histórico do teatro popular de ilhéus

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O Teatro Popular de Ilhéus surge em 1995 fundado pelo ator e diretor Équio Reis. Nesses 17 anos foram dezenas de montagens e intervenções artísticas nas comunidades, desde o início das atividades do grupo as manifestações da cultura popular sempre estiveram inseridas, na tentativa de retomar a própria identidade cultural e o teatro popular como mecanismo de transformação social, além da pesquisa sobre o Teatro Épico de Bertolt Brecht que será mais evidente no que podemos chamar de segundo momento do grupo.

Histórico

Comviver Canta os Oprimidos2001 / Texto e direção de Romualdo Lisboa

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A primeira formação do Teatro Popular de Ilhéus foi composta pelos atores Romualdo Lisboa, Tânia Barbosa, Fabio Silva, Franklin Costa, Tereza Damásio, Adelson Costa e Val Kakau. A estréia do grupo é com a encenação de “A estória engraçada e singela de Fuscão – o quase capão – e o cabo eleitoral”, de Équio Reis que nesse momento é também o diretor. O grupo seguirá com o propósito de fazer um teatro que seja independente e se aproxime do povo, e com isso em 1996 encenam “A Via Sacra”, de Henri Ghéon, nas escadarias da Catedral de São Sebastião no centro de Ilhéus e percorrem no ano seguinte por cinco bairros do município alcançando um grande público. Este mesmo espetáculo foi remontado sob direção de Romualdo Lisboa mais três vezes, 2001, 2002 e 2003.

A Via Sacra1996 / de Henri GheonDireção de Équio Reis

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Équio Reis ficará à frente do grupo de 1995 a 2001, sob sua direção realizaram também as montagens: 1998 - “O Bonequeiro Vitalino” auto natalino de Jurema Pena. 1999 – “O Filhote de Espantalho” infantil de Eduardo Wadington, 2000 e 2001 voltam às escadarias da catedral com “O Boi e o Burro a caminho de Belém” auto natalino de Maria Clara Machado.

O Bonequeiro Vitalino1998 / de Jurema PenaDireção de Équio Reis

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Em março de 2001 Équio morre e Romualdo Lisboa assume a direção montando no mesmo ano “O Fiscal e a fateira”, de Équio Reis em sua homenagem.

Équio Reis em apresentaçãode O Bonequeiro Vitalino1998

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No segundo momento, com Romualdo à frente, o Teatro Popular de Ilhéus monta: 2001- “O Palácio Verde-Gaio” infantil de Júlio César Ramalho e “Auto dos Navegantes” de Romualdo Lisboa, espetáculo encomendado pela Capitânia dos Portos de Ilhéus.

Auto dos Navegantes2001 / texto e direção de Romualdo Lisboa

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2002 – “Da História, ás estórias de Gabriela e seu Amado, de Romualdo Lisboa, esse espetáculo contou com mais de cinquenta atores, figurantes e técnicos, foi uma realização da Ilhéustur com o propósito de proporcionar ao turista mais informação a respeito da história da cidade. Neste ano o TPI assume a coordenação da Casa dos Artistas e cria o Teatro Pedro Mattos, mais uma sala de espetáculo na cidade cuja estréia será com o clássico “Sgnarello - O Corno Imaginário”, de Moliére (Tradução de Miécio Táti) direção de Romualdo Lisboa.

Sganarello - O Corno Imaginário2002 / Texto de MolièreDireção de Romualdo Lisboa

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2003 – Estréia Pega pá Capá espetáculo de grande sucesso que ficará em cartaz durante seis anos. Neste ano o grupo se divide em dois núcleos –adulto e infanto-juvenil - com as montagens de “Ita Um Tupinambá em Busca do Manto Sagrado”, de Romualdo Lisboa e “A Gema do Ovo da Ema” de Silvia Ortoff espetáculos infanto-juvenis dirigidos por Tânia Barbosa e “O Quadro” teatro adulto com texto e direção de Romualdo Lisboa.

Pega pa Capá2003 / Textos de Franklin Costa e Équio ReisDireção de Romualdo Lisboa

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2004 – Montagem e estréia de “Lampiaço – O Rei do Cangão” texto de Walmir José direção de Tânia Barbosa e novamente “A estória engraçada e singela de Fuscão – o quase capão – e o cabo eleitoral”, de Équio Reis e direção de Romualdo Lisboa, essa montagem recebeu o Prêmio de Estímulo á Montagem de Teatro da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Neste mesmo ano Romualdo remonta o espetáculo “O Contador de Histórias Grapiúnas” com José Delmo.

Lampiaço - o Rei do Cangão2004 / de Walmir JoséDireção de Tânia Barbosa

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2005 – Recebeu o Prêmio de Estímulo á Montagem de Teatro da Fundação Cultural do Estado da Bahia pela montagem de “4RUMO”, texto e direção de Romualdo Lisboa com parceria da Escola Agrícola Comunitária Margarida Alves e traz no elenco estudantes, professores e técnicos da escola. No ano seguinte o espetáculo fará temporada de um mês na Áustria e Itália. Neste ano também se inicia as comemorações dos 10 anos de TPI e é lançado o projeto Teatro de Todos os Dias – com palestras, encontros, leituras dramáticas reunindo os anos de estudos sobre teatro épico e teatro popular e a montagem e estréia de “Os Fuzis da Senhora Carrar” de Bertolt Brecht com direção de Romualdo Lisboa.

Os Fuzis da Senhora Carrar2005 / Texto de Bertolt BrechtDireção de Romualdo Lisboa

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2006 – Montagem e estréia de “Teodorico Majestade as últimas horas de um prefeito” texto e direção de Romualdo Lisboa, esse espetáculo está quatro anos em cartaz alcançando um grande público na cidade de Ilhéus, a montagem integrou as manifestações durante o processo de cassação de Valderico Reis em 2007. Recebeu duas indicações ao Prêmio Braskem de 2008, melhor ator para Ely Izidro e melhor texto para Romualdo Lisboa. Atualmente participa do projeto de ocupação de espaços culturais da Caixa, fazendo uma temporada na cidade do Rio de Janeiro em setembro de 2010.

Teodorico MajestadeAs últimas horas de um Prefeito2006 / Texto e direçãode Romualdo Lisboa

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Ainda em 2006 o Teatro Popular de Ilhéus recebe o Prêmio Myriam Muniz da Funarte e realiza o LINFA - Laboratório de Investigação e Formação do Ator, com diretores e atores de 12 cidades da região Sul da Bahia. O encontro aconteceu durante duas semanas e contou com coordenação de Hirton Fernandes.

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2009 – O TPI inicia em janeiro a montagem de “Vida de Galileu” de Bertolt Brecht e direção de Romualdo Lisboa, a convite do Grupo de Astrofísica da Uesc – Universidade Estadual de Santa Cruz – após um ano e um mês a montagem é concluída. A estréia é em fevereiro de 2010, fazendo parte das comemorações dos 15 anos da existência do grupo e pode-se dizer que é uma busca mais radical dos estudos sobre Teatro Épico de Bertolt Brecht e as técnicas de Teatro Popular. O espetáculo estréia em 20 de fevereiro de 2010.

Vida de Galileu2010 / A partir do texto de Bertolt BrechtDireção de Romualdo Lisboa

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O Teatro Popular de Ilhéus é Ponto de Cultura da Bahia e hoje mantem o espaço Casa dos Artistas através de convênio com a Secretaria de Cultura do Estado.

O Contador de Histórias Grapiúnas2005 / Textos de autores grapiúnasDireção de Romualdo Lisboa

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OUTROS OLHARES NESTE MUNDO DE MIOPIA COLETIVA um breve histórico do

processo de montagem

Há muito tempo nos inquietam os olhares da sociedade sobre os problemas mais recorrentes como o aumento da violência, corrupção e miséria. Os mendigos e meninos de rua já fazem parte da visão panorâmica das cidades, eles estão anexados as ruas, becos e marquises de modo que já não são vistos. O ladrão, preso por transeuntes no centro da cidade, é linchado com tamanha violência que nos faz pensar nas torturas de outrora. Agressão física é coisa tão banal que dois meninos, lutando por uma lata de cola, se mordendo, rasgando, esfaqueando, se matando, sequer abala o policial da esquina. As corrupções, as pequenas, aquelas corrupçõezinhas, já fazem parte da vida das cidades, como um jeitinho que se encontra para sair de um “aperto”. Já se ensinam aos filhos como enganar o professor, fazendo uma cópia da pesquisa pela internet, ou apenas mudando as palavras de um texto do colega para conseguir a nota. As filas, as diversas filas que temos que enfrentar nas cidades, são objetos de estratégias de guerra para serem furadas. Os miseráveis são inventados nas escolas quase como ficção, são parte de uma sociedade paralela que, segundo as religiões, pagam por pecados capitais ou pecados de outras vidas. Então, parece-nos que há uma distorção grave, uma miopia coletiva que precisa ser combatida.Foi diante destas inquietações que o Teatro Popular de Ilhéus resolveu iniciar um estudo que chamou de “Outros Olhares”. Claro que não se trata de um estudo científico de problemas sociais, mas nos propusemos a criar janelas, talvez portas, que pudessem mostrar um outro olhar sobre algumas questões que consideramos relevantes. Tudo isso a partir de um processo criativo de teatro, buscando uma representação que nos aproximasse sempre mais de um diálogo com o público sem amarras, preconceitos ou discriminações.

Tudo começou no final de 2008, quando fomos procurados por dois astrofísicos, professores da UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz - e integrantes do Grupo de Astrofísica desta universidade, Jules Soares e Leandro Kerber. Eles queriam levar às praças e escolas, um espetáculo que tratasse de astronomia, tendo em vista o ano da astronomia que estava prestes a começar. Então veio a oportunidade de dar continuidade a uma pesquisa que começamos em 2005 com a montagem de “Os Fuzis da Senhora Carrar”, o projeto Teatro de Todos os Dias, quando fizemos algumas intervenções no quotidiano da cidade, através de encontros com Associações de Moradores e Sindicatos. Seria mais uma possibilidade de estudar o que nós fizemos do Teatro Épico de Brecht e que Équio Reis chamava de Teatro Épico do Teatro Popular de Ilhéus. Resolvemos montar Vida de Galileu.

Partimos, como sempre fazemos, do trabalho de interpretação da nossa última montagem, “Teodorico Majestade – as últimas horas de um Prefeito”, quando das xilogravuras descobrimos movimentos que nos remeteram às marionetes, bonecos de Olinda e a um estudo sobre o clown feito por Federico Felini. Assim, neste novo processo de montagem, nasceram os “mondrongos”, figuras grotescas, defeituosas, desajeitadas e em constante desequilíbrio, como a nossa sociedade. Durante este processo criamos duas intervenções artísticas no centro comercial de Ilhéus: na primeira os atores, muito bem vestidos com trajes de noite, ocuparam as calçadas, sentados no chão ao lado de sacos de lixo. Eles não mendigavam, não falavam, somente trocavam olhares com os passantes, que em alguns casos tentaram, em conversas rápidas, saber quem eram, porque estavam ali, se precisavam de ajuda. Outro fato nesta intervenção foi a diferença de atitude do público em relação aos atores e atrizes negros e brancos. Quando se tratava de um ator ou atriz branco alguns se colocavam indignados com a “situação social do país” que leva pessoas assim à miséria. Na segunda intervenção o grupo se dividiu a partir de cenas que representavam violências do

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cotidiano: uma mulher agredida por um homem, torcedores brigando, um homem estuprando uma jovem, dois meninos cheirando cola. Os atores ficavam imóveis durante um tempo, fixando para o público uma determinada cena de violência, em seguida eles invertiam as posições, os agredidos passavam a agressores, de modo que o público pode se posicionar diante da cena. De um modo geral, quase todos se indignavam quando era a mulher a agressora e o homem o agredido. O final desta intervenção aconteceu num ponto de ônibus lotado com uma cena que representava uma chacina. Neste ponto, o grupo foi interrompido pela ação da polícia, que gentilmente pediu que os atores se retirassem.

À essa altura do processo de criação já estávamos trabalhando na dramaturgia. Optamos por não mexer no texto de Brecht mas, a partir dele, alterar algumas cenas, recriar outras e transformar alguns textos em letras de música.

Em março de 2009, Jules Soares trouxe a notícia: “não temos recurso para a montagem”. O projeto que tramitava em uma instituição de apoio à divulgação científica não fora aprovado. Decidimos não interromper a montagem. As primeiras leituras do texto só aconteceram depois que os atores já tinham trabalhado o corpo, através de um treinamento duro, com aulas de dança, aeroboxe, karatê e outros exercícios de condicionamento físico. Tudo aliado à criação dos “mondrongos”. À medida em que eu reescrevia o texto, Cabeça se desdobrava em criar uma trilha sonora original, totalmente distante dos estereótipos convencionais. “Eu quero rock'n roll”. Quando o texto ficou pronto, as músicas e trilha, e o elenco definido, estávamos em pleno estudo sobre as descobertas astronômicas de Galileu e seus revezes históricos e filosóficos. Para isso nos reuníamos no projeto “Improviso, Oxente!” da Casa dos Artistas, um espaço de debate e troca de experiências que reuniu mestres, doutores, o elenco da montagem e o público, em torno de discussões que nos levaram ao aprofundamento teórico e à compreensão mais clara do que representa Galileu para a história da ciência. Por outro lado desenvolvemos encontros do elenco com especialistas em estudos sobre capitalismo e socialismo, suas contradições históricas e o papel da arte na construção de uma análise critica sobre os meios de produção.

De posse dos conteúdos partimos para a montagem do espetáculo, em julho de 2009. A primeira idéia era que deveríamos sair da Casa dos Artistas, buscar um outro espaço, pensamos num circo. “Este espetáculo é circense, nossos mondrongos vão caber muito bem nele”. O circo ficou inviável pelo simples fato de não termos recurso para comprá-lo. O projeto ficou para outro momento. E foi lamentando o fato de não termos recurso para adquirir um circo que a visão de um certo casarão

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TextoBertolt Brechtadaptação de texto e letras de músicas – Romualdo Lisboa

DireçãoRomualdo Lisboaassistente de direção das crianças – Tânia Barbosa

Direção Musical composição e arranjosCabeça

Preparação vocalAntônio Melo

Preparação corporaldança - Aldenor Garcia, aerobox – Marcelo,lutas marciais - Germano Lopes

CenáriosRomualdo Lisboa e Cabeçacarpintaria – Cabeça, Mestre Dito,pintura de espaços e móveis – Rildo Moreira,confecção de móveis e espaços alternativos – Cabeça,confecção de lareira e baú – Rogério Tomás

FigurinosTânia Barbosadesenho figurino base – Justino Vianna,assistência de execução de figurinos – Luciene Nunes,costureira – Maria Sônia, reaproveitamento de retalhospara confecção dos figurinos – o elenco

IluminaçãoEly Izidroassistente de iluminação e operador de luz – Júlio

AdereçosTânia Barbosaexecução de instrumentos de Galileu – Cabeça e Leandro Kerber,consultoria para criação de ferramentas e acessórios de pesquisa de Galileu – Jules Batista Soares

Criação de vídeoRomualdo Lisboaedição – Felipe de Paula, consultoria – Jules Soares e Leandro Kerber,executado na ilha de edição do Núcleo de Produção Audiovisual da Casa dos Artistas – Ponto de Cultura da Bahia

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ELENCO

Aldenor Garcia - Procurador, Conselheiro, Um Prelado, Um Alto Funcionário, Um Indivíduo, Segundo Guarda

Amauri Oliveira – Ludovico Marsili, O Filósofo, Cardeal Inquisidor, Homem da Peste

Elielton Cabeça – Procurador, O Matemático, Astrônomo II, Sr. Múcio, O Monge de Guarda

Davi Melo – Procurador, Federzoni, O Escrivão

Ely Izidro – Galileu, Procurador

Germano Lopes – Procurador, Doge, O Mestre-Sala, Astrônomo I, Andrea adulto

Guilherme Bruno – Galileu, Procurador, Outro Homem da Peste, Pequeno Monge, Primeiro Secretário, Cosmo de Medici adulto

Larissa Paixão – Virgínia adolescente

Luciene Nunes – Conselheiro, A Mulher da Janela

Pablo Lisboa – Cosmo de Médici criança, Segundo Menino

Potira Castro – Virgínia jovem, Clávio, Cardeal Barberini (O Papa)

Ricardo Barreto – Procurador, Sagredo, Segundo Secretário, Vanni, Primeiro Guarda

Ruan Lisboa – Andrea criança, Primeiro Menino

Tânia Barbosa – Dona Sarti, Cardeal Bellarmino

BANDA

Cabeça – violão e guitarraDavi - contra-baixoPablo Lisboa – bateria e percussãoPotira Castro – flauta doceRicardo Barreto – bateria, contra-baixo e percussãoO Elenco - coro

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Em meados de 2007, Ilhéus cidade do Sul da Bahia, passava por um momento histórico bastante incomum: o povo saiu às ruas para exigir a renúncia do Prefeito, que implantou “um mar de lama” na máquina administrativa municipal.O que esse fato tem a ver com um grupo de teatro? É que no final de 2006, o Teatro Popular de Ilhéus estreou um espetáculo que ganhou os bairros, distritos, ruas, espaços culturais, associações de moradores , Igrejas , terreiros de candomblé... “Teodorico Majestade – as últimas horas de um Prefeito” foi uma exigência do público que frequenta a Casa dos Artistas - sede do grupo e espaço cultural de grande importância para o movimento artístico da região. A montagem nasceu de uma necessidade urgente de dialogar com a sociedade sobre seu papel diante dos fatos que estampavam as primeiras páginas dos jornais. De bairro em bairro, de apresentações seguidas de debates sobre cidadania, um movimento foi tomando conta das ruas, chegou à Câmara de Vereadores e inflamou uma cidade a dizer não à corrupção.Mas, para além do discurso político, do enfrentamento de problemas sociais o “Teodorico” representa uma postura estética que privilegia a cultura popular em suas manifestações, ressaltando o protagonismo das comunidades afastadas do “Centro”, mas que formam os “outros centros”. Para a montagem, o grupo se dedicou a uma pesquisa sobre a Literatura de Cordel e foi das páginas dos cordéis com rimas, métricas e gingados próprios que o Teatro Popular de Ilhéus teceu um espetáculo.“Teodorico Majestade – as última horas de um Prefeito” apresenta por dentro, o jogo das mazelas de muitos “homens públicos”,

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através dos conchavos e falcatruas praticadas na Prefeitura de Ilha Bela, cidade fictícia cravada em algum lugar do Brasil.O Prefeito Teodorico Majestade está prestes a perder o seu mandato por causa de denúncias que vieram a público. O povo está à porta da Prefeitura pedindo sua saída, a Câmara de Vereadores já não o apoia mais, os artistas fizeram uma peça sobre ele. Uma representante do povo é convidada para uma conversa particular. É ela, Maria das Armas, a última esperança de Teodorico e seus comparsas. Será que Maria das Armas vai aceitar um acordo? Será que Teodorico se mantém no poder?Uma sátira, uma galhofa, um diálogo com o público sobre responsabilidades e cidadania.

Ficha técnica

Texto e direção: Romualdo LisboaTrilha Sonora e composições: Elielton CabeçaProdução: Rogério MatosFigurinos: Tânia BarbosaCenário: C. MakaléIluminação: Ely IzidroCenotécnica: Rogério MatosImagens: Ricardo KonkáGravação (áudio): Karoline VitalVoz off: Romualdo Lisboa

Ely Izidro

Elenco

Cantador: Elielton CabeçaTeodorico Majestade: Ely IzidroMalote: Takaro VítorGersinaldo Quina: Aldenor GarciaMaria das Armas: Tânia Barbosa

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Em 2010, a Fundação Cultural do Estado da Bahia, através do edital Manoel Lopes Pontes, de

estímulo à montagem de espetáculo teatral, seleciona o projeto Nazareno Contra o Dragão da

Maldade.

A montagem, inspirada em fatos reais, narra o drama de Nazareno, Presidente da Associação de

Moradores de Vila Nazaré, bairro periférico de Ilhéus. Sua luta pela melhoria da qualidade de

vida do povo de seu bairro é levada às últimas consequências através de manifestações

solitárias. Com uma cruz às costas e a fé inabalável em Oxossi, São Jorge, ele caminha pelas ruas

da cidade, exemplo de coragem e determinação. Catador de caranguejos, pescador, ele combate

a fome às margens do Rio Cachoeira, de onde tira o sustento dos dois filhos e da mulher.

A peça é uma homenagem a "Barreto", Presidente da Associação de Moradores de Vila Nazaré,

que inspirou a criação do espetáculo, com suas manifestações em meados da década de de 1990,

quando saía às ruas de bicicleta e pintado com lama de mangue.

O processo de montagem se iniciou com uma série de debates sobre mobilização social, no projeto Improviso, Oxente!, que acontece às quartas-feiras na Casa dos Artistas. A Associação Ação Ilhéus, organização que tem se destacado no cenário político e social de Ilhéus na luta por políticas públicas, se responsabilizou pela articulação dos debates. O conteúdo dos debates, o aprofundamento dos temas contribuíram para os atores e equipe na construção do espetáculo.

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O espetáculo mistura teatro e vídeo ampliando assim os limites do palco e provocando o público a assumir uma postura crítica diante dos acontecimentos apresentados. O chão é coberto de barro. A ambientação misturada com uma surpreendente cenografia, ajuda a transportar os presentes para a comunidade que serve de pano de fundo para a trama: a Vila Nazaré.

Ficha técnica

Texto e direção: Romualdo LisboaTrilha Sonora e composições: Elielton CabeçaProdução: Rogério Matos

Elenco

Elielton CabeçaEly IzidroTânia Barbosa

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Em 2012, O Inspetor Geral foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro e faz temporadas ainda no primeiro semestre em Salvador e participação nos festivais de teatro de Curitiba e do Rio de Janeiro. De acordo com o crítico Valmir Santos “ao apropriar-se do clássico O inspetor geral, de Nikolai Gógol, o Teatro Popular de Ilhéus exercita uma espécie de antropofagia com causa. Subverte as artimanhas do andar de cima com as ferramentas e a poética da cultura popular.

Evoca o cordel, a manipulação de bonecos e os folguedos para deglutir o sistema com a sofisticação da sátira universal. O resultado é um espetáculo com liberdade e ironia para ler as contradições de seu tempo e lugar. No caso, o município-berço no sul da Bahia e o contexto das reviravoltas institucionais transcorridas desde meados da década passada, impulsionadas pela consciência e mobilização dos moradores contra a corrupção.”

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Texto e direçãoROMUALDO LISBOA

ElencoHERMILO MENEZESTÂNIA BARBOSAELY IZIDROTAKARO VITORALDENOR GARCIAROGÉRIO MATOSELIELTON CABEÇAGUILHERME BRUNOLARISSA PAIXÃO

Participação em OffGIL GOMES

CenografiaC. MAKALÉ

Preparação VocalANTÔNIO MELO

Preparação CorporalALIDA PELLANDA

Figurinos, Maquiagem e AdereçosJUSTINO VIANNA

CostureirasGILDECY SOARESGRISLEIDE SOARES

CarpintariaÁLVARO COSTA VIEIRA

IluminaçãoELY IZIDRO

Composições e Trilha SonoraELIELTON CABEÇA

Direção de ProduçãoELSON ROSÁRIO

FICHA TÉCNICA

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Clipping

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