historiografia brasileira
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Atividade acadêmica apresentada como avaliação para a disciplina de Historiografia BrasileiraTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CAMPUS IV – CABO FRIO
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA
PROFESSOR: JOÃO GILBERTO
ALUNO: DANIEL SANTANNA LIMA
MATRÍCULA: 052170160
Proposta de Trabalho: Análise comparativa do filme “Policarpo Quaresma –
Herói Brasileiro com o texto de Astor Antônio Diehl, intitulado: “A Cultura
Historiográfica Brasileira”.
Inicialmente, é de suma importância situarmos “cronologicamente” a análise
para que tenhamos uma clara idéia do contexto apresentado no filme, bem como dos
pontos em que o texto faz alusão a algumas características presentes nas cenas exibidas.
O filme remonta ao início do período republicano no Brasil (1893), sob o
governo dos militares. Segundo o texto, neste período a historiografia brasileira ainda
estava “atada” ao modelo metodológico utilizado no século XIX notoriamente
positivista e havia ainda uma preocupação com a questão da identidade nacional. Isso é
mostrado no filme claramente, bastando apenas observarmos a preocupação de
Policarpo com a utilização dos métodos científicos, (tanto em atividades práticas, como
intelectuais) e a sua confiança exacerbada na ciência, para o alcance do progresso, além
da exaltação feita aos aspectos nacionais (tipologia do brasileiro).
Percebe-se também um forte conservadorismo, por parte dos políticos e
intelectuais, quando Policarpo tenta expor suas idéias inovadoras de mudança radical da
língua vernácula (Português) para o idioma indígena (tupi-guarani) e é considerado
louco. Há um trecho no texto que explicita bem a bem a preocupação encontrada na
personagem Policarpo Quaresma, apontando que no período de crise das oligarquias,
houve uma grande “efervescência cultural” e que os intelectuais do período
preocupavam-se realmente em “expor suas idéias por escrito, apresentar suas
interpretações do presente e suas sugestões quanto ao futuro do país” . O curioso é que o
contexto em que se encontra a personagem do filme é anterior ao período da crise e
portanto, correspondente ao apogeu das oligarquias.
Avançando um pouco mais encontramos a questão do “Bacharelismo”, citada
por Diehl e apresentada de forma claríssima na personagem do Ator Antonio Calonni,
que é um bacharel infiltrado no meio político, sempre articulando e buscando uma
coloração no Estado (cargo público). Em diversos diálogos, a personagem afirma a
importância dos bacharéis, como elite que deve dirigir o país.
Finalizando, o que se pôde observar de modo geral, foi um retrato da “geração
criticada” (segundo texto), pelo movimento modernista (se é que se pode chamar desta
forma), embora no filme, apareçam alguns elementos do pensamento modernista que
critica o contexto apresentado (é o caso do protagonista Policarpo Quaresma). Seria
então, Policarpo Quaresma um “elemento anacrônico” dentro do contexto apresentado
do filme? Fica o debate.