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História do Brasil Segundo Reinado no Brasil Império (1840-1889) 1) Primeira fase (1840-1855) Após o Golpe da Maioridade, que levou Dom Pedro II ao trono, o país ainda se vê diante de algumas revoltas do tempo da regência (Balaiada e Farroupilha). Para terminar com elas, surge a figura do futuro Duque de Caxias que consegue derrotar os revoltosos do Maranhão e conseguir um tratado de paz com os líderes do Rio Grande do Sul. Esses dois eventos marcam a primeira participação efetiva do Exército na História do Brasil. Após a pacificação nas províncias, o Segundo Reinado consegue a estabilidade política com a criação do Conselho de Ministros em 1847. Chamado de “Parlamentarismo às Avessas”, este Conselho passou a ser encarregado da administração diária do país, preservando a imagem do Imperador e o deixando com as tarefas de Chefe de Estado. O Conselho atingiu o seu melhor período no Gabinete de Conciliação (1853), chefiado pelo Marquês do Paraná, que reunia liberais e conservadores. Política Nacional – Entre as principais medidas tomadas pelo Conselho de Ministros, se destacaram as primeiras leis contra a Escravidão: Lei Eusébio Queiroz (1850) que proibia o tráfico de escravos; e Lei Nabuco de Araújo (1854) que determinava as punições para os contrabandistas. Política Internacional – Com a estabilidade interna, o Brasil passou a intervir nas questões políticas dos países vizinhos: Intervenção na Argentina e Uruguai (1852) com o apoio brasileiro aos Presidentes Urquiza e Rivera contra os Generais Rosas e Oribe. Economia – Primeiros empreendimentos do Barão de Mauá: Inauguração da Estrada de Ferro Pedro II, ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis. 2) Segunda fase (1855-1870) O Brasil teve um grande crescimento econômico neste período. O fator principal para isto foi o início da lavoura cafeeira que tomou conta do sul de Minas Gerais e da região do Vale do Paraíba do Rio de Janeiro e São Paulo. Em pouco tempo, o café se tornou o principal produto de exportação do Brasil, melhorando a balança comercial e aumentando a participação do país no mercando Internacional após o declínio no Primeiro Reinado.

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Page 1: História do Brasil - Curso Invest · História do Brasil Segundo Reinado no Brasil Império (1840-1889) 1) Primeira fase (1840-1855) Após o Golpe da Maioridade, que levou Dom Pedro

História do Brasil

Segundo Reinado no Brasil Império (1840-1889)

1) Primeira fase (1840-1855)

Após o Golpe da Maioridade, que levou Dom Pedro II ao trono, o país ainda se vê diante de algumas revoltas do tempo da regência (Balaiada e Farroupilha). Para terminar com elas, surge a figura do futuro Duque de Caxias que consegue derrotar os revoltosos do Maranhão e conseguir um tratado de paz com os líderes do Rio Grande do Sul. Esses dois eventos marcam a primeira participação efetiva do Exército na História do Brasil. Após a pacificação nas províncias, o Segundo Reinado consegue a estabilidade política com a criação do Conselho de Ministros em 1847. Chamado de “Parlamentarismo às Avessas”, este Conselho passou a ser encarregado da administração diária do país, preservando a imagem do Imperador e o deixando com as tarefas de Chefe de Estado. O Conselho atingiu o seu melhor período no Gabinete de Conciliação (1853), chefiado pelo Marquês do Paraná, que reunia liberais e conservadores.

• Política Nacional – Entre as principais medidas tomadas pelo Conselho de Ministros, se destacaram as primeiras leis contra a Escravidão: Lei Eusébio Queiroz (1850) que proibia o tráfico de escravos; e Lei Nabuco de Araújo (1854) que determinava as punições para os contrabandistas.

• Política Internacional – Com a estabilidade interna, o Brasil passou a intervir nas questões políticas dos países vizinhos: Intervenção na Argentina e Uruguai (1852) com o apoio brasileiro aos Presidentes Urquiza e Rivera contra os Generais Rosas e Oribe.

• Economia – Primeiros empreendimentos do Barão de Mauá: Inauguração da Estrada de Ferro Pedro II, ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis.

2) Segunda fase (1855-1870)

O Brasil teve um grande crescimento econômico neste período. O fator principal para isto foi o início da lavoura cafeeira que tomou conta do sul de Minas Gerais e da região do Vale do Paraíba do Rio de Janeiro e São Paulo. Em pouco tempo, o café se tornou o principal produto de exportação do Brasil, melhorando a balança comercial e aumentando a participação do país no mercando Internacional após o declínio no Primeiro Reinado.

Page 2: História do Brasil - Curso Invest · História do Brasil Segundo Reinado no Brasil Império (1840-1889) 1) Primeira fase (1840-1855) Após o Golpe da Maioridade, que levou Dom Pedro

• Economia – Junto com a expansão da lavoura cafeeira, a economia brasileira

também recebeu novos investimentos do Barão de Mauá. Associado a capitais ingleses, ele abriu pequenas indústrias, bancos e companhias de navegação e de seguros.

• Sociedade – Com estes empreendimentos, começou a nascer uma classe proletária urbana no Brasil. Neste período, o país também viu a chegada dos primeiros imigrantes num processo incentivado pelo próprio Dom Pedro II: alemães (Petrópolis/RJ, Vale do Itajaí/RS, Vale dos Sinos/RS), suíços (Friburgo/RJ) e italianos (Serra Gaúcha/RS e São Paulo/SP).

• Política Internacional – Eclode a Guerra do Paraguai (1865-1870), maior conflito da história da América do Sul. Com a sua ligação para o mar cortada com o bloqueio da navegação na Bacia do Prata, o Paraguai do Presidente Solano Lopes invadiu o Brasil atacando guarnições no Mato Grosso (Episódio da Retirada da Laguna). Mesmo com o apoio da Argentina e do Uruguai com que formou a Tríplice Aliança, o Brasil não teria forças para derrotar os paraguaios que contavam com o melhor exército da região. Mas o rumo da guerra mudou graças as vitórias da Marinha brasileira e a entrada dos chamados “Voluntários da Pátria”, escravos que, em busca da carta da alforria, aderiram em massa ao Exército Brasileiro que se tornou bem maior que o paraguaio. Com esta superioridade, o Brasil invadiu o Paraguai e ganhou a guerra após a morte de Solano Lopes.

3) Terceira fase (1870-1889)

Esta última fase foi marcada por três graves crises. As chamadas Questões Religiosa, Agrária e Militar que levaram ao enfraquecimento e ao próprio fim do Império com a Proclamação da República em 1889.

• Questão Religiosa – Esta crise se iniciou com uma Bula Papal determinando o afastamento dos membros da maçonaria da Igreja. Com presença em importantes cargos do governo, os maçons apelaram para o sistema do padroado, onde qualquer bula do Papa só teria valor com a concordância do Imperador. Porém, antes que Dom Pedro II tomasse a sua decisão, os bispos de Recife e Belém resolveram colocar a ordem do Papa em prática e expulsaram maços de suas igrejas. A reação da maçonaria foi imediata, levando a prisão dos 2 bispos. Para colocar um fim na crise, a Igreja suspendeu a Bula. Mas, a medida foi tomada tardiamente. A população católica se revoltou com a prisão dos bispos. O resultado da crise foi à queda do Gabinete Liberal do Visconde do Rio Branco e um abalo nas relações entre a Igreja e o Estado Brasileiro.

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• Questão Agrária – As raízes da crise estão no movimento abolicionista que conseguiu aprovar novas leis contra a escravidão: Lei do Ventre Livre (1871) e Lei do Sexagenário (1880). Estas leis tinham o apoio dos produtores rurais paulistas que usavam a mão de obra dos imigrantes e novas técnicas de plantio em suas lavouras do café. Já os produtores do interior do Rio e de Minas, que mantinham o trabalho escravo e técnicas simples em suas plantações, eram contra a abolição da escravidão. No meio dos 2 grupos, ficava o governo que para agradar os conservadores, adiou ao máximo a abolição. Mas, em 1888, a campanha abolicionista teve a sua vitória com a proclamação da Lei Áurea. O resultado da medida foi o fim do apoio dos conservadores ao Império e a entrada dos produtores rurais paulistas no Partido Republicano com o objetivo de buscar o controle político do país e maior autonomia para as províncias.

• Questão Militar – Esta última crise se iniciou logo após a Guerra do Paraguai com o Exército sentido a falta de reconhecimento por parte do Governo. Além disso, os militares foram influenciados por idéias positivistas, cujo lema “Ordem e Progresso” só poderia ser colocado em prática num regime republicano, e não numa monarquia que era vista como algo atrasado. Por fim, os militares olhavam com desconfiança para a sucessão de Dom Pedro II que seria de sua filha, a Princesa Isabel, casada com um estrangeiro, Conde D’Eu. A união destes fatores levou o então Ministro da Guerra, Marechal Deodoro da Fonseca, a proclamar a República em 15 de novembro de 1889.