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Bill Chou pode não ser caso único. Alguns dos docentes mais críticos da sociedade, de várias universidades de Macau, poderão também ter os seus lugares em perigo. POLÍTICA PÁGINA 5 O espaço destinado a promover a criatividade local vai abrir portas na Areia Preta e oferece 12 estúdios de baixo custo. SOCIEDADE PÁGINA 6 HOJE MACAU DESIGN Novo Centro em Setembro Professores debaixo de fogo SAM SAM O ESTRANHO CASO DA MORTE DO PANDA SOCIEDADE PÁGINA 7 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 TERÇA-FEIRA 24 DE JUNHO DE 2014 ANO XIII Nº 3116 hojemacau AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB CHAU WAI KUONG, SUB-DIRECTOR DA PJ, CONTRA PROSTITUIÇÃO ENTREVISTA PÁGINAS 2 E 3 CRIME DIZ ELE PUB O sub-director da Polícia Judiciária revela que é a favor da criminalização da prostituição e que até já entregou uma proposta nesse sentido. Apesar de admitir a existência de crime organizado, considera Macau uma cidade segura. , GCS

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Hoje Macau N.º3116 de 24 de Junho de 2014

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Page 1: Hoje Macau 24 JUN 2014 #3116

Bill Chou pode não ser caso único.Alguns dos docentes mais críticos da sociedade, de várias universidades de Macau, poderão também ter os seus lugares em perigo.

política página 5

O espaço destinado a promover a criatividade local vai abrir portas na Areia Preta e oferece 12 estúdios de baixo custo.

sociedade página 6

hoje

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Design novo Centro em setembro

Professores debaixo de fogo sam sam

o estranho caso da morte do panda

sociedade página 7

director carlos morais josé www.hojemacau.com.mo Mop$10 t e r ç a - f e i r a 2 4 d e j u n h o d e 2 0 1 4 • a n o X i i i • n º 3 1 1 6

hojemacauagência comercial Pico • 28721006

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chau wai Kuong, sub-director da pj, contra prostituição

entrevista Páginas 2 e 3

crime diz ele

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O sub-director da Polícia Judiciária revela que é a favor da criminalização da prostituição e que até já entregou uma proposta nesse sentido. Apesar de admitir a existência de crime organizado, considera Macau uma cidade segura.

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Hoje

mac

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hoje macau terça-feira 24.6.20142 entrevista

É uma opinião muito pessoal de Chau Wai Kuong, mas o subdirector da Polícia Judiciária (PJ) diz ter inclusive entregue uma proposta para que a prostituição fosse considerada crime. O responsável da PJ fala sobre o recente relatório dos EUA sobre tráfico humano em Macau e alerta para o facto de os norte-americanos não conhecerem nem a realidade, nem a lei da RAEM

Joana [email protected]

Têm sido apresentados resul-tados no combate ao crime. Podemos ver Macau como uma cidade segura? Nenhuma cidade é completa-mente segura no mundo. Mas, quando comparamos Macau a regiões vizinhas, o território é considerado como uma cidade segura. Nos últimos anos, temos assistido a um grande desenvol-vimento na economia e há um aumento no número de turistas, o que torna Macau uma cidade cada vez mais internacional. Isso faz com que o crime aumente, mas quando verificamos os números dos crimes, vemos que os mais graves – como homicídios, fogo posto, sequestros – diminuíram. Os menos graves, como os contra a propriedade, aumentaram, mas, segundo [as autoridades da China] Macau é uma das cidades mais seguras do mundo e, em 2012, Macau foi também classificado como a cidade mais segura da China.

Os turistas – ou pessoas que cá chegam com visto de turista -

Chau Wai Kuong, sub-direCtor da PolíCia JudiCiária

“Concordo que a prostituição seja crime”

fazem com que o crime aumente em Macau?Macau tem muitos crimes leves, como nas cidades vizinhas, e com 30 milhões de turistas por ano, muitas vezes os autores dos crimes não são residentes de Macau, são estrangeiros. E muitos deles não têm identificação. Esses crimes são, muitas vezes, de roubo, furto ou burla telefónica.

A PJ tem vindo a desmantelar redes de tráfico de droga. Macau continua a ser um porto de passa-gem de estupefacientes? Como é que a PJ tenciona combater este fenómeno? Já investimos bastantes recursos para fazer a prevenção e combate deste tipo de situações. Em 2011, por exemplo, investimentos no primeiro aparelho de raio-x para fazer o scan do corpo humano no aeroporto. Em 2011, registámos 15 casos de tráfico de droga [no aeroporto], mas em 2012, após a instalação, já só aconteceram dois casos. No ano passado, só cinco. O aparelho é eficaz e, no ano pas-sado, em Novembro, instalámos o segundo aparelho raio-x no Porto Exterior e temos planeado instalar o terceiro no Terminal Marítimo do Pac On. Isto será no final deste ano ou início do próximo. Segun-do os números, podemos dizer que conseguimos não só prevenir, como combater o fenómeno do tráfego de droga e Macau não vai ser uma passagem para droga. É de

salientar que a droga que cá chega é proveniente de outros países e regiões, porque Macau tem um mercado muito pequeno e não tem produção de droga. Claro que existem casos de exportação para outros lugares, mas não podemos considerar Macau como posto de passagem de droga.

Quais as maiores dificuldades da PJ neste momento? A dificuldade é sempre o recru-tamento, nomeadamente para a investigação criminal. Como o investigador criminal é de uma carreira especial, segundo a lei, eles têm de ter um curso de for-mação de não menos de quatro meses e depois desta formação, os candidatos passam para estágio de um ano. Muitos deles, como o trabalho judicial é contínuo, acabam o estágio e desistem. Por exemplo, temos concursos para 90 vagas, mas só temos entre 60 a 80 pessoas como candidatos aprovados e nunca consegui-mos atingir o número previsto, porque eles não conseguem ser aprovados.

Esta reprovação é porque os exames são complicados ou as pessoas é que não conseguem terminá-los?Para o curso, temos quatro fases: prova escrita, prova física, prova psicológica e entrevista. Cada um destes é difícil.

Qual a matéria mais importante que um formando da PJ aprende num curso? São vários pontos, até porque te-mos de seguir a lei. Noções sobre Direito, técnicas de investiga-ção, medicina legal, deontologia profissional, estratégia policial, educação física, técnicas de defesa pessoal e armamento e também comunicação social.

Quantos agentes tem a PJ neste momento?

Temos 674 pessoas, sendo 556 homens e 118 mulheres.

Precisam de mais pessoal? Sim. Neste momento, temos 81 ainda em curso de formação. Mas o quadro consegue arrecadar 880 pessoas, por isso falta muito para preencher o quadro. Precisávamos de mais umas 200 pessoas.

O combate ao crime informático tem sido um dos maiores pro-blemas detectados pela polícia. Quais as principais complicações no combate a este crime?É sempre complicada a inves-tigação do crime informático. Por exemplo, ultimamente têm acontecido os casos de ‘nude chat’ e casos no Facebook e Skype... o problema é que [as empresas] destes programas estão instaladas no estrangeiro e só através de colaborações com a Interpol ou a polícia de outros países. É cada vez mais difícil investigar, até por causa da diferença das leis e da protecção da privacidade, onde nos obrigam a cartas rogatórias e notificações judiciais.

Portanto, não adianta alterações à lei vigente em Macau, porque isto implica legislações de fora.Exacto. É sempre possível fazer investigações, porque Macau tem a Lei de Combate ao Crime Infor-mático, mas quando é preciso fazer provas, estas têm de ser informá-ticos e é preciso cooperação com os países de origem.

A PJ tem apostado na tecnolo-gia. Como é que isto ajuda no combate ao crime e quais são as ideias futuras nesta área?Como disse há pouco, aquele aparelho de raio-x é uma das apostas, que nos tem ajudado na investigação, mas temos muito investimento em equipamentos de tecnologia forense e de laboratório. Vamos investir também em mais equipamentos de alta tecnologia para detectar crimes informáticos, até porque já temos uma divisão de pessoas para combater este crime.

A PJ recebe muitas denúncias falsas? Quantas anualmente e quais são?Segundo o nosso registo, houve 20 casos em 2011, 14 em 2012 e 12 no ano passado. Este ano, ainda só três. Todos estão ligados a crimes de roubos e furtos.

No geral, quais as queixas mais recebidas?A maioria das denúncias está re-lacionada com roubos, extorsão,

674agentes, 556 homens e 118

mulheres

“Em Macau, existe crime organizado, mas é muito diferente de antes da transição. Antes tínhamos crimes muito graves, como homicídios, extorsões, explosões, disparos com armas de fogo, fogo posto...”

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3 entrevistahoje macau terça-feira 24.6.2014

13.685crimes em 2013

burlas telefónicas e crimes rela-cionados com o jogo.

Os crimes relacionados com o jogo são considerados muito graves ou é algo normal numa cidade como Macau? Como todas as cidades com casi-nos, Macau tem um problema co-mum, mas através da prevenção, tentámos criar uma cidade mais segura. Queremos consolidar a prevenção com treino específico e esperamos também que através disto, possamos combater os cri-mes. Esperamos conseguir mais através da prevenção, fazendo com que Macau tenha uma ima-gem de uma cidade de jogo muito segura.

A questão do crime organizado é polémica, uma vez que há quem negue a existência de seitas em Macau. As tríades continuam a existir, mas estão mais contro-ladas?Houve grandes mudanças no crime organizado comparativamente a antes e depois da transição. Em Macau, existe crime organizado, mas é muito diferente de antes da transição. Antes tínhamos crimes muito graves, como homicídios, extorsões, explosões, disparos com armas de fogo, fogo posto... Mas depois da transição, estes crimes diminuíram e os que acontecem agora são considerados mais leves, menos graves. São, sobretudo, contra a propriedade. Macau é uma cidade turística e tem casinos e desenvolvimento económico, por isso o crime organizado existe, mas a PJ está sempre atenta e pronta para evitar este tipo de crimes.

Portanto, a saída de Pan Nga Koi da prisão não ‘assusta’ as autoridades.Não estamos atentos apenas a uma pessoa, estamos atentos a grupos que possam vir a causar problemas, portanto a PJ está preparada. Nós já demos atenção a este caso e ele foi libertado de acordo com a lei.

No geral, então, como se compara o crime antes e depois de 1999?A diferença do tipo de crimes, antes e depois de 1999 – segun-do os dados –é que o número de crimes era menor, mas eram mais graves. Nós podemos sentir que antes da transferência até existiam seitas que cometiam homicídios e andavam com armas. É verdade, o crime era muito grave. Mas depois, com os esforços da polícia local e do Governo Central e a cooperação, ao mesmo tempo que a economia melhorou, tornou-se mais seguro. Os casos mais graves das seitas vemos que, agora, acontecem menos, ainda que continuemos a ver extorsões, o número de crimes graves já diminuiu. Os dados, na verdade, mostram que, em 2011, houve um total de 12.680 crimes, em 2013, 13.685 casos, um au-

mento de 7,9%, mas ainda que o número tenha aumentado, os casos dizem respeito a crimes menos graves, como relacionados com o jogo e de furtos.

uma lei é preciso o consenso so-cial. Tem de haver este consenso e respeito por este consenso e só depois destes procedimentos todos é que a lei pode ir para a Assembleia Legislativa. Quando nós encontramos dificuldades, damos o máximo de sugestões para uma boa execução da lei.

Mas considera que estes proce-dimentos demoram muito? Depende do consenso social e por isso demora, porque é preciso consultar e respeitar a sociedade.

Os EUA fizeram um novo rela-tório sobre o tráfico humano. Como vê a avaliação do De-partamento de Estado norte--americano sobre o que se passa em Macau? Em Macau, existe uma comissão para combater o tráfico humano da qual eu também sou membro. Foi criada em 2007 ou 2008 e é composta por polícia, profis-sionais dos serviços sociais, de saúde... Os EUA não conhecem bem a realidade de Macau, nem o Direito de Macau, e, normalmen-te, os crimes de tráfico humano

dizem respeito à exploração para prostituição, venda de órgãos e exploração laboral. Vemos que, no caso da prostituição, por exemplo, a maioria das mulhe-res que detectamos são da China continental, mas não podemos esquecer que a prostituição aqui não é crime. O que é considera-do prostituição é o controlo da prostituição [proxenetismo], a acção é apenas punida adminis-trativamente. Temos de contro-lar os casos, mas muitas vezes as mulheres que detectamos e tentamos ajudar não colaboram, nem ajudam na investigação, o que é uma dificuldade para a PJ no combate ao crime. Muitas vezes, as vítimas são difíceis, não dizem toda a verdade, mentem, e como temos regime de protecção até abusam do regime. Enfren-tamos esse problema, porque os casos de sucesso dão-se através de informações onde conse-guimos descobrir o problema. Tal como na semana passada, quando desmantelamos a rede de apostas ilegais. Precisamos de informações correctas para resolver os problemas, porque nós estamos a combater os crimes e as informações e a cooperação das vítimas é muito importante, por isso, temos mais cuidado com as pesquisas nestes casos [sobre o tráfico humano].

Mas a PJ teve conhecimento de algum caso de prostituição de um menor num casino aqui, como o relatório aponta?Quando encontrámos menores - mesmo que sejam de Macau e seja prostituta voluntariamente - temos de aplicar a Lei de Protecção de Menores e temos de prestar ajuda segundo esse regime e iniciamos o processo como tráfico humano, mesmo que não seja.

Mas chegaram a encontrar? Foi detectado um caso, mas normalmente contactamos com a PSP, que nos entrega o menor, e abrimos o processo. Mas temos de o tratar como sendo tráfico humano.

Considera que, por causa destes problemas, a prostituição deve-ria ser crime em Macau?Pessoalmente, já apresentei a minha opinião particular a dizer à Comissão do Tráfico Humano a dizer que a prostituição deveria ser crime. Por exemplo, na China, se alguém for acusado, pode ser detido pela polícia, não precisa de ser um juiz e tem de pagar uma caução. É uma detenção ‘adminis-trativa’ que pode ser por 15 dias. Em Macau, se for preciso deten-ção tem de ser sempre através do tribunal. Vemos que, se tratarmos a prostituição como um crime, po-demos diminuir muitos casos, mas é preciso consenso da sociedade e, se calhar, a sociedade tem outras opiniões. Eu queria, mas…. Não é só eu falar e já se pode fazer, mas concordo que a prostituição seja crime.

Pereira Coutinho e Leong Veng Chai defendem que os agentes das forças de segurança preci-sam de mais regalias. Qual a sua opinião sobre isto? Também trabalhei na PSP em 1984 e depois passei para a PJ em 1988, por isso, como polícia, sei que o trabalho dos agentes é difícil, sei a dificuldade do trabalho policial, que é muito duro porque é 24 horas. Há muita gente que começa a trabalhar e não acaba a formação e não quer trabalhar porque é difícil. Isto não quer dizer que não seja um trabalho significativo, porque é sempre, quando asseguramos a segurança e protegemos os ci-dadãos. Mas concordo que seja dada uma compensação razoável. Recentemente, foi aumentado o vencimento e depois os subsídios, a Direcção [da PJ] concorda com este aumento. Não posso falar muito do assunto pessoalmente, porque posso não ser considera-do parcial (risos), mas é sempre bom dar melhores regalias e mais compensações aos polícias.

Fala-se muito no nome do di-rector da PJ para substituir o Secretário para a Segurança. Como avalia no caso de Cheong Kuok Vá ser substituído e no caso de Wong Sio Chak exercer o cargo? Fazemos os nossos trabalhos como habitual, seja quem for o Secretário. Ele é o meu chefe há muito tempo e sei que nós temos obrigações de fazer o nosso melhor. Nesta fase, não penso nisso, seja quem for, não importa quem, mantemos a segurança de Macau.

“O que é considerado prostituição é o controlo da prostituição [proxenetismo], a acção é apenas punida administrativamente. Temos de controlar os casos, mas muitas vezes as mulheres que detectamos e tentamos ajudar não colaboram, nem ajudam na investigação...”

Na sua opinião há alguma lei que possa ajudar na melhoria do combate ao crime? Como a PJ é uma polícia criminal, temos de executar a lei como ela é, mas claro que queremos dar passos em frente e podemos apresentar propostas, como o fi-zemos este ano no trabalho para a aprovação de cinco novos tipos de droga. Foi há dois anos que apre-sentamos a proposta, há sempre dificuldades no nosso trabalho porque, quando apresentamos uma proposta [para criar leis], apresentamo-la ao Secretário ad-junto e depois o Secretário [para a Segurança] vai ser se é preciso elaborar a lei e sempre que se faz

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imprensa para dar a conhe-cer mais detalhes sobre a acção de expulsão por parte da instituição e, ao mesmo tempo solicitando um pedi-do de desculpas público da universidade.

Roy Choi, disse inclusi-vamente que a universidade já sabia da manifestação e já estava preparada para o caso. “Eu fiquei longe dos convidados e daquela estu-

hoje macau terça-feira 24.6.20144 política

CeCília l [email protected]

“c aso a Uni-versidade de Macau (UM) não peça des-

culpas ao nosso jornal e a todo o público em geral, é possível que seja feita uma manifestação no campus da Ilha da Montanha”, disse ontem o director da Macau Concelears e presidente da associação Novo Macau, Jason Chao.

Em causa, ainda a ques-tão da expulsão de uma aluna da cerimónia de graduação da universidade, quando esta mostrou um cartaz onde se podia ler “parem de perseguir professores”. Na ocasião, estava tam-bém Roy Choi, jornalista e vice-director da publicação Macau Concelears, ligada à associação, que terá ficado ligeiramente ferido quan-do foi retirado do espaço quando tentava cobrir o incidente. A ANM organizou ontem uma conferência de

UM AssociAção solicitA pedido de desculpAs ou AmeAçA mAnifestAção

Testemunhas contrariam Universidade

“Comparado com a cidade vizinha Hong Kong, esta maneira de manifestação é muito suave. A forma como a UM tratou dos assuntos faz com que os estudantes tenham medo de expressar ideias”Lao Estudante finalista

“Não impedi a entrada dos participantes e ninguém me aconselhou a sair e o comunicado da universidade diz que fiz o que não tinha feito”Roy Choi Vice-director da publicação Macau Concelears

dante que exibiu um cartaz em que estava escrito ‘parem de perseguir os académicos’. Não sabia ela ia exibir um cartaz, mas antes de ela o fazer, já muitos seguranças estavam perto dela, incluin-do algumas seguranças femininas. Foi retirada da sala mal mostrou o cartaz. Eu fui igualmente retirado pe-los seguranças quando quis filmar o sucedido”, disse.

ContradiçõesChoi afirmou ainda que o comunicado da UM – que diz que o Choi estava a blo-quear a passagem - é falso. “Não impedi a entrada dos participantes e ninguém me aconselhou a sair e o comu-nicado da universidade diz que fiz o que não tinha feito. sinto que fui retirado repenti-namente e sem justificação”, confessou. Mostrando uma fotografia sua no hospital Conde de são Januário, Choi disse ainda que a sua expul-são “interrompeu a ordem no evento e causou algum contacto corporal” iniciado

pela UM. a associação dos Jornalistas de Macau escre-veu um comunicado ontem à tarde a condenar a acção da UM, solicitando que a instituição “esclareça o caso e peça desculpas ao público.”

Entretanto, o Chefe do Executivo, Chui sai on, afirmou ontem que vai analisar o que aconteceu no sábado passado na UM, mas já há testemunhas que vieram a público dizer que a justificação da universidade – que disse que a expulsão da aluna era para manter a ordem – não é verdadeira.

De acordo com o Jornal do Cidadão, um finalista

de nome Leong recordou que estava ao lado da estu-dante Tou Weng Kei, logo depois de esta levantar o cartaz e diz que o pessoal da segurança tirou o cartaz “com muita força e levou imediatamente Tou e o jornalista que tirou fotos ao lado” para o exterior. “Não acho que havia problema, Tou Weng Kei exibiu o cartaz tranquilamente e, se ninguém os impedisse, não aconteceria tanta confusão. só no momento em que os seguranças tiraram o cartaz e expulsaram o jornalista é que foi mais confuso.”

outra testemunha, uma

finalista de nome Lao. disse que estava na coluna atrás de Tou Weng Kei e afirmou que a reacção dos seguranças até foi exagerada. “Não percebo porque é que os seguranças expulsaram o jornalista com tanta força, foi terrível. o jornalista apenas tirou fotos estando longe da Tou e, ao lado, havia também outros jornalistas, mas o segurança parecia que só se apressou para este jornalista, acho isto estranho. o jornalista estava no lado mais à direita do local onde nem era possível perturbar as vias.”

Lao considera mesmo que Tou Weng Kei é “só uma menina fraca” e que a sua opinião nem foi muito excessiva. “Comparado com a cidade vizinha Hong Kong, esta maneira de ma-nifestação é muito suave. a forma como a UM tratou dos assuntos é demasiado sensível e até faz com que, no futuro, os estudantes tenham medo de expressar ideias, até influencia a liberdade de expressão.”

Os incidentes do passado sábado, durante uma cerimónia de graduação na UM, continuam a gerar testemunhos contraditórios sobre a verdade dos factos. Enquanto a associação Novo Macau e a associação dos Jornalistas de Macau exigem um pedido de desculpas, o Chefe do Executivo diz que “vai analisar o caso”

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gonçalo lobo pinheiro

5 políticahoje macau terça-feira 24.6.2014

CeCília l in [email protected]

o HM ficou ainda on-tem a saber que há mais professores que podem estar a ser

“perseguidos”, além de Bill Chou, recentemente suspenso por 24 dias pela UM. Alguns deles, segundo fonte conhecedora, podem estar sujeitos a não ver o seu contrato renovado ou a receberem “alertas” para que isso venha a acontecer caso não mudem.

O HM contactou alguns dos professores considerados mais crí-ticos. Enquanto uns não quiseram tecer comentários, outros dizem que ainda não há factos que comprovem a veracidade das acusações. Teresa Vong, da UM, disse ao HM que o seu contrato ainda não foi renovado,

C hUI Sai On garante estar de boa saúde e apto para continuar a

exercer o seu cargo e a avan-çar para a sua recandidatura. o Chefe do Executivo esteve ausente de vários eventos por razões de saúde, recentemen-te, mas ontem Chui sai on garantiu estar recuperado do problema que o afastou das lides públicas nas últimas semanas.

Depois de exames, de acordo com o líder do Gover-no e de um comunicado do Executivo, o quadro clínico

de Chui sai on apontava para um problema de gota, a acumulação de ácido úrico no organismo que provoca inflamações nas articulações.

O médico aconselhou o Chefe do Executivo a cami-nhar e a praticar exercício físico e é isso mesmo que Chui sai on promete fazer, sem deixar de lado a sua recanidatura ao cargo que ocupa e ao qual vai concorrer novamente em setembro.

“o Chefe do Executivo agradeceu a preocupação manifestada pelos média e

população, mas depois das análises médicas, os resul-tados demonstraram que se encontra de boa saúde. Chui Sai On garantiu que vai con-tinuar a trabalhar em pleno [porque] por ter cumprido, rigorosamente, os conselhos médicos, entre os quais a redução de actividades no exterior já recuperou”, frisa um comunicado do Governo, que indica ainda que o proces-so eleitoral para o Chefe do Executivo decorre conforme a lei e segue a calendarização prevista.

Ng Kuok Cheong Transferência de doentes obsoletaem interpelação escrita, o deputado ng Kuok cheong questionou o mecanismo dos serviços de saúde (ss) relativamente à transferência de doentes para hospitais fora de macau. o deputado considera que o mecanismo existente está obsoleto e a afirmação surgiu depois de toda a celeuma que envolveu o caso do jovem chan pou u, actualmente em sofrimento por causa de uma fractura no cóccix. ng insta as autoridades a melhorar os processos de requerimento, critérios de aprovação e comunicações com o paciente, bem como o mecanismo de tratamento no exterior, sugerindo a criação de uma instituição especializada para aceitar o recurso e publicar regularmente os resultados de mecanismo de tratamento no exterior.

Ella Lei quer estudo sobre TNRA deputada ella lei questionou o Governo sobre se o estudo que proíbe turistas de trabalhar em macau já foi realizado. em interpelação escrita, lei pergunta se o executivo vai estudar a criação de uma proposta da lei que proíba os trabalhadores não residentes de utilizarem visto de turista para continuarem a trabalhar em macau após o prazo de validade do visto laboral se esgotar. sobre este problema, que afecta principalmente as empregadas domésticas, a deputada quer ainda saber qual a situação laboral do sector e se, no caso de caducidade do visto, terão que voltar para a sua terra-natal, podendo apenas voltar para o território quando obtiverem novo visto de trabalho.

8,6% dos residentes vão ao dentista com vales de saúdeem resposta a uma interpelação do deputado chan meng Kam relativa à odontologia, os serviços de saúde (ss) explicaram que, até final do passado mês de marco, 8,6% dos valores de saúde de 2013 já foram usados. no ano passado, 9500 pessoas utilizaram os cheques do Governo para ir a consultas de odontologia, no hospital conde são Januário e mais de 20% dos residentes tinham mais de 65 anos. os ss afirmaram ainda que, no que toca aos centros de saúde, foram mais de 240 mil pessoas, as que utilizaram os cheque para consultas de odontologia. 10% dos pacientes tinham mais de 65 anos. Ainda em resposta, os ss disseram ainda que, se necessário, alguns casos podem ser transferidos para tratamento no exterior.

UniVERsidadE expulsão de Bill chou pode não ser A únicA

Mais professores sob fogo cerradoAlguns dos docentes universitários que mais dão a cara à comunicação social expressando opiniões críticas sobre as políticas exercidas em Macau, podem também ter os seus lugares em risco

“Na minha opinião, os professores são intelectuais e, se se diz sempre que a universidade é a consciência da sociedade, os professores têm que dar a sua opinião”TEREsa Vong Professora da UM

ChEfE do ExECUTiVo já RECUPERoU dE PRobLEMa dE goTa

Ninguém pára Chui

mas que foi notificada de que iria ser no dia 15 de abril.

“De qualquer maneira, até agora ainda não fui informada de nada, ainda que este período administrativo [para a renovação] seja um pouco comprido”, come-çou por dizer. “Contudo, acho que ainda não posso dizer que estou a ser perseguida, porque da última vez a resposta da UM [perante o trabalho] ainda foi positiva. Na minha opinião, os professores são intelectuais e, se se diz sempre que a universidade é a consciência da sociedade, os professores têm que dar a sua opinião.”

Também ontem foi dito ao HM que são cerca de seis os professores que podem vir a ser suspensos das suas funções, ainda que nem todos

sejam da UM. Um dos nomes falados foi o de Eric Sautedé, da Universidade de São José, mas, o académico disse que não queria comentar o caso. o hM sabe que o contrato com este professor não tem de ser renovado, podendo ape-nas ser terminado pela instituição.

Todos os académicos em causa são normalmente os que mais falam com a comunicação social, sendo críticos da política e da sociedade

de Macau. Chui sai on, contudo, nega as perseguições e diz que cada um tem direito à sua opinião.

O Chefe do Executivo afirmou ontem que vai analisar o que acon-teceu no sábado passado na UM, mas não acredita que o incidente tenha repercussões na liberdade de expressão e vinca que as críticas e opiniões são “situações comuns”, desde que sejam expressas de “forma legal e racional”.

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hoje macau terça-feira 24.6.20146 sociedade

Era já há algum tempo apontado por alguns como uma necessidade de Macau para promover a criatividade entre os profissionais locais da área do design. O novo centro abre finalmente em Setembro, na Areia Preta, e oferece 12 estúdios a preços reduzidos

Leonor Sá [email protected]

o novo Centro de Design de Macau (CDM) vai abrir no próximo mês de

Setembro num dos edifícios da Travessa da Fábrica, situada na zona da Areia Preta. O projec-to, subsidiado pelo Governo e organizado pela Associação de Designers de Macau, foi pensa-do como plataforma de ajuda a profissionais locais.

Para potenciar o desenvolvi-mento desta área cultural, o CDM vai disponibilizar 12 estúdios a baixo custo para designers de Ma-

o Governo japonês vai oferecer, tal como em anos

passados, bolsas de estudo para alunos dos ensinos secundário e superior de Macau e de Hong Kong e as candidaturas podem ser efectuadas e entregues na Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). De acordo com informações do Consu-lado do Japão em Hong

CTM Programa online para professoresA Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e a Associação de Educadores Chineses de Macau (AECM) assinaram ontem um acordo para celebrar a criação do programa de professores “i-campus”, que prevê o desenvolvimento de um campus escolar virtual. De acordo com a vice-presidente do sector de marketing da CTM, Ebel Cham, a empresa de telecomunicações tem estado a colaborar com o sector educativo de Macau de forma a integrar a tecnologia da informação na aprendizagem e nas escolas. Depois do lançamento de “digital campus”, em 2012, a CTM tem vindo a criar formas de desenvolver este programa online. “Através da colaboração com a Associação de Educadores Chineses de Macau, a CTM oferece o programa para professores ‘i-campus’ para facilitar os seus membros a maximizar o uso da tecnologia de informação, por meio de serviços de internet de fibra óptica como um importante sistema auxiliar de educação”, disse Cham, durante a cerimónia de assinatura do acordo.

Apostas ilegais Maioria dos suspeitos será expatriadaCinco dos 22 suspeitos no caso de apostas ilegais sobre os resultados de jogos do Mundial de Futebol estão em liberdade depois de terem pago uma caução, enquanto outros 17 serão expatriados para os seus países de origem. O caso iniciou-se com a detenção, no passado dia 19, de 20 homens e duas mulheres provenientes do interior da China, Malásia e Hong Kong. Dentro dos três quartos de um hotel local onde foram encontrados os suspeitos, as autoridades apreenderam ainda 2,2 milhões de patacas em várias moedas, juntamente com equipamentos informáticos, telemóveis, registos de apostas e outros itens. Três dos suspeitos confessaram mesmo ter ajudado a receber as apostas ilegais, mas os restantes negaram a prática do crime. Após análise do processo e investigação, o delegado do Procurador responsável pelo caso considerou que havia fortes indícios de crime de exploração de jogo ilegal, ainda assim não tendo sido encontradas provas suficientes que indiquem crime organizado. Os cinco suspeitos libertados não podem sair do território e deverão apresentar-se periodicamente às autoridades.

Design NOvO CENTrO AbrE EM SETEMbrO E DiSPONibilizA ESTúDiOS

espaço aberto à criatividade

Japão Bolsas para estuDantes De Macau e Hong Kong

Viagem ao país do sol nascenteKong, os subsídios de 9,4 mil patacas mensais destinam-se a todos os alunos – entre os 18 e os 30 anos – que pretendam realizar o próximo ano da sua licenciatura em Estudos Japoneses neste país asiático.

O segundo modelo de financiamento aposta em jovens entre os 17 e os 22 anos que pretendam fazer toda a sua licenciatura

numa instituição de ensi-no superior nipónica nas áreas das Ciências Natu-rais e Sociais e Humanas. Estes estudantes terão direito a um montante anual de 8,9 mil patacas mensais durante cinco a sete anos, dependendo do curso escolhido.

Os alunos que, com menos de 35 anos tenham um diploma de licencia-tura, podem candidatar-

-se a bolsas de estudo para investigação. O valor mensal oferecido pelo Governo nipónico ronda as 11 mil patacas para cada aluno e, tal como as duas modali-dades acima referidas, supõe que a investigação seja efectuada numa instituição de ensino superior do Japão.

Todos os candidatos deverão ser portadores de

Bilhete de Identidade de Residente de Macau ou de Hong Kong, podendo inscrever-se no website oficial da DSEJ ou nas suas instalações. Como requisitos, é ainda exigido que todos os candidatos prestem provas de conhe-cimento escritas e estejam disponíveis para uma entrevista a ter lugar no Consulado do Japão em Hong Kong.

Os candidatos devem prestar provas, incluindo a prova escrita de conhe-cimentos e a entrevista, no Consulado Geral do Japão, em Hong Kong.

cau situados no terceiro e quarto andar das próprias instalações do centro, o mesmo acontecendo com nove espaços no rés-do--chão, que deverão funcionar como lojas de venda de produtos de design. Os estúdios destinam--se a profissionais de pequenas e médias empresas de sete cate-gorias da área, incluindo design do ambiente, industrial, visual, de informação, de interacção, de animação e, finalmente, univer-sal. As 12 salas – com 200 a 1000 metros quadrados – deverão estar equipadas com material próprio e outros mecanismos, como fibra óptica, ar condicionado, sala de reuniões, recepção e serviços de impressão.

“O intuito é atrair e fazer com que empresas de design pro-missoras se juntem, permitindo que usufruam de vários tipos de

serviços a um preço menor que o de mercado, assim minorando os problemas de rendas altas e custos de manutenção”, lê-se

num comunicado enviado pelo futuro centro.

As lojas terão entre 40 e 500 metros quadrados, de acordo com o volume de cada um dos negó-cios. Desta forma, o CDM está a potenciar também a cooperação entre os vários espaços culturais projectados e que englobam uma livraria, locais de actuações artísticas ou mesmo um café com espaços de leitura. O edifício terá ainda um jardim no terraço, uma sala de exposições e uma sala de conferências.

Candidaturas abertasAs candidaturas para ocupação dos estúdios e lojas já podem ser enviadas e a selecção dos candidatos vai ser feita com base no plano de negócios e de desenvolvimento que estes de-verão entregar. Os contratos de arrendamento têm um período máximo de três anos e poderão ser revistos de acordo com a performance dos arrendatários.

Há cerca de um ano, Lúcia Lemos, coordenadora da Crea-tive Macau, frisou a necessidade da criação de uma organização dedicada ao design e a profis-sionais locais.

“É preciso criar um centro de design, em que as pessoas possam aprender a produzir e expor os seus protótipos, em que empre-sários possam investir e univer-sidades possam ver e coordenar”, disse a coordenadora à agência Lusa. Na altura, a responsável acrescentou ainda que é compli-cado difundir e desenvolver ás áreas da arte e da cultura quando há escassez de infra-estruturas e espaços para que os profissionais possam trabalhar e expor o seu trabalho.

“O intuito é atrair e fazer com que empresas de design promissoras se juntem, permitindo que usufruam de vários tipos de serviços a um preço menor que o de mercado...”coMunicaDo Do futuro centro De Design

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GCS

hoje macau terça-feira 24.6.2014

CeCília l [email protected]

A morte do panda fêmea de Seac Pai Van, no domingo à noite, está a causar reacções no seio

da comunidade ambientalista. É o que diz Ho Wai Tim, especialista ambiental e presidente da Asso-ciação Ecológica de Macau, que disse ao HM ter havido “incom-petência” na escolha do espaço para os animais.

O casal de pandas Hoi Hoi (Kai Kai, em mandarim) e Sam Sam (Xin Xin) foi oferecido ao território pela China na altura do 10º aniversário da transferência de poderes. Sam Sam acabou por morrer com cinco anos, no domin-go, devido ao que terá sido uma insuficiência renal. Normalmente, os pandas vivem cerca de 30 anos em cativeiro.

Agora, especialistas de Cheng-du – onde nasceu o panda, o primeiro depois do terramoto que abalou Sichuan – e de Hong Kong, estão a analisar a causa da morte e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) anunciou que, entre duas a três semanas, deverá estar concluído o relatório da autópsia.

Entretanto, o ambientalista Ho Wai TIM - que já tinha dito ser contra a construção do pavilhão em 2008, por considerar que o

Flora [email protected]

“e M Las Vegas, o rendimento de jogo representa apenas 30% das receitas do casino

e o de extra jogo ocupa 60%. Em Macau o rendimento de extra jogo ocupa menos de 10% e o de jogo, 90%”. Quem o diz é Song Wai Kit, presidente da Associação de Jogos com Responsabilidade de Macau.

A afirmação foi proferida no passado domingo, durante o programa Fórum Macau onde foi discutido o problema da renovação das licenças das operadoras em 2015 e 2016, bem como a questão do desen-volvimento futuro do sector. No entanto, Song não é a única com esta opinião. Também Zeng Zhonglu, presidente da Asso-ciação para os Estudos sobre o Jogo da Ásia Pacífico, e Sunny Chan, da Associação de Políticas Públicas, disseram ao diário Ou Mun que os casinos devem va-

Mais turistas do que no ano passadoEm Maio passado, o fluxo de turistas em Macau aumentou 8% relativamente ao mesmo mês de 2013. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), foram mais de dois milhões de turistas a chegar ao terri-tório só no mês passado, sendo que os excursionistas – viagens em grupos – totalizaram 54% deste número. De entre as várias nacionalidades, 1,7 milhões de pessoas são provenientes da China, número que também subiu, quando comparado com 2013. Também este ano Macau teve mais turistas oriundos de Taiwan, Coreia do Sul e Japão do que no ano passado, tendo-se registado aumentos de 23%, 20% e 18%, respecti-vamente. Já o fluxo de pessoas de Hong Kong teve uma diminuição de 8%, com apenas 497 mil pessoas a entrarem no território. Também o número de turistas de países como a Austrália, Reino Unido e Canadá foi menor, quando comparado com o dos Estados Unidos ou França, que aumentou.

Pandas AssociAção fAlA de incompetênciA do Governo

sam sam não resistiuO falecimento do panda fêmea, ao fim de apenas cinco anos de cativeiro, apanhou todos de surpresa. Embora já tivessem sido detectados alguns sinais de insuficiência renal, ninguém esperava o trágico desfecho de Sam Sam. Os ambientalistas, pela voz de Ho Wai Tim, apontam o dedo ao governo pela escolha do local de acolhimento do casal de animais vindo de Chengdu

pessoal do IACM. Chui disse ter sido entregue um relatório preli-minar sobre o caso ao Governo Central.

SurpreSa geralA notícia da morte do panda fêmea apanhou todos desprevenidos, ainda que os primeiros sintomas da insuficiência renal de Sam Sam tenham sido detectados em Maio. O administrador do Conselho de Administração do IACM, Leong Kun Fong, contudo, frisou que nunca escondeu detalhes sobre o estado de saúde do animal.

O Chefe do Executivo espera poder pedir mais um panda ao Governo Central, para que Hoi Hoi não fique sozinho. Ho Wai Tim, no entanto, considera que, se o Governo da RAEM não fizer melhorias na forma como trata os pandas, o Governo não vai ter confiança em dar mais um animal a Macau. “Os funcionários do IACM têm falta de experiência para cuidar dos pandas e Leong Kun Fong tem a responsabilidade principal e foi incompetente em atrasar o tratamento a Sam Sam”, acusou Ho Wai Tim. Os pandas, recorde-se, estão em vias de extinção, havendo apenas 1600 na natureza e outros criados em cativeiro.

Segundo o IACM, a situação do panda macho, Hoi Hoi, está normal e sem alterações de com-portamento. - * com J.F.

académicos aconselham introdução de elementos extra jogo em casinos

Para além do vício

lorizar mais os elementos extra jogo, de forma a promover o desenvolvimento diversificado da economia de Macau.

peloS aJuSteSSong Wai Kit referiu que esta é a altura adequada para ajustar a política de jogos a longo prazo, desacelerando o aumento para

estabelecer a base correctamente. Tal deverá fazer-se através da adição de elementos extra jogo nos casinos. O presidente da as-sociação defensora do jogo com responsabilidade fez ainda uma comparação com as receitas pro-venientes do jogo e de elementos extra jogo, como são as exposições ou os espectáculos, por exemplo.

Chan explicou ainda que na famosa cidade americana do jogo de Las Vegas, as receitas do jogo ocupam apenas 30% do bolo total facturado, comparativamente com o sector do entretenimento, que perfaz os restantes 60% das receitas totais dos casinos. Em Macau, passa-se precisamente o contrário. Nesta situação, dizem, o desenvolvimento da indústria deve ser cauteloso.

Já Sunny Chan considera que cada operadora deve cum-prir as suas responsabilidades sociais. Para isso, acredita que o Governo deverá, ao rever a renovação das licenças, obrigar as empresas a criar formas de desenvolvimento e estabele-cimento de elementos extra jogo, de forma a desenvolver a economia diversificada na RAEM. Francis Tam, Secretário para a Economia e Finanças, já disse que as operadoras vão ter de fazer isto, se quiserem ver os seus contratos renovados.

local não era o ideal para colocar os pandas – disse ao HM que con-sidera que o Governo fez asneira logo de início.

“À volta iam haver muitas obras e a poluição poderia causar

danos aos animais”, começou por apontar. “Não deveríamos ter escolhido os pandas do parque [mais] pequeno de Chengdu, na província de Sichuan. Ali, há apenas 30 pandas e todos são

‘irmãos’, o que causa a dimi-nuição de resistência. Os pandas oferecidos a Hong Kong e aos países estrangeiros são todos escolhidos na zona de proteção dos pandas, onde há cerca de 500 a 600 pandas e o nível de saúde é muito melhor.”

Para Chui Sai On, contudo, não há qualquer irresponsabi-lidade. O Chefe do Executivo lamentou ontem a morte de Sam Sam, considerada como “uma amiga de Macau”, mas assegura que os especialistas de Sichuan em Macau conhecem as condi-ções do pavilhão que alberga os pandas, bem como o tratamento – “adequado” - desenvolvido pelo

7 sociedade

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8 publicidade hoje macau terça-feira 24.6.2014

NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 52/2014(Solicitação de Comparência do Trabalhador)

Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugadas com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Ad-ministrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notificam--se os trabalhadores abaixo indicados:

1. O Sr. CHEN WENKUN, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a sociedade “COMPANHIA DE SERVIÇOS DE OBRAS LINFU, LDA.” (Processo n.º 2405/2012);

2. A Sra. WANG ZHUO, trabalhadora não-residente então autorizada a prestar trabalho para a sociedade “VENETIAN COTAI – GESTÃO HOTELEIRA, LIMITADA” (Processo n.º 5036/2012);

3. A Sra. LEI IOK KUAN, então trabalhadora residente da sociedade “MELCO CROWN HOSPITALIDADE E SERVIÇOS, LIMITADA” (Processo n.º 9319/2012);

4. O Sr. LIN SHIHAO, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a sociedade “COMPANHIA DE CORRIDAS DE CAVALOS DE MACAU, S.A.R.L.” (Processo n.º 762/2013);

5. O Sr. CHENG TAT WAI, então trabalhador residente da empre-sa “AGÊNCIA COMERCIAL TAK LEE FO VAN” (Processo n.º 3930/2013);

6. O Sr. LEUNG HOU CHI, então trabalhador residente do “ESTABE-LECIMENTO DE COMIDAS CHEERS UP BBQ” (Processo n.º 3987/2013);

7. O Sr. LI DA WEI, trabalhador não-residente então autorizado a pres-tar trabalho para a sociedade “COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO E ENGENHARIA OMAS, LIMITADA” (Processo n.º 5055/2013);

8. O Sr. LIN WAI KUONG, então trabalhador residente da sociedade “ YUE YI CIRCUNDANTE ENGENHARIA COMPANHIA LDA” (Processo n.º 5376/2013);

9. A Sra. NGHE KHIET NHAN, trabalhadora não-residente então auto-rizada a prestar trabalho para a sociedade “WYNN RESORTS (MA-CAU), S.A.” (Processo n.º 7996/2013);

10. A Sra. TRAN LE TIEN, trabalhadora não-residente então autorizada a prestar trabalho para a sociedade “VENETIAN MACAU S.A.” (Pro-cesso n.º 6267/2012);

11. O Sr. LI ZHIMING, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a sociedade “RESTAURANTE DE MARISCOS REGAL PALACE LIMITADA” (Processo n.º 6908/2012);

12. O Sr. GARCIA, RYAN CORBITO, trabalhador não-residente então autorizado a prestar trabalho para a sociedade “WYNN RESORTS (MACAU), S.A.” (Processo n.º 8873/2013);

Para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte àda publicação do presente édito, comparecerem no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, a fim de prestarem as respectivas declarações relativamente ao acidente de trabalho em que os notificados foram vítimas.

Mais se comunica que nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 103.º do aludido Código do Procedimento Administrativo, o procedimento é extinto quando por causa imputável aos notificados estes estejam parados por mais de seis meses. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Ins-pecção do Trabalho, aos 13 de Junho de 2014.

A Chefe do Departamento,

Lurdes Maria Sales

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9chinahoje macau terça-feira 24.6.2014

a China es t á a mudar as exigên-cias para recrutar soldados para o

serviço militar. A ideia é atrair candidatos mais educados e inteligentes, segundo o jornal estatal “China Daily”.

Recrutas do sexo mas-culino podem agora ter uma altura mínima de 1.60 metros, quando antes a exi-gência era de 1.62 metros. Já para as mulheres a altura mínima foi reduzida para 1.58 metros, segundo o jornal, citando como fonte o sector de recrutamento do Ministério da Defesa. O

A China enviou mais quatro plataformas de petróleo para o Mar

do Sul da China, num sinal de que o governo chinês está a intensificar a sua exploração de gás e petróleo na região, menos de dois meses depois de ter posicionado uma plata-forma de perfuração em águas reivindicadas pelo Vietname.

O anúncio surge num mo-mento em que muitos países na Ásia estão irritados com uma atitude chinesa cada vez

Corrupção Irmão de ex-braço direito de Hu Jintao afastado Um alto quadro provincial chinês, Ling Zhengce, irmão de um ex-braço direito do antigo presidente da China, foi afastado por “suspeita de graves violações da disciplina”, anunciou ontem o Partido Comunista Chinês. Ling Zhengce, de 62 anos, era vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês em Shanxi, uma província do norte da China rica em minas de carvão. O seu irmão Ling Jihua, cujo filho morreu há dois anos ao volante de um Ferrari, dirigiu a secretaria-geral do Comité Central do PCC até ao XVIII Congresso, em Novembro de 2012, e era considerado um protegido do então presidente Hu Jintao, mas não chegou a ser promovido, como se esperava. Um outro responsável de Shanxi, Du Shanxue, foi também afastado por “suspeita de graves violações da disciplina”, expressão habitualmente usada para os casos de corrupção. Du Shanxue era vice-governador e membro do comité provincial do PCC.

Pequim MaIS LICeNCIaDOS Para O SerVIçO MILItar

A força da inteligência

Festival de Carne de Cão marcado por protestos

O Festival de Carne de Cão teve lugar este fim-de-semana na cidade de Yulin, da

província autónoma de Guangxi Zhuang, que faz fronteira com o Vietname, apesar dos fortes protestos de grupos de defesa dos animais e também de donos de animais de estimação vindos de outras partes da China.

Durante o festival, que coincide com o sols-tício de Verão, cerca de 2.000 cães são abatidos pela sua carne. Agricultores e vendedores enchem gaiolas com cães todas as manhãs, levando-os depois para serem vendidos no mercado, onde um quilo de cão vale aproximadamente quatro yuan.

Este ano o evento foi marcado pela presença de defensores dos animais, que tentaram salvar o maior número de cães possível, chegando a pagar entre 400 a 500 yuan por cada. Mas este movimento foi mal recebido pelos locais – que o interpretou como uma interferência nos seus costumes – tendo mesmo gerado um clima de confronto entre estes e os activistas. De acordo com um dos defensores dos animais, citado pelo jornal China Daily, esta tentativa de mudar a atitude dos locais foi mal recebida e acabou mesmo por ter o efeito contrário em alguns casos, visto ter levado muita gente a prometer consumir ainda mais carne de cão de modo a manter as suas tradições e garantir o futuro do evento.

Os padrões de recrutamento militar no gigante asiático estão a mudar para acompanhar a evolução dos armamentos, cada vez mais sofisticados. Candidatos baixos, gordos ou míopes serão aceites no maior Exército do mundo desde que tenham diploma

limite de peso para os ho-mens também foi alterado para “permitir a entrada de jovens mais corpulentos” no serviço militar.

Os padrões de visão foram reduzidos porque cerca de 70% dos estu-dantes universitários na China são míopes. As do-enças mentais, incluindo esquizofrenia, transtorno dissociativo, depressão e transtorno bipolar, também foram removidas de uma lista de condições que im-pediam o alistamento de candidatos.

A flexibilização nos requisitos mostra como o

“China Daily”. Muitos são grandes demais para caber confortavelmente dentro dos tanques de guerra. A exigência da altura de soldados na China é maior do que a do exército dos Estados Unidos, que aceita pessoas com 1.52 metros, de acordo com o site Mi-litary.

O exército chinês tam-bém será mais tolerante com as tatuagens. As pes-soas que têm menos de dois centímetros de tatuagens à mostra com o uniforme ves-tido ou uma tatuagem não maior do que dez centíme-tros estão agora autorizadas a entrar para o exército. Mas imagens obscenas, violentas ou referentes a organizações ilegais não serão permitidas.

“Alistar mais soldados de alta qualidade é extre-mamente importante para a construção de uma força militar forte e capaz”, diz o “China Daily”, citando como fonte um funcionário do serviço de recrutamento do Exército.

Recrutas com diplomas universitários da província

de Jiangsu vão ganhar pelo menos 25.580 dólares ame-ricanos durante os seus dois anos de serviço, relatou a mesma fonte.

A China está a seguir

“Alistar mais soldados de alta qualidade é extremamente importante para a construção de uma força militar forte e capaz”ChinA DAily

70% dos estudantes universitários

na China são míopes

Petróleo mAis PlAtAformAs no mAr Do sul

Gigante insaciávelmais impositiva sobre as águas ricas em gás e petróleo, onde estão em disputa a soberania de inúmeras ilhas e recifes.

Coordenadas colocadas no website do órgão de Ad-ministração da Área Marí-tima da China mostram que as plataformas Nanhai 2 e 5 foram colocadas entre a pro-víncia de Guandong e as Ilhas Pratas, ocupadas por Taiwan. A plataforma Nanhai 4 está posicionada em águas perto da costa chinesa.

No começo da semana pas-sada o órgão de administração marítima revelou as coordena-das de uma quarta plataforma, a Nanhai 9, que seria colocada diante da zona económica exclusiva do Vietname até sexta-feira passada.

Wang Ching-hsiu, vice--director do Departamento de Administração de Terras de Taiwan, disse que o governo taiwanês reivindica uma zona económica exclusiva em volta das Ilhas Pratas, mas não quis fazer comentários sobre a co-locação da plataforma.

A China, que considera Taiwan uma província renegada e reivindica 90 por cento do Mar do Sul da China, disse que as plataformas estão perto da província de Guandong e da ilha de Hainão. No entanto, as Filipi-nas, Vietname, Malásia, Brunei e Taiwan também reivindicam partes desse mesmo mar.

o exemplo dos Estados Unidos, que têm vindo a aumentar os incentivos para pessoas licenciadas servirem nas Forças Ar-madas.

presidente Xi Jinping tenta aprimorar o maior Exército do mundo — com mais de 2 milhões de soldados. Porém, os esforços dos mi-litares chineses para atrair recrutas mais instruídos de modo a lidar com o seu armamento moderno têm sido prejudicados pelo declínio na saúde dos candidatos. De acordo com o departamento de recru-tamento do Exército em Pequim, cerca de 60% dos estudantes universitários não passam no exame de aptidão física, e a maioria dos licenciados está acima do peso.

Cintura mais grossa e uniforme apertadoHoje, o soldado chinês é em média dois centímetros mais alto e tem uma cintura cinco centímetros maior do que há 20 anos, segundo o

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dados dos jogos

mundial10 hoje macau terça-feira 24.6.2014

os números

13 o número de equipas que participaram na primeira edição do Campeonato do Mundo de Futebol, disputada em 1930 no Uruguai. Destas, apenas cinco não marcam presença no Brasil, quatro porque não se qualificaram – o Paraguai, a Bolívia, a Roménia e o Peru – e a outra porque já não faz parte do concerto dos povos: a Jugoslávia.

10 o número de minutos de tempo de compensação dados pelo árbitr argentino o Horácio Elizondo na final do Campeonato do Mundo de 2006. A partida colocou frente-a-frente as selecções de França e de Itália e ficou pautada pelo célebre “coup de boule” de Zinedine Zidane a Marco Materazzi.

Marco [email protected]

T inha fama de grupo da morte e à priori já se sabia que iria custar o entusiasmo a pelo

menos um antigo campeão do mundo de futebol, mas o exigente Grupo D acabou por surpreender mesmo os mais cínicos. a cavalgada triunfan-te da Costa Rica na competi-ção já custou a continuidade em prova à selecção inglesa de futebol e esta noite vai abater mais um gigante. Vista quase de forma unânime como uma das selecções com menos

UrUgUaios e italianos lUtam por vaga nos oitavos de final

Um campeão na hora do adeuspotencial antes do arranque do Campeonato do Mundo, a selecção costa-riquenha é – a par do mais estruturado Chile – uma das maiores surpresas da competição. a formação centro-americana brindou com uma lição de humildade e de rigor táctico as selecções de itália e do Uruguai e tornou-se

a primeira formação do grupo D a garantir a presença nos oitavos de final da prova.

DECIsão nAs DUnAsEsta madrugada, no relvado do Estádio das Dunas, itália e Uruguai decidem o nome da formação que acompanha o onze costa-riquenho na segunda fase da competição. Os uruguaios, que precisam de vencer para se manter em prova, pressionaram a FiFa para que o desafio de todas as decisões tivesse um juiz de língua espanhola por detrás do apito e o organismo que chama a si a tutela do desporto-rei a nível planetário parece ter cedido às pretensões da celes-te uruguaia. no Estádio das Dunas, a partida de mais logo será arbitrada pelo mexicano Marco Rodríguez, mas nem a presença de um juiz hispânico suaviza a tarefa titânica que o grupo de trabalho às ordens de Óscar Tabarez tem pela frente. Com três pontos e saldo negati-vo de um golo, o Uruguai tem

necessariamente de derrotar a itália para seguir em frente na competição. Com um triunfo, mas com tantos golos marcados quanto os que sofreu, a squadra azzurra apenas precisa de um empate para garantir a presença na segunda fase do Mundial, mas em itália ninguém perdo-ará Balotelli e companhia se a selecção transalpina não lutar por algo mais que a igualdade.

LUgAR EM RIsCoTudo porque não é apenas a passagem aos oitavos--de-final do Mundial que está em causa esta noite no Brasil. a segunda elimina-ção consecutiva na fase de grupo da principal montra futebolística do mundo poderá ter consequências para um projecto corajoso, que se propôs mostrar ao mundo que a itália é mais que o catenaccio e que uma série de clichês batidos. Um novo desastre na fase final do Campeonato do Mundo poderá colocar em causa

a própria continuidade de Cesare Prandelli à frente dos destinos da equipa. O selec-cionador italiano parte para o encontro decisivo do grupo D com o sector defensivo

desfalcado, depois de Da-nielle De Rossi se ter lesio-nado. O técnico transalpino deverá propiciar a estreia de Bonucci no Mundial, ao lado de Barzagli e de Chiellini,

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11 mundialhoje macau terça-feira 24.6.2014

jogoItáLIA – URUgUAI00:00 – Estádio das Dunas

• Historial J V E D gM gs oficiais 3 1 2 0 4 2Amigáveis 5 1 2 2 3 5total 8 2 4 2 7 7

os DADos DIZEM REsPEIto à EqUIPA PosICIonADA EM PRIMEIRo LUgAR;

IngLAtERRA – CostA RICA00:00 – Estádio Mineirão

• Historial J V E D gM gs oficiais 0 0 0 0 0 0Amigáveis 0 0 0 0 0 0total 0 0 0 0 0 0

JAPão – CoLôMBIA04:00 – Arena Pantanal

• Historial J V E D gM gs oficiais 1 0 0 1 0 1Amigáveis 1 0 1 0 0 0total 2 0 1 1 0 1

gRéCIA – CostA Do MARFIM04:00 – Estádio Castelão

• Historial J V E D gM gs oficiais 0 0 0 0 0 0Amigáveis 0 0 0 0 0 0total 0 0 0 0 0 0

outros jogos

Paulo Bento «Jamais desconfiei de um colega de profissão»paulo Bento foi questionado na conferência de imprensa sobre a possibilidade de acontecer um «empate de conveniência» entre eUa e alemanha na última jornada do grupo g do mundial 2014, resultado que permitiria apuramento de ambas as equipas. Jurgen Klinsmann, seleccionador dos eUa, disse que não aceita uma situação dessas. Bento reagiu assim: «neste momento, temos de olhar para nossa casa, saber o que não estamos a fazer bem, temos de estar preocupados com o nosso jogo com o gana. em 10 anos como treinador e 15 como jogador, jamais desconfiei de um colega de profissão. acredito num jogo normal. »

Klinsmann «Chamada de Löw? Não vai acontecer»[resultado de conveniência com a alemanha, como o Áustria-alemanha de 1982?] «não somos feitos para empates, a não ser como o de hoje, com incerteza e emoção. está a falar de um jogo que aconteceu no passado, e que tem a ver com a alemanha, nada tem a ver com os eUa. nós fazemos acontecer as coisas, caso contrário o méxico não estaria aqui no mundial. estou bastante confiante que vai haver um bom jogo. o nosso objectivo é fechar com sete pontos, já que deixámos fugir o apuramento imediato. o nosso objectivo é passar, faremos tudo para isso, daremos tudo o que temos, e se virem como a equipa reagiu hoje.» [e se löw lhe ligar a dizer para ter calma?] «não vai haver essa chamada, somos amigos, mas ele faz o seu trabalho e eu faço o meu. estou certo de que daqui por quatro dias vão ver um bom jogo.»

gana Presidente da Federação recusa fraudeo presidente da federação ganesa (gfa), Kwesi nyantakyi, desmentiu esta segunda-feira que tenha concordado em participar num esquema de resultados viciados. no domingo o jornal britânico «the telegraph» avançou com a denúncia de um acordo para manipular encontros da selecção do gana. dois homens estão a ser investigados pela polícia a pedido da gfa, Christopher antoh forsythe e obed nketiah agentes da fifa. «vamos procurar fortes sanções se tais alegações forem verdadeiras», afirmou em comunicado a gfa. «eles (os dois homens) nunca me disseram que estavam interessados em viciar qualquer jogo dos “Black stars”. apresentaram uma proposta de negócio com interesse em comprar os direitos. eu percebi a proposta no contexto do que a Kentaro (agência de marketing desportivo) usou para jogos no Brasil. eu disse porque é uma novidade, é necessário levar ao Comité executivo”. «nunca pensei que tivessem um plano premeditado para venderem jogos dos “Black stars” que foram anunciados nos artigos que ouvimos», disse o presidente da gfa.

UrUgUaios e italianos lUtam por vaga nos oitavos de final

Um campeão na hora do adeusseus companheiros de equipa na Juventus

Se as façanhas do passado tivessem peso na matéria, a itália teria motivos para sorrir. italianos e uruguaios encontraram-se no desafio da decisão do terceiro e quarto lugares da última edição da Taça das Confederações, com a itália a vencer na marcação de grandes penalidades, depois de um empate a dois golos. Noutros encontros oficiais, a

itália venceu em 1990, nos oitavos-de-final, por 2-0, en-quanto um empate sem golos marcou o encontro no México, em 1970. Esta noite, no Estádio das Dunas, empatar poderá não bastar: um deslize e o adeus está ao virar da esquina.

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12 desporto hoje macau terça-feira 24.6.2014

A estrela sul-africana está de volta a Macau para participar no torneio que distribui um prémio de 900 mil dólares americanos

o e x - n ú m e r o um do mundo Ernie Els con-firmou a sua

presença em mais uma edição do Venetian Macau Open de Golfe, a ter lugar no Macau Golf and Country Club, no Cotai, entre 23 e 26 de Outubro.

Depois de competir na edição do ano passado, em que acabou em terceiro lugar, o sul-africano co-nhecido como “Big Easy” devido à sua estatura física e jogo de golfe fluído, volta agora ao território na espe-rança de somar mais uma vitória à sua carreira, que

F1 Rosberg regressa às vitórias com dobradinha da MercedesÉ o regresso da Mercedes às vitórias e às dobradinhas esta temporada na Fórmula 1. Nico Rosberg venceu o Grande Prémio da Áustria em Fórmula 1, com a Mercedes a conseguir a sexta “dobradinha” em oito provas. Foi a terceira vitória de Rosberg esta temporada, numa prova onde acabou por ter menos concorrência que o esperado, mesmo com a Williams a ocupar a primeira linha da grelha. Felipe Massa e Valtteri Bottas tudo fizeram para contrariar o favoritismo dos Mercedes. A resistência durou até às primeiras paragens. Rosberg passou para a frente, seguido de Hamilton, relegando Bottas e Massa para as posições secundárias. Sem a oposição dos Williams, Rosberg e Hamilton discutiram a vitória até à última volta. Hamilton rodou sempre muito próximo de Rosberg mas nunca esboçou um verdadeiro ataque ao colega de equipa, terminando a 1,932s do colega de equipa. Rosberg, agora com 165 pontos, reforçou a liderança no Mundial de pilotos para o seu mais directo perseguidor, Lewis Hamilton (136 pontos).

Benfica Contactos por Luís FelipeO Benfica já iniciou contactos com o Palmeiras com vista à contratação do lateral-direito Luís Felipe, noticia esta segunda-feira o jornal A BOLA. O jogador de 23 anos tem mais seis meses de contrato com o Palmeiras, pelo que pode ser um negócio de baixo valor para os encarnados, ou até de custo zero se Luís Felipe se transferir apenas em Janeiro de 2015 depois de expirar o vínculo com o emblema brasileiro.

Golfe ERNiE ELS MARcA PRESENçA NO OPEN dO VENEtiAN

Campeão de regresso

ANÚNCIO

N.º 71/2014

Para os devidos efeitos, vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação económica abaixo indicado, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro:

Nome N.º do Boletim de candidaturaTANG PUI KONG 76316 TOU KIT LENG 101502

Por causa do representante do agregado familiar acima mencionado não comparecer no este Instituto para assinar o contrato-promessa da habitação económica que comprometeu a comprar, neste acto recorreu uma infracção, nos termos do n.º 5 do artigo 60.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica) e alínea b) do artigo 14.º do Acesso à compra de habitações construídas no regime de contrato de desenvolvimento para a habitação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/95/M, de 26 de Junho, revisto pelo Regulamento Administrativo n.º 25/2002.

De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, deve apresentar, por escrito, a sua contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio.

Se não apresentar a contestação no prazo fixado ou a mesma não for aceite por este Instituto, a respectiva candidatura for excluída da lista geral de espera.

No caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Sa. Ho, através o tel. n.º 2859 4875 (Ext. 209), para consulta do processo.

O Chefe do Departamento de Habitação Pública

Chan Wa Keongde Junho de 2014

já conta com 70 vitórias profissionais.

Els, que é membro ho-norário e embaixador inter-nacional do Tour Asiático de Golfe, começou a jogar como profissional em 1989 e na sua longa carreira já obteve quatro vitórias em campeonatos considerados Major (o Open dos Estados Unidos em 1994 e 1997 e o Campeonato Open em 2002 e 2012), e duas vi-tórias no Tour Asiático de Golfe, entre outras.

O evento, com entrada livre, é organizado pelo Instituto do Desporto (ID) e pela Associação de Golfe de Macau, fazendo parte do Tour Asiático de Golfe. Desde a sua inauguração em 1998, o torneio já con-tou com a participação de alguns dos mais conhecidos jogadores do mundo, como por exemplo Lee Wes-twood, Colin Montgomerie, Nick Faldo, Padraig Har-rington, Fred Couples, Ian Woosnam e Mark O’Meara. Este ano vai ser distribuí-do um prémio de 900 mil dólares americanos, o que representa um aumento de 12,5% em relação ao ano passado.

De acordo com o mesmo comunicado, José Tavares disse estar “honrado” em dar as boas-vindas a Ernie Els em Outubro próximo. Segundo o presidente do ID, Ernie Els é “um dos melhores jogadores do mundo” e a sua partici-pação no evento atesta “o crescente estatuto” do torneio no calendário mundial. Já Charles Lo, presidente da Associação de Golfe de Macau, espera que “os outros jogadores aproveitem esta oportu-nidade para aprender com um verdadeiro campeão”.

“Estou muito excitado por regressar a Macau. Diverti-me imenso no ano passado, pois o torneio estava extremamente bem organizado”ernie els

70vitórias profissionais

De acordo com o comu-nicado enviado à imprensa, Els está contente por voltar a Macau. “Estou muito exci-tado por regressar a Macau. Diverti-me imenso no ano passado, pois o torneio estava extremamente bem organiza-do. Celebrei no território o meu 44º aniversário e gozei tanto que decidi mesmo tornar-me embaixador global do Venetian, com quem vou organizar uma série de ini-ciativas relacionadas com o golfe nos próximos meses”, adiantou.

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hoje macau terça-feira 24.6.2014

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McSorley’S Ale HouSe

Ao falar do Bar McSorley’s, no Hotel Venetian, um complexo de inspiração sino-americana, que reúne assim disposições

de dois dos povos mais parecidos do mundo, o norte-americano e o chinês, é muito difícil de fugir a uma descrição condescendente do gosto triste e pacó-vio que presidiu à sua concepção. Mas nem sempre é possível fugir-lhe quando nele se mostra uma atracção suficiente à sua frequência ou, pelo menos, a uma vi-sita de propósito científico e didáctico.

o estabelecimento em questão, o Bar McSorley’s, não exibe qualquer apelo diferente a milhares de ou-tros de influência irlandesa que pelo mundo apareceram. Em termos de desenho, pretendem afastar do clien-te qualquer efeito de surpresa, mas sim mimar no turista e frequentador contemporâneo a sua propensão para o conforto estúpido do amável reco-nhecimento. É este que se privilegia, nunca a ousadia. Neste sentido, este bar, ou Casa de Ale, continua o sinis-tro ou inocente propósito de todo este complexo pseudo-veneziano, albergar um turismo de massas pouco exigente e pouco tendente a objurgar a sua po-breza de desenho e de ideias.

ou não? É esta ambivalência, ou dú-vida, que torna o Venetian interessan-te. Será este um lugar que acolhe com inocência e benevolência uma massa popular simples, ou, ao invés, um lugar a cuja concepção subjaz uma sinistra estratégia, bem definida, de estupidifi-cação das massas que se desejam para o consumo? Esta pergunta pode levantar a suspeita, infundada, que o autor destas linhas coloca na expressão desta dúvi-da alguma preocupação. Não é assim, e este sabe que à terceira Kona qualquer possível dúvida se desvaneceria (solução em baixo).

É pouco provável que este sítio faça nascer um novo Brendan Behan, o po-pular revolucionário, poeta, romancista e dramaturgo alcoólico irlandês. É pou-co provável que da sua banalidade nasça alguma vontade transformadora.

Um bar irlandês tem de permanecer típico, dentro de uma escolha possível de 4 ou 5 tipos, muito semelhantes. *

Lê-se num artigo recente que nas duas últimas décadas o número de ba-res que segue este paradigma atingiu um número há pouco tempo inimaginável. À medida que as cidades se tornam mais parecidas, um número cada vez mais elevado de vítimas se vê surpreendente-

mente dentro de um lugar que reproduz um desenho proveniente de um peque-no país pobre e católico do noroeste da Europa, a simpática Irlanda. o artigo em questão publicita, com entusiasmo, que mesmo em Ulanbaator existe um bar irlandês (o Grand Khaan). Também existem em Cusco, no Peru, em Pristi-na, no Kosovo, em Baku, no Azerbeijão, em Lukla, no Nepal, e até em Lyon, em França. Na Irlanda, o seu número conti-nua a diminuir dramaticamente, vítima do aumento das rendas e de uma vonta-de de desuniformização.

No bar Macallan, sito num comple-xo hoteleiro fronteiro, o Galaxy, passa--se algo de parecido com o que se passa no irlandês. Nele encontramos madei-ras, sofás e carpetes, e até mesmo uma

anatópica lareira que poderíamos en-contrar em bares escoceses. No entan-to, como já aqui se avisou várias vezes, é neste local vulgar que se servem algumas das melhores bebidas de Macau. É tam-bém, tristemente, um dos muito poucos bares da cidade que junta uma clientela em número apreciável, a várias horas da tarde e da noite, pronta à conversa e à sociabilização.

No bar irlandês predominam as madeiras, as comidas de bar e a estafa-da ideia do tradicional. É fácil de che-gar à conclusão a que este bar chega quando basta copiar um modelo usado à exaustão. No do Venetian exibe-se o habitual conjunto pouco imaginativo de pendurelhos: garrafas vazias, pla-cas nostálgicas, cornetas, ferraduras, malas de couro, máquinas de costura, lanternas, violinos e outras velharias inúteis. Não se exibe, inexplicavel-mente, uma placa a indicar a direcção de Dublin.

o que nele sobressai, e só sobressai porque Macau é, neste capítulo, um de-serto em que pequenos pontos de irri-gação não são suficientes para mitigar a evidente falta, a presença de 17 cervejas que se não conseguem encontrar facil-mente noutros lugares. É triste que o bebente se veja arrastado para esta gar-ganta comercial apenas atraído por tão pouco, mas a escassez a isso obriga.

Nesta loja encontram-se à venda duas cervejas Kona, marca cervejeira do Hawaii e mais duas cervejas americanas,

a Anchor Steam e a Red Tail Ale. Uma das Konas é muito boa, mas não recordo qual das duas. A Anchor Steam é tímida e tradicional mas muito superior ao pro-duto banal de supermercado.

Acrescentam-se 2 cervejas australia-nas, duas Little Creature, uma Pale Ale e uma Pilsner original.

Extraordinário ao hábito local é a existência de 11 cervejas inglesas, bit-ters, lagers, ales, indian pale ales, stouts. É esta pequena diversidade, que, por exemplo, em Hong Kong, seria banal, quase indecente, que poderá motivar o bebedor de cerveja local à frequência do McSorley’s local (em Hong Kong há pelo menos um estabelecimento da mesma companhia). A estas junta-se uma selecção fraca de cervejas à pressão conhecidas e aborrecidas, e a marca da casa, a McSorley’s ‘55’ Ale, 5 marcas de circulação internacional e 3 cidras.

Note-se, todavia, que esta escas-sez conheceu recentemente micros-cópico remédio com a chegada a Ma-cau de 5 cervejas japonesas Coedo, servidas em alguns cafés e restauran-tes do território.

Quem quiser aprofundar esre assun-to poderá tentar perceber como a IPC (Irish Pub Company, fundada em 1991), de conluio com a Guinness, emprega um grupo de designers que oferecem um catálogo de 5 estilos de bares irlandeses – Country, Shop, Brewery, Victorian e Celtic. A IPC já desenhou mais de 1000 pubs um pouco por todo o mundo.

É TRISTE QUE o BEBENTE SE VEjA ARRASTADo PARA ESTA GARGANTA CoMERCIAL APENAS ATRAíDo PoR Tão PoUCo, MAS A ESCASSEz A ISSo oBRIGA

a revolta do emir Pedro Lystmann

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14 hoje macau terça-feira 24.6.2014h

Só a pé se podia chegar ao Beco do En-leio. Era um passeio que João conhecia, através de um aparente labirinto de ruelas, afinal um sistema lógico de circulação de pessoas e mercadorias. Previa o percurso, através de passeios demasiado estreitos, encostado às lojas de fancaria e ervas exó-ticas. Os carros… as pequenas furgone-tas… motoretas… passarão por ele como se fora invisível, um espectro sem materia-lidade. De vez em quando repousaria num sopro de ar condicionado, blasfemando surdo contra o suor.

O melhor é não hesitar. Fazer mais esta curta e absurda viagem: ir à procura de um emprego.

A rua confirmava o seu temor: era um dos dias mais quentes e húmidos do ano. O ar comprimia-lhe a cara, enclausurava--lhe o corpo numa armadura infernal. Logo o suor brotou. Por debaixo da rou-pa, milhares de pequenas gotas emergiram dos seus poros para se encontrarem em linhas de água e desconforto. As ruas es-tavam cheias de gente apressada e turistas. Rapidamente, saiu da avenida principal e embrenhou-se pelas travessas vagas a que em tempos chamaram a cidade chinesa.

Começou a chover. A chuva forma-va um muro de lágrimas diante dos seus olhos, o ruído das gotas grossas martelava o chão e os telhados, ensurdecedor. Não se vislumbrava uma paragem, um momen-to seguinte em que o sol brilhasse e a cara do mundo surgisse maquilhada de tons fortes e brilhos coloridos. Não... a chu-va trespassava a paisagem e o céu descia sobre os homens para os envolver num manto húmido que entorpece a vontade.

Tinha decidido que nesse estranho dia procuraria o Beco do Enleio, talvez para exterminar essa apatia que sobre ele se abatia... como chuva.

XIX

A calma sobrevinha à medida que me acercava do seu destino. Seria assim com os condenados à morte ou, simplesmente, com os condenados a alguma coisa? Vira por uma vez passar uma furgoneta de cai-xa aberta a caminho de um estádio. Ad-mirara a impassibilidade dos criminosos sem perceber se era desistência ou desafio. Vira na televisão. Vira outros que canta-vam embriagados uma canção espanhola: La vida loca. Vira nos jornais.

Eis a placa: Beco do Enleio. Era uma rua estreita de que não se

distinguia o fim, oculto por uma curva à esquerda. Parou, por uns instantes, mas depois avançou decidido a encontrar o atelier. Ainda antes de chegar ao cotovelo da rua surgiram cinco chineses de aspec-to anódino que o rodearam. Dirigiam-lhe perguntas num cantonense áspero e in-compreensível. João encostou-se à parede leprosa, tentando adivinhar o que queriam

O impériOdO fim (V)

(folhetim do fim de um império)

Carlos Morais José

(Continuação da semana passada)

dele ou de onde os conhecia. Vira-os tal-vez de relance numa esquina qualquer, tal-vez encostados a um carro, numa loja de sopa de fitas, no diabo… Não se lembrava deles mas, bizarramente, sentia-se culpa-do. Que fazia ele ali, afinal? Andava à pro-cura de quê? Talvez de um emprego… E poderia falar do emprego livremente? Sem que isso causasse problemas a alguém — talvez a Almas — ou a ele próprio? Talvez o emprego não fosse uma justificação su-ficiente… uma desculpa eficaz que admi-tisse a sua presença naquela rua. Um beco tão estreito deve pertencer a alguém. Ser propriedade privada. Os chineses saltita-vam, pequenos e ferozes. Vociferavam. João alimenta-se da parede nas suas costas para lhes fazer frente. Eles pulam como desesperados: querem que ele entenda qualquer coisa. Ameaçam.

Subitamente, desatam a rir e seguem rua fora, deixando-o a tremer, estupefacto.

Ao fundo, a uma dezena de metros, deu por uma escada suja de cimento meio desfeito. Eram cinco degraus, iluminados por uma luz amarelada. Por cima da entra-da — não existia porta — um néon lívido anunciava “Atelier do Enleio”. Sentia uma grande sede abrasar-lhe a garganta. Talvez fosse melhor beber um pouco para ganhar coragem ou beber muito para perder as ilu-sões. Havia uma fenda ao lado da entrada e isso fez-lhe pensar que o Beco afinal talvez fosse uma Travessa e existisse uma saída para outra rua, eventualmente de grande movimento. Teria um metro de largura. Meteu-se por ela adentro e foi andando en-tre paredes altíssimas. Uns metros mais à frente surgiu uma bifurcação, tinha de esco-lher entre dois sentidos opostos. Cada um

deles era muito semelhante ao que tinha percorrido. Voltou rapidamente para trás. Tinha de entrar no Atelier.

XX

Encostou-se à parede e acendeu um cigar-ro. Na esquina da rua, no vão de uma por-ta, notou a chama de um outro isqueiro. Era um homem de fato amarelo, encos-tado à parede numa imobilidade de cama-leão; João não tinha dado pela sua presen-ça. Deu dois passos para o meio do beco e caminhou na sua direcção.

– Senhor João?…– Sim…– João... Junqueiro?– Isso mesmo…Ele gelava mas cidades pequenas são

mesmo assim: personagens que nunca vis-te conhecem o teu nome, o teu apelido, os teus vícios…

– Vem à procura de um trabalho no Atelier, não é?

– Como sabe?– Não interessa. Mas tenho um negó-

cio para lhe propor.– Não gosto de negócios.– Não se precipite. Este é muito fácil e

sem consequências, se for cuidadoso.Esboçou um gesto, como quem enjoa-

do se pretende retirar. Ele agarrou-o pelo abraço e arrastando-me suavemente beco abaixo, murmurou:

– É muito importante e poderá ser vantajoso para si.

– Vantajoso como? Subitamente estava interessado em ou-

vir aquele homem de fato amarelo.– Repare: temos o maior interesse

em que arranje o tal emprego no Atelier. Aliás, o seu lugar já está assegurado. Não pense que é fácil, pois os candidatos abun-dam nestes tempos de vida incerta. Devia dar-se por muito feliz. Sobretudo, uma pessoa como você que… não sabe fazer nada. Em troca… queremos apenas um pequeno favor… uma insignificância…

– Mas nós… quem? Quem são vocês?O homem sacudiu poeiras imaginárias

do ombro inflamado do seu fato amarelo. Devia ser tique.

– Nós somos os clientes da escultora. Pretendemos de si uma coisa muito sim-ples: você terá o seu emprego; aos pou-cos dar-lhe-ão acesso a diversas partes do

Havia algo de sujo

e gigantesco nisto

tudo. o fato amarelo

estava à espera,

acendia outro

cHaruto; no dupont

brilHava um dragão

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Atelier. O que nós queremos é o maior número de informações possível sobre a escultura, conhecer a maior quantidade possível de detalhes. Queremos que você seja nosso… digamos... se possível … in-formador.

– Mas isso é ridículo... Vocês não são do governo? Não podem a qualquer mo-mento saber tudo o que quiserem?

– Aparentemente sim. Mas a triste ver-dade é que a escultora foi mal escolhida e as informações que temos garantem que o projecto não está a ser cumprido exac-tamente de acordo com os planos iniciais. Você compreende… é muito dinheiro em jogo e depois… bem depois, há os chine-ses…

– Os chineses, o quê?— Bom… os chineses…. você com-

preende… os chineses… você sabe…– e abanava a cabeça com desalento, enquan-to sacudia poeira imaginária, agora do om-bro do meu casaco.

XXI

Não compreendia, não sabia. Passava-lhe ao lado, mas o sujeito nada tinha a ver com isso. Não tinha a ver com nada. Nunca co-nheceria — ele que o conhecia tão bem — as suas verdadeiras motivações.

Lembrava-se dos grandes traidores, dos agentes duplos, de criaturas de vidas dúplices ou tríplices, da honra dúbia, de quando a personalidade se esvai para dar lugar a nada. Algo respira e bebe o ar sozi-nho. A traição é unicamente estar do lado de cá. É compreensível que os traidores sejam abatidos. Eles queriam-no para es-piar. Talvez o desprezassem, talvez sou-bessem melhor que ele o quanto fora vi-lão; talvez tenham registado os momentos, os acontecimentos inevitáveis, que João tudo faz para deixar adormecidos, para esquecer. Terão razão. Se falaram com ele é porque tinham a certeza do seu carácter egoísta e volúvel.

Esta gente não corre riscos. Não sabe o que faz mas faz muito bem o que é suposto fazer. Conheciam-no. De certo modo, fora escolhido. Não por eles, mas pelo seu trajecto desigual que nunca o fez pertencer. Ele estava lá, eles só repararam. Sem saberem, ignorantes, estendiam-lhe a oportunidade que esperava, também sem saber, há muito tempo: uma metamorfose séria de valores que por tédio, por inacção

15 artes, letras e ideiashoje macau terça-feira 24.6.2014

Por lapso, na edição de ontem, o artigo intitulado “Segredos de um Diário de Pequim”

não estava assinado. O referido artigo é da autoria do habitual colaborador do HojeMacau,

o escritor, tradutor e especialista em China, António Graça de Abreu.

O seu a seu dOnO

e facilidade, continuava a estimar; tinha aberta a porta para outro universo: uma solidão tortuosa, sem memória possível, sem amor, radical.

Havia algo de sujo e gigantesco nis-to tudo. O fato amarelo estava à espera, acendia outro charuto; no Dupont brilha-va um dragão.

Depois pensou em Lara. Também ela teria de ser alheia à sua vida. Enganar Lara seria cansativo. Não sabia do que ela gos-tava, de que pessoas, de que géneros, não sabia que parte de si mesmo conseguiria mostrar e que parte conseguiria esconder. Não sabia se ela gostava dessas margens que entrevê nos silêncios das frases que ele lhe dirigia, no que denunciava nos seus gestos, no mastigar da comida, na solicitu-de exagerada das suas intenções. Sempre o soubera e nunca lhe interessara porque a queria para além de si própria e das suas vontades, que nunca deixara de satisfazer. Não mentia: representava o papel que os mantinha juntos. Amava-a e para a ter se-ria qualquer um.

Chegara, no entanto, o tempo de fu-gir ao eco dos seus olhos. Assumiria só a traição. O fato amarelo metia o isqueiro no bolso, talvez depois de ver reflectido nos olhos de João o rubi que era o olho do dragão.

– Vocês conhecem-me mal. Porque haveria de fazer isso?

– Por muito pouco. Talvez cinquenta mil por mês?… Para além, claro, do que vai ganhar no Atelier.

Era uma soma considerável. Queria sa-ber mais. Ver até onde o fato amarelo iria.

– Não estou interessado. A minha vida passa bem sem empregos.

— A escolha é sua. Saiba que é bom ter amigos para que nos protejam em mo-mentos delicados. Você gosta e sempre gostou de passear pela cidade. Lembra-se exactamente de tudo o que fez e que sí-tios visitou? Das pessoas com quem falou, com quem bebeu, com quem fodeu. Pro-vavelmente não. Mas há quem se lembre. Há sempre quem tenha visto qualquer coisa, quem se lembre do que você esque-ceu ou nunca chegou a saber porque era demasiado tarde. É bom estar protegido. Em Macau, um homem sozinho é muito vulnerável.

(Continua para a semana)

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Roulette City, Thomas Lim

16 eventos hoje macau terça-feira 24.6.2014

À venda na Livraria Portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

lighTS & daRkS • rita redshoesLights & Darks, composto na íntegra por Rita Re-dshoes, revela-nos uma artista madura, desprendida e directa nas suas canções, e que a confirmam em definitivo como uma singer-songwriter de excepção. Segundo diz, Lights & Darks foi “inspirado em sítios por onde passei nos últimos 10 meses e em livros que fui lendo ao longo deste mesmo período”Parte dessas inspirações foram retiradas das

mais variadas áreas: na pintura, de ambientes e texturas do Renascimento; na literatura, de escritores como D. H. Lawrence, Albert Camus ou Florbela Espanca; e na música, de alguns compositores como Les Baxter, Henry Mancini ou Arthur Lyman. De realçar uma extensa lista de convidados como Dana Colley, o saxofonista da mítica banda Morphine no tema “One Cold Day”; Pedro Gonçalves (Dead Combo) no contrabaixo

em quatro temas do álbum; as guitarras de Paulo Furtado (The Legendary Tigerman) e Ricardo Fiel (ex-Phase, David Fonseca) em “One Cold Day”; Paulo Borges, músico da banda de Rita, no piano em “It?s A Honeymoon” e “Marching In This Life”; e ainda José Pino, guitarrista que iniciou a sua carreira nos anos 60, membro dos grupos “Conjunto Mistério” (os Shadows portugueses) e “The Blue Jeans Band”, em “It?s A Honeymoon”.

Splash volta ao Hard RockO Hard Rock Hotel vai organizar mais uma festa na piscina do hotel no dia 5 de Julho, entre as 16h00 e a meia-noite. Intitulado “Splash”, este evento vai contar com a participação do duo de DJ’s americanos Tritonal (Chad Cisneros e Dave Reed), acompanhados na cabine por Paris Blohm, de Los Angeles, e Kim Kat (dupla feminina composta por Kim Lee e Katrina Nova). O Hard Rock vai ainda convidar celebridades da região para se juntarem às festividades e desta vez está garantida a presença da supermodelo Jessica C, de Hong Kong. Os bilhetes custam 450 dólares de Hong Kong.

Joana Vasconcelos expõe em Xangai Um enorme laço vermelho criado pela artista plástica portuguesa Joana Vasconcelos com centenas de frascos de perfume domina a exposição internacional inaugurada, este fim de semana, em Xangai com o patrocínio de uma famosa marca francesa de cosméticos. “A peça de Joana Vasconcelos, exposta no espaço central da galeria, é a que está em maior evidência”, disse um visitante à agência Lusa. A exposição, patente até 20 de Julho no Shanghai Sculpture Space, reúne obras de 16 artistas femininas de vários países, numa homenagem a “Miss Dior”, o primeiro perfume criado por Chistian Dior, em 1947. “J’adore Miss Dior” (Adoro Miss Dior) é o título da peça concebida por Joana Vasconcelos, a única artista portuguesa representada.

e ntRe 23 e 29 de Junho, filmes de ci-neastas portugueses e chineses vão estar

em exibição no cinema S. Jorge e na Cinemateca Portuguesa de Lisboa, integrados na 1º edição do Festival Internacional de Cinema Chinês e Lusófo-

Lisboa FeSTIVAL INTeRNACIONAL De CINeMA CHINêS e LUSóFONO

Um certo olhar sobre a Chinano (FICH). Para além dos filmes, vão também ser exibidos documentários e trabalhos de vídeo-arte.

este evento pretende apresentar o cinema chinês ao público português e lusófono, querendo para isso inscrever este festival na agenda cultu-ral anual da cidade de Lisboa.

Alguns dos filmes em destaque são: “Alvorada Vermelha”, “China China” e “Mahjong” de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata; “O Estrangeiro” e “Na Escama do Dragão” de Ivo Ferreira; “Macau um Longe tão Perto” de Rui Fi-lipe Torres; “Nada Tenho de

Meu” de João Paulo Cuenca, Miguel Gonçalves Mendes e Tatiana Salem Levy; “Rou-lette City” de Thomas Lim e “Macau Stories /Love in the City” da Associação CUT.

A secção “Contami-nações”, com curadoria do José Drummond, está reservada aos trabalhos de

vídeo-arte e conta com a participação de Rui Calçada Bastos, Xing Danwen, Peng Yun, Cui Xiuwen, José Drumond, Zhang Huan e José Maças de Carvalho.

A fechar o programa, terão lugar três conferências abertas ao público, intitu-ladas “Cinema e Relações Internacionais”, “Cinema e contaminação de linguagens” e “Olhares sobre a China”.

Pode obter o programa detalhado do evento, com a data e hora da exibição de cada um dos filmes, em http://www.fich.pt.

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Pub

Rúcula

Paula bichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

nome botânico: Eruca vesicaria (L.) Cav. = Eruca sativa Mill.Família: Brassicaceae (Cruciferae).nomes populares: mostarda-persa. originária da região mediterrânica e Ásia ocidental, onde se encontra em abundância nos campos e margens dos caminhos, a Rúcula é uma planta de crescimento rápido em zonas quentes. de folhas espessas e profundamente di-vididas, apresenta flores esbranquiçadas ou amareladas em forma de cruz.a Rúcula tem uma longa história de utiliza-ção medicinal e alimentar. a Bíblia faz-lhe referência corroborando a sua importância na alimentação dos povos desde a antigui-dade. Foi igualmente citada por poetas, como virgílio e ovídeo, e médicos como plínio, dioscórides, galeno e, mais tarde, laguna. Foi consagrada a príapo, deus gre-go da fertilidade, e proibida nos mosteiros durante séculos por ser considerada uma plantae non grata… atualmente, após ter sido desprezada em detrimento de outros vegetais mais produtivos, a Rúcula ressurgiu oferecendo um toque gourmet à refeição e a excelência dos seus efeitos medicinais.

ComPosiçãomuito nutritiva e de baixo valor calórico, a Rúcula apresenta níveis elevados de vita-minas (a, C, k, ácido fólico), sais minerais (cálcio, ferro) e oligoelementos; contém ainda fibras, aminoácidos, carotenoides (betacaroteno, luteína), flavonoides, compostos sulfurados e óleo essencial; apesar do baixo teor em gorduras, a Rúcula

apresenta conteúdo importante em ácidos gordos polinsaturados ómega 3 (dha).o seu sabor intenso, suavemente amargo e picante, é atribuído aos compostos sul-furados, os glucosinolatos, partilhados por plantas da mesma família (agrião, Couve, Brócolo, nabo, mostarda) e de potente ação antioxidante.

aCção teraPêutiCaplanta amarga, a Rúcula abre o apetite e melhora a digestão; tonifica o funciona-mento do estômago, suaviza e desinflama as mucosas digestivas, combate os para-sitas intestinais e é laxante, sendo útil em caso de falta de apetite, digestões lentas, ardor ou dor de estômago e úlcera gástrica. este vegetal protege o fígado dos danos causados pelas toxinas e tem propriedades diuréticas e depurativas, o que o torna indicado para curas primaveris, regimes de emagrecimento, para baixar o coleste-rol, compensar os excessos de refeições copiosas e equilibrar a nossa dieta.pela sua riqueza em vitaminas e minerais, a Rúcula combate a anemia, favorece os mecanismos de coagulação do sangue e previne as doenças cardiovasculares. Sobre os olhos tem ação antioxidante e an-tibiótica, prevenindo as afeções oculares e tratando a cegueira noturna. estimulante sobre o sistema imunológico, fortalece as defesas contra os agentes infecciosos e protege o organismo contra os efeitos ne-fastos dos radicais livres. Tal como outras plantas da família das Brassicaceae, esta verdura contém vários compostos benéfi-cos na prevenção e tratamento do cancro.

outras ProPriedadesalém destes importantes efeitos, a Rúcula é tonificante aumentando a performance dos atletas e revitalizando o organismo em situações de astenia, debilidade física ou psíquica e convalescença. À sua his-tórica fama de afrodisíaca, podemos hoje acrescentar que aumenta a produção de esperma e a fertilidade.

Como Consumirmuito saborosa, a Rúcula consome-se fresca, encontrando-se disponível durante todo o ano. deve adquirir as folhas jovens e estaladiças, de cor verde-vivo. devido ao seu forte sabor é usada com moderação. Sugestões:• Crua em saladas, sandes ou tostas. Combina bem com alface e Chicória.• para aromatizar queijo fresco.• em sumos depurativos de frutas e/ou vegetais.• na confeção de sopas, guisados, ham-búrgueres, quiches, massas ou pizzas.• Cozida como o espinafre, para acom-panhar carnes de churrasco ou frutos do mar.• as flores podem ornamentar saladas, sopas e sobremesas.

PreCauçõeso consumo moderado das folhas, mesmo que regular, é seguro. no entanto, em doses exageradas e por tempo prolon-gado, pode reduzir a fixação de iodo pela tiroide e diminuir a sua atividade. em caso de dúvida, consulte o seu pro-fissional de saúde.

HoJe no pRato

17 eventoshoje macau terça-feira 24.6.2014

É já daqui a uma semana, dia 30 de Junho, que

abrem as inscrições para o concurso de um jogo online com o lema de promover a sabedoria de gestão financeira. na iniciativa podem participar estudantes e concorrentes a título individual e as inscrições encontram-se abertas até dia 29 de Agosto, sendo o concurso organizado pelo Fundo de Segurança Social.

A fase dedicada aos estudantes destina-se a todos os alunos que, durante o próximo ano lectivo, estejam a estudar em instituições do ensino secundário do território e possuam Bilhete de Identidade de Residente. Os restantes cidadãos poderão participar na categoria de grupo aber-

to, sendo que podem juntar num colectivo de três pessoas ou indivi-dualmente, entregando apenas uma obra por grupo ou pessoa. Os prémios compreendem a atribuição de galardões de primeiro, segundo e terceiro lugares e mérito, sendo ainda entregue um cheque pecuniário máxi-mo de 10 mil patacas. A lista dos candidatos ao projecto online deverá ser publicada em Outu-bro deste ano.

O concurso de criação de um jogo online conta ainda com o apoio da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Associação de Academia de Informática de Macau, Associação de Bancos de Macau e Associação Nova Juventude Chinesa de Macau.

FSS Concurso de criação de jogo online abre no final do mês

1) Área de investimento financeiro - realizar estudos, de natureza técnico-científica, e elaborar pareceres e propostas, em matéria de investimento financeiroRequisitos:• Sejam residentes permanentes da RAEM;• Estejam habilitados com licenciatura ou grau superior

na área de investimento financeiro, finanças, gestão de empresas, contabilidade ou matemática;

• Possuam pelo menos 6 anos de experiência profissional na área de gestão e análise de investimentos financeiros;

• Possuam certificado profissional de analista financeiro (Chartered Financial Analyst – CFA) ou qualificações profissionais internacionalmente reconhecidas no domínio da Contabilidade;

• Bom domínio da língua inglesa.2) Área de informática - realizar estudos, de natureza técnico-científica, e elaborar pareceres e propostas, relativos à auditoria, avaliação de risco e gestão de sistemas informáticosRequisitos: • Sejam residentes permanentes da RAEM;• Estejam habilitados com licenciatura ou grau superior em

Informática ou afins;

• Possuam pelo menos 8 anos de experiência profissional na área de auditoria, segurança e gestão de riscos de sistemas informáticos, dos quais pelo menos 5 anos de experiência profissional na área de auditoria e gestão de riscos de sistemas informáticos do âmbito bancário e financeiro;

• Possuam certificados válidos de CISA/CISM/ CRISC /ISO-IEC 27001 Lead Auditor/ ITIL;

• Conhecimentos profissionais de gestão de operações de sistemas informáticos/ sistemas de redes/ centro de dados informáticos.

As funções acima referidas serão exercidas em regime de contrato individual de trabalho, sendo as respectivas remunerações compatíveis com as habilitações académicas e profissionais, e experiência profissional. As canditaturas, incluindo os currículos e os demais documentos, deverão ser entregues antes de 14 de Julho de 2014, no Fundo de Pensões, sita na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, n.ºs 181-187, Centro Comercial Brilhantismo, 20.º andar, Macau.

23 de Junho de 2014.

A Presidente do Conselho de AdministraçãoIeong Kim I

Recrutamento de Consultores Técnicos

Avisam-se todos os interessados que pretendam ser admitidos ao exame de aptidão de Amador de Radiocomunicações, previsto para 7 de Setembro de 2014, nos termos do Decreto-Lei n.º 29/94/M, de 14 de Junho, de que as inscrições se encontram abertas a partir da publicação deste aviso, até 8 de Agosto, e podem ser efectivadas na Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações, sita na Avenida do Infante D. Henrique, n.ºs 43-53A, The Macau Square, 22.º andar, Macau.

Região Administrativa Especial de Macau, aos 19 de Junho de 2014.

O Director dos Serviços, Subst., Hoi Chi Leong

AVISOEXAME DE APTIDÃO DE AMADOR DE

RADIOCOMUNICAÇÕES

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18 (F)utilidades hoje macau terça-feira 24.6.2014

tempo aguaceiros ocasionais min 26 max 31 hum 75-95% • euro 10.8 baht 0.2 yuan 1.2

Aconteceu Hoje 24 de junho

João Corvofonte da inveja

Pu Yi

línguade gato

Um alertaJá acabaram as manifestações para que se acelere a protecção dos animais, depois das pessoas saírem à rua a pedir novamente a lei. algumas horas depois, passamos a saber que a nossa Sam Sam, a nossa panda, morreu. não quer dizer que isto esteja relacionado, é uma coincidência, mas que esta cidade não protege bem os animais, não protege. lembrei-me que, quando o governo estava a decidir onde seria a nova casa dos dois pandas, já havia vozes que se levantavam contra Seac Pai Van. Isto, porque depois de construir habitação pública e as casas luxuosas, o local não é nada bom para o habitat dos pandas.Mas ninguém disse mais nada. usamos duzentos milhões para cuidar dos pandas, mas no final morreu um dos animais, sem sequer se reproduzir. Já não é o primeiro panda que morre fora da sua terra natal. no Japão também morreu um. Contudo, desta vez, o timing foi um bocado irónico: em Macau, já aconteceram muitos assuntos tristes este ano, agora no domingo passado aconteceu mais um. Se calhar o Chefe do executivo precisa mesmo de ir rezar nos templos, para que algum deus chinês proteja Macau.não sou supersticioso, mas quando o ser humano já não tem poder para fazer melhor, apenas precisamos de esperar por deus. Pelo menos é o que dizem os humanos. Contudo, este pensamento é muito negativo, o ser humano deveria fazer melhor. a morte de Sam Sam é um alerta para nós. temos de respeitar a natureza. não podemos construir mais casinos nos aterros, nem danificar as montanhas para construir mais casas de luxo. os animais, bem como os residentes desta terra, precisam de ser protegidos. Macau era um local óptimo para viver, não queremos dizer adeus a isto, antes que seja demasiado tarde.

nasce nuno Álvares Pereira, o condestável• Nuno Álvares Pereira, um nobre e guerreiro português do século XIV, desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal lutou pela independência de Castela. Hoje, assinala-se o nascimento do Condestável, um símbolo da independência portuguesa.Com 13 anos Nuno Álvares Pereira inicia como bom cavalgan-te, torneador e lançador, associando esta arte ao gosto pela leitura. Com essa idade, entra para a corte de D. Fernando, onde foi feito cavaleiro com uma armadura emprestada por D. João, o Mestre de Avis.Depois da primeira vitória de D. Nuno Álvares Pereira frente aos castelhanos na batalha dos Atoleiros em que pela primeira vez se combateu a pé em Portugal, em Abril de 1384, D. João de Avis nomeia-o ‘Condestável de Portugal’ e ‘Conde de Ourém’.A 6 de Abril de 1385, D. João é reconhecido pelas cortes reuni-das em Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela.D. João de Castela invade Portugal e D. Nuno Álvares Pereira assume o comando no terreno, com cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país.A 14 de Agosto, D. Nuno Álvares Pereira mostra o seu génio militar, ao vencer a batalha de Aljubarrota, decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa.Vencida a ameaça castelhana, Álvares Pereira permanece como condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Nos últimos anos da sua vida, recolheu-se no Convento do Carmo, onde morre, com 71 anos, a 1 de Novembro de 1431,.Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal.Camões, em sentido literal ou alegórico, faz referência ao Condestável por 14 vezes em ‘Os Lusíadas’, chamando-lhe o “forte Nuno”.

C I n e M aCineteatro

Sala 1maleficent [b]Um filme de: Robert StrombergCom: Angelina Jolie, Sharlto Copley, Elle Fanning, Sam Riley14.30, 16.30, 19.30

edge of tomorrow [c]Um filme de: Doug LimanCom: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Kick Gurry21.30

Sala 2Soul [c]Um filme de: Chung Mong HongCom: Joseph Chang, Jimmy Wong, Leon Dai14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Sala 3edge of tomorrow [c]Um filme de: Doug LimanCom: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Kick Gurry14.30, 16.45, 19.15, 21.30

MALEFICENT

tHe jAcket joHn MAybury (2005)

u M f I l M e h o J e

Havia a Praia Grande, agora há os Lagos Não Vão.

um veterano de guerra é dado como morto, após um tiro na cabeça. Mas, o que podia ser o final de uma vida, é, afinal, o princípio de uma outra, de uma nova realidade, onde Jack Starks (adrien Brody) aprende mais do que alguém conseguirá. após ser baleado, Jack passa a sofrer de amné-sia. acusado de ter assassinado um polícia, o veterano é internado num hospital psiquiátrico, onde os tratamentos que lhe são dados consistem na injecção de cocktails de drogas. Jack é imobilizado diariamente numa camisa de forças e enfiado dentro de uma gaveta na morgue, por longas horas. É aqui, fechado, que o veterano percebe conseguir viajar no tempo, para o futuro, onde (re)conhece pessoas que já fizeram parte da sua vida. numa das viagens, Jack descobre como e quando vai morrer… haverá algo que possa ser feito? Um filme extremamente bem feito, que conta ainda com a actriz Keira Knightley num espectacular papel. - joana Freitas

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hoje macau terça-feira 24.6.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Redacção Joana Freitas (Coordenadora); Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; José C. Mendes; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Hora de partida

19opinião

N o mercado Caracol de Bissau as bideras (vende-deiras) e os seus filhos, mui-tas centenas, organizaram para mim uma grande festa de despedida na última quinta-feira, 19 de Junho.

Ofereci duas vacas e comprei todos os produtos necessários para confecio-

narem almoço para umas centenas de gente do povo. Quis despedir-me dos mais simples da Guiné-Bissau. Alberto Pereira Carlos, chefe da Agência de Cooperação Timor-Leste – Guiné-Bissau, pagou o aluguer do equi-pamento sonoro e de um palco rudimentar.

Os dois primeiros-ministros, o cessante, Rui Duarte Barros, e o eleito, Domingos Simões Pereira, também lá estiveram e ofereceram caixas de bebidas. O general

Acredito que a Guiné--Bissau entrou numa nova era, mais promissora

José Ramos-HoRta

António Indjai, Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), compareceu igualmente. Indjai, visto sempre como o «lobo mau», de grande porte, ar de verdadeiro chefe de tabanca, lá estava, a ser bem recebido pelo povo.

Grupos musicais, rappers e rockers, assim como grupos tradicionais ofereceram entretenimento. Um grupo de jovens rappers compôs uma música para mim e emitiu um certificado garantindo que José Ramos--Horta cumpriu a sua missão. Disseram para eu o entregar ao Secretário-geral da ONU, para ele saber que os rappers da Guiné-Bissau acham que eu cumpri a missão de que fui incumbido pelo Conselho de Segurança.

Conheci as bideras no início da minha chegada a Bissau, em Fevereiro de 2013. E, agora, parto despedindo-me delas, mulhe-res simples da Guiné-Bissau, elas que são a verdadeira força económica desta terra. Desbravam as matas, plantam e colhem, apanham a lenha para cozinhar, buscam água para a casa e cuidam dos filhos.

Os homens, muitos - há sempre exceções - estão sentados à sombra das árvores na

tabanca, serenos; discutem as pequenas e grandes questões de hoje, ou de ontem; jo-gam cartas, bebem vinho de cajú. E esperam pelas mulheres que estão no campo para, logo que cheguem a casa, lhes prepararem o arroz. O homem não sabe botar água numa panela, fazer lume e cozinhar o arroz.

Foram 18 meses de missão político-diplo-mática na Guiné-Bissau e, também, de muitas viagens na região, Europa, Estados Unidos.

O Estado Timorense, com o Presidente Taur Matan Ruak, o primeiro-ministro Xa-nana Gusmão e o líder da oposição, Mari Alkatiri, assumiu liderança moral num ato de coragem e generosidade que surpreendeu, e a todos emocionou na Guiné-Bissau e em toda a região da África Ocidental. Nicolau Lobato, herói e mártir timorense, não espe-raria outra coisa dos seus sucessores.

Os povos e governantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP, que tanto contribuíram para a independência de Timor-Leste, deverão sentir-se felizes por verem Timor-Leste saber assumir as suas responsabilidades morais e históricas apoiando um país irmão da CPLP, em crise.

Acredito que os militares vão respeitar a nova Ordem Constitucional. Não haverá mais golpes à mão armada. O governo do primeiro-ministro, engº. Domingos Simões Pereira, vai governar cinco anos sem so-bressaltos.

Constitucionalistas portugueses impin-giram o semi-presidencialismo à Guiné--Bissau; no resto da África, em toda a América Latina e em quase toda a Ásia impera o presidencialismo. No modelo semi-presidencialista da Guiné-Bissau, que criou a bicefalia do poder político, pode ser encontrada a explicação para uma boa parte da instabilidade política, agravada pela falta de humildade e sentido de Estado dos que ocuparam a presidência e a primatura.

Espero que o meu irmão José Mário Vaz (Jomav) saberá exercer uma presidência de reconciliação e estabilidade, criando condições políticas favoráveis para que o governo possa governar com tranquilidade; que ambos, Jomav e Domingos Simões Pe-reira, saibam ouvir e dialogar com a classe militar, tranquilizando e dignificando os militares; e, gradualmente, com prudência, mas também com firmeza, iniciar o processo de modernização das Forças Armadas.

Toda a chefia militar disse, repetidamen-te: «queremos o modelo timorense». Mas nós, timorenses, temos que ter consciência das nossa muitas limitações no plano dos recursos humanos e financeiros.

Convidei os três Homis Garandis a juntarem-se a mim e ao seu povo humilde. Mas, antes, tinha telefonado ao principal promotor da festa, o Adile, para saber se o povo receberia bem o general. Ele assegurou--me que sim.

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hoje macau terça-feira 24.6.2014

Filipinas Filho de ex--presidente detido em escândalo de corrupçãoA polícia das Filipinas deteve ontem o senador filho do antigo Presidente Joseph Estrada, o segundo alto funcionário a ser detido num espaço de dias no âmbito de um escândalo de corrupção. “Nunca roubei um único centavo dos cofres do Governo”, disse o senador Jose “Jinggoy” Estrada, de 51 anos, aos jornalistas, acusando o Presidente Benigno Aquino de reprimir os seus opositores. “No final, vou provar a minha inocência”, afirmou, acrescentando que irá enfrentar as acusações que pendem contra si em tribunal. Estrada figura entre as 54 pessoas indiciadas pelo seu alegado envolvimento num esquema em que deputados, o seu pessoal, e outros titulares de cargos públicos são acusados de terem desviados milhões de dólares que estavam alocados para projectos de desenvolvimento. Acusado de embolsar cerca de 31 milhões de patacas em fundos alegadamente desviados para projectos fantasma, Estrada arrisca a pena de prisão perpétua.

Voleibol Ronda do Mundial feminino em MacauA terceira ronda do Grande Prémio Mundial de voleibol feminino conta este ano em Macau com as formações da China, Japão, Coreia do Sul e Sérvia, disse ontem à agência Lusa o presidente do Instituto do Desporto. Na ronda de Macau, a terceira e em simultâneo com as de Banguecoque, na Tailândia, e de Kaliningrado, na Rússia, os jogos decorrem entre 15 e 17 de Agosto no pavilhão do Fórum, um dos primeiros recintos desportivos locais, com capacidade para albergar cerca de 4.000 pessoas. “Em Macau, a realização de uma ronda do Grande Prémio Mundial de voleibol feminino é já uma tradição e, este ano, voltamos a organizar este evento, que tem marcado o calendário desportivo local”, disse José Tavares. Com a final do Grande Prémio marcada para Tóquio na semana seguinte, José Tavares recorda as inúmeras cidades que vão acolher rondas do evento, como São Paulo, Ancara, Hong Kong, ou Ansan, na Coreia do Sul.

cartoonpor Stephff

Hong Kong Jornal oficial critica ambição democrática

Boicote activo à “farsa” eleitoral

Chuvas 26 mortos no leste e sul da ChinaPelo menos 26 pessoas morreram e três outras continuam desaparecidas na sequência das chuvas torrenciais que afectaram nos últimos dias várias províncias do leste e do sul da China. Segundo a agência oficial Xinhua, que cita dados do Ministério de Assuntos Civis, até domingo, o temporal e as inundações afectaram 4.9 milhões de pessoas nas províncias de Fujian, Jiangzi, Hubei, Hunan, Sichuan, Yunnan, Guizhou, Guangxi e Chongqing. Cerca de 337 mil pessoas tiveram mesmo de ser retiradas, das quais 115 mil precisam de assistência urgente para que sejam asseguradas as suas necessidades básicas, de acordo com o ministério. Além disso, os aguaceiros destruíram 8.700 casas, danificando 66 mil outras e 42.200 hectares de terrenos de cultivo, elevando os prejuízos para aproximadamente 4.080 milhões de yuan. As autoridades chinesas enviaram para as zonas mais afectadas equipamentos como tendas de campanha ou mantas. As fortes chuvas cortaram estradas e vias ferroviárias em algumas zonas da província de Hunan – a mais afectada até ao momento –, assim como instalações de comunicações e fornecimento de água e electricidade.

Morreu o jornalista Miguel GasparMiguel Gaspar, 54 anos, morreu na madrugada do passado domingo. Era jornalista desde 1986. Começou a sua carreira no Correio da Manhã, transferiu-se para o Diário de Notícias em 1990, passou um período, em 2000 e 2004, a dirigir a TSF online, e mudou-se para o Público em 2007. Neste último jornal começou por ser editor da secção Mundo, passando a director-adjunto no final de 2009. Era esse o cargo que ocupava actualmente. A sua experiência nestes dois diários levava-o a dizer que um dia acabaria por escrever uma tese sobre os dois – não teve tempo. A doença fatal manifestou-se há apenas alguns meses, mas evoluiu de forma fulminante.Nasceu em Lisboa, estudou no Liceu de Oeiras e, depois, cursou Filosofia na Universidade de Lisboa, foi muitos anos crítico de televisão, trabalho que lhe mereceu, em 2005, o prémio de Crítica de Televisão da Casa da Imprensa. No pequeno auto-retrato que fez para o site do Público, terminava dizendo que “gostava de saber onde é que o jornalismo vai aterrar no futuro”. Só que, acrescentava, “isso é outro filme”.

O diário estatal Global Times, criticou ontem um referendo informal

sobre reforma democrática em curso em Hong Kong, classifi-cando o ‘teste’ como uma “farsa ilegal”.

Desde sexta-feira que a população de Hong Kong tem votado num referendo informal que pede aos residentes para escolherem um de três métodos de votação para o próximo chefe do Executivo de Hong Kong, em 2017, num movimento que até ao início da manhã de ontem tinha mobilizado 700.000 eleitores.

Para o Global Times, os organizadores do referendo são influenciados pelo ociden-te e “os apoiantes no exterior sobrestimaram o efeito de uma farsa ilegal”.

“Nem o Governo central, nem o Governo de Hong Kong vão ad-mitir os resultados da pesquisa”, refere o Global Times.

EGiPTo DEclara jorNalismo

como um crimE

700.000eleitores participaram na votação

nesa pretendem vincar a sua posição e desde o início que o movimento pró-democracia que organiza a votação, “occupy central”, considera que uma elevada taxa de participação iria demonstrar a determinação de Hong Kong em conquistar o “verdadeiro” sufrágio universal para a região administrativa Especial chinesa.

o voto universal directo é inaceitável para Pequim.

Em Hong Kong estão regista-dos 3,47 milhões de eleitores.

o líder do Governo de Hong Kong é actualmente designa-do por um comité eleitoral de 1.200 pessoas e Pequim aceita, em 2017, uma eleição universal de um candidato que “passe na prova” do mesmo comité, um sufrágio ‘semi-universal’ já que nenhum candidato o pode ser sem o aval do comité controlado por Pequim.

apesar de o referendo não ser vinculativo, os activistas pró-democracia da região administrativa Especial chi-

Para o jornal, “seria ridí-culo” determinar o futuro da reforma democrática de Hong Kong através de um referendo e a utilização do voto electrónico foi classificada como “ridícula” salientando que a organização tem uma “mentalidade de jogo”.