história de portugal - sippeb

22
PROF.ª MARIA PIEDADE GONÇALVES HISTÓRIA DE PORTUGAL 4.º ANO 1º CICLO DOENSINO BÁSICO

Upload: biblioteca-escolar-eb-1-helia-correia

Post on 08-Jun-2015

10.178 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: História de Portugal - SIPPEB

PROF.ª MARIA PIEDADE GONÇALVES

HISTÓRIA DE PORTUGAL

4.º ANO

1º CICLO DOENSINO BÁSICO

Page 2: História de Portugal - SIPPEB

PORTUGAL NA PENÍNSULA IBÉRICA

(Séc. XII, XIII e XIV)

A Península Ibérica foi habitada desde os tempos pré-históricos. Inúmeros

vestígios testemunham essa presença.

Mas no 1.º milénio a.C. (antes de Cristo) podemos já assinalar a presença

de vários povos que aqui habitavam, por testemunho escrito de alguns

historiadores que lhes fazem referências.

Os povos ibéricos, no Séc. III a.C.

Nos finais do séc. III a.C. (ano 218 a.C.), os Romanos invadiram a

Península Ibérica e, a pouco e pouco, foram submetendo os povos peninsulares.

O seu domínio prolongou-se por cerca de seis séculos, influenciando e

transformando a maneira de viver dos povos ibéricos.

Inúmeros vestígios, deixados por toda a parte, nos dão testemunho da sua

presença e da sua acção civilizadora. Da sua língua, o latim, derivou o

português.

Foi também durante o seu domínio que se difundiu o Cristianismo, de tal

modo que, nos finais do séc. IV, todas as regiões da Península Ibérica se

encontravam cristianizadas.

Page 3: História de Portugal - SIPPEB

No início do séc. V, os povos Bárbaros invadiram e destruíram o

Império Romano (do Ocidente). De entre os povos que vieram para a

Península Ibérica importa referir os Suevos e os Visigodos.

Mas os Visigodos, nos finais do séc. VI, derrotaram os Suevos e

passaram a dominar toda a Península Ibérica.

Com a sua conversão ao Cristianismo, estabelece-se uma certa unidade

entre todos os habitantes.

No séc. VIII (711) dá-se a última grande invasão. Os Muçulmanos

invadem a Península Ibérica, que dominam quase completamente.

Os cristãos (Visigodos), derrotados, refugiam-se no Norte, na zona

montanhosa das Astúrias, onde organizam a resistência aos Muçulmanos.

É a partir das Astúrias que os cristãos vão tentar recuperar todas as

terras perdidas, lutando contra os Muçulmanos.

A este movimento damos o nome de Reconquista Cristã. A

reconquista prossegue lentamente, com avanços e recuos, consoante a sorte

das lutas e, em meados do séc. IX, atinge-se a bacia do Douro.

Procede-se então a uma reorganização e repovoamento das terras

reconquistadas.

Page 4: História de Portugal - SIPPEB

Com a continuação das lutas vão-se formando também vários reinos

cristãos: Leão, Castela, Navarra e Aragão.

Mas o movimento da Reconquista continua e os reinos cristãos vão-se

estendendo para sul.

x x x x x

No séc. XI (1096), D. Afonso VI, rei de Leão, faz doação do Condado

Portucalense (que agora incluía o território de Coimbra, a sul do rio Douro) a

D. Henrique, um nobre francês que o viera ajudar nas lutas contra os

Muçulmanos e que casara com uma das suas filhas, D. Teresa.

D. Henrique ficava, no entanto, com a obrigação de o ajudar nas lutas

contra os Mouros e de lhe prestar obediência.

Mas D. Henrique tentou tornar-se independente do rei de Leão.

D. Afonso Henriques, filho de D. Henrique, desde que tomou conta do

Condado Portucalense, procurou torná-lo independente.

Para isso lutou contra o rei de Leão, Afonso VII, seu primo, invadindo

por diversas vezes o seu território, na tentativa de o obrigar a reconhecê-lo como

rei.

Page 5: História de Portugal - SIPPEB

Igualmente lutou contra os Muçulmanos, sem ajuda de qualquer outro rei

cristão, procurando assim demonstrar ser merecedor do título de rei.

D. Afonso Henriques, Fundador de Portugal

Mas só em 1143, pelo Tratado de Zamora, o rei de Leão reconhece

Afonso Henriques como rei e o seu território como reino independente – o Reino

de Portugal.

Limites aproximados de Portugal antes da conquista de Santarém

Page 6: História de Portugal - SIPPEB

Dominada a linha do rio Tejo, com a conquista de Santarém e Lisboa

(1147), Afonso Henriques alarga os seus domínios para sul, pelo Alentejo.

Limites aproximados de Portugal depois das conquistas de D. Afonso Henriques

Finalmente, o território de Algarve é conquistado em 1249, no reinado de

Afonso III.

Mapa de Portugal após a conquista definitiva do Algarve

QUADRO DAS CONQUISTAS

REIS TERRAS CONQUISTADAS

D. Afonso Henriques Santarém, Lisboa, Sintra, Almada, Palmela, Alcácer do Sal, Évora e Beja

D. Sancho I Alvor, Albufeira e Silves

D. Afonso II Reconquista de Alcácer do Sal

D. Sancho II Elvas, Moura, Serpa, Juromenha, Aljustrel, Tavira, Cacela e Aiamonte (Espanha)

D. Afonso III Conquista definitiva de todo o Algarve

Page 7: História de Portugal - SIPPEB

x x x x x

À medida que o território ia sendo conquistado, os reis repartiam essas

terras, para que melhor fossem povoadas e defendidas. Dessas terras, os reis

reservavam uma parte para si. Do restante, fizeram enormes doações ao clero e

à nobreza. É que tanto a nobreza como o clero ajudaram os reis na luta de

reconquista contra os Mouros.

Para que as novas terras conquistadas fossem povoadas, defendidas e

aproveitadas economicamente, tanto o rei como o clero e a nobreza procuravam

atrair povoadores (povo) para as suas terras, dando-lhes regalias. Surgem

assim algumas novas povoações, e outras se vão desenvolvendo com a chegada

de novos povoadores.

Neste período, o crescimento da população foi bastante significativo.

x x x x x

Na sociedade portuguesa desta época pode-se distinguir três grupos

sociais: o clero, a nobreza e o povo.

Cada um destes grupos sociais estava ligado a determinadas funções.

Assim, o clero dedicava-se a assegurar os serviços religiosos, bem como

ao e à assistência, para além de altos cargos no governo.

À nobreza cabiam funções de defesa e igualmente altos cargos no

governo.

Por sua vez, o povo dedicava-se às várias actividades económicas, em

especial à agricultura. Os produtos cultivados era, em geral, idênticos aos de

hoje. Associada à agricultura estava a criação de gado e também a indústria

doméstica e rudimentar. No litoral, as populações dedicavam-se à pesca e à

extracção do sal.

Page 8: História de Portugal - SIPPEB

x x x x x

Inicialmente, o comércio interno era reduzido. Mas, com o crescimento da

população e o aumento da produção agrícola, que se verificam sobretudo ao

longo do séc. XIII, o comércio interno começa a desenvolver-se.

Passa-se a produzir para vender. Assim são criadas numerosas feiras, bem

como mercados nas principais povoações.

O desenvolvimento da agricultura levou ao desenvolvimento de toda a

economia.

Os mercadores portugueses começam também a frequentar mercados

estrangeiros, especialmente no norte da Europa. Para estas regiões exportam

principalmente produtos agrícolas e delas importam sobretudo produtos

industriais.

Como o comércio externo dava grandes lucros, assiste-se, por todo o lado,

a uma movimentação das populações dos meios rurais para as cidades, em

especial do litoral.

Passam a dedicar-se não só ao comércio, mas também a outras actividades

com elas relacionadas, tais como a construção naval, carregamento e transporte

de mercadorias, etc..

Assim, junto às velhas cidades surgem como que novas cidades (novos

burgos). Estes habitantes dos novos burgos, que passam a ser conhecidos por

burgueses, dedicam-se principalmente ao comércio. Surge assim, saída do povo,

uma nova e rica camada social – a burguesia mercantil.

Mas, no séc. XIV, a produção agrícola começa a diminuir. Para isso

contribuem o abandono dos solos mais pobres e arenosos, a deslocação dos

trabalhadores rurais para as cidades do litoral, ou ainda a diminuição da cultura

dos cereais. Esta cultura, devido à falta de trabalhadores rurais, começa a ser

substituída pelas culturas da vinha e da oliveira ou pela criação de gado, por

exigirem menos mão-de-obra.

Page 9: História de Portugal - SIPPEB

x x x x x

A falta de cereais faz com que a população comece a sentir dificuldades em

se abastecer e em se alimentar.

Havia também fomes, provocadas especialmente por maus anos agrícolas.

Assim, esta deficiente alimentação, aliada à falta de condições de higiene,

leva a que as epidemias (pestes) se espalhem mais facilmente, provocando a

morte de muitas pessoas.

Ficou célebre a Peste Negra que se espalhou rapidamente por toda a

Europa, morrendo, devido a ela, nalgumas regiões, de metade a um terço da

população.

x x x x x

A crise económica (crise agrícola, essencialmente) vai continuar ao longo

da segunda metade do séc. XIV e prolongar-se ainda pelo séc. XV.

Tanto o clero como a nobreza, vendo diminuir os seus rendimentos,

começam também a querer dedicar-se ao comércio porque, sobretudo o

comércio externo, dava grandes lucros.

Mas aqui entra em choque com os interesses da burguesia, que

enriquecera nesse mesmo comércio.

Page 10: História de Portugal - SIPPEB

x x x x x

Tendo morrido (1384) o rei de Portugal, D. Fernando, surge um problema

de sucessão. Não tendo filhos, e estando a sua única filha casada com o rei de

Castela, podia dar-se o caso de Portugal ficar unido a Castela.

Desta forma, os portugueses dividem-se em dois grupos ou partidos

opostos:

- o partido do Mestre de Avis, formado essencialmente pela classe popular e

alguns membros do clero e alta nobreza;

- o partido de Castela, apoiado sobretudo em elementos do alto clero e alta

nobreza.

Tornava-se necessário resolver a crise política, ou seja, a nomeação de um

novo rei. Para isso se reuniram as corte em Coimbra (Cortes de Coimbra), onde o

Mestre de Avis foi aclamado rei (D. João I).

O rei de Castela invade novamente Portugal, mas é derrotado na Batalha

de Aljubarrota. Os partidários do Mestre de Avis saíram, assim, vitoriosos.

Page 11: História de Portugal - SIPPEB

PORTUGAL

(Séc. XV, XVI, XVII E XVIII)

No início do séc. XV, Portugal continuava a enfrentar dificuldades

económicas. Faltavam, por exemplo, cereais. Também a falta de metais

preciosos (ouro e prata), que se fazia sentir por toda a Europa, criava dificuldades

ao comércio externo português.

Não admira, portanto, o interesse manifestado, não só pela burguesia, mas

também pelos outros grupos sociais, pela conquista de Ceuta.

A nobreza tinha oportunidade de ganhar fama e glória, para além de

cargos e recompensas.

Para o clero, guerrear os infiéis (Mouros) significava um alargamento e

difusão da religião cristã.

A burguesia via também com bons olhos a conquista de Ceuta.

Rotas comerciais nos princípios do séc. XV

Ceuta não só abria possibilidades de acesso aos mercados de cereais de

Marrocos, mas era igualmente término das rotas do ouro e das especiarias. Para

além disso, eliminava-se também a pirataria moura, havia mais segurança na

costa portuguesa, possibilitava-se, também, maios segurança e consequente

Page 12: História de Portugal - SIPPEB

alargamento da área de pesca no Oceano Atlântico e o controlo de navegação no

Estreito de Gibraltar.

E, assim, a cidade de Ceuta é conquistada em 1415. Este acontecimento

marca o início da expansão portuguesa.

x x x x x

Contrariamente aos benefícios económicos que se procura obter, Ceuta

não é auto-suficiente. È necessário abastecê-la de gente e de cereais, cereais

esses que faltam em Portugal.

Assim, surgem em Portugal duas correntes de opinião. Uma é favorável ao

abandono de Ceuta ou, pelo menos, à não continuação das conquistas, devido

às despesas que é necessário fazer. Outra, defendida pela nobreza, favorável à

continuação da conquista de outras cidades, para assim evitar os ataques dos

Mouros.

Estas duas correntes de opinião vão influenciar os dois rumos seguidos

pela expansão portuguesa. Por um lado, a burguesia está mais interessada em

alargar a área do comércio e atingir as regiões do ouro a sul do Deserto do Sara

(descobertas). Por outro lado, a nobreza defende a continuação das conquistas,

para assim ganhar honra, fama e mercês.

O Infante D. Henrique foi o grande impulsionador da expansão

portuguesa.

O Infante D. Henrique, filho do rei D. João I, foi o iniciador dos descobrimentos marítimos.

Fundou uma escola náutica em Sagres, para preparar os futuros marinheiros para as viagens marítimas.

Page 13: História de Portugal - SIPPEB

x x x x x

Tendo em conta o abastecimento de Ceuta, Portugal resolve então

colonizar o Arquipélago da Madeira.

Inicialmente desenvolve-se a cultura do trigo, tanto para o abastecimento de

Ceuta como de Portugal. Mais tarde desenvolvem-se as culturas do vinho e do

açúcar.

A Madeira passa, então, a abastecer a Europa de açúcar, um produto

que, até essa época, era muito raro.

Nos Açores também vai ser introduzida a cultura do trigo. A criação de

gado atinge um certo desenvolvimento.

Sistema idêntico de colonização vai ser introduzido, mais tarde, noutras

ilhas atlânticas (Arquipélagos de Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe).

Para atingir as fontes do ouro a sul do Deserto do Sara, necessário se

tornará navegar para sul, ao longo da costa africana, e ultrapassar o Cabo

Bojador, limite do mundo então conhecido.

x x x x x

Os ventos e a corrente marítima contrários tornavam difíceis essas viagens,

sobretudo a viagem de regresso, isto aliado, também, às dificuldades de

orientação, navegando longe da costa.

Ora, passado o Cabo Bojador, os portugueses passam a utilizar a

caravela, capaz de navegar com ventos contrários, devido às suas velas

triangulares.

No alto mar orientam-se pelos astros, com a ajuda de vários instrumentos.

Page 14: História de Portugal - SIPPEB

Fazem cartas de marear (mapas), onde anotam, entre outros elementos, os

rumos a seguir.

À medida que as descobertas foram avançando, os portugueses

começaram a estabelecer relações comerciais com os povos que aí viviam. Estes

povos trocavam os seus produtos (ouro, marfim, malagueta, escravos, etc.) por

outros idos de Portugal.

Após a morte do Infante D. Henrique toda esta actividade sofreu uma ligeira

diminuição.

Mais tarde, o rei D. João II vai dar um grande impulso às viagens dos

descobrimentos.

O seu desejo era chegar à Índia e, assim, dominar o comércio com essa

região. Para isso, era necessário encontrar uma passagem entre o Oceano

Atlântico e o Oceano Índico.

Diogo Cão descobre uma grande extensão da costa de África.

Em seguida, Bartolomeu Dias contorna a África do sul e navega pela

primeira vez no Oceano Índico.

Viagem de Bartolomeu Dias

Abriram-se, assim, as esperanças de poder chegar à Índia por mar. Por

isso, D. João II mudou, ao cabo situado na extremidade sul e a que Bartolomeu

Page 15: História de Portugal - SIPPEB

Dias chamara de Cabo das Tormentas, o nome para Cabo da Boa

Esperança, pela esperança de se poder chegar à Índia contornando a África.

Viagens marítimas de Vasco da Gama e de Pedro Álvares Cabral

Só no reinado de D. Manuel I é que as naus, comandadas por

Vasco da Gama, partem de Lisboa à descoberta do caminho marítimo

para a Índia.

Em 1500, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil.

x x x x x

Logo após a 1.ª viagem à Índia, começam a afluir a Lisboa as riquezas

orientais, sobretudo especiarias.

Assim, Portugal desempenha em todo este circuito comercial o papel de

intermediário. Portugal compra no Oriente para vendar na Europa. Do mesmo

modo, compra na Europa os produtos que vende no Oriente.

Todo este rico e rendoso comércio, que proporcionava grandes lucros, vai

influenciar a maneira de viver dos portugueses desta época (Séc. XVI).

As pessoas correm a Lisboa para conseguir uma vida melhor e procurar

emigrar, sobretudo para a Índia, em busca de riqueza fácil.

Em contrapartida, são trazidos para Portugal muitos escravos que se vão

dedicar a serviços domésticos e, também, suprimir a falta de braços na

agricultura.

Page 16: História de Portugal - SIPPEB

Mas, são sobretudo as classes privilegiadas a beneficiar das riquezas

orientais.

O luxo, a corrupção e a vida parasitária instalam-se nas pessoas e nos

costumes.

x x x x x

Como as actividades produtivas estão em decadência, Portugal tem de

importar grande parte do que consome. As camadas mais desfavorecidas da

população ressentem-se desta situação, quer pela alta dos preços, quer pelas

calamidades naturais que provocam fomes generalizadas.

x x x x x

Devido às dificuldades económicas e à decadência do comércio oriental,

Portugal volta-se para o Brasil.

Começa então uma verdadeira colonização. São transplantadas para o

Brasil as culturas já experimentadas com êxito nas ilhas atlânticas, destacando-

se a cana-de-açúcar, cuja produção cresce significativamente até meados do séc.

XVII. O açúcar constitui a base do comércio e o suporte económico de Portugal,

pois que do açúcar brasileiro se abastecia toda a Europa.

Para os trabalhos, bastante penosos, nos engenhos (fábricas) de açúcar, os

portugueses recorrem a escravos africanos.

Mas outras actividades se desenvolvem também, tais como a criação de

gado. Do mesmo modo, as culturas do algodão e do tabaco. Igualmente se

continuou a exploração do pau-brasil.

x x x x x

No séc. XVI, em Portugal surge uma crise na sucessão ao trono. O rei D.

Sebastião morre na Batalha da Alcácer-Quibir, sem deixar descendentes.

Sucedeu-lhe o seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, já muito velho e também

sem descendentes.

Page 17: História de Portugal - SIPPEB

As classes privilegiadas e até a burguesia vêem com agrado a aclamação

de D. Filipe II, rei de Espanha, como futuro rei de Portugal.

Entretanto, morre (1580) o Cardeal D. Henrique.

x x x x x

Finalmente, D. Filipe II, rei de Espanha, é aclamado rei de Portugal, com o

nome de Filipe I, comprometendo-se, no entanto, a respeitar a autonomia de

Portugal.

Sucedem-lhe Filipe II e Filipe III, também reis de Espanha com os

nomes de D. Filipe III e D. Filipe IV, respectivamente.

Em Portugal começa a manifestar-se hostilidade em relação ao rei de

Espanha, Filipe III de Portugal. Então um grupo de nobres proclama a

Restauração da Independência (1640) na pessoa do Duque de Bragança,

que é aclamado rei (D. João IV).

x x x x x

Durante a 1.ª metade do séc. XVIII explorou-se, em grande quantidade,

ouro no Brasil.

Com a sua vinda para Portugal acabam as dificuldades da nossa balança

comercial. O dinheiro abunda, as importações e o consumo aumentam.

x x x x x

É no séc. XVIII que os reis concentram na sua mão todo o poder e

submetem as classes à sua autoridade.

Com o Marquês de Pombal, ministro de D. José I, o absolutismo

atinge o seu ponto máximo.

Page 18: História de Portugal - SIPPEB

PORTUGAL

(Séc. XIX E XX)

Em 1789, deu-se em França uma revolução, que trouxe para Portugal

profundas consequências.

Com essa revolução, o regime absolutista é derrubado e estabelece-se um

regime liberal que assentava sobretudo nos ideais de liberdade e de igualdade

social. Estes ideais “revolucionários” começam a espalhar-se nos vários países

europeus, entre os quais Portugal.

Em Portugal, a preocupação dos liberais, em parte devido à independência

do Brasil, foi tentar que Portugal se tornasse auto-suficiente, ou seja, que

produzisse o necessário para o abastecimento da população.

x x x x x

Com a introdução de novas técnicas e novos produtos (por exemplo, a

difusão da cultura da batata) e com a selecção de sementes, foi possível

melhorar um pouco a situação da agricultura.

Verifica-se, também, a transformação da indústria tradicional, artesanal, à

base da energia braçal, na indústria moderna, mecanizada, utilizando as novas

fontes de energia que iam sendo descobertas: primeiramente, o vapor; mais

tarde, a electricidade e o petróleo.

Para um verdadeiro desenvolvimento das actividades produtivas (agricultura

e indústria) necessário se tornava desenvolver também os meios de transporte e

as comunicações.

Assim, a máquina a vapor é aplicada aos caminhos de ferro.

Igualmente a construção de estradas conheceu um avanço considerável.

Page 19: História de Portugal - SIPPEB

No final do séc. XIX, com o aproveitamento do petróleo como fonte de

energia, surge o automóvel.

A partir da independência do Brasil, Portugal começa de novo a voltar-

se para os territórios de África.

x x x x x

Portugal começa a enfrentar dificuldades económicas, o que leva ao

descontentamento popular em relação aos governos monárquicos.

Assim, em 5 de Outubro de 1910, o regime monárquico é derrubado e

proclamada a República.

O povo passou, então, a eleger livremente os seus governantes. Começou

a viver-se em Democracia.

Dificuldades económicas e de entendimento deram origem a que, em 28 de

Maio de 1926, fosse instalada uma Ditadura (forma de governo em que não há

eleições nem partidos políticos), em que a figura dominante foi o Dr. Oliveira

Salazar.

No dia 25 de Abril de 1974 foi reimplantada a Democracia.

Através de eleições livres, o povo elege o seu Presidente da República e os

seus representantes para as Autarquias locais e para a Assembleia da República.

Page 20: História de Portugal - SIPPEB

REIS DE PORTUGAL (1143-1910)

1.ª DINASTIA ou DINASTIA AFONSINA (1128-1383)

1.º - D. AFONSO HENRIQUES, o Conquistador (1143-1185)

2.º - D. SANCHO I, o Povoador (1185-1211)

3.º - D. AFONSO II, o Gordo (1211-1223)

4.º - D. SANCHO II, o Capelo (1223-1248)

5.º - D. AFONSO III, o Bolonhês (1148-1279)

6.º - D.DINIS, o Lavrador (1279-1325)

7.º - D. AFONSO IV, o Bravo (1325-1357)

8.º - D. PEDRO I, o Justiceiro (1357-1367)

9.º - D. FERNANDO I, o Formoso (1367-1383)

1.º INTERREGNO (1383-1385)

D. JOÃO, Mestre de Avis (1383-1385)

2.ª DINASTIA ou DINASTIA DE AVIS (1385-1580)

11.º - D. JOÃO I, o De Boa Memória (1385-1433)

12.º - D. DUARTE, o Eloquente (1433-1438)

13.º - D. AFONSO V, o Africano (1438-1481)

14.º - D. JOÃO II, o Príncipe Perfeito (1481-1495)

15.º - D. MANUEL I, o Venturoso (1495-1521)

16.º - D. JOÃO III, o Piedoso (1521-1557)

17.º - D. SEBASTIÃO, o Desejado (1557-1578)

18.º - D. HENRIQUE, o Casto (1578-1580)

Page 21: História de Portugal - SIPPEB

2.º INTERREGNO (1580-1581)

(Conselho de Estado) (1580)

D. ANTÓNIO, Prior do Crato, o Ídolo do Povo (1580-1581)

3.ª DINASTIA ou DINASTIA FILIPINA (1581-1640)

19.º - FILIPE I (II de Espanha), o Prudente (1581-1598)

20.º - FILIPE II (III de Espanha), o Pio (1598-1621)

21.º - FILIPE iii (IV de Espanha), o Grande (1621-1640)

4.ª DINASTIA ou DINASTIA DE BRAGANÇA (1640-1910)

22.º - D. JOÃO IV, o Restaurador (1640-1656)

23.º - D. AFONSO VI, o Vitorioso (1656-1683)

24.º - D. PEDRO II, o Pacífico (1683-1706)

25.º - D. JOÃO V, o Magnânimo (1706-1750)

26.º - D. JOSÉ, o Reformador (1750-1777)

27.º - D. MARIA I, a Piedosa (1777-1816)

28.º - D. JOÃO VI, o Clemente (1816-1826)

29.º - D. PEDRO IV, o Rei Soldado (1826-1828)

30.º - D. MIGUEL, o Absolutista (1828-1834)

31.º - D. MARIA II, a Educadora (1834-1853)

D. FERNANDO II, o Rei Consorte (1836-1853)

32.º - D. PEDRO V, o Esperançoso (1853-1861)

33.º - D. LUIS, o Popular (1861-1889)

34.º - D. CARLOS, o Diplomata (1889-1908)

35.º - D. MANUEL II, o Patriota (1908-1910)

Page 22: História de Portugal - SIPPEB

PRESIDENTES DE PORTUGAL (DESDE 1910)

1.ª REPÚBLICA - DEMOCRACIA (1910-1926)

Dr. TEÓFILO BRAGA - Joaquim Teófilo Fernandes Braga (1910-1911)

Dr. MANUEL DE ARRIAGA - Manuel José de Arriaga Brum da Siilveira (1911-1915)

Dr. TEÓFILO BRAGA - Joaquim Teófilo Fernandes Braga (1915)

Dr. BERNARDINO MACHADO – Bernardino Luis Machado Guimarães (1915-1917)

Major SIDÓNIO PAIS – Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (1917-1918)

Ct. Alm. CANTO E CASTRO – João do Canto e Castro Silva Antunes (1918-1919)

Dr. ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA – António José de Almeida (1919-1923)

Dr. TEIXEIRA GOMES – Manuel Teixeira Gomes (1923-1925)

Dr. BERNARDINO MACHADO – Bernardino Luis Machado Guimarães (1925-1926)

2.ª REPÚBLICA OU ESTADO NOVO - DITADURA (1926-1974)

Comandante MENDES CABEÇADAS – José Mendes Cabeçadas (1926)

General GOMES DA COSTA – Manuel de Oliveira Gomes da Costa (1926)

Marechal CARMONA – António Óscar Fragoso Carmona (1926-1951)

General CRAVEIRO LOPES – Francisco Higino Craveiro Lopes (1951-1958)

Almirante AMÉRICO TOMAZ – Américo de Deus Rodrigues Tomaz (1958-1974)

3.ª REPÚBLICA - DEMOCRACIA (DESDE 1974)

Marechal ANTÓNIO SPÍNOLA - António Sebastião Ribeiro de Spínola (1974)

Marechal COSTA GOMES – Francisco da Costa Gomes (1974-1976)

General RAMALHO EANES – António dos Santos Ramalho Eanes (1976-1986)

Dr. MÁRIO SOARES – Mário Alberto Nobre Lopes Soares (1986-1996)

Dr. JORGE SAMPAIO – Jorge Fernando Branco de Sampaio (1996-2006)

Prof. Dr. CAVACO SILVA – Aníbal António Cavaco Silva (2006-Actual Presidente)