hoje macau 11 jun 2015 #3349

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GONÇALO LOBO PINHEIRO DISCURSOS SEM TRADUÇÃO PORTUGUÊS PARA QUE TE QUERO hojemacau VISITA | 10 DE JUNHO CHINA Eduardo dos Santos de saída. Aung San Suu Kyi a chegar PÁGINA 16 O Dia de Portugal trouxe até Macau o Secretário de Estado da Justiça, Antó- nio Costa Moura. Depois das habituais comemorações, o representante luso reúne hoje com Sónia Chan para falar de cooperação judiciária e judicial. Na agenda estão ainda algumas novidades no capítulo da adopção. Desde que tomou posse Chui Sai On proferiu 202 discursos públicos. Destes, 192 foram em chinês. Mais de metade não teve tradução integral para a língua de Camões. O brinde da nação DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUINTA-FEIRA 11 DE JUNHO DE 2015 ANO XIV Nº3349 GRANDE PLANO PÁGINA 3 PÁGINA 4 PUB Ter para ler AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB Da Primavera e do Outono OPINIÃO ANTÓNIO CONCEIÇÃO JÚNIOR Resíduos de uma diáspora W.G. SEBALD h ?

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Hoje Macau N.º3349 de 11 de Junho de 2015

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Page 1: Hoje Macau 11 JUN 2015 #3349

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Página 16

O Dia de Portugal trouxe até Macau o Secretário de Estado da Justiça, Antó-nio Costa Moura. Depois das habituais comemorações, o representante luso reúne hoje com Sónia Chan para falar de cooperação judiciária e judicial. Na agenda estão ainda algumas novidades no capítulo da adopção.

Desde que tomou posse Chui Sai On proferiu 202 discursos públicos. Destes, 192 foramem chinês. Mais de metade não teve tradução integral para a língua de Camões.

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l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s ePropriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

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Juntar “comunidade portugue-sas” ao dia de Portugal e de Camões (bem como tirar-lhe a Raça) foi uma excelente decisão. Afinal, o nosso vate também foi um exilado, um homem basicamente expulso do país, um território onde para ele não havia lugar e onde haveria, no regresso, de definhar à míngua, mesmo depois de reconhecida a sua genialidade.Portugal de modo nenhum se reduz ao pequeno rectângulo. É muito maior, muito mais vasto e mais

onírico do que isso. Os portugueses não pertencem a uma etnia, fazem parte de um povo que inclui todo o tipo de gente, com as mais diversas origens étnicas. Tal teve a ver com o facto de termos saído, mas também com a realidade geográfica do país. Sendo o último da Europa para Oeste, foi durante vários séculos uma espécie de fim do mundo, onde vinha parar todo o tipo de gente. Dali não podiam passar, a não ser em sonhos. E tal-vez tenham sido esses sonhos que

nos lançaram numa das aventuras mais ousadas que Humanidade experimentou.Os portugueses foram os autores da primeira globalização, quando mostraram que era possível o contacto entre todos os povos do planeta. A segunda globalização veio tornar esse contacto imediato. Bem sabemos da importância das novas tecnologias, mas alguém se lembra da importância de mudar os hábitos alimentares de toda a gente com o transporte de plantas

alimentícias como fizeram os nossos navegadores?Pouco importa o passado, dizem-nos. Glórias de antanho não nos resolvem os problemas que hoje defrontamos, afirmam. Será que não? Será que não existem lições a tirar da Histó-ria que sejam úteis na interpretação do presente? Parece-nos que sim. Parece-nos, aliás, que existem tantas lições que nós hoje temos medo de olhar para elas e corar no confronto com a audácia e a inteligência dos nossos antepassados.

o PAPA aprovou ontem a criação de um tribunal para julgar bispos que encobriram abusos sexuais.Os bispos poderão ser julgados por “renúncia ao dever profissional”.

As lições do passado

“É claramente uma iniciativa política que visa interferir no sistema judicial. Para mim é perfeitamente claro, isto é uma interferência no funcionamento do sistema judicial a quente e este tipo de iniciativas dá sempre mau resultado”João Miguel Barros• Sobre o acordo de extradição que estáa ser desenhado por Macau

“Não gosto muito do nome e preferia que fosse alterado para ‘Lei de Responsabilização de Cuidados de Saúde’”Mário Évora• Cardiologista, sobre a Leido Erro Médico

“Pedimos ainda que a Assembleia Legislativa investigue se estes oficiais do Governo agiram de forma apropriada ao pedir à Wynn Macau que negociasse com o grupo de Ho Ho o acesso ao terreno no Cotai, quando o lote nem sequer estava documentado [como pertencendo a alguém]”• Carta da União Internacionalde Engenheiros do Nevada,sobre a adjudicação do terrenoda Wynn no Cotai

“A indústria do Jogo já entrou num período de ajustamento e o númerode mesas de jogo já está além da procura. Será que o Governo vai permitir a abertura

de empreendimentos até na única zona verde e ecológica?”au Kam san, deputado, sobre o facto de dois empreendimentos turísticos, com localização em Coloane, virem a ter casinos | P. 7

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O Gabinete do Chefe do Executivo confir-mou ao HM que, em mais de cinco anos

à frente dos destinos da RAEM, Chui Sai On fez um total de 202 discursos em público, tendo 192 sido proferidos em Chinês. Mais de metade, 116, não mereceram contudo a tradução integral para o Português, a segunda língua oficial do território. Apenas 76 discursos foram traduzidos para Português na sua totalidade.

Por discursos oficiais contam--se não apenas as vezes em que Chui Sai On discursou perante uma audiência específica, mas também as ocasiões públicas em que res-pondeu a perguntas da imprensa chinesa em eventos públicos. O facto de 116 discursos não terem sido traduzidos na sua totalidade para a língua de Camões significa que as informações passaram por uma selecção prévia antes de serem divulgadas junto da comunicação social. Segundo a nota oficial enviada ao HM, “o Gabinete de Comunicação Social (GCS) tra-duziu o conteúdo essencial dos mesmos, publicando-os sob forma de comunicados de imprensa”.

No que diz respeito ao Inglês, “do total de 202 discursos, ao considerar as exigências ditadas pela ocasião, o Chefe do Execu-tivo proferiu dez discursos direc-tamente em língua inglesa (não incluídas as traduções feitas da língua chinesa)”.

A resposta enviada ao HM sur-ge no seguimento do artigo “Isto

Desde que assumiu funções como Chefe do Executivo que Chui Sai On nunca fez um discurso em Língua Portuguesa e mais de metade do que disse em público só mereceu uma tradução “do conteúdo essencial”. Agnes Lam mostra--se “surpreendida” com este facto, enquanto que Amélia António defende uma tradução completa das palavrasdo governante

Português Mais de Metade dos discursos de chui sai on seM tradução integral

Camões sim, mas não por inteiro

aqui não é Hong Kong”, que ana-lisava o uso do Português por parte do Governo, com base num artigo publicado no South China Morning Post. Este jornal denunciava uma descriminação face ao Inglês na região vizinha, mas analistas locais consideram que o Português não

sofre este tipo de problemas em Macau, sendo que representantes de altos cargos do Governo o usam em situações públicas.

Apesar da inexistência de traduções integrais de algumas palavras de Chui Sai On em pú-blico, o Governo considera que

“sempre respeitou o uso da Língua Portuguesa na RAEM, atribuindo--lhe alto valor”.

Mostrar tudo Confrontada com os números, Ag-nes Lam, docente da Universidade de Macau (UM) na área da Comu-

nicação Social, e ex-candidata às eleições legislativas, mostrou-se surpreendida com a situação.

“Isto surpreende-me bastante, porque nunca pensei que não fosse providenciada a tradução integral. Penso que o Chefe do Executivo tem de ser mais consciente em relação a este as-pecto, porque o fornecimento de informações à comunidade deve ser uma prioridade. Há recursos para isso e deveria ser feito, não é justo que não seja providenciada a versão integral.”

A docente lembra, contudo, que a existência de constrangimentos ao nível dos recursos humanos pode ditar que muitas palavras cheguem mais tarde à comunidade portuguesa.

“Claro que a melhor solução seria providenciar toda a infor-mação em Chinês e Português ao mesmo tempo, uma vez que são ambas as línguas oficiais e é esse o protocolo. Compreendo que podem haver constrangi-mentos ao nível da tradução, mas mesmo que não haja uma tradução integral no momento, os meios de comunicação social portugueses deveriam ter acesso à versão completa mais tarde”, disse Agnes Lam.

Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), refere que a língua mais importante “é, obviamente, o Chi-nês, dado que a população em geral é o público a que se destinam [os discursos]” e defende que é com-preensível que o líder do Executivo fale em Chinês. Contudo, aponta que “fazer a tradução integral em Português seria simpático e era um contributo e uma afirmação do estatuto de língua que o Português tem”.

Uma das representantes da co-munidade portuguesa em Macau salienta, no entanto, que não se podem estabelecer comparações com o anterior Chefe do Execu-tivo, Edmund Ho, que dominava o Português. “Estamos perante pessoas com personalidades e maneiras de estar diferentes. Não se pode avaliar o interesse pela comunidade dessa forma. Edmund Ho é uma pessoa com um grande à vontade e com um temperamento muito amigável e expansivo e sempre teve um modo de lidar com a comunidade muito franca e aberta. O actual Chefe do Executivo é uma pessoa mais reservada e com uma forma de estar mais formal”, concluiu Amélia António.

andreia sofia [email protected]

3grande planOhoje macau quinta-feira 11.6.2015

“Isto surpreende-me bastante, porque nunca pensei que não fosse providenciada a tradução integral. Penso que o Chefe do Executivo tem de ser mais consciente em relação a este aspecto”Agnes LAm Docente da um

Hoje Macau

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gonçalo lobo pinheiro

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4 hoje macau quinta-feira 11.6.2015

O Secretário de Estado da Justiça, António Costa Moura, vai de-bater hoje com Sónia

Chan diversas ideias no âmbito da cooperação judicial e judiciária, onde se encaixam algumas que já estão em andamento, mas também novas, como é o caso da coopera-ção no âmbito da adopção.

Realçando o facto de não se querer adiantar às entidades de Macau, Costa Moura disse ao HM que poderá haver a possibilidade de cooperar para que seja possível agilizar o processo de adopção de crianças dos dois locais. “A ideia é eventualmente [discutir] a área da adopção, através da qual podemos enriquecer o relacionamento bila-teral. Temos uma lei da adopção que é aberta ao mundo e é uma ideia, mas não é algo que queria lançar sem falar com as entidades [de Macau]”, frisou em declarações ao HM, à margem da recepção oferecida pelo Consulado de Por-tugal à comunidade portuguesa, que ontem teve lugar.

Costa Moura realça que “não há qualquer acordo firmado” ainda sobre este assunto, sendo que no encontro com Sónia Chan se vai fazer um balanço sobre os acordos que estão, esses sim, já em vigor.

O Secretário de Estado fez questão de deixar firme “a ideia de que o Governo de Portugal

Podem vir aí mais oportunidades de alargar a cooperação judiciária e judicial entre Macau e Portugal. Sem discutir pormenores, António Costa Moura frisou a possibilidade de as duas regiões poderem colaborar no que à adopção de crianças diz respeito. Ideias que ainda não passam disso mesmo, mas que estarão hoje em debate

Visita Secretário de eStado da JuStiça reúne hoJe com Sónia chan

adopção e outros acordos em cima da mesa

quer seguir o trabalho na área dos serviços prisionais, formação de magistrados, segurança pública e no cumprimento escrupuloso dos dois acordos de cooperação”,

que versam sobre a transferên-cia de pessoas condenadas e na cooperação em matéria jurídica e judiciária.

Questionado pelo HM sobre se há algo mais que pode ser aprofun-dado nesses acordos, Costa Moura foi peremptório: há sempre.

“A cooperação tem de ser um exercício de dois movimentos, não pode ser imposta por um ou outro lado. Tem de ser querida e tem de resultar em vantagens para ambas as partes. Temos algumas áreas, nomeadamente a prisional – como formação e técnicas de reinserção social - em que estamos já a fazer coisas em conjunto. Mas não há nada que impeça que este

quadro de cooperação possa ser alargado a outras áreas do sistema prisional. Mas ainda é prematuro, antes de falar com entidades, isto são [apenas] ideias que temos”, ressalva.

Costa Moura encontra-se também hoje com a Associação dos Advogados de Macau (AAM) e assegura ao HM “estar aberto para discutir” o que os advogados quiserem. O Secretário, que re-presentou Portugal no Dia 10 de Junho, afirma que haverá “uma franca troca de ideias”.

Sereno elogiado, Sónia elogia António Costa Moura fez ainda questão de agradecer ao cônsul

Vítor Sereno pela competência na representação de Portugal em Macau. Sem esquecer “as autori-dades locais e a comunidade”, o “profundo agradecimento” mais destacado foi para o cônsul “pelo profissionalismo, competência e dedicação” na sua carreira e na causa pública que é servir os interesses do Estado português no exterior. “Confirmei ao longo desta tarde [ontem] o cumprimento disso mesmo”, disse.

Entre mais de 200 pessoas que ontem encheram a residência consular, discursou ainda Sónia Chan, Chefe do Executivo inte-rina – já que Chui Sai On está fora de Macau. Chan referiu, novamente, a utilização de Macau como plataforma entre a China e os PLP, elogiando os “resultados positivos” das diversas entidades criadas para esse efeito.

Caso disso é o Fórum Macau, que “contribuiu para elevar a in-fluência internacional de Macau e promoveu uma diversificação adequada das indústrias de Ma-cau”, como disse no seu discurso.

A também Secretária para a Administração e Justiça assegurou que o Governo da RAEM vai con-tinuar empenhado na promoção do “desenvolvimento dos empreendi-mentos dos PLP em Macau e no interior da China”, bem como vai “incrementar, em conjunto com o [continente], a cooperação com os PLP, a União Europeia e os países latinos”.

Promessas ainda de que o Exe-cutivo vai continuar a respeitar a “multiculturalidade, a promover a economia e a melhorar a qua-lidade de vida, criando melhores condições de vida e de trabalho para toda a população, incluindo os portugueses residentes em Macau”.

Vítor Sereno, que se fazia acompanhar no palco pelos Con-selheiros das Comunidades Por-tuguesas José Pereira Coutinho e Fernando Gomes – que faltaram às comemorações da manhã por “motivos de trabalho”, segundo a Rádio Macau – prometeu melhorar o trabalho no Consulado.

Joana [email protected]

Banda da PSP toca o hino A banda do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) voltou a tocar o hino português durante o hastear da bandeira de Portugal, nas cerimónias oficiais do dia 10 de Junho. “Pela primeira vez, em 15 anos, tivemos a banda ao vivo. Estou muito grato ao senhor Secretário para a Segurança e ao senhor comandante do CPSP por este gesto de cortesia, de boa vontade, que evidencia claramente o nível de excelência que a RAEM tem com Portugal. Estou muito satisfeito com isso”, afirmou o cônsul-geral de Portugal, Vítor Sereno, aos microfones da Rádio Macau. O Grupo de Escuteiros Lusófonos também marcou presença, bem como seis escolas chinesas e portuguesas.

“O Governo de Portugal quer seguir o trabalho na área dos serviços prisionais, formação de magistrados, segurança pública e no cumprimento escrupuloso dos dois acordos de cooperação”

a imPortância da comunidade luSa“Uma coisa é certa. Todos nós pensamos [no Governo] que os portugueses são elementos essenciais para Macau”, afirmou Alexis Tam, em declarações à Rádio Macau, ontem, durante a recepção à comunidade na Residência Consular. Destacando ainda o contributo da comunidade portuguesa para a história e para o património do território, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura garantiu que o Governo tem criado “as condições” para a comunidade portuguesa se “sentir bem” no território e que a ideia é promover o uso do Português no território. “Estou com esperança que mais tarde a língua portuguesa ainda vai ser muito falada em Macau. É este o meu trabalho e eu faço o melhor possível para chegar a este objectivo”, disse à rádio.

pOlítica

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5 políticahoje macau quinta-feira 11.6.2015

O presidente do Instituto Cultural (IC), Guilherme Ung Vai Meng, anunciou

ontem que a população vai saber “bre-vemente” quais os dez monumentos que estão seleccionados para integrar a lista de património cultural da RAEM. No entanto, a nova lista – que está para ser publicada há vários meses – só deverá ser oficialmente conhecida em 2016.

A justificação, dada ontem por Ung Vai Meng à margem de uma conferência sobre o Centro Histórico, é que falta “tratar das formalidades, tradução e descrição das obras”, algo que, confessa, é “parece fácil, mas não é”. Aos média, o responsável ex-plicou ainda que “dos cem [monumentos] inicialmente escolhidos, encontraram-se 70 que têm mais valor históricos” e que especialistas vieram a Macau ver as peças quatro vezes para fazer uma avaliação

através da visita a estes monumentos, tendo escolhido os “dez que reúnem condições mais maduras”.

O mesmo representante disse que a enti-dade está agora na fase final, pelo que falta apenas preencher algumas formalidades e preparar os documentos para pedir a inscrição destes dez na lista já existente. “Depois do requerimento estar pronto, são 12 meses até [a lista final] estar pronta”, sublinhou.

Contas feitas, serão 138 os itens in-cluídos na lista de património cultural da cidade. No entanto, a escolha não se fica por aqui. É que a selecção de itens para integrar a lista é uma actividade em cons-tante mudança. “Depois vamos procurar os potenciais e outros novos”, contou Ung Vai Meng aos média. Antes da inclusão destes na lista, o IC vai proceder à realização de uma consulta pública. L.S.M.

Património Nova lista quase a sair do forno

Os dois arguidos da Aliança do Povo de Instituição de Macau, associação dos deputados Chan Meng Kam, Si Ka Lon e Song Pek Kei, vão conhecer em Julho a sentença sobre a alegada oferta de refeições e transporte gratuito durante a última campanha eleitoral.MP diz quehá provas

ElEiçõEs Al MP diz que há Provas de ofertas Por Pares de Chan Meng KaM

A difícil arte de caçar votos

F ORAM conhecidas esta terça-feira as ale-gações finais do caso de alegada corrupção

durante a campanha eleitoral de 2013, que envolve os ar-guidos da Aliança do Povo de Instituição de Macau, associação dos deputados Chan Meng Kam, Si Ka Lon e Song Pek Kei, os quais acabaram por ser eleitos para a Assembleia Legislativa (AL). Segundo o jornal Ou Mun, o Ministério Público

(MP) considerou existirem provas de oferta de refei-ções e transporte gratuito a eleitores.

A última sessão em tri-bunal antes de ser lida a sen-tença final serviu para ouvir sete testemunhas, incluindo os colegas do primeiro arguido – de apelido Ho e funcionário da associação. Ho é suspeito de telefonar aos membros da Aliança do Povo de Instituição de Macau como forma de apelar ao voto para os três candidatos, oferecendo em troca refeições e transporte para o restaurante do Golden Dragon e Hotel Taipa Squa-re. Ho terá ainda pedido a outra arguida, Wong, para também ligar aos membros.

Os colegas de Ho terão referido que foi oferecido transporte para os membros da associação, mas que não houve refeições grátis. O juiz referiu que “se os fun-

cionários já tinham dito que não iam oferecer refeições, porque não esclareceram isso nas chamadas telefóni-cas?”. As testemunhas ex-plicaram que apenas o chefe efectuou essas chamadas.

O MP disse ainda que foi o primeiro arguido que telefonou para a testemunha do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) a de-nunciar a oferta de refeições no dia 15 de Setembro de 2013, tendo disponibiliza-do uma lista de chamadas telefónicas feitas , a qual “poderia provar que os

dois arguidos ofereceram transporte gratuito com o intuito de disponibilizar refeições gratuitas, para agradecer os votos feitos pelos membros”.

PaLavra da defeSaO advogado de Ho rejeitou esse argumento do MP, apontando que apenas dez testemunhas confirmaram a existência de refeições gratuitas, sendo que a asso-ciação ligou para mais de dois mil membros. O advo-gado considerou que “seria impossível ganhar a maioria

Pub

EDITALEdital nº : 6/E-OI/2015Processo nº: 342/OI/2015/FAssunto: Início do procedimento de audiência pela infracção às respectivas disposições do Regulamento Geral da Construção Urbana (RGCU)Local: Rua Central da Areia Preta S/N, Edf. VILLA DE MER, Bloco I, fracção 23º andar C (CRP: IC23), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector substituto da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber por este meio aos donos da obra e aos proprietários da obra existente no local acima indicado, cujas identidades se desconhecem, o seguinte:

1. OagentedefiscalizaçãodestaDSSOPTdeslocou-seaolocalacimaindicadoeverificouarealizaçãodaobraabaixa indicada que infringiu o disposto no nº 1 do artigo 3º do Decreto-Lei nº 79/85/M (RGCU) de 21 de Agosto, alterado pela Lei nº 6/99/M de 17 de Dezembro e pelo Regulamento Administrativo nº 24/2009 de 3 de Agosto, pelo que a obra é considerada ilegal:

Fracção Andar CRP Obra

1.1 C 23 IC23Construção de um compartimento não autorizado composto por pala metálica e suporte metálico na parede exterior do edifício junto à janela do pátio da fracção.

2. Nestas circunstâncias e nos termos dos artigos 52º e 65º do RGCU, pode ser ordenado que os infractores procedam à demolição da obra ilegal referida no ponto 1, e à reposição da parte comum afectada do edifício (parede exterior do edifício) de acordo com o projecto aprovado por esta Direcção de Serviços, pelo que, são sancionáveis com multa de $1 000,00 a $20 000,00 patacas.

3. Nos termos dos artigos 93º e 94º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, os interessados podem apresentar a sua defesa por escrito e as demais provas para se pronunciar sobre as questões que constituem objecto do procedimento, bem como requerer diligências complementares no ponto 4 abaixo indicado, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

4. No entanto, os interessados podem proceder à demolição da obra acima indicada por iniciativa própria, devendo entregar previamente nestes Serviços a declaração de responsabilidade do construtor incumbido da obra de demoliçãoeaapólicedesegurocontraacidentesdetrabalhoedoençasprofissionais,noprazode10(dez)diascontados a partir da data de publicação do presente edital.

5. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, nº 33, 15º andar, Macau (telefones nos 85977154 e 85977227).

Aos 28 de Maio de 2015Pelo Director dos Serviços

O Subdirector, Subst.º Eng.º Cheong Ion Man

Ho é suspeito de telefonar aos membros da Aliança do Povo de Instituição de Macau como forma de apelar ao voto para os três candidatos, oferecendo em troca refeições e transporte

desses votos”, apontando ser impossível confirmar que o arguido foi o responsável pelas chamadas.

Já o advogado da segunda arguida – de apelido Wong e voluntária da associação – disse que a sua cliente não tinha qualquer relação com os três deputados e, uma vez que apenas dez testemunhas confirmaram as chamadas, não se trata de uma acusação “racional”, e que “não se podem considerar chamadas como actos de corrupção e crime”. Para esta advogada, a investigação feita pelo MP “não foi completa nem suficiente”, acusando este órgão judicial de “apenas investigar o restaurante nem a respectiva associação”, tendo exigido a retirada da acusação. A sentença final será conhecida a 17 de Julho.

flora [email protected]

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Lei Erro Médico Ponderadacarta de opiniõesO presidente da Associação de Cirurgia de Macau, Jeffrey Chu, considera que a proposta de Lei do Erro Médico não protege o sector de saúde, já que não equilibra os direitos tanto de pacientes, como de médicos. Por isso mesmo, a Associação pondera entregar uma carta à Assembleia Legislativa (AL). No programa “Macau Talk” da Rádio Macau, Jeffrey Chu apontou que o actual documento sugere que os residentes possam ter acesso aos processos de tratamento, bem como propõe a introdução de uma Comissão de Perícia para proteger os direitos dos residentes. O presidente referiu ainda que o sector em causa considera que esta lei não protege os médicos e por isso é necessário, defende, equilibrar os direitos das duas partes. É ainda proposto que o Governo crie um mecanismo para ajudar famílias de pacientes.

Leong Kit Ieng em GenebraLeong Kit Ieng vai juntar-se a Fung Ping Kuen, actual chefe da delegação económica e comercial de Macau junto da Organização Mundial do Comércio, em Genebra, para desempenhar funções na representação. A nomeação, anunciada ontem por despacho de Boletim Oficial, tem um período de dois anos. Leong, no ano passado, cumpria funções como técnica superior da Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações.

Lei da administração de Condomínios CONSENSO SOBRE LICENçA OBRIGATóRIA

edifícios bem guardados

J á foram ouvidos os vários interessados no sector de Administra-ção de Condomínios

sobre a Lei de Actividade Comercial de Administração de Condomínios e o resulta-do é claro: a licença da em-presa deverá ser obrigatória e tem de fazer a distinção dos tipos de administração, sendo que deverão ser ain-da as próprias empresas a especificar as funções do director técnico.

Apesar das 1654 opi-niões recolhidas se mos-trarem de acordo com os requisitos exigidos para a licença de director técnico, o Instituto de Habitação (IH) explica que serão as “empresas de administração de condomínios a especificar o conteúdo concreto das funções do director técnico através do contrato de traba-lho”, porque este exerce as funções de trabalho subor-dinado ou de colaboração. Assim, propõe o IH que “no futuro a legislação continue a tipificar os requisitos para o exercício da função de di-rector técnico (...) servindo [esse] ainda como um dos requisitos para a concessão e renovação da licença as empresas de administração de edifícios”.

Relativamente à licença de empresa de administração

de condomínios, as opiniões recolhidas mostram que “a licença da empresa de administração deve ser con-cedida conforme a natureza do requerente: empresário comercial, pessoa singular ou sociedade comercial”, fazendo que seja necessário, na concessão da licença, esta distinção.

Pontos de discórdia O resultado da consulta, que decorreu de Setembro a

6 política hoje macau quinta-feira 11.6.2015

Novembro de 2014, mostra ainda que os inquiridos não concordam com o seguro de responsabilidade civil

Bairros Antigos Comissão reúne opiniões para se criar lei

A recentemente anunciada Comissão Especializada para a Renovação

Urbana entrará em vigor assim que o Governo terminar o regulamento que a vai criar. De acordo com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) o Executivo está neste momento a elaborar o regulamento que cria esta Comissão e que irá permitir esclarecer o conceito da renovação urbana e ao que se destina.

Numa interpelação escrita, o deputado Si Ka Lonqueria ver respondidas algumas questões, como em que situação se encontra

o processo e o conceito de renovação urbana - algo que veio substituir o de reordenamento dos bairros antigos. Em resposta, o director da DSSOPT, Li Canfeng, referiu que o conceito de renovação urbana envolve vários aspectos, sendo necessário integrar opiniões do sector, mas assegura que este estará explicado neste regulamento.

“Através da discussão e trocas na Comissão, pretende-se esclarecer o con-ceito e ao que se destina esta renovação, elaborando assim um conteúdo de execu-ção, permitindo a criação da lei visando a renovação urbana”, esclareceu. F.F.

O resultado da consulta pública já é conhecido e vem reforçar as alterações que o IH previa: não vai existir um seguro da responsabilidade civil nos condomínios, mas há consenso sobre a obrigatoriedade de uma licença

e por isso mesmo, este, será anulado. “Tendo em conta os problemas rela-tivas à oferta dos seguros

no mercado e a respectiva cobertura, o IH aceita esta opinião e irá anular este requisito no futuro processo de legislação”, pode ler-se no documento.

Também o valor da caução não reuniu concor-dância. “O IH irá proceder a uma investigação sobre o modo de funcionamento das empresas de administra-ção, as dívidas que possam surgir bem como sobre a respectiva capacidade de solvência, tendo como referência as práticas de ou-tros sectores, no sentido de ajudar o valor de caução”, indica o IH.

O instituto indica ainda no relatório que “irá ponde-rar limitar os documentos àqueles que as empresas de administração possuem e são susceptíveis de se-rem divulgados”, depois de ter recebido algumas opiniões que propunham que sejam especificados os documentos a propor-cionar pelas empresas de administração.

Como conclusão, o IH prevê que o tempo de licença provisória seja de três anos, tempo que o Governo con-sidera ser suficiente para o sector de adaptar à regulari-zação. É importante referir que a lei em causa não inclui os edifícios administrados pela sua própria comissão administrativa.

Filipa araú[email protected]

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Cíntia RebeCa da Silva PedRuCoFalecimento

A família enlutada de Cíntia Rebeca da Silva Pedruco cumpre o doloroso dever de informar familiares e amigos que este ente querida faleceu após doença prolongada.A missa realizar-se-á hoje dia 11 de Junho pelas 20:00 horas na casa funerária católica.Deixa filha Julia G. da Silva Pedruco Lin, irmãos Yvonne, Gabriel, Luis, Virgilio, Luisa e Silvia.A familia enlutada agradece antecipadamente a todos quantos desejam associar-se a este piedoso acto.

Paz à sua alma

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o s Arquitectos sem Fronteiras de Macau querem criar um plano geral que identifique

os principais problemas sentidos pelos portadores de deficiência nos acessos em todo o território. O projecto, de cariz comunitário, deverá ser desenvolvido ao longo do próximo ano e deverá culminar com uma proposta formal entregue ao Executivo.

“Queremos realizar uma série de workshops para que em conjunto possamos identificar os problemas e propormos quais poderiam ser as melhores soluções, ou então saber as preocupações do público quanto a esta matéria. Falando com estudan-tes e com o público em geral pode-ríamos identificar os problemas e as áreas com maiores necessidades. Com as respostas podemos fazer um planeamento e apresentarmos

O dEputAdO Au Kam san critica o facto de dois empreendimentos turís-ticos, com localização em Coloane,

virem a ter casinos, tratando-se de empresas que não receberam ainda licenças de Jogo, à semelhança das principais operadoras. Numa interpelação escrita entregue ao Governo, o deputado da Assembleia Legislativa (AL) quer saber se a direcção dos serviços de solos, Obras públicas e transportes (dssOpt) permitiu a finalidade de jogo aquando da aprovação dos projectos.

para o deputado, a abertura destes novos empreendimentos pode influenciar a “única zona verde e ecológica” em Macau.

“A indústria do Jogo já entrou num período de ajustamento e o número de mesas de jogo já está além da procura. será que o Governo vai

permitir a abertura de empreendimentos até na única zona verde e ecológica?”, questionou.

um dos empreendimentos a que se refere Au Kam San fica perto do antigo Parque In-dustrial da Concórdia, onde será construído um edifício com hotel e casinos, incluindo dez salas VIP e duas mesas de jogo, segundo o deputado. O projecto é de um empresário de apelido Chio.

Mais luxoperto da habitação pública de seac pai Van vai nascer o Louis XIII, um empreendimento de um empresário de Hong Kong. Em 2013 ficou a saber-se que o Louis XIII será constituído por um hotel de luxo e casinos, sendo que o processo do pedido de 66 mesas de jogo feito ao Governo está a decorrer.

para Au Kam san, Coloane permanece como o “quintal dos residentes de Macau”, onde já foram construídas habitações públicas por falta de terrenos disponíveis. O deputado acredita que se o Governo alargar a presença do jogo à ilha, isso poderá levar à destruição do “único terreno puro” que ainda permanece em Macau.

Questionado sobre o assunto, Raimundo do Rosário, secretário para as Obras públicas e transportes, disse aos jornalistas chineses que, do que é do seu conhecimento, não há terrenos em Coloane ocupados com casinos. Contudo, o responsável prometeu investigar mais o assunto, de forma a dar uma resposta concreta.

Flora [email protected]

Coloane DeputaDo CritiCa empreenDimentos “sem liCença De Jogo”

Em defesa do terreno mais puro

“Essas infra-estruturas existem, mas quando falamos com as pessoas, elas dizem que não há uma ligação entre elas. Todo o planeamento, em forma sistemática, pode ser melhorado”DominiC Choi presidente dos arquitectos sem Fronteiras de macau

A associação Arquitectos sem Fronteiras quer criar no próximo ano um mapa das necessidades de Macau em termos de acessos aos portadores de deficiência e apresentar uma proposta ao Governo. “Este pode ser um bom começo”, considera dominic Choi

Arquitectos sem FronteirAs querem melhorAr Acessos em mAcAu

o “mapping” sem barreiras

uma proposta ao Governo para que se possam fazer alterações. Este pode ser um bom começo”, disse o arquitecto dominic Choi, presidente da entidade, ao HM.

para dominic Choi, ainda existe alguma superficialidade na forma como são encaradas as infra--estruturas para deficientes. “Essas infra-estruturas existem, mas quando falamos com as pessoas, elas dizem que não há uma ligação entre elas. todo o planeamento, em forma sistemática, pode ser melho-rado. Acredito que o Governo tem boas intenções, mas talvez haja um problema de recursos”, disse ainda.

RestauRo e conseRvação Outro projecto dos Arquitectos sem Fronteiras está ligado ao

património, com uma vertente tecnológica. “Identificamos a importância de algumas ferra-mentas na área do restauro e conservação que têm vindo a perder-se. As técnicas estão a diminuir porque não são usadas e temos de as identificar. Isso poderia ser importante para alu-nos do secundário, profissionais ou trabalhadores da construção locais, que podem ser treina-

dos. Estamos a trabalhar com o Instituto Cultural (IC) que está a ajudar a promover os workshops”, apontou dominic Choi. Em agenda para este ano está ainda um projecto de apoio ao Nepal, depois dos fortes sis-mos ocorridos terem destruído grande parte do país.

tratando-se da primeira orga-nização do género na China e a segunda da Ásia, os Arquitectos

sem Fronteiras fazem parte de uma organização internacional, nascida em França, que alberga 28 grupos em todo o mundo. No caso de Macau, o grupo, criado há três anos, ainda está na fase de recolha de apoios e membros, estando agendado para este sábado um evento na Creative Macau, das 16h00 às 20h00.

“Ainda estamos na fase de captar membros para aumen-tarmos a nossa capacidade de trabalho. Não queremos fazer os projectos a curto prazo e queremos ter uma continuidade. Queremos apoios das escolas e do Governo”, rematou dominic Choi.

andreia sofia [email protected]

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BCP ArrefeCimento dA eConomiA Poderá trAzer melhoriAs

Contas feitas, saldo positivoA sucursal de Macau do Banco Comercial Portu-guês (BCP) acredita que

o arrefecimento da economia de Macau não se vai reflectir no sector bancário do território. No balanço do ano passado, ontem publicado em Boletim Oficial, a entidade admite que o ano 2015 é marcado por uma “incógnita em redor dos impactos na economia da RAEM” e que estes são resultantes “quer do abrandamento da economia chinesa”, quer de “algumas medidas adoptadas por Pequim” de controlo dos fluxos financeiros. Mas, acredita a entidade, esta política do Governo Central “não irá reflectir-se no sec-tor bancário”. Em análise, o BCP acredita até “que poderão surgir melhorias económicas”.

“Julgamos que o abrandamen-to da actividade económica da

A Companhia de Elec-tricidade de Macau (CEM) continua a ter de importar a maior parte

da sua energia, devido à falta de fornecimento de gás natural pela empresa contratada para o efeito, a Sinosky. De acordo com o relatório anual da CEM, publicado ontem em Boletim Oficial, a procura e o consumo de energia aumentaram em 2014 e a empresa diz ser preciso diversificar o fornecimento.

O relatório, correspondente ao ano passado, indica que “apesar de Macau ter sentido um abranda-mento económico no final do ano, o consumo de energia aumentou 6,1%”. Isto fez com que a utilização de electricidade atingisse um valor recorde, de 4677 GWh, muito de-vido às novas infra-estruturas em Macau e na Ilha da Montanha e à possibilidade de se cruzar a fronteira a tempo inteiro.

“Devido ao contínuo aumento de visitantes ocasionado pela im-plementação do acordo de funcio-namento da fronteira 24 horas, em vigor desde o final do ano passado, a inauguração do novo campus da Universidade de Macau na Ilha de Hengqin, o lançamento de múltiplos projectos de entretenimento e a mu-dança para o complexo habitacional social de Seac Pai Van, [o consumo aumentou] e o pico da procura tam-bém subiu em 10,3%”, pode ler-se no relatório.

O que faz faltaA empresa assegura ter conseguido manter um bom nível de serviço e ter superado todos os objectivos

Cem EmprEsa continua a importar quasE 90% do fornEcimEnto

À espera do gás natural

contratuais, “em termos de todos os indicadores-chave de desempe-nho”. O que ainda falta, contudo, é a produção própria, que a empresa não consegue ter.

“O fornecimento de gás natural ainda não foi oficialmente retoma-do, exceptuando uma disponibili-dade temporária entre Maio e início de Setembro, durante um teste num

campo de gás. Consequentemente, a CEM continuou a depender lar-gamente da importação de energia para manter o fornecimento ao longo do ano”, pode ler-se no

relatório, que indica ainda que as importações totalizaram 87,6% do fornecimento total, atingindo um “novo recorde histórico de 4099 GWh”.

Recorde-se que a Sinosky, con-cessionária do contrato de impor-tação de gás natural para Macau, ainda não retomou o abastecimento de gás natural à CEM. De acordo com informações prestadas pelo Gabinete de Desenvolvimento do Sector Energético (GDSE) o ano passado, desde 2011 que o abaste-cimento está suspenso, não haven-do prazos para a sua reactivação. Contudo, a intenção da CEM em produzir energia eléctrica a partir de gás natural mantém-se.

Recorde-se que o Governo negou já ter dado autorização para a rescisão do contrato com a Sinosky, conforme avançado pelo HM, mas admite que essa é uma hipótese em cima da mesa, já que as negociações não têm corrido bem.

Diversificar é precisONo ano passado, a CEM investiu 539 milhões de patacas na melhoria e expansão da rede de transporte e distribuição, mas a empresa su-blinha que é preciso diversificar. “Para fazer face à procura futura de energia eléctrica e assegurar um fornecimento estável, é crucial a diversificação do fornecimento. Em linha com o objectivo do Governo de desactivar a Central Térmica de Macau, a CEM vai continuar a negociar com o Governo para subs-tituir algumas unidades de geração a Diesel, obsoletas e ineficientes, por unidades de geração de turbina a gás de ciclo combinado, mais ecológicas e eficientes, para manter a capacidade de geração de energia de Macau”, escreve-se no relatório.

Em termos operacionais, a CEM conseguiu aumentar “os seus resul-tados líquidos” 4,7% desde 2013, totalizando 608 milhões de patacas. O relatório aponta que também a base de clientes aumentou ligeiramente, em 2%, para 243.888 entidades. As vendas totais de electricidade e os lucros também cresceram 5,6% e 6,1% comparativamente a 2013, es-tes últimos 5916 milhões de patacas.

O preço de importação au-mentou cerca de 1,6% em média desde 2013, devido à valorização do yuan, mas a empresa conseguiu manter as mesmas tarifas para os clientes de habitações com a aju-da do subsídio do Governo, que atingiu os 142 milhões de patacas em 2014.

Joana [email protected]

A CEM registou mais procura de electricidade devido à construçãode novas infra-estruturas em Macau e na Ilha da Montanha e por causa da abertura das fronteiras 24 horas. A empresa diz ser necessário diversificar o fornecimento, mas continua a ter de importar quase 90% da energia por não ser abastecida com gás natural

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RAEM se reflectirá sobretudo nos níveis de excedente de liquidez sem afectar de forma significativa o desempenho do sector bancá-rio”, pode ler-se no relatório anual da entidade bancária.

renDas a arrefecerO BCP acredita ainda que o arrefecimento das expectativas expansionistas dos agentes econó-micos, sentidas no 4º trimestre do ano, poderá solucionar problemas como o alto preço das rendas.

“A economia de Macau apre-sentou em 2014 um compor-tamento dualista caracterizado

por expansão no 1.º semestre e contracção no 2º. Semestre, re-sultante das medidas adoptadas na China e que se reflectiram no desempenho do sector do Jogo, Turismo e Entretenimento (...). Embora tenha permanecido a pressão sobre o nível geral de preços e o sobreaquecimento do mercado de trabalho, foi possível detectar no 4º trimestre alguns sinais de arrefecimento das expec-tativas expansionistas dos agentes económicos, o que poderá vir a contribuir para solucionar, ainda que parcialmente, alguns dos pro-blemas da economia da RAEM – a

inflação, preço e arrendamento de imóveis”, pode ler-se no relatório do BCP.

Feitas as contas, em 2014, a sucursal de Macau do BCP obteve um lucro de cerca de 207 milhões de patacas, em que a carteira de depósitos atingiu cerca de 11,5 milhões de patacas e a carteira de crédito os 8,5 milhões. O sector bancário continua, assim, “glo-balmente positivo” e irá manter a sua estratégia de modernização da plataforma tecnológica, que per-mite alargar a oferta de serviços.

filipa araú[email protected]

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O Instituto para os Assuntos Cívi-cos e Munici-pais (IACM)

defende que não tem juris-dição sobre os mais recentes casos de pessoas que alega-damente atiraram animais de habitações do Edifício do Lago, situação que aconte-ceu num dos complexos de habitação pública da Taipa.

Além dos nove cães, foi agora encontrada uma tarta-ruga morta, que terá também sido atirada. Uma fotografia mostra a carcaça de uma tartaruga com sangue, des-coberta numa plataforma do mesmo edifício.

Contudo, a PSP referiu que ainda não conseguiu investigar a causa dos inci-

TarTaruga aTirada de edifício. iacM “não pode fazer nada” por não Ter jurisdição

Investigação de porta em portadentes. Ao HM, o porta-voz da PSP, Lei Tak Fai, afirmou que até ontem não recebeu qualquer denúncia da morte de uma tartaruga, mas ape-nas duas denúncias de três corpos de cães encontrados junto ao bloco 4 do Edifício do Lago, tal como o HM já havia avançado esta terça--feira.

IACM esperA leISegundo o Jornal do Ci-dadão, Ng Sao Hong, do Conselho de Administra-ção do IACM, referiu que ainda não recebeu notícias por parte da PSP face ao incidente. No entanto, uma vez que a Lei de Protecção de Animais está em análise, Ng espera que ao entrar em vigor, possa criar medidas de efeito dissuasório para actos contra os animais.

Também o porta-voz do IACM, Lai Chi Weng, afirmou ao HM que “até ao momento o organismo não tem o direito de fazer a investigação, apenas a PSP tem”. Isto porque é necessário entrar dentro de casa das pessoas e só a PSP pode fazê-lo. No entanto, de acordo como um decreto de

Só a PSP tem poder para tratar dos recentes casos de animais que terão sido atirados de um prédio de habitação pública. Ontem, foi mais um – uma tartaruga. O IACM diz que nada pode fazer segundo o Regulamento Geral dos Espaços Públicos, por não ter jurisdição, mas também não está ainda em vigor a Lei de Protecção dos Animais

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Protestos contraa diminuiçãode Penalidade A vice-presidente da Associação Protectora de Animais Abandonados de Macau (AAPAM), Josephine Lau, anunciou a realização de um protesto, no próximo dia 28, contra a diminuição da penalização para quem maltratar animais. Lau considera que a sugestão de diminuir a penalidade para quem maltrata os animais é injusta. A ideia da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), que discute a Lei de Protecção dos Animais na especialidade, é diminuir a pena de três para apenas um ano. “Há quem ache que as penalidades de seres humanos e de animais não devem ser iguais, mas a pena máxima de prisão é de três anos para ofensas simples à integridade física de seres humanos, mas a ofensa grave ou morte pode levar a pena de prisão de oito a 15 anos”, começou a responsável por dizer. “E para os actos que podem causar invalidez permanente ou a morte de animais, a pena máxima é também de três anos de prisão de três anos”, esclareceu.

Comunidade Juvenil Jovens macaenses reúnem-se dia 17

lei relativo à administração de edifícios, os moradores de habitações públicas não podem atirar lixo pela janela, enquanto os animais domés-ticos não podem incomodar outros moradores. Caso con-trário, estes podem incorrer em multas de 500 a mil patacas. Esta lei, contudo, como explicou o IACM ao HM, não se adapta a estes comportamentos recentes.

uMA questão de prIvACIdAdeO Regulamento Geral dos Espaços Públicos aponta também que se pode ser multado com valores entre as 700 e as 2500 patacas no caso de se atirar, abandonar corpos ou partes de corpos em casa, instalações públicas de resíduos sólidos ou espa-ços públicos. Questionado sobre se os recentes casos envolvem tratamento inapro-priado de corpos de animais em locais públicos, o porta--voz do IACM respondeu que a plataforma do Edifício do Lago onde os animais foram descobertos “não faz parte do espaço público como é o caso de uma rua”, mas afirmou que o Instituto de Habitação (IH) já avisou os moradores “para

que não atirem” animais pela janela. A PSP defendeu também que na actual fase não é necessário passar o

acompanhamento do caso para o IACM, justificando que “é necessário estudar se o local onde os animais

foram encontrados é público ou privado”.

Flora [email protected]

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Macau vai acolher, a partir da próxima quarta-feira, dia 17, o iii encontro da comunidade juvenil Macaense, anunciou ontem a organização do evento. o encontro, que vai durar sete dias, vai juntar cerca de 50 representantes das 12 casas de Macau espalhadas pelo mundo, indica um comunicado da associação dos jovens Macaenses (ajM). do programa constam actividades recreativas, de índole cultural e até de cariz mais económico, as quais irão fortalecer “o sentimento

de ligação a Macau destes jovens da diáspora, ao mesmo tempo que lhes irá permitir ter uma visão mais moderna” da cidade. está também prevista uma visita à ilha da Montanha e a zhongshan, organizada com a ajuda do gabinete de Ligação do governo central em Macau, para que os jovens conheçam a região vizinha de cantão, refere a mesma nota. o encontro da comunidade juvenil Macaense juntou na anterior edição (2012) mais de 30 jovens na raeM.

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10 hoje macau quinta-feira 11.6.2015eventos

À venda na Livraria Portuguesa Rua de S. domingoS 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • [email protected]

oS CRimeS da Rua moRgue • edgar allan Poe“Os Crimes da Rua Morgue” é considerado por muitos a primeira obra policial de sempre. Mãe e filha são encontradas mortas num edifício situado na Rua Morgue, uma artéria parisiense. As vítimas foram brutalmente assassinadas e a sala onde foram descobertos os corpos encontrava-se trancada por dentro. Para adensar o mistério, os vizinhos alegam ter ouvido o assassino falar numa língua que ninguém con-segue identificar. Quando um homem é acusado do crime, C. Auguste Dupin, um indivíduo solitário e de aguçada inteligência, oferece-se para ajudar a polícia a resolver este caso e impedir que um homem inocente seja preso por um crime que Dupin acredita não ter cometido.

o QuaSe Fim do mundo • PepetelaE se a vida animal de repente desaparecesse da Terra, excepto num pequeno recanto do mundo e em doses mínimas? Talvez as causas se conheçam depois, mas o que importa é a existência de alguns seres, aturdidos pelo desaparecimento de tantos, e procurando sobreviver. É sobre estes sobreviventes e as suas reacções, desejos, frustrações mas também pequenas/grandes vitórias que trata este romance. Detalhe importante: o recanto do mundo que escapou à he-catombe situa-se numa desgraçada zona da desgraçada África. O que permitirá questionar as relações contemporâneas no velho Mundo.

Venetian Bon Jovi pela primeira vez em Macau

Boxe Lutador chinês estreia-se por título mundial O Instituto Cultural (IC) escolheu o Depar-tamento de Cultura

da Província de Henan para co-participar nas actividades de comemoração dos dez anos de inscrição do Centro Histórico do território na lista do Patrimó-nio Mundial. Parte disto fazem espectáculos de dança, música, teatro e palestras relativas às duas regiões. O cartaz de eventos inclui cinco exposições, publicação de novos documen-tos sobre o Centro Histórico e sua preservação, realização de palestras até final do ano e actua-ções de espectáculos culturais de música clássica e de teatro.

A primeira mostra conjunta estará em exibição no Casino Galaxy e tem entrada gratuita, realizando-se entre os dias 13 a 28 deste mês. “Génese e Espí-rito” pretende mostrar aos resi-dentes da RAEM o que Henan tem para oferecer e divide-se em várias actividades relacionadas

ElEs estão de regresso aos palcos e estreiam-se em Macau. Os Bon Jovi

actuam em setembro na Arena do Cotai, no Venetian. A banda tem dois espectáculos marcados e os bilhetes estarão à venda no dia 16 de Junho.

Os Bon Jovi são uma das bandas de rock norte-americanas consideradas como um ícone deste género e estão, neste momento, numa tour à volta do mundo. “Já actuamos mais de 2900 vezes em mais de 50 países e agora é com muita satisfação que anunciamos que estaremos pela primeira vez em Macau”, escreveu Jon Bon Jovi, líder da banda, citado num comunicado do Venetian.

A banda tem mais de 30 anos e uma carrei-ra considerada de sucesso, sendo responsável por ‘hits’ como ‘Livin’ On A Prayer’, ‘You Give Love A Bad Name’, ‘Who Says You Can’t Go Home’, ‘It’s My Life’ e outros tan-tos, que vão “ser tocados em Macau”. Com

mais de 130 milhões de discos vendidos, a banda conta com Job Bon Jovi como cantor principal, sendo este considerado “um dos melhores cantores de música popular” deste género. A banda foi nomeada como o melhor espectáculo em tour quatro vezes nos últimos cinco anos, sendo que mais de 37 milhões de fãs já viram o concerto ao vivo.

“Estamos muito satisfeitos em trazer Bon Jovi a Macau pela primeira vez”, disse Dave Horton, responsável pelo Marketing da Las Vegas Sands Corp e da Sands China Ltd. “Os Bon Jovi são um fenómeno global e este anúncio só mostra o nosso compromisso para com Macau, já que a banda se vai juntar à lista de eventos internacionais que actuaram [no território]”, lê-se no comunicado.

Os espectáculos acontecem a 25 e 26 de Setembro e os bilhetes custam entre as 580 e as 3580 patacas. Ambos os eventos têm início marcado para as 20h00. J.F.

O espectáculo do boxe está de volta à Arena

do Venetian, com o chinês “Ik” Yang Lian Hui a tentar pela primeira vez vencer um título mundial. Natural de Dalian, na China conti-nental, Ik combate contra César “El Distinto” Cuenca, da Argentina, pelo cinto da International Boxing Fede-ration (IBF) na categoria de juniores/peso médio.

Yang soma 19 combates e é treinado por Freddie Roach, treinador de Manny Pacquiao e Zou Shiming, e estreou-se no boxe em 2007, tendo vencido sete dos seus últimos oito combates por KO. Cuenca, que soma 46 vitórias, e estreou-se no boxe em 2002, sendo esta a primeira vez que luta fora da Argentina.

“Yang construiu uma sólida base de fãs na China

graças ao seu entusiasmante estilo de lutar”, explica a or-ganização em comunicado. “Cuenca está a três lutas de igualar a marca mítica de Rocky Marciano e conseguiu inúmeros títulos nos seus 13 anos de carreira.”

O evento “Victory at The Venetian” acontece a 18 de Julho, pelas 17h30, e traz ao território atletas que já pisaram o ringue do Cotai anteriormen-te. É o caso de Nonito “Filipino

Flash” Donaire, da Filipinas. Vencedor de cinco categorias a nível mundial, Donaire foi ainda considerado lutador do ano em 2012. Em Macau, luta contra Anthony Settoul, de França.

Na lista dos lutadores incluem-se ainda o norte--americano Mickey “The Spi-rit” Bey Jr., campeão mundial de pesos leves da IBF, que defende o título contra Denis “Genghis Khan” Shafikov, da Rússia. Rex “The Wonder Kid” Tso, de Hong Kong, e o “Macau Kid” Kuok Kun Ng combatem também, bem como José Ramirez, ainda que os oponentes destes três atletas não tenham sido anunciados.

Os bilhetes para o evento, organizado em parceria com a Top Rank, promotora mun-dial de boxe, custam entre as 180 e as 1680 patacas. J.F.

Centro HistóriCo MaCau e Henan CoM iniCiativas Conjuntas

O decénio do séculocom arte, workshops, música e uma palestra. A última tem lugar das 14h30 às 15h30 do próximo domingo, na Casa do Mandarim.

As Ruínas de s. Paulo vão ser palco para um espectáculo artístico no próximo fim-de--semana, às 17h00 de sábado e 11h00 de domingo. Já na Casa de lou Kau ocupa-se de uma mostra de artesanato de Henan, de 14 a 28 deste mês, com entrada gratuita das 10h30 às 13h30 e das 14h30 às 17h30.

outros PaLcosDe 12 de Julho a 15 de Agosto estará exposta nas Ruínas de S. Paulo uma mostra que “foca os feitos alcançados, ao longo dos anos, na salvaguarda do

património” local. E porque a cultura estará espalhada por toda a cidade, é nos lagos Nam Van que estreia uma outra expo-sição, desta vez com fotografias de edifícios e outros marcos de Macau. Esta realiza-se de 13 a 20 de Junho, coincidindo com a Regata de Barcos-Dragão. O dia 12 de Julho fica assim re-servado para a realização de um seminário sobre a preservação do Centro Histórico, a partir das 11h00. O IC deverá convidar especialistas e académicos para discutirem esta matéria, na sala de convenções e entretenimento da Torre de Macau.

dar músicaAlém de tudo isto, o IC guardou ainda espaço para a

PatriMónio IC Inaugura CInCo novos espaços CulturaIs até fInal do ano

Cinema, Carpintaria e sinologiaO Instituto Cultural inaugura cinco novos espaços culturais na região, incluindo um cinema munido de um centro de documentação, uma exposição sobre a história da Carpintaria e uma outra sobre o sinólogo Jao Tsung-I. Assim se festejam os dez anos do Centro Histórico na lista do Património Mundial da UNEsCO

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O Instituto Cultural (IC) promove, a partir do próxi-mo dia 30 e até

final do ano, uma série de estreias em termos de insta-lações histórico-culturais e que de algum modo explicam a história e passado locais.

A primeira, que inaugura no final de Junho, é o Centro de Informações da Fortaleza da Guia. O local, que serve actualmente como estrutura de apoio àquele monumento, vai ser transformado num sítio mais completo, com uma série de informações interactivas, como são a exi-bição de maquetas e uma re-trospectiva dos trabalhos de restauro da Capela de Nossa Senhora da Guia. O espaço vai ainda dispor de um café e loja de recordações. O dia 28 de Julho é reservado à abertura da Exposição de Carpintaria de Lu Ban, na Associação Seong Ká Môk. Lu foi, de acordo com o IC, o “patrono dos carpinteiros na China” e o espaço pretende contar a história desta classe trabalhadora e mostrar aos visitantes aquilo que se tem feito nesta área em Macau.

Centro HistóriCo MaCau e Henan CoM iniCiativas Conjuntas

O decénio do séculorealização de concertos por orquestras. Estes acontecem de 4 a 26 de Julho, em locais emblemáticos como são o Teatro D. Pedro V e a Casa do Mandarim. Entre os artistas estão a Orquestra de Macau, a Companhia Juvenil de Teatro de Repertório de Macau e a

Orquestra Chinesa de Ma-cau, com espectáculos cujas entradas podem ser livres ou variar entre as 30 e as cem patacas.

O programa das comemo-rações inclui ainda outras duas exposições: a primeira aconte-ce em Novembro e vai integrar

uma série de reproduções de mapas antigos da cidade que se encontram espalhados por vários centros de documen-tação e bibliotecas mundiais. A mostra pretende explicar aos visitantes as mudanças sofridas. Por último, o IC, juntamente com o Instituto do Desporto, pretende organizar, em Dezembro e por ocasião da Maratona Internacional de Macau, uma exposição sobre o Centro Histórico na Nave Desportiva, no Cotai. L.S.M.

PatriMónio IC Inaugura CInCo novos espaços CulturaIs até fInal do ano

Cinema, Carpintaria e sinologia“Serão expostas numerosas ferramentas tradicionais de marcenaria e componentes de casas, para além de uma apresentação multimédia sobre a Associação”, explica o IC.

EM noME do paSSadoAlém da mostra sobre a histó-ria da carpintaria em Macau, o IC prepara-se para abrir, a título permanente, a Acade-mia Jao Tsung-I, conhecido sinólogo chinês. “Pinturas e Caligrafias Doadas por Jao Tsung-I” ficará no número 95 da Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida e com-preende uma sala de exposi-ções com trabalhos do autor e uma colecção do seu espólio de livros e outros documentos históricos. Há ainda um audi-tório, construído a pensar na promoção da cultura chinesa e do intercâmbio sobre estudos sinólogos.

A par disto será ainda inaugurada a Cinemateca Paixão, que integra salas de cinema e um espaço de docu-mentação cinematográfica. “É um espaço polivalente destinado a promover a in-dústria cinematográfica e

criar uma atmosfera criativa e cinematográfica”, expli-cou o IC. Contudo, não há ainda um prazo definitivo para a abertura deste es-paço, mas o IC assegurou que o anúncio será feito no seu website oficial. Para já, estabeleceu-se Setembro como data para a “abertura experimental”.

Vai também ser inaugu-rado uma espécie de museu sobre a profissão de guarda--nocturno, muito comum na história do território. O Posto de Guarda Nocturno, situado na Rua da Palmeira, foi restaurado e vai abrir ao público para visitas durante a segunda metade deste ano, desconhecendo-se ainda o dia.

“Ao preservar-se este Posto de Guarda Nocturno, mantém-se um testemunho único da existência desta profissão em Macau (...). Após obras de restauro o espaço será revitalizado para alojar uma exposição sobre o trabalho dos antigos guardas--nocturnos de Macau”, lê-se no folheto informativo.

Leonor Sá [email protected]

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12 publicidade hoje macau quinta-feira 11.6.2015

Edital nº : 7/E-BC/2015Processo nº : 563/BC/2015/FAssunto :Início do procedimento de audiência pela infracção às respectivas disposições do Regulamento de Segurança

Contra Incêndios (RSCI)Locais :Rua Central da Areia Preta S/N, Edf. Villa De Mer, Bloco I, fracções 3.º andar A (CRP: IA3), 3.º andar E

(CRP: IE3), 4.º andar F (CRP: IF4), 5.º andar B (CRP: IB5), 6.º andar D (CRP: ID6), 6.º andar E (CRP: IE6), 7.º andar B (CRP: IB7), 8.º andar A (CRP: IA8), 8.º andar B (CRP: IB8), 9.º andar B (CRP: IB9), 10.º andar E (CRP: IE10), 11.º andar A (CRP: IA11), 11.º andar B (CRP: IB11), 11.º andar D (CRP: ID11), 11.º andar E (CRP: IE11), 14.º andar B (CRP: IB14), 14.º andar E (CRP: IE14), 15.º andar C (CRP: IC15), 15.º andar D (CRP: ID15), 16.º andar B (CRP: IB16), 20.º andar B (CRP: IB20), 22.º andar E (CRP: IE22), 24.º andar D (CRP: ID24), 24.º andar E (CRP: IE24), 25.º andar E (CRP: IE25), 26.º andar D (CRP: ID26), 26.º andar E (CRP: IE26), 27.º andar B (CRP: IB27), 28.º andar B (CRP: IB28), 28.º andar D (CRP: ID28), 29.º andar B (CRP: IB29), 30.º andar A (CRP: IA30), 30.º andar B (CRP: IB30), 30.º andar D (CRP: ID30), 31.º andar E (CRP: IE31), 32.º andar B (CRP: IB32), 34.º andar D (CRP: ID34), 34.º andar F (CRP: IF34), 36.º andar A (CRP: IA36), 36.º andar B (CRP: IB36), 39.º andar D (CRP: ID39), 39.º andar F (CRP: IF39), 40.º andar F (CRP: IF40), 41.º andar B (CRP: IB41) e 42.º andar F (CRP: IF42), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector substituto da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber por este meio aos donos da obra e aos proprietários, cujas identidades se desconhecem, das obras existentes no local acima indicado, o seguinte:

1 O agente de fiscalização desta DSSOPT constatou no local acima identificado a realização de obra sem licença, cuja descrição e situação é a seguinte:

Fracção Andar CRP Obra Infracção ao RSCI e motivo da demolição

1.1 A 3 IA3 Instalação de suporte metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.2 E 3 IE3 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.3 F 4 IF4Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.4 B 5 IB5 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.5 D 6 ID6Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.6 E 6 IE6 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.7 B 7 IB7Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.8 A 8 IA8 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.9 B 8 IB8 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.10 B 9 IB9 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.11 E 10 IE10Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.12 A 11 IA11 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.13

B 11

IB11 Instalação de portão de madeira no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.14 IB11Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.15 D 11 ID11Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.16 E 11 IE11Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.17B 14

IB14Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.18 IB14 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.19 E 14 IE14 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.20 C 15 IC15 Instalação de gaiola metálica na parede exterior do edifício junto à janela do pátio da fracção. Obs.1

1.21 D 15 ID15Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.22 B 16 IB16 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.23 B 20 IB20Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.24 E 22 IE22 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.25 D 24 ID24Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.26 E 24 IE24Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção.

Obs.1

1.27E 25

IE25 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.28 IE25 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.29 D 26 ID26 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.30 E 26 IE26 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.31

B 27

IB27 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.32 IB27Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.33B 28

IB28 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.34 IB28 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.35 D 28 ID28 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.36

B 29

IB29 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.37 IB29Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.38 A 30 IA30Construção de tapume de madeira no corredor comum junto à fracção para fechamento da entrada e saída da fracção.

Obs.2

1.39B 30

IB30 Instalação de gaiola metálica na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.40 IB30 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.41 D 30 ID30 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.42 E 31 IE31 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.43 B 32 IB32Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.44 D 34 ID34 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.45 F 34 IF34 Instalação de gradeamento metálico na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção. Obs.1

1.46 A 36 IA36 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.47 B 36 IB36 Instalação de portão metálico no corredor comum junto à fracção. Obs.2

1.48 D 39 ID39Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.49 F 39 IF39Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.50 F 40 IF40Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.51 B 41 IB41Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício junto à varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

1.52 F 42 IF42Instalação de janela de vidro na parede exterior do edifício em frente da varanda da cozinha da fracção para fechamento da varanda.

Obs.1

Obs.1: Infracção ao nº 12 do artigo 8º, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício.

Obs.2: Infracção ao nº 4 do artigo 10º, obstrução do caminho de evacuação.

2 Sendo as escadas, corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no nº 4 do artigo 10º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei nº 24/95/M, de 9 de Junho. Além disso, as varandas e janelas acima referidas são consideradas como ponto de penetração para realização de operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruído com elementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.) de acordo com o disposto no nº 12 do artigo 8º. As alterações introduzidas pelos infractores nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e ponto(s) de penetração no edifício e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, as obras executadas não são susceptíveis de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

3 Nos termos do no 3 do artigo 87o do RSCI, a infracção ao disposto no no 4 do artigo 10o é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas, e nos termos do no 7 do mesmo artigo, a infracção ao disposto no no 12 do artigo 8o, é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o no 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou segurança do edifício.

4 Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo 95º do RSCI.

5 Os processos podem ser consultados durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, no 33, 15º andar, Macau (telefones nos 85977154 e 85977227).

Aos 28 de Maio de 2015

Pelo Director dos Serviços O Subdirector, Subst.º

Eng.º Cheong Ion Man

EDITAL

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13 publicidadehoje macau quinta-feira 11.6.2015

NOTIFICAÇÃO EDITAL(Exercício do direito de defesa)

Considerando que não se revela possível notificar, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, o infractor suspeito, GARRATT CALLAHAN MACAU LIMITADA, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, Ng Wai Han, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho Subst.ª, manda que se proceda, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94.º do mesmo Código, à notificação do referido infractor suspeito, para no prazo de 15 (quinze) dias, exercer os seus direitos de audiência e de defesa por escrito quanto às seguintes eventuais infracções ou de rectificação a seguir indicadas :

1. O infractor suspeito não pagou um subsídio de alojamento de MOP$500,00 por mês ao ex-trabalhador não residente WELCH STEVEN JOSEPH durante o período de 21 de Setembro de 2010 a 19 de Novembro de 2014, infringindo assim nos n.ºs 1 a 3 do artigo 26.º da Lei n.º 21/2009 – Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes.

Do facto acima referido, nos termos do n.º 3 do artigo 32.º da Lei n.º 21/2009 – Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes, é punida com multa de MOP$5.000,00 a MOP$10.000,00 (Cinco mil a dez mil patacas por cada trabalhador em relação ao qual se verifica a infracção);

2. O infractor suspeito não cumpriu o n.º 190/DIT/ANLA/2015 de notificação para a comparência no DIT e a apresentação dos citados documentos, na hora em ponto, nem apresentar uma justificação nos cinco dias seguintes àquele prazo.

Do facto acima referido, nos termos dos n.ºs 5 e 6 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 60/89/M – Regulamenta a actividade do Departamento da Inspecçao do Trabalho da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, é punida com multa de MOP$400,00 a MOP$8.000,00 (Duzentas a quatro mil patacas por cada infracção em relação ao qual se verifica a infracção);

Face ao exposto, o referido infractor suspeito deve, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação do presente edital, exercer o seu direito de defesa por escrito ou de rectificação, podendo deslocar-se, dentro das horas de expediente, ao DIT, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221 a 279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, para levantar a devida nota de culpa e consultar o processo em causa (n.º 10039/2014). Decorrido o referido prazo, e na falta da entrega de defesa por escrito ou de rectificação sobre a matéria, para o devido efeito, o DIT irá aplicar a multa ao referido infractor suspeito.

Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, aos 3 de Junho de 2015.

A Chefe do Departamento Subst.ª,Ng Wai Han

NOTIFICAÇÃO EDITAL(Reparação coerciva)

Ng Wai Han, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho Subst.ª, manda que se proceda, nos termos do n.º 3 do artigo 9.º e do artigo 11.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008, de 29 de Dezembro – Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho, conjugados com os artigos n.ºs 58.º, n.º 2 do artigo 72.º e n.º 2 do artigo 136.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação do transgressor do Auto de Notícia n.º 64/0708/2015, de 7 de Maio de 2015, o senhor Lei Seng Kai, proprietário de “HAP SENG CONG CHENG”, sita na Rua Norte do Canal das Hortas n.º 225, Edifício Hou Kong, Bloco 5, Mui Kuai Kok, Loja L, r/c, em Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte à da publicação do presente édito, proceder ao pagamento da multa aplicada no aludido auto, no valor de Mop$33.333,30 (Trinta e três mil, trezentas e trinta e três patacas, trinta avos), por prática das transgressões laborais previstas no nº 3 do artigo 62.º, e no artigo 77.º e punidas na alínea 6) do n.º1 e alínea 5) do n.º 3, do artigo 85.º da Lei n.º 7/2008 – Lei das relações de trabalho, de 18 de Agosto, sendo que, de acordo com o artigo 87.º da mesma Lei, a pena de multa prevista na alínea 6) do n.º 1, do artigo 85.º é convertível em prisão nos termos do Código Penal. Por outro lado, o notificado deve, no mesmo prazo, proceder ao pagamento da quantia em dívida aos trabalhadores AO IEONG WA, WONG NIN ON e KUOK KAM TIM no valor de Mop$51.200,00 (Cinquenta e um mil, duzentas patacas), devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás citado prazo, fazer prova dos pagamentos efectuados.

A cópia do auto, a notificação, o mapa de apuramento da quantia em dívida aos referidos trabalhadores e as guias de depósito deverão ser levantados, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sito na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo facultada a consulta dos processos em causa.

Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, seguir-se-á

a tramitação judicial, com a remessa do auto ao Juízo. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais - Departamento de Inspecção do Trabalho,

aos 3 de Junho de 2015.

A Chefe do Departamento Subst.ª,Ng Wai Han

N.º 32/2015 N.º 33/2015

Aviso Usando da faculdade conferida pelo artigo 2.º do Regulamento Administrativo n.º 6/2008 ( Medidas provisórias do subsídio complementar aos rendimentos do trabalho), conjugado com a alínea a) do artigo 68.º e n.º 1 e n.º 2 do artigo 72.º do Código de Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto–Lei n.º 57/99/M , de 11 de Outubro, a Directora dos Serviços de Finanças procede à seguinte notificação através de edital: Chang Keng Wai, residente permanente em Macau, com residência na Estrada dos Cavaleiros, Edf. Arco-Iris, Bloco I, 9 andar P1, apresentou um recurso hierárquico , por não concordância com o despacho da signatária pronunciado em 22 de Julho de 2011. Vem a signatária, nos termos das disposições do artigo 68º e seguintes do Código de Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notificar V Ex.ª do despacho do Ex.mo Sr. Secretário para a Economia e Finanças , exarado em 12 de Dezembro de 2014. O seu recurso foi indeferido , não tendo sido autorizado o pedido referente ao período do 3.º até 4.º trimestre de 2010, pelo que deve restituir os valores atribuídos do 4.º trimestre de 2009 até ao 2.º trimestre de 2010, no total de vinte mil patacas (MOP$20,000,00). Informa-se, ainda, que para tratar das formalidades de restituição dos valores atribuídos , se deve dirigir à Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, Edf, “Finanças”, R/C, Núcleo de Informações Fiscais, no prazo de quinze (15) dias a contar da data da notificação. Alerta-se também V Ex.ª, que não sendo possível a restituição dos valores no prazo referido, o processo é remetido à Repartição de Execuções Fiscais para efeitos de cobrança coerciva. Mais se informa que, nos termos do disposto na subalínea I) da alínea 1) do n.º 2 do artigo 30.º da Lei n.º 9/1999, e da alínea a) do n.º 2 do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto –Lei nº 110/99/M de 13 de Dezembro , do acto administrativo em apreço cabe recurso contencioso , a interpor no prazo de trinta (30) dias a contar da data da notificação , para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau. Aos 1 de Junho de 2015.

A Directora dos Serviços de FinançasVitória Alice Maria da Conceição

Aviso Usando da faculdade conferida pelo artigo 2.º do Regulamento Administrativo n.º 6/2008 ( Medidas provisórias do subsídio complementar aos rendimentos do trabalho), conjugado com a alínea a) do artigo 68.º e n.º 1 e n.º 2 do artigo 72.º do Código de Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto–Lei n.º 57/99/M , de 11 de Outubro, a Directora dos Serviços de Finanças procede à seguinte notificação através de edital: Chin Wan Iok, residente permanente em Macau, com residência na Estrada dos Cavaleiros, Edf. Arco-Iris, Bloco I, 9 andar P1, apresentou um recurso hierárquico , por não concordância com o despacho da signatária pronunciado em 22 de Julho de 2011. Vem a signatária, nos termos das disposições do artigo 68º e seguintes do Código de Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notificar V Ex.ª do despacho do Ex.mo Sr. Secretário para a Economia e Finanças , exarado em 12 de Dezembro de 2014. O seu recurso foi indeferido , não tendo sido autorizado o pedido referente ao período do 3.º até 4.º trimestre de 2010, pelo que deve restituir os valores atribuídos do 4.º trimestre de 2009 até ao 2.º trimestre de 2010, no total de vinte mil patacas (MOP$20,000,00). Informa-se, ainda, que para tratar das formalidades de restituição dos valores atribuídos , se deve dirigir à Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, Edf, “Finanças”, R/C, Núcleo de Informações Fiscais, no prazo de quinze (15) dias a contar da data da notificação. Alerta-se também V Ex.ª, que não sendo possível a restituição dos valores no prazo referido, o processo é remetido à Repartição de Execuções Fiscais para efeitos de cobrança coerciva. Mais se informa que, nos termos do disposto na subalínea I) da alínea 1) do n.º 2 do artigo 30.º da Lei n.º 9/1999, e da alínea a) do n.º 2 do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto –Lei nº 110/99/M de 13 de Dezembro , do acto administrativo em apreço cabe recurso contencioso , a interpor no prazo de trinta (30) dias a contar da data da notificação , para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau. Aos 1 de Junho de 2015.

A Directora dos Serviços de FinançasVitória Alice Maria da Conceição

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V amos falar de Austerlitz e de W. G. sebald.

Devo a referência a este autor e em particular a este

livro ao escritor João Paulo Borges Coelho na sua passagem por macau, quando ambos participámos na Rota das Letras em 2014. Confesso que ain-da não tinha lido nada de W. G. sebald e fiquei com imensa curiosidade face ao entusiástico elogio de João Paulo Borges Coelho. Depois em boa verda-de não comecei pelo livro intitulado Austerlitz, mas antes pelo Campo Santo, Austerlitz chegou uns meses mais tarde.

Resumoo professor de História da arquitec-tura Jacques austerlitz investiga a esta-ção ferroviária de Liverpool street, em Londres, coligindo materiais para uma pesquisa sobre arquitectura industrial, quando é tomado por uma visão que talvez o ajude a explicar não a ‘arqui-tectura da era capitalista’, mas o sen-timento incómodo de ter vivido uma vida alheia. a partir dessa experiência as suas andanças pelas ilhas britânicas e pelo continente europeu, a sua mania fotográfica e a sua memória minuciosa adquirem uma importância que já não é académica mas antes biográfica e aus-terlitz passa a procurar reconstruir a sua própria história. Para cumprir esse objectivo o herói do romance terá de viajar no tempo em muitos países e nos cenários mais díspares, tal como um lar protestante no interior de Gales e um internato britânico, lugares esses onde decorreu a sua criação e educação; uma biblioteca em Paris, fortificações, palá-cios, campos de concentração, monu-mentos e balneários públicos. No fim desta viagem, que acabará por conver-ter a dimensão biográfica e íntima do professor numa outra realidade atra-vés de uma articulação com a história europeia do século XX, indo assim ao encontro dos primórdios em que tudo começou, com outros nomes, numa outra língua, numa outra estação ferro-viária, quando os horrores da segunda Grande Guerra começavam a ser anun-ciados.

Reflexãose há uma ideia axial através da qual podemos referir a obra de W.G. sebald, essa ideia é a de hibridismo. Contudo o hibridismo caracteriza muitos autores

W.G. Sebald nasceu em Wertach im algau, na alemanha, em 1944, filho de uma família católica do interior da Baviera. Estudou Língua e Literatura alemãs em Freiburg e leccionou em manchester na Inglaterra, de 1966 até 1970. a partir de 1970, ensinou na Universidade de East anglia, em Norwich, tornando-se professor de Literatura Europeia, em 1987, onde permaneceu até à sua morte, num acidente de carro, em Dezembro de 2001. De 1989 a 1994, foi o primeiro director do British Center for Literary Translation. a sua obra foi contemplada com numerosos prémios literários em vários países. Poeta, ensaísta e tradutor, sebald é contudo reverenciado no mundo todo pelos seus livros de ficção. a Teorema publicou quase toda a sua obra: Os Emigrantes, Os Anéis de Saturno, Vertigens. Impressões, Austerlitz, História Natural da Destruição e Campo Santo. Entretanto a sua obra tem vindo a ser republicada pela Quetzal.

contemporâneos e desse ponto de vista parece que a ideia nuclear seria apenas carência de pontaria. a verdade é que o carácter ensaístico e híbrido de uma parte da ficção contemporânea, se não

predomina, pelo menos marca muitos textos de incontornável importância. Estou, em particular, a pensar em au-tores europeus como Cláudio magris, por exemplo, que num texto como Da-

núbio, desenvolve a sua narrativa numa atmosfera, a qual, temos até dificuldade em enquadrar no domínio da literatura ficcional e romanesca, embora por ou-tro lado se possa reconhecer que o tex-to é um espantoso romance histórico, geográfico e intelectual de uma parte significativa da Europa e da cultura eu-ropeia. a nossa opinião depende muito do posto de observação e de uma certa tolerância relativamente às fronteiras dos géneros literários. só a título de exemplo: o que é As Cidades Invisíveis de Italo Calvino, a Vida Material de marguerite Duras ou o Fogo Pálido de Vladimir Nabokov, para só citar alguns textos que me entusiasmaram muito e sobre os quais se pode discutir ampla-mente o género.

Porém o hibridismo de sebald é mais complexo por um lado e radical por outro e apresenta-se tão bem do-seado, que apesar da radicalidade nun-ca se perde o sentimento ficcional e ro-manesco. a todo o momento estamos a perguntar-nos se aquilo que acabamos de ler será memorialístico, autobiográ-fico, erudito ou ficcional em absoluto, embora isso pouco importe porque o prazer da leitura se sobrepõe. Como salienta muito bem antónio Barrento trata-se afinal de um trabalho oblíquo “sobre a memória pessoal e histórica (…) em que o ficcional se cruza com o biográfico e o documental”. Para le-var a cabo este memorialismo pessoal o autor não hesita em introduzir nos seus textos pedaços dispersos de outras narrativas artísticas e de outros saberes, tais como fotografias, despojos arqui-tectónicos, conhecimentos técnicos de vária ordem, como a medicina e a Engenharia, etc. «(…) por detrás dos quais se perfila a visão de uma Euro-pa perdida, perigosamente enredada numa tragédia do esquecimento».

o que acabo de dizer e citar, aplica--se tanto ao Austerlitz, como aos outros livros, mas é justo que se diga que Aus-terlitz pode ser considerado um mode-lo, atendendo ao facto de que aqui se duplica o sentido do esquecimento, uma vez que ele é ao mesmo tempo individual e colectivo. Para que o ob-jectivo funcione, artisticamente falan-do, é porém necessário que as escolhas de sebald sejam apropriadas, tanto no plano intelectual quanto no plano estético. ora, em boa verdade, é isso que acontece sempre. o bom gosto

Resíduos de umadiáspoRa inteRioR

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15 artes, letras e ideiashoje macau quinta-feira 11.6.2015

fichas de leitura* Manuel afonso Costa

Sebald, W.G., Austerlitz, Quetzal, Lisboa, 2012, Descritores: Literatura alemã, Ficção, Memorialismo, Ensaio, ISBN: 9789897220517.

Cota:  821.112.2-94  Seb 

*No quadro da colaboração de Manuel Afonso Costa com a Biblioteca Central de Macau-Instituto Cultural, que consiste entre outras actividades no levantamento do espólio bibliográfico da biblioteca e na sua divulgação sistemática, temos o prazer de acolher estas “Fichas de Leitura” que, todas as quintas-feiras, poderão incentivar quem lê em Português.

de Sebald é notável, sobretudo porque não é nunca gratuito. Estou a pensar no modo como começa o romance Auster-litz. Começa como se sabe na Gare de Antuérpia. A Gare de Antuérpia é de uma imponência e beleza esmagadora. Eu estive lá pela primeira vez nos anos 80 do século passado e lembro-me de sentir o quanto aquele espaço era fa-vorável a um ambiente romanesco. Por outro lado, não penso que a designação da personagem principal através do apelido Austerlitz seja uma designação fortuita, ela é como também se sabe o nome de uma Gare, parisiense no caso, ao mesmo tempo que consagra o nome de uma batalha, que foi por sua vez determinante para a consagração de Bonaparte, figura muito emblemá-tica também, abordada por Sebald em Campo Santo e a verdade é que o roman-ce para além de nos aparecer centra-do na biografia de Jacques Austerlitz, constitui também uma reflexão sobre a monumentalidade própria das gares, enquanto lugares da sensibilidade nos-tálgica. As gares mais do que lugares de partida e de chegada, e isso já seria suficiente, são sobretudo nós de comu-nicação e encontro. Elas encerram uma ideia ou projecto que sustenta larga-mente a problemática cosmopolita da alteridade. Numa gare e por maioria de razão numa gare internacional invoca--se sobretudo o Outro, o que chega e parte e na sua mobilidade permanente se apresenta hostil à armadilha da apro-priação nas tenazes indiferenciadas do Mesmo.

O que justamente se apresenta como nostálgico em todos os livros de Sebald é uma espécie de diáspora interior que consagra territórios neu-tros ou neutralizados pela história e que só se tornam interessantes por-que aparecem sempre sob a forma de vestígios, de resíduos ou de despojos, restos arqueológicos ou ruínas. Claro que muitas vezes estas ruínas não se apresentam em ruínas, fisicamente di-gamos assim, e quando isso acontece são mais ruínas ainda, são verdadeiras ruínas. Os monumentos são na maior parte dos casos ruínas sentimentais, ruínas morais do Espírito, desmenti-dos brutais das nossas maiores ilusões. E o que são as desilusões senão ruí-nas. Quando os monumentos aludem à História e aludem sempre, o senti-mento de ruína é global, a desilusão é aterradora. É consagrada uma ver-dadeira terra de ninguém, espiritual, um não lugar da memória que só pode provocar nostalgia e até sofrimento. Contudo, após o estremecimento on-tológico inicial desenha-se aos poucos um princípio de esperança.

É preciso passar sempre pela pro-va das ruínas e da desilusão. É preciso passar pela prova da memória. Simples-mente em Sebald essa memória só pode tornar-se redentora nos planos ético e moral por um lado e político por outro, para poder ser motor de redenção his-tórica, se filtrar os acontecimentos e os factos assim como os vestígios a uma luz dolorosa e poética, de uma poética do ser que não pode ser nunca mera-mente festiva e comemorativa.

A importância dos vestígios, dos resíduos e das ruínas é na aparência tautológica uma vez que é da natureza da realidade e não apenas da realidade histórica ser fragmentada e dispersa. O que se propõe é assim da ordem da resignação que se opõe à tendência do espírito para a denegação e para o re-calcamento. Não obstante, resignação tem aqui o sentido não de uma desis-tência pusilânime mas antes de uma lucidez extrema. A aceitação resignada de uma realidade que é por natureza fragmentada prepara o Espírito para a cura e através dela para as bodas da su-peração reconciliada.

Nota: Se ainda não o disse em letra de forma, será provavelmente a altura ideal para o fazer: o melhor da cultu-ra europeia, da cultura literária desde logo, está muito ligado a uma tradi-ção de desenraizamento, de diáspora, errância, deriva e exílio. Na tradição europeia os castiços produziram muito menos e de muito menor qualidade, o que se compreende. Aconteceu assim com a grande tradição intelectual da mitteleuropa, nos séculos XIX e XX, mas também em muitas outras latitudes e épocas. Se fizéssemos uma retrospec-tiva da literatura e do pensamento eu-ropeu contemporâneos seguramente que confirmaríamos esta observação que porém não cabe aqui na economia apertada desta recensão; porém apro-veito para referir alguns autores em que entronca esta genealogia que hoje em dia engloba nomes como Sebald, Magris, Rushdie etc… Pense-se desde logo na filosofia em Kant, e na litera-tura em Kafka, Marai, Zweig , assim como Borges e Cortázar.

Pense-se sobretudo nessa figura incontornável da problemática da al-

teridade que é Lévinas, judeu lituano, ucraniano e russo, em parte alemão pela cultura e finalmente francês, por adopção, linguística, mas não só.

E o que dizer de Vladimir Nabokov ou Joseph Conrad, que escreveram em várias línguas; e Joyce que viveu uma parte importante da sua vida em Tries-te, lugar paradigma de uma grande os-cilação dos mecanismos de pertença e enraizamento, como sublinhou muito bem Cláudio Magris em Um Outro Mar. Em boa verdade quase tudo o que de inovador e vanguardista a Europa pro-duziu, a partir do século XIX sobre-tudo, apresenta essa marca a que não é estranho, por exemplo, o facto do enorme sucesso dos intelectuais judeus (povo de diáspora por excelência), es-palhados pela Europa.

Os romenos Panaït Istrati, Tristan Tzara e Benjamin Fondane, abandona-ram todos cedo o seu país e adoptaram o francês como língua literária. «Benja-min Fondane é o autor de uma «bouta-de» sobre a importância quiçá desme-surada da pátria de Chateaubriand, de Voltaire ou de Victor Hugo na cultura romena quando escreve que partia para França porque já não suportava viver numa colónia francesa e era portanto preferível ir viver para a metrópole. De facto a metrópole é sempre recomen-dável relativamente à província»: e a verdade também é que a maioria dos intelectuais ligados a uma cultura local ou nacional são quase sempre provin-

cianos. E ser provinciano é no plano intelectual o pior dos defeitos e dos insultos. Na nossa tradição própria, os gigantes são de facto cosmopolitas ou desenraizados, como Camões, Eça de Queiroz ou Fernando Pessoa.

Dois exemplos apenas:a. Relativamente a Simmel, é conheci-do um importante, embora breve, texto sobre o assunto, designado apropriada-mente Digressão Sobre o Estrangeiro. Porém sobre este tema, o estrangeiro, nada melhor se escreveu ainda que a obra homónima de Mi-chel de Certeau. Simmel afirma que: «o es-trangeiro é o que chegou hoje, mas não para partir amanhã, sendo antes aquele que chegou para ficar». O estrangeiro conjuga assim, na perspectiva de Sim-mel, a harmonia que resulta da distân-cia e da proximidade, da generalidade e da diferença. E nesse sentido ele é o verdadeiro símbolo da Modernida-de, pois ele é síntese e inovação, en-tre por um lado a diáspora e a fixação, funcionando como intermediário das pulsões ambivalentes da alma humana. No estrangeiro convergem tolerância e auto compreensão, alteridade e identi-dade, generalidade e idiossincrasia. O estrangeiro é o verdadeiro símbolo da modernidade mas também do cosmo-politismo.

b. A reflexão de Robert Park, discí-pulo de Simmel, vai no sentido de evidenciar a figura simbólica do mar-ginal das sociedades tardo industriais e pós modernas, sobretudo nas gran-des metrópoles, exprimindo ainda a modernidade mas também a sua crise e desorganização, que andam afinal modernamente juntas. O marginal é também uma figura do cosmopolitis-mo, pois habita entre dois mundos, o que promove um desenraizamento agora não apenas cultural ou linguís-tico, mas também social. A figura do marginal é um estrangeiro multiplica-do, pois acontece enredado entre duas realidades sociais, entre duas culturas e por vezes mesmo entre dois códigos linguísticos antagónicos. A subjectivi-dade possui no marginal uma dimen-são trágica, pois muitas vezes ele não consegue superar este divórcio que vive quase sempre de uma forma psi-cológica dissociativa.

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O Presidente de Angola, José Eduardo dos San-tos, manifestou-se esta terça-feira empenhado

em “estreitar as relações com a Chi-na”, afirmando que os dois países “têm imensas potencialidades para valorizar” e “podem ir mais longe” na cooperação bilateral.

“A história tem demonstrado que é na base da confiança e do respeito mútuos que se forjam rela-ções sólidas e duradouras, como a parceria estratégica com a China”, disse José Eduardo dos Santos no início das conversações com o homólogo chinês, Xi Jinping.

“Os laços de amizade e de soli-dariedade entre os nossos povos e países são muito fortes e queremos continuar a estreitá-los”, acrescentou.

As conversações decorreram no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim, depois de uma cerimónia de boas vindas com guarda de honra, salvas de canhão e o hino nacional dos dois países tocado por uma banda militar.

Dezenas de crianças agitando bandeiras de Angola e da China saudaram os dois presidentes.

A líder da oposição da Birmâ-nia e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi chegou ontem

à China, numa visita histórica que decorre num momento de alguma tensão entre ambos os países.

Aung San Suu Kyi partiu on-tem do aeroporto de Rangun com destino à China, para uma visita até domingo, durante a qual terá reuniões com o Presidente chinês, Xi Jinping, com o primeiro--ministro, Li Keqiang, e com um grupo de empresários do país.

Trata-se de uma visita histórica, a primeira de Suu Kyi à China, através da qual Pequim vai tentar reforçar a relação com o Governo re-formista birmanês e com a oposição.

Segundo informação do Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros chinês, esta é uma viagem de “inter-câmbios” entre o Partido Comunista da China e a Liga Nacional para

Nobel da Paz auNg SaN Suu Kyi já eStá em Pequim

Uma visita histórica

AngolA e ChinA “podem ir mAis longe” nA CooperAção

Caminhos cruzados

Na avenida que passa no topo norte da praça Tiananmen, frente à imponente tribuna de cor de púrpura que dá o nome do local

- Porta da Paz Celestial (Tianan-men) -, os candeeiros estavam ornamentadas com as bandeiras dos dois países.

“A China foi o país que mais depressa compreendeu a situação difícil de Angola no final da guerra, em 2002, e qual a ajuda que poderia dar à reconstrução nacional”, real-çou o Presidente angolano.

Numa entrevista feita ainda com os jornalistas presentes na sala, salientou também que “em poucos anos, Angola conseguiu grandes progressos” e que “a China é hoje o maior importador de petróleo angolano”.

O velhO amigOJosé Eduardo dos Santos iniciou na segunda-feira uma visita de seis dias à China, acompanhado por nove ministros.

É a sua quarta visita àquele país em 27 anos, o que faz do Presidente angolano “um velho amigo da China”, como lhe chamou o homólogo chinês.

“Esta visita injectará novo ím-peto na parceria estratégica entre China e Angola”, disse o presidente chinês, que é também secretário--geral o Partido Comunista Chinês (PCC), o cargo político mais im-portante do país.

Xi Jinping definiu “o aprofun-damento das relações com Angola” como “uma política consistente da China”, afirmando que esse relacionamento “é um modelo da cooperação mutuamente vantajosa” que o seu país mantém com África.

“África é um amigo seguro da China e a China fará o seu melhor para que África alcance a paz e o desenvolvimento económico”, declarou.

OrgulhO e estratégiaEvocando o 40.º aniversário da independência de Angola, que se assinala em Novembro próximo, o Presidente chinês disse que o MPLA, o partido no poder, e o povo angolano “devem estar orgulhosos” pelas “extraordinárias mudanças” entretanto ocorridas no país.

O programa de José Eduardo dos Santos na China inclui ainda uma deslocação a Tianjin, o maior porto do norte do país, a cerca de 150 quilómetros da capital, e um fórum económico com quase 200 participantes.

Xi Jinping visitou Angola em 2011, quando era vice-presidente da China, e foi também nesse ano que os dois países assinaram um “acordo de parceria estratégica global”.

Devido à acentuada diminuição do preço do petróleo no mercado mundial, no primeiro trimestre deste ano, o valor das exportações angolanas para a China caíram cerca de 50% em relação a igual período de 2014.

A China anunciou que ajudará financeiramente Angola a “superar as dificuldades” criadas por aquele fenómeno, mas não especificou o montante da ajuda.

Segundo fontes chinesas, o volume dos empréstimos e das linhas de crédito concedidos pela China a Angola desde 2004 rondará os 15.000 milhões de dólares.

16 china hoje macau quinta-feira 11.6.2015

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ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO N.o 19/P/15

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO N.o 21/P/15

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 22 de Maio de 2015, se encontra aberto o Concurso Público para «Empreitada de Fornecimento, Substituição e Testes de Três (3) Unidades Resfriadoras de Líquidos “Chiller” de Condensação a Ar ao Centro Hospitalar Conde de São Januário dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 10 de Junho de 2015, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 46,00 (quarenta e seis patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

Os concorrentes deverão comparecer no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 12 de Junho de 2015, às 15:00 horas para visita às instalações onde serão instalados os equipamentos a que se destina o objecto deste concurso.

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 15 de Julho de 2015.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 16 de Julho de 2015, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional” do Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo dos Serviços de Saúde, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP 400.000,00 (quatrocentas mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 4 de Julho de 2015

O Director dos Serviços

Lei Chin Ion

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 27 de Maio de 2015, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimetno e Instalação de um Analisador Automático de Química Clínica aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 10 de Junho de 2015, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP40,00 (quarenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São

Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 9 de Julho de 2015.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 10 de Julho de 2015, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada no r/c do Edifício da Administração dos Serviços de Saúde junto ao C.H.C.S.J..

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP38 000,00 (trinta e oito mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 4 de Junho de 2015

O Director dos Serviços,

Lei Chin Ion

a Democracia, presidida por Suu Kyi, uma formação que se estima ter bons resultados nas próximas eleições birmanesas previstas para o final do ano.

DescOnfiançasA chegada da Nobel da Paz, um prémio atribuído em 1991 pela sua luta pacífica a favor da liber-dade no seu país, acontece num momento de alguma tensão entre ambas as nações.

Por um lado, a aproximação dos Estados Unidos à Birmânia, que durante os anos de governo da Junta Militar – entre o final da década de 1960 até 2011 –

praticamente só teve a China como único aliado mundial, gerou desconfiança por parte de Pequim.

Além disso, refere a agência Efe, Pequim encontra-se numa situação delicada em relação à Birmânia, devido ao conflito entre a minoria kokang e o exército birmanês no norte do país, ao longo da fronteira com o sudoeste da China (província de Yunnan).

Em Abril, uma bomba lançada por um caça birmanês causou a morte de cinco chineses e uma dezena de feridos, o que motivou a condenação da China, que desde o início do conflito acolheu milhares de refugiados birmaneses.

A Birmânia denunciou em várias ocasiões que os kokang, dos quais cerca de 90% são da etnia han, tal como a maioria dos cidadãos na China, recebem ajuda da China, que dominou o território até o ceder ao Reino Unido no final do século XIX. Pequim tem, no entanto, negado estas denúncias. Suu Kyi visita a China pouco tempo depois de ter sido alvo de críticas pelo seu aparente silêncio perante a crise dos migrantes da minoria muçul-mana rohingya e numa altura em que outro Prémio Nobel da Paz, o escritor chinês Liu Xiaobo, continua na prisão.

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17hoje macau quinta-feira 11.6.2015 (F)utilidadestempo aguaceiros ocasionais min 27 max 32 hum 70-95% • euro 9.00 baht 0.23 yuan 1.28

João Corvofonte da inveja

Aconteceu Hoje 11 de JUNHO

timothy McVeigh é executadoNo dia 11 de Junho de 2001, o terrorista Timothy McVei-gh é executado com uma injecção letal. McVeigh foi responsável pela explosão do prédio Alfred Murray de Oklahoma City, no dia 19 de Abril de 1995, onde 168 pessoas morreram. Timothy James McVeigh nasceu em Nova Iorque e era um soldado condecorado pela sua participação na Guerra do Golfo. No período em que andava no liceu, McVeigh demonstrou simpatia pelas teorias políticas de extrema direita e pelos ensinamentos de William Luther Pierce, um dos principais líderes do movimento neo-nazi norte-americano. depois de concluir os estudos, procurando unir o radicalismo político e a paixão pelas armas, Timothy deu os primeiros passos numa ambiciosa carreira militar. A sua pretensão inicial era fazer parte do popular esquadrão de elite dos Boinas Verdes.Contudo, os seus planos iniciais foram interrompidos com a eclosão da Guerra do Golfo. Foi enviado para os campos de batalha no Médio Oriente e destacou-se como um dos mais brilhantes soldados que actuaram na famosa Operação Tempestade no deserto. Voltando para os eUA, o jovem militar possuía as mais importantes condecorações por mérito, heroísmo e bravura. Tudo o que levava a crer que o seu futuro no exército seria promissor, mas o prestigiado militar não conseguiu passar nos testes para os Boinas Verdes. Inconformado com as restrições do governo à população civil e como resposta ao ataque do governo à comunida-de religiosa de Waco, Texas, Timothy McVeigh resolveu montar uma bomba que explodiria o edifício Alfred P. Murrah (de onde acreditava que tinha sido emitida a ordem para atacar o Cerco de Waco). Um dia antes do atentado, alugou uma camioneta e passou a noite num motel. Com a ajuda de Terry Nichols, o terrorista instalou a bomba e preparou a fuga. deixou o veículo com cerca de 2500 quilos de explosivos em frente ao prédio, matando 168 mortos e fazendo 850 feridos. este foi o acto de terrorismo mais letal dentro dos estados Unidos até aos ataques de 11 de Setembro.

O irlandês Damien Rice tornou-se, desde 2002, músico preferido de muita gente por esse mundo fora, principalmente em dias em que o sol não brilha e a chuva bate forte nos vidros da sala. As faixas “Delicate” e “Cannonball” são fantásticas enquanto se pega na chávena de chá para ler aquela obra de cabeceira que por ali vive há vários meses, por falta de tempo ou paciência de quem lhe devia pegar. Damien Rice não tem nenhum mau álbum, mas a escolha de “O” teve em conta o facto de ter sido o primeiro de uma carreira sólida e aparentemente duradoura. Leonor Sá Machado

“o”(DAMien Rice, 2002)

O que fazer esta semana?

U m D i s C O h O j e

Hoje“LIVrOS COM HISTórIAS”,COM FrANCISCO MOITA FLOreS IPOr, 18h00entrada livre

30 ANOS de LIVrArIA POrTUGUeSAe LANçAMeNTO de LIVrOLivraria Portuguesa, 17h00entrada livre

Amanhã“O HOMeM dOS SeTe INSTrUMeNTOS” CONCerTO COM TOzé SANTOSConsulado Geral de Portugal, 20h00entrada livre

diariamente exPOSIçãO PINTUrA LUSóFONA (ATé 14/06)Clube Militar entrada livre

exPOSIçãO “AO rISCO dA COr - CLAUde VIALLATe FrANCk CHALeNdArd”Galeria do Tap Seac (até 9/08)entrada livre

exPOSIçãO “3 BLACk SUITS”(ATé 14/06)Fantasia 10, Calçada de São Lázaro, 15h00entrada livre

exPOSIçãO “WHO CAreS” (ATé 28/07)Armazém do Boi, 16h00entrada livre

exPOSIçãO “de LOrIeNT AO OrIeNTe - CIdAdeS POrTUárIAS dA CHINA e FrANçA NA rOTA MAríTIMAdA SedA” Museu de Macau (até 30/08) entrada livre

exPOSIçãO de ArTeS VISUAIS de MACAU (ATé 2/8)Pintura e Caligrafia Chinesasedifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00entrada livre

exPOSIçãO “VALqUírIA”, de JOANA VASCONCeLOS(ATé 31 de OUTUBrO)MGM Macau, Grande Praça entrada livre

C i n e m ACineteatro

Sala 1juraSSic world [b]Filme de: Colin TrevorrowCom: Chris Pratt, Bryce dallas Howard, Irrfan khan14.30, 16.45, 21.30

juraSSic world [3d] [b]Filme de: Colin TrevorrowCom: Chris Pratt, Bryce dallas Howard, Irrfan khan19.15

Sala 2San andreaS [b]Filme de: Brad Peyton

Com: dwayne Johnson, kylie Minogue Carla Gugino14.30, 16.30, 21.30

San andreaS [3d][b]Filme de: Brad PeytonCom: dwayne Johnson, kylie Minogue Carla Gugino19.30

Sala 3force majeure [b]Filme de: ruben OstlundCom: Johannes kuhnke, Lisa Loven kongsli14.30, 16.45, 19.15, 21.30

JUrASSIC WOrLd

O amor só é sustentável à conta da sua morte.

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O ntem assinalou-se mais um 10 de Junho, e com este começo de frase na língua em que a estou a escrever quase nem é preciso acres-centar mais nada para que outra pessoa que a esteja a ler e a entenda saiba exactamente o que esta data significa. Isto é tão

extraordinário que nem encontro palavras para descrever o que sinto, pois com toda a certeza que iria ser acusado de “não respeitar nada” ou de “ter a mania das gracinhas”, e depois assim “não me levam a sério” (o que para mim dá imenso jeito, que sempre me chateiam menos com bagatelas). Trocando isto por miúdos, não sou patriota nem pa-triótico, ou nada que rime com “idiota” ou “hipnótico”, mas sinto que tal como todos os que vêm de lá daquela toca-de-rato ati-rada lá para fundo do continente que levou novos mundos ao mundo (diz-se por aí) chamado Portugal, existe dentro de mim um gene que me torna especial . A mim e a todos os portugueses, naturalmente: somos todos especiais. Os “special ones”, como

Eu, Português, me confesso

O 10 de Junho é o únicodia em que nos lembramos que somos portugueses, em vez de nos recordarem a toda a hora dessa maldição, que é ao mesmo tempouma benção. Porquê? Epánão me perguntem.Sou só um português...

diz o outro nosso compatriota. Mas o que é, no fim de contas, esse “ser” Português?

existe um rol de personagens, reais ou da ficção, com que por vezes associamos os naturais de determinado país, o que pode parecer algo redutor, mas que às vezes tem a sua graça – que me pode garantir que se lhe for apresentado um natural do México, não vai demorar nem dois segundos até pensar no Speedy Gonzalez? Noutros casos somos induzidos a associar factos ou episódios históricos, muitas vezes caindo na tentação de cometer uma pequena crueldade. Assim de repente lembro-me do caso particular dos alemães, que por muito agradáveis que tentem ser (e até vão tentando, coitados) não se safam do rótulo que o tio Adolfo lhes colou durante aquele curto mas a todos os títulos lamentável período durante os meados do século XX. Mas e nós, a quem ninguém chama de “nazi” ou associa a qualquer de-senho animado mundialmente famoso pela sua castiça e rústica foleirice? Temos o Zé Povinho, eu sei, “toma!” e tal, mas quantos estrangeiros conhecem o Zé Povinho? Já agora, e com todo o respeito pelo “my main man” Rafa Bordas Pina, este não podia ter

bairro do or ienteLeocardo

pensado num nome menos idiota para dar ao seu personagem? Fica muito a dever à criatividade, para quem é considerado um dos maiores satiristas lusitanos.

Ser português é uma seca: nada acontece, aconteceu ou acontecerá que a isso nos deixe indelevelmente associados. Pois é, os desco-brimentos e não sei que mais, tudo bem, mas e o “timing”? Não existia Facebook para se fazer um “like” ao Pedrocas Álvares quan-do ele escrevesse na sua página que tinha

acabado de chegar a um sítio bué giro, com praia a perder de vista e habitado por nativas nuas sem qualquer noção de nenhum tipo de moralidade, e que ia “ficar com aquilo para ele, tipo”. E a malta comentava: “Que invejaaaaaa! LOOOOL!!!”. Não tínhamos “twitter” para seguir o Vasquinho, enquanto ele desbravava o imenso e aborrecido desco-nhecido inteiramente composto por água do mar, dando assim início ao que conhecemos hoje por “globalização”. Uau, isto é bestial, e até é algo de que os americanos falam a toda a hora, e tal, e foi um português que inventou, dizem vocês? So what? Isto é típico do tuga fala-barato e mandrião: dá início a um projecto que não desenvolve, e quando outros pegam na ideia e a convertem em algo de sumptuoso, quer a sua parte dos louros. Já viram a lata do tuguinha?

É difícil ser só, pequenino, triste e sem amigos. Dez milhões? Se fossemos uma cidade não estaríamos nem entre as vinte mais populosas. E com uma área aproxima-damente do tamanho do estado do Indiana, porque carga de água haviam os america-nos de se importar connosco, com dúzias de portugáis ali mesmo à mão de semear? mesmo no contexto da europa, reparem com somos uma das pouquíssimas nações com mais de um século de existência (cem anos) que nunca ganhou um europeu de futebol nem o Festival da Eurovisão. Na mesma situação encontramos apenas países como a Finlândia, Islândia ou Malta - até a Grécia já ganhou um de cada destes eventos que mencionei, por amor de Deus! Será que é por sermos baixinhos que ninguém se apercebe da nossa insignificante existência? Sabem quantos espanhóis, franceses e italianos ganharam óscares? E até alemães, e checos? Onde está o nosso Ingmar Bergman? E o nosso Van Gogh? Está alguém aí, ou só o eco? Será que existimos de verdade ou atrevemo-nos a fazer essa presunção – no nosso caso é um presuntão.

Perdoem-me esta pequeno desabafo, que no fundo é um pouco parte daquilo que somos, e que até ficamos associados através da nossa própria canção nacional: um longo e triste fado, um lamento sem fim. Mas atenção, alto lá, que há vantagens em toda esta insignificância, pensam o quê? ninguém nos chateia, por exemplo, o que é bom quando nos dá moleza (sempre), ou na hora da sesta, essa nobre tradição lusi-tana cada vez mais em desuso. Pensem só nas vantagens que temos no evento de um conflito termo-nuclear. Com toda a certeza que somos um dos últimos (e poucos) países onde despejar umas quantas ogivas em cima não justifica o tempo e os meios a que tal encomenda obrigam. E a propósito, hoje já é dia 11, e por isso estou desculpado. É que o 10 de Junho é o único dia em que nos lembramos que somos portugueses, em vez de nos recordarem a toda a hora dessa mal-dição, que é ao mesmo tempo uma benção. Porquê? Epá não me perguntem. Sou só um português...

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19 opiniãohoje macau quinta-feira 11.6.2015

E m 1046 a.C., há cerca de 3.500 anos, em plena Idade do Bron-ze, os Shang travavam a mais crucial batalha contra os Zhou, onde é hoje a província de He-nan, na bacia do Rio Amarelo, berço da civilização chinesa.

A batalha de muye opôs o exército dos Shang, de 700.000 homens, contra os Zhou, possui-

dores de uma força de 4.000 carros de guerra e 48.000 homens, ditando a queda dos primeiros.

Esta batalha iria dar origem à mais longa dinastia da China, a dos Zhou, nada mais que 790 anos (1046 - 256 a.C.), dividindo--se em complicados sub-períodos, nem por isso menos interessantes.

É no período chamado “Primavera e Outono” (770 a.C. – 476 a.C.) que se afirmam, na falta de outro termo, as quatro escolas filosóficas chinesas: o Taoísmo, o Confucionismo, o mozismo e o Legalismo.

Conta a lenda que Lao Tzu, antes de trans-por as portas de Luoyang para desaparecer no horizonte Ocidental, deixou escrito o Tao te Qing, os fundamentos do Taoísmo, que contém este belo trecho, entre tantos outros:“Havia algo de indeterminado antes do nasci-mento do Universo.

urbanidadesAntónio ConCeição Júnior

Da Primavera e do OutonoEssa qualquer coisa vagueia sem cessar.Como não lhe conheço o nome, chamo-lhe Tao (Caminho, Via)Com um nome deve ser a mãe de todas as coisasSem nome, é o Antepassado dos deuses”.

Do legado Taoísta, à benevolência do Con-fucionismo, segue-se a entrada do Budismo na China dos Han (206 a.C. - 220 d.C.) pela Rota da Seda, estabelecendo-se uma como que trindade de crenças, onde ao conceito cósmico, dinâmico e abstracto do Taoísmo se conjugam os princípios éticos do Confucionismo e a oportunidade da extensão temporal por via da crença Budista na roda das encarnações.

No Império do meio o tempo passa a ter uma outra dimensão.

O tempO dO tempODas altas montanhas debruadas de nuvens, às magnificentes capitais e à grandeza dos seus inventos, dir-se-ia que toda a longa história da China parece ter sido tecida - pura ilusão - para desembocar num conceito que lhe era exógeno, o da República.

A República mais não significou que a primeira tentativa de resgate de um sistema decadente e corrupto cujo final, protagonizado pela Regente Ci Xi, mostrou a distância e o alhea-mento com que o Império era (des)governado.

Após o período revolucionário liderado por mao Zedong, a China percorre em 30 anos, como país mais populoso do mundo, um caminho em direcção ao que Deng Xiao Ping apontou: “Socialismo não tem de sig-nificar pobreza”. E nos subsequentes planos quinquenais e no estabelecimento do princí-pio Um País Dois Sistemas conduzem com firmeza o país a uma Economia Socialista de mercado, um dos conceitos-chave que iriam, num curtíssimo período, criar uma classe média de 400 milhões, uma classe milionária assinalável, e colocar a economia chinesa no topo da escala mundial. Apesar dos quase 100 milhões que vivem ainda abaixo da linha de pobreza, das migrações e da sustentabilidade ambiental constituírem um desafio para o go-verno central, a República Popular da China é hoje uma presença mundialmente poderosa.

Este breve olhar sobre a história milenar de um país que, nas últimas décadas, assistiu a uma transformação quase ímpar no desen-rolar da história do mundo, fez-me lembrar um outro, no Extremo Ocidental da Europa, que, também há poucas décadas, teve o en-sejo de se poder metamorfosear em um país democrático, moderno e desenvolvido, mas, dessa Primavera, resta-lhe apenas, apesar do céu azul, um ar Outonal.

Este breve olhar sobre a história milenar de um país que, nas últimas décadas, assistiu a uma transformação quase ímpar no desenrolar da história do mundo, fez-me lembrar um outro, no Extremo Ocidental da Europa, que, também há poucas décadas, teve o ensejo de se poder metamorfosear em um país democrático, moderno e desenvolvido, mas, dessa Primavera, resta-lhe apenas,apesar do céu azul,um ar Outonal

Page 20: Hoje Macau 11 JUN 2015 #3349

hoje macau quinta-feira 11.6.2015pu

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Turismo não vaicriar escala de níveisde alerta para jáMacau não vai, para já, criar uma escala de níveis de alerta em caso de incidentes ou epidemias, semelhante ao que existe nos Serviços de Saúde. Apesar de estarem a ser tomadas medidas relativamente à síndrome respiratório do Médio Oriente, implementar níveis de alerta não está nos planos da Direcção dos Serviços de Turismo. “Ainda não existe (...) e da nossa parte não estamos a prever [a introdução de um sistema de níveis em Macau], mas o que podemos fazer nesta altura é dar sugestões à população de Macau para que não vão à Coreia do Sul e vamos acompanhar a situação de perto”, assegurou a directora do organismo, Helena de Senna Fernandes. Questionada sobre esta escala, afirmou que o Gabinete de Crises do Turismo de Macau (GGCT) está neste momento a estudar diferentes modelos, comparando com aqueles estabelecidos em Hong Kong. “Espero que possamos concluir os procedimentos internos ainda este ano”, disse a directora da DST, que prevê que a criação de uma escala deva acontecer só em 2016.

Broadway Macau Michael Learnsto Rock este sábadoA banda dinamarquesa Michael Learns to Rock actua no Broadway Macau este sábado, pelas 20h00. Esta é a primeira vez que o grupo vem ao território. Michael Learns to Rock é uma banda de soft-rock, que se dedica sobretudo a cantar baladas em inglês. Com mais de 20 discos e colectâneas editadas, a banda celebra 25 anos desde a sua composição. Têm mais de 11 milhões de discos vendidos, sobretudo na Ásia, e conseguiu que o seu mais famoso single - “Take me To Your Heart” – estivesse no top 10 dos mais comprados online. Os bilhetes para o espectáculo que acontece na nova sala de shows do Broadway custam entre 300 a 900 patacas, sendo que a Galaxy oferece ainda pacotes com acesso ao espectáculo e estadia no hotel do complexo.

BenficaAréola referenciadoA imprensa francesa noticiou o interesse do Benfica em Alphonse Aréola, guarda-redes francês que na época passada representou o Bastia por empréstimo do Paris Saint-Germain. Contactado por A BOLA, Franck Belhassen, um dos representantes do jogador francês, não desmentiu que o Benfica tenha observado o jogador de 22 anos ao longo da época mas recusou comentar um eventual interesse. Ederson Moraes (Rio Ave) está a caminho do Benfica e Artur Moraes de saída, transitando Júlio César e Paulo Lopes da época transacta. Bruno Varela deverá ser emprestado a um clube da Liga enquanto Miguel Santos será aposta na equipa B.

Dia de Portugal Militares desmaiamnas celebrações As celebrações do Dia de Portugal, que aconteceram em Lamego, ficam marcadas pelo desmaio de três militares. De acordo com a TVI24, tudo aconteceu quando os militares estavam em formação. As várias horas de exposição ao sol estiveram na origem dos desmaios.

Coronavírus SS REAGEM A ACuSAçõES DE FALHAS nA PREVEnçãO

a cumprir todas as regras

“Os SS salientam que a RAEM toma como referência as medidas de respostas propostas pela OMS e pela Comissão Nacional de Saúde e de Planeamento Familiar da China e das regiões vizinhas”

O s serviços de saúde (ss) asseguraram on-tem, em comunicado, que cumprem as orien-

tações da Organização Mundial de saúde e que aplicam as medidas necessárias para a protecção da saúde dos residentes e turistas. As declarações surgem depois de Tong Ka Io, presidente da Associação de Políticas de saúde de Macau e antigo director do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos serviços de saúde, ter vindo a público criticar as medidas implementadas pelos ss face ao síndrome respiratório do Médio Oriente (MERs, na sigla inglesa).

“Face a algumas opiniões expressas que consideraram as medidas tomadas pelo Governo para prevenir o MERs como ina-dequadas, os ss salientam que a RAEM toma como referência as medidas de respostas propostas pela OMs e pela Comissão Na-cional de saúde e de Planeamento Familiar da China e das regiões vizinhas. As medidas tomadas em

Macau cumprem as orientações da OMs”, frisa o comunicado.

Lugar de contágioTong Ka Io disse ao Jornal Tribuna de Macau que as autoridades locais não estavam a atribuir a devida impor-tância ao MERs e que havia diversas áreas que estão “cheias de doentes”, como as urgências. Algo que iria, segundo o responsável, influenciar

a transmissão, já que na Coreia foi “tão fácil” isso acontecer “porque várias pessoas contraíram a doença só por estarem no mesmo hospital”. Tong disse ainda que “não há muita comunicação entre os profissionais” nos ss e que o organismo “não dá informações suficientes”. Perante isto, os ss vêm assegurar que seguem todas as recomendações da OMs e que o Centro de Prevenção e Controlo da Doenças dos serviços de saúde tem realizado a monitorização das infecções de trato respiratório nos hospitais, nas instalações de ensino e os lares, tendo exercido acções de vi-gilância quando acontecem sintomas respiratórios de origem desconhecida e de infecção colectiva nas instalações médicas.

“Face à evolução epidemiológica do MERs na Coreia do sul, os ss têm, de forma repetida, salientado, publicamente, o reforço das medidas de prevenção e controlo da infec-ção.” Recorde-se que o grau de alerta foi aumentado para elevado pelos ss esta semana devido à subida do número de casos de coronavírus.