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Histórias de sucesso projecto ADIRA

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Page 1: Histórias de sucesso projecto ADIRA

Histórias de sucessoprojecto ADIRA

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Quem somos

O MEPT é um Fórum de ONGs, Associações, Organizações Comunitárias de Base e Pessoas Singu-lares que trabalham e/ou que se interessam pela Educação. Foi estabelecido em 1999 com objecti-vo de capacitar as Organizações da Sociedade Civil para o seu pleno envolvimento nas questões de Educação e de advocacia em prol de Educação básica de qualidade para todos, de acordo com as metas de�nidas na conferência Mundial de Educação que teve lugar em Dakar, no ano 2000.

Missão:

“Realizar acções de advocacia no seio do Governo, Sociedade Civil, dos Sectores Público e Privado para que uma educação básica de qualidade seja acessível e usufruída por todos os cidadãos e cidadãs”.

Visão:

“Um país onde todas as crianças, jovens e adultos tenham acesso a uma educação básica de quali-dade, sem qualquer tipo de discriminação”.

Objectivo Geral:

“Contribuir para a melhoria do acesso a uma educação de qualidade e inclusiva e que dê particular atenção às raparigas, à mulheres e às crianças vulneráveis”

Áreas Temáticas na Educação• Acesso a educação para todos;• Qualidade de educação;• Educação da rapariga;• Educação inclusiva;• Monitoria de políticas públicas e orçamento do sector de Educação;• Financiamento a educação (enfoque na justiça fiscal);• Governação (desde o nível central até a escola);• Alfabetização.

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Acelerar os Direitos da Rapariga à Educação (ADIRA)

Em Moçambique apesar de 52% ser constituída por mulheres, apenas 47,3% do total das crianças matriculadas são raparigas e destas, cerca de 37% desistem antes de completar o ensino primário. (PEE, 2012-2016).

A província da Zambézia, localizada na região costeira central, é uma das mais populosas de Moçambique e tem a maior proporção de pessoas que vivem em situação de pobreza. A província tem uma das taxas mais graves de privação de educação no país. Devido a esta realidade, foi concebido o projecto ADIRA, com o objectivo de melhorar os resultados de aprendizagem para algumas meninas mais desfavorecidas em Moçambique, em particular no Distrito de Namarrói, através da melhoria da qualidade de educação primária e advocacia dos direitos das raparigas à educação e protecção contra todas as formas de violência.

Namarrói, distrito da Zambézia onde o projecto foi implementado durante 3 anos (2015 -2018), tem cerca de 150,992 habitantes, sendo que 49% da população está abaixo dos 15 anos e os níveis de analfabetismo de adultos são de 75%; homens e 89% para as mulheres. Estando entre as mais altas do país (INE 2012). Zambézia também tem as mais altas taxas de casamentos precoces, onde 22% das raparigas se casam antes dos 15 anos (UNICEF).

Dessa forma é importante que os agentes do governo, especialmente o Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, percebam que a questão da violência contra as raparigas encontra-se em um contexto mais amplo da discriminação contra as mulheres e de violência baseada no género.

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José Wassone, 12 anos

Este é o José Wassone, tem 12 anos e frequenta a 5ª classe na Escola Primária de Indalaue. É o mais velho dos três irmãos, os seus pais estão separados, ele e os seus irmãos vivem com a mãe que é camponesa.

Histórias de Sucesso

Durante a implementação do projecto, que bene�ciou cerca de 3,701 raparigas em cada uma das 12 comunidades desfavorecidas em Namarrói, tivemos a oportunidade de conversar com alguns bene�ciários directos e indirectos, que falaram um pouco sobre as mudanças que o projecto trouxe nas suas vidas.

"Fazer parte do clube da rapariga devolveu-me a consciência"

José é o único que continuou com os estudos num grupo de 10 amigos, que tinham a ideia de desistir de estudar para consumir droga e caçar pássaros. A razão para ele ter mudado de ideia é a oportunidade que teve de fazer parte do clube das raparigas, onde aprendeu muito sobre a importância da escola e sobre os seus direitos.

José conta que antes de pertencer ao clube, não tinha noção de que a escola é importante, e que o seu futuro depende de formação. Hoje, ele sonha em ser professor para transmitir os ensinamentos que tem aprendido.

José gostava de ajudar os amigos que desistiram de estudar: "não estou satisfeito porque gostaria de recuperar alguns amigos que abandonaram a escola. Está difícil trazer os meus amigos porque eles já se perderam no mundo das drogas, dão mais importância ao consumo de soruma e caça aos pássaros", lamenta.O povoado de Indalaué e conhecido como um dos que tem um índice elevado de desistência escolar de rapazes, por conta do consumo de droga.

O povoado de Indalaué e conhecido como um dos que tem um índice elevado de desistência escolar de rapazes, por conta do consumo de droga.

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Localidade de Mudine bene�cia de três salas de aulas de material convencional

Comunidade da localidade de Mudine Representantes do clube da rapariga agradecendo os parceiros pela construção das salas de aulas.

A Escola Primária do Primeiro Ciclo de Nacarapa, localizada no posto administrativo da Vila Sede de Namorrói, localidade de Mudine, província da Zambézia bene�ciou no dia 11 de Julho de entrega de três salas de aulas de material convencional. As mesmas são frutos do projecto ADIRA-Acelerando oa Direito da Rapariga à Educação, implementado num período de três anos desde os meados de 2015 a 2018, pela ActionAid Moçambique em parceria com o Movimento de Educação Para Todos e a Associação Nacional dos Amigos da Pastoral da criança, com o apoio da Big Lottery Fund. Durante a entrega das salas, os pais e encarregados de educação enalte-ceram aos parceiros pelo gesto. "Somos muito gratos pela construção das salas, pois as turmas anteriores não dispunham de condições para o processo de aprendizagem, os nossos �lhos estavam expostos ao perigo, qualquer vendaval ou uma pequena chuva era razão de faltarem a escola" a�rmou António Rassul, encarregado de educação.

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A escola, que conta com 7 professores, e um total de 324 alunos, sendo deste número 167 do sexo feminino tinha salas construídas de material precário. O Director da escola, Cassamo Ernes-to apelou aos parceiros que continuem a implementar projectos de género. "Penso que deviam alastrar essa iniciativa um pouco por todas as províncias, porque contribui na promoção do direito à educação das crianças".

O projecto reabilitou ainda 3 salas de aulas da escola primária de Muhua, recuperou 300 rapari-gas que tinham desistido de frequentar a escola e formou 150 professores em pedagogia sensível ao género. Esses dados foram avançados pelo Director de Programas da ActionAid, Aboo Bakar durante a entrega o�cial do projecto ao governo do distrito de Namarrói no dia 12 de Julho. A cerimónia de entrega contou com a participação do Administrador distrital, Chabane Jalilo, Representante dos Serviços Distritais de Educação Juventude e Tecnologia, membros dos conselhos de escola, encarregados de educação, membros do clube da rapariga e represen-tantes das organizações da sociedade civil

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"Antes de fazer parte do clube da rapariga, acreditava que teria o mesmo destino das outras raparigas do povoado"

Para ela, a oportunidade mudou sua vida: "foi graças a este clube que passei a ter uma outra visão em relação ao meu futuro, pois até então eu acreditava que o meu �nal seria semelhante ao de várias outras raparigas do povoado de Napetxé, que casaram antes dos 18 anos, e poucas tiveram a sorte de continuar com os estudos".

Telma acrescenta que, por meio do clube da rapariga passou a ter informações essências para decidir sobre o seu futuro; é ali onde conheceu os seus direitos e deveres. Ela sonha em ser professora e poder ensinar os seus pais a escrever.

Para o alcançar o sonho, ela já não pretende casar-se antes dos 18 anos, tal como algumas de suas amigas que deixaram de estudar porque os seus maridos lhes negam esse direito.Mesmo sendo filha de pais camponeses, a adolescente não desiste dos seus sonhos. Quando necessário, ajuda os pais na machamba, pois é de lá onde vem o dinheiro para comprar material escolar.

Sempre que que pode, Telma encoraja as suas amigas a voltarem para escola: "eu tenho aconsel-hado minhas amigas a continuarem com os estudos, porque o facto de elas tornarem-se mães não signi�ca que tudo está perdido".

Telma Calisto, 12 anos

Telma Calisto tem 12 anos, está na 8ª classe na Escola Secundária Geral de Mutepua. Os seus pais são camponeses e Telma é a única, dos cinco irmãos, que teve a oportunidade de participar no clube da rapariga, do projecto ADIRA.

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Vasco Sulvai, 58 anos

"Só tenho a agradecer por fazer parte do grupo de re�ect, pois graças a este projecto hoje sei medir os meus produtos, coisa que era difícil fazer nos meses anteriores, por não perceber linguagem matemática, já fui enganados inúmeras vezes, achando que o meu produto (milho) pesava 5 quilos, enquanto girava em volta de 40", Diz o Sr. Sulvai.

Por outro lado, o Sr. Sulvai lamenta o facto de o projecto decorrer em uma altura em que alguns de seus �lhos abandonaram a escola: "lamento o facto de receber este treinamento, numa altura em que eu mesmo permiti que minhas três �lhas abando-nassem a escola para casar-se, todas elas desistiram ainda no ensino primário. Mas farei o possível de encorajar os três mais novos que ainda vivem comigo, pois tenho o sonho de ver pelo menos um dos meus �lhos com um emprego digno, fruto de uma formação académica. Não gostaria que todos tivessem o mesmo �nal".

Vasco Sulvai de 58 anos, está certo de que o projecto ADIRA trouxe vantagens para a população de Namarroi, e para si em particular, que aprendeu a medir em quilo-gramas os produtos que vende fora do distrito.

"Fui enganado muitas vezes ao vender meus produtos, por não saber as medidas"

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Os pais de Catarina queriam que ela parasse de estudar para se casar, porque acredi-tavam que ela já era crescida e com idade su�ciente para ter um marido e constituir uma família. A adolescente foi persistente e teve que desa�ar a mãe, pois para ela o mais importante era continuar com os estudos.

Com o rosto entristecido Catarina conta-nos a sua história: "quando eu pedisse a minha mãe para me comprar livros ou cadernos para a escola, ela dizia que isso não me favoreceria em nada, eu devia preocupar me em casar, eu chorava e dizia que não queria, mesmo assim ela continuava com a ideia �xa que estudar não me favoreceria para nada em minha vida. Nunca me comprava material escolar mesmo tendo condições para tal. Devido a persistência da minha mãe fui obrigada a fugir de casa e hoje vivo com a minha tia. A minha tia é que me apoia em tudo inclusive na compra de material escolar. Na escola participo do clube da rapariga onde aprendo muita coisa sobre a Educação da rapariga e já participei na conferência nacional da rapariga na província de Nampula. Foi através das actividades do projecto ADIRA que entendi que a Educação é muito importante para uma menina e só através dela posso realizar os meus sonhos".

Esta é Catarina, ela tem 14 anos de idade, vive na localidade de Mudine e frequenta a 7ª classe na EPC de Inlugo. Catarina vivia com os pais, mas actualmente vive com a tia, na mesma localidade.

"A persistência da minha mãe em querer que eu me case levou-me a fugir de casa"

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Nelsa Orlando, 16 anos

A história da Nelsa é semelhante a da Catarina, pois segundo ela, os pais não consid-eram a escola como algo importante para o futuro da �lha. "Os meus pais sempre con-sideraram que a escola não era importante para minha vida, foi por isso que decidi fugir de casa e actualmente vivo no lar dos estudantes na vila sede em Namarrói. Eu sempre gostei de estudar e não quero casar agora, pois sonho em um dia me tornar professora e ajudar as outras meninas a realizarem os seus sonhos. Aqui em Namarrói faço parte do grupo de redes, uma iniciativa que ajuda meninas a falarem da gestão da saúde men-strual e já aprendi a fazer pensos higiénicos. Por causa do meu trabalho, o projecto ADIRA levou-me a participar na conferência nacional da rapariga em Nampula, onde tive a oportunidade de ensinar as outras meninas de todo o pais a fazer pensos higiénic-os com material local. Para que mesmo sem dinheiro possam usar o material que tem na comunidade para pessoalmente produzirem pensos higiénicos para sua protecção e não faltarem a escola por conta disso."

Nelsa é uma das raparigas que não estuda em nenhuma das escolas abrangidas pelo projecto, mas devido ao trabalho que ela tem feito e pelo seu interesse nas activi-dades do ADIRA, a adolescente tem vindo a se bene�ciar de muita informação, pois para além de ter participado na conferência Nacional participou também na con-ferência distrital da rapariga organizado no âmbito das actividades do projecto ADIRA.

Nelsa Orlando tem 16 anos frequen-ta a 9a classe, estuda na escola secundária de Tumbua. A adolescen-te vivia com os pais, no entanto, estes não concaordavam que ela continuasse a estudar. Nelsa por sua vez decidiu abandonar a casa dos pais e actualmente vive no lar dos estudantes do distrito de Namarrói.

"Meus pais consideram a escola como irrelevante no meu futuro"

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