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I. Calendário de actividades pastorais 2010/2011 Diocese de Portalegre-Castelo Branco Edição do Secretariado Diocesano da Pastoral Capa: Cartaz do Ano Pastoral Tiragem: 2.700 exemplares / Set. 2010 64

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I. Calendário de actividades pastorais

2010/2011

Diocese de Portalegre-Castelo Branco

Edição do Secretariado Diocesano da Pastoral

Capa: Cartaz do Ano Pastoral

Tiragem: 2.700 exemplares / Set. 2010

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Apr esentaçãoANO PASTORAL DIOCESANO

I. Objectivos

1. Clarificar a identidade da Igreja

Pretende-se que os fiéis compreendam que a única Igreja de Cristo é‘comunhão’ e se concretiza em diferentes níveis:

* no mundo inteiro, sob a orientação do Papa, em comunhão com todos os bispos* na diocese, sob a orientação do Bispo, em comunhão com o Papa e com os outrosBispos* no arciprestado, sob a orientação dos padres que o integram, e* na paróquia, com os seus movimentos e grupos, sob a orientação do pároco, emcomunhão com o Bispo diocesano.

Pretende-se também que os fiéis vivam mais irmanados na fé comum,

* Oferecendo a sua vida ao serviço de Deus, na Igreja e no mundo, como sacerdotes* Anunciando e testemunhando o Evangelho, como Profetas (Catequistas, Esposos,Pais e outros familiares)* Colocando-se ao serviço uns dos outros e de todos os homens, pela caridade, àmaneira de Jesus Cristo, como reis (grupos paroquiais Caritas, Voluntariado, CentrosSociais paroquiais, Misericórdias, Movimentos).

À semelhança dos anos anteriores, o Guião de 2010/2011 contém duaspartes: Calendário das actividades pastorais (I) e Temas de estudo (II) paraos grupos paroquiais.

A I parte abre com o lema que nos conduzirá: Igreja diocesana, que dizesde ti mesma? Foram tidas em conta as propostas apresentadas pelo ConselhoPastoral e pelo Conselho Presbiteral. Seguidamente, explicitam-se os doisobjectivos principais para este ano pastoral: Clarificar a identidade daIgr eja (1) e Esclarecer as pessoas sobre o que é o Sínodo Diocesano (2).

À lus deste contexto, os Secretariados diocesanos, as paróquias, ascomunidades, os movimentos, as associações e obras foram convidados aelaborar o respectivo programa, com os objectivos e actividades próprios,mas convergentes com os objectivos do ano pastoral. A calendarização destasactividades é apresentada por Secretariados, movimentos, associações e obrase também por meses, para mais fácil consulta.

Na II parte, e no contexto do lema e dos objectivos para o ano pastoral2010/2011, são desenvolvidos os 14 temas que visam ajudar os membrosdos grupos paroquiais a alcançar os objectivos acima enunciados. Ninguémduvida dos benefícios do estudo dos temas nos grupos constituídos. Maugrado as dificuldades, o seu testemunho é eloquente. Os grupos são uminstrumento pastoral que importa valorizar, apoiar e acompanhar.

Nestes grupos, todos os seus elementos são chamdos a contribuir para obom fruto da reflexão pessoal e comum. De entre eles, sobressai a funçãodo Animador do grupo. Recomenda-se que a reunião seja quinzenal, comdia e hora marcados. O esquema da reunião tem os cinco momentos detodos conhecidos e está incluído em cada tema de formação. Para maioraprofundamento, tenha-se presente a explicação das siglas (pág. 61), referidasno texto de alguns temas. Veja o índice , na pág.63.

Aos autores que prepararam os temas, o meu sincero obrigado, pelo serviçoprestado à nossa Igreja diocesana.

Que o Espírito de Deus nos conduza. E que Santo António, padroeiroprincipal da nossa Igreja diocesana, nos alente e estimule a progredir sempremais.

Pe. Bonifácio dos Santos Bernardo (Secretário Diocesano da Pastoral)

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IGREJA DIOCESANA,

QUE DIZES DE TI MESMA?

Pretende-se que os fieis entendam a hierarquia (Bispo, Padres e Diáconos)como servidores da comunhão

* No atendimento paroquial e nos serviços diocesanos* Na ligação ao Bispo e ao seu presbitério* Na hierarquização das prioridades pastorais: diocesanas, arciprestais, paroquiais.

2. Esclarecer as pessoas sobre o que é o Sínodo Diocesano

Pretende-se dar a conhecer o que é o Sínodo Diocesano e divulgar acaminhada sinodal, nas suas diferentes fases:

* Nas celebrações de âmbito diocesano, nas actividades programadas nosarciprestados e nas paróquias* Nos encontros programados ou a programar no âmbito da diocese, dosarciprestados ou das paróquias, com a ajuda do secretariado diocesano da pastoralou da comissão pré-sinodal.

Pretende-se o bom acolhimento e a divulgação das actividades promovidaspela comissão (pré)-sinodal:

* Agendando as actividades de forma favorável a que o maior número de pessoaspossa participar* Indicando à comissão pré-sinodal as datas e iniciativas locais que com a suaajuda podem ser desenvolvidas

Pretende-se que também os ‘não praticantes’ sejam envolvidos nacaminhada sinodal:

* Colaborando na divulgação dos materiais fornecidos pela comissão em lugarespúblicos e de acesso diversificado* Propondo encontros de informação sobre o Sínodo diocesano.

1. Secretariado de Liturgia

18.Set: Formação para Ministros Extraordinários da Celebração Dominical naausência do Presbítero (MECDAP), cujo mandato termina em 01.Outubro.2010,em Abrantes, Casa de Santa Maria (09h30-17h00).25.Set: Formação para MECDAP, cujo mandato termina em 01.Outubro.2010, emAlcains, Seminário (09h30-17h00).08.Jan: Formação para Ministros Extraordinários da Comunhão, cujo mandatotermina em 31.Dezembro.2010, em Abrantes, Casa de Santa Maria, 09h30-17h00.22.Jan: Formação para Ministros Extraordinários da Comunhão, cujo mandatotermina em 31.Dez..2010, em Alcains, Seminário 09h30-17h00.29.Jan: Formação para NOVOS MECDAP (1º encontro), em Abrantes, Casa deSanta Maria, 09h30-17h00.05.Fev: Formação para NOVOS MECDAP (1º encontro), em Alcains, Seminário,09h30-17h00.19.Fev: Formação para TODOS os NOVOS MECDAP (2º encontro), em Alcains,Seminário, 09h30-17h00. Mandato diocesano, na Sé de Castelo Branco (18h30).05.Mar: Dia Diocesano do Acólito, em lugar a indicar.30.Abr-01.Mai: Encontro de Pastoral Litúrgica, em Mem Soares.

Poderá haver encontros de formação litúrgica para Leitores, Salmistas, GruposCorais nos tempos fortes do Advento, Quaresma/Páscoa, em data e local a combinarpelos Arciprestes e pelos Delegados da Liturgia no Arciprestado, organizados pelosArciprestados e colaboração do Secretariado Diocesano de Liturgia.

2. Secretariado das Missões

23.Out: II Jornada Missionária Diocesana, em Alcains, Seminário24.Out: Dia Mundial das Missões02.Jan: Epifania - Dia da Infância Missionária

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II. Pr ogramação dos Secretariados Diocesanos e Movimentos

Notas1- Alguns Secretariados não puderam enviar o seu programa a tempo2- Há actividades programadas que não são calendarizáveis e não vão mencionadas.

3. Secretariado da Pastoral Social - Caritas

7.Out: Formação Presencial e à Distância sobre "Integração Inicial de Dirigentese Colaboradores/as da Rede Cáritas, no âmbito do Projecto "Qualintegra"Dia (a indicar) - Reunião do Conselho Fiscal da Cáritas Portuguesa em Lisboa9.Out:- Encontro Nacional de Delegados Diocesanos para as Emergências eCalamidades, em Fátima12.Out: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social13 e 27.Out: Divulgação BLV - Banco Local de Voluntariado - Visita a EscolasSecundárias, Superiores, Universidade Sénior e Instituições04.Nov: Inicio da Formação para Imigrantes "Português de Rua"Participação na reunião mensal dos Padres (Novº), em cada arciprestado.05.Dez: Comemoração Dia Internacional do Voluntariado06.Dez: Seminário Dia Internacional do Voluntariado12-14.Dez: Conselho Geral da Cáritas em Fátima14.Dez: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social.18.Dez: Manifestação Pública da "Operação 10 Milhões de Estrelas"22.Dez: Festa de Natal, entrega de cabazes e brinquedos a Imigrantes e Residentes.11.Jan: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social15.22.29.Jan: Workshop: "Toda a Prioridade às Crianças"; "A Identidade da Igrejana Acção Social; "Preparação para o Sínodo Diocesano" - nos Arciprestados dePortalegre, Abrantes e Ponte de Sor, respectivamente.02.Fev: Inicio das sessões de formação/informação para Imigrantes, sobre:"Cidadania"; "Legislação Laboral"; "Empreendedorismo- Microcrédito".08.Fev: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social09.Fev: Início da Formação para Voluntários no âmbito do Projecto "Qualintegra"12.19.Fev: Workshop: "Toda a Prioridade às Crianças"; "A Identidade da Igreja naAcção Social; "Preparação para o Sínodo Diocesano" - nos Arciprestados de CasteloBranco e Sertã, respectivamente.08.Mar: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social19.Mar: 2.ª Assembleia Diocesana da Pastoral Social, em Proença-a-Nova24.25.26.Mar: Peditório de Rua (Dia Cáritas)27.Mar: Celebração do Dia Cáritas02.Abr: Início da formação em "Economia Doméstica"09.Abr: Seminário sobre "Associativismo Imigrante" e Exposição Interculturalcom a colaboração das diversas Embaixadas em Portugal12.Abr: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social07..Mai: Início da Formação em "Atendimento Social" destinada aos gruposparoquiais Caritas

10.Mai: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social19.Mai: Workshop "O Voluntariado Social na Missão da Igreja", no Arciprestadode Portalegre11.18.25.Jun: Workshop "O Voluntariado Social na Missão da Igreja"nos Arciprestados de Abrantes, Ponte de Sor e C. Branco, respectivamente.14.Jun: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social12.Jul: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social12.Jul: Workshop "O Voluntariado Social na Missão da Igreja", no Arciprestadode Sertã09.Ago: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social

4. Secretariado da Família

Objectivos

1- Promover a criação de Equipas da Pastoral da Família nas paróquias ondeainda não existam, com vista à realização de encontros pós-matrimoniais.2- Fomentar a articulação das actividades dos diversos Movimentos Pastoraisda Família.3- Promover o encontro das famílias da diocese, com vista à sua formação,à partilha, à entre-ajuda e ao convívio.4- Incentivar a participação nas actividades desenvolvidas a nível nacional.5- Fazer a divulgação das actividades referidas no objectivo anterior.6- Apoiar os CPM onde eles existem e fomentar a criação de novos Centros.7- Promover o empenho e participação das famílias no Sínodo Diocesano.

Actividades

12-14. Nov: Participação nas Jornadas Nacionais da Pastoral da Família,em Fátima22. Jan: Participação no Encontro Nacional dos Secretariados Diocesanose Movimentos da Pastoral Familiar12. Fev: Conselho Diocesano da Pastoral.26. Mar: VI Jornadas Diocesanas da Pastoral da Família, em Castelo Branco.15.Mai: Dia da Família. Encontro / Convívio com todos os movimentosligados à família, em Abrantes.18. Jun: Conselho Diocesano da Pastoral - Retiro para casais em data e local a marcar.

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8 9CPM

02.Out: Conselho diocesano de Outono, em C. Branco15-17.Out: XXII jornadas nacionais da Pastoral da Família, em Fátima06.Nov: Formação nacional CPM, em Fátima27-28.Nov: Assembleia geral de Outono12-13.Mar: Encontro - Peregrinação a Fátima26.Mar: VI jornada Diocesana da Família, em Castelo Branco28.Abr-01.Mai: Jornadas internacionais FI CPM, na Croácia08-15.Mai: Semana da Vida. Assembleia diocesana da Pastoral da Família21-22.Mai: Assembleia geral da Primavera.

5. Secretariado da Catequese da Infância e Adolescência

22.09: Reunião de Delegados arciprestais da catequese29.09: Encontro interdiocesano - zona Centro - para Educadoras de Infância:‘Despertar para a Fé’ (1º)08-10.Out: Jornadas nacionais de Catequistas, Fátima (Semº Verbo Divino)10.11: Encontro interdiocesano - zona Centro - para Educadoras de Infância:‘Despertar para a Fé’ (2º: continuação)09.02: Encontro interdiocesano - zona Centro - para Educadoras de Infância:‘Despertar para a Fé’ (3º: continuação)05-06.Mar: Encontro Inter-diocesano de Catequistas, Fátima (Centro Catequético)18-20.03: Retiro diocesano para Catequistas, em Mem Soares30. Abr: Dia Diocesano dos Catequistas

7. Secretariado da Mobilidade Humana

Objectivos

* Criar nos membros do Secretrariado a suaidentidade nesta Igreja* Fortalecer e avivar as raízes da fé dos fiéis (residentes/emigrantes)

6. Secretariado das Comunicações Sociais

26.Nov: Jornada diocesana das Comunicações Sociais (10h00-13h00), Proença-a-Nova (Seminário)

8. Centro de Cultura Católica

Formação pós-ordenação dos Diáconos Permanentes:

01.Dez: Encontro nacional dos Diáconos Permanentes, Fátima08.Jan: Celebração aniversária da Ordenação dos Diáconos Permanentes21.Mai: Encontro de formação, em Mem Soares.

Em colaboração com a Vigararia Episcopal para o Clero, Vocações e Ministérios:

24-26. Jan: Formação Permanente do Clero - Jornadas de Teologia, em M. Soares

9. Secretariado da Juventude e Vocações

10. Secretariado do ensino da Igreja nas escolas

11. Secretariado da Saúde

* Quantuficar a emigração diocesana e grupos étnicos* Novas tecnologias para novos desafios pastorais.

Acções

* Participação nos encontros do Secretariado nacional* Encontros de formação a nível diocesano e paroquial* Peregrinações aos ‘santuários’ diocesanos* Bênção dos Peregrinos - Maio e Outubro, nas paróquias* 07.Jan: Celebração do Natal Ortodoxo, em Castelo Branco* Passeio com Emigrantes a Fátima - Maio 2011* Contactos com o SEF, os Párocos, a Caritas e o CLAI* Blog sobre os ‘Caminhos de S. Tiago’

2. Renovamento Carismático Católico (RCC)

29-30.Out: Efusão do Espírito Santo, em Alcains, Seminário15.Jan: Conselho diocesano RCC, em Cernache do Bonjardim29.Abr: Conselho diocesano, em Proença-a-Nova29-30.Abr: Retiro Diocesano, em Proença-a-Nova19.Jun: Dia diocesano do RCC. Assembleia diocesana, em Alcains

3. Acção Católica Rural (ACR)

12.Set: Dia da Família Rural. Encontro diocesano dos assinantes do jornal ‘MundoRural’01.Out: Conselho Nacional. Serão definidas então as actividades da ACR

1. Cursos de Cristandade

03.Out: Núcleos de escola, 15h00, Nisa01-04.Dez: 1º cursilho nacional de Senhoras e 2º de Homens, em Fátima12.Dez: Reflexão/Consoada Natal, 10h00, em Nisa14-16.Jan: II retiro de mudança, em Mem Soares24-27.Fev: 83º C. Cristandade para Homens, em M. Soares06.Mar: Reflexão Quaresma/Páscoa, 15h00, Nisa07-10.Abr: 69º Curso Cristandade para Senhoras, em M. Soares08.Mai: Núcleos de escola, 15h00, Nisa14-15.Mai: Mini-Cursilho de Cristandade, em M. Soares19.Jun: Ultreia Diocesana (zona do pinhal)

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4. Oficinas de Oração e Vida

Pontos comuns (Coordenação nacional e Coordenações locais):1. Avivar a chama da fé dos Guias e do seu chamamento2. Revigorar a vivência do sonho de ouro e o convívio fraterno dos Guias3. Conseguir o funcionamento frutuoso e impulsionador das Coordenações

Movimentos

4. Divulgar e promover o serviço e a espiritualidade das Oficinas5. Inserir adequadamente a Coordenação Local nas Igrejas Locais (ligação ao Bispo,participação nas iniciativas diocesanas, colaboração com os sacerdotes nasparóquias).

De Setembro a Junho: Dia do deserto mensal, no Seminário de S. José, Alcains:12.Set; 10.Out; 07.Nov; 05.Dez; 09.Jan; 06.Fev; 06.Mar; 03.Abr; 08.Mai; 05.Jun.17-19.Set: Retiro dos Guias, em Fátima (Casa N. Srª das Dores)12.Jun: Dia universal do Guia03.Jul: Sessão de Perseverança. Oração e convívio, Seminário de Alcains

5. Mensagem de Fátima

18.Set: Dia diocesano da Mensagem de Fátima - Sector juvenil (SJ)16.Out: Formação e convívio. Tema: Encontrar-te de novo - SJ18-19.Dez: Encontro À descoberta - SJ12.Mar: Retiro do doente, em Alcains09.Abr: Retiro dos Mansageiros09-10.Abr: Encontro À descoberta - SJ26-29.Mai: Retiro de doentes, em Fátima01-03.Jul: Peregrinação a Tui, Pntevedra e Santiago de Compostela

III. Calendário Pastoral(por meses)

12.Set: Dia da Família Rural. Encontro diocesano dos assinantes do jornal ‘MundoRural’ - ACR14.Set: reunião dos arciprestado de Castelo Branco (em Alcains) e de Abrantes18.Set: Formação para Ministros Extraordinários da Celebração Dominical naausência do Presbítero (MECDAP), cujo mandato termina em 01.Outubro.2010,em Abrantes, Casa de Santa Maria (09h30-17h00)18.Set: Dia diocesano da Mensagem de Fátima - Sector juvenil (SJ)20.Set: reunião do arciprestado de Ponte de Sor, em Alpalhão21.Set: Reunião do Senhor Bispo com os Arciprestes22.Set: Reunião de Delegados arciprestais da catequese25.Set: Formação para MECDAP, cujo mandato termina em 01.Outubro.2010, emAlcains, Seminário (09h30-17h00).29.Set: Encontro interdiocesano - zona Centro - para Educadoras de Infância:‘Despertar para a Fé’ (1º)

Outubr o - 2010

01.Out: Memória de Santa Teresinha, Padroeira das Missões01.Out: Conselho Nacional. Serão definidas então as actividades ACR02.Out: CPM - Conselho diocesano de Outono, em C. Branco03.Out: Núcleos de escola, 15h00, Nisa05.Out: Assembleia Diocesana: Apr esentação Geral do Ano Pastoral7.Out: Formação Presencial e à Distância sobre "Integração Inicial de Dirigentese Colaboradores/as da Rede Cáritas, no âmbito do Projecto "Qualintegra"Dia (a indicar) - Reunião do Conselho Fiscal da Cáritas Portuguesa, em Lisboa08-10.Out: Jornadas nacionais de Catequistas, em Fátima9.Out:- Encontro Nacional de Delegados Diocesanos para as Emergências eCalamidades, em Fátima12.Out: Reunião ordinária do Conselho Presbiteral, em M. Soares12.Out: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social13 e 27.Out: Divulgação BLV - Banco Local de Voluntariado - Visita a Escolas

Setembro - 2010

Secundárias, Superiores, Universidade Sénior e Instituições14-24.Out: Sínodo sobre A Igreja no Médio Oriente15-17.Out: XXII jornadas nacionais da Pastoral da Família, em Fátima16.Out: Apresentação do A. Pastoral, em C. Branco (manhã) e em Portalegre (tarde)16.Out: Formação e convívio. Tema: Encontrar-te de novo - SJ23.Out: II Jornada Missionária Diocesana, em Alcains, Seminário24.Out: Dia Mundial das Missões25-29.Out: Retiro diocesano do Clero, em Fátima29-30.Out: Efusão do Espírito Santo, em Alcains, Seminário (Renovamento)30.Out: Apresentação do Ano Pastoral, em Sertã (manhã) e em Abrantes (tarde)

Novembro - 2010

01.Nov: Solenidade de Todos os Santos02.Nov: Comemoração dos Fiéis Defuntos04.Nov: Inicio da Formação para Imigrantes "Português de Rua"05-07.Nov: II retiro de mudança (Curso Cristandade), em Mem Soares06.Nov: Formação nacional CPM, em Fátima10.Nov: Encontro interdiocesano - zona Centro - para Educadoras deInfância: ‘Despertar para a Fé’ (2º: continuação)21.Nov: Solenidade de Cristo, Rei do Universo26.Nov: Eucaristia pelos fiéis Defuntos (âmbito diocesano)26.Nov: Jornada diocesana das Comunicações Sociais (10h00-13h00), Proença-a-Nova (Seminário)26-28.Nov: Prepração de Noivos, em Castelo Branco (Casa Santa Maria)27-28.Nov: Assembleia geral de Outono - CPM28.Nov. Início do Tempo Litúrgico do Advento

Dezembro - 2010

01.Dez: Encontro nacional dos Diáconos Permanentes, em Fátima01-04.Dez: 1º cursilho nacional de Senhoras e 2º de Homens, em Fátima05.Dez: Comemoração Dia Internacional do Voluntariado06.Dez: Seminário ‘Dia Internacional do Voluntariado’12.Dez: Reflexão/Consoada Natal, 10h00, em Nisa12-14.Dez: Conselho Geral da Cáritas, em Fátima14.Dez: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social.18.Dez: Manifestação Pública da "Operação 10 Milhões de Estrelas"18-19.Dez: Encontro À descoberta - SJ.

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22.Dez: Festa de Natal, entrega de cabazes e brinquedos a Imigrantes e Residentes25.Dez: Celebração Litúrgica do Natal.26.Dez: Celebração Litúrgica da Sagrada Família

Janeiro - 2011

01.Jan: Solenidade de Santa Maria. Mãe de Deus. Dia Mundial da Paz.02.Jan: Epifania - Dia da Infância Missionária08.Jan: Encontro Diocesano dos Diáconos Permanentes08.Jan: Formação para Ministros Extraordinários da Comunhão, cujo mandatotermina em 31.Dezembro.2010, em Abrantes, Casa de Santa Maria, 09h30-17h00.08-09.Jan: Preparação de Noivos, em Abrantes11.Jan: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social14-16.Jan: II retiro de Mudança (C. Cristandade), em Mem Soares15.Jan: Conselho diocesano RCC, em Cernache do Bonjardim15.22.29.Jan: Workshop: "Toda a Prioridade às Crianças"; "A Identidade da Igrejana Acção Social; "Preparação para o Sínodo Diocesano" - nos Arciprestados dePortalegre, Abrantes e Ponte de Sor, respectivamente.22.Jan: Formação para Ministros Extraordinários da Comunhão, cujo mandatotermina em 31.Dez..2010, em Alcains, Seminário 09h30-17h0023.Jan: Núcleos de escola, 15h00, Nisa24-26.Jan: Jornadas de Teologia para o Clero, em M. Soares28-29.Jan: Preparação de noivos, em Sertã29.Jan: Formação para NOVOS MECDAP (1º encontro), em Abrantes, Casa deSanta Maria, 09h30-17h00.

Fevereiro - 2011

02.Fev: Inicio das sessões de formação/informação para Imigrantes, sobre:"Cidadania"; "Legislação Laboral"; "Empreendedorismo- Microcrédito".04-18.Fev: Preparação de Noivos em C. Branco, em Alcains e em Sertã05.Fev: Formação para NOVOS MECDAP (1º encontro), em Alcains, Seminário,09h30-17h0005.Fev: Encerramento das comemorações dos 50 anos do MCC em Portugal108.Fev: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social09.Fev: Encontro interdiocesano - zona Centro - para Educadoras deInfância: ‘Despertar para a Fé’ (3º: continuação)09.Fev: Início da Formação para Voluntários no âmbito do Projecto "Qualintegra"11-13.Fev: Preparação de noivos, em Alcains

12.Fev: Reunião ordinária do Conselho Pastoral Diocesano, em M. Soares12.19.Fev: Workshop: "Toda a Prioridade às Crianças"; "A Identidade da Igreja naAcção Social; "Preparação para o Sínodo Diocesano" - nos Arciprestados de CasteloBranco e Sertã, respectivamente.15.Fev: Reunião ordinária do Conselho Presbiteral, em M. Soares18-19.Fev: Preparação de noivos, em Proença-a-Nova19.Fev: Formação para TODOS os NOVOS MECDAP (2º encontro), em Alcains,Seminário, 09h30-17h00. Mandato diocesano, na Sé de Castelo Branco (18h30)24-27.Fev: 83º C. Cristandade para Homens

Março - 2011

04-05.Mar: Preparação de noivos, em Proença-a-Nova05.Mar: Dia Diocesano do Acólito, em lugar a indicar.05-06.Mar: Encontro Inter-diocesano de Catequistas, Fátima (Centro Catequético)06.Mar: Reflexão Quaresma/Páscoa, 15h00, Nisa08.Mar: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social09.Mar: Início do Tempo Litúrgico da Quaresma (Cinzas)12.Mar: Retiro do doente, em Alcains12-13.Mar: Encontro - Peregrinação a Fátima12-13.Mar: Preparação de Noivos, em Abrantes14-18.Mar: --18-19.Mar: Preparação de noivos, em Ponte de Sor18-20.Mar: Retiro diocesano para Catequistas, em Mem Soares19.Mar: 2.ª Assembleia Diocesana da Pastoral Social, em Proença-a-Nova20.março: ofertório para a cáritas.24.25.26.Mar: Dia Cáritas: Peditório de Rua autorizado26.Mar: VI Jornada Diocesana da Família, em Alcains26.Mar: Preparação de Noivos, em Ponte de Sor27.Mar: Celebração do Dia Cáritas

Abril - 2011

02.Abr: Início da formação em "Economia Doméstica"07-10.Abr: 69º Curso Cristandade para Senhoras, em M. Soares09.Abr: Retiro dos Mensageiros - MMF09.Abr: Seminário sobre "Associativismo Imigrante" e Exposição Interculturalcom a colaboração das diversas Embaixadas em Portugal09-10.Abr: Encontro À descoberta - SJ12.Abr: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social

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21.Abr: Quinta-feira Santa. Bênção e consagração dos Óleos,em C. Branco22.Abr: Sexta-Feira Santa ou da Paixão23.Abr: Sábado Santo. Vigília da Ressurreição24.Abr: Solenidade da Páscoa da Ressurreição

28.Abr-01.Mai: Jornadas internacionais FI CPM, na Croácia29.Abr: Preparação de Noivos, em Castelo Branco29-30.Abr: Conselho Diocesano do RCC, em Proença-a- Nova. Retiro diocesanodo RCC.29-30.Abr: Preparação de Noivos, em Sertã30.Abr: Dia diocesano dos Catequistas30.Abr-01.Mai: Encontro de Pastoral Litúrgica, em Mem Soares.

Maio - 2011

01.Mai: Celebrações Jubilares dos Sacerdotes e Religiosos/as03.Mai: Preparação de Noivos, em Castelo Branco06.Maio: Dia da Catedral - 85º aniversário da sua Dedicação06-07.Mai: Preparação de Noivos, em Sertã07.Mai: Início da Formação em "Atendimento Social" destinada aos gruposparoquiais Caritas07-08: Preparação de Noivos, em Abrantes08.Mai: Núcleos de escola, 15h00, Nisa08-15.Mai: Semana da Vida.10.Mai: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social13-14.Mai: Preparação de Noivos, em S. Miguel d’Acha14-15.Mai: Mini-Curso de Cristandade19.Mai: Workshop "O Voluntariado Social na Missão da Igreja", no Arciprestadode Portalegre20-21.Mai: Preparação de Noivos, em Proença-a-Nova21.Mai: Encontro diocesano dos Diáconos Permanentes21-22.Mai: Assembleia geral da Primavera - CPM26-29.Mai: Retiro de doentes, em Fátima - MMF

29.Mai: XXVIII Per egrinação Diocesana a Fátima

Junho - 2011

03-04.Jun: Preparação de Noivos, em Proença-a-Nova05.Jun: Solenidade da Asacensão do Senhor (7º Domingo da Páscoa)11.18.25.Jun: Workshop "O Voluntariado Social na Missão da Igreja"12.Jun: Solenidade do Pentecostes (8º Domingo da Páscoa)nos Arciprestados de Abrantes, Ponte de Sor e C. Branco, respectivamente.14.Jun: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social17-19.Jun: Preparação de Noivos, em Castelo Branco18.Jun: Reunião ordinária do Conselho Pastoral Diocesano18-19.Jun: Preparação de Noivos, em Abrantes19.Jun: Solenidade da Santíssima Trindade19.Jun: Ultreia Diocesana (zona do pinhal)19.Jun: Dia diocesano do RCC. Assembleia diocesana, em Alcains21.Jun: Reunião ordinária do Conselho Presbiteral23.Jun: Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo - Corpo de Deus25.Jun: Encontro Diocesano das Religiosas, em Mem Soares

Julho - 2011

01.Jul: Solenidade do Sagrado Coração de Jesus01-03.Jul: Peregrinação a Tui, Pntevedra e Santiago de Compostela08-09.Jul: Preparação de Noivos, em Sertã12.Jul: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social12.Jul: Workshop "O Voluntariado Social na Missão da Igreja", Arcipr. de Sertã15-16.Jul: Preparação de Noivos, em Sertã16-17.Jul: Peregrinação nacional do MMF (Sector Juvenil)26.Jul: Dia Internacional dos Avós

Agosto - 2011

09.Ago: Reunião Grupo Voluntários Emergência Social09-15.Ago: Semana nacional da Mobilidade Humana - Migrações12-13.Ago: Peregrinação nacional dos Migrantes ao Santuário de Fátima

15.Ago: Solenidade da Assunção da Virgem Maria

16-21: Jornadas Mundiais da Juventude, em Madrid

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II. Temas de estudo

1. A identidade e a missão da Igreja

I. Objectivos

1 - Perceber a Igreja como Sacramento de Cristo Ressuscitado2 - Assumir a Igreja como Comunhão

II. Rezar para iluminar

Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, pelo dom do vosso Espírito no nosso Baptismo,sermos vossa Igreja viva, sempre peregrina da verdade e testemunha do vossoAmor pela humanidade. Concedei-nos, Senhor, a graça de trabalharmos sempreem comunhão; de não nos cansarmos de falar de Vós a todos os homens e mulheres;de não nos envergonharmos do vosso nome e de nunca Vos envergonharmos ouescandalizarmos os nossos irmãos. Dai-nos coragem de chamar jovens para o vossoserviço no Sacerdócio e de os entusiasmarmos por Vós. E vossa Mãe Santíssima, anossa Mãe do Céu, Modelo da Igreja, nos contagie sempre com a sua confiança ecom a sua humildade.

III: Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. Identidade da Igreja

Cristo é a Luz dos Povos e a Igreja -em Cristo - é o sacramento ou sinal e instrumentoda unidade de todo o género humano e da comunhão com Deus. É desta forma quea Lumen Gentium apresenta a Igreja que somos. Significa que a Igreja não é umarealidade autónoma em si mesma. Para existir a Igreja tem de se referir e relacionarsempre a Jesus Cristo, o Senhor Ressuscitado. Cristo ressuscita como Filho Amadode Deus e como Igreja. E nós, em cada tempo, somos o Corpo de Cristo Ressuscitadona História. Cristo está vivo em nós e, pelo Baptismo (afirmação da nossa fé)entramos a fazer parte deste Corpo. Então só nos entendemos a nós próprios comoIgreja, se nos entendermos em relação a Jesus Cristo, à sua vida, à sua Palavra, àsua presença e à sua vontade de chegar a todos os homens e mulheres. Ele é a Luz,a Igreja é um Povo iluminado por essa Luz. Ele é a Luz, a Igreja só tem luz porparticipação na Luz que Cristo é e difunde. É por isso que os Padres da Igreja dosprimeiros séculos usavam imagens (símbolos) bastante explícitas para se referiremà Igreja: chamaram-lhe "Barca" (numa clara alusão à barca do Evangelho em que

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os discípulos viajavam) para sublinharem que só quando Cristo vai na barca existepaz e só com Ele os discípulos não têm medo; chamaram-lhe "Lua" para se perceberque, como a Lua, também a Igreja não tem luz própria, recebe-a de Cristo, o Sol daVida nova.

2. Igreja é comunhão

Sendo Sacramento de Jesus Cristo, a Igreja é Mistério de Comunhão. Esta é outragrande afirmação do Concílio Vaticano II. Significa que, na sua realidade maisprofunda, a Igreja é imagem e realização histórica da comunhão intratrinitária -Povo reunido em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, como afirma o nº 4 daLumen Gentium."Communio" (Comunhão) não designa apenas a estrutura da Igreja, mas sim a suaessência, ou como diz o Concílio, o seu Mistério - a Igreja é Mistério de Comunhão,realidade transcendente que se revelou e se tornou manifesta de forma visível. Acomunhão com Deus, realizada pelo Espírito Santo em Jesus Cristo, é a base dacomunhão que a Igreja é.'Comunhão' é o fim de toda a História da Salvação e realiza-se historicamente emJesus Cristo (cf. LG 2) que é a "substância" da comunhão entre Deus e o homem.Esta comunhão é apresentada numa expressão muito antiga do Símbolo da Fé: a"sanctorum communio", a 'comunhão dos santos'. E podemos distinguir diversosníveis da "comunhão dos santos": antes de mais, ela faz referência ao Espírito,Senhor que dá a vida à comunhão eclesial ("communio Sancti"); em seguida, refere-se aos fiéis, animados e vivificados pelo Paráclito (Espírito Santo), e unidos porEle na variedade dos dons oferecidos a cada um ("communio sanctorum =fidelium"); finalmente, refere-se às realidades santas, através das quais o EspíritoSe comunica: a Palavra, o Baptismo, a Eucaristia ("communio sacramentorum =sacramentorum). Assim, a comunhão com Deus, mediatizada pela Palavra e pelosSacramentos, conduz à comunhão dos cristãos entre si. A comunhão eclesial tem,portanto, uma dimensão teologal (união a Deus) e uma dimensão fraterna (uniãoaos irmãos).

IV. Dialogar para comprometer

1 - Como é que as nossas comunidades paroquiais assumem esta sua identidade de"Sacramento de Cristo Ressuscitado" e de "Mistério de Comunhão"?2 - Que estruturas se podem criar para que a acção da Igreja seja mais adequada àsua identidade?

V. Rezar para testemunhar

Senhora do Sim, da Palavra, figura e imagem da Igreja, dá-me, Senhora, o teuVerbo, Palavra de Deus em teu seio incarnada, Verbo capaz de conjugar os teuslouvores e de dizer com renovadas palavras, banhadas no mistério de Deus, asmaravilhas por Ele em ti geradas para todo o sempre. Dá-me a tua fidelidade, a tuahumildade e a tua entrega como comunhão. Dá-me, Senhora, o teu Verbo e compalavras lustrais, purificadas, anunciarei ao mundo dos homens as maravilhas deDeus em ti seladas. Ámen.

2. Evangelização e nova evangelização

I. Objectivo

Reconhecer a necessidade da nova evangelização na nossa diocese

II. Rezar para iluminar

Senhor nosso Deus, que iluminais os corações dos fiéis com a luz de Cristo e doEvangelho, fazei-nos compreender e testemunhar a luz da vossa Palavra junto doshomens que se afastaram dos caminhos que ela aponta e a Vós nos conduzem. PorJesus Cristo nosso Senhor. Ámen.

III: Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. Evangelização dos não cristãos

A tarefa prioritária e permanente da Igreja é dar a conhecer Jesus Cristo e o seuEvangelho a todos, quer pelo anúncio explícito, quer pelo testemunho (a vida dosseus membros e as obras que realiza), tendo em vista a renovação da humanidade,segundo os desígnios de Deus. A Igreja desenvolve as suas actividades junto daspessoas conforme a ausência ou a intensidade da sua relação com Cristo e com oEvangelho.Na carta apostólica A missão de Cristo Redentor (07.12.1990), João Paulo II reflectesobre três situações distintas, que determinam e influenciam a actividade missionáriada Igreja.

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A primeira situação é a das pessoas não-cristãs. Trata-se de "povos, grupos humanos,contextos sócio-culturais, onde Cristo e o seu Evangelho não é conhecido, ondefaltam comunidades cristãs suficientemente amadurecidas para poderem encarnara fé no próprio ambiente e anunciá-la a outros grupos. Esta é propriamente a missãoad gentes" (nº 33).Esta actividade missionária tem como destinatários povos ou grupos humanos oucontextos sociais e culturais "que ainda não crêem em Cristo";"aqueles que aindaestão longe de Cristo, entre os quais a Igreja "não está ainda radicada" e cujacultura ainda não foi influenciada pelo Evangelho" (nº 34).Trata-se, pois, de anunciar e testemunhar Cristo e o seu Evangelho junto dos não-cristãos; trata-se do primeiro anúncio que leva à conversão de vida e à adesão aJesus Cristo.Não é verdade que, nas nossas comunidades, já convivemos hoje com não-cristãos?Como lhes abrimos o acesso a Cristo e ao Evangelho?

2. Actividade pastoral da Igreja junto dos cristãos

Esta situação é inteiramente diferente da anterior. Trata-se de cuidar da fé e da vidacristã das "comunidades cristãs que possuem sólidas e adequadas estruturaseclesiais, são fermento de fé e de vida, irradiando o testemunho do Evangelho noseu ambiente e sentindo o compromisso da missão universal. Nelas se desenvolvea actividade ou cuidado pastoral da Igreja" (nº 33).Nestas comunidades já cristãs, a Igreja, na sua actividade, procura manter edinamizar as estruturas eclesiais existentes nos sectores da catequese, dascelebrações litúrgicas e da acção social e caritativa; procura valorizar o seupatrimónio (igrejas, paramentos e outras alfaias litúrgicas, arte sacra, casa paroquialou outros bens); procura formar e consolidar na fé e na vida cristã os seus membros,agrupados em diversos movimentos eclesiais. Deste modo, a Igreja quer que taiscomunidades sejam fermento de fé e de vida; que influenciem os ambientes com otestemunho do Evangelho vivido; que ousem comprometer-se na missão própriada Igreja em todo o mundo.As comunidades cristãs da nossa diocese enquadram-se nesta situação, com maiorou menor intensidade, com maiores ou menores deficiências. Mas, todosreconheceremos, que é preciso maior audácia missionária no seu seio.

3. A nova evangelização

Resta uma terceira situação. Escreve João Paulo II na mesma Carta: "Existe asituação intermédia, especialmente nos países de antiga tradição cristã, mas, por

vezes, também nas Igrejas mais jovens, onde grupos inteiros de baptizados perderamo sentido vivo da fé, não se reconhecendo já como membros da Igreja e conduzindouma vida distante de Cristo e do seu Evangelho. Neste caso, torna-se necessáriauma "nova evangelização" ou "re-evangelização"" (nº 33).Somos uma Igreja de antiga tradição cristã, pois o Evangelho foi pregado aos nossosantepassados, há muitos séculos. Porém, hoje, se olharmos bem, constatamos quehá numerosos baptizados que perderam o sentido da fé na vida concreta; outrosnão se consideram membros da comunidade cristã ou pouco ou nada nela seintegram; levam uma vida longe de Cristo e do seu Evangelho; são adultos naidade, mas menores na fé; ou mal contactaram com Jesus Cristo e com o Evangelho.Todos estes são destinatários de uma nova evangelização, porque as sementes doEvangelho e da fé, semeadas nos seus corações, deixaram de dar frutos.

IV. Dialogar para comprometer

1- Nos ambientes em que vivo ou trabalho, convivo com não-cristãos? Procuroabrir-lhes o coração a Cristo e ao Evangelho, com convicção e delicadeza?2- Em que actividades da Igreja estou comprometido/a na minha paróquia ou nadiocese?3- Que actividades poderiam ser promovidas para re-evangelizar os baptizadosque perderam a sua fé e vivem longe de Cristo e à margem do Evangelho?

V. Rezar para testemunhar

Deus de bondade que, no início da Igreja e ao longo dos tempos, sempre fortalecestesos fiéis com a força do Espírito Santo, para levarem a luz de Cristo e do Evangelhoaos não-cristãos e para renovarem continuamente a vida cristã nos baptizados,despertai em nós a ousadia missionária, para partilharmos com todos os donsrecebidos por meio dos vossos Sacramentos. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Ámen.

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3. A corresponsabilidade na Igreja

I. Objectivo

Tomar consciência da importância do desempenho da missão de cada baptizado navida da Igreja.

II. Rezar para iluminar (cf. Jer. 1, 4-8)

"A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos:"Antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te conhecia;antes que saísses do seio da tua mãe, Eu te consagrei e constitui profeta das nações."E eu respondi: " Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, pois ainda sou um jovem."Mas o Senhor replicou-me:"Não digas: sou um jovem, pois irás aonde Eu te enviar e dirás tudo o que Eu temandar; não terás medo diante deles, pois Eu estou contigo para te livrar."

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. Cidadãos do mundo

Todos nascemos de uma mãe e de um pai, descendemos de quatro avós e issointegra-nos no seio de uma família como um ser humano único e irrepetível.Além disso, crescemos no meio dum povo, situado num qualquer país, dentro dumdeterminado ambiente social, cultural e económico, que nos moldam característicasespecíficas e originam uma personalidade e identidade próprias.Quase todas estas circunstâncias são independentes da nossa vontade. Tambémestão fora da nossa possibilidade de opção os dons com que cada um nasce. Jáconsciente e voluntariamente se vão adquirindo as aptidões ao longo da vida.Pode pôr-se-nos a interrogação: porquê estes dons e não outros? Ou ainda maisimportante: para quê esses dons que cada um, gratuitamente, recebe? Quem podeaproveitar deles? Foram apenas destinados a nós próprios, ou é um imperativo queoutros os possam usufruir?Da nossa consciência de pessoas livres e responsáveis sentimos que nos é exigidoo exercício da nossa cidadania e de o expressarmos do modo que consideramosmais adequado às nossas capacidades e possibilidades. Não é legítimo auto-excluirmo-nos do que é a prossecução do bem comum e de para ele contribuirmos.Esta a nossa condição de cidadãos do mundo.

2. Enriquecidos com os dons de Deus (cf. Ef 4,1-7.11-16;1 Cor 12, 24b-27)

Numa perspectiva de fé, a situação é comparável. Por uma qualquer razão,dependente da vontade dos nossos pais ou da nossa própria vontade, viemos umdia a alcançar uma nova dimensão, por um dom gratuito de Deus, transmitidoatravés do seu Filho e por acção do seu Espírito Santo. Nascemos, então, dentrodum outro povo e para uma nova vida. Somos filhos de Deus. Recebemos o domda filiação divina e com este dom, muitos mais.Esta situação nova deve levar-nos a pensar e agir de modo diferente: não apenasque "nascemos neste mundo, mas que fomos enviados a este mundo"; não apenascontribuir para o bem comum, mas para além disso, desempenhar uma missão quefomos convidados a cumprir.Essa missão é-nos comunicada pela força do Espírito Santo que outra coisa não éque "o amor que Jesus infunde em nós para escancarar as nossas portas fechadas"(ver Jo 20,19) e a "fonte donde correrão rios de água viva" (Jo 7,38-39). É esteEspírito que "nos deve levar a viver, a partir de dentro e não a partir da aprovaçãodos outros"."Foi o Espírito que no início da Igreja transformou a comunidade assustada dosdiscípulos numa comunidade de pessoas que fazem o mesmo que Jesus fez, graçasao poder que lhes deu". "O Espírito Santo dá-nos a possibilidade de actuar comoJesus".

3. Corresponsáveis na Igreja

Se estes são os pressupostos de quem recebeu o Baptismo/Confirmação e éconstrutor da Igreja a que pertence, isso torna-o corresponsável nessa mesmacomunidade dos filhos de Deus.Corresponsável na disponibilização dos seus carismas em benefício dos outros,corresponsável no exercício dos ministérios que se dispuser a desempenhar,corresponsável no cumprimento da sua vocação específica.

IV. Dialogar para comprometer

1 - Por muito que me pareça insignificante, sou capaz de me disponibilizar para oserviço da Igreja?2 - Que contributo cristão concreto dou para o bem da comunidade cristã?3 - Que impedimentos sinto para actuar na paróquia?

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V. Rezar para testemunhar

"Senhor Deus, que pela ressurreição do Vosso Filho e pela vinda do Espírito Santonos abristes as portas da vida eterna, concedei que, pela participação de tão grandesdons, sejamos mais dedicados ao Vosso serviço e vivamos mais plenamente asriquezas da fé. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amen."

III: Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. O grupo dos que não conhecem

Sem nos determos em especificações sobre quem é ou não é crente, partimos daaceitação da auto-classificação. Assim dedicamos este tema aos que se dizemnão crentes, aceitando essa afirmação como verdadeira.Ao longo da história da Igreja, o posicionamento da Igreja perante os não-crentesdividiu-os em dois grandes grupos. O primeiro, o dos que não conhecem. Aconsciência da existência deste grupo alargou-se imenso com a expansãomarítima, a descoberta de novos continentes povoados e de novas civilizações eo contacto com o Oriente, densamente povoado e, ainda hoje, escassamenteevangelizado. Perante este grupo a resposta da Igreja foi a missão. Da convicçãoerrada de que os não baptizados não poderiam alcançar a Bem-aventurança eterna,a contemplação de Deus, surgiu um dos mais generosos e meritórios dinamismosda Igreja. Exemplo excelente disto é São Francisco Xavier que percorreu oOriente, pregando e baptizando, consumido por um tal amor a Deus e aos irmãosque se esgotou fisicamente na incessante busca de conversão do maior númeropossível de homens e mulheres.Hoje os projectos missionários, mais do que perpetuar uma atitude paternalistapara com os outros povos, pretendem ser um sinal do amor de Deus pelos homens.Se outrora a missão esteve muitas vezes ligada à espada, hoje está ligada àassistência social, à melhoria da qualidade de vida, à saúde e à educação numpropósito generosos e gratuito de promoção humana dos povos. Quando otestemunho destes milhares de homens e mulheres, espalhados pelo mundo inteiro,leva os outros a exclamar: "Vede como eles se amam!", então aí há anúncio econversão.

2. O grupo dos que, conhecendo, não acreditam

O outro grupo é o dos que, conhecendo, não acreditam. Este grupo é mais visívelhoje do que em qualquer outro tempo. Podemos agrupar as razões da descrençaem três grandes grupos: os que não acreditam por razões racionais e que resumema sua posição em "não faz sentido", não faz sentido por causa do mal que existe,não faz sentido por causa da má qualidade da criação desse deus, a maioria doshomens, mesmo os que não são maus são irrisórios, não faz sentido porque naexistência de um deus ele existiria em oposição a mim; os que não acreditam porrazões emocionais cuja tese se pode resumir em "gostava mas não O sinto", vouà Igreja e não O sinto, aprendi a rezar em pequeno, mas nunca senti nada; e por

4. Relação da Igreja com os não crentes

I. Objectivo

Tomar consciência da universalidade do projecto salvífico de Deus

II. Rezar para iluminar

Refrão: Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos, todos os povos da terra.

Ó Deus, concedei ao rei o poder de julgare a vossa justiça ao filho do rei.Ele governará o vosso povo com justiçae os vossos pobres com equidade.

Florescerá a justiça nos seus diase uma grande paz até ao fim dos tempos.Ele dominará de um ao outro mar,do grande rio até aos confins da terra.

Os reis de Társis e das ilhas virão com presentes,os reis da Arábia e de Sabá trarão suas ofertas.Prostrar-se-ão diante dele todos os reis,todos os povos o hão-de servir.

Socorrerá o pobre que pede auxílioe o miserável que não tem amparo.Terá compaixão dos fracos e dos pobrese defenderá a vida dos oprimidos.

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último os que não acreditam por motivos práticos ou pelo contra-testemunho queos crentes dão. A tese destes pode resumir-se em "não acredito por causa dos crentes",não acredito porque os crentes tem má conduta moral, não acredito porque oscrentes não são unidos e não acreditam todos na mesma coisa, não acredito porqueos que vão à igreja são os piores. Perante este segundo grande grupo existiram, aolongo da história três atitudes fundamentais: o respeito, a indiferença e a perseguição.Nos dias que correm, podemos dizer que a Igreja (sentido alargado de Igreja) setem dividido entre as duas primeiras atitudes: ora o respeito que implica diálogo eaceitação e que é apanágio da hierarquia e do magistério da Igreja; ora a indiferençaque muitas vezes aparece mascarada de tolerância que é mais um fingir que nãoexistem e que é uma constante no povo de Deus e na vida pastoral de base.

3. Que podemos fazer?

Mas se a fé é dom de Deus, o que podemos fazer relativamente aos não crentes?Não será esta a vontade de Deus, que uns creiam e outros não? Não serão os não-crentes amados por Deus a ponto de Ele Se lhes revelar?O facto de a fé ser dom de Deus não implica que seja um privilégio oferecido aapenas alguns. Deus deu-Se de uma vez por todos em Jesus Cristo e dá-Se, sempreque fazemos o memorial da sua morte e ressurreição, e dá-Se "por vós e por todos".Por isso exige-se uma atitude pro-activa perante os que não crêem, não uma atitudeproselitista de convencer alguém do que quer que seja, porque a fé não se demonstranem se prova, mas uma atitude de constante testemunho de radicalidade e felicidade.'Cristo ressuscitou e está vivo!' Este anúncio original e tão simples não pode serconstantemente repetido mas pode ser mostrado na forma como lidamos com osoutros, com o mundo e connosco mesmos.Ao nível da pastoral das paróquias, movimentos e obras de apostolado, a atitude deabertura e de dádiva deve ser materializada em acções concretas que valorizem ocontributo de todos os homens de boa vontade. Em resumo, perante os não crentesque o são porque "não faz sentido", temos que mostrar as "razões da nossaesperança"; perante os que "gostariam mas não sentem", temos que ser sinal doamor de Deus por eles; e perante os que não crêem por causa dos crentes, temos deser santos como o nosso Pai celeste é santo.

IV. Dialogar para comprometer

1- A fé como dinamismo preenche-se de conteúdos a que chegamos pela leitura epelo estudo da Bíblia, dos autores cristãos e dos documentos do magistério. Queimportância tem o estudo e a leitura na minha vida de crente? Que razões tenho eu

para dar da minha fé perante os que não crêem?2- A vida na comunidade crente deve ser um espaço de harmonia e felicidade. Naminha comunidade paroquial ou movimento isso é visível, ou, ao contrário, pelainimizade e pelas separações, damos contra testemunho e somos razão de escândalopara os que não acreditam?3- As convicções pessoais manifestam-se nas acções concretas. Na minha atitudeno trabalho, na família e na sociedade, manifesto Jesus ressuscitado ou rejo-mepelos critérios do mundo, do lucro e do poder?

V. Rezar para testemunhar (Salmo 8)

1- Senhor, nosso Deus,Como é admirável o vosso nome em toda a terra!A vossa majestade está acima dos céus.

2- Da boca das crianças e meninos de peitoSai um louvor que confunde os vossos adversáriosE reduz ao silêncio os inimigos rebeldes.

3- Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,A lua e as estrelas que lá colocastes,Que é o homem para que Vos lembreis dele,O filho do homem para dele Vos ocupardes?

4- Fizestes dele quase um ser divino,De honra e glória o coroastes:Destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos,Tudo submetestes a seus pés:

5- Ovelhas e bois, todos os rebanhos,E até os animais selvagens,As aves do céu e os peixes do mar,Tudo o que se move nos oceanos.

6- Senhor, nosso Deus,Como é admirável o vosso nome em toda a terra!

7- Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio, agora e sempre. Amén.

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5. O diálogo ecuménico e inter - religioso

I. Objectivos

1- Compreender que o ecumenismo é um movimento que promove a comunhão detodos os que crêem em Jesus Cristo.2- Empreender a atitude de diálogo com as principais religiões monoteístas(Judaísmo e Islamismo).

II. Rezar para iluminar

Rezamos a oração comum a todos os cristãos: 'Pai Nosso que estais nos céus…'

III - Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. A busca de unidade dos cristãos - diálogo ecuménico

Ao longo da história apareceram divisões no seio dos cristãos, baseadas em motivosdoutrinais e em questões de Direito. Eis os principais: Os Ortodoxos (Sec. XI), porquestões doutrinais sobretudo ligadas ao Espírito Santo (Filioque), e por questõeshistóricas relacionadas com a queda do Império Romano do Ocidente. OsProtestantes (Sec. XVI) com os Luteranos, Calvinistas, e Anglicanos, cada qualcom os seus motivos doutrinais (a salvação pela fé, o livre exame da Bíblia, adoutrina da predestinação, etc.), ou por motivos históricos do momento(indulgências, celibato sacerdotal, casamento indissolúvel, etc.). Vivemospraticamente de condenações e de costas voltadas até ao Concílio Vaticano II. Foieste Concílio que trouxe aos católicos o movimento ecuménico que os convida aestenderem o seu amor a todos os que acreditam em Cristo Senhor, ultrapassandoo que nos separa, e empenhando-nos activamente na construção da unidade. (cfdecreto conciliar Unitatis Redintegratio, de 21.11.1964; e o Directório para aplicaçãodos Princípios e Normas sobre Ecumenismo, Ed. Secretariado Geral do Episcopado,1993. Aqui a Igreja aparece como comunhão na unidade com o Pai, por Cristo e noEspírito Santo. Jo. 17,20-23).

Nos nossos dias surgiu o fenómeno das seitas, muitas delas com base no cristianismo,mas com as mais diversas e complexas derivações (políticas, económicas,ideológicas, etc.). São um desafio a fazer crescer em nós o espírito cristão, tentandocompreender em que ponto se encontram os seus seguidores, para tentarmos odiálogo com eles.

2. Diálogo com as religiões monoteístas - Diálogo inter-religioso

A Declaração sobre a relação da Igreja com as religiões não cristãs, saída do IIConcílio do Vaticano (Nostra aetate, de 28.10.1965), partindo do princípio de que"os homens constituem todos uma só comunidade, todos têm a mesma origem, eum só fim último, Deus", devem tentar uma atitude de diálogo entre si. "A IgrejaCatólica nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo". Enumerapara esse diálogo o Hinduísmo, o Budismo, os Muçulmanos, e de modo especialos Judeus. E conclui: "Não podemos invocar a Deus como Pai comum de todos, senos recusarmos a tratar como irmãos alguns homens, criados à Sua imagem. (…) AIgreja reprova por isso, como contrária ao Espírito de Cristo, toda e qualquerdiscriminação ou violência praticadas por motivo de raça ou cor, classe ou religião."(nº 5).

IV - Dialogar para comprometer

1 - Hoje há muitas experiências positivas de ecumenismo, como por exemplo Taizé;também há experiências negativas como o Sincretismo Religioso da New - Age…Alguém participou em actividades destas?2- Há todos os anos o Oitavário de Oração pela unidade dos cristãos, de 18 a 25 deJaneiro. O que fazem nesta altura na nossa comunidade cristã?3 - Qual é a experiência de contacto com seitas, como Testemunhas de Jeová, ouBrasileiras?4 - O Patriarca de Lisboa falou de prudência no casamento com muçulmanos,apesar de defender o diálogo com eles: sabem o que isso quer dizer?

V - Rezar para testemunhar

Senhor, congregai-nos (cântico nº 228 do Senhor, Ensina-nos a Rezar e nº 153 doCantemos Todos).

Deus eterno e omnipotente, que reunis os vossos fieis dispersos e os conservais naunidade, olhai com bondade para todo o povo de Cristo, para que vivam unidospela integridade da fé e pelo vínculo da caridade todos aqueles que formaconsagrados pelo mesmo baptismo. (Ou outra do Missal Romano, páginas 1204 a1207).

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6. Deus, a ciência e a cultura

I - Objectivos

1- Descobrir que a ciência pode ser um caminho para Deus.2- Compreender a cultura como um factor de aproximação do homem com Deus edos homens entre si.

II - Rezar para iluminar (S. Francisco de Assis)

1. Louvado sejas, meu Senhor, / com todas as tuas criaturas. / Especialmente oirmão Sol / que clareia o dia / e com sua luz nos ilumina.

2. Ele é belo e radiante, / com grande esplendor / de Ti Altíssimo é a imagem.

3. Louvado sejas, meu Senhor, / pela irmã Lua e as Estrelas, / que no céu formastesclaras, / preciosas e belas.

4. Louvado sejas, meu Senhor, / pelo irmão Vento, / pelo ar ou neblina, / ou serenoe de todo tempo / pelo qual às tuas criaturas dais sustento.

5. Louvado sejas, meu Senhor, / pela irmã Água, / que é muito útil e humilde / epreciosa e casta.

6. Louvado sejas, meu Senhor, / pelo irmão Fogo, / pelo qual iluminas a noite, / eele é belo e jucundo / e vigoroso e forte.

7. Louvado sejas, meu Senhor, / pela nossa irmã, a mãe Terra, / que nos sustenta enos governa, / e produz frutos diversos, / e coloridas flores e ervas.

8. Louvado sejas, meu Senhor, / pela nossa irmã a morte corporal, / da qual homemalgum pode escapar.

9. Louvai e bendizei a meu Senhor, / e dai-Lhe graças / e servi-O com grandehumildade. Amén.

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. A cultura que engloba a ciência

"A palavra cultura, no sentido lato, designa tudo aquilo com que o homem

desenvolve os inúmeros dotes do corpo e do espírito de modo a procurarcompreender melhor o universo pelo conhecimento e pelo trabalho; (…) formula,comunica e conserva, nas suas obras, no decurso dos tempos, as grandes experiênciasespirituais e as aspirações maiores do homem, para que sirvam ao progresso dumgrande número e, até, de todo o género humano." (Concílio Vaticano II, ConstituiçãoPastoral sobre a Igreja no Mundo Contemporâneo)Por isso, tentar conhecer o Universo é um acto cultural. Extasiamo-nos perante aimensidão das distâncias que estão em jogo. A nossa inteligência dificilmenteconsegue apreender os movimentos dos astros a velocidades inimagináveis, o nascere o morrer das galáxias, fonte de um sem número de Sóis que a limitada inteligênciahumana mal pode conceber. E não podemos deixar de nos admirar como a Terra,no extremo da Via Láctea, tem sido resguardada das grandes convulsões cósmicasque foram tendo lugar ao longo dos tempos!É um acto cultural tentar conhecer a Natureza. E quando o fazemos, verificamosquão difícil é compatibilizar o acaso com a harmonia que se vai desvendando anteos nossos olhos. Assim como é difícil explicar a origem e a manutenção da vidaatravés dos inúmeros, complicados e rigorosos fenómenos físicos e químicos queregulam o respirar, alimentar, excretar, nascer, crescer...

2. A verdade teológica, a verdade científica e a tecnologia

A ciência faz-se através da observação, da experimentação, do pensamento, dadiscussão. Através dela, tentam-se descobrir os mistérios, os que existem em nós eà nossa volta. Ela procura encontrar a verdade, isto é, a explicação imediata paraos fenómenos, em cada época. Ora a 'verdade' em Ptolomeu, de a Terra ser o centrodo Universo, opõe-se à verdade de Galileu, de os planetas girarem à volta do Sol.Outras verdades foram variando ao longo dos tempos em relação a outros ramosdo saber.Mas será que a verdade científica se opõe à verdade de Deus, como criador de todoo Universo, da Vida e do Homem? E se opõe ao testemunho da verdade que JesusCristo veio trazer-nos?Ora, as duas verdades situam-se em planos diferentes e tentar misturá-las é quererconfundir Ciência com Religião e com Fé. É certo que ambas podem colocaridênticas questões, mas as respostas a dar têm que contar com a relatividade daverdade científica e se, de acordo com a religião católica, é de Deus que tudoprovém, nunca poderá haver contradição nas respostas dadas.Mas a ciência, além do saber e do desenvolvimento pessoal, como actos culturais,proporciona-nos o acesso à tecnologia. A tecnologia é a aplicação do conhecimentocientífico para conseguir um resultado prático. Ora, foi a soma de muitos resultados

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práticos que originou a sociedade em que hoje vivemos. É esta sociedade queparece dar resposta a muitos problemas do homem actual. O carregar no botão,seja ele o da televisão, o do telemóvel ou o do computador, dá acesso a um talnúmero de conhecimentos, experiências e sentimentos que corremos o risco depassarmos a andar atrás do imediato e do acessório. E esquecermos que Deus existee está presente nas nossas vidas! Mas, mediante um endeusamento da ciência e datecnologia, pode, até, prescindir-se da existência do próprio Deus!

3. A cultura como factor de aproximação do homem com Deus e deconstrução de um mundo melhor

São os talentos que possuímos que permitiram que ao longo da História aparecessemobras de génio na música, arquitectura, escultura, pintura, literatura e em muitosoutros domínios e que, sendo nós feitos à imagem e semelhança de Deus, nosdeixam vislumbrar um pouco da sua magnificência. Essas obras são como quelegados de Deus à humanidade, através dos homens, e aproximam-nos mais d'Ele.Mas o Espírito sopra em todos. Todos temos talentos, diversos uns dos outros, maseles, devidamente desenvolvidos e postos à disposição dos que nos rodeiam, irãocontribuir para um maior enriquecimento da humanidade. É na troca destasdiferenças de que cada um é portador que poderemos, também, contribuir para aconstrução de um mundo melhor.

IV - Dialogar para comprometer

1. As grandes catástrofes naturais (terramotos, ciclones, tsunamis, grandesenxurradas, etc…), para as quais a ciência encontra explicações, são manifestaçõesda indiferença de Deus (ou até da sua cólera) para com os homens?2. Como é que a ciência pode conduzir o homem a Deus?3. De que modo a cultura contribui para tornar um mundo mais desenvolvido ecom mais paz?

V - Rezar para testemunhar

Meu Deus, faz com que tome consciência dos talentos que Tu me deste, aquilo queem mim sobressai em capacidades e me distingue dos outros, os desenvolva e,depois, os possa partilhar com aqueles que me rodeiam. Ajuda-me a ver naquiloque eu consigo fazer de bem como uma graça que de Ti recebi, não me deixandocair na vaidade ou no orgulho. Ámen.

7. Catequese de adultos

I. Objectivo

Perceber a importância da Catequese em cada idade e fase da vida, para que a féseja uma realidade.

II. Rezar para iluminar

Ó Deus, pastor e guia de todos os fiéis, fazei-nos crescer na fé e na vida novarecebida no Baptismo, acolhendo a vossa Palavra com um coração sincero e dandotestemunho de vosso Filho Jesus Cristo, nosso Caminho, Verdade e Vida. Amén.

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema (Rom 10,14-21)

1. De onde vimos?

A catequese, tal como afirma a Exortação Apostólica sobre a Catequese (CatechesiTradendae), é, desde os primórdios da Igreja, uma das actividades mais importantes.Foi por causa desta centralidade do ensino da Fé que, logo no princípio, os Apóstolosdeclararam: "Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviçoda Palavra."A centralidade deste múnus resulta, não de opções humanas ou ideológicas, masde um mandato expresso de Jesus Cristo que disse: "Ensinai-os a cumprir tudo oque vos mandei".Naturalmente, a catequese nos primeiros tempos da Igreja, era "coisa para gentegrande". Ora com as pregações espontâneas que nos são relatadas no livro dosActos dos Apóstolos que levavam multidões a aderir à fé e recebiam o Baptismopelas mãos dos Apóstolos, ora, como no caso do Etíope, em que o pedido deesclarecimento é correspondido com uma pregação por parte de Filipe que culminano Baptismo.Com a perseguição de que foi alvo a Fé em Jesus Cristo, quer pelos Judeus, querpelo império romano, a catequese tornou-se uma actividade de alto risco, que muitasvezes culminou no martírio de catequistas e catequisandos, pelo que só com aliberdade de Constantino a catequese se tornou uma actividade de massas, acessívela todos e progressivamente mais generalizada, evoluindo até à forma que hojeconhecemos.

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tempo às perguntas que cada um faz.Não pode a Igreja obrigar a nada, mas igualmente inviável é estar disposta a tudopara manter a aparência dos grandes grupos de catequisandos para quem a catequesenão cumpre nenhuma das suas principais finalidades, nem o primeiro anúncio,nem a formação permanente.O investimento na catequese de adultos permitirá que os pais exerçam a "acçãocatequética da família que tem um carácter particular e, em certo sentido,insubstituível", tal como afirmou João Paulo II na dita Exortação apostólica.

IV. Dialogar para comprometer

1. Como adulto, tenho procurado a formação de que preciso para viver a fé narealidade da minha vida?2. Como adulto responsável pela educação de crianças e adolescentes, valorizo a"acção catequética da família" ou deixo que os meus filhos ou netos olhem para acatequese a par de muitas outras actividades facultativas?

V. Rezar para testemunhar

Pai, Filho, Espírito Santo, / ó Santíssima Trindade!Ó Amor que nos sacia / com a fome da Verdade!

1 - Cantamos à vossa glória, / ó Santíssima Trindade!Guiai, ó Deus, nossos passos / na vossa excelsa Verdade!

2 - A Vós, Deus três vezes Santo, / ó Santíssima Trindade!Rendemos nosso louvor / agora e na eternidade.

3 - Deus Pai, Criador do Mundo / Infinito é o vosso Amor!Por quanto nos concedestes / Louvado sejais, Senhor!

4 - Deus Pai, Vós sois a nascente / da Palavra que é Jesus!Mistério que nos envolve / de paz, de amor e de luz!

5 - Vós, quantos andais errantes, / vinde todos, escutai:Jesus vos traz a Verdade / vos fala de Deus, seu Pai.

6 - Se tendes fome, comei / deste Pão que o Pai envia;Se tendes sede, bebei / da água que vos sacia!

2. Onde estamos?

Apesar de algumas evoluções e da importância dada pelo ensino do Magistério eda Hierarquia da Igreja, a prática comum nas comunidades eclesiais restringe acatequese às idades da Infância, adolescência e juventude, e mesmo com aestruturação da catequese em dez anos, que algumas paróquias já expandiram atéaos 11 ou 12 anos, o prolongar da juventude e o adiar da idade adulta para os trintae tais, faz com que a catequese, tal como a conhecemos, esteja longe da idadeadulta.Para compreendermos o estado da questão temos ainda que reflectir a evolução danegativa do índice de frequência de catequese que é inversamente proporcional aoevoluir nos anos. Quanto mais avançados nos níveis de catequese, menos numerosossão os catequisandos, o que reflecte o pouco investimento dos pais nesta área deformação dos filhos e a pouca capacidade que a catequese tem de cativar osadolescentes e os jovens.Resulta disto que, muitas vezes, em vez de transmissão fecunda da Fé e dos seusconteúdos, a catequese seja um pró-forma cumprido por alguns com objectivosmenos puros e por outros com resultados pouco motivadores.Para além da realidade prática da catequese, temos que atender à realidade demuitos dos cristãos. Profissionalmente competentes, familiarmente realizados,socialmente reconhecidos, mas, em termos de fé e dos seus conteúdos, infantilizados.E isto reflecte-se na vida das comunidades que se vêem a braços com uma pobrezade recursos humanos que a realidade social não faria esperar. Muitos dos nossosauto-proclamados cristãos, sabem da "sua" fé aquilo que aprenderam quandoacreditavam que os bebés vinham de Paris no bico das cegonhas.

3. Para onde vamos?

"A catequese, portanto, há-de tender a desenvolver a inteligência do mistério deCristo à luz da Palavra, a fim de que o homem todo seja por ele impregnado. Destemodo, transformado pela acção da graça em nova criatura, o cristão põe-se a seguirCristo e, na Igreja, aprende cada vez melhor a pensar como Ele, a julgar como Ele,a agir em conformidade com os seus mandamentos e a esperar como Ele nos exortaa esperar." Para que a catequese possa atingir os seus objectivos é necessário queacompanhe cada idade e cada circunstância.É necessário realizar na catequese uma "renovação contínua, mesmo em certoalargamento do seu próprio conceito, nos seus métodos, na busca de uma linguagemadaptada e na técnica dos novos meios para a transmissão da mensagem." Para quepossa chegar a todos, adaptada à realidade de cada um e respondendo em cada

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8. Os Sacramentos que celebramos:exigências, desafios e possibilidades

I. Objectivos

1 - Acolher e celebrar os sacramentos como "sinais" da presença e acção de Cristona sua Igreja2 - Assumir a necessidade da preparação interior e exterior das celebrações dosSacramentos

II. Rezar para iluminar

Refrão: Somos a Igreja de Cristo, as pedras vivas do templo do Senhor.

1. Povo de irmãos em redor do irmão / Fogo alastrado na fraternidade / A mesaposta é lugar para todos / É um convite para a humanidade

2. Povo que luta, trabalha e anseia / Pela justiça de um mundo melhor / Povo quesegue os caminhos de Cristo / Único reino de paz e de amor

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. A morte e a ressurreição de Jesus, centro da fé celebrada

"É preciso voltar a anunciar com vigor e alegria o acontecimento da morte eressurreição de Cristo, coração do cristianismo, fulcro e sustentáculo da nossa fé,alavanca poderosa das nossas certezas, vento impetuoso que varre qualquer medoe indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano. A ressurreição de Cristo assegura-nos que nenhuma força adversa poderá jamais destruir a Igreja. Portanto a nossa fétem fundamento, mas é preciso que esta fé se torne vida em cada um de nós. Assimhá um vasto esforço capilar a fazer para que cada cristão se transforme emtestemunha capaz de dar conta a todos e sempre da esperança que o anima (cf. 1 Pd3, 15): só Cristo pode satisfazer plenamente os anseios profundos de cada coraçãohumano e responder às suas questões mais inquietantes acerca do sofrimento, dainjustiça e do mal, sobre a morte e a vida do Além". Este foi um grande e renovadodesafio que o Papa Bento XVI nos fez no Terreiro do Paço - Lisboa, em 11.05.2010.Voltar a anunciar com alegria a morte e Ressurreição de Cristo. Sim. É o quecelebramos em cada um dos sacramentos da Igreja. Na verdade, Cristo - sempre

unido ao Pai e com o Espírito Santo (cf Jo 10,30; Mc 1,10) - está sempre presentena celebração dos Sacramentos (cf Constituição conciliar sobre a Sagrada Liturgia,nº 7)Por isso, as celebrações dos Sacramentos e da Liturgia da Igreja devem manifestarclara e visivelmente a vida do povo sacerdotal, vivida na terra como no céu, isto é,ao modo da Santíssima Trindade, dando visibilidade à presença de JesusRessuscitado na vida e nas celebrações da comunidade cristã, unida e reunida emnome de Senhor Jesus Cristo.

2. A fé celebrada nos outros Sacramentos

Olhemos para a Eucaristia, o centro da vida cristã, ajudados pela palavra de BentoXVI aos jovens da Holanda, em 21.11.2005: "É importante que no centro da vossavida esteja a participação na Eucaristia, na qual Jesus Se dá a Si mesmo por nós.Ele deseja entrar em comunhão com cada um de vós e bate à porta do vosso coraçãopara vos dar a Sua graça. Ide ao Seu encontro na Santa Eucaristia; ide adorá-Lo nasigrejas e ficai de joelhos diante do sacrário". Não desperdiçar esta possibilidade aoalcance de todos e, sobretudo, voltar a colocar a Eucaristia no centro da vida é odesafio que o Papa nos lança de novo. À Eucaristia estão ligados os outros sacramentos que com ela podem ser celebrados,como se prevê na Instrução Geral do Missal Romano, nº 20: "A celebraçãoeucarística, como toda a Liturgia, realiza-se por meio de sinais sensíveis, pelosquais se alimenta, fortalece e exprime a fé. Para isso, deve haver o máximo cuidadoem escolher as formas e os elementos propostos pela Igreja que, atendendo àscircunstâncias de pessoas e lugares, mais intensamente favoreçam a participaçãoactiva e plena e mais eficazmente contribuam para o bem espiritual dos fiéis".

Mas o primeiro na ordem dos sete sacramentos é o Baptismo; como refere SãoJustino, ele é necessário para receber o Alimento Eucarístico: "A ninguém épermitido dele participar a não ser àquele que crê nas nossas doutrinas, recebeu obaptismo para remissão dos pecados e para a regeneração e vive segundo osensinamentos de Cristo"; depois a Confirmação que faz de cada um "pedra viva":"também vós - como pedras vivas - entrais na construção de um edifício espiritual,em função de um sacerdócio santo, cujo fim é oferecer sacrifícios espirituaisagradáveis a Deus, por Jesus Cristo" (1Ped 2, 5). Com a Eucaristia, o Baptismo e aConfirmação constituem os Sacramentos da Iniciação Cristã (cf Catecismo da IgrejaCatólica, 1210 - 1419)

Como tudo seria harmonioso e se notaria o perfume agradável da vivência cristã,

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se o pecado não voltasse a manchar a vida dos cristãos. Mas, estamos no mundo,"embora não sendo do mundo" (Jo 17, 16), e a mentalidade individualista do nossotempo é um grande obstáculo que também nós, os baptizados, temos que vencer eultrapassar; só assim podemos fazer a experiência feliz de um povo reunido napresença do Senhor, conforme a sua promessa: "Onde dois ou três estão reunidosem meu nome, Eu estou no meio deles" (Mt 18, 20). Quando esta unidade é rompidae a divisão se estabelece na pessoa e na comunidade, há um novo "sinal sacramental"a Penitência ou Reconciliação que os Padres da Igreja chamam a "segunda tábuade salvação", depois da primeira do Baptismo, que nos salva de um novo naufrágioe do desaparecimento da graça baptismal. O Baptismo purifica na água e no Espírito;a Penitência limpa no "banho das lágrimas" do arrependimento que celebra a festado perdão e conduz a uma vida nova. Tudo isto para ajudar a "viver no e para oSenhor". Estamos, assim, diante de um dos dois "Sacramentos de Cura" a que oCatecismo da Igreja Católica liga um segundo, o "sinal sacramental" da Unção dosDoentes (cf Catecismo IC 1420 - 1531). Na verdade, como refere São Paulo,"nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum morre para si mesmo. Se vivemos,é para o Senhor que vivemos; e se morremos, é para o Senhor que morremos. Ouseja, quer vivamos quer morramos, é ao Senhor que pertencemos" (Rom 14,7-8).Por isso, quando o corpo físico e psíquico está débil (doente) e se tem necessidadedo auxílio do Senhor é luminosa a palavra de São Tiago: "Algum de vós estádoente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes orem sobre ele, ungindo-o comóleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará"(Tg 5,14-15).

Além destes cinco sacramentos, temos outros dois que o Catecismo da IgrejaCatólica chama "Sacramentos ao serviço da comunhão" e da missão dos fiéis naIgreja (cf Catecismo IC, 1533 -1690). Os fiéis chamados a celebrar o Sacramentoda Ordem são consagrados para ser, em nome de Cristo, "com a palavra e a graçade Deus, os pastores da Igreja" (cf Lúmen Gentium, 11). E os fiéis chamados àvivência do amor como "esposos cristãos são fortalecidos e como que consagradosem ordem aos deveres do seu estado, por meio de um sacramento especial"(Gaudium et Spes, 48, 2) - o Matrimónio, quando o celebram e o assumem na féque professam.

Olhar, assim, para a vida sacramental a partir do Amor de Cristo derramado emnossos corações (cf Rom 5,5; 2Cor 1, 22; 5,11-21), coloca-nos diante da exigênciamaravilhosa de uma vida vivida no amor e na verdade, levanta-nos desafios urgentesno campo da formação e da digna celebração dos sacramentos e oferece-nos mil euma possibilidades de transformar a vida numa experiência verdadeiramente feliz

cá na terra. Deste modo, antecipamos desde já, no "aqui e agora", o que havemosde saborear para sempre na vida de felicidade que se eterniza emDeus - Amor. Nesta mesma perspectiva se integra o luminoso pensamento de ChiaraLubich que gostava tanto de afirmar: "O paraíso é uma casa que se constrói cá e sehabita lá".

IV. Dialogar para comprometer

1. Na narração da Paixão de Jesus, segundo São João, está escrito: "Inclinando acabeça, entregou o espírito" (Jo 19, 30) e "Do seu lado aberto saiu sangue e água"(Jo 19, 34). Já pensámos que todos os sacramentos brotam do amor misericordiosode Jesus Crucificado e que a Igreja os deve celebrar com sinais visíveis e emcomunidade reunida nesse amor?2. Como preparar e celebrar melhor os sacramentos, para que a comunidade participecom alegria na sua celebração e deles receba de forma consciente aquela ajudapara a vivência da fé, que é essencialmente um encontro comunitário com Deus (cfMt 18,20), que se prolonga no amor aos irmãos (Mt 25, 31-46)?

V. Rezar para testemunhar

1. Todos unidos formamos um só corpo, / um povo que na Páscoa nasceu; / membrosde Cristo, em sangue redimidos, / Igreja peregrina de Deus! / Dentro de nós vive oEspírito de vida / que o Pai pelo Filho enviou. / Ele nos anima, nos guia e alimenta,/ Igreja peregrina de Deus!

Refrão: Nós somos na terra / semente de outro Reino, / nós somos testemunhas deamor;/ Paz que vence as guerras / e luz que vence as trevas, / Igreja peregrina deDeus!

2. Rugem tormentas e, às vezes nossa barca / Parece que perdeu o timão. / Olhascom medo, perdeste a confiança, / Igreja peregrina de Deus! / Uma mesma esperançanos enche de alegria, / Presença que o Senhor prometeu. / Vamos cantando, connoscoEle caminha, / Igreja peregrina de Deus!

3. Todos nascidos num único baptismo / Unidos na mesma comunhão. / Todosvivendo em uma só família, / Igreja peregrina de Deus. / Todos irmanados numúnico destino / Ligados pela mesma salvação. / Somos um corpo e Cristo é a cabeça/ Igreja peregrina de Deus.

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9. Evangelizar através da religiosidade popular

I. Objectivos

1- Encontrar na vivência da 'religiosidade popular' um desafio à missão da Igreja2- Colher das suas variadas manifestações caminhos úteis para a evangelização

II. Rezar para iluminar

Refrão: Glória ao Pai, Glória ao Filho, Senhor. Glória ao Espírito Santo, Amor.

1. Eu caminharei, em direcção a Deus / Que alegra os filhos seus2. No seu santo templo, tem Deus um altar / Para connosco estar3. Glória e louvor, queremos dar a Deus / Por nossa Mãe do Céu.

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

A procura do transcendente, do sagrado, de Deus… é uma questão humana euniversal, daí a universalidade da religiosidade ou fenómeno religioso. Onde querque se encontrem vestígios da presença humana aí se encontram manifestações doreligioso. É o imenso mundo da 'religiosidade popular'... Na verdade, a dimensãoreligiosa da pessoa humana faz parte da sua própria natureza, do seu ADN, enquantoa dimensão cristã e litúrgica, com uma referência imprescindível a Jesus Cristo eao seu Mistério Pascal, é fruto duma enxertia e duma adesão vital que deve levar aexclamar como Paulo: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gal2,20). Daí a necessidade duma harmonização da Piedade Popular (que existeprimeiro) com a Liturgia (que vem depois).Nos anos que se seguiram ao II Concílio do Vaticano (1962-1965), a Igreja Católicaatravessou um período extremamente difícil, também no que se refere à'religiosidade popular'. Havia uma corrente de pensamento e acção que resumia avida espiritual do cristão apenas à participação litúrgica; os 'exercícios e as práticasde piedade', expressões congénitas da 'religiosidade popular', para além de nãoserem considerados dignos de crédito, eram até desprezados e votados ao ostracismo.A par desta mentalidade foi também crescendo o processo de secularização daspessoas e das sociedades, o que viria a abalar profundamente a vida da Igreja.Neste contexto, merece uma referência especial a palavra do Papa Paulo VI, depoisde ter sido peregrino de Fátima em 13.05.1967, quando escreveu na ExortaçãoApostólica Marialis Cultus (02.02.1974) no nº 24: "O mesmo Concílio Vaticano

II, no entanto, exorta a que, ao lado do culto litúrgico, se promovam outras formasde piedade, sobretudo aquelas que têm sido recomendadas pelo Magistério (LG67). Como é bem conhecido, a veneração dos fiéis para com a Mãe de Deus temrevestido, de facto, formas multíplices, de acordo com as circunstâncias de lugar ede tempo, com a diversa sensibilidade dos povos e com as suas diferentes tradiçõesculturais. Disso resulta que, sujeitas ao desgaste do tempo, essas formas em que seexpressa a piedade se apresentem necessitadas de renovação, que dê azo a nelasserem substituídos os elementos caducos, a serem valorizados os perenes, e a seremincorporados os dados doutrinais adquiridos pela reflexão teológica e propostospelo Magistério eclesiástico".A ausência deste cuidado em relação à 'religiosidade popular' deu origem a quemuitos se afastassem da Igreja e fizessem crescer o número de membros daschamadas "seitas".Por isso, revalorizar a piedade popular e educar a 'religiosidade popular' é umaverdadeira tarefa pastoral, a que as comunidades e os pastores devem dar a devidaatenção. Para concretizar esta tarefa, escrevia Paulo VI, em 08.12.1975, no nº 48da Exortação Apostólica "Evangelii Nuntiandi": "Neste ponto, tocamos um aspectoda evangelização a que não se pode ser indiferente… A religiosidade popular, pode-se dizer, tem sem dúvida as suas limitações. Ela acha-se frequentemente aberta àpenetração de muitas deformações da religião, como sejam, por exemplo, assuperstições. Depois, ela permanece com frequência apenas a um nível demanifestações cultuais, sem expressar ou determinar uma verdadeira adesão de fé.Ela pode, ainda, levar à formação de seitas e pôr em perigo a verdadeira comunidadeeclesial. Se essa religiosidade popular, porém, for bem orientada, sobretudomediante uma pedagogia da evangelização, ela é algo rico de valores. Assim elatraduz em si uma certa sede de Deus, que somente os pobres e os simples podemexperimentar; ela torna as pessoas capazes para terem rasgos de generosidade epredispõe-nas para o sacrifício até ao heroísmo, quando se trata de manifestar a fé;ela comporta um apurado sentido dos atributos profundos de Deus: a paternidade,a providência, a presença amorosa e constante, etc. Ela, depois, suscita atitudesinteriores que raramente se observam algures no mesmo grau: paciência, sentidoda cruz na vida quotidiana, desapego, aceitação dos outros, dedicação, devoção,etc. Em virtude destes aspectos, nós chamamos-lhe de bom grado "piedade popular",no sentido de religião do povo, em vez de religiosidade. A caridade pastoral há-deditar, a todos aqueles que o Senhor colocou como chefes de comunidades eclesiais,as normas de procedimento em relação a esta realidade, ao mesmo tempo tão ricae tão vulnerável. Antes de mais, importa ser sensível em relação a ela, saberaperceber-se das suas dimensões interiores e dos seus inegáveis valores, estar-sedisposto a ajudá-la a superar os seus perigos de desvio. Bem orientada, esta

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religiosidade popular, pode vir a ser cada vez mais, para as nossas massas populares,um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo".Também o Conselho Episcopal Latino-americano, em 1976, escrevia: "Só estudandoa sua mais antiga origem, a sua realidade como dom do Espírito, o seu dinamismoteocêntrico, é que poderemos compreender melhor a religiosidade (não estritamenteno sentido litúrgico), o seu encaminhamento e o seu valor como acto religioso.Encontra-se, por vezes, nestas formas de piedade um profundo humanismo e umsólido cristianismo que impregnam e fazem vibrar as mais pequenas fibras da pessoahumana".Nesta cadeia de ensinamentos, surge também João Paulo II em 2001, quandomandou que se publicasse o Directório sobre a Piedade Popular e Liturgia -princípios e orientações (17.12.2001). Na sua apresentação, em 21.09.2001, afirma:"a religiosidade popular… quando é genuína, tem como sua fonte a fé, devendo,por isso, ser apreciada e fomentada".Para uma adequada evangelização da 'religiosidade popular' serve de forçailuminadora o que neste Directório se escreve no nº 157, a propósito da Solenidadeda Santíssima Trindade: "São numerosos os exercícios de piedade que têm umamarca e uma dimensão trinitária. A maior parte deles começa com o sinal da cruz…outros começam dando "Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo… Outros aindaconcluem com a bênção dada em nome das três Pessoas divinas".Além disso, para uma apreciação das muitas e variadas formas da 'religiosidadepopular' ter-se-á de ter em conta e avaliar a sua referência contínua e explícita coma Santíssima Trindade "o mistério central da fé e da vida cristã (cf Catecismo IC,nº 234) e sublinhar que todas as formas genuínas de piedade cristã devem fazer anecessária referência ao único e verdadeiro Deus Uno e Trino "o Pai Omnipotentee o seu Filho Unigénito e o Espírito Santo" (Catecismo IC, 233).

IV. Dialogar para comprometer

1 - Quais as manifestações da 'religiosidade popular' existentes na Paróquia? Nacaminhada de peregrinos nesta terra, quais as que é preciso valorizar e quais as queprecisam de alguma purificação?2 - Como encontrar e concretizar uma relação correcta e harmoniosa entre asmanifestações da 'religiosidade popular' e a Liturgia?

V. Rezar para testemunharMeu Deus, eu creio, adoro, espero e amo -VosPeço -Vos perdão para os que não crêem,Não adoram, não esperam e não Vos amam (3 vezes).

10. A Igreja, a família cristãe novas configurações 'familiares'

I. Objectivos

1. Perspectivar a família cristã alicerçada no sacramento do matrimónio e nanecessidade de formação permanente dos casais;2. Reflectir sobre os desafios das famílias cristãs num contexto de novas perspectivasde família.

II. Rezar para iluminar

Senhor nosso Deus, que, desde o princípio da criação do género humano, quereis aunião do homem e da mulher, como expressão do vosso amor por todos, manifestadoem vosso Filho feito homem, e como sinal da aliança entre si e convosco, concedei-nos a graça de compreender a grandeza do amor humano como base de toda afamília. Ámen.

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. Igreja e família

A família cristã vive a fé, com humildade e frontalidade mas corajosamente, nostempos de hoje. A Igreja não pode deixar de escutar as vozes das famílias cristãs,nestes tempos conturbados em que vivemos, pois o matrimónio e a família"constituem um dos bens mais preciosos da Humanidade" (FC, 1).São muitas as forças que procuram denegrir e destruir a família cristã, aliadas ameios de comunicação social adversos à fé cristã, como havia antecipado JoãoPaulo II na Exortação Apostólica Familiaris Consortio (FC). A Família cristãcontinua a ter o mesmo lugar no coração da Igreja, numa missão apostólica, porvezes exteriorizada numa linguagem desprovida de fundamentação teológica, masenriquecida pela verdade testemunhada no quotidiano. Hoje, "a Igreja, para cumprira sua missão, tem de esforçar-se por conhecer as situações em que o matrimónio ea família se encontram" (FC, 4).O matrimónio e a família cristã edificam a Igreja (FC, 15) na sua complexa teia derelações interpessoais: é no seu seio que as gerações futuras crescerão e serãoeducadas.

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2. Matrimónio e família cristã

Para conhecer os problemas, as ansiedades, as esperanças e os sonhos das famíliastemos de perceber que muitas delas (mesmo as estruturadas) já não são famíliascristãs, muito embora persista a semente da fé (que não deve ser menosprezada).Apesar dos esforços da Igreja no seu acompanhamento, a situação da Família Cristãencontra-se hoje muito mais pressionada que há trinta anos atrás, pelo que estetema é de grande actualidade e verdadeiramente estruturante na estratégia da NovaEvangelização.O conceito de casamento está em si mesmo em evolução afastando-se da noçãocristã. Se até há escassos meses, na versão civil, se tratava de um contrato entre umhomem e uma mulher, hoje consagrou-se no nosso ordenamento jurídico a cisãoconceptual (hetero e homossexual). As uniões de facto ganham cada vez mais oestatuto de "casamentos à experiência", para ver se resulta, sem compromissoscontratuais.Ao falar de famílias, temos de considerar, numa perspectiva alargada, as que radicamno matrimónio, enquanto sacramento da Igreja, as que se alicerçam numa basecivil, com inspiração cristã noutras religiões, ou simplesmente numa tradição de"católicos não praticantes" (hoje maioritários no nosso País). Umas monoparentais,outras desestruturadas, outras resultantes de "recasamentos" donde emergem umadiversidade de novas situações (os meus filhos, os teus filhos, os nossos filhos).Para além das famílias (muitas são famílias cristãs) existem as "quase famílias"geradas de uniões de facto duradouras, a par com as "não famílias", desestruturadas,fontes de múltiplos problemas sociais em devir e "os sem família", onde a solidãose consolida e degenera em múltiplos desesperos.Para os cristãos católicos é importante consolidar o casamento no Sacramento doMatrimónio. Assim sendo, tão importante como a preparação para o Matrimónio(CPM), é essencial uma preparação no Matrimónio. Bento XVI sustenta que esteSacramento, "baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se o ícone dorelacionamento de Deus com o seu povo" (Carta Deus é Amor, 11) e recomendaaos Estados que "promovam a centralidade e a integridade da família, fundada nomatrimónio de um homem e de uma mulher, célula primeira e vital da sociedade(Caridade na Verdade, 44).

3. Novas configurações familiares

Nos anos 80, estas novas configurações familiares sustentavam-se no casamentocivil, nas uniões de facto, nos casamentos à experiência, nos divorciados que

voltavam a casar (FC; 77 a 85). Trinta anos volvidos, os noivos casam cada vezmais tarde, frequentemente com experiências de vida em comum, alguns optandoprimeiro pelo casamento civil e só mais tarde pelo Sacramento do Matrimónio. Adeturpação conceptual do verdadeiro significado do amor, do matrimónio, dafamília, da fidelidade e da fecundidade, implica uma reacção pró-activa da Igreja.A "mentalidade contra a vida" (FC, 30) agudiza-se, criando-se uma noção hedonista,alicerçada em falácias que utilizam premissas falsas e que conduzem as pessoas aopções qualificadas como "modernas".Urge desconstruir esta mentalidade, desocultando os indícios e factos que atacama família e lhe colocam falsas alternativas.

IV. Dialogar para comprometer

1- Como poderemos utilizar os sacramentos de iniciação dos filhos, para nosaproximarmos dos casais unidos pelo casamento civil (ou união de facto)? Comocativar estes casais para celebrarem o Matrimónio, aprofundando a sua fé?2- Sabemos identificar os principais ataques (disfarçados) às nossas famílias? Deque forma poderemos reagir (leigos e clero) às propostas que se opõem à culturada vida e à civilização do amor?

V. Rezar para testemunhar

Nós, aqui reunidos nesta reflexão, comprometemo-nos a amplificar a nossaespiritualidade, nomeadamente no seio da nossa família, consolidando a nossareflexão no aprofundamento da fé, alicerçado nas Escrituras e nos documentos daIgreja.

Senhor nosso Deus,Do qual provém toda a paternidade, nos céus e na terra,Vós, Pai que sois Amor e Vida,Pelo vosso Filho Jesus Cristo, "nascido de uma mulher",E pelo Espírito Santo, fonte de amor divino,Fazei que na terra inteira, cada família humana,Se torne verdadeiro santuário de vida e amor,Para as gerações que sucessivamente se renovam.Fazei que as novas geraçõesEncontrem na família sólido apoio,Que as torne cada vez mais humana e as faça crescerNa verdade e no amor.

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Nós vo-lo pedimos por Nosso Senhor Jesus Cristo,Caminho, Verdade e Vida, pelos séculos dos séculos. Ámen.

(João Paulo II, Carta às Famílias, Ano Internacional da Família, 1994)

desde o seu início, cuidou dos órfãos e viúvas e estava presente para socorrer osdoentes. A caridade da Igreja sempre foi tão grande que impressionou até os seusinimigos.

Os Padres da Igreja que legaram os seus ensinamentos ao mundo, mesmo entre assuas enormes ocupações, tiveram tempo de se dedicar ao serviço da caridade. Entreoutros, S. Crisóstomo, no séc. IV, fundou uma série de hospitais; e Santo Agostinhofundou um hospital para peregrinos, resgatou escravos, e socorreu os pobres. Nãohá um só santo da Igreja que não tenha vivido exemplarmente a caridade para como próximo.

2. O verdadeiro sentido da caridade

A caridade deve ser para o cristão, uma atitude natural, porque a caridade cristãvem daquele preceito de Jesus Cristo: "Dou-vos um novo mandamento: que vosameis uns aos outros como Eu vos amei." (Jo 13,34). É com este sentido depreocupação pelo outro e de partilha fraterna, que vivemos a nossa fé cristã; a féque se há-de transformar em acção: é a esta acção que chamamos Caridade.A primeira atitude da caridade é o acolhimento. O acolhimento, na Sagrada Escritura,une e coloca em comunhão o acolhido e aquele que acolhe e, pelo acolhimento,chegamos à partilha de bens, de tempo e de vida. Desde o gesto de acolhimento atéà oferta, não apenas do que nos sobra, mas até daquilo que implica alguma privaçãopessoal ou familiar, não faltam ao cristão, nem ocasiões nem motivos para a partilhafraterna. Também Jesus e os Apóstolos, nas suas deslocações para anunciar oEvangelho, tinham necessidades muito concretas: transporte, alimentação,hospedagem, locais de reunião… mas Jesus tinha amigos generosos e aceitou aajuda de muita gente, que oferecia: o seu barco para atravessar o lago, a casa paraos acolher, a hospedagem e a alimentação. O Novo Testamento mostra-nos, assim,que a obra da evangelização e o trabalho da Igreja ao serviço dos outros, desde oinício, contaram com o apoio espiritual e material de todos os baptizados.

3. A caridade na Igreja de hoje

Tal como na História da Igreja, também hoje, motivados pela riqueza da fé querecebemos no Baptismo e pelo sentido da gratidão a Deus, todos os membros daIgreja são chamados a colaborar, de várias formas, para que os dons do Evangelhotambém cheguem a outras pessoas.Na sua primeira Encíclica, Deus caritas est, Bento XVI afirma que "a caridade é

11. O compromisso da caridade na Igreja

I. Objectivos

1 - Compreender o compromisso da caridade no contexto geral da Pastoral;2 - Tomar consciência de que a caridade é um exercício que compromete todos ecada um dos cristãos

II. Rezar para iluminar

Senhor da misericórdia, ajuda-nos a compreender que o doente e o necessitado, acriança, as mães sozinhas e os filhos que sofrem, devem usufruir de prioridade nasnossas preocupações. Não nos deixes indiferentes ao sofrimento e inspira-nos naacção, para atenuar as lágrimas e as aflições, os conflitos e desarmonias que lavramsobre a terra. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Ámen.

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. A prática da caridade na história da Igreja

Seria impossível descrever toda a história da Caridade da Igreja, desde o tempo emque Jesus ensinou os seus discípulos a "amar o próximo como Eu vos amei", atéaos nossos dias. São inúmeras as obras que os cristãos foram criando e mantendoao longo destes vinte séculos de cristianismo. Esta caridade católica sempre foitotalmente gratuita, desinteressada, diferente de muitas outras formas de filantropiaque esperavam algum retorno, em forma de reconhecimento ou destaque social.A caridade ensinada por Jesus Cristo foi "algo novo" no mundo antigo: Jesus ensinaque se deve "amar até o inimigo" e "perdoar os que nos maltratam". Esta caridadefoi a mola que impulsionou todas as acções da Igreja Católica e foi factordeterminante na vida e na acção dos cristãos e das instituições eclesiais. A Igreja,

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exercida, tanto no plano pessoal, como nos grupos sociais" e, Paulo VI na EncíclicaPopulorum Progressio, afirma que "a caridade é global, porque se dirige a toda apessoa". Contudo, alguns desvios de "assistencialismo" exacerbado do passado,que infelizmente ainda vão persistindo, não devem deixar de nos conduzir aoexercício de uma caridade organizada, como resposta ao desenvolvimento integral,à promoção e à inserção da pessoa humana. A caridade organizada, "Cáritas", implicaserviços para pessoas necessitadas, populações excluídas e marginalizadas. Istosignifica que, as comunidades cristãs e os agentes da "caridade organizada" devempensar na interacção com os pobres, como forma de constituir comunidadesinclusivas e renovadas que caminhem para uma maior caridade, justiça esolidariedade. "O diálogo fecundo entre fé e razão não pode deixar de tornar maiseficaz a acção da caridade na sociedade, e constitui o quadro mais apropriado paraincentivar a colaboração fraterna entre crentes e não crentes na perspectiva comumde trabalhar pela justiça e a paz da humanidade" (Bento XVI, Caritas in veritate,n.º 57).Denis Viénot, que foi o primeiro leigo a presidir à "Cáritas Internationalis" afirmou:"Não há pobres bons e pobres maus, imigrantes bons e imigrantes maus. A caridadecaminha de mãos dadas com a Palavra de Deus e com a sua celebração".

IV. Dialogar para comprometer

1 - Quando falo da caridade na Igreja, associo-a, exclusivamente, às dádivas ouesmolas?2- Na minha vida cristã tenho delegado, em exclusivo, às Instituições da Igreja oexercício da caridade?3 - Quais os desafios que o tema de hoje, sobre a caridade, me lança enquantocristão?

V. Rezar para testemunhar

Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de viver com alegria o mesmo espíritode caridade que levou o vosso Filho a entregar-Se à morte pela salvação dos homens.Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ámen.

12. Os bens da Igreja

I. Objectivos

1- Reconhecer que Igreja dispõe de bens materiais como um direito próprio, namedida em tal constitui uma necessidade para levar a cabo a sua missão nestemundo.2- Reconhecer a origem, natureza e finalidade dos bens da Igreja.

II. Rezar para iluminar (Ler e meditar Lucas 16, 8-13 ou Lucas 9, 1-6)

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. As riquezas da Igreja para S. Lourenço

O título deste tema lembrou-me a vida de S. Lourenço, Diácono responsável pelaadministração do bens da Igreja no tempo do Papa Sixto II, o qual, tendo sidopreso foi intimado a "prestar contas" dos bens e das riquezas que a Igreja possuía.Pediu um prazo para o fazer, dizendo que tudo entregaria. Foram-lhe concedidostrês dias, durante os quais reuniu os cegos, os coxos, os aleijados, toda sorte deenfermos, crianças e velhos e anotou-lhes os nomes que depois apresentou àsautoridades como os verdadeiros bens da Igreja, o que lhe valeu a ira do Imperadore uma especialmente cruel forma de martírio, sendo assado na grelha. De facto, osbens da Igreja não são as suas riquezas materiais, mas o dom de Deus de que éportadora e a pessoa humana ao serviço da qual se encontra, especialmente osmais débeis...Entendo que não era esse o tema que me foi pedido e, portanto, vamos falar debens materiais.

2. Os bens materiais

A relação do homem com os bens materiais desde sempre faz parte da reflexãoteológico-moral e sempre constituiu na mesma um capítulo importante. Não porqueos bens materiais em si mesmos estejam sujeitos à consideração ética, pois em simesmos não são bons nem maus, mas na relação que o homem estabelece comeles, pelo uso que lhes dá, empresta-lhes uma conotação positiva ou negativa.A mensagem do Novo Testamento sobre os bens materiais coloca em destaque a

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sua bondade intrínseca enquanto bens criados: como dons de Deus, cuja solicitudepaterna manifestam, eles estão sob o domínio do homem (Gen 1, 28-30).Da sua origem decorrem algumas atitudes que o homem deve adoptar face aosmesmos:São bons, por isso, o homem pode utilizá-los de consciência tranquila; foram criadospor Deus, logo, o homem não tem um direito absoluto sobre os mesmos; apontampara bens mais excelentes (1 Cor 12, 31), portanto, devem estar ao seu serviço enão devem ser colocados em sua substituição; o homem recebeu domínio sobre osbens temporais, o que significa que há-de manter-se superior a eles e não prostrar-se diante deles. Finalmente, porque são dons de Deus, o cristão deve confiar-se àprovidência e há-de pedir a Deus cada dia os seus favores, como ensina o Pai-nosso.

3. A Igreja e os bens materiais

Tudo o que dissemos acima da relação de cada pessoa com os bens materiais, vale,com as devidas adaptações, para a relação da Igreja com os bens materiais.Todavia, no tocante aos bens da Igreja, a generalizada falta de informação sobre aeconomia eclesial, pelo menos à nossa volta, com boa ou má fé, tem contribuídopara criar imagens fantasistas sobre as riquezas da Igreja, quando geralmente apenashá uma economia pouco desenvolvida e quase de subsistência. É verdade que aIgreja é detentora de vasto património arquitectónico e artístico, mas, para lá dalegitimidade da sua posse e da necessidade do mesmo para o culto, quantas vezesesse património é mais fonte de gasto que sinal de riqueza!Sempre houve e haverá na igreja a tensão entre o princípio da pobreza evangélicae a necessidade de meios para, neste mundo, desenvolver a sua missão.Fruto da generosidade dos fiéis, os bens materiais da Igreja são, antes de mais,expressão da co-responsabilidade dos seus membros na sustentação da suaactividade, como diz o cânone. 222 §1: "Os fiéis têm o dever de ajudar a Igreja nassuas necessidades, de modo a que disponha do necessário para o culto divino, paraas obras de apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros".Ao mesmo tempo, como fruto da liberdade, consciência e generosidade dos fiéis,consequência do sentir de pertença à Igreja, estes bens são sinal de comunhão e departilha, como nos recorda o exemplo da primitiva Igreja de Jerusalém, onde osirmãos punham tudo em comum (Act 2, 44-45).Este princípio da comunhão eclesial também se aplica aos bens eclesiásticos notocante às relações entre as pessoas jurídicas eclesiais e o dever de partilha estende-se também às relações entre as diversas Igrejas (cân. 1274 §3). Sem negar o direitode cada pessoa jurídica à propriedade, a sua administração deve ser exercida tendo

em conta esta dimensão comunitária e está submetida ao controle da autoridadeeclesiástica, quer na prestação de contas, quer na necessária autorização préviapara certos actos de administração mais relevantes (alienações, aquisições, aceitardoações, etc…).Sinal de co-responsabilidade é também a participação dos fiéis na administraçãodos bens da Igreja, participação obrigatória, através dos conselhos económicos (nadiocese, paróquia e em todas as pessoas jurídicas eclesiais).Estes bens, não só pelo respeito pela vontade dos dadores (princípio sagrado nodireito canónico - cân. 1267; 1300, 1301, etc.), mas também pela sua natureza, devemser utilizados de acordo com a sua finalidade: "culto divino, para as obras de apostoladoe de caridade e para a honesta sustentação dos seus ministros" (cân. 222 §1).

IV. Dialogar para comprometer

1- Pensa que a Igreja deveria ser financiada pelo Estado, em razão da acção socialrelevante, ou pensa que se deve auto-financiar, pela partilha dos seus membros?2- "Os fiéis têm o dever de ajudar a Igreja nas suas necessidades" (cân. 222 §1).Será que os cristãos da nossa paróquia se preocupam com a sua situação económicae se dispõem a partilhar com ela os seus recursos?3- Partilha da ideia que a Igreja é rica e que ostenta uma riqueza desnecessária?

V. Rezar para testemunhar - "Salmo da publicidade"

Senhor, louvo a publicidade. / Não por conseguir vender paraísos pequenos eilusórios, / mas porque o faz com grande astúcia e muito bem. / É essa que devemosusar para anunciar o teu paraíso.

Senhor, louvo a publicidade. / Não porque sabe inventar necessidades insistentes eenganosas, / mas porque o faz investindo dinheiro / e empenhando cérebros efantasias e capacidades artísticas. / Que também nós devemos investir, / paracorresponder às necessidades reais / e às perguntas urgentes dos homens e mulheres.

Senhor, louvo a publicidade / Não pelo que diz, mas como o diz. / Senhor, o nossoanúncio / é muitas vezes demasiado previsível, repetitivo e ultrapassado.

Senhor, louvo a publicidade. / Pela sua esperteza. / A mesma que nós devemos ter./ Por Ti.

(Citado por T. LASCONI, Ó Catequista, ó meu catequista!, ed. Paulinas, Prior Velho: 2004, p. 76).

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26; AG 19-22; OE 15; UR 22, PO 5-6, GS 91). Usa indistintamente os termos"Igreja particular" e "Igreja local", mas posteriormente tende a abandonar-se adesignação "Igreja local", pela referência geográfica mais explícita, com o perigode fazer esquecer a universalidade da Igreja, também presente na Igreja local ouparticular.No Decreto CD 11, encontramos a definição de Diocese ou Igreja particular:"Diocese é a porção do Povo de Deus, que se confia a um Bispo para que a apascentecom a colaboração do presbitério, de tal modo que, unida ao seu pastor e reunidapor ele no Espírito Santo por meio do Evangelho e da Eucaristia, constitui umaIgreja particular, na qual está e opera a Igreja de Cristo, una, santa, católica eapostólica".Ao dizer "porção" pretende distinguir-se de "parte", determinada percentagem,como se a Igreja Católica fosse o resultado da soma das diferentes partes ou Igrejasparticulares. Na verdade, a Diocese (Igreja particular) é uma Igreja que tornapresente realmente no espaço e no tempo, em determinado lugar, a Igreja universal,a Igreja una e única de Cristo. Como refere o cânone 368, a una e única Igrejacatólica constitui-se nas e a partir das Igrejas particulares, que são primeiramenteas dioceses, havendo outras realidade equiparadas, como a abadia territorial, ovicariato apostólico, a prefeitura apostólica e a administração apostólicaestavelmente erigida, etc.Voltando à Diocese, modelo de Igreja particular, ela é a porção do Povo de Deusque está confiada a um Bispo como pastor próprio. Porém, ele não o pode fazersozinho, pois habitualmente a Diocese envolve um território consideravelmenteextenso e por isso deve contar com a colaboração do presbitério. A união com oPastor é constitutiva deste ser Igreja, pois ninguém pode ser cristão sozinho, masapenas em comunhão com o Pastor que, por sua vez, está em comunhão com osoutros Bispos e mais significativamente com o Pastor da Igreja universal, o Bispode Roma. Esta comunhão é fruto do Espírito Santo que anima a Igreja e, peloEvangelho e a Eucaristia, a realiza.

2. A nossa Diocese

Em 21 de Agosto de 1549, o Papa Paulo III, através da Bula Pro ExcellentiApostolicae Sedis, criou a Diocese de Portalegre, com a justificação que se segue:"… sucede que a diocese da Guarda é muito extensa, larga e dispersa e que há nelamuitas povoações afastadíssimas da cidade e da Igreja da Guarda…. entre outraspovoações situadas para além do Tejo, existe a de Portalegre, muito opulenta enotável pela fertilidade dos seus campos, pela multidão, nobreza e afluência de

13. A "Igr eja particular": a nossa Diocese

I. Objectivos

1- Perceber a Igreja particular como porção da Igreja, Povo de Deus2- Reconhecer a nossa Diocese como concretização dessa realidade

II. Rezar para iluminar

Cântico: Somos a Igreja de Cristo, as pedras vivas do Templo do Senhor.

Povo em marcha p'r'a casa do Pai,Com Cristo amigo, com Cristo irmão,Abre caminhos na fé e na esperança,De mão nas mãos e um só coração.

Povo que luta, trabalha e anseiaPela justiça de um mundo melhor;Povo que segue os caminhos de Cristo,Único Reino de paz e de Amor.

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. Igreja particular

O Concílio Vaticano II utiliza várias imagens para se referir à Igreja, nomeadamentena Constituição sobre a Igreja (Lumen Gentium): Povo de Deus, Sacramentouniversal de Salvação, Corpo de Cristo, etc. Ora este povo, esta comunhão decrentes, espalhada por toda a terra, não existe de modo desorganizado, mas numpovo estruturado, hierarquicamente ordenado, com ministérios e serviços eestruturas que organizam a comunhão e a caridade, que é a vida da mesma Igreja.Já no Novo Testamento encontramos frequentemente a assembleia cristã de umdeterminado lugar designada como "a Igreja de…" ou a "Igreja que está em…",indicando uma realidade local e universal (Ap. 2, as cartas às Igrejas; 2Cor 1,1: "AIgreja de Deus que está em Corinto", etc.). Na Idade Média, com a necessidade desalvaguardar a liberdade e autonomia da Igreja face ao Imperador, foi-se acentuandoa Igreja universal, com o consequente esquecimento da Igreja particular.O II Concílio do Vaticano vai redescobrir a Teologia da Igreja particular (LG 23 e

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clero e do povo… concedemos e designamos a povoação de Portalegre para cidade,as outras povoações, termos territórios, fortalezas, vilas e lugares para diocese… esendo o nosso amado filho Julião de Alva cónego da Igreja de Lisboa, …propomo-nos designá-lo como bispo e pastor para governar a mesma Igreja de Portalegre".A antiga Diocese de Castelo Branco, criada em 17 de Junho de 1771 por ClementeXIV, a partir da diocese da Guarda, incluindo as regiões de Castelo Branco eAbrantes, veio a integrar-se na diocese de Portalegre em 30 de Agosto de 1881,sob o pontificado de Leão XIII, pela carta apostólica Gravissimum Christi, e pelodecreto régio de 14 de Setembro de 1882, sob o pretexto de dificuldades económicas.Desde 18 de Julho de 1956 tem a designação de Diocese de Portalegre-CasteloBranco.A Bula de criação da Diocese refere a extensão do território e a afluência de cleroe de povo na zona de Portalegre como justificativos da sua criação, o que significaque ser Igreja implica a existência de comunhão efectiva do Povo de Deus.Podíamos dizer que ainda hoje a Diocese é um território extenso - que o diga oSenhor Bispo neste esforço de contacto com toda a Diocese, na visita pastoral quetem levado a cabo! - 162 Paróquias, com uma área de 9150 km2 e uma populaçãoaproximada de 240.000 pessoas.

Para lá da extensão geográfica e da dispersão (e escassez) da população, damo-nosconta dos poucos colaboradores no ministério sacerdotal: 83 Presbíteros dos quais10 já jubilados, mais 11 a trabalhar ou a residir fora da Diocese e contando com acolaboração de 17 padres religiosos, com uma média etária de 64 anos de idade e33 anos de sacerdócio.

Contamos ainda com 14 Diáconos, 13 dos quais permanentes, com as religiosas ereligiosos presentes e actuantes no meio de nós, com os movimentos apostólicos ecom os muitos voluntários e voluntárias que na Catequese, na Liturgia e em tantosserviços dão vida à nossa Igreja diocesana - Leitores, Salmistas, Cantores, MinistrosExtraordinários da Celebração dominical e da Eucaristia, Visitadores de doentes,membros dos Conselhos paroquiais para os assuntos Económicos e Pastorais…concretizando aquilo que S. Paulo diz na Carta aos Efésios: "Cristo a algunsconstituiu como Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres, em ordema preparar os santos para uma actividade de serviço, para a construção do Corpo deCristo" (Ef 4, 11-12).

É assim que somos cristãos, unidos ao nosso pastor e cooperando com ele e com opresbitério… É assim que somos Igreja particular…

IV. Dialogar para comprometer

1- Além dos números apresentados acima, há a referir 3 seminaristas, um dos quaistermina este ano o seu curso. Que podemos fazer para que o futuro da nossa Diocesepossa ter cor de esperança no capítulo vocacional? Já ouvimos falar do Pré-seminárioe das suas actividades?2- Na nossa paróquia, realização/presença efectiva da Igreja na nossa proximidade,são sempre os mesmos a fazer tudo, ou as tarefas a realizar são desempenhadas porum número alargado de cristãos? Que podemos fazer para alterar essa situação?

V. Rezar para testemunhar

Se eu mudasse a minha maneira em relação aos demais,sentir-me-ia mais sereno.

Se eu mudasse a minha maneira de agir perante os outros,fá-los-ia mais felizes.

Se eu me aceitasse tal como sou, questionando os meus defeitos,melhoraria o meu lugar, o meu ambiente.

Se eu desejasse sempre o bem-estar dos outros,seria mais feliz.

Se eu reparasse no positivo de todos,a vida seria digna de ser vivida.

SE EU MUDASSE O MUNDO,O MUNDO MUDARIA.

Se eu amasse a Deus como Deus me ama,a minha vida teria mais sentido.

Se eu me desse conta que, ao me lastimar,o primeiro lastimado sou eu...

Se eu criticasse menos e amasse mais...

SE EU MUDASSE...MUDARIA O MUNDO!

(Frei Euclides, cit. por Lopes Morgado, Lucas e paz na terra, Difusora Bíblica, Lisboa:1987, p. 96.)

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de Sínodos diocesanos, noutros moldes, sobretudo com a participação dos fiéisleigos, à luz da compreensão da Igreja como povo de Deus.

2. Dos ouvidos ao coração

Desde há algum tempo, fala-se de 'Sínodo' na nossa diocese. De facto, uma comissãode sete pessoas está a preparar o Sínodo diocesano. Tem tido reuniões mensaisdesde Novembro de 2009. Nas reuniões mensais do Clero têm-se prestadoesclarecimentos sobre o assunto. É a fase da preparação. Será que o tema já lhechegou aos ouvidos? É preciso que lhe toque também o coração.

3. A palavra 'Sinodo'

'Sinodo' é uma palavra pouco habitual. Por isso, não admira que muitos desconheçama realidade que esta palavra traduz. 'Sínodo' tem origem grega, e é composta dedois elementos: Syn (com) e odon (caminho). 'Sínodo' significa, pois, caminhocom, ou seja, caminhar com alguém, caminhar com outros, pôr-se a caminho, juntar-se a outros. Quem se põe a caminho, tem em vista uma meta, um objectivo, umafinalidade. Quem caminha com outro ou com outros fala e escuta, ajuda e é ajudado,constrói união e, mais ainda, faz comunhão, durante a caminhada.

4. 'Sínodo' na linguagem da Igreja

A Igreja, na sua linguagem, assume este sentido etimológico da palavra 'Sínodo',para designar uma assembleia de fiéis cristãos, com uma ou várias metas específicas.Por isso, falamos em 'caminhada sinodal'. Os cristãos reunidos em Sínodo querem:caminhar juntos, como membros da Igreja; dialogar juntos as questões que dizemrespeito à vida e à missão da sua Igreja (anúncio da Palavra de Deus, celebração dafé, testemunho da vida da fé, governo); aprofundar aspectos da fé que devem vivere testemunhar; responder juntos aos desafios que lhe são postos, no âmbito da suavida e missão, em cada época.

5. O que é então o Sínodo diocesano?

É a assembleia ou reunião de sacerdotes e de outros fiéis, no quadro de uma Igrejaparticular ou diocese. Unidos e reunidos à volta do seu bispo, sacerdotes e outrosfiéis (diáconos, pessoas consagradas, sejam religiosos ou religiosas, sejam leigosconsagrados, e outros fiéis leigos) procuram: analisar os problemas da vida e da

14. O Sínodo Diocesano

I. Objectivos

1- Compreender o que é o Sínodo diocesano2- Abrir as pessoas à participação nele.

II. Rezar para iluminar

Deus de misericórdia: Em Cristo, Luz dos homens, fazei-nos compreender por quecaminhos quereis guiar a vossa Igreja e, através dela, conduzir para Vós aquelesque Vos não conhecem. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Ámen.

III. Alargar horizontes - Desenvolvimento do tema

1. Sínodos na nossa diocese

Na sua história, a nossa diocese realizou três Sínodos conhecidos.O primeiro foi convocado por D. Fr. Amador Arrais. Teve lugar em Portalegre, naSé, em Maio de 1589. Então, uma Comissão de peritos redigia umas ConstituiçõesSinodais para o governo da diocese, em todos os sectores da vida da Igreja: osSacramentos, a catequese, os seminários, a vida dos padres, religiosos, religiosas efiéis leigos, as festas, as confrarias etc. etc. Uma vez escritas, o bispo convocavapara a Sé os fiéis representativos e todos os que quisessem estar presentes. AsConstituições eram lidas e, uma vez aprovadas com o assentimento de todos, erampromulgadas. D. Amador Arrais promulgou as Constituições Sinodais com a datade 04 de Agosto de 1589. No arquivo do Cabido há um exemplar manuscrito.O segundo Sínodo diocesano foi convocado por D. Fr. Lopo de Sequeira Pereira.Teve lugar em Portalegre, na Sé, no dia 05 de Junho de 1622, 3º Domingo depoisdo Pentecostes. As Constituições Sinodais então aprovadas foram impressas em1632.D. Álvaro Pires de Castro Noronha celebrou o terceiro Sínodo diocesano na Sé dePortalegre, nos dias 20, 21 e 22 de Maio de 1714. As Constituições Sinodaisaprovadas foram impressas em Roma, em Latim. É desconhecida qualquer traduçãoglobal.Os bispos pretendiam então renovar a vida dos fiéis cristãos e remediar abusos,corrupção e escândalos, segundo as orientações do Concílio de Trento (1548-1563).O II concílio do Vaticano (1962-1965) desejou renovar e incrementar a realização

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missão da Igreja diocesana; identificar os desafios que deve enfrentar para realizara sua missão; propor caminhos de actuação, novos ou renovados, no quadro davida e missão da Igreja diocesana. Assim se faz e exercita a comunhão, para seremmais Igreja, assim se faz e exercita a corresponsabilidade, para responderem aosdesafios. Pode demorar três ou quatro anos ou mais. Além da fase da preparaçãocom trabalhos da Comissão referida, desenvolve-se em três outras fases: a primeiraé a da informação e mobilização dos fiéis; a segunda é a da reflexão em grupossobre questões seleccionadas a partir de uma sondagem ou inquérito; a terceira é aassembleia ou assembleias sinodais propriamente ditas, para analisar, discutir epropor orientações pastorais.

6. O 'espírito' do Sínodo

Tudo isto há-de ser levado a cabo, para o bem do todo que é a Igreja diocesana,assim unida, reunida e em comunhão. Todos os fieis cristãos que ousam fazer'caminhada sinodal', isto é, participar no Sínodo - e são propostas várias maneirasde participação, durante a caminhada (preparação, reflexão e celebração) - hão-defazê-lo com o sentido de fidelidade ao seguimento de Cristo, de fidelidade aoEvangelho de Cristo, de fidelidade ao Espírito Santo que conduz a Igreja no seutodo, de fidelidade ao Magistério da mesma Igreja, de fidelidade à missão da Igrejano mundo.

IV. Dialogar para comprometer

1- Que acções poderão ser realizadas, tendo em vista o esclarecimento e amobilização dos fiéis a participarem no Sínodo?2- Quero colaborar na distribuição do inquérito e na recolha das respostas daspessoas?3- Estou disposto/a a integrar um grupo sinodal de reflexão na minha paróquia?

V. Rezar para testemunhar

Deus de misericórdia, que enviastes o vosso Filho como verdadeira Luz do mundo,derramai o vosso Espírito Santo prometido, para que lance as sementes da verdadenos corações dos homens e neles faça renascer a resposta ao dom da fé, de modoque, renascendo pelo Baptismo para uma vida nova, mereçam fazer parte do vossopovo. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Ámen.

6160S I G L A S

AG - Decreto sobre A actividade missionária da Igreja (II Conc. Vaticano)

CD - Decreto sobre O múnus pastoral dos Bispos (II Concílio Vaticano)

CDC - Código de Direito Canónico

CIC - Catecismo da Igreja Católica

CIV - Encíclica A caridade na verdade (Bento XVI)

CPM - Centro de Preparação para o Matrimónio

CT - Exortação apostólica sobre A Catequese (João Paulo II)

DCE - Encíclica Deus é amor (Bento XVI)

EN - Exort. apostólica A Evangelização no mundo contemporâneo (Paulo VI)

FC - Exortação apostólica Sobre a Família (João Paulo II)

GS - Constituição sobre A Igreja no mundo contemporâneo (II Conc. Vaticano)

LG - Constituição dogmática sobre A Igreja (II Concílio Vaticano)

MC - Exortação apostólica sobre O culto a Nossa Senhora (Paulo VI)

NAe - Declaração sobre A Igreja e as Religiões não-cristãs (II Conc. Vaticano)

OE - Decreto sobre As Igrejas Orientais Católicas (II Conc. Vaticano)

PO - Decreto sobre O ministério e a vida dos Presbiteros (II Conc. Vaticano)

UR - Decreto sobre O Ecumenismo (II Concílio Vaticano)

As abreviaturas dos livros da Sagrada Escritura são as habituais.

Identificação das siglas eventualmente menos conhecidas:

Elaboraram os 14 temas deste Guião

Agostinho Gonçalves Dias - 1

António Leonor Marques Assunção - 2

Bonifácio dos Santos Bernardo (Coordenador) - 2

Domingos Alberto Bento e Esposa - 1

Elicídio Dinis Pereira Bilé - 1

Emanuel André Matos Silva - 1

João Maria Antunes Lourenço - 2

José Luís Nunes Silva Bacharel e Esposa - 1

Mário Silva Freire - 1

Nuno Miguel Barradas Tavares Folgado - 2

6362I N D I C E

I. Calendário das actividades 2010/2011

01 Calendário das actividades 2010/201102 Apresentação03 Ano Pastoral - Objectivos05 Programação dos Secretariados diocesanos e Movimentos12 Calendário pastoral por meses

II. Temas de estudo

19 A identidade e a missão da Igreja21 Evangelização e nova evangelização24 A corresponsabilidade na Igreja26 Relação da Igreja com os não-crentes30 O diálogo ecuménico e inter-religioso32 Deus, a ciência e a cultura35 Catequese de adultos38 Os Sacramentos que celebramos: exigências, desafios e possibilidades42 Evangelizar através da religiosidade popular45 A Igreja, a família cristã e as novas configurações ‘familiares’48 O compromisso da caridade na Igreja51 Os bens da Igreja54 A Igreja particular: a nossa diocese58 O Sínodo Diocesano

61 Siglas62 Colaboradores63 Indice