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67 Caderno de Atividades / Livro do Professor . Série INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE HISTÓRIA 1. Gabarito: b O texto faz referência à necessidade dos homens de contar o tempo para a organização de suas vidas. As primeiras balizas temporais foram estabelecidas de acordo com a observação da natureza. O trabalho, o descanso, o plantio, a colheita, etc. passaram a ser delimitados por fenômenos como o dia e a noite, as estações do ano, o clima, etc. 2. Gabarito: d Os historiadores não chegaram a um único conceito para a História. Algumas correntes discutem o fato de a História ser ou não ciência. Para os iluministas, a História deveria apresentar a noção de progresso da humanidade; para os marxistas, a História se resume à luta promovida entre as classes sociais; para os positivistas, a História deve exaltar a nação, para citar apenas algumas das correntes. Os fatos e os fatos históricos se distinguem em função da importân- cia que o historiador concedeu a um e não a outro. E. H. Carr afirmou, em sua obra O que é História?, que muitas pessoas atravessaram o rio Rubicão. Entretanto, quando Júlio César atravessou o rio em direção a Roma para retirar Pompeu do poder, esse fato foi interpretado como de grande impor- tância para a História de Roma e do Ocidente. Dessa forma, podemos concluir que um fato se torna um fato histórico quando é analisado e interpretado por um historiador. 3. Gabarito: a A divisão clássica da História em Pré-História, História An- tiga, História Medieval, História Moderna foi estabelecida pelos pensadores do Renascimento que desejavam enal- tecer o período em que viviam e também a civilização gre- co-romana que serviu de inspiração para o humanismo. O período intermediário entre esses duas temporalidade foi denominada Idade Média ou Medieval, que significa período intermediário. Por fim, foi cunhado o conceito de História Contemporânea, para identificar o período histó- rico posterior à Revolução Francesa (e que dura até os dias de hoje). 4. Gabarito: c Todos os indivíduos são considerados sujeitos históricos, pois seus atos (cotidianos ou não) estão contribuindo para a formação da sociedade e, consequentemente, da história da sociedade na qual estão inseridos. PRIMEIRAS COMUNIDADES 5. Gabarito: c A prática da agricultura causou uma verdadeira revolução para as comunidades humanas. A sedentarização foi uma das principais consequências do desenvolvimento agrícola. Com ela, a formação das famílias e a construção de habi- tações mais permanentes foram possíveis. O autor do texto afirma que a Palestina apresentou sinais de práticas agrí- colas por volta do ano 10.000 a.C., informação que torna falsa a afirmativa III. 6. Gabarito: 19 (01 – 02 – 16) A prática da agricultura permitiu que os grupos humanos pudessem permanecer por mais tempo ou durante grande parte da vida em apenas um local, pois passaram a pro- duzir seus alimentos e não dependiam apenas da coleta e da caça. A caça continuou a ser praticada. Entretanto, re- banhos de animais domesticados passaram a ser criados. HISTÓRIA

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Page 1: HISTÓRIA -  · PDF fileCaderno de Atividades Livro do Professor 69 a MESOPOTÂMIA EGITO HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS regiões do Mediterrâneo. Comercializavam tecidos tingidos

67Caderno de Atividades / Livro do Professor

1ª. Série

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DE HISTÓRIA

1. Gabarito: b

O texto faz referência à necessidade dos homens de contar o tempo para a organização de suas vidas. As primeiras balizas temporais foram estabelecidas de acordo com a observação da natureza. O trabalho, o descanso, o plantio, a colheita, etc. passaram a ser delimitados por fenômenos como o dia e a noite, as estações do ano, o clima, etc.

2. Gabarito: d

Os historiadores não chegaram a um único conceito para a História. Algumas correntes discutem o fato de a História ser ou não ciência. Para os iluministas, a História deveria apresentar a noção de progresso da humanidade; para os marxistas, a História se resume à luta promovida entre as classes sociais; para os positivistas, a História deve exaltar a nação, para citar apenas algumas das correntes. Os fatos e os fatos históricos se distinguem em função da importân-cia que o historiador concedeu a um e não a outro. E. H. Carr afirmou, em sua obra O que é História?, que muitas pessoas atravessaram o rio Rubicão. Entretanto, quando Júlio César atravessou o rio em direção a Roma para retirar Pompeu do poder, esse fato foi interpretado como de grande impor-

tância para a História de Roma e do Ocidente. Dessa forma, podemos concluir que um fato se torna um fato histórico quando é analisado e interpretado por um historiador.

3. Gabarito: a

A divisão clássica da História em Pré-História, História An-tiga, História Medieval, História Moderna foi estabelecida pelos pensadores do Renascimento que desejavam enal-tecer o período em que viviam e também a civilização gre-co-romana que serviu de inspiração para o humanismo. O período intermediário entre esses duas temporalidade foi denominada Idade Média ou Medieval, que significa período intermediário. Por fim, foi cunhado o conceito de História Contemporânea, para identificar o período histó-rico posterior à Revolução Francesa (e que dura até os dias de hoje).

4. Gabarito: c

Todos os indivíduos são considerados sujeitos históricos, pois seus atos (cotidianos ou não) estão contribuindo para a formação da sociedade e, consequentemente, da história da sociedade na qual estão inseridos.

PRIMEIRAS COMUNIDADES

5. Gabarito: c

A prática da agricultura causou uma verdadeira revolução para as comunidades humanas. A sedentarização foi uma das principais consequências do desenvolvimento agrícola. Com ela, a formação das famílias e a construção de habi-tações mais permanentes foram possíveis. O autor do texto afirma que a Palestina apresentou sinais de práticas agrí-colas por volta do ano 10.000 a.C., informação que torna falsa a afirmativa III.

6. Gabarito: 19 (01 – 02 – 16)

A prática da agricultura permitiu que os grupos humanos pudessem permanecer por mais tempo ou durante grande parte da vida em apenas um local, pois passaram a pro-duzir seus alimentos e não dependiam apenas da coleta e da caça. A caça continuou a ser praticada. Entretanto, re-banhos de animais domesticados passaram a ser criados.

HISTÓRIA

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68 1ª. Série

7. Gabarito: a

A ritualização da morte comprova que os grupos humanos do Paleolítico estabeleceram ritos de passagem para as di-versas etapas da vida. Foram encontrados vestígios iniciais

dos rituais funerários. Para a vida após a morte, o defunto deveria necessitar de alimentos e outros bens materiais, pois o texto relata os diversos elementos que eram coloca-dos ao lado dos túmulos.

MESOPOTÂMIA

8. Gabarito: e

O trabalho compulsório em obras públicas foi um traço marcante das sociedades mesopotâmicas. Uma das ex-plicações para tal fato era a necessidade de construções de obras monumentais, como os canais de irrigação e os diques para a contenção das enchentes provocadas pelas cheias dos rios Tigre e Eufrates. É importante salientar que, entre os assírios, ocorreu a utilização de prisioneiros de guerra como trabalhadores escravizados.

9. A resposta deve contemplar que o Código não apresentava igualdade jurídica entre todos os segmentos sociais. Para os homens livres, as penas eram mais amenas e, para os

escravizados, eram mais severas. Um homem livre pagava por um descumprimento às leis uma multa enquanto que um escravizado pagava com a vida. Em relação às mulhe-res, as penas eram também mais rigorosas do que com os homens livres.

10. Gabarito: e

A descrição presente no texto sobre a cidade de Ur não dei-xa dúvidas sobre o grau de desenvolvimento que as cida-des da Mesopotâmia, a exemplo de Ur, apresentaram. Além de edifícios bem construídos e com espaços destinados às suas funções, também muralhas e fossos tinham a função de proteger a população de possíveis ataques.

EGITO

11. Gabarito: d

O rio Nilo apresentava cheias de junho a setembro e quando as águas baixavam o solo estava pronto para o cultivo. As cheias dos rios Tigre e Eufrates eram mais inconstantes e muitas vezes as águas caudalosas produziam grandes da-nos. Em função dessa realidade os mesopotâmicos foram obrigados a construírem diques, barreiras de contenção e canais de irrigação.

12. Gabarito: e

A agricultura era a principal fonte de sustento do povo egíp-cio que se ocupava do plantio e da colheita após o período de cheias do rio Nilo (junho a setembro). Durante os períodos de cheia do Nilo, os camponeses eram realocados pelo Esta-do para trabalhar compulsoriamente em obras de irrigação e outras construções, como templos, palácios, túmulos e

pirâmides. Os escravizados eram também empregados em diferentes funções. As ilustrações comprovam a utilização de diversas ferramentas, de animais de carga e ainda a apli-cação de diversas técnicas para a irrigação e a colheita. A agricultura era de suma importância para os egípcios, cons-tituindo sua principal atividade. A pesca, a caça, a criação de animais complementavam a alimentação dos egípcios.

13. Os templos eram os centros religiosos, de saúde e de saber no Antigo Egito. Ali ocorriam os rituais religiosos, funciona-vam as escolas, eram centros de produção de artesanato e também casas de saúde.

14. A identificação dos templos como “casas da vida” indica que eles também tinham a função de tratar doentes. Os sacerdotes tinham conhecimentos médicos e, nesses es-paços, realizavam consultas e cirurgias.

HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS

15. A economia dos fenícios era bastante diversificada. Eles praticavam a agricultura, apesar de o território fenício ser limitado pelas montanhas e o mar Mediterrâneo. Para a prática da agricultura, estabeleceram as curvas de nível. Produziam vinho e azeite, além dos cereais necessários

para a alimentação da população. Criam rebanhos de car-neiros e ainda produziam artesanatos e realizavam o co-mércio marítimo.

16. O comércio marítimo fenício era intenso e atingia várias

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69Caderno de Atividades / Livro do Professor

História

MESOPOTÂMIA

EGITO

HEBREUS, FENÍCIOS E PERSAS

regiões do Mediterrâneo. Comercializavam tecidos tingidos com murex, cerâmicas que eram utilizadas para o arma-zenamento de alimentos e bebidas, joias e artigos de luxo produzidos em metais preciosos. Comercializavam também prisioneiros de guerra que se converteram em escraviza-dos. Com todos os povos com os quais entravam em conta-tos, trocavam mercadorias e aprendizados.

17. Gabarito: V – F – V – V – V – F

Os hebreus, durante toda a sua história, lutaram para per-manecer na Palestina. Entretanto, foram levados como escravos para a cidade de Ur, na Mesopotâmia. Desloca-ram-se para o Egito e depois de conseguirem se libertar da condição de escravizados, segundo a Bíblia, vagaram por 40 anos pelo deserto do Sinai até retornar à Palestina. As 12 tribos se dividiram em Reino de Judá e Reino de Israel. O livro sagrado dos judeus é o Torá ou Pentateuco. O Corão é o livro sagrado do islamismo.

18. Gabarito: a

A Pérsia foi marcada pela grande expansão territorial le-vada a cabo por Ciro, Cambises e Dario. Além da grande

extensão territorial, os persas ficaram conhecidos pela or-ganização de um sistema de administração e comunicação entre a capital Persépolis e todas as províncias imperiais. Sistemas de correio e de arrecadação de impostos foram organizados, além de um sistema de estradas que interli-gava todas as regiões.

19. Gabarito: b

Os fenícios eram politeístas e várias de suas divindades fo-ram assimiladas dos contatos com os demais povos da An-tiguidade. Os hebreus eram monoteístas e os persas pos-suíam uma religião dualista, isto é, acreditavam em duas divindades antagônicas Ormuz Mazda e Arimã. Os fenícios ficaram conhecidos pelo comércio marítimo e estabelece-ram colônias que serviam como entrepostos comerciais em terras banhadas pelo mar Mediterrâneo. Entretanto, não é correta a afirmação que constituíram um grande império. Os hebreus promoveram muitos deslocamentos obrigató-rios ou voluntários e em diversos períodos foram domina-dos pelos povos inimigos e escravizados. Apenas os persas formaram um grande império e dominaram um vasto terri-tório. Certamente os três povos entraram em contato, seja comercial ou com conotação política e bélica.

GRÉCIA ANTIGA

20. Gabarito: b

A afirmativa I está incorreta. Drácon elaborou o código ate-niense em 620 a.C. Além de rigorosas, as leis elaboradas por Drácon davam ao Conselho de Anciãos (Areópago) de Atenas o direito de julgar os crimes graves e punir os in-fratores com a morte ou o exílio. De maneira geral, esse código privilegiava a aristocracia agrária em detrimen-to dos pobres. Sólon foi eleito arconte (magistrado) em 594 a.C., realizando amplas reformas sociais e políticas. Foi com ele que a cidadania passou a ser definida com base em critérios censitários e não mais pelo nascimento. Também proibiu a escravidão por dívidas e anulou as dívidas existen-tes, além de estimular o desenvolvimento do comércio e da indústria (no caso, indústria artesanal, com destaque para cerâmica). Clístenes, denominado o “pai da democracia ate-niense”, promoveu grandes reformas na política ateniense.

21. Gabarito: c

A democracia ateniense garantia os direitos e a participação política para aqueles considerados cidadãos, ou seja, ho-mens nascidos livres, filhos de pai e mãe ateniense. Nessa definição, escravizados, mulheres e estrangeiros estavam excluídos do processo político. A Grécia Antiga não forma-lizava um Estado unificado. Cada cidade possuía seu go-verno e suas leis. Eram aspectos culturais e religiosos que ligavam as várias cidades-Estado. Às mulheres atenienses,

era vetada a participação política e a vida social era res-trita ao seio familiar. A herança dos bens seguia o caráter patriarcal, ou seja, era repassada apenas aos homens, ex-cluindo as mulheres de tal processo. Em Esparta, as mu-lheres gozavam de certa autonomia para a administração dos bens da família enquanto os homens estavam fora da cidade participando de guerras. As Guerras Médicas ou Guerras Greco-Pérsicas, ocorridas durante o século V a.C., não tiveram relação com a democracia ateniense. A disputa pela hegemonia comercial no mar Egeu e regiões próximas levou persas e gregos ao embate, com a vitória dos gregos e a ascensão de Atenas como resultado.

22. Gabarito: a

Em Atenas, as mulheres não eram consideradas cidadãs e pertenciam à família como bens que poderiam oferecer ao serem entregues em casamento. Não havia a cultura da es-colha do cônjuge pela mulher ou o casamento motivado pe-los laços afetivos (amor). A união matrimonial era vista como um negócio entre famílias ou no seio de uma mesma família.

23. a) A cidadania em Atenas, durante o período clássico, era

restrita as homens livres, maiores de idade e filho de pais atenienses. Estrangeiros, escravizados e mulheres não eram considerados cidadãos.

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70 1ª. Série

b) Os metecos deveriam pagar impostos, servir no exér-cito e obedecer às leis da cidade. Era permitido aos metecos exercerem atividades comerciais e possuírem propriedades.

24. Gabarito: c

Em Atenas, surgiu a democracia, uma forma de organiza-ção política na qual os cidadãos participavam de todas as decisões políticas. Em função do número de cidadãos, as votações eram realizadas em praça pública com a dispen-sa de representantes da população como é necessário nas democracias atuais. O texto também destaca que nenhum governante poderia impor suas normas sem a aprovação da assembleia.

25. Gabarito: b

A Guerra do Peloponeso foi originada pelas disputas entre Atenas e Esparta. Na intenção de defender as cidades- -Estado gregas da expansão territorial persa (os persas eram também conhecidos como medos entre os gregos), foi criada uma liga entre todas as cidades-Estado para a formação de um exército sempre pronto para a defesa. A cidade para sediar a Confederação de Delos foi Atenas. Esparta, entretanto, não aceitou a liderança ateniense e acusou os habitantes da cidade-Estado de utilizarem o dinheiro para o embelezamento e para outras ações que não estavam ligadas à defesa dos gregos. Ocorreu a Guerra do Peloponeso (século V a.C.) que foi vencida por Esparta. A principal consequência do conflito foi o enfra-quecimento das cidades-Estado gregas que passaram a sofrer invasões.

26. Gabarito: d

As Guerras Médicas ou Guerras Greco-Pérsicas foram tra-vadas entre gregos e persas durante o século V a.C. A prin-cipal causa do conflito foi o expansionismo persa que aca-bou por dominar algumas colônias gregas na Ásia Menor. Diversas cidades-Estado gregas se uniram contra o inimigo e conseguiram expulsá-los da península Balcânica. A bata-lha de Maratona ocorreu em 490 a.C. e foi comandada pelo general Milcíades.

27. Gabarito: c

O texto de Tucídides aborda a forma de organização política na qual todos os considerados cidadãos têm o direito de participar da política. A chave para responder a questão é a citação no texto de “democracia”.

28. a) O sistema político descrito no texto é a democracia, im-

plantada em Atenas por Péricles, em 507 a.C. b) A cidade que disputou com Atenas a Guerra do Pelopo-

neso foi Esparta, localizada na península do Pelopone-so. Enquanto Atenas vivia uma democracia com a par-ticipação direta dos cidadãos nas decisões da cidade, Esparta vivia um governo aristocrático e militarista.

29. Gabarito: d

A Grécia foi marcada na Antiguidade pela organização po-lítica das cidades-Estado. Cada cidade formava um estado independente com sua forma de governo, suas leis, seus impostos e sua organização social. O fator de união des-sas cidades, como integrantes da Hélade, era a cultura. E torna-se importante ressaltar que, mesmo independentes, muitas dessas cidades se uniram quando necessitavam lu-tar contra um inimigo comum. Guerras entre as próprias cidades-Estado foram observadas e podemos citar como exemplo a Guerra do Peloponeso.

30. Gabarito: b

Na Grécia Antiga, a escravidão era uma das principais ca-racterísticas das organizações econômica e social. A escra-vidão era vista como necessária para as tarefas mais árdu-as e pesadas do cotidiano. Os escravizados eram também necessários como serviçais domésticos.

31. Gabarito: eA cultura era o que unia os gregos que estavam organi-zados em cidades-estados (autônomas). Traços culturais como a língua, a origem e a religião comum aos gregos na Antiguidade nos permite utilizar a denominação Civilização Grega. A religião caracterizava-se pelo politeísmo e pela crença de que os deuses habitavam o Monte Olimpo. Essas divindades eram imortais, porém apresentavam a forma e sentimentos humanos (amor, ódio, raiva, ciúme, etc.). Não se tem conhecimento de que os gregos possuíssem um livro sagrado que reunisse suas crenças e seus dogmas religiosos.

32. a) Os gregos desenvolveram a agricultura e, diante de um

litoral bastante recortado, com baias e portos naturais, desenvolveram a prática do comércio marítimo. A his-tória dos gregos apresentou os mitos com os quais pro-curavam explicar suas origens e suas relações com o divino e o sobrenatural.

b) A Grécia, formada por cidades-Estado, foi marcada pela diversidade de organizações políticas e sociais. Atenas foi considerada o berço da democracia enquanto que Es-parta foi marcada por um governo militar e autoritário. A educação em Atenas era voltada para as discussões políticas e para o desenvolvimento de aptidões para o trabalho. Esparta, sociedade militarista, desenvolveu um sistema educacional voltado para a guerra. Em Atenas, as mulheres viviam restritas aos ambientes familiares e, mais especificamente, aos gineceus. Esparta permitia às mulheres caminhar e a prática de atividades físicas, além da possibilidade de administrar os bens da família enquanto os homens estavam fora em combates.

33. Gabarito: d

As mulheres em Atenas não eram consideradas cidadãs e

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71Caderno de Atividades / Livro do Professor

História

estavam sujeitas às ordens do pai, do marido e dos filhos. No lar, mesmo no espaço doméstico, tinham a sua liber-dade limitada, pois eram obrigadas a ocupar os gineceus, área da casa destinada às mulheres. Não participavam da política ou da administração dos bens da família. Eram responsáveis pela educação dos filhos apenas nos anos iniciais.

34. Gabarito: b

Nas cidades-Estado gregas, o fator aglutinador era a cul-tura uma vez que as cidades eram autônomas. E um dos

traços da cultura que mais contribuiu para unir os gregos foi a religião. Um panteão comum e divindades protetoras para cada pólis contribuíram para que eles se identificas-sem como habitantes da Hélade.

35. Gabarito: a

Os povos que habitavam as regiões mediterrâneas duran-te a Antiguidade realizavam trocas comerciais e também culturais, Os conflitos que, muitas vezes, ocorreram entre alguns deles contribuíram para a apropriação de conheci-mentos e técnicas.

ROMA ANTIGA

36. Gabarito: e

A condição de escravizado na Roma Antiga era determi-nada pelo nascimento (indivíduo que era filho de escravi-zados), pelo aprisionamento em guerras e pela contração de dívidas não pagas que levavam o indivíduo a perder a liberdade. O número de escravizados no território romano aumentou à medida que a ação imperialista se fortale-ceu, ampliando o território e levando muitos povos con-quistados à condição de escravidão. Durante o período da República Romana (509 a.C. a 27 a.C.), em função das conquistas territoriais e da subjugação de povos vencidos, o grande número de escravizados levou muitos plebeus a perderem seus trabalhos. A condição dos escravizados romanos se modificou de acordo com a época, a origem e o meio em que viviam, mas tal condição permaneceu presente nessa sociedade mesmo com a introdução do cristianismo, ainda que a oferta de mão de obra escrava tenha declinado no fim do Império. Os escravizados em Roma atuavam tanto no meio rural quanto no meio urba-no. Entre os romanos, como diz o historiador Paul Veyne, o humanitarismo não residia em libertar os escravizados, mas antes em tratá-los bem, em ser um bom senhor. O senhor deveria amar seu escravo, como ele amava suas coisas, mas se o escravo demonstrasse a necessidade de ser punido ou corrigido de qualquer forma, o senhor não hesitaria em assim fazê-lo. Por isso, as punições e os maus-tratos eram comuns: os escravizados podiam ser acorrentados, mutilados, marcados a ferro ou mesmo condenados à morte.

37. Gabarito: b

A implantação da República em Roma, no ano de 509 a.C., não trouxe modificações em relação aos direitos dos ple-beus na sociedade romana. Eles realizavam todo o trabalho e não tinham direito à participação política. Ocorreu um processo de lutas iniciada pelos plebeus em prol de melho-rias para a sua classe. Como os patrícios não aceitassem nenhuma das reivindicações, os plebeus se retiraram de

Roma e fundaram a cidade de Monte Sagrado (494 a.C.). Os patrícios, sem a mão de obra plebeia, concederam aos plebeus alguns direitos que foram reunidos na Lei das XII Tábuas.

38. Gabarito: a

As distinções dos grupos sociais, entre as ocupações e de gênero estavam presentes na República romana. Exemplos dessa constatação foram as revoltas promovidas pelos ple-beus, exigindo leis que garantissem seus direitos e conce-dendo participação política. A renda, o estado de livre ou escravizado, de homem ou mulher também eram fatores que determinavam a participação maior, menor ou inexis-tente no governo republicano.

39. Gabarito: a

Para dominar o mar Mediterrâneo e as terras ao seu redor, foi necessária a derrota e a total aniquilação de Cartago, colônia fenícia localizada no norte da África. Após a Terceira Guerra Púnica (149 a.C. a 146 a.C.), os romanos passaram a dominar o Mediterrâneo e ampliaram suas conquistas ter-ritoriais. Com a expansão territorial e a dominação de diver-sos povos, o afluxo de escravizados para as terras romanas aumentou, disponibilizando grande quantidade de mão de obra e de soldados para o exército.

40. Gabarito: b

A crise da República romana tinha base na expansão ter-ritorial, no afluxo de riquezas para Roma e no aumento do número de escravizados, que fez com que os trabalhadores livres perdessem seus empregos. Apesar de as riquezas afluírem para as terras romanas, o aumento da desigual-dade social aumentou, gerando grande descontentamento entre os plebeus. Os irmãos Caio e Tibério Graco propuse-ram a realização de uma reforma agrária e a distribuição de trigo para as famílias necessitadas. Com a morte violenta dos dois irmãos, sem conseguirem implantar suas políticas, a crise política se aprofundou.

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41. Gabarito: c

A expansão territorial gerou intenso conflito entre patrícios e plebeus, pois, ainda que os plebeus participassem do exército atuando na infantaria, os cargos mais importantes eram destinados aos patrícios. Da mesma forma, as terras recém-conquistadas também ficavam praticamente sob o controle patrício. A “política do pão e circo” foi empregada primeiramente pelo imperador Otávio Augusto com o objeti-vo de aplacar a insatisfação popular. As guerras excessivas para ampliação territorial, o número de escravizados que levou muitos homens livres ao desemprego, o aumento da população urbana e a carestia eram alguns dos fatores que descontentavam a população romana. Fornecer distração e alimentação básica era a forma de amainar os ânimos e evitar revoltas. A República romana foi marcada por di-versas revoltas escravas (principalmente de escravizados rurais), sendo bastante conhecida a revolta liderada por Es-pártaco, no ano de 73 a.C.

42. Gabarito: e

A penetração do Cristianismo no Império Romano e a ade-são das massas a uma religião monoteísta criou uma for-te reação por parte das autoridades romanas. Os cristãos, monoteístas, não praticavam o culto ao panteão de deuses romanos e não reconheciam ou imperador como uma di-vindade. Para os cristãos, o imperador era uma autoridade política e deveria ser respeitada como tal. Entretanto, nega-vam ao imperador o caráter divino.

43. Gabarito: b

O texto faz referência às disputas que ocorreram entre os participantes do Primeiro Triunvirato (César, Crasso e Pom-peu). Após a morte de Crasso, passaram a ocorrer disputas entre Júlio César e Pompeu. Júlio César que estava nas Gá-lias foi proibido, por Pompeu, de retornar a Roma. A disputa travada entre eles foi vencida por Júlio Cesar, que implan-tou uma ditadura que perdurou até o seu assassinato em 44 a.C. Após a morte de Júlio César, foi instalado o Segundo Triunvirato formado por Otávio, Marco Antonio e Lépido. As disputas de poder entre os líderes da República abriram es-paço para a implantação do Império.

44. a) A cidade de Roma, no período de Augusto, era a expres-

são do próprio Império, demonstrando grandeza, enri-quecimento, com as transformações e melhorias urba-nas e sociais realizados após o período das guerras civis.

b) Poderiam ser citadas como medidas sociais adotadas por Augusto a utilização da política de pão e circo, e a reforma censitária, que permitia a ampliação de direitos políticos para os homens novos. Como medidas políti-cas, a centralização de poder, o controle dos exércitos e a pax romana.

45. a) O casamento, na Roma Antiga, estava relacionado à

continuidade do núcleo dos cidadãos, à legitimidade e ao fortalecimento do corpo cívico – que era restrito aos nascidos de pessoas da mesma condição.

b) A cidadania era restritiva na República romana e a maior parte das pessoas era excluída. Entre os grupos que não tinham plenos direitos e deveres, estão as mu-lheres, os escravos, os estrangeiros, as crianças e os libertos, além dos plebeus em determinados períodos.

46. Gabarito: d

O texto faz referência às regiões que estavam incorpora-das ao território do Império Romano. E, apesar de o texto não conter datação ou balizas temporais, é por certo que faz referência ao período imperial, pois Jesus Cristo mor-reu crucificado durante o governo de Otávio Augusto e as pregações dos apóstolos só tiveram início depois da morte do Messias. No período de cinco séculos antes, muitas das regiões citadas no texto e a conversão de Paulo de Tarso não seriam possíveis.

47. Gabarito: e

Apesar de os povos conquistados por Roma sofrerem um pro-cesso de aculturação por meio do qual adquiriam costumes romanos, os povos mantinham muito das suas características culturais e organizações sociais. O helenismo era uma influ-ência marcante na região e não foi apagado pela dominação romana. As comunidades judaicas foram apontadas como as que mais permaneceram fiéis à sua cultura original.

POVOS “BÁRBAROS”

48. Gabarito: c

A denominação “bárbaro” foi criada pelos gregos para iden-

tificar os povos que não apresentavam a cultura helênica. Os

romanos absorveram a denominação. Os denominados po-

vos bárbaros possuíam traços culturais comuns, porém é in-

correta a informação que todos eles eram iguais aos hunos.

49. Gabarito: a

Bárbaro foi um termo utilizado para identificar aqueles que não compartilhavam a cultura greco-romana. Foi inicial-mente empregado pelos gregos e posteriormente foi adota-do pelos romanos. Essa denominação é ainda na atualidade empregada a todos os povos que são considerados diferen-tes e, portanto, inferiores, “menos evoluídos” ou selvagens.

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73Caderno de Atividades / Livro do Professor

História

POVOS “BÁRBAROS”

Durante a Antiguidade, o termo teve intenso uso, de tal forma que, durante o fim do Império Romano, as invasões dos povos do Oriente ficaram conhecidas como “invasões bárbaras”. O termo bárbaro é ainda utilizado na atualidade como sinônimo de atrasado, bruto, etc.

50. a) A coroação de Carlos Magno pelo Papa Leão III caracte-

rizava o imperador como detentor dos poderes religioso e militar, cujos alcances se estendiam por praticamente toda a Europa. Isso conferia a ele um poder superior ao dos demais monarcas do período.

b) O Renascimento carolíngio pode ser caracterizado pe-las produções artística e cultural, que remete a elemen-tos greco-romanos, germânicos e cristãos, pela criação de escolas em mosteiros, catedrais e palácios, pela valorização dos estudos clássicos como parte do dever religioso que Carlos Magno se atribuía como defensor da fé cristã.

51. Gabarito: d

Os hunos se inserem na classificação de povos “bárbaros”, ou seja, povos que habitavam as terras fora do território romano e não falavam o latim ou o grego. Eram nômades e se dedicavam à guerra. Átila foi o líder huno que ficou co-

nhecido pela extrema violência com a qual tratava os seus inimigos. Eles promoveram ofensivas na península Itálica e contribuíram para a queda do Império Romano do Ocidente no ano de 476 a.C.

52. Gabarito: a

Os hunos, assim como todos os demais povos citados no texto da alternativa a, forçaram as fronteiras do Império Ro-mano, enfraquecido pela grande dimensão territorial, pelas disputas políticas e pela divisão entre território Oriental e Ocidental. Os hunos ficaram conhecidos pela violência e pela brutalidade nos combates e no trato dos povos do-minados.

53.

I. As conquistas territoriais romanas acabaram por enfra-quecer as defesas do Império. O grande afluxo de es-cravizados para Roma acabou por gerar o desemprego dos trabalhadores livres, além das inúmeras revoltas de escravizados.

II. A insegurança vivenciada nas cidades romanas decor-rente dos conflitos com os bárbaros que gerou êxodo rural ou ainda a dependência econômica de agricultores que buscavam proteção com os grandes proprietários de terras diante do fisco imperial.

TRANSIÇÃO DA ANTIGUIDADE PARA A IDADE MÉDIA NA EUROPA

54. Gabarito: d

O Humanismo e o Renascimento, iniciados no século XIV na Europa, atribuíram para si o retorno ao estudo da Cul-tura Clássica. Muitos até os dias atuais ainda afirmam que tais movimentos ressuscitaram a Antiguidade Clássica, que estava morta durante a Idade Média. Entretanto, faz-se necessário afirmar que a Cultura Clássica esteve presente nos estudos medievais. Esses estudos estavam a cargo dos membros da Igreja Católica.

55. Gabarito: a

O caso do feudalismo japonês, apesar da distância tempo-ral e geográfica, quando comparado ao feudalismo presen-te na Europa durante a Idade Média, apresentou algumas características similares: a diminuição do poder do impera-dor; a divisão das terras sob o comando de uma família da aristocracia; o sistema de fornecimento da terra em troca do pagamento de impostos, do trabalho gratuito nas terras do suserano; a obediência e o auxilio na defesa do senhor em caso de guerras.

56. a) As Iluminuras eram representações gráficas produzi-

das em sua maior parte pelo clero regular. Essas re-

presentações apresentavam uma grande riqueza de representações dos símbolos que caracterizavam as instituições religiosas. A representação cartográfica apresentava as divisões das terras apostólicas em Eu-ropa, África e Ásia. Adão e Eva, os primeiros humanos criados por Deus, estão representados no Oriente Mé-dio, na região que corresponde ao atual Líbano.

b) A iluminura cartográfica representa a grande extensão territorial que atingiu a cristandade durante a Idade Média.

57.

a) A maior característica gótica destacada na imagem são os arcos ogivais que dão a sensação de maior altura e amplidão ao edifício. Outras características do estilo góti-co que podem ser mencionadas são: a presença de pare-des com menor espessura (quando comparadas aos edi-fício em estilo românico) pela presença dos arcobotantes que sustentam toda a estrutura, a presença de maior número de janelas, os vitrais coloridos que iluminam o interior e a rosácea localizada acima da porta principal.

b) O sistema mencionado no enunciado refere-se aos es-tamentos que formavam a sociedade medieval, desta-

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74 1ª. Série

cando o grupo formado pelos membros do clero, que tinham acesso à leitura e à interpretação de obras es-critas, além de possuir grande influência sobre a políti-ca, a economia e a sociedade feudais.

58. Gabarito: e

O feudalismo reinventa o poder político após a destruição do Império Romano do Ocidente em 476. O poder feudal, descentralizado por certo quando comparado com o poder centralizado do Império Romano, deve ser observado como uma forma de organização política numa Europa que estava se construindo.

59. Gabarito: e

A desestruturação do Império Romano levou o continente europeu a viver períodos de instabilidade política, insegu-rança e muita violência. O Feudalismo introduziu, na medi-da em que se consolidava uma nova ordem. Diferente as organizações romanas, o Feudalismo estabeleceu ordem na Europa Ocidental e, juntamente com a Igreja Católica, foi responsável pelas origens da Europa que conhecemos na atualidade.

60. Gabarito: c

No sistema feudal, os camponeses vivam em condições materiais muito difíceis. Eles deviam obediência; a obri-gação do trabalho gratuito durante alguns dias da semana nas terras do senhor; o pagamento de tributos como parte da colheita ou dos animais do rebanho, pela utilização do

moinho, do forno, por atravessar uma ponte, etc. Além das obrigações relacionadas às suas atividades corriqueiras ainda deviam prestar auxílio ao senhor em caso de guerra.

61. Gabarito: a

Com a desagregação do Império Romano, o sistema escra-vista, uma das principais características da economia ro-mana, entrou em crise. E com a ocupação da Europa pelos denominados povos bárbaros, surgiu uma economia base-ada no trabalho familiar e servil, bases para a formação do Feudalismo.

62. Gabarito: d

A sociedade feudal era organizada em estamentos, cada um possuindo suas obrigações. De acordo com a Igreja Católica, essa organização estava fundada em leis divinas e que não poderiam ser contestadas. Os senhores deviam obediência e prestação de contas de seus atos a Deus. Os servos deveriam obedecer aos seus senhores, que gover-navam orientados pela fé e pelo temor a Deus.

63. Gabarito: a

A questão apresenta texto que podem levar a duplas in-terpretações. Na alternativa a, o nobre recebia o feudo do rei ou de outro nobre de maior prestígio na hierarquia nobiliárquica e se transformava em vassalo. Entretanto, o que a alternativa sugere é que quando o nobre se tornava suserano recebia a terra como benefício e o poder sobre os servos e vilões.

IMPÉRIO BIZANTINO

64. Gabarito: 19 (01 – 02 – 16)

Constantinopla foi considerada uma das cidades mais ricas de toda a história da humanidade. Além de ter se tornado um grande centro comercial, em função da sua localização geográfica entre o Oriente e o Ocidente, sua localização pos-sibilitava a defesa. A cidade foi conquistada pelos cruzados integrantes da quarta expedição e caiu definitivamente em poder dos turcos em 1453. A cidade se transformou em um grande centro comercial e de produção artística. A riqueza cultural e o dinheiro ganho com o comércio possibilitaram aos governantes investir em bibliotecas, templos, escolas e no mecenato.

65. Gabarito: c

A ideia central do texto é apresentar as origens históricas e as principais características da cidade de Constantinopla durante a Idade Média. O principal objetivo da questão é possibilitar aos alunos a interpretação textual.

66. Gabarito: c

Uma monarquia, ou qualquer forma de organização políti-ca, não pode ser ao mesmo tempo despótica e democráti-ca. O governante do Império Bizantino era uma autoridade política e religiosa, portanto não poderia ser criticada ou dividida.

67. Justiniano, durante o seu governo, colocou em prática di-versas políticas e ações com o objetivo de pacificar, orga-nizar e centralizar o poder. Para que houvesse um Estado, Justiniano eliminou seus inimigos e colocou fim aos mo-vimentos contrários às suas determinações. Para organi-zar a legislação do Império, Justiniano foi o responsável pela elaboração do Corpus Juris Civilis. Para que a Igreja Bizantina fosse fortalecida, perseguiu os que defendiam as heresias.

68. Gabarito: c

A localização de Constantinopla, em terras limítrofes entre o Oriente e o Ocidente, reuniu um mosaico cultural. Além

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75Caderno de Atividades / Livro do Professor

História

IMPÉRIO BIZANTINO

da diversidade cultural que se mesclou, o desenvolvimen-to econômico possibilitou o investimento em cultura, arte e conhecimento. Ali, muitos conhecimentos de outras so-ciedades foram estudados, interpretados e preservados. A Arte, o Direito, a Literatura e a Filosofia foram muito favore-cidas com esse ambiente de estímulo ao saber.

69. Gabarito: c

Após a queda do Império Romano do Ocidente no ano de 476, o Império Bizantino se manteve até o ano de 1453 quando Constantinopla foi tomada pelo Sultão Muhammad II que conseguiu transpor as sete muralhas que defendiam a cidade.

ÁRABES

70. a) A Reconquista foi o processo empreendido pelos cris-

tãos da Península Ibérica para expulsão dos árabes que se estabeleceram na região durante o século VIII. Em 1492, os cristãos Granada e unificaram o reino da Es-panha.

b) A Batalha de Covadonga foi utilizada pelos clérigos como um marco histórico da legitimação do poder mo-nárquico cristão sobre os muçulmanos. Era a vitória da cristandade contra os “infiéis” na Península Ibérica.

71. Gabarito: e

As imagens são do Palácio de Alhambra, na cidade de Granada, sul da Espanha. A construção foi edificada pelos árabes que invadiram a Península Ibérica no século VII e ali permaneceram até o século XV, quando foram expulsos

pelos reis católicos Fernão de Aragão e Isabel de Castela.

72. Gabarito: b

O termo jihad foi bastante desvirtuado no Ocidente e é em-pregado como “guerra santa” no sentido de que os mu-çulmanos podem pegar em armas para obrigar os demais povos a que se convertam ao islamismo. Na verdade, o termo no Alcorão é empregado como o esforço individual para seguir no caminho pregado pelos preceitos islâmicos e vencer os desafios. Entretanto, é importante que não seja encarado como uma guerra coletiva, atualmente muito li-gada ao terrorismo.

73. Gabarito: e

Aos muçulmanos, é aconselhada uma peregrinação à cida-de sagrada de Meca, ao menos uma vez na vida.

TRANSIÇÃO DA IDADE MÉDIA PARA A IDADE MODERNA

74. O momento da Idade Média descrito no texto é o período denominado de Renascimento Comercial e Urbano, período em que o comércio foi estimulado pela produção artesa-nal praticada nos burgos. As moedas voltaram a circular e surgiram as feiras, locais onde se reuniam comerciantes e compradores.

As catedrais eram o centro religioso e social de uma cidade medieval. Ela servia como local de devoção e de refúgio diante das adversidades. E, como o texto do enunciado da questão aponta, era também o local de demonstrar a im-portância do indivíduo, da família ou da corporação à qual pertencia a pessoa ou a associação. Era ainda o ponto de encontro dos homens de negócio e dos prestamistas.

75. Gabarito: c

A opinião dos árabes, em relação aos europeus, era a de que não possuíam conhecimento em Medicina, Geografia, Matemática e em várias outras áreas, com exceção da pro-dução de armamentos.

A corrente orientalista da historiografia vem ganhando cada vez mais adeptos entre os historiadores e as publicações se

multiplicam. Tal constatação é de grande valia para que o pro-fessor explore os outros pontos de vista a respeito da História.

76. Gabarito: b

Os cruzados conseguiram tomar Jerusalém das mãos dos turcos durante a Primeira Cruzada quando fundaram o Reino Latino de Jerusalém, porém a cidade foi novamente tomada pelos “infiéis”. Algumas das expedições nem che-garam à região da Palestina.

77. Gabarito: a

Durante a Baixa Idade Média (séculos X a XV), o Feudalismo se estabeleceu como sistema na Europa Ocidental. A partir do século XIV, os laços de suserania e vassalagem, a produ-ção de subsistência e o isolamento em que viviam muitos indivíduos foram alterados por um quadro que englobava o surgimento das cidades, o fomento da atividade artesanal e a comercial. O empreendimento das Cruzadas propiciou um estímulo para novas rotas comerciais com o Oriente e o fortalecimento do poder real, em uma conjuntura que pro-moveu uma mudança lenta, porém radical, na política, na economia e nas relações sociais do período.

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76 1ª. Série

O lucro que muitos banqueiros obtinham, principalmente com a prática de empréstimos financeiros, era condenado pela Igreja Católica, que via a atuação como exploratória.

As modificações indicadas no texto evidenciam o declínio do modelo feudal e a crescente predominância da burgue-sia, das relações e trocas comerciais e da formação dos burgos, em uma organização que renega a estrutura feudal.

78. Gabarito: a

A alternativa A apresenta uma série de eventos que cobrem quase toda a Idade Média. São apresentados os elementos que estavam presentes durante o enfraquecimento e queda do Império Romano do Ocidente (476): invasões bárbaras, saques, destruição dos centros urbanos, ruralização da so-ciedade. Após o estabelecimento da Igreja Católica como principal instituição, os europeus estiveram sujeitos ao te-mor do sobrenatural e à atribuição de tudo que ocorria de ruim (guerras, pestes, fome, etc.) às danações impostas pelo demônio ou aos castigos enviados por Deus. A Crise do século XIV foi um dos períodos em que essa mentalida-de imposta pela Igreja Católica pode ser observada. A peste bubônica causou grande impacto na demografia medieval, matando aproximadamente um terço da população europeia e se constituindo como um dos fatores que caracterizam a Crise do século XIV. A Inquisição tinha como objetivo a perseguição aos hereges, que agiam contra os dogmas es-tabelecidos pela Igreja Católica, além de pessoas suposta-mente compactuadas com o demônio (como bruxas).

79. Gabarito: c

O documento citado na questão retrata o contexto do que ficou conhecido como Querela das Investiduras, ocorrido durante a Idade Média (Séculos XI e XII). Na ocasião, papas e monarcas entraram em conflito em decorrência da cres-cente intervenção dos monarcas nos assuntos religiosos, inclusive na nomeação de figuras de autoridade religiosas, defendendo com isso apenas aos interesses de seus rei-nados.

No século XI, o papa Gregório VII e o então monarca do Sa-cro Império Romano Germânico, Henrique IV, entraram em choque justamente por essa questão. Ao assumir o papa-do, Gregório VII criou uma série de medidas (reformas gre-gorianas) que limitavam a nomeação de clérigos ao Papa. Henrique IV, por sua vez, que já havia nomeado uma série de bispos, se opôs a tal decisão. O rei escreveu uma carta, retirando seu apoio ao Papa. Ele também exigiu a nomea-ção de um novo Papa. Gregório VII, em resposta, excomun-gou Henrique IV. O Cisma do Oriente, ocorrido no ano de 1054, refere-se à separação entre a Igreja Apostólica Ro-mana e a Igreja Ortodoxa Grega. O Tribunal do Santo Ofício que estabeleceu a Inquisição foi criado no século XII, com a intervenção do Papa Gregório IX, que temia o crescente nú-mero de seitas religiosas e práticas de heresia na Europa. Em 325, durante o Concílio de Niceia, houve uma tentativa

de se impor o celibato aos padres, o que se mostrou um fracasso, uma vez que a prática continuou. O papa Leão IX retomou a ideia, mas foi o papa Gregório VII, durante sua reforma gregoriana, que novamente enfatizou a importân-cia do celibato clerical. O texto utilizado na questão, porém, não se refere à prática do celibato, apontando justamente para as discordâncias entre duas autoridades da época me-dieval no que se refere à atuação sacerdotal. O Cativeiro de Avignon durou de 1307 a 1377 e se insere no contexto de disputas entre o papado e o rei francês, Felipe IV, o Belo.

80. Gabarito: b

As Corporações de Ofício eram organizações que, por uma sé-rie de medidas adotadas, controlavam a produção artesã lo-cal, os preços praticados, a qualidade dos produtos ofertados. Elas também estabeleciam os critérios para a participação de artesão como aprendizes, artesãos e mestres de ofício.

As Corporações protegiam seus filiados com a garantia de monopólios e o controle sobre suas áreas de atuação. Estrangeiros também tinham sua participação dificultada (“E nenhum estrangeiro trabalhará no dito ofício se não for aprendiz, ou homem admitido à cidadania do dito lugar”). O trecho “Ninguém que não tenha sido aprendiz e não tenha concluído seu termo de aprendizado do dito ofício poderá exercer o mesmo” denota também a necessidade do indiví-duo enquadrar-se nas normas e nos processos da corpora-ção para ser aceito como artesão, ou seja, uma pessoa não poderia ser considerada artesã sem ter sido, previamen-te, aprendiz. O trecho utilizado na questão aponta ainda o grande espírito de união e fraternidade que ligava os indi-víduos pertencentes à Corporação, que auxiliavam uns aos outros em momentos de dificuldade.

81. Gabarito: c

O fragmento evidencia que, apesar dos esforços evidentes da Igreja Católica para impor seus dogmas e rituais, não foi possível eliminar totalmente a presença das práticas pagãs da vida cotidiana e privada das pessoas, que ainda lançam mão de crenças de diferentes origens para lhes determinar o futuro e o bendizer.

A manutenção das práticas pagãs eram passadas às novas gerações pela tradição e estavam de tal modo arraigadas ao cotidiano das pessoas que a Igreja foi obrigada a cobrir-lhes com características cristãs.

82. Gabarito: d

Em 1095, o papa Urbano II declarou, durante o Concílio de Clermont, que era o momento de os cristãos realizarem uma “peregrinação armada” a Jerusalém, com o objetivo de defender a cidade dos muçulmanos infiéis. Os anos de 1096 a 1099 marcam, assim, o início das expedições mi-litares promovidas pela Igreja, as Cruzadas. O trecho des-tacado descreve o momento em que os cristãos chegam a Jerusalém e tomam a cidade. As Cruzadas e as investidas

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77Caderno de Atividades / Livro do Professor

História

da nobreza e da realeza europeia ocidental ao Oriente per-duram até o século XIII.

A Terceira Cruzada ocorreu entre 1189 e 1192 e ficou co-nhecida como “Cruzada dos Reis” por contar com a par-ticipação dos reis Ricardo Coração de Leão (Inglaterra), Filipe Augusto (França) e Frederico Barba Ruiva (Sacro Império Romano-Germânico). Esta cruzada foi organizada como uma resposta à tomada de Jerusalém por Saladino, líder muçulmano, em 1187. Os cruzados não conseguiram reconquistar a cidade, porém foi assinado um acordo en-tre o sultão Saladino e o rei Ricardo I reconheceu o con-trole muçulmano sobre a Terra Santa e a permissão para que os cristãos realizassem peregrinações a Jerusalém. A Quarta Cruzada, ocorrida entre 1201 e 1204, foi finan-ciada pelos comerciantes de Veneza. A Sétima Cruzada, ocorrida durante os anos de 1240 a 1250, foi liderada pelo rei francês Luís IX. Essa Cruzada foi suscitada pelo papa Inocêncio IV durante o Concílio de Lyon (1245), novamente para refutar os muçulmanos que haviam reconquistado as terras do Oriente. Ainda que tenha atingido o Egito, o exército do rei francês foi derrotado; o rei chegou a ser capturado pelos muçulmanos e sua libertação teve de ser negociada.

A Reconquista foi um movimento cristão a fim de conter o avanço muçulmano na Península Ibérica, iniciado no sé-culo VIII. Durante a Reconquista, formaram-se os reinos de Portugal, Castela, Leão, Aragão, que mais tarde dariam origem às monarquias ibéricas de Portugal e Espanha. A luta pela reconquista fortaleceu o poder dos reis e ajudou a centralizar os reinos ibéricos (fatores importantes para a expansão marítima que se daria a partir do século XV), além de colocar a Igreja Católica em posição de destaque e importância na região. A reconquista foi um processo longo, que só foi encerrado em 1492, com a retomada de Granada (Espanha).

83. Gabarito: c

O texto-base da questão evidencia que as perseguições aos judeus apresentaram diversas justificativas ao longo da His-tória. Na Idade Média, a perseguição promovida pelos cris-tãos aos judeus não apresentava conotação racial. A noção de cristandade presente na Idade Média pretendia a imposi-ção de sua fé, de seus dogmas e rituais a todos os grupos.

O Tribunal da Inquisição só podia condenar e punir cristãos acusados de heresia. Quando os judeus se convertiam ao cristianismo, forçados pelas pressões dos líderes da Igreja, eles ficavam mais vulneráveis às acusações de heresia e às punições previstas pela instituição católica.

84. Gabarito: c

Os conflitos que duraram mais de um século foram trava-dos entre França e Inglaterra e estão relacionados às dis-putas pelos domínios territoriais e pelas regiões prósperas nas atividades comerciais e manufatureiras. As balizas

temporais presentes no texto da questão não estão corre-tas: a Guerra dos Cem Anos ocorreu entre os anos de 1337 e 1453. Portugal e Espanha também enfrentaram guerras, porém ambos lutavam contra os árabes fixados na Penín-sula Ibérica, desde o século VIII.

85. Gabarito: a

A história de Domenico Scandella, conhecido como Menoc-chio, é contada pelo historiador Carlo Ginzburg, que se inte-ressava pela chamada micro-História, ou seja, o estudo de acontecimentos com base em uma temática restrita e es-pecífica. No caso, é por meio do julgamento de Menocchio que o autor se aproxima da Inquisição e da sociedade eu-ropeia do século XVI. Menocchio é julgado pelo Santo Ofí-cio porque sua visão religiosa (em que usa a metáfora do queijo e dos vermes para explicar a origem dos anjos e de Deus) não era condizente com os dogmas da Igreja Católi-ca, sendo por isso tomado como um herege. Menocchio é considerado culpado e é morto na fogueira em 1599. Assim, ainda que Menocchio se considerasse cristão, isso não era o bastante para que acusações de heresia não pesassem sobre si, uma vez que Menocchio tinha sua interpretação dos eventos bíblicos, indo contra a Igreja ao não adotar as explicações desta.

Em seu depoimento, Menocchio declara-se cristão acima de tudo. Entretanto, sua interpretação do catolicismo a di-feria daquela propagada pela Igreja, de modo que fora to-mado como herege. Não bastava crer em Deus, era preciso que sua fé fosse professada da forma autorizada e apro-vada pela Igreja Católica, não colocando seus dogmas em xeque, como se vê pelo trecho do livro O queijo e os vermes:

“As coisas da fé são grandes e difíceis, fora do alcance de moleiros e sapateiros. Para debater é preciso doutrina, e os depositários da doutrina são, sobretudo, os clérigos. Porém, Menocchio dizia não acreditar que o Espírito Santo gover-nasse a Igreja, acrescentando: ‘Os padres nos querem de-baixo de seus pés e fazem de tudo para nos manter quietos, mas eles ficam sempre bem’; e ele ‘conhecia Deus melhor do que eles’”GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo: Companhia das

Letras, 2006. p. 32).

A reação da Igreja Católica à reforma religiosa que se ope-rou no século XVI na Europa, representada pelas figuras de Calvino e Lutero, foi a chamada Contrarreforma. Em 1542, o papa Paulo III criou a Congregação da Inquisição, a fim de combater as heresias e frear o avanço protestante. O Con-cílio de Trento (1545-1563) reafirmou os dogmas da Igreja Católica e pelo Index Librorum Prohibitorum divulgaram os livros proibidos, que propagandeavam ideias ou crenças contrárias às dessa Igreja. Assim, a Igreja Católica buscava realinhar-se e organizar-se contra o movimento protestan-te, ou seja, contra as dissidências externas.

Os reformistas protestantes minaram o poder da Igreja Ca-tólica e romperam o monopólio do Papado na Europa Oci-

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78 1ª. Série

dental, sendo vistos como ameaça ao catolicismo. Este se encontrava em uma situação de fragilidade e de questiona-mentos por parte dos fiéis, que não mais aceitavam seus dogmas (e a forma como a Igreja era conduzida naquele momento) de maneira passiva. Esse avanço acarretou dura reação da Igreja, que não só reforçou seus dogmas no Con-cílio de Trento, como apoiou as ordens religiosas (como a Ordem dos Jesuítas), fortaleceu o poder de bispos, lançou-se à caça dos chamados hereges, entre outras atitudes.

86. Gabarito: a

Por volta do ano 1000 na Europa Ocidental, o Feudalismo vi-via um processo de mudança em suas estruturas espacial, econômica e social. Os burgos eram aglomerados urbanos cercados por muralhas, fato que garantia maior proteção, porém impedia as práticas econômicas da agricultura e da pecuária. Dessa forma, a produção artesanal e o comércio dessas mercadorias cresciam e projetaram rotas de comér-cio que ligavam os burgos e as regiões campesinas. Em muitos pontos dessas rotas, surgiram as feiras, locais onde comerciantes de várias regiões se reuniam para a troca e a venda de suas mercadorias. Com o desenvolvimento do comércio, ocorreu o forjamento e a maior circulação de moedas. Todo esse novo processo de produção e comércio na Europa Ocidental medieval era promovido pela burguesia, classe que procurava se impor na estrutura social feudal.

87. a) As Cruzadas tiveram múltiplas motivações. A questão

solicitava a identificação de motivações econômicas e políticas. Entre as econômicas, podem ser mencionadas: a conquista de territórios, a abertura de rotas comerciais em direção ao Oriente e a realização de saques. Como motivações políticas, podem ser citadas: a tentativa de fortalecimento do papado diante do Império Bizantino e do Cristianismo Ortodoxo, o estabelecimento do antago-nismo religioso dos cristãos em relação ao poder islâmi-co, e as questões relacionadas à expansão demográfica, que demandava novos domínios territoriais.

b) O grupo social que liderou o movimento foi a nobreza

e, com base no relato do cronista, depreende-se que a vontade divina estaria sendo cumprida pela aplicação de castigos, punições e vingança contra os que teriam invadido os lugares considerados sagrados pelos cris-tãos e blasfemado contra a fé destes.

88. Gabarito: a

As Cruzadas, apesar de não serem bem-sucedidas na ma-nutenção de Jerusalém, contribuíram para o fortalecimento do sentimento cristão na Europa. O poder da Igreja e a au-toridade do papa saíram fortalecidos. A influência do juda-ísmo e do islamismo permaneceu forte no Oriente Próximo, pois os cristãos não conseguiram submeter os muçulma-nos como era o plano inicial.

89. Gabarito: e

Por falta de conhecimento científico e pela utilização por parte dos membros do clero da ignorância e das cren-dices populares, as doenças eram atribuídas a castigos divinos ou da ação do diabo, especialmente as doenças contagiosas, como a lepra e a peste bubônica. Como os doentes eram considerados merecedores de castigos ou pessoas demonizadas, eles deveriam ser expulsos de suas comunidades ou viver em locais isolados, como os leprosários.

90. Gabarito: a

Durante grande parte do Período Medieval, o tempo era contado pelas condições climáticas, pelas estações do ano, pelo dia e pela noite e, sobretudo, pelo tempo religio-so. No inverno, trabalhava-se menos porque os dias eram mais curtos e com neve era impossível praticar a agricul-tura. No verão, com os dias mais longos e a temperatura mais amena, trabalhava-se mais. Havia o tempo do plantio, tempo da colheita, etc. A Igreja também estabelecia o ritmo da vida: Natal, Páscoa, Corpus Christi, Quaresma, etc. Essa contagem do tempo começou a mudar quando ocorreu o renascimento das cidades e das atividades artesanais e mercantis. Com essas mudanças, o tempo passou a ser contado em horas.

EXPANSÃO MARÍTIMA E ABSOLUTISMO

91. Gabarito: d

Mercantilismo foi a política econômica que caracterizou os Estados Nacionais Modernos. O conjunto de práticas mer-cantilistas tinha por objetivo o desenvolvimento econômico do reino e a consequente valorização da moeda. Por esse motivo, o metalismo, acúmulo de ouro e prata era de gran-de importância.

92. Gabarito: d

O fragmento evidencia as dificuldades impostas aos que empreendiam viagens marítimas. O poema não destaca o papel da Coroa para a realização das Grandes Navegações. Ao contrário, enfatiza o sofrimento e os sacrifícios que mui-tos portugueses tiveram que passar para que a empreitada fosse bem-sucedida.

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79Caderno de Atividades / Livro do Professor

História

EXPANSÃO MARÍTIMA E ABSOLUTISMO

Portugal foi o reino pioneiro no expansionismo marítimo du-rante os séculos XIV e XV. Entretanto, sua supremacia não teve a duração de quatro séculos. O pioneirismo marítimo, que levou Portugal e Espanha ao Novo Mundo, não mante-ve esse reino como principal potência europeia. Logo, as expansões marítimas portuguesa e espanhola foram su-plantadas pela Inglaterra, grande potência mercante e que, na segunda metade do século XVII, tornou-se a pioneira no processo de industrialização.

Fernando Pessoa não faz nenhuma crítica à habilidade de navegação dos homens que se lançaram ao mar em prol das Grandes Navegações. Na verdade, enaltece a coragem desses homens, sendo essa empreitada difícil, marcada por muitos medos (do oceano) e pelas dificuldades intrínsecas à própria viagem nas caravelas, que duravam meses.

93. Gabarito: a

D. João I ascendeu ao trono português em 1381, dando iní-cio à dinastia de Avis. Os reis dessa dinastia empreenderam mudanças que ficaram denominadas de Revolução de Avis. A centralização da política portuguesa, a unificação territo-rial e o estabelecimento de um governo livre da influência de Castela e a aliança com a burguesia florescente foram algumas das realizações dos reis de Avis. Todos fatores que possibilitaram o pioneirismo português no expansionismo marítimo do início da Idade Moderna.

Vasco da Gama, explorador e navegador português, foi o primeiro europeu a atingir as Índias, atravessando os oce-anos Atlântico e Índico, no ano de 1498 (chegando a Cali-cute). As iniciativas portuguesas, durante o século XV, per-mitiram aos navegadores contornar o continente africano e chegar ao tão almejado destino final.

Na Europa, o controle do comércio mediterrâneo antes das Grandes Navegações não estava com os gregos, mas sim com os genoveses e outros grupos da região italiana que monopolizavam as rotas comerciais. Esse foi um dos moti-vos que incentivou os portugueses a buscarem rotas alter-nativas de comércio e de contato com as Índias. O Cabo das Tormentas, cujo nome fora modificado para Cabo da Boa Esperança, foi contornado por Bartolomeu Dias, cavaleiro da Casa Real de Portugal, no ano de 1488. Esse fato confir-mou a ideia de que se poderia chegar às Índias navegando-se a leste, contornando o continente africano, e garantiu a Portugal o posto de maior potência marítima e comercial da Europa no período.

94. Portugal foi o pioneiro no expansionismo marítimo que mar-cou o início da Idade Moderna no Ocidente. Como pioneiro, o reino português conseguiu um vasto império que incluía terras na América, na África e na Ásia. Apesar de afluírem muitas riquezas para o reino, esses empreendimentos ma-rítimos e de exploração e colonização de novos territórios custou a vida de muitos súditos. Camões no Canto X de sua

obra lamenta que a ganância e a cobiça tenham causado tanto dano aos valores nacionais.

95. Gabarito: a

As especiarias, denominação empregada em função da es-cassez com que circulavam em território europeu, são a prova de que um comércio bastante desenvolvido entre o Oriente e o Ocidente ocorria durante a Idade Média. Esse comércio fazia a utilização de entrepostos no continente africano.

96. Gabarito: e

O expansionismo marítimo dos séculos XV e XVI ampliou os horizontes europeus que até então se mantinham em con-tato com outros povos, especialmente do oriental, de forma muito relacionada ao comércio de especiarias. De acordo com a corrente orientalista da historiografia, os movimen-tos expansionistas do início da Idade Moderna foram ape-nas uma nova corrente que se ligava à expansão que vinha ocorrendo no Oriente desde a Antiguidade. Esse processo de globalização é o mesmo que ocorre desde a Antiguidade até a atualidade, apenas como características diferencia-das de acordo com o período histórico.

97. Gabarito: a

Nicolau Maquiavel escreveu O príncipe, uma obra que con-cede conselhos ao soberano para que governe de forma autoritária. Thomas Hobbes escreveu O contrato social, livro em que sugere que os súditos abram mão de parte de sua liberdade em troca da proteção de um soberano e de seu exército. Jacques Bossuet foi o criador da Teoria do Direito Divino dos Reis, por meio da qual afirma que o rei rece-beu poderes de Deus para estar nessa posição e, portanto, apenas a Ele deve prestar contas de seus atos. Jean Bodin também era defensor do poder absoluto e de seu caráter divino. Sua principal obra foi Os seis livros da República.

98. Gabarito: e

A teoria da balança comercial favorável incentivava as ex-portações, para que o Estado acumulasse capital ao mesmo tempo em que criava barreiras que evitassem as impor-tações. Dessa forma, o capital permaneceria em território nacional. Juntamente com essa prática econômica, os reis absolutos criavam leis de protecionismo alfandegário para a defesa da produção nacional.

99. Gabarito: e

O texto aborda o mercantilismo, prática econômica adotada pelos reis absolutos com o objetivo de fortalecer a econo-mia do reino. Mais especialmente, o texto aborda algumas das práticas mercantilistas:

– balança do comércio favorável – incentivar as exporta-ções para conseguir reservas monetárias e coibir as im-portações;

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80 1ª. Série

– metalismo – acúmulo de metais preciosos, que serviam como lastro para as moedas circulantes;

– protecionismo alfandegário – medidas para evitar o con-sumo de bens importados, favorecendo as produções na-cionais.

100. Gabarito: c

Os espanhóis, logo após chegarem à América, apodera-ram-se de grande quantidade de ouro e prata, que eram transportados em comboios para a Espanha. O grande afluxo de metais preciosos fez que o preço do ouro e da prata caísse no mercado em função da grande quantidade disponível no mercado. As moedas eram lastreadas com esses metais, portanto, ocorreu a desvalorização delas e um processo inflacionário que foi denominado de Revolu-ção dos Preços.

101.

a) Apesar de não estarem ausentes no Período Medieval, no início dos tempos modernos, houve uma grande inten-sificação das trocas comerciais favorecida, entre outras coisas, pela abertura e a ampliação das rotas mercantis terrestres e marítimas, por uma maior circulação mo-netária, pela ampliação dos consumidores, pelas novas formas de organização do comércio e pelo surgimento de novas ideias que questionavam a proibição da usura.

b) Embora continuasse a ser fortemente hierarquizada, comparativamente ao Período Medieval, a sociedade da Idade Moderna foi marcada por uma estrutura so-cial mais diversificada e com maior mobilidade social. Embora a nobreza continuasse a ser o setor mais pri-vilegiado, verificou-se uma maior possibilidade de as-censão social para um maior número de pessoas com o surgimento de novos grupos e classes sociais.

RENASCIMENTO E REFORMA

102. Gabarito: c

O Renascimento foi um movimento que teve início na Pe-nínsula Itálica durante o século XIV. A base foi o humanismo, movimento de estudo da Cultura Clássica. O antropocen-trismo, o hedonismo, a valorização da razão, o estudo e a observação da natureza e dos seres humanos foram suas principais características. As ciências tiveram grande de-senvolvimento a partir do momento em que os homens se afastaram um pouco das proibições da Igreja Católica, que monopolizou a produção intelectual durante a Idade Média.

103. Gabarito: c

A Divina Comédia escrita por Dante Alighieri conta a história do poeta Dante que vai aos três estágios da alma, após a morte, em busca de sua amada Beatriz. Foi a forma de o autor registrar o pensamento da época em que ele viveu sobre a vida após a morte. A obra Dom Quixote narra as aventuras do cavaleiro andante e de seu fiel escudeiro em busca de aventuras bélicas. A obra mostra a decadência da cavalaria como forma de vida. Uma das grandes contri-buições das duas obras é que não foram escritas em latim, língua habitual do período. A Divina Comédia foi escrita em dialeto toscano e Dom Quixote em castelhano.

104. Gabarito: d

A questão não apresenta dificuldades, pois para cada movi-mento são apresentadas várias características e todas elas, básicas: a formação dos Estados Nacionais Modernos foi marcada pela unificação do território; o Renascimento pelo estudo da Cultura Clássica, pelo humanismo, pelo antro-pocentrismo e pela observação da natureza: A Contrarre-

forma foi um movimento de reação da Igreja Católica aos movimentos protestantes; o absolutismo pela aliança entre a aristocracia e a burguesia, para o fortalecimento do poder político. É importante salientar que, na Reforma, não são apresentadas características, mas se apresenta o contexto em que se desenvolveu o movimento reformista.

105. Gabarito: b

O afresco de Michelangelo – A criação de Adão – foi enco-mendado pelo papa Júlio II para decorar o teto da Capela Sistina. Esse afresco faz parte de um conjunto de afrescos que representam as passagens do Antigo Testamento. Esse trabalho de Michelangelo se insere na terceira fase do Re-nascimento, denominada de Cinquecento (1501 a 1600). A representação das figuras de Deus e de Adão está repleta de características humanistas: começa pela valorização dos corpos humanos, que são representados com todas as características fisiológicas humanas; Deus é apresentado com as mesmas dimensões de Adão. Ele apenas foi repre-sentado mais idoso (referência à sapiência).

106. Gabarito: b

Ao propor a leitura e a livre interpretação da Bíblia e a rela-ção direta dos homens com Deus, Lutero criticava o cará-ter de exploração dos fiéis que eram obrigados a comprar indulgências ou fazer doações à Igreja para conseguir um lugar longe do Inferno após a morte.

107. a) Os calvinistas são representados no lado esquerdo da

obra, com suas vestes negras e com livros em mãos. A

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81Caderno de Atividades / Livro do Professor

História

RENASCIMENTO E REFORMA

representação sugere a sobriedade individual, o rigor religioso e a utilização da Bíblia como elementos que fazem parte do ideário calvinista.

b) O século XVII é o período do apogeu comercial holandês, que pode ser explicado com base em aspectos como a constituição das companhias marítimas de comércio; o predomínio batavo no refino e a comercialização do açúcar produzido no Brasil e nas Antilhas; e a utilização de capitais holandeses nas áreas coloniais da Ásia, da África e da América. Os lucros obtidos nas atividades manufatureiras e a condição de potência marítima tor-naram a Holanda um dos principais centros econômi-cos europeus, ao mesmo tempo em que os holandeses enfrentaram a concorrência com Portugal, Espanha e Inglaterra no comércio marítimo.

108. a) O luteranismo recebeu a denominação em função do

pregador Martinho Lutero, monge integrante do clero católico que se revoltou contra os abusos cometidos pelos seus pares. A prática da venda de indulgência e a simonia foram duramente criticadas por Lutero. Os principais preceitos do luteranismo são a crença na sal-vação da alma pela fé, a proibição do culto aos santos e da veneração de imagens, a livre interpretação da Bí-blia, a aceitação de apenas dois sacramentos (batismo e eucaristia), a proibição das indulgências, a abolição do celibato clerical e a permissão do lucro. O calvinismo foi pregado por João Calvino, que es-tabeleceu os mesmo princípios de Lutero. Entretanto, Calvino foi mais radical em alguns setores. Além de reconhecer o lucro, permitiu o empréstimo a juros; de-fendeu a Doutrina da Predestinação, segundo a qual somente Deus tem o poder da salvação das almas, sendo que os homens já nascem com seu destino tra-çado pelos desígnios divinos; e estabeleceu na Suíça uma teocracia.

Anglicanismo: surgiu das discórdias entre o Rei Hen-rique VIII e o papa Clemente VII sobre a anulação do rei com Catarina de Aragão. Henrique VIII, por meio do Ato de Supremacia separou a Igreja inglesa da Igreja de Roma. E, ao contrário das outras igrejas protestantes que surgiram, o Anglicanismo manteve a organização católica. Foi a Rainha Elizabeth I, filha de Henrique VIII que organizou o Anglicanismo de acordo com as prega-ções de Lutero.

b) O luteranismo e o calvinismo propuseram mudanças que eram ansiadas por muitos europeus que se sentiam oprimidos pelas ações da Igreja Católica. Além disso, ao permitir práticas econômicas proibidas pela Igreja, o calvinismo e o luteranismo ganharam o apoio da bur-

guesia. O anglicanismo foi o resultado de um impasse entre a monarquia inglesa e a Igreja Católica. Como a estrutura da nova igreja se manteve muito parecida com a Católica, o anglicanismo não teve grande expan-são e se tornou a Igreja nacional da Inglaterra.

c) João Calvino permitiu o lucro e o empréstimo a juros, além de valorizar o trabalho, práticas que foram muito bem aceitas pela burguesia, que desejava liberdade de trabalho e de lucros.

109. Gabarito: a

O Edito de Nantes foi assinado pelo rei Henrique IV, em 1598, com o objetivo de acabar com as guerras entre cató-licos e protestantes (huguenotes) em território francês. Os conflitos religiosos estavam imbuídos de objetivos políticos, que levavam cada vez a França a vivenciar conflitos rurais e urbanos, assim como muitos assassinatos, inclusive de reis. Henrique IV assumiu o trono após se casar com Mar-garida de Valois, filha de Catarina de Médicis. Henrique IV se converteu ao catolicismo e assinou o Edito de Nantes que concedia liberdade religiosa e de culto aos huguenotes. Ele foi assassinado em 1610.

110. Gabarito: b

Martinho Lutero permitiu o lucro e valorizou o trabalho ao afirmar que a salvação da alma dependia exclusivamente da fé. Entretanto, foi João Calvino o reformador que estabe-leceu a Doutrina da Predestinação. A Igreja Católica afirma-va que a salvação dependia da alma e também das obras.

111. Gabarito: b

O anglicanismo foi implantado na Inglaterra pelo Rei Henri-que VIII, que desejava a anulação de seu casamento com a rainha Catarina de Aragão. Sem o consentimento do Papa, o rei criou a Igreja Anglicana, porém não alterou os rituais, a organização do clero ou a liturgia.

112. Gabarito: b

Thomas Münzer foi companheiro de Lutero nas pregações do Protestantismo. Entretanto, Münzer passou a conclamar os camponeses para que também tomassem terras dos se-nhores feudais e da Igreja Católica, assim como Martinho Lutero incentivava os nobres a retomarem as terras que passaram à Igreja como doação ou pagamento de indul-gências para a salvação da alma. Ao permanecer ao lado dos camponeses, Müntzer não contou com o apoio dos príncipes e morreu durante as revoltas camponesas.

113. Gabarito: c

A relação de livros proibidos aos católicos (Index) não foi revogada e existe ainda na atualidade com uma lista de aconselhamento aos fiéis.

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82 1ª. Série

ÁFRICA ATLÂNTICA

114. São várias as definições para os dois termos solicitados na questão proposta. E qualquer conceito que se formule ou que se utilize deve ser aplicável para os diversos períodos históricos nos quais diferentes contextos produziram carac-terísticas específicas para a escravidão. Por certo, alguns elementos podem ser destacados na escravidão indepen-dente do período ao qual se busca referência.

De acordo com Claude Meillasoux, a escravidão é “um modo de exploração que toma forma quando uma classe distinta de indivíduos se renova a partir da exploração de outra classe”. É quando se estrutura um sistema social que tem como base a exploração de um grupo de indivíduos, grupo este que se perpetua seja pela reprodução ou pelo comércio.

a) Escravidão é uma condição social imposta por um gru-po de homens a outro grupo de homens que estabelece a exploração destes por aqueles.

b) Escravismo é o sistema social que apresenta a escravi-dão como elemento fundamental para a sua organiza-ção econômica.

115. A questão possibilita a análise da região africana na atuali-dade, aproximando o contexto histórico trabalhado na uni-dade com a realidade do continente africano na atualidade.

a) O Sahel é composto pelos seguintes países: Senegal, Mauritânia, Mali, Burkina Faso, Níger, Nigéria, Chad, Su-dão, Sudão do Sul, Eritreia e Etiópia.

b) A região é caracterizada pela aridez climática, pelos baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), pelos altos índices de mortalidade infantil, pela baixa expec-tativa de vida em função da fome e das enfermidades. O analfabetismo também é um fator que atesta o sub-desenvolvimento da região.

116. Gabarito: a

A África desenvolveu intenso comércio com a Ásia muito antes de os portugueses iniciarem as viagens do périplo africano. Povos africanos produziam objetos que eram tro-cados por mercadorias do Oriente com grandes vantagens para os dois lados do comércio. A África era importante no cenário comercial internacional antes do século XV, porém os europeus com sua visão “eurocêntrica” apenas atribuí-ram importância à África com o início do comércio de es-cravizados. O texto-base da questão comprova que a África não vivia um isolamento cultural ou político como afirma-ram os historiadores europeus.

117. Gabarito: c

O tráfico de escravizados africanos para o Brasil teve início durante o século XVI por decisão do governador-geral Mem

de Sá. A decisão de implantar os engenhos de fabricação de açúcar, atividade que exigia grande quantidade de mão de obra, foi decisiva para a opção pela utilização da mão de obra escrava africana nas terras brasileiras. O comércio atlântico de escravizados africanos gerou grandes lucros à Metrópole e aos grandes produtores rurais que viviam no Brasil, outro motivo para que o tráfico de escravos continu-asse até o ano de 1850, quando a Lei Eusébio de Queirós proibiu o tráfico atlântico de escravos.

118. Gabarito: e

Kush chegou a ser parte do império egípcio, visto como vi-ce-reino, no século XV a.C. A situação se inverteu, já no sé-culo VIII a.C., quando os kushitas aproveitaram o enfraque-cimento do poder real egípcio para dominar o reino vizinho, fundando o que se conhece como a 25ª dinastia egípcia, ou dinastia dos faraós negros. Esse domínio não durou muito e já estava encerrado no século VII, quando os assírios invadi-ram o Egito. Em edifícios kushitas remanescentes no atual Sudão, encontram-se as marcas dessa união dos reinos, com imagens de faraós kushitas representados com as di-vindades kushitas e egípcias.

A economia dos kushitas, ainda que contasse com agriculto-res e criadores de animais, como cabritos, burros e cavalos, era marcada por intenso comércio. Eles realizavam comércio com o Egito, Roma e com áreas próximas ao mar Vermelho. Havia intensa extração de minérios (muitas vezes, usados nas trocas e atividades comerciais), além da venda de óleos, incenso, ébano, pedras preciosas, entre outros.

Além de importantes cidades, como Napata e Méroe, e ati-vidade comercial desenvolvida (Méroe, por exemplo, era importante entreposto comercial entre a África e o mar Ver-melho), o Império de Kush tinha também base administra-tiva organizada, contando com o rei, sua família, a nobreza (que ocupava cargos na administração) e os sacerdotes.

O Egito foi conquistado por persas (e assírios, macedônicos e romanos), porém o Império de Kush consolidou sua inde-pendência por mais de oito séculos, sendo conquistado pelo Império de Axum em 330 d.C. (provindos da atual Etiópia).

119. Gabarito: d

O enunciado deixa bem claro que o comércio de escraviza-dos não era o objetivo de comércio descrito. Dessa forma, a alternativa c pode ser considerada errada. As colônias portuguesas e espanholas não libertaram suas colônias de forma voluntária, informação que anula a alternativa a. Os estadunidenses apoiaram as lutas por emancipação políti-ca das colônias africanas, a partir da década de 1950, em função das disputas com a União Soviética durante a Guer-ra Fria. A Espanha conseguiu poucas colônias na África e todas localizadas na Costa Ocidental do continente.

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83Caderno de Atividades / Livro do Professor

História

ÁFRICA ATLÂNTICA 120. Gabarito: a

Os comerciantes de escravizados para envio a outros continentes, especialmente à América, fizeram acordos com líderes africanos para a obtenção dos indivíduos que seriam escravizados. Inicialmente, a obtenção dos escra-vizados e a comercialização em determinados pontos da costa atlântica da África seguiam as práticas já comuns no continente. Com o passar do tempo, os líderes africa-nos, cada vez mais dependentes dos produtos que obti-nham nesse comércio, passaram a fazer concessões aos

comerciantes “estrangeiros”.

121. Gabarito: b

A tabela com as informações a respeito da escravidão afri-cana aponta 169.370 escravizados para as colônias es-panholas da América e 29.275 para o Brasil. É importante destacar que a colonização do Brasil teve início em 1532 e somente durante o governo-geral de Mem de Sá foi de-terminada a utilização de mão de obra escravizada para o trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar.

POVOS DA AMÉRICA

122. Gabarito: A

No imaginário do povo europeu da Idade Média e do início da Idade Moderna, tudo o que não era europeu era estra-nho, exótico e primitivo. A gravura apresenta animais exó-ticos, como o tatu, aves estranhas aos europeus e povos indígenas que aparecem em vários pontos da gravura. A prática da guerra era comum entre os diversos povos indí-genas e foi incentivada pelos conquistadores que deseja-vam enfraquecer “seus inimigos”.

123. Gabarito: C

O Império Asteca apresentava uma organização que sur-preendeu muito os europeus com o avançado sistema de engenharia que possibilitou a construção de aquedutos e sistemas de irrigação, palácios grandiosos e pirâmides; a produção artesanal muito elaborada e diversificada e um comércio bastante desenvolvido.

Apesar de toda a infraestrutura e desenvolvimento econômi-co dos povos encontrados pelos espanhóis ao chegarem à América, faz-se preciso lembrar que, entre os conquistado-res, era vigente um forte sentimento de superioridade e uma visão de mundo em que os povos encontrados eram vistos como primitivos, sem religião e sem cultura. É justamente daí que surge o espanto narrado pelo cronista: conforme seu ponto de vista, como um povo tão “atrasado” e “primitivo”, como os nativos americanos, seria capaz de construções tão complexas? O texto do cronista espanhol Bernal Díaz, assim, reforça as relações desiguais que se estabeleciam entre os povos em contato naquele momento da história.

As relações entre os nativos americanos e os europeus não se deu em termos amistosos. Hernán Cortés chegou ao Império Asteca em 1519 e, dois anos depois, em 1521, a capital Tenochtitlán já estava sob seu domínio. O contato foi rápido e desastroso para os grupos nativos, que não resisti-ram às doenças, às armas e aos ataques dos europeus (que muitas vezes contaram com a ajuda de grupos inimigos aos que visavam atacar, a fim de conseguir a vitória e superar o desconhecimento que tinham do território, por exemplo). O

objetivo dos europeus era subjugar os povos nativos, enten-dendo-os como “infiéis” que deviam ser combatidos, pela glória de Deus e do catolicismo. As riquezas do território ex-plorado também eram, a partir de então, posses da Coroa.

124. Gabarito: c

Os colonizadores espanhóis aproveitaram algumas formas de escravidão presentes entre os povos indígenas ameri-canos e lançaram mão de grande quantidade de indígenas para o trabalho escravo. A mita presente entre os incas foi uma das práticas que os espanhóis mantiveram. A enco-menda também foi bastante empregada. No Brasil, apesar de os portugueses fazerem uso da mão de obra escrava indígena, o escravo atlântico africano garantia grandes lu-cros para a Metrópole, sendo, portanto, o mais utilizado na Colônia Brasil.

125. Gabarito: b

Cristóvão Colombo possuía uma missão pessoal que o le-vou a oferecer seus préstimos aos reis espanhóis em um projeto de expansão territorial e de obtenção de riquezas. Ao chegar à América, o navegador, com a intenção de pro-var que sua missão estava cumprida, insistiu na afirma-ção de que estava na costa oriental das Índias e que havia provado a esfericidade da Terra. Realizou quatro viagens ao continente americano, mas morreu repetindo que havia chegado às Índias.

126. Gabarito: c

Espanhóis e portugueses desejavam com a colonização ampliar o fluxo de riquezas para as metrópoles. Inicialmen-te, esses dois reinos buscaram produtos que pudessem extrair com o auxílio das populações nativas (ouro, prata, pau-brasil, etc.). A próxima fase de exploração das colô-nias foi o estabelecimento de lavouras monocultoras com a utilização de mão de obra escravizada, indígena, no caso da maioria das colônias espanholas, e africana, no caso do Brasil e de algumas ilhas do Caribe.

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84 1ª. Série

ÁFRICA, AMÉRICA, ÁSIA, EUROPA E OCEANIA: UM MUNDO

127. a) A existência de redes comerciais, a organização de Es-

tados, impérios e dinastias, assim como a organização militar e de defesa, são elementos que indicam algu-mas das dinâmicas das sociedades africanas antes da chegada dos portugueses.

b) A organização do tráfico pelos portugueses incluía o es-tabelecimento de feitorias para a obtenção de escravos, o estabelecimento de uma rede comercial atlântica que incluía Portugal, a América e a África (com suas dinâ-micas internas), e a adoção do escambo como forma de comércio.

128. Gabarito: b

A questão é excelente para retomar vários povos que foram estudados durante o ano escolar.

Os incas, habitantes de terras marcadas pela presença da Cordilheira dos Andes, praticavam a agricultura nos terra-ços que escavavam nas montanhas. O milho e a batata, originários da América, eram a base da alimentação inca.

Os egípcios viviam às margens do rio Nilo. Os mesopotâmi-cos ocupavam as terras situadas entre os rios Tigre e Eu-frates. O Planalto da Anatólia está localizado atualmente no Oriente Médio (na Antiguidade Região do Crescente Fértil).

129. Gabarito: 39 (01 – 02 – 04 – 32)

Todo período histórico carrega muito do passado imediato ou longínquo, conferindo características novas ao seu tem-po, no qual se somam as heranças de gerações anterio-res. O Renascimento pode ser observado de acordo com tal observação. A Cultura Clássica foi reavivada e passou

a influenciar a vida e as produções humanas. Entretanto, diante da impossibilidade de descartar toda a influência religiosa que havia sido imposta pela Igreja católica, os homens do Renascimento passaram a mesclar hábitos fin-cados no catolicismo com novas experiências mais livres e independentes. Os artistas continuaram por muito tempo a representar temas bíblicos, entretanto, ambientados em cenas terrenas.

130. Gabarito: a

Nicolau Maquiavel escreveu a obra O príncipe na qual de-fende o governo absolutista com total supremacia do rei so-bre a população. Os iluministas defenderam a liberdade em todos os setores da sociedade, inclusive na política. Mon-tesquieu, pensador iluminista, defendia a triparticipação dos Poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciá-rio. Jacques Bossuet foi o criador da Teoria do Direito Divino dos Reis e consequentemente defensor do absolutismo. Po-rém, o enunciado da questão faz menção ao príncipe, termo que pode ser melhor associado à produção de Maquiavel.

131. Gabarito: a

O movimento protestante levou a Igreja Católica a tomar medidas que tinham por objetivo organizar a Igreja, difundir o cristianismo (católico) por meio da catequese e conver-são e também amedrontar os homens para esses perma-necessem fiéis ao catolicismo. O Tribunal da Inquisição foi utilizado com essa intenção. Bastava apenas uma denúncia mesmo que sem provas para os acusados fossem alvos da Inquisição. Especialmente as mulheres foram alvo de tais perseguições em função da associação do feminino com o pecado original.