história que os camponeses contam

7/15/2019 História que os camponeses contam

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HISTÓRIA CULTURALFRANCESA

História que os camponeses contam: Significado da Mamãe Ganso

Docente: Cláudia Trindade Discentes: Daiana Ribeiro, José Batista, Paulo Paixão e Valneide

Carvalho



ROBERT DARNTON

Ele se formou na Universidade de Harvard em 1960, com a participação da

Universidade de Oxford em uma bolsa de estudos Rhodes , e obteve um Ph.D.

(D. Phil.) Na história de Oxford em 1964, onde estudou com Richard Cobb ,

entre outros. Trabalhou como repórter no The New York Times 1964-1965.

Juntando-se ao Princeton University faculdade em 1968, ele foi nomeado

Shelby Cullom Davis Professor de História Europeia e foi premiado com uma

MacArthur Fellowship em 1982. Ele atuou como presidente da American

Historical Association , em 1999.



ROBERT DARNTON Em 1 º de julho de 2007, ele se transferiu para emérito estado em

Princeton, e foi nomeado H. Pforzheimer Professor da Universidade Carl e

diretor da Biblioteca da Universidade Harvard , sucedendo Sidney Verba .

Em 1983 ele entregou o Palestra Huizinga em Leiden, na Holanda, sob o

título de The Meaning of Mother Goose .

Darnton é um pioneiro no campo da história do livro . Ele está escrevendo

sobre a publicação eletrônica . Ele é fundador do programa Gutenberg-e,patrocinado pela Fundação Mellon .

Darnton é um administrador da New York Public Library.



LINHA DE PESQUISA DO

AUTOR

França do século XVIII

Iluminismo

Revolução Francesa



CHAPEUZINHO VERMELHO



O GRANDE MASSACRE DE

GATOS

França do Século XVIII

O olhar dos psicanalistas

Erich Fromm

Bruno Bettelhaeim



OS CAMPONESES

O olhar dos camponeses

Os folcloristas franceses

Veillée

A relação dos contos com a realidade



MAMÃE GANSO



A SOCIEDADE FRANÇESA E O

ANTIGO REGIME

Com cerca de 24 milhões de habitantes a

França do final do século XVIII era o pais

mas populoso da Europa e também um

dos mais injustos.



Estava dividida em 3 ordens ou

estamentos1. Estado: Alto e Baixo Clero;

2. Estado: Nobreza

3. Estado: Camponeses e burguesia

A SOCIEDADE FRANÇESA E O

ANTIGO REGIME



A VIDA DOS CAMPONESESOs camponeses carregavam o

fardo do pagamento de

impostos. O Terceiro Estado

que sustentava os outros dois, ou

seja, 98% de miseráveis

sustentando as regalias e

privilégios de 2% de ricos



A VIDA DOS CAMPONESES



A VIDA DOS CAMPONESES

As massas de camponeses no período em estudo tinham pouco

tempo de vida sofriam com escassez de comida, alto índice demortes, ocasionado pelas doenças e fome, se encontravam em

condição de total miserabilidade viver para eles naquele

momento era lutar para sobreviver diante de tamanhadesigualdade e impossibilidade de mudanças.



OS CONTOS REPRESENTAÇÕES

DO MUNDO SOCIAL

Através dos contos os camponeses descrevem o tipo de vida e

dificuldade que a sociedade camponesa experimentavam.

Os contos franceses tem um estilo comum, que comunica

uma maneira comum de elaborar experiências, (...) mostram

como é feito o mundo e como se pode enfrentá-lo.” (DARNTON, 1988, p.92)




DO MUNDO SOCIAL

O Gato de Botas



OS CONTOS REPRES ENTAÇÕES

DO MUNDO SOCIAL

O Pequeno Polegar




DO MUNDO SOCIAL

Cinderela



A MAMÃE GANSO INGLESA



COMPARAÇÕES ENTRE OS

CONTOS



PÁGINA 21:

“O UNIVERSO MENTAL dos iluminados, durante o

Iluminismo, parece estar irrecuperavelmente perdido. É tãodifícil, se não impossível, situar o homem comum do século

XVIII, que parece tolice pesquisar sua cosmologia. Mas, antes

de desistir da tentativa, talvez fosse útil esquecer a nossa

descrença e lembrar uma história – uma história que todosconhecem, embora em versão diferente...



PÁGINA 26:

“Na verdade, no entanto, os contos

populares são documentos históricos.

Surgiram ao longo dos séculos e sofreram

diferentes transformações, em diferentestradições culturais.”



CHAPEUZINHO VERMELHO

SÉCULO XXI



REFLEXÃO:

“Rejeitar os contos populares porque não podem ser datados nem

situados com precisão, como outros documentos históricos, é virar as

costas a um dos poucos pontos de entrada do universo mental dos

camponeses, nos tempos do Antigo Regime.” Página 32

Nós como futuros Historiadores temos que trabalhar com as fontes

que encontrarmos, não com as que desejamos.

Isso sem dúvida é um dos nossos grandes desafios.



Registros, página 30

“O folcloristas franceses registraram cerca

de dez mil contos, em muitos dialetos

diferentes, em todos os recantos da França e

dos territórios de idioma francês.”



Chapeuzinho Vermelho de Gustave

Doré



Página 30

“A maioria dos contos do repertório francês foi recolhida

por escrito entre 1870 e 1914, durante “a Idade de Ouro da

pesquisa dos contos populares da França” e quem narrou as

histórias foram os camponeses que as haviam aprendido na

infância, muito antes de a alfabetização se disseminar no

campo.”



PÁGINA 30-31

Como todos os contadores de

histórias, os narradores camponeses

adaptavam o cenário de relatos ao seu

próprio meio...



Página 35:

“Sem dúvida, o processo de

transmissão afeta as histórias de

maneiras diferentes em culturas

diferentes.”



CARACTERÍSTICA DOS

CONTOS FRANCESES:

“O desejo habitualmente é por comida, nos contos do camponeses, e

jamais é ridículo.

Quando recebe varinhas de condão, anéis mágicos, ou auxiliares

sobrenaturais, o primeiro pensamento do herói é sempre comida.

Em geral o narrador camponês não descreve a comida com detalhes.

Destituído de qualquer noção de gastronomia*, simplesmente enche o

prato de seu herói; e, se quer dar um toque extravagante, acrescenta:“Havia até guardanapos”. “Página 52



CARACTERÍSTICAS DOS

CONTOS FRANCESES

“Mas empaturrem-se eles de carne ou papa, a barriga cheia vem

em primeiro lugar, entre os desejos dos heróis camponeses da França.

Comer até encher, comer até a exaustão do apetite ( manger à as

faim ), era o principal prazer que tentava a imaginação dos camponeses

e que raramente realizavam em sua vidas.” Página 53

“a satisfação dos desejos se torna um programa para a

sobrevivência, não uma fantasia ou fuga.” Página 54



Gato de Botas de Paul Gustave Doré



CONTOS FRANCESES E

INGLESES

“ De modo geral, portanto, os versos da Inglaterra têm alguma

afinidade com os contos da França. Não são realmente comparáveis, no

entanto, porque pertencem a gêneros diferentes. Embora os francesescantassem alguns contines (versos ritmados) e canções de ninar para seus

filhos, jamais criaram nada parecido com os versos infantis ingleses; e os

ingleses jamais criaram um repertório tão rico de contos populares como

os franceses.

Os contos populares ingleses têm muito da fantasia, do humor e dos

detalhes elaborados que aparecem nas histórias infantis em versos. Página

63-64



CONTOS FRANCESES E

INGLESES

Os contos ingleses apresentam “uma

numerosa população de fantasmas e

duendes, o universo dos contos ingleses

parece muito mais prazenteiro.” Página 64



CONTOS FRANCESES E

ITALIANOS

“Quando se mistura uma variante italiana

as diferentes modalidades de mesmo tipo de

conto, pode-se observar que o clima muda,

da fantasia inglesa para astúcia francesa e oburlesco italiano. Página 66



CONTOS FRANCESES E ITALIANOS

Em um mesmo contos temos as seguintes variações: no inglês o

herói (Jack) conta com a ajuda de um anão para resgatar a bela

princesa.

no francês (Jean) conta com astúcia após ser traído por

companheiros.

No italiano o herói (um padeiro) enfrenta os mesmo perigos*,

mas faz com espírito de bufonaria, além da bravura.



ITALIANOS E ALEMÃES

“Os aspectos bufão e maquiavélico dos contos italianos

transparece com força ainda maior quando os comparamoscom os alemães.” Página 67

As versões alemães dos contos seguem a mesma linha

narrativa, mas há acréscimos de toques macabros* , enquanto a

versão italiana emprega o humor. Página 67



FRANCESES E ALEMÃES

“Enquanto os contos germânicos mantêm um tom de

terror e fantasia, os franceses enfatizam o humor e adomesticidade.

Enquanto os contos franceses tendem a ser realistas,

grosseiros, libidinosos e cômicos.

Os alemães partem para a sobrenatural, o poético, o exótico

e o violento.” Página 75



FRACESES E ALEMÃES:

Pássaros de fogo acomodam-se nos

galinheiros. Elfos, demônios, espíritos da

floresta, toda panóplia indo-européia de

seres mágicos reduz-se, na França, a duasespécies, os ogres e as fadas.



ELFOS , OGROS E FADAS



EM SUMA

“Embora cada história se prenda a mesma estrutura, as versões das

diferentes tradições produzem efeitos inteiramente diversos -burlesco

, nas versões italianas; horríficos, nas alemães; dramáticos, nas

francesas; e humorísticos, nas inglesas. Página 69

Nós como futuros Historiadores temos que trabalhar com as

fontes que encontrarmos, não com as que desejamos.

Isso sem dúvida é um dos nossos grandes desafios.



CONTOS COMO FORMA DE

RESISTÊNCIA?

Se o mundo é cruel, a aldeia nada amena e a humanidade

infestada de patifes, o que se deve fazer? (pg: 80)

Sempre que um conto francês e um alemão segue o

mesmo padrão, eles acabam andando para um caminho

oposto.



O herói pertence ao mesmo tipo de vítima.

As características principais desse personagens e suaidentificação nos nomes.

Quando analisado esses aspectos, constrói-se o tipoideal.

A estupidez é um convite ao desastre.

O personagem se distingui não só pela astúcia, mastambém pela fragilidade, e seus adversários sedistinguem pela força, e também pela estupidez.(pg: 82)



O gigante de Jean de l’Ours , o gigante de Le Conte de Parle ,

o gigante de La Souer Infidèle, e os L’Homme sauvage e Le

Petit Forgeron .

Ligação explicita esta

em contos como Le Capricorne .

A obscenidade podeter causado algumasgargalhadas explosivasem torno das lareiras.



READAPTAÇÃO DOS CONT OS E

O ESPIRITO FRANCÊS

Perrault simbolizava o contato

entre dois universos distintos.

A versão de Perrault fez os

contos entrarem no fluxo da

cultura popular.



Comparar a magra Mamãe Ganso de Perrault com o vasto

folclore francês é um erro.

Esses grupos não habitavam universos mentais separados,tinham muita coisa em comum: um estoque de contos em

comum.

Insistir no espirito francês desses relatos não é cair naromantização do espirito nacional, mas reconhecer, emcerta medida, a existência de estilos culturais distintos, oque afasta os franceses, ou a maioria deles, de outrospovos identificados na época, como alemães, italianos eingleses.



VARIAÇÕES DE UM CONTO



REFERÊNCIA DAS IMAGENS

Robert Darton. Encontrado no Wikipédia, dia 10/06/2013.



REFERÊNCIA

DARNTON, Robert. História que os camponeses contam:

siginificado da Mamãe Ganso. In: O Grande Massacre dos Gatos e

Outros Episódios da História Cultural Francesa. 2ed. Rio de

Janeiro: Graal, 1986.p 21 a 101

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