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Prof. Tarcsio Bessa

DIREITO ADMINISTRATIVO INTRODUO

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DIREITO ADMINISTRATIVO(Comentrios, dicas de concursos e exerccio por assunto)

O estudo do Direito Administrativo deve ser iniciado da noo geral do Direito. fundamental ressaltar a importncia de se entender a noo de Estado e suas funes (Poderes) para que, em prosseguimento coerente, se busque um entendimento mais fcil da matria.

1. Poder

Prof. Tarcsio Bessa M FilhoAdvogado, Ps Graduado em Direito Administrativo pela Universidade de Fortaleza UNIFOR. Professor de Cursos Preparatrios para Concurso. Email: [email protected] Orkut: Tarcisio Bessa Fortaleza/CE - 2009 Todavia, Eu sou o Senhor teu Deus deste a terra do Egito. Portanto, no reconhecereis outro Deus alm de mim, porque no h Salvador seno Eu Osias 13:4

CONTEDO PROGRAMTICO: Conceito, fontes e princpios do Direito Administrativo. ................................................ 02 Administrao Pblica: Estrutura Administrativa: conceito; elementos; poderes; organizao; rgos pblicos; agentes pblicos. ............... 10 Atividades Administrativas: conceito, natureza, fins e princpios bsicos. ............................... 10 Poderes e deveres do administrador pblico. .. 119 Uso e abuso do poder. ...................................... 123 Poderes Administrativos: Poder vinculado, Poder discricionrio, Poder hierrquico, Poder disciplinar, Poder regulamentar e Poder de polcia. ......................................................... 119 Atos administrativos: Conceito e requisitos. Atributos. Classificao. Espcies. Anulao e revogao: efeitos. ......................................... 22 Organizao Administrativa Brasileira: administrao direta e indireta. Centralizao e descentralizao............................................. 14 Licitaes (Lei n 8.666/1993 e suas alteraes): Conceito, princpios, objeto e finalidade. Obrigatoriedade, dispensa e inexigibilidade. Modalidades. Procedimentos e fases. Revogao e anulao (fundamentos, iniciativa e efeitos decorrentes). Comisso Permanente de Licitaes (constituio e responsabilidade). ......................................... 37 Contratos administrativos: conceito, caractersticas e principais tipos: reajuste de preos: correo monetria: reequilbrio econmico e financeiro. ................................. 66 Servidor Pblico - Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis (Lei n 8.112/1990 e suas alteraes). ............................................ 72

Considerando o poder uma unidade, uma caracterstica do Estado, observa-se que muitos so levados a interpretar equivocadamente a expresso tripartio do poder, entendendo o conceito como se os poderes pudessem ser tomados como estanques, da resultando srios problemas de argumentao a respeito das atividades estatais. Bem diz o publicista Jos Afonso da Silva que: Cumpre, em primeiro lugar, no confundir distino de funes do poder com diviso ou separao de poderes, embora entre ambos haja uma conexo necessria.1 A distino se faz entre os rgos que desempenham as funes provenientes do poder e, existentes nas sociedades. Portanto, o Poder uno (nico, indivisvel), no entanto distribudo em trs funes primordiais, harmnicas e independentes entre si, quais sejam: Executivo: ramo do poder que tem como principal funo a de ADMINISTRAR (funo tpica) Ex. o ofcio bsico dos chefes do executivo (prefeitos, governadores e Presidente da Repblica). Ocorre que este poder tem no rol de suas competncias, inobstante a funo tpica, as possibilidades de legislar (quando edita medidas provisrias) e de 2 julgar (no caso de Processo administrativo em que os servidores julgam os prprios colegas, tambm servidores) consideradas funes atpicas. Legislativo: ramo do poder que tem como principal funo a de CRIAR LEIS (funo tpica) Ex. exatamente o que fazem as casas (Assemblias e Cmaras) Legislativas dos estados e dos municpios. Ocorre que este poder tem no rol de suas competncias, inobstante a funo tpica, as possibilidades de administrar (quando, por exemplo, contrata pessoas para desempenhar servios gerais) e de julgar (no caso, por exemplo, do Presidente da Repblica que ser julgado pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidades) consideradas funes atpicas. Judicirio: ramo do poder que tem como principal funo a de JULGAR OS CONFLITOS ENTRE OS INDIVDUOS DA SOCIEDADE (funo tpica) Ex. exatamente o que fazem os juzes das varas de famlia, criminais, cveis, etc. (Juzes e Tribunais). Ocorre que este poder tem no rol de suas competncias, inobstante a funo tpica, as possibilidades de administrar (quando, por exemplo, contrata pessoas para desempenhar

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DA SILVA, Jos Afonso. Curso de direito constitucional positivo, 22 Edio, editora Malheiros, 2002. Alguns doutrinadores no consideram o julgamento como sendo uma funo atpica do poder executivo, vez que no Brasil se adota o sistema de jurisdio una, podendo todas as questes contenciosas findar no crivo do Judicirio.

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

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DIREITO ADMINISTRATIVOservios gerais) e de legislar (no caso, por exemplo, quando criam os regimentos internos dos tribunais) consideradas funes atpicas.

Prof. Tarcsio Bessaadministrativo remonta-se ao ponto que brota est cincia jurdica. Fonte o ponto de partida de alguma coisa e, como tal, do Direito. Destarte, fontes do Direito so as formas que o revelam. a exteriorizao do Direito ou a sua formalizao. Portanto, fonte do Direito Administrativo o conjunto de modos pelos quais essa cincia jurdica do Direito Pblico formalizada. O Direito Administrativo nasce, emana, concentra sua formao em quatro fontes principais: a lei, a doutrina, a jurisprudncia e os costumes. A lei, em sentido amplo, a fonte primria do Direito Administrativo, abrangendo esta expresso desde a Constituio Federal at os atos normativos secundrios, regulamentos executivos por exemplo. E compreende-se que assim seja, porque tais atos impondo o seu poder normativo aos indivduos e ao prprio Estado estabelecem relaes de administrao de interesse direto e imediato do Direito Administrativo. A doutrina, formando o sistema terico de princpios aplicveis ao direito positivo, elemento construtivo da cincia jurdica qual pertence a disciplina em causa. A doutrina que distingue as regras que convm ao Direito Pblico e ao Direito Privado, e mais particularmente a cada um dos sub-ramos do saber jurdico. o estudo sistematizado das normas positivadas. A jurisprudncia, traduzindo a reiterao dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a construo do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo que se ressente de sistematizao doutrinria e de codificao legal. Aqui se fala do entendimento pretoriano, ou seja, dos tribunais. A jurisprudncia tem um carter mais prtico, mais objetivo que a doutrina e a lei, mas nem por isso se aparta de princpios tericos que, por sua persistncia nos julgados, acaba por penetrar e integrar a prpria cincia jurdica. Neste seara se encontra um dinamismo fantstico que inerente a cincias jurdicas. ATENO: O nosso objetivo prepar-lo para os concursos pblicos, portanto, importante acompanhar os mais recentes julgamentos dos tribunais, para tanto, sugiro o cadastro no stio do STJ (Superior Tribunal de Justia) e do STF (Supremo Tribunal Federal) no sistema PUSH. O costume, no Direito Administrativo Brasileiro, exerce ainda influncia, em razo da deficincia da legislao. A prtica administrativa vem suprindo o texto escrito, e, sedimentada na conscincia dos administradores e administrados, a praxe burocrtica passa a suprir a lei, ou atua como elemento informativo da doutrina.

ATENO: O princpio da separao dos Poderes no implica separao absoluta de funes. Por esse motivo, alis, a expresso separao dos Poderes costuma ser criticada por muitos autores, que preferem o uso da expresso diviso funcional dos Poderes. O certo que esse princpio apenas atribui a cada Poder uma funo principal (ou tpica). Mas, alm de sua funo principal, cada Poder exerce, tambm, em carter secundrio, as funes tpicas dos outros Poderes.

2. EstadoO Estado, sob o prisma constitucional, pessoa jurdica territorial soberana; na conceituao do nosso Cdigo Civil, pessoa jurdica de Direito Pblico Interno (art. 14, I), enfim, Estado uma nao politicamente organizada, dotada de personalidade jurdica prpria, sendo pessoa jurdica de direito pblico que contm elementos e trs poderes (Ver item 1) . Como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do Direito Pblico como no do Direito Privado, mantendo sempre sua nica personalidade de Direito Pblico. um ente personalizado com capacidade para adquirir direitos e contrair obrigaes, tanto na rbita interna como na externa (relaes internacionais). Estado de Direito: o Estado juridicamente organizado e obediente s suas prprias leis. Governo - expresso poltica de comando, de iniciativa, de fixao de objetivos do Estado e de manuteno da ordem jurdica vigente. Administrao - todo o aparelhamento do Estado preordenado realizao de servios, visando satisfao das necessidades coletivas. Aspecto formal, orgnico ou subjetivo: administrao Pblica como o conjunto de rgos, a estrutura Estatal. Aspecto material ou objetivo: neste critrio a administrao pblica deve ser entendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado, ou ainda, funo administrativa. Elementos do Estado: So necessrios para compor um estado trs elementos indispensveis: Povo: o componente humano do Estado (no caso a Sociedade). Territrio: o espao fsico delimitado para atuao do povo. Governo Soberano: a vontade do povo, elemento indisponvel, representada por seus governantes. A soberania fato determinante para existncia de um Estado independente, vez que o Estado somente se torna independente se o seu povo o conduz.

3. Conceito e Objeto do Direito Administrativo(1) Direito Privado X (2) Direito Pblico (1) Ramo do direito que visa reger as relaes negociais entre os particulares (tambm conhecidos como administrados). O Direito Privado parte-se em Direito Civil, Direito Comercial e Direito Internacional Privado.

3. FontesFonte em seu conceito restrito significa: Manancial de gua que brota do solo, quando se fala em fontes do direito, precisamente, fontes do direito

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

Prof. Tarcsio Bessa(2) Ramo do direito que visa reger as relaes negociais entre os particulares e o Estado (Administrao Pblica). O Direito Pblico divide-se em: direito constitucional, direito administrativo, direito urbanstico, direito econmico, direito financeiro, direito tributrio, direito processual civil, direito processual penal, direito penal e direito internacional pblico. Em relao ao Direito do Trabalho, no esto acordes os doutrinadores. Segundo as lies de Amauri Mascaro Nascimento, alguns preferem arrol-lo como sub-ramo do Direito Social, pois para esses o Direito divide-se em Direito Pblico, Direito Privado e Direito Social. Outros incluem-no entre os sub-ramos que integram o Direito Pblico, opondo-se, assim, aos que o remetem para o Direito Privado. Para uma quarta corrente o Direito do Trabalho Direito Misto.

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Conceito de Direito Administrativo:Segundo a doutrina de Hely Lopes Meirelles: ...conjunto harmnico de princpios jurdicos que regem os rgos, os agentes e as atividades pblicas tendentes a realizar concreta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. Ou ainda, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro: (...) ramo do direito pblico que tem por objeto os rgos, agentes e pessoas jurdicas administrativas que integram a Administrao Pblica, a atividade jurdica no contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecuo de seus fins de natureza pblica. Vejam-se as outras definies no direito ptrio: "conjunto dos princpios que regulam a atividade no contenciosa do Estado, e a constituio dos rgos e meio de sua ao em geral" (Mrio Masago, Conceito de Direito Administrativo, 1926, pg. 21) "sistema de princpios jurdicos que regulam a atividade do Estado, salvo as partes civil e penal, nele compreendida a constituio dos rgos de sua atividade" (Jos Matos de Vasconcelos, Direito Administrativo, 1936, 1/12) "disciplina jurdica reguladora da atividade do Estado, exceto no que se refere aos atos legislativos e jurisdicionais, instituio de rgos essenciais estrutura do regime e forma necessria da atividade destes rgos" (Tito Prates da Fonseca, Direito Administrativo, 1939, pg. 49) "ramo do Direito Positivo que especifica e privativamente rege a administrao pblica como forma de atividade, define as pessoas administrativas e a organizao e os agentes do Poder Executivo das politicamente constitudas e lhes regula, enfim, os seus direitos e obrigaes, em suas relaes, umas com as outras e com os particulares, por ocasio do desempenho daquela atividade" (Rui Cirne Lima, Princpios de Direito Administrativo Brasileiro, 1954, pg. 26) "ramo do Direito Pblico que regula a estrutura e o funcionamento da administrao pblica bem como dos organismos criados para executar os servios pblicos; regula, tambm,

as relaes entre a administrao e terceiros, quando vinculados s finalidades prprias dos servios pblicos" (Themstocles Brando Cavalcanti, Tratado de Direito Administrativo, 1955, 1/14) "O ramo do direito pblico interno que regula a atividade das pessoas jurdicas pblicas e a instituio de meios e rgos relativos ao dessas pessoas" (Jos Cretella Ir., Curso de Direito Administrativo, 1977, pg. 41) "conjunto de princpios jurdicos que disciplinam a organizao e a atividade do Poder Executivo, inclusive dos rgos descentralizados, bem como as atividades tipicamente administrativas exercidas pelos outros Poderes" (Carlos S. de Barros Jnior, Compndio de Direito Administrativo, 1963, 1/81) ordenamento jurdico da atividade do Estado-poder, enquanto tal, ou de quem faa as suas vezes, de criao de utilidade pblica, de maneira direta e imediata" (Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, Princpios Gerais de Direito Administrativo, 1969, 1/176) "ramo do Direito Pblico que estuda os princpios e normas que regem as atividades jurdicas do Estado e de seus delegados e as relaes de subordinao e de coordenaco delas derivadas, excludas a criao da norma legal e sua aplicao jurisdicional contenciosa, na prossecuo dos fins do Estado" (Diogo de Figueiredo Moreira Neto, Curso de Direito Administrativo, 1974, pg. 52) "conjunto de normas jurdicas que presidem organizao e ao funcionamento dos servios pblicos" (Henrique de Carvalho Simas, Manual Elementar de Direito Administrativo, 1974, pg. 59). Na doutrina estrangeira: "conjunto de regras relativas aos servicos pblicos" (Gaston Jze, Droit Administratil, 1914, 1/1) ATENO: O nosso objetivo voltado para as questes de concurso pblico. Dificilmente, as bancas examinadoras cobram os conceitos do direito administrativo de determinado autor. A explanao acima teve como objetivo uma vasta demonstrao de textos tcnicos jurdicos que visam buscar a melhor assimilao. O direito administrativo tem por objeto dar s pessoas administrativas, e a seus agentes, os poderes necessrios ao desempenho de sua misso que a de gerir os interesses pblicos. o conjunto dos princpios jurdicos que tratam da Administrao Pblica, suas entidades, rgos, agentes pblicos, enfim, tudo o que diz respeito maneira como se atingir as finalidades do Estado. Ou seja, tudo que se refere Administrao Pblica e a relao entre ela e os administrados regulamentado e estudado pelo Direito Administrativo. O Direito Administrativo integra o ramo do Direito Pblico, cuja principal caracterstica

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

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Prof. Tarcsio Bessa Clusulas exorbitantes; Prazos processuais dilatados; Impenhorabilidade de bens. No que diz respeito s RESTRIES, algumas das consequncias da aplicao do Regime jurdico de direito pblico so: Proibio de greves no servio pblico (o direito de greve dever ser exercido nos termos do art. 37, VII, da CF/88 nos termos e nos limites definidos em lei especfica. Os servios essenciais no podem simplesmente parar); A obrigatoriedade da realizao de Concursos Pblicos para provimentos dos cargos pblicos. Ademais, muitas outras situaes podem ser apontadas como prerrogativas e restries. Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, regime jurdico administrativo : A expresso regime jurdico da Administrao Pblica utilizada para designar, em sentido amplo, os regimes de direito pblico e de direito privado a que pode submeter-se a Administrao Pblica. J a expresso regime jurdico administrativo reservada to-somente para abranger o conjunto de traos, de conotaes, que tipificam o direito administrativo, colocando a Administrao Pblica numa posio privilegiada, vertical, na relao jurdicoadministrativa. Basicamente, pode-se dizer que o regime administrativo resume-se a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeies. ATENO: Essa autora muito respeitada pelas bancas examinadoras. sempre bom saber como ela entende e conceitua determinado tema.

encontramos no fato de haver uma desigualdade jurdica entre cada uma das partes envolvidas. Assim, de um lado, encontramos a Administrao Pblica, que defende os interesses coletivos; de outro, o particular. Havendo conflito entre tais interesses, haver de prevalecer, em regra, o da coletividade, representado pela Administrao. Isto posto, veja que a administrao se encontra num patamar superior ao particular, de forma diferente do que ocorre no Direito Privado, onde as partes esto em igualdade de condies.

4. Funo administrativaFuno (sentido geral): existe quando algum est investido do dever de satisfazer certas finalidades em prol do interesse de outrem Poderes: indispensveis para o exerccio de uma funo. So instrumentais, ou seja, apenas meios utilizados para atingir o objetivo fim da funo. Funo administrativa: dever de o Estado, ou de quem aja em seu nome, dar cumprimento fiel, no caso concreto, aos comandos normativos, de maneira geral ou individual, para a realizao dos fins pblicos, sob regime prevalecente de direito pblico, por meio de atos e comportamentos controlveis internamente, bem como externamente pelo Legislativo, com auxlio do Tribunal de contas, atos, estes, passiveis de analise pelo Judicirio. A funo administrativa toda e qualquer atividade da administrao, seja oriunda do Executivo, do Legislativo ou do Judicirio. Funes tpicas e atpicas (Ver item 1); Funes administrativas: Servios pblicos; Poder de policia; Explorao da atividade econmica; Interveno na propriedade privada;

5. Noo de Regime Jurdico administrativoInicialmente, fundamental enfocar que no Ordenamento Jurdico ptrio existem dois diferentes regimes jurdicos3, o primeiro o regime jurdico de direito privado que regulamenta a atividade entre particulares4, e o segundo o regime jurdico de direito pblico que regulamenta a atividade entre o particular e o estado. Regime jurdico de direito pblico ou regime jurdico-administrativo o conjunto de regras e princpios a que se deve subsumir a atividade administrativa na consecuo de seus fins. Tal regime delineia-se em razo de alguns princpios: Supremacia do interesse pblico sobre o privado; Exigibilidade dos atos administrativos Indisponibilidade dos interesses pblicos. O regime jurdico administrativo gera para os agentes pblicos e para a Administrao Pblica prerrogativas (privilgios) e restries (limitaes), alguns exemplos de tais PRERROGATIVAS so: Interveno na propriedade privada;3 No sentido jurdico, regime importa no sistema ou no modo regular, porque as coisas, instituies ou pessoas se devam conduzir. 4 Tambm conhecidos pela doutrina como administrados, so as pessoas que vivem em sociedade e so regidas por lei.

6. Princpios inerentes AdministraoOs princpios administrativos so verdadeiros alicerces que fundamentam e respaldam o atuar da Administrao Pblica, legitimam a conduta do Estado (sentido amplo) no exerccio da atividade administrativa. A Constituio Federal de 1988 preceitua, em seu artigo 37, caput5, cinco postulados considerados pela doutrina como princpios expressos ou bsicos, mas fundamental aludir que ainda existem tambm outros postulados que regem o direito administrativo e so denominados pela doutrina de princpios reconhecidos ou implcitos. Os princpios so mandamentos nucleares de um sistema, seu verdadeiro alicerce, disposio fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o esprito e servindo de critrio para sua exata compreenso, ensina Celso Antnio Bandeira de Mello. Ademais, os referidos princpios se aplicam tanto na administrao pblica direta, bem como indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos

5 Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte.

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

Prof. Tarcsio BessaEstados-Membros, do Distrito Federal e dos Municpios. Nada impede que as constituies estaduais e leis extravagantes prevejam, em seus textos, outros princpios que no sejam os expressos da Constituio Federal.

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PRINCPIOS EXPRESSOS: 6.1. Princpio da legalidade a base do Estado Democrtico de Direito e garante que todos os conflitos sejam resolvidos pela lei (art. 5 II, art. 37, caput e art. 150, todos da CF). Traduz o primado de que toda a eficcia da atividade administrativa fica condicionada observncia da lei, significa que o administrador pblico est, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e s exigncias do bem comum, e deles no se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato invlido e expor-se a responsabilidade administrativa, civil e criminal, conforme o caso. O administrador, em cumprimento ao princpio da legalidade, s pode atuar nos termos estabelecidos pela lei. Devemos entender que a Administrao deve fazer tudo que a lei expressamente ordena ou autoriza, e o particular est liberado para fazer tudo que a lei no probe. Segundo Diogenes Gasparini: O princpio da legalidade significa estar a Administrao Pblica, em toda a sua atividade, presa aos mandamentos da lei, deles no se podendo afastar. sob pena de invalidade do ato e responsabilidade de seu autor. Qualquer ao estatal sem o correspondente calo legal. ou que exceda ao mbito demarcado pela lei. injurdica e expe-se anulao Jurisprudncia: "O ato municipal, retificando o ato de aposentao do impetrante, ora recorrente, reduziu seus proventos aos limites legais, cumprindo, assim, o princpio constitucional da legalidade (art. 37, caput, da CF)." (RE 185.255, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 1-4-97, DJ de 19-9-97) 6.2. Princpio da impessoalidade Exige a ausncia de subjetividade na conduta praticada pelo agente pblico, pelo que fica impedido de considerar quaisquer inclinaes e interesses pessoais (interesses prprios ou de terceiros). Este princpio se divide em duas vertentes fundamentais: A impessoalidade que se traduz na busca do interesse pblico, ou seja, o administrador no deve atuar em prol dos seus prprios interesses ou em prol de interesses de um particular especfico. Fundamentase no princpio da finalidade. Seno vejamos o art. 37, pargrafo 1, da CF/88: Art. 37. (...) 1 - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou

imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos. A impessoalidade que se traduz na busca do tratamento isonmico a ser dado a todos os particulares, ou seja, a Administrao Pblica deve dispensar aos administrados que se encontrem em idntica situao jurdica tratamento igualitrio. 6 O principio da impessoalidade intrinsecamente ligado ao principio da finalidade, pois impe ao administrador que s pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal o que a norma indica, de forma impessoal. Impessoal o que no pertence a uma pessoa em especial, ou seja, aquilo que no pode ser voltado especialmente a determinadas pessoas. Hely Lopes Meireiles preleciona que essa proposio nada mais que o clssico princpio da finalidade, o qual impe ao administrador pblico que s pratique o ato para o seu fim legal, e este unicamente o que a norma de direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. Posio divergente e que merece destaque a de Jos Afonso da Silva, que, segundo ele, o princpio ou regra da impessoalidade significa que os atos e provimentos administrativos so imputveis no ao funcionrio que os pratica, mas ao rgo ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionrio, ATENO: O nosso objetivo voltado para as questes de concurso pblico. Dificilmente, as bancas examinadoras adotam o entendimento Jos Afonso da Silva (corrente minoritria). Jurisprudncia: O Tribunal (STF) retomou julgamento de mandado de segurana impetrado contra ato omissivo do Procurador-Geral da Repblica e da Procuradora-Geral da Justia Militar, consistente na negativa de nomeao da impetrante, aprovada em concurso pblico para o cargo de promotor da Justia Militar, no obstante a existncia de dois cargos vagos (...) Considerou, por fim, que essa autoridade teria incorrido em ilegalidade, haja vista a ofensa ao princpio da impessoalidade, eis que no se dera a nomeao por questes pessoais, bem como agido com abuso de poder, porquanto deixara de cumprir, pelo personalismo e no por necessidade ou convenincia do servio pblico, a atribuio que lhe fora conferida. (MS 24.660, Rel. Ellen Gracie, julgamento em 14-906, Informativo 440)

6.3. Princpio da moralidade....

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Para Jos Afonso da Silva, esse princpio possui outro contedo: o princpio ou regra da impessoalidade significa que os atos e provimentos administrativos so imputveis no ao funcionrio que os pratica, mas ao rgo ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionrio.

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

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Prof. Tarcsio Bessab) especialidade aplica-se mais s autarquias, de modo que estas, de regra, no podem ter outras funes diversas daquelas para as quais foram criadas; c) indisponibilidade consiste no poder da Administrao de revogar ou anular seus atos irregulares, inoportunos ou ilegais; d) impessoalidade significa que a Administrao deve servir a todos, sem preferncias ou averses pessoais ou partidrias; e) hierarquia refere-se ao fato de que os rgos e agentes de nvel superior podem rever, delegar ou avocar atos e atribuies. 04) (ESAF/MPOG) A Administrao Pblica, a que o legislador constituinte de 1988 dedicou todo um Captulo, ao tratar da organizao do Estado, para submet-la observncia necessria dos princpios fundamentais da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade a) restringe-se ao Poder Executivo Federal. b) restringe-se aos Poderes Executivos Federal, Estaduais e Municipais. c) restringe-se aos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio Federais. d) abrange rgos e entidades dos trs Poderes da Unio, dos Estados e dos Municpios. e) abrange rgos e entidades federais, estaduais e municipais, com suas subsidirias, sociedades controladas e concessionrias dos seus servios pblicos. 05) (ESAF/AFRF) O estudo do regime jurdicoadministrativo tem em Celso Antnio Bandeira de Mello o seu principal autor e formulador. Para o citado jurista, o regime jurdico-administrativo construdo, fundamentalmente, sobre dois princpios bsicos, dos quais os demais decorrem. Para ele, estes princpios so: a) indisponibilidade do interesse pblico pela Administrao e supremacia do interesse pblico sobre o particular. b) legalidade e supremacia do interesse pblico. c) igualdade dos administrados em face da Administrao e controle jurisdicional dos atos administrativos. d) obrigatoriedade do desempenho da atividade pblica e finalidade pblica dos atos da Administrao. e) legalidade e finalidade. 06) (ESAF/Analista MPU) Um dos princpios informativos do Direito Administrativo, que o distingue dos demais ramos, no disciplinamento das relaes jurdicas, sob sua incidncia, o da a) comutatividade na soluo dos interesses em questo. b) subordinao do interesse pblico ao privado. c) supremacia do interesse pblico sobre o privado. d) predominncia da liberdade decisria. e) correlao absoluta entre direitos e obrigaes. Gabarito:

PRINCPIOS IMPLCITOS:6.6 Princpio da supremacia do interesse pblico o princpio que determina privilgios jurdicos e um patamar de superioridade do interesse pblico sobre o particular, por este princpio a Administrao se sobrepe sobre o particular.

6.7 Princpio da indisponibilidade do interesse pblicoO interesse pblico no pode ser livremente disposto pelo administrador que exerce funo pblica e deve atuar nos limites da lei. Este princpio limita a supremacia, um contrapeso ao princpio anterior. Em verdade, o administrador no pode renunciar ao interesse pblico. Jurisprudncia: "Transao. Validade. Em regra, os bens e o interesse pblico so indisponveis, porque pertencem coletividade. , por isso, o Administrador, mero gestor da coisa pblica, no tem disponibilidade sobre os interesses confiados sua guarda e realizao. Todavia, h casos em que o princpio da indisponibilidade do interesse pblico deve ser atenuado, mormente quando se tem em vista que a soluo adotada pela Administrao a que melhor atender ultimao deste interesse." (RE 253.885, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 4-6-02, DJ de 21-6-02)

6.8 Princpio do contraditrio e ampla defesa .... EXERCCIOS DE FIXAO01) O contexto de Administrao Pblica, que a Constituio Federal subordina observncia dos princpios fundamentais de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia (): a) abrange rgos e entidades dos Trs Poderes das reas federal, estadual, distrital e municipal; b) abrange s os rgos pblicos da estrutura da Unio, dos Estados e dos Municpios; c) restrito ao mbito federal; d) restrito aos Poderes Executivos federal, estadual e municipal; e) restrito ao Poder Executivo Federal. 02) A Administrao tem o direito de modificar, unilateralmente, relaes jurdicas estabelecidas, em face: a) da indisponibilidade dos interesses pblicos; b) da supremacia do interesse pblico sobre o privado; c) do princpio da continuidade dos servios pblicos; d) do princpio da legalidade. 03) Em relao aos princpios bsicos da Administrao Pblica, INCORRETO afirmar que o da: a) razoabilidade significa que a Administrao deve agir com bom senso e de modo proporcional;

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

Prof. Tarcsio Bessa ADMINISTRAO DIRETA E INDIRETA1. Organizao da administrao da Unio a estruturao das entidades e rgos que iro desempenhar as funes, atravs dos agentes pblicos. Tratam-se aqui, da competncia, atribuio e encargo de cada rgo ou entidade pblica distribudos na esfera administrativa. Fundamento Legal: Decreto-Lei 200/67 Art. 4 A Administrao Federal compreende: I - A Administrao Direta, que se constitui dos servios integrados na estrutura administrativa da Presidncia da Repblica e dos Ministrios. II - A Administrao Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurdica prpria: a) Autarquias; b) Empresas Pblicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundaes pblicas. (Includo pela Lei n 7.596, de 1987) Pargrafo nico. As entidades compreendidas na Administrao Indireta vinculam-se ao Ministrio em cuja rea de competncia estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado pela Lei n 7.596, de 1987)

DIREITO ADMINISTRATIVOe) concessionrias de servio pblico.

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02) Assinale a opo correta no que se refere ao Direito Administrativo: a) na centralizao administrativa, o Estado atua diretamente por meio de seus rgos, ou seja, das unidades que so meras reparties interiores de sua pessoa e que, por isso, dele no se distinguem; b) de acordo com a Constituio da Repblica, a Administrao Pblica direta e indireta de qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, do DF e dos municpios obedecer aos princpios de legalidade, moralidade, razoabilidade e publicidade; c) no se considerando agentes pblicos os que prestam servios s pessoas jurdicas de Direito Privado institudas pelo Poder Pblico, como as fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista; d) a responsabilidade civil do servidor pblico consiste na obrigao que lhe imposta de ressarcir o dano causado, no desempenho de suas funes, ao patrimnio ou ao errio pblico, independentemente de dolo ou culpa; e) o que diferencia a polcia administrativa da polcia judiciria o fato de que a primeira age exclusivamente em carter repressivo, limitando atividades individuais em benefcio do interesse pblico, ao passo que a segunda atua em carter preventivo, visando responsabilizao dos violadores da ordem jurdica. 03) O Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967, dispe sobre a constituio da Administrao federal, definindo trs categorias de entidades, dotadas de personalidade jurdica prpria. Identifique a opo correta. a) para fins dessa lei, considera-se autarquia a entidade dotada de personalidade jurdica de Direito Privado, sob a forma de sociedade annima, com a maioria das aes pertencentes Unio, criada para desempenhar atividades de natureza empresarial; b) para fins dessa lei, considera-se sociedade de economia mista, os servios autnomos, criados por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receitas prprias, destinado a executar atividades tpicas da Administrao Pblica; c) para fins dessa lei, considera-se autarquia a entidade dotada de personalidade jurdica prpria, para executar atividades tpicas da administrao pblica de natureza mercantil submetida a regime de monoplio estatal; d) para fins dessa lei, considera-se empresa pblica a entidade dotada de personalidade jurdica prpria, criada por lei, destinada a prestar servios que requerem gesto administrativa e financeira descentralizada; e) para fins dessa lei, considera-se empresa pblica a entidade dotada de personalidade jurdica de Direito Privado, com capital exclusivo da Unio ou de suas entidades da Administrao indireta, criadas para desempenhar atividades de natureza empresarial. 04) As entidades que possuem natureza jurdica de Direito Privado e cujo regime jurdico de pessoal regulado pela CLT so:

1.1 Formas de administrativa:

prestao

da

atividade

a) Centralizada: a atividade exercida pelo prprio Estado (Administrao Direta), caractersticas: A atividade exercida diretamente pelo Estado, em seu nome e sob sua responsabilidade, atravs de seus rgos; O Estado titular e executor dos servios pblicos; Pode ocorrer a desconcentrao, ou seja, a distribuio interna de competncia entre os rgos da administrao; Doutrinariamente, identifica-se com a Administrao Direta: a Unio, os Estados-membros, os Municpios, o Distrito Federal e seus respectivos rgos. Nestes termos, Administrao Centralizada corresponderia Administrao Direta. b) Descentralizada:

EXERCCIOS DE FIXAO01) Entre as entidades da Administrao Pblica Federal Indireta, so dotadas de personalidade de Direito Pblico as(os): a) autarquias; b) empresas pblicas; c) sociedades de economia mista; d) servios sociais autnomos;

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Tarcsio Bessae) Concesso de benefcio fiscal para a implantao de uma nova indstria em determinado Estadofederado. 09. (ESAF/AFC/STN) A diferena fundamental existente entre rgos pblicos e entidades da Administrao Indireta Federal gira em torno de terem ou no a) autonomia administrativa b) personalidade jurdica c) poder de polcia d) sujeio ao controle externo e) sujeio ao princpio da legalidade 10. (ESAF/AFC/STN/2000) A espcie organizacional da Administrao Pblica Indireta que deve ter sua rea de atuao definida em lei complementar : a) empresa pblica b) rgo autnomo c) autarquia d) fundao e) sociedade de economia mista

a) autarquias e concessionrios de servio pblico; b) empresas estatais e permissionrios de servio pblico; c) organizaes sociais e fundao autrquica; d) advocacia geral da Unio e sociedade de economia mista; e) fundao pblica e Procuradoria da Repblica. 05) Tratando-se de Administrao Pblica, assinale a afirmativa falsa. a) a autarquia pode exercer poder de polcia administrativa; b) a criao de empresa pblica depende de lei autorizativa, mas sua personalidade advm do registro competente; c) o rgo pblico decorre do fenmeno da descentralizao; d) as fundaes pblicas devem ter por objeto atividades de natureza social ou cientfica; e) os bens das autarquias no esto sujeitos penhora. 06) Os Tribunais de Contas: a) integram o Poder Judicirio; b) so rgos auxiliares dos Legislativos e colaboradores dos Executivos; c) podem ser criados nas capitais de Estados que deles no dispem; d) revestem-se de natureza autrquica. 07. Na organizao do Estado e da Administrao, os rgos pblicos (A) simples renem em sua estrutura outros rgos menores, com funo principal idntica ou com funes auxiliares diversificadas. (B) expressam a vontade da entidade a que pertencem, contudo no a vinculam por seus atos, que so imputados exclusivamente a seus agentes. (C) no possuem capacidade processual, contudo representam juridicamente a pessoa jurdica que integram. (D) so centros de competncia institudos para o desempenho de funes estatais, por meio de seus agentes, cuja atuao imputada pessoa jurdica a que pertencem. (E) so dotados de personalidade jurdica prpria, j que integram a estrutura da administrao pblica direta. 08. (ESAF/PFN) Assinale, entre os atos abaixo, aquele que no pode ser considerado como de manifestao da atividade finalstica da Administrao Pblica, em seu sentido material. a) Concesso para explorao de servio pblico de transporte coletivo urbano. b) Desapropriao para a construo de uma unidade escolar. c) Interdio de um estabelecimento comercial em razo de violao a normas de posturas municipais. d) Nomeao de um servidor pblico, aprovado em virtude de concurso pblico.

ATOS ADMINISTRATIVOS1. Atos da Administrativos. Administrao e Atos

No exerccio da atividade administrativa pelo Estado, o ato administrativo um ato jurdico que concretiza o exerccio da funo administrativa do Estado. Como todo ato jurdico, constitui, modifica, suspende, revoga situaes jurdicas. Em geral, alguns autores adotam o conceito restrito de ato administrativo, restringindo o uso do conceito aos atos jurdicos individuais e concretos que realizam a funo administrativa do Estado. O ato administrativo a forma jurdica bsica estudada pelo direito administrativo. Todo ato administrativo ato jurdico regido pelo direito pblico. H atos da Administrao que no so atos administrativos em sentido estrito, pois, por exemplo, a Administrao tambm pode praticar atos de direito privado. Os atos de direito privado praticados pela Administrao esto na categoria dos atos da administrao, mas no na categoria dos atos administrativos. Atos da Administrao: todos os atos praticados no exerccio da funo administrativa.

O ato administrativo uma espcie do gnero atos da administrao. ATENO: considerado ato administrativo aquele praticado por entidade de direito privado no exerccio

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Prof. Tarcsio Bessade funo delegada do Poder Pblico e em razo dela. (Tec.Jud.TRT 18 R/2008)

DIREITO ADMINISTRATIVO

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2. Noo de ato administrativo.....

12.

SMULAS ADMINISTRATIVOS:

SOBRE

ATOS

ou utilizao de determinados bens, nas condies impostas ou consentidas por ela. Esses conceitos referem-se, respectivamente, a) s instrues e aos atos normativos. b) aos regimentos e s autorizaes. c) aos atos normativos e s instrues. e) aos regimentos e s instrues. 04. (Tec.Jud.Adm.TRT 23 R/FCC/2007) No que se refere a atos administrativos INCORRETO afirmar que a) a expedio de uma certido pela Administrao Pblica pode ser caracterizada como um ato administrativo declaratrio. b) o ato administrativo complexo resulta da vontade de um nico rgo, mas depende da verificao por parte de outro, para se tornar exigvel. c) a licena e a admisso so espcies de ato vinculado. d) presuno de legitimidade e presuno de veracidade dos atos administrativos no possuem carter absoluto. e) denomina-se ato regulamentar ou geral aquele que alcana a todos que se encontrem na mesma situao abstrata prevista na sua edio e, portanto, no h destinatrio determinado. 05. (Tec.Jud.Adm.TRF 2 R/FCC/2007) Dentre os vrios critrios de classificao e espcies dos atos administrativos, considere I. aqueles que contm um comando geral visando a correta aplicao da lei; II. os que certificam, atestam ou declaram um fato. Esses conceitos referem-se, respectivamente, a) aos atos normativos e aos atos negociais. b) aos atos enunciativos e aos atos normativos. c) s inscries e aos atos enunciativos. d) aos atos normativos e aos atos enunciativos. e) s portarias e aos atos enunciativos. 06.(CESPE/INSS) A respeito da teoria dos atos administrativos, julgue os seguintes itens. (1) Os atos administrativos so dotados de presuno de legitimidade e veracidade, o que significa que h presuno relativa de que foram emitidos com observncia da lei e de que os fatos alegados pela administrao so verdadeiros. (2) Imperatividade o atributo pelo qual os atos administrativos se impem a terceiros, independentemente de sua concordncia. (3) Os atos administrativos s so dotados de autoexecutoriedade nas hipteses previstas expressamente em lei. (4) A presuno de legitimidade dos atos legislativos no impede que o cidado possa opor-se aos mesmos. (5) A motivao de um ato administrativo deve contemplar a exposio dos motivos de fato e de direito, ou seja, a regra de direito habilitante e os fatos em que o agente se estribou para decidir. 07. (Anal.Jud.TRF 4 R/FCC/2007) So requisitos especficos dos atos administrativos:

STF Smula n 14: No admissvel, por ato administrativo, restringir, em razo da idade, inscrio em concurso para cargo pblico. (Cancelada pelos Acrdos do RE 74486/RTJ 68/463 e do RE 88968/RTJ 93/1207) STF Smula n 346: A administrao pblica pode declarar a nulidade dos seus prprios atos. Smula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal De Contas da Unio asseguram-se o Contraditrio e a Ampla Defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de Ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade do ato de concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso.

EXERCCIOS / ATOS ADMINISTRATIVOS01. (Aud.TCE/AM/FCC/2007) Constitui exceo regra geral da auto-executoriedade dos atos administrativos a a) cobrana de dvida ativa por meio de execuo fiscal. b) requisio de bens particulares no caso de iminente perigo pblico. c) anulao de ato administrativo ilegal, por ato da prpria administrao. d) revogao de ato administrativo discricionrio. e) imposio de sanes administrativas a particular por inobservncia de contrato administrativo. 02. (Tec.Jud.TRT 23 R/FCC/2007) Sobre o controle dos atos administrativos, pode-se afirmar que o ato editado com vcio de legalidade a) s pode ser anulado por deciso judicial em ao autnoma. b) s pode ser anulado ou invalidado pela prpria Administrao Pblica, pois s ela detm o poder de autotutela. c) pode ser anulado ou invalidado pela prpria Administrao Pblica, assim como pelo Poder Judicirio. d) pode ser anulado pela prpria Administrao, desde que ocorra ratificao pelo Poder Judicirio. e) no pode ser anulado pela Administrao Pblica, na hiptese de ter ele produzido efeito. 03. (Anal.Jud.Adm.TRF 2 R/FCC/2007) A respeito dos vrios critrios de classificao e espcies dos atos administrativos, considere: I. os que so editados por superior hierrquico com a finalidade de fixar diretrizes aos subordinados quanto ao modo de realizao de servio; II. aqueles pelos quais a Administrao torna possvel ao interessado a realizao de certa atividade, servio

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Tarcsio Bessac) atos contaminados de vcio de legalidade podem no ser anulados, em nome do princpio da segurana jurdica. d) podem ostentar carter normativo, a despeito de estarem em posio subjacente lei. e) licenas, a despeito de serem atos normalmente vinculados, podem ser revogadas em situaes especficas.

a) objeto; formalidade; argumentao; parte capaz e natureza jurdica. b) contedo; licitude; fundamentao; forma e finalidade. c) fundamentao; natureza jurdica; formalidade; competncia e objetividade. d) competncia; objeto; forma; finalidade e motivo. e) agente capaz; argumentao; forma, finalidade e licitude. 08. (Anal.Adm.MPU/FCC/2007) No que tange aos atos administrativos, analise: I. A licena e a autorizao so espcies de atos administrativos discricionrios. II. A imperatividade o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execuo pela prpria Administrao, sem necessidade de interveno do Poder Judicirio. III. Os atos complexos so os que resultam da manifestao de dois ou mais rgos, cuja vontade se funde para formar um ato nico. IV. Dentre os requisitos do ato administrativo, a competncia inderrogvel e decorre sempre da lei. correto o que consta APENAS em a) III e IV. b) II, III e IV. c) I e III. d) I, II e IV. e) I e II. 09. (Anal.Con.Int.MPU/FCC/2007) Quanto aos atos administrativos, correto afirmar: a) A eficcia o atributo do ato administrativo que impe a coercibilidade para seu cumprimento ou execuo, desde que declarada a sua validade. b) A presuno de legitimidade e veracidade no autoriza a imediata execuo ou operatividade dos atos administrativos, especialmente quando arguidos de vcios ou defeitos que os levem invalidade. c) Sejam eles vinculados ou discricionrios, simples ou complexos, de imprio ou de gesto, possuem como requisitos sua formao, a competncia, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto. d) Atos gerais ou regulamentares so aqueles expedidos sem finalidade normativa, alcanando apenas a categoria de particulares nele indicados, caracterizando- se por serem de comando concreto e pessoal, por isso mesmo irrevogveis. e) Os atos vinculados ou regrados, por dispensarem qualquer motivao, j que exigem a estrita obedincia norma legal, retiram do administrador pblico o critrio da convenincia e da oportunidade. 10. (Adv.Sen.Federal/FGV/2008) Em relao aos atos administrativos, considera-se errneo afirmar que: a) o requisito da competncia administrativa, por seu carter vinculado, insuscetvel de convalidao. b) a revogao rende ensejo a que o administrador proceda valorao da convenincia e da oportunidade da retirada do ato.

LICITAES1. Definio:Licitao o procedimento administrativo formal em que a Administrao Pblica convoca, mediante condies estabelecidas em ato prprio (edital ou convite), empresas interessadas na apresentao de propostas para o oferecimento de bens e servios. A licitao objetiva garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao, de maneira a assegurar oportunidade igual a todos os interessados e possibilitar o comparecimento ao certame ao maior nmero possvel de concorrentes. A Lei n 8.666 de 1993, ao regulamentar o artigo 37, inciso XXI, da Constituio Federal, estabeleceu normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. De acordo com essa Lei, a celebrao de contratos com terceiros na Administrao Pblica deve ser necessariamente precedida de licitao, ressalvadas as hipteses de dispensa e de inexigibilidade de licitao. Os seguintes princpios bsicos que norteiam os procedimentos licitatrios devem ser observados, dentre outros:

2. Finalidadea) viabilizar a melhor contratao possvel; b) permitir que qualquer interessado possa participar.

3. Competncia para legislar. Leis atuais:a) como normas gerais: Lei 8666/93, alterada pela Lei 8883/94, Lei 9648/98, Leis 11.107/05, Lei 11.196/05, detalhes na Lei 8987/95 (foi alterada pela Lei 11.196/2005 que inseriu o art. 18-A no que tange ao procedimento licitatrio), alm da Lei 10.520/02; b) os Estados, Distrito Federal e Municpios podem legislar sobre normas especficas.

4. Princpios bsicosa) Legalidade - Nos procedimentos de licitao, esse princpio vincula os licitantes e a Administrao Pblica s regras estabelecidas, nas normas e princpios em vigor; b) Impessoalidade: - Esse princpio obriga a Administrao a observar nas suas decises critrios objetivos previamente estabelecidos, afastando a discricionariedade e o subjetivismo na conduo dos procedimentos da licitao (nega o favoritismo);

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Prof. Tarcsio Bessac) Moralidade - A conduta dos licitantes e dos agentes pblicos tem que ser, alm de lcita, compatvel com a moral, tica, os bons costumes e as regras da boa administrao (observncia dos padres ticos, lealdade e boa-f); d) Igualdade entre os licitantes; e) Publicidade dos atos - Qualquer interessado deve ter acesso s licitaes pblicas e seu controle, mediante divulgao dos atos praticados pelos administradores em todas as fases da licitao. f) Vinculao ao instrumento convocatrio Obriga a Administrao e o licitante a observarem as normas e condies estabelecidas no ato convocatrio. Nada poder ser criado ou feito sem que haja previso no ato convocatrio; g) Julgamento objetivo - Esse princpio significa que o administrador deve observar critrios objetivos definidos no ato convocatrio para o julgamento das propostas. Afasta a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores subjetivos ou de critrios no previstos no ato convocatrio, mesmo que em benefcio da prpria Administrao; h) Procedimento formal (no se admite formalismo intil); i) Sigilo das propostas.

DIREITO ADMINISTRATIVO 11 A atuao do administrador vinculada

7. Modalidades EXERCCIOS1. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRT 24 Regio/2003) - O Prefeito Totonho Filho pretende construir um Teatro pblico em seu Municpio, embora no saiba quando ser possvel constru-lo. Precisa escolher um bom projeto, artstica e tecnicamente, e, no tendo na Prefeitura um profissional de gabarito para tanto, entende estar obrigado a licit-lo. Nesse caso, o adequado a licitao do projeto mediante (A) concurso entre quaisquer interessados que atendam aos critrios constantes do edital, mediante instituio de prmio ao vencedor. (B) convites aos profissionais afetos rea e nela tecnicamente habilitados, no mnimo trs, cadastrados ou no no Municpio. (C) concorrncia entre quaisquer interessados que comprovarem os requisitos tcnicos exigidos no edital. (D) leilo do direito de projetar o Teatro, aberto a qualquer interessado que tenha a habilitao tcnica exigida no edital. (E) tomada de preos entre quaisquer profissionais habilitados na fase preliminar e que tenham o gabarito exigido no edital. 04/08/03 - 11:51 2. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRE CE/2002) - A Unio Federal pretende realizar licitaes para a contratao de uma obra no valor de R$ 180.000,00 e uma compra no valor de R$ 700.000,00. Tais licitaes, segundo as regras gerais da Lei n o 8.666/93, podero ocorrer, respectivamente, nas modalidades (A) concorrncia e concorrncia. (B) tomada de preos e convite. (C) convite e tomada de preos. (D) convite e concorrncia. (E) tomada de preos e tomada de preos. 3. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRE CE/2002) - Considerado o regime da Lei n o 8.666/93, NO est configurada hiptese de dispensa de licitao em (A) um caso de compras de hortifrutigranjeiros, po e outros gneros perecveis, no tempo necessrio para a realizao dos processos licitatrios correspondentes, realizadas diretamente com base no preo do dia. (B) um caso havido durante guerra ou grave perturbao da ordem. (C) uma situao em que no acudiram interessados licitao anterior e esta, justificadamente, no puder ser repetida sem prejuzo para a Administrao. (D) uma situao em que houver inviabilidade de competio. (E) havendo necessidade de a Unio intervir no domnio econmico para regular preos ou normalizar o abastecimento.

5. Sujeitos licitaoa) administrao direta; b) administrao indireta; c) fundos especiais; d) demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo poder pblico.

6. Dispensa e inexigibilidade 6.1. Dispensa de licitao:A competio, embora possvel, algumas razes de tomo justificam que se deixe de efetu-la em nome de outros interesses pblicos. Pode ser: a) dispensvel (art. 24 - Alterado pelas Leis 11.107/2005 e 11.196/2005). Rol taxativo Discricionariedade (se o caso se enquadrar na hiptese da lei, ainda sim, o legislador poder fazer licitao) b) dispensada (art. 17 - alterado pela Lei 11.196/05). Tem o objeto mais restrito que a licitao dispensvel (aqui somente se aplica pra alienaes de bens pblicos imveis e mveis) A atuao vinculada - legislador j prev que o poder pblico obrigado a contratar sem licitar (entendimento por parte da doutrina) Rol taxativo

6.2. Inexigibilidade:Resulta da inviabilidade de competio, em razo de um dos pressupostos para sua efetivao: pressuposto lgico, pressuposto jurdico e pressuposto ftico. (art. 25) No tem chance de disputas (competio) O rol exemplificativo (o prprio artigo diz isso)

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Tarcsio Bessa(C) a possibilidade de participao da empresa consorciada, na mesma licitao, atravs de mais de um consrcio ou isoladamente. (D) que, no consrcio de empresa brasileira e estrangeira, a liderana ser exercida por livre escolha, inclusive por uma empresa estrangeira. (E) que a liderana ser exercida pela empresa que possuir maior tempo de funcionamento e valor patrimonial. 8. (FCC/Analista Judicirio rea Judiciria TRT 24 Regio/2003) - A Administrao Pblica expediu cartas-convite para trs interessados do ramo pertinente ao objeto da licitao. Um quarto cadastrado, na mesma especialidade, manifestou interesse a 48 horas da data da apresentao das propostas. Nesse caso, (A) to-s os trs primeiros cadastrados podero participar, porque esse o limite mximo de participantes nessa modalidade de licitao. (B) o quarto interessado s poder participar de futura licitao, em face da perda do prazo legal. (C) o quarto interessado poder participar da licitao, em razo do interesse pblico em aumentar o rol dos licitantes. (D) a proposta do quarto interessado s poder ser aceita em caso de desistncia de um dos trs anteriores. (E) para evitar ofensa ao direito adquirido, a proposta do quarto interessado s ser aberta se houver concordncia dos outros licitantes. 9.( FCC/Analista Judicirio rea Judiciria TRT 24 Regio/2003) - Em se tratando de licitao, a lei considera dispensvel o certame em certos casos. Nesses casos, (A)) embora haja possibilidade de competio, a lei defere a realizao da licitao discricionariedade do administrador. (B) no h possibilidade de competio, assim como ocorre na licitao inexigvel, sem embargo de terem diversos outros traos distintivos. (C) a lei defere a licitao discricionariedade do administrador e o rol legal meramente exemplificativo. (D) no h possibilidade de competio, razo pela qual a lei arrola os casos em que a licitao no pode ser realizada. (E) a lei equipara, quanto aos efeitos e ao procedimento, a licitao dispensvel com a dispensada e com a inexigvel. 10.(FCC/Analista Judicirio rea Judiciria TRT 19 Regio/2003) - NO hiptese de dispensa de licitao a (A) contratao de prestao de servios por sociedade de economia mista, com uma de suas subsidirias. (B) exclusividade do fornecimento dos produtos objeto de licitao. (C) locao de imvel para instalao de escola pblica, em localizao privilegiada. (D) compra de bens em caso de guerra ou calamidade pblica. (E) interveno no domnio econmico pela Unio Federal, para normalizao do abastecimento.

4.(FCC/Analista Judicirio Execuo de Mandados TRT 21 Regio/2003) - Para a contratao de servios relativos ao patrimnio ou defesa de causas judiciais ou administrativas, a licitao (A) facultativa, ficando a critrio do Administrador, que poder utilizar-se das modalidades de convite ou de concurso. (B) ser obrigatria, a fim de que seja assegurada a observncia do princpio constitucional da isonomia. (C) dispensvel, desde que o profissional ou sua empresa sejam de notria especializao. (D) ser dispensada, porm imprescindvel a natureza singular do servio. (E) inexigvel, desde que o profissional seja de notria especializao e o servio de natureza singular. 5. (FCC/Analista Judicirio Execuo de Mandados TRT 5 Regio/2003) - NO pode ensejar a dispensa de licitao (A) a interveno da Unio no domnio econmico. (B) a possibilidade de comprometimento da segurana nacional. (C) o pequeno valor de seu objeto. (D) a impossibilidade absoluta de competio. (E) a ocorrncia de calamidades pblicas. 6. (FCC/Analista Judicirio rea Judiciria TRE BA/2003) - O jornal X, alegando ter recebido informaes que comprometem a lisura de uma licitao, cuja fase de habilitao dos licitantes est em curso, e invocando o princpio da publicidade, postula do Presidente da Comisso o imediato conhecimento do teor das propostas. O Presidente deve (A) rejeitar o pedido, visto que foi formulado por quem no parte no certame e no tem legtimo interesse jurdico. (B) negar a divulgao, preservando o sigilo do contedo das propostas que igualmente assegurado. (C) autorizar a divulgao, desde que de todas as propostas, ante o princpio cogente da publicidade. (D) submeter a questo autoridade responsvel pela homologao, nica com atribuio para quebrar o sigilo das propostas. (E) autorizar a divulgao apenas da proposta ofertada pelo licitante envolvido na denncia, preservando a imagem dos demais. 7. (FCC/Analista Judicirio rea Judiciria TRT 21 Regio/2003) - Na licitao objetivando a construo de dependncia para a instalao de Junta de Conciliao e Julgamento, as empresas "A", "B" e "C" participaro em consrcio. Nesse caso, dentre outras normas, dever-se- observar (A) a comprovao de compromisso pblico ou particular de constituio do consrcio, subscrito pelos consorciados. (B) que a responsabilidade ser exclusiva da empresa a que coube a liderana pelos atos praticados em consrcio, na fase de licitao.

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

Prof. Tarcsio Bessa11(FCC/Analista Judicirio rea judiciria TRT 20 Regio/2002) - Em uma licitao do tipo menor preo, regida pela Lei n 8.666/93, compareceram trs licitantes. O licitante A foi classificado em primeiro lugar, oferecendo o preo de R$ 30 000,00. Em segundo lugar foi classificado o licitante B, com preo de R$ 35 000,00, e em terceiro, o licitante C, com preo de R$ 40 000,00. Regularmente convocado, dentro do prazo de validade das propostas, A recusa-se a assinar o termo de contrato por R$ 30.000,00, pois alega ter errado em seus clculos e ser seu preo correto R$ 34.000,00, ainda assim menor do que o de B. Nesse momento, C informa Administrao estar disposto modificar seu preo para R$ 33 000,00. Ante a recusa definitiva de A em contratar por R$ 30 000,00, e considerando que no caso no houve necessidade de atualizao monetria dos preos, a Administrao poder contratar (A) B por R$ 35 000,00. (B) A por R$ 34 000,00. (C) C por R$ 33 000,00, independentemente de ouvir B. (D) C por R$ 33 000,00, desde que B no aceite esse preo. (E) B, desde que aceite o preo de R$ 30 000,00. 12. (FCC/Tcnico Judicirio rea administrativa TRE Acre/2003) - Em matria de licitao, quando se fala em princpio do julgamento objetivo, tm-se em mente que o julgamento ser feito (A) sempre pelo critrio do menor preo oferecido. (B) segundo os critrios fixados no edital. (C) pela Comisso de Licitaes designada previamente. (D) com justificao sobre a proposta vencedora. (E) de modo transparente, com admisso de recurso aos perdedores insatisfeitos. 13. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRE BA/2003) - Embora determinando a estrita obedincia a vrios princpios bsicos, a Lei de Licitaes d especial relevncia a um deles, dispondo que a licitao destina-se a garantir a observncia do princpio da (A) probidade administrativa. (B) legalidade. (C) publicidade. (D) isonomia. (E) moralidade. 14.(FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRE BA/2003) - Para venda de bens mveis inservveis administrao, a modalidade de licitao adequada (A) o prego. (B) o leilo. (C) a tomada de preos. (D) o convite. (E) a concorrncia.

DIREITO ADMINISTRATIVO 1315. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRT 21 Regio/2003) - Para os fins da Lei n 8.666, de 21/06/93 (Lei de Licitaes e Contratos Administrativos), NO considerado servio tcnico profissional especializado, entre outros, o trabalho relativo a (A) projetos bsicos e executivos. (B) fiscalizao de obras e servios. (C) restaurao de bens de valor histrico. (D) aquisio de material com observncia ao princpio da padronizao. (E) avaliaes em geral. 16. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRE CE/2002) - A Unio Federal pretende realizar a contratao de uma obra no valor de R$ 10.000,00. Para essa contratao, nos termos da Lei n o 8.666/93, a licitao (A) inexigvel. (B) ter de ocorrer na modalidade convite. (C) ter de ocorrer na modalidade tomada de preos. (D) ter de ocorrer na modalidade concorrncia. (E) poder ocorrer na modalidade convite, ou tomada de preos, ou concorrncia. 17. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRE CE/2002) - Para a Administrao celebrar contrato, tendo por objeto o remanescente de uma obra, em consequncia da resciso de contrato anterior, (A) poder contratar mediante dispensa de licitao, escolhendo a seu critrio empresa que preencha os requisitos da anterior licitao, observando as mesmas condies do contrato rescindido. (B) poder contratar mediante dispensa de licitao, respeitando a ordem de classificao da anterior licitao e observando as mesmas condies do contrato rescindido. (C) ter de realizar nova licitao, considerando o valor total do contrato para definir a modalidade de licitao. (D) ter de realizar nova licitao, considerando o valor do remanescente para definir a modalidade de licitao. (E) ter de contratar diretamente, por inexigibilidade de licitao. 18. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRT 5 Regio/2003) - De acordo com a Lei, a venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados deve ser feita por licitao, na modalidade de (A) concorrncia. (B) concurso. (C) convite. (D) leilo. (E) tomada de preos. 19. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRT 19 Regio/2003) - As licitaes para a contratao de uma obra orada em R$ 300 000,00 e de uma compra orada em R$ 800 000,00 podero ocorrer, respectivamente, sob as modalidades

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Tarcsio Bessanegcio, quer pelos objetivos sociais visados pela Administrao, diz-se que a licitao (A) ineficaz (B) dispensvel. (C) vedada. (D) inexigvel. (E) inexequvel. 24. (FCC/Juiz Substituto TJ RN/2003) - Para licitaes internacionais admissvel, (A) exclusivamente a modalidade concorrncia. (B) alm da modalidade concorrncia, a tomada de preos, desde que o rgo licitante disponha de cadastro internacional de fornecedores, e o convite, desde que no haja fornecedor do bem ou servio no Pais, respeitadas as faixas de valor legalmente previstas. (C) alm da modalidade concorrncia, apenas a tomada de preos, desde que se empregue o sistema de registro de preos, respeitadas as faixas de valor legalmente previstas. (D) alm da modalidade concorrncia, a tomada de preos, desde que se empregue o sistema de registro de preos, e o convite, desde que no haja fornecedor do bem ou servio no Pas, respeitadas as faixas de valor legalmente previstas. (E) exclusivamente, a modalidade tomada de preos. 25. (FCC/Assessor Jurdico Tribunal de Contas do Piau/2002) - Quando cabvel, a licitao para a concesso de direito real de uso de bem imvel pela Administrao a particular, conforme regra estabelecida na Lei no 8.666/93, deve ocorrer na modalidade (A) correspondente ao valor do bem cujo uso est sendo concedido. (B) convite. (C)) concorrncia. (D) tomada de preos. (E) prego. 26. (FCC/Assessor Jurdico Tribunal de Contas do Piau/2002) - Configura hiptese de dispensa de licitao, nos termos da Lei no 8.666/93, (A)) a necessidade de a Unio intervir no domnio econmico para regular preos ou normalizar o abastecimento. (B) a aquisio, em periodicidade regular, de material de uso pessoal e administrativo pelas Foras Armadas. (C) a contratao de associao de portadores de deficincia fsica, com ou sem fins lucrativos, para a prestao de servios para a Administrao. (D) a contratao realizada por empresa pblica com subsidiria sua, para prestao de servios, independentemente do preo ou valor envolvidos. (E) a contratao de remanescente de obra, em consequncia de resciso contratual, atendida a ordem de classificao da licitao anterior e respeitada a oferta ento realizada pela empresa a ser contratada. 27. (FCC/Assessor Jurdico Tribunal de Contas do Piau/2002) - Determinado rgo da Administrao

(A) convite e concorrncia. (B) convite e tomada de preos. (C) concorrncia e concorrncia. (D) tomada de preos e tomada de preos. (E) concorrncia e tomada de preos. 20. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRF/2005) - Quanto noo geral de licitao, pode-se dizer que (A) dever atender exclusivamente aos princpios da vinculao ao edital, da publicidade e da probidade administrativa dos licitantes. (B) suas modalidades se restringem concorrncia, tomada de preos e convite. (C) obrigatria para a administrao direta e facultativa para a indireta, sendo incabvel para os particulares. (D) em razo do peculiar interesse pblico no pode ser dispensada ou considerada inexigvel. (E) dever seguir as fases de abertura, habilitao, classificao, julgamento, homologao e adjudicao. 21. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRF/2005) - Considere as proposies que seguem, a respeito das licitaes. I.So prprios da concorrncia pblica, entre outros, os contratos de vulto mdio e a participao de interessados previamente cadastrados. II. Na tomada de preos, entre outros requisitos, permitida a participao de qualquer interessado e a presena de contratos de grande vulto. III. O convite, entre outras caractersticas, destinado a contratos de pequeno vulto e a facultar a participao de cadastrados, que manifestarem interesse com antecedncia de at 24 horas da apresentao das propostas. Est correto SOMENTE o que se afirma em (A) I (B) II (C) III (D) I e II (E) II e III 22. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRT 20 Regio/2002) - A modalidade de licitao, prevista na Lei n 8.666/93, entre quaisquer interessados para escolha de trabalho tcnico, cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmios ou remunerao aos vencedores, diz-se (A) convite. (B) leilo. (C) concurso. (D) prego. (E) consulta. 23. (FCC/Tcnico Judicirio rea Judiciria e Administrativa TRF 4 Regio/2003) - Quando h impossibilidade jurdica de competio entre contratantes, quer pela natureza especfica do

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Prof. Tarcsio BessaPblica Federal, para aplicar o sistema de registro de preos, realiza seleo mediante tomada de preos, comunicando aos interessados a especificao completa dos bens a serem adquiridos, inclusive preferncia por fabricante e marca, e informando que o registro ter validade de 2 anos. Nessa situao o rgo pblico (A) atendeu s exigncias da Lei no 8.666/93. (B) desrespeitou a Lei no 8.666/93 apenas no tocante modalidade de licitao empregada. (C) desrespeitou a Lei no 8.666/93 apenas no tocante descrio dos bens a serem adquiridos. (D) desrespeitou a Lei no 8.666/93 apenas no tocante ao prazo de validade do registro. (E)) desrespeitou a Lei no 8.666/93 no tocante aos trs aspectos mencionados. 28. (FCC/Auditor Tribunal de Contas do Estado de Sergipe Janeiro/2002) - A situao de emergncia (A) ou de calamidade pblica constituem motivos para a inexigibilidade do certame licitatrio. (B) constitui motivo para a dispensabilidade da licitao, sendo que a grave perturbao da ordem caracteriza inexigibilidade desse certame. (C) causa para a inexigibilidade do certame licitatrio, sendo a calamidade pblica justificadora da dispensabilidade de licitao. (D)) ou de calamidade pblica, podem ensejar a dispensabilidade de licitao. (E) deve ser equacionada mediante inexigibilidade da licitao, enquanto a grave perturbao da ordem deve ser por dispensabilidade desse certame. 29. (FCC/Subprocurador Tribunal de Contas do Estado de Sergipe Janeiro/2004) - Nos termos da Lei no 8.666/93, a pr-qualificao dos licitantes (A) no possvel. (B) somente possvel na modalidade convite. (C) somente possvel na modalidade tomada de preos. (D) somente possvel nas modalidades convite e tomada de preos. (E)) compatvel com a modalidade concorrncia. 30. (FCC/Procurador do Estado do Rio Grande do Norte/2002) - Assinale a alternativa correta sobre a distino entre dispensa e inexigibilidade de licitao: a) As hipteses de inexigibilidade de licitao esto taxativamente fixadas na lei, sendo as situaes de dispensa de licitao apenas exemplificativamente discriminadas. b) Na dispensa de licitao existe possibilidade de competio. A licitao deixa de ocorrer por opo discricionria do administrador. Na inexigibilidade a competio invivel, porque apenas uma pessoa ou um nico objeto satisfazem as necessidades da Administrao. c) Na inexigibilidade de licitao a competio perfeitamente possvel, sendo opo discricionria do administrador a no realizao do certame licitatrio. Nas hipteses de dispensa de licitao impossvel realizar-se o procedimento licitatrio.

DIREITO ADMINISTRATIVO 15d) No h distino. O administrador pode optar livremente por uma ou outra alternativa. e) As hipteses de dispensa elencadas na lei, pela sua prpria natureza, embora evidenciem a possibilidade de competio, obriqam o administrador a, diante da situao ftica nelas abstratamente descrita, deixar de realizar o procedimento licitatrio. Na inexigibilidade de licitao a inviabilidade de competio faculta ao administrador a no realizao do procedimento licitatrio. GABARITO:

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS1. DEFINIO Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a expresso contratos da Administrao utilizada, em sentido amplo, para abranger todos os contratos celebrados pela Administrao Pblica, seja sob regime de direito pblico, seja sob regime de direito privado. E a expresso contrato administrativo reservada para designar to-somente os ajustes que a Administrao, nessa qualidade, celebra com pessoas fsicas ou jurdicas, pblicas ou privadas, para a consecuo de fins pblicos, segundo regime jurdico de direito pblico. Costuma-se dizer que, nos contratos de direito privado, a Administrao se nivela ao particular, caracterizando-se a relao jurdica pelo trao da horizontalidade e que, nos contratos administrativos, a Administrao age como poder pblico, com todo o seu poder de imprio sobre o particular, caracterizando a relao jurdica pelo trao da verticalidade. As relaes habituais que, em decorrncia da lei, de clusulas contratuais e, ainda, do objeto da relao jurdica, colocam a Administrao em posio jurdica peculiar em favor da satisfao de um interesse pblico, so os chamados contratos administrativos, firmados pela Administrao Pblica e regidos pela Lei de Licitaes e Contratos Administrativos, n 8.666/93. A Lei menciona diversas figuras da Administrao (direta e indireta) como entidades sujeitas aplicao da Lei de Licitaes, quando houver necessidade em firmar contrataes. Assim, na inteno de firmar ajuste com particular ou com outra entidade da Administrao, para a consecuo de interesse pblico, e ainda, nos moldes ditados pela Administrao, esta seguir as regras dispostas no referido diploma legal, qualificando tal ajuste como contrato administrativo, tendo em vista a posio privilegiada da Administrao. Porm, no obstante tais ajustes configurarem a Administrao posio jurdica privilegiada, no lhe retira a natureza de contrato consensual, o que ensina Hely Lopes Meirelles, em sua obra. Licitao e Contrato Administrativo, Ou seja, o contrato administrativo no configura relao em que subsistem vantagens apenas ao Poder Pblico. Se assim o fosse, no haveriam interessados em firmar ajustes com a Administrao Pblica. Nesse sentido, Francis-Paul Benoit, citado por Celso Antonio Bandeira de Mello, aduz que No por isso que se deva menosprezar o interesse do particular contratante. Alis, se procedesse desta maneira, perfeitamente evidente que a Administrao no encontraria contratantes. o caso do direito do

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Prof. Tarcsio BessaAdministrador Pblico no administra bens e interesses prprios, mas sim gere bens e interesses pblicos. No entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: os contratos da administrao (expresso ampla) compreendem os contratos celebrados pela Administrao Pblica, seja sob regime de direito pblico, seja sob regime de direito privado, enquanto os contratos administrativos so ajustes que a Administrao celebra com pessoas fsicas ou jurdicas, pblicas ou privadas, para consecuo de fins pblicos, segundo regime jurdico de direito pblico. 2. CARACTERSTICAS No que atine s caractersticas do contrato administrativo, essas so as principais:

contratante a manuteno do equilbrio econmicofinanceiro nos contratos administrativos, assim como a devida contraprestao, ou seja, a equivalncia entre a prestaes da relao, bem como a reciprocidade das obrigaes. (BNOT, Francis-Paul. L Droit Administratif Franais, Dalloz, 1968, p. 588). De outra forma, para o ilustre doutrinador Celso Antonio Bandeira de Mello, assim como outros doutrinadores por este citado, a rotulao contrato administrativo induz a uma interpretao imprpria. Isso porque, o Poder Pblico, em razo de suas prerrogativas e funes, tem a disponibilidade sobre o servio pblico e a utilizao de um bem pblico. Ainda, existem poderes e protees que lhe so inerentes independentes de estarem previstos contratualmente, assim como a possibilidade da Administrao em alterar o contrato por motivo de interesse pblico. Desse modo, conferindo-lhe posio distinta do acordo de vontades presente nos contratos gerais e, por esse motivo, residindo rotulao imprpria dos chamados contratos administrativos. At mesmo porque, os poderes reconhecidos a Administrao nestes contratos nada mais so do que atos unilaterais, prprios da competncia pblica. De toda forma, para evitar confuses indevidas, o autor mencionado utiliza a mesma terminologia j utilizada na doutrina para rotular as relaes em que por fora da lei, de clusulas contratuais ou do objeto da relao jurdica situem a Administrao em posio jurdica peculiar em prol da satisfao de um interesse administrativo. A partir das conceituaes trazidas pela doutrina mencionada, bem como outras, percebe-se que, o que tipifica, essencialmente, o contrato administrativo distinguindo-o do contrato da esfera privada a supremacia do poder pblico em relao ao privado, para conferir as condies iniciais do ajuste. Essa a j dita posio privilegiada da Administrao na relao estabelecida. Da mesma forma, a finalidade de interesse pblico outra peculiaridade sempre presente nos contratos firmados pelo Poder Pblico, conferindo Administrao todas as suas prerrogativas e pressupostos necessrios a sua atuao. ATENO: Outra caracterstica muito importante dos contratos administrativos ausncia da autonomia da vontade por parte do contratado. Digenes Gasparini conceitua o contrato administrativo como sendo "o ato plurilateral ajustado pela Administrao Pblica ou por quem lhe faa s vezes com certo particular, cuja vigncia e condies de execuo a cargo do particular podem ser instabilizadas pela Administrao Pblica, ressalvados os interesses patrimoniais do contratante particular." Para Hely Lopes Meirelles, "contrato administrativo o ajuste que a Administrao Pblica, agindo nessa qualidade, firma com particular ou outra entidade administrativa para a consecuo de objetivos de interesse pblico, nas condies estabelecidas pela prpria Administrao". Mrcio Cammarosano, no contrariando o que foi dito acima, explica que o contrato depende do acordo entre as partes e, portanto fundamenta-se no princpio da autonomia da vontade, ou seja, o particular decide se deseja ou no contratar com a Administrao Pblica. Ressalta o autor que a liberdade contratual da Administrao Pblica ainda menor, j que o

Consensual (acordo de vontades); Formal (escrito e com requisitos especiais); Oneroso (remunerado da formaconvencionada);

Comutativo recprocas);

(estabelece

compensaes

"intuitu personae" (deve ser executado pelo prprio contratado); Exigncia prvia de licitao, s dispensvel nos casos expressamente previstos em lei; Participao da Administrao Pblica com supremacia de poder (clusulas exorbitantes); Aplicao das normas de direito privado, supletivamente.

EXERCCIOS1. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRE BA/2003) - Considere as afirmaes relativas aos contratos da administrao. I. A impreviso no encontra amparo na lei que instituiu normas para licitaes e contratos na administrao pblica, tratando-se de teoria largamente aceita. II. O fato do prncipe caracteriza-se pela alterao unilateral do contrato pela administrao pblica. III. Tanto a teoria da impreviso quanto o fato do prncipe podem, por acordo das partes, ensejar a alterao dos contratos pertinentes a obra, servio ou fornecimento administrao pblica. Est correto APENAS o que se afirma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 2. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRE BA/2003) - NO modalidade de garantia na contratao de obras, servios e compras pela administrao: (A) hipoteca. (B) cauo em dinheiro. (C) seguro-garantia. (D) cauo em ttulos da dvida pblica. (E) fiana bancria.

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Prof. Tarcsio Bessa3. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRE BA/2003) - A garantia para assegurar o cumprimento dos contratos administrativos (A) depende de previso no instrumento convocatrio e a modalidade no depende de opo por estar expressamente prevista em lei. (B) no depende de previso no instrumento convocatrio e a modalidade escolhida pela administrao. (C) exigida apenas na fase da habilitao, quando apurada a qualificao econmico-financeira. (D) imposta unilateralmente pela administrao, ante o princpio da legalidade. (E) depende de previso no instrumento convocatrio, cabendo ao interessado a opo por uma das modalidades previstas em lei. 4. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRT 24 Regio/2003) - O contrato administrativo pode ser rescindido amigavelmente, por acordo entre as partes, devendo ser reduzido a termo no processo da licitao. Nesse caso, a condio sine qua non exigida que (A) os pagamentos devidos pela Administrao estejam atrasados h mais de 90 dias. (B) tenha havido comprovado prejuzo por trs meses consecutivos para o contratado. (C) haja convenincia para a Administrao. (D) as clusulas contratuais estejam tendo insatisfatrio cumprimento. (E) ocorra alterao social da empresa contratada que prejudique a execuo do contrato. 5. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRT 24 Regio/2003) - Minha empresa foi vencedora na licitao cujo objeto era realizar, em 60 dias, o cabeamento lgico e energtico para os computadores em novo prdio do Tribunal. Todavia, passados mais de 90 dias da assinatura do contrato, o prdio ainda no est pronto e o local no me foi entregue para os trabalhos. Nesse caso, no tenho culpa em razo de (A)) fato da Administrao. (B) fato do prncipe. (C) caso fortuito. (D) fora maior. (E) interferncia imprevista. 6. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRF 5 regio/2003) - Os contratos administrativos devem adotar a forma escrita, salvo se (A) resultantes de licitao efetuada sob a modalidade de convite. (B) destinados a compras de pequeno valor e pronto pagamento. (C) destinados a compras e servios de valor para o qual dispensada a licitao. (D) houver autorizao expressa da autoridade superior. (E) essa exigncia no constar do edital da respectiva licitao.

DIREITO ADMINISTRATIVO 177. (FCC/Analista Judicirio rea Administrativa TRF 5 regio/2003) - Entendem-se por clusulas exorbitantes dos contratos administrativos aquelas que (A) so resultado de alteraes efetuadas no contrato, unilateralmente ou por mtuo consentimento entre as partes, aps a sua celebrao. (B))conferem Administrao poderes especiais de alterao e resciso do contrato, que no so aplicveis aos contratos no direito privado. (C) so nulas de pleno direito por conferirem ao particular posio dominante, contrria ao interesse pblico. (D) no se compreendem no objeto principal da contratao e dizem respeito a obrigaes acessrias, tanto do particular quanto da Administrao. (E) decorrem do contedo mnimo do contrato, disposto tanto pela lei quanto pelo respectivo edital, e que no podem ser objeto de discusso entre as partes. 8. (FCC/Analista Judicirio Execuo de Mandados TRT/19 Regio) - A alterao das clusulas de um contrato administrativo pode ser efetuada (A) unilateralmente pela Administrao, se verificada necessidade de aumentar ou diminuir o objeto do contrato, dentro dos limites legais. (B) de comum acordo entre a Administrao e o particular, se verificada necessidade de aumentar ou diminuir o objeto do contrato, sem observncia de limites. (C) unilateralmente pela Administrao, sempre que constatada a existncia de circunstncia de interesse pblico que o justifique. (D) de comum acordo entre a Administrao e o particular, sem restries. (E) unilateralmente pelo particular, com o objetivo de manuteno do equilbrio econmico-financeiro do contrato. 9. (FCC/Analista Judicirio Execuo de Mandados TRT/19 Regio) - O descumprimento de um contrato administrativo pode sujeitar o particular s seguintes sanes administrativas, dentre outras: (A) suspenso temporria ou definitiva de participao em licitao e interdio temporria de estabelecimento. (B) advertncia, multa e suspenso temporria de participao em licitao. (C) advertncia, suspenso temporria de participao em licitao e interdio temporria de estabelecimento. (D) perda de licena de funcionamento, restrio de direitos e declarao de inidoneidade para contratar com a Administrao. (E) multa, prestao pecuniria e lacrao de estabelecimento. 10. (FCC/Analista Judicirio rea Judiciria TRE Acre/2003) - A Administrao Pblica e a empresa vencedora da concorrncia pblica assinaram um contrato para fornecimento de bens, que vem

Cpia crime. A prtica de tal ato qualifica o infrator como criminoso. Associar-se a criminoso configura formao de quadrilha, com penal que varia de 1 a 3 anos de recluso. Sem falar que passa um bom tempo sem participar de concursos pblicos.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Prof. Tarcsio BessaI. supresses dos servios e compras; II.acrscimos no caso particular de reforma de edifcios. O contratado sujeita-se- s supresses, considerando o valor inicial atualizado do contrato, e aos acrscimos, nas mesmas condies contratuais, respeitados os limites de at (A) 15% e 30% (B) 20% e 40% (C) 25% e 50% (D) 30% e 15% (E) 50% e 25% 14. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRT 5 Regio/2003) - possvel a alterao unilateral do contrato administrativo pela Administrao, quando (A) conveniente a substituio da garantia de execuo. (B) necessria a modificao do modo de fornecimento do servio, por verificao tcnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originais. (C) houver modificao do projeto, para melhor adequao tcnica aos seus objetivos. (D) necessria a modificao da forma de pagamento, em decorrncia de circunstncias posteriores contratao. (E) se pretender antecipar o pagamento ao contratado, antes do trmino da execuo do servio ou obra. 15. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRT 19 Regio/2003) - NO cabe Administrao, nos contratos administrativos, (A) aplicar sanes por sua inexecuo total ou parcial. (B) confiscar bens do contratado, no caso de sua inexecuo total. (C) alter-los unilateralmente. (D) rescindi-los unilateralmente. (E) fiscalizar-lhes a execuo. 16. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRT 19 Regio/2003) - O contrato verbal com a Administrao (A) vlido se precedido por licitao na modalidade tomada de preos. (B) vlido se precedido por licitao na modalidade convite. (C) nulo em qualquer hiptese. (D) vlido se realizado nos casos de inexigibilidade de licitao. (E) vlido para pequenas compras de pronto pagamento. 17. (FCC/Tcnico Judicirio rea Administrativa TRF/2003) - Em matria de contrato administrativo INCORRETO afirmar que, (A) em face de sua natureza, ele deve observar, em tudo, o regime jurdico das leis civis, objeto do direito privado. (B) faz parte dele a presena das denominadas clusulas exorbitantes.

sendo executado normalmente. Tendo refeito os clculos de suas necessidades, a Administrao Pblica, com a devida justificao, pretende alterar o contrato para diminuio quantitativa de vinte por cento do objeto do contrato. Nesse caso, a Administrao poder (A) alegar a clusula rebus sic stantibus e obter, apenas pela via judicial, a diminuio pretendida. (B) solicitar e obter a diminuio pretendida, o que somente ocorrer se houver acordo com a contratada. (C) faz-lo, mas dever indenizar a contratada mesmo que esta no tenha efetuado gastos para cumprimento do contrato. (D) faz-lo unilateralmente, porque a diminuio pretendida est dentro do percentual legalmente previsto. (E) faz-lo unilateralmente, porque a prevalncia do interesse pblico determina a liberdade de cancelar qualquer parcela do contrato a cumprir. 11. (FCC/Analista Judicirio rea Judiciria TRT 24 Regio/2003) Quanto ao contrato administrativo, INCORRETO afirmar que ele (A) gera, para a Administrao Pblica, obrigao solidria ao contratado, pelos encargos previdencirios resultantes da sua execuo. (B) pode ser alterado unilateralmente pela Administrao, quando houver modificao do projeto, para melhor adequao tcnica aos seus objetivos. (C) contm a obrigao de o contratado manter preposto, aceito pela Administrao, no local da obra, para represent-lo na execuo do contrato. (D) pode ser alterado por acordo das partes, quando for conveniente a substituio da garantia de execuo. (E) deve sempre ser realizado por escrito e formalizado com as assinaturas das partes. 12. (FCC/Analista Judicirio rea Judiciria TRT 19 Regio/2003) - A inexecuo parcial, pelo particular, de um contrato de prestao de servios Administrao poder ensejar a (A) resciso amigvel do contrato administrativo, caso em que o particular estar necessariamente isento da aplicao de