i) at9 teste diagnsticos
TRANSCRIPT
Universidade Federal do Rio de JaneiroCentro de Ciências da Saúde
Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva –NESC/ Faculdade de Medicina
Disciplina de Epidemiologia2005
DIAGNÓSTICOProcesso de decisão clínica que baseia-se,
conscientemente ou não, em probabilidade
Uso dos testes diagnósticosIdentificar/confirmar a presença de doença ou situação relacionada à saúdeAvaliar a gravidade do quadro clínicoEstimar o prognósticoMonitorar a resposta a uma intervenção
AS APARÊNCIAS PARA A MENTE SÃO DE QUATRO TIPOS
• As coisas são o que parecem ser,• ou são e não parecem ser;• ou não são, mas parecem ser,• ou não são, nem parecem ser.
Epictetus, Séc. II D.C.
A Relação entre Parecer e Ser
Ser-
As coisas são o que parecemser
+Não são masparecem ser+
ParecerSão mas nãoparecem ser
Não são e nemparecem ser
-
A Relação entre Teste e Doença
Doença-
Verdadeiropositivo
+Falso
positvo+Teste
Verdadeironegativo
Falsonegativo
-
Sensibilidade e Especificidade
DOENÇA PRESENTE AUSENTE
Total
POS
a verdadeiro
positivo
b falso positivo a + b
TESTE NEG
c falso negativo
d verdadeiro negativo
c + d
Total a + c b + d a + b + c + d
Sensibilidade = a / (a + c)Especificidade = d / (b + d)
Sensibilidade (S): é a probabilidade de um teste dar positivo na presença da
doença, isto é, avalia a capacidade do teste detectar a doença quando ela está
presente.
S = ca
a+
Especificidade (E): é probabilidade de um teste dar negativo na ausência da
doença, isto é, avalia a capacidade do teste afastar a doença quando ela está
ausente.
E = db
d+
Uso dos testesSensíveis
Necessário para o diagnóstico de doença potencialmente grave
Afastar doenças em fase inicial do diagnóstico
O resultado negativo é mais útil: melhor VPN
EspecíficosParticularmente necessário quando um resultado falso positivo pode ser muito lesivo
Confirmar um diagnóstico sugerido por outros dados
O resultado positivo é mais útil: melhor VPP
Obs: os testes sensíveis também são úteis no rastreamento (screening)de doenças em grupos populacionais
Valor preditivoDOENÇA
PRESENTE AUSENTE
Total
POS
a verdadeiro
positivo
b falso positivo a + b
TESTE NEG
c falso negativo
d verdadeiro negativo
c + d
Total a + c b + d a + b + c + d
VPP = a / (a + b)VPN = d / (b + d)
Valor preditivo positivo (VPP): é a proporção de verdadeiros positivos entre
todos os indivíduos com teste positivo. Expressa a probabilidade de um
paciente com o teste positivo ter a doença.
VPP = ba
a+
Valor preditivo negativo (VPN): é a proporção de verdadeiros negativos entre
todos os indivíduos com teste negativo. Expressa a probabilidade de um
paciente com o teste negativo não ter a doença.
VPN = dc
d+
DETERMINANTES DO VALOR PREDITIVO
sensibilidade
especificidade
prevalência da doença na população → probabilidade pré-teste
valores preditivos positivo e negativo → probabilidade pós-teste
P)(1 E)(1 P)(S PS VPP
−×−+××
=
P)(1 EP S)(1P)(1 EVPN
−×+×−−×
=
Valor preditivo positivo em função da prevalência
0%
20%
40%
60%
80%
100%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%
Prevalência
VP+
S=99%; E=99% S=95%; E=95% S=70%; E=99% S=99%; E=70%
Valor preditivo negativo em função da prevalência
0%
20%
40%
60%
80%
100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Prevalência
VPN S=99%; E=99%
S=95%; E=95% S=70%; E=99% S=99%; E=70%
Valor Preditivo
Varia com a prevalência (probabilidade pré-teste) da doençaPara um mesmo teste, quanto maior a prevalência maior o VPP e menor o VPNFaixa ideal de uso do teste: prevalência intermediária (entre 25% e 65%)Quanto mais sensível, melhor o VPNQuanto mais específico, melhor o VPP
Variação dos valores preditivos de um teste com sensibilidade e especificidade de 90%, segundo a prevalência da doença
Valor PreditivoPrevalência% Positivo Negativo
1,0 8,3 99,9
10,0 50,0 98,8
50,0 90,0 90,0
70,0 95,5 80,0
90,0 98,8 50,0
99,0 99,9 50,0
TE para diagnóstico DC, meta-análise:sensibilidade = 70% e especificidade = 80%
Clínica Probabilidadepré-teste
VP positivo VP negativo
Fem, jovemdor atípica
5% 16% 98%
Masc, 40 anosdor atípica
50% 78% 73%
Masc, 45–55 anosangina típica
90% 97% 23%
Gianrossi et al, 1989
Probabilidade pré-teste (%) para diferentes tipos de dor torácica em diversos
grupos populacionais*
Sexo Idade Dor torácica nãoanginosa
Anginaatípica
Angina pectoristípica
Mulher 30-39 anos 1 4 26
Mulher 60-69 anos 19 54 91
Homem 30-39 anos 5 22 70
Homem 60-69 anos 28 67 94*Adaptado de Sackett et al.6
Razão de VerossimilhançaChance ou Odds
= p / 1-p DOENÇA
PRESENTE AUSENTE
Total
POS
a verdadeiro
positivo
b falso positivo a + b
TESTE NEG
c falso negativo
d verdadeiro negativo
c + d
Total a + c b + d a + b + c + d
Razão de verossimilhança pos: a / a + c b / b + d
Razão de verossimilhança neg: c / a + c d / b + d
RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA
É definida como a razão entre a probabilidade de um determinadoresultado de um teste diagnóstico em indivíduos portadores da doençae a probabilidade do mesmo resultado em indivíduos sem a doença
Para um teste dicotômico (positivo/negativo):
Razão de verossimilhança para o teste positivo (RV+): expressa quantasvezes é mais provável encontrar um resultado positivo em pessoasdoentes quando comparado com pessoas não doentes
RV+ = E 1
S−
Razão de verossimilhança para o teste negativo (RV-): expressa quantasvezes é mais provável encontrar um resultado negativo em pessoasdoentes quando comparado com pessoas não doentes
RV- = E
S- 1
Outras medidasDOENÇA
PRESENTE AUSENTE
Total
POS
a verdadeiro
positivo
b falso positivo a + b
TESTE NEG
c falso negativo
d verdadeiro negativo
c + d
Total a + c b + d a + b + c + d
Prevalência: a + c a + b + c + d
Acurácia: a + d a + b + c + d
Distribuição dos valores sangüíneos de glicoseem uma população normal e diabética
Hipotética
Real
Efeito da definição de diferentes níveis de glicemia nos resultados falso positivo e falso negativo
Ponto de corte com o mínimo erro possível
Trade-off entre sensibilidade e especificidadeno diagnóstico de diabetes
Glicemia pós-prandial (2h)mg/100mL
Sensibilidade(%)
Especificidade(%)
70 98,6 8,880 97,1 25,590 94,3 47,6
100 88,6 69,8110 85,7 84,1120 71,4 92,5130 64,3 96,9140 57,1 99,4150 50,0 99,6160 47,1 99,8160 47,1 99,8170 42,9 100,0180 38,6 100,0190 34,3 100,0200 27,1 100,0
Curva ROC da glicemia pós-prandial (2h) mg/100mL
Curva ROCSe
nsib
ilida
de(P
ropo
rção
de
verd
adei
ro p
ositi
vo)
1-especificidade(Proporção de falso positivo)
TESTES EM PARALELO
Diagnóstico rápido. Ex: situações de emergênciaO resultado positivo é considerado se um dos dois testes resultar positivo
+++ = BATp U
onde,Tp+ = teste em paralelo positivoA+ = resultado positivo do teste AB+ = resultado positivo do teste B
Sensibilidade combinada dos testes em paralelo pode ser calculada utilizando-se as regras parao cálculo da probabilidade para a união de dois eventos independentes:
Sp = SA + SB – SA x SBonde,Sp = sensibilidade combinada dos testes em paraleloSA = sensibilidade do teste ASB = sensibilidade do teste B
O resultado negativo dos testes em paralelo somente será considerado se os dois testesresultarem negativos. Assim, utilizando-se as regras para o cálculo da probabilidadecondicional, a especificidade combinada dos testes em paralelo pode ser calculada como:
Ep = EA x EBonde,Ep = especificidade combinada dos testes em paraleloEA = especificidade do teste AEB = especificidade do teste B
Sensibilidade, especificidade e valores preditivo positivo e negativo dos testes A, B e da combinação
em paralelo de A e B
Teste S (%) E (%) VPP (%) VPN (%)
A 80 70 22,86 96,92
B 90 90 50 98,78
A e B 98 63 22,74 99,65
TESTES EM SÉRIE
Processos diagnósticos que não requerem urgência. Ex: pacientes deambulatórios ou internados para investigação diagnósticaUsados também em casos de testes que são muito caros ou que oferecem riscopara o pacienteOs testes são aplicados seqüencialmente e o segundo teste somente será aplicadose o primeiro resultar positivo
+++ = BATp I
onde,Tp+ = teste em série positivoA+ = resultado positivo do teste AB+ = resultado positivo do teste B
A sensibilidade combinada dos testes em série pode ser calculada utilizando-se asregras para o cálculo da probabilidade para a interseção de dois eventos:
Ss = SA x SBonde,Ss = sensibilidade combinada dos testes em sérieSA = sensibilidade do teste ASB = sensibilidade do teste B
A especificidade combinada dos testes em série pode ser calculada, utilizando-seas regras para o cálculo da probabilidade, da seguinte forma:
Es = EA + EB - EA x EBonde,Es = especificidade combinada dos testes em sérieEA = especificidade do teste AEB = especificidade do teste B
Sensibilidade, especificidade e valores preditivo positivoe negativo dos testes A, B e da combinação em série de A e B
Teste S (%) E (%) VPP (%) VPN (%)
A 80 70 22,86 96,92
B 90 90 50 98,78
A e B 72 97 72,73 96,89
“Medicina é a arte da incertezae a ciência da probabilidade”
William Osler