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1 WWW.HISTORIATECABRASIL.COM Históriateca Brasil O e-book da História Brasileira Brasil Colonial / Brasil Imperial /Brasil Republicano Matheus Mutter 07/07/2012 Copyright © 2012 Históriateca Brasil - Todos os direitos reservados

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WWW.HISTORIATECABRASIL.COM

Históriateca Brasil

O e-book da História Brasileira Brasil Colonial / Brasil Imperial /Brasil Republicano

Matheus Mutter

07/07/2012

Copyright © 2012 Históriateca Brasil - Todos os direitos reservados

~ 2 ~

Conteúdo

Prefácio ............................................................................................................................................................. 3

O Brasil Colonial ............................................................................................................................................ 4

O Tratado de Tordesilhas .................................................................................................................................... 6

O Descobrimento do Brasil .................................................................................................................................. 7

Indígenas do Brasil .............................................................................................................................................. 8

Caramuru ........................................................................................................................................................... 10

A Colonização do Brasil .................................................................................................................................... 11

Os Governos Gerais do Brasil ........................................................................................................................... 12

As Duas Viagens ao Brasil de Hans Staden....................................................................................................... 14

As Invasões Francesas no Brasil ....................................................................................................................... 15

As Capitanias Hereditárias ................................................................................................................................ 17

Os Jesuítas ......................................................................................................................................................... 19

A Escravidão no Brasil ...................................................................................................................................... 20

Os Engenhos de Açúcar do Brasil ..................................................................................................................... 21

A Revolta de Beckman ........................................................................................................................................ 22

Bandeirantes - Entradas e Bandeiras ................................................................................................................ 23

Quilombo dos Palmares ..................................................................................................................................... 25

A União Ibérica .................................................................................................................................................. 26

As Invasões Holandesas no Brasil ..................................................................................................................... 28

A Insurreição Pernambucana ............................................................................................................................ 29

As Minas de Ouro do Brasil ............................................................................................................................... 30

A Revolta de Felipe dos Santos .......................................................................................................................... 32

A Guerra dos Emboabas .................................................................................................................................... 33

O Governo Marquês de Pombal ........................................................................................................................ 34

A Guerra dos Mascates ...................................................................................................................................... 36

A Inconfidência Mineira .................................................................................................................................... 37

A Conjuração Baiana ......................................................................................................................................... 39

A Família Real Portuguesa no Brasil ................................................................................................................ 40

A Revolução Pernambucana .............................................................................................................................. 41

O Brasil Imperial .......................................................................................................................................... 43

A Independência do Brasil ................................................................................................................................. 44

O Primeiro Reinado ........................................................................................................................................... 46

A Confederação do Equador .............................................................................................................................. 48

O Governo Regencial ......................................................................................................................................... 49

A Guerra dos Farrapos ...................................................................................................................................... 51

~ 3 ~

A Sabinada ......................................................................................................................................................... 52

A Cabanagem ..................................................................................................................................................... 53

A Balaiada .......................................................................................................................................................... 54

A Revolução Liberal de 1842 ............................................................................................................................. 56

O Segundo Reinado ............................................................................................................................................ 57

A Revolução Praieira ......................................................................................................................................... 60

A Guerra do Paraguai ....................................................................................................................................... 61

Tratados Territoriais do Brasil .......................................................................................................................... 64

O Fim da Escravidão no Brasil ......................................................................................................................... 66

O Brasil Republicano .................................................................................................................................. 67

A Proclamação da República............................................................................................................................. 68

A República da Espada ...................................................................................................................................... 70

A República Velha .............................................................................................................................................. 72

A Guerra de Canudos ........................................................................................................................................ 74

A Revolta da Chibata ......................................................................................................................................... 75

A Revolta da Vacina ........................................................................................................................................... 76

A Guerra do Contestado .................................................................................................................................... 78

O Coronelismo e o Cangaço .............................................................................................................................. 79

O Tenentismo ..................................................................................................................................................... 81

A Revolta do Forte de Copacabana ................................................................................................................... 82

A Revolta militar de 1924 e a Coluna Prestes ................................................................................................... 83

A Revolução de 1930 .......................................................................................................................................... 84

A Revolução Constitucionalista de 1932 ........................................................................................................... 85

A Era Vargas ...................................................................................................................................................... 86

O Populismo no Brasil ....................................................................................................................................... 88

A Ditadura Militar do Brasil.............................................................................................................................. 92

A Nova República ............................................................................................................................................... 94

A História das Constituições Brasileiras ........................................................................................................... 96

Bibliografia .................................................................................................................................................. 101

Prefácio

Este e-book nada mais é do que a versão em livro digital no formato PDF do site Históriateca Brasil.

O site Históriateca Brasil nasceu da ação conjunta de dois estudantes de diferentes cursos. O site foi

criado pelo meu amigo, Allan Gama, estudante de Design Gráfico pela Faculdade Gama Filho e por

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Este e-book é originário de:

mim, estudante do curso de História pela Faculdade UNIP.

Como estudante de história, sempre ajudava os meus irmão e primos que ainda estudavam no ensino

fundamental. Eles sempre me pediam ajuda para a elaboração de um trabalho escolar.

Certa vez, o Allan me disse que teria que fazer um trabalho relacionado a mídias sociais. Sua tarefa

era criar um blog com um layout atraente.

O Allan não sabia por onde começar, não sabia nem qual tema iria abordar em seu trabalho. A única

coisa que ele sabia era que poderia criar um blog sem pagar nada usando o serviço Blogger do

Google.

Ao Allan, sugeri que ele criasse o Blog e deixasse comigo o trabalho de escrever. Foi então criado o

Históriateca Brasil, blog que aborda assuntos relacionados a História do Brasil.

Como não podíamos criar um blog com o nome de Brasil História, criamos então o nome Históriateca

Brasil, algo a entender como a Biblioteca de História do Brasil.

O que era pra ser apenas um trabalho a ser apresentado em sala de aula, acabou se tornando um meio

de informação.

Hoje o Históriateca Brasil não é mais um Blog, mas sim um site que vem crescendo a cada dia e

ajudando as pessoas a entenderem mais sobre a História do Brasil.

O Históriateca Brasil tornou-se fonte de consulta de estudantes do nível fundamental e médio.

O Brasil Colonial

A Historiografia Brasileira afirma que o Período Colonial teve início em 1530, ano em que Martin

Afonso de Sousa chega ao Brasil com a tarefa de colonizá-lo, objetivo este alcançado em 1532, ano da

fundação da colônia de São Vicente, a primeira colônia do Brasil.

O período anterior a este acontecimento, é conhecido como Brasil pré-colonial, período iniciado com

o Descobrimento do Brasil pelos portugueses em 1500.

O Brasil Colonial se estenderia até em 1822, ano em que o Príncipe Português, Dom Pedro, declarou

a Independência do Brasil.

Na verdade o Brasil deixou de ser colônia em 1815, ano em que o Rei Dom João VI o elevou a

condição de Reino Unido de Portugal e Algarves.

O período colonial durou por quase três Séculos (1530 – 1822), foram 292 anos de intensa ocupação e

exploração das terras brasileiras.

O processo de colonização do Brasil foi mais difícil do que se possa imaginar. Poucos eram aqueles

que estavam dispostos a abandonar a Europa para viver numa terra inóspita e desconhecida, habitada

por canibais nativos, segundo as palavras Hans Standen.

A relação dos colonos portugueses com os índios não foi nada amigável. No início da colonização, os

índios foram expulsos de suas terras e mais tarde foram escravizados pelos portugueses. Hostilizados,

eles passaram a atacar as vilas de colonizadores.

www.historiatecabrasil.com

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Cronologia dos principais acontecimentos históricos do Brasil Colônia

1530 - 1532 – Martim Afonso de Sousa inicia o processo de Colonização do Brasil.

1534 – O Rei Dom João III de Portugal divide as terras do Brasil em Capitanias Hereditárias.

- O Brasil inicia a produção de açúcar em larga escala. Portugal, graças aos Engenhos de Açúcar do

Brasil, tornou-se o maior produtor mundial do produto.

1549 – O administrador português, Tomé de Sousa, chega ao Brasil com a tarefa de governá-lo, dando

início ao Governo Geral do Brasil.

O religioso Manuel da Nóbrega desembarcou na Bahia com o primeiro grupo de Jesuítas.

1555 – Os franceses fundaram a França Antártica no Rio de Janeiro, marcando o início da Invasão

Francesa no Brasil.

1568 – Portugal oficializa a Escravidão no Brasil dando o direito aos Senhores de Engenhos de

possuir um numero superior a 100 escravos negros por ano.

1580 - Felipe II, rei da Espanha, uniu o reino português ao reino espanhol originando a União

Ibérica.

1624 – A Companhia das Índias Ocidentais ocupa parte do Brasil nas Invasões Holandesas no Brasil.

1645 - O indígena Filipe Camarão se destaca na luta que os Senhores de Engenho de Pernambuco

iniciaram. A Insurreição Pernambucana deu um ponto final na dominação holandesa no Brasil.

1684 - Estoura no Maranhão a revolta que ficou conhecida como a Revolta de Beckman.

1693 – Os bandeirantes, liderados por Antônio Rodrigo Arzão, encontraram ouro na região do Caeté,

região do atual Estado de Minas Gerais.

- A descoberta das minas de ouro iniciou o período conhecido como o Ciclo do Ouro no Brasil.

1708 – 1709 A febre do ouro gerou um conflito entre os descobridores das minas com os forasteiros

que invadiram as regiões auríferas. Esta luta ficou conhecida como a Guerra dos Emboabas.

1710 - 1711 – Em Pernambuco os habitantes de Olinda entraram em conflito com os comerciantes

portugueses de Recife na luta que ficou conhecida como Guerra dos Mascates.

1720 – A cobrança de altos impostos na região mineradora, fez com que a população se rebelasse na

Revolta de Vila Rica.

1763 - O Governo Português de Marquês de Pombal, transferiu a capital do Brasil para o Rio de

Janeiro.

1789 – A elite mineira promoveu a Inconfidência Mineira que teve como principal personagem, o

Alferes Francisco da Silva Xavier, o Tiradentes.

1798 – Uma revolta liderada por alfaiates buscou a emancipação da Bahia, era a Conjuração

Baiana.

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1808 - A Família Real Portuguesa chega ao Brasil após Napoleão iniciar a invasão de Portugal.

1817 – Estoura em Pernambuco mais um movimento de caráter republicano. Era a Revolução

Pernambucana.

1822 – Dom Pedro transforma a colônia em império ao proclamar a Independência do Brasil.

O Tratado de Tordesilhas

Tratado que dividiu as terras do Novo Mundo entre Portugal e Espanha.

Em 1492, Cristóvão Colombo a serviço da Espanha descobre as Américas.

O Reino de Portugal, pioneiro nas Grandes Navegações, reclamou ter direito sobre as terras da

América.

Décadas antes, Portugal e Espanha entraram em atrito pela posse das Ilhas Canárias.

Em 1479, os dois países ibéricos entraram num acordo. Foi firmado o Tratado de Alcaçovas que dava

a Portugal a posse de todas as Ilhas situadas no Oceano Atlântico, exceto as Ilhas Canárias que

passou a ser domínio espanhol.

Os portugueses alegavam que a descoberta de Colombo, não dava o direito aos espanhóis de tomar

posse das terras, pois as mesmas já pertenciam a Portugal, mas, mesmo assim acharam justo dividi-la

com o Reino da Espanha.

O Rei Português, Dom João II, dirigiu-se aos Reis Fernando e Isabel da Espanha exigindo que a terra

descoberta fosse dividida entre os dois reinos.

Para solucionar o problema foi convocado o Papa, autoridade suprema da Igreja Católica e que na

época era bastante respeitada.

O Papa Alexandre II, através da Bula Inter Coetera, decidiu que as terras do Oeste localizadas a 100

léguas de distância das Ilhas de Açores, pertenceriam a Espanha. Portugal não aceitou o acordo, pois

esta decisão só favoreceria a Espanha.

O Papa Alexandre era de origem espanhola, sua decisão nitidamente foi tomada em beneficio da

Espanha. Portugal prejudicado nesta decisão ameaçou iniciar contra a Espanha uma guerra caso não

fosse revisto outro acordo.

Temendo uma guerra na Península Ibérica, o Papa decidiu rever sua decisão. Em Junho de 1494 foi

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assinado o "Tratado de Tordesilhas", acordo acatado tanto pela Espanha quanto Portugal. Foi

traçada uma linha imaginaria no sentido vertical localizada a 370 léguas de distancia a oeste de Cabo

Verde.

As terras localizadas ao oeste da linha de Tordesilhas pertenceriam a Espanha e as que estariam ao

leste da mesma linha seria domínio de Portugal.

Na América do Sul, a linha imaginaria de Tordesilhas passava pelas Cidades de Belém no Pará e

Laguna em Santa Catarina.

Com a união das coroas portuguesa e espanhola, União Ibérica, os limites determinados pela linha de

Tordesilhas passou a ser ignorado. O território português também passou a ser domínio espanhol.

Como consequência disto os colonos portugueses passaram também a ocupar o oeste pertencente a

Espanha aumentando assim o território português do Brasil Colônia.

O Tratado de Tordesilhas não foi reconhecido pelas outras nações européias que julgavam também ter

direitos sobre o Novo Continente. Navios da Inglaterra, França e Holanda faziam constantes

incursões sobre a América visando a fundação de colônias.

O Descobrimento do Brasil

O Descobrimento do Brasil em 1500 é atribuído a Pedro Álvares Cabral.

Comandando uma grande frota de navios, Cabral tomou posse das terras em nome de Portugal.

Em 1492 os espanhóis comandados por Cristóvão Colombo descobriram as Américas.

Portugal não aceitando a hegemonia da Espanha sobre o novo continente, fez com que a mesma

assinasse o Tratado de Tordesilhas em 1494.

O referido tratado dividia as terras do Novo Mundo, como ficou conhecido o Continente Americano,

entre Espanha e Portugal. Cabia agora aos portugueses encontrar as terras que era de direito.

A oportunidade surgiu em 1500, Pedro Álvares Cabral ficou responsável por uma expedição naval

com destino as Índias. A expedição era formada por 3 Caravelas e 10 Naus e contava com uma

tripulação de 1500 homens.

No dia 9 de Março de 1500, a frota portuguesa partiu do porto de Tejo em Lisboa, iniciando assim a

grande aventura.

Apesar de possuir pouca experiência em expedições navais, o comandante Cabral estava rodeado por

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Lobos do Mar como Nicolau Coelho e Bartolomeu Dias.

No decorrer da viagem a Nau de Vasco de Ataíde foi perdida, mesmo assim a longa jornada

continuou. Cabral distanciou o seu navio da costa africana e ordenou a todos os outros que o

seguissem em direção ao oeste.

Depois de algumas semanas no Oceano Atlântico, em 22 de Abril foi avistado um monte que Cabral

apelidou de Monte Pascoal, nome este dado por estar em tempo de Páscoa. No dia seguinte, data

histórica de 23 de Abril de 1500, Cabral e sua expedição desembarcou em Porto Seguro na Bahia.

Ao pisarem em terra, os portugueses viram uma cena surpreendente, a terra já era habitada por

pessoas que andavam nus. Esses nativos receberam o nome de índios.

A descrição da nova terra ficou sob a responsabilidade do Escrivão Pêro Vaz de Caminha que

retornaria em seguida para Portugal com a tarefa de entregar ao Rei Português, D. Manuel, uma

carta que relatava detalhadamente as características da nova terra.

A Carta de Caminha é considerada por muitos como a Certidão de Nascimento do Brasil.

Achando que a sua descoberta se tratasse de uma ilha, Cabral batizou a terra com o nome de "Ilha de

Vera Cruz". Depois de procurar algo de riqueza que a terra brasileira pudesse lhes oferecer, os

portugueses fizeram algumas cerimônias cristãs no Brasil. Frei Henrique Soares de Coimbra, no Ilhéu

da Coroa Vermelha, celebrou duas missas, uma em 24 de Abril, outra em 1 de Maio.

No dia 2 de Maio os Portugueses deixaram o Brasil e seguiram a viagem com destino a Índia,

principal meta da expedição. Antes de prosseguirem com a viagem, os portugueses encravaram na

terra uma cruz que simbolizava a posse da nova terra para o Reino de Portugal.

Somente em 1510 a Ilha de Vera Cruz passou a ser chamada de Brasil em homenagem a uma árvore

nativa que era abundante na região, o Pau-Brasil.

Indígenas do Brasil

Povos ameríndios que já habitavam o Brasil antes da chegada dos Portugueses.

Os Indígenas do Brasil na época do descobrimento formavam uma população de aproximadamente 5

milhões de habitantes.

Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, depararam-se com grupos humanos de costumes

diferentes do branco europeu, os Índios.

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Os Índios do Brasil andavam nus, desconheciam a metalurgia dos metais e o uso da escrita. Em suas

edificações usavam barro, palhas e pau-a-piques.

Não domesticavam animais, viviam apenas da caça, pesca e da colheita de frutas e raízes. Eram

seminômades exercendo a agricultura primitiva.

Na América do sul, em especial nas regiões que hoje correspondem ao Brasil, os índios estavam

divididos em inúmeras tribos com crenças e costumes diferentes, cada uma com sua própria língua.

Os Jesuítas que na época se engajaram na tarefa de civilizar os índios, classificaram eles em dois

grupos diferentes, os Tupis e Tapuaias.

Os Índios Tupis habitavam as terras do litoral brasileiro. Ocupavam uma faixa de terra que ia do

Maranhão até ao Rio Grande do Sul. Os Índios Tupiniquins e Tupinambás foram os primeiros a

terem contato com o homem branco.

Os Índios Tapuaias habitavam as regiões do interior do Brasil, em especial o região do Planalto

Central.

Em 1884 o antropólogo Alemão Karl Von Den Steinen propôs que os índios brasileiros fossem

classificados em tupis, Tupaias Nuaruaques e Caraíbas.

Steinen também classificou os índios em 4 grupos linguísticos principais que são:

Tupi-guarani: Fazem parte deste grupo os índios Guarani, Tupinambá, Tupiniquim, Tabajara entre

outros.

Macro-jê: Pertencem a este grupo os índios Timbira, Aimoré, Goitacás, Carijó, Carajás, Bororo,

Botocudo entre outros.

Karib: Os mais conhecidos são os índios Uaimiri e os Atroaris. Esses índios praticavam o

Canibalismo (Antropofagia).

Aruak: Temos como principais tribos as do índios Aruã, Pareci, Guaná e Terena.

Organização Social Indígena

Os índios brasileiros viviam socialmente em tribos que por sua vez eram subdividida em aldeias,

também conhecidas como Tabas. Estas aldeias eram ligadas entre si por parentescos.

As moradas eram chamadas de Ocas, o local onde se reuniam para a pratica de cultos religiosos e

decisões tribais.

Todos deviam respeitar as ordens do Cacique, Chefe Patriarcal da Tribo também conhecido como

Morubixaba.

Os trabalhos nas aldeias eram dividido da seguinte forma:

Os homens tinham a função de caçar, pescar, derrubar matas para a criação de terrenos para o

plantio. Faziam ainda canoas, arcos, flechas e tinham o dever de defender a sua tribo em tempos de

guerra.

As mulheres tinham o dever de plantar, colher frutas, fazer cestas e objetos de cerâmica.

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Já as crianças a partir dos 5 anos em diante eram preparadas para as atividades que teriam que fazer

em prol de sua tribo.

Quando os recursos da terra acabavam, uma tribo mudava-se para outra região. Muitas vezes a nova

região escolhida já era habitada por outra tribo. A disputa por uma determinada região era o

principal fator que gerava as guerras entre as tribos indígenas do Brasil.

A Religião Indígena

As milhares de tribos que viviam no Brasil tinham um ponto em comum com relação a religião,

cultuavam a natureza. A figura de líder religioso era exercida pelo Pajé. Os Rituais indígenas estavam

voltados para o pedido de bênçãos e agradecimentos por uma boa plantação, colheita e caça. Durante

as cerimônias religiosas os Pajés contavam as lendas e os mitos de seus antepassados tribais.

Os Índios Brasileiros Hoje

No Brasil atual os Índios representa menos de 1% do total da população brasileira. Cerca de 700 mil

indígenas.

Para proteger os Índios, em 1967 o Governo Brasileiro criou a FUNAI (Fundação Nacional do Índio)

em Substituição a SPI (Serviço de Proteção ao Índio) criado em 1910.

A maioria das Reservas Indígenas hoje existentes estão situadas nas regiões Norte e Centro-Oeste do

Brasil.

Caramuru

Caramuru, foi assim que ficou conhecido pela historia brasileira Diogo Álvares Correia.

Diogo Álvares Correia foi um naufrago português que viveu na Bahia entre os índios tupinambás.

Por volta de 1509, a nau portuguesa que Diogo Álvares Correia viajava naufragou próximo a costa da

Baía de Todos Santos.

Correia consegue chegar a terra firme ao lado de outros português, mas, o pior ainda estava por vim.

Muitos dos náufragos portugueses que alcançaram a praia ao lado de Correia foram apanhados por

uma tribo de canibais de nossa terra, os índios tupinambás.

Os índios fizeram um verdadeiro banquete, devoraram com grande prazer a carne branca do homem

europeu.

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Perplexo com que viu, Diogo Álvares Correia conseguiu escapar do cerco dos índios e escondeu-se

atrás de um penhasco. Quando descoberto pelos índios, Diogo Álvares pensou que era o seu fim, mas

os índios o acharam engraçado por ele estar entre as pedras igual a uma moréia.

A partir de então, os índios passaram a chamá-lo de Caramuru, que na língua tupi significa lampréia,

o mesmo que moréia.

Existe uma lenda que conta que Diogo Álvares recebeu o nome de Caramuru após ele abater uma ave

com sua arma de fogo. Impressionados com a cena que viram, os índios passaram a temer Diogo

Alvares que passou a ser idolatrado por eles, recebendo o nome de Caramuru, o Filho do Trovão.

Caramuru passou a viver entre os índios, foi aceito na tribo do cacique Taparica que mais tarde se

tornaria seu sogro. Pai da índia Paraguaçu, o cacique aceitou o casamento de sua filha com

Caramuru.

Caramuru teve grande importância no processo de colonização do Brasil. Navegadores portugueses e

franceses eram recebidos com grande cordialidade pela tribo de Caramuru.

Em 1526, a convite do corsário e pirata, Jacques Cartier, Caramuru e Paraguaçu visitaram a França.

No território francês Paraguaçu foi batizada com o nome de Catarina do Brasil.

Em 1532, Martim Afonso de Sousa lidera a primeira expedição colonizadora do Brasil, mas ficou

surpreso ao ver Caramuru, um português vivendo entre os índios pagãos do Brasil há 22 anos.

Caramuru foi o principal mediador do contato entre índios e portugueses. Em 1549 a Coroa

Portuguesa o encarregou de receber o Primeiro Governador Geral do Brasil, Tomé de Sousa.

Diogo Álvares Caramuru Correia morreu durante o governo de Duarte da Costa, em 5 de Outubro de

1557. Seus 4 filhos que teve com a índia Paraguaçu, formaram as primeiras famílias de Salvador.

A Colonização do Brasil

Ocupação das terras brasileiras iniciada por colonos portugueses a partir de 1530.

A Colonização do Brasil foi iniciada somente após 30 anos do Descobrimento.

A decisão de colonizar o Brasil, foi tomada depois que o comércio com o Oriente tornou-se decadente

e devido aos Corsários Franceses que incursionavam sobre o Brasil.

Portugal percebeu que a sua possessão na América tinha grande potencial para a pratica da

agricultura.

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O produto escolhido para o plantio foi o açúcar que na época era um artigo de luxo vendido na

Europa a um preço bastante lucrativo. Foi firmado o Pacto Colonial onde a colônia só podia ter

relações comerciais com a metrópole lusitana.

Inicialmente os portugueses não encontraram metais preciosos na nova terra, isso fez com que o

governo português deixasse de lado o Brasil para dar mais importância as lucrativas expedições em

direção ao Oriente onde se conseguia as Especiarias das Índias.

Com a decadência do Comércio com as índias, Portugal voltou suas atenções para a Terra Brasileira.

Visando a formação da monocultura, Portugal inicia a ocupação do Brasil. Milhares de portugueses

emigraram para o Brasil para aqui viverem pelo resto de suas vidas.

São Vicente foi a primeira colônia brasileira. Foi fundada por Martin Afonso de Sousa em 1532.

A civilização dos índios viria a facilitar à formação de colônias no Brasil. A responsabilidade de

educar o indígena aos moldes dos costumes cristãos foi entregue as Missões Jesuítas.

Concretizado a formação dos engenhos de açúcar, milhares de negros africanos foram trazidos de além

mar para trabalharem como escravos nas plantações de cana de açúcar.

O homem branco europeu, o negro africano e os indígenas, foram os 3 principais elementos formadores do

Povo Brasileiro.

Os Governos Gerais do Brasil

Sistema de administração implantado no Brasil Colonial em 1548.

O Governo Geral foi criado em substituição as Capitanias do Brasil.

Em 1548, o Rei de Portugal, Dom João III, criou o Regimento, carta que estabelecia a criação de um

Governo Geral no Brasil.

Os Donatários das capitanias hereditárias não obtiveram êxito em governar a colônia brasileira.

Visando uma melhor administração da colônia, Dom João III optou pela criação dos Governos

Gerais.

As Capitanias não foram extintas, o que na verdade ocorreu foi o repasse do poder administrativo que

estava nas mãos dos donatários para o Governador Geral.

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No novo sistema administrativo, o poder foi entregue ao Governador Geral, figura que passou a ser a

maior autoridade do Brasil Colônia.

O Governador Geral ainda contava com a ajuda de três altos funcionários, são eles:

O Provedor-Mor, o responsável pelos assuntos financeiros.

O Ouvidor-Mor, responsável em aplicar a justiça na colônia.

O Capitão-Mor, responsável em vigiar e proteger a costa brasileira.

Os principais objetivos dos Governadores Gerais eram; combater os índios contrários a colonização,

promover expedições a procura de ouro e conter a investida das nações européias sobre o Brasil,

como era o caso da França.

A sede do Governo Geral na colônia foi instalada na Bahia onde foi criada a Cidade de Salvador, a

Primeira Capital do Brasil.

O Governo de Tomé de Sousa (1549 a 1553)

Em Março de 1549 chegou na colônia Tomé de Sousa, o Primeiro Governador Geral do Brasil.

Vieram juntamente com Tomé de Sousa aproximadamente 1000 colonos, entre eles um grande número

de Jesuítas liderados pelo Padre Manuel da Nóbrega.

Esses religiosos tinham a missão de educar os índios para melhor se relacionarem com os colonos. O

Governo de Tomé de Sousa durou até o ano de 1553.

O Governo de Duarte das Costa (1553 - 1557)

Com o retorno de Tomé de Sousa para Portugal, o lusitano Duarte da Costa foi nomeado novo

governador geral. A administração de Duarte da Costa foi desastrosa em comparação ao governo de

Tomé de Sousa.

Duarte da Costa procurou usar o índio como mão de obra escrava, sua atitude gerou o

desentendimento com os Jesuítas, contrários a escravização dos indígenas.

Para piorar a situação, em 1555, os Franceses resolveram invadir o Brasil e fundar a França

Antártica no Rio de Janeiro. Duarte da Costa seria afastado do cargo de governador em 1557.

O Governo de Mém de Sá (1557 - 1572)

Em Dezembro de 1557, chega ao Brasil o Terceiro Governador Geral, o Fidalgo Mém de Sá.

O novo governador recebeu a difícil tarefa de pacificar os índios e expulsar os franceses do Rio de

Janeiro.

A árdua tarefa não seria fácil pois os franceses haviam se aliado as tribos indígenas inimigas dos

portugueses.

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Mém de Sá com a ajuda de seu sobrinho, Estácio de Sá, combateu os invasores franceses. Depois de

lutarem em duas ocasiões, os portugueses conseguiram expulsar os franceses do Rio de Janeiro em

1567.

Com a morte de Mém de Sá, Portugal buscando uma melhor ocupação e defesa de sua colônia, optou

em criar dois governos gerais no Brasil.

O Governo Geral do Norte com sede em Salvador na Bahia e o outro no Sul com a sede administrativa

no Rio de Janeiro. O Governo Geral seria unificado novamente em 1578.

As Duas Viagens ao Brasil de Hans Staden

Nas primeiras décadas do descobrimento do Brasil, um alemão de nome Hans Staden, viveu aqui a

maior aventura de sua vida.

Hans Staden retornou a Europa e relatou a experiência que viveu no Novo Mundo.

Em 1557, Andres Colben publicou um livro na Alemanha que conta a história de Hans Staden no

Brasil.

O livro, As Viagens ao Brasil, teve como título original "História Verdadeira e Descrição de uma Terra

de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América,

Desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas Terras de Hessen até os Dois Últimos Anos, Visto que

Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a Conheceu por Experiência Própria e agora a Traz a Público

com essa Impressão".

O livro de Hans Staden tornou-se um Best Seller da época. Muitos europeus leram e difundiram a idéia de

que o Novo Mundo (continente americano) era habitado por canibais nativos que apreciavam a carne do

homem branco europeu.

O aventureiro alemão por duas vezes esteve no Brasil.

A primeira vez foi em 1548. Hans Staden saiu de Bremen, na Alemanha, atravessou meia Europa até

chegar a Portugal.

Em Portugal, Hans Standen embarcou num navio português cujo destino era a América Portuguesa.

Chegando ao Brasil, mas precisamente em Pernambuco, o aventureiro alemão teve que ajudar os

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portugueses na luta contra os piratas e corsários franceses que exploravam o Brasil.

Em Pernambuco, o governador-geral Duarte da Costa pediu ajuda ao grupo de portugueses que Hans

Staden fazia parte para defender uma fortaleza atacada por índios na região de Iguaçu.

Os portugueses resistiram ao cerco dos indígenas e alguns meses depois, Hans Staden voltou a Europa.

Em 1549 Hans Staden volta ao Brasil, desta vez servindo ao reino da Espanha. Ele havia partido de

Sevilha indo em direção ao rio da Prata, porém, o navio em que estava não chegou ao seu destino,

naufragando na região do atual Estado de Santa Catarina.

Hans Staden, ao lado dos outros náufragos, conseguiu sobreviver e algum tempo depois chegou até a

colônia de São Vicente, onde atuou como defensor do Forte de São Filipe de Bertioga.

Em São Vicente, Hans Staden ao lado de outros colonos, acabou sendo capturado por uma tribo de índios

Tupinambás.

A maioria dos capturados foram sacrificados num ritual antropofágico. Hans Staden ficou perplexo com a

cena que presenciou: seres humanos esquartejados e devorados por indígenas que mais pareciam

demônios devoradores de carne humana.

Hans Staden tinha medo e consciência que seria ele o próximo a ser devorado pelos índios tupinambás.

Mesmo aterrorizado, ele conseguiu arquitetar um plano que o livrou der ser assado como um leitão.

O cristão europeu conseguiu enganar os índios pagãos se passando por uma espécie de Deus capaz de

controlar o vento e as chuvas. Alguns meses depois, ele conseguiu escapar e retornou a Europa a bordo de

um navio francês.

As Invasões Francesas no Brasil

Investida francesa sobre as regiões da América Portuguesa.

As Invasões Francesas na América, em especial no Brasil, visava a exploração dos recursos da terra e

posteriormente a fundação de colônias.

A França, assim como outras nações européias, não reconhecia a divisão das terras da América entre

Portugal e Espanha.

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Navegadores holandeses, ingleses e franceses foram incentivados a investirem sobre as terras do Novo

Mundo.

Aqueles que agiam em nome de uma nação eram chamados de Corsários. Os que agiam por conta

própria eram chamados de Piratas. Tanto os corsários quanto os piratas farejavam os mares a

procura de navios espanhóis e portugueses carregados de ouro.

Ao chegarem no Brasil, os franceses descobriram uma madeira tão boa quanto o cedro, o Pau-Brasil.

Da madeira exótica também podia se extrair um liquido que servia de tintura para tecidos. O Pau-

Brasil passou a ser levado em grande quantidade para a Europa.

Os franceses carregavam a madeira com a ajuda dos próprios índios. Em troca do serviço prestado os

nativos recebiam presentes como facões, tesouras e espelhos.

A França Antártica

Passadas algumas décadas, os franceses decidiram fundar sua própria colônia na América, tarefa

dada a Nicolas Durand de Villegagnon. Em 1555 chegou ao Brasil os primeiros colonos que

povoariam a França Antártica, colônia francesa formada na região do atual Rio de Janeiro.

Foi construído o Forte Coligny, marco inicial da colônia francesa. Os colonos franceses eram

formados na maioria por religiosos protestantes da França.

Ao ter conhecimento que a França havia invadido suas terras na América, Portugal decidiu usar a

força para expulsá-los. Em 1560, o então governador geral do Brasil, Mem de Sá, liderou uma

expedição militar que se encarregou de desalojar os franceses do Rio de Janeiro.

Os portugueses destruíram o povoado e os colonos franceses fugiram para as matas juntamente com

os índios amigos. Com a tarefa cumprida os portugueses abandonam o povoado e os franceses

novamente retornam a região, construído novas fortificações.

Buscando uma solução final para o problema, Mem de Sá entrega a seu sobrinho, Estácio de Sá, a

missão de expulsar definitivamente os franceses do Rio de Janeiro. Em 1565 uma nova expedição

militar foi em direção a França Antártica.

Buscando a marcação da posse da terra, Estácio de Sá funda o Arraial de São Sebastião. Ao se

confrontarem novamente com os franceses, os portugueses perceberam que não seria fácil vencê-los

desta vez.

Os colonos franceses valendo da boa relação com os índios propuseram a eles uma aliança militar

contra os portugueses. Foi formada a Confederação dos Tamoios, união das nações indígenas

inimigas dos portugueses. Também contando com o apoio de nativos, Estácio de Sá reiniciou as lutas.

Em Janeiro de 1567 depois de vários combates localizados, os franceses foram vencidos e tiveram que

abandonar definitivamente a região. Estácio de Sá morreria dias depois em decorrência de um grande

ferimento em seu rosto causado por uma flecha.

França Equinocional - Franceses fundam a Cidade de São Luís

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Durante o período de dominação espanhola no Brasil, os franceses invadiram novamente o Brasil. A

região escolhida desta vez foi o Nordeste.

No Nordeste já havia um grande número de franceses que viviam em paz sem serem perseguidos pelo

governo portugueses. Charles des Voux, colono francês líder de um pequeno povoado no Maranhão

retornou a Europa propondo ao governo de seu país a formação de uma nova colônia francesa na

América, a França Equinocional.

Em 1612, liderados por Daniel de La Touche, conhecido como Senhor de La Ravardiere, novos

colonos franceses desembarcaram no Brasil e fundaram o forte de São Luis. A economia da nova

colônia francesa no Brasil seria movida pela exploração das drogas do sertão e do Pau-Brasil.

Em 1615, o Governador-Geral do Brasil da época, Gaspar de Sousa pediu reforços de Portugal para

destruir ao novo reduto francês. Chegou ao Brasil uma esquadra luso-espanhola comandada por

Alexandre de Moura. Enquanto isto em Pernambuco, tropas terrestres comandadas por Jerônimo de

Albuquerque se preparavam para a Jornada Milagrosa em direção ao Maranhão.

Com o início das lutas ambos os lados concordaram numa trégua ocorrida logo após a Batalha de

Guaxenduba. Neste meio tempo de paz, muitos franceses temendo que a França Equinocional fosse

destruída do mesmo modo que França Antártica, preferiram abandonar o Brasil.

Percebendo o momento oportuno, Jerônimo de Albuquerque retoma a ofensiva portuguesa. Cercados

por todos os lados os franceses reconhecem sua derrota e desistem da idéia de criar no Brasil uma

colônia. Mesmo assim o governo português concedeu a alguns colonos franceses o direito de

permanecerem no Brasil.

As Capitanias Hereditárias

Divisão das terras brasileiras em grandes lotes de terra que foram entregues a nobres portugueses, os

chamados Donatários.

As Capitanias Hereditárias foi uma forma criada pelo Governo Português de se iniciar a Colonização

do Brasil.

Os Donatário ao recebem os lotes de terra, assumiam o compromisso de ocupar e explorar as riquezas

que a terra poderia oferecer.

Os lotes de terra receberam o nome de Capitanias Hereditárias porque quando o seu dono morresse, a

capitania seria herdada pelo seu filho.

O Governo Português, buscando a Colonização do Brasil, decidiu dividir o Brasil em 15 lotes de terra

que seria entregue a 12 donatários. Alguns desses lusitanos receberam mais de um lote de terra.

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Os 12 donatários das capitanias hereditárias foram:

João de Barros da Cunha

Fernando Álvares de Andrade

Antônio Cardoso de Barros

Pero Lopes de Souza

Duarte Coelho Pereira

Francisco Pereira Coutinho

Jorge Pereira Coutinho

Vasco Fernandes Coutinho

Pero de Góis

Pero de Campo Tourinho

Martin Afonso de Souza

Pero Lopez de Souza

Cada capitania possuía suas próprias regras com o Donatário, exercendo o papel de autoridade

máxima da capitania. Embora respeitados, os donatários não eram os verdadeiros donos da capitania,

cabia a ele apenas a administração da terra e os lucros provenientes da agricultura. As Terras eram

pertencentes a Coroa Portuguesa.

A Carta de Doação e Carta Foral, estabeleciam os direitos e deveres de cada um dos donatários,

como por exemplo, fundar vilas, arrecadar impostos para a coroa lusitana e distribuir "Sesmarias",

pequenos lotes de terra doadas para aqueles que tinham interesse pela agricultura.

A implantação do sistema de Capitanias Hereditárias no Brasil tornou-se um fracasso depois de 16

anos. Os principais motivos do insucesso devem se a falta de recursos financeiros e os constantes

ataques de índios contra os colonos.

Os únicos donatários que conseguiram prosperar foram Duarte Coelho da Capitania de Pernambuco

e Martin Afonso de Souza da Capitania de São Vicente.

Com a extinção das Capitanias Hereditárias, foi criado um novo sistema de administração no Brasil, o

Governo Geral.

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Os Jesuítas

Missionários que faziam parte da Companhia de Jesus.

Os Jesuítas eram guerreiros da Igreja Católica que tinham o objetivo de conquistar o maior número

de fiéis cristãos, afastando os dos preceitos da fé da Reforma Protestante.

A Companhia de Jesus foi fundada em 1534 pelo religioso Inácio de Loyola. Esta ordem religiosa era

fiel ao Papa de Roma.

A principal e única arma dos Jesuítas era a Bíblia. Inicialmente eles foram em direção dos continentes

africano e asiático. Com o Descobrimento das Américas, os Jesuítas vieram para cá com a missão de

civilizar os índios pagãos aos moldes da Fé Católica.

Em 1549, no Governo de Tomé de Sousa, chegaram ao Brasil os primeiros missionários jesuítas. O

grupo era comandado pelo Padre Manuel da Nóbrega.

O trabalho missionário era de grande importância para a colônia brasileira, os Jesuítas foram os

intermediários da aproximação dos indígenas com o homem branco.

Os Jesuítas fundaram varias Missões, aldeamentos que dariam origem aos principais núcleos

populacionais do Brasil. O Padre José de Anchieta foi o principal jesuíta em ação, responsável pela

fundação de diversas Missões, também conhecidas como reduções.

A tarefa de educar os índios não era nada fácil. Para alcançar êxito, os jesuítas tiveram que

aproximar-se primeiramente das crianças indígenas.Só assim eles ganharam a confiança dos índios

adultos.

Além de educar os nativos, os jesuítas tiveram que enfrentar outros problemas, os colonos queriam

escravizar os índios. Para melhor se protegerem das perseguições de colonos e bandeirantes, as

reduções jesuítas passaram a ser construídas o mais longe possível dos centros coloniais.

Com a subida do Marquês de Pombal ao poder português em 1760, os Jesuítas tiveram que deixar o

Brasil. Eles foram acusados de conspiração contra a Coroa Portuguesa.

Além da Companhia de Jesus outras missões religiosas vieram para o Brasil, como a dos

Franciscanos e Carmelitas.

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A Escravidão no Brasil

Com o início da Colonização do Brasil, muitos africanos vieram de além mar para serem explorados

de forma desumana.

A Escravidão no Brasil durou do início da colonização até ao final do Segundo Império. Os escravos

Negros do Brasil descendiam das culturas sudanesas e bantas.

Os sudaneses eram oriundos das regiões africanas de Guiné, Costa do Ouro e Daomé. Já os Bantos

eram oriundos de Moçambique e Congo.

Antes da chegada dos europeus, a escravidão já existia no continente africano. As centenas de tribos

africanas guerreavam entre si. Os povos derrotados na guerra tornavam-se escravos dos vencedores.

Os europeus caçavam ou compravam escravos das tribos soberanas para venderem mais tarde nas

colônias americanas. Os negros comprados ou capturados eram levados para o litoral africano onde

ficavam nas feitorias a espera dos Navios Tumbeiros. Ao embarcarem nos tumbeiros os escravos eram

amotinados no porão da embarcação.

Muitos morriam nesses navios devido a fome ou por doenças decorrentes da falta de higiene. Outros

morriam de Banzo, saudades da terra natal. Ao desembarcarem na Colônia Brasileira, logo eram

vendidos aos Senhores de Engenho.

Inicialmente os índios eram usados como escravos, mas como os jesuítas os protegiam eles foram

deixados de lado. A compra de escravos africanos foi a solução encontrada pelos colonos portugueses

para resolver o problema de falta de mão-de-obra escrava no Brasil.

No período colonial, os escravos eram a força motora da indústria do açúcar, na exploração das

minas e também nas atividades agropecuária.

No Brasil a Senzala foi ao mesmo tempo prisão e moradia dos escravos negros. Boa parte dos

escravos que fugiam, juntavam-se aos outros escravos fugitivos em comunidades negras, os chamados

Quilombos.

Aqueles que eram capturados pelos Capitães do Mato eram entregues aos feitores da fazenda e

punidos com severos castigos que iam de chicoteadas a mutilações no corpo.

Com a descoberta das minas de ouro e diamantes, os Escravos passaram a fazer o sofrido trabalho de

mineração. Com o passar dos séculos os escravos negros passaram a exercer qualquer atividade que

gerasse lucros ao seu dono.

Com a Revolução Industrial o comércio de escravos passou a sofrer forte oposição da Inglaterra,

maior potência mundial da época.

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Já no século XIX, o trabalho escravo era destinado às plantações de café. Para resolver a falta de

escravos foi feito o revezamento de escravos de uma província a outra.

Em 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, ato que gerou o a Abolição da Escravidão no Brasil.

Os Engenhos de Açúcar do Brasil

Propriedades de terras destinadas ao processo de criação de açúcar.

Os Engenhos de Açúcar do Brasil foram desenvolvidos principalmente no Nordeste Brasileiro.

A Colonização da América Portuguesa tinha como principal objetivo a criação de engenhos,

principais núcleos de ocupação do Brasil.

Os engenhos de açúcar na época era aquilo que chamamos nos dias de hoje de indústria.

Na Europa do Século XVI, o açúcar era um artigo de luxo, onde somente Reis e nobres tinham

condições de comprar. Portugal percebendo a riqueza que poderia gerar com o produto, transformou

o Brasil na maior indústria açucareira do Mundo.

Em 1533, em São Vicente, no atual Estado de São Paulo, foi instalado o primeiro engenho de açúcar

do Brasil. Com o passar dos anos outros engenhos foram instalados.

A planta da Cana-de-açúcar se adaptou melhor no nordeste brasileiro. As cidades de Pernambuco e

Bahia passaram a ser os maiores centros produtivos de açúcar.

A difícil tarefa de transportar o açúcar para a Europa ficou por conta da Holanda. Os Holandeses

foram os principais financiadores da empreitada portuguesa na América, em troca eles ganharam o

monopólio da venda do açúcar no continente europeu.

O Açúcar do Brasil Colônia teve grande aceitação no mercado externo. Portugal aspirando maiores

lucros aumentou o número de Engenhos no Brasil. Com o aumento da oferta, o açúcar deixou de ser

privilegio de pessoas ricas passando também a ser consumido pelas populações menos abastadas da

Europa.

Os Engenhos do Brasil, eram movidos pelo trabalho escravo. No início da colonização, os portugueses

tentaram usar o índio como escravo, mas, como eles eram protegidos pelos jesuítas e por não se

adaptarem ao trabalho sistemático, foram deixados de lado. Para solucionar o problema da falta de

mão de obra, o Governo Português optou em usar o negro africano como escravo.

Na maioria das vezes, a propriedade do engenho de açúcar era composta por:

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Plantação de Cana Casa Grande = Moradia do Senhor do Engenho.

Senzala = Local onde os escravos ficavam aprisionados.

Casa do Engenho = Local onde era produzido o açúcar. Da cana-de-açúcar provinha também a

famosa Cachaça e a Rapadura, produtos que se identificam com o povo nordestino.

O Senhor do Engenho era o colono de maior prestígio dentro da sociedade colonial brasileira.

Existiam também os trabalhadores livres nos engenhos, os mais importantes deles era o Mestre do

açúcar, responsável por garantir a qualidade do açúcar.

Na metade do Século XVIII, o comércio do açúcar do Brasil tornou-se decadente. Com a União

Ibérica em 1580, Portugal quebrou o acordo comercial com a Holanda, principal distribuidora do

açúcar brasileiro na Europa.

Fracassada a tentativa de fundar uma colônia no Brasil, os holandeses criaram suas próprias

indústrias na América Central. O açúcar holandês, de melhor qualidade, desbancou o açúcar

brasileiro no mercado mundial, gerando a decadência dos engenhos de açúcar do Brasil.

A Revolta de Beckman

Revolta ocorrida no Maranhão no final do século XVII.

A Revolta de Beckman, também conhecida como Revolta de Bequimão, foi gerada pelo

descontentamento dos colonos contra a Companhia Geral do Comércio do Maranhão.

Na época do Brasil Colonial, o Maranhão correspondia a uma grande faixa de terra.

A implantação dos Engenhos de Açúcar na região, foi dificultada pela falta de mão-de-obra. Sem

alternativas os colonos passaram a usar o índio como escravo.

Os Jesuítas na qualidade de defensores dos indígenas, se opuseram a esta escravidão. Valendo do

prestígio que tinham com o Governo Português, fizeram com que o mesmo proibisse os colonos de

escravizar os índios.

Para resolver o problema Portugal criou em 1682 a Companhia do Comércio do Maranhão. A

companhia tinha a responsabilidade de fornecer escravos africanos, alimentos e utensílios aos

habitantes do Maranhão.

Os produtos coloniais produzidos pelos colonos só poderiam ser vendidos por intermédio da

companhia e por um preço tabelado, considerado baixo pelos colonos.

Os escravos africanos trazidos pela companhia do comércio além de serem vendidos a um preço muito

elevado, não vinham em quantia significativa capaz de absorver as necessidades das lavouras e

engenhos de açúcar.

Em 168,4 descontentes com a situação imposta a eles, um grande número de colonos liderados por

Jorge Sampaio,, e pelos irmãos Tomás e Manuel Beckman, rebelaram-se contra os jesuítas e a

Companhia do Comércio do Maranhão.

Os revoltosos hostilizaram os Jesuítas, tomaram os armazéns da companhia do comércio e prenderam

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o Capitão-Mor da cidade. Foi formado um governo provisório chefiado por Manuel Beckman.

Tomás Beckman foi enviado a Portugal a fim de expor a situação ao Governo Português esperando

que os dirigentes lusitanos os apoiassem nas ações praticadas por eles, porém, não foi isso que

aconteceu.

Tomás foi preso e acusado de conspiração e imediatamente Portugal enviou tropas ao Maranhão para

combater a rebelião. Em 1685 o português Gomes Freire de Andrade foi enviado a região para

ocupar o cargo de novo governador.

Quando as tropas portuguesas chegaram a região o movimento rebelde já havia se enfraquecido

devido as divergências dos líderes rebeldes. O movimento foi facilmente sufocado e Jorge Sampaio,

juntamente com Manuel Beckman, foi enforcado.

Bandeirantes - Entradas e Bandeiras

Expedições Desbravadoras acorridas no Brasil Colonial.

Bandeirantes, era assim que eram chamados os desbravadores do Brasil Colônia.

As Entradas e Bandeiras tinham como principal objetivo encontrar metais preciosos e capturar índios.

As Entradas eram expedições de caráter desbravador organizado pelo Governo Português. As

expedições não ultrapassavam o limite da Linha de Tordesilhas.

As Bandeiras eram expedições particulares que tinham como missão prear índios e por ventura

encontrar riquezas minerais como ouro e diamantes.

A União Ibérica fez com que os Holandeses rompessem relações comerciais com Portugal, agora

controlado pela Espanha.

Devido as divergências entre Espanha e Holanda, as regiões africanas fornecedoras de mão-de-obra

escrava foram tomadas pelos holandeses, fato que gerou um grande problema para a colônia.

Se os senhores de Engenho do Brasil quisessem comprar um escravo africano teriam que pagar agora

um preço altíssimo. Sem condições de comprar estes escravos, os colonos portugueses passaram a

usar o índio como escravo.

A tarefa de capturar os índios não era fácil, os únicos preparados para esse trabalho eram os

paulistas.

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Os colonos que habitavam as regiões de São Paulo de Piratininga viviam de forma rudimentar. O

cultivo de cana-de-açúcar mostrou-se inviável na região. Para sobreviverem os paulistas passaram a

praticar a agricultura de subsistência e escravizaram os índios, fazendo com que eles trabalhassem

nessas lavouras.

Os Bandeirantes passaram a ver a caça de índios como uma atividade econômica que gerava bons

lucros. Os Bandeirantes eram na maioria mamelucos, mistura do branco com o índio, Possuíam as

mesmas habilidades dos indígenas e não sentiam nenhuma privação por viverem em mata fechada.

A união da Coroa Portuguesa com a Espanhola fez com que os bandeirantes deixassem de dar

importância para os limites traçados pelo Tratado de Tordesilhas.

As reduções jesuíticas pelo fato de concentrar um grande número de índios acostumados com o

trabalho sistemático, passaram a ser atacadas constantemente pelos bandeirantes.

O Bandeirismo praticado na época fez com que o Brasil tomasse o seu contorno atual. Os

Bandeirantes, principais povoadores das regiões interioranas do Brasil, conquistaram e iniciaram o

povoamento do Sul e Centro-Oeste do Brasil.

Os mais conhecidos bandeirantes da História do Brasil foram:

Antonio Rodrigues Arzão - Descobriu as Minas de Caeté em 1693.

Raposo Tavares - Sertanista de origem portuguesa que percorreu diversas regiões do Brasil.

Comandou a bandeira que destruiu as reduções jesuíticas do Guairá.

Manuel Preto - Bandeirante Paulista que visava a caça de índios.

Fernão Dias Paes - Bandeirante Paulista que ao lado de Raposo Tavares destruiu inúmeras reduções

jesuíticas no Sul do país.

Borba Gato - Foi um dos descobridores das Minas de Ouro do Brasil Colonial, descobriu as Jazidas

de Sabará.

Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera - Conhecido como um dos mais destemidos Bandeirantes.

Desbravou a região que hoje corresponde ao Estado de Goiás.

Jorge Velho - Bandeirante responsável pela destruição do Quilombo dos Palmares.

Havia também expedições fluviais que surgiram no final do bandeirismo, as Monções. Estas

expedições foram responsáveis pelo descobrimento das Minas de Mato Grosso do Sul e Goiás.

O Bandeirismo chegaria ao fim com a extinção da maior parte das reduções jesuíticas e com a

reconquista portuguesa do controle sobre o comercio de escravos africanos.

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Quilombo dos Palmares

Todo homem, não importa sua cor, nasceu para ser livre. Lutará sempre por isso.

Nos tempos do Brasil Colônia, existiu no nordeste brasileiro um povoado considerado um paraíso

pelos escravos negros do Brasil.

O povoado formado por negros fugitivos ficou conhecido pela História Brasileira como Quilombo dos

Palmares.

O Quilombo dos Palmares tornou-se um símbolo da resistência negra contra a escravidão e teve como

principal líder, o mártir negro Zumbi dos Palmares.

A História do Quilombo dos Palmares

No Brasil colonial, muitos negros africanos cansados da vida sofrida de escravo, fugiram dos

engenhos de açúcar para nunca mais voltarem.

Boa parte desses escravos fugitivos eram recapturados pelos capatazes dos senhores de Engenhos que

os caçavam como se eles fossem animais. O mais temível caçador de escravos era o capitão-do-mato.

Os negros que sobreviviam à caçada juntaram-se aos outros fugitivos e passaram a formar pequenos

povoados chamados de mocambos. Muitos mocambos se formaram pela colônia, mas somente alguns

resistiram ao tempo.

Com o passar das décadas, a população negra cresceu nesses povoados negros com a chegada de

mais fugitivos.

Na região do atual Estado de Alagoas, havia se formado um dos maiores mocambos de que se tem

noticia, o Quilombo do Palmares.

Palmares acolheu escravos fugitivos vindos de diversas capitanias. Viviam por lá também índios e

mestiços pobres. Os quilombolas, moradores dos quilombos, dedicavam-se á agricultura, à caça e a

pesca. Exerciam também o comércio de produtos agrícolas com as outras comunidades negras da

área.

Por muito tempo, o Quilombo dos Palmares foi o paraíso dos negros africanos que aqui chegaram

para viverem como escravos. Achando-se livre da escravidão, os negros passaram a formar famílias e

resgataram suas raízes com à pratica da religião de origem africana.

Em sua maior densidade demográfica, o Quilombo dos Palmares ia do Cabo de Santo Agostinho até

ao rio São Francisco. Buscando impor seu poder sobre a região, o governo colonial português

organizou e incentivou campanhas militares contra o Quilombo dos Palmares.

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Muitas expedições militares foram financiadas pelos senhores de engenho que buscavam recapturar

escravos para a sua senzala. Após sofrer tantos ataques, o Quilombo dos Palmares foi reduzido a uma

pequena região formada pelos mocambos de Macaco, Subupira, Tabocas e Zumbi.

O Quilombo dos Palmares teve como líderes Ganga Zona, Ganga Zuma e Zumbi, este último o mais

importante.

Sob a liderança de Zumbi, os quilombolas ao invés de se defenderem, passaram a atacar os colonos

que buscavam a destruição do Quilombo do Palmares. Usando táticas de guerrilha, Zumbi conseguiu

destruir alguns engenhos, libertando seus irmãos escravizados e conseguindo munições e suprimentos

para novas ações guerrilheiras.

A ferocidade de Zumbi dos Palmares fez com que os dirigentes coloniais daquela região, contratassem

um dos mais experientes bandeirantes do período colonial, Domingos Jorge Velho.

O Capitão-mor Bernardo Vieira de Melo confiou a Jorge Velho a liderança de seis mil homens na luta

contra o exército quilombola de Zumbi dos Palmares.

Mesmo com grande experiência, os bandeirantes tiveram grande dificuldade em vencer os rebeldes

escravos na Guerra dos Palmares.

Em 1685, Zumbi dos Palmares após ser traído, acabou sendo morto encurralado numa emboscada.

Sua cabeça foi cortada para servir de exemplo aos negros que por ventura tentasse continuar com a

idéia de se libertar da escravidão.

Sem a liderança de Zumbi, o Quilombo dos Palmares seria completamente abandonado pelos seus

últimos habitantes em 1710.

A União Ibérica

Período em que Portugal e suas colônias foi controlado pela Espanha.

A União Ibérica foi a união da Coroa Portuguesa com a Coroa Espanhola, dominação esta que durou

de 1580 a 1640.

A nomeação de um espanhol como Rei de Portugal fez com que todos os portugueses passassem a ser

súditos da Coroa Espanhola

.

A União Ibérica teve como uma das principais consequências, o descumprimento do Tratado de

Tordesilhas.

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Com a morte do Rei Português, Dom Sebastião I, o Cardeal Dom Henrique assumiu o governo de forma

provisória. De idade já avançada Dom Henrique também morreria logo em seguida deixando Portugal

numa crise sucessória.

O parente mais próximo do falecido monarca lusitano era o também monarca Felipe II da Espanha.

D. Catarina, duquesa de Bragança, e Dom Antônio, Prior do Crato também se candidataram ao cargo de

regente, mas nada puderam fazer quando as tropas espanholas invadiram Lisboa afim de intimidar

aqueles que eram contrários a nomeação de Felipe II como novo governante português.

Felipe II foi considerado legítimo herdeiro de Dom Sebastião, conquistando o direito de sentar no trono

lusitano. Em Portugal o Rei Espanhol passou a ser chamado de Felipe I.

Em 1580,Felipe II assumiu a Coroa Portuguesa tornando-se senhor de um vasto território que passou a

englobar também o recém descoberto Continente Americano.

Como consequência desta união, os colonos portugueses da América passaram a transpor a Linha

imaginária de Tordesilhas.

Outro fator mais grave foi a quebra do acordo açucareiro entre Portugal e Holanda. A Espanha que

estava em guerra contra a Holanda, fez com que os portugueses cortassem relações comerciais com os

Holandeses. Esse episódio acarretou a invasão do território brasileiro por parte da Companhia das Índias

Ocidentais dando inicio a Guerra Luso-holandesa.

As Invasões Holandesas visavam a conquista das áreas produtoras de açúcar do Brasil e dos portos

africanos fornecedores de mão-de-obra escrava. Queriam com isso continuar com o lucrativo comércio de

açúcar antes feito em parceria com Portugal.

Depois de serem repelidos na Capitania de Salvador, os Holandeses conseguiram com sucesso se instalar

em Pernambuco.

A Espanha não estava em guerra somente com a Holanda, mas sim com quase todos os países europeus

que adotaram religiões protestantes. Toda a riqueza oriunda das Américas foi gasta para a criação de um

exército que tinha como principal arma uma Esquadra Naval que ficou conhecida como Invencível

Armada Espanhola.

Assim como a Espanha, Portugal foi arrastado a uma crise econômica originada dos altos gastos que os

espanhóis faziam para o esforço de guerra.

Cansados dessa situação os portugueses se rebelaram contra a dominação espanhola. Em 1640 a União

Ibérica chegaria ao fim com ascensão da Dinastia de Bragança ao poder português, tendo D. João IV

como o primeiro Rei desta Dinastia.

Anos depois os Holandeses seriam expulsos do Brasil com ajuda de nativos e colonos brasileiros já

descontentes com a administração holandesa.

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As Invasões Holandesas no Brasil

Ocupação Holandesa nos territórios produtores de açúcar do Brasil Colonial.

As Invasões Holandesas no Brasil foi uma consequência da Guerra Luso-Holandesa.

A Espanha que estava em guerra contra a Holanda, fez com que a colônia portuguesa na América,

agora pertencente ao Reino Espanhol, cortasse relações comerciais com a Nação Neerlandesa.

Portugal e suas colônias passou a ser domínio do Rei da Espanha em decorrência da União Ibérica.

Como a Holanda estava em guerra contra a Espanha, oportunamente os espanhóis prejudicaram o

comercio holandês na América.

O comércio de escravos, especiarias e de açúcar, era a principal fonte de renda da Holanda. Portugal

havia dado o Monopólio da venda de açúcar brasileiro na Europa para os holandeses.

Com a perda do monopólio, o Governo Holandês se sentiu prejudicado, pois havia feito grandes

investimentos no Brasil. Decididos a não ficarem no prejuízo eles invadiram o Brasil.

A Invasão Holandesa na Bahia

Em 1624 a Cidade de Salvador da Bahia, foi invadida pelos Holandeses que prontamente prenderam o

Governador Diogo de Mendonça Furtado.

Os Senhores de Engenho não aceitando a dominação holandesa na Bahia, com a ajuda do Bispo Dom

Marcos Teixeira, iniciaram a resistência.

Com a chegada da Armada Espanhola, a resistência baiana conseguiu derrotar os holandeses que se

renderam em Maio de 1625.

A Invasão de Pernambuco

Em Junho de 1629 a Holanda, firme na idéia de fundar a Companhia das Índias Ocidentais na

América, promoveu uma segunda expedição militar, desta vez melhor preparada para a guerra.

Em Fevereiro de 1630 a frota naval holandesa chega ao Brasil, a Capitania de Pernambuco foi a

escolhida para ser a nova Colônia Holandesa no Brasil.

Com um contingente militar de 4 mil homens, a Holanda que apesar da resistência pernambucana

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comandada pelo governador Matias de Albuquerque, conseguiu com sucesso tomar a capitania.

O governo da América Holandesa foi entregue ao Conde Maurício de Nassau. Aos poucos os Luso-

brasileiros de Pernambuco aceitaram a dominação da Holanda.

Nassau tentou sem êxito conquistar a Bahia, mas, alcançou sucesso em invadir a capitania do

Maranhão.

Os senhores de Engenho de Olinda, Recife e Maranhão aceitaram de braços abertos seus novos

governantes. Muitos engenhos foram beneficiados com vultosos empréstimos destinados para o

aumento da produção de açúcar.

Com o fim da União Ibérica em 1640, Portugal conseguiria uma década mais tarde expulsar os

holandeses do Brasil.

Em 1644 o governo Maurício de Nassau chegaria ao fim. O governante holandês retornou para

Amsterdã depois de receber ordens de seus superiores.

No ano de 1654 o domínio holandeses sobre boa parte do Nordeste Brasileiro acabaria

definitivamente. Os pernambucanos revoltados com as cobranças de dividas por parte da Companhia

das Índias Ocidentais iniciaram um movimento que ficou conhecido como Insurreição Pernambucana.

A Insurreição Pernambucana

Movimento armado contrário a dominação holandesa em Pernambuco.

A Insurreição Pernambucana uniu colonos, índios e negros na luta contra os holandeses.

Após Maurício de Nassau entregar o controle de Pernambuco a Companhia das Índias Ocidentais, a

ralação entre holandeses e luso-brasileiros tornou-se tensa.

Os novos dirigentes da Companhia das Índias Ocidentais passaram a exigir dos Senhores de Engenho

o pagamento total de suas dividas.

Como boa parte dos produtores de açúcar de Pernambuco eram inadimplentes, a Companhia das

Índias Ocidentais ordenou a confiscação de bens.

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Não querendo ficar no prejuízo, os senhores de engenho iniciaram uma revolta armada conhecida

como Insurreição Pernambucana.

Em Agosto de 1645 João Fernandes Vieira e André Padre Negreiros, liderando um grande número de

nativos, deram início aos combates.

Os principais confrontos entre os insurgentes pernambucanos e as tropas holandesas ocorreram na

Batalha do Monte Tabocas e na Batalha de Guararapes.

No andamento dos combates destacou-se a figura do negro Henrique Dias e o indígena Felipe

Camarão.

Somente em 1648 a Insurreição Pernambucana chegaria ao fim. Os holandeses foram derrotados após

o Governo de Portugal prestar auxílio aos pernambucanos.

Mesmo vencidos no campo de batalha a Holanda foi indenizada por Portugal ao receber um grande

pagamento em dinheiro e possessões territoriais no Oriente.

Em 1661 Portugal e Holanda assinaram o Tratado de Haia. Ao assinar este tratado a Holanda se

comprometeu em deixar de lado seu interesse pelos centros produtores de açúcar do nordeste

brasileiro. Em troca os holandeses receberam de Portugal uma elevada quantia em ouro além do

território do Ceilão e Ilhas Molucas.

As Minas de Ouro do Brasil

As primeiras Minas de Ouro do Brasil foram descobertas pelos bandeirantes no final do século XVII,

nas regiões dos atuais estados de Goiás, Cuiabá e Minas Gerais.

O Ciclo do Ouro no Brasil duraria até ao final do Século XVIII. As minas que haviam sido

descobertas foram completamente esgotadas. Quando foram encontradas as primeiras jazidas de ouro

no Brasil, gente de toda a parte da colônia se deslocou para as áreas mineradoras.

O Ouro Brasileiro também atraiu povos estrangeiros, principalmente portugueses. Cerca de 600 mil

lusitanos saíram de Portugal em direção ao Brasil sonhando com as riquezas que aqui encontrariam.

No início da Mineração no Brasil, não era difícil encontrar ouro, pois o mesmo era de Aluvião, ouro

encontrado na superfície terrestre, beira dos rios e encostas.

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Os bandeirantes, descobridores da maioria das minas, foram recompensados com o direito de

explorar primeiro as jazidas. Portugal buscou logo o controle sobre as Minas de ouro em sua colônia,

criando diversas leis e regras para a exploração aurífera.

Em 1702 foi criado a Intendência das Minas, órgão encarregado de aplicar a legislação sobre a

mineração na colônia. Cabia ainda ao órgão dividir o local a ser explorado em datas, lotes de terra

entregues aos descobridores das minas.

As áreas maiores que as Datas eram chamadas de lavras, lotes de terras em que a exploração do ouro

só seria possível com técnicas de exploração mais eficaz e com um grande número de escravos.

O ouro extraídos nas datas e lavras deveriam ser levados imediatamente as Casas de Fundição, local

onde o ouro era transformado em barras seladas com o símbolo real português. Da quantia de ouro

levada as casas de fundição, o Governo Português tinha o direito de retirar o Quinto, 20% do ouro

descontado como tributo a ser pago pela exploração das minas.

Os Senhores de Engenho que já não viam tendo lucros com o já decadente comércio do açúcar,

também passaram a investir na exploração de ouro. A mão-de-obra escrava usada nos engenhos

passou a ser usada nos garimpos.

Pessoas sem escravos ou que trabalhavam por conta própria eram chamadas de Faiscadores.

As Minas de Ouro do Brasil Colonial fez com que o país tivesse uma explosão demográfica. O Centro-

Sul do país passou a ser o centro econômico, político e social da colônia, substituindo o Nordeste que

passava por uma grande crise econômica devido a queda de venda do açúcar.

A Cidade do Rio de Janeiro por estar situada próxima a região mineradora tornou-se a nova capital

do Brasileira.

Desconfiados que nas áreas mineradoras havia contrabando e sonegação de ouro, o Governo

Português criou novos impostos. O minerador teria que pagar 17 gramas de ouro por cada escravo.

Não conformados com todos esses impostos, o Governo determinou ainda que o Quinto deveria

ultrapassar o mínimo de 100 arrobas anuais, ou seja, 1,5 tonelada e meia. Se esta meta não fosse

alcançada, a Intendência praticaria a Derrama, imposto pago com o confisco de bens pessoais de

todas as pessoas que habitavam a região aurífera.

Com o passar das décadas, a extração do Ouro Brasileiro começou a cessar devido a dificuldade de

explorá-lo, mas mesmo assim o governo lusitano insistia com a cobrança da Derrama.

Em consequência disto, muitos mineradores contraíram enormes dividas com o fisco minerador, fato

que fez com que eles se revoltassem, desencadeado movimentos contrários a exploração econômica

por parte da Coroa Portuguesa. Um dos mais conhecidos destes movimentos foi a Revolta de Felipe

dos Santos.

A mineração ocorrida no período colonial desenvolveu a integração do território brasileiro ao

possibilitar o comércio entre as regiões.

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Para abastecer os mineradores a pecuária foi desenvolvida, principalmente na região Sul. Ao longo

das rotas de transportes muitas pessoas passaram a exercer o comércio.

A Revolta de Felipe dos Santos

Revolta ocorrida na região das Minas Gerais contra as leis e impostos cobrados por Portugal sobre

as regiões mineradoras.

A Revolta de Felipe dos Santos, também é conhecida como Revolta de Vila Rica.

Com o início da extração das Minas de Ouro do Brasil, Portugal criou órgãos responsáveis pelas leis

a serem respeitadas na regiões auríferas. Um desses órgãos foi a Intendências das Minas.

Era proibida a circulação de ouro em pó ou em pedras. Quem fosse pego comercializando ouro deste

tipo sofreria punições previstas por lei. Devida a estas medidas, o comércio na região mineira foi

profundamente afetado.

Em 1717 chegou ao Brasil o governador das Minas do Brasil, o português Pedro Miguel de Almeida,

O Conde de Assumar. Para combater o contrabando e sonegação de ouro, Assumar aperfeiçoou o

sistema de cobrança de tributos ao criar as Casas de Fundição.

Todo ouro extraído deveria ser levado imediatamente a essas casas onde seria retirado para o

governo 20% do mineral. O restante do ouro seria transformado em barras seladas com o brasão real

português e só depois entregue ao minerador.

Foram instaladas 4 casas de fundição, situadas em; Vila Rica, Nossa Senhora de Conceição do

Carmo, São João do Rei e Vila do Príncipe.

Os mineradores tinham que percorrer longas distancias até chegarem as casas de fundição e muitas

vezes eram roubados por ladrões.

Revoltados com a cobrança de impostos, cerca de 2 mil mineradores se rebelaram em 1 de Julho de

1720 na revolta que ficou conhecida como Revolta de Vila Rica. Filipe dos Santos, rico tropeiro,

passou a ser a voz do movimento e foi visto como principal líder.

O exército de mineradores saiu de Vila Rica em direção a Vila de Nossa Senhora de Conceição do

Carmo, sede do governo minerador. Felipe dos Santos em nome do movimento exigiu a extinção das

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Casas de Fundição e o fim da cobrança dos altos impostos.

O Conde Assumar, amedrontado com o grande número de mineradores, fingiu acatar as

reivindicações pedidas por eles. Com o passar de alguns dias, já acalmado os ânimos e com a

dissipação dos rebeldes, Assumar iniciou a repreensão do movimento.

O Exército Português saiu as ruas à caça dos líderes da revolta. Aos que foram capturados desfilaram

acorrentados pelas ruas da cidade e levados ao cárcere de Portugal.

A Felipe dos Santos foi reservado penosa sentença. No dia 16 de Julho do mesmo ano, numa

cerimônia feita em praça pública, Felipe dos Santos foi enforcado e depois teve seu corpo arrastado

pelas ruas e em seguida esquartejado com suas partes expostas nos principais pontos da cidade.

Pelo fato de Felipe dos Santos se tornar o Mártir do Movimento, a Revolta de Vila Rica ficou mais

conhecida como a Revolta de Felipe dos Santos.

As autoridades portuguesas queriam com isso intimidar a população. Queriam que a pena aplicada a

Felipe dos Santos servisse de exemplo a qualquer um que conspirasse contra o Governo.

A Guerra dos Emboabas

Conflito armado entre Paulistas e forasteiros ocorrido na região de Minas Gerais.

A Guerra dos Emboabas foi gerado pela disputa pela exploração das recém descobertas Minas de

Ouro do Brasil.

Os paulistas, descobridores das minas, eram contrários a presença de pessoas que haviam chegado

depois deles nas regiões mineradoras.

Emboabas, eram assim que os desbravadores paulistas chamavam os portugueses e baianos que,

vindos da Corrida do Ouro, passaram a habitar a região aurífera. Os emboabas eram vistos como

intrusos pelos paulistas.

Era fácil distinguir um paulista de um Emboaba. Os paulistas por serem mamelucos, herdaram dos

índios os seus costumes, como por exemplo, andar descalço. Já os Emboabas, portugueses e baianos,

andavam calçados com botas de cano longo.

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O estopim da Guerra dos Emboabas foi um pequeno incidente e que devido a tensão já existente na

região ganhou maiores proporções. Em 1707 um grupo de emboabas espancou um paulista por ter

acobertado um de seus parentes que havia assassinado um emboaba.

Os paulistas revoltaram-se com a atitude emboaba, que por sua vez trataram logo de agirem antes dos

paulistas. Os Emboabas não reconhecendo a autoridade de Borba Gato sobre a região, expulsaram os

paulistas e elegeram Manuel Nunes Viana, líder emboaba, como governador das Minas. Os paulistas

se reorganizaram e voltaram a região para expulsar os ursupadores.

Na região próxima a São João Del Rey, um grupo de emboabas armados liderados por Bento

Coutinho, cercaram os paulistas. Em desvantagem numérica os paulistas renderam-se após ouvirem a

promessa emboaba de que teriam suas vidas poupadas.

Quando os paulistas baixaram as armas, Bento Coutinho ordenou aos seus homens que abrissem fogo.

Cerca de 300 paulistas foram massacrados e tiveram seus corpos jogados num rio que a partir de

então ficou conhecido Rio das Mortes.

O massacre cometido pelos Emboabas contra os paulistas ficou conhecido como o Capão da Traição.

O ódio dos paulistas contra os emboabas aumentou ainda mais fazendo que as lutas se intensificassem.

Com o território mineiro mais parecendo com uma zona de guerra, Portugal decide intervir na luta.

Antônio de Albuquerque Coelho, governador do Rio de Janeiro passou a ter autoridade sobre as

Minas e afastou Nunes Viana do poder.

Em 1709 a guerra entre paulistas e emboabas chegaria ao fim após o Governo Português criar em

prol dos Paulistas a Capitania de São Paulo.

Muitos paulistas considerando impossível viver pacificamente ao lado dos Emboabas preferiram se

retirar para o território de Goiás e Mato Grosso onde encontraram novas jazidas de ouro.

O Governo Marquês de Pombal

Período em que o estadista português Sebastião José de Carvalho e Melo governou Portugal e suas

colônias com o aval da realeza portuguesa.

O Governo Marquês de Pombal foi marcado por ações políticas baseadas nos ideais do Iluminismo

europeu.

Sebastião José de Carvalho e Melo, esse era o verdadeiro nome do Marquês de Pombal. Foi um dos

mais conhecidos políticos da história portuguesa.

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A Era Pombalina, foi assim que ficou conhecido o governo de Marques de Pombal. Foi o período em

que ele teve o poder de decidir as principais decisões políticas de Portugal.

O Governo do Marques de Pombal no Brasil

No Brasil colonial, as ações administrativas do Marquês de Pombal ficaram conhecidas como

Reformas Pombalinas.

Marquês de Pombal foi o responsável por grandes mudanças no Brasil Colônia. Uma de suas

primeiras realizações políticas com relação ao Brasil foi a fundação da companhia do Grão-Pará e do

Maranhão.

Os índios foram em certo ponto beneficiado pelo governo pombalino. A eles foi dado a emancipação e

educação laica.

Os jesuítas se oporam ao ensino educacional proposto por Marques de Pombal e por isso, foram

expulsos de Portugal e de todas as colônias lusitanas.

Em 1759 extinguiu as Capitanias do Brasil e três anos depois fez com que a colônia brasileira fosse

elevada a condição de vice-reino de Portugal.

Em 1760, Marques de Pombal foi nomeado Primeiro Ministro Português. Uma vez como principal

liderança política de Portugal, Pombal encarcerou e exilou todos aqueles contrários a sua política

administrativa.

Em 1763, Pombal escolheu o Rio de Janeiro como nova capital da colônia. Tal decisão foi tomada

baseada na idéia de que a cidade carioca daria mais dinamismo a economia colonial por ser um dos

principais centros mineradores do Brasil.

O Governo do Marques de Pombal chegaria ao fim no ano de 1777, ano da Morte de Dom José I.

Demitiu-se do cargo antes que a rainha de Portugal o fizesse.

Neste mesmo ano, Dona Maria I que não simpatizava nenhum pouco com a figura do Marques de

Pombal, ordenou a soltura de todas as pessoas que haviam sido presas e extraditadas por ordem de

Pombal.

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A Guerra dos Mascates

Conflito ocorrido em Pernambuco no inicio do século XVIII.

A Guerra dos Mascates foi gerada pelo desentendimento dos Senhores de Engenho de Olinda com os

comerciantes de Recife.

A Cidade de Olinda, primeira capital de Pernambuco, devido a queda da venda do açúcar tornou-se

economicamente decadente.

O açúcar produzido pelos holandeses, expulsos décadas antes do Brasil, desbancou o produto

brasileiro no mercado europeu.

Ao mesmo tempo em oposta situação vivia Recife que de pequena freguesia (povoado), passou para a

posição de principal centro econômico de Pernambuco graças ao comércio.

A maior parte dos comerciantes de Recife eram portugueses. Apesar de enriquecerem, esses

comerciantes não tinham representantes na política local.

A maioria dos Olindenses viam o comércio como uma atividade sem importância. Os comerciantes de

Recife eram chamados de Mascates, forma tachativa e desprezível de se chamar os vendedores de

quinquilharias. A aristocracia de Olinda formava a elite política e econômica de Pernambuco e

consideravam os comerciantes cidadãos de segunda classe.

Com a decadência dos engenhos de açúcar, Olinda passou por uma grande crise financeira. Sem

alternativas os olindenses passaram a emprestar dinheiro dos mascates de Recife.

A maioria dos senhores de engenho de Olinda não obtiveram sucesso com seus projetos econômicos e

consequentemente não conseguiram pagar aos credores recifenses.

Como muitos aristocratas de Olinda não honraram com seus compromissos, os credores mascates

foram a luta pelos seus interesses. A primeira medida tomada por eles foi fazer com que Recife fosse

elevada a categoria de vila. Uma vez reconhecida como vila, Recife teria uma Câmara Municipal

recheada de representantes que defenderiam os interesses dos mascates.

O principal interesse mascate era o da quitação das dívidas dos senhores de engenho de Olinda que

seriam pagas com a tomada de bens e propriedades.

Em 1709 os cidadãos de Recife apresentaram ao Governador Sebastião de Castro e Caldas o projeto

que visava transformar Recife em Vila.

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Em 1710 foi concretizado o desejo dos mascates, Recife foi elevado ao posto de Vila para desespero da

aristocracia de Olinda. Vendo seus interesses econômicos ameaçados os Olindenses marcharam em

direção a Recife para tomar o controle da Sede Municipal.

Liderados pelo rico senhor de engenho Bernardo Vieira, os olindenses nomearam o Bispo de Olinda

novo governador da Capitania. Os Recifenses contra-atacaram dando início aos combates entre a

população de Pernambuco.

Portugal interveio no conflito a favor de Recife. Em 1711 Félix de Mendonça foi nomeado novo

governador. Felix Mendonça ordenou que os líderes rebeldes de Olinda fossem presos.

A decisão de tornar Recife em Vila foi mantida, e mais do que isso, Recife foi escolhido como nova

capital da Capitania de Pernambuco.

A Inconfidência Mineira

Movimento revolucionário que buscava a emancipação da Colônia Portuguesa na América.

A Inconfidência Mineira visava a Independência do Brasil com a formação de um Governo

Republicano.

Os Inconfidentes Mineiros queriam fazer do Brasil uma República semelhante a implantada no

Estados Unidos em 1776.

A Conjuração Mineira não vingou, pois antes de ser posto em pratica havia sido delatada as

autoridades portuguesas.

Com o desenvolvimento da Mineração de Ouro no Brasil, muitas pessoas ficaram ricas. As famílias

que se instalaram em Minas Gerais passaram a ser conhecidas como a Elite Mineira.

Os filhos da Elite Mineira passaram a estudar na Europa onde entraram em contacto com as idéias de

Liberdade, Igualdade e Fraternidade proposta pelos Iluministas.

Ao retornarem a Minas Gerais, esses estudantes depararam-se com a nova realidade mineira. A

exploração do ouro declinou com o esgotamento das minas. Portugal achando que o ouro do Brasil

não estava acabando mas sim sendo desviado pelo contrabando, passou a exigir mais impostos.

Em 1788 esses jovens intelectuais passaram a se reunir com funcionários do governo que também

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estavam descontes com os rumos da administração portuguesa.

A Revolução Industrial iniciada na Inglaterra despertou o espírito empreendedor de brasileiros e

portugueses que tinham riquezas acumulada, mas que devido as restrições impostas pela Coroa

Portuguesa foram proibidos de criarem indústrias no Brasil.

Cansados de verem tanta exploração por parte do Governo Português, cidadãos da Sociedade

Mineira passaram a contestar a dominação Portuguesa. Eles se reuniram na casa do Tenente Coronel

Francisco de Paula Freire de Andrade. Os principais participantes destas reuniões eram:

Os padres José da Silva Rolim e Calos Correia Toledo, o jovem José Álvares Maciel, os poetas Tomás

de Antônio Gonzaga, Luiz Vieira da Silva e Cláudio Manuel da Costa.

Dentre esses membros estava o militar de origem humilde, o Alferes Joaquim da Silva Xavier, mais

conhecido pela Historia Brasileira como Tiradentes.

Nas reuniões os Inconfidente Mineiros decidiram que iriam promover uma rebelião no mesmo dia em

que seria decretada a Derrama (cobrança de impostos que seriam pagos com a confiscação de bens

pessoais dos habitantes da região mineira).

Os Revolucionários Mineiros queriam com isso persuadir a população mineira que, inconformada

com a cobrança da derrama certamente se uniria a eles pelo ideal da Independência da Colônia.

Convictos na idéia de separar o Brasil de Portugal, os inconfidentes tinham até desenhado a Bandeira

da República Brasileira, uma bandeira branca com um triângulo no meio contornado com a seguinte

frase: Libertas Quae Sera Tamen que em português significa; Liberdade ainda que Tardia.

O que os membros da Revolução Mineira não sabiam era que, entre eles existia um traidor, seu nome,

Joaquim Silvério dos Reis, português dono de grandes propriedades, mas que estava com grandes

dividas pendentes com o governo. Ao delatar o movimento, Silvério dos Reis esperava que o Governo

Português perdoasse suas dividas.

Em Março de 1789 o Visconde de Barbacena, governador das minas na época, suspendeu

imediatamente a Derrama e ordenou a detenção dos envolvidos na conspiração. Todos os

conspiradores foram presos e condenados.

Aos envolvidos que exerciam posições importantes na sociedade local foi dado clemência, no entanto,

foram condenados ao degredo perpetuo. Temos o exemplo dos Ouvidores Tomas Antônio Gonzaga e

Inácio José de Alvarenga Peixoto, degredados para o continente africano.

Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único a sofrer a pena de morte. O Grande Mártir da

Inconfidência Mineira foi enforcado no dia 21 de Abril de 1792.

A Revolução Mineira serviu de inspiração as outras capitanias brasileiras que décadas depois

passaram a lutar em suas respectivas regiões pela formação de um estado Independente no Brasil.

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A Conjuração Baiana

Movimento revolucionário ocorrido no território Baiano no ano de 1798.

A Conjuração Baiana buscava o fim da dominação portuguesa na Bahia para a criação da República

Baiense.

De todos os movimentos revolucionários ocorridos no Brasil, a Revolução Baiana destacou-se por ser

a pioneira na idéia de criação de uma República que daria liberdade aos escravos. Este interesse é

explicado pelo fato de que na Bahia os negros formavam 80% da população.

A Bahia tornou-se decadente desde o dia em que Salvador perdeu a posição de capital da colônia

para o Rio de Janeiro, a fome e a miséria reinavam na região.

A situação econômica se agravou ainda mais com o alto preço dos alimentos cobrados pelos

comerciantes portugueses.

A população pobre não tinha capacidade de comprar alimentos a um preço tão caro. Pessoas famintas

constantemente saqueavam os armazéns e comércios da cidade. Mesmo com a pobreza generalizada

na região, Portugal não abria mão da cobrança de impostos.

A tensão social existente fez com que os representantes da elite local se juntassem aos representantes

das camadas menos abastadas pelo ideal de se criar uma nação democrática na Bahia.

Em 1797 foi formado o grupo Cavaleiros da Luz, composto por intelectuais e pessoas de posição

elevada na sociedade baiana. Os revolucionários baianos se apegaram aos mesmos ideais dos

conjurados da Inconfidência Mineira ocorrida anos atrás.

Ao contrario do movimento revolucionário ocorrido em Minas Gerais, a Conjuração Baiana mostrou

ser um movimento de caráter popular. Envolveu representantes de quase todos os setores da sociedade

na trama, tanto é que ficou conhecida como Revolta dos Alfaiates, em referência a dois mártires do

movimento que exerciam a profissão de alfaiate.

Em 12 de Agosto de 1798, a Cidade de Salvador amanheceu com diversos planfetos espalhados pela

cidade. Os cartazes convocavam a população baiana a uma grande união em prol da formação da

República Baiense.

Dom Fernando, Governador da Bahia, agiu antes da revolução estourar ao mandar prender os

líderes da revolução. Graças a informações repassadas por traidores do movimento, as autoridades

locais conseguiram prender os principais envolvidos na Revolução.

No desenrolar das investigações muitas pessoas foram acusadas de conspiração contra o governo,

mas somente quatro sofreram a pena de morte por enforcamento, são elas:

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Os soldados Lucas Dantas do Amorim Torres e Luís Gonzaga das Virgens.

Os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus Nascimento.

Depois de enforcado os acusados tiveram seus corpos esquartejados para o governo expor suas partes

como forma de aviso a toda e qualquer revolta que por ventura voltasse a surgir.

Os outros envolvidos na trama foram penalizados ao degredo. Já aqueles que exerciam posições

importantes dentro da sociedade local, como por exemplo, o medico Cipriano Barata, sofreram pena

branda.

A Família Real Portuguesa no Brasil

Chegada da Família Real Portuguesa em sua colônia na América em 1808.

A presença da Família Real Portuguesa no Brasil, fez com o mesmo fosse equiparado com Portugal.

No início do Século XIX, o Império Francês de Napoleão entrou em atrito com a Inglaterra.

Buscando a destruição econômica da Inglaterra, Napoleão ordenou a todas as nações européias que

cortassem relações comerciais com os ingleses. Para tal objetivo foi criado em 1806 o Bloqueio

Continental.

O Reino de Portugal que em certo ponto dependia da economia inglesa, não atendeu as exigências da

França. A desobediência do Governo de Lisboa fez com que os franceses invadissem Portugal.

Dom João buscando a preservação da Dinastia de Bragança preferiu fugir para o Brasil com toda

sua corte.

Cerca de 15 mil lusitanos deixaram Lisboa em Novembro de 1807. Os navios portugueses foram

escoltados pela Marinha Britânica, maior força naval da época. Uma vez no mar a corte lusitana

sentiu na pele as privações de que um viajante sentia nas longas viagens ao continente americano.

Em Janeiro de 1808 a frota de navios portugueses aportou na Bahia e lá ficaram estacionados por

algumas semanas. Ao saírem da Bahia os navios foram em direção ao Rio de Janeiro, desembarcando

em 7 de Março de 1808. A presença da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro fez com a cidade se

mordenizasse.

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A primeira decisão política de Dom João ao chegar ao Brasil foi decretar a Abertura dos Portos

brasileiros as nações amigas. A atitude do líder português significou o fim do Pacto-Colonial entre

Portugal e Brasil. A principal nação beneficiada pela liberdade comercial no Brasil foi a Inglaterra.

Outras ações foram feitas por Dom João como por exemplo, o incentivo a criação de indústrias no

Brasil. A criação do Banco do Brasil, da Imprensa Regia e da Academia de Belas Artes.

Em 1815 Napoleão foi definitivamente derrotado na Europa. Com a destruição da França

Revolucionária, as Monarquias Absolutistas restabeleceram a ordem do Absolutismo. Dom João já

poderia voltar a Portugal, no entanto, o monarca lusitano acostumou-se com a terra brasileira e

preferiu aqui ficar.

Com a morte de Dona Maria, Rainha de Portugal, em 1818, o Príncipe Regente foi coroado Rei com o

titulo de Dom João VI. Com a união de Brasil e Portugal a cidade do Rio de Janeiro passou a ser a

capital do Reino Unido Português.

Passados alguns anos de permanência no Brasil, Dom João fez ainda com que o Brasil deixasse de ser

uma mera colônia ao elevá-lo a categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves.

O fim do pacto-colonial e a elevação do Brasil a Reino Unido descontentou em muito a burguesia

lusitana de Portugal. Com o Brasil deixando de ser colônia os portugueses perderam o monopólio

sobre o comercio brasileiro.

Em 1820 os portugueses inconformados com o rumo da política lusitana, se rebelaram na revolta que

ficou conhecida como Revolta Liberal do Porto. Os rebeldes de Portugal passaram a não reconhecer

o Governo de Beresford, militar inglês que assumiu o Governo de Lisboa com o consentimento da

Monarquia Portuguesa.

Pressionado, Dom João deixou o Brasil em 25 de Abril de 1821 em regresso a Portugal. Ao chegar a

Lisboa Dom João VI foi forçado a jurar uma nova constituição que transformou Portugal numa

Monarquia Constitucional.

Para governar o Brasil o Rei Português deixou um de seus filhos como regente, o Jovem Dom Pedro.

A Revolução Pernambucana

Movimento revolucionário ocorrido em Pernambuco no ano de 1817.

A Revolução Pernambucana buscou a criação de um governo independente de Portugal.

O Movimento revolucionário foi resultante da insatisfação do povo pernambucano contra

administração lusitana de D. João VI.

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A Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa sacudiram o mundo com a propagação

das idéias iluministas e liberais.

No Brasil não foi diferente, as províncias de Minas Gerais e Bahia tentaram sem êxito implantar no

Brasil um regime republicano.

Tais idéias revolucionárias ganharam força em Pernambuco, província com economia fragilizada pela

queda dos preços do açúcar e do algodão.

A Coroa Portuguesa, na época hospedada no Brasil, alheio a crise econômica pernambucana,

continuou a cobrar impostos da população.

Em Pernambuco existia centros maçônicos visitados por intelectuais, religiosos e militares.

Inconformados com o descaso do Governo Português, os maçons passaram a difundir sobre a região

as idéias iluministas oriundas da Europa.

Os pernambucanos que desde a Guerra dos Mascates, possuíam um sentimento anti-lusitano,

abraçaram o ideal da República.

Em 8 de Março de 1817 um movimento pró-republicano conseguiu com êxito derrubar o governo de

Caetano Pinto de Miranda.

O governo revolucionário pernambucano era liderado por Domingos José Martins, Antônio Carlos de

Andrada e Frei Caneca.

Os revolucionários formaram um governo aos moldes da Revolução Francesa. Graças ao sucesso

pernambucano de formar um governo revolucionário, a onda republicana se espalhou por outras

províncias nordestinas como Alagoas, Ceara e Rio Grande do Norte.

Ao tomar conhecimento da conspiração republicana que se propagava no nordeste, o Governo

Português enviou para Pernambuco tropas militares que estavam estacionadas no Rio de Janeiro e

Bahia.

As tropas rebeldes em desvantagem bélica não conseguiram por muito tempo resistir a ofensiva das

tropas monarquistas.

Em Maio de 1817 a Revolução Pernambucana chegava ao fim após as tropas de Dom João retomar o

controle de Recife.

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O Brasil Imperial

Brasil Imperial é o período da História Brasileira iniciado com a Independência do Brasil em 7 de

Setembro de 1822. O Brasil deixou de ser colônia portuguesa para se tornar uma nação independente.

A Independência do Brasil aconteceu não da forma como muitos brasileiros da época queriam. O

Brasil continuou a ser governado por um membro da família real portuguesa.

Dom Pedro foi coroado como Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil. Para continuar como

Imperador do Brasil, Dom Pedro I teve que renunciar ao trono português.

Na época, muitos esperavam que aqui fosse instalado um governo republicano. Na verdade o que

aconteceu foi a criação de um governo monárquico governado por um imperador mão de ferro.

A primeira constituição do Brasil dividiu o poder do Império em legislativo, executivo e judiciário,

mas isso nada valia pois todas as decisões desses poderes tinham que ser aprovados pelo poder

Moderador, exercido pelo Imperador.

A forma autoritária com que D. Pedro I governou o Brasil fez com que o mesmo perdesse o controle

do império. Revoltas começaram a surgi por todo o país. As províncias passaram exigir mais

autonomia política.

A cada ano que se passava a figura do Imperador tornava-se cada vez mais impopular. Em 1831,

pressionado por todos, Dom Pedro I abdicou o trono imperial brasileiro a favor de seu filho, o

pequeno Pedro de Alcântara que governaria o Brasil com o título de Dom Pedro II.

O reinado de Dom Pedro II duraria até em 1889, ano em que os militares brasileiros deram um golpe

de estado que extinguiu o Império Brasileiro. O marechal Deodoro da Fonseca declarou extinto o

regime imperial e Proclamou a República.

Cronologia do Brasil Imperial

1822 – Independência do Brasil - Dom Pedro as margens do Rio Ipiranga declara a emancipação do

Brasil, com a célebre frase: Independência ou Morte!

Primeiro Reinado - Em Dezembro de 1822, Dom Pedro foi coroado Imperador dos brasileiros com o

título de Dom Pedro I.

1824 – O governo autoritário de Dom Pedro I gerou descontentamento de muitas províncias

brasileiras que queriam maior autonomia política. Uma das primeiras províncias a se rebelar foi

Pernambuco que organizou a Confederação do Equador.

1831 – Dom Pedro I renúncia ao trono imperial brasileiro e retorna para Portugal. Seu filho de

apenas cinco anos de idade, Pedro de Alcântara, o sucedeu, mas por ser muito jovem, ainda não

poderia governar. Foi formado então o Governo Regencial.

1835 - Coma a criação do Governo Regencial, movimentos separatistas explodiram por todo o Brasil.

Uma das primeiras revoltas a acontecer foi a Cabanagem.

- No Rio Grande do Sul aconteceu a mais longa das revoltas do período colonial. A Guerra dos

Farrapos ensanguentou o Sul do Brasil por 10 longos anos.

1837 – A classe média de Salvador também procurou formar na Bahia um governo separatista de

caráter republicano. O movimento revolucionário baiano ficou conhecido como a Sabinada.

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1838 – No Maranhão a exploração dos grandes fazendeiros fez com que a população pobre da

província se rebelasse na revolta que ficou conhecida como Balaiada.

1840 – Segundo Reinado - Dom Pedro II com apenas 15 anos de Idade assume o Governo Imperial

Brasileiro.

1842 - As disputas políticas entre o Partido Liberal e o Partido Conservador fez com que o ex-regente

Antônio Feijó iniciasse uma revolta que ficou conhecida como Revolução Liberal de 1842.

1848 – Explode em Pernambuco a última revolta do período imperial brasileiro, a Revolução

Praieira.

1865 – Brasil, Argentina e Uruguai unem forças contra o exército do ditador Solano Lopez na Guerra

do Paraguai.

1888 - O Fim da Escravidão no Brasil - Lei assinada pela Princesa Isabel que proibiu por definitivo o

trabalho escravo no Brasil.

1889 – Proclamação da República - O Império Brasileiro, sem o apoio da Igreja, aristocracia e dos

militares, foi derrubado por um movimento de caráter republicano.

A Independência do Brasil

Fato marcante da História Brasileira onde o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa para se

transformar numa nova nação.

A Independência do Brasil aconteceu no dia 7 de Setembro de 1822.

Neste dia Dom Pedro as margens do Rio Ipiranga gritou a famosa frase: Independência ou Morte!

Antecedentes

Em consequência da Revolução do Porto ocorrida em Portugal, Dom João VI retornara a Lisboa

para jurar a nova constituição. Ao deixar o Brasil, o monarca lusitano havia decidido que seu filho, D.

Pedro, governaria o Brasil como Regente. Dom Pedro iniciou seu governo como regente em meio a um

clima tenso.

As Cortes de Lisboa queriam por fim aos benefícios que o Brasil havia conquistado no governo de

Dom João. Já os representantes da elite brasileira viram a regência de D. Pedro como um momento

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oportuno para libertar o território brasileiro do domínio Português.

Neste jogo de interesses os brasileiros levaram a melhor, a figura de Dom Pedro I tornou-se

carismática entre os brasileiros. Dom Pedro seria visto mais tarde como o Defensor Perpetuo do

Brasil.

Os Portugueses haviam percebido que D. Pedro de certa forma estava sendo persuadido pelos

brasileiros nas escolhas de suas decisões políticas.

O fim do Pacto Colonial e a elevação do Brasil a categoria de Reino Unido desagradou em muito os

portugueses, pois foram prejudicados economicamente.

Decididos a não ficarem no prejuízo os lusitanos através das Cortes de Lisboa fizeram a D. Pedro uma

série de exigências, tendo como principais; o retorno do Brasil a categoria de colônia e o imediato

retorno do mesmo a Portugal.

Uma das decisões da Corte de Lisboa ordenava que os governos provinciais deveriam obedecer as

ordens vindas de Lisboa e não as do Príncipe Português.

D. Pedro considerou esta exigência uma afronta a sua autoridade como governante regente e decidiu

se engajar definitivamente pelo ideal de emancipação do Brasil.

Em 8 de Janeiro de 1822, depois de ouvir dos brasileiros muitos pedidos implorando que ele ficasse,

Dom Pedro falou a seguinte frase: Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga aos

brasileiros que Fico. Este dia ficou conhecido historicamente como o Dia do Fico.

Para demonstrar sua desobediência as Cortes de Lisboa, Dom Pedro criou um ministério brasileiro

liderado por José Bonifácio de Andrada e Silva, mais conhecido como o Patriarca da Independência.

Bonifácio compôs uma quadro político independente de Portugal, criando medidas e decretos

favoráveis a Independência do Brasil.

As principais medidas tomadas por José Bonifácio foram:

Decretar o Cumpra-se. Todas as exigências feitas pela corte lusitana só seriam aqui acatadas se D.

Pedro consentisse.

. Concedeu a Dom Pedro o titulo de Defensor Perpetuo do Brasil.

. Proibiu a entrada de tropas portuguesas no Brasil sem a autorização de D. Pedro.

. A criação de uma Assembléia Constituinte Brasileira.

Ao ser informado das decisões de Dom Pedro, os portugueses redigiram novas ordens ao príncipe

português afirmando que caso ele não as cumprir-se, Portugal enviaria tropas ao Brasil para por fim

ao seu governo.

D. Pedro que estava retornado de uma viagem a São Paulo foi de encontro a um grupo de

mensageiros que lhe entregaram três cartas.

A primeira carta relatava as ordens de Portugal, as outras duas restantes eram de autoria de

Bonifácio e de Dona Leopoldina, esposa de Dom Pedro.

José Bonifácio e Dona Leopoldina aconselharam a Dom Pedro que fosse consumado a emancipação

do Brasil. Dom Pedro após ler estas cartas, ali mesmo, as Margens do Rio Ipiranga declarou a celebre

frase: Independência ou morte.

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Em 7 de Setembro de 1822, o Brasil se tornava uma nação independente de Portugal, a Nação

Brasileira.

O Grito de Independência foi imortalizado no quadro pintado por Victor Meireles.

Algumas províncias brasileiras que estavam nas mãos de militares e burgueses portugueses não

reconheceram a Independência do Brasil. Os Estados da Bahia, Maranhão, Piauí, Grão Para e

Província Ciplastina resolveram não aderir a emancipação.

Para enfrentar aqueles que se negavam a reconhecer a Independência do Brasil, Dom Pedro

contratou tropas mercenárias estrangeiras. Após algumas batalhas estes focos de resistência foram

derrotados o que assegurou em definitivo a Independência do Brasil.

A Independência do Brasil foi um movimento originado da união dos interesses da elite rural

brasileira com a vontade de Dom Pedro. Não houve mudança significativa na sociedade da época. A

forma de governo continuou a ser monárquico e a estrutura social escravista.

Em 1 de Janeiro de 1823, numa cerimônia sem a participação popular, o Príncipe Português foi

coroado Imperador do Brasil com o titulo de Dom Pedro I. Portugal venho a reconhecer a

Independência do Brasil após receber uma indenização de 2 milhões de Libras do Governo Imperial

Brasileiro.

O Primeiro Reinado

Período em que Dom Pedro I governou o Império do Brasil.

O Primeiro Reinado do Brasil vai de 1822 a 1831.

Em 12 de Outubro de 1822, D. Pedro apoiado pela classe aristocrática, foi coroado Primeiro

Imperador do Brasil.

Em 1823 D. Pedro I convocou a Assembléia Constituinte. Logo foi formado o Parlamento Brasileiro.

A Assembléia era ocupada por parlamentares de grupos políticos de diferentes interesses.

Os principais partidos políticos da época eram:

Partido Português

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Também conhecido como Partido Absolutista era formado por portugueses que viviam no Brasil. Eles

queriam que D. Pedro I governasse o Brasil aos moldes do Absolutismo Europeu.

Partido Brasileiro

O partido dos nascidos no Brasil. Os membros deste partido queriam que o Brasil se distanciasse das

relações políticas com Portugal. O partido dos brasileiros daria origem a dois novos partidos

políticos.

Foi formado o Partido Conservador, composto pelos grandes proprietários de terras e também o

Partido Liberal, formado por políticos radicais que queriam acabar com a escravidão e proclamar a

república.

Pressionado por ambos os lados, D. Pedro I optou por criar uma constituição que lhe desse amplos

poderes sobre as decisões políticas do Império Brasileiro.

Em 1824, de forma outorgada foi criada a Primeira Constituição do Brasil. O poder foi dividido em

quatro: Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderado.

O Poder Moderador dava a Dom Pedro I o poder de intervir sobre as decisões dos demais poderes.

O Imperador considerava este poder Inviolável e Sagrado. Através do poder moderador, D. Pedro I

poderia dissolver a câmara, nomear ou demitir senadores e ministros.

A constituição de Dom Pedro I decretava ainda que as eleições no Brasil tivessem como base o Voto

Censitário, ou seja, baseado na renda. As províncias não teriam autonomia política e o Catolicismo

foi escolhido como religião oficial do Império.

A constituição de D. Pedro I gerou uma série de revoltas contrárias ao Governo Imperial. Boa parte

das províncias do nordeste brasileiro se rebelou e passou a formar a Confederação do Equador. O

movimento foi sufocado e seus líderes executados. A partir de então a figura de Dom Pedro I tornou-se

impopular.

Na política externa o Governo Imperial falhou na luta pela dominação da Província Ciplastina. Os

colonos rebeldes de origem espanhola venceram as tropas imperiais do Brasil, conquistando a

independência da região. Assim nasceu um novo país, a República do Uruguai.

A Guerra da Ciplastina foi desastrosa para o Império Brasileiro. Cerca de 8 mil pessoas morreram

em combate e grandes cifras em dinheiro foram gastas no esforço de guerra.

D. Pedro I também se envolveu nos rumos políticos de Portugal. Ao se tornar Imperador do Brasil, D.

Pedro renunciou ao Trono Português, deixando para a sua filha, Maria da Gloria, o cargo de Rainha

de Portugal.

D. Miguel, irmão de D. Pedro I e tutor da pequena Rainha, deu um golpe de estado que o colocou

como Rei Português. Como era de se esperar D. Pedro agiu em defesa de sua filha.

O Imperador Brasileiro então passou a enviar para Portugal recursos financeiros oriundos do Brasil

com o objetivo de sustentar a guerra que ele havia iniciado contra D. Miguel.

A atitude de Dom Pedro I foi mal vista pelos seus súditos brasileiros. Afinal de contas, cabia a ele

resolver somente os problemas políticos do Brasil, e não os de Portugal.

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Em 1831 após meter-se numa confusão envolvendo o Ministério, Dom Pedro I abdicou o Trono

Imperial Brasileiro a favor de seu Filho, Pedro de Alcântara, o futuro D. Pedro II.

A Confederação do Equador

Movimento revolucionário contrário ao governo autoritário de D. Pedro I.

A Confederação do Equador foi um movimento iniciado em Pernambuco e que se espalhou por outras

províncias do Nordeste.

Em 1822 o Brasil tornou-se um país independente, no entanto, a independência não veio da forma

esperada pelos brasileiros.

.

O Brasil continuou a ser governado por um membro da Família Real Portuguesa, D. Pedro I que, por

sua vez governaria a nação de forma autoritária.

Ao ser nomeado Imperador do Brasil, D. Pedro I fechou a Assembléia Constituinte e criou uma

constituição outorgada, ou seja, sem participação popular.

Esta decisão desapontou em muito as principais províncias brasileiras que aspiravam um governo que

lhes dessem mais autonomia política. Com a emancipação do Brasil muitos esperavam que aqui fosse

implantado uma república semelhante às implantadas nas nações latino-americanas.

Essas províncias nordestinas que estavam em grandes dificuldades por sucessivas crises econômicas,

assumiram uma postura antimonárquica pois este sistema em nada os beneficiava.

Em 1824 a província de Pernambuco se rebelou contra o Governo Imperial Brasileiro. Tomando a

mesma atitude, as províncias do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará se uniram aos pernambucanos

para formar uma nova nação republicana, a Confederação do Equador.

Para combater os revoltosos, D. Pedro I contratou tropas estrangeiras mercenárias comandadas pelo

Lord Conchrane. Os principais líderes do movimento eram Manuel de Carvalho Paes e Frei Caneca.

O movimento foi prontamente sufocado com seus líderes presos. Dezesseis pessoas foram condenadas

a morte. Entre os condenados estava o próprio Frei Caneca que foi executado por fuzilamento.

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O Governo Regencial

Época em que o Brasil Imperial foi governado por Regentes.

O Período Regencial, também chamado de Governo Regencial, durou de 1831 a 1840.

D. Pedro I abdicou o Trono Imperial Brasileiro a favor de seu filho, D. Pedro de Alcântara.

O pequeno Pedro tinha apenas 5 anos de idade quando herdou de seu pai o Império Brasileiro, e por

isso não poderia governar o Brasil.

A Constituição Brasileira da época previa que neste caso, O Brasil deveria ser governado por um

Governo Regencial que duraria até o dia em que o Imperador alcançasse a maior idade. Este governo

seria liderado por representantes nomeados pela Assembléia Geral.

Desde o momento em que D. Pedro I renunciou ao Império Brasileiro, diferentes grupos políticos

passaram a disputar o poder central brasileiro.

Essas disputas políticas deram origem a diversas revoltas de cunho separatista. Os três principais

grupos que disputavam o poder político do Brasil na época foram:

Partido Restaurador

Também conhecido como Partido Caramuru defendia a volta de D. Pedro I ao trono.

Os Restauradores eram na maioria comerciantes portugueses e pessoas que fizeram parte do Governo

de Dom Pedro I. José Bonifácio era a principal liderança do grupo.

Partido dos Moderados

Partido político que defendia a ordem social vigente governada pela elite aristocrática brasileira.

O partido moderado era formado pelos grandes proprietários de terras e de escravos. Diogo Feijó e

Evaristo das Veiga eram as principais lideranças deste grupo.

Os Liberais Exaltados

Partido formado por pessoas de mentalidade republicana. Almejavam fazer do Brasil uma república.

Os principais líderes deste grupo eram os políticos Miguel Frias e Cipriano Barata.

A Regência Trina Provisória

Em meio a conturbação política do Brasil, foi criada a Regência Trina Provisória, governo provisório

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responsável pela reorganização política do Império.

A Regência Trina Provisória era formada pelos senadores Campos Vergueiro, e Carneiro de Campos.

Ao lado deles também estava o militar Francisco de Lima e Silva. Os três governariam o Brasil até ao

dia em que seria realizado as eleições regenciais.

A Regência Trina Permanente

Em 17 de Julho de 1831 foram eleitos os novos regentes que formariam a Regência Trina

Permanente.

José da Costa Carvalho e João Bráulio Munis se juntaram ao Brigadeiro Francisco de Lima e Silva

para formar a Regência Trina Permanente.

No Período Regencial, novos ministérios foram criados, destaque para o Ministério da Justiça,

comandado pelo Ministro da Justiça, Diogo Feijó.

Feijó criou a Guarda Nacional, objetivando a repreensão aos movimentos rebeldes contrários ao

governo regencial.

Os moderados tinham grande influência na Regência Trina Permanente. Através de manobras

políticas, eles conseguiram aprovar no Senado um Ato Adicional que transformou a Regência Trina

em Regência Una.

Novas eleições foram feitas e Diogo Feijó, pertencente ao grupo dos moderados, foi eleito Regente

Uno.

A Regência Una de Feijó

A nomeação de Feijó como Regente Uno significou a conquista do poder político brasileiro pelos

liberais moderados. Mas, até entre os moderados existia divergência políticas, o Governo Feijó sofreu

grande oposição entre seus aliados.

O grupo dos moderados dividiu-se então em dois, dando origem ao grupo político dos Regressistas e

dos Progressistas.

Não contentes com a forma de governar de Diogo Feijó, alguns Regressistas formaram o Partido

Conservador.

Pra complicar ainda mais a Regência Una de Feijó, rebeliões estouraram por todo o Brasil. Em 1837,

Diogo Feijó, pressionado pelos movimentos separatistas que eclodiram no Brasil, renunciou ao cargo

de Regente.

A Regência Una de Araújo Lima

Com a renúncia do Feijó, Araújo Lima assumiu a Regência de forma provisória, mas logo foi eleito

novo Regente do Brasil.

O novo regente herdou da regência passada as lutas contra as províncias que queriam se separar do

Brasil. Araújo Lima, governando de forma centralizada, conseguiu esmagar boa parte destas revoltas.

Os liberais que haviam sido afastados do poder pelos conservadores decidiram dar o troco, fundaram

o Clube da Maior Idade. Queriam eles que D. Pedro assumisse o Império antes do tempo. Como

recompensa eles esperavam ocupar os principais cargos ministeriais do Império.

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E foi com essa intenção que os liberais conseguiram aprovar a eleição que antecipou a maior idade do

Imperador. O Jovem Imperador com então 14 anos de idade, foi coroado Segundo Imperador do

Brasil com o titulo de Dom Pedro II.

A Guerra dos Farrapos

A Guerra dos Farrapos ou, Revolução Farroupilha, foi a mais longa revolta ocorrida no Brasil.

Esta guerra ensanguentou o Sul do Brasil por um período de dez anos.

O Rio Grande do Sul tinha como principal atividade econômica a agropecuária. A concorrência do

gado argentino e uruguaio gerou uma grande crise econômica no território gaúcho.

Os grandes fazendeiros e estancieiros do Rio Grande do Sul, a elite da região, exigiu providências do

Governo Regencial. Queriam eles o aumento da taxa alfandegária, o que dificultaria a entrada do

produto estrangeiro no Brasil. Como não foram ouvidos, através do Partido Farroupilha, passaram a

conspirar contra o Império Brasileiro.

Os militares gaúchos que antes tinham a missão de vigiar as fronteiras da região platina, agora

tinham como principal foco a Revolução Farroupilha.

Em 1835 os farroupilhas liderados pelo Coronel Bento Gonçalves, atacaram Porto Alegre e em

seguida empossaram um representante farroupilha na presidência da província.

Até este momento não se pensava numa revolução separatista. Os farroupilhas queriam somente que o

Rio Grande do Sul passasse a ser um estado federalista, o que daria mais autonomia a província

gaúcha.

Após uma roda de negociação com os farrapos, o Governo Regencial empossou José de Araújo

Ribeiro como novo presidente gaúcho. Os farroupilhas seguidores de Bento Gonçalves não

reconheceram Araújo Ribeiro como novo governante do Rio Grande do Sul.

As lutas tiveram continuidade com Antônio Neto, General Farroupilha, vencendo as tropas do

Império na Batalha de Seival.

Em contra partida, os caramurus,apelido dos soldados imperiais, agora com a valiosa ajuda de Bento

Manuel, ex-general Farroupilha, conseguiram retomar o controle de Porto Alegre.

Em 1836 o Movimento Farroupilha optou então pela separação do Rio Grande do Sul com a

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Proclamação da República Rio-Grandense, com capital na cidade de Piratini. Bento Gonçalves foi

escolhido como presidente dos gaúchos.

Bento Manuel comandou um novo ataque contra os farrapos e conseguiu vencê-los na Batalha de Ilha

Fanfa. Nesta luta o próprio Bento Gonçalves foi capturado e levado como prisioneiro para o Forte do

Mar na Bahia.

Passadas algumas semanas, Bento Gonçalves conseguiu escapar de seu cárcere e retornou ao Rio

Grande do Sul para liderar novamente suas tropas.

Os farroupilhas com grande bravura conseguiram controlar o território gaúcho, com exceção de

Porto Alegre.

Em 1838 os Farrapos estenderam a Revolução Farroupilha para a província vizinha, Santa Catarina.

O General Farroupilha, David Canabarro, com a ajuda do revolucionário Italiano Giuseppe

Garibaldi conseguiu controlar Santa Catarina e lá fundaram a Republica Juliana com capital em

Laguna.

Garibaldi algumas décadas depois entraria para a história Italiana como um dos principais

responsáveis pela unificação da Itália.

Em 1840 D. Pedro II assumiu a chefia do Império Brasileiro. O jovem Imperador buscando o fim do

conflito concedeu o perdão a todos os farrapos que baixasse as armas. Decididos a não acatar ordens

vindas de um piá (criança), os farroupilhas decidiram continuar lutando.

Para contornar a situação no Rio Grande do Sul, o Império Brasileiro nomeou o seu mais brilhante

militar como Comandante-das-Armas do Rio Grande do Sul, o general Luís Alves de Lima e Silva, o

Duque de Caxias.

Caxias sendo um grande estrategista, venceu as principais batalhas contra os farrapos que foram; a

Batalha de Poncho Verde, Cangacu, Piratini, Porangos e Arroio Grande.

Os Revolucionários Farroupilhas exaustos de tanto lutarem decidiram aceitar os acordos de paz

proposto pelo Império.

No dia 1 de Março de 1845 os farrapos assinaram um tratado de paz que dava a eles o gozo da

anistia. Os militares farroupilhas também foram aceitos no Exército Imperial passando ocupar os

mesmos postos militares que exerciam durante a Guerra dos Farrapos.

Os escravos que lutaram na guerra também foram beneficiados com a alforria, tornando-se agora

homens livres.

A Sabinada

Movimento revolucionário ocorrido na Bahia no ano de 1837.

A Sabinada tinha como principal objetivo a formação de um governo independente na Bahia.

Este governo duraria até o dia em que D. Pedro II assumisse o Império Brasileiro.

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O nome Sabinada faz referência ao medico Sabino Álvares Rocha Vieira, principal líder do

movimento.

A Sabinada foi um movimento articulado pela classe média de Salvador. Em 1837 eles tomaram o

controle da capital baiana e proclamaram a República Baiense.

Devido à falta de apoio da população baiana, o movimento da Sabinada viria a se enfraquecer com os

rebeldes cercados em salvador.

As autoridades locais pediram ajuda ao Governo Regencial que logo enviou tropas a fim de sufocar o

movimento.

O Brigadeiro João Crisóstomo Calado comandou um ataque geral contra Salvador. Em 14 de Março

de 1838, milhares de casas foram incendiadas e os líderes da Sabinada presos e torturados.

Em 1840 D. Pedro II alcançou a maioridade e como Imperador ele perdoou os envolvidos no

movimento da sabinada ao conceder-lhes a liberdade. Sabino Vieira foi exilado para província do

Mato Grosso.

As lutas geradas pela Sabinada deixou na Bahia um rastro de morte. Cerca de mil pessoas perderam

suas vidas.

A Cabanagem

Revolta provinciana ocorrida no Grão-Pará.

A Cabanagem foi um movimento nascido da miséria e da fome.

A revolta ficou conhecida como Cabanagem pelo fato de a maioria dos envolvidos viverem em

cabanas a beira de igarapés e rios da Amazônia.

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O povo local formado por negros, mestiços e índios, decidiu criar um governo independente do

Império Brasileiro.

A principal atividade econômica do Grão-Pará no Século XIX era o extrativismo. O dinheiro que estes

sertanejos conseguiam em seus trabalhos mal dava para sobreviver. Em igual situação também

estavam os fazendeiros e comerciantes do Grão-Pará.

Em 1835, decididos a mudar essa situação os cabanos liderados por estes comerciantes e fazendeiros,

depuseram e assassinaram o Presidente da Província do Grão-Pará, Lobo de Sousa.

Controlando a capital Belém, os rebeldes cabanos escolheram como novo presidente da região Félix

Clemente Malcher.

Os Irmãos Vinagre que lideravam as tropas cabanas acusaram Félix Malcher de trair o movimento.

Logo ele foi assassinado e Pedro Viana Vinagre foi nomeado novo presidente.

Para contornar a situação no Grão-Pará o Governo Regencial enviou tropas comandadas pelo

Marechal José Rodrigues, iniciando assim os combates.

Depois de uma batalha sangrenta, os rebeldes da cabanagem tiveram que abandonar Belém e se

refugiaram no interior.

Os cabanos se reorganizaram e novamente conseguiram tomar a capital Belém. Nesta altura da

guerra, Eduardo Angelim foi escolhido por eles como novo presidente.

Uma nova expedição militar foi enviada pelo Governo, desta vez comandada pelo General Soarez de

Andrea.

A disputas internas pela liderança do movimento somado a fome e as doenças que assolaram a região,

fez com que o movimento cabano perdesse consistência, o que resultou em nova derrota dos rebeldes.

Mesmo assim as lutas continuaram no interior da província. Os últimos a resistirem foram as tribos

indígenas da Amazônia.

A cabanagem foi definitivamente sufocada em 1840. Na Guerra dos Cabanos morreram

aproximadamente 40 mil pessoas.

A Balaiada

Revolta popular ocorrida no Maranhão contra o Governo Regencial.

A Balaiada uniu negros fugitivos e sertanejos numa grande rebelião gerada pelo descontentamento

coletivo da população pobre local.

O Maranhão de economia agrária tinha como principal produto o algodão. A concorrência do

algodão dos Estados Unidos, de melhor qualidade, desbancou o produto maranhense, gerando uma

grande crise na região.

A situação piorava a cada ano que se passava e os maranhenses passaram a não ter nenhuma

perspectiva de vida.

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O Governo Regencial nada fez para alavancar a economia do Maranhão. Revoltados com a omissão

da regência, integrantes do Partido Liberal, conhecidos no Maranhão como bem-te-vis, iniciaram uma

revolta que contou com grande participação popular.

A revolta teve inicio em Dezembro de 1838. Os Balaios invadiram a cadeia pública para libertar o

irmão de Raimundo Gomes. A Balaiada chegou ao extremo com atos de vandalismo e por isso os

liberais bem-te-vis deixaram de apoiar o movimento.

A partir daí a Revolta dos Balaios passou a ser liderada pelo sertanejo Raimundo Gomes, pelo negro

Cosme Bento das Chagas e por Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, artesão que fazia balaios (daí

vem o nome Balaiada).

Os rebeldes balaios atacaram e saquearam a Cidade de Caxias além de assassinarem centenas de

pessoas.

Para combater os revoltosos, o Governo Regencial enviou para região a recém criada Guarda

Nacional que foi comandada pelo Tenente Joaquim Marques e pelo Coronel Francisco Sérgio de

Oliveira.

A Guarda Nacional passou por grandes dificuldades na luta contra a Balaiada, que por sua vez se

enfraquecia pela perda de contingente de homens.

Os Balaios ao fracassarem na tentativa de tomar o controle da cidade de São Luiz, dispersaram-se

para o interior chegando até a província vizinha de Piauí.

O Governo Regencial nomeou para Presidente da Província do Maranhão o Coronel Luís Alves de

Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias.

Luís Alves também foi nomeado comandante-das- armas do Maranhão, sua missão era acabar

definitivamente com a balaiada.

Duque de Caxias conseguiu sucessivas vitórias em combate. Francisco dos Anjos morreu em combate,

D. Cosme foi preso e enforcado. Restavam ainda as forças rebeldes comandadas por Raimundo

Gomes.

As lutas no Maranhão chegaram ao fim em 1841. Os balaios baixaram as armas após serem

anistiados pelo Imperador D. Pedro II.

Com o fim da balaiada o Coronel Luís Alves de Lima e Silva caiu nas graças do Imperador do Brasil e

recebeu o titulo de Barão de Caxias.

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A Revolução Liberal de 1842

Revolta originaria das disputas políticas entre Liberais e Conservadores.

A Revolução Liberal de 1842 foi um levante dos liberais da província de São Paulo e Minas Gerais.

Ao final das Eleições do Cacete o Partido Liberal havia conseguido eleger a maioria dos deputados

eleitos para a Assembléia dos Deputados.

O Partido Conservador sabia que os Liberais haviam fraudado as eleições e por isso buscaram a

anulação dos votos.

O Conselho de Ministros, formado na maioria por Conservadores, solicitou a D. Pedro II que o

mesmo anula-se os votos da Eleição do Cacete. Em 1842, o ministério liberal foi dissolvido e os

conservadores novamente retornaram ao poder.

Não aceitando a troca de ministério, os liberais iniciaram uma revolta que ficou conhecida como

Revolução Liberal de 1842.

Liberais de duas províncias aderiram a revolução, São Paulo e Minas Gerais.

Em São Paulo, a Revolta Liberal iniciou-se na Cidade de Sorocaba. Na província paulista, o

movimento foi liderado pelo ex-regente Antônio Feijó e pelo Brigadeiro Tobias de Aguiar. As cidades

de Taubaté, Pindamonhangaba, Lorena e Silveira, também decidiram apoiar os Liberais.

Em Minas Gerais a liderança da revolução ficou nas mãos de Teófilo Otoni. As cidades de Santa

Luzia, Santa Bárbara, Caeté e Sabará apoiaram os liberais mineiros.

Queriam os rebeldes liberais retomar o governo através da luta armada. Eles formariam a Coluna

Libertadora que marcharia até ao Rio de Janeiro para derrubar o Governo Conservador.

O Governo Imperial decidiu continuar com seu apoio aos conservadores. Para combater os revoltosos

liberais foram organizadas tropas lideradas pelo Barão de Caxias.

Tanto os liberais de São Paulo quanto os liberais de Minas Gerais foram derrotados e presos pelos

comandados de Caxias.

Os que conseguiram escapar do cerco de Caxias refugiaram-se no Rio Grande do Sul, onde foram

acolhidos pelos revolucionários farroupilhas. Com a subida do Partido Liberal ao poder em 1844,

todos os liberais envolvidos na Revolta Liberal de 1842 foram anistiados.

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O Segundo Reinado

Período em que o Imperador D. Pedro II governou o Brasil.

O Segundo Reinado iniciou-se em 1840 e durou até 1889, ano da Proclamação da República

Brasileira.

Em 1840, D. Pedro II com a ajuda do Partido Liberal havia assumido antes do tempo o comando do

Império do Brasil.

Os liberais querendo subir ao poder juntamente com D. Pedro II, conseguiram de forma corrupta

(Golpe da Maioridade), antecipar a coroação de D. Pedro como Segundo Imperador do Brasil.

Por sustentarem a campanha da maioridade, os liberais foram recompensados pelo Imperador com a

ocupação dos principais cargos ministeriais do Governo.

Ao assumir o Império do Brasil, D. Pedro II sabiamente concedeu anistia a todos os rebeldes

envolvidos em conspirações contra o Governo Imperial, foi o caso dos envolvidos na revolta dos

farrapos e da cabanagem.

No Segundo Reinado também havia eclodido novos movimentos contrário ao Governo de Dom Pedro

II. Tais movimentos foram a Revolução Liberal de 1842 e a Revolução Praieira. Estas revoltas foram

prontamente sufocadas.

Em 1847, D. Pedro II inovou o seu governo ao criar o cargo de presidente do Conselho de Ministros,

uma espécie de Primeiro Ministro.

O Ministro era escolhido pelo próprio Imperador mas, a Câmara dos Deputados poderia optar pela

aprovação ou vetação deste escolhido.

Esta forma de governo parecia ser de um Governo Parlamentarista mas, D. Pedro II era quem dava a

palavra final sobre as decisões políticas do Império. O Poder Moderador reconhecido pela

constituição de 1824 dava ao Imperador plenos poderes sobre as decisões do Legislativo, Executivo e

Judiciário.

A Política Externa do Segundo Reinado

Na política externa, mas precisamente na região platina, D. Pedro II teve que intervir militarmente

para resolver imparsses políticos nos governos da Argentina e Uruguai, na chamada Guerra contra

Oribe e Rosas.

O Presidente Uruguaio Manuel Oribe juntamente com o Presidente Argentino Ruan Rosas planejavam

unir seus governos visando a criação de uma grande nação que dominaria a região do Plata.

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Caso isso acontecesse o Império Brasileiro teria como vizinho uma poderosa nação que possivelmente

disputaria com o Brasil, a termo de grandiosidade, a hegemonia sobre a América do Sul.

Sentido-se ameaçado com essa união, o Império Brasileiro agiu rapidamente. Interviu militarmente no

Uruguai e deu suporte militar aos oposicionistas do ditador Argentino Juan Manuel Rosas.

Com o consentimento do Brasil, Fructuoso Rivera tornou-se o novo Presidente do Uruguai e enquanto

na Argentina o General José de Urquiza conseguiu derrubar o governo de Rosas e se transformou no

Primeiro Presidente Constitucional da Argentina.

O fato histórico mais marcante do Segundo Reinado ocorreu em 1865, ano em que o Império

Brasileiro envolveu-se na histórica Guerra do Paraguai. Ao final da guerra o Governo Imperial

perderia seu pouco prestigio que ainda restava.

A Questão Christie

No governo de D. Pedro II, o Brasil também se envolveu numa pequena crise diplomática com a

Inglaterra. Três oficiais beberrões da marinha inglesa foram presos no Rio de Janeiro acusados de

baderna. Logo estes marinheiros foram liberados ao serem reconhecidos como militares ingleses.

Ao ser informado do incidente, o embaixador Britânico, William Christie, exigiu do Governo

Brasileiro que fossem feitas desculpas formais. Christie também levantou ainda a questão de outro

incidente passado. Exigiu que o Brasil indenizasse a Inglaterra pelo saque da carga do Prince of

Wales, navio de carga inglês que naufragou no Rio Grande do Sul.

O Império Brasileiro não havia se curvado a tais reivindicações e por isso os ingleses valendo de uma

esquadra naval aportada no Brasil apreendeu 5 navios mercantes brasileiros. O Governo Imperial a

fim de evitar um incidente ainda maior, pagou a indenização exigida pelos ingleses.

Não conformado com a atitude inglesa, o Brasil enviou representantes diplomáticos a Londres a fim de

exigir dos ingleses uma indenização por terem violado a soberania territorial de nosso país.

O Rei da Bélgica, Leopoldo I, envolve-se na crise diplomática como mediador. O soberano Belga foi

favorável ao Brasil, mas mesmo assim a diplomacia inglesa negou-se a pedir desculpas e por isso D.

Pedro II decidiu cortar relações diplomáticas com a Inglaterra.

A Economia do Segundo Reinado

No início do Brasil Imperial o café substituiu o a cana-de-açúcar como principal produto econômico

brasileiro.

O café, inicialmente introduzido no Vale do Paraíba, São Paulo, e região fluminense do Rio de

Janeiro, se expandiu rapidamente por se tornar um produto de grande aceitação no mercado mundial.

Nasce assim uma nova elite, agora concentrada no sudeste, a elite cafeeira, que tornou-se mais rica

que os antigos senhores de engenho da elite do açúcar nordestina.

Os escravos negros que antes foram usados na indústria açucareira e na extração de ouros das minas,

continuou a ser a força motora da economia ao serem redirecionados para os cafezais.

O trabalho escravo no Brasil diminuiria com o tempo devido ao capitalismo industrial, que

necessitava de mais e mais compradores para absorver a produção.

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O Brasil por ser um dos maiores países escravocratas do Século XIX, estava sofrendo pressões de

nações capitalistas, em especial a Inglaterra.

O escravismo no Brasil diminuiria gradativamente com a aprovação de leis que buscavam o fim da

escravidão. Já com poucos escravos para absolver a demanda de trabalho, a elite cafeeira teve que se

adequar a nova realidade.

A Grande Imigração para o Brasil

Com o desaparecimento do trabalho escravo no Brasil, a elite econômica passou por uma grande crise

devido a falta de mão de obra. Para acabar com este déficit de trabalhadores, tiveram que pagar

salários para aqueles que vendiam sua força motora.

O dinheiro que a elite econômica brasileira gastava com a compra de escravos, passou a ser gasto

com o pagamento de um trabalhador assalariado. Estes trabalhadores eram imigrantes estrangeiros

em busca de prosperidade no Brasil.

O Nascimento da Indústria no Brasil

No final do Século XIX, o Brasil passava por uma profunda mudança socioeconômica movido pelo

capitalismo. O Trabalhador escravo foi substituído pelo trabalhador assalariado.

A nação passava por um grande crescimento demográfico, milhões de emigrantes europeus vieram

para o Brasil e os bens de consumo passaram a ser escassos para esse grande número de pessoas.

Percebendo a oportunidade de gerar novos lucros, a elite do café que havia acumulado capitais

provenientes da grande venda do café no mercado mundial, passou a investir na criação de

manufaturas.

Foram criadas indústrias brasileiras que passaram a fazer concorrência a bens de consumo

produzidos pelas indústrias estrangeiras. Liquidou-se assim no Brasil o mercado escravista mercantil

em substituição ao mercado capitalista.

O Fim do Brasil Imperial

Ao final do Século XIX, o Brasil passou por uma grande metamorfose em sua estrutura

socioeconômica. O Brasil prosperou, no entanto, o Governo Imperial perdia o seu prestígio.

A principais causas do descontentamento geral com o Governo Imperial do Segundo Reinado foram:

A Questão Militar

Os militares conscientes de sua importância dentro da sociedade brasileira, buscaram o direito de

optar nas decisões políticas do país. Como não eram ouvidos, eles passaram a conspirar contra o

Império.

A Questão Servil

Com o fim da escravidão, a elite agrária brasileira teve que se adaptar a nova realidade do país. Eles

não se conformaram com idéia de remunerar um trabalhador assalariado.

No Congresso Nacional, tanto o Partido Liberal quanto Partido Conservador tinham ligações com

elite agrária escravocrata que dependia do trabalho escravo. Com isso D. Pedro II perdeu apoio do

Congresso Brasileiro. Foram formados novos partidos políticos que defendiam o republicanismo como

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forma de governo.

A Questão Religiosa

D. Pedro II passou a ser mal visto por boa parte dos católicos do Brasil ao punir dois líderes clericais.

Os dois religiosos acataram ordens vindas do Vaticano e puniram os católicos que tinham

envolvimento com a Maçonaria.

Como D. Pedro II estava rodeado de Maçons, exigiu que a ordem Papal fosse descumprida no Brasil.

Como os dois católicos não voltaram atrás em suas decisões, foram prontamente presos com ordem do

Governo Imperial.

A Igreja, a elite escravocrata e o exército eram os principais alicerces de sustentação do Império. Sem

o apoio dos três, D. Pedro perdeu sua majestade e foi deposto por golpe político.

Em 15 de Novembro de 1889, o Governo Imperial de D. Pedro II foi facilmente derrubado por uma

conspiração republicana liderada pelos militares. A frente do movimento estava o Marechal Deodoro

da Fonseca.

O Brasil passou a ser um país Republicano governado provisoriamente por Deodoro da Fonseca.

Em 17 de Novembro de 1889 D. Pedro II com toda a Família Imperial, deixou o Brasil em direção ao

exílio na Europa. Era o Fim do Segundo Reinado.

A Revolução Praieira

Revolta popular ocorrida em Pernambuco no ano de 1848.

A Revolução Praieira foi uma revolta social contra a política do Governo Imperial.

Em Pernambuco, a política local era controlada pelo Partido Conservador. Faziam parte deste grupo

político os senhores de engenho e comerciantes portugueses.

A Família Cavalcanti, dona dos principais engenhos de açúcar da região, por muito tempo governou

Pernambuco.

"Quem viver em Pernambuco

não há de estar enganado:

Que, ou há de ser Cavalcanti,

ou há de ser cavalgado." (cantigo popular)

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O Partido Liberal de caráter popular fazia oposição ao Partido Conservador. Em 1848 os liberais de

Pernambuco conseguiram eleger Antônio Chinchorro da Gama como Governador de Pernambuco.

A ala mais radical do Partido Liberal de Pernambuco resolveu formar um novo partido, o Partido da

Praia.

O nome, "Partido da Praia", faz referência a Rua da Praia, endereço onde ficava a sede do jornal

liberal Diário Novo.

Os praieiros queriam implantar reformas sociais melhorando assim a vida do povo pernambucano.

Muitos deles tinham idéias republicanas.

Em 1848, Chinchorro da Gama foi exonerado do cargo de governador, sendo substituído pelo

conservador e ex-membro do Governo Regencial, Araújo Lima.

Em 7 de Novembro deste mesmo ano, aproveitando-se do descontentamento geral da população

pernambucana contra os latifundiários e comerciantes portugueses, o Partido da Praia iniciou uma

grande revolta popular contra o Governo Conservador de Araújo Lima.

Os líderes da Revolução Praieira apresentaram ao Governo de Pernambuco um programa

denominado Manifesto ao Mundo. Eles reivindicavam o voto livre universal, liberdade de imprensa, a

nacionalização do comércio e o fim do Poder Moderador.

Os liberais que haviam sido afastados do poder em Pernambuco decidiram apoiar a Revolução

Praieira.

As forças rebeldes lideradas pelos militares José Inácio de Abreu e Pedro Ivo Veloso, não

conseguiram resistir por muito tempo a luta contra as forças imperiais do Segundo Reinado. A

Insurreição Praieira foi totalmente sufocada em 1849.

A Revolução Praieira foi a ultima revolta ocorrida no Brasil Imperial.

A Guerra do Paraguai

Guerra que se tornou o maior conflito armado da história da América Latina.

A Guerra do Paraguai envolveu argentinos, brasileiros e uruguaios contra os paraguaios.

De um lado estava o Paraguai do ditador Francisco Solano Lopez. Do outro lado, a Tríplice Aliança

formada por Brasil, Argentina e Uruguai.

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A Guerra do Paraguai foi causada pelo Ditador Solano Lopez. O líder paraguaio promoveu uma

política ofensiva que quebrava a soberania territorial do Império Brasileiro e da nação Argentina.

Antes do inicio da guerra, o Paraguai era o país mais prospero da América do Sul. No Paraguai havia

um grande núcleo industrial fazendo do país uma potência econômica. Solano Lopez também fez com

que a população paraguaia fosse bem instruída, o índice de analfabetismo era quase nulo.

Para que a economia paraguaia continuasse crescendo, Solano Lopez teria que conquistar uma saída

para o Oceano Atlântico, fazendo assim escoar a produção industrial. No entanto, para que isso

acontecesse o ditador teria que conquistar territórios pertencentes a Argentina e Brasil.

Consciente que essa conquista só seria possível através de uma guerra, Solano Lopez montou um

poderoso exército, transformando o Paraguai na mais forte potência militar da América do Sul.

O crescimento econômico do Paraguai não foi bem visto pela Inglaterra que tinha seus produtos

desbancados pelos produtos paraguaios na América do Sul. Os ingleses passaram a desejar a

destruição econômica do Paraguai.

O Inicio da Guerra

Em 1864 ocorreu uma crise diplomática entre o Império Brasileiro e o Uruguai governado por

Atanázio Aguirre. O Governo Brasileiro havia afastado Aguirre do poder, botando outro governante

em seu lugar. Solano Lopez que era aliado de Aguirre tentou mediar a paz entre os dois países, coisa

que o Brasil recusou. Era o pretexto que Solano Lopez queria, o Ditador considerou a atitude

brasileira uma afronta e iniciou a Invasão do Brasil.

Em Novembro de 1864 sem qualquer declaração de guerra, os paraguaios aprisionaram o navio

brasileiro Marquês de Olinda, saqueando todos os seus bens valiosos e incorporando tal navio á

marinha paraguaia. No mês seguinte as tropas paraguaias invadiram o Mato Grosso e o Rio Grande

do Sul afim de chegarem ao Uruguai e recolocar Aguirre novamente ao poder uruguaio.

A Formação da Tríplice Aliança

Antes de se infiltrar no Rio Grande do Sul, o Exército Paraguaio teve que passar pelo território

argentino. O governante da Argentina, Mitre, não havia permitido a passagem das tropas de Solano

Lopez pelo seu país. Por quebrar a neutralidade da Argentina, o Paraguai ganhou mais um inimigo.

Os argentinos aliaram-se os brasileiros, em seguida foi a vez do Uruguai.

Venâncio Flores que tomou o poder uruguaio de Aguirre com a ajuda do Brasil, tratou logo de juntar-

se aos brasileiros e argentinos na luta contra Solano Lopez. Em 1 de Maio de 1865 estes três países

firmaram um acordo militar que deu origem a Tríplice Aliança.

O comando das forças aliadas latina ficou com o General Mitre. Na busca de soldados para lutar na

guerra, o Império Brasileiro criou a campanha Voluntários da Pátria. No entanto, poucas pessoas

apresentaram-se para a tarefa. O Brasil então decidiu fazer o alistamento forçado. Muitos fazendeiros

não querendo que seus filhos participassem da guerra, resolveram enviar escravos para lutarem.

Milhares de escravos foram usados na guerra com a promessa de ganharem a liberdade após o final

do conflito.

A primeira vitoria dos brasileiros ocorreu no Rio Grande do Sul, o General Uruguaio Estigarribia, foi

derrotado em Uruguaiana.

Para que se consumasse a conquista dos territórios ocupados no Brasil, Solano Lopez teria que ter

total controle sobre o Rio Paraná.

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Em Junho de 1865 aconteceu a Batalha Naval do Riachuelo. A Frota Naval Paraguaia foi derrotada

pela Armada Imperial Brasileira comandada por Manuel Barroso. Com a derrota sofrida, os

paraguaios perderam o controle do rio e ficaram isolados sem receber suprimentos vindos do exterior.

Após esse episódio, as Tropas Paraguaias passaram para a defensiva.

No dia 16 de Abril de 1866, as tropas aliadas pisavam em solo paraguaio. No mês seguinte, aconteceu

a mais sangrenta das lutas da Guerra do Paraguai, a Batalha de Tuiuti que terminou a favor das

forças da tríplice aliança comandada pelo General Mitre.

Para alcançar a capital Paraguaia de Assunção, as forças aliadas teriam que derrotar o Exército

Paraguaio que estava posicionado dentro de três fortificações que eram as de: Curuzu, Curupaiti e

Humaitá.

Em Fevereiro de 1867, o brasileiro Duque de Caxias substituiu Mitre no comando supremo das tropas

da Tríplice Aliança. Caxias decidiu fazer um grande ataque contra o Paraguai.

A Armada Imperial se encarregou de destruir a Fortaleza de Humaitá e o exército aliado fez um

ataque em flanco em direção a Assunção.

Caxias fez suas últimas missões na guerra em Dezembro de 1868, estes combates ficaram conhecidos

como Dezembradas. Duque de Caxias conseguiu inúmeras vitorias sobre o as tropas paraguaias do

General Caballero. O maior desses combates foi a Batalha do Avaí

Solano Lopez não tinha mais o poderoso exército paraguaio que ele havia montado, muitos de seus

soldados haviam morrido nas primeiras e grandes batalhas do conflito. Desesperadamente ele

convocou a população civil paraguaia para defender o seu país.

Em 5 de Janeiro de 1869, a capital de Assunção foi conquistada. Solano Lopez não se deu por vencido

e fugiu para o interior do país na tentativa de reorganizar a resistência paraguaia. Gaston de Orleans,

mais conhecido como o Conde D’eu, que era casado com a filha de D Pedro II, ficou encarregado da

caçada do líder paraguaio na Campanha das Cordilheiras.

Finalmente a Guerra do Paraguai chegava ao seu fim, no dia 1 de Março de 1870. Solano Lopez

morreu em combate na região de Cerro Corá. O General paraguaio Calabello ainda tentou continuar

a resistência, mas vendo que estava em desvantagem, decidiu baixar as armas em Bella Vista. O

tratado de paz entre Brasil e Paraguai só foi assinado em 1872.

A Guerra do Paraguai foi desastrosa para todos os países envolvidos. Praticamente todos os homens

paraguaios foram mortos na guerra. A população paraguaia foi quase exterminada, dos 800 mil

habitantes apenas 195. 000 sobreviveram.

Para o Brasil, com o termino da guerra os dias do Império estava contado, os militares passaram a

conspirar contra o Império e os escravos que lutaram na guerra, inspiraram os abolicionista a lutarem

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pelo fim da escravidão no Brasil.

O único país vitorioso nesta guerra foi a Inglaterra que conseguiu ver a ruína do Paraguai, seu único

concorrente no mercado latino americano e de quebra vender armamentos para os brasileiros.

Tratados Territoriais do Brasil

Acordos diplomáticos que deram ao Brasil o seu contorno atual.

Um dos primeiros tratados territoriais do Brasil, foi o Tratado de Tordesilhas.

A Descoberta das Américas em 1500, gerou uma guerra diplomática entre Portugal e Espanha.

Através do Tratado de Tordesilhas ficou acertado que Portugal ficaria com todas as terras a leste

dessa linha.

A principal terra na América pertencente a eles passou a ser chamada de Brasil. O território

brasileiro aumentaria de tamanho com a concretização de outros acordos assinados pelos diplomatas

luso-brasileiros.

Em 1580, a União Ibérica fez com que portugueses e espanhóis se tornassem súditos do mesmo rei. A

união do reino português ao reino espanhol fez com que os colonos portugueses da América

desrespeitassem o limite da Linha de Tordesilhas.

Os séculos se passavam e os luso-brasileiros continuaram a ultrapassar a linha imaginaria de

Tordesilhas, ocupando territórios pertencentes a Espanha.

O Bandeirismo e as Missões Jesuíticas foram nas direções Norte, Sul e Leste. Por onde passavam eles

formaram povoados.

Os territórios ocupados pelos brasileiros gerou uma serie de atritos com os espanhóis que passaram a

hostilizá-los.

A decisão de quem pertencia a terra passou a ser discutida por diplomatas ibéricos. O território do

Brasil atual foi consolidado a partir da concretização de tais acordos diplomáticos, são eles:

Tratado de Utrecht - 1715

Tratado firmado entre França e Portugal.

Pelo Tratado de Utrecht ficou reconhecido a soberania de Portugal sobre as terras localizadas a

margem esquerda do Rio Amazonas. A França ficou reconhecido o direito sobre as terras próximas ao

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LE

ITU

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Rio Oiapoque, hoje Guiana Francesa.

Tratado de Madri - 1750

Baseado no princípio romano de Uti Possidetis (direito de posse), a Espanha reconheceu o domínio de

Portugal sobre as terras ocupadas pelos luso-brasileiros.

O Tratado de Madri firmou o compromisso do Brasil de entregar a Colônia de Sacramento a Espanha

e em troca receberia os Sete Povos das Missões, região oeste do Rio Grande do Sul.

O Tratado de Madri foi intermediado pelo diplomata Alexandre de Gusmão.

Tratado de El Pardo - 1761

Tratado criado em substituição ao Tratado de Madri. O Tratado de El Pardo anulou todas as decisões

tomadas no Tratado de Madri.

Devido as investidas de colonos espanhóis sobre as áreas luso-espanholas no Sul do Brasil, Portugal

iniciou uma campanha militar que culminaria novamente com a ocupação da Colônia de Sacramento.

Tratado de Santo Idelfonso - 1777

Tratado que tinha o objetivo de por fim a disputa entre portugueses e espanhóis pela Colônia de

Sacramento. Pelo Tratado de Santo Idelfonso, a então Rainha de Portugal, Dona Maria, reconheceu a

soberania da Espanha sobre a Colônia de Sacramento.

Tratado de Badajos -1801

Portugal e Espanha estavam em guerra na Europa. Como forma de retaliação a Espanha, a Coroa

Portuguesa ordenou aos luso-brasileiros a investida sobre os territórios espanhóis na América. Foi ai

que os portugueses invadiram e conquistaram novamente a Colônia de Sacramento.

Em 1801 portugueses e espanhóis assinaram o Tratado de Badajoz, acarretando a paz entre os dois

países. Pelo referido tratado, ficou acertado que os portugueses abandonariam a Colônia de

Sacramento.

Para Portugal restaria aceitar a posse sobre os Sete Povos das Missões, dando o contorno definitivo

ao atual Estado do Rio Grande do Sul.

O Tratado de Petrópolis - 1903

O Barão do Rio Branco foi o mediador do último e mais importante dos Tratados Territoriais do

Brasil, o Tratado de Petrópolis.

O Tratado de Petrópolis foi um tratado de paz entre Brasil e Bolívia. Através deste tratado a Bolívia

entregou a região do Acre ao Brasil mediante ao pagamento de uma indenização em dinheiro.

O Governo brasileiro também se comprometeu em construir a estrada de Ferro Madeira-Mamoré que

escoaria os produtos bolivianos ao Oceano Atlântico.

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O Fim da Escravidão no Brasil

A Escravidão no Brasil foi extinta em definitivo em 13 de maio de 1888.

Neste dia a Princesa Isabel, filha de D. Pedro II, assinou a Lei Áurea que assegurou total liberdade

aos Escravos do Brasil.

Desde os tempos do Brasil Colônia, o Brasil foi o maior mercado consumidor de escravos do Mundo.

Milhões de Negros Africanos vieram para cá para trabalharem como escravos.

No século XVIII ocorreu na Inglaterra a Revolução Industrial. Em busca de novos mercados

consumidores pelo Mundo, os ingleses perceberam que o Brasil era um bom lugar para se investir. No

entanto, para isso acontecer teriam antes que acabar com o escravismo no território brasileiro.

O trabalhador escravo ganharia liberdade e passaria a ser um trabalhador assalariado.

Consequentemente passariam a ter poder aquisitivo para comprar produtos industrializados. Com este

pensamento a Inglaterra se engajou na tarefa de conter a chegada de mais escravos na América do

Sul.

Em 1845 o Parlamento Inglês decretou a Lei Bill Aberdeen que proibia o trafico de escravos. A

Marinha Britânica ficou responsável pelo aprisionamento de navios negreiros pelos oceanos.

Cedendo as pressões dos ingleses o Governo Imperial Brasileiro decretou em 1850 a Lei Eusébio de

Queiroz, que proibia o trafico de escravos no Brasil.

O Movimento Abolicionista Brasileiro

Antes da assinatura da Lei Áurea os Abolicionistas na tentativa de acabar com a escravidão no Brasil

conseguiram aprovar algumas leis a favor do negro escravo.

Em 1871 foi aprovada a Lei do Ventre Livre de autoria do Visconde de Rio Branco. Esta lei assegura

a liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir desta data.

Em 1885 foi decretado a Lei dos Sexagenários, também conhecida como Lei Saraiva-Cotejipe. Tal lei

concedia liberdade aos poucos escravos que chegavam até a idade de 65 anos.

Em 13 de maio de 1888 foi assinada a última e mais importante de todas as Leis Abolicionistas, A Lei

Áurea,, que marcou o Fim da escravidão no Brasil.

Em substituição aos escravos negros, muitos imigrantes europeus vieram para o Brasil para

trabalharem como trabalhadores assalariados.

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Os Negros haviam conquistado a tal sonhada liberdade, mas muitos não conseguiram um trabalho

remunerado pois eram marginalizados dentro da sociedade.

O Brasil Republicano

Em 15 de Novembro de 1889 teve início o Brasil Republicano, período de nossa História que se

extende até aos dias de hoje. Neste ano o Marechal Deodoro da Fonseca declarou a Proclamação da

Republica dando um ponto final no Império Brasileiro que havia sido governado pelos imperadores

Dom Pedro I, Dom Pedro II e pelos membros do Governo Regencial.

A República Velha

Os primeiros 41 anos do Brasil Republicano ficaram conhecidos como República Velha, período em

que o Brasil foi governado pela oligarquia cafeeira da região sudeste.

A Era Vargas

A dominação política dos senhores do café seria afetada pela crise econômica que afetou o mundo em

1929. Os opositores do governo uniram-se aos militares do Movimento Tenentista na tarefa de

derrubar a República do Café com Leite.

Em 1930, políticos oposicionistas e militares do exército deram um golpe de estado e fizeram de

Getúlio Vargas a personificação do Estado Brasileiro. Os 15 anos do governo Getúlio Vargas ficaram

conhecidos como Era Vargas.

República Populista Brasileira

Em 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas deixa o poder brasileiro. No mesmo

ano, Eurico Gaspar Dutra tornasse o primeiro presidente eleito da chamada República Populista.

Getúlio Vargas, maior nome da política brasileira, tiraria sua própria vida em nome de sua honra.

Ditadura Militar Brasileira

Em 1962 o Populismo no Brasil passou a ser sinônimo de Comunismo. Os grupos políticos de direita

incentivaram os militares brasileiros a derrubarem o governo de João Goulart. Com a desculpa de

conter o avanço do comunismo no Brasil, as Forças Armadas do Brasil deram um golpe de estado e

passaram a governar o Brasil.

A República Nova

O regime militar brasileiro chegaria ao fim com a eleição que elegeu Tancredo Neves como

Presidente do Brasil. Infelizmente o presidente eleito faleceu antes de tomar posse. Em seu lugar

assumiu o governo o Vice Presidente, José Sarney.

Cronologia do Brasil Republicano

1989 – Os militares derrubaram o Governo Imperial de Dom Pedro II e proclamaram a República. Os

Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto governaram o Brasil na chamada República da

Espada.

BRASIL REPUBLICANO

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1894 – Prudente de Morais tonasse o Primeiro Presidente Civil do Brasil. Seu governo inaugura a

chamada República do Café com Leite.

1896 – Os sertanejos liderados por Antônio Conselheiro foram derrotados pelas forças

governamentais na Guerra de Canudos.

1904 – Oswaldo Cruz com sua Lei da Vacina fez com que a população do Rio de Janeiro se

rebelassem na Revolta da Vacina.

1910 – Os castigos corporais aplicado aos soldados da Marinha fez com que os mesmos se rebelassem

contras os seus superiores na Revolta da Chibata.

1912 – No Sul do Brasil as disputas por território entre Santa Catarina e Paraná gerou a Guerra do

Contestado.

1922 – Um grupo de militares, contrários a posse de Artur Bernardes como presidente, se rebelaram

na Revolta do Forte de Copacabana.

1924 – Em São Paulo acontece a segunda revolta militar do Tenentismo. Passados alguns dias de luta

na capital paulista, o comando tenentista retirou-se para o Sul da Brasil para formarem a Coluna

Prestes.

1930 – A Revolução de 30 derruba o governo de Washington Luís, entregando o poder presidencial a

Getúlio Vargas.

1932 - Os representantes políticos de São Paulo que faziam parte política do café com leite

persuadiram a população do Estado de São Paulo a lutarem contra o governo revolucionário de

Getúlio Vargas. A revolta dos Paulistas ficou conhecida como M.M.D.C.

1938 - Morre na Bahia o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, maior nome do Cangaço no Brasil.

1945 – Getúlio Vargas pressionado pela oposição política saiu da Presidência do Brasil para dar

lugar ao presidente eleito, Eurico Gaspar de Dutra. Era o início dos governos populistas do Brasil.

1964 - Humberto Alencar Castelo Branco tornasse o primeiro presidente escolhido pelo Regime

Militar.

1985 – Jose Sarney toma posse como Presidente do Brasil. O Brasil respira novos ares com a Nova

República do Brasil.

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A Proclamação da República

Fato histórico em que o Brasil deixou de ser uma Monarquia para se transformar numa República.

A Proclamação da República foi um acontecimento gerado pela mudança socioeconômica do país.

O Império Brasileiro governado por D. Pedro II havia perdido apoio de seus principais alicerces de

sustentação.

A perda do apoio das principais classes sociais foi gerada pelas seguintes questões.

Questão militar

Ao final da Guerra do Paraguai, os militares em retorno ao Brasil voltaram com o pensamento

político mudado. Eles haviam absorvido as idéias republicanas que estavam sendo praticadas pelos

países latino-americanos.

As nações da América do Sul, tinham adotado o presidencialismo como forma de governo. O Brasil

era o único país do continente governado por um Imperador.

Consciente de sua importância dentro da sociedade brasileira e por não terem respaldo político, os

militares passaram a conspirar contra o império. O exército passou a desejar a implantação de um

governo republicano no Brasil.

A Questão Religiosa

Desde o início do Império, a Igreja Católica estava ligada ao governo. Os padres recebiam uma

remuneração para seus gastos nas atividades religiosas. Em troca deste pagamento a Igreja tinha o

trabalho de emitir certidões de nascimento, registrar casamentos e documentos de óbitos.

Ao Governo Imperial também foi concedido o Beneplácito, o direito de validar ou não as ordens do

papa no Brasil.

A relação entre Igreja e Império seria abalada com um incidente envolvendo a Maçonaria. Em 1864 a

Igreja Católica ordenou que todos os católicos cortassem seus vínculos com essa sociedade secreta.

Aqueles que continuassem a frequentar as irmandades secretas deixariam de ser reconhecidos como

católicos.

Como muitos representantes do Governo Imperial eram maçons, Dom Pedro II não autorizou a

aplicação do decreto papal no Brasil. Mesmo assim os bispos de Olinda e Pará resolveram obedecer

as ordens do líder supremo da Igreja Católica, o Papa.

Pela desobediência apresentada, esses dois eclesiásticos foram presos, o que ocasionou uma má

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reputação para o Império. A partir de então a Igreja Católica no Brasil com seus milhares de

seguidores passaram a desaprovar o Governo de Dom Pedro II.

A Questão Servil

A Aristocracia rural era a classe mais prestigiada do Império. Com o Fim da Escravidão no Brasil, os

aristocratas foram prejudicados profundamente, pois o elemento escravo era a força motora de seus

empreendimentos rurais.

Muitos deles passaram então a investir suas riquezas em projetos industriais e como estavam magoado

com o Império, passaram a vê-lo como um empecilho ao desenvolvimento econômico do país.

Por todos esses motivos o Governo Imperial do Brasil ganhou inúmeros inimigos. As classes

dominantes queriam maior participação política e perceberam que isso só seria passível com a

criação da República.

E foi neste jogo de interesses que a elite da época se uniu pelo ideal republicano. Ficou decidido que o

golpe de estado seria dado pelos militares que em seguida formariam um governo provisório.

Os conspiradores republicanos deram ao Marechal Deodoro da Fonseca a tarefa de derrubar o

governo imperial de D. Pedro II. Como combinado, outras tropas se uniriam a dele na missão de

depor Dom Pedro II.

No dia 15 de Novembro de 1889 o Marechal Deodoro da Fonseca com suas tropas enfileiradas na

Praça da Aclamação, proclamou que o Brasil se tornara uma República.

Marechal Deodoro, líder da conspiração republicana, foi eleito o Primeiro Presidente do Brasil.

D. Pedro II com toda a sua família teve que deixar o Brasil em exílio a Europa.

A República da Espada

Governo militar brasileiro que durou de 1889 a 1894.

A Republica da Espada foi o primeiro governo ditatorial do Brasil.

Neste período o Brasil foi governado pelos Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

A Proclamação da República em 1889 foi comandada pelos militares brasileiros e tal como podia se

esperar, um militar foi eleito Primeiro Presidente do Brasil.

O Governo do Marechal Deodoro da Fonseca.

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O Marechal Deodoro da Fonseca foi escolhido para comandar o governo republicano brasileiro.

A nomeação de um militar como Presidente do Brasil não foi bem visto pela classe aristocrática

brasileira, a elite econômica da época.

A transição de regimes foi uma tarefa difícil, mas mesmo assim o Presidente Deodoro da Fonseca

conseguiu por em prática seus projetos políticos. Os principais foram:

. Separação da Igreja do Estado

. Naturalização de estrangeiros residentes no Brasil.

. Instituição do Casamento Civil

. Reforma bancária do encilhamento.

Algumas medidas políticas tomadas por Deodoro não foram aceitas pelo Congresso Brasileiro. Como

o Ministério não lhe dava apoio em suas decisões políticas, Deodoro da Fonseca dissolveu o

congresso em 1891.

A Revolta da Armada

A atitude de Deodoro da Fonseca deu início a um clima tenso, propício a uma guerra civil. Um dos

primeiros a se rebelar foi o Almirante Custódio de Melo que abordo do encouraçado Riachuelo

ameaçou bombardear o Rio de Janeiro.

Em 20 de Novembro de 1891, após ser pressionado pela oposição política, Deodoro da Fonseca

renunciou ao cargo de presidente. Assim como previa a Constituição Brasileira, o restante do mandato

de um presidente seria cumprido pelo seu vice, no caso Floriano Peixoto.

O Governo de Floriano Peixoto

O Governo de Floriano Peixoto foi mais tenso que o do Presidente Deodoro da Fonseca.

Ao assumir a Presidência do Brasil, Floriano Peixoto restabeleceu o Congresso Brasileiro e batendo

no peito afirmou que só sairia da presidência ao final do mandato que lhe era de direito.

Os membros do Congresso por sua vez, passaram a exigir uma eleição imediata. Não querendo dar o

braço a torcer em suas decisões, Floriano agiu com firmeza ao governar o Brasil de forma autoritária.

Floriano Peixoto ficou conhecido como Marechal de Ferro. Todos os movimentos contrários ao seu

governo foram reprimidos com violência.

A Revolução Federalista

Nos primeiros anos do Governo de Floriano Peixoto, ocorreu uma luta armada no Rio Grande do Sul.

O Partido Republicano Gaúcho e o Partido Federalista envolveram-se numa sangrenta guerra pelo

poder político do Rio Grande do Sul.

A Revolução Federalista iniciou-se com a deposição do presidente da província, Júlio de Castilhos.

Os adeptos do presidente deposto, conhecidos como Chimangos, formaram um exército para combater

os revolucionários federalistas que haviam formado um exército cujos membros eram conhecidos

como Maragatos.

Floriano Peixoto decidiu apoiar as tropas de Júlio de Castilhos, pois os principais líderes da

Revolução Federalista eram ex-membros do Governo Monarquista de Dom Pedro II. Após dois anos

de luta armada os Maragatos foram derrotados. Muitos deles foram fuzilados com a ordem do

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Presidente Peixoto. Outros se exilaram no Uruguai.

A Segunda Revolta da Armada

A recusa de Floriano Peixoto de realizar novas eleições presidenciais deu origem a uma nova rebelião

militar que ficou conhecida como Segunda Revolta da Armada.

Em Setembro de 1893, novamente o Almirante Custodio de Melo se rebelou a bordo do Encouraçado

Riachuelo afim de que fosses feitas novas eleições presidenciais.

Para conter o grupo rebelde, Floriano Peixoto adquiriu uma nova esquadra naval comprada no

exterior. Nesta altura Saldanha da Gama havia substituído Custodio de Melo na liderança da Armada

rebelde.

Floriano Peixoto apoiado pelos principais estados brasileiros, continuou na presidência e conseguiu

sufocar a Segunda Revolta da Armada.

Floriano Peixoto, o Consolidador da Republica, como prometido deixou a Presidência da Republica

em 1894. Novas eleições foram realizadas e Prudente de Morais foi eleito novo Presidente do Brasil.

A República Velha

Período histórico brasileiro que vai de 1889 a 1930.

A República Velha caracterizou-se pela predominância política da Oligarquia Cafeeira.

A presidência da república era ocupada por membros da elite cafeeira e por isso a República Velha

também ficou conhecida como República do Café.

A República Velha pode ser dividida em duas partes, são elas:

A República da Espada

Antes dos Barões do Café chegarem ao poder, eram os militares que governavam a República

Brasileira. Tais governos militares fizeram parte da chamada República da Espada.

A Revolução Republicana que derrubou o governo monárquico de D. Pedro II foi liderada pelos

militares. O Marechal Deodoro da Fonseca a frente de tropas do exército, conseguiu proclamar a

república em 15 de Novembro de 1889.

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Logo Deodoro da Fonseca foi o escolhido para ser o primeiro Presidente do Brasil. Sofrendo a

oposição da elite aristocrática brasileira, Deodoro da Fonseca renunciou a Presidência da República

em 23 de Novembro de 1891.

A renúncia de Deodoro fez com que seu vice, Floriano Peixoto, assumisse o governo. Do mesmo modo

que Deodoro, o Governo de Floriano Peixoto sofreu forte oposição do Congresso Brasileiro, formado

na maioria pelos grandes fazendeiros do café.

O Ministério exigiu novas eleições presidências, o que não ocorreu. Floriano Peixoto a fim de

consolidar a ordem na República, agindo com mão de ferro, conseguiu reprimir as revoltas contrárias

ao seu governo.

Somente ao final do quadriênio de seu antecessor, Deodoro da Fonseca, é que Floriano Peixoto

autorizou a realização de novas eleições presidenciais.

A República das Oligarquias

Em 1894, Prudente de Morais venceu as eleições presidenciais e tornou-se o Primeiro Presidente

Civil do Brasil.

A vitória de Prudente de Morais significou a subida dos grandes senhores do café ao poder, iniciando

assim a Republica das Oligarquias.

Já no governo do Presidente Campos Sales foi posto em prática a Política dos Governadores. O poder

central se comprometeu em apoiar os governos estaduais em troca de apoio político.

Esta troca de favores entre o governo central e os governos estaduais deu origem a chamada política

do café com leite.

Na república das oligarquias passaram a ocupar a presidência do país somente os representantes

políticos dos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Tais políticos faziam parte de elite econômica do

café. O termo "política do café com leite", faz referência a produção de café em São Paulo e de leite

em Minas Gerais.

O principal produto econômico da Republica Velha era o café. A economia do Brasil dependia

exclusivamente do café e por isso os presidentes da república realizaram políticas econômicas focadas

apenas na valorização do café.

Foi o caso do Convênio de Taubaté. Neste encontro os governadores de São Paulo, Minas Gerais e

Rio de Janeiro criaram medidas econômicas favoráveis à proteção do café.

Os outros estados brasileiros, deixados de lado pela oligarquia cafeeira, passaram a fazer forte

oposição a política do café com leite.

Na República Velha, os estados que não tinham ligações com a produção de café eram esquecidos

pelo Governo Federal, com exceção do Estado do Amazonas que prosperou graças a produção de

borracha natural.

Para não serem vencidos nas eleições presidenciais, a oligarquia cafeeira, contava com a essencial

ajuda do coronelismo. Controlando determinadas regiões, os coronéis respeitados pela população

humilde, faziam com que a mesma votasse nos candidatos pertencentes a oligarquia. Tal pratica ficou

conhecida como Voto do Cabresto.

As eleições corruptas vencidas pela oligarquia gerou a Reação Republicana, onde a oposição política

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passou a reivindicar a realização de eleições realizadas com o Voto Secreto.

Cada vez mais impopular, a república das oligarquias passou também a sofrer oposição por parte de

alguns setores militares. O Movimento Tenentista tentou pela força derrubar os governos

oligárquicos da República Velha.

Presidentes da República Velha

Marechal Deodoro da Fonseca 1889-1891

Marechal Floriano Peixoto 1891-1894

Pudente de Morais 1894-1898

Campos Sales 1898-1902

Rodrigues Alves 1902-1906

Afonso Pena 1906-1909

Nilo Peçanha 1909-1910

Marechal Hermes da Fonseca 1910-1914

Wenceslau Brás 1914-1918

Delfim Moreira 1918-1919

Epitácio Pessoa 1919-1922

Arthur Bernardes 1922-1926

Washington Luiz 1926-1930

A República Velha chegaria ao fim no governo de Washington Luiz em 1930.

A Guerra de Canudos

Guerra ocorrida no interior da Bahia iniciada no ano de 1896.

Na Guerra de Canudos, o Exército Brasileiro confrontou-se contra os integrantes de um movimento

liderado por Antônio Conselheiro.

Conselheiro, valendo-se de sua fama de santo milagreiro, conseguiu reunir um grande número de

seguidores, sertanejos pobres e miseráveis.

Para abrigar o grande numero de fiéis que o seguia, Antônio Conselheiro criou uma comunidade

religiosa às margens do Rio Vaza-Barris, o Arraial de Canudos.

Canudos passou a abrigar uma população de aproximadamente 30 mil sertanejos. Uma vez dentro de

Canudos, as pessoas passaram a acreditar nas profecias ditas por Antônio Conselheiro.

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Surpresos com o grande numero de seguidores de Antônio Conselheiro, fazendeiros e comerciantes da

região, temiam por sua segurança e pediram auxílio as autoridades locais.

A polícia baiana enviou um grupo policial a Canudos para verificar a situação. Ao chegarem a

Canudos eles foram expulsos pelos seguidores de Antonio Conselheiro. O fato desencadeou a guerra

entre os residentes de Canudos e as forças governistas.

Outro destacamento policial, agora com ajuda do exército, foi enviado para Canudos. Novamente os

jagunços de Antônio conseguiram derrotar as forças governamentais.

Diante de tal ameaça, o Governo Republicano passou a ver Antônio Conselheiro como perigoso

Monarquista inimigo da República Brasileira. Para combater Canudos foi organizada uma expedição

militar comandada por Moreira César.

Os rebeldes de Canudos armaram uma grande cilada para Moreira César. As tropas republicanas,

atacadas pela retaguarda, foram completamente dizimadas. Todo o material bélico da expedição

militar caiu nas mãos dos rebeldes de Canudos.

Com a situação fora de controle, o Governo Baiano apelou ao Ministério da Guerra. Ao saber da

grave situação, o Ministro de Guerra, Marechal Antonio Bittencourt, organizou uma grande

expedição, a Campanha de Canudos.

Após fracassarem 3 vezes na missão de destruir o Arraial de Canudos, o Governo Brasileiro teve que

organizar um grande plano de guerra.

A nova expedição militar era formada por 6 mil homens armados com canhões de grosso calibre.

Tinham eles a missão de destruir Canudos por completo.

Os rebeldes de Canudos com a Fé inabalada, não mediram esforços para defender Canudos e Antônio

Conselheiro.

Com extrema bravura os sertanejos de Canudos resistiram até ao último homem ao cerco do exército.

Após 3 meses de luta, exauridos pelo cansaço e pela fome, os últimos defensores de canudos foram

derrotados.

A Guerra de Canudos chegou ao fim em Outubro de 1897. Antes do término do conflito, Antonio

Conselheiro já havia morrido. Muitos dos rebeldes que foram capturados com vida foram degolados

em nome da república.

Na Guerra de Canudos morreram aproximadamente 25 mil sertanejos. As baixas para o exército

também não foram poucas, cerca de 5 mil homens morreram em combate.

A Revolta da Chibata

Motim de marinheiros ocorrido no ano de 1910.

A Revolta da Chibata contestava os castigos corporais imposto aos marinheiros.

A Revolta teve início em 22 de Setembro de 1910. Neste dia o militar Marcelino Rodrigues Menezes

foi castigado com 250 chibatadas.

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Tal punição era justificada pela Lei da Chibata, que previa que qualquer marinheiro acusado de um

ato indisciplinar seria punido com chibatadas.

Revoltados com o castigo aplicado a Marcelino Rodrigues, milhares de marinheiros liderados pelo

marujo João Cândido, iniciaram uma grande revolta.

Os rebeldes da revolta da chibata após matarem alguns oficiais da marinha, tomaram o controle de

diversos navios aportados na Baía de Guanabara. Os encouraçados Minas Gerais e São Paulo eram

os navios que possuíam maior poder de fogo.

Ao se apoderarem desses navios os revoltosos passaram a fazer reivindicações. Queriam eles um

melhor tratamento e o fim do castigo da chibata.

Os rebeldes ameaçaram bombardear a Cidade do Rio de Janeiro caso suas reivindicações não fossem

atendidas.

Passados quatro dias de rebelião, o Presidente Hermes da Fonseca, prometeu abolir o castigo da

chibata e dar anistia aos marinheiros rebeldes.

João cândido apelidado de Almirante Negro, acreditando nas palavras do presidente se entregou com

todos os seus seguidores.

Ao se renderem, os marinheiros rebelados foram expulsos da Marinha e encarcerados nas prisões da

Ilha da Cobra.

Apesar de punir os envolvidos da Revolta da Chibata, o governo cumpriu com sua palavra ao abolir a

Lei da Chibata.

A Revolta da Vacina

Revolta popular ocorrida no Rio de Janeiro no ano de 1904.

A Revolta da Vacina foi desencadeada pela miséria em que a população do Rio de Janeiro estava

submetida.

Nos primeiros anos do Brasil Republicano o Rio de Janeiro, capital do Brasil, passou por um grande

crescimento demográfico.

O crescimento populacional deve-se principalmente aos ex-escravizados negros e aos imigrantes que

chegavam aos milhares a cidade carioca.

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Este grande número de pessoas passou a viver em cortiços espalhados por toda a cidade. Essas

habitações, sem a menor condição de higiene, eram desprovidas de rede de esgoto e coleta de lixo.

O ambiente precário em que a população do Rio de Janeiro vivia desencadeou uma série de surtos de

doenças como a varíola, febre amarela e peste bubônica.

Buscando a reestruturação do Rio de Janeiro, o Presidente Rodrigues Alves apoiou os projetos de

Lauro Muller e Oswaldo Cruz.

Como Secretário das Obras Públicas do Rio de Janeiro, Lauro Muller ordenou a demolição dos

cortiços que se propagaram na capital. Muitas das famílias desalojadas tiveram suas vidas

dificultadas, passaram a morar longe de seus locais de trabalho.

Em conjunta ação com Lauro Muller estava o médico Oswaldo Cruz, Secretário da Saúde Pública do

Rio de Janeiro.

Oswaldo Cruz conseguiu aprovar no Congresso Brasileiro uma lei que obrigava a população a tomar

vacinas. A Lei da Vacina foi a gota d'água para a população.

Em 5 de Novembro de 1904, os opositores do governo aproveitando-se da insatisfação popular,

conseguiram desencadear uma grande revolta que ficou conhecida como Revolta da Vacina. Líderes

militares e estudantis também aderiram ao movimento.

Não informada sobre os efeitos da vacina, o povo negou-se a tomar a vacina. Muitos vacinadores

foram agredidos. Exaltada, a população começou a depredar e incendiar os principais pontos da

cidade. Diante de tal situação, o governo decretou estado de sitio.

Somente em Março de 1905, após usar a força, é que as autoridades do Rio de Janeiro conseguiram

conter a rebelião.

Os populares que participaram da Revolta da Vacina foram detidos. Muitos deles foram deportados

para o Norte do Brasil, passando a viver no Acre.

Segundo as fontes da época, no conflito entre a população e as forças governistas, morreram 30

pessoas e outras 110 saíram feridas.

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A Guerra do Contestado

Conflito armado de caráter messiânico ocorrido no sul do Brasil.

A Guerra de Contestado ocorreu numa região disputada por Santa Catarina e Paraná.

Esta região, habitada por pequenos posseiros de terra, ganhou grande importância devido a implantação de

projetos econômicos.

O Governo Brasileiro havia contratado empresas estrangeiras para a criação de uma estrada de ferro que

passaria por todo o Sul do país.

Em 1910 teve início a construção da estrada de ferro Brazilian Railway. Com a construção desta obra,

muitos posseiros da região contestada perderam suas propriedades.

Uma empresa madeireira também se instalou na região, a Southern Lumber. A madeireira contratou

trabalhadores vindos dos estados vizinhos. Estes por sua vez passaram a habitar a zona contestada.

Percebendo que a região se tornaria prospera, tanto o Estado de Santa Catarina quanto Estado do Paraná

queriam anexar a região, levantando-se assim a Questão do Contestado.

Quando a estrada chegou ao seu estágio final de construção, muitas pessoas ficaram desempregadas. Sem

uma fonte de renda, essas pessoas passaram a invadir algumas propriedades particulares para a prática da

agricultura de subsistência.

Entres esses invasores estava o Monge José Maria, figura de grande popularidade que passou a ser visto

como líder.

José Maria iniciou um movimento messiânico aderido por milhares de pessoas. Agindo como profeta ele

formou uma grande comunidade religiosa.

Os latifundiários da região temendo o grande numero de camponeses pediu auxílio as forças policiais do

Paraná afim de expulsar José Maria e seus seguidores.

O Governo do Paraná na verdade achava que esses sertanejos eram invasores que habitaram a região

contestada para tomá-la em nome de Santa Catarina.

Em Setembro de 1912, o Paraná enviou um regimento de segurança com a missão de expulsar os sertanejos

invasores. Os seguidores de José Maria revidaram a hostilidade sofrida dando inicio a Guerra do

Contestado.

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No primeiro combate contra os sertanejos, as forças do Paraná levaram a melhor. O Reduto de Taquaraçu

foi destruído e José Maria morreu em combate.

Com a morte de José Maria os sobreviventes do reduto messiânico de taquaraçu emigraram para a

comunidade de Caraguatá.

Achando que Caracatá seria destruída assim como Taquaraçu, as autoridades do Paraná agiram sem

cautela. Em desvantagem numérica, eles foram facilmente vencidos.

Vitoriosos nas últimas batalhas contra as forças governamentais, os rebeldes haviam formado novos redutos

como o de Santo Antônio, Bom Sossego e São Sebastião.

No reinicio das lutas, todos esses redutos foram destruídos com os rebeldes fugindo. Com a derrota sofrida

os sertanejos da zona contestada formaram um novo reduto, o de Santa Maria.

O novo núcleo sertanejo reuniu um número maior de rebeldes. Novamente em desvantagem as forças do

Paraná pediram auxílio ao Governo Federal, deixando preocupado o presidente do Brasil da época, Hermes

da Fonseca.

Assim como na Guerra de Canudos, os rebeldes do contestado foram vistos pelo Governo Brasileiro como

fanáticos Monarquistas.

Tropas do Exército Brasileiro, comandada pelo General Setembriano Carvalho, foram enviadas para a zona

contestada para aniquilar o movimento rebelde.

Em 1916 os rebeldes, nesta altura liderados por Deodato Manuel Ramos, foram derrotados definitivamente.

Com ajuda de aviões bombardeiros, o Exército Brasileiro conseguiu destruiu Santa Maria.

Na Guerra do Contestado morreram aproximadamente 20 mil pessoas.

O Coronelismo e o Cangaço

O Coronelismo e o Cangaço foram fenômenos, político e social, ocorrido na República Velha.

Coronelismo

Coronéis, assim que eram chamados os latifundiários que influenciaram politicamente a população

humilde.

O Coronelismo é originário dos tempos do Brasil Imperial e existe até aos dias de hoje.

Os Coronéis existiam principalmente no nordeste brasileiro na época da Republica Velha. Eram

proprietários de extensas áreas de terras e de açudes de água.

O Coronel era uma espécie de Senhor Feudal que exercia grande autoridade sobre seus vassalos, no

caso a população pobre.

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Para o povo humilde do nordeste, restava apenas a miséria e a fome. Buscando amenizar seus

sofrimentos, muitos nordestinos procuraram a ajuda dos coronéis. Em troca do auxilio prestado, os

coronéis exigiam a consciência política do povo.

Em tempos de eleições, eram os coronéis que escolhiam quem os eleitores deveriam votar. Os

capatazes do coronelismo, os chamados jagunços, entregavam para os eleitores as cédulas de voto já

marcadas.

Essa forma de votação ficou conhecida como Voto do Cabresto. Uma vez eleito os coronéis escolhiam

seus próprios parentes como funcionários públicos, o que garantia a continuidade da sua família no

poder político local.

Em 1930, o Coronelismo entrou em decadência com a subida de Getúlio Vargas ao poder brasileiro.

O Cangaço

O Cangaço foi um fenômeno social nascido em oposição ao Coronelismo.

O Cangaceiro era uma espécie de sertanejo que sobrevivia praticando atos fora da lei.

Cansados de serem explorados pelos ricos fazendeiros e viverem na miséria, muitos nordestinos se

organizaram em bandos armados para praticar saques e atos de vandalismo.

Agindo como mercenários, os cangaceiros aceitavam dinheiro dos próprios coronéis que os

contratavam para matarem os seus inimigos políticos.

Os cangaceiros matavam sem piedade todos aqueles que cruzavam seus caminhos. O mais famoso

cangaceiro da história brasileira foi Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião.

O Governo Brasileiro via o Cangaceiro como um ladrão, bandido, malfeitor e assassino. Já o povo

pobre do nordeste tinha uma visão diferente. Para eles o cangaceiro era uma espécie de Robin Hood

que roubava dos ricos para dar aos pobres.

Após a morte de Lampião e Maria Bonita, os bandos de cangaço foi desaparecendo gradativamente

no final da década de 30.

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O Tenentismo

Movimento politico-militar de oposição a oligarquia da República Velha.

O Tenentismo gerou revoltas militares como o Levante do Forte de Copacabana e a Revolução

Militar de 1924.

Quando o Brasil se tornou uma nação republicana, foram os militares que assumiram as duas

primeiras presidências do país.

Ao final do mandato de Floriano Peixoto, a elite agrária subiu ao poder dando início ao período

conhecido como Republica do Café com Leite, ou República Velha.

Formou-se então um governo oligárquico controlado pelos grandes barões do café. Através de

manobras políticas um tanto quanto corruptas, a elite do café conseguiu dominar o cenário político

brasileiro por mais de duas décadas.

Os outros estados brasileiros, a margem do poder, passaram a fazer forte oposição a este governo

corrupto. Esta insatisfação política ficou conhecida como Reação Republicana.

Muitos jovens oficiais do exército, com mentalidade formada no Clube Militar, também estavam

insatisfeitos com os rumos políticos do Brasil.

Em 1922 ocorreu a eleição presidencial mais agitada da Republica Velha, os principais candidatos

era Nilo Peçanha da oposição e Artur Bernardes pertencente a situação.

Ao final das eleições Artur Bernardes, de forma duvidosa, foi eleito novo Presidente do Brasil dando

continuidade a política do café com leite.

Inconformados com mais um ato de corrupção por parte do governo, um grupo de militares, julgando-

se defensores da moralização política do Brasil, iniciaram uma série de revoltas contrárias a posse de

Artur Bernardes como presidente. Inicia-se assim o movimento que ficou conhecido como Tenentismo.

Os militares acreditavam que o candidato da oposição, Nilo Peçanha, era o verdadeiro vencedor das

eleições presidências. O Movimento Tenentista buscou a criação de eleições realizadas com Voto

Secreto, o que acabaria com o Voto do Cabresto.

A primeira revolta a acontecer foi a Revolta do Forte de Copacabana. Os tenentes haviam tentado

controlar as principais guarnições do Rio de Janeiro a fim de pressionar o governo a anular a eleição

vencida por Artur Bernardes.

No andamento da revolta, somente um grupo pequeno de rebeldes, conhecidos como os 18 do Forte de

Copacabana, continuaram a lutar. Os rebeldes foram facilmente derrotados pelas forças do governo.

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Do grupo dos Dezoito do Forte de Copacabana, apenas dois sobreviveram.

Passados dois anos da revolta militar ocorrida no Rio de Janeiro, o Movimento Tenentista iniciou

uma nova revolta, desta vez em São Paulo.

Eduardo Gomes e Siqueira Campos, únicos sobreviventes dos 18 do Forte de Copacabana, inspiraram

o militar Isidoro Dias a comandar um grande número de militares a combater a governo oligárquico

brasileiro. O levante ocorrido em São Paulo ficou conhecido como revolta militar de 1924.

No Norte do Brasil os tenentes também aderiram a Revolução de 1924. No Amazonas ocorreu a

chamada Comuna de Manaus.

Fracassada a tentativa de controlar São Paulo, os militares da Revolução de 1924 foram em direção

ao Sul do país para se encontrar com as forças militares que haviam se rebelado no Rio Grande do

Sul.

A união dos dois grupos gerou a famosa Coluna Prestes, força militar que marchou por boa parte do

território brasileiro a fim de provocar uma revolução.

Apesar de todas essas revoltas, o Tenentismo não obteve êxito em acabar com o governo oligárquico

dos grandes senhores do café.

Em 1930, alguns dos ativistas do Movimento Tenentista, tomaram parte na revolta que derrubou o

governo de Washington Luís.

A Revolta do Forte de Copacabana

Levante militar que buscava derrubar o Governo de Artur Bernardes.

A Revolta do Forte de Copacabana é considerada o início do Tenentismo, Movimento político-militar

que fazia oposição ao governo da República das Oligarquias.

Em 5 de Julho de 1922 um grupo de jovens oficiais do exército liderados pelo Capitão Euclides da

Fonseca, iniciaram uma revolta contra a nomeação de Artur Bernardes como Presidente do Brasil.

Os militares estavam convictos de que Nilo Peçanha era o verdadeiro vencedor das eleições presidenciais,

e por isso passaram a apoiá-lo.

O Marechal Hermes da Fonseca era quem incutia no exército a idéia de que o Brasil estava sendo

governado de forma corrupta.

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~ 83 ~

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Buscando a moralização política do Brasil, esses militares opuseram-se ao Governo Oligárquico dos

Senhores do Café da Republica Velha. Esta decisão foi tomada após o Governo Federal decretar a prisão

do Marechal Hermes da Fonseca e fechar o Clube Militar

O plano era tomar o controle das principais guarnições do exército no Rio de Janeiro para pressionar o

Governo de Epitácio Pessoa a anular a eleição em que Artur Bernardes saiu vencedor.

A revolta não ocorreu da forma esperada por Euclides da Fonseca. Somente os rebeldes do Forte de

Copacabana aderiram a revolta.

Ao tomar conhecimento da revolta militar, o Governo Brasileiro trocou os comandos militares e

conseguiu unir tropas do exército leais ao governo de Epitácio Pessoa.

Os encouraçados Minas Gerais e São Paulo, sob as ordens do Ministro de Guerra Calógeras, apontaram

seus canhões para o Forte de Copacabana.

Percebendo o apuros em que se meteram, dos 301 militares rebeldes, somente um pequeno numero de

revoltosos decidiram continuar com o levante. Eram 17 militares e um civil de nome Otávio Correia.

O Forte de Copacabana foi abandonado após a decisão tomada pelos 18 do Forte de Copacabana de

marcharem até ao Palácio do Catete. Na Avenida Atlântica os 18 do Forte de Copacabana travaram um

violento combate contra as forças governistas.

Em desvantagem numérica, os militares foram facilmente derrotados. Do grupo dos 18 do Forte, apenas

Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram.

Ao final do Levante do Forte de Copacabana, outros revoltas militares do Movimento Tenentista

aconteceram.

A Revolta militar de 1924 e a Coluna Prestes

Segunda revolta militar do Movimento Tenentista.

A Revolta Militar de 1924 culminaria com a grande marcha da Coluna Prestes.

No dia 5 de Julho de 1924, na Cidade de São Paulo, os militares do Tenentismo iniciaram um levante

que ficou conhecido como Revolta militar de 1924.

O objetivo da revolta era o mesmo da Revolta do Forte de Copacabana ocorrido em 1922. Os

militares queriam a deposição do Presidente Artur Bernardes.

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Por trás da revolta estava Siqueira Campos e Eduardo Gomes, os dois únicos sobreviventes da

Revolta do Forte de Copacabana.

A Revolta de 1924 foi liderada por Isidoro Dias. Este General comandando cerca de mil soldados fiéis

ao seu comando ordenou a ocupação dos principais pontos da cidade paulista.

Para combater os militares rebeldes, as forças governistas iniciaram um bombardeio aéreo nos

principais pontos dos tenentes entrincheirados.

No dia 27 de Julho, depois da troca de tiros com o governo, os líderes tenentistas resolveram

abandonar a cidade.

A Coluna Prestes

No Rio Grande do Sul ocorreu uma revolta paralela a ocorrida em São Paulo. Depois de fracassarem

no objetivo de controlar a guarnição de Santo Ângelo, os militares foram em direção ao Estado do

Paraná a fim de organizar uma grande força militar.

Os tenentes do sul decidiram se unir aos militares da Revolta ocorrida em São Paulo, formando assim

a Coluna Prestes. A Coluna Prestes tinha como principal liderança Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro

da Esperança. A coluna militar foi dividida em 3 pelotões, liderado respectivamente por Cordeiro de

Farias, João Alberto e Siqueira Campos. Juarez Távora e Miguel Costa foram outros nomes de

destaque do movimento.

A Coluna, formada por cerca de 25 mil militares, marchou por quase todo o Brasil esperando

provocar uma revolução. Esperavam conseguir o apoio do povo brasileiro para derrubar a oligarquia

da Republica Velha. Sem apoio popular, a revolta não obteve êxito.

Em Fevereiro de 1927, fracassada a tentativa de Revolução, boa parte dos membros da Coluna

Prestes exilou-se na Bolívia.

A Revolução de 1930

Golpe político que colocou Getúlio Vargas na presidência do Brasil.

A Revolução de 1930 deu fim ao governo oligárquico da República Velha.

O desentendimento entre os senhores do poder da Republica das Oligarquias, geraria um novo

capítulo na política do Brasil. Outro fator determinante para o fim do domínio político da oligarquia

cafeeira foi a crise econômica gerada pela Quebra da Bolsa de Valores em 1929.

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Washington Luís, último presidente da República Velha, deveria indicar para a presidência um

representante político de Minas Gerais.

A escolha de um candidato mineiro a presidência não ocorreu. Washington Luís indicou como

candidato outro paulista, Júlio Prestes, atitude que selou o fim da Política do Café com Leite.

O governador de Minas Gerais, Antônio Carlos, desapontado com Washington Luís pelo fato de ele

não tê-lo indicado como candidato a presidência, uniu-se aos políticos dos estados de oposição a

oligarquia cafeeira.

Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formaram a Aliança Liberal. Eles escolheram o gaúcho

Getúlio Vargas para concorrer as eleições presidências. Realizadas as eleições, o candidato da

oligarquia cafeeira, como de costume, venceu as eleições presidenciais. Júlio Prestes foi o eleito.

Mesmo vencido nas eleições, a Aliança Liberal planejou um golpe político. O assassinato de João

Pessoa, vice-presidente da candidatura de Vargas, foi o pretexto usado pela oposição para dar início

a revolta que culminaria com a Revolução de 1930.

Tropas militares comandadas por Goes Monteiro se rebelaram no Rio Grande do Sul. Ao mesmo

tempo o militar Juarez Távora, nome ligado ao Movimento Tenentista, também comandou tropas

militares no nordeste brasileiro.

Os dois grupos rebeldes se uniram e foram em direção ao Rio de Janeiro afim de derrubar o governo

de Washington Luís. Sem poder unir forças contra o grande numero de rebeldes, Washington Luís saiu

da presidência deposto em 24 de Setembro de 1930.

Com a consumação da Revolução de 1930, o Governo Brasileiro ficou nas mãos de uma junta militar.

No dia 3 de Novembro 1930, os militares entregaram o poder a Getúlio Vargas.

Uma vez nomeado presidente do governo provisório, Getúlio Vargas manteve-se no poder e governou

o Brasil por um período de 15 anos.

A Revolução Constitucionalista de 1932

Revolta ocorrida no Estado de São Paulo contra o Governo Vargas.

A Revolução Constitucionalista de 1932 foi na verdade uma tentativa da Oligarquia Paulista de

retomar o poder.

A Revolução de 30 acabou com a hegemonia política de São Paulo que, junto com Minas Gerais,

detinha o poder político do Brasil

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A queda do preço do café gerada pela crise mundial de 1929, fez com que a política do café com leite

perdesse consistência. A situação tornou-se favorável a oposição política que através de um golpe de

estado,Revolução de 1930, tomou o poder da elite cafeeira.

Privados do poder, agora pertencente a Getúlio Vargas e seus aliados, os políticos paulistas uniram-se

e formaram a Frente Única.

Como a Constituição de 1891 foi declarada extinta pelo novo Governo Brasileiro, a Frente Única

exigiu a criação de uma nova constituição que desse autonomia política para o Estado de São Paulo.

A Frente Única, manipulando a opinião pública, conseguiu o total apoio da população paulista.

Muitos passaram a protestar nas ruas contra o governo de Getúlio Vargas. Tais protestos tornaram-se

violentos e o Governo Federal teve que usar a força.

Já com os ânimos acirrados os paulistas decidiram então iniciar uma revolta armada contra o poder

central. Esta revolta ficou conhecida como M.M.D.C, em homenagem aos estudantes Martins,

Miragaia, Dráuzio e Camargo, mortos num protesto contra o Governo Vargas.

A Revolução Constitucionalista de 1932, iniciada em 9 de Julho, também contou com o apoio de

rebeldes oriundos do Estado de Mato Grosso. A frente das tropas paulistas estava o general Isidoro

Dias, o mesmo da Revolução 1924 do Movimento Tenentista.

O movimento M.M.D.C, formado por estudantes, operários, burgueses e aristocratas, não conseguiu

resistir por muito tempo nas lutas contra as forças do Exército. A Revolução Constitucionalista de

1932 foi esmagada após 3 meses de conflitos.

Mesmo vencidos, os paulistas conquistaram em parte seus objetivos. Temendo uma nova revolta de

maiores proporções, Getúlio Vargas tratou logo de convocar a Assembléia Constituinte para a

elaboração de uma nova Constituição.

A Revolução Constitucionalista de 1932 pode ser considerado também o maior movimento cívico da

história republicana brasileira.

A Era Vargas

Período de 15 anos em que Getúlio Vagas governou o Brasil.

A Era Vargas, ou Período Getulista, durou de 1930 a 1945.

Iniciou-se com a consumação da Revolução de 1930 e terminou no mesmo ano do final da Segunda

Guerra Mundial.

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Os 15 anos da Era Vargas pode ser dividida em 3 partes. São elas:

O Governo Provisório

Ao ser nomeado chefe do governo provisório, Getúlio Vargas fez uma profunda mudança nos campos

político e econômico.

Declarou extinta a constituição de 1891 e afastou os governadores que pertenciam a República das

Oligarquias.

Os estados brasileiros passaram a ser governados por interventores escolhidos pelo próprio Vargas.

Esses interventores eram na maioria integrantes do Movimento Tenentista. Eles tinham o objetivo de

conter os possíveis levantes dos chefes locais que imperavam na República Velha.

No setor econômico foram adotadas medidas de proteção ao café, desvalorizado em decorrência da

Crise Econômica de 29.

Buscando reerguer a economia do Brasil, Getúlio Vargas incentivou a criação de indústrias no país,

acarretando um acelerado crescimento industrial.

O Governo Constitucional

A revolta paulista conhecida como Revolução Constitucionalista de 1932, fez com que o Governo

Vargas se apressasse na tarefa de elaborar uma nova constituição.

Em 16 de Julho de 1934 foi criada a nova Constituição do Brasil. Através de uma eleição indireta,

Getúlio Vargas continuou no poder brasileiro.

A Constituição de 1934 ficou marcada por ter dado as mulheres brasileiras o direito de votar e por

criar as leis trabalhistas.

No governo constitucional, os partidos políticos do Brasil seguiram as doutrinas políticas dos países

europeus. Os dois principais partidos políticos da época eram:

AIB-Ação Integralista Brasileira

Partido que defendia a pratica de uma política totalitária no Brasil. Os Integralistas defendiam a

criação de um governo autoritário semelhante aos implantados na Itália e Alemanha (nazi-fascismo).

O líder deste partido era Plínio Salgado.

ANL - Aliança Nacional Libertadora

Partido político que defendia os ideais do Socialismo-Marxismo. Os aliancistas espelhavam-se

principalmente no Partido Comunista da União Soviética. Luís Carlos Prestes era o principal líder

dos Aliancistas.

A Aliança Nacional Libertadora chegou a promover uma revolta armada fracassada que ficou

conhecida como Intentona Comunista. O movimento vermelho motivou o Governo Vargas a preparar

um golpe de estado.

O Estado Novo

Com o pretexto de que o Brasil estava sendo ameaçado pelo comunismo, Getúlio Vargas apoiado

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pelas Forças Armadas pôs em pratica o "Plano Cohen", golpe de estado que deu origem ao Estado

Novo.

O Estado Novo foi um governo ditatorial que durou até ao ano de 1945. Este governo assemelhava-se

com o governo fascista de Mussolini da Itália. Assim como os nazi-fascistas, o Estado Novo perseguiu

os comunistas.

No Estado Novo o governo deu mais importância a indústria, deixando de lado a agricultura.

Quando iniciou a Segunda Guerra Mundial, o Brasil manteve-se neutro no conflito. No entanto,

quando os países do eixo declararam guerra aos Estados Unidos, o Brasil teve que apoiar os

americanos já que o crescimento industrial do nosso país naquele momento dependia de capitais

norte-americanos.

Em 1945 a guerra chegava ao fim com os Países Aliados vencendo os Países do Eixo. As nações

aliadas, defensoras da democracia, implantaram governos democráticos na Alemanha e Itália.

Como o Brasil pertencia ao grupo dos aliados, o Governo Ditatorial de Getúlio Vargas passou a ser

mal visto.

Getúlio Vargas visando a continuação de seu governo criou o Queremismo, movimento que buscava a

permanência de Vargas na Presidência da República. O movimento fracassou e Getúlio teve que

decretar um ato adicional que previa novas eleições presidenciais no país.

A eleição foi vencida pelo General Dutra que foi eleito novo Presidente do Brasil. Terminava assim os

15 anos de governo da Era Vargas.

No início da década 50, Getúlio Vargas retornaria ao poder de forma legal. Ele havia sido eleito

presidente pelo voto direto.

O Populismo no Brasil

O Populismo no Brasil vai de 1945 a 1964 mas teve origem na revolução de 1930.

Getúlio Vargas procurando popularidade para se manter no governo, beneficiou os trabalhadores

brasileiros com suas reformas trabalhistas.

Com a criação da CLT (Códigos de Leis Trabalhistas), a jornada de trabalho foi diminuída e a

população não poderia receber um salário menor que o permitido pelo governo, o Salário Mínimo.

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Um Governo Populista é o tipo de governo que o presidente é adorado pelo seu carisma e pelas suas

ações governamentais. O líder populista é adorado principalmente pela população de baixa renda.

A principal característica dos Governos Populistas era a expansão da indústria e da economia

capitalista. Em 1945 o Estado Novo chegava ao fim, mas a política getulista teve continuidade.

O Governo Dutra

Logo após a renúncia de Getúlio Vargas, o Governo Brasileiro ficou nas mãos do Ministro do

Supremo Tribunal Federal, José Linhares.

José Linhares convocou eleições para presidente no ultimo mês de 1945. Os candidatos que

concorreram a presidência foram:

Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro de guerra durante o Estado Novo.

Eduardo Gomes, ex-ativista do Movimento Tenentista.

Getúlio Vargas apontou Dutra para o povo brasileiro, dizendo que ele seria seu sucessor. Gaspar

Dutra graças ao apoio de Vargas foi eleito pelo povo Presidente do Brasil.

No Governo Dutra foi promulgada uma nova constituição em substituição a criada em 1934. Foi

liberado o Pluripartidarismo, dando a liberdade de criação a novos partidos políticos. No entanto,

dois anos depois o governo brasileiro temendo o avanço do comunismo no país, declarou ilegal o

Partido Comunista.

A ação mais importante do Governo Dutra foi à criação do SALTE, plano social e econômico que

integrava saúde alimentação, transporte e energia.

O Retorno de Vargas ao Poder

Getúlio Vargas, maior expoente do populismo no Brasil, retornou ao poder de forma legal, sucedendo

o seu sucessor.

Eleito pelo voto direto, Getúlio tomou posse em 31 de Janeiro 1951. A maior realização do novo

Governo Vargas, foi a criação da PETROBRAS, empresa estatal detentora da exploração e refino do

petróleo extraído do nosso território.

Vargas procurou continuar com suas políticas de massas, quase sempre conseguindo conciliar os

interesses de burgueses e operários.

Getulio Vargas era um populista nato, pelo seu carisma foi apelidado de Pai dos ricos e Mãe dos

pobres.

Getúlio fazia um grande sucesso com o povo, já com os partidos políticos não podia se dizer o mesmo.

A UDN, União Democrática Nacional, fazia grande oposição a Vargas, pois achava que o mesmo

poderia dar novamente um golpe político semelhante ao que deu origem ao Estado Novo. O Político

Carlos Lacerda foi o seu mais veemente adversário político.

Os partidários de Getúlio sabendo das ações que Carlos Lacerda seria capaz de fazer, decidiram

atentar contra a vida dele. Foi planejado um atentado mal sucedido contra Carlos Lacerda onde

somente o seu acompanhante, o Major da Aeronáutica, Rubens Vaz, foi vitimado.

Carlos Lacerda e Rubens Vaz foram alvejados por um pistoleiro que segundo as investigações era

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Gregório Fortunato, membro da guarda pessoal de Vargas.

Getúlio Vargas defendeu-se dizendo que não teve nenhuma participação no Atentado da Rua

Toneleros. Ele afirmou que o crime foi planejado sem o seu conhecimento.

A oposição não acreditou e junto com a Aeronáutica exigiu a imediata renúncia de Vargas.

Getúlio Vargas recusou-se a tomar tal atitude e preferiu tomar outra mais drástica. Em 24 de Agosto

de 1954 no Palácio do Catete, Getúlio Vargas suicidou-se com um tiro no peito.

Vargas deixou uma carta escrita onde dizia; Saio da Vida para Entrar na História.

O restante do mandato de Getúlio Vargas foi cumprido pelo seu vice, Café Filho.

O Governo Juscelino Kubitschek

Em Janeiro de 1956 Juscelino Kubitschek tomou posse da presidência do Brasil. Tal posse não foi nem

um pouco pacifica pois a UDN posicionou-se contra a posse de J.K. Somente com a proteção do

exército e que Juscelino pôde exercer o seu mandato.

Juscelino Kubitschek mostrou ser um presidente ambicioso. Seguindo a risca seu lema de campanha:

50 anos em cinco, Juscelino focou um extraordinário desenvolvimento para o Brasil.

O Plano de Metas de J.K alavancou a produção industrial brasileira que cresceu cerca de 80%.

Queria ele também atingir grandes metas em outras áreas como educação, alimentação, transportes e

energia.

A maior façanha do Governo J.K foi a construção de Brasília, a nova capital do Brasil. Brasília foi

inaugurada em 21 Abril de 1960.

Todas as grandes construções realizadas no Governo Juscelino Kubitschek só foram possíveis com o

uso do capital estrangeiro. Tais investimentos aumentaram a dívida externa do país. A inflação

cresceu como nunca havia acontecido.

O Governo Jânio Quadros

O candidato da UDN foi quem venceu as eleições presidências de 1960. Jânio Quadros tornou-se o

substituto de Juscelino Kubitschek na presidência do Brasil.

Com a chegada dos anos 60, a situação do trabalhador brasileiro não era a das melhores. O salário

mínimo já não supria as necessidades básicas da população. Com o aumento da dívida externa, o

Brasil passou por maus bocados.

Foi neste clima tenso que Jânio Quadros foi eleito. Em sua campanha eleitoral Jânio Quadros dizia

que iria varrer a corrupção do Brasil e combater a inflação.

A sua oratória surtiu efeito, pois o mesmo foi eleito com grande margem de diferença de voto do

segundo candidato. Jânio Quadros até então foi o presidente com maior votação da história brasileira.

O povo depositou grande esperanças no Governo Janio Quadros, mas o tiro saiu pela culatra. No

início de seu governo até que Jânio Quadros se saiu bem. Buscou o aperfeiçoamento da administração

pública e procurou ajustar a balança comercial com mais exportações.

Com a ajuda do FMI iniciou uma política antinflacionária e as dívidas com os credores internacionais

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foram negociadas.

As medidas econômicas e financeiras tomadas por Jânio Quadros mostrou-se desastrosas, pois as

mesmas fizeram com que o salário dos trabalhadores fosse congelado e os burgueses perdessem a

facilidade de ser conseguir credito.

As ações populistas já não eram tão eficazes como antes. Os esforços feitos para a sociedade já não

era mais viável devido a bola de dívidas criadas. Com o seu governo indo de mal a pior, Jânio

Quadros perdia apoio.

Para piorar mais ainda, Jânio Quadros passou a ser mal visto também pelos setores conservadores do

governo.

Buscando o aumento de relações comercias internacionais , o Brasil reatou relações diplomáticas com

o governo da União Soviética, defensora do comunismo no mundo.

Janio Quadros passou a admirar figuras do comunismo, tanto é que condecorou Che Guevara com a

Grã-Cruz do Cruzeiro do Sul.

Sem apoio político, Jânio Quadros renunciou ao cargo de presidente em 25 de Agosto de 1961. Alegou

ele que Forças Ocultas o fizeram a tomar esta decisão.

Muitos historiadores políticos acreditam que, na verdade Jânio Quadros queria dar um Golpe de

Estado. Como o seu vice, João Goulart, era visto como um comunista acreditava ele que o Congresso

jamais entregaria a João Goulart a presidência.

Jânio Quadros pensou que o Congresso e as Forças Armadas o forçaria a continuar na presidência.

Com isso ele continuaria como presidente, agora com os poderes fortalecidos.

O Governo João Goulart

Com a renúncia de Jânio Quadros, a direção do Governo Brasileiro passou a ser exercido por João

Goulart.

Políticos ligados as Forças Armadas se pronunciaram contra a posse de João Goulart. Para resolver

o impasse eles criaram o Parlamentarismo.

João Goulart tomou posse da presidência, mas com seus poderes limitados em decorrência do Regime

Parlamentarista.

João Goulart sempre ocupou um cargo político nos governos populistas e por isso tinha grande

influência sobre os ministros do governo. Valendo de sua influência, João Goulart fez com que os

ministros aprovassem a criação de um referendo que aprovaria ou não o regime parlamentar.

O Parlamentarismo foi reprovado e João Goulart governou como desde o inicio de seu mandato

deveria governar.

O Governo João Goulart, pois em pratica as Reformas de Base que buscava a mudança do sistema

agrário, tributário, fiscal, educacional e etc.

A oposição encarou as medidas políticas de Jango como políticas de tendências comunistas.

Em 24 de Março de 1964, procurando dar um basta a política de João Goulart, as Forças Armadas

apoiada pela oposição deu um golpe de estado que deu origem a uma Ditadura Militar no Brasil.

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A Ditadura Militar do Brasil

Golpe político organizado em 31 de Março de 1964 que afastou João Goulart da presidência do

Brasil.

O Golpe Militar de 1964 fez com que o Brasil passasse a ser governado por membros das Forcas

Armadas, dando origem a um Regime Militar.

A Ditadura Militar durou de 1964 a 1985. Neste período a presidência do Brasil foi ocupada por

generais. A ameaça comunista foi o que levou estes militares a planejarem a Revolução de Março

1964.

No Brasil, o comunismo ganhou força deixando os grupos político de direita em alerta. Quando João

Goulart, político de mentalidade comunista, assumiu a presidência, a direita política fez de tudo para

que ele não governasse o Brasil.

Em 1961 eles criaram o Parlamentarismo. A nova forma de governo, reprovada por um referendo,

durou pouco tempo. Com o fim do parlamentarismo, João Goulart pode exercer os poderes que o

presidencialismo lhe dava de direito.

Criou-se a expectativa de que Jango fizesse do Brasil uma república socialista semelhante a

implantada em Cuba por Fidel Castro.

Antes que isso acontecesse as Forças Armadas apoiando a direita política iniciou uma revolta que

culminaria com o Golpe Militar de 1964.

O movimento depôs João Goulart da presidência e que a partir de então ficou nas mãos dos militares,

iniciando assim uma Ditadura Militar. O Regime Militar do Brasil recebeu apoio dos Estados Unidos,

pois o mesmo queria o comunismo longe da América.

O Regime Militar suspendeu as garantias constitucionais do país e as eleições passaram a ser

realizadas de forma indireta. O cargo de presidente passou a ser exercido pelos generais das forças

armadas.

Os presidentes do Brasil na época da Ditadura Militar foram:

Humberto Alencar Castelo Branco (1964-1967)

Um dos principais arquitetores do Golpe Militar de 1964. Castelo Branco tornou-se o primeiro

presidente do Regime Militar.

Em seu governo Castelo Branco declarou ilegais todos os movimentos contrários a revolução de

Março. Através do SNI (Serviço Nacional de Informações), as pessoas suspeitas de envolvimento com

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os movimentos de esquerda foram presas e torturadas pelo governo.

O maior desafio de Castelo Branco como presidente foi combater a inflação. Para isso ele criou

medidas econômicas de efeito impopular.

Artur da Costa e Silva (1967-1969)

Eleito em 3 de Outubro de 1966, através do voto indireto, Artur da Costa e Silva tomou posse da

Presidência da Republica em 15 de Março de 1967. Em seu governo foi promulgada uma nova

Constituição Brasileira.

Durante o governo Costa e Silva as manifestações contrárias a ditadura cresceram. Em resposta o

governo criou o Ato Adicional N5 que cassou inúmeros mandatos de políticos contrários a ditadura.

Artur da Costa e Silva exerceu somente meio período de seu mandato. Por estar doente, ele foi

afastado do governo. Com a ausência do presidente, o governo foi entregue a uma junta militar.

Em Dezembro de 1969 Artur da Costa e Silva venho a falecer deixando vago o cargo de presidente.

Emílio Garrastazu Médice (1969-1974)

Com a morte de Costa e Silva, a junta militar que assumiu o Governo do Brasil recusou-se a entregar

a presidência para o vice do presidente falecido. Os ministros militares decidiram eleger Emílio

Médice como novo Presidente do Brasil.

Foi no Governo Médice que a economia brasileira chegou ao seu maior nível, o chamado Milagre

Brasileiro. Grandes obras foram realizadas como a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói.

Insatisfeitos com o Regime Militar os opositores do governo criaram a esquerda armada. Com a ajuda

logística dos Estados Unidos o governo militar conseguiu dizimar estes movimentos.

Ernesto Geisel (1974-1979)

No Governo Ernesto Geisel iniciou-se a abertura política do Brasil que, segundo ele seria lenta e

gradual. Durante o governo Geisel o crescimento econômico do Brasil já não era o mesmo, contrário

a inflação que crescia mais e mais.

João Batista Figueiredo (1979-1985)

O Governo Figueiredo caracterizou-se pelo processo de redemocratização do Brasil. Foi concedido a

anistia aos presos políticos e restabelecido as eleições diretas para governadores.

João Batista Figueiredo se tornaria o ultimo presidente do regime militar. Pressionado pelas Diretas

Já, a Ditadura Militar estava com os seus dias contados.

Através da Emenda Dante de Oliveira a oposição exigiu a realização de eleições diretas para o cargo

de presidente.

Esta emenda não foi aprovada, mas mesmo assim através do Colégio Eleitoral, foram realizadas

eleições que elegeram o civil Tancredo Neves como presidente do Brasil.

Termina assim o Regime Militar, período da história brasileira onde a ordem foi mantida através de

torturas e exílios.

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A Nova República

Período da História Brasileira que vai de 1985 até aos dias atuais.

A Nova República é o período de nossa história onde o Brasil passou a ser verdadeiramente um país

democrático.

Em 1985 Tancredo Neves foi eleito Presidente do Brasil pelo colégio eleitoral. A escolha de Tancredo Neves

como presidente deu um ponto final na ditadura militar.

Na véspera de tomar posse do governo, Tancredo Neves adoeceu, e dias depois, 21 de Abril de 1985, venho

a falecer.

O Governo Sarney (1985-1990)

Com a morte de Tancredo Neves, o vice-presidente eleito, José Sarney, assumiu a presidência do Brasil.

José Sarney governou o Brasil espelhado na imagem de Tancredo Neves. O ministério foi composto pelos

mesmos ministros escolhidos por Tancredo.

O Governo Sarney deu inicio a redemocratização do Brasil. Foram estabelecidas eleições diretas para os

cargos políticos. Também foi dado o direito de votar aos analfabetos e foi criada uma nova constituição.

A Constituição de 1988 é a mais democrática que o Brasil já teve.

No campo político o país respirava com a redemocratização, mas no campo econômico os problemas

continuaram.

Buscando uma solução para a crise econômica, em Fevereiro de 1986, o Governo Sarney lançou um plano

de estabilização econômica, o Plano Cruzado.

A nova moeda, o Cruzado, tinha o valor de mil Cruzeiro, antiga moeda. Pelo Plano Cruzado ficou

estabelecido o congelamento de preços e salários. Estas medidas econômicas não surtiram efeito pois a

inflação voltou a subir.

Com o fracasso do Plano Cruzado, outros planos econômicos foram elaborados, foi o caso do Plano

Blesser e Plano Verão que criou o Cruzado Novo.

O Governo Collor (1990-1993)

Nas eleições de 1989, com o caos econômico instalado no Brasil, a população optou por votar num

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candidato que não fosse o indicado pelo governo Sarney.

O povo elegeu como Presidente do Brasil Fernando Collor de Mello. Em sua campanha política Collor

afirmava que buscaria melhorias na condição de vida do povo brasileiro, chamado por ele de pés-

descalços e descamisados.

Logo ao assumir a presidência, Collor, pois em pratica o Plano Brasil Novo, conhecido também como

Plano Collor.

O Plano Collor em comparação aos planos tomados pelos governos anteriores, foi o mais drástico. A

moeda voltou a ser o cruzeiro que passou a ser circulado em menor quantidade. As contas bancárias e

cadernetas de poupanças com saldo superior a 50 mil cruzeiros foram bloqueadas.

Inicialmente, as medidas econômicas tomadas no Governo Collor até surtiram efeito, mas no andamento

do governo a inflação voltou a subir.

Para piorar a situação do presidente Collor, sua imagem ficaria suja devido as denuncias de corrupção em

seu governo.

Pedro Collor, irmão do presidente, denunciou um esquema de corrupção que tinha como principal figura

Paulo César Farias, tesoureiro da campanha política de Collor.

A descoberta do Esquema PC Farias atingiu em cheio a popularidade de Fernando Collor. Seus dias como

presidente estavam contados.

Demonstrando o seu descontentamento com o Governo Collor, boa parte da população brasileira

surpreendentemente saiu as ruas para protestar. Queriam eles a imediata renúncia de Collor.

Pressionados pelos Caras Pintadas, a Câmara dos Deputados instaurou uma Comissão Parlamentar de

Inquérito. Na CPI foram levantadas provas suficientes que comprovaram a participação de Collor no

Esquema PC.

O Congresso Nacional teve que se reunir para discutir a aprovação do Impeachment de Fernando Collor

de Melo. Em 29 de Dezembro de 1993 Fernando Collor optou por renunciar a presidência deixando o

cargo para o seu vice, Itamar Franco.

O Governo Itamar Franco (1993-1994)

Com a renúncia de Fernando Collor, Itamar Franco teve que assumir a Presidência do Brasil.

No Governo Itamar Franco, foi encontrado uma solução para a crise econômica que assolava o Brasil.

Em Maio de 1993 Itamar Franco nomeou Fernando Henrique Cardoso como Ministro da Fazenda.

Fernando Henrique Cardoso, a frente de um grupo de economistas, elaborou um bem sucedido plano

econômico, o Plano Real. A nova moeda, o Real, tornou-se um sucesso.

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Com a nova moeda a população teve um melhor poder aquisitivo e seus salários não estavam mais sendo

corroídos pela inflação.

O Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)

Foi dado a Fernando Henrique Cardoso o credito pela elaboração do Plano Real. A população confiava

nele e por isso ele sagrou-se como candidato vencedor nas eleições presidenciais de 1994.

Fernando Henrique tomou posse do Governo em 1 de Janeiro de 1995. Ao final de 1998 foi reeleito como

presidente derrotando novamente o candidato da oposição, Luís Inácio Lula da Silva.

Além de se engajar na missão de manter a inflação baixa, o Governo FHC optou por privatizar as

empresas estatais e abrir economia brasileira para o MERCOSUL.

A nova política econômica adotada no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, fez com que o

Brasil recorresse ao FMI o que gerou a desvalorização do Real.

A História das Constituições Brasileiras

A Constituição Brasileira é a lei mais importante dentro de nosso país.

Todo cidadão brasileiro que se preze deve saber um pouco sobre a história de nossa constituição.

Você sabe a história das constituições brasileiras e quantas constituições já tivermos ao longo do

tempo?

Antes de tudo, devemos saber que foram os franceses os principais responsáveis pela criação do

Direito Constitucional

Muitos países herdaram da Revolução Francesa o ideal do constitucionalismo, regras jurídicas e

políticas criadas e aceitas pela maioria dos cidadãos. No entanto, devemos ressaltar que foi o Estados

Unidos o primeiro país a criar uma constituição.

Qual foi a primeira Constituição do Brasil?

Em 1822, as margens do Rio Ipiranga, D. Pedro declarou a Independência do Brasil. Em 1824,

passados dois anos da independência, foi criada a primeira Constituição do Brasil.

Dom Pedro, tornou-se Imperador do Brasil e depois outorgou a Constituição do Brasil. O Imperador

com a ajuda de seus conselheiros de Estado criou uma constituição que não levava em consideração a

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vontade do povo. Ele impôs sua vontade, outorgou, controlou o país de forma sucinta.

Características da Constituição de 1824

A Constituição de 1824, a primeira Constituição do Brasil, previu a Monarquia como forma de

governo. O poder era adquirido por sucessão hereditária.

De forma ilusória, o poder foi dividido em Executivo, Legislativo e Judiciário. Havia um poder maior,

o Poder Moderador, exercido pelo Rei e que podia vetar a decisão dos outros poderes.

O Brasil era um Estado unitário, administrado por um governo central personificado na figura do

Imperador. As províncias, unidades federativas, não possuíam autonomia política.

A Constituição de 1824 foi a única constituição brasileira que tinha uma religião oficial, a Católica.

O voto era censitário, pela constituição de 1824 só os ricos podiam votar.

A constituição de 1824 foi a que mais tempo durou.

A Constituição de 1891

Em 15 de Novembro de 1889 foi proclamada a República do Brasil. Republica vem do latim

Respública, que significa coisa do povo. Na república o governante é o representante do povo, o

escolhido pelo povo para um mandato determinado.

A monarquia foi derrubada e era necessária a criação de uma nova constituição.

A Constituição de 1891, a segunda Constituição Brasileira, ficou conhecida como a Constituição de

Rui Barbosa.

Rui Barbosa foi o principal redator da Constituição de 1891. Tal constituição foi inspirada na

constituição norte-americana, tanto é que o nosso país passou a se chamar Estados Unidos do Brasil.

Características da Constituição de 1891

No Estados Unidos do Brasil, o nosso país deixou de ser um Estado unitário passando a ser uma

federação.

As províncias passaram a ter uma parcela de autonomia. Os entes federados puderam legislar, criar

suas próprias leis, desde que tais leis não ferissem a Constituição.

Pela Constituição de 1891 o país passou a ser um Estado laico, o Brasil deixou de ter uma religião

oficial.O voto era aberto, ou seja, não sigiloso.

O poder do Estado foi dividido em três poderes, como proposto pelo iluminista europeu Montesquieu e

que foi difundido pela Revolução Francesa. O poder brasileiro passou a ser exercido pelos poderes

Executivo, Legislativo e Judiciário.

Foi criado o Controle Difuso de Constitucionalidade, onde qualquer juiz poderia declarar uma lei

inconstitucional.

A Constituição de 1934

As primeiras décadas da republica brasileira foram bastante tumultuados, surgiu uma oligarquia que

se perpetuava no poder através de eleições fraudulentas.

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A corrupção política fez com que os derrotados do voto cabresto se unissem com outros setores da

sociedade brasileira que estavam insatisfeitos com o rumo da nação.

A oposição política, apoiado por alguns lideres militares, deram um golpe de estado em 1930,

colocando Getúlio Vargas no poder.

Em 1932, os juízes do Estado de São Paulo, usando como pretexto o Controle Difuso de

Constitucionalidade, fizeram com que a população paulista se rebelassem contra o governo de Getúlio

Vargas no chamado movimento M.M.D.C.

Em 1934, devido a pressão dos paulistas, o governo revolucionário de Vargas criou uma nova

Constituição Brasileira afim acalmar os ânimos daqueles que consideravam seu governo

inconstitucional.

Características da Constituição de 1934

A Constituição de 1934, a terceira constituição brasileira, manteve a estrutura principal da

constituição anterior.

O Brasil continuou a ser uma republica dividida em federações. Os três poderes, executivo, legislativo

e legislativo, foram mantidos assim como a idéia de Estado Laico.

Como mudanças tivemos o aumento dos poderes da União em detrimento dos Estados Federados.

Como os Estados perderam o poder houve uma diminuição dos poderes do Senado.

A grande novidade da Constituição de 1934 foi o surgimento do voto feminino. Foi também na

Constituição de 1934 que surgiram os direitos de segunda geração, os direitos sociais, ou de classes.

A Constituição de 1937

Getúlio Vargas com a desculpa de defender o Brasil do Comunismo Internacional, deu um golpe de

Estado que deu origem a um regime ditatorial.

Em 1937 Vargas outorgou uma constituição que concentrou os poderes nas mãos da União (Governo

Federal). A quarta Constituição do Brasil ficou conhecida como Constituição Polaca, inspirada na

constituição ditatorial polonesa.

Característica da Constituição de 1937

A Constituição de 1937 diminuiu o direito e garantias fundamentais. Suspendeu o direito de greve, o

mandado de segurança e a diminuição do controle de constitucionalidade.

A Constituição de 1946

Na década de 40, o Brasil se envolveu na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Países Aliados

defensores da democracia. Na Europa, os governos ditatoriais fascistas foram derrotados.

Terminada a guerra, o Brasil teve que abandonar a forma ditatorial de governo. O nosso país

defendeu a democracia pelo mundo, então seria hipocrisia o Brasil continuar com o governo ditatorial

de Getúlio Vargas.

Em 1946 foram convocadas novas eleições assim como a criação de uma nova Constituição, a quinta

de nosso país.

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A Constituição de 1946 nada mais foi que a extinção da constituição de 1937, que foi substituída por

uma constituição idêntica a constituição de 1934.

Características da Constituição de 1946

A Constituição de 1946 foi inspirada na Constituição de 1934. De novidade ela trouxe a previsão da

transferência da capital para o planalto central, onde alguns anos depois foi criada a nova capital

brasileira, Brasília.

Visando o fortalecimento da Constituição de 1946, foi criado a ADIN (Ação Direta de

Inconstitucionalidade).

A Constituição de 1967

Nos anos 60, o Brasil assim como todo o mundo, foi agitado pelas forças antagônicas da Guerra Fria.

Estados Unidos, defensor do capitalismo mundial, rivalizava com a extinta União Soviética, defensora

do comunismo.

Os presidentes Jânio Quadros e João Goulart chegaram ao poder brasileiro de forma legal, eleito pelo

povo. No entanto, suas ações políticas passaram a ser vista com desconfiança pela oposição de

extrema direita.

Os opositores do governo de João Goulart fizeram com que as Forças Armadas do Brasil

acreditassem que ele iria transformar o país numa república comunista.

Em 1964 os militares derrubaram o governo de João Goulart e passaram a governa o Brasil. Teve

assim o inicio da fase mais absurda da historia republicana brasileira, a Ditadura Militar do Brasil.

Em busca da legalização governamental, em 1967 os militares lançaram alguns atos adicionais a

constituição a fim de mudá-la aos seus interesses. O Brasil deixou de ser uma democracia, mais uma

vez aumentou os poderes da União e diminuíram os poderes dos Estados Federados.

Características da Constituição de 1967

Os militares aumentaram a competência da justiça militar que também passou a julgar crimes de civis.

Pessoas que faziam passeatas em prol da democracia passaram a ser consideradas criminosas.

Os direitos e garantias fundamentais e individuais foram suspensos. Devido a ist,o muitas pessoas

suspeitas de envolvimento com ações 'comunistas' foram torturadas e exiladas.

A Constituição de 1988

Em 1984 o povo brasileiro clamou por democracia, um intenso movimento popular se alastrou por

todo o Brasil. Tal movimento ficou conhecido como Diretas Já.

Em 1985 os militares decidiram saírem do poder. Foi realizada uma eleição indireta que elegeu o

político mineiro Tancredo Neves como novo Presidente do Brasil. Este por sua vez faleceu antes de

tomar posse da presidência. Quem assumiu a Presidência do Brasil foi Jose Sarney e que em 1988

elaborou a atual constituição do Brasil.

Características da Constituição de 1988

A constituição de 1988 é a Constituição que mais levou em consideração o Direito e Garantias

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Fundamentais. Por defender os direitos individuais, a Constituição de 88 ficou conhecida como a

Constituição Cidadã.

Os Municípios também passaram a ter autonomia política. Ou seja, o município tem a autonomia para

legislar, administrar e fazer suas próprias leis (Lei Orgânica).

A Constituição de 1988 é considerada uma Constituição rígida. Tem como Cláusulas Pétreas, ou

imutáveis, as seguintes disposições:

I – a forma federativa de Estado;

II – o voto direto, secreto, universal e periódico;

III – a separação dos Poderes;

IV – os direitos e garantias individuais.

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Bibliografia

Seque abaixo os nomes dos livros e sites que serviram de fonte bibliográfica para o Históriateca

Brasil.

Livros que li

_____ Enciclopédia Barsa

_____ História do Brasil, de Pedro Calmon

GARCIA, José Manuel. História de Portugal. Presença, 1981.

LINHARES, Maria Yedda. História Geral do Brasil. Rio de Janeiro, Campos, 1996.

NICOLAU, Jairo. História do Brasil. Rio de Janeiro, Zahar, 2002.

ALMANAQUE Abril. São Paulo, Abril, 2002.

BUENO, Eduardo. A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de

Janeiro, Objetiva, 1998.

CUNHA, Manuela Carneiro. História dos indíos no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1992.

DAVIDOFF, C. Bandeirantismo: verso e reverso. São Paulo, Brasiliense, 1982.

GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo, Ática, 1992.

COSTA, Emília Viotti. Da Senzala a Colônia. Ed, São Paulo, 1982.

GODECHOT, jacques. Europa e Ámerica no tempo de Napoleão. ed Pioneira, 1984.

_____ A primeira República. São Paulo, DIFEL, 1973.

COIN, Cristina. A Guerra de Canudos. São Paulo, Scipicione, 1992.

PEREGALLI, Henrique. Como foi que o Brasil ficou assim? São Paulo, Global, 1982.

Sites da Internet que visitei

http://www.bn.br

Biblioteca Nacional

http://www.museudarepublica.org.br

Museu da República

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