hotelaria na região central da cidade de são paulo: do princípio à atualidade
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
Jessica Rizzo Pires
Hotelaria na região central da cidade de São Paulo:
Do princípio à atualidade
São Paulo
2011
1
JESSICA RIZZO PIRES
Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Centro Universitário
Senac – Campus Santo Amaro, como
exigência parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Hotelaria.
Orientadora Prof.ª Maristela de Souza
Goto Sugiyama
São Paulo
2011
2
P667h PIRES, Jessica Rizzo
Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade / Jessica Rizzo Pires -- São Paulo, 2011.
94. fls.
Orientadora: Prof.ª Maristela de Souza Goto Sugiyama Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Hotelaria) – Centro
Universitário SENAC Campus Santo Amaro, São Paulo, 2011
1. Hotelaria 2. Central 3. São Paulo 4. Turismo 5. Infraestrutura I. Prof.ª Maristela de Souza Goto Sugiyama (orient.) II. Título
CDD 745
3
Jessica Rizzo Pires
Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade
Trabalho de conclusão de curso,
apresentado ao Centro Universitário
Senac – Campus Santo Amaro, como
exigência parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Hotelaria.
Orientadora Prof.ª Maristela de Souza
Goto Sugiyama
A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública
realizada em 16/11/2011, considerou a candidata:
1) Examinador (a): Ana Maria Figueiredo Biselli
2) Examinador (a): Mônica Bueno Leme
3) Presidente: Maristela de Souza Goto Sugiyama
4
A Deus e aos meus pais, que sempre olharam por mim.
5
AGRADECIMENTOS
Aos professores que me orientaram visando sucesso na concepção desta pesquisa.
Aos meus amigos que não mediram esforços para me ajudar.
A Associação Viva o Centro, São Paulo Turismo, BSH International e ao Fórum de
Operadores Hoteleiros do Brasil, por colaborarem na execução deste trabalho.
6
Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.
(Mahatma Gandhi)
7
RESUMO
O estudo a seguir relata a história da hotelaria na cidade de São Paulo desde seu surgimento, sua evolução com o passar dos anos, até chegar aos dias atuais, tendo como foco a região central da capital. O intuito deste estudo é retratar o mercado hoteleiro do centro da cidade de São Paulo identificando os meios de hospedagem existentes, seu posicionamento e características. Demais aspectos relacionados ao turismo na região também foram analisados, já que o desempenho da hotelaria é totalmente ligado à infraestrutura de serviços de apoio do local onde os hotéis estão inseridos. Além disso, julgou-se prudente apontar as características e peculiaridades da região central e evidenciar as expectativas em torno de seu desenvolvimento.
Palavras-chave: hotelaria; região central; São Paulo; turismo; infraestrutura.
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ABSTRACT
The following study relates the history of hospitality in the city of Sao Paulo since its inception, its evolution over the years until nowadays, focusing on the city downtown. The purpose of this study is to describe the hotel market identifying the accommodation facilities, their position and characteristics. Other aspects related to tourism in the region were also examined, once the performance of hospitality is entirely connected to infrastructure and support services where the hotels are inserted. Moreover, it was deemed prudent to point out the characteristics and peculiarities of the central region and highlight the expectations of its development.
Keywords: hospitality; central area; Sao Paulo; tourism; infrastructure.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Linha do tempo...................................................................................19
Figura 2: Hospedaria dos Imigrantes.................................................................20
Figura 3: Memorial do Imigrante........................................................................20
Figura 4: Hotel Esplanada.................................................................................20
Figura 5: Fachada Cambridge...........................................................................21
Figura 6: Bar D’ Hotel Cambridge......................................................................21
Figura 7: Fachada Antigo Hotel Danúbio...........................................................22
Figura 8: Entrada Principal Hotel Othon............................................................22
Figura 9: Fachada Hotel Othon..........................................................................22
Figura 10: Fachada Hotel Ca’d’Oro...................................................................23
Figura 11: Suíte Presidencial Hotel Ca’d’Oro....................................................23
Figura 12: Fachada Hilton SP............................................................................24
Figura 13: Edifício Copan e Hotel Hilton............................................................24
Figura 14: Perímetro do estudo.........................................................................28
Figura 15: Localização dos hotéis.....................................................................29
Figura 16: Gráfico - Desempenho hotéis centro................................................37
Figura 17: Fachada Marabá Palace...................................................................39
Figura 18: Restaurante – Marabá Palace..........................................................40
Figura 19: Apartamento - Marabá Palace..........................................................40
Figura 20: Fachada Excelsior – Antiga..............................................................40
Figura 21: Fachada Excelsior – Atual................................................................40
Figura 22: Fachada Braston São Paulo.............................................................41
Figura 23: Unidade habitacional Braston São Paulo.........................................41
Figura 24: Catavento.........................................................................................47
Figura 25: Edifício Martinelli...............................................................................48
Figura 26: Estação da Luz.................................................................................48
Figura 27: Shopping Light..................................................................................49
Figura 28: Teatro Municipal...............................................................................50
Figura 29: Mosteiro de São Bento.....................................................................52
Figura 30: Abrangência do Plano de desenvolvimento do turismo no centro de
São Paulo..........................................................................................................54
Figura 31: Origem do visitante...........................................................................58
Figura 32: Motivação da Visita...........................................................................58
Figura 33: Abrangência do Procentro................................................................69
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dados demográficos dos distritos ............................................................. 26
Tabela 2: Oferta total ................................................................................................. 30
Tabela 3: Hotéis operados por redes hoteleiras ........................................................ 31
Tabela 4: Equipamentos e facilidades disponíveis nos hotéis................................... 32
Tabela 5: Ficha técnica ............................................................................................. 33
Tabela 6: Desempenho hotéis centro ........................................................................ 37
Tabela 7: Desempenho hotéis centro – 1º semestre ................................................. 38
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14
CAPÍTULO 1 – HOTELARIA NA CIDADE DE SÃO PAULO ..................................... 16
1.1 Histórico da evolução da hotelaria na cidade de São Paulo ............................... 16
1.2 Da inauguração à atualidade – Situação atual dos primeiros hotéis ................... 19
CAPÍTULO 2 - OFERTA ATUAL DE HOTÉIS ........................................................... 26
2.1 Centro da cidade de São Paulo ........................................................................... 26
Distritos Sé e República ............................................................................................ 27
2.2 Perímetro do estudo ............................................................................................ 27
2.3 Oferta hoteleira na região .................................................................................... 28
2.4 Equipamentos e serviços .................................................................................... 31
2.5 Ficha técnica ....................................................................................................... 33
2.6 Desempenho ....................................................................................................... 37
2.7 Investimentos na hotelaria ................................................................................... 39
Oferta Futura ............................................................................................................. 41
2.8 Análise geral dos empreendimentos ................................................................... 43
CAPÍTULO 3 – TURISMO NO CENTRO .................................................................. 45
3.1 Entidades representativas do turismo em São Paulo .......................................... 45
3.2 Principais atrativos históricos e culturais ............................................................. 46
Roteiros e programas de incentivo ao turismo .......................................................... 53
3.3 Plano de desenvolvimento do turismo no centro de São Paulo .......................... 53
3.4 Perfil da demanda turística .................................................................................. 57
13
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO .................................................. 60
4.1 Associação Viva o Centro ................................................................................... 60
4.2 Investimentos ...................................................................................................... 62
4.3 Infraestrutura urbana ........................................................................................... 64
4.4 Habitação ............................................................................................................ 66
4.5 Projetos ............................................................................................................... 68
ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................. 71
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 73
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74
ANEXO A – Termo de consentimento SPTuris I ....................................................... 82
ANEXO B – Termo de consentimento SPTuris II ...................................................... 83
ANEXO C – Termo de consentimento SPTuris III ..................................................... 84
ANEXO D – Termo de consentimento Viva o Centro I .............................................. 85
ANEXO E – Termo de consentimento Viva o Centro II ............................................. 86
ANEXO F – Termo de consentimento BSH International I ........................................ 87
ANEXO G – Termo de consentimento BSH International II ...................................... 88
ANEXO H – Termo de consentimento BSH International III ...................................... 89
ANEXO I – Termo de consentimento Novotel ........................................................... 90
ANEXO J – Autorização SPTuris .............................................................................. 91
ANEXO L – Autorização Viva o Centro ..................................................................... 92
ANEXO M – Autorização BSH International .............................................................. 93
ANEXO N – Autorização Novotel .............................................................................. 94
14
INTRODUÇÃO
Com o deslocamento do eixo econômico do centro da cidade de São Paulo
para a região da Avenida Paulista, o centro passou por forte degradação, com
reflexos até os dias de hoje. O setor hoteleiro acompanhou o desenvolvimento da
cidade conforme os centros empresariais e financeiros foram se instalando em
outras regiões. A problemática em que a pesquisa se insere envolve a
potencialidade do centro em voltar a ser um importante pólo hoteleiro reconhecido
por sua qualidade, como ocorria antigamente, já que esta região foi berço dos
primeiros hotéis de São Paulo e o local de maior concentração dos meios de
hospedagem durante décadas.
Este estudo foi concebido como base nos conceitos metodológicos de Pádua
(2004), Ramos (2009) e Godoy (1995). A abordagem quantitativa foi utilizada devido
à necessidade de quantificar a oferta hoteleira e seus serviços, além de demais
resultados obtidos no decorrer do estudo.
O método qualitativo também foi utilizado na pesquisa. Esta abordagem,
segundo Godoy (1995), pode ser realizada de três formas: pesquisa documental,
estudo de caso e etnografia. Entre as técnicas exploradas no presente trabalho
estão: pesquisa de campo com observação nos hotéis, entrevistas com a São Paulo
Turismo, a Associação Viva o Centro e a BSH International, além de pesquisa
bibliográfica e eletrônica. Os depoimentos coletados durante as entrevistas foram
relatados no decorrer do trabalho. Durante a pesquisa de campo foi possível obter
informações dos hotéis acerca das intenções de reformas, troca de equipamentos,
análise do mercado e outros dados.
Pádua (2004) conceitua a pesquisa quantitativa como algo passível de
mensuração e controle, já em relação à pesquisa qualitativa, aborda que há a
preocupação de se descobrir o significado dos processos e fenômenos sociais com
base nos aspectos cotidianos. Para Ramos (2009) as abordagens qualitativa e
quantitativa não são opostas, apenas apresentam duas perspectivas distintas.
O primeiro capítulo traz a história da hotelaria na cidade de São Paulo junto
aos mais importantes fatos ocorridos durante 1920 e 1980, e que por consequência
influenciaram em mudanças no setor turístico. Posteriormente é relatada a atual
situação dos edifícios que abrigaram os primeiros hotéis da cidade.
15
No segundo capítulo, que trata da oferta hoteleira, há uma breve
caracterização do centro da cidade de São Paulo. Em seguida, foi delimitada uma
área desta região para que os hotéis ali existentes fossem inventariados e
analisados. Assim, estes passaram por uma triagem levando em consideração o
preço e os serviços e equipamentos neles disponibilizados. Posteriormente foi
possível estudar alguns empreendimentos mais a fundo e discorrer sobre o
desempenho do mercado hoteleiro regional e os investimentos no setor.
No capítulo 3 foi abordada a questão do turismo na localidade. Os órgãos
responsáveis pelo setor na cidade de São Paulo foram descritos, assim como os
atrativos turísticos presentes na região. O Plano de Desenvolvimento do Turismo no
Centro de São Paulo, divulgado em 2008 pela São Paulo Turismo, foi apresentado e
as ações nele contidas foram conferidas quanto a sua efetivação.
O último capítulo relata as ações em prol da melhoria da região e da reversão
da imagem negativa possuída pelo centro, sendo levantadas as mais recentes obras
e projetos de que se tem notícia, assim como intenções de investimentos através do
setor público e do terceiro setor.
16
CAPÍTULO 1 – HOTELARIA NA CIDADE DE SÃO PAULO
1.1 Histórico da evolução da hotelaria na cidade de São Paulo
O surgimento da hotelaria no Brasil se deu em meados de 1820, após a vinda
da família real e de comerciantes portugueses para o país (TRIGO, 2002).
De acordo com documento publicado pela Confederação Nacional do Comércio
(2005), a inauguração da Academia de Direito, em 1827, foi responsável por atrair
jovens de todo o Brasil e por fazer de São Paulo um pólo intelectual e político, sendo
este um dos acontecimentos propulsores do turismo na cidade.
No mesmo ano foi criada a Viação Aérea Rio Grandense S. A., mais conhecida
como Varig, refletindo o nascimento da aviação comercial no Brasil. Em 1922 esta
fundiu-se à Condor Syndikat, subsidiária da Lufthansa e nacionalizada como
Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul. A Varig foi seguida pela Panair, inaugurada em
1830 (TRIGO, 2002).
Segundo Duarte (2005), o visível início da atividade hoteleira foi impulsionado
pelas mudanças políticas que ocorriam desde a independência do país durante o
Segundo Império Brasileiro, iniciado em 1840, como a mobilização em torno da
abolição da escravatura e a transformação do governo em República.
A inauguração da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, ou Santos-Jundiaí Railway,
em 1867, representou a expansão da economia cafeeira. A estrada, que tinha como
principal ponto de passagem a cidade de São Paulo, intensificou o transporte de
café para o porto de Santos, e consequentemente, a movimentação de passageiros.
Anos mais tarde a estrada seria estendida até a cidade de Campinas pela
Companhia Paulista de Estradas de Ferro (TRIGO, 2002).
De acordo com Duarte (2005), apenas em 1870 começaram a ser implantados
estabelecimentos condizentes com a nomenclatura “hotel”, como o Paulistano, na
Rua da Fundição; o Universal, localizado no Pátio do Colégio; Hotel d’Oeste e
Grande Hotel. O último, segundo Trigo (2002) era até então reconhecido como o
melhor hotel do Brasil.
Ainda conforme Trigo (2002), em 1885 foi registrada, através do Almanaque da
Província, a existência de nove empreendimentos hoteleiros na cidade: Itália-Brazil,
Fasoli, Boa Vista, Provenceau, Bristol, Pensão Morais, Hotel das Famílias, Albion e
17
Suíço. Dois anos depois nasce a Hospedaria dos Imigrantes, conjunto de blocos
com capacidade para acolher quatro mil pessoas pelo período máximo de oito dias,
tempo suficiente para que os visitantes resolvessem seus negócios. Em seguida, é
inaugurado o Grande Hotel Paulista, no Largo São Bento, este foi na época um dos
mais luxuosos da cidade, possuía itens como banheiros de mármore e água quente.
Trigo (2002) aponta que até o aparecimento destes hotéis as hospedagens
eram realizadas em locais adaptados, além de serem acoplados aos portos e às
estações, de forma a suprir as necessidades geradas pelo início dos deslocamentos
das pessoas. Somente nas décadas de 1920 e 1930 as melhorias no setor hoteleiro
foram perceptíveis, com o surgimento das primeiras iniciativas governamentais no
incentivo à construção de grandes edifícios concebidos para a operação hoteleira,
além da abertura de estradas, fazendo com que a hotelaria se expandisse
geograficamente pelo país.
Na década de 1920 foram inaugurados grandes hotéis como o Términus e o
Esplanada, o segundo, localizado ao lado do Teatro Municipal, chegou a ser um dos
mais importantes da época.
A década de 1950 foi um período de grande prosperidade para a cidade que se
tornou uma grande metrópole, atraindo investimentos em diversas áreas. A hotelaria
ganhou uma quantidade significativa de hotéis como Cambridge, Jaraguá, Ca’d’Oro,
Lord Palace, Príncipe e São Paulo Othon.
Em 1966 foi criada a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR), dando
início a organização do setor do turismo no Brasil. Esta fez com que os hotéis
brasileiros fossem regulamentados e normatizados através da classificação por
estrelas, de maneira a uniformizar as vendas do setor.
Em 1971, a cidade passa a contar com o primeiro hotel administrado por uma
das principais operadoras hoteleiras internacionais, o São Paulo Hilton, na Avenida
Ipiranga.
A metade da década de 1970 foi marcada pelo deslocamento dos hotéis do
centro para outras regiões da cidade. Como exemplo, temos a inauguração dos
hotéis Caesar Park em 1976 e Maksoud Plaza, em 1979, próximos à Avenida
Paulista. Em 1977 surge o Novotel Morumbi, o primeiro a se instalar na zona sul da
cidade e o primeiro hotel da rede Accor no Brasil.
18
Na década de 1980, segundo Duarte (2005), com a Avenida Paulista já
consolidada como o principal centro financeiro da cidade e a marginal do rio
Pinheiros com muitas empresas multinacionais instaladas, inicialmente no Centro
Empresarial, a demanda por hospedagens começa a se dividir novamente.
Com a migração dos setores empresarial, hoteleiro e comercial para outras
localidades, o centro de São Paulo começa a se degradar. O abandono dos antigos
prédios comerciais somado à invasão por pessoas em situação de rua, o vandalismo
e os interesses de investimentos voltados para as demais regiões, foram os
principais fatores a contribuir para este fato.
A seguir, uma linha do tempo mostra a evolução dos hotéis na cidade de São
Paulo conforme suas inaugurações. No caso dos hotéis ainda em atividade a
informação foi coletada diretamente nos estabelecimentos ou através do Guia
Quatro Rodas, e das obras de Duarte (2005) e Trigo (2002).
19
Figura 1: Linha do tempo
Fonte: a autora
1.2 Da inauguração à atualidade – Situação atual dos primeiros
hotéis
A seguir será abordada a atual situação de alguns meios de hospedagem
importantes na história do país.
Hospedaria dos Imigrantes (1887)
A antiga hospedaria hoje abriga o Memorial do Imigrante, museu ligado à
Secretaria de Estado da Cultura, que reúne e preserva documentos, objetos e
memórias de imigrantes que vieram para o Brasil. De acordo com o portal do
Governo do Estado de São Paulo (2011), atualmente está em obras de restauro
para a preservação de seu patrimônio museológico.
20
Figura 2: Hospedaria dos Imigrantes Figura 3: Memorial do Imigrante
Fonte: Secretaria de Estado da Cultura, 2011
Hotel Esplanada
Inaugurado em 1923, o Hotel Esplanada, conforme citado anteriormente, foi um
dos mais luxuosos hotéis de São Paulo nos anos 20 e 30. Segundo o portal
Companhia Brasileira de Alumínio (2011), em 1963 o prédio foi adquirido pelo Grupo
Votorantim, que após restaurar sua fachada e recuperar algumas áreas, instalou no
local a sede administrativa da Companhia Brasileira de Alumínio.
Figura 4: Hotel Esplanada
Fonte: Estadão, 2011
Cambridge (1950)
O hotel inaugurado na década de 1950, pelo empresário Alexandre Issa Maluf,
pai do atual proprietário, Edgard Alexandre Maluf, chegou a ser um dos mais
chiques da cidade, tendo hospedado grandes nomes da música como Nat King
21
Cole, Johnny Alf e Dick Farney. De acordo com Aragão (2011), o edifício, hoje
avaliado em R$ 6,5 milhões, operou como hotel até 2002.
Figura 5: Fachada Cambridge Figura 6: Bar D’ Hotel Cambridge
Fonte: São Paulo Antiga, 2011 Fonte: Noites do Centro, 2011
Ainda segundo Aragão (2011), em 2011 o imóvel foi desapropriado, após ser
declarado pela prefeitura como de interesse social, com a intenção de integrar seus
119 apartamentos no programa habitacional da Companhia Metropolitana de
Habitação (COHAB). Até o início do ano presente o antigo bar do hotel abrigava uma
discoteca onde eram realizadas diversas festas. Como apenas parte do espaço
utilizado pertencia ao imóvel desapropriado, elas continuam acontecendo.
Hotel Danúbio (1954)
Localizado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, no bairro da Bela Vista, o hotel,
inativo desde o final da década de 1990, assim permaneceu durante anos
acumulando sujeira e pichações em sua fachada. Segundo Nascimento (2010), até
2003 o local que abrigava a sauna do hotel foi utilizado como discoteca, denominada
“B.A.S.E. Diesel”. Atualmente é propriedade da universidade FMU, que apenas no
início de 2011 concretizou seus planos de transformar a edificação em um novo
campus.
22
Figura 7: Fachada Antigo Hotel Danúbio
Fonte: São Paulo Antiga, 2011
São Paulo Othon Classic (1954)
Segundo Tavares (2008), o empreendimento, que operou por 54 anos,
encerrou suas atividades em 2008, vítima do deslocamento de pessoas e negócios
para outras regiões da cidade. De acordo com Bomfim (2011), o antigo Presidente
do Conselho de Administração da Hotéis Othon, Sr. Álvaro Bezerra de Mello,
afirmou que o hotel teria operado “no vermelho” entre os anos de 2006 e 2007,
apesar de tentativas como redução de tarifas e do padrão de serviços e até a
disponibilização de apenas 50% de sua oferta de apartamentos para venda, como
formas de evitar seu fechamento.
Figura 8: Entrada Principal Hotel Othon Figura 9: Fachada Hotel Othon
Fonte: Estadão, 2011 Fonte: Etur, 2011
23
O imóvel que fica ao lado do Edifício Mararazzo, hoje sede da Prefeitura da
Cidade de São Paulo, foi declarado de utilidade pública em 2009 e, ainda segundo
Bomfim (2011), será transformado em escritórios de apoio técnico às secretarias
municipais. Há também a intenção de construir um túnel subterrâneo com 50 metros
de comprimento de maneira a ligá-lo à sede da Prefeitura para otimizar a
movimentação de pessoas. Estima-se que a reforma demande investimento de R$
141.341,48 à administração municipal.
Ca’d’Oro (1956)
Primeiro cinco-estrelas a se instalar na cidade, o hotel Ca’d’Oro, de
propriedade de Fabrizio Guzzoni, teve no número 129 da Rua Augusta seu segundo
endereço e lá funcionou até junho de 2010. Conforme informa o portal Veja (2011),
o hotel recebeu presidentes, escritores, políticos e outras personalidades históricas
como Vinicius de Morais, Di Cavalcanti, João Batista Figueiredo, José Sarney e o rei
espanhol Juan Carlos. De acordo com o portal Folha (2011), o Conselho Municipal
de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São
Paulo (CONPRESP), autorizou em março deste ano, a demolição do edifício, cujas
obras de arte e mobílias foram leiloadas. O edifício foi comprado pela Brookfield
Incorporações, que planeja construir no local um empreendimento de uso misto.
Figura 10: Fachada Hotel Ca’d’Oro Figura 11: Suíte Presidencial Hotel Ca’d’Oro
Fonte: Veja, 2011 Fonte: Veja, 2011
São Paulo Hilton (1971)
Localizado na Avenida Ipiranga, com seus 400 apartamentos, foi o primeiro
hotel pertencente a uma rede hoteleira internacional a se instalar em São Paulo e
um dos últimos a serem construídos na região central.
24
Segundo Barros (2011), o hotel deixou de operar em 2004, mudando-se para o
bairro do Morumbi, região da Avenida Luís Carlos Berrini.
Figura 12: Fachada Hilton SP Figura 13: Edifício Copan e Hotel Hilton
Fonte: G1, 2011 Fonte: Hôtelier News, 2011
Em 2007 o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, até então sediado na
Avenida Paulista, alugou o prédio que foi totalmente reformado para abrigar seus
funcionários com investimento de 20 milhões de reais por parte dos proprietários.
Seus apartamentos foram transformados em gabinetes com três salas, banheiro e
copa, já o antigo salão de eventos do último andar tornou-se restaurante para uso
dos desembargadores. Somente em março de 2010, após quase três anos do
acordo de aluguel, o edifício recebeu seus primeiros ocupantes. A locação
representa economia de R$ 77.000 em relação ao valor pago mensalmente pelo
prédio da Avenida Paulista.
Caesar Park São Paulo (1976)
Situado na Rua Augusta, foi um dos primeiros representantes de redes
hoteleiras na cidade. Possuía 172 UHs (Unidades Habitacionais) distribuídas entre
seus 15 andares. De acordo com Kokubo (2008), foi desativado em 2003 e no ano
seguinte migrou para a Vila Olímpia, sendo denominado Caesar Park Faria Lima,
devido à proximidade com a Avenida Brigadeiro Faria Lima, que concentra
atualmente inúmeros escritórios comerciais.
25
Em visita ao local em 22 de maio do ano corrente foi possível verificar que
atualmente o edifício da Rua Augusta teve sua estrutura interna demolida e está
sendo reformado. Acredita-se que venha a se tornar um novo campus universitário,
já que é de propriedade da Faculdade das Américas.
26
CAPÍTULO 2 - OFERTA ATUAL DE HOTÉIS
2.1 Centro da cidade de São Paulo
Devido à grandiosidade do município e para um melhor aproveitamento de seu
espaço, o poder público dividiu-o em regiões administrativas e instituiu
subprefeituras dentro de cada região, a fim de criar instituições responsáveis por
áreas de perfil semelhante. De acordo com a Prefeitura da Cidade de São Paulo
(2011), atualmente, a cidade é dividida em 31 subprefeituras.
A subprefeitura Sé é constituída por 8 distritos, ocupa uma área de 26,56 km² e
estima-se que sua população seja superior à 431 mil habitantes, conforme tabela
abaixo:
Tabela 1: Dados demográficos dos distritos
Fonte: Prefeitura de São Paulo (2011)
Dentre os distritos acima citados, alguns apresentam características distintas:
Bom Retiro: concentra comércio atacado de roupas, atrai empresários
e comerciantes de outros grandes centros e de diversas capitais, como
Fortaleza, Salvador, Recife, entre outras;
Sé e República: fazem parte do “centro histórico” da cidade – região
conhecida por sediar importantes prédios que remontam à fundação da
cidade, como o Pátio do Colégio, além de possuírem importantes
marcos referenciais, como a Praça da República, a Praça e a Catedral
da Sé, a Prefeitura Municipal, o Teatro Municipal, a Rua 25 de Março,
27
entre outros. Concentram também grande número de escritórios e
sedes corporativas, como a Tivit e a BM&FBovespa;
Liberdade: área de grande influência oriental, onde se concentra
grande parte da colônia japonesa na cidade. Forte presença de
comércio de alimentos, vestuário e artigos típicos;
Bela Vista e Consolação: regiões transitórias entre o centro e as
regiões da Paulista e de Higienópolis. Tem perfil eclético, com oferta
diversificada de comércios, serviços e residências.
Santa Cecília e Cambuci: regiões majoritariamente residenciais. A
primeira mantém forte ligação com a colônia italiana de São Paulo,
com comércios e festas típicas.
Distritos Sé e República
O estudo será aprofundado na região que abriga os distritos Sé e República
devido à grande concentração de empreendimentos hoteleiros.
Os dois distritos somam 4,47 km² de área e, cerca de 80.518 habitantes foram
contabilizados em 2010, de acordo com dados da Fundação Seade (2011). A
população predominante possui faixa etária que vai de 20 a 39 anos e rendimento
mensal de cinco a dez salários mínimos e é dividida homogeneamente entre
homens e mulheres. Quando comparados com os índices de 2000, podemos
verificar um acréscimo de 3.446 moradores na Sé e 9.088 na República. Quanto ao
perfil dos domicílios particulares permanentes, em 2000 foi apontada a existência de
29.208 unidades, sendo que os apartamentos representavam 90% do total.
2.2 Perímetro do estudo
A área delimitada para o estudo compreende o perímetro formado entre as
avenidas Duque de Caxias, Rio Branco, Ipiranga, Senador Queiroz, Nove de Julho e
Rua Amaral Gurgel.
28
Figura 14: Perímetro do estudo
Fonte: Google Earth, 2011
O local foi escolhido devido à grande concentração de meios de hospedagem,
em sua maioria ao redor da Praça da República, além de se tratar da região onde
surgiram os primeiros grandes hotéis da cidade e abrigar considerável oferta de
bares, restaurantes, ruas de comércio especializado e outros pontos comerciais.
2.3 Oferta hoteleira na região
O local em estudo concentra grande parte da oferta hoteleira do centro. Para a
análise foram selecionados 24 empreendimentos. É importante ressaltar que esta
não se trata da real oferta de hotéis da região, já que a mesma concentra outros
empreendimentos de pequeno porte, de administração familiar e até mesmo com
demais fins comerciais e que não possuem a mesma visibilidade dos hotéis
escolhidos.
O mapa a seguir apresenta a localização dos hotéis selecionados:
29
Figura 15: Localização dos hotéis
Fonte: Google Earth, 2011
Os critérios utilizados para a escolha desses hotéis foram: i) preços cobrados;
ii) equipamentos nas UHs. Sendo considerados apenas aqueles que aplicam tarifas
superiores à R$ 100,00 e que possuam no mínimo: ar condicionado, telefone e
televisão por assinatura em seus apartamentos. Abriu-se uma exceção ao Formule 1
São João (hotel supereconômico, com equipamentos e serviços limitados), já que
trata-se de um produto importante e reconhecido na região por pertencer à rede
Accor, uma das principais redes internacionais presentes no Brasil.
30
A seguir encontra-se a relação dos hotéis selecionados para o estudo, com sua
respectiva data de abertura, número de apartamentos e classificação atribuída pelo
Guia Quatro Rodas.
Tabela 2: Oferta total
N/I – Não informado; N/C – Não consta no Guia Quatro Rodas
Fonte: Guia Quatro Rodas
Entre os hotéis citados acima, 16 são administrados através de operadoras
hoteleiras, o que representa cerca de 66,7% do total. Algumas das redes presentes
no centro possuem unidades em grande parte do território nacional, como a Accor e
a Atlantica Hotels International.
31
Tabela 3: Hotéis operados por redes hoteleiras
N/C – Não consta no Guia Quatro Rodas
Fonte: Guia Quatro Rodas, 2011 / Pesquisa direta
No total são nove operadoras atuando na região, juntas são responsáveis por
disponibilizar 77% do total de UHs existentes nos hotéis analisados.
2.4 Equipamentos e serviços
Com base em pesquisa realizada junto aos hotéis estudados, presencialmente,
via telefone e por meio de seus portais na internet, foi possível listar os
equipamentos e serviços neles existentes. Assim, todos os hotéis oferecem conexão
à internet sem fio (wi-fi), gratuito na maioria deles, além de contar com TV a cabo e
ar condicionado, critérios utilizados para a escolha dos empreendimentos. Em sua
maioria possuem telefone, frigobar, cama box e business center nas áreas sociais.
Todos oferecem café da manhã, no entanto, 2 dos hotéis cobram pelo seu consumo,
que não é incluso no valor das diárias.
A tabela a seguir foi elaborada através de informações coletadas no Guia
Quatro Rodas 2011 e em consulta aos portais e hotéis objetos de estudo.
32
Tabela 4: Equipamentos e facilidades disponíveis nos hotéis
Fonte: da autora
Após breve análise em torno da modernização, pode-se perceber que os hotéis
estão realizando investimentos, principalmente, no que concerne à troca de itens
como: televisores convencionais pelos de LCD, carpete por piso frio ou carpete de
madeira e fechaduras convencionais por aquelas que possuem leitor de cartões
magnéticos.
Apesar de mais da metade dos hotéis possuírem restaurante em sua estrutura,
muitos deles servem apenas o café da manhã ou café da manhã e jantar.
Os estabelecimentos mais antigos não possuem estacionamento próprio, nem
subterrâneo e nem mesmo anexo, sendo utilizados locais terceirizados onde, pelo
fato de possuírem convênio, são oferecidas aos hóspedes diárias com valores
previamente estabelecidos.
Em relação ao atendimento às pessoas com deficiência, somente 54%
possuem unidades adaptadas. O baixo índice pode ser justificado, pelo fato de que a
construção da maioria destes meios de hospedagem ocorreu há décadas, quando
estas exigências não existiam ou eram incipientes, já que a legislação aplicada à
33
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida
começa a surgir apenas em 2000, com a lei nº 10.098.
Além disso, é notável que áreas destinadas a eventos e lazer são pouco
exploradas, 67% dos hotéis possuem espaço para a realização de eventos e 38%
dispõem de fitness center. No entanto, há ícones como Novotel São Paulo Jaraguá
Convention, produto com amplo espaço para eventos e detentor da terceira maior
área de convenções da cidade, de acordo com o Sr. Carlos Bernardo (ex-Gerente
Geral da unidade), são 5.000m² destinados aos eventos. O hotel Marabá também
possui amplas salas modernas e moduláveis. Conforme relatado durante as visitas
aos empreendimentos, a demanda de eventos ocorre majoritariamente no segmento
de treinamentos e reuniões de empresas próximas, e geralmente não geram
hospedagem, principalmente nos hotéis com infraestrutura limitada para atender a
eventos maiores.
2.5 Ficha técnica
A ficha a seguir foi elaborada com o objetivo de retratar o perfil dos hotéis
selecionados em termos de equipamentos, serviços e espaços neles existentes. As
informações nela existentes foram levantadas através de buscas nos portais dos
hotéis, consulta ao Guia Quatro Rodas, visitas e contato via telefone com os hotéis.
Tabela 5: Ficha técnica
34
35
36
37
2.6 Desempenho
De acordo com dados fornecidos pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do
Brasil – FOHB pode-se perceber crescimento nos índices de desempenho dos
hotéis da região central nos últimos anos. De 2009 para 2010, a ocupação dos 7
empreendimentos considerados subiu em 10,94%, enquanto a diária média
aumentou em R$ 17,76 e o RevPAR1 em R$ 26,77.
Tabela 6: Desempenho hotéis centro
Fonte: FOHB
No gráfico abaixo podemos melhor visualizar este crescimento:
Figura 16: Gráfico - Desempenho hotéis centro
Fonte: FOHB
1 Sigla para Revenue per Available Room, que significa: Receita por Quarto Disponível
38
Os dados preliminares do primeiro semestre de 2011 demonstram o bom
desempenho da hotelaria regional, dando a entender que no acumulado do ano os
índices devem ser superiores aos de 2010, já que, tradicionalmente, o segundo
semestre é mais expressivo do que o primeiro em relação aos eventos realizados na
cidade, o que eleva a demanda por hospedagens.
Tabela 7: Desempenho hotéis centro – 1º semestre
Fonte: FOHB
Como pode ser observado na tabela acima, quando comparado com 2010, o
primeiro semestre do ano presente já aponta crescimento em ambos os indicadores.
Atualmente, há uma boa participação dos empreendimentos do centro nas
pesquisas realizadas pela entidade. Mário La Torre Filho, Analista de Turismo da
São Paulo Turismo (SPTuris), aponta que antigamente havia maior resistência dos
hotéis em compartilhar seus dados de desempenho, principalmente aqueles
pertencentes a redes hoteleiras, que tratavam estas informações como
confidenciais. No entanto, a SPTuris vem desenvolvendo um trabalho de ir até os
hotéis, explicar os estudos do observatório e os conscientizar em relação à
importância da disseminação destes dados para o desenvolvimento do mercado
hoteleiro.
A ocupação do centro é alta, mas trata-se de um público completamente diferente daquele que procura os demais centros da cidade. É um público com poder aquisitivo mais baixo e relacionado a compras, até porque as diárias são mais baixas e os hotéis são mais simples.
2
2 Trecho de entrevista concedida por Aline Delmanto, Gerente de Projetos Estratégicos da SPTuris,
em 25 de agosto de 2011.
39
2.7 Investimentos na hotelaria
Novotel São Paulo Jaraguá Convention
Carlos Bernardo, até então responsável pela gerência do empreendimento,
relatou que três categorias de apartamentos do hotel atualmente estão sendo
modernizadas: suíte executiva, suíte júnior e apartamento superior. Entre as
mudanças nas UHs está a utilização de carpete de madeira, novas TV’s LCD 32",
troca de duvet3, novas cortinas black-out (que bloqueiam a passagem de luz
externa) e box de vidro temperado nos banheiros.
Marabá Palace Hotel (1940)
Em visita ao Marabá em 12 de maio de 2011, constatou-se que este foi
incorporado ao edifício vizinho e recentemente passou por completa reforma.
Figura 17: Fachada Marabá Palace
Fonte: São Paulo Urgente, 2011
3 Palavra não dicionarizada, de origem francesa, significando: Espécie de capa para edredons.
40
Figura 18: Restaurante - Marabá Palace Figura 19: Apartamento - Marabá Palace
Fonte: Marabá Hotel, 2011
Apenas sua estrutura externa foi mantida, no interior do prédio os
apartamentos ganharam nova decoração e equipamentos modernos, como pode ser
visto nas imagens cima.
Excelsior (1943)
Em visita ao hotel, realizada em 26 de abril de 2011, verificou-se que
atualmente seus apartamentos estão passando por ampla reforma, contando com a
troca de carpetes por carpetes de madeira, mobiliário mais moderno, e troca de
equipamentos por outros de tecnologia mais avançada.
Figura 20: Fachada Excelsior – Antiga Figura 21: Fachada Excelsior – Atual
Fonte: Vitruvius, 2011 Fonte: Hôtelier News, 2011
41
Braston São Paulo
Em 26 de abril de 2011, durante visita ao hotel, constatou-se que a reforma das
UHs do hotel foi concluída recentemente. Os apartamentos tiveram seus móveis e
equipamentos (TV e frigobar) trocados e receberam carpete de madeira em
substituição ao carpete tradicional que possuíam anteriormente.
Figura 22: Fachada Braston São Paulo Figura 23: Unidade habitacional Braston São Paulo
Fonte: Braston São Paulo, 2011 Fonte: Braston São Paulo, 2011
Oferta Futura
Foi identificada a existência de dois projetos para a construção de novos hotéis
na região central. Um deles, conforme citado anteriormente é o Ca’d’Oro. O local
que abrigou o primeiro hotel de luxo da cidade de São Paulo foi comprado pela
Brookfield Incorporações, que também adquiriu o prédio da antiga escola Patrícia
Galvão, vizinho ao antigo hotel. De acordo com Ruic (2011) e com informações
existentes portal Brookfield Incorporações, no local, a incorporadora planeja
construir um empreendimento de uso misto com duas torres, uma delas com 27
andares dedicados às 387 salas comerciais e 147 unidades hoteleiras, e a outra
para uso residencial com 374 apartamentos de 40 à 79m² de área.
42
O outro projeto diz respeito a um novo hotel no bairro do Bom Retiro. De
acordo com matéria publicada no Hôtelier News (2011), Amilcar Mielmiczuk, Diretor
de Desenvolvimento da Vert Hotéis, empresa responsável pela administração do
futuro empreendimento, informa que o hotel terá a bandeira Encore Ramada,
categoria econômica da rede Wyndham.
Há ainda a intenção, por parte de uma construtora, de realizar o retrofit4 de um
antigo hotel do centro, que encontra-se fechado há dez anos, no entanto, como
ainda estão em fase de estudo, nenhuma informação pôde ser divulgada.
Em entrevista concedida à pesquisadora, Alexandre Mota, Consultor Sênior da
BSH International, coloca que a região é atrativa para a chegada de investimentos
por diversos fatores, como: a existência de edifícios antigos que podem ter sua
estrutura aproveitada através de retrofit, o que apresenta custo inferior quando
comparado ao da construção de um novo empreendimento, além da agilidade do
processo, que pode ser executado em aproximadamente um ano enquanto a
construção levaria de 2 a 3; a infraestrutura de serviços local; o fácil acesso às
avenidas Paulista, Luís Carlos Berrini e Faria Lima, ao Anhembi e aos aeroportos de
Congonhas e Guarulhos. Já como entrave, Alexandre aponta o fato de que a região
ainda está em transformação e necessita de grandes investimentos por parte do
poder público, que geralmente demandam muito tempo.
Para José Ernesto Marino Neto, presidente da consultoria, o centro está sendo
redescoberto, assim como ocorreu nos grandes centros urbanos de diversos países,
após ter sua ocupação totalmente explorada, foi se expandindo e agora que as
outras regiões estão saturadas e com altos valores imobiliários ocorre o movimento
contrário. Segundo Marino o valor do metro quadrado no centro é aproximadamente
40% mais baixo do que em bairros onde ainda há terrenos disponíveis. República e
Baixa-Augusta (Rua Augusta sentido centro) e Campos Elísios foram por ele
apontadas como as regiões mais promissoras do centro.
4 Palavra não dicionarizada. Significa: “reforma de imóveis antigos ou inadequados” (MAINENTI,
2002)
43
2.8 Análise geral dos empreendimentos
De maneira geral é possível notar que os empreendimentos escolhidos
possuem alguns pontos em comum, em sua maioria, como estacionamento externo,
espaço para a realização de eventos pequeno ou inexistente e restaurante com
funcionamento apenas para o café da manhã ou café da manha e jantar.
Em relação às tarifas aplicadas, conforme consulta via telefone efetuada em 27
de março de 2011, a média é de R$ 164 em apartamento single5 e R$ 191 em
double6, com café da manhã incluso na maioria dos empreendimentos.
Aline Delmanto avalia a qualidade dos hotéis do centro da seguinte maneira:
Se compararmos a qualidade média dos hotéis do centro, ela é mais baixa do que os que estão localizados na Paulista e na Berrini. Estamos falando de uma região onde a tendência é que haja muito mais hotéis independentes e com estrutura mais antiga, por outro lado, temos alguns ícones ali que começam o movimento de melhorias.
O consultor André Matielo, da BSH International, que estudou recentemente o
mercado hoteleiro da região, afirma que antes de seu estudo tinha uma opinião
bastante diferente e comenta que surpreendeu-se com o nível de qualidade dos
hotéis e o profissionalismo dos funcionários com os quais conversou durante suas
visitas.
Em relação ao futuro do mercado, Alexandre Mota acredita que os hotéis irão
responder naturalmente ao processo de revitalização do centro. “O centro não deve
voltar a ser o principal pólo hoteleiro da cidade, mas deve ganhar uma maior
representatividade no roteiro de hospedagens.”
Em visita aos empreendimentos foi possível identificar que a maioria
recentemente passou ou está passando por reformas em suas estruturas,
modernizando seus apartamentos e trocando seus antigos equipamentos e mobílias,
de maneira a ampliar sua competitividade no mercado. A troca de carpetes de tecido
pelos de madeira ou até mesmo piso frio, de televisores convencionais pelos de
plasma, LCD ou LED, e dos aparelhos de ar condicionado e frigobar por outros mais
5 Palavra não dicionarizada, de origem inglesa. Na hotelaria significa: Unidade habitacional individual.
6 Palavra não dicionarizada, de origem inglesa. Na hotelaria significa: Unidade habitacional dupla.
44
modernos, foram as modificações que mais ocorreram nestes hotéis nos últimos
anos.
45
CAPÍTULO 3 – TURISMO NO CENTRO
3.1 Entidades representativas do turismo em São Paulo
A seguir constam especificações a respeito dos órgãos representantes do setor
turístico em São Paulo e seus devidos objetivos e atribuições. Além da atuação
específica em São Paulo, alguns dos citados possuem abrangência estadual e até
nacional.
São Paulo Turismo (SPTuris)
A Secretaria de Turismo e Fomento do Município de São Paulo foi extinta em
1977, desde então o turismo na cidade de São Paulo é representado pela São Paulo
Turismo S.A., empresa de capital aberto que tem como sócia majoritária a Prefeitura
de São Paulo. No portal da SPTuris (2011), consta que até o ano de 2005 o órgão
denominava-se Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo. A instituição
hoje é responsável pelo planejamento e promoção da cidade como destino turístico
além de administrar o Autódromo de Interlagos, o Terminal Turístico de Compras 25
de Março e o Parque Anhembi, e organizar eventos de grande porte como carnaval,
Virada Cultural e réveillon.
Conselho Municipal de Turismo (COMTUR)
Conforme informado no portal da SPTuris (2011), o Conselho é formado por
representantes tanto do setor público como do privado, que se reúnem
bimestralmente para a discussão de assuntos ligados ao desenvolvimento do
turismo na cidade, além de acompanhar o andamento do Plano Municipal de
Turismo (PLATUM), documento criado pelo próprio COMTUR juntamente com a
SPTuris, com vigência de quatro anos e que contém diretrizes para o
desenvolvimento da atividade turística no município.
São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPC&VB)
O São Paulo Convention & Visitors Bureau, é uma instituição sem fins
lucrativos, que objetiva ampliar o fluxo e a permanência de turistas na cidade, assim
46
como a quantidade de negócios e o consumo no município de São Paulo através do
turismo.
De acordo com o portal da instituição, o SPC&VB é mantido através da
colaboração de seus associados, que contribuem com uma taxa mensal, já os hotéis
colaboram através do repasse da taxa de turismo, cobrada opcionalmente de seus
hóspedes. Entre as atribuições do SPC&VB está a captação de eventos nacionais e
internacionais, consultoria à promotores de eventos, provimento de material
promocional de São Paulo e a capacitação de profissionais do setor com foco no
atendimento ao turista.
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP)
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-
SP), fundada em 1949, representa e promove a indústria hoteleira em São Paulo. De
acordo com o portal ABIH-SP (2011), atualmente são 300 estabelecimentos
associados, pertencentes a diversas categorias.
Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB)
O Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) surgiu da união de doze
empresas em 2002, com o objetivo de criar um fórum representativo das principais
redes hoteleiras do país. Conforme seu portal oficial, FOHB (2011), atualmente é
composto por 24 redes, tanto nacionais como internacionais, e 523 hotéis,
oferecendo variadas opções de hospedagem, desde o segmento econômico até o
de luxo.
3.2 Principais atrativos históricos e culturais
A região concentra grande parte dos atrativos históricos e culturais da cidade,
como museus, teatros e edifícios com diversos estilos de arquitetura. A seguir,
constam alguns dos atrativos existentes na região e uma breve descrição a seu
respeito. Os dados a seguir foram coletados através dos portais: Governo do Estado
de São Paulo (2011) e Cidade de São Paulo (2011).
47
Catavento
Trata-se de um espaço lúdico, social e cultural voltado aos jovens e crianças.
Possui objetos e ambientes que despertam a curiosidade destes, contribuindo para o
seu desenvolvimento. Localiza-se no Parque Dom Pedro II.
Figura 24: Catavento
Fonte: Governo do Estado de São Paulo, 2011
Catedral Metropolitana Sé
A história da catedral teve início em 1745, quando ainda se tratava de uma
simples igreja. Daí em diante passou por diversas modificações e até demolições,
sendo o atual templo concebido apenas em 1911. Após três anos de reformas foi
reaberta em 2002, quando voltou a ter missas diárias e visitas monitoradas aos
domingos. É um dos cinco maiores santuários neogóticos do mundo e tem em sua
frente o monumento que representa o Marco Zero da cidade de São Paulo,
construído em 1934.
Edifício Martinelli
O edifício, que representou o progresso da cidade, foi o primeiro arranha-céu
de São Paulo e recebe o nome de seu idealizador, o italiano Giuseppe Martinelli.
Sua construção iniciou em 1924 e somente em 1929 o prédio de 20 andares foi
inaugurado. Posteriormente, outros nove pisos integraram a construção, no entanto
o objetivo de Martinelli era chegar aos 30 andares. O local já abrigou lojas,
barbearias, o Cine Rosário e o Hotel São Bento.
48
Figura 25: Edifício Martinelli
Fonte: The Urban Earth, 2008
Estação da Luz
A estação foi construída pela São Paulo Railway Company. Sua estrutura copia
o Big Ben e a Abadia de Westminster. Sua concepção mostrou a importância da
expansão da cafeicultura, já que o aumento das ferrovias se deu devido à
necessidade de escoamento da produção de Jundiaí para o Porto de Santos.
Figura 26: Estação da Luz
Fonte: Cidade de São Paulo, 2010
Largo de São Francisco
O Largo São Francisco abriga a Faculdade de Direito da USP, a Igreja São
Francisco de Assis e a Igreja Chagas do Seráfico Pai São Francisco.
O Convento de São Francisco deu lugar à Faculdade de Direito da USP a partir de
1827 e em 1930 o prédio foi demolido e o local tomado por um projeto maior, em
49
estilo neocolonial, finalizado em 1934. A faculdade é a mais antiga do Brasil e uma
das melhores na área de direito. O acervo de sua biblioteca, que é aberta ao público,
conta com cerca de 300 mil títulos. Entre os ex-alunos estão os escritores Álvares de
Azevedo, Castro Alves, Monteiro Lobato e Rui Barbosa.
Mercado Municipal
O edifício de estilo neoclássico, construído em 1928 é hoje reconhecido pela
diversidade de produtos ofertados: frutas, legumes, queijos, verduras, carnes e
temperos, além de ser famoso por seu sanduíche de mortadela e seu pastel de
bacalhau. Localizado próximo à Rua 25 de Março e ao Metrô São Bento.
Shopping Light
O prédio Alexandre Mackenzie, tombado pelo Patrimônio Histórico, foi
construído em 1929, e era a sede da empresa de Energia Light. Em 1999 foi
transformado em Shopping Center após restauro e reforma. Possui diversos tipos de
lojas e ampla praça de alimentação.
Figura 27: Shopping Light
Fonte: Panoramio, 2011
Solar da Marquesa de Santos – Museu da Cidade de São Paulo
Atualmente o prédio é considerado modelo de arquitetura urbana da época. Em
1834, a marquesa de Santos, amante do Imperador Dom Pedro I, adquire o imóvel e
passa a integrar a história do município.
50
O prédio, que hoje abriga o museu da cidade de São Paulo, era conhecido
pelos saraus e bailes de máscaras que lá ocorriam.
No Solar, que fica ao lado do Pátio do Colégio, pode-se encontrar utensílios
domésticos utilizados pela marquesa, além de amplo acervo iconográfico com
negativos e fotografias da São Paulo antiga.
Teatro Municipal
Inaugurado em 1911, tendo em seu palco a ópera Hamlet, o teatro representou
uma nova fase da vida cultural paulistana. Construído pelo arquiteto Francisco
Ramos de Azevedo, recebeu grandes nomes como Heitor Villa-Lobos, Procópio
Ferreira, Lasar Segall e Tarsila do Amaral. Em 1951 foi modernizado ganhando
novos pavimentos e maior capacidade de espectadores.
Figura 28: Teatro Municipal
Fonte: Prefeitura de São Paulo, 2011
Teatro Fernando de Azevedo
Situado no edifício hoje ocupado pela Secretaria da Educação, na Praça da
República, recebe diversas apresentações de teatro promovidas pela Secretaria
Estadual de Cultura, além de atualmente abrigar as apresentações do projeto
Adoniran Barbosa.
Edifício Itália
O edifício, que recebeu esse nome como homenagem aos imigrantes italianos,
foi durante muito tempo o prédio mais alto da cidade. Seu nome é uma homenagem
aos italianos que povoaram e ajudaram a construir a cidade. Em seu 45º andar está
51
o Terraço Itália, tradicional restaurante da capital. Está localizado em frente à Praça
da República.
Edifício Copan
Concebido por Oscar Niemeyer, é a maior estrutura de concreto armado de
São Paulo, possui duas entradas, uma pela Avenida São Luís e outra pela Avenida
Ipiranga.
Pinacoteca do Estado
O edifício, construído para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, e que foi o
primeiro museu de artes de São Paulo, deu lugar, em 1901, à Pinacoteca do Estado.
Obras de Pedro Alexandrino, José Ferraz de Almeida Junior e Benedito Calixto
fazem parte de seu acervo que conta com cerca de cem mil obras. Possui um café
em sua área externa.
Sala São Paulo
É a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e uma das salas de
concerto mais modernas do mundo. Inaugurada em 1999, após reforma de R$ 44
milhões e um ano e meio de duração, trouxe ao espaço as mais novas tecnologias
em termos técnicos e acústicos, além de inovar na construção de um teto móvel que
auxilia nos ajustes de som necessários para cada tipo de espetáculo. Possui 1.484
lugares e 22 camarotes.
Museu de Arte Sacra e Mosteiro da Luz
O Mosteiro da Luz abriga as Irmãs Concepcionistas que vivem em clausura se
dedicando à oração e ao trabalho, e o Museu de Arte Sacra de São Paulo que
objetiva a divulgação e a preservação do patrimônio sacro brasileiro. Este conta com
aproximadamente 4 mil peças em exposição, muitas vindas de capelas e igrejas de
várias partes do Brasil.
52
Museu da Língua Portuguesa
O Museu da Língua Portuguesa proporciona o contato do visitante com a
língua, a literatura e a história através de equipamentos com tecnologia de ponta.
São vozes, espaços interativos e sensações envolvendo a língua portuguesa. O
museu está localizado no prédio acima da plataforma de trens da Estação da Luz.
Pátio do Colégio
O Pátio do Colégio, local em que nasceu a cidade de São Paulo, hoje abriga
atividades culturais: o museu possui uma pinacoteca, objetos indígenas, maquete da
cidade no século XVI, objetos históricos como a pia batismal utilizada pelos jesuítas
e, além disso, há a exposição de coleções de arte sacra. Há também a Biblioteca
Padre Antonio Vieira, a missa rezada por jesuítas e atividades culturais como
oficinas de artesanato e apresentações de música clássica.
Mosteiro de São Bento
O templo abriga, além do mosteiro onde vivem cerca de quarenta monges, a
Basílica de Nossa Senhora da Assunção, um teatro onde são realizados concertos e
outros tipos de eventos, um colégio e a Faculdade de São Bento, primeiro local na
América Latina a oferecer o curso superior de filosofia. Há também uma loja onde
pães, doces, bolos, geléias e outras iguarias, confeccionadas pelos próprios monges
através de receitas seculares, são vendidas.
Figura 29: Mosteiro de São Bento
Fonte: Cidade de São Paulo, 2011
53
Roteiros e programas de incentivo ao turismo
Turismetrô
Cinco roteiros foram criados em uma parceria do Metrô com a SPTuris
originando o Turismetrô. De acordo com o portal da Companhia do Metropolitano de
São Paulo (2011), os roteiros percorrem pontos turísticos e históricos da cidade e
são acompanhados por guias bilíngues e atores que representam a história da
cidade. Os roteiros são assim denominados: Turismo na Sé, Turismo na Paulista,
Turismo na Luz, Memorial da América Latina e Teatro Municipal. Todos possuem
como origem a Estação Sé do Metrô.
Fique mais um dia
O Guia São Paulo: Fique mais um dia, publicado em 2009 pela SPTuris, é um
dos materiais promocionais do destino que tem por objetivo incentivar o turista de
negócios e eventos a prolongar sua estadia na cidade por conta das diversas
opções de lazer nela existentes. Artes, gastronomia, passeios, compras, baladas,
programas para crianças, são algumas das opções que compõem o material, com
informações úteis tanto para o turista quanto para o próprio morador paulistano,
conhecerem a capital.
3.3 Plano de desenvolvimento do turismo no centro de São Paulo
Em 2008, foi divulgado um plano visando exclusivamente o desenvolvimento
do turismo no centro de São Paulo. A seguir constam detalhes deste plano e uma
abordagem em relação ao cumprimento das ações nele contidas.
O plano é uma parceria comandada pela SPTuris, órgão responsável pelo
turismo na cidade de São Paulo, com a colaboração do Conselho Municipal de
Turismo (COMTUR), instituições de ensino superior e a Associação Viva o Centro.
Uma união entre os setores público e privado e o terceiro setor.
A necessidade de um plano que desenvolvesse o turismo na região central de
maneira a reestruturar a imagem negativa e ressaltar suas qualidades, fez com que
o Superintendente Geral da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de
54
Almeida, apresentasse, durante reunião do COMTUR em 2006, proposta para
criação do Plano de Desenvolvimento Turístico do Centro da Cidade de São Paulo.
A execução do plano contou com a participação de mais de 800 estudantes do
curso superior de turismo de diferentes instituições. Estes realizaram pesquisa de
campo durante todo o ano letivo de 2007 acumulando informações que
posteriormente serviriam de base para a concepção do plano. O projeto
compreendeu os distritos Sé e República e, em menor escala, Santa Cecília e Bom
Retiro, em área de 5,6 km², o que diz respeito a 0,37% da cidade.
Foram inventariados todos os estabelecimentos ligados ao turismo dentro da
região estabelecida, sendo eles, meios de hospedagem, bares e restaurantes,
agências de viagem, pontos comerciais, locadoras de veículos e atrativos turísticos.
Estes, após pesquisa quantitativa, foram analisados qualitativamente em sua
totalidade e características gerais.
Figura 30: Abrangência do Plano de desenvolvimento do turismo no centro de São Paulo
Fonte: Plano de desenvolvimento do turismo no centro de São Paulo, 2008
55
Após todo o levantamento dos equipamentos e serviços turísticos ou ligados de
alguma forma ao setor, a pesquisa junto aos meios de hospedagem foi aprofundada
para melhor conhecimento dos equipamentos e serviços prestados, tarifas aplicadas
e desempenho. Ocorreram também entrevistas com mais de quatro mil pessoas,
entre turistas e residentes da cidade, abordados aleatoriamente na região, de
maneira a identificar o perfil da demanda existente no centro. Neste ponto buscou-
se conhecer a origem dos visitantes, a frequência de suas visitas ao centro,
permanência média, motivação da visita, gasto médio, perfil econômico e sua
avaliação a respeito da infraestrutura turística da região.
Após o inventário e análises sobre a oferta turística do centro, o plano
apresentou uma série de ações com o objetivo de requalificar o centro de São Paulo
como pólo turístico. No entanto, foi colocado que, para que tais ações pudessem
surtir os efeitos esperados seria primordial a solução de questões fundamentais
como limpeza urbana, presença de moradores em situação de rua e segurança
pública.
Entre as ações relacionadas no plano visando o aprimoramento da oferta
turística estão a flexibilização dos horários de funcionamento dos atrativos turísticos,
implantação de sinalização turística tanto para o trafego de veículos como de
pedestres, implantação de ônibus turístico com horários regulares e criação de
roteiros temáticos diversificados e acessíveis e implantação do áudio-guia. Já no
que concerne à qualidade na prestação de serviços foram colocadas ações como a
criação de programas de capacitação e o aprimoramento da estrutura das Centrais
de Informação Turística (CIT’S) em locais mais estratégicos.
Detectou-se necessária a promoção turística em feiras e eventos e
desenvolvimento de material promocional direcionado para a região central com
mapas e guias específicos, objetivando tanto a captação de turistas do exterior ou
de outros estados, quanto os moradores de outras regiões de São Paulo. Além do
material promocional, foi elencado entre as ações o estímulo à criação de
souvenires e produtos com as marcas da cidade e da região, de maneira a solidificar
a imagem local.
Em visita a São Paulo Turismo, em 25 de agosto de 2011, em contato com
Aline Delmanto (Gerente de Projetos Estratégicos), Raquel Vettori (Analista de
Projetos Turísticos) e Mário La Torre Filho (Analista de Turismo), foi possível
56
levantar algumas ações executadas nos últimos anos e outras em desenvolvimento,
como:
A implantação do ônibus turístico, que tem grande parte das paradas na área
central, está em andamento. A idéia desse projeto é oferecer para a iniciativa
privada operar. Abriu-se um chamamento público pra fazer prospecção de
mercado e atualmente estão recebendo propostas das empresas. A intenção
é que até o inicio de 2012 esteja funcionando;
A SPTuris está trabalhando em nove roteiros temáticos e pretende ter todos
lançados até o final primeiro semestre de 2012. O primeiro a ser lançado será
um roteiro de arquitetura, inteiro pelo centro, no qual o turista tem um áudio-
guia e faz o roteiro de maneira independente. A narração chama a atenção
para os detalhes arquitetônicos dos edifícios e, além de tratar do entorno, diz
em que direção deve-se seguir, onde estão os semáforos, ou seja, há
interação do som com o território. Está em estudo um Roteiro de Mirantes
junto aos edifícios Altino Arantes, Martinelli, Copan e Itália. A SPTuris começa
a conscientizar os responsáveis pela gerência destes edifícios da importância
do turismo, e de receber bem o turista e tentam flexibilizar os dias e horários
de visitação;
Novos mapas turísticos da cidade estão sendo criados, entre eles haverá um
específico para a região central e outro para os centros de compras, que além
do centro inclui o Brás e o Bom Retiro;
Duas novas Centrais de Informação Turística (CIT’s) foram inauguradas em
2011, CIT Mercado e a CIT República;
Em agosto de 2011 a SPTuris concluiu o projeto de Sinalização Turística
Viária da capital iniciado em 2008. Ao todo, 720 placas foram instaladas
indicando 99 atrativos turísticos da cidade. As placas, que obedecem ao
padrão internacional de sinalização turística, são marrons, possuem o nome
do ponto turístico, uma seta de direcionamento e um ícone que indica o tipo
de atração;
A SPTuris encaminhou uma proposta ao Ministério do Turismo para que se
inicie a sinalização turística para pedestres na região central, com placas que
indiquem o caminho, totens que orientem o turista pela região e placas na
porta de cada atrativo contando um pouco de sua história.
57
Houve um trabalho de capacitação da Guarda Civil Metropolitana no qual a
SPTuris capacitou cerca de 3 mil guardas. Estes passaram por um curso de
dois dias com a duração de 15 horas, e agiram como turistas na cidade,
justamente para entenderem como acontece o turismo na cidade, quem é o
turista, o que ele precisa, o que ele procura, e assim mudar um pouco seu
olhar para São Paulo. Aline conta que os guardas sentiram as dificuldades do
turista, pois iam à paisana e invariavelmente tinham que pedir informações, e
então ficavam espantados com o fato de as pessoas à frente de prédios
históricos não saberem dar informações sobre o local. Cerca de 80% desse
pessoal trabalha na região central e muitos afirmaram não ter conhecimento
da existência de alguns atrativos que lhes foram apresentados, e após o
curso passam a entender que a cidade tem bastante coisa interessante pra
mostrar a seus visitantes. Os próprios agentes de turismo perceberam que
agora, quando chegam com um grupo de turistas na Praça da Sé, por
exemplo, a guarda já se aproxima pra inibir a aproximação de pedintes e se
mostra solícita para auxiliá-los.
3.4 Perfil da demanda turística
O Plano de Desenvolvimento do Turismo no Centro de São Paulo (SPTuris,
2008) identificou no turista do centro as seguintes características: grupo
predominante de pessoas entre 30 e 39 anos, em sua maioria brasileiros, oriundos
principalmente do interior do estado de São Paulo, e em seguida, de Minas Gerais e
do Rio de Janeiro. Em relação à demanda internacional, a Argentina é o maior
emissor, não somente para o centro como para a cidade em si.
58
Figura 31: Origem do visitante
Fonte: São Paulo Turismo, 2008
Os principais fatores motivacionais para a visita de turistas à região central são
lazer e negócios, como pode ser observado no gráfico a seguir:
Figura 32: Motivação da Visita
Fonte: São Paulo Turismo, 2008
Em visitas aos empreendimentos estudados, feitas pela pesquisadora, e
através de contato telefônico, foi possível levantar a incidência de demanda
proveniente de segmentos como: compras, eventos, corporativo, poder público e de
lazer. As particularidades de cada uma serão abordadas a seguir:
59
Eventos
Os eventos ocorridos em São Paulo trazem fluxo de turistas para o Centro
devido às facilidades de logística e transporte que a região oferece (metro, ônibus,
rápido acesso aos principais eixos).
Corporativo
As empresas instaladas no centro movimentam o turismo da região, com
hospedagens de pessoal de nível técnico e gerencial, e eventos como treinamentos,
palestras, workshops, entre outros. Dentre as empresas localizadas no centro,
merece destaque o setor bancário (Santander, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil) e o
setor de telecomunicações (Oi, Tivit).
Poder Público
O remanejamento de órgãos públicos e autarquias (antes espalhados pela
cidade) para o centro vem favorecendo a movimentação de pessoas ligadas ao setor
público para a região.
Compras
O turismo de compras, conhecido informalmente pelos chamados “sacoleiros”,
movimenta principalmente a hotelaria de baixo custo da região do Arouche e Bom
Retiro. A consolidação da região do Bom Retiro como pólo de compras e a
especialização de algumas lojas com venda direta para pessoa jurídica têm atraído
proprietários de lojas de outras cidades e estados.
Lazer
O turismo de lazer é encontrado aos finais de semana, fomentado
principalmente por visitas a parentes ou amigos, e por movimentos culturais em
espaços localizados no centro, tais como peças de teatro de grande repercussão, ou
acontecimentos como a Virada Cultural.
60
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO
4.1 Associação Viva o Centro
A associação Viva o Centro é uma entidade representativa da sociedade civil
fundada em 1991 por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil. No
portal da associação, Viva o Centro (2011), consta como seu objetivo o
desenvolvimento e a transformação da região central da cidade de São Paulo, de
maneira a reverter a situação de degradação deste espaço por meio de ações que
mobilizem a sociedade e o setor privado em favor de melhorias.
O Programa Ações Locais dividiu o centro em microrregiões onde os
participantes de cada ação local cuidam de seu território visando a extinção de
problemas corriqueiros como limpeza, iluminação e segurança. A associação articula
toda a comunidade que mora e trabalha no entorno para que sejam formados os
núcleos e funciona como um meio intermediário de comunicação da população local
com o poder público.
Cada ação local conta com um Presidente, Vice-Presidente e diretores
divididos por setores como segurança, zeladoria urbana, esportes, comunicação e
outros. Estes representam a ação local durante o um ano perante o poder público e
a Viva o Centro. Os demais são denominados associados ou participantes. Desde
1995 o centro tem uma comunidade organizada e exigente atuando em 50 ações
locais.
A Aliança pelo Centro Histórico de São Paulo é outro programa da associação,
compreende o Triângulo Histórico, ou seja, região entre a Praça da Sé e os largos
São Bento e São Francisco. Este perímetro concentra locais de extrema importância
para a história da cidade e para o desenvolvimento do país, além da presença de
grandes agentes financeiros e do poder público. Atualmente estão localizadas no
triângulo seis secretarias e cinco empresas do Governo do Estado, Ministério
Público, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e a Prefeitura Municipal com doze
secretarias e duas empresas.
A Aliança conta com zeladores urbanos, ou seja, a sociedade civil que se
organiza para administrar problemas de zeladoria urbana e de gestão que seriam de
competência da Prefeitura da Cidade de São Paulo, e até mesmo para prestar
socorro à pessoas acidentadas ou que sofram de algum mal súbito.
61
Em entrevista realizada com funcionárias da associação em 27 de julho de
2011, a Sra. Terezinha Santana, responsável pelo Apoio às Ações Locais, afirmou
que estes são programas essenciais em São Paulo, uma megalópole que não tem
condições de ser gerida por um prefeito e 51 vereadores. Alegou também que um
aspecto importante que provém destes programas é o resgate à integração das
pessoas, assim restabelecendo a hospitalidade e o comunitarismo de antigamente,
de maneira que até o turista, que espera encontrar violência no centro, ao invés
disso encontre outro cenário, uma comunidade unida.
Entre as ações mais importantes em termos de resultado, Terezinha aponta a
diminuição de ambulantes nas ruas:
A associação pressionou o Ministério Público, que por meio de ação civil mostrou aos comerciantes que esta era uma ocupação ilegal, que acabava com o emprego formal e não resolvia o problema do desemprego.Tal mudança é nítida para aqueles que percorriam locais como o Viaduto do Chá, que antigamente era totalmente tomado por eles.
Além da redução dos ambulantes, houve o encaminhamento das crianças em
situação de rua para instituições sociais. Segundo Terezinha, este número era
estimado em 20 mil crianças, e hoje estima-se 700 crianças.
Em relação às instituições ela comenta que ainda não são satisfatórias para
abrigar a demanda de pessoas em situação de rua, mas o número aumentou
significativamente nos últimos anos e conseguiu-se obter maior organização dessas
entidades, que anteriormente trabalhavam de maneira desfocada.
O foco da Viva o Centro atualmente é trazer investimentos privados para o
centro, equacionar a questão do lixo através da coleta seletiva, criando assim
trabalho para os moradores em situação de rua, além de ajudá-los a tirar
documentos, voltar ao mercado de trabalho e aos estudos e, em alguns casos
encaminhá-los para clínicas de reabilitação para dependentes de álcool e drogas.
Ela aponta que cerca de 5% dos moradores em situação de rua possuem problemas
de saúde mental e 75% são dependentes de álcool ou drogas.
Os administradores das ações locais 24 de maio e Barão de Itapetininga estão
mobilizando grandes geradores de lixo dessas vias para que juntos contatem
cooperativas de catadores com o objetivo de doar o material reciclável. Esta ação
gera trabalho e renda para o catador de papel, que antes era o morador de rua e ao
mesmo tempo organiza a limpeza urbana.
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Quanto ao aumento de moradores na região Terezinha enxerga como um
indicador de qualidade pra a Viva o Centro e que contribui bastante para a vida
nestas áreas, no entanto nos traz a preocupação de que se tenha condições
satisfatórias pra que estas pessoas possam viver bem, pois a região é carente de
escolas e de assistência médica.
Já Ana Maria Ciccacio, Assessora de Imprensa da Viva o Centro, comenta,
ainda durante a entrevista, que quando a associação surgiu, há 20 anos, o centro
tinha observado uma debandada de moradores, empresários e profissionais liberais
que migraram em função do surgimento das novas centralidades, o que era
inevitável devido à extensão da cidade. No entanto, para ela, é necessário adensar o
centro, pois a infraestrutura está toda instalada na região e deve ser aproveitada e
não abandonada.
Apesar de não possuir ligação direta com o turismo na cidade, a Viva o Centro
possui papel de extrema importância para a melhoria da região em aspectos
diversos, o que por consequência ocasiona melhorias no setor de serviços já que a
região torna-se mais atrativa.
4.2 Investimentos
Operação Urbana Centro
De acordo com o portal Prefeitura da Cidade de São Paulo (2011), o projeto
objetiva a recuperação da região central de maneira a torná-la uma opção atraente
para receber investimentos comerciais, imobiliários, turísticos e culturais, por meio
de incentivos diversos como, por exemplo, a permissão de aumento do potencial
construtivo ou a cessão de espaços públicos, sendo que os recursos obtidos através
do programa devem ser investidos na própria região. A Operação Urbana Centro
compreende uma área de cerca de 662,90 ha, e que engloba o Centro Velho, Centro
Novo, e bairros históricos como: Bexiga, Glicério, Santa Ifigênia, Brás e Vila
Buarque.
Praça Franklin Roosevelt
Conforme informado no portal Prefeitura da Cidade de São Paulo (2011), a
praça será reformada com investimento previsto 40 milhões de reais, financiados
63
pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), juntamente com a Prefeitura
de São Paulo. No nível principal da praça haverá o plantio de 216 árvores, 137
luminárias serão instaladas e escadas e rampas serão construídas conforme os
parâmetros de acessibilidade universal, além de ganhar percursos arborizados,
quiosques, playground, bancos, um espaço para cães e sanitários públicos. Já o
subsolo irá abrigar tropas da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar.
Revitalização do Parque Dom Pedro II
A região do Parque Dom Pedro II será revitalizada em investimento de cerca
de R$ 1,5 bilhão. De acordo com o portal Prefeitura da Cidade de São Paulo (2011),
o projeto foi preparado com o auxílio da Fundação para a Pesquisa em Arquitetura e
Ambiente (FUPAM). Na primeira etapa foram demolidos os edifícios São Vito e
Mercúrio e o Viaduto Diário Popular, e em seu lugar foi proposta a inserção de
unidades do Serviço Social do Comércio (SESC) e do Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC), facilitando o acesso ao Mercado Municipal, ao
Catavento e o futuro Museu Estadual (na antiga Casa das Retortas). A estrutura do
SESC deve contar com teatro, cinema, piscina, internet e outros espaços de lazer.
Já a unidade do SENAC irá oferecer cursos na área de gastronomia. A próxima
etapa compreende a construção de uma plataforma sobre o rio Tamanduateí, dando
acesso ao centro do parque e ao terminal de ônibus já existente. Na parte oeste está
prevista a construção de um centro de compras com estacionamento público. Dois
novos túneis subterrâneos ao lado do Rio Tamanduateí também fazem parte do
projeto, possibilitando que o tráfego atual da Avenida do Estado seja melhor
distribuído.
Teatro Municipal
O teatro municipal passou por obras de restauro e foi reinaugurado em junho
deste ano, estando pronto para a comemoração de seu centenário que ocorrerá em
12 de dezembro. Segundo Granato (2011), as obras perduraram mais de dois anos
e foi investido montante superior à R$ 20 milhões.
A restauração incluiu: reforma das poltronas, renovação do maquinário de
palco, restauro dos vitrais, decoração do teto com aplicação de ouro e pintura da
64
fachada. O orçamento foi dividido entre o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (85%) e a Secretaria Municipal de Cultura (15%).
Banco Santander – Antigo Banco Francês e Italiano
De acordo com o Informe Viva o Centro (2011), o edifício que abrigou o antigo
Banco Francês e Italiano, situado à Rua Álvares Penteado, teve sua fachada
recuperada. O trabalho ficou a cargo da Companhia de Restauro que tratou desde a
limpeza do local, remoção química, restauro de molduras, vitrais e telhado, até a
revisão de calhas e condutores.
4.3 Infraestrutura urbana
De maneira a possibilitar maior conhecimento sobre a infraestrutura da cidade
de São Paulo e da região central, seguem abaixo alguns dados referentes ao
transporte, abastecimento e segurança. O levantamento das informações foi feito
através do Plano de Desenvolvimento Turístico do Centro da Cidade de São Paulo
(SPTuris, 2008) e de consulta aos portais da São Paulo Turismo (SPTuris), São
Paulo Transporte (SPTrans), Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo
(DETRAN-SP) e da Prefeitura Municipal de São Paulo.
Transportes
A cidade possui 17.295 quilômetros de vias e sua frota de veículos é superior a
7 milhões. Quatro sistemas compõem a rede de transporte público do município:
metrô, trem, ônibus metropolitano e ônibus urbano.
O perímetro estabelecido no Plano de Desenvolvimento Turístico do Centro da
Cidade de São Paulo (SPTuris, 2008) compreende 8 estações de metrô
(Anhangabaú, Dom Pedro II, Liberdade, Luz, São Bento, Sé, Tiradentes e
República), com duas das cinco linhas existentes atualmente: Linha 1 – Azul (Norte-
Sul) e Linha 2 – Vermelha (Leste-Oeste). Em setembro do ano corrente, a Linha 4 –
Amarela, foi interligada às estações Luz e República, facilitando o transporte para a
região da Avenida Paulista e do Morumbi.
65
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) possui 6 linhas de
transporte no município, 4 delas passam pelo perímetro estudado no plano e 2
estações o integram: Luz e Júlio Prestes.
Cerca de mil linhas de ônibus atendem a cidade, sendo 63% pertencentes ao
Sistema Estrutural (conectam os bairros ao centro da cidade) e 37% ao Sistema
Local (circulam dentro de um único bairro ou em bairros da mesma região). Além
disso, a região central concentra dois terminais de ônibus importantes na cidade o
Terminal Princesa Isabel e o Bandeira.
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) é responsável por
ligar os municípios da região metropolitana através de ônibus comuns ou
rodoviários. Oferece também o Airport Bus Service, ônibus executivos que atendem
os aeroportos de Guarulhos e Congonhas ligando-os aos terminais rodoviários Barra
Funda e Tietê e locais com grande concentração de hotéis como Avenida Paulista
Praça da República e Itaim Bibi.
Mais de 32 mil veículos prestam o serviço de táxi em todo o município. Em
2008, a SPTuris identificou a existência de 92 pontos apenas na região central. Até
janeiro de 2012 a capital deve ganhar mais 1.200 táxis devido à concessão de novos
alvarás a partir de sorteio da Loteria Federal.
Abastecimento e Limpeza
Informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(SABESP) nos levam a concluir que os serviços de abastecimento de água e coleta
e tratamento de esgoto atendem os distritos centrais em sua totalidade. O sistema
produtor que abastece os distritos Sé e República é o da Cantareira.
De acordo com a SPTuris todos os domicílios residenciais dos distritos Sé e
República recebem o atendimento do sistema de coleta de lixo urbano, que é
realizada por caminhão compactador de segunda a sábado, a partir das 19 horas.
As vias da região são varridas diariamente de uma a dez vezes, e são atendidas
pela coleta seletiva. No Parque da Luz, há ainda um Posto de Entrega Voluntária
(PVE), mantido pela prefeitura.
Há também um programa especial de coleta no centro da cidade, devido ao
grande fluxo de pessoas e automóveis, a Operação Centro, conta com veículos
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elétricos que coletam o lixo da área dos calçadões e outros que coletam nas ruas de
trânsito mais intenso.
Segurança
No perímetro do estudo ficam encarregadas pela segurança a Guarda Civil
Municipal (GCM) e a Polícia Militar (PM). A GCM possui um programa de
monitoramento onde 35 câmeras de vigilância são espalhadas pela região e
posicionadas de maneira estratégica em locais com incidência de delitos. Este
programa foi iniciado em julho de 2006 e fez com que o numero de ocorrências
caísse em 17% no período de um ano.
Já a Polícia Militar atua na região central por meio de: radio-patrulhamento
motorizado, policiamento ostensivo a pé, de trânsito, em bicicleta, em motocicleta,
escolar, patrulhamento tático móvel, policiamento com cães e policiamento de
guarda. Além disso, instalou postos policiais em algumas regiões do centro: Praça
da Liberdade, Largo de São Bento, Ladeira General Carneiro, Avenida Cásper
Libero com Santa Ifigênia, Rua Ribeiro de Lima, Rua Major Sertório e Praça do
Patriarca.
4.4 Habitação
Dados preliminares do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apontam que a região central vem revertendo a tendência de
decréscimo do número de moradores. De acordo com Trielli, Brancatelli e Cardoso
(2011), nos últimos dez anos a população do centro aumentou 15,4%, estando
acima da média paulistana, de 7,9%. Este aumento representa o acréscimo 63.774
habitantes na região, que contempla dez distritos: Bela Vista, Bom Retiro, Brás,
Cambuci, Consolação, Liberdade, Pari, República, Santa Cecília e Sé. Entre 1991 e
2000, somente a Sé, registrou queda de 26% em número de habitantes, em
contrapartida, na última década, o crescimento foi de 17,6%.
Em matéria redigida por Gonzales (2011), consta que a região central vem
recebendo cada vez mais empreendimentos residenciais com estrutura sofisticada
de serviços e lazer. Somente a Abyara Brokers comercializou cerca de 17
empreendimentos nos últimos quatro anos em ruas como: Paim, Guaianazes, Major
Sertório e Adolfo Gordo. Sete incorporadoras irão erguer edifícios que juntos somam
67
2,2 mil unidades residenciais, entre elas estão a Brookfield, You,inc e a WZarzur. Os
apartamentos possuem de 30 a 72 metros quadrados e vão de estúdios até
apartamentos de 3 dormitórios, alguns deles com serviços de concierge7, quadras de
squash, lavanderia, piscina e sauna. A diretora de marketing da Abyara, Paola
Alambert, afirma que os investidores estão mais confiantes em construir na região
devido às melhorias pelas quais passou nos últimos anos.
O valor dos terrenos do centro, que são no mínimo 50% mais baratos do que
em outras regiões da cidade, de acordo com Luiz Paulo Pompéia, diretor da
Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (EMBRAESP), é o principal fator
estimulante para os investimentos, não somente residenciais como comerciais, já
que há também projetos de edifícios desse tipo em fase de aprovação. Segundo ele
existe demanda por escritórios modernos, mas atualmente não há oferta na região.
Para Rogério Atala, gerente de incorporação da WZarzur, as pessoas estão
redescobrindo o centro como um local conveniente devido às facilidades nele
existentes como o fácil acesso à importantes vias, oferta de equipamentos de lazer,
serviços e transporte público, e afirma que é engano acreditar que as classes A e B
não possuem interesse em morar no centro. O público alvo dos novos edifícios é
composto por indivíduos solteiros, jovens casais, terceira idade e gays, que
possuem expressivo interesse por imóveis do tipo estúdio.
Renova Centro
O Renova Centro é um programa desenvolvido pela Companhia de Habitação
de São Paulo (COHAB-SP), nos moldes do antigo projeto “Morar no Centro”, no qual
três prédios foram restaurados e entregues em 2009, o Asdrúbal do Nascimento, o
Riachuelo e o Senador Feijó.
De acordo com informações do portal G1 (2011), a Prefeitura de São Paulo
negocia atualmente a desapropriação de 53 prédios históricos a serem destinados à
moradia para população de baixa renda, com investimento total estimado em R$ 400
milhões. As primeiras unidades devem ser entregues em 2012. Os prédios serão
restaurados e transformados em moradia para 2,5 mil famílias com renda entre um e
7 Palavra não dicionarizada, de origem francesa, significando: pessoa que guarda um edifício, uma
casa importante. (Le Nouveau Petit Robert, 2009, p. 495)
68
dez salários mínimos. Como os edifícios são antigos terão de se adaptar também às
normas atuais tendo sua estrutura elétrica, hidráulica e de segurança modernizadas.
Alguns edifícios serão destinados à locação social e outros à comercialização.
O valor do aluguel ficará entre 10 e 20% da renda do morador. As unidades
vendidas serão disponibilizadas por valor superior à R$ 100 mil. O Hotel Cineasta,
construído na década de 1920, é um dos integrantes da lista de edifícios. Operou até
2001 e não foi ocupado irregularmente durante este período. Seus antigos
apartamentos possuem apenas quarto e banheiro e após a reforma ganharão sala e
cozinha totalizando entre 27 e 50 metros quadrados cada. As unidades do antigo
hotel serão destinadas preferencialmente à artistas aposentados com baixa renda ou
em situação de rua cadastrados por uma parceria feita com os sindicatos de
músicos e de atores.
4.5 Projetos
Nova Luz
O projeto de requalificação urbana trata-se de uma proposta feita pelo
Consórcio Nova Luz, e contratada pela Prefeitura de São Paulo que diz respeito à
valorização de prédios históricos, criação de espaços verdes e de lazer e reforma de
áreas livres públicas. De acordo com o portal oficial do projeto (NOVA LUZ, 2011),
este compreende a região entre as avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias,
Cásper Líbero e Rua Mauá em área de 500 mil metros quadrados.
Na região estão situados centros culturais e de comércio como: a Rua Santa
Ifigênia, Pinacoteca do Estado, Museu de Arte Sacra, Estação Pinacoteca, Museu
da Língua Portuguesa e a Sala São Paulo.
Somando a estes equipamentos a região ira receber o Complexo Cultural
Teatro da Dança, destinado aos espetáculos. O espaço ocupará um quarteirão
entre a Avenida Rio Branco, a Praça Julio Prestes, a Avenida Duque de Caxias e a
Rua Helvétia. Além de teatros, deve ser sede da Companhia de Dança de São
Paulo, da Escola de Música do Estado de São Paulo e do Centro Paula Souza junto
a uma nova escola técnica.
69
PROCENTRO
O Programa de Reabilitação da Área Central do Município de São Paulo
(PROCENTRO) tem como objetivo estímulo ao desenvolvimento socioeconômico do
centro de São Paulo através de componentes como: valorização imobiliária e
aumento da finalidade residencial, recuperação urbana, transporte, mudança de
órgãos públicos municipais para o centro e transformação do perfil social e
econômico.
Conforme informado no portal PROCENTRO (2011) a execução e a
coordenação das ações dos subexecutores ficam a cargo da Empresa Municipal de
Urbanismo (EMURB). Atualmente são dez secretarias municipais e uma
subprefeitura como subexecutores. O custo total do programa é de US$ 167,4
milhões, sendo 60% deste valor financiado pelo Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), e o restante fica a cargo da Prefeitura do Município de São
Paulo. É focado nos distritos Sé e República, no entanto, deve gerar impactos em
todo seu entorno, como mostra a figura a seguir:
Figura 33: Abrangência do Procentro
Fonte: Procentro, 2011
70
Com a preocupação de reverter a situação de desvalorização imobiliária
decorrente da degradação da região e aumentar a quantidade de residentes, estão
sendo feitas ações como reformas e recuperação de edifícios inutilizados,
abandonados e degradados para uso residencial de famílias de baixa renda (entre
zero e seis salários mínimos). Além do Programa de Locação Social, que se refere a
construção de edifícios de pequeno porte para uso residencial de famílias ou
individual, com renda de até três salários mínimos.
71
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Conforme levantamento histórico, com o deslocamento de importantes
empresas para a região da Avenida Paulista muitos dos hotéis localizados no centro
da cidade acabaram fechando suas portas devido à falta de demanda e pelo fato de
terem reduzido suas diárias. Alguns deles tiveram sua estrutura reaproveitada para
outros fins como o Cambridge que funcionou como casa noturna, o Danúbio que
hoje abriga uma faculdade e o Esplanada, que atualmente é sede de uma grande
empresa.
Em relação à oferta hoteleira atual pode-se dizer que esta é ampla e
diversificada. Apesar do mercado regional estar visivelmente mais focado no
segmento econômico, o que pode ser identificado tanto pelas tarifas aplicadas
quanto pelas características físicas da maioria dos hotéis, há também
empreendimentos de categorias superiores.
Existe ainda um número significativo de meios de hospedagem com
administração independente na região, no entanto, conforme as últimas aberturas
ocorridas, a tendência é de que novos hotéis ou até mesmo os existentes passem a
ser geridos por operadoras hoteleiras.
Percebe-se que tanto os produtos independentes como os demais tem
investido em melhorias nas suas instalações, principalmente em relação à
modernização de suas unidades habitacionais. Os hotéis Marabá, Excelsior e
Braston são exemplos de empreendimentos antigos que investiram bastante na
renovação de suas estruturas e atualmente apresentam características compatíveis
com as dos hotéis mais novos. Mobiliário com design mais moderno e
equipamentos de tecnologia mais avançada agregam valor a estes produtos e, ao
mesmo tempo, aumentam sua competitividade no mercado. Entretanto, alguns dos
hotéis estudados como Gran Corona, King, Dan Inn e Nacional Inn, ainda assim
permanecem com uma decoração antiquada em seus apartamentos e áreas sociais.
Nos hotéis independentes há uma maior dificuldade em relação aos demais no que
diz respeito aos investimentos, já que os hotéis atrelados às redes hoteleiras
geralmente possuem maior poder para investir.
O trabalho da São Paulo turismo, não apenas no centro, mas em toda a cidade
de São Paulo, está estruturando o setor principalmente no que diz respeito à
receptividade dos turistas. Implantação de sinalização turística, melhor exploração
72
de atrativos, criação e distribuição de materiais específicos como mapas e roteiros, e
a capacitação de profissionais devem minimizar as dificuldades atuais dos turistas,
sejam eles domésticos ou internacionais.
Em termos de infraestrutura o centro não apresenta escassez de recursos.
Conforme apresentado na pesquisa toda a região é atendida pelos serviços de
abastecimento e limpeza, possui extensa rede de transportes para todas as regiões
da cidade e a segurança local está cada vez mais reforçada.
O fato da região estar atraindo cada vez mais moradores e estes integrarem
camadas diversas da sociedade deve trazer muitos benefícios à mesma, já que
estes passarão a zelar por um espaço que esteve abandonado por décadas e que
agora tende a ganhar um movimento diferenciado de pessoas, que não verão o
centro apenas como um local de trânsito e sim como sua residência, passando a
cuidar e automaticamente impossibilitar que a degradação se repita.
Além dos esforços do poder público e da iniciativa privada com grandes
lançamentos imobiliários, os programas do terceiro setor, representado pela
Associação Viva o Centro, demonstram surtir bons efeitos agora que a população
envolvida nas ações locais está consciente e engajada atuando em favor de sanar
os problemas existentes em sua região.
Conforme abordado por André Matielo, a qualidade dos meios de hospedagem
geralmente é preterida devido os problemas existentes na região. Esta questão pode
estar atrelada com a má divulgação destes produtos, portanto, sugere-se que estes
empreendimentos busquem o apoio dos órgãos do setor turístico da cidade e
melhorem sua visibilidade diante do mercado.
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo principal analisar se a região central da cidade
de São Paulo possui potencial para voltar a ser reconhecida como um pólo hoteleiro
de qualidade, assim como ocorria no início da atividade no Brasil. Sendo assim,
diversos aspectos da região foram analisados com o propósito de identificar os
pontos positivos e negativos que o centro apresenta atualmente e avaliar se seu
desenvolvimento tem sido satisfatório para a cidade como um todo, e
consequentemente, para o setor hoteleiro. As perspectivas de investimentos
também serviram como base para esta análise, já que algumas das ações em prol
da melhoria da região são de longo prazo.
Durante visitas, entrevistas e observação nos empreendimentos hoteleiros, foi
possível identificar o segmento econômico como o mais presente nos hotéis e que
sua administração é feita, em sua maioria, por empresas especializadas, garantindo
padronização nos serviços e credibilidade diante da visão de seus clientes. Os
produtos encontrados no centro possuem boa estrutura física e serviços compatíveis
com os valores cobrados.
O centro evoluiu bastante nos últimos anos e tanto os órgãos públicos quanto o
terceiro setor e a iniciativa privada tem trabalhado em favor de seu desenvolvimento.
Sendo assim, com a junção de todos estes elementos e diante da efetivação dos
projetos e ações apresentadas nessa pesquisa estima-se que a região central seja
bastante valorizada e torne-se cada vez mais atrativa, causando assim um impacto
positivo no desempenho da hotelaria.
Espera-se que o presente estudo contribua com o mercado hoteleiro da região
como forma de informação, agregando conhecimento principalmente àqueles que
trabalham nos hotéis do centro, para que assim tomem ciência do que está
ocorrendo atualmente e o que se prevê para os próximos anos em termos de ações
de melhoria. Além de servir como uma ferramenta para melhor conhecerem os seus
concorrentes.
Para estudos futuros sugere-se abordar a concretização dos projetos previstos
atualmente e suas respectivas implicações no desempenho hotelaria, assim como
uma pesquisa com o objetivo de analisar a visão dos clientes sobre os hotéis do
centro.
74
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82
ANEXO A – Termo de consentimento SPTuris I
83
ANEXO B – Termo de consentimento SPTuris II
84
ANEXO C – Termo de consentimento SPTuris III
85
ANEXO D – Termo de consentimento Viva o Centro I
86
ANEXO E – Termo de consentimento Viva o Centro II
87
ANEXO F – Termo de consentimento BSH International I
88
ANEXO G – Termo de consentimento BSH International II
89
ANEXO H – Termo de consentimento BSH International III
90
ANEXO I – Termo de consentimento Novotel
91
ANEXO J – Autorização SPTuris
92
ANEXO L – Autorização Viva o Centro
93
ANEXO M – Autorização BSH International
94
ANEXO N – Autorização Novotel