hotelaria na região central da cidade de são paulo: do princípio à atualidade

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0 CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Jessica Rizzo Pires Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade São Paulo 2011

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Page 1: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

Jessica Rizzo Pires

Hotelaria na região central da cidade de São Paulo:

Do princípio à atualidade

São Paulo

2011

Page 2: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

1

JESSICA RIZZO PIRES

Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Centro Universitário

Senac – Campus Santo Amaro, como

exigência parcial para obtenção do grau

de Bacharel em Hotelaria.

Orientadora Prof.ª Maristela de Souza

Goto Sugiyama

São Paulo

2011

Page 3: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

2

P667h PIRES, Jessica Rizzo

Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade / Jessica Rizzo Pires -- São Paulo, 2011.

94. fls.

Orientadora: Prof.ª Maristela de Souza Goto Sugiyama Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Hotelaria) – Centro

Universitário SENAC Campus Santo Amaro, São Paulo, 2011

1. Hotelaria 2. Central 3. São Paulo 4. Turismo 5. Infraestrutura I. Prof.ª Maristela de Souza Goto Sugiyama (orient.) II. Título

CDD 745

Page 4: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

3

Jessica Rizzo Pires

Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

Trabalho de conclusão de curso,

apresentado ao Centro Universitário

Senac – Campus Santo Amaro, como

exigência parcial para obtenção do grau

de Bacharel em Hotelaria.

Orientadora Prof.ª Maristela de Souza

Goto Sugiyama

A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública

realizada em 16/11/2011, considerou a candidata:

1) Examinador (a): Ana Maria Figueiredo Biselli

2) Examinador (a): Mônica Bueno Leme

3) Presidente: Maristela de Souza Goto Sugiyama

Page 5: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

4

A Deus e aos meus pais, que sempre olharam por mim.

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AGRADECIMENTOS

Aos professores que me orientaram visando sucesso na concepção desta pesquisa.

Aos meus amigos que não mediram esforços para me ajudar.

A Associação Viva o Centro, São Paulo Turismo, BSH International e ao Fórum de

Operadores Hoteleiros do Brasil, por colaborarem na execução deste trabalho.

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Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.

(Mahatma Gandhi)

Page 8: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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RESUMO

O estudo a seguir relata a história da hotelaria na cidade de São Paulo desde seu surgimento, sua evolução com o passar dos anos, até chegar aos dias atuais, tendo como foco a região central da capital. O intuito deste estudo é retratar o mercado hoteleiro do centro da cidade de São Paulo identificando os meios de hospedagem existentes, seu posicionamento e características. Demais aspectos relacionados ao turismo na região também foram analisados, já que o desempenho da hotelaria é totalmente ligado à infraestrutura de serviços de apoio do local onde os hotéis estão inseridos. Além disso, julgou-se prudente apontar as características e peculiaridades da região central e evidenciar as expectativas em torno de seu desenvolvimento.

Palavras-chave: hotelaria; região central; São Paulo; turismo; infraestrutura.

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ABSTRACT

The following study relates the history of hospitality in the city of Sao Paulo since its inception, its evolution over the years until nowadays, focusing on the city downtown. The purpose of this study is to describe the hotel market identifying the accommodation facilities, their position and characteristics. Other aspects related to tourism in the region were also examined, once the performance of hospitality is entirely connected to infrastructure and support services where the hotels are inserted. Moreover, it was deemed prudent to point out the characteristics and peculiarities of the central region and highlight the expectations of its development.

Keywords: hospitality; central area; Sao Paulo; tourism; infrastructure.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Linha do tempo...................................................................................19

Figura 2: Hospedaria dos Imigrantes.................................................................20

Figura 3: Memorial do Imigrante........................................................................20

Figura 4: Hotel Esplanada.................................................................................20

Figura 5: Fachada Cambridge...........................................................................21

Figura 6: Bar D’ Hotel Cambridge......................................................................21

Figura 7: Fachada Antigo Hotel Danúbio...........................................................22

Figura 8: Entrada Principal Hotel Othon............................................................22

Figura 9: Fachada Hotel Othon..........................................................................22

Figura 10: Fachada Hotel Ca’d’Oro...................................................................23

Figura 11: Suíte Presidencial Hotel Ca’d’Oro....................................................23

Figura 12: Fachada Hilton SP............................................................................24

Figura 13: Edifício Copan e Hotel Hilton............................................................24

Figura 14: Perímetro do estudo.........................................................................28

Figura 15: Localização dos hotéis.....................................................................29

Figura 16: Gráfico - Desempenho hotéis centro................................................37

Figura 17: Fachada Marabá Palace...................................................................39

Figura 18: Restaurante – Marabá Palace..........................................................40

Figura 19: Apartamento - Marabá Palace..........................................................40

Figura 20: Fachada Excelsior – Antiga..............................................................40

Figura 21: Fachada Excelsior – Atual................................................................40

Figura 22: Fachada Braston São Paulo.............................................................41

Page 11: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

Figura 23: Unidade habitacional Braston São Paulo.........................................41

Figura 24: Catavento.........................................................................................47

Figura 25: Edifício Martinelli...............................................................................48

Figura 26: Estação da Luz.................................................................................48

Figura 27: Shopping Light..................................................................................49

Figura 28: Teatro Municipal...............................................................................50

Figura 29: Mosteiro de São Bento.....................................................................52

Figura 30: Abrangência do Plano de desenvolvimento do turismo no centro de

São Paulo..........................................................................................................54

Figura 31: Origem do visitante...........................................................................58

Figura 32: Motivação da Visita...........................................................................58

Figura 33: Abrangência do Procentro................................................................69

Page 12: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados demográficos dos distritos ............................................................. 26

Tabela 2: Oferta total ................................................................................................. 30

Tabela 3: Hotéis operados por redes hoteleiras ........................................................ 31

Tabela 4: Equipamentos e facilidades disponíveis nos hotéis................................... 32

Tabela 5: Ficha técnica ............................................................................................. 33

Tabela 6: Desempenho hotéis centro ........................................................................ 37

Tabela 7: Desempenho hotéis centro – 1º semestre ................................................. 38

Page 13: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14

CAPÍTULO 1 – HOTELARIA NA CIDADE DE SÃO PAULO ..................................... 16

1.1 Histórico da evolução da hotelaria na cidade de São Paulo ............................... 16

1.2 Da inauguração à atualidade – Situação atual dos primeiros hotéis ................... 19

CAPÍTULO 2 - OFERTA ATUAL DE HOTÉIS ........................................................... 26

2.1 Centro da cidade de São Paulo ........................................................................... 26

Distritos Sé e República ............................................................................................ 27

2.2 Perímetro do estudo ............................................................................................ 27

2.3 Oferta hoteleira na região .................................................................................... 28

2.4 Equipamentos e serviços .................................................................................... 31

2.5 Ficha técnica ....................................................................................................... 33

2.6 Desempenho ....................................................................................................... 37

2.7 Investimentos na hotelaria ................................................................................... 39

Oferta Futura ............................................................................................................. 41

2.8 Análise geral dos empreendimentos ................................................................... 43

CAPÍTULO 3 – TURISMO NO CENTRO .................................................................. 45

3.1 Entidades representativas do turismo em São Paulo .......................................... 45

3.2 Principais atrativos históricos e culturais ............................................................. 46

Roteiros e programas de incentivo ao turismo .......................................................... 53

3.3 Plano de desenvolvimento do turismo no centro de São Paulo .......................... 53

3.4 Perfil da demanda turística .................................................................................. 57

Page 14: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO .................................................. 60

4.1 Associação Viva o Centro ................................................................................... 60

4.2 Investimentos ...................................................................................................... 62

4.3 Infraestrutura urbana ........................................................................................... 64

4.4 Habitação ............................................................................................................ 66

4.5 Projetos ............................................................................................................... 68

ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................. 71

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 73

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74

ANEXO A – Termo de consentimento SPTuris I ....................................................... 82

ANEXO B – Termo de consentimento SPTuris II ...................................................... 83

ANEXO C – Termo de consentimento SPTuris III ..................................................... 84

ANEXO D – Termo de consentimento Viva o Centro I .............................................. 85

ANEXO E – Termo de consentimento Viva o Centro II ............................................. 86

ANEXO F – Termo de consentimento BSH International I ........................................ 87

ANEXO G – Termo de consentimento BSH International II ...................................... 88

ANEXO H – Termo de consentimento BSH International III ...................................... 89

ANEXO I – Termo de consentimento Novotel ........................................................... 90

ANEXO J – Autorização SPTuris .............................................................................. 91

ANEXO L – Autorização Viva o Centro ..................................................................... 92

ANEXO M – Autorização BSH International .............................................................. 93

ANEXO N – Autorização Novotel .............................................................................. 94

Page 15: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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INTRODUÇÃO

Com o deslocamento do eixo econômico do centro da cidade de São Paulo

para a região da Avenida Paulista, o centro passou por forte degradação, com

reflexos até os dias de hoje. O setor hoteleiro acompanhou o desenvolvimento da

cidade conforme os centros empresariais e financeiros foram se instalando em

outras regiões. A problemática em que a pesquisa se insere envolve a

potencialidade do centro em voltar a ser um importante pólo hoteleiro reconhecido

por sua qualidade, como ocorria antigamente, já que esta região foi berço dos

primeiros hotéis de São Paulo e o local de maior concentração dos meios de

hospedagem durante décadas.

Este estudo foi concebido como base nos conceitos metodológicos de Pádua

(2004), Ramos (2009) e Godoy (1995). A abordagem quantitativa foi utilizada devido

à necessidade de quantificar a oferta hoteleira e seus serviços, além de demais

resultados obtidos no decorrer do estudo.

O método qualitativo também foi utilizado na pesquisa. Esta abordagem,

segundo Godoy (1995), pode ser realizada de três formas: pesquisa documental,

estudo de caso e etnografia. Entre as técnicas exploradas no presente trabalho

estão: pesquisa de campo com observação nos hotéis, entrevistas com a São Paulo

Turismo, a Associação Viva o Centro e a BSH International, além de pesquisa

bibliográfica e eletrônica. Os depoimentos coletados durante as entrevistas foram

relatados no decorrer do trabalho. Durante a pesquisa de campo foi possível obter

informações dos hotéis acerca das intenções de reformas, troca de equipamentos,

análise do mercado e outros dados.

Pádua (2004) conceitua a pesquisa quantitativa como algo passível de

mensuração e controle, já em relação à pesquisa qualitativa, aborda que há a

preocupação de se descobrir o significado dos processos e fenômenos sociais com

base nos aspectos cotidianos. Para Ramos (2009) as abordagens qualitativa e

quantitativa não são opostas, apenas apresentam duas perspectivas distintas.

O primeiro capítulo traz a história da hotelaria na cidade de São Paulo junto

aos mais importantes fatos ocorridos durante 1920 e 1980, e que por consequência

influenciaram em mudanças no setor turístico. Posteriormente é relatada a atual

situação dos edifícios que abrigaram os primeiros hotéis da cidade.

Page 16: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

15

No segundo capítulo, que trata da oferta hoteleira, há uma breve

caracterização do centro da cidade de São Paulo. Em seguida, foi delimitada uma

área desta região para que os hotéis ali existentes fossem inventariados e

analisados. Assim, estes passaram por uma triagem levando em consideração o

preço e os serviços e equipamentos neles disponibilizados. Posteriormente foi

possível estudar alguns empreendimentos mais a fundo e discorrer sobre o

desempenho do mercado hoteleiro regional e os investimentos no setor.

No capítulo 3 foi abordada a questão do turismo na localidade. Os órgãos

responsáveis pelo setor na cidade de São Paulo foram descritos, assim como os

atrativos turísticos presentes na região. O Plano de Desenvolvimento do Turismo no

Centro de São Paulo, divulgado em 2008 pela São Paulo Turismo, foi apresentado e

as ações nele contidas foram conferidas quanto a sua efetivação.

O último capítulo relata as ações em prol da melhoria da região e da reversão

da imagem negativa possuída pelo centro, sendo levantadas as mais recentes obras

e projetos de que se tem notícia, assim como intenções de investimentos através do

setor público e do terceiro setor.

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CAPÍTULO 1 – HOTELARIA NA CIDADE DE SÃO PAULO

1.1 Histórico da evolução da hotelaria na cidade de São Paulo

O surgimento da hotelaria no Brasil se deu em meados de 1820, após a vinda

da família real e de comerciantes portugueses para o país (TRIGO, 2002).

De acordo com documento publicado pela Confederação Nacional do Comércio

(2005), a inauguração da Academia de Direito, em 1827, foi responsável por atrair

jovens de todo o Brasil e por fazer de São Paulo um pólo intelectual e político, sendo

este um dos acontecimentos propulsores do turismo na cidade.

No mesmo ano foi criada a Viação Aérea Rio Grandense S. A., mais conhecida

como Varig, refletindo o nascimento da aviação comercial no Brasil. Em 1922 esta

fundiu-se à Condor Syndikat, subsidiária da Lufthansa e nacionalizada como

Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul. A Varig foi seguida pela Panair, inaugurada em

1830 (TRIGO, 2002).

Segundo Duarte (2005), o visível início da atividade hoteleira foi impulsionado

pelas mudanças políticas que ocorriam desde a independência do país durante o

Segundo Império Brasileiro, iniciado em 1840, como a mobilização em torno da

abolição da escravatura e a transformação do governo em República.

A inauguração da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, ou Santos-Jundiaí Railway,

em 1867, representou a expansão da economia cafeeira. A estrada, que tinha como

principal ponto de passagem a cidade de São Paulo, intensificou o transporte de

café para o porto de Santos, e consequentemente, a movimentação de passageiros.

Anos mais tarde a estrada seria estendida até a cidade de Campinas pela

Companhia Paulista de Estradas de Ferro (TRIGO, 2002).

De acordo com Duarte (2005), apenas em 1870 começaram a ser implantados

estabelecimentos condizentes com a nomenclatura “hotel”, como o Paulistano, na

Rua da Fundição; o Universal, localizado no Pátio do Colégio; Hotel d’Oeste e

Grande Hotel. O último, segundo Trigo (2002) era até então reconhecido como o

melhor hotel do Brasil.

Ainda conforme Trigo (2002), em 1885 foi registrada, através do Almanaque da

Província, a existência de nove empreendimentos hoteleiros na cidade: Itália-Brazil,

Fasoli, Boa Vista, Provenceau, Bristol, Pensão Morais, Hotel das Famílias, Albion e

Page 18: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

17

Suíço. Dois anos depois nasce a Hospedaria dos Imigrantes, conjunto de blocos

com capacidade para acolher quatro mil pessoas pelo período máximo de oito dias,

tempo suficiente para que os visitantes resolvessem seus negócios. Em seguida, é

inaugurado o Grande Hotel Paulista, no Largo São Bento, este foi na época um dos

mais luxuosos da cidade, possuía itens como banheiros de mármore e água quente.

Trigo (2002) aponta que até o aparecimento destes hotéis as hospedagens

eram realizadas em locais adaptados, além de serem acoplados aos portos e às

estações, de forma a suprir as necessidades geradas pelo início dos deslocamentos

das pessoas. Somente nas décadas de 1920 e 1930 as melhorias no setor hoteleiro

foram perceptíveis, com o surgimento das primeiras iniciativas governamentais no

incentivo à construção de grandes edifícios concebidos para a operação hoteleira,

além da abertura de estradas, fazendo com que a hotelaria se expandisse

geograficamente pelo país.

Na década de 1920 foram inaugurados grandes hotéis como o Términus e o

Esplanada, o segundo, localizado ao lado do Teatro Municipal, chegou a ser um dos

mais importantes da época.

A década de 1950 foi um período de grande prosperidade para a cidade que se

tornou uma grande metrópole, atraindo investimentos em diversas áreas. A hotelaria

ganhou uma quantidade significativa de hotéis como Cambridge, Jaraguá, Ca’d’Oro,

Lord Palace, Príncipe e São Paulo Othon.

Em 1966 foi criada a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR), dando

início a organização do setor do turismo no Brasil. Esta fez com que os hotéis

brasileiros fossem regulamentados e normatizados através da classificação por

estrelas, de maneira a uniformizar as vendas do setor.

Em 1971, a cidade passa a contar com o primeiro hotel administrado por uma

das principais operadoras hoteleiras internacionais, o São Paulo Hilton, na Avenida

Ipiranga.

A metade da década de 1970 foi marcada pelo deslocamento dos hotéis do

centro para outras regiões da cidade. Como exemplo, temos a inauguração dos

hotéis Caesar Park em 1976 e Maksoud Plaza, em 1979, próximos à Avenida

Paulista. Em 1977 surge o Novotel Morumbi, o primeiro a se instalar na zona sul da

cidade e o primeiro hotel da rede Accor no Brasil.

Page 19: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

18

Na década de 1980, segundo Duarte (2005), com a Avenida Paulista já

consolidada como o principal centro financeiro da cidade e a marginal do rio

Pinheiros com muitas empresas multinacionais instaladas, inicialmente no Centro

Empresarial, a demanda por hospedagens começa a se dividir novamente.

Com a migração dos setores empresarial, hoteleiro e comercial para outras

localidades, o centro de São Paulo começa a se degradar. O abandono dos antigos

prédios comerciais somado à invasão por pessoas em situação de rua, o vandalismo

e os interesses de investimentos voltados para as demais regiões, foram os

principais fatores a contribuir para este fato.

A seguir, uma linha do tempo mostra a evolução dos hotéis na cidade de São

Paulo conforme suas inaugurações. No caso dos hotéis ainda em atividade a

informação foi coletada diretamente nos estabelecimentos ou através do Guia

Quatro Rodas, e das obras de Duarte (2005) e Trigo (2002).

Page 20: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

19

Figura 1: Linha do tempo

Fonte: a autora

1.2 Da inauguração à atualidade – Situação atual dos primeiros

hotéis

A seguir será abordada a atual situação de alguns meios de hospedagem

importantes na história do país.

Hospedaria dos Imigrantes (1887)

A antiga hospedaria hoje abriga o Memorial do Imigrante, museu ligado à

Secretaria de Estado da Cultura, que reúne e preserva documentos, objetos e

memórias de imigrantes que vieram para o Brasil. De acordo com o portal do

Governo do Estado de São Paulo (2011), atualmente está em obras de restauro

para a preservação de seu patrimônio museológico.

Page 21: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

20

Figura 2: Hospedaria dos Imigrantes Figura 3: Memorial do Imigrante

Fonte: Secretaria de Estado da Cultura, 2011

Hotel Esplanada

Inaugurado em 1923, o Hotel Esplanada, conforme citado anteriormente, foi um

dos mais luxuosos hotéis de São Paulo nos anos 20 e 30. Segundo o portal

Companhia Brasileira de Alumínio (2011), em 1963 o prédio foi adquirido pelo Grupo

Votorantim, que após restaurar sua fachada e recuperar algumas áreas, instalou no

local a sede administrativa da Companhia Brasileira de Alumínio.

Figura 4: Hotel Esplanada

Fonte: Estadão, 2011

Cambridge (1950)

O hotel inaugurado na década de 1950, pelo empresário Alexandre Issa Maluf,

pai do atual proprietário, Edgard Alexandre Maluf, chegou a ser um dos mais

chiques da cidade, tendo hospedado grandes nomes da música como Nat King

Page 22: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

21

Cole, Johnny Alf e Dick Farney. De acordo com Aragão (2011), o edifício, hoje

avaliado em R$ 6,5 milhões, operou como hotel até 2002.

Figura 5: Fachada Cambridge Figura 6: Bar D’ Hotel Cambridge

Fonte: São Paulo Antiga, 2011 Fonte: Noites do Centro, 2011

Ainda segundo Aragão (2011), em 2011 o imóvel foi desapropriado, após ser

declarado pela prefeitura como de interesse social, com a intenção de integrar seus

119 apartamentos no programa habitacional da Companhia Metropolitana de

Habitação (COHAB). Até o início do ano presente o antigo bar do hotel abrigava uma

discoteca onde eram realizadas diversas festas. Como apenas parte do espaço

utilizado pertencia ao imóvel desapropriado, elas continuam acontecendo.

Hotel Danúbio (1954)

Localizado na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, no bairro da Bela Vista, o hotel,

inativo desde o final da década de 1990, assim permaneceu durante anos

acumulando sujeira e pichações em sua fachada. Segundo Nascimento (2010), até

2003 o local que abrigava a sauna do hotel foi utilizado como discoteca, denominada

“B.A.S.E. Diesel”. Atualmente é propriedade da universidade FMU, que apenas no

início de 2011 concretizou seus planos de transformar a edificação em um novo

campus.

Page 23: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

22

Figura 7: Fachada Antigo Hotel Danúbio

Fonte: São Paulo Antiga, 2011

São Paulo Othon Classic (1954)

Segundo Tavares (2008), o empreendimento, que operou por 54 anos,

encerrou suas atividades em 2008, vítima do deslocamento de pessoas e negócios

para outras regiões da cidade. De acordo com Bomfim (2011), o antigo Presidente

do Conselho de Administração da Hotéis Othon, Sr. Álvaro Bezerra de Mello,

afirmou que o hotel teria operado “no vermelho” entre os anos de 2006 e 2007,

apesar de tentativas como redução de tarifas e do padrão de serviços e até a

disponibilização de apenas 50% de sua oferta de apartamentos para venda, como

formas de evitar seu fechamento.

Figura 8: Entrada Principal Hotel Othon Figura 9: Fachada Hotel Othon

Fonte: Estadão, 2011 Fonte: Etur, 2011

Page 24: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

23

O imóvel que fica ao lado do Edifício Mararazzo, hoje sede da Prefeitura da

Cidade de São Paulo, foi declarado de utilidade pública em 2009 e, ainda segundo

Bomfim (2011), será transformado em escritórios de apoio técnico às secretarias

municipais. Há também a intenção de construir um túnel subterrâneo com 50 metros

de comprimento de maneira a ligá-lo à sede da Prefeitura para otimizar a

movimentação de pessoas. Estima-se que a reforma demande investimento de R$

141.341,48 à administração municipal.

Ca’d’Oro (1956)

Primeiro cinco-estrelas a se instalar na cidade, o hotel Ca’d’Oro, de

propriedade de Fabrizio Guzzoni, teve no número 129 da Rua Augusta seu segundo

endereço e lá funcionou até junho de 2010. Conforme informa o portal Veja (2011),

o hotel recebeu presidentes, escritores, políticos e outras personalidades históricas

como Vinicius de Morais, Di Cavalcanti, João Batista Figueiredo, José Sarney e o rei

espanhol Juan Carlos. De acordo com o portal Folha (2011), o Conselho Municipal

de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São

Paulo (CONPRESP), autorizou em março deste ano, a demolição do edifício, cujas

obras de arte e mobílias foram leiloadas. O edifício foi comprado pela Brookfield

Incorporações, que planeja construir no local um empreendimento de uso misto.

Figura 10: Fachada Hotel Ca’d’Oro Figura 11: Suíte Presidencial Hotel Ca’d’Oro

Fonte: Veja, 2011 Fonte: Veja, 2011

São Paulo Hilton (1971)

Localizado na Avenida Ipiranga, com seus 400 apartamentos, foi o primeiro

hotel pertencente a uma rede hoteleira internacional a se instalar em São Paulo e

um dos últimos a serem construídos na região central.

Page 25: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

24

Segundo Barros (2011), o hotel deixou de operar em 2004, mudando-se para o

bairro do Morumbi, região da Avenida Luís Carlos Berrini.

Figura 12: Fachada Hilton SP Figura 13: Edifício Copan e Hotel Hilton

Fonte: G1, 2011 Fonte: Hôtelier News, 2011

Em 2007 o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, até então sediado na

Avenida Paulista, alugou o prédio que foi totalmente reformado para abrigar seus

funcionários com investimento de 20 milhões de reais por parte dos proprietários.

Seus apartamentos foram transformados em gabinetes com três salas, banheiro e

copa, já o antigo salão de eventos do último andar tornou-se restaurante para uso

dos desembargadores. Somente em março de 2010, após quase três anos do

acordo de aluguel, o edifício recebeu seus primeiros ocupantes. A locação

representa economia de R$ 77.000 em relação ao valor pago mensalmente pelo

prédio da Avenida Paulista.

Caesar Park São Paulo (1976)

Situado na Rua Augusta, foi um dos primeiros representantes de redes

hoteleiras na cidade. Possuía 172 UHs (Unidades Habitacionais) distribuídas entre

seus 15 andares. De acordo com Kokubo (2008), foi desativado em 2003 e no ano

seguinte migrou para a Vila Olímpia, sendo denominado Caesar Park Faria Lima,

devido à proximidade com a Avenida Brigadeiro Faria Lima, que concentra

atualmente inúmeros escritórios comerciais.

Page 26: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

25

Em visita ao local em 22 de maio do ano corrente foi possível verificar que

atualmente o edifício da Rua Augusta teve sua estrutura interna demolida e está

sendo reformado. Acredita-se que venha a se tornar um novo campus universitário,

já que é de propriedade da Faculdade das Américas.

Page 27: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

26

CAPÍTULO 2 - OFERTA ATUAL DE HOTÉIS

2.1 Centro da cidade de São Paulo

Devido à grandiosidade do município e para um melhor aproveitamento de seu

espaço, o poder público dividiu-o em regiões administrativas e instituiu

subprefeituras dentro de cada região, a fim de criar instituições responsáveis por

áreas de perfil semelhante. De acordo com a Prefeitura da Cidade de São Paulo

(2011), atualmente, a cidade é dividida em 31 subprefeituras.

A subprefeitura Sé é constituída por 8 distritos, ocupa uma área de 26,56 km² e

estima-se que sua população seja superior à 431 mil habitantes, conforme tabela

abaixo:

Tabela 1: Dados demográficos dos distritos

Fonte: Prefeitura de São Paulo (2011)

Dentre os distritos acima citados, alguns apresentam características distintas:

Bom Retiro: concentra comércio atacado de roupas, atrai empresários

e comerciantes de outros grandes centros e de diversas capitais, como

Fortaleza, Salvador, Recife, entre outras;

Sé e República: fazem parte do “centro histórico” da cidade – região

conhecida por sediar importantes prédios que remontam à fundação da

cidade, como o Pátio do Colégio, além de possuírem importantes

marcos referenciais, como a Praça da República, a Praça e a Catedral

da Sé, a Prefeitura Municipal, o Teatro Municipal, a Rua 25 de Março,

Page 28: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

27

entre outros. Concentram também grande número de escritórios e

sedes corporativas, como a Tivit e a BM&FBovespa;

Liberdade: área de grande influência oriental, onde se concentra

grande parte da colônia japonesa na cidade. Forte presença de

comércio de alimentos, vestuário e artigos típicos;

Bela Vista e Consolação: regiões transitórias entre o centro e as

regiões da Paulista e de Higienópolis. Tem perfil eclético, com oferta

diversificada de comércios, serviços e residências.

Santa Cecília e Cambuci: regiões majoritariamente residenciais. A

primeira mantém forte ligação com a colônia italiana de São Paulo,

com comércios e festas típicas.

Distritos Sé e República

O estudo será aprofundado na região que abriga os distritos Sé e República

devido à grande concentração de empreendimentos hoteleiros.

Os dois distritos somam 4,47 km² de área e, cerca de 80.518 habitantes foram

contabilizados em 2010, de acordo com dados da Fundação Seade (2011). A

população predominante possui faixa etária que vai de 20 a 39 anos e rendimento

mensal de cinco a dez salários mínimos e é dividida homogeneamente entre

homens e mulheres. Quando comparados com os índices de 2000, podemos

verificar um acréscimo de 3.446 moradores na Sé e 9.088 na República. Quanto ao

perfil dos domicílios particulares permanentes, em 2000 foi apontada a existência de

29.208 unidades, sendo que os apartamentos representavam 90% do total.

2.2 Perímetro do estudo

A área delimitada para o estudo compreende o perímetro formado entre as

avenidas Duque de Caxias, Rio Branco, Ipiranga, Senador Queiroz, Nove de Julho e

Rua Amaral Gurgel.

Page 29: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

28

Figura 14: Perímetro do estudo

Fonte: Google Earth, 2011

O local foi escolhido devido à grande concentração de meios de hospedagem,

em sua maioria ao redor da Praça da República, além de se tratar da região onde

surgiram os primeiros grandes hotéis da cidade e abrigar considerável oferta de

bares, restaurantes, ruas de comércio especializado e outros pontos comerciais.

2.3 Oferta hoteleira na região

O local em estudo concentra grande parte da oferta hoteleira do centro. Para a

análise foram selecionados 24 empreendimentos. É importante ressaltar que esta

não se trata da real oferta de hotéis da região, já que a mesma concentra outros

empreendimentos de pequeno porte, de administração familiar e até mesmo com

demais fins comerciais e que não possuem a mesma visibilidade dos hotéis

escolhidos.

O mapa a seguir apresenta a localização dos hotéis selecionados:

Page 30: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

29

Figura 15: Localização dos hotéis

Fonte: Google Earth, 2011

Os critérios utilizados para a escolha desses hotéis foram: i) preços cobrados;

ii) equipamentos nas UHs. Sendo considerados apenas aqueles que aplicam tarifas

superiores à R$ 100,00 e que possuam no mínimo: ar condicionado, telefone e

televisão por assinatura em seus apartamentos. Abriu-se uma exceção ao Formule 1

São João (hotel supereconômico, com equipamentos e serviços limitados), já que

trata-se de um produto importante e reconhecido na região por pertencer à rede

Accor, uma das principais redes internacionais presentes no Brasil.

Page 31: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

30

A seguir encontra-se a relação dos hotéis selecionados para o estudo, com sua

respectiva data de abertura, número de apartamentos e classificação atribuída pelo

Guia Quatro Rodas.

Tabela 2: Oferta total

N/I – Não informado; N/C – Não consta no Guia Quatro Rodas

Fonte: Guia Quatro Rodas

Entre os hotéis citados acima, 16 são administrados através de operadoras

hoteleiras, o que representa cerca de 66,7% do total. Algumas das redes presentes

no centro possuem unidades em grande parte do território nacional, como a Accor e

a Atlantica Hotels International.

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31

Tabela 3: Hotéis operados por redes hoteleiras

N/C – Não consta no Guia Quatro Rodas

Fonte: Guia Quatro Rodas, 2011 / Pesquisa direta

No total são nove operadoras atuando na região, juntas são responsáveis por

disponibilizar 77% do total de UHs existentes nos hotéis analisados.

2.4 Equipamentos e serviços

Com base em pesquisa realizada junto aos hotéis estudados, presencialmente,

via telefone e por meio de seus portais na internet, foi possível listar os

equipamentos e serviços neles existentes. Assim, todos os hotéis oferecem conexão

à internet sem fio (wi-fi), gratuito na maioria deles, além de contar com TV a cabo e

ar condicionado, critérios utilizados para a escolha dos empreendimentos. Em sua

maioria possuem telefone, frigobar, cama box e business center nas áreas sociais.

Todos oferecem café da manhã, no entanto, 2 dos hotéis cobram pelo seu consumo,

que não é incluso no valor das diárias.

A tabela a seguir foi elaborada através de informações coletadas no Guia

Quatro Rodas 2011 e em consulta aos portais e hotéis objetos de estudo.

Page 33: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

32

Tabela 4: Equipamentos e facilidades disponíveis nos hotéis

Fonte: da autora

Após breve análise em torno da modernização, pode-se perceber que os hotéis

estão realizando investimentos, principalmente, no que concerne à troca de itens

como: televisores convencionais pelos de LCD, carpete por piso frio ou carpete de

madeira e fechaduras convencionais por aquelas que possuem leitor de cartões

magnéticos.

Apesar de mais da metade dos hotéis possuírem restaurante em sua estrutura,

muitos deles servem apenas o café da manhã ou café da manhã e jantar.

Os estabelecimentos mais antigos não possuem estacionamento próprio, nem

subterrâneo e nem mesmo anexo, sendo utilizados locais terceirizados onde, pelo

fato de possuírem convênio, são oferecidas aos hóspedes diárias com valores

previamente estabelecidos.

Em relação ao atendimento às pessoas com deficiência, somente 54%

possuem unidades adaptadas. O baixo índice pode ser justificado, pelo fato de que a

construção da maioria destes meios de hospedagem ocorreu há décadas, quando

estas exigências não existiam ou eram incipientes, já que a legislação aplicada à

Page 34: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

33

acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida

começa a surgir apenas em 2000, com a lei nº 10.098.

Além disso, é notável que áreas destinadas a eventos e lazer são pouco

exploradas, 67% dos hotéis possuem espaço para a realização de eventos e 38%

dispõem de fitness center. No entanto, há ícones como Novotel São Paulo Jaraguá

Convention, produto com amplo espaço para eventos e detentor da terceira maior

área de convenções da cidade, de acordo com o Sr. Carlos Bernardo (ex-Gerente

Geral da unidade), são 5.000m² destinados aos eventos. O hotel Marabá também

possui amplas salas modernas e moduláveis. Conforme relatado durante as visitas

aos empreendimentos, a demanda de eventos ocorre majoritariamente no segmento

de treinamentos e reuniões de empresas próximas, e geralmente não geram

hospedagem, principalmente nos hotéis com infraestrutura limitada para atender a

eventos maiores.

2.5 Ficha técnica

A ficha a seguir foi elaborada com o objetivo de retratar o perfil dos hotéis

selecionados em termos de equipamentos, serviços e espaços neles existentes. As

informações nela existentes foram levantadas através de buscas nos portais dos

hotéis, consulta ao Guia Quatro Rodas, visitas e contato via telefone com os hotéis.

Tabela 5: Ficha técnica

Page 35: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

34

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35

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36

Page 38: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

37

2.6 Desempenho

De acordo com dados fornecidos pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do

Brasil – FOHB pode-se perceber crescimento nos índices de desempenho dos

hotéis da região central nos últimos anos. De 2009 para 2010, a ocupação dos 7

empreendimentos considerados subiu em 10,94%, enquanto a diária média

aumentou em R$ 17,76 e o RevPAR1 em R$ 26,77.

Tabela 6: Desempenho hotéis centro

Fonte: FOHB

No gráfico abaixo podemos melhor visualizar este crescimento:

Figura 16: Gráfico - Desempenho hotéis centro

Fonte: FOHB

1 Sigla para Revenue per Available Room, que significa: Receita por Quarto Disponível

Page 39: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

38

Os dados preliminares do primeiro semestre de 2011 demonstram o bom

desempenho da hotelaria regional, dando a entender que no acumulado do ano os

índices devem ser superiores aos de 2010, já que, tradicionalmente, o segundo

semestre é mais expressivo do que o primeiro em relação aos eventos realizados na

cidade, o que eleva a demanda por hospedagens.

Tabela 7: Desempenho hotéis centro – 1º semestre

Fonte: FOHB

Como pode ser observado na tabela acima, quando comparado com 2010, o

primeiro semestre do ano presente já aponta crescimento em ambos os indicadores.

Atualmente, há uma boa participação dos empreendimentos do centro nas

pesquisas realizadas pela entidade. Mário La Torre Filho, Analista de Turismo da

São Paulo Turismo (SPTuris), aponta que antigamente havia maior resistência dos

hotéis em compartilhar seus dados de desempenho, principalmente aqueles

pertencentes a redes hoteleiras, que tratavam estas informações como

confidenciais. No entanto, a SPTuris vem desenvolvendo um trabalho de ir até os

hotéis, explicar os estudos do observatório e os conscientizar em relação à

importância da disseminação destes dados para o desenvolvimento do mercado

hoteleiro.

A ocupação do centro é alta, mas trata-se de um público completamente diferente daquele que procura os demais centros da cidade. É um público com poder aquisitivo mais baixo e relacionado a compras, até porque as diárias são mais baixas e os hotéis são mais simples.

2

2 Trecho de entrevista concedida por Aline Delmanto, Gerente de Projetos Estratégicos da SPTuris,

em 25 de agosto de 2011.

Page 40: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

39

2.7 Investimentos na hotelaria

Novotel São Paulo Jaraguá Convention

Carlos Bernardo, até então responsável pela gerência do empreendimento,

relatou que três categorias de apartamentos do hotel atualmente estão sendo

modernizadas: suíte executiva, suíte júnior e apartamento superior. Entre as

mudanças nas UHs está a utilização de carpete de madeira, novas TV’s LCD 32",

troca de duvet3, novas cortinas black-out (que bloqueiam a passagem de luz

externa) e box de vidro temperado nos banheiros.

Marabá Palace Hotel (1940)

Em visita ao Marabá em 12 de maio de 2011, constatou-se que este foi

incorporado ao edifício vizinho e recentemente passou por completa reforma.

Figura 17: Fachada Marabá Palace

Fonte: São Paulo Urgente, 2011

3 Palavra não dicionarizada, de origem francesa, significando: Espécie de capa para edredons.

Page 41: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

40

Figura 18: Restaurante - Marabá Palace Figura 19: Apartamento - Marabá Palace

Fonte: Marabá Hotel, 2011

Apenas sua estrutura externa foi mantida, no interior do prédio os

apartamentos ganharam nova decoração e equipamentos modernos, como pode ser

visto nas imagens cima.

Excelsior (1943)

Em visita ao hotel, realizada em 26 de abril de 2011, verificou-se que

atualmente seus apartamentos estão passando por ampla reforma, contando com a

troca de carpetes por carpetes de madeira, mobiliário mais moderno, e troca de

equipamentos por outros de tecnologia mais avançada.

Figura 20: Fachada Excelsior – Antiga Figura 21: Fachada Excelsior – Atual

Fonte: Vitruvius, 2011 Fonte: Hôtelier News, 2011

Page 42: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

41

Braston São Paulo

Em 26 de abril de 2011, durante visita ao hotel, constatou-se que a reforma das

UHs do hotel foi concluída recentemente. Os apartamentos tiveram seus móveis e

equipamentos (TV e frigobar) trocados e receberam carpete de madeira em

substituição ao carpete tradicional que possuíam anteriormente.

Figura 22: Fachada Braston São Paulo Figura 23: Unidade habitacional Braston São Paulo

Fonte: Braston São Paulo, 2011 Fonte: Braston São Paulo, 2011

Oferta Futura

Foi identificada a existência de dois projetos para a construção de novos hotéis

na região central. Um deles, conforme citado anteriormente é o Ca’d’Oro. O local

que abrigou o primeiro hotel de luxo da cidade de São Paulo foi comprado pela

Brookfield Incorporações, que também adquiriu o prédio da antiga escola Patrícia

Galvão, vizinho ao antigo hotel. De acordo com Ruic (2011) e com informações

existentes portal Brookfield Incorporações, no local, a incorporadora planeja

construir um empreendimento de uso misto com duas torres, uma delas com 27

andares dedicados às 387 salas comerciais e 147 unidades hoteleiras, e a outra

para uso residencial com 374 apartamentos de 40 à 79m² de área.

Page 43: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

42

O outro projeto diz respeito a um novo hotel no bairro do Bom Retiro. De

acordo com matéria publicada no Hôtelier News (2011), Amilcar Mielmiczuk, Diretor

de Desenvolvimento da Vert Hotéis, empresa responsável pela administração do

futuro empreendimento, informa que o hotel terá a bandeira Encore Ramada,

categoria econômica da rede Wyndham.

Há ainda a intenção, por parte de uma construtora, de realizar o retrofit4 de um

antigo hotel do centro, que encontra-se fechado há dez anos, no entanto, como

ainda estão em fase de estudo, nenhuma informação pôde ser divulgada.

Em entrevista concedida à pesquisadora, Alexandre Mota, Consultor Sênior da

BSH International, coloca que a região é atrativa para a chegada de investimentos

por diversos fatores, como: a existência de edifícios antigos que podem ter sua

estrutura aproveitada através de retrofit, o que apresenta custo inferior quando

comparado ao da construção de um novo empreendimento, além da agilidade do

processo, que pode ser executado em aproximadamente um ano enquanto a

construção levaria de 2 a 3; a infraestrutura de serviços local; o fácil acesso às

avenidas Paulista, Luís Carlos Berrini e Faria Lima, ao Anhembi e aos aeroportos de

Congonhas e Guarulhos. Já como entrave, Alexandre aponta o fato de que a região

ainda está em transformação e necessita de grandes investimentos por parte do

poder público, que geralmente demandam muito tempo.

Para José Ernesto Marino Neto, presidente da consultoria, o centro está sendo

redescoberto, assim como ocorreu nos grandes centros urbanos de diversos países,

após ter sua ocupação totalmente explorada, foi se expandindo e agora que as

outras regiões estão saturadas e com altos valores imobiliários ocorre o movimento

contrário. Segundo Marino o valor do metro quadrado no centro é aproximadamente

40% mais baixo do que em bairros onde ainda há terrenos disponíveis. República e

Baixa-Augusta (Rua Augusta sentido centro) e Campos Elísios foram por ele

apontadas como as regiões mais promissoras do centro.

4 Palavra não dicionarizada. Significa: “reforma de imóveis antigos ou inadequados” (MAINENTI,

2002)

Page 44: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

43

2.8 Análise geral dos empreendimentos

De maneira geral é possível notar que os empreendimentos escolhidos

possuem alguns pontos em comum, em sua maioria, como estacionamento externo,

espaço para a realização de eventos pequeno ou inexistente e restaurante com

funcionamento apenas para o café da manhã ou café da manha e jantar.

Em relação às tarifas aplicadas, conforme consulta via telefone efetuada em 27

de março de 2011, a média é de R$ 164 em apartamento single5 e R$ 191 em

double6, com café da manhã incluso na maioria dos empreendimentos.

Aline Delmanto avalia a qualidade dos hotéis do centro da seguinte maneira:

Se compararmos a qualidade média dos hotéis do centro, ela é mais baixa do que os que estão localizados na Paulista e na Berrini. Estamos falando de uma região onde a tendência é que haja muito mais hotéis independentes e com estrutura mais antiga, por outro lado, temos alguns ícones ali que começam o movimento de melhorias.

O consultor André Matielo, da BSH International, que estudou recentemente o

mercado hoteleiro da região, afirma que antes de seu estudo tinha uma opinião

bastante diferente e comenta que surpreendeu-se com o nível de qualidade dos

hotéis e o profissionalismo dos funcionários com os quais conversou durante suas

visitas.

Em relação ao futuro do mercado, Alexandre Mota acredita que os hotéis irão

responder naturalmente ao processo de revitalização do centro. “O centro não deve

voltar a ser o principal pólo hoteleiro da cidade, mas deve ganhar uma maior

representatividade no roteiro de hospedagens.”

Em visita aos empreendimentos foi possível identificar que a maioria

recentemente passou ou está passando por reformas em suas estruturas,

modernizando seus apartamentos e trocando seus antigos equipamentos e mobílias,

de maneira a ampliar sua competitividade no mercado. A troca de carpetes de tecido

pelos de madeira ou até mesmo piso frio, de televisores convencionais pelos de

plasma, LCD ou LED, e dos aparelhos de ar condicionado e frigobar por outros mais

5 Palavra não dicionarizada, de origem inglesa. Na hotelaria significa: Unidade habitacional individual.

6 Palavra não dicionarizada, de origem inglesa. Na hotelaria significa: Unidade habitacional dupla.

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modernos, foram as modificações que mais ocorreram nestes hotéis nos últimos

anos.

Page 46: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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CAPÍTULO 3 – TURISMO NO CENTRO

3.1 Entidades representativas do turismo em São Paulo

A seguir constam especificações a respeito dos órgãos representantes do setor

turístico em São Paulo e seus devidos objetivos e atribuições. Além da atuação

específica em São Paulo, alguns dos citados possuem abrangência estadual e até

nacional.

São Paulo Turismo (SPTuris)

A Secretaria de Turismo e Fomento do Município de São Paulo foi extinta em

1977, desde então o turismo na cidade de São Paulo é representado pela São Paulo

Turismo S.A., empresa de capital aberto que tem como sócia majoritária a Prefeitura

de São Paulo. No portal da SPTuris (2011), consta que até o ano de 2005 o órgão

denominava-se Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo. A instituição

hoje é responsável pelo planejamento e promoção da cidade como destino turístico

além de administrar o Autódromo de Interlagos, o Terminal Turístico de Compras 25

de Março e o Parque Anhembi, e organizar eventos de grande porte como carnaval,

Virada Cultural e réveillon.

Conselho Municipal de Turismo (COMTUR)

Conforme informado no portal da SPTuris (2011), o Conselho é formado por

representantes tanto do setor público como do privado, que se reúnem

bimestralmente para a discussão de assuntos ligados ao desenvolvimento do

turismo na cidade, além de acompanhar o andamento do Plano Municipal de

Turismo (PLATUM), documento criado pelo próprio COMTUR juntamente com a

SPTuris, com vigência de quatro anos e que contém diretrizes para o

desenvolvimento da atividade turística no município.

São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPC&VB)

O São Paulo Convention & Visitors Bureau, é uma instituição sem fins

lucrativos, que objetiva ampliar o fluxo e a permanência de turistas na cidade, assim

Page 47: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

46

como a quantidade de negócios e o consumo no município de São Paulo através do

turismo.

De acordo com o portal da instituição, o SPC&VB é mantido através da

colaboração de seus associados, que contribuem com uma taxa mensal, já os hotéis

colaboram através do repasse da taxa de turismo, cobrada opcionalmente de seus

hóspedes. Entre as atribuições do SPC&VB está a captação de eventos nacionais e

internacionais, consultoria à promotores de eventos, provimento de material

promocional de São Paulo e a capacitação de profissionais do setor com foco no

atendimento ao turista.

Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-SP)

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH-

SP), fundada em 1949, representa e promove a indústria hoteleira em São Paulo. De

acordo com o portal ABIH-SP (2011), atualmente são 300 estabelecimentos

associados, pertencentes a diversas categorias.

Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB)

O Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) surgiu da união de doze

empresas em 2002, com o objetivo de criar um fórum representativo das principais

redes hoteleiras do país. Conforme seu portal oficial, FOHB (2011), atualmente é

composto por 24 redes, tanto nacionais como internacionais, e 523 hotéis,

oferecendo variadas opções de hospedagem, desde o segmento econômico até o

de luxo.

3.2 Principais atrativos históricos e culturais

A região concentra grande parte dos atrativos históricos e culturais da cidade,

como museus, teatros e edifícios com diversos estilos de arquitetura. A seguir,

constam alguns dos atrativos existentes na região e uma breve descrição a seu

respeito. Os dados a seguir foram coletados através dos portais: Governo do Estado

de São Paulo (2011) e Cidade de São Paulo (2011).

Page 48: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

47

Catavento

Trata-se de um espaço lúdico, social e cultural voltado aos jovens e crianças.

Possui objetos e ambientes que despertam a curiosidade destes, contribuindo para o

seu desenvolvimento. Localiza-se no Parque Dom Pedro II.

Figura 24: Catavento

Fonte: Governo do Estado de São Paulo, 2011

Catedral Metropolitana Sé

A história da catedral teve início em 1745, quando ainda se tratava de uma

simples igreja. Daí em diante passou por diversas modificações e até demolições,

sendo o atual templo concebido apenas em 1911. Após três anos de reformas foi

reaberta em 2002, quando voltou a ter missas diárias e visitas monitoradas aos

domingos. É um dos cinco maiores santuários neogóticos do mundo e tem em sua

frente o monumento que representa o Marco Zero da cidade de São Paulo,

construído em 1934.

Edifício Martinelli

O edifício, que representou o progresso da cidade, foi o primeiro arranha-céu

de São Paulo e recebe o nome de seu idealizador, o italiano Giuseppe Martinelli.

Sua construção iniciou em 1924 e somente em 1929 o prédio de 20 andares foi

inaugurado. Posteriormente, outros nove pisos integraram a construção, no entanto

o objetivo de Martinelli era chegar aos 30 andares. O local já abrigou lojas,

barbearias, o Cine Rosário e o Hotel São Bento.

Page 49: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

48

Figura 25: Edifício Martinelli

Fonte: The Urban Earth, 2008

Estação da Luz

A estação foi construída pela São Paulo Railway Company. Sua estrutura copia

o Big Ben e a Abadia de Westminster. Sua concepção mostrou a importância da

expansão da cafeicultura, já que o aumento das ferrovias se deu devido à

necessidade de escoamento da produção de Jundiaí para o Porto de Santos.

Figura 26: Estação da Luz

Fonte: Cidade de São Paulo, 2010

Largo de São Francisco

O Largo São Francisco abriga a Faculdade de Direito da USP, a Igreja São

Francisco de Assis e a Igreja Chagas do Seráfico Pai São Francisco.

O Convento de São Francisco deu lugar à Faculdade de Direito da USP a partir de

1827 e em 1930 o prédio foi demolido e o local tomado por um projeto maior, em

Page 50: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

49

estilo neocolonial, finalizado em 1934. A faculdade é a mais antiga do Brasil e uma

das melhores na área de direito. O acervo de sua biblioteca, que é aberta ao público,

conta com cerca de 300 mil títulos. Entre os ex-alunos estão os escritores Álvares de

Azevedo, Castro Alves, Monteiro Lobato e Rui Barbosa.

Mercado Municipal

O edifício de estilo neoclássico, construído em 1928 é hoje reconhecido pela

diversidade de produtos ofertados: frutas, legumes, queijos, verduras, carnes e

temperos, além de ser famoso por seu sanduíche de mortadela e seu pastel de

bacalhau. Localizado próximo à Rua 25 de Março e ao Metrô São Bento.

Shopping Light

O prédio Alexandre Mackenzie, tombado pelo Patrimônio Histórico, foi

construído em 1929, e era a sede da empresa de Energia Light. Em 1999 foi

transformado em Shopping Center após restauro e reforma. Possui diversos tipos de

lojas e ampla praça de alimentação.

Figura 27: Shopping Light

Fonte: Panoramio, 2011

Solar da Marquesa de Santos – Museu da Cidade de São Paulo

Atualmente o prédio é considerado modelo de arquitetura urbana da época. Em

1834, a marquesa de Santos, amante do Imperador Dom Pedro I, adquire o imóvel e

passa a integrar a história do município.

Page 51: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

50

O prédio, que hoje abriga o museu da cidade de São Paulo, era conhecido

pelos saraus e bailes de máscaras que lá ocorriam.

No Solar, que fica ao lado do Pátio do Colégio, pode-se encontrar utensílios

domésticos utilizados pela marquesa, além de amplo acervo iconográfico com

negativos e fotografias da São Paulo antiga.

Teatro Municipal

Inaugurado em 1911, tendo em seu palco a ópera Hamlet, o teatro representou

uma nova fase da vida cultural paulistana. Construído pelo arquiteto Francisco

Ramos de Azevedo, recebeu grandes nomes como Heitor Villa-Lobos, Procópio

Ferreira, Lasar Segall e Tarsila do Amaral. Em 1951 foi modernizado ganhando

novos pavimentos e maior capacidade de espectadores.

Figura 28: Teatro Municipal

Fonte: Prefeitura de São Paulo, 2011

Teatro Fernando de Azevedo

Situado no edifício hoje ocupado pela Secretaria da Educação, na Praça da

República, recebe diversas apresentações de teatro promovidas pela Secretaria

Estadual de Cultura, além de atualmente abrigar as apresentações do projeto

Adoniran Barbosa.

Edifício Itália

O edifício, que recebeu esse nome como homenagem aos imigrantes italianos,

foi durante muito tempo o prédio mais alto da cidade. Seu nome é uma homenagem

aos italianos que povoaram e ajudaram a construir a cidade. Em seu 45º andar está

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51

o Terraço Itália, tradicional restaurante da capital. Está localizado em frente à Praça

da República.

Edifício Copan

Concebido por Oscar Niemeyer, é a maior estrutura de concreto armado de

São Paulo, possui duas entradas, uma pela Avenida São Luís e outra pela Avenida

Ipiranga.

Pinacoteca do Estado

O edifício, construído para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, e que foi o

primeiro museu de artes de São Paulo, deu lugar, em 1901, à Pinacoteca do Estado.

Obras de Pedro Alexandrino, José Ferraz de Almeida Junior e Benedito Calixto

fazem parte de seu acervo que conta com cerca de cem mil obras. Possui um café

em sua área externa.

Sala São Paulo

É a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e uma das salas de

concerto mais modernas do mundo. Inaugurada em 1999, após reforma de R$ 44

milhões e um ano e meio de duração, trouxe ao espaço as mais novas tecnologias

em termos técnicos e acústicos, além de inovar na construção de um teto móvel que

auxilia nos ajustes de som necessários para cada tipo de espetáculo. Possui 1.484

lugares e 22 camarotes.

Museu de Arte Sacra e Mosteiro da Luz

O Mosteiro da Luz abriga as Irmãs Concepcionistas que vivem em clausura se

dedicando à oração e ao trabalho, e o Museu de Arte Sacra de São Paulo que

objetiva a divulgação e a preservação do patrimônio sacro brasileiro. Este conta com

aproximadamente 4 mil peças em exposição, muitas vindas de capelas e igrejas de

várias partes do Brasil.

Page 53: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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Museu da Língua Portuguesa

O Museu da Língua Portuguesa proporciona o contato do visitante com a

língua, a literatura e a história através de equipamentos com tecnologia de ponta.

São vozes, espaços interativos e sensações envolvendo a língua portuguesa. O

museu está localizado no prédio acima da plataforma de trens da Estação da Luz.

Pátio do Colégio

O Pátio do Colégio, local em que nasceu a cidade de São Paulo, hoje abriga

atividades culturais: o museu possui uma pinacoteca, objetos indígenas, maquete da

cidade no século XVI, objetos históricos como a pia batismal utilizada pelos jesuítas

e, além disso, há a exposição de coleções de arte sacra. Há também a Biblioteca

Padre Antonio Vieira, a missa rezada por jesuítas e atividades culturais como

oficinas de artesanato e apresentações de música clássica.

Mosteiro de São Bento

O templo abriga, além do mosteiro onde vivem cerca de quarenta monges, a

Basílica de Nossa Senhora da Assunção, um teatro onde são realizados concertos e

outros tipos de eventos, um colégio e a Faculdade de São Bento, primeiro local na

América Latina a oferecer o curso superior de filosofia. Há também uma loja onde

pães, doces, bolos, geléias e outras iguarias, confeccionadas pelos próprios monges

através de receitas seculares, são vendidas.

Figura 29: Mosteiro de São Bento

Fonte: Cidade de São Paulo, 2011

Page 54: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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Roteiros e programas de incentivo ao turismo

Turismetrô

Cinco roteiros foram criados em uma parceria do Metrô com a SPTuris

originando o Turismetrô. De acordo com o portal da Companhia do Metropolitano de

São Paulo (2011), os roteiros percorrem pontos turísticos e históricos da cidade e

são acompanhados por guias bilíngues e atores que representam a história da

cidade. Os roteiros são assim denominados: Turismo na Sé, Turismo na Paulista,

Turismo na Luz, Memorial da América Latina e Teatro Municipal. Todos possuem

como origem a Estação Sé do Metrô.

Fique mais um dia

O Guia São Paulo: Fique mais um dia, publicado em 2009 pela SPTuris, é um

dos materiais promocionais do destino que tem por objetivo incentivar o turista de

negócios e eventos a prolongar sua estadia na cidade por conta das diversas

opções de lazer nela existentes. Artes, gastronomia, passeios, compras, baladas,

programas para crianças, são algumas das opções que compõem o material, com

informações úteis tanto para o turista quanto para o próprio morador paulistano,

conhecerem a capital.

3.3 Plano de desenvolvimento do turismo no centro de São Paulo

Em 2008, foi divulgado um plano visando exclusivamente o desenvolvimento

do turismo no centro de São Paulo. A seguir constam detalhes deste plano e uma

abordagem em relação ao cumprimento das ações nele contidas.

O plano é uma parceria comandada pela SPTuris, órgão responsável pelo

turismo na cidade de São Paulo, com a colaboração do Conselho Municipal de

Turismo (COMTUR), instituições de ensino superior e a Associação Viva o Centro.

Uma união entre os setores público e privado e o terceiro setor.

A necessidade de um plano que desenvolvesse o turismo na região central de

maneira a reestruturar a imagem negativa e ressaltar suas qualidades, fez com que

o Superintendente Geral da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de

Page 55: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

54

Almeida, apresentasse, durante reunião do COMTUR em 2006, proposta para

criação do Plano de Desenvolvimento Turístico do Centro da Cidade de São Paulo.

A execução do plano contou com a participação de mais de 800 estudantes do

curso superior de turismo de diferentes instituições. Estes realizaram pesquisa de

campo durante todo o ano letivo de 2007 acumulando informações que

posteriormente serviriam de base para a concepção do plano. O projeto

compreendeu os distritos Sé e República e, em menor escala, Santa Cecília e Bom

Retiro, em área de 5,6 km², o que diz respeito a 0,37% da cidade.

Foram inventariados todos os estabelecimentos ligados ao turismo dentro da

região estabelecida, sendo eles, meios de hospedagem, bares e restaurantes,

agências de viagem, pontos comerciais, locadoras de veículos e atrativos turísticos.

Estes, após pesquisa quantitativa, foram analisados qualitativamente em sua

totalidade e características gerais.

Figura 30: Abrangência do Plano de desenvolvimento do turismo no centro de São Paulo

Fonte: Plano de desenvolvimento do turismo no centro de São Paulo, 2008

Page 56: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

55

Após todo o levantamento dos equipamentos e serviços turísticos ou ligados de

alguma forma ao setor, a pesquisa junto aos meios de hospedagem foi aprofundada

para melhor conhecimento dos equipamentos e serviços prestados, tarifas aplicadas

e desempenho. Ocorreram também entrevistas com mais de quatro mil pessoas,

entre turistas e residentes da cidade, abordados aleatoriamente na região, de

maneira a identificar o perfil da demanda existente no centro. Neste ponto buscou-

se conhecer a origem dos visitantes, a frequência de suas visitas ao centro,

permanência média, motivação da visita, gasto médio, perfil econômico e sua

avaliação a respeito da infraestrutura turística da região.

Após o inventário e análises sobre a oferta turística do centro, o plano

apresentou uma série de ações com o objetivo de requalificar o centro de São Paulo

como pólo turístico. No entanto, foi colocado que, para que tais ações pudessem

surtir os efeitos esperados seria primordial a solução de questões fundamentais

como limpeza urbana, presença de moradores em situação de rua e segurança

pública.

Entre as ações relacionadas no plano visando o aprimoramento da oferta

turística estão a flexibilização dos horários de funcionamento dos atrativos turísticos,

implantação de sinalização turística tanto para o trafego de veículos como de

pedestres, implantação de ônibus turístico com horários regulares e criação de

roteiros temáticos diversificados e acessíveis e implantação do áudio-guia. Já no

que concerne à qualidade na prestação de serviços foram colocadas ações como a

criação de programas de capacitação e o aprimoramento da estrutura das Centrais

de Informação Turística (CIT’S) em locais mais estratégicos.

Detectou-se necessária a promoção turística em feiras e eventos e

desenvolvimento de material promocional direcionado para a região central com

mapas e guias específicos, objetivando tanto a captação de turistas do exterior ou

de outros estados, quanto os moradores de outras regiões de São Paulo. Além do

material promocional, foi elencado entre as ações o estímulo à criação de

souvenires e produtos com as marcas da cidade e da região, de maneira a solidificar

a imagem local.

Em visita a São Paulo Turismo, em 25 de agosto de 2011, em contato com

Aline Delmanto (Gerente de Projetos Estratégicos), Raquel Vettori (Analista de

Projetos Turísticos) e Mário La Torre Filho (Analista de Turismo), foi possível

Page 57: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

56

levantar algumas ações executadas nos últimos anos e outras em desenvolvimento,

como:

A implantação do ônibus turístico, que tem grande parte das paradas na área

central, está em andamento. A idéia desse projeto é oferecer para a iniciativa

privada operar. Abriu-se um chamamento público pra fazer prospecção de

mercado e atualmente estão recebendo propostas das empresas. A intenção

é que até o inicio de 2012 esteja funcionando;

A SPTuris está trabalhando em nove roteiros temáticos e pretende ter todos

lançados até o final primeiro semestre de 2012. O primeiro a ser lançado será

um roteiro de arquitetura, inteiro pelo centro, no qual o turista tem um áudio-

guia e faz o roteiro de maneira independente. A narração chama a atenção

para os detalhes arquitetônicos dos edifícios e, além de tratar do entorno, diz

em que direção deve-se seguir, onde estão os semáforos, ou seja, há

interação do som com o território. Está em estudo um Roteiro de Mirantes

junto aos edifícios Altino Arantes, Martinelli, Copan e Itália. A SPTuris começa

a conscientizar os responsáveis pela gerência destes edifícios da importância

do turismo, e de receber bem o turista e tentam flexibilizar os dias e horários

de visitação;

Novos mapas turísticos da cidade estão sendo criados, entre eles haverá um

específico para a região central e outro para os centros de compras, que além

do centro inclui o Brás e o Bom Retiro;

Duas novas Centrais de Informação Turística (CIT’s) foram inauguradas em

2011, CIT Mercado e a CIT República;

Em agosto de 2011 a SPTuris concluiu o projeto de Sinalização Turística

Viária da capital iniciado em 2008. Ao todo, 720 placas foram instaladas

indicando 99 atrativos turísticos da cidade. As placas, que obedecem ao

padrão internacional de sinalização turística, são marrons, possuem o nome

do ponto turístico, uma seta de direcionamento e um ícone que indica o tipo

de atração;

A SPTuris encaminhou uma proposta ao Ministério do Turismo para que se

inicie a sinalização turística para pedestres na região central, com placas que

indiquem o caminho, totens que orientem o turista pela região e placas na

porta de cada atrativo contando um pouco de sua história.

Page 58: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

57

Houve um trabalho de capacitação da Guarda Civil Metropolitana no qual a

SPTuris capacitou cerca de 3 mil guardas. Estes passaram por um curso de

dois dias com a duração de 15 horas, e agiram como turistas na cidade,

justamente para entenderem como acontece o turismo na cidade, quem é o

turista, o que ele precisa, o que ele procura, e assim mudar um pouco seu

olhar para São Paulo. Aline conta que os guardas sentiram as dificuldades do

turista, pois iam à paisana e invariavelmente tinham que pedir informações, e

então ficavam espantados com o fato de as pessoas à frente de prédios

históricos não saberem dar informações sobre o local. Cerca de 80% desse

pessoal trabalha na região central e muitos afirmaram não ter conhecimento

da existência de alguns atrativos que lhes foram apresentados, e após o

curso passam a entender que a cidade tem bastante coisa interessante pra

mostrar a seus visitantes. Os próprios agentes de turismo perceberam que

agora, quando chegam com um grupo de turistas na Praça da Sé, por

exemplo, a guarda já se aproxima pra inibir a aproximação de pedintes e se

mostra solícita para auxiliá-los.

3.4 Perfil da demanda turística

O Plano de Desenvolvimento do Turismo no Centro de São Paulo (SPTuris,

2008) identificou no turista do centro as seguintes características: grupo

predominante de pessoas entre 30 e 39 anos, em sua maioria brasileiros, oriundos

principalmente do interior do estado de São Paulo, e em seguida, de Minas Gerais e

do Rio de Janeiro. Em relação à demanda internacional, a Argentina é o maior

emissor, não somente para o centro como para a cidade em si.

Page 59: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

58

Figura 31: Origem do visitante

Fonte: São Paulo Turismo, 2008

Os principais fatores motivacionais para a visita de turistas à região central são

lazer e negócios, como pode ser observado no gráfico a seguir:

Figura 32: Motivação da Visita

Fonte: São Paulo Turismo, 2008

Em visitas aos empreendimentos estudados, feitas pela pesquisadora, e

através de contato telefônico, foi possível levantar a incidência de demanda

proveniente de segmentos como: compras, eventos, corporativo, poder público e de

lazer. As particularidades de cada uma serão abordadas a seguir:

Page 60: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

59

Eventos

Os eventos ocorridos em São Paulo trazem fluxo de turistas para o Centro

devido às facilidades de logística e transporte que a região oferece (metro, ônibus,

rápido acesso aos principais eixos).

Corporativo

As empresas instaladas no centro movimentam o turismo da região, com

hospedagens de pessoal de nível técnico e gerencial, e eventos como treinamentos,

palestras, workshops, entre outros. Dentre as empresas localizadas no centro,

merece destaque o setor bancário (Santander, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil) e o

setor de telecomunicações (Oi, Tivit).

Poder Público

O remanejamento de órgãos públicos e autarquias (antes espalhados pela

cidade) para o centro vem favorecendo a movimentação de pessoas ligadas ao setor

público para a região.

Compras

O turismo de compras, conhecido informalmente pelos chamados “sacoleiros”,

movimenta principalmente a hotelaria de baixo custo da região do Arouche e Bom

Retiro. A consolidação da região do Bom Retiro como pólo de compras e a

especialização de algumas lojas com venda direta para pessoa jurídica têm atraído

proprietários de lojas de outras cidades e estados.

Lazer

O turismo de lazer é encontrado aos finais de semana, fomentado

principalmente por visitas a parentes ou amigos, e por movimentos culturais em

espaços localizados no centro, tais como peças de teatro de grande repercussão, ou

acontecimentos como a Virada Cultural.

Page 61: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

60

CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO

4.1 Associação Viva o Centro

A associação Viva o Centro é uma entidade representativa da sociedade civil

fundada em 1991 por Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil. No

portal da associação, Viva o Centro (2011), consta como seu objetivo o

desenvolvimento e a transformação da região central da cidade de São Paulo, de

maneira a reverter a situação de degradação deste espaço por meio de ações que

mobilizem a sociedade e o setor privado em favor de melhorias.

O Programa Ações Locais dividiu o centro em microrregiões onde os

participantes de cada ação local cuidam de seu território visando a extinção de

problemas corriqueiros como limpeza, iluminação e segurança. A associação articula

toda a comunidade que mora e trabalha no entorno para que sejam formados os

núcleos e funciona como um meio intermediário de comunicação da população local

com o poder público.

Cada ação local conta com um Presidente, Vice-Presidente e diretores

divididos por setores como segurança, zeladoria urbana, esportes, comunicação e

outros. Estes representam a ação local durante o um ano perante o poder público e

a Viva o Centro. Os demais são denominados associados ou participantes. Desde

1995 o centro tem uma comunidade organizada e exigente atuando em 50 ações

locais.

A Aliança pelo Centro Histórico de São Paulo é outro programa da associação,

compreende o Triângulo Histórico, ou seja, região entre a Praça da Sé e os largos

São Bento e São Francisco. Este perímetro concentra locais de extrema importância

para a história da cidade e para o desenvolvimento do país, além da presença de

grandes agentes financeiros e do poder público. Atualmente estão localizadas no

triângulo seis secretarias e cinco empresas do Governo do Estado, Ministério

Público, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e a Prefeitura Municipal com doze

secretarias e duas empresas.

A Aliança conta com zeladores urbanos, ou seja, a sociedade civil que se

organiza para administrar problemas de zeladoria urbana e de gestão que seriam de

competência da Prefeitura da Cidade de São Paulo, e até mesmo para prestar

socorro à pessoas acidentadas ou que sofram de algum mal súbito.

Page 62: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

61

Em entrevista realizada com funcionárias da associação em 27 de julho de

2011, a Sra. Terezinha Santana, responsável pelo Apoio às Ações Locais, afirmou

que estes são programas essenciais em São Paulo, uma megalópole que não tem

condições de ser gerida por um prefeito e 51 vereadores. Alegou também que um

aspecto importante que provém destes programas é o resgate à integração das

pessoas, assim restabelecendo a hospitalidade e o comunitarismo de antigamente,

de maneira que até o turista, que espera encontrar violência no centro, ao invés

disso encontre outro cenário, uma comunidade unida.

Entre as ações mais importantes em termos de resultado, Terezinha aponta a

diminuição de ambulantes nas ruas:

A associação pressionou o Ministério Público, que por meio de ação civil mostrou aos comerciantes que esta era uma ocupação ilegal, que acabava com o emprego formal e não resolvia o problema do desemprego.Tal mudança é nítida para aqueles que percorriam locais como o Viaduto do Chá, que antigamente era totalmente tomado por eles.

Além da redução dos ambulantes, houve o encaminhamento das crianças em

situação de rua para instituições sociais. Segundo Terezinha, este número era

estimado em 20 mil crianças, e hoje estima-se 700 crianças.

Em relação às instituições ela comenta que ainda não são satisfatórias para

abrigar a demanda de pessoas em situação de rua, mas o número aumentou

significativamente nos últimos anos e conseguiu-se obter maior organização dessas

entidades, que anteriormente trabalhavam de maneira desfocada.

O foco da Viva o Centro atualmente é trazer investimentos privados para o

centro, equacionar a questão do lixo através da coleta seletiva, criando assim

trabalho para os moradores em situação de rua, além de ajudá-los a tirar

documentos, voltar ao mercado de trabalho e aos estudos e, em alguns casos

encaminhá-los para clínicas de reabilitação para dependentes de álcool e drogas.

Ela aponta que cerca de 5% dos moradores em situação de rua possuem problemas

de saúde mental e 75% são dependentes de álcool ou drogas.

Os administradores das ações locais 24 de maio e Barão de Itapetininga estão

mobilizando grandes geradores de lixo dessas vias para que juntos contatem

cooperativas de catadores com o objetivo de doar o material reciclável. Esta ação

gera trabalho e renda para o catador de papel, que antes era o morador de rua e ao

mesmo tempo organiza a limpeza urbana.

Page 63: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

62

Quanto ao aumento de moradores na região Terezinha enxerga como um

indicador de qualidade pra a Viva o Centro e que contribui bastante para a vida

nestas áreas, no entanto nos traz a preocupação de que se tenha condições

satisfatórias pra que estas pessoas possam viver bem, pois a região é carente de

escolas e de assistência médica.

Já Ana Maria Ciccacio, Assessora de Imprensa da Viva o Centro, comenta,

ainda durante a entrevista, que quando a associação surgiu, há 20 anos, o centro

tinha observado uma debandada de moradores, empresários e profissionais liberais

que migraram em função do surgimento das novas centralidades, o que era

inevitável devido à extensão da cidade. No entanto, para ela, é necessário adensar o

centro, pois a infraestrutura está toda instalada na região e deve ser aproveitada e

não abandonada.

Apesar de não possuir ligação direta com o turismo na cidade, a Viva o Centro

possui papel de extrema importância para a melhoria da região em aspectos

diversos, o que por consequência ocasiona melhorias no setor de serviços já que a

região torna-se mais atrativa.

4.2 Investimentos

Operação Urbana Centro

De acordo com o portal Prefeitura da Cidade de São Paulo (2011), o projeto

objetiva a recuperação da região central de maneira a torná-la uma opção atraente

para receber investimentos comerciais, imobiliários, turísticos e culturais, por meio

de incentivos diversos como, por exemplo, a permissão de aumento do potencial

construtivo ou a cessão de espaços públicos, sendo que os recursos obtidos através

do programa devem ser investidos na própria região. A Operação Urbana Centro

compreende uma área de cerca de 662,90 ha, e que engloba o Centro Velho, Centro

Novo, e bairros históricos como: Bexiga, Glicério, Santa Ifigênia, Brás e Vila

Buarque.

Praça Franklin Roosevelt

Conforme informado no portal Prefeitura da Cidade de São Paulo (2011), a

praça será reformada com investimento previsto 40 milhões de reais, financiados

Page 64: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

63

pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), juntamente com a Prefeitura

de São Paulo. No nível principal da praça haverá o plantio de 216 árvores, 137

luminárias serão instaladas e escadas e rampas serão construídas conforme os

parâmetros de acessibilidade universal, além de ganhar percursos arborizados,

quiosques, playground, bancos, um espaço para cães e sanitários públicos. Já o

subsolo irá abrigar tropas da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar.

Revitalização do Parque Dom Pedro II

A região do Parque Dom Pedro II será revitalizada em investimento de cerca

de R$ 1,5 bilhão. De acordo com o portal Prefeitura da Cidade de São Paulo (2011),

o projeto foi preparado com o auxílio da Fundação para a Pesquisa em Arquitetura e

Ambiente (FUPAM). Na primeira etapa foram demolidos os edifícios São Vito e

Mercúrio e o Viaduto Diário Popular, e em seu lugar foi proposta a inserção de

unidades do Serviço Social do Comércio (SESC) e do Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial (SENAC), facilitando o acesso ao Mercado Municipal, ao

Catavento e o futuro Museu Estadual (na antiga Casa das Retortas). A estrutura do

SESC deve contar com teatro, cinema, piscina, internet e outros espaços de lazer.

Já a unidade do SENAC irá oferecer cursos na área de gastronomia. A próxima

etapa compreende a construção de uma plataforma sobre o rio Tamanduateí, dando

acesso ao centro do parque e ao terminal de ônibus já existente. Na parte oeste está

prevista a construção de um centro de compras com estacionamento público. Dois

novos túneis subterrâneos ao lado do Rio Tamanduateí também fazem parte do

projeto, possibilitando que o tráfego atual da Avenida do Estado seja melhor

distribuído.

Teatro Municipal

O teatro municipal passou por obras de restauro e foi reinaugurado em junho

deste ano, estando pronto para a comemoração de seu centenário que ocorrerá em

12 de dezembro. Segundo Granato (2011), as obras perduraram mais de dois anos

e foi investido montante superior à R$ 20 milhões.

A restauração incluiu: reforma das poltronas, renovação do maquinário de

palco, restauro dos vitrais, decoração do teto com aplicação de ouro e pintura da

Page 65: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

64

fachada. O orçamento foi dividido entre o Banco Interamericano de

Desenvolvimento (85%) e a Secretaria Municipal de Cultura (15%).

Banco Santander – Antigo Banco Francês e Italiano

De acordo com o Informe Viva o Centro (2011), o edifício que abrigou o antigo

Banco Francês e Italiano, situado à Rua Álvares Penteado, teve sua fachada

recuperada. O trabalho ficou a cargo da Companhia de Restauro que tratou desde a

limpeza do local, remoção química, restauro de molduras, vitrais e telhado, até a

revisão de calhas e condutores.

4.3 Infraestrutura urbana

De maneira a possibilitar maior conhecimento sobre a infraestrutura da cidade

de São Paulo e da região central, seguem abaixo alguns dados referentes ao

transporte, abastecimento e segurança. O levantamento das informações foi feito

através do Plano de Desenvolvimento Turístico do Centro da Cidade de São Paulo

(SPTuris, 2008) e de consulta aos portais da São Paulo Turismo (SPTuris), São

Paulo Transporte (SPTrans), Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo

(DETRAN-SP) e da Prefeitura Municipal de São Paulo.

Transportes

A cidade possui 17.295 quilômetros de vias e sua frota de veículos é superior a

7 milhões. Quatro sistemas compõem a rede de transporte público do município:

metrô, trem, ônibus metropolitano e ônibus urbano.

O perímetro estabelecido no Plano de Desenvolvimento Turístico do Centro da

Cidade de São Paulo (SPTuris, 2008) compreende 8 estações de metrô

(Anhangabaú, Dom Pedro II, Liberdade, Luz, São Bento, Sé, Tiradentes e

República), com duas das cinco linhas existentes atualmente: Linha 1 – Azul (Norte-

Sul) e Linha 2 – Vermelha (Leste-Oeste). Em setembro do ano corrente, a Linha 4 –

Amarela, foi interligada às estações Luz e República, facilitando o transporte para a

região da Avenida Paulista e do Morumbi.

Page 66: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

65

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) possui 6 linhas de

transporte no município, 4 delas passam pelo perímetro estudado no plano e 2

estações o integram: Luz e Júlio Prestes.

Cerca de mil linhas de ônibus atendem a cidade, sendo 63% pertencentes ao

Sistema Estrutural (conectam os bairros ao centro da cidade) e 37% ao Sistema

Local (circulam dentro de um único bairro ou em bairros da mesma região). Além

disso, a região central concentra dois terminais de ônibus importantes na cidade o

Terminal Princesa Isabel e o Bandeira.

A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) é responsável por

ligar os municípios da região metropolitana através de ônibus comuns ou

rodoviários. Oferece também o Airport Bus Service, ônibus executivos que atendem

os aeroportos de Guarulhos e Congonhas ligando-os aos terminais rodoviários Barra

Funda e Tietê e locais com grande concentração de hotéis como Avenida Paulista

Praça da República e Itaim Bibi.

Mais de 32 mil veículos prestam o serviço de táxi em todo o município. Em

2008, a SPTuris identificou a existência de 92 pontos apenas na região central. Até

janeiro de 2012 a capital deve ganhar mais 1.200 táxis devido à concessão de novos

alvarás a partir de sorteio da Loteria Federal.

Abastecimento e Limpeza

Informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

(SABESP) nos levam a concluir que os serviços de abastecimento de água e coleta

e tratamento de esgoto atendem os distritos centrais em sua totalidade. O sistema

produtor que abastece os distritos Sé e República é o da Cantareira.

De acordo com a SPTuris todos os domicílios residenciais dos distritos Sé e

República recebem o atendimento do sistema de coleta de lixo urbano, que é

realizada por caminhão compactador de segunda a sábado, a partir das 19 horas.

As vias da região são varridas diariamente de uma a dez vezes, e são atendidas

pela coleta seletiva. No Parque da Luz, há ainda um Posto de Entrega Voluntária

(PVE), mantido pela prefeitura.

Há também um programa especial de coleta no centro da cidade, devido ao

grande fluxo de pessoas e automóveis, a Operação Centro, conta com veículos

Page 67: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

66

elétricos que coletam o lixo da área dos calçadões e outros que coletam nas ruas de

trânsito mais intenso.

Segurança

No perímetro do estudo ficam encarregadas pela segurança a Guarda Civil

Municipal (GCM) e a Polícia Militar (PM). A GCM possui um programa de

monitoramento onde 35 câmeras de vigilância são espalhadas pela região e

posicionadas de maneira estratégica em locais com incidência de delitos. Este

programa foi iniciado em julho de 2006 e fez com que o numero de ocorrências

caísse em 17% no período de um ano.

Já a Polícia Militar atua na região central por meio de: radio-patrulhamento

motorizado, policiamento ostensivo a pé, de trânsito, em bicicleta, em motocicleta,

escolar, patrulhamento tático móvel, policiamento com cães e policiamento de

guarda. Além disso, instalou postos policiais em algumas regiões do centro: Praça

da Liberdade, Largo de São Bento, Ladeira General Carneiro, Avenida Cásper

Libero com Santa Ifigênia, Rua Ribeiro de Lima, Rua Major Sertório e Praça do

Patriarca.

4.4 Habitação

Dados preliminares do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) apontam que a região central vem revertendo a tendência de

decréscimo do número de moradores. De acordo com Trielli, Brancatelli e Cardoso

(2011), nos últimos dez anos a população do centro aumentou 15,4%, estando

acima da média paulistana, de 7,9%. Este aumento representa o acréscimo 63.774

habitantes na região, que contempla dez distritos: Bela Vista, Bom Retiro, Brás,

Cambuci, Consolação, Liberdade, Pari, República, Santa Cecília e Sé. Entre 1991 e

2000, somente a Sé, registrou queda de 26% em número de habitantes, em

contrapartida, na última década, o crescimento foi de 17,6%.

Em matéria redigida por Gonzales (2011), consta que a região central vem

recebendo cada vez mais empreendimentos residenciais com estrutura sofisticada

de serviços e lazer. Somente a Abyara Brokers comercializou cerca de 17

empreendimentos nos últimos quatro anos em ruas como: Paim, Guaianazes, Major

Sertório e Adolfo Gordo. Sete incorporadoras irão erguer edifícios que juntos somam

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67

2,2 mil unidades residenciais, entre elas estão a Brookfield, You,inc e a WZarzur. Os

apartamentos possuem de 30 a 72 metros quadrados e vão de estúdios até

apartamentos de 3 dormitórios, alguns deles com serviços de concierge7, quadras de

squash, lavanderia, piscina e sauna. A diretora de marketing da Abyara, Paola

Alambert, afirma que os investidores estão mais confiantes em construir na região

devido às melhorias pelas quais passou nos últimos anos.

O valor dos terrenos do centro, que são no mínimo 50% mais baratos do que

em outras regiões da cidade, de acordo com Luiz Paulo Pompéia, diretor da

Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (EMBRAESP), é o principal fator

estimulante para os investimentos, não somente residenciais como comerciais, já

que há também projetos de edifícios desse tipo em fase de aprovação. Segundo ele

existe demanda por escritórios modernos, mas atualmente não há oferta na região.

Para Rogério Atala, gerente de incorporação da WZarzur, as pessoas estão

redescobrindo o centro como um local conveniente devido às facilidades nele

existentes como o fácil acesso à importantes vias, oferta de equipamentos de lazer,

serviços e transporte público, e afirma que é engano acreditar que as classes A e B

não possuem interesse em morar no centro. O público alvo dos novos edifícios é

composto por indivíduos solteiros, jovens casais, terceira idade e gays, que

possuem expressivo interesse por imóveis do tipo estúdio.

Renova Centro

O Renova Centro é um programa desenvolvido pela Companhia de Habitação

de São Paulo (COHAB-SP), nos moldes do antigo projeto “Morar no Centro”, no qual

três prédios foram restaurados e entregues em 2009, o Asdrúbal do Nascimento, o

Riachuelo e o Senador Feijó.

De acordo com informações do portal G1 (2011), a Prefeitura de São Paulo

negocia atualmente a desapropriação de 53 prédios históricos a serem destinados à

moradia para população de baixa renda, com investimento total estimado em R$ 400

milhões. As primeiras unidades devem ser entregues em 2012. Os prédios serão

restaurados e transformados em moradia para 2,5 mil famílias com renda entre um e

7 Palavra não dicionarizada, de origem francesa, significando: pessoa que guarda um edifício, uma

casa importante. (Le Nouveau Petit Robert, 2009, p. 495)

Page 69: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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dez salários mínimos. Como os edifícios são antigos terão de se adaptar também às

normas atuais tendo sua estrutura elétrica, hidráulica e de segurança modernizadas.

Alguns edifícios serão destinados à locação social e outros à comercialização.

O valor do aluguel ficará entre 10 e 20% da renda do morador. As unidades

vendidas serão disponibilizadas por valor superior à R$ 100 mil. O Hotel Cineasta,

construído na década de 1920, é um dos integrantes da lista de edifícios. Operou até

2001 e não foi ocupado irregularmente durante este período. Seus antigos

apartamentos possuem apenas quarto e banheiro e após a reforma ganharão sala e

cozinha totalizando entre 27 e 50 metros quadrados cada. As unidades do antigo

hotel serão destinadas preferencialmente à artistas aposentados com baixa renda ou

em situação de rua cadastrados por uma parceria feita com os sindicatos de

músicos e de atores.

4.5 Projetos

Nova Luz

O projeto de requalificação urbana trata-se de uma proposta feita pelo

Consórcio Nova Luz, e contratada pela Prefeitura de São Paulo que diz respeito à

valorização de prédios históricos, criação de espaços verdes e de lazer e reforma de

áreas livres públicas. De acordo com o portal oficial do projeto (NOVA LUZ, 2011),

este compreende a região entre as avenidas Ipiranga, São João, Duque de Caxias,

Cásper Líbero e Rua Mauá em área de 500 mil metros quadrados.

Na região estão situados centros culturais e de comércio como: a Rua Santa

Ifigênia, Pinacoteca do Estado, Museu de Arte Sacra, Estação Pinacoteca, Museu

da Língua Portuguesa e a Sala São Paulo.

Somando a estes equipamentos a região ira receber o Complexo Cultural

Teatro da Dança, destinado aos espetáculos. O espaço ocupará um quarteirão

entre a Avenida Rio Branco, a Praça Julio Prestes, a Avenida Duque de Caxias e a

Rua Helvétia. Além de teatros, deve ser sede da Companhia de Dança de São

Paulo, da Escola de Música do Estado de São Paulo e do Centro Paula Souza junto

a uma nova escola técnica.

Page 70: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

69

PROCENTRO

O Programa de Reabilitação da Área Central do Município de São Paulo

(PROCENTRO) tem como objetivo estímulo ao desenvolvimento socioeconômico do

centro de São Paulo através de componentes como: valorização imobiliária e

aumento da finalidade residencial, recuperação urbana, transporte, mudança de

órgãos públicos municipais para o centro e transformação do perfil social e

econômico.

Conforme informado no portal PROCENTRO (2011) a execução e a

coordenação das ações dos subexecutores ficam a cargo da Empresa Municipal de

Urbanismo (EMURB). Atualmente são dez secretarias municipais e uma

subprefeitura como subexecutores. O custo total do programa é de US$ 167,4

milhões, sendo 60% deste valor financiado pelo Banco Interamericano de

Desenvolvimento (BID), e o restante fica a cargo da Prefeitura do Município de São

Paulo. É focado nos distritos Sé e República, no entanto, deve gerar impactos em

todo seu entorno, como mostra a figura a seguir:

Figura 33: Abrangência do Procentro

Fonte: Procentro, 2011

Page 71: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

70

Com a preocupação de reverter a situação de desvalorização imobiliária

decorrente da degradação da região e aumentar a quantidade de residentes, estão

sendo feitas ações como reformas e recuperação de edifícios inutilizados,

abandonados e degradados para uso residencial de famílias de baixa renda (entre

zero e seis salários mínimos). Além do Programa de Locação Social, que se refere a

construção de edifícios de pequeno porte para uso residencial de famílias ou

individual, com renda de até três salários mínimos.

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71

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Conforme levantamento histórico, com o deslocamento de importantes

empresas para a região da Avenida Paulista muitos dos hotéis localizados no centro

da cidade acabaram fechando suas portas devido à falta de demanda e pelo fato de

terem reduzido suas diárias. Alguns deles tiveram sua estrutura reaproveitada para

outros fins como o Cambridge que funcionou como casa noturna, o Danúbio que

hoje abriga uma faculdade e o Esplanada, que atualmente é sede de uma grande

empresa.

Em relação à oferta hoteleira atual pode-se dizer que esta é ampla e

diversificada. Apesar do mercado regional estar visivelmente mais focado no

segmento econômico, o que pode ser identificado tanto pelas tarifas aplicadas

quanto pelas características físicas da maioria dos hotéis, há também

empreendimentos de categorias superiores.

Existe ainda um número significativo de meios de hospedagem com

administração independente na região, no entanto, conforme as últimas aberturas

ocorridas, a tendência é de que novos hotéis ou até mesmo os existentes passem a

ser geridos por operadoras hoteleiras.

Percebe-se que tanto os produtos independentes como os demais tem

investido em melhorias nas suas instalações, principalmente em relação à

modernização de suas unidades habitacionais. Os hotéis Marabá, Excelsior e

Braston são exemplos de empreendimentos antigos que investiram bastante na

renovação de suas estruturas e atualmente apresentam características compatíveis

com as dos hotéis mais novos. Mobiliário com design mais moderno e

equipamentos de tecnologia mais avançada agregam valor a estes produtos e, ao

mesmo tempo, aumentam sua competitividade no mercado. Entretanto, alguns dos

hotéis estudados como Gran Corona, King, Dan Inn e Nacional Inn, ainda assim

permanecem com uma decoração antiquada em seus apartamentos e áreas sociais.

Nos hotéis independentes há uma maior dificuldade em relação aos demais no que

diz respeito aos investimentos, já que os hotéis atrelados às redes hoteleiras

geralmente possuem maior poder para investir.

O trabalho da São Paulo turismo, não apenas no centro, mas em toda a cidade

de São Paulo, está estruturando o setor principalmente no que diz respeito à

receptividade dos turistas. Implantação de sinalização turística, melhor exploração

Page 73: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

72

de atrativos, criação e distribuição de materiais específicos como mapas e roteiros, e

a capacitação de profissionais devem minimizar as dificuldades atuais dos turistas,

sejam eles domésticos ou internacionais.

Em termos de infraestrutura o centro não apresenta escassez de recursos.

Conforme apresentado na pesquisa toda a região é atendida pelos serviços de

abastecimento e limpeza, possui extensa rede de transportes para todas as regiões

da cidade e a segurança local está cada vez mais reforçada.

O fato da região estar atraindo cada vez mais moradores e estes integrarem

camadas diversas da sociedade deve trazer muitos benefícios à mesma, já que

estes passarão a zelar por um espaço que esteve abandonado por décadas e que

agora tende a ganhar um movimento diferenciado de pessoas, que não verão o

centro apenas como um local de trânsito e sim como sua residência, passando a

cuidar e automaticamente impossibilitar que a degradação se repita.

Além dos esforços do poder público e da iniciativa privada com grandes

lançamentos imobiliários, os programas do terceiro setor, representado pela

Associação Viva o Centro, demonstram surtir bons efeitos agora que a população

envolvida nas ações locais está consciente e engajada atuando em favor de sanar

os problemas existentes em sua região.

Conforme abordado por André Matielo, a qualidade dos meios de hospedagem

geralmente é preterida devido os problemas existentes na região. Esta questão pode

estar atrelada com a má divulgação destes produtos, portanto, sugere-se que estes

empreendimentos busquem o apoio dos órgãos do setor turístico da cidade e

melhorem sua visibilidade diante do mercado.

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73

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo principal analisar se a região central da cidade

de São Paulo possui potencial para voltar a ser reconhecida como um pólo hoteleiro

de qualidade, assim como ocorria no início da atividade no Brasil. Sendo assim,

diversos aspectos da região foram analisados com o propósito de identificar os

pontos positivos e negativos que o centro apresenta atualmente e avaliar se seu

desenvolvimento tem sido satisfatório para a cidade como um todo, e

consequentemente, para o setor hoteleiro. As perspectivas de investimentos

também serviram como base para esta análise, já que algumas das ações em prol

da melhoria da região são de longo prazo.

Durante visitas, entrevistas e observação nos empreendimentos hoteleiros, foi

possível identificar o segmento econômico como o mais presente nos hotéis e que

sua administração é feita, em sua maioria, por empresas especializadas, garantindo

padronização nos serviços e credibilidade diante da visão de seus clientes. Os

produtos encontrados no centro possuem boa estrutura física e serviços compatíveis

com os valores cobrados.

O centro evoluiu bastante nos últimos anos e tanto os órgãos públicos quanto o

terceiro setor e a iniciativa privada tem trabalhado em favor de seu desenvolvimento.

Sendo assim, com a junção de todos estes elementos e diante da efetivação dos

projetos e ações apresentadas nessa pesquisa estima-se que a região central seja

bastante valorizada e torne-se cada vez mais atrativa, causando assim um impacto

positivo no desempenho da hotelaria.

Espera-se que o presente estudo contribua com o mercado hoteleiro da região

como forma de informação, agregando conhecimento principalmente àqueles que

trabalham nos hotéis do centro, para que assim tomem ciência do que está

ocorrendo atualmente e o que se prevê para os próximos anos em termos de ações

de melhoria. Além de servir como uma ferramenta para melhor conhecerem os seus

concorrentes.

Para estudos futuros sugere-se abordar a concretização dos projetos previstos

atualmente e suas respectivas implicações no desempenho hotelaria, assim como

uma pesquisa com o objetivo de analisar a visão dos clientes sobre os hotéis do

centro.

Page 75: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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ANEXO A – Termo de consentimento SPTuris I

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ANEXO B – Termo de consentimento SPTuris II

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ANEXO C – Termo de consentimento SPTuris III

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ANEXO D – Termo de consentimento Viva o Centro I

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ANEXO E – Termo de consentimento Viva o Centro II

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ANEXO F – Termo de consentimento BSH International I

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ANEXO G – Termo de consentimento BSH International II

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ANEXO H – Termo de consentimento BSH International III

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ANEXO I – Termo de consentimento Novotel

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ANEXO J – Autorização SPTuris

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ANEXO L – Autorização Viva o Centro

Page 94: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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ANEXO M – Autorização BSH International

Page 95: Hotelaria na região central da cidade de São Paulo: Do princípio à atualidade

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ANEXO N – Autorização Novotel