história do protestantismo

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As profundas necessidades religiosas da época [séc. XVI] deveriam, portanto, em muitos casos, ser satisfeitas sem a assistência sacerdotal, espontaneamente, através de devoções, livros de orações, que haviam sido colocados à disposição dos fiéis, principalmente dos pais de família, mas em cujo controle esses sacerdotes não intervinham suficientemente. Formava-se assim, uma piedade individualista e leiga, que se entretinha nos cultos domésticos alimentando-se na Bíblia, ou pelo menos em fragmentos bíblicos – constituindo pura lenda o fato de que a igreja tenha constantemente mantido seus fiéis afastados das Sagradas Escrituras. Assim, nasceu, antes da Reforma, o clima espiritual que deveria assegurar seu sucesso. Émile G. Léonard “Autor Frances, séc. XX. Protestantismo - Conceitos Haroldo X Silva 1

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Page 1: História do protestantismo

As profundas necessidades religiosas da época [séc. XVI] deveriam, portanto, em muitos casos, ser satisfeitas sem a assistência sacerdotal, espontaneamente, através de devoções, livros de orações, que haviam sido colocados à disposição dos fiéis, principalmente dos pais de família, mas em cujo controle esses sacerdotes não intervinham suficientemente. Formava-se assim, uma piedade individualista e leiga, que se entretinha nos cultos domésticos alimentando-se na Bíblia, ou pelo menos em fragmentos bíblicos – constituindo pura lenda o fato de que a igreja tenha constantemente mantido seus fiéis afastados das Sagradas Escrituras. Assim, nasceu, antes da Reforma, o clima espiritual que deveria assegurar seu sucesso.Émile G. Léonard “Autor Frances, séc. XX.

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Protestantismo é o termo usado para aludir o movimento religioso cismático à Igreja Católica Romana. Movimento este que produziu uma séria ruptura no sistema religioso vigente. Os Grupos que mantiveram essa atitude cismática (sectária) são chamados até hoje por protestantes pela Igreja Católica romana.

A reforma foi um grito de liberdade Político-Religioso, e um retorno a Bíblia.

Seitas são descritas como grupos religiosos recém-formados que se formam para protestar a favor de elementos da sua religião originária, geralmente uma denominação (conceito Weberiano de uma seita religiosa).

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Da perspectiva europeia, o protestantismo pode ser descrito como uma religião moderna, isto é, a ênfase recai sobre o indivíduo e sua relação com Deus.

Os princípios balizadores do Protestantismo estavam sujeitos ao que Paul Tillich chama de princípio protestante, isto é, a tese defendida por Lutero em sua obra Da liberdade do cristão onde afirma que todo cristão é senhor de todas as coisas e não está sob o domínio de coisa alguma.

Paul Tillich. Teólogo alemão-estadounidense, um filósofo cristão.

Tillich foi contemporâneo de Karl Barth, um dos mais influentes teólogos

protestantes do século XX.

Max Weber. Intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Século XX.

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Três grandes eixos temáticos sobre os quais a reflexão dos reformadores se deu:

A Fé: no centro do pensamento cristalizado no séc. XVI, a salvação era tida como uma recompensa de Deus aos esforços humanos mediados pela igreja enquanto instituição sacramental mediadora – o que encontra eco na interpretação da famosa citação de Cipriano de Cartago: ex ecclesia nula salus. Contra isso insurgi-se Lutero, ao afirmar a total dependência de Deus para a salvação, o protestantismo será conhecido por compreender que o movimento sempre parte de Deus para o ser humano mesmo antes de nossa resposta, ou seja, inteiramente condicionada por Sua graça, portanto, sola gratia et fides será o lema central do pensamento reformado.

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A Bíblia: enquanto a salvação pela graça por meio da fé constitui-se o objeto formal da teologia reformada, as Escrituras Sagradas são o objeto material onde está localizado este pensamento. Por isso a insistência dos reformadores em traduzir para as línguas vernáculas e incentivar a leitura pública da Bíblia, pois reconheciam nela a verdade absoluta da fé Protestante. Por causa dos desvios históricos entre os ensinamentos bíblicos e as práticas cristãs de seu tempo, os reformadores e os ramos do protestantismo que vieram após eles defenderam veementemente a supremacia das Escrituras quanto às questões de fé, da doutrina e da ética referentes à vida cristã acima da tradição estabelecida – disso nasce o segundo princípio norteador do protestantismo: sola Scriptura.

Três grandes eixos temáticos sobre os quais a reflexão dos reformadores se deu:

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Três grandes eixos temáticos sobre os quais a reflexão dos reformadores se deu:

A Igreja: o Protestantismo subverte a ordem medieval onde a igreja era a instituição mediadora entre Deus e o ser humano. Por Igreja, os reformadores entendem o evento da Palavra de Deus dirigida ao ser humano que os reúne por sua graça. Nas expressão do teólogo Karl Barth: a Igreja não é nem a comunidade, nem o agrupamento visível dos que crêem em Jesus Cristo, nem o órgão que os representa sob qualquer forma de governo. Mas o evento que reúne dois ou três em nome de Jesus Cristo, isto é, pelo poder do apelo que lhes dirige e pelo mandato que lhe confia. Sendo assim, a Igreja encontra-se onde a Palavra de Deus é proclamada e, como resposta todos são chamados à adoração como resposta. Sem mediações institucionais ou clericais funda-se o terceiro pilar do Protestantismo: O sacerdócio universal de todos os santos.

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Protestantismo: A Teologia de Martinho Lutero

Lutero foi, como Agostinho, um daqueles pensadores cuja teologia está intimamente ligada com sua vida que não se pode entender uma separadamente da outra.

A Peregrinação Espiritual

Lutero entrou no monástério em 1505 devido a um voto feito a Santa Ana durante uma tempestade. Há historiadores que afirmam que ele não temia a morte; mas sim, a perspectiva dele morrer sem estar preparado para a mesma.

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A nova criação

Lutero cria que, em Jesus Cristo, nós ouvimos a palavra que nos liberta da escravidão do pecado, da monte, e do diabo. Esta é a palavra da justificação. Justificação é, antes de tudo o decreto de absolvição que Deus ponuncia sobre nós. Declarando-nos justificados.

Os dois reinos

O entendimento de Lutero sobre o relacionamento entre igreja e Estado é geralmente declarado como a doutrtina dos dois reinos, ou dois domínios. A doutrina dos dois reinos não significa o que é entendido hoje pela separação da igreja e Estado. Ao contrário, é uma doutrina que está intimamente relacionada com a distinção de lutero entre a lei e o evangelho, e que não pode ser entendida separada dessa distinção.

Deus estabeleceu dos Reinos. Ambos estão sob o domínio de Deus. Um sob a lei, o outro sob o evangelho.

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A Peregrinação Espiritual

Lutero entrou no monástério em 1505 devido a um voto feito a Santa Ana durante uma tempestade. Há historiadores que afirmam que ele não temia a morte; mas sim, a perspectiva dele morrer sem estar preparado para a mesma.

Com o propósito que o trouxera ao monastério; Lutero chega até Roma, onde viu o abuso em relíquias e outros meios de obter mérito diante do divino. Ele chegará a roma cheio de esperança e fé; saiu com uma dolorosa dúvida de que os meios de salvação oferecidos pela igreja fossem, de fato, válidos.

Foi transferido para Wittenberg, onde conheceu Johann Von Staupitz, seu tutor. Apesar de confiar todos os seus pecados ao seu tutor, Lutero continuava a se afligir devido entender que alguns pecados poderiam ficar ocultos, não confessados, e por conseguinte, não perdoados. Aqui estava um meio alternativo de salvação, que confiava não no perdão de pecados individuais, mas simplesmente em se entregar completamente a Deus.

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Protestantismo: A Teologia de Martinho Lutero

A Tarefa do Teologo

No início de 1518, na obra “Controversia de Heindenberg”, Lutero apresentou o que se tornou um programa inteiro para uma abordagem da teologia. Propos que há dois tipos de teologia: uma “teologia da glória” e uma “teologia da cruz.

A Palavra de Deus

No início de 1518, na obra “Controversia de Heindenberg”, Lutero apresentou o que se tornou um programa inteiro para uma abordagem da teologia. Propos que há dois tipos de teologia: uma “teologia da glória” e uma “teologia da cruz.

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A Teologia de Martinho Lutero

A Lei e o evangelho

O principal contraste que Lutero vê na Escritura não é aquele entre os dois testamentos, mas o que existe entre a lei e o evangelho. A lei é a vontade de Deus, e é conhecida por meio da lei natural, que é conhecida por todos nas instituições civis. Uma vês que a instituição civil não consegue cumpir a lei (queda), logo, aquilo que provém do caráter (bom) de Deus se torna uma notícia ruim para o homem. Por isso, O evangelho é o “sim “ de Deus, a fim de aplacar a ira de Deus sobre as instituições.

A condição humana

Para Lutero, a primeiro coisa a ser dita sobre nós em nosso estado presente é que somos pecadores. Isto não significa simplesmente que nós tenhamos pecado (no passado), mas ao contrário, que toda a nossa natureza é comprometida pelo pecado

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Os dois Reinos

O entendimento de Lutero sobre o relacionamento entre a igreja e Estado é geralmente declarado como a doutrina dos dois reinos, ou dois domínios. A doutrina dos dois reinos não significa o que é entendido hoje pela declaração da separação entre a igreja e Estado. Basicamente, o que Lutero tem a dizer a respeito da igreja e do Estado é que Deus estabeleceu dois reinos. Ambos são criação de Deus, e ambos estão sob o Governo de Deus.

É importante dizer que um está sob a leis – em sua primeira função, ou função civil – e outro está sob o evangelho. A ordem civil foi estabelecida por Deus para restringir os perversos e limitar as consequências mais extremas do pecado. Seu regente não tem que ser um cristão, pois, a lei básica pela qual se deve governar pode ser discernida pela razão natural.

Os crentes, entretanto, pertencem ao reino do evangelho, onde governadores civis não tem autoridade.

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Os dois Reinos

O entendimento de Lutero sobre o relacionamento entre a igreja e Estado é geralmente declarado como a doutrina dos dois reinos, ou dois domínios. A doutrina dos dois reinos não significa o que é entendido hoje pela declaração da separação entre a igreja e Estado. Basicamente, o que Lutero tem a dizer a respeito da igreja e do Estado é que Deus estabeleceu dois reinos. Ambos são criação de Deus, e ambos estão sob o Governo de Deus.

É importante dizer que um está sob a leis – em sua primeira função, ou função civil – e outro está sob o evangelho. A ordem civil foi estabelecida por Deus para restringir os perversos e limitar as consequências mais extremas do pecado. Seu regente não tem que ser um cristão, pois, a lei básica pela qual se deve governar pode ser discernida pela razão natural.

Os crentes, entretanto, pertencem ao reino do evangelho, onde governadores civis não tem autoridade.

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O cinema, o teatro, a dança, as belas roupas, as festas, os muitos enfeites, todos mudaram de lado, estão (também) no 'caminho estreito'. Aliás, agora, por causa da multidão que aderiu, tiveram que 'alargar' a estrada para caber tanta gente... De forma iconográfica, sejamos sinceros, não dá para retratar atualmente o caminho largo e o estreito. Não há, pelo menos na estética, nenhuma diferença. Ressalva seja feita: o cassino não mudou de lado. Ainda.

ALENCAR, Gedeon. Protestantismo tupiniquim: hipóteses sobre a (não) contribuição evangélica à cultura brasileira. São Paulo: Arte editorial, 2005.

OS DOIS CAMINHOS

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Protestantismo: Quadro dos principais reformadores

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Protestantismo: Movimento Reformado

Calvino era um humanista formado em línguas e direito. A teologia de Calvino não difere em essência da teologia de Lutero, mas era estruturada num sistema mais sólido e consistente, no centro do qual se acha a importância que Calvino dá a soberania e a liberdade de Deus.

Zuínglio foi o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças. Independentemente de Martinho Lutero, que era doctor biblicus, Zuínglio chegou a conclusões semelhantes pelo estudo das escrituras do ponto de vista de um erudito humanista. Zuínglio não deixou uma igreja organizada, mas as suas doutrinas influenciaram as confissões calvinistas.

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Protestantismo: Anabatismo

• A maioria dos reformistas tentava introduzir as mudanças numa base territorial, para atrair multidões para suas igrejas. Com o anabatismo, a reforma produziu uma corrente radical que questionou a validade das igrejas regionais, ou locais. Se os homens se salvavam somente pela fé, então devia afirmar que só os adultos capazes de viver essa fé podiam contar-se entre os eleitos

• Muitos defendiam que só os eleitos podiam proclamar que pertenciam à igreja, e que esta era algo totalmente da sociedade em seu conjunto. Em Zurique, um grupo encabeçado por Conrad Grebel seguiu alógica dessa afirmação, rejeitou o batismo de crianças e se separou da comunidade da cidade. A teologia racionalista de Zuinglio era muito vulnerável a esses argumentos, mas justificou a supressão do grupo, muitos cujos foram executados.

• A medida que a Bíblia era posta ao alcance de todo o mundo, movimentos separatistas dessa espécie começaram a propagar-se como rastilho de pólvora entre os pobres urbanos e rurais de muitos lugares da Europa

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Protestantismo: Anglicanismo

• Vários fatores contribuíram para a introdução da Reforma Protestante na Inglaterra: o anticlericalismo de uma grande parcela do povo e dos governantes, as idéias do pré-reformador João Wycliff, a penetração de ensinos luteranos a partir de 1520, o Novo Testamento traduzido por William Tyndale (1525) e a atuação de refugiados que voltaram de Genebra. Todavia, quem deu o passo decisivo para que a Inglaterra começasse a tornar-se protestante foi o rei Henrique VIII. (Alderi Souza de Matos).lderi Souza de Matos

• Henrique VIII (1491-1547) começou a reinar em 1509. Sendo muito católico, em 1521 escreveu um folheto contra Lutero que lhe valeu o título de “defensor da fé”. Era casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, viúva do seu irmão, que não conseguiu dar-lhe um filho varão, mas somente uma filha, Maria. Henrique pediu ao papa Clemente VII que anulasse o seu casamento com Catarina para que pudesse casar-se com Ana Bolena (Anne Boleyn), mas o papa não pode atendê-lo nesse desejo. Uma das principais razões foi o fato de que Catarina era tia do sacro imperador germânico Carlos V. Em 1533, Thomas Cranmer (1489-1556) foi nomeado arcebispo de Cantuária e poucos meses depois declarou nulo o casamento do rei. (Alderi Souza de Matos).lderi Souza de Matos

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• Em 1534, o parlamento aprovou o Ato de Supremacia, pelo qual a Igreja Católica inglesa desvinculou-se de Roma e o rei foi declarado “Protetor e Único Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra.” O bispo John Fisher e o ex-chanceler Thomas More opuseram-se a essas medidas e foram executados (1535); os numerosos mosteiros do país foram extintos e suas propriedades confiscadas (1536-1539). Nos anos seguintes, Henrique ainda teria outras quatro esposas: Jane Seymour, Ana de Cleves, Catarina Howard e Catarina Parr. (Alderi Souza de Matos).lderi Souza de Matos

Protestantismo: Anglicanismo

• Henrique morreu na fé católica e foi sucedido no trono por Eduardo VI (1547-1553), o filho que teve com Jane Seymour. Os tutores do jovem rei implantaram a Reforma na Inglaterra e puseram fim às perseguições contra os protestantes. Foram aprovados dois importantes documentos escritos pelo arcebispo Cranmer, o Livro de Oração Comum(1549; revisto em 1552) e os Quarenta e Dois Artigos (1553), uma síntese das teologias luterana e calvinista. Eduardo era doentio e morreu ainda jovem, sendo sucedido por sua irmã Maria Tudor (1553-1558), conhecida como “a sanguinária”, filha de Catarina de Aragão. Maria perseguiu os líderes protestantes e muitos foram levados à fogueira. Os mártires mais famosos foram Hugh Latimer, Nicholas Ridley e Thomas Cranmer. Muitos outros, os chamados “exilados marianos”, foram para Genebra, Estrasburgo e outras cidades protestantes. (Alderi Souza de Matos).lderi Souza de Matos

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Protestantismo: Considerações

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Protestantismo: Os PuritanosSua Origem e sua História

Alderi Souza de Matos

Introdução

O sentido positivo/negativo original do termo “puritano” e o sentido pejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerância).

Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.

Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos.

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Protestantismo: Os PuritanosSua Origem e sua História

Alderi Souza de Matos

Definições

Movimento em prol da reforma completa da Igreja da Inglaterra que teve início no reinado de Elizabete I (1558) e continuou por mais de um século como uma grande força religiosa na Inglaterra e também nos Estados Unidos. “Uma versão militante da fé reformada” (Dewey D. Wallace, Jr.).

Movimento religioso protestante dos séculos 16 e 17 que buscou “purificar” a Igreja da Inglaterra em linhas mais reformadas. O movimento foi calvinista quanto à teologia e presbiteriano ou congregacional quanto ao governo eclesiástico (Donald K. McKim).

Pessoas preocupadas com a reforma mais plena da Igreja da Inglaterra na época de Elizabete e dos Stuarts em virtude de sua experiência religiosa particular e do seu compromisso com a teologia reformada (I. Breward).

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Protestantismo: Os PuritanosSua Origem e sua História

Alderi Souza de Matos

Antecedentes (raízes)

O puritanismo é uma mentalidade ou atitude religiosa que começou cedo na história da Inglaterra.

Desde o século 14, surgiu uma tradição de profundo apreço pelas Escrituras e questionamento de dogmas e práticas da igreja medieval com base nas mesmas.Começou com o “pré-reformador” João Wycliffe e os seus seguidores, os lolardos. Publicação da primeira Bíblia Inglesa completa em 1384, na época do “Grande Cisma”.

Wycliffe afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, questionou o papado e a transubstanciação.

O protestantismo inglês sofreu a influência de Lutero e especialmente da teologia reformada continental, a Reforma Suíça de Zurique (Zuínglio, Bullinger) e Genebra (Calvino, Beza).

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Protestantismo: Os PuritanosSua Origem e sua História

Alderi Souza de Matos

Antecedentes (raízes)

Começou com o trabalho teológico da primeira geração de reformadores ingleses, influenciados pela Reforma Suíça.

Ênfases: colocação da verdade antes da tradição e da autoridade; insistência na liberdade de servir a Deus da maneira que se julgava mais acertada (ver Lloyd-Jones, O puritanismo e suas origens).

William Tyndale (†1536) – compromisso com as Escrituras, ênfase na teologia do pacto. Tradutor da Bíblia – NT (1525); cruelmente perseguido; estrangulado e queimado em Antuérpia, na Bélgica.

John Hooper (†1555) – as Escrituras devem regular a estrutura eclesiástica e o comportamento pessoal.

John Knox (†1572) – reforma completa da igreja e do estado.

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Henrique VIII (1509-1547) – criou a Igreja Anglicana, uma igreja nacional inglesa de orientação nitidamente católica. Em 1539, impôs os Seis Artigos, com severas punições para os transgressores (“o açoite sangrento de seis cordas”). Incluíam a transubstanciação, a comunhão em uma só espécie, o celibato clerical, votos de castidade para leigos, missas particulares, confissão auricular, etc.

Reações: Miles Coverdale, John Hooper e outros, que tiveram de fugir do país e foram para a Suíça. Sob a influência continental, começaram a se opor ao cerimonialismo religioso.

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Eduardo VI (1547-1553) – nessa época, a influência dos partidários de uma reforma profunda da igreja inglesa se tornou mais forte. John Hooper dispôs-se a aceitar um bispado que lhe foi oferecido, mas não a ser investido no ofício do modo prescrito, com o uso das vestes litúrgicas. Acabou sendo lançado na prisão por algum tempo. Foi o primeiro a expor claramente o argumento acerca das vestes. Não eram coisas indiferentes, e sim resquícios do catolicismo. Começa a surgir uma nítida distinção entre anglicanismo e puritanismo.

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Maria I (1553-1558) – tentou restaurar a Igreja Católica na Inglaterra e perseguiu os líderes protestantes. Muitos foram executados – Hugh Latimer (†1555), Nicholas Ridley (†1555) e Thomas Cranmer (†1556) – mártires marianos.

Outros fugiram para o continente (Genebra, Zurique, Frankfurt), entre eles John Knox e William Whittingham, o principal responsável pela Bíblia de Genebra. Nesse período surgiram em Londres as primeiras igrejas independentes.

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Elizabete I (1558-1603) – inicialmente esperançosos, os puritanos se decepcionaram amargamente. A rainha insistiu em controlar a igreja, manteve os bispos e as cerimônias. A mesma divisão anterior se manifestou entre os líderes imbuídos de convicções protestantes – alguns, como Matthew Parker, Richard Cox, Edmund Grindal e JohnJewel, protestaram no início, mas acabaram acomodando-se ao status quo. Aceitaram bispados e outras posições eclesiásticas sob o argumento de que, se recusassem esses ofícios, Elizabete nomearia católicos romanos em lugardeles. Outros, como Thomas Sampson, Miles Coverdale, John Foxe e Lawrence Humphrey, desafiaram a rainha.

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Os puritanos surgem com esse nome no contexto da “Controvérsia das Vestimentas” (1563-1567) – protesto contra vestimentas clericais (propunham o uso de togas genebrinas) e cerimônias como ajoelhar-se à Ceia do Senhor, dias santos e sinal da cruz no batismo. Nas décadas seguintes, intensificaram-se as medidas disciplinares da igreja e doestado contra os puritanos estritos (“não-conformistas”). Cristalizou-se o anglicanismo clássico, cujo principal teórico foi Richard Hooker, com sua obra Leis de Política Eclesiástica (1593). Em 1593 foi aprovado o rigoroso “Ato contra os Puritanos”. H

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Tiago I (1603-1625) – esse rei havia recebido uma educação calvinista na Escócia, o que encheu de esperanças os puritanos. Eles lhe apresentaram a Petição Milenária, que foi totalmente rejeitada na Conferência de Hampton Court (1604). Alguns puritanos se desligaram inteiramente da Igreja da Inglaterra, entre eles um grupo que foi para aHolanda e depois para a América, fundando em 1620 a Colônia de Plymouth, em Massachusetts. H

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Alderi Souza de Matos

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Carlos I (1625-1649) – esse rei manteve a política de repressão contra os puritanos, o que levou um grupo não-separatista a ir para Massachusetts em 1630. No final do seu reinado, entrou em guerra contra os presbiterianos escoceses e contra os puritanos ingleses. Estes eram maioria no Parlamento e convocaram a Assembléia de Westminster (1643-49), que elaborou os famosos e influentes documentos da fé reformada.

Infelizmente, os puritanos não formavam um movimento coeso. Estavam divididos principalmente no que se refere à forma de governo da igreja. Existiam vários grupos: presbiterianos, congregacionais, episcopais, batistas. Alguns eram separatistas e outros não-separatistas, como os “independentes” (congregacionais moderados). A Guerra Civilterminou com a derrota e execução do rei.

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Oliver Cromwell – congregacional, líder das forças parlamentares que derrotaram o rei Carlos I. Tornou-se o “Lorde Protetor” da Inglaterra. Durante o Protetorado ou imunidade Puritana (1649-1658), a Igreja da Inglaterra foi inicialmente presbiteriana e depois congregacional. Todavia, as rivalidades religiosas levaram ao restabelecimento da monarquia – a Restauração.

Carlos II (1660-1685) - expulsou cerca de 2000 ministros puritanos da Igreja da Inglaterra. A Grande Expulsão (1662) marcou o fim do puritanismo anglicano. Embora perseguidos, sobreviveram como dissidentes (“dissenters”) fora da igreja estatal e eventualmente criaram igrejas batistas, congregacionais e presbiterianas.

Tiago II (1685-1689) – tentou restaurar o catolicismo, mas foi derrotado pelo holandês Guilherme de Orange, esposo de sua filha Maria – a Revolução Gloriosa.

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Protestantismo: Os PuritanosSua Origem e sua História

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Guilherme e Maria (1689-1702) – mediante um decreto, foi concedida tolerância aos “dissenters” (presbiterianos, congregacionais e batistas), cerca de um décimo da população. A essa altura, os melhores dias do puritanismo já haviam ficado para trás.O puritanismo americano foi muito dinâmico e influente por pouco mais de um século, desde os primórdios na Nova Inglaterra (1620) até o Grande Despertamento (1740).

Alguns nomes notáveis dessa tradição foram John Cotton, William Bradford, John Winthrop, John Eliot, Thomas Hooker, Cotton Mather e Jonathan Edwards.

Herdeiros recentes da tradição puritana: Charles H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones, J. I. Packer, James M. Boice e outros.

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Protestantismo no BrasilPanorama Histórico Geral

Um dos estudos de referência nesta área é o historiador francês Émile Leonard que no período de 1948-1950 veio ao Brasil como convidado da Universidade de São Paulo para lecionar na cadeira de História Moderna e Contemporânea da FFCL. Embora fosse quase desconhecido no Brasil, veio recomendado pelo influente Prof. Lucien Febvre do Collège de France – um dos mais respeitados historiadores do protestantismo na França.

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Protestantismo no BrasilPanorama Histórico Geral

Segundo Leonard, um ambiente propício se formava no Brasil na segunda metade do séc. XIX para o estabelecimento do protestantismo. Alguns desses fatores, entretanto, podemos listar num período anterior como:

1.O abandono em que se encontravam um grande número de regiões pela insuficiência do clero;

2.O enfraquecimento da vida espiritual do clero, isto é, a dissolução dos costumes e o indiferentismo religioso – um clero mais ignorante e menos respeitado;

3.Seguindo-se à decadência moral observou-se o declínio do espírito apostólico, ou seja, a desdenho com a missão;

4. A atrativa remuneração dos negócios e do ensino em detrimento de uma vida sacerdotal abnegada o que levou muitos sacerdotes a funções cada vez mais seculares;

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Protestantismo no BrasilPanorama Histórico Geral

Reunidos a esses fatores, temos ainda a situação em que encontramos a sociedade brasileira. Desenvolvendo uma piedade supersticiosa, uma grande importância às festas profanas e o crescimento dos cultos familiares isentos de intervenção clerical, o Brasil preparava-se a cada dia para a entrada da propaganda protestante em seu território. Conforme lemos nessa citação relatada pelo Rev. Kidder, metodista norte-americano que percorreu o Brasil no início do séc. XIX, do seu encontro com um clérigo católico:

Disse-nos que o catolicismo estava quase abandonado no Brasil, como no resto do mundo. Asseguramos-lhe que havíamos tido abundantes provas de sua existência e

influência, mas ele parecia considerá-las apenas exterioridades vazias. Explicou-nos que era nulo o espírito de religião, tanto no clero como no povo. [...] Perguntamos-lhe que

notícia daríamos ao mundo religioso com respeito ao Brasil. – Diga que estamos em trevas, atrasados, quase abandonados. – Mas que desejam a luz? – Que nada sejamos.

Que esperamos em Deus, o pai das luzes, respondeu-nos o sacerdote. (LÉONARD, Émile G. op. cit., p, 37)

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Outros fatores estão interligados como o liberalismo crescente entre a sociedade brasileira influenciada pelo espírito europeu – especialmente vindo da Inglaterra que, para muitos jovens promissores brasileiros, havia salvado a coroa portuguesa. O espírito jansenista que influenciou diversos sacerdotes brasileiros (destacamos aqueles formados em Coimbra) os quais viviam um clima de rigor espiritual, amor às Escrituras e uma ênfase a uma espiritualidade viva e comunitária – contrária à situação da maior parte do clero brasileiro como já observado.

O jansenismo foi um movimento de caráter dogmático, moral e disciplinar, que assumiu também contornos políticos, que se desenvolveu principalmente na França e na Bélgica, nos séculos XVII e XVIII, em reação a certas doutrinas e práticas no seio da Igreja Católica. Tem esse nome por ter sua origem nas idéias do bispo de Ypres, Cornelius Jansen. A doutrina jansenista baseia-se numa leitura pouco crítica da teologia de S. Agostinho e nas propostas do teólogo Miguel Baio, e apresenta um nítido parentesco com as doutrinas protestantes, sobretudo as calvinistas, sobre a graça, a natureza humana e a predestinação. O ponto central e essencial é uma antropologia pessimista, que vê no pecado original a corrupção da natureza humana, doravante incapaz de qualquer obra boa e fatalmente inclinada para o mal.

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A primeira denominação a se estabelecer oficialmente em nossa pátria foram os Congregacionais. Figura emblemática deste momento é o Rev. Robert Reid Kalley, médico, escocês e diplomata, Kalley é um divisor de águas entre a fase da simples distribuição de bíblias que já havia no país e o início da evangelização. Foi desta forma que em 11 de junho de 1958, Kalley batizou o primeiro brasileiro (Pedro Nolasco de Andrade), esta data marca a fundação com catorze membros da primeira comunidade protestante do Brasil – oficialmente registrada em 23 de outubro de 1863 na Secretaria do Império com o nome de Igreja Evangélica Fluminense.

Após os Congregacionais abrirem o caminho, foi a vez dos Presbiterianos, agora vindo dos Estados Unidos, o Rev. Ashbel Green Simonton foi o primeiro a desembarcar em terras tupiniquins. Da mesma forma de Kalley (e aconselhado por este), iniciou seu ministério como capelão entre os estrangeiros de língua saxônica que aqui vinham. Porém, em meio a um momento delicado politicamente falando, devido a pressão dos órgãos católicos, Simonton continua seu trabalho no Rio de Janeiro e envia seu cunhado, Rev. Blackford para São Paulo. Na nova cidade este é recebido por W. D. Pitt – americano colaborador de Kalley que havia se mudado para São Paulo para dedicar-se ao comércio.

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Porém, todos esses esforços foram mínimos em alcance real, pois a maior parte dessas comunidades ficou restrita à poucas conversões de estrangeiros (em sua maioria). O grande deslanchar estava para acontecer, não nas capitais, mas no interior de São Paulo através de um homem chamado por Léonard de “apóstolo brasileiro”: João Manuel da Conceição. Que iria não apenas conquistar pessoas isoladamente, mas famílias inteiras se converteriam a fé Protestante através do seu testemunho.

João Manuel da Conceição nasceu em São Paulo em 1822, tornou-se padre em 1845 em Sorocaba no seminário diocesano. Por causa de sua amizade com estrangeiros protestantes e seu gosto pela leitura das Escrituras foi tachado de “padre protestante” pela diocese que tratou de mudar-lhe de paróquia constantemente pensando assim diminuir sua influência sobre os fiéis. Foi após um período em Brotas, no interior de São Paulo, que ele, numa crise de consciência muito parecida com a que acometeu Lutero dois séculos antes, solicitou dispensa de suas funções sacerdotais e refugiou-se em um pequeno sítio na cidade de Rio Claro.

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Após a morte de Conceição, o presbiterianismo ganha um novo e importante aliado na propagação do protestantismo, o engenheiro e antigo oficial Miguel Vieira Ferreira de uma das maiores famílias do Maranhão. Ele é descrito por Léonard como “cientista e homem de negócios, agrônomo, ideólogo e filantropo”. Republicano, foi responsável pela fundação de um tipo de universidade popular – a escola do povo. Sua conversão foi fruto de uma experiência mística enquanto assistia um culto na capela presbiteriana do Rio em abril de 1874. Ele relatou uma visão que o levou a batizar-se por uma ordem divina. Daí em diante tornou-se um dos grandes propagandistas da fé protestante do presbiterianismo brasileiro.

De certa forma, ele foi responsável pela fomentação de um protestantismo místico. E o fez ao narrar em suas homilias sua experiência de conversão, tornando-a um padrão a ser experimentado pelos cristãos verdadeiros. Logo suas idéias foram motivo de discussões dentro da comunidade do Rio que levou o assunto a Missão americana. A resposta foi dada de pronto: “Deus não se dirige mais diretamente aos homens desde que lhes deu as Escrituras como regra de fé”.

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Desta forma termina-se uma era, a fase de implantação do protestantismo brasileiro e estão abertas as portas, graças a esses pioneiros, para que outras missões se estabeleçam no país. Mas lembremo-nos que logo após este período, a grande expansão protestante no Brasil se deu através de conversões espontâneas como produto da leitura das milhares de Bíblias distribuídas pelas sociedades bíblicas que aqui atuaram. Isso demonstra que, desce cedo, o caráter informal e independente de mediações esteve presente criando a forma tão peculiar do protestantismo brasileiro.

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Andrey A. Mendonça