i ciclo temático multiplicadores de cultura de paz em políticas públicas democracia, poder e...

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I Ciclo Temático I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado Maurílio Maldonado

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Page 1: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

I Ciclo Temático I Ciclo Temático Multiplicadores de Multiplicadores de Cultura de Paz em Cultura de Paz em

Políticas PúblicasPolíticas Públicas

DEMOCRACIA, PODER E DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOOPROCESSO LEGISLATIVOO

Maurílio MaldonadoMaurílio Maldonado

Page 2: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

I - I - DEMOCRACIADEMOCRACIA::I.I - SIGNIFICADO FORMAL: Conforme Norberto Bobbio,

“na teoria moderna contemporânea, mais em prevalência nos países de tradição democrático-liberal, as definições de Democracia tedem a resolver-se e a esgotar-se num elenco mais ou menos amplo, segundo os autores, de regras de jogo, ou, como se diz, de ‘procedimentos universais’. Entre estas”, as quais me permito resumir e adaptar, são as seguintes:

1 – os órgãos políticos responsáveis pela função legislativa, e pelo Poder Executivo, devem ser compostos, respectivamente, de membros e dirigentes, direta ou indiretamente eleitos pelo povo; EU ACRESCENTARIA, PARA MANDATO COM PRAZO CERTO E DETERMINADO.

2 – o sufrágio deve ser universal;

 

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I - I - DEMOCRACIADEMOCRACIA::3 – todos os eleitores devem ter voto igual;

4 – os eleitores devem ser livres em votar segundo a própria opinião formada o mais livremente possível;

5 – devem ser livres também no sentido que lhes sejam oferecidas reais alternativas, o que exclui de lista única ou bloqueada;

6 – tanto para as eleições dos representantes e dirigentes, como para as decisões dos órgãos colegiados, principalmente os parlamentos, vale o princípio da maioria numérica, estabelecidas segundo critérios de oportunidade;

 

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I - I - DEMOCRACIADEMOCRACIA::7 – nenhuma decisão tomada por maioria deve limitar os

direitos da minoria, de um modo especial o direito de se tornar maioria, em paridade de condições;

8 – os governantes podem ser depostos, em especial, os membros do Poder Executivo, mediante o devido processo legal (“impeachment”) ou terem seus mandatos “revogados” (perder confiança – parlamentarismo).

OBS: Bobbio qualifica o significado da DEMOCRACIA acima descrita, como FORMAL, tendo em vista que estas regras estabelecem como se deve chegar à decisão política e não o que decidir. Em oposição a esta, ele chama a atenção para a chamada “DEMOCRACIA SUBSTANCIAL”.

 

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Declaração Universal dos Declaração Universal dos Direitos HumanosDireitos Humanos

Artigo 1° Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Artigo 2° Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. ...

Artigo 3° Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 7° Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. ...

 

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Declaração Universal dos Declaração Universal dos Direitos HumanosDireitos Humanos

Artigo 9° Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 21°1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção

dos negócios, públicos do seu país, quer diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.

2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em condições de igualdade, às funções públicas do seu país.

3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade dos poderes públicos: e deve exprimir-se através de eleições honestas a realizar periodicamente por sufrágio universal e igual, com voto secreto ou segundo processo equivalente que salvaguarde a liberdade de voto.

 

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I - I - DEMOCRACIADEMOCRACIA::I.II - “DEMOCRACIA SUBSTANCIAL”: Enquanto a

DEMOCRACIA FORMAL refere-se exclusivamente aos meios e regras que devem ser estabelecidas para garantir à todos a ascenção e exercício do PODER POLÍTICO, indiferente ao uso que dele se fará; a expressão DEMOCRACIA SUBSTANCIAL, “indica um conjunto de fins, entre os quais sobressai o fim da igualdade jurídica, social e econômica, independentemente dos meios para os alcançar.” Para Bobbio, valendo-nos da velha fórmula segundo a qual “Democracia é o governo do Povo para o Povo”, poderíamos dizer que a DEMOCRACIA FORMAL “é mais um governo DO Povo e a SUBSTANCIAL é mais um governo PARA o Povo”.Segundo Rousseau, o ideal igualitário que inspira a DEMOCRACIA COMO VALOR, se realiza somente na formação da vontade geral, levada a cabo pela DEMOCRACIA COMO MÉTODO.

 

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Declaração Universal dos Declaração Universal dos Direitos HumanosDireitos Humanos

Artigo 23°1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do

trabalho, a condições eqüitativas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.

3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração eqüitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de proteção social.

Artigo 24°Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres,

especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e as férias periódicas pagas.

 

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Declaração Universal dos Declaração Universal dos Direitos HumanosDireitos Humanos

Artigo 25°1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente

para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento,à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.

Artigo 26°1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve

ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional dever ser generalizado...

 

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ASSIM: A ASSIM: A DEMOCRACIA PODE DEMOCRACIA PODE

SIGNIFICAR SIGNIFICAR FINALIDADE FINALIDADE (VALOR) OU (VALOR) OU

MECANISMO DE MECANISMO DE ASCENÇÃO E ASCENÇÃO E EXERCÍCIO EXERCÍCIO

(TÉCNICA) DO (TÉCNICA) DO PODER POLÍTICOPODER POLÍTICO

Page 11: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

ANTES DE VERMOS O QUE É ANTES DE VERMOS O QUE É PODER POLÍTICO, VAMOS PODER POLÍTICO, VAMOS

LEMBRAR O QUE É LEMBRAR O QUE É POLÍTICPOLÍTICA?A?

► PolíticaPolítica: termo que desde os gregos serve para : termo que desde os gregos serve para designar o campo da atividade humana que se designar o campo da atividade humana que se refere à cidade (pólis), ao Estado e às coisas de refere à cidade (pólis), ao Estado e às coisas de interesse públicointeresse público. . 

► A ação política de A ação política de interesse públicointeresse público é é aquela aquela que se caracteriza pelo uso de que se caracteriza pelo uso de poder socialpoder social com a finalidade de alcançar o com a finalidade de alcançar o bem comum bem comum da da maioria do povo.maioria do povo.

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DISSO DECORRE TAMBÉM, DISSO DECORRE TAMBÉM, QUE O ESTADO QUE O ESTADO É:É:

► Um instrumento para o alcance de um Um instrumento para o alcance de um determinado fim que, modernamente, determinado fim que, modernamente, tem-se como o bem comum de seu povo.tem-se como o bem comum de seu povo.

► Na definiNa definiçãção de o de Max Weber: Max Weber:

► O Estado é aO Estado é a instituição política que, instituição política que, dirigida por um governo soberanodirigida por um governo soberano, detém , detém o monopólio do uso da força física, em o monopólio do uso da força física, em determinado território, subordinando à determinado território, subordinando à sociedade que nele vive.sociedade que nele vive.

Page 13: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

II - O PODER POLÍTICOII - O PODER POLÍTICO►Para MAX WEBER, as relações de mando Para MAX WEBER, as relações de mando

e de obediência, mais ou menos e de obediência, mais ou menos confirmadas no tempo, e que se confirmadas no tempo, e que se encontram tipicamente na política, encontram tipicamente na política, tendem a se basear não só em tendem a se basear não só em fundamentos materiais ou no mero fundamentos materiais ou no mero hábito da obediência dos súditos, mas hábito da obediência dos súditos, mas também e principalmente num também e principalmente num fundamento específico de legitimidade. fundamento específico de legitimidade. Poder legítimo é muitas vezes Poder legítimo é muitas vezes designado: AUTORIDADE.designado: AUTORIDADE.

►WEBER distingue três tipos puros: o WEBER distingue três tipos puros: o poder legal, o poder tradicional, e o poder legal, o poder tradicional, e o poder carismático.poder carismático.

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II.I - O PODER CARISMÁTICOII.I - O PODER CARISMÁTICO► É aquele que se funda na dedicação afetiva à É aquele que se funda na dedicação afetiva à

pessoa do chefe e ao caráter sacro, à força heróica pessoa do chefe e ao caráter sacro, à força heróica ao valor exemplar ou ao Poder de espírito e da ao valor exemplar ou ao Poder de espírito e da palavra que o distinguem de modo especial. A palavra que o distinguem de modo especial. A fonte do Poder se conecta com o que é novo, com fonte do Poder se conecta com o que é novo, com o que não existia nunca, e por isso o Poder tende a o que não existia nunca, e por isso o Poder tende a não suportar vínculos predeterminados. Quem não suportar vínculos predeterminados. Quem comanda é o verdadeiro líder (o profeta, o herói comanda é o verdadeiro líder (o profeta, o herói guerreiro, o grande demagogo) e aqueles que guerreiro, o grande demagogo) e aqueles que prestam obediência são os discípulos. O aparelho prestam obediência são os discípulos. O aparelho administrativo é escolhido com base no carisma e administrativo é escolhido com base no carisma e na dedicação pessoal e não constitui, por isso, na dedicação pessoal e não constitui, por isso, nem uma burocracia, nem um corpo de servidores.nem uma burocracia, nem um corpo de servidores.

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II.II - O PODER TRADICIONALII.II - O PODER TRADICIONAL

► É aquele que se funda pela crença no É aquele que se funda pela crença no caráter sacro do Poder existente “desde caráter sacro do Poder existente “desde sempre”. A fonte do Poder é portanto a sempre”. A fonte do Poder é portanto a Tradição que impõe vínculos aos Tradição que impõe vínculos aos próprios conteúdos das ordens que o próprios conteúdos das ordens que o senhor comunica aos súditos. No modelo senhor comunica aos súditos. No modelo mais puro, o aparelho administrativo do mais puro, o aparelho administrativo do Poder Tradicional é do tipo patriarcal e Poder Tradicional é do tipo patriarcal e composto de servidores ligados composto de servidores ligados diretamente ao patrão.diretamente ao patrão.

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II.III - O PODER LEGALII.III - O PODER LEGAL► ESPECIALMENTE CARACTERÍSTICO DA ESPECIALMENTE CARACTERÍSTICO DA

SOCIEDADE MODERNA, SOCIEDADE MODERNA, funda-sobre a funda-sobre a legitimidade de ordenamentos jurídicos legitimidade de ordenamentos jurídicos que definem expressamente a função que definem expressamente a função do detentor do Poder. A fonte do Poder do detentor do Poder. A fonte do Poder é, portanto, a LEI, à qual ficam sujeitos é, portanto, a LEI, à qual ficam sujeitos não aqueles que prestam obediência, não aqueles que prestam obediência, como são cidadãos e consócios, mas como são cidadãos e consócios, mas também aquele que mandatambém aquele que manda. O aparelho . O aparelho administrativo do Poder é o da burocracia, administrativo do Poder é o da burocracia, com sua estrutura hierárquica de superiores com sua estrutura hierárquica de superiores e de subordinados, na qual as ordens são e de subordinados, na qual as ordens são dadas por funcionários dotados de dadas por funcionários dotados de competência específica.competência específica.

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HISTÓRICO HISTÓRICO DESPRETENCIOSODESPRETENCIOSO

A legitimação do A legitimação do PODER distinguida PODER distinguida por Weber se dava por Weber se dava

principalmente:principalmente:

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IDADE ANTIGAIDADE ANTIGA -3500 a.C. -3500 a.C. (invenção da escrita) a 476 d.C.(invenção da escrita) a 476 d.C.

► Na Antiguidade Na Antiguidade (+ ou – 3200 a. C (+ ou – 3200 a. C surgimento dos surgimento dos Sumérios) Sumérios)

► Força;Força;► Famílias;Famílias;► Religião Religião

(Teocracia);(Teocracia);

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GRÉCIAGRÉCIA Foram os gregos os primeiros a Foram os gregos os primeiros a

possuir uma concepção de um Estado possuir uma concepção de um Estado governado por leis que se colocavam governado por leis que se colocavam acima dos governantes. Otane acima dos governantes. Otane defendia a igualdade diante das leis. defendia a igualdade diante das leis. Estas leis, no entanto, não eram Estas leis, no entanto, não eram produtos da vontade humana, mas produtos da vontade humana, mas dos princípios eternos originados em dos princípios eternos originados em Deus, na natureza ou na idéia de Deus, na natureza ou na idéia de justiça (Direito Natural); justiça (Direito Natural);

► Para Platão só a Aristocracia (virtudes Para Platão só a Aristocracia (virtudes – os talentos “naturais” dos homens, – os talentos “naturais” dos homens, hierarquia natural dos seres) era a hierarquia natural dos seres) era a forma de governo “boa”; não muito forma de governo “boa”; não muito diferente de Aristóteles que em sua diferente de Aristóteles que em sua tradicional tipologia, que apesar de tradicional tipologia, que apesar de depender do depender do objetivoobjetivo daquele ou daquele ou daqueles que detêm o poder, tinha a daqueles que detêm o poder, tinha a Democracia como forma degenerada Democracia como forma degenerada da politéia (a democracia seria o da politéia (a democracia seria o governo da maioria dos “cidadãos” governo da maioria dos “cidadãos” para o “benefício dos homens sem para o “benefício dos homens sem posse”). posse”).

Page 20: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

O CRISTIANISMO E A IDÉIA O CRISTIANISMO E A IDÉIA DE IGUAL DIGNIDADE DO DE IGUAL DIGNIDADE DO

TODOS OS SERES HUMANOS TODOS OS SERES HUMANOS ► Segundo o filósofo Luc Ferry, o cristianismo retira o Segundo o filósofo Luc Ferry, o cristianismo retira o

“mundo” do universo aristocrático grego, que só “mundo” do universo aristocrático grego, que só valoriza as qualidades naturais de origem dos seres valoriza as qualidades naturais de origem dos seres (os dons), para inserir o seres humanos no universo da (os dons), para inserir o seres humanos no universo da “meritocracia”, baseado no fato de que o homem deve “meritocracia”, baseado no fato de que o homem deve sair do “sair do “mundo natural das desigualdades para entrar mundo natural das desigualdades para entrar no mundo artificial, no sentido em que é construído no mundo artificial, no sentido em que é construído por nós, por nós, da igualdade. Pois a dignidade dos seres da igualdade. Pois a dignidade dos seres humanos é a mesma para todos, quaisquer que sejam humanos é a mesma para todos, quaisquer que sejam suas desigualdades de fato, já que ela repousa, desde suas desigualdades de fato, já que ela repousa, desde então, na liberdade e não mais nos talentos naturaisentão, na liberdade e não mais nos talentos naturais.”.”

► E ele continua, a Revolução Francesa deve ao E ele continua, a Revolução Francesa deve ao cristianismo uma parte essencial da mensagem cristianismo uma parte essencial da mensagem igualitária que vai contrapor ao Antigo Regime, e igualitária que vai contrapor ao Antigo Regime, e nesse aspecto, o “nesse aspecto, o “cristianismo estará mais ou menos, cristianismo estará mais ou menos, secretamente, na origem da democracia moderna.”secretamente, na origem da democracia moderna.”

Page 21: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

ROMAROMA► O Estado Romano acompanha a idéia O Estado Romano acompanha a idéia

do Direito Natural na legitimação do do Direito Natural na legitimação do Estado, agregando a participação Estado, agregando a participação popular através dos militares (Tribunos popular através dos militares (Tribunos da plebe) em face da necessidade das da plebe) em face da necessidade das constantes Guerras; aconstantes Guerras; a

► Primitivamente era o Estado Romano Primitivamente era o Estado Romano monárquico, do tipo patriarcal, e tal monárquico, do tipo patriarcal, e tal como o Estado Grego, acabou por como o Estado Grego, acabou por evoluir da Civitas (Cidade-Estado) para evoluir da Civitas (Cidade-Estado) para a República. a República.

► É contudo a tradição Romana que É contudo a tradição Romana que elabora a idéia de soberania popular elabora a idéia de soberania popular (Ulpiano), “se diz que o príncipe tem (Ulpiano), “se diz que o príncipe tem autoridade foi o povo que lha deu”. autoridade foi o povo que lha deu”. Juliano: o povo cria o direito, não Juliano: o povo cria o direito, não apenas através do voto, mas dando apenas através do voto, mas dando vida aos costumes. Povo titular do vida aos costumes. Povo titular do poder soberano. Criada a distinção poder soberano. Criada a distinção entre titularidade e exercício.entre titularidade e exercício.

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MAQUIAVELMAQUIAVEL

► Maquiavel, inaugura a teoria moderna Maquiavel, inaugura a teoria moderna acerca das formas de governo, acerca das formas de governo, segundo a qual as formas históricas segundo a qual as formas históricas de Governo são essencialmente duas:de Governo são essencialmente duas:

► A Monarquia; eA Monarquia; e► A República, “A República, “sendo que a democracia sendo que a democracia

nada mais é que uma forma de nada mais é que uma forma de República (a outra é a Aristocracia), República (a outra é a Aristocracia), onde se originaonde se origina o intercâmbio o intercâmbio característico do período pré-característico do período pré-revolucionário entre ideais revolucionário entre ideais democráticos e ideais republicanos , e democráticos e ideais republicanos , e o Governo genuinamente popular é o Governo genuinamente popular é chamado, em de Democracia, chamado, em de Democracia, RepúblicaRepública”, segundo Bobbio.”, segundo Bobbio.

Page 23: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

IDADE MÉDIAIDADE MÉDIA - 476 d.C. a - 476 d.C. a 1453 d.C.1453 d.C.

► O Estado Medieval (os séculos O Estado Medieval (os séculos cristãos) era a fragmentação cristãos) era a fragmentação do Poder (tradição tribal dos do Poder (tradição tribal dos germânicos, chamados germânicos, chamados bárbaros). bárbaros).

► Carlos Magno. Carlos Magno. ► Feudalismo. Disputa entre Feudalismo. Disputa entre

poder político e clerical. poder político e clerical. ► Revolução Agrícola. Revolução Agrícola.

Excedente de Produção. Excedente de Produção. ► Renascimento Comercial. Renascimento Comercial. ► Problemas: Tributos Problemas: Tributos

(pedágio); Pesos e medidas; (pedágio); Pesos e medidas; Poder. Poder.

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O caso inglês: UM CASO A O caso inglês: UM CASO A PARTEPARTE

►Vale registrar a importância de Vale registrar a importância de dois fatos ocorridos durante a dois fatos ocorridos durante a Idade Média:Idade Média:

►A Magna Carta e a recuperação das A Magna Carta e a recuperação das faculdades jurisdicionais, antes faculdades jurisdicionais, antes dispersas nos Senhores Feudais, dispersas nos Senhores Feudais, promovida pelos Reis Henrique I e promovida pelos Reis Henrique I e II, que nomearem juízes reais que II, que nomearem juízes reais que percorriam o reino para julgar e percorriam o reino para julgar e registrar as decisões proferidas registrar as decisões proferidas para utilização na decisão de casos para utilização na decisão de casos futuros. futuros.

Page 25: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

MAGNA CARTAMAGNA CARTA E, quando o conselho geral do reino tiver E, quando o conselho geral do reino tiver

de reunir para se ocupar do lançamento de reunir para se ocupar do lançamento dos impostos, exceto nos três casos dos impostos, exceto nos três casos indicados, e do lançamento de taxas, indicados, e do lançamento de taxas, convocaremos por carta, individualmente, convocaremos por carta, individualmente, os arcebispos, abades, condes e os os arcebispos, abades, condes e os principais barões do reino; além disso, principais barões do reino; além disso, convocaremos para dia e lugar convocaremos para dia e lugar determinados, com a antecedência, pelo determinados, com a antecedência, pelo menos, de quarenta dias, por meio dos menos, de quarenta dias, por meio dos nossos xerifes e bailios, todas as outras nossos xerifes e bailios, todas as outras pessoas que nos têm por suserano; e em pessoas que nos têm por suserano; e em todas as cartas de convocatória todas as cartas de convocatória exporemos a causa da convocação; e exporemos a causa da convocação; e proceder-se-á à deliberação do dia proceder-se-á à deliberação do dia designado em conformidade com o designado em conformidade com o conselho dos que não tenham conselho dos que não tenham comparecido todos os convocados.comparecido todos os convocados.

Page 26: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

MAGNA CARTA - 1215MAGNA CARTA - 1215 Não lançaremos taxas ou tributos Não lançaremos taxas ou tributos

sem o consentimento do conselho sem o consentimento do conselho geral do reino (commue concilium geral do reino (commue concilium regni), a não ser para resgate da regni), a não ser para resgate da nossa pessoa, para armar cavaleiro nossa pessoa, para armar cavaleiro nosso filho mais velho e para nosso filho mais velho e para celebrar, mas uma única vez, o celebrar, mas uma única vez, o casamento da nossa filha mais casamento da nossa filha mais velha; e esses tributos não velha; e esses tributos não excederão limites razoáveis. De excederão limites razoáveis. De igual maneira se procederá quanto igual maneira se procederá quanto aos impostos da cidade de Londres,aos impostos da cidade de Londres, ......

Page 27: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

Nenhum homem livre será detido ou sujeito Nenhum homem livre será detido ou sujeito à prisão, ou privado dos seus bens, ou à prisão, ou privado dos seus bens, ou colocado fora da lei, ou exilado, ou de colocado fora da lei, ou exilado, ou de qualquer modo molestado, e nós não qualquer modo molestado, e nós não procederemos nem mandaremos proceder procederemos nem mandaremos proceder contra ele senão mediante um julgamento contra ele senão mediante um julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia regular pelos seus pares ou de harmonia com a lei do país.com a lei do país.

Não venderemos, nem recusaremos, nem Não venderemos, nem recusaremos, nem protelaremos o direito de qualquer pessoa a protelaremos o direito de qualquer pessoa a obter justiça.obter justiça.

Os mercadores terão plena liberdade para Os mercadores terão plena liberdade para sair e entrar em Inglaterra, e para nela sair e entrar em Inglaterra, e para nela residir e a percorrer tanto por terra como residir e a percorrer tanto por terra como por mar, comparando e vendendo quaisquer por mar, comparando e vendendo quaisquer coisas, ...coisas, ...

Daqui para diante será lícito a qualquer Daqui para diante será lícito a qualquer pessoa sair do reino e a ele voltar, em paz e pessoa sair do reino e a ele voltar, em paz e segurança, por terra e por mar, sem prejuízo segurança, por terra e por mar, sem prejuízo do dever de fidelidade para conosco; do dever de fidelidade para conosco;

Page 28: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

IDADE MODERNAIDADE MODERNA - 1453 d.C. a 1789 - 1453 d.C. a 1789 d.C. – O ESTADO ABSOLUTISTAd.C. – O ESTADO ABSOLUTISTA

► Necessidade econômica da burguesia Necessidade econômica da burguesia mercantil (Revolução Comercial) na mercantil (Revolução Comercial) na aglutinação dos feudos medievais, aglutinação dos feudos medievais, multiplicação de impostos, muitas multiplicação de impostos, muitas moedas, divergência de pesos e medidas.moedas, divergência de pesos e medidas.

► Ligação direta entre reis e súditos Ligação direta entre reis e súditos (Estado e indivíduos). Tanto nobres como (Estado e indivíduos). Tanto nobres como plebeus são igualmente súditos do rei. plebeus são igualmente súditos do rei.

► Ocorre a concentração e centralização de Ocorre a concentração e centralização de poder no rei, onde a vontade do rei é lei poder no rei, onde a vontade do rei é lei e as regras jurídicas definidoras do poder e as regras jurídicas definidoras do poder são exíguas, vagas, parceladas e quase são exíguas, vagas, parceladas e quase todas não escritas. todas não escritas.

► HOBBES, THOMAS (O Leviatã - 1651). HOBBES, THOMAS (O Leviatã - 1651). ► Apogeu - Luiz XIV (1661) = L’Etat cest Apogeu - Luiz XIV (1661) = L’Etat cest

moi. moi. ► Concentração Poder e desiquil’ibrio entre Concentração Poder e desiquil’ibrio entre

poder econômico e político. Tributos poder econômico e político. Tributos (Versalles).(Versalles).

Page 29: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

A história da separação A história da separação dos poderes dos poderes é a história é a história da evolução da limitação da evolução da limitação

do poder políticodo poder político, , objetivo fundamental da objetivo fundamental da doutrina da separação doutrina da separação

dos poderes.dos poderes.

Page 30: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

IDADE CONTEMPORÂNEAIDADE CONTEMPORÂNEA- 1789 d.C a ...- 1789 d.C a ...

O contraste entre poder econômico da O contraste entre poder econômico da burguesia e o seu poder político, os burguesia e o seu poder político, os leva a apoiar ou fazer as revoluções leva a apoiar ou fazer as revoluções para substituir o Estado Absoluto com para substituir o Estado Absoluto com seus abusos pelo Estado de Direito, seus abusos pelo Estado de Direito, limitando os poderes do rei ou pondo o limitando os poderes do rei ou pondo o fim à Monarquia proclamando-se fim à Monarquia proclamando-se Repúblicas.Repúblicas.

► ““Assente na idéia de liberdade e, em Assente na idéia de liberdade e, em nome dela, empenhado em nome dela, empenhado em limitar o limitar o poder políticopoder político tanto internamente tanto internamente ((pela sua divisãopela sua divisão) como ) como externamente (pela redução ao externamente (pela redução ao mínimo das suas funções perante a mínimo das suas funções perante a sociedade)” - sociedade)” - JORGE MIRANDAJORGE MIRANDA

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AS REVOLUÇÕES LIBERAIS AS REVOLUÇÕES LIBERAIS BURGUESASBURGUESAS

► Revolução Gloriosa (ING – 1688-1689)Revolução Gloriosa (ING – 1688-1689)► Magna Carta de 1215 (João Sem Terra é Magna Carta de 1215 (João Sem Terra é

obrigado a assinar em face da revolta dos obrigado a assinar em face da revolta dos barões aliados com a burguesia);barões aliados com a burguesia);

► Petição de Direitos (1628);Petição de Direitos (1628);► Lei de Habeas Corpus (1679);Lei de Habeas Corpus (1679);► Declaração de Direitos (Bill of Rights – 1689).Declaração de Direitos (Bill of Rights – 1689).

► Francesa (1789)Francesa (1789)► Declaração dos Direitos do Homem e do Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão (1789).Cidadão (1789).► Independência Americana (1776)Independência Americana (1776)► Declaração de Independência (1776);Declaração de Independência (1776);► Constituição dos Estados Unidos da América Constituição dos Estados Unidos da América

(1787) com as dez emendas relativas à (1787) com as dez emendas relativas à Declaração de Direitos (Bill of Rights); Declaração de Direitos (Bill of Rights); Emendas.Emendas.

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A Revolução Gloriosa (1688/1689)A Revolução Gloriosa (1688/1689)► Jaime II, pressionado por motivos políticos e Jaime II, pressionado por motivos políticos e

religiosos, abandonou Londres na antevéspera do religiosos, abandonou Londres na antevéspera do Natal de 1688. Natal de 1688.

► Imediatamente o Parlamento declarou o trono Imediatamente o Parlamento declarou o trono vago, emitiu atos, assegurando os direitos vago, emitiu atos, assegurando os direitos fundamentais dos cidadãos (Bill of Rights) em fundamentais dos cidadãos (Bill of Rights) em fevereiro de 1689, a independência dos juizes em fevereiro de 1689, a independência dos juizes em relação ao rei, reduzindo o rei a um executor da lei relação ao rei, reduzindo o rei a um executor da lei feita pelo Parlamento, submetendo-o ao controle feita pelo Parlamento, submetendo-o ao controle parlamentar. parlamentar.

► Dessa maneira natural e empiricamente ocorre a Dessa maneira natural e empiricamente ocorre a separação de poderes, o Parlamento fica com o separação de poderes, o Parlamento fica com o Poder Legislativo, o rei é reduzido ao Poder Poder Legislativo, o rei é reduzido ao Poder Executivo (cumprir e executar as leis) e os juízes Executivo (cumprir e executar as leis) e os juízes ficam com o Poder Judiciário, neutro e ficam com o Poder Judiciário, neutro e independente. Eis aí como a Separação de Poderes independente. Eis aí como a Separação de Poderes surgiu do empirismo inglês. (Sérgio Rezende de surgiu do empirismo inglês. (Sérgio Rezende de Barros)Barros)

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Revolução Francesa (1789)Revolução Francesa (1789)

Declaração dos Declaração dos Direitos do Homem e Direitos do Homem e do Cidadão (1789).do Cidadão (1789).

► Art.1.º Os homens nascem e Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em são livres e iguais em direitos. As distinções sociais direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na só podem fundamentar-se na utilidade comum.utilidade comum.

► Art. 2.º A finalidade de toda Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a associação política é a conservação dos direitos conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperidade, a liberdade, a prosperidade, a segurança e a resistência à segurança e a resistência à opressão.opressão.

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Revolução Francesa (1789)Revolução Francesa (1789)

Declaração dos Direitos do Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Homem e do Cidadão

(1789).(1789).► Art. 4.º A liberdade consiste em Art. 4.º A liberdade consiste em

poder fazer tudo que não prejudique poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.ser determinados pela lei.

► Art. 5.º A lei não proíbe senão as Art. 5.º A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei não pode que não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não constrangido a fazer o que ela não ordene.ordene.

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Revolução Francesa (1789)Revolução Francesa (1789)

Declaração dos Direitos do Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Homem e do Cidadão

(1789).(1789).

► Art. 6.º A lei é a expressão da Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e que não seja a das suas virtudes e dos seus talentosdos seus talentos..

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Revolução Francesa (1789)Revolução Francesa (1789)Declaração dos Direitos do Homem Declaração dos Direitos do Homem

e do Cidadão (1789).e do Cidadão (1789).► Art. 7.º Ninguém pode ser acusado, Art. 7.º Ninguém pode ser acusado,

preso ou detido senão nos casos preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de caso contrário torna-se culpado de resistência.resistência.

► Art. 8.º A lei apenas deve estabelecer Art. 8.º A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.delito e legalmente aplicada.

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Revolução Francesa (1789)Revolução Francesa (1789)Declaração dos Direitos do Homem e do Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão (1789).Cidadão (1789).► Art. 9.º Todo acusado é considerado Art. 9.º Todo acusado é considerado

inocente até ser declarado culpado e, se inocente até ser declarado culpado e, se se julgar indispensável prendê-lo, todo o se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.pela lei.

► Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões , incluindo opiniões suas opiniões , incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.pela lei.

► Art. 11.º A livre comunicação das idéias e Art. 11.º A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.previstos na lei.

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Revolução Francesa (1789)Revolução Francesa (1789)Declaração dos Direitos do Homem e Declaração dos Direitos do Homem e

do Cidadão (1789).do Cidadão (1789).

► Art. 13.º Para a manutenção da força Art. 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de pública e para as despesas de administração é indispensável uma administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.com suas possibilidades.

► Art. 15.º A sociedade tem o direito de Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela pedir contas a todo agente público pela sua administração.sua administração.

► ......► Art. 17.º Como a propriedade é um Art. 17.º Como a propriedade é um

direito inviolável e sagrado, ninguém direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indenização.justa e prévia indenização.

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Revolução Francesa (1789)Revolução Francesa (1789)

Declaração dos Direitos Declaração dos Direitos do Homem e do do Homem e do Cidadão (1789).Cidadão (1789).

►Art. 16.º A sociedade Art. 16.º A sociedade em que não esteja em que não esteja assegurada a garantia assegurada a garantia dos direitos nem dos direitos nem estabelecida a estabelecida a separação dos poderes separação dos poderes não tem Constituição.não tem Constituição.

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A INSPIRAÇÃO: LOCKE E A INSPIRAÇÃO: LOCKE E MONTESQUIEUMONTESQUIEU

► Efetivamente a doutrina da separação dos Efetivamente a doutrina da separação dos poderes encontrará em Locke e Montesquieu seus poderes encontrará em Locke e Montesquieu seus grandes sistematizadores; o inglês, pioneiro, grandes sistematizadores; o inglês, pioneiro, através do através do Segundo tratado sobre o governo civil Segundo tratado sobre o governo civil e o francês no célebre e o francês no célebre O espírito das leisO espírito das leis. .

► Locke restabelece a conexão entre a Locke restabelece a conexão entre a doutrina da separação dos poderes e a doutrina da separação dos poderes e a rule rule of lawof law, concebendo-a como pré-requisito , concebendo-a como pré-requisito desta última: desta última: para que a lei seja para que a lei seja imparcialmente aplicada é necessário imparcialmente aplicada é necessário que não sejam os mesmos homens que não sejam os mesmos homens que a fazem, a aplicá-laque a fazem, a aplicá-la.. Sendo, em Sendo, em decorrência disso, necessária a separação decorrência disso, necessária a separação entre legislativo e executivo. O poder entre legislativo e executivo. O poder supremo para Locke é o supremo para Locke é o legislativolegislativo. .

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É, contudo, Montesquieu, o É, contudo, Montesquieu, o responsável pela inclusão expressa responsável pela inclusão expressa do poder de julgar dentre os do poder de julgar dentre os poderes fundamentais do Estado, poderes fundamentais do Estado, revelando ao mundo os contornos revelando ao mundo os contornos da acepção mais difundida da da acepção mais difundida da separação dos poderes. separação dos poderes.

Estaria tudo perdido se um mesmo Estaria tudo perdido se um mesmo homem, ou um mesmo corpo de homem, ou um mesmo corpo de principais ou nobres, ou do Povo, principais ou nobres, ou do Povo, exercesse estes três poderesexercesse estes três poderes: o de : o de fazer as leis; o de executar as fazer as leis; o de executar as resoluções públicas; e o de resoluções públicas; e o de julgar os crimes ou as julgar os crimes ou as demandas dos particularesdemandas dos particulares..(destaques nossos)(destaques nossos)

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É, entretanto, o temor dos É, entretanto, o temor dos americanos à tirania do legislativo americanos à tirania do legislativo manifestado nos artigos federalistas, manifestado nos artigos federalistas, que inspirou Madison, Hamilton e que inspirou Madison, Hamilton e Jay, em especial os primeiros que Jay, em especial os primeiros que alinhavam a construção de um alinhavam a construção de um modelo de separação dos poderes modelo de separação dos poderes que mitigasse a supremacia do que mitigasse a supremacia do Poder Legislativo, conferindo maior Poder Legislativo, conferindo maior equilíbrio à relação entre os poderes, equilíbrio à relação entre os poderes, objetivando, na realidade, o objetivando, na realidade, o fortalecimento do Poder Executivo. fortalecimento do Poder Executivo.

Os norte-americanos. John Jay, Alexander Hamilton e James Madison

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DIVISÃO DOS PODERES DIVISÃO DOS PODERES NA CONSTITUIÇÃO DOS NA CONSTITUIÇÃO DOS

EUAEUA► Interessante notar, ainda, a importância do Interessante notar, ainda, a importância do papel dos papel dos Founding FathersFounding Fathers, norte-, norte-americanos, no sentido de viabilizar a americanos, no sentido de viabilizar a convolação de uma doutrina em princípio convolação de uma doutrina em princípio constitucional, de modo que, em 1787, os constitucional, de modo que, em 1787, os Estados Unidos da América, positivaram Estados Unidos da América, positivaram em sua Constituição a divisão funcional em sua Constituição a divisão funcional dos poderes, conferindo, através de sua lei dos poderes, conferindo, através de sua lei fundamental, fundamental, o papel de cada um dos o papel de cada um dos poderes – legislativo (art. 1º), executivo poderes – legislativo (art. 1º), executivo (art. 2º) e judiciário (art. 3º) – na (art. 2º) e judiciário (art. 3º) – na conformação das funções político-conformação das funções político-constitucionais básicas.constitucionais básicas.

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Judicial ReviewJudicial Review (Revisão Judicial)(Revisão Judicial)

► Foi através da célebre decisão de John Marshall, Foi através da célebre decisão de John Marshall, Chief-JusticeChief-Justice da Suprema Corte norte-americana, da Suprema Corte norte-americana, no caso no caso MARBURY MARBURY versus versus MADISONMADISON (1803), (1803), que inaugurou o poder da que inaugurou o poder da judicial reviewjudicial review (revisão (revisão judicial), segundo o qual judicial), segundo o qual compete ao Poder compete ao Poder JudiciárioJudiciário dizerdizer o que é leio que é lei,, considerada lei considerada lei aquele ato legislativo em conformidade com a aquele ato legislativo em conformidade com a Constituição, Constituição, ato legislativo contrário à ato legislativo contrário à Constituição não é lei.Constituição não é lei. Afirmou-se, assim, o poder daquela corte para a Afirmou-se, assim, o poder daquela corte para a declaração de inconstitucionalidade de um ato declaração de inconstitucionalidade de um ato legislativo, principiando o sistema de controle da legislativo, principiando o sistema de controle da constitucionalidade (difuso).constitucionalidade (difuso).

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Das Revoluções Liberais Burguesas do séculos XVII e XVIII – Revolução

Gloriosa, Inglaterra 1688/89, Independência Norte-Americana, 1776, e Revolução Francesa, 1789 – ocorridas em resposta aos abusos e iniqüidades

resultantes, entre outros fatores, da concentração de poderes nas mão do soberano, típica do Absolutismo da

Idade Moderna, nasce o Estado Liberal Burguês, que é o PRIMEIRO ESTADO DE

DIREITO.

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EM SÍNTESE:

I- SEPARAÇÃO DE PODERES CONSTITUIÇÃO DO ESTADO (DIVISÃO DO PODER

POLÍTICO); e LIBERAL DE DIREITO II- DECLARAÇÃO DE DIREITOS

DIVISÃO ESPACIAL: ESTADO FEDERAL ou UNITÁRIO

SEPARAÇÃO DE PODERES (DIVISÃO DO PODER)

Poder Legislativo

DIVISÃO ORGÂNICA: TRIPARTIÇÃO Poder Executivo

DO PODER

Poder Judiciário

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E a históriaE a história continua ... continua ...

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Manifesto do Partido Manifesto do Partido ComunistaComunista

Um fantasma Um fantasma persegue a persegue a Europa: o Europa: o fantasma do fantasma do comunismo.comunismo.

► Todas as potências da Todas as potências da Europa se uniram numa Europa se uniram numa Santa Aliança para perseguir Santa Aliança para perseguir esse fantasma: o Papa, o esse fantasma: o Papa, o czar, Metternich e Guizot, os czar, Metternich e Guizot, os radicais de França e os radicais de França e os policiais da Alemanha.policiais da Alemanha.                  

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SURGIMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOSSURGIMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS► Origem: Europa e EUA, primeira metade Origem: Europa e EUA, primeira metade

do século XIX; momento de afirmação do século XIX; momento de afirmação do poder da burguesia; do poder da burguesia;

► Difusão das instituições parlamentares;Difusão das instituições parlamentares;► INGLATERRAINGLATERRA: surgimento dos partidos : surgimento dos partidos

com o com o Reform ActReform Act (1832), que (1832), que ampliando o sufrágio, permitiu que ampliando o sufrágio, permitiu que industriais e comerciantes industriais e comerciantes participassem junto com a aristocracia participassem junto com a aristocracia na gestão dos negócios públicos;na gestão dos negócios públicos;

► Fins do século XIX desenvolvimento Fins do século XIX desenvolvimento do movimento operáriodo movimento operário;;

► ALEMANHAALEMANHA: Revolução de 1848 com a : Revolução de 1848 com a formação dos partidos da burguesia; em formação dos partidos da burguesia; em 1875 surge um partido socialista a SPD, 1875 surge um partido socialista a SPD, oriundo do movimento operário, como oriundo do movimento operário, como em seguida ocorre com a ITÁLIA em em seguida ocorre com a ITÁLIA em 1892, ING em 1900 e FRANÇA em 1905; 1892, ING em 1900 e FRANÇA em 1905;

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Estado Constitucional 2ª Fase = Estado Constitucional 2ª Fase = Social de Direito (Estado Social de Direito (Estado

Previdência, Previdência, Welfare StateWelfare State)) – – Constituição:Constituição:

Ordem econômica e social é acrescida à Ordem econômica e social é acrescida à separação de poderes e declaração de separação de poderes e declaração de direitos da constituição liberal.direitos da constituição liberal.

Na verdade, trata-se da articulação dos direitos, Na verdade, trata-se da articulação dos direitos, liberdades e garantias individuais com os “liberdades e garantias individuais com os “direitos direitos sociaissociais; de articular igualdade jurídica (à partida) com ; de articular igualdade jurídica (à partida) com igualdade social (à chegada) e segurança jurídica com igualdade social (à chegada) e segurança jurídica com segurança social; e ainda estabelecer a recíproca segurança social; e ainda estabelecer a recíproca implicação entre liberalismo político e democracia, implicação entre liberalismo político e democracia, (com a passagem do governo representativo clássico (com a passagem do governo representativo clássico à democracia participativa). à democracia participativa). JORGE MIRANDAJORGE MIRANDA

(Ex. : Constituições Mexicana de 1917, Alemã (Ex. : Constituições Mexicana de 1917, Alemã (Weimar) de 1919, entre as vigentes: Italiana 1947, (Weimar) de 1919, entre as vigentes: Italiana 1947, Alemã de 1949, Portuguesa de 1976, Espanhola de Alemã de 1949, Portuguesa de 1976, Espanhola de 1978, Brasileira de 1988) 1978, Brasileira de 1988)

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EM SÍNTESE:

COMO VIMOS A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA É UMA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO SOCIAL DE DIREITO,

VERSANDO, PORTANTO, SOBRE TRÊS GRANDES TEMAS:

►CONSTITUIÇÃO DO ESTADO SOCIAL DE DIREITO

I- SEPARAÇÃO DE PODERES

(DIVISÃO DO PODER POLÍTICO);

II- DECLARAÇÃO DE DIREITOS;

III- ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL.

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A SEPARAÇÃO DE PODERES NA ATUAL CONSTITUIÇÃO

BRASILEIRA (1988)

DIVISÃO ESPACIAL: ESTADO FEDERAL - união indissolúvel dos Estados federados (ou membros), Municípios e Distrito Federal.

SEPARAÇÃO DE PODERES (DIVISÃO DO PODER)

1 - Poder Legislativo

DIVISÃO ORGÂNICA TRIPARTIÇÃO 2 - Poder

Executivo DO PODER

3 - Poder

Judiciário

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III – PROCESSO III – PROCESSO LEGISLATIVOLEGISLATIVO

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Constituição Brasileira de 1988

PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em

Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

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O ESTADO BRASILEIROO ESTADO BRASILEIRO

► Art. 1º - A República Art. 1º - A República Federativa do Brasil, Federativa do Brasil, formada pelaformada pela união união

indissolúvel dos indissolúvel dos Estados e Municípios Estados e Municípios e do Distrito Federale do Distrito Federal, ,

constitui-se em constitui-se em Estado Democrático Estado Democrático

de Direitode Direito ... ...

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DE QUEM É O PODER?DE QUEM É O PODER?► Art. 1º ...Art. 1º ...

► Parágrafo Parágrafo únicoúnico - - Todo o Todo o poder emana poder emana

do povo, que o do povo, que o exerce por exerce por

meio de meio de representantes representantes

eleitoseleitos ou ou diretamentediretamente, ,

nos termos desta nos termos desta ConstituiçãoConstituição..

Page 57: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

COMO SE EXERCE O COMO SE EXERCE O PODER?PODER?

► Art. 14 - A Art. 14 - A soberania popular soberania popular será exercida será exercida pelo pelo

sufrágio sufrágio universal e pelo universal e pelo

voto direto e voto direto e secretosecreto, com , com

valor igual para valor igual para todos, e, nos todos, e, nos termos da lei, termos da lei,

mediante:mediante:

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PARA QUE O POVO PARA QUE O POVO ESCOLHE SEUS ESCOLHE SEUS

REPRESENTANTES?REPRESENTANTES?

Page 59: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

PARA TOMAREM PARA TOMAREM DECISÕES EM NOSSO DECISÕES EM NOSSO

NOME!NOME!

►QUE TIPO DE QUE TIPO DE DECISÕES?DECISÕES?

Page 60: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

DECISÕES QUE DECISÕES QUE INTERESSAM A TODO O INTERESSAM A TODO O POVO, À SOCIEDADE!POVO, À SOCIEDADE!

►AS AS DECISÕES DECISÕES POLÍTICASPOLÍTICAS

Page 61: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

O POVO, ATRAVÉS DE O POVO, ATRAVÉS DE

SEUS REPRESENTANTES, SEUS REPRESENTANTES,

TOMA AS DECISÕES TOMA AS DECISÕES

POLÍTICASPOLÍTICAS

►ATRAVÉS ATRAVÉS

DAS LEIS!DAS LEIS!

Page 62: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

ONDE E COMO SÃO ONDE E COMO SÃO TOMADAS ESTAS TOMADAS ESTAS

DECISÕES?DECISÕES?►Art. 2º - São Art. 2º - São

Poderes da Poderes da União, União,

independentes independentes e harmônicos e harmônicos

entre si, o entre si, o LegislativoLegislativo, o , o ExecutivoExecutivo e o e o

JudiciárioJudiciário..

Page 63: I Ciclo Temático Multiplicadores de Cultura de Paz em Políticas Públicas DEMOCRACIA, PODER E PROCESSO LEGISLATIVOO Maurílio Maldonado

NO PODER LEGISLATIVONO PODER LEGISLATIVO

► OS OS REPRESENTANTES REPRESENTANTES

DO POVO DO POVO APRESENTAM AS APRESENTAM AS

DEMANDAS DE SEUS DEMANDAS DE SEUS REPRESENTADOS REPRESENTADOS

NO PARLAMENTO E NO PARLAMENTO E BUSCAM PRODUZIR BUSCAM PRODUZIR

A SÍNTESE DOS A SÍNTESE DOS DIVERSOS PONTOS DIVERSOS PONTOS

DE VISTA.DE VISTA.

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DESTAS DISCUSSÕES DESTAS DISCUSSÕES NASCEM AS LEIS!NASCEM AS LEIS!

Art. 59.Art. 59.  O processo O processo legislativo compreende a legislativo compreende a

elaboração de: elaboração de: ►           I -  emendas à I -  emendas à

Constituição; Constituição; ►         II -  leis complementares; II -  leis complementares; ►         III -  leis ordinárias; III -  leis ordinárias; ►         IV -  leis delegadas;  IV -  leis delegadas;  ►         V -  medidas provisórias; V -  medidas provisórias; ►         VI -  decretos VI -  decretos

legislativos; legislativos; ►         VII -  resoluções.VII -  resoluções.

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QUE IDÉIAS QUE IDÉIAS PREVALECEM?PREVALECEM?

►Art. 47Art. 47 - Salvo disposição - Salvo disposição constitucional em contrário, constitucional em contrário, as as deliberaçõesdeliberações de cada de cada Casa e de suas Comissões Casa e de suas Comissões

serão tomadasserão tomadas por maioria por maioria dos votos, presente a dos votos, presente a

maioria absoluta de seus maioria absoluta de seus membros.membros.

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ESTE É O PRINCÍPIO DA ESTE É O PRINCÍPIO DA MAIORIAMAIORIA

►PRINCÍPIO BÁSICO PRINCÍPIO BÁSICO DA DA

DEMOCRACIADEMOCRACIA..

►PRINCÍPIO QUE DÁ PRINCÍPIO QUE DÁ A A LEGITIMIDADELEGITIMIDADE

ÀS DECISÕES ÀS DECISÕES POLÍTICAS.POLÍTICAS.

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AS LEIS SÃO PRODUZIDAS AS LEIS SÃO PRODUZIDAS NO PARLAMENTONO PARLAMENTO

►Art. 44 – Art. 44 – O Poder LegislativO Poder Legislativo o é exercido pelo é exercido pelo Congresso Congresso Nacional, que Nacional, que se compõe da se compõe da Câmara dos Câmara dos Deputados e do Deputados e do Senado Federal.Senado Federal.

► CONGRESSO CONGRESSO NACIONAL: NACIONAL: CÂMARA DOS CÂMARA DOS DEPUTADOS E DEPUTADOS E SENADO SENADO FEDERAL;FEDERAL;

► ASSEMBLÉIAS ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS;LEGISLATIVAS;

► CÂMARAS CÂMARAS MUNICIPAIS.MUNICIPAIS.

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AS LEIS SÃO PRODUZIDAS AS LEIS SÃO PRODUZIDAS NO PARLAMENTO E NO PARLAMENTO E

APROVADAS PELO PODER APROVADAS PELO PODER EXECUTIVO, AO QUAL EXECUTIVO, AO QUAL

TAMBÉM COMPETE TAMBÉM COMPETE EXECUTÁ-LASEXECUTÁ-LAS

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PODER EXECUTIVOPODER EXECUTIVO

►PRESIDENTE DA PRESIDENTE DA

REPÚBLICA;REPÚBLICA;

►GOVERNADOR GOVERNADOR

DOS ESTADO;DOS ESTADO;

►PREFEITOS PREFEITOS

MUNICIPAISMUNICIPAIS;;

►Art. 76 – Art. 76 – O Poder ExecutivO Poder Executivo o é exercido pelo é exercido pelo Presidente da Presidente da RepúblicaRepública, , auxiliado pelos auxiliado pelos Ministros de Ministros de Estado.Estado.

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E POR FIM, QUEM E POR FIM, QUEM GARANTE QUE ESTAS LEIS GARANTE QUE ESTAS LEIS

SEJAM CUMPRIDAS E SEJAM CUMPRIDAS E SOLUCIONA SOLUCIONA

PACIFICAMENTE OS PACIFICAMENTE OS CONFLITOS CONCRETOS CONFLITOS CONCRETOS

DA SOCIEDADE É O PODER DA SOCIEDADE É O PODER JUDICIÁRIOJUDICIÁRIO

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O PODER JUDICIÁRIOO PODER JUDICIÁRIOArt. 92 – São órgãos do Poder Art. 92 – São órgãos do Poder

Judiciário:Judiciário:

I – o Supremo Tribunal Federal;I – o Supremo Tribunal Federal;

I-A – o Conselho Nacional de Justiça;I-A – o Conselho Nacional de Justiça;

II – o Superior Tribunal de Justiça;II – o Superior Tribunal de Justiça;

III – os Tribunais Regionais Federais e III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;Juízes Federais;

IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.e do Distrito Federal e Territórios.

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O PODER JUDICIÁRIO É O PODER JUDICIÁRIO É O ÚNICO PODER ONDE O ÚNICO PODER ONDE SEUS MEMBROS NÃO SEUS MEMBROS NÃO

SÃO ELEITOS.SÃO ELEITOS.► OS OS

MAGISTRADOS MAGISTRADOS SÃO, EM SÃO, EM REGRA, REGRA,

CONCURSADOCONCURSADOSS

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OS MEMBROS DOS OS MEMBROS DOS PODERES LEGISLATIVO E PODERES LEGISLATIVO E EXECUTIVO SÃO ELEITOSEXECUTIVO SÃO ELEITOS

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OS CHEFES DOS PODERES OS CHEFES DOS PODERES EXECUTIVOS E OS SENADORES EXECUTIVOS E OS SENADORES

(PODER LEGISLATIVO) SÃO (PODER LEGISLATIVO) SÃO ELEITOS PELO SISTEMA ELEITOS PELO SISTEMA

MAJORITÁRIO MAJORITÁRIO ► Art. 77 - ... § 2º - Será considerado eleito Art. 77 - ... § 2º - Será considerado eleito

Presidente o candidato que, registrado por Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os votos, não computados os em branco e os nulos.nulos.

► § 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria § 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.que obtiver a maioria dos votos válidos.

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OS DEMAIS MEMBROS DOS OS DEMAIS MEMBROS DOS PODERES LEGISLATIVOS, PODERES LEGISLATIVOS, DEPUTADOS FEDERAIS, DEPUTADOS FEDERAIS,

ESTADUAIS E VEREADORES, SÃO ESTADUAIS E VEREADORES, SÃO ELEITOS PELO SISTEMA ELEITOS PELO SISTEMA

PROPORCIONALPROPORCIONAL► Art. 45 - A Câmara dos Deputados compõe-se Art. 45 - A Câmara dos Deputados compõe-se

de de representantes do povorepresentantes do povo, eleitos, pelo , eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.cada Território e no Distrito Federal.

► § 1º - O número total de Deputados, ..., será § 1º - O número total de Deputados, ..., será estabelecido por lei complementar, estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à populaçãoproporcionalmente à população, , procedendo-se aos ajustes necessários, no procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.menos de oito ou mais de setenta Deputados.

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ESTA VISÃO, QUE ESTA VISÃO, QUE ALIÁS NÃO ESTÁ ALIÁS NÃO ESTÁ

ERRADA, APESAR DE ERRADA, APESAR DE REPRESENTAR UMA REPRESENTAR UMA POBRE SÍNTESE, DÁ POBRE SÍNTESE, DÁ

CONTA DA CONTA DA REALIDADE DAS REALIDADE DAS

RELAÇÕES ENTRE OS RELAÇÕES ENTRE OS PODERES?PODERES?

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Sistema de Freios e Sistema de Freios e Contrapesos (Checks and Contrapesos (Checks and

Balances)Balances) – Histórico – Histórico► John H. Garvey e T. Alexander Aleintkoff, John H. Garvey e T. Alexander Aleintkoff,

ensinam que o ensinam que o balance balance (contrapesos, (contrapesos, equilíbrio) surge na Inglaterra, a partir equilíbrio) surge na Inglaterra, a partir da ação da Câmara dos Lordes (nobreza da ação da Câmara dos Lordes (nobreza e clero) equilibrando (balanceando) os e clero) equilibrando (balanceando) os projetos de leis oriundos da Câmara dos projetos de leis oriundos da Câmara dos Comuns (originados do povo), Comuns (originados do povo), a fim de a fim de evitar que leis demagogas, ou evitar que leis demagogas, ou formuladas pelo impulso momentâneo formuladas pelo impulso momentâneo de pressões populares, fossem de pressões populares, fossem aprovadasaprovadas. Na verdade, o objetivo . Na verdade, o objetivo implícito era conter o povo, implícito era conter o povo, principalmente contra as ameaças aos principalmente contra as ameaças aos privilégios da nobreza.privilégios da nobreza.

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Sistema de Freios e Sistema de Freios e Contrapesos (Checks and Contrapesos (Checks and

Balances)Balances) – Histórico – Histórico► Montesquieu é explícito ao justificar a Montesquieu é explícito ao justificar a

necessidade do bicameralismo, Câmaras Alta e necessidade do bicameralismo, Câmaras Alta e Baixa:Baixa:

““Existem sempre num Estado pessoas Existem sempre num Estado pessoas eminentes pelo nascimento, pelas riquezas ou eminentes pelo nascimento, pelas riquezas ou pelas honras.pelas honras.

Se elas ficassem confundidas entre o Povo, Se elas ficassem confundidas entre o Povo, e não tivessem senão um voto como os outros, a e não tivessem senão um voto como os outros, a liberdade comum seria a sua escravidão, e elas liberdade comum seria a sua escravidão, e elas não teriam interesse em defender a liberdade, não teriam interesse em defender a liberdade, porquanto a maioria seria contra elas.porquanto a maioria seria contra elas.

A participação dessas pessoas na A participação dessas pessoas na Legislação deve pois estar proporcionada às Legislação deve pois estar proporcionada às demais vantagens que têm no Estado. Ora, isto demais vantagens que têm no Estado. Ora, isto se dará se elas formarem um corpo com direito se dará se elas formarem um corpo com direito de frear as iniciativas do Povo, assim como o de frear as iniciativas do Povo, assim como o Povo terá o direito de frear as delasPovo terá o direito de frear as delas.”.”

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Sistema de Freios e Sistema de Freios e Contrapesos (Checks and Contrapesos (Checks and

Balances)Balances) – Histórico – Histórico► Identifica-se também na evolução do modelo Identifica-se também na evolução do modelo

político inglês, duas outras importantes político inglês, duas outras importantes ferramentas iniciais do sistema de freios e ferramentas iniciais do sistema de freios e contrapesos. contrapesos.

► O veto e o O veto e o impeachementimpeachement.. O primeiro, O primeiro, inicialmente concebido, no modelo do inicialmente concebido, no modelo do King in King in ParliamentParliament, enquanto ato do Rei em cooperação e , enquanto ato do Rei em cooperação e aperfeiçoamento do processo legislativo, passa a aperfeiçoamento do processo legislativo, passa a exprimir a exprimir a negative voicenegative voice, expressando, tão , expressando, tão somente, a oposição do Rei que não mais participa somente, a oposição do Rei que não mais participa do processo legislativo, apenas odo processo legislativo, apenas o controla controla, , podendo impedir que a legislação entre em vigor podendo impedir que a legislação entre em vigor através do veto. O através do veto. O impeachementimpeachement,, por sua vez, é por sua vez, é mecanismo jurídico que permite o controle do mecanismo jurídico que permite o controle do parlamento sobre os atos executivos dos Ministros parlamento sobre os atos executivos dos Ministros do Rei. do Rei. O Parlamento não executa mas controla o O Parlamento não executa mas controla o exercício da função executivaexercício da função executiva. .

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Sistema de Freios e Sistema de Freios e Contrapesos (Checks and Contrapesos (Checks and

Balances)Balances) – Histórico – Histórico►O O checkcheck, , surgiu quando o Marshal surgiu quando o Marshal

declarou sua declarou sua opinionopinion, lançada no famoso , lançada no famoso caso caso Marbury x MadisonMarbury x Madison, em 1803 – , em 1803 – conforme acima abordamosconforme acima abordamos –, que o –, que o Poder Judiciário tinha a missão Poder Judiciário tinha a missão constitucional de declarar a constitucional de declarar a inconstitucionalidade – e portanto tornar inconstitucionalidade – e portanto tornar nulos – dos atos do Congresso, quando, a nulos – dos atos do Congresso, quando, a seu exclusivo juízo, tais lei não seu exclusivo juízo, tais lei não guardassem harmonia com a Carta guardassem harmonia com a Carta Política. Pela doutrina do Política. Pela doutrina do Judicial ReviewJudicial Review o o Judiciário passa a controlar o abuso do Judiciário passa a controlar o abuso do poder dos outros ramos.poder dos outros ramos.

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Sistema de Freios e Sistema de Freios e ContrapesosContrapesos► Assim, do empirismo britânico, da racionalização de Assim, do empirismo britânico, da racionalização de

Montesquieu e do pragmatismo norte-americano, Montesquieu e do pragmatismo norte-americano, exsurge o que será o principal elemento exsurge o que será o principal elemento caracterizador do princípio da separação dos caracterizador do princípio da separação dos poderes no Direito Contemporâneo, o sistema de poderes no Direito Contemporâneo, o sistema de freios e contrapesos (freios e contrapesos (checks and balances)checks and balances)..

► Desta forma, dividido o poder e individuados seus Desta forma, dividido o poder e individuados seus órgãos, assim como superada a idéia da prevalência órgãos, assim como superada a idéia da prevalência de um sobre o outro, através da compreensão da de um sobre o outro, através da compreensão da necessidade de equilíbrio, independência e necessidade de equilíbrio, independência e harmonia entre eles, admitindo-se, inclusive a harmonia entre eles, admitindo-se, inclusive a interferência entre eles, ganha força a idéia de interferência entre eles, ganha força a idéia de controlecontrole e vigilância (fiscalização) e vigilância (fiscalização) recíprocasrecíprocas de de um poder sobre o outro relativamente ao um poder sobre o outro relativamente ao cumprimento dos deveres constitucionais de cada cumprimento dos deveres constitucionais de cada um. um. Aí estão presentes os elementos Aí estão presentes os elementos essenciais caracterizadores do moderno essenciais caracterizadores do moderno conceito do princípio da separação dos conceito do princípio da separação dos poderes.poderes.

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Controle na Constituição Controle na Constituição Federal de 1988Federal de 1988

► Controle do Poder Executivo exercido em Controle do Poder Executivo exercido em relação ao Legislativorelação ao Legislativo

► A previsão constitucional da possibilidade do A previsão constitucional da possibilidade do VETO do Poder Executivo à elaboração VETO do Poder Executivo à elaboração legislativa, é exemplo mais difundido de forma legislativa, é exemplo mais difundido de forma de controle da atividade típica do Poder de controle da atividade típica do Poder Legislativo por parte Executivo. Legislativo por parte Executivo.

► Art. 66. Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. República, que, aquiescendo, o sancionará.

► § 1.º § 1.º Se o Presidente da República Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmentepúblico, vetá-lo-á total ou parcialmente, ... , ...

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Controle do Poder Executivo Controle do Poder Executivo exercido em relação ao exercido em relação ao

JudiciárioJudiciárioPossibilidade do veto (art. 84, V) do chefe do Possibilidade do veto (art. 84, V) do chefe do Poder Executivo à propostas legislativas de Poder Executivo à propostas legislativas de iniciativa do Poder Judiciário. Assim como, iniciativa do Poder Judiciário. Assim como, valendo também para o Poder Legislativo, é bom valendo também para o Poder Legislativo, é bom lembrar que a possibilidade do veto alcança a lei lembrar que a possibilidade do veto alcança a lei orçamentária.orçamentária.

► A faculdade atribuída ao Presidente da República A faculdade atribuída ao Presidente da República no art. 84, XII, da CF, para a concessão de indulto no art. 84, XII, da CF, para a concessão de indulto e comutação de penas, pode ser utilizada como e comutação de penas, pode ser utilizada como forma forma de controle de correçãode controle de correção da atividade da atividade jurisdicional, quando não motivada, a decisão, jurisdicional, quando não motivada, a decisão, apenas pelo juízo de conveniência e apenas pelo juízo de conveniência e oportunidade, mas inspirado, o chefe do oportunidade, mas inspirado, o chefe do executivo, pelo caráter controvertido, executivo, pelo caráter controvertido, juridicamente, da sentença condenatória judicial.juridicamente, da sentença condenatória judicial.

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Controle do Poder Judiciário Controle do Poder Judiciário exercido em relação ao exercido em relação ao

LegislativoLegislativo►O O CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE

das leis produzidas pelo Legislativo. Aqui o das leis produzidas pelo Legislativo. Aqui o Poder Judiciário, no exercício de sua função Poder Judiciário, no exercício de sua função típica (Supremo Tribunal Federal, guardião típica (Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição – art. 102, da Constituição – art. 102, caputcaput), exerce o ), exerce o controle de correçãocontrole de correção, determinando , determinando inclusive a suspensão da execução da lei inclusive a suspensão da execução da lei inconstitucional. inconstitucional.

►Outro exemplo, Outro exemplo, controle de cooperaçãocontrole de cooperação, é , é também a possibilidade da deflagração do também a possibilidade da deflagração do processo legislativo (arts. 93 e 96, II da CF).processo legislativo (arts. 93 e 96, II da CF).

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Controle do Poder Judiciário Controle do Poder Judiciário exercido em relação ao exercido em relação ao

ExecutivoExecutivo► Interferência interessante, inclusive porque envolve os Interferência interessante, inclusive porque envolve os Poderes Judiciário e LegislativoPoderes Judiciário e Legislativo interagindo no interagindo no exercício de controle exercício de controle sobre o Poder Executivosobre o Poder Executivo, é a , é a decorrente do que estabelece o art. 52:decorrente do que estabelece o art. 52:

► Art. 52 - Compete privativamente ao Senado Federal:Art. 52 - Compete privativamente ao Senado Federal:► I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente

da República nos crimes de responsabilidade, bem da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; mesma natureza conexos com aqueles;

► Parágrafo único - Nos casos previstos nos incisos I e II, Parágrafo único - Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal FederalTribunal Federal, ..., ...

► É o famoso processo de impeachment, que na É o famoso processo de impeachment, que na sistemática constitucional é exercida pelo Poder sistemática constitucional é exercida pelo Poder Legislativo, com a participação – aí em sede de Legislativo, com a participação – aí em sede de controle de cooperaçãocontrole de cooperação – do Poder Judiciário, através do – do Poder Judiciário, através do Presidente do Supremo Tribunal Federal.Presidente do Supremo Tribunal Federal.

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Controle do Poder Legislativo Controle do Poder Legislativo exercido em relação ao exercido em relação ao

ExecutivoExecutivo► Como fruto do desenvolvimento do princípio da Como fruto do desenvolvimento do princípio da separação dos poderes, e, mesmo, da concepção dos separação dos poderes, e, mesmo, da concepção dos regimes representativos, o parlamento passou a se regimes representativos, o parlamento passou a se caracterizar pelo exercício da dupla missão, caracterizar pelo exercício da dupla missão, legislar e legislar e fiscalizarfiscalizar, de modo que hodiernamente, não se nos , de modo que hodiernamente, não se nos afigura correto tratar o dever de fiscalizar do Poder afigura correto tratar o dever de fiscalizar do Poder Legislativo como exercício de função atípica. O poder-Legislativo como exercício de função atípica. O poder-dever dever de controle de fiscalizaçãode controle de fiscalização conferido ao Legislativo conferido ao Legislativo foi amplamente consagrado na Constituição de 1988. foi amplamente consagrado na Constituição de 1988.

► Art. 49 - É da competência exclusiva do Congresso Art. 49 - É da competência exclusiva do Congresso Nacional:Nacional:

► I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;compromissos gravosos ao patrimônio nacional; CONTROLE DE CONSENTIMENTOCONTROLE DE CONSENTIMENTO

► II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar; complementar; CONTROLE DE CONSENTIMENTOCONTROLE DE CONSENTIMENTO

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Controle do Poder Controle do Poder Legislativo exercido em Legislativo exercido em

relação ao Judiciáriorelação ao Judiciário ► O Poder Judiciário também está sujeito ao O Poder Judiciário também está sujeito ao

controle do Poder Legislativo. Assim ocorre controle do Poder Legislativo. Assim ocorre quando das deliberações do segundo sobre as quando das deliberações do segundo sobre as proposituras legislativas de iniciativa do proposituras legislativas de iniciativa do primeiro, nos termos do primeiro, nos termos do caputcaput do artigo 48 da do artigo 48 da CF. CF.

► Outro importante instrumento de controle do Outro importante instrumento de controle do Poder Legislativo, que também pode recair Poder Legislativo, que também pode recair sobre o Poder Judiciário, o sobre o Poder Judiciário, o controle de controle de fiscalizaçãofiscalização exercido através das Comissões exercido através das Comissões Parlamentares de Inquérito, previsto no § 3º do Parlamentares de Inquérito, previsto no § 3º do art. 58 da CF, encontra exemplo na memória art. 58 da CF, encontra exemplo na memória recente de nossa história, pela ação do Poder recente de nossa história, pela ação do Poder Legislativo federal na chamada CPI do Legislativo federal na chamada CPI do Judiciário. Judiciário.

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Democracia Participativa e Controle Social na CFB

88

►Art. 14. A soberania popular será exercida Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: termos da lei, mediante:

► I - plebiscito;I - plebiscito;► II - referendo;II - referendo;► III - iniciativa popular.III - iniciativa popular.

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Democracia Participativa Democracia Participativa e Controle Social na CFB e Controle Social na CFB

8888► Art. 77. (ADCT) ... recursos mínimos aplicados nas ações e Art. 77. (ADCT) ... recursos mínimos aplicados nas ações e serviços públicos de saúde serão equivalentes: ...serviços públicos de saúde serão equivalentes: ...§ 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos § 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços públicos de Municípios destinados às ações e serviços públicos de saúde e os transferidos pela União para a mesma saúde e os transferidos pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de SaúdeSaúde, ...“, ...“

► Art. 79. (ADCT) É instituído, para vigorar até o ano de 2010, Art. 79. (ADCT) É instituído, para vigorar até o ano de 2010, no âmbito do Poder Executivo Federal, o Fundo de no âmbito do Poder Executivo Federal, o Fundo de Combate a Erradicação da Pobreza, ...Combate a Erradicação da Pobreza, ...

        Parágrafo único. O Fundo previsto neste artigo terá Parágrafo único. O Fundo previsto neste artigo terá Conselho Consultivo e de Acompanhamento que conte Conselho Consultivo e de Acompanhamento que conte com a participação de representantes da sociedade civilcom a participação de representantes da sociedade civil, ..., ...

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Democracia Participativa Democracia Participativa e Controle Sociale Controle Social

►Orçamento Orçamento Participativo;Participativo;

►Comissões de Comissões de Legislação Legislação Participativa;Participativa;

►Conselhos Conselhos Consultivos do Consultivos do Poder Poder Executivo;Executivo;

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