história geral do brasil
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Fichamento do livro História Geral Do Brasil da professora Maria Yedda Linhares.TRANSCRIPT
HISTRIA GERAL DO BRASIL
MARIA YEDDA - HGB
HISTRIA GERAL DO BRASIL
MARIA YEDDA LINHARES0. INTRODUO Sculo XIX:
Pas j possua contornos atuais; ilhas de povoamento;
Indefinido como povo;
1500: 2 milhes de indgenas; Unidade lingstica: mito;
Mais de 120 lnguas indgenas; Mas, de fato, conseguiu estender sua hegemonia, coercitivamente, sobretudo nas zonas de fronteira;
Questo social / escravido: Mito da democracia e da harmonia entre classes; Base da cumplicidade entre coronelismo e Brasil urbano;
Semana da Arte Moderna: Sentido crtico de uma nacionalidade consciente de suas falcias;
Mudana na historiografia: Casa grande e senzala (1933): Apesar de difundir mito da democracia racial, foi passo decisivo no reconhecimento do pas como plurirracial; Mestiagm passou a ser parte orgulhosa da brasilidade; Razes do Brasil (1936) Presena das razes ibricas nas mentalidades coletivas; Homem cordial; Mal interpretado; no fundo, mostra que forma ordinria de convvio , na verdade, o contrrio da polidez; Busca pela conciliao, consenso, contorno do conflito: marca das elites;
Formao do Brasil contemporneo (1942): Anlise global do passado brasileiro sob inspirao do materialismo dialtico; Formao do BRA contemporneo assentada em trs pilares: monocultura, latifndio e escravido;
Pas voltado para fora; Anos 1970: Ciro Flamarion e Jacob Gorender: Desenvolvem conceito de modo de produo escravista colonial; Roberto Simonsen: Inova periodizao histrica: fator econmico; Furtado: Introduz noo de modelo: sociedade escravista da cana-de-acar, sociedade escravista do outro e sciedade escravista do caf; Importncia de conjuntura externa favorvel para conseguir alterar estagnao estrutural do Brasil; Brasil Colnia: Vai at 1850; Instaurao de poder central legitimado, crescimento assegurado pelo caf, integrao ao sistema de comrcio internacional;
Brasil independente: Da crise do imprio escravista at 1964;
Consolidao da repblica dos cafeicultores, crise em 1930, ruptura institucional em 1937, incio de uma sociedade moderna; Brasil atual: Desde 1964;
Vitria do capitalismo em pas desigualmente desenvolvido;
Retorno da velha aspirao: construo da democracia, com progresso e justia social;
1. CONQUISTA E COLONIZAO DA AMRICA PORTUGUESA O BRASIL COLNIA (1500-1750)
Descobrimento ou contruo do Brasil? No se descobriu um pas em 1500; deu-se um encontro entre povos, culturas, civilizaes; Origem do rico tecido multicolorido que o Brasil; POR: um dos pioneiros na unificao nacional;
Consegue cedo identidade nacional: clero, nobreza e povo;
A revoluo do mestre de Avis e a Reorientao para o Ultramar Guerra POR x Castela: Rei morre sem deixar herdeiro; Filha era casada como rei de Castela: ameaa de unificao dos reinos;
Mestre de Avis: Meio-irmo do rei morto;
Lutar contra pretenses da nobreza de unificao,
Dinastia de Avis (1395-1580): Abandono da poltica de expanso na pennsula ibrica; Passa a dirigir belicosidade e sede econmica da nobreza para o alm-mar; frica: possibilidade de acesso a ouro e manuteno do esprito de cruzada da nobreza; Burguesia: fornecimento de produtos e metais e superao do monoplio;
Expedio a Ceuta (1415): Vitria sobre os Mouros;
Dom Henrique, o navegador: Lana-se na costa atlntica da frica: madeira, aores, etc.; rivalidade com Arago: POR sofre derrota para eles nas Canrias; Expansionismo pela costa africana ao longo de todo o sculo XV; Bartolomeu Dias (1488): contorna antigo Cabo das Tormentas, agora Cabo da Boa Esperana;
Vasco da Gama (1948): Calicute; Reinado de D. Manuel I, o Venturoso (1495-1521); Pedro lvares Cabral: 13 naus; 1500 homens; Chega em pouco mais de um ms ao Brasil; Casa da Mina e da ndia: Monoplio do comrcio ultramarino;
1519: Conselho das ndias;
frica: um continente sem histria? Rudyard Kipling: fardo do homem branco; Claude Lvi-Strauss: etnocentrismo; Viso da frica como continente rico, cheio de maravilhas, perigoso e habitado por povos brbaros; Incapaz de gerir desenvolvimento autnomo; Conheceu e praticou a escravido bem antes da chegada dos Europeus;
Mas com formato diferente;
Clculos: 12 milhes de negros para a Amrica; Estima-se que para cada negro que saiu, um morreu na guerra de captura, o que dobraria essa quantia;
A Colonizao da Amrica Portuguesa Colonizao de Feitorias ou Perodo Pr-Colonial (1500-30): Falta de interesse; Explorao apenas de mandeira, pimenta, etc.; Fundamental para lucratividade: exclusividade; Expedies exploradoras: 1501 e 1503; Experies guarda-costa: 1516 e 1526; Critvo Jacques; Expedio de Martim Afonso de Sousa 1530: Expulsar corsrios; Explorar litoral at o Prata; Buscar metais preciosos; Fundar primeiro ncleo colonial;
So Vicente: 1532;
Primeiras mudas de cana, tambm trazidas por Martim Afonso; 1 engenho;
Representa mudana no modelo de colonizao: participao dos empresrios;
Modelo j fora testado na ilha da Madeira;
A distribuio das terras e a colonizao efetivva Feita entre os figaldos da pequena nobreza e da burocracia; Grande nobreza estava interessada nas ndias ou ilhas;
Donatrios: Martim Afonso, Pro Lopes, Joo de Barros, Ferno de Noronha, etc.;
Duarte Coelho (PE): Apesar de no possuir grandes recursos, caso de sucesso, junto com Martim Afonso; Plantio da cana e diversificada produo agrcola, sobretudo para abastecimento de outras capitanias; Francisco Pereira Coutinho (BA): morto por ndios; Documentos: Carta de doao e o Foral: baseadas nas Ordenaes Manuelinas (1521); Capito-donatrio podia cobrar direitos dos colonos;
Direito de escravizar e mandar vender em POR 24 ndios por ano;
5% (vintena) da explorao de pau-brasil, 50% do pescado, 10% dos metais; Amplos poderes: Monoplio da justia; Direito de doar sesmarias;
Comando militar e direito de alistar colonos e formar milcias;
Funcionrios do rei: sistema marcado centralizao monrquica: Feitor ou almoxarife: cuidar dos impostos;
Provedor: fiscalizar atividades;
Ouvidor;O Governo Geral e a Organizao Administrativa da Colnia Governo-Geral: Institudo em 1548; Necessidade de combater corsrios e pirataria, de reduzir os ataques indgenas e fazer cessar os conflitos entre colonos; Significa centralizao e poder dos donatrios; 1 governador: Tom de Sousa; BA como sede: Capitania fora comprada pela Coroa; Novos cargos: Ouvidor-mor: instncia de justia;
Provedor-mor: recolhimento dos impostos e taxas; Capito-mor: defesa, Tom de Sousa: Fundao de So Salvador; Punio aos ndios; Combate ao trfico ilegal; Estimula criao de gado bovino; Origem dos latifndios de Garcia dvila; trfico negreiro; Vinda dos primeiros jesutas;
Fundam as primeiras instituies de ensino; Responsveis pela superao do tupi como lngua geral; Criao das Cmaras ou Concelhos Urbanos: rgos locais administrativos, Funes: administrao municipal, obras pblicas, conservao das cidades, etc.; Rendas: terras municipais e aluguel de prdios; impostos sobre consumo e multas; Funcionavam, tambm, como tribunal de primeira instncia;
Membros: sangue puro; no podiam ser negros, judeus ou mouros;
Perdem grande parte de seus poderes no sculo XVIII; Juizes do Povo: Eleito pelas associaes de ofcio; Funo de representar no Senado da Cmara todos os casos relativos ao bem comum e vigiar cumprimento da lei; Suprimidos em 1713: juiz de Salvador liderou levante,Os ndios e a sua resisntcia Dois grandes grupos:
Tupi-guaranis: litoral; lngua geral: tupi;
Tupinambs, carijs, tamoios; Arawaks: Amaznia e regio andina;
Imagem errada: ineptos ao trabalho, porque no aceitaram escravido, boais e preguiosos; Mito da incompatibilidade com o trabalho;
Na verdade, simplesmente no entendiam lgica de trabalhar alm da necessidade de subsistncia;
Na verdade, tinham tecnologia bem adaptada ao contexto;
Plantao em grandes clareiras at esgotamento e repouso; queimadas, coivara, pousio longo; Adotado pelos europeus; Mandioca, feijo, abbora, batata-doce, banada, milho;
Guerras do Gentio: Conflitos entre ndios e colonos; Forte, principalmente, no NE e no RJ; Falsa propenso do ndio a adaptar-se pecuria: Viso recorrente na historiografia tradicional;
Atividade seria mais livre;
Na verdade, regies de pecuria foram as de maior atrito entre colonos e ndios;
Esforo da Coroa para integrar os ndios: Edio de vrias leis; papel da igreja (oposio dos colonos);
Escravido indgena s seria proibida no governo de Pombal;
O Domnio Espanhol no Brasil Presso dos franceses: Franca Antrtica (1555): S destruda em 1565;
D origem ao RJ; Capitanias: Continuavam a existir; ltima extinta em 1791 (So Vicente); 1573-1578: BRA foi dividido em dois governos gerais; Unio Ibrica (1580-1640): D. Sebastio morre em batalha, cardeal D. Henrique assume por dois meses e trono declarado vago; POR v-se forado a aclamar Filipe II, Habsburgo, rei da Espanha, como monarca portugus; Relevncia para BRA: Moldou instituies;
Permitiu pr-configurao territorial;
Desapario de Tordesilhas motiva ao de desbravadores; Ordens Filipinas (1603): Coordenar e sistematizar legislao vigente, algo que no acontecia desde Ordenaes Manuelinas (1521);
No BRA, s foram substitudas pelo Cdigo Civil de 1917!
Criao do Estado do Maranho e Gro-Par (1621) As relaes com os holandeses: Com Unio, h rompimento dos laos POR-HOL; HOL mantinha intensos atritos com ESP; Reao holandesa: criao da Companhia das ndias Ocidentais (1621), com finalidade de fundar colnia na Amrica; 1 tentativa: BA (1624): Aps um ano de lutas, derrota dos holandeses; 2 tentativa: PE (1630): Tomam Olinda e Recife; Alargam suas conquistas por quase todo o nordeste, com exceo da BA
Fazem, tambm, incurso na frica: captura de Angola;
O colapso da Unio Ibrica: descontentamento em POR: arredaes espanholas na Amrica andina impostos; Invases da HOL, FRA, ING;
Gerava preos dos produtos na Europa; D. Joo lidera resolta que inaugura dinastia de Bragana; Apoio da FRA; Guerra contra os holandeses: Difcil e lenta;
Colonos precisam reconquistar Angola para restabelecer trfico;
POR foi ajudado pela guerra de Oliver Cromwell contra a HOL na Europa;
Rendio em 1654;
A Idade de Ouro do Brasil 1550-1620: ascenso Incremento da manufatura aucareira;
Grandes investimentos;
Unio Ibrica compensa perda de capitais flamengos;
1620/22 1688-90: depresso Fechamento de mercados no norte da Europa; Fuga de capitais;
Perda de praas na frica;
Queda do preo do tabaco;
Concorrncia antilhana;
1690 1750: reascenso: Recuperao de preos; Simonsen: ciclos: Pau-brasil, acar (com subciclo da pecuria) e minerao, Em desuso;Produo de alimentos e crises de fome Fragilidade social e tcnica do setor alimentcio; Resultado: graves crises peridicas e grandes fomes; Causas: Manejo inadequado da terra; Eliminao da biodiversidade gera pragas;
Esgotamento, eroso, disertificao;
Tabelamento de preos desestimulava produo;
Recursos caros: mercado livre (escravos, ferros, equipamentos...);
Alteraes climticas,
Desde a, distribuio regressiva da renda: favorece os grandes agricultores;O Carter do Estado Portugus e a Administrao Colonial Reforma administrativa a partir da restaurao: Conselho de Guerra (1640); Conselho Ultramarino (1642); Significam controle rgio e da eficincia; Centralizao de poder na Coroa, mas no no rei; Homens-bons da colnia ganham direito de contestar decises reais, via Conselho Ultramarino, por meio da ab-rogao; Companhia Geral de Comrcio do Brasil 1649: Resultado da falta de recursos da Coroa; Objetivo de reunir recursos dispersos em uma s empresa; Segue modelo de mercantilismo holands e ingls,
Monoplio da comercializao; Criam-se tambm:
Companhia de comrcio de escravos; Companhia Geral do Maranho; Padre Antnio Vieira: Apoio a D. Joo IV; Participa da redefinio dos objetivos reais;
Embate com Santa Inquisio;
A recuperao agrcola: acar, tabaco e alimentos Poltica revitalizadora levada a cabo por D. Pedro II; Expanso do tabaco; Principalmente BA, RJ e MA;
Grande parte era usado no pagamento da compra de escravos; Avano em reas alimentcias gera atritos com a Coroa;
Revitalizao do acar: Melhoria das tcnicas e das espcies utilizadas;
De toda forma, prejudicado pela concorrncia holandesa; Atritos tambm gerados pela proteo do Conselho Ultramarino a reas de produo de alimentos; Produo de alimentos: Preocupao do Conselho; Legislao contraria extenso ilimitada da monocultura; Edita vrias leis obrigando a plantao de mandioca, quase nunca cumpridas, RJ: torna-se intenso abastecedor de todo o territrio colonial;
A Retaguarda da Expanso Agrcola: grande serto da pecuria Causas do deslocamento para o interior: Invases holandesas e conflitos dela decorrentes; Disputa com lavoura pelo uso das terras, Precisou romper reao dos negros e vencer resistncia dos ndios para penetrar rumo ao agreste; Conflitos violentos;
Simonsen: instrumentos econmicos que motivaram expanso para o interior: Criao de gado; Primeiro, para abastecer engenhos; depois, para abastecer minerao; Caa ao ndio;
Busca de metais preciosos;
Busca de especiarias e rogas do serto;
No s no nordeste!O Grande norte e suas drogas do serto Ocupao iniciada, de fato, durante Unio Ibrica: Causa: temor de incurso holandesa; Forte do Prespio de Santa Maria de Belm 1616; Criao do Estado do Maranho e Gro-Par (1621) Fundado aps expulso dos franceses de So Lus; Viagem de Pedro Teixeira 1637: Sobe o Amazonas at o Peru;
Confirma possibilidade de trnsito at Amrica Andina;
Extermnio de ndios; Misses Jesuticas: Uso das tcnicas e do trabalho compulsrio indgenas; Base de ocupao da regio; ECO: Abandono das tentativas aucareiras;
Base na extrao de drogas do serto: cacau, cravo, canela, pimenta-da-ndia; Recoloca POR no circuito das especiarias; Aps sucesso inicial, fracasso em transplantar espcies do oriente: Clima, condies tecnolgicas, etc.;A minerao e a Consolidao do Mercado Interno
Busca contnua por metais preciosos durante reinado de D. Pedro II: Fundao da Colnia do Sacramento: interesse no comrcio dos metais, Ouro: Primeiras descobertas na regio de Borba Gato, hoje Ouro Preto (1695); 1720: jazidas na BA; 1975: GO; Diamantes: Regio do Serro Frio, cidade de diamantina; RJ: Transforma-se em importante centro comercial e ponto de escoamento; Impactos da minerao: Alargamento da ocupao do territrio;
Integrao das ilhas de povoamento;
Sobretudo pela pecuria, para abastecer zonas mineradoras; Alterao das bases polticas;
Transferncia da capital para o RJ (1763); vida urbana; Drenagem de escravos; Efeito duplo sobre agricultura: - : inflaciona preo od escravos; + : cria mercado interno com patamares de renda mais elevados;Terra e Colonizao do Brasil Colnia Distribuio barata da terra + acesso fcil a trabalho compulsrio; Terra gratuita at 1699;
NO significa acesso democrtico!
Exigncias: condies financeiras para cultiv-las; Sesmarias: Base da distribuio de terras; Obrigao de uso; arrendamentos; Renda por meio do pagamento de foros; 4 formas de posse e uso da terra: Grande propriedade: origem sesmarial; explorao direta e trabalho escravo; voltada ,sobretudo, para produo aucareira; Plantaes, stios, terras arrendadas: gerncia do foreiro; podem usar trabalho escravo; plantio de acar, tabaco ou alimentos; Terras individas ou comuns: escravistas ou por roceiros; normalmente, pequenas propriedades familiares; reas de uso coletivo: pastos, usados pelos criadosres de gados;2. CIRO FLAMARION - O TRABALHO NA COLNIA:Do Esquematismo excessivo Relativa Complexidade Reducionismo: Escravido negra + latifndio + monocultura; No nega, mas minimiza complexidades;
Reduo da sociedade dicotomia senhores / escravos;
Novas vises: Grande quantidade de senhores com poucos escravos; Sociedade mais complexa que dicotomia;
Mundo dos libertos e escravos urbanos;
Estrutura agrria diversificada;
Presena expressiva de negros na pecuria
Escravido: somente uma das muitas modalidades de trabalho compulsrio;
Outras formas foram usadas, por exemplo, na Amaznia;
No negam predomnio da escravido negra ou da plantation, mas ampliam e nuanam anlise da realidade colonial;Fatores incidentes no estabelecimento das grandes linhas do trabalho na colnia 3 ordens de fatores: foras produtivas, sistema mercantilista e relaes de produo;
Foras produtivas: Trabalho indgena: Diferentemente de muitos negros, sem experincia de trabalho intensivo;
Menor densidade demogrfica indgena do que Amrica Andina:
Um dos fatores que explicam maior trabalho negro no BRA; Epidemias, destruio do sistema cultural e social, etc.;
Resultado: dizimados;
Importante fluxo de brancos pobres: Maiores chances de ascenso social no NE do que no Centro Sul; Recursos naturais: Abundncia de terras em nvel suficiente para que grandes proprietrios tivessem que recorrer a trabalho compulsrio para conseguir mo-de-obra; Recursos tecnolgicos: Diante dos j elevados encargos financeiros, sobretudo impostos, uso mnimo indispensvel de tecnonogia;
Adoo do sistema indgena de coivara ou queimada;
Diferentemente da Amrica Espanhola, falta de escolas e de instituies de capacitao;
Sistema colonial mercatilista:
Exclusivo comercial;
Forte tributao;
Coao estatal;
Escasses interna de moeda;
Dificultava relaes salariais tpicas; Ao da Igreja: Impedir escravido indgena e gerar campesinato indgena sedentrio; Justificao ideolgica do trabalho compulsrio; Relaes de produo: Propriedade sobre os meios de produo: elemento central; Uso da fora; despojamento do ndio; recurso ao Estado; Sistema de estratificao como elemento mantenedor e reprodutor do sistema colonial de poder e das relaes de produo existentes;A diversidade no tempo 1500 1532: perodo pr-colonial;
Economia extrativa;
Escambo com ndios; Laos cerimoniais entre ndios e europeus: concesso de esposas; 1532 1600: Predomnio da escravido indgena;
Incio dos choques entre missionrios e colonos;
Queriam converter ndios ao catolicismo, pacific-los e prepar-los para os trabalhos assalariados; Colonos: tinham urgncia; Fugas de ndios para o interior;
Leis banindo trabalho escravo indgena: Adotadas a partir de 1570, mas nunca respeitadas;
1600 1700: escravido negra Deriva da percepo de que sistema baseado no trabalho indgena no seria suficiente; Flamarion nega tese de que trfico teria precedido escravido (oferta antes da demanda): Foi a falta de escravos indigenas que motivou a importao de africanos; Rentvel? Para traficantes: sim; lucro acumulado fica o BRA; Para senhores-de-engenho: controverso; tanto engenhos deficitrios quanto engenhos rentveis; Mundo dos escravos:
Heterogneo;
Boal (recm-chegado) X ladino (j aculturado e entendendo portugus); Crioulos: nascidos no BRA; Diferenciao quanto origem, tom de pele;
Mulatos e crioulos: preferidos para tarefas domsticas; Fugas e revoltas: Quilombo dos Palmares: s foi destrudo em 1694; Diferentes condies de vida: Campo e engenho: piores; Pecuria: maior flexibilidade da hierarquia social; Domsticos: maior liberdade, mas tambm maior dependncia e vigilncia; tambm submetidos a castigos; Escravos tambm eram usados por pequenos agricultores e produtores de gneros alimentcios; populao rural: Brancos pobres, mestios, libertos vivendo na dependncia dos senhores; Artesos, carpinteiros, pedreiros, etc.; lavradores independentes, com terras prprias ou terras devolutas; Auto-subsistncia ou abastecimento de mercado local; 1700 1822: Urbanizao; Intensificao da escravido;
Mas sob dinmica distinta das plantations:
Incidncia maior de alforria;
Maior liberdade de movimentos;
escravos urbanos: usados por mestres e oficiais artesos brancos e mulatos; Migrao de portugueses sem posses;
Intensa mestiagem:
Escassez de mulheres brancas nas zonas mineradoras; ECO: Alvar de 1785: permite fabricao de panos grosseiros para sacos e vestimentas;
1795: suspenso da proibio de fundio de ferro;
Diversidade no espao Amaznia: Manteve-se, durante toda a poca colonial, como regio pobre e subpovoada;
ECO baseada na colega de drogas do serto e escravizao indgena;
Misses: parte dos indgenas desempenhava atividades na misso, parte servia aos padres e parte trabalhava para o governo; Em teoria, todo trabalho fora das misses seria livre e remunerado; Sul: Inicialmente, caa ao gado selvagem;
Com MG, criao de gado, produo de mulas para transporte e desenvolvimento das estncias;
Mestios e ndios, que antes caavam o gado, foram incorporados como empregados; Produo era vendida na feira de Sorocaba e conduzidas a MG;3. A CRISE DO COLONIALISMO LUSO NA AMRICA PORTUGUESA (1750 1822)A Amrica Portuguesa em 1750 1750: Tratado de Madri e incio do governo de Pombal: Fim de uma longa fase de expanso territorial de facto, mas no de jure; Dcada marca, ao mesmo tempo, auge e incio do declnio da produo aurfera; Pouca integrao do territrio nacional; Apesar dos efeitos integradores do ouro; do peso do centro-sul; Comrcio exterior: Exclusivo colonial nem sempre era obedecido;
Ativo comrcio direto entre Recife/SSA/RJ e frica ocidental (Angola, Costa da Mina);
No entanto, exportaes de ouro nunca superaram valor das exportaes de acar; Exagero sobre efeito da minerao sobre declnio da agricultura;
Norte/nordeste: PA era mais rico que MA;
BA era mais rica que PE;
Vida intelectual: Panorama pouco animador; Proibio de impresso de livros e folhetos; Ensino jesutico: sofreria os impactos da reforma de Pombal; Ouro financiava estudos de uns poucos milhares de brasileiros; Florao de msicos, escultores, arquitetos, poetas...A Era de Pombal (1750 1777) Sebastio Jos Carvalho e Melo; Juno mercantilismo + ilustrao; Similitude com reformas dos Bourbons na ESP:
Controle dos mecanismos comerciais e fiscais coloniais; Regalismo; Desmantelamento da economia; Administrao sobre ndios; Controle sobre ensino dos jesutas; Diferenas: Manuteno da importncia dos colonos; No havia alternativa; No foram afastados dos tribunais, cmaras ou outros rgos; Centralismo administrativo: poderes do Conselho Ultramarino; Fim do sistema de capitanias hereditrias;
Restantes foram absorvidas pela coroa;
Exceo: So Vicente: durou at 1791; Mudana da capital para o Rio: Predomnio do Centro-Sul; Interesses estratgicos: Prata; Nomeao do irmo de Pombal para governador do Gro-Par; Separado do MA em 1774; Ampliao e reforma da justia colonial; Fundao de vilas e municos; No norte, substituem as misses; Reforma do sistema financeiro: contrabando;
Extino da profisso de ourives; Imposto por cabea de escravo foi substitudo pela volta do quinto; Expulso dos jesutas: Causas: Tradicionalmente atribuda oposio dos jesutas execuo do Tratado de Madri (o prprio Pombal, no entanto, era contra) e s crticas criao de uma companhia de comrcio para o norte;
Teriam insuflado Guerra Guarantica; Objetivos profundos: controle poltico; controle sobre os ndios;
Fomento econmico na Amaznia; Alm disso, laicizao e regalismo eram caractersticas tpicas do despotismo esclarecido; Bens foram distribudos em favor de militares e de outros particulares, mediante doao ou venda;
Criao de vilas;
M administrao gera da atividade produtiva; Companhias de Comrcio:
Tentativa de recuperar controle luso sobre comrcio de exportao;
Parcialmente fracassado pelo declnio econmico do BRA at 1780: produo de ouro, preos do acar e de outros produtos; Companhia de Comrcio do Gro-Par e Maranho: Criada em 1755; s funciona at 1778; Dinamizao da economia local;
atividade de coleta de drogas; agricultura; Estmulo produo de algodo e arroz; Economia de plantations florescentes; entrada de escravos (boa parte, reexportada para o centro-sul);
Africazao do norte;
Companhia Geral de Pernambuco e Paraba (1759 1780) Reativao da agricultura de exportao, trfico e consumo de mercadorias europias; Em geral, produtos apenas intermediados por Lisboa:
Lucros para burguesia lusa e nordestina, mas verdadeiros beneficiados foram Londres, Amsterd, etc.;
RJ: Posio de escoadouro;
produo de acar;
Introduo de novos cultivos; da minerao a partir de 1760:
Ruralizao e empobrecimento, Guerras no Prata:
Colnia do Sacramento foi tomada pela 4 vez; Ocupao do Rio Grande e da ilha de Santa Catarina por tropas espanholas; Ensino:
Instituio das aulas-rgias para substituir ensino jesutico; Em POR, reforma e modernizao da Universidade de Coimbra; Multiplicao dos clibes de inteectuais;
Publicao do Poema Uraguai, de Baslio da Gama (brasileiro), em POR;
Texto violentamente antijesutico; Muito longe de ser brilhante, panorama cultural era, no entanto, menos insignificante do que havia sido no passado; Outras medidas Extino da escravido indgena: 1957; Diante da negcia, chegou-se a cogitar movimento rebelde que entregaria a Amaznia FRA em troca da manuteno da escravido; Na verdade, deu lugar a diversas formas de trabalho compulsrio e no ao assalariado; Extino da escravido na metrpole;
Fim da perseguio aos cristos novos;
Esforo para desenvolver indstrias metropolitanas: Tentativa tardia de mercantilismo e de reduo da dependcia em relao a POR;
Diante do contexto econmico desfavorvel no BRA, teve sucesso reduzido;
A ltima fase verdadeiramente colonial (1777 1808) povoamento efetivo: Grande entrada de imigrantes portugueses ao longo do sculo XVIII; Forte incremento demogrfico;
Recuperao econmica a partir de 1790: Causas externas:
Falncia das plantations do Haiti;
Monetarizao da economia mundial;
Expanso demogrfica e urbana na Europa;
Incio da revoluo industrial inglesa;
Efeitos internos: Diversificao das atividades;
algodo: Manufaturas inglesas;
Guerra civil os EUA;
Por algum tempo, MA foi zona de maior prosperidade da Amrica Portuguesa; Charque: Rio Grande; consumo dos escravos e da populao urbana; Multiplicao dos ncleos exportadores; Expanso do algodo atinge toda a colnia: do norte ao PA; acar: Expanso para novas regies: Campo dos Goitacases (RJ), SP e MG (apesar das proibies); Tabaco: apesar da hegemonia da BA, tb MG e RJ; Charque: Contexto internacional: Independncia dos EUA, Revoluo Francesa, Revolta no Haiti... Inconfidncia Mineira (1788 1789): Causa imediata: decretao da derrama; Governador Furtado de mendona; Participantes: poetas, sacerdotes, funcionrios, militares, proprietrios; Falam em independncia, mas desacordos sobre forma de governo a ser adotada; Denunciada, rebeldes foram presos antes de maiores avaos;
Tiradentes: executado em 1792;
Revolta dos Alfaiates 1798: Natureza distinta: artesos, soldados, trabalhadores negros e mulatos e mesmo escravos; Influcia mais clara da Revoluo francesa; Causa imediata: alta dos preos sem ser acompanhada por alta dos salrios em SSA;
Objetivos: abolio da escravido, instaurao da liberdade de comrcio e adoo da repblica; Forte anticlericalismo e sentimento antieuropeu; Denunciada e esmagada antes de comear;
Quatro lderes foram executados;
Jos Joaquim de Azeredo Coutinho: Exemplo de que, no BRA, mesmo iluminismo e idias dos fisiocratas e economistas clssicos assumiram feio conservadora; Discpulo de Adam Smith, mas defensor dos interesses coloniais, do catolicismo e da monarquia;Independncia de facto (1808 1822) Sada da famlia real: Novembro de 1807: sada de POR; Janeiro de 1808: chegada BA;
Maro de 1808: chegada ao RJ;
Abertura dos portos s naes amigas: Decretada ainda na BA; Conselho do economista Jos da Silva Lisboa;
Fim do exclusivo comercial metropolitano;
Tratado de 1810 com ING: Tarifas preferenciais (inferiores s cobradas a POR at 1818); Compromisso sobre abolio do trfico; Instalao do aparelho de Estado e de corpo diplomtico: 1815: elevao do BRA a Reino Unido;
1818: aclamao de D. Joo VI, at ento regente (morte de D. Maria); Medidas: Estabelecimento de instituies de ensino superior: BA: Escola de Medicina (1808); Academias militar e de Marinha (RJ);
Biblioteca Real; Academia que daria origem Escola de Belas Artes; Misses cientficas e artsticas; Mineralogista alemo Von Eschwege;
Bvaros Spix e Martius;
Naturalista francs Auguste de Saint-Hilaire;
Misso artstica francesa de Jean-Baptiste Debret (1816);
Imprensa Rgia;
1 jornal: Gazeta do Rio; Anulao do alvar de 1785;
Favores fiscais para a instalao de fbricas; Retorno da profisso de ourives;
Explorao de ferro em MG e SP; Rio supera SSA em populao a partir de 1810; xenofobia: Inspira Revoluo Pernambucana de 1817; Apoio de militares, funcionrios, membros do clero e proprietrios;
Chega a formar governo provisrio; Reprimida em 1818; Poltica externa: Tomada da Guiana Francesa (1809 1817);
Interveno na banda oriental; Sociedade s vsperas da independncia: Ainda marcadamente colonial; Estratificao social de base tnica; Altas taxas de fecundidade e mortalidade;
Partriarcalismo nas classes altas;
Ligados a escravos e agregados livres;
Entre os mais pobres, unies livres, nascimentos ilegtimos e ncleos familiares formados por mulheres e filhos;
Exploso demogrfica das populaes livres: negros, brancos e, principalmente, mulatos;
4. DA INDEPENDNCIA VITRIA DA ORDEM HAMILTON DE MATTOS MONTEIROO estabelecimento da autonomia e da centralizao Vinda da famlia real: setor de produo manufatureira (tecidos, metalurgia); J havia importante setor de produo de alimentos;
Inverso brasileira: substituio de Lisboa pelo RJ e perda de importncia de POR; POR: governado por junta sob controle de militar britnico; Perda do exclusivo colonial: ingleses; Revoluo do Porto: Exigncia: convocao imediata de Assemblia Constituinte Cortes; Razes fundamentais: misria do pas, tutela britnica e primazia brasileira; Carter ambguo: reacionrios + liberais;
Bem recebida no Brasil: oportunidade de reduzir o poder real;
BA e Gro-Par aderem ao regime das Cortes, tornam-se provncias de Portugal e trocam as autoridades reais por juntas governativas;
RJ: o prprio RJ adere, em fevereiro de 1821, gerando revolta das tropas portuguesas, levando o rei a jurar previamente obedincia constituio em elaborao e considerar retorno a POR;
Dois grupos: Constitucionalistas: portugueses e brasileiros; favorveis volta do rei a POR por razes diferentes: consolidao da revoluo e deteno do processo de brasileirizao X maior espao para autonomia do BRA; Outros: liderados pelos portugueses (comerciantes e grandes proprietrios urbanos que vieram ao BRA com o rei); retorno do rei gerava risco de serem submersos pela maioria brasileira e de perderem seus privilgios; Maro a abril de 1821: Srie de medidas exigindo retorno imediato do rei; 26 de abril de 1821: D Joo VI volta a POR;
Antes, liberais ainda tentam, sem sucesso ,fazer o rei jurar a constituio espanhola e a prometer permanecer no RJ, com o envio do prncipe regente a POR;
Cortes Constituintes: Liberais para POR, reacionrias para o BRA;
Srie de atos para autonomia do BRA;
Anulam ato do rei designando Pedro como regente; Extinguem tribunais e reparties sediadas no BRA; Designam representantes diretos de Lisboa para as provncias; Enviam mais tropas ao BRA; Negociao estratgica com cada provncia: Lisboa passa a negociar diretamente com cada provncia;
PA, BA, AL, SE, PB: caminhavam para alinhamento a POR;
Sul e Cisplatina: mesma coisa;
PE: rebelde, mas tampouco aceitava D. Pedro;
MG: dividida entre plena autonomia e D. Pedro;
SP: nico a mostrar interesse claro em alinhamento ao RJ;
Liderado por Jos Bonifcio;
Petio do Fico 9 de janeiro de 1822: Senado da Cmara aprova petio para que regente continue no RJ; Pedro demite gabinete deixado pelo pai e nomeia gabinete presidido por Jos Bonifcio;
Problema central: evitar fragmentao poltica, com algumas provncias aderindo a POR ou mesmo proclamando a repblica; Reao do partido portugus: Diviso auxiliadora, com tropas comandadas pelo Gal. Avilez, intimam regente a obedecer s decises da Corte;
Pedro ordena retirada de Avilez para POR; POR despacha novas tropas para PE e RJ;
Viagem de Pedro a MG: Angariar apoio para o movimento de independncia; Consegue consolidar a aliana RJ-SP-MG; A transao entre brasileiros e portugueses:
Comerciantes portugueses e fazendeiros financiam trocas e contratao de mercenrios:
Portugueses: temem que retorno do prncipe a POR deixe-os ss; temem fim do livre cambismo; Brasileiros: temiam fortalecimento dos movimentos radicais em caso de retorno do regente a POR; levaria o BRA via latino-americana de autonomia; Significaria fim da escravido e alterao do regime fundirio; Medo do haitianismo;
Oliveira Lima: transao entre elemento nacional avanado (embora no radical) e elemento reacionrio;
Aliana conjuntural liberais + conservadores: evitar revoluo, Projetos distintos: Gonalves Ledo: Defendia convocao de Assemblia Constituinte para BRA; Primazia inicial: lidera Fico e organiza movimento que aclama Pedro Defensor Perptuo do Brasil; 3 de junho de 1822: Pedro convoca Assemblia; Jos Bonifcio: Maior temor da soberania popular;
Defendia maiores poderes ao Prncipe;
A favor da convocao de um Conselho de Estados;
Sem passividade: atuao nos bastidores; Movimento de oposio a Jos Bonifcio leva Pedro a ir at SP; 7 de setembro; Dupla luta: Externamente: contra anseios reacionrios de POR;
Internamente: contra projetos radicais e em favor da unidade;
BA: mais de trs anos;
Depois, CE, PI, MA e PA; Jos Bonifcio; Ajudado por seu irmo Martim Francisco de Andrada e Silva (MF); Homens e recursos aos grandes proprietrios do sudeste;
Tropas de mercenrios no nordeste: Lord Cochrane; Coroao de D. Pedro: 19 de dezembro de 1822;
Cerimnia pomposa;
Juro defender a Constituio que ser feita, se for digna do Brasil e de mim;
Mostra vitria da corrente conservadora de D. Pedro I; Assemblia Constituinte ousou desrepeitar conservadorismo: Deputados exaltados, entre os quais Antnio Carlos de Andrada (depois da demisso de seus irmos do ministrio), hostilizam os portugueses; Aprova lei que isenta atos da Constituinte de sano imperial;
Probe concesso de novos ttulos de nobreza;
Retira do Imperador o direito de veto e de dissoluo da Cmara;
Noite da Agonia 12 de dezembro de 1823: Tropas cercam prdio da Assemblia e foram evacuao; A Constituio outorgada 24 de maro de 1824: Imperador era inviolvel e sagrado, no podendo ser responsabilizado pelos seus atos; POR que aderiram independncia foram considerados brasileiros; Confederao do Equador 1824:
Reao centralizao da Constituio outorgada;
Visava ao estabelecimento de Repblica em PE Confederao do Equador; Buscou adeso de outras provncias; foi destruda em pouco tempo;
Os confrontos com a Assemblia Geral Legislativa: Aberta em maro de 1826 (2 anos dps da Constituio!); Conflito crescente com o Imperador at a sua abdicao;
Convocao de ministros para prestar esclarecimento;
Abertura de inquritos contra principais auxiliares do imperador;
Crticas ao monarca e ameaa de reviso de seus atos; Crticas intensas da imprensa: D. Pedro manda processar Borges da Fonseca; Assassinato de Lbero Badar intensifica crticas; Noite das garrafadas; Abdicao 7 de abril de 1831; Portugueses nos principais postos da administrao pblica so substitudos por brasileiros;
Ao liberal e reao conservadora Trs grandes tendncias polticas: Restauradores Sociedade Conservadora da Constituio Brasileira; Tambm chamados de Caramurus; Contrrios s reformas e favorveis volta de D. Pedro I; Liberais exaltados Sociedade Federal;
Tambm chamados de farroupilhas ou jurujubas;
Exigem mudanas profundas e apelam para movimentos de rua e tentativas de revolta dos escales inferiores das FFAA;
Liberais moderados Sociedade Defensora da Liberdade e da Independncia nacional:
Tambm chamados de chimangos;
Falta de um projeto preciso; no admitem volta do imperador, mas tambm discordam dos exageros dos exaltados; Reviso constitucional: Defendida por moderados + exaltados; Criao da Guarda Nacional 1831: Milcia armada dirigida pelos grandes proprietrios; Tornou-se uma das principais armas do regime imperial; Novo Cdigo de Processo Criminal 1832: Amplos poderes ao juiz de Paz, eleito sob controle dos senhores locais; Ato Adicional Constituio 12 de agosto de 1834: Descentralizao; Criao das Assemblias Gerais Provinciais;
Extino do Conselho de Estado;
Transformao da regncia trina em regncia una;
Eleita por voto censitrio nacional;
Revoltas regenciais populares: BA: Negros maleses (cultos e islamizados); PE: setembradal;
...
Levantes de grupos minoritrios elitistas:
SP e MG: 1842;
AL: 1844;
Predomnio liberal at 1837; Renncia de Feij em nome do ministro do imprio, Arajo Lima; Ambos moderados, mas Arajo Lima assume poder com aliana com os restauradores;
Regresso conservador: Tambm chamado de Reao Monrquica ou Domnio do Princpio Monrquico: vai at 1850, caf Aos poucos, principal produto de exportao brasileira; Dcada de 1850: quase metade das exportaes;
Gera mudana do eixo econmico para sudeste; Contribui para manuteno do escravismo; Bares do caf: base do regime;A reconstruo da ordem Trs grandes processos at 1850: 1. Desmontagem da legislao descentralizadora; Lei Interpretativa do Ato Adicional 1840; Recriao do Conselho de Estado 1841;
Reforma do Cdigo de Processo Criminal 1841;
Lei 602 1850:
Subordina Guarda Nacional ao Ministro da Justia;
2. Pacificao do pas; Fora + anistia; Raimundo Faroro: anistia dadas luz do dia so acompanhadas noite pelos degredos;
Lus Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias): figura fundamental; permite boas relaes entre Estado e exrcito; 3. Sucesso e alternncia de gabinetes: Dois tipos de liberais:
Exaltados: Tefilo Ottoni; no chegam ao poder;
Moderados: Paula Souza; Chichorro da Gama; chegam ao poder, mas so destitudos;
At Gabinete da Trindade Saquarema 1848:
Antecedido pelo gabinete de Paula Souza, que tenttou adotar proposta sradicais (reforma agrria) e durou apenas 4 meses;
Marqus de Olinda (Arajo Lima), Eusbio de Queiroz e Visconde de Itabora (Rodrigues Torres);
Reprime Revolta Praiera: ltima grande revolta do Imprio;
Liberais aderem, quase todos, ao jogo de poder imposto pelos conservadores;
Revoluo Conservadora: Gabinete de Arajo Lima 1850;
5. O IMPRIO ESCRAVISTA E A REPBLICA DOS PLANTADORES JOO LUS FRAGOSO Mais do que uma plantation escravista-exportadora Transferncia definitiva do eixo econmico do nordeste para o sudeste: Rendas do caf ultrapassam as do acar na dcada de 1830; Mais do que uma simples mudana de produto: Novas categorias sociais; Novas formas sociais de produo; Novas formas de extorso de sobretrabalho (pecuria no RS e GO);
importncia dos produtos voltados para mercado domstico: Espcie de mercado pr-capitalista interno; Cria amplo espao para realizao de acumulao endgena; Comrcio exterior pr-independncia: Exportaes dos principais produtos pagavam menos de 1/3 das importaes;
O resto era pago pela remessa de metais e dinheiro amoedado: acumulados pelos produtores voltados para o mercado domstico;
Compra de fazendas europias e de escravos;
Reexportao de escravos,
Panos asiticos: mais importantes do que os produtos ingleses para a compra de escravos; BRA, assim, teria alimentado mundo pr-industrial da ndia lusa;Perodo Imperial Transformaes a partir dos anos 1850: Lei de Terras (1850); Cdigo Comercial 81850);
Lei de Hipotecas (1864);
Avao das estradas de ferro;
Trfico interno de escravos: aps 1850; Inter e intraprovincial; interclasses (proprietrios mais pobres vendem seus escravos para os mais ricos); SE: adiamento da libertao;
Percentual de escravos nas populaes de outras regies cai mais cedo; Lei de Terras: Cria uma elite escravista para administrar superao da escravido; Exigia registro de todas as terras efetivamente ocupadas e impedia a aquisio das pblicas a no ser por compra;
Trnasformao da terra em mercadoria corrente; Referenda poder da classe dominante e confirma sobretrabalho dos trabalhadores livres e ex-escrados; Garantia de que modificao do regime de trabalho ocoreria sem grandes perturbaes; Urbanizao: Incio; ainda muito lenta,A reafirmao do escravismo no centro-sul e sua posterior superao O sistema agrrio: Relativa autonomia em relao s flutuaes de preos internacionais; crescimento das produes ligadas ao mercado domstico do que das produes voltadas para a exportao;
Economia mais complexa do que plantation escravista voltada para mercado internacional;
Reproduo ampliada da economia reiterao das relaes sociais de subordinao;
Presses internas so mais importates do que as externas para expanso da agroexportao;
Expanso via incorporao de mais terras e mais fora de trabalho, sem desenvolvimento tcnico; Explicao para ausncia de mudanas tecnolgicas:
Forma de uso da terra marcada pelo pequeno dispndio de tempo de trabalho por hectare;
tecnologia aumentaria tempo de trabalho;
Viabilizado por uma baixa relao populao-terra, isto , fronteira agrcola aberta;
Empresa escravista-mercantil no era auto-suficiente: Abastecia-se de produtos fornecidos por um mercado interno, derivado de formas no-capitalistasde produo (camponeses e escraviistas do RJ, MG, GO);
Freqente endividamento: Necessidade de recorrer a mercado imperfeito (monopolizado) ara continuar a funcionar;
Efeitos sobre demografia: Disproporo entre sexos, etc.;
Apesar disso, existncia de famlias escravas estveis;
Sistema agrrio pr-capitalista: Domnio do trabalho escravo, do mercado restrito, da produo extensiva e da subordinao acumulao mercantil;
Sociedade com forte mobilidade social: Taxas de alforrias impensveis para outras regies escravistas da Amrica;
Mais da metade da populao livre era composta por negros e mestios;
Apesar de limitada, percebe-se acesso de ex-escravos e descendentes posse de terra e propriedade de cativos (apesar de reduzida); Pode ser a razo para a relativa estabilidade da escravido:
Fora revolta dos mals, nenhum dos levantes (Farrapos, Cabanos, Balaios) reivindicou fim da escravido;
Comprometimento de toda a sociedade com a excluso social: garantia-se reproduo de hierarquia econmica e social desigual; As produes para o mercado interno no sudeste: o caso de MG Baixo ndice de generalizao das relaes escravistas: Poucos proprietrios com muitos escravos; Maior provncia escravista do pas; MG: participao sobretudo em gneros ligados ao consumo popular e escravo: porcos, toucinho, carne salgada; Baixa participao de produtos vegetais; Pequena expresso da minerao; Resumo: Economia complexa e diversificada; Setor mais dinmico: produo para abastecimento do mercado interno, especialmente RJ;
Diversos mercados locais e regionais; Diviso do trabalho e comrcio intraprovinciais; O definhamento do escravismo:
Gera empobrecimento, concentrao de rendas e redistribuio de escravos; Locais e regionais; Diversificao dos investimentos da elite: compra de imveis urbans, aplices pblicas; Na verdade, acaba retirando do mercado produtivo parcela importante do capital; As novas fronteiras: Expanso do caf para oeste paulista mateve estruturas antigas de produo escravista; Adiamento da transformao;
Mesmo s vsperas da abolio, fazendeiros no abandonaram discurso em defesa do trabalho cativo;
S adotam trabalho imigrante em larga escada a partir de meados da dcada de 1880;
Imigrantes: Forte participao de SP; Subsdios dos governos estaduais; Relaes de trabalho no-capitalistas: colonato:
Cultivo de parte da terra para abastecimento prprio ou venda; Apenas parte da remunerao era dada e dinheiro: Menos importante em outras reas:
Nas antigas reas de caf fluminenses, predomnio do uso de trabalhadores nacionais livres; Formato: parceria: recebia parte da terra para subsistncia e dividia colheita do caf com proprietrio; Escassez de trabalhadores; Regio de campos, no RJ:
Voltada para produo de acar para mercado domestico;
Resolve problema da escassez de mo-de-obra com modernizao;
A Grande propriedade e o campons livre no nordeste: uma outra transio Declnio do acar: preo; Concorrncia do acar de beterraba;
Principal mercado em meados do sculo: Inglaterra:
Sugar Act (1846): tarifas sobre acar bruto; Na dcada de 1870, obsorvia 76% das exportaes brasileiras; Queda drstica: chegada do acar de beterraba; EUA: novo mercado principal: Na dcada de 1885-89, 63% das exportaes de acar; Problema: aproximao dos EUA com pases caribenhos produtores de acar (CUB) e anexao de Porto Rico e Hava (ambos produtores de acar); Ou seja, sem alternativas: AL: tinha seu prprio mercado produtor; Sudeste: tambm tinha seus produtores locais; Apesar de tudo isso, economia canavieira nordestina no entrou em declnio: Modera tese acerca da dependncia em relao s flutuaes internacionais;
Capacidade de resistir e ampliar-se, mesmo com tendncias de preos declinantes;
Causa:
participao no mercado europeu foi compensado, em parte, pelo populao europia;
populao de escravos trabalho livre;
Crescimento demogrfico elevado disponibilizava populao livre para substituir os escravos, sem necessidade de recorrer imigrao;
No foram to prejudicados pela abolio;
Concentrao de terras controle poltico: Viabilizava transio que atendia aos seus interesses;
da pecuria: Populaes pobres so empurradas para o serto;
Pobreza, crises de fome, mortalidade; Organizao do trabalho livre nos engenhos nordestinos: Sistema do morador-agregado: Trabalhador recebia lote de terra do qual retirava sua subsistncia; Em troca, trabalhava para engenho; Dois tipos de moradores: Condiceiro: trabalhava dois a trs dias por semana; se trabalhasse mais, recebia remunerao; Foreiro: 20 a 30 dias de trabalho por ano gratuitos ao senhor; recebia parcela de terra superior ao condiceiro, mas tinha que pagar um foto ao proprietrio; Assim como sudeste, relaes no-capitalistas de produo, com base no trabalho familiar; Sistema de parceria: Lavrador recebia lote para cultivar cana e alimentos;
Cabia a ele cultivar, colher e transportar cana para engenho do proprietrio da terra;
Dono tinha direito a metade da safra e do melao e outros produtos residuais;
Assalariados: Muitas vezes, no qualificados e sazonais (poca de colheita);
Apenas os ligados aos servios administrativos e tcnicos tinham melhor condio;
Em resumo, trabalho escravo foi substitudo por trabalho assalariado de baixa remunerao + relaes no-capitalistas de produo; Permitiam de custos para senhor; Causa central para rresistncia da agricultura frente s flutuaes do mercado internacional; Ao mesmo tempo, garantiam manuteno da hierarquia social; Modernizao:
Lentido da modernizao: no gerou grandes transformaes na estrutura tradicional da sociedade nordestina; Rendimento inferior taxa de juros desincentivava investimentos; Dependncia de fortes subsdios estatais; Tentativas de penetrao de empresas estrangeiras fracassaram;
Fracasso dos engenhos centrais;
Sucesso das usinas:
Lvoura prpria; dependia menos de flutuaes do mercado;
Forte apoio do Estado;
Da mesma forma que a lenta modernizao na indstria do acar no implicaria o abandono das tcnicas agrcolas, ela no resultaria tambm em alteraes de peso na estrutura econmico-social do agro nordestino;
Pelo contrrio: concentrao de riqueza; Baseada em relaes no-capitalistas e trabalhos sazonais: baixa remunerao e baixos custos para senhores;
Sul: Periferia da periferia: estncias e charqueadas Centralidade do mercado interno: Foge do vis exportador brasileiro;
Principal mercado: reas escravistas do sudeste, Mosaico de formas no-capitalistas de produo: Escravos, pees, camponeses; Sculo XVIII: gado para MG: Formao da estrutura fundiria da regio; Distribuio de terras da coroa a militares e tropeiros;
Origem das estncias: posse de gado e largas extenses de terras;
Trabalho livre (peo/gacho), mas no-assalariado;
Normalmente, remunerao em comida, casa e direito a uso de lote de terra; Custos monetrios reduzidos; Finais do sculo XVIII: indstria do charque: Basicamente, alimentao dos escravos;
Estmulo: secas no Cear; Mo-de-obra: essencialmente escrava; Concorrncia da produo platina: Melhor rendimento, melhor qualidade, preos vantajosos; Fora indstria a viver organizao nos moldes capitalistas na virada para sculo XIX; Alm disso, agricultura de alimentos: Estimulada pelo fluxo de imigrantes;
Base: trabalho familiar; Comerciantes: parcela significativa da acumulao de capital;
Contraponto pecuria e s relaes sociais que ela implicava;
Centro-oeste: periferia da periferia: Pecuria extensiva, agricultura de alimentos e formas de trabalho livre no-assalariado Definhamento econmico:
Crise da minerao;
Transio para trabalho livre antes da abolio; Baixo percentual de escravos na populao;
agricultura de alimentos, agropecuria e pecuria extensiva para abastecimento interno; Relaes no-capitalistas: Alimentos: predomnio do trabalho familiar;
Agropecuria: trabalhador (agregado ou camarada) recebia lote de terra; Pecuria: sistema de quarta (um quarto das criar);
Concentrao de riquezas:
Mesmas desigualdades socioeconmicas da sociedade matriz;
Expanso sobretudo no sul de GO: maior ndice de mercantilizao da terra: Abastecimento do SE;
Formas de trabalho no mundo amaznico Agricultura + subsistncia + extrativismo; Formas diversas de produo:
Da economia camponesa ao trabalho compulsrio indgena; Acumulao de riquezas: Sobretudo via extrativismo; Apropriadas, em geral, pelo capital mercantil; Boom da borracha (1890 1910): aps 1890: inveno do pneumtico; 1892: BRA produzia 61% da produo mundial; De 1901 a 1910, respondeu por 28% das exportaes brasileiras; Afluxo de imigrantes: NE;
populao; Endividamento do trabalhador: Tinha que consumir produtos fornecidor pelos seringalistas; Alm dos altos preos, cobrana de juros; Pssimas condies de vida; Rpido enriquecimento dos seringalistas; Tambm recorriam ao endicvidamento; Sem efeitos multiplicadores:
Alm de no ter implementado uma acumulao de capital regional, parece ter implicado a reduo da produo de alimentos e de outras atividades econmicas regionais; Declnio: Borracha asitica;As conjunturas econmicas da repblica dos plantadores e o incio da industrializao Agricultura continua a ser principal setor: Repblica dos plantadores; Elementos novos: Estradas de ferro (iniciadas ainda em meados do sculo XIX); Crescimento dos centros urbanos; grandes cidades: SP, RJ, SSA; complexidade da economia;
Instalao de servios telefnicos (1880);
Reforma do sistema financeiro:
Reforma bancria: d a certos bandos direito de emisso de moeda; Acordos para crditos lavoura; endividamento externo; inflao e especulao; Encilhamento; Segunda metade dos anos 1880: oferta de mo-de-obra (imigrantes); Disponibilidade de fronteira agrcola;
Conjuntura internacional favorvel;
Inicialmente, d impulso expanso do caf; Crise do caf: A partir da dcada de 1890;
preos; 1894: recesso econmica na Europa e EUA; Funding-loan: Antigos emprstimos e juros seriam pagos com novos emprstimos a juros elevados;
Hipoteca das rendas das alfndegas;
Compromisso de no assumir novos compromissos internos ou externos at 1901;
Retirada de papel-moeda de circulao;
Convnio de Taubat (1906): Sustentao do preo mediante oferta e estabilizao em nvel cambial inferior ao existente em 1906; Compras financiadas por emprstimos estrangeiros:
Diante das negativas dos bancos, dinheiro viria, em grande parte, dos negociantes j ligados ao setor;
Socializao das perdas; Incio da industrializao: Matriz: burguesia cafeeira; Novas interpretaes: transferncia de capital do setor cafeeiro no se deu em perodos de retrao das exportaes, mas no auge delas; Transformao do capital financeiro acumulado em meios de produo; Fatores favorveis: Oferta abundante de mo-de-obra;
Baixos salrios;
Proteo aduaneira;
Principal setor: indstria de bens de consumo leves; Menos inverso de capital inicial;
Sem necessidade de alta tecnologia;
Relao entre indstria e caf: Nos perodos de expanso do caf, acumulao produtiva no acompanha acumulao financeira e investimento vo para indstria; Em um segundo momento, respondendo atrasadamente ao aumento de demanda, injeo de capitais voltam-se para indstria cafeeira; Terminado o auge do ciclo, preos do caf caem, podendo prejudicar a indstria; RJ x SP: No RJ, industrializao seguiu padro diferente: capital industrial saiu essencialmente do capital mercantil;
Entre 1905 e 1915, SP j tinha desempenho melhor que RJ;Concluso Primeira Repblica: Perodo de uma transio iniciada ainda antes do fim do Imprio, com a abolio do trabalho escravo e a passagem a relaes capitalistas de produo;
Essas transformaes acarretam formao de mercado interno e ampliao da diviso do trabalho; Comeo do rompimento com a economia centrada na agroexportao; Duas teses centrais: Plantation no era unidade auto-suficiente: precisava recorrer a um mercado interno pr-capitalista para abastecer-se;
Transio no representou a consolidao, na agroexportao, de relaoes de produo no capitalistas; Trabalhador de plantation no se transforma imediatamente em assalariado;
Mercado interno no criao do perodo ps-escravido: Nota-se, na verdade, ampliao de um mercado j existente; Trabalhador de plantation Acumulao de capital e industrializao acompanhadas pela permanncia de formas no-capitalistas na produo agrria: Diferentemente do padro europeu;
Mantm-se alto grau de concentrao;
Politicamente, fragilizao da sociedade civil e conciliao de interesses entre burguesia industrial e segmentos do setor agrrio; Industrializao: das disparidades regionais; Mudana do eixo econmico e demogrfico;
6. O IMPRIO BRASILEIRO: PANORAMA POLTICO MARCELLO OTVIO N. DE C. BASILEPARTE A: A INDEPENDNCIA E A FORMAO DO ESTADO IMPERIALA Corte Portuguesa no Brasil Transferncia da Corte: marco inicial do processo de independncia; Fatores externos:
Crise do Antigo Sistema Colonial (capital industrial, expanso dos mercados, livre-cambismo, iluminismo e liberalismo, independncia dos EUA, revoluo francesa); Desde fins do sculo XVIII, havia um projeto reformista ilustrado de constituio no Brasil de um poderoso Imprio Luso-Brasileiro; Maria Odila Dias: interiorizao da metrpole: At ento, capitanias ligavam-se mais metrpole do que ao RH; Enraizamento dos interesses mercantis portugueses no centro-sul;
Vinda de 15 mil pessoas: 25% da populao do RJ; Gera problemas de infraestrutura: falta de moradias, aumento dos preos, crises de abastecimento;
P.R.: prncipe regente; para o povo, significava ponha-se na rua;
Instituies administrativas: Ministrio e Conselho de Estado; Desembargo do Pao, Casa de Suplicao, Intendncia de Polcia, etc;
Banco do Brasil;
Real Academia Militar e Real Academia dos Guardas-Marinhas;
Instituies cientfico-culturais: Biblioteca Real;
Museu Real;
Imprensa Rgia;
Primeiro jornal do Brasil: Gazeta do Rio de Janeiro;
Observatrio Astronmico;
Real Jardim Botnico;
Academias mdico-cirrgicas do RJ e BA;
Academia Real de Belas Artes (1820):
Sob auspcios da Misso Francesa de 1816;
Abertura dos portos: Inicialmente, de forma provisria: decreto expedido ainda em Salvador; Restries:
Imposto de 24% sobre mercadorias secas importadas;
Imposto de 48% para gneros molhados;
Mais tarde, restrio da abertura aos portos do RJ, BA, PE, MA e PA;
Reserva de comrcio de cabotagem para embarcaes portuguesas;
Desenvolvimento industrial: Medidas:
Revogao dos alvars; Iseno de pagamento de impostos de importao para matrias-primas destinadas indstria;
Subsdios s indstrias de algodo, l, seda e siderurgia;
Resultados inexpressivos: Falta de empenho do governo;
Contrrio aos interesses ingleses;
Tratado de Comrcio e Navegao com a Inglaterra 1810: Abertura dos portos no era suficiente para a ING;
Tarifas preferenciais aos ingleses:
15% para ING;
16% para POR;
24% para demais pases;
Direito de julgamento por juiz designado pela ING; Tolerncia religiosa e direito de culto privado aos ingleses;
Tratado de Aliana e Amizade 1810: Proibio da Inquisio no BRA; Permisso para navios ingleses entratem livremente em qualquer porto dos domnios portugueses;
Proibio do trfico negreiro com qualquer parte da frica que no fosse possesso portuguesa;
Compromisso de abolir, futuramente, o trfico negreiro;
Alan Manchester: perodo da preeminncia inglesa no Brasil; Poltica externa agressiva com os vizinhos: Invaso da Caiena 1808: Capital da Guiana Francesa;
Represlia invaso de Napoleo;
Mesmo com rendio, portugueses arrasaram colnia e a conservaram para as negociaes com a Frana; Congresso de Viena: presso da ING para D. Joo devolv-la, em 1817, em troca do reconehcimento do rio Oiapoque como limite; Conquista da Banda Oriental 1817: Tropas do Gal. Lancor; Ponto estratgico; ambies dinsticas de Carlota Joaquina (irm do monarca espanhol deposto, Fernando VII); Anexada ao Brasil em junho de 1821 Provncia de Cisplatina;
Poltica joanina: regime hbrido de absolutismo ilustrado: Constante e hesitante movimento pendular entre o velho e o novo; ECO: entre as prticas mercantilistas tradicionais e as demandas livre-cambistas;
POL: monarquia + iluminismo;
Medidas para agradar as elites: Apesar de os portugueses ocuparem os principais postos e da alta carga tributria imposta aos brasileiros; Construo de estradas, doao de sesmarias;
Criao de mecanismos de integrao econmica do Centro-Sul; Emergncia de novo setor da classe dominante: produtores e comerciantes ligados ao abastecimento da Corte; Em troca do financiamento privado, governo cedia ttulos, honrarias, cargos, privilgios e monoplios; As regies perifrias: Pouco afetadas pelas novidades da Corte; Elevao a Reino Unido a Portugual e Algarve tem pouco significado; Fontes de insatisfao:
Pesados impostos;
Coroa como intermediria nos negcios de exportao;
Monoplio das atividades comerciais pelos comerciantes lusitanos;
Alm disso:
Difuso de ideais iluministas enter setores da elite letrada;
Queda acentuaa dos preos do algodo e acar; Escassez de alimentos;
Revolta de Pernambuco de 1817: Classes:
Liderana: proprietrios de terras, comerciantes brasileiros e clrigos (lojas manicas);
Apoio: tropas (insatisfeitas com soldos) e participao popular, inclusive libertos e escravos; Aes:
Tomam o poder e proclamam uma Repblica; Conseguem adeso de PB e RN; Objetivo de formar federao; Governo Provisrio;
Medidas:
Liberdade de comrcio; Suspenso de impostos onerosos;
Anistia de juros; soldo dos soldados; Permanncia de funcionrios pblicos em seus postos;
Liberdade de imprensa e culto; Garantia do direito de propriedade (inclusive de escravos); Projetos de abolir escravido apenas de forma lenta, regular e legal; Convocao de Assemblia Constituinte; No era revoluo: No pretendia alterar estrutura social no curto ou mdio prazo; Apenas forte carter antilusitano; Reao: Dura apenas 74 dias; Tropas lusitanas, comandadas pelo almirante Lobo Rodrigo;O movimento vintista e a situao brasileira Revoluo Liberal do Porto agosto de 1820: Adeso de Lisboa; Natureza ambgua:
Liberal + colonialista;
Causas:
Situao de penria e caos de POR;
Aguda crise econmica;
Perda de privilgios;
Prejuzos graves para a burguesia comercial (abertura dos portos brasileiros);
Submisso poltica: Conselho de Regncia que governava POR tinha que prestar contas ao RJ e era presidido por um ingls (Mal. Beresford);
Difuso dos ideais liberais na Europa;
Objetivos:
Transformar cortes consultivas em cortes deliberativas;
Elaborao de nova Constituio, subordinando a Coroa ao Legislativo;
Promoo do desenvolvimento econmico:
Retorno da Corte a POR;
Restabelecimento dos vnculos coloniais com BRA;
Aes:
Iniciada com ao militar, adquiriu amplo apoio da sociedade portuguesa;
Instalao de Junta Provisria e adoo temporria da Constituio Espanhola de 1821;
Repercusses no BRA: Inicialmente, bem recebida por brasileiros e portugueses: Brasileiros: fim do absolutismo;
Portugueses: retorno dos monoplios e privilgios comerciais;
Divergncias: Retorno da Corte:
Contrrios: Elite brasileira; Membros da Corte: sada do Brasil abriria as portas para revoluo democrtica e separao; Favorveis: Provncias do N/NE: liberdade do domnio do RJ; Tropas portuguesas;
Comerciantes lusitnos;
Parte da alta burocracia estatal; Reaes: D. Joo: postura conciliatria; autoriza estabelecimento das cortes, mas carter meramente consultivo; Provncias do N/NE: rpida adeso ao movimento: Gro-Par, BA (tropas lusitanas locais tomaram o poder); Decretos de D. Joo: Anunciam o seu retorno e a permanncia de D. Pedro no Brasil; Convocao de eleies de deputados brasileiros para as Cortes;
Indiretas, mediante sufrgio universal masculino;
Movimentos populares: Forma-se uma assemblia de eleitores para decidir quais instrues deveriam ser deixadas por D. Joo a D. Pedro;
Exigiam adoo imediata da Constituio espanhola, permanncia da famlia real no Brasil, nomeao de um conselho de governo; D. Joo manda dissolver a assemblia, anula adoo da Constituio Espanhola e regressa a POR (26 de abril);
Crise econmica: D. Joo leva dinheiro do BB e provncias suspendem pagamento de tributos Corte;
Bernarda: Levante das tropas portuguesas em razo da crise;
Obrigam D. Pedro a jurar a Constituio, a destituir ministrio e a nomear juntao consultiva de governo;
Eleies de juntas de governo provinciais; Deputados na Constituinte de POR: Ida lenta; 23 dos 69 deputados no vo; Continuam os decretos restringindo autonomia do BRA: administraes ligadas diretamente a POR, exigncia do retorno de D. Pedro I, etc.; Deputados brasileiros no se opuseram;
Lembranas e Apontamentos do Governo Provisrio para os Senhores Deputados da Provncia de SP: Elaborado por Jos Bonifcio; Medidas: Fixao da sede do Reino Unido no BRA ou alternncia entre POR e BRA;
Criao de Conselho de Estado;
Paridade de deputados;
Cdigos civis e criminais especificos;
Melhor tratamento aos escravos e emancipao gradual; Nenhuma foi adotada: Cortes recusam monarquia dual;O Fico e a independncia do Brasil Campanha do Fico 9 de janeiro de 1822: Liderada por Jos Bonifcio, quando chega decreto exigindo retorno de D. Pedro a POR;
SP, RJ e MG;
Senado da Cmara elabora manifesto e entrega-o a D. Pedro;
Jos Clemente Pereira;
Dia do Fico: 9 de janeiro de 1822; Tropas lusitanas rebelam-se contra deciso do prncipe: nova bernardada; Grandes embates com tropas brasileiras; Acabam controlados; Novo Ministrio 16 de janeiro: Liderado por Jos Bonifcio: At ento defensor do Imprio Luso-Brasileiro; Conselho de Procuradores das Provncias 16 de fevereiro: Embrio do futuro Conselho de Estado; Carter consultivo:
Expulso da Diviso Auxiliadora 17 de fevereiro: Tropas portuguesas vinham sendo a principal fora de resistncia atitude autonomista do Brasil;
Bernardadas;
D. Pedro decide exigir o seu retorno a POR;
Em maro, probe desembarque de novas tropas;
Em agosto, aprova decreto declarando inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no BRA sem autorizao;
Defensor Perptuo do Brasil 13 de maio: Ttulo inicial continha protetor e defensor; D. Pedro recusa o protetor; Aprovado pelo Senado da Cmara, mediante sugesto de Clemente Pereira e Domingos Alves Branco; Significava que poder de D. Pedro advinha da vontade popular e no da hereditariedade; Convocao de Asemblia Geral Constituinte 23 de maio: Abaixo assinado organizado por Joaquim Gonalves Ledo, Janurio da Cunha Barbora, Antnio Joo Lessa, Clemente Pereira, Joo Soares Lisboa e Bernardo Jos da Gama; Fim da obedincia s Cortes enquanto elas ni mudassem de postura; Projeto poltico a ser adotado: duas correntes: Moderados: monarquia centralizada; supremacia do Executivo sobre o Legislativo; Jos Bonifcio; Radiciais: monarquia menos centralizada; Elite intelectual: Gonalves Ledo, Janurio da Cunha Barbosa, Clemente Pereira, Alves Branco, Pereira da Nbega, Frei Caneca, Cipriano Barata, Feij; Eleies: Grupo de Bonifcio: indiretas; vencedor; Grupo de Ledo: diretas;
Manifestos asinados por D. Pedro agosto: Manifesto aos Povos deste reino: D. Pedro acusa as Cortes de tentar reduzir BRA runa e escravido; fala em independncia como algo consumado, mas conserva certo espao para Reino Unido; Redigido por Gonalves Ledo;
Manifesto aos governos e naes amigas: manifesto de carter diplomtico dirigido aos governos dos demais pases; procura estabelecer relaes e prope troca de agentes; Redigido por Jos Bonifcio; A independncia: D. Pedro fora a Santos conter uma revolta; Recebe as notcias da Corte e as cardas de d. Leopoldina, do Ministrio e de Jos Bonifcio;
Resultado: Grito do Ipieranga; Aclamao de D. Pedro 12 de outubro: Dia do ser aniversrio; Aclamado Imperador do Brasil;
Em 1 de dezembro, cerimnia de posse tradicional e pomposa, bem ao estilo do antigo regime; Representao simblica da ambigidade que marcaria o governo de D. Pedro I: investia-se de mandato liberal de origem popular, mas tambm de certa sacralidade, em razo da ordem dinstica que assegurava dinastia o direito de governar;
Reacionrios: Gro-Par, MA, PI, CE e BA; BA,CE, MA, PI: Papel fundamental de Lord Cochrane; Na BA, tropas lideradas por Jos Joaquim de Lima e Silva; PA: Represso liderada por John Grenfell;
Navio Palhao: mata mais de 200 pessoas sufocadas por cal virgem;Politizao das ruas Monarquia parecia, desde o incio, o caminho mais provvel para a independncia:
Falta de tradio republicana no pas;
Repblica era sinnimo de desintegrao territorial, anarquia e dissoluo;
Penetrao do imaginrio monrquico mesmo entre as classes baixas;
Monarquia reforada com a presena da corte no RJ;
Garantia de manuteno das hierarquias sociais e relaes de poder:
Instrumentalizada pela elite: integridade territorial, sem revoluo social, preservando escravido e estruturas de produo;
Papel da imprensa na Independncia: Papel de primeiro plano;
Proliferao sem precedentes de jornais e surgimento de centenas de panfletos de carter poltico-doutrinrio;
Fatos propiciadores:
Liberdade de imprensa: havia sido instaurada em 1821;
Criao de tipografias, alm da Impresso Rgia;
Maioria dos jornais: liberais constitucionalistas, inicialmente favorveis manuteno do Imprio Luso-brasileiro;
Correio Braziliense: perfil mais moderato; pertencia a Hiplito da Costa; significativa circulao nacional;
Jornais fora do RJ: em geral, favorveis a POR; RJ: defendem centralidade do RJ;
Panfletos:
Papel na divugao e vulgarizao das idias liberais e de um novo vocbulo poltico: Limitao dos podres, constitucionalismo, representatividade, separao dos poderes, garantias e direitos civis e polticos, etc.; Anonimato; Sociedades secretas: Lojas manicas: Comrio e Artes e Grande Oriente do Brasil e Apostolado; Reuniam a nata da elite polttica e intelectual;
Associaes livres, academias literrias, teatros, boticas, botequins, etc.: Espao de sociabilidade entre eruditos e populares;
Penetrao dos ideais liberais mesmo entre os no-letrados por meio dos boatos, conversas, hinos cantados, etc.;
ndice de alfabetizao, no entanto, era relativamente expressivo;
Politizao das ruas e desenvolvimento de opinio pblica embrionria: Indica incio de uma esfera pblica emergente, ao menos nas grandes cidades; O processo de independncia no envolveu apenas as elites, nem foi to pacfico como se acredita: Conflitos entre o povo e a tropa em diversas pronvncias; Vrias pequenas manifestaes de rua, envolvendo brasileiros e portugueses;
Ativa participao das camadas livres de baixa condio social e, inclusive, dos escravos;
Apesar disso, no suscita sentimento profundo de identidade nacional: No produziu propriamente uma nao;
Conjunto de capitanias sem unidade poltica e econmica;
Muitas vezes, contato mais freqentes diretamente com a metrpole do que com o governo-geral colonial;
Deputados enviados s Cortes: sentiam-se antes representantes de suas provncias do que do Brasil;
Persistncia de diversas foras centrfugas; Embrio do sentimento nacional: Encontrado apenas na lusofobia: diferena entre ser brasileiro e ser protugus; No foi, portanto, a Independncia do Brasil produto de um processo premetidato, linear e homogneo, imbudo de conscincia nacional profunda, transcorrido nos termos de uma simples oposio colnia e metrpole, ou entre liberalismo e absolutismo; Transmigrao da corte, crise do Antigo Sistema Colonial ou revoluo vintista so marcos, mas no explicam tudo;
At meados de 1822, ainda predominavam as idias de uma Monarquia Dual;
A recusa das cortes em aceitar projeto de monarquia dual + adoo de medidas restritivas + congregao das elites intelectuais e polticas do Centro-Sul em torno de D. Pedro = insustentabilidade do conflito de interesses independncia; Adeso das demais provncias: No apenas pela fora, mas pelos interesses de grupos locais;A disputa pelo poder no inio do Primeiro reinado Grupo de Ledo: Fico;
Proposta de convocao do Conselho de Procuradores da Provncia;
Entrega do ttulo de defensor perttuo do brasil;
Criao das Cortes no Brasil;
Manifesto de 1 de agosto;
Prpria idia de independncia;
Aclamao do imperador;
Jornais: Reverbero Constitucioal Fluminense e Correio do RJ;
Lojas macnicas: Comrcio e Artes e Grande Oriente do Brasil; D. Pedro: ingresso em julho de 1822; escolhido gro-mestre aps rompimento com POR, no lugar de Jos Bonifcio; Grupo de Bonifcio:
Mais moderado; Comando do Ministrio institudo aps o Fico;
Carter apenas consultivo ao Conselho de Procuradores;
Opo por eleies indiretas para a Constituinte;
Manifesto de 6 de agosto;
Sagrao e coroao do Imperador;
Loja manica: Apostolado da Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz: Resultado do rompimento de Bonifcio com o Grante Oriente;
D. Pedro: Maior identificao com pensamento autoritrio e consevador; Ledo tenta fazer D. Pedro jurar previamente a Constituio; Bonifcio ope-se e ganha espao; Represso ao grupo de Ledo: Bonifcio manda suspender peridicos e exige que redatores deixem o pas; D. Pedro opta pela suspenso temporria da Grande Oriente e demais lokas manicas;
Presso sobre Clemente Pereira para ele demitir-se da presidncia do Senado da Cmara;
Reao popular e recuo dos conservadores: Diante da presso, D. Pedro recua, determina reabertura das Maonarias, libertao do redator do jornal; Bonifcio demite-se do ministrio, juntamente com outros dois ministros;
Jogada poltica?
Nova onda de reao popular em favor da volta do Ministrio: D. Pedro restitui o Ministrio; Perseguio ao grupo de Ledo: Bonifcio volta ao poder fortalecido; Ordena devassa contra Clemente Pereira, Pereira da Nbrega, Janurio da Cunha Barbosa, Gonalves Ledo, Alves Branco, Soares Lisboa, Pedro da Costa Barros e padre Lessa; Acusados de republicanismo, de perturbao da ordem e de conspirao;
Alguns so deportados; Ledo foge para BsAs;
Consolidao da elite poltica homognea: Depois de derrotada a faco radical; Jos Murilo de Carvalho: homogeneidade no social, mas ideolgica e de formao (estudos em Coimbra, carreira poltica, etc.); Homogeneidade permitiu da marge de conflitos dentro da elite, possibilitando implantao de modelo monrquico-centralizador;A Assemblia Constituinte de 1823 e a Constituio de 1824 Assemblia: Posse de D. Pedro: disse que defenderia a Constituio se fosse digna do Brasil e de mim;
Inverso da ordem liberal: Constituio deve sujeitar-se a ele e no ele Constituio; Inaugurada em maio de 1823;
O Projeto Constitucional:
Intenes claras de limitar poder do Imperador;
Estabelecia Monaquia hereditria e representativa, constituda pelos trs poderes;
Poder Legislativo: Assemblia Geral (Cmara + Senado) + Imperador; Propor, aprovar e recusar leis; Fixar oramento e foras armadas; Imperador No poderia impedir nem dissolver reunio da Assemblia: apenas adi-la ou prorrog-la; Poder de veto suspensivo sobre projetos aprovados pela Assemblia (fora nova votao); Poder de conceder ou negar beneplcito s determinaes eclesisticas; Perdoar ou moderar penas decididas pela Justia; Inviolabilidade de opinio dos deputados e senadores; Conselho de Estado e jri;
Eleies indiretas em dois graus:
Votantes ou eleitores de parquia escolhem os eleitores de provncia, que, por sua vez, elegem os deputados e senadores (estes seriam indicados pelo Imperador, em carter vitalcio, a partir de lista trplice dos candidatos eleitos); Voto:
Homens, maiores de 25 anos, censitrio; Base: alqueires de mandioca (Constituio da Mandioca):
Votantes: 150 alqueires;
Eleitores: 250 alqueires;
Deputado: 500 alqueires;
Senador: 1000 alqueires; Liberdades: Pessoal, civil, religiosa, de trabalho e de imprensa; Igualdade de todos perante a lei; Inviolabilidade da propriedade privada; Manuteno da escravido, mas permitia emancipao lenta; Conflitos entre Bonifcio e setores ainda mais conservadores: Embora conservado, tinha algumas idias liberais que iam de encontro aos setores conservadores: anticlericalismo, defesa da liberdade de culto, averso a ttulos de nobreza e nobreza, desprezo pelo luxo e pelo esprito mercantil, defesa do trabalho livre e da imigrao; Principal: proposta de confiscar as terras incultas, impedir concentrao fundiria e promover a pequena propriedade; Alm disso, chega a enviar uma representao Constituinte combatendo a escravido e propondo a abolio do trfico em 4 ou 5 anos, emancipao gradual dos escravos e trtamento mais humanitrio; Resultado:
Odiado por mais conservadores e por radicais;
Andradas saem do Ministrio em 16 de julho; Passam para a oposio;
Fundam o jornal O Tamoio; Dissoluo da Constituinte 12 de novembro de 1823: Noite da Agonia; Pretexto:
crticas dos deputados ao governo, acusado de proteger os portugueses que deram surra em pretenso autor de artigos antilusitanos;
Dissoluo e priso de deputados, inclusive os Andradas; Manifesto aos Brasileiros: documento imperial justificando o fechamento: planos subversivos, ataque pessoa do Imperador, estmulo ao furor revolucionrio; Decreto de fechamento prometia projeto de Constituio duplicadamente mais liberal do que o que a Assemblia acabara de fazer; A Constituio de 1824 25 de maro: Centralizao administrativa e poltica; concentrao de poder; Monarquia constitucional, hereditria e representativa;
4 poderes;
Moderador: inspirado no Poder Real de Benjamin Constant;
Direitos do Imperador:
Dissolver a Cmara dos Deputados;
Voto suspensivo sobre projetos aprovados;
Nomeao de ministros, conselheiros, senadores, presidentes de provncia, juzes da Suprema Corte, comandantes das FFAA e bispos;
Conceder o negar beneplcito;
Perdoar ou moderar dvidas; Alm disso, no poderia ser responsabilizado pelos seus atos: Pessoa inviolvel e sagrada;
Conselhos Gerais das Provncias: Tinham que remeter resolues ao Poder Executivo e submet-las aprovao da Assemblia Geral; Manuteno da inviolabilidade de opinio dos parlamentares; Juizado de paz; Eleies indiretas e censitrias: Base: mil-ris;
Votantes: 100 mil-ris;
Eleitores: 200 mil-ris;
Deputado: 400 mil-ris;
Senador: 800 meil-ris; Direitos e garantias: Liberdade e segurana individuais, igualdade de todos perante a lei, inviolabilidade da propriedade (salvo em caso de abuso); Liberdade de imprensa;
Liberdade religiosa: catolicismo como religio oficial, mas liberdade de culto domstico para outras religies; Sem nenhuma referncia escravido;
Sinais da crise Reaes populares dissoluo e outorga da Constituio:
BA: lusofobia e ameaa de secesso; PE: Confederao do Equador:
Liderada por Frei Caneca j participara do movimento de 1817 e Paes de Andrade;
Uso do Jornal Typhis Pernambucano; Causas: Centralizao poltica prevista pela nova Constituio; Apoios das provncias: CE, PB e RN; Objetivos: Proclamao de Repblica Federalista Representativo; Uso da Constituio da Colmbia; Predomnio do Poder Legislativo; Abolio do trfico negreiro; Antilusitanismo; Participao popular: Segmentos sociais subalternos; Homens livres pobres, escravos; Recuo das elites: Assustam-se com o ingresso popular no movimento; Represso:
Governo central declara estado de stio e envia tropas de mercenrios ingleses; Participao de Cochrane e de Francisco de Lima e Silva;
Violenta e dura: criao de tribunal militar de exceo;
Execuo dos rebeldes, inclusive de Frei Caneca; Dura represso acirra nimos dos liberais em todo o pas; Reconhecimento da independncia: EUA: 1 pas 25 de junho de 1824 (doutrina Monroe);
AL: reconhecimento lento e desconfiado por tratar-se de uma monarquia;
ING: outubro de 1825 Contrapartidas:
Renovao dos tratados de 1810;
Comprometimento com abolio do trfico negreiro;
Tratado de 1826; trfico tornar-se-ia ilegal em trs anos aps ratificao do acordo, em 1827;
Reconhecimento da independncia por POR;
POR: agosto de 1825: Intermediao inglesa;
Concesses:
15% de imposto alfandegrio;
Indenizao de 2 milhes de libras;
Independncia como concesso unilateral de POR;
Demais pases europeus: logo aps o ingls, em troca das mesmas vantagens tarifrias; Insatisfao popular: compromisso de abolir trfico + pagamento de indenizao + possibilidade de futura unio das Coroas; A sucesso do trono portugus 1826/1828: D. Pedro no tinha abdicado dos seus direitos de concesso;
Com morte de D. Joo, renuncia em nome de sua filha, Maria da Glria;
Como tinha apenas 7 anos, casa-se com seu tio, D. Miguel;
Em 1828, D. Miguel lidera golpe absolutista, dissolve as Cortes e aclama-se Rei;
Interveno de D. Pedro:
Financia luta contra D. Miguel;
Irmo, no entanto, s sairia do cargo depois da abdicao de D. Pedro I;
Mostra que D. Pedro ainda estava muito ligado aos assuntos portugueses; Antilusitanismo: Privilgios concedidos por D. Pedro I aos lusitanos irritavam a populao; Cargos, honrarias, etc.;
Gabinete secreto:
Amigos portugueses do Imperador;
Destaque: Francisco Gomes da Silva, o Chalaa;
Influncia sobre as decises do Imperador;
Serve como amlgama da oposio a D. Pedro;
Questo da Cisplatina (1825 1828): Episdios:
1821: incorporao oficial ao Brasil;
1825: rebelio; BsAs aproveita para anex-la no mesmo ano;
Brasil declara guerra Argentina;
Consegncias:
Endividamento dos cofres pblicos; preos da carne;
Interrupo do fornecimento pelo RS ao centro-sul;
recrutamento militar;
Prtica mal vista pela populao;
Contratao de tropas mercenrias;
Fracasso do Brasil:
Soluo: intermdiao inglesa; criao da Banda Oriental do Uruguai; Rebelio dos mercenrios: Tropas que tinham sido contratadas para a Cisplatina rebelam-se no RJ em razo dos maus tratos; Geram onda da ataques, depredaes, incncios, tiroteios, etc.;
oposio liberal e xenofobismo;
Crise econmico-financeira: dficit externo e desequilbrio da balana de pagamentos; importaes;
produo do acar e nos preos dos produtos de exportao;
Recesso da economia mundial;
arrecadao: impostos alfandegrios de 15%;
Juros elevados;
Falncia do BB (1829);
Emisso descontrolada de moeda;
Inflao e desvalorizao;
Emprstimos externos;
A oposio parlamentar e na Imprensa Parlamento: Reaberto em 1826;
Queda-de-brao constante entre Imperador e Cmara; Convocao e censura de Ministros;
Rejeio de proposta sobre as FFAA em plena guerra da Cisplatina; Disputas oramentrias;
Carta aos senhores eleitores da Provncia de Minas Gerais: Escrita por Bernardo Pereira de Vasconcelos, da oposio; Espcie de prestao de contas de sua atuao na Cmara;
Imprensa: Novo vigor: proliferao nos grandes centros e surgimento em novas cidades; Contribui para mobilizao e descontencamento; Mais radicais chegavam a pregar uma revoluo popular;
Revoluo de 1830 na FRA: Amplamente noticiada e saudada pelos jornais; Assassinato do jornalista Libero Badar 1830: D ainda mais flego aos jornais oposicionistas;
Comeam a divulgar boatos sobre plano de golpe absolutista; Base do incio da mobilizao popular;A revoluo do sete de abril Noite das garrafadas maro de 1831: Ps-de-cabra (brasileiros) e ps-de-chumbo (portugueses) entram em confronto;
Estopim: comemoraes organizadas pelos portugueses em decorrncia do retorno de D. Pedro, aps sua viagem a MG; Antilusitanismo:
Portugueses eram associados ao colonialismo, absolutismo, alta dos custos de vida (controle dis aluguis e do comrcio) Ministrio dos Brasileiros 20 de maro: Comisso de parlamentares exige punio aos portugueses envolvidos na noite das garrafadas;
D. Pedro contemporaiza, ordena soltura dos brasileiros presos e convoca ministrio exclusivamente composto por brasileiros;
No resolve agravamento das tenses sociais;
Demisso do Ministrio dos Brasileiros 5 de abril: Retorno a ministrio aristocrtico e impopular; Reao imediata: conglomeraes, protestos, etc.;
O sete de abril:
Fracasso das tentativas de convencimento do Imperador: Delegao de juzes de paz exige reintegrao do ministrio demitido; D. Pedro I nega;
Novas negociaes; Imperador recusa-se a ceder, aceitando apenas nomear um novo ministrio;
Adeso do Batalho do Imperador e da Guarda de Honra ao movimento;
Insatisfeitos com soldos, recrutamento forado, castigos cordporais e pssima imagem do exrcito;
D. Pedro abdica na madrugada do dia 7 de abril;
Muito mais do que um arranjo das elites: resultado das tramas polticas no Parlamento, nas sociedades secretas, nos quartis e na imprensa, mas tambm da presso popular; Apesar do carter autoritrio, governo de D. Pedro I no deve ser caracterizado como absolutista: era um governo liberal;O rompimento do pacto liberal no incio da regncia Os grupos polticos: Restauradores ou caramurus: Fortalecidos a partir de 1832; Antigos aristocratas, cortesos e burocratas do Primeiro Reinado,alm de militares e comerciantes portugueses; Defendiam monarquia fortemente centralizada, inviolabilidade da Constituio e, em alguns casos mas no todos! , voolta de D. Pedro; Sociedade Conservadora da Constituio Poltica Jurada no Imprio do Brasil, substituda pela Sociedade Militar; Jornais: O Carij e O caramuru; Liberais exaltados ou farroupilhas; Composio heterognea: basicamente, camada mdia urbana;
Queriam reformas amplas;
Sociedade Federal;
Jornais: Nova Luz Brasileira e O Exaltado; Liberais moderados ou chimandos; Proprietrios rurais e comerciantes, pequena burguesia urbana e setor militar;
Queriam apenas reformas polticas limitadas;
Sociedade Defensora da Liberdade e da Independncia Nacional;
Jornais: Aurora Fluminente e O Independente: Principais temas de conflito entre os liberais:
Exaltados: em geral, defesa da repblica democrtica, federalismo, supresso do poder moderador, extino do Conselho de Estado, fim da vitaliciedade do Senado, separao entre igreja e estado, nacionalizao do comrcio, incentivo indstria nacional, emancipao gradual dos escravos, reforma agrria, etc.; Moderados: em geral, combatiam esses propsitos; Exaltados so alijados do poder pelos moderados: Resultado: recorrem ao direta nas ruas;
1 ciclo de rebelies regenciais: PE, MG, BA, RJ; crtica ao governo; reclamaes especficas diversas; antilusitanismo; Guerra dos Cabanos (1832 1835): Movimento de carter restaurador;
PE e AL;
Pequenos proprietrios, camponeses, ndios, escravos e senhores de esgenho;
Liderana de Vicente Ferreira de Paula; Dcio Freitas: Guerrilheiros do Imperador;
Desejavam volta de D. Pedro e defesa da religio catlica;
Guerrilha;
Enfraquecido pela morte de D. Pedro;
Represso feita pelas tropas de Paes de Andrade, ex-lider da Confederao do Equador e agora Presidente de PE;
Revolta dos Mals (1835):
Salvador;
Mais sria rebelio de escravos urbanos ocorrida na Amrica; Escravos islmicos: identidade cultural mais acentuada e maior capacidade de mobilizao; Represso violeta: bmorte de vrios escravos, condenaes a penas de morte, aoites, etc.; Reao da Corte:
Criao da Guarda Municipal: Milcia civil no-remunerada; Proibio de reunies noturnas;
penas;
autoridade dos juzes de paz; Regncia trina provisria: Composio: apenas moderados:
Gal. Francisco de Lima e Silva; Sen. Nicolau de Campos Vergueiro;
Jos Joaquim Carneio de Campos (Marqus de Caravelas);
Medidas: Reintegrao do ministrio exonerado em 5 de abril;
Anistia a presos polticos;
Expulso dos estrangeiros que no quisessem naturalizar-se das tropas; Regncia Trina Permanente: Composio: tambm s moderados
Lima e Silva;
Joo Brulio Muniz;
Jos da Costa Carvalho;
As reformas liberais Criao da Guarda Nacional 1831: A relao entre liberais e exrcito:
Decorrncia das desconfianas e antipatias em relao ao exrcito: liberais viam-no como instrumento do depotismo;
Depois da abdicao, continuou a ser visto pelos exaltados como instrumento do despotismo, mas passou a ser visto pelos moderados como avesso ordem e propenso anarquia;
Participao nas revoltas do perodo;
Provem significativo corte dos contingentes: menos da metade da quantidade de soldados do Primeiro Reinado); Guarda Nacional: Milcia cidad: inspirada em similar francesa; Fim da guarda municipal; Alistamento obrigatrio para pessoas acima de uma renda mnima estipulada; No-remunerada;
Interpretao ambgua pela historiografia: reforo da dominao patrimonial X consolidao do projeto centralizador X organizao democrtica; Reforma do judicirio: Iniciadas ainda durante Primeiro Reinado: 1827: juzes de paz: Juizado de Paz j estava previsto na Constituio; Magistrados no-profissionais e sem remunerao;
Eleitos pelos habitantes de cada distrito; Conciliao das partes, julgamento de pequenas aes e tarefas policiais;
Forma de descentralizar e esvaziar concentrao excessiva de poderes nas mos do Imperador;
1830: Cdigo Criminal: Projeto de Bernardo Pereira de Vasconcelos; Trs tipos de crimes: pblicos (politicos, administrativos), particulares e policiais (desordem, falsificao, etc.);
Inteno: proteger a oposio das intervenes arbitrrias do governo; 1832: Cdigo do processo Criminal: poderes dos juzes de paz: julgar aes de valores maiores, prender criminosos procurados pela justia, indicar inspetores, etc.: Introduo do Habeas Corpus; Criao da figura do juiz municipal: nomeado pelo presidente de provncia a partir de lista trplice da Cmara; Funo: executar ordens, sentenas e mandatos dos juzes de direito; Implantao do sistema de jri: Forma de ataque frontal magistratura profissional;
Smbolo dos ideais liberais de participao popular e localismo; Reforma dos Poderes: 1831: Lei de Regncia: Fortalecimento do Parlamento em detrimento dos regentes: no podiam dissolver Cmara, conceder anistiais, outorgar ttulos, suspender liberdades, declarar guerra ou estado de stio, etc., sem consulta ao Parlamento; 1843: Ato Adicional: Soluo de compromisso entre diferentes setores polticos;
Extino do Conselho de Estado; Substituio da Regncia Trina pela Una; Regente eleito para mandato de quatro anos por voto secreto e direto; Criao das Assemblias Legislativas Provinciais:
Membros eleitos por dois anos; Funo de legislar sobre temas de interesse local; autonomia das provncias e descentralizao: Mas limitada: presidentes, por exemplo, continuavam sendo escolhidos pelo governo central; Primazia das provncias sobre a autonomia municipal; Resumo das reformas: Duplo papel:
1. Remoo de parte dos elementos autoritrios do Estado imper