hospital sÃo joÃo de deus (parte 1): a escuta psicanalÍtica no hospital geral

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IV Simpósio de Psicologia Hospitalar do Centro-Oeste Mineiro O PSICÓLOGO DE PLANTÃO: UMA ESCUTA

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A ESCUTA PSICANALÍTICA NO HOSPITAL GERAL. Parte 1 da exposição no IV Simpósio de Psicologia Hospitalar do Centro-Oeste Mineiro (Hospital São João de Deus - Divinópolis - MG), ocorrido em junho de 2013.

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Page 1: HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS (parte 1): A ESCUTA PSICANALÍTICA NO HOSPITAL GERAL

IV Simpósio de Psicologia Hospitalar do Centro-Oeste Mineiro

O PSICÓLOGO DE PLANTÃO:

UMA ESCUTA

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De um sintoma ao outro sintoma:

a ‘escuta psicanalítica’ e sua interseção no hospital geral

Alexandre Simões

TEMA DE ABERTURA :

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2 OBSERVAÇÕES PRÉVIAS

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não é algo unívoco para a Psicanálise

SINTOMA:

De um sintoma ao outro sintoma: nos sugere que

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A concepção de sintoma, em

Freud,

n ã o s e g u e u m a ú n i c a d i re ç ã o

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Temos, no mínimo, duas dimensões do sintoma

em Freud

sintoma

formação de compromisso

satisfação substitutiva

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formação de compromisso

satisfação substitutiva

RETORNO DO RECALCADO

o sintoma tem um sentido

o sintoma diz algo

o sintoma é interpretável

seria o sintoma um substituto ou é a satisfação veiculada por

ele uma satisfação substitutiva ?

o que não se diz no sintoma ?

o que não é interpretável no sintoma ?

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sintoma

perspectiva da formação de

compromisso => dimensão do interpretável

comporta um modus operandi da

Psicanálise mais difundido

perspectiva da satisfação

substitutiva => o que não é

interpretável no sintoma ?

conduz a nos perguntar sobre o

lugar do analista na contemporaneidade

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EM

Jacques Lacan

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Sintoma como mensagem

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Sintoma como

significação dada ao Outro

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sintoma como mensagem

sintoma como significação

dada ao Outro

m e t á f o r a

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Observação acerca da

‘escuta psicanalítica’

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Hipóteses de base:

1) a clínica, no hospital, podendo eventualmente se associar à presença

pontual e fugaz do analista, não haverá de ser reduzida à cautela de

uma mera escuta analítica ou de uma modesta perspectiva analítica, dando a

entender que o genuíno e denso trabalho analítico ocorra em um outro

lugar

Page 15: HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS (parte 1): A ESCUTA PSICANALÍTICA NO HOSPITAL GERAL

2) a clínica que se faz no hospital é

inteiramente síncrona ao

lugar do analista na atualidade

Page 16: HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS (parte 1): A ESCUTA PSICANALÍTICA NO HOSPITAL GERAL

Em outros termos:

não deveríamos indagar acerca do lugar do analista no hospital, a dimensão ou as condições de seu ato neste lócus sem, antes,

nos perguntarmos sobre o lugar do analista na clínica contemporânea

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3) nesta clínica, o que está em jogo é uma

operação sobre o gozo

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implica em se verificar constantemente o lugar do analista tanto na Psicanálise em intensão

quanto na Psicanálise em extensão

Operar sobre o gozo

Operar sobre o gozo

Operar sobre o gozo

Operar sobre o gozo

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TRÂNSITO ENTRE SINTOMAS

a partir do

GOZO

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TRÂNSITO ENTRE DISCURSOS

a partir do

GOZO

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há o significante ...

mas há também o gozo

Page 22: HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS (parte 1): A ESCUTA PSICANALÍTICA NO HOSPITAL GERAL

Porém, significante e gozo não estabelecem uma oposição mútua de modo simples

só há gozo porque há palavra ... e, ao mesmo tempo, o gozo se mostra limitado

pela palavra

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ao mesmo tempo, é a substância da qual se fala o tempo todo seja no

ínfimo encontro com um analista, seja ao longo da trajetória de uma análise

O GOZO É O QUE ESCORRE

DO DISCURSO

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fragmento clínico

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Uma paciente fala para mim, mais uma vez, sobre algo constante em sua análise: os seus impasses amorosos, a sua dificuldade em

estabelecer uma relação mais duradoura com um homem.

Desta vez, especificamente, ela menciona a sua recusa em prosseguir um envolvimento amoroso que ainda se encontrava

em um momento inicial. Meses após, volta-se para este fato e se questiona se fez ou não algo conveniente. O que a precipitou a

não mais investir na relação foi o tom das mensagens que recebia da outra pessoa: elas a colocavam, por demais, em uma condição

de objeto sexual. Ela se sentia depreciada. Fala, no entanto, de sua estranha atração por isto. E aí ela diz:

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“Começou apreciada e depreciada”.

A interpretação - orientada, notemos, pela escuta do gozo - se ampara na homofonia em um princípio básico da análise

que vai nos esclarecer que aquele que fala diz mais do

que aquilo que está falando:

“Sim, eu concordo com você: como eu sou: apreciada e

depreciada”

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Se, de fato, o que colocamos em ação por intermédio do ato analítico

é uma operação sobre o gozo

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“Cabe a cada analista reinventar a psicanálise... Cabe a cada analista reinventar a maneira de manter

viva a psicanálise” (Lacan, 1978)

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Continuaremos os desenvolvimentos a partir do tema de amanhã

clínica da escuta à

clínica do sujeito

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F I MObrigado pela atenção!

Acesso a este conteúdo:

www.alexandresimoes.com.br

ALEXANDRE SIMÕES

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