história econômica do brasil - historiografia br colônia

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HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL PROF. DR. VLADIMIR LUIS DE OLIVEIRA 1

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economia, história, historiografia

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Page 1: História econômica do Brasil - historiografia BR colônia

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HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL

PROF. DR. VLADIMIR LUIS DE OLIVEIRA

Page 2: História econômica do Brasil - historiografia BR colônia

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TEORIAS ECONÔMICAS E HISTORIOGRAFIA

TEORIAS PÓS-

MARXISTAS E

NEO-WEBERIAN

AS

TEORIASMARXISTAS

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TEORIA DO PACTO COLONIAL – JEAN BAPTISTE COLBERT (1619-1683)

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A ECONOMIA COLONIAL –VERTENTES MARXISTAS

CONTROVÉRSIAS:

SENTIDO DA COLONIZAÇÃ

O – FORMAÇÃO

ECONOMICO-SOCIAL

SISTEMA COLONIAL

MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVIST

A

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ECONOMIA COLONIAL – TEORIAS PÓS-MARXISTAS:

TEORIA ECONOMIA -MUNDO

TEORIAS SISTEMICAS ATLANTICO -SUL

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TEORIAS MARXISTASAUTORES:

CAIO PRADO JUNIORCELSO FURTADOFERNANDO NOVAISJOCOB GORENDERCIRO FLAMARION CARDOSOJOSÉ ROBERTO AMARAL LAPAJOÃO MANUEL CARDOSO DE MELLO

MODO DE PRODUÇÃO

SENTIDO DA COLONIZAÇÃO

SISTEMA COLONIAL

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TEORIAS PÓS-MARXISTAS:TEORIAS ECONOMIA-MUNDO:

WELLERSTEINARRIGUI

TEORIAS SISTÊMICAS DO ATLÂNTICO SUL:LUIZ FELIPE DE ALENCASTROJOÃO FRAGOSO/MANOLO FLORENINOALBERTO DA COSTA E SILVA

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Caio Prado Junior (11-02-1907 / 23-11-1990) 1933: Evolução política do Brasil 1934: URSS - um novo mundo 1942: Formação do Brasil Contemporâneo 1945: História Econômica no Brasil 1952: Dialética do Conhecimento 1953: Evolução Política do Brasil e Outros

Estudos 1954: Diretrizes para uma Política Econômica

Brasileira 1957: Esboço de Fundamentos da Teoria

Econômica 1959: Introdução à Lógica Dialética (Notas

Introdutórias) 1962: O Mundo do Socialismo 1966: A Revolução Brasileira 1971: Estruturalismo de Lévi-Strauss - O

Marxismo de Louis Althusser 1972: História e Desenvolvimento 1979: A Questão Agrária no Brasil 1980: O que é Liberdade 1981: O que é Filosofia 1983: A Cidade de São Paulo

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O sentido da colonização (1942)buscou analisar a realidade colonial

brasileira com base nos conceitos desenvolvidos por Marx, na linha do Materialismo Histórico.

Idéia central: vê a colônia como uma sociedade cuja estrutura e funcionamento foram

determinados pelo comércio externo e, portanto, como um mero empreendimento a serviço do

capital comercial europeu.

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Busca mostrar que os elementos secundários estão totalmente subordinados aos elementos essenciais: a produção para o mercado interno surge apenas como atividade subsidiária da grande lavoura escravista exportadora e tem sua dinâmica determinada pela dinâmica do mercado externo, ou seja, pela dinâmica dos preços internacionais e da demanda de gêneros agrícolas tropicais pela Europa. O capital comercial é então elemento central para a compreensão da sociedade colonial e da sua dinâmica.

Assim, no modelo pradiano, a economia e a sociedade coloniais seriam um mero apêndice de um sistema mais amplo que tem seu centro na Europa, e toda sua dinâmica se subordinaria àquele centro. Não havia aqui espaço para a reprodução de uma sociedade autônoma.

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CAIO PRADO JUNIOR“O caráter geral da colonização brasileira, empresamercantil explorada dos trópicos e voltada inteiramentepara o comércio internacional, em que, embora peçaessencial, não figura, senão como simples fornecedorados gêneros de sua especialidade. Nos diferentesaspectos e setores da economia brasileira constatamosrepetidamente o fato, que pela sua importânciaprimordial merece tal destaque, pois condicionouinteiramente a formação social do país (HEB:118)”

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O sentido da colonização estaria nos três séculos de exploração metropolitana, no que tange de fundamental e permanente, ou seja, nos fins mercantis e no povoamento necessários para a organização de gêneros tropicais rentáveis para o comércio.

CRÍTICA A TEORIA DOS CICLOSBASES – GRANDE PROPRIEDADE, MONOCULTIVO, TRABALHO ESCRAVO

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JACOB GORENDER

(Salvador, 20 de janeiro de 1923 — São Paulo, 11 de junho de 2013) Livros

1. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1978. 6.ed. (definitiva), 1992. 2.imp., 2005.

2. A burguesia brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1981.3. 8.ed.,1990. 2.reimp., 1998.

4. Gênese e desenvolvimento do capitalismo no campo brasileiro. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.

5. Combate nas trevas. São Paulo: Ática, 1987. 6.ed. 2.reimp., 2003.

6. A escravidão reabilitada. 2. ed. São Paulo: Ática, 1990., 1991.

7. O fim da URSS. Origens e fracasso da perestroika.São Paulo: Atual, 1991. 11.ed., 2003.

8. Marcino e Liberatore. (Diálogos sobre marxismo, socialdemocracia e liberalismo). São Paulo: Ática, 1992.

9. Marxismo sem utopia. São Paulo: Ática, 1999. 2.imp., 2000.

10. Direitos humanos. (O que são ou devem ser). São Paulo:Senac, 2004.

11. Brasil em preto & branco. O passado escravista que não passou. São Paulo: Senac, 2000.

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Gorender –a tese do escravismo colonial“Um passo sério e pioneiro em direção a tal problemáticafoi dado por Ciro Cardoso, que, ao invés da abstração deum .modo de produção colonial., único e indefinido,ateve-se à proposição concreta de modo de produçãoescravista colonial. . O de que se carece, a meu ver, éde uma teoria geral do escravismo colonial queproporcione a reconstrução sistemática do modo deprodução como totalidade orgânica, como totalidadeunificadora de categorias cujas conexões necessárias,decorrentes de determinações essenciais, sejamformuláveis em leis específicas. (EC:7-8)17.”

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CRITICAS A VISÕES ANTERIORES DO MARXISMO - GORENDERCAIO PRADO JUNIOR E SUA VISAO CIRCULACIONISTACRITICA A VISAO INTEGRACIONISTA, de que o

surgimento do mercado mundial, no século XVI, marcou o surgimento de um modo de produção também mundial,

RITICA O TELEOLOGIA Finalmente, Gorender acusa Caio Prado de teleologismo por usar o termo ´sentido da colonização. Mas Gorender compreende este emprego como se Prado Jr estivesse assumindo que os colonizadore soubessem que a colonização realizaria o capitalismo.

CRITICA WENECK SODRE – a VISAO aparelhada com a Internacional, de que o Brasil teve uma fase feudal.

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JOSÉ ROBERTO AMARAL LAPA (04/08/1929- 19/06/2000)

Economia Cafeeira, 1993Economia Colonial, 1973O Sistema Colonial ,

1994História política da

república, 1999.A história em questão:

Historiografia Brasileira Contemporânea, 1981.

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SISTEMA COLONIALO CAPITALISMO É UM SISTEMA – MAURICE DOBB A TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO

LEVOU MAIS DE 300 ANOS. CONTUDO NÃO EXPLICA A REALIDADADE HISTÓRICA BRASILEIRA.

O SISTEMA COLONIAL É CAUSA E CONSEQUENCIA DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA, NÃO É NEM FEUDAL NEM CAPITALISTA

O PACTO COLONIAL É A PRATICA DO SISTEMA3 COLONIAL

O COMERCIO DE PORTUGAL COM O BRASIL É DEFICITÁRIO, MAS COM AS DEMAIS COLONIAS É SUPERAVITÁRIO (ASIA-AFRICA E ILHAS)

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SISTEMA COLONIAL –AMARAL LAPAMETRÓPOLES-METRÓPOLESMETRÓPOLES-COLONIASCOLONIAS-COLONIAS DA MESMA

METRÓPOLECOLONIAS-COLONIAS DE DIVERSAS

METRÓPOLESECONOMIAS REGIONAIS DE UMA MESMA

COLONIA

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Teorias sistêmicas Atlântico Sul I – o mercado atlântico não era capitalista (2001)

JOÃO FRAGOSO/MANOLO FLORENTINO O entendimento da economia colonial exige o entendimento da economia e sociedade

lusitana.

SOCIEDADE PORTUGUESA Aristocracia controlava metade das terras e o clero, 30%.

As cidades NÃO se desenvolveram

A transferência de renda da colonia para a metrópole servia para a manutenção da estrutura parasitária da metrópole.

Em 1506 65% das receitas portuguesas vinham da exploração das colônias e dos monopólios. Em 1607, 70%.

A coroa sustentava a aristocracia, consumindo 40% do recursos. (sistema de mercês) Fortalecimento da casta fidalgo-mercador. A ascensão social dependia em vir a ser

aristocrata.

•Atividades administrativas/mercantis•Exceto indústrias

O mercado colonial atlântico era de natureza não capitalista. Mas do que a manutenção de um sistema monocultor-exportador, visava manter a velha sociedade hierarquizada e sua estrutura de poder.

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Teorias sistêmicas Atlântico Sul I – 2 – domínio ultramarino nem sempre é exploração colonial

LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO- O TRATADO DOS VIVENTES

Investimentos privados portugueses nas colonias não eram exclusivamente portugueses.Ex: metade ou 2/3 do acuçar do Br eram

transportados pro holandeses até inicío do séc.XVII. P.22

Exclusivo colonial só se define a partir de 1580., consessões iniciais são suspensas, em prejuízo aos estrangeiros.

O império se impõe como catalizador do trabalho produtivo e como distribuidor de privilégios.

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Alencastro – crítica ao mercado triangular

Com o tráfico negreiro modifica-se o sistema colonial.

As relações entre áfrica ocidental e Brasil são ampliadas. No séc. XVIII, 15% dos navios em Luanda vinham da metrópole. P.27/28

Eram fontes de receitas p a coroa.

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O papel da igrejaIgreja controlava o clero secular – bula Jus

patronatus (meados do sec.XV), por isso convertem-se em correia de transmissão do poder na África e Brasil.

Bula Romanus Pontifex (1455) excomunhão dos que quebrarem o monopólio ultramarino.

O papel da inquisição no Atlantico sul– máquina de guerra da aristocracia contra a burguesia mercantil “judaizante”. Na América espanhola, vitimizou comerciantes portugueses.

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Portugal lançou as bases de uma area imperial de mercadoPortugal, mais frágil politica e

economicamente, perde territórios e mercados no oriente. Por isso implanta no Atlântico um sistema de produção gerando mercadorias para a economia-mundo.

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Luiz Felipe Alencastro – tratado dos viventesO sistema colonial , fortalece o capitalismo comercial por

meio:A metrópole controla o tráfico negreiro e comanda o sistema

escravista . (20% de taxa no BR e 66% na America Espanhola).

Reduziu-se os conflitos entre jesuítas e a coroa, que se colocavam contra a escravidão indígena.

Os negociantes vão associar os oligopsonios (cana de açúcar) com oligopólios (venda de escravos);

O comércio externo da colônia é dinamizado. Importações da Europa , equipamentos de engenho e objetos de luxo.

No longo prazo, os recursos de créditos e a compra antecipada de africanos favorece aos moradores fortalecendo a xenofagia da economia brasileira.

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Giovani Arrighi e as Hegemonias do capitalismo históricoHegemonia mundial – capacidade do Estado

em exercer liderança e governo sobre um sistema de nações soberanas.NO CAPITALISMO observou-se as seguintes

lideranças:Ciclo Genova-veneza (sec. XV-XVII)Ciclo Holandês (Sec.XVII-XVIII)Ciclo Britânico (séc.XVIII-XX)Ciclo Norte-americano (séc. XX até hoje)

A ascensão e expansão do moderno sistema inter estatal foi foi tanto principio quanto causa do interminável acumulação de capital.

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A divisão da economia mundial em Estados nacionais concorrentes não necessariamente beneficia a acumulação de capital. Isso vai depender da forma e intensidade da concorrência.

As hegemonias nacionais podem assumir duas formas:CAPITALISMOTERRITORIALISMO

Controle do capital circulante

Controle do território e da população