção do terapeuta ocupacional em pacientes independente do sexo e classe da população estudada, os artigos deveriam estar na língua inglesa. A busca foi feita nos bancos de dados PUBMED e SCOPUS, com o cruzamento de dois descritores: “occupational therapy” e “chronic pain”. O período da busca realizada foi nos últimos 20 anos (1994 – 2014). A avaliação da qualidade dos estudos foi realizada pela escala de Jadad et al., (1996) que pontua os estudos com notas entre 0 a 5. Foram encontrados 387 artigos, com o refinamento passou para 88 artigos selecionados e após a leitura na íntegra dos mesmos, foram elegíveis apenas 4 artigos. Resultados e Discussão: Os 4 artigos foram descritos em uma tabela intitulada “Intervenção da terapia ocupacional em pacientes com dor crônica”, e distribuídos como artigos A, B, C e D, os mesmos apresentam diversas técnicas específica utilizadas: “exercícios ativos”, “exercícios passivos”, “exercícios de resistência”, “pacing” e “enfrentamento”. A escala de Jadad apresentou pontuação 5 em apenas dois artigos, pontuação 3 em um artigo e 1 em um artigo. Conclusão: Foram identificadas cinco técnicas como possíveis intervenções no manejo da dor crônica, além disso, nossa revisão mostra que as informações disponíveis em bases de dados internacionais sobre as intervenções da terapia ocupacional em sujeitos com dor crônica ainda são escassas e com um grau muito heterogêneo de qualidade. Considerando a plausibilidade da intervenção e seus efeitos sobre a dor e a própria vida do sujeito, julgamos necessário o delineamento sistematizado de mais estudos sobre o tema com urgência. De qualquer modo, acreditamos ser perfeitamente factível que essas intervenções sejam propostas a mulheres com dor pélvica crônica, uma vez que todas podem ser aplicadas nesse tipo de paciente.

Descritores: “occupational therapy”, “chronic pain”

20. A CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS SINGULARES PARA A PRODUÇÃO DE CUIDADO EM ATENÇÃO HOSPITALAR DE NEONATOS, CRIANÇAS, ADOLESCENTES E CUIDADORES Braga, Cláudia Pellegrini; Amaro, Jéssica Moscatelli; Annunciato, Bruna Pascarelli ; Galheigo, Sandra Maria Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Curso de Terapia Ocupacional do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: A experiência de situações de adoecimento e hospitalização traz impactos importantes ao território existencial de crianças, adolescentes e seus cuidadores familiares ou substitutos, indicando a necessidade de atenção em terapia ocupacional sob a perspectiva da integralidade e da humanização do cuidado, e a construção de uma atenção interdisciplinar, intersetorial e em rede. Ademais, a singularidade das necessidades e das demandas, as respostas individuais e institucionais produzidas, e as problemáticas dos contextos de vida apresentados trazem desafios para a construção do trabalho terapeuta ocupacional porque requer sensibilidade, crítica e inventividade na produção de cuidado. Objetivo: Apresentar e refletir sobre o cuidado oferecido pela terapia ocupacional em uma unidade de neonatologia e em uma enfermaria pediátrica em um hospital de média complexidade. Método: Apresentar quatro cenas-acontecimentos, construídas a partir da análise documental de registros de atendimento de projeto de extensão em hospital universitário. Resultados: A assistência oferecida no projeto de extensão é construída como um trabalho vivo em ato a partir de uma leitura sensível e problematizada das

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demandas e necessidades de cuidado apresentadas pelos sujeitos, em uma atenção usuário-centrada. As atividades desenvolvidas visam lidar com o impacto da situação de hospitalização e de adoecimento vivenciado pelos bebês, crianças, adolescentes e seus cuidadores familiares ou substitutos. Busca-se promover o acolhimento, a apropriação do processo saúde-doença-cuidado, a apropriação material, subjetiva e afetiva do espaço hospitalar, o desenvolvimento do protagonismo no processo do cuidado de si e do outro, e a articulação da rede de serviços e de suporte social pós-alta. As atividades são desenvolvidas em três eixos de cuidado com especificidades próprias: Ninar: atenção focalizada aos bebês e aos cuidadores, visando a ampliação de repertórios de cuidado e o favorecimento do desenvolvimento global; Aquarela: atenção focalizada a crianças e adolescentes de dois a catorze anos cujas demandas de saúde são marcadas pela intensidade, cronicidade ou gravidade dos acontecimentos que sofrem, ou das respostas pessoais e familiares dadas a esse processo; Teias: propiciar convivência e cotidianidade diferenciada no espaço hospitalar, ludicidade infanto-juvenil, e rede de sustentabilidade relacional durante a internação. Discussão: A complexidade do cuidado em uma enfermaria pediátrica e em uma unidade de neonatologia em um hospital de média complexidade requer por parte do terapeuta ocupacional uma leitura crítica e reflexiva permanente acerca do cenário apresentado e das relações envolvidas. Portanto, ações procedimento-centradas e protocolos de atendimento padronizados são inadequados, pois insuficientes para responder a demandas e a necessidades singulares apresentadas pelos sujeitos em um contexto constante de vulnerabilidade e fragilidade da atenção intersetorial em rede e das redes sociais de suporte. Conclusão: A atenção produzida em contextos de significativa vulnerabilização, demanda por parte do terapeuta ocupacional uma postura inventiva para a criação artesanal de projetos singulares de atenção.

Descritores: assistência hospitalar; cuidado; atitudes e práticas em saúde

21. O DESEMPENHO OCUPACIONAL DURANTE A INTERNAÇÃO HOSPITAL: TREINO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA Braga, Marcela Aline Fernandes; Nunes, Ciomara Maria Perez Hospital Risoleta Tolentino Neves

O acidente vascular encefálico (AVE) pode cursar com comprometimentos diversos e gerar incapacidades variadas na realização das atividades de vida diária (AVD). Após quadro agudo, é preciso mensurar o desempenho nas AVD`s por observação, para mensuração objetiva das mesmas. Assim, os pacientes internados na Unidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE) do Hospital Risoleta Neves são avaliados na admissão com o protocolo para quantificação da assistência requerida do desempenho motor e cognitivo de atividades diárias através da Medida de Independência Funcional (MIF). Nos meses de Janeiro a Maio, foram avaliados 138 pacientes dos quais, 5% necessitavam de assistência total nas AVD´s, 41,3% dos pacientes apresentava dependência modificada com necessidade de assistência em até 50% das tarefas, 18,8% necessitavam de assistência em até 25% das tarefas e apenas 32,6% estavam independentes para as mesmas. Durante a internação, foram realizados os treinamentos funcionais nas AVD´s com 65,2% dos pacientes nas tarefas da MIF que obtiveram as menores notas. Os treinos acontecem no leito, no banheiro e no espaço físico da enfermaria. Durante os treinos são verificadas necessidades de adaptação de tarefa ou do ambiente, o uso das barras ou dispositivos de auxílio, a segurança e velocidade de desempenho. O treino no ambiente hospitalar conta com facilitadores e barreiras. A presença de barras no banheiro, corredores e escadas, presença do profissional durante a execução das atividades, como no banho, por exemplo, garante a segurança do paciente e prevenção de quedas. Já para treinos de continência e transferência que requerem participação e adesão da equipe de assistência direta ao paciente, pouco se tem adesão visto que o número de técnicos de enfermagem é restrito e fazer pelo paciente é mais rápido e ágil do que solicitar sua participação para otimizar sua autonomia. No caso da continência é frequente a opção pelo uso permanente de fraldas. Assim, o impacto da nova condição de saúde após o AVE é sempre avaliada e o seu treinamento proposto de acordo com seu impacto, porém há barreiras e facilitadores no contexto hospitalar que permitiram maior participação e autonomia do paciente e outras que a melhor opção é a educação do familiar e cuidador para treinamento quando possível neste contexto.

Descritores: Acidente Vascular Cerebral, Atividades de vida diária

22. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELA TERAPIA OCUPACIONAL NA UAVE DO HOSPITAL RISOLETA NEVES Braga, Marcela Aline Fernandes; Nunes, Ciomara Maria Perez; Barini, Caroline Hospital Risoleta Tolentino Neves

Para fazer inferências sobre a população atendida é preciso conhecer a mesma e a melhor forma de fazê-lo é identificando suas características que influencie na intervenção. Foi realizado levantamento dos prontuários de pacientes atendidos na unidade de acidente vascular encefálico (AVE) atendidos pelas profissionais, acadêmicos e residentes entre os meses de Janeiro de Maio de 2014. Foi atendido um total de 197 pacientes, a média de idade era de 63,15 anos, a média de escolaridade de 4,2 anos e a maior parte, 53,6% estavam aposentados e 18% era

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pensionista, dona de casa ou desempregado. 12% apresentavam atividade produtiva autônoma e 14% apresentavam vínculo formal de trabalho. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi a comorbidade mais presente com 71% e a diabetes mielitus (DM) 28,9%. O tabagismo foi bastante presente na amostra, 17,7% e o relato de ser etilista aconteceu espontaneamente em 9,6%. Comorbidades de origem cardíaca como insuficiência cardíaca, chagas, infarto agudo do miocárdio foram encontradas em 17% dos pacientes e outras comorbidades como insuficiência renal, DPOC e doenças neurodegenerativas somam 13%. Foi o primeiro episódio de AVE para 74% dos pacientes, 19,2 % tiveram o segundo evento e apenas 6,5% apresentaram 03 ou mais episódios. Por se tratar de uma Unidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE) em hospital público de referência da região norte e metropolitana de Belo Horizonte, a população comumente atendida é composta de idosos com baixo nível de escolaridade. As comorbidades são bastante comuns e em geral são múltiplas em um mesmo paciente, assim é comum encontrarmos um idoso que apresenta HAS e DM. Muito comum acontecer dos pacientes terem estes diagnósticos realizados no momento da internação. É um campo importante de intervenção para os Acadêmicos de Terapia Ocupacional (TO) bem como a Residência do idoso visto que os mesmos apresentam características bastante próprias desta faixa etária, como a presença das comorbidades, o que permite aprofundamento teórico e prático para os mesmos. Pela grande rotatividade dos pacientes, é uma experiência significativa aos TOs que precisam iniciar processo de reabilitação, orientar quanto à continuidade do cuidado na rede e iniciar intervenção educativa dos pacientes e familiares, bem como destacar importância dos cuidados específicos de cada caso. Por se tratar de uma unidade específica de AVE em que a população é constituída basicamente por idosos com baixa escolaridade e com presença de muitas comorbidades, a mesma permite aprofundar o conhecimento e contribui para a formação dos residentes e acadêmicos que se interessam por esta faixa etária de pacientes visto que as variáveis são bastante complexas e muitas delas interferem diretamente na conduta a ser adotada no raciocínio clínico e para alta hospitalar no qual o encaminhamento para rede se faz fundamental.

Descritores: Terapia ocupacional, Acidente Vascular Cerebral

23. TERAPIA OCUPACIONAL E GRUPO DE MÃES DA UTI NEONATAL: HUMANIZANDO A RELAÇÃO MATERNO-INFANTIL Camargo, Maria José Gugelmin; Kawamura, Aline Costa de Sousa; Krameck, Karine Universidade Federal do Paraná, HC-UFPR

As Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTINs) caracterizam-se pela assistência prestada a recém-nascidos em risco iminente de vida com objetivo de melhorar seu estado de saúde mediante a utilização de procedimentos muitas vezes complexos e invasivos (1). As mães dos bebês internados formam um binômio mãe-bebê e geralmente permanecem grande parte de seu dia no ambiente hospitalar, sofrendo quebra de sua rotina anterior e afastamento da vida familiar (1). Ademais, a internação do recém-nascido na UTI Neonatal pode levar a dificuldades de estabelecimento de vínculo entre mãe e neonato devido aos procedimentos realizados e as regras institucionais (2). Advém daí a importância de cuidar desta população de mães a partir de uma assistência integral que perpasse o mero cuidado clínico, atuando no processo de formação da afetividade entre mãe-bebê e sentimentos e comportamentos adaptativos referentes ao enfrentamento deste processo. Para tanto, utilizou-se nesse ambiente a metodologia de Grupo de Atividades com propósito terapêutico específico (3). Dentre os objetivos assistenciais trabalhados no grupo de Mães da UTIN, destacam-se: Favorecer a troca de experiências e de informações entre as mães; Facilitar a adaptação ao contexto hospitalar e o enfrentamento das situações de ruptura do cotidiano devido a hospitalização; Contribuir para a humanização da relações interpessoais. O atendimento em grupo é realizado com mães da UTIN do Hospital de Clínicas da UFPR, considerando as acompanhantes de todos os níveis de atenção ao recém-nascido: Unidade de alto risco, de Risco Intermediário e a Unidade de Cuidado Intermediário Canguru. Este grupo caracteriza-se como permanente, aberto e homogêneo (3), acontecendo semanalmente, com duração de uma hora e contando com a participação voluntária das mães que encontram-se na unidade. As mães são convidadas a participar do grupo durante atendimentos individuais e antes de cada encontro do grupo. O processo de grupo acontece subdividido em três etapas. Na etapa 1 é realizado o acolhimento e a apresentação das participantes – mães, terapeuta e co-terapeuta – ambientando as participantes e proporcionando o princípio da vinculação ao grupo. A etapa 2 caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma atividade proposta às mães. As atividades variam entre os encontros, podendo caracterizar atividades expressivas, manuais e dinâmicas de grupo. Ao final, a etapa 3 caracteriza-se pela reflexão e troca de experiência entre as participantes em relação a atividade desenvolvida da etapa 2. O grupo de mães da UTIN constitui-se como um espaço de troca de experiências e expressão de sentimentos frente ao processo de hospitalização. Essa metodologia contribui para a adaptação à rotina hospitalar e o aumento da presença e participação da mãe na unidade. Observa-se que o grupo proporciona a formação de vínculo entre as mães e o estabelecimento de uma nova rede de apoio intra-hospitalar. Além disso, o envolvimento social entre as mães facilita a vinculação ao grupo. Destaca-se que algumas mães apresentam resistência a adesão no grupo, justificando que priorizam os cuidados dirigidos à seus bebês. Percebe-se, portanto, que parte da população alvo da nossa intervenção não se reconhece como sujeito foco de acolhimento e cuidados por parte da equipe de saúde. Questão que deve ser debatida entre profissionais da unidade, devido a importância

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de todos os membros da equipe valorizarem a participação das mães em todas as etapas de cuidado empregados aos bebês.

Descritores: Terapia Ocupacional; Relações Mãe-Filho; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal

24. TERAPIA OCUPACIONAL NA ASSISTÊNCIA EM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA Cardinal, Ana Carolina; Teixeira, Natalia de Andrade; Bianchin, Maysa Alahmar Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto

O câncer infantil corresponde a um grupo de doenças que tem em comum a proliferação descontrolada de células anormais que podem ocorrer em qualquer tecido. Durante as últimas décadas houve um avanço significativo no desenvolvimento do tratamento do câncer infantil, tendo-se estimada uma chance de 70% de cura das crianças acometidas, se diagnosticadas e tratadas precocemente, podendo ter uma boa qualidade de vida após o tratamento adequado. Com isso, são de suma importância, para o controle dessa situação e obtenção de melhores resultados, ações de saúde específicas, como organização da rede de atenção e desenvolvimento das estratégias de diagnóstico e tratamento (INCA, 2010). O câncer demanda um tratamento longo e doloroso, e apesar dos avanços da medicina, o tratamento e o acompanhamento são desgastantes e cansativos. O objetivo deste trabalho é descrever e discutir a atuação da Terapia Ocupacional na assistência aos pacientes de um serviço de Oncologia Pediátrica em seu seguimento ambulatorial, por meio de um relato de experiência acerca das ações desenvolvidas. Estas ações incluem grupos semanais realizados na sala de espera/brinquedoteca de um serviço ambulatorial de Oncologia Pediátrica, além do acompanhamento durante as consultas médicas e seguimento durante os períodos de internação, com atendimentos individuais e familiares tanto no leito quanto na brinquedoteca, visto que a hospitalização causa limitações como afastamento de sua rotina e dos familiares, medos quanto a procedimentos invasivos, fazendo-se necessária a atuação do terapeuta ocupacional. Os grupos são terapêuticos e abertos, visando a socialização, troca de experiências, amenização dos impactos emocionais da doença através do brincar e diálogo, incluindo escuta, acolhimento e orientação, levando em consideração que a família da criança também necessita ser acolhida e receber um atendimento humanizado. Através dos grupos é possível perceber a melhora nos relacionamentos interpessoais, a troca de experiências, bem como a propiciação de momentos agradáveis e saudáveis. Além disso, é oferecida maior segurança e permite-se a criação de vínculo com toda uma equipe, já que os pacientes passam pelas consultas acompanhados por uma equipe multiprofissional, a qual conta com a participação de Médicos, Assistente Social, Psicólogos, Dentista e Terapeutas Ocupacionais. Durante o tratamento, a criança vivencia momentos que interferem em sua rotina familiar, seu desenvolvimento e principalmente em seus papéis ocupacionais. Portanto, é de fundamental importância a atuação terapêutica ocupacional, no contexto desta equipe, e dos demais profissionais, em um seguimento em todas as fases do tratamento – ambulatório e internação –, sendo visíveis os benefícios trazidos e a necessidade de ofertar atendimentos cada vez mais humanizados.

Descritores: Terapia Ocupacional; Oncologia; Pediatria

25. ATENÇÃO A PACIENTES EM SERVIÇO DE CUIDADOS PALIATIVOS DE HOSPITAL DE ELEVADA COMPLEXIDADE

Cardoso, Renata Carvalho; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues Do Prado; Rezende, Gabriela; Gomes Cristiane, Aparecida; Neves, Fernanda Ribeiro Correia Bianchi Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo

Introdução: Segundo a International Association for Hospice & Palliative Care, há apenas 97 instituições, hospices e organizações de Cuidados Paliativos na América Latina. Apesar da demanda crescente nos serviços de saúde de pacientes com doenças crônico-degenerativas potencialmente fatais, há poucos serviços de Cuidados Paliativos no Brasil. Objetivo: Analisar o processo de implantação de um serviço de Cuidados Paliativos, apresentar o perfil dos pacientes atendidos e as possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos em contexto hospitalar. Material e métodos: Estudo analítico-descritivo sobre um serviço multiprofissional de Cuidados Paliativos, de um hospital público, universitário, de grande porte e elevada complexidade, localizado no interior do Estado de São Paulo. Para a configuração do perfil dos pacientes atendidos, foi analisado o banco de dados do serviço, relativos ao período de agosto de 2010 (quando o serviço foi implantado) a maio de 2014. A população total atendida (N=1231 pacientes) foi divida em três grupos / períodos: P1- de 31/08/10 a 29/11/11 (n1= 357); P2- 30/11/11 a 27/02/13 (n2= 431) e P3- 28/02/13 a 27/05/14 (n3= 443). Resultados: Houve predomínio da população na faixa etária dos 60-70 anos, com idade média foi de 62,83 anos, predomínio da população masculina (58%) e de baixa escolaridade (12% são analfabetos, 42% possuem o fundamental incompleto). A média mensal de pacientes atendidos passou de 23,80/mês (P1) para 28,73/mês (P2) e 29,53/mês (P3). Quanto às modalidades de acompanhamento, no primeiro período predominou a atenção ambulatorial (54,3%, 35,8% hospitalar e 7,8% domiciliar) enquanto que nos períodos 2 e 3 houve um maior equilíbrio entre as modalidades hospitalar e ambulatorial (30,4% P1 e 31,6% P2) e em menor proporção o atendimento domiciliar e grupos de apoio. Em relação ao motivo do encaminhamento, houve aumento da demanda oncológica (de 81% P1 para 90% em P3) e redução do

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encaminhamento por HIV/AIDS (de 4% em P1 para 0,2% em P3), enquanto novas clínicas passaram a solicitar atendimento por Pedido de Interconsulta (PI), como em casos de Insuficiência cardíaca e Alzheimer. Dentre os casos oncológicos atendidos, o câncer de cabeça e pescoço foi o mais frequente, embora com demanda descrescente (25% P1 e 13% P3), seguido pelo câncer de intestino (8,3%), pulmão (7,9%), mama (7,7%), estômago (7%), fígado (6%), e próstata (4,5%), que tiveram demanda crescente de ao longo do tempo. Uma terapeuta ocupacional foi contratada juntamente com a implantação do serviço e está inserida em todas as modalidades de atendimento oferecidas pelo serviço. Conclusão: Identificou-se demanda significativa e crescente de pacientes idosos com quadros oncológicos em Cuidados Paliativos e expansão da abrangência do serviço para outras clínicas do hospital. O serviço conta com uma equipe multiprofissional, na qual a Terapia Ocupacional insere-se nas diferentes modalidades assistenciais, mas precisa reafirmar constantemente seu papel e lugar, na promoção de bem-estar e qualidade de vida. Contudo, serviços isolados não podem resolver o atendimento à população, o que aponta a necessidade de implantação de novos serviços de Cuidados Paliativos, inclusive extra-hospitalares (Atenção Básica), bem como o estabelecimento de Políticas Públicas de saúde voltadas para esta população.

Descritores: Terapia Ocupacional, Cuidados Paliativos

26. CUIDADOS PALIATIVOS ONCOLÓGICOS: UMA REVISÃO DOS ARTIGOS PUBLICADOS NO BRASIL Cavalcante, Aline da Cruz; Maués, Nayara Caroline Silva; Castro, Gisely Gabrielli Avelar Universidade do Estado do Pará

Os cuidados paliativos (CP) é uma forma de cuidar que propõem a melhora da qualidade do viver do paciente e de seus familiares, busca ações terapêuticas com a prioridade do alívio de sintomas estabelecendo-se uma rede de suporte de acolhimento e proteção. O câncer é caracterizado pelo crescimento anormal de células e tecidos, tem etiologia ainda desconhecida, é relacionado a intensa dor, sofrimento, mutilações físicas e psíquicas. Neste sentido, realizar um levantamento de publicações científicas nacional acerca dos Cuidados Paliativos Oncológicos(CPO) se faz necessário para conhecer o cenário de pesquisas neste contexto, chamando atenção para a terapia ocupacional. O objetivo desta pesquisa foi identificar e avaliar a produção nacional de artigos em CPO, com interesse em identificar as possibilidades da terapia ocupacional nesse contexto. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada a partir do levantamento Dos artigos dispostos no Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), nos últimos 12 anos (2002 a 2013). Para pesquisar os resumos em português na base de dados, foi utilizada a expressão “cuidados paliativos oncológicos”. Os achados apontaram 46 artigos, dos quais 15 (48,38%) foram descartados por estarem repetidos, assim totalizando uma amostra de 31 artigos, que correspondeu a 67,39% do total, os quais foram utilizados nesta pesquisa. Quanto aos anos de publicação, os anos de 2007 e 2012 foram os anos que mais obtiveram pesquisa neste campo, sendo 8(17,39%) em cada um, o ano de 2008 foi o que esteve com menor número de publicações em CPO, em número de 3(6,52%), e vale ressaltar que nos anos de 2003, 2004 e 2005 não houve nenhuma pesquisa. A área de conhecimento “enfermagem” se apresentou como maior produtora de publicações neste campo (13=41,93%), seguida de medicina (5=16,12%), psicologia (2=6,45%), fisioterapia (2=6,45%), nutrição (4=12,90%) e farmácia (1=3,22%). Em relação ao Enfoque Teórico, verificou-se que a dominância é da Abordagem Centrada na Pessoa(ACP) sendo 16(51,61%) das publicações encontradas. A instituição que se destacou no desenvolvimento de pesquisas sobre CPO foi a Universidade Federal do Rio Grande do Sul com 3 artigos (9,67%), em seguida a Universidade Federal do Paraná e Universidade Federal do Rio de Janeiro ambas com 2(6,45%). As regiões do país com maior número de Instituições que desenvolveram estudos no contexto dos CPO foram as regiões Sudeste e Sul, ambas com 13 artigos (41,93%), uma vez que nessas regiões são encontradas os maiores serviços e associações de CP. Na região Nordeste 1(3,22%) artigo, na região Centro-oeste 4(12,90%) artigos, e nenhum realizado na região Norte. Considera-se que esse levantamento de dados, bem como todos os demais realizados são fundamentais para instigar o interesse de pesquisadores e instituições para realização de pesquisas no contexto de CPO e na área da terapia ocupacional, visto ser um campo do conhecimento que pode contribuir significativamente no tratamento em CPO, portanto, faz-se necessário mais publicações de terapia ocupacional em CP, principalmente em oncologia, pois como ficou explícito neste levantamentos nos últimos anos, não houve publicação na área.

Descritores: Cuidados Paliativos; Oncologia, Terapia Ocupacional

27. TERAPIA OCUPACIONAL: A LEITURA COMO RECURSO HUMANIZADO DE INTERVENÇÃO HOSPITALAR Cavalcante, Aline da Cruz; Maués, Nayara Caroline Silva; Damasceno, Ana Carolina de Souza, Nascimento, Zelito dos Anjos Filho; Matos, Clévia Dantas Luz Universidade do Estado do Pará, Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

A hospitalização muitas vezes acarreta conflitos, angustias e ansiedade que afetam a rotina do indivíduo como um todo devido as diferentes experiências vividas dentro deste contexto. Tornar o hospital um ambiente humanizado é fundamental para minimizar os efeitos adversos da hospitalização. Humanizar está relacionado a valorização do ser humano, sua história, características, singularidades, significa muito mais do que tornar humano, representa uma ação solidária que promove o cuidar. O ato de humanizar pode ser compreendido através de uma

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ótica de resgate do respeito à vida humana nos diversos contextos. Nesse sentido, a leitura aparece como recurso humanizador no ambiente hospitalar, pois oferece além do prazer do texto, por apropriação e projeção, a possibilidade de descobrir segurança material e emocional, além de uma catarse dos conflitos e agressividade, um sentimento de pertencimento, amor, engajamento na ação, valores individuais, superação das dificuldades. A leitura pode ser acrescida de outras formas de se apresentar, ou seja, é possível recorrer a vídeos, gravações, filmes, teatros possibilitando colocar o paciente em contato com as emoções que a história pode proporcionar. Dentro deste cenário, ressalta-se a contribuição da Terapia Ocupacional com o trabalho direcionado para o desenvolvimento de intervenções promotoras de desempenho funcional/ocupacional e qualidade de vida durante a hospitalização, como o enfrentamento de dificuldades emocionais, físicas e/ou intelectuais. Sendo assim, tem-se como objetivo favorecer aspectos biopsicossociais emergentes ao adoecimento e ao processo de hospitalização amenizando os impactos do ambiente hospitalar, resgatando os valores através de histórias; atribuir ressignificado ao período de hospitalização; promover melhoria na qualidade de vida do paciente, bem como estimular seu desenvolvimento integral, contribuindo para expansão de seus conhecimentos, estimulando a capacidade criadora e expressividade. Para esta realização um grupo de voluntários acadêmicos de terapia ocupacional realizam ações de humanização nas enfermarias de um hospital de referência no Pará. As ações ocorrem às sextas-feiras, no horário de 14h às 18h, com leituras de livros, teatros, vídeos, filmes, dentre outros, utilizando como recursos materiais livros, jornais, revistas, cola, tesoura, papel A4, lápis de cor, canetas hidrocores, aparelho de DVD, televisão, roupas para peças teatrais, som, CD’s. O público alvo são todas as pessoas que estão internadas nas enfermarias escolhidas, desde crianças a idosos de ambos os sexos. Ao final, realiza-se um feedback acerca da atividade realizada, e de como a mesma foi significativa para os pacientes participantes. Durante as ações observa-se grande aceitação e envolvimento por parte dos participantes, aumento da autoestima e bem estar principalmente nos dias de ação, favorece de forma significativa a reflexão acerca do processo de internação e adoecimento, e a interação entre pacientes, acompanhantes e profissionais, bem como resgate de valores culturais e pessoais. Portanto pode-se considerar que a leitura permite recriar, vivenciar, (re)descobrir, experimentar o universo de emoções e imaginações, além de propiciar um momento para compartilhamento de histórias. É preciso “(re)humanizar” e reestruturar o cotidiano de trabalho dentro do hospital assim como os cuidados prestados pelos profissionais, criando novos espaços de convivência e novas atividades em espaços diferenciados, dentro da mesma estrutura institucional.

Descritores: Terapia Ocupacional; Hospitalização; Leitura

28. IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL NA ENFERMARIA DE NEUROLOGIA CLÍNICA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Conti, Juliana; Credidio, Roberta Abduch Rolim; Oyama, Larissa Rodrigues Leite; Lancman, Selma Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina da USP

Introdução: Os indivíduos que seguem internados na enfermaria de Neurologia Clínica que necessitam de acompanhamento de Terapia Ocupacional, pois frequentemente apresentam decorrente dos diversos tipos de acometimentos à saúde, alterações significativas em seu desempenho ocupacional. Geralmente são pacientes admitidos para diagnóstico de uma lesão ou doença neurológica, que necessitam de uma intervenção pontual ou até mesmo de seguimento de reabilitação. Objetivo: Descrever o planejamento e implantação de serviço de Terapia Ocupacional na Enfermaria de Neurologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Casuística e método: A implantação do serviço nesta enfermaria faz parte de um projeto maior, a implantação de um Serviço de Terapia Ocupacional no Instituto Central do Hospital das Clínicas - FMUSP. Para esta enfermaria foi contratada uma Terapeuta Ocupacional que permanece por 10 horas semanais (divididas em três dias na semana). A atuação da Terapia Ocupacional dentro desta enfermaria tem como enfoque: avaliação e confecção de órteses de membro superior; prescrição, adaptação e dispensação de cadeira de rodas, prescrição de cadeira de banho; estímulo e orientação da execução das atividades de vida diária e indicação de utensílios adaptados, adequação ambiental para alta; orientações de estímulo cognitivo para favorecer a execução das atividades diárias. Resultado: A Terapeuta Ocupacional foi apresentada aos chefes dos serviços contemplados para que pudessem iniciar a sua atuação. Para que fossem reconhecidas as ações e possíveis intervenções do terapeuta ocupacional, foram adotadas as seguintes estratégias: estabelecidos e divulgados critérios de indicação para encaminhamento de pacientes. Foi elaborado um fluxo para atendimento e discutido com os demais membros da equipe multidisciplinar, a partir deste fluxo iniciaram os atendimentos. Atualmente a Terapeuta Ocupacional é reconhecida como membro da equipe, participa das reuniões multidisciplinares, além de atuar no acompanhamento da internação, alta hospitalar e seguimento ambulatorial. Discussão: A atuação do terapeuta ocupacional nesta enfermaria esta baseada intervenções pontuais para a melhora do quadro clínico, considerando as questões funcionais, físicas e cognitivas, orientações para o paciente e seu familiar com o planejamento para a alta hospitalar e retorno para casa. Conclusões: O projeto e implantação do serviço de Terapia Ocupacional em hospital de alta complexidade demonstraram, em curto período de tempo, um reconhecimento da equipe multidisciplinar, nas diversas clínicas e a atuação da terapêutica ocupacional com os diversos enfoques com o objetivo da melhora funcional dos pacientes.

Descritores: Terapia Ocupacional; Hospital; Projetos

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29. INDICADORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL (IRDIS) COMO FORMA DE AVALIAÇÃO PARA BEBÊS Corneau, Graciela Carneiro; Souza, Ana Paula Ramos; Peruzzolo, Dani Laura; Barbosa, Deise; Beltrame, Vitória Hoerbe Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Os cursos de Fonoaudiologia e Terapia ocupacional de uma universidade federal do Rio Grande do Sul criaram um programa de extensão que oferece atendimento clínico em intervenção precoce, desde o ano de 2011. Neste período as docentes dos cursos organizaram uma equipe composta também por fisioterapeutas e psicólogos e que acolhe alunos da graduação e pós-graduação. Este programa definiu estratégias como o terapeuta único sustentada por equipe interdisciplinar. Entre os protocolos utilizados para avaliação, destacam-se os Indicadores de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDIs). Este trabalho tem o objetivo de apresentar os IRDIs como instrumento para avaliação de risco a atraso no desenvolvimento e atraso psíquico. Trata-se de um estudo conceitual com revisão bibliográfica de artigos que anunciam a utilização e eficácia do uso dos IRDIs. Após formação e treinamento para uso em núcleos de saúde da cidade, também seu uso constante nos ambulatórios de referência da universidade e em pesquisas, os IRDIS estão sendo utilizados com eficácia para o diagnóstico e encaminhamentos precoces. Partindo desses indicadores, a criança é acompanhada ou submetida a tratamento, minimizando a instalação de seqüelas relativas à patologia. Os IRDIs foram elaborados em uma pesquisa brasileira, durante os anos de 2004 a 2008. Os pesquisadores elencaram dezoito IRDIs para avaliar bebês e diagnosticar a existência ou não de risco ao desenvolvimento e risco psíquico nos primeiros 18 meses de vida. Partindo de quatro eixos, elaborados a partir de referenciais psicanalíticos, a pesquisa identificou dezoito itens eficazes para indicação de risco, que são: estabelecimento de demanda da criança, com indicadores 1 e 3 entre 0 a 4 meses; 6,7 e 8 entre 4 a 8 meses; 9,10,13 e 14 entre 8 a 12 meses; 15 e 16 entre 12 a 18 meses; suposição de sujeito, com indicadores 1,2, e 5 entre 0 a 4 meses; 9 e 11 entre 8 a 12 meses; alternância entre presença-ausência pela mãe, nos indicadores 4 e 5 entre 0 a 4 meses; 8 entre 4 a 8 meses; 11entre 8 a 12 meses; presença de função paterna, nos indicadores; 12 entre 8 a 12 meses; 15,16,17 e 18 entre 12 a 18 meses.A ausência de mais de um indicador coloca o avaliador em alerta para encaminhar o bebê para acompanhamento. Os IRIDs são um instrumento eficaz na detecção de bebês que enfrentam problemas para desenvolverem-se, contribuindo para uma intervenção anterior à instalação de patologias, podendo ser instituído como instrumento na rotina de agentes de saúde.

Descritores: Indicadores; Desenvolvimento Infantil; Risco Psíquico

30. PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM HOSPITAL DE ALTA COMPLEXIDADE Credidio, Roberta Abduch Rolim; Oyama, Larissa Rodrigues Leite; Conti, Juliana; Abrão, Camila; Lancman, Selma Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: Os indivíduos que necessitam realizar acompanhamento ambulatorial ou em internação em um hospital de alta complexidade, frequentemente apresentam, decorrente dos diversos tipos de acometimentos à saúde, alterações significativas em seu desempenho ocupacional. Com base nesta premissa, foi realizado um projeto de implantação de serviço de Terapia Ocupacional. Objetivo: Descrever o planejamento e implantação de serviço de Terapia Ocupacional em hospital de alta complexidade. Casuística e método: O projeto de implantação de serviço teve como planejamento inicial, a contratação de quatro terapeutas ocupacionais para atuação direta em clínicas selecionadas de maior demanda, com uma estimativa de faturamento / atendimento e dispensação de órteses, próteses e materiais especiais (OPME) para a análise após um ano. A abrangência do atendimento terapêutico ocupacional incluiu internação e ambulatórios, dentre eles: Enfermaria da Neurologia Clínica, Neurovascular e Vascular; UTI de Trauma e Anestesiologia e Ambulatórios de Reumatologia (com diagnóstico de Artrite Reumatóide), Dermatologia (com diagnóstico de Hanseníase), Cirurgia Vascular (amputações) e Neurologia (com diagnósticos de Esclerose Lateral Amiotrófica, Distrofia Muscular de Duchenne, Demências, Acidente Vascular Encefálico e Doenças Extrapiramidais). Resultado: Após a contratação das terapeutas ocupacionais, estas foram direcionadas aos responsáveis dos serviços contemplados para iniciar a sua atuação. Para que fossem reconhecidas as ações e possíveis intervenções do terapeuta ocupacional, foram adotadas as seguintes estratégias: estabelecidos e divulgados critérios de indicação para encaminhamento de pacientes, conforme especificidade de cada clínica; ministrada aula expositiva com objetivo de elucidar e possibilitar meio de discussão entre os profissionais e elaborado projeto de inserção da Terapia Ocupacional, de acordo com as demandas encontradas nos serviços. A atuação das terapeutas, em conjunto com a educação continuada e constante dos profissionais da equipe de saúde, teve como resultado, em tempo breve, o reconhecimento da equipe, com encaminhamentos de pacientes, reconhecidas suas disfunções ocupacionais e a atuação também em ambulatório médico com sala própria para atendimento, otimizando o trabalho multidisciplinar e garantindo o acompanhamento do paciente que necessita desta intervenção. Discussão: A atuação do terapeuta ocupacional em hospital de alta complexidade possibilita aos pacientes intervenções pontuais para a melhora do quadro clínico, considerando as questões funcionais, físicas e

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cognitivas, orientações para o paciente e seu cuidador / familiar / responsável e o direcionamento para o seguimento de sua reabilitação. Neste âmbito, o Terapeuta Ocupacional é o profissional que contribui significativamente para que sejam feitas as adaptações necessárias e aproveitadas as capacidades do paciente para que sua reabilitação, em contexto hospitalar, tenha menor impacto funcional possível, preservando sua autonomia e independência. Conclusões: O projeto e implantação do serviço de Terapia Ocupacional em hospital de alta complexidade demonstraram, em curto período de tempo, um reconhecimento da equipe multidisciplinar, nas diversas clínicas e a atuação da terapêutica ocupacional com os diversos enfoques com o objetivo da melhora funcional dos pacientes.

Descritores: Terapia Ocupacional; Hospital; Projetos

31. O ESTÁGIO DE 4º. ANO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL ESCOLA: A EXPERIÊNCIA DE UM LOCAL NO QUAL O TRABALHO SE DÁ DE FORMA INTERDISCIPLINAR Crippa, Joyce Nunes; Ulrich, Natália Moreno; Santos, Claudia Aline Valente; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian Departamento de Terapia Ocupacional da UFSCar

Introdução: A constituição e legitimação das práticas dos terapeutas ocupacionais em contextos hospitalares é um processo histórico em contínua construção. Somando-se a essa situação, atualmente se verifica a tentativa de cuidar do indivíduo de forma integral o que implica a constituição de ações de cuidado interdisciplinares. Objetivo: Este trabalho objetiva descrever e refletir sobre a experiência de estágio de graduação em terapia ocupacional, na área de contexto hospitalar, baseado em ações de cuidado integral e ampliado. Método: O estágio foi vivenciado por três acadêmicas do penúltimo ano do curso, durante o período de quatro meses e com carga horária distribuída ao longo da semana. Os casos atendidos e as experiências vivenciadas foram registrados, lidos e relidos, buscando-se identificar as ações nas quais o cuidado integral e ampliado eram mais evidentes e os processos e procedimentos que estavam envolvidos. Resultados: Nota-se a importância de um trabalho interdisciplinar neste tipo de serviço para que o atendimento e o cuidado ao indivíduo seja feito de maneira integral. Esse trabalho é realizado por meio de sessões clínicas, nas quais são discutidos os casos com todos os profissionais da equipe presentes na reunião e são tomadas decisões quanto às posturas e procedimentos técnicos a serem adotados por cada membro da equipe. Além disso, são realizados diversos encaminhamentos para os serviços da cidade. Os mesmos são realizados pela equipe matricial após as reflexões sobre o caso. Cabe ressaltar também os atendimentos individuais e em grupos realizados pelas alunas conjuntamente com outros membros da equipe objetivando ampliar o cuidado do indivíduo em questão. Conclusão: Com essa experiência, as alunas compreenderam a importância da realização de um trabalho em equipe, contando com profissionais de diversas áreas para que o cuidado fosse realizado de maneira integral. Assim, destaca-se que cada profissional tem seu papel perante o paciente, mas todos devem comunicar-se para que a pessoa possa ser vista como um indivíduo na sua totalidade.

Descritores: Pesquisa; Hospital; Terapia Ocupacional

32. TERAPIA OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS DO ESTADO DE GOIÁS Cunha, Jackeline Oliveira do Vale; Rosa, Cristiane da Silva Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad - HDT/HAA

A Terapia Ocupacional (TO) é uma profissão da área da saúde centrada no cliente, preocupada com a promoção da saúde e bem-estar através da ocupação. O principal objetivo é capacitar as pessoas a participar nas atividades do dia-dia. Os Terapeutas Ocupacionais alcançam o resultado trabalhando com pessoas e comunidades de forma a melhorar a sua capacidade de exercer ocupações desejáveis, necessárias e expectáveis, ou modificando a ocupação ou meio ambiente para melhor apoiar o seu envolvimento ocupacional (World Federation off Occupational Therapists, 2012). Em um hospital de referência em doenças infectocontagiosas estas atuam nas enfermarias e UTIs (pediátrica e adulto), brinquedoteca, parque infantil e jardins, através de diferentes modelos, métodos e técnicas, utilizando atividades que fazem parte do cotidiano humano (expressivas, lúdicas, intelectuais, artesanais, autocuidado e psicossociais) como seu recurso/instrumento de intervenção. Os atendimentos são realizados de forma individual, grupal, ou de forma interdisciplinar (pedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia). As doenças infectocontagiosas (HIV/SIDA, meningite, coqueluche, H1N1, pneumonia, tuberculose, leishmaniose, dengue, varicela, acidente ofídico, aracnídeo e escorpiônico, pênfigo, hanseníase, dentre outras), somadas à situação de hospitalização, podem resultar em déficits em várias áreas e componentes do desempenho ocupacional, justificando assim a importância do Terapeuta Ocupacional neste contexto hospitalar. De forma geral, os usuários atendidos pelo serviço de Terapia Ocupacional apresentam necessidade de diminuição do impacto da hospitalização, de estimulação quanto os aspectos percepto-cognitivos, no desenvolvimento neuropsicomotor, na melhora do desempenho funcional de membros superiores (MMSS), na promoção de independência nas atividades de vida diária (AVD´s) - alimentação, higiene pessoal, autocuidado, locomoção, brincar/lazer, promoção de interação social, além de, apoio ao cuidador/familiar quanto ao processo de saúde/doença, hospitalização e suas alterações na rotina diária. A atuação destas no Contexto Hospitalar objetiva: Treino e Orientação para Independência nas AVD s;

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Estimulação Sensório-Motora e/ou Percepto-Cognitiva; Apoio Psicossocial e Orientação ao Paciente/ Acompanhante; Utilização de Tecnologia Assistiva de Baixo Custo; e Participação em Atividades Sócio-Culturais. O hospital de referência conta com duas Terapeutas Ocupacionais, sendo que, atualmente, este número não contempla a demanda do hospital, havendo necessidade em aumento do quadro, para otimização dos resultados na atuação terapêutica ocupacional. A Terapia Ocupacional no Contexto Hospitalar, promove, através de, sua atuação junto aos pacientes internados e acompanhantes, diminuição nos impactos da hospitalização, humanização hospitalar e melhoria na qualidade de vida, contribuindo assim para a desospitalização destes pacientes.

Descritores: Terapia Ocupacional, Doenças Infectocontagiosas, Hospitalização

33. RESIDÊNCIA INTEGRADA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE EM CONTEXTO HOSPITALAR: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL Cunha, José Henrique da Silva; Pereira, Diane Coelho; Zanni, Karina Piccin; Monteiro, Claudia Franco Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, Minas Gerais, Brasil, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Instituto de Ciências da Saúde, Departamento de Terapia Ocupacional

Introdução: a Residência Multiprofissional Integrada em Saúde (RIMS) é definida como modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, desenvolvida em regime de dedicação exclusiva e realizada sob supervisão docente-assistencial de responsabilidade conjunta dos setores da saúde e da educação objetivando a inserção de profissionais da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). O contexto hospitalar é um dos campos de atuação dos terapeutas ocupacionais inseridos na RIMS tendo como base o cuidado integral aos usuários e a prática humanizada para a promoção da saúde, a manutenção e/ou restauração das capacidades funcionais e psicossociais, a diminuição da permanência dos usuários no local e a ressignificação da hospitalização para recuperação da saúde. Objetivo: relatar as contribuições da RIMS, de uma instituição hospitalar de saúde da região do Triângulo Mineiro, para a formação de terapeutas ocupacionais por meio de ações assistenciais à crianças, adolescentes e adultos hospitalizados bem como atividades didático-pedagógicas de educação permanente junto aos residentes. Método: as ações ocorrem semanalmente das segundas-feiras aos sábados com carga horária total de 60 horas sendo que 48 horas são destinadas à prática assistencial. Na área de concentração da infância e adolescência são desenvolvidas atividades específicas da Terapia Ocupacional e ações multiprofissionais realizadas com residentes de outras especialidades, nos setores da enfermaria pediátrica, pronto socorro infantil, unidade de terapia intensiva neonatal, ambulatório de pediatria e hospital dia. No campo do adulto são desenvolvidas ações semelhantes nos setores de Oncologia/Hematologia e Clínica Médica, sob a supervisão de tutores e preceptores responsáveis por cada local. As 12 horas restantes são destinadas à formação teórica com tutorias, sessões clínicas e aulas subdivididas em três eixos que incluem conteúdos específicos da área de graduação do residente e do ciclo de vida em que atua, além das temáticas transversais tendo como base os princípios do SUS. Resultados/Discussão: as experiências proporcionadas pela RIMS aos residentes de Terapia Ocupacional contribuíram para o desenvolvimento de habilidades de planejamento de intervenções específicas e em conjunto com a equipe multiprofissional incluindo os processos de indicação, evolução e avaliação terapêutica de acordo com o contexto da alta complexidade, além de acolher e orientar os cuidadores/família de forma humanizada. Por sua vez, a formação teórico-prática preparou os terapeutas ocupacionais para reconhecerem as exigências e necessidades de saúde da população local, lidar com questões específicas da atenção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade, compreender o processo de saúde e doença, identificando as condições sociais, econômicas e culturais que interferem no mesmo, assim como, atuar de forma multiprofissional e interdisciplinar na atenção à saúde no nível terciário. Conclusões: conclui-se que as ações desenvolvidas na RIMS no contexto hospitalar possibilitaram aos residentes a compreensão da estrutura organizacional do SUS, a percepção de seu papel como agente da saúde com formação para ter como referência o SUS, sólida formação científica para o aprimoramento das práticas em saúde ampliando sua visão para procurar sanar as demandas e necessidades do paciente hospitalizado.

Descritores: Terapia Ocupacional; Internato e Residência; Serviço Hospitalar de Admissão de Pacientes

34. “CUIDANDO DE QUEM CUIDA”: ARTERAPIA COMO PROPOSTA DE CUIDADO AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE NO HOSPITAL Cunha, José Henrique da Silva; Pereira, Diane Coelho; Zanni, Karina Piccin; Monteiro, Claudia Franco Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, Minas Gerais, Brasil, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Instituto de Ciências da Saúde, Departamento de Terapia Ocupacional

INTRODUÇÃO: o trabalho deveria ser fonte de prazer, já que, através dele, o homem se constitui sujeito e reconhece sua importância para a sobrevivência de outros seres humanos. Entretanto, profissionais de saúde estão propensos ao adoecimento em função de vários fatores relacionados ao trabalho, especialmente às demandas trazidas quando se assume a responsabilidade de cuidar de alguém. Destaca-se a demanda por aumento de produção; a eleição de prioridades pautadas unicamente em dados epidemiológicos; o grande número de famílias acompanhadas por uma única equipe; a divisão do trabalho e as relações de poder entre profissionais. Mediante a esta problemática a arteterapia assume grande importância por se caracterizar por um processo não verbal, por meio

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das artes plásticas e da dramatização que acolhe o ser humano com toda sua complexidade e dinamicidade e procura aceitar os diversos aspectos dos profissionais, como os afetivos, culturais, cognitivos, motores, sociais entre outros, tão importantes para a saúde mental. Mediante a demanda física e mental exigida pelo trabalho desenvolvido pelos Residentes Multiprofissionais no de uma instituição hospitalar da região do Triângulo Mineiro criou-se o projeto “Cuidado de quem cuida” com o intuito de proporcionar humanização e acolhimento para os profissionais que atuam no contexto hospitalar, para que estes possam estar bem para prestar atendimento humanizado e acolher seus pacientes. OBJETIVOS: descrever as ações do projeto “Cuidando de quem Cuida” que visa promover interação, bem-estar e acolhimento entre os residentes da RIMS; melhorar a qualidade de vida e as interrelações sociais e multiprofissionais entre os residentes e outros profissionais do serviço de saúde e trabalhar os sentimentos por meio de atividades expressivas. MÉTODO: os encontros ocorrem uma vez por mês na casa da Residência Multiprofissional, com duração de duas horas a cada encontro e são coordenados por uma docente de terapia ocupacional. Conta com a participação de quinze residentes das áreas de concentração saúde da criança e do adolescente, saúde do adulto e do idoso. São propostas atividades recreativas, dinâmicas de grupo e artes expressivas dentro da metodologia psicodinâmica e arteterapêutica. Os recursos utilizados são desenhos, pintura, escultura e fotografia. RESULTADOS: através das atividades de criação e expressão a arteterapia vem proporcionando interação, bem-estar e acolhimento entre os residentes e ao mesmo tempo favorecem a habilidade de regulação emocional dos mesmos para lidar com os desafios que encontram em seu trabalho cotidiano. CONCLUSÃO: este projeto demonstra que a arteterapia promove a estimulação da expressão e do desenvolvimento da criatividade, acolhendo o ser humano em toda sua complexidade e subjetividade, buscando a manutenção da saúde mental. Tais aspectos favorecem a humanização e acolhimento entre os profissionais proporcionando melhor desempenho nos atendimentos e nas múltiplas demandas que o campo hospitalar exige.

Descritores: Terapia pela Arte; Saúde do Trabalhador; Pessoal da Saúde

35. TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES - CARACTERIZAÇÃO DO ENSINO NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO UNIVERSITÁRIOS BRASILEIROS Dahdah, Daniel Ferreira; Frizzo, Heloísa Cristina Figueiredo; Fangel, Letícia Meda Vendrusculo

Hospital Estadual de Ribeirão Preto / Centro Universitário Claretiano/CEUCLAR, Universidade Federal do Triângulo Mineiro/UFTM, Universidade de Brasília/UNB

INTRODUÇÃO: Visto a recém aprovação de novas especialidades da terapia ocupacional e dos novos parâmetros assistenciais para a área fez-se necessário conhecer como as universidades ofereciam o ensino dessas especialidades, uma vez que as Diretrizes Curriculares Nacionais que norteiam os cursos de graduação em Terapia Ocupacional do país datam do ano de 2002, anteriormente a discussão das especialidades profissionais. Este fato pode influenciar na formação do terapeuta ocupacional generalista, preconizado nas próprias Diretrizes Curriculares. A especialidade Contextos Hospitalares foi definida no ano de 2013 após grande discussão entre profissionais de todo o país. O hospital é um espaço peculiar e o sujeito internado sofre em todos os aspectos com essa internação. O sujeito, ao buscar o atendimento hospitalar, leva não só seu corpo para ser tratado, como vai por inteiro e, por extensão, isto atinge sua família, que participa de seu adoecer, de suas internações e de seu restabelecimento. A situação também envolve a equipe que o atende, que, ao atuar no seu restabelecimento, absorve as dificuldades do paciente. Nesse sentido, a hospitalização do paciente é um momento crítico e extremo, que envolve uma constelação de acontecimentos envolvendo a pessoa que adoece, seus familiares e equipe, além do contexto institucional, sendo o terapeuta ocupacional um dos profissionais habilitados para minimizar tal sofrimento. OBJETIVO: o estudo pretende identificar as instituições que oferecem o curso de terapia ocupacional (ano de início do curso, carga horária total, tipo de instituição, local do país), investigando no Projeto Pedagógico do Curso e organização curricular e identificando seu ementário, as disciplinas teóricas e práticas específicas ou afins da terapia ocupacional que contribuem para a formação profissional para atuação hospitalar. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo documental, do tipo exploratório, com delineamento transversal e abordagem quali-quantitativa. RESULTADOS E DISCUSSÂO: Foram encontradas 71 instituições de ensino superior que oferecem o curso de graduação em terapia ocupacional. Destes cursos, 51 estão ativos e 33 apresentavam nos sítios eletrônicos das universidades os documentos necessários para a realização do estudo. Das 33 universidades, somente 14 universidades oferecem disciplinas referentes aos Contextos Hospitalares, sendo que 2 destas são disciplinas afins. Das 12 universidades restantes, apenas 5 apresentavam ementário que foram analisados através de análise de conteúdo. Em relação às atividades práticas no hospital, das 33 universidades apenas 12 as oferecem. CONCLUSÃO: o estudo atingiu os objetivos, mesmo estando limitado pela dificuldade de acesso aos documentos necessários e que a são poucas as universidades que oferecem disciplinas específicas e práticas dentro do hospital. Tal fato anuncia a necessidade de discussão sobre o tema estudado, visto que a formação do terapeuta ocupacional deve estar vinculada a necessidade da sociedade e que, numa formação generalista, deve-se conhecer de todas as especialidades da profissão.

Descritores: Terapia Ocupacional, Contextos Hospitalares, Ensino

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36. TERAPIA OCUPACIONAL NA RESSIGNIFICAÇÃO DO COTIDIANO DE PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS Damasceno, Ana Carolina de Souza; Cavalcante, Aline da Cruz; Rodrigues, Karoline Vitória Silva; Castro, Gisely Gabrieli Avelar Universidade do Estado do Pará.

O Câncer caracteriza-se pelo crescimento desordenado de células anormais inicialmente em determinado tecido e órgão, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Quando o tratamento começa, são necessários períodos de internação, cirurgias, quimioterapias e radioterapias, entre outros procedimentos que, ao ajudar, também trazem rupturas na vida das pessoas. Os cuidados paliativos é o conjunto de medidas capazes de prover melhor qualidade de vida ao doente que possui uma doença que ameace a continuidade da vida, bem como, fornecendo suporte aos familiares. Centra-se na importância da dignidade da pessoa ainda que doente, vulnerável e limitada, aceitando a morte como uma etapa natural da vida que deve ser vivida intensamente até ao fim. Nesse sentido, a Terapia Ocupacional é fundamental nos Cuidados Paliativos, pois relaciona-se à habilidade de observar, escutar e trabalhar com cada paciente em sua individualidade, para alcançar seus objetivos particulares, assegurando-lhes uma melhor qualidade de vida. Este estudo tem como objetivo relatar experiências de acadêmicas vivenciadas no setor de cuidados paliativos em um hospital de referência em oncologia; assim como refletir sobre as contribuições da Terapia Ocupacional com pacientes em cuidados paliativos. O trabalho se fundamenta em relato de experiência acadêmico de atendimentos terapêuticos ocupacionais junto a pacientes com câncer em um hospital público no Pará, na clinica de cuidados paliativos oncológicos, proporcionadas pela atividade curricular “clínica em terapia ocupacional”, do currículo do curso de terapia ocupacional, da Universidade do Estado do Pará, no período de outubro a novembro de 2013. Foram realizados atendimentos como escuta e suporte terapêutico e atividades expressivas como confecção de flores de tecido, confecção de bijuterias e pintura em tela. Durante as intervenções identificou-se algumas dificuldades enfrentadas pelos pacientes, dentre elas, o sentimento de ócio, baixa autoestima e ruptura do cotidiano. Diante disso foram propostas atividades manuais, artísticas e expressivas a fim de facilitar a adaptação psicossocial no processo de hospitalização e adoecimento, favorecer espaço para a expressão de pensamentos e sentimentos sobre o momento vivenciado, além de oferecer escuta e suporte terapêutico e estimular o resgate de habilidades. Tais atividades foram resignificadas pelos pacientes que as direcionaram para novos objetivos, como geração de renda e lazer. Observou-se considerável evolução na autoestima e bem estar dos pacientes, melhor adaptação à rotina hospitalar, bem como empenho na realização das atividades propostas, devido serem fazeres significativos para os usuários, além de proporcionarem a geração de renda, ainda que no ambiente hospitalar. Diante disso, entende-se que o processo de hospitalização resulta em uma grande ruptura no cotidiano do indivíduo, esse processo é ainda mais intensificado no setor de cuidados paliativos, onde os pacientes encontram-se em uma fase mais debilitada e crítica do viver, refletindo negativamente em seus aspectos psicossociais e ocupacionais, por isso faz-se necessário o profissional de terapia ocupacional nestes cuidados, afim de intervir em seu cotidiano ressignificando-o, cuidando a partir de um olhar integral, e assim proporcionar momentos significativos e que favoreçam a qualidade do viver mesmo frente a doenças fora de possibilidades terapêuticas curativas.

Descritores: Câncer, Cuidado Paliativo, Cotidiano, Terapia Ocupacional

37. RECONSTRUÇÃO DO COTIDIANO E RESSIGNIFICAÇÃO DE VIVÊNCIAS NO TRANSPLANTE DE CÉLULAS- TRONCO HEMATOPOÉTICAS Dias, Gabriela Martins; Santos, Dayane Regina Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (PRIMAH HC-UFPR), Departamento de Terapia Ocupacional da UFPR

O Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH) é um procedimento que gera múltiplos sofrimentos ao paciente. Destacam-se a ruptura do cotidiano, a perda de habilidades funcionais, e a modificação de papéis ocupacionais que geram frustrações e incertezas. A intervenção do terapeuta ocupacional (TO) com esta população tem como objetivo auxiliar o paciente a atingir suas capacidades funcionais e ocupacionais com autonomia e independência, minimizar o impacto da ruptura do cotidiano, assim como facilitar a sua reconstrução. Esse relato de experiência tem como objetivo descrever a atuação do TO junto a um paciente diagnosticado com Mielodisplasia e submetido ao TCTH, com longo período de internação e ruptura do cotidiano. Realizou-se avaliação terapêutica ocupacional com o paciente, na qual verificou-se histórico e perfil ocupacional vinculados ao trabalho no campo, tendo como papel ocupacional principal o de trabalhador. Seu tratamento foi marcado por longas internações que o mantiveram imerso em um cotidiano que lhe era estranho e novo. Na primeira internação a queixa principal era a dificuldade de adaptação ao cotidiano hospitalar devido aos sons, rotina e equipamentos. Mesmo evidenciando resiliência para superação das dificuldades de adaptação ao contexto, o paciente afirmava certo esquecimento dos aspectos que organizavam sua rotina, como os sons dos animais e da natureza e os lugares que compunham sua história. Com base em aspectos significativos para o paciente a TO utilizou recursos expressivos, como o desenho, para possibilitar o resgate de suas lembranças, sendo valorizado o que conhecia, dizia e sentia no momento da internação. A música foi outro recurso utilizado. Sons da natureza e de animais proporcionaram a ambientação do quarto, a aproximação com o que lhe era familiar e o início de vivências prazerosas em um ambiente que objetifica o

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sujeito. Assim, foi possível trazer para dentro do hospital o contexto que lhe era familiar, trabalhar sua rotina, suas crenças e cultura, diminuindo a fragmentação do indivíduo e o esquecimento do que lhe compunha como sujeito de ação. Essas vivências possibilitaram abordar outros aspectos que também influenciavam na qualidade de vida do paciente que passava por longo período de hospitalização. Na segunda internação, ocasionada pela Doença do Enxerto Contra o Hospedeiro de intestino, o paciente encontrava-se em um novo processo, caracterizado pela ressignificação de experiências vividas com o tratamento e afastamento do seu lar. Relatava como demanda a imersão em uma nova cultura, saberes e tecnologias evidenciando volição para novas habilidades. Visando fomentar estas iniciativas utilizou-se como recurso dispositivos eletrônicos. Os atendimentos eram pautados na apresentação dos dispositivos ao paciente, no treino da utilização dos mesmos e na realização de pesquisas buscando sua independência e autonomia para estas atividades. Neste processo, o paciente retirou o foco da doença e ressignificou seu período de reinternação que se estendeu por cerca de sessenta dias. Percebe-se que a TO pôde, através desta intervenção, ressiginificar a vivência do TCTH que na maioria das vezes é focada nos sintomas e doença, transcendendo o ambiente hospitalar e apresentando, na medida da volição do paciente, novas possibilidades e a reconstrução do cotidiano..

Descritores: Terapia Ocupacional; Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas; Hospitalização.

38. TERAPIA OCUPACIONAL E MULHERES COM CÂNCER DE MAMA EM CUIDADOS PALIATIVOS Faria, Natália Cintra; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Introdução: O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Apesar de ser considerado um câncer de bom prognóstico quando diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade no Brasil por câncer da mama são elevadas, já que a doença continua sendo diagnosticada na população, em geral, em estadios avançados - em Cuidados Paliativos. Objetivo: analisar a demanda de pacientes com câncer ginecológico, em particular daqueles com câncer de mama, atendida por um Grupo de Cuidados Paliativos de um Hospital Universitário de nível terciário localizado no interior do Estado de São Paulo e sintetizar as principais contribuições da Terapia Ocupacional. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do hospital. Foi realizada uma revisão dos dados sociodemográficos e clínicos de mulheres com câncer ginecológico, atendidas por um serviço hospitalar de Cuidados Paliativos, no período de agosto de 2010 a dezembro de 2012 e uma revisão dos registros de atendimentos da Terapia Ocupacional. Casuística: 49 mulheres com câncer ginecológico. Resultados: A amostra inicial foi composta por 49 mulheres, com diagnóstico de câncer ginecológico, com idade compreendida entre 34 e 90 anos, provenientes de diferentes Divisões Regionais de Saúde do interior do Estado de São Paulo. Neste grupo foram identificadas 27 mulheres com câncer de mama, dentre as quais 23 pacientes haviam sido atendidas pela terapeuta ocupacional do grupo de CP. Discussão: A análise dos atendimentos indicou as seguintes categorias de procedimentos realizados: acolhimento, suporte familiar, conservação de energia, atividades significativas, enfrentamento do processo de adoecimento e/ou internação, cuidados gerais – orientação e adaptação de Atividades de vida diária e Atividades instrumentais de vida diária, treino de mudança de decúbito e posicionamento, estímulo à autonomia e automassagem. Mediante a visualização das intervenções realizadas percebe-se a abrangência no cuidado envolvendo paciente e família. A “abordagem biopsicossocial” em Terapia Ocupacional - centrada no homem como um ser multidimensional - o corpo, a mente e o emocional, de um sujeito inserido em seu ambiente e comunidade - ajuda o paciente no processo de adaptação à vida, mantendo o melhor nível de função possível através do oferecimento de apoios diversos, para que ele tenha acesso a uma vida produtiva e plena de significados. Conclusões: Através deste trabalho foi possível apresentar algumas práticas desenvolvidas pela Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos, percebendo-se contribuições correlacionadas a manutenção da autonomia, prevenção de incapacidades, minimização de déficits, melhora no desempenho ocupacional e da capacidade funcional, influenciando na qualidade de vida, possibilitando que o sujeito viva mais ativamente quanto possível até a morte.

39. OFICINAS PRODUTIVAS COM MÃES DE CRIANÇAS SUBMETIDAS Á INTERNAÇÃO HOSPITALAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA Fonteles, Ana Cindy de Souza; Holanda, Isabel Cristina Luck Coelho Universidade de Fortaleza – UNIFOR

Introdução: No processo de adoecimento e hospitalização da criança há mudanças e rupturas na rotina não apenas da criança, como também, da família que a acompanha. Percebe-se um sentimento de angústia das mães acompanhantes que, em muitas ocasiões, abandonam suas atividades cotidianas em seu lar em busca do tratamento ou diagnóstico do filho. A rotina hospitalar causa sentimento de impotência na mãe ao ver seu filho passar por procedimentos invasivos e dolorosos e não poder minimizar o sofrimento sentido por ele. Bem como, durante o processo de hospitalização, as mães ficam muito vulneráveis emocionalmente, influenciando na forma de agir e

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compreender as necessidades do filho no ambiente hospitalar. As oficinas produtivas têm como objetivo envolver essas mães em atividades grupais onde as mesmas poderão desenvolver aptidões, trocar experiências, identificar-se e expor sentimentos, enquanto o terapeuta ocupacional realiza o acolhimento, estabelece uma escuta e intervém junto ao grupo. Objetivo: Relatar a experiência da realização de uma oficina produtiva com mães de crianças submetidas à internação hospitalar. Casuística e Método: Trata-se de um relato de experiência fruto da prática da disciplina de Terapia Ocupacional no Contexto Hospitalar I, com mães acompanhantes de crianças internadas na ala pediátrica, em um Hospital Público do município de Fortaleza. A oficina produtiva foi desenvolvida objetivando a confecção de um ‘‘puxa saco’’, onde participaram um grupo de oito mães que se encontravam acompanhando seus filhos no referido hospital, três acadêmicas do 5° semestre e uma professora supervisora do curso de Terapia Ocupacional, no mês de abril de 2014. Os materiais utilizados foram: tecido algodão cru, tinta para tecido, cola para tecido, pincel, molde vazado, elástico e tesoura. A atividade foi planejada após conhecer o perfil do grupo, bem como, utilizou-se de autores como De Carlo (2004), Cavalcanti;Galvão (2007), Hagedorn(2007), Kebbe,Santos & Cocenas (2010) como referenciais teóricos. Resultados e Discussões: O terapeuta ocupacional tem sua importância no ambiente hospitalar por ser um profissional que oferece suporte, à família e acompanhante de pacientes, por meio do acolhimento e escuta de forma humanizada, mediante atividades como meio de comunicação e intervenção terapêutica ocupacional. Durante a realização da oficina produtiva, foram desencadeadas relação de ensino e cooperação, relações interpessoais, socialização e uma significação no fazer, permitindo assim um momento de prazer e motivação às participantes. Um dos princípios que direcionam a prática terapêutica ocupacional com grupos de atividades é que o fazer junto tem efeito terapêutico. Na Terapia Ocupacional as oficinas produtivas são marcadas pelo envolvimento de clientes na realização de uma ou mais atividades produtivas relacionadas ao fazer. Conclusão: A experiência relatada neste trabalho teve sua relevância para as acadêmicas tendo em visto os conhecimentos teóricos e permitiu na prática, a percepção de que a oficina produtiva para as participantes promoveu a autonomia, em um momento de construção e lazer no ambiente hospitalar, possibilitando a interação e identificação entre as pessoas que enfrentam situações parecidas ou semelhantes.

Descritores: Terapia Ocupacional, Hospitalização, Relações Interpessoais

40. CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA ONCOLÓGICA PEDIÁTRICA: PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE TERAPIA OCUPACIONAL Franco, Mariana de Paiva; Kudo, Aide Mitie; Bittencourt, Renata Sloboda; Passos, Paula Bullara Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: O crescente avanço do conhecimento científico, da tecnologia no diagnóstico e dos recursos terapêuticos, tem contribuído na eficácia do tratamento de crianças portadoras de patologias onco-hematológicas, contudo a própria evolução da doença e complicações clínicas com risco de vida durante o tratamento ainda é uma realidade. Nessa fase, os recursos da unidade de terapia intensiva são fundamentais para superar essa etapa crítica do tratamento. E o terapeuta ocupacional inserido na equipe multiprofissional da unidade de terapia intensiva pode contribuir com a atenção integral ao paciente e seu familiar. Objetivo: descrever o processo inicial de implantação da assistência de Terapia Ocupacional (TO) em um centro de terapia intensiva oncológico pediátrico (CTIO). Casuística e Método: A implantação da assistência de TO ocorreu simultaneamente com a criação do Centro de Terapia Intensiva Oncológico, de um hospital público pediátrico de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligada a uma instituição de ensino. Foi realizada caracterização do perfil dos pacientes admitidos e da dinâmica do CTIO; elaboração de formulário de avaliação de terapia ocupacional específico para essa população e levantamento das intervenções terapêuticas ocupacionais realizadas. Resultado: O funcionamento do CTIO teve início na segunda quinzena de abril de 2014 com três leitos ativos mas com capacidade operacional para sete leitos, atendendo pacientes com diagnóstico de doenças oncológicas e hematológicas que estão em tratamento na instituição, na faixa etária de zero a dezoito anos. A Terapia Ocupacional, no período de quatro meses atendeu 25 pacientes, com diagnósticos de leucemias (40%), meduloblastoma (16%), tumores do SNC (12%), neuroblastoma (8%), SCID (4%), osteopetrose (4%), anemia hemolítica auto-imune (4%), adrenoleucodistrofia (4%), histiocitose (4%) e linfoma (4%). As intercorrências que levaram à transferência para esta unidade foram principalmente: sepses (28%) risco de lise tumoral (16%), rebaixamento do nível de consciência (12%), complicações após Transplante de Células Tronco Hematopoéticas (TCTH) (12%), abdome agudo (8%), risco de hemorragias (4%), AVE (4%), hipertensão refratária (4%), mal convulsivo (4%), monitorização para medicação (4%) e insuficiência respiratória (4%). A aplicação de avaliação específica de terapia ocupacional pode identificar necessidades do paciente e familiar para elaboração do plano terapêutico. Foram realizadas 97 intervenções, destacando-se: orientações e posicionamento no leito, tecnologia assistiva; realização de atividade de interesse e acolhimento de pais ou acompanhantes. Discussão: Por se tratar de um serviço em processo de implantação, as possibilidades de intervenção de Terapia Ocupacional ainda não foram esgotadas, podendo, de acordo com a demanda virem a ser ampliadas. A elaboração do formulário de avaliação específico para esse contexto foi importante para nortear as condutas terapêuticas ocupacionais. A equipe multiprofissional, que também se encontrava em processo de inserção, treinamento e adaptação, possibilitou que todos os profissionais conjuntamente, pudessem estabelecer seus campos de conhecimento e atuação. Conclusões: As possibilidades de intervenções terapêuticas ocupacionais a partir da prática profissional vêm contribuir para

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consolidação cada vez maior do campo de atuação em unidades de terapia intensiva, contudo a inserção do terapeuta ocupacional nessas unidades ainda é um desafio a ser superado.

Descritores: Terapia Ocupacional; Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica; Oncologia; Criança hospitalizada.

41. AVALIAÇÃO DE MANUAIS DE ORIENTAÇÕES UTILIZADOS COMO RECURSOS TERAPÊUTICOS OCUPACIONAIS EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO Franco, Mariana de Paiva; Barros, Priscila Bagio Maria; Souza, Fernanda Degani Alves; Passos, Paula Bullara Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: Manuais de orientações são instrumentos que podem auxiliar a equipe multiprofissional nas orientações a pacientes, familiares e cuidadores no processo de tratamento. Dispor de material educativo e instrutivo facilita e uniformiza os esclarecimentos voltados para o cuidado em saúde. Por outro lado, é também uma forma de ajudar o indivíduo a entender melhor o processo de saúde-doença. Em pediatria, tais orientações a familiares e cuidadores de crianças e adolescentes hospitalizados com doenças crônicas são fundamentais, pois a participação da família nos cuidados dos pacientes acarreta em melhor entendimento e segurança aos cuidadores, podendo assim reproduzi-los e garanti-los de forma mais efetiva após a alta hospitalar. Objetivo: descrever o processo de avaliação do conteúdo de dois manuais de orientações, utilizados como recursos terapêuticos ocupacionais em contexto hospitalar pediátrico, sendo eles: Manual 1 – “Manual de Estimulação do Desenvolvimento Neuropsicomotor no ambiente hospitalar” e Manual 2 – “Manual de Orientações sobre Posicionamento no Leito”.Casuística e Método:a avaliação foi desenvolvida e aplicada no período de junho a dezembro de 2013 pelo Serviço de Terapia Ocupacional de um hospital público pediátrico de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição de ensino. Foram elaborados dois questionários semi estruturados para avaliar a clareza e a eficácia das orientações referente a cada manual, a partir da opinião do paciente e/ou cuidador. As questões referiam-se a forma de apresentação, ao conteúdo escrito e ilustrativo do manual, para verificar a compreensão e entendimento das orientações. A aplicação de tais questionários foi realizada após a entrega do manual com as devidas orientações de leitura. Resultados: foram aplicados oito questionários para o Manual 1 e nove questionários para o Manual 2. Os resultados foram tabulados em duas categorias: conteúdo e apresentação do material. Na categoria conteúdo, 100% dos participantes de ambos manuais referiram esclarecimento de dúvidas diante o tema apresentado. Na categoria apresentação, todos os participantes apontam que a forma como foram ilustrados e organizados auxiliaram na compreensão das orientações. É importante ressaltar que 50% dos cuidadores participantes que receberam o Manual 1 não haviam sido orientados anteriormente a respeito do assunto; em contraposição, 80% dos cuidadores que receberam o Manual 2 já haviam sido orientados anteriormente. Apesar disso, 100% apontam o esclarecimento de suas dúvidas, e recomendariam para outros cuidadores com a mesma necessidade de orientações. Discussão: Manuais educativos são instrumentos eficazes para realizar orientações e pode ser um recurso utilizado pelo terapeuta ocupacional na sua intervenção. Através deles, familiares e pacientes podem consultar seu conteúdo sempre que necessário, apropriando-se de forma mais efetiva das orientações dadas. Estes dois materiais mostraram-se importantes para a orientação dos cuidadores, pois foram esclarecedores e de fácil compreensão. Conclusões: Realizar avaliação do manual a partir da opinião do usuário, analisar os dados obtidos efetuando possíveis alterações é fundamental para melhoria das informações prestadas, garantindo e aderência à continuidade do tratamento.

Descritores: Educação em Saúde; Hospitalização; Terapia Ocupacional

42. O ENSINO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES: UMA FORMAÇÃO TÉCNICA, ÉTICA, HUMANISTA E CRÍTICA Galheigo, Sandra Maria; Braga, Cláudia Pellegrini Curso de Terapia Ocupacional do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: Na formação em terapia ocupacional em atenção hospitalar, é presente o desafio de desconstruir a centralidade do ‘hospital das especialidades’, cujo foco hegemônico é a prática procedimento-centrada, e recolocar a atenção a partir da produção do cuidado em saúde na perspectiva usuário-centrada. Assim, é preciso possibilitar ao estudante o exercício da leitura sensível das necessidades dos usuários e a apropriação e uso crítico de ferramentas tecnológicas variadas – leves, leves-duras e duras. A experimentação da prática, orientada pela perspectiva da integralidade e da humanização do cuidado, invoca a in-corporação de uma sabedoria prática, que acontece no ato de produção das relações e da comunicação estudante-supervisor-usuário. Objetivos: O trabalho se propõe a apresentar e refletir propostas educacionais, experiências práticas e perspectivas teórico-metodológicas que organizam o ensino teórico-prático da terapia ocupacional em atenção hospitalar com vistas a uma formação técnica, ética, humanista e crítica. Métodos: Trata-se de relato de experiência, a partir das anotações, experiências e reflexões da supervisora e da docente acerca do ensino teórico-prático da terapia ocupacional em atenção hospitalar. Resultados: O ensino em contextos hospitalares, oferecido sob a forma de atividades práticas desenvolvidas em uma enfermaria pediátrica, é construído de forma a possibilitar ao estudante experimentar, compreender e refletir criticamente que a produção do cuidado acontece nas micro relações entre usuários, usuários

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e equipe, profissionais, e nas diferentes ambiências que compõem o cotidiano do serviço, a saber: quarto, brinquedoteca, e áreas de convivência. Por meio da práxis e criação de vínculos, os estudantes exercitaram facetas do cuidado, acolhendo demandas, necessidades e sofrimentos dos usuários, sustentando as relações e os desejos, e produzindo projetos terapêuticos e de vida, o que permitiu o desenvolvimento de uma sabedoria prática que acontece em resposta aos encontros-acontecimento entre estudantes-supervisor-usuários. A supervisão garantiu um suporte reflexivo a essa vivência, exercitando a crítica das cenas vividas e das estratégias utilizadas, formulando questionamentos e refletindo sobre potencialidades e limites da produção de cuidado em um cenário marcado pela perspectiva biomédica. Pela práxis crítica, buscaram-se alternativas práticas para situações vistas como produtoras de violência ou fragilidade para os usuários. Pela desconstrução crítica dos problemas e o diálogo interdisciplinar, o ensino buscou romper dicotomias tradicionais na atenção hospitalar, a saber: reabilitação física-saúde mental, corpo-funcionalidade, afetação-neutralidade. Conclusões Percebe-se que, a partir de uma educação teórico-prática orientada para a práxis e para a ética do cuidado, de uma perspectiva crítica em terapia ocupacional, é possível oferecer uma formação profissional em atenção hospitalar voltada para a produção de um cuidado integral e humanizado.

Descritores: Assistência integral à saúde; Terapia ocupacional; Cuidado da criança; Processo saúde-doença

43. PARTICIPAÇÃO E AUTONOMIA DE CRIANÇAS EM TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA: PRÁTICAS EM TERAPIA OCUPACIONAL Idemori, Thais Clemente; Martinez, Claudia Maria Simões Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

O câncer infanto-juvenil, no Brasil, foi inserido como prioridade na agenda pública de saúde. Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento foi extremamente significativo sendo um dos procedimentos, o tratamento por meio do Transplante de Medula Óssea, ação de alta complexidade, marcada por uma série de restrições aos pacientes. O adoecimento e a hospitalização da criança podem promover alterações nas atividades de vida diária, brincar, lazer, atividades escolares e participação social que irão interferir no desenvolvimento. A terapia ocupacional pode proporcionar uma vivência no hospital mais acessível quanto às possibilidades de participação, favorecendo o desenvolvimento por meio de atividades. O objetivo do estudo é descrever um caso de prática bem sucedida em terapia ocupacional, a partir do relato do profissional sobre suas experiências e reflexão sobre suas ações, particularmente aquelas responsáveis pela promoção de participação e autonomia nas atividades de crianças em idade escolar que vivenciaram o processo de transplante de medula óssea. Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. O estudo foi aprovado e conduzido sob as diretrizes do Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos. O participante tem formação em terapia ocupacional, experiência no referido contexto e, compõe a equipe de um hospital oncológico de uma cidade de médio porte do interior do Estado de São Paulo. O principal instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturado. Visando adequação do roteiro de entrevista, este foi submetido a um estudo piloto, a fim de executar possíveis ajustes necessários. Após a coleta, a entrevista foi transcrita na íntegra e analisada na perspectiva da Análise de Conteúdo. Os dados foram divididos em 6 categorias e subcategorias. Os resultados demonstram: (1) que em relação aos contextos escolar, familiar e social, estes foram afetados negativamente pela hospitalização; (2) em relação aos fatores essenciais para alcançar práticas bem sucedidas foi possível perceber que o vínculo entre paciente e terapeuta, e as atividades desenvolvidas foram relacionadas à prática bem sucedida; (3) que o terapeuta ocupacional como facilitador, promove intercâmbio com outros profissionais, familiares e amigos ações necessárias à criança; (4) quanto à definição de prática bem sucedida, esta foi compreendida como aquela onde os objetivos propostos pelo paciente são alcançados e, em conjunto, entre paciente e terapeuta; (5) as atividades relatadas visam à promoção da autonomia, autoestima, aproximação familiar e com amigos, e na retomada de atividades escolares, e relacionada diretamente à promoção do desenvolvimento; (6) finalmente observa-se que em relação aos pressupostos teóricos são identificados como aqueles que se aproximam da formação na graduação, e próximo ao que é desenvolvido na instituição que se está inserida. Diante do relato de caso fica evidente que a prática bem sucedida em terapia ocupacional com crianças que vivenciaram transplante de medula óssea pressupõe investimentos em determinados aspectos do processo terapêutico, especialmente a vinculação terapeuta-paciente, a ação de traçar e atingir objetivos, conjuntamente, e a própria atividade como promotora do desenvolvimento.

Descritores: Atividades humanas; Terapia Ocupacional; Transplante de Medula Óssea; Crianças

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44. A EXPERIÊNCIA DE ATUAR NUM PROJETO DE EXTENSÃO UTILIZANDO A FIGURA DO PALHAÇO-DOUTOR EM HOSPITAIS Jacob, Luana Ramalho Instituto Fernandes Figueira/Fundação Oswaldo Cruz

O processo de hospitalização causa diferentes modificações na vida da criança, afastando-a de sua rotina, da sua família, dos seus amigos e confrontando-a com a dor e a limitação, despertando sentimentos de culpa e medo. É importante para que a criança consiga elaborar essa experiência, que na maioria das vezes é desagradável ou traumática, que ela disponha de instrumentos de seu domínio, como o brincar, área de desempenho inseparável do processo de desenvolvimento e construção dos papéis sociais da criança. Nessa perspectiva o lúdico surge como um recurso terapêutico, auxiliando a criança a lidar com diversas situações. Através do brincar, a criança pode expressar sentimentos e se desenvolver dentro do contexto hospitalar, já que este não possui estímulos próprios de um ambiente naturalmente infantil. O objetivo desse trabalho é mostrar a importância do brincar, através do olhar da Terapia Ocupacional inserida em um projeto de extensão universitária de atenção à saúde da criança em hospitais de Maceió. O projeto é interdisciplinar, de extensão Universitária formado por estudantes de graduação de diferentes universidades e cursos, dentre eles a terapia ocupacional. Inspirado nas idéias dos palhaços-doutores de São Paulo visa amenizar o sofrimento das crianças internadas utilizando uma variedade de atividades lúdicas. Busca assim, mudar a visão da hospitalização e resgatar o ser criança, minimizando os traumas ocasionados pela internação. Estes palhaços-doutores contribuem também para positivar a imagem que a criança tem do hospital, tanto do espaço físico como de quem o compõe, modificando o cotidiano da internação mesmo após a sua saída da ala pediátrica além de transformar a visão de muitos profissionais que enxergam a criança como adulto em miniatura, sem ter a noção clara de que a doença é um ataque a criança, a sua infância e a sua integralidade. A inserção dos alunos de terapia ocupacional nas atividades desenvolvidas pelo projeto além de possibilitar a minimização dos desconfortos ocasionados pelos processos invasivos e da própria internação, busca usar o brincar como recurso terapêutico, reaproximando as atividades rotineiras interrompidas pelo processo de hospitalização, promovendo a continuidade do desenvolvimento, ofertando brincadeiras e atividades livres e, ajudando também no processo de socialização e interação entre as crianças de uma mesma enfermaria e até por vezes, de enfermarias diferentes. A inserção da Terapia Ocupacional neste projeto é de extrema importância, já que o brincar é uma importante área de desempenho ocupacional da criança e é inerente ao homem e como tal, deve ser entendido, respeitado e incentivado mesmo no contexto hospitalar. Para a criança hospitalizada este tipo de intervenção possibilita trazer o que lhe é familiar, o universo lúdico típico da infância, permitindo que a criança construa algo positivo e continue a se desenvolver no momento da hospitalização.

Descritores: Terapia Ocupacional; Hospitalização; Promoção da Saúde; Jogos e Brinquedos

45. ERGONOMIA HOSPITALAR COM FOCO NO PACIENTE E A TERAPIA OCUPACIONAL: UMA REVISÃO NARRATIVA Jacob, Luana Ramalho; Maia, Fernanda do Nascimento Instituto Fernandes Figueira/Fundação Oswaldo Cruz

O A Ergonomia é conhecida com a articulação de conhecimentos científicos relativos ao homem, necessários para conceber ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados por um maior número de pessoas em um contexto. Sua função é conceder oportunidades a pessoas com diferentes potencialidades e limitações. Leva em consideração também a ordem física, social, cognitiva, organizacional e ambiental. O Terapeuta Ocupacional utiliza a ergonomia para analisar, realizar diagnósticos, colocar e recolocar o indivíduo no retorno das atividades produtivas levando em consideração sua capacidade funcional e concebendo quando necessário, adaptações físico-ambientais ou a inclusão de recurso como a Tecnologia Assistiva. Quando se fala em ergonomia no hospital, volta-se a preocupação com o uso de equipamentos e atividades desempenhadas pelos profissionais de saúde, pouco se falando ou não falando dos pacientes que ali estão e que enfrentam dificuldades em realizar tarefas como consequência da inadequação do ambiente e dos equipamentos ali disponíveis, se tornando temporariamente dependentes nas suas AVDs. O objetivo deste artigo é apresentar o resultado de análise de publicações brasileiras na área de Terapia Ocupacional, nos últimos 10 anos, sobre ergonomia no ambiente hospitalar tendo como foco o paciente. A pesquisa foi realizada nos Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos e na Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. A busca foi realizada por meio da combinação dos termos de acordo com os DeCs: A escolha dos melhores termos a serem usados para estratégia de busca nestas bases assim como a combinação entre eles, foi realizado com base no objetivo do estudo. Os termos escolhidos foram: Ergonomia, Terapia Ocupacional, Hospital e Paciente, tendo como critério de inclusão: Resumo disponível nas bases de dados; idioma de publicação português; período de publicação compreendido entre os anos de 2004 à 2014, além de temática pertinente. A busca nas bases de dados ocorreu no período de julho à agosto de 2014. Após a realização da pesquisa e eliminação de títulos incompatíveis com esta revisão, foi notado que não existem artigos que relatem sobre a ergonomia no hospital voltada para o paciente, mas sim, para a Saúde do Trabalhador inserida no contexto Hospitalar. Pensando que a ergonomia é uma disciplina orientada aos sistemas,

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estendendo-se por todos os aspectos da atividade humana, na qual considerações de ordem física, cognitiva, social, organizacional, ambiental e de outros aspectos relevantes, devem ser levadas em conta, fica clara a importância da aplicação da mesma voltada à todos os sujeitos. No caso do paciente, que devido à hospitalização e à sua condição de saúde, fica restrito na realização de suas atividades do modo convencional, acreditamos que a abordagem ergonômica pode ser o diferencial para auxiliá-lo na realização de suas atividades.

Descritores: Ergonomia; Terapia Ocupacional; Hospital; Paciente

46. TERAPIA OCUPACIONAL E GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: UM ESTUDO DE CASO Kawamura, Aline Costa de Sousa; Camargo, Maria José Gugelmin; Krameck, Karine Universidade Federal do Paraná, HC-UFPR

Introdução: A gravidez é um momento único e especial para a mulher, que vivencia inúmeras mudanças físicas, fisiológicas e emocionais. Apesar deste processo transcorrer sem intercorrências para a maior parte das mulheres, há uma pequena parcela de gestantes que apresentam risco de evolução desfavorável tanto para o feto quanto para a mãe, devido a alguma doença prévia ou condição clínica. Nestes casos, a gestação é considerada de alto risco, em alguns casos a mulher necessitará ser internada para monitoramento e cuidados mais específicos oriundos de uma equipe multiprofissional (BRASIL, 2010, p.7-9). Objetivo: Descrever a atuação do terapeuta ocupacional na assistência à gestante de alto risco internada como forma de humanização do cuidado, engajamento em atividades significativas e resgate à rotina anterior à hospitalização. Casuística: A qualidade da assistência hospitalar, em especial a assistência à mulher no ciclo gestacional, tem sido alvo de inúmeras críticas que propõem mudanças no modelo de atenção, com o objetivo de focar, cada vez mais, as demandas e necessidades específicas da paciente (DITTZ, 2006 , p.38). Atualmente, o Ministério da Saúde incentiva a promoção da maternidade segura e a humanização da atenção prestada a essa parcela de gestantes que encontram-se num processo de ruptura do cotidiano anterior e preocupação com a gestação atual (BRASIL, 2010, p.7-13). A partir disso, percebe-se a importância de uma atenção holística e individualizada. Método: Estudo do caso de uma gestante de alto risco internada no Alojamento Conjunto do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Discussão: Paciente L., 22 anos, casada, recepcionista e maitre, foi internada devido a ruptura prematura de membrana. Paciente natural de uma tribo indígena de Goiás, poliglota, estudante de administração. Apresentou demandas relacionadas ao engajamento em atividades de lazer, estudo e laborais como forma de preservação de sua identidade e adaptação à rotina institucional, além de dificuldades de comunicação com a equipe. Foram realizados com a paciente: Exploração e engajamento em atividades de lazer e atividades de estudo; Reflexões sobre planejamento familiar; Orientação em relação a comunicação intrapessoal com a equipe de Saúde do Alojamento Conjunto; Simulação da apresentação de seu trabalho de conclusão e curso e preparação para a alta. Resultado: Observou-se que a participação em atividades significativas favoreceu o aumento da regulação emocional, fortalecimento da identidade e consequente adaptação à rotina hospitalar. Após receber alta hospitalar, a paciente declarou que sentia-se mais preparada para retornar às suas atividades do cotidiano. Conclusão: Durante a internação, o afastamento dos papéis ocupacionais anteriormente exercidos, como a participação no cotidiano familiar e o engajamento em atividades de trabalho e lazer agravaram o processo de perda de identidade e a manifestação de sentimentos negativos desta paciente. Percebeu-se, portanto, a necessidade de ações que auxiliassem essa gestante na adaptação ao novo cotidiano vivenciado (MARTINS, 201_, p.2). A partir dos resultados positivos obtidos, a Terapia Ocupacional, destacou-se, como promotora de qualidade de vida ocupacional de L. durante o período de internação.

Descritores: Terapia Ocupacional; Hospitalização; Gestantes; Assistência Perinatal

47. TERAPIA OCUPACIONAL E ATENÇÃO AO CUIDADO MATERNO: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UNIDADE DE CUIDADO A MÃE E AO RECÉM-NASCIDO Krameck, Karine; Camargo, Maria José Gugelmin; Kawamura, Aline Costa de Sousa Universidade Federal do Paraná, HC-UFPR

A atenção humanizada perinatal vem ganhando espaço no cenário de assistência à saúde no Brasil após a incorporação de ações voltadas a implantação e implementação do Método Canguru. Nos últimos anos foram publicadas Portarias Ministeriais que apoiam estratégias para a atenção humanizada nesse contexto (BRASIL, 2007; 2012). A preconização da atenção aos familiares, considerando o casal grávido, a gestante, a mãe e o pai do recém-nascido de alto risco como participante ativo do processo é ressaltada como uma dessas medidas (BRASIL, 2007). Dentre os objetivos assistenciais, destacam-se: Contribuir para a realização da atenção humanizada no cuidado da mulher e do recém-nascido; Estimular a participação da mãe em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); e Facilitar a adaptação e o enfrentamento pela mãe das situações vivenciadas nesse contexto. Esse trabalho compreende o relato de experiência do acompanhamento do profissional de Terapia Ocupacional Residente do Programa de Saúde da Mulher, à paciente em cuidado perinatal durante a gestação de alto risco, seguido da atenção materno-infantil em unidade neonatal. A intervenção em Terapia Ocupacional inicia-se no Alojamento Conjunto, unidade onde a gestante de alto risco permanece por período prolongado, devido a mau prognóstico fetal. Dentre as

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condutas realizadas pelo terapeuta ocupacional nesse ambiente destacam-se: Realização da visita à UTIN, em cumprimento a estratégia da primeira etapa do Método Canguru, para a gestante se ambientar e sanar dúvidas sobre o funcionamento da unidade contando com a participação de um profissional da Enfermagem; Confecção de carta ao filho de nove anos afastado do contato com a mãe, devido à hospitalização e ao contexto familiar; Participação em ação de humanização organizada por residentes de Terapia Ocupacional nomeada “Dia da Beleza”; e Construção de lista de atividades de interesse, segundo as áreas de ocupação, para aumentar o repertório de atividades que podem ser realizadas pela gestante no ambiente hospitalar. Após a interrupção da gestação e imediata admissão do RN em UTIN, foi dada continuidade ao cuidado materno-infatil, através de atendimento à mãe de forma individual e em grupo de mães na unidade neonatal. Destaca-se, nesse momento, a realização da atividade de confecção do “Álbum do bebê”, visando facilitar a vivência atual/futura do processo de luto da mãe e da família, devido ao mau prognóstico do RN. Em atendimento em grupo, coordenado por residentes de Terapia Ocupacional, foram realizadas atividades expressivas e dinâmicas grupais como estratégia para facilitar o desenvolvimento do vínculo mãe-bebê, a troca de experiência entre mães e o enfrentamento das situações vivenciadas no contexto da unidade. Observou-se que a atenção centrada nas necessidades da mãe em ambiente neonatal contribui para a vinculação materno-infantil e capacidade de maternagem, fator essencial para a participação da mãe e para o desenvolvimento psicossocial do bebê. Esse cuidado também busca amenizar o sofrimento mental ocasionado pelo medo, ansiedade e estresse decorrentes da hospitalização do filho recém-nascido. Por fim, ressalta-se a necessidade da atenção multiprofissional, na qual todos os profissionais estejam envolvidos com o cuidado humanizado a mãe e ao recém-nascido em unidade neonatal.

Descritores: Terapia Ocupacional; Assistência Perinatal; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

48. INDICADORES DE ASSISTÊNCIA DE TERAPIA OCUPACIONAL: UMA FERRAMENTA DE GESTÃO DO SERVIÇO Kudo, Aide Mitie; Barros, Priscila Bagio Maria Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: A evolução na organização e planejamento da gestão dos serviços de saúde tem acarretado atuação administrativa mais efetiva dos profissionais que atuam na área hospitalar. O terapeuta ocupacional, tradicionalmente voltado para funções exclusivamente assistências, deve estar em consonância com essa nova realidade. A escolha e elaboração de indicadores assistenciais de terapia ocupacional podem contribuir para organização do serviço, servindo como instrumento para tomada de decisões estratégicas dentro dos processos assistenciais e administrativos. A disseminação e sistematização da análise desses indicadores entre os membros da equipe que compõe o serviço de Terapia Ocupacional auxiliam na efetivação e fidedignidade desses indicadores. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar os principais indicadores de processos assistências do Serviço de Terapia Ocupacional fundamentais no planejamento e gestão do serviço. Casuística e método: Os dados coletados se referem aos atendimentos de Terapia Ocupacional realizados no 1º semestre de 2014, em uma enfermaria de um hospital público pediátrico, de alta complexidade, da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição de ensino. Para a criação dos indicadores assistenciais, foi realizada a padronização dos processos assistenciais da intervenção terapêutica ocupacional, dividindo-os por procedimentos; a padronização dos itens que compõe a estatística de atendimento; e a coleta de dados estatísticos na instituição para compor o denominador do indicador. Resultados: No 1º semestre de 2014 foram atendidos 207 pacientes e realizados 537 atendimentos em uma população de 330 pacientes. A partir desses dados, elaborou-se 02 indicadores principais do processo assistencial: nível de cobertura (porcentagem de pacientes atendidos na enfermaria/mês) e elegibilidade para intervenção terapêutica ocupacional (porcentagem de pacientes com demanda para atendimento). Outros 05 indicadores foram criados, divididos por tipo e procedimentos: intervenção individual, grupal, tecnologia assistiva, orientação ao cuidador e encaminhamento. A média mensal de cada indicador no 1º semestre de 2014 foi de: 62,73% para o nível de cobertura; 83,6% com elegibilidade; 52,67% atendimentos individuais; 8,19% atendimentos grupais; 13,90% com necessidade de TA; 12,57% de orientação ao cuidador e 0,95% para encaminhamentos. Discussão: No indicador nível de cobertura, a porcentagem obtida é em função da não cobertura do serviço de TO aos finais de semana, o que faz com que alguns pacientes não sejam avaliados pelo terapeuta ocupacional. A análise dos resultados do indicador de elegibilidade, por tipo e procedimentos, é importante para nortear o planejamento e gestão do serviço de Terapia Ocupacional quanto à necessidade de recurso humanos, materiais e de infraestrutura, pois demonstra o número real da demanda para atendimento de Terapia Ocupacional e os tipos e quantidades de procedimentos realizados. Conclusões: Elaborar e analisar os indicares dos processos assistenciais é uma ferramenta de gestão para o planejamento do serviço de Terapia Ocupacional, capaz de auxiliar na melhoria da qualidade da assistência terapêutica ocupacional.

Descritores: Administração Hospitalar; Indicadores; Planejamento em Saúde; Terapia Ocupacional

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49. CUSTOS DO SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR: UM DESAFIO NA GESTÃO DO SERVIÇO Kudo, Aide Mitie; Barros, Priscila Bagio Maria; Souza, Fernanda Degani Alves; Franco, Mariana de Paiva; Bittencourt, Renata Sloboda Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: As organizações públicas hospitalares, diante do mercado voltado ao conceito de sustentabilidade e autogestão, buscam cada vez mais planejamento e controle de seus custos. O Serviço de Terapia Ocupacional inserido nessas organizações precisa também estar em consonância com as necessidades gerenciais econômicas. Para o terapeuta ocupacional, a incorporação de novos conceitos administrativos e econômicos ao conhecimento técnico voltado exclusivamente à assistência ainda é um desafio a ser superado. Conhecer o custo do serviço de Terapia Ocupacional e relacionar com a sua produção permite quantificar e analisar o custo-benefício do trabalho realizado, auxiliando no planejamento e gestão do serviço de Terapia Ocupacional. Objetivo: Descrever a implantação do sistema de custos do Serviço de Terapia Ocupacional. Casuística e método: A implantação do Custo do Serviço de Terapia Ocupacional foi realizada em um hospital público pediátrico, de alta complexidade, da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição de ensino. Realizado levantamento dos principais elementos que compõe os custos, relacionados os processos assistenciais da intervenção terapêutica ocupacional e processos administrativos do serviço de TO; definição do principal produto final da atuação do terapeuta ocupacional em contexto hospitalar, nas unidades de internação; elaboração e classificação dos processos assistenciais com a padronização estatística dos atendimentos. Resultados: Criação do Centro de Custo do Serviço de Terapia Ocupacional onde são discriminados mensalmente os custos do serviço: custo direto (pessoal e material), custo indireto (água, luz, telefone, resíduos hospitalares), rateio recebido (dos centros auxiliares e administrativos da instituição) e custo total da unidade (soma de todos os custos e rateios).A intervenção terapêutica ocupacional com pacientes internados na enfermaria foi definida como o principal produto final da atuação, foi classificada por peso (a partir do peso 2) de acordo com a complexidade e o ambiente físico onde é realizado a atendimento. Intervenções nas Unidades de Terapia Intensiva e Transplantes de Células Tronco Hematopoiéticas foram classificadas com o peso 3; e nas enfermarias com o peso 2. A partir do número de atendimentos realizados e o custo total do serviço, obteve-se o custo unitário do atendimento de Terapia Ocupacional. Ao final, foram criados 2 indicadores financeiros do serviço: custo do serviço e custo da atividade básica. No ano de 2013, o recurso humano do serviço era composto por 4 terapeutas ocupacionais e 01 recreacionista e foram obtidos os seguintes dados: R$ 33.878,46 custo médio mensal do Serviço de TO; 1024,75 média mensal de atendimento; R$ 33,06 custo médio mensal unitário de atendimento peso 1.Discussão: Na internação hospitalar, o procedimento multiprofissional não pode ser faturado devido a vinculação à Autorização de Internação Hospitalar (AIH) do Sistema de Informações Hospitalares SUS (SIH/SUS). Contudo ter domínio dos custos assistenciais é uma estratégia capaz de técnica e politicamente, organizar os processos assistenciais de trabalho tornando-os mais qualificados e produtivos. Conclusões: O sistema de custo apesar da complexidade é um instrumento importante na gestão e planejamento do serviço e pode contribuir como fator de negociação com a alta administração da instituição.

Descritores: Administração Hospitalar; Custos Hospitalares; Planejamento em Saúde; Terapia Ocupacional.

50. TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO A PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE MEDULAR ÓSSEO: A VISÃO DOS PACIENTES Kurauchi, Graziela Regina Sogumo; Ono, Danielly Hidemi Hasegawa; Joaquim, Regina Helena Torkomian

Faculdade de Medicina do ABC, Associação Pró-Hope Apoio à Criança com Câncer, Universidade Federal de São Carlos/UFSCar

Introdução: O Transplante de Medula Óssea é um tratamento que vem sendo utilizado em casos de doenças hematopoiéticas, oncológicas, hereditárias e imunológicas, podendo ser autólogo, alogênico ou singênico, apresentando três fases, o pré-TMO, TMO e pós-TMO e suas complicações podem ser crônicas ou agudas. Durante esse período de tratamento a terapia ocupacional pode ajudar o paciente a enfrentar esse momento. Objetivo: Caracterizar o trabalho desenvolvido no grupo de terapia ocupacional e compreender seu impacto nos pacientes submetidos ao transplante de medula óssea. Método: Pesquisa qualitativa, descritiva e de corte transversal. Foram realizadas entrevistas, com oito participantes no início da participação nos grupos de terapia ocupacional e na perspectiva de alta médica, além da observação direta de 18 sessões do grupo. Resultado: Verifica-se que os grupos são abertos e diversas atividades, em geral artesanais, são oferecidas aos participantes, sendo eles quem as escolhem. Foi possível elencar também: as mudanças que os participantes encontraram em suas vidas a partir da necessidade do TMO, como a quebra do planejamento de vida, pensamento na morte, incapacidade de realizar algumas atividades; o que o fazer atividades pôde lhes proporcionar: não pensar na tristeza, realização por ter uma nova experiência, distração, sentimento de utilidade; e a importância que o grupo teve no momento em que estavam em tratamento: ter uma ocupação para não pensar apenas no tratamento, interagir com outras pessoas, relaxar, ter paciência; e a respeito das redes de suporte: família, amigos e hospital. Por meio dos grupos, foi possível mudar o foco da doença ou do tratamento para a atividade; conhecer e experimentar novas atividades nunca realizadas antes; interagir entre si e com as terapeutas ocupacionais, podendo compartilhar sentimentos e pensamentos,

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receber apoio, brincar, conhecer melhor uns aos outros e transformar preconceitos antes existentes. Discussão: A dinâmica de funcionamento do grupo favorece benefícios aos participantes: mudar o foco da doença ou do tratamento para a atividade; conhecer e experimentar novas atividades nunca realizadas antes; interagir entre si e com as terapeutas ocupacionais. Além disso, a forma como as terapeutas ocupacionais acolhem e a relação que estabelecem com cada participante interfere diretamente no significado que as atividades realizadas, e o grupo em si, têm para cada um. Conclusões: Os grupos de terapia ocupacional realizados com pacientes submetidos ao TMO são efetivos, uma vez que podem ser trabalhadas questões relacionadas ao tratamento da doença, sua volta à rotina com ou sem adaptações, as novas relações sociais, entre outras questões, num cuidado integral ao sujeito.

Descritores: Transplante de medula óssea; Terapia Ocupacional; Grupo de atividades.

51. A PERCEPÇÃO DE MÃES SOBRE AS HABILIDADES DE BRINCAR DE SEUS FILHOS HOSPITALIZADOS Almohalha, Lucieny; Lázaro, Andressa Regina Associação de Apoio a Criança Deficiente (AACD), Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP

Introdução: O brincar é a principal atividade infantil que promove desenvolvimento de habilidades motoras, sensoriais, cognitivas, emocionais, sociais e culturais. Processos como adoecer e hospitalização influenciam e interferem na capacidade de brincar e se sentir criança. Quando a criança é hospitalizada, muitas vezes se torna privada de brincar, o que trará conseqüências e impactos em seu desenvolvimento global. Objetivos: Levantar o histórico de atividades lúdicas por meio da visão de mães de crianças hospitalizadas e verificar como o processo de internação influencia no desenvolvimento do brincar. Método: Pesquisa descritiva realizada com seis mães acompanhantes de crianças de 0 a 12 anos hospitalizadas por mais de sete dias em uma enfermaria pediátrica. Os dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada utilizando se o Histórico Lúdico de Takata (1974), analisados através da freqüência absoluta de aparição e por análise de conteúdo. Foram organizados por tabulação e categorizados em: brincar na fase desenvolvimental anterior; na fase desenvolvimental atual e no hospital. Resultados: Pela primeira categoria verificou-se que todas as crianças brincavam de acordo com a faixa etária esperada e com irmãos, amigos, ou sozinhos. Na categoria dois, brincaram de forma tranqüila e harmoniosa com outras crianças ou de forma agressiva e agitada. Na terceira, quanto ao brincar no hospital, as mães relataram mudanças significativas, pois brincavam de forma mais agressiva e impaciente ou se tornaram muito quietos e retraídos diferentemente do perfil da criança anterior a hospitalização. Discussão: O brincar não pode ser isolado do contexto onde a criança está, recebe influências do meio físico, social e cultural, depende da presença ou ausência de outras pessoas e da disponibilidade de brinquedos e objetos. Na maioria das vezes as mães são as acompanhantes das crianças durante a hospitalização e se sentem responsáveis por acolher, suportar e estimular seu filho hospitalizado. Devido ao processo de hospitalização, elas manifestam sentimentos de angústia e culpa por acreditarem não estar cumprindo fielmente seu papel de mãe e por vivenciarem uma ruptura na rotina familiar, onde estavam acostumados a ver o filho saudável brincando livremente. Apesar disso, verificou-se que o brincar teve importância não só para as crianças, mas também para as mães, pois proporcionou ambos a reorganização interna e descanso. Nos momentos em que brincavam com seus filhos, podiam deslocar o foco de pensamento e atenção para algo além da doença e da hospitalização. Sentiam-se confortadas por verem suas crianças doentes participando de uma brincadeira e assim esquecendo por algum tempo os efeitos negativos gerados pela hospitalização. Conclusão: De acordo com as respostas maternas quanto ao brincar das crianças, foi possível verificar diferenças entre o brincar atual e o brincar no hospital. Percebeu-se mudanças quanto à maneira como as crianças brincam, sendo que fora do hospital algumas eram calmas e tranqüilas, e dentro do hospital encontravam-se agressivas e impacientes. De acordo com as faixas etárias apresentadas, as crianças brincavam de forma agitada, porém, no hospital estavam mais quietas e retraídas.

Descritores: Hospitalização, mães, percepção, criança, atividade

52. O BRINQUEDO PERMANENTE EM UNIDADE INTERMEDIÁRIA DE UM HOSPITAL DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE Lima, Valeria Borges Ribeiro; Maia, Fernanda do Nascimento; Mitre, Rosa Maria de Araujo

Associação Fluminense de Amparo aos Cegos – AFAC, Programa Saúde e Brincar, Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira – IFF/FIOCRUZ

O perfil demográfico e epidemiológico da população infantil brasileira vem apresentando um cenário de mudanças, com novos e grandes desafios para o setor da saúde. Há um crescimento da morbidade e mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis, consequente ao aumento da sobrevida de crianças, que antes morriam precocemente. Estas crianças, em sua maioria, tendem a apresentar sequelas ou desordens em seu desenvolvimento, gerando limitações funcionais geradas: pelas condições de risco a que são expostas; por procedimentos clínicos a que se submetem na assistência; pelos períodos de internações prolongadas ou pelo uso prolongado de aparelhos que garantem a sobrevivência. Em tal situação emerge a necessidade de mudanças nos modelos de atenção à saúde para uma maior infraestrutura e organização dos serviços assistenciais multiprofissionais, que garantam a saúde da criança em sua fase de crescimento e desenvolvimento. A

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hospitalização provoca uma alteração dos estímulos e experiências que normalmente seriam vivenciados pela criança em seus primeiros anos de vida. Um dos principais estímulos normalmente vivenciado pelas crianças fora do ambiente hospitalar e primordial para o padrão experiência/aprendizado é o brincar. Tanto o processo de adoecimento como a própria experiência vivida dentro do hospital, podem modificar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança, ao alterar suas relações com o meio. Desta forma, a presença de objetos que colaborem com a configuração de um ambiente lúdico no cotidiano de crianças hospitalizadas torna-se fundamental para o estabelecimento de um espaço de exploração e crescimento. Com base nessa realidade o presente estudo teve como objeto o “Brinquedo Permanente” como estímulo constante ao desenvolvimento global de crianças internadas em uma Unidade Intermediária de média e alta complexidade. Entendendo por “brinquedo permanente” o objeto constante, destinado a permanecer junto à criança. Essa pesquisa objetivou investigar o brinquedo permanente como estímulo constante ao desenvolvimento global de crianças internadas em uma Unidade Intermediária de um hospital de média e alta complexidade, a partir da visão dos profissionais de saúde que atuam na unidade. O método se caracterizou por uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, composto pelas seguintes fases: observação participante da rotina de crianças internadas na Unidade Intermediária de um Instituto Nacional de Saúde da cidade do Rio de Janeiro, com idade cronológica de 0 a 2 anos; entrevistas semi-estruturadas com profissionais de saúde, de diversas categorias, que atendiam aos pacientes da unidade. Os achados corroboraram a importância do brinquedo permanente como recurso primordial ao desenvolvimento global durante a hospitalização infantil, na visão dos profissionais entrevistados. É importante destacar que neste contexto o brinquedo permanente pode ser considerado como um recurso de tecnologia assistiva a ser explorado pelos terapeutas ocupacionais e seu uso contribui para uma possível resignificação do modelo tradicional de intervenção e cuidado de crianças hospitalizadas.

Descritores: Jogos e brinquedos; Desenvolvimento infantil; Criança Hospitalizada; Terapia Ocupacional

53. INTEGRAÇÃO SENSORIAL NO CONTEXTO HOSPITALAR Lima, Valeria Borges Ribeiro; Maia, Fernanda do Nascimento; Simonato, Mariana Pereira; Moura, Nayara Lobato da Silva; Jacob, Luana Ramalho

Associação Fluminense de Amparo aos Cegos – AFAC, Programa Saúde e Brincar, IFF/FIOCRUZ

A Integração Sensorial é um processo neurológico que acontece em todos os indivíduos, através da percepção, processamento, aprendizagem e organização das sensações recebidas pelo meio para uso no cotidiano. Isto acontece através dos sistemas sensoriais: visual, auditivo, gustativo, olfativo, tato, proprioceptivo e vestibular. A Terapia de Integração Sensorial usa brincadeiras neurosensoriais e neuromotoras para estimular a capacidade do cérebro em se organizar e pretende desenvolver, entre outras, a atenção, concentração, compreensão, equilíbrio, coordenação e o controle da impulsividade nas crianças. O brincar é considerado a melhor atividade para o desenvolvimento da integração sensorial, visto que as capacidades lúdicas desenvolvem-se de acordo com as habilidades físicas, cognitivas e motoras da criança. No processo de hospitalização, a criança sofre uma ruptura com o cotidiano e com o ambiente que normalmente oferecem estímulos ao desenvolvimento. Compreende-se, então, que o processo de adoecimento e a experiência vivida no hospital podem modificar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança, ao alterar suas relações com o meio. No ambiente hospitalar a criança tem alguns estímulos sensoriais diminuídos e outros exacerbados. Assim, torna-se um contexto onde os aspectos sensoriais devem ser observados e a integração sensorial deve ser precocemente trabalhada, dentro das possibilidades locais. Objetiva-se descrever a experiência da utilização da Terapia de Integração Sensorial no contexto hospitalar. Utilizou-se como método o relato de experiência. A Terapia de Integração Sensorial é desenvolvida por residentes de Terapia Ocupacional, em um hospital federal de média e alta complexidade. As intervenções terapêuticas ocupacionais nas unidades de internação pediátricas são pautadas em diversas abordagens e teorias. A Terapia de Integração Sensorial é utilizada quando, através de observações clínicas, identifica-se que a criança apresenta desordens sensoriais, independente do diagnóstico clínico. Devido às particularidades do ambiente hospitalar, relacionadas à mobilidade da criança no espaço, às precauções de contato, dentre outros fatores, os atendimentos são realizados nos leitos, o tempo de atendimento varia de acordo com a condição clínica da criança e seu nível de alerta, e os recursos são adaptados à este contexto. Observa-se que, a partir da utilização sistemática desta terapia, tem havido uma mudança nas respostas adaptativas das crianças atendidas, como: maior aceitação do toque e da mobilização; melhora do tônus muscular; melhora da auto-regulação emocional e comportamental em vivências outrora desorganizadoras; independência em atividades de vida diária, dentre outras. Estas intervenções possibilitam à criança a vivência de experiências sensoriais e lúdicas que, muitas vezes, não são comuns ao ambiente hospitalar. Considera-se, a partir das experiências relatadas, que a Terapia de Integração Sensorial pode e deve ser utilizada no ambiente hospitalar. Os profissionais que atuam neste contexto precisam estar atentos às desordens sensoriais, muitas vezes causadas não só pelo quadro clínico, mas também pelo contexto de hospitalização e ruptura com o cotidiano. Deve-se estar em constante parceria com a família, para, além de conhecer a realidade da criança em seus diversos contexto, como também para envolvê-la nos atendimentos. Destaca-se a importância das intervenções serem desenvolvidas no contexto da brincadeira, considerando-se sempre a subjetividade, o desejo e motivação da criança.

Descritores: Criança; Hospital; Terapia Ocupacional

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54. AVALIAÇÃO DE ADULTOS/IDOSOS PELA TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR: PROPOSTA DE CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO Lino, Thaís Breternitz; Santos, Claudia Aline Valente; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian; Souza, Monica Cristina Assaiante Departamento de Terapia Ocupacional da Ufscar, Hospital Escola Municipal de São Carlos

Introdução: O processo de hospitalização gera no sujeito inúmeras mudanças e rupturas de suas relações e em seu cotidiano. O sofrimento vivenciado neste contexto é amplo: a solidão, medo e dependência dos outros se fazem presentes. A Terapia Ocupacional no contexto hospitalar tem por objetivo minimizar os impactos gerados pela hospitalização e processo de adoecimento, favorecendo a melhora do paciente no enfrentamento das condições inerentes a sua internação, proporcionando espaços de vida saudável e ativa, diante um cotidiano tão limitado pela doença. Para o processo terapêutico-ocupacional, todavia, o profissional necessita utilizar de procedimentos de avaliação que permitem avaliar a necessidade de acompanhamento e intervir sobre a saúde do indivíduo, no entanto, carecemos de protocolos e instrumentos que contribuam para a avaliação inicial dos pacientes adultos e idosos hospitalizados. Objetivos: O trabalho objetiva apresentar uma proposta de instrumento de avaliação inicial para triagem de pacientes adultos e idosos para acompanhamento terapêutico ocupacional durante o período de hospitalização. Métodos: A partir de reflexões sobre a prática profissional no hospital e consulta às expertises na área, a estudante de terapia ocupacional, supervisionada pelas docentes, elaborou roteiro de entrevista semiestruturado e anexou instrumentos de avaliação do nível de independência, do estado mental, da dor, que compuseram um protocolo de avaliação inicial. A etapa seguinte compreendeu a aplicação do protocolo em um sujeito hospitalizado. Resultados e Discussão: O protocolo pode ser respondido pelo paciente ou acompanhante, devendo identificar o informante. São obtidos dados referentes à identificação do paciente, sociodemográficos e clínicos, tempo de internação, orientação espaço-temporal, quem o acompanha durante a internação, conhecimento do motivo da internação, resumo do primeiro encontro com a terapeuta, perfil ocupacional do paciente, sua rotina, os procedimentos e condutas do terapeuta ocupacional, o encaminhamento para serviços internos e externos do hospital, outros instrumentos a serem aplicados e condutas na alta. Na aplicação do protocolo a uma paciente hospitalizada, o mesmo mostrou-se útil e prático, contribuindo para o raciocínio clínico e condutas com a mesma. Conclusão: Compreende-se a limitação do estudo e entende-se a necessidade de continuação do mesmo com maiores critérios e ampliação da amostra, para que a sua viabilidade e qualidades psicométricas e clínicas sejam de fato confirmadas. Pois, iniciativas que busquem sistematizar a avaliação de pacientes adultos e idosos no contexto hospitalar pode contribuir para a consolidação das práticas dos terapeutas ocupacionais que necessitam diariamente, na atuação profissional, demonstrar aos diversos profissionais da equipe de cuidados hospitalar os objetivos de suas ações.

Descritores: Avaliação; Hospital; Terapia Ocupacional

55. O USO DA ARTE COMO UM RECURSO NO CUIDAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Litholdo, Mariana da Cunha; Vasconcelos, Sarah Xavier Peixoto; Cavalcanti, Annelise Nathalia Farias; Silva, Talita Maria Pereira de Pádua Instituto Medicina Integral Profº Fernando Figueira - IMIP

INTRODUÇÃO: O câncer de pulmão é o mais comum dos tumores malignos, altamente letal, com sobrevida em média de cinco anos. Diante disso, pensar na morte gera sentimentos de ameaça e ansiedade. Os cuidados paliativos, como filosofia de cuidado, tem como elementos fundamentais, o controle da dor e outros sintomas, o cuidado com as dimensões psicossociais e espirituais de pacientes fora de possibilidade de cura e seus familiares. A espiritualidade constitui-se em uma estratégia importante diante de situações consideradas difíceis, como no caso do câncer, que produz um forte impacto na vida do sujeito, cujo tratamento é permeado por eventos estressores. A utilização de estratégias de enfrentamento espiritual e religioso está associada a um comportamento mais ativo, planejado, com reinterpretação positiva,suporte social e emocional por parte dos pacientes. Um meio de abordar a espiritualidade é através da arte, que auxilia os indivíduos a lidar melhor com seus conteúdos internos, estabelecer seu equilíbrio emocional, encontrar sua própria linguagem expressiva. OBJETIVO: Relatar uma experiência de intervenção através da arte, com foco na espiritualidade, buscando um sentido para a vida e para a morte. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, realizado em uma Enfermaria de Cuidados Paliativos, de um Hospital localizado na cidade de Recife – PE. Foi atendido um paciente de 62 anos, com diagnóstico de câncer de pulmão com metástase linfonodal e doença pulmonar obstrutiva crônica, dependente de oxigênio em cuidados paliativos, apresentando reinternação devido quadro de dispnéia e episódios de delirium. O mesmo era acompanhado pela equipe multiprofissional do setor, sendo que poucas vezes aceitava intervenção. Levando em consideração seu antecedente ocupacional, era artesão, foi proposta uma atividade com argila. A intervenção foi um atendimento único, em conjunto pela terapia ocupacional, psicologia e fisioterapia, no qual o paciente esteve livre para construir o que desejasse. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Durante a intervenção o paciente criou diversas esculturas, refletindo sobre sua atitudes passadas e valores vivenciados, relacionando-os ao processo de criação, ao relatar que tudo pode ser modificado. No decorrer da atividade o paciente relatou experiências de sua vida e pode refletir sobre o seu contexto atual de sofrimento. Compreendeu que apesar de suas limitações, ainda teria novas

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possibilidades a escolher, o que permitiu encontrar um sentido para sua vida, transcendendo ao seu sofrimento e lidando de uma melhor forma com sua finitude. Os resultados dessa intervenção vão de encontro com estudos da literatura que apontam o encontro de um sentido na morte como facilitadora da aceitação do processo de finitude. CONCLUSÃO:O relato de experiência apresentado demonstra a importância de considerar a percepção do paciente sobre sua vida e como isto interfere no seu modo de ser. Diante da proximidade da morte, o paciente pode compreender que novas atitudes podem ser tomadas em situação de sofrimento, ressignificando sua situação de vida através de uma expressão artística, onde ele pode manifestar sua espiritualidade e encontrar um sentido para sua morte.

Descritores: Cuidados paliativos; Espiritualidade; Arte

56. GRUPO DE CUIDADORES EM UMA ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Litholdo, Mariana da Cunha; Vasconcelos, Sarah Xavier Peixoto; Nascimento, Pâmela Joyce Ferreira; Silva, Talita Maria Pereira de Pádua Instituto Medicina Integral Profº Fernando Figueira - IMIP

INTRODUÇÃO: Com o adoecimento, toda a família passa por momentos de sofrimentos e situações de mudanças, demandas físicas e emocionais para os cuidados, alterações na rotina cotidiana, transformação de papéis e responsabilidades, adiamento de projetos, preocupações financeiras, entre tantos outros aspectos. A sobrecarga do cuidador é definida como o conjunto de problemas físicos, psicológicos, emocionais, sociais e financeiros experimentados por aqueles que cuidam de pacientes com algum tipo de comprometimento. A utilização de grupos terapêuticos junto aos cuida dores apresentam-se como possíveis estratégias ações de cunho psico- educacional, psicossocial e/ou psicoterapêutico e objetivam a compreensão e a aceitação do diagnóstico, a criação de estratégias de enfrentamento e o conhecimento sobre recursos possíveis para o manejo e possibilidade de expressar preocupações e emoções. Nesta perspectiva, os Cuidados Paliativos tem como um dos seus princípios fundamentais, a assistência aos familiares dos pacientes, sendo esta parte fundamental para um cuidado integral e humanizado. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo relatar uma experiência de intervenção junto a um grupo com cuidadores de pacientes em Cuidados Paliativos. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, realizado em uma Enfermaria de Cuidados Paliativos de um Hospital localizado na cidade do Recife – PE. Foram realizados doze grupos, durante três meses, uma vez por semana, sendo estes mediados por três terapeutas ocupacionais, sendo duas residentes, e uma psicóloga, residente. Os participantes foram os cuidadores dos pacientes internados na referida Enfermaria. Utilizado como recursos terapêuticos: dinâmicas, atividades que favorecessem a discussão e reflexão de temas como cuidado e morte, relaxamentos e alongamentos, além de momentos de escuta e orientações sobre a dinâmica da enfermaria. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Os cuidadores manifestavam verbalmente e emocionalmente as questões vivenciadas por eles no período de acompanhamento ao seu ente na enfermaria; referem-se ao grupo como um momento de cuidar de si, relatando sentimentos de tranquilidade e conforto no período de internação. Os resultados encontrados corroboram com estudo que apontam os grupos psico-educacionais, psicossociais e psicoterapêuticos como abordagens não- farmacológicas capazes de diminuir a sobrecarga do cuidador, à medida que eles tem a oportunidade de aumentar seus conhecimentos sobre a doença, trabalhar seus sentimentos a respeito do diagnóstico do paciente e finitude, e trocar experiências. CONCLUSÃO: A experiência com esse Grupo de Cuidadores, nesse contexto hospitalar, demonstra a relevância de um momento exclusivo para atendê-los, visto que, geralmente, esses cuidadores apresentam-se com alto grau de estresse físico, mental e emocional. Desse modo, o cuidado aos cuidadores possibilita-os estarem mais fortalecidos para enfrentarem o processo de hospitalização, e consequentemente interfere de forma positiva na qualidade do cuidado prestado aos pacientes

Descritores: Cuidados paliativos; Cuidadores; Terapia de grupo

57. O RUIDO NO CTI NEONATAL: UMA VIVÊNCIA DE SUAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS PARA O RECÉM-NASCIDO

Machado, Letícia Guimarães; Leandro, Handula Janine Simões; Coelho, Renato Ramos Fundação de Assistência Médica e de Urgência de Contagem, Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira

Introdução: O ruído é um som indesejável e incômodo cuja presença pode acarretar doenças e dificuldade de comunicação. No entanto, não existe ambiente sem ruído. Assim, recomenda-se uma carga de ruído contínuo (RC) compatível com a natureza do local, no caso de um Centro de Terapia Intensiva Neonatal (CTIn) esta é estabelecida em 55 dB. No entanto, a dinâmica do serviço no CTIn, associado à presença de equipamentos com seus respectivos alarmes, além do próprio profissional de saúde em um espaço exíguo pode gerar uma grande quantidade de RC, repercutindo na evolução clínica do recém-nascido (RN) interno. Objetivo: Medir os níveis de RC e estabelecer possíveis consequências entre seu excesso e a evolução clínica do RN internado em um CTIn. Casuística e método: Durante 5 dias consecutivos, em seis horários diferentes, foi utilizado um decibelímetro (Instrutemp, Brasil) para medir o RC durante 15 minutos dentro do CTIn. Resultado: O RC médio no CTIn durante as

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medições foi de 65,74 ± 0,37 dB. Discussão: Os resultados indicaram um RC médio acima dos 55 dB toleráveis. Isto pode levar o organismo do RN a hipóxia, liberação de hormônio adrenocorticotrófico e adrenalina na corrente sanguínea aumentando a frequência cardíaca e causando vasoconstrição sistêmica, dilatação pupilar, elevação da pressão arterial e intracraniana, aumento do consumo de oxigênio e do gasto calórico. Em conjunto isto pode retardar o ganho de peso e aumentar o tempo de internação. O estado de sono e vigília do RN também é prejudicado, alterando o seu comportamento, tornando-o irritadiço e choroso, comprometendo seu desenvolvimento e interação com os pais. Se este RC mantém-se cronicamente elevado, o RN pode apresentar alteração em seu tono

vagal e na ativação do eixo hipotálamo‑hipófise‑adrenal, elevando o nível basal de cortisol. Este aumento está

associado à perda neuronal no hipocampo e em alterações cognitivas, com repercussão na fala, linguagem e até em futuros distúrbios de aprendizagem. Conclusão: Tendo em vista a grande possibilidade de consequências à saúde do RN, a Terapia Ocupacional (TO) pode contribuir neste ambiente, promovendo a prevenção de agravos a saúde do RN por meio de intervenções que favoreçam o desenvolvimento neuropsicomotor. Além disso, a TO também pode intervir junto a equipe de saúde para a redução dos ruídos, através de atividades de educação continuada. Por fim, este trabalho ateve-se a medição e descrição de eventuais consequências do RC à saúde do RN, novos estudos são necessários para quantificar esta consequência, de forma a embasar ainda mais a atuação da TO para a solução deste problema.

Descritores: Ruído; CTI neonatal; Recém-nascido; Terapia Ocupacional

58. DESEMPENHO OCUPACIONAL DE PACIENTES DEPRESSIVOS COM E SEM ESTRESSE PRECOCE: ANÁLISE DA RESPOSTA TERAPÊUTICA Martins, Camila Maria Severi; Ustulin, Keide Fernanda; Baes, Cristiane Von Werne; Bosaipo, Nayanne Beckmann; Juruena, Mario Francisco

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP-USP, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP-USP

Introdução: O Modelo Canadense de Desempenho Ocupacional estabelece que a saúde fundamenta-se no desempenho ocupacional, sendo este o resultado da interação entre pessoa, ambiente e ocupações. A literatura aponta que a depressão ocasiona graves prejuízos em diferentes áreas do desempenho ocupacional do indivíduo. Além disso, o Estresse Precoce (EP) atua como fator agravante, mantenedor do curso crônico e recorrente da depressão. Objetivo: Avaliar a resposta terapêutica do desempenho ocupacional de adultos em episódio depressivo atual com e sem EP. Casuística e Método: O estudo foi composto por 30 pacientes depressivos, em regime de semi-internação psiquiátrica. Os indivíduos foram divididos em 2 grupos: pacientes depressivos com EP e sem EP. No estudo foram incluídos apenas pacientes com escores ≥16pontos na Escala de Depressão de Hamilton. A presença de EP foi confirmada através do Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ). Utilizamos também a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM), para identificação da auto-percepção do cliente na resposta terapêutica do seu desempenho ocupacional. Todos os instrumentos, exceto o CTQ, foram aplicados em 2 momentos, na admissão hospitalar e 60 dias após. Resultados: Na amostra avaliada, 75.5% dos pacientes sofreram algum tipo grave de EP. Na admissão hospitalar, os pacientes com EP apresentaram 3.0 pontos (±0.5) no grau de desempenho, enquanto que os sem EP apresentaram 2.7 pontos (±0.4), sem diferença estatística significativa (p=0.800). Quanto ao grau de satisfação, os pacientes com EP apresentaram 2.8 pontos (±0.5) e os sem EP apresentaram 1.9 pontos (±0.4), sem diferença significativa (p=0.758). Na reavaliação, pacientes com EP apresentaram 6.1 pontos (±0.7) no grau de desempenho, enquanto que os sem EP apresentaram 3.6 pontos (±0.6), sem diferença significativa (p=0.982). E no grau de satisfação, pacientes com EP apresentaram 5.6 pontos (±0.8) e os sem EP apresentaram 3.1 pontos (±0.6), sem diferença significativa (p=0.478). Por outro lado, na análise intra grupos da resposta terapêutica, os pacientes com EP apresentaram diferença significativa no grau de desempenho (p=0.005) e no grau de satisfação (p=0.003). Já o grupo de pacientes sem EP não apresentou diferença significativa para o desempenho (p=0.215) e satisfação (p=0.106) na admissão e 60 dias após. Discussão: A literatura científica demonstra o impacto da doença afetiva sobre o desempenho ocupacional de pacientes depressivos. O nosso estudo evidenciou melhora significativa do desempenho ocupacional de pacientes depressivos com EP 60 dias após semi-internação psiquiátrica. Diferenças entre os escores do desempenho ocupacional são evidenciados em diversos estudos com pacientes psiquiátricos, evidenciando melhora significativa através da COPM. Porém não foram encontrados estudos específicos sobre o uso da COPM em pacientes depressivos com EP. Conclusão: Nossos dados apontam que houve influência do EP no desempenho ocupacional de pacientes depressivos com EP avaliados 60 dias após a admissão. No entanto, mais estudos são necessários para compreender a influência do EP na resposta terapêutica do desempenho ocupacional de pacientes depressivos adultos, visando assim, abordagens preventivas, interventivas e tratamentos mais eficazes na terapia ocupacional em saúde mental.

Descritores: Estresse Precoce; Depressão; Desempenho Ocupacional; Resposta Terapêutica; Pesquisa.

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59. TERAPIA OCUPACIONAL E A PRODUÇÃO DE CUIDADO EM UNIDADE NEONATAL: UMA REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA Matsuo, Cátia Mari; Galheigo, Sandra Maria Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: O Ministério da Saúde recomenda a constituição de equipe multiprofissional para a atenção em neonatologia. Entretanto, sua Portaria nº 930 de 10/05/2012, não institui o terapeuta ocupacional como membro da equipe essencial das unidades neonatais. Sendo assim, a inserção deste profissional em unidades de neonatologia depende tanto do conhecimento que os gestores possuem de seu papel, como da capacidade de o terapeuta ocupacional afirmar sua competência profissional para apontar e atender às necessidades dos neonatos e seus familiares durante o processo de hospitalização e no pós-alta. Conhecer e refletir sobre como o terapeuta ocupacional identifica e exerce seu papel profissional em unidades de neonatologia pode contribuir para a formulação de estratégias de inserção profissional e aprimoramento do capital simbólico deste profissional em unidades de neonatologia. Objetivo: Apresentar uma revisão narrativa de literatura sobre a atuação da Terapia Ocupacional em Neonatologia. Metodologia: Foram consultadas as bases de dados Bireme/BVS e Scopus, a partir dos termos terapia ocupacional e neonatologia; terapia ocupacional e neonato; terapia ocupacional e unidade de terapia intensiva neonatal, no período compreendido entre 1990 e 2013. Foi realizada varredura manual de periódicos de Terapia Ocupacional bem como a inclusão de capítulos de livros e teses. Após o levantamento do material foi realizada sua leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa. O corpus final do estudo consistiu em 44 produções estudadas. Resultados: O material estudado aponta uma tendência de intervenção da terapia ocupacional em neonatologia que supera a perspectiva biomédica da sobrevida e que incorpora as seguintes temáticas como foco de sua atuação: a diminuição do estresse e da dor neonatal; o desenvolvimento global do bebê; o vínculo mãe-bebê; e o acolhimento do familiar do recém-nascido internado. A produção mostra ações profissionais isoladas, que remetem à experiência prática do próprio terapeuta ocupacional, mas que pouco dialogam entre si. Discussão: A produção de cuidado em unidades de neonatologia implica no oferecimento de atenção humanizada e integral às necessidades do bebê e de seus pais, em uma construção que depende da articulação entre o tipo, a intensidade e a complexidade dessas necessidades, em meio a um conjunto de questões de ordem cultural e social. Para tal, constata-se a necessidade de se superar ações fragmentadas que têm como foco práticas procedimento-centradas. Conclusão: Constata-se a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a atuação do terapeuta ocupacional em neonatologia que construam práticas que incorporem a complexidade das demandas de cuidado do neonato e sua família em uma perspectiva usuário-centrada.

Descritores: Terapia Ocupacional, Neonatologia, Cuidado integral e humanizado.

60. LUTO ANTECIPATÓRIO NO CUIDADOR FAMILIAR DE IDOSOS COM DEMÊNCIA: NOVAS PERSPECTIVAS DE OLHARES PELA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR Mattos, Emanuela Bezerra Torres; Silva, Márcia Laface; Medeiros, Erica Teixeira Curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP, Curso de Psicologia/UNIFESP

Introdução: O diagnóstico de uma doença crônica pode ser uma tarefa difícil de ser enfrentada para quem convive com ela e seus familiares, visto que está comumente associada ao contexto sociocultural que estimula crenças que reificam a vida e negam a doença e a morte. A demência tem atingido cada vez mais idosos, com o aumento da expectativa de vida, causando prejuízos cognitivos, comportamentais e nas atividades cotidianas, tornando o paciente dependente de cuidado, realizado geralmente por familiares. Desde o diagnóstico, o cuidador familiar de idoso com demência vivencia impasses diante das significativas perdas que ocorrem com a progressão da doença de seu ente querido, em relação ao passado, presente e futuro. Dessa forma, o processo de luto antecipatório tem sido pesquisado no intuito de colaborar com o direcionamento de ações voltadas ao bem-estar do cuidador a partir do apoio e suporte dos profissionais que compõem as equipes multidisciplinares nas quais a Terapia Ocupacional tem desempenhado importante papel. Objetivo: Identificar e apresentar a produção científica relacionada com a temática nos últimos seis anos. Casuística e Método: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura sobre o luto antecipatório nos cuidadores familiares de idosos com demência nas bases de dados eletrônicas da PUBMED e PSYCINFO com os seguintes descritores "caregiver", "dementia" e "grief". Resultados: Foram localizados 63 resultados incluindo teses, dissertações e artigos que abordavam a temática. Desses, foram localizados apenas 23 artigos que centraram no luto antecipatório em cuidadores familiares de pacientes com demência, sendo a grande parte realizados nos Estados Unidos. Dentre os principais objetos de estudo foram localizados os conceitos de luto e seu papel no cuidado, o impacto do luto antecipatório no familiar cuidador, questões precipitantes do luto antecipatório, a experiência do luto em cônjuges e filhos de pacientes com demência, intervenções no luto de cuidadores familiares de pacientes com demência e instrumentos de avaliação do luto. Discussão: O luto antecipatório em cuidadores de idosos com demência vêm ganhando espaço para discussão fora do país, sendo fundamental a pesquisa sobre a forma como esses trabalhos estão se desenvolvendo para a discussão e aplicação em nossa prática profissional. Conclusão: Faz-se necessário tornar pública a discussão do luto antecipatório junto aos profissionais de saúde que lidam com cuidadores de idosos com demência no intuito de

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oferecermos serviços de suporte adequado a partir do despertar do olhar dos profissionais para essa nova temática que muda a abordagem do acompanhamento pelos profissionais envolvidos.

Descritores: Cuidador; Demência; Luto

61. GRUPOS COMO INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA Mattos, Fernanda Ferreira; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado

FAMERP, Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP

Introdução: Os cuidados à saúde oferecidos em contextos saúde-doença podem ser realizados em diferentes modalidades assistenciais, dentre elas o trabalho grupal. O fazer e o efeito terapêutico que o mesmo exerce sobre o seu agente é um dos pressupostos básicos da Terapia Ocupacional. Além disso, o fazer junto facilita essa ação, ou lhe dá outro sentido. Assim, pode-se refletir sobre a ação positiva do fazer em grupos nas intervenções da Terapia Ocupacional (Maximino, 1997). Objetivo: Este estudo tem por objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura científica, com análise descritiva das diferentes atuações de terapeutas ocupacionais e de outros profissionais com o uso de grupos nas intervenções terapêuticas. Método: Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados eletrônicas Medline/Pubmed, Lilacs, e no portal Scielo, abrangendo um período de 1997 a 2012. A busca selecionou publicações dos últimos 15 anos com objetivo de encontrar maior número de trabalhos, devido a pouca publicação nessa temática. Foram utilizados os descritores: prática de grupo, psicoterapia de grupo e terapia ocupacional, bem como seus correspondentes em inglês. Resultado: Foram selecionados 17 artigos, categorizados em duas unidades de análise: 1 – Grupos com enfoque na promoção de saúde e participação social (N=9) e 2 – Grupos em diferentes aspectos clínicos e terapêuticos (N=8). Discussão: O uso dos grupos pela Terapia Ocupacional acompanha o próprio desenvolvimento da profissão. Os resultados desse trabalho apontam diferentes maneiras de atuação com uso de grupos com estratégia, sendo a maioria de estudos realizada por terapeutas ocupacionais, com uma prevalência de produções internacionais. Houve prevalência de publicações relacionadas a trabalhos na área da Saúde Mental. Contudo, foi relevante também a quantidade de pesquisas em outras áreas clínicas ou patologias (Por exemplo: Demência, AVE, Distúrbio de coordenação na infância) evidenciando a importância da utilização de grupos em diversos locais e com diferentes objetivos e populações. No que se refere ao ambiente hospitalar, apenas um artigo traz sobre a atuação de Terapeutas Ocupacionais com o uso de grupos nesse local. Conclusão: Com o desenvolvimento dessa revisão sistemática de literatura foi possível a confirmar a relevância do tema, através das publicações dos Terapeutas Ocupacionais sobre o tema do uso dos grupos. Na prática clínica é clara a grande utilização dessa modalidade de atendimento no cotidiano desses profissionais em contextos hospitalares. Conclui-se apontando a necessidade de aprofundar as publicações e pesquisas no campo da Terapia Ocupacional com o uso de grupos, para que possam ser melhor utilizados como modalidade efetiva de atuação clínica desse profissional.

Descritores: Prática de grupo; Psicoterapia de grupo; Terapia ocupacional

62. GRUPO DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS COM MÃES DE BEBÊS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE NEONATOLOGIA Menezes, Mchilanny Bussinguer; Fangel, Letícia Meda Vendrusculo; Gonçalves, Nádia Luiza

Unidade de Neonatologia do Hospital Regional de Ceilândia – SES / DF, Universidade de Brasília – UnB

Introdução: O processo de hospitalização do recém-nascido constitui um momento de intensa ansiedade materna e familiar, haja vista a instabilidade emocional gerada pela condição clínica crítica e instável do bebê grave, ou potencialmente grave, diante da incerteza do prognóstico e do tempo que tal situação perdurará. O acolhimento inicial aos pais e toda a assistência da Terapia Ocupacional realizada em uma Unidade de Neonatologia, constitui-se um importante aliado para minimizar o impacto psíquico desta fase ímpar na história de vida do bebê. Dentre as estratégias de intervenção nesse contexto, executadas pelo Terapeuta Ocupacional, encontram-se os Grupos Terapêuticos, modalidade de intervenção permeada por atividades laborativas, expressivas, de autocuidado e outras, elas integram o rol de abordagens associadas às boas práticas de humanização da assistência hospitalar, como prevê o Método Canguru (estratégia inclusa na Política Nacional de Humanização – PNH dos contextos hospitalares), principal eixo teórico-metodológico inspirador das ações do referido profissional nesse contexto. Objetivo: Este trabalho visa elucidar a importância, do ponto de vista materno, das atividades em grupo realizadas durante o período de internação dos bebês, em uma Unidade de Neonatologia do Distrito Federal. Casuística e Método: As atividades acontecem duas vezes por semana, regularmente, selecionadas e categorizadas de acordo com o tempo de internação mãe-bebê e pelas demandas relatadas verbalmente à aproximação. Os grupos são organizados em: acolhimento (mães recém-chegadas à unidade) e mãe-nutriz (aquelas que estão em alta clínica, mas encontram-se acompanhando seu bebê durante todo o processo de hospitalização para prover o cuidado necessário à alimentação, higienização, toque, posição Canguru, e demais ações que a equipe julgar necessária e pertinente). Aplicou-se um questionário com perguntas abertas e fechadas após o término de cada grupo, em um período de 3 meses, onde as percepções maternas a respeito das atividades desenvolvidas puderam ser elucidadas e exaltadas as relevâncias para amenizar o impacto do período de hospitalização em que se encontravam. Resultado

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e Discussão: Do total de 50 questionários aplicados, observou-se que, 100% das mães acreditavam que os grupos de atividades foram importantes para amenizar a ansiedade e estresse durante o período em que estavam hospitalizados junto aos seus bebês. Diversos outros fatores foram explicitados, bem como a importância para mudar o foco do sofrimento constante pela incerteza da data exata da alta hospitalar do seu bebê, o despertar da necessidade do autocuidado materno, entre outros. Conclusão: Acredita-se que tais atividades possam facilitar o ajuste emocional materno, bem como minimizar o estresse vivido pela família diante do longo período em contexto hospitalar, estranho e adverso à condição natural do nascimento, haja visto a divergência existente entre o bebê real e o bebê imaginado, vivenciado psiquicamente pelas mães.

Descritores: Hospitalização, Recém-nascido, Vínculo, Humanização da Assistência Hospitalar, Terapia Ocupacional.

63. RELATO DE EXPERIÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL NA UNIDADE DE PSIQUIATRIA HOSPITALAR Messina, Shabbina Ribeiro; Batschauer, Daniela Hospital Santo Antônio-Blumenau/Santa Catarina

Introdução: Este estudo integra a teoria e prática, propondo uma reflexão sobre a atuação do terapeuta ocupacional no âmbito hospitalar. Relata a intervenção do serviço de terapia ocupacional, através de oficinas terapêuticas na unidade de psiquiatria da instituição hospitalar, que abrange pacientes com transtornos mentais e dependentes químicos. São atividades diárias que acontecem em grupo, sendo que todos os pacientes hospitalizados são convidados a participar. Inicialmente, é realizado um acolhimento com os pacientes através da roda de conversa, tendo como objetivo abordar temas do cotidiano, como questionamentos em relação ao tratamento, ao seu estado de humor e atualidades nacionais. As intervenções tem como objetivo identificar e validar as potencialidades e interesses dos pacientes, analisando o sistema do seu cotidiano, fortificando os vínculos, e assim possibilitar o resgate de identidade e a reabilitação psicossocial. As oficinas são desenvolvidas através de um planejamento estratégico que contém uma rotina semanal. Nesse espaço são confeccionados tapetes e feito atividades expressivas tais como poesias, pinturas, modelagem e jogos. Este momento propicia a socialização entre os participantes, reforçando a autonomia e independência, a exteriorização de pensamentos e sentimentos e desenvolvendo um melhor vínculo entre equipe e paciente, diminuindo a longa permanência hospitalar e uma maior adesão ao tratamento. Esse espaço visa ainda possibilitar uma valorização da fala através de debates e da reflexão sobre o cotidiano, oportunizando ao paciente uma restauração do seu contrato como cidadão e produtor de sentido para sua própria vida. As pessoas com transtornos mentais ou dependentes químicas são, geralmente, excluídas socialmente, com isso, a prática dessas oficinas possibilita ao sujeito hospitalizado uma nova visão de si, fazendo com que se sinta seguro para a construção de espaços para a participação na vida social. Observou-se, que a expectativa negativa existente nos pacientes e familiares em relação ao setor foi modificada após o grupo, sendo que a percepção deixou de ser referente a um local ocioso, tornando um ambiente acolhedor, com ocupação e rotinas condizentes a um local humanizado. Conclui-se então que a profissão do terapeuta ocupacional está diretamente relacionada a uma luta pela reintegração dos pacientes, atendendo aos interesses sociais, políticos e da saúde pública, fazendo quebra de paradigmas sobre inclusão social e auxiliando na complexidade da condição socioeconômica e cultural, em luta pela humanização.

Descritores: Psiquiatria; Terapia Ocupacional; Oficina Terapêutica

64. PAPÉIS OCUPACIONAIS DE PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO Molinari, Natalia Calil Ambrosio; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP, Universidade de São Paulo – USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil

Introdução: As doenças crônicas representam, atualmente, um grande problema de saúde pública. A insuficiência renal crônica (IRC) refere-se a um diagnóstico sindrômico de perda progressiva e geralmente irreversível da filtração glomerular, ou seja, da função renal de depuração. Na fase mais avançada o portador de IRC pode necessitar de tratamento hemodialítico que consiste na diálise realizada por uma máquina, a qual promove a filtração extracorpórea do sangue. A hemodiálise pode levar o paciente a um progressivo e intenso desgaste físico e emocional, o que pode gerar a interrupção ou alterações no desempenho de seus papéis ocupacionais e na qualidade de vida. Objetivos: Identificar e analisar as mudanças ocorridas nos papéis ocupacionais dos pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise, atendidos em um hospital público universitário, de elevada complexidade, localizado no interior do estado de São Paulo. Casuística e Método: Trata-se de um estudo quantitativo e transversal, baseado na aplicação do protocolo “Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais”, validado no Brasil. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital com parecer nº 99.779 /2012. A casuística da pesquisa foi composta por 80 sujeitos, sendo 40 do grupo de estudo (em tratamento hemodialítico) e 40 do grupo controle (que não fazem tratamento hemodialítico) cujas características de gênero, idade e escolaridade foram pareadas as do grupo de estudo. A coleta aconteceu entre os meses de setembro/2012 a janeiro/2013. Os dados foram analisados pelo Teste Exato de Fisher e o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Resultados/Discussão: O grupo de estudo e controle foram compostos predominantemente por sujeitos do gênero masculino, casados, com

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média de idade de 46,6 anos e ensino fundamental incompleto. Em relação à ocupação, 92,5% do grupo de estudo estavam inativos, enquanto no grupo controle apenas 12,5%. Com a utilização do protocolo “Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais” identificou-se a média da distribuição dos papéis ao longo da vida; os dois grupos apresentaram queda no presente GE (4,4) e GC (5,4) em relação ao passado GE (7,1) e GC (7,7) e aumento da expectativa para o futuro GE (7,7) e GC (8,5). Através da análise comparativa entre os grupos, constatou-se que houve diferença estatisticamente significativa nos papéis ocupacionais de trabalhador no tempo presente (p-valor=0,0000), de cuidador nos tempos passado (p-valor=0,0289) e futuro (p-valor=0,0255), membro de família no passado (p-valor=0,0015) e o papel passatempo/amador no tempo futuro (p-valor=0,0289). O estudo mostrou que houve uma perda de papéis ocupacionais, em especial o de trabalhador, porém papéis como membro de família e religioso aumentaram. Conclusão: O tratamento hemodialítico é complexo e afeta a vida ocupacional dos pacientes renais crônicos, a maioria deles com perdas no desempenho dos seus papéis ocupacionais. Cabe ao terapeuta ocupacional avaliar e intervir com recursos específicos, considerando como um dos seus objetivos prioritários a promoção ou restauração do desempenho ocupacional.

Descritores: Insuficiência renal crônica; Diálise Renal; Terapia Ocupacional

65. IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES HEMODIALÍTICOS Imano, Mariana Eiko; Molinari, Natalia Calil Ambrosio; Xavier, Priscilla Taoni; Cavali, Amanda Regina Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP

Introdução: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é uma síndrome clínica causada pela perda progressiva e irreversível das funções renais. O tratamento mais utilizado é a hemodiálise, que promove a filtração extracorpórea do sangue através de uma máquina. O indivíduo com IRC sofre alterações que modificam os seus hábitos de vida, levando-o ao isolamento social, a falta de perspectivas, redução da autoestima, estados depressivos e de ansiedade. Diante disso, a Terapia Ocupacional (TO) contribui para a recuperação da capacidade de participação e engajamento em ocupações significativas, consequentemente promovendo a melhora da qualidade de vida (QV). Objetivo: Avaliar a eficácia da atividade como recurso terapêutico na qualidade de vida do sujeito com insuficiência renal crônica que faz tratamento hemodialítico em um hospital público universitário, de alta complexidade, localizado no interior do estado de São Paulo. Casuística e Método: Tratou-se de um estudo transversal, quantitativo e qualitativo, baseado na aplicação do Questionário de Qualidade de Vida SF-36, validado no Brasil; e um instrumento semiestruturado sobre a importância do atendimento de Terapia Ocupacional formulado pelas pesquisadoras. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do próprio hospital com parecer nº 334.310/2013. A casuística do estudo foi composta por 60 sujeitos, sendo 30 do grupo de estudo (recebiam atendimento de Terapia Ocupacional durante a sessão de hemodiálise) e 30 do grupo controle (não recebiam atendimento de Terapia Ocupacional durante a sessão de hemodiálise). A coleta de dados ocorreu entre os meses de fevereiro a julho/2014. A análise dos dados foi realizada através de média, mediana, desvio padrão e porcentagem. Resultados/Discussão: Os grupos de estudo e controle foram compostos predominantemente por sujeitos do gênero feminino (54%), casados (54%), com média de idade de 49,48, ensino fundamental incompleto (40%), católicos (60%) e em relação à atividade laboral a maioria estava inativo, ou seja, aposentados, afastados, desempregados ou do lar (87%). Com o questionário de Qualidade de Vida SF-36 observou-se que os domínios mais prejudicados nos grupos foram: limitações por aspectos físicos com média de 32,5 e limitações por aspectos emocionais 39,44; a pontuação máxima e mínima dos dois domínios foi 100 e 0 respectivamente. Já o domínio menos prejudicado foi o de saúde mental com média de 66,13, tendo máxima de 100 e mínima 4. Quando os sujeitos do grupo de estudo foram questionados sobre a importância do atendimento de Terapia Ocupacional durante a sessão de hemodiálise 96,6% (N=29) afirmaram ser importante; já o grupo controle foi perguntado se sentiam falta de desenvolver alguma atividade durante a sessão de hemodiálise, 46,6% (N=14) estes afirmaram não ter interesse de realizar nada durante a sessão. Durante os atendimentos de TO, os sujeitos sentiam-se mais relaxados e abertos para receber esclarecimentos e orientações; conseguindo expor suas dúvidas, medos e angústias. Conclusão: Portanto concluiu-se que as atividades terapêuticas, lúdicas e/ou didáticas proporcionam a manutenção da saúde emocional dos sujeitos envolvidos, podendo interferir positivamente na QV dos sujeitos com insuficiência renal crônica em hemodiálise.

Descritores: Insuficiência renal crônica; Diálise Renal; Terapia Ocupacional

66. A FAMÍLIA DA CRIANÇA DEPENDENTE DE TECNOLOGIA: APONTAMENTOS SOBRE O COTIDIANO Moura, Nayara Lobato da Silva; Leite, Noélia Silva Ladislau; Maia, Fernanda do Nascimento Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira – FIOCRUZ

Atualmente, observa-se uma mudança no perfil epidemiológico da população infantil no Brasil e no mundo, com maior sobrevivência de crianças com condições crônicas e necessidades especiais de saúde que exigem cuidados especiais permanentes. Dentre estas condições de saúde, destacam-se as crianças estomizadas, pertencentes ao grupo de crianças dependentes de tecnologia (CDT). Esta nova realidade traz desafios ao sistema de saúde e às famílias, que vêem seu cotidiano modificado em função de novos cuidados complexos e contínuos. O

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objetivo deste trabalho é compreender o impacto da estomia no cotidiano da família da criança dependente de tecnologia. Utilizou-se como metodologia a abordagem qualitativa, tendo como cenário de estudo um grupo de familiares de crianças estomizadas. Os participantes da pesquisa foram famílias de crianças dependentes de tecnologia que possuem filho(a) portador de algum tipo de estomia. Utilizou-se um diário de campo como instrumento de coleta de dados no grupo, com os dados analisados pela técnica de análise de conteúdo na modalidade temática. Quando uma criança com doença crônica apresenta a necessidade de submissão a uma estomia, seja para viabilizar o funcionamento de um órgão ou função comprometida, ou para melhorar sua qualidade de vida, toda família é, em maior ou menor grau, afetada por este evento. As mudanças no cotidiano se apresentam de forma multidimensional. O impacto da dependência de tecnologia se dá em diversas dimensões: ocupacional, emocional e social. As ocupações que os cuidadores antes exerciam se modificam em função das novas necessidades da criança, e a própria criança tem seus ocupações alteradas: a depender do local da estomia, modifica-se a forma de tomar banho, a alimentação, as funções de eliminação, a escolarização e também o brincar. No aspecto emocional, muitas famílias se tornam fragilizadas e vulneráveis a alterações emocionais, tais como ansiedade, depressão, culpa, raiva, dentre outros sentimentos. Identifica-se que as responsabilidades e desafios para cuidar da CDT acarretam sobrecarga física e emocional principalmente para a mãe. Na dimensão social, identificou-se que cuidar de uma CDT pode causar isolamento social para a família. As atividades sociais costumam ser drasticamente reduzidas em virtude das impossibilidades impostas pelo cuidado, levando a família a um maior isolamento. A complexidade do estado de saúde associado à dependência tecnológica é um desafio para o sistema de saúde e para a os profissionais da área hospitalar. Torna-se necessário ter um olhar para o cotidiano da criança e de sua família e incluí-las no processo terapêutico. O estudo aponta a relevancia do desenvolvimento de um cuidado centrado nas famílias aplicáveis ao cotidiano hospitalar.

Descritores: Atividades Cotidianas; Criança; Estomia; Família; Terapia Ocupacional.

67. O TERAPEUTA OCUPACIONAL INSERIDO EM UMA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE UM HOSPITAL PEDIÁTRICO

Moura, Nayara Lobato da Silva; Simonato, Mariana Pereira; Jacob, Luana Ramalho; Lima, Valéria Borges Ribeiro; Mitre, Rosa Maria de Araujo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira – FIOCRUZ, AFAC

No atual contexto de mudanças na formação dos profissionais de saúde no Brasil, os programas de Residência Multiprofissional - que se configuram como uma especialização lato sensu - foram concebidos pelo Ministério da Saúde desde 2009 com o objetivo de formar e qualificar recursos humanos para atender as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). A lógica da residência está baseada na perspectiva interdisciplinar, potencializando as práticas assistenciais, articuladas ao ensino e à pesquisa, através do treinamento em serviço sob planejamento, supervisão e orientação profissional especializada, abrangendo profissionais de diversas áreas da saúde, dentre eles o Terapeuta Ocupacional. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a experiência do Terapeuta Ocupacional em uma residência multiprofissional e seus diferentes campos de atuação, pensando na contribuição que tal formação possa ter na qualificação para atuar sob a ótica da integralidade na atenção ao paciente. Tem-se como metodologia o relato de experiência de residentes de Terapia Ocupacional em um hospital de média e alta complexidade para crianças e adolescentes cronicamente adoecidos. Os residentes desenvolvem atividades teóricas e práticas, sendo algumas de caráter interdisciplinar (comuns as áreas) e outras específicas. As atividades práticas se desenvolvem em diferentes unidades de internação pediátrica, no programa de atendimento domiciliar e em unidades ambulatoriais (ambulatórios gerais e especializados). Além do atendimento específico nas enfermarias, o residente passa por diversos serviços como: Nutrição, Oftalmologia, Ambulatório de Adolescentes, Ambulatório de Estomatoterapia, Cuidados Paliativos, Genética, Neurologia, Fonoaudiologia (linguagem), possibilitando ter visões e conhecimento sobre essas áreas de atuação. A experiência vivenciada nestes contextos é potencialmente capaz de proporcionar ao profissional em formação - e também ao profissional formador - um olhar crítico sobre as práticas que realizam; a ampliação de conhecimentos e discussões sobre diversas condições sociais e de saúde; a vivência em diferentes níveis de atenção à saúde e atendimento domiciliar; reflexões sobre as práticas existentes e a possibilidade de construção de novas práticas, baseadas em uma clínica ampliada e integral, além de parcerias interdisciplinares e ampliação dos campos de atuação da Terapia Ocupacional. Esta experiência tem proporcionado aos residentes, preceptores e tutores uma reflexão cotidiana sobre os campos de competência em comum entre as diversas áreas da saúde e sobre as contribuições que a as práticas interdisciplinares podem ter para uma clínica ampliada e humanizada na atenção a saúde. Pode-se dizer que a inserção do Terapeuta Ocupacional na residência multiprofissional é recente e produz desafios aos diferentes atores envolvidos neste processo, e que a residência se configura como uma ferramenta com potencial para formar profissionais capazes de romper com a lógica tradicional e fragmentada da assistência à saúde e construir uma interlocução com as diversas profissões envolvidas no cuidado à população. É fundamental que o Terapeuta Ocupacional seja flexível e aberto a construir seu conhecimento prático profissional através da educação continuada, auxiliando, assim, a consolidar o campo da terapia ocupacional em contextos hospitalares e ampliar a discussão da profissão em diferentes contextos.

Descritores: Educação de Pós-Graduação; Hospital Pediátrico; Terapia Ocupacional

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68. A TERAPIA OCUPACIONAL NO CUIDADO AOS PACIENTES COM MUCOPOLISSACARIDOSE: UMA EXPERIÊNCIA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL Nascimento, Éllyda Márcia; Gomes, Rebeca Rodrigues Hospital Universitário Lauro Wanderley, Universidade Federal da Paraíba, Hospital Regional Ruy Barbosa, Arcoverde – PE; Universidade de Pernambuco

A Introdução: As mucopolissacaridoses (MPS) envolvem um grupo de doenças de depósitos lisossômicos, é multissistêmica e tem manifestações clínicas variáveis. São hereditárias, causadas pela deficiência de determinadas enzimas lisossomais que são responsáveis pela catabolização dos glicosaminoglicanos (GAG). Os glicosaminoglicanos são moléculas formadas por açucares que se ligam a uma proteína central que retém grandes quantidades de água. Elas são classificadas em sete tipos, de acordo com a enzima deficiente, neste relato apresentado elas são, do tipo II (Síndrome de Hunter) e tipo VI (Síndrome de Maroteaux-Lamy). As manifestações sistêmicas enfrentadas pelos pacientes afetam o desempenho das atividades de vida diária dos mesmos, trazendo prejuízos na realização das suas funções, impedindo e/ou incapacitando a realização delas. Objetivo: Descrever a atuação da Terapeuta Ocupacional junto à terapia de reposição enzimática com uma criança e um adolescente em um hospital universitário. Método: A experiência se deu através do Programa de Residência Multiprofissional em Contextos hospitalares, em um hospital público, no Estado da Paraíba, no qual a residente de terapia ocupacional pôde vivenciar o cuidado aos pacientes de mucopolissacaridose, no acompanhamento aos procedimentos de reposição enzimática e intervindo com atividades voltadas a aquisição e manutenção das atividades de vida diária e atividades instrumentais de vida diária, com uso de adaptações e recursos de tecnologia assistiva, para a promoção da qualidade de vida, intervindo também nos cuidados paliativos, mostrando-se essencial no cuidado a pacientes que apresentam características de estágio mais severo da doença, como perda dos movimentos, cegueira e surdez, e em outros casos, comprometimentos neurológicos. Resultados: As intervenções são realizadas no setor de MPS do hospital e brinquedoteca da clínica pediátrica, e são caracterizadas em atendimentos pontuais com orientações as mães a respeito das principais necessidades dos seus filhos, adaptações de materiais escolares, atividades e brincadeiras educativas em conjunto com a fonoaudiologia, organização das rotinas das atividades de vida diária em casa e atividades de lazer que proporcionem ao paciente mais grave, oportunidades de diversão e bem-estar. Esta atuação, neste contexto, mostra-se adequada e eficiente, pois o Terapeuta Ocupacional como profissional habilitado para ser mediador das funções ocupacionais humanas é o indicado para viabilizar as vivências e a atividades mais importantes, sejam elas de vida diária, instrumentais ou de lazer. Conclusão: O presente relato permite reafirmar a importância do cuidado do profissional Terapeuta Ocupacional junto à pacientes em terapia de reposição enzimática, tendo em vista a importância de uma atenção voltada às necessidades específicas dos seus componentes de desempenho das atividades, trazendo a oportunidade de promover aprendizado e refinar os aspectos humanos e desse modo torná-los protagonistas de suas ações.

Descritores: Terapia Terapia ocupacional; Mucopolissacaridose; Promoção de saúde

69. A HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR ATRAVÉS DA MÚSICA E PALHAÇOTERAPIA SOB O OLHAR DA TERAPIA OCUPACIONAL Nascimento, Éllyda Márcia

Introdução: Compreendendo a internação hospitalar como uma experiência bastante desagradável por quem a vivencia, e a necessidade de práticas lúdicas para tornar o atendimento nos hospitais mais humanizado, o Projeto de Extensão Sorriso de Plantão, de uma Universidade Federal com a abordagem da palhaçoterapia, dedica-se para a promoção do bem estar físico e emocional dos pacientes internados, visando uma possível recuperação em período mais curto, buscando humanizar a prática médica hospitalar, na tentativa de modificar a rotina de um ambiente frio e estressante, através da arte do palhaço, abrangendo uma gama de situações lúdicas tais como: jogos, desenhos, fantoches, contagem de histórias, músicas, entre outros. Objetivo: Relatar de experiência com idosos hospitalizados e a utilização da música e palhaçoterapia, em um Projeto de Extensão, vivenciada por Terapeutas Ocupacionais, enquanto integrantes do projeto, realizado em um hospital público, no Estado de Alagoas. Método: A Estimulação Cognitiva é essencial no cuidado da Terapia Ocupacional ao paciente idoso, e considerando a capacidade de adaptação e a plasticidade cerebral, visa estimular o que estiver conservado, compensar o que foi perdido e desenvolver potenciais remanescentes. As atividades propostas ocorrem de maneira lúdica, favorecendo os atos da vida cotidiana, utilizando cores, dias da semana, mês e ano, hora, sabores e outros recursos essenciais como a música e a dança. O Projeto de extensão é composto por profissionais e universitários que visitam os hospitais públicos do Estado de Alagoas, aos sábados, no período da tarde, voluntariamente. A experiência ocorreu a partir das visitas semanais, na enfermaria adulta. Nestas visitas, a música e a brincadeira foram os recursos centrais, oportunizando a participação e interação com o público abordado, sendo também trabalhados alguns objetivos da Terapia Ocupacional. Resultados: Sob o ponto de vista da terapia ocupacional as atividades com as músicas no ambiente hospitalar geraram ações de promoção de saúde, aumento do bem-estar dos idosos hospitalizados, contribuindo para uma qualidade de vida durante todo este processo. Existiu também a oportunidade de promover a socialização entre os idosos que estavam na mesma enfermaria, à criação de vínculos, e o estimulo

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de memória retrógrada, ao relembrarem as músicas de sua época. Assim, a música demonstrou ser capaz de proporcionar uma reativação da memória dos pacientes idosos, no momento em que os mesmos reconstruíram e reviveram passagens significativas de sua mocidade, percebendo o seu potencial intacto, permitindo o seu autoconhecimento de ser ativo, melhorando a autoestima e enriquecendo subjetividades, para o enfrentamento da sua rotina hospitalar. Conclusão: Diante desta experiência, foi possível observar grande satisfação dos sujeitos envolvidos hospitalizados, percebendo a importância da música e da palhaçoterapia como instrumentos importantes para a abordagem terapêutica ocupacional no ambiente hospitalar, atuante no amplo processo de humanização da saúde.

70. RESSIGNIFICANDO O TRATAMENTO NA HEMODIÁLISE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL Nascimento, Janaína Santos; Mannini, Juliana; Pelosi, Miryam Bonadiu Universidade Federal do Rio de Janeiro. RJ- Brasil.

Introdução: A doença renal crônica é uma lesão do órgão com perda progressiva e irreversível da função dos rins. O paciente com Insuficiência Renal Crônica (IRC) em programa de hemodiálise é conduzido a conviver diariamente com uma doença incurável que o obriga a uma forma de tratamento dolorosa, de longa duração e que provoca alterações na interação social e desequilíbrios psicológicos, tanto do paciente como também de sua família, repercutindo em sua qualidade de vida. Nos grupos de terapia ocupacional, cabe ao terapeuta analisar o complexo processo que se cria, considerando a dinâmica que se instala no processo de interação entre os integrantes do grupo e a realização de uma atividade. Objetivo: Relatar a experiência assistencial sobre a atuação da Terapia Ocupacional com grupos de pacientes com IRC em tratamento no setor de Hemodiálise. Metodologia: Foram realizados três grupos semanais por uma residente de Terapia Ocupacional, no período de seis meses, com duração aproximada de uma hora cada grupo, durante o procedimento da hemodiálise. Cada grupo era composto por quatro participantes diagnosticados com IRC, com um total de 12 participantes. As atividades propostas no grupo eram decorrentes do interesse de seus participantes, sendo opcional a participação dos mesmos, tendo como principais objetivos estimular as áreas de desempenho ocupacional do lazer e participação social através dos componentes de desempenho psicossociais como autoestima, iniciativa, habilidades interpessoais, motivação, autonomia e auto-expressão. Foram realizadas orientações a respeito do diagnóstico e tratamento, organização da rotina ocupacional, atividades artesanais e expressivas, além de grupos de informações/orientações com a participação de outros profissionais sobre temáticas referentes ao tratamento (acompanhamento nutricional, transplante renal, diálise peritoneal, cuidados com a fístula). O registro do trabalho foi feito no caderno de campo e os dados foram categorizados a partir da análise de conteúdo. Resultados: Ampliação do vínculo entre paciente - equipe multiprofissional, maior conscientização do quadro clínico, reflexão e expressão acerca do tratamento na hemodiálise, melhora no desempenho da rotina ocupacional, compartilhamento de experiências e ressignificação do espaço pelos participantes. Discussão e considerações finais: A atuação da terapia ocupacional trouxe benefícios consideráveis ao processo de hospitalização, contribuindo para maior autonomia e qualidade de vida dos pacientes, maior troca de conhecimento e informações entre os pacientes e profissionais, ampliação da integração da equipe no setor e ressignificação do processo de tratamento dos pacientes naquele setor. O trabalho da Terapia Ocupacional no setor da Hemodiálise se mostrou fundamental para o enfrentamento do paciente com IRC ao longo do processo de tratamento.

Descritores: hemodiálise; grupo; terapia ocupacional

71. ESTRATÉGIAS NECESSÁRIAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NO CONTEXTO HOSPITALAR Nascimento, Janaína Santos; Paiva, Mariana Mapelli; Pelosi, Miryam Bonadiu; Souza, Vera Lúcia Vieira Universidade Federal do Rio de Janeiro. RJ- Brasil, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Introdução: A Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) é uma das áreas da Tecnologia Assistiva e a sua introdução, no contexto hospitalar, vem contribuindo de forma decisiva para o cuidado e a integração dos pacientes com dificuldades de fala ou escrita. No entanto, para que a utilização dos recursos de CAA seja efetiva nesse contexto são imprescindíveis ações para a prevenção e controle das infecções hospitalares (IH). Objetivo: Descrever as estratégias necessárias para utilização dos recursos de CAA no contexto hospitalar. Métodos: Trata-se de um relato de experiência a partir das vivências de terapeutas ocupacionais para a realização do projeto “Implementação da Comunicação Alternativa para os pacientes com dificuldades de fala em um hospital universitário”. Para execução deste projeto, procedimentos preliminares foram adotados, dentre eles a parceria com a equipe da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH), que resultou em orientações e treinamento para a higienização adequada das mãos e a utilização de proteção individual; na criação de um protocolo contendo informações sobre a forma mais adequada para o transporte dos recursos, como protegê-los e a realização da sua limpeza e desinfecção após o uso. Os recursos utilizados para a implementação da CAA foram: pranchas de comunicação impressas, tablets,

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comunicadores e computadores. Resultados: Os principais cuidados adotados foram: plastificação das pranchas impressas; o envolvimento com plástico filme dos computadores, tablets, comunicadores, caneta para tablet, mouse e acionador; a proteção com sacos plásticos dos materiais de apoio para as atividades, como mesa e plano inclinado; o transporte por meio de um carrinho plástico; a estratégia de se evitar uso de materiais de difícil limpeza, como os que apresentavam superfície irregular e pequenos orifícios; e a preparação anterior dos recursos utilizados na intervenção. Ademais, após o uso dos materiais, orientou-se que os mesmos fossem colocados em saco plástico e encaminhados para limpeza e desinfecção no expurgo. Essa ação era iniciada com a lavagem das mãos com água e sabonete líquido, utilização de luvas de procedimento e a limpeza da bancada, seguida da retirada do plástico filme dos recursos e a desinfecção por meio da fricção de todas as partes que compunham os recursos, com álcool 70%, por três vezes. Discussão: As ações voltadas para o controle de IH devem contemplar todos os sujeitos envolvidos no contexto hospitalar, uma vez que oferecerem risco significativo à saúde dos pacientes hospitalizados e dos profissionais. As CCIH são os órgãos responsáveis pela criação, implantação, normatização e supervisão das medidas de prevenção e controle das IH que devem ser seguidas e compostas por diferentes profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e farmacêuticos. Conclusão: Os dados mostraram a complexidade do uso de recursos de CAA no ambiente hospitalar, e a necessidade de treinamento dos profissionais envolvidos em ações dentro deste ambiente pela equipe do CCIH. E, ainda, que independente do objetivo do trabalho a ser realizado pelo terapeuta ocupacional é necessário uma escolha cuidadosa dos recursos que serão utilizados.

Descritores: equipamentos de autoajuda; serviço hospitalar de terapia ocupacional e serviços de controle de infecção hospitalar

72. A INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO ATENDIMENTO A UMA CRIANÇA COM SEQÜELA DE VARICELA NO CONTEXTO HOSPITALAR Nunes, Roberta Ribeiro; Barbosa, João Bosco Lima; Morais, Thaisa Wancy Silva Hospital Giselda Trigueiro

Introdução: Este trabalho mostra a importância do atendimento do terapeuta ocupacional junto a uma criança, acometida por sequela de varicela, cujas lesões culminaram em abscesso e lesão necrótica com perda de substancia, risco de amputação de membro, e consequente comprometimento em seu quadro motor, referenciando abordagens utilizadas no contexto hospitalar pelo profissional. Objetivo: Enfatizar a atuação do terapeuta ocupacional no processo de reabilitação da criança no contexto hospitalar, mostrando a recuperação em conformidade com a fase do desenvolvimento neuropsicomotor vivenciada pela criança. Casuística e Métodos: Inicialmente na fase séptica o direcionamento do atendimento do terapeuta ocupacional foi voltado para a mãe, através de orientações sobre os cuidados e atividades diárias no leito (banho, alimentação, posicionamento correto, o brincar, etc), bem como o acolhimento diante da ruptura de seu cotidiano a uma nova realidade de hospitalização. Na fase seguinte de recuperação pelo tratamento médico, foi observada a regressão de seu desenvolvimento neuropsicomotor, sendo iniciado todo o processo de estimulação e reabilitação da criança para o resgate de sua autonomia. Resultado: Um processo de resgate da autonomia através da ação do terapeuta ocupacional levando a reabilitação da criança durante a estadia hospitalar. Discussão e conclusão: Superar a ambiência hostil hospitalar para a criança longe de seu lar, em que o profissional aproxima-se quase sempre para procedimentos agressivos de realização de exames e coletas ou administração de medicamentos é um processo de fundamental importância, pois não basta a atuação médica medicamentosa e sim a ação multiprofissional, onde a terapia ocupacional tem sua devida atuação e neste caso especifico levou a uma notória evolução positiva no quadro neuropsicomotor da criança ao atender desde o início da hospitalização resgatando paulatinamente sua autonomia através de vivencias sensório motoras, permitindo a execução do sentar, ficar de pé e posteriormente deambular com independência, bem como o brincar e as atividades próprias da idade em diferentes fases do processo de hospitalização. A ação do terapeuta ocupacional junto a genitora também foi de fundamental importância, pois forneceu ferramentas para a atuação da mãe com o filho neste processo de hospitalização. Assim podemos concluir que o papel do terapeuta ocupacional no contexto hospitalar foi de grande importância em todo esse processo desde o início do tratamento até a recuperação da criança, onde após três meses de atendimento já executa suas atividades com independência e confiança, porém ainda em uso do aparelho de tecnologia assistiva (órtese de posicionamento para o pé), com o seguimento ambulatorial.

Descritores: Autonomia; hospitalização; terapeuta ocupacional

73. UM AMBIENTE E ALGUNS PACIENTES: ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO Oliveira, Natasha Pompeu; Vinture, Juliana Silva Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Introdução: O Centro de Terapia Intensiva (CTI) é uma unidade hospitalar que atende indivíduos graves ou de risco, potencialmente recuperáveis e que exigem uma assistência de saúde contínua, através da atuação de uma equipe de saúde multiprofissional, recursos especializados e equipamentos fundamentais. Neste contexto o

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terapeuta ocupacional é um profissional da saúde com recursos humanos especializado, capaz de facilitar o desempenho das atividades essenciais da vida dos indivíduos. Já que muitas vezes os sujeitos internado em uma CTI necessitam de cuidados dirigidos não apenas para os problemas fisiopatológicos, mas também para as questões psicossociais, ambientais e familiares. Objetivos: Expor um relato de experiência sobre as ações da Terapia Ocupacional em um trimestre do ano de 2014, no Centro de Terapia Intensiva adulto de um hospital público, terciário e universitário localizado no interior do estado de São Paulo. Casuística e Método: Os pacientes eram identificados e observados a partir das visitas clínicas e selecionados em nível de prioridade, a fim de prevenir disfunções e ou agravos físicos-psico-afetivo-sociais, promover o desempenho ocupacional e qualidade de vida. Com as demandas levantadas na avaliação terapêutica ocupacional destacaram-se intervenções de estimulação sensório-motora e cognitiva, resgate de atividades significativas e de ocupações e facilitação na adaptação ao ambiente hospitalar (posicionamento adequado; elaboração de estratégias para habilidades social de comunicação, tecnologia assistiva, jogos; atividades manuais, música, leitura, alimentação, banho, orientação e acolhimento), além de atendimento aos familiares com orientações, escuta ativa e complemento das avaliações terapêuticas ocupacionais do paciente. Os atendimentos com duração de no mínimo 50 minutos, eram realizados as quartas feiras em período matutino e ou vespertino e as sextas feiras no período matutino, por uma aprimoranda do serviço de terapia ocupacional hospitalar, sob a preceptoria da terapeuta ocupacional do serviço, sendo que as segundas feiras no período matutino eram realizadas as visitas clínicas com discussão de caso. Resultados: Durante o período de três meses foram realizados em torno de 50 intervenções a pacientes e seus familiares. A grande maioria com adultos jovens e de meia idade, mulheres, com familiares presentes e quadro clínico com diagnóstico e prognóstico variável. Com as intervenções observa-se a possibilidade de manter, reabilitar e ou ampliar as habilidades de desempenho nas atividades essenciais do paciente e das relações interpessoais (paciente – visitante e paciente – equipe). Discussão: Uma hospitalização principalmente em um CTI traz para o sujeito modificações e rupturas no estilo de vida e em seu cotidiano. As habilidades estão associadas e sofrem influência das condições e trajetórias dos sujeitos e de suas famílias, das intenções e propósitos socializadores do contexto em que o individuo vive, elas fazem circular histórias, memórias, significações, afetos e a ação. O sujeito, condutor central do processo, dá vida e tonalidade próprias à habilidade, tendo a terapia ocupacional como facilitador. Conclusão: As intervenções do terapeuta ocupacional em CTI são essenciais, visto que é fundamental favorecer a restauração do desempenho ocupacional do indivíduo, por isso, faz necessário refletir às infinitas possibilidades de atuação deste profissional neste cenário e com esta população.

Descritores: Terapia Ocupacional, Centro de Terapia Intensiva adulto, Estudos de intervenção

74. “HOJE VAI TER GRUPO?” AS TERÇAS AS QUINTAS-FEIRAS EM UMA CENTRAL DE QUIMIOTERAPIA Oliveira, Natasha Pompeu; Wolf, Bianca Brunelli; Victal, Francine de Castro Alves Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Introdução: Adoecer, ter um câncer e tratá-lo, frequentemente, gera aos que adoecem dramáticas modificações no estilo de vida e em seu cotidiano. Sendo a Terapia Ocupacional umas das profissões que auxilia na adaptação, reconstrução e ressignificação deste cotidiano interrompido e a quimioterapia é um dos tratamentos mais indicados no segmento oncológico faz se necessário refletir as infinitas possibilidades de atuação deste profissional neste cenário e com esta população. Entende-se o grupo como uma modalidade de atendimento deste profissional peculiar e de grande valia para unidades como Centros de Quimioterapia. Objetivos: Apresentar um relato de experiência de uma das ações da Terapia Ocupacional em um trimestre do ano de 2014, na Central de Quimioterapia de um hospital público, terciário e universitário localizado no interior do estado de São Paulo. Casuística e Método: Os grupos eram destinados a pacientes e acompanhantes que estavam nesta Central de Tratamento Quimioterápico sendo a participação voluntária. Além do acolhimento e da humanização hospitalar os grupos propunham um espaço de saúde através de atividades de lazer e tinham como objetivo propor uma reflexão acerca da reestruturação da rotina frente ao adoecimento, estímulo e manutenção de habilidades e o fortalecimento de uma rede de suporte social interna, entre os membros que o compunham. Tinham duração de uma hora e trinta minutos e foram realizados às terças feiras e às quintas no período matutino e vespertino, respectivamente com coordenação rodiziada entre duas aprimorandas e uma estagiária, ambas do serviço de Terapia Ocupacional Hospitalar, sob a preceptoria da terapeuta ocupacional do serviço de Oncologia Clínica. As atividades de lazer proporcionadas foram adaptações de adivinhação (perfil, o que é o que é charada) stop, qual é a música, bingo, contação de história, forca, amigo oculto, perguntando, homenagens à mãe e ambiente junino. Resultados: Durante o período de três meses foram realizados 16 grupos, em que participaram 56 homens, 104 mulheres e 123 acompanhantes, com um total de 287 participantes. Durante as intervenções observa-se que foi possível a construção de um cenário de saúde dentro de um espaço que cuida da saúde, a possibilidade de manter e ou recuperar as habilidades de desempenho, as quais angariam condições para melhorias em áreas ocupacionais bem como o reflexo destas nestes cotidianos e possibilitou aprimoramento nas relações interpessoais (paciente – paciente, paciente – acompanhantes e paciente – equipe). Discussão: A atividade grupal proporciona aprendizagem, é a possibilidade de uma nova elaboração de conhecimento, de integração e de questionamentos acerca de si e dos outros. Tateando vários caminhos de mobilização, o grupo pode funcionar como uma caixa de ressonância,

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ampliando as possibilidades de intervenção e tornando-se para seus integrantes um ambiente confiável e facilitador da exploração, assumindo uma função de empoderamento. Conclusão: O “hoje vai ter grupo?” fala comum entre os pacientes, acompanhantes e membros da equipe nos faz refletir para além da expectativa de dias diferentes na Oncologia, eles representam condições para a aquisição de conceitos, habilidades e estratégias, por isso, estes se tornam pertinentes em uma Central de Quimioterapia.

Descritores: Terapia Ocupacional; Neoplasias; Antineoplásicos, Estudos de intervenção

75. TERAPIA OCUPACIONAL E PACIENTE DIABETICO: UM RELATO DE CASO Paiva, Juliana da Silva; França, Barbara Lorrane Oliveira; Fangel, Leticia Meda Vendrusculo Curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Brasília

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença caracterizada pelo aumento da glicose no sangue, chamada de hiperglicemia que se resulta de defeitos de secreção e/ou ação da insulina. Está associada à crescente mortalidade e o alto risco de desenvolvimento de complicações vasculares. Estima-se que, em 2025, a incidência de diabéticos alcançará 5,4% da população mundial. A DM pode resultar em diversas morbidades, como cegueira, insuficiência renal e amputações de membros ocasionando uma diminuição da qualidade de vida. Para tratar estas morbidades alguns indivíduos precisam de hospitalização, sendo esta caracterizada como um confinamento que gera um momento grande de desamparo do indivíduo e de seus familiares submetendo à rotina do hospital. A visão dos pacientes sobre o hospital, sendo um cotidiano marcado pela espera, da hora de tomar remédio, do retorno médico, do banho, da hora de tomar água, não existindo assim, um sujeito que vive esse tempo, mas um tempo que anuncia atividades de sobrevivência e cuidados clínicos incorporados ao seu dia-a-dia. Objetivo: Descrever uma possibilidade de intervenção de terapia ocupacional junto ao paciente com DM em internação hospitalar. Metodologia: Trata-se de um relato assistencial de uma paciente hospitalizada em instituição hospitalar, devido a complicações da diabetes mellitus tipo 1. Foram realizadas 6 sessões durante o período de internação da paciente em um hospital universitário. Resultados e Discussão: Com a utilização da avaliação padrão de T.O estabelecida pelo hospital universitário, foi possível observar as demandas do cliente e assim fazer uma intervenção adequada. Cliente com a ruptura das suas atividades diárias, ocasionada por pé diabético em estágio gravíssimo no qual seria necessário amputação. Encontrava-se hospitalizada para o procedimento cirúrgico e com isso as estagiárias realizaram atividades significativas com a paciente. De acordo com seu desejo, realizamos pintura em panos de prato com moldes de EVA, a atividade foi um facilitador para que ela falasse um pouco mais de si, como a dificuldade de autocuidado, as questões financeiras e o abandono do marido nesse momento intra-hospitalar. Com o passar dos atendimentos a paciente foi se sentindo mais acolhida, resgatou seu interesse em se cuidar, a compreender melhor algumas limitações que teria devido a nova condição e a planejar o futuro após a alta hospitalar. Conclusão: Desta forma, identifica-se a importância da escuta qualificada e a realização de atividades que sejam significativas para o mesmo. Atendendo assim o objetivo da terapia ocupacional que é o de promoção da saúde, qualidade de vida e bem estar do individuo hospitalizado, levando sempre em consideração a individualidade de cada um.

Descritores: Hospitalização, Terapia Ocupacional e Diabetes Mellitus

76. RECURSO DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA PARA PACIENTES HOSPITALIZADOS Pelosi, Miryam Bonadiu; Nascimento, Janaína Santos; Souza, Vera Lúcia Vieira; Marvila, Brenda Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Faculdade de Medicina/Serviço de Terapia Ocupacional do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ)

Introdução: No contexto hospitalar, um número significativo de pacientes que necessita de cuidados de saúde está permanente ou temporariamente incapacitado de se comunicar, e essa condição dificulta sua relação com a equipe e gera dificuldades diagnósticas. A introdução da Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) torna-se fundamental nesse processo. Objetivo: Verificar a correlação da escolha do paciente e do terapeuta ocupacional do recurso de CAA mais indicado para ser utilizado na situação de internação hospitalar. Métodos: Investigação integrante do projeto “Implementação da Comunicação Alternativa para os pacientes com dificuldades de fala”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, sob parecer nº 66/11. O estudo possui delineamento observacional, analítico e transversal, com amostra sistemática de 34 pacientes internados. Foram utilizados dados do prontuário e protocolo estruturado para avaliação da comparação dos recursos de CAA que compreenderam pranchas de comunicação impressas; tablet; comunicador e computador. A temática utilizada nas pranchas para os diferentes recursos foram os pontos turísticos da cidade, com opções de símbolos que variaram de um a 25. Foi realizada à análise descritiva, teste qui-quadrado e coeficiente Kappa, por meio do software Statiscal Package for Social Sciences, versão 17.0. Resultados: A maior parte dos pacientes era do sexo feminino (58%); com idade média de 62,5 anos; internados na clínica médica (42%); com doenças oncológicas e hematológicas (47%); com tempo de atenção superior a 20 minutos (74%); e dificuldades relacionadas à coordenação motora (27%) e a ação de segurar e utilizar o recurso simultaneamente (27%). Verificou-se, ainda, que prevaleceram as dificuldades comunicativas relacionadas à presença de traqueostomia (41%); em que as estratégias comunicativas inicialmente utilizadas foram os gestos e a mímica facial (74%). O tablet foi o recurso escolhido pelos pacientes como o mais

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indicado para facilitar a comunicação no ambiente hospitalar (55%) e, também pelos terapeutas ocupacionais (50%), com associação entre as escolhas (p<0,006) e nível de concordância moderada (k=0,47). Quanto à quantidade de símbolos, as pranchas com 12 opções obtiveram percentual semelhante entre pacientes (38%) e os terapeutas (35%), porém sem associação (p<0,299) e com concordância baixa (k=0,17). Os fatores motivacionais que predominaram para os pacientes foram a produção do som (62%) e a facilidade de acionamento (58%), e para os terapeutas, a produção do som (100%) e a compreensão do recurso pelo paciente (74%). Houve a necessidade de indicação de recursos de apoio, com destaque para mesa de apoio (65%). Discussão: O estudo apontou para a necessidade da consideração de diferentes fatores na escolha do recurso de CAA que estão relacionadas às possiblidades e limitações do usuário, do recurso e do contexto. O papel do terapeuta ocupacional é o de mediar o desejo do paciente com esses fatores. Conclusão: Os dados mostraram que os recursos de CAA que produzem som, em especial os tablets, e apresentam 12 ou mais símbolos foram considerados os mais adequados para facilitar a comunicação dos pacientes hospitalizados.

Descritores: equipamentos de autoajuda; serviço hospitalar de terapia ocupacional e comunicação não verbal

77. ASPECTOS EMOCIONAIS DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS EM HEMODIÁLISE Pereira, Nathalia Cristina Silva; Cavalcante, Milady Cutrim Vieira; Martins, Ana Lice Azevedo

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), UFMA, São Luís - MA, Brasil

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) e o stress gerado pela hemodiálise acarretam sofrimentos de ordem emocional e psíquica que podem se manifestar sob a forma de depressão, angústia e uma espécie de aniquilamento. Além disso, pacientes renais podem desencadear sentimentos como medo, insegurança, ansiedade, depressão, baixa auto-estima e sensação de inutilidade. O estado emocional destes pacientes afeta diretamente o resultado da diálise e sua sobrevivência, além de influenciar na qualidade de vida. Objetivo. Avaliar os aspectos emocionais do portador de DRC em hemodiálise, em dois centros de tratamento do município de São Luís-MA. Casuística e Método. Estudo transversal realizado no período de janeiro a julho de 2009 com pessoas na faixa etária de 20 a 59 anos, em hemodiálise por mais de três meses, em dois centros no Maranhão que correspondem a 85% da população total de dialisados no município. Utilizou-se como instrumento o Kidney Disease and Quality-of-Life Short-Form (KDQOL-SFTM1.3), específico para a avaliação da qualidade de vida de pacientes em diálise e possui 80 itens distribuídos em 12 escalas. A avaliação dos aspectos emocionais foi realizada a partir da escala ‘função emocional’. Para análise descritiva as variáveis qualitativas foram apresentadas por meio de freqüência e porcentagens e as quantitativas por média e desvio padrão. A escala ‘função emocional’ foi apresentada por mediana, por não apresentar distribuição normal. Valor de mediana igual ou abaixo de 50 foi considerando como pior nível de qualidade de vida e, acima deste valor, como melhor nível. Resultados. Predominaram pacientes do sexo masculino, na faixa etária de 40-59 anos, procedentes do interior do estado, com até 8 anos de estudo, pertencentes às classes econômicas mais baixas. Hipertensão e Diabetes foram as principais doenças de base sendo Hipertensão também a comorbidade mais frequente (86,2%). A função emocional apresentou mediana de 66,4. Discussão. As características socioeconômicas e demográficas dos sujeitos deste estudo revelam achado congruente ao do atual perfil da população brasileira. A escala função emocional apresentou escore referente à melhor nível de qualidade de vida refletindo baixo comprometimento dos aspectos emocionais, provavelmente devido à condição crônica da doença e do tratamento gerarem maiores possibilidades dos pacientes investigados desenvolverem uma condição de conformismo e aceitação do seu estado de saúde, refletindo em avaliações “pseudo” positivas da função emocional. A rede de apoio que o paciente possui refletido no nível de suporte profissional, social e familiar também podem estar influenciando os achados encontrados pois, auxiliam na prevenção e minimização das repercussões negativas no decorrer do tratamento e podem ser utilizados pelo doente renal como forma de defesa emocional. Conclusão. Apesar da gravidade da DRC e da complexidade do tratamento, os pacientes mantiveram um equilíbrio frente à nova realidade. O apoio da equipe multiprofissional pode auxiliar no desenvolvimento das diferentes estratégias de enfrentamento de modo que os cuidados em saúde renal devem incluir a avaliação dos aspectos emocionais dos pacientes.

Descritores: Insuficiência Renal Crônica; Diálise Renal; Qualidade de Vida.

78. INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À CRIANÇA HOSPITALIZADA: UMA REVISÃO DA LITERATURA Pereira, Nathalia Cristina Silva; Cavalcante, Milady Cutrim Vieira; Oliveira, Ana Claudia dos Santos Silva

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), UFMA, São Luís - MA, Brasil

Introdução: A hospitalização está entre as causas de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor da criança, pois a falta de estimulação adequada nesse ambiente, a superproteção dos pais e a própria patologia, geram comprometimento nas aquisições motoras, de linguagem e/ou da cognição. A independência nas atividades cotidianas da criança poderá estar diminuída em função do seu estado clínico ou mesmo da restrição ao leito e torna-se um dos principais objetivos da Terapia Ocupacional com a criança hospitalizada promover a autonomia no seu processo de hospitalização e no tratamento. Objetivo: Avaliar publicações sobre a intervenção da Terapia

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Ocupacional junto à criança hospitalizada de modo a identificar prejuízos ao desenvolvimento da criança advindos da hospitalização e as formas de intervenção utilizadas pela Terapia Ocupacional. Casuística e Método: Pesquisa bibliográfica considerando publicações na área da saúde dos últimos 10 anos, em Inglês e Português, nas bases de dados SciELO, Medline, LILACS e CAPES. Utilizou-se como descritores os termos “Terapia Ocupacional”, “ Criança Hospitalizada”, “Desenvolvimento Infantil”, “Occupational Therapy”, “Hospitalized Children” e “Child Development” bem como as combinações entre estes termos. A análise dos dados foi realizada através da comparação e confronto dos achados dos estudos. Resultados: O primeiro levantamento nas bases resultou em 347 artigos científicos sobre o objeto de estudo. Após seleção a partir dos critérios de inclusão, permaneceram oito artigos. Entre os prejuízos para o desenvolvimento da criança hospitalizada estão o afastamento da escola, redução do convívio social, perda da autonomia e independência, sofrimento, sentimentos de medo e ansiedade, rotina hospitalar severamente estabelecida e carência de estímulos. A ferramenta de intervenção da Terapia Ocupacional mais utilizada junto à criança hospitalizada, segundo os achados deste estudo, foi o brincar. Além dos brinquedos, foram utilizados os recursos música, leitura, adequação do ambiente e preparação para cirurgias. Discussão: As publicações selecionadas retratam que o processo de hospitalização rompe com as estruturas cotidianas da criança, afetando seu desenvolvimento físico, mental e social além de prejudicar a conquista de sua individualidade e levar a criança a abdicar do seu papel ocupacional. Compromete ainda seu desenvolvimento intelectual e emocional bem como os aspectos sensoriais, neuromusculares, percepto-cognitivos, psicossociais e lúdicos. Também ficou evidenciado que o Terapeuta Ocupacional dentro da equipe multidisciplinar, tem o objetivo de intervir neste contexto para minimizar os danos que a hospitalização pode causar ao desenvolvimento da criança, destacando como principal estratégia terapêutica o brincar, que deve ser estimulado e adequado às restrições do ambiente hospitalar. Conclusão: Não houve divergência quanto aos prejuízos gerados pela hospitalização para o desenvolvimento da criança e as publicações retrataram de forma semelhante, as formas de intervenção e os recursos e técnicas utilizados pela Terapia Ocupacional durante atuação junto à criança hospitalizada. Apesar da relevância do tema, há carência de produções científicas relacionados ao assunto, tornando fundamental estimular a produção de pesquisas nessa área de modo a valorizar a importância da atuação do terapeuta ocupacional no contexto hospitalar pediátrico e a disseminar as técnicas utilizadas para melhoria da assistência à criança hospitalizada.

Descritores: Terapia Ocupacional; Criança Hospitalizada; Desenvolvimento Infantil.

79. TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DA NEFROLOGIA: REVISÃO SISTEMÁTICA Pereira, Nathalia Cristina Silva; Cavalcante, Milady Cutrim Vieira; Maranho, Katiúscia Marques de Paulo

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), UFMA, São Luís - MA, Brasil

Introdução: A Doença Renal Crônica é um problema de saúde pública e tem efeito devastador na vida dos pacientes que necessitam ser submetidos a uma das modalidades de tratamento de substituição renal. Estes envolvem muitas limitações e prejudicam a participação do indivíduo em várias atividades cotidianas. Deste modo, torna-se crescente a preocupação com a qualidade de vida destes pacientes. O acompanhamento terapêutico ocupacional objetiva impulsionar o paciente a comportamentos mais construtivos frente à doença de modo a melhorar suas funções afetivas, ocupacionais e sociais, influenciando positivamente sua condição biopsicossocial. Objetivo: Revisar de forma sistemática estudos sobre terapia ocupacional no contexto da nefrologia. Casuística e método: Revisão sistemática da literatura realizada a partir dos principais periódicos nacionais no campo da Terapia Ocupacional: Revista de Terapia Ocupacional da USP, Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, Revista do Centro de Estudos de Terapia Ocupacional (CETO), Revista Baiana de Terapia Ocupacional e Cadernos de Terapia Ocupacional do Grupo de Estudos Profundos de Terapia Ocupacional (GESTO). Foram utilizados como descritores e termos livres: terapia ocupacional, nefrologia, hemodiálise, doença renal crônica e transplante renal bem como seus cruzamentos. Os estudos foram selecionados através do título e da leitura dos resumos. Resultados: Encontrados 11 artigos publicados nos últimos 15 anos, o mais antigo de 2001: oito da Revista de TO da USP, três dos Cadernos de TO da UFSCar. Nenhuma publicação foi encontrada nas Revista Baiana de TO, Caderno de TO GESTO e Revista do CETO. A partir dos critérios de inclusão foram selecionados 6 artigos, sendo um relato de experiência, uma pesquisa quali-quantitativa, duas pesquisas quantitativas (exploratória e estudo piloto/transversal/amostra por conveniência/sem grupo controle) e dois resumos de tese de doutorado. As pesquisas foram realizadas em Clínicas de Doenças Renais (3), sendo 1 exclusiva do SUS, e em Ambulatório de Hospital Universitário (1). Cinco dos estudos abordaram aspectos relacionados especificamente à hemodiálise. Os resultados de todas as pesquisas selecionadas referem que as abordagens da Terapia Ocupacional melhoram a qualidade de vida dos pacientes em hemodiálise com significância no desempenho ocupacional e propõem uma estruturação desta abordagem no contexto da Nefrologia. Discussão: O terapeuta ocupacional é o profissional qualificado para trabalhar o desempenho ocupacional do paciente renal crônico, porém são raras as referências deste profissional atuando em equipes multiprofissionais na área de Nefrologia, provavelmente devido ao pequeno número de profissionais inseridos nessa área e ao fato desta ter se dado de forma relativamente recente. O enfoque na hemodiálise na maioria das pesquisas se deve ao maior comprometimento da qualidade vida e funcionalidade dos pacientes submetidos ao tratamento, fundamentando maior atuação profissional do Terapeuta Ocupacional. Conclusão: É importante a descrição dos processos de intervenção desenvolvida pelos terapeutas ocupacionais inseridos no contexto da Nefrologia,

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contribuindo com a maior divulgação desta atuação profissional. Também, torna-se necessário o desenvolvimento de pesquisas em maior número e nível de aprofundamento voltadas para a mensuração do impacto desta abordagem junto a pacientes renais crônicos para ampliar o reconhecimento da atuação e validar a inserção formal do terapeuta ocupacional na equipe de atendimento em Nefrologia.

Descritores: terapia ocupacional; diálise renal; nefrologia; transplante de rim

80. NÍVEL FUNCIONAL DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE NAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA Pereira, Nathalia Cristina Silva; Maranho, Katiúscia Marques de Paulo; Cardoso, Jordana Santos; França, Ana Karina Teixeira da Cunha; Cavalcante, Milady Cutrim Vieira

Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), Secretaria Municipal de Saúde, São Luís - MA, Brasil, UFMA, São Luís - MA, Brasil

Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) é um problema de saúde pública que gera sérias repercussões na vida do paciente, especialmente entre aqueles submetidos a tratamento dialítico. A hemodiálise alivia os sintomas e preserva a vida do paciente com DRC, mas não possui caráter curativo. Além disso, é responsável por um cotidiano monótono e restrito, favorecendo ao sedentarismo e à deficiência funcional, o que acarreta perda da autonomia e independência e, consequentemente, limitações nas atividades cotidianas. Objetivo: Determinar nível funcional nas atividades de vida diária (AVD’s) de pacientes em hemodiálise no Hospital. Casuística e Método: Estudo transversal a partir dos prontuários de 74 pacientes, com idade acima de 20 anos, em hemodiálise num Hospital Universitário. Utilizou-se a Medida de Independência Funcional (MIF) para avaliação funcional que, para classificação considerou neste estudo: independência completa escores equivalentes a sete (atividade realizada com segurança e em tempo normal); independência modificada, a seis (ajuda técnica); dependência modificada, um a cinco (agrupou supervisão ou preparação; assistência total, assistência de 75%, 50%, 25% e menos de 25% para realização da atividade). Variáveis categóricas foram apresentadas por meio de frequências e porcentagens e as quantitativas por meio de média e desvio padrão. Resultados: Predominaram pacientes do sexo masculino, casados, procedentes do interior do Maranhão e que frequentaram a escola por menos de quatro anos (46,6%). Hipertensão foi a principal patologia de base. Os resultados apontam para um nível de independência funcional completa em grande parte dos pacientes em hemodiálise. A classificação do domínio total identificou 85,14% dos pacientes com nível de independência completa; do domínio motor, 5,40% dos pacientes apresentaram comprometimento; e do domínio cognitivo 1,35%. Grande prejuízo foi encontrado nos itens ‘realização de marcha’ (12,16%) e ‘resolução de problemas’ (14,86%). Discussão: Pesquisas revelam presença de limitações da capacidade física de pacientes em hemodiálise como andar, realizar esforço físico, carregar peso, subir escadas, entre outros. Neste estudo, tais limitações podem ser verificadas no comprometimento do domínio motor total que, apesar de não apresentar grande alteração revelou nível de dependência modificada para a ‘realização da marcha’ (12,2%) e para ‘subir escadas’ (8,1%). Pacientes em hemodiálise, clinicamente estáveis, também apresentam lentidão cognitiva e aumentado risco para déficit cognitivo podendo influenciar, além do desempenho das AVD’s na adesão ao tratamento, no que tange ao seguimento da prescrição medicamentosa e compreensão das orientações da equipe de saúde. Neste estudo, 18,9% dos pacientes apresentaram necessidade de ajuda técnica (nível de independência modificada) em relação à memória e 14,9% de supervisão, assistência leve ou total quanto ao item ‘resolução de problemas’ (nível de dependência modificada), sendo este apontado como um dos mais comprometidos nesta área. Conclusão: A hemodiálise e as características da população estudada parecem não estar influenciando o nível funcional destes, provavelmente devido aos avanços tecnológicos em relação às terapias substitutivas e ao acompanhamento multiprofissional recebido no Hospital Universitário em que está inserido o profissional de Terapia Ocupacional.

Descritores: Doença renal; Diálise renal; Atividades Cotidianas

81. DESENVOLVIMENTO DE PARCERIAS PARA CONFECÇÃO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA: TERAPIA OCUPACIONAL E SERVIÇO DE MANUTENÇÃO HOSPITALAR Pereira, Rita Aparecida Bernardi; Silva, Alexsandra Santos; Veiga, Bruna; Lima, Lisandra Emy Taketa dos Santos; Lazoski, Valeska Cardeal Santana Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná

Introdução: O terapeuta ocupacional (TO) utiliza os equipamentos de Tecnologia Assistiva (TA) para aumentar, manter ou melhorar o desempenho funcional dos pacientes. Na avaliação funcional, o TO pode identificar a necessidade do uso destes equipamentos. Há diversas tecnologias disponíveis no mercado, mas com custo elevado. No Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Atenção Hospitalar de Saúde do Adulto e do Idoso do HC-UFPR os residentes atuam em unidades clínicas e cirúrgicas, atendendo pessoas com diversas demandas e no processo de intervenção, uma das barreiras é a escassez de recursos materiais. Objetivo: Apresentar a parceria estabelecida entre os Residentes de Terapia Ocupacional e o Serviço de Manutenção Hospitalar. Casuística: O Comitê de Ajudas Técnicas descreve a TA como um conjunto de recursos, produtos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a ampliação de uma habilidade funcional ou possibilitar a realização da função desejada que está impedida por circunstâncias diversas. As atividades em que

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uma pessoa se envolve são carregadas de significados e propósitos. Quando ela não é capaz de desenvolver tais atividades satisfatoriamente, a TA é um importante recurso utilizado pelo TO. Método: Relato de experiência. Resultados: A dificuldade para aquisição de materiais para confecção de TA neste hospital requer o desenvolvimento de estratégias para sanar esta demanda. Os profissionais encontraram no Serviço de Manutenção Hospitalar uma possibilidade de solução e, desde 2013, estabelecem uma parceria entre os serviços. Busca-se auxílio para confecção de órteses de posicionamento, adaptações para vestuário, alcançadores, pranchas de comunicação alternativa, engrossadores, dentre outros. Os produtos são confeccionados com: PVC, MDF, fórmica e arame. Discussão: Esta parceria tem possibilitado: a ampliação dos recursos oferecidos pelos residentes, a caracterização do trabalho da Terapia Ocupacional nesse hospital e o aprofundamento de conhecimentos teóricos e práticos sobre TA. E, para os pacientes: retomar a autonomia e independência nas atividades cotidianas; estimular habilidades físicas, cognitivas e de regulação emocional, aumentar a autoestima e segurança durante a realização das atividades. Os produtos confeccionados respeitam a individualidade do paciente permitindo iníciar o tratamento ainda na fase aguda da doença. Assim, supre em parte a demanda de encaminhamentos para outros níveis de atenção, visto que, neste município, há escassez de TO’s em outros níveis de atenção à saúde. O acompanhamento destes pacientes, e da utilização dos equipamentos de TA prescritos, pode ser feito pelos residentes no Ambulatório de Terapia Ocupacional. Conclusão: Ao longo dos anos, a dificuldade de acesso aos recursos materiais tem se mostrado como uma barreira para a intervenção do TO neste contexto, e as parcerias estabelecidas entre os serviços mostram-se como uma alternativa eficaz e resolutiva. Além disso, possibilita o aprimoramento do raciocínio clínico, a visibilidade da atuação do TO no contexto hospitalar, a possibilidade ao paciente de receber um dispositivo de TA para facilitar sua rotina diária no hospital e após a alta, e a integração entre os serviços do hospital.

Descritores: Terapia Ocupacional; Hospital Geral; Tecnologia Assistiva

82. “NA TORCIDA PELO BRASIL!” – UMA AÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA Pereira, Rita Aparecida Bernardi; Silva, Alexsandra Santos; Veiga, Bruna; Lima, Lisandra Emy Taketa dos Santos; Lazoski, Valeska Cardeal Santana Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná

Introdução: O processo de internamento hospitalar gera ruptura do cotidiano, afastamento de papéis ocupacionais e diminuição das relações pessoais, que podem influenciar na condição de saúde. A internação durante o período da Copa do Mundo limitou o envolvimento dos pacientes em atividades sociais e de lazer e, assim, este projeto foi criado para estimular o envolvimento nessas atividades. Objetivo: Apresentar o planejamento, desenvolvimento e resultados do projeto “Na torcida pelo Brasil!”, realizado por residentes de Terapia Ocupacional (TO) de um hospital universitário de Curitiba. Casuística: As atividades de lazer são descritas como possibilidades de realização pessoal que dependem da escolha e interesses. Segundo o Modelo da Ocupação Humana, os indivíduos tendem a escolher atividades que complementem suas vidas, gerando autossatisfação. O contexto hospitalar é um ambiente que limita a participação nas escolhas cotidianas e onde o gerenciamento da própria vida é orientado por outros. Metodologia: Relato de experiência assistencial. Resultados: O projeto foi idealizado a partir da experiência na Unidade de Clínica Médica, onde os pacientes permanecem internados por períodos prolongados, e dificuldade para acesso a televisores. O projeto foi desenvolvido em parceria com as equipes de Enfermagem, Nutrição e Departamento de Clínica Médica (DCM). Os jogos do Brasil na Copa do Mundo foram transmitidos aos pacientes, acompanhantes e equipe em ambiente próprio, através de um telão. O DCM autorizou a transmissão no Auditório, a Enfermagem viabilizou a participação dos pacientes, facilitando a administração de medicamentos, roupas, e receptor de imagem digital. A Nutrição avaliou as possibilidades clínicas relacionadas à alimentação e a TO foi responsável por organizar o espaço, a transmissão dos jogos, realizar ambiência das enfermarias com alguns pacientes, preparar e servir pipoca de acordo com as orientações nutricionais, servir o chá preparado pela cozinha do hospital, convidar os pacientes, equipe e familiares, acompanhar os pacientes no trajeto quarto – auditório – quarto, organizar um bolão para incentivar a torcida, inclusive dos pacientes que não puderam ou não tiveram interesse em sair do quarto. Participaram das transmissões em média 4 pacientes, 4 profissionais da Enfermagem, 6 profissionais da limpeza e as terapeutas ocupacionais. Discussão: O futebol é uma atração popular entre homens e mulheres em todas as faixas etárias, por isso, a participação dos pacientes atingiu um número significativo. Ao programar esta atividade, a TO objetivou incluir os pacientes em todas as etapas a fim de estimular a autonomia e a volição. O envolvimento dos outros profissionais possibilitou a discussão da importância da manutenção do envolvimento em atividades significativas e de lazer, bem como a aproximação com o processo de trabalho da TO. Conclusão: Quando o ambiente não favorece a expressão de vontades e limita a participação dos indivíduos nas escolhas cotidianas, compreender a representação simbólica das atividades de lazer é uma tarefa que proporciona ao terapeuta uma revisão do raciocínio clínico e do processo de trabalho. Envolver outras equipes no desenvolvimento desta atividade também exigiu das residentes o exercício de diversas habilidades. Portanto, esta é uma prática que necessita ser difundida entre os profissionais que atuam neste contexto.

Descritores: Terapia Ocupacional; Hospital Geral; Atividades de Lazer

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83. REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DA TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA Perruci, Ludmila Gonçalves; Neves, Fernanda Ribeiro Correia Bianchi; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/ USP

INTRODUÇÃO: Os Cuidados Paliativos visam o atendimento integral, multiprofissional e interdisciplinar à pessoa com doença que ameace a continuidade da vida, com controle dos diversos sintomas, alívio dos sofrimentos e promoção de Qualidade de Vida. A atuação da Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos no Hospital Geral assume particularidades, na medida em que desenvolve ações voltadas à saúde e aos projetos de vida mesmo durante a internação. OBJETIVO: Refletir sobre as práticas da Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos a partir de um Relato de Experiência vivenciada durante o Estágio Profissional em Terapia Ocupacional na Atenção ao Adulto, em uma equipe multiprofissional de Cuidados Paliativos de um Hospital Geral do interior de São Paulo. CASUÍSTICA E MÉTODO: Serão apresentadas as ferramentas utilizadas para as avaliações, com as principais demandas levantadas junto aos oito pacientes (1 homem e 7 mulheres), provenientes das clínicas de oncologia, neurologia, gastroenterologia e ginecologia, no período de fevereiro a julho de 2014. Os atendimentos de Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos a estes pacientes aconteceram a partir de Pedidos de Interconsulta (PI), quando os pacientes estavam internados e respondidos dentro de 48 horas. RESULTADOS: Foram realizadas avaliações com base na “Estrutura da Prática da Terapia Ocupacional: Domínio e Processo” (AOTA, 2010), associadas a observações clínicas em prontuários, reuniões de equipe multiprofissional e observações e/ou intervenções clínicas da estagiária. Os raciocínios clínicos foram direcionados a partir da Prática Centrada no Cliente, assim como os Planos de Tratamento no período Intra-Hospitalar, em curto prazo. DISCUSSÃO: Os projetos terapêuticos foram construídos a partir dos repertórios, da individualidade e projetos de vida de cada paciente, oferecidos num espaço de saúde que possibilita a ampliação dos fazeres, aproximar os pacientes de seus desejos e sonhos, concretizando projetos de vida mesmo diante de suas limitações, durante o período de internação. As ações da Terapia Ocupacional durante a internação proporcionaram maior bem estar e auxiliaram-nos da prevenção dos sofrimentos relacionados a sentimentos de impotência e vazio ocupacional. Além disso, promoveram a capacidade produtiva, ainda que com incapacidades decorrentes da evolução da doença, e os processos de despedida, proporcionando melhor qualidade de vida, diante da finitude. CONCLUSÃO: O terapeuta ocupacional como membro de uma equipe de Cuidados Paliativos, atuando em Hospital Geral, tem como papel primordial cuidar da saúde quando se vivencia a doença e a possibilidade da morte. As ações voltadas à prevenção de sofrimentos físicos, emocionais, sociais e espirituais devem ser bem articuladas com os demais membros da equipe para que se promova e construa tanto projetos de vida, como de despedidas.

Descritores: cuidados paliativos; terapia ocupacional; qualidade de vida

84. A EXPERIÊNCIA DE TERAPEUTAS OCUPACIONAIS RESIDENTES INSERIDAS EM CONTEXTOS DIFERENTES EM UM AMBIENTE HOSPITALAR Poellnitz, Jéssica Cristina Von; Souza, Fernanda Degani Alves; Coelho, Tamiris Teixeira Lopes Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Introdução: A hospitalização pode configurar-se como uma experiência estressante e potencialmente traumática aos sujeitos, pois, nesse período, eles sofrem uma erosão de seu cotidiano e são submetidos a diversos procedimentos invasivos e dolorosos e a uma rotina hospitalar regrada, o que resulta na perda significativa da autonomia e independência e dos diversos papéis ocupacionais que este desempenha em seu cotidiano. Objetivo: relatar a experiência de terapeutas ocupacionais residentes de um programa de residência multiprofissional da cidade de Campinas – SP inseridas em diferentes contextos dentro de um hospital de referência. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência assistencial, realizado durante a prática terapêutica ocupacional de um Programa de Residência Multiprofissional em que as residentes estão inseridas em diferentes especialidades: 1.Saúde da Criança, 2.Saúde da Mulher e 3.Urgência e Trauma. Resultados/Discussão: 1.Saúde da Criança: A terapia ocupacional em uma enfermaria pediátrica dentre suas diversas atuações, tem como foco o atendimento a crianças que durante o período de internação encontram-se muito fragilizadas com a grande quantidade de procedimentos invasivos e dolorosos e que em decorrência da hospitalização não exercem seu papel ocupacional. Faz-se importante também o olhar àquelas que estão em fase de desenvolvimento e que em decorrência da internação apresentam diminuição dos estímulos necessários para desenvolver-se de maneira adequada. 2.Saúde da mulher: atua junto a população feminina em diversos contextos no ambiente hospitalar, sendo que em todos eles são trabalhos aspectos referentes ao processo de hospitalização, saúde/doença, desempenho dos papéis ocupacionais, auto-imagem, realização de AVD’s no ambiente hospitalar e domiciliar (orientações de alta), adaptações, incentivo da autonomia e independência, realização de atividades de interesse do sujeito e adequadas ao contexto, orientações necessárias que variam de acordo com as demandas apresentadas por cada paciente e ampliação do repertório de atividades desenvolvidas por elas no período da internação levando em consideração sua história de vida e a possibilidades destas serem executadas no retorno à sua rotina. 3.Urgência e Trauma: O terapeuta ocupacional está inserido em uma equipe multiprofissional e evidencia sua prática através do

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cuidado baseado na visão holística e humanizada do paciente, considerando que este lida diariamente com limitações e alterações que repercutem no seu cotidiano. Sendo assim, a Terapia Ocupacional atua na ressignificação de seu cotidiano, sendo o facilitador no envolvimento de suas ocupações e no retorno da execução de atividades significativas para o indivíduo, restaurando competências e habilidades, bem como intervém na redução de quadro álgico e edemas, prevenção de contraturas e deformidades. Conclusão: Nota-se que a Terapia Ocupacional no ambiente hospitalar configura-se por uma atuação ampla, voltada para a integralidade do sujeito, como um ser biopsicosocial, sendo que a partir deste olhar, suas intervenções possuem diversas configurações, visando primordialmente nas atuações apresentadas, a independência e a autonomia deste sujeito e sua qualidade de vida.

Descritores: Terapia Ocupacional; Hospitalização; Saúde da Criança; Saúde da Mulher; Trauma

85. A TRAJETÓRIA DA TERAPIA OCUPACIONAL NO HOSPITAL DE REFERÊNCIA EM TRAUMA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Ramos, Jonara Crys Abreu; Nunes, Roberta Ribeiro; Morais, Thaisa Wancy Silva; Queiroz, Leidiane Fernandes Hospital Mosenhor Walfredo Gurgel

Introdução: Este trabalho mostra a trajetória da Terapia Ocupacional no hospital de referência em trauma no estado do Rio Grande do Norte, tendo sido iniciada em 2009 após contratação de uma profissional através de concurso público do estado, dando início assim a história e prática da terapia ocupacional neste hospital. Objetivo: Caracterizar o serviço de terapia ocupacional no hospital de referência em trauma no estado do Rio Grande do Norte, delineando práticas e caminhos na construção de sua história. Casuística e Método: Início da atuação da primeira terapeuta ocupacional foi no centro de tratamento de queimados, surgindo assim, uma grande responsabilidade e missão principalmente em mostrar a atuação de uma categoria profissional até então desconhecida pelo corpo clínico da instituição em tela. De um campo desconhecido surge nas práticas diárias resultados positivos com ganhos na autonomia e independência dos pacientes ao promover treino de Atividade da vida diária – AVD e utilização da tecnologia assistiva. Resultado: Divulgação da Terapia Ocupacional através das práticas e trabalhos científicos nas atividades promovidas pelo hospital, socializando as ações da categoria profissional recém chegada, levando a tomada de consciência da importância deste profissional no contexto hospitalar, surgindo o reconhecimento através da solicitação do serviço em outros setores do hospital. Após alguns meses a segunda terapeuta ocupacional chega ao serviço, sendo sua atuação no SAD-serviço de Atenção Domiciliar, enfermarias e UTI ampliando e aumentando as solicitações para a categoria profissional. Como resultado dos avanços houve enriquecimento como equipe ampliando as práticas e atuações em outros setores como brinquedoteca e UTI pediátrica, através da chegada de novos profissionais autorizados pela gestão. Discussão e Conclusão: Na busca e persistência para o reconhecimento da profissão, os desafios foram ultrapassados ao surgir os primeiros frutos do trabalho, quebrando paradigmas em uma instituição com o modelo hospitalocêntrico, com o reconhecimento mostrado através da autonomia adquirida da gerencia dentro da categoria profissional no setor de reabilitação. Quebrar barreiras onde o desconhecido permeava cotidianamente foi um desafio para as profissionais, porém a cada conquista de espaços e ampliação dos olhares tornou-se possível construir caminhos. Assim podemos concluir que o papel do terapeuta ocupacional em contextos hospitalares é bastante diversificado sendo necessário fortalecimento da categoria com ações em equipe, com apoio da gestão, reconhecimento e valorização das outras categorias profissionais, com atuações interdisciplinares, conscientes de que só assim acreditando no nosso trabalho e nos fortalecendo como categoria conseguiremos instituir nossos serviços no atendimento ao paciente hospitalizado.

Descritores: Terapia Ocupacional, Contextos Hospitalares e equipe

86. INTERVENÇÃO DE TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO A PACIENTES ORTOPÉDICOS INTERNADOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Ratier, Ana Paula Pelegrini; Freitas, Dionne do Carmo Araújo; Yoshioka, Eliani Tiemi Hospital Universitário da Universidade de São Paulo

Introdução: há um consenso existente na literatura sobre a diversidade e intensidade de alterações funcionais e complicações que acometem pacientes que passam por cirurgias de membros superiores (MMSS). A literatura da Prática Baseada em Evidências mostra que a reabilitação precoce – respeitando o quadro de cada paciente – promove ao indivíduo maior mobilidade, menor intensidade de dor, maior força de preensão e maior velocidade de recuperação, necessitando de menos sessões de reabilitação. Dessa forma, em conjunto com o programa de Residência Multiprofissional em Promoção da Saúde e cuidado na atenção hospitalar da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, iniciamos atendimentos para pacientes internados com traumas de MMSS. Objetivo: caracterizar a população atendida pela Terapia Ocupacional (gênero, idade, diagnóstico e causas da lesão); elencar os procedimentos realizados pela Terapia Ocupacional. Casuística e método: trata-se de estudo quantitativo descritivo retrospectivo. Os pacientes atendidos encontravam-se internados na Enfermaria da Clínica Cirúrgica em um hospital de ensino no período de março a agosto de 2014, com atendimentos duas vezes por semana. O critério de inclusão foi apresentar lesão em MMSS com necessidade de tratamento cirúrgico; foram

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excluídos os pacientes com alterações cognitivas moderadas e com ausência de acompanhante. Resultados: foram realizados 60 atendimentos nesses cinco meses. Após análise estatística dos dados, constatamos que 84% dos pacientes eram homens, com idade média de 44 anos. As causas mais comuns das lesões foram os acidentes de motocicleta (37,5%), seguidos das quedas de própria altura (21%) e em menor número, quedas de skate (8%) e acidentes com equipamentos de trabalho (8%). Com relação aos quadros, mais de 55% sofreram fraturas de MMSS, sendo a maioria fraturas de punho e mão. Ainda, 25% sofreram luxações, sendo quase todas luxações de ombro. O paciente necessitou em média de 2 visitas do terapeuta ocupacional. As principais condutas realizadas foram: movimentação ativa de articulações não-envolvidas (50%), elucidação do quadro e provável diagnóstico (37,5%) e intervenções para tratamento de edema (37,5%). Intervir precocemente permitiu otimizar os encaminhamentos para o setor ambulatorial de terapia ocupacional em cerca de 75% dos pacientes. Discussão: observa-se que a população atendida segue a tendência nacional, com predominância de traumas devidos a acidentes automobilísticos. Os homens adultos são prioritariamente afetados em uma idade economicamente ativa, implicando em afastamentos no trabalho e gastos previdenciários importantes. A intervenção precoce no leito minimiza as sequelas da internação e é de grande importância, uma vez que as principais condutas foram movimentação ativa, posicionamento e elucidação do quadro clínico, consideradas de baixo custo. Desse modo, a recuperação do paciente é mais rápida, além do encaminhamento ao ambulatório mais breve. Conclusões: conclui-se que a presença do terapeuta ocupacional em enfermaria para atendimentos ortopédicos de MMSS é de extrema importância, pois as orientações e condutas realizadas empoderam o paciente com relação ao seu quadro clínico e sua reabilitação e previnem seqüelas geradas essencialmente pelo temor do movimento e pela existência de edema. Ressalta-se que é necessária uma pequena carga horária, o que possibilita a esse profissional a inserção em outros setores do contexto hospitalar.

Descritores: Terapia Ocupacional; Reabilitação; Membros superiores

87. TERAPIA OCUPACIONAL E PACIENTES EM TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA: RELATOS DE UMA PRÁTICA ACADÊMICA Rodrigues, Karoline Vitória Silva; Cavalcante, Aline da Cruz; Damasceno, Ana Carolina de Souza; Almeida, Sandra Universidade do Estado do Pará

Introdução: O tratamento do câncer, atualmente, desenvolve-se a partir de algumas modalidades como cirurgia, radioterapia, quimioterapia e transplante. A radioterapia é um método capaz de destruir células cancerígenas, através de feixe de radiações ionizantes. Seu tratamento implica em alguns efeitos colaterais como reações da pele, cansaço, perda de apetite, dificuldades para ingerir alimentos e náuseas, que interferem em sua saúde biopsicossocial e poderão interferir no seu cotidiano. Neste contexto, a atuação do Terapeuta Ocupacional junto ao paciente em tratamento radioterápico torna-se pertinente, pois este profissional é responsável em analisar e promover a vida ocupacional do indivíduo em seus diferentes aspectos, auxiliando no retorno de hábitos e de atividades da rotina de vida. Objetivo: Relatar uma experiência acadêmica de terapia ocupacional em que se buscou promover a expressão e ressignificação de sentimentos atribuídos ao tratamento da radioterapia. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência acadêmica do curso de Terapia Ocupacional da Universidade do Estado do Pará, desenvolvido de maio a junho de 2013, no setor de radioterapia de um Hospital de referência em Câncer do Estado do Pará. Foram desenvolvidas atividades com pacientes que encontravam-se na sala de espera do setor. Estas eram realizadas uma vez por semana, anteriormente às sessões de radioterapia e consistiam em atividades expressivas, de relaxamento e atividades lúdicas recreativas. Resultados: A partir dos estudos encontrados na literatura, observou-se que o tratamento do câncer, em especial o método da radioterapia, desencadeia efeitos colaterais que interferem não somente na saúde biológica dos pacientes, mas também em sua saúde psicossocial. As frequentes alterações de pele, vômitos, náuseas e fadiga implicam na dificuldade dos pacientes em desempenhar normalmente algumas atividades do seu cotidiano, como as atividades de lazer e laborais, interferindo em alterações em suas relações interpessoais. Neste sentido, as atividades terapêuticas ocupacionais propostas semanalmente, buscaram proporcionar a expressão de sentimentos atribuídos ao processo de adoecimento e favorecer a reflexão acerca da resiliência e ressignificação destes, contribuindo assim para o melhor enfrentamento do tratamento e para melhor qualidade do viver dos pacientes. Conclusão: Observou-se que os encontros desenvolvidos com os distintos pacientes situados na sala de espera, possibilitaram expressões verbais e não verbais instantâneas acerca das consequências biopsicossociais do tratamento, bem como das reflexões relacionadas ao enfrentamento da doença e das possibilidades de ressignificação dos sentimentos negativos atribuídos. Portanto, esta experiência desempenhou fundamental importância na experiência prática dos acadêmicos envolvidos, no que concerne a atuação do terapeuta ocupacional na oncologia, bem como no tratamento dos pacientes e em novas reflexões e possibilidades de superação deste.

Descritores: Terapia Ocupacional; Câncer; Radioterapia

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88. IMPLANTAÇÃO DA BRINQUEDOTECA HOSPITALAR DA UNIDADE DE CIRURGIA PEDIÁTRICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR Sacco, Camila Menezes; Kirsch, Elisabeth Bergmann; Camargo, Maria Jose Gugelmin; Castanharo, Regina Célia Titotto Terapia Ocupacional da UFPR

A proposta para esse projeto vem a partir da parceria das acadêmicas do Curso de Terapia Ocupacional com o Serviço de Voluntariado do Hospital de Clínicas da UFPR, como proposta à criação de espaço para uma brinquedoteca na unidade de cirurgia pediátrica, estando de acordo com a Lei Federal no. 11.104/05 que obriga todos os hospitais que atendem crianças a terem Brinquedotecas. “Podemos hoje afirmar que fica difícil imaginar um hospital sem este tipo de área, que oferece o resgate da cidadania, do direito das crianças e dos familiares de serem atendidos de forma digna, de amenizarem seu sofrimento e sentirem-se acolhidos pela comunidade, facilitando sua adesão ao tratamento e melhorando sua complacência aos procedimentos dolorosos a que são submetidos. A presença de uma Brinquedoteca Hospitalar adequadamente montada, muda a ‘cara’ do hospital”. (PETRILLI, 2007, p. 115). Cunha (2007) define brinquedoteca como “um espaço essencial ao desenvolvimento e à saúde da criança”. Brincar gera satisfação emocional e autoconfiança, portanto, deve ser encarado como uma atividade terapêutica por excelência. Um espaço diferente, mágico, que faça voar a imaginação ajuda a criança a compreender e aceitar sua condição, deixando-a mais segura. À medida que expressa seus sentimentos, alivia suas tensões e sua ansiedade.” Objetivos: estudar e estruturar o modelo de brinquedoteca, fundamentar os conceitos de organização, formular uma cartilha de orientação à pais e cuidadores e implantar o projeto no primeiro semestre de 2015. Metodologia: A partir de revisão bibliográfica e por meio da parceria universitária e disseminação da importância do espaço para o desenvolvimento e recuperação infantil, estabelecer parcerias para estruturação e implantação do projeto, favorecendo as demandas do público alvo no seu contexto. Reflexão: A oportunidade proporciona integração teórico/prática que beneficia a interação ensino/serviço e a produção de conhecimento na fundamentação acadêmica permeados pela vivência do contexto hospitalar integrada ao desenvolvimento da criança internada promovendo o desempenho de seus papéis ocupacionais e fortalecendo vínculos familiares durante o processo de internamento, assim como possibilitar uma melhor abordagem da realidade e circunstâncias em que a criança se encontra preparando-a para melhor aderência ao seu tratamento.

Descritores: Brinquedoteca; Terapia Ocupacional; Contexto hospitalar

89. AVALIAÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NO AMBULATÓRIO DE UM SERVIÇO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA Santos, Aime Juliana; Santos, Dayane Regina Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (PRIMAH HC-UFPR), Departamento de T. O. da UFPR

O processo avaliativo é de fundamental importância para a prática da Terapia Ocupacional, mensurando e analisando o desempenho nas funções do cotidiano. A avaliação inicial do terapeuta ocupacional deve definir com o paciente demandas relacionadas ao seu processo de reabilitação física, social e/ou emocional, permitindo fixar objetivos. Este procedimento deve considerar vontades e desejos do paciente de acordo com as condições clínicas em que ele se encontra. Vale lembrar que a avaliação inicial é uma triagem que objetiva identificar as principais demandas e necessidades do paciente. Deste modo, ela pode ser informal, aberta ou composta de instrumentos padronizados e validados. O setting terapêutico no qual se aplica a avaliação deve ser considerado, uma vez que a demanda identificada pela avaliação deve ser resolvida de modo eficaz e de acordo com o contexto. Em cada local de trabalho, a avaliação norteará de modo diferente a forma de identificar os déficits em áreas e componentes de desempenho e promover o diagnóstico terapêutico ocupacional. No contexto hospitalar, alguns exemplos de setting terapêutico são: enfermarias, Unidades de Terapia Intensiva ou Semi-Intensiva e ambulatórios. Esse relato de experiência tem como objetivo descrever o processo inicial de avaliação terapêutica ocupacional em um Ambulatório de Transplante de Medula Óssea de um hospital geral. É válido ressaltar as particularidades da rotina do contexto em questão. O paciente que frequenta o ambulatório pode estar na fase pré TCTH ou pós TCTH. Na fase pré-TCTH ocorre a preparação para o transplante, por meio de exames e consultas. Já no pós-TCTH, o paciente passa por uma fase de acompanhamento ambulatorial diário, até a melhora clínica, quando o acompanhamento passa a ser espaçado. A avaliação utilizada contém dados pessoais como: nome, procedência, número de identificação, cuidador principal, ocupação, diagnóstico, queixas físicas como dor e fadiga, valores, crenças ou espiritualidade, interesses, habilidades e queixa principal. Quando necessário, complementa-se com a Lista de Papéis Ocupacionais, a Medida de Independência Funcional e o Mini Exame do Estado Mental. As demandas relatadas geralmente dizem respeito às dificuldades em retornar a rotina de atividades diárias. Com a intensidade da rotina ambulatorial os atendimentos da Terapia Ocupacional devem ser pontuais e os objetivos traçados devem ser alcançados a curto e médio prazo. A avaliação deve ser objetiva, uma vez que, em virtude do período incerto de permanência do paciente, as demandas devem ser prontamente resolvidas. Pode-se concluir, de acordo com a prática, que as queixas levantadas nesse contexto tangenciam o retorno às atividades de vida diária e o desempenho ocupacional diante das restrições clínicas. Por isso, a avaliação inicial é primordial para o êxito do processo terapêutico ocupacional.

Descritores: Terapia Ocupacional; Ambulatório Hospitalar; Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas.

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90. A MORTE E O MORRER NAS GRADES CURRICULARES DOS CURSOS DA SAÚDE Santos, Andréa Rizzo; Silva, Nilson Rogério; Oliveira, Rodrigo Mota

Faculdade de Filosofia e Ciências “Júlio de Mesquita Filho” UNESP - Marília

Introdução: O processo da morte afeta as pessoas e seus familiares em âmbito pessoal, social e emocional, causando impacto nos profissionais da saúde, uma vez que estes acompanham esse processo. Porém, morte não é somente biológico, mas um processo construído socialmente, que não se distingue das outras dimensões do universo das relações sociais. Assim, a morte está presente no cotidiano de todos e independente de suas causas, seu grande palco continua sendo os hospitais e instituições de saúde. É fundamental uma assistência tanto técnica, quanto emocional-afetiva para a pessoa que está na fase de cuidados paliativos e sua família. Acadêmicos de alguns cursos da área da saúde não são preparados para proporcionar compreensão, proteção, segurança, conforto e um ambiente saudável para que o ser humano encontre o caminho de acordo com suas necessidades. O futuro profissional da saúde enfrenta problemas e sofrimentos cotidianos diante da morte e do morrer, tanto de seus pacientes quanto no entendimento da sua própria finitude. O conteúdo morte é escasso nas grades curriculares dos cursos da saúde, que são os formadores desses profissionais. A dificuldade em lidar com a morte, por parte dos profissionais da saúde, é uma consequência do afastamento das grandes tradições que preparavam as pessoas para o momento final, ajudando a todos a decifrar o sentido de sua existência; Objetivo: Assim, este trabalho tem por objetivo identificar como a questão da morte e morrer têm sido abordados nas grades curriculares dos cursos de formação dos profissionais da área da saúde: terapia ocupacional, fisioterapia, medicina e enfermagem; Método: O projeto foi submetido ao comitê de ética com o número CEP-2014-1103. A pesquisa foi realizada em 6 universidades públicas do Estado de São Paulo e ao todo foram encontrados 19 cursos distribuídos nessas 6 universidades. A coleta de dados ocorreu por meio de busca de disciplinas que abordassem o tema nas grades curriculares dos cursos disponíveis nos portais das universidades e pela aplicação de questionário aos coordenadores dos respectivos cursos. Dos dados coletados, foram encontradas três disciplinas que tratam do tema, sendo essas “A Experiência da Pessoa e da Família no Processo de Morrer” e “O médico e o morrer”, em cursos de enfermagem e medicina, respectivamente, de uma universidade e, “Orientação Familiar” em cursos de Terapia Ocupacional e Fisioterapia de outra universidade; Discussão: Os profissionais de saúde encontram-se entre as populações mais sujeitas a agravos psíquicos e somáticos, devido à natureza de sua rotina ocupacional, a qual se dá em ambientes insalubres e perigosos, com rotinas repetitivas e uma aproximação com a dor e a morte maior que o resto da população; Conclusão: Os profissionais na área da saúde tendem a lidar com a doença e a morte do ponto de vista estritamente técnico, assim, além de evitar o contato com a morte do outro, o profissional evita o contato com as suas próprias emoções em relação à morte e o morrer. É difícil em nosso tempo entender a morte como um fenômeno natural, pois a tendência é atribuí-la, sempre, a fatores externos.

Descritores: Educação Superior; Morte; Ocupações em Saúde; Pessoal de Saúde.

91. PROJETO DE DESOSPITALIZAÇÃO - VIABILIZANDO O SISTEMA DE CONTRA-REFERÊNCIA: EXPERIÊNCIAS DE RESIDENTES DE TERAPIA OCUPACIONAL

Santos, Brenda Pina; Silva, Alexsandra Santos; Veiga, Bruna; Motizuki, Camila Sayuri; Santana, Valeska Cardeal Universidade Federal do Paraná, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) é hierarquizado em três níveis de atenção. Pautado na referência e na contra-referência, busca garantir o acesso a todos os níveis de assistência. No entanto, observa-se que a integração entre os níveis ainda é ineficaz sendo necessária intermediação entre a alta hospitalar e o retorno ao domicílio (contra-referência). Neste contexto, em um Hospital Escola de Curitiba, foi desenvolvido o “Projeto de Integração no Hospital”, que propõe visita domiciliar pela equipe que acompanhou o paciente na internação, visando a integralidade e a contra-referência. Objetivo: Relatar a experiência de residentes de Terapia Ocupacional, no referido projeto. Casuística: A Lei 8080/1990, que regulamenta o SUS, traz entre seus princípios a universalidade, que garante o acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, e a integralidade (ações de promoção da saúde, prevenção de doenças, assistência e reabilitação de forma articulada entre os vários níveis de assistência). No entanto, O SUS encontra-se em um grau de organização ainda incipiente, ainda sem garantir a continuidade da assistência. Método: Relato de experiência. Resultado: São objetivos do projeto: favorecer a prática da contra-referência e desospitalização; promover a integração dos residentes multiprofissionais com a equipe da atenção primária (AP); aprofundar o aprendizado sobre o SUS. Os pacientes que durante o internamento se encaixarem nos critérios estabelecidos são selecionados para receberem visita domiciliar. Juntamente com a equipe multiprofissional, as Residentes de Terapia Ocupacional realizam ações de contra-referência, tendo a possibilidade de conhecer a realidade do sujeito em seu contexto e de articular ações com a AP. Há a possibilidade de repasse à equipe da AP das orientações fornecidas na alta, inclusive a respeito de tecnologias assistivas prescritas, bem como sanar dúvidas dos familiares sobre as orientações. Esta experiência tem refletido diretamente na formação profissional, pois leva o profissional a direcionar seu olhar para o sujeito como ser integral, inserido na comunidade, com sua história, contexto socio-cultural e familiar. Discussão: A realização de ações de contra-referência no contexto hospitalar ainda é escassa e há a dificuldade, entre os profissionais, em compreender a relação entre os níveis de assistência e a integralidade. No município em questão, o terapeuta ocupacional ainda não está inserido na

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AP, o que dificulta a continuidade do acompanhamento terapêutico ocupacional após a alta. No entanto, o projeto tem possibilitado encaminhamentos efetivos do sujeito para os equipamentos do território. Conclusão: A contra-referência auxilia na redução dos custos da assistência, da superlotação dos hospitais e do número de reinternações pelo melhor acompanhamento das equipes da AP. O ideal seria que este acompanhamento atingisse todos os pacientes após a alta hospitalar. Além disso, o prejuízo causado pela ausência do terapeuta ocupacional na AP deve ser ressaltado, visto que na impossibilidade da visita pós-alta, este seria o profissional responsável na rede pela continuidade das ações iniciadas no contexto hospitalar.

Descritores: Hospital; Integralidade em Saúde; Terapia Ocupacional

92. A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NA EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA Santos, Brenda Pina; Soares, Luana Louise Padilha Universidade Federal do Paraná, Universidade do Estado do Pará

Introdução: a emergência psiquiátrica pode ser entendida como um momento em que os sintomas psiquiátricos tornam-se mais graves e causam uma desorganização no equilíbrio humano, prejudicando o sujeito em sofrimento psíquico na sua rotina diária. No contexto da emergência psiquiátrica, a Terapia Ocupacional (T.O) intervém com o objetivo de auxiliar no alívio da sintomatologia psiquiátrica empregando atividades, como recurso, favorecendo a construção de vínculos e possibilitando o estímulo da independência e (re) adaptação para o autocuidado, atividades produtivas e relações interpessoais. Objetivo: apresentar contribuições da T.O na assistência a pacientes internados na emergência psiquiátrica de um Hospital Geral. Casuística: a T.O. no Brasil teve seu início na área psiquiátrica, em 1946 no Rio de Janeiro no Centro Psiquiátrico Nacional sob direção da Dra. Nise M. da Silveira. Sua finalidade era de favorecer o cliente com transtorno mental instituindo uma ocupação de livre acesso. Método: relato de experiência baseado na prática em estágio de intercâmbio no setor de Emergência Psiquiátrica de um Hospital Geral de Belém, durante exercício da Residência Multiprofissional em Curitiba. Resultado/Discussão: as ações terapêuticas ocupacionais levaram em consideração a estruturação da rotina do serviço como instrumento organizador para os pacientes assistidos. Foi elaborada uma rotina com atividades diversificadas em horários pré-definidos, a exemplo do horário para a higiene pessoal, o banho, alimentação, banho de sol na área externa e grupos terapêuticos multiprofissionais, tendo o T.O, contribuído para a compreensão da rotina enquanto recurso terapêutico. Para além dessa conduta, a intervenção também ocorreu no âmbito de atendimentos em grupo e individuais, com proposta de atividades expressivas e de lazer. A intervenção contou com uma coleta de informações do paciente, por meio da anamnese ocupacional com dados da situação psicossocial, aspectos saudáveis, áreas de desempenho preservadas, livres de conflito e habilidades remanescentes. Posteriormente, avaliou-se as informações coletadas e delineou-se os objetivos da conduta, favorecendo prioridades para a ação. Após a anamnese ocupacional, permitia-se a livre escolha da atividade pelo paciente, diante de algumas opções, como método de avaliação e estímulo à autonomia no processo do fazer. Quando havia dificuldades, o T.O intervia sugerindo possibilidades e delineando caminhos em conjunto. Essa atitude muitas das vezes contribuiu para a formação do vínculo terapêutico e, consequentemente, em uma maior interação dos pacientes com a atividade. As atividades expressivas realizadas desenvolveram uma função facilitadora para o sujeito em sofrimento psíquico, auxiliando na expressão das vivências não verbalizadas. Já as atividades mais estruturadas, como atividades manuais, auxiliaram na organização psíquica e no estímulo das funções cognitivas, como orientação em tempo e espaço, coordenação motora, atenção, concentração e criatividade. Ambos os tipos de atividades permitiram o treino das habilidades psicossociais, como os interesses, valores, papel social e relações interpessoais. Conclusão: a T.O, enquanto profissão que utiliza a atividade humana como recurso terapêutico, não se resume às atividades citadas, a exemplo das autoexpressivas. Porém, no contexto da emergência psiquiátrica, esta proposta mostrou-se sendo a mais eficaz por mobilizar sensibilidade e criatividade, que são particulares em cada sujeito, estabelecendo um canal de comunicação com o paciente em crise.

Descritores: Estresse Psicológico; Terapia Ocupacional; Atividades Cotidianas

93. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE ADEQUAÇÃO POSTURAL E DISPENSAÇÃO DE OPM EM HOSPITAL DE ALTA COMPLEXIDADE

Santos, Camila Abrão; Credidio, Roberta Abduch Rolim; Oyama, Larissa Alves Rodrigues; Conti, Juliana; Lancman, Selma Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - ICHC FMUSP, Curso de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo

Introdução: Os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) são mecanismos de gestão de qualidade que objetivam padronizar atividades e rotinas, garantir eficiência e evitar falhas de processos. A Clínica de Terapia Ocupacional, em implantação em um hospital de alta complexidade, elaborou os Procedimentos Operacionais Padrão necessários para assegurar a qualidade dos processos realizados. Um destes processos é a Adequação Postural, que inclui avaliação e dispensação de OPM - órteses, próteses e materiais especiais - aos pacientes atendidos. Objetivo: Descrever o POP de Adequação Postural, elaborado pela Clínica de Terapia Ocupacional de um

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hospital de alta complexidade. Método: Serão relacionados os itens necessários para elaboração do POP de adequação postural, de acordo com o esperado pelo Setor da Qualidade de um hospital de alta complexidade. Será realizada a descrição do procedimento, como consta no POP original. Resultado: Para elaboração do POP de adequação postural foi necessário descrever os seguintes itens: objetivo; campo de aplicação; indicação; contra-indicação; definições; material; descrição do procedimento; pontos críticos/riscos; referência; histórico de revisões/aprovações. Descrição do Procedimento:

- Após realização de avaliação inicial de Terapia Ocupacional (em UTI, enfermaria ou ambulatório), havendo necessidade de adequar posicionamento sentado do paciente atendido, a terapeuta aplica a avaliação de adequação postural, fazendo a prescrição de cadeira de rodas, cadeira de banho e/ou adaptação para cadeira de rodas.

- A terapeuta insere os itens prescritos em planilha de compra e dispensação de OPM. Cada paciente é pontuado de acordo com critérios definidos para priorização de recebimento, e aguarda em lista de espera.

- Mensalmente, é elaborada uma planilha de cotação para compra direta de cadeiras de rodas, cadeiras de banho e adaptações para cadeiras de rodas.

- O processo de compra e dispensação possui as seguintes etapas: envio mensal de solicitação de compra, aprovação e efetuação da compra, recebimento dos produtos, adaptação das cadeiras de rodas, dispensação ao paciente em atendimento ambulatorial, faturamento através da Tabela de Procedimentos, OPM e Medicamentos do SUS.

- A dispensação é feita pela terapeuta ocupacional responsável pelo atendimento do paciente. - Após efetuação da compra, a adaptação de cadeira de rodas possui as seguintes etapas: * O paciente realiza de 2 a 3 provas na cadeira em adaptação, de acordo com o formulário de prescrição

de adaptação para cadeira de rodas. * A oficina ortopédica contratada é responsável pela confecção da adaptação e transporte das cadeiras. * O processo é realizado entre 3 a 5 semanas. Discussão: Atualmente, a Tabela de Procedimentos, OPM e Medicamentos do SUS possibilita a

dispensação de cadeiras de rodas, cadeiras de banho e itens de adaptação de cadeiras de rodas. A padronização da rotina do procedimento de Adequação Postural favorece otimização do processo de dispensação destas OPM´s. Conclusão: A descrição do POP de Adequação Postural possibilita a compreensão de como este processo é realizado pela Clínica de Terapia Ocupacional e pode auxiliar outras instituições a desenvolverem processos semelhantes em ambiente hospitalar.

Descritores: Terapia Ocupacional; Gestão de Qualidade; Sistema Único de Saúde

94. INTEGRALIDADE: DESAFIOS NA CONSTITUIÇÃO DA LINHA DE CUIDADO DO IDOSO NUM HOSPITAL ESCOLA

Santos, Claudia Aline Valente; Farias, Aline Zacchi; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian; Souza, Monica Cristina Assaiante Departamento de Terapia Ocupacional da Ufscar, Hospital Escola Municipal de São Carlos

Introdução: Linha do Cuidado é entendida como uma forma de produção sistêmica de saúde, sendo um processo dinâmico e que envolve redes micro e macro institucionais, voltada para atender as necessidades do usuário. Seu inicio ocorre com a entrada do usuário em qualquer serviço da rede e que vai percorrendo um itinerário em segmentos que fazem parte desse sistema ou que de alguma forma participam e contribuem para o cuidado, por exemplo, as entidades comunitárias e de assistência social. No contexto hospitalar, a produção dessa linha é constituída pela somatória de cuidados parciais que são realizadas pelos diversos profissionais, como também na extensão dessa linha para fora dele. A Terapia Ocupacional compõe esse núcleo de profissionais que auxilia na produção da linha do cuidado dentro do hospital, desenvolvendo um cuidado ampliado que envolve ações dentro do circuito do hospital junto à equipe, como também o mapeamento da extensão desse cuidado, através da localização das estações que podem ser articuladas na rede do município. Objetivos: Este trabalho tem como objetivo ilustrar a elaboração de uma linha de produção de cuidado a partir de uma experiência com uma usuária idosa internada em um hospital escola paulista, no ano de 2014. Métodos: A construção da linha foi parte das atividades práticas de uma estudante de terapia ocupacional, supervisionada por docentes do curso e equipe multiprofissional. A usuária era idosa e acamada, apresentava histórico de três internações em menos de seis meses. Foi constatada a necessidade de se pensar da linha do cuidado, para além dos circuitos internos hospitalares, sua extensão para outros equipamentos da rede, com o intuito de atender suas diversas demandas de saúde identificadas pela equipe. A terapia Ocupacional junto a Assistente social do serviço mapearam alguns serviços/equipamentos tomando como referência o Ares que a paciente pertencia, além de propor uma visita pós-alta para melhor compreensão de suas necessidades e da família. Resultados e Discussão: O programa de atendimento domiciliar, o serviço de remoção, a orientação sobre a Farmácia Popular e o acompanhamento da Unidade Básica de Saúde são exemplos desse mapeamento, uma vez que a paciente parecia não se encontrar assistida por estes, o que poderia motivar as internações frequentes. Espera-se que com a efetivação dessas ações ocorra à promoção de saúde e a melhor qualidade de vida para a usuária através da sua vinculação nesses serviços emaior fortalecimento da linha de cuidado. Conclusão: A produção da linha do cuidado é responsabilidade de todos os profissionais, e mesmo que seja

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rompida em algum momento, sua reconstituição é necessária para não haver apenas um cuidado fragmentado que não atenda as demandas dos usuários e não incentive sua autonomia e desejo efetivo em participar do seu processo de cuidado.

Descritores: Linha de Cuidado; Hospital; Terapia Ocupacional

95. APRENDENDO COM O ENCONTRO A OUVIR: PROJETO DE EXTENSÃO COLHEDORES DE CAUSOS Santos, Claudia Aline Valente; Melo, Tatiana De Vasconcellos; Souza, Mariana Carolina Lima; Oliveira, Maribia Taliane Departamento de Terapia Ocupacional da Ufscar

Introdução: O Hospital vive uma inversão de valores, onde observamos a valorização de procedimentos com equipamentos de alto custo financeiro e, em contrapartida, o processo de cuidar e as relações humanas são desvalorizados. Essa lógica precisa ser rompida: necessitamos na mesma intensidade de equipamentos tecnológicos e profissionais de saúde sensíveis e competentes para a prestação do cuidado. O Ministério da Saúde, por meio da Política Nacional de Humanização enfatiza que os equipamentos de Saúde que compõem o SUS devem priorizar a realização de atividades de Promoção de Saúde e Humanização dos Espaços e Sujeitos. Estas ações devem ser viabilizadas com a prática de uma Clínica Ampliada, onde a Escuta Ativa, a criação de vínculos e Afetos, bem como, formas de Acolhimento possam ser a base de toda a atenção prestada aos usuários. A Universidade, em consonância com a Política Nacional de Humanização, tem papel crucial na formação de profissionais que primem o cuidado Integral, a compreensão da vivência do adoecimento e acolhimento das necessidades dos sujeitos. Objetivos: Assim, este projeto tem como objetivo contribuir para a formação do aluno em sua dimensão humana, tornando-o sensível, acolhedor e empático para com as histórias de vida e o sofrimento humano, em especial, de adultos e idosos hospitalizados. Método: A atividade de extensão envolve 15 estudantes de terapia ocupacional, que realizam uma ação de humanização do contexto hospitalar junto a pacientes adultos e idosos, e seus acompanhantes, por meio de visitas semanais ao hospital escola, no período noturno, com duração de 2 horas. São realizados escutas ativas e jogos que favoreçam a expressão de sentimentos e necessidades dos pacientes. Resultados e Discussão: Iniciada em abril deste ano, a atividade compreendeu a capacitação dos estudantes com vivências e discussões sobre a temática; após se iniciaram as visitas. Os estudantes relatam sentimentos e aprendizados no contato com o outro de modo positivo, rompendo com o medo inicial que os paralisavam e dificultava a escuta ativa, produzem narrativas e levantam temas para estudo em grupo, durante a supervisão. Para os pacientes-acompanhantes observa-se resposta positiva: relatam sentirem-se acolhidos, enfatizando o período noturno, em que ocorre o esvaziamento do ambiente e redução da equipe, além de serem encaminhados para avaliação da terapeuta ocupacional do serviço, se necessário. A equipe de enfermagem tem manifestado satisfação por terem parceria para a realização do cuidado, com possibilidade de partilhar experiências diferentes. Conclusão: Recomenda-se que a atenção da terapia ocupacional no período noturno possa ser oferecida em diferentes locais, pois observasse que os sujeitos hospitalizados carecem de serem atendidos em suas necessidades durante os diferentes momentos do dia. A experiência tem possibilitado a criação de espaços de diálogo e reflexão sobre o cuidar em estágios iniciais da formação do terapeuta ocupacional.

Descritores: Idosos; Hospital; Terapia Ocupacional

96. A VIVÊNCIA DO PROCESSO DE MORTE EM UM AMBIENTE HOSPITALAR: CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL Santos, Dayane Regina; Dias, Gabriela Martins Departamento de Terapia Ocupacional da UFPR, Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (PRIMAH HC-UFPR)

As percepções acerca das vivências de morte vêm sofrendo alterações importantes. Perpassa a experiência tranquila da idade média, chegando às aflições e angustias geradas pela tentativa constante de evitá-la da sociedade atual. Mesmo com o movimento dos cuidados paliativos que propõe humanizar o morrer, a instituição hospitalar continua caracterizada por um ambiente despersonalizante. Um contexto de dor, sofrimento e perdas. Atuando nas consequências geradas por este processo e pelo ambiente em que ele é vivido, a Terapia Ocupacional (TO) volta suas intervenções para o dimensionamento de soluções dos problemas relacionados à permanência do sujeito no hospital, às relações com os profissionais, e às necessidades das famílias. Este relato de experiência tem como objetivo descrever a atuação do TO na busca de melhorar a qualidade do processo de morte vivenciado por um paciente com neoplasia hematológica em uma unidade de quimioterapia de alto risco. Do interior do Paraná, hospitalizado devido à recidiva da doença, com dezessete anos de idade e acompanhado pelos pais, apresentava-se independente e autônomo em seu desempenho ocupacional. Apesar do sofrimento gerado pelo impacto do diagnóstico, e reviver a quebra do seu cotidiano, das atividades significativas e projetos de vida, evidenciava resiliência. O acompanhamento da TO foi realizado diariamente, com a prática centrada no cliente, e teve como metas manter o foco de atenção em condições de qualidade de vida, resgatar os potenciais saudáveis e capacidades, assim como fortalecer as relações sociais e familiares. Após o investimento em protocolos de re-

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indução, para os quais o paciente não apresentou resposta favorável, e sem performance para outras alternativas terapêuticas, iniciaram-se cuidados de suporte, incluindo a alta hospitalar. Com fortes dores em seios da face e queixa de dispneia foi readmitido na unidade identificado com infecção fúngica. Diante deste quadro, evoluiu para um estado de dor total, vivenciado por cerca de um mês. Neste período, foram iniciados os esforços na busca do controle impecável dos sintomas de natureza física, psicológica, social e espiritual. O controle da dor era realizado por equipe especializada, que facilitava o manejo do paciente que já se encontrava restrito ao leito. As intervenções da TO voltaram-se ao auxílio da equipe no encontro de medidas de conforto para o banho, vestir-se e despir-se e alimentação. Devido à intensidade das dores em nível toráxico foi utilizado dispositivo de comunicação alternativa buscando facilitar a comunicação entre equipe-paciente e paciente-familiares. Outra intervenção foi voltada à manutenção de atividades significativas, sendo proporcionada música ambiente e o atendimento da musicoterapia, sempre ligadas às suas crenças religiosas. Oportunizaram-se espaços de convivência, onde a TO mediava a interação do paciente com seus familiares, passando-lhes as mensagens que não conseguiam ser expressas naquele momento. Realizou-se o acompanhamento, apoio e escuta aos familiares que mostravam-se fragilizados, auxiliando-os no processo de despedida e na expressão dos sentimentos. Desta forma, buscou-se, mesmo dentro do ambiente hospitalar, oferecer conforto e qualidade de morte sem afastar as pessoas significativas e sem desvalorizar situações ou falas que faziam parte do seu contexto de vida e de morte. Abrindo espaços para as discussões relacionados à dor, limitações e morte, e fomentando que os dias remanescentes até o falecimento, para paciente e familiares, fossem compostos de experiências significativas.

Descritores: Terapia Ocupacional; Morte; Hospitalização

97. AÇÕES INTERPROFISSIONAIS DE HUMANIZAÇÃO EM UM AMBULATÓRIO DE QUIMIOTERAPIA

Santos, Dayane Regina; Perez, Juliana de Oliveira; Antonechen, Aline Cristina; Dóro, Maribel Pelaez Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (PRIMAH HC-UFPR)

Segundo a Política Nacional de Humanização (PNH), a humanização é um conceito que valoriza os direitos do sujeito implicados no processo de saúde. Para tanto, faz-se necessária a construção da autonomia e do protagonismo desse sujeito, a corresponsabilidade entre usuários e profissionais, e o fortalecimento do trabalho em equipe com a melhoria das condições de atendimento. O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) propõe um conjunto de ações integradas que objetivam aprimorar as relações entre profissionais da saúde, entre os usuários e entre profissionais e usuários. O objetivo desse relato de experiência é apresentar as práticas interprofissionais desenvolvidas, no primeiro semestre de 2014, por residentes de Terapia Ocupacional e Psicologia no Ambulatório de Quimioterapia de um Hospital Universitário, segundo princípios da PNH e do PNHAH. São desenvolvidas duas práticas interprofissionais pelas residentes. A primeira refere-se ao grupo realizado com os pacientes que estão recebendo a quimioterapia na sala de medicações. Este grupo é aberto, com dois encontros semanais e duração média de uma hora. Tem como prática iniciar com uma dinâmica de apresentação, seguida de uma atividade, que fomente discussões reflexivas acerca da temática. O fechamento inclui relaxamento, levantamento das impressões e de sugestões temáticas por parte dos pacientes. A segunda prática refere-se ao “Aquário das Reflexões”. Este surgiu de um projeto desenvolvido com o intuito de proporcionar interação e troca de experiências entre todos os sujeitos envolvidos no funcionamento do Ambulatório de Quimioterapia. Para tanto, foram coletadas frases motivacionais por pacientes, familiares e profissionais do local. Estas foram utilizadas no grupo que é realizado a fim de averiguar se cumpriam o objetivo inicial. Após isto, foram dispostas no aquário, que foi colocado na recepção com um cartaz explicativo, e disponível para todos os sujeitos que circulam pelo local. O grupo, por ser realizado de forma interprofissional, proporcionou maior interação entre as residentes, sendo necessário abranger os objetivos de ambas as profissões durante a sua realização. Também se apresentou relevante para os pacientes, pois se tornou um espaço de interação social e vínculo entre eles e os profissionais. A metodologia utilizada proporcionou a humanização, através da valorização das relações sociais entre os envolvidos e minimização do sofrimento ao se oportunizar um espaço de conversa. Quando o aquário foi utilizado no grupo, foi possível perceber que este atingiu os objetivos propostos, visto que houve interação entre os participantes, trocas de experiências, além de permitir a reflexão de todos a partir da leitura das frases. Com a disponibilização deste na recepção, a troca de experiências e interação entre os sujeitos continua ocorrendo, pois aqueles que frequentam o Ambulatório pegam as frases e as levam embora e depositam novas. Percebe-se, então, a autonomia e protagonismo dos sujeitos, assim como a corresponsabilidade. Concluímos que foi possível alcançar os objetivos propostos de desenvolver práticas segundo os princípios da PNH e do PNHAH. Houve fortalecimento de trabalho em equipe e aprimoramento das relações entre profissionais. Além disso, a autonomia, corresponsabilidade e protagonismo foram alcançados por todos os envolvidos, tanto profissionais quanto usuários.

Descritores: umanização da assistência; Serviço Hospitalar de Terapia Ocupacional; Ambulatório Hospitalar; Serviço Hospitalar de Oncologia; Prática Profissional

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98. O IMPACTO DA AÇÃO DE HUMANIZAÇÃO EM UMA UNIDADE DE QUIMIOTERAPIA DE ALTO RISCO Santos, Dayane Regina; Santarém, Ian Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (PRIMAH HC-UFPR), Departamento de Terapia Ocupacional da UFPR

A poliquimioterapia (associação de diversos medicamentos quimioterápicos) caracteriza-se como o principal tratamento das leucemias. Durante o período de tratamento, são necessárias diversas internações do paciente para administração das medicações e para o período de neutropenia, decorrentes do próprio tratamento. Uma vez que as internações são frequentes e de variados tempos de duração, o sujeito tem seu cotidiano modificado e sua rotina alterada devido à peculiaridade do contexto de uma enfermaria, podendo ocorrer o prejuízo na participação em atividades significativas. Este trabalho tem como objetivo relatar o efeito de uma ação de Humanização nos pacientes com leucemia em tratamento quimioterápico e o impacto desta em suas rotinas. Trata-se de um relato de experiência, apresentando um trabalho idealizado por um terapeuta ocupacional residente no Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Atenção Hospitalar, na enfermaria da Unidade de Quimioterapia de Alto Risco (QTAR) em um hospital universitário, no mês de junho de 2014. Primeiramente foi levantado pelo terapeuta ocupacional o interesse dos pacientes internados nesta unidade sobre a realização da Festa Junina, com a caracterização do ambiente, jogos e comidas típicas. Com a confirmação da demanda, fez-se contato com a chefia da Enfermagem sobre a possibilidade da realização, já que seria a primeira vez que um evento dessa natureza seria efetivado na Unidade. Após a liberação, toda a equipe multiprofissional (enfermeiros, psicólogos, nutricionista e terapeuta ocupacional) esteve envolvida tanto no planejamento quanto na execução. Toda a unidade foi decorada e no dia, a equipe se caracterizou a partir do tema. Foram disponibilizados alimentos típicos para os pacientes e acompanhantes e também realizada a brincadeira de bingo, tendo prendas como prêmio, estas trazidas pela equipe da unidade. Os pacientes participaram de maneira ativa, interagindo entre eles e com a equipe. O feedback dos pacientes, dado ao terapeuta ocupacional, foi muito positivo, uma vez que estes e seus acompanhantes relataram o aspecto benéfico de ter sua rotina modificada e o efeito positivo de poder participar de um evento cultural significativo, mesmo estando internados. Assim como os pacientes, a equipe também deu uma devolutiva com caráter favorável, uma vez que o evento permitiu a amenização da rotina de trabalho, tornando-a agradável e menos estressante. Isso dá crédito às prerrogativas da Política Nacional de Humanização, quando trata da necessária adequação do serviço ao ambiente e a cultura dos sujeitos envolvidos, respeitando sua privacidade e promovendo ambiência acolhedora e confortável. Após a realização da ação e a partir da devolutiva dos pacientes e da equipe, foi possível verificar que a festa junina acarretou benefícios a estes, já que relataram somente pontos positivos da ação e ainda tiveram suas rotinas modificadas de maneira agradável, possibilitando a interação entre paciente-paciente e pacientes-equipe, enriquecendo o cotidiano da unidade. Novas ações da mesma natureza se fazem necessárias, pois conseguem conciliar o que é preconizado por políticas públicas de saúde e a demanda dos pacientes deste contexto.

Descritores: Humanização da assistência; Serviço hospitalar de Terapia Ocupacional; Quimioterapia; Hospitalização.

99. O DESENHO COMO RECURSO TERAPÊUTICO JUNTO A PACIENTE HOSPITALIZADA: UM RELATO DE CASO

Santos, Letícia Pereira; Finarde, Tamara Neves; Almeida, Maria Helena Morgani; Toldra, Rosé Colon Terapia Ocupacional da FMUSP, Programa de Residência Multiprofissional em Promoção da Saúde e Cuidado na Atenção Hospitalar

Introdução: A internação de longa duração vivenciada por pessoas adultas jovens pode causar importantes rupturas em seu cotidiano devido ao afastamento da rotina domiciliar, do trabalho e dos familiares. Por meio de uso de recursos diversos, a terapia ocupacional busca promover dentro da rotina intra-hospitalar, um cotidiano que favoreça o restabelecimento da saúde com atividades significativas de forma a tornar o período de internação menos estressante e solitário. Dentre os recursos disponíveis destaca-se o desenho, pela facilidade de uso de materiais e por promover a livre-expressão, a demonstração de habilidades e a comunicação de desejos e expectativas. Objetivo: Descrever e analisar a atenção oferecida pela terapia ocupacional a uma pessoa adulta jovem com diagnóstico de endocardite, internada em enfermaria de clínica médica utilizando-se do desenho como recurso terapêutico. Casuística e método: Estudo de caso retrospectivo baseado em análise documental de prontuário da terapia ocupacional de paciente de 27 anos, com diagnóstico de endocardite aguda atendida na enfermaria de clínica médica entre junho e julho de 2014. Para o atendimento utilizou-se papel sulfite, lápis grafite, lápis de cor e canetas hidrográficas para a confecção dos desenhos. Resultados: Foram realizados 14 atendimentos durante a internação de 35 dias. Durante a anamnese e investigação de histórico ocupacional, a paciente apontou desejo de voltar a desenhar. A disponibilização de materiais e sugestões quanto aos locais mais favoráveis para livre realização da atividade, contribuíram com o processo de redescoberta de suas habilidades para o desenho e para o desejo de compartilhamento de sua produção. Interessando-se cada dia mais em aprender e desenvolver a técnica, criou planos de transformação de seu cotidiano após alta hospitalar que incluíram ingresso em escola de desenho e curso de informática para divulgação de seus trabalhos nas redes sociais. Discussão: O desenho potencializou o aprofundamento do vínculo com a terapeuta, o que por sua vez constituiu fator motivacional para envolvimento

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crescente dessa prática durante a internação. O vinculo terapêutico possibilitou identificar outros aspectos da vida que também precisavam de atenção e cuidado como o desejo de ampliação da vida ocupacional, limitada até então ao cuidado com os filhos, e de retomada do autocuidado. Também facilitou contato com os profissionais e pessoas internadas e o resgate de sua auto-estima. Conclusão: A realização da atividade foi elemento fundamental no estabelecimento da relação terapêutica. A atuação da terapia ocupacional mostrou-se importante no acompanhamento da paciente hospitalizada devido ao acolhimento e compreensão dos processos de rupturas existentes nesse momento e ao resgate de uma atividade significativa para a pessoa, tornando o processo de internação um momento possível de reavaliação do cotidiano, validação e redescoberta de habilidades até então pouco valorizadas pela paciente.

Descritores: terapia ocupacional; atividades cotidianas; desenho; hospitalização

100. 1 ANO DE VIDA 1 ANO DE HOSPITALIZAÇÃO – TERAPIA OCUPACIONAL EM AÇÃO E COMEMORAÇÃO Sardenberg, Renata

Hospital Federal de Bonsucesso – RJ, enfermaria de pediatria

O Este relato baseia-se na assistência da Terapia Ocupacional em uma enfermaria pediátrica de um hospital público na cidade do Rio de Janeiro. Experiência trilhada a partir da demanda materna, seus desejos e suas intenções. Jovem mãe, casada, filha planejada e desejada, entra em trabalho de parto e apesar da indicação de cesária pelo médico assistente foi negligenciada e forçada a um parto normal onde ocorreu prolapso do cordão umbilical. Nasce uma criança com morte aparente e começa todo o percurso desta mãe ao lado da sua filha encefalopata crônica, dependente de tecnologia, internada desde o nascimento. Ambiente hostil, rotina alterada cercada de intercorrências e atropelos, vigilância extrema, maus tratos institucionais, saúde frágil são vivências diárias experimentadas pela mãe presente e incansável durante uma internação prolongada. Através da abordagem direta a esta mãe tive como objetivo de transformar seu desejo velado em comemorar o aniversário da filha, propondo a reflexão, percepção e elaboração dos sentimentos para a partir das experiências vividas. Planejar, selecionar, definir e confeccionar os itens necessários para a concretização da festa foi um processo bem interessante. Elaboramos algo que fosse viável dentro de uma unidade hospitalar respeitando as particularidades e exigências da CCIH envolvendo a organização da rotina, envolvimento familiar e social, relações com a equipe. Todo o processo desde a abordagem, o planejamento e confecção das peças envolveu a análise das atividades e foi mediado pela Terapeuta Ocupacional fazendo com que a mãe se apropriasse do seu desejo como legítimo transformando o que era idealizado em algo palpável, favorecendo o empoderamento da mãe frente a equipe, reforçando seu protagonismo frente a situação da filha e transformando paradigmas. Tudo que foi vivido desde o pos parto com suas passagens pela UTI, idas e voltas da enfermaria a UTI, ausência do pai da criança por medo de encarar a filha, capítulo a parte desta história, novamente veio a tona e pode ser repensado e reconstruído nos encontros que se sucederam. Rica vivência para mãe e terapeuta. O pai pode fazer-se presente logo após a festa de um ano fazendo visitas esporádicas a filha e colocando-a no colo.No tempo dele, à sua maneira. Nosso projeto hoje se baseia na aceitação e reorganização da nova rotina e possíveis adaptações para a tão sonhada ida para casa com seu bebê hoje com 1 ano e 5 meses! Quarto, enxoval e fru-frus para uma nova vida. Ainda aguardamos a judicialização de internação domiciliar (home care) e estamos juntas para ver o que nos espera nesse novo caminho. Descritores: hospitalização; terapia ocupacional; hipóxia encefálica; humanização da assistência; poder familiar.

101. RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ÁREA DE CONCENTRAÇÃO MATERNO INFANTIL E A ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL Schmitt, Patrícia Menezes; Corneau, Graciela Carneiro; Peruzzolo, Dani Laura Hospital Universitário de Santa Maria/UFSM, Universidade Federal de Santa Maria/UFSM

A formação continuada é um espaço para que profissionais recém-formados sigam encontrando na academia, recursos para qualificar sua atuação profissional. Junto a isso, a busca constante de agentes de saúde para qualificação dos serviços oferecidos, embasados pelas normativas do Sistema Único de Saúde. Como também o esforço dos órgãos públicos para que cada vez mais profissionais estejam engajados na discussão e na mudança de posturas politicas quanto à assistência ao usuário. Este tem sido ofertado espaços de formação que vão além do estabelecido pelas residências médicas. A criação de residências multiprofissionais tem ampliado discussões e a efetivação de uma prática que prima por uma grande diretriz do SUS quanto à saúde. Este trabalho objetiva-se, apresentar a estrutura, objetivos e alguns resultados de uma residência multiprofissional em área materno infantil, que acontece em um hospital universitário, coordenado por uma universidade federal, destacando o campo de atuação da Terapia Ocupacional. Trata-se de um relato de experiência retrospectivo, cujos dados foram coletados através de pesquisa nos documentos disponibilizados no site da residência e nas informações colhidas com os preceptores. A residência multiprofissional iniciada no ano de 2009 possui uma formação diferenciada, estando diretamente interligada na concepção mais ampliada da saúde. Dessa forma sustentadas nos princípios e diretrizes do SUS, a fim de que os profissionais sejam competentes para desenvolver ações de gestão e atenção integral. No programa, a terapia ocupacional esta composta em várias linhas de concentração, atenção básica, saúde mental,

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onco hematologia, estratégia de saúde da família, crônico degenerativo e materno infantil. Na área materno infantil, atua na obstetrícia, pediatria, unidade de tratamento intensivo neonatal e pediátrico. Nestas unidades não havia o profissional, até a entrada da residência. Atualmente a Terapia Ocupacional é solicitada pela equipe do hospital, dos ambulatórios, assim compondo as discussões de casos avaliações, diagnósticos, tratamentos e ações quanto à humanização da assistência, discutidos pela unidade hospitalar. Este trabalho provocou necessidade da contratação de profissionais fixos nas unidades através do concurso público. A residência multiprofissional na formação complementar do terapeuta ocupacional atua diretamente promovendo mudanças significativas na prática assistencial em saúde, assim fortalecendo a atuação multiprofissional, contudo facilitando as trocas de saberes entre os profissionais envolvidos. A partir da vivência prática da linha materno infantil, visualiza-se uma intervenção significativa, onde atua diretamente com a equipe e paciente, fazendo parte da construção de um modelo de saúde com atenção integral e humanizada. Percebe-se que a hospitalização gera alterações significativas no paciente, pois leva a mudanças repentinas, propiciando assim um ambiente estranho, podendo ser desencadeador de sintomas adjacentes ao processo da hospitalização. A intervenção humanizada possibilita uma abordagem mais acolhedora, resolutiva e humana. Conclui-se que a residência multiprofissional é um espaço de formação integradora de ações de gestão e atenção. Neste sentido viabiliza a reestruturação do sistema de saúde, proporcionando ao campo da terapia ocupacional a possibilidade de construir seu espaço dentro do contexto hospitalar. Propiciando aos profissionais que dela integram a valorização do seu trabalho nos diversos campos de atuação.

Descritores: Residência multiprofissional, Terapia ocupacional, Sistema único de saúde

102. CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM GRUPO DE ORIENTAÇÃO AOS PAIS NA UTI NEONATAL

Sgavioli, Ana Júlia Ribeiro; Silva, Mariana Oliveira Leite; Bianchin, Maysa Alahmar Faculdade de Medicina e Hospital de Base de São José do Rio Preto

A hospitalização de um filho na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neonatal) é uma condição que pode gerar danos emocionais para toda a família, especialmente para os pais . Mesmo cientes da possibilidade do nascimento de uma criança necessitando de cuidados intensivos, os pais permanecem com esperança de um nascimento saudável e da permanência do bebê junto à mãe até o momento da alta hospitalar. A UTI Neonatal é um espaço reservado no hospital para tratamento de recém-nascidos prematuros e de bebês que apresentam algum tipo de problema ao nascer (por exemplo, seu tamanho e maturidade), bem como pelos problemas que podem vir a apresentar, recebendo assistência 24 horas . Para tanto, orientar aos pais, cujos filhos estejam internados na UTI Neonatal quanto aos cuidados gerais do ambiente, minimização de estresses e angústias, propor momentos de bem-estar, esclarecimentos de dúvidas e compartilhamento de experiências, são ações importantes de uma equipe multiprofissional que atue neste local . Este trabalho tem por objetivo descrever a contribuição da Terapia Ocupacional na assistência oferecida aos pais de bebês internados na UTI Neonatal, por meio de um relato de experiência que discorrerá acerca das ações desenvolvidas em um grupo de orientação aos pais, coordenado por uma equipe multiprofissional, da qual a Terapia Ocupacional é parte integrante. O grupo é realizado semanalmente, na sala de espera da UTI Neonatal, coordenado por uma equipe composta por profissionais de Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia e Fonoaudiologia, além dos profissionais médicos, com uma média de 6 a 8 participantes. A cada semana, uma temática referente a uma área profissional é abordada através de uma roda de conversa, com auxílio de recursos visuais, exemplificação com bonecos, realização de dinâmicas, entre outros. Em relação às contribuições específicas da Terapia Ocupacional, uma vez ao mês estes profissionais se responsabilizam pela temática abordada no grupo e apresentam aos cuidadores a respeito da intervenção da Terapia Ocupacional no ambiente da UTI Neonatal. Os pais são orientados acerca dos estados comportamentais do bebê, segundo Brazelton – sono profundo, sono leve, sonolência, alerta, desperto e choro intenso – e sobre quando se inicia a estimulação precoce . Também são orientados sobre a importância de identificar e respeitar os estados apresentados pelo bebê, além de protegê-lo de estímulos excessivos e inadequados, muitas vezes presentes no ambiente da UTI. Como resultados, verifica-se que os cuidadores apresentam uma compreensão maior sobre a atuação de cada profissional, incluindo o terapeuta ocupacional, na assistência a seus filhos, além de o grupo constituir-se em um momento oportuno para tirarem suas dúvidas com os profissionais, permitindo maior empoderamento e participação dos mesmos no tratamento de seus filhos. Com o decorrer dos grupos, é observada melhora no convívio dos pais, tanto entre si, como em relação aos profissionais responsáveis pelo tratamento de seus filhos. Dessa forma, a equipe multiprofissional, incluindo a Terapia Ocupacional, vem conseguindo oferecer adequada assistência aos pais dos bebês da UTI Neonatal e contribuir com o serviço através de ações mais integradas.

Descritores: terapia ocupacional; prática de grupo; uti neonatal

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103. TERAPIA OCUPACIONAL EM CUIDADOS PALIATIVOS – UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA Silva, Ana Cristina Cardoso; De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado Universidade Federal de São Carlos - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

INTRODUÇÃO: Os Cuidados Paliativos caracterizam-se como uma filosofia de cuidados a pessoas acometidos por doenças crônico-degenerativas potencialmente fatais e a seus familiares. As intervenções do terapeuta ocupacional são direcionadas para a promoção de conforto e qualidade de vida, prevenção e alivio da dor, de sintomas e do sofrimento, considerando a multidimensionalidade do processo (aspectos físicos, psicossociais e espirituais). OBJETIVO: Identificar, na produção científica, diferentes propostas de intervenção de Terapia Ocupacional, junto a pessoas diagnosticados com câncer e em Cuidados Paliativos. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura científica nacional e internacional, publicada entre os anos de 2002 a 2012, referente ao tema “Terapia Ocupacional em Cuidados Paliativos”. A busca por estudos foi realizada nas bases de dados eletrônicas Medline e Lilacs e nos portais Scielo e OTSeeker, utilizando os descritores: Cuidados Paliativos, Terapia Ocupacional, Equipe Multiprofissional e Câncer, com seus correspondentes em inglês. RESULTADOS: Foram identificados 4.039 artigos dos quais, após seguir os critérios de exclusão pré-estabelecidos, foram selecionados 14 artigos. A coleta de dados possibilitou a caracterização dos estudos selecionados de acordo com autores, ano e local de publicação, o tipo de publicação, objetivo ou questão de investigação, amostra, tratamento dos dados, intervenções realizadas, resultados e nível de evidência (de acordo com a Agency for Healthcare Research and Quality). Através da análise crítica dos conteúdos foram estabelecidas três unidades de análise: 1- manejo/ gerenciamento de sintomas, que abordou as avaliações utilizadas para indicar a presença e intensidade de dor, fadiga e falta de ar e, expôs as diferentes intervenções e como são propostas para o manejo desses sintomas estritamente relacionados ao câncer e seu tratamento; 2- Organização de serviços e modalidades de atendimento de Terapia Ocupacional, que abrangeu trabalhos desenvolvidos por terapeutas ocupacionais em equipe multiprofissional no contexto hospitalar, ambulatorial e na atenção domiciliar e 3- Recursos terapêutico ocupacionais na atenção em Cuidados Paliativos, sendo que os estudos apontam diferentes recursos utilizados como facilitadores para realização de atividades, com o objetivo de promover a emancipação de autonomia e independência, melhora da funcionalidade motora e psíquica e ampliação e/ou resgate da participação social. Na análise dos níveis de evidência que caracterizam a qualidade metodológica dos estudos, dois artigos foram classificados com o nível 3, por serem caracterizados como evidências obtidas de ensaios clínicos bem delineados sem randomização e doze artigos classificados com o nível 6, já que são evidências derivadas de um único estudo descritivo ou qualitativo. CONCLUSÃO: A utilização de resultados de revisão de literatura e de pesquisas é um dos pilares da Terapia Ocupacional Baseada em Evidência (TOBE), permite uma ligação entre as intervenções propostas nos estudos selecionados e os princípios que norteiam o Cuidado Paliativo. Desta forma, este estudo permitiu a identificação e atualização de conhecimentos produzidos em Terapia Ocupacional, particularmente no campo dos Cuidados Paliativos oncológicos. Identificou-se uma escassez de publicações com altos níveis de evidência e a necessidade de ampliação das pesquisas e publicações de artigos indexados em bases nacionais e internacionais.

Descritores: Cuidados Paliativos; Terapia Ocupacional; Equipe Multiprofissional; Câncer

104. ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA ASSISTÊNCIA À CRIANÇA HOSPITALIZADA Silva, Mariana Oliveira Leite; Sgavioli, Ana Júlia Ribeiro; Bianchin, Maysa Alahmar

Faculdade de Medicina e Hospital de Base de São José do Rio Preto

A hospitalização é considerada uma experiência potencialmente traumática para a criança e sua família, pois a criança vivencia um sofrimento físico, pelos procedimentos muitas vezes dolorosos; a limitação de sua atividade, constituindo-se em uma mudança radical de sua rotina; sua maturação psicoafetiva pode ser prejudicada, percebida por distúrbios de comportamento e manifestações de desadaptação; e seu desenvolvimento neuropsicomotor pode ser comprometido, já que as limitações impostas pela doença, a restrição do espaço físico e a inadequação de estímulos acabam levando à diminuição da experimentação e exploração. Neste sentido, o terapeuta ocupacional procura favorecer a saúde global da criança hospitalizada. O objetivo deste trabalho é descrever e discutir as possibilidades de atuação do terapeuta ocupacional na assistência à criança hospitalizada, por meio de um relato de experiência que discorrerá acerca das ações oferecidas pelo serviço de Terapia Ocupacional inserido em um hospital pediátrico. Trata-se de um hospital de grande porte, contando com 205 leitos, distribuídos em enfermarias, UTI Pediátrica, UTI Neonatal, UTI Cardiopediátrica, Emergência Pediátrica, Centro Cirúrgico, Alojamento Conjunto, Ginecologia e Obstetrícia e Centro Obstétrico. O serviço de Terapia Ocupacional atua diretamente nas enfermarias, brinquedotecas e nas UTIs. Nas enfermarias, internam pacientes das clínicas de Neurologia, Neurocirurgia, Cirurgia Pediátrica, Oncologia, Cardiologia, Pediatria Geral, entre outras. São realizados atendimentos em leito, visando a estimulação sensório-motora, além do uso da atividade enquanto recurso terapêutico, com o intuito de promover momentos de bem estar e minimizar os impactos negativos da hospitalização. A Terapia Ocupacional também coordena as ações da brinquedoteca, a fim de estimular a ocupação do brincar e favorecer a socialização. Já nos ambientes da UTI Pediátrica e Cardiopediátrica, o trabalho é desenvolvido com pacientes que apresentem adequado nível de consciência e estabilidade de quadro clínico, visando a oferta de

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estímulos sensoriais, motores e cognitivos, bem como a redução dos efeitos estressores do próprio ambiente da UTI. Na UTI Neonatal, o cuidado é centrado na criança e na família, com enfoque na estimulação precoce de bebês estáveis, além de orientações ofertadas em grupo de cuidadores, desenvolvido por uma equipe multiprofissional, na qual a Terapia Ocupacional está inserida. Os instrumentos para avaliação utilizados são entrevistas semi-estruturadas, realizadas com as crianças e família, contendo informações sobre o desenvolvimento motor, cognitivo, social e afetivo. Como resultados, percebe-se a melhora geral nas condições de saúde e psicossociais dos pacientes e o serviço vem sendo reconhecido enquanto parte importante da assistência, uma vez que os atendimentos vêm sendo solicitados em maior número. Assim, a atuação do terapeuta ocupacional no contexto da hospitalização de crianças e adolescentes favorece o processo terapêutico, contribuindo com intervenções que previnam atrasos no desenvolvimento e deformidades, promova o lazer, o brincar, suporte psicossocial, entre outros, sendo possível reafirmar a importância do terapeuta ocupacional como parte da equipe de assistência em um hospital pediátrico e seu reconhecimento crescente.

Descritores: terapia ocupacional; pediatria; hospitalização

105. HOSPITALIZAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES CRONICAMENTE ADOECIDOS: DESAFIOS DA PRÁTICA Simonato, Mariana Pereira; Moura, Nayara Lobato da Silva; Mitre, Rosa Maria de Araujo; Maia, Fernanda do Nascimento, Lima, Valéria Borges Ribeiro Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira – FIOCRUZ, Associação Fluminense de Amparo aos Cegos

O desenvolvimento científico e tecnológico tem propiciado uma mudança no perfil de morbimortalidade da população infantil no Brasil. Há um decréscimo contínuo da mortalidade por causas evitáveis e maior sobrevivência de crianças com sequelas de prematuridade, malformações congênitas, síndromes genéticas, lesões traumáticas e infecciosas, dentre outras patologias, que geram condições crônicas de saúde e necessidade de cuidados complexos e contínuos. Com isto, crianças que antes não teriam condições para viver, sobrevivem gerando um desafio: com que qualidade de vida? Viver com uma condição crônica de saúde determina o rigor na rotina da criança/ adolescente e sua família. O cotidiano é preenchido por constantes consultas, medicações e internações. Frente a esta nova realidade, as condutas e ações de saúde necessitam ser revistas para buscar valorizar a qualidade de vida da criança e sua família. A intervenção da Terapia Ocupacional caminha neste sentido, buscando proporcionar projetos de vida significativos. O objetivo deste trabalho é refletir sobre os desafios da prática terapêutica ocupacional com crianças e adolescentes com doenças crônicas, hospitalizados. A metodologia utilizada é o relato de experiência. Considerando o adoecimento crônico na infância e adolescência, vemos que a hospitalização permeia o processo de crescimento e desenvolvimento infantil, modificando, em diferentes graus, o cotidiano destes indivíduos. Por necessitarem de cuidados intensos e diários, e muitas vezes, de alta tecnologia, é comum que estas crianças e adolescentes experimentem internações hospitalares de longa duração. Neste contexto, o Terapeuta Ocupacional pode encontrar desafios de diversas ordens, relacionados ao trabalho no contexto hospitalar, às peculiaridades da família e singularidades do caso. Dentre estes desafios, destacam-se as características do espaço físico, na maioria das vezes restrito ao leito; pacientes dependentes de alta tecnologia e ligados a muitos aparelhos; precauções de contato que demandam restrição dos materiais e recursos a serem utilizados. Isto exige do terapeuta ocupacional, maior conhecimento específico sobre este contexto, criatividade e flexibilidade para desenvolver sua prática. É comum também a presença de pacientes com ostomias e condições clínicas instáveis, que podem interferir nos atendimentos e no planejamento terapêutico singular; seja na frequência e continuidade ou nas adaptações que muitas vezes se tornam necessárias. A hospitalização de longa duração pode gerar, também, impactos na família, produzindo alterações familiares, que precisam ser vistas e valorizadas pelos profissionais. É importante a atuação do terapeuta ocupacional em conjunto com a família, estimulando sua participação e buscando auxiliar na detecção de uma rede de apoio que possa auxiliar neste processo. É preciso estar atento às necessidades do paciente e sua família, valorizando seu cotidiano, mesmo dentro do hospital, além de preparar e possibilitar ações para um processo de alta com acolhimento social e inclusivo. Para isto, é fundamental a atuação em equipe, de forma a pensar estratégias que permitam a flexibilização das regras e rotinas hospitalares, minimizando o estresse causado pelas intervenções e desenvolvendo um trabalho interdisciplinar, adequado à singularidade de cada paciente.

Descritores: Doença Crônica; Hospital Pediátrico; Terapia Ocupacional

106. ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA PORFIRIA AGUDA INTERMITENTE Soares, Fernanda Brioschi; Carvalho, Michelle; Ballarin, Maria Luisa Gazabim Simões Pontifícia Universidade Católica de Campinas/PUCCAMP, Hospital e Maternidade Celso Pierro- HMCP

A Porfiria Aguda Intermitente (PAI) caracteriza-se como uma doença rara, de caráter hereditário e autossômico dominante, relacionada a um distúrbio na via hepática, causada pela redução dos níveis da enzima porfobilinogêniodesaminase (PBG-D) que acarreta um acúmulo de precursores metabólicos (porfirinas) nocivos ao organismo. A expressão clínica desta anormalidade genética articula-se tanto a fatoresexógenos - ambientais e/ou

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metabólicos - medicação, alimentação e substâncias químicas, como fatores endógenos - hormônios. Com maior frequência as crises ocorrem após a puberdade e em pessoas do sexo feminino, sendo aos principais sintomas: dor e distensão abdominal, neuropatia periférica, o acometimento do sistema nervoso central, náuseas e vômitos, constipação ou diarreia, taquicardia, sudorese, tremores, febre, distúrbios hidroeletrolíticos e psiquiátricos. O diagnóstico baseia-se na excreção urinária elevada dos precursores da porfirina - ácido delta-aminolevulínico (ALA) e porfobilinogênio (PBG), entretanto, ressalta-se a necessidade de um diagnóstico diferencial em relação a distúrbios neurológicos, psiquiátricos e gastroenterológicos nas crises em que os demais exames estejam normais. Considerando a diversidade de sintomas e as especificidades da doença, este trabalho tem por objetivo descrever a experiência da atuação da terapia ocupacional com um paciente diagnosticado com PAI. Trata-se de um relato de experiência, baseado nas intervenções terapêuticas ocupacionais realizadas junto a paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI- A) de um Hospital Escola do município de Campinas, São Paulo. As observações clínicas e os registros em prontuário das intervenções subsidiaram as discussões e a elaboração deste relato de experiência. Paciente do sexo masculino, 29 anos, negro, deu entrada no Pronto Socorro do referido Hospital Escola, apresentando dor abdominal difusa há oito dias e história pregressa de vômito, delírium e alucinação visual. Após ter sido submetido à laparotomia exploradora foi transferido à enfermaria. No decorrer de 13 dias de hospitalização, paciente piorou, culminando com a necessidade de intubação orotraqueal e transferência para a UTI-A. No âmbito da terapia ocupacional as condutas iniciais dirigiram-se ao acolhimento e a orientação a seus familiares, especialmente quanto ao funcionamento da UTI, ao quadro clínico do paciente, os equipamentos de monitorização. Paralelamente, buscou-se promover a melhoria da comunicação entre paciente – familiar-equipe multiprofissional, através do uso de prancha de comunicação suplementar e alternativa. Posteriormente, as intervenções objetivaram o ganho de autonomia e independência do paciente, a diminuição da intensidade da dor, por meio de técnicas de enfaixamento e adaptações com cunhas/coxins; a humanização do ambiente, a partir da introdução de atividades do seu cotidiano, buscando minimizar os impactos da internação, bem como apoio social e emocional para enfrentamento de situações decorrentes das perdas funcionais e dos temores frente à possibilidade da morte. Constatou-se que o oferecimento de um cuidado digno, baseada em abordagem holística e centrada no paciente foi essencial para a melhoria de sua qualidade de vida. Por fim, destaca-se importância desta experiência e da construção de conhecimentos sobre esta problemática, já que não há outros estudos de terapeutas ocupacionais brasileiros que abordem a problemática de pacientes diagnosticados com PAI.

Descritores: Terapia Ocupacional; Unidades de Terapia Intensiva; Porfirias.

107. CARACTERIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DE ONCOPEDIATRIA NO ESTADO DE SÃO PAULO Soares, Fernanda Brioschi; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian Pontifícia Universidade Católica de Campinas/PUCCAMP, Universidade Federal de São Carlos/UFSCar

A hospitalização de uma criança representa um corte repentino em sua vida, já que esta é afastada do seu cotidiano, da família e de seus amigos. Neste contexto, o paciente passa por tratamentos dolorosos e invasivos, podendo desencadear estresse, medo, insegurança e traumas. A literatura indica a necessidade de uma equipe interdisciplinar neste contexto complexo da oncologia pediátrica. Dentre os profissionais, está o Terapeuta Ocupacional, que tem como escopo de atuação auxiliar o paciente e a família no enfrentamento e compreensão da doença; na prevenção, manutenção e reabilitação dos componentes de desempenho ocupacional; na manifestação da alegria, energia e vitalidade; na melhora da qualidade de vida e do bem-estar, além do (re)descobrimento de capacidades e habilidades. O objetivo deste estudo foi caracterizar as práticas dos Terapeutas Ocupacionais no contexto de oncologia pediátrica, conhecer os fundamentos teóricos e as abordagens utilizadas pelos mesmos em suas práticas, explicitar o trabalho em equipe multiprofissional e verificar a instalação de brinquedoteca nas unidades de saúde em regime de internação. Trata-se de um estudo descritivo exploratório, de caráter quantitativo e qualitativo com Terapeutas Ocupacionais que desempenham seu trabalho em Centros de referência às crianças em tratamento oncológico do Estado de São Paulo. Para realizar o estudo, numa primeira etapa, foram identificados locais de tratamento oncológico pediátrico, por meio de listagem disponibilizada pela Associação Brasileira de Linfomas e Leucemia-ABRALE, pelo Instituto Nacional do Câncer-INCA e locais indicados por estes. Após a identificação de 25 profissionais, estes foram convidados a responder, via online, um questionário semiestruturado. Como resultado, pôde-se traçar um perfil de 11 profissionais, respondentes do questionário: sexo feminino; população jovem com faixa etária dos 25 aos 35 anos de idade; conclusão da graduação de Terapia Ocupacional com maior incidência na década de 2000(72,7 %), e com a utilização diversificada de referenciais teóricos como o Método de Terapia Ocupacional Dinâmica (45,45%), Terapia Ocupacional no Contexto Hospitalar (9,09%), Teoria do Desenvolvimento Infantil (9,09%) e Integração Sensorial (9,09%). Com relação à clientela atendida: a faixa etária é de um ano aos 18 anos de idade; com maior incidência de diagnóstico de leucemia, linfoma e tumor do sistema nervoso central. Verifica-se também que os Terapeutas Ocupacionais preconizam o trabalho multiprofissional, sendo o psicólogo o profissional mais citado (20,7%); utilizam das brinquedotecas como local de intervenção (73%), e objetivam em suas intervenções a reconstrução do cotidiano e a humanização do cuidado. Conclui-se que a atuação dos Terapeutas Ocupacionais no contexto de Oncopediatria, ao compararmos esses resultados àqueles disponíveis na literatura,

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responde aos preceitos atuais das políticas de saúde, no cuidado integral e ampliado ao sujeito que inclui as diversas dimensões da experiência humana, tais como: subjetiva, social, cultural, econômica e política, introduzindo nos serviços de saúde os diferentes saberes e olhares produzidos no campo do conhecimento.

Descritores: Criança; Neoplasias; Oncologia; Terapia Ocupacional

108. EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO DE TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO ÀS CRIANÇAS COM ANOMALIAS CRANIOFACIAIS HOSPITALIZADAS E SEUS FAMILIARES Sousa, Lyana Carvalho; Moraes, Márcia Cristina Almendros Fernandes Curso de Terapia Ocupacional da Universidade Sagrado Coração (USC), Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – HRAC/USP

A hospitalização infantil pode comprometer o desenvolvimento típico da criança, decorrente da quebra de sua rotina e do processo de adaptação à nova realidade. São várias as iniciativas no sentido de promover espaços para promover o desenvolvimento da criança e possibilitar a realização de atividades lúdicas, expressivas, terapêuticas e orientadas dentro do ambiente hospitalar. Estas iniciativas podem ter impacto positivo no desenvolvimento integral da criança hospitalizada, entre elas a criança com anomalias craniofaciais e fissuras labiopalatinas. As fissuras labiopalatinas são malformações que ocorrem no período embrionário, em decorrência as suas características se faz necessário um tratamento de longa duração e a proposição de estratégias que envolvem uma equipe interdisciplinar, entre ela o terapeuta ocupacional. Considerando o âmbito hospitalar, a sua influência no desenvolvimento da criança com anomalias craniofaciais e fissuras labiopalatinas, este trabalho objetiva relatar as práticas desenvolvidas no período de estágio do Curso de Terapia Ocupacional da Universidade Sagrado Coração (USC) em parceria com os Serviços de Educação e Terapia Ocupacional do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP) a fim de fomentar ao graduando a experiência junto à criança com anomalias craniofaciais, possibilitando a ampliação da assistência à saúde, a realização de atividades lúdicas e orientações voltadas ao enfretamento da dinâmica vivenciada durante a permanência hospitalar. O trabalho ocorreu semanalmente, no ano de 2013, no HRAC/USP. Neste período ocorreram aproximadamente 300 atendimentos. Esses atendimentos foram realizados por dez estagiárias sob supervisão da professora da USC e terapeuta ocupacional do HRAC. Nesse período foram desenvolvidas atividades junto às crianças e familiares atendidas na Unidade de Terapia Intensiva, Unidade de Cuidados Especiais e Ambulatório de Caso Novo. Durante as intervenções foram realizadas orientações quanto ao desenvolvimento da criança, aplicadas técnicas terapêuticas ocupacionais e propostas atividades aprimorando os componentes de desempenho ocupacional que necessitavam serem trabalhados, como os componentes musculoesqueléticos, sensoriais, motores e cognitivos. Todas as atividades foram discutidas e registradas em prontuários e relatórios periodicamente. Verificou-se como resultados que as crianças atendidas aperfeiçoaram e adquiriram habilidades neuropsicomotoras, proporcionando-lhes melhores condições de interação e respostas ás experiências advindas do local, assim como no desempenho e participação nas atividades de vida diária AVD’s e de brincar e seus familiares ampliaram as informações dos aspectos do desenvolvimento, assim como conheceram e foram treinados a utilizarem estratégias em meio às atividades cotidianas da criança para promovê-lo. Com essa experiência os alunos puderam conhecer e aproximaram-se da problemática da população atendida o que contribuiu para o processo ensino-aprendizagem, além de otimizar o desempenho funcional das crianças atendidas e ampliar a assistência prestada a estas e seus familiares.

Descritores: Desenvolvimento Infantil; Fissura Labiopalatina; Hospitalização

109. GRUPO DE EXPRESSÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES COM FISSURA LABIOPALATINA: VISÃO DOS FAMILIARES Sousa, Lyana Carvalho; Nascimento, Naiara Martins; Moraes, Márcia Cristina Almendros Fernandes; Motti, Telma Flores Genaro, Buffa, Maria José Monteiro Benjamin Hospital de Base de Bauru, Universidade Sagrado Coração (USC), Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – HRAC/USP

Introdução: As fissuras labiopalatinas são malformações que ocorrem no período embrionário, as características da malformação se fazem necessário ter um tratamento de longa duração tanto para a família quanto para a pessoa com fissura labiopalatina, além de uma equipe interdisciplinar. O Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP) tem desenvolvido diversos trabalhos e pesquisas, com intuito de promover ao paciente com Anomalia Craniofacial tratamentos para a reabilitação estética, emocional e funcional, desde seu nascimento e durante á vida adulta. São elaboradas pesquisas e trabalhos com os pacientes e realizadas atividades com seus familiares com objetivo em trazer maior bem estar na vida dessas pessoas, enquanto permanecem no hospital fazendo tratamento. Em decorrência a esse longo período de reabilitação e hospitalização, o terapeuta ocupacional, como membro da equipe, por meio de atividades, pode lançar propostas para minimização os efeitos inerentes ao processo de hospitalização, como é o caso de atividades grupais, entre elas as recreativas e expressivas. Este estudo teve por objetivo verificar a visão dos familiares a

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respeito dos benefícios das atividades expressivas em um grupo chamado TO na Arte, sendo seus integrantes adolescentes e jovens adultos com fissura labiopalatina (FLP), em períodos pré e pós-operatório, na faixa etária de 13 a 30 anos, em período de tratamento no HRAC/USP. Foram entrevistados 17 familiares dos participantes do grupo com FLP, entre o grupo havia mães e outros membros da família. A maioria dos entrevistados perceberam que as atividades expressivas em grupo trouxeram melhoras relacionadas a seus participantes, nos aspectos sociais, como o aumento das relações sociais e participação na escola, trabalho, igreja e com o grupo, troca de experiência, melhora relacionamento e união com família, nos aspectos emocionais, relacionados à diminuição do desapontamento, da ansiedade, nervosismo, e dos episódios depressivos e aumento da confiança e segurança, maior desinibição, nos aspectos físicos, no aprendizado, como melhora nas atividades acadêmicas da escola e desenvolvimento da leitura e mudanças de atitudes em relação aos seus problemas. Pode-se concluir com os relatos dos familiares que esse grupo trouxe muitos benefícios aos participantes, preparando seus filhos para a vida, ficando esses mais seguros e confiantes. Também percebeu-se a importância dos familiares nessa pesquisa, pois são pessoas que estão diretamente envolvidas com o sofrimento, a dor e várias situações desconhecidas que interferem na vida de seus filhos; sendo assim os dados trazidos por eles os mais próximos possíveis da realidade dos integrantes do grupo de como eram e de como ficaram após passarem por este, sendo essas informações de extrema importância para a (re) significação e melhorias na assistência prestada junto a essa clientela.

Descritores: Fissura labiopalatina; Atividades expressivas; Adolescentes; Familiares

110. IMPLANTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM ENFERMARIA PEDIÁTRICA: AMPLIANDO O CAMPO DE ATUAÇÃO Souza, Fernanda Degani Alves; Kudo, Aide Mitie; Barros, Priscila Bagio Maria; Franco, Mariana de Paiva Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: A assistência a crianças e adolescentes hospitalizados com doenças crônicas requer uma abordagem que ultrapassa o cuidado biológico. É necessário um olhar individualizado, integral e humanizado mediante a complexidade e gravidade de tais patologias. Para que se garanta tal paradigma, torna-se essencial a atuação de uma equipe multiprofissional coesa e articulada, incluindo o terapeuta ocupacional. Em contexto hospitalar pediátrico, este profissional atua na promoção da saúde, buscando alternativas para potencializar a qualidade de vida do paciente através da ressignificação do seu cotidiano durante a hospitalização, interrompido em função do adoecimento e da internação. Implantar a assistência terapêutica ocupacional neste contexto requer estudo detalhado para justificar a inserção do profissional nessa área de atuação. Objetivo: descrever o processo de implantação da assistência de Terapia Ocupacional em uma enfermaria pediátrica. Casuística e Método: o processo de implantação ocorreu na enfermaria de um hospital público pediátrico de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição de ensino. No segundo semestre de 2013, foi realizado levantamento dos pacientes internados, para analisar o perfil da população atendida na enfermaria e verificar a necessidade de intervenção de Terapia Ocupacional. Foram efetuadas consultas ao sistema eletrônico de mapa de leitos e aplicados formulários de avaliações de terapia ocupacional. Resultados: foram avaliados 37 pacientes, sendo 57% do sexo feminino e 43% do sexo masculino. A maior prevalência de idade foi de zero a 2 anos (41%) seguidos por 27% na faixa etária pré-escolar de 3 a 6 anos. Verificou-se que 48% havia recebido o diagnóstico há menos de um mês, revelando uma parcela significativa de diagnósticos recentes. Quanto ao histórico de internações, 35% já haviam sido internados em uma frequência de uma a cinco vezes, o que já é esperado por se tratar de pacientes portadores de doenças crônicas. Em contrapartida, 22% nunca haviam sido internados anteriormente, sendo que 03 deles permaneciam internados desde o nascimento. Dos 37 pacientes avaliados, 54% apresentaram demandas para atendimento terapêutico ocupacional. Os critérios de elegibilidade prevalentes foram: encaminhamentos (22%) para confecção de dispositivos de Tecnologia Assistiva e redes de suporte; atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (18%); diagnóstico recente (15%) e hipótese de não aderência ao tratamento (12%). O critério “outros” também apresentou alto índice de prevalência na amostra (21%) e se referiram a: desconhecimento sobre a patologia; adaptação/colaboração do paciente quanto ao uso de um dispositivo de Tecnologia Assistiva; orientações gerais sobre estimulação do DNPM no ambiente hospitalar enquanto medida preventiva; investigação diagnóstica; repertório ocupacional empobrecido e orientações sobre adequado posicionamento no leito. Discussão: diante da análise dos dados quantitativos apresentados, constatou-se a necessidade da assistênica terapêutica ocupacional na enfermaria pesquisada. O processo de levantamento do perfil da população e demandas para o atendimento de Terapia Ocupacional foi essencial para efetivação da implantação. Conclusões: Para implantar a assistência de Terapia Ocupacional em qualquer unidade, é essencial elaborar um estudo detalhado para justificar a inserção do profissional. Determinar claramente os critérios para fundamentar a atuação do terapeuta ocupacional constitui um aspecto fundamental na apropriação do campo de atuação.

Descritores: Doença Crônica; Hospitalização; Integralidade em Saúde; Pediatria; Terapia Ocupacional

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111. MANUAL PARA PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS RENAIS CRÔNICAS: RECURSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO Souza, Fernanda Degani Alves; Szmyheil, Paula Patini; Okuma, Silvia Mayumi; Passos, Paula Bullara Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: As doenças renais crônicas podem causar um significativo impacto no cotidiano de crianças e adolescentes, uma vez em que estes se deparam com inúmeras privações e falta de autonomia em seu dia-a-dia, as quais vão desde restrições alimentares e hídricas, esquemas medicamentosos rigorosos até tratamentos complexos e invasivos (como hemodiálise ou transplante renal, por exemplo). Diante da complexidade e gravidade destas patologias crônicas, torna-se essencial garantir a aceitação e aderência ao tratamento como um todo, a fim de se evitar complicações, como falhas no tratamento e necessidade de reinternações constantes. Acredita-se que auxiliar o paciente a compreender seu diagnóstico e todo seu processo de adoecimento é muitas vezes o ponto de partida para sua conscientização e consequente aceitação, adaptação e colaboração com seu próprio tratamento. Nesse sentido, o terapeuta ocupacional pode, por meio de recursos didáticos e atividades dirigidas coerentes à faixa etária, facilitar esse processo de empoderamento do paciente diante do seu diagnóstico e consequentes cuidados necessários. Objetivo: descrever o processo de construção de um manual educativo e lúdico, destinado a crianças e adolescentes com doenças renais crônicas. Casuística e Método: este manual foi desenvolvido pelo Serviço de Terapia Ocupacional de um hospital público pediátrico de alta complexidade da cidade de São Paulo, ligado a uma instituição de ensino. Foram realizadas entrevistas semi estruturadas com os profissionais da unidade de Terapia Renal Substitutiva e levantamento dos principais cuidados e restrições envolvidos no processo de tratamento. Resultados: elaboração do manual para pacientes renais crônicos, cujo conteúdo envolve desde a anatomia e funcionamento do sistema urinário, principais sintomas de insuficiência renal, até tipos de tratamento, cuidados com catéteres e fístulas, e restrições alimentares. O manual é interativo e didático, contendo desenhos e atividades gráficas e lúdicas, relacionadas ao processo de adoecimento e tratamento. Discussão: os manuais educativos são considerados instrumentos eficazes para facilitar o entendimento do processo de saúde-doença e favorecer maior responsabilização do cuidado pelo próprio paciente e por todos os sujeitos envolvidos. Conclusões: este manual poderá auxiliar o paciente renal crônico na aprendizagem e compreensão do seu processo de adoecimento, facilitando o enfrentamento, aceitação e adaptação às restrições em seu cotidiano e consequentemente na aderência ao tratamento.

Descritores: Hospitalização; Insuficiência Renal Crônica; Pediatria; Terapia Ocupacional

112. REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS NO CONTEXTO HOSPITALAR: O DESAFIO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL Teixeira, Maria Luiza Vautier; Santos, Brenda Pina; Motizuki, Camila Sayuri; Lima, Lisandra Emy Taketa dos Santos; Pereira, Rita Aparecida Bernardi Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR.

Introdução: O terapeuta ocupacional compreende o paciente como um sujeito que antes decidia seu próprio destino e a partir da internação tem sua vida controlada pela rotina do hospital. As preocupações financeiras e da família passam a ser administradas de outro modo. Ocorrem momentos de estresse, falta de privacidade, frustação, preocupações com sua nova condição de saúde e um futuro muitas vezes incerto. Deste modo, esse profissional utiliza as atividades, para estruturar o cotidiano do paciente, bem como proporcionar saúde, participação social e qualidade de vida. Entretanto, uma pesquisa em um hospital brasileiro sobre o delineamento da profissão no contexto hospitalar constatou que a atividade terapêutica é um procedimento pouco realizado pelos terapeutas ocupacionais. Esse fato pode ser explicado devido às dificuldades de utilizar atividades terapêuticas no contexto hospitalar. Objetivo: Relatar a dificuldade enfrentada pelos Residentes de Terapia Ocupacional de um hospital geral de Curitiba em relação ao uso de atividades. Casuística: O terapeuta ocupacional possui conhecimento sobre atividades, bem como sua utilização como recurso terapêutico. Assim a mesma pode ser utilizada como objetivo de uma intervenção, ou como um meio para aperfeiçoar/alcançar habilidades motoras, cognitivas e sociais, bem como papéis ocupacionais. Método: Relato de experiência. Resultado: Os residentes de Terapia Ocupacional atuam em um hospital de Curitiba desde 2010 e têm enfrentado dificuldades em relação ao uso de atividades terapêuticas no contexto hospitalar. Dentre elas destacam-se: grande limitação de recursos financeiros, que dificulta a aquisição de materiais para as atividades, bem como compra de matéria prima para a confecção de órteses e adaptações; período de internamento, que geralmente é breve, limitando o tempo para avaliar, planejar e realizar a intervenção; a dificuldade da equipe multiprofissional para distinguir atividade terapêutica de “ocupar o tempo”; a restrição de materiais que podem ser utilizados com pacientes em isolamento. Discussão: A utilização de atividades é dificultada pela burocracia para a compra de materiais em instituições públicas, bem como o limitado recurso financeiro direcionado à saúde que geralmente supre somente as prioridades essenciais para a assistência clínica. Este fato em princípio poderia restringir a atuação do terapeuta ocupacional; entretanto os residentes têm realizado ações para superar as limitações, ao: utilizar materiais doados por terceiros ou adquiridos com recursos financeiros próprios para criar atividades; substituir os equipamentos que normalmente seriam utilizados por outros similares de menor custo, que possam ser confeccionados pelas residentes ou pela equipe de manutenção do hospital; interagir e/ ou realizar

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atendimentos em conjunto com a equipe multidisciplinar, a fim de difundir a atuação, objetivos e conquistas do tratamento da Terapia Ocupacional; utilizar da criatividade para produzir diversas atividades com o mesmo tipo de material. Conclusões: A utilização de atividades pelo terapeuta ocupacional no contexto hospitalar enfrenta diversas barreiras, sendo que algumas dessas são passíveis de solução. Embora ainda seja necessário proporcionar recursos humanos e materiais para que a atividade seja utilizada plenamente como recurso terapêutico ocupacional.

Descritores: Terapia Ocupacional; atividades cotidianas; hospital

113. A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL DIRECIONADA AO CUIDADOR DE IDOSOS NO CONTEXTO HOSPITALAR

Teixeira, Maria Luiza Vautier; Santos, Brenda Pina; Motizuki, Camila Sayuri; Lima, Lisandra Emy Taketa dos Santos; Veiga, Bruna Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR.

Introdução: Pesquisas constatam que uma parcela dos idosos necessita de auxílio para realização de suas atividades de vida diária. Esse auxílio, por sua vez, vem de familiares, geralmente filhos e cônjuges, que acabam assumindo o papel de cuidador. Por algum agravo clínico, o início das tarefas como cuidador se dá dentro do ambiente hospitalar e de forma inesperada, fazendo com que seja necessário um suporte para a execução desse papel de forma satisfatória. Objetivo: Relatar as intervenções realizadas por residentes de Terapia Ocupacional de um hospital universitário de Curitiba, junto aos cuidadores de pacientes idosos. Casuística: A Lei N° 10.741, de 2003 estabelece o Estatuto do Idoso e, em seu Artigo 16, garante ao idoso o direito a um acompanhante em tempo integral, quando o mesmo for internado ou estiver em observação em um serviço de saúde. O Artigo 18. ainda legitima que as instituições de saúde são responsáveis por realizar o treinamento, bem como orientações aos sujeitos que cuidarão dos idosos. Método: Relato de experiência. Resultado: Grande parte da população atendida no hospital em questão é composta por idosos. Estes, por dificuldades momentâneas ou permanentes podem necessitar do auxílio de um cuidador. Deste modo, os residentes de Terapia Ocupacional realizam intervenções com o intuito de: capacitar o cuidador a assumir um novo papel ocupacional através de orientações dirigidas especificamente para a clínica do paciente; efetuar orientações sobre as posturas adequadas para a realização do cuidado, a fim de prevenir lesões; efetuar educação em saúde, para que o cuidador compreenda o diagnóstico, tratamento e prognóstico do paciente; prevenir sobrecarga física, por meio do auxilio na criação ou estruturação de um rodizio familiar e sobrecarga emocional, com a realização de atividades significativas que proporcionem lazer e/ou relaxamento; estimular o fortalecimento de vínculo entre cuidador e paciente; planejar a rotina no hospital e no domicílio, tanto em relação aos cuidados com o paciente quanto em relação à manutenção de papéis ocupacionais do cuidador. Discussão: A atuação do terapeuta ocupacional junto ao cuidador proporciona maior preparo para o encargo, bem como atenua ou previne o comprometimento da saúde de quem cuida, reduz o medo e a ansiedade relacionados ao manejo do paciente, bem como facilita a adaptação ao papel de cuidador. Além disso, pode evitar o agravamento de comorbidades e/ou o aparecimento de novas patologias e facilita a organização da rotina de cuidados. A estruturação do cuidado evita a sobrecarga de um familiar, bem como permite que o mesmo realize suas atividades de vida diária e demais Atividades Instrumentais de Vida Diária. Conclusão: A intervenção da Terapia Ocupacional contribui para a humanização do atendimento ao idoso e proporciona maior conhecimento e confiança ao cuidador. Porém, ainda é necessário consolidar essa prática e ampliar o número de profissionais que prestem atendimento ao idoso internado. Cabe ressaltar que não basta somente haver legislação sobre a atuação nesse contexto, mas é preciso que seja implementada. Também é essencial demonstrar e buscar o fortalecimento científico sobre esta questão.

Descritores:Terapia Ocupacional; família; hospital; idoso

114. PRODUÇÃO CIENTÍFICA DE TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES NOS ANAIS DOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE 2011 E 2013 Ulrich, Natália Moreno; Crippa, Joyce Nunes; Santos, Claudia Aline Valente; Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian Curso de graduação de Terapia Ocupacional da Ufscar

Introdução: A constituição e legitimação das práticas dos terapeutas ocupacionais em contextos hospitalares é um processo histórico em contínua construção. Objetivos: Este trabalho objetiva realizar uma caracterização dos trabalhos apresentados em Congressos Brasileiros de Terapia Ocupacional (CBTO) que abordassem a atuação da terapia ocupacional no contexto hospitalar. Métodos: Uma revisão bibliográfica foi feita nos anais eletrônicos dos dois últimos CBTO (2011 e 2013) utilizando os termos “hospital” e “contexto hospitalar”. Foram excluídos os trabalhos que apenas apresentavam as palavras-chaves, mas que diziam respeito a outro campo de atuação. Resultados: Nos resultados obtidos, foram encontrados 387 trabalhos, dos quais, 84 foram excluídos. No ano de 2011, os autores eram maioritariamente provenientes da região sudeste (119), seguidos pela região nordeste (37) e norte (25). Foram encontrados 6 trabalhos internacionais. Nos anais de 2013 a região sudeste (25) manteve maior produção, seguida pela região sul (16), no entanto, os anais não permitiram a identificação do local de origem dos autores. Quanto à

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instituição de origem, em 2011, 134 foram enviados por hospitais ou outras instituições e 59 por universidades. No ano de 2013, 43 dos trabalhos estavam relacionados à universidades, também havendo carência para identificar as instituições. Quanto ao tipo, 124 eram relatos de experiências, 88 pesquisas e 70 intervenções realizadas. Conclusão: A partir dos resultados, observou-se uma redução do número de publicações sobre a temática entre os anos, proporcionalmente ao número de trabalhos apresentados. Houve crescimento da produção na região sul (local de realização do congresso), com maior expressão de trabalhos que relatam experiências, e menor número de pesquisas ou trabalhos que avaliem a intervenção realizada. Compreende-se a validade e contribuição dos relatos de experiência, todavia, ressalta-se a necessidade de investimento em pesquisas que contribuam para a fundamentação da atuação do terapeuta ocupacional em Contextos Hospitalares, bem como, favoreçam a implantação de Políticas Públicas que contemplem o terapeuta ocupacional nas equipes de saúde hospitalar.

Descritores: Psiquiatria; Terapia Ocupacional; Oficina Terapêutica

115. O ENSINO DE CUIDADOS PALIATIVOS EM TERAPIA OCUPACIONAL: UMA ANÁLISE DOCUMENTAL

Fangel, Leticia Meda Vendrusculo; Carreiro, Adrielle Souza; Abreu, Carolina Becker Bueno Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília

Introdução: O processo de adoecimento provoca sofrimento à pessoa que está doente e em seus familiares, além de gerar mudanças no cotidiano, na vida ocupacional e no papel social que desempenham, sendo áreas nas quais dentro de uma equipe de Cuidados Paliativos o Terapeuta Ocupacional pode intervir ajudando a minimizar os efeitos do adoecimento. Objetivo: Conhecer e refletir sobre o ensino de Terapia Ocupacional na área dos Cuidados Paliativos, nos cursos universitários brasileiros. Metodologia: Trata-se de um estudo documental de caráter exploratório, transversal, com abordagem quantitativa. Foram avaliados os projetos políticos pedagógicos, ementários e/ou matrizes curriculares disponíveis no site das instituições de ensino superior devidamente registradas no Ministério da Educação e Cultura (MEC), a fim de localizar disciplinas referentes aos Cuidados Paliativos, ou disciplinas afins que sirvam como embasamento para esta prática profissional. Foi aplicado um roteiro pré-estabelecido constando dados relacionados à identificação do curso; a organização curricular; à identificação de disciplinas específicas de Terapia Ocupacional em “Cuidados Paliativos” e/ou disciplinas afins, com identificação da ementa (quando houver) e carga horária teórica e prática. A análise dos dados foi realizada pelo método de análise de conteúdo. Resultados: Foram encontradas 51 instituições de ensino superior que oferecem a graduação em Terapia Ocupacional, dessas somente duas instituições possuem disciplinas específicas de Cuidados Paliativos, sendo optativas e nove instituições possuem temáticas relacionadas ao tema em disciplinas afins. Algumas instituições disponibilizaram poucas informações sobre suas disciplinas, existindo a possibilidade de abordarem Cuidados Paliativos, e não ter ficado claro nas informações disponibilizadas. Discussão: Apenas duas instituições possuem disciplinas especificas sobre Cuidados Paliativos, que abordam de forma completa o que são os Cuidados Paliativos e como se dá a atuação do terapeuta ocupacional nesse contexto, porém, por serem disciplinas optativas não serão cursadas por todos os alunos. E nas outras instituições o tema é abordado em disciplinas afins, o que reduz o conteúdo dado sobre Cuidados Paliativos e sendo ministrado de forma muito reduzida. Os Cuidados Paliativos fazem parte das responsabilidades fundamentais do terapeuta ocupacional e foi reconhecido como área de atuação da Terapia Ocupacional, o que demostra a importância de se investir no ensino dos Cuidados Paliativos durante a graduação para preparar o aluno a atuar na área e aumentar o número de terapeutas ocupacionais interessados nesse campo de atuação. Conclusão: A literatura sobre Cuidados Paliativos ainda é escassa, principalmente sobre a Terapia Ocupacional, o que mostra que quem atua na área não divulga ou poderia divulgar mais sobre a sua atuação. Sugere-se o desenvolvimento de novas pesquisas que investiguem a formação do Terapeuta Ocupacional em Cuidados Paliativos, avaliando suas formas de intervenção, e o preparo para o processo de morte e morrer.

Descritores: Ensino, terapia ocupacional e cuidados paliativos

116. A VIVÊNCIA DE ATIVIDADES SIGNIFICATIVAS EM ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS Fangel, Leticia Meda Vendrusculo; Luniere, Juliana; Castro, Rafaela da Silva Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília

Introdução: A medicina Paliativista é uma especialidade médica, como forma de cuidado total com o paciente que não responde ao tratamento modificador do curso da doença (GUIMARÃES, 2014), com o intuito de cuidado integral, observando os aspectos físicos, emocionais, sociais, psicológicos e espirituais. O terapeuta ocupacional (TO) é uma parte importante que integra a equipe de cuidados paliativos (BESSE, 2009). O TO que assiste os indivíduos, e seus familiares, tem como princípio proporcionar a qualidade de vida durante esse período e o foco principal de sua atuação é a vida ocupacional (BESSE, 2009). O presente trabalho se justifica por esta ser uma área crescente, de suma importância, que necessita da atuação integrada de diversas áreas da saúde para que haja cuidado integral, porém ainda é pouco difundida e estudada no meio acadêmico e na sociedade no geral. Objetivo: Este artigo visa relatar a experiência na prática de atendimentos de terapia ocupacional a pacientes oncológicos em cuidados paliativos exclusivos. Metodologia: Os atendimentos foram feitos durante o estágio de

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graduação em um hospital que presta atendimento exclusivo a cuidados paliativos oncológicos. As atividades realizadas foram atendimento no leito e em sala de T.O. presente na enfermaria, discussão de caso e reunião com os familiares e com a equipe. Os atendimentos aos pacientes aconteceram segundo o modelo de prática baseada no cliente. As atividades expressivas e lúdicas foram as mais desenvolvidas ao longo dos atendimentos. Resultados e Discussão: O uso de atividades expressivas e lúdicas no ambiente hospitalar, sendo no leito ou fora deste, possibilita focar nos desejos dos pacientes, que muitas vezes não são prioridades médicas, ou mesmo que contrariem as indicações desses, porém, pensando quando se trata de qualidade de vida, as vontades e o indivíduo em si não podem ser colocados de lado, ao contrário, precisam ser atuantes e ter papéis efetivos no próprio tratamento. Tais vontades dos pacientes não estão necessariamente ligadas ao câncer. Percebeu-se que a atividade e o foco no paciente como pessoa, favorece a criação de vínculo, permite maior abertura e abordagem de assuntos delicados, o alcance de sonhos e desejos, superação de angústias, o esquecimento da doença, mesmo que momentaneamente, por vezes, aumenta a disposição do paciente, e permite momentos descontraídos e leves, mantendo o paciente ativo até sua morte, mesmo que necessário o fazer compartilhado e integrado a outros membros da equipe. Conclusão: A vivência de atividades significativas para o paciente em enfermaria de cuidados paliativos possibilita um espaço de promoção de saúde e alívio de sofrimentos, estando em conformidade aos princípios dos Cuidados Paliativos.

117. A IMAGEM CORPORAL E A INFLUÊNCIA NA SEXUALIDADE DE MULHERES MASTECTOMIZADAS Fangel, Leticia Meda Vendrusculo; Pereira, Vanessa Peregrino Curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Brasília

Introdução: O câncer de mama tem se tornado um problema de saúde pública e, apesar de ser considerado um câncer de bom prognóstico, as taxas de mortalidade vêm aumentando no Brasil, principalmente por ser diagnosticado em estágios avançados. Existem vários tipos de tratamentos utilizados para o câncer de mama, uma delas é a cirurgia não conservadora - a denominada mastectomia - que traz grandes repercussões na vida da mulher pelo fato de ser uma cirurgia de amputação de um órgão de adorno que tem uma grande representação cultural e é considerado símbolo de feminilidade, sensualidade e sexualidade. Objetivo: O objetivo do presente estudo é compreender se a imagem corporal influencia na sexualidade de mulheres mastectomizadas e analisar a relação entre esses dois fatores. Metodologia: O método utilizado foi o da abordagem qualitativa aplicada à saúde. A técnica da coleta de dados foi uma entrevista semi-estruturada que ocorreu mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A entrevista foi gravada, transcrita e interpretada embasada na análise de Bardin, que propõe um conjunto de técnicas de análise de comunicação e interpretação das mensagens. Resultados: A análise dessas categorias demonstrou que após a mastectomia, as mulheres apresentaram alterações em sua imagem corporal que geram prejuízos na vida cotidiana, relacionada atividades do dia-a-dia e também gerou influencias na sexualidade em tais aspectos: a alteração da imagem corporal e a falta da mama repercutem em sentimentos ligados a insegurança, medo de rejeição do marido, e baixa autoestima reduzindo o desejo sexual e trazendo prejuízos na sexualidade. Porém também foi apresentado que as mulheres mastectomizadas conseguem criar estratégias de enfrentamento relacionadas à espiritualidade, religiosidade, pensamento positivo para lutar contra o câncer e os prejuízos trazidos por ele. Conclusão: O estudo mostra a importância de uma assistência multiprofissional para mulheres mastectomizadas, pois, estão vivenciando momentos de fragilidade e adoecimento, sendo necessário o auxilio de profissionais de saúde que apoiem, escutem e respeitem a mulher e o seu contexto de vida. E dentro dessa equipe multiprofissional, vê-se a necessidade de um terapeuta ocupacional, para o auxilio na reabilitação de funções físicas e psicológicas e papeis sociais que foram perdidas ou esquecidas durante esse processo. É visto a importância do papel do Terapeuta Ocupacional no que se refere na oncologia, na qual as mulheres passam por um tratamento mamário, trauma cirúrgico, assim como todo o tratamento sequencial do câncer; sendo necessário o auxílio na reabilitação desse processo trabalhando as ABVD’s, AIVD’s e a capacitar novas habilidades, adaptando as mudanças por meio de atividades que tenham significado para a paciente.

Descritores: Imagem Corporal, Sexualidade, Câncer de Mama, Mastectomia

118. O HOSPITAL POR UM RISO – O IMPACTO DA HUMANIZAÇÃO NA SAÚDE MENTAL DE PACIENTES HOSPITALIZADOS Fangel, Leticia Meda Vendrusculo; Tavares, Mariana Olívia Barbosa Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília

Introdução: A hospitalização consiste na inserção do individuo em um contexto desconhecido, podendo sofrer psiquicamente. Nessa reação à hospitalização surge em sintomas, como a ansiedade e a depressão, geralmente ligadas à incerteza quanto à condição clínica. A humanização é a principal estratégia para que o ser singular do paciente seja mantido e não se perca frente ao adoecimento. Para o Terapeuta Ocupacional, a humanização é um recurso facilitador de intervenções no contexto hospitalar em relação à equipe e aos pacientes. Objetivo: Avaliar e identificar na literatura o impacto de ações de humanização na saúde mental de pacientes hospitalizados. Metodologia: Realizou-se revisão de literatura por meio de busca de artigos científicos nas bibliotecas eletrônicas de dados: SciELO e Bireme compreendendo o período de 2004 à 2014, os que estavam em português,

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disponíveis na íntegra online e relacionados a humanização e saúde mental de pacientes hospitalizados. Foram utilizadas palavras chaves cadastradas nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), e foi realizado um cruzamento com os descritores “humanização da assistência”, “hospitalização” e “saúde mental” e outro cruzamento com os descritores “humanização da assistência” e “hospitalização”. Os dados encontrados foram caracterizados por análise de conteúdo segundo Minayo. Resultados: Foram encontradas 3 publicações que se enquadravam nos critérios de inclusão e exclusão, dentre elas, uma foi escrita por psicólogos, e duas por enfermeiros. No primeiro artigo analisado constata-se que a ação humanizadora desse grupo de palhaços, interferiu positivamente na amenização no processo de hospitalização do paciente adulto, possibilitando diminuição dos níveis de ansiedade e propondo um melhor enfrentamento da doença. O segundo conclui que as estratégias farmacológicas e de humanização são fundamentais para reduzir o nível de ansiedade no período pré-cateterismo cardíaco. O último constatou que a presença de acompanhantes é necessária para amenizar os efeitos da hospitalização em pacientes internados. Discussão: As ações de humanização analisadas na literatura impactam na saúde mental de pacientes hospitalizados, amenizando as queixas sobre a doença e seu processo, diminuindo o tempo de internação e realizando a reinserção do individuo no meio social com autonomia, o que reflete na diminuição dos sinais e sintomas de ansiedade e depressão. Logo, o ambiente hospitalar torna-se um instrumento para resgatar o equilíbrio familiar, o papel ocupacional e a estabilidade física, emocional e social do “eu” afetados durante a hospitalização. Conclusão: Apesar da escassez de evidências, constatou-se que as ações de humanização impactam na saúde mental de pacientes hospitalizados, amenizando as queixas sobre a doença e seu processo, diminuindo o tempo de internação e realizando a reinserção do individuo no meio social com autonomia, o que reflete na diminuição dos sinais e sintomas de ansiedade e depressão. A assistência hospitalar humanizada representa um campo fértil para estudos e intervenções da terapia ocupacional.

Descritores: humanização da assistência, hospitalização e saúde mental

119. O GRUPO COMO RECURSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL COM PACIENTES HOSPITALIZADOS EM UMA ENFERMARIA DA UNIDADE METABÓLICA

Wolf, Bianca Brunelli; Arantes, Claudinéa Dizaró Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Introdução: O Serviço de Interconsulta em Terapia Ocupacional Hospitalar objetiva melhorar a qualidade da atenção ao paciente, auxiliando na provisão de cuidados em todos os aspectos envolvidos na situação de estar doente e hospitalizado, estimular a autonomia dentro deste ambiente, favorecer a comunicação entre equipe-paciente, pensar em mudança de vida que poderão ser experimentados ou retomados nos atendimentos, assim como serem levados no cotidiano do sujeito. As intervenções realizadas por este profissional pode ser conduzido tanto individualmente quanto em grupo, de acordo com os objetivos propostos aos sujeitos. O trabalho em grupo propicia uma capacidade de pensar as experiências emocionais cotidianas e aprender com elas; os sujeitos fazem inúmeras introjeções de como os outros lidam com os problemas. Através da troca de vivências, o sujeito pode aprender com as experiências mútuas, repensar sua forma de agir frente à doença e, consequentemente, vir a mudar seus hábitos. Objetivo: O objetivo deste trabalho é discutir sobre os benefícios de grupo de atividades, realizado com os pacientes da Enfermaria da Unidade Metabólica (EUM) de um de um hospital público, universitário, terciário, localizado no interior do Estado de São Paulo. Causuística e Método: O grupo de atividades na EUM é coordenado por uma aprimoranda em TO Hospitalar, sendo supervisionado pela TO preceptora do Serviço de Interconsulta. Os grupos acontecem às quartas feiras no período vespertino com duração de 1h30min. Os participantes são compostos pelos pacientes do programa de reeducação alimentar, da cirurgia bariátrica e da síndrome do intestino curto. Caracteriza-se como um grupo heterogêneo e aberto, sem número exato de participantes. As atividades são livres de acordo com os materiais disponíveis. Os grupos propõem um espaço de saúde através de atividades livres e objetivam propor uma reflexão acerca da reestruturação da rotina frente ao adoecimento, estímulo e manutenção de habilidades e o fortalecimento de uma rede de suporte social interna, entre os membros que o compõem. Resultados: Foram realizados em média 25 grupos, de 2 a 7 participantes. Observam-se os benefícios através dos relatos dos participantes em que avaliam a necessidade de aumentar a frequência dos grupos, referindo a importância deste espaço de trocas e saúde. Discussão: Os pacientes do Programa de Reeducação Alimentar são obesos grau III e permanecem no programa de 6-8 semanas internados e os pacientes da Síndrome do Intestino Curto possuem internações frequentes para tratamento com nutrição parenteral. Apesar de o grupo ser hererogêneo, os participantes possuem em comum a hospitalização prolongada, podendo ser geradora de ansiedade devido à ruptura do cotidiano, adoecimento, afastamento de entes queridos e diminuição ou ausência de atividades significativas. Conclusões: Pensando nisso, mostra-se benéfico por proporcionar interação entre os participantes, favorecer a autonomia e a troca de experiências, minimiza as dificuldades da hospitalização, estimula o desenvolvimento de novas habilidades e/ou retomada de atividades significativas que podem ser levadas para o cotidiano extra-hospitalar, sendo um espaço de saúde durante a hospitalização.

Descritores: terapia ocupacional; hospitalização; estudos de intervenção

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ÍNDICE REMISSIVO

Abrão, Camila .......................................................................................................................... 59

Abreu, Carolina Becker Bueno ....................................................................................... 31, 110

Abumusse, Luciene Vaccaro de Morais ................................................................................ 40

Aguiar, Colares Preslavia ....................................................................................................... 25

Almeida, Maria Helena Morgani ........................................................................................... 100

Almeida, Sandra ...................................................................................................................... 93

Almeida, Thallyta Aparecida .................................................................................................. 42

Almohalha, Lucieny ..................................................................................................... 42, 43, 72

Alves, Cristiane Paiva ............................................................................................................. 44

Alves, Walter Luís Teixeira ..................................................................................................... 45

Amaro, Jéssica Moscatelli ................................................................................................ 45, 53

Annunciato, Bruna Gabriela Pascarelli ............................................................................ 45, 53

Antonechen, Aline Cristina .................................................................................................... 99

Arantes, Claudinea Dizaro ............................................................................................... 46, 112

Assis, Janaina Teresinha da Silva Junqueira ....................................................................... 26

Assoni, Laura .......................................................................................................................... 46

Baes, Cristiane Von Werne .................................................................................................... 76

Ballarin, Maria Luisa Gazabim Simões ................................................................................ 104

Barbosa, Deise ................................................................................................................... 48, 59

Barbosa, João Bosco Lima .................................................................................................... 84

Barini, Caroline ....................................................................................................................... 54

Barros, Priscila Bagio Maria ................................................................... 46, 47, 66, 70, 71, 107

Bartalotti, Celina Camargo ..................................................................................................... 39

Batschauer, Daniela ................................................................................................................ 79

Beltrame, Vitória Hoerbe ................................................................................................... 48, 59

Bianchin, Maysa Alahmar ........................................................................................ 56, 102, 103

Bigatão, Marcela dos Reis ...................................................................................................... 25

Bittencourt, Renata Sloboda ........................................................................... 46, 49, 50, 65, 71

Bombarda, Tatiana Barbieri ........................................................................................ 50, 51, 52

Borges, Veronica Gomes ....................................................................................................... 52

Bortolieiro, Raquel Verceze ................................................................................................... 53

Bosaipo, Nayanne Beckmann ................................................................................................ 76

Braga, Cláudia Pellegrini ................................................................................................... 53, 66

Braga, Marcela Aline Fernandes ............................................................................................ 54

Buffa, Maria José Monteiro Benjamin ................................................................................. 106

Camargo, Maria José Gugelmin ............................................................................ 39, 55, 69, 94

Cardinal, Ana Carolina ........................................................................................................... 56

Cardoso, Jordana Santos....................................................................................................... 89

Cardoso, Renata Carvalho ................................................................................................ 37, 56

Carreiro, Adrielle Souza ....................................................................................................... 110

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114

Carvalho, Michelle ................................................................................................................ 104

Castanharo, Regina Célia Titotto ........................................................................................... 94

Castro, Gisely Gabrielli Avelar ......................................................................................... 57, 63

Castro, Rafaela da Silva ....................................................................................................... 110

Cavalcante, Aline da Cruz ........................................................................................... 57, 63, 93

Cavalcante, Milady Cutrim Vieira ................................................................................ 87, 88, 89

Cavalcanti, Annelise Nathalia Farias ..................................................................................... 74

Cavali, Amanda Regina .......................................................................................................... 80

Coelho, Renato Ramos ........................................................................................................... 75

Coelho, Tamiris Teixeira Lopes ............................................................................................. 91

Couto, Tatiana Vieira do ......................................................................................................... 28

Conti, Juliana ............................................................................................................... 58, 59, 96

Cordeiro, Júnia Jorge Rjeille .................................................................................................. 38

Corneau, Graciela Carneiro ....................................................................................... 48, 59, 101

Corrêa, Bruna Carolina ........................................................................................................... 51

Corrêa, Victor Augusto Cavaleiro .......................................................................................... 40

Credidio, Roberta Abduch Rolim ................................................................................ 58, 59, 96

Crippa, Joyce Nunes ...................................................................................................... 60, 109

Cunha, Jackeline Oliveira do Vale ......................................................................................... 60

Cunha, José Henrique da Silva .............................................................................................. 61

Dahdah, Daniel Ferreira .......................................................................................................... 62

Damasceno, Ana Carolina ........................................................................................... 57, 63, 93

De Carlo, Marysia Mara Rodrigues do Prado ...................... 23, 32, 37, 56, 64, 78, 79, 91, 103

Dias, Gabriela Martins ...................................................................................................... 63, 98

Dittz, Erika da Silva ................................................................................................................. 27

Dóro, Maribel Pelaez ............................................................................................................... 99

Fabri, Aline Ferrari .................................................................................................................. 50

Fangel, Letícia Meda Vendrusculo ........................................................ 33, 62, 78, 86, 110, 111

Faria, Natália Cintra .......................................................................................................... 37, 64

Farias, Aline Zacchi ................................................................................................................ 97

Finarde, Tamara Neves ......................................................................................................... 100

Fonteles, Ana Cindy de Souza ............................................................................................... 64

França, Ana Karina Teixeira da Cunha .................................................................................. 89

França, Barbara Lorrane Oliveira .......................................................................................... 86

Franco, Mariana de Paiva ........................................................................ 46, 49, 65, 66, 71, 107

Freitas, Dionne do Carmo Araújo .......................................................................................... 92

Frizzo, Heloísa Cristina Figueiredo .................................................................................. 35, 62

Froehlich, Larissa Ten Caten ................................................................................................. 48

Gail, Eva ............................................................................................................................ 23, 41

Galheigo, Sandra Maria ......................................................................................... 38, 53, 66, 77

Gomes, Cristiane Aparecida ............................................................................................ 37, 56

Gomes, Rebeca Rodrigues .................................................................................................... 82

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115

Gonçalves, Nádia Luiza .......................................................................................................... 78

Guadanhim, Milena ................................................................................................................. 37

Holanda, Isabel Cristina Luck Coelho ................................................................................... 64

Idemori, Thais Clemente ........................................................................................................ 67

Imano, Mariana Eiko ............................................................................................................... 80

Jacob, Luana Ramalho ................................................................................................ 68, 73, 81

Joaquim, Regina Helena Vitale Torkomian .............................. 34, 42, 60, 71, 74, 97, 105, 109

Juruena, Mario Francisco....................................................................................................... 76

Kawamura, Aline Costa de Sousa .................................................................................... 55, 69

Kirsch, Elisabeth Bergmann .................................................................................................. 94

Koenig, Anne Marise .............................................................................................................. 52

Krameck, Karine ................................................................................................................ 55, 69

Kudo, Aide Mitie ................................................................................. 26, 45, 46, 65, 70, 71, 107

Kurauchi, Graziela Regina Sogumo ...................................................................................... 71

Lancman, Selma .......................................................................................................... 58, 59, 96

Lázaro, Andressa Regina .................................................................................................. 42, 72

Lazoski, Valeska Cardeal Santana .................................................................................... 89, 90

Leandro, Handula Janine Simões .......................................................................................... 75

Leite, Noélia Silva Ladislau .................................................................................................... 80

Lima, Lisandra Emy Taketa dos Santos ........................................................... 89, 90, 108, 109

Lima, Valeria Borges Ribeiro .............................................................................. 72, 73, 81, 104

Lino, Carolina Cristina Alves ................................................................................................. 42

Lino, Thaís Breternitz ............................................................................................................. 74

Litholdo, Mariana da Cunha .............................................................................................. 74, 75

Loureiro, Morgana Bardemaker ............................................................................................. 50

Lourenço, Maria Lúcia Pedroso Cesari ................................................................................. 30

Luniere, Juliana .................................................................................................................... 110

Machado, Letícia Guimarães .................................................................................................. 75

Maia, Fernanda do Nascimento .................................................................... 68, 72, 73, 80, 104

Mannini, Juliana ...................................................................................................................... 83

Maranho, Katiúscia Marques de Paulo ............................................................................. 88, 89

Marcelino, Daniela Machado .................................................................................................. 47

Martinez, Claudia Maria Simões............................................................................................. 67

Martins, Amanda Oliveira ....................................................................................................... 47

Martins, Ana Lice Azevedo ..................................................................................................... 87

Martins, Camila Maria Severi ................................................................................................. 76

Martins, Raquel da Silva ......................................................................................................... 43

Marvila, Brenda ....................................................................................................................... 86

Matos, Clévia Dantas Luz ....................................................................................................... 57

Matsuo, Cátia Mari .................................................................................................................. 77

Mattos, Emanuela Bezerra Torres ......................................................................................... 77

Mattos, Fernanda Ferreira ...................................................................................................... 78

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Maués, Nayara Caroline Silva ................................................................................................ 57

Medeiros, Erica Teixeira ......................................................................................................... 77

Mello, Maria Aparecida Ferreira de ........................................................................................ 40

Melo, Tatiana de Vasconcellos .............................................................................................. 98

Menezes, Mchilanny Bussinguer ........................................................................................... 78

Messina, Shabbina Ribeiro..................................................................................................... 79

Mitre, Rosa Maria de Araujo ...................................................................................... 72, 81, 104

Molinari, Natalia Calil Ambrosio ...................................................................................... 79, 80

Monteiro, Claudia Franco ....................................................................................................... 61

Moraes, Aline Aparecida ........................................................................................................ 44

Moraes, Márcia Cristina Almendros Fernandes .................................................................. 106

Morais, Thaisa Wancy Silva ............................................................................................. 84, 92

Motizuki, Camila Sayuri ........................................................................................... 95, 108, 109

Motti, Telma Flores Genaro .................................................................................................. 106

Moura, Nayara Lobato da Silva ........................................................................... 73, 80, 81, 104

Nascimento, Éllyda Márcia ..................................................................................................... 82

Nascimento, Janaína Santos ............................................................................................ 83, 86

Nascimento, Naiara Martins ................................................................................................. 106

Nascimento, Pâmela Joyce Ferreira ...................................................................................... 75

Nascimento, Zelito dos Anjos Filho ....................................................................................... 57

Neves, Fernanda Ribeiro Correia Bianchi .................................................................. 30, 56, 91

Nunes, Ciomara Maria Perez ....................................................................................... 34, 45, 54

Nunes, Roberta Ribeiro .................................................................................................... 84, 92

Okuma, Silvia Mayumi .......................................................................................................... 108

Oliveira, Ana Claudia dos Santos Silva ................................................................................. 87

Oliveira, Maribia Taliane ......................................................................................................... 98

Oliveira, Natasha Pompeu ................................................................................................ 84, 85

Oliveira, Rodrigo Mota ............................................................................................................ 95

Ono, Danielly Hidemi Hasegawa ............................................................................................ 71

Oyama, Larissa Rodrigues Leite ................................................................................. 58, 59, 96

Paiva, Juliana da Silva ............................................................................................................ 86

Paiva, Mariana Mapelli ............................................................................................................ 83

Palm, Rosibeth Del Carmen Muñoz ....................................................................................... 37

Passos, Paula Bullara .......................................................................................... 49, 65, 66, 108

Pelosi, Miryam Bonadiu .................................................................................................... 83, 86

Pereira, Diane Coelho ............................................................................................................. 61

Pereira, Nathalia Cristina Silva ................................................................................... 87, 88, 89

Pereira, Rita Aparecida Bernardi .............................................................................. 89, 90, 108

Pereira, Vanessa Peregrino .................................................................................................. 111

Perez, Juliana de Oliveira ....................................................................................................... 99

Perruci, Ludmila Gonçalves ................................................................................................... 91

Peruzzolo, Dani Laura................................................................................................ 48, 59, 101

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Prieto, Gisele Brides ............................................................................................................... 28

Pinheiro, Clori Araujo ............................................................................................................. 24

Poellnitz, Jéssica Cristina Von .............................................................................................. 91

Poli, Omero Benedicto Neto ................................................................................................... 53

Prestridge, Luma .................................................................................................................... 42

Queiroz, Leidiane Fernandes ............................................................................................ 28, 92

Queiroz, Mônica Estuque Garcia ...................................................................................... 30, 31

Ramos, Jonara Crys Abreu .................................................................................................... 92

Ratier, Ana Paula Pelegrini .................................................................................................... 92

Rezende, Gabriela .............................................................................................................. 37, 56

Riccioppo, Maria Regina Pontes Luz..................................................................................... 43

Rodrigues, Karoline Vitória Silva ...................................................................................... 63, 93

Roque, Kamyla Leme .............................................................................................................. 47

Rosa, Cristiane da Silva ......................................................................................................... 60

Rossato, Larissa ..................................................................................................................... 48

Sacco, Camila Menezes .......................................................................................................... 94

Santana, Valeska Cardeal ....................................................................................................... 95

Santarém, Ian ........................................................................................................................ 100

Santos, Aime Juliana .............................................................................................................. 94

Santos, Andréa Rizzo ............................................................................................................. 95

Santos, Brenda Pina .......................................................................................... 95, 96, 108, 109

Santos, Camila Abrão ............................................................................................................. 96

Santos, Claudia Aline Valente ................................................................. 27, 60, 74, 97, 98, 109

Santos, Dayane Regina ........................................................................... 50, 63, 94, 98, 99, 100

Santos, Letícia Pereira ......................................................................................................... 100

Santos, Walkyria de Almeida ................................................................................................. 33

Sardenberg, Renata .............................................................................................................. 101

Sato, Andrea Toshye .............................................................................................................. 47

Schmitt, Patrícia Menezes ............................................................................................... 48, 101

Sgavioli, Ana Júlia Ribeiro ............................................................................................ 102, 103

Silva, Alexsandra Santos ............................................................................................ 89, 90, 95

Silva, Ana Cristina Cardoso ................................................................................................. 103

Silva, Cynthia Girundi ............................................................................................................. 45

Silva, Márcia Laface ................................................................................................................ 77

Silva, Mariana Oliveira Leite .......................................................................................... 102, 103

Silva, Nilson Rogério .............................................................................................................. 95

Silva, talita Maria Pereira de Pádua .................................................................................. 74, 75

Simonato, Mariana Pereira ........................................................................................ 73, 81, 104

Simplício, Milena Regina ........................................................................................................ 52

Soares, Fernanda Brioschi ............................................................................................ 104, 105

Soares, Luana Louise Padilha ............................................................................................... 96

Sousa, Lyana Carvalho ........................................................................................................ 106

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Souza, Ana Paula Ramos ....................................................................................................... 59

Souza, Fernanda Degani Alves ....................................................... 46, 49, 66, 71, 91, 107, 108

Souza, Mariana Carolina Lima ............................................................................................... 98

Souza, Monica Cristina Assaiante ................................................................................... 74, 97

Souza, Vera Lúcia Vieira ................................................................................................... 83, 86

Szmyheil, Paula Patini .......................................................................................................... 108

Tavares, Mariana Olívia Barbosa ......................................................................................... 111

Tedesco, Solange ................................................................................................................... 35

Teixeira, Maria Luiza Vautier .........................................................................................108, 109

Teixeira, Natalia de Andrade .................................................................................................. 56

Toldra, Rosé Colon ............................................................................................................... 100

Ulrich, Natália Moreno .................................................................................................... 60, 109

Ustulin, Keide Fernanda ......................................................................................................... 76

Vasconcelos, Sarah Xavier Peixoto ................................................................................. 74, 75

Veiga, Bruna ......................................................................................................... 89, 90, 95, 109

Victal, Francine Castro Alves ........................................................................................... 33, 85

Vinture, Juliana Silva .............................................................................................................. 84

Wolf, Bianca Brunelli ...................................................................................................... 85, 112

Xavier, Priscilla Taoni ............................................................................................................. 80

Yoshioka, Eliani Tiemi ............................................................................................................ 92

Zanni, Karina Piccin ................................................................................................................ 61

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