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pedra

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  • vida saudvel | geral

    iess Outono 200752

    A LITASE vesicular ou pedra na vescula uma situao patolgica frequente, que afecta entre 10% e 15% da populao ocidental, ou seja, mais de um milho de portugueses. No entanto, s 20% desta populao iro ter queixas signicativas durante a sua vida. Antes de mais, convm saber o que e como funciona a vescula.

    A vescula um pequeno rgo em forma de pra, situado por baixo do fgado e aderente a este, cuja funo armazenar a blis produzida pelo f-gado e libert-la durante a ingesto de alimentos.

    Quando a vescula saudvel, armazena e concentra a blis. Quando ingerido um alimen-to, a vescula contrai-se, passando a blis para o duodeno, atravs do canal coldoco, onde se mistura com os alimentos e com outros sucos digestivos.

    A vescula biliar pode ter um aspecto normal, nomeadamente em exames radiolgicos, como a ecograa, mas pode no funcionar correctamente. Nestes casos diz-se que existe uma doena ou pa-tologia funcional. A contraco da vescula pode ocorrer de uma forma anmala durante ou aps uma refeio, quer contraindo-se de mais quer

    no se contraindo de todo. Pode surgir ento dor abdominal por baixo do rebordo costal direito ou epigastro, acompanhada de enfartamento, nusea, vmitos ou azia. Esta dor tem o nome de clica biliar e normalmente no dura mais de 30 minutos.

    Em alguns doentes, a associao de mltiplos factores, como um mau funcionamento da ves-cula, uma composio anmala da blis, a dieta habitual do doente, factores genticos, como a existncia de certo tipo de anemias, ou outros, leva a que se formem na vescula pequenas pe-dras clculos , que apenas iro ser causa de sintomatologia em 20% dos doentes.

    Na grande maioria dos casos as queixas incluem--se num grande grupo de sintomas, a que se d o nome de dispepsia, como intolerncia a certo tipo de alimentos, geralmente a gorduras, eructao, atu-lncia, desconforto ps-prandial, ardor epigstrico, nuseas e vmitos e reuxo gastroesofgico. Oitenta por cento dos doentes com litase sintomtica tm um destes sintomas e no mbito do estudo destas queixas que muitas vezes feito o diagnstico.

    Estes clculos podem causar apenas este tipo de queixas, mas a sua mobilizao e/ou migrao para as vias biliares pode levar ao aparecimento de uma clica biliar ou a situaes mais graves, como colecistite aguda, litase do coldoco com ictercia ou pancreatite aguda litisica, que nas formas graves pode ter uma morbilidade e mor-talidade signicativas.

    A pedra na vescula

    A litase vesicular ou pedra na vescula uma situao patolgica frequente, que afecta mais de um milho de portugueses. Porm, s 20% tero queixas significativas durante a sua vida

    O tratamento definitivo da litase biliar sintomtica e de algumas das suas complicaes cirrgico, com remoo da vescula biliar

    JOO REBELO DE ANDRADE

  • vida saudvel | geral

    Outono 2007 iess 53

    O tratamento denitivo da litase biliar sin-tomtica e de algumas das suas complicaes cirrgico, com a remoo da vescula biliar co-lecistectomia , que na grande maioria dos casos pode ser realizada por cirurgia laparoscpica (ou minimamente invasiva). A deciso de propor uma interveno cirrgica a um doente com queixas no difcil, ao contrrio do que sucede nos casos em que o doente no tem queixas.

    Quando um doente vem a uma consulta de cirurgia e pergunta ao cirurgio: Fiz este exa-

    me, que mostra que tenho pedras na vescula. O que devo fazer?, deixa-o numa posio tudo me-nos fcil no caso de o doente ser assintomtico.

    O que dizer a uma pessoa que no tem qual-quer queixa mas portadora de uma patologia que pode causar complicaes graves, sendo que algumas delas tm uma mortalidade elevada, como a pancreatite aguda litisica severa (15%)? A res-posta deve ser sempre discutida caso a caso com o doente, que parte fundamental no processo decisrio, cabendo nesta conversa os seguintes pontos:

    1. Frequncia de aparecimento de sintomas num doente at a assintomtico.

    2. Frequncia de aparecimento de complica-es mais ou menos graves.

    3. Probabilidades de a primeira manifestao da doena ser uma complicao grave.

    4. Tratamentos mdicos vs. cirrgicos.5. Comparao da morbilidade e mortalida-

    de das complicaes vs. as decorrentes de uma cirurgia.

    6. Custos dos diversos tratamentos.Embora existam vrios artigos clssicos em

    que se procedeu ao seguimento de pacientes com litase vesicular assintomtica durante vrios anos sem que se tenha concludo pelo benefcio de os colecistectomizar prolacticamente, existem doen-tes que devem o facto de estar vivos ao cirurgio, por ter eventualmente forado uma indicao operatria controversa luz das evidncias cien-tcas existentes.

    Em concluso, se fez um exame como uma ecograa que revelou a presena de clculos ou outras leses na vescula, como, por exemplo, plipos, consulte um cirurgio quer tenha ou no queixas. Conversem sobre estes pontos e tomem uma deciso em conjunto.

    Departamento de Cirurgia Geral do Hospital da Luz.

    A deciso de propor uma cirurgia difcil nos casos em que o doente no tem queixas

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