história do acordo ortográfico

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Acordo Ortográfico de 1990 1 Acordo Ortográfico de 1990 Dicionário com indicação das palavras alteradas com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratado internacional firmado em 1990 que tem por objectivo criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa. Foi assinado por representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe em Lisboa, em 16 de Dezembro de 1990. Depois de obter a sua independência, Timor-Leste aderiu ao Acordo em 2004. O processo negocial que resultou no Acordo contou com a presença de uma delegação de observadores da Galiza. [1] Aspectos gerais O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 pretende instituir uma ortografia oficial unificada para a língua portuguesa, com o objectivo explícito de pôr fim à existência de duas normas ortográficas oficiais divergentes, uma no Brasil e outra nos restantes países de língua oficial portuguesa, contribuindo assim, nos termos do preâmbulo do Acordo, para aumentar o prestígio internacional do português. É dado como exemplo motivador pelos proponentes do Acordo o castelhano, que apresenta diferenças, quer na pronúncia quer no vocabulário entre a Espanha e a América Hispânica, mas está sujeito a uma só forma de escrita, regulada pela Associação de Academias da Língua Espanhola. Tanto proponentes como oponentes têm apontado o facto de a ortografia da língua inglesa apresentar variantes nos diversos países anglófonos, sem que a ortografia inglesa tenha sido objecto de regulação estatal legiferada. No entanto, deve notar-se também que se mantêm na Europa, com mais ou menos divergências e, nalguns casos, com reformas ortográficas recentes, ortografias distintas para algumas línguas, como o neerlandês, o alemão, o galego, o norueguês, o serbocroata e o moldavo. A adopção da nova ortografia, de acordo com o Anexo II do Acordo a Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 [2] que se baseia numa lista de 110 mil lemas da Academia das Ciências de Lisboa, [3] irá acarretar alterações na grafia de cerca de 1,6% do total de palavras (lemas) na norma euro-afro-asiático-oceânica (em vigor em Portugal, PALOP, Timor-Leste e Região Administrativa Especial de Macau) e na grafia de cerca de 0,5% do total de palavras (lemas) na brasileira. [4] Mas, de acordo com o vocabulário [5] elaborado em 2008 pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (Lisboa) a partir da base de dados linguísticos MorDebe [6] com 135 mil lemas, a percentagem de lemas afectados ou seja, palavras simples não flexionadas que constituem entradas num dicionário ou vocabulário ascende a quase 4% na norma europeia. [7] No entanto, este número inclui todas as formas variantes já existentes previamente e cuja grafia não muda, não dizendo, pois, respeito apenas às palavras que têm a sua escrita alterada. O teor substantivo e o valor jurídico do tratado não suscitaram consenso entre linguistas, filólogos, académicos, jornalistas, escritores, tradutores e personalidades dos sectores artístico, universitário, político e empresarial das sociedades dos vários países de língua portuguesa (q.v. infra). A aplicação do Acordo de 1990 tem motivado discordância por motivos técnicos, havendo quem aponte lacunas, erros e ambiguidades no texto do Acordo ou simplesmente conteste a adequação ou necessidade de determinadas opções ortográficas, como a introdução de facultatividades (i.e. grafias múltiplas) em vários domínios da ortografia (acentuação, maiusculação e "consoantes mudas"), a supressão das chamadas "consoantes mudas", as novas regras de hifenação, a supressão do acento diferencial em diversas palavras e supressão do trema.

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História do Acordo Ortográfico na Língua Portuguesa

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Acordo Ortográfico de 1990 1

Acordo Ortográfico de 1990

Dicionário com indicação das palavras alteradascom a entrada em vigor do Acordo Ortográfico.

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratadointernacional firmado em 1990 que tem por objectivo criar umaortografia unificada para o português, a ser usada por todos os paísesde língua oficial portuguesa. Foi assinado por representantes oficiais deAngola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal eSão Tomé e Príncipe em Lisboa, em 16 de Dezembro de 1990. Depoisde obter a sua independência, Timor-Leste aderiu ao Acordo em 2004.O processo negocial que resultou no Acordo contou com a presença deuma delegação de observadores da Galiza.[1]

Aspectos geraisO Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 pretende instituir uma ortografia oficial unificada para a línguaportuguesa, com o objectivo explícito de pôr fim à existência de duas normas ortográficas oficiais divergentes, umano Brasil e outra nos restantes países de língua oficial portuguesa, contribuindo assim, nos termos do preâmbulo doAcordo, para aumentar o prestígio internacional do português.É dado como exemplo motivador pelos proponentes do Acordo o castelhano, que apresenta diferenças, quer napronúncia quer no vocabulário entre a Espanha e a América Hispânica, mas está sujeito a uma só forma de escrita,regulada pela Associação de Academias da Língua Espanhola. Tanto proponentes como oponentes têm apontado ofacto de a ortografia da língua inglesa apresentar variantes nos diversos países anglófonos, sem que a ortografiainglesa tenha sido objecto de regulação estatal legiferada. No entanto, deve notar-se também que se mantêm naEuropa, com mais ou menos divergências e, nalguns casos, com reformas ortográficas recentes, ortografias distintaspara algumas línguas, como o neerlandês, o alemão, o galego, o norueguês, o serbo–croata e o moldavo.A adopção da nova ortografia, de acordo com o Anexo II do Acordo — a Nota Explicativa do Acordo Ortográfico daLíngua Portuguesa de 1990 [2] — que se baseia numa lista de 110 mil lemas da Academia das Ciências de Lisboa,[3]

irá acarretar alterações na grafia de cerca de 1,6% do total de palavras (lemas) na norma euro-afro-asiático-oceânica(em vigor em Portugal, PALOP, Timor-Leste e Região Administrativa Especial de Macau) e na grafia de cerca de0,5% do total de palavras (lemas) na brasileira.[4] Mas, de acordo com o vocabulário [5] elaborado em 2008 peloInstituto de Linguística Teórica e Computacional (Lisboa) a partir da base de dados linguísticos MorDebe [6] com135 mil lemas, a percentagem de lemas afectados — ou seja, palavras simples não flexionadas que constituementradas num dicionário ou vocabulário — ascende a quase 4% na norma europeia.[7] No entanto, este número incluitodas as formas variantes já existentes previamente e cuja grafia não muda, não dizendo, pois, respeito apenas àspalavras que têm a sua escrita alterada.O teor substantivo e o valor jurídico do tratado não suscitaram consenso entre linguistas, filólogos, académicos,jornalistas, escritores, tradutores e personalidades dos sectores artístico, universitário, político e empresarial dassociedades dos vários países de língua portuguesa (q.v. infra).A aplicação do Acordo de 1990 tem motivado discordância por motivos técnicos, havendo quem aponte lacunas,erros e ambiguidades no texto do Acordo ou simplesmente conteste a adequação ou necessidade de determinadasopções ortográficas, como a introdução de facultatividades (i.e. grafias múltiplas) em vários domínios da ortografia(acentuação, maiusculação e "consoantes mudas"), a supressão das chamadas "consoantes mudas", as novas regrasde hifenação, a supressão do acento diferencial em diversas palavras e supressão do trema.

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Também tem havido contestação ao Acordo com fundamentos políticos, económicos e jurídicos, havendo mesmoquem tenha afirmado, em Portugal, a inconstitucionalidade do tratado.[8] Outros ainda afirmaram que o Acordoortográfico serve, acima de tudo, a interesses geopolíticos e económicos do Brasil.[9] [10] O certo é que o Art.º 9.º(Tarefas Fundamentais do Estado) da Constituição da República Portuguesa refere expressamente o uso e difusãointernacional da língua portuguesa, mas não se conhece nenhum parecer autorizado sobre a (in)constitucionalidadedo teor das bases ortográficas (Anexo I) do Acordo de 1990.

Antecedentes

É prohibido collocar annuncios: aviso anterior a1911 na parede da Igreja do Carmo, na cidade do

Porto.

Até ao início do século XX, tanto em Portugal como no Brasil,seguia-se uma ortografia que, por regra, se baseava nos étimos latinoou grego para escrever cada palavra (ex.: pharmacia, lyrio,orthographia, phleugma, diccionario, caravella, estylo, prompto,diphthongo, psalmo, etc.).

Em 1911, no seguimento da implantação da república em Portugal, foilevada a cabo uma profunda reforma ortográfica — a ReformaOrtográfica de 1911 — que modificou completamente o aspecto dalíngua escrita, aproximando-o muito do actual. No entanto, estareforma foi feita sem qualquer acordo com o Brasil, ficando os doispaíses com duas ortografias completamente diferentes: Portugal comuma ortografia reformada, o Brasil com a ortografia tradicional (ditapseudo-etimológica).

Ao longo dos anos, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras foram protagonizandosucessivas tentativas de estabelecimento de uma grafia comum a ambos os países. Em 1931 foi feito um primeiroacordo, no entanto, como os vocabulários que se publicaram, em 1940 (em Portugal) e 1943 (no Brasil),continuavam a conter algumas divergências, realizou-se um novo encontro que deu origem ao Acordo Ortográfico de1945. Este acordo tornou-se lei em Portugal, pelo Decreto 35.228/45.[11] No Brasil, o Acordo de 1945 foi aprovadopelo Decreto-Lei 8.286/45,[12] mas não foi ratificado pelo Congresso Nacional, sendo por fim revogado pela Lei2.623/55,[13] continuando os brasileiros a regular-se pela ortografia do Formulário Ortográfico de 1943.

Novo entendimento entre Portugal e o Brasil — efectivo em 1971 no Brasil e em 1973 em Portugal — aproximouum pouco mais a ortografia dos dois países, suprimindo-se os acentos gráficos responsáveis por 70% dasdivergências entre as duas ortografias oficiais e aqueles que marcavam a sílaba subtónica nos vocábulos derivadoscom o sufixo -mente ou iniciados por -z- (ex.: sòmente, sòzinho, pèzão). Novas tentativas de acordo saíram goradasem 1975 — em parte devido ao período de convulsão política que se vivia em Portugal, o PREC — e em 1986 —devido à reacção que se levantou em ambos os países, principalmente a propósito da supressão da acentuação gráficanas palavras esdrúxulas (ou proparoxítonas).No entanto, como, segundo os proponentes da unificação, a persistência de duas ortografias oficiais da línguaportuguesa — a luso-africana e a brasileira — impede a unidade intercontinental do português e diminui o seuprestígio no mundo, foi elaborado um "Anteprojecto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa"[14] em1988, atendendo às críticas feitas à proposta de 1986, que conduziu ao novo Acordo Ortográfico em 1990.

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Historial do processo

Em destaque, países e regiões onde o português é língua oficial.

Intervenientes

Para a elaboração do AcordoOrtográfico, entre os dias 6 e 12 deoutubro de 1990, reuniram-se naAcademia das Ciências de Lisboa asseguintes delegações:[15]

• Angola: Filipe Silvino de Pina Zau• Brasil: Antônio Houaiss e Nélida

Piñon• Cabo Verde: Gabriel Moacyr

Rodrigues e Manuel Veiga• Galiza (observadores): António Gil Hernández e José Luís Fontenla [16]

• Guiné-Bissau: António Soares Lopes Júnior [17] e João Wilson Barbosa• Moçambique: João Pontífice e Maria Eugénia Cruz• Portugal: Américo da Costa Ramalho, Aníbal Pinto de Castro [18], Fernando Cristóvão [19], Fernando Roldão

Dias Agudo [20], João Malaca Casteleiro, José Tiago de Oliveira [21], Luís Filipe Lindley Cintra, Manuel JacintoNunes, Maria Helena da Rocha Pereira e Vasconcelos Marques

• São Tomé e Príncipe: Albertino dos Santos Bragança [22] e João Hermínio PontíficePara além destes, no Anteprojecto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa,[23] de 1988, e noEncontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, realizado na Academia Brasileira de Letras, no Rio deJaneiro, entre 6 e 12 de maio de 1986,[24] intervieram ainda: Maria Luísa Dolbeth e Costa (Angola); Abgar Renault,Adriano da Gama Kury, Austregésilo de Ataíde, Celso Ferreira da Cunha, Eduardo Mattos Portella, Francisco deAssis Balthar Peixoto de Vasconcellos e José Olympio Rache de Almeida (Brasil); Corsino Fortes (Cabo Verde);Paulo Pereira (Guiné-Bissau); Luís Filipe Pereira (Moçambique); Maria de Lourdes Belchior Pontes [25] e MárioQuarin Graça (Portugal).

Acordo e protocolos modificativos

Reunião dos chefes de Estado e de governo daCPLP.

No artigo 3.º, o "Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)"previa a sua entrada em vigor a 1 de Janeiro de 1994, mediante aratificação de todos os membros. No entanto, como apenas Portugal(em 23 de Agosto de 1991[26] ), o Brasil (em 18 de abril de 1995[27] ) eCabo Verde[28] ratificaram o documento, a sua entrada em vigor ficoupendente.

Assim, em 17 de Julho de 1998, na cidade da Praia, Cabo Verde, foiassinado um "Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da LínguaPortuguesa" que retirou do texto original a data para a sua entrada emvigor, embora continuasse a ser necessária a ratificação de todos ossignatários para o Acordo de 1990 entrar em vigor. Uma vez mais,apenas os parlamentos do Brasil, Portugal e Cabo Verde aprovaram este protocolo.

Em Julho de 2004, os chefes de Estado e de governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), reunidos em São Tomé e Príncipe, aprovaram um "Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico"[29] que, para além de permitir a adesão de Timor-Leste, previa que, em lugar da ratificação por todos os países, fosse

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suficiente que três membros da CPLP ratificassem o Acordo Ortográfico para que este entrasse em vigor nessespaíses.[30]

Vasco Graça Moura, escritor e ex-eurodeputado, o mais conhecido dos detractores portugueses do Acordo, defendeque o Segundo Protocolo Modificativo, como qualquer outra convenção internacional, só obriga à sua aplicação emcada país se for ratificado por todos os países signatários, o que ainda não aconteceu. Ou seja, só depois de todos ospaíses ratificarem este Protocolo é que estes ficam obrigados a implementar o Acordo internamente caso este sejaratificado por três países. A racionalidade jurídica dum tratado que obriga um país a aprovar outro tratado caso esteseja aprovado por países terceiros é disputada. Este argumento da ilegalidade da ratificação do Protocolomodificativo de 2004 é contestado pelo jurista e eurodeputado Vital Moreira.[31]

O Brasil ratificou o "Segundo Protocolo Modificativo" em Outubro de 2004 e, em Abril de 2005, Cabo Verdetambém. A 17 de Novembro de 2006, de uma assentada, São Tomé e Príncipe ratificou o Acordo e os doisprotocolos modificativos,[32] cumprindo-se o estabelecido por este Protocolo.Apesar de, na prática, as novas normas já poderem ter entrado em vigor nos três países que ratificaram o Acordo e osprotocolos modificativos, considerou-se inviável avançar sem que Portugal também desse por concluído todo oprocesso. Após alguns adiamentos, a Assembleia da República acabou por ratificar o Segundo ProtocoloModificativo em 16 de Maio de 2008,[33] sendo o texto promulgado pelo presidente da república Cavaco Silva a 21de Julho de 2008.[34]

Reunidos em Lisboa no dia 25 de julho de 2008, na Declaração sobre a Língua Portuguesa os chefes de Estado e degoverno da CPLP manifestaram "O seu regozijo pela futura entrada em vigor do Acordo Ortográfico, reiterando ocompromisso de todos os Estados membros no estabelecimento de mecanismos de cooperação, com vista a partilharmetodologias para a sua aplicação prática".[35] Na declaração final da reunião dos ministros da Cultura e Educaçãohavida em Lisboa em 15 de novembro de 2008 apelou-se "aos Estados Membros que ainda o não fizeram para queratifiquem os protocolos modificativos e implementem o Acordo Ortográfico e aos que já ratificaram os protocolosmodificativos para que estabeleçam no mais curto espaço de tempo uma data comum para implementar a suautilização nos documentos e publicações oficiais".[36] Paralelamente, o ministro português José António PintoRibeiro afirmou que "assim que tivermos o Acordo ratificado por todos os membros da CPLP, temos o instrumentonecessário para avançar na ONU e fazer com que o Português seja uma das línguas de trabalho".[37]

A 3 de setembro de 2009, o ministro timorense da Educação, João Câncio Freitas, informou o ministro português daCultura, José António Pinto Ribeiro, que a ratificação do Acordo Ortográfico já se tinha efetuado, "conformeResolução do Parlamento Nacional da República Democrática de Timor-Leste".[38] Timor-Leste tornou-se, assim, oquinto Estado membro da CPLP a ratificar o documento. A 24 de novembro foi a vez dos deputados da AssembleiaNacional Popular da Guiné-Bissau também ratificarem, por unanimidade, o Acordo Ortográfico.[39]

Ficam apenas a faltar Angola e Moçambique. Em Angola, o Ministério da Educação começou também a preparar aratificação do Acordo Ortográfico, afirmando que o mesmo entrará em vigor logo que seja ratificado.[40]

Moçambique, por seu lado, nas palavras do vice-ministro moçambicano da Educação e Cultura, Luís Covane, está jána "fase final" da apreciação do Acordo Ortográfico que, em breve, deverá ser submetido à análise pelo Conselho deMinistros.[41]

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Vocabulário comumO texto original do Acordo Ortográfico de 1990 previa a elaboração «de um vocabulário ortográfico comum dalíngua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere àsterminologias científicas e técnicas» até 1 de Janeiro de 1993.[42]

Para que haja uma ortografia oficial comum é necessária a existência de um Vocabulário Comum que inclua asgrafias consideradas correctas para todos os povos da lusofonia. É, por exemplo, necessário que esse vocabuláriotenha duplas entradas nos casos de dupla grafia (ex.: académico e acadêmico, facto e fato, receção e recepção, etc.),bem como delibere sobre o aportuguesamento de palavras estrangeiras, a adopção de neologismos e as terminologiascientíficas e técnicas.Segundo algumas opiniões, a publicação de um Vocabulário Ortográfico Comum, a elaborar conjuntamente pelaAcademia Brasileira de Letras e pela Academia das Ciências de Lisboa, deveria preceder a entrada em vigor dasnormas do Acordo Ortográfico.[43]

No entanto, em março de 2009, a Academia Brasileira de Letras publicou uma nova edição do VocabulárioOrtográfico da Língua Portuguesa (VOLP) com 381 mil entradas,[44] obedecendo às regras do Acordo Ortográfico.Este VOLP não contou com a colaboração de instituições portuguesas, alegadamente porque a entrada em vigor doAcordo em Portugal tem um prazo mais dilatado do que no Brasil.[45] Num parecer elaborado em 2005, a Academiadas Ciências de Lisboa manifestou-se preparada e disponível para efectuar, num prazo de seis meses, uma primeiraversão do Vocabulário, com cerca de 400 mil entradas lexicais.[46] Recentemente, o ministro da Cultura português,José António Pinto Ribeiro, levantou a possibilidade da edição portuguesa do VOLP vir a ser feita por outraentidade, por alegada incapacidade da Academia das Ciências de Lisboa para o fazer.[47]

Entretanto, apesar das ambiguidades do texto do Acordo Ortográfico e das dúvidas que levanta em diversos pontos,tanto em Portugal,[48] como no Brasil[49] têm-se dado à estampa sucessivos dicionários de língua portuguesaobservando as normas do Acordo Ortográfico.

TeorO Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é composto por quatro partes:• Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: é um tratado aprovado em 12 de Outubro de 1990 pela Academia

das Ciências de Lisboa, pela Academia Brasileira de Letras e por delegações de Angola, Cabo Verde,Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com a presença de delegação de observadores da Galiza, eassinado em Lisboa 16 de Dezembro de 1990 por representantes de sete países lusófonos; contém um preâmbuloe quatro artigos.

• Anexo I — Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990): é uma lista de vinte e uma bases ortográficas,onde se discrimina o novo alfabeto da língua portuguesa e as características da nova ortografia, com exemplos.

• Anexo II — Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990): é um texto de carácterexplicativo e argumentativo onde se dá conta dos antecedentes da reforma e se explica e justifica as opçõestomadas.

• Rectificação: é uma aditamento rectificativo da Assembleia da República Portuguesa de 15 de Outubro de 1991,onde se corrige algumas inexactidões do texto do Acordo; esta rectificação, apesar de não fazer parte formalmentedo texto da resolução de 1990 que contém o Acordo, deve ser considerada parte integrante do mesmo.

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Bases• Base I - Do alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Descreve o alfabeto com a

designação que usualmente é dada a cada letra, introduzindo a letra w e restaurando as letras k e y, que haviamsido proscritas do alfabeto português[50] desde 1911 em Portugal e desde 1943 no Brasil. Mantêm-se, no entanto,as regras fixadas anteriormente que restringem o seu uso às abreviaturas, palavras de origem estrangeira ou seusderivados.

• Base II - Do h inicial e final: Aborda o uso do h no início e no final das palavras. Aparentemente não apresentaalterações em relação às normas anteriores. No entanto, o facto de não fazer referência expressa à palavra húmidocomo tendo h inicial, ao contrário do que acontecia no texto do Acordo Ortográfico de 1945, levou a que seaventasse a hipótese dessa palavra passar a ser grafada exclusivamente úmido, como é uso no Brasil. No entanto,os dicionários publicados até ao momento (agosto de 2008) incluem ambas as grafias - húmido e úmido – comoválidas. Haverá que esperar pela publicação da nova edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesapara dissipar dúvidas.

• Base III - Da homofonia de certos grafemas consonânticos: Aborda a homofonia existente entre certosgrafemas consonânticos consequência, fundamentalmente, da história das palavras. Especificamente, dá-seatenção à distinção gráfica entre ch e x; entre g, com valor de fricativa palatal, e j; entre as letras s, ss, c, ç e x, querepresentam sibilantes surdas; entre s de fim de sílaba (inicial, interior e final) e x e z com idêntico valor fónico; eentre as letras interiores s, x e z, que representam sibilantes sonoras. Não estão previstos nesta base os casos emque a tradição lexicográfica portuguesa e a brasileira divergem no uso de ch/x (por exemplo: champô/xampu,chichi/xixi); no uso de g/j (por exemplo: alforge/alforje, beringela/berinjela); no uso de ss/ç (por exemplo:missanga/miçanga); e em certas designações toponímicas (por exemplo: Singapura/Cingapura; Sintra/Cintra).[51]

• Base IV - Das sequências consonânticas: É nesta base que é definida a supressão das chamadas consoantesmudas, ainda em uso em Portugal, e os casos de dupla grafia. Aborda o uso do c, com valor de oclusiva velar, dassequências interiores cc (segundo c com valor de sibilante), cç e ct, e o p das sequências interiores pc (c com valorde sibilante), pç e pt, que ora se conservam, ora se eliminam. Define, também, a facultatividade do uso, quando háoscilação entre a prolação e o emudecimento, do b da sequência bd; (em súbdito); do b da sequência bt (em subtile seus derivados); do g da sequência gd (em amígdala, amigdalite, etc.); do m da sequência mn (em amnistia,indemnizar, omnipotente, omnisciente, etc.); do t da sequência tm (em aritmética e aritmético).

• Base V - Das vogais átonas: Regula o emprego do e e do i e do o e do u, em sílaba átona, estabelecidosfundamentalmente por razões etimológicas e histórico-fonéticas.

• Base VI - Das vogais nasais: Aborda a representação das vogais nasais, se representam por til, por m ou por n.• Base VII - Dos ditongos: Define os ditongos orais, tónicos ou átonos, distribuídos por dois grupos gráficos

principais, conforme o segundo elemento do ditongo é representado por i ou u: ai, ei, éi, ui; au, eu, éu, iu, ou;ditongos representados por vogal com til e semivogal; ditongos representados por uma vogal seguida daconsoante nasal m.

• Base VIII - Da acentuação gráfica das palavras oxítonas: Regula-se o uso do acento agudo e do acentocircunflexo, bem como os casos em que se prescinde de acento gráfico para distinguir palavras oxítonashomógrafas, mas heterofónicas, e as exceções. Definem-se, também, os casos de dupla acentuação, atendendo àsdiferenças de pronúncia entre o português europeu e o português brasileiro, já que o sistema de acentuação gráficado português não se limita, em geral, a assinalar apenas a tonicidade das vogais sobre as quais recaem os acentosgráficos, mas distingue também o timbre destas.

• Base IX - Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas: Definem-se as palavras que recebem acento agudoe circunflexo; bem como as que não são acentuadas graficamente. Também aqui se prevêem algumasfacultatividades e casos de dupla acentuação.

• Base X - Da acentuação das vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas:Abordam-se os casos em que levam acentuação gráfica as vogais tónicas grafadas i e u das palavras oxítonas eparoxítonas e os casos em que ela não se aplica.

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• Base XI - Da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas: Definem-se os casos em que nas palavrasproparoxítonas, reais ou aparentes se aplica o acento agudo; os casos em que se aplica o acento circunflexo; e oscasos em que tanto podem levar acento agudo como acento circunflexo, dependendo do timbre, respetivamente,aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua das vogais tónicas e ou o em final de sílaba, quando seguidasde consoantes nasais grafadas com m ou n.

• Base XII - Do emprego do acento grave: Aborda os casos em que o acento grave deve ser utilizado.• Base XIII - Da supressão dos acentos em palavras derivadas: Refere-se especificamente aos casos dos

advérbios em -mente, derivados de adjetivos com acento agudo ou circunflexo e às palavras derivadas que contêmsufixos iniciados por z e cujas formas de base apresentam vogal tónica com acento agudo ou circunflexo. Estasupressão já era prática no Brasil desde 1971 e nos restantes países lusófonos desde 1973.

• Base XIV - Do trema: Estipula a supressão completa do trema, sinal de diérese, em palavras portuguesas ouaportuguesadas, excetuando-se em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros (por exemplo: mülleriano,de Müller).

• Base XV - Do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares: Define o emprego do hífen naspalavras compostas por justaposição; nos topónimos compostos; nas palavras compostas que designam espéciesbotânicas e zoológicas; nos compostos com os advérbios bem, mal, além, aquém, recém e sem; nas locuções dequalquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais; naligação de duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando encadeamentos vocabulares oucombinações históricas ou ocasionais de topónimos.

• Base XVI - Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação: Especifica os casos em que seemprega o hífen nas formações com prefixos e em formações por recomposição; os casos em queinequivocamente se não emprega; e o seu uso nos vocábulos de origem tupi-guarani.

• Base XVII - Do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver: Aborda o emprego do hífen na ênclise e natmese; o seu não uso nas ligações da preposição de às formas monossilábicas do presente do indicativo do verbohaver.

• Base XVIII - Do apóstrofo: Estipula os casos em que o apóstrofo é indicado e os casos em que ele não éadmissível.

• Base XIX - Das minúsculas e maiúsculas: Define os casos em que as letras maiúscula e minúscula iniciaisdevem ser usadas. É ressalvada a possibilidade de que obras especializadas possam observar outras regras,provindas de códigos ou normalizações específicas (terminologias antropológica, geológica, bibliológica,botânica, zoológica, etc.), promanadas de entidades científicas ou normalizadoras reconhecidasinternacionalmente.

• Base XX - Da divisão silábica: Aborda a divisão silábica, designadamente os casos em que as sucessões de duasconsoantes podem ou não ser divididas; a divisão de vogais; e dos digramas.

• Base XXI - Das assinaturas e firmas: Assegura a possibilidade de indivíduos, firmas comerciais, nomes desociedades, marcas e títulos com registo público possam manter a escrita presentemente adotada.

Nota explicativa"A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa, a lusitana e a brasileira, tem sido considerada comolargamente prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu prestígio no Mundo", assim começaa Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa,[52] redigida pelo grupo proponente do texto doAcordo. Acompanhando o Acordo Ortográfico, este é o documento onde são explicitadas as diversas alterações emrelação às grafias anteriores e se justificam as opções tomadas.Memória breve dos acordos ortográficosHistorial das sucessivas iniciativas tendentes à unificação ortográfica entre Portugal e o Brasil empreendidas desde que, em 1911, Portugal levou a cabo a primeira grande reforma ortográfica da língua portuguesa, não extensível ao Brasil. A máxima diferenciação ortográfica verificou-se aquando da adoção do Formulário Ortográfico de 1943, no

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Brasil, e do Acordo Ortográfico de 1945, em Portugal. Quase três décadas mais tarde, em 1971, no Brasil, e em1973, em Portugal, foram promulgadas leis que reduziram substancialmente as divergências ortográficas entre osdois países. No entanto, iniciativas levadas a cabo em 1975 e, principalmente, em 1986 (esta última já comrepresentantes os cinco novos países africanos lusófonos) falharam nos seus intuitos de formulação de regrasortográficas únicas para todos os países a língua portuguesa.Razões do fracasso dos acordos ortográficosO grande motivo do malogro do Acordo Ortográfico de 1945 e da tentativa de acordo de 1986 residiu na tentativa deimposição de uma unificação ortográfica absoluta.Em 1945 propunha-se uma unificação ortográfica que englobava a totalidade do vocabulário geral da língua, noentanto tal era conseguido principalmente através da reintrodução no Brasil das chamadas consoantes mudas ou nãoarticuladas e da generalização da prática portuguesa de grafar com acento agudo, e não circunflexo, as vogaistónicas e e o, seguidas das consoantes nasais m e n, das palavras proparoxítonas (ou esdrúxulas). No entanto, taispropostas acabaram por não ser aceites pelos brasileiros. Na tentativa de acordo de 1986 propunha-se, também, umaunificação ortográfica praticamente absoluta, mas à custa de uma drástica simplificação do sistema de acentuaçãográfica, pela supressão dos acentos nas palavras proparoxítonas e paroxítonas; o que não foi bem aceite por umaparte substancial da opinião pública portuguesa.Perante a inviabilidade de igualar em absoluto na escrita divergências que assentam em claras diferenças depronúncia, houve que optar por "uma versão menos forte do que as que foram conseguidas em 1945 e 1986", noentanto, "ainda assim suficientemente forte para unificar ortograficamente cerca de 98% do vocabulário geral dalíngua".[53]

Forma e substância do novo textoO Acordo Ortográfico de 1990 valoriza o critério fonético (ou da pronúncia), com certo detrimento do critérioetimológico. É o critério da pronúncia que dita a supressão gráfica das consoantes mudas, ainda mantidas fora doBrasil, essencialmente por razões etimológicas. E é também o critério da pronúncia que leva a manter um certonúmero de grafias duplas — caráter e carácter, facto e fato, sumptuoso e suntuoso, etc. — e de dupla acentuaçãográfica — económico e econômico, efémero e efêmero, bónus e bônus, bebé e bebê, metro e metrô, etc.Conservação ou supressão das consoantes c, p, b, g, m e t em certas sequências consonânticasNa solução a adotar na grafia das consoantes c e p, em certas sequências consonânticas interiores, tem residido umadas principais dificuldades na unificação da ortografia da língua portuguesa, já que existem fortes divergências nasua articulação:1. No caso destas consoantes serem invariavelmente proferidas em todo o espaço geográfico da língua portuguesa

— compacto, ficção, pacto, adepto, aptidão, núpcias, etc. —, não existe qualquer problema ortográfico, já quetais consoantes não podem deixar de grafar-se.[54]

2. Nos casos em que tais consoantes não são proferidas em nenhuma pronúncia culta da língua — acção, afectivo,direcção, adopção, exacto, óptimo, etc. —, que apenas se escreviam na norma gráfica lusitana e já não nabrasileira, a solução adotada[55] foi a de as suprimir, por uma questão de coerência e de uniformização decritérios. As palavras afetadas por tal supressão em Portugal foram estimadas em 0,54% do vocabulário geral dalíngua, apesar de se tratarem de palavras de uso muito frequente.

3. Nos casos em que se verifica oscilação de pronúncia — por exemplo: facto e receção em Portugal, mas fato erecepção no Brasil, — a solução encontrada foi consagrar a dupla grafia.[56] O mesmo se passa nos poucos casosem que a oscilação da pronúncia se verifica quanto às consoantes b, g, m e t — súbdito e súdito, amígdala eamídala, amnistia e anistia, etc..[57] O número de palavras abrangidas pela dupla grafia é de cerca de 0,5% dovocabulário geral da língua, embora nele se incluam alguns vocábulos de uso muito frequente.

Sistema de acentuação gráfica

Acordo Ortográfico de 1990 9

O sistema de acentuação gráfica do português que, na essência, remonta à Reforma Ortográfica de 1911, não selimita a assinalar a tonicidade das vogais sobre as quais recaem os acentos gráficos, mas distingue também o timbredestas. Assim, e tendo em conta as diferenças de pronúncia entre o português europeu e o do Brasil, era natural quesurgissem divergências de acentuação gráfica entre as duas realizações da língua.Não tendo sido possível estender ao Brasil a prática lusitana de acentuação gráfica, conforme tentado em 1945, porum lado, e, por outro, tendo grande parte da opinião pública portuguesa recusado a abolição dos acentos nas palavrasproparoxítonas e paroxítonas proposta em 1986, a única solução foi conservar a dupla acentuação gráfica emdeterminados casos perfeitamente delimitados e onde é possível enunciar uma regra de aplicação.Surgem assim as duplas grafias em certas palavras nas vogais tónicas e e o que soam abertas em Portugal e nospaíses africanos, recebendo, por isso, acento agudo, mas que são de timbre fechado em grande parte do Brasil,grafando-se por conseguinte com acento circunflexo: académico e acadêmico, cómodo e cômodo, efémero eefêmero, fenómeno e fenômeno, ónus e ônus, pónei e pônei, Vénus e Vênus, matiné e matinê, judo e judô, etc. Oscasos de dupla acentuação gráfica abrangem aproximadamente 1,27% do vocabulário geral da língua.[58]

O Acordo Ortográfico preconiza, também, a supressão de acentos gráficos em certas palavras do tipo de para (á),flexão de parar; pelo (ê), substantivo, pelo (é), flexão de pelar, etc., as quais são homógrafas, respetivamente, dasproclíticas para, preposição; pelo, contração de per e lo, etc. Como razões justificativas invoca-se a coerência com aabolição do acento gráfico já consagrada em casos semelhantes, como, por exemplo: acerto (ê), substantivo, e acerto(é), flexão de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão de acordar; cor (ô), substantivo, e cor (ó),elemento da locução de cor; sede (ê) e sede (é), ambos substantivos; etc. Para além disso, refere-se que, tratando-sede pares cujos elementos pertencem a classes gramaticais diferentes, o contexto sintático permite distinguirclaramente tais homógrafas.[59]

O texto ortográfico advoga que, no Brasil, não se acentuem com acento circunflexo palavras paroxítonas comoabençoo, flexão de abençoar; enjoo substantivo e flexão de enjoar; moo, flexão de moer; povoo, flexão de povoar;voo, substantivo e flexão de voar, etc.,[60] nem se acentuem graficamente os ditongos ei e oi tónicos das palavrasparoxítonas. Assim, palavras como assembleia, boleia, ideia, que na norma gráfica brasileira se escreviam comacento agudo, por o ditongo soar aberto, passarão a escrever-se sem acento, tal como aldeia, baleia ou cheia.[61]

A supressão do acento nestes casos justifica-se, não apenas por permitir eliminar uma diferença entre a práticaortográfica brasileira e a lusitana, mas ainda pelas seguintes razões: porque tal supressão é coerente com a jáconsagrada eliminação do acento em casos de homografia heterofónica, já referida, e também porque no sistemaortográfico português não se assinala, em geral, o timbre das vogais tónicas a, e e o das palavras paroxítonas, já quea língua portuguesa se caracteriza pela sua tendência para a paroxitonia. O sistema ortográfico não exige, pois, adistinção entre, por exemplo: cada (â) e fada (á); para (â) e tara (á); espelho (ê) e velho (é); escrevera (ê), flexão deescrever, e primavera (é); moda (ó) e toda (ô); virtuosa (ó) e virtuoso (ô); etc.Emprego do hífenAtravés da consulta de dicionários e da leitura de textos portugueses e brasileiros deparamo-nos, no que respeita aoemprego do hífen, com muitas oscilações e grafias duplas, ou seja, com hífen e sem hífen: ante-rosto e anterrosto,co-educação e coeducação, pré-frontal e prefrontal, sobre-saia e sobressaia, aero-espacial e aeroespacial,agro-pecuária e agropecuária, alvéolo-dental e alvealodental, micro-ondas e microondas; etc. Estas oscilações são,sem dúvida, devidas a uma certa ambiguidade e falta de sistematização das regras consagradas nos textos anteriores,designadamente no de 1945, sobre esta matéria. Tornava-se, pois, necessário reformular tais regras de modo maisclaro, sistemático e simples.Em 1986 foi proposta uma enorme simplificação e redução do uso do hífen mas, talvez por alterar bastante a práticaortográfica vigente neste domínio, provocaram grande polémica na opinião pública portuguesa. Muitas destascríticas foram tidas em consideração na redação do texto de 1990:

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1. O hífen nos compostos:[62] como neste domínio não se verificam praticamente divergências, nem nos dicionáriosnem na imprensa escrita, entre Portugal e Brasil, o emprego do hífen nos compostos, locuções e encadeamentosvocabulares mantém-se conforme estabelecido em 1945, apenas se reformulando as regras de modo mais claro esucinto.

2. O hífen nas formas derivadas:[63] o emprego do hífen nas formações por prefixação e por recomposição, isto é,nas formações com prefixos e pseudoprefixos de origem grega ou latina, apresentam-se algumas alterações:emprega-se o hífen quando o segundo elemento da formação começa por h ou pela mesma vogal ou consoantecom que termina o prefixo ou pseudoprefixo — anti-higiénico, contra-almirante, hiper-resistente —; emprega-seo hífen quando o prefixo ou falso prefixo termina em m e o segundo elemento começa por vogal, m ou n —circum-murado, circum-navegação, pan-africano —; as restantes regras são formuladas em termos de unidadeslexicais, como acontece com oito delas: ex-, sota-, soto-, vice-, vizo-, pós-, pré- e pró-.

3. O hífen na ênclise e tmese:[64] mantêm-se as regras de 1945, exceto no caso das formas hei de, hás de, há de, etc.,em que passa a suprimir-se o hífen. Nestas formas verbais o uso do hífen não tem justificação, já que a preposiçãode funciona ali como mero elemento de ligação ao infinitivo com que se forma a perífrase verbal — hei de ler —,na qual de é mais proclítica do que apoclítica.

Noutros casos, porém, uniformiza-se o não emprego do hífen, nos casos em que o prefixo ou o pseudoprefixotermina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, estas consoantes dobram-se, como já acontece com ostermos técnicos e científicos — antirreligioso, microssistema —; nos casos em que o prefixo ou o pseudoprefixotermina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente daquela, as duas formas aglutinam-se, semhífen, como já sucede igualmente no vocabulário científico e técnico — antiaéreo, aeroespacial.Outras alterações de conteúdo1. Inserção do alfabeto:[65] uma inovação do texto do Acordo Ortográfico de 1990 em relação a documentos

idênticos anteriores é a inclusão do alfabeto português que passa a integrar também as letras k, w e y. Isto deve-se,principalmente, ao facto de os dicionários da língua já registarem estas letras, pois existe um razoável número depalavras do léxico português iniciado por elas; e também porque já existem muitas palavras que se escrevem comaquelas letras nos países africanos de língua oficial portuguesa. Apesar da inclusão no alfabeto destas três letras,mantiveram-se as regras anteriores que restringem o seu uso, pois existem outros grafemas com o mesmo valorfónico daquelas.

2. Abolição do trema:[66] no Brasil, o emprego desse diacrítico só foi largamente restringido[67] em 1971,[68]

ficando apenas reservado às sequências gu e qu seguidas de e ou i, nas quais o u se pronuncia — agüentar,eloqüente, eqüestre, etc. Com o objetivo de eliminar mais um fator que perturbava a unificação da ortografiaportuguesa, o Acordo Ortográfico de 1990 propõe a supressão completa do trema, ressalvando apenas as palavrasderivadas de nomes próprios estrangeiros com trema — mülleriano, de Müller, etc.

Estrutura do novo textoO texto do Acordo Ortográfico de 1990 foi organizado seguindo o modelo das Bases Analiticas da OrtografiaSimplificada, de 1986, reunindo numa mesma base matéria afim, dispersa por diferentes bases em textos anteriores.Através de um título sucinto dá-se conta do conteúdo consagrado em cada base, optando-se por um sistema denumeração tradicional que permite uma melhor e mais clara arrumação da matéria aí contida. Para facilitar acompreensão e aprendizagem das propostas do Acordo, o mesmo foi alegadamente (como se lê no próprio texto)redigido de acordo as normas que preconiza. Assim, o preâmbulo e os quatro artigos do tratado estão escritos naortografia portuguesa de 1945/1973, o Anexo I (que contém as bases da nova ortografia) está escrito de acordo comas novas convenções, sem cês ou pês mudos — "adjetivo" — e com grafias duplas separadas por barras —"topônimo/topónimo" —, entre outras coisas, e o Anexo II (a Nota Explicativa) está escrito na ortografia portuguesaoficial de 1945/1973 (ou seja, "adjectivo" e "topónimo").

Acordo Ortográfico de 1990 11

Principais alteraçõesO Acordo Ortográfico prevê alterações na maneira de escrever das pessoas que falam a língua portuguesa. No Brasilas alterações serão mais ao nível da acentuação e nos restantes países terá mais efeito nas consoantes designadasmudas.

Mudanças no Brasil

No Brasil, aproximadamente 0,5%[4] das palavras sofrerão modificações. Estas alterações incidem, nomeadamente,na eliminação dos acentos em terminações -éia e -ôo, como em assembléia e enjôo, passando a escrever-seassembleia e enjoo, respectivamente.Outra regra consiste na completa eliminação da diérese (mais conhecida por trema) em palavras formadas por qü egü em que o u é pronunciado, como em freqüência e lingüiça, passando a escrever-se frequência e linguiçarespectivamente.

Norma precedente,válida até o final de 2012

(pt-BR)

Acordo ortográfico

lingüiça linguiça

pingüim pinguim

freqüência frequência

qüinqüênio quinquênio

assembléia assembleia

idéia ideia

européia europeia

abençôo abençoo

baiúca baiuca

enjôo enjoo

vôo voo

Cingapuraou Singapura

Singapura

Mudanças nos restantes países lusófonos

Placa de sinalização em Portugal.

Segundo os promotores do Acordo,[4] nos países lusófonos que não oBrasil, as mudanças afectarão cerca de 1,6% do vocabulário total, nãotendo sido quantificada a frequência das palavras cuja grafia é alterada,as quais são bastante frequentes. As alterações mais significativasconsistem na eliminação sistemática das consoantes c e p em palavrasem que estas letras sejam invariavelmente não-articuladas nas variantescultas da língua, como óptimo e correcto, passando a escrever-se ótimoe correto, respectivamente. Elimina-se também o hífen nas formasverbais hão-de e há-de.

É frequentemente dada como exemplo a eliminação do h em certaspalavras como humidade e húmido passando a escrever-se como no Brasil, umidade e úmido respectivamente. No

entanto, o texto do Acordo é omisso nestes casos. No texto vem que é suprimido o h inicial "quando, apesar da etimologia, a sua supressão está inteiramente consagrada pelo uso" (Base II, art. 2, al. a). Como os usos diferem de

Acordo Ortográfico de 1990 12

país para país, haverá de facto dupla grafia no caso destas palavras.

Norma actual (pt-PT) Acordo ortográfico

acção ação

acto ato

afecto afeto

aspecto aspeto

objectivo objetivo

detectar detetar

respectivo respetivo

infecção infeção

óptimo ótimo

concepção conceção

recepção receção

intersecção interseção

intercepção interceção

asséptico assético

Egipto Egito

adoptar adotar

há-de há de

hão-de hão de

Mudanças em todos os países lusófonos

Alteram-se as regras do hífen e suprimem-se alguns acentos agudos como nas paroxítonas (palavras graves) que têm"ói" na sílaba tônica. Por exemplo, jóia, heróico e andróide passam a joia, heroico e androide, tal como já aconteciacom comboio ou dezoito.Exemplos:

Norma actual Acordo ortográfico

contra-regra contrarregra

extra-escolar extraescolar

anti-semita antissemita

anti-religioso antirreligioso

fim-de-semana fim de semana

co-ordenar (dif. coordenar) coordenar

lêem leem

dêem deem

vêem veem

pára para (verbo parar)

pêlo pelo (de pilosidade)

pólo polo

Acordo Ortográfico de 1990 13

jóia joia

Exemplos de introdução de hífen:

Normaactual

Acordo ortográfico

microondas micro-ondas

arquiinimigo arqui-inimigo

De forma a contemplar as diferenças fonéticas existentes, existem abundantes casos de excepções previstas noAcordo, admitindo-se assim a dupla grafia em muitas palavras. (ex.: António/Antônio, facto/fato, secção/seção,aspeto/aspecto, amnistia/anistia).

Exemplo de frases escritas respeitando anorma vigente em Portugal (a amarelo as

palavras que sofrerão alterações pela novanorma)

As mesmas frases redigidas respeitando anorma vigente no Brasil (a amarelo aspalavras que sofrerão alterações pela

nova norma)

Frases redigidas observando a norma propostapelo Acordo de 1990 (a amarelo as palavras que

terão duas grafias possíveis, ambas válidas)

De facto, o português é actualmente a terceiralíngua europeia mais falada do mundo.

De fato, o português é atualmente a terceiralíngua européia mais falada do mundo.

De facto/fato, o português é atualmente a terceiralíngua europeia mais falada do mundo.

Não é preciso ser génio para saber que oaspecto económico pesa muito na projecçãointernacional de qualquer língua.

Não é preciso ser gênio para saber que oaspecto econômico pesa muito na projeçãointernacional de qualquer língua.

Não é preciso ser génio/gênio para saber que oaspeto/aspecto económico/econômico pesa muito naprojeção internacional de qualquer língua.

Não há nada melhor do que sair sem direcção,rumando para Norte ou para Sul, para passarum fim-de-semana tranquilo em plenoAgosto.

Não há nada melhor do que sair semdireção, rumando para norte ou para sul,para passar um fim de semana tranqüilo empleno agosto.

Não há nada melhor do que sair sem direção,rumando para norte ou para sul, para passar um fimde semana tranquilo em pleno agosto.

Dizem que é uma sensação incrível saltar depára-quedas pela primeira vez em pleno voo.

Dizem que é uma sensação incrível saltar depára-quedas pela primeira vez em plenovôo.

Dizem que é uma sensação incrível saltar deparaquedas pela primeira vez em pleno voo.

Argumentos a favor do Acordo

Insustentabilidade da situação presente

O diferendo ortográfico na língua portuguesa arrasta-se há quase um século. Tudo começou em 1911 quandoPortugal promoveu unilateralmente uma profunda reforma ortográfica da língua. Fê-la sem consultar o Brasil, quenão a adotou. Ao longo de todo o século XX, as várias tentativas de unificação da ortografia do português nãotiveram mais do que um êxito limitado.Procurando tirar ensinamentos das duas unificações tentadas em 1945 e 1986, em 1990 foi elaborado um novoAcordo Ortográfico que preconizava uma unificação menos absoluta, mas, mesmo assim, suficientemente profundapara abranger 98% do léxico da língua. Esta unificação afigura-se hoje como essencial para evitar que a derivaortográfica, com oito países lusófonos, se venha a acentuar, levando Fernando Cristóvão, professor da Faculdade deLetras da Universidade de Lisboa e membro da Academia das Ciências de Lisboa, a interrogar-se: "Se Portugal e oBrasil têm direito a ortografias próprias diferentes, porque é que Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,São Tomé e Príncipe e Timor não têm o mesmo direito? E qual a língua de uso internacional que resistiria a oitoortografias diferentes?".[69]

Vital Moreira, político e professor da Universidade de Coimbra, lembra que "não existe nenhuma razão lógica para que uma mesma língua mantenha tantas divergências ortográficas entre duas normas nacionais, quando elas não correspondem a uma divergência real na sua expressão oral".[70] Ideia corroborada pelo jurista português Pedro Lomba — "havendo uma língua única, devemos perguntar se será sensato insistir numa divisão desnecessária e

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complicativa das regras ortográficas dos dois países"[71] — e por Mauro de Salles Villar, coautor do DicionárioHouaiss da Língua Portuguesa — "A variedade do português do Brasil e de Portugal é muito aproximada. Não temosrazão em ter duas formas oficiais de grafar a língua".[72]

Na situação atual, há um enorme custo económico e financeiro na produção de edições diferentes de dicionários,livros didáticos e literários para o Brasil e para Portugal. Tal deve-se às diferenças entre as duas variantes da línguaportuguesa no que concerne ao vocabulário, à sintaxe e às diversas preferências linguísticas, mas também àsdivergências ortográficas. A demora na edição de obras lexicográficas comuns contribui, hoje em dia, para que oportuguês se insira no conjunto de línguas de pouca difusão, pouco conhecimento e pequena repercussão no universoda comunicação multilingue, apesar de ser uma das mais faladas do mundo, quer em número de falantes quer emnúmero de países.[73]

A professora e eurodeputada portuguesa Edite Estrela remata: "é necessário pôr termo a esta singularidade de termosuma língua com dupla ortografia, situação que tem dificultado a internacionalização do nosso idioma, quer emuniversidades estrangeiras, quer em organismos em que Portugal e o Brasil têm assento. A unificação ortográfica nãofaz milagres, mas é o primeiro passo para uma política da língua coerente".[74]

Assegurar a unidade da língua

Os presidentes Cavaco Silva e Lula no RealGabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.

Já em 1984, no seu livro Uma Política do Idioma, o linguista brasileiroCelso Cunha afirmava: "Chega-se assim à evidência de que, para ageração atual dos brasileiros, cabo-verdianos, angolanos, etc., oportuguês é uma língua tão própria, exatamente tão própria, como paraos portugueses (…). A luta pela pureza do idioma foi o anseio doséculo XIX: hoje, não pode ser mais o nosso principal objetivo: nossaluta tem de ser para impedir a fragmentação do idioma comum".[75]

O Acordo Ortográfico de 1990 procura assegurar a unidade da línguaportuguesa entre todos os países que a têm como oficial, conseguidaatravés de cedências de Portugal e do Brasil, salvaguardando os casosem que a divergência de grafia resulta de diferenças de pronúncia. Nestas situações particulares são admitidas formasduplas como igualmente válidas. D' Silvas Filho do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa lembra que, com as novasregras em vigor nos diversos países, deixará "de haver necessidade de duplos textos em documentos oficiais" e aindaque "todos os termos que figurarem no Vocabulário Comum passarão a ser legais em qualquer dos países de línguaoficial portuguesa que tenham o novo acordo em vigor".[76] O Acordo Ortográfico prevê a preparação de umvocabulário técnico-científico comum, ainda não concretizado, que será de grande utilidade para a difusãobibliográfica e de novas tecnologias que recorrem a terminologia científica e técnica, beneficiando os educandos e osutilizadores da língua em geral.[77]

"Há quem questione a uniformização da escrita, invocando as diferenças vocabulares e de pronúncia entre Portugal eo Brasil. Ora, escrever do mesmo modo não significa falar do mesmo modo, como provam, designadamente, osalentejanos e os micaelenses. E, quanto ao vocabulário, recordo que em território português, por exemplo, oestrugido e a sertã convivem, sem problemas, com o refogado e a frigideira" — lembra Edite Estrela.[74]

A este propósito, o filólogo e professor português Carlos Reis alerta que se torna "absolutamente necessário que aquestão do Acordo Ortográfico seja equacionada não apenas de dentro para dentro (como alguns fazem emPortugal), mas sobretudo de dentro para fora. Ou seja: pensando o Português em função de um mundo mais amplodo que o país que lhe deu origem. E sendo assim, que a questão seja vista também como um desígnio colectivo e nãoreduzida à estreita defesa de interesses particulares ou à expressão de sensibilidades irritadas".[78]

Acordo Ortográfico de 1990 15

Simplificação da escrita

As diferenças introduzidas pelo Acordo Ortográfico são pouco extensas: 1,6% do vocabulário da língua em Portugale 0,5 no Brasil. E vão todas no sentido da simplificação. "A língua precisa de ser simplificada. Sem abandonar a suamatriz etimológica, para que se adapte às várias pronúncias, deve, no entanto, expurgar-se de elementospresentemente inúteis (…). Por mais que alguns linguistas defendam paradoxalmente o contrário, o senso comumdiz-nos que é mais lógico ler e é mais fácil escrever as palavras sem as letras que não têm qualquer função naoralidade"[79] [80] — quem o afirma é o autor português D' Silvas Filho.É também nesta linha de simplificação que se pode interpretar a eliminação do uso do trema e da acentuação gráficados ditongos ei e oi tónicos das palavras paroxítonas no Brasil. De entre as alterações mais notáveis introduzidaspelo Acordo Ortográfico em Portugal encontra-se a eliminação das consoantes mudas. A persistência deste"conservadorismo é francamente desnecessário, pois não há razões técnicas válidas que o justifiquem". Para ilustraresta afirmação D' Silvas Filho lembra os casos de accionar e didáctica, no primeiro caso a consoante não abre avogal e na segunda a consoante é desnecessária, porque a vogal seguinte até é graficamente acentuada. Outros casos,como padeiro e caveira, por exemplo, têm o primeiro a aberto sem qualquer consoante muda. Da mesma forma, nãoé por se suprimirem as consoantes mudas que a língua deixa de ser predominantemente etimológica. E acrescenta:"com a completa eliminação das consoantes não articuladas resulta também mais simples a redacção das palavras,visto que, não raras vezes se depara em Portugal com grafias erróneas como inflacção, rectaguarda, práctica ouassumpção por falsa analogia com acção, recta, didáctica ou assumptivo".[81]

"Para um país como Angola é muito importante aplicar o acordo, porque este vai fazer aumentar a circulação dolivro e facilitar a aprendizagem e a alfabetização, que é, neste momento, a coisa mais premente para Angola eMoçambique", lembra o escritor angolano José Eduardo Agualusa.[82] No mesmo sentido vai a opinião do professor,gramático e filólogo brasileiro Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras: "aqueles que estãocomeçando a escrever vão ser beneficiados porque o acordo simplifica muito. O acordo torna a ortografia portuguesamais simples nos seus grandes problemas como, por exemplo, no emprego do hífen".[83]

E o historiador português Rui Tavares valida: "é natural que o acordo vá progressivamente entrando nos hábitos deescrita dos portugueses e outros lusófonos, e isto por uma razão que neste momento talvez provoque algumescândalo. Ele, de facto, simplifica-nos a vida. Em Portugal, a grande mudança é a queda das consoantes mudas (…).A partir de agora passa a haver uma regra simples. No momento de escrever, pense-se: eu pronuncio aquele "c"? Sesim, escrevo. Caso contrário, não escrevo. Esta regra vai facilitar a vida a muita gente no momento da escrita (…).Quando começar a ser utilizada, pouca gente quererá voltar atrás [e], daqui a cinco anos, ninguém se vai lembrar dasrazões de tanta resistência."[84]

Difusão internacional do português

Para além de contribuir para a preservação da língua comum, uma ortografia unificada torna-se também necessáriaàs organizações internacionais onde o português é língua de trabalho, aos estabelecimentos estrangeiros de ensino donosso idioma, à difusão e promoção do livro em português nos domínios interlusófonos e internacional.[85] "Auniformização da grafia só pode beneficiar a língua e promover o seu prestígio e divulgação, facilitando as relaçõesda nossa língua comum com as línguas mais usadas e faladas" opina a jornalista e escritora portuguesa Clara FerreiraAlves.[86]

Carlos Reis afirma: "Se queremos que o português tenha hipóteses, mesmo que de difícil concretização, de algumaafirmação internacional em confronto com outras línguas, então não podemos continuar a ignorar as debilidades deum cenário linguístico em que alegremente convivem duas ortografias e mesmo, se as coisas forem por estecaminho, outras mais, à medida que os recentes países de língua oficial portuguesa (e sobretudo Angola eMoçambique) forem ganhando projecção, nesse e noutros planos".[87]

Com a adoção por todos do Acordo Ortográfico, Brasil e Portugal poderão somar esforços na cooperação com os PALOP e Timor-Leste, em ações de difusão e fortalecimento da língua portuguesa. Os livros e outros materiais

Acordo Ortográfico de 1990 16

educativos, os programas de educação a distância e outros materiais didáticos adoptados em qualquer país lusófonopoderão ser mais facilmente reproduzidos noutro país. Os programas de formação e aperfeiçoamento paraprofessores de português como segunda língua, por exemplo, poderão passar a ser comuns, em vez de Portugal eBrasil desenvolverem separadamente as suas iniciativas.[88]

Além da expansão e do fortalecimento da cooperação educacional em língua portuguesa, a implementação doAcordo Ortográfico é condição essencial, alegam os seus defensores, para a definição de uma política linguística debases comuns na CPLP e, portanto, para o bom funcionamento do Instituto Internacional da Língua Portuguesa,entidade criada em 1989 e sediada em Cabo Verde. Com o Acordo Ortográfico em vigor, fica aberto o caminho paraum entendimento entre Portugal e o Brasil sobre a certificação comum de proficiência em língua portuguesa paraestrangeiros, pois o Brasil emite hoje o certificado CELPE-Bras, enquanto que em Portugal o único diploma válido éo emitido pelo Instituto Camões.[89]

Especial importância terá também para a possível adoção do português como língua oficial da ONU, já que, naspalavras do ministro brasileiro da Cultura, Juca Ferreira, "As Nações Unidas vinham resistindo porque [a línguaportuguesa] não tinha uma ortografia comum, então esse acordo ortográfico (…) unifica e possibilita essa demandaser atendida pela comunidade internacional".[90]

Inevitabilidade da sua aplicação

"Línguas de cultura como o latim, o grego, o inglês, o francês, o alemão, o espanhol e o italiano estão unificados hámuito tempo. Até o árabe, que tinha catorze grafias, agora tem uma só. Passou o tempo de lamentar e reiterar que oAcordo poderia ter sido feito de outro modo. É hora de, todos juntos, colaborarmos para sua aplicação. O Acordoagora é lei" — sentencia o professor brasileiro Deonísio da Silva.[91]

Concebido e assinado em 1990, o Acordo Ortográfico viu ainda acrescentarem-lhe dois protocolos em 2001 e 2004.Todos estes documentos foram ratificados pelos parlamentos do Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Portugale Timor-Leste. No caso português, as sucessivas aprovações na Assembleia da República reuniram mesmo umaquase unanimidade. Os governantes dos restantes três Estados membros da CPLP — Angola, Guiné-Bissau eMoçambique — têm afirmado o seu empenho em resolver as questões legais e processuais internas, de forma atambém poderem vir a pôr em prática o Acordo Ortográfico nos seus países. Adotado já no Brasil desde o início de2009, a sua aplicação nos restantes países, designadamente em Portugal, afigura-se agora apenas uma questão detempo.[92]

"É absolutamente decisiva a participação de Portugal, na medida em que, quando nós falámos deste acordo, quandoeste foi assinado, o que se pretendia era fazer uma unificação das duas vertentes ortográficas da língua portuguesaque tínhamos até então", lembrou o embaixador brasileiro junto da CPLP, Lauro Moreira.[93] Por seu lado, oprofessor e membro da Academia Portuguesa de História, Teotónio R. de Souza, adverte: "Sem Acordo[Ortográfico], Portugal poderá ver-se ultrapassado pelo Brasil, e outros países da CPLP poderão ser aliciados poroutros grupos linguísticos, como está já a acontecer no caso de Moçambique e a sua participação crescente naCommonwealth inglesa".[94] "Se não houver acordo, cada país faz o que quer (…). Daqui a uns anos Angolaadoptará a ortografia brasileira (já há quem o proponha), e depois Moçambique também. Dentro de uma geraçãoPortugal terá dois caminhos: isolar-se ou seguir sem discussão o que os brasileiros decidirem. Triste fim depois detantos pruridos" — vaticina o historiador Rui Tavares.[95]

Num artigo do diário português Público, a jornalista Alexandra Prado Coelho escreve: "O grande argumento (…) éque Portugal já não pode recuar num acordo que já assinou" — e, mais à frente, — "É tarde para sair do comboio.Esta é, para Francisco José Viegas, escritor e director da Casa Fernando Pessoa, uma das grandes razões para seavançar para o acordo".[96]

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Argumentos contra o AcordoO Acordo Ortográfico de 1990 tem sido alvo de crítica e enfrenta a oposição de diversos escritores, linguistas,políticos, deputados e profissionais da língua.[97]

Necessidade e custo da proposta

Parte dos críticos acredita que a proposta, em sua encarnação atual, é insuficiente para atingir seus propósitos, umavez que muitas palavras continuarão apresentando possíveis variantes ortográficas. O professor de portuguêsPasquale Cipro Neto afirma que "é uma reforma meia-sola, que não unifica a escrita de fato", enquanto que o escritorJoão Ubaldo Ribeiro afirma que "é uma reforma tímida, que não faz grandes inovações".[97]

Muitos críticos acreditam que a proposta está tentando resolver um não-problema, uma vez que, apesar dasdiferenças ortográficas, as variantes escritas da língua portuguesa são perfeita e confortavelmente inteligíveis pelosseus leitores. O sucesso de vendas dos escritores portugueses José Saramago e Miguel Sousa Tavares, entre outros,no Brasil, cujos livros usam a grafia lusitana do português por exigência dos autores, é apontado como umaevidência de que não é por falta do Acordo que não há mais intercâmbio literário dentro do espaço lusófono.[97]

Esses críticos apontam que as dificuldades de compreensão escrita, quando ocorrem, são devidas às diferenças devocabulário ou gramaticais, as quais não são possíveis de se eliminar por imposição duma ortografia comum. Alémdisso, as dificuldades de compreensão são mais relevantes na língua oral, sobre as quais o Acordo não pretende terinfluência. Miguel Sousa Tavares afirma ter conseguido vender no Brasil 50 mil exemplares de um livro seu,mantendo a ortografia original (do português europeu), apesar dos "agoiros de desastres e da teimosia" do autor.Salienta também "o orgulho em ter feito bem mais pela nossa língua no Brasil do que todos esses [os promotores doAcordo] que se dispõem a vendê-la como coisa velha e descartável."[98]

Outros críticos apontam para os custos da unificação, que incluem:• Adaptação do corpo literário já existente pelas editoras. O custo médio de preparação e revisão de um único livro

é, no Brasil, de cinco mil reais.[97]

• Súbita obsolescência de dicionários, gramáticas e livros escolares, que terão que ser substituídos.• Reaprendizagem ortográfica por parte de uma grande massa de pessoas, incluindo crianças.Pasquale Cipro Neto alerta que "vamos enterrar dinheiro em uma mudança que não trará efeitos positivos", enquantoque o professor Cláudio Moreno sustenta a opinião de que "essa idéia messiânica, utópica de que a unificação vaitransformar o português em uma língua de relações internacionais é uma tolice".[97]

Em Portugal, alguns editores e livreiros têm sido particularmente cépticos quanto ao Acordo Ortográfico, salientandoos elevados custos para a adaptação de dicionários e outros livros às novas regras.[99]

Interesses políticosAlém dos argumentos linguísticos que detractam o Acordo Ortográfico, o tratado é muitas vezes considerado comoum acordo político ao invés de um acordo linguístico. Segundo a antiga ministra da cultura portuguesa Isabel Piresde Lima, o Acordo teve real destaque apenas passado um ano da ratificação pelos três primeiros países: Brasil,Cabo-Verde e São Tomé e Príncipe. Durante esse intervalo, todos os países da CPLP já deviam ter adoptado oAcordo a nível jurídico, tal como estipulado pelo II Protocolo Modificativo, o qual não aconteceu. Salienta aministra que "o Brasil procurou, a partir de um certo momento e por interesses de diversa natureza, entre os quaisestá o domínio do mercado editorial da CPLP, que até agora Portugal detém, liderar o processo acompanhadodaqueles dois países".[100]

O ex-eurodeputado Vasco Graça Moura afirma que a ideia do Acordo partiu do presidente brasileiro José Sarney, tendo na altura enviado um emissário aos PALOP com esta finalidade, e salienta que "para o Brasil, mais realista e mais pragmático, tudo era, desde o início, uma pura questão de mercado".[101] Na assembleia da República, o euro-deputado afirmou que, apesar das intenções do Acordo Ortográfico, "o tratado serve interesses geopolíticos e

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empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo", emespecial de Portugal, e representa "uma lesão inaceitável de um capital simbólico acumulado e de projecçãoplanetária".[102]

Projecção internacional e abrasileiramento da língua

Muita gente aponta que é falsa a idéia de que a união ortográfica fortalecerá a língua portuguesa no cenáriointernacional, uma vez que a projecção duma língua depende de muitos factores, o menor dos quais será a existênciade divergências ortográficas. Por exemplo, o inglês não tem ortografia oficial e apresenta variadas divergências quergráficas quer não-gráficas entre os países onde é falado e tal não impede que seja a língua internacional porexcelência. Aliás, pode alegar-se que o facto de não haver uma academia regulando a língua constitui um factor dedinamismo, facilitando desse modo a inclusão de milhares de novas palavras no léxico inglês anualmente.Os editores e livreiros têm afirmado que o acordo é "um facilitismo para as editoras brasileiras entrarem nos paísesafricanos", ameaçando os importantes interesses das editoras portuguesas nesses países. Algumas chegaram mesmo aafirmar que não irão adoptar nos seus livros as alterações previstas. Na mesma linha, alguns linguistas portuguesesafirmaram que a adopção deste tratado acarretará um "abrasileiramento" da escrita da variante lusitana da língua.[103]

O comentador político e escritor Miguel Sousa Tavares critica o acordo como sendo apenas uma "ameaça por partedos políticos e dos membros das Academias" cujo objectivo é "pôr-nos [os portugueses] a escrever como osbrasileiros, assim lhes facilitando a sua penetração e influência nos países de expressão portuguesa" que, aoconcordar com Vasco Graça Moura, trata-se de "'diktat' neo-colonial, em que o mais forte (o Brasil) determina a suavontade ao mais fraco (Portugal)" deixando a dúvida se "Alguém imagina os Estados Unidos a ditarem à Inglaterraas regras ortográficas da língua inglesa? Ou o Canadá a ditar as do francês à França ou a Venezuela as do espanhol aEspanha?"[104]

Possibilidade de múltiplas grafias (facultatividades)

De forma a contemplar as diferenças fonéticas entre Portugal e o Brasil, o Acordo Ortográfico prevê a existência deabundantes casos de palavras com duas ou mais grafias possíveis. Exemplos: fenómeno/fenômeno,aritmética/arimética, amnistia/anistia, amígdalas/amídalas, dactiloscopia/datiloscopia, eletrónica/eletrônica,súbdito/súdito, visitamos (ontem) / visitámos (ontem), recepção/receção, espectador/espetador, intersecção (deconjuntos) / interseção (de conjuntos), (o) cacto (secou) / (o) cato (secou), (o Tejo) desagua (em Lisboa) / (o Tejo)deságua (em Lisboa) / (a Polícia) averigua (o crime) / (a Polícia) averígua (o crime), entre muitos outros.[105] [106]

Este é um dos aspectos mais criticados no texto do Acordo. Segundo Vasco Graça Moura, o reconhecimento oficialde grafias duplas e múltiplas enfraquece seriamente a unidade da língua portuguesa escrita e "vai mesmo contra oconceito de ortografia". Ainda segundo o eurodeputado, as facultatividades permitem "pôr num saco todos os casosduvidosos, a pretexto de que pode haver diferenças entre a pronúncia portuguesa e brasileira, abrindoinaceitavelmente a porta a todas as diferenças de grafia e mesmo, no limite, à opção individual por determinadamaneira de escrever (…) chegando ao ponto da lei do menor esforço e do facilitismo".[107]

Na mesma linha segue a Associação Portuguesa de Linguística, em parecer de 2005 solicitado pelo Instituto Camões e elaborado por Inês Duarte, professora catedrática de Linguística da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: "os negociadores do Acordo autorizam duplas ou múltiplas grafias no interior de cada país, com base num critério da pronúncia, que em nenhuma língua pode ser tomado como propriedade identificadora dum sistema linguístico e da(s) sua(s) respectiva(s) norma(s) nacionais, mas sempre e apenas de uma sua variedade dialectal ou social".[108] João Andrade Peres, também professor catedrático de Linguística da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, num parecer de 2008 sobre as facultatividades, escreveu: "O Acordo em análise admite grafias facultativas para a língua portuguesa em toda a sua extensão, sem quaisquer restrições além da existência (onde quer que seja) de uma pronúncia culta que as sancione. Segundo a sua letra (…), dois alunos portugueses, em Portugal (ou brasileiros, no Brasil, etc.), sentados lado a lado, ou dois professores em salas contíguas seriam livres de

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usar a seu bel-prazer as grafias alternativas. Em última análise, é deixada ao livre arbítrio de cada cidadão a escolhada grafia, pondo-se em causa a função da língua escrita como factor de coesão social".[109]

Isabel Pires de Lima, ex-ministra da Cultura do governo português, professora catedrática da Faculdade de Letras daUniversidade do Porto e deputada do Partido Socialista, apontou como uma das principais fragilidades do AcordoOrtográfico "o facto de acabar por nem sequer se revelar uma versão fraca de unificação ortográfica, como sepretendia, mas antes uma versão permissiva, erigindo o princípio da facultatividade excessiva, o qual vai contra opróprio conceito normativo de ortografia, originando nomeadamente a possibilidade do uso de duplas grafias dentrodo mesmo país, isto é, abrindo a porta à heterografia".[110] António Emiliano, professor de Linguística daUniversidade Nova de Lisboa, acentuando a linha de argumentação de Pires de Lima, afirmou que "oestabelecimento generalizado da grafia dupla nos domínios da acentuação, das consoantes mudas e damaiusculização, minará a estabilidade do ensino da Língua Portuguesa (ferramenta que abre a porta a todas as outrasdisciplinas) e porá em causa a integridade do uso e da difusão internacional da língua portuguesa, valores que aConstituição consagra (Art.º 9.º. al. f). O mesmo foi subscrito por Luísa Mesquita após o Acordo Ortográfico ter sidoanalisado pela Assembleia da República.[111] A possibilidade de se escrever de forma alternativa uma quantidadeenorme de palavras e de expressões complexas deixa ao arbítrio de cada utilizador individual a estrutura da 'sua'ortografia pessoal — imagine-se o que seria cada um de nós poder pôr em vigor a sua versão personalizada doCódigo de Processo Penal ou do Código da Estrada!".[112]

Situação nos países e regiões lusófonos

AngolaTendo participado na redação do Acordo Ortográfico, firmado pelo Secretário de Estado da Cultura de Angola, JoséMateus de Adelino Peixoto, e nas reuniões da CPLP onde os dois protocolos modificativos foram aprovados, ogoverno angolano ainda não ratificou nenhum desses documentos.Durante muitos anos, a ratificação do Acordo foi assunto que não despertou grandes paixões no país, com pouco ounenhum relevo dado pela comunicação social a esta matéria.[113]

Em fevereiro de 2008, com a discussão sobre o Acordo ao rubro em Portugal, o escritor José Eduardo Agualusa, emartigo publicado no semanário A Capital, de Luanda, afirmou que Angola "tem mais a ganhar com a existência deuma ortografia única do que Portugal ou o Brasil", porque o país não produz livros, mas precisa "desesperadamentedeles". E defendeu que, caso o Acordo Ortográfico não venha a ser aplicado por "resistência" de Portugal, Angola"deve optar pela ortografia brasileira" porque o Brasil edita mais livros do que Portugal, para além de serem maisbaratos.[114] [115]

Em julho de 2008, o Ministério da Educação promoveu um encontro de especialistas angolanos de vários sectores —linguistas, sociolinguistas, metodólogos do ensino da língua portuguesa, sociólogos, editores, juristas, informáticos eeconomistas — no Museu Nacional de História Natural, em Luanda, para analisar as diversas questões técnicasligadas à ratificação do Acordo Ortográfico e fazer uma previsão do seu impacto financeiro.[116] Os resultados dareunião, designada "Oficina de trabalho sobre o Acordo Ortográfico" foram submetidos ao Ministério da Educação,que, por sua vez, os entregou ao Conselho de Ministros, para análise e aprovação. A ser aprovada a proposta de leipelo Conselho de Ministros, cabe à Assembleia Nacional de Angola a ratificação do acordo.[117]

A coordenadora da Comissão Nacional do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, Paula Henrique, afirmouque o Acordo Ortográfico entrará logo em vigor após a sua ratificação: "Assim que for ratificado pretendemos pôrem prática a lei. Não queremos que haja um espaço grande entre a ratificação e a sua implementação".[40]

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, afirmou: "Hoje mesmo Angola anunciouque vai avançar com o processo de ratificação assim que o novo Parlamento tomar posse".[118] As eleiçõeslegislativas decorreram nos dias 5 e 6 de setembro de 2008 e o novo parlamento angolano tomou posse a 30 domesmo mês.[119]

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BrasilO Congresso Nacional promulgou o Acordo Ortográfico em 18 de abril de 1995, após a data em que, conforme opróprio Acordo, deveria ter entrado em vigor, i.e., 1 de janeiro de 1994. Dez anos mais tarde, em outubro de 2004,seria ratificado o Segundo Protocolo Modificativo, três meses após a sua aprovação pelos chefes de estado e degoverno na V cimeira da CPLP realizada em São Tomé.

Congresso Nacional, em Brasília.

A ratificação do Segundo Protocolo também por Cabo Verde (2005) eSão Tomé e Príncipe (2006) abriu caminho à efetivação do AcordoOrtográfico no Brasil. No entanto, numa reunião da Comissão paraDefinição da Política de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoçãoda Língua Portuguesa (Colip) no dia 14 de setembro de 2007, foidecidido recomendar ao governo brasileiro que esperasse por Portugale não aplicasse o Acordo em 2008, pois uma unificação ortográficasem Portugal já nasceria desunida.[120]

No governo brasileiro, a notícia da aprovação do Segundo Protocolo em Portugal foi recebida com muita satisfação,começando-se a preparar um cronograma para a implantação do Acordo Ortográfico. O Ministério da Educaçãopreparou uma minuta de decreto que enviou para o Palácio do Planalto para ser avaliada e posteriormente assinadapelo presidente Lula, prevendo que os termos do novo acordo comecem a vigorar em 2009.[121]

Em maio de 2008, o governo publicou no Diário Oficial a determinação do Ministério da Educação de que os livrosdidáticos, que irão ser distribuídos para os alunos em 2010, deverão estar com as todas as mudanças ortográficasprevistas no novo Acordo, embora o governo pretenda introduzir as modificações já no ano letivo de 2009.[122] Aprevisão é que até 2012 todos os livros didáticos brasileiros estejam adaptados às novas regras. A partir de 2013, asnovas regras ortográficas serão obrigatórias no Brasil.[123] Foi feita uma consulta pública durante a qual osinteressados puderam encaminhar dúvidas ou sugestões sobre o processo de transição proposto pelo decreto queregulamenta o período de transição.[124]

Segundo o decreto,[125] as novas regras entraram em vigor no Brasil no dia 1º de janeiro de 2009. Ressalte-se que atéo dia 31 de dezembro de 2012 as regras antigas também são válidas. O Ministério da Educação, o Ministério daCultura e o Ministério das Relações Exteriores, com a colaboração da Academia Brasileira de Letras e entidadesafins dos países signatários do Acordo, elaborarão um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa. Opresidente Lula assinou o decreto para promulgação do Acordo Ortográfico em 29 de setembro, dia do centenário damorte do escritor Machado de Assis, em cerimónia realizada na Academia Brasileira de Letras.[126]

Por seu lado, a Academia Brasileira de Letras publicou uma nova edição do Vocabulário Ortográfico da LínguaPortuguesa - VOLP - com 370 mil entradas obedecendo às regras do Acordo Ortográfico. Este trabalho foicoordenado por Evanildo Bechara, responsável na entidade pelo setor de lexicografia e lexicologia. Esta nova ediçãodo VOLP não contou com a colaboração de instituições portuguesas..[45]

No início de agosto de 2008 (portanto antes da publicação do novo VOLP, o que gerou algumas inconsistências)chegou às livrarias a nova edição do Mini Houaiss, com 30 mil palavras e locuções, o primeiro dicionário brasileiroatualizado segundo as novas normas ortográficas. A edição atualizada do completo Dicionário Houaiss da LínguaPortuguesa deve chegar ao mercado durante o ano de 2009[127]

Como previsto, o Acordo Ortográfico entrou oficialmente em vigor em 1° de janeiro de 2009, sendo imediatamenteadotado pelos principais jornais brasileiros, como a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo. Segundo osresponsáveis, os jornalistas aderiram facilmente às novas regras e a reação dos leitores foi positiva.[128]

Em 18 de março de 2009, o presidente da Academia Brasileira de Letras, Cícero Sandroni, entregou a três ministros do governo brasileiro a nova edição revista e atualizada do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, com a grafia de 381.128 palavras, já com as devidas alterações preconizadas pelas novas regras ortográficas e dirimindo várias dúvidas e omissões presentes no texto do Acordo. O filólogo Evanildo Bechara, responsável pela elaboração

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do VOLP, disse que os especialistas portugueses não foram consultados porque "em nenhum momento o Acordo falaem vocabulário comum. O VOLP, portanto, é brasileiro, e os outros países de língua portuguesa poderão criar osseus."[44] [129]

No entanto, e em contradição com as afirmações do acadêmico brasileiro, no Artigo 2.º do Acordo Ortográfico de1990 pode-se ler:

Citação: AOLP - Art. 2.º escreveu: «Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãoscompetentes, as providências necessárias com vista à elaboração, até 1 de Janeiro de 1993, de umvocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tãonormalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas.»[130]

No parecer que a Academia das Ciências de Lisboa enviou ao Instituto Camões em 2005, assinado pelo Prof. MalacaCasteleiro (coautor do Acordo), sobre as consequências da aplicação do Acordo, aquela instituição manifestou anecessidade da elaboração de um vocabulário comum, corroborando o estipulado no Artigo 2.º do mesmo Acordo econtradizendo as declarações supracitadas de Evanildo Bechara:

Citação: Malaca Casteleiro (ACL) escreveu: «No Acordo Ortográfico de 1990 está prevista apublicação de um "Vocabulário Ortográfico Unificado da Língua Portuguesa" [sic], elaborado pelaAcademia das Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras, com a colaboração dascompetentes instituições dos países-parceiros do Acordo, o qual constituirá um instrumento de consultae de resolução de dúvidas, que a aplicação de qualquer Acordo sempre levanta.» [131]

Nesse parecer, Malaca Casteleiro declarou ainda que a Academia portuguesa estaria preparada e disponível paraefectuar num prazo de seis meses (ou seja, até meados de 2006) uma primeira versão do vocabulário com cerca de400 mil entradas, a submeter à Academia brasileira. O afastamento de Malaca Casteleiro do cargo de Presidente doInstituto de Lexicologia e Lexicografia da ACL, na sequência da controvérsia que envolveu a revisão do Dicionárioda Língua Portuguesa Contemporânea e a associação do acadêmico a uma editora comercial para publicação de doisdicionários "escolares" conformes ao Acordo, viria a gorar esse projeto de colaboração entre as duas academias.

Cabo Verde

José Maria Neves, primeiro-ministro de CaboVerde.

Cabo Verde participou nos trabalhos de elaboração do AcordoOrtográfico de 1990 — com uma delegação constituída pelo linguistaManuel Veiga[132] e pelo escritor Gabriel Moacyr Rodrigues — eratificou o documento. Em 1998 foi o anfitrião da II Cimeira da CPLP,realizada na Praia, onde foi assinado o primeiro "ProtocoloModificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa" que retiroudo texto original a data para a sua entrada em vigor (1994). CaboVerde ratificou este documento, bem como o "Segundo ProtocoloModificativo" (em abril de 2005), sendo o segundo país (após o Brasil)a concluir toda a tramitação para a entrada em vigor do AcordoOrtográfico.

Segundo o primeiro-ministro José Maria Neves, Cabo Verde é a favorde uma "aproximação ortográfica" entre as variantes existentes emPortugal e no Brasil e encara a língua portuguesa como "uminstrumento importante para o desenvolvimento de Cabo Verde".[133]

Isto apesar dos cabo-verdianos se comunicarem em crioulo nodia-a-dia, ficando o português para as relações oficiais ou protocolares.Por seu lado, o escritor Germano Almeida advertiu: "Na ausência de um acordo ortográfico, no fim, corremos o riscode ter oito línguas".[133]

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Desde 2005, Cabo Verde aguardava a conclusão dos trâmites legais nos outros países lusófonos para concertação deações com o fim de pôr em prática o Acordo Ortográfico.[134] Apesar de Manuel Veiga, atual ministro da Culturacabo-verdiano, ter expressado o interesse em andar em sintonia com Portugal, "dada a cumplicidade e a cooperaçãonesta matéria",[135] a ministra da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Janira Hopffer Almada [136], anunciouque Cabo Verde vai adotar o acordo ortográfico a partir do segundo semestre de 2009, possivelmente em julho ouagosto, prevendo uma transição de seis a dez anos.[137]

Apesar do anúncio, a 26 de Março de 2009, de que Portugal e Cabo Verde deveriam iniciar a implementação doAcordo Ortográfico — a título indicativo — a 5 de Maio, o Dia da Cultura da CPLP,[138] o Acordo só veio a seradotado oficialmente a 1 de outubro de 2009, com a ratificação do Protocolo Modificativo pelo Conselho deMinistros.[139]

GalizaA Galiza que, em conjunto com o Norte de Portugal, foi o berço da língua portuguesa, é hoje uma comunidadeautónoma dentro do Reino de Espanha. Uma delegação de observadores de galegos, constituída por António GilHernández e José Luís Fontenla [16], assistiram aos trabalhos de elaboração do Acordo Ortográfico de 1990. AGaliza, não sendo membro da CPLP, não tomou parte nas reuniões onde os protocolos modificativos foramdiscutidos, aprovados e assinados.Existe uma Comissão Galega do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de cariz reintegracionista, que tem feitouma campanha ativa em prol do Acordo Ortográfico, designadamente dirigindo cartas ao governo galego e aoparlamento instando-os a adotarem as normas na Galiza.[140] [141] A 7 de abril de 2008, os galegos Ângelo Cristóvão(Associação de Amizade Galiza-Portugal)[142] e Alexandre Banhos (Associação Galega da Língua),[143] participaramna audição pública organizada pela Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia daRepública, em Lisboa, com intervenções favoráveis ao Acordo Ortográfico.Embora do ponto de vista científico alguns considerem o galego como uma variedade dialetal do português,[144] aposição oficial da Real Academia Galega e do governo, no entanto, é a de que são línguas próximas, mas diferentes.A não ser que haja uma alteração desta política — como parece ser vontade de certos partidos,[145] como o BlocoNacionalista Galego — a adoção do Acordo Ortográfico na Galiza não se afigura possível.Entretanto, em 2008 foi fundada a Academia Galega da Língua Portuguesa, defendendo a convergência do falargalego com a Língua Portuguesa e a implementação do Acordo Ortográfico.[146] Entre outras atividades, a AGLPelaborou já um vocabulário de léxico galego a incorporar no Vocabulário Ortográfico Comum.[147] O VocabulárioOrtográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora, lançado em outubro de 2009, incorpora esse léxico.[148]

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"Nino" Vieira, antigo presidente da Guiné-Bissau.

Guiné-Bissau

A Guiné-Bissau participou nos trabalhos de elaboração do AcordoOrtográfico de 1990 – com uma delegação constituída por João WilsonBarbosa e pelo poeta e jornalista António Soares Lopes Júnior, maisconhecido pelo pseudónimo Toni Tcheka [17] e firmado por AlexandreBrito Ribeiro Furtado, secretário de estado da Cultura –, bem como nasreuniões da CPLP onde os dois protocolos modificativos foramaprovados. No entanto, o governo guineense ainda não ratificounenhum destes documentos.

Em 2006, falando no encerramento da VI cimeira da CPLP, realizadaem Bissau, o presidente da República João Bernardo "Nino" Vieira,declarou ser urgente a entrada em vigor do Acordo Ortográfico dalíngua portuguesa para permitir a projeção internacional dalusofonia.[149] Em novembro de 2007, o secretário de estado do EnsinoJoaquim Baldé reafirmou o interesse da Guiné-Bissau em ratificar oAcordo Ortográfico, após análise de algumas questões específicas, eapontou 2008 como o ano em que todo o processo poderia estarconcluído,[150] o que não chegou a verificar-se.

No dia 14 de novembro de 2009, o governo da Guiné-Bissau aprovou o novo acordo ortográfico da línguaportuguesa numa sessão extraordinária do Conselho de Ministros, presidida pelo presidente do país, Malam BacaiSanhá. O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, disse que o documento vai ser agora "submetido aoparlamento para efeitos de ratificação". O primeiro-ministro guineense não especificou se o documento será aindaratificado durante a atual legislatura que termina em dezembro..[151]

No dia 23 de novembro de 2009, os deputados da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau ratificaram oacordo ortográfico de língua portuguesa por unanimidade. O deputado do PAIGC Augusto Olivais considerou que aaprovação do acordo é «boa para o mundo falante de português».[152]

MacauEm 1990, Macau era um território sob administração portuguesa, pelo que não participou diretamente na elaboraçãodo Acordo Ortográfico. Não obstante a sua integração na China, desde 20 de dezembro de 1999, Macau mantém oportuguês como idioma cooficial, a par do chinês.Apesar de não ser membro da CPLP, a questão do Acordo Ortográfico tem sido seguida com atenção na RegiãoAdministrativa Especial de Macau, levando os jornais locais de língua portuguesa — como o Tai Chung Pou,[153] oHoje Macau[154] e o Jornal Tribuna de Macau[155] — a dedicarem-lhe grande atenção e o consulado-geral dePortugal em Macau a organizar um "Grande Debate sobre o (Des)Acordo Ortográfico", em maio de 2008.[156]

Alan Baxter, linguista e diretor do Departamento de Português da Universidade de Macau, é claro: "Sou totalmente afavor do acordo (…). Beneficia quem está a aprender a língua".[157] Pelo contrário, o jurista Ruy Rey, contrapõe"Falamos todos português e entendemo-nos. É desnecessário um acordo internacional", alinhando muitas das suasposições pelas de Vasco Graça Moura, em Portugal.[158] Maria Helena Rodrigues, presidente do Instituto Portuguêsdo Oriente, lamenta o não envolvimento de Macau na questão e diz-se contra "este" Acordo Ortográfico. No entanto,declara que o irá seguir, se for oficialmente aprovado.[155]

Até ao momento, desconhecem-se posições oficiais do governo macaense sobre a implementação do AcordoOrtográfico no território. "Imagino que (…) Macau manterá o vínculo com o português europeu", opina Baxter.[155]

O que significa que é provável que Macau avance apenas quando Portugal também avançar.

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Moçambique

Armando Guebuza, presidente de Moçambique.

Moçambique participou nos trabalhos de elaboração do AcordoOrtográfico de 1990 – com uma delegação constituída por JoãoPontífice e Maria Eugénia Cruz e firmado pelo ministro da Cultura, oescritor Luís Bernardo Honwana –, bem como nas reuniões da CPLPonde os dois protocolos modificativos foram aprovados. No entanto, ogoverno moçambicano ainda não ratificou nenhum destesdocumentos.[159]

Em novembro de 2007, o vice-ministro da Educação e Cultura deMoçambique, o historiador Luís Covane, informou que o paísratificaria o Acordo Ortográfico "para não ficar para trás"relativamente a outros Estados da CPLP, sem, no entanto, indicarqualquer data para o ato que passaria a vincular Moçambique à novaortografia da língua portuguesa.[160]

No entanto, pela mesma altura, em entrevista à revista brasileira Isto É,o escritor moçambicano Mia Couto afirmava: "Não faço guerra contrao acordo ortográfico, mas acho que algumas grafias não atrapalham aleitura (…). Quando os meus livros começaram a ser publicados noBrasil, esta opção foi posta, se eu queria transpor para a grafia brasileira aquilo que era a minha escrita, e eu nãoaceitei".[161] E em fevereiro de 2008 acrescentou: "o acordo ortográfico tem tanta exceção, omissão e casos especiaisque não traz qualquer mudança efetiva".[162]

Em abril de 2008, o presidente da República Armando Guebuza afirmou: "Moçambique está a analisar o acordoortográfico e, como é óbvio, um dia vai assiná-lo"[160] e, em novembro, o governo moçambicano reafirmou o desejode ratificar o acordo, assim que estivesse concluída a avaliação técnica que, entretanto, decidiu levar a cabo.[163]

PortugalRatificação do Segundo ProtocoloApesar de Portugal ter sido o primeiro país a ratificar o Acordo Ortográfico, logo em 1991, o Governo da RepúblicaPortuguesa protelou durante vários anos a ratificação do Segundo Protocolo Modificativo de 2004, apesar dealegadas pressões do Brasil[164] . A 6 de março de 2008, coincidindo com a visita do presidente da República, AníbalCavaco Silva, ao Rio de Janeiro[165] para as comemorações dos 200 anos da transferência da Corte para o Brasil, oConselho de Ministros aprovou, em Lisboa, uma proposta de resolução sobre o Segundo Protocolo Modificativo[166]

, na qual se lê:"O Estado português adoptará as medidas adequadas a garantir o necessário processo de transição, noprazo de 6 anos, nomeadamente ao nível da validade da ortografia constante dos actos, normas,orientações ou documentos provenientes de entidades públicas, bem como de bens culturais, incluindomanuais escolares, com valor oficial ou legalmente sujeitos a reconhecimento, validação oucertificação." [167]

A proposta de resolução do Governo foi discutida pelo Parlamento a 16 de maio[168] , aprovando-se para ratificaçãoo Segundo Protocolo Modificativo de 2004, com quatro votos contra e algumas abstenções[169] . O documento viria aser promulgado pelo presidente da República a 21 de julho de 2008[170] .Inquéritos e sondagensNuma consulta quanto à aplicação do Acordo levada a cabo no último trimestre de 2005 pelo Instituto Camões, na qual foram inquiridos 27 organismos universitários e editoriais, treze abstiveram-se e apenas dois dos catorze que

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responderam não levantaram reservas à entrada em vigor imediata do tratado — a Academia das Ciências de Lisboae a Comissão Galega do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa — entidades diretamente envolvidas naelaboração do próprio Acordo. Os críticos incidiram as suas objeções principalmente na artificialidade daaproximação da escrita do português de Portugal à do Brasil e na questão das facultatividades, chegando algumasinstituições, como a Associação Portuguesa de Linguística e o Departamento de Linguística da Faculdade de Letrasda Universidade de Lisboa, a propor a suspensão imediata do Acordo[171] .Uma sondagem realizada pelo jornal Correio da Manhã em março de 2009 revelou que 57,3 por cento dosportugueses estavam contra a aplicação do Acordo Ortográfico, tendo 66,3 por cento dos inquiridos afirmado quenão iria alterar a sua forma de escrever[172] .Audições parlamentares e Petição/Manifesto

Assembleia da República, em Lisboa.

A 7 de abril de 2008, a Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade eCultura da Assembleia da República promoveu uma audiçãopública[173] dos diversos intervenientes no processo. De um lado,afirmaram-se os altos custos que implicaria a adoção do Acordo, adesfiguração da escrita e da pronúncia do lado português, oaproveitamento geopolítico e económico por parte do Brasil,invocando-se mesmo a inconstitucionalidade do tratado[174] . Do outrolado, salientou-se a importância do Acordo para a unidade da línguaportuguesa, sua visibilidade e afirmação no mundo, a rapidez com quea nova grafia entrará nos hábitos dos portugueses e, a propósito daalegada inconstitucionalidade, foi recordado que juristas como Vital Moreira e Marcelo Rebelo de Sousa já setinham pronunciado a favor da constitucionalidade do Acordo Ortográfico[175] [176] .

Paralelamente, no meio virtual têm circulado diversas petições, tanto a favor[177] , como contra o AcordoOrtográfico[178] . A mais mediática das petições contra, autodesignada "Manifesto em Defesa da Língua PortuguesaContra o Acordo Ortográfico" — que, para além do Acordo, condena também a alegada degradação dos programasde português nos graus básico e secundário, defendendo a reposição do ensino da literatura —, foi originalmentesubscrita por figuras de destaque no panorama político, cultural e científico português, tendo recebido amplo apoiode figuras provenientes de diversos quadrantes da sociedade portuguesa[179] .Em maio e junho de 2008, os signatários da Petição/Manifesto entregaram ao presidente da Assembleia da Repúblicae ao presidente da República as assinaturas recolhidas até à data, acompanhadas de pareceres, de índolefundamentalmente linguística, contrários ao Acordo[180] [181] .A 8 de abril de 2009 a petição Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico foiapreciada pela Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura que, no seu relatório final, considerou merecer apetição "elogio parlamentar positivo, porquanto ao abrigo do Direito de Petição, consagrado constitucional elegalmente, veio contribuir para o debate e para a chamada de atenção de uma matéria de relevante interesse público"e ainda que "a reacção da comunidade científica e educativa é preocupante e evidencia a falta de diálogo e a ausênciade uma metodologia por parte do Ministério da Educação e do Ministério da Cultura com vista à aplicação doAcordo Ortográfico, apesar da vontade do Governo em acelerar o processo". Vasco Graça Moura, reagindopublicamente à posição da Comissão, afirmou que "passado pouco mais de um ano após a criação da petição, 109mil pessoas assinaram o manifesto. Algum Governo responsável poderá ignorar um fenómeno mobilizador com estaexpressão?"[182] [183]

A petição Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico foi finalmente apreciada peloplenário da Assembleia da República em 20 de maio de 2009, tendo ficado arquivada no parlamento com 113 206assinaturas válidas[184] . Nessa sessão, o grupo parlamentar do Partido Socialista reiterou a posição do Governosobre a aplicação célere do Acordo e informou o Parlamento de que a incumbência de elaboração de um VocabulárioOrtográfico da Língua Portuguesa teria sido entregue ao Instituto de Linguística Teórica e Computacional.

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Dicionários e guiasSob a coordenação de João Malaca Casteleiro, em 2008 a Texto Editores lançou as primeiras obras lexicográficaselaboradas segundo o Acordo Ortográfico em Portugal: um guia e dois dicionários[185] . A Porto Editora, apesar deter "manifestado uma posição crítica, considerando que este [Acordo] representa uma má estratégia para a línguaportuguesa", dois meses depois, lançou também "um dicionário duplo, com as palavras escritas com a grafia actual esegundo o novo Acordo Ortográfico", bem como um guia[186] . Em meados de 2009, enquadrado numa renovaçãocompleta da sua coleção de dicionários, a Porto Editora decidiu reeditá-los todos conforme as regras do AcordoOrtográfico, incluindo os bilingues[187] .VOLPApesar do consenso político em torno do tratado ser expressivo, o presidente do Instituto Internacional da LínguaPortuguesa, Godofredo de Oliveira Neto, chamou a atenção para a falta de união dos especialistas em torno damatéria, afirmando que o Acordo Ortográfico estava em risco de se "desacordar" dadas as divergências deinterpretação entre linguistas portugueses e brasileiros[188] . Na mesma linha, o presidente do Instituto deLexicologia e Lexicografia da Academia das Ciências de Lisboa, Artur Anselmo, lembrando o Art.º 2.º do Acordo,em março de 2009 avisou que "ainda não foi elaborado o vocabulário [i.e., o Vocabulário Ortográfico da LínguaPortuguesa] e não pode haver um Acordo sem esse vocabulário, no qual entram as contribuições de Portugal mastambém dos outros países de Língua Portuguesa"[189] .No entanto, a Academia das Ciências de Lisboa, em comunicado à imprensa de junho de 2009[190] , anunciou queestava a elaborar uma nova edição do "Vocabulário da Língua Portuguesa" a publicar até ao final do ano. Esta novaedição do Vocabulário da Academia tem a supervisão científica dos professores catedráticos Maria Helena da RochaPereira e Aníbal Pinto de Castro, tendo a responsabilidade editorial sido entregue à Imprensa Nacional-Casa daMoeda. Antecipando-se à ACL, em outubro do mesmo ano, a Porto Editora lançou um Vocabulário Ortográfico daLíngua Portuguesa com a orientação científica de João Malaca Casteleiro[191] . A obra contém mais de 180 milvocábulos da variante europeia e, ainda, mais de cinco mil vocábulos próprios do português do Brasil, assim comoafricanismos, asiaticismos e galeguismos, nomes próprios e topónimos. Desde final de janeiro de 2010 o VOLP daPorto Editora está disponível para consulta gratuita na Infopédia[192] .Posição da imprensaA imprensa portuguesa não tem tido posição fixa sobre o Acordo Ortográfico. Através de editorial, o jornal Públicofez saber que não irá adotar as regras do Acordo Ortográfico[193] . Por seu lado, o semanário Expresso, apesar de termanifestado publicamente o seu apoio ao Acordo Ortográfico[194] , revelou ainda não ter datas nem planos concretospara a sua implementação[195] . José António Lima, diretor adjunto do semanário Sol, jornal vendido em Portugal,Angola e Cabo Verde, declarou que "a intenção é começar a aplicar o acordo o mais rapidamente possível"[196] ,aguardando apenas pela disponibilização de um corretor adaptado às novas regras. Menos reservas parecem ter osjornais regionais O Despertar[197] e Falcão do Minho[198] , bem como o diário nacional desportivo Record [199] e odiário generalista Correio da Manhã [200] que começaram já a usar as novas normas ortográficas nas suas edições,embora o último de forma gradual.A agência noticiosa Lusa [201] começou a publicar todos os seus despachos com o Acordo Ortográfico a partir daszero horas do dia 30 de janeiro de 2010.Adoção pelo EstadoO então ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, chegou a declarar querer que o Acordo Ortográfico fosse aplicado "a nível oficial e em todos os meios de comunicação social, o mais tardar em 1 de Janeiro de 2010"[202] . No entanto, o Ministério da Educação assegurou que o Acordo Ortográfico só entraria em vigor nas escolas depois do ano letivo de 2010-2011, dada a necessidade de se elaborarem novos manuais[203] . Por seu lado, a Associação de Professores de Português, através do seu presidente Paulo Feytor Pinto, pediu que se estabeleça a data de entrada em vigor do Acordo Ortográfico em Portugal "de uma forma clara, concreta e definitiva", propondo que as novas regras

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sejam introduzidas nas escolas em setembro de 2010, juntamente com o novo programa da disciplina. Quanto àpreparação dos professores, acrescentou: "contrariamente ao muito que se diz por aí, as alterações que vão serintroduzidas são muito poucas e julgo que basta uma meia hora para os professores aprenderem as novas regras"[204]

.No dia 27 de novembro de 2009, a nova ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, reiterou que o Acordo Ortográficoentraria em vigor em Portugal em janeiro de 2010. "Há uma planificação prevista que vai ser cumprida, tal como elafoi aprovada", declarou, lembrando que "já vai começar a haver ajustes e adaptações", dando como exemplo aagência de notícias Lusa[205] e o Diário da República [206] que vão começar a adotar as novas regras ortográficas.Entretanto, alguns deputados[207] e ministros[208] já foram começando a aplicar o novo Acordo Ortográfico nas suasintervenções públicas.

São Tomé e PríncipeSão Tomé e Príncipe participou nos trabalhos de elaboração do Acordo Ortográfico de 1990 – com uma delegaçãoconstituída pelo professor João Hermínio Pontífice e pelo escritor Albertino dos Santos Bragança [22] e firmado pelaministra da Educação e Cultura, Lígia Silva Graça do Espírito Santo Costa –, bem como nas reuniões da CPLP ondeos dois protocolos modificativos foram aprovados. Em julho de 2004 foi o anfitrião da V Cimeira da CPLP,realizada em São Tomé, onde foi assinado o "Segundo Protocolo Modificativo" que admitiu Timor-Leste e deliberouque seria suficiente a ratificação do Acordo Ortográfico por três países para que entrasse em vigor.A 17 de novembro de 2006, de uma assentada, São Tomé e Príncipe ratificou o Acordo e os dois protocolos, sendo oterceiro país (após o Brasil e Cabo Verde) a concluir toda a tramitação para a entrada em vigor do AcordoOrtográfico.[209] [210]

No entanto, esta ação foi rotulada de "decisão política" por alguns intelectuais são-tomenses. A escritora InocênciaMata, muito embora saudasse o Acordo, considerando-o "um instrumento bom para facilitar a aquisição da escrita,particularmente em países em que o índice de analfabetismo é bastante elevado", criticou a falta de debate sobre oassunto no país. "As pessoas da área, escritores, intelectuais, não foram tidas nem achadas", lamentou.[211]

Apesar de, na prática, as novas normas poderem ter entrado em vigor nos três países que já tinham ratificado oAcordo e os protocolos modificativos, considerou-se inviável avançar sem que Portugal também desse por concluídotodo o processo. Assim, São Tomé e Príncipe tem aguardado a conclusão dos trâmites legais nos outros paíseslusófonos e a concertação de ações para pôr em prática o Acordo Ortográfico.

Zacarias da Costa, ministro dos NegóciosEstrangeiros de Timor-Leste.

Timor-Leste

Timor-Leste não participou nos trabalhos do Acordo Ortográfico de1990 porque, na época, o território encontrava-se ocupado pelaIndonésia, tendo recuperado a independência somente em 2002. Emjulho de 2004 esteve presente na V Cimeira da CPLP, realizada em SãoTomé, onde foi assinado o "Segundo Protocolo Modificativo" que,para além de deliberar que seria suficiente a ratificação por três paísespara que o Acordo Ortográfico entrasse em vigor, também admitiuTimor-Leste ao Acordo.

Em 7 de abril de 2008, na audição pública promovida pela ComissãoParlamentar de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República, em Lisboa, o linguista timorense Luís Costadeclarou-se favorável à adoção do Acordo, chamando a atenção para a situação particular do seu país nesta questão:"Se não houver unidade ortográfica a confusão será grande, pois temos professores portugueses e brasileiros nopaís".[212]

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Em maio de 2008, o ministro dos Negócios Estrangeiros Zacarias da Costa, reiterando o interesse do seu país emparticipar mais ativamente na CPLP, afirmou como "provável" a adoção do Acordo Ortográfico durante o correnteano,[213] o que não chegou a acontecer. Em setembro de 2009, uma resolução do Parlamento Nacional da RepúblicaDemocrática de Timor-Leste acabou por ratificar o Acordo Ortográfico, segundo informou o ministro timorense daEducação, João Câncio Freitas.[38] Timor-Leste tornou-se, assim, o quinto Estado membro da CPLP a ratificar odocumento.[1] Adesão (http:/ / lusografia. org/ ifgp/ DR1990. htm).[2] http:/ / www. portaldalinguaportuguesa. org/ index. php?action=acordo& version=1990b[3] Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, v. Anexo II, n.º 2, n.º 4.1 e n.º 5.2.4 (http:/ / www. priberam. pt/ docs/ AcOrtog90. pdf).[4] Unificação ortográfica muda livros didáticos - Ministério da Educação (http:/ / portal. mec. gov. br/ index. php?option=com_content&

task=view& id=8276).[5] http:/ / html. editorial-caminho. pt/ show_produto__q1obj_--_3D71622__--_3D_area_--_3Dcatalogo__q236__q30__q41__q5. htm[6] http:/ / www. portaldalinguaportuguesa. org/ index. php?action=mordebecontent[7] Vocabulário em Mudança (http:/ / www. portaldalinguaportuguesa. org/ index. php?action=novoacordo).[8] APEL vê inconstitucionalidade em segundo protocolo (http:/ / tsf. sapo. pt/ PaginaInicial/ Interior. aspx?content_id=913829).[9] Acordo Ortográfico: Texto serve interesses geopolíticos e económicos do Brasil (http:/ / ww1. rtp. pt/ noticias/ index. php?article=338216&

visual=26& rss=0).[10] Choque de titãs (http:/ / ultimahora. publico. clix. pt/ noticia. aspx?id=1325103).[11] Decreto N.º 35.228, de 8 de Dezembro de 1945 (http:/ / www. portaldalinguaportuguesa. org/ ?action=acordo& version=1945).[12] Decreto-Lei 8.286, de [[5 de dezembro (http:/ / pt. wikisource. org/ wiki/ Decreto-Lei_Federal_do_Brasil_8286_de_1945)] de 1945..].[13] Lei Federal 2.623, de 21 de outubro de 1955 (http:/ / pt. wikisource. org/ wiki/ Lei_Federal_do_Brasil_2623_de_1955).[14] Anteprojecto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa (1988) (http:/ / www. lusografia. org/ ao/ Doc6. pdf).[15] Delegações e intervenientes no Encontro de Unificação Ortográfica, a convite da Secretaria de Estado do Governo Português e Academia

das Ciências de Lisboa, que elaboraram o Acordo Ortográfico de 1990 ou «Ortografia Unificada da Língua» - Academia das Ciências deLisboa, 6-12 de outubro de 1990 (http:/ / www. lusografia. org/ ao/ participantes-90. htm).

[16] http:/ / www. lusografia. org/ fontenla-curriculum. htm[17] http:/ / www. didinho. org/ tonytchekabiografia. htm[18] http:/ / www. infopedia. pt/ $anibal-pinto-de-castro[19] http:/ / www. almedina. net/ catalog/ autores. php?autores_id=184[20] http:/ / academiadascienciasdelisboa. freehostia. com/ joomla/ index. php?option=com_content& task=view& id=88& Itemid=68[21] http:/ / www. instituto-camoes. pt/ cvc/ ciencia/ p40. html[22] http:/ / www. infopedia. pt/ $albertino-homem-dos-santos-sequeira-braganca[23] Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa (1988) (http:/ / www. lusografia. org/ ao/ Doc6. pdf).[24] Delegações e intervenientes do Encontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa - Academia Brasileira de Letras, no Rio de

Janeiro, 6-12 de maio de 1986 (http:/ / www. lusografia. org/ ao/ participantes-86. htm).[25] http:/ / www. instituto-camoes. pt/ encarte/ figmlbelchior. htm[26] Ratificação pelo presidente da República, Mário Soares, a 4 de Agosto de 1991 ( Decreto 43/1991 de 23 de Agosto (http:/ / www. legix. pt/

Pbadz455A6BFB-E078-42C1-975F-2E2D8E1D8C9C0-AC79686474DA86CC98B083F507A47022/ incmredirect.asp?dll=LegixIsamLLDB& base=EcoLegis& id=27923& dp=23-08-1991& dd=23-08-1991& n=193& se=I-A& sup=0& pr=4370& prs=0&pult=4388& pults=0), publicado no Diário da República, I série-A, n.º 193, 23-08-1991), na sequência da Resolução da Assembleia daRepública n.º 26/91, de 4 de Junho.

[27] Decreto Legislativo N.º 54, de 1995, promulgado por José Sarney, Presidente do Senado Federal, após aprovação do Congresso Nacional(http:/ / www. ipol. org. br/ ler. php?cod=130).

[28] Perguntas frequentes - resposta à pergunta 7 (http:/ / www. cplp. org/ Perguntas_frequentes_(3). aspx?ID=246).[29] Acordo do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (http:/ / www. cplp. org/ docs/ documentacao/

Acordo 2o Protocolo Modificatv Acordo ortogr LP. pdf).[30] Perguntas e respostas sobre o Acordo Ortográfico - Resposta à pergunta 6 (http:/ / static. publico. clix. pt/ docs/ cultura/ acordoOrtografico.

aspx).[31] Bisar no erro" - Vital Moreira a propósito da opinião de Vasco Graça Moura. No entanto, Graça Moura discorda dessa contestação

([http://dn.sapo.pt/2008/04/09/opiniao/trisar_indefensavel.html "Trisar no indefensával" (http:/ / causa-nossa. blogspot. com/ 2008/ 03/bisar-no-erro. html))].

[32] Agência Lusa. (http:/ / www. agencialusa. com. br/ index. php?iden=5278).[33] Acordo Ortográfico: Votação na Assembleia da República (http:/ / aeiou. expresso. pt/ gen. pl?p=stories& op=view& fokey=ex. stories/

322710).[34] Presidente da República promulga o AO (http:/ / www. correiomanha. pt/ noticia.

aspx?channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021& contentid=D6365F81-7DB5-4DDC-BA74-8B0254786E41).

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[35] Declaração sobre a Língua Portuguesa (http:/ / www. cplp. org/ Admin/ Public/ DWSDownload. aspx?File=/ Files/ Filer/ cplp/docsVIICCEG/ DeclarLPvf. pdf).

[36] Declaração Final da Reunião Extraordinária de Ministros da Cultura e Educação (http:/ / www. cplp. org/ Default. aspx?ID=317&Action=1& NewsId=592& currentPage=5& PID=305).

[37] CPLP: Ministros da Cultura de Portugal e Brasil discutem Acordo Ortográfico, televisão e portal cultural (http:/ / ww1. rtp. pt/ noticias/index. php?article=372826& visual=26& rss=0).

[38] Acordo Ortográfico: Timor-Leste é o quinto membro da CPLP a ratificar documento (http:/ / aeiou. expresso. pt/ gen. pl?p=stories&op=view& fokey=ex. stories/ 533770).

[39] Parlamento guineense ratifica por unanimidade Acordo Ortográfico (http:/ / www. google. com/ hostednews/ epa/ article/ALeqM5juk-uBJZsOeETgYc1RBA6fn8BnYw).

[40] Angola: Ministério da Educação prepara ratificação do Acordo Ortográfico (http:/ / ww1. rtp. pt/ noticias/ index. php?article=349523&visual=26& tema=5).

[41] Moçambique na "fase final" de apreciação do Acordo Ortográfico (http:/ / www. google. com/ hostednews/ epa/ article/ALeqM5hlqM8Fsxmf-_h_gPY1Gc4COpLq2w).

[42] O Vocabulário Comum - Artigo 2.º (http:/ / www. priberam. pt/ docs/ AcOrtog90. pdf).[43] Algumas razões pertinentes dos opositores ao novo acordo - 7.º parágrafo (http:/ / www. dsilvasfilho. com/ Problemas ortográficos.

htm#Novo_acordo_ortográfico_(1990)).[44] Academia Brasileira de Letras lança no Rio o novo vocabulário oficial após reforma ortográfica (http:/ / www1. folha. uol. com. br/ folha/

educacao/ ult305u537599. shtml).[45] ABL prepara novo vocabulário ortográfico (http:/ / www1. folha. uol. com. br/ folha/ educacao/ ult305u415727. shtml).[46] As contas e os números do Acordo Ortográfico - 4.º parágrafo (http:/ / ciberduvidas. sapo. pt/ controversias. php?rid=1907).[47] Ministro da Cultura quer brevidade na conclusão do Vocabulário da Língua Portuguesa (http:/ / ultimahora. publico. clix. pt/ noticia.

aspx?id=1377854).[48] Acordo Ortográfico: novos dicionários (http:/ / diario. iol. pt/ noticias/ acordo-ortografico-portugues-escrita-dicionario/ 926045-291. html).[49] Bienal do Livro expõe obras adaptadas a novas normas de português (http:/ / www. portugaldigital. com. br/ noticia. kmf?cod=7600316&

indice=10& canal=156).[50] Razões da inclusão do k, do w e do y (http:/ / orto. no. sapo. pt/ c03. htm). Página visitada em 15 de junho de 2009..[51] Na verdade, o texto do AO (ver Base III, 3.°) indica explicitamente que as grafias corretas são Singapura e Sintra. Deve portanto

deduzir-se que as versões Cingapura e Cintra são arcaicas e constituem erro.[52] Anexo II - Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (http:/ / www. priberam. pt/ docs/ AcOrtog90. pdf).[53] Anexo II - Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: "2 - Razões do fracasso dos acordos ortográficos". (http:/ /

www. priberam. pt/ docs/ AcOrtog90. pdf).[54] Base IV, 1.º, a) do Acordo Ortográfico de 1990[55] Base IV, 1.º, b) do Acordo Ortográfico de 1990[56] Base IV, 1.º, c) do Acordo Ortográfico de 1990[57] Base IV, 2.º do Acordo Ortográfico de 1990[58] Bases VIII e IX do Acordo Ortográfico de 1990[59] Base VIII, 3.º; Base IX, 9.º e 10.º do Acordo Ortográfico de 1990[60] Base IX, 8.º do Acordo Ortográfico de 1990[61] Base IX, 3.º do Acordo Ortográfico de 1990[62] Base XV do Acordo Ortográfico de 1990[63] Base XVI do Acordo Ortográfico de 1990[64] Base XVII do Acordo Ortográfico de 1990[65] Base I do Acordo Ortográfico de 1990[66] Base XIV do Acordo Ortográfico de 1990[67] Houve dois usos opcionais para o trema no Brasil entre 1943 e 1971 (cf. Formulário Ortográfico de 1943, Base XII, 12º, Observação 2ª): o

primeiro era indicar a presença de um hiato átono, em palavras com: "oleïcultura", "piauïense", "constituïção", etc. O segundo emprego estavana métrica poética: para alterar a quantidade de sílabas, era lícito usar o trema para transformar palavras que tinham ditongos em hiatos, talcomo na palavra "saudade" (sau-da-de, trissílaba com ditongo, pronúncia comum em algumas variantes), em "saüdade" (sa-u-da-de,tetrassílaba com hiato, uso comum em Portugal e menos comum no Brasil).

[68] Lei n.º 5765, de 18 de dezembro de 1971[69] Ainda o Acordo Ortográfico (http:/ / ciberduvidas. sapo. pt/ controversias. php?rid=1685).[70] Uma língua, uma ortografia (http:/ / ciberduvidas. sapo. pt/ controversias. php?rid=1546).[71] Português-Brasileiro (http:/ / ciberduvidas. sapo. pt/ controversias. php?rid=1541).[72] Mauro de Salles Villar fala sobre o Acordo Ortográfico (http:/ / educacao. ig. com. br/ acordo_ortografico/ noticias/ 2008/ 09/ 07/

mauro_de_salles_villar_fala_sobre_o_acordo_ortografico_1687929. html).[73] Nota à Imprensa - Acordo Ortográfico — 7.º parágrafo (http:/ / www2. mre. gov. br/ CPLP_evento/ Doc_infocred02. htm).[74] Sou a favor (http:/ / ciberduvidas. sapo. pt/ controversias. php?rid=1720).[75] Celso Ferreira da Cunha, Uma Política do Idioma. 5.ª ed., Coleção Diagrama. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1984, p. 33

Acordo Ortográfico de 1990 30

[76] Os argumentos anti-Acordo Ortográfico rebatidos ponto por ponto (http:/ / www. ciberduvidas. com/ articles. php?rid=1575).[77] O Vocabulário Comum — Artigo 2.º (http:/ / www. priberam. pt/ docs/ AcOrtog90. pdf).[78] Acordo Ortográfico: para além de Portugal (http:/ / www. ciberduvidas. com/ controversias. php?rid=1674).[79] Os argumentos pró-Acordo Ortográfico e a importância de um vocabulário comum (http:/ / www. ciberduvidas. com/ controversias.

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Acordo Ortográfico de 1990 36

incmredirect. asp?dll=LegixIsamLLDB& base=EcoLegis& id=101175& dp=29-07-2008& dd=29-07-2008&n=145& se=I& sup=0& pr=4802& prs=0& pult=4803& pults=0) que aprovou o Segundo Protocolo Modificativoem Portugal

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1990

Sucedidopor—

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