história do brasil - pré-vestibular impacto - sociedade mineiradora ii

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Page 1: História do Brasil - Pré-Vestibular Impacto - Sociedade Mineiradora II

GE230408 – AB / CN(N)

SOCIEDADE MINERADORA II

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: CHÁRCHAR

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CONTEÚDO

A Certeza de Vencer

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“No momento em que as expedições bandeirantes encontraram as primeiras jazidas de ouro, no que viria a ser a região mineralógica, desenvolveu-se a chamada corrida pelo ouro; momento em que uma verdadeira legião de forasteiros passou a ocupar a região das minas, em busca de enriquecimento e ascensão social. Então, a metrópole lusitana tratou logo de organizar um complexo sistema burocrático para efetivar o controle e a regulamentação da atividade mineradora, através da cobrança de variadas taxações, impostos e regras para a exploração do ouro. Este complexo sistema burocrático tinha como principal objetivo aproveitar ao máximo a atividade mineira no Brasil para encher os cofres da coroa portuguesa, o que no final acabou não ocorrendo. Mas isso você vai saber no final da aula. Vamos à ela!”

(Julio Chárchar)

APRESENTAÇÃO: I – DATAS, REGIMENTOS, INTENDÊNCIAS, DERRAMA E MUITA BUROCRACIA: A burocratização para a extração aurífera era extremamente acentuada, e o primeiro passo da coroa lusa para melhor fiscalizar esta atividade foi desenvolver a distribuição das chamadas datas, que eram unidades de exploração do ouro. Ou seja, quando descobria-se uma jazida de ouro, esta era dividida em várias unidades e distribuída à particulares que teriam a responsabilidade de explorá-las. Quando alguém descobria uma jazida, tinha obrigação de comunicar aos representantes do governo, que por sua vez, distribuíam as datas cujos tamanhos variava de acordo com o número de escravos que cada minerador possuísse. Para aumentar o controle da metrópole na região das minas, foi criado em 1702 a chamada Intendência das Minas, que era uma espécie de governo especial para as regiões auríferas. Nestas regiões era feita uma fiscalização detalhada pelos superintendentes, que eram representantes da coroa portuguesa no território. A intendência da Minas tinha funções importantes, como efetivar o policiamento do território, cobrar tributos, e ainda funcionava como tribunal de justiça. Os superintendentes, geralmente, eram pessoas ligadas a atividade mineira, que conhecia a legislação desenvolvida pelo estado e apresentava interesse em defender os interesses da coroa. As taxações e impostos cobrados pela coroa eram bastante variados, mas a primeira forma de tributação veio com a cobrança do Quinto, que significava um imposto de 20% sobre a extração de qualquer metal da região mineira como direito da coroa. Posteriormente, se passou a cobrar outros tributos como a Finta, que equivalia a uma cobrança anual de 30% de todo o ouro extraído. Entretanto, mesmo com a criação de vários tributos, as fraudes e desvios eram constantes na região das minas, o que levou o governo português a intensificar a fiscalização, criando as casas de fundição, local onde todo o

ouro extraído deveria ser levado e fundido em barras, já retirada a quinta parte, que era de direito da coroa. Com o passar dos anos, a produção aurífera aumentava progressivamente, ficando cada vez mais difícil para a metrópole estabelecer um controle eficaz nesta região, pois justamente com o aumento da produção aurífera, aumentava-se o contrabando e o roubo. “ Os artifício usados para burlar o fisco atingiam uma razoável sofisticação. As imagens de santos trabalhadas em madeiras muitas vezes levavam o metal em seu bojo.”

( Mendes, Antônio Júnior ). Desta forma, para aumentar ainda mais a fiscalização e os impostos, criou-se em 1735 o Sistema de Capitação, que constituía na cobrança de um imposto do minerador por cabeça de escravo e por estabelecimento como oficinas, hospedarias e matadouros. Em 1750, o Sistema de Capitação foi abolido, mas foi fixado o pagamento de 100 arrobas de ouro anualmente. Posteriormente, o governo português criou a Derrama, que seria a cobrança só de uma vez de todos os tributos atrasados, o que contribuiu para a culminância de várias sublevações contra os impostos abusivos da metrópole, iniciando o processo de decadência da sociedade mineira.

II – A DIVERSIFICADA SOCIEDADE NA MINERAÇÃO: Se efetivarmos uma relação com a sociedade açucareira, perceberemos que a sociedade mineira apresentou uma maior urbanização e diversidade. Pois nesta sociedade, desenvolveram-se vilas que hoje são cidades históricas, e uma diversificada estrutura social composta por vários segmentos. Entretanto, deve-se ressaltar que, apesar de na sociedade mineira existir reais possibilidades de enriquecimento com o descobrimento de jazidas de ouro, o que prevalecia era uma intensa pobreza de uma grande maioria de miseráveis, que em sua maioria eram escravos.

III – A ORGANIZAÇÂO SOCIAL: 1. Os Ricos – Este segmento era composto por grandes comerciantes responsáveis por várias atividades voltadas para o abastecimento, pois eram fornecedores de alimentos e carnes que abasteciam as regiões auríferas e também as vilas. Esta elite mineira também era composta por contadores, governadores e funcionários do setor administrativo, onde muitos deles estavam ligados diretamente à coroa, ou eram filhos da nobreza portuguesa. Os donos de tropas de mulas também eram ricos.

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FAÇO IMPACTO – A CERTEZA DE VENCER!!!

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2. Os Mineiros – Diferente do que algum tempo foi cogitado, os donos de minas raramente conseguiam enriquecer, pois estes estavam submetidos ao pagamento de vultuosos impostos para a coroa, e ainda tinham que gastar grande parte do que ganhavam na aquisição de escravos e ferramentas, que eram mercadorias caríssimas indispensáveis para a realização de seu oficio.

3. Os Intermediários – Na sociedade mineira, também existia uma classe intermediária composta por comerciantes de pequeno porte, artesãos, tropeiros menores, alguns membros da igreja e artistas de todos os tipos, onde alguns tinham bastante prestígio no interior desta sociedade como diz Laura de Melo Souza: “ Os músicos constituíram também uma comunidade respeitada; mulatos na sua quase totalidade, eram constantemente requisitados para tocarem em festas oficiais e em missas, os seus contratos sendo, muitas vezes, anuais. Possuíam certo grau de instrução e se encontravam bastante atualizados no tocante às novidades européias, executando, no coração da América do Sul, peças de Haendel, Mozart, Bocherini. Os músicos mineiros eram altamente profissionalizados, formando espécies de corporações que o Senado da Câmara e as irmandades protegiam, e que atuavam numa concorrência cordial.”

4. Os pobres - Em sua maioria, eram representados por ex-escravos e mestiços que viviam em uma condição de acentuada marginalização e miséria. Estes indivíduos, mesmo sendo homens livres, muitas vezes tinham uma vida pior do que a de alguns escravos. Esta população miserável vivia geralmente em choças miseráveis, sobrevivendo graças a trabalhos variados. O casamento era algo muito raro, devido a burocracia eclesiástica e pelo seu alto custo. Daí o grande número de uniões não-legisladas, o que contribuía para a promiscuidade desenfreada. A prostituição, também era uma atividade bastante intensa nas gerais, pois para lá dirigiam-se muitas mulheres fascinadas pela euforia do ouro, tornando-se meretrizes devido as dificuldades econômicas. Desta forma, percebe-se a existência de vários prostíbulos chamados “Casas de Alcance”, que eram locais de distração de viajantes e de pessoas em busca dos prazeres da carne.

5. Os Escravos – Representavam 70% da população mineira, sendo a principal força de trabalho utilizada na extração aurífera. As condições de vida e trabalho dos escravos das minas era bastante precária, pois viviam a maior parte do tempo com a metade do corpo dentro da água, ficando vulneráveis a insolações e pneumonias. Os acidentes de trabalho também eram comuns na região das minas, onde muitos escravos morriam soterrados, pois os deslizamentos nos túneis que era cavados para a extração de ouro, era muito comum, o que tornava a expectativa de vida do negro nas minas ainda mais baixa. Raramente conseguiam burlar o fisco escondendo ouro para posteriormente comprar sua liberdade. “Tudo se fazia para

burlar o fisco, até negros e negras carregavam ouro escondido entre os cabelos e nas partes íntimas.”

( Mocellin, Renato – cap.10, pg. 93 ). Os brancos, em sua minoria, tinham dificuldades em impedir as constantes fugas de escravos. Devido aos maus-tratos e a péssima alimentação, os cativos se rebelaram diversas vezes. Os negros chegaram a formar alguns quilombos, dentre os quais se destacaram o Quilombo do Ambrósio e o Quilombo Grande, destruídos com dificuldades pelas autoridades governamentais. COMENTÁRIOS: