historias de aventuras -...

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historias de aventuras

7o ano e

A casa •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 6

A escola mágica •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 28

A única luz •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 41

Em busca do demônio •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 58

A lo ja mágica de doces • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 80

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Apresentação

O livro Histórias de aventuras é o resultado de um longo processo vivido pelos alunos durante este ano, em relação à leitura e ao estudo das narrativas de aventura, entre eles os romances clássicos dos autores do século XIX, as histórias contemporâneas de aventura, que recorrem a elementos fantásticos e mágicos, até chegarmos aos relatos verídicos.

A produção escrita de um texto de aventura envolveu diferentes etapas de trabalho individuais e coletivas, que solicitaram dos alunos muita perseverança e dedicação. Cada classe se organizou em pequenos grupos, as “oficinas de texto”, com propósito de elaborar coletivamente a trama de uma história de aventura, delineando seus personagens, seus cenários, o contexto histórico, o conflito e o desfecho, com a finalidade de se basear nesse roteiro coletivo para a escrita das produções individuais.

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Essa vivência proporcionou aos alunos condições de apresentar suas ideias, ouvir as dos colegas, trocar opiniões e, dessa forma, permitir que os escritores, durante a produção individual, pudessem enriquecer o roteiro original, valendo-se de seus recursos pessoais de estilo e de linguagem.

Depois de produzidos, os textos de cada aluno passaram por momentos de leitura nos grupos de criação, com a intenção de apontar aspectos que poderiam ser melhorados, sempre considerando o roteiro original.

Este livro reúne uma produção de cada grupo de criação, após uma seleção feita pelos professores e alunos. O texto selecionado passou por uma nova leitura e revisão do próprio autor, de acordo com a última versão produzida. Ainda assim, alguns textos apresentaram algumas incorreções gramaticais e/ou estilísticas, o que se deve a nossa intenção de respeitar o limite das possibilidades de cada autor-revisor.

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a casa

Mariana

Dora

Beatriz

Julieta

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Meu nome é Gabriel, tenho 14 anos e moro com meus dois irmãos gêmeos Enzo e Felipe, de 7 anos, em uma pequena vila chamada “Village des Ténèbres”.

Sou um menino magro, alto, com pele clara, de cabelos castanhos e olhos azuis. Percebo que minha inteligência é maior do que as pessoas da minha idade. Adoro esportes, apesar de não poder praticar muito, pois nunca saí da vila para nada.

Meus irmãos são diferentes apesar de serem gêmeos. Enzo é gordinho, alto, de olhos azuis, cabelos loiros e pele muito clara, já o Felipe é magro, mais baixo, de cabelos castanhos claros, olhos cor de mel e pele menos clara, do que a de Enzo.

Cuidei de meus irmãos desde que nasceram porque uma semana após o nascimento deles meus pais foram viajar e morreram misteriosamente.

Quando completei 10 anos resolvi dar uma festa onde conheci a menina mais bonita e mais legal do universo, na minha opinião. O nome dela é Nina, ela é diferente das outras garotas, parece que conhece um pouco de tudo e não

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se importa com o que os outros pensam dela. Acho ela linda: cabelo branco com uma mecha preta bem escura, olhos verde claro, altura perfeita, magra, pele não tão clara e antes que me esqueça, hoje está com 14 anos (na época tinha 10 anos). Ela virou minha melhor amiga!

Outro dia quase tive um ataque do coração, quando Nina chegou toda decidida:

- Vou sair da vila, cansei, não aguento mais viver a mesma coisa todos os dias: acordar, ir à escola, voltar para casa, fazer lição de casa e dormir (ela resolveu não incluir refeições nesta lista).

- Como assim, você vai ME deixar com essa mesma rotina e se mudar, fugir ou qualquer coisa do tipo...

- ESPERA!!! Você não me deixou terminar, quero que você e seus irmãos venham comigo. Já que vocês vivem sozinhos, ninguém vai se preocupar com vocês ou exigir um prazo de volta.

- Mas...

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- Nada de “mas”, você já sabe que discutir comigo é o mesmo que não discutir porque você vai acabar concordando do mesmo jeito.

Quando disse ‘’mas’’ ia dizer de um jeito bem romântico que adoraria ir com ela se me aceitasse como namorado, mas você já sabe que não rolou do jeito que eu esperava, então acabei desistindo e em vez de pedi-la em namoro falei:

- Então tudo bem! Vamos embora na quinta-feira, o que você acha??

- Perfeito, então saímos na quinta, bem cedo. Nos encontramos às sete horas na praça central com malas e tudo pronto.

Depois de dois longos dias de preparação chegou quinta-feira, acordamos, nos trocamos, tomamos um breve café da manhã, pegamos as malas, fechamos tudo da casa e andamos até a praça onde Nina já nos esperava.

- Você acha que devemos ir pela floresta ou pelo pântano? – perguntei

-Acho que devemos ir pela floresta, ouvi historias de que há uma casa mal-assombrada

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entre algumas árvores, quem sabe podemos passar uma noite lá para sabermos se somos corajosos. Como se fosse um jogo da coragem! – disse Nina

-Mas eu não sou corajoso e sei disso, não preciso testar nada!! – interferiu Enzo o mais medroso de meus irmãos.

-Como você pode ser tão medroso, diferente de mim, do Gabriel e do papai e da mamãe? Sabemos dessa coragem através das historias aventuras que ouvimos sobre eles? – interferiu Fê.

-Não sei, mesmo toda a minha família sendo assim, eu não sou! -retrucou Enzo.

-Gente, parem de discutir, isso não é importante agora, simplesmente vamos pela floresta, quem sabe essa casa nem existe de verdade. – terminou Nina.

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Começamos a andar no sentido da floresta. Logo que entramos nela batemos de cara com um tronco muito grande e derrubado impedindo completamente a passagem de pessoas. Enzo era o mais medroso, mas era também, ao mesmo tempo, o mais preparado e claro que havia trazido na sua mochila uma corda forte que aguentava o nosso peso.

Felipe quis ser o primeiro a passar para o outro lado, lançou a corda e a prendeu em um galho firme, escalou o tronco e quando chegou em cima pulou dizendo que nem parecia tão alto.

Nina foi a segunda, Enzo foi o terceiro e eu o quarto, mas todos repetimos a mesma coisa que Felipe, realmente não parecia tão alto de cima.

Continuamos nossa viagem calmamente.

-Olhem ali em cima, tem alguma coisa se mexendo no galho daquela árvore – gritou Nina apavorada.

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-Relaxa, não deve ser nada, quem sabe um esquilo! – todos disseram ao mesmo tempo.

Quando, de repente, desceu da árvore um gnomo raivoso que disse que só passaríamos se traduzíssemos a frase do indonésio para o português: “Perjalanan ini bisa berakhir dengan cara yang tak terduga!”.

Infelizmente nenhum de nós falava indonésio.

No entanto o gnomo falou:

- Já vi que vocês não conseguirão então, lá vai uma charada: “Sempre que há um problema, perto existe uma solução”.

Deduzi na hora que perto de onde estávamos, na floresta, havia a resposta para a nossa dúvida. Em um segundo já estávamos todos loucos atrás de algum papel que nos desse a tradução dessa frase maluca. Procuramos em todos os cantos até que finalmente achei dentro de um ninho, na árvore sem folhas, um filete de papel dizendo: “Esta viagem pode acabar de um jeito inesperado”.

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Corremos até o gnomo:

-Esta frase significa: “Esta viagem pode acabar de um jeito inesperado”.

-Podem passar. - disse o gnomo com cara emburrada.

Logo achamos um lugar mais aberto e montamos nossas barracas, uma fogueira, nem comemos e já fomos dormir depois de um dia tão longo. Acordamos cedo, arrumamos tudo e continuamos andando. Em torno das quatro da tarde achamos aquela casa que Nina havia mencionado, ela realmente parecia muito assustadora vista por fora!

-Gente, agora é a hora de decidirmos se vamos ou não fazer aquele “jogo da coragem”.

-Já sei, vamos votar, pois é o jeito mais justo de sabermos se iremos ou não passar a noite aqui. - sugeriu Nina animada.

-Então, quem vota que sim? - perguntei

Nina, eu e Fê levantamos a mão e dissemos:

-Eu!

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-Que pena, Enzinho! - falou Fê em um tom zombeteiro.

-Pára de me encher!! - gritou Enzo.

Todos agarrados, abrimos a porta que fez aquele som de “porta de filme de terror”. Achamos que por dentro nem parecia tão assustador, a princípio. Perto das cinco horas começamos a ouvir barulhos nas escadas, objetos se quebrando e vozes que eram muito estranhas. Imagina o nosso medo. Resolvemos que não valia a pena passar esse medo todo por um jogo, então quando já estávamos saindo da casa, a porta se fechou e um vulto preto passou na nossa frente, achamos que foi o vento e tentamos abri-la novamente, mas estava completamente vedada, era impossível ter qualquer contato com o mundo fora daquela horrorosa casa.

-Quem está ai? - berrou Nina tão alto que foi possível ouvir o eco na casa toda.

Ninguém respondeu nada:

-QUEM ESTÁ AÍ?? - gritou ela mais alto ainda.

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Uma nuvem preta em forma de um homem encapuzado apareceu e disse num tom de sussurro:

-Nina, Nina... você realmente precisa perguntar “Quem está ai?”, porque eu acho que você sabe a resposta muito bem, minha querida.

-Por favor, nos deixe sair. Você já não acha que me torturou o suficiente para uma vida?

-Por uma vida sim, mas já considero essa como sua segunda. Hahaha!

Então ele desapareceu no ar como uma fumaça e Nina começou a berrar e chorar como se aquela nuvem fosse seu pior pesadelo.

-Nina o que era aquilo, como te conhece e por que você está tão desesperada??

-Gabriel, você é meu melhor amigo e felizmente, para seu próprio bem, não sabe nem um décimo sobre mim e não queira saber.

-Está casa vai fazer com que você me conte, querendo ou não.

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- É tanta coisa que não dá para contar em menos de duas horas, por favor, espere eu me acalmar e respirar, então te conto toda a história que você precisa saber.

-Me prometa que você vai me contar toda história, não apenas o que supostamente preciso saber!

-Eu prometo.

Depois de Nina se acalmar, sentamos e ela começou a falar:

-Primeira coisa: antes que eu comece a contar vocês tem que me prometer que vão acreditar em tudo que eu disser, cada palavra, cada sílaba...

-Nós prometemos.

-Lá vai: “Quando fiz quatorze anos minha festa seria do tema: fantasias de assombração. Como andava bastante pela floresta conhecia essa casa mesmo nunca tendo estado nela e tinha certeza de que estava completamente abandonada. Tudo estava preparado, quando vim dar a última checada.

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Este mesmo vulto apareceu para mim dizendo que esta casa tinha dono e que se minha festa fosse realizada aqui algo muito ruim aconteceria comigo. Achei que fosse algum tipo de brincadeira de meus amigos idiotas da escola e não levei a sério. Chegou a hora da minha festa, estava me sentindo completamente perfeita, com minha fantasia de zumbi.

Ao chegar à porta da frente estavam todos me esperando e me senti uma estrela. Exatamente a meia-noite encontrei o mesmo homem de capuz e tive um breve arrepio, ele me chamou para um canto e disse que tinha me avisado, que não era para eu reclamar das consequências depois, me deu tchau e desapareceu no ar. Essa foi à hora que percebi que não eram meus amigos.

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Quando saí andando, estavam todos olhando com cara de medo para o canto onde estava, quando olhei para trás vi simplesmente meu corpo caído no chão parado. Eu me vi morta. Chamei esse homem várias vezes e quando ele finalmente apareceu perguntei o que havia acontecido, ele disse que eu agora era um espirito igual a ele e que meu corpo continuaria com a mesma aparência para sempre.

De repente me vi em uma casa alegre, com pessoas diferentes, sentei no chão e comecei a chorar como nunca havia chorado antes. Uma mulher mais velha e muito simpática começou a conversar comigo, e me contou que havia duas casas de espíritos, a dos espíritos bons e as dos espíritos maus. O que aconteceu na minha festa foi um ato dos espíritos maus, e agora estava na casa dos espíritos bons. Me controlei e depois de muito tempo aceitei que não teria mais volta.

Comecei a conhecer mais dessa vida. Existe uma pessoa que dita as leis, fui conversar com ele, pois me disseram que ele diria o que aconteceria comigo. Ele disse que nenhum espírito consegue sair da casa de onde

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pertence para voltar ao mundo real, mas como minha morte foi muito cedo, ele me deixaria ter mais uma chance. Depois de dez anos sem sair da casa eu poderia ser livre e conhecer pessoas novas, ter uma nova vida.

Isso aconteceu no ano de 1933, hoje tenho 94 anos e quando pude sair da casa não tive vontade. O dia que nos conhecemos, não foi por acaso, foram seus pais que pediram. Um dia chegaram dois novos membros na nossa casa, seus pais, eles disseram que estavam indo para a cidade e que entraram em uma casa, pois acharam que ouviram alguém gritar lá de dentro, o homem de capuz não pensou duas vezes, rapidamente e infelizmente matou os dois, exatamente como fez comigo. Sua mãe estava chorando muito porque havia deixado vocês três sozinhos, ela perguntou se poderia sair da casa e respondemos que talvez, depois de no mínimo quinze anos, ela perguntou se alguém podia sair e todos apontaram para mim. Ela me implorou para que eu fosse ver vocês e que ficasse com vocês até ela sair e foi assim que nos conhecemos.

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Daqui a dois anos ela poderá ficar com vocês.

Fiz de tudo para esquecer toda essa história, infelizmente uma das coisas que esqueci foi como era a aparência da casa, vendo de fora. Desculpem-me, não trouxe vocês aqui de propósito.

- Gabriel, não sei se é a melhor hora para dizer isso, mas depois de te conhecer durante 7 anos me apaixonei por você, mesmo sendo uma espírita.

Eu ainda estava perplexo com toda aquela história, mas tinha que dizer a verdade:

- Eu também estou apaixonado por você, Nina. Esse espirito não vai te fazer mal de novo, eu te prometo!

O único jeito de espantar um espirito mal ou de mantê-lo longe de você é com um amuleto dado por um espirito bom (e vice-versa). Nina tinha ganhado um amuleto da primeira senhora que a acolheu e estava com ele na mochila, mas quando o espirito a assustou ele também pegou a mochila dela sem ela perceber.

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- Para recuperarmos a mochila - eu disse – precisamos procurar, tenho certeza que ele escondeu em algum dos quartos lá de cima!

- Não é tão fácil como você pensa, aqui há bem mais de um espirito. Felizmente todos esses espíritos odeiam o homem encapuzado, mas infelizmente, nos odeiam também. – retrucou Nina

- Não dá para mostrarmos – perguntou Enzo - que só queremos nossas coisas de volta, que não queremos fazer mal para ninguém?

-Talvez. Será um pouco difícil, porque não sei se eles vão querer nos escutar. – falou Nina

-Temos que tentar, não tem outra solução. - Terminei.

Felipe que estava quieto até agora resolveu que daria um jeito e gritou:

- Espíritos que vivem nessa casa, precisamos conversar com vocês, por favor, apareçam na nossa frente. Não faremos mal a ninguém!

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Vários espirito apareceram, o que todos achamos estranho:

- O espirito encapuzado pegou a mala da nossa amiga Nina, sem ela estaremos presos aqui para sempre, não queremos que vocês nos ajudem a procurar apenas queremos que mantenham os espíritos que estão contra nós longe de nós enquanto procuramos. Por favor vocês podem fazer isso?

Todos saíram voando, depois de mais ou menos trinta segundos um deles voltou:

- Sejam rápidos, vocês tem quinze minutos, depois não faremos mais nada.

Saímos correndo para procurar, procuramos em todos os cantos:

Embaixo das camas. Dentro dos armários. Atrás das portas. Muito mais...

Finalmente Enzo achou dentro de uma mala empoeirada em baixo na mesa do sótão. Nina pegou o amuleto e gritou:

- Espíritos muito obrigada, agora podem deixar os que nos rejeitaram livres, eles não terão coragem de chegar perto de nós!

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Estávamos descendo as escadas quando o amuleto caiu, por trás um espirito agarrou Felipe e o puxou para trás, corri para segurá-lo foi quando o homem encapuzado apareceu e logo de primeira jogou uma faca que passou raspando a minha cabeça, estava apavorado. Saí correndo e procurei alguma coisa afiada ou pontuda que pudesse matar ou ferir gravemente, infelizmente não sabia se o mataria, porque ele era ou não era um humano?!!

Achei uma tesoura e tentei matá-lo, mas ele desaparecia e aparecia nas minhas costas ou do meu lado, era impossível acertá-lo. Ele já estava preparado para me acertar uma faca quando Enzo saltou em suas costas e atrapalhou o movimento dele, o espirito que parecia desesperado, enfiou a faca na perna de meu irmão. Enquanto isso eu já havia saído de sua mira e Nina conseguiu pegar Enzo, corri atrás de Fê que ainda estava sendo arrastado, não consegui pegá-lo. Continuei correndo e percebi que o espirito estava levando-o para a janela:

-ELE VAI JOGÁ-LO! – gritei desesperado

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Era tarde de mais, Fê já estava fora da casa, de repente consegui ver o cabelo dele subindo de volta, era um dos espíritos que nos ajudou, o único que conseguia sair da casa, ele havia pego Fê enquanto caia e o trouxe de volta pela janela. Depois simplesmente desapareceu no ar e não soubemos para onde ele foi.

Durante esse tempo já tínhamos recuperado o amuleto e estávamos a salvo de novo. Eu estava com Enzo no colo e conseguimos sair da casa.

Você deve estar se perguntando, mas como vocês passaram pela porta, não estava trancada? Sim estava, mas enquanto Nina contava a historia escrevemos o plano em um papel, para o espirito achar que apenas a história estava sendo contada e não saber do nosso plano:

Uma das únicas coisas que Nina lembrou foi que na sua festa viu um quadro que estava com uma chave pendurada, mas ela não sabia para que servia a chave. Achamos que seria possível que fosse a chave da porta de entrada então tentei distrair o espirito enquanto os três procuravam o quadro. Quando Nina achou testou na porta e funcionou conseguindo abri-la.

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Isso aconteceu exatamente quando o espirito ia acertar a faca em mim e Enzo me salvou. A facada fez com que ele desmaiasse, quando todos estavam do lado de fora da casa fui ver como Enzo estava, e ele estava muito mal, não sabia se ele ia morrer por falta de sangue, rasguei um pedaço da minha blusa e enfaixei a parte onde não parava de sangrar, mas não adiantou nada.

Nina disse que a casa dos bons espíritos ficava perto de onde estávamos, não veríamos ninguém lá dentro, mas estariam nos observando. Havia um espirito que na casa que era um médico fantástico que nos diria o que fazer ou que remédio dar.

Chegando à casa Nina disse que todos estavam olhando e que o médico já estava examinando a perna de Enzo. Quando percebi Nina tinha saído correndo para dentro da casa e depois de cinco minutos voltou com uma caixa de primeiros socorros, enfaixou a perna de Enzo e deu uma vacina antitetânica, olhou para mim e disse:

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-Acho que ele vai se recuperar, mas não dá para termos certeza, agora ele só precisa descansar e relaxar.

Três dias depois Enzo acordou e estava bem saudável. Nina e eu estávamos felizes juntos e sabíamos que daqui a dois anos veríamos meus pais de novo e seríamos uma família.

Durante esses anos eu, meus irmãos e Nina moramos na casa dos espíritos bons, onde podíamos confiar, descansar e brincar quando quiséssemos.

Acabamos descobrindo que os espíritos que nos ajudaram a socorrer Fê foram falar com o chefe dos espíritos que disse:

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-O ato de vocês foi de muita bondade, sem vocês o Felipe teria morrido e as quatro crianças nunca conseguiriam sair da casa ou sobreviver. Muito obrigado! Em troca vocês serão transferidos para a casa dos bons espíritos onde poderão viver com mais saúde, mais felicidade, mais segurança e acima de tudo com amigos que não te deixaram na mão não importa o que aconteça. Parabéns, mudar de casa é muito difícil e uma grande honra. Até mais, existem pessoas esperando vocês, não vou enrolar.

Nunca mais voltamos para a casa dos maus espíritos (felizmente).

A partir desse dia, com todas essas pessoas boas ao nosso lado finalmente, nossa vida passou a ser como realmente sempre quisemos e sonhamos.

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a escola magica

Gabriela Gorenstein Lerner

Julia Abramczyk

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Era um sábado a noite. Eu ia com os meus pais jantar fora, por isso entrei no meu banheiro para terminar de me arrumar, quando aconteceu. Eu estava me olhando no espelho e me desequilibrei. Fui apoiar no espelho para eu não cair, mas cai dentro do espelho. Foi muuuito esquisito. Até que cai num chão bem duro. Não era o meu banheiro.

Olhei para frente e vi um castelo enorme, com muitas torres. Eu não via ninguém, até que um ser começou a se aproximar. Ele tinha pernas de cavalo, e tronco e cabeça humana. Reconheci logo que era um centauro, criatura que eu tinha estudado em Mitologia Grega na escola. Ele começou a falar comigo:

- Olá! Meu nome é Garret. Qual é o seu?

- Harry – eu respondi- Onde estou?

- Você está na Escola de Magia e Bruxaria Holder!

- Como cheguei aqui? Como faço para sair?

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- Você chegou através de um portal. Há vários portais desses pelo mundo. Se ele estava em sua casa, alguém colocou-o propositalmente porque você precisava estar aqui. Se foi em algum outro lugar, passou pelo portal de outra pessoa.

- Caí através do espelho do banheiro. Agora quero voltar, meus pais e eu íamos sair...

- Ahhh! Para sair é só ir até o portal, que fica na torre de astronomia!

- Então me leve até lá! Vamos, eu tenho pressa!

- Ihhh... Não vai ser tão fácil! Quem está guardando a entrada é o Lord das Trevas, o bruxo mais poderoso de todos os tempos! Para passar, você precisa derrotar ele, e isso já não é nada fácil para os bruxos mais velhos do mundo, imagina para você, que nunca tinha ouvido falar em bruxos...

- Como eu faço então?

- Olha Harry, nisso eu não posso te ajudar não.. Fui!

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- Não Garret, espera aí... – eu gritei, mas o Centauro já havia desaparecido no meio da mata.

Resolvi entrar na escola, falar com alguém. Eu estava totalmente perdido.

Andei bastante, e consegui chegar. Entrei na escola, e lá dentro todos olhavam para mim com uma expressão de “Quem é esse estranho?”. Ignorando aquelas expressões andei, olhando para todos os lados. Haviam quadros que se mexiam e falavam, escadas que mudavam de posição quando bem entendessem e coisas assim. Até que vi um senhor, que parecia o zelador do meu prédio, e resolvi me aproximar e perguntar:

- Oi, com licença... Será que o senhor pode me informar onde está o diretor dessa escola? Eu cheguei aqui agora, e estou bem perdido!

- É só subir essas escadas aqui, e entrar na primeira porta a esquerda. A senha é “Suco de Limão”. – ele resmungou

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Fiz o que ele mandou e cheguei em uma sala bem grande. Um senhor, com uma barba bem grande veio me receber:

- Olá querido! Você deve ser o Harry.

- Como? Como o senhor... Ah deixa para lá... Sou sim, e o senhor?

- Meu nome é Thor. Estava te esperando.

- Bom, estou aqui. Pode me dizer o motivo? Sabe, meus pais devem estar preucupados...

- A sua missão aqui é derrotar o Lord das Trevas.

- Eu? Tem certeza? Acho que você confundiu-se de Harry, porque eu nem sabia da existencia da magia!

- Tenho certeza. Você e essa garotinha aqui – ele apontou para uma menina alta, de cabelo loiro e olhos verdes- foram os escolhidos, e irão derrotar-lo. Só assim vocês voltarão para casa. Conversem um pouco, e eu chamo vocês em 2 minutos, 54 segundos e 5 milésimos para dar as instruções.

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A menina chegou perto de mim, e começou a falar:

- Oi! Meu nome é Luna! Como vai você?

- Vou bem... Como você chegou aqui?

- Do mesmo jeito que você, por um portal. A diferença é que estou aqui a 5 dias, e você nada de aparecer!

- Desculpa se eu sabia da existência de um portal na minha casa!

- Bom, não vamos descutir. Vamos, Thor está chamando a gente!

Fomos até ele, e ele nos deu um papel com as intruções:

1. Nunca saia das propriedades da escola nem vá para a floresta

2. Derrote o Lorde das Trevas

3. Não distrua nada

4. A torre de astronomia fica no 5º andar da escola.

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Eu já estava achando ele meio doido, e agora, eu mudei de “meio doido” para totalmente doido! Ele deu apenas quatro instruções ( e nenhuma delas realmente dizia como derrotar o Lord das Trevas), para duas crianças de apenas 13 anos que nunca haviam visto magia na vida! Comentei isso com Luna, e ela concordou comigo... Resolvemos tentar sozinhos.

Saímos do escritório de Dumbledore e fomos até o 5º andar da escola. Chegamos lá e vimos uma porta. Resolvemos entrar, mesmo sabendo que daríamos de cara com o Lord das Trevas e morreriamos no mesmo segundo.

Dentro da sala haviam duas mesas e um sofá. Resolvemos procurar alguma coisa de útil, e achamos; atrás do sofá havia uma caixa, com duas varinhas. Cada um de nós pegou uma delas e lemos o bilhete que estava junto com elas:

- “Cuidem bem de suas varinhas, vocês não ganharão uma nova. Usem em qualquer momento, mesmo que seja desnecessario. Aqui vão alguns feiticos que vocês provavelmente precisarão:

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• Alohomora-usadoparaabrirportas

• AlarteAscendare-fazoalvosubiredepois cair no chão com um estrondo

• Aparecium-faztintainvisívelaparecer

• AvadaKedavra-Causamorteinstantanea,sem causar dor e sem deixar nenhum sinal

• Accio-convocarumapessoaouumobjetodesejada para sua mão

• Protego-feitiçousadoparaseprotegerdoAvadaKedavra

Eu não estava gostando nada daquilo... A Luna estava mais tranquila do que eu, acho que é por que ela estava a mais tempo lá... Bom, resolvemos continuar, mas não sabíamos por onde. Tinham quatro portas naquela sala. Resolvemos procurar uma pista, e achamos! A Luna leu em voz alta:

- Eram três irmãos. Um deles tinha 4 anos, outro 6. Sabendo que um dos irmãos tinha o dobro da idade, e o outro o triplo, qual é a idade do terceiro irmão?

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- Esta é fácil! – eu disse- dividindo 4 por dois temos 2 e dividindo 6 por 3 temos 2! Vamos para a porta dois!

Fomos correndo até a porta 2, e ela estava trancada! Por sorte existe um feitiço para isso! A Luna gritou “Alohomora” apontando a varinha e a porta se abriu no mesmo instante. Atravessamos e caímos em um labirinto. A Porta se fechou atrás de nós e desapareceu. Eu soube que estávamos presos, e comecei a pensar como iriamos sair de lá, até que a Luna (que era uma gênia!) teve uma idéia:

- Vá passando a mão por essa parede. Se achar alguma parte com uma textura diferente, aponte a varinha e fale “Aperecium” que a tinta invisível aparecerá!

Eu concordei com ela e comecei a procurar, até que achei! Segui as instruções da Luna, e a tinta começou a aparecer! Chamei a “gênia” e lemos o escrito:

- E2, D4, E4, D7, E6

- Só podem ser coordenadas! – eu disse- Esquerda duas vezes, direita quatro, esquerda quatro, direita sete, esquerda seis! Vamos!

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Seguimos as coordenadas e conseguimos chegar ao outro lado. Abrimos uma porta ( novamente com um “Alohomora” ) e entramos em uma sala muito escura. No fundo, ouvimos uma voz falando assim:

- Cala a sua boca Rabicho! Você quer que eles nos ouçam?

Fiquei apavorado e falei para Luna:

- Acho que encontramos o Lord-das-Trevas... O que fazemos agora?

- Faremos o que Thor mandou!- disse ela- Vamos até lá acabar com ele, e aí poderemos voltar para casa!

- Luna, como você pode estar tão tranquila? Estamos prestes a encontrar o bruxo mais poderoso de todos os tempos! Vamos morrer!

- Não iremos morrer Harry, não se preocupe! Agora vamos logo acabar com isso!

Fomos até o fundo da sala, onde havia uma porta. Resolvemos usar o feitiço “Protego ( feitiço usado contra maldições imperdoaveis)” antecipadamente, caso o Lord mandasse um

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“AvadaKedavra(feitiçoquecausamorteinstântanea)” no instante que entrarmos na sala! Abrimos a porta ( a primeira naquele dia que não estava trancada) e entramos. Demos de cara com ele:

- Ora, ora, ora! Olha quem temos por aqui! Dois bebezinhos achando que vão matar o bruxo mais poderoso de todos os tempos!- exclamou o Lord-das-Trevas, seguindo de uma risada maléfica

- Bebezinhos é? Veremos! – Luna gritou

Luna lançou um Alarte Ascendare ( feitiço que faz o alvo subir e depois cair no chão, com um estrondo), que funcionou. Eu estava pronto paralançaroAvadaKedavra,quandooLordselevantou do chão e pegou sua varinha:

- Acham que vão me vencer tão facilmente? NUNCA! Muahahaha! –exclamou

Achamos que iriamos morrer, mas Lord não mandou nenhum feitiço, simplesmente se escondeu. Eu e Luna não fomos atrás deles, pois eu tive uma idéia:

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- Luna, a porta que nos leva até o portal está livre! Vamos deixar o Lord aí, e vamos somente atravessa-lá!

- Não acho que seja uma boa ideia Harry! Decepcionariamos Thor, e o Lord acharia que nós somos fracos!

- Você tem razão! Vamos atrás dele!

Na minha opnião, aquele não era o melhor dia do Lord, pois nós o achamos em dois minutos. Ele estava átras do sofá! A nossa primeirareaçãofoimandarumAvadaKedavra,e funcionou!

- Luna! Nós conseguimos! Bate aqui! – eu exclamei

- Falei que conseguiríamos Harry! – ela disse- Agora vamos, minha mãe deve estar tão preocupada!

Eu havia até esquecido! Minha mãe deveria estar MUITO preocupada!

Andamos até o portal (uma caixa, que não demoramos para achar, pois estava escrito “PORTAL”) e nos despedimos:

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- Tchau Luna, adorei te conhecer! – eu disse, abraçando-a

- Tchau Harry, também adorei te conhecer! Não disse que conseguiríamos?- disse ela me abraçando também

E essas foram as nossas últimas palavras um para o outro. Atravessei o portal, e cheguei em casa, no mesmo lugar que eu tinha saído!

- Filho! Vamos! Você está há 10 minutos nesse banheiro! Vamos perder a reserva no restaurante!- falou a minha mãe

- Já estou indo!

Só haviam se passado dez minutos, mas para mim, fora um dia inteiro! Resolvi não contar para a minha mãe, pois ela me acharia um doido...

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a unica luz

Maria Peccioli

Pedro Campos

Maria Eduarda

Rodrigo Puglisi

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Alex observava a janela durante o crepúsculo, como em todos os outros dias. A calma reinava no seu corpo. Ela esperava. Esperava até que, o que acontecia todos os dias, acontecesse novamente. A única luz. A única luz acesa durante a noite na Floresta Sombria se acendera.

Tobyas descansava e sentia a brisa, sentado na cadeira de balanço. Era o que ele fazia nos fins de tarde. Sentava e relaxava. Simplesmente isso.

- Toby? – chamou Alex.

- O que foi agora? – perguntou, mal humorado.

Alex sempre falava da luz, dizia o quanto gostaria de saber de onde ela vinha. Sugeria que fossem procurá-la. Mas não. Tobyas tinha medo, não gostava de sair de casa, preferia ficar ali mesmo, na aconchegante casa da árvore. Era sempre um não.

- Toby, por favor! – implorou Alex.

- Não. – respondeu, frio.

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- Então tudo bem. Eu vou sozinha, você querendo ou não. Parto amanhã de manhã.

- Você está louca?! Definitivamente não. Você sabe o quanto eu tenho medo de partir em uma jornada sem destino... Mas ficar numa casa da árvore, no meio da Floresta Sombria, sozinho? Eu não vou mesmo.

Alex ficou quieta, pensando no assunto. Era difícil tomar uma decisão dessas. Ou ela ia com seu irmão, afinal, eram gêmeos, ou não ia. Mas como decidir entre a sua curiosidade e a segurança de sua família?

- Por favor, não vá. Não sem mim. Já perdemos o papai e a mamãe... E agora você? E não quero te perder. Fique.

Ela ignorou-o e voltou a olhar janela à fora.

Após o jantar, os gêmeos foram dormir. Alex não conseguia parar de pensar em sua possível jornada.

- Tobyas? - sussurrou Alex, durante a noite – você está acordado?

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Nada. Ele dormia. Sem muita esperança, Alex fechou os olhos e adormeceu.

Na manhã seguinte, quando os gêmeos acordaram, os frutos que costumavam aparecer em sua casa da árvore, não apareceram.

- Alex, os frutos não estão aqui.

- Então teremos que sair para colhê-los. – concluiu Alex.

- Você está maluca? Esta floresta é muito perigosa, eu não vou sair daqui. – disse Tobyas, amedrontado.

- Mas eu vou, até mais.

Alex pegou uma cesta e foi.

Era um dia lindo, não havia quase nenhuma nuvem no céu. Alex estava feliz, como sempre. Andou um pouco, colheu alguns frutos e voltou. Quando subia as escadas de casa, ela parou, e olhou para o horizonte. As montanhas, a cabana. Rapidamente, subiu os degraus restantes e deixou a cesta no chão. Por um instante, teve vontade de fazer o que fazia todos os finais de tarde, olhar janela à fora. Cada vez Alex ficava mais curiosa... Quem

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moraria lá? E por quê? Por que morar numa floresta perigosa como aquela? Não aguentaria nem mais um dia, ela tinha que descobrir.

- Tobyas, já chega, eu não aguento mais. Eu não vou ficar aqui em casa, esperando até o dia que você resolva que podemos ir, pois esse dia não chegará nunca. Eu vou, se quiser me acompanhar, ótimo, mas se não, sinto muito. – disse Alex, decidida.

Ele não respondeu, não poderia deixar que ela fosse sozinha, era seu dever protegê-la. Teria que acompanhá-la.

No fim do dia estava tudo pronto, mochilas, suprimentos, acessórios, armas. Partiriam na manhã seguinte.

De madrugada, Alex acordou e parou por alguns instantes em frente à janela. Nada de diferente. Voltou a dormir.

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Na manhã seguinte, os gêmeos acordaram cedo e logo partiram. Era uma das primeiras vezes que Tobyas andava pela floresta. Altas árvores e troncos enormes cresciam pela floresta. Ouvia-se pássaros cantando ao longe. Arbustos estavam por todo lado. Suavemente, a brisa batia nos cabelos dos gêmeos. Tudo parecia muito calmo.

- Por ali. - disse Alex.

Seguiram na direção apontada pela irmã e, em alguns instantes, avistaram uma trilha entre as árvores. Certeira, Alex foi em sua direção.

Tobyas, inseguro de que estavam na direção certa, exclamou:

- Alex, pare! Você não sabe se estamos na direção certa, sabe?

- Olha para as montanhas. Está vendo a cabana? Estamos na direção certa. – concluiu Alex.

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Eles entraram na pequena trilha e seguiram por algum tempo. Tudo parecia sempre igual, com exceção de um suave barulho de queda d’água, que não parecia estar muito longe.

- Toby, você também está ouvindo um barulho de queda d’água? – perguntou Alex.

- Sim, e parece que vem de nosso lado esquerdo. Estou com sede, vamos achar a fonte desse barulho?

Alex concordou com a cabeça. Eles seguiram pela esquerda, como Tobyas havia dito. A mais ou menos 20 passos à frente, havia um pequena toupeira, bebendo água. Sem se importar com ela, se ajoelharam na borda do pequeno lago e começaram a beber água, com as mãos.

- Com licença? – disse, em voz baixa, a toupeira.

Os gêmeos, espantados, olharam em direção à toupeira. Era uma toupeira falante. Como isso seria possível?

- Vocês são Alex e Tobyas? – perguntou.

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Os gêmeos se entreolharam, espantados.

- Somos, - respondeu Tobyas – como sabe nossos nomes?

A toupeira pensou um pouco, e depois de alguns instantes, respondeu:

- Desculpem-me, não me apresentei, eu sou Buxton, e, por mais incrível que pareça, eu sou uma toupeira falante. Eu vivo nessa floresta há muito tempo e conheço todas as partes dela, já passei inúmeras vezes por vocês. O que fazem aqui? Não deveriam estar na casa da árvore?

- Vamos em direção à cabana, aquela no topo das montanhas, onde, de noite, é a única luz acesa além da lua.

- Eu sei onde fica! Querem que eu acompanhe vocês até lá? A floresta é perigosa, e vocês não sabem o caminho, será mais seguro.

- Muito obrigada, sua companhia será muito bem vinda em nossa jornada. – disse Alex, doce.

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Os gêmeos e Buxton saíram floresta a dentro.

Um tempo depois, Alex, Tobyas e a toupeira subiam as montanhas, já bem perto da cabana. Chegaram. A cabana era feita de madeira, bem simples, duas janelas, uma porta e uma chaminé.

Buxton bateu na porta e, logo em seguida, falou:

- Baratimbadum!

Um senhor, muito baixo, de cabelos compridos e brancos abriu a porta. Ele parecia ser arrogante, usava pantufas e brincos na orelha esquerda.

- Senhor Amenemat? – perguntou Buxton – Podemos entrar?

- Quem são esses tampinhas? – perguntou, arrogante.

- Senhor, esses são os gêmeos, Alex e Tobyas. – concluiu a toupeira.

O anão arregalou os olhos e, logo em seguida, disse:

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- Por que não me disse antes? Entrem, rápido.

Os gêmeos entraram na pequena cabana e Amenemat convidou-os para sentar. Todos se sentaram numa mesa pequenina, e logo Alex começou a falar:

- Então são vocês que vivem aqui? Eu passei todas as noites da minha vida tentando descobrir isso. Eu ficava...

Amenemat interrompeu-a e disse:

- Meninos, acreditem, vocês estão aqui por algum motivo, e não temos muito tempo. Deixem-me explicar a situação. Buxton era um humano, antes de ser enfeitiçado por uma feiticeira muito má; Isabel, e vocês são os únicos que podem quebrar esse feitiço.

Surpresos, os gêmeos se entreolharam.

- Por que nós? – perguntou Tobyas.

- Vocês são os gêmeos, vocês não tem ideia do que podem fazer.

- E como poderemos desenfeitiçá-lo? – perguntou Alex.

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- Para desenfeitiçar Buxton, vocês terão que pegar dois itens que estão espalhados pela floresta e juntá-los, criando uma poção mágica. E quando Buxton tomar essa poção, estará desenfeitiçado para sempre.

- E quais seriam esses itens? – perguntaram.

- Não posso lhes falar quais são. – disse o anão, entregando um pergaminho para Alex – Só abram esse papel depois que chegarem em casa, pois abrir aqui não seria seguro. Agora vocês precisam ir, espero vê-los daqui a alguns dias.

Dizendo isso, Amenemat se levantou e foi em direção a porta, se despedindo dos gêmeos.

- Foi muito bom vê-los! – disse Buxton.

Os gêmeos saíram da cabana e seguiram em direção à casa da árvore. Apesar de Toby não sair de casa com frequência, ele lembrou do caminho no qual vieram. Assim, rapidamente estavam de volta. Chegando lá, se sentaram e abriram o papel, no qual estava escrito:

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“...”

- Certo Toby, aqui está dizendo que teremos que pegar uma pétala da única flor amarela na Floresta Sombria e uma gota de chuva antes dela cair no chão. Não será tão fácil quanto parece, partimos amanhã de manhã em busca da flor amarela, e, quando chover, aproveitamos e pegamos a gota. – concluiu Alex.

- Olha Alex! – exclamou seu irmão – junto com esse pergaminho veio um pequeno frasco onde poderemos armazenar a gota de chuva. Isso nos ajudará muito!

No dia seguinte, os gêmeos saíram em busca dos itens necessários. Alex, por sorte, lembrou-se que, um dia, quando saiu de casa para colher frutos, viu a flor amarela, ao longe.

Os dois fizeram o caminho que Alex sempre fazia ao colher frutos, mas não acharam nenhuma flor amarela. Fizeram o mesmo caminho novamente, desta vez, sendo mais observadores, mas nada. Pela terceira vez, os gêmeos seguiram pelo mesmo caminho, e, muito ao longe, entre folhagens e arbustos, Tobyas viu um detalhe amarelo. Ela estava lá.

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- Alex, achei! Olha ali! – exclamou Toby, apontando para o local onde vira o detalhe amarelo.

- Vamos Toby! O que temos a perder? – disse Alex.

Os dois saíram em direção ao detalhe amarelo. Quanto mais perto chegavam dele, mas parecido com uma flor ficava. Quando estavam relativamente perto da flor, avistaram uma “cerca” de espinhos em volta dela.

- E agora – perguntou Alex – O que vamos fazer? Essa cerca de espinhos é alta, não conseguiremos pulá-la sem nos machucarmos...

- Vamos checar o que trouxemos na mochila. Bússola, frutos, faca... Uma faca! Vamos cortar a cerca, e assim conseguiremos pegar uma pétala da flor. – exclamou, ao descobrir o que acabara de achar.

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Dito e feito, Tobyas cortou a cerca de espinhos, abrindo passagem para eles. Alex olhou a flor o mais perto que pode, ela era maravilhosa. Cuidadosamente, puxou uma das pétalas da flor e, nisso, ela brilhou por alguns instantes, logo depois voltando ao normal.

Voltando pra casa da árvore, os gêmeos descansaram um pouco e, no fim da tarde Alex se lembrou:

- Não pegamos a gota de chuva, e agora?

- Alex, não tem como pegar uma gota de chuva se não está chovendo, teremos que esperar a chuva para pegá-la. – explicou Tobyas.

Alex não respondeu. Era difícil pra ela acreditar que teriam que esperar até que gotas começassem a cair do céu.

Alguns dias se passaram, e, uma noite, Alex foi acordada pelo barulho da chuva. Ela levantou, pegou o frasco anexado com o pergaminho que Amenemat lhes entregara dias antes e saiu da casa da árvore. Ficou lá, na chuva, esperando até que uma gota caísse dentro do frasco. Passou-se alguns minutos

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e, Alex, sem paciência, torceu para que uma gota tivesse caído dentro do frasco, fechou-o e voltou para dentro da casa.

No dia seguinte, assim que Tobyas acordou, Alex contou para ele o que havia feito durante a noite. Felizes por terem conseguido os itens necessários para que o feitiço fosse quebrado, os gêmeos partiram em direção à cabana.

Chegando lá, bateram na porta e falaram juntos, rindo:

- Baratimbadum!

Amenemat e Buxton abriram a porta, contentes. Assim que os gêmeos entraram na cabana, o anão disse que cumpriram a missão corretamente e que, o próximo passo era juntar os itens coletados, formando uma poção mágica. Juntos, Alex, Tobyas, Amenemat e Buxton juntaram a pétala da flor amarela à gota de chuva em um frasco e chacoalharam um pouco. A poção brilhava. Instantes depois, estava pronta para ser tomada. Buxton abriu a boca, e tomou-a em um gole só.

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Foi incrível, de uma toupeira, Buxton virou um homem alto, de cabelos ruivos como os dos gêmeos e bonito. Ele abraçou os gêmeos e disse:

- Obrigado, vocês salvaram minha vida!

- Bom, - disse Amenemat – acho que temos algo a contar à vocês... Sentem-se, por favor.

Buxton, logo e seguida, começou a contar:

- Primeiro de tudo, eu gostaria de contar-lhes que, quem deixava frutos todas as manhãs em sua casa da árvore era eu. Por quê? Porque vocês são meus filhos.

Alex, Tobyas e Buxton deram um longo abraço.

- Como isso aconteceu?

- Quando eu era pequeno, havia guerras de disputa por território aqui na Floresta Sombria. O pai de sua mãe, Thomas, estava disputando terras com outro homem, Bruno. Thomas ganhou todas as disputas, mas acabou matando Bruno, sem intenção. Isabel; filha de Bruno, ficou com raiva da família de sua mãe.

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Assim, ao longo dos anos, começou a praticar feitiços. Thomas, pai de sua mãe, morreu. Mas Isabel teria que se vingar de sua família de algum jeito. Matando sua mãe. Vocês já tinha nascido, mas eram muito pequenos. Tentando defender sua mãe, acabei sendo transformado em uma toupeira. Por isso ia alimentar vocês todos os dias, era meu dever, um pai deve cuidar de seus filhos.

- Mas por que você nos abandonou? – perguntou Alex.

- Isabel queria acabar com a nossa família, portando, abandonei-os para que estivessem seguros, bem longe dela.

A família se abraçou mais uma vez. Era uma família feliz.

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EM BUSCA DO DEMONIO

Pedro Tonso

Rafael Bacal

Diego Silveira

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- Você aceita o convite? - uma voz misteriosa surgiu dentre as árvores.

-Eu já te falei para não ser muito impaciente!

Quando falou isso uma flecha saiu de seu arco e um cervo caiu morto na frente dos dois.

-Por que você continua fazendo isso com os animais?

-Esse é o meu ganha pão e além do mais eu preciso comer alguma coisa, não acha?

-Isso é crueldade com eles.

-Talvez seja. Mas se você não os come... Eles te comem. Falando nisso vou pensar no seu convite. Amanhã te dou a resposta, me encontre bem cedo na frente da floresta.

Assim que falou isso foi para sua casa.

Quando abriu a porta de casa viu que sua mulher estava esperando-o sentada em uma poltrona:

-Eu estava preocupada! - ela disse - posso te perguntar o que estava fazendo?

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-Eu estava falando com o Gódva Lived, ele me convidou para uma aventura. Na hora eu estava com medo de dizer "sim", queria perguntar a você primeiro.

-E eu posso saber do que se trata essa aventura?

-Ele me disse que quando estava olhando em sua balança do tempo, que mostra o equilíbrio entre o bem e o mal, viu que o mal está predominando no mundo. Ele me chamou para ajudá-lo a deter o Demônio, ou simplesmente enfraquecê-lo.

Depois que disse isso uma lágrima saiu dos olhos dela.

-Você vai sair de novo? Eu já perdi meu filho. Agora perderei você?! VARUS LINF! Não faça isso! - Nenhuma palavra foi dita depois disso.

Bem cedo Varus saiu para encontrar Gódva na floresta. Ele estava com uma roupa comprida, chegava até o chão parecia uma túnica cinza bem escuro. Também dava para perceber que tinha uma armadura embaixo daquela túnica toda, uma espécie de roupa

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de mago como a de um guerreiro. Varus, por outro lado, estava com uma túnica marrom claro e um lindo arco de madeira que brilhava à luz do Sol.

Quando a mulher do Varus acordou viu um bilhete em cima da mesa escrito com a letra do marido:

QueridaKhalessi

Resolvi ir com o Gódva para a tal aventura. Nós usamos uma magia que o ele inventou chamada "Prisão de Runas" para aprisionar o Demônio denominado Daedric.

Aguarde o meu retorno, ficarei com saudades.

Varus.

Após ler o escrito lágrimas saíram de seus olhos.

A viagem dos dois começou na trilha, que dava para a floresta. Havia dois lindos cavalos, um branco e um preto, esperando-os; quando foram subir nestes, Gódva colocou suas bagagens e seu cajado em uma espécie de bolsa que eles carregavam.

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O primeiro dia foi esquisito, os cavalos balançavam sem parar e eles tinham a impressão de estarem extremamente longe de casa, sem contar a fome que ia chegando de tempos em tempos. Os dois tinham decidido economizar a comida, pois não iria durar para sempre. Não conversaram muito, até que Gódva perguntou para Varus:

- Onde você aprendeu a manusear tão bem um arco?

- Quando eu era pequeno meus pais morreram e eu tive que me virar. Fui obrigado a aprender a caçar sozinho. Quando completei 12 anos o ferreiro me deu um arco de madeira de ébano de presente. E desde então aprendi a "manusear" um arco, como você diz. - Gódva fez uma cara de surpreso.

- Eu vejo que você também possui uma adaga. Você também sabe manuseá-la?

- Sim. Esta eu aprendi aos 18, eu que a fiz na forja da vila. Aprendi a usá-la para a arte de assassinar, que foi o meu ganha pão. - Gódva fez uma cara irritada, mas mudou de assunto.

- Você tem quantos anos agora?

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- Agora eu tenho 26 anos. E você?

- Eu tenho 563 anos.

Depois dessa frase o silêncio permaneceu até eles adormecerem. Varus foi acordado com um barulho muito alto, em seguida Gódva acordou com o mesmo barulho. Assim que os olhos de Varus se acostumaram ele viu uma aranha gigantesca quase em cima deles.

- É a ARANHA AATROX! - Gódva gritou.

- O que é uma "Aranha Aatrox"?

- Depois eu te explico, agora FUJA!

Ambos pegaram os cavalos e correram pelas raízes imensas. Quando pararam atrás de uma árvore para pegar fôlego, uma esfera roxa surgiu na mão de Gódva, e em seguida um arco preto e vermelho. Enquanto isso Varus pegou seu arco.

- Assim que eu der o sinal, vamos juntos atacá-la, você vai pela esquerda e eu pela direita. Tente acertar os olhos dela, depois eu a matarei. - Gódva disse tremendo.

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Dito e feito. Varus atacou o olho esquerdo da aranha e Gódva o direito. Assim que fez isso ele pegou seu cajado e fez uma bola de fogo enorme que envolveu a floresta inteira em uma luz vermelha, branca e laranja. A aranha caiu no chão morta e aos pedaços.

Depois que eles respiraram um pouco, Varus fez um monte de perguntas afobado:

- Que aranha era essa? Como você conjurou aquele arco? Você nunca me disse que podia fazer bolas de fogo com o arco, sabia?

- Calma. Calma, deixe-me explicar. A aranha se chama Aatrox, esse é o nome dessa espécie. Pelo o que eu sei essa deveria ser a rainha ou algo parecido. Quanto ao arco e o cajado te explicarei depois, agora devemos sair daqui, pois se tem uma aranha pode ter mais milhões.

Quando estavam a uma distância relativamente grande Gódva começou a se explicar.

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- Há muito tempo, um Adorador do demônio Daedric foi para a minha casa, em Riften, tentar me matar. Eu enfrentei-o e ganhei. Naquela época, eu estava criando uma magia de conjuração de armas. O Adorador estava vestindo uma armadura Daedric e tinha um arco igual ao arco que você viu a um tempo. Eu soube que o arco que o Demônio possui é muito mais poderoso que esse que eu produzi. Eu pretendo da-lo a você quando o capturarmos. Ah é, sim, eu posso produzir bolas de fogo com o cajado, também posso fazer outros tipos de magias com ele. Agora, vamos em frente.

Eles caminharam três dias até encontrarem uma placa de madeira com muito musgo escrito:

Aqui Começa a Floresta de Swain

- Já vou logo avisando... - começou o Gódva - a Floresta de Swain é um lugar tenebroso onde existem criaturas horrendas, tome muito cuidado a cada passo. - Assim que Gódva falou isso, Varus tropeçou e caiu. Quando notou, estava preso em uma piscina de areia movediça.

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- Eu não falei para você tomar cuidado?! - gritou Gódva irritado.

- Me tire daqui! Depois conversamos! - exclamou Gódva

- Está bem, mas tome cuidado da próxima vez. - Assim que disse isso, Gódva pegou seu cajado e disse:

- Segure nele bem firme - colocou o cajado na frente do Varus o puxou.

Alguns passos depois Varus, com muita fome, perguntou a Gódva se poderia comer uns cogumelos que avistara mais à frente.

- Não! Esses cogumelos deixam louco. Eles são muito perigosos e ficar louco aqui pode te levar à morte.

Alguns metros à frente viram, do lado direito, um cavaleiro que possuía uma armadura. No lugar dos olhos saía, através da armadura que não tinha proteção no pescoço, luzes vermelhas e fortes que logo se esvaiam na neblina da floresta. Ele e seu cavalo possuíam uma cor azulada; pareceu não perceber os dois, pois seguiu seu caminho sem nem olhá-

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los. Pode-se perceber também que o cavaleiro tinha um grande corte perto do pescoço; ele não deixava rastros no chão, por outro lado parecia nem ter tocado e onde deveria estar seus pés só se via uma fumaça azul. Este cavaleiro estava indo na mesma direção que eles, porém foi por um caminho diferente e logo desapareceu entre as árvores.

Presos ao medo, Gódva e Varus nem tentaram atacá-lo. Depois de muito tempo em pleno silêncio, Gódva continuou sua jornada. Com medo de ficar sozinho, Varus foi atrás. A primeira pergunta veio de Varus:

- Este... é... Este cavaleiro, ele era um cavaleiro fantasma?

- Isso eu não sei responder, porém admito que pensei a mesma coisa.

Mais dois dias, e nada aconteceu, eles pareciam estar andando em círculos. Depois de um vasto tempo a barriga dos dois roncou no mesmo instante.

- Estou com fome. - Disse Varus.

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- Também estou, restaram algumas bolachas e água. Vamos comer.

Os dois trucidaram a embalagem das bolachas. Não deixaram nem uma migalha.

- Vamos continuar andando. Estou cansado dessa floresta. - disse Gódva.

Eles avistaram um rio com muito musgo nas beiradas. Não sabiam como atravessar. Viram, no meio da neblina, uma ponte bem longe.

- Gódva vamos passar pela ponte! - disse Varus apressado.

Quando se aproximaram da ponte viram um corvo no meio dela. Esse corvo era preto, feito BREU; no lugar dos olhos tinha uma luz vermelha, semelhante à luz dos olhos do cavaleiro. Quando eles iam se aproximar, ouviram uma voz, tenebrosa e medonha que vinha do corvo.

- Eu me chamo Swain, sou o guardião da Floresta. Eu era um cavaleiro, mas a Bruxa me matou. Minha alma colocou dentro desse corvo. Se passar por essa ponte é o desejo de

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vocês, então terão que passar por estes testes. Primeiro você, menininho de olhos castanhos.

- E... Eu? - Disse Varus gaguejando.

- Sim. O primeiro teste que eu farei será de habilidade. Você terá 5 segundos para acertar esses 10 alvos que aparecerão com o passar do tempo. Está pronto?

- Sim - disse Varus.

Assim que disse isso 2 alvos apareceram entre a neblina, que ia ficando cada vez mais forte. Varus sacou seu arco rapidamente e começou a atirar. A cada flecha que mandava percebia que o resto da floresta ia desaparecendo meio à neblina forte. Quando acabou de acertar os 10 alvos percebeu que o Gódva havia desaparecido.

- Muito bom, muito bom... Porém agora você terá um desafio maior. Um desafio mental. Para isso iremos a para outro lugar.

- Assim que falou isso, o corvo piscou e tudo pareceu girar para Varus. Ele se encontrou em um quarto muito grande, nas duas pontas havia uma porta e um guarda parado.

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- uma dessas portas dá para a ponte e se você abrí-la poderá sair, são e salvo, mas se você abrir a outra porta, MORRERÁ NA HORA. Você só tem uma chance, e apenas uma, para descobrir a porta onde não morrerá. Os dois guardas sabem qual é a porta certa, porém um mentirá e o outro dirá a verdade. Você poderá fazer uma pergunta para cada guarda para achar a porta certa.

Assim que o corvo falou isso desapareceu. Varus ficou pensando por muito tempo, teve uma ou duas ideias, porém não deram em nada. Ele não poderia gastar sua pergunta com algo besta e além do mais, estava com fome, o que dificultava seu raciocínio.

Três horas depois Varus teve uma ideia boa para descobrir a porta certa. Ele foi e sussurrou a pergunta para cada guarda. Eles abriram um sorriso de alívio e felicidade.

Cada guarda respondeu a pergunta feita e Varus pode, imediatamente, descobrir qual era a porta certa. Assim que abriu a porta da direita, percebeu que estava parado em frente à ponte. Ele viu Gódva esperando-o sentado em uma pedra cheia de musgo. Eles

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continuaram a caminhar pela floresta bem aliviados por terem passado pelos desafios. A primeira palavra que surgiu foi a de Varus.

- Como foram os seus desafios? - perguntou ele.

- Eu tive dois. O primeiro eu tive que mandar 10 bolas de fogo em alvos que iam aparecendo.

- Que estranho!! No meu primeiro desafio tive que acertar, 10 alvos também! - Gódva continuou sem nem dar ouvidos para a observação de Varus. - meu segundo desafio foi responder uma pergunta. O corvo me perguntou como ele havia morrido. Depois de pensar muito lembrei de quando vimos sua alma passando, lembrei daquele corte que ele tinha perto do pescoço, também lembrei de que ele tinha falado que a bruxa o tinha matado. Depois disso ficou fácil responder. E a sua pergunta? como foi?

Depois de explicar todo o desafio a Gódva ele perguntou qual foi a pergunta que Varus havia falado para os guardas.

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- Eu perguntei assim: "Se eu perguntar para o outro guarda onde está a saída o que ele irá me responder?"

- E como você descobriu a porta certa a partir disso?

- Pensa comigo, Gódva, se eu tivesse perguntado ao guarda verdadeiro ele iria me dizer a mentira, pois isso seria o que o mentiroso iria me dizer. Se eu perguntasse para o guarda que fala mentira ele não me diria a verdade também. Então eu fui para a outra porta.

-Bem pensado!! - disse Gódva orgulhoso.

Nada se disse depois disso. Alguns passos à frente avistaram uma casa alta, estranha, com a pintura desbotada de onde saía morcegos enormes que desapareciam na neblina. Eles logo descobriram que a casa era da bruxa, mas como ambos estavam cansados e com fome resolveram manter distância dela.

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Quando ambos estavam a uma distância segura, pararam e adormeceram. Ao amanhecer ambos perceberam que tinham saído da floresta e, pela primeira fez em vários dias, viram a luz do Sol de novo.

- A partir de agora entraremos em um terreno montanhoso e muito perigoso. - alertou Gódva. - Porém... - continuou - estamos quase no castelo do Daedric.

A jornada continuou calma, e ininterruptamente. Após dois chegarem ao topo da montanha.

- Passaremos a noite aqui - disse Gódva apontando para uma espécie de caverna que havia por lá.

Eles se abrigaram na caverna. Enquanto Gódva preparava os cobertores, Varus se aventurava caverna adentro.

-Gódva!! - Gritou Varus apressado. - Você precisa ver isso!

Gódva saiu correndo para encontrar Varus.

- Qual o motivo dessa gritaria toda?

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- Eu encontrei, eu encontrei a entrada para o castelo do Daedric! - enquanto falou isso apontou para uma rachadura na parede.

- Vá dormir - disse Gódva sem dar bola.

Varus ficou furioso com aquilo. Achou que eram alucinações.

- Varus vá dormir e depois nós iremos dar uma olhada nessa rachadura.

Varus foi para o cobertor e ficou pensativo, até o sono chegar. Ele acordou de madrugada para investigar aquela rachadura. Assim que Gódva acordou viu que Varus já havia levantado e foi atrás dele.

Não o encontrou, porém achou, no lugar da rachadura, um imenso buraco na parede, que dava pra uma longa e cansativa escada.

Gódva foi descendo a escada cuidadosamente. E encontrou Varus que descia muito lentamente, observando cada parte da parede.

Assim que os dois chegaram no final da escada perceberam um amplo lago de lava onde, no meio, havia um castelo enorme e

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uma ponte para atravessar o lago. Ambos atravessaram e viram duas tochas e atrás de cada uma, uma gárgula de pedra. Ao passarem pelas tochas, as gárgulas abriram seus olhos que soltavam uma luz forte bem azulada. Assim que a primeira gárgula fez o primeiro sinal de movimento ambos deram um salto para trás e prepararam suas armas. Varus pegou seu arco e Gódva seu cajado. Gódva tentou dar o primeiro golpe mandando uma bola de fogo nas gárgulas. Elas pareceram nem sentir a chama forte encostando em sua longa pele de pedra.

- Gódva! Você não disse que sabia fazer outras coisas com esse cajado? - disse Varus mandando flecha por flecha sem surtir nenhum efeito.

- Disse sim, porém tem de ter runas no chão ou algo de gênero. Nesse lugar desconhecido não posso fazer nada... a não ser que...

Gódva havia lembrado que podia lançar outros tipos de bolas pelo cajado, sem ser de fogo. Ele tentou, imediatamente, mandar uma bola de gelo que pareceu surtir muito mais efeito.

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- Continue assim! Está dando certo!

Gódva continuou mandando bolas atrás de bolas.

- Tentarei uma coisa nova! - gritou Gódva - Uma coisa que nunca fiz antes!

Criou uma GIGANTESCA esfera de gelo que derrotou as gárgulas imediatamente. Ambas se espatifaram no chão e vários pedaços de pedra voaram pelo local.

Gódva, acabado, pediu um descanso a Varus. Assim que Gódva voltou à ativa eles resolveram continuar andando para prender o Daedric de uma vez por todas.

Entraram no interior do castelo, viram uma imensa poltrona que com a presença dos dois abriu e dela saiu um ser de armadura preta com brilhos vermelhos.

Ele parecia estar dormindo, então Varus e Gódva armaram um plano:

Gódva preparia a Prisão de Runas e Varus chamaria a atenção do Demônio se ele acordasse.

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Dito e feito. Enquanto o Gódva preparava sua armadilha mágica, Varus ficou vigiando o Demônio. Não levou muito tempo até o Daedric acordar e perceber o que eles estavam fazendo.

- Ei! Você mesmo! - Gritou o Varus confiante - Quero falar com você!

- Pois bem. Sobre o que você deseja falar? - ele respondeu com uma voz mais grossa que a do corvo da Floresta.

Varus não tinha planejado o que falar daí em diante, pois achava que o plano não daria certo.

Gaguejando, Varus, não conseguiu pensar em nada, o que dificultou as coisas.

- Se você não vai dizer nada, então MORRA!

Assim que disse isso um grande machado apareceu em sua mão. Varus conseguiu desviar de seu golpe facilmente, pois ele era muito lento. Confessou que se aquele golpe o tivesse acertado, seria seu fim.

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Depois de muito tempo em campo de batalha, desviando e acertando golpes, Varus se viu detonado. Estava tão cansado que não sobreviveria a mais um golpe do Demônio.

- Já está pronta a sua armadilha?

- Já. - respondeu Gódva em um tom estranho.

- Então vamos começar!

Varus correu para o lugar da armadilha, viu umas letras desconhecidas no chão, escritas com sangue, e também pode observar um símbolo grande.

- Atraia-o para esse símbolo! - gritou Gódva.

Assim que o Demônio entrou no símbolo, um livro gigantesco caiu da mão de Gódva e fechou-se sozinho. Uma espécie de vidro apareceu, aprisionando o Demônio. O vidro era grosso e possuía escritos estranhos. Um medalhão que apareceu de uma das marcas do chão começou a levitar. Uma espécie de raio estava saindo do interior do Demônio e indo até o colar.

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- Esse colar irá sugar os poderes do Daedric. - disse Gódva, aliviado. - Isso o segurará por um bom tempo, e quando sair, estará fraco. Poderemos deixa-lo assim.

Feliz com a vitória, Varus e Gódva, comemoravam. Depois de muito alvoroço eles resolvem voltar para casa. A trilha que, na ida pareceu hostil e tenebrosa, na volta, foi rápida e alegre.

Quando chegaram na vila, Varus foi correndo ver sua mulher, que o aguardava na porta de casa. Depois de um longo abraço e algunsbeijosKhalessicomeçouachorar.

- Prometa! Prometa que nunca mais vai sair de casa para aventuras perigosas assim! - Gritou.

- Eu prometo... Eu prometo...

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A LOJA MAGICA DE DOCES

Carolina

Eugenia

Juliane

Julia Benevides

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Era uma tarde calma, a professora Minerva entrou na classe. As vozes, a gritaria dentro da classe, então pararam.

-Bom dia classe- disse Minerva calmamente- antes de tudo, preciso informá-los que para finalizar a nota de português, vocês terão que entregar um trabalho em que vocês escreverão uma história de magia, ele poderá ser grupo de três pessoas ou sozinho. Vocês tem cinco minutos para escolher o grupo e meia hora para começar a pensar em como será sua história.

A gritaria recomeçou. Era gente correndo de lá para cá para achar seu grupo. Gina era uma garota muito bonita e alegre, nada vaidosa, seus cabelos nunca estavam muito penteados, e ela só usou maquiagem uma única vez na vida, no casamento do Tio, quando ela tinha 10 anos, nos dias atuais tem 15 e continua não usando.

Ela se aproximou para o fim da fileira onde seus melhores amigos estavam sentados, um deles, um garoto alto, ruivo de olhos azuis, preguiçoso, estava dormindo, como sempre. Seu nome era Ronald. Ao lado estava

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Sirius, que aguardava a amiga com calma, já imaginava que iria até eles para sugerir que fizessem o trabalho em grupo. Além de ser calmo, Sirius também era meio sério. Seus cabelos eram tão negros e sua pele era tão clara, que muitas pessoas para irritá-lo, chamavam-no de Branca-de-Neve, mas ele não ligava.

Gina já chegou falando:

-Que tal fazermos o trabalho juntos? Eu já pensei em tudo, topam?

-Do que você está falando?- falou Ronald sem entender nada.

-Você não ouviu a professora dizendo?

-Ele estava dormindo- contou Sirius.

Gina e Sirius, então começaram a explicar tudo para Ronald, até que ele finalmente entendeu e concordou em os três fazerem a história juntos. Porém, na hora de decidirem os personagens, o cenário a história, eles não chegavam a conclusão nenhuma, pois cada um queria uma coisa. No final do período eles saíram cansados, já que depois da aula

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de português, tiveram Educação Física. Para descansar, os três resolveram dar um passeio pela cidade.

Já no finalzinho da tarde, quando estavam caminhando de volta para suas casas, eles passaram por uma loja de doces chamada “A magia dos doces” que exibia uma grande placa com letras chamativas: HOJE, REINAUGURAÇÃO. A porta da loja imitava um grande donut e logo, Gina e Ron que amavam doces mais que tudo no mundo, entraram acompanhados de Sirius.

Era uma lojinha pequena, tudo dentro dela parecia ser feito de doces. A loja, porém parecia deserta, não tinha ninguém além dos três, nem mesmo um funcionário.

- Gente ,olhem as amostras grátis de jujubas- disse Gina- Legal vou experimentar uma- Gina, assim como os meninos, escolheu uma bala vermelha para comer. Depois eles ficaram conversando, até que se deram conta que já estava anoitecendo.

Quando saíram da loja, eles tiveram uma surpresa, pois não se depararam com a noite escura da cidade, mas um lugar muito

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diferente. Neste lugar estava de manhã e ele era todo feito de doce, igualzinho a lojinha, só que lá, nada parecia ser de plástico, tinham casas que tinham tijolos de jujuba e um rio que, no lugar da água, tinha chocolate derretido.

Nas primeiras duas horas, ficaram distraídos e só se preocuparam em conhecer o lugar. Mas esolveram voltar, por isso foram a loja de doces, imaginando que era só entrar lá de novo que voltavam para sua cidade.

Entraram na “A magia dos doces”, mas quando saíram não aconteceu nada, eles continuaram no mesmo mundo de doces. Por isso Gina começou a entrar em pânico. Ronald e Sirius ficaram acalmando-a até que dois gêmeos baixinhos e gordinhos pularam do balcão. Eles exclamaram:

- Sejam bem-vindos a reinauguração da loja! Alguém precisa de ajuda?

-Sim! E muita! Será que vocês já ouviram falar de um outro mundo?- disse Gina

-Sim claro, o mundo pantanoso- respondeu um deles.

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-Não, eu estou falando de um outro mundo, um cheio de prédios, casas, barulho, poluição, pessoas, etc.

Os dois homenzinhos se entreolharam meio assustados. Um deles resolveu falar alguma coisa:

-Existe uma lenda que diz que certo dia Tom, um homem que trabalhava na loja, estava quase fechando a loja,quando viu aparecer um homem bem alto, de cabelo e pele escura, que não parecia ter entrado pela porta da loja, era como se aquele homem tivesse encarnado no meio do local. O menino ficou muito assustado, mas como um funcionário educado, perguntou: “no que posso ajudar?”. O homem demorou a responder, e quando respondeu foi assim: “Onde é que estou?” Tom disse “Na loja de doces do mundo dos doces.” O homem disse assustadíssimo: “Como assim? Que lugar é esse? Eu havia entrado numa loja e vi que nela haviam jujubas grátis e quando provei...” ele parou de falar, parecia ter entrado em estado de choque. Ele desmaiou, o garoto correu até os pirulitos policiais e pediu para que fossem a loja, contou o ocorrido e quando chegaram na loja, o corpo do homem desmaiado não

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estava mais lá. Os pirulitos policiais pensaram que o garoto era maluco, por isso obrigaram Tom a fechar a loja. A história se espalhou rapidamente, e logo, ninguém mais queria andar, ficar, conversar com o garoto. Depois de cinco dias do acontecimento, o garoto desapareceu.

-E o homem? Aquele que apareceu de repente na loja de doces?- falou Sirius.

-Bom, depois de uma semana do sumiço do menino, ele foi visto, mas todos tinham medo dele, então ninguém se aproximou e, todas as vezes que viam ele, o homem estava com uma expressão perdida. Ele procurou pistas para voltar para seu mundo até que achou um mapa na caverna do chiclete e, lá estava escrito tudo o que é preciso para voltar para casa.

-E o que devemos fazer afinal?- disse Gina

-Primeiro de tudo, meu nome e Rampet- disse um dos gordinhos.

-E o meu Dumpet- contou o outro.

-Eu sou a Gina, ele é o Sirius e esse é o Ronald.

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-Bom eu acho que vocês têm que ir até a caverna do chiclete para conseguir o mapa- falou Dumpet

-Mas se eles pegaram o mapa, como é que o mapa voltou para a caverna?- lembrou Ron

-Bom o que se diz é que o homem não conseguiu voltar, por isso devolveu o mapa ao lugar- falou Rampet

E lá se foram, Sirius, Ron, Gina, Rumpet e Dumpet até a caverna do chiclete. Ao chegarem, começaram a procurar pelo mapa. Eles pensavam que ia ser fácil, mas se enganaram, o mapa estava muito bem escondido e a caverna era funda e tinha passagens. Depois de tanto procurar, resolveram se separar.Gina foi com Rumpet e Ronald e Sirius foram com o Dumpet.

Eles continuaram a procurar pelo mapa, até que em certo momento, uma voz cansada, porém aliviada gritou:

-Achei!- disse Ron.

Todos foram a sua volta para ler o mapa. E nele estava escrito:

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“Se você é de outra dimensão e precisa voltar, aqui estão rápidas instruções. Antes, mostrarei o que tem que fazer no mundo dos doces:

*Primeiro você precisa ir ao parque de árvores de picolé.

*Em seguida, se conseguir entrar, precisa achar a árvore de picolé mais alta do local, o que não vai ser difícil identificar.

*Depois que achar, encontre um jeito de derretê-la. Quando conseguir isso, uma peça de quebra cabeça.

*Depois siga as instruções que estão escritas na peça que mostrará como chegar ao mundo Pantanoso e é aqui que começa a segunda parte dessa busca.”

-Vamos para o parque? Não é muito longe daqui- falou Rumpet- mas temos que andar um pouco.

E lá foi o grupo, caminhando. Em um certo momento do caminho, ocorreu a Gina uma pergunta:

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-Dumpet e Rumpet, quando se come as jujubas mágicas em outros mundos, a pessoa vem para esse. Mas se comê-las aqui? O que acontece?

-Esquecemos de mencionar!- falou um deles- Essas balas dão poder para quem as come, além de levar pra outra dimensão, então quem as come aqui, ganha apenas o poder. Os poderes que recebem são de acordo com o sabor da bala, que são quatro: fogo, água, terra e ar.

-Então isso significa...?- falou Gina

-Sim, vocês têm poderes- disse Rampet

-Qual era a cor da jujuba que vocês pegaram?- perguntou Rampet

-Bom as três eram vermelhas- respondeu Gina pelos três.

-O poder de vocês três é fogo e para usar, vocês tem que se concentrarem bastante e o poder vai sair da mão.

Eles passaram um bom tempo treinando e quando viram já sabiam usar os poderes e já estavam na frente do parque de árvores de

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picolé. As portas se abriram e eles entraram no parque, foram para a procura da maior árvore do parque. Não foi muito difícil, era um picolé azul, bem alto e chamativo.

-Como derretê-la?- disse Sirius

-Nós podemos usar nosso poder, fogo, assim o picolé derrete fácil.

Todos concordaram e os três começaram a derreter, não foi tão rápido como o esperado, afinal não era um picolé pequeno.

Depois de um tempo, a árvore de picolé já estava totalmente derretida e quando a última gota encostou no chão, foi se transformado em uma peça de quebra-cabeça que ia crescendo e chegou ao tamanho de um livro. Eles olharam no verso da peça e nela estava escrito:

“Vá até a casa abandonada de doces. Então percorram até o armário de comida do lugar, ele já está vazio, entrem nele e andem de costas para a porta. Até chegarem a uma parede que irá apresentar quatro botões com os números 5, 49, 7 e 13. Aperte os botões em ordem crescente, essa parede irá sumir para que você passe para outro mundo.”

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Rampet guardou a peça no bolso da roupa e em seguida o grupo foi em direção a casa, que estava bem perto de onde eles estavam. O lugar cheirava a doce velho e estava todo desarrumado. Foram em direção ao armário, entraram nele e fizeram o que a peça pediu. Até que se depararam com a parede com os botões de números, colocaram na ordem crescente e a parede sumiu e se depararam com uma casa igual a outra, só que era toda de madeira velha. Quando saíram da casa viram que o mundo era um pântano escuro.

-Genial- disse Gina de repente- esse mundo é um espelho do outro, só que lá é tudo de doces e, aqui é um pântano. Mas isso não é o momento para conhecer o lugar- A menina pegou o mapa e começou a ler o texto em voz alta:

“Se conseguir chegar ao mundo pântano, meu parabéns! Mas agora você precisa fazer o seguinte: Vá até a igreja que fica ao lado do cemitério, quando entrar, é provável que não tenha ninguém, por isso debaixo do altar, tem uma porta destrancada, abra e desça as escadas. No final dela, irá encontrar três portas, uma delas te levará a um lugar cheio de

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monstros que se alimentam de carne, a outra para o um poço sem fim e, por último a uma sala bem iluminada, toda branca e que só tem uma mesinha. Nesta mesinha há três peças de quebra cabeça, se escolher a errada, você irá voltar para o começo da aventura, se escolher a certa nada acontecerá, então encaixe com a outra e um portal se abrirá a sua frente. Você tem direito a entrar em duas dimensões diferentes, então é só pensar no seu destino, entrar no portal e pronto, já estará no local desejado.”

Eles foram para o cemitério, pois era onde a igreja ficava. Ao chegarem lá, avistaram a igreja, onde entraram. Era toda feita de madeira, bem velhinhas e podres. Toda azul e com pinturas prateadas de cruzes que já estavam desbotadas. Ela estava vazia, os cinco foram em direção ao altar e olharam embaixo dele. Realmente havia uma porta. Eles desceram e chegaram nas três portas.

-Então? Que porta devemos seguir- falou Gina.

-Óbvio! A do meio- disse Ron-Sempre é assim nos filmes e videogames.

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A menina concordou e deu um empurrãozinho no amigo, para que entrasse na porta escolhida e, foi o que ele fez.

Era uma sala já descrita no mapa, toda branca e nela se encontrava uma mesa com três peças.

-E agora?- disse Gina virando-se para Ron- também é a do meio?- e apontou para uma peça que parecia ser feita de ouro. Em um dos seus lados havia uma caixa de pedra e, do outro, uma bem velha, feita de madeira.

-Não- disse o menino- geralmente, quando tem que escolher entre coisas feitas de materiais diferentes, se escolhe a mais simples e feia e, nesse caso, temos que escolher a da direita, que é a de madeira.

Dumpet apanhou a peça sugerida. Não aconteceu nada, eles ainda estavam no mesmo lugar, por isso era a certa.

-Quem diria que essa coisa de ficar jogando videogame e assistindo filme o dia inteiro levaria a alguma coisa, né Ronald?- comentou Gina.

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Dumpet pediu a garota a peça que conseguiram no mundo dos doces, então a encaixou com a peça que tinham acabado de conquistar. Quando as peças se juntaram elas se transformaram em um grande portal roxo. Também apareceu um baú no qual Gina colocou as peças e o mapa.

-Acho que isso é um adeus- falaram Rumpet e Dumpet para os garotos.

-É sim, boa viagem- disse Gina trocando a expressão feliz por uma meio tristonha. Então ela abraçou os gordinhos e acenou para eles dando tchau. Os meninos também acenaram. Eles viram os gêmeos gordinhos passando pelo portal.

-É nossa vez- lembrou Sirius- então os três entraram no portal. Viram um clarão e quando perceberam já estavam em sua cidade natal.

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Para surpresa deles, estava de noite e ainda era o mesmo horário de quando entraram na loja de doces pela primeira vez, ou seja, o tempo não havia passado o que foi um alívio, pois assim as mães não ficariam preocupadas. Cada um voltou para a sua casa. No final eles já sabiam o que escrever na história de magia pedida pela escola.

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