histórico das constituições

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INTRODUÇÃO Não se pode falar em Constituição sem falar em Sociedade e no Brasil não existe a possibilidade de falarmos de Sociedade e de Constituição sem nos remetermos a história. Em um período relativamente curto em que nações como os Estados Unidos da América tiveram apenas uma única carta, ou a Inglaterra que não teve nenhum documento solenemente escrito, nós brasileiros estamos sob a égide da sétima constituição (Não contando como nova carta a Emenda Constitucional 01 /1969). Cada carta tem seu sentido especial inserido em um contexto histórico-social que demonstra a evolução do Povo brasileiro desde 1824 em um momento pós-independência, entretanto monárquico e uma constituição totalmente democrática nascida de uma Assembleia Nacional Constituinte em um momento pós-redemocratização em 1988. Neste meio tempo tivemos conflitos internos como a Revolução Constitucionalista de 1932, e conflitos externos como as duas Grandes Guerras do Século XX e a Guerra Fria. Alguns outros momentos políticos como a Proclamação da República, a Ditadura Militar, a crise econômica de 1929, o Estado do Bem Estar Social (WelfareState) e o primeiro governo de Getúlio Vargas podem ser considerados momentos marcantes para o nosso constitucionalismo. O presente trabalho pretende abordar de forma sintética e explicativa as principais características das Constituições de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946 e 1964 e consequentemente a preparação da sociedade para a nossa nova carta magna de 1988.

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Histórico de todas as constituições

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INTRODUONo se pode falar em Constituio sem falar em Sociedade e no Brasil no existe a possibilidade de falarmos de Sociedade e de Constituio sem nos remetermos a histria. Em um perodo relativamente curto em que naes como os Estados Unidos da Amrica tiveram apenas uma nica carta, ou a Inglaterra que no teve nenhum documento solenemente escrito, ns brasileiros estamos sob a gide da stima constituio (No contando como nova carta a Emenda Constitucional 01 /1969).Cada carta tem seu sentido especial inserido em um contexto histrico-social que demonstra a evoluo do Povo brasileiro desde 1824 em um momento ps-independncia, entretanto monrquico e uma constituio totalmente democrtica nascida de uma Assembleia Nacional Constituinte em um momento ps-redemocratizao em 1988. Neste meio tempo tivemos conflitos internos como a Revoluo Constitucionalista de 1932, e conflitos externos como as duas Grandes Guerras do Sculo XX e a Guerra Fria.Alguns outros momentos polticos como a Proclamao da Repblica, a Ditadura Militar, a crise econmica de 1929, o Estado do Bem Estar Social (WelfareState) e o primeiro governo de Getlio Vargas podem ser considerados momentos marcantes para o nosso constitucionalismo.O presente trabalho pretende abordar de forma sinttica e explicativa as principais caractersticas das Constituies de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946 e 1964 e consequentemente a preparao da sociedade para a nossa nova carta magna de 1988.No existe sociedade sem direito, e no existe direito sem Direito Constitucional e por mais que no estejam escritas, no existe no mundo uma nica sociedade sem uma Constituio norteadora dos princpios do Estado que a rege.

CAPITULO I UMA BREVE INTRODUO A TEORIA GERAL DO ESTADO E AO DIREITO CONSTITUCIONAL1.1 Introduo Para a melhor compreenso deste trabalho, estaremos abordando de forma sucinta alguns dos principais pontos da Teoria Geral do Estado (Cincia Poltica) e dos Direitos Fundamentais inerentes ao homem, que o centro de toda a discusso.O estudo das constituies o objeto da disciplina de Direito Constitucional, ramo do direito pblico que considerado a base de qualquer outro ramo da cincia jurdica e para que esta ideia esteja fixada, precisaremos entender as influncias externas e internas na nossa carta maior.O nosso direito, ao contrrio do direito anglo-saxo que consuetudinrio, tem influncia romana, ou seja, baseada na civil Law, em outras palavras, existe a predominncia de documentos escritos pelo poder constituinte originrio, que partindo do pressuposto de Constituio total reflete o momento histrico, poltico, social e jurdico em que o nosso pas se encontrava no momento da criao da carta.Algumas de nossas constituies foram outorgadas, como por exemplo, as cartas de 1824, 1937, 1967, impostas pelos governantes da poca de forma autoritria, tirando do povo o seu poder original e as promulgadas, reflexo da vontade do povo, elaboradas por uma Assembleia Nacional Constituinte, o que foi o caso das cartas de 1891, 1934 e 1946.Entre elas, podemos observar a evoluo dos temas abordados, acompanhando a evoluo dos direitos da populao brasileira, sendo a primeira carta maior, sinttica, tendo elas passado pela criao do Cdigo Civil, Consolidao das Leis Trabalhistas, do Cdigo Tributrio Nacional, do Cdigo Penal at a promulgao da Constituio de 1988 que estabeleceu para os cidados direitos e garantias fundamentais e colocou a sociedade brasileira com uma viso moldada para o futuro, trazendo o bem comum como finalidade primordial a ser alcanada. 1.2 Breve Relato HistricoDepois de mais de 300 anos como colnia de Portugal, o Brasil passou a ser sede do Reino de Unido de Portugal, Brasil e Algraves, estando o Brasil subordinado as leis da coroa portuguesa.Durante a vigncia da primeira constituio, fomos governados pelos monarcas, Dom Pedro I e Dom Pedro II e no final ns tivemos a abolio da escravatura e a proclamao da Repblica que acabaram por clamar uma nova ordem constitucional para o nosso pas.A segunda constituio promulgada em 1891, em sua essncia demonstrava o espirito republicano que pairava sobre o Brasil, a crise estabelecida pela Primeira Guerra Mundial, A Crise econmica de 1929 e os movimentos dos negros em busca da igualdade pregada desde os primrdios da Revoluo Francesa, como a Revolta da Vacina e a Revolta da Chibata no incio do sculo XX, o seu fim deu-se pelo golpe estabelecido por Getlio Vargas que previa a derrubada desta constituio.A terceira carta, a que teve vida mais curta, foi reflexo do conflito ocorrido na Revoluo Constitucionalista de 1932 em que os paulistas representavam um contraponto ao governo de Getlio Vargas, trazendo a esta carta um enfoque progressista, confirmando o carter republicano do pas.Entretanto a quarta carta, promulgada em 1937, trouxe ao nosso pas a imagem de um ditador autoritrio, influenciado pelos regimes facista e nazista que estavam em vigor na Europa, retirando as mnimas influncias de grupos comunistas. Esta constituio esteve em vigor at o final do governo de Getlio Vargas e o final da Segunda Guerra MundialA nossa quinta carta promulgada em 1946, ps-segunda guerra mundial, focada na doutrina do bem estar social, influenciada pela criao de organismos internacionais como a Organizao das Naes Unidas e seus rgos internos. Esta lei maior veio restabelecer direitos suprimidos pela constituio polaca de 1937.A sexta carta, inserida no contexto poltico em que o mundo estava vivendo na poca, a doutrina capitalista e a doutrina comunista que culminaram em um conflito indireto e no armado e que por consequncia suprimiu direitos e garantias fundamentais estabelecidas em nome da ordem social que estava em perigo pelas mos do regime capitalista.1.3 Formas de Governo Conforme a teoria adota por Nicolau Maquiavel, a cincia poltica moderna possui duas formas de governo, a Monarquia e a Repblica.A Monarquia tem como caracterstica bsica a vitaliciedade, a hereditariedade, e a irresponsabilidade. No Brasil vigorou no perodo de 1822 com a independncia de Portugal e a Proclamao da Repblica em 1889 por Marechal Deodoro da Fonseca, sendo que esta tem como caracterstica eletividade, temporariedade e a responsabilidade pelos atos polticos.Em 1993 os cidados brasileiros tiveram a oportunidade de escolher qual Forma de Governo representava a vontade do povo atravs de um plebiscito. 1.4 Sistemas de GovernoEm relao a Sistema de Governo, ns temos o Presidencialismo e o Parlamentarismo, sendo que no primeiro sistema o exerccio da funo de Chefe de Estado e o Chefe de Governo so exercidos pela mesma pessoa, no caso o Presidente, chefe do Poder Executivo, estando este sistema em vigor ainda hoje, por deciso do povo atravs do plebiscito realizado em 1993.No parlamentarismo, o Chefe de Estado no possui poder poltico, cabendo ao Rei o seu exerccio em uma forma monrquica, portando cabendo ao rei reinar, mas no governar. Neste sistema cabe ao chefe do parlamento, ou seja, cabe ao Primeiro Ministro o exerccio da chefia de governo, criando uma interdependncia dos Poderes.Em nosso pas, o parlamentarismo foi utilizado pelo Congresso Nacional, como pressuposto para posse do vice-presidente aps a renncia do Presidente Jnio Quadros antes Joo Goulart, sindicalista, viesse a tomar o poder legitimamente, entretanto aps um rpido perodo, o povo decidiu atravs de um plebiscito restaurar o regime presidencialista no Brasil.1.5 Formas de EstadoNa concepo da Teoria Geral do Estado, podemos classificar como forma de Estado o Estado Unitrio e a Federao, sendo o primeiro um pas sem divises internas, centralizador e sem autonomia para distritos e municpios.O Federalismo no Brasil nasceu junto com a Repblica, sob influencia do federalismo norte americano, aliado ao aspecto geogrfico brasileiro que impossibilitava a centralizao poltco-administrativa, ainda que o imprio demonstrasse certa caracterstica de Estado Unitrio.Hoje o Brasil composto por estados membros que possuem autonomia, mas no possuem soberania.1.6 Direitos e Garantias FundamentaisOs artigos considerados como fundamentais, clusulas que expressam o limite entre o pblico e o privado. O limite em que o Estado pode agir em relao ao individuo, direitos ora oferecidos, ora suprimidos em nome da ordem social e que no Brasil vieram acompanhados como consequncia da evoluo a nvel internacional.Os direitos fundamentais podem ser divididos em primeira gerao, segunda gerao e terceira gerao.Os direitos de primeira gerao foram influenciados pela Revoluo Francesa, so aqueles inerentes ao cidado, que representam a proibio do agir do Estado em relao aos indivduos como no caso do direito a vida, o direito a liberdade, a liberdade de expresso, em outras palavras so os direitos civis e polticos.Os direitos de segunda gerao, influenciados pela doutrina marxista, criados pela necessidade de se regular as relaes entre patres e empregados, e do Estado em relao aos cidados no que diz respeito a educao, a sade, a habitao, proporcionando o bem estar da sociedade que uma das finalidades do Estado.Os direitos de terceira gerao, desenvolvidos no sculo XX, conhecidos tambm como direitos difusos, visam buscar a harmonia da coletividade e do bem comum, direitos como o meio ambiente, o direito paz, ao desenvolvimento social e o direito a comunicao, respaldado inclusive pelo direito internacional.

CAPITULO II CONSTITUIO DE 1824 Declarada a Independncia do Brasil em 7 de setembro de 1822 onde o pais emancipou-se politicamente e territorialmente de Portugal, D. Pedro de Alcntara Bragana que era o prncipe regente do pas e futuro imperador do Brasil, juntou varias pessoas de sua confiana intima para criar um novo projeto de lei constitucional. Foram escolhidos seis deputados, liderados por Antnio Carlos de Andrada e Silva,e criados 272 artigos para esse novo projeto que tinha como caractersticas:Anticolonialismo: Era uma forte oposio aos portugueses devido a ameaas do Brasil regredir ao colonialismo.Antiabsolutismo: Esta por sua vez tinha grande vontade de diminuir e restringir o poder do imperador aumentando consequentemente o poder do legislativo.Classismo: Consistia na discriminao do povo de renda baixa para valorizao dos grandes proprietrios rurais. S eram considerados cidados aqueles que poderiam votar e ser votado, e para definir os eleitores eles criaram a regra de que a pessoa devia possuir mais de 150 alqueires de farinha de mandioca de renda por ano, o que exclua as camadas mais populares e comerciantes. Alm disso seria mantido o trabalho escravo e seria de responsabilidade do estado. Por isso esse projeto de Constituio ficou conhecido popularmente como a Constituio da mandioca. Porm D. Pedro percebeu que esse anteprojeto iria limita-lo na condio de Imperador j que o precpuo do poder ficava para o Legislativo, que o contrariou intrinsecamente. Para evitar esse fato o Imperador desfez a Assembleia Constituinte usando da fora de militares, pois era completamente absolutista e esse projeto afetaria diretamente seus interesses. Em 12 de novembro de 1823 esse projeto foi posto abaixo e foram expulsos do pas e presos todos aqueles que insurgiram a essa deciso. Em 1824 D. Pedro I outorgou a Constituio de 1824 sem consultar nenhum membro da assembleia constituinte. O pas tinha um nico chefe de Estado e de governo, o qual carregava o titulo de Imperador. Este por sua vez mantinha todo o poder sobre o povo e as provncias e os administrava e coordenava para o bem dos mesmos. A forma monrquica de governo tem sucesso hereditria e sua descendncia a Dinastia imperante que cessa somente com a morte. Essa Constituio tinha como caracterstica quatro poderes:Poder Legislativo: Composta por deputados e senadores de cargo vitalcio designados pelo imperador e responsveis pela criao das leis. Poder Executivo: Comandada por D. Pedro I (monarca:pessoa sagrada e inviolvel, sem qualquer dever de responsabilidade) e seus ministros de Estado que administravam a corte sob sua superviso.Poder Judicirio: Segundo Uadi Lammego Bulos esse poder era desempenhado por juzes, com a participao de jurados. O tribunal do jri possua competncia em matria civil e penal previstas na legislao. Quanto as garantias da magistratura, era assegurada ao juiz a vitaliciedade, mas no a inamovibilidade. O rgo de culpa do Poder judicirio era o Supremo Tribunal de Justia, formados por juzes togados, advindos das relaes provinciais e nomeados de acordo com a antiguidade.Poder Moderador: Era exercido unicamente pelo monarca que podia interferir no exerccio de outras organizaes polticas. Ele nomeava senadores e ministros, suspendia juzes e ainda exercia a clemncia para rus condenados, entrando assim nos outros trs poderes sem a menor restrio. Constituio de 1824 Art. 98. O Poder Moderador a chave de toda a organisao Politica, e delegado privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nao, e seu Primeiro Representante, para que incessantemente vele sobre a manuteno da Independencia, equilibrio, e harmonia dos mais Poderes Politicos. Mesmo sendo uma Constituio outorgada de forma autoritria, ela possua carter liberal e conservador sem tirar o poder absoluto das mos do Imperador. Oficializou-se a religio catlica no Imprio, contudo as pessoas podiam fazer outros cultos em suas casas de outras religies, mas estavam proibidas de levantar um templo, conforme prescrito na no art. 5 da Constituio de 1824, A Religio Catholica Apostolica Romana continuar a ser a Religio do Imperio. Todas as outras Religies sero permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem frma alguma exterior do Templo. O Brasil era dividido em provncias e governado por um presidente e exonervel nomeado pelo monarca que tinha sede no Rio de Janeiro, diferentemente de hoje que de forma federativa anteriormente era uma forma de estado unitrio carente de autonomia poltica por ter um poder centralizado. Essas provncias j existiam desde 1821 e a independncia do Brasil no as modificou em nada. Durante o imprio foram criadas apenas duas provncias, a do Amazonas, que foi desmembrada da provncia do Par e a do Paran que foi desmembrada da provncia de So Paulo. O Brasil passou ento a ter 20 provnciasVoto CensitrioNa carta de 1824 foras exigidos requisitos para se exercer o direito poltico. S podiam votar e ser votados os que se adequassem a eles. O eleitor de Provncia tinha que ter uma renda de 200 mil ris, o deputado tinha que ter renda de 400 mil ris e o senador de 800 mil ris. O artigo 179 elenca vrios direitos fundamentais do cidado, alguns at iguais os do artigo 5 da Constituio Federativa Brasileira de 1988 como por exemplo, ningum ser submetido a penas cruis, todos tem liberdade de expresso e escolherem sua religio. Os iguais devem ser tratados de forma igual e os diferentes nas medidas de suas diferenas entre outras semelhanas encontradas entre as duas cartas. Porm no era exatamente assim que funcionava na prtica. Apesar desses direitos estarem explicitamente escritos, os cidados eram submissos ao poder do estado que podia interferir ou modifica-los dependendo do que queriam, pois no constitua uma garantia real e o estado tudo podia devido ao absolutismo. A Constituio de 1824 foi a mais longa e durou 65 anos e teve fim com a Proclamao da Repblica em 1889.

CAPITULO III CONSTITUIO DE 1891PROCLAMAO DA REPBLICAA constituio de 1891 teve inicio com Marechal Deodoro, onde se pode disser que foi o pai do governo por um tempo, provisrio, aps as eleies considerando o Governo Republicano, renuncia a presidncia da republica em 23/11/1891. Participando da Revoluo Praieira em 1848, tomou posse das questes militares, que abalaram o regime monrquico, comandando tropas, que cercaram o quartel-general em Ourou Preto, desta forma houve um movimento de liderana derrubando assim a monarquia em 15/11/1889.Durante o governo provisrio, houve importantes mudanas, e algumas reformas foram feitas no pais, como a separao da Igreja com o Estado, inclusive reformas no Cdigo Penal. Com Marechal Deodoro eleito a presidente formou um ministrio de representantes com nomes conhecidos, Campos Sales, Rui Barbosa, que era ministro da fazenda e que ordenou a queima de todos os documentos referentes ao sistema colonial, Quintino Bocaiva e Benjamin Constant. O ministro da fazenda, Rui Barbosa, dissolveu o legislativo em 03/11/1891, contou com todos os governos estaduais, com exceto o paraense. Entretanto o Almirante Custodio Jos de Melo se revoltou em 23/11/1891, no mesmo dia em que Marechal Deodoro renunciou a presidncia e entregou o governo para seu substituto, vice-presidente Marechal Floriano Peixoto.O congresso constituinte nos anos 1890 e 1891 discutiam sobre o texto constitucional que foi debatido e aprovado, abolindo as principais instituies monrquicas, como o poder moderador, o conselho de estado e a vitaliciedade do senado.Foi introduzido o sistema de governo presidencialista. O Presidente da Repblica, chefe do Poder Executivo, passou a ser eleito pelo voto direto para um mandato de quatro anos, sem direito reeleio. Tinham direito a voto todos os homens alfabetizados maiores de 21 anos. Na condio de proclamador do novo regime, Deodoro da Fonseca governou provisoriamente a Repblica de 15/11/1889 at a sua eleio pelo Congresso, em 25/02/1891 data da promulgao da primeira constituio republicana.A Constituio da Repblica de 1891, praticamente estabeleceu as seguintes inauguraes polticas: a Repblica, a Federao e o Presidencialismo. Adotando a doutrina tripartida de Montesquieu. DOUTRINA TRIPARTIDA DE MONTESQUIEUDesde a Antiguidade Clssica, e das obras Plato e seu discpulo, Aristteles, tem um reconhecido do Estado, independente de seu regime, exercendo trs funes eficazes: a legislativa, a judiciria e a executiva. Hoje a Cincia do Direito e a Cincia Poltica reconhecem tambm o Estado Democrtico de Direito e a existncia de trs poderes livres e coesivos, o Poder Legislativo, o Poder Judicirio e o Poder Executivo.O atual trabalho destaca-se em duas hipteses, a Teoria da Tripartio dos Poderes Estatais j sido estabelecida por pensadores antecedentes Montesquieu, mesmo sendo Montesquieu que a tenha citado de forma coerente e ordenada. A segunda Teoria em foco, que foi explicitada por Montesquieu, no se propunha construo de um regime democrtico sendo mais especifico nos trs poderes.Atravs de pesos e contrapesos recprocos, amas to somente destinava-se, por um lado, conferir legitimidade poltica e jurdica um regime monrquico de carter constitucional e, por outro lado, conferir uma racionalidade funcional e poltica burocracia estatal da Monarquia da Frana da poca de Montesquieu, burocracia que estava nas mos da assim denominada "nobreza togada" da qual Montesquieu foi membro e um defensor ardoroso.As Leis de Montesquieu tem o escopo principal de explicar e discernir atravs de uma lgica incompreensvel, a origem de um desenvolvimento dos sistemas legais atravs de diversidades dos sistemas legais e das desiguais formas de governo, conforme o tempo, a poca e o lugar, de modo que as caractersticas histricas e psicolgicas e etc. influenciem no sistema de leis.A partir de uma leitura atenta desta suamagnum opus, podemos concluir que Montesquieu foi um dos precursores do mtodo comparativo-indutivo atualmente empregado tanto pela Cincia Poltica quanto pela Histria Poltica.O Esprito das Leis inicia-se com uma teoria geral das leis, a qual constitui a base da filosofia poltica de Montesquieu. Na sequncia, "Montesquieu, com o intuito de fazer uma obra de cincia positiva, remodela as classificaes tradicionais dos regimes polticos. Distingue trs espcies de governo: republicano, monrquico e desptico. Em cada tipo de regime, que observa aqui ou ali pelo mundo, ele estuda sucessivamente anatureza, ou seja, as estruturas constitutivas que nele se podem notar, e oprincpio, ou seja, o mecanismo do seu funcionamento." Por fim, procura analisar os meios e fatores que, numa perspectiva jurdica-normativista e poltica, eventualmente conduzem ao "bom governo".A Teoria da Tripartio dos Poderes do Estado no criao de Montesquieu. John Locke, filsofo liberal ingls, cerca de um sculo antes de Montesquieu j tinha formulado, ainda que implicitamente, a teoria em questo. Entretanto, cabe a Montesquieu o inegvel mrito de coloc-la num quadro mais amplo.A teoria ora em comento "... foi inspirada pelo sistema poltico constitucional, conhecido quando de sua viagem Inglaterra, em 1729. Ali encontrou um regime cujo objetivo principal era a liberdade." Ressalte-se que Montesquieu no foi um liberal na acepo moderna do termo, ainda que sua Teoria de Separao dos Poderes tenha servido como um dos alicerces para a construo do Estado Democrtico Liberal. Realmente, "Montesquieu cr na utilidade social e moral dos corpos intermdios da sociedade, designadamente os parlamentos e a nobreza." Nesta mesma esteira de raciocnio, os professores Jos Amrico M. Pessanha e Bolivar Lamounier prelecionam que Montesquieu"... opta claramente pelos interesses da nobreza, quando pe a aristocracia a salvo tanto do rei quanto da burguesia. Do rei, quando a teoria da separao dos poderes impede o Executivo de penetrar nas funes judicirias; dos burgueses quando estabelece que os nobres no podem ser julgados por magistrados populares. (...)(...) Por outro lado, como autntico aristocrata, desagrada-lhe a ideia de o povo todo possuir poder. Por isso estabeleceu a necessidade de uma Cmara Alta no Legislativo, composta por nobres. A nobreza, alm de contrabalanar o poder da burguesia [estamento social em rpida ascenso social e econmica na Frana dos sculos XVII e XVIII], era vista por ele como capacitada, por sua superioridade natural, a ensinar ao povo que as grandezas so respeitveis e que monarquia moderada o melhor regime poltico."Em suma, Montesquieu, jurista oriundo da nobreza togada doAncient Rgime, reconhece que, independentemente da espcie de governo ou regime poltico de um dado pas, a ordem social , em si, heterognea e sujeita a desigualdades sociais as mais diversas. Se, por um lado, ele aceita, ainda que de forma implcita, uma estrutura poltica e social pluralista, tambm verdade que Montesquieu entende que o povo de todo incapaz de discernir sobre os reais problemas polticos da Nao e, portanto, no deve e nem pode ser o titular da soberania. Dentro dessa ordem de coisas, o objetivo ltimo da ordem poltica, para Montesquieu, assegurar a moderao do poder mediante a "cooperao harmnica" entre os Poderes do Estado funcionalmente constitudos (legislativo, executivo e judicirio) com o escopo de assegurar uma eficcia mnima de governo, bem como conferir uma legitimidade e racionalidade administrativa tais poderes estatais, eficcia e legitimidade essas que devem e podem resultar num equilbrio dos poderes sociais.Os interlocutores de Montesquieu no Esprito das Leis so a Monarquia Absolutista de um lado e a sociedade estamental da Frana do sculo XVIII d. C. de outro, sociedade essa que, ao longo da vida de Montesquieu, j apresentava srias cises polticas e sociais ao ponto de desembocar, cerca de uma gerao aps a morte de Montesquieu, na Revoluo Francesa (1789-1799)."Desse ponto de vista, Montesquieu um representante da aristocracia, o qual luta contra o poder monrquico, em nome de sua classe [a nobreza togada], que uma classe condenada. Vtima do ardil da histria, ele se levanta contra o rei, pretendendo agir em favor da nobreza, mas sua polmica s favorecer de fato a causa do povo. (...)(...) A concepo de equilbrio social, exposta emLEspirit des loisest associada a uma sociedade aristocrtica; e no debate da sua poca sobre a Constituio da monarquia francesa, Montesquieu pertence ao partido aristocrtico e no ao do rei ou ao do povo." Ante ao exposto, e por derradeiro, a Teoria da Tripartio dos Poderes explicitada por Montesquieu adquire um cunho nitidamente conservador, segundo os nossos padres polticos e sociais atuais, mais foi uma teoria nitidamente liberal frente Sociedade e ao Estado da sua poca. A sua adoo por Montesquieu, em consonncia com a sua opo clara por um regime aristocrtico, visava a realizao no de um regime democrtico politicamente pluralista mais garantir uma dinmica governamental mais perfeita cuja principal finalidade garantir o "bom andamento" - leia-se o funcionamento racionalmente ordenado mediante normas jurdicas "justas" - do prprio Estado.

A Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil, de 1891, praticamente inaugurou as seguintes instituies polticas: a Repblica, a Federao e o Presidencialismo. Adotou a doutrina tripartida de Montesquieu. Firmou uma ampla autonomia para os Estados. "Era o texto da Constituio norte-americana completado com algumas disposies das Constituies sua e argentina" (Amaro Cavalcnti). Ademais, uma tpica Constituio liberal. Nela, organizam-se os poderes do Estado e so declarados, ao final do texto, os direitos e garantias individuais.Na chamada Primeira Repblica prevaleceram os poderes locais, revigorados com a ampla autonomia formal prevista na Constituio. Os "coronis" elegiam governadores, deputados e senadores. Os governadores, por sua vez, impunham o Presidente da Repblica.ORIGEM DO STFO Supremo Tribunal Federal nasceu pouco depois da Repblica, em 1891, e desde de o primeiro momento houve a opinio pblica do Executivo. Os casos mais impactantes foram os habeas corpus arranjados por polticos presos. As galerias do tribunal, no Rio de Janeiro, permaneciam abarrotadas de pessoas que zombavam e aplaudiam. No dia seguinte, a imprensa especificava cada voto e s vezes agredia violentamente os ministros. A fora do governo se manifestava de maneira distinta. Em 2 de setembro de 1893, o presidente Floriano Peixoto fez ameaas claras de anular o tribunal, caso fosse solto o senador preso, seu adversrio. A ameaa teve eficcia. O presidente adotou uma estratgia: deixou de preencher diversas vagas resultantes da aposentadoria de juzes, e assim, o tribunal passou meses sem funcionar.A opinio pblica : barulhenta, s vezes agressiva, e sempre no plural. Num pas onde o autoritarismo com frequncia e as instituies democrticas, foi sempre o poder poltico contra o Supremo Tribunal Federal.Em perodos de linha dura, o governo afastou ministros e alterou o tamanho do STF, de modo a torn-lo dcil. Isso aconteceu pela primeira vez em 1931, quando Getlio Vargas, por decreto, reduziu de quinze para onze o nmero de juzes e aposentou compulsoriamente cinco deles. Vargas no interveio mais na corte desse modo, mas manteve a estratgia de intimidao: em 1940, o ministro da Justia Francisco Campos sugeriu ao magistrado Octavio Kelly que se aposentasse, caso contrrio poderia ser removido. A foto que ilustra esta pgina remete a outra fase histrica, a da ditadura militar. Por meio de atos institucionais, inchou o grupo de juzes para dezesseis e depois voltou a onze. Em 1969, os ministros Victor Nunes Leal, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva foram compulsoriamente aposentados. O primeiro havia sido nomeado pelo presidente Juscelino Kubitschek. Os dois ltimos, por Joo Goulart, posto pelo golpe militar.O Brasil no vive hoje um perodo de lembrete poltico. O Supremo no tem arma apontada contra ele. HABEAS CORPUSExpresso latina que significa Que tenhas o corpo. Na verdade, o habeas corpus completamente se chama habeas corpus ad subjiciendun, pois era assim que comeavam escrevendo para pedir a liberao de um presidirio na Idade Mdia. O termo foi criado em 1215, quando foi oficializado pelo rei Joo Sem Terra, a Magna Carta Libertatum, limitando os poderes reais e iniciando o processo de origem das Constituies ao longo da histria.

O habeas corpus uma garantia constitucional outorgada. Segundo a Constituio, a garantia beneficia quem sofre ou se acha ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder". No Brasil, o primeiro cdigo que passou a reconhecer esse instrumento legal de proteo individual levando em conta que todos precisam dessa proteo foi a Constituio Brasileira de 1891 entrando em vigor.Esse instrumento pode ser requerido por qualquer pessoa que ache que o seu direito liberdade est sendo violado. Para se redigir um habeas corpus, no necessria a presena de advogado. Esse mecanismo de carter informal, visto que no necessrio nenhum tipo de documento para requer-lo, ainda mais que o habeas corpus pode ser impetrado em qualquer simples folha de papel. SEPARAO DO ESTADO X IGREJANo Brasil, a separao entre a Igreja e o Estado foi efetivada em 7 de janeiro de 1.890, pelo Decreto n 119-A, e constitucionalmente consagrada desde a Constituio de 1.891. At 1.890, o catolicismo era a religio oficial do Estado e as demais religies eram proibidas, em decorrncia da norma do art. 5o da Constituio de 1.824. O catolicismo era subvencionado pelo Estado e gozava de enormes privilgios.A atual Constituio brasileira, de 1.988, probe, em seu art. 19, Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, "estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embarcara-lhes o funcionamento, ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao de interesse pblico."

CAPITULO IV CONSTITUIO DE 1934A constituio de 1934, denominada Constituio da Repblica dos Estados Unidos do Brasil, foi promulgada em 16 de julho de 1934. Uma das grandes influncias para a promulgao deste novo texto foi crise econmica de 1929, bem como os diversos movimentos por melhorias nas condies de trabalho, pois estes movimentos abalaram os ideais do liberalismo econmico e da democracia liberal da constituio de 1981.A elaborao deste novo texto sofreu forte influncia da constituio alem de 1919, denominada Constituio de Weimar, destacando os direitos humanos de 2 gerao ou dimenso e a perspectiva de um estado social de direito (democracia social), houve tambm uma influncia do fascismo. As questes sociais passaram assumir um grande destaque no pas com a conquista dos direitos democrticos, o aumento da participao da populao nos processos polticos e consequentemente isso gerou uma ameaa s oligarquias e burguesia, que se sentiram ameaadas pela crescente organizao do operrio brasileiro e suas reivindicaes.Uadi Lammgo Bulos destaca os pontos principais desta constituio, conforme segue (texto adaptado): Implantao da Justia do Trabalho, a Justia Eleitoral e o voto secreto; Garantiu o acesso das mulheres a cidadania, cujo direito de votar era obrigatrio, exceto se no exercessem funo pblica remunerada; Constitucionalizou os direitos sociais; Criou o mandado de segurana e a ao popular; Institucionalizou o Ministrio Pblico, o Tribunal de Contas e os Conselhos Tcnicos; Conferiu a Unio competncia exclusiva para legislar sobre processo e matria eleitoral; Cognominou o Supremo Tribunal Federal de Corte Suprema, composta de onze Ministros; Implantou o modelo cooperativo de federalismo; Permitiu a criao e manuteno de cemitrios religiosos; Reconheceu do ponto de vista jurdico, o casamento religioso, alm de considerar indissolvel o liame matrimonial, amenizando o sentimento antirreligio do texto de 1891, nos termos do art. 146, passou-se a admitir o casamento religioso com efeitos civis, nos seguintes termos: o casamento perante ministro de qualquer confisso religiosa, cujo rito no contrarie a ordem pblica ou os bons costumes, produzir, todavia, os mesmos efeitos que o casamento civil, desde que, perante a autoridade civil, na habilitao dos nubentes, na verificao dos impedimentos e no processo da oposio sejam observadas as disposies da lei civil e seja ele inscrito no Registro Civil; Admitiu o ensino religioso nas escolas pblicas cuja frequncia passou a ser facultativa, nos termos do artigo 153, neste aspecto destacamos tambm a previso de Deus no prembulo da Constituio: Ns, os representantes do povo brasileiro, pondo a nossa confiana em Deus, reunidos em Assemblia Nacional Constituinte para organizar um regime democrtico, que assegure Nao a unidade, a liberdade, a justia e o bem-estar social e econmico, decretamos e promulgamos a seguinte; Atribuiu primazia Cmara dos Deputados, restando ao Senado Federal o posto de mero colaborador do mister ligiferante; Dificultou o processo de reviso constitucional e facilitou a propostitura de emendas a constituio, nos termos do artigo 178 caput, a Constituio poder ser emendada, quando as alteraes propostas no modificarem a estrutura poltica do Estado (arts. 1 a 14, 17 a 21); a organizao ou a competncia dos poderes da soberania (Capitulo II, III e IV do Ttulo I; o Captulo V do Ttulo I, o Ttulo II, o Ttulo II e os arts. 175, 177, 181), o artigo 178 5, fixou, como clusula ptrea, a forma republicana federativa.

O texto de 1934 teve curtssima durao, sendo abolido pelo golpe de 1937, porem tal constituio no foi menos importante, ficou marcada na histria pela introduo de uma ordem econmica, social e politica, refletindo e acompanhando assim a situao pela qual o Brasil passava na poca.

CAPITULO V CONSTITUIO DE 1937O pas j se encontrava sob o impacto das ideologias que grassavam no mundo aps-guerra de 1918. Os partidos polticos assumiam posies em face da problemtica ideolgica vigente: surge um partido fascista, barulhento e virulento A Ao Integralista Brasileira, cujo chefe, Plnio Salgado, como Mussolini e Hitler, se preparava para empolgar o poder, reorganizava-se o partido comunista, aguerrido e disciplinado, cujo chefe, Lus Carlos Prestes, tambm queria o poder. Getlio Vargas, no poder, eleito pela Assembleia Constituinte, maneira de Deodoro, como este, dissolve a Cmara e o Senado, revoga a Constituio de 1934, e outorga a Carta Constitucional de 1937.Fundamentou o golpe onde disse entre outras coisas Por outro lado, as novas formaes partidrias, surgidas em todo o mundo, por sua prpria natureza refratria aos processos democrticos, oferecem perigo imediato para as instituies, exigindo de maneira urgente e proporcional virulncia dos antagonismos, o reforo do poder central . Assim se implantou a nova ordem denominada Estado Novo. Deveria ter sido submetida a plebiscito nacional, nos termos de seu art. 187, o que nunca aconteceu. Institui-se pura e simplesmente a ditadura.A Constituio dos Estados Unidos do Brasil, foi decretada em 10 de novembro de 1937. Chamada de polaca, porque Getlio Vargas, embalado na oposio universal de descrena da democracia, inspirou-se na Carta ditatorial da Polnia, de 1935, editada por Jsef Pilsudzki, Ministro da Guerra do Premi Moscicki.Getlio Vargas foi eleito e empossado para governar de 1934 at 1938. Contudo durante esse perodo, um forte antagonismo foi percebido entre a direita fascista de um lado (destacando-se a Ao Integralista Brasileira - IBI), defendendo um Estado autoritrio, e o movimento de esquerda de outro, destacando ideais socialistas, comunistas e sindicais (em especial a formao, em 1935) em especial a formao, em 1935, da Aliana Nacional Libertadora ANL).O golpe foi seguido de uma forte represso, a cargo da polcia poltica, que atingiu no apenas os comunistas ou os liberais, mas mesmo aqueles que advogavam uma ideologia semelhante do novo regime e supunham ser seus aliados: os integralistas. Foi assim que, junto com os demais partidos polticos, a Aliana Integralista Brasileira foi fechada por decreto presidencial. Em reao, seria deflagrado o levante integralista em maio de 1938, logo desbaratado.A propaganda do regime e a represso a seus opositores seriam duas faces do Estado Novo muito bem representadas pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Criado para difundir a ideologia do Estado Novo junto s camadas populares e, a partir do iderio autoritrio do regime, contribuir para a construo da identidade nacional, o DIP exercia tambm uma forte censura aos meios de comunicao, suprimindo eventuais manifestaes de descontentamento.Fiel ao princpio de que era necessrio aplacar as disputas polticas para promover o desenvolvimento do pas, tambm no plano administrativo o governo do Estado Novo buscou eficincia e racionalidade. Procurou implantar, no recrutamento do funcionalismo, a lgica da formao profissional, da capacidade tcnica e do mrito, em substituio da filiao partidria ou da indicao poltica. Para tanto, foi criado em 1938 um rgo especialmente voltado para a reforma e a modernizao da administrao pblica, o Departamento Administrativo do Servio Pblico (DASP). Anos mais tarde, a preocupao com a formao de pessoal para atuar na administrao daria origem Fundao Getlio Vargas (FGV). Foi o desejo de dispor de informaes estatsticas confiveis que levou valorizao do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE).Na rea econmica, criaram-se durante o Estado Novo inmeros conselhos e rgos tcnicos cuja funo era promover estudos e discusses, assessorar o governo na elaborao e na execuo de suas decises, e ainda propiciar o acesso de setores empresariais ao aparelho estatal. Das negociaes entre governo e empresariado resultariam, por exemplo, a criao do Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), destinado a formar mo-de-obra para a indstria, assim como os estudos para a criao do Servio Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), destinado a promover a difuso e o aperfeioamento do ensino comercial no pas.A tendncia interveno na atividade econmica, expressa no aparecimento das primeiras companhias estatais, fez com que, a partir de 1937, ficasse difcil separar o binmio Estado e economia.Em razo da Intentona Comunista (novembro de 1935 Natal, Recife e Rio de Janeiro insurreio poltico -militar que contava com o apoio do Partido Comunista Brasileiro e de ex-tenentes agora militares comunistas , e que tinha o objetivo de derrubar Getlio Vargas e instalar o socialismo no Brasil), o estado de stio foi decretado pelo Governo e se deflagrou um forte movimento de represso ao comunismo, inclusive com o apoio da famigerada Polcia Especial.Getlio Vargas e o Governo tiveram o apoio do Congresso Nacional, que decretou o estado de guerra.Alm de fechar o Parlamento, o Governo manteve amplo domnio do Judicirio. A Federao foi abalada pela nomeao dos interventores. Os direitos fundamentais foram enfraquecidos.Apesar do regime extremamente autoritrio, na medida em que o Estado, centralizador, atuava diretamente na economia, no se pode negar o seu importante crescimento nesse setor.Buscando atrair o apoio popular, a poltica desenvolvida foi denominada populista, consolidando-se as Leis do Trabalho (CLT) e importantes direitos sociais, como o salrio mnimo.Algumas caractersticas, ento, podem ser esquematizadas: Forma de Governo: nos termos do art. 1., o Brasil uma Repblica. O poder poltico emana do povo e exercido em nome dele e no interesse do seu bem-estar, de sua honra, de sua independncia e de sua prosperidade.Forma de Estado: o Brasil um Estado federal, constitudo pela unio indissolvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios. mantida a sua atual diviso poltica e territorial.Na prtica, contudo, as autonomias estaduais foram reduzidas, e podemos dizer que o regime federativo foi simplesmente nominal, havendo constante, seno at permanente, assuno dos governos estaduais por interventores federais. Por sua vez, os vereadores e prefeitos eram nomeados pelos interventores de cada Estado.Distrito Federal Capital do Brasil, tendo por sede a cidade do Rio de Janeiro: nos termos do art. 7., o Distrito Federal, que continuou como capital federal, enquanto sede do Governo da Repblica, era administrado pela Unio.No h mais religio oficial: continuava o Brasil como pas leigo, laico ou no confessional, no havendo, contudo, a invocao da proteo de Deus no prembulo da Constituio.Organizao dos Poderes: a teoria clssica da tripartio de Poderes de Montesquieu foi formalmente mantida. Entretanto, na prtica, tendo em vista o forte trao autoritrio do regime, o Legislativo e o Judicirio foram esvaziados.Poder Legislativo: nos termos do art. 38, o Poder Legislativo seria exercido pelo Parlamento Nacional com a colaborao do Conselho da Economia Nacional e do Presidente da Repblica.Havia a previso de composio do Parlamento Nacional por duas Cmaras: aCmara dos Deputados e o Conselho Federal. Assim, como se percebe, o Senado Federal deixou de existir durante o Estado Novo.A Cmara dos Deputados seria composta de representantes do povo, eleitos mediante sufrgio indireto para mandato de 4 anos. J o Conselho Federal seria composto de representantes dos Estados e 10 membros nomeados pelo Presidente da Repblica. A durao do mandato era de 6 anos.Cabe alertar, contudo, que, nos termos do art. 178, foram dissolvidos a Cmara dos Deputados, o Senado Federal, as Assembleias Legislativas dos Estados e as Cmaras Municipais, marcando -se eleies futuras para o novo Parlamento. Enquanto no se reunisse o Parlamento nacional, o Presidente da Repblica tinha o poder de expedir decretos -leis sobre todas as matrias da competncia legislativa da Unio.Na prtica, o Legislativo nunca chegou a se instalar.Poder Executivo: nos termos do art. 73, o Presidente da Repblica, autoridade suprema do Estado, coordenava a atividade dos rgos representativos, de grau superior, dirigia a poltica interna e externa, promovia ou orientava a poltica legislativa de interesse nacional, e superintendia a administrao do Pas.A eleio indireta foi estabelecida para a escolha do Presidente da Repblica,que cumpriria mandato de 6 anos.Poder Judicirio: nos termos do art. 90, eram rgos do Poder Judicirio: a) o Supremo Tribunal Federal; b) os Juzes e Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios; c) os Juzes e Tribunais militares. A Justia Eleitoral foi extinta e, conforme j visto, tambm os partidos polticos.O Judicirio, contudo, foi esvaziado. Como exemplo, nos termos do art. 96, pargrafo nico, no caso de ser declarada a inconstitucionalidade de uma lei que, a juzo do Presidente da Repblica, fosse necessria ao bem -estar do povo, promoo ou defesa de interesse nacional de alta monta, poderia o Presidente da Repblica submet -la novamente ao exame do Parlamento: se este a confirmasse por 2/3 dos votos em cada uma das Cmaras, ficaria sem efeito a deciso do Tribunal.Outra demonstrao de fora do poder central est no art. 170, ao estabelecer que, durante o estado de emergncia ou o estado de guerra, os atos praticados em virtude deles no poderiam ser conhecidos por qualquer Juiz ou Tribunal.Declarao de direitos: no houve previso do mandado de segurana nem da ao popular. No se tratou dos princpios da irretroatividade das leis e da reserva legal. O direito de manifestao do pensamento foi restringido, j que, nos termos do art. 122, n. 15, a, com o fim de garantir a paz, a ordem e a segurana pblica, a censura prvia da imprensa, do teatro, do cinematgrafo, da radiodifuso podia ser exercida, facultando-se autoridade competente proibir a circulao, a difuso ou a representao.Nenhum jornal poderia recusar a insero de comunicados do Governo, nas dimenses taxadas em lei (art. 122, n. 15, b).Nos termos do art. 122, n. 13 (e em sua redao determinada pela Lei Constitucional n. 1, de 16.05.1938), alm dos casos previstos na legislao militar para o tempo de guerra, a pena de morte poderia ser aplicada para crimes polticos e nas hipteses de homicdio cometido por motivo ftil e com extremos de perversidade.Nos termos do art. 177, que vigorou durante todo o Estado Novo, embora o seu prazo inicial tenha sido limitado a 60 dias (tendo em vista a faculdade trazida pela Lei Constitucional n. 2, de 16.05.1938), o Governo poderia aposentar ou reformar, de acordo com a legislao em vigor, os funcionrios civis e militares cujo afastamento se impusesse a juzo exclusivo do Governo, no interesse do servio pblico ou por convenincia do regime.Nos termos do art. 186, foi declarado o estado de emergncia, que, suspendendodireitos e garantias individuais, s veio a ser revogado pela Lei n. 16, de 30.11.1945.Nos termos do art. 139, a greve e o lock -out foram proibidos, tendo sido declarados recursos antissociais nocivos ao trabalho e ao capital e incompatveis com os superiores interesses da produo nacional.Nos termos do art. 173 e na sua redao determinada pela Lei Constitucional n.7, de 30.09.1942, estabeleceu -se a possibilidade de declarar o estado de guerra, com restrio a direitos fundamentais e, ainda, o julgamento de crimes cometidos contra a estrutura das instituies, a segurana do Estado e dos cidados pela Justia Militar ou pelo Tribunal de Segurana Nacional. Este ltimo s veio a ser extinto pela Lei Constitucional n. 14, de 17.09.1945.A tortura foi utilizada como instrumento de represso, situao essa simbolizada pela entrega de Olga Benrio, mulher de Lus Carlos Prestes, lder comunista no Brasil, que viria a ser assassinada em campo de concentrao nazista na Alemanha. Nacionalizao formal da economia e conquista de direitos e vantagens trabalhistas: muito embora essa triste realidade ditatorial, durante o perodo houve inegvel nacionalizao formal da economia, bem como controle sobre certas reas estratgicas de produo, como minerao, ao e petrleo, configurando, assim, importante expanso capitalista.Podemos lembrar as seguintes estatais criadas durante o perodo: Companhia Vale do Rio Doce (1942), Companhia Nacional de lcalis (1943), Fbrica Nacional de Motores (1943) e Companhia Hidroeltrica de So Francisco (1945).Tambm tivemos avanos no campo trabalhista. Contudo, como anota Barroso, nesse contexto, ... a Constituio no desempenhou papel algum, substituda pelo mando personalista, intuitivo, autoritrio. Governo de fato, de suporte policial e militar, sem submisso sequer formal Lei maior, que no teve vigncia efetiva, salvo quanto aos dispositivos que outorgavam ao chefe do Executivo poderes excepcionais.(1)A Carta de 1937 no teve, porm, aplicao regular. Muitos de seus dispositivos permaneceram letra morta. Houve ditadura pura e simples, com todo o poder Executivo e Legislativo concentrado nas mos no Presidente da Repblica, que legislava por meio de decretos-leis que ele prprio depois aplicava, como rgo do Executivo.Vinte e uma emendas sofreu essa Constituio, atravs de leis constitucionais, que a alterava ao sabor das necessidades convenincias do momento, e no raro, at do capricho do chefe do governo.

CAPITULO VI CONSTITUIO DE 1946Contexto histrico: o perodo ps-guerra e a democracia

Como elucida Pedro Lenza:Durante a Segunda Guerra Mundial, o Governo brasileiro declarou ofensiva contra os pases do Eixo (destacando-se como principais potncias a Alemanha, a Itlia e o Japo), entrando no confronto ao lado dos Aliados (destacando-se como principais potncias a China, a Frana, a Gr-Bretanha, a Unio Sovitica e os Estados Unidos).Como marco histrico, em 1943, ressaltamos a criao da FEB ForaExpedicionria Brasileira. A entrada na Guerra fez com que Vargas perdesse importante apoio, situaoessa materializada na publicao, em 24 de outubro de 1943, do Manifesto dos Mineiros, carta assinada por intelectuais que apontava a contradio entre a poltica interna e a externa.Getlio Vargas convocou novas eleies em dezembro de 1945, bem na poca do fim da Segunda Guerra Mundial, e deixou bem claro seu intuito de permanecia no poder. Quem venceu a eleio foi Eurico Gaspar Dutra, o qual convocou ao Constituinte a promulgao da Constituio de 1946,de acordo com diversos doutrinadores ela tida como a melhor Constituio do Brasil at os dias atuais. Segundo Celso Bastos:

A Constituio de 1946 se insere entre as melhores, seno a melhor, de todas que tivemos. Tecnicamente muito correta e do ponto de vista ideolgico traava nitidamente uma linha de pensamento libertria no campo poltico sem descurar da abertura para o campo social que foi recuperada da Constituio de 1934.

A Constituio de 1946 consagrou os princpios do Estado liberal uma das caractersticas da primeira forma de governo Repblica juntamente com o Estado social da Constituio de 1930.A finalidade desta constituio foi a de proteo maiormente aos direitos individuais, ampliou o acesso ao poder judicirio consagrando em seus texto:

Direito de Greve (ARTIGO 158) Mandado de Segurana (ARTIGO 14124 ) Vedao da pena de morte, de banimento, de confisco e a de carter perptuo (ARTIGO 141, 31), entre outras.

A forma de estado era o federalismo, que estava enfraquecido durante o Estado Novo, e acabou ganhando vida com garantias: autonomia dos Estados e a valorizao do Municpio.

O Poder Executivo na Constituio era limitado aos moldes de hoje tinha a previso de: eleies diretas para Presidente e Vice-Presidente; com mandato de cinco anos; eleito pelo voto universal, direto e secreto; prevendo-se a responsabilidade do Presidente da Repblica pelos seus atos. Como esclarece Pedro Lenza, o Poder Executivo:retomando a normalidade democrtica.

O Poder Legislativo era bicameral, o senado voltou a ter suas funes normais, da qual tinha uma delas como sendo a mais importante, a de julgar autoridades por crimes de responsabilidades, dentre eles, o Presidente da Repblica. Este foi um grande avano, pois o pas acabar de sair de um regime chamado de ditatorial.O Poder Judicirio estava fortalecido pelo Controle de Constitucionalidade das leis e o Mandado de Segurana. Capital da Unio: Continuou sendo o Distrito Federal.Jucelino Kubitschek em seu mandato cumpria o chamado Plano de Metas (50 anos em 5), conseguiu diversas realizaes econmicas, alm de implementa a construo de Braslia, a nova capital do Brasil, inaugurada em 21 de abril de 1960.Inexistncia de religio oficial: O Brasil continuou sendo um pas laico, porm tinha a expresso Deus no prembulo.Organizao dos Poderes: a Teoria de Monstesquieu foi estabelecida, a chamada teoria clssica da tripartio de Poderes.A Constituio de 1946, inseriu a Justia do Trabalho no mbito do Poder Juidicirio, pois antes disso ela fazia parte do Poder Executivo, outras mudanas importantes dentro do Direito do Trabalho tambm ocorreram:

a carta dispunha sobre a organizao e definio da competncia da Justia do Trabalho, atribuindo mesma um poder normativo; houve a incluso do Ministrio Pblico do Trabalho ao Ministrio Pblico da Unio; previso do salrio mnimo familiar; previso de participao pelo empregado nos lucros da empresa; repouso semanal remunerado; normas de higiene e segurana do trabalho; proibio do trabalho noturno para menores de idade e, tambm, foi institudo o direito de greve.

O perodo da Constituio de 1946 foi de gigantescos avanos, mas no podemos negar que naquela poca ocorria intensa crise poltica, e uma delas era pelo suicdio de Getlio Vargas, que fraquejou s foras de esquerda e dos militares. A sucesso de Getlio Vargas foi bastante complicada e levou ao poder Juscelino Kubitschek que se manteve no poder ao meio de intensas rebelies, depois foi Jnio Quadros que renunciou, aps 7 meses no governo, quem assumiu foi Joo Goulart que tinha uma poltica de agradar a esquerda e deu as condies essenciais para os militares darem o golpe.Em 1 de abril de 1964, o Brasil comeou um perodo que tinha um regime arbitrrio, o qual desrespeitava os direitos individuais.Sintetizando tudo o que foi falado acima a nossa quarta Constituio, ampliou os direitos individuais e aumentou a autonomia dos municpios e o Poder Executivo era limitado pelo poder do Presidente da Repblica.A ordem democrtica foi restabelecida, tinha eleies diretas, o voto secreto e universal segundo o art 136, o direito de greve volta a ser reconhecido, e o respeito liberdade de expresso e de opinio.

Quadro Esquemtico- Constituio Brasileira de 1946

Forma de Governo:Repblica

Forma de Estado:Federativo

Sistema de Governo:Presidencialismo

Separao dos Poderes:Teoria de Montesquieu

Direitos Fundamentais:Voto direito, secreto e universal

Quanto origemPromulgada

CAPITULO VII CONSTITUIO DE 1967/ EMENDA CONSTITUCIONAL 01/69Semelhantemente ao que aconteceu em 1937, em 1967 entra em vigor no pas uma Constituio outorgada, imposta pelos militares e que teve vigncia at a promulgao da Constituio de 1988. muito importante explicar que apesar de a doutrina classificar esta constituio como outorgada, esta constituio foi realizada atravs de uma Assemblia Nacional Constituinte convocada pelo Ato Institucional de nmero 4.Neste perodo o nosso pas esteve em meio ditadura militar, onde os direitos eram suprimidos a cada dia para que a ordem nacional fosse estabelecida.Na tica global o perodo de vigncia desta carta magna compreendia o pice da Guerra Fria entre os Estados Unidos da Amrica, de modelo econmico capitalista e a Unio das Repblicas Socialistas Soviticas, de modelo econmico socialista. Esta guerra que no apresentou um conflito armado direto influenciou o planeta e influenciou o Brasil que vivia a iminncia de um golpe comunista, fazendo com que os militares tomassem o poder em 1964.O Regime Militar na Amrica do Sul no foi exclusivo do Brasil, muitos outros pases como Chile e Argentina tiveram o poder tomado pela forte influncia norte americana.Importante salientar que mesmo que a constituio de 1967 no estar em vigor, no era a ordem jurdica de 1946 que exercia poder sobre a sociedade em 1964, pois o governo j tinha suplementado o poder anterior atravs de Atos Institucionais e Complementares.Esta nova lei maior ao contrrio da constituio de 1988, assim como na cincia jurdica, o homem deixa de ser o centro do ordenamento jurdico, passando a ter a Segurana do Estado como o norteador de todo sistema, determinado inclusive reas de interesse nacional, onde o povo no podia expressar seu poder.A Forma de Governo no foi alterada em relao ao sistema anterior, a diferena estava na forma indireta de eleio, em que os nossos representantes no eram civis e sim militares, sendo eles: OMarechalHumberto de Alencar Castelo Branco; MarechalArtur da Costa e Silva; AJunta Governativa Provisria de 1969 (Aurlio de Lira Tavares,ministro do Exrcito; Augusto Rademaker,ministro da Marinha, eMrcio Melo,ministro da Aeronutica) ; O GenrealEmlio Garrastazu Mdici; Ernesto BeckmannGeisee Joo Baptista de Oliveira Figueiredo.O Art 1 dizia que: O Brasil uma Repblica Federativa, constituda sob o regime representativo, pela unio indissolvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territrios o que na teoria representa a mais clara noo de Federalismo, mas a realidade social no momento era outra, uma verdadeira afronta a este sistema, transformando o pas em um Estado Unitrio, onde a Unio centralizava a maioria das decises.E o que falar da doutrina de Montesquieu da Separao dos Poderes? Apesar de previso legal e de sua existncia viva na carta, a prtica encontrava um poder forte, O Executivo e dois pequeninos e irrisrios o Legislativo e o Judicirio. Em alguns momentos vemos o Poder Executivoexercido pelos militares, como autoritrio, tomando, por exemplo, o fechamento do Congresso Nacional atravs do Ato Institucional 5 de 1968, a exclusividade do inicio do processo legislativo, o congresso no podia emendar, somente o Poder executivo poderia legislar sobre matrias de segurana nacional e finanas pblicas atravs de decreto-lei.Em relao ao Poder Judicirio, apesar da previso legal e em razo da centralizao, a Justia Estadual, por exemplo, quase no tinha competncia.Esta constituio, muito preocupada com a segurana nacional, limitou a autonomia dos municpios, estabelecendo eleies indiretas para algumas cidades consideradas estratgicas, o que ocorreu no municpio de Santos, sede do maior porto da Amrica Latina.Quando falamos de Direitos Fundamentais, de um lado temos os direitos sociais muito bem protegidos, de outro verificamos os direitos polticos sendo suprimidos com previso legal do artigo 151 para a sua devida cassao. Um ponto positivo neste perodo o Cdigo Tributrio Nacional criado em 1966 que trouxe reforma ao Sistema Tributrio Nacional, melhorando inclusive a distribuio de renda.Para alguns doutrinadores a Emenda Constitucional de 1969 representou uma nova ordem jurdica para o Estado brasileiro, sendo por diversas vezes classificada como uma nova Lei maior. Esta nova carta magna foi imposta pela Junta de Militares que estavam no poder e que simplesmente agravou ainda mais o nvel de cerceamento dos direitos fundamentais estabelecidos, efetivando o uso da censura em nome da moral e dos bons costumes, influenciando meios de comunicao,

CONCLUSO.