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HORIZONTES DE FORMAÇÃO HUMANA POR MEIO DA VIVÊNCIA DA NOÇÃO DE ÂNGULO VITOR DIAS JUNIOR VERILDA SPERIDIÃO KLUTH

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HORIZONTES DE FORMAÇÃO HUMANA POR MEIO DA VIVÊNCIA DA NOÇÃO DE ÂNGULO

VITOR DIAS JUNIOR VERILDA SPERIDIÃO KLUTH

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POR QUE O FASCÍNIO DOS ALUNOS PARA COM A DISCIPLINA DE MATEMÁTICA ESTÁ DIMINUINDO CONSIDERAVELMENTE?

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V Discente de pesquisa em Educação &

I Encontro de pesquisa em Educação, Relações Étnico-raciais e Culturas.

Em meados de 2014, ocorre um convite para escrever um artigo referente ao corpo adolescente, como o adolescente vê/enxerga seu corpo. O trabalho procura esclarecer como o adolescente percebe o próprio corpo e de que forma essa imagem interfere na relação dele com o conhecimento. A metodologia adotada foi a de uma pesquisa de campo e apoiado na revisão bibliográfica de Paulo Freire e Foucault. A escrita foi de um grande enriquecimento, pois apresentou um lado referente a educação, que até o momento não era por mim, dada a devida importância (existe aprendizado que não passe pelo corpo?) Após a apresentação e participação no encontro, comecei a olhar a educação de um ângulo diferente, onde o aluno não somente recebe “informação” mais ele “produz informação”

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GEFOP Programa de Formação Continuada de Professores de Ciências e Matemática:

A prática docente em foco

O Programa - É voltado à formação continuada de professores de Ciências, Biologia, Física, Química e Matemática em que a pesquisa tem papel primordial no aprimoramento sistemático da compreensão sobre o fazer docente no ensino básico. Uma parceria de trabalho entre professores universitários e professores da escola básica. Interrogação – Qual o conhecimento matemático que os alunos estavam construindo para sua existência e para a continuação de sua vida acadêmica? A pergunta Norteadora – Como o aluno sente o próprio corpo na sua relação com o conhecimento matemático?

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

FENOMENOLOGIA – Tem origem do grego phainesthai, que significa "aquilo que se apresenta ou que se mostra", e logos é um sufixo que quer dizer "explicação" ou "estudo“ – Portanto podemos definir a fenomenologia como o ESTUDO DE FENÔMENOS e sua finalidade é a de explicitar as características essenciais das coisas e como elas são percebidas no mundo. PERCEPEÇÃO – Segundo a Fenomenologia, para que a percepção aconteça, é necessário que exista uma relação de perplexidade e espanto com o mundo.

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ATIVIDADE DESENVOLVIDA

Para a realização da pesquisa, foi desenvolvida uma atividade sobre ângulo, conteúdo a ser ministrado na sexta série. Série, na qual a atividade foi realizada no sentido de que fossem coletadas informações para serem posteriormente analisadas fenomenologicamente sob o foco da pregunta norteadora deste trabalho: Como o aluno sente o próprio corpo na sua relação com o conhecimento matemático? A atividade foi inspirada na proposta apresentada por KLUTH e RODRIGUES (2011) - Aproximações entre Aritmética e Geometria: um resgate fenomenológico de aspectos humanos. A atividade foi conduzida em um ambiente amplo (quadra poliesportiva) e aplicada a um grupo de 18 alunos, de uma escola da rede privada da cidade de São Paulo. O propósito foi de apresentar a construção de ângulo, a partir de movimentos corpóreos

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Perguntas: – O que você sentiu nesta aula? – A atividade realizada lhe trouxe alguma lembrança? Após a atividade os alunos foram convidados a responder as perguntas explicitadas acima e estas foram analisadas a luz da fenomenologia na perspectiva da Rede de Significação. Sendo assim, a pesquisa está imersa no movimento de construção de categorias abertas, constituídas da análise ideográfica e análise nomotética, que caracteriza a chamada redução fenomenológica. Análise Nomotética: 1) Aspectos corpóreos, fisiológicos e de movimento; 2) Aspectos corpóreos da relação com conteúdos matemáticos; 3) Aspectos corpóreos da relação com ângulo; 4) Idiossincrasias.

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ASPECTOS CORPÓREOS, FISIOLÓGICOS E DE MOVIMENTO

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ASPECTOS CORPÓREOS DA RELAÇÃO COM CONTEÚDOS MATEMÁTICOS

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ASPECTOS CORPÓREOS DA RELAÇÃO COM ÂNGULO

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IDIOSSINCRASIAS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como o aluno sente o próprio corpo na sua relação com o conhecimento matemático? A pesquisa se mostrou pertinente e importante, mesmo que tenha analisada uma atividade específica sobre a noção de ângulo orientada por movimentos corpóreos, uma vez que foi constatado que através da atividade executada com os alunos, foi possibilitado uma vivência corpórea que os conduz na construção do conhecimento matemático expressas nas formas de linguagem quando analisadas, pois, alguns depoentes sentiram-se como um compasso ou um medidor de ângulo (transferidor) demonstrando uma matemática que é corpórea. Alguns depoentes experimentaram “sensações” diversas, como relaxamento, calma e conforto e até mesmo dores nas pernas. Surge, assim, a indagação: que dores são estas que os alunos, por volta de onze anos, sentem ao realizarem movimentos relativamente básicos da vida de qualquer criança desta faixa etária? Este estranhamento na realização da atividade, abordado como dor, influenciam no “experimentar” a matemática através do corpo? Outros depoentes não sentiram nada com a atividade, estranheza alguma.

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O que fica evidente na aplicação desta atividade aos alunos, é que, quando o corpo é

tomado como veículo da aprendizagem e as “sensações” se tornam mais claras, dando

indício de que:

O corpo é uma estrutura única, um circuito integrado, a base que

sustenta a existência. E é esse corpo que traz os signos sociais que

expressam a cultura de um povo. (MERLEAU-PONTY, 1971 apud

MÜLLER & DIAS, 2015, p. 06)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

DANTE A. G. O que é isto — a fenomenologia de Husserl? Ideação, Feira de Santana, jan/jun. 2000, n.5, p.13-36.

KLUTH, V.S. O que acontece no encontro sujeito-matemática? Rio Claro, UNESP. Dissertação de Mestrado. (1997)

KLUTH, V. S. A rede de significação: um pensar metodológico de pesquisa. In: BICUDO, Maria Aparecida Viggiani (Org.). Pesquisa

Qualitativa segundo a visão fenomenológica. São Paulo: Cortez. 2011. p.75-98.

MERLAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. Tradução de Carlos A. R. De Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

MULLER, C; DIAS, V. O adolescente e a espetacularização do corpo no ambiente escolar: a contramão do conhecimento. 2015. pág.6.

NÓBREGA, T.P. Corpo, percepção e conhecimento em Merleau-Ponty. Rio Grande do Norte, UFRN. Estudos de Psicologia 2008, 141-148.

NÓBREGA, T.P. Qual o lugar do corpo na educação? Notas sobre conhecimento, processos cognitivos e currículo. Campinas, SP. Educ.

Soc. Vol 26. nº 91. 2005.

PRIBERAM. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt [consultado em 26-05-2016].

RODRIGUES, A P. A R.; KLUTH, V. S. Aproximação entre aritmética e Geometria: um resgate fenomenológico de aspectos humanos. In

Anais XIII Conferência Interamericana De Educação Matemática, Recife. Brasil. 2011.

VARELA, F. et al. Embodied mind: cognitive science and human experience. London: MIT, 1996.

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OBRIGADO