histÓria visual da famÍlia de ruben george bauer …€¦ · histÓria visual da famÍlia de...

17
HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle [email protected] Resumo: Profissionais da área da educação, em especial neste projeto, de história, têm discutido novas formas de linguagens e abordagens no ensino de história. Uma corrente de pensamento preza pelo estímulo do educando, mediado pelo educador, propondo atividades cognitivas, implicando conexões lógicas, com o intuito de desenvolver o senso crítico do educando e se fazer perceber inserido como agente histórico. A proposta deste projeto é trabalhar com fontes iconográficas e objetos pessoais da família de Ruben George Bauer, colhendo depoimento e impressões dos personagens, estabelecendo contato com um novo olhar sobre o que é conhecido: a história visual de família está cada vez sendo mais trabalhada na academia como forma de incorporar e enriquecer o saber do educando. A expectativa é que o trabalho sirva como reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem do componente curricular de História, com a pretensão de contribuir para criação de uma ferramenta que possa ser utilizada na prática pedagógica, contribuindo para melhor apreensão de objetivos almejados em sala de aula. Palavras-chave: Ensino da história. História de família. Objeto biográfico. A história visual na sala de aula A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e 1 Artigo sobre o Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de História, do Centro Universitário La Salle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Licenciatura em História, sob orientação da Professora Doutora Ana Maria Colling. Julho/2009 2 Licenciada em História pelo Centro Universitário La Salle, em 2009/1; aluna PEC da UFRGS – Programa de Pós Graduação em Educação – da disciplina/seminário “Memória, patrimônio e educação”, com a Professora Zita Rosane Possamai, 2010/1.

Upload: hoangliem

Post on 07-Sep-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER -

CANOAS/RS1

Viviane Monteavaro2

Centro Universitário La salle

[email protected]

Resumo: Profissionais da área da educação, em especial neste projeto, de história, têm

discutido novas formas de linguagens e abordagens no ensino de história. Uma corrente

de pensamento preza pelo estímulo do educando, mediado pelo educador, propondo

atividades cognitivas, implicando conexões lógicas, com o intuito de desenvolver o

senso crítico do educando e se fazer perceber inserido como agente histórico. A

proposta deste projeto é trabalhar com fontes iconográficas e objetos pessoais da família

de Ruben George Bauer, colhendo depoimento e impressões dos personagens,

estabelecendo contato com um novo olhar sobre o que é conhecido: a história visual de

família está cada vez sendo mais trabalhada na academia como forma de incorporar e

enriquecer o saber do educando. A expectativa é que o trabalho sirva como reflexão

sobre o processo de ensino e aprendizagem do componente curricular de História, com a

pretensão de contribuir para criação de uma ferramenta que possa ser utilizada na

prática pedagógica, contribuindo para melhor apreensão de objetivos almejados em sala

de aula.

Palavras-chave: Ensino da história. História de família. Objeto biográfico.

A história visual na sala de aula

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida

familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e

1 Artigo sobre o Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de História, do Centro Universitário La

Salle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Licenciatura em História, sob orientação da

Professora Doutora Ana Maria Colling. Julho/2009 2 Licenciada em História pelo Centro Universitário La Salle, em 2009/1; aluna PEC da UFRGS –

Programa de Pós Graduação em Educação – da disciplina/seminário “Memória, patrimônio e

educação”, com a Professora Zita Rosane Possamai, 2010/1.

Page 2: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas

manifestações culturais.3

Após treze anos da implantação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases) o Brasil

continua passando por uma transição difícil na educação, a questão do ensino é alvo de

amplo debate, com intuito de colocar os artigos em prática. A tarefa é árdua e precisa

contar com equipe de educadores, em conjunto com profissionais da área, pela busca de

conhecimento e técnicas para organizar planos de ensino capazes de estimular

habilidades e competências dos educandos, concomitantes ao ensino.

O ensino está carente de novas possibilidades que permitam ao aluno desenvolver

habilidades e competência que estimulem o senso crítico, aliado à sua realidade.

Trabalhar com memória através de imagens e objetos pessoais, como forma de

construção de uma história de família, tema objeto presente projeto, vem promovendo

um debate importante por grupos de pesquisas científicas e de amplo interesse em

entidades públicas e privadas, bem como a utilização destes trabalhos como fonte de

estudos.

[...] aprender é uma experiência que envolve simultaneamente coragem e

humildade e ó é mesmo possível na segurança de um grupo humano

coordenado por um educador que avalie e dê suporte aos riscos da aventura.

(GROSSI, 1997, p. 130)

Atualmente estudos de história visual pela fotografia, na construção da memória

social como na percepção da sensibilidade que a imagem provoca no observador são

algumas das situações que estão em voga perante a comunidade acadêmica. O diálogo

entre elementos visuais e contexto sócio/cultural marca a historicidade da imagem.

Na academia, graduandos da área de História são estimulados a criar planos de

aula que contemplem não apenas questões cognitivas e didáticas, mas que permitam ao

aluno que construam saberes a partir das subjetividades trabalhadas em sala de aula. Na

busca de ferramentas que identifiquem os alunos com o contexto trabalhado, a história

3 Lei de Diretrizes e Bases, nº 9.394/96, Artigo 1º.

Page 3: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

de família é importante fonte de inspiração, utilizando objetos, fotos, artefatos,

signifiquem proximidade com a realidade do educando.

Este tipo de ferramenta está cada vez mais ocupando lugar nas pesquisas de

diversas áreas do conhecimento, principalmente em história, licenciatura, onde é

possível trabalhar com ferramentas diferenciadas, permitindo uma aproximação do que

é “familiar”, agregado a um contexto mais amplo. Os objetos pessoais, tais como

cartas, diários, depoimentos, processos, arquivos diversos e fotografias nos

proporcionam um leque de possibilidades de análise do cotidiano, da vida social, etc.

Ana Maria Mauad, em sua análise metodológica, diz que “estudo das imagens impõe o

estudo da sua historicidade” (MAUAD, 2004). E é esta abordagem que pretendemos

aplicar em sala de aula, no que diz respeito ao ensino de História.

A fotografia, assim como os demais objetos de família, trabalhada com as

representações incorpora um processo de apropriação do conhecimento, produzindo

uma significância diferenciada e considerando a dimensão histórica é a proposta do

presente projeto na produção de uma história visual da família de Ruben George

Bauer, in memoriam, e abrangendo o período em torno de 1920 até meados da década

de 70. O recorte espacial contemplou municípios do Rio Grande do Sul, como Canoas,

Porto Alegre, São Lourenço, Pelotas, Arroio Grande e a cidade de São Paulo.

Utilizamos como fontes da pesquisa o acervo de Ruben George Bauer, composto

de álbum de fotografias, com duzentos e sessenta e quatro fotos, devidamente reunido

e conservado em uma caixa de madeira fabricada pelo próprio, contendo uma colagem

com a imagem do Palácio da Alvorada na tampa e dobradiças para facilitar a abertura e

fechamento; de um diário cronológico, contendo setenta e duas páginas escritas e outro

narrativo, com trinta páginas, possuindo detalhes importantes da família, desde seu

nascimento, casamento, nascimento dos oito filhos e árvore genealógica, e informações

de seu envolvimento social com a política de Canoas, entre outros; de alguns objetos

pessoais como óculos, porta objetos e esculturas em osso, madeira e pedra sabão;

estudo sobre o contexto histórico; e entrevistas com os filhos e alguns familiares

ligados diretamente às fotografias e à vida do Sr Ruben.

Page 4: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

Quanto ao método, os trabalhos foram divididos em três etapas: a primeira se

ocupou em contextualizar as informações dos Diários de Ruben George Bauer

juntamente com o álbum fotográfico utilizando as prerrogativas do gênero biográfico.

Como sustentação da pesquisa, utilizamos alguns autores que trabalharam ou trabalham

a fotografia e biografia como fonte histórica, viajando na interdisciplinaridade,

enriquecendo o saber. A partir da pesquisa do contexto histórico, iniciaremos a segunda

parte: as entrevistas com os sete filhos do casal, a partir das fotografias após 1950, onde

estes personagens estão presentes e, após, com demais familiares que conviveram em

sua infância e juventude, utilizando as imagens anteriores a 1948. Com os depoimentos

sobre as fotografias, será possível conhecer as impressões sobre a memória da imagem,

bem como identificar personagens, datas e locais das fotografias, de algumas esculturas

e objetos pessoais. Também as observações e reações dos entrevistados sobre as

imagens e objetos são recursos que abrem caminhos diversos sobre o objetivo traçado

no projeto que poderão ser utilizados na pesquisa ou resguardados para futuros projetos.

As autoras Marli Albuquerque e Lisabel Klein, na publicação de um trabalho realizado a

Casa Oswaldo Cruz, a partir de fotografias confirmam a opção desta pesquisa quando

propõe a construção da memória através das entrevistas e percepções pessoais, onde “A

interpretação é uma ação mental permanente. [...] as pessoas fazem a mesma leitura,

mas cada uma interpreta de sua forma, em função de sua idade, do seu sexo, da sua

profissão, de sua ideologia, enfim, do seu saber” (ALBUQUERQUE; KLEIN, 2008).

O tema é pertinente, pois trata de uma modalidade de ensino inovadora no campo

da história, utilizando a fontes alternativas, como a fotografia de família, considerando o

educador presente e mediando todo o processo interativo, tornando possível configurar

significâncias a partir da pesquisa com imagens exigindo elaborações intelectuais. O

estudo a partir de fotografias não registra uma verdade histórica, como escreve Boris

Kossoy, “o que vemos se conecta a inúmeros fatos sobre os quais nada sabemos [...] um

registro de aparências, composto de múltiplas realidades” (KOSSOY, 2006), por este

motivo o sentimento e a memória surgida do contato entre a imagem e o entrevistado

acrescenta novas possibilidades á interpretação histórica, onde o educando se torna

sujeito na construção deste saber.

Page 5: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

A aplicação desta ferramenta no ensino, como forma de apropriação do saber,

estimula a curiosidade e criatividade do educando, incentivando-os a buscar referências

dentro de sua própria família, se identificando como participante na construção da

história de sua comunidade. O trabalho de pesquisa a partir de fotografias da família,

nos mais diversos níveis de estudos, faz com que o educando entenda a História como

um processo e, principalmente, como agente histórico. Importante destacar que, a partir

desta construção, é possível trabalhar em sala de aula a questão de sujeito histórico,

objetivando a inserção do educando, aproximando-o à realidade estudada.

A pesquisa em questão tem como espaços os municípios de Porto Alegre, Canoas,

em especial bairros Rio Branco e Fátima, e alguns municípios do interior do Rio Grande

do Sul, o que pode trazer à tona importantes informações relativas a estas regiões, bem

como a convivência e formação de grupos sociais, que poderão complementar estudos

nas mais diversas áreas, bem como despertar interesse de investimentos culturais, tanto

nos setores públicos ou privados.

A originalidade do projeto está nas fontes: fotografias, diários e objetos pessoais,

presentes na família Bauer e nunca antes pesquisados, trazendo uma gama de

informações que poderiam ser abertas em muitos temas de projetos de pesquisa.

Como relevância social, a produção deste material contribui com o

estabelecimento da identidade cultural da comunidade. Já a relevância acadêmica e

científica vem com a possibilidade de colaborar com outras pesquisas nas mais diversas

áreas do conhecimento, utilizando como parâmetro, complemento ou agregando uma

informação, caracterizando um material rico de significados.

Ademais às relevâncias supracitadas, existe um interesse especial e pessoal sendo

fundamental e decisiva para a escolha do tema: Ruben George Bauer é avô materno da

pesquisadora em questão. O trabalho é viável, pois teremos acesso irrestrito ao acervo

documental e aos familiares a serem entrevistados, sendo eles moradores de Canoas,

Porto Alegre e Santa Maria.

Enfim, a proposta de pesquisa sobre a história de família de Ruben George Bauer

irá lembrar, além da memória de família, a memória da sociedade local, em suas

Page 6: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

diversas passagens, integrando enfoques e um diálogo interdisciplinar que contribuam

na identificação de transformações sócio-culturais.

Ruben George Bauer: uma história de vida

As verdades da história sustentam-se sobre as referências a documentos e

monumentos do passado, mas também a teorias, métodos e técnicas que

permitem descrever e explicar os acontecimentos de interesse no presente.

Por isso, os produtos da história são construções com prazo de validade:

porque os problemas do passado que exigem explicação mudam, porque os

restos do passado mudam de significado com relação ao que acontece no

futuro de tais acontecimentos, um futuro que agora, já está em nosso passado

ou presente. Assim, cada geração tem que refazer toda a história. Como se

diz na Rússia em tom de brincadeira: “O passado é imprevisível”. (ROSA,

2007, p. 54)

Em minha infância convivi com meus avós maternos diariamente, pois meus pais

trabalhavam durante a semana e só me buscavam nos finais de semana. Essa rotina se

repetiu até meus seis anos, quando entrei para a escola e minha mãe parou de trabalhar,

portanto foram quatro anos de convivência mútua. Neste período meu avô era uma

pessoa solitária, de pouquíssimas palavras, em contrapartida, minha avó era dinâmica,

não parava um minuto e muito atenciosa com os netos.

Todos os seus dias eram iguais: levantava cedo, tomava café, caminhava pelo

bairro, fumando seu cigarro Elmo (lembro bem deste cigarro, um cheiro horrível!),

conversava com vizinhos, retornava para casa, sentava na área da frente com um com

copinho “americano” de café preto, até a hora do almoço. Ah! E o radinho de pilhas,

outro item indispensável, junto com a bandeira do Grêmio que ficava hasteada em frente

a casa, no Bairro Fátima, em Canoas. No almoço, exatamente ao meio-dia, todos

conversavam, exceto ele: almoçava e ia deitar em seu quartinho que fez nos fundos da

casa, juntamente com seus objetos, livros, cadernos e coleções. Após a sesta,

permanecia por muito tempo no quarto, talvez lendo, escrevendo ou trabalhando em

suas esculturas (hoje entendo isso) até o religioso café da tarde de minha avó, em torno

de quinze horas e mais uma paradinha na área da frente aguardando a janta. Dormia

Page 7: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

cedo. Uma vez por mês se dirigia ao Centro de Canoas ou Porto Alegre para receber

sua aposentadoria no banco. Sua rotina se alterava nos dias de futebol, quando sentava

na área, com seu radinho, bandeira e o “Elmo”; estranhava que o vô tinha uma voz

expressiva.

Quando entrei para a universidade, no 2002, treze anos após sua morte, lembrei

que a minha mãe havia guardado alguns escritos e fotos de meu avô e, a partir daí

comecei a interessar-me pela narrativa e senti a necessidade de conferir os fatos, bem

como saber que homem foi esse. Para minha surpresa descobri uma vida ativa e

comunitária, um pai de família lutando para estar inserido no perfil familiar existente no

período e os sofrimentos e alegrias da vida em família, no decorrer das várias etapas de

sua vida.

Esta monografia foi um diálogo entre a neta, a estudante de história e os diários e

fotos de meu avô, baseando-se na Nova História Cultural e o aparato conceitual da

micro história como estratégia de abordagem do empírico. Considerando que as

pesquisas foram realizadas a partir das anotações e fotografias armazenadas por um

sujeito histórico, trabalhadas e contextualizadas por um membro desta família, como

parte de um trabalho de conclusão para o curso de História, ressalto que os resultados

foram além da problemática inicial proposta.

Da mesma forma, é ainda a micro-história aquela que melhor se presta à

descrição densa prevista por Clifford Geertz (1989) e tomada de empréstimo

pelos historiadores que principiavam a ver como práticas sociais se traduziam

em bens culturais, tal como Edward P. Thompson (1995). A vida dos

homens, enfim, revelada, dissecada, exposta em carne e osso nas suas

minúcias, onde cada fato poderia ser objeto de múltiplos cruzamentos e

correspondências, buscando atingir as pegadas ou traços da passagem do

homem na história. (PESAVENTO, 2009, p. 186)

Dentro da família, houve comoção e prontidão em alimentar informações

complementares ao trabalho, surgindo inúmeros relatos, documentos, fotografias,

gravações em vídeos, enfim, materiais cuidadosamente guardados, que podem

fundamentar outros tantos trabalhos de pesquisas interessantíssimos. Por outro lado, a

Page 8: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

experiência em trabalhar com fontes primárias, contextualizando e argumentando,

proporcionou uma apreensão da história de forma eficaz, pois, além do interesse

pessoal, o estudo em geral é concebido a partir da construção deste conhecimento.

As fontes primárias alternativas, neste caso os diários e fotografias, contemplam

valiosas informações que agregam conhecimento não só a área de História, como a

Antropologia, Sociologia e a Psicologia, funcionando como “chaves do sucedido e o

lugar que os humanos ocupam nele [...]” (MARTIN, 2007, p. 61). O trabalho com os

objetos de família possibilitou a percepção do sujeito histórico identificado na atuação

do objeto biografado, nas comunidades dos bairros Rio branco e Fátima, em Canoas,

bem como em outros municípios do Rio Grande do Sul e na capital, que, além de

contribuir para a historiografia local, construiu instrumentos para trabalhar com este

sujeito em sala de aula.

[...] uma analítica do sujeito, seja qual for a adjetivação que se atribua a esse

sujeito – pedagógico, epistêmico, econômico -, não pode partir do próprio

sujeito. É preciso, então, tentar cercá-lo e examinar as camadas que o

envolvem e que o constituem. Tais camadas são as muitas práticas

discursivas e não discursivas, os variados saberes, que, uma vez descritos e

problematizados, poderão revelar quem é esse sujeito, como ele chegou a ser

o que dizemos que ele é e como se engendrou historicamente tudo isso que

dizemos dele. (VEIGA-NETO, 2007, p. 112-113)

Este trabalho permitiu conhecer o sujeito produtor e suas mediações culturais e

ideológicas empregadas nas escolhas desde o registro de informações nos diários, até a

guarda de objetos e fotografias, como evidência da vontade em preservar a memória e

garantir a continuidade destas recordações. Ao suscitar as narrativas um personagem

apareceu, aos meus olhos, um homem ativo, produto e produtor cultural de seu tempo,

inserido no processo social e político de sua comunidade, retomando aspectos

históricos.

Page 9: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

Figura 1 - Armazém da família, em São Lourenço/RS (1928).

Fonte: Acervo Fotográfico Jussara Monteavaro

Rubens viveu entre 1919 e 1989, época de intenso fervor político no Estado do

Rio Grande do Sul. Nasceu em São Lourenço, mas foi para Passo Fundo, com um ano

de idade, presenciando a bravura de seu padrinho, “chefe das forças do governo”, em

plena Revolução de 1923, com a disputa entre PRR e o PF. Aos oito anos retorna à

terra natal, com seus pais, para trabalhar no comércio da família, um empório,

localizado na praça principal de São Lourenço, até hoje existente com dizeres gravados

na fachada do prédio, algo sobre uma seguradora, mas é o mesmo prédio. Lá,

testemunhou a famosa vazante de São Lourenço, durante a estação seca, onde o canal

secou (esta informação não foi confirmada totalmente; moradores confirmam as

vazantes, mas não o esvaziamento completo do canal, como vô Rubens narra em seu

diário). Acompanhou, também, uma festa de casamento de sua irmã Laura, em uma

festa característica pomerana, confirmada através das pesquisas, por se tratar de região

de grande concentração destes imigrantes.

Figura 2 – Irmãos Bauer em frente a Casa Apollo, na Avenida Independência, em Porto

Alegre (Casinhas da Santa Casa que estão sendo restauradas).

Page 10: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

Fonte: Acervo Fotográfico Jussara Monteavaro

Em Porto Alegre, com dezesseis anos, mora em um dos principais pontos

históricos hoje preservados: “as casinhas da Santa Casa”. Seus registros sobre a Capital

abrangem o centenário da Revolução Farroupilha, com grande festa na “Redenção”, a

passagem do Graft Zepellim, o desfile de Carnaval do “Bloco Náutico” e os reflexos da

segunda guerra mundial nas lojas alemãs. Neste período, narrou os casamentos de seus

irmãos e irmãs, as enfermidades, a vida boêmia, a morte de seu pai, as responsabilidades

e o amor de sua vida, Fanny.

Com o casamento apaixonado, deixou a boemia e os amigos e vieram as

responsabilidades, a família, a falta de dinheiro e os primeiros sinais de sua fragilidade:

um pai de família deveria sustentá-la e a sua angustia foi sentir-se incapaz. As partir

deste estudo entendi o meu avô introspectivo e sem voz ativa na família que conheci em

minha infância e adolescência.

Figura 3 – Carnaval de 1941, em Porto Alegre, RS; Ruben segurando o mastro do Bloco

Náuticos, de saiote claro.

Fonte: Acervo Fotográfico Jussara Monteavaro

Adquiriu uma casa em Canoas, no bairro Rio Branco, sem infra estrutura e

mudou-se com a família. Seu envolvimento com a comunidade mobilizada em executar

Page 11: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

obras de saneamento foi o início de seu ensaio político, continuado em seu próximo

endereço, no bairro vizinho, chamado Vila Flórida (hoje Fátima).

Figura 4 – Casamento religioso de Ruben e Fanny (novembro de 1942)

Fonte: Acervo Fotográfico Jussara Monteavaro

Figura 5 – Propaganda eleitoral de Ruben, candidato à vereador pelo município de

Canoas, RS.

Fonte: Acervo Jussara Monteavaro

O presente estudo propõe a discussão sobre novas ferramentas para a abordagem

histórica, a partir das fontes primárias, ampliando a reflexão pertinente ao saber

educativo, fornecer subsídios à historiografia com a qual estas fontes estão relacionadas

Page 12: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

e não menos importantes, a atuação de um sujeito histórico adormecido nas páginas de

um diário e, ainda por cima, meu avô. Quanto à historiografia, as narrativas e imagens

são importantes contribuições que serviram para testemunhar fatos e eventos,

apresentando informações sob um “olhar” diferenciado.

A cerca desta abordagem constatamos que é possível ter a dimensão dos

acontecimentos, pois “a história vista de baixo abre a possibilidade de uma síntese mais

rica da compreensão histórica, de uma fusão da história da experiência do cotidiano das

pessoas com a temática dos tipos mais tradicionais de história” (SHARPE, 1992, p. 54),

permitindo uma renovação de métodos e perspectivas entre educadores. A estratégia é

fazer o educando pensar os laços de sociabilidades, evidenciando que a história faz parte

de um conjunto de inter relações, levando em consideração as vontades, angústias,

emoções, cristalizadas em mecanismos diversos, como as fontes primárias trabalhadas

nesta monografia e que podem ser encontradas dentro de suas próprias casas, em

vizinhos e até mesmo em Editoras jornalísticas, órgãos públicos, enfim, demonstrando

que as fontes existem e são acessíveis.

O processo cognitivo se fortalece quando cria significação para o expectador. A

narrativa complementada com as fotografias permite fixar uma representação visual,

capturando a informação, proporcionando importante linguagem no processo de

construção de conhecimento e na busca de sentidos. Desta forma as interpretações

construídas a cerca da necessidade de pensar e agir, permite um efeito de longa duração

desta informação no consciente do expectador, com novos olhares e reflexões críticas a

cerca deste conhecimento e de outros, correlacionados. O desafio maior é proporcionar

espaços de interlocução em que os sujeitos possam experimentar-se como participantes

da construção da história, com oportunidades de trabalhar com fontes primárias e

sentirem-se capazes de se identificar como sujeitos históricos.

Foi um grande prazer trabalhar com este tema e, principalmente, “conhecer” um

outro avô, que buscou nas palavras um recurso para contar aos descendentes a sua

história de vida. Refugiou-se nas frases e pensamentos como forma de perpetuar a

infância e adolescência feliz e íntegra. Como mencionei o diálogo entre a neta, a

estudante de história com o avô, não é finito, permite outros diálogos, com pessoas da

Page 13: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

família, das comunidades que fizeram outros tantos temas emergirem no decorrer dos

trabalhos de pesquisa. Foram inúmeras colaborações como documentos, imagens,

cartas, depoimentos que estão cuidadosamente armazenados para futuras

problematizações. Um assunto tão próximo e tão distante, ao mesmo tempo, com

muitas aprendizagens e realizações. Em São Paulo, ano de 1971, escreve: “Espero que

após a minha morte tenham um pouco de orgulho de mim, pois tenho dado todo o

esforço para ser um bom pai e espero que o tenha sido.” (BAUER, 19--b, p.48-51).

Talvez não tenhamos a oportunidade de dizer em vida, mas o “vô” Ruben proporcionou

muito orgulho para sua família e está sendo uma grande honra contar a sua história.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Marli Brito M; KLEIN, Lisabel Espellet. Pensando a fotografia

como fonte histórica. Disponível em <http://www.scielosp.org/scielo.php?s-

cript=sci_arttext&pid=S0102311X1987000300008&lng=pt>. Acesso: 14 set. 2008.

ALMEIDA, Juniele Rabêlo de. Objeto biográfico e performance narrativa:

questões para a história oral de vida. Disponível em

<http://www.fflch.usp.br/dh/neho/pdfs/juniele.pdf>. Acesso: 7 nov. 2008.

AVELAR, Alexandre de Sá. A retomada da biografia histórica: problemas e

perspectivas. Oralidades: revista de história oral. Ano 1, n. 2, p 45-60, jul/dez. 2007.

BARROS, José D’Assunção. O projeto de pesquisa em história: da escolha do tema

ao quadro teórico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

BAUER, Ruben George. Diário Cronológico. [s.l.]: [s.n.], [19—a]. Manuscrito.

______, Ruben George. Diário Narrativo. [s.l.]: [s.n.], [19—b]. Manuscrito.

BURKE, Peter. A escola dos Analles (1929-1989): a Revolução Francesa da

Historiografia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.

CANABARRO, Ivo. Estudos sobre imigração e fotografia. MARTINS, Ismênia Lima

(Org.). In História: estratégias de pesquisa. Ijuí: Ed. Unijuí, 2001.

______, Ivo; SCHNEIDER, Daniel. Imagens do mundo do trabalho. Revista

Mouseion, Canoas, v. 1, jun. 2007. Disponível em: <www.revistamuseu.com.br>.

Acesso em jun. 2008.

Page 14: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

CARRETERO, Mario; ROSA, Alberto; GONZALES, Maria Fernanda (Orgs). Ensino

da História e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.

CARVALHO, Haroldo L.; DIEHL, A. A. (Org.). Memória Fotográfica de Passo

Fundo. Passo Fundo: Ediupf, 1997. v. 1000. 200 p.

CAVALCANTE, Maria do E. S. Rosa. Lembranças, ressentimento e história. In

ERTZOGUE, Marina H.; PARENTE, Temis G (org). História e Sensibilidade.

Brasília: Paralelo 15, 2006.

CEEE, Secretaria Estadual de Cultura. História Ilustrada do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre: Já Editores, 1998.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

CHARTIER, Roger. Cultura popular: revisitando um conceito historiográfico. In:

Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 8, n.16, p. 179-192, 1995.

______, Roger. O mundo como representação. Estudos Avançados, jan./abr. 1991,

11(5), p 173-191.

CIAVATTA, Maria. Educando o trabalhador da grande “família” da fábrica – A

fotografia como fonte histórica. In CIAVATA, Maria; ALVES, Nilda (org) A leitura

de Imagens na pesquisa social: história, comunicação e educação. São Paulo:

Cortez, 2004

DINES, Yara Schreiber. Um outro álbum de família: retratos de migrantes.

Disponível em <http://www.antropologiavisual.cl/Yara_Schreiber.htm#layer1>.

Acesso: 14/09/08.

COLEÇÃO NOSSO SÉCULO 1930/1945 (I). v. 1. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

COLEÇÃO NOSSO SÉCULO 1930/1945 (II). V. 2. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

COSTA, Elmar Bones ( coord.). História Ilustrada do Rio Grande do Sul. Porto

Alegre: RBS, 2004.

GOMES, Arilson dos Santos. Aparecendo na foto: representações do negro na

fotografia em Porto Alegre no final do século XIX e início do século XX. In Histórias

de Trabalho. Coletivo. Livro resultante do 13º Concurso História de Trabalho 2006.

Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre.

Porto Alegre - RS. Agosto de 2007.

Page 15: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

GRAEBIN, Cleusa Maria; PENNA, Rejane. História, memória e instituições:

obstáculos e resistências à inserção das fontes orais em arquivos e museus. Oralidades:

revista de história oral, Ano 1, n. 1, jan/jun 2007

FISCHMANN, Gustavo E. Reflexões sobre imagens, cultura visual e pesquisa

educacional. In CIAVATA, Maria e ALVES, Nilda (org.) A leitura de Imagens na

pesquisa social: história, comunicação e educação. São Paulo: Cortez, 2004

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000.

KOSSOY, Boris. Imagem fotográfica e histórica. História Viva, São Paulo, n 27, jan.

2000.

______, Boris. Os tempos da fotografia: o efêmero e o perpétuo. Cotia, SP: Ateliê

Editorial, 2007.

LEITE, Miriam Moreira. Retratos de família: leitura da fotografia histórica. São

Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.

LEVI, Giovanni. Sobre a micro-história. In: BURKE, Peter. (Org.) A escrita da

história: novas perspectivas. São. Paulo: UNESP, 1992, p. 133-161.

MARTIN, Jesus Izquierdo. Disciplina e eventualidade; historiadores, conhecimento e

ensino do passado. In: CARRETERO, Mario; ROSA, Alberto; GONZALES, Maria

Fernanda (Orgs). Ensino da História e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed,

2007.

MARQUES, Mário Osório; GRZYBOWSKI, Lourdes Carvalho. História visual da

formação de Ijuí, Rio Grande do Sul. Ijuí/RS: Unijuí. Ed. 1990.

MAUAD, Ana Maria. Fotografia e história, possibilidades de análise. In CIAVATA,

Maria eALVES, Nilda (orgs.) A leitura de Imagens na pesquisa social: história,

comunicação e educação. São Paulo: Cortez, 2004

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Memória e cultura material: documentos

pessoais no espaço público. Disponível em

<http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/238.pdf>. Acesso: 09 nov. 2008.

MONTEIRO, Charles. Porto Alegre e suas escritas: história e memórias da cidade.

Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. v. 1. 550 p.

Page 16: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto história:

revista do programa de estudos pós graduados em história e do departamento de

História da PUC RS. São Paulo, SP, Brasil: 1981.

PAIVA, Antônio Crístian Saraiva. Sujeito e laço social: a produção de subjetividade

na arqueogenealogia de Michel Foucault. Fortaleza, CE: Secretaria da Cultura e

Desporto do estado, 2000.

PENNA, Rejane; GAYESKI, Miguel; CORBELINI, Darnis. Rio Branco: Canoas –

para lembrar quem somos. 2. ed. Canoas: Gráfica e Editora La Salle, 2005.

PESAVENTO, Sandra Jathay. História & História Cultural. 2. Ed. Belo Horizonte:

Autêntica, 2005.

______, Sandra Jathay. O corpo e a alma do mundo: a micro história e a construção

do passado. Disponível em <http://www.unisinos.br/publicacoes_cientificas/images/s-

tories/sumario_historia/vol10n8/18historian10vol8_artigo12.pdf>. Acesso: 20 jun.

2009.

POSSAMAI, Zita Rosane. O circuito social da fotografia em Porto Alegre (1922 e

1935). Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S01014714200600-

0100009&script-=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso: 25 set. 2008.

RAMOS, Luciano Braga. Porto das Canoas, Gravataí, história e memória do

Século XX. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/14130/1/porto-das-

canoas-gravatai-his-toria-e-memoria-no-seculo-xx/pagina1.html>. Acesso em 25 maio

2009.

ROSA, Alberto. Recordar, descrever e explicar o passado. O que, como e para o futuro

de quem. In: CARRETERO, Mario; ROSA, Alberto; GONZALES, Maria Fernanda

(Orgs). Ensino da História e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.

SARDELICH, Maria Emília. Leitura de imagens e cultura visual: desenredando

conceitos para a prática educativa. Disponível em <http://www.scielo.br/pd-

f/er/n27/a13n27.pdf>. Acesso: 07 nov. 2008.

SCHMIDT, Benito Bisso. Um socialista no Rio Grande do Sul: Antônio Guedes

Coutinho (1868-1945). Porto Alegre, Editora da Universidade/UFRGS, 2000.

Page 17: HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER …€¦ · HISTÓRIA VISUAL DA FAMÍLIA DE RUBEN GEORGE BAUER - CANOAS/RS 1 Viviane Monteavaro 2 Centro Universitário La salle

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro, um monarca nos

trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

SHARPE, Jim. A História vista de baixo. In: BURKE, Peter. (Org.) A escrita da

história. São Paulo: UNESP, 1998.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos

históricos. São Paulo: Contexto, 2006.

SONTAG, Susan. Sobre fotografia. [Por: Rubens Figueiredo]. São Paulo: Companhia

das Letras, 2004. (On photography).

URBIM, Carlos. Rio Grande do Sul: um século de história. Porto Alegre: Mercado

Aberto, 1999.

VEIGA-NETO, Alfredo. Foucault e a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.