hoje macau 13 abr 2012 #2589

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COMPARTICIPAÇÃO PECUNIÁRIA SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO Lei finalmente ficou pronta PÁGINA 5 DECLARAÇÃO CONJUNTA 25 anos depois poucos sabem o que foi PÁGINA 3 Dinheiro é pago a partir de 24 de Abril PÁGINA 4 TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 22 MAX 27 HUMIDADE 75-98% • CÂMBIOS EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 13 DE ABRIL DE 2012 ANO XI Nº 2589 PUB Ter para ler de intensidade 7 tremor aguenta um PÁGINA 7 de terra propícias para evitar danos”. Macau não Especialista diz que sismo Uma catástrofe de graves dimensões paira sobre a cidade, caso seja atingida por um abalo a partir do grau 7 da escala de Richter. Fung Soi Kun, director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, diz mesmo que “acima de grau 5, o território não possui as condições será fatal

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Edição do Hoje Macau de 13 de Abril de 2012 • Ano X • N.º 2589

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Page 1: Hoje Macau 13 ABR 2012 #2589

COMPARTICIPAÇÃO

PECUNIÁRIA

SALVAGUARDA

DO PATRIMÓNIO

Lei finalmente ficou pronta

PÁGINA 5

DECLARAÇÃO CONJUNTA25 anos depois poucos sabemo que foi PÁGINA 3

Dinheiroé pago a partirde 24 de Abril PÁGINA 4

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 22 MAX 27 HUMIDADE 75-98% • CÂMBIOS EURO 10.2 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

PUB

MOP$10DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 13 DE ABRIL DE 2012 • ANO XI • Nº 2589

PUB

Ter para ler

de intensidade 7

tremor aguenta um

PÁGINA 7

de terra propícias para evitar danos”.

Macau nãoEspecialista diz que sismo

Uma catástrofe de graves dimensões paira sobre a cidade, caso seja atingida

por um abalo a partir do grau 7 da escala de Richter. Fung Soi Kun, director

dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, diz mesmo que “acima de grau 5,

o território não possui as condições

será fatal

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2 publicidade sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

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3políticasexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

DE uma coisa não res-tam dúvidas: Macau foi administrado por portugueses. Este é um,

senão o único, ponto assente nos conhecimentos dos estudantes da Universidade de Macau com quem o Hoje Macau foi falar.

No dia do 25º aniversário da assinatura da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa, são poucos os que conseguem revelar algum do conteúdo que poderá conter este documento, assinado em Pequim por Cavaco Silva e Zhao Ziyang. Mas se os nomes destes protago-nistas são algo que fica muito fora das presunções dos estudantes universitários, a própria definição do documento também não é algo muito comum ao conhecimento.

Ray tem 22 anos e está no quarto ano do curso de Ciências da Comunicação. Não sabe de que tipo de documento se fala, quando interrogado acerca da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa. Com alguma ajuda, a ideia vai, gradual-mente, formando-se. “Lembro-me de já ter ouvido falar em algo assim, mas não sei nem o nome nem o que é exactamente.”

Cecilia, com mais um ano do que Ray e colega de curso, mostra--se mais confiante. Recorda que no liceu “aprendeu um bocadinho da Lei Básica” e assume que, ao abordar esse assunto, também a Declaração Conjunta foi algo de que teve de falar. “Não me lembro bem, foi por acaso que falámos, por estar associado à Lei de Macau.”

O pouco que falam também não é aprofundado. Nem sequer é matéria dada na escola ou na faculdade. O documento que indica alguns dos aspectos mais presentes no actual estado da RAEM não é tema académico. Quem explica isto é Cristal, aluna do quarto ano de Comunicação. “Eu conheço o documento. Mas, apesar de fazer parte da história de Macau, não me foi ensinado na escola.”

A colega, Becky, ao lado, per-manece calada. Cristal continua e diz que foi “por acaso” que en-controu uma referência histórica à Declaração Conjunta. “Quando temos de fazer trabalhos relaciona-dos com Macau, isso aparece. Não de forma detalhada, claro, mas dá para termos uma ideia do que é.”

“AO reassumir, em 1999, o exercício da soberania sobre Macau, a China herda

uma situação legada pela história.” Esta podia ser apenas uma passagem do livro de Francis-co Gonçalves Pereira – autor de “Portugal, a China e a Questão Macau” -, mas não. É a verdadeira situação em que se encontra o território, 25 anos depois de ter sido pensada uma solução “apropriada e propícia ao desen-volvimento económico e à estabilidade social”. Exactamente 25 anos depois de se decidir uma forma de manter viva a “relação de amizade e cooperação entre Portugal e China”. E 25 anos depois de ter sido assinada, em Pequim, a Declaração Conjunta Sino-Portuguesa.

A 13 de Abril de 1987, Portugal e China de-cidiam devolver Macau à Pátria num espaço de 12 anos. Mas a ideia não veio sozinha. Trouxe consigo as ‘especificidades’ e a ‘peculiaridade’ que tanto caracterizam o território.

A autonomia da RAEM é o que faz dela passível de sucesso e desenvolvimento eco-nómico. China e Portugal, fizeram, por isso, questão de deixar escrito que os sistemas sócio-económicos da altura permaneceriam inalterados, bem como a “maneira de viver”.

Mas o que confere o alto grau de auto-nomia ao território? Larry So, professor do Instituto Politécnico de Macau e analista político, explica o assunto ao Hoje Macau. “Ao ser uma região autónoma, pode pre-servar o estilo do ante-regresso à China, onde tanto era valorizada a liberdade e a

orientação capitalista. Uma Macau de ‘fazer negócios’ é defendida.”

DAS PESSOASSe a própria declaração assume que, após o re-torno, “Macau manter-se-á como porto franco e território aduaneiro, com liberdade de fluxo de capital e independência financeira”, há uma outra parte que também importa. Pelo menos para Larry So. “As pessoas em Macau podem sentir-se mais seguras, no sentido em que não estão controladas ou governadas por um sistema comunista. Esta é uma ideologia política à qual as pessoas de Macau estão, não só desabituadas, como também têm medo, por causa da revolução cultural de 1967.”

A Declaração Conjunta permite, entre ou-tras questões, que os portugueses que chegam todos os dias a Macau tenham as benesses a que actualmente estão sujeitos, como um bilhete de identidade do território. É também este acordo que vai prever, aquando da trans-ferência de soberania, que a língua portuguesa se mantenha oficial e possa ser utilizada em todas as funções administrativas ou do Direito.

Como refere Francisco Gonçalves Pereira no seu livro, a Declaração Conjunta permitiu que fossem consagrados dois princípios bá-sicos: o da autonomia e o da continuidade.

O MELHOR E O PIOR Mesmo sem a Declaração Conjunta, havia outros documentos que retratavam uma já antiga relação de amizade entre o continente e Portugal. Mas

este, sendo um documento que estipulava o futuro do território, tinha como que mais poder. Macau é, desde aí, a plataforma. E não apenas a palavra que tantas vezes descreve a RAEM, mas a ver-dadeira ponte entre os países lusófonos, Portugal e, claro, o continente. “Macau consegue, desta forma, explorar os laços económicos e políticos com Portugal, de forma a manter crescimento e estabilidade económica. Mas, ao mesmo tempo, a China usa o território como trampolim para atingir boas relações com Portugal.”

Como em tudo o que é bom, há aspectos negativos, ou desvantagens, na opinião do analista, que nem a Declaração Conjunta apaga. São, por exemplo, a manutenção de decisões mais ousadas nas mãos do continente ou a necessidade de autorização em negociações externas, mesmo que beneficiam a RAEM.

Ainda assim, foi uma ideia inteligente, admite Larry So, a de retornar Macau à pátria tornando-o um território único. O académico volta a frisar a questão da insegurança dos cidadãos, caso o sistema política da RAEM se assemelhasse ao do Governo Central, mas acrescenta: só desta forma não houve interrupção do desenvolvi-mento económico graças a não terem de ser alteradas políticas e governações. “As pessoas não iam gostar de ver que as mudanças políticas afectaram as finanças. As pessoas querem coisas simples, caso contrário, emigram.” No fundo, diz, a decisão tomada com a Declaração Conjunta assenta em dar ênfase à estabilidade, preferindo-a à mudança. - J.F.

Aniversário Declaração Conjunta: a análise, 25 anos depois

Dar enfâse ao estável, sem mudança

Pode dizer-se que foi a base para o que é hoje a Região Administrativa Especial de Macau. A 13 de Abril de 1987, em Pequim, foi assinada a Declaração Conjunta Sino-Portuguesa. Passaram 25 anos e os estudantes universitários só sabem que documento é este por meros acasos

Aniversário Declaração Conjunta: 25 anos depois, o que sabem os estudantes universitários?

Saber o que é por “ouvir falar”

E o que é? “Não sei o conteúdo. Sei que é um acordo entre Portugal e China, de que Macau regressará à China.”

Da mesma forma que Ray, Ce-cilia e Tony – com quem se falou

primeiro -, também Becky e Cristal confirmam que nada disto se aprende na escola. Cristal, mais espevitada, afirma que conhecer o documento é quase uma obrigação, “por estar relacionado com a história”, mas

concorda com Becky, quando esta diz que não é assunto comum.

MAIS DESCONHECIMENTOA situação muda ainda mais quando se fala com duas alunas da China.

Ambas de 21 anos, Amber e Kin-der, do terceiro ano, desconhecem totalmente a Declaração Conjunta. Mesmo depois de se dar uma pista sobre o que poderá ser este acordo, as ideias continuam sem surgir. “Na China não estudamos as questões de Macau e dos cidadãos de cá”, diz Amber. Kinder concorda. Estudaram no continente, tendo apenas chegado a Macau há três anos, para ingressar na UMAC.

No caso destas entrevistas, a história do território, não é, de todo, conhecida. Já os restantes cinco alu-nos abordados mostram saber alguns detalhes sobre a forma de ocupação portuguesa e o tempo de adminis-tração lusa. Mas tudo, indicam mais uma vez, por conversas com os pais ou pessoas mais velhas. “Ao passear-mos em Macau, é inveitável vermos a cultura portuguesa e isso obriga-nos a fazer perguntas”, conta Tony.

Se consideram bom existir esta herança lusófona em Macau? Sim, porque “atrai turistas” e torna Macau “mais específico”. E se o português desaparecerá depois de 2049? Eles dizem que não.

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PLANO DE COMPARTICIPAÇÃOPECUNIÁRIA PARA 2012

4 política sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

Gonçalo Lobo [email protected]

OS resul tados económicos da RAEM começa-rão a ser distribu-

ídos a partir do próximo dia 24. O debate do projecto do regulamento administrativo do Plano de Comparticipa-ção Pecuniária para o ano

APOIAR a população e promover um sistema de medicina familiar são

as grandes metas para o “Programa de Comparticipação nos Cuidados de Saúde 2012”. Para isso, o Conselho Executi-vo (CE) terminou, nos últimos dias, a discussão do projecto de regulamento administrativo sobre esta matéria e os vales de saúde começarão a ser distri-buídos no início do próximo mês. “O programa tem como objectivo promover um sistema de medicina familiar e sensi-bilizar os cidadãos sobre a protecção da sua saúde, reforçar a colaboração entre o sector público e privado de prestação dos cuidados de saúde desenvolvendo, simultaneamente, os recursos comuni-tários na área da saúde, no sentido de elevar o nível geral dos serviços sociais

e médicos”, explicou o porta-voz do CE, Leong Heng Teng.

Seja como for, a qualificação de bene-ficiário, o montante subsidiado e o prazo de utilização do programa são semelhantes aos no ano passado.

Basicamente, o projecto estipula que a comparticipação nos Cuidados de Saúde é no montante de MOP500, e os vales de saúde só podem ser utilizados pelos bene-ficiários até ao dia 31 de Agosto de 2013.

O Governo prevê que a compartici-pação por vales de saúde é de cerca de MOP295 milhões. Até ao dia 31 de Julho de 2012 os beneficiários do Programa os residentes da RAEM que tiverem o bilhete de identidade de residente permanente da Macau podem usufruir deste benefício. – G.L.P.

• 24 DE ABRILTransferência bancária automática para indivíduos que recebem apoio económico pelo Instituto de Acção Social, pessoal docente que receba subsídio directo e alunos que recebam bolsas de estudo para o ensino superior concedidas pelo Fundo de Acção Social Escolar da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, e funcionários aposentados que recebam pensão de aposentação e indivíduos que recebam pensão de sobrevivência

• 26 DE ABRILIndivíduos que recebam subsídio para idosos

• 2 A 4 DE MAIOIndivíduos nascidos em 1947 ou antes

• 7 A 11 DE MAIOIndivíduos nascidos de 1948 a 1954

• 14 A 18 DE MAIOIndivíduos nascidos de 1955 a 1959

• 3ª SEMANA DE MAIOTransferência automática com o vencimento do mês de Maio para os Trabalhadores da Administração Pública

• 21 A 25 DE MAIOIndivíduos nascidos de 1960 a 1965

• 28 DE MAIO A 1 DE JUNHOIndivíduos nascidos de 1966 a 1972

• 4 A 8 DE JUNHOIndivíduos nascidos de 1973 a 1980

• 11 A 15 JUNHOIndivíduos nascidos de 1981 a 1987

• 18 A 22 DE JUNHOIndivíduos nascidos de 1988 a 1993

• 26 A 29 DE JUNHOIndivíduos nascidos de 1994 a 1999

• 2 A 6 DE JULHOIndivíduos nascidos de 2000 a 2011

Comparticipação pecuniária começa a ser paga a 24 de Abril

O tesouro mais aguardado2012 foi concluído pelo Conselho Executivo (CE) e, com isso, o Governo vai brindar um total de 619933 pessoas com mais um che-que pecuniário.

As formas e regras para as suas atribuições são as mesmas que foram adop-tadas em 2011 através do Regulamento Administrati-vo n.º 1/2011, com apenas

uma única novidade. “Foi introduzido e determinado no projecto que a compar-ticipação pecuniária devida aos indivíduos residentes da RAEM que reúnam os re-quisitos previstos e que não a tenham chegado a receber por motivo de falecimento, pode ser requerida pelo cabeça-de-casal”, referiu o porta-voz do Conselho Exe-

cutivo, Leong Heng Teng.Por tanto, este ano, o

Governo irá atribuir uma comparticipação pecuniária no valor de MOP7.000 a todos os residentes perma-nentes da RAEM – 542.650 indivíduos – e MOP4.200 a todos os não permanentes – 77.283 indivíduos. No total o Executivo liderado por Fernando Chui Sai On irá distribuir pela população um encargo financeiro que ascende 4,1 mil milhões de patacas.

O regulamento adminis-trativo estabelece ainda a criação do Centro de Apoio ao pagamento da compar-ticipação pecuniária para a prestação de informações e assistência à execução do plano, que se mantém em funcionamento até 30 de Junho de 2012.

Vales de apoio a partir de 1 de Maio

Saudinha da boa

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5políticasexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

ESTÁ finalmente pronta a proposta de Lei de Salva-guarda do Patri-

mónio. Depois das exigên-cias da UNESCO, muitos adiamentos e quatro anos de elaboração, o diploma vai chegar à Assembleia Legislativa (AL) ainda este primeiro semestre.

O anúncio foi feito on-tem por Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Exe-cutivo (CE), que explicou, contudo, que a proposta de lei não inclui ainda a lista de património recentemente classificado. Só depois de a lei ser aprovada na gene-ralidade em plenário, esse inventário será elaborado pelo Instituto Cultural (IC).

A nova lei vai dedicar um capítulo específico para o Centro Histórico de Macau, com zonas de protecção, e cria ainda um Conselho de Património Cultural, que ficará encarregue de tarefas como a emissão de pareceres sobre a utilização de imó-veis classificados ou sobre a execução das obras em zonas protegidas. “As obras de ampliação, modificação ou demolição dependem do parecer obrigatório e vincu-lativo do IC”, frisou Leong Heng Teng.

DIREITOS E DEVERESMais abrangente que os decretos-lei actuais – em vigor há mais de vinte anos -, a nova proposta de Lei de Salvaguarda do Património prevê direitos e deveres para os proprietários de patrimó-nio cultural. Por exemplo, quem tiver bens imóveis classificados que tenham de ser vedados à entrada ou utilização pública, vai

FALTAM menos de três dias para que Ao

Man Long, ex-secretário das Obras Públicas, volte a ser julgado uma terceira vez. Na segunda-feira, o Tribunal de Última Instância (TUI), vê o ex-secretário regressar ao banco dos réus para a leitura da acusação dos mesmos crimes que o condenaram a 28 anos e meio de prisão, em 2008: branqueamento de capitais e corrupção pas-siva. Na próxima semana haverá, pelo menos, mais duas audiências.

Ao Man Long, que será defendido por Ivan Fong, de acordo com a Rádio Macau, foi detido em Dezembro de 2006 pelo Comissariado Con-tra a Corrupção, tendo na sua posse dinheiro e bens avaliados em cerca de 800 milhões de patacas. Segundo o organismo, com a profissão que exercia na Administra-ção, Ao Man Long não conseguiria juntar mais de 14 milhões.

Recorde-se que o ex-membro do Governo esteve no cargo desde a transferência e terá co-

metido os crimes entre 2002 e 2006. Entre bens e valores monetários, as autoridades de Macau te-rão identificado na posse de Ao Man Long cerca de 800 milhões de patacas, mas até agora só foi torna-da pública a recuperação de 350 milhões de dólares de Hong Kong, de acor-do com informações da Agência Lusa.

O escândalo de cor-rupção de Ao Man Long – como é conhecido no território, por ter sido o único caso de corrupção a envolver um membro do Executivo – envolve ainda familiares do ex--secretário e empresários da construção, que terão pago subornos a Ao.

O ex-secretário vai, então, ser ouvido pelo TUI - único com compe-tência para julgar os titu-lares de cargos políticos -, mas não terá qualquer hipótese de recurso seja qual for a sentença. Con-tudo, segundo a lei, Ao Man Long só poderá ser condenado a 30 anos de cadeia – o ex-secretário foi condenado a 28 anos e meio e ainda só cumpriu quatro. - J.F.

Ao Man Long senta-se no banco dos réus na segunda-feira

De volta a julgamento

Lei do Património Sanções e benefíciospara proprietários de imóveis protegidos

A resposta que faltava dar à UNESCOreceber indemnizações. O proprietário tem de garantir a conservação dos bens clas-sificados, segundo a lei, mas pode receber também be-nefícios fiscais ou isenções para que seja mais fácil fazê--lo. “Valores dispendidos em obras de conservação, restauro ou reparação podem ser deduzidos no imposto profissional ou complemen-tar de rendimentos.”

A responsabilização em caso de violação dos deveres impostos na lei nova vai determinar a imposição de sanções graves.

Apesar do património estar protegido por decretos--lei criados já em 1988, a Lei de Salvaguarda do Pa-trimónio traz uma protecção mais eficaz. Guilherme Ung Vai Meng, director do IC, também presente ontem na

apresentação da proposta, assegura que o diploma vai clarificar formas de preven-ção relativas à degradação de bens patrimoniais, impe-dindo a desfiguração destes.

RESPOSTA À UNESCOEm 2005, a inscrição de Macau na lista de património mundial da UNESCO exigiu o aperfeiçoamento da lei que está, actualmente, em vigor. Os alertas da UNESCO ao Governo foram muitos nos últimos anos, motivadas pela construção desenfre-ada de prédio em redor do património.

O ano passado foram tornados públicos relatórios da UNESCO que teciam crí-ticas à RAEM pelo sistema desadequado da manutenção da zona tampão do território e pela ausência de disposi-ções legais para proteger efectivamente a ligação visual e funcional entre o monumento inscrito e a paisagem. Antes, em 2008, um documento sugeriu a necessidade de manter o património com integridade visual – a construção de edi-fícios altos que tapavam, por exemplo, o Farol da Guia e a Fortaleza. Na altura, um dos responsáveis da UNESCO, Julien Glenat, esteve em Macau de visita e garantiu que no próximo relatório a

apresentar pela RAEM, em Fevereiro de 2013, a UNES-CO aguarda que o Governo tenha em conta as medidas que precisam de ser tornadas efectivas.

Ung Vai Meng assegura que o relatório está a ser feito e, ontem, o presidente do IC garantiu que este trabalho faz parte da resposta às preocupações da UNESCO. “Adoptamos as condições da UNESCO na fase de elaboração desta proposta.”

Sobre os atrasos para a apresentação da lei – que está há quatro anos a ser alvo de consultas públicas e em fase de elaboração -, Guilherme Ung Vai Meng descarta grandes justificações, mas afirma que foi tempo neces-sário para que a salvaguarda do património seja eficaz a longo prazo. “Acho que o tempo que levámos a fazer este documento foi o perí-odo certo para termos uma proposta de lei séria e que vai a encontro da população. Esta é uma legislação para o futuro e não apenas para dois ou três anos.”

O primeiro passo para a protecção do património parece estar dado, mas a esta lei terá de ser conciliado com o a Lei de Terras e a Lei do Desenvolvimento Urba-nístico, ainda em estudo e revisão.

Andreia Sofia [email protected]

DEPOIS de muita discussão, a 3ª Comissão da Assembleia Le-

gislativa (AL) já assinou o parecer sobre a proposta de lei que determina a actualização dos vencimentos dos funcionários públicos. De acordo com o deputado Cheang Chi Keong, que preside à Comissão, a sessão plenária para a aprovação na generalidade vai decorrer na próxima semana, e tudo aponta para o acelerar de todo o pro-cesso. “Em princípio vamos poder ter

o trabalho concluído a 27 de Abril, e esperamos marcar a reunião de plenário para a aprovação na próxima semana. Sabemos que no final deste mês virá o Chefe do Executivo, julgo que vamos ter tempo para a publicação”, referiu Cheang Chi Keong. Mantém-se assim a data de 1 de Maio para que os funcio-nários públicos vejam os seus salários aumentados em 6,45%.

O deputado referiu não ter conhe-cimento sobre os cálculos elaborados pelo economista Albano Martins, referindo que a percentagem proposta pelo Governo foi feita com base na

taxa de inflação de 2011. No pare-cer, pode ler-se que “na história de actualizações trata-se do primeiro acréscimo cujo nível se situa acima da taxa da inflação.”

De fora ficam os funcionários com contrato tarefa e os tão aclamados re-troactivos. A explicação do Executivo é clara. Este “teria de apresentar à AL

uma proposta de revisão do Orça-mento de 2012, dado que haveria um aumento da despesa global autorizada na mesma proporção da diminuição do saldo orçamental projectado para 2012.”

Aumentos da Função Pública votados na próxima semana

Parecer acelera trabalhos

RUI R

ASQU

INHO

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6 sociedade sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

PUB

Joana [email protected]

A Guardforce – Serviços de segurança perdeu dois recursos em Tribu-nal de Segunda Instância

(TSI), um como recorrente de uma decisão do próprio tribunal. Os ca-sos centram-se nos pagamentos de remunerações – ou na falta deles.

Uma trabalhadora não-residente (TNR) recorreu de uma decisão do tribunal que dava razão à empresa no não pagamento de remunerações em dias de descanso semanal.

Com a mulher, que trabalhava há 15 anos na Guardforce, ficou combinado o pagamento de um salário mensal de MOP1700 por 215 horas mensais de trabalho, divididas em oito diárias. Por cada hora extraordinária seriam pagas mais dez patacas.

No contrato de trabalho estaria ainda previsto que o salário seria mensal, ou seja, mesmo no caso de não trabalhar, a funcionária seria remunerada.

Mas tal não aconteceu. A mu-

AUSENTARAM-SE de Macau diversas vezes,

sem autorização e quando estariam encarregues de cumprir escalas de serviço - não as fazendo durante um mês inteiro -, mas recebe-ram todas as remunerações como se o tivessem feito. Uma equipa de 16 funcioná-rios dos Serviços de Saúde (SS), que exercia funções no Posto Fronteiriço do Cotai, foi ontem acusada pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC) de burla e falsificação de do-cumentos.

AVISO

Plano de Apoio Financeiro para atrair os alunos excelentes para frequentar o curso de Educação para o ano lectivo 2012/2013

A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude estabeleceu o Plano de Apoio Financeiro para atrair os alunos excelentes para frequentar o curso de Educação, com o objectivo de encorajar os alunos excelentes de Macau a frequentarem o curso de licenciatura, incluindo a formação de professores, para formar docentes de alta qualidade em Macau e formando talentos para o desenvolvimento da sociedade no futuro.

O concurso para o plano realiza-se entre 16 de Abril e 4 de Maio. As candidaturas e as vagas incluem:1. OsfinalistasdoensinosecundáriodesteanoemMacau–recomendadospelasescolasde Macau. O concurso, deste ano, conta com 30 vagas.2. Outrosgraduadosdoensinosecundáriodeanosanteriores–podementregaroboletimde

candidatura e respectivos documentos, entre 16 de Abril e 4 de Maio, na Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (Av. D. João IV, nos 7-9, 1° andar, Macau). O concurso, deste ano, conta com 10 vagas.

Osalunosadmitidosirãoreceberumsubsídiodemontantefixo,deacordocomolocaldefrequênciadocurso.Obeneficiáriocompromete-seatomarpossedocargodeprofessor,noensinopúblicoouprivadodeMacau,apósaconclusãodocurso,nãopodendooperíododeserviçoserinferioratrêsanos.Seobeneficiárioforapoiadoduranteumperíodosuperioratrêsanos,otempodeserviçonãopoderáserinferioraoprazodeapoiofinanceirorecebido.

OregulamentoeboletimdecandidaturapodemserobtidosnaDSEJ,oudescarregadosnasuapáginaelectrónicaemhttp://www.dsej.gov.mo -﹥Bolsas de estudo para o ensino superior . Para mais informações,éfavorligarparaostelefones83972521ou83972503,oucontactaratravésdoe-mail:[email protected]. Macau, 10 de Abril de 2012

A Directora

Leong Lai

Equipa dos Serviços de Saúde acusada de burla

200 mil de prejuízo

Falta de leis laborais para TNR é motivo de recurso

Guardforce perde contra trabalhadores

O CCAC concluiu que os funcionários falsifica-ram o registo de ponto, aproveitando uma deficiên-cia no registo de assiduida-de para obter remunerações indevidas. O organismo diz ainda que o chefe da equipa ocultou estes actos, acusando-o, por isso, de abuso de poder.

Os 16 trabalhadores foram alvo de uma inves-tigação do CCAC, que explica, através de comu-nicado, como foi feita a falsificação: os indivíduos ausentaram-se por diversas

vezes, assinando as folhas de ponto antes ou depois das ausências, como se tivessem prestado o tra-balho conforme à escala. Um deles terá falsificado o registo de 181 vezes.

A falsificação originou uma burla superior a 200 mil patacas – valor total das remunerações que de-veriam ter sido pagas – e o caso foi encaminhado para o Ministério Públi-co. O CCAC continua a investigar para ver se há mais funcionários envol-vidos. – J.F.

lher foi esporadicamente dispensa-da de trabalhar sem ter recebido. Também nos dias de descanso semanal, ficou acordado receber o dobro do pagamento diário, mas como a funcionária optava – de forma pessoal – por não ter des-cansos para receber mais dinheiro, a empresa não considerava como ordem de trabalho.

Em 2007, calculando os dias de descanso em que ela foi chamada para trabalhar, a Guardforce pagou à funcionária MOP13.958. A mu-lher deveria, contudo, ter recebido MOP101.937, diz o TSI.

FALTA DE LEISA lei laboral actual da RAEM não se aplica a TNR, pelo que, em casos como este, têm de ser tidas em conta “regras especiais”. Por exemplo, como explica o acórdão do TSI, o pagamento de remuneração em dia de descanso semanal só se aplica se o trabalho for exigido pela entidade patronal, não como é feito aqui, de livre e espontânea vontade. Contudo, no caso desta trabalhadora a contrato

com a Guardoforce, ficou previsto este tipo de pagamento sempre.

O TSI diz mesmo que estes contratos entre empresas locais e TNR são definidos por “usos e costumes”, mas afirma também que têm de se aplicar as regras de contratualidade e cumprir com a promessa de “dar condições aos seus trabalhadores”.

Neste caso da funcionário que recorreu da decisão, a Guardforce terá de pagar mais cerca de 88 mil patacas, que ainda estão em falta. Mas, num outro caso, onde a re-corrente é a própria empresa, o TSI não deu provimento ao recurso. A empresa perdeu, por isso, para outro funcionário pelas mesmas razões.

Recorde-se que esta não é a primeira vez que a Guardforce se vê envolvida em casos semelhan-tes. Em Outubro passado, noventa trabalhadores não residentes con-seguiram ganhar um caso, depois de terem acusado a empresa de não lhes pagar horas extraordinárias de trabalho e subsídios de férias e de alimentação, ainda que sem grande ajuda do Executivo.

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7sociedadesexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

Gonçalo Lobo [email protected]

SE Macau for atingido por um sismo de intensidade 7 na escala de Richter, “danos graves” podem suceder

numa cidade que “não está prepara-da” para tal evento natural. “É pouco provável mas se Macau for epicentro de um sismo dessa intensidade, a cidade pode sofrer consequências muito graves”, referiu, ao Hoje Macau, o director dos Serviços Me-teorológicos e Geofísicos de Macau (DSMG), Fung Soi Kun.

Para o meteorologista e geofí-

A sismologia tem estado na ordem do dia no território. Muito por culpa do que aconteceu em Fukushima e na Indonésia. O director do DSMG, Fung Soi Kun, explicou ao Hoje Macau que “apesar de fracas probabilidades”, se ocorrer um sismo de intensidade 7 o território sofrerá “graves danos”. Macau está preparado apenas para abalos de intensidade do meio da escala de Richter para baixo

Um sismo de intensidade 7 provocará “danos graves” em Macau

Cidade sem preparação

sico, Macau “está preparado para um abalo sísmico até uma intensi-dade de 5”, porque “acima disso, o território não possui as condições propícias para evitar os danos, que acontecerão”.

Numa organização conjunta entre Macau, Hong Kong e Cantão, a RAEM recebeu, ontem, o 5.º Seminário Técnico de Sismologia onde se discutiu a técnica utilizada na construção dos edifícios, bem como os cálculos a efectuar para aferir o risco efectivo de um sismo.

Para Fung Soi Kun, a grande novidade deste encontro, que se realiza a cada dois anos, é a

“construção de uma rede em que se consegue localizar um sismo ocorrido na província de Cantão em apenas três minutos”. “Um sismo internacional é sentido pelos sismógrafos de Macau sete a oito minutos depois de ter ocorrido. Ao nível regional, esta rede promove o máximo de três minutos de espera.”

A rede de sismógrafos e toda a tecnologia adjacente permitirá uma maior resposta por parte das autoridades mas também pode prevenir no sentido de perceber como funciona toda a actividades sísmica na província de Cantão.

“É preciso criar as condições perfeitas para que as construções de Macau e da província de Cantão consigam ter menos danos possí-veis em caso de sismo”, referiu o director da DSMG.

PROBABILIDADE REALDe acordo com estudos anterior-mente realizados sobre actividades sísmicas na China, Macau está loca-lizado numa região de intensidade 7 e, mesmo com probabilidades baixas, têm de ser criadas condições para que os edifícios do território sejam construídos de acordo com os solos

onde estão assentados. “Construir em zonas aterradas é completamente diferente do que construir na terra que já existe. As propriedades dos solos são completamente distintas. Os aterros são areias prensadas e colocadas pelos humanos e o restante solo é mais sustentado, pois é rocha dura”, escreveu o professor da Uni-versidade de Macau Lok Man Hoi, no seu estudo “Desenvolvimento de espectros de resposta local e re-comendação sísmica para o código de Macau”.

ATERROS COM PÉS E CABEÇAOs prédios que estão em projecto para os novos aterros, bem como para a Ilha da Montanha, têm de ter

em conta toda esta questão. Fung Soi Kun explicou ao Hoje Macau que “já há cálculos concretos sobre como construir nos novos aterros”. Agora caberá ao Laboratório de Engenharia Civil colocar em práti-ca esses números “em prol de uma construção segura”.No seu estudo, o professor da Uni-versidade de Macau Lok Man Hoi, também alerta para os cuidados a ter em prédios construídos em ater-ros, porque “estamos a falar de terra que não está consolidada”. “Os prédios construídos em aterros vão sofrer mais danos do que os cons-truídos no território já existente. É tudo uma questão de sustentação”, revelou o catedrático.

Apesar da baixa probabilidade de ocorrerem sismos no território, o alerta está dado. “A probabilidade de ocorrerem cá grandes terramo-tos é muito reduzida. De qualquer forma, a acontecerem, os solos vão alterar-se. É nesse aspecto que incide o meu trabalho”, explicou o professor da UMAC.

Fung Soi Kun, que pretende não alarmar a população com esta questão, também é da mesma opinião de Lok Man Hoi. Prevenir antes de remediar. “Se a probabilidade existe é porque um sismo ocorrer em Macau pode vir a ser uma realidade. Em 1905, por exemplo, ocorreu um abalo sísmico com intensidade 5,5 ao largo de Macau. Relatos documentados re-velam que Macau e Zhuhai sofreram alguns danos.”

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8 sociedade sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

Depois de 12 acordos de cooperação assinados em Pequim, António Correia e Silva, ministro da Educação, está no território para estabelecer parcerias com universidades locais. Prometida está ainda uma reunião com o secretário para a Economia e Finanças

Andreia Sofia [email protected]

OS principais represen-tantes do sector da edu-cação de Cabo Verde estão de passagem pela

China para “atingir outro patamar” no que diz respeito à formação de docentes e à investigação feita no país.

Depois de uma visita ao continente, iniciada no passado fim-de-semana, António Correia e Silva, ministro da educação cabo-verdiano, encontra-se em Macau para estreitar laços de cooperação com universidades locais. A visita dura até amanhã,

POR forma a garantir “o desenvolvimento

integral” dos mais novos, o Governo avança na se-gunda metade do ano com a consulta pública sobre as Políticas da Juventude.

Não importa quais são as áreas, mas a Direcção dos Serviços de Educa-ção e Juventude (DSEJ) pretende apostar cada vez mais naquilo que intitu-la de “desenvolvimento integral” dos jovens de Macau. Para tal, o docu-mento sobre as “Políticas de Juventude” deverá entrar em fase de consulta pública em meados deste ano, depois de analisadas as opiniões do Conselho de Juventude. “De acordo com a calendarização das

Inov traz 17estagiários a MacauÉ já este ano que o território vai receber 17 estagiários que chegam ao abrigo do Programa Inov Contacto, iniciativa que promove estágios profissionais. Segundo a Rádio Macau, os jovens licenciados chegam a Macau já em Maio. A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) garantiu que os jovens serão recebidos por 11 entidades, sendo que seis portugueses vão para Pequim e Xangai. O ano passado o Inov Contacto proporcionou oportunidades profissionais a 500 jovens, mas este ano são apenas 265 de entre cinco mil candidatos. Em Macau, a redução é de dez licenciados.

Visita de ministro de Cabo Verde termina amanhã

Um encontro com Francis Tam

Documento vai a consulta pública este ano

DSEJ quer opiniões sobre jovens

programas de intercâmbio de docentes e fomentar programas de pós-graduação. As áreas a ser exploradas são as tecnologias de informação ou energias renová-veis, acrescentado outras. “Aqui gostaríamos de falar do turismo, da cultura lusófona, que é o do-mínio comum, com a língua, a história e a literatura. São áreas onde a RAEM tem um valor acrescido.”

ENCONTRO EM NOVEMBROA acompanhar António Correia e Silva estiveram os reitores da Universidade de Cabo Verde, do Mindelo e da Universidade Jean Piaget. Na capital chinesa foram assinados 12 acordos de cooperação com o Governo, que deverão ter resultados práticos a partir do próximo ano. Um deles “com o vice-ministro da educação sobre mobilidade de docentes. Queremos ter a oportunidade de formar a nossa classe de profes-sores universitários na China. Foi um acordo entre Governos que vai permitir às instituições traba-lharem em projectos conjuntos.” Foi também assinado um segundo acordo com o vice-ministro da ciência e tecnologia. “Estamos interessados em processos de transferência de conhecimento, e não há melhor mecanismo para isso do que projectos conjuntos.”

A passagem pelas universida-des de Qinghua, Beiwai e Jinan foi um ponto de partida para encontros futuros. “Os reitores es-tiveram com as suas contrapartes, abriu-se o diálogo e estamos a es-perar a visita deles em Novembro. As bases estão lançadas”, disse António Correia e Silva.

Linhas de Acção Governa-tiva (LAG) planeamos no segundo semestre entrar em consulta pública”, dis-se Un Hoi Cheng, chefe do departamento de Juventu-de da DSEJ. A responsável frisou a importância de ouvir a população sobre o fomento da educação cívica e moral. “Todos sabem que temos políticas para o desenvolvimento integral dos jovens. Po-demos ter um caminho mais sistemático.” A DSEJ pretende ainda olhar para os apoios financeiros. “Temos aperfeiçoado os subsídios e as vagas para quem quer frequentar a universidade. Esperamos que através de mais inves-timentos se possa cultivar

os jovens para terem mais educação.”

“Considerar o profes-sor um amigo”, projecto já implementado em seis escolas, e ainda “o plano de louvor para jovens” são outras das iniciativas

a serem introduzidas na comunidade escolar.

MAIS COMISSÕES NO CONSELHOEsta decisão foi ontem to-mada em mais uma reunião plenária do Conselho de Ju-

ventude, ele próprio em fase de mudança. As alterações ao regulamento adminis-trativo, datado de 2002, já foram promulgadas. Foram criadas mais duas comissões a juntar às três já existentes, e que vão debruçar-se sobre os assuntos políticos, além de acompanhar o processo de consulta pública e o trabalho voluntário.

Cada comissão é actual-mente composta por cinco membros, mas vão poder ter, no máximo, até nove pessoas. O Conselho da Ju-ventude vai ainda começar a ter sessões ordinárias quatro vezes por ano, em vez das habituais reuniões trimes-trais. Tudo para ter “um calendário mais flexível”, referiu Un Hoi Cheng. – A.S.S.

estando prometida uma reunião com Francis Tam, secretário para a Economia e Finanças. “Quando planificámos esta via-gem manifestamos ao Governo chinês a vontade de vir a Macau, como ponte que é entre o mundo asiático e lusófono. Queremos uma cooperação académica no domínio da investigação”, disse aos jornalistas António Correia

e Silva, que admitiu falar com instituições como a Universidade de Macau, Instituto Politécnico ou mesmo a Universidade de São José. “Vamos estudar as parcerias e celebrar contratos de coopera-ção. É uma viagem exploratória para aumentar o conhecimento recíproco.”

O objectivo é fazer o mesmo que foi feito em Pequim: garantir

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9nacionalsexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

Pelo menos 23 mortos em acidente entre autocarro e camiãoCerca de 23 pessoas morreram depois de um autocarro ter colidido de frente com um camião no leste da China, naquele que foi recentemente o mais grave acidente nas estradas do país. O acidente ocorreu ontem de manhã na cidade de Suzhou, província de Anhui, de acordo com a agência oficial chinesa Xinhua que indica que o camião transportava um carregamento de areia quando a colisão teve lugar. Até ao momento, não há informações sobre o número de passageiros que seguiam a bordo do autocarro nem sobre as eventuais causas do choque. A segurança rodoviária constitui um grave problema na China. As condições das estradas chinesas aliadas os maus hábitos de condução resultam anualmente em cerca de 70 mil mortos e em 300 mil feridos, de acordo com a Xinhua.

Governo encerra 42 sites e apaga maisde 210 mil mensagensA China encerrou 42 sites e apagou mais de 210.000 mensagens desde Março passado, no âmbito de uma “campanha contra a difusão de boatos na Internet”, disse ontem a agência noticiosa oficial chinesa. A campanha coincide com o maior escândalo da política chinesa nas últimas décadas, que culminou com o anúncio do afastamento de Bo Xilai do Politburo do Partido Comunista e da prisão da sua mulher, Gu Kailai, por suspeita de homicídio, na passada terça-feira. Mais de 500 milhões de chineses estão ligados à Internet e o número dos que utilizam o “twitter” local e outras redes sociais ultrapassa os 300 milhões.

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary

Clinton, afirmou esta semana que a política norte-americana de “Retorno à Ásia” não vê a China como inimigo, e que a região Ásia-Pacífico não está à beira de uma “guerra-fria”.

A afirmação foi feita por Hillary Clinton numa academia naval em Annapolis, capital do Estado de Maryland. A secre-tária de Estado afirmou “ não

O presidente chinês, Hu Jin-tao, recebeu esta quarta-fei-

ra em Pequim, Leung Chun-ying, o 4º executivo eleito da Região Administrativa Especial de Hong Kong, eleito pelo voto popular e nomeado pelo governo central.

Hu felicitou Leung pela eleição e disse acreditar na sua capacidade de, durante o seu mandato, unir e liderar a popu-lação de Hong Kong rumo ao desenvolvimento económico, melhorar a vida da população, promover a democracia e harmo-

A redução do fosso entre ricos e pobres e a ascen-são da classe média na China abrirão caminho

à democracia no país, afirmou o decano da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Cultura Chinesa de Taiwan.

“Poderá ser um processo lento, mas não se poderá impedir o seu desenvolvimento para que a China venha a ter eleições directas”, disse em entrevista à agência Lusa Shaw Chong-hai.

O académico alertou, porém, que os “chineses acreditam que a justiça social é também um elemento para se alcançar a democracia”, considerando, por isso, que as “eleições directas e a liberdade de expressão não são, só por si, suficientes” para instituir um sistema democrático no país.

“A maioria dos chineses diz ‘deixem-me ter um rendimento estável, comida suficiente e não apenas eleições livres, porque as eleições directas e liberdade de expressão não me dão comida ou um rendimento estável’, que são as prioridades da população”, observou Shaw Chong-hai.

O académico nasceu na provín-cia chinesa de Sichuan, mas vive em Taiwan desde que o Partido

Hillary Clinton Política de “Retorno à Ásia” não pretende confrontar a China

Não à “guerra-fria”Pequim Hu Jintao recebee felicita Leung Chun-ying

Confiança no futuro

Ascensão da classe média vai abrir caminho à democracia, afirma académico

Um longo caminho a percorrer

nia, e consolidar as bases para a prosperidade e estabilidade local.

O presidente chinês afirmou ainda que o governo central continua a aplicar firmemente as políticas de “um país, dois siste-mas” e “administração de Hong Kong pelo povo de Hong Kong”. Disse ainda defender a completa autonomia da região, além de apoiar a administração do novo executivo e do seu governo. Hu Jintao finalizou dizendo ter plena confiança no “futuro brilhante de Hong Kong”.

estamos à procura um novo inimigo” e “o país não está a preparar uma nova guerra-fria na Ásia”. Na década 70 do século passado, a China e os EUA quase não estabeleceram contactos, mas hoje em dia as relações bilaterais desenvol-vem-se saudavelmente. Hillary afirmou ainda que “uma China próspera é favorável aos EUA, e os Estados Unidos prósperos também trazem benefícios à China”. Para a Secretária de Estado norte-americana, estabelecer uma relação efi-caz entre a China e os EUA é essencial para promover paz e prosperidade da região Ásia--Pacífico. Os dois países estão a desenvolver esforços para diminuir os desentendimentos entre os seus Exércitos, e es-tabelecer uma relação militar sustentável.

Comunista assumiu o poder no continente, em 1949.

SITUAÇÃO “MUITO BOA”Ao considerar que a situação eco-nómica actual da China “é muito boa”, o professor da Universidade de Cultura Chinesa de Taiwan realçou existir “um grande fosso entre ricos e pobres”, que só quando for reduzido “os chineses perceberão que a demo-cracia poderá ser a melhor solução”.

“Quando a classe média au-mentar o seu peso na sociedade vai preocupar-se com as questões políticas, reivindicar democracia e mais liberdade de expressão (…), mas será ainda preciso paciência para se ver alguma mudança na China”, disse.

Shaw Chong-hai salientou que os líderes políticos chineses consi-deram que “uma sociedade estável é mais importante do que eleições

livres ou liberdade de expressão, porque, de facto, receiam que isso possa afectar a estabilidade”.

“E as pessoas acreditam no que Pequim diz, porque muitos chineses preferem uma sociedade estável à liberdade de expressão ou eleições directas, isto é a forma de pensar do chinês comum, que não trabalha para o Governo, porque nos últimos 100 anos a China viveu numa situação instável”, sustentou.

No que se refere às Regiões Ad-ministrativas Especiais de Macau e Hong Kong, o reitor considera que a conquista do sufrágio universal poderá também ser um “processo longo e lento”, que Pequim “não poderá impedir” e para o qual a experiência de Taiwan poderá servir de referência.

“No caminho para se alcançar a democracia, as pessoas poderão enfrentar alguma frustração e so-frimento, porque em democracia todos têm de saber fazer conces-sões, respeitar os outros e a sua liberdade de expressão”, alertou.

Para Shaw Chong-hai, é “muito difícil” prever se a China alcançará uma “democracia semelhante ao modelo ocidental”, mas considera ser necessário “encorajar a China” no seu processo de desenvolvi-mento.

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10 nacional sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

ANÚNCIO [N.º99/2012]

Paraosdevidosefeitos,vimosporestemeionotificarosrepresentantesdosagregadosfamiliaresseleccionadosdalistadeesperadehabitaçãoeconómicaabaixosmencionados:

N.ºdoboletimdecandidatura Nome N.ºdoboletim

decandidatura Nome

126539 LAM MING WAI 61896 LAI IAN KEONG

100706 LOK CHON SENG 113757 LI IN FONG

119838 CHAN POU KIN 78362 WONG CHI CHONG

76384 CHAN MENG FAI 79410 LEONG HON MAN112011 CHAN CHI IONG 115147 JANUARY BARROS FERREIRA118631 HO FONG I 76947 FONG IM SIO91761 CHAN KA HONG 73149 CHUNG KA MAN126296 LEE MAN SUEN 74305 CHIO SI WAN74298 IM NGAN SIN 74691 WONG SIO IM96990 PUN POU WA 78870 TONG TAK PUI87889 LEONG LOI MUN 93899 LAM NA IENG109909 LAM KUOK WAN 75723 WONG KIN IOK

Deacordocomostermosdoartigo12.ºdoDecreto-Lein.º26/95/M,de26deJunho,oInstitutodeHabitação(IH) informaos representantesdosagregadosfamiliaresacimareferidos,atravésdeofícios,parasedirigirempessoalmenteaoIH,sitanaTravessaNortedoPatane,n.º102,IlhaVerde,Macau(pertodaEscolaPrimáriaLuso-ChinesadoBairroNorte),nodia23deAbrilde2012,àshorasfixadasnosrespectivosofícios,paraescolhadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisdeT1na zona de Taipa.

Nessaaltura,osagregadosfamiliaresdalistadeesperaacimareferidosdevemapresentarosdocumentoscomprovativos(originaisecópias)abaixomencionados,paraefectuaranovaverificaçãodosrequisitosdacandidaturadaaquisiçãodehabitaçãoeconómica.Casoasrespectivasinformaçõesafectem os actuais requisitos da aquisição de fracção ou existiremmudança da composição dosagregadosfamiliaresacimareferidos,esteInstitutoirásuspender,imediatamente,oprocedimentodaescolhadehabitaçãoeconómica:

1. Documentosdeidentificaçãodetodososelementosdoagregadofamiliareosseuscônjuges (casohouver)registadosnoboletimdecandidaturadehabitaçãoeconómica.2. Provadecasamento(aplicávelaosindivíduoscasados.CasotenhaentregueaoIH,nos últimostrêsmeses,nãoénecessárioaentregardenovo).3. Boletim de candidatura dos dados dos agregados familiares de habitação económica devidamentepreenchidoseassinados.

Deacordocomostermosdon.º2doartigo13.ºdodecreto-leiacimareferido,comasalteraçõesintroduzidaspeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002,casoosagregadosfamiliaresdalistadeesperaacimareferidosnãotenhamcomparecidonoIH,nodiaehorasfixados,eapresentadoosdocu-mentosacimareferidos,paraescolhadehabitaçãoounãopretendamadquirirnenhumadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisnomomentopodemoptarentre,pormotivonãojustificado,im-plicaaperdadodireitodeescolhaepassagemautomáticaparaoúltimolugardalistageral;ouapósaapreciaçãodosdadosapresentados,verifiquequenãoreuniremcomosrequisitosdacandidatura,osagregadosfamiliaresseleccionadosserãoexcluídosnalistageral.

*Emcasoda2.ªconvocação,osagregadosfamiliaresseleccionadosquenãotenhamcomparecidonoIH,nodiaehorasfixados,eapresentadoosdocumentosacimareferidos,paraescolhadehabitaçãoounãopretendamadquirirnenhumadasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveisnomomentopodemoptarentre,serãoexcluídosnalistageral,deacordocomostermosdasalíneaa)doartigo14.ºdodecreto-leiacimareferido,comasalteraçõesintroduzidaspeloRegulamentoAdministrativon.º25/2002ealínea2don.º5doartigo60.ºdaLein.º10/2011.

Nointuitodeproporcionarosagregadosfamiliaresseleccionadosparateremmaisconhecimentossobreasinformaçõesdasfracçõesdehabitaçãoeconómicadisponíveis,oIHjuntamenteosofíciosenviaráemanexoocatálogocomdescriçõesdasfracçõesparavenda,tabeladospreços,rácioboni-ficado,pontosdeobservação,informaçõessobreohoráriodeaberturaeolocaldavisitaàfracçãodemodeloouaomodelodefracção.CasoosagregadosfamiliaresseleccionadosnãotenhamrecebidososofíciosremetidospeloIH,atésetediasantesdadatafixada,poderãodirigir-seaoIHsitonaTravessaNortedoPatanen.º102,IlhaVerde,Macau)ouconsultaratravésdotelefonen.º28594875,duranteohoráriodeexpediente.

O Presidente,

TamKuongMan 11deAbrilde2012

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O Fundo Mo-netário Inter-nacional está prestes a redu-

zir acentuadamente a sua previsão a longo prazo para o superávit da China em contas correntes, o que fortaleceria a defesa de Pequim contra o argu-mento dos Estados Unidos de que a moeda chinesa está “substancialmente subvalorizada”, disse o Wall Street Journal esta quarta-feira.

Alguns analistas disse-ram que o FMI vai reduzir significativamente a sua previsão de longo prazo para o superávit em con-tas correntes da China, a medida mais ampla do comércio de um país. A nova previsão será divul-gada na edição actualizada da principal publicação do fundo, o “World Eco-nomic Outlook”, e deverá ficar bem abaixo dos 7% do produto interno bruto que o fundo previu em Setembro. O número final a ser divulgado a17 de Abril tem sido objecto de

Deloitte prevê crescimento do investimento entre BRICS A Deloitte, uma das mais famosas empresas da área de consultoria e auditoria, divulgou um documento onde prevê que as trocas comerciais entre os países do BRICS (China, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul) serão cada vez mais frequentes devido às suas estreitas ligações. Em destaque está o facto de as empresas chinesas poderem vir a aumentar as aquisições transfronteiriças nos outros países do grupo. De acordo com dados da Deloitte, em 2011 a China estabeleceu 27 negócios com os membros do BRICS, no valor total de cerca de MOP 78 mil milhões. Os sectores de energia e recursos foram os mais atraentes para os investidores chineses. Apesar da incerteza da economia mundial, os mercados emergentes, em particular o do BRICS, apresentam fortes tendências de crescimento, razão pela qual a China demonstra grande entusiasmo em investir nestes países.

FMI muda previsão de superávit

Novos dados a 17 de Abril

debate contínuo no fundo, reflectindo a dificuldade das questões políticas e técnicas envolvidas.

Uma redução para 5%, que já foi discutida, “enfra-queceria marcantemente o argumento de que o yuan está desvalorizado”, disse Eswar Prasad, académico da Brookings Institution China, que já foi um alto funcionário do FMI para a China.

Desde pelo menos 2009, que o FMI tem qua-lificado a moeda chinesa como “substancialmente subvalorizada”, e, antes disso, procurou usar o termo “fundamentalmente desalinhada”, mas Pequim refutou sempre essa desig-nação. O governo chinês intervém no mercado para impedir a moeda de subir, o que colocaria em risco as exportações chinesas.

Quanto mais alta for a taxa de câmbio, mais caras ficam as exportações de um país para os compradores estrangeiros.

De acordo com outros analistas que estão a acom-

panhar de perto o debate no FMI, o fundo provavel-mente não vai divulgar um novo julgamento sobre o yuan no WEO, porque está a reformular a sua maneira de avaliar as moedas, e a nova metodologia só deve ser di-vulgada em Junho. Em vez disso, o FMI provavelmente vai argumentar, como já fez antes, que uma contí-nua valorização do yuan provocaria um reforço fi-nanceiro dos consumidores chineses e ajudaria a mudar o modelo de crescimento do país, para que dependa menos das exportações e dos investimentos.

Banco Mundial diz que economia chinesa crescerá 8,2% em 2012 e 8,6% em 2013A economia chinesa deverá crescer 8,2 por cento em 2012 e 8,6 por cento em 2013, segundo a previsão difundida ontem pelo Banco Mundial. Aqueles valores excedem a meta de 7,5 por cento preconizada pelo governo chinês para este ano, mas representam um abrandamento em relação à média anual de 9,9 por cento registada nas últimas três décadas. “A economia chinesa está no meio de um gradual abrandamento”, diz o Banco Mundial.

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11regiãosexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

NUMA altura em que é divulgado por uma revista japonesa que Kim Jong-Il deixou

um testamento onde aconselha o desenvolvimento de armas nucleares, para assegurar a paz e em que o seu filho Kim Jong-un é consagrado como novo líder, os ministros do G8 reunidos em Washington condenam o lançamento do foguetão norte coreano afirmando que este viola as resoluções da ONU. Entretanto o Japão activou o seu sistema de defesa.

Armas para a pazO dirigente norte coreano

Kim Jong-Il, falecido em De-zembro, indicou no seu testa-mento que a Coreia do Norte devia continuar a desenvolver armas nucleares, biológicas e mísseis balísticos, afirmou on-tem uma revista japonesa.

“Tomem consciência que o desenvolvimento permanente e a conservação de armas nucleares, de mísseis balísticos e de armas biológicas é a única maneira de salvaguardar a paz na península coreana”, escreveu o antigo número um, segundo a revista Shukan Bunshun.

De acordo com esta revista, Lee Yun-Keol, dirigente do cen-tro de pesquisa sul-coreana NK Strategic Information Service Centre (NKSIS), tomou conhe-cimento das últimas vontades de Kim Jong-Il, o pai do novo dirigente norte coreano Kim Jong-Un, através de uma pessoa muito próxima de um alto res-ponsável norte coreano”.

“Lee deu-nos o nome e a função da fonte e consideramos que as informações de que dis-punha eram credíveis”, explica a revista.

O FILHO DO “ETERNO SECRETÁRIO-GERAL”O novo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assumiu a presidência da Comissão Militar Central e um lugar na comissão política do Partido dos Traba-lhadores, indica um despacho da agência noticiosa oficial do país.

Na quarta-feira, Kim Jong--un já tinha sido eleito primeiro secretário do Partido dos Tra-balhadores, assumindo formal-mente um dos cargos do pai.

Na reunião do partido, o pai de Kim Jong-un – Kim Jong-il – foi nomeado “eterno secretário-geral”.

G8 E O FOGUETEOs ministros dos Negócios Estrangeiros do G8 afirmaram ontem que o plano norte coreano de lançar um foguete de longo alcance representa uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, informou a agência nipónica Kyodo.

Caravana eleitoral de Taur Matan Ruak apedrejadaem Timor-LesteA candidatura de Taur Matan Ruak à segunda volta das eleições presidenciais de Timor-Leste, marcadas para segunda-feira, denunciou quarta-feira ataques com pedras contra uma coluna de viaturas de apoiantes do ex-chefe das Forças Armadas timorenses. “No dia 09 de Abril, em rota para Ermera a caravana de Taur Matan Ruak foi apedrejada perto de Nunutali. Na rota de Ermera para Remexio, Aileu, o comboio foi novamente apedrejado”, diz um comunicado da candidatura, que refere que uma apoiante ficou ferida.

Conservadores mantêm maioria no parlamentoda Coreia do SulO conservador Partido da Nova Fronteira (NFP, na sigla em inglês) ganhou as legislativas na Coreia do Sul, num escrutínio que figura como um teste para as eleições presidenciais de Dezembro. De acordo com dados oficiais divulgados ontem o NFP conquistou 152 dos 300 assentos na Assembleia Nacional, mais 25 do que o Partido Democrático Unido (DUP, oposição centro-esquerda). Actualmente, o DUP, liderado pela antiga primeira-ministra Han Myeong-sook, tem 89 lugares no parlamento contra 165 do NFP. Cinquenta e quatro lugares do parlamento são preenchidos por representação proporcional, enquanto 246 por sufrágio directo. A taxa de participação permaneceu baixa nos 54,3 por cento. Esta é a primeira vez em 20 anos que a Coreia do Sul elege um novo parlamento e um novo presidente no mesmo ano. O presidente da Coreia do Sul cumpre um único mandato de cinco anos, ao passo que o parlamento é eleito por quatro anos.

Manila e Pequim procuram acordo para quebrarimpasse em disputaFontes oficiais das Filipinas indicaram que diplomatas filipinos e chineses estão trabalhar com vista a alcançar um acordo que permita pôr um ponto final na tensão entre Manila e Pequim no âmbito das disputas territoriais no Mar do Sul da China. A diplomacia filipina propôs um acordo para quebrar o impasse na zona de Scarborough, onde um navio da marinha de guerra das Filipinas tentou deter pesqueiros chineses até ser travada por dois navios de patrulha chineses. Dois elementos do governo das Filipinas, não identificados e citados pela agência noticiosa AP, indicaram que a China, através do seu embaixador em Manila deverá responder à proposta, depois de os dois lados retomarem as negociações. A crise diplomática estalou no domingo quando um avião de vigilância filipino localizou os pescadores chineses em Scarborough – designada pela China de ilha Huangyan – e Manila decidiu enviar para o local o seu maior navio de guerra, o “Gregorio del Pilar”. Dois dias mais tarde, soldados filipinos inspeccionaram os barcos chineses e encontram mercadorias ilegais, tais como moluscos gigantes, corais e tubarões vivos, segundo um comunicado das autoridades filipinas. No entanto, dois navios de patrulha chineses – Zhonggou Haijian 75 e Zhonggou Haijian 84 – colocaram-se entre a embarcação filipina e os barcos de pesca para evitar a detenção dos pescadores.

Divulgado testamento de Kim Jong-Il, enquanto Kim Jong-un é consagrado como novo líder

O foguete da discórdia

Segundo fonte oficial, cita-da pela Kyodo, durante o pri-meiro de dois dias do encontro do bloco dos oito países mais industrializados do mundo (G8), a decorrer em Washing-ton, os ministros dos Negócios Estrangeiros coincidiram com a posição defendida pelo re-presentante japonês, Koichiro Gemba.

O chefe da diplomacia do Japão é da opinião de que o lançamento, que deverá acon-tecer até segunda-feira, viola as resoluções 1718 e 1874 do Conselho de Segurança, que exigem que a Coreia do Norte renuncie a testes nucleares e de mísseis.

Tóquio tem também a inten-

ção de solicitar a Washington, que detém a presidência rotativa do Conselho de Segurança até ao final de Abril, que convoque uma reunião de emergência se a Coreia do Norte for avante com o lançamento.

JAPÃO ACTIVA DEFESASO Japão activou ontem os sis-temas de defesa perante o imi-nente lançamento do foguetão norte coreano. “Gostaríamos de fazer um apelo à contenção [de Pyongyang] até à última hora, mas estamos completamente preparados para fazer frente a qualquer contingência”, disse o primeiro-ministro nipónico, Yoshihiko Noda, em declara-ções reproduzidas pela agência

Kyodo pouco antes do sistema de alerta ter sido activado.

Mal se produza o lança-mento, Noda planeia convocar o Conselho de Segurança do Japão para discutir a possibili-dade de aplicar novas sanções à Coreia do Norte.

O Japão tem implantados mísseis terra-ar nas ilhas de Miyako e Ishigaki, áreas que se calcula que o foguete venha a so-brevoar, em duas bases militares da ilha principal de Okinawa e noutras três na zona de Tóquio.

Nas águas de Okinawa, as Forças Marítimas de Autodefesa do Japão implantaram tam-bém três barcos munidos com equipamento para interceptar mísseis.

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12 sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.moentrevista

Formada em design de comunicação, Denise Lau é a directora de uma empresa de criativos que tenta marcar a diferença desde 2007, onde Rui Borges é produtor. Um objectivo que, garantem, tem sido conseguido. “A dinamização competitiva dos audiovisuais faz subir a qualidade”

Helder [email protected]

A Icon Communica-tions, nascida ape-nas como empresa criativa na área do

design gráfico há cerca de 5 anos em Macau, é daqueles pro-jectos que ganhou substância e contribui para melhorar a ima-gem das coisas. Dos locais, das instituições, até das pessoas.

Comunicar é preciso na divulgação de eventos, na for-mação da cultura de empresa ou em como fazer chegar inte-ligentemente a mensagem aos destinatários. Isto através de campanhas de sensibilização e no alcance publicitário. Som, imagem e palavra podem ser, em conjunto ou isoladamente, ícones de comunicação. Este é o tapete de intenções que Denise Lau, directora da Icon Communications, partilhou com o Hoje Macau, coadjuva-da pelo produtor Rui Borges. “Desde os meus primeiros trabalhos, em Macau, ainda como freelancer, as pessoas e algumas instituições gostaram de ver. Isso entusiasmou-me a prosseguir e a melhorar sempre a minha formação e execução.”

Denise Lau acrescenta que a empresa nasceu com ligações ao real e ao potencial mercado norte-americano. “Mas estando nós a somar en-comendas dos nossos clientes em Macau, como foi o caso da pós-produção promocional, em filme, do mais recente Grande Prémio 2011.”

Sendo a Icon Communi-cations a empresa mãe, existe também a Icon Digital, “mais vocacionada para pós-produ-ção audiovisual e trabalhos em publicidade.”

Em ambos os lados, os

Denise Lau e Rui Borges - Criativos

Uma dupla cheia de ideiasexemplos vão crescendo e são diferenciados, como é possível também acompanhar através do canal que a Icon possui no vimeo.com, do Fórum Médico Sino-Luso Internacional ao 1º Congresso dos Jornalistas de Macau, entre outros.

O produtor Rui Borges lembra a ligação em vários trabalhos, entre a Icon e a Fashion One TV, baseada em Nova Iorque, de que a Icon Communications é, em Macau, a fornecedora de conteúdos. Deste modo, a ligação profis-sional à mundialmente conhe-cida Bigfoot Entertainment, um império no mundo do cinema e com grande multiplicidade de distribuição de produções no campo audiovisual.

Impunha-se a pergunta so-bre a publicidade, institucional ou não, que se vê em Macau. “Depois de algum tempo tra-

balhando no design gráfico, observámos a circunstância de Macau necessitar de algo com mais qualidade, tanto na pu-blicidade para televisão, como em documentários, etc.. Uma vez que a situação económica da região é muito boa, como sabemos, então pensamos que é urgente e muito necessário que o campo das indústrias criativas se apresente bem apetrechado e com boa qualidade. Fui bus-car especialistas portugueses, juntando-os a pessoal local. Vai para dois anos que os nossos trabalhos, apesar de grande parte deles ser para os Estados Unidos, estão a impor-se, isso orgulha-nos muito e incentiva--nos a prosseguir sempre tentan-do sermos cada vez melhores.”

CORRECÇÃO DE COR“Apesar da nossa ligação pro-fissional ao mercado externo,

nomeadamente o norte-ame-ricano, devido às solicitações que recebemos, é muitíssimo importante Macau, pois somos uma empresa de Macau e gos-tamos de contribuir para uma nova e qualitativa imagem desta região, tanto localmente como no estrangeiro”, subli-nha Denise Lau.

Necessariamente, vem à entrevista um tema que palpi-tava desde o início: a tecnolo-gia avançada da correcção de cor. “Somos a única empresa de Macau apta a proporcionar, localmente, este avanço tecno-lógico para filmes, publicida-de, cinema em geral. Temos a trabalhar connosco pessoal especializado neste aspecto, designadamente um técnico português que veio da Tóbis e da RTP. Neste ponto, que é muito importante na qualidade de trabalho que apresentamos,

marcamos a diferença. Aca-bou a dependência de Hong Kong.”

Rui Borges complementa a ideia. “Todas as vezes que era necessário fazer tratamento de imagem ou qualquer completo pós-produção na imagem, perdia-se tempo e negócio, com o envio de trabalhos para o exterior. Com este investi-mento (‘muito significativo!’, interrompe Denise Lau) feito pela Icon Communications, atraímos muito melhor as em-presas de Macau que solicitam estes serviços. Até porque, em termos de custos, assunto naturalmente importante, praticamos preços substan-cialmente mais baixos do que Hong Kong e com a qualidade intacta, com provas dadas.”

Pergunta seguinte: há sensibilidade em Macau para o valor da imagem, o valor

GONÇ

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13sexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

da cultura de empresa que, necessariamente, também passa pela imagem? Directo-ra e produtor respondem em conjunto. “Começa a haver! Por isso, cada vez mais a nossa permanente aposta na qualidade.”

Também há aqueles clientes que dificultam a existência de qualidade, quando pretendem impor os seus gostos ou o que julgam ser eficaz. Rui Borges concorda. “Sim, por vezes isso pode acontecer. É bom que o cliente queira acompanhar os trabalhos, mas por vezes possuem concepções que são prejudiciais à ideia subjacente, embora julguem que não. Mas, felizmente, temos bastantes clientes que acreditaram e acre-ditam em nós profissionalmen-te, nas nossas ideias, na nossa criatividade, respeitando que os experts nesta actividade somos nós. A Icon Communications está apta a fazer produção em massa, o tal design production. Desde cartas timbradas, lápis, USB, canetas, calendários ou outros objectos publicitários ou identificativos das empre-sas, até óculos de sol, a nossa equipa de design concebe com originalidade.”

“Embora neste momen-to”, complementa a directora,

“estejamos mais fortemente voltados para o audiovisual.” Daí a necessidade de ter sido criada a Icon Digital, espe-cificamente para a área au-diovisual, nomeadamente no campo de motion graphics.

FALTA DE CULTURA DE EMPRESADenise comenta que “a cultura de empresa, institucional ou privada, começa a existir, embora demasiado lentamen-te”. Rui considera que essa realidade está relacionada com a concentração do poder. “Em Macau, tudo o que uma empresa faz tem de passar por um qualquer superior. Se há situações em que isso é nor-mal acontecer, nestes casos de encomendas no campo muito especial da criatividade, da feitura de imagem, a concep-ção tem de pertencer a quem idealiza e realiza.”

Esta empresa é alternativa ou é complementar a outras existentes na região? Rui ex-plica a visão do projecto. “En-tendemos que é alternativa e cada vez mais competitiva. Respeitamos claramente as empresas nossas concorren-tes, mas confiamos totalmente na diferença do nosso traba-lho. Inclusivamente, estamos a entrar num campo e deseja-mos fazê-lo em profundidade, que é o cinema, com produção própria nossa. Quando falo de cinema, não falo apenas em obras de ficção, mas maiorita-riamente na área documental. Esta é uma área que em Macau está pouco explorada, haven-do tanto por fazer. A maior parte dos documentários que eram solicitados e depois realizados, desde o tempo da administração portuguesa até agora, está muito relacionada com a multiculturalidade, fusão de culturas, sempre por esse caminho. Claro que

o tema é importante, não o colocamos de parte, mas é um tópico que está muito batido, havendo que conceber e optar por outras ideias.”

Por exemplo? “A carac-terização da cidade em si. Alguém disse que uma cidade

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sem documentários é uma cidade sem alma.”

“É precisamente dentro deste contexto avançado pelo Rui”, acrescenta Denise, “que nós queremos explorar esta matéria, mesmo que possa ser relacionada com a tal multi-

culturalidade tão própria de Macau, mas observada com outros olhares, sob aspectos diferentes. Esses aspectos diferentes existem.”

E as televisões locais, a exemplo do que acontece um pouco por todo o lado, fazem outsourcing em matéria de trabalhos audiovisuais? “Uma das nossas apostas está sendo também essa”, diz Denise. “Mostrarmos qualidade de trabalho, verdadeiramente ideal para broadcasting, de modo a que as empresas de televisão que existem em Macau nos encomendem trabalhos.”

“Realmente”, conclui Rui, “o outsourcing é utilizado em televisões por todo o mundo, não vejo por que em Macau não seja feito o mesmo. Quando se fala em dinami-zação dos audiovisuais e na apresentação de conteúdos de qualidade, sempre se concluiu que a competitividade faz, necessariamente, subir os níveis de qualidade. É assim que trabalhamos.”

Apesar da nossa ligação profissional ao mercado externo, nomeadamente o norte-americano, devido às solicitações que recebemos, é muitíssimo importante Macau, pois somos uma empresa de Macau e gostamos de contribuir para uma nova e qualitativa imagem desta região, tanto localmente como no estrangeiroDENISE LAU

Em Macau, tudo o que uma empresa faz tem de passar por um qualquer superior. Se há situações em que isso é normal acontecer, nestes casos de encomendas no campo muito especial da criatividade, da feitura de imagem, a concepção tem de pertencer a quem idealiza e realizaRUI BORGES

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14 vida sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

A 5ª edição do “Pré-mio Hotel Verde Macau 2011” atri-buído a um total

de 10 hotéis galardoados. O Crown Towers, o The Vene-tian Macao-Resort Hotel e o Hotel Hard Rock receberam o prémio de ouro.

O prémio de prata foi atribuído ao Grand Hyatt Macau, Grandview Hotel, o Hotel Beverly Plaza e o Waldo Hotel. O bronze foi atribuído à Pousada Marina Infante, o Grand Emperor Hotel e o Hotel Guia.

O Prémio Hotel Verde Macau, organizado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), introduziu nesta edição, pela primeira vez, o sistema de pontuação

SERÁ que é possível influenciar o conteúdo dos sonhos das pes-

soas? Um psicólogo e ilusionista britânico está a investigar essa possibilidade. Richard Wiseman, professor da Universidade de Hertfordshire, em Hatfield, na In-glaterra, está a convidar voluntários a participar de uma experimentação inusitado.

Os participantes baixam um aplicativo no telemóvel, um progra-ma que reproduz sons agradáveis - como o canto de pássaros em florestas ou sons de ondas do mar banhando suavemente as areias de uma praia - enquanto a pessoa dorme.

O objetivo é tentar fazer com que ela tenha bons sonhos.

“DREAM: ON”Wiseman lançou a experimentação durante o Edinburgh International Science Festival, um festival de ciência em Edimburgo, na Escócia, de forma a conseguir uma “parti-cipação em massa”.

O apl icat ivo, chamado ‘Dream:ON’, monitora os movi-mentos do usuário para saber se ela já começou a sonhar. A partir desse ponto, começa a tocar os sons.

Quando a pessoa deixa de sonhar, o aplicativo toca um alarme suave. Nesse ponto, o voluntário acorda e en-

via uma descrição de seu sonho para o arquivo do experiência, batizado de ‘Dream Catcher’ (em tradução livre, ‘Capturador de Sonhos’).

Ao apresentar a sua experimen-tação, Wiseman disse que uma boa noite de sono com bons sonhos melhora a produtividade das pes-soas e é essencial para o seu bem estar físico e psicológico. Apesar disso, sabe-se pouco sobre como influenciar os sonhos, afirmou ele.

O psicólogo espera que seu ex-perimento ajude a mudar tal cenário.

Wiseman, autor de bestsellers, pesquisa temas como a psicologia da sorte, da auto-ajuda, da persu-asão e da ilusão.

Macau Sã Assado

Sabia que...

...oitenta por cento do total de marfim é

tirado de elefantes ilegalmente caçados

e abatidos?

ABRAM-SE AS JANELAS

• Mais odor, menos odor. Abram-se as janelas e os passageiros que

aguentem o cheiro a chulé dos motoristas. As cenas caricatas de Macau.

Porque Macau sã assim, mas também sã assado.

Foto: Sónia Gonçalves

O “Prémio Hotel Verde Macau 2011” introduziu novas medidas

Galardoados os 10 hotéis mais verdes

anulando os requisitos de “Práticas obrigatórias” e de “Um número especificado de práticas” no formulário de avaliação aplicados nas edições passadas.

Ou seja, o candidato ga-

nhará determinados pontos se tiver praticado certa medida ambiental. Os pontos mais ele-vados atribuem-se às medidas importantes de preservação ambiental concretizadas, tais como da preservação da

Psicólogo quer mostrar que se consegue agarrar os sonhos

“Capturador de sonhos”pode melhorar produtividade

água, da energia eléctrica e da redução de resíduos.

QUEIXAS IMPLICAM PENALIZAÇÃOA classificação do prémio depende da percentagem apli-

cada nas medidas ambientais, obtendo-se a pontuação final pela soma de pontos.

Para garantir que o sector hoteleiro cumpra a legislação ambiental em vigor em Macau e as instruções para controlo

de poluições foi introduzido também o sistema de dedução de pontos, considerados com base em queixas ao hotel, relacionadas com problemas ambientais e o seu grau de gravidade, no intuito de mi-norar o impacto ambiental sobre os residentes nas zonas adjacentes do hotel.

O Prémio Hotel Verde Macau, instituído em 2007, é organizado anualmente. A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DST) colabora no evento, bem como a Associação dos Hoteleiros de Macau, Associação de Hotéis de Macau, do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau e da Associação de Empregados da Indústria Hoteleira de Macau.

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*NOTA DA REDACÇÃOO Hoje Macau substituiu a rubrica “Click Ecológico” por outra, intitulada “Macau sã assado”. O desafio serve para mostrar diversos aspectos do quotidiano caricato do território. Os nossos leitores ficam assim convidados a enviar fotos para o e-mail [email protected], em assunto “Macau sã assado” e uma breve legenda. As fotos devem retratar os momentos mais engraçados e insólitos do dia-a-dia de Macau e deverão ser identificadas com o nome do seu autor.

15vidasexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

HU Siyi, o vice-ministro do Recurso Hídrico da China, disse nesta terça--feira em Pequim, que o

país vai continuar a adoptar medidas rigorosas para administrar o uso da água e aliviar a carência do recurso.

“A distribuição dos recursos hídricos da China está desequi-librada no espaço e tempo, com reserva limitada para suportar uma população tão numerosa. Os pro-blemas actuais incluem a carência, a contaminação grave da água e a piora do ambiente biológico do sistema hídrico. Esse é o maior gargalo a deter o desenvolvimento socioeconómico sustentável “, declarou Hu Siyi na cerimónia inaugural da Campanha Secular de Proteção Ambiental 2012.

O evento vai contar com a participação de 28 veículos de comunicação, que farão uma co-bertura na província de Sichuan a partir da próxima sexta-feira para investigar a segurança do uso de água. Segundo Hu Siyi, toda a so-ciedade precisa se preocupar com a protecção e utilização racional do recurso hídrico.

MEDIDAS INSUFICIENTES O uso anual de água na China supera 600 bilhões de metros cú-bicos, consumindo 74% do recurso hídrico disponível. Prevê-se que

OS esforços para conser-var as baleias-francas

no Atlântico Norte entraram no mundo das tecnologias com a criação de uma apli-cação para iPad/iPhone que pode avisar os navios sempre que se aproximam de uma zona com aqueles animais ameaçados.

A aplicação Whale Alert, gratuita, utiliza um sistema de posicionamento global e outras tecnologias para cru-zar os dados mais recentes sobre a detecção das baleias com as cartas oceânicas da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica norte-ameri-cana (NOAA).

O projecto é um esforço conjunto da NOAA e de outras

A China enfrenta graves problemas de gestão de recursos hídricos, diz o Hu SiYi

Distribuição é desequilibradaaté 2030, o uso de água na China vai atingir o seu auge. É neces-sário resolver problemas como a exploração excessiva do recurso hídrico, utilização sem controle e poluição da água.

Para reforçar a protecção, o governo chinês estabeleceu em 2011 um sistema administrativo mais severo para a utilização dos recursos hídricos, que entrou em vigor no início deste ano. A China delimitou três “linhas vermelhas” para a exploração, utilização e controle de poluição.

Até 2030, a quantidade de água utilizada na China inteira deve ser controlada dentro de 700 bilhões de metros cúbicos. A eficiência na utilização do recurso precisa atingir o nível mais avançado do mundo. Por último, a taxa de aprovação da qualidade da água na área funcional deve superar 95%.

Para o vice-ministro, só esse sistema administrativo pode limi-tar o uso excessivo da água. Ele admitiu que a China não obteve um resultado satisfatório com as medidas adotadas no passado, visto que os regulamentos anteriores não formaram uma força rigorosa para as autoridades locais. Hu Siyi reiterou que o Ministério de Recurso Hídrico vai intensificar a supervisão para garantir o cumpri-mento das metas.

Nova aplicação para iPhonepode salvar as baleias-francas

App amigaagências governamentais dos Estados Unidos – incluindo o Serviço Nacional de Par-ques e a Guarda Costeira – e universidades e organizações conservacionistas.

Com esta aplicação, os responsáveis acreditam que podem limitar o número de baleias que morrem por colidirem com navios, es-pecialmente de cruzeiro e porta-contentores. Quando as baleias são detectadas

numa área, os navios podem alterar o seu curso ligei-ramente ou simplesmente abrandar a velocidade.

“A Whale Alert é uma colaboração inovadora para proteger esta espécie criti-camente ameaçada”, disse David Wiley, coordenador do projecto Stellwagen Bank National Marine Sanctuary, da NOAA.

As autoridades maríti-mas estimam que existem

apenas entre 350 e 550 baleias-francas nos oceanos do planeta. “As baleias--francas são uma espécie icónica para aqueles que vivem nas zonas costeiras de Massachusetts e do Norte dos Estados Unidos”, disse o director do Fundo Inter-nacional para o Bem-estar animal em Yarmouth Port, Patrick Ramage, citado pela agência Reuters.

Estes animais vivem ao longo da costa Norte dos Estados Unidos, desde Newfoundland até à Florida. As baleias, que vivem em média entre 50 a 70 anos e podem pesar 70 toneladas, são vulneráveis às colisões com navios porque se ali-

mentam perto da superfície do mar.

As colisões com navios mataram mais de um terço das baleias-francas regista-das entre 1970 e 2007. Tendo em conta a fragilidade da população, a perda de uma

única baleia – especialmente uma fêmea reprodutora – pode ter um impacto signi-ficativo na espécie.

A nova aplicação foi desenvolvida para os iPad e iPhones da Apple pela EarthNC e pela Gaia GPS.

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16 cultura sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

José Simões [email protected]

HOJE, o vigésimo terceiro dia do terceiro mês lu-nar comemora-

-se o aniversário da deusa Mazu, como é chamada na sua terra natal, em Fuquiam; Niang Ma em mandarim; Neong Ma em cantonense e conhecida em Macau pelo diminutivo A-Má.

Com o apelido Lin e o nome Mo (que significa silêncio) foi um anjo, tan-to no amor que devotou à família, como nos conheci-mentos que adquiriu. Desde criança, estudiosa tanto do budismo, como dos antigos tratados do tauismo, nunca quis casar. Conta a História que, durante um sonho, estando a salvar o pai e um irmão de se afogarem, foi acordada a meio pela mãe e por isso, só conseguiu colocar o irmão num lugar seguro. Ao ser despertada da transe largou o pai, ten-do este desaparecido nas águas.

Mazu aparece muitas vezes aos marítimos que se encontram em situação de

Aniversário da deusa A-Má

Do amor e do conhecimentoaflição e por ela protegidos, nenhum mal acontece às suas embarcações, mesmo quando estão no meio de grandes tempestades.

No reinado do impera-dor Yong Le, da dinastia Ming, o Grande Almirante Zheng He, antes de cada uma das 7 viagens transo-ceânicas, foi aos templos da deusa Mazu, em Fuquiam, para pedir protecção.

Quando em 1554 os portugueses chegaram a Macau, esta terra era co-nhecida pelos chineses por Haojing. Conta a história que, após passarem a barra, na parte Sul da península e antes de ancorar, cruzaram com um templo na baía de A-Má. Ao perguntar o nome do local, ouviram o som de Amagao (A-Má e gao, que significa baía), que veio a dar a palavra Macau. Se o actual Templo da Barra, tal como uma pedra indica, é

de 1605, a sua existência data de 1484.

O templo é dedicado à deusa A-Má, que nasceu nos anos 60 do século X e que passou desta vida em 29 de Fevereiro de 987. Sentada, subiu ao Céu, sendo deificada em 1123 pela sua extrema bondade. Em 1409 recebeu o título de Tian Fei (Concubina Impe-rial Celeste) e já na dinastia Qing foi elevada a Tian Hou, (Imperatriz Celeste).

CELEBRAÇÕES À RAINHA DO CÉUAs festividades começaram já no dia 11 de Abril às 15 horas. Os representantes da Associação do Teatro da Barra da Água e Terra, que tem a cargo os espectáculos de ópera Yue, foram ao templo prestar homenagem à Imperatriz Celeste. Mais conhecido por Templo de A-Má, foram aí pedir a

protecção da deusa Tian Hou, tanto para as suas celebrações, como para os marítimos, habitantes de Macau e Seres em geral. Aí fizeram a genuflexão e o acto de “bater cabeça” (kou tou, em mandarim) a A-Má. A imagem do templo encontrava-se no seu altar ornamentado com cortinas de seda e colocadas há sua frente, na mesa de oferen-das, outras quatro pequenas imagens da deusa. À sua frente tinham porcos as-sados, sacrificados para os festejos do seu aniversário. Após a deposição de incen-so no incensório, cada um dos membros executivos da Associação do Teatro da Barra da Água e Terra, em frente às imagens, pegou nos Seng Pui, pequenas peças de madeira e deixou--as cair por três vezes. Cada peça é plana de um lado e curva do outro e

são utilizadas para apurar os desígnios da sorte, os blocos de Oráculo. O ritual de consulta consiste no lan-çamento das peças por três vezes e os bons ou maus auspícios são definidos pela maneira como no chão, as peças ficam. Uma coroa de oferenda é depois levada para o depósito de precio-sidades, forno para queimar os papéis oferecidos à deusa. Com a purificação feita e os caminhos abertos pelo fumo, o contacto fica estabelecido.

Após as quatro pequenas imagens serem abençoadas pela energia da deusa, foram levadas em cortejo para a tenda, junto ao Museu Marítimo, onde o palco está montado. Aí, no próprio dia começaram as represen-tações de ópera com um grupo de Zhanjiang, após o jantar ao ar livre no Largo do Pagode da Barra. Em redor

de 60 mesas estiveram os convidados e membros da Associação, os actores e todos os que trabalham na equipa, assim como os ele-mentos dos grupos da dança do leão e do Dragão, que actuaram após a fotografia do acontecimento.

Estas representações de ópera realizam-se até ao dia 15 de Abril, duas vezes por dia, às 13h e 30 minutos e à noite, pelas 19h e 45 minutos.

Hoje, dia do Aniver-sário, às 9 da manhã os membros da Associação do Ma-Kok-Miu oferecem incenso e fazem limpeza e arranjos à estátua, que vão usar como imagem convi-dada da deusa A-Má, para as suas cerimónias. Após o cortejo da estátua até ao Largo do Pagode da Barra, às 10 horas dá-se vida aos leões e ao dragão, abrindo--lhes os olhos e assim começam as celebrações. Será também feita a oferta pela Associação do Ma--Kok-Miu de uma imagem de Mazu ao Presidente de Taiwan, que por isso tem cá uma representação para a receber.

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17culturasexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

A exposição nasceu de uma viagem que Wu Lu Seng fez à Mongólia, durante 10 dias, e de

retratos que foi esboçando nos últimos tempos, sobre o dia-a-dia das pessoas naturais de Macau. Há 30 anos que o artista, também professor de arte, não pegava num lápis para fazer aquela que consi-dera uma das melhores expressões de arte, o desenho.

Tinha-se especializado em desenhos tradicionais da China, durante quase toda a sua carreira, e em pinturas abstractas associadas a estados de espírito e reflexões, e que em nada se relacionavam com a realidade. Decidiu, por isso, mudar o rumo da sua expressão artística, seguindo de carro até à Mongólia e depois ao Tibete.

“Nestas viagens, quis libertar a minha expressão criativa e de-senhar ao sabor do momento, em captações rápidas de movimentos e actividades aceleradas, por isso, represento momentos passageiros, ou seja, cada desenho faço-o em 5 minutos.”

FIGURAS MACAENSESNatural da China, vive há 11 anos em Macau, mas não sabe falar can-tonês nem inglês, o que lhe dificulta a integração na vida macaense. Recuperar o desenho na sua vida e trazê-lo a esta exposição - que vai albergar 34 quadros, dez sobre a vida de Macau - possibilitou-lhe ganhar mais proximidade com a comunidade.

“Fui de propósito à APOMAC, para ver as pessoas a fazerem as suas refeições juntas, a cozi-

LAI Sio Kit, pintor da nova geração, dedica-se hoje em ex-

clusivo à arte, depois de se formar em pintura de óleo na Academia de Belas Artes de Pequim, em 2006.

A colecção que lhe trouxe mais reconhecimento foi “Together”, que mostra paisagens únicas de telhados sobrepostos, sob um ângulo elevado na cidade velha de Macau.

Amanhã, na galeria Art for All (AFA) apresenta uma colecção na mesma linha, que captura os cenários urbanos de Macau de um ângulo superior, mas desta vez mostra não só telhados mas mais os terraços.

“Uma área que é ao mesmo tempo privada mas exposta”, conta a curadora Bianca Lei, que algumas pessoas usam para guardar diversos artigos velhos enquanto outros fazem pequenos

jardins, “em que se vêm alguns mais organizados e outros mais desordenados.”

Ainda assim as famílias orga-nizam-no de maneiras diferentes e as áreas têm sempre muita vida e toques humanos, conta Lei, nas palavras de Lai Sio Kit, e estes são os “Secret Gardens” do artista.

“Mas não são bem quadros reais, são experiências suas, algo ilusórias que vêm do seu imagi-nário, o arranjo e a composição é a sua criatividade”, explica a curadora. Acrescentando que os quadros podem mudar a mente das pessoas, que se vêm numa posição de flutuação com esta perspectiva do céu.

A exposição vai estar aberta ao público entre 14 de Abril e 27 de Maio, no edifício da AFA, na Areia Preta, todos os dias (excepto Do-mingos) entre as 12h e as 19h. - R.M.R.

Camõesvolta a MacauA alegada presença de Luís de Camões em Macau tem conduzido Eduardo Ribeiro em investigações incessantes para provar esta teoria. Depois de em 2007 lançar o primeiro livro, hoje apresenta o novo “Camões no Oriente”, uma colectânea de seis textos revistos e actualizados, publicados na revista electrónica “Labirintos” e em jornais locais. Apesar de saber que Camões é um tema que não vende, nunca abdicou do seu particular método jurídico para investigar um assunto que lhe é muito prezado. E, por essa razão, tem defendido a ideia, corroborada por informações cruzadas, que o poeta esteve em Macau nos anos 60, mais precisamente 1962, que lhe faz encaixar uma série de peças da biografia de Camões, inclusivamente poética. O lançamento tem lugar hoje, pelas 18h30, no Clube Militar. - R.M.R.

Vida em Macau e tradições na Mongólia por Wu Lu Seng

Desenho em 5 minutosnharem, no fundo, a vida social e forma de viver dos macaenses porque eles representam mais Macau, esta mistura entre chineses e portugueses.”

A vontade de representar a sociedade de Macau cresceu-lhe a partir da vontade de amigos e familiares de Pequim, onde antes vivia e onde frequentemente vai, de conhecerem a vida aqui no ter-

ritório, já que na China, segundo conta, só publicitam Macau através dos casinos.

ESTÁTICO VS. MOVIMENTONestas exposição, de nome “Still to Motion” (em português, do está-tico ao movimento), o artista quer representar dois estilos: os macaen-ses são quadros sem movimento e a viagem pela Mongólia trouxe-lhe

o movimento através de diferentes actividades que foi captando na sua aventura. Como no caso das danças tradicionais da Mongólia, movimentos que quis representar também no seu caderno.

“A história por detrás do desenho é engraçada porque no momento em que o fazia, muitas pessoas se aglomeraram à minha volta, e de repente com todo aquele

frenesim vêm polícias dizer que não posso desenhar e que tinha de parar.”

Outro dos desenhos desta sé-rie de actividades, que captou na Mongólia, foi uma luta tradicional em espaço reservado. “Tive pro-blemas em entrar com o objectivo de desenhar”, conta, “porque o guarda não me quis deixar entrar sem identificação própria e eu fiz um acordo com ele: se gostasse do desenho que lhe ia fazer, ficaria com ele de graça e deixava-me entrar”, conta com gracejos.

O desenhista vai também lan-çar o livro “Still to Motion”, no próximo dia 20, na inauguração da exposição no Criative Macau.

Pinturas de Lai Sio Kit mostram os terraços de Macau

Jardins secretos são revelados

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18 desporto sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

PELA décima vez consecutiva, todos os cidadãos defi-cientes de Macau

têm oportunidade de desen-volver práticas desportivas no próximo domingo, no Pa-vilhão do Estádio do Centro Desportivo Olímpico.

Os Jogos Desportivos para Deficientes 2012 vai incluir nove actividades recreativas e desportivas e, pela primeira vez este ano, acrescentaram-se três pos-tos de atendimento onde se avalia a condição física dos participantes.

António Fernandes, presi-dente do Comité Paralímpico de Macau - Associação Recre-ativa dos Deficientes de Ma-cau, acrescenta que esta é uma “actividade que proporciona o desenvolvimento do des-portivismo mas impulsiona também o interesse e amizade entre os desportistas”.

Este ano, o Instituto do Desporto (ID), entidade organizadora da iniciativa, convidou a Federação de Deficientes da China e a Fundação para Deficientes da China a enviarem uma delegação a Macau para assistir aos Jogos, no âmbito

Integrar os deficientes na sociedade, através de práticas desportivas, é o objectivo deste evento que proporciona também a interacção entre desportistas de Macau e da China. A par deste evento, os atletas da RAEM vão treinando para os Jogos Paralímpicos em Londres. A lista de participantes é conhecida em Maio

Os Jogos Desportivos para Deficientes 2012 conta com atletas da China

Domingo desportivo

do “Protocolo de Coopera-ção Conjunta de Actividades para Deficientes”. De forma a proporcionar um intercâm-bio entre atletas deficientes de Macau e da China.

Esta actividade pretende também, segundo António Fernandes, sensibilizar o conhecimento e a atenção do público relativamente aos cidadãos deficientes, inte-grando-os nestas actividades desportivas e incentivá-los a participarem activamente nas actividades sociais.

A iniciativa não compor-ta qualquer inscrição, pelo que quem quiser ter uma activa participação nestas actividades, tanto portadores de deficiência como seus familiares, pode aparecer neste encontro.

PARALÍMPICOS LONDRESAntónio Fernandes ainda não sabe qual o número de representantes da RAEM nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012 - a decorrer entre 29 de Agosto e 9 de Setembro, duas semanas depois dos JO 2012 - mas adianta que a Lista de Par-ticipantes de Macau será cedida pelo Comité Paralím-pico Internacional (IPC, na sigla inglesa) no principio de Maio.

De qualquer forma, os atletas já estão em treinos e competições na Ásia e na Eu-ropa, “a delegação de ténis de mesa já está a treinar com a equipa nacional da China, os atletas de esgrima estão em Taiwan e a delegação de atletismo estão a treinar em Pequim”, adianta António Fernandes. Para além destas modalidades, os atletas pa-ralímpicos do território vão fazer-se representar também em natação e boccia.

O também fundador da boccia em Macau e China diz que estas competições possibilitam a qualificação para os Jogos Paralímpicos e que, apesar de ser garantida a presença dos atletas - porque o IPC aceita a participação de qualquer federação ou comité nacional - Macau quer-se fazer representar por mérito próprio, ou seja, com a atribuição do “Cartão Branco” (ou White Card, em inglês).

Face à preparação destes atletas, António Fernandes disse apenas “já sabemos que em Macau nenhum atleta é profissional, em nenhuma modalidade, nem com plenas capacidades nem deficientes” mas acredita que o sonho continua a ser alimentado.

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19desportosexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

O Clube Desportivo Mon-te Carlo e o Futebol Clube do Porto não deixaram créditos por

mãos alheias e levaram a melhor sobre Kuan Tai e Selecção de Sub-23, em partidas em atraso referentes à 11ª jornada da Liga de Elite, a principal competição de futebol do território.

Perante a equipa sensação da primeira volta do Campeonato, o Monte Carlo não se deixou inti-midar. Orientados pelo português Paulo Bento, os vice-campeões e vice-líderes da classificação inau-guraram o marcador à passagem do 18º minuto, com Seidi Ansumane a dar a melhor resposta a um livre--directo apontado ao meio-campo e a bater de cabeça o guarda-redes Ieong Fong Meng na baliza do Kuan Tai.

O golo dos “canarinhos” foi o motivo de maior destaque da primeira parte. A partida seguiu para intervalo com o Monte Carlo na liderança merecida do placard, mas o regresso das duas forma-ções ao relvado trouxe uma nova dinâmica ao encontro. A formação orientada pelo macaense João Rosa não baixou os braços e conseguiu mesmo repôr a igualdade à passa-gem do minuto 65, numa iniciativa concluída por Li Lin Kun.

A época 2012 marca a terceira temporada

de Ávila com as cores do Team Jebsen e, depois de ter lutado pelo título até à última corrida na edição transacta, a equipa acredita que tem tudo o que precisa para oferecer à sua legião de apoiantes o resultado máximo exequível.

O campeonato, que começa já este fim-de--semana em Xangai, tem um máximo de 41 pontos a atribuir e começará com duas sessões de treinos--livres na sexta-feira, seguidas da sessão de qualificação no sábado, que define a grelha de partida para a corrida ainda no mesmo dia. A segunda manga está marcada para a manhã de domingo, antes da corrida de Fórmula 1.

Uma mudança no regu-lamento irá colocar os oito primeiros classificados da primeira corrida em ordem

Benfica segue em frente na TaçaO onze da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau juntou-se ao Sporting e ao Futebol Clube do Porto na segunda eliminatória da Taça da Associação de Futebol de Macau, ao golear ontem no campo da Universidade de Ciência e Tecnologia a frágil formação do Cycle Clube por expressivas catorze bolas a zero. Num desafio sem dificuldades de maior para as águias do território, Joadson e Marquinhos foram dois dos jogadores que mais se destacaram, ao assinarem um hat-trick cada. No sábado é a vez da Casa de Portugal entrar em campo no âmbito da competição. A formação orientada por Pelé esgrime argumentos com a Roma por um lugar na segunda ronda eliminatória da prova.

Liga de Elite Partidas em atraso foram repostas

FC Porto e Monte Carlo cumprem

Ávila renova com actual equipa e arranca para nova época em Xangai

De Jebsen ao peitoinversa na grelha de parti-da da segunda corrida de 12 voltas.

No teste oficial do campeonato, realizado no mês passado no Circuito Internacional de Zhuhai, Ávila mostrou ter o anda-mento para rodar na fren-te, o que ajuda a construir a confiança para a ronda de abertura. “O nosso teste no mês passado em Zhuhai correu extrema-mente bem e estivemos consistentemente no topo da tabela de tempos, mas claro, há sempre margem para melhorar e tirar ainda mais partido dos limites do carro.”

Para o piloto da

RAEM, “com todos os pi-lotos a correr com Porsche 911 GT3 Cup idênticos, a competição é sempre mais apertada. Porém, este ano, a chegada de pilotos de qualidade superior, torna-rão a época 2012 a mais competitiva de sempre da história da Taça Porsche. Todas as centésimas de segundo contam e a con-sistência é chave para bons resultados.“

COM A BÊNÇÃO DE BISHOPPara Mark Bishop, direc-tor do Jebsen and Co Ltd Group; “O ano passado ficámos a dois pontos de conseguir um sem pre-

cedente terceiro título. O facto de termos ficado tão próximos, deixa-nos com vontade de querer mais, e o Team Jebsen regres-sa em 2012 preparado e determinado a lutar ainda mais pelo campeonato. Estamos muito satisfeitos por termos o Rodolfo de volta pela terceira época, e acreditamos que o seu ta-lento e habilidade ajudarão a alcançar o título. Damos as boas-vindas a todos os apoiantes do Team Jebsen em Xangai e esperamos retribuir com uma pre-sença no pódio. Estamos preparados para enfrentar a dura e excitante época que temos pela frente”.

minutos depois, já em período de descontos, ao aproveitar um erro crasso do guarda-redes adversário para apontar o golo da tranquilida-de canarinha. Joãozinho recebeu a bola na frente de ataque, Ieong Fong Meng precipitou-se para fora da baliza, deixando via aberta para que o avançado brasileiro apon-tasse o seu segundo golo da noite.

ALISON BRITO CONTINUA A RESOLVERDepois do Monte Carlo, entrou em campo o onze da Casa do Futebol Clube do Porto em Macau. A formação orientada pelo cabo-ver-deano Daniel Pinto impôs-se sem grandes dificuldades à Selecção de Sub-23 da Associação de Futebol de Macau, num encontro em que

necessitou apenas dos primeiros 45 minutos para construir um dos resultados mais confortáveis da temporada.

O dianteiro Alison Brito voltou a chamar a si um papel incontornável. O avançado cabo--verdeano aproveitou um erro da defesa adversária para inaugurar o marcador à passagem dos dez minutos. Brito aproveitou a desatenção de um defesa para sonegar a bola junto à linha fi-nal, contornou dois adversários e rematou seco para o fundo das redes de Ho Man Fai.

Os dragões do território de-moraram 25 minutos para dilatar a vantagem. Aos 35, o jovem Rodilson da Gama respondeu de forma primorosa a um cruzamento largo da defensiva azul e branca e numa jogada rápida de contra--ataque, voltou a levar a melhor sobre o guarda-redes adversário. Ho Man Fai ainda saiu de entre os postes, mas o jovem médio do Futebol Clube do Porto manteve a tranquilidade necessária para dar a melhor conclusão à jogada. O onze orientado por Dani neces-sitou apenas de seis minutos para voltar a fazer mexer o marcador. Aos 40 minutos, Alison Brito é derrubado em falta no coração da grande-área adversária. Chamado a cobrar a grande penalidade, o avançado não falha e marca o se-gundo golo da conta pessoal, numa noite tranquila para os dragões. Com o triunfo alcançado perante a Selecção de Sub-23, o FC Porto passou a somar 14 pontos e con-solidou a sexta posição da tabela, com um ponto de vantagem sobre o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública.

O encontro permaneceu em-patado quase até ao final. A dois minutos do fim do tempo regu-lamentar, Joãozinho – que havia entrado para o lugar de Robson Arroio aos 74 minutos – justificou a aposta feita por Paulo Bento. O dianteiro recebeu e controlou com classe uma boa desmarcação de

Fabrício Lima, levou a melhor so-bre um adversário em plena grande área do Kuan Tai e rematou sem hipóteses para o fundo das redes de Ieong Fong Meng, apontando o segundo golo do Monte Carlo.

O avançado, que chamou a si o estatuto de principal figura do desafio, voltou a brilhar três

GONÇ

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20 publicidade sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

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21futilidadessexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1BATTLESHIP [C]Um filme de: Peter BergCom: Taylor Kitsch, Brooklyn Decker14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 2 TITANIC [3D] [B]Um filme de: James CameronCom: kate Winslet, Leonardo Di Caprio14.30, 20.30

[Tele]visão

Aqui há gato

Su doku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Conto mitológico dos povos nórdicos. Porcaria (Infant.). 2-Instrumento próprio para a determinação de diferenças de nível. 3-Profere como verdadeiro o que é falso. Átrio. 4-Andamento vagaroso em música. 5-O m. q. ião. O m. q. anã. Organização Internacional (abrev.). 6-Dar queda. Esquife para transporte de doentes. 7-Também (Arc.). Planta apiácea, semelhante à cenoura. Caminho (abrev.). 8-Gorda, volumosa. 9-Filtrei, depurei. Mulheres velhas e corcundas (Ant.). 10-Levado de rastos. 11-Luz reflectida pela Lua. O m. q. oura.

VERTICAIS: 1-Emissão de voz. Ergas por meio de roldana e cordas. O mais (Ant.). 2-Produzir eco. Que ainda não tem madureza. 3-General (abrev.). Níquel (s.q.). Frustra, debela. 4-Registo do que se tratou numa reunião. Tornar-se menos numeroso. 5-Alegre, contente. Pisas, trituras. 6-Nesse momento. História (Fig.). Interjeição usada para afastar certos animais (Prov.). 7-Mágico. Aversão entranhada, ódio (Pop.). 8-Renunciavam. Poeta ou cantor na antiga Grécia. 9-Tenebroso, Negro. Do corrente ano (abrev. lat.). Bovino doméstico. 10-Jogo de cartas. Tornara oco. 11-Preposição e artigo (Contr.). Puxam à fieira. Que lhe pertence.

HORIZONTAIS: 1-SAGA. A. CACA. 2-O. ECLIMETRO. 3-MENTE. ADRO. 4-C. ADAGIO. F. 5-ION. ANOA. OI. 6-CAIR. A. MACA. 7-ER. AMIO. CAM. 8-S. GROSSA. R. 9-COEI. GEBAS. 10-ARRASTADO. U. 11-LUAR. O. OIRA.VERTICAIS: 1-SOM. ICES. AL. 2-A. ECOAR. CRU. 3-GEN. NI. GORA. 4-ACTA. RAREAR. 5-LEDA. MOIS. 6-AI. ANAIS. TO. 7-MAGO. OSGA. 8-CEDIAM. AEDO. 9-ATRO. AC. BOI. 10-CRO. OCARA. R. 11-AO. FIAM. SUA.

OS MILAGRES ACONTECEMPassaram-se nove anos desde o momento em que o pequeno rapaz foi encontrado sozinho, no meio dos escombros, envergando uma camisola da selecção portuguesa. O menino que mais tarde encontrou o pai sobrevivente tornou-se num dos maiores símbolos do cataclismo que pôs os olhos do mundo no sudeste asiático. Em 2004 a ilha de Sumatra foi vítima de um terramoto com 9,1 de magnitude na escala de Ritcher, que trouxe o tsunami à costa, trazendo consigo mortos, feridos e a vontade de reconstruir depois da catástrofe. Se tivesse de escolher a personagem principal do terramoto ocorrido há dois dias, optava pela mãe que vi na televisão. Não tinha nenhuma camisola da selecção portuguesa, mas com o lenço que lhe tapava o rosto pegou no seu filho no momento em que o terramoto abalava a cidade e fugiram num riquexó. São os dois símbolos de um tremor de terra que, apesar dos prédios que deitou abaixo, em nada se compara ao que aconteceu em 2004. A vontade dos deuses quis que, desta vez, tudo fosse diferente. À medida que o tempo avançava, os alertas lançados pelos peritos de que poderia ocorrer um tsunami depressa se transformaram em pó. As poucas vítimas tratam-se, os prédios reconstroem-se com a preocupação de novas regulamentações. Há nove anos, mais de 200 mil pessoas perderam a vida. Nas últimas páginas desta pequena (grande) história, os mortos foram apenas cinco. E tudo aconteceu porque os seus corações não aguentaram os momentos em que a terra tremeu. Depois há sete feridos, e apenas um suscita preocupações dos médicos. Há ainda a história do menino que quis fugir da destruição e subiu a uma árvore. A queda colocou-lhe a vida em risco. São mazelas ligeiras, casos quase singulares, destruições que não são em massa. Os milagres, de facto, acontecem.

Pu Yi

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 Ásia Global21:30 Regresso a Sizalinda22:15 Passione23:00 TDM News23:30 Evita01:40 Telejornal (Repetição)02:10 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Vida Animal em Portugal e no Mundo14:45 Portugal Low Cost – Marvão e Tomar15:15 Sexta às 916:00 Bom Dia Portugal17:00 Musicais – Pedro Abrunhosa & Comité Caviar no Coliseu 19:00 Estado de Graça20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:00 Ler +, Ler Melhor 22:15 Couto & Coutadas22:45 Portugal no Coração

ESPN 3012:30 European Top 1215:30 MLB Regular Season 2012 Cincinnati Reds vs. Washington Nationals18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2012 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 Football Asia 2012/13 20:30 Spirit Of London 21:00 Grand American Series22:00 Sportscenter Asia 2012

22:30 Football Asia 2012/13 23:00 Spirit Of London 23:30 Beijing 2008

STAR SPORTS 3113:00 Total Rugby 13:30 Maxxis FIM Enduro World Championship 2012 14:00 Masters Tournament 2012 Day 4 19:00 (LIVE) WTA Barcelona Ladies Open23:30 (Delay) Score Tonight 2012

FOX MOVIES 4012:20 Zookeeper14:05 Limitless15:55 Everything Must Go17:40 Man Of The House19:25 127 Hours21:00 Homeland22:00 The Walking Dead23:40 Tucker & Dale Vs Evil

HBO 4112:00 Eat Pray Love14:20 Diamonds Are Forever16:30 Gladiator19:00 Battle Los Angeles21:00 Luck22:00 Friday The 13Th Part Ii23:25 Friday The 13Th Part Iii00:55 Friday The 13Th Part 4

CINEMAX 4212:45 Ticking Clock14:30 Escape From Atlantis16:00 Kiss The Girls And Make Them Die18:00 Kindergarten Cop20:00 The Wolfman21:45 Epad On Max22:00 Case 3923:50 Cherry Falls

THE GREY [C]Um filme de: Joe CarnahanCom: Liam Neeson, Frank Grillo, Dermont Mulroney18.30

SALA 3WRATH OF THE TITANS [3D] [C]Um filme de: Jonathan LiebesmanCom: Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes14.15, 21.30

THE LORAX [3D] [A](Falado em cantonense)Um filme de: Chris Renaud16.15, 18.00, 19.45

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

ANA VIEIRA : E O QUE NÃO É VISTO • Jorge Silva MeloÉ insólito o lugar de Ana Vieira na arte portuguesa: trabalhando o rasto, a sombra, a passagem da luz (ou dos corpos?), o reflexo, a sobreposição, a pegada, a memó-ria ou a planificação do futuro, a sua arte raia o invisível. E questiona o lugar da arte - e do espectador, colocado sempre “de fora” ou com a consciência do “off”. Pois não é Ana Vieira que diz “o que me interessa mais neste momento é o que não é dito e o que não é visto”?

LOURDES CASTRO - PELAS SOMBRAS • Catarina MourãoVem ver a pintura que estou a fazer. Um bocado grande, não cabe em museu nenhum. E tão pequena, tão pequenina que todos que passam por aqui nem dão por isso. Uma tela com forma esquisita. O que vale é que não é preciso esticá-la. Por si só, ela está sempre pronta a receber pinceladas, ventos, estações, chuva, sol....”Quando eu tinha catorze anos levaram-me a ver um teatro de sombras. Chamava-se Linha do Horizonte e revelava o dia-a-dia de uma mulher, através de sombras projectadas num lençol branco.Essa experiência marcou-me profunda-mente”. Lourdes Castro ficou conhecida como a artista que se ocupa de sombras.

HELENA ALMEIDA: PINTURA HABITADA • Joana AscensãoFilme sobre o trabalho de Helena Almeida, artista plástica que, desde o final dos anos 60, tem desenvolvido uma obra na qual explora os limites da auto-repre-sentação e as fronteiras dos diferentes meios que utiliza, sejam eles a pintura, o desenho, a fotografia ou o vídeo. Pintura Habitada centra-se nas várias fases e elementos envolvidos no elaborado processo criativo através do qual Helena Almeida constrói os seus trabalhos, desde os primeiros estudos à exposição das obras acabadas.

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perspect ivasJorge Rodrigues Simão

22 opinião sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

“No man is an Island, entire of itself; every man is a piece of the Continent, a part of the Main; if a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if a promontory were, as well as if a manor of thy friends or of thine own were; any man’s death diminishes me, because I am involved in Mankind; And therefore never send to know for whom the bell tolls; It tolls for thee.”

Devotions upon Emergent Occasions, “Meditation 17”

John Donne

S planeadores urbanísticos acolhe-ram o conceito de desenvolvimen-to sustentável com entusiasmo, uma vez que parece encaixar perfeitamente com modelos de pla-neamento idealizados, oferecendo

oportunidades do negativo, prática usual no planeamento funcionalista, e permite uma dedicação contínua na gestão urbana que os fortalece como profissionais. Uma última razão para o êxito do conceito, não apenas entre as referidas classes de pessoas, mas também entre a população em geral, é de tipo psicológico.

A crise ecológica e as suas consequên-cias (redução da biodiversidade e alterações climáticas) criam ansiedade na população, que pode ser mitigada com o sentimento da existência de um plano alternativo, o desenvolvimento sustentável, que permitirá atenuar, se não solucionar definitivamente esta crise. Outra razão, que explicaria esta grande aceitação, seria a ambiguidade do termo “desenvolvimento sustentável”, que conduz a interpretações diversas, que podem associar-se facilmente a pensamentos polí-ticos de direita como de esquerda.

Existem dois modelos extremos, entre os quais podem encontrar-se múltiplas po-sições intermédias. O pensamento político de direita, produziu a optimista “Teoria da Modernização Ecológica”, segundo a qual a saída para a crise ecológica seria possível, através da adaptação dos processos de pro-dução e de consumo a critérios ecológicos e a necessidades ambientais; a crença nas possibilidades da ciência e da tecnologia, para melhorar os processos produtivos, des-de a perspectiva ambiental, através de uma maior eficiência; a promoção do mercado como o meio mais efectivo para assegurar as respostas, e a flexibilidade necessárias à melhoria do meio ambiente; a percepção de que os movimentos ambientais podem ser incorporados nos processos de tomada de decisões; a fé de que as empresas mul-tinacionais, como promotoras da economia global, actuarão como agentes da mudança e a diminuição da oposição ao movimento de modernização ecológica como impraticável, por falta de apoios e consequentemente, de valor marginal.

A “Teoria da Modernização Ecológica”, entende que o meio ambiente e a economia não se encontram em conflito, uma vez que a protecção ambiental só pode ser assegurada

Urbanismo sustentável (3)

Os defensores da “Teoria da Modernização Ecológica” concebem que um maior desenvolvimento, produzirá no final, um meio ambiente adequado e uma sociedade mais rica. O único problema que se apresenta ao planeamento é como regular adequadamente a protecção do meio ambiente nos aspectos em que a economia não está limitada

banísticos, que não podem ficar à margem da tensão existente entre o desenvolvimen-to e a conservação do meio ambiente. Em definitivo, os responsáveis políticos serão os que determinarão o equilíbrio entre a protecção e o desenvolvimento, e será ne-cessário o estabelecimento de parâmetros, que limitem o significado concreto em cada nível do planeamento. É necessário, pois, reformularem-se os modelos de or-ganização e desenvolvimento das cidades contemporâneas se pretendemos reflectir e encontrar soluções para a actual situação do estado da cidade.

É preciso reinventar a cidade, para a tornar mais habitável e que a população volte a sentir-se parte integrante, porque é agradavelmente habitável. Ademais, a cidade deve ser sustentável, de forma que a sua gestão não só deve dirigir-se a melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes, mas deve contribuir na medida das suas possibilidades, para potenciar o novo paradigma do desenvolvimento sustentável.

Em boa parte, os problemas sociais e ambientais actuais são o resultado de um tratamento sectorial do urbanismo domi-nante durante o pós-guerra, de raiz fun-cionalista e tecnocrática, e com frequência subjugado aos interesses do mercado imobiliário. O ordenamento urbano, desta forma, obedecia a uma especialização do solo segundo usos determinados (de resi-dência de diferentes categorias sociais, in-dustriais, de serviços centralizados). Esta forma de entender o urbanismo dificultou a projecção social do espaço urbano, além de ser socialmente injusta.

É geradora de problemas sociais e ambientais como a desvinculação ao meio, longas deslocações entre o local de trabalho e o de residência, tráfego in-tenso, poluição sonora e atmosférica ou falta de estacionamento, entre muitos. A separação das instalações industriais nas cidades, ainda que tivesse uma intenção preventiva e sanitária ao impedir que a população sofresse os inconvenientes ambientais dessas instalações, passou com o decorrer do tempo, uma vez realizada a expansão da superfície urbana, a ser uma problemática adicional.

O ordenamento territorial urbano, no futuro, terá de considerar todos estes pro-blemas e integrar, também, as políticas sectoriais que as administrações locais, estatais e regionais têm estabelecidas para a redução da poluição do ar, das águas, a produção de resíduos ou o problema do ruído, entre outros aspectos. Assim, deve--se entender que a vida humana sustentável no planeta não é possível de se realizar, sem comunidades locais sustentáveis. As cidades têm um papel decisivo no processo de mudança de estilos de vida, da produção e consumo e dos modelos de organização.

através do desenvolvimento económico. Neste quadro, a função do Estado é de facilitar as condições para que o mercado funcione e de proporcionar as regras e os modelos para a protecção do meio ambiente. Esta perspectiva, naturalmente, é bem aceite pela economia liberal e entre os apoiantes dos sistemas de valores conservadores, que prevalecem no mundo ocidental. No outro extremo, existe a concepção de desenvolvi-mento sustentável, diametralmente oposta, e que foi formulada pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, em 1992, no seu livro “Risk Society: Towards a New Modernity” e co-nhecida pela “Teoria da Sociedade de Risco”.

Esta tese, defende que existe um conflito irreconciliável entre as procuras da economia e as necessidades ecológicas, vaticinando o controlo autoritário e prevendo a catástrofe, se não forem alteradas as tendências actuais, pelo que a transformação social será neces-sária, se quisermos assegurar a sobrevivência da espécie humana. É qualificada de utópica e idealista, dado oferecer poucas soluções. Os planeadores urbanísticos podem encontrar--se em qualquer das posições intermédias, entre estes dois pensamentos, em função dos seus valores, de forma que o conceito operativo de desenvolvimento sustentável será o que cada um preferir.

Os defensores da “Teoria da Moderniza-ção Ecológica” concebem que um maior de-senvolvimento, produzirá no final, um meio ambiente adequado e uma sociedade mais rica. O único problema que se apresenta ao planeamento é como regular adequadamente a protecção do meio ambiente nos aspectos em que a economia não está limitada. Os planeadores “verde-escuro”, por seu lado, pensam que o desenvolvimento, tal como é entendido actualmente, produz impacto

ambiental “per si”, e não terão de dedicar a maior parte dos esforços a tudo planear, mas sim a promover os valores sociais da sustentabilidade.

Entre estes dois pensamentos, encon-tram-se a maior parte dos planeadores ur-

O

cartoon FALHA NO PLANO DE PAZ DA SÍRIApor Steff

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um gr i to no desertoPaul Chan Wai Chi*

23opiniãosexta-feira 13.4.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

ERMINOU finalmente a eleição do Chefe do Executivo de Hong Kong. Os mil e tal votos do Colégio Eleitoral determinaram a escolha dos sete milhões de habitantes de Hong Kong. Alguns podem

dizer que a escolha representa a manutenção do poder nas mãos de algumas pessoas do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEHK. Independentemente do que poderia ter sido, esta eleição do Chefe do Executivo continuou a ser determinada por um pequeno círculo, não restando dúvidas de que o eleitorado legítimo está privado do seu direito de voto.

Estão prometidas eleições gerais para Chefe do Executivo em Hong Kong em 2017 e para a Assembleia Legislativa em 2020. Quanto a Macau, as eleições para a Assem-bleia Legislativa em 2013 e para Chefe do Executivo em 2014 estão na ordem do dia. Mas, até agora, ainda nada se adiantou quanto ao seu futuro desenvolvimento político. Será que a população de Macau não merece a oportunidade de ter eleições democráticas?

O desenvolvimento do sistema político de Macau está a entrar numa fase crucial da sua trilogia do desenvolvimento político. Embora o sistema de consultas não tenha sido executado de forma abrangente, este é um momento determinante para o futuro da po-pulação de Macau. Segundo uma sondagem, 60% dos residentes não tem consciência da utilidade das consultas políticas. A forma

Participação na vida política é dever de todo o cidadão

A reforma do sistema político de Macau tem de ser a base do desenvolvimento social e, ao mesmo tempo, uma plataforma para acompanhar a tendência democrática global, como um complemento da situação política da China, Taiwan, Hong Kong e Macau

descuidada como foram levadas a cabo as consultas teve uma influência directa na sua eficácia e um impacto indirecto no futuro de Macau. Embora o governo da RAEM tenha implementado algumas melhorias na divul-gação e promoção das consultas, o modo de funcionamento das mesmas manteve-se mais ou menos inalterável. E o facto das consultas públicas terem passado de 1/8 para 3/10, não quer dizer que as opiniões da população venham a ser respeitadas como deveriam ser.

Durante a visita do secretário-geral Qiao Xiaoyang a Macau foi declarado por várias pessoas de diversos sectores, que no processo de desenvolvimento do sistema político se deveria procurar o maior divisor comum en-tre a opinião pública. Mas no Documento de

Consulta sobre o Desenvolvimento do Sistema Político divulgado pelo Governo foi introduzida de forma criteriosa a sugestão de uma minoria de aumentar um lugar de eleição por via directa e indirecta como uma segunda opção, complementar da primeira, que sugeria o aumento de dois lugares de eleição directa e indirecta, sendo com-pletamente omitida a opinião pública que visava unicamente o aumento do número de assentos por via directa e não os eleitos por via indirecta ou por nomeação.

O Governo conduziu intencionalmente os cidadãos a escolher entre as chamadas opiniões da maioria para alcançar um falso divisor comum. Este documento de con-

sulta é inteiramente contrário ao desejo da população de Macau de caminhar gradual-mente para um sistema democrático. Se a solução futura apenas contempla os desejos de uma minoria, ignorando os da maioria e afastando-se da opinião pública, o resultado põe em risco o futuro do desenvolvimento de Macau e leva à intensificação de contra-dições sociais.

Além disto, Qiao, durante a sua visita a Macau, deu três pareceres que deveriam ser levados em consideração para melhorar o sistema de eleição indirecta: respeito pela história, focar no futuro e acompanhar o ritmo do presente. No entanto, nenhuma das três medidas destinadas a melhorar o sistema de eleição indirecta da Assembleia Legislativa é mencionada no capítulo quatro do Documento de Consulta sobre o Desen-

volvimento do Sistema Político. O número de assentos continua a ser determinado pelo número de associações. Serão os legisladores eleitos por este método verdadeiramente representativos? O mesmo acontece com os membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. A sua participação é limitada e consequentemente também a sua representatividade.

Este modelo eleitoral, que apenas mu-dou na forma e não no conteúdo, impede a maioria de exercer o seu direito de comba-ter os privilégios dos grupos de interesse instalados.

A reforma do sistema político de Macau tem de ser a base do desenvolvimento social e, ao mesmo tempo, uma plataforma para acompanhar a tendência democrática global, como um complemento da situação política da China, Taiwan, Hong Kong e Macau.

Só desta forma o conceito de um país, dois sistemas pode ser verdadeiramente alcançado. Macau não se pode dar por satisfeito por ser uma rua, uma aldeia, uma vila, um país ou uma cidade. Tem de estar empenhado em ser um Centro Mundial de Turismo e Lazer. Só através da reforma do sistema político em direcção à democracia esse objectivo poderá ser alcançado, assegu-rando que cada cidadão goza do seu direito de participar na vida política.

*Deputado e presidenteda Associação Novo Macau Democrático

T

Os candidatos à presidência de um país têm em comum o facto de quererem ser mesmo presidentes. Por que será???POR FERNANDO

Ciclone

Page 24: Hoje Macau 13 ABR 2012 #2589

sexta-feira 13.4.2012www.hojemacau.com.mo

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Andreia Sofia [email protected]

AS expectativas apontam para uma aplicação prática dos mil

milhões de dólares do Fundo do Fórum Macau ainda este ano. Mas para já, os candi-datos a receber a primeira tranche de MOP200 mil milhões deverão receber respostas concretas do Ban-co de Desenvolvimento da China no segundo semestre. A garantia foi dada pela secretária-geral adjunta do Fórum Macau, Rita Santos. “Estamos na fase de finali-zação, e esperamos que no segundo semestre possa haver alguma resposta da parte do banco. Estamos em constante contacto para que possa haver resultados ainda este ano. Sabemos que no próximo ano irá realizar-se a 4ª Conferência Ministerial

Fundo do Fórum Macau quase operacional

China responde no segundo semestreem Macau, e aí terá de ha-ver algum anúncio sobre a aplicação do Fundo, sempre em prol dos empresários de Macau, dos países de língua portuguesa e da China.”

Apesar de muitas em-presas já terem presença nos países africanos, o interesse comercial mantém-se para projectos de grande enver-gadura, na área da agricul-tura e infra-estruturas.

TERCEIRO CURSO EM MAIORita Santos falou aos jorna-listas à margem da apresen-tação do segundo curso do Fórum Macau, que aborda a modernização dos ser-viços públicos. Ao todo, participam 23 autoridades, vindas de seis países lu-sófonos. Estão planeados seminários, visitas a orga-nismos como o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sem

esquecer visitas de estudos à zona de Cantão. Chang Hexi, secretário-geral do Fórum, garantiu que “os par-ticipantes poderão aprender as metodologias avançadas adoptadas pelos países de-senvolvidos e associá-las às realidades dos próprios países.” A secretária-adjunta acredita que “Macau tem uma máquina administra-tiva bem preparada para responder às solicitações dos turistas e da população em geral.”

Para 4 de Maio já está a ser pensada uma acção de formação sobre direito comercial e internacional. “É um curso solicitado pelos países lusófonos que gosta-riam de fazer a análise com-parativa do comércio entre a China, Macau e os países de língua portuguesa, e como se poderá usar a RAEM como centro de arbitragem”, disse Rita Santos.