história - pré-vestibular impacto - sociologia - poder e representação modelos de democracia

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ITA:06/05/08 PODER E REPRESENTAÇÃO: MODELOS DE DEMOCRACIA FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!! PROFº: EDILSON VIANA Fale conosco www.portalimpacto.com.br VESTIBULAR – 2009 CONTEÚDO A Certeza de Vencer 09 1 - Em seu significado mais geral, a palavra poder é a posse aos meios que levam à produção de efeitos desejados. - O poder tem o sentido especificamente social, ou seja, na sua relação com a vida do homem em sociedade, o poder torna- se mais preciso e seu espaço conceitual pode ir desde a capacidade geral de agir, até à capacidade do homem em determinar o comportamento do homem; poder do homem sobre o homem - O homem é não só o sujeito, mas também o objeto do poder social. Exemplo: É poder social a capacidade que um pai tem para dar ordens a seus filhos ou a capacidade de um Governo de dar ordens age cidadãos. Atenção: NÃO é poder social a capacidade de controle que o homem tem sobre a natureza numa utilização que faz dos recursos naturais (...) O poder social não é uma coisa ou a sua posse: e uma relação entre pessoas (Stoppino, 2000: p.33-4). - É impossivel estudar uma sociedade sem fazer referência à política que a organizou e a manteve. Da mesma forma, não existe a possibilidade de discorrer a respeito do Estado sem esbarrar no conceito de poder. - Ter o poder é dispor de autoridade para governar. O poder supõe, conseqüentemente, a existência de dois elementos: de quem tem a autoridade para exercer o poder e daquele sobre o qual se exerce o poder; do governante e do governado; de quem manda e de quem é mandado; de quem dá as ordens e de quem as cumpre. SE LEVARMOS EM CONTA O MEIO DO QUAL SE SERVEO DETENTOR DO PODER PARA CONSEGUIR OS EFEITOS DESEJADOS, DESTACAMOS TRÊS FORMAS DE PODER; ECONÓMICO, IDEOLÓGICO E O POLÍTICO. 1. Econômico - Utiliza a posse de certos bens socialmente necessários para induzir aqueles que não os possuem adotar determinados comportamentos, como, por exemplo, realizar determinado trabalho. Esse poder preocupa-se em garantir o domínio da riqueza controlando a organização das forças produtivas (por exemplo: o tipo de produção e o alcance de consumo das mercadorias). 2. Ideológico - Utiliza a posse de certas idéias, valores, doutrinas para influenciar a conduta alheia, induzindo as pessoas a determinados modos de pensar e agir. Ainda preocupa-se em garantir o domínio sobre o saber controlando a organização do consenso social (por exemplo: os meios de comunicação de massa - televisão, jornais, rádios, revistas, ete). 3. Político - Utiliza a posse dos meios de coerção social, isto é, o uso da força física considerada legal ou autorizada pelo direito vigente na sociedade. Preocupa-se em garantir o domínio da força Institucional e jurídica controlando os instrumentos de coerção social (por exemplo: forças armadas, órgãos de fiscalização, policia, tribunais, etc.) Observações: "Como poder cujo meio específico é a força, de longe o meio mais eficaz para condicionar os comportamentos, o poder política é, em toda a sociedade de desiguais, o poder supremo, ou seja, o poder ao qual todos os demais estão de algum modo subordinados." BOBBIO, Noberto. Dicionário de política, p. 995- 96. "O que têm em comum essas três formas de poder é que elas contribuem conjuntamente para instituir e manter sociedades de desiguais divididas em fortes e fracos, com base no poder político, em ricos e pobres, com bases no poder econômico; em sábios e Ignorantes, com base no poder ideológico." BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade. Para uma teoria geral do poder. P. 83 GEORG W. F. HEGEL (1770-1831) Segundo Georg W. F. Hegel (1770 -1831), o que leva o ser humano a desejar o poder não é apenas a vontade de dominar os outros homens , mas também a vontade de ser amado e reconhecido. Hegel, em seu livro Fenomenologia do Espirito, nos ensina que o homem só se torna realmente humano quando, além de satisfazer os desejos puramente animalescos - como comer e beber -, lança-se à luta Dela conquista do poder. O animal tem por preocupação máxima a sobrevivência biológica; o homem, para conquistar a liberdade (para não viver escravizado) luta pelo poder e coloca a sua vida biológica em risco. A condição humana pressupõe dominar e ser reconhecido como dominador. A luta pelo poder tem sido, de uma forma ou de outra , a mola propulsora da história das civilizações. A história dos povos é determinada pêlos grupos, pelas classes, pelos partidos, pelas personalidades que exerceram o poder. Assim, a posse do poder possibilita maior liberdade de agir sobre outras pessoas. Importante dizer aqui que o poder não nos é dado gratuitamente: ele tem de ser conquistado. E após a sua conquista, a luta continua para que ele seja mantido. Toda sociedade abriga interesses diversos e nela há governantes (que jamais renunciam ao poder espontaneamente) e governados (entre eles, muitos lutam para assumir o poder). Por decorrência, a luta pelo poder sempre existirá, A luta pela conquista do poder nos tem levado, ao longo da história, as duas dimensões do ser humano: a animalidade (quando há violência) e a racionalidade (quando a conquista se dá por meios pacíficos). Quando há violência na luta pelo poder, o homem se equipara aos animais que se entredevoram para continuar sobrevivendo. Os assassinatos, as revoluções, os golpes de estado, as guerras (internas e externas) têm constantemente manchado de sangue as páginas da história da humanidade. A dimensão racional do ser humano se coloca em evidência nos processos pacíficos da luta pelo poder. Se até se pode justificar a necessidade de exercer a autoridade, colocando as tropas na uma para que se mantenha a ordem social, não é essa a condição para que o poder seja duradouro. Muito mais importante que a força física e violenta , para haver poder - poder legitimo - há necessidade de consentimento. A luta sem violência para conquista do poder ocorre nos regimes livres - democráticos -, em que todos os homens, em princípio , são considerados iguais e, portanto, todos têm condições de participar do exercício do poder. Apesar as deficiências que possam apresentar, as eleições são o processo mais racional de luta pacifica pela conquista do poder. Pressupondo a liberdade da defesa de ideais, do debate, da critica, da oposição ... as eleições excluem a violência. Pela manifestação livre da vontade do povo, o voto assegura a

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Page 1: História - Pré-Vestibular Impacto - Sociologia - Poder e Representação Modelos de Democracia

ITA:06/05/08

PODER E REPRESENTAÇÃO: MODELOS DE DEMOCRACIA

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

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A Certeza de Vencer

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1

- Em seu significado mais geral, a palavra poder é a posse aos meios que levam à produção de efeitos desejados. - O poder tem o sentido especificamente social, ou seja, na sua relação com a vida do homem em sociedade, o poder torna-se mais preciso e seu espaço conceitual pode ir desde a capacidade geral de agir, até à capacidade do homem em determinar o comportamento do homem; poder do homem sobre o homem - O homem é não só o sujeito, mas também o objeto do poder social. Exemplo: É poder social a capacidade que um pai tem para dar ordens a seus filhos ou a capacidade de um Governo de dar ordens age cidadãos. Atenção: NÃO é poder social a capacidade de controle que o homem tem sobre a natureza numa utilização que faz dos recursos naturais (...)

O poder social não é uma coisa ou a sua posse: e uma relação entre pessoas (Stoppino, 2000: p.33-4). - É impossivel estudar uma sociedade sem fazer referência à política que a organizou e a manteve. Da mesma forma, não existe a possibilidade de discorrer a respeito do Estado sem esbarrar no conceito de poder. - Ter o poder é dispor de autoridade para governar. O poder supõe, conseqüentemente, a existência de dois elementos: de quem tem a autoridade para exercer o poder e daquele sobre o qual se exerce o poder; do governante e do governado; de quem manda e de quem é mandado; de quem dá as ordens e de quem as cumpre. SE LEVARMOS EM CONTA O MEIO DO QUAL SE SERVEO DETENTOR DO PODER PARA CONSEGUIR OS EFEITOS DESEJADOS, DESTACAMOS TRÊS FORMAS DE PODER; ECONÓMICO, IDEOLÓGICO E O POLÍTICO. 1. Econômico - Utiliza a posse de certos bens socialmente necessários para induzir aqueles que não os possuem adotar determinados comportamentos, como, por exemplo, realizar determinado trabalho. Esse poder preocupa-se em garantir o domínio da riqueza controlando a organização das forças produtivas (por exemplo: o tipo de produção e o alcance de consumo das mercadorias). 2. Ideológico - Utiliza a posse de certas idéias, valores, doutrinas para influenciar a conduta alheia, induzindo as pessoas a determinados modos de pensar e agir. Ainda preocupa-se em garantir o domínio sobre o saber controlando a organização do consenso social (por exemplo: os meios de comunicação de massa - televisão, jornais, rádios, revistas, ete). 3. Político - Utiliza a posse dos meios de coerção social, isto é, o uso da força física considerada legal ou autorizada pelo direito vigente na sociedade. Preocupa-se em garantir o domínio da força Institucional e jurídica controlando os instrumentos de coerção social (por exemplo: forças armadas, órgãos de fiscalização, policia, tribunais, etc.) Observações:

"Como poder cujo meio específico é a força, de longe o meio mais eficaz para condicionar os comportamentos, o poder política é, em toda a sociedade de desiguais, o poder supremo, ou seja, o poder ao qual todos os demais estão de algum modo subordinados." BOBBIO, Noberto. Dicionário de política, p. 995-96.

"O que têm em comum essas três formas de poder é que elas contribuem conjuntamente para instituir e manter sociedades de desiguais divididas em fortes e fracos, com base no poder político, em ricos e pobres, com bases no poder econômico; em sábios e Ignorantes, com base no poder ideológico." BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade. Para uma teoria geral do poder. P. 83

GEORG W. F. HEGEL (1770-1831)

Segundo Georg W. F. Hegel (1770 -1831), o que leva o ser humano a desejar o poder não é apenas a vontade de dominar os outros homens , mas também a vontade de ser amado e reconhecido. Hegel, em seu livro Fenomenologia do Espirito, nos ensina que o homem só se torna realmente humano quando, além de satisfazer os desejos puramente animalescos - como comer e beber -, lança-se à luta Dela conquista do poder. O animal tem por preocupação máxima a sobrevivência biológica; o homem, para conquistar a liberdade (para não viver escravizado) luta pelo poder e coloca a sua vida biológica em risco.

A condição humana pressupõe dominar e ser reconhecido como dominador.

A luta pelo poder tem sido, de uma forma ou de outra , a mola propulsora da história das civilizações. A história dos povos é determinada pêlos grupos, pelas classes, pelos partidos, pelas personalidades que exerceram o poder.

Assim, a posse do poder possibilita maior liberdade de agir sobre outras pessoas.

Importante dizer aqui que o poder não nos é dado gratuitamente: ele tem de ser conquistado. E após a sua conquista, a luta continua para que ele seja mantido. Toda sociedade abriga interesses diversos e nela há governantes (que jamais renunciam ao poder espontaneamente) e governados (entre eles, muitos lutam para assumir o poder). Por decorrência, a luta pelo poder sempre existirá, A luta pela conquista do poder nos tem levado, ao longo da história, as duas dimensões do ser humano: a animalidade (quando há violência) e a racionalidade (quando a conquista se dá por meios pacíficos).

Quando há violência na luta pelo poder, o homem se equipara aos animais que se entredevoram para continuar sobrevivendo. Os assassinatos, as revoluções, os golpes de estado, as guerras (internas e externas) têm constantemente manchado de sangue as páginas da história da humanidade.

A dimensão racional do ser humano se coloca em evidência nos processos pacíficos da luta pelo poder. Se até se pode justificar a necessidade de exercer a autoridade, colocando as tropas na uma para que se mantenha a ordem social, não é essa a condição para que o poder seja duradouro. Muito mais importante que a força física e violenta , para haver poder - poder legitimo - há necessidade de consentimento.

A luta sem violência para conquista do poder ocorre nos regimes livres - democráticos -, em que todos os homens, em princípio , são considerados iguais e, portanto, todos têm condições de participar do exercício do poder.

Apesar as deficiências que possam apresentar, as eleições são o processo mais racional de luta pacifica pela conquista do poder.

Pressupondo a liberdade da defesa de ideais, do debate, da critica, da oposição ... as eleições excluem a violência. Pela manifestação livre da vontade do povo, o voto assegura a

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FAÇO IMPACTO – A CERTEZA DE VENCER!!!

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legitimidade do poder. Pelas eleições, num regime democrático, o poder político:

Não é usurpado, mas consentido; Não é herdado nem vitalício, pois é exercido por

representantes da maioria por um tempo determinado; Por emanar do povo em geral, não é privilégio de poucas

pessoas (de um grupo ou de uma classe), pois todos os setores da sociedade têm o direito de candidatar-se a ele;

É transparente, porque as informações sobre as decisões governamentais devem circular livremente;

E legitimo, pois existem leis que o asseguram.

EXERCÍCIOS 01. (UEL-2004) Leia o poema.

"Sinto no meu corpo/ a dor que angustia/ a lei ao meu redor/ a lei que eu não queria. Estado violência/ Estado hipocrisia/ a lei que não é minha/A lei que eu não queria(...)” Titãs. In. Cabeça Dinossauro. 1986

A letra revela posicionamentos comuns a certo meio do poder social do homem em sociedade. Qual meio, respectivamente, do poema faz referência?

a) Uma relação do homem com a natureza, neste caso, "a lei ao meu redor". b) Uma relação entre pessoas, neste caso, a influência nítida do meio económico, no qual o homem exerce o poder ilimitado sobre o corpo humano. c) Um poder político que se utiliza da posse dos meios de coerção social, expresso no poder judiciário, que representa o uso da força física, da violência. d) Uma atitude progressista, visto que as leis atendem as necessidades dos vários seguimentos sociais estabelecidos. e) Uma relação entre pessoas, assim, leva-se em consideração a situação histórica atual, quando a lei, poder político, ampara em todos os casos, os conflitos existentes. 02. (OFICINA UFPA-2005) Em relação à questão do poder social.

I. O homem não é só o sujeito, mas também o objeto do poder social. II. Um exemplo de poder social é a capacidade de um pai tem para dar ordens a seus filhos. III. O poder social não é uma coisa ou a sua posse: é uma relação entre pessoas. IV. O meio económico utiliza a posse de certos bens socialmente necessários para induzir aqueles que não os possuem adotar determinados comportamentos, como, por exemplo, realizar determinado trabalho.

A correta é:

a) l, II, III d) l, III b) l, II e) II, IV c) l, II, III, IV

03. (UEU-2004) Na Fenomenologia do Espírito, de Georg Hegel (1770-1831) afirmar sobre o poder.

I. Como exemplo do poder temos Hitter que conquistou o poder político e, como consequência, usou o meio ideológico para ser amado e reconhecido pelo povo alemão. II. O poder não é estático, mas dinâmico, e em seu movimento apresenta momentos que se contradizem entre si, visto os interesses de dominados e dominadores. III. A luta pelo poder é o motor da história, visto que, se compõem de grupos, classes, partidos e pelas personalidades humanas. Estão corretas apenas as afirmativas:

a) l e III. b) l e II. c) II e III. d) l, II e III. e) l.

04. (UEL-2005) Observe a figura e responda à questão:

Com base na charge e nos conhecimentos sobre o meio politico e econômico do poder social, é correto afirmar:

a) As dificuldades de acesso aos direitos sociais elementares (moradia, saúde e alimentação) têm origem na forma como se distribuem os bens materiais e as leis. b) A Constituição de 1988 introduziu uma série de benefícios sociais que privilegiaram as famílias dos estratos médios em detrimento da população em geral. c) O texto da charge assegura em sua formulação jurídica conquistas sociais e individuais aos cidadãos brasileiros. d) "Todo o brasileiro tem direito à moradia" se configura uma prática geral, principalmente, quando o Estado se compromete em investir nos programas de habitação. e) O texto demonstra que o poder económico se estabelece como mediador das causas sociais, basta verificar, na política de distribuição de renda no pais.

05. O texto que segue é do poeta cearense António Gonçalves da Silva, 'o Patativa do Assaré, cantador do drama dos caboclos nordestinos e dos pobres do Brasil.

BRASI DE CIMA E BRASIL DE BAXO

Meu compadre Zé Fulo,/ Meu amigo e companhêro,/ Faz quage um ano que eu tou/ Neste Rio de Janêro;/ Eu sai do Cariri/ Maginando que isto aqui/ Era uma terra de sorte,/ Mas fique sabendo tu/ Que a miséria aqui do Su/ É esta mesma do Norteste./ Tudo o que procuro acho./ Eu pude vê neste crima,/ Que tem o Brasi de Baxo/E tem o Brasi de Cima./ Brasi de Baxo, coitado! É um pobre abandonado;/ O de Cima tem cartaz,(..,) (PATATIVA DO ASSARÉ. Cante lá que eu canto cá 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1978, p. 271- 72.) Segundo a interpretação do poeta sobre o problema da pobreza, relevando em consideração a influência dos meios do poder social, é correto afirmar: I. A pobreza atinge principalmente os moradores da região Nordeste, chamada por ele de "Brasi de baxo", visto a influência do poder político do centro do pais. II. Na origem da pobreza está o domínio do acaso e do azar, predominando a riqueza em regiões privilegiadas como o Rio de Janeiro. Ill. A pobreza deve-se também pelas diferenças de idéias (discursos de dominação sobre a região, entre outras) que existem entre os brasileiros do sul e os do norte. IV. O modelo econômico(meio) brasileiro, a pobreza atinge tanto a população nordestina como a do sul do país, dividindo os brasileiros em duas categorias de pessoas. a) l, III, IV. b) II, III e IV, c) Apenas IV. d) Apenas III. e) Todos os itens corretos.