história - pré-vestibular impacto - filosofia e ciência

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GE180208 FILOSOFIA E CIÊNCIA Frente: 01 Aula: 02 PROFº: KEZIA A Certeza de Vencer FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!! Fale conosco www.portalimpacto.com.br ENSINO MÉDIO - 2008 1.1- RELAÇÃO E DISTINÇÃO ENTRE FILOSOFIA E CIÊNCIA No século XVII, a partir da revolução metodológica iniciada por Galileu, as ciências particulares começam a delimitar seu campo específico de pesquisa. Pouco a pouco, desde esse período até os tempos atuais, ciências como a física, astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia, economia etc. se especializam e investigam "recortes" do real. Apesar dessa separação entre o objeto da filosofia e das ciências, o filósofo continua tratando da mesma realidade apropriada pelas ciências, uma vez que jamais renuncia a considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade. Como vimos, a visão da filosofia é de conjunto, ou seja, o problema nunca é examinado e modo parcial, mas sempre relacionando cada aspecto com os outros do contexto em que está inserido. Se a ciência tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar a fragmentação do real, daí sua função de interdisciplinaridade, buscando estabelecer o elo entre as diversas formas do saber e do agir. A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão critica a respeito dos fundamentos desse conhecimento e desse agir. Por exemplo, se a física ou a química se denominam ciências e usam determinado método, não é da alçada do próprio físico ou do químico saber o que é ciência, o que distingue esse conhecimento de outros, o que é método, qual a sua validade, e assim por diante. Eles até podem dedicar-se a esses assuntos, mas, quando o fazem, estão colocando questões filosóficas. O mesmo acontece quando, por exemplo, o psicólogo define o conceito de liberdade, o que já significa fazer filosofia. Mais uma diferença entre filosofia e ciência: os resultados das investigações científicas e a sua verificabilidade permitem uniformidade de conclusões e, com isso, a ciência adquire maior objetividade. Nesse sentido, a ciência trabalha com juízos de realidade, já que de uma forma ou de outra pretende mostrar como os fenômenos ocorrem, quais as suas relações e, conseqüentemente, como prevê-los. De modo diferente, a filosofia faz juízos de valor, porque o filósofo parte da experiência vivida e vai além dessa constatação, não vê apenas como é, mas como deveria ser. Por exemplo, discute qual o valor do método científico, ou quais as consequências éticas de um experimento. A filosofia julga o valor do conhecimento e da ação, sai em busca do significado: filosofar é dar sentido à experiência. 1.2-SURGIMENTO DA CIÊNCIA MODERNA E SUAS CARACTERÍSTICAS A religião, suporte do saber na Idade Média, a partir do final daquele período e durante o Renascimento vinha sofrendo diversos abalos com o questionamento da autoridade papal, o advento do protestantismo e a consequente destruição da unidade religiosa. Ao critério da fé e da revelação, o indivíduo moderno opõe o poder exclusivo da razão de discernir, distinguir e comparar. Ao dogmatismo, opõe a possibilidade da dúvida. Ao desenvolver a mentalidade critica, questiona a autoridade da Igreja e o saber aristotélico. Assume uma atitude polêmica perante a tradição. Só a razão é capaz de conhecer. O que vemos se afirmar é uma característica importante do pensamento moderno: o racionalismo. Uma das expressões mais claras desse racionalismo é o interesse pelo método. Embora o método tenha sido sempre objeto de discussão na filosofia, nunca o foi com a intensidade e a prioridade que lhe dedicaram os filósofos do século XVII. Até então a filosofia se debruçara sobre o problema do ser, mas na Idade Moderna se volta para as questões do conhecer. Enquanto o pensamento antigo e medieval parte da realidade inquestionada do objeto e da capacidade humana de conhecer, surge na Idade Moderna a preocupação com a "consciência da consciência". Antes se perguntava: "Existe alguma coisa?","Isto que existe, o que é?".Agora o problema não é saber se as coisas são, mas se nós podemos eventualmente conhecer qualquer coisa. Das questões epistemológicas, isto é, relativas ao conhecimento, deriva a ênfase que marcará a filosofia daí por diante. Nessa virada temática, dá-se também outra inversão: enquanto o filósofo antigo não questiona a realidade do mundo, René Descartes (1596-1650), seguindo rigorosamente o caminho, o método por ele estabelecido, começa duvidando de tudo, até reconhecer como indubitável a própria existência. E na descoberta da subjetividade que residem as variações do novo tema. O filósofo passa a se preocupar com o sujeito que conhece, mais do que com o objeto conhecido. E tão importante a questão do método no século XVII que Descartes a coloca como ponto de partida do seu filosofar. A dúvida metódica é um artifício com que demole todo o edifício construído do saber para recomeçar tudo de novo. O método adquire um sentido de invenção e descoberta, e não mais a possibilidade de demonstração organizada do que já é sabido. Outros filósofos, além de Descartes, também se dedicam ao problema do método, tais como Francis Bacon, Locke, Hume, Espinosa. O método filosófico passa por profunda transformação até hoje não cessa de desencadear as mais diversas polêmicas. O próprio Galileu, também no século XVII, teoriza sobre o método científico, que significou uma verdadeira revolução: é justamente nesse momento que a ciência rompe com a filosofia aristotélico-escolástica e sai em busca do seu próprio caminho. Outra característica do pensamento moderno é o antropocentrismo. Enquanto o pensamento medieval é predominantemente teocêntrico (centrado na figura de Deus), o indivíduo moderno coloca a si próprio no centro dos interesses e decisões.Ao prevalecimento da explicação religiosa do mundo, é contraposta a laicização do saber, da moral, da política, que é estimulada pela capacidade de livre exame. Da mesma forma que em ciência se aprende a ver com os próprios olhos, até na religião os adeptos da Reforma defendem o acesso direto ao texto bíblico, dando a cada um o direito de interpretá-lo. O que se observa nas grandes mudanças ocorridas no período é uma valorização do saber ativo em oposição ao saber contemplativo dos antigos. O conhecimento não parte apenas de noções e princípios, mas da própria realidade observada e submetida a experimentações. Da mesma forma, o saber deve retornar ao mundo para transformá-lo. Dá-se a aliança da ciência coro a técnica.

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FILOSOFIA E CIÊNCIA

Frente: 01 Aula: 02

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1.1- RELAÇÃO E DISTINÇÃO ENTRE FILOSOFIA E CIÊNCIA

No século XVII, a partir da revolução metodológica iniciada por Galileu, as ciências particulares começam a delimitar seu campo específico de pesquisa. Pouco a pouco, desde esse período até os tempos atuais, ciências como a física, astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia, economia etc. se especializam e investigam "recortes" do real.

Apesar dessa separação entre o objeto da filosofia e das ciências, o filósofo continua tratando da mesma realidade apropriada pelas ciências, uma vez que jamais renuncia a considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade. Como vimos, a visão da filosofia é de conjunto, ou seja, o problema nunca é examinado e modo parcial, mas sempre relacionando cada aspecto com os outros do contexto em que está inserido.

Se a ciência tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar a fragmentação do real, daí sua função de interdisciplinaridade, buscando estabelecer o elo entre as diversas formas do saber e do agir.

A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão critica a respeito dos fundamentos desse conhecimento e desse agir. Por exemplo, se a física ou a química se denominam ciências e usam determinado método, não é da alçada do próprio físico ou do químico saber o que é ciência, o que distingue esse conhecimento de outros, o que é método, qual a sua validade, e assim por diante. Eles até podem dedicar-se a esses assuntos, mas, quando o fazem, estão colocando questões filosóficas. O mesmo acontece quando, por exemplo, o psicólogo define o conceito de liberdade, o que já significa fazer filosofia.

Mais uma diferença entre filosofia e ciência: os resultados das investigações científicas e a sua verificabilidade permitem uniformidade de conclusões e, com isso, a ciência adquire maior objetividade. Nesse sentido, a ciência trabalha com juízos de realidade, já que de uma forma ou de outra pretende mostrar como os fenômenos ocorrem, quais as suas relações e, conseqüentemente, como prevê-los. De modo diferente, a filosofia faz juízos de valor, porque o filósofo parte da experiência vivida e vai além dessa constatação, não vê apenas como é, mas como deveria ser. Por exemplo, discute qual o valor do método científico, ou quais as consequências éticas de um experimento. A filosofia julga o valor do conhecimento e da ação, sai em busca do significado: filosofar é dar sentido à experiência. 1.2-SURGIMENTO DA CIÊNCIA MODERNA E SUAS CARACTERÍSTICAS

A religião, suporte do saber na Idade Média, a partir do final daquele período e durante o Renascimento vinha sofrendo diversos abalos com o questionamento da autoridade papal, o advento do protestantismo e a consequente destruição da unidade religiosa. Ao critério da fé e da revelação, o indivíduo moderno opõe o poder exclusivo da razão de discernir, distinguir e comparar. Ao dogmatismo, opõe a possibilidade da dúvida. Ao desenvolver a mentalidade critica, questiona a autoridade da Igreja e o

saber aristotélico. Assume uma atitude polêmica perante a tradição. Só a razão é capaz de conhecer.

O que vemos se afirmar é uma característica importante do pensamento moderno: o racionalismo. Uma das expressões mais claras desse racionalismo é o interesse pelo método.

Embora o método tenha sido sempre objeto de discussão na filosofia, nunca o foi com a intensidade e a prioridade que lhe dedicaram os filósofos do século XVII. Até então a filosofia se debruçara sobre o problema do ser, mas na Idade Moderna se volta para as questões do conhecer. Enquanto o pensamento antigo e medieval parte da realidade inquestionada do objeto e da capacidade humana de conhecer, surge na Idade Moderna a preocupação com a "consciência da consciência". Antes se perguntava: "Existe alguma coisa?","Isto que existe, o que é?".Agora o problema não é saber se as coisas são, mas se nós podemos eventualmente conhecer qualquer coisa. Das questões epistemológicas, isto é, relativas ao conhecimento, deriva a ênfase que marcará a filosofia daí por diante.

Nessa virada temática, dá-se também outra inversão: enquanto o filósofo antigo não questiona a realidade do mundo, René Descartes (1596-1650), seguindo rigorosamente o caminho, o método por ele estabelecido, começa duvidando de tudo, até reconhecer como indubitável a própria existência. E na descoberta da subjetividade que residem as variações do novo tema. O filósofo passa a se preocupar com o sujeito que conhece, mais do que com o objeto conhecido.

E tão importante a questão do método no século XVII que Descartes a coloca como ponto de partida do seu filosofar. A dúvida metódica é um artifício com que demole todo o edifício construído do saber para recomeçar tudo de novo. O método adquire um sentido de invenção e descoberta, e não mais a possibilidade de demonstração organizada do que já é sabido. Outros filósofos, além de Descartes, também se dedicam ao problema do método, tais como Francis Bacon, Locke, Hume, Espinosa. O método filosófico passa por profunda transformação até hoje não cessa de desencadear as mais diversas polêmicas.

O próprio Galileu, também no século XVII, teoriza sobre o método científico, que significou uma verdadeira revolução: é justamente nesse momento que a ciência rompe com a filosofia aristotélico-escolástica e sai em busca do seu próprio caminho.

Outra característica do pensamento moderno é o antropocentrismo. Enquanto o pensamento medieval é predominantemente teocêntrico (centrado na figura de Deus), o indivíduo moderno coloca a si próprio no centro dos interesses e decisões.Ao prevalecimento da explicação religiosa do mundo, é contraposta a laicização do saber, da moral, da política, que é estimulada pela capacidade de livre exame. Da mesma forma que em ciência se aprende a ver com os próprios olhos, até na religião os adeptos da Reforma defendem o acesso direto ao texto bíblico, dando a cada um o direito de interpretá-lo.

O que se observa nas grandes mudanças ocorridas no período é uma valorização do saber ativo em oposição ao saber contemplativo dos antigos. O conhecimento não parte apenas de noções e princípios, mas da própria realidade observada e submetida a experimentações. Da mesma forma, o saber deve retornar ao mundo para transformá-lo. Dá-se a aliança da ciência coro a técnica.

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Diferenças entre a ciência antiga e a moderna Quando apresentamos os ideais de científicidade,

dissemos que tanto o ideal racionalista quanto o empirista se iniciaram com os gregos. Isso, porém, não significa que a concepção antiga e a moderna século XVII) de ciência sejam idênticas.

Tomemos um exemplo que nos ajude a perceber algumas das diferenças entre antigos e modernos. Aristóteles escreveu uma Física. O objeto físico ou natural, diz Aristóteles, possui duas características principais: em primeiro lugar, existe e opera independentemente da presença, da vontade e da ação humanas; em segundo lugar, é um ser em movimento, isto é, em devir, sofrendo alterações qualitativas, quantitativas e locais; nasce, vive e morre ou desaparece. A Física estuda, portanto, os seres naturais submetidos à mudança.

O mundo, escreve Aristóteles, divide-se em duas grandes regiões naturais; cuja diferença é dada pelo tipo de substância, de matéria e de forma dos seres de cada uma delas. A região celeste, formada de Sete Céus ou Sete Esferas onde estão os astros, tem como substância o éter, matéria sutil e diáfana, forma universal que não sofre mudanças qualitativas nem quantitativas, mas apenas a mudança ou movimento local, realizando eternamente o mais perfeito dos movimentos, o circular. A segunda região é a sublimar ou terrestre, nosso mundo, constituída por quatro substâncias ou elementos - terra, água, ar e fogo -, de cujas combinações surgem todos os seres. São substâncias fortemente materiais e, portanto (como vimos no estudo da metafísica aristotélica), fortemente potenciais ou virtuais, transformando-se sem cessar. A região sublimar é o mundo das mudanças de forma, numa da passagem contínua de uma forma a outra, para atualizar o que está em potência na matéria.

Os seres físicos não se movem da mesma maneira (não se transformam nem se deslocam da mesma maneira). Seus movimentos e mudanças dependem da qualidade de suas matérias e da quantidade em que cada um dos quatro elementos materiais existe combinado com os outros num corpo.

Deixemos de lado todas as modalidades de movimentos estudadas por Aristóteles e examinemos apenas uma: o movimento local. Os corpos, diz o filósofo, procuram atualizar suas potências materiais, atualizando-se em formas diferentes. Cada modalidade de matéria realiza sua forma perfeita de maneira diferente das outras. No caso do movimento local, a matéria define lugares naturais, isto é, locais onde ela se atualiza ou se realiza melhor do que em outros. Assim, os corpos pesados (nos quais predomina o elemento terra) têm como lugar natural o centro da Terra e por isso o movimento local natural dos pesados é a queda. Os corpos leves (nos quais predomina o elemento fogo) têm como lugar natural o céu e por isso seu movimento local natural é subir. Os corpos não inteiramente leves (nos quais predomina o elemento ar) buscam seu lugar natural no espaço rarefeito e por isso seu movimento local natural é flutuar. Enfim, os corpos não totalmente pesados (nos quais predomina o elemento água) buscam seu lugar natural no líquido e por isso seu movimento local natural é boiar nas águas.

Além dos movimentos naturais, os corpos podem ser submetidos a movimentos violentos, isto é, àqueles que contradizem sua natureza e os impedem de alcançar seu lugar natural. Por exemplo, quando o arqueiro lança uma flecha, imprime nela um movimento violento, pois força a mesma a permanecer no ar, embora seu higar natural seja a terra e seu movimento natural seja a queda.

Este pequeno resumo da Física aristotélica nos mostra algumas características marcantes da ciência antiga:

• é uma ciência baseada nas qualidades percebidas nos corpos (leve, pesado, liquido, sólido, ete.);

• é uma ciência baseada em distinções qualitativas do espaço (alto, baixo, longe, perto, celeste, sublunar);

• é uma ciência baseada na metafísica da identidade e da mudança (perfeição imóvel, imperfeição móvel);

• é uma ciência que estabelece leis diferentes para os corpos segundo sua matéria e sua forma, ou segundo sua substância;

• como consequência das características anteriores, é uma ciência que concebe a realidade natural como um mundo hierárquico no qual os seres possuem um lugar natural de acordo com sua perfeição, hierarquizando-se em graus que vão dos inferiores aos superiores.

Quando comparamos a física de Aristóteles com a moderna, isto é, a que foi elaborada por Galileu e Newton, podemos notar as grandes diferenças:

• para a fisica moderna, o espaço é aquele definido pela geometria, portanto, homogêneo, sem distinções qualitativas entre alto, baixo, frente, atrás, longe, perto. É um espaço onde todos os pontos são reversíveis ou equivalentes, de modo que não há "lugares naturais" qualitativamente diferenciados;

• os objetos físicos investigados pelo cientista começam por ser purificados de todas as qualidades sensoriais - cor, tamanho, odor, peso, matéria, forma, liquido, sólido, leve, grande, pequeno, etc. -, isto é, de todas as qualidades sensíveis, porque estas são meramente subjetivas. O objeto é definido por propriedades objetivas gerais, válidas para todos os seres físicos: massa, volume, figura. Toma-se irrelevante o tipo de matéria, de forma ou de substância de um corpo, pois todos se comportam fisicamente da mesma maneira. Toma-se inútil a distinção entre um mundo celeste e um mundo sublimar, pois astros e corpos terrestres obedecem às mesmas lei, universais da fisica;

• a física estuda o movimento não como alteração qualitativa e quantitativa dos corpos, mas como deslocamento espacial que altera a massa, o volume e a velocidade dos corpos. O movimento e o repouso são as propriedades físicas objetivas de todos os corpos da Natureza e todos eles obedecem às mesmas leis - aquelas que Galileu formulou com base no princípio da inércia (um corpo se mantém em movimento indefinidamente, a menos que encontre um outro que lhe faça obstáculo ou que o desvie de seu trajeto); e aquelas formuladas por Newton, com base no princípio universal da gravitação (a toda ação corresponde uma reação que lhe é igual e contrária). Não há diferença entre movimento natural e movimento violento.

• a Natureza é um complexo de corpos formados por proporções diferentes de movimento e de repouso, articulados por relações de causa e efeito, sem finalidade, pois a idéia de finalidade só existe para os seres humanos dotados de razão e vontade. Os corpos não se movem, portanto, em busca de perfeição, mas porque a causa eficiente do movimento os faz moverem-se. A física é uma mecânica universal. ARANHA, M.°Lúcia e MARTINS M.' Helena. Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo, Editora Moderna, 1997 ARANHA, M."Lúeia e MARTINS M.a Helena. Temos de filosofia, São Paulo, Ed. Moderna, 1998 CHAUI; M. Filosofia, série Novo Ensino Médio série Novo Ensino Médio, São Paulo, Ática, 2003 CHAUÍ, M. Convite a Filosofia S. Paulo, Ed. Ática, 2003 CHAUI, M.. Primeira Filosofia : Lições introdutórias, São Paulo, Ed. Brasiliense, 1984 CHALITA, G. Vivendo a Filosofia, SSo Paulo, Ed. Aluai, 2002 CORRI, C. Para filosofar, São Paulo, Ed: Scipione, 2002 COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas, São Paulo, Ed. Saraiva, 2001 CUNHA, José Auri. Filosofia : iniciação à investigação filosófica, São Paulo, Ed. Atual, 1992