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HISTÓRIA DE HINOS DO HINÁRIO ADVENTISTA DIRETORA DE MÚSICA: KEILA BRITO VARGAS IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA DE JERÔNIMO MONTEIRO

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Page 1: HISTÓRIA DE HINOS

HISTÓRIA DE HINOS

DO

HINÁRIO ADVENTISTA

DIRETORA DE MÚSICA: KEILA BRITO VARGASASSOCIADA: LUCILENE DA SILVA FRANÇA

JERÔNIMO MONTEIRO

IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA DE

JERÔNIMO MONTEIRO

Page 2: HISTÓRIA DE HINOS

2010

SUMÁRIO

1 HISTÓRIA DOS HINOS DO HINÁRIO ADVENTISTA...................................... 06

1.1 H.A. 001 - Ó Deus de Amor........................................................................... 06

1.2 H.A. 006 - Por Belezas Naturais..................................................................... 06

1.3 H.A. 007 - Sejas Louvado............................................................................. 07

1.4 H.A. 008 - A Ti Honras e Glórias..................................................................... 07

1.5 H.A. 009 - Prece ao Trino Deus...................................................................... 07

1.6 H.A. 010 - Louvemos O Rei........................................................................... 08

1.7 H.A. 011 - Ao Deus de Abrão Louvai............................................................... 08

1.8 H.A. 012 - Vinde, Povo do Senhor................................................................... 09

1.9 H.A. 013 - Louvamos-te, ó Deus..................................................................... 09

1.10 H.A. 015 - Vós Criaturas do Senhor................................................................ 10

1.11 H.A. 016 - A Deus Demos Glória.................................................................... 10

1.12 H.A. 018 - Santo! Santo! Santo! ..................................................................... 12

1.13 H.A. 020 - A Ti, Toda a Glória........................................................................ 12

1.14 H.A.021 - Vigiar e Orar................................................................................ 13

1.15 H.A.028 - Morre o Dia.................................................................................. 13

1.16 H.A. 033 - Castelo Forte............................................................................... 14

1.16.1 H.A. 033 - Castelo Forte............................................................................... 15

1.16.2 H.A. 033 - Castelo Forte............................................................................... 16

1.17 H.A.034 - Quão Grande És Tu....................................................................... 16

1.18 H.A.035 - Tu És Fiel, Senhor......................................................................... 18

1.18.1 H.A. 35 - Tu És Fiel, Senhor.......................................................................... 19

1.18.2 H.A. 035 - Tu És Fiel, Senhor........................................................................ 20

1.19 H.A. 036 - O Mundo é de Meu Deus................................................................ 20

1.20 H.A. 039 - O Céu Azul................................................................................. 21

1.21 H.A. 040 - Filhos do Pai Celeste..................................................................... 21

1.22 H.A. 041 - Glória ao Rei Que vos Nasceu......................................................... 21

1.23 H.A. 042 - Noite de Paz................................................................................ 22

1.24 H.A. 043 - Soou em Meio à Noite Azul............................................................. 22

1.24.1 H.A. 43 - Soou em Meio à Noite Azul............................................................... 23

1.25 H.A. 044 - Natal! Feliz Natal! ........................................................................ 23

1.26 H.A. 046 - Estrela de Luz............................................................................. 23

1.27 H.A. 047 - Belém, Bendita És........................................................................ 24

1.27.1 H.A. 047 - Belém, Bendita És....................................................................... 24

1.28 H.A. 048 - Ó Vinde Adoremos....................................................................... 25

1.29 H.A. 049 - Surgem Anjos Proclamando............................................................ 25

1.30 H.A. 050 - Num Berço de Palha..................................................................... 26

1.31 H.A. 052 - Vestido, em Linho......................................................................... 26

1.32 H.A. 054 - A Doce História............................................................................ 27

1.33 H.A. 055 - Cantarei a Linda História................................................................ 27

1.34 H.A. 058 - Conta-me A Velha História.............................................................. 27

1.35 H.A. 061 - Ao Ver a Cruz.............................................................................. 28

1.36 H.A. 064 - Cristo no Horto............................................................................. 28

1

Page 3: HISTÓRIA DE HINOS

1.37 H.A. 065 - Oh! Fronte Ensangüentada! ............................................................ 29

1.37.1 H.A. 065 - Oh! Fronte Ensangüentada............................................................. 30

1.38 H.A. 069 - Cristo Já Ressuscitou.................................................................... 30

1.39 H.A. 070 - Porque Ele Vive........................................................................... 31

1.40 H.A. 071 - Saudai o Nome de Jesus................................................................ 31

1.41 H.A. 072 - Saudai o Nome de Jesus................................................................ 32

1.42 H.A. 077 - É Jesus o Salvador....................................................................... 33

1.43 H.A. 079 - Glória ao Salvador........................................................................ 33

1.44 H.A. 083 - Glórias ao Rei de Amor.................................................................. 34

1.44.1 H.A. 083 - Glórias ao Rei de Amor.................................................................. 34

1.45 H.A. 085 - Lindo És, Meu Mestre.................................................................... 35

1.45.1 H.A. 085 - Lindo És, Meu Mestre.................................................................... 35

1.46 H.A. 093 - Precioso É Jesus Para Mim............................................................ 36

1.47 H.A. 095 - Cristo É Tudo Pra Mim................................................................... 36

1.48 H.A. 097 - Meu Divino Protetor...................................................................... 37

1.49 H.A. 099 - Noventa e Nove Ovelhas................................................................ 37

1.49.1 H.A. 099 - Noventa e Nove Ovelhas................................................................ 38

1.50 H.A. 101 - Não Há Nome Mais Amável............................................................. 39

1.51 H.A. 102 - Que Grande Amigo....................................................................... 39

1.52 H.A. 103 - Nome Precioso............................................................................ 40

1.53 H.A. 107 - Alegrias Vem Trazendo.................................................................. 41

1.54 H.A. 109 - Jesus me Transformou................................................................... 41

1.55 H.A. 112 - Ele Vive..................................................................................... 42

1.56 H.A. 113 - Amor Glorioso.............................................................................. 42

1.57 H.A. 120 - Amor Que por Amor Desceste.......................................................... 43

1.57.1 H.A. 120 - Amor Que por Amor Desceste.......................................................... 44

1.58 H.A. 122 - O Que Penso de Meu Mestre........................................................... 45

1.59 H.A.130 - O Rei Vindouro............................................................................. 45

1.60 H.A.137 - Anunciai Pelas Montanhas............................................................... 46

1.61 H.A. 139 - Jesus à Terra Voltará..................................................................... 47

1.62 H.A.140 - Ó Vem, Emanuel! ......................................................................... 47

1.63 H.A. 141 - O Dia Não Sei.............................................................................. 48

1.64 H.A. 143 - Será de Manhã? .......................................................................... 48

1.65 H.A. 145 - Jesus Voltará............................................................................... 49

1.66 H.A. 151 - Cristo Virá Outra Vez..................................................................... 49

1.67 H.A. 152 - Vencendo vem Jesus..................................................................... 50

1.68 H.A. 154 - Ó Vem, Espírito de Amor................................................................ 51

1.69 H.A. 159 - Chuvas de Bênçãos...................................................................... 51

1.70 H.A. 162 - Que diz a Biblia? ......................................................................... 52

1.71 H.A. 164 - Que Firme Alicerce! ...................................................................... 52

1.72 H.A. 166 - Novas de Amor e Vida................................................................... 53

1.73 H.A. 168 - A Última Hora.............................................................................. 53

1.74 H.A. 172 - Na Cruz Morri Por Ti...................................................................... 54

1.75 H.A. 175 - Manso e Suave............................................................................ 54

1.76 H.A. 176 - À Tua Porta Cristo Está.................................................................. 55

1.77 H.A. 186 - Quem Ouvir as Novas.................................................................... 55

1.78 H.A.187 - Ouvi Jesus a me Dizer.................................................................... 56

2

Page 4: HISTÓRIA DE HINOS

1.79 H.A. 188 - A Nós a Porta Franca Está.............................................................. 56

1.80 H.A. 190 - Seu Maravilhoso Olhar................................................................... 57

1.81 H.A. 191 - Quero Estar ao Pé da Cruz............................................................. 57

1.81.1 H.A. 191 - Quero Estar ao Pé da Cruz............................................................. 58

1.82 H.A. 195 - Rocha Eterna.............................................................................. 58

1.82.1 H.A. 195 - Rocha Eterna.............................................................................. 60

1.83 H.A. 199 - Olhai e Vivei............................................................................... 60

1.84 H.A. 202 - Eis Uma Fonte............................................................................. 61

1.84.1 H.A. 202 - Eis Uma Fonte............................................................................. 61

1.85 H.A. 204 - Maravilhosa Graça........................................................................ 62

1.86 H.A. 205 - Alvo Mais que a Neve.................................................................... 62

1.87 H.A. 207 - Vida em Olhar............................................................................. 63

1.88 H.A. 208 - Graça Excelsa............................................................................. 64

1.88.1 H.A. 208 - Graça Excelsa............................................................................. 66

1.89 H.A. 211 - Rude Cruz.................................................................................. 66

1.89.1 H.A. 211 - Rude Cruz.................................................................................. 67

1.90 H.A. 213 - Graça de Deus............................................................................. 67

1.91 H.A. 214 - Manancial de Toda Benção............................................................. 69

1.92 H.A. 215 - Remido...................................................................................... 69

1.93 H.A. 221 - Mui Triste Eu Andava.................................................................... 70

1.94 H.A. 224 - Satisfeito Estou Com Cristo............................................................. 70

1.95 H.A. 228 - Eu Ouço um Cantar Divinal............................................................. 71

1.96 H.A. 229 - Teu Coração em Paz..................................................................... 72

1.97 H.A. 230 - Sou Feliz com Jesus...................................................................... 72

1.97.1 H.A. 230 - Sou Feliz com Jesus...................................................................... 73

1.98 H.A. 231 - Tenho um Hino em Meu Coração...................................................... 74

1.99 H.A. 232 - Cantarei ao Meu Salvador.............................................................. 74

1.100 H.A. 233 - Com Cristo no Meu Coração............................................................ 75

1.101 H.A. 234 - Oh, Dia Feliz............................................................................... 75

1.101.1 H.A. 234 - Oh, Dia Feliz............................................................................... 76

1.102 H.A. 237 - Junto ao Bondoso Deus................................................................. 77

1.103 H.A. 238 - Amor nos Faz Contentes................................................................ 77

1.104 H.A. 240 - Bendita Segurança....................................................................... 78

1.105 H.A. 241 - Cantarei de Jesus Cristo................................................................ 78

1.106 H.A. 242 - Ó Minh'Alma, a Deus Bendize......................................................... 79

1.107 H.A. 244 - Conta as Bênçãos........................................................................ 79

1.108 H.A. 246 - Vinde Vós, Fiéis Cantar................................................................. 80

1.109 H.A. 247 - Graças Dou................................................................................ 81

1.110 H.A. 249 - Como Agradecer.......................................................................... 82

1.111 H.A. 250 - Cantarei de Meu Jesus.................................................................. 82

1.112 H.A. 253 - Minha Esperança......................................................................... 83

1.113 H.A. 258 - Fé dos Nossos Pais...................................................................... 84

1.114 H.A.259 - Mas Eu Sei em Quem Tenho Crido.................................................... 84

1.115 H.A. 260 - Jesus Contemplará a Fé................................................................ 85

1.116 H.A. 271 - Que Prazer é Ser de Cristo............................................................. 86

1.117 H.A. 272 - Olha Com Fé Para Cima................................................................ 87

1.118 H.A. 274 - Firme nas Promessas.................................................................... 87

3

Page 5: HISTÓRIA DE HINOS

1.119 H.A. 278 - Tal Qual Estou............................................................................. 88

1.119.1 H.A. 278 - Tal Qual Estou............................................................................. 88

1.119.2 H.A. 278 - Tal Qual Estou............................................................................. 89

1.120 H.A. 281 - Eu Venho a Ti, Senhor................................................................... 90

1.121 H.A.282 - Tempo de Ser Santo...................................................................... 90

1.122 H.A. 287 - Minha Entrega............................................................................. 91

1.123 H.A. 289 - Mais Perto da Tua Cruz................................................................. 92

1.124 H.A. 290 - Jesus Sempre Te Amo.................................................................. 92

1.125 H.A. 291 - Muitos Há Que Me Contemplam....................................................... 93

1.126 H.A. 293 - Teu Divinal Amor.......................................................................... 93

1.127 H.A. 298 - Toma ó Deus, Em Tua Mão............................................................ 94

1.128 H.A. 301 - Crer e Observar........................................................................... 94

1.129 H.A.314 - Guarda, Faz Troar ao Longe............................................................ 95

1.130 H.A. 319 - Mãos ao Trabalho........................................................................ 95

1.131 H.A. 323 - Eis de Cristo a Voz Que Chama....................................................... 95

1.132 H.A. 325 - As Novas do Evangelho................................................................. 96

1.133 H.A. 326 - Vaso de Benção........................................................................... 97

1.134 H.A. 333 - Há Um Dever.............................................................................. 97

1.135 H.A. 338 - Brilho Celeste.............................................................................. 98

1.136 H.A. 344 - Ó Cristãos, Avante! ...................................................................... 98

1.137 H.A. 345 - Lutai por Cristo............................................................................ 99

1.138 H.A. 349 - Consolação................................................................................ 100

1.139 H.A. 353 - Meu Jesus me Guia Sempre........................................................... 100

1.140 H.A. 357 - Sob Suas Asas............................................................................ 101

1.140.1 H.A. 357 - Sob Suas Asas............................................................................ 101

1.141 H.A. 358 - Guia Cristo, Minha Nau.................................................................. 102

1.142 H.A. 359 - Dia a Dia.................................................................................... 102

1.143 H.A. 361 - Ó Tu Que Aflito Estás.................................................................... 103

1.144 H.A. 366 - O Anjo do Senhor......................................................................... 103

1.145 H.A. 369 - Segura Minha Mão....................................................................... 104

1.146 H.A. 370 - Cada Momento............................................................................ 105

1.147 H.A. 373 - Deus Cuidará de Ti....................................................................... 106

1.148 H.A. 377 - Refúgio em Temporal.................................................................... 106

1.149 H.A. 379 - Ó Mestre, o Mar se Revolta............................................................. 107

1.150 H.A. 384 - Jesus Me Guia............................................................................ 108

1.151 H.A. 386 - Nunca Te Deixarei........................................................................ 109

1.152 H.A. 387 - Deus Vos Guarde......................................................................... 109

1.153 H.A. 388 - Vem, Alma Cansada..................................................................... 109

1.154 H.A. 393 - Sentado às Ribas d'Água Viva......................................................... 110

1.155 H.A. 394 - De Ti Careço, ó Deus.................................................................... 110

1.156 H.A. 396 - Ouve-nos Pastor Divino................................................................. 111

1.157 H.A. 397 - Comigo Habita............................................................................ 111

1.158 H.A. 399 - Salva-me Também....................................................................... 111

1.159 H.A. 403 - Mais de Cristo............................................................................. 112

1.160 H.A. 412 - Comunhão Preciosa...................................................................... 112

1.161 H.A. 416 - Ao Pé da Cruz de Cristo................................................................. 113

1.161.1 H.A. 416 - Ao Pé da Cruz de Cristo................................................................. 114

4

Page 6: HISTÓRIA DE HINOS

1.162 H.A. 419 - Bendita Hora de Oração................................................................. 114

1.162.1 H.A. 419 - Bendita Hora de Oração................................................................. 115

1.163 H.A. 420 - Oh! Que Amigo em Cristo Temos...................................................... 115

1.164 H.A. 426 - No Jardim................................................................................... 116

1.165 H.A. 427 - Mais Perto Quero Estar.................................................................. 116

1.165.1 H.A. 427 - Mais Perto Quero Estar.................................................................. 117

1.165.2 H.A. 427 - Mais Perto Quero Estar.................................................................. 117

1.166 H.A. 431 - Sim, Glória Haverá no Final............................................................. 118

1.167 H.A. 434 - Quando For Chamado................................................................... 118

1.168 H.A. 441 - Junto ao Rio Jordão...................................................................... 119

1.169 H.A. 442 - Tão Grato Me é Lembrar................................................................ 119

1.170 H.A. 457 - Sim, Cristo me Ama...................................................................... 120

1.171 H.A. 458 - Vinde, Meninos............................................................................ 120

1.172 H.A. 462 - Jóias Preciosas ........................................................................... 121

1.173 H.A. 472 - Deus é Tão Bom.......................................................................... 121

1.174 H.A. 484 - Faze Como Daniel........................................................................ 122

1.175 H.A. 485 - Levantai-vos, Jovens..................................................................... 122

1.176 H.A. 495 - Haja Paz na Terra........................................................................ 124

1.177 H.A. 497 - Queremos Dar Louvor................................................................... 124

1.178 H.A. 499 - Não Me Esqueci de Ti................................................................... 124

1.179 H.A. 500 - Deus Sabe, Deus Ouve, Deus Vê..................................................... 125

1.180 H.A. 504 - Da Igreja o Fundamento................................................................. 125

1.181 H.A. 511 – Oh, Que Belos Hinos.................................................................... 126

1.182 H.A. 515 – Importa Renascer........................................................................ 127

1.183 H.A. 519 - O Pão da Vida............................................................................. 128

1.183.1 H.A. 519 - O Pão da Vida............................................................................. 128

1.184 H.A. 523 - Envio a Ti................................................................................... 129

1.185 H.A. 525 - Obedecer é Melhor....................................................................... 129

1.186 H.A. 534 - Salvo em Jesus........................................................................... 130

1.187 H.A. 535 - Para o Céu por Jesus Irei............................................................... 130

1.188 H.A. 538 - Oh, Vem a Jesus.......................................................................... 131

1.189 H.A. 540 - A Revelação da Cruz..................................................................... 132

1.190 H.A. 541 - De Jesus a Doce Voz.................................................................... 132

1.191 H.A. 544 - O Juízo...................................................................................... 133

1.192 H.A. 553 - Há um Rio Cristalino..................................................................... 134

1.193 H.A. 557 - Grandes Coisas, Mui Gloriosas........................................................ 135

1.194 H.A. 569 - Oh, Vale do Éden, Formoso! .......................................................... 135

1.195 H.A. 572 - Lar Feliz..................................................................................... 135

1.196 H.A. 574 - Deus Está Presente...................................................................... 136

1.197 H.A. 577 - Santo És, Senhor......................................................................... 137

1.198 H.A. 578 - Sinto a Presença do Senhor............................................................ 138

1.199 H.A. 581 - Adoração................................................................................... 138

1.200 H.A. 584 - Oh Como É Bom Louvar................................................................ 139

1.201 H.A. 588 - Bendito Jesus.............................................................................. 140

1.202 H.A. 593 - Ao Orarmos Senhor...................................................................... 141

1.203 H.A. 603 - Benditos Laços............................................................................ 141

1.203.1 H.A. 603 - Benditos Laços............................................................................ 142

5

Page 7: HISTÓRIA DE HINOS

1.204 H.A. 606 - Amigo, Não saia sem Cristo............................................................ 142

1. HISTÓRIA DOS HINOS DO HINÁRIO ADVENTISTA

1.1 H.A. 001 - Ó Deus de Amor

Letra: Isaac Watts (1674-1748)Música: John Hatton (1710-1793)

Isaac Watts, autor deste hino, é algumas vezes chamado “Pai da hinodia Inglesa” porque foi um dos primeiros a dar impulso ao canto dos hinos antigos. Escreveu cerca de seiscentos hinos e paráfrases dos salmos. O “Church Hymnl” contém trinta e um hinos de Watts, e “Cantai ao Senhor” apenas oito. Seus hinos são de linguagem escriturística, dignificantes e majestosos no pensamento, reverentes e cheios de adoração na expressão.

“Teu é o Poder” é uma imitação do Salmo 100. As primeiras duas linhas são uma alteração de Jonh Wesley.

Frases tais como “santa alegria”, aglomerar-nos-emos em seus portões com hinos de agradecimentos “vasto como a Eternidade é Seu Amor”e outras, (estas frases são do original em inglês) são belas expressões de reverente louvor. Este hino expressa a segurança do reino de Deus.

A Melodia “Duke Street” apareceu primeiro anonimamente no Select Collection of Psalm and Hymn Tunes, 1793” (coleção seleta de Melodias de Salmos e hinos, 1973), de Henry Bord. Tem sido conhecida pelo nome de “Addison’s 19 th Psalm”, e tem sido atribuída ao compositor Jonh Hatton, que residiu na Rua Duke no distrito de St. Helens, na cidade de Windle; daí os títulos para o hino.

“Duke Street” em muitos aspectos é um hino ideal. Tem dignidade, beleza melódica, um bom arranjo para canto congregacional uníssono, harmonia forte, e concordância com as palavras. Não há andamento em que soe melhor. Pode ser cantando lentamente ou moderadamente mais rápido com bom efeito. Não deveria ser cantado rápido demais.

Este é um grande hino de louvor, e deveria ser cantado pelo menos uma vez por ano.

1.2 H.A. 006 - Por Belezas Naturais

Ficha Técnica

Letra Música

Título: Pr Belezas Naturais Nome da Melodia:DIX

Autor Folliott Sandford Pierpoint Compositor:Conrad Kocher

Data da autoria: 1864 Data da composição: 1838

Data da tradução: 1958 Arranjador: William Hernry Monk

Tradutor:Joan Larie Sutton Tonalidade : Sol maior

A inspiração deste hino de gratidão a Deus, o Criador veio a Folliett Pierpoint numa primavera, enquanto contemplava a beleza que o cercava, perto da linda cidade hidrotermal de Bath, no sul da Inglaterra. Este hino, originalmente escrito para a Ceia do Senhor, foi publicado com oito estrofes na segunda edição do hinário Lyra Eucharistica com o título O Sacrifício do louvor. Algumas mudanças na letra tornaram o hino apropriado ao uso geral

Neste hino expressamos a nossa gratidão a Deus pelo primor da sua criação que nos cerca; por nossa capacidade de apreciar as belezas em ver e ouvir; e mui especialmente pelo dom maior de Deus, nosso Redentor. Por tudo isso, a ele damos graças e louvor.

Folliott Sandford Pierpoint(1835-1917) nasceu em Bath, e lá completou os seus estudos pré-universitários. Formou-se na universidade de Cambridge. Por um período de tempo foi o Mestre dos Clássicos na Faculdade Somersetshire.Pierpoint contribuiu com hinos para alguns hinários e publicou vários volumes de poesias inclusive Lyra Jesu em 1878

Conrad Kocher (1786-1872), compositor alemão de Música Sacra, fundou a Escola de Canto Sacro em Stuttgart, na Alemanha, em 1821. Kocher dirigiu a música da igreja universitária daquela cidade. Muito interessado na música de Palestrina e no canto a capella, iniciou necessárias reformas na música das igrejas alemãs. Compilador de um hinário e autor de um livro sobre música na igreja, Kocher também compôs um oratório, duas óperas e numerosas obras menores.

Bibliografia:Polman, Bert, For the Beauty of the Earth, in: Hustad, Donald P., Ed The Worshiping Church - A Hymnal.

Worship Leader's Edition, Carol Stream, IL, Hope Publishing Company, 1990. Nº353.

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1.3 H.A. 007 - Sejas Louvado

Publicado em: Stralsund Gesangbuch, 1665Música: Joachim Neander (1650-1680)

Este é um dos melhores hinos de louvor de origem alemã, acompanhado de uma melodia de primeira classe. Joachim Neander foi um homem de ligado à poesia, letras, música e também à teologia. Escreveu cerca de 60 hinos, bem como melodias.

A melodia, “Lobe den Herren” (Louvai ao Senhor), apareceu pela primeira vez em “Ander Theil des Erneuerten Gesangbuch”, na segunda edição, Stralsund, 1665. A presente forma da melodia vem da “Praxis Pietatis Malica”, de Cruger, 1668. A música do hino é grandemente apreciada pelo povo alemão, e bem o merece.

Cada frase deste hino é uma declaração de louvor e um tributo de adoração ao “Todo Poderoso Rei da Criação”. Ele se presta a uma vigorosa e dinâmica interpretação. Deveria ser cantado com força, porém não muito depressa. A melodia é nobre, e pode ser cantada em uníssono por toda a congregação.

Necessitamos estudar as palavras dos hinos, para que os possamos cantar de coração, como verdadeiro e sincero culto. É então que o canto dos hinos se torna uma força poderosa na igreja. Verdadeiramente, incrédulos seriam convertidos se pudessem ouvir nossas congregações cantando com poder espiritual tais louvores ao nosso Deus, o Rei da Criação!

1.4 H.A. 008 - A Ti Honras e Glórias

Letra: Theodulph de Orleans (750-821)Música: Melchior Teschner (1584-1635)

Excelentes hinos têm sido proporcionados ‘a igreja por hábeis traduções feitas de outras línguas, tais como o latim e o grego. John Mason Neale deu à igreja um belo hino de louvor com sua tradução do hino processional de Theodulph, “Glória, laus et honos” (Glória, Louvor e Honra), escrito antes de 821, a data do falecimento de Theodulph.

Este hino era originalmente destinado ás procissões do “ Palm Sunday” ( Domingo de Ramos), mas seu texto é apropriado para muitas outras ocasiões de louvor e adoração a Cristo. As duas primeiras linhas da primeira estrofe fazem um estribilho apropriado, o qual pode ser cantado depois de cada uma das outras estrofes.

A melodia é chamada “St. Theodulph” em honra ao autor da letra. Foi composta por Melchior Teschner cerca de 1613, para um hino de Herberger, e foi publicada em Leipzig, em 1615. Johann Sebastian Bach faz uso desta melodia em sua “Paixão Segundo São João”

Cantado em movimento moderado, esse hino revelar-se-ia vital, poderoso e emocionante. Mesmo em andamento lento, o cântico é alegre e festivo, tendo um forte apelo popular. Tanto a letra como a música seriam atraentes às crianças bem como os adultos. É um inspirador hino para reuniões campais, e é de efeito tanto em assembléias grandes como pequenas.

As bases escriturísticas deste hino encontradas e Salmos 24:7-10; 118:25-26; Mateus 21: 1-17 e Lucas 19:37-38.

Embora o hino tenha sido escrito originalmente por um bispo católico, nada há, quer nas palavras, quer na música, que nos impeça de usá-lo. A música tem forma Luterana. Com um hino desta espécie, não é a origem, mas sim as características intrínsecas do hino e da música que deveriam determinar o seu uso ou não. Musicalmente e poeticamente este hino está dentro de elevado padrão, e deveríamos nos alegrar de tê-lo em nosso hinário.

1.5 H.A. 009 - Prece ao Trino Deus (Onipotente Rei)

Ficha Técnica

Letra Música

Título:Onipotente Rei Nome da melodia:Italian Hymn

Autor:Desconhecido Compositor:Felice de Giardini

Data da Autoria:Séc.XVIII Data de composição:1769

Tradutor:Justus Henry Nelson Tonalidade: Fá Maior

A autoria deste hino ao Deus Triúno é desconhecida.Por muitos anos foi atribuída a Charles Wesley. Sabemos que o hino foi publicado pela primeira vez m uma das coletâneas de João Wesley. É um dos mais conhecidos e cantados hinos à Trindade ao redor do mundo. Enfatiza a ação particular de cada pessoa da Trindade na vida do Cristão.

Felice de Giardini nasceu em Turim, Itália,em 1716. Corista, violinista, concertista, professor, regente e empresário, Giardini atuou na Itália e Inglaterra. A Condessa de Huntington, grande incentivadora de hinistas

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evangélicos na Inglaterra, comissionou-o a escrever melodias para hinos. Somente a melodia Italian Hymn ainda está em uso. Giardini viajou a Moscou, Rússia, onde faleceu em 1796.

A melodia Italian Hymn foi usada pela primeira vez na Inglaterra, em 1769. Chama-se " hino italiano" pelo fato de seu compositor ser desta nacionalidade.

BibliografiaPaula, Isidoro Lessa de, Early Hymnody in Brazilian Baptist Churches; Its Source and Development, Fort

Worth, TX, School of Church Music, Southwestern Baptist Theological Seminary, 1985, p.65

1.6 H.A. 010 - Louvemos O Rei

Letra: Robert Grant (1779 - 1838)Música: Johann Michael Haydn (1737 - 1806)Publicada em: Sacred Melodies - II, 1815

Sir Robert Grant deu à igreja um hino de primeira grandeza com “Louvemos o Rei”. O hino é baseado no Salmo 104, mais uma livre impressão do pensamento, de que uma paráfrase. Em qualidade literária, imagens, ritmo e estilo , é um hino admirável. Foi publicado pela primeira vez em “Christian Psalmody” de Edward Bickersteth em 1883. A paráfrase do Salmo 104 de Kethe foi o que inspirou este hino a Grant. Inicia-se assim:

“Louve minha alma o Senhor, fale bem do Seu NomeÓ Senhor nosso grande Deus, qual é Tua aparência,Assim passando em glória, quão grande é Tua fama,Honra e majestade em Ti brilham intensamente.”

H. Augustine Smith sugere que o Samo 104 e o hino “Louvemos o Rei” são, ambos, comentários sobre os seis dias da criação em Gênesis. É interessante traçar este paralelo. Através do hino há títulos de divindade que são ricos de sugestões escriturísticas: “Rei”, “Escudo”, “Defensor”, “Ancião de Dias”, “Criador”, “Autor”, “Amigo” e “Redentor”.

A melodia “Lyons” vem de Johann Michael Haydn, um irmão mais novo de Franz Joseph Haydn. Michael Haydn era um violonista de sucesso, pianista, organista, regente de coro, e compôs consideráveis músicas para a igreja. Franz Joseph considerava a música para a igreja de seu irmão, superior a sua própria.

Melodias desta natureza não deveriam ser cantadas de forma apressada e animada, com marcação estrita de compasso, mas de uma forma mais livre, no estilo tradicional. A meia nota no fim de cada uma das quatro linhas poderia ser mantida por três tempos, e com isso o efeito seria melhorado. Em melodias como esta um ritmo mais flexível, intensifica a beleza do hino.

1.7 H.A. 011 - Ao Deus de Abrão Louvai

Letra: Thomas Olivers(1725-1799)Música: Melodia Tradicional Judaica

Este hino consiste nas estrofes 1, 2 e 12 da paráfrase de Thomas Olivers sobre os treze princípios fundamentais da fé de Israel. Os Treze Credos ou Artigos da Fé foram escritos por Daniel Judah de 1396 a 1404 e eram cantados pelos judeus no início do serviço de culto matutino e final de culto vespertino na sinagoga.

Josiah Miller, no seu “Singers and Songs of the Church” 1869, diz: “O filho de um velho ministro Wesleyano disse há poucos anos: ‘Lembro-me que meu pai contou-me que estava uma vez parado no corredor da “City Road Chapel”, durante uma conferência no tempo de Wesley, e Thomas Olivers, um dos pregadores chegou-se a ele e disse: “Dê uma olhada nisto; eu o traduzi do Hebreu, dando-lhe, tanto quanto possível, um caráter espiritual, e Leoni, o judeu, deu-me uma melodia de sinagoga que combinasse com o texto; aqui está a melodia que deverá ser chamada Leoni’.”

Olivers ficou órfão com quatro anos de idade, de forma que recebeu pouca educação. Tornou-se um aprendiz de sapateiro em 1743, viveu uma vida sem Deus, converteu-se com uma pregação de George Whitefield sobre o texto: “Não é este um tição tirado do fogo?” Zacarias 3:2, e após pagar todas as suas dívidas, tornou-se um pregador Wesleyano. Viajou cerca de 100.000 milhas a cavalo durante os 25 anos em que pregou na Inglaterra e Irlanda.

Quando Henry Martyn estava para embarcar para o seu trabalho missionário no Oriente, escreveu em seu Diário: “Algumas vezes estive muito ocupado em aprender o hino ‘Ao Deus de Abrão Louvar’: tão logo eu pude sentir a realidade das palavras desse hino minha mente ficou aliviada. Há algo peculiarmente solene e tocante para mim neste hino, especialmente nesta ocasião.”

Existem poucos hinos tão escriturísticos em cada linha. A música tem grande dignidade e solenidade. O hino não deve ser cantado tão rapidamente, mas, com andamento lento e solene.

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Page 10: HISTÓRIA DE HINOS

1.8 H.A. 012 - Vinde, Povo do Senhor

Letra: Henry Alford (1870-1871)Música: George J. Elvey(1816-1893)

Este hino de colheita apareceu na coleção de Henry Alford, “Psalms and Hymns” (Salmos e Hinos) em 1844. Foi escrito para o Festival Inglês de Colheita que corresponde ao Dia de Graças Americano, embora seja uma festa de data móvel que ocorre em diferentes dias nas várias vilas e cidades. Não há hino melhor para o tempo de colheita anual do que este.

Henry Alford foi um homem talentoso – Teólogo, erudito, poeta, escritor, artista e músico. Era filho de um homem do clero, tornou-se ministro também, e eventualmente tornou-se Reitor de Canterburry em 1857. Foi membro da comissão de Revisão do Novo Testamento, e entre os 50 livros que escreveu provavelmente o mais útil foi o seu “Testamento Grego”, em quatro volumes. Foi um devoto e um homem de Deus através de sua vida, cumprindo o voto que escreveu em sua Bíblia no seu décimo aniversário: “Neste dia, na presença de Deus e de minha própria consciência, renovo meu pacto com Deus e solenemente me determino a tornar-me Seu e fazer o Seu trabalho tanto quanto me seja possível”.

“St. George’s Windsor” foi composto por George J. Elvey e tem sido associado a este hino desde sua edição original em “Hinos Antigos e Modernos” em 1861. A melodia foi publicada primeiramente em “A Selection of Psalms and Hymns”, (Uma Seleção de Salmos e Hinos) de Thorne em 1858 com outras palavras. Foi assim nomeado em honra à Capela de “St. George’s Windsor” onde muitos organistas famosos serviram, e muita música gloriosa foi ouvida.

Sir George J. Elvey foi um organista e compositor inglês, educado em Oxford, onde recebeu o grau de Doutor em Música, e foi condecorado em 1871, após escrever uma marcha de Festival para o casamento da Princesa Louise. Escreveu muitos trabalhos para a Igreja. Suas melodias para hinos demonstram equilíbrio de melodia e eficiente harmonia.

1.9 H.A. 013 - Louvamos-te, ó Deus

Ficha Técnica

Letra Música

Título: Louvamos-te, ó DeusNome da melodia: REVIVE US

AGAIN

Autor: William Panton Mackay Compositor: John Jenkins Husband

Data da Autoria: 1863 Data de composição: 1867

Tradutor: James Theodore Houston Tonalidade: Fá Maior

O Pastor escocês, Dr. William Panton Mackay, escreveu este hino em 1863 e o revisou em 1867. Baseou-se em dois textos: no Salmo 85.6 - "Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se regozije em ti?" e na oração de Habacuque: "Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos" (Habacuque 3.2). A última estrofe que diz "Ó vem nos encher de celeste fervor..." expressa a oração que Mackay queria realçar. Entretanto, a forte expressão de louvor ao Deus triúno permeia o hino todo. O estribilho "Aleluia! Toda a glória te rendemos, sem fim, Aleluia! tua graça imploramos, Amém!" vivifica a alma do crente, demonstrando a estreita relação entre o louvor e o aprofundamento espiritual.

William Panton Mackay nasceu na Escócia em 13 de maio de 1839. Formou-se na renomada Universidade de Edimburgo, e praticou a medicina por alguns anos. Sentindo-se chamado para o ministério, abandonou a medicina, foi ordenado, e em 1868 tornou-se pastor duma igreja Presbiteriana. Gostava de escrever hinos. "Louvamos-te, ó Deus" é o mais conhecido dos dezessete hinos com que ele contribuiu para o hinário Praise Book, de 1972. Mackay faleceu vitima de um acidente em 22 de agosto de 1885.

John Jenkins Husband nasceu em 1760 na cidade de Plymouth, na Inglaterra. Serviu na música da sua igreja por alguns anos. Emigrou para os EUA em 1809, estabelecendo-se na Filadélfia, Pensilvânia. Lá dirigiu uma escola de canto de música sacra e serviu na sua igreja até falecer em 1825. Compôs um bom numero de melodias de hinos e antemas corais.

James Theodore Houston(1847-1929), adaptou o hino para o português em 1881. Foi missionário presbiteriano da Junta de Nova Iorque. Aportou à Bahia em 17 de dezembro de 1874, servindo ali até 1887, quando foi transferido para o Rio de Janeiro, onde exerceu o pastorado. Foi um dos redatores do imprensa evangélica. Depois de completar 28 anos de ministério voltou para à sua terra natal em 1902. Faleceu em Oakland,California, aos 82 anos de idade.

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1.10 H.A. 015 - Vós Criaturas do Senhor

Letra: Francisco de Assis (1182-1226)Música publicada em: Geistliche Kirchenoesãnge, 1623

Durante muitos anos da existência de São Francisco de Assis, chamado “Poverello" (homenzinho pobre), achava-se cansado e doente. Em 1225, o ano anterior ao seu falecimento, enquanto passava pelos maiores sofrimentos sem sequer murmurar, compôs um salmo de grata adoração que intitulou II Cântico Delle Creature (O Hino das Criaturas).

Conta-se que foi escrito durante um verão extremamente quente, enquanto “Povorello", deitado em palhas, em São Damião, sofria intensas dores com uma infecção nos olhos. Não podia agüentar qualquer luz e era atormentado constantemente pelos ratos. Mesmo assim, no meio de todo o seu desconforto e sofrimento, escreveu estas linhas belas e alegres.

O último verso, começando “Louvado sejas, bom Senhor, pela nossa irmã, a morte corporal", que não foi incluído nas versões em inglês e português, mostrava a prontidão do seu autor para ir estar com seu Senhor.

São Francisco de Assis (ca 1182 - 1226) não nasceu pobre. Filho de um comerciante rico de Assis, Itália, Giovanni Francesco Bernadone começou a vida em extravagâncias, procurando os prazeres deste mundo. Mas um dia, depois de sofrer uma doença séria, sua vida mudou. Abandonando todas as suas possessões materiais, "São Francisco de Assis dedicou-se de corpo e alma ao serviço dos pobres e aflitos". Sua abnegação, amor e zelo atraíram um grupo de seguidores que mais tarde formaram a Ordem dos Franciscanos, fundada sobre humildade, simplicidade, pobreza e oração. Ninguém, entretanto, conseguiu igualar o exemplo do homem que se esforçou “talvez mais do que qualquer outro homem, para imitar a vida e o espírito de Jesus".

Francisco de Assis e o seu grupo escaparam por pouco da ceifa da Inquisição, que exterminou outros grupos de protesto, porque “o movimento franciscano era realmente uma heresia, uma revolta contra a regimentação de doutrina e vida, em busca da liberdade e do amor dos ensinos originais de Cristo".

Este hino, que é considerado o mais antigo poema religioso na língua italiana, é somente um dos muitos cânticos que ele criou. Esses cânticos eram expressões de um homem que se regozijava no Senhor, enquanto sentia muita tristeza pelos pecados do mundo e pelo sofrimento de Cristo.

Sugere-se intercalar as estrofes deste hino com os versículos do Salmo 148, no qual evidentemente foi inspirado. O periódico Sinos nº. 4, publicado pela Imprensa Metodista em 1948, incluiu 5 estrofes deste poderoso hino de adoração.

O hinólogo inglês, Dr. William H. Draper (1855 - 1933), que levou para o inglês muitos hinos latinos e gregos, fez uma excelente versão deste hino entre 1899 e 1919. Esta versão ganhou a linda melodia, LAST UNS ERFREUEN (Regozijemo-nos), da coletânea Geistliche Kirchengesänge (Cânticos Espirituais da Igreja) publicada em Colônia, na Alemanha, em 1623. Por causa da nítida semelhança desta melodia com outras do século XVI, alguns acham que há mais de suas frases e linhas melódicas que são comuns à hinodia daquele século, usadas à vontade pelos compositores posteriores.

A versão de Draper foi habilmente traduzida pelo Prof. Isaac Nicolau Salum, Jorge Cesar Mota e outros em cerca de 1948.

Bibliografia: Ream Ethel D., Sinos n° 4, São Paulo, Imprensa Metodista, 1948, p. 24.

1.11 H.A. 016 - A Deus Demos Glória

Letra: Fanny Jane Crosby (1820 1915)Música: William Howard Doane (1832-1915)

“Exultai! Exultai! Vinde todos louvarA Jesus, Salvador, a Jesus Redentor.A Deus demos Glória, porquanto do céuSeu Filho bendito por nós todos deu! ”

Há palavras de louvor mais conhecidas ou mais amadas do que estas em nossas igrejas? Dar glória a Deus deve ser o maior desejo de cada crente e de cada igreja. Como diz Hebreus 2. 12: ”Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação”. Devemos estar sempre prontos a louvá-lo por ter-nos enviado o nosso Salvador. Devemos sempre ser aptos a reconhecer a mão de Deus, que nos abençoa em tudo que procuramos fazer para ele em nossas igrejas. Johann Sebastian Bach teve toda a razão quando declarou: ”O alvo e razão de existência para toda a música deve ser nada menos que a glória de Deus”. Glorifiquemos a Deus com este maravilhoso hino de louvor.

A prolífica poetisa Fanny Crosby escreveu este hino. Difere da maior parte dos seus hinos por expressar o louvor mais objetivo, e não o típico testemunho ou a experiência pessoal característico da sua época.

Fanny Crosby nasceu no condado de Putnam, Estado de Nova Iorque, em 24 de março de 1820. Seus pais, fazendeiros pobres, eram puritanos dedicados, descendentes dos fundadores da Colônia da Baia de Massachusetts e membros da igreja presbiteriana. Por causa de um tratamento errado duma inflamação dos seus olhos, Fanny ficou praticamente cega com seis semanas de idade, podendo perceber somente uma luz brilhante.

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Em novembro daquele ano seu pai, John Crosby, morreu. Por necessidade, sua mãe. Mercy, foi trabalhar numa fazenda vizinha, deixando Fanny aos bons cuidados da sua avó, Eunice. Para outra pessoa, ser cega poderia ser o fim, mas não para Fanny. Sua avó decidiu ser seus olhos. Dedicando-se de corpo e alma ao bem da sua neta, ensinou-a muitas coisas que fariam dela uma menina independente e alegre. Dela Fanny aprendeu a arte da descrição: dos pássaros, do pôr do sol, cujas cores ela podia às vezes perceber vagamente, e das flores.

Dela Fanny aprendeu a amar e decorar a Palavra, a orar, a se unir com os crentes na Igreja e cantar, o que Fanny amava demais, decorando os Salmos com grande rapidez. Ainda criança, Fanny, quando desanimada pela cegueira, perguntou a Deus se, mesmo cega, poderia ser uma filha dele. Testemunhou, mais tarde, que ouviu a voz de Deus dizendo a ela; “não se desanime, menina. Um dia você será muito feliz e operosa mesmo na cegueira”.

A tradução literal duma poesia escrita por ela aos oito anos mostra sua personalidade:

Então pode chorar e soluçar porque sou cegaOh, que menina contente sou eu, Apesar de não poder ver, Pois decidida estou queNeste mundo alegre serei! Quantas bênçãos recebo euEntão pode chorar e soluçar porque sou cegaPorque isso não farei!

Este poema foi profético, pois Fanny Crosby seria, em toda a sua vida, caracterizada pela alegria.Com a idade de 15 anos, Fanny entrou no Instituto Para Cegos, em Nova Iorque , com excelente

aproveitamento. Continuou no seu hábito de escrever poesia, muitas vezes solicitada a suprir a letra para músicas que lhe eram entregues. Além de tocar violão, que aprendera quando criança, tornou-se cantora concertista, pianista talentosa e proficiente e aprendeu o órgão e a harpa. Ao se formar, tornou-se professora da instituição.

Em 1850, depois de passar alguns meses considerando se ela era realmente salva, num camp meeting ao som do hino Por Meus Pecados Padeceu de Watts, Fanny recebeu a certeza de sua salvação. ”Minha alma inundou-se com a luz celestial”, testificaria depois. Levantou-se exclamou: "Aleluia! Aleluia!" Entregando sua vida totalmente a Cristo, ela disse: ”Pela primeira vez entendi que estava procurando segurar o mundo em uma mão e o Senhor na outra”.

Fanny começou a suprir letras para canções e cantatas do destacado compositor George F. Root. Obtiveram muito sucesso. Mas o compositor que usou a vida de Fanny foi Willian B. Bradbury. Procurando quem escrevesse letras para seus hinos e ouvindo da capacidade de Fanny, procurou-a. “Fanny”, disse ele, “dou graças a Deus que nós nos encontramos, porque acho que você pode escrever hinos”. A seu pedido, Fanny escreveu um hino e lho deu. Bradbury estava entusiasmado, e ali começou uma parceria que continuaria até a morte dele. “Parecia que a grande obra da minha vida começara”, escreveu a poetisa que continuaria a escrever, dando ao mundo mais de 9.000 hinos!

Aos 38 anos, Fanny casou-se com Alexander Van Alstyne, músico cego, conhecido como um dos melhores organistas em Nova Iorque. Homem bonito, jovial e muito apreciado, empregou-se em várias igrejas como organista e ensinava órgão para sustentar a família. Tiveram um filhinho, mas esse morreu na infância.

Poucos souberam sobre ele: ”Van” compôs melodias para alguns dos textos de Fanny, mas não perduraram. Um hinário que os dois prepararam não foi aceito pela editora, porque, disseram, não queriam um hinário somente de duas pessoas.

Nos anos que seguiram, Fanny continuaria a escrever letras para hinos dos mais conhecidos hinistas. Chegou a usar 204 pseudônimos! Nunca fez questão de remuneração adequada. Morava em lares muito simples, vivia modestamente e dava muito do que recebia aos outros. Não se gabava na sua fama. Conheceu mais de um Presidente do seu País. Foi a primeira mulher a falar diante do Senado dos Estados Unidos. Pregava nos púlpitos de grandes igrejas e fez conferências em muitos lugares. À sua própria maneira, tornou-se um dos evangelistas mais proficientes da sua época. Amava o trabalho das missões como o Exército de Salvação, Associação de Moços Cristãos, e a famosa Bowery, que trabalhavam com os alcoólatras e necessitados. Cooperava nestes trabalhos, dando muito de si.

Embora fosse mulher muito pequenina, parecia ter energia ilimitada. Mulher de oração, nunca escrevia um hino sem ter orado, pedindo a direção de Deus. Gostava das horas da noite para comunhão com seu Senhor. Possuindo uma memória extraordinária, conhecia muitos livros da Bíblia de cor. Nunca gostou de usar o Braile, e decorava seus textos, ditando até quarenta deles de uma só vez à pessoa que consentisse em escrevê-los. Compôs músicas de grande beleza, mas se recusou a publicá-las. Publicou cinco volumes de poesias. Escreveu o libretto de um oratório.

Uma vez, questionada como podia escrever tantos hinos, Fanny comentou:“Que alguns dos meus hinos foram ditados pelo Espírito Santo, não tenho nenhuma dúvida; e que outros

foram o resultado de profunda meditação, sei que é verdade; mas que o poeta tenha o direito de reclamar mérito especial para ele mesmo é certamente presunção. Sinto que há um poço de inspiração do qual podemos tirar os tragos efervescentes que são tão essenciais à boa poesia. (. . . ) Às vezes o hino vem a mim por estrofes, e precisa somente ser escrito, mas nunca peço que uma porção de um poema seja escrita até que o poema todo seja completo. Então geralmente preciso podar e revisar muito. Algumas poesias é verdade, vêm completas, mas

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a maioria, não. (. . . ) Nunca começo um hino sem primeiro pedir meu bom Senhor para ser minha inspiração no trabalho que estou a começar.”

Fanny Crosby, que ministrou e continua a ministrar ao mundo todo com suas mensagens que “tocam o coração”, poucos dias antes da sua morte, numa visita de obreiros, falou estas palavras muito significativas:

“Creio que a maior bênção que o Criador me proporcionou foi quando permitiu que a minha visão externa fosse fechada. Consagrou-me para a obra para a qual me fez. Nunca conheci o que é enxergar, e por isso não posso compreender a minha perda. Mas tive sonhos maravilhosos. Tenho visto os mais lindos olhos, os mais belos rostos e as paisagens mais singulares. A perda da minha visão não foi perda nenhuma para mim.”

Fanny faleceu em Bridgeport, Estado de Connecticut em 12 de fevereiro de 1915. A pedra da sua sepultura é simples. Como pedira; tinha simplesmente as palavras Aunt Fanny – She Did What She Could. (Tia Fanny - Ela fez o que pôde). Em 1955, um grande monumento foi erigido sobre o seu túmulo homenageando esta serva de Deus e incluindo a primeira estrofe de Que segurança! Sou de Jesus!

O compositor publicador William Howard Doane, um dos parceiros mais bem sucedidos de Fanny, musicou esta letra e publicou o hino na sua coletânea Brightest and Best (O Mais Brilhante e o Melhor) em 1875. O ilustre hinólogo W. J. Reynolds acha estranho que o hino não fosse incluído logo nas seis coletâneas de Gospel Hymns publicadas por Bliss e Sankey nos Estados Unidos, porque Sankey o introduziu nas suas campanhas evangelísticas com Moody na Inglaterra em 1873-1874 e incluiu-o nas suas coletâneas publicadas naquele país, os Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros - coletânea que continua a ser publicada até hoje), Por isso, o hino não foi bem conhecido nos Estados Unidos até que a equipe de Billy Graham o trouxesse das suas campanhas na Inglaterra em 1954. Assim, este hino favorito dos crentes brasileiros foi redescoberto na América do Norte, tornou-se muito amado e aparece em muitos hinários mais recentes.

O nome da melodia, TO GOD BE THE GLORY, corresponde ao título original do hino, bem traduzido para o português, "A Deus Demos Glória."

Este hino foi primorosamente traduzido pelo Pastor Joseph Jones em 1887 e entrou nos hinários evangélicos mais antigos no Brasil.

Joseph Jones (1848-1927) nasceu em Portugal, filho de ingleses. Em 1857, aos 23 anos, converteu-se através do testemunho de membros duma família batista. Foi batizado em Londres. Retornou a Portugal e, onde iniciou atividades evangelísticas. Apesar da perseguição, Jones abriu uma Casa de Oração no subúrbio de Bonsucesso, na Ilha Mastro, perto do local onde mais tarde seria construído o tabernáculo batista.

Bibliografia: Jackson, Samuel Trevena. Fanny Crosby’s Story of Ninety-four Years, New York, Revell, 1915, p. 33, em: Ruffin, Bernard, Fanny Crosby, Philadelphia, PA, United Church Press, 1976, p. 28.

1.12 H.A. 018 - Santo! Santo! Santo!

Letra: Reginald Heber (1783-1826)Música: John Bacchus Dykes (1823-1876)

Reginald Heber nasceu na Inglaterra, educou-se em Oxford, onde recebeu o prêmio da Universidade por um poema latino. Aos vinte e quatro anos entrou para a obra do ministério em Hodnet. Mais tarde foi chamado para a diocese de Calcutá, onde trabalhou por três anos. Sua vida foi encurtada por afogamento em 1826.

Heber preservou sua pureza de vida e sua reverência, num mundo de vício e pecado. Alguém disse dele: “Se o seu coração fosse coberto apenas por um vidro, ninguém necessitaria temer ler os seus pensamentos, de tão puros que são.”

Esta é a razão porque podia aproximar-se de Deus com a mais sagrada frase: “Santo! Santo! Santo! Senhor Deus Todo Poderoso!” Lemos em “Early Writings”, (Primeiros Escritos): “As palavras Deus Todo Poderoso são juntadas e usadas por alguns em oração de maneira irrefletida e descuidada, o que Lhe é desagradável. Tais pessoas não possuem o senso de Deus ou da verdade, senão, não falariam tão irreverentemente do grande Deus, que breve irá julgá-los no último dia. Disse o anjo: “Não as associem, pois terrível é o Seu nome”. Os que compreendem a grandeza e a majestade de Deus tomarão o Seu nome nos lábios com santo temor”. Pág. 122

Este hino é a mais solene expressão de culto, e deveria ser cantado reverentemente.A música de Dykes é apropriada, rica em harmonia e altamente expressiva. Ganharia muito se o

cantássemos reverentemente e atentos como se estivéssemos na presença divida.

1.13 H.A. 020 - A Ti, Toda a Glória

Letra e Música: Tradicional HolandesaTradução, arranjo e harmonização: Edward Kremser - publicado no Sechs Altniederländische Volkslieder (Leipzig, Alemanha) em 1877

Este poema de louvor foi escrito originalmente em 1597 para celebrar uma vitória holandesa. Apareceu no hinário Nederlandtsche Gedenckclanck, editado por Adrianus Valerius (Haarlem, Holanda, 1626)

O harmonizador deste hino nasceu e faleceu em Viena, Áustria (10 de abril de 1838 a 27 de novembro de 1914), Edward Kremser. Tornou-se mestre-capela em 1869 e desenvolveu uma atividade musical muito extensa. Regente coral, compositor de obras vocais, corais e instrumentais, Kremser foi também compilador e arranjador.

Kremser descobriu a coletânea compilada por Adrian Valerius e a valorizou, utilizando dela seis melodias.

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1.14 H.A. 021 - Vigiar e Orar

Letra: Autor DesconhecidoTradução: Alfredo Henrinque da Silva (1872-1950)Música: Sophia Zuberbühler (1833-1893)

Eram 4 horas da manhã na primavera de 1967. Depois de pregar e comungar com os irmãos num pequeno lugarejo chamado Volta, entre Urucuí e Ribeirão Gonçalves, no centro-sul do Piauí, o Pr João Alves Feitosa, então Secretário-Executivo da convenção Batista Piauí-Maranhão, estava na sua rede pendurada no galpão da casa de palha de um dos membros da congregação. Toda a família havia se abrigado no único quarto da casa . O Pr Feitosa acordou ao som de uma música suave, um pouco à distancia. "Bem de manhã, embora o céu sereno pareça um dia calmo anunciar", ele ouviu, Que maneira maravilhosa de acordar!

Percebeu que o pequeno grupo de irmãos estava num círculo, cantando este belo hino.Embora estivesse muito cansado da sua longa viagem do dia anterior, num antigo ônibus sobre uma

acidentada e empoeirada estrada, cheia de ondulações, o pastor apressou-se a se reunir a este corajoso grupo que começava cada dia num culto de louvor ao seu Salvador e Senhor e a orar para que Deus mandasse chuva àquele lugar. Desde então, o Pr. Feitosa não pode cantar este hino sem ver na sua mente e coração aquele pequeno grupo, no sul do Piauí, levantando sua voz nesta comovente oração.

O autor destas singelas palavras é desconhecido. O pastor Alfredo Henrique da Silva a traduziu, em 1913, do hinário francês Psaumes et Cantiques (Salmos e Cânticos), que, como muitos hinários da época, não registravam os autores. Sua versão está em quase todos os hinários evangélicos do Brasil, demonstrando seu valor.

A linda melodia VEILLE TOUJOURS (Vigie Sempre), escolhida para este hino, é de Sophia Zuberbühler (1833-1893). Não há outras informações biográficas disponíveis sobre esta compositora no momento.

Bibliografia: BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes. Música Sacra Evangélica no Brasil, Rio de janeiro, Livraria Kosmos Editora, 1961. p. 338

1.15 H.A. 028 - Morre o Dia

Letra: Mary Artemisia Lathbury (1841-1913)Música: William Fish Sherwin (1826-1888)

Este favorito hino vespertino originou-se em Chautauqua, Nova York, onde foi escrito a pedido do Dr. John H. Vincent, o fundador da Original Assembléia de Chautauqua. Mary Artemisia Lathbury e algumas vezes chamada “A Poetisa Laurcada de Chautauque”, por causa de sua poesia religiosa e sua contribuição para os jornais Metodistas. Ela fundou a “Look-Up Legion” nas escolas Dominicais Metodistas, que tinham por lema:

“Olhe para cima, não para baixo;Olhe para a frente, não para trás;Olhe para fora e não para dentro,E dê-me uma mãoEm Seu nome”.

Estas linhas foram escritas por Edward Everett Hale.A melodia “Chautauqua” ou “Evening Praise” foi escrita por W. F. Sherwin para o hino da Sta Lathbury em

1877. É um bom exemplo de um hino e melodia tão intimamente relacionados que ninguém pensaria em separá-los. William Fiske Sherwin, batista foi um líder de coros bem sucedido e organizou os coros de Chautauqua. Foi por algum tempo aluno do Lowell Mason, promotor da música nas escolas públicas e compositor de muitas melodias e hinos.

H. Augustine Smith dis deste hino: “Ele expressa a maravilhosa beleza da noitinha – o temor, admiração e a reverência que instintivamente pertencem a tais horas... O hino todo sugere a quietude do pôr do sol ao lado do lago, com a brisa da tarde soprando nas folhas das árvores”. Lyric Religion, pág. 75. H. Augustine Smith.

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1.16 H.A. 033 - Castelo Forte

Letra e Música: Martinho Lutero (1483-1546)Em Abril de 1521, Martinho Lutero declarou diante o tribunal de Worms: "Não posso fazer de outro modo.

Mantenho o que escrevi. Que Deus me ajude." Suas Noventa e Cinco Teses afixadas à porta da igreja em Winttenburg em 31 de outubro de 1517 iniciaram a maior revolução na história da Igreja Cristã: a Reforma Protestante.

Pregara e publicara com ousadia sobre os abusos, erros e pecados da igreja romana. Por estas e outras razões o Papa e outros líderes da igreja Católica queriam a sua morte. Lutero continuou vivo porque seu amigo, o Eleitor da Saxônia, Frederico Sábio, instrumento nas mãos de Deus, o manteve no seu castelo de Wartburg.

Outros reformadores antecederam Lutero. João Huss e seus seguidores, morávios sem número, muitos anabatistas, valdenses e lombardos pagaram o preço máximo por sua fé. Mas Deus salvou a vida de Lutero para que traduzisse a Bíblia do hebraico e grego para a língua alemã. Esta obra levou treze anos!

Em Wartburg, também pode preparar outros meios para seu povo poder ser salvo em Cristo. Precisavam de cultos em alemão para sua compreensão. Precisavam cantar a sua fé e louvar a Deus na sua própria língua. Como muitos do seu povo, Lutero, a quem Hans Sachs chamou de "O Rouxinol de Winttenberg", amava muito a música. Tocava o alaúde e a flauta com perfeição. Os hinos de João Huss e seus seguidores foram traduzidos para o alemão.

Sem dúvida, Lutero possuíra o hinário dos morávios, Ein Neu Gesengbuchlein, editado por Michael Weiss, em 1531. Presenciara o martírio dos anabatistas. Ouvira sues poderosos hinos ao seu Pai e Salvador. Cria, como eles, que o cântico do culto não devia ser dado somente ao clero, mas pertencia também à congregação. Para esse fim, precisavam de coletâneas de hinos congregacionais e corais no seu próprio idioma.

Lutero escreveu em 1524: Desejava, seguindo o exemplo dos profetas e anciãos da igreja, dar salmos alemães ao povo, quer dizer, hinos sacros, para que a palavra de Deus pudesse habitar entre o povo por meio do canto também. Para isso, procurou outros músicos idôneos para se unirem a ele para providenciar esses hinos congregacionais.

Com o mui hábil músico Johann Walther, em 1524, publicou o primeiro de muitos hinários: Geistlich Gesang Buchlein. No prefácio deste hinário, Lutero escreveu:

" Que o cantar de cânticos espirituais é uma coisa boa e agradável a Deus, creio eu, não é escondido de qualquer irmão. . . [Isto] tem sido conhecido por todos e pela cristandade universal desde o começo. Pois São Paulo também afirma isto em I Coríntios 14, e ordena aos Colossenses que cantem salmos e cânticos espirituais ao Senhor nos seus corações, para que a Palavra de Deus e o ensino de Cristo sejam assim espalhados por toda a terra e praticados de toda a maneira. Assim, como um bom começo e para encorajar aqueles que possam fazer melhor, eu e outros temos ajuntado certos cânticos espirituais com o intuito de espalhar e dinamizar o Santo Evangelho que agora, pela graça de Deus, emergiu de novo para que possamos nos gloriar, que Cristo é a nossa Fortaleza e Cântico, e que não conheçamos outra coisa para cantar ou dizer senão Jesus Cristo nosso Salvador, como Paulo diz em I Coríntios 2. "

Para este hinário, Lutero empregou muitos hinos e salmos existentes. Adaptou músicas das missas, para que expressassem fé Bíblica. Aproveitou das melodias folclóricas do seu povo, com requisito que fossem apropriadas para cultuar a Deus e que não tivessem associados com letras lascivas.

Lutero disse "Não pretendo deixar para o Diabo as melhores melodias!" Seu bom gosto, sua musicalidade, seu estudo cuidadoso da Palavra e a sua fé lhe deram idoneidade na escolha da música apropriada para o culto. Calvino, porém, ensinou que a música do culto devia se limitar aos Salmos. Outros extremistas diziam que a música, que criam ser de Satanás, não devia ser usada nos cultos de forma nenhuma. Para esses, Lutero replicou:

"Não sou da opinião de que, pelo evangelho, todas as artes devessem ser banidas e lançados fora, como alguns fanáticos querem que creiamos. Quero ver todas as artes, principalmente a música, no serviço daquele que as criou e no-las deu. A música é a bela e gloriosa dádiva de Deus. . . A música transforma os homens em pessoas mais gentis, mais auto-controladas e mais razoáveis."

De grandes ameaças e sofrimentos nascem os nossos melhores hinos. O primeiro hino de Lutero, consagrado a dois frades martirizados, intitulou-se O Cântico dos Dois Mártires de Cristo em Bruxelas, Queimados pelos Sofistas de Louvain. Seu hino inigualável, Castelo Forte, foi escrito "na hora mais escura na história deste movimento".

Perseguições da parte do Imperador Carlos V ameaçavam a existência dos chamados "Protestantes". Lutero mesmo sofria ameaças de morte à toda hora. Sofria fisicamente, também. Quando foi acometido pela "praga" que ceifou muitos dos seus irmãos na fé, deu as suas despedidas à sua família. De novo, Céus tinha outro plano para Martinho Lutero.

Este hino, escrito em 1529, em Coburg, foi o chamado à batalha de Lutero. James Moffatt chamou-o de "o maior hino , do maior homem, do maior período da história da Alemanha". Foi cantando com emoção e sinceridade ao longo desses quase quatro séculos, em milhares de línguas. Define até onde podemos confiar em nosso Castelo Forte, nosso Escudo e Boa Espada. Mostra, também , quem é o nosso inimigo;o Tentador, com seus demônios, contra os quais em nós mesmos não há força para resistirmos. Mas, Cristo o venceu na cruz. Quem nos defende é o Senhor dos altos céus, o próprio Deus. O grande acusador cairá com UMA SÓ PALAVRA!

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Page 16: HISTÓRIA DE HINOS

John Julian, no seu Dicionário de Hinologia declara: "Lutero é o Ambrósio da hinodia alemã. Ele é o primeiro hinista evangélico. A Lutero pertence o mérito extraordinário de ter dado ao povo germânico no seu próprio idioma, a Bíblia, a Catequese e o hinário, para que Deus pudesse falar com eles diretamente pela sua palavra e que eles pudessem responder a Ele nos seus cânticos!"

Seus hinos são caracterizados por simplicidade e força, e um tom considerado ‘tom da igreja’ pelo povo comum. Sopram o espírito de ousadia, confiança, com a alegre fé dos justificados, que era o coração que batia na sua teologia e piedade. Ele tinha a extraordinária habilidade de expressar profundos pensamentos em palavras bem claras. Nesta característica ninguém o sobrepujou. Esse foi o segredo do seu poder. Ele nunca deixou a o leitor uma dúvida quanto a o que ele quis dizer. Entregou a verdade bem no coração do povo comum. Como o afamado Ruy Barbosa, sempre usou a palavra certa no lugar certo. Ele nunca perderá seu domínio sobre o povo da fala germânica.

Seus hinos, além da Bíblia alemã provaram ser os missionários mais eficazes das doutrinas e piedade evangélicas. Lutero ainda precisando de novos salmos e hinos, escreveu para Spalatinem 1523:

"É meu plano. . . escrever salmos no vernáculo para o povo. . . Procuramos em todos os lugares por poetas. . . Mas desejo que expressões "da moda e da Corte"sejam evitadas e que as palavras possam todas ser muito simples e comuns para que o povo comum possa compreender, entretanto manejadas com arte e pureza".

Um artigo em 1935 do jornal O Estado de São Paulo sobre o assunto musical, dizia o seguinte: "Cabe a Martinho Lutero realmente a celebridade de popularizar o Lied eclesiástico. Ele, o fixador da língua alemã. . . não se contentou em traduzir a Bíblia para o alemão, mas utilizou-se da musicalidade alemã acordada pelos Mestres Cantores e fez cantar em alemão na sua igreja os salmos e outros textos litúrgicos. Ele mesmo atuou como compositor e em 1524 aparecia em Choralbuch, cujas melodias em grande parte são obra de Lutero. A simplicidade, a interioridade de sues Lieder religiosos são incomparáveis. Muitos outros de seus Lieder. . . são cantados ainda hoje".

Lutero "havia dado mais do que nenhum outro dera jamais ao seu povo - a língua, a Bíblia, a hinologia. ", escreveu Bill Ichter, no primeiro volume da revista Louvor, em 1980.

Este hino conhecido como "A Marselhesa da Reforma", conserva até hoje o seu poder e poderíamos usá-lo ainda em outro conflito semelhante. . . Há pelo menos 53 traduções em inglês, merecendo todos os destaques no Dicionário de Hinologia de John Julian. . . "Sua melodia, de acordo com McCutchan, é excelente em todos os sentidos. É empolgante e tem dignidade, unidade e autoridade raramente igualadas".

Basta dizer que são muitos os compositores que têm usado trechos desta melodia em suas obras. Ente eles, podemos citar J. S. Bach, Wagner, Mendelssohn, e Meyerbeer. Julian registra nove principais hinários que Lutero publicou para as igrejas alemãs. Sua lista também inclui onze traduções do latim, quatro hinos populares da Pré –Reforma revisados por Lutero, sete Versões dos Salmos, seis paráfrases de outras porções das Escrituras, bom como oito hinos basicamente originais, além de algumas músicas corais adaptadas de textos católicos – o total de tinta e oito. Este autor descobriu trinta e dois hinos de Lutero em hinários brasileiros. Naturalmente, devem existir mais.

A biografia de Martinho Lutero aparece em muitos bons livros e artigos. O autor recomenda sua leitura, para o leitor ter uma boa de quem era, por fim, esse grande homem e como Deus o preparou e usou na história da igreja e do mundo, além da história da hinodia.

Bibliografia: Julian, John, A Dictionary of Hymnology, Revised Edition, Vol. 1, New York, N. Y. , Dover Publications, 1957, p. 704-705.

1.16.1 H.A. 033 - Castelo Forte

Lá por volta do ano 1500 da nossa era, estava triunfante o movimento da Reforma Religiosa na Europa. Iniciado por Martinho Lutero e coadjuvado por Melanchton (um leigo-teólogo), Calvino, Zwinglio, Huss, Farel e outros, tomou logo conta de todos os países; mas no ano de 1523, em Bruxelas, dois jovens, cujo único crime fora a sua profissão de fé na nova doutrina, foram queimados. Em honra a esses dois mártires, Lutero escreveu e compôs a música do seu primeiro hino: Castelo forte é nosso Deus, o qual é uma paráfrase do Salmo 46:

1 “ Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.2 Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares;3 Ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.”

Martinho Lutero(1483-1546) é conhecido como o Apóstolo da Reforma.Foi também o pai do canto congregacional, pois antes disso a congregação não tinha o costume de cantar

hinos. Os poucos hinos que havia eram cantados em latim, somente pelos oficiais da igreja. Foi ele que introduziu o cântico por toda a congregação!

Mas, o hino em foco foi considerado como a "Marselhesa da Reforma", pois todos os cristãos da Reforma cantavam-no com o mesmo entusiasmo dos patriotas da França. De facto, sendo a letra e a música de Lutero, este cantico espalhou-se por toda a Terra e tornou-se o hino oficial da Alemanha Protestante.

Era cantado diariamente por Lutero e por seus companheiros. Até os inimigos da Reforma diziam: "O povo inteiro está cantando uma nova doutrina".

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Assim, este hino cooperou muito no desenvolvimento da Igreja cristã naqueles dias. Foi tão grande a repercussão deste hino que homens ilustres, artistas e músicos de fama usaram-no nos seus temas: o exército de Gustavo Adolfo cantou-o antes da Batalha de Leipzig, em Setembro de 1631; Meyerbeer usou-o como tema de sua ópera de fundo religioso, "Os Huguenotes"; Mendelsohn usou-o na sua "Sinfonia da Reforma"; Wagner utilizou-o em "Kaiser-Marsch" e J. S. Bach também o usou numa de suas cantatas sacras.

E hoje, faz parte de todos os hinários sacros da Igreja Cristã, levando o número 328 em "Hinos e Cânticos" - 16ª edição.

Ele nunca morrerá, mas viverá para sempre!Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos25.html

1.16.2 H.A. 033 - Castelo Forte

Letra e Música - Martinho Lutero (1483-1546)“O melhor cântico, do maior homem, no mais importante período da história germânica”, é a opinião de

James Moffat. Este “Cântico de Batalha da Reforma” foi primeiramente publicado em “Geisleche Lieder” em 1529. Foi traduzido umas oitenta vezes, em pelo menos cinqüenta línguas. Foi provavelmente escrito por ocasião da Dieta de Spira, em 1529, quando o partido Evangélico fez seu protesto em 19 de abril, pelo qual,  “em assuntos relacionados com a honra de Deus e a Salvação de nossas almas, cada homem deverá estar só diante de Deus e dar contas de si mesmo.”

O Dr. John Julian diz a respeito dos cânticos de Lutero; “Seus cânticos se caracterizam pela simplicidade, força e popular tom religioso. Eles transpiram audácia, confiança, espírito alegre provindo de uma fé que justifica, a qual é o vivo coração de sua teologia e piedade. Ele possuía a extraordinária faculdade de expressar em uma linguagem clara, pensamentos profundos. Neste dom ele não é superado por qualquer escritor não inspirado e nisto esta o segredo do seu poder”. (Dictionary of Hymnology, Julian, pág. 414).

Martinho Lutero deu ao povo alemão a Bíblia em sua própria língua , o Catecismo e o Hinário, a fim de que Deus pudesse falar-lhes diretamente através de Sua Palavra, e eles pudessem falar a Deus através dos cânticos religiosos, os quais tem sido um dos proeminentes característicos da Igreja Protestante.

Lutero cria na música e no seu lugar no culto divino. “Estou fortemente persuadido”, escreveu ele, “de que depois da Teologia, a música é a única arte capaz de dar paz e alegria ao coração, como aquela produzida pelo estudo da ciência da divindade”.

Trinta e sete cânticos e um bom número de melodias lhe são creditadas. Este é provavelmente o maior de todos os corais e tanto a letra quanto a música são obra do próprio Lutero. Pode ser tomado como o símbolo da Reforma.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.17 H.A. 034 - Quão Grande És Tu

Letra e Música: Carl Boberg 1859-1940)Esta história começa na Suécia. Carl Boberg nasceu em Monsteras, na Costa sudoeste da Suécia, em 16

de Agosto de 1859. Seu pai era carpinteiro num estaleiro de navios, e sua casa dava bem para o estuário do rio Monsteras. Carl converteu-se aos 19 anos de idade. Num certo domingo, quando ia para a reunião, encontrou-se com alguns jovens pouco mais velhos do que ele, os quais insistiam para que fosse jogar em sua companhia e de algumas garotas amigas. Carl, que esperava encontrar, na reunião, o pregador que anteriormente tinha tocado profundamente em seu coração, e, não querendo perder o seu novo sermão, não aceitou o convite dos amigos.

A mensagem do pregador, naquele domingo, sobre o pecado e a graça foi direta ao coração de Boberg. Após a reunião, todavia, vagueou de um lado para outro sob profunda convicção de pecado, a tal ponto que, ao chegar a uma campina, caiu de joelhos e confessou-se um pecador irremediavelmente perdido. Nesse estado de espírito buscou o perdão, orando dia e noite, até que, ouvindo um menino tentando aprender de cor o versículo de João 14.13, que diz: "Tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei", a sua constante repetição fez com que ele compreendesse a verdade e assim encontrasse perdão e paz, simplesmente aceitando as palavras de Cristo.

Quatro anos mais tarde, no verão se 1885, Boberg escreveu o poema "O Store Gud", que conhecemos agora como "Quão Grande és Tu", e que foi publicado pela primeira vez em "A Folha de Monsteras", no dia 13 de Março de 1886. De 1890 até 1916 Boberg foi editor de um semanário cristão, "Testemunho da Verdade". De 1911 até 1924 foi representante de sua cidade no Parlamento Sueco. Sofreu, porém, um derrame em 1937, que paralisou o seu lado direito, vindo a falecer em 1940.

Naquele dia quente de verão de 1885, Carl Boberg e outros da sua cidade foram a uma reunião que se realizaria a duas milhas ao sul de Monsteras. De volta para casa, desabou uma tempestade; os raios riscaram os céus e os ventos sopraram sobre as plantações. Em apenas uma hora a tempestade cessou e o arco-iris apareceu! Chegando em casa, Boberg abriu a janela e viu o estuário que ficava em frente à sua casa, como se fosse um límpido espelho. Repetiu, então, baixinho, os versos de Nicander: "Bem vinda, ó brilhante tarde; Bem vinda, calma e linda".

Da outra banda do rio ouviu o canto dos pássaros no bosque. Tinha havido um funeral naquela mesma tarde e, de longe, podia ser ouvido o repicar dos sinos, na quietude daquele entardecer. A atmosfera e a beleza da

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paisagem tocaram a mente poética de Boberg e ali encontrou expressões para escrever o hino que hoje conhecemos come "Quão Grande és Tu".

Em 1891, Boberg, sendo editor de um daqueles periódicos, publicou o seu hino com aquela música.É interessante notar que já em 1910 este hino havia sido traduzido para o português, pelo ilustre hinólogo

Dr. João Gomes da Rocha, tradutor de inúmeros hinos, e foi publicado no hinário "Louvores", em 1938, pelo Centro Brasileiro de Publicidade Ltda. Esta tradução constava de dez estrofes e coro (Se os Hinos Falassem, Vol.1).

Em 1907 apareceu uma versão em alemão, feita por Manfred Von Glehn, residente na Estônia. Mas em 1927, outro pregador russo, Ivan S. Prokhanoff, conhecido como o "Martinho Lutero da Rússia moderna", publicou uma versão em russo, a qual foi incluída no hinário chamado "Kimvale" (Címbalos), uma coleção de hinos traduzidos de várias línguas.

Em 1923, o inglês Stuart Keene Hine, um dos nossos mais dinâmicos e dedicados missionários, deixou a Inglaterra, a sua terra natal e foi com sua esposa anunciar o Evangelho na Ucrânia.

Ali conheceram a versão russa de "Grandioso és Tu", logo que havia sido publicada por Ivan S. Prokhanoff. O Sr Hine e sua esposa não sabiam, ainda, que o mesmo havia sido escrito originalmente em sueco. Eles apenas recordam-se de que o cantavam em dueto em campanhas evangelísticas.

Na pequena vila mais próxima das montanhas, na qual o autor subiu, ali mesmo ele pôs-se em pé na rua, cantou um hino Evangélico e leu, em voz alta, o capítulo três do Evangelho segundo João. Entre os atenciosos ouvintes que se aproximaram estava o mestre-escola (professor primário) daquela vila russa. Naquele momento foi-se formando uma grande tempestade e, não tendo o missionário onde se abrigar, o professor russo, que se tornara amigo, ofereceu-lhe hospedagem.

Como foram inspiradores aqueles "potentes trovões", ecoando através das montanhas! Foram aquelas impressões que deram origem à primeira estrofe do hino em inglês:

Senhor, meu Deus! Quando eu, maravilhado,Considero as obras feitas por Tua mão,Vejo as estrelas, ouço o trovão potente,O Teu poder demonstrado através de todo o universo:Então minha alma canta a Ti, Senhor,Quão Grande és Tu! Quão Grande és Tu!

Prosseguindo, o escritor atravessou a montanha fronteiriça com a Roménia, e lá, nas Bukovinas, (a terra das frondosas faias) encontrou alguns crentes. Juntamente com os jovens, passeou "entre as clareiras dos bosques e florestas" e "ouviu os pássaros cantando suavemente sobre as árvores". Como que instintivamente, todos começaram a cantar o hino "Quão Grande és Tu", traduzido por Ivan S. Prokhanoff, acompanhados de bandolins e violões.

Assim, inspirados parcialmente pela letra em russo e parcialmente pela visão de "todas as obras feitas pela Tua mão", as estrofes seguintes foram surgindo, em inglês!

Quando eu vagueio pelas matas e clareiras na floresta,E ouço pássaros a cantar nas árvores docemente;Quando olho desde a grandeza da montanha altaneiraOuço o riacho e sinto a suave brisa:Então minha alma.....

Contudo, pouquíssimos daqueles habitantes dos Montes Cárpatos, que viram ao seu redor as maravilhosas "obras das Tuas mãos", sabiam algo a respeito da salvação que aquele mesmo Deus grandioso havia providenciado - a grande obra mencionada na terceira estrofe.

Esta foi inspirado pelo seguinte fato:Enquanto o missionário distribuía folhetos, de vila em vila, numa distância de 120 milhas, deparou com

uma notícia surpreendente: "Há um homem que já possui uma Bíblia, a somente 20 milhas daqui", disse alguém. Esta novidade levou o irmão Hine a dirigir-se à humilde casa dum homem chamado Dimitri. A saudação cristã do missionário causou grande surpresa e alegria ao hospedeiro, pois antes, apenas dois outros crentes o haviam visitado, tendo ousado atravessar aquelas montanhas!

E, como foi que Dimitri veio a conhecer a Cristo? É o que vamos ver em seguida:Dezenove anos antes, os exércitos Czaristas invadiram os Cárpatos e a vila onde Dimitri morava ficava

bem no limite. Na pressa em retirar-se, um soldado russo deixou a sua Bíblia para trás. Porém, ninguém, na pequena vila, sabia ler, e, assim, a Bíblia ficou guardada até o dia da visita do Sr. Hine!

A esposa do Sr. Dimitri foi a primeira a aprender a ler e, como uma criança que está aprendendo as primeiras sílabas, começou a soletrar em voz alta para todos os vizinhos admirados, as palavras de João 3.16: "Por- que Deus a- mou o mun - do de tal ma - nei - ra ...".Lentamente, mas com perseverança, ela soletrava em voz alta, a mais maravilhosa história já ouvida, até chegar ao relato da crucificação, Foi aí que as lágrimas começaram a rolar e, homens e mulheres, com os joelhos dobrados, invocaram a Deus em voz alta!

Cerca de 12 pessoas foram realmente convertidas e o irmão Hine chegou justamente naquele momento e pôde ouvir o clamor de todos juntos, cada um expressando (inconscientes da presença dos demais) a sua profunda admiração por verem, pela primeira vez, a revelação do amor de Deus manifestado no Calvário.

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Eis o que diz a terceira estrofe (na versão em inglês):

"E quando penso que Deus não poupando a Seu Filho,Enviou-O para morrer, - mal posso entenderQue sobre a cruz, suportando de bom grado o meu fardo,Verteu Seu sangue e morreu a fim de tirar o meu pecado"

A quarta estrofe só apareceu após a segunda guerra mundial, durante a qual a casal Hine teve de transferir a sua residência para a Grã Bretanha. No ano de 1948 o país foi superlotado com a entrada de 100.000 refugiados de guerra, acrescidos aos 165.000 poloneses que lá já se encontravam. Quando um crente vindo de um país soviético foi visitá-los e deu-lhes oportunidade de fazer qualquer pergunta, um deles perguntou, expressando o desejo do coração de todos:

"Quando vamos para o lar?"Que melhor mensagem poderia ser dada àquelas pessoas sem lar, do que a que anuncia Aquele que foi

preparar um lugar para os "desabrigados". o lar celestial oferecido a quantos O receberam como Salvador e Senhor? Um russo foi convertido na Inglaterra e estava profundamente pesaroso por não poder dar a alegre notícia à sua esposa. Esta confessara o Senhor, a quem ele, naquela ocasião, não quis receber, e depois disso eles foram separados por causa da guerra, perdendo totalmente o contacto um com o outro. Agora ele anelava pelo dia "quando Cristo vier e levar-me ao lar", onde ela teria a grata surpresa de encontrar a esposo querido.

Esta confessara o Senhor, a Quem ele, naquela ocasião, não quis receber, e depois disso eles foram separados por causa da guerra, perdendo totalmente o contacto um com o outro. Agora ele anelava pelo dia "quando Cristo vier e levar-me ao lar", onde ela teria a grata surpresa de encontrar a esposo querido.

Inspirada por estes fatos, nasceu a quarta estrofe (na versão em inglês):"Quando Cristo vier com brado de aclamaçãoE levar-me ao lar - que gozo encherá meu coração!Então me prostrarei em humilde adoraçãoE proclamarei: Meu Deus, quão grande és Tu!"

Nosso irmão Stuart Hine, já idoso, em correspondência com o irmão Luiz Soares, forneceu os dados históricos deste hino tão belo, que se tornou tão popular através da sua excelente versão. O Irmão Hine examinou e aprovou a tradução de "Quão Grande és Tu", feito pelo irmão Luiz Soares para Hinos e Cânticos, onde devidamente autorizada, aparecerá com o número 467. A música trará o arranjo do próprio Hine.

Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos14.html

1.18 H.A. 35 - Tu És Fiel, Senhor

Letra: Thomas O. Chisholm (1866-1960)Música: William M. Runyan (1870-1957)

O poema deste hino foi escrito em1923 por Thomas Obediah Chisholm. Chrisholm nasceu em 29 de julho de 1866, na cidade de Franklin, Kentucky, EUA. Teve sua educação básica em uma pequena escola rural, e tornou-se professor desta escola aos 16 anos. Quando tinha 21 anos, tornou-se editor associado de um jornal semanal, o The Franklin Favorite.

Em 1893 tornou-se cristão, sob o ministério do Dr. Henry Clay Morrison (futuro presidente do Colégio Asbury, em Wilmore, Kentucky). Persuadido pelo Dr. Morrison, Chrisholm mudou-se para Louisville e tornou-se editor do Penecost Herald. Foi ordenado como ministro metodista em 1903 e serviu como pastor por pouco tempo em Scottsville, Kentucky.

Com a saúde debilitada, mudou-se com sua família para uma fazenda, perto de Winona Lake, Indiana. Tornou-se então um vendedor de seguros, mudando-se para Vineland, Nova Jersey, em 1916.

Em 1953 instalou-se no Lar Metodista para Idosos em Ocean Grove, Nova Jersey, onde morreu em 29 de fevereiro de 1960.

Chrisholm escreveu mais de 1.200 poemas, dos quais 800 foram publicados e muitos foram musicados.De acordo com Chrisholm, não houve uma circunstância especial que o levou a escrever este hino -

somente a sua experiência e a verdade bíblica. Este hino apareceu pela primeira vez na coletânea Songs of Salvation and Service (Cânticos de Salvação e Serviço), compilada por William M. Runyan, em 1923. Runyan escreveu a música especialmente para este poema. Em 1956 no Baptist Hymnal (Hinário Batista), foi publicado o seguinte comentário:

"Este poema em particular possuía tal apelo, que orei muito fervorosamente, para que a minha melodia pudesse conduzir a sua mensagem de uma maneira apropriada e digna, e a história subseqüente de seu uso indica que Deus respondeu a esta oração."

Fonte: http://www.cyberhymnal.org

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1.18.1 H.A. 35 - Tu És Fiel, Senhor

O homem lia com cuidado as várias poesias que tinha diante de si. Elas lhe foram enviadas por um amigo, para que ele, sentindo a devida inspiração, escrevesse músicas para acompanhá-las.

Uma das poesias logo chamou a sua atenção. "Esta poesia tinha tal apelo, que orei com todo o fervor pára que a minha melodia pudesse transmitir a sua mensagem duma maneira digna."

A cena descrita transcorreu em 1923. O compositor era o Rev. William Marion Runyan, metodista norte-americano. Sem dúvida, hoje podemos dizer: a música do compositor faz exatamente o que ele tão ardentemente desejou. .

Runyan nasceu no dia 21 de Janeiro de 1870, em Marin, Estado de Nova York. Tinha grande inclinação para a música. Iniciou os seus estudos de música quando tinha 5 anos, e aos 12 já servia como organista da igreja. Quando tinha 14 anos seu pai, que era pastor metodista, mudou-se, com a família para o Estado de Kansas.

Apesar do seu grande talento musical, Deus tinha outros planos para Ruhyan. Aos 21 anos de idade, foi consagrado ao ministério pastoral. Serviu como pastor e evangelista entre os metodistas por 32 anos.

Por causa de um problema de surdez, Runyan deixou o pastorado em 1923, para assumir responsabilidades na Universidade John Brown, trabalhando também como redator da revista Cristian Workers’ Magazine (Revista do Obreiro Cristão) e como compilador de hinários.

De 1931 a 1944, ele serviu no Instituto Bíblico Moody, em Chicago. Foi nesse Instituto que o hino Tu És Fiel, Senhor, tornou-se muito conhecido, tornando-se um dos prediletos dos alunos daquela instituição. Quando o Dr. Houghton, presidente da mesma, faleceu, o hino foi entoado por todos os presentes ao culto fúnebre.

Em 1923, quando Thomas Chisholm enviou aquelas poesias a William Runyan, este, compositor de quase 300 hinos, já havia feito umas 20 ou 25 músicas para acompanhar poesias de Chisholm, seu colega e grande amigo.

Thomas Obediah Chisholm nasceu no Estado de Kentucky, no dia 29 de julho de 1966. Nasceu em circunstancias humildes e teve de instruir-se por si mesmo. Apesar de só completar o curso primário por esforço próprio, mais tarde se tornou professor. Com 21 anos já era redator auxiliar do jornal local.

Com 27 anos, Chisholm se converteu durante uma série de conferências evangelísticas. Mais tarde, foi consagrado ao ministério pela igreja Metodista, mas o seu estado de saúde bastante precário proibiu que desenvolvesse muitas atividades. Por esta razão, ele deixou o pastorado.

Chisholm escreveu em total de aproximadamente 1.200 poesias. Faleceu no Lar Metodista de Ocean Grove, Estado de Nova Jersey, em 29 de fevereiro de 1960.

O hino Tu És Fiel, Senhor foi publicado pela primeira vez em 1923, num hinário intitulado Songs of Salvation (Cânticos de Salvação) da autoria de Runyan.

O nome da melodia, dado pela família de Runyan, é FAITHFULNESS (Fidelidade).Um TestemunhoO Pr. Arthur Francis White, pastor batista aposentado de 88 anos de vida estava acamado no hospital.

Sofrera uma queda muito brutal, que lhe fizera muito mal. Duas das suas quatro filhas revezavam-se ao seu lado. Anne, sua querida esposa de 58 anos, estava doente em casa, sem condições de estar com ele. (Havia de segui-lo para espera da volta de Jesus 4 meses mais tarde) .

Numa hora quando sua filha Hellen White Brock estava ao seu lado, o Pr Arthur pediu: "Helen, cante comigo, Tu ès Fiel, Senhor". O Pr. Arthur possuía uma linda e possante voz de tenor. Uma de suas maiores alegrias era cantar o louvor de Cristo, a quem ele conhecera e amara desde menino, e servia fielmente há longos anos.

Helen nunca foi solista, mas cantava um contralto muito afinado no coro, e, quando necessário, regia o coro com eficiência, embora fosse mais uma instrumentista. Naquele momento, entretanto, começou o hino que ambos amavam e conheciam de cor. O pastor, com voz fraca, uniu-se a ela. Em alguns minutos, com a voz falhando, o Pr. Arthur pediu: "Continue, Helen, não posso, mais". E assim Helen continuou a cantar este grande hino, enquanto seu pai, olhos fechados, apreciava. De repente, Helen notou que seu pai, um sorriso ainda nos lábios, parecia ter dormido. Percebeu que ele não estava mais ali. Partira para estar guardado em Cristo Jesus, esperando o dia da volta Daquele a quem ele amara e servira toda sua vida.

Este hino continuou a ser o hino da família de Helen e Ursus Brock e de suas filhas, Margaret, Edith e Mary. Foi escolhido por Ursus para fazer parte do seu próprio culto memorial, muitos anos mais tarde. Tem sido o testemunho de Edith e Dewey Mulholland por mais de 40 anos de serviço missionário no Brasil, 23 no Piauí e o restante no Distrito Federal: verdadeiramente Deus é Fiel!

Bibliografia: Rosa, Joaquim de Paula, Apresentação, Hinário Para o Culto Cristão, JUERP, 1990, p, VII.

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1.18.2 H.A. 035 - Tu És Fiel, Senhor

Dos hinos cristãos escritos nos anos mais recentes, um, em particular, sobressai como a luz de um farol, devido à sua mensagem, vinda do Pai celestial que continuamente sustenta e cuida dos Seus filhos.

Este hino,"Tu és fiel", foi escrito por um pregador que depois se tornou repórter de um jornal, Thomas O. Chisholm, de Vineland, Nova Jersey; e a música foi composta por William M. Runyan.

Muitos hinos têm sido escritos motivados por alguma experiência particular, porém, observando a vida do sr. Chisholm, chegamos à conclusão de que este hino foi o resultado de uma experiência do "dia a dia" da fidelidade de Deus para com Ele.

A história começou em 1941. Dois homens estavam revendo a lista de membros dos Gideões, quando viram, de repente, um nome que lhes era familiar. Descobriram que era o nome do sr. Thomas O. Chisholm e com a seguinte anotação ao lado: "Cancelado por falta de pagamento".

Eles se lembraram de que o sr. Chisholm era o autor de um hino que muito impressionou o missionário John Stam, que fora martirizado. Este mesmo hino fora o tema da vida de Stam durante os seus estudos no Instituto Bíblico Moody, quando se preparava para o serviço missionário e que, finalmente, levou-o a entregar a sua vida, juntamente com a da sua querida esposa, a fim de que outros pudessem ter vida ...

Os dois homens ficaram sensibilizados com o achado. Pensaram que eles mesmos é que deviam pagar a dívida ao sr. Chisholm.

Ao mesmo tempo que o Senhor estava tocando também no coração de um homem de negócios, na cidade de Nova Iorque, o qual não podia dormir porque passava-lhe pela mente o pensamento de que o sr. Chisholm, a quem ele não conhecia pessoalmente, mas apenas através dos hinos sacros que escreveu, estava em grande aperto financeiro. Mas, como poderia fazer chegar a ele qualquer importância em dinheiro? Não sabia onde ele morava!

'' Estou certo de que o procurador Jacob Stam sabe do seu endereço", pensou ele. "Pedirei a ele para levar este dinheiro ao st. Chisholm".

Assim fez, mas a história não termina aqui. Pela primeira vez em sua vida a família Chisholm estava enfrentando uma necessidade desesperada que, do ponto de vista humano, jamais poderia ser solucionada.

Naquela noite, quase como simples crianças, eles levaram aquele problema à presença do Pai celestial, não sabendo, contudo, que o Senhor já havia respondido. Na manhã seguinte o correio trouxe ao casal Chisholm uma única carta - era do sr. Jacob Stam - e dentro se encontrava a importância de que necessitavam, enviada pelo homem de negócios de Nova Iorque, que jamais conheceram!

Alguém poderia dizer que foi uma coincidência; mas devemos dizer como disse o sr. Chisholm: "Foi a fidelidade de Deus! " Pois, numa carta escrita em 1949, ele disse: "Estou próximo dos meus oitenta e três anos de idade, mas a força do alto tem sido sempre suprida, juntamente com o cumprimento da Sua promessa: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades ( Filipenses 4.19).

Não somente o suprimento das necessidades, mas as ocasiões desse suprimento, têm assinalado os marcos do Seu cuidado providencial, cada dia, cada momento".

Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos11.html

1.19 H.A. 036 - O Mundo é de Meu Deus

Ficha Técnica

Letra Música

Título:O Mundo é de Meu Deus Nome da melodia:TERRA PATRIS

Autor:Maltibie Devenport BabcockCompositor:Franklin Lawrence

Sheppard

Data da Autoria:1901 Data de composição:1915

Tradutor:João Wilson Faustini Tonalidade: Mi b Maior

Neste poema o autor, Maltibie Davenport Babcock, nos traz a mensagem da presença , do caráter, do poder e do propósito de Deus. Não é simplesmente um cântico descrevendo a natureza, mas uma apreciação madura, colocada com beleza, de confiança plena nos caminhos e julgamentos de Deus, nosso Pai.

O Pr. Babcock tinha um amor genuíno pelas belezas da natureza criada por Deus. Costumava dizer quando saía da cidade: "Vou ver o mundo de meu Pai". Calcula-se que foi numa dessas longas caminhadas no campo, apreciando a natureza e em comunhão com o seu Pai, que foi inspirado a escrever sua poesia de dezesseis estrofes que conhecemos com "O Mundo é de Meu Deus".

Maltbie Babcock ( 1858-1901) era de uma família socialmente proeminente do Estado de Nova Iorque, EUA. Excelente estudante, destacou-se na universidade em atividades atléticas, dramáticas e musicais. Tocava órgão, piano e violino. Depois de formar-se pelo Seminário, tornou-se um notável pastor presbiteriano, com um ministério extraordinário entre os universitários. O Dr. Babcock faleceu repentinamente durante uma viagem à Terra Santa, em 1901.

O compositor, Franklin Lawrence Sheppard (1852-1930), empresário nascido e criado em Filadélfia, Estado de Pensilvânia, EUA, estabeleceu-se em Baltimore, Estado de Maryland. Lá uniu-se com a igreja

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presbiteriana, participando duma maneira muito significativa na denominação. Muito dotado em música, sempre servia sua igreja, ora como organista, ora como diretor de música da Escola Dominical. Foi presidente da Junta de Publicação Presbiteriana. Serviu também na comissão editorial do Hymnal, o hinário presbiteriano de 1911. Era grande amigo de Babcock, e desta amizade resultou este hino que hoje está em hinários ao redor do mundo.

Bibliografia: Haeussler, The Story of Our Hymns, p.117, In; Reynolds, William J., Companion to Baptist Hymnal, Nashville, TN, Broadman press, 1976 p. 225-226

1.20 H.A. 039 - O Céu Azul

A fama de Joseph Addison baseia-se especialmente em suas contribuições para as publicações: “The Spectator”, “The Tatler”, “The Guardian” e “The Free Holder”. Ele foi educado nos colégios Charterhouse e Magdalen, em Oxford, viajou no continente durante alguns anos, estudou a lei e política, e ocupou vários cargos importantes. Samuel Johnson falando do seu estilo literário disse:

“Quem quiser atingir um estilo inglês, familiar mas não grosseiro, elegante mas sem ostentação deverá dedicar seus dias e noites aos volumes de Addison”.

Concernente às suas contribuições para “The Spectator” disse de Addison, John Wesley: “Deus levantou o Sr. Addison e seus associados para reprovar os vícios prevalecentes no país, e para mostrar a excelência do cristianismo e das instituições cristãs. Escrito com toda a simplicidade, força e elegância da língua inglesa é lido em todos os lugares, e foi o primeiro instrumento na mão de Deus para por fim à poderosa e crescente onda de profanação e chamar os homens de volta para a religião, decência e bom senso”.

Este hino foi publicado no “The Spectator” em 1712, precedido deste comentário: “Fé e devoção crescem naturalmente nas mentes de cada pensante que vê as impressões de poder e sabedoria divinos em cada objeto sobre o qual põe seus olhos. O ser Supremo tem todas as provas de que realmente formou o céu e a terra, e estas provas os homens sensatos não podem deixar de notar, e estão acima do ruído e pressa dos afazeres humanos. O Salmista exaltou em cânticos o poder criador de Deus. (Salmos 19). Tão sublime e clara maneira de pensar proporciona assunto muito nobre para um hino; o leitor poderá ver que ela me inspirou”.

A melodia amolda-se às palavras com dignidade e beleza. “Criação” foi extraída do coro de “The Heavens are Telling”, (Os Céus Declaram), escrito por Franz Hoseph Haydn. Diz-se que Haydn ajoelhava-se em oração diariamente durante a composição do oratório “Criação”, do qual esta melodia foi tirada. A melodia é música nobre, para um belo hino.

1.21 H.A. 40 - Filhos do Pai Celeste

Este lindo hino sueco sobre o terno cuidado de Deus para com seus filhos foi escrito em 1855, por Karolina Wilhelmina Sandell-Berg, a primeira mulher sueca a se destacar como hinista.

Karolina presenciou o afogamento do seu pai quando, ao atravessarem de barco o Lago Vättern, um movimento brusco o jogou para fora. Ao perder o pai terrestre, ela veio a compreender a profundidade do amor e cuidado do seu Pai Celestial.

O nome da melodia do hino é a primeira linha do texto original em sueco, TRYGGARE KANINGEN VARA. De origem desconhecida, esta melodia foi muito cantada na Suécia durante a segunda metade do século XIX. Sua simplicidade e beleza tornam-na uma melodia expressiva dos sentimentos do hino.

Bibliografia: Hinário para o Culto Cristão- Notas históricas- Edith Brock Mulholhand (Compiladora)- Rio de janeiro; JUERP, 2001

1.22 H.A. 041 - Glória ao Rei Que vos Nasceu

O mais popular cântico inglês no mundo” é este na opinião de Percy Dearmer. Algumas frases deste cântico foram alteradas por George Whitefield, mas o seu mérito literário permanece. Charles Wesley escreveu mais de 6.500 cânticos dos quais 500 ainda são muito usados. Este cântico foi incluído em seu “Hymns and Sacred Poems”, (Hinos e Poesias Sacros), em 1739, e na revisão de Whitefield em 1753.

Um observador disse de Charles Wesley: “Vestido como para inverno, mesmo no verão, ele montava seu pequeno cavalo, grisalho pela idade. Se lhe vinha alguma idéia, mesmo quando montado, ele a desenvolvia e a punha em ordem. Assim, escrevia um cântico a lápis, em taquigrafia, sobre um papelão guardado para este fim. Era freqüente chegar a casa em City Road, e, deixando o pônei no jardim, entrar gritando: ‘Pena e tinta! Pena e tinta!’ Ao recebê-las, escrevia o cântico que havia estado a compor. Ao terminar, olhava para os presentes e os saudava com muita bondade, pondo-os assim em contato com a eternidade.” Extraído de ‘Lyric Religios’, Smith, pág. 139 (Com permissão de Fleming H. Revell Co.)

A melodia “Mendelssohn” é um arranjo feito pelo Dr. Willian H. Cummings, um organista da Abadia de Waltham, do coral Festgesang for Male Chorus and Orchestra”, de Mendelssohn, composta e apresentada primeiramente no festival realizado em Leipzig, em junho de 1840, para celebrar a invenção da imprensa. Mendelssohn teceu este comentário a respeito deste coral: “Penso que deveria haver outras palavras para o nº 2. Se as palavras apropriadas forem encontradas, tenho certeza que esta peça será grandemente apreciada pelos

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cantores e ouvintes, mas, nunca será adaptável a temas sacros. Deverá ser escolhido um assunto nacional e alegre, ter algo de militar e com ritmo e a letra deve expressar alegria e ser popular como a música o é.”

Parece ser opinião universal que as palavras de Wesley se ajustam admiravelmente à música de Mendelssohn.

1.23 H.A. 042 - Noite de Paz

Há muitas versões sobre a origem deste cântico de Natal. Todos concordam que foi o produto dos esforços unidos de Joseph Mohr e Franz Gruber. No livro, “The Story of Our Hymns”, Armin Haeussler faz o seguinte relato:

“A origem deste cântico de Natal não é tão dramática como alguns escritores de história, hinologistas e os autores dos onze dramas baseados neste cântico teriam feito alguém acreditar. Nossa autoridade é o Dr. Max Gehmacher, autor de “Stille Nacht, Heilige Nacht”, publicado pela Verlag “Das Weihnachtslied, wie es enstand um wie es wirklich ist”.

Gehmacher é parente de Gruber, o compositor do cântico.De acordo com Gehmacher, o órgão da Igreja de São Nicolau em Oberndorf na seção Alpina da Áustria

deixou de funcionar em 24 de dezembro de 1818. O Padre Joseph Mohr, sacerdote assistente da paróquia, imediatamente decidiu escrever um novo cântico para a ocasião, esperando que Franz Gruber, o organista e professor da escola da cidade, arranjasse a música. A necessidade é algumas vezes a mãe da inspiração, e isto foi experimentado por ambos, Mohr e Gruber, naquele dia, quando faltavam apenas poucas horas para o serviço da véspera de Natal. Ele foi escrito para duas vozes e guitarra (Zupfgeige); de outra fonte aprendemos que Mohr cantava o tenor, enquanto Gruber cantava o baixo e executava o instrumento. É lamentável que este acontecimento não pudesse ter sido filmado com o som para a posteridade!” “The Story of Our Hymns”, Haeussler, pág. 149.

Este cântico apareceu primeiro no “Leipziger Gesangbuch” em 1838. Foi usado primeiramente pelas congregações de língua alemã na América. Apareceu no “Devotional Harmony”, uma compilação Metodista, em 1849, e em “Sunday School Hymnal” de Charles L. Hutchins, em 1871. Ninguém parece conhecer de onde veio a tradução inglesa comumente usada.

1.24 H.A. 43 - Soou em Meio à Noite Azul

Este é um dos primeiros hinos de Natal do tipo "carol" escrito na América do Norte. O Pastor Edmund Hamilton Sears escreveu-o em 1849 quando as nuvens da guerra civil nos Estados Unidos estavam se formando. A mensagem divinal dos anjos dizia: "Aos homens paz" (Lucas 2:14), anunciando que vinha chegando o "Príncipe da Paz" (Isaías 9:6), a única fonte de paz num mundo pecador. Sua mensagem, muito importante para os dias pré-guerra civil, é igualmente confortadora para o mundo de hoje, um mundo de tribulações da luta terreal. Como os anjos indicaram, esta mensagem é motivo para dar "glória a Deus".

O hino também nos fala da Segunda Vinda de Cristo, quando a paz reinará no mundo inteiro: "Do aumento do seu governo e da paz não haverá fim". (Isaias 9. 7):

Oh! quem nos dera sempre ouvir as vozes divinais!Sentir a paz do Céu de luz, país dos imortais!Louvar a Cristo, o Rei dos reis, com anjos em canção!No lar possamos nós também cantar a salvação!

O periódico Cristian Register (Registro Cristão) publicou o hino de Sears em 29 de dezembro de 1849, com 5 estrofes de 8 linhas cada. Dali o seu uso se divulgou ao redor do mundo. Embora envolvido no movimento unitariano, Sears testemunhou:"creio e prego a divindade de Cristo. "

Edmund Hamilton Sears nasceu em 6 de abril de 1810, em Sandisfield, Estado de Massachusetts, EUA. Bacharelou-se na Faculdade Union em Shenectady, Nova Iorque, e em Teologia na Escola de Divindade Havard, Ordenado ao ministério, pastoreou diversas igejas do seu Estado natal. Publicador e escritor, co-editou a Monthly Religious Magazine (Revista Religiosa Mensal). Os seus livros religiosos, inclusive Sermons and Songs of The Cristian Life (Sermões e Cânticos da Vida Cristã - 1875), revelam a profundidade da sua vida espiritual.

Richard Storrs Willis (1850). Willis era naquele tempo, membro do conselho paroquial da Igreja da Transfiguração, em Nova Iorque.

Bibliografia: BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes. comp. e anot. , Cânticos do Natal, Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira S. A, 1947, p. 43

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1.24.1 H.A. 43 - Soou em Meio à Noite Azul

Letra - Edmund Hamilton Sears (1810-1876)Música - Richard Storrs Willis (1819 - 1900)

Este foi um dos primeiros cânticos de Natal escritos na América, no qual são enfatizadas as implicações sociais do Evangelho. Foi escrito em 1849 e publicado no “Registro Cristão” em 1850. Edmund H. Sears educou-se no colégio União em Nova York e na Escola da Divindade de Harward. Foi ele um pregador Unitariano, autor, redator e compositor de hinos. Disse ele; - “Embora tenha eu sido educado na denominação Unitariana, creio e prego a divindade de Cristo”.

O cântico destaca o pensamento seguinte: “Paz na terra e boa vontade para com os homens”. Sua mensagem é apropriada para qualquer época do ano, mas infelizmente tem sido restringida unicamente à época do Natal. Onde e quando houver cansados, aí as palavras deste cântico são apelantes:

“Olhe! as alegres e douradas horasVêm rapidamente sobre asas; Descanse ao lado da estrada fatiganteE ouça os anjos a cantar.”

Parece até ironia, pois, a Guerra Civil começou apenas doze anos depois que Edmund Sears escreveu estas palavras: “Paz na Terra, boa vontade aos homens, do bondoso Rei Celeste”.

Com freqüência, um cântico resume um sermão. Com respeito a este, o Dr. Sears disse:“Em nosso culto na igreja, o sermão é concluído no hino ou canto sagrado, o qual deixa o coração

entusiasmado com a verdade que ele apresenta... O canto ou hino deve ser um resumo do sermão, ajudando-nos a levar para casa as suas verdades, e assim, levá-las conosco para encher a nossa vida diária com suas melodias.”

A melodia “Carol” é um arranjo do vigésimo terceiro Estudo de Richard Storrs Willis “Church Chorals and Choir Studies, 1850”. Willis foi educado em Yale, estudou na Alemanha, foi crítico musical em Nova York e compôs muitas peças líricas e instrumentais.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.25 H.A. 044 - Natal! Feliz Natal!

Este hino é uma excelente ilustração do tradicional cântico de Natal. Tanto os termos “Cântico de Natal”, como “Noel” se referem a cânticos jubilosos comemorando originalmente o nascimento de Cristo. O cântico de Natal veio a uso quando o Latim estava deixando de ser a língua universalmente entendida. Os vários países europeus tinham seus cânticos populares tradicionais, originados na vida e interesses do povo.

Concernente aos cantos folclóricos, Clarence Dickinson diz: “Uma vez que os cânticos folclóricos são formados pelo povo, estão em toda a parte, e invariavelmente apresentam certas características. Eles são sempre vividamente figurativos, e portanto a linguagem é sempre simples e concreta. As cenas são descritas e as experiências relatadas em primeira mão, sem a introdução de qualquer elemento secundário da civilização. A linguagem usada é cheia de figuras; é o linguajar do povo. Assim como as baladas, a música folclórica tem um estribilho, para ser repetida e memorizado pelo povo. Como eles contam suas estórias com todos os detalhes freqüentemente possuem muitas estrofes” De “Excursion in Musical History”, por Clarence e Helen Dickinson.

Os cânticos de natal eram dançados e cantados, e freqüentemente a melodia e as palavras eram feitas por um ou mais componentes do grupo e as palavras formavam uma estória contínua. Devido a sua origem tradicional, as palavras nem sempre são estritamente históricas.

Este cântico de Natal foi publicado pela primeira vez em “Christmas Carols, Ancient and Modern” de William Sandys, em 1833. A melodia é tradicional com o cântico de Natal, e foi harmonizado de muitas maneiras. Há muitas coleções de cânticos de Natal, sendo que uma das melhores é a “Oxford Book of Carols”, publicada em 1928.

1.26 H.A. 046 - Estrela de Luz

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também

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colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.27 H.A. 047 - Belém, Bendita És

Phillips Brooks visitou a Terra Santa em 1865 e foi a Belém, no domingo 24 de dezembro. À tarde ele foi ao lugar onde, segundo a tradição, os anjos apareceram aos pastores. Então, desde as 10 horas da noite de Natal até as 3 da manhã, ele assistiu os serviços religiosos na Igreja da Natividade, em Belém. A música e as imagens impressionaram tanto a ele que uma nova inspiração surgiu em sua mente. Ele não a colocou no papel, contudo, até que alguns anos depois ele escreveu as estrofes para a Escola Dominical.

Brooks foi um poderoso pregador, e seus sermões impressos eram distribuídos por todo os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. A Universidade de Oxford conferiu-lhe o grau honorário de Doutor em 1885.

Quando era o pastor da Igreja Episcopal da Filadélfia, ele deu este poema para o organista da igreja, Lewis Henry Redner que pretendia musicar alguma obra de seu pastor. Na noite de Natal, após dormir algumas horas, acordou com esta melodia soando em seus ouvidos. Escreveu rapidamente num papel, ao lado da cama, e harmonizou-a pela manhã, pronta para ser cantada na Escola Dominical de 27 de dezembro de 1868. O hino foi impresso pela primeira vez em 1874.

1.27.1 H.A. 047 - Belém, Bendita És

Letra - Phillips Brooks (1835 - 1893)Música - Lewis Henry Redner (1830 - 1908)

Phillips Brooks foi um grande pregador, homem possuidor de físico magnífico, mente viva e personalidade popular e atraente. Nasceu em Boston, educou-se em Harvard. Experimentou lecionar mas decidiu-se pelo ministério. Estudou no “Episcopal Theological Seminary”, em Alexandria, Virgínia, e foi ordenado em 1859. Trabalhou como pastor na igreja da Santa Trindade na Filadélfia, e por 22 anos na Igreja de Trindade em Boston. Ele pregava “Cristo e Este crucificado”, e tornou a fé evangélica respeitável intelectualmente. Nunca se casou, porém, amava as crianças, para quem escreveu alguns de seus cânticos. Conservava uma coleção de bonecas em seu escritório para que suas sobrinhas pudessem brincar com elas quando viessem visitá-lo.

Enquanto trabalhava na Igreja da Santa Trindade em Filadélfia, Brooks recebeu um ano de licença para percorrer a Europa e o Próximo Oriente. Nesta visita foi a Belém onde se inspirou para compor este cântico.

De volta, Phillips Brooks pediu a seu organista, Lewis H. Redner que adaptasse a esta letra uma música. Embora tivesse tempo suficiente para compor a música, Redner não conseguiu inspiração. Finalmente na véspera do Natal foi dormir e depois de varias horas despertou com uma melodia em mente. Escreveu a melodia e na manhã seguinte fez a harmonização. Foi usada pela primeira vez a 27 de dezembro de 1868. Tornou-se bem popular por volta de 1890 e tem sido amplamente usada desde essa data.

Redner era um corretor de imóveis por profissão, bem como um bom obreiro na igreja. Além se ser o organista da igreja foi o superintendente da Escola Dominical por 19 anos. O Dr. Floyd W. Tomkins da Igreja da Santa Trindade assim referiu-se a ele:

“Ele manteve-se nos velhos caminhos, não com um zelo cego que prejudicasse o crescimento cristão, porém com a firme convicção de que a religião de nossos pais é ainda necessária para trazer homens a Deus. Que um homem tal tenha vivido e realizado sua obra, é mais uma prova da eterna presença de Cristo na Igreja”.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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1.28 H.A. 48 - Ó Vinde Adoremos

Este hino é um dos mais amados e cantados hinos de Natal no mundo inteiro. Convida-nos a todos, homens e anjos, a adorar a nosso Senhor, o Rei prometido, que com humildade se encarnou. Não podemos cantar estas palavras triunfantes de uma maneira displicente! Só podemos cantar de todo coração: "Ó, vinde adoremos! ", e adorá-lo de verdade.

Sete diferentes manuscritos, descobertos em diversos lugares da Europa, incluem este hino, todos com a assinatura de John Francis Wade. No livro Adeste Fidelis; a Study on its Origin and Development, (Adeste Fideles; Um Estudo Sobre a Sua Origem e Desenvolvimento) por Don John Stephan, (1947) foi apresentada evidencia suficiente para crer que Wade o autor do hino. Por isso, autores recentes concordam em atribuir a ele a versão original em latim.

John Francis Wade, (c, 1710-1786), copista inglês, morava em Douai , na França, numa faculdade inglesa, refúgio religioso e político depois da rebelião jacobina de 1745. Wade era professor de música e copista, vendendo suas cópias de cantochão e de outras músicas nas capelas e nos lares da comunidade. Wade encadernou todas as suas produções num volume, cerca de 1743, intitulado Cantus Diversi pro Dominicis et Festis per Annum (Diversos Cânticos para os Domingos e Para as Festas do Ano). Este manuscrito está na Faculdade Stonyhurst, no condado de Lancashire, Inglaterra.

Adeste Fideles, o nome da melodia, foi tirado das primeiras duas palavras do texto original. Esta melodia apareceu no manuscrito com este texto em Cantus Diversi de John Francis Wade. Este arranjo foi publicado no Essay on the Church Plain Chant (Ensaio sobre o Cantochão da Igreja), em 1782, por Samuel Webbe, organista na Embaixada Portuguesa em Londres. Por isso a melodia às vezes é chamada POTUGUESE HYMN (Hino Português).

Esta excelente tradução do latim é uma das cinco traduções feitas pelo missionário James Theodore Houston. Feita em 1881, apareceu no hinário Hymnos Evangélicos e Cânticos Sagrados, publicado em cooperação com o missionário John Boyle, em 1883.

Bibliografia: Hinário para o culto cristão- Notas históricas - Edith Brock Mulholland (Compiladora) Rio de Janeiro; JUERP, 2001

1.29 H.A. 049 - Surgem Anjos Proclamando

Ficha Técnica

Letra Música

Título: Surgem Anjos Proclamando Nome da melodia: GLÓRIA

Autor: Hino tradicional francês séc. XVIII Compositor: Desconhecido

Tradutor: Isaac Nicolau Salum Harmonização: Warrem M. Angell

Data da tradução: 1942 Data da Harmonização: 1956

Este antigo hino de Natal (um Noel francês publicado no séc. XVIII) comunica de uma maneira maravilhosa a mensagem de Lucas 2. 1-20. Por todo o cântico, a frase “Glória a Deus nas Alturas” se destaca. Os anjos surgem cantando-a ao ver o Infante Jesus, os pastores adicionam seus louvores ao dos anjos. Este infante celestial no berço rude é o Salvador amado! Por isto, nós, com todos os povos e tribos também devemos celebra-lo. Homens e anjos glorificam a Deus e adoram ao Infante celestial porque reconhecem que Ele já possui a glória e majestade de Deus. Ele merece o nosso amor, porque nos trouxe a paz com Deus que não merecíamos, paz que é parte integral da sua salvação.

Os mais antigos cânticos do Natal de origem popular francesa datam do séc XI. Eram cantos espirituais em honra a Nosso Senhor. Floresceram especialmente no séc XVI e ao longo dos séculos, pouco a pouco ilustres músicos passaram a fazer arranjos, harmonizações e coleções destes cânticos.

Isaac Nicolau Salum traduziu este maravilhoso hino de natal do francês para o português em 1942. Como autor de expressivos poemas e hinos sacros. O prof. Salum tem numerosas produções em vários hinários evangélicos. Escreveu o texto para a cantata O Esperado das Nações, do dedicado músico, Albert W. Ream em 1943.

Warrem Mathewson Angell é conhecido pelos seus muitos anos como Deão da Escola De Belas Artes da Universidade Batista de Oklahoma.Nasceu no Brooklyn, Estado de Nova Iorque, EUA, em 13 de maio de 1907. Estudou canto e piano com professores de renome e na universidade de Syracuse (NI), completando o Bacharelado em 1929 e Mestrado em 1933. Também se bacharelou em pedagogia na Universidade Columbia do mesmo estado em 1944. Angel lecionou na Faculdade de pedagogia em Muray, Estado de Kentucky, até 1936, quando se transferiu para Oklhoma. Antes de aposentar-se da posição de Deão daquela instituição, criou fama como professor exemplar e excelente administrador e regente coral.Suas contribuições como compositor arranjador e autor são notáveis. Vive em “aposentadoria ativa” em Black Mountain, estado da Carolina do Norte.

1.30 H.A. 50 - Num Berço de Palha

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Page 27: HISTÓRIA DE HINOS

Em muitos hinários do passado , este hino tem sido chamado Luther’s Cradle Hymn (O Hino do Berço de Lutero). Por quê? E por que não é chamado assim? Há uma série de gravuras da família de Martinho Lutero, feitas por G. F. L. König, no início do século XIX. Num livro por T. B. Stork, chamado Luther At Home (Lutero em Casa) de 1855, uma das gravuras foi colocado como frontispício. A legenda do livro diz: O Cântico de Natal, de Lutero, escrito para seu próprio filho, Hans, ainda é cantado". Esta frase , que não definiu qual o hino de Natal, foi citado no livro Dainty Songs for Lads and Lasses (Cânticos Mimosos para Meninos e Meninas) por James R. Murray em 1887, definido o hino Num Berço de Palha como Luther’s Cradle Hymn. Infelizmente, nenhum original deste hino pôde ser achado nos escritos de Lutero.

Pesquisas cuidadosas de Richard S. Hill revelam que as primeiras duas estrofes deste hino americano, provavelmente escritas por alguém no Estado de Pensilvânia, são de 1884-1885. O hino (com duas estrofes) foi publicado pela primeira vez numa coletânea, Little Children’s Book (Livro das Criancinhas), autorizada pelo Concílio Geral das igrejas Luteranas Evangélicas na América do Norte em 1885. Uma terceira estrofe apareceu anonimamente no hinário de Charles H. Gabriel, chamado Gabriel’s Vineyard Songs (Cânticos do Vinhedo de Gabriel) publicado em 1892. Entretanto, o bispo William F. Anderson, da Igreja Metodista Episcopal, nos dá uma história sobe a terceira estrofe, atribuindo-a ao Dr. John T. McFarland, então secretário da Junta das Escolas Dominicais.

"Quando eu era secretário da junta de Educação (1904-1908), pedi [a McFarland] que escrevesse uma terceira estrofe. [Em resposta] foi ao seu escritório [pertinho] e dentro duma hora trouxe-me a estofe começando "Jesus, ao meu lado vem sempre ficar", (. . . ) Foi a primeira vez que foi publicada."

John Thomas McFaland nasceu em Mount Vernon, Estado de Indiana, em 2 de janeiro de 1851. Fez seus estudos de graduação na Universidade Wesleyana de Iowa, vindo a formar-se pela Faculdade Simpson. Estudou teologia na Escola de Teologia da Universidade de Boston, Estado de Massachussetts. Depois de pastorear diversas igrejas em vários estados, tornou-se secretário da União das Escolas Bíblicas da Igreja Metodista Episcopal. Sua contribuição mais marcante foi colocar o plano de Graded Lessons (planejamento de lições da Escola Bíblica Dominical de acordo com as faixas etárias dos alunos) diante das Escolas Bíblicas Dominicais do mundo inteiro. Foi criticado por esta inovação, mas a Conferência Geral da sua denominação deu-lhe um voto de confiança "que um primeiro ministro de qualquer grande nação poderia invejar". O uso universal deste sistema de ensino nas Escolas Bíblicas hoje demonstra o valor da sua contribuição. Antes da sua morte súbita no seu lar em Mapelwood, Estado de Nova Jersey, em 22 de novembro de 1913, a McFarland foi conferido o Doutorado em Letras (Honoris Causa).

James Ramsey Murray (1841-1905) nasceu de ascendência escocesa em Andover, Estado de Massachutts, EUA. Estudou com Lowell Mason, George Root, William Bradbury e outros no Instituto de Música de North Reading, daquele Estado. Mais tarde, trabalhou na firma Root& Cady em Chicago, depois desistiu aquela firma, voltou para Andover e ensinou música por alguns anos. Associou-se à Companhia John Church (uma publicadora evangélica) em 1881, chefiando o departamento de publicações e redigindo sua revista mensal. Murray compôs um grande número de hinos para Escolas Bíblicas, gospel hymns e peças corais. Editou numerosas coletâneas desses mesmos estilos de hinos e antemas. Seu último projeto foi uma edição das operas do proeminente compositor Richard Wagner, para a qual fez uma tradução para o inglês.

Bibliografia: ANDERSON, William F. , In; McCulchan, Robert Guy, Our Hymnody, Second Edition, Nashiville, TN, Abingdon Press, 1937. p. 436

1.31 H.A. 052 - Vestido, em Linho

Letra e Música: Henry Barraclough (1891-1983)O conhecido evangelista Billy Graham conta a seguinte história, no livro Crusader Hymns and Hymn

Stories (Hinos da Cruzada [Evangelística] e Histórias de Hinos):Este hino foi composto bem perto de minha casa, nas montanhas da Carolina do Norte. No verão de 1915,

o famoso evangelista Dr. J. Wilbur Chapman estava pregando na conferência Presbiteriana em Montreat. Com ele estava o líder de louvor Charles M. Alexander, o solista Albert Brown e seu pianista, Henry Barraclough. Barraclough, o autor deste hino, era um inglês de 24 anos; ele havia encontrado Chapman no ano anterior, durante uma missão evangelística de Chapman na Inglaterra.

Durante a conferência, o evangelista falou certa noite sobre o Salmo 45 (em 1893, Chapman havia escrito um livro chamado Palácios de Marfim do Rei. Ele acreditava, como eu também acredito, que este era um salmo profético, um salmo "messiânico", que fala do relacionamento de Cristo, o noivo, com sua noiva, a Igreja.

Depois do culto vespertino, “Charlie” Alexander e Henry Barraclough deram carona a alguns amigos até o Hotel Blue Ridge, da Associação Cristã de Moços, a alguns quilômetros de distância. Assentado no banco dianteiro do carro, o jovem Barraclough pensava sobre a mensagem e as frases do refrão começaram a formar-se em sua mente. Quando eles pararam em uma pequena loja, ele rapidamente as escreveu em um "cartão de visitas" - o único papel disponível. Retornando ao hotel da conferência, ele trabalhou nas três primeiras estrofes, utilizando o esboço da mensagem de Chapman. Na manhã seguinte, a Sra. Alexander e o Sr. Brown cantaram o novo hino na sessão da conferência.

Barrows, Cliff, e Hustad, Donald - Crusader Hymns and Hymn Stories, Special Crusade Edition, p. 25, Minneapolis, Minnesota: The Billy Graham Evangelistic Association, 1967.

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Page 28: HISTÓRIA DE HINOS

1.32 H.A. 054 - A Doce História

Letra: Arabella Katherine Hankey (1834 - 1911)Música: William Gustavus Fisher (1835 - 1912)

Arabella Katherine Hankey nasceu em Clapham, Londres, Inglaterra em 1834. Era ativa na Escola Dominical e no trabalho da desde seus primeiros anos. A evidência de seu profundo interesse e solicitude pelos outros pode ser vista imediatamente. Por exemplo, antes de atingir os vinte anos de idade, Kate dirigiu uma grande classe bíblica para moças. Afeiçoou-se tão profundamente às suas alunas que por mais de cinqüenta anos manteve contato com muitas delas. Muitas vieram de grandes distâncias para assistir ao seu funeral - cinqüenta anos depois de haver lecionado para elas.

A letra deste hino é parte de um longo poema intitulado "A Velha, Velha História", escrito em 1866. A primeira parte é um poema de cinqüenta estrofes, intituladas "A História Desejada", com data de 29 de janeiro de 1866. A segunda parte é intitulada "A História Contada", com data de 18 de novembro de 1866. A autora contraiu uma grave enfermidade pouco antes de compor o poema e passou os longos dias de convalescença escrevendo o poema.

A srtª Hankey conta: - “Escrevi a primeira parte perto do fim de janeiro de 1866. Estava adoentada naquele tempo, justamente me restabelecendo de uma severa enfermidade, e a primeira estrofe indica realmente meu estado de saúde, pois estava completamente fraca e cansada. Quando escrevei a primeira parte, eu o pus de lado, e apenas no mês de novembro do mesmo ano completei o poema todo.”

Certos versos foram selecionados da segunda parte para criar o hino "A Doce História", cuja melodia foi composta por W. G. Fischer. Este hino tornou-se muito popular e foi traduzido para vários idiomas. Este e outros hinos da autora foram publicados periodicamente de diferentes formas, às vezes acompanhados por melodias compostas por ela mesma.

Muitos de seus hinos podem ser encontrados em um pequeno volume que ela publicou em 1870, intitulado De Coração para Coração. Muito poucos dos hinos compostos nos últimos cinqüenta anos têm sido tão caros aos corações das pessoas, moços ou idosos, quanto este cântico simples.

Fonte: CyberHymnal

1.33 H.A. 055 - Cantarei a Linda História

Letra: Francis Harold Rowley (1854-1952)Música: Peter Philip Bilhorn (1865-1936)

O autor deste hino, Francis Harold Rowley, conta a seguinte história:Eu era ministro da Primeira Igreja Batista em North Adams (Massachusetts) à época em que este hino foi

composto, em 1886, até onde posso me lembrar. A igreja e a comunidade estavam experimentando um período de grande interesse por assuntos religiosos e eu era auxiliado por um jovem cantor notável chamado Peter Bilhorn.

Certa noite, após o encerramento do culto ele disse, "Por que você não escreve um hino para que eu faça uma música para ele?" Durante a noite estes versos despretensiosos e completamente sem valor literário me vieram à mente.

Alguns anos depois, eu estava passando certa noite por uma rua de Londres, por volta das onze horas e descobri, à minha frente, um grupo de pessoas do Exército da Salvação fazendo um culto e, conforme me aproximei deles, ocorreu-me que o hino que eles cantavam me era familiar. Então, notei que era este hino.

Fonte: CyberHymnal

1.34 H.A. 058 - Conta-me A Velha História

Letra: Arabella Katherine Hankey (1834 - 1911)Música: Willian Howard Doane (1832 - 1915)

Este magnífico cântico foi traduzido para quase todas as línguas. Porém, somente tornou-se famoso depois que o Dr. W. H. Doane escreveu a melodia para ele. O grande Ira D. Sankey foi um dos que grandemente contribuíram para aumentar sua popularidade.

Arabella Katherine Hankey nasceu em Clapham, Londres, Inglaterra em 1834. Era ativa na Escola Dominical e no trabalho da desde seus primeiros anos. A evidência de seu profundo interesse e solicitude pelos outros pode ser vista imediatamente. Por exemplo, antes de atingir os vinte anos de idade, Kate dirigiu uma grande classe bíblica para moças. Afeiçoou-se tão profundamente às suas alunas que por mais de cinqüenta anos manteve contato com muitas delas. Muitas vieram de grandes distâncias para assistir ao seu funeral - cinqüenta anos depois de haver lecionado para elas.

A letra deste hino é parte de um longo poema intitulado "A Velha, Velha História", escrito em 1866. A primeira parte é um poema de cinqüenta estrofes, intituladas "A História Desejada", com data de 29 de janeiro de 1866. A segunda parte é intitulada "A História Contada", com data de 18 de novembro de 1866. A autora contraiu uma grave enfermidade pouco antes de compor o poema e passou os longos dias de convalescença escrevendo o poema.

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Page 29: HISTÓRIA DE HINOS

A srtª Hankey conta: - “Escrevi a primeira parte perto do fim de janeiro de 1866. Estava adoentada naquele tempo, justamente me restabelecendo de uma severa enfermidade, e a primeira estrofe indica realmente meu estado de saúde, pois estava completamente fraca e cansada. Quando escrevei a primeira parte, eu o pus de lado, e apenas no mês de novembro do mesmo ano completei o poema todo.”

Sobre a música, Doane escreveu: - “Em 1867 eu estava assistindo à Convenção Internacional da Associação Cristã de Moços, em Montreal. Entre os presentes estava o Major General Russell, comandante da forças inglesas no levante Feniano. Ele se levantou na reunião e leu as palavras deste cântico de uma folha de papel almaço: lagrimas rolaram-lhe pelas faces bronzeadas. Escrevi a música para o cântico numa tarde de calor, viajando numa diligencia entre 'Glen Falls House' e 'Grawford House' nas Montanhas Brancas. Nessa mesma tarde cantamo-lo na sala de visitas do hotel, Nós o achamos lindo, embora não pudéssemos antever a popularidade que lhe seria atribuída posteriormente.”

Este cântico é verdadeiramente a história do Evangelho e tem tocado inúmeros corações através dos anos, com sua pura beleza de expressão e conteúdo de verdade. Prestamos homenagem à senhora que escreveu as palavras e ao homem que as musicou tão belissimamente.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.35 H.A. 061 - Ao Ver a Cruz

Letra e Música: Carl Harold Lowden (1883 - 1963)Lowden veio de uma família musica. Diz-se que seu pai tocava trompete enquanto balançava o berço de

Carl, e sua mãe tocava órgão. Com 12 anos, Carl estava vendendo suas composições para a Companhia Hall-Mack e, quando tornou-se adolescente, estava regendo a orquestra da igreja.

Lowden associou-se à Companhia Hall-Mack e ao editor de música John J. Hood. Em 1913, tornou-se editor de música da Igreja reformada da América. Mais tarde, abriu um negócio próprio (embora tenha falido durante a Grande Depressão dos anos 1930). Depois, deu aulas no Instituto Bíblico da Pensilvânia e foi Ministro de Música da Igreja Batista Linden, em Camden, Nova Jersey.

Suas obras incluem o Beginner and Primary Songs for Use in Sunday School and the Home (Cânticos para Iniciantes e Primários para Uso na Escola Dominical e nos Lares), com Rufus Wilder Miller (Filadélfia, Pensilvânia: The Heidelberg Press, 1915)

Fonte: CyberHymnal

1.36 H.A. 064 - Cristo no Horto

Letra - Sidney Lanier (1842 - 1881)Música - Peter Christian Lutkin (1858 - 1931)

Sidney Lanier nasceu em Macon, Geórgia, descendente de Huguenotes e Escoceses - Americanos. Formou-se no Colégio Oglethorpe, foi voluntário no Exercito Confederado durante a Guerra Civil, serviu como soldado, sentinela, sinaleiro e atravessador de bloqueios, tendo sido capturado e mantido prisioneiro até 1865. Sua saúde foi debilitada neste tempo, e desde então até o fim de sua vida, lutou contra a tuberculose que finalmente o levou.

Ele foi professor, associou-se ao seu pai no escritório de advocacia em Macon. Foi para o Texas devido a sua saúde, e mais tarde para Baltimore, onde foi primeiro flautista na Orquestra Peabody. Tinha talentos musicais, assim como qualidades literárias. Em 1879 foi nomeado Catedrático de Literatura Inglesa na Universidade Johns Hopkins. Sua saúde piorou e no verão de 1881 ele foi para Carolina do Norte onde morreu a 7 de setembro de 1881.

Escreveu vinte e quatro volumes de prosa e poesia em sua breve existência. sua poesia tem a qualidade de música. O “Song of the Chattahoochee” e "The Marshes of Glynn” são seus trabalhos mais conhecidos.

O Dr. Peter Christian Lutkin escreveu um perfeito acompanhamento para o cântico de Lanier com a melodia “Lanier”. O uso sutil de harmonia e a combinação das frases musicais com as palavras são o trabalho de um habilidoso compositor sacro.

A vida do Dr. Lutkin foi dedicada ao órgão, à música religiosa e à educação musical. Foi educado em Chicago, Berlim, Paris e Viena; tornou-se organista e regente do coro da Igreja Episcopal de São Clemente, e da Igreja Episcopal de São Tiago. Em 1896 organizou a Escola de Música da “Northwestern University” e tornou-se o seu reitor. Organizou o Coral a capela da “Northwestern University” e contribuiu muito para a música sacra na América. Foi o redator musical de vários hinários e uma autoridade em hinologia.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 30: HISTÓRIA DE HINOS

1.37 H.A. 065 - Oh! Fronte Ensangüentada!

Ficha Técnica

Letra Música

Título: Oh, Fronte Ensangüentada! Nome da melodia: PASSION CHORALE

Autor: Antigo hino latino, séc. 14 Compositor: Hans Leo Haasler

Data da Autoria:1656 Data de composição:1601

Tradutor: Isaac Nicolau Salum Harmonização: Johann S. Bach

Data da tradução: 1950 Data da Harmonização: 1792

Um poema do séc. XIV, Salve Mundi Salutari,(Salve Aquele que Salva o Mundo), foi atribuído a Bernard de Clairvaux. Originalmente compunha-se de sete meditações extensas sobre o corpo de Cristo pendurado na cruz: seus pés, joelhos, mãos, lados, peitos e coração. A sétima parte, Salve caput cruentato,( Salve, Cabeça Ensangüentada) se focalizou na cabeça de Cristo, coroada de espinhos.

Esta parte do poema chegou até nós através de um longo caminho. Paul Gerhardt, considerado o maior poeta luterano desde Lutero, adaptou esta sétima seção para o Alemão em 1656, criando O Haupt voll Blut und Wunden (Oh, Cabeça Ensangüentada e Ferida), hino de dez estrofes. Unido com a inesquecível melodia de Hans Leo Hassler na Coletânea Práxis Pietatis Mélica (A Prática Harmoniosa da Piedade) de Johann Cruger, o hino ganhou fama. Muitos hinistas ingleses, traduziram-no, mas foi James Alexander Waddell (1804-1859), hinista e pastor presbiteriano americano, que realmente fez viver a versão de Gerhardt no inglês. Esta versão inglesa foi traduzida para o português em 1950 pela cuidadosa mão do Professor Isaac Nicolau Salum. (ver H.A. nº 49).

“Este é um hino profundamente devocional, que requer uma aplicação muito pessoal da morte redentora de Cristo, por relembrar seu sofrimento e morte cruel na cruz”.Nele o cristão reconhece que foi o seu pecado que pôs Cristo na cruz, e foi por amor a ele que Cristo sofreu ali. Este reconhecimento traz conforto e uma confissão de gratidão e dedicação a Cristo seja seu refúgio, guia e luz, sabendo que assim viverá e dormira em paz.

O ilustre compositor luterano Hans Leo Hassler 1564-1612), nascido em Nuremberg, Alemanha, fez seus primeiros estudos com seu pai Isaac Hassler. Desde muito cedo mostrou-se muito competente ao órgão. Depois de estudar com o grande organista e compositor Andréa Gabriele em Veneza, tornou-se organista, e subseqüentemente diretor de música da casa dos Fugger, abastados comerciantes e banqueiros. Em 1601, aceitou o cargo de organista na igreja Frauenkirche, em Nuremberg e, em 1608 foi escolhido organista e músico na corte de Christian II, Eleitor da Saxônia, permanecendo nesta posição até sua morte. Hassler publicou obras para órgão, madrigais, litanias, motetos,sacros e dois hinários, mas esta melodia, pela qual ele é mais lembrado, foi composta em 1601 para uma letra secular. Já em 1613 apareceu como melodia para um hino ainda cantado na Alemanha, na coletânea Harmoniai Sacrai ( Harmonias Sacras), seguindo o preceito de Lutero que “o demônio não deve monopolizar as melhores melodias”. Em 1656 foi unida com esta letra de Gerhadt, e desde então associada a ela. Este Choral (hino) alemão aparece cinco vezes na Paixão de São Mateus, de Johann Sebastian Bach (1729), e sua melodia recebeu o nome de PASSION CHORAL.( Hino da paixão).

A versão desta melodia é uma combinação das harmonizações de Johann Sebastian Bach, um dos maiores músicos de todos os tempos e membro de uma das famílias musicais mais destacadas em todo o mundo. Ao todo, Bach harmonizou um total de 371 Chorales (hinos protestantes alemães), fazendo deles o verdadeiro centro da sua imperecível obra.

Há amplas fontes de informação sobre este gênio musical. Todavia, a riquíssima herança de música sacra deixada por este cristão dedicado merece nossa atenção aqui. Nascido em Eisenach, Alemanha, em 21 de março de 1685, estudou nas escolas corais de Ohrdruf e Lüneburgo. Aprendeu a tocar órgão, violino e viola (seu instrumento predileto). Copiava e estudava cuidadosamente a música dos mestes. Aproveitou todas as oportunidades de ouvir e aprender de outros mestres, mesmo com grande sacrifício. Depois de servir em duas posições por curtos períodos, passou o resto da sua vida em três cidades; Weimar (1708-1717), Cöthen (1718-1723), e Leipzig (1723-1750). Bach compunha constantemente, mesmo quando tinha uma outra ocupação. Contribuiu significativamente para a literatura da sonata (inventou a sonata para instrumento solo), do concerto italiano e da suíte e abertura francesas, e promoveu “a afinação temperada (homogênea), em que os intervalos do teclado deviam ser iguais, sistema que se utiliza ainda hoje nos instrumentos de teclado”.

Mas os melhores momentos e a maior parte da sua obra foram dedicados à música sacra.”Bach escreveu cinco coleções de composições sacras para cada domingo e Dia de Festa do ano”,aproximadamente 300 cantatas, 5 paixões, 2 Magnificats, uma Missa Solene e diversas missas curtas para liturgia luterana, oratórios bíblicos, 5 Santus, motetos, obras vocais, um vasto repertório para órgão, tanto sacro como secular e inúmeras peças para teclado e para orquestra. Uma edição monumental das obras de Bach consiste de 47 volumes, e ainda se sabe que muitas das suas obras foram perdidas. “Bach aplicou nestes trabalhos a sua vasta erudição musical, a sua técnica virtuosística e a procura da perfeição, de tal modo que o resultado final ultrapassou tudo o que antes fora feito nestes campos”. Ninguém chegou a ultrapassa-lo desde então.

Albert Schweitzer, missionário-médico e músico de destaque, disse: “Bach foi poeta, e este poeta foi, ao mesmo tempo, um pintor”. Explicou que na alma de Bach se amalgamavam em proporções infinitamente variáveis, os dons de poeta, de pintor e de músico. Certamente isto se explica em parte a sua obra inigualável.

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Page 31: HISTÓRIA DE HINOS

Bach foi feliz chefe de família. Foi pai de 20 filhos, 7 com sua primeira esposa, Maria Bárbara, e 13 com a segunda, a destacada musicista Ana Madalena. Onze morreram na infância. Tanto cuidou da educação musical dos seus filhos, como compôs muito para este fim. Diversos dos seus filhos e netos lhe seguiram em carreiras brilhantes.

Mas a característica predominante de Bach era sua fé. Disse Henriqueta Braga: “[Era] o mais excelente ministro de música, para Bach o único objetivo de toda a música deve ser a glória de Deus e uma recreação agradável”. Tudo o que Bach fazia, fazia “guiado por suas convicções religiosas, conduzido pela fé e sempre suplicando a inspiração divina, como atestam as letras J.J. (Jesu, juva - Jesus, ajuda-me) que caracterizavam os manuscritos de sua composições autênticas. Ao terminá-las, invariavelmente juntava as iniciais S.D.G. (Soli Deo Gloria – Somente a Deus Glória).

Em Julho de 1750, alguns dias antes de morrer, Bach [que por muito tempo sofria dos olhos e havia um ano estado completamente cego] completou um arranjo para órgão do hino Quando na Hora de Maior Provação, cujo título, no último instante, mudou para Diante de Teu Trono, ó Deus, mostrando uma extraordinária coerência entre a música que produziu e a vida que viveu.

1.37.1 H.A. 065 - Oh! Fronte Ensangüentada

Letra - Poema Latino MedievalMúsica - Hans Leo Hassler (1564 - 1612)

O autor do hino original em latim é incerto, apesar de sua autoria ser atribuída a Bernard de Clairvaux. Bernard era Abade no mosteiro de Clairvaux e exerceu poderosa influência sobre a igreja. O hino foi traduzido livremente para o alemão por Paul Gerhardt e para o inglês por James Waddell Alexander. Um escritor disse:

“O original de Bernard é poderoso e perscrutador, mas o hino de Gerhardt é ainda mais poderoso e profundo, como que extraído da mais profunda fonte do evangelismo Luterano, da sabedoria escriturística, e fervor de fé. Desta forma, este hino clássico expressa em três línguas - latim, alemão e inglês - e em três confissões de fé - a Romana, A Luterana e a Anglicana - a confiança do crente no Cristo do Calvário.” - Lyric Religion, pág. 310 (Com permissão de Fleming H. Revell Co).

A melodia “Passion Chorale” ou Herzlich Thut (O Coral da Paixão), é uma adaptação da melodia Lustgarten Neuer Teutscher Gesang, composta por Hans Leo Hassler em Nuremberg, Alemanha, em 1601. Hassler foi o mais eminente organista dos seus dias, e um compositor de corais.

O “Coral da Paixão” era um dos favoritos de J. S. Bach, que o usou em cinco diferentes temas na “Paixão Segundo São Mateus” e em temas para solos de órgão. Parece haver sido um tema de coral muito popular entre os compositores para órgão, pois, há muitos trechos para os quais esta nobre melodia serve de base. Ela merece esta honra e se está tornando muito conhecida nas igrejas americanas.

Este hino é um bom exemplo de melodia secular, mas, que perdeu todas as suas características de secular e tornou-se sacra através do uso intensivo com textos sacros, e na forma de prelúdios corais para órgão. O caráter desta melodia, como a conhecemos hoje é muito diferente, em sua natureza, da música popular de hoje em dia.

O “Coral da Paixão” ilustra as qualidades encontradas nos corais alemães do período da Reforma: melodias fortes e vitais, freqüente troca de harmonia, ritmo majestoso e dignificante, e espírito reverente.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.38 H.A. 069 - Cristo Já Ressuscitou

Este hino glorioso da vitória da ressurreição é cantado por todo o Brasil evangélico na Páscoa. Na primeira estofe , vemos que Cristo ressurgiu, a redenção já consumada. Na segunda, somos exortados a entoar gratos hinos a ele, que venceu a morte e reina eternamente. A terceira estrofe enfatiza: "uma vez na Cruz sofreu; uma vez por nós morreu". Este sacrifício não pode ser repetido. Cristo, que se ofereceu "uma só vez para levar os pecados de muitos" (Hebreus 9:28), completou a obra. "Agora vivo está e para sempre reinara! Aleluia"! As aleluias repetidas neste exultante hino vêm desde os primórdios da fé cristã quando, no dia da Ressurreição, os crentes saudavam uns aos outros com : "Cristo está ressurreto, Aleluia! "

A melodia EASTER HYMN (Hino da Páscoa) apareceu anonimamente na coletânea Lyra Dadivica em Londres em 1708, com o texto Surrexit Christus Hodie (Hoje Cristo Ressuscitou). Seu texto latino é um cântico do dia da Ressurreição, de um manuscrito da cidade de Munique, na Alemanha, do século XIV. Variações deste hino em inglês apareceram em várias coletâneas na Inglaterra. Julian, no seu Dicionário de Hinologia, apresenta o hino original e na forma como foi impressa na segunda edição de Complete Psalmist (Salmista Completo), de John Arnold, de 1749, onde a segunda e terceira versão modificada de 1749 foi traduzida por Henry Maxwell Wrigth.

É interessante notar que Cahrles Wesley escreveu um hino muito semelhante, Christ the Lord is Risen Today (Cristo, o Senhor, Está Ressurreto Hoje), com onze estrofes de quatro linhas , e o publicou em Hymns and Sacred Poems (Hinos e Poemas Sacros) em 1739. Seria muito fácil confundir os dois hinos, Wesley, dando a mesma mensagem, usou a mesma métrica e as aleluias no fim de cada frase. Seu hino é comumente cantado com a melodia da LYRA DADIVICA.

Henry Maxwell Wright, o ilustre evangelista e hinista que deu quase duzentas letras e traduções ao povo da fala portuguesa, publicando-as em várias coletâneas, traduziu este hino em 1887.

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Bibliografia: Julin, John, A Dictionary of Hymnology, Vol. I, Second Revised Edition with new Supplement, New York, Dover Publications, Inc. 1957, p. 597.

1.39 H.A. 070 - Porque Ele Vive

Era 1971. Estava por nascer um filhinho no lar de Bill e Glória Gaither. Que esperança havia para o seu futuro? O casal descreve os seus pensamentos:

"Embora a história tenha revelado que este mundo nunca foi muito estável, (...) parece que o nosso século tem sido especialmente um tempo de crise (...). O nosso mundo é um planeta cheio de injustiças, traição de confiança nacional e pessoal. Assassinados, tráfico de drogas, e guerra monopolizam as manchetes. Foi no meio destas incertezas que a certeza do senhorio do Cristo vivo inundou as nossas mentes perturbadas. Ao nascer nosso bebezinho, com toda a confiança em um Cristo, vive e soberano, Foi possível pegar nosso filhinho nos braços, e escrever:

Que belo é um nenezinho,E que prazer um filho dá!Maior prazer é ter certezaDe um feliz futuro; Cristo vivo está. Porque vivo está, o amanhã enfrento.Sim, vivo está, não temerei,Pois eu bem sei que é dele o meu futuro,E a vida vale a pena, Cristo vivo está."

Este hino vitorioso foi escolhido como "Hino do Ano" pela Associação de Música Gospel. E hoje, onde o povo cristão ergue a sua voz em louvor, em todos os continentes, ouvem-se estas palavras triunfantes.

William James (Bill) Gaither, co-autor do hino, nasceu em 1936 em Alexandria, no Estado de Indiana, EUA, Gaither, que fez bacharelado e mestrado na Faculdade Anderson, no estado de Indiana, foi professor do Segundo Grau durante seis anos. É autor e compositor prolífico de mais de 200 hinos, de cantatas e peças corais. É presidente de Gaither Music Company, que publica e promove sua música. O Trio Gaither, grupo notável constituído de Bill, Glória e seu irmão, Daniel, já gravou muitos discos, incluindo um disco de ouro. Seus concertos recebem enormes platéias. Gaither recebeu, durante seis anos seguidos, o prêmio Dove da Associação de Música Gospel, como "Hinista do Ano". "O seu espírito manso e humilde e o calor da sua música têm feito (Bill) extraordinariamente popular em todo o país". Os Gaithers são especialmente responsáveis por um novo estilo de canto congregacional que tem se alastrado nos Estados Unidos e no mundo.

Glória Lee (Sickal) Gaither, a esposa e colaboradora de Bill, e co-autora desse e de muitos outros hinos, nasceu no ano de 1942, em Battle Creek, Estado de Michigan, EUA. Preparou-se para o magistério, com Bacharel e mestrado em Artes, com concentração em inglês, Francês, e sociologia. Exerceu sua profissão até se dedicar de tempo integral, com Bill, no ministério de música.

RESSURECTION (Ressurreição) é o nome dado à melodia pelo casal Gaither para seu uso no hinário Baptist Hymnal, de 1975.

Bibliografia: Gaither, Bill and Gloria, in: Reynolds, William J., Companion to Baptist Hymnal, Nashiville, TN, Broadman Press, 1976, p. 78-79.

1.40 H.A. 071 - Saudai o Nome de Jesus

Letra: Edward Perronet (1726-1792)Música: James Ellor (1819-1899)

O que o coro "Aleluia" do oratório "Messias" é para o corista sacro, o hino "Saudai o Nome de Jesus" é para a congregação "É preeminentemente o hino da coroação de Cristo, o Rei", conforme Erik Routley, distinto hinólogo, e "reúne toda a história sacra do seu louvor". As quatro estrofes existentes hoje (das oito originais) exortam a todos os arcanjos, escolhidos, perdoados, tribos raças e nações a coroá-lo. Nas outras estrofes originais também as estrelas da manhã, os serafins, os mártires e os herdeiros da linha de Davi foram convocados a entronizá-lo.

O que quer dizer entronizar Cristo como Rei? Entronizar Cristo quer dizer "fazer dele o foco de todo pensamento, da ação, e da esperança; a considerar nada completo sem ele. Quer dizer aceitar o fato que Cristo não somente convoca a fé dos homens, mas é fiel a eles. Cristo se colocou às ordens do homem, sofreu e morreu. Até no momento da sua coroação, (...) [foi chamado de Cordeiro]. ‘Aleluia! O reino deste mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e reinará pelos séculos dos séculos’. Qual a verdade humana, qual a realização ou esperança que pode ser completa sem se tomar conhecimento deste fato?"

Edward Perronet publicou a primeira estrofe deste magnífico hino na Revista do Evangelho, de Toplady (autor de Rocha Eterna), em 1779, e as oito estrofes na mesma revista em 1780. Muitas vezes revisado e alterado, o hino aparece hoje com três das estofes de Perronet e a última estrofe de John Rippon, adicionada em 1787.

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Uma das histórias mais dramáticas descrevendo a maneira que Deus tem usado este magnífico hino vem da Índia, contado pelo missionário E. P. Scott. Na sua missão na Índia, Scott desejava evangelizar certa tribo no interior. Foi prevenido que não deveria se aproximar desta etnia por ser ela muito feroz. Mesmo assim, na convicção que Deus estava lhe mandando, Scott entrou na região com muita coragem.

Quando, por fim, alcançou a região montanhosa, encontrou-se com um grupo destes selvagens. Imediatamente, cercaram-no, apontando as suas lanças para ele com olhares malévolos. Não havia nada nas mãos de Scott além do seu violino. Então, fechando os olhos, começou a tocar e cantar Saudai o Nome de Jesus. Quando terminou, e abriu os seus olhos, esperava ser morto imediatamente. Com suas lanças caídas, [os selvagens] receberam-no primeiro com curiosidade e interesse, e então mais tarde com avidez, enquanto [o missionário] contou-lhes o evangelho, e ganhou as suas almas para Jesus Cristo.

Edward Perronet, , nascido no condado de Kent, na Inglaterra, em 1726, descendia de refugiados huguenotes franceses. Seu pai, pastor anglicano, era amigo íntimo de João e Carlos Wesley. Educado na casa pastoral por professores particulares (há dúvidas quanto a seus estudos na Universidade de Oxford), Perronet decidiu entrar no evangelismo com estes dois irmãos, sofrendo com eles a mesma violência das mãos da população. Trabalhou com os Wesleys até o tempo da separação de muitos metodistas da Igreja Anglicana, separação a que João e Carlos fizeram forte oposição. Perronet uniu-se então aos dissidentes, e pastoreou uma pequena congregação em Canterbury até a sua morte em 1792. Foi autor de diversos livros de poesia e escrituras versificadas. Dos seus hinos só este continua em uso, mas enquanto o povo cristão cantar o louvor de Cristo nesta terra, o hino de Perronet soará.

John Rippon também foi um dos mais influentes pastores dissidentes (não anglicanos) do seu tempo. Nascido em Tiverton, condado de Devon, em 1751, estudou para o ministério na Faculdade Batista de Bristol. Aos 22 anos tornou-se pastor da Igreja Batista em Carter Lane, em Londres, servindo ali até a sua morte.

Rippon fez uma grande contribuição como editor e publicador de O Registro Anual Batista de 1790 a 1802 e reeditou a monumental Exposição do Antigo e Novo Testamento, de John Gill, de nove volumes.

A maior contribuição de Rippon à hinodia é sua coletânea, Selection of Hymmns from the Best Authors (Seleção de Hinos dos Melhores Autores). Esta coletânea teve largo uso, tanto na Inglaterra como na América do Norte. Sua influência sobrepujou a de todos os seus precursores. Tornou-se o modelo para a hinodia batista e também fonte para outros hinários. Foi especialmente notável pelo de hinos originais que apareceram nela pela primeira vez. Em edições subseqüentes, Rippon deu nome às melodias. Algumas desta melodias, como RIPPON, continuam em uso até hoje em todo o mundo.

James Ellor (1819-1899) compôs a melodia DIADEM (Diadema) em 1838 para o aniversário da escola dominical da sua igreja. Neste tempo Ellor, com dezenove anos e chapeleiro por profissão, era diretor da Capela Weswleyana na vila de Drousden, perto de Manchester , na Inglaterra. DIADEM é uma das três melodias mais conhecidas e usadas com a letra de Perronet, e o seu uso se alastrou pelo mundo. A autora deste livro de notas históricas ouviu o testemunho de uma missionária às tribos vietnamitas, de que os crentes de uma das tribos gostavam de cantar o hino com esta melodia a quatro vozes. O amor do mundo cristão ao hino com esta melodia é demonstrado por seu uso contínuo na Aliança Batista Mundial. "Aqueles que assistiram a reunião da ABM no Rio de Janeiro em 1960 lembrarão por muito a alegria da sessão final no estádio do Maracanã onde duzentas mil pessoas se uniram para cantar este hino com esta melodia. "

Bibliografia: Reynolds, William J., Companion to Baptist Hymnal, Nashiville, TN, Broadman Press, 1976,

1.41 H.A. 072 - Saudai o Nome de Jesus

Letra: Edward Perronet (1726-1792)Música: Oliver Holden (1765-1844)

Este hino apareceu pela primeira vez no “Gospel Magazine”, em 1779 e 1780, sob o título: “On the Resurrection, the Lord is King (Na Ressurreição, o Senhor é Rei), baseada em Apocalipse 19:16. Foi publicado novamente em “Occasional Verses, Moral and Sacred, Published for the Instruction and Amusemment of the Candidly Serious and Religious, 1785”.

Edward Perronet, , nascido no condado de Kent, na Inglaterra, em 1726, descendia de refugiados huguenotes franceses. Seu pai, pastor anglicano, era amigo íntimo de João e Carlos Wesley. Educado na casa pastoral por professores particulares (há dúvidas quanto a seus estudos na Universidade de Oxford), Perronet decidiu entrar no evangelismo com estes dois irmãos, sofrendo com eles a mesma violência das mãos da população. Trabalhou com os Wesleys até o tempo da separação de muitos metodistas da Igreja Anglicana, separação a que João e Carlos fizeram forte oposição. Perronet uniu-se então aos dissidentes, e pastoreou uma pequena congregação em Canterbury até a sua morte em 1792. Foi autor de diversos livros de poesia e escrituras versificadas. Dos seus hinos só este continua em uso, mas enquanto o povo cristão cantar o louvor de Cristo nesta terra, o hino de Perronet soará.

Jonh Wesley admirava Perronet e queria ouví-lo pregar. Certo dia, quando Perronet estava no auditório, Wesley anunciou publicamente que o Sr. Perronet iria pregar na manhã seguinte. Apesar de o Sr. Perronet não haver sido consultado com antecedência, sentiu-se na obrigação de aceitar. Ao subir ao púlpito disse: "Fui compelido pelo respeito que tenho ao Sr. Wesley a ocupar este lugar. Sou completamente

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inadequado para a tarefa, e por isto mesmo vou dar-lhes o melhor sermão que já foi proferido." Então, leu o Sermão da Montanha sem comentários, e concluiu o culto.

Um incidente relacionado com este hino é relatado a respeito de E.P.Scott, que foi para Índia como missionário. Ele levou seu violino consigo, e enquanto visitava uma tribo assassina nas montanhas, foi repentinamente rodeado por esses nativos que apontavam suas lanças para o seu peito. Ele esperava morte instantânea e desta forma, fechou seus olhos, tomou seu violino, cantou e tocou “Saudai o Nome de Jesus”, com a melodia "Miles Lane". Quando abriu os olhos, os nativos estavam quietos e desejosos de recebê-lo. Ele trabalhou entre eles por vários anos.

“Coronation” (Coroação) foi composta para esse texto em 1793 por Oliver Holden. É uma das mais antigas melodias de hino americanas, e apareceu no “Union Harmony”. Uma melodia igualmente boa é “Miles Lane” composta por Willian Shrubrgle.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.42 H.A. 077 - É Jesus o Salvador

Letra - Priscilla Jane Owens (1829 - 1907)Música - William James Kirkpatrick (1838 - 1921)

O compositor da música para este cântico é provavelmente muito mais conhecido que a autora da letra. William J. Kirkpatrick era um irlandês, nascido em 1838, e como muitos outros compatriotas herdou um talento musical e poético.

Kirkpatrick escreveu muitos cânticos sacros, tanto a letra como a música, e foi redator de “Collections of Sacred Songs”, tornando-se muito conhecido através de suas composições. Ira Sankey, usou muitos dos cânticos de Kirkpatrick no seu primeiro hinário. O mais popular nesta primeira coleção talvez seja “É Jesus o Salvador”, que ainda hoje é um grande favorito nas igrejas em muitos lugares, e no Exército de Salvação. O cântico deve muito de seu valor e popularidade à música de Kirkpatrick.

Kirkpatrick serviu durante a guerra civil, como líder de banda de pífaros do 91º Regimento da Pensilvânia. Depois foi destacado para a construção naval e por alguns anos, após a guerra, continuou ainda nesta ocupação.

Entretanto, felizmente para os cristãos em toda a parte, Kirkpatrick sofreu uma repentina mudança de coração e decidiu devotar sua vida ao serviço de Deus da melhor maneira possível - a da música. Quando morreu em 1921, com 83 anos de idade, dizem que estava sentado em sua cadeira escrevendo um cântico, e a folha caiu dos seus dedos sem vida. Foi fiel até o fim.

A força militante deste magnífico cântico chega a nós através dos anos, e tem abençoado cristãos e chamado muitos ao arrependimento.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.43 H.A. 079 - Glória ao Salvador

Lelia Naylor Morris é a autora e compositora deste hino exultante que apareceu pela primeira vez no hinárioThe King’s Praises Nº 3 (Os louvores do Rei, Número 3) em 1912. Seu hino, no original, nos estimula a examinar nossos valores e a nossa entrega pessoal a Cristo à luz da sua iminente vinda. "Regozija-se na crônica profético de Paulo da volta de Cristo em I Coríntios 4. 13-5. O refrão deixa o cantor interagir com a mensagem do poema".

Leila Naylor nasceu numa pequena cidade no Estado de Ohio, em 15 de abril de 1862. Depois da morte do seu pai, abriu uma chapelaria com sua mãe e irmã. Casando-se com Charles H. Morris em 1881, passou a ser muito atuante numa Igreja metodista com tendências para o movimento holiness (santidade). Em 1890 começou a escrever hinos, letra e música, com muito encorajamento do bem conhecido hinista e publicador H. L. Gilmore. O casal freqüentava muito dos populares camp meetings, acampamentos de verão da época, que visava levar os crentes a uma vida mais santa e a evangelizar os não crentes. Muitos dos hinos desta compositora foram escritos nestes acampamentos

Quando, em 1913, a visão de Leila começou a falhar, seu filho montou para ela um enorme quadro de giz com mais de oito metros e meio de comprimento, sobre o qual ele pintou as claves. Assim esta talentosa e dedicada mulher continuou seu ministério. Antes da sua morte em 1929, a Sra C. H. Morris (como Lelia muitas vezes assinava seu nome) escreveu letra e música de mais de mil hinos, muitos deles publicados em hinários ao redor do mundo.

Bibliografia: Nassau, Rolando de, Os Hinos de Pitrowsky – I, Rio de Janeiro, O Jornal Batista. Nº. 4 – ANO LXXXV, 27 de janeiro de 1985, p. 2.

1.44 H.A. 083 - Glórias ao Rei de Amor

Este clássico hino de adoração, vem dar glórias ao Rei, nosso Senhor Jesus Cristo. A 1ª estrofe fala do seu amor na cruz, morrendo por nós, a 2ª que [Ele] é Rei da Luz [e enaltece a Sua glória e majestade.], a 3ª

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que é o Rei da Paz, e termina com [os dizeres;] "Por teu favor ali irei morar, gozar a eterna e doce paz, a paz do eterno lar".

Esta poesia de honra ao nosso Deus trata do anseio do cristão. Louva a Deus, pela salvação recebida e a esperança de morar no eterno lar, que Jesus foi preparar.

Este hino é uma combinação de dois textos, de dois hinistas da Igreja Anglicana. Cada um desejava escrever um hino de exaltação ao nosso Salvador e Senhor, que sofreu por nós mas hoje reina. A versão de Mattew Bridges apareceu, em 1851, no seu hinário Hymns of the Heart (Hinos do Coração), 2ª edição, com seis estrofes. Intitulava-se In Capite Ejus Diademata Multa (Na Sua Cabeça Há muitos Diademas) . Vinte e três anos mais tarde, Godfrey Thring escreveu mais seis estrofes, que apareceram na sua coletânea Hymns and Sacred Lyrics (Poesias e Hinos Sacros) em 1874. Na presente versão as estrofes são de Matthew Bridges.

A melodia DIADEMA foi composta por George Elvey para o hino de Bridges. Seu nome provém da palavra grega para "coroas" ou "diademas", do texto de Apocalipse 19:12. Apareceu pela primeira vez no apêndice da primeira edição do hinário Hymns Ancient and Modern( Hinos Antigos e Modernos), de 1868.

Este hino foi traduzido para o português especialmente, em 1990, pelo Dr. Werner Karschel, membro da Subcomissão de Textos. Hinista de muita habilidade, O Dr. Kaschel tem 32 produções.

Matthew Bridges (1800-1894), nascido em Malden, condado de Essex, na Inglaterra, foi criado na Igreja Anglicana. Começou a escrever poesia e prosa em 1825. Publicaram dois hinários e diversos livros de poesia, história e política. Hinos dele apareceram nos Estados Unidos na Plymouth Collection (Coletânea de Plymouth), em 1855.

No meio do séc. XIX, surgiu o Movimento Oxford, que levou alguns Anglicanos a entrarem na igreja católica. Bridges, que tinha escrito o livro The Roman Empire Under Constantine, the Great, (O Império Romano sob Constantino, o Grande) em 1828, expondo erros daquela igreja, foi influenciado por lideres do movimento, e entrou também. Viajou para o Canadá, onde permaneceu por alguns anos, mas no fim da sua vida voltou à sua terra natal e faleceu em Devon.

O compositor , George Job Elvey (1816-1893) nasceu em Cantebury, na Inglaterra, numa família muito musical. Foi menino corista na célebre Catedral de Canterbury e estudou na Academia Real de Música, a mais conceituada do país. Organista capaz aos 16 anos, foi escolhido como "Mestre dos Meninos" (regente dos coros de meninos) e organista na Capela de São Jorge, em Windsor. Alí serviu à família real cerca de 50 anos. Tocou no casamento do Príncipe de Gales que , em 1901, se tornaria o Rei Eduardo VII. Foi feito Cavalheiro pela Rainha Vitória, em 1871. Sir George Elvey compôs dois oratórios: A Ressurreição e Ascensão e Monte Carmel, além de peças corais, composição para órgão e música para o culto. Algumas das suas mais lindas melodias para hinos continuam a ser usadas nos hinários ao redor do mundo. Esta talvez seja a mais bela e expressiva delas.

Bobliografia: Julian, John, ed,. A Dictionary of Hymnology, Dover Edition, New York, Dover Publications, 1957, p. 614.

1.44.1 H.A. 083 - Glórias ao Rei de Amor

Letra - Matthew Bridges (1800 - 1894)Música - George Job Elvey (1816 - 1893)

“E os seus olhos eram como chama de fogo, e sobre a sua cabeça havia muitos diademas”. Apocalipse 19:12. Mattew Bridges escreveu o hino “Glórias ao Rei de Amor”, baseado neste texto, em 1851 e o publicou em seu livro “Hinos do Coração”. Também apareceu no ano seguinte em sua “Paixão de Jesus”. Foi publicado também em “Hinos Antigos e Modernos”, em 1868, acompanhado de melodia “Diademata” escrita por Sir George Elvey.

As palavras deste hino são um tributo de louvor ao nosso Deus e representam o melhor em hinos. Sua melodia é excelente, apresentando dignidade, solidez, alegria triunfante e arrebatadora. É a espécie de melodia apreciada por congregações e organistas, tornando-o um grande hino de louvor. Deveria ser cantado com poder e força em andamento moderado.

George Elvey trabalhou como organista na Capela de S. Jorge, em Windsor, por aproximadamente cinqüenta anos. Escreveu muitas melodias e antemas. “Ninguém poderia permanecer em sua presença sem ser contagiado por sua devoção, espírito religioso, e foi este espírito que transpirou em todo o seu trabalho.”

Haeussler diz em “A História dos Nossos Hinos”

“Elvey cria que a música de igreja deveria ser grandiosa, enlevante e inspiradora como os elevados arcos e os mais lindos vitrais das catedrais. A música de igreja, ele afirmava, deveria ao menos sugerir a sublime música dos Céus. A arquitetura e a música, o ambiente físico e o ritual do culto deveriam ser parte integrante de um todo, designados a elevar a alma do adorador às alturas.” pág. 646 (Com permissão de Eden Publishing House).

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.45 H.A. 085 - Lindo És, Meu Mestre

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A Reforma devolveu aos crentes o precioso privilégio de cantar, na sua própria língua, salmos e hinos nos cultos Isso não quer dizer que não compunham e cantavam hinos antes, nos seus lares, nas suas festas, e em outras ocasiões . Da mesma maneira, os católicos tinham hinos e canções que eram os religiosos que cantavam, cada povo em seu próprio idioma, fora dos cultos. Muitos destes hinos e canções (alguns deles valiosos) foram colecionados e publicados, especialmente depois da invenção da imprensa de Gutenberg. Este é um dos mais lindos desses hinos, que felizmente veio até nós.

A história de como este hino de adoração e louvor ao nosso Salvador chegou a nós parece uma novela. Muitos acreditavam que fosse um hino das cruzadas, mas uma pesquisa cuidadosa e persistente descobriu a letra original alemã anônima, Schönster Herr Jesu (Senhor Jesus Mais Belo). Apareceu pela primeira vez no hinário Münster Gesangburch (Hinário Münster), em 1677, com uma outra melodia, embora se creia ter sido escrita uns 15 anos mais cedo. Três séculos mais tarde apareceu, com texto um pouco alterado, no distrito de Glaz, da Silésia (agora parte da Polônia). Recebera uma melodia tradicional daquele país. Hoffman Fallersleben ouviu esta versão pela primeira vez 1839, transcrevendo-a duma recitação oral. Publicou-a em sua coletânea Schlesische Volkslieder (Canções Folclóricas da Silésia), em 1842. Este é o hino que chegou até nós.

Outro nome muito usado para esta melodia é CRUSADER’S HYMN (Hino do Cruzado), oriundo da idéia errada de que ela seria do tempo das cruzadas. É interessante notar que o eminente compositor Franz Liszt usou esta melodia no seu oratório A Lenda de Santa Elizabeth.

Este arranjo é uma de duas importantes contribuições do compositor , escritor e critico Richard Storrs Willis, à hinodia americana em suas coletâneas, Church Choral (Coros para a Igreja) e Choir Studies (Estudos Corais) de 1850.

Richad Storrs Willis nasceu na histórica cidade de Boston, Estado de Massachussets, EUA. Bacharelou-se na célebre Faculdade Yale, em 1841. Passou seis anos na Alemanha estudando música com músicos de renome. Durante aquele tempo tornou-se amigo íntimo de Felix Mendelssohn, que muito se interessou em suas composições. Na sua volta aos Estados unidos, tornou-se crítico musical para alguns jornais importantes de Nova Iorque. De 1852 a 1864, editou três jornais e revistas de música. Depois de 1861, estabeleceu-se em Detroit , Estado de Michigan, mas passou quatro anos em Nice, na França, Willis publicou mais três coletâneas de músicas para coros sacros. Faleceu em Detroit, em 7 de maio de 1900.

Bibliografia: Braga, Henriqueta Rosa Fernandes, Música Sacra Evangélica no Brasil, Rio de janeiro, Livraria Kosmos Editora, 1961, p. 348

1.45.1 H.A. 085 - Lindo És, Meu Mestre

Letra - Autor DesconhecidoMúsica - Melodia Tradicional Silesiana

O texto original deste cântico alemão apareceu no “Münster Gesangbuch” em 1677. Ninguém sabe quem o traduziu, mas foi introduzido nas congregações inglesas pelo “Church Choral and Choir Studies” (Corais para Igreja e Estudos para Coro) de Richard Storrs Willis, em Nova York, em 1850.

A melodia “Crusader’s Hymn” (Hino dos Cruzados) foi arranjada em 1850 por Richard Storrs Willis de uma melodia folclórica Silesiana, a qual apareceu em uma coleção em 1842. No prefácio desta coleção, um dos editores, Dr. Hofmann diz:

“No verão de 1826 visitei um amigo em Westphalia. Ao aproximar-se a noite ouvi os homens que trabalhavam no feno cantando; procurei investigar; eles cantavam músicas folclóricas que me pareceram boas para serem colecionadas. Com este propósito, associei-me ao meu amigo, Richter, e repartimos o trabalho entre nós dois. Ele encarregou-se da parte musical e eu fiquei com o resto. A idade desta melodia não pode ser determinada. É cantada por todas as classes e idades, desde o pastor da montanha, ao menininho que balbucia na creche”. (Extraído de “Lyric Religion” pág. 85) (Com permissão de Fleming H. Revell Co).

Esta melodia, conhecida como “The Pilgrim’s Song” (Canção do Peregrino), foi usada por Franz Liszt em sua “The Legend of St. Elizabeth” (A lenda de Stª Izabel). Liszt pensava que ela datava do tempo das cruzadas, mas, não há prova disto. Há também semelhança desta melodia com melodias de outros compositores.

Este cântico tem se tornado cada vez mais popular em congregações de todas as idades, e isto com muito merecimento. Tem a simplicidade de uma música folclórica. Sua linha melódica é bela e graciosa. As palavras são diretas e cheias de louvor a Jesus.

F. Melius Christiansen tem usado outra tradução em excelente arranjo para coro, intitulado “Beautiful Savior” (Belo Salvador).

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.46 H.A. 093 - Precioso É Jesus Para Mim

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Page 37: HISTÓRIA DE HINOS

Este hino é característico dos Gospel Hymns e enfatiza o relacionamento íntimo entre Cristo e a pessoa que canta. Nele o cantor proclama que procura a presença dele, dá honras a ele e, principalmente, que é um celeste prazer conhecê-lo.

O apóstolo Paulo achou este conhecimento tão precioso que disse:” tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”(Filipenses 3:8).

Charles Hutchison Gabriel nasceu no Estado de Iowa, EUA, no dia 15 de setembro de 1856. Passou seus primeiros 17 anos de vida na fazenda. Desde menino, Charles mostrou grande interesse na música. Quando sua família comprou um harmônio pequeno, ele aprendeu a tocar com muita rapidez. Aos 16 anos, Gabriel já estava ensinando em algumas escolas de canto nas igrejas. Sua fama de professor e compositor se alastrou. De 1890 a 1892, foi diretor de música da Igreja Metodista da Graça, na cidade de São Francisco, Califórnia. Depois desta época, estabeleceu-se em Chicago, Illinois, centro de publicadores evangélicos.

Charles H. Gabriel publicou o hino pela primeira vez no seu hinário Joyful Praise (Louvor Jubiloso) em 1902. Vendeu-o a Edwin Excell em 1907, que modificou a primeira estrofe e o título para He is So Precious To Me, a forma que foi traduzida.

De 1895 a 1912, Charles Gabriel publicou diversos hinários. Em 1912, se associou com a firma publicadora de Homer Rodeheaver, famoso cantor-evangelista, e ali ficou até a sua morte em 15 de setembro de 1932.

(Ver mais detalhes no H.A 535)Não sabemos em que ano Salomão Luiz Ginsburg traduziu o hino de Gabriel para o português, mas

sabemos que as suas palavras constituíram um testemunho daquele consagrado missionário que também considerou “como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, seu Senhor”.

Fonte: Hinário para o Culto Cristão - Notas Históricas, Edith Brock Mulholland (compiladora), Rio de Janeiro; JUERP, 2001.

1.47 H.A. 095 - Cristo É Tudo Pra Mim

Este hino expressa muito bem o coração da pessoa que conhece “o amor de Cristo, que excede a todo entendimento" (Efésios 3:19). Cada palavra sobre Cristo baseia-se nas Escrituras. Cristo é vida, paz, luz, braço forte, consolação, amigo sem igual - a quem vou em aflição, amor, grande amigo - que merece toda a minha confiança. Esta mensagem veio do coração de um homem que conhecia e amava a Jesus com todo o seu ser. A terceira estrofe expressa o que deve ser a nossa resposta a tudo que Cristo é. São frases fortes: "Sempre o amarei; Nunca o abandonarei; Servo leal serei por toda vida.“ Não se deve cantar estas palavras displicentemente! Cristo está ouvindo!

Seu autor e compositor, Will Lamartine Thompson publicou o hino no seu hinário New Century Hymnal (Hinário do Novo éculo), em 1904. Homenageou a sua querida esposa Elizabeth Johnson Thompson com o nome da melodia, ELIZABETH.

Will Lamartine Thompson (1847 - 1909) foi chamado “Trovador de Ohio", seu estado natal (EUA). Nascido em East Liverpool, de família presbiteriana, demonstrou desde cedo o seu talento musical. Começou a compor aos 16 anos, alcançando fama 12 anos depois. Formou-se na Faculdade Mt. Union, do seu Estado, e no célebre Conservatório de Música de Boston (Massachusetts). Continuou a compor canções famosas, também estabeleceu a companhia “Will L. Thompson", uma firma de muito sucesso que publicava músicas populares, clássicas e sacras tanto na sua cidade natal como em Chicago, Illinois. Dele, Bill Ichter fala:

"Embora tornasse o compositor milionário, nem por isso Thompson se esqueceu de agradecer a Deus que tanto o abençoou. Apesar de ser um dos cidadãos mais proeminentes de sua cidade, Thompson nunca deixou de dar testemunho do seu Salvador, que o salvou desde a sua infância. Nas palavras de um de seus amigos íntimos, Thompson possuía 'um excelente caráter e um belo espírito que não eram menores do que o seu imenso talento musical'. Simplicidade, sinceridade, humildade e justiça foram as características da sua vida."

Entendo-se muito devedor a Cristo, Thompson passou a compor somente músicas sacras. Comprou cavalos e uma carroça, onde colocou seu piano, "viajou o comprimento e a largura de Ohio, visitando lares rurais e cantando seus hinos". Faleceu na cidade de Nova Iorque, cinco anos depois de ter escrito este hino de amor e dedicação. Viveu suas próprias palavras. Thompson também nos deu o muito cantado hino Manso e Suave, sobre o qual o célebre evangelista Moody disse ao autor “Will, preferia ter escrito Manso e Suave a qualquer coisa que consegui fazer em toda a minha vida".

O tradutor deste alegre hino é desconhecido.Bibliografia: Ichter, Bill H., Se os Hinos Falassem. Vol. I Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP), s/d, p. 14..

1.48 H.A. 097 - Meu Divino Protetor

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Letra - Charles Wesley (1707 - 1788)Música - Simeon Buckley Marsh (1798 - 1875)

Um supremo hino de um dos maiores escritores, é este de Charles Wesley.Henry Ward Beecher disse dele:

“Preferiria ter escrito este hino de Wesley... a ter a fama de todos os reis que se assentaram sobre a terra. É mais glorioso. Tem mais poder.”

George Duffield disse:Se algo na vida cristã, que expresse alegria e tristeza, aflição e prosperidade, vida e morte - é este hino”.

O Dr. Louis F. Benson fez esta apreciação:“Estamos tratando do hino predileto do idioma: o favorito do letrado e do iletrado, do altivo e do

humilde... o segredo do seu apelo apóia-se na beleza poética que qualquer homem sente sem analisá-lo, e numa obra tão perfeita, que o faz querer cantar, simplesmente porque desperta nele o espírito de cântico mais do que o sentimento de reflexão.”

Charles Wesley escreveu cerca de 6.500 hinos durante sua ativa carreira, juntamente com seu irmão John. Ambos viajaram pela Inglaterra, Gales, Irlanda, pregando e evangelizando numa época quando a Inglaterra necessitava de reavivamento.

H. Augustine Smith diz deste hino:“Como literatura, tem concisão, melodia, intensidade e completo espírito de um lírico genuíno... Se

alguém o ler sem pensar no cântico, ainda é influenciado por sua melodia própria. Seus efeitos são obtidos pelos meios mais simples e diretos. Das duzentas e trinta e seis palavras do poema, apenas trinta e seis não são monossílabos. As imagens são vividas e rapidamente delineadas, seu movimento é suave e melodioso, os versos são inflamados com vida. É um cântico perfeito e imortal.” “Lyric Religion,” pág. 195 (Com permissão de Fleming H. Revell Co).

Provavelmente a mais conhecida melodia para este hino é “Martyn” de Simeon Buckley Marsh, um professor de música americano, de Sherburne, N.Y.. Compôs “Martyn” em 1834, uma melodia de extrema simplicidade e um tanto monótona na harmonia. Muitos preferem a melodia “Hollingside”, composta por John Bacchus Dykes e publicada primeiro em “Hymns Ancient and Modern” em 1861.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.49 H.A. 099 - Noventa e Nove Ovelhas

Letra - Elizabeth Cecilia Clephane (1830 - 1869)Música - Ira David Sankey (1840 - 1908)

A respeito deste cântico tem-se dito: “Apenas no último grande dia se conhecerá quantas ovelhas perdidas tem sido trazidas a Jesus por seu intermédio.” Verdadeiramente, “Noventa e Nove Ovelhas,” merece a frase: “Um milagre em música.”

Ira David Sankey nasceu a 28 de agosto de 1840 em Edinburg, Pennsylvania.Enquanto jovem, Sankey serviu na Guerra Civil Americana. Com freqüência, ajudava a unidade de

Capelania e dirigia seus companheiros soldados no cântico de hinos. Depois da guerra, foi trabalhar com o Internal Revenue Service, e também Associação Cristã de Moços (YMCA). Tornou-se conhecido como cantor evangelístico e, eventualmente, chamou a atenção do evangelista Dwight Lyman Moody. Os dois encontraram-se em uma convenção da YMCA em Indianapolis, Indiana, em junho de 1870. Alguns meses mais tarde, Sankey assistiu à sua primeira reunião evangelística com Moody, e demitiu-se de seu trabalho como funcionário público logo em seguida.

Em outubro de 1871, Sankey e Moody estavam no meio de uma reunião de reavivamento, quando o iniciou-se Grando Incêndio de Chicago. Os dois homens escaparam por pouco da tragédia que se seguiu. Sankey observou a cidade queimar de dentro de um barco a remos, ao largo do Lago Michigan.

Sankey compôs mais de 1.200 cânticos durante a sua vida. Ele ficou cego, por causa de glaucoma, nos últimos cinco anos de sua vida e, sem dúvida, encontrou ânimo para seu espírito em sua amiga e parceira, a escritora de hinos cega Fanny Crosby. Sankey morreu em 13 de agosto de 1908.

Ira D. Sankey foi o inseparável companheiro de D. L. Moody nas grandes excursões evangelísticas através dos Estados Unidos e em terras estrangeiras. Foi enquanto Moody e Sankey estavam viajando de Glasgow, Escócia, para Edimburgo que Sankey descobriu as palavras para este cântico num jornal que havia comprado justamente antes de tomar o trem.

Sankey conta que ficou tão ‘impressionado com estas palavras que as recortou do jornal e tentou cativar a atenção do Sr. Moody, lendo-as para ele. Moody, no entanto, estava tão compenetrado na leitura de sua correspondência, que nem notou a maneira comovente que Sankey lia.

Sankey continua a contar:

“Na reunião da tarde, no segundo dia, (em Edimburgo), realizada no Free Assembly Hall, o assunto apresentado pelo Sr. Moody e outros oradores foi ‘O Bom Pastor’. Quando o

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Page 39: HISTÓRIA DE HINOS

Sr. Moody terminou de falar, chamou o Dr. Bonar para dizer algumas palavras... Em conclusão às palavras do Dr. Bonar o Sr. Moody voltou-se para mim com a pergunta: - ‘Tem você um solo apropriado para este assunto?’ Eu não tinha nada apropriado em mente, e estava muito preocupado, sem saber o que fazer... Neste momento pareceu-me ouvir uma voz dizendo: ‘use o cântico que você encontrou no trem!’ Pensei que isso seria impossível, pois, nenhuma música havia sido escrita para ele. Novamente a impressão veio sobre mim de que deveria cantar as belas e apropriadas palavras que havia encontrado no dia anterior, e colocando o pequeno pedaço de jornal no órgão, diante de mim, elevei minha mente em oração, pedindo a Deus que me ajudasse a cantar para que o povo pudesse ouvir e entender. Pondo minhas mãos no órgão toquei no tom de lá bemol e comecei a cantar.

Nota por nota, a melodia foi tirada, e não foi mudada daquele dia até hoje. Quando o cântico cessou, um grande suspiro pareceu vir da assistência e percebi que o cântico havia alcançado os corações do auditório escocês.”

Pouco tempo depois, o Sr. Sankey recebeu uma carta de uma senhora que havia assistido a reunião, informando-lhe que as palavras haviam sido escritas por sua irmã falecida, Elizabeth C. Clephane. Um hinologista mencionou que as palavras foram escritas para o irmão perdido da Srtª Clephane, que morreu bêbado no Canadá.

Hoje, “Noventa e Nove Ovelhas” é ainda usado por Deus na conquista de muitos corações. Sua mensagem profundamente espiritual e seu ensino escriturístico perfeito, tem-no tornado apreciado pelos cristãos do mundo todo.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.49.1 H.A. 099 - Noventa e Nove Ovelhas

Letra - Elizabeth Cecilia Clephane (1830 - 1869)Música - Ira David Sankey (1840 - 1908)

Muito interessante é a história deste hino. Escrito inicialmente (1868) em forma de poesia, para uma pessoa amiga e sendo publicado depois em uma revista, tornou-se um dos hinos bem conhecidos em todo o mundo cristão.

Sua autora foi a Sra. Elizabeth C. D. Clephane, nascida em Edimburgo, Escócia, a 18 de junho de 1830 e falecida em 1869. Elizabeth era muito tímida e quieta, mas muito inteligente e amante dos livros. Um dos seus prediletos era a poesia, daí escrever várias, entre ela está a que nos referimos. Perdeu seus pais quando ainda era menina, mas nos estudos tinha sempre boas notas e era quase sempre a primeira da classe. Mas como foi que essa poesia se tornou um hino tão favorito de hoje?

Foi assim: no ano de 1874 o famoso evangelista Dwihgt L. Moody estava fazendo uma campanha de evangelização na Escócia, acompanhado do compositor e cantor sacro Sr. Ira David Sankey (1840 – 1908). Na viagem de trem, de Glasgow para Edimburgo, Sankey lia um jornal, no qual achava-se esta poesia, publicada num dos cantos da página do jornal. Deixemos que ele mesmo nos conte que sentiu:

“Fiquei tão impressionado que chamei a atenção do Sr. Moody para esta poesia. Ele pediu que eu a lesse, o que fiz com toda a energia que possuía. Ao terminar, olhei para o meu amigo Moody para ver a reação que a poesia tivera sobre ele, mas verifiquei que ele não ouviu uma palavra sequer, tão preso estava à leitura de uma carta que havia recebido dos Estados Unidos."

Apesar dessa experiência meio desagradável, Sankey recortou a poesia do jornal e colocou-a dentro de um livro.

No segundo dia das conferências em Edimburgo o Sr. Moody falou sobre o assunto “O Bom Pastor”. Pediu depois que um certo Dr. Bonnar dirigisse algumas palavras, o qual comoveu aos ouvintes com uma breve mensagem de apenas alguns minutos. Ao final de suas palavras, Moody olhou para Sankey e perguntou: “Você tem um solo apropriado para este assunto, com o qual possamos encerrar a reunião?”

Sankey ficou perplexo! Pensou imediatamente no Salmo 23, mas desistiu, porque esse hino já havia sido cantado várias vezes, durante as conferências. De repente, Sankey ouviu uma voz dentro de si, dizendo: “Cante aquela poesia que você achou no trem”. Mais uma vez queremos citar suas próprias palavras, descrevendo essa situação:

“Eu, porém, pensei que isso seria impossível porque nenhuma música havia sido escrita antes, para esta poesia. Mas essa impressão veio mais uma vez a minha mente. Eu devia cantar aquelas belas e oportunas palavras, que havia encontrado anteontem. Colocando a poesia sobre o órgão, à minha frente, levantei o meu coração em oração a Deus, pedindo-Lhe que me ajude a fim de que o povo pudesse me ouvir e entender. Deixando as minhas mãos caírem sobre o teclado, toquei o acorde de lá bemol e comecei a cantar. Nora por nota, a melodia foi dada, e até hoje nunca foi alterada”.

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Page 40: HISTÓRIA DE HINOS

Quando Sankey, terminou de cantar, pela primeira vez, esta poesia para a qual compôs esta música, verificou logo que havia alcançado pleno êxito. O Sr. Moody, com os olhos marejados com lágrimas, veio todo comovido e viu ainda o pedaço de jornal do qual acabara de cantar. “Sankey, onde você achou este hino? Nunca vi coisa semelhante em minha vida”. Sankey, também muito comovido, respondeu: “Sr. Moody, este é o hino que li para o senhor, ontem, no trem, mas o senhor não ouviu”.

E assim nasceu um dos grandes hinos missionários, que consta em quase todos os hinários evangélicos.

Fonte: http://www.uniaonet.com/osemeador01.htm

1.50 H.A. 101 - Não Há Nome Mais Amável

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.51 H.A. 102 - Que Grande Amigo

Letra - James Grindlay Small (1817 - 1888)Música -  George Coles Stebbins (1846 - 1945)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Certa ocasião quando o Sr. Moorehouse e eu estávamos realizando reuniões em Scarbore, Norte da Inglaterra, os serviços religiosos eram assistidos por um grupo de senhoras Quakers e entre elas, uma prima de John Bright, o grande estadista inglês. Desejando que este cântico fosse apresentado em uma das reuniões, esta senhora escreveu o seguinte pedido: “Sr. Sankey, faria o favor de repetir o cântico ‘Que Grande Amigo’, em sua maneira habitual? “Escrevendo desta maneira, ela evitou pedir-me que cantasse, o que é contrario ao costume da Sociedade de Amigos (Quakers).

Estávamos realizando reuniões de oração numa hospedaria, Inglaterra, quando um jovem lá hospedado veio a reunião para distrair-se. Nós cantamos, oramos, lemos um capitulo da Palavra de Deus e então o jovem pediu que cantássemos para ele. Escolheu ‘Que Grande Amigo’. Quando acabamos de cantar a primeira estrofe, seus olhos começaram a verter lagrimas, e tenho a alegria de dizer que ele entregou seu coração a Deus pela influência deste belo cântico. Na manhã seguinte ele deixou a hospedaria, mas antes de fazê-lo, escreveu-me uma carta, da qual extrai estes trechos: ‘Eu lhe pedi este cântico porque ele era o predileto de minha querida irmã e decidi, agora, encontrá-la no céu. Com a ajuda de Deus, se não nos

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Page 41: HISTÓRIA DE HINOS

encontrarmos outra vez nesta terra, prometo encontrá-lo no céu também. Pense sempre em mim quando cantar ‘Que Grande Amigo’. Mostre esta carta aos meus outros dois amigos’.”

O autor deste cântico, James Grindlay Small, nasceu em Edinburgh, em 1817 e morreu em 1888; escreveu muitos cânticos e poemas, e publicou vários hinários.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.52 H.A. 103 - Nome Precioso

O nome de Jesus era tudo para Lydia Baxter, a autora deste hino. Lydia dedicou-se muito ao estudo das Escrituras. Gostava de estudar o significado dos nomes Bíblicos. Mas o nome de Jesus, que ela estudara profundamente, é que era sua força. Quando foi questionada acerca da sua disposição alegre, apesar das suas grandes dificuldades físicas, ela respondia:

Tenho uma armadura muito especial. Tenho o nome de Jesus. Quando o Tentador procura me fazer triste ou desesperada, falo o nome de Jesus, e ele [Satanás] não pode me atingir. O nome de Jesus quer dizer "Salvador" e vem da mesma raiz hebraica que os nomes de Josué e Joás.

Lydia expressou o seu amor pelo nome de Jesus neste texto em 1870. Musicado pelo capacitado compositor e publicador William H. Doane, foi intensamente usado nas campanhas de Moody e Sankey. Apareceu pela primeira vez no hinário Pure Gold (Ouro Puro), editado por Doane e Robert Lowry, em 1871.

O nome da melodia, PRECIOUS NAME (Nome Precioso), refere-se às duas primeiras palavras do estribilho no original.

Lydia Baxter (1809-1874) nasceu em Petersburg, Estado de Nova Iorque. Converteu-se, juntamente com sua irmã no ministério do missionário batista , o Pr. Eben Tucker. Pouco tempo depois, as duas irmãs foram as principais responsáveis pela formação de uma igreja batista na sua cidade. Mudando-se para a cidade de Nova Iorque depois do seu casamento, Lydia continuou o serviço cristão com muito zelo. Embora se tornasse inválida e tivesse de passar muito tempo na cama, sua casa foi ponto de encontro de pregadores e obreiros e evangelistas. "O brilho da sua experiência cristã foi uma inspiração para todos que a conheciam".

Publicou Gems by the Wayside (Jóias Pelo Caminho), um volume de poesia cristã, em 1855. Escreveu inúmeros gospel songs de grande aceitação na sua época. A Porta Franca é da autoria dela. Entretanto, somente "Nome Bom, Doce a Fé", escrito quatro anos antes da sua morte, continua a fazer parte de muitos hinários ao redor do mundo.

William Howard Doane (1832-1915) nasceu em Preston, Estado de Connecticut. Mostrando o seu talento musical muito cedo, aos 14 anos já dirigia o coro da sua escola. Convertido no seu último ano de segundo grau, sempre foi um leigo batista muito ativo. Tornou-se um perito inventor de máquinas para o artesanato de madeira (com 70 invenções a seu crédito) e empresário de muito sucesso.

Mudando-se para Cincinnati, Estado de Ohio com sua empresa, da qual, com o tempo, tornou-se presidente, Doane continuou a servir ao Senhor. Foi superintendente da Escola Dominical da Igreja Batista Mt. Auburn por 25 anos. Cooperou com Moody e Sankey no evangelismo mundial.

Embora leigo na música William H. Doane compôs mais de 2.200 melodias para hinos, muitas delas as mais cantadas da sua geração. Sua colaboração mais feliz foi com Fanny Crosby, com quem por muitos anos escreveu. Publicaram mais de quarenta coletâneas de hinos e numerosas cantatas. Foi-lhe conferido um doutorado em Música (honoris causa) pela Universidade Dennison (batista) do seu Estado, em 1875.

Apesar do seu enorme sucesso financeiro, Doane sempre foi conhecido como um humilde leigo cristão e um generoso benfeitor. Doou um órgão de tubos para a Organização dos Moços Cristãos e fez grandes doações à Universidade Dennison. Deixou uma grande fortuna numa fundação que foi usada para muitas causas filantrópicas, inclusive a construção do Doane Memorial Edifício de Música, do célebre Instituto Bíblico Moody, em Chicago, Estado de Ilinois.

O Rev. Benjamim Rufino Duarte (1874-1942), traduziu este hino em 1900. O Ver. Duarte é autor de dois hinos e tradutor de mais quatro nos hinários evangélicos no Brasil. Suas versões estão entre as mais cantadas destes hinários. A qualidade da sua tradução deste hino é uma das causas do seu aparecimento em pelo menos oito hinários evangélicos no Brasil. Benjamim Duarte nasceu na Ilha Brava, a mais ocidental entre as quinze ilhas do arquipélago de Cabo Verde, 640 KM ao oeste do Senegal (África). Este arquipélago foi descoberto pelos portugueses em 1460 e colonizadas por eles. Cabo Verde tornou-se província portuguesa em 1951 e republica independente em 1974. Infelizmente, não há mais informações disponíveis sobre este hinista no momento.

Bibliografia: Osbeck, Kenneth W., 101 More Hymn Stories, Grand Rapids. MI. Kregel Publications, 1985, p265

1.53 H.A. 107 - Alegrias Vem Trazendo

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Letra - Charles Wesley (1707 - 1788)Música - John Zundel (1815 - 1882)

A história de Charles Wesley e seu irmão John, e a influência que tiveram sobre a vida política e social na Inglaterra através da pregação do evangelho, é um capitulo interessante na história da igreja. Charles era um compositor de hinos, produzindo cerca de 6.500 hinos para todas as ocasiões e sobre todas as fases do evangelho.

Este hino é do panfleto de Charles Wesley “Hymns for Those That Seek, and Those That Have Redemption in the Blood of Jesus Christ”, (Hinos Para Aqueles que Procuram, e Aqueles que Têm Redenção no Sangue de Jesus Cristo), de 1747, onde aparecia sob o título “Jesus, Show us Thy Salvation”, (Jesus Mostra-nos Tua Salvação).

Wesley canta alegremente sobre o amor de Deus. Frases tais como: “alegria”, “eternal e santo amor”, “meiga compaixão” e “divinal e santo amor”, são escriturísticas em sua sugestão, assim como cada linha do hino; notai a experiência progressiva na primeira estrofe, expressa pelas palavras “vem”, “limpa”, “purifica”. Então, o clímax na ultima estrofe, “Ao findarmos”, “puros”, “santos”, “felizes”, “louvaremos, para sempre e sempre”.

A melodia “Beecher” é também conhecida como “Amor Divino”, e “Zundel”, foi escrita por John Zundel e apareceu em seu hinário “Christian Hear Songs”, em 1870. Por alguns anos ele viveu em Nova York onde se associou-se a Henry Ward Beecher na Igreja de Plymouth. Ele auxiliou o Dr. Beecher na produção de “Plymouth Collection” em 1855, uma famosa coleção de hinos.

Esta melodia é uma boa melodia congregacional que efetivamente expressa o sentimento do hino. Uma boa interpretação é cantar a primeira estrofe forte, a segunda suave, e então cantar a ultima estrofe com toda a potencia da voz e um tanto mais lentamente, produzindo um grande clímax nas duas ultimas linhas. Isto somente deveria ser tentado sob competente direção. Este hino é uma grande expressão do culto.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.54 H.A. 109 - Jesus me Transformou

Ficha Técnica

Letra Música

Título:Jesus me Transformou Nome da melodia:SAFETY

Autor:James Rowe Compositor:James Rowe

Data da Autoria:1912 Data de composição:1912

 Harmonização: Salomão Luiz

Ginsburg

  Data da Harmonização: 1912

Tradutor:Salomão Luiz Ginsburg Tonalidade: Sib Maior

A pedido do ilustre hinólogo William J. Reynolds, em 23 de maio de 1955, Louise Rowe Mayhew, filha do autor James Rowe , escreveu a história do surgimento, em 1912, deste lindo hino de testemunho:

Howard E Smith era um homem pequeno, cujas mãos estavam tão deformadas por artrite que parecia não poder usá-las de forma nenhuma, quanto menos tocar piano, mas podia e tocava. Posso ver os dois agora, meu pai andando para cá e para lá, solfejando um ou dois compassos, e Smith tocando-os e copiando-os no caderno de música. Assim foi composto Cristo me Amou e me Livrou. Isto aconteceu em Saugatuck, (Estado de Connecticut), muitos anos atrás.

O hino foi publicado pela primeira vez por Robert H. Coleman na coletânea Select Gospel Songs (Cânticos Seletos do Evangelho), em 1916.

James Rowe (1865-1933) que emigrara da Inglaterra para os Estados Unidos aos 25 anos, era poeta nato. Poesias e melodias fluíram da sua mente como córregos descendo da ladeira. Declarou ter escrito mais de 19.000 hinos! (mais dados no hino 260)

Howard E. Smith, que harmonizou a melodia de Rowe, nasceu em 16 de julho de 1863 em Norwalk, Estado de Connecticut. Pouco se sabe sobre ele além do fato dele ser músico ativo durante toda a sua vida. Serviu como organista em várias igrejas do seu Estado.Compôs diversas melodias para hinos, mas somente esta continua em uso hoje em dia. Smith faleceu na sua cidade natal em 13 de agosto de 1918.

A comissão do Batist Hymnal ( Hinário Batista) de 1956 deu o nome SAFETY (segurança) à melodia de Rowe.

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1.55 H.A. 112 - Ele Vive

"JESUS VIVE! Não está morto, te digo, mas vive aqui e agora!" O Pr. Alfred Henry Ackley respondia a um jovem judeu que lhe perguntara: "Por que devo adorar a um judeu morto?" Continuou o seu testemunho a este jovem que tinha assistido aos cultos por algum tempo. O Pr. Ackley procurou mostrar-lhe a necessidade de submeter a sua vida a Deus na aceitação de Jesus Cristo como Salvador e Senhor. O jovem começou a considerar o que precisava fazer se isto fosse a verdade: se, deveras, Jesus estivesse vivo.

Estas palavras vibraram na mente do próprio Ackley, hinista prolífico. Ao reler os trechos bíblicos, sobre a ressurreição, as palavras: "Ele não está aqui, mas ressurgiu". (Lucas 24:6) lhe vieram com novo significado. Sentando-se ao piano, compôs este hino emocionante. Falando desta experiência marcante. Ackley escreveu: "O pensamento da presença viva de Cristo trouxe a música pronta e facilmente. As palavras seguiram imediatamente: " Tudo isso ocorreu em 1933, Homer Fodeheaver, com quem Alfred e seu irmão Bentley trabalharam em publicação de coletâneas de hinos no hinário Triumphant Service Songs (Hinos Triunfantes Para Cultos), em 1934,

Ackley, o nome da melodia, homenageia o autor e compositor (Ver H.A. 232).Bibliografia: Ackley, Alfred, in: Sanville, George W. , Forty Gospel Hymn Stories, Winona Lake, IN, The

Rodehearver-Hall Mack Co. , 1945, p. 34-35

1.56 H.A. 113 - Amor Glorioso

Este hino , um dos prediletos dos evangélicos brasileiros, sobre o imenso amor de Cristo, foi escrito por W. Spencer Walton. Apareceu em The Coronation Hymnal (O Hinário da Coroação) de 1894, editado pelo compositor da melodia, Adoniram J. Gordon, e Arthur T. Pierson, ambos os líderes importantes entre os batistas do nordeste dos Estados Unidos. Foi publicado pela sociedade Publicadora Batista Americana de Filadélfia, Estado de Pensilvânia.

W. Spencer Walton (1850-1906) é conhecido na hinodia somente por este hino. Aparentemente, foi associado do Dr. A. J. Gordon na obra batista do Nordeste dos Estados Unidos. Não há maiores informações sobre ele.

O compositor, Adoniram Judson Gordon deu à melodia o nome de CLARENDON, em homenagem á igreja Batista da Rua Clarendon, da cidade de Boston, Estado de Massachusetts, da qual foi pastor por muitos anos. (ver dados do compositor no H.A. 290)

De acordo com Rolando de Nassau, Salomão Luiz Ginsburg traduziu este hino em 1914, e incluiu-o no "souvenir" da Assembléia da Convenção Batista brasileira realizada no mesmo ano no Rio de Janeiro, RJ. Publicou-o no suplemento do Cantor Cristão de 1918. Podemos imaginar aquele corajoso servo de Deus numa praça de uma cidade ainda não evangelizada, sentado ao seu pequeno harmônio, cantando com sua bela voz. Podemos imaginar a multidão a começar a rodear este intrépido pregador, muitos ficando para ouvir o seu sermão, comprando suas Bíblias, e os resultados eternos daquele encontro. Somente quando estivermos com Cristo, conheceremos o valor eterno deste simples hino de gratidão pelo amado Salvador que nos buscou.

Salomão Luis Ginsburg, de origem judaica, filho de um rabino, nasceu próximo a Suwalki, Polônia, em 6 de agosto de 1867. Dos 6 aos 14 anos, viveu em Koenigsberg, Alemanha, na casa de um tio materno, onde recebeu educação aprimorada. Quando voltou para casa, não concordou com a orientação paterna, pois este queria que ele se tornasse rabino e se casasse com uma jovem de 12 anos. Resolveu fugir. Foi para Londres e lá se converteu a Cristo. Começou a sofrer perseguições. Expulso da casa de outro tio com quem morava, foi deserdado e considerado morto pela família.

Depois de vagar pelas ruas de Londres, Ginsburg foi convidado para o "Abrigo dos Judeus Convertidos", permanecendo ali por três anos. Manifestando o desejo de pregar, estudou mais três anos na Escola de Treinamento Missionário Regions Beyond, em Londres. Teve grande alegria em compartilhar a sua fé, mesmo em face de perseguição. Numa ocasião foi terrivelmente espancado e deixado como morto num barril de lixo.

Sentindo-se chamado para obra missionária, Ginsburg foi convidado por Sarah Kalley para vir ao Brasil. No caminho, passou seis meses em Portugal para estudar a língua; passagem encurtada pela sua publicação de panfletos apologéticos que causaram furor em altos círculos eclesiásticos do país. Como Paulo em Damasco, seus irmãos tiveram de mandá-lo fora do lugar antes que algo drástico acontecesse com ele.

Chegando ao Rio de Janeiro em 1890, Salomão Ginsburg filiou-se à Igreja Evangélica Fluminense. Dirigia uma congregação da igreja e se sustentava vendendo Bíblias. Em novembro de 1891, depois de estudar a fundo o que a Bíblia dizia sobre o Batismo, foi batizado por imersão na Primeira Igreja Batista da Bahia, por Dr. Z. C. Taylor. Logo depois foi ordenado como pastor . Em 1892, foi comissionado missionário da Junta de Richmond.

Ginsburg pastoreou a Primeira Igreja Batista do Recife, PE, Bahia [e também em] Campos e Niterói, RJ, além de trabalhar em Mato Grosso e Goiás, sempre evangelizando, sempre implantado igrejas. Por amor a Cristo, sofreu perseguições e prisões, mas nunca desfaleceu.

Ginsburg casou-se com Carrie Bishop, que fora instrumento na sua chamada missionária, mas, após 4 meses de casados, ela faleceu na Bahia, vitima de febre amarela. Em segundas núpcias, casou-se com Emma Morton, missionária da Junta de Richmond. Tiveram sete filhos.

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Salomão Ginsburg fundou o Seminário Teológico Batista do Norte, foi secretário-cerrespondente-tesoureiro da Junta de Missões Nacionais e interessou-se pela evangelização dos índios. Colaborou com vários jornais evangélicos e escreveu em periódicos seculares. Foi também colportor, vendendo Bíblias em várias cidades do Brasil.

Nos trabalhos de evangelização ao ar livre, Ginsburg usava um harmônio e seu grande talento musical. Escreveu muitos hinos belos e espirituais. O primeiro hino que traduziu foi Chuvas de Bênçãos, enquanto esperava para desembarcar pela primeira vez no Brasil. Depois de mudar-se para Recife, PE, publicou, em 1891, um hinário com 16 hinos, que chamou de O Cantor Cristão. Nos anos seguintes, continuou a adicionar hinos seus e de outros hinistas, até que, na 11ª edição constavam 106 hinos de sua autoria. O Pastor Manuel Avelino de Souza o chamou de "O Davi dos batistas brasileiros" cujos hinos são "verdadeiras mensagens e belas experiências cristãs, e (...) estão profundamente arraigados na alma dos crentes".

Bibliografia:Souza, Manuel Avelino, In: Ginsburg, Salomão l. , Um Judeu Errante no Brasil, Trad, Manuel Avelino

de Souza, 2ª Edição, Rio de janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP), 1970, p248-249.Nassau, Rolando de, Os Hinos de Salomão Ginsburg no HCC-IV Rio de Janeiro, O Jornal Batista,

Nº31-ANO LXXXI, 2 de agosto, 1981, p. 2.

1.57 H.A. 120 - Amor Que por Amor Desceste

Nascido em Glascow, Escócia, em 27 de março de 1842, filho de um abastado empresário, George Matheson sofreu uma crescente perda da visão desde sua meninice. Aos 18 anos já estava completamente cego. Mesmo assim, mostrou-se aluno brilhante, tanto nas Academias como na Universidade de Glascow. Licenciado ministro da Igreja Livre da Escócia (Presbiteriana), tornou-se assistente na Igreja Sandyford. Mais tarde assumiu o pastorado na igreja de Clyeside, em Innellan, condado de Arvallshire, ali ministrando por 18 anos.

Em 1886, Matheson aceitou o pastorado da Igreja São Bernardo, uma igreja de 2.000 membros, em Edimburgo, capital. Nesta igreja tornou-se altamente respeitado e amado, servindo até 1899, quando sua precária saúde o forçou a se aposentar. Muito conhecido, Matheson foi um dos mais destacados ministros escoceses dos seus dias. A Universidade de Edimburgo lhe conferiu o doutorado em Divindade em 1879 e a universidade de Aberdeen o doutorado em Letras (ambos honoris causa), em 1902.

Dr. Parkhurst, famoso pregador de Nova Iorque, descreveu Matheson depois de uma visita a sua igreja:

"A união da imaginação e razão na sua pregação e a profundeza da sua teologia fazem o seu ministério ter grande e viva influência, especialmente ente os jovens. Ele entra no púlpito, que não é maior do que um barril de trigo. Tem o rosto e porte do General Grant (famoso general da Guerra Civil, e então Presidente dos Estados Unidos), mas é mais alto.

Com olhos abertos naturais, ninguém adivinharia que é cego. Agora se levanta, (...) vacila um pouco antes de ganhar o seu equilíbrio. Anunciando um Salmo, toma seus versículos sem erro de palavra. Durante o culto, pedindo diversos hinos e leituras com capítulos e versículos, ele não erra. Então ora. E que oração! Parece-me profano falar sobre ela! Sente também o coração do seu povo. Quarenta minutos ele prega e somos instruídos, restaurados e inspirados."

Matheson escreveu muitos livros teológicos e devocionais e um livro de hinos denominado Sacred Songs (Cânticos Sacros), em 1890. Ao menos dois destes hinos foram traduzidos para o português. Este, que aparece em muitos hinários evangélicos, e um outro muito profundo: Cativa-me , Senhor, que apresenta o enigma: a vitória real vem através de rendimento incondicional.

Sobre o surgimento do hino Amor que Por Amor Desceste Matheson escreveu:

Ele não foi composto. Veio, como inspiração. Lembro-me muito bem da ocasião. Foi em Innelan, numa noite de junho de 1882. Eu tinha sofrido uma perda enorme e estava muito deprimido. Enquanto sentava ali acabrunhado, as palavras brilharam na minha mente como relâmpago, e em poucos minutos as quatro estrofes estavam completas. Parecia que elas tinham sido ditadas a mim por mão invisível, completas em linguagem e ritmo.

O poeta não nos conta a fonte do seu sofrimento, mas relata que a ocasião foi no dia do casamento da sua amada irmã, que sempre fora sua mão direita. Aprendeu grego, latim e hebraico, para melhor ajudá-lo nos seus estudos teológicos. Esta irmã continuou a colaborar com ele durante toda sua vida. Era ela quem o guiava nas suas visitas pastorais. Concordo com Bailey que acha que o casamento dela trouxe a Matheson a lembrança de uma outra perda, a da sua noiva que o deixou, tantos anos antes, quando soube que ele se tornaria completamente cego, e que o intenso sofrimento de estar na escuridão da sua cegueira, totalmente só, foi o que afligiu o autor.

O hino apareceu pela primeira vez em 1883, em Life and Works (Vida e Obra), o periódico mensal da Igreja da Escócia. Em 1885, foi incluído no Scottish Hymnal (Hinário Escocês). Matheson faleceu

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repentinamente em 28 de agosto de 1906. Certamente, naquela hora, houve júbilo inexorável para aquele servo de Deus, ao deixar, para sempre, este mundo de escuridão para a luz do rosto do seu Salvador!

O dinâmico evangelista e hinista Henry Maxwell Wright não tentou traduzir este maravilhoso hino, mas adaptou-o em 1912. Foi publicado na coletânea In Memoriam Henry Maxwell Wright por seu grande amigo J. P da Conceição, juntamente com o seu acervo de 151 hinos e 42 coros. Seguindo-se logo sua inclusão em outros hinários evangélicos, este hino tornou-se muito amado em todo o Brasil.

Albert Lister Peace compôs esta linda melodia para o hino de Matheson para a edição de 1885 do The Scottish Hymnal a pedido dos seus editores.

Acredita-se que seu nome ST. MARGARET homenageia Margaret, a rainha de Malcom III da Escócia, canonizada em 1251. Sobre esta melodia, Peace falou: 

"Foi composta (...) durante a época em que a música, estava em preparo. Escrevi–a em Brodick Manse, [em Arran, uma das pequenas ilhas ao oeste do norte da Escócia] durante uma visita a meu velho amigo o Sr. McLean. Não havia uma melodia daquela métrica disponível naquele momento, então a Comissão do hinário me pediu que escrevesse uma especialmente para o hino, escrevi a música logo em seguida e posso dizer que a tinta da primeira nota tinha acabado de secar pouco antes de eu terminar a última."

Albert Lister Peace (1844-1912), nascido em Huddersfield, no condado de Yorkshire, Inglaterra, foi um prodígio musical. Aos cinco anos demonstrava a capacidade de identificar a altura de qualquer som que ouvia (diapasão absoluto). Tornou-se organista da sua igreja em Holmfirth aos nove anos. Continuou a tocar em outras igrejas da região até 1869, quando se mudou para a Glascow, assumindo a posição de organista da Universidade e da Catedral da cidade. Bacharelando-se na Universidade, fez doutorado, em música em Oxford (Inglaterra). Em 1897, aceitou a posição de organista em St. George’s Hall em Liverpool, continuando no cargo até sua morte em 1912. Peace foi um notável organista. Tornando-se membro do Royal College of Organistas (Faculdade Real de Organistas), organização nacional de honra, em 1866, foi reconhecido em toda a nação. Editou diversos hinários para a Igreja Livre da Escócia.

Bibliografia: Bailey, Albert Edward, The Gospel in Hymns, New York, Charles Scribner’s Sons, 1950, p. 458

1.57.1 H.A. 120 - Amor Que por Amor Desceste

Letra - George Matheson (1842 - 1906)Música - Albert Lister Peace (1844 - 1912)

George Matheson chamava este hino “The Fruit of Pain”, (O Fruto da Dor), e relata o seguinte:

“Meu hino foi composto na casa pastoral de Innellan, na noite de 6 de Junho de 1882. Eu estava sozinho. Era o dia do casamento da minha irmã e o resto da família estava passando a noite em Glasgow. Algo, que apenas eu sabia, me havia acontecido, e isto causava-me o mais tremendo sofrimento mental. O hino foi o fruto deste sofrimento. Foi o trabalho que executei o mais rapidamente em minha vida. Tinha a impressão de que uma voz interna ditava para mim, em vez de o estar fazendo por mim mesmo. Tive a impressão de que todo o trabalho foi completado em cinco minutos, e nunca o retoquei ou corrigi.” Ele disse mais: “Não tenho dom natural de rima. Todos os outros versos que tenho escrito são manufaturados; este surgiu como o amanhecer. Nunca mais fui capaz de expressar o mesmo fervor em versos.”

Após ouvir o Dr. Matheson pregar na igreja da paróquia de S. Bernardo, em Edinburgh, o Dr. Charles Parkhurst disse dele:

“Anunciando um Salmo, ele repete suas palavras sem enganar-se a vários hinos e a referencia escriturísticas, citando capítulos e versículos, sem nunca errar. No final ele ora, e que oração. Parece profano escrever a respeito dela. Apesar de não possuir a vista, vê a Deus, e vê dentro dos corações do seu povo. Ele pregou por quarenta minutos e nós fomos instruídos, refrigerados, inspirados.”Apesar de ser fisicamente cego, Matheson expressa uma experiência espiritual rica neste seu hino.O compositor da melodia “St. Margaret”, Albert L. Peace, diz o seguinte concernente a sua origem:

Ela foi composta durante o tempo em que as músicas do “Scottish Hymnal”, do qual eu era redator musical, estavam em preparação. Escrevi-a na casa pastoral de Brodick, onde estava em visita ao meu velho amigo Sr. McLean. Não havia nenhuma melodia a disposição com aquela métrica e assim a Comissão do Hinário pediu-me que escrevesse uma especialmente para o hino do Dr. Matheson. Após ler o hino cuidadosamente, escrevi a música toda de uma só vez, e posso dizer que a tinta da primeira nota ainda não estava bem seca, e eu já havia terminado toda a melodia.Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.58 H.A. 122 - O Que Penso de Meu Mestre

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Letra e Música: Charles Frederick Weigle (1871-1966)Charles Frederick Weigle nasceu em 20 de Novembro de 1871 em LaFayette, Indiana, na família de

um padeiro alemão luterano temente a Deus e sua esposa. Um dentre doze filhos, cinco meninos e sete meninas, o jovem Charles acostumou-se a ouvir seu pai orar e, a cada manhã antes do desjejum, a leitura da Bíblia era observada, nos momentos de adoração da família.

Quando Charles tinha doze anos, a Igreja Metodista de Lafayette realizou uma série de reuniões de reavivamento. Um grande número de seus amigos e colegas de brincadeiras se convenceram e foram à frente durante o curso das reuniões. Isto deixou uma forte impressão sobre o jovem Charles. Embora ele tenha resistido mais do que a maioria dos outros, certa noite uma forte conscientização de que ele estava perdido veio sobre ele e Charles converteu-se.

Conforme crescia, seu profundo interesse pela música levou-o a freqüentar o Conservatório de Música de Cincinnati, onde recebeu o treinamento que posteriormente o ajudou em seu ministério. Charles não apenas tornou-se um pregador inspirado, mas também era um talentoso compositor, tendo escrito mais de 1.000 melodias.

A melodia mais famosa de Charles Weigle, “O Que Penso de Meu Mestre”, foi o produto de um dos mais tenebrosos períodos de sua vida. Ele passou a maior parte de sua vida como um pregador itinerante e autor de canções evangélicas. Um dia, depois de voltar para casa, após uma cruzada evangélica, encontrou um nota deixada por sua esposa de muitos anos. A nota dizia simplesmente que ela (que era de uma família rica) estava farta de ser a esposa de um evangelista itinerante e que o estava abandonando.

Mais tarde, ele disse que durante vários anos seguintes sentiu-se tão desanimado que pensou até em suicídio. Ele até mesmo se perguntava se alguém realmente se preocupava com ele, mas após algum tempo sua fé foi restaurada e ele sentiu-se novamente ativo na causa de Deus. Logo sentiu-se impulsionado a escrever um cântico que seria um resumo de sua triste experiência passada.

De um coração que havia sido quebrado vieram estas palavras que Deus deu para confortá-lo.

1.59 H.A. 130 - O Rei Vindouro

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

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1.60 H.A. 137 - Anunciai Pelas Montanhas

O estribilho, letra e música deste Negro Spiritual (ou Afro-American Spiritual como é chamado hoje em dia) é de origem desconhecida. "O propósito principal da música africana era o de recitar a história do povo" e assim guardá-la para futuras gerações. Portanto, "quando africanos foram trazidos para as Américas, trouxeram consigo a arte de contar uma história através da música". Cantado e repetido vez após vez, e de geração em geração, "muitas alterações foram sendo feitas (nestas canções), resultando em uma variedade de padrões melódicos e textuais de lugar em lugar. "Embora a melodia das estrofes deste spiritual já pertencesse ao Negro Spiritual, as palavras delas apresentadas são de obra de John Wesley Work, Jr. , um dos mais dedicados estudiosos dos Negros Spirituals da sua geração. Apareceram no seu livro Folk Songs of the American Negro (Cânticos Folclóricos do Negro Americano), publicado em 1907.

John Wesley Work, Jr. nasceu em Nashiville, Estado de Tennessee, EUA em 6 de agosto de 1972. Fez os cursos de Bacharel (1895) e Mestrado (1898) na Universidade Fisk daquela cidade, onde tornou-se professor de latim e grego, assumindo a direção do Departamento de Latim e História em 1906. Juntamente com seu irmão, Frederick J. Work, foi um líder no trabalho de colecionar, arranjar, apresentar e promover os Negro Spirituals, num período quando eram considerados de baixo nível e sem importância. "Concentrou-se na originalidade da música dos escravos [assunto polêmico na sua época] procurando descobrir as fontes africanas dos Negro Spirituals. Publicou diversas coletâneas de spirituals e canções, entre elas New Jubilee Songs as sung by the Fisk Jubilee Singers (Novas Canções como cantadas pelos Cantores de Jubileu da Fisk) de 1907. Por 18 anos regeu e cantou em grupos que apresentavam os Spirituals que ele amava. Organizou o Quarteto Jubilee Fisk em 1909, que viajou por todos os Estados Unidos, ganhando proeminência com seus discos gravados nas gravadoras mais respeitadas. Em 1923, o Prof. Work aceitou a presidência da Universidade Roger Williams, também em Nashiville, permanecendo ali até a sua morte em 25de setembro de 1925.

John Wesley Work III, seguindo o pai no estudo desta cativante forma musical, fez a harmonização usada na sua coletânea Ameican Negro Songs and Spirituals (Canções e Spirituals do Negro Americano), publicada em 1940. O compositor se lembrou com carinho que, na sua infância na Universidade Fisk, de madrugada, no dia de Natal, os alunos reunidos, andavam de prédio em prédio, cantando "Falai pelas Montanhas que Cristo já Nasceu".

John Wesley Work III nasceu em Tullahoma, Estado de Tennessee, em 15 de junho de 1901, o mais velho de sete irmãos. Bacharelou-se em artes pela Universidade Fisk, fez Mestrado em Educação Musical (1930) pela Universidade Columbia, Estado de Nova Iorque, e Bacharel em Música pela Universidade Yale (1933), Estado de Connecticut. Seguindo a tradição dos pais, regeu o Coro Masculino da Universidade Fisk, e também os Jubillee Singers, ganhando fama nacional. Começando aos 16 anos, compôs obras orquestrais, peças corais e arranjos, e um ciclo coral Isaac Watts Contemplates the Cross (Isaac Watts Contempla a Cruz (1964)). A prestigiosa Fellowship of American Composers (Sociedade de Compositores Americanos) conferiu à sua cantata, The Singers (Os Cantores) o primeiro lugar do ano 1946.

Além da coletânea de que este hino faz parte, Work é o autor de importantes artigos, Negro Music e Jazz, na revisão do célebre Harvad Dictionary of Music (Dicionário de Música Harvard). Não há dúvida que é em grande parte por causa do esforço destes pai e filho que hoje o Negro Spiritual tem seu lugar na música sacra.

Foi conferido o Doutorado em Música (honoris Causa) a Work pela Universidade Fisk, onde, com sua esposa Edith, teve uma grande influência. Recebeu também muitas outras honrarias. Faleceu em Nashiville em 18 de maio de 1967

O nome da melodia , GO TELL IT (Vai Dizê-lo) provém das primeiras palavras do cântico na língua original.

Joan Larie Sutton traduziu este negro spiritual em 1969, a pedido de Roger Cole, então Diretor de Música da Convenção Paulista e responsável pela publicação da coletânea coral, Quarteto Negro Spirituals , de Jester Hairston publicada no mesmo ano.

Bibliografia: Fisher, Miles Mark, Negro Slave Songs in the United States, New York, Citadel Press, 1933, p. XI, in; Cone, James H. , The Spirituals and the Blues An Interpretation, New York, The Seabury press, 1972, p. 15.

1.61 H.A. 139 - Jesus à Terra Voltará

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Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.62 H.A. 140 - Ó Vem, Emanuel!

As estrofes deste hino são uma chamada a que o Messias venha como "Emanuel" (que significa "Deus Conosco") para libertar seu povo. Está baseada na profecia de Isaías 7:14. O texto é derivado de antigas antífonas [1] latinas usadas na época do Advento.

A versão inglesa (da qual foi feita a tradução) é de John Manson Neale (1818-1866), escrita em 1851. Neale foi um dos maiores hinólogos do século XIX. Deu a riqueza da hinodia medieval ao mundo de fala inglesa e descobriu a hinodia da igreja Grega, transformando-a em hinos modernos. Através dele, muitos destes hinos antigos, latinos e gregos, chegaram à hinodia mundial.

Apesar de sua saúde precária e de sua pobreza, Neale foi um lingüista erudito prolífico e produziu livros e hinários, entre outras obras.

João Wilson Faustini traduziu a versão de Neale para o português em 1953 e 1960, publicando-o na coletânea Os Céus Proclamam, volume III, em 1970 e no hinário Bilíngüe Seja louvado, em 1972.

A melodia VENI EMMANUEL (Vem Emanuel), é do século XV. Foi retirada de um antigo cantochão [2] gregoriano e usada como processional.

Bibliografia: CRISTÃO, hinário para o Culto-Notas históricas - Edith Brock Mulholland (Compiladora)-Rio de Janeiro :JUERP, 2001

Notas:[1] Antífona: Curto versículo bíblico cantado antes ou depois de um salmo ou cântico; Uma antífona

processional é uma peça relativamente extensa, de caráter narrativo, entoada durante procissões em certas festividades como Domingo de Ramos.

[2] Cantochão: Melodia sem acompanhamento em que são cantados os textos da liturgia católica romana [e outras igrejas protestantes]. A modalidade tradicionalmente adotada é o canto gregoriano, cuja ligação com o papa Gregório I que reinou em 590-604, é em parte nominal (...) Um tipo mais simples de cantochão é o canto ambrosiano, por ter sido atribuído a sua criação ao ancião da igreja, Ambrósio. Em sua aparente simplicidade, esses cantos são a primeira grande manifestação artística da Idade Média; e, em sutileza melódica e rítmica [não há compassos indicados], nunca foram ultrapassados.

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1.63 H.A. 141 - O Dia Não Sei

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.64 H.A. 143 - Será de Manhã?

Com a referência bíblica de João 14:3, este hino de H.L. Turner, sobre a segunda vinda de Cristo, foi publicado em 1878 no hinário de Ira D. Sankey, Gospel Hymns (Hinos do Evangelho), nº3 . O hino faz perguntas que todos os que aguardam a volta de Cristo fazem: "Será de manhã, de tarde, ou de noite?" Afirma, também, o que está em nossos corações:

Oh! Graça sem ,fim,Quando a morte vencida,E Cristo Jesus revestir- nos de vida,E formos então habitar lá na glória,Nesse lar que Jesus preparou!

Não se encontraram informações sobre o autor H.L.Turner.O compositor James Mcgranahan (1840-1907) nasceu em 4 de julho, o Dia da Independência

Americana, perto de Adamsville na Pensilvânia, EUA. Embora seus estudos formais fossem limitados, desenvolveu seus dotes musicais e aos dezenove anos já ensinava música. Possuía uma bela voz e uma personalidade imponente. Estudou e trabalhou com músicos evangélicos destacados, como William B.Bradbury, J.G. Towner e George F. Root. Com a morte súbita de Philip P. Bliss, o evangelista Daniel W. Whittle convidou McGranahan a tomar o seu lugar como cantor e dirigente de música. Conduziram conferências evangelísticas por todos os Estados Unidos e na Europa. Foi pioneiro no uso de coros masculinos nestas conferências.

Como muitos dos seus colegas no campo evangelístico, como Sankey e Stebbins, McGranahan colaborou na publicação de muitas coletâneas para o coro masculino, para coro misto e canto congregacional. Escreveu muitos hinos, letra e música, mas é especialmente lembrado pelas suas melodias lindas e contagiantes, que fazem "viver" as mensagens dos hinos com as quais estão unidas. Compôs a melodia de muitos hinos prediletos dos batistas, como Chuvas de Bênçãos, Não sou meu, Mas eu sei em quem tenho crido,e a letra e música de Eis Multidões.

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McGranahan é contemporâneo de outro famoso cantor evangelista, Ira D, Sankey. Colegas no Evangelho e grandes amigos, ambos deixaram uma rica herança para a hinodia mundial.

CHRIST RETURNETH (Cristo Volta) foi escolhido para o nome da melodia de McGranahan pela comissão do hinário Baptist Hymnal (Hinário Batista) de 1956, porque é o titulo colocado neste hino em muitos hinários. Em inglês, o estribilho termina:Christ returneth, hallelujah, hallelujah, amen! O tradutor desconhecido do hino segue as palavras do original perfeitamente: "Cristo volta, aleluia ,aleluia, amém!" Esta certeza traz paz e esperança ao crente em Cristo.

1.65 H.A. 145 - Jesus Voltará

O autor deste hino, Uriah Smith, nasceu em 1832, em West Wilton, New Hampshire. Em sua meninice ele seguiu os ensinos de William Miller, mas após o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844, perdeu o interesse pela religião. Contudo, converteu-se novamente em 1852 e no ano seguinte uniu-se ao pessoal da Review and Herald, iniciando um trabalho de 50 anos ali. Ele editou a Review por muitos anos; inventou a carteira escolar; patenteou uma perna artificial, que ele próprio também usou; foi um excelente escritor e um profundo estudante da Palavra de Deus; foi um sustentáculo no crescimento da igreja e em seus anos de desenvolvimento. Por várias vezes atuou como secretário da Associação Geral ¾ um total de 21 anos, e como tesoureiro por um ano. Ele faleceu em 1903, em Battle Creek, Michigan. Uriah Smith é provavelmente melhor conhecido como autor do livro Thoughts on Daniel and the Revelation (Considerações Sobre Daniel e Apocalipse).

Este hino apareceu como uma poesia na primeira página da Review and Herald, no dia 27 de setembro de 1853. O primeiro hinário adventista do sétimo dia, onde o hino foi impresso, foi o Supplement ao hinário de 1852, publicado em 1853. O hino tem sido incluído em todos os principais hinários adventistas, de fala inglesa, desde então.

Uriah Smith sugeriu que seu hino fosse cantado com a melodia de um hino secular titulado "Be Kind to the Loved Ones at Home" (Seja amável com os queridos de casa). As palavras foram escritas em 1847 por Jacob E. Hosmer, e a melodia por Isaac Baker Woodbury (1818-1858), de Beverly, Massachusetts. A música "Be Kind to the Loved Ones at Home" também apareceu como uma música evangélica no American Sunday School Hymn Book, 1860, já que promove a bondade cristã. Os quatro versos originais iniciam com "Seja amável com seu pai", "Seja amável com sua mãe", "Seja amável com seu irmão" e "Seja amável com sua irmã".

Os primeiros guardadores do sábado enfrentaram problemas com sua música porque nossos primeiros hinários não continham música, apenas palavras. Na verdade, o hinário de 1855 foi o primeiro a incluir hinos com música. Cada hinário subseqüente continha mais desses hinos, embora somente a partir de 1878, quando o Song Anchor foi publicado por Tiago Edson White, para ser usado nas Escolas Sabatinas, foi que um hinário adventista do sétimo dia incluiu cada hino com música.

Em acréscimo, não eram usados instrumentos musicais nos cultos adventistas do sétimo dia. Com os membros espalhados por todo o nordeste dos Estados Unidos, muitas vezes eles encontravam outros guardadores do sábado apenas uma ou duas vezes no ano quando um ministro visitante percorria a área. Desnecessário dizer que os primeiros cantos deixavam muito a desejar! Uma solução parcial para o problema foi escrever palavras religiosas e então cantá-las com melodias seculares daquela época. Em um tempo quando a sociedade secular e a religiosa não estavam muito distanciadas, nos Estados Unidos, como estão agora, essa era uma opção viável. Então os irmãos espalhados se reuniam, após estarem separados por um bom tempo, e podiam cantar muito mais em uníssono porque as palavras estavam impressas nos seus hinários, e usavam melodias com as quais estavam familiarizados. Em acréscimo, nossos pioneiros também usavam muitas melodias de hinos que eram comuns na América e bem conhecidas para serem cantadas. - Adaptado de Wayne Hooper e. E. White, Companion to the Seventh-day Adventist Hymnal, 1988, págs. 556-557, e James Nix, Early Advent Singing, 1994, págs. 119-121. Usado com permissão.

1.66 H.A. 151 - Cristo Virá Outra Vez

Com fé absoluta na segunda vinda de Cristo, John Willard Peterson escreveu estas vibrantes palavras e as musicou:

Breve virá, Breve viráPela noite pode ser, Ou no lindo alvorecer. Breve virá, Breve viráOh! Quão glorioso esse dia será ! Cristo virá outra vez!

Peterson publicou o hino no primeiro volume da revista coral chamada Songster (Coralista), em 1957. Editou esta revista alguns anos para a editora coral Better Choirs (melhores Coros), e depois para a editora Singspiration.

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John Willard Peterson, nasceu em Lindsborg, Estado de Kansas, EUA, caçula duma família sueco-americana cristã muito musical. Foram membros da Igreja Missionária do Pacto e ativos na difusão de programas evangélicos pela rádio. Seu pai faleceu quando John tinha quatro anos. Peteson converteu-se aos doze anos e escreveu seu primeiro hino aos dezessete. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi piloto na Força Aérea, voando a perigosíssima rota sobre as montanhas Himalaias na Ásia. Durante os seus estudos, após a guerra, no Instituto Bíblico Moody, em Chicago, Estado de Illinois, serviu na famosa MBI, difusora daquela instituição. Formou-se pelo Conservatório Americano de Música, também de Chicago, em 1953.

Em 1954, Peterson foi convidado para fazer parte da Singspiration, publicadora de música evangélica com a qual produziria mais de 1.000 hinos e cânticos e inúmeras antemas corais. Suas cantatas, das quais foram vendidos até agora mais de oito milhões de exemplares, são muito cantadas e usadas por Deus no Brasil e ao redor do mundo. Destacam-se "Eu Vos Envio", "Maior Amor", "Noite de Milagres", "Jesus Voltará", "Rei dos Reis" e muitas outras. Por mais de dez anos Peterson serviu como presidente e redator-chefe daquela editora.

Em 1967, Peterson recebeu doutorados em Música Sacra, Divindade, e Belas Artes (honoris causa) de instituições evangélicas. Recebeu várias outras honrarias nacionais e internacionais.

Peterson reside agora em Scotsdale, Estado de Arizona, continuando a escrever música e a servir na juntas de várias organizações de música evangélica. Sua autobiografia, The Miracle Goes On (O Milagre Continua), foi publicada pela editora Zondervan em 1977 e o filme do mesmo título foi produzido pela Gospel Films. O nome de Peterson consta nas listas de Who’s who in America e Who’s Who in the World (Quem É Quem na América e Quem É quem no Mundo).

O nome da melodia, COMING AGAIN (Voltando outra Vez) ecoa as palavras do coro e a afirmação central do hino de Peterson.

A tradução da letra foi feita pela habilidosa pena do Dr. Werner Kaschel em 1990.Bibliografia: Hinário para o Culto Cristão - Notas históricas - Edith Brock Mulholland (Compiladora) - Rio

de janeiro JUERP, 2001, p124-125.

1.67 H.A. 152 - Vencendo vem Jesus

Foi no outono de 1861 que a escritora Julia Wad Howe e seu marido, médicos a serviço do governo dos Estados Unidos, mudaram-se para Washington D.C., capital. Julia, abolicionista, mas pacifista, angustiou-se ao ver a atmosfera de ódio e as preparações frenéticas para uma guerra entre os Estados. Dia após dia as tropas passaram por sua porta, cantando John Brown’s Body (O Corpo de John Brown), canção de melodia contagiante que contava a história da morte de John Brown, com alguns dos seus filhos, num violento esforço individual para acabar com a escravidão. Um dia, enquanto ouviam as tropas cantando, um visitante do casal, o pastor da sua igreja anterior, conhecendo a sua habilidade de poetisa, virou-se para Julia e a desafiou:"Porque a senhora não escreve palavras decentes para aquela melodia?" "Farei isto!" respondeu Julia. As palavras vieram a ela antes do novo amanhecer. A senhora Howe relata:

"Acordei na penumbra da madrugada, e enquanto esperava a aurora, as linhas do poema começaram a se entrelaçar na minha mente. Disse a mim mesma, 'Preciso me levantar e escrever estes versos, para não tornar a dormir e perde-los!' Então me levantei e no escuro achei uma pena desgastada, que me lembrei de ter usado o dia anterior . Rabisquei os versos quase sem olhar o papel."

Assim nasceram palavras "decentes" e empolgantes para aquela melodia muito conhecida, que surgira nos Camp Meetings do Sul anos antes da guerra civil. Em pouco tempo, todo o Norte estava cantando a letra de Julia Ward Howe. O hino foi publicado no periódico mensal Atlantic Monthly (Revista Mensal Atlântico) em Boston, Estado de Massachusetts, em fevereiro de 1862. Conta-se que a primeira vez que o presidente Lincoln ouviu o hino, chorou e pediu:"Cante-o mais uma vez."

Ao longo dos anos, o hino perdeu qualquer resquício de partidarismo e tornou-se um dos hinos mais amados dos Estados Unidos. Arranjos maravilhosos deste hino foram feitos por compositores de renome e cantados nos momentos mais solenes do país. Foi cantado na posse do Presidente Lyndon Johnson, e, tornando-se internacional, no culto funerário de Winston Churchill, como planejado por ele mesmo.

Julia Ward Howe, (1819-1910) nascida em Nova Iorque numa família de distinção, se uniu com seu marido, o Dr. Samuel Gridley Howe, em obras humanitárias. Foi pioneira no movimento para o voto feminino, abolicionista ardente, pacifista e muito ativa nas obras sociais. Tornou-se oradora destacada de muita influência. Em 1870, organizou uma cruzada com este alvo:que as mulheres do mundo se organizassem para acabar com a guerra de uma vez por todas. Pregava freqüentemente na sua denominação e em outras, Julia publicou, entre outros escritos, três volumes de poesia. Em 1910, doze dias antes da sua morte, foi lhe conferido um Doutorado em Direito (honoris causa) em homenagem às suas muitas realizações humanitárias.

Nas mãos do inesquecível Ricardo Pitrowsky este hino tornou-se um hino triunfante da volta de Jesus, assunto que empolgava este servo de Deus. Sua excelente adaptação da letra de Julia Wrd Howe fez o hino amado em toda a nação brasileira. Ao fazê-la Pitrowsky escreveu:

"Este hino é a expressão da gloriosa esperança da segunda vinda de Jesus a este mundo, para ser, no fim, vitorioso sobre todas as forças do maligno. Isto nos dá coragem para proceder na sua obra."

O nome desta melodia americana, BATTLE HYMN (Hino da Batalha), vem das primeiras palavras do título do hino no original

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Bibliografia: Pitrwsky, Ricardo. In: Paula, Isidoro Lessa de, Early Hymnody in Brazilian Baptist Churchs, Fort Word, School of Church Music, Southwestern

1.68 H.A. 154 - Ó Vem, Espírito de Amor

Thomas Hastings compôs a melodia ORTONVILLE, para o hino Majestic Sweetness Sits Enthroned (Ternura Majestosa Está Entronizada) de Samuel Stennett (pioneiro intrépido batista na produção e no uso de hinos no século XVII, na Inglaterra). Hastings publicou-a na sua coletânea Manhattan Collection (Coletânea de Manhattan), em 1837.

Filho de médico, nascido no interior do Estado de Connecticut, EUA, em 1784, Hastings era um albino extremamente míope. Recebeu pouca instrução formal. Mudou-se, com sua família (por trenó puxado a bois) até o município de Oneida, Estado de Nova Iorque, aos 12 anos. Foi autodidata em música e começou a reger corais aos 18 anos.

Enquanto dirigia a Sociedade Musical do município de Oneida , fez a célebre coletânea Utica Collection, (Coletânea de Utica) em 1816, mais tarde chamada Música Sacra.

Hastings mudou-se para Utica, Estado de Nova Iorque, em 1828, para assumir a redação do semanário religioso, Western Recorder (Registro Ocidental). Depois, mudando para a cidade de Nova Iorque, uniu-se a Lowell Mason para publicar Spiritual Songs for Social Worship (Cânticos Espirituais para Adoração). Ali regeu alguns coros, incluindo o coro da igreja Presbiteriana de Bleecker Street. Fundou a revista musical, Musical Magazine, em 1836. Recebeu o Doutorado em música (honoris causa) em 1858, pela Universidade de Nova Iorque.

Hasting é considerado o segundo personagem (o primeiro é Lowell Mason) a estabelecer na igreja, por meio de composição, regência, ensino e publicação, a norma européia de teoria, notação e estilo. Harmonizou melodias dos índios em Indian Melodies, (1845), mas sempre foi contrário ao uso de hinos com melodias folclóricas. Era apóstolo da teoria científica de composição e criticismo, de muita influência no meio do século XIX.

Calcula-se que Hastings tenha escrito 600 hinos e 1000 melodias e compilado, juntamente com William Bradbury, 50 coletâneas, inclusive a Coletânea Mendelssohn, muito divulgada e aceita. Como residente na cidade de Nova Iorque por 40 anos, influiu bastante na formação da música sacra e secular daquela cidade. De fato, Hastings ajudou Lowell Mason a estabelecer Nova Iorque como centro de publicações da educação musical americana. Faleceu naquela cidade em 1872.

1.69 H.A. 159 - Chuvas de Bênçãos

Era 10 de junho de 1890, Salomão Ginsburg olhava pela portinhola do navio atracado no porto do Rio de janeiro. A sua frente via as luzes da cidade e do novo país para onde Deus o mandara. Pela manhã estaria em terra firme. Quanta emoção experimentava com esta expectativa! Quantas recordações! Lembrava do seu primeiro lar na Polônia, do seu pai rabino que observou quando ele se tornou crente, da sua mãe que cuidou que ele tivesse uma educação privilegiada na Alemanha, e que fosse para a Inglaterra ficar com seu tio e aprender a arte de tipografia. Lembrou-se do seu primeiro encontro com judeus convertidos, sua própria conversão e as duras penas que sofreu alegremente para compartilhar sua nova fé.

Agradeceu a Deus pelos anos de treinamento para o ministério, e por sua noiva, que o despertou para missões, e que esperava segui-lo mais tarde. Pensou nos seis meses que passou estudando português em Portugal, do panfleto polêmico que conseguiu publicar com a ajuda de Joseph Jones, e a sua distribuição que criou a necessidade de sair de Portugal para não ser preso. Agradeceu a Deus por tudo isso. Sentiu que a sua vida e o seu ministério apenas começavam, que Deus faria grandes coisas nesta nova terra.

Folheando um hinário que trouxera da Inglaterra, viu o hino Showers of Blessings (Chuvas de Bênçãos), que o levou a pensar: “Até agora as bênçãos que recebi foram somente gotas em face às Chuvas de Bênçãos que hão de vir”.Tomou sua pena e se pôs a traduzir esta mensagem na sua nova língua, que estudara tão diligentemente nos últimos seis meses. Deu graças a Deus por sua aptidão e experiência em línguas neste longo caminho que trilhara. Finalmente, estava satisfeito. Seu primeiro hino traduzido para o português, estava completo! Mostraria para seu companheiro de viagem, o evangelista português, Henry Maxwell Wright, para revisão e correção.

Salomão Luiz Ginsburg não podia saber que este hino seria o primeiro entre 105 letras e traduções que faria nos anos à sua frente; que ele seria o “Pai do Cantor Cristão”; que deixaria nos 37 anos que Deus lhe daria neste grande país, não somente a herança de um grande número de brasileiros salvos, de igrejas fundadas, de publicações, de escolas para treinamento de obreiros, de convenções, mas a herança inestimável de hinodia brasileira. Certamente as “gotas” que já recebera se transformariam em verdadeiras Chuvas de Bênçãos, na verdade, numa grande inundação de bênçãos que Deus proporcionaria através da sua vida totalmente dedicada a Ele.

Este hino foi escrito pelo major Daniel Webster Whittle, militar e comerciante transformado em evangelista e hinista. A melodia SHOWERS OF BLESSINGS foi composta por James McGranahan, que compartilhava o ministério de Whittle como músico, depois da morte trágica de Philiph P. Bliss.

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Ira D. Sankey publicou o hino pela primeira vez, na sua coletânea Gospel Hymns, N° 4 em 1883, e o incluiu em todas as edições que se seguiram. O nome da melodia apareceu desde sua primeira publicação. Seguiu-se também a publicação do hino nas diversas edições do Sacred Songs and Solos, que Sankey publicou na Inglaterra.

Fonte: JUERP (Casa Publicadora Batista)

1.70 H.A. 162 - Que diz a Biblia?

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.71 H.A. 164 - Que Firme Alicerce!

Letra - Autor DesconhecidoMúsica - Compositor Desconhecido

A história deste grande cântico está envolta em mistério. Foi pela primeira vez publicado em uma coleção de cânticos feita por John Rippon, da denominação Batista. A coleção de Rippon logo teve grande procura por todas as denominações.

Apesar de ser de fonte desconhecida, este cântico tornou-se de grande conforto para os cristãos. Na realidade, tem sido cantado em muitos funerais, inclusive no de vários presidentes dos Estados Unidos.

A mais popular melodia que acompanha estas palavras é, talvez, o controvertido “Portugues Hymn” (Hino Português), que apareceu em “Cantus Diversi” de John Francis Wade em 1751, e em “An Essay on the Plain Chant”, (Um Ensaio sobre o Cantochão), impresso em Londres em 1782. Recentemente foi encontrado um outro manuscrito datado de 1750, onde aparece esta melodia.

O Dr. S.W.Duffield em “English Hymns”, publicado em 1886 diz:“O ‘Hino Português’... era a composição do Marques de Pombal. Ele era mestre de capela do rei de

Portugal e morreu no Rio de Janeiro há mais de cinqüenta anos.” Este nome também aparece como “II Portogallo”. O compositor português de ópera nasceu em Lisboa a 24 de março de 1762, e morreu no Rio de Janeiro a 7 de fevereiro de 1830.”

Outra melodia que costuma acompanhar este cântico é chamada “Bellevue”, também conhecida como “Foundation” (Alicerce).

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Muitos preferem que esta segunda melodia, “Fundation” seja usada para cantar “Que Base Segura” e que “Adeste Fideles”, seja usada para cantar “O Come, All Ye Faithful”, (Vinde Adoremos), a popular canção de Natal.

Assim, este cântico de confiança e segurança tem origem desconhecida. Apesar de sua origem não identificada não é difícil de aquilatar a bênção que ele tem a inúmeros milhares de cristãos.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.72 H.A. 166 - Novas de Amor e Vida

Letra e Música - Philip Paul Bliss (1838 - 1876)Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel

Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):“Enquanto visitava um homem que muito sofria de gota reumática, fui levado a entoar ‘Novas de Amor

e Vida’. Quando terminei, e enquanto as lágrimas ainda lhe rolavam pelas faces, ele exclamou: -‘Oh, cantai, outra vez, cantai, Novas de amor e vida! Elas tiram toda a minha dor’. Assim, repeti esta mensagem enviada por Deus, ao pobre sofredor, o qual pouco depois descansou.”

“Noutra ocasião este cântico tornou-se-me bastante útil. Eu estava pregando num domingo à noite em Dartmouth, num salão apinhado de gente, quando um jovem caiu de sua poltrona, perto do púlpito, pondo em perigo o meu trabalho devido à confusão. Comecei então a cantar, ‘Novas de Amor e Vida’, ao que toda congregação juntou-se de coração. Quando terminamos o cântico, o jovem já se havia recuperado do desmaio, e assentado ouviu atenciosamente meu sermão, cujo tema era: ‘Há Espírito e Vida na Palavra de Deus’. Os presentes viram no acontecido uma viva ilustração do cântico e do sermão.”

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.73 H.A. 168 - A Última Hora

O autor deste comovente convite, João Diener, nasceu em 24 de setembro de 1889, próximo a Moscou na Rússia. Sua família era evangélica, de origem letã. Chegou ao Brasil em agosto de 1897, instalando-se no Estado de São Paulo, onde trabalhou como operário numa fábrica de tecelagem.

Este, seu hino mais célebre, foi escrito em 1911, de uma forma inesperada. Henriqueta Rosa Fernandes Braga conta que João Diener estava trabalhando na tecelagem e pensava na mensagem proferida pelo missionário pioneiro batista. A. B. Deter no dia anterior. Seu trabalho tornou-se mecânico, enquanto aflorava em sua mente uma melodia nunca ouvida antes, mas muito clara. Repetiu a melodia várias vezes e, em sua casa, trabalhou a letra que surgira na fábrica. Durante um período de desemprego, Diener foi amparado pelo missionário Deter e sua família e continuava a morar com eles. Ele pediu a Edith, filha de 13 anos do missionário, que lhe auxiliasse ao piano, e na partitura, enquanto ele compunha "voz por voz" a harmonia desta linda melodia. João Diener cantou-a pela primeira vez na Igreja Batista do Alto da Serra, em São Paulo, num culto em que pregou o missionário William Buck Bagby.

O Pr. Francisco Cid, missionário da Junta de Missões Mundiais (da Convenção Batista Brasileira) na Argentina, escreve em O Jornal Batista uma história comovente da influência mais dramática deste hino:

Certo domingo à tarde, vagueava um homem nas ruas da cidade de São Paulo. Depois de haver bebido durante o dia, se recostou para dormir num dos bancos da Praça Princesa Isabel, a mesma onde fica a primeira Igreja Batista. Passadas algumas horas, ele despertou. Já era noite. De longe lhe vinha aos ouvidos o cântico de um hino! E era seu hino!

Lá na Igreja, o pastor havia terminado a pregação e anunciou o hino final do culto. O hino era A Última Hora. Este homem, separado da família e longe de Deus, ainda trôpego e um tanto ébrio, se levantou daquele lugar frio e de abandono e marchou em direção ao templo. Quando entrou, o Pr. Tertuliano Cerqueira se aproximava da porta, e daquele homem desalinhado e com forte cheiro de bebida alcoólica o cumprimentou e disse: "...Que mensagem de Deus tem este hino! "

O pastor lhe respondeu: "Eu sei que o compositor foi alguém inspirado por Deus. " Diener lhe disse, então: "Eu escrevi esse hino! "

Em seguida, mostrou ao pastor a sua identificação. Depois, o pr. Tertuliano levou Diener à sua casa, ouviu sua comovedora história e a manifestação daquele coração, que naquela noite havia se arrependido.

João Diener reconstruiu o seu lar, que estava desfeito, reconciliando-se com sua mulher. Voltou a cantar o seu hino, tornou-se outra vez regente do coro da igreja, e foi fiel ao Senhor até a sua partida, no ano 1963.

Bibliografia: Cid, Francisco. A Última Hora, O Jornal Batista, Rio de janeiro, ANO XC, junho de 1990.

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1.74 H.A. 172 - Na Cruz Morri Por Ti

Letra - Frances Ridley Havergal (1836 - 1879)Música - James Edson White (1849 - 1928)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Quinze anos após este cântico haver sido escrito, a Srtª Havergal disse a respeito dele: -“Sim, o hino ‘Na Cruz Morri Por Ti’, é meu, e talvez o senhor se interesse por ouvir como ele quase foi

para o fogo, em vez de ir para quase todo o mundo. Esta foi, eu creio, a primeira coisa que eu escrevi que pode ser chamada de cântico; foi escrito em 1859 quando eu era mocinha.

Eu mesma não compreendi o que estava escrevendo. Estava seguindo a Jesus com uma fé tremula, e constrangida, sempre atrás, nunca vendo Sua face ou tendo certeza de que Ele me amava. Escrevi estas palavras em poucos minutos nas costas de um circular, e então as reli e pensei: ‘Bem, isto não é poesia mesmo; não me darei ao trabalho de copiá-la!’ Estiquei minha mão para jogá-la no fogo, quando um impulso repentino me fez mudar de idéia e eu a coloquei, amassada e rasgada no meu bolso.

Logo depois, fui ver uma querida velhinha num asilo. Ela começou a falar-me como sempre, a respeito do seu querido Salvador, e eu quis ver se ela, uma velhinha simples, se interessava por versos, os quais, eu tinha certeza, ninguém mais se interessaria de ler. Li-os, e ela ficou tão encantada com eles que eu os copiei e guardei. Agora o Mestre os tem mandado a todos os lugares, e tenho ouvido que eles têm sido uma grande bênção para muitos.”

Algum tempo mais tarde a Srtª Havergal mostrou os versos ao seu pai, que compôs uma melodia especialmente para eles; no entanto, a melodia que o Sr. Bliss compôs para estes versos é a que se tornou popular na América.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.75 H.A. 175 - Manso e Suave

Will Lamartine Thompson, natural de Liverpool, leste do Estado de Ohio, América do Norte, nasceu a 7 de novembro de 1847.

Apesar das dificuldades financeiras por que passavam os compositores de música popular daquela época, possuindo, ele, um bom senso de negociante, enriqueceu e se tornou conhecido como “o compositor milionário”.

Thompson era filho de um casal presbiteriano. Aos 16 anos começou a compor, porem sua fama só apareceu em 1875. Nesse ano ele tentou publicar algumas de suas composições. Pretendia receber 100 dólares pela publicação de 4 composições seculares, porem ofereceram-lhe apenas 25. Indignado, resolveu publica-las por conta própria e grande foi a sua surpresa ao verificar que todas elas alcançaram grande sucesso e uma delas se tornou a musica popular daquela época.

O sucesso alcançado com a publicação de músicas foi tão promissor que Thompson fundou uma casa de música na qual, mais tarde, passou a vender não somente coleções de música populares, clássicas e sacras, como, também, pianos, órgãos e outros instrumentos musicais. Suas publicações foram usadas em diversas partes do mundo. Apesar de haver se tornado “o compositor milionário”, nem por isso Thompson se esqueceu de agradecer a Deus que tanto o abençoou. Apesar de ser um dos cidadãos mais proeminentes de sua cidade, Thompson nunca deixou de dar o testemunho de seu Salvador, que o salvou desde a sua infância. Nas palavras de um de seus amigos íntimos, Thompson possuía “um excelente caráter e um belo espírito que não eram menores do que o seu imenso talento musical”. “Simplicidade, sinceridade, humildade e justiça foram as características de sua vida”.

Thompson sentia que devia algo a Deus e por isso dedicou o seu talento de compositor unicamente a composição de músicas sacras. Muitas vezes colocou o seu piano numa carroça puxada por dois cavalos e foi para a roça, tocando e cantando hinos de sua autoria.

Entre os vários hinos que Thompson escreveu, um deles recebeu uma homenagem toda especial quando, em dezembro de 1899, Thompson foi ao estado de Massachusetts para visitar o famoso evangelista D.L. Moody, que estava gravemente enfermo. Tão grave era o estado de saúde de Moody, que o seu médico não permitiu que Thompson o visitasse. Do seu leito de morte, Moody ouviu a voz de Thompson e pediu que ele entrasse. O grande evangelista, agarrando a mão de Thompson, disse: “Will, preferia ter escrito o seu hino “ Manso e Suave”, mais do que qualquer outra coisa que tenho feito em minha vida inteira”. Essa declaração, saída dos lábios de um dos maiores evangelista de todos os tempos, valeu como uma consagração; foi a homenagem máxima.

A música com a qual cantamos o hino “Manso e Suave” é também da autoria de Will Lamartine Thompson, “o compositor milionário”, cuja vida foi distinguida pela “sinceridade, simplicidade, humildade e justiça.”

Um testemunho curioso sobre este hino:Mais ou menos na década de 30, numa pequena cidade do interior de Minas Gerais, existia uma

pequena igreja presbiteriana, onde o Pastor Antonio Elias, passava em visita.Em um determinado culto, enquanto eles cantavam “Manso e Suave”, havia uma mata atrás desta

igreja, onde estava escondido um fugitivo da casa de detenção de São Paulo. O nome deste homem era

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Amâncio José Alves e este homem ouvia a congregação cantando, ”Amâncio José Alves, Jesus tá chamando”. Este homem ficou desesperado pois ninguém naquela região o conhecia, nem sabia de sua existência, e ali ele escutava, “Amâncio José Alves, Jesus tá Chamando”.

Ele foi se aproximando do templo, chegou à porta, e perguntou: "Quem é esse Jesus que está me chamando? Quero falar com Ele!"

O Pastor, percebendo o chamado de Deus para aquele homem, falou da graça de Cristo Jesus e este homem se converteu ao evangelho, conseqüentemente ele se apresentou novamente à Casa de Detenção. Porém, quando foram ver seu nome nos registros, já não tinha mais nada ali. Ele voltou feliz para a sua família e se tornou o diácono da igreja.

Este testemunho foi relatado pelo próprio pastor Antonio Elias, um dos maiores pregadores da época da igreja presbiteriana, a nossa colaboradora Ruth Urbinati, de Maringá - PR, quando esta tinha 6 anos de idade.

1.76 H.A. 176 - À Tua Porta Cristo Está

Letra - Jonathan Bush Atchinson (1840 - 1882)Música - Edwin Othello Excell (1851 - 1921)

“Eis, Alguém à porta está,Vem abrir!”

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Na Inglaterra este tão apreciado cântico trouxe bênçãos a um coral aposentado do exercito inglês, em uma das reuniões de Moody, às margens do Tamisa. O coronel estava preocupado com sua condição espiritual e decidiu ir a Londres para assistir as nossas reuniões. No final de um dos serviços noturnos ele estava prestes a deixar o grande edifício, quando sua atenção foi atraída por uma doce voz que cantava “À Tua Porta Cristo Está”. Ao tomar o trem na estação de Paddington para Bournemouth, o cântico permanecia em seu coração e as rodas do trem pareciam repetir em seus ouvidos: “Deixa-O Entrar! Deixa-O Entrar!”

Ele voltou a Londres à procura da cantora cuja voz o havia impressionado tanto. Ela era uma cantora de alta projeção e em poucos meses tornou-se a esposa do coronel. Um ano mais tarde eles mudaram-se para Florida, nos Estados Unidos, onde tive o prazer de visitá-los. Atendendo ao meu convite eles me acompanharam a uma cidade vizinha onde eu estava realizando conferências. Ao final da reunião a senhora cantou novamente este cântico, e o fez tão docemente que comoveu o auditório até as lágrimas.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.77 H.A. 186 - Quem Ouvir as Novas

Letra e Música - Philip Paul Bliss (1838 - 1876)“Quem ouvir as novas, vá proclamar:Eis, da eterna graça, vinde desfrutar!”

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Henry Moorehouse, o evangelista inglês, pregou sete sermões sobre S. João 3:16, em Chicago durante o inverno de 1869-70. Estes sermões causaram profunda impressão nos Srs. Bliss, Moody e outros, e desta época em diante uma visão nova e mais clara do amor de Deus foi experimentada por muitos que saíram para pregar - talvez não tanto acerca da lei, mas mais a respeito do infindável amor de Deus em Jesus Cristo.

Como resultado desta experiência o cântico foi escrito nesta época. Ao apresentar este cântico, Bliss punha ênfase especial na palavra “quem”. Desta forma ele auxiliou muitos a crerem na grande oferta de salvação, e, como Richard Baxter, o famoso pregador Londrino, induziu muitos a louvar a Deus.

“Agradeço a Deus pela palavra ‘quem’,” disse ele. “Se Deus houvesse dito que havia graça para Richard Baxter, eu sendo tão vil pecador, iria pensar que Ele se referia a algum outro Richard Baxter; mas, quando Ele diz ‘quem’ eu sei que Ele inclui a mim também, o pior de todos os Richard Baxter.”

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 57: HISTÓRIA DE HINOS

1.78 H.A. 187 - Ouvi Jesus a me Dizer

Este é “considerado um dos melhores” dos 600 hinos de Horatius Bonar, o “príncipe dos hinistas escoceses”. Bonar escreveu este texto enquanto pastoreava a Igreja Livre de Kelso, Escócia. Publicou-o sob o título "A Voz da Galiléia", no seu hinário Hymns Original and Selected (Hinos Originais e Selecionados), em 1846.

Apresenta, da maneiras mais significativas, três dos comoventes convites do nosso Senhor aos homens, seguidos pela resposta humana e seu resultado espiritual.

De acordo com Bonar, ele baseou-se em João 1:16. O hino é uma “bela expressão da alegria da alma ao ser achada por Jesus”. Visto a ênfase bíblica em todos os hinos de Bonar, não é surpreendente achar também os seguintes versículos:

Estrofe 1 - ”Vinde a mim,todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.Tomais sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:28, 29).

Estrofe 2  - “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.” (João 4:14).

Estrofe 3 - ”Eu sou a luz do mundo; quem me segue, de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida.“ (João 8:12)

Horatius Bonar (1808-1889), descendente duma longa linha de pastores da Igreja da Escócia, formou-se na Universidade de Edimburgo e começou logo a trabalhar numa missão num bairro pobre da cidade de Leith. Lá, Bonar descobriu que as crianças não se interessavam muito em cantar os salmos, como era o costume da Igreja da Escócia. Começou então a escrever seus próprios hinos para as crianças, hinos que, com a sua simplicidade, ainda são tão profundos espiritualmente que sempre satisfarão a mente do cristão mais amadurecido.

O calor e a sinceridade da sua fé pessoal em Cristo podem ser vistos, refletidos em todos os seus hinos. “Procuro encher os meus hinos com amor e a luz de Cristo”, disse Bonar uma vez. Certamente tais hinos têm levado muitas pessoas a Jesus pela ternura do seu apelo. (...) Achamos em Bonar o paradoxo de um homem com muita força física e uma intelectualidade poderosa combinada com uma natureza tenra, de muita simpatia, e a fé simples e confiante duma criança.

Bonar foi ordenado em 1838, indo para a cidade de Kelso, perto da fronteira com a Inglaterra. Em 1843 entrou para a Igreja Livre da Escócia. Um homem de energia ilimitada, quando não estava pregando, estava escrevendo hinos (com um total de 600), ou folhetos, ou livros. Como Shubert, anotava as idéias que lhe vinham em pedacinhos de papel, ou outro material à mão e guardava-as para uso futuro. Conhecido como homem de oração, também foi estudante entusiástico da Bíblia. Foi redator de mais de um periódico.

A Bonar foi conferido o grau de Doutor em Divindade (honoris causa) pela Universidade de Aberdeen, em 1853. Em 1866 tornou-se pastor na cidade de Edimburgo, onde permaneceu até a sua morte. Em 1883 foi eleito moderador da Assembléia nacional da Igreja Livre da Escócia.

1.79 H.A. 188 - A Nós a Porta Franca Está

Letra - Lydia Baxter (1809 - 1874)Música - Silas Jones Vail (1818 - 1884)

A Srª Lydia Baxter, nascida em Petersburgo, Nova York, em 1809, foi inválida por muitos anos. Mas, seu interesse pelo bem estar espiritual dos que a rodeavam foi manifesto de muitas maneiras. Ela escreveu “A Nós a Porta Franca Está” mais ou menos três anos antes de sua morte, na cidade de Nova York, em 1874, quando já havia passado dos sessenta anos.

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Este cântico, muito usado na Inglaterra, em nossas reuniões de 1873-74, foi cantado no culto da noite de vigília, em 1873 e na véspera do Ano Novo no Free Assembly Hall em Edimburg. Uma jovem que estava presente, Maggie Lindsay, de Aberdeen, Escócia, ficou muito impressionada com este cântico, e as pessoas que estavam sentadas próximo dela ouviram-na exclamar: -“Oh meu Pai, é verdade que a porta está aberta para mim? Se for assim, eu entrarei.” Nessa noite ela tornou-se discípula de Jesus Cristo.

No dia seguinte ela visitou o seu pastor, o Rev. J. H. Wilson, ministro da Igreja de Barclay, e falou-lhe a respeito da sua decisão. Ele ficou muito contente e a aconselhou a relatar sua experiência aos seus colegas da escola. Ela o atendeu e conseguiu guiar muitos para a Luz.

Menos de um mês mais tarde, a 28 de janeiro, Maggie tomou um trem para a sua casa, e nunca chegou lá com vida. Em “Manual Junction” houve uma colisão entre um trem de minério e o que ela ocupava. Muitos passageiros foram mortos, e Maggie, foi encontrada entre os destroços muito ferida, e com muitas fraturas. Em uma de suas mãos estava uma cópia de “Sacred Songs and Solos”, aberta no seu cântico predileto: “A Nós a Porta Franca Está”, cuja pagina estava manchada com sangue do seu coração.

Maggie foi levada a uma cabana próxima à estação, onde viveu por uns poucos dias, e freqüentemente podia ser ouvida cantando em seu leito de moribunda o coro deste cântico que ela tanto amava: “A mim, a mim, do céu, a porta abriu!”

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Em memória a este acontecimento, que me tocou profundamente, escrevi meu primeiro cântico: “Finalmente no Lar, cuja música também compus” diz Sankey.

Um tocante incidente foi relatado a Sankey por um dos colportores da Associação Cristã de Colportores da Inglaterra:

“Fui em uma casa em B., onde viviam duas pessoas de idade, que eram inválidas. Já havia estado lá várias vezes antes, mas nunca conseguira vender-lhes qualquer livro, ou interessá-los em qualquer das boas novas que eu trazia. Nesta ocasião comecei a cantar ‘A Nós a Porta Franca Está’. Quando cheguei ao coro: ‘Oh, quanto amor Jesus sentiu’, vi lagrimas nos olhos da idosa senhora, e parei, mas ela disse: - ‘Continue: este é um belo cântico!’ Continuei, mas antes de terminara ela rompeu em prantos e perguntou: - ‘É este amor para mim também?’ Falei-lhes então de Jesus e orei com eles. Compraram um hinário contendo o cântico e me imploraram que voltasse logo que pudesse. Tenho-os visitado mensalmente; na ultima semana quando lá estive, a pobre senhora estava morrendo, mas quando o marido lhe contou que eu estava lá ela disse: - ‘Quero vê-lo, diga-lhe que entre. ‘Ela quase não podia falar, mas, murmurou num cochilo: - ‘Cante meu predileto!’ Eu sabia a que ela se referia e cantei suavemente:‘Oh, quanto amor Jesus sentiuDo Céu, a porta já me abriu!”

Ela tentou cantar comigo, mas não conseguiu; estava exausta. Não pude quase falar com ela, pois estava muito fraca, mas, ela segurou minha mão firmemente, repetindo ainda: ‘Oh, quanto amor Jesus sentiu!’ Acabo de receber a notícia de que ela faleceu feliz no amor de seu Salvador, e cantando o melhor que podia este belo cântico.”

Lord Shaftesbury contou certa vez a seguinte estória:“Uma jovem havia se afastado do seu lar e dos seus pais. Certo dia enquanto ouvia o evangelho, ficou

tão impressionada, que resolveu voltar para casa. Ao chegar em casa, encontrou a porta apenas encostada; entrou e subiu as escadas para encontrar sua mãe. Ao vê-la perguntou: -‘Mamãe, por que é que eu chego e encontro a porta aberta?!’ - ‘Minha filha,! ‘respondeu a mãe, ‘esta porta nunca foi fechada desde que você saiu de casa. Eu pensei que alguma noite minha pobre menina iria voltar para casa’.”

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.80 H.A. 190 - Seu Maravilhoso Olhar

John Willard Peterson (ver nr. 142) tem proporcionado centenas de hinos e dezenas de cantatas para as igrejas evangélicas ao redor do mundo por mais de três décadas. No Brasil, de Norte a Sul, ouve-se á sua música. De todas as cantatas de Peterson, Maior Amor, escrita em 1958, talvez seja a mais cantada no Brasil, deste gênio da música sacra que compôs sua música sempre lembrando das possibilidades e limitações dos musicistas das igrejas locais. A eternidade revelará o quanto sua vida tem tocado as vidas de pessoas no mundo inteiro.

No prefácio desta cantata, John Peterson escreveu o seguinte:

O maior e mais sublime elemento do universo é o amor. O acontecimento principal da história humana é o Calvário, onde o Maior Amor de Deus pela humanidade foi profundamente expresso na morte vicária do Seu Filho Unigênito, (...). Lançamos esta obra pedindo a Deus que ela seja instrumento de luz e vida para corações endurecidos pelo pecado. Para que cristãos que a cantem ou a ouçam sejam, novamente, cheios de gratidão a Deus pelo Calvário, levados a oferecer suas ofertas de gratidão e louvor a ele que “nos amou e se deu a si mesmo por nós”.

Na cantata, logo depois da cena da morte de Cristo na Cruz, e o canto do coro “Não há maior amor que o Salvador na cruz”, um contralto ou coro feminino e coro misto cantam este hino comovente e muito cantável.

A tradução desta cantata foi feita no ano de 1968 por Joan Larie Sutton, Irmagard Rehn e Helena de Morais Teixeira, como parte da disciplina Arranjos e Composição ensinada por Joan no seminário Teológico Batista do Sul do Brasil.

Este hino faz parte desta cantata “Maior Amor”.Bibliografia: Peterson, John Willard, Maior Amor, Rio de janeiro, JUERP, 1958, Prefácio.

1.81 H.A. 191 - Quero Estar ao Pé da Cruz

Letra - Fanny Jane Crosby (1820 - 1915)Música - William Howard Doane (1832 - 1915)

Assim como muitos outros cânticos escritos por Fanny Crosby, as palavras deste foram escritas para uma melodia já composta pelo Sr. Doane, e a pedido seu. As palavras e a melodia adaptam-se maravilhosamente uma a outra, e o cântico continuara a ser usado mesmo depois que outros mais apreciados tenham sido esquecidos.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 59: HISTÓRIA DE HINOS

1.81.1 H.A. 191 - Quero Estar ao Pé da Cruz

Quando o pai de Fanny Jane Crosby faleceu, sua mãe precisou deixá-la com sua avó, e depois com uma amiga crente, Senhora Hawley, enquanto procurava ganhar o sustento da sua família. Estas duas senhoras amavam muito a pequena Fanny e se empenharam em ensiná-la tudo que pudesse ajudá-la a ser uma pessoa de muito valor.

A Srª. Hawley, uma calvinista convicta, propôs a Fanny a tarefa de decorar a Bíblia inteira, dando à menina um número de capítulos para aprender cada semana, muitas vezes até cinco. Foram repetidos linha por linha, plantados na mente dela “preceito sobre preceito” (Isaías 28:10). Sendo jovem, dotada e com uma memória fenomenal, Fanny não teve dificuldade em dominar o Pentateuco e os quatro evangelhos até o fim do primeiro ano. No fim do segundo ano, Fanny podia repetir de memória estes livros e muitos Salmos, todos os Provérbios, Rute e (...) o Cântico dos Cânticos.

Assim continuou este treino maravilhoso. O resultado foi que mais tarde, Fanny não precisava de alguém para ler as Escrituras para ela. Quando ela queria meditar sobre um trecho, “ligava um botãozinho na sua mente e a passagem apropriada fluiria por seu cérebro como uma fita cassete”.

Fanny testificou quando tinha 85 anos: “Este livro Santo tem me nutrido durante a minha vida”.Foi neste amplo reservatório e constante comunhão com Deus que Fanny achou a força para viver e o

conteúdo para seus 9.000 hinos.Um dia William Howard Doane, seu parceiro de centenas de hinos, trouxe uma melodia para Fanny,

com um pedido urgente. Precisava de um bom hino para aquela noite numa reunião evangelística! Pediu a sua amiga: “Pode dar-me um texto apropriado para esta melodia agora mesmo?” Fanny, para quem um pedido desse tipo não era novidade, aquiesceu. Depois de ouvi-lo tocar sua melodia algumas vezes no harmônio da sua sala, como era o seu costume, ela foi se ajoelhar diante do Senhor no seu pequeno quarto. Na oração, as palavras para o hino "Quero Estar ao Pé da Cruz" vieram a ela com clareza.

Certamente ela tinha meditado na passagem de João 19 e notado que aquelas mulheres, em contraste com a maior parte dos discípulos, ficaram bem junto à cruz. "Sim, na cruz, sempre me glorio“, do estribilho, descrevia sua determinação de ser como Paulo (Gálatas 6:14), de gloriar-se sempre e somente na cruz de Jesus.

Ao receber a letra da sua parceira, muito satisfeito com este hino “para o qual o futuro reservaria larga difusão”, Doane cantou-o naquela noite e publicou-o na sua coletânea Bright Jewels (Jóias Brilhantes) em 1869. Deus à melodia o nome NEAR THE CROSS (Perto da Cruz) do título original do hino. Sankey também o publicou logo nas suas coletâneas nos Estados Unidos e na Inglaterra, e o hino difundiu-se rapidamente.

Bibliografia: Ruffin, Bernard; Fanny Crosby, Philadelphia, PA, United Church Press,1976, p.30

1.82 H.A. 195 - Rocha Eterna

Letra - Augustus Montagne Toplady (1740 - 1778)Música - Thomas Hastings (1784 - 1872)

Este hino de louvor e oração a Cristo, a “Rocha Eterna”, que morreu por nós, cujo sangue nos lava, e que oferece “perdão, pureza e salvação”, é um dos hinos mais difundidos e amados no mundo inteiro. Era o costume de Augustus Toplady escrever hinos para sua congregação cantar após o seu sermão. Este hino foi registrado depois do seu sermão sobre Gênesis 12:5. O tema principal da vida deste pastor anglicano era a suficiência da morte de Cristo para a nossa salvação. Toplay queria que todos entendessem bem que “nem trabalho, nem penar” contribuem para a nossa salvação, e que “nada eu tenho a te ofertar”; quem simplesmente crer nEle subirá para o céu e verá Seu rosto em glória!

Há diversas histórias sobre a inspiração da frase “Rocha Eterna”, mas uma pesquisa cuidadosa revela a mais provável. No prefácio do hinário Hymns on the Lord's Supper (Hinos sobre a Ceia do Senhor), publicado por Charles Wesley em 1745, foram citadas algumas linhas de um sermão intitulado O Sacramento e Sacrifício do Cristão pelo Dr. Daniel Brevint:

Não deixe que meu coração arda com menos zelo, para segui-lO e servi-lO agora enquanto o pão está quebrado na mesa, do que ardiam os corações dos Teus discípulos quando quebraste o pão em Emaús, Ó Rocha de Israel, Rocha de Salvação, Rocha ferida e partida por mim.(...) Não deixe que minha alma tenha menos sede do que se eu estivesse com [Teu povo] no Monte Horebe, onde jorrou o santo sangue das feridas do meu Salvador.

A grande semelhança de fraseologia de Toplady no original dá crédito a esta posição, Toplady publicou uma estrofe deste hino em 1775, em The Gospel Magazine (A Revista do Evangelho), da qual era editor, juntamente com um artigo intitulado A Vida é uma Viagem. Depois de apresentar uma série de perguntas e respostas que demonstravam que a Inglaterra jamais poderia pagar sua dívida nacional, comparou isso com o homem e seus pecados. Calculou quantos pecados um homem poderia cometer até certas idades – até 20 anos, 30, 40, etc. Chegando aos 80, o total seria de 2.522.890.000.Então apresentou a única solução, a que Cristo oferece, citando Gálatas 3.13:

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“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”.(...) Isto, não somente contrabalançará, mas infinitamente sobrebalançará todos os pecados de todo o mundo que crê.

A poesia completa de quatro estrofes apareceu na mesma revista, em março de 1776. Este hino tem sido o consolo de pessoas em todos os continentes.Albert, o príncipe-Consorte da rainha Vitória, recebeu grande consolação dele e pediu que fosse cantado no seu culto fúnebre. Foi cantado nos funerais do primeiro ministro da Grã-Bretanha, William Gladstone. Ao ouvir o hino nesta ocasião, o hinólogo A.C.Benson declarou:

Ter escrito palavras que atendam à necessidade das pessoas em momentos de emoção profunda e de aflição, consagrando, consolando, enaltecendo - dificilmente pode haver algo que tenha mais valor do que isto!

Augustus Montague Topady (1740-1778) nasceu em Farnham, no condado de Surrey. Seu pai, major no exército da Grã-Bretanha, foi morto no cerco de Cartagena (Espanha), pouco depois do seu nascimento. Estudou na renomada Escola Westminster, em Londres, e mudando-se a família para  a Irlanda, fez seu mestrado em artes na Faculdade Trinity, em Dublin,  capital.

Foi neste país que este culto jovem inglês teve a experiência que mudou sua vida. Decidiu ir a um culto dos metodistas Wesleyanos, um braço calvinista da denominação. Foi a um celeiro, onde ouviu um evangelista leigo, James Morris, pregar sobre o texto de Efésios 6.13. Ali Toplady nasceu de novo! Nas suas próprias palavras:

Estranho, que eu, que tanto tempo estava exposto aos meios da graça, pudesse ser levado direto a Deus numa parte obscura da Irlanda, com um punhado de gente reunindo-se num celeiro, e pelo ministério de um que mal podia soletrar seu próprio nome. Certamente foi o Senhor que fez isto, e é maravilhoso. A excelência do poder tem que ser de Deus e não do homem.

Julian nos afirma que o pregador Morris realmente não era tão mal instruído. Embora humilde, possuía um cérebro privilegiado e era um orador nato. Não foi a primeira nem será a última vez que um homem das grandes cidades julga mal a capacidade e a cultura do homem simples do interior.

Voltando a Inglaterra, Toplady foi consagrado ao ministério anglicano em 1762. Serviu em três Igrejas e, de 1775, em diante, pregou numa igreja Calvinista francesa em Londres. Ardente calvinista, escreveu o livro Prova Histórica da Doutrina do Calvinismo da Igreja Anglicana. Levou, em boa tradição inglesa, um debate longo e acirrado com João Wesley sobre diferenças doutrinárias. Escreveu muitos hinos. Publicou um livro de poesia sacra, Psalms and Hymns for Public Worship (Salmos e Hinos para o Culto Público). Suas obras completas foram publicadas postumamente em seis volumes, em 1825.

Toplady, altamente respeitado como líder evangélico espiritual, faleceu muito jovem, aos 38 anos, de sobrecarga de trabalho e tuberculose. Pouco antes de morrer, disse:

“Meu coração bate cada dia mais e mais forte para a Glória. Enfermidade não é aflição, dor nenhuma causa, morte nenhuma dissolução (...). As minhas orações agora estão convertidas em louvor”.

Julian disse dele que, mesmo que fosse às vezes um homem de palavras impetuosas, “uma chama de devoção genuína queimava na frágil candeia do seu corpo sobrecarregado e gasto. (...) Sua é a grandeza da bondade”.

Thomas Hastings, o extraordinário músico albino da republica americana, embora sofresse muito da visão, foi autor de mais de 50 volumes de música sacra: 1000 melodias e 600 textos originais, além de publicar mais de 50 coletâneas de muito valor. Dedicou sua vida à tarefa de elevar e melhorar a música das igrejas do seu país. Uma vez escreveu: “A homenagem que devemos ao Deus onipotente requer o mais nobre e reverente tributo que a música pode render. (Outros dados deste dedicado servo de Deus estão no hino nr. 154)”.

Bibliografia: Gospel Magazine, março de 1776, in: Julianm John, A Dictionary of Hymnology, Dover Edition,New York, Dover Publications, 1957

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Page 61: HISTÓRIA DE HINOS

1.82.1 H.A. 195 - Rocha Eterna

Entre os maiores hinos da língua inglesa, que são poucos, está este, de Augustus Toplady. O autor o intitulou “Uma Oração do Crente Mais Santo do Mundo para sua Vida e Morte.” A primeira publicação do hino foi em “The Gospel Magazine” (A Revista do Evangelho), em 1776.

Toplady e John Wesley não concordavam em assuntos de teologia. Eram oponentes acerbos nos assuntos da Graça e do Livre Arbítrio. Seus hinos, porém, permanecem lado a lado no hinário; nenhum outro hino expressa melhor a doutrina da Expiação, a impossibilidade do homem salvar a si próprio e o pleno poder do sangue de Cristo para a Salvação. Toplady comparou o “Débito do Pecado” do homem ao Débito Nacional da Inglaterra, e mostrou a futilidade do homem em querer pagar sua própria divida e então diz:

“Necessitamos a Deus, o Pai, por eleger-nos; a Deus, o Filho, por assumir nossas dividas; e a Deus, o Espírito Santo, por seu dom da fé em Cristo.”

O hino faz uso da Rocha como uma figura de Cristo, constantemente usada tanto no Velho como no Novo Testamento: “Sê a minha firme Rocha, uma casa fortíssima que me salve.” (Salmos 31:2) “Desde o fim da terra clamo a Ti por estar abatido o meu coração; leva-me para a Rocha que é mais alta do que eu.” (Salmos 61:2) “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar... e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da Pedra espiritual que os seguia: e a Pedra era Cristo.” (I Coríntios 10:1-4).

Thomas Hastings escreveu a melodia “Toplady” que está intimamente ligada a este hino na América. Escreveu um grande número de hinos e melodias e juntamente com Lowell Mason e W. B. Bradbury, e teve grande influência no gosto musical das igrejas da América. Na Inglaterra a melodia preferida para estas palavras é “Petra”, “Redhead”, ou “Gethsemane” de Richard Redhead. Esta melodia aparece no Church Hymnal, acompanhando as palavras do hino “Go To Dark Gethsemane”, nº 122.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.83 H.A. 199 - Olhai e Vivei

William A. Ogden escreveu este cativante hino de convite, baseando-se na experiência de Moisés e os Israelitas, em Números 21,  e também em Hebreus 12. 2 “fitando os olhos em Jesus, o autor e consumador da nossa fé”. O hino apareceu pela primeira vez no hinário Triunphant Songs for Sunday Schools and Gospel Meetings (Cânticos Triunfantes Para Escola Bíblicas e Reuniões Evangelisticas) em 1887. O convite é claro e comovente:

Oh, olhai, e então vivei!Confiai só em Jesus.Ele salva o pecador, Aleluia!Sim, por nós a vida deu na cruz.

Quantos brasileiros aceitaram a salvação oferecida por Jesus ao som deste hino? Só a eternidade revelará!

O autor e compositor deste hino foi William Augustine Ogden (1841-1897). Nascido no condado de Franklin, Estado de Ohio, EUA, Ogden recebeu seus primeiros estudos de música na Escola Comunitária de Música. Depois de servir na Trigésima Infantaria de Indiana durante a Guerra Civil, pôde voltar a estudar música com os mestres Lowell Mason e Thomas Hastings. Homem de grande capacidade, tornou-se muito conhecido como professor de Música nas escolas normais e regente de convenções de Música. Em 1887, aceitou o posto de supervisor de música para as escolas da rede oficial na cidade de Toledo, no seu estado natal, cargo que ocupou até sua morte.

Ogden escreveu diversos hinos, letra e música e numerosas melodias para os textos de outros. Compilou muitos hinários para Escolas Bíblicas.

Salomão Luiz Ginsburg cria no poder deste convite. Traduziu-o em Pernambuco, em 1891, e publicou-o na primeira edição do pequeno hinário que ele chamou Cantor Christão. Certamente usaram este hino repetidas vezes nas suas reuniões e campanhas evangelísticas por este Brasil afora.

O nome da melodia LOOK AND LIVE (Olhai e Vivei) provém do título original do hino.Bibliografia:Cristão, Hinário para o Culto - Música. História. 2 Música sacra- Batista. P. 213, Rio de Janeiro JUERP,

2001.

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Page 62: HISTÓRIA DE HINOS

1.84 H.A. 202 - Eis Uma Fonte

Assim como muitos outros grandes e significativos cânticos da Igreja, este nasceu sob o sofrimento físico e mental do seu autor, William Cowper. Cowper foi física e mentalmente fraco através dos sessenta e nove anos de sua vida. Foi afligido com uma "melancolia" que o levou, em várias ocasiões, a tentar suicídio. Em quatro diferentes ocasiões, foi internado em hospícios.

Em seus momentos de razão, entretanto. Cowper foi um dos maiores poetas da história inglesa.O ex-negociante de escravos, rude e ativo marinheiro, John Newton e William Cowper, foram íntimos

amigos. De fato, Newton provavelmente fez mais por Cowper em seus acessos de melancolia, que qualquer outro homem. Era habito dos dois levar a composição de um novo cântico para cada reunião semanal de oração que Newton realizava na cidade de Olney. Como resultado destas reuniões, uma coleção de cânticos sob o título: "The Olney Hymns", foi publicada. Da coleção, uns sessenta e cinco cânticos estavam assinados com a inicial "c", a assinatura de Cowper.

Newton providenciou para Cowper uma casa perto do seu presbitério. Lá, Cowper trabalhava e comungava com a natureza - produzindo algumas das melhores obras poéticas da literatura inglesa.

A melodia para este cântico é por muitos atribuída ao compositor Lowell Mason; outros também crêem que foi originalmente uma velha melodia americana chamada "Western Melody". Foi provavelmente um cântico favorito nas reuniões campais. Mason foi um bancário em Savannah, Georgia, em seus primeiros anos. Mais tarde trabalhou com coros em Boston e estava sempre à procura de novas letras e melodias.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.84.1 H.A. 202 - Eis Uma Fonte

Este o hino que ficou mais gravado na história, dentre os inúmeros escritos pelo Sr. William Cowper, um inglês, nascido em Great Berkmpstead, Hartfordshire, a 26 de novembro de 1731.

Apesar de vir de uma família muito distinta, seu pai era pastor e seu tio, ministro da justiça, contudo teve uma vida bem acidentada. Perdeu sua mãe aos seis anos de idade e aos dez anos foi mandado para um colégio interno, onde os meninos maiores muito o maltrataram. Ele era muito tímido. É ele quem diz: "Quase todos os dias eu estava no gancho"; e vivia uma vida horrível e cheia de desapontamentos.

Quando Cowper se tornou homem escreveu uma poesia chamada "Tirocínio", na qual ele retracta bem o que um menino como ele sofre nesses colégios internos; e, as crueldades recebidas por ele, tornaram-no capaz de enfrentar mais tarde outras dificuldades.

Alguns anos mais tarde ficou doente mentalmente e aí tornou-se mais difícil os estudos para a profissão de advogado ou juiz que por longos anos procurou sem conseguir.

Nessa constante e longa luta Cowper pensou que seria impossível ser salvo. Mas, em julho de 1764, sentado no jardim de sua casa e lendo as Escrituras, foi impressionado pelas palavras de Romanos 3:24-25 "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos;"

O Espírito Santo atuou em seu coração através daquelas maravilhosas palavras e, ali mesmo, rendeu-se a Cristo, sendo salvo dos seus pecados. é ele mesmo quem conta o que aconteceu: "Não sei como, mas num momento, recebi poder para crer e o Sol da Justiça brilhou em meu coração. Vi claramente a suficiência do sacrifício feito por Cristo; o perdão através do Seu sangue; a completa e ampla justificação".

É assim mesmo. No momento em que cremos no Evangelho da nossa salvação, passamos da morte para a vida. Não leva anos, meses ou dias, para sermos salvos. No momento que olhamos para Cristo, com fé, somos feitos filhos de Deus! (João 1:12). Foi isso que trouxe paz e alegria na alma de William Cowper.

Quando já tinha 34 anos de idade e tendo sido restaurado daquela enfermidade mental, uns amigos levaram-no para sua casa e lá, com outro amigo, João Newton, escreveu e compilou vários hinos, formando um hinário chamado "Olney Hymns". Além dos 64 hinos dos quais era composto o referido hinário, William Cowper escreveu muitas outras peças mediante as quais foi considerado entre os primeiros na poesia inglesa.

Além disso ele lutou muito pela causa dos pobres e dos escravos: até os indefesos animais entraram nas suas poesias! Era, também, muito interessado em Missões Cristãs, como deve ser todo verdadeiro cristão.

Assim, entre os inúmeros hinos escritos por ele está o que hoje focalizamos e conta-se a seguinte história, muito interessante, a respeito dele:

O Sr. Cross tinha um vizinho descrente, para o qual devotou grande interesse, pois estava enfermo. Tentou, por várias vezes, visitá-lo para falar-lhe da sua vida espiritual, mas sua mulher, instruída pelo marido, recusava sempre a visita de alguém que desejasse falar-lhe de religião. Mas este amigo não desanimou em suas tentativas e logo encontrou uma saída.

Na vizinhança havia uma jovem cuja voz era mansa e expressiva. O Sr. Cross lhe disse: "Mabel, gostaria de cantar o hino 'Há uma fonte sem igual' junto àquela janela onde se encontra um homem enfermo?" Mabel ficou tão feliz em poder fazer aquele serviço para o Senhor e, o resultado foi que a esposa do vizinho enfermo ofereceu -lhe um lindo buquê de flores e, em poucos minutos, ela foi convidada a entrar no quarto; colocando o buquê sobre a mesa, começou a cantar o hino para o enfermo. Linha após linha, o hino foi entoado com toda a ternura que lhe era própria.

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O enfermo ficou tão emocionado que perguntou à moça onde havia aprendido aquele hino e ela respondeu que foi na Escola Bíblica do Sr. Cross. O enfermo pediu, então, que o Sr. Cross viesse e lhe falasse. O que se passou, então, pode-se dizer em uma palavra: "Foi como um tição tirado da fogueira".

O Sr. Cowper foi ter com Cristo no dia 25 de abril de 1800, com 69 anos de idade, deixando muita saudade.

Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos15.html

1.85 H.A. 204 - Maravilhosa Graça

Este triunfante hino de gratidão a Cristo por sua maravilhosa graça foi escrito, letra e música, pelo conhecido hinista e publicador, Haldor Lillenas, em 1918, em Auburn, Illinois, EUA. Faz parte de uma grande quantidade de música que Lillenas escreveu para o evangelista-cantor, Charles M. Alexander. Lillenas deixou este relatório sobre o hino:

"Em 1917, a senhora Lillenas e eu construímos nosso primeiro pequeno lar na cidade de Olivet, Estado de Illinois. A completá-lo, havia pouco dinheiro para mobiliá-lo. Sem piano naquele tempo, eu precisava de algum instrumento. Consegui comprar um velho e asmático harmônio de um vizinho por $ 5,00. Foi neste instrumento que vários dos meus melhores hinos foram escritos, inclusive 'Maravilhosa Graça' ".

Apresentado pelo evangelista Homer Hammontree, numa conferência bíblica do mesmo ano, este hino foi publicado no hinário Tabernacle Choir (Coro do Tabernáculo), em 1922. Por incrível que pareça, Lillenas vendeu os direitos desta música por cinco dólares!

Haldor Lillenas nasceu na Ilha Tord, perto de Bergen, na linda região dos fiordes da Noruega, em 19 de novembro de 1885. Emigrando com sua família para os Estados Unidos ainda criança, morou no Estado de Dakota do Sul por dois anos. Depois, a família se estabeleceu em Astória, Estado de Oregon. Lillenas foi confirmado na Igreja Luterana aos quinze anos, mas converteu-se sob o ministério da Missão Peniel. Sentiu a chamada de Deus para o ministério e estudou na faculdade de Deet, em Los Angeles (hoje, Faculdade de Loma Linda, na cidade do mesmo nome na Califórnia).

Lillenas casou-se com Bherta Mae Wilson, também uma hinista. Ambos foram líderes da Igreja do Nazareno. Continuaram estudos em harmonia, contraponto e composição na Escola de Música Siegel-Myers em Chicago, Estado de Illinois. Viajou como evangelista de 1912 a 1914, e depois, pastoreou igrejas em Califórnia, Illinois, Texas e Indiana. Durante estes anos, forneceu hinos e música para coros para muitos evangelistas da época, inclusive Alexander e Hammontree.

Em 1924, Lillenas fundou a Companhia de Música Lillenas em Indianápolis, Estado de Indiana. A empresa foi comprada pela publicadora da Igreja do Nazareno em 1930, mas Lillenas continuou como editor musical por 20 anos. Este talentoso servo de Deus escreveu mais de 4.000 hinos e peças corais (letra e música), alguns dos quais são conhecidos no Brasil. Foi-lhe conferido o Doutorado em Música (honoris causa), da Faculdade Nazarena Olivet, em Kankakee, Estado de Illinois.

Wonderful Grace (Maravilhosa Graça), o nome da melodia, vem das primeiras palavras do título, tema do hino. Harold Lillenas queixou-se que geralmente, o hino é cantado ligeiro demais, "Um hino deve ser cantado duma maneira que as palavras possam ser pronunciadas sem pressa demasiada", disse ele.

A dotada missionária Alyne Guynes Muirhead traduziu este hino para sua coletânea Antemas Celestes (1956). O seu uso se alastrou por todo o Brasil com grande entusiasmo. Foi a primeira entre cinco coletâneas publicadas pela Casa Publicadora Batista, hoje JUERP, preparadas por ela.

Bibliografia: Osbeck, Kenneth W, 101 More Hymn Stories, Grand Rapids, MI, Kregel Publications, 1985, p. 314.

1.86 H.A. 205 - Alvo Mais que a Neve

"Quase 3. 000ANOS depois da queda de Davi [no pecado] não precisamos olhar longe para achar os seus sucessores!" Olhemos bem com Don Wyrtzen o Salmo em que este hino é baseado:

Nesta petição muito pessoal ao Senhor, Davi reconhece que ele mesmo não pode, de maneira nenhuma, corrigir sua natureza pecadora. Somente o Deus que o criou pôde purificá-lo, renova-lo e restaurá-lo. (...) Eu também preciso de uma obra profunda de Deus na minha vida. Como Davi, anseio por cirurgia radical espiritual-purificação, restauração, um coração lavado, o poder transformador do Espírito Santo e a (...)recuperação da alegria da minha salvação!

O Cordeiro de Deus pagou um preço muito alto para que nossos pecados pudessem ser perdoados e lavados. O preço foi o seu sangue, a sua morte, o tomar sobre si os nossos pecados. "Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fossemos feitos justiça de Deus"(II Coríntios 5:21). Este mesmo sangue que nos lava e nos salva na hora em que aceitamos a Cristo como Salvador, nos perdoa e purifica dos nossos pecados confessados, dia após dia(I João 1:9). "Seja Bendito o Cordeiro" deve ser o nosso cântico todos os dias da nossa vida. Um dia, pelo sangue salvador de Jesus, também estaremos com as multidões que proclamam:"Ao que está sentado sobre o trono, e ao cordeiro, seja o louvor e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos" (Apocalipse 5:13).

O autor deste hino muito cantado pelos cristãos brasileiros foi Éden Reeder Latta. A única informação que temos sobre este autor é que nasceu em 1839. Provavelmente, o hino apareceu pela primeira vez na

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coletânea Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros) nº. 396, de Sankey 1881. Seu título era The Blood of tue Lamb (O Sangue do Cordeiro).

Esta coletânea indica que a melodia é um arranjo de H. S. Perkins. Assim, presumidos que seja da mesma data. Como no caso de Latta, não há informações disponíveis neste momento sobre Henry Southwick Perkins, o compositor da melodia, além do fato dele ter nascido em 1833 e falecido em 1914.

A excelente adaptação deste hino, feita em 1914, é uma das quase 200 produções do dinâmico evangelista e hinista Henry Maxwell Wright. Como muitas outras, foi incluída em quase todos os hinários evangélicos brasileiros.

Bibliografia: Wyrtzen, Don - Fugue on Forgiveness: Musician Looks at the Psalms, Grand Rapids, MI, Zondervan Publishing House, 1988, p. 231

1.87 H.A. 207 - Vida em Olhar

Um dos convites à salvação mais comoventes, é este, que roga : "Vê, vê, viverás! Vida tens em olhar a Jesus, Salvador, Ele diz: Vida em Mim acharás". A eternidade vai revelar quantas pessoas aceitaram o convite de Jesus ao som deste hino.

Aqui vai o relato da vida de Amélia Matilda Hull, a quem Deus deu a graça de compor estes lindos versos inspirados pelo Espírito Santo.

Temos em I Coríntios 1:26, que "... não foram chamados muitos sábios segundo a carne..., nem muitos de nobre nascimento", mas assim mesmo, Deus, na Sua maravilhosa graça, visita, às vezes, tais famílias com a Sua salvação.

A família Hull, de Devon, Inglaterra, foi um exemplo dessa divina intervenção. Era uma família nobre, de nomeada tradição, que vivia em Marpool Hall, nas cercanias de Exmouth. Apesar de a antiga casa ser substituída por um parque público, permanece ainda, naquela parte da Inglaterra, alguma memória dos Hulls, de Marpool Hall.

Amélia Matilda Hull nasceu no dia 30 de Setembro de 1812 e era a mais nova dos onze filhos de William Thomas e Harriot Hull, de Marpool Hall. Seu pai era um capitão militar aposentado. Pouca coisa se sabe da vida particular de Amélia, a não ser a história da sua conversão. Aliás, as circunstâncias daquele grande evento são tão cheias de interesse e tão inexplicavelmente ligadas ao surgimento deste amável hino, "Vida por um olhar", que vale a pena conhecer a sua história.

Consta que Amélia ouviu o Evangelho pela primeira vez quando tinha vinte anos de idade. Um evangelista visitante armou a sua tenda próximo da casa de sua família e toda a vizinhança foi convidada a ouvir o Evangelho.

Uma noite Amélia aventurou-se a ir. Esgueirou-se na parte de trás da tenda e ouviu com bastante atenção o Evangelho de Jesus Cristo. Seu coração ficou sobremodo abalado. Quando voltou para casa contou ao seu pai onde havia estado e ele ficou furioso. Disse-lhe que ela não devia associar-se com aqueles "crentes" e que aquelas reuniões não eram dignas de alguém de posição elevada como ela. Ao mesmo tempo, proibiu-a de voltar a assistir àquelas reuniões.

Contudo, o coração de Amélia já havia recebido as gotas da água viva e ela estava sedenta por ouvir mais. Sentiu que devia voltar apesar da proibição imposta por seu pai e foi assistir à reunião seguinte. A mensagem foi baseada em João 3:14-15, onde o Senhor menciona o levantamento da serpente de metal no deserto e a cura que recebiam as pessoas que, mordidas pelas serpentes verdadeiras, levantassem o olhar para a serpente de metal. Naquela mesma noite Amélia olhou, pela fé, para o Cristo do Calvário e foi salva por toda a eternidade.

Quando regressou ao lar deparou com a fúria de seu pai. Este, com muita ira, levou-a até à biblioteca, onde repreendeu-a severamente pelo que fizera e ordenou-lhe que ali comparecesse novamente às 9 horas do dia seguinte a fim de apanhar de chicote. Amélia, muito perturbada retirou-se para seu quarto sentindo-se muito triste por ter causado dissabor a seu pai, mas ao mesmo tempo gozava profunda alegria pela salvação de Deus que inundara a sua alma.

Pela manhã, pensando nos acontecimentos do dia anterior tudo quanto se passara naquela reunião e, sobretudo, a grandiosa mensagem que ouvira e que lhe trouxera paz, sentou-se e foi deixando extravasar sobre um pedaço de papel os sentimentos do seu coração. Assim que o relógio bateu 9 horas dirigiu-se à biblioteca levando consigo o referido pedaço de papel. Lá estava seu pai e, sobre a mesa, o chicote. Ela entrou, entregou ao pai o papel e ficou esperando. O capitão W. T. Hull ficou de pé e, enquanto lia a composição de Amélia, algo extraordinário aconteceu. Uma notável mudança. O pai de Amélia sentou-se e enfiou o rosto entre as mãos. Através da leitura daqueles versos Deus falou ao coração daquele homem fazendo-o sentir-se totalmente arrasado. Desapareceu de sua mente qualquer pensamento de bater em sua filha. Pelo contrário, naquela manhã, ali na biblioteca, o capitão Hull foi ao encontro do Salvador de Amélia.

Daquele dia em diante foi efetuada uma grande transformação, não só na vida do capitão Hull, como também na vida de Marpool Hall.

Este hino foi um dos melhores, entre 22 contribuídos ao hinário Pleasant Hymns for Boys and Girls (Aprazíveis Hinos para Meninos e Meninas), publicado em 1860. Entre 1850 e a sua morte em 1882, Amélia também contribuiu com hinos para seis outras coletâneas na Inglaterra.

A tradução deste hino foi feita pelo Pr. Antonio Ferreira de Campos (1866-1950), por alguns anos um dos obreiros mais ativos na região de Campos, RJ. Foi batizado por Salomão Ginsburg em junho de 1895.

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Page 65: HISTÓRIA DE HINOS

Dentro de um mês, a igreja Batista de Campos o licenciou para pregar, e a junta de Richmond o aceitou como um obreiro nacional. Ginsburg apreciava muito este novo obreiro, escrevendo assim:

"O Pr. A. Campos tomou conta deste campo (Campos) em 1895, e está fazendo um grande e bom trabalho. Ganhou a simpatia do povo, que, conhecendo seu grande talento para o jornalismo, o fez Redator-Chefe do jornal local. Podem imaginar o bom resultado de ter um jornal secular onde o evangelho não foi esquecido. Ele está fazendo um nobre e bom trabalho. É um esplendido pregador e bom organizador, como também um hábil escritor."

Campos fundou a Associação Cristã de Moços da cidade. Esta organização chegou a ter 200 membros, dos quais dois terços eram católicos. O canto congregacional teve parte importante nas suas assembléias, "fato que estimulou hinistas como Ginsburg e Campos a produzir e dedicar hinos apropriados para o seu uso". Certamente, Vida Tens Em Olhar, foi traduzido neste período.

A melodia LATAKIA, tão apropriada para este hino de convite, foi escrita para esta letra por E. G. Taylor (séc XIX). O hino apareceu em Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros) de Sankey, de onde, certamente, foi trazido ao Brasil. Não existem, porém, mais informações disponíveis sobre a melodia ou sobre seu compositor.

Bibliografia: Ginsburg, Salomão L., Foreign Mission Board Report, SBC Annual, 1900, p. 96.

1.88 H.A. 208 - Graça Excelsa

Este comovente hino é, sem dúvida, a mais representativa expressão de John Newton, “um dos grandes pregadores evangélicos do século XVIII”. E um dos maiores exemplos da graça de Deus de todos os tempos. Newton baseou o hino em I Crônicas 17:16-17, onde o Rei Davi expressa sua convicção de não ser digno de construir a casa do Senhor, e clama: “Quem sou eu, ó Senhor Deus, e que é a minha casa, para que me tenha trazido até aqui?”.

Conhecendo a extraordinária história de Newton, é fácil entender porque ele aplicou estas palavras de Davi a si mesmo. O hino originalmente incluía seis estrofes e foi intitulado “A Revisão e Expectativa da Fé”. Newton escreveu-o em 1779 e o incluiu na sua inovadora coletânea Olney Hymns (Hinos de Olney).

Este hino pode ser considerado autobiográfico, descrevendo os milagres que a graça de Deus fez na vida de John Newton. A graça de Deus continuou a ser sua obra na vida dele. Chegou a ser um pastor cuja bondade era marcante e ter um ministério prolífico, a produzir hinários e escrever livros importantes (seus sermões seriam estudados pela posteridade). Teve uma vida feliz e produtiva até o dia que faleceu em 21 de dezembro de 1807. Foi enterrado no pátio da igreja na qual serviu por 27 anos, no coração de Londres. A pedra do seu tumulo declara, com palavras que ele mesmo ditou:.

John Newton, clérico,Uma vez um infiel e libertino,Foi pela rica misericórdia do nosso SenhorE Salvador, Jesus Cristo, preservado,Restaurado, perdoado, e chamado.Para pregar a fé que ele procurara por muito tempo destruir,Perto de 16 anos, em Olney, Bucknghamshire;E 27 nos nesta igreja.

John Newton nasceu em Londres, em 24 de julho de 1725. Até sete anos, teve o carinho e ensino da sua piedosa mãe, membro duma igreja dos dissidentes. Diligentemente ela o ensinou. Aos quatro anos, John lia fluentemente. Aos seis, lia Virgílio em latim. Teve uma mente perspicaz e uma memória retentiva. Escrevia mais tarde:

Minha mãe armazenou minha memória (...) com muitas peças valiosas, capítulos e porções das escrituras, catecismos, hinos e poemas. Quando o Senhor, muito mais tarde, abriu os meus olhos, achei grande benefício em relembrá-los.

Mas, com a morte dela, John perdeu sua oportunidade de ser criado no evangelho. Passou dois anos numa escola onde seu tratamento era severo e sem amor. Aos onze, foi ao mar com seu pai, homem duro e seco. Nos anos vindouros, na sua rebeldia, foi de mal a pior, descendo cada vez mais na degradação. Mais tarde achou-se tripulante num “navio negreiro”, onde se juntou ao tratamento cruel dos infelizes escravos. Foi traído e deixado preso numa ilha, onde os seus maus tratos não o mataram pela bondade de escravos ao seu redor. Seu pai, chegando a saber da condição do seu filho por uma carta, secretamente enviada, conseguiu sua libertação.

Voltando para Inglaterra no navio Greyhound, na província de Deus, Newton havia achado e, no seu tédio, lido o livro A Imitação de Cristo, de Thomas A Kempis. De repente, a nau foi pega numa tempestade tremenda. Seu lado foi desmoronado e muitos tripulantes foram levados ao mar, sem mastro; todas as provisões perdidas, o navio, por 27 dias, flutuou a esmo. Todos a bordo, famintos e congelados, viveram entre a vida e a morte. Newton cria que sua morte estava eminente! Foi ali que ele viu a sua condição de pecador. “Voltou dramaticamente a Deus, repudiou sua vida de depravação, e chorou lágrimas de arrependimento.”

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Pela graça de Deus, o navio não afundou. Newton, o mais blasfemo dos tripulantes, nunca mais usou o nome de Deus em Vão. Lia o Novo Testamento enquanto seus companheiros o miravam em espanto. Quando, milagrosamente, o Greyhound chegou em terra perto de Londonderry ao norte da Irlanda, no dia 8 de abril, o primeiro ato de Newton foi procurar uma igreja e lá orar.

A graça de Deus continuou a fazer sua obra na vida de Newton. Foi crescendo espiritualmente. Casou-se com Mary Catlett, uma excelente moça,  a quem havia amado  muito tempo. Voltou ao mar, capitão de outro navio negreiro. Nos seus navios mantinha cultos e procurou educar-se com um ambicioso programa de estudo de bons livros. Anos depois, ao crescer muito mais na fé, lamentou profundamente ter feito parte deste  nefando tráfico, descrito tão dramaticamente pelo famoso poeta brasileiro Castro Alves. Tornou-se “forte e eficaz guerreiro contra a escravatura”.

Em 1754, Newton deixou o mar. Estabelecendo-se em Liverpool, trabalhou no porto e começou a preparar-se para o ministério. À noite, depois do seu trabalho, estudou teologia, hebraico, grego e os clássicos. Lá recebeu muita influência de George Whitfield e João Wesley, e em 1758, começou a pregar. Ordenado pela igreja anglicana (com auxilio de Lord Dartmouth e a Condessa Huntington, dois evangélicos de prestigio), foi nomeado para a pequena paróquia de Onley, no Condado de Buckinghamshire, permanecendo ali por 15 anos. Ali começou em frutífero e influente ministério.Newton começou muitas inovações. Usava histórias no púlpito, especialmente a da sua conversão. Além dos cultos na sua igreja, conseguiu um auditório grande e lá ensinava as crianças, de tarde, e aos adultos à noite. Grandes multidões foram ouvir o “velho capitão” e foram alcançadas desta maneira. Outra inovação: em vez de cantar somente os salmos métricos nos cultos, como era aceitável nas igrejas anglicanas, começou a usar hinos e, querendo expressar a religião simples do coração que ele estava ensinando, começou a escrevê-los. Pediu o auxilio do seu grande amigo William Cowper. Queria ter um hinário que fosse “um livro de instrução na fé evangélica, para ser cantado, lido e decorado”. Assim, com a cooperação de Cowper, publicou a célebre coletânea Olney Hymns, em 1779, hinário ao estilo Wesley, para a qual contribuiu com 280 textos. Há um bom número dos seus melhores textos ainda em uso mundialmente, depois de dois séculos.

Newton nunca se esqueceu do seu passado. Colocou na parede do seu escritório uma placa com versículo: “Pois lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito, e de que o Senhor teu Deus te resgatou” (Deuteronômio 15:15). No púlpito, usava o uniforme de marinheiro – “com uma Bíblia numa mão e o hinário na outra” – isso numa igreja anglicana onde o pregador usaria beca. Achou importante relembrar a si mesmo e aos outros, o quanto a “preciosa graça de Jesus” havia feito por ele.

Depois de Olney, Newton foi escolhido para pastorear uma das maiores igrejas em Londres,onde permaneceu por 28 anos até sua morte em 1807, “justamente o ano que o bom William Wilberforce, cuja conversão Newton  encaminhou, conseguiu que o Parlamento aprovasse a lei que abolisse para sempre a escravidão em todos os domínios da Grã Bretanha.” Newton tornar-se o conselheiro espiritual de Wilberforce, e poucos meses antes da sua morte teve o prazer de parabenizar o estadista por seu sucesso, depois de um heróico esforço de 45 anos.

Alguns consideram que o maior dom espiritual deste servo de Deus era o de lidar com pessoas uma por uma. Os publicadores das suas cartas chamaram-no de “diretor de almas no movimento evangélico”. Foi descrito como “o escritor de cartas par excelence do reavivamento evangélico”. A Newton “foi dado um conhecimento do coração humano e de como o Senhor lidava com seu povo.” Todas as terríveis experiências da sua vida, sua conversão e chamada para o ministério, deram-lhe fama e “as pessoas vinham a ele para conselho e auxilio. (...) Viam nele alguém que podia entendê-los  e entrar nas suas experiências com ternura e simpatia.”

Muitos que não podiam vê-lo em pessoa procuraram sua ajuda por carta. Newton entendeu a importância deste ministério. Foi muito diligente em praticá-lo.Escreveu: “É a vontade do Senhor que meu ministério maior seja por minhas cartas.”

A melodia AMAZING GRACE (Admirável Graça) é de origem desconhecida. Por muito tempo acreditava-se que seu primeiro aparecimento fora em 1831, na coletânea Virginia Harmony (Harmonia da Virginia), mas de acordo com um artigo no célebre periódico The Hymn (O Hino), a melodia apareceu na coletânea Columbian Harmony em 1829. O arranjo usado no usado no H.A é de Edwin Othello Excell. Publicou-o no seu hinário Make His Praise Glorious (Faça o Seu Louvor Glorioso), em 1900.

Edwin Othello Excell (1851-1921) nasceu no condado de Sark, Estado de Ohio, EUA, filho de pastor da igreja Reformada Alemã. Trabalhou como pedreiro, quando jovem. Teve muitos dotes musicais, e foi muito procurado como professor em escolas de canto. Foi ao reger a música para uma conferência evangelística numa igreja metodista episcopal, que Excell reconheceu sua própria necessidade de ser salvo, e foi convertido. Daí interessou-se pela música sacra.

De 1877 a 1883, estudou com os músicos e publicadores George F. e Frederick Root (para quem Fanny Crosby forneceria tantos libretos). Começou a publicar coletâneas de gospel hymns com muito sucesso. Foi muito ativo no movimento nacional de Evangelismo, regendo nas convenções. Ajudou a iniciar a publicação das International Sunday School Lessons, lições publicadas ao redor do país. Foi líder da música de campanhas de evangelistas de renome. Aliás, foi durante uma campanha evangelística com o célebre Gipsy Smith que Excell faleceu em Louisville, Estado de Kentucky.

Excell compilou mais de 90 coletâneas. Auxiliou em mais 38 compilações de outros, inclusive as de Robert Coleman, que tanto contribuiu na hinodia dos Batistas do Sul (EUA). Compôs mais de 2.000 melodias. Sua cativante melodia para Conta as Bênçãos é uma das prediletas dos crentes brasileiros.

Bibliografia: Osbeck, Kenneth W. 101 Hymn Stories, Grand Rapids, MI, Kregel Publications, 1982.p.28.

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1.88.1 H.A. 208 - Graça Excelsa

Viajando pela Inglaterra, em direção às cidades de Oxford e Cambridge, passa-se por uma aldeia de nome Olney. Na pracinha desta aldeia encontra-se uma casa, agora transformada em museu, onde se encontram os pertences de um famoso poeta inglês chamado John Newton (1725 – 1807). Foi ali que ele nasceu e viveu grande parte de sua vida. Num canto no pequeno cemitério da aldeia, existe uma lápide, quase coberta de mato, com a seguinte inscrição: “John Newton, servo de Deus, outrora um infiel e libertino, um servo de escravos na África; foi pela rica misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, preservado, restaurado, perdoado e escolhido para anunciar a fé que por longo tempo procurou destruir”.

Newton era filho de um capitão de navio que trabalhava no mar mediterrâneo. Sua mãe morreu quando ele tinha apenas onze anos de idade. Sua infância, no entanto, foi marcada pela imoralidade, leviandade e pecado. Foi rejeitado pelo próprio pai devido a problemas com seus empregados. Newton foi, então, preso e deportado (algumas bibliografias citam que foi de Egito). Por alguns anos, ele serviu em navios de escravos, onde foi humilhado pela mulher de um mercador de escravos, passando a ser “escravo dos escravos”.

Assim, em estado miserável, este homem do mar caiu em si ao ler o livro de Thomas A. Kempis “Imitação de Cristo”. Mas a sua real conversão deu-se durante uma terrível tempestade, quando quase perdeu a vida.

Com a idade de trinta e nove anos, John Newton veio a ser um fiel ministro de Deus. Foi pastor numa igreja em Olney quase quinze anos e nesse período escreveu inúmeros hinos. Dentre os muitos hinos que escreveu está “Graça Excelsa” (outra tradução chama de “Maravilhosa Graça”) que parece ser um testemunho da sua conversão e da sua vida cristã.

A graça de Deus tem sido definida como o Seu favor imerecido. Foi esta graça que alcançou John Newton. Ele ficou maravilhado quando aprendeu que Cristo amou-o e morreu em seu lugar. Foi esta graça que o fez consciente de que era um pecador, “que a mim, perdido e cego, achou...” e que assegurou-o de que seus pecados todos foram perdoados. E assim é com todos nós. Somos grandes pecadores não só pelas transgressões feitas, mas também porque não cumprimos os padrões de Deus em nossas vidas. E esta Maravilhosa Graça, nos supre de tudo. Como crentes em Cristo continuamos a experimentar cada dia este favor imerecido através de nossas vidas. Cada dia Ele nos perdoa as falhas se nós Lhe confessamos. Cada dia Ele supre as nossas necessidades.

John Newton nunca mais cessou de se admirar da misericórdia e da graça de Deus para com ele. Sobre o armário de sua paróquia ele colocou os seguintes versículos bíblicos, que ali permanecem até hoje: “Enquanto foste precioso aos meus olhos, também foste glorificado” (Isaias 43:41) e “Lembrar-te-ás de que foste servo na terra de Egito, e de que o Senhor teu Deus te resgatou” (Deuteronômio 15:15).

Newton nunca esqueceu o mar. No final de sua carreira, como pastor na igreja, certa vez subiu ao púlpito com o uniforme de marinheiro, segurando a Bíblia numa de suas mãos e o hinário na outra. Sua memória já não funcionava tão bem e, às vezes, esquecia o que estava pregando. Alguém lhe sugeriu que se aposentasse, ao que ele logo respondeu: “O que? Pode um velho blasfemador africano parar enquanto pode falar?”.

Em outra ocasião, disse: “Minha memória está quase nula, mas lembro-me bem de duas coisas: que eu sou um grande pecador, e que Cristo é um grande Salvador”.

A música utilizada é “Amazing Grace” antiga melodia norte-americana, mas também este hino é cantado com a música “New Britain” publicada no Virginia Harmony de autoria dos Srs. James B. Carrell e David S. Clayton.

Na bibliografia existente, também se reconhece ao Sr. Haldor Lillienas como autor da letra e música do hino "Wonderful Grace of Jesus". Este é o nosso hino nr. 204 - Maravilhosa Graça. Apesar de possuir uma mensagem semelhante a "Amazing Grace", o hino do Sr. Lillienas é vigoroso e jubilante, enquanto que o hino de John Newton é intimista e meditativo.

Fonte: http://www.uniaonet.com/osemeador01.htm

1.89 H.A. 211 - Rude Cruz

O Rev. George Bennard nasceu nos Estados Unidos. Sua primeira infância foi passada em Youngstown, Ohio. Ele relata que quando tinha apenas dezesseis anos de idade seu pai faleceu, e recaíram sobre ele as responsabilidades de chefe de família, com quatro irmãs e a mãe viúva para cuidar.

Foi então que George encontrou no Exército de Salvação uma torre de forças. Uniu-se a eles e trabalhou em suas fileiras por um bom numero de anos. Ali Bernnard viu a humanidade lutando pela sobrevivência. Ele descobriu que o povo necessitava de algo sólido em que agarrar-se, algum apoio duradouro em suas vidas diárias.

Após alguns anos, George Bernnard entrou para a Igreja Metodista Episcopal, onde seu devotado ministério foi altamente apreciado.

Ele relata: "A inspiração veio-me em um dia de 1913 quando estava em Albion, Michigan. Comecei a escrever 'Rude Lenho se Ergueu'. Compus primeiro a melodia. As palavras que escrevi no início eram

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imperfeitas. A letra definitiva do cântico foi posta em meu coração em resposta as minhas próprias necessidades."

"O cântico foi mostrado a alguém pela primeira vez quando visitei amigos na paróquia de Pokagon, Parsonage, Michigan. A família Bostwick era dada à música, assim, após o jantar fomos para o piano. Eu estava ansioso por mostrar-lhes meu cântico, e encontrei a oportunidade."

"Cantei-o, e então, nervosamente, perguntei o que achavam dele." "Gostamos tanto", responderam, "que achamos que deve ser impresso... Deixe-o conosco, e nos encarregaremos das despesas."

A primeira ocasião em que foi ouvido em público foi no "Chicago Evangelistic Institute" (Instituto Evangelístico de Chicago). Tornou-se logo popular. Em pouco tempo, igrejas de todos os estados da União estavam cantando "Rude Lenho se Ergueu."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.89.1 H.A. 211 - Rude Cruz

George Bennard, o autor e compositor deste hino, um dos mais amados no mundo inteiro, estava de volta de uma série de conferências evangelísticas nos Estados de Michigan e Nova Iorque, EUA. Estava passando por uma dura provação. Começou a refletir seriamente sobre o significado da cruz, e o que o apóstolo Paulo queria dizer quando falou da "participação dos seus sofrimentos" (Filipenses 3:10). Enquanto Bernnard meditava sobre estas verdades, "se convenceu de que a cruz era muito mais do que um símbolo religioso, era o coração do evangelho. " Foi neste tempo que este hino nasceu.

Bernnard conta a história:"A inspiração me veio em um dia em 1913, enquanto estava em Albion, Michigan, EUA. Comecei a

escrever Rude Cruz. Compus a melodia primeiro. A letra que escrevi estava imperfeita. As palavras completas do hino foram postas [mais tarde] no meu coração em resposta à minha própria necessidade. Pouco tempo depois, em 7 de junho, apresentei o hino numa conferência em Pokagon, Michigan."

Depois de o hino ser apresentado numa grande convenção em Chicago, tornou-se imensamente popular no país todo, e, em pouco tempo, ao redor do mundo. Apareceu primeiro num folheto, e em seguida, no hinário Heart and Life Songs, for the Church, Sunday School, Home and, Camp Meetings (Cânticos para o Coração e a Vida, Para a Igreja, Escola Dominical, o Lar e Reuniões Campais), publicado em 1915.

Bennard tinha razão. A cruz é o coração do evangelho, e Deus usou o sofrimento deste seu servo para abençoar o mundo até hoje.

George Bennard, filho de um mineiro, nasceu em Youngstown, Estado de Ohio, em 4 de fevereiro de 1873. Pouco tempo depois, a família mudou-se para o Estado de Iowa. Foi na cidade de Lucas que George se converteu numa reunião do Exercito da Salvação. Desejava ser pastor mas aos dezesseis anos, com a morte do seu pai, tornou-se o único sustento da sua mãe e quatro irmãs. Tornou-se impossível adquirir mais educação formal, mas George entrou nas fileiras do Exército da Salvação. Adquiriu conhecimento teológico através do seu próprio estudo e do convívio com pastores. Mudou-se com a família para Ilinois, e mais tarde se casou. Ali o casal trabalhou lado a lado na liderança do Exército da Salvação. Após alguns anos, deixando este trabalho, Bennard foi consagrado ao ministério metodista, e começou quarenta anos frutíferos em conferências evangelísticas no norte dos Estados Unidos e no Canadá.

Bennard escreveu mais de trezentos hinos, mas será lembrado especialmente por este. Em 9 de outubro de 1958, aos 85 anos, depois de levar fielmente sua cruz. George Bennard trocou-a por "uma coroa".

O nome da melodia, OLD RUGGED CROSS, (Velha Rude Cruz) provém do título do hino que por muitos anos foi considerado o gospel hymn predileto do povo americano. O missionário F. A. R. Morgan traduziu este hino em 1924.

Bibliografia: Wyrtzen Donald John, in: Osbeck, Kenneth W. , 101 More Hymn Stories, Grand Rapids, Mt, Kregel Publications, 1985, p. 317.

1.90 H.A. 213 - Graça de Deus

Para aqueles que experimentaram o perdão em Cristo, o tema da graça de Deus nunca pode ser exagerado ou esgotado. Cada pecador pode se unir a Davi no seu pedido:"Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade;apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias". (Salmos 51:1- 2). O apóstolo Pedro escreve que somos redimidos "não foi com coisas corruptíveis, como, prata ou ouro (...) mas com precioso sangue, como de um cordeiro, sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo" (I Pedro 1: 18-19). Paulo ensina que a graça achada em Cristo é maior do que os nossos pecados.

Todas as cartas de Paulo estão repletas de referências à maravilhosa graça de Deus. Ele usa temos superlativos para descrevê-la. Em Efésios 2 ele repete:"pela graça sois salvos" (v. 5, 8)e que Deus quer nos mostrar "a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus"(v. 7). Este deve ser o nosso tema dia após dia.

Este hino de Julia H. Johnston nos proporciona uma maravilhosa oportunidade de cantar esta graça sem par do nosso Deus. Escrito em 1910, foi musicado pelo muito hábil músico e publicador Daniel Brink Towner, no mesmo ano e incluído no hinário Hymns Tried and True, (Hinos Provados e Verdadeiros). O Instituto Bíblico Moody (Chicago) do qual Towner era diretor do Departamento de Música de 1893-1919,

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publicou este hinário ao longo e profícuo ministério de Towner no Instituto Moody. A Comissão Coordenadora do Baptist Hymnal (Hinário Batista, 1956) escolheu o nome Moody para a melodia.

Julia Harriette Johnston (1849-1919) nasceu em Salinville, Estado de Ohio. Aos seis anos mudou-se com a sua família para Peoria, Estado de Illinois, onde seu pai serviu como pastor da Primeira Igreja Presbiteriana até sua morte em 1864. Julia permaneceu naquela cidade pelo resto da sua vida. Dirigiu o departamento de crianças da igreja por 41 anos. Sua especialidade eram as classes das crianças mais novas. Por muitos anos, produziu material de ensino para o Departamento Primário da famosa editora David C. Cook Publishing Co. Com o coração dedicado a missões, Julia passou muito tempo da sua vida como presidente da Sociedade Missionária da sua igreja.

Julia escreveu e publicou diversos livros entre os quais Fifty Missionary Heroes (Cinqüenta Heróis Missionários). Produziu aproximadamente 500 textos para hinos, musicados por diversos músicos da sua época. Entre eles, é este o hino que continua a ser publicado em hinários ao redor do mundo.

Daniel Brink Towner (1850-1919), compositor do muito conhecido Crer e Observar, nasceu em Rome, Estado de Pensilvânia. Fez seus primeiros estudos na música com seu pai, bem conhecido cantor e professor de música. Continuou seus estudos com George C. Root e outros músicos de destaque . Serviu como diretor de música em várias igrejas metodistas episcopais.

Por causa da sua aprazível voz de barítono e capacidade como regente coral, Dwight Moody convidou-o a associar-se com ele na sua obra evangelística em 1885. Em 1893 tornou-se o primeiro diretor do departamento de música do Instituto Bíblico Moody. Nesta posição exerceu uma influência poderosa na música eclesiástica da região central dos Estados Unidos pelo preparo da liderança musical das igrejas e cantores evangélicos.

Towner continuou a dirigir o departamento de Música do Instituto Moody até sua morte. Compôs mais de 2. 000 hinos e melodias de gospel songs. Compilou 14 coletâneas e hinários. Escreveu livros-textos sobre teoria e prática de música. Foi-lhe conferido o Doutorado em música (honoris causa) pela Universidade de Tennessee em 1900. Faleceu enquanto regia a música num culto evangelístico. Estava mais do que preparado para a morte. Certamente, naquele momento, ouviu do seu Salvador as palavras:"Muito bem, servo bom e fiel;sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei;entra no gozo do teu Senhor"(Mateus 25:21).

Em 1963, este hino apareceu em português, traduzido por Dario Pires de Araújo, uma das 246 produções deste obreiro no hinário Cantai ao Senhor.

Dario Pires de Araújo, paulistano, nasceu em 27 de fevereiro de 1937, num lar cristão. Seu pai, ancião da sua igreja, trabalhou por quase toda a sua vida na Casa Publicadora Brasileira. Os dois irmãos do hinista são pastores e a irmã enfermeira missionária.

Dario Araújo, sempre ligado à igreja, foi batizado em 1953 pelo pastor Rodolpho Belz. Formou-se em teologia pela faculdade Adventista de Teologia, em 1957. Também estudou violino, educação musical, orientação e aconselhamento. Fez cursos de pós-graduação em teologia pela Universidade Andrews, em Berrien Springs, Estado do Michigan, EUA, na década de setenta.

O Pr. Araújo casou-se em 1965 com Lívia Haydée de Araújo, musicista, solista em oratórios e cantatas, professora de diversas matérias de música. O casal tem três filhos, que também usam seu talento musical para o Senhor. Exerceu o magistério musical por 20 anos, ensinado cordas, matérias teóricas, orfeão e canto coral. Também ensinou na área de educação religiosa. Pastoreou igrejas por 15 anos. Atualmente é Capelão do Hospital Londrina, em Londrina, PR.

Membro da comissão responsável da publicação do hinário Cantai ao Senhor, publicado em 1963 pela Casa Publicadora Brasileira, o Pr. Araújo diligentemente escreveu textos, traduziu e adaptou outros, num total de 246 produções. Seguiu-se o preparo de outras coletâneas para todas as faixas etárias das igrejas. Ao todo, as letras e traduções somam nada menos que 3. 000, além de uma dúzia de oratórios e cantatas como A Criação , de Haydn, Elias de Mendelssohn, A Cidade Santa, de Gaul, o Oratório de Natal de Bach e as Vésperas Solenes, de Mozart. Seu maior prazer é ouvir estas grandes obras do repertório sacro universal sendo cantadas em bom português. É autor do pequeno livro Música, Adventismo e Eternidade, publicado em 1989 [e disponível, com a devida autorização do autor, neste site].

Bibliografia: Reynolds, William Jensen, Hymns of Our Faith, Nashiville, TN, Broadman Press, 1964, p. 425.

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1.91 H.A. 214 - Manancial de Toda Benção

Letra: Robert Robinson (1735-1790)Música: Repository of Sacred Music - Vol. II, 1813

O autor deste hino, Robert Robinson, nascido em 1735, descendia de família humilde. Com a idade de 14 anos foi mandado a Londres, por sua mãe viúva, para aprender o ofício de barbeiro. Seu instrutor descobriu que ele era mais dado à leitura do que à profissão. Enquanto em Londres, assistiu a reuniões realizadas pelo grande evangelista George Whitefield, converteu-se e começou a estudar para o ministério. Nos últimos anos de sua vida tornou-se leviano, mas certa ocasião, enquanto viajava para outra cidade, encontrou uma senhora que fez com que se lembrasse de seus conhecimentos de religião. Ela acabara de ler esse hino e pediu sua opinião sobre ele, após contar-lhe das bênçãos que lhe trouxera ao coração. Ele procurou esquivar-se mudando de assunto, mas a senhora, que não sabia com quem estava falando, voltou logo ao hino, expressando sua grande admiração por ele. Robinson tão agitado ficou que não tinha mais forças para controlar sua emoção e disse:

- “ Senhora, eu sou o pobre infeliz que compôs esse hino muitos anos atrás, e daria mil dólares, se os tivesse, para gozar dos mesmos sentimentos que eu tinha então.”

1.92 H.A. 215 - Remido

Um jovem de 18 anos foi a uma conferência para ouvir a famosa poetisa cega, Fanny Jane Crosby. Ele viu esta pequena senhora na frente do auditório, vestida de preto e, como de costume, seu pequeno caderno na mão, seus olhos cobertos com óculos escuros. Na hora de falar, Fanny levantou a sua pequena e frágil mão, e com uma voz tão doce como o cântico dos passarinhos e calma, com segurança espiritual, como se os anjos estivessem inspirados, citou diversas estrofes do seu hino Remido. Foi sua apresentação completa. Mesmo assim, esta simples e breve recitação, aparentemente inócua, era de uma profundidade esmagadora. “Não posso esquecer do encantamento que minha alma experimentou ao ouvir Fanny Crosby citar este hino”, testificou este homem, meio século após. “Minha vida foi literalmente transformada!”.

A letra de Fanny, com cinco estrofes, com a melodia de William J Kirkpatrick, apareceu pela primeira vez em 1882 no hinário Songs of Redeeming Love (Hinos do Amor que Redime). A melodia de Kirkipatrick ainda se encontra em muitos hinários.

A nova melodia de A.L. Butler foi cantada pela primeira vez pelo coro Singing Churchmen of Oklahoma, um grupo de ministros de música das igrejas batistas do Estado de Oklahoma, regido por Butler, na Convenção Batista do Sul em Detroit, Estado de Michigan, em junho de 1966. A Broadman Press publicou-a num arranjo para coro de vozes mistas em 1967, e para congregação em 1968.

ADA, o nome da melodia, homenageia a cidade onde Butler morou e trabalhou por muitos anos.Esta melodia “sopra uma brisa refrescante sobre um hino predileto. A melodia traz de volta a jubilosa mensagem deste hino clássico de Fanny J. Crosby”. Terry York, destacado hinólogo batista, declara:

Melodias são a arte especial de Pete [apelido de Butler]. São simples, cantáveis, e muitas vezes entram na memória dos seus cantores. Mais tarde, as melodias serão produzidas num solfejo ou assobio, trazendo a mensagem que carregam ao coração.

Aubrey Lee (A.L.) Butler nasceu em 29 de junho de 1933 em Noble, Estado de Oklahoma, EUA. Sentindo-se chamado para o ministério de música sacra, fez o bacharelado em música pela Universidade Batista de Oklahoma e o mestrado em música pelo seminário Teológico Batista do Sul em Louisville, Estado de Kentucky. Serviu por alguns anos como ministro de música em várias igrejas batistas nos estados do Sul.

Em Oklahoma serviu como presidente dos Músicos Artistas e membro da junta de diretores da Convenção Geral Batista do Estado. Em 1983, assumiu o professorado no Seminário Teológico Batista Midwestern em Kansas City. Estado de Missouri. Ali, Butler liderou o estabelecimento do curso de música sacra do qual é diretor.

Bibliografia: York, Terry W. Great Hymns of Missions, Nashiville, Convention Press, 1979, p.3Este hino destaca a a doutrina da remissão dos pecados. Jesus Cristo pagou o preço incalculável da

nossa dívida com a justiça de Deus e nos deu liberdade para vivermos sem culpa. Liberdade no Cristianismo não é ter permissão para se fazer o que bem se entende. Liberdade é ter o peso opressor do pecado tirado dos nossos ombros, é estar livre da condenação eterna, é ter a possibilidade de ter uma vida santa sem continuar escravizado pelo pecado.

A antiga e empolgante poesia de Fanny Crosby é aqui musicada por Aubrey Lee Butler, fundador do curso de música so Seminário Teológico Batista de Midwestern, em Kansas City, EUA. Sua melodia é feliz, marcante, progressiva, mas gera algumas dificuldades de articulação das palavras (talvez eu a esteja sentindo rápida demais). Frases iguais e repetidas como a segunda e a quarta frase têm harmonia ligeiramente diferente. A primeira, segunda e quarta frase foram escritas para serem cantadas em uníssono com acompanhamento para piano. Na última frase, temos quintas paralelas na mão esquerda, mas o efeito não é vulgar, é interessante. A terceira frase foi harmonizada a quatro vozes, dando assim um ótimo equilíbrio harmônico. Eis um hino que vale a pena ensinar.

Fonte: http://violabrito.blogspot.com/2009/03/hino-do-mes-de-marco.html

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Page 71: HISTÓRIA DE HINOS

1.93 H.A. 221 - Mui Triste Eu Andava

Este é um hino de abundante alegria. Seu autor, James Rowe, descreve a tristeza e o sofrimento que havia em sua vida antes de conhecer a Jesus, e o abismo fatal em que o mundo o atirara. Mas o tema mesmo do hino é a “sua alegria veraz“, sua razão de "constantemente bendizer a seu Deus”. Toda a pessoa que é de Jesus pode cantar este hino. Ter Cristo como Salvador e Senhor da vida é causa de verdadeira alegria, dá indestrutível contentamento e cria um desejo de “andar e viver” com Ele, de “não falhar” e de “falar sempre” dEle.

O evangelista-cantor Homer Rodeheaver publicou este hino do feliz testemunho de James Rowe em uma das suas coletâneas em 1913. Deve ter cantado o hino muitas vezes como solo nas conferências em que ele foi diretor de música.

James Rowe nasceu em 1 de janeiro de 1865 em Devon, Inglaterra. Emigrou para os Estados Unidos aos 25 anos. Casou-se com Blanche Clipper e se estabeleceu em Albany, Estado de Nova Iorque. Depois de trabalhar como ferroviário, tornou-se superintendente da Sociedade de Prevenção de Crueldade aos Animais.

Rowe era crente dedicado, sempre gostava de escrever textos para hinos. Deixou seu emprego para dedicar-se totalmente à criação de hinos e à edição de publicações musicais sacras. Como editor, cooperou sucessivamente com o Trio Music Company (Waco, Texas), A.J. Showalter Music Co. De Tennessee e James D. Vaughan Music Company, do mesmo Estado. Mais tarde, mudou-se para Wells, no Estado de Vermont, onde trabalhou como poeta com sua filha, Louise Rowe Mayhew, uma artista, na produção de cartões de felicitações. Faleceu em 10 de novembro de 1933.

Rowe aparentemente escreveu textos para mais de 19000 hinos! Aproximadamente 10 destes apareceram nos hinários evangélicos no Brasil.

Este hino é altamente cantável porque Bentley DeForest Ackley, secretário-pianista dos evangelistas Sunday-Rodeheaver por 8 anos, compôs uma melodia perfeita para sua mensagem. Ackley, compositor de mais de 3.000 melodias, tornou-se editor da The Rodeheaver Company que foi, por muitos anos, uma das maiores publicadoras evangélicas dos Estados Unidos.

Fonte: Sankey, Ira D., My Life and Story of the Gospel Hymns, Philadelphia, PA, P.W. Zieger Co.,1906, p. 279

1.94 H.A. 224 - Satisfeito Estou Com Cristo

Letra e Música: Baylus Benjamin McKinney (1886-1952)Enquanto as notas da linda melodia escoavam pelo auditório superlotado da famosa Assembléia de

Ridgecrest, não foram poucas as pessoas cujos olhos começaram a encher de lágrimas. O homem que cantava se impôs pela sua aparência. Era alto, forte, com aspecto de atleta; a sua voz era uma voz cheia e bem masculina nas suas qualidades. O homem não possuía uma destas vozes extraordinárias, mas com interpretava! Poderia dizer que ele realmente cantava com a alma do que com a própria voz.

Posso lembrar claramente aquela noite. Quando ele terminou o seu solo, virei-me para o homem ao lado, L.C. Alexander, o então Secretário Estadual de Depto. de Música Sacra da Convenção Batista do Estado de Louisiana, e disse-lhe: “ Isso prova para mim que não é necessário possuir uma grande voz para se tornar um grande solista.”

Poucos dias depois B. B. Mckinney estava morto. Gravemente ferido num desastre automobilístico, ao voltar daquela assembléia, aquele forte corpo não resistiu às graves conseqüências do desastre.

Enquanto o Dr. Mckinney estava entre a vida e a morte, escrevi uma carta à esposa dele simplesmente citando a 3ª estrofe de um dos mais populares hinos do seu marido: “Tem fé em Deus.”

Literalmente traduzida, a letra dizia assim:

“Tem fé em Deus na tua dor e tristeza.Seu coração é sensível ao teu sofrimento.Lança todos os teus fardos e preocupações sobre ele e deixa-os lá”.

O estribilho dizia assim:

“Tem fé em Deus, ele está no Seu trono.Tem fé em Deus, ele cuida dos Seus.Ele não falha, e sempre há de prevalecer.Tem fé em Deus, tem fé em Deus.”

Hoje, o nome de Baylus Benjamin Mckinney está intimamente associado à música sacra da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos.

No novo hinário daquela Convenção, o “Baptist Hymnal”, aparecem 15 hinos da autoria dele, número só ultrapassado naquele hinário por Fanny Crosby e Charles Wesley. No mesmo hinário, Mckinney tem 19 melodias de hinos, número este superado pelo famoso compositor de hinos Lowell Mason.

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Ben Mckinney, como era conhecido, adotado o apelo diminutivo como gostam de fazer os norte-americanos, nasceu numa fazenda no norte do Estado de Louisiana em 1886. Naquela parte do estado, o trabalho batista era muito forte, ao contrário do Sul, onde imperava o catolicismo.

Sua família era típica daquela região. Família grande, religiosa e trabalhadora. Depois de um dia árduo trabalho nas plantações de algodão e cana de açúcar, o pai e a mãe reuniam-se ao redor da lareira com os seus 6 filhos e três filhas.

O culto doméstico fazia parte integral na vida da família Mckinney. Os onze membros da família passavam muitos momentos agradáveis entoando os hinos da sua fé.

B. B. Mckinney mostrou logo uma queda para a música e já aos 08 anos começava a cantar melodias suas para uma irmã mais velha, que escrevia as melodias num caderno para não esquecê-las.

Na sua vida B. B Mckinney escreveu, de acordo com os seus cálculos, aproximadamente 1.000 hinos. “Muitas composições não acabadas foram para a lata do lixo”, disse ele, “e muitas publicadas”, continuava Mckinney, “deviam ter ido para o mesmo lugar.” .

É muito característico de B. B. Mckinney dizer tal coisa, pois era homem realmente modesto. A expressão “verdadeiro cavalheiro cristão” cabia bem a ele. Humilde e sincero, B. B. Mckinney era amado por todos.

Alguns contatos que tive com ele, ainda cedo no meu ministério, foram fontes de inspiração para a minha vida.

Os seus hinos são caracterizados pela simplicidade de uma linguagem que sempre destacou aquela rica comunhão que ele gozava com seu Salvador.

Foi B. B. Mckinney quem compilou o “Broadman Hymnal”, que por muitos anos foi o hinário que os batistas do Sul dos Estados Unidos usavam.

Em 1941 a Junta de Escolas Dominicais daquela Convenção nomeou B. B. Mckinney, que durante 7 anos trabalhou como redator de música daquela junta, como o primeiro secretário do novo Depto. de Música Sacra.

O hino “Satisfeito Estou com Cristo”, um dos hinos novos que aparece no “Hinário da Campanha” (nº 41), é um dos muitos hinos que B. B. Mckinney escreveu, tanto a letra como a música.

Fonte: Se os Hinos Falassem – Volume II – Bill H. Ichter – Pg. 67

1.95 H.A. 228 - Eu Ouço Um cantar Divinal

"Escuto sons divinais,De coros tão ideais".

Somente o crente, o pecador perdoado, pode compreender a paz que o perdão traz para a sua vida. Esta paz permeia toda a sua vida, minorando as suas aflições e fortificando a sua fé. Com a certeza do perdão, vem também a necessidade de louvar àquele que o salvou e perdoou. Igualmente preciosa é a certeza de um dia estar com Cristo em toda a sua glória,de saber para onde vai!

Foi para testificar desta nova paz que Peter P.Bilhorn escreveu este hino (letra e música) e o publicou em 1887. Sankey logo começou a usar este hino e publicou-o em 1888, em New Hymns and Solos (Novos Hinos e Solos) nº.94, e depois, em Sacred Songs and Solos (Hinos e Solos Sacros) nº. 658, de onde, provavelmente, W.E.Entzminger o adaptou.

Peter Philip Bilhorn (1865-1936) nasceu em Mendota, Estado de Illinois, EUA, descendente de bavários. Seu pai, dono duma companhia de construção de charretes, foi morto na guerra civil três meses antes de Peter nascer. Aos oito anos,teve de deixar os estudos para ajudar no sustento da família. Aos 15 anos, os irmãos Bilhorn mudaram-se para Chicago, estabelecendo sua companhia na grande cidade. Peter,com sua linda voz, era muito ouvido tanto nos salões de concertos, como nos "beer gardens"(restaurantes que se especializavam na venda de cerveja)

Em 1883, estava ao lado do piano num salão de concerto quando um obreiro cristão o convidou para umas conferências evangelísticas. Assistiu doze noites seguidas. Na última noite "(...) ouviu um sermão com o título 'Cristo nos redimiu', e deu seu coração a Deus". Logo entrou no trabalho evangelístico em todas as partes de Chicago. Aprofundou-se na música com George F.Root e George F. Stebbins. Tornou-se membro regente da igreja Batista de North Lake.

Bilhorn construiu um harmônio portátil para uso no seu ministério. Recebeu tantos pedidos que fundou a Companhia Bilhorn de Órgãos Portáteis. Homem muito dinâmico, tornou-se publicador muito respeitado na região de Chicago. Publicou muitas coletâneas de gospel songs. Escreveu mais de 2.000 hinos, letra e música. Também foi o primeiro dirigente de música para o célebre evangelista Billy Sunday.

Será que o obreiro que convidou Bilhorn para as conferências evangelísticas soube depois dos resultados abundantes do seu investimento de tempo e coração? Quem está convidando os Peter Bilhorns de hoje para ouvir o evangelho?

O grande missionário,William Edwin Entzminger, responsável por 72 produções no Cantor Cristão, adaptou três estrofes das cinco do hino de Bilhorn, enfatizando o testemunho do perdão em Cristo.

Bibliografia: Sankey, Ira D. My Life and the Story of the Gospel Hymns, Philadelphia, P.W.Ziegler Co., 1906.p.287

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Page 73: HISTÓRIA DE HINOS

1.96 H.A. 229 - Teu Coração em Paz

Este hino promete paz para a pessoa que está vivendo nas sombras das dificuldades, experimentando lutas, amargor, aflições e que sente que está passando por uma longa noite escura ou um forte temporal. A autora, Lizzie DeArmond (séc. XIX), pinta alguns quadros para mostrar o contraste da provação e o que o “coração em paz” pode experimentar mesmo nessa situação:

Sombras e nuvens escuras? Há um arco –íris. Lutas, aflições? Há muitas bênçãos. Temporal? Há aurora matinal. Há céu mais brilhante. Lizzie DeArmond, que morava em Swarthmore, Estado da Pensilvânia, EUA, conhecia em sua própria

experiência as verdades que ela escreveu.Sabia que nuvens podem escurecer a vida, porque tinha encontrado muitas na sua vida, passado por

muitos temporais e experimentado lutas e aflições. Tinha triunfado sobre suas dificuldades, porque ela sabia que a nuvem terá um arco-íris “se o coração estiver em paz”. Do laboratório da sua própria experiência, criou esta excelente fórmula espiritual para a cura de vidas atribuladas, “o coração em paz”.

Bentley DeForest Ackley deu asas a este belo hino com sua melodia, e o hino foi apresentado durante as campanhas evangelísticas de Billy Sunday em Sacranton, Estado de Pensilvânia, em 1913. A Senhora DeArmond teve o privilégio de ouvir as grandes congregações destas conferências cantar seu hino com muita alegria. O grande evangelista-publicador Homer Rodeheaver, com quem Ackley cooperou por muitos anos, publicou-o no mesmo ano.

O tradutor do hino, o pastor e hinista Ricardo Pitrowsky, estava passando por duras provas. Descrevendo a ocasião em que este hino falou ao seu coração e ele o traduziu, disse:

"No inicio do meu pastoreado na Igreja Batista do Engenho de Dentro (de 1918 em diante) sofri ataques tremendos por agentes de Satanás com calúnias contra mim, com o propósito de forçar-me a demitir-me deste pastoreado. Entretanto, como nenhuma das acusações pode ser provada fui fortificado pelo fato de que não havia nada na minha vida que pudesse quebrar a minha comunhão com Deus. Continuei firme no meu lugar através da paz que Deus proporcionou a meu coração. Esta experiência e uma outra semelhante que acontecera com o Dr. John W. Sherpard, diretor do nosso Seminário no Rio, me incentivaram a traduzir este hino, que dediquei ao Dr. Shepard."

Bentely DeForets Ackley (1872-1958), irmão do hinista Alfred Henry Ackley, nasceu em Spring Hill, estado de Pensilvânia. Ainda criança, aprendeu a tocar melodeon (pequeno harmônio portátil), piano, clarinete e pífaro. Como Alfred, acompanhava seu pai em viagens de ensino musical, e tocava na sua banda de 14 componentes. Em 1888, Bentley foi a Nova Iorque estudar taquigrafia. Durante seus estudos serviu como organista em igrejas daquela cidade. Em 1907, uniu-se com a equipe evangelísticas Billy Sunday – Homer Rodeheaver, viajando com eles como pianista e secretário, por oito anos.

Providenciava novos hinos para a congregação, coro e para solos. Mais tarde foi compositor e editor da Rodeheaver Publishing Company. Em 1930, Ackley encontrou-se com o pastor missionário e hinista Oswald J. Smith.Colaboraram em mais de 100 gospel songs. Ao longo dos anos, Ackley compôs mais de 3.000 melodias. Há mais de 30 delas nos hinários evangélicos do Brasil.

Em reconhecimento à contribuição deste dedicado música à música sacra, a Universidade Bob Jones lhe conferiu o Doutorado em Música Sacra (honoris causa) em 1958, pouco tempo antes do seu falecimento.

Bibliografia: Pitrowsky, Ricardo. Incentivos de Alguns Hinos quer Escrevi, monografia inédita, In: Paula, Isidoro Lessa de, Early Himnody in Brazilian Baptist Churches; Its Sources and Development, Fort Worth, TX, School of Church Music, Southwestern Baptist Theological Seminary,1985 p. 175

1.97 H.A. 230 - Sou Feliz com Jesus

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Quando Moody e eu realizávamos reuniões em Edinburgo, em 1874, ouvimos as tristes notícias do naufrágio do vapor francês "Ville de Havre", em seu retorno da América, com grande número de membros do Concílio Ecumênico que havia sido realizado em Filadélfia. A bordo do vapor estava a Srª Spafford, com seus quatro filhos. A colisão fora em alto mar com um grande navio, fazendo com que o vapor afundasse em meia hora. Quase todos a bordo morreram. A Srª Spafford tirou seus filhos dos beliches e os levou para o convés. Tendo sido avisada de que o vapor em breve afundaria, ela ajoelhou-se com seus filhos em oração, pedindo a Deus que fossem salvos se possível, ou que se conformassem em morrer, se essa fosse a Sua vontade. Em poucos minutos o vapor imergiu para as profundezas do mar, e as crianças se perderam. Um dos marinheiros, chamado Lockurn, - com quem me encontrei mais tarde na Escócia - ao remar sobre o local onde desaparecera o vapor, descobriu a Srª Spafford flutuando. Dez dias mais tarde ela desembarcou em Cardiff, Wales. De lá telegrafou ao marido, advogado em Chicago, a mensagem: "Salva sozinha". O Sr. Spafford, que era cristão, mandou emoldurar a mensagem, e pendurá-la em seu escritório. Embarcou imediatamente para a Inglaterra a fim de trazer a esposa de volta a Chicago. Moody abandonou suas reuniões em Edinburg e dirigiu-se a Liverpool para tentar confortar os pais, e ficou muito alegre ao ver que eles estavam dispostos a dizer: "Está bem, seja feita a vontade de Deus".

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Em 1876, quando voltamos a Chicago para trabalhar, passei algumas semanas no lar dos Spaffords. Neste tempo o Sr. Spafford escreveu o cântico: "Sou Feliz Com Jesus", em memória de seus filhos. P. P. Bliss compôs a música a apresentou o cântico pela primeira vez em "Farwell Hall". O fato confortador em relação a este incidente foi que pouco antes da viagem para a Europa, as crianças se haviam convertido em uma de nossas pequenas reuniões no Norte de Chicago.

Enquanto ainda viviam aí, o casal Spafford tornou-se muito impressionado com a Segunda volta de Cristo. O Sr. Spafford foi tão zeloso que decidiu ir a Jerusalém com a esposa e a filha que lhes restava, e lá aguardar a volta de Jesus, mas morreu pouco depois. A Srª Spafford é diretora de uma Sociedade cuja a sede esta num edifício fora de Jerusalém, onde um grande número de pessoas vive, tendo tudo em comum. Quando visitei Jerusalém, há alguns anos, encontrei-a na "Rua de Davi". No dia seguinte recebi a visita da Srª Spaffordd, que é muito popular entre os nativos e professora de um grande número de crianças, instruindo-as em literatura inglesa e costumes americanos.

Sankey relata ainda o seguinte: "Este cântico foi ouvido por um cavalheiro que havia sofrido grande perda financeira no terror de 1899, e que estava no mais profundo desânimo. Quando ouviu a estória do cântico, exclamou: 'Se Spafford pode escrever um tão belo cântico de resignação, eu jamais me lamentarei outra vez'."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.97.1 H.A. 230 - Sou Feliz com Jesus

Em Novembro de 1873, o "Ville de Havre" zarpou da cidade de Nove Iorque para a Europa. Entre os passageiros encontrava-se, a bordo, a Sra. Spafford, esposa de um advogado em Chicago, com seus quatro filhos.

A viagem estava quase no fim, estando já à vista as costas da Inglaterra, quando ocorreu uma terrível catástrofe. No escuridão da noite um barco colidiu com o "Ville de Harve" e este começou logo a afundar.

A Sra. Spafford ajuntou os seus filhos ao seu redor e encomendou-os a Deus. À medida que a água subia, mais e mais, dentro do navio, um dos filhos procurou confortar sua mãe em prantos, lembrando-lhe de que era tão fácil ser chamado à presença de Cristo, tanto do mar, como se da casa, na América!

Um a um, os seus queridos filhos foram arrancados dos seus braços. perecendo diante dos seus olhos. Ela, porém, foi milagrosamente poupada e salva, algumas horas mais tarde, por outro navio.

Supondo que a notícia do desastre seria logo divulgada pelo mundo, a Sra. Spafford assim que atingiu o porto, enviou um telegrama ao seu marido. Este havia recebido a notícia do naufrágio do navio e da perda de seus passageiros, mas ainda não sabia da perda dos seus entes queridos.

Com o coração pulsando fortemente e com mãos vacilantes ele abriu o envelope. A mensagem era curta, consistindo em apenas duas palavras. Seus olhos foram diretos à palavra "salva", dando ao seu coração uma repentina sensação de alegria. Relendo, porém, o telegrama, notou a segunda palavra: "só", causando-lhe uma terrível mudança de sentimentos. Num determinado momento foi cheio de um gozo inefável; e no momento seguinte, inundado de indescritível tristeza!

Contudo, ele pôde agradecer a Deus por ter salvo a sua amada esposa, ainda que lamentasse a perda dos filhos queridos.

Dois anos mais tarde o mesmo Sr. Spafford perdeu grande parte dos seus bens num incêndio que houve em Chicago, mas a sua fé cristã sempre firme permitiu que ele superasse a todas aquelas perdas.

A despeito de tudo o que lhe aconteceu, foi capaz de sentar-se e escrever o lindo hino que focalizamos e que se tornou tão conhecido em todo o mundo evangélico. Ë o Nº.312, em " Hinos e Cânticos". A sua letra em português é de autoria do Sr. S.E. McNair; a música é do Sr. Philip P. Bliss.

Há muitas famílias nas quais existem pessoas salvas e pessoas perdidas. Aquelas que estão preparadas e aquelas que não estão preparadas para se encontrarem com um Deus santo e que odeia o pecado!

Nalgumas delas é possível que o marido seja salvo e a esposa não; uma irmã salva e um irmão, perdido; e assim por diante. Que coisa terrível será, na eternidade, se sua mãe, ou seu pai, ou irmã ou irmão, ou esposa ou esposo, for salvo e você - PERDIDO!

E se falamos em ser salvo, devemos pensar num meio de salvação; e quando Deus nos fala da Sua grande salvação, Ele nos fala, também, a respeito do nosso grande Salvador, o Senhor Jesus. Ele nos fala, ainda, como podemos estar certos dessa salvação: "Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (Romanos 10.9).

Você quer ter, também, esta certeza?Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos12.html

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Page 75: HISTÓRIA DE HINOS

1.98 H.A. 231 - Tenho um Hino em Meu Coração

Letra e Música: Luther B. Bridgers (1884 - 1948)Quando cantamos as lindas palavras do hino de Luther Bridges, “Tenho Um Hino em Meu Coração”,

nunca poderíamos sonhar com a dor e a tragédia que sobrevieram ao seu autor pouco antes dele escrever este belo hino.

Luther Bridges nasceu perto de Margretville, Carolina do Norte, EUA, em 14 de Fevereiro de 1884. Os seus pais se mudaram para a Geórgia e, quando tinha dezesseis anos, Luther freqüentou o colégio Asbury em Wilmore, Kentucky. Ele começou a pregar com dezessete anos e foi ordenado como Ministro Metodista. Ali ele encontrou a amável Sarah Vetch e se apaixonou por ela. Nenhum dos dois tinha completado vinte anos quando se casaram. Tiverem três filhos, Luther foi um bem-sucedido evangelista com a idade de dezoito anos e continuou no que ele chamava de “a obra de salvar almas” até pouco antes de sua morte.

Foi em 1910, cerca de sete anos depois de seu casamento que ele aceitou um convite para fazer duas semanas de reavivamento em uma igreja perto da casa dos pais de sua esposa, no Kentucky. Deixando sua esposa e os três meninos pequenos na casa dos pais dela, partiu para a cidade próxima para realizar os cultos. Havia um grande reavivamento e muitas pessoas estavam professando a Cristo como seu Salvador. Perto do final dos cultos de reavivamento, Luther recebeu uma chamada interurbana à noite. Quem poderia estar ligando a esta hora e o que poderia ter acontecido de errado? Foi difícil para Luther, de vinte e seis anos, receber todo o impacto desta ligação. A casa dos pais de sua esposa havia se incendiado completamente. Sua esposa, Sarah e seus três filhos, todos haviam morrido no incêndio. Ele ficou desolado por causa da perda de sua esposa e dos filhos e perguntou-se “Como isto pôde acontecer enquanto eu estava fazendo a vontade de Deus?”

Por algum tempo ele ficou perplexo e inativo. Mais uma vez, o Senhor começou a lhe falar sobre o evangelismo. Ele começou a preparar-se em oração e estudo, e parou de perguntar a Deus “Por que?” O Senhor lhe falou através de Sua palavra, “A minha porção é o Senhor, diz a minha alma” (Lamentações 3:24); “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará” (Salmos 91:1). Luther pensou consigo, “O esconderijo, a sombra e a presença do Todo-Poderoso”, ele poderia confiar nEle. O Deus de toda terra nunca falharia nem o abandonaria.

1.99 H.A. 232 - Cantarei ao Meu Salvador

Este hino exultante de adoração e louvor ao nosso Salvador foi escrito por um dos pastores mais notáveis da sua geração. O canadense Oswald Jeffray Smith (1890-1986) aceitou a Cristo aos dezesseis anos ao ouvir o famoso evangelista R. A. Torrey. Preparou-se para o ministério e foi ordenado pastor presbiteriano. Seu desejo era dedicar-se à obra missionária mas foi advertido de que era muito fraco fisicamente para enfrentar a dura vida missionária. Como o Pr. José dos Reis Pereira disse: 

"As juntas missionárias às vezes falham nos seus diagnósticos - o jovem tão fraco, que não podia ser missionário, viveu 96 anos (...). Deus o usou poderosamente num trabalho que não deixou de ser missionário, pois além de pregar em 80 países do mundo [inclusive o Brasil], ainda fundou uma igreja que tem sustentado centenas de missionários".

Oswald J. Smith fundou a Igreja do Povo, em Toronto, em 1928, e continuou como seu pastor até 1958. Embora seja uma das maiores igrejas do Canadá, sua fama reside no sustento de missionários através do mundo. Do seu pastor foi dito: "O Dr. Oswald Smith deu mais ímpeto para missões do que qualquer outra pessoa viva. "

Billy Graham, falando dos 35 livros (traduzidos para 128 línguas) deste servo do Senhor, escreveu:"Seus livros tem sido usados pelo Espírito Santo para penetrar na profundeza da minha alma e tiveram

uma influência tremenda sobre minha vida pessoal e meu ministério".O seu livro Paixão Pelas Almas, amplamente divulgado pela Junta de Missões Mundiais, teve enorme

repercussão no Brasil; "A tarefa suprema da Igreja é a evangelização do mundo". - Oswald Smith pregava isso e o praticava. Foi um evangelista mundial, pregando e ganhando almas em todos os continentes. Pelo rádio alcançou milhões de pessoas, através de 42 emissoras. Como editor, publicou uma revista por mais de 40 anos. Foram-lhe conferidos três doutorados (honoris causa) .

Como hinista, o Dr. Smith escreveu mais de 1. 200 poesias e letras de hinos e cânticos evangélicos. Publicou várias coletâneas.

Billy Graham pregou na ocasião do culto fúnebre deste eminente estadista missionário, e entre outras coisas disse que Oswald Smith foi "a maior combinação de pastor, hinólogo, líder missionário e evangelista de nosso tempo".

Alfred Henry Ackley, compositor e/ou autor de aproximadamente 1. 500 hinos, cânticos do estilo gospel hymns e canções, publicou este hino em 1938. Ackley nasceu em Spring Hill, Estado de Pensilvânia, EUA, em 21 de janeiro de 1887. Violoncelista aprimorado, recebeu de seu pai as primeiras noções de música. Depois estudou na Academia Real de Música em Londres e com Hans Kronold, em Nova Iorque. Formado pelo

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Seminário Teológico Westminster no Estado de Maryland, EUA, pastoreou igrejas presbiterianas nos Estados da Pensilvânia e da Califórnia. Foi assistente do Dr. Hugh Kerr, editor do Hinário Presbiteriano de 1933.

Em colaboração com seu irmão, Bently DeForest Ackey além de escrever e compor hinos, Ackley compilou inúmeros hinários e coletâneas para a Publicadora Rodeheaver para os quais os irmãos contribuíram com muitos coros e hinos evangélicos.

Alfred Ackley recebeu o Doutorado em Música Sacra (honoris causa) da Universidade John Brown. Faleceu em 3 de julho de 1960.

Bibliografia: Pereira, José dos Reis, Oswald J. Smith (Artigo Memorial), Rio de Janeiro, O Jornal Batista, 16 de março, 1986, p. 2.

1.100 H.A. 233 - Com Cristo no Meu Coração

Grande é o mistério da transformação na vida da pessoa que, reconhecendo o seu estado de pecador e a eficácia do sacrifício de Cristo na cruz para a sua salvação, O aceita como seu Salvador pessoal. Com grande júbilo, pode cantar:

”Que mudança gloriosa em mim se operou,Com Cristo no meu coração!”

O homem natural não compreende esta alegria, mas pode observar esta transformação na vida do salvo e vir a experimentá-la por si mesmo. Que nossas vidas transformadas sejam verdadeiros hinos alegres e triunfantes, para que Cristo, por nosso testemunho, chame muitos outros que precisam dele!

O autor Rufus Henry McDaniel escreveu estas palavras, em 1914, como uma expressão de fé depois da morte prematura do seu filho, Herschel. O compositor Charles Hutchison Gabriel compôs a melodia para o texto de McDaniel no mesmo ano. Apareceu, pela primeira vez num panfleto apresentado em Filadélfia, na campanha do dinâmico evangelista Billy Sanday, por Gabriel e Homer Rodeheaver, em 1915. Rodeheaver comprou o manuscrito e publicou-o na sua coletânea Songs for Service N° 3 (Cânticos para o Culto, N° 3) também em 1915.

Rufus Henry McDaniel nasceu perto de Ripley no condado de Brown, estado de Ohio, em 20 de janeiro de 1850. Viveu toda a sua vida no seu estado natal. Estudou na Academia Parker, no condado de Claremont. McDaniel teve uma longa folha de serviço ao Senhor. Licenciado para pregar aos dezenove anos, mais tarde foi ordenado para o ministério na Igreja Cristã (Discípulos de Cristo). Serviu, ao longo dos anos, em diversas igrejas na conferência da Igreja Cristã do Sul do Estado. Depois de pastorear em Cincinatti por um tempo, aposentou-se em Dayton, aonde veio a falecer em 13 de fevereiro de 1940.

MacDaniel escreve cerca de 100 textos para hinos, muitos dos quais o evangelista-publicador Rodeheaver publicou na sua coletânea. Este humilde servo de Deus, que nunca saiu do seu estado natal, continua o seu ministério ao redor do mundo com este hino.

O prolífico e dotado compositor Charles Hutchison Gabriel (1856-1932), publicou muitos hinos (letra e música) e melodias nas coletâneas de Rodeheaver e de outras publicadoras.

Bibliografia: Suplemento de Hinos e Cânticos com Música, São Paulo, Associação Cristã Editora, 1983, p.99.

1.101 H.A. 234 - Oh, Dia Feliz

Os Evangélicos Brasileiros têm como um dos seus prediletos este hino de testemunho da salvação. Muitos crentes se lembram de ter ido à frente [da igreja] fazer sua profissão de fé ao som deste hino. As estrofes foram escritas por Philip Doddridge, amigo não conformista de Isaac Watts e dos irmãos Wesley e de Whitefield. Baseou-se em II Crônicas 15:15, dando-lhe o titulo "Regozijando em Nossa Aliança com Deus". Este, como todos os 370 hinos de Doddridge foram publicados postumamente por seu amigo, Job Orton, no hinário Hymns, em 1755.

Philip Doddridge (1702-1751), o vigésimo filho de um comerciante de Londres, teve como avô e bisavô pastores que sofreram por sua fé. Ele mesmo recusou a oferta duma educação universitária, formou-se numa academia dissidente em Kbworth. Aceitou o pastorado duma igreja independente em Northampton. Conduziu, ao mesmo tempo, sua própria academia, onde mais de 200 homens foram preparados para o ministério (especialmente entre os dissidentes) que, depois, chegaram a servir em muitos países. Continuou este ministério por 22 anos.

Doddridge foi um erudito e autor de muitas obras teológicas. Seu livro "The progress of Religion in the Soul" (O Progresso da Religião na Alma), traduzido para sete línguas, teve um “lugar de honra nas prateleiras do nosso país”. Foi o livro que Deus usou na conversão de Wilbur Wilberforce, o grande batalhador para a abolição da escravatura.

Os hinos de Doddridge, no estilo de Watts mas sem a mesma expressão poética, refletem uma maior compreensão da mensagem social do evangelho. Escritos “principalmente como resumos dos seus sermões, foram ensinados, linha por linha, à congregação a cada culto”.

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Doddidge foi o primeiro a revelar zelo missionário nos seus hinos, antecipando por mais de meio século o movimento missionário dos primórdios do século XIX! Muitos manuscritos dos hinos de Doddidge são preservados até hoje, verdadeiras paráfrases das Escrituras. Foi dito que, quando se pedia uma copia de qualquer um desses hinos por alguém de sua congregação, o Doutor Doddridge, com bondade “que era sua característica principal, se assentava para escrevê-la e depois, apresentá-lo com um sorriso de doçura que lhe era tão peculiar”. Marks, no seu livro, chama-o “homem de Deus que sempre andou bem de perto com seu Deus”. A Doddridge foi conferido o Doutorado em Divindades (honoris causa) pela Universidade de Aberdeen (Escócia), em 1736.

Em 1751, Doddridge contraiu tuberculose. Viajou para Portugal para o clima melhor e descanso necessário, mas faleceu ali.

O estribilho de "Feliz o Dia" apareceu, com estrofes de um outro hino, em The Wesleyan Sacred Harp (A Harpa Sacra Wesleyana), a coletânea de William Mcdonald, de 1854, McCutchan, como outros, apresenta que a música do estribilho é adaptada de um hino de Edward Rimbault com o título Happy Land (Terra Feliz). A melodia recebeu seu nome das primeiras duas palavras do estribilho, HAPPY DAY (Dia Feliz), o tema do hino.

“É bem provável que o resto da melodia fosse a obra de algum outro músico ou músicos”.Edward Francis Rimbault (1816-1896), nascido em Londres, teve o privilegio de estudar com três

famosos organistas e compositores; seu pai, Stephen Francis Rimbault, Samuel Sebastian Wesley, neto de Charles Wesley e William Crotch. Rimbault foi organista em várias igrejas de Londres. Musicologista de renome foi editor e fundador de importantes sociedades musicais. Recebeu muitas honrarias e doutorados (honoris causa) da Universidade de Harvard (EUA), de Stockholm(Suécia) e de Göttiningem (Alemanha)

O hino foi traduzido pelo missionário e hinista William Edwin Entizminger, que tanto contribuiu para o Cantor Cristão.

Bibliografia: Reynolds, William J. Companion to Baptist Hymnal, Nashivile, Broadmam Press, 1976, p. 161

1.101.1 H.A. 234 - Oh, Dia Feliz

Hino magnífico é este, de satisfação e louvor, escrito no século dezoito, por um consagrado ministro do Evangelho. Seu autor, Philip Doddrige (1702 – 1752), tinha apenas dezenove anos de idade quando entrou para o ministério, no qual serviu cerca de trinta anos.

Era ele uma pessoa de grandes experiências cristãs, ricas em profundidade, alegria e paz, e de experiências preciosas nas coisas de Deus. Ele tinha o costume, sempre que terminava de preparar um sermão e enquanto ainda tinha claro em sua mente o sentimento do mesmo, escrever um hino apropriado para o assunto, para ser cantado imediatamente após a pregação.

Este é um deles, baseado em II de Crônicas 15:15 “E todo Judá se alegrou deste juramento”. Este hino foi encontrado numa coleção de hinos publicada em 1755, quatro anos depois da morte do autor, e é considerado como um dos melhores hinos, escritos para uma série de conferências.

Este hino tem a grande honra de ter sido escolhido pelo príncipe Alberto, consorte da rainha Vitória da Inglaterra, para sempre ser cantado por ocasião da confirmação dos membros da família real inglesa.

O que é de admirar é que Felipe Doddrige, tão ativo e consagrado ao serviço do Senhor, durante os longos trinta anos, foi doentio fisicamente desde o seu nascimento. Mesmo com um corpo extremamente débil, muito conseguiu realizar durante os seus anos de vida. Depois de muita resistência, seu corpo foi vencido pela tuberculose.

Num esforço para salvá-lo, seus amigos angariaram fundos e o enviaram a Lisboa, Portugal, a um lugar de clima saudável, com a finalidade de recuperá-lo. Todavia, pouco depois de lá chegar, faleceu, aos 26 de outubro de 1751, aos cinqüenta anos de idade. Foi sepultado no mesmo cemitério onde está sepultado o filhinho do conhecido e saudoso irmão Sr. George Howes, o cemitério Protestante Inglês em Lisboa, Portugal.

A música do hino em foco foi adotada de um trabalho feito pelo Dr. E.F. Rimbault, famoso compositor, nascido em Soho, Londres, a 13 de junho de 1816 e falecido no mesmo lugar, em 26 de setembro de 1876.

Fonte: http://www.uniaonet.com/osemeador01.htm

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Page 78: HISTÓRIA DE HINOS

1.102 H.A. 237 - Junto ao Bondoso Deus

Era costume do Rev. Cleland Boyd McAfee, então pastor e regente coral da igreja da Faculdade Park (presbiteriana), estado de Missouri, EUA, escrever um novo responso coral para cada celebração da Ceia do Senhor, para reforçar sua mensagem. Sua filha conta à história do surgimento deste hino em cerca de 1901:

"Numa semana terrível, logo antes do domingo da Ceia, as duas filhinhas do tio Howard e tia Lucy McAfee morreram de difteria num espaço de 24 horas. A família, toda a Faculdade e a cidade estavam dominadas pela dor. Meu pai nos contou como ficou longas horas pensando e orando sobre o que poderia ser dito e cantado naquele domingo. (...) Então escreveu este hino. O coro aprendeu-o no seu ensaio regular de sábado à noite e, então foi à casa dos meus tios e cantaram-no enquanto ficavam sob o céu fora da casa escura em quarentena. Foi cantado de novo no culto da Ceia, domingo de manhã."

O pensamento essencial deste hino, nascido na dor, é que é “em comunhão com Deus!” Que há segurança e descanso, conforto e bênçãos, poder e forças disponíveis, justamente em tempo de provação e tristeza. É naquele lugar bem perto do coração de Deus que o crente deve estar.

O refrão é uma oração a Cristo, o Redentor que foi mandado do Pai. Refere-se á necessidade de “permanecer” diante de Deus no lugar de descanso,”em comunhão com Deus”. O verdadeiro cultuador, que procura a Deus em adoração e comunhão achará inevitável a verdade do Salmo 16:11- ”Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente”.

McAfee mandou este hino para a publicadora Lorenz em Daylotn, estado de Ohio. Apareceu pela primeira vez na coletânea The Choir Leader (O Regente Coral) em 1903. Dali passou para hinários congregacionais. A comissão coordenadora do Baptist Hymnal de 1956 deu o nome MCAFEE à melodia.

Este hino é uma excelente chamada á oração, especialmente em período de intercessão. Uma vez bem conhecido, realçará a mensagem do hino se for cantado a cappella, usando as quatro vozes.Para ensinar o hino à congregação, um quarteto poderia cantá-lo do mesmo modo.

Cleland Boyd McAfee(1866-1944) nasceu em Ashley, estado de Missouri, EUA. Formou-se pela Faculdade Park, em Parkville, e fez teologia no seminário Teológico Union, em Nova Iorque. Voltando para a faculdade Park, além de ensinar, serviu como pastor da igreja da faculdade, foi para a primeira igreja Presbiteriana de Chicago, estado de Illinois, e a igreja presbiteriana da Avenida Lafayette, em Nova Iorque.

Reconhecido como teólogo proeminente, orador brilhante autor de diversos livros e ensaios de teologia sistemática do seminário Teológico McCormick. De 1930 a 1936, foi secretário da junta presbiteriana de missões Mundiais. Aposentou-se, mudou-se para Jaffey, estado de New Hampshire. Entretanto, continuou ativo como preletor, pregador, professor e escritor.

Bibliografia: Parker, Katherine McAfee, Near To the Heart of God, |n: Reynolds,William J., Companion Hymnal, TN, Broadman Press, 1976, p. 220-221.

1.103 H.A. 238 - Amor nos Faz Contentes

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa

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cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.104 H.A. 240 - Bendita Segurança

Letra - Fanny Jane Crosby (1820 - 1915)Música - Phoebe Palmer Knapp (1839 - 1908)

Fanny Jane Crosby nasceu em South East Putnam County, Nova York, a 24 de março de 1820. Ficou tragicamente cega em sua infância quando um médico de aldeia, ignorante, aplicou cataplasmas quentes em seus olhos inflamados.

A despeito do seu defeito físico, crê-se que a Srª Crosby, que mais tarde se casou com Alexander van Alstyne, (também cego), professor como ela, na Escola para Cegos de Nova York, tenha escrito uns 5.959 cânticos para duas firmas de publicações, e mais milhares de cânticos adicionais para produtores de livros de cânticos evangélicos, entre eles, homens bem conhecidos como Ira D. Sankey e W. H. Doane. Ela foi encarregada por uma casa publicadora de escrever três cânticos por semana durante um período indefinido e cumpriu esta comissão admiravelmente.

Conta-se que Fanny Crosby, orava muito e que não fazia nada, nem escrevia, sem primeiro ajoelhar-se e pedir a direção de Deus. Tinha ela uma amiga, filha de um famoso evangelista, que a visitava muito. Chamava-se Phoebe Palmer Knapp.

As palavras do cântico "Bendita Segurança" foram escritas como resultado de uma visita que a Srª Knapp fez a Fanny Crosby. A Srª Knapp escreveu a melodia, levou-a a sua amiga e após executá-la perguntou: - "Fanny, o que esta melodia diz a você?"

Fanny pensou por alguns momentos e então respondeu: -"Que Segurança, sou de Jesus." Assim foram escritas as palavras e a música deste grande cântico de segurança, que é amado por milhares de cristãos em todo o mundo. A Srª Knapp foi bem conhecida como escritora de versos e música durante sua vida. Casou-se com o fundador da Cia. Metropolitana de Seguros de Vida e recebeu um salário anual de 50.00 dólares após a morte do marido. Grande parte de sua riqueza foi devotada à obra de caridade, antes de morrer em 1908, em Poland Spring, Maine.

Fanny Crosby foi amiga íntima de Grover Claveland que trabalhava como secretário da Escola para Cegos de Nova York, enquanto lá esteve como professora. Foi membro vitalício da Igreja Metodista Episcopal e morreu em Bridgeport, Connecticut, a 12 de fevereiro de 1915. Este seu cântico é provavelmente o mais lembrado dos muitos que ele escreveu.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.105 H.A. 241 - Cantarei de Jesus Cristo

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Este belo cântico foi escrito por P.P. Bliss, e o acompanhamento foi composto por James McGranahan, e é uma das mais famosas composições musicais. Quando o Sr. Bliss faleceu em um desastre ferroviário em Ashtabula, Ohio, em 29 de dezembro de 1876, o Sr. McGranahan foi escolhido para ocupar o seu lugar como cantor evangelista auxiliando o trabalho do Major Whittle. A união dos seus esforços muito bem proporcionou aos ouvintes. Ele escreveu a música para para muitos dos cânticos do hinário "Gospel' Hymns", dos quais foi um dos compiladores.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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1.106 H.A. 242 - Ó Minh'Alma, a Deus Bendize

Ficha Técnica

Letra Música

Título:Ó minh'alma, a Deus bendize

Nome da melodia:LAUDA ANIMA

Autor:Henry Francis Lyte(paráfrase do Salmo 103)

Compositor:Sir John Goss

Data da Autoria:1834 Data de composição:1869

Tradutor:J.W. Faustini Tonalidade: Ré Maior

Esta paráfrase jubilante do Salmo 103 de Henry Francis Lyte, publicada em 1834 na sua coletânea Spirit of the Psalms (Espírito dos Salmos), é uma de mais de 280 paráfrases dos seus salmos individuais. Foram escritas para a sua igreja no porto histórico de Brixham, cidade de pesca no Sul da Inglaterra, onde ele serviu de 1823 até a sua morte em 1847. Esta poderosa expressão de louvor foi usada como processional no casamento da Rainha Elizabeth II, a pedido dela, no centenário da morte de Lyte. No hino original havia cinco estrofes de seis linhas.O H.A omite a estrofe 4.

O autor, Henty Francis Lyte, nascido na Escócia em primeiro de junho de 1793, ficou órfão ainda criança. Nunca teve boa saúde. Com dificuldades conseguiu se formar na Faculdade Trinity em Dublin, Irlanda, em 1814. Foi ordenado ao ministério anglicano, servindo em diversas igrejas na Inglaterra. No ano de 1818, Lyte passou por uma poderosa experiência espiritual que mudou sua vida e ministério. Assistindo a morte de um colega de ministério, ele viu a paz no coração que o amigo teve na certeza da eficácia da expiação de Cristo em seu lugar. "Fui altamente afetado por isso tudo, e comecei a olhar a vida (...) por um prisma diferente; comecei a estudar a minha Bíblia, e a pregar duma maneira diferente de antes." Lyte, como foi descrito por um corista da sua igreja, teve "a expressão de maior ternura, e a maneira mais simpática possível. Estávamos muito ligados a ele".

Henry Francis Lyte publicou diversos volumes de poesias. As duas coletâneas de salmos de Lyte caracterizam-se por sua beleza, ternura e tristeza. Seus textos de hinos são cantados mundialmente. Lyte faleceu em Nice, na França, em 20 de novembro, de 1847, onde tinha ido em função de sua saúde (sofria de tuberculose). Morreu apontando para cima e dizendo: "Paz! Júbilo!"

Sir John Goss (1800-1880) foi líder da música sacra da Inglaterra do século 19, sobrepujado somente por Samuel S. Wesley, em reformar o canto congregacional e a música da catedral. Goss nasceu em Fareham, na Inglaterra. Seu pai era organista da igreja. Aos 11 anos, foi morar em Londres com um tio, cantor de renome. Tornou-se corista da Capela Real e estudou com Thomas Atwood. Sucedendo seu mestre, tornou-se organista da famosa Catedral St. Paul em Londres. Aceitou a cadeira de professor de harmonia da Academia Real de Música, continuando neste posto por 47 anos. Em 1856, foi escolhido compositor da Capela Real. Escreveu antemas corais, música para cultos, e muitas melodias para hinos. Editou Parochial Psalmody (Salmódia da Paróquia) em 1826, escreveu um livro muito conceituado sobre harmonia, e compilou uma coletânea de chants (cânticos sacros). Foi também o editor musical do Church Psalter (Saltério da igreja), de 1856. Por sua extraordinária contribuição à música sacra da sua época, ao aposentar-se, em 1872, Goss foi nomeado cavaleiro pela Rainha Vitória. Foi lhe conferido o Doutorado em Música (honoris causa) pela célebre Universidade Cambrdige em 1876.

Bibliografia: Armstrong, Kershal. Lord, Dismiss Us With Your Blessing, In: Hustad, Donald P.: The Worshiping Church - A Hymnal, Worship Leader's Edition, Carol Stream, IL, Hope Publishing Company, 1990.

1.107 H.A. 244 - Conta as Bênçãos

"Para o crente, a gratidão deve ser uma atitude da vida".O salmista Davi sabia como louvar e agradecer ao Senhor. Em circunstancias muita vezes intoleráveis, não se desesperou, mas "fez a escolha de levantar a sua voz em canto, celebrando o incomparável amor e a fidelidade de Deus". É bom que cada crente tome tempo para redescobrir as verdades profundas expressas pelo hinista Johnson Oatman nas quatro estrofe deste hino.

Nas primeiras duas estrofes ele desenvolve o pensamento que o contar das bênçãos serve como antídoto para os desânimos da vida, e também estimula o viver cristão vitorioso. A terceira estrofe nos ensina que o contar das bênçãos pode ser o meio de colocarmos os bens materiais em devida perspectiva quando comparados com a herança eterna que espera todo o crente nas regiões celestiais. Então,enquanto revemos as nossas bênçãos individuais, certamente temos de concordar com a quarta estrofe: a provisão do auxílio e conforto de Deus durante toda a nossa vida é uma das nossas mais ricas bênçãos.

Este hino talvez seja o mais cantado hino escrito por Johnson Oatman, Jr. Difundiu-se por todo o globo. Apareceu pela primeira vez na coletânea Songs for Young People (Cânticos para Jovens), compilado e publicado pelo compositor da melodia, Edwin Othello Excell, em 1897, Um escritor disse deste hino: "Como raio do sol , alumiou os lugares escuros da terra".

Fazendo uma reportagem sobre uma das campanhas do evangelista Gipsy Smith,o muito lido jornal The London Daily (O Diário de Londres) noticiou que este extraordinário pregador, ao anunciar o hino, disse:

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Page 81: HISTÓRIA DE HINOS

"No sul de Londres os homens o cantam, os rapazes o assobiam, e as mães põem os seus bebes a dormir com este hino".

Apropriadamente, o nome BLESSINGS (Bênçãos), palavra chave do hino, foi escolhido para a melodia pela comissão do Baptist Hymmnal (Hinário Batista) de 1956.

Johnson Oatman, Júnior (1856-1922) nasceu em Medforf, Estado de Nova Jersey. Como menino, gostava de se sentar ao lado do seu pai, Johnson Oatman, Sênior, na sua igreja, porque seu pai tinha uma bela e possante voz. Era conhecido como o melhor cantor do Estado! O filho ficava em pé em cima do banco, olhando o hinário junto com o pai. Certamente Johnson Junior herdou dele o amor à música e talvez, foi pensando nele que este menino mais tarde escreveria aproximadamente 200 gospel songs por ano, por 25 anos consecutivos, num total de mas de 5.000 textos durante sua vida, número somente superado por Fanny Crosby, e Charles Wesley.

Johnson Junior estudou na Academia Herbert em Vincentown e no Instituto Colegial Nova Jersey, em Bordentown, ambas no seu Estado natal. Aos 19 anos, uniu-se à Igreja Metodista Episcopal e, sentindo-se chamado para o ministério, foi licenciado para pregar. Continuou, entretanto, como pregador local, enquanto trabalhava com seu pai no ramo mercantil e depois numa firma própria de seguros. Porém, mais tarde, Otman Júnior descobriu sua chamada real: escrever hinos. Foi sua grande contribuição à fé. Seus textos foram sempre procurados pelos compositores e publicadores mais conhecidos da sua época, como John J. Sweney, William Kirpatrick,Charles Gabriel, o próprio Excell, e outros.

1.108 H.A. 246 - Vinde Vós, Fiéis Cantar

Ficha Técnica

Letra Música

Título: Vinde, vós ,Fiéis Cantar Nome da melodia: ST. KEVIN

Autor: João DamascenoCompositor: Arthur Seymour

Sullivan

Data da Autoria: séc. VIII Data de composição:1872

Tradutor: Antonio de Campos Gonçalves

Data da Tradução: 1960

Da pena de João Damasceno, o mais importante hinista dos primeiros séculos, esta é a primeira ode para o primeiro domingo depois da Páscoa da Igreja Oriental. Odes( ou cânticos) foram cantadas geralmente em grupos de oito nas casas monásticas daquela igreja. João Damasceno elaborou os seus cânticos especialmente sobre os temas da encarnação e ressurreição.

O ilustre hinista inglês, John Mason Neale adaptou muitos deles, trazendo-os à hinodia moderna com grande dificuldade, por causa da sua forma bem diferente de poesia e métrica. Neale publicou este hino num artigo sobre a hinodia grega em abril de 1859 e , depois , no seu hinário Hymns of the Eastern Church ( Hinos da Igreja Oriental) em 1862. A comissão do célebre hinário anglicano Hymns Ancient and Modern (Hinos Antigos e Modernos), de 1909, preservou duas das estrofes de Neale, adicionando uma doxologia como terceira estrofe. Aparentemente, foi esta a versão traduzida para o português em 1960.

João de Damasco (ou Damasceno), nascido em Damasco no séc. VIII, numa família de projeção, foi um erudito teólogo e hinista. Estudou com o instruído Cosma, que a tradição declara ter sido comprado do mercado de escravos pelo pai de João. João teve uma posição de destaque em Damasco, seguindo os passos do seu pai. Entretanto, quando envolveu-se na controvésia iconoclástica, despojou-se de todos os seus bens e retirou-se ao mosteiro do Mar Saba, esculpido em um Rochedo suspenso por cima do ribeiro Cidron, entre Jerusalém e o Mar Morto. Lá, São João Damasceno, como foi chamado pelas igrejas gregas e latinas que o estimaram muito e dele derivaram muito da sua teologia, passou seu tempo escrevendo obras teológicas e hinísticas. “Sua afamada Doutrina da Igreja Grega até hoje é padrão para a igreja oriental”. O seu tratado mais famoso foi As Fontes do Conhecimento. Neale o considerou “ o maior poeta da igreja Grega”.

O Pr. Antônio de Campos Gonçalves,que adaptou este lindo hino para o portugês, nasceu em Araras, São Paulo, em 1899. Campos Gonçalves serviu à Sociedade Bíblica do Brasil por 34 anos como revisor do vernáculo nas edições da SBB e secretário da Comissão Permanente de Revisão e Consulta. Nesta capacidade, atuou como coordenador da Comissão Revisora do texto de Almeida. Veio a falecer em 14 de janeiro de 1981, dez dias antes de completar 82 anos.

O internacionalmente conhecido compositor Sir Arthur Seymour Sullivan é famoso especialmente por causa da sua parceria com Sir W.S. Gilbert numa série de operetas de renome, “que se tornaram uma parte da vida e tradição inglesa”. Ainda hoje, não se passa um ano em que ao menos uma destas operetas não seja apresentada na Inglaterra, e muitas vezes, em outras partes do mundo.

Sullivan nasceu em 13 de maio de 1842, em Londres, Inglaterra. Aos doze anos tornou-se corista da Capela Real, e aos 15, publicou sua primeira peça coral. Estudou na Academia Real de Música em Londres e no Conservatório de Leipzig, na Alemanha. Serviu como organista em diversas igrejas e , em 1866, tornou-se professor de Composição da Academia Real de Música. Além das suas operetas melodiosas para hinos, oratórios e cantatas Editou o hinário Church Hymns em 1874 e contribuiu com melodias para outros hinários. Muitas das suas melodias aparecem em hinários evangélicos no Brasil.

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Page 82: HISTÓRIA DE HINOS

Sir Athur era fortemente contrário ao uso de música popular para hinos. Embora melodias das suas operetas estivessem nos lábios de quase todos os ingleses, recusou muitos pedidos para adaptá-las para hinos.

Foi conferido a Sir Arthur o grau de Doutor em Música (honoris causa) pela Universidade Cambridge, em 1876 e pela de Oxford em 1879. Foi designado cavalheiro pela Rainha Vitória, em 1883. Faleceu em 22 de novembro de 1900, em Westminster, Londres, e sepultado com muitas honrarias.

A melodia ST. KEVIN,composta para este texto, apareceu em 1872. Posteriormente, o compositor deu-lhe este nome em homenagem a um eremita irlandês que vivia no Vale of Glendalough (Vale das Duas Lagoas) na Irlanda.

1.109 H.A. 247 - Graças Dou

Ficha Técnica

Letra Música

Título: Graças Dou Nome da melodia: TACK O GUD

Autor: August Ludvig Storn Compositor: John Alfred Hultman

Data da autoria: 1891 Data da composição: 1910

Tradutor: Alice Ostergre Denyszczuck

Tonalidade: Si bemol maior

Há poucas palavras mais preciosas no dicionário do que “gratidão”. O coração grato é o coração alegre. Não há gratidão maior do que a do coração do crente ao seu amado Salvador. Este hino, que comunica a mais profunda gratidão a Deus, é um dos prediletos da rica hinodia sueca. Na versão original há 4 estrofes que usam a palavra tack (graças) 32 vezes! Há gratidão pela vida transformada, pela morte de Cristo em nosso lugar, pelas bênçãos e pelas tristezas, pelo passado e pelo futuro, pelo céu azul e pelas nuvens, pelas rosas e pelos seus espinhos, pela oração respondida e pela esperança que falhou. Todo crente deve decorar este hino e lembrar-se, com o autor, das palavras do apóstolo Paulo: “Em tudo daí graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” ( I Ts 5.18)

O autor August Ludvig Storn escreveu este hino para uma publicação do Exercito de Salvação Sueco do qual era capelão, em 5 de dezembro de 1891. Seu texto apareceu no cancioneiro do Exército, com uma melodia galesa, mas tornou-se realmente popular, tanto na Suécia como nos Estados Unidos, somente quando o compositor John Alfred Hultman, publicou-o no seu hinário Solskenssânger ( cânticos do povo) ,com sua melodia TACK O GUD (Graças a Deus).

August Ludvig Storn nasceu em 23 de outubro de 1862, em Motala, na Suécia. Viveu a maior parte da sua vida em Estocolmo. Storn se converteu na sua juventude, numa reunão do Exército da Salvação.Unindo-se a suas fileiras, logo se tornou oficial importante da organização. Embora sofresse uma paralisia na coluna aos 37 anos, que lhe causava muita dor, continuou a cumprir seu ministério até o fim. Não foi com palavras fáceis que Storn expressou a sua gratidão a Deus neste hino. Depois do seu culto fúnebre apareceram as seguintes palavras no periódico do Exército da Salvação Sueco: “Sempre era um motivo de deleite escultar seus sermões bem pensados e articulados.(...) Os versos numerosos que fluíram da sua pena são os melhores que já apareceram nas publicações do Exército.”

Johannes Alfred Hultman,(1861-1942), que escreveu esta melodia em 1910, foi o segundo num triunvirato de hinistas sueco-americanos da Igreja da Aliança (Evangelical Mission Covenant Church). Nasceu numa fazenda pequena em Hjärtlanda, no condado de Smaland, no sul da Suécia. Alfred (como a família o chamava) mostrou muito interesse na música desde pequeno, indo ouvir o órgão numa igreja da cidade mais perto , quando podia. Quando a família imigrou para os Estados unidos em 1869,Alfred e seu irmão se empregaram como vaqueiros, cantando gospel songs, enquanto trabalhavam. Depois de muito esforço e sacrifício, Alfred conseguiu comprar um órgão e seu treino musical começou. Depois da sua conversão, Alfred foi convidado a lecionar na escola e reger o coro da igreja de Fridhem, Estado de Nebraska. Mais tarde, tornou-se o pastor daquela igreja. Voltou aos estudos na Athenium de Chicago, por dois anos, para depois tornar-se um pregador-cantor itinerante viajando pela região central co país. Ordenado em 1900, pastoreou outras igrejas, mas continuava a dar concertos tanto nos EUA como na Suécia, com seu filho, Paul, um pianista talentoso. Tornou-se conhecido como O Cantor dos Raios de Sol, tanto por sua voz como por sua personalidade.Voltou a morar na Suécia em 1909, por quatro anos, mas de volta aos EUA estabeleceu um conservatório. Ativo, até morrer aos 81 anos num concerto, Hultman foi muito mais que um cantor; foi escritor, compositor e publicador. Publicou várias coletâneas de hinos para as congregações suecas, e ajudou a compilar o primeiro hinário oficial da Igreja da Aliança.

Alice Ostergren Denyszczuk traduziu este maravilhoso hino. O maestro João Faustini escreve sobre sua história: "Durante algum tempo Alice cantava Graças Dou em programas evangélicos de televisão em São Paulo, com seu pequeno coral. Como são poucos os hinos de “Ações de Graças” e a melodia é fácil e intuitiva, era natural que logo se popularizasse. Quando estava preparando os originais de Seja Louvado em 1971, procurei-a para que ela me autorizasse a usar a sua tradução feita em 1961, para sua inclusão neste novo hinário. Trabalhamos juntos por alguns minutos tentando melhorar uma acentuação e outra."

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Page 83: HISTÓRIA DE HINOS

1.110 H.A. 249 - Como Agradecer

Andraé Edward Crouch nasceu em Los Angeles, estado de Califórnia, EUA, em 1 de julho de 1945. Seu pai, o pastor afro-americano Benjamin Crouch, pregava pelas ruas da cidade para qualquer pessoa ou grupo que quisesse ouvir. Ainda menino na igreja em que seu pai era pastor, Andraé começou sua vida musical, acompanhando a congregação. Durante seus estudos de segundo grau, organizou o conjunto COGIS. Começou a escrever músicas para esse grupo apresentar. Formou-se pela Faculdade Valley Junior, num curso de dois anos. Depois, formou o conjunto Disciples com quem ficaria por todos esses anos. Viaja pelo mundo inteiro. Pela variedade dos seus estilos, e a força da sua música, atrai tanto os crentes como os não crentes.

Andraé escreveu o cântico Como Agradecer em 1971. Apareceu pela primeira vez no hinário, em Hymns for the Family of God, em 1976. O nome da melodia MY TRIBUTE provém do título do hino, no original.Às vezes é usado o título tirado das primeiras palavras do estribilho: “To God be the Glory” (A Deus Seja a Glória).

Bibliografia: Anderson, Robert & Gail North, Gospel Music Encyclopedia, New York, Sterling Publishing Co, Inc., 1979. p. 52

1.111 H.A. 250 - Cantarei de Meu Jesus

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

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Page 84: HISTÓRIA DE HINOS

1.112 H.A. 253 - Minha Esperança

Ficha Técnica

Letra Música

Título: Minha Esperança Nome da melodia: Solid Rock

Autor: Edward MoteCompositor: William Batchelder

Bradbury

Data da Autoria: 1834 Data de composição: 1863

Tradutor: Francisco Caetano Borges da Silva

Tonalidade: Fá Maior

Quem dirá que aquele menino que vivia nas ruas de Londres, cujos pais, donos duma malfadada pensão, não davam a mínima importância a ele, uma dia se tornaria pastor batista e seria autor de um hino que é uma verdadeira declaração de fé?

Edward Mote, autor deste hino, foi esse menino. Nascido em Londres, Inglterra, em 1797, ele relata: “Os meus domingos , passei-os nas ruas. Tão ignorante eu era, que nem sabia que existia um Deus”. A escola que ele freqüentava, Mote afirma, não deixava uma Bíblia aparecer, quanto menos ser ensinada. Mas Deus tinha planos para a vida daquele garoto. Quando jovem, foi colocado como aprendiz de marceneiro, e mais tarde tornou-se artesão de muita habilidade.

Aos 16 anos, foi levado por seu mestre para ouvir o estimado pregador John Hyatt. Aos seus pés Edward converteu-se a Cristo! Mais tarde, ao se estabelecer em Southwark, um subúrbio de Londres, com seu próprio negócio, tornou-se marceneiro de muito sucesso e um crente muito dedicado. Como passatempo escrevia crônicas que muitas vezes foram publicadas em periódicos de Londres. Começou a escrever poesias e hinos, também. Foi em 1834 que ele escreveu este hino de fé e confiança em Cristo. Assim ele contou a história:

Uma manhã, enquanto saía para o meu trabalho, veio à minha mente que devia escrever um hino sobre a experiência do cristão da graça do Senhor. Enquanto ia para Holbern, compus as palavras do estribilho:

A minha fé e o meu amorEstão firmados no Senhor,estão firmados no Senhor.

Durante o dia completei quatro estrofes e as escrevi.Mote continuou a contar que, no domingo, ao encontrar-se com um membro da igreja, esse lhe pediu

que fosse visitar sua esposa que estava gravemente enferma. À tarde, Mote se apressou em fazer isso. O Sr. King pediu que cantasse um hino, lessem as Escrituras e orassem. Procurou o seu hinário, mas não o achou. Edward Mote continua a contar:

"Eu disse: 'Tenho uns versos aqui no meu bolso, se quiser, podemos cantá-los'. Assim fizemos. Sua esposa gostou tanto do hino que pediu que deixasse uma cópia com ela. Depois do culto da noite, fui para casa e escrevi mais duas estrofes. Levei-as depois para aquela irmã. Estes versos foram tão bem ao encontro das necessidades daquela irmã moribunda, que mandei imprimir 1000 cópias para distribuição. Enviei uma cópia a Spiritual Magazine (Revista Espiritual), sem assiná-la."

Mote, que escreveu ao todo mais de 100 hinos, incluiu o hino no seu hinário Hymns of Praise ( Hinos de Louvor), publicado em 1836, com o título: A Base Imutável da Esperança do Pecador. Desta vez incluiu a sua assinatura.

Com a idade de 55 anos, Mote viu um sonho ser realizado.Há muito tempo queria que houvesse uma congregação batista no seu bairro. Em grande parte resultado dos seus próprios esforços, Isto se realizou. Foi ele que construiu o templo. Os outros membros da congregação queriam que Mote registrasse tudo no seu próprio nome. Ele recusou, dizendo: “ Não quero uma capela, quero um púlpito, e no dia que eu deixar de pregar a Cristo, podem me negar o púlpito.”

Por 26 anos Mote serviu fielmente como pastor da igreja, saindo somente por causa da enfermidade que o levaria à morte dentro de um ano. Pouco tempo antes do seu falecimento em 1874, Edward Mote disse: “ As verdades que tenho pregado, eu as estou vivendo. Servirão muito bem para morrer, também”. Como de costume naquela época, foi sepultado no terreno da igreja. Perto do púlpito, há uma placa com a inscrição:

"Em memória de Edward Mote, que dormiu em Jesus em 13 de novembro de 1874, aos 77 anos de idade. Por 26 anos o amado pastor desta igreja, pregando 'Cristo, e este crucificado'.(I Co 2.21) como tudo de que o pecador precisa, e o santo deseja."

William Batchelder Bradbury, um dos mais destacados compositores dos primeiros gospel hymns dos Estados Unidos, compôs a melodia Solid Rock para este texto de Mote, em 1863. (No original, o estribilho chama Cristo de a “Rocha Sólida”. Esta versão apareceu pela primeira vez em 1864 na única coletânea publicada durante a Guerra Civil nos Estados Unidos, The Devotional Hymn and Tune Book ( O Livro de Hinos e Melodias Devocionais).

Este hino foi traduzido por Francisco Caetano Borges da Silva, um pastor evangélico que nasceu em 1863, em São Miguel,RS. Emigrou para os Estados Unidos. Publicou o hinário Cânticos Cristãos, em New

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Page 85: HISTÓRIA DE HINOS

Bedford, Estado de Massachusetts, onde havia uma colônia portuguesa. Ainda hoje existem muitas igrejas com cultos na língua portuguesa nesta região. Borges da Silva traduziu outros hinos, um dos quais foi Manso e Suave.

Bibliografia: Ichter,Bill H. Se os Hinos Falassem, vol.III, Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP),1971,p.94

1.113 H.A. 258 - Fé dos Nossos Pais

Frederick W. Faber escreveu, originalmente, este cântico em 1849 como um cântico católico, contendo frases que se aplicam às suas crenças. Faber interessou-se no Movimento de Oxford e seguiu John Henry Newman ao sair da Igreja da Inglaterra para a Igreja de Roma. O cântico foi alterado, porções censuráveis foram omitidas, e assim tornou-se um grande favorito entre as denominações protestantes. Como aparece no hinário pode ser cantado por todos os cristãos.

O cântico reflete a estória dos santos em Hebreus 11 e o ensino de Cristo: "Amais a vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem." Também se baseia no texto: "Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado" (I Timóteo 6:12).

Alguns historiadores avaliaram em mais ou menos 50.000.000 de pessoas os que sofreram a morte de mártir desde os dias de Cristo. Infelizmente cada religião numa ou noutra época tem procurado forçar a aceitação de suas crenças pela perseguição. Desta forma, o ensino deste cântico é universal e pode ser aplicado a todos os cristãos:

"Amaremos tanto amigos como inimigos... Exaltar-Te-emos também, como só o amor o sabe fazer Com palavras bondosas e vida virtuosa."(No original em inglês).

A melodia "Santa Catarina" era originalmente usada para um cântico católico romano na Parte II do "Crown of Jesus Music, 1864" de Hemy. O nome da melodia vem do título do cântico. Henri Frederick Hemy era organista inglês e professor de música. A melodia original foi alterada para o cântico "Fé dos Nossos Pais" por James George Walton, redator do livro "Música Cantochão para o Santo Ofício da Comunhão," 1874.

A música é forte, eficaz e se torna um cântico congregacional poderoso, muito apreciado pela igreja. Este cântico é uma boa ilustração do princípio de que cada cântico deveria ser julgado pelos seus méritos próprios, ao invés de ser aceito ou rejeitado por causa dos preconceitos devidos à origem das palavras ou música.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.114 H.A. 259 - Mas Eu Sei em Quem Tenho Crido

Não há hino de afirmações mais firmes e alegres do que este: ”Eu sei em quem tenho crido!”, e “Estou bem certo que é poderoso para guardar o meu tesouro até o fim chegar!” Foram estas certezas que nortearam as vidas do escritor, o major Daniel Webster Whittle, e do compositor James McGranahan, que seguiu Philip P. Bliss como diretor de música nas suas campanhas evangelísticas. Certamente, por isso, a letra e a melodia se unem tão maravilhosamente!

Whittle, cuja mãe, uma crente dedicada, colocou uma Bíblia na sua bagagem quando ele saiu para a Guerra Civil, não deu muita atenção a isso. Foi depois de batalhas sangrentas, de perder seu braço direito e ser capturado pelo inimigo, que ele pegou esta Bíblia do fundo de uma sacola e aceitou o Salvador que sua mãe amava. Sabia o que era passar dias maus e tristes, e dias de bonança, como empresário próspero após a guerra. Sabia o que era deixar tudo para entrar no ministério evangelístico, pela fé e viver somente, com resultados felizes, sempre pela provisão de Deus. Este hino é o seu testemunho de total confiança em Cristo, cuja graça salvadora continuava um ministério para ele, mas era a base da sua vida. Embora não compreendesse como o Espírito trabalhava no seu coração, e não soubesse quando o Senhor voltaria, isso não importava. Ele tinha em que se firmar, e isso lhe bastava:

Mas eu seu em quem tenho cridoE estou bem certo que é poderosoPra guardar bem o meu tesouroAté o fim chegar

Nós que, pela graça de Deus e a obra do espírito Santo, cremos no Salvador, o “Verbo Divinal”, também temos estas mesmas certezas! Cantemos este hino de todo o coração, como testemunho do seu grande amor.

Whittle e McGranaham usaram este hino nas suas conferências evangelísticas e o publicaram em Gospel Hymns N° 4 em 1883. Sankey também o usou nas suas campanhas mundiais e incluiu-o na série

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Page 86: HISTÓRIA DE HINOS

Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros) publicada na Inglaterra, logo depois. Assim este hino de afirmação se difundiu ao redor do globo.

Para chamar atenção especial à mensagem do hino, recomenda-se “uma maneira dialogada de cantar o hino, com as estrofes cantadas, uma por uma, por quatro solistas e o estribilho pela congregação”.

Bibliografia: Richardson, Paul. A. I Know Whom I Have Belived In: Hustad, Donald P., The Worshiping Church - A Hymnal, Worship Leader's Edition, Carol Stream, IL, Hope Publishing Company, 1990.

1.115 H.A. 260 - Jesus Contemplará a Fé

Ficha Técnica

Letra Música

Título:Jesus Contemplará a FéNome da melodia:Fé

Contemplada

Autor:James RoweCompositor:Bentley DeForest

Ackley

Data da Autoria:1912 Data de composição:1912

Tradutor: Ricardo Pitrowsky Tonalidade: Dó Maior

Ricardo Pitrowsky, autor e tradutor de 29 dos hinos do Cantor Cristão, fala da base da sua tradução deste hino predileto dos batistas brasileiros:

Desde a minha juventude me impressionei com as promessas de Deus, e o seu cumprimento, recebido pela fé. Muitas destas promessas foram registradas na Bíblia, como as que Deus fez a Abraão ( Gênesis 12.2,3, 22. 16-18). Muitas outras experiências aconteceram fora da bíblia, como as de George Mueller, que por mais de sessenta anos sustentou grandes orfanatos, pedindo e recebendo os recursos unicamente de Deus. Isto mostra que ainda hoje Deus responde orações baseadas na fé. Esta convicção me constrangeu a traduzir este hino, desde que não tínhamos qualquer hino que com ousadia proclamasse esta verdade.

James Rowe escreveu a letra deste hino , com o título Faith Will Bring a Blessing (A Fé Trará Benção). Depois de receber esta alegre melodia de Bentley DeForest Ackley, o hino foi publicado pela primeira vez em 1912 por Excell, Biederwolf & Companheiros. Provavelmente Pitrowsky o conheceu no hinário World Evangel.  

James Rowe nasceu em 1 de janeiro de 1865 em Devon, Inglaterra. Emigrou para os Estados Unidos aos 25 anos. Casou-se com Blanche Clipper e se estabeleceu em Albany, Estado de Nova Iorque. Depois de trabalhar como ferroviário, tornou-se superintendente da Sociedade de Prevenção de Crueldade aos Animais.

Rowe era crente dedicado, sempre gostava de escrever textos para hinos. Deixou seu emprego para dedicar-se totalmente à criação de hinos e à edição de publicações musicais sacras. Como editor, cooperou sucessivamente com o Trio Music Company (Waco, Texas), A.J. Showalter Music Co. De Tennessee e James D. Vaughan Music Company, do mesmo Estado. Mais tarde, mudou-se para Wells, no Estado de Vermont, onde trabalhou como poeta com sua filha, Louise Rowe Mayhew, uma artista, na produção de cartões de felicitações. Faleceu em 10 de novembro de 1933.

Rowe aparentemente escreveu textos para mais de 19000 hinos! Aproximadamente 10 destes apareceram nos hinários evangélicos no Brasil.

Esta alegre melodia é de Bentley DeForest Ackley. Bentley nasceu na Pennsylvania em 27 de setembro de 1872. Morreu em 3 de setembro de 1958. Foi irmão de Alfred Ackley, um destacado músico.

Desde cedo, demonstrou um grande talento musical; aprendeu a tocar acordeão, piano, clarineta e piccolo enquanto era menino.

Em 1880 mudou-se para New York, e começou a tocar órgão em várias igrejas. Juntou-se à equipe de evangelismo de Billy Sunday como secretário, pianista e viajou com eles por 8 anos. Escreveu mais de 3000 hinos e músicas evangélicas.

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1.116 H.A. 271 - Que Prazer é Ser de Cristo

Neste mundo de hoje as palavras podem significar pouco. Às vezes perguntamos: “Em quem podemos crer?” Tantos votos quebrados! Tantas promessas não cumpridas! Tantas mentiras proferidas!

Quanto conforto, quanto alegria tem o crente em descobrir que há um nome em que ele pode confiar e há alguém em cujas promessas pode descansar! “Deus se coloca com todos os seus recursos para cumprir cada promessa que Ele faz. É seguro confiar nEle, porque Sua palavra não falha”. Foi ao testar estas palavras e promessas na fornalha que a autora Louisa M. R. Stead pode exclamar:

Cristo! Cristo! Já confioEm Teu nomeEm Teu poder.Cristo! Cristo! Bem amado,Faze em mim a fé crescer.

Num lindo dia de sol, Louisa, seu marido e sua filha Lily, de quatro anos, decidiram desfrutar umas horas na praia no Estreito de Long Island em Nova Iorque. Estavam se deleitando no seu lanche de piquenique quando ouviram uns gritos; “Socorro! Socorro”. Viram um rapaz se afogando na maré. O Senhor Stead pulou na água, e apressou-se para salvar o rapaz. Infelizmente, como às vezes acontece, o rapaz puxou o seu livrador para baixo da superfície e os dois morreram, diante dos olhos da esposa e filha.

Acredita-se que foi depois desta experiência trágica que Louisa Stead escreveu este hino. Como o pai do menino possesso do demônio, que os discípulos não conseguiam exorcizar (Marcos 9:14-29), ela clamava a seu Salvador : “Cristo! Cristo! Eu confio – faze minha fé crescer!”

Deus supriu conforto e vitória a Louisa Stead. Pouco tempo depois, ela foi como missionária para África do Sul, onde trabalhou diligentemente por 15 anos, até que sua saúde forçou-a a voltar por um tempo aos Estados Unidos. Depois de um período de recuperação, voltou a trabalhar lá por mais 10 anos antes da sua aposentadoria.

Luisa M. R. Stead nasceu em cerca de 1850 em Dover, na Inglaterra, numa família cristã. Aos nove anos aceitou a Cristo e, quando jovem, sentiu que Deus a chamava para o campo missionário. As circunstâncias a levaram aos Estados Unidos, e lá numa reunião campal em Urbana, Estado de Ohio, entregou sua vida para missões na China. Todavia, sua frágil saúde impediu-a de ser aceita pela missão.

Em cerca de 1857, Louisa casou-se com o senhor Stead e Deus lhes deu a filha Lily. Aconteceu a tragédia contada aqui. Renovando sua chamada, Louisa e Lily foram para África do Sul, em 1880. Lá ela casou com Robert Wodehouse, um pastor metodista. Durante o período de recuperação de Louisa nos Estados Unidos, o Pr. Wodehouse serviu em igrejas metodistas ali. Assistindo a uma conferência em Nova Iorque, em 1900, o casal se apresentou de novo para voltar a servir na Rodésia do Sul, hoje Zimbábue (Louisa tinha 50 anos).Trabalharam mais 10 anos, até a saúde de Louisa forçar sua aposentadoria, mas permaneceram na África com a filha Lily, já missionária e casada no país.

Depois duma longa enfermidade, Louisa faleceu no seu lar, em 1917, a somente 80 Km da Missão Umtali, onde trabalhava com tanta alegria. Esta extraordinária mulher que, ao enfrentar grandes dificuldades no seu ministério missionário, testificou: ”Nossa suficiência está no Senhor “, foi enterrada numa sepultura cortada na rocha pura, na ladeira do Monte Preto, pertinho do seu lar. Um colega da Missão escreveu:

“Sentimos muita falta dela, mas sua influência continua enquanto os nossos 5.000 cristãos nativos cantam continuamente”:

William James Kirkpatrick (1838-1921) foi um dos gênios dos gospel hymns da grande época de evangelismo em massa que incluía outros nomes inesquecíveis como Ira D. Sankey, Dwight L. Moody, Fanny J. Crosby, Daniel W. Whittle, Philip P. Bliss e muitos outros. Nasceu em Ducannon, estado de Pensilvânia, e recebeu seu primeiro treino musical com seu pai. Altamente dotado, continuou seus estudos com outros músicos destacados da época. Mudando-se para Filadélfia, tornou-se membro duma igreja Metodista Episcopal.

Editou sua primeira coletânea de cânticos dos camp meetings aos 21 anos. Durante a Guerra Civil serviu como major dos pífaros (um instrumento que sempre ia com o tambor-mor e porta –bandeira diante dos soldados) com os voluntários do seu estado. De 1862 a 1878 dirigiu uma empresa de móveis, ao mesmo tempo sempre atuando na música sacra.

Em 1878, deixando de lado os outros negócios, entrou totalmente no ministério da música. Diretor de música na sua igreja, também escreveu muitos hinos e muitas melodias para gospel songs. Ao longo dos anos associou-se com outros na publicação de mais de 100 coletâneas degospel hymns e de músicas corais. Wienandt e Young, no seu livro The Anthem (O Antema), além de falar da sua música para coros, declaram: “Ambos (Sweney e Kirkpatrick) foram compositores preeminentes de gospel hymns cujas melodias foram enormemente benquistas”. O fato de mais de 60 dos seus hinos e melodias aparecerem nos hinários evangélicos no Brasil mostra a popularidade deste compositor. Kirkpatrick ficou viúvo duas vezes.Aos 80 anos casou-se com a viúva do seu grande amigo Sweney. Faleceu de um infarto aos 83 enquanto compunha um novo hino. Que melhor maneira para um grande hinista morrer?

Bibliografia: Weinandt, Elwyn A.and Robert H. Young, The Anthem in England and America, New York, The Free Press, 1970, p.309

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1.117 H.A. 272 - Olha Com Fé Para Cima

“A cidade não necessita nem do sol, nem da lua, para que nela resplandeçam, porém a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada”. Apocalipse 21: 23

Letra: Jessie B. Pounds, 1897. Uma manhã de domingo, apenas algumas semanas após ter se casado Jessie não estava se sentindo bem, e então seu marido foi à igreja sem ela (Igreja Cristã Central, Indianápolis, Indiana). Jessie ficou em casa e começou a meditar sobre o Céu. Quando John voltou, Jessie tinha produzido estas palavras.

No hino 535 temos mais informações sobre Jessie B. PoundsJohn Sylvester Fearis, compositor: O pai de Fearis era um professor bem sucedido e tinha a profissão

de pintor. Quando jovem, John aprendeu a ler música nas aulas de seu pai. Ele se apaixonou pela música e, tomando lições no harmônio, logo ele era capaz de tocar na escola dominical e na igreja. Mais tarde, encarregou-se do coro da igreja e deu aulas de canto em cidades próximas. Ele escreveu seu primeiro hino aos 16 anos de idade. Eventualmente, ligou-se ao corpo editorial da revista Choir Leader (Líder do Coro), publicada pela The Lorenz Publishing Company em Dayton. Ohio.

Esta música foi cantada no funeral do presidente William McKinley, que foi assassinado. Dizem que esta era sua música favorita.

Bibliografia: The Choir Herald, Dezembro de 1932, p. 219; Hall, pp. 393-4

1.118 H.A. 274 - Firme nas Promessas

Publicado pela primeira vez em 1886, em Songs of Prefect Love (Hinos do Perfeito Amor), o hino "Firme nas Promessas" baseia-se em II Pedro 1. 4, que afirma que o Senhor Jesus "nos tem dado suas preciosas e grandíssimas promessas, para que por eles vos torneis participantes da natureza divina".

Este hino [é muito cantado em todo o Brasil] e dá testemunho do cumprimento destas promessas do nosso Senhor. Expressa a nossa firmeza em confiar nestas promessas e testifica da vitória que o Espírito nos dá ao confiarmos.

O autor e compositor, Russel Kelso Carter, nascido em Baltimore, Maryland, EUA, em 1849, foi um homem de muitas habilidades e assim se envolveu em diversos interesses e carreiras. Estudou numa academia militar, onde brilhou como atleta. Por alguns anos, foi professor de ciências na mesma instituição. Interrompeu essa careira para criar ovelhas na Califórnia. Foi ordenado pastor metodista e participou do movimento holiness (igrejas com ênfase especial em santificação).

Autor prolífico nas áreas de ciências, matemáticas e religião, Carter também escreveu algumas novelas. Junto com B. Simpson, publicou Hymns of the Christian Life (Hinos da Vida Cristã), o hinário da Aliança Cristã e Missionária, em 1891. Para este, ele mesmo contribuiu com letra e música de 44 hinos, com letra de 12, com música de outras 24 letras e fez os arranjos ou adaptações de mais 25 músicas. Depois de alguns anos de ministério pastoral, estudou medicina e exerceu esta profissão na cidade de Baltimore , até seu falecimento em 1926.

Graças a dois respeitados pesquisadores, sabemos agora que o missionário norte americano, Mark E. Carver (séc. XIX) foi o primeiro tradutor deste hino para o português. A autora Betty Antunes de Oliveira descobriu em Manaus, AM o antigo hinário Os Cânticos dos Christãos, publicado em 1891, por Carver, e usado pela Missão Bethesda, fundada por ele em Manaus, AM. A senhora Betty mandou uma cópia xérox do hinário a Rolando de Nassau, em 1981. Depois de pesquisa recente, Nassau atribuiu a Carver a tradução de Firme nas Promessas, feita em 4 de novembro de 1897. Conhecendo bem a história de como os hinos são passados de mão em mão, sem referência aos escritores ou tradutores, é fácil entender como a tradução de Carver foi publicada em O Jornal Batista, em 20 de julho de 1911, sem atribuí-la a ele.

O Rev. Mark E. Carver, colega do destacado missionário e hinista Justus Henry Nelson, veio ao Brasil como missionário da Missão Metodista Episcopal do Norte do EUA. Como Nelson, Carter desligou-se dessa Missão e , fundando a Missão Bethesda em Manaus, dedicou sua vida tanto naquela cidade como na vasta região do Amazonas. Deve ter conhecido bem os missionários Eurico Nelson e Salomão Ginsburg e o trabalho batista ali. Carver trabalhou com o evangelista Juvêncio Paulo de Mello entre os índios ipurinã e aruaque.

Carver escreveu e traduziu muitos hinos. Seu hinário, Os Cânticos do Christãos, incluiu 26 traduções dele. Rolando de Nassau identificou mais duas que aparecem no Cantor Cristão (números 201 e 286). Tanto Carver como o Pr Mello também escreveram alguns hinos indígenas. "Na década de vinte a Missão Bethesda transformou-se na Igreja Evangélica Amazonense"

Bibliografia: Nassau, Rolando de. Os Hinos de Carter, Rio De Janeiro:O Jornal Batista, nº32-Ano XCH, 9 de agosto de 1992. p. 2

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1.119 H.A. 278 - Tal Qual Estou

Charlotte Elliott escreveu este hino em 1834 e ele apareceu pela primeira vez no "Invalid's Hymn Book", em 1836. A autora ficou inválida no últimos cinqüenta anos de sua vida. Ela diz de sua experiência:

"Meu pai celeste sabe, o somente Ele, o que significa, dia após dia, e hora após hora, estar a lutar contra os impulsos do corpo, e uma predominante fraqueza, langor e exaustão, para resolver não me sujeitar a indolência, depressão, irritabilidade, como é a tendência, porém conforme Ele me dá forças, levantar cada manhã determinada a tomar isto como meu lema: 'Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz, e siga-me'."

Em 1822 seu pai foi visitado pelo evangelista Dr. César Malan que perguntou à Srtª Elliott se ela era cristã. A princípio se ressentiu com a pergunta mas logo tomou atitude de uma cristã. O hino foi escrito em numa noite em que Charlotte permaneceu acordada, aflita por sua incapacidade de ajudar nos preparativos de um bazar para angariar fundos para a igreja. Não há dúvida de que este tem sido "o grande hino ganhador de almas" do mundo, porque Charlotte Elliott fez fluir nele todos os sue anseios e desejos de ser "Tua e Tua somente". Há penitência, submissão, e humildade expressas num procedimento sincero. O hino tem tido grande prestígio e tem sido traduzido para muitas línguas.

"Woodworth", a melodia escrita por William B. Bradbry apareceu pela primeira vez na "Mendelssohn Collection or... Third Book of Psalmody", 1849. Bradbury editou esta coleção juntamente com Thomas Hastings. Estando sob a influência de Lowell Mason, em Boston, Bradbury tornou-se organista, dirigiu classes de canto, compilou alguns livros de cânticos, e na igreja foi um influente músico. Era adepto do canto congregacional, e numa conferência sobre música afirmou: "Creio ser privilégio e dever de todos unir-se ao canto como um ato de adoração."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.119.1 H.A. 278 - Tal Qual Estou

Charlote Elliot, uma das hinistas mais destacadas do séc. XIX nasceu em 1789. Foi membro de uma família de certa cultura e tradição ministerial (dois irmãos, um tio e um avô foram pastores). Mostrou seu talento poético desde cedo, escrevendo poesias humorísticas. Uma doença séria em 1821 deixou Charlotte inválida para o resto da sua vida. No ínicio, foi rebelde para com Deus. Queixou-se certa vez: “Se Deus me amasse, não teria me tratado desta maneira”. A visita do ilustre pastor e líder da hinologia francesa, H. A. César Malan, mudou sua vida. O Pastor perguntou a Charlotte se ela realmente tinha aceitado a Cristo. Ela se ressentiu com esta pergunta. Malan, prudentemente, não insistiu, mas disse; ”Não insisto em falar nisso, mas orarei para que você entregue o seu coração a Cristo e que se torne uma grande obreira em sua causa”.

Duas semanas depois, Charlotte procurou aquele grande evangelista. Falou das suas frustrações e dos seus sentimentos.

- “Que devo fazer para ser crente? ”, perguntou ao amigo.- ”Deve ser entregar a Cristo, tal qual está”, veio a resposta.- “Será que Deus me recebe, tal qual estou? ”, perguntou Charlotte, pensando na sua rebeldia, seus

temores, e no seu rancor.- “Sim, tal qual está”, respondeu o Dr. Milan.Charlotte fez isso e, dali em diante, dedicou sua vida a servir ao Senhor. Manteve uma

correspondência com o Dr. Malan por 40 anos, o que muito lhe ajudou a superar sua vida de sofrimentos físicos, e manter um grande ministério espiritual e humanitário. Ao todo, escreveu 150 hinos, que refletiam seu amor pela poesia e pela música. Escreveu muitos hinos especialmente procurando ajudar todas as pessoas que sofriam. Foram publicados em alguns hinários da época. De acordo com Julian, os versos de Charlotte Elliott "São caracterizados pela ternura de sentimentos, simplicidade melancolia, devoção profunda e ritmo perfeito. Para as pessoas sofrendo enfermidades e tristezas, ela canta como poucos."

Em 1834, o irmão de Charlotte procurava organizar uma escola para filhas de pastores sem recursos. Todos ao seu redor se empenhavam a ajudá-lo. Charlotte também queria ajudar, mas, muito doente, era-lhe impossível. Sentia demais a sua invalidez. Mas Deus pôs no seu coração este hino. Escrevendo seis estrofes, lá ajuntou, na sua alma, as grandes certezas, não das suas emoções, mas da sua salvação – do seu Senhor, do seu poder, das suas promessas – e deliberadamente registrou, para seu conforto, a fórmula da sua fé, reiterando a si mesma o evangelho do perdão, da paz e dos céus. A venda do seu hino angariou mais recursos do que os esforços de todos os outros.

"Tal Qual Estou" apareceu pela primeira vez num panfleto em 1835. Charlotte o publicou no seu hinário The Invalid’s Hymn Book (O Hinário Para o Inválido), em 1836. Mais tarde, no mesmo ano, Charlotte adicionou uma sétima estrofe ao hino e publicou-o numa outra coletânea para os que sofrem. Depois da sua morte, em

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1871, descobriram mais de 1.000 cartas agradecimento por este hino. Traduzido para muitas línguas e difundido ao redor do globo, o hino tornou-se o mais usado na hora do apelo em cultos evangélicos.

Em setembro de 1934 o muito conhecido pregador batista Mordecai Ham dirigiu uma campanha evangelistica de 11 semanas em Charlotte, Estado de Carolina do Norte, EUA. Para um certo jovem na multidão, religião era um estorvo. Assistiu à reunião sem querer. Enquanto escutava, entretanto, as palavras do pregador tocaram algo nele. Compreendeu que era verdade. Aquela noite, enquanto o coro cantava Tal Qual Estou, o jovem Billy entregou a sua vida a Cristo. Andou até a frente como profissão pública da sua nova fé. Muita gente associa "Tal Qual Estou" com o jovem que entregou a sua vida a Cristo em 1934. Billy Graham, talvez o mais conhecido evangelista da história, tem viajado ao redor do mundo nos seus esforços de trazer Cristo às nações. O cântico que o chamou para fazer a sua profissão pública tornou-se o hino apelo usado em cada Cruzada Billy Granham.

A melodia extensivamente usada nos Estados Unidos com o texto de Charlotte Elliot é WOODWORTH, composta por William Batchelder Bradbury. Originalmente foi combinada com outro texto e publicada na Mandelssohn Collection editada por Hastings e Bradbury, em 1849. Felizmente Sankey, nas coletâneas Gospel e Cânticos Sagrados, publicadas entre 1875 e 1891, uniu a melodia de Bradbury ao texto de Elliot. Usou esta versão nas suas campanhas com Moody. O resultado foi muito feliz e esta versão foi difundida ao redor do mundo. Ao som desta versão, nas campanhas de Billy Granham, onde este hino é o hino oficial de apelo, milhares já foram à frente fazer sua confissão de fé.

Bibliografia:Ichter, Bill H. Se Os Hinos Falassem. Vol I, Rio de janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP), s/d, p. 328

1.119.2 H.A. 278 - Tal Qual Estou

Os milhares de cristãos fiéis, que dão evidência de sua fé em Cristo, são o bendito fruto da semente plantada em boa terra. Eles ouviram atenciosamente a Palavra de Deus e a assimilaram em suas vidas.

Charlotte Elliott, autora de mais de 150 hinos, foi uma filha rebelde. Talvez a sua enfermidade tenha contribuído para a sua revolta contra Deus. Dizia: "Se Deus me amasse não teria me tratado desta maneira."

Numa visita que seu pai planejou com a finalidade de ajudá-la, ela confessou ao visitante que não sabia como encontrar-se com Deus. Perguntou: "Que devo fazer para ser crente?" Ao que o amigo respondeu: "Deve entregar-se a Deus tal qual está."

"Será que Deus me recebe, tal qual estou?", Charlotte tornou a perguntar pensando na sua rebeldia, nos seus temores e no ódio que tinha em seu coração. Assegurada pela promessa, lida da Bíblia, Charlotte atendeu ao convite de Deus e converteu-se. (Extraído do Livro: Se os Hinos Falassem, do Pr. Bill Ichter).

Estas palavras, "Tal qual estou", ficaram gravadas na mente de Charlotte Elliott e a inspiraram a compor o hino que é freqüentemente cantado em nossos cultos evangelísticos. Tem servido de semente plantada em muitos corações e tem produzido fruto em abundância:

Tal qual estou, eu venho a Ti,Aceita-me, o Salvador! Confiante sou em Teu amor;Ó Salvador, me achego a Ti!

Tal qual estou, eu venho a Ti,Perdão me podes conceder,E minhas faltas esquecer;Ó Salvador, me achego a Ti!

Tal qual estou, eu venho a Ti,E Tu minhálma limparás,Com Teu amor me envolverás;O Salvador, me achego a Ti.

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1.120 H.A. 281 - Eu Venho a Ti, Senhor

O hinólogo Bob Cummings, do seminário Teológico Western (Batista Conservador) de Portland, estado de Oregon, inicia sua consideração da mensagem deste hino de oração com a pergunta:

"Como é que se prepara para se encontrar com alguém importante? Seja qual for o motivo do encontro, quanto mais importante a pessoa que vamos encontrar, tanto mais cuidadosamente nós nos preparamos.(...) Mas, como chegaremos a Jesus?"

Horatius Bonar falou da única maneira pela qual podemos nos aproximar de Cristo:“É com os nosso pecados que nos aproximamos de Deus, pois não possuímos mais nada realmente

nosso. (...) O arrependimento verdadeiro começa com o conhecimento do amor perdoador de Deus. (...) Todo mal que está no pecador não poderá impedir sua justificação; e toda a bondade (se tiver) que há nele, não o ajudará a alcançá-la. (...) Jesus Cristo é o Salvador de grandes e verdadeiros pecadores, que merecem nada além de total condenação.

Precisamos chegar a Jesus com nada além dos nossos pecados, porque assim, acha-Lo-emos pronto a mostrar-nos misericórdia, pronto para perdoar e generoso em cancelar o salário cruel do pecado."

Neste comovente hino, o autor retrata o tremendo contraste entre a sua vida sem o Redentor e depois de conhecê-lo; as palavras “tristes, sombrio, luta, tentação e aflição” descrevem seu estado sem Jesus. Alegria e conforto ele acha em Sua presença. Vaidades e ilusões ficam para trás; o querer, amor, vontade e graça do Pai ele recebe. Se antes temia a morte, com a presença de Cristo, não há receios. Em alegre obediência a seu Rei e Senhor, no futuro, junto a Cristo, estará no céu da glória. Que todos que ainda não o conhecem venham ao Salvador, cantando “eu venho a ti Senhor”, para que assim recebam as abundantes bênçãos que Ele providencia para todo o pecador através da sua encarnação, vida, sofrimento, morte e ressurreição.

Este ótimo hino para apelo também surgiu da parceria do autor, William True Sleeper, e o compositor George Colem Stebbins. Foi publicado pela primeira vez no Gospel Hymns N° 5, em 1887, com o subtítulo de Salmo 71:4. Sankey também publicou-o nas suas coletâneas na Inglaterra, assim difundindo-o ao redor do mundo.

JESUS,I COME (Jesus, Eu Venho), o nome da melodia, provém do título original deste hino.O autor, William True Sleeper nasceu em Danbury, estado de New Hampshire, EUA, em 9 de

fevereiro de 1819. Formou-se pela Universidade de Vermont e fez teologia pelo Seminário Teológico de Andover, em Newton, estado de Massachusetts. Ordenado para o ministério pela Igreja Congregacional, trabalhou fundando igrejas na cidade de Worcester, daquele Estado. Mais tarde, tornou-se missionário no Estado de Maine, onde estabeleceu três igrejas. Chamado para pastorear uma das igrejas que fundou em Wocester, serviu àquela igreja com muito sucesso por trinta anos.

Sleeper publicou um livro de poemas e hinos chamado The Rejected King and Hymns of Jesus (O Rei Rejeitado e Hinos de Jesus), em 1883.

Faleceu em Wellesley, Massachussetts,em 24 de setembro de 1904.A visão missionária e os dons musicais de Sleeper continuaram em seus filhos. Todos os três se

destacaram em seus ministérios, especialmente William W. Sleeper, que foi missionário na Bulgária, de 1852 a 1887, e depois se tornou muito respeitado como bibliotecário de Música da célebre faculdade Welleslley. Destacou-se não somente por causa das suas pesquisas criteriosas, mas como pastor da igreja Congregacional e por seu trabalho entre “meninos de rua” da cidade.

Bibliografia: Cummings, Bob, Jesus, I Come. In: Hustad, Donald P. - The Worshiping Church - A Hymnal, Worshiping Learder’s Edition, Carol Stream, IL. Hope Publishing Company, N° 448.

1.121 H.A. 282 - Tempo de Ser Santo

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos): O Sr. Longstaff, de Sunderland, Inglaterra, escreveu este cântico após ouvir um sermão em New Brigthon sobre "Sede vós santos como Eu também sou Santo".

"Tempo de ser Santo" foi publicado pela primeira vez em "Gospel Hymns and Sacred Songs and Solos" em 1891. Tem sido muito usado em reuniões de consagração neste país (U.S.A) e na Inglaterra. O Sr. Longstaff era o tesoureiro da Capela de Bethesda em Sunderland quando realizamos nossas primeira reuniões naquela cidade, e foi o primeiro a escrever algo com relação às nossas reuniões na Inglaterra.

Um bispo protestante Episcopal de Michigan relatou certa vez a seguinte experiência a um grande auditório em uma das reuniões do Rev. E. P. Hammond em St. Louis:

"Uma jovem atriz, de talento e bondosa estava andando na rua de uma grande cidade. Vendo, através da porta entreaberta de uma bela mansão uma mocinha pálida e doente deitada num sofá, ela entrou, na esperança de por sua vivacidade e conversa agradável poder ajudar a jovem inválida.

A jovem doente era uma cristã devota, e suas palavras, sua paciência, submissão e a luz divina que parecia brilhar em sua face, demonstravam tão bem o espírito de sua religião que a atriz foi levada a pensar profundamente e tornou-se uma verdadeira seguidora de Cristo. Ela contou ao seu pai, o diretor do grupo teatral, a respeito de sua conversão e do seu desejo de abandonar o palco, afirmando que não poderia viver uma vida realmente cristã a seguir a carreira de atriz.

O pai ficou atônito, e disse-lhe que seu meio de vida estaria perdido e que os negócios ficariam arruinados se ela persistisse em sua resolução. Ela abrandou seu propósito por amor a seu pai e consentiu em

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cumprir, parcialmente, o compromisso do qual já havia sido feita publicidade. Ela era a estrela do grupo, e a preferida por todos. Os preparativos foram feitos para a peça em que ela deveria aparecer.

Chegou a noite marcada e o pai estava alegre por ter ganho a filha de volta e porque o seu meio de vida não estaria perdido. Chegou a hora; a sala de espetáculos estava repleta. A cortina subiu e a jovem atriz veio para frente do palco com passo firme em meio aos aplausos da multidão. Uma luz diferente brilhava em sua bela face. em meio ao grande silencio que se fazia no auditório, ela repetiu:

"Jesus, sempre Te amo, porque sei que és meu;A Ti seja a glória, aqui e no céu.Tu és meu amparo, meu bom Redentor,Fiel e submisso serei ao Teu amor."

Isto foi tudo. Através de Cristo ela havia vencido; deixando o auditório em lagrimas, ela retirou-se do palco para nunca mais pisar nele. Por meio de sua influência, seu pai converteu-se através dos esforços conjugados de ambos em obras evangelísticas, muitos foram levados a Deus.

Este hino foi cantado, em 1867, por mil vozes, no funeral do herói missionário escocês, Robert Annan, que morreu afogado na baía de Dundee ao tentar salvar uma criança que se afogava.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.122 H.A. 287 - Minha Entrega

“Realmente não é importante o que fizeres conosco, Senhor – simplesmente faz a Tua vontade nas nossas vidas.” Esta simples oração de entrega total de uma senhora idosa num culto de oração gravou-se no coração de Adelaide Addison Pollard. Adelaide tinha ido ao culto, naquela noite de 1902, muito desanimada, por causa de sérias dificuldades que estava enfrentando. Porém a oração daquela senhora, que não incluía petições por bênçãos, mas simplesmente pedia que Deus fizesse Sua vontade nas vidas de todos os presentes, mudou todos os seus pensamentos. Ao chegar em casa, meditou no trecho, de Jeremias 18:3-4:

"Desci, pois, à casa do oleiro, e eis que ele estava ocupado com sua obra sobre as rodas.Como o vaso, que ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer."

Antes de deitar-se àquela noite, Adelaide completou as quatro estrofes do hino Cristo, Bom Mestre, Eis meu Querer. (Minha Entrega). Baseando a estrofe 1 em Jeremias 18:1-6, ela incluiu, no original, a frase: “Tu és o oleiro, eu sou o barro”. As estrofes seguintes relembram Salmo 51:7, Mateus 28:18, e Gálatas 2:20, respectivamente.

Adelaide Addison Pollard nasceu Sarah Addison Pollard, em 27 de novembro de 1862, em Bloomfield, Estado de Iowa, EUA. Mais tarde adotou o nome de Adelaide. Formando-se em oratória e cultura física na Escola de Oratória de Boston, estado de Massachusetts, mudou-se para Chicago e ensinou em algumas escolas femininas . Embora fosse de um lar fortemente presbiteriano, na sua busca de saúde (era diabética) e bem estar espiritual, Adelaide tomou parte em alguns movimentos considerados extremistas.

Adelaide procurou ir, sem sucesso, como missionária para a África, e ensinou alguns anos numa escola de missões em Nyack, estado de Nova Iorque. Logo antes da Primeira Guerra Mundial, conseguiu, com a idade de 60 anos, passar alguns meses numa missão na África, mas a guerra forçou sua transferência para a Escócia, onde permaneceu até 1929.

Voltando para os Estados Unidos, continuou o seu ministério evangelístico pelo nordeste. Sempre com saúde precária, voltava para casa de quando em quando para se recuperar. Foi um ataque durante uma viagem que a forçou a parar, uma semana antes da sua morte, em 20 de dezembro de 1934, com 72 anos de idade.

Adelaide escreveu muita prosa e numerosos hinos, mas raramente assinou seus escritos; neste hino colocou simplesmente A. A. P. Este é o único texto de hino seu, em uso hoje.

George Colem Stebbins, escreveu a melodia ADELAIDE para este texto, e incluiu o hino no Northfield Hymnal with Alexander’s Suplement em 1907. Apareceu em mais dois dos hinários publicados por Biglow and Main (hoje Hope Publishing Company) no mesmo ano.

Bibliografia: Osbeck, Kenneth W., 101 More Hymn Stories, Grand Rapids, MI, Kregel Publications, 1985, p. 112.

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Page 93: HISTÓRIA DE HINOS

1.123 H.A. 289 - Mais Perto da Tua Cruz

Este popular e útil hino de consagração foi escrito por Fanny Crosby e musicado por W.H. Doane. Foi muito adotado por Sociedade de Esforço Cristão, neste país e na Inglaterra.

Fanny J. Crosby estava em visita ao lar do Sr. W.H. Doane, em Cinccinati, Ohio. Eles estavam conversando sobre a proximidade de Deus; era a hora do pôr do sol. O assunto impressionou tanto a popular escritora que antes de retirar-se para dormir, já havia escrito as palavras este hino, que se tornou um dos mais úteis que já escreveu. A música, escrita pelo Sr. Doane, adaptou-se tão bem ás palavras, que o hino se tornou muitíssimo apreciado onde quer que o hinário “Gospel Hymns” era usado.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.124 H.A. 290 - Jesus Sempre Te Amo

Esta comovente letra de William Ralph Featherstone, escrita aos seus dezesseis anos em 1862 (possivelmente ao converter-se), traça a íntima ligação entre amar e submeter-se a Cristo, nosso Mestre, Senhor e Rei. Featherstone enviou a letra para sua tia, que achou por bem recomenda-la para publicação. Foi publicada em The London Hymn Book (O Hinário de Londres) em 1864 e em mais oito coletâneas antes de aparecer com a melodia de Adoniram J. Gordon. Mas é esta melodia, com que está associada hoje, que fez o hino aparecer em hinários pelo mundo afora.

Da vida de William Ralph (ou Rolf) Featherstone sabemos pouco. Nascido em Montreal, no Canadá em 23 de julho de 1846, num lar cristão, foi membro duma igreja metodista wesleyana. Aparentemente continuou em Montreal durante toda a sua vida, vindo a falecer em 20 de maio de 1873

Adoniram Judson Gordon (1836-1895), cujo nome foi dado em homenagem ao missionário pioneiro batista na Índia e Birmânia, compôs a melodia que recebeu o seu nome, GORDON, para o texto de Festherstone. Apareceu pela primeira vez no hinário que Gordon compilou em parceria com S. L. Caldwell, The Service of Song for Baptist Churches (O Serviço de Cânticos para as Igrejas Batistas), em 1876.

Adoniram Gordon teve uma vida que demonstrou seu amor verdadeiro por Cristo, Bacharelou-se pela Universidade Brown, Estado de Rhode Island, EUA, estudou teologia no Seminário Teológico Newton (hoje Andover-Newton), em Massachussetts. Ordenado ao ministério batista em 1863, serviu em igrejas do mesmo estado. Foi notável como pastor da Igreja Batista Clarendon Street, em Boston, pastorado que ocupou durante vinte e cinco anos.

O encontro de Gordon com o Evangelista, D. L. Moody, em 1877, transformou a sua vida. Com nova vitalidade espiritual, tornou-se gigante no campo de missões mundiais. Sua igreja repetidamente ultrapassou-se nas suas ofertas para missões. Na Conferencia Centenária de missões Anglo-Americanas, na Inglaterra, Gordon ganhou "reputação internacional como apologista para o empreendimento missionário". Fez uma conferencia missionária em Endimburo, na Escócia, com A.T. Pierson, outro ilustre líder internacional em missões. Lograram inédito sucesso levantando verbas e grande número de voluntários entre os jovens escoceses.

De volta à sua terra, foi eleito relator da Comissão Executiva da União Missionária Batista Americana. Sob sua liderança, a missão cresceu notavelmente, especialmente na África. Também tornou-se mentor do movimento de Estudantes Voluntários, cujo lema era: "A evangelização do mundo nesta geração." Sua declaração, "Nossa tarefa não é trazer todo mundo a Cristo, mas indisputavelmente é levar Cristo a todo o mundo", continua a ser o âmago da nossa visão até hoje

"Se Gordon foi gigante no campo de missões, foi um verdadeiro pioneiro em educação teológica de homens e mulheres leigos". Por causa do seu compromisso missionário legendário, fundou a Escola Boston de Treinamento Missionário. Liderou na aceitação de mulheres ente as fileiras missionárias, convicto dos seus dons e capacidades e de que o "ide" de Jesus incluía a elas. Seu exemplo inspirou líderes por todo o mundo a levantarem semelhantes escolas de treinamento. A faculdade e o Seminário Gordon-Conwel em South Hamilton, também em Massachusetts, sucessores da notável escola de Gordon, hoje levam o nome deste grande servo de Deus.

Gordon foi um dos redatores de dois hinários batistas, redator da revista mensal The Watchword (A Divisa) e autor duma série de livros devocionais chamada Quiet Talks (Palestras Devocionais) . A Universidade Brown lhe conferiu o grau de Doutor em Divindade (honoris causa) em 1873.

Em 2 de fevereiro de 1895, em Boston, Adoniram Judson Gordon fechou os seus olhos. Foi muito digno do seu nome. O primeiro Adoniram teria tido orgulho dele.

Bibliografia: Robert, Dana L., in: Rosell, Garth M., ed., The Vision Continues, South Hamilton, Massachussetts, Gordon Conwell Theological Seminary, 1992, p. 6.

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Page 94: HISTÓRIA DE HINOS

1.125 H.A. 291 - Muitos Há Que Me Contemplam

Um homem de vinte e três anos de idade escreveu este hino como uma mensagem pessoa à sua mãe, enviando-a do Japão a New Britain, Connecticut. Este hino é uma mensagem viva de jovem para jovem.

Howard Arnold Walter graduado em Princeton em 1905, foi ao Japão, onde o hino foi escrito; mais tarde foi ordenado ao ministério e passou algum tempo na Índia a serviço da Associação Cristã de Moços. Quando seu médico lhe disse que não tinha muito tempo de vida por causa do estado do seu coração, ele disse: "Isto torna mais essencial que eu volte a trabalhar imediatamente."

A mensagem deste hino é o credo de muitos jovens consagrados na igreja hoje. "Eu quero ser verdadeiro, mui puro...veraz, forte... bravo... humilde...manso... bom... Eu quero cada dia, à Tua Lei divina obedecer." Nada há de negativo, insatisfação ou pessimismo neste hino. Está cheio do espírito dos jovens cristãos. Por isso é que os jovens em todos os lugares gostam de cantá-lo.

A melodia "Peek" recebeu este nome em homenagem a Joseph Yates Peek que escreveu o arranjo especialmente para ele. Um acontecimento interessante em relação à escrita desta melodia é narrado por Hon Edgar M. Doughty, Brooklin, ao Dr. Reginald L. McAll, que conta o seguinte:

"O Sr. Walter encontrou o Sr. Peek e lhe deu uma cópia do hino. Joseph Yates Peek ficou tão impressionado com as palavras que creu que se elas fossem musicadas, teriam seu valor realçado no futuro. Sob esta impressão é que sentiu mentalmente uma melodia.

Não estando capacitado a compor música, confiou suas impressões e idéias a seu amigo, Dr Tuller, organista e compositor que o encorajou a lhe assobiar a melodia, enquanto ele o acompanhava ao piano, e tomava apontamento das notas... Desta forma, o Dr. Tuller foi capaz de transcrever para as folhas de música as impressões do Sr. Peek de tal forma que ele mesmo podia editá-las. Logo que a melodia foi criada o Sr. Peek notou o seu valor. Várias ofertas para a venda do hino foram rejeitadas, sendo a intenção deixá-lo livre para fazer todo o bem que pudesse."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.126 H.A. 293 - Teu Divinal Amor

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

O professor W. F. Sherwin estava certa ocasião, realizando um congresso de Escolas Dominicais no Maine. Este hino foi usado nas reuniões, e um jovem advogado ficou tão impressionado com ele, especialmente pela terceira estrofe, que mudou os planos de sua vida. Consagrou-se ao serviço de Cristo, e desse dia em diante devotou-se de coração ao trabalho evangelístico.

"Uma grande família uniu-se recentemente à minha igreja," diz um pastor em Glasgow. "A mãe contou-me que, enquanto eram estranhos na cidade, ela entrou em nossa capela, em um momento em que estava muito desanimada. Seu coração foi reanimado quando a congregação cantou 'Teu Divinal Amor'."

Este hino que é agora famoso em muitas terras, foi publicado pela primeira vez há mais de quarenta anos no "Watchman and Reflector" e daí foi copiado por vários outros jornais religiosos. O Dr. Robert Lowry pedira ao autor, Rev. Sr. Phelps, que lhe arrumasse alguns hinos para o hinário "Pure Gold", (Ouro Puro), que ele e W. H. Doane estavam preparando. Entre outras contribuições do Sr. Phelps encontrava-se "Teu Divinal Amor".

O Sr. Lowry compôs a melodia com a qual tem sido sempre usado. No septuagésimo aniversário do autor - nove anos antes de sua morte em 1895 - este recebeu a seguinte mensagem de congratulações do Dr. Lowry:

"Vale a pena viver setenta anos, mesmo que disto nada mais resulte do que um hino como 'Teu Divinal Amor'. Feliz é o homem que pode produzir um hino que o mundo continuará cantando após o autor não mais existir."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 95: HISTÓRIA DE HINOS

1.127 H.A. 298 - Toma ó Deus, Em Tua Mão

A Srtª Frances Ridley Havergal escreveu no dia 4 de fevereiro de 1874 em Areley House:

"Cheguei para uma visita de cinco dias. Havia dez pessoas na casa, algumas das quais não eram convertidas, e por quem muitos oravam; outras eram convertidas, porém, não cristãs fervorosas. Fui inspirada a orar: -'Senhor, dá-me todos nesta casa,' e Ele o fez.

Antes de eu partir, cada uma tinha recebido uma benção. Na última noite sentia-me tão feliz que não pude dormir; passei a maior parte da noite em fervor e renovando a minha própria consagração. As quadras deste hino vieram-me à mente uma após outra, até o último verso 'Sempre, somente, tudo para Ti'. (No original em inglês).

O hino foi publicado pela primeira vez no "Songs of Grace and Glory", do Apêndice de Snepp, 1874, e mais tarde no "Loyal Response" da autora, em 1878.

A Srtª Havergal passou vinte e um dos seus quarenta e três anos numa cadeira de inválida, sem se queixar. Era uma senhora extremamente talentosa. Leu com a idade de três anos e quando ainda menina, sabia de cor o Novo Testamento inteiro, os Salmos e Isaías. Sua vida era inteiramente consagrada a Deus, e cada frase do hino expressava sua própria experiência, demonstrando sua grande sinceridade. Este hino é um verdadeiro hino de consagração.

"Hendon" é uma melodia apropriada para este texto, escrita por Henri Abraham César Malen. A seguinte homenagem lhe é conferida por H. Leigh Bennett, um funcionário da Catedral de Lincoln:

"O maior nome na história dos hinos franceses é o de César Malan, de Genebra. O acervo de hinos foi muito aumentado partindo de um pequeno numero de contribuições; Malan compete sozinho com a abundância de composições apresentadas por Watts e Wesley. Como Watts, ele deu o primeiro grande impulso na apreciação geral de hinos na adoração pública; como Charles Weley, ele foi poeta e interprete de um grande movimento religioso, que almejava maior expressão devocional. A primeira idéia de compor hinos parece ter lhe sido sugerida por um amigo, em 1821".

A melodia "Hendon" apareceu pela primeira vez em 1827. Ao todo, Malan escreveu mais de 1000 hinos e melodias. Foi ele o evangelista que influenciou Charlotte Elliott.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.128 H.A. 301 - Crer e Observar

Eis aqui um belo hino, escrito pelo Sr. John Henry Sammis (1846-1919), nascido em Nova Iorque,EUA.Ele era homem de negócios e um bom cristão, onde residia, em Longansport, Indiana. Mais tarde

deixou os seus negócios e passou a servir como secretário duma organização cristã para a mocidade. Depois disso, formou-se pastor presbiteriano. De 1909 até a sua morte, em 1919, trabalhou na faculdade do Instituto Bíblico de Los Angeles.

É interessante como um pequeno incidente pode originar grandes coisas, como é o caso deste hino. Quem nos conta é o Sr. Daniel B. Towner, de Roma, estado da Pennsylvania.

Diz ele: 'Há muitos anos atrás o Sr. D. L. Moody estava dirigindo umas reuniões evangelísticas na cidade de Crockton, estado de Massachusetts, e eu tive o prazer de cantar os hinos para ele naquela ocasião. Certa noite, após uma das reuniões, um jovem levantou-se e fez a seguinte confissão: 'Eu não tenho muita certeza, mas vou confiar e vou obedecer'. Anotei aquela sentença e enviei-a ao Sr. John Henry Sammis, contando-lhe como e de quem a ouvira. Este, tomando por base a referida sentença, escreveu o hino que até hoje é cantado entusiasticamente pelos cristãos em todo o mundo.

O Sr. Daniel Brink Towner nasceu em Roma, cidade situada no Estado de Pensylvania, nos Estados Unidos. Era possuidor de grande talento musical, colocou toda a sua imensa capacidade a serviço da música sacra. Em 1855 juntou-se ao Sr. D. L. Moody, servindo como director do Departamento Musical do Instituto Bíblico Moody desde 1893 até a sua morte repentina, em 3 de outubro de 1919, em Longwood, quando dirigia a música numa campanha evangelística. Possuía uma linda voz de barítono e alcançou projecção como cantor. Foi editor de muitos hinários e compôs músicas para centenas de hinos. A ele devemos a linda música do hino focalizado cujo nome é "Trust and Obey" (Confiar e Obedecer).

A letra portuguesa que cantamos é uma tradução do Sr. Henry Maxwell Wright e aparece em Hinos e Cânticos com o número 314.

Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos22.html

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1.129 H.A. 314 - Guarda, Faz Troar ao Longe

Estas palavras foram escritas por H. L. Gilmour, que se tornou famoso no fim do século passado, mas de quem não se sabe nada mais. O hino enfatiza a responsabilidade de cada cristão em geral e de cada ministro em particular. O autor toma como exemplo a figura do sentinela usada pelo profeta Ezequiel no capítulo 33, versos 2 a 5 de seu livro.

A música, sem nome como muitas outras deste compositor, foi escrita por William James Kirkpatrick, o mesmo que compôs inúmeros outros hinos de nosso hinário ( ver no índice de compositores e autores, ao final do hinário ).

1.130 H.A. 319 – Mãos ao Trabalho

Letra: Anna Louisa Walker Coghill (1836-1907)Música: Lowell Mason (1792-1872)

Anna Louisa Walker Coghill naceu em 23 de Junho de 1836 em Kiddermore, Staffordshire, Inglaterra. Ela tinha apenas 18 anos de idade quando compôs as palavras deste hino, que foi publicado pela primeira vez, no seu livro “ Poemas” em 1868.

Em 1857, a família de Anna mudou-se para o Canadá. Eles se estabeleceram primeiramente em Pointe-Lévy e depois mudaram-se em 1858 para Sarnia, onde o pai de Anna trabalhou na ferrovia. Por volta desta época, Anna e suas duas irmãs, Isabella e Frances, dirigiram uma escola para moças. Anna retornou à Inglaterra em 1863 e trabalhou como governanta e revisora de livros. Em 1883, casou-se com Harry Coghill e mudou-se para Coghurst Hall, perto de Hastings, Inglaterra.

O texto deste empolgante hino foi sugerido pelas palavras de Jesus : “A noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (João 9:4) . A música foi escrita pelo conhecido compositor Lowell Mason, Foi usado com freqüência mas reuniões de Moody e Sankey, na Inglaterra e América.

Lowell Mason demonstrou um intenso interesse pela música desde a infância. Ele morou em Savannah, Georgia, por 15 anos, trabalhando como atendente de banco, mas perseguindo paralelamente o seu verdadeiro amor – a música. Ele estudou com F. I. Abel, aprimorando suas habilidades até o ponto de começar a compor a sua própria música. Numerosos editores na Filadélfia e em Boston rejeitaram suas primeiras obras, até que foi finalmente aceito em 1822 pela Handel and Haydn Society de Boston, Massachusetts, seu estado de nascimento. Contudo, a coleção não levava o nome de Mason, como ele próprio relata: “Na época eu era um bancário em Savannah, e não queria ser conhecido como um músico, pois nunca havia imaginado fazer da música uma profissão.”

Mal sabia ele que a coleção “rejeitada” teria, eventualmente, 17 edições (algumas fontes dizem 21) e venderia 50.000 cópias. Foi adotada por escolas de canto em Nova Inglaterra e, eventualmente, por coros de igreja. Depois de ver o suesso de seu trabalho, Mason retornou a Boston em 1826. Tornou-se ainda o diretor de música das igrejas de Hanover, Green, e Park Street, ficando alternadamente seis meses em cada congregação.

Finalmente, fez um arranjo permanente com a igreja da Bowdoin Street, embora ainda mantivesse seu trabalho como caixa do banco American Bank. Contudo, a música continuou a impulsioná-lo; ele se tornou o presidente da Handel and Haydn Society em 1827.

Foi em Boston que Mason tornou-se o primeiro professor de música em uma escola pública americana. Em 1833, foi o co-fundador da Boston Academy of Music; em 1838, foi nomeado superintendente do sisyema escolar de Boston. Lowell Mason escreveu mais de 1.600 obras religiosas, e é chamado freqüentemente de “pai da música sacra americana”.

1.131 H.A. 323 - Eis de Cristo a Voz Que Chama

Letra: Daniel March (1816 - 1909)Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)

Daniel March nasceu no dia 21 de julho de 1816 em Millbury, Massachusetts. Estudou na Academia Millbury , no colégio Amherst e na Universidade de Yale, onde formou-se em 1843. Estudou teologia e foi ordenado como ministro da igreja Congregacional em 1845, tendo atuado como pastor de várias igrejas Presbiterianas e Congregacionais.

A Universidade da Pennsylvania lhe deu um grau de doutorado em 1864. Entre seus livros, podemos encontrar: "Walks and Homes of Jesus" (1866) ; "Night Scenes in the Bible" (1868) ; "Our Father's House" (1870) ; "From Dark to Dawn" (1873); e "Home Life in the Bible" (1875).

O nome de Daniel March tornou-se conhecido nos meios adventistas após a autora adventista Ellen G. White ter sido acusada por seus detratores de haver plagiado porções do livro "Night Scenes in the Bible", de March, em seus escritos.

March tinha um intenso interesse pelas missões e era conhecido pelas palestras que proferia durante as suas viagens pelo mundo.

Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma

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pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.132 H.A. 325 - As Novas do Evangelho

As novas mais alegres que há neste mundo são as que nós temos; “as novas do evangelho”. Estas novas de alegria e de perdão, escritas em João 3:16, anunciam que Deus nos amou tanto, que mandou seu Filho amado para ser o Salvador “de todo aquele que nele Crê”, afastam para sempre as trevas e anunciam vida e paz. Levam todos, a saber, que o Pão do Céu veio para nos dar vida, alimentar, sustentar e ser presente em cada em que nele crer. “Como água fresca para o homem sedento, tais são as boas-novas de terra remota” (Provérbios 25:25). Cantemos estas boas-novas! Proclamemos estas boas-novas! Vivamos estas boas-novas!

Samuel Wesley Martin escreveu a letra e música deste hino. Sankey publicou-o em Gospel Hymns n° 3 , em 1878, e em Sacred Songs and Solos N° 1 & 2, em 1881. Pelo que sabemos, este é o único hino de Samuel Martin. Certamente escreveu-o celebrando as boas-novas que chegaram a ele e transformaram a sua vida.

A única informação disponível sobre Samuel Wesley Martin é que ele nasceu em Plainsfield, Estado de Illinois, EUA, em 1839. Ele pode ter enviado, ou entregue seu hino a Sankey e o evangelista-solista-publicador reconheceu imediatamente o seu valor.

O nome da melodia, THE GOSPEL BELLS (Os Sinos do Evangelho), provém do título e das primeiras três palavras das estrofes do original. Em algumas partes da Europa, e na outra América, as igrejas evangélicas também têm historicamente torres para colocar os sinos. Era muito comum os sinos anunciarem o começo do culto nas igrejas. Porém, isto não se deu, no Brasil onde, durante o período do império era proibido às igrejas não católicas anunciarem seus cultos ou terem aparência de igrejas.

Joseph Jones sabia que as igrejas evangélicas em Portugal e no Brasil não tinham sinos. Ele adaptou o hino em 1887, preservando sua mensagem central. Quem proclama as boas-novas somos nós, que cremos em Cristo. Foi assim que a mensagem chegou até nós, e assim a mensagem chegará aos que não a conhecem!

Bibliografia: Ginsburg, Salomão L. Um Judeu Errante no Brasil, Trad. De Manuel Avelino de Souza 2ª edição, Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP).

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1.133 H.A. 326 - Vaso de Benção

Ser um canal dos propósitos de Deus [como vaso de benção] é a chamada mais alta na vida. A cada crente é dado ao menos um dom espiritual para esta obra. Quando usamos este dom, as nossas vidas são abençoadas e enriquecidas por Deus enquanto ele nos usa para abençoar os outros (...). Nosso ministério aos outros, entretanto, sempre se baseia no que temos primeiro recebido e experimentado com Deus. Nunca podemos nutrir outros espiritualmente até que primeiro Deus nos tenha nutrido.

Harper G. Smith escreveu este hino, letra e música, em 1903. James McGranahan publicou-o em 1904, na sua coletânea Hymns, Psalms, and Gospel Songs (Hinos, Salmos e Cânticos Gospel).

Não importa a obra para a qual Deus nos chame, seja ela grande ou pequena, receberá sua prometida bênção quando fazêmo-la fielmente e com os motivos mais sinceros. As Escrituras também ensinam que as nossas obras de compaixão e misericórdia precisam ser feitas com alegria, nunca meramente por "dever".

Harper G. Smyth sempre procurou ser "um vaso de Bênção" em todos os seus múltiplos empreendimentos. Nascido em Nova Iorque, em 16 de março de 1873, recebeu aprimorado treinamento no Instituto de Artes Musicais daquela cidade. Dono de uma bela e possante voz, foi membro da afamada Companhia Metropolitana de Ópera por dois anos. Crente dedicado, procurou ser usado por Deus, tanto no serviço da igreja como no trabalho secular. Regeu coros de igrejas em diversos Estados e por um tempo, dirigiu a música para as campanhas evangelísticas de J. Wilbur Chapman, como também de Maud Ballington Booth do Exército da Salvação. Também foi regente na Convenção Nacional Republicana, em Cleveland, em 1924.

Habilidoso escritor, durante a Primeira Guerra Mundial Smyth ficou famoso pelas apoteoses que escrevia, atividade que continuou por muitos anos. Publicou Let’s Adventure in Personality (Vamos Aventurar em Personalidade), em 1941, freqüentemente dando preleções sobre esse assunto.

Smyth manteve um estúdio para o ensino de canto em Cleveland durante todos os seus anos ali. Escreveu cerca de 25 hinos e cânticos, mas este é seu único hino em uso hoje.

A comissão do Baptist Hymnal (Hinário Batista - 1956) deu o nome EUCLID à melodia de Smyth, em homenagem à Igreja Batista da Avenida Euclid, em Cleveland, Estado de Ohio, onde Smyth foi regente congregacional oficial de 1913 até a sua morte em 25 de agosto de 1945.

Certamente, ser um "vaso de benção" foi a meta do dedicado missionário-hinista William Edwin Entzminger (1859-1930), que escreveu ou traduziu 72 hinos para o Cantor Cristão.

Bibliografia: Hinário para o Culto Cristão- Notas históricas- Edith Brock Mulholhand (Compiladora)- Rio de janeiro; JUERP, 2001

1.134 H.A. 333 - Há Um Dever

Este hino no Hinário Adventista, tem a versão do pastor Dario Pires de Araújo, (Ver H. A. 213) .É colocado como tema "E disse-lhes : Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura"

Marcos 15:15. Ele é um convite ao trabalho missionário, levar as boas novas de amor, aos pecadores que não conhecem o poder salvador de Jesus Cristo nosso Senhor.

Porém, existem duas letras para esta música, sendo que a mais conhecida dos cristãos brasileiros é uma que se chama Deus dos Antigos.

Esta letra do Rev. Daniel Crane Roberts, que nos "fala de Deus como o criador do universo e de como Ele nos guia como nação", foi escrita para a celebração do centenário do dia da independência americana em 1876 na pequena cidade de Brandon, Estado de Vermont, EUA. Roberts "suplica que a proteção de Deus continue eterna, fortalecendo-nos para glorificar o Seu nome.

Seu texto afirma fé na liderança passada de Deus à nação, e invoca sua bênção contínua como "soberano, protetor, guia e sustentador". Israel conhecia a importância do favor de Deus, "Bem aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor". (Salmos 33:12) . Assim, esse hino dá para o país uma postura de invocação em procurar a benção continua do Senhor. "A nossa vida vem fortalecer para o teu nome sempre engrandecer".

Pelo seu valor excepcional, a letra foi publicada em diversos jornais da época. Em 1892, submetida anonimamente, foi incluída no hinário episcopal, The Hymnal (O Hinário), com a música que George W. Warrem compôs especialmente para ela em 1887, tendo por nome NATIONAL HYMN, (Hino Nacional). Com esta música, desde então, este hino não somente tem sido incluído em hinários pelo mundo afora, mas selecionado para um bom número de extraordinárias celebrações eclesiásticas e nacionais.

O autor, Daniel Crane Roberts (1841-1907), formou-se na Faculdade Kenyon, em Gambier, Estado de Ohio, EUA. Ordenado pela Igreja protestante Episcopal em 1866, serviu em diversas igrejas do nordeste americano. Foi chamado para a Igreja St, Paul, de Concord, Estado de New Hampshire em 1878, onde permaneceu até sua morte, Roberts foi Presidente da Sociedade Histórica Estadual daquele Estado por muitos anos. Foi honrado com o Doutorado em Divindade (honoris causa) pela Universidade de Norwich.

Geroge William Warren (1828-1902), organista americano, compositor da melodia NATIONAL HYMN, nasceu na cidade de Albany, do Estado de Nova Iorque. Praticamente auto-didata, foi organista em diversas grandes igrejas do estado. Escreveu muita música sacra, e em 1888 editou um hinário intitulado Hymns and Tunes as Sung at St. Thomas’Church (Músicas e Hinos Como São Entoados na Igreja de São Tomás) .

João Wilson Faustini fez a primeira tradução para o português deste imponente hino em 1955 e, embora esta tenha sido usada em comemorações diversas, divulgadas até por rádio e televisão, Faustini,

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insatisfeito com a primeira tentativa, fez uma segunda tradução em 1958 para Os Céus Proclamam, Vol. 1, com o título Deus dos Antigos, é esta usada pelo Cantor Cristão e consta aqui neste relato.

Por anos, os conjuntos corais tiveram o privilegio de cantar este hino com o arranjo do compositor e hinólogo Dr. William J. Reynolds, achado na coletânea Antemas Corais, compilado por Bill Ichter, e publicado pela Casa Publicadora Batista (JUERP) em 1961.

Bibliografia: Faustini, João Wilson, O Reino de Deus na Terra, História dos Hinos, Os Céus Proclamam, Vol. 1, Jandira, SP, Instituto José Manuel da Conceição, 2ª ed., 1959. p. 43

1.135 H.A. 338 - Brilho Celeste

Um dia, em 1899, o Pr. George Harrison Cook foi ao Pr. Henry J.Zelley com um pedido. "Meu amigo, quero que me ajude", disse o hinista-compositor, "Deus me deu uma linda melodia, mas não consigo escrever as palavras certas para ela. Posso toca-la para o irmão?" "Claro", foi a resposta de Zelley, "deixe-me ouvi-la". Deste encontro dos dois pastores–hinistas surgiu o feliz e altamente cantável hino Brilho Celeste, que expressa a grande alegria do crente que tem a certeza: "Ele nunca me deixará.Nem sombras nem nuvens podem apagar a sua luz sobre o meu caminho! Meu Salvador me guiará bem de perto em todo o meu caminho para a 'mansão', por isso, 'com alegria sigo cantando, pois Jesus Cristo me satisfaz'."

Em 1900, o hino apareceu no hinário Gospel Praises (Louvores Gospel), uma das dezenas de coletâneas de gospel hymns editadas por Kirkpatrick e Gilmour.

O estribilho de Brilho Celeste dos anos 1931 a 1981, soava pela rádio cada domingo à tarde em todos os Estados Unidos e alguns outros países. Tornou-se conhecidíssimo e amado, quando Charles E. Fuller, o famoso e profícuo evangelista americano de rádio usou-o, com o seu próprio arranjo, em todos os seus programas de The Old Fashioned Revival Hour (A Hora do Avivamento no Estilo Antigo). A possante voz do barítono do evangelista e da sua congregação de aproximadamente 4.000 pessoas, podiam ser ouvidos do grande auditório de Long Beach, CA. Estas pessoas, como milhões de outros ouvintes, não gostavam de perder esse programa com as mensagens simples do evangelho e as "cartas dos ouvintes que 'Honey', a esposa de Fuller, lia". Isto, e a impressionante música, com Rudy Atwood ao piano e Donald P. Hustad ao órgão, com o famoso quarteto e o coro, tornaram o programa o precursor e modelo para os futuros programas evangelísticos na TV. Foi o instrumento para a salvação para milhares de pessoas. Após a morte do evangelista em 1968, seu filho Daniel, continuou este ministério por mais treze anos. Ele também ensinou e serviu como Reitor no Fuller Theological Seminary (Seminário Teológico Fuller),fundado pelo pai.

O autor de Brilho Celeste, Henry J. Zelley nasceu em Mount Holly, Estado de nova jersey, em 15 de março de 1859. Fez o mestrado em Artes e Doutorado em Filosofia (phD) na Univesidade Taylor em Upland, Estado de Indiana. Estudou Teologia no Seminário Pennington, NJ. Consagrado ao ministério metodista, entrou na Convenção do seu Estado natal, onde serviu, ao longo dos anos em dezenove diferentes igejas. Ativo no trabalho da Conferência dos Estado, serviu em diversas áreas, inclusive na junta do seu Seminário.

"Pregador e pastor de grande sucesso, o ministério de Zelley foi marcado de fervor evangelístico. Foi autor de mais de 1.500 poemas, hinos e gospel songs". Este é o único em uso mundial, hoje.

O nome da melodia, SUNLIGHT (Brilho do Sol), às vezes chamda HEAVENLY SUNLYGHT (Brilho Celeste), provém do título do hino no original e do seu tema.

O Pr. George Harrison , convertido aos quatorze anos, desde cedo dedicou-se à música. "Teve uma longa vida de ministério que inclui pregar, cantar tocar, compor, reger coros, organizar bandas e orquestras e treinar gospel singers (cantores de gospel hymns)". Passou seus últimos anos em Ocean Grove, estado de Nova Jersey, onde veio a falecer em 1948.

Bibliografia: Kerr,Phil, Music in Evangelism in: Hustad,Donald, Dictionary-Handbook to Hymns for Living Church, Carol Stream, IL, Hope Publishing

1.136 H.A. 344 - Ó Cristãos, Avante!

Este hino é um convite ao cristão para lutar contra as hostes de Satanás, não tendo temor e marchando sempre, pela cruz de Cristo, tomando as armaduras da fé. Com sua imponência rítmica, nos sentimos compelidos a marchar na estrada da fé, tendo Cristo como nosso General e vencendo assim todas as provações deste mundo vil e tendo como alvo a glória que está preparada para os salvos valentes que vencerem através do sangue de Jesus Cristo.

Sabine Baring-Gould (1834-1924) teve uma vida longa e muito produtiva, servindo ao Senhor. Nasceu em Exerterm, na Inglaterra, filho prodígio de um abastado fazendeiro. Muito chegado à sua mãe, foi com ela que Sabine aprendeu sentir responsabilidade para com os pobres. Seu pai levou a família a viajar pela Europa por 13 anos. Quando foi estudar em Cambridge aos 19 anos, já falava seis idiomas. Bacharelou-se e fez o mestrado em Artes na Universidade. Durante seus estudos, foi diretor duma escola Coral em Londres. Ordenado na igreja Anglicana em 1865, serviu em algumas paróquias. Durante os primeiros anos do seu ministério, Baring-Gould apaixonou-se pela filha de um operário. Solicitou permissão aos pais para fazê-la estudar, no que foi atendido. Esperou pacientemente que ela se formasse para se casarem, sendo muito felizes. Quando ela faleceu oito anos antes dele, Sabine colocou na lápide do seu túmulo “Aqui repousam os restos mortais daquela que foi a metade de minha alma”.

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Baring foi um homem muito versátil, de habilidades incomuns e o “hábito de dar-se inteiramente - capacidade e coração - ao trabalho que lhe era confiado”. Nunca se valeu de uma secretária. Ainda assim, som bastante energia e extraordinária variedade de interesses, seus escritos preencheram quase 160 volumes e incluíram [entre outros], Lives of the Saints (Vida dos Santos) em quinze volumes, (...) The Origin and Developement of Religionus Belief (A Origem e Desenvolvimento da Crença Religiosa), novelas, livros sobre excursões, obras sobre a Alemanha e sua igreja. Muito interessado em cantos folclóricos, editou duas coletâneas destes.

Entre outras coisas Baring-Gould era arqueólogo amador. Este extraordinário inglês corretamente calculou que enormes pedras em círculo achadas perto das suas terras eram, não do segundo século d.C., como outro insistiram, mas do quinto século a.C.

Como hinista, Baring-Gould publicou duas séries de Church Songs (Cânticos Eclesiásticos). Escreveu também alguns outros hinos e nove carols. Gostava de escrever especialmente para as crianças das suas paróquias. Dedicou a elas um carinho especial e elas o estimavam muito. Seus hinos mais difundidos mundialmente são justamente este (feito para as crianças) e Finda-se este Dia (não o temos no nosso hinário).

Com a morte do seu pai, Baring-Gould herdou as terras e mansão que pertenciam a sua família por 300 anos em Lew-Trenchard, condado de Devon. Tornou-se fazendeiro e juiz de paz. Ao mesmo tempo, assumiu a direção da paróquia e ali continuou seu ministério até sua morte aos 90 anos de idade.

Sir Arthur Sullivan escreveu a melodia ST. GERTRUDE para o texto Onward Christian Soldiers (Avante, ó Soldados Cristãos) de Sabine Baring-Gould. E Sullivan compôs uma melodia à altura.

Nos dias em que Sullivan compôs esta alegre melodia, esteve hospedado na casa de uma amiga, a senhora Gertrude Clay-Ker-Seymer. Como era seu costume, homenageou a sua anfitriã, colocando o nome ST. GERTRUDE na melodia. Nas palavras de Gertrude:

"Sir Arthur se hospedou muitas vezes, por várias semanas, e escreveu melodias de hinos e outras composições, enquanto estava em Hanford (...).Ele deu o nome do nosso lar a um outro hino, mas Onward Christian Soldiers, de que tenho orgulho em ser a madrinha agora tem fama global."

O nome do célebre compositor, Athur Seymour Sullivan (1842-1900) é conhecido especialmente por sua composição de uma série de operetas em parceria com Sir W.S. Gilbert, que “se tornaram uma parte da vida e tradição inglesa”. Entretanto, Sullivan dedicou muito do seu talento e esforço à música sacra.

Sugere-se o uso da leitura bíblica indicada, no rodapé do hinário, antes e depois de cantar este hino.Bibliografia: Reynolds, William J. Companion to Baptist Hymnal, Nashiville, TN , Broadman Press,

1976, p. 439.

1.137 H.A. 345 - Lutai por Cristo

Letra: George Duffield Jr.Música: Adam Geibel

A estória da origem deste cântico é relatada pelo autor, Dr. George Duffield, em uma carta datada de 29 de maio de 1883;

"Lutai por Cristo" foi a derradeira mensagem do Reverendo Dudley A. Tyng, à Associação Cristã de Moços, e aos ministros associados a ele na "Reunião de Oração ao Meio Dia", durante o reavivamento de 1858, conhecido geralmente como o 'Trabalho de Deus em Philadelphia.

Tyng, meu querido amigo pessoal, é tido por mim como um dos mais nobres, bravos e viris homens que já encontrei... no domingo, antes de sua morte, ele pregou no imenso edifício conhecido como Jaynes' Hall, um dos sermões mais bem sucedidos dos tempos modernos. Dos cinco mil homens lá reunidos, crê-se que pelo menos uns mil foram 'sacrificados' ao Senhor. Seu texto foi Êxodo 10:11, e daí, a alusão na terceira estrofe do cântico.

"Na quarta-feira seguinte, deixando o seu escritório por um momento, desceu ao estábulo, onde uma mula estava trabalhando, puxando moinho, debulhando milho. Ao acariciá-la no pescoço, a manga de seu roupão de seda ficou presa num dos dentes da engrenagem e seu braço foi arrancado totalmente. Sua morte ocorreu em poucas horas...

"No domingo seguinte, o autor do cântico pregou sobre Efésios 6:14, e os versos do cântico foram escritos simplesmente como exortação final. O superintendente da Escola Dominical imprimiu-os em folhas avulsas para as crianças - Uma das cópias foi parar num jornal batista - e deste jornal, tem ido em traduções em inglês, alemão e latim, por todo o mundo."

(Extraído de "The Story of Our Hymns" Haussler, pág. 324, 325 (com permissão de Eden Publishing House).

A melodia "Webb" é também conhecida como "Morning Light" (Luz Matinal), "Millennial Dawn" (O Amanhecer do Milênio) e "Goodwin", e foi escrita originalmente por George James, Webb, em 1839, para uma letra secular. Tornou-se, no entanto, apropriada para o cântico de Duffield.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores- CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 101: HISTÓRIA DE HINOS

1.138 H.A. 349 – Consolação

Uma noite em 1887, o mestre de canto Anthony J. Showalter despediu sua classe na singing school (escola de canto) em Hartselle, Estado de Alabama, EUA. Pegou seus livros, fechou a igreja onde ensinava, e se dirigiu à pensão onde se hospedava durante sua estada curta na cidade. Havia recebido cartas de dois dos seus amigos, ex-alunos no estado da Carolina do Sul. Ao abri-las leu a mesma notícia: suas esposas haviam falecido naqueles dias. Quando se sentou para escrever palavras de conforto a eles, abriu a sua Bíblia, e o trecho bíblico que o tocou e que incluiu nas suas cartas, foi: “O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo estão os braços eternos” (Deuteronômio 33:27).

Nos momentos que se seguiram, as palavras de um refrão e uma melodia ecoaram no pensamento deste compositor. Logo se pôs a escrevê-los e, sabendo que precisaria de estrofes também, pensou no seu amigo, o hinista Elisha A. Hoffman, autor de mais de 2.000 gospel songs. Imediatamente escreveu a ele, mandando o hino e explicando as circunstâncias. Pediu que Hofman escrevesse estrofes apropriadas. Ao recebê-las de volta, certamente enviou o hino, com sua mensagem confortante, aos irmãos enlutados. Publicou o hino no seu hinário The Glad Evangel for Revival,Camp and Evangelistic Meetings (O Evangelho Alegre para Reuniões de Reavivamento, Campais e Evangelísticas), em 1887.

Anthony Johnson Showalter (1858-1924) nasceu no condado de Rockingham, estdo de Virgínia. Começou seus estudos na música com seu próprio pai. Mais tarde, estudou em singing schools e com alguns destacados músicos da época, como George F. Root e H.R. Palmer. Começou a ensinar nas singing schools também e, em 1880, escreveu seu primeiro livro Harmony and Composition (Harmonia e Composição).

Depois de dirigir uma filial duma publicadora por um tempo, fundou sua própria editora em Dalton, estado de Geórgia.Publicou pelo menos 60 livros, que tiveram uma tiragem de 2.000.000 de cópias! Por mais de 20 anos editou o periódico mensal The Music Teacher (O Professor de Música). Dirigia escolas normais de música, convidando os mais respeitados professores. Ao longo dos anos, Showalter conduziu singing shools em uma dúzia de estados do Sul dos Estados Unidos. Tornou-se muito conhecido e respeitado. Foi presbítero da Igreja Presbiteriana em Dalton, servindo como diretor de música da mesma por muitos anos. O nome da melodia SHOWALTER homenageia este dedicado músico.

Elisha Albright Hoffman (1839-1929), foi pastor evangélico. É um bom exemplo do gospel hymn da sua época, tanto em mensagem como em melodia.

O Pr. Hoffman nasceu em Orwigsburg, estado de Pensilvânia, EUA, em 7 de maio de 1839 num lar cristão. Seu pai foi ministro do evangelho por mais de sessenta anos. Hoffman “preparou-se para o ministério no seminário União da Associação Evangélica, e pastoreou várias igrejas, inclusive a primeira Igreja Presbiteriana de Benton Harbor, Estado de Michigan”.

Editou muitas publicações de música sacra. Hinista prolífico, muitos dos seus hinos e cânticos (mais de 2.000 impressos) foram usados pelos cantores evangélicos do seu tempo. Hoffman escrevia tanto a letra como a música na maioria dos casos. Muitos desses hinos vieram ao Brasil e foram usados nos hinários evangélicos.

Bibliografia: Keith, Edmund D., Hinodia Cristã, 1ª ed.trad. Bennie May Oliver, Rio de janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP), s/d, p.173.

1.139 H.A. 353 - Meu Jesus me Guia Sempre

Numa qualquer lista de autores dos grandes hinos da América, o nome de Fanny Crosby aparece sempre em primeiro lugar.

Assim como Charles Wesley, escreveu ela milhares de poesias para os hinos, dos quais muitos passaram para o esquecimento, enquanto outros permanecem indelevelmente através dos anos. É o caso de “Meu Senhor me guia sempre”, que ora focalizamos.

Este hino foi escrito por volta do ano 1860, e foi inspirado pela resposta a uma oração. Apesar de ser tão antigo, ele continua sendo um dos mais conhecidos e mais amados entre os hinos escritos por Fanny.

Alguns dos seus favoritos, cantados em louvor a Deus por muitos cristãos, são: “Salvo nos fortes braços”, “Sê tu meu guia”, “Junto a Ti”, “Com Tua mão segura bem a minha”, e muitos outros não citados por falta de espaço.

A cegueira desde a infância deve deixar qualquer pessoa arrasada, no caso de Fanny Crosby, ela não trouxe derrota, mas parece que trouxe maior suavidade e inspiração para as lindas peças poéticas por ela escritas. Mesmo quando novinha ela mostrava-se alegre e corajosa diante do grave problema que enfrentava, e sua firme determinação de não se deixar abater ficou demonstrada já nos primeiros versos que escreveu quando tinha apenas oito anos de idade:

“Oh, quão feliz eu sou!Embora não possa ver,Tenho resolvido que, neste mundo,Sempre contente serei.Quantas bênçãos eu desfrutoQue outros não podem;Chorar e lamentar porque sou cega,É coisa que não posso, nem quero”.

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Anos mais tarde, quando escreveu o seu primeiro hino, ela convenceu-se de que havia descoberto a sua real missão nesta vida e disse com as suas próprias palavras: “Sou a mais feliz criatura em toda a terra”. Ela orava para que seus hinos evangélicos pudessem alcançar “um milhão de almas para Cristo”. Ela era fisicamente cega, mas possuía uma visão muito melhor: a gloriosa visão de Cristo e do Seu amor remidor, que muitos cristãos que têm vista física não possuem. Era esta visão que despertava nela uma profunda paixão pela salvação das almas sem Cristo.

Embora nunca tendo permitido que sua cegueira a oprimisse, alguns dos seus poemas apresentam palavras comoventes que descrevem a sua aflição. Um deles é o hino em foco”: “Meu Senhor me guia sempre” sugere o quanto vale, para uma pessoa cega, uma forte mão para guiá-la.

Fanny Jane Crosby, autora de “Meu Senhor me guia sempre”, nasceu na América do Norte, em 24 de março de 1820. Estudou na Escola para cegos em Nova Iorque, onde depois passou a lecionar, atraindo personalidades importantes, inclusive presidentes dos Estados Unidos, pela excelência do seu dom poético. Em 1858 casou-se com Alexander Van Alstyne, um músico, também cego e professor na mesma escola.

Quando faleceu, em 12 de fevereiro de 1915, havia escrito cerca de oito mil hinos.Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos26.html

1.140 H.A. 357 - Sob Suas Asas

Seguro nos braços do Senhor, o Pastor William Cushing, mesmo em meio a dura provação, podia escrever este hino em cerca de 1896. Baseou-o no Salmo 17:8 "Guarda-me como à menina do olho; esconde-me, à sombra das tuas asas. "

William Orcutt Cushing nasceu em 1823, no Estado de Massachussets, EUA. Por mais de vinte anos pastoreou igrejas no Estado de Nova Iorque. Quando uma enfermindade lhe privou da voz em 1870, ele se aposentou. Começou, então, a escrever hinos. Mais de trezentos dos seus hinos foram musicados por músicos famosos do seu tempo: Sankey, Lowry, Root, e outros. Por longos anos os crentes brasileiros cantam "Oh! Que Belos Hinos", "Sempre Firme", e outras afirmações de fé que este homem de Deus nos proporcionou. Qual é o crente que não se lembra de ter cantado "Jóias Preciosas"? O Pastor Cushing faleceu em 1902, mas este homem que conseguiu transformar a provação em vitória continua a nos abençoar através dos seus hinos.

O célebre evangelista-cantor Ira David Sankey (1840-1908), companheiro de Dwight l. Moody nas maiores campanhas evangelisticas conhecidas até então no mundo, compôs a música deste hino em 1896. Publicou-o no primeiro da sua série de hinários, Sacred Songs, VOL. I. (Cânticos Sacros)

Ira David Sankey nasceu a 28 de agosto de 1840 em Edinburg, Pennsylvania. Enquanto jovem, Sankey serviu na Guerra Civil Americana. Com freqüência, ajudava a unidade de Capelania e dirigia seus companheiros soldados no cântico de hinos. Depois da guerra, foi trabalhar com o Internal Revenue Service, e também Associação Cristã de Moços (YMCA). Tornou-se conhecido como cantor evangelístico e, eventualmente, chamou a atenção do evangelista Dwight Lyman Moody. Os dois encontraram-se em uma convenção da YMCA em Indianapolis, Indiana, em junho de 1870. Alguns meses mais tarde, Sankey assistiu à sua primeira reunião evangelística com Moody, e demitiu-se de seu trabalho como funcionário público logo em seguida.

Em outubro de 1871, Sankey e Moody estavam no meio de uma reunião de reavivamento, quando o iniciou-se Grando Incêndio de Chicago. Os dois homens escaparam por pouco da tragédia que se seguiu. Sankey observou a cidade queimar de dentro de um barco a remos, ao largo do Lago Michigan.

Sankey compôs mais de 1.200 cânticos durante a sua vida. Ele ficou cego, por causa de glaucoma, nos últimos cinco anos de sua vida e, sem dúvida, encontrou ânimo para seu espírito em sua amiga e parceira, a escritora de hinos cega Fanny Crosby. Sankey morreu em 13 de agosto de 1908.

1.140.1 H.A. 357 - Sob Suas Asas

Letra: W. O. CushingMúsica: Ira D. Sankey

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, e autor deste hino, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Quando o Sr. Moody se aproximava do edifício do seminário, em Northfield, Massachusetts, para dirigir o culto da manhã, as moças costumavam unir-se e entoar este cântico à sua entrada. Era um  dos seus cânticos prediletos bem como do "Estey Quartet", composto dos melhores cantores do seminário. "A música deste cânticos é uma das minhas últimas composições.

Um jovem num hospital no Oeste de Massachusetts foi certa vez visitado por um ministro, e após haver orado, o doente pediu-lhe que cantasse seu cântico predileto "Sob Suas Asas", dizendo que fora por intermédio deste cântico que ele se convertera. O cântico foi cantado, e pouco depois o ouvinte passava para o abrigo sob as asas do Mestre.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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1.141 H.A. 358 - Guia Cristo, Minha Nau

Letra: Edward HopperMúsica: John E. Gould

O major D. W. Whittle conta o seguinte incidente em relação a este hino:-"Fui com o general O. O. Howard para dirigir reuniões e os soldados em Tampa, Flórida, e um dia, ao

passar pelo acampamento, encontrei um jovem soldado com febre e moribundo. Ajoelhei-me ao seu lado e perguntei-lhe se era cristão. Respondeu-me que não, mas que seus pais o eram e pediu-me que orasse por ele. Orei, mas, não notei qualquer impressão profunda em seu coração.Saí com meu coração entristecido, mas prometi voltar outro dia.

Dois dias depois, visitei-o outra vez e ao orar com ele, o Senhor pôs em minha mente o hino 'Guia, Cristo, Minha Nau', que cantei. O soldado moribundo disse: - 'Ó, isto me fez bem; fez-me lembrar de minha querida irmã em Michigan, que costumava cantar este hino antes de eu entrar para o exercito'. Pediu-me que o repetisse várias vezes, e finalmente perguntou: -'Será que Jesus seria o meu piloto para entrar no porto de descanso? 'Disse-lhe que certamente Jesus o seria'. Respondeu: -'Confiarei nEle de todo o coração'. Procurei vê-lo outra vez no dia seguinte, mas seu colega me comunicou que falecera na noite anterior".

Este hino foi publicado anonimamente, pela primeira vez no "The Sailor's Magazine" (Revista do Marinheiro), em 1871 e somente depois de ter sido publicado no "Spiritual Songs" (Hinos Espirituais), em 1878, é que o modesto Edward Hopper deu-se a conhecer como seu autor. A igreja do Dr. Hopper, bem cognominada "Igreja de Mar e Terra", situava-se na cidade de Nova York, onde ele trabalhou por muitos anos.

Hopper nasceu na cidade de Nova York a 17 de fevereiro de 1816 e formou-se na Universidade de Nova York. Completou seu curso teológico no "Union Theological Seminary" (Seminário Teológico União), e foi ordenado em uma igreja presbiteriana em Nova York, trabalhou toda sua vida na cidade de Nova York, exceto onze anos, durante os quais pregou em Sag Harbor, Long Island.

Muitos anos do final do seu pastorado foram passados na "Igreja de Mar e Terra". Hopper tinha o coração fraco e morreu subitamente aos 23 de abril de 1888. Ao lado de seu corpo foram encontradas as palavras de um novo hino intitulado "Céu". Nunca se saberá quantos hinos e poesias Hopper escreveu. Por causa da sua grande modéstia, escondia seus escritos sob diferentes pseudônimos.

Apesar de ser escrito especialmente para sua congregação de marinheiros na cidade de N. York, este maravilhoso hino tem sido fonte de conforto e benção a todo o cristão. Seus majestosos acordes são um ótimo acompanhamento para os seus magníficos pensamentos. A melodia foi escrita por John E. Gould, proprietário de uma loja de musicas na cidade de N. York.

Ele musicou-o após havê-lo visto no "The Sailor's Magazine", na noite anterior à sua partida para a África, onde esperava que sua saúde melhorasse. Soube-se mais tarde que morreu na Algéria. A morte de Gould foi muito pranteada na igreja de Hopper, mas ninguém da congregação suspeitava que o próprio Hopper era o autor da letra deste hino.

"Guia, Cristo, Minha Nau" é uma homenagem a um homem que verdadeiramente depositou sua vida nas mãos do Mestre - e que, mesmo vivendo num tempo que já não era seu, aos setenta e dois anos, pode meditar com deleite sobre o "Céu".

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.142 H.A. 359 - Dia a Dia

A autora desta tocante letra tinha firme confiança nesta declaração. Experimentara a presença de Deus em muitos momentos de tristeza e de alegria antes de escrever estas palavras confortadoras em 1865. Foram publicadas num calendário devocional em que "Lina Sandell" usou esta poesia e disse:

"É tolice tomar os fardos futuros sobre o presente momento. É nos dado somente um dia por vez, e para cada dia [recebemos] nova graça, novas forças, novo auxilio."

Carolina Vilhelmina Sandell-Berg foi a primeira mulher sueca a se destacar como hinista. Nasceu em 1832, de uma família de posses e influência. Sua vida foi enriquecida por experiências artísticas, literárias e religiosas. Seu pai era pastor e líder espiritual.

Aos doze anos, Carolina teve uma experiência que mudou sua vida. Poucos anos antes, sofrera uma doença que a deixou paralítica. Toda a família cria que Deus fosse restaurá-la à saúde e orava assim, mesmo quando os médicos achavam seu caso sem esperança. Um domingo de manhã, quando os outros estavam no culto, Carolina abriu sua Bíblia à lição do dia. Era a história da filha de Jairo. Refletindo nas semelhanças daquele caso com o seu, raciocinou: "Se Cristo pôde curar aquela menina, da mesma forma pode curar a mim, também. " Orou com todo o fervor e, de repente sentiu uma grande alegria inundar todo o ser. Levantou-se, vestiu-se e andou ! Esta experiência lhe encheu dum sentido profundo de amor e gratidão a Deus que nada pôde abalar.

Carolina começou então a escrever. Aos dezesseis anos, publicou um livrinho de meditações e poemas.

Aos 26 anos, Carolina presenciou o afogamento do seu pai quando, ao atravessarem juntos o Lago Vättern, um movimento brusco do barco o jogou para fora. Ao perder o pai terrestre, ela veio a compreender a profundidade do amor e cuidado do seu Pai Celestial.

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"Lina Sandell", como ela assinava suas poesias, casou-se com C. O. Berg em maio de 1867. Apesar de muitas tristezas a saúde precária, sempre transmitiu conforto e alegria aos que a cercavam.

A contribuição hinística de Carolina Sandell-Berg começou depois do falecimento dos seus pais. Até sua morte, em 1903, ela escreveu mais de 650 poesias, que refletiam o espírito e a expressão do reavivamento que se alastrou pelo norte da Europa durante sua vida. Sua obra é tão importante que ela é chamada "a Fanny Crosby das Suécia".

Oscar Ahnfelt, chamado na Suécia de "0 Trovador Espiritual", por ser um cantor extremamente popular no país, musicou a letra de Carolina, e publicou o hino na sua famosa coletânea Andelliga Sänger em 1872.

A melodia de Ahnfelt tomou seu nome da primeira frase da poesia de Carolina, BLOTT EM DAG. Tornando-se predileto, o hino "Dia a Dia" foi publicado em um crescente número de hinários, tanto na Suécia, como em outros países.

O compositor, Oscar Ahnfelt (1813-1882), porque seu pai era ministro da Igreja da Suécia, teve uma educação aprimorada e começou os estudos em teologia. Mais tarde, associou-se com Carl Olof Rosenius, o maior pregador leigo e líder do movimento pietista na metade do século XIX. Ahnfelt, que cantava e pregava, fez uma contribuição ainda maior à hinodia, compondo músicas para muitas das letras de Rosenius, Sandell-Berg, e outros escritores, Jenny Lid, famosa cantora mundialmente conhecida como "o rouxinol sueco", financiou a publicação da primeira coletânea de Ahnfelt, em 1850. Onze edições do hinário seguiram, até que em 1877 havia 200 hinos, 143 das melodias sendo de Ahnfelt, a metade originais e outra, arranjos. Emigrantes da Suécia à América do Norte levaram estes hinos consigo e acharam neles uma fonte de força espiritual nas dificuldades de estabelecer-se no novo país.

Uma excelente tradução para o inglês foi feita pelo sueco-americano, Adrew L. Skoog (1856-1934), homem de muitas habilidades e vocações. Autodidata em música, Skoog serviu como organista, e mais tarde como regente e ministro de música em algumas igrejas no estado de Minnesota, EUA, Escreveu e compôs hinos e antemas, e editou sete hinários. 

Bibliografia:Sandell Berg, Carolina Wilhelmina (Lina Sandell), Korsblomman, in: Erickson, J. Irbing, Twice-Born

Hymns, Chicago, H., Covenant Press, 1976, p. 26.Reynolds, William J. Companion to Baptist Hymnal, Nashville, TN, 1976, p. 418.

1.143 H.A. 361 - Ó Tu Que Aflito Estás

Letra: Thomas MooreMúsica: Samuel Webbe

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Thomas Moore, de Dublin, amigo do Lord Byron, escreveu mais ou menos trinta e duas canções, publicadas em 1848, as quais tem sido incorporadas a árias populares de várias nações. "O Tu que Aflito Estas" tem servido para acalmar muitos corações perturbados, e seguidamente guiar a alma cansada ao trono da misericórdia, único local onde a consciência acusadora pode depor o seu fardo de culpa e compreender que: "Não há dor na Terra que o Céu não possa curar".

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.144 H.A. 366 - O Anjo do Senhor

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a

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casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.145 H.A. 369 - Segura Minha Mão

A poetiza letã Julie Katharina Von Hausmann sabia muito bem como era importante tomar a mão duma pessoa que não podia enxergar, pois, por muitos anos cuidou do seu pai que perdera a vista nos últimos anos da sua vida. Nascida em Mitau, Kurland, na Letônia em 1825, Julie era a quinta entre seis filhas desse professor de ginásio.

Tímida, de saúde precária, mas muito inteligente, Julie serviu como professora particular em alguns lares, por curtos períodos de tempo. Quando o pai perdeu a vista, ela voltou ao lar, cuidando dele até a sua morte em 1864. Depois, Julie viveu com diferentes membros da família na Alemanha, França, Suíça e Estônia, onde faleceu perto de Wösso, em 1901.

Em contraste com a sua saúde, Julie tinha uma fé robusta e desenvolveu seu dom literário. Publicou um livro devocional chamado Hausbrot (Pão Doméstico) e uma série de três livros de poesias intitulados Mailblumen, Lieder Euner Stillen im Lande (Flores de Maio, Hinos para as Horas Silenciosas na Terra). Hora silenciosa quer dizer “a hora a sós com Deus”.

Em 1874, a poetisa cega, Fanny Jane Crosby, estava passando por um período de depressão, tão comum entre as pessoas sem vista. Um dia, encontrando o poema So Nimm Denn Meine Hande (Assim toma, pois, as minha mãos) da Srta. Hausmann, escrito em 1862, ficou muito comovida. Fazendo ecoar palavras de Julie ela clamou a Deus: “Senhor, segura a minha mão!” O resultado foi que:

“quase instantaneamente, a doce paz que vem de confiança plena voltou ao meu coração e minha gratidão pela evidência da petição respondida cantou-se nas linhas deste hino”:

Com tua mão segura bem a minha,Pois eu tão frágil sou, ó Salvador,Que não me atrevo a dar jamais um passo,Sem Teu amparo, meu Jesus, Senhor.

Assim Fanny adaptou a poesia para o inglês, escrevendo o hino Hold Thou My Hand (Segura Tu a Minha Mão). Este hino, que ela assinou com o pseudônimo Julia Sterling, foi musicado e publicado na Inglaterra por Ira D. Sankey no seu hinário Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros), de 1881.

Entretanto, a melodia que melhor expressou a mensagem do hino foi composta pelo compositor e publicador Hubert Platt Main. Esta versão foi escolhida pelo hinista Henry Maxwell Wright e traduzida para o português em 1910.

Hubert Platt Main (1839-1925), filho de Sylvester Main, nasceu em Ridgefield, estado de Connecticut. Seu pai era parceiro na firma Biglow and Main, proeminente publicadora de música sacra, sucessora da companhia Bradbury e antecessora de Hope Publising Company.

Desde menino, Hubert se interessou pela música. Escreveu sua primeira melodia para um hino aos 16 anos. Embora tivesse pouco estudo formal de música, compôs muitas melodias para os textos de Fanny Crosby. Hubert começou como um empresário bem sucedido, mas antes de completar 30 anos entrou numa firma do seu pai. Era um tipo intelectual. Apreciava e estudava música erudita (considerava Wagner o maior gênio musical de todos os tempos) e tornou-se melhor compositor do que Sankey, Doane ou Lowry, que se limitavam a marchas e canções de ninar.

Como Fanny Crosby (e seu marido Van Alstyne), Hubert era capaz de compor melodias complicadas e sofisticadas. Era proficiente em muitos estilos. Compôs e fez arranjos de centenas de músicas de um tipo ou outro – gospel songs, canções de amor, antemas corais músicas para coros mistos, etc. Podia tomar poemas de reflexão como este e compor melodias à altura. Todavia, Main reconhecia que era importante compor para as massas.

Cria que a pessoa comum teria de ter o tipo de música para cultuar que pudesse compreender e apreciar.(...) Então, para as coletâneas “populares” disfarçou seu talento e compôs melodias populares. Mesmo assim, através das suas harmonias, evitou a animação exagerada dos seus colegas.

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Hubert Main tornou-se uma das autoridades mais destacadas em música sacra antiga e moderna, e antes de morrer, adquiriu um dos acervos mais extensos de hinários nos Estados Unidos. Deixou esse acervo, chamado “A Biblioteca Main” para a Biblioteca “Newberry”, em Chicago.

Com toda a sua produção de músicas, conhecimentos sobre hinodia e acervo de hinários, muitos ainda consideram que a maior contribuição de Hubert Main à hinodia foi como publicador. Deixou como herança a compilação de um grande numero de hinários e coletâneas de gospel songs

O nome da melodia HOLD THOU MY HAND (Segura Tu a Minha Mão) deriva-se do titulo do hino em inglês.

Bibliografia: McCutchan, Robert Guy, Our Hymnody, 2nd edition, Nashiville, TN, Abingdon Press, 1937, p. 299

1.146 H.A. 370 - Cada Momento

Em 1893, Henry Varley, um pregador leigo inglês, disse para o evangelista major Daniel Whittle: "Não gosto muito do hino Cada Hora Preciso de Ti porque eu preciso de Cristo cada omento do dia." Depois de refletir sobre esse comentário, Whittle escreveu o texto deste hino. Deu-o para a sua filha May, uma excelente musicista, e ela compôs uma cativante melodia para ele. Em seguida, seu colega, o evangelista cantor Sankey, publicou-o nos Estados Unidos e na Inglaterra, primeiro em folheto, depois nos seus hinários. O notável pregador e escritor, o Dr. Andrew Murray, adotou-o como seu hino predileto, pedindo a sua esposa para cantá-lo em quase todos os seus cultos na África do Sul.

O autor do hino, Daniel Webster Whittle, nasceu em 22 de novembro de 1840, em Chicopee Falls, Estado de Massachussetts, EUA. Trabalhou na Wells-Fargo Company, em Chicago, até alistar-se no exercito da União, em 1861. Durante a Guerra Civil, Whittle atingiu o posto de major, titulo que conservou até sua morte.

Após o combate feroz em Vicksburg, Virginia, no qual perdeu o braço e foi aprisionado, o major Whitlle entregou-se a Jesus. Desejando algo para ler durante seu a recuperação, procurou em sua mochila e encontrou o Novo Testamento que sua mãe colocara ali. Começou a lê-lo. Certa noite, foi acordado por um guarda que o chamava: "Venha, major, venha orar com um rapaz que esta morrendo! " "Mas eu não sei orar, cabo, jamais orei com alguém", foi sua resposta. "Venha, major, ele precisa de alguém", insistia o cabo. Correndo, então, Whitlle foi ao encontro do moribundo. Este agonizava e pedia: "Ore por mim! Não estou preparado para morrer! " Impressionado, caiu de joelhos e pediu a Deus que salvasse o rapaz. Quando levantou os olhos, o rapaz estava morto, mas havia uma expressão muito tranqüila no seu rosto. Ao contar desta conversão o major falava: "Espero encontra-lo no céu. "

Depois da guerra, Whitlle tornou-se tesoureiro da Elgin Watch Company, mas, com a influência de Dwight L. Moody, deixou o cargo para dedicar-se à evangelização em 1873. Deus o abençoou. O músico e hinista Philip Paul Bliss trabalhou com ele nas suas campanhas evangelísticas até a morte trágica do hinista. Depois, cooperaram no seu ministério outros dois cantores e hinistas: James McGranahan e George Coles Stebbins. Milhares de pessoas aceitaram a Cristo através destas campanhas.

O major Whitlle foi autor de vários poemas e de muitos hinos que ele assinava com o pseudônimo "El Nathan", Um bom número apareceu em hinários brasileiros, e quinze no Cantor Cristão. Além de Cada Momento, mais três dos seus melhores hinos, verdadeiros desafios para a nossa vida espiritual. Estes hinos foram vivenciados na vida consagrada do major Whitlle.

Major Whittle faleceu no dia 4 de março de 1901, em Northfield no seu estado natal, depois duma vida frutífera de serviço ao seu Senhor.

Salomão Luis Ginsburg, habilmente traduziu este hino em outubro de 1909 e publicou-o pela primeira vez na segunda página de O Jornal Batista em 11 de novembro de 1909. Posteriormente incluiu-o, em o Cantor Cristão.

A compositora Mary (May) Whittle Moody (1870-1963), filha de Whitlle, era realmente Mary, mas sempre usou o nome May. Formou-se em Música na Faculdade Oberlin, Estado de Ohio, e estudou na Academia Real de Música, em Londres. Possuía uma voz de "doçura excepcional, e qualidade sonora muito rica". Cooperou com o seu pai e Dwight L. Moody nas suas campanhas evangelísticas. Casou-se com William Moody, filho do evangelista. Seu esposo dirigiu as Escolas Northfield fundadas por Moody, e o Centro de Conferências Mout Hermon, com sede na cidade de Northfield, Massachussetts, e editou o hinário Northfield, juntamente com C. M Alexander. William e May tiveram seis filhos. Dois morreram na infância.

O nome da melodia, WHITTLE, homenageia tanto ao pai como à filha que nos deram este hino inesquecível.

Bibliografia: Reynolds, William J., Companion to Baptist Hymnal, Nashivile, TN, Broadman Press, 1976, p. 269.

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1.147 H.A. 373 - Deus Cuidará de Ti

Ficha Técnica

Letra Música

Título:Deus Cuidará de Ti Nome da melodia:GOD CARES

Autor:Civilla Durfee Martin Compositor:Walter Stillman Martin

Data da Autoria:1913 Data de composição:1904

Tradutor:Salomão Luiz Ginsburg Tonalidade: Sib Maior

Era um domingo pela manhã em 1904. O Rev. Walter Stillman Martin, pregador apreciado, freqüentemente convidado para séries de conferências e pregações pelas igrejas, teve um convite na cidade de Lestershire, Estado de Nova Iorque. A sua esposa Civilla, enferma e semi-inválida, e seu filho, ainda menino, estavam com ele na cidade. De repente, piorou consideravelmente o estado de saúde de sua esposa. Que fazer? Seria prudente deixá-la sozinha somente com o menino? O Pr. Martin pensou em comunicar à igreja que seria imperativo cancelar o compromisso. Quando estava pronto para fazer a ligação, ouviu a voz do filho:” Pai, se é a vontade de Deus que você vá pregar hoje na igreja, ele não poderá tomar conta da mamãe enquanto você estiver ausente?”

O Pr. Martin não fez a ligação. Aquela voz do seu filho afastou, de repente, todo o seu temor. Sim, Deus seria capaz de cuidar dela! A voz da sua esposa ajuntou-se à do menino: ”Deus cuidará de mim.” O Pr. Martin deixou a mulher e o filho aos cuidados de Deus e foi pregar. Houve muitas conversões! Sentia a mão de Deus abençoando-o poderosamente naquele dia.

Chegando ao lar, qual a sua felicidade! O seu filho trazia na mão um envelope com uma poesia escrita no dorso com o título "Deus Cuidará de Ti”. "A pergunta que nosso filho fez e a simplicidade de sua fé me inspirou essas estrofes”, explicou Civilla. O seu marido também compartilhou as bênçãos que havia recebido. O Pr. Martin, apanhando o poema sentou-se ao órgão. Dentro em pouco estava composta a melodia. Este hino maravilhoso sobreviveu ao casal, e até hoje nos conforta em cada angústia e cada tribulação.

Walter Stillman Martin( 1862- 1935) formado na Universidade de Harvad, foi ordenado ao ministério batista, mais tarde unindo-se à Igreja Discípulos de Cristo. Tornou-se professor de Bíblia na Faculdade Cristã Atlântica, em Carolina do Norte. Casou-se com Civilla Dufee Holden, e em 1919 fixaram residência em Atlanta, Estado de Geórgia, enquanto publicou outros hinos do estilo “gospel hymns”.

Civilla Durfee Martin (1866- 1948), nascida na província de Nova Scotia, no Canadá, por muitos anos foi professora da rede pública. Recebeu educação musical. Civilla, embora nunca tivesse boa saúde, colaborou com seu marido nas suas campanhas até a morte dele.

O nome da melodia ,GOD CARES (Deus Cuida), reflete a mensagem do hino composto pelo casal Martin. Foi publicado no hinário Songs of Redemption and Praise( Cânticos de Redenção e Louvor), em 1905, compilado por Martin e John A. Davis, fundador e presidente da Escola de Treinamento Prático na Bíblia em Lerstershire, Estado de Nova Iorque.

Salomão Luiz Ginsburg traduziu este hino em 1905, dedicando a tradução a Francis M. Edwards, missionário batista no Brasil de 1907 a 1924. Certamente com esta tradução Ginsburg procurava escorajar e fortificar a fé de Edwards, que passava por dias difíceis. Por alguma razão, ele publicou sua versão somente em 24 de outubro de 1912, em O Jornal Batista, na página 6.

Bibliografia: Porto Filho, Manoel: História e Mensagem dos Hinos que Cantamos, Teresópolis, RJ, Casa Editora Evangélica, 1962, p 15-18

1.148 H.A. 377 - Refúgio em Temporal

Letra: Vernon John Charlesworth (1839 - 1915)Música: Ira David Sankey (1840 - 1908)

Vernon John Charlesworth nasceu a 28 de abril de 1839 em Barking, Essex, Inglaterra. Era filho de Thomas Charlesworth e sobrinho de Joseph W. Charlesworth, vigário de Heacham, Norfolk.Charlesworth foi educado no Homerton College. Serviu como pastor auxiliar (com Newman Hall) da Capela Surrey (1864-69). Mais tarde, de 1869 a 1915 foi o diretor do Orfanato Stockwell, do evangelista Charles Spurgeon. Sua influência sobre os meninos, bem como sua fidelidade na administração do orfanato foi inestimável. Posteriormente foi ministro-ancião da igreja de Spurgeon, o Metropolitan Tabernacle. Morreu no dia 5 de janeiro de 1915 em Londres, Inglaterra.

Ira David Sankey nasceu a 28 de agosto de 1840 em Edinburg, Pennsylvania.Enquanto jovem, Sankey serviu na Guerra Civil Americana. Com freqüência, ajudava a unidade de Capelania e dirigia seus companheiros soldados no cântico de hinos. Depois da guerra, foi trabalhar com o Internal Revenue Service, e também Associação Cristã de Moços (YMCA). Tornou-se conhecido como cantor evangelístico e, eventualmente, chamou a atenção do evangelista Dwight Lyman Moody. Os dois encontraram-se em uma convenção da YMCA em Indianapolis, Indiana, em junho de 1870. Alguns meses mais tarde, Sankey assistiu à sua primeira reunião evangelística com Moody, e demitiu-se de seu trabalho como funcionário público logo em seguida.

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Em outubro de 1871, Sankey e Moody estavam no meio de uma reunião de reavivamento, quando o iniciou-se Grando Incêndio de Chicago. Os dois homens escaparam por pouco da tragédia que se seguiu. Sankey observou a cidade queimar de dentro de um barco a remos, ao largo do Lago Michigan.

Sankey compôs mais de 1.200 cânticos durante a sua vida. Ele ficou cego, por causa de glaucoma, nos últimos cinco anos de sua vida e, sem dúvida, encontrou ânimo para seu espírito em sua amiga e parceira, a escritora de hinos cega Fanny Crosby. Sankey morreu em 13 de agosto de 1908.

Sankey encontrou este cântico num pequeno jornal publicado em Londres, chamado “O Estafeta”. Dizia-se que era um cântico favorito dos pescadores da costa norte da Inglaterra, que freqüentemente, o cantavam ao se aproximarem dos portos em tempo de tormenta. Como a música estava num místico tom menor, resolveu compor uma que fosse mais viva e que pudesse ser mais facilmente cantada pelo povo.

1.149 H.A. 379 - Ó Mestre, o Mar se Revolta

Mary Ann Baker, a autora deste lindo hino nasceu em 16 de setembro de 1831. A tuberculose ceifou a vida dos seus pais e deixou-a órfã em tenra idade. Moravam em Chicago com a irmã e o irmão. Esse, um moço de excepcionais qualidades de caráter, começou a sofrer efeitos desta terrível doença. Das suas escassas economias, as duas irmãs conseguiram recursos para que ele viajasse à Flórida, ma esperança de que no clima mais ameno começasse a melhoria. Não lhes foi possível acompanha-lo. "Tudo em vão. Em poucas semanas o mal se agravou e o rapaz faleceu, longe do aconchego da família." Não havia dinheiro para as irmãs irem ao seu enterro, nem para transportar o seu corpo para Chicago. Mary escreveu sobre esta experiência assoladora:

"Embora nosso choro não fosse 'como outros que não têm esperança' e embora tivesse crido em Cristo desde menina e desejasse sempre viver uma vida consagrada e obediente, tornei-me terrivelmente rebelde a esse desígnio da divina providência. Disse no meu coração que Deus não amava a mim, nem aos meus. Mas a própria voz do meu Mestre veio aclamar a tempestade no meu coração rebelde e me trouxe a calma de uma fé mais profunda e uma confiança mais perfeita."

Foi logo depois desta maçante experiência que o Dr. Horatio Palmer solicitou a Mary Ann o preparo de um grupo de hinos sobre os assuntos das lições da Escola Bíblica da sua igreja Batista. "Um dos temas era Cristo Acalmando a Tempestade. Esta lição expressou tão vividamente a minha experiência, que este hino foi o resultado"

Nas palavras da inigualável hinóloga Henriqueta "Rosinha" Braga, a experiência de Mary Ann não apenas permitiu-lhe narrar com felicidade a passagem bíblica; mais do que isto, capacitou-a a expressar a profunda fé na atuação do Mestre, quando estamos prestes a submergir nas dificuldades, tristezas e impasses em que a vida nos enreda.

Imediatamente, o próprio Dr. Palmer escreveu a música para o hino, que tem beneficiado a muitos com a sua mensagem de fé. Publicou-o na sua coletânea Songs of Love for the Bible School(Cânticos de Amor para a Escola Bíblica), em 1874.

Depois disto, Mary Ann se empenhou de corpo e alma à União de Mulheres Cristãs Pela Temperança. Neste ministério teve oportunidade de observar, bem de perto, o sofrimento de irmãs, esposas e mães de alcoólatras cujas vidas naufragaram pelo degradante vício de beber. Depois de chorar com muitas destas mulheres ao lado da sepultura destes seus entes queridos, ela testificou: "Tenho chegado a sentir gratidão pelas doces memórias do meu irmão. O caminho de Deus é o melhor".

Ao saber que seu hino também estava sendo uma grande benção em outros países. Mary Ann Baker disse: "Me surpreende muito que este humilde hino tenha atravessado os mares e sido cantado em terras bem distantes para a honra do nome do meu Salvador".

Este hino logo foi incluído em outras coletâneas, Nos Estados Unidos, tornou-se tão amado que, em 1881, quando o Presidente Garfield foi baleado, ficou ente a vida e a morte, e finalmente morreu, este hino foi usado repetidamente em cultos em sua homenagem. Foi neste ano que a autora também faleceu.

Sankey incluiu este hino em Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros-1881), que o difundiu ao redor do mundo. Provavelmente foi deste hinário que o saudoso missionário William Edwin Entzminger o traduziu para o português em 1903 e o incluiu no Cantor Cristão. Esta bela tradução, muito fiel à leta original, fez com que o hino se tornasse um dos favoritos dos evangélicos brasileiros, também incluído em outros hinários, como nosso Hinário Adventista.

O Pedagogo musical Horatio Richmond Palmer nasceu em Sherburne, Estado de Nova Iorque, em 26 de abril de 1834. Pertencia a uma família de músicos, sendo seu pai e sua tia seus primeiros professores. Desde os nove anos cantou no coro do pai. Aos dezoito, começou a compor. Formou-se pela Academia de Música Rushford em Chicago e aos vinte anos tornou-se seu diretor. Serviu, ao mesmo tempo, como organista e regente coral da Igreja Batista de Rushford. Além de fazer o doutorado em Música pela Universidade de Chicago, estudou Música em Berlim e Florença.

Estabelecendo-se em Chicago depois da Guerra Civil, o Dr. Palmer tornou-se músico de renome. Editou jornais de música, escreveu livros, dirigiu festivais e convenções de música com grande sucesso. Organizou a União Coral Sacra, dando concertos com milhares de cantores. Num concerto no afamado Madison Square Guarden em Nova Iorque, regeu 4.000 coristas. De 1877 a 1891, foi o Deão da Escola de música de Verão do famoso centro de retiros Chautauqua (Nova Iorque). Publicou coletâneas muito parecidas como The Song Queen (A Rainha dos Cânticos), The Song King (O Rei dos Cânticos), The Song Herald (O

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Arauto dos Cânticos) e Concert Choruses (Músicas Corais de Concerto), além de livros didáticos sobre música. Palmer faleceu em 15 de novembro de 1907, em Yonkers, Estado de Nova Iorque.

Bibliografia: Rufin, Bernad, Fanny Crosby, Philadelphia, PA, United Church Press, 1976, p. 30

1.150 H.A. 384 - Jesus Me Guia

No seu relato sobre o surgimento deste hino, o autor, Joseph Henry Gilmore, escreve que ele, como jovem pregador, planejava fazer uma exposição do Salmo 23 na Primeira Igreja Batista da Filadélfia, Estado da Pensilvânia, EUA, num culto de oração, em 26 de março de 1862. Embora tivesse feito este estudo antes, Gilmore declara:

Desta vez não pude ultrapassar as palavras "guia-me". Fiquei cativado por estas palavras como nunca antes. Vi nelas um sentido e uma beleza da qual nunca sonhara (...) . Talvez a hora [mais escura da guerra civil] tivesse me levado subconscientemente a reconhecer que a liderança do Senhor é o único foto significativo na experiência humana. Não importa de que maneira o Senhor nos guia, ou para onde somos guiados. O importante é termos a certeza que o Senhor está nos guiando.

O Pr. Gilmore continua sua história dizendo que, após o culto, escreveu a letra do hino Jesus Me Guia no verso das suas anotações da mensagem, dando-nos à sua esposa. Meses depois ela enviou a poesia ao jornal Watchman and Reflector (Atalaia e Refletor), sob um pseudônimo. Foi impressa no mesmo ano pelo jornal.

O ilustre compositor e publicador, William Batchelder Bradbury, achando esta mensagem em versos de Gilmore, musicou-a, adicionando uma linha ao estribilho e repetindo a essência da primeira linha de Gilmore no final. Publicou o hino no seu hinário Golden Censer (Incensório Dourado) em 1864. O Pr. Gilmore somente soube da publicação do hino em 1865, quando abriu um hinário numa igreja batista, justamente na página que tinha seu hino.

O Pr. Joseph H. Gilmore (1834-1918) formou-se na Universidade Brown, Estado de Rhode Island e Seminário Teológico de Newton (hoje Andover-Newton) em Massachussetts. Ensinou hebraico no mesmo seminário por um ano, depois da sua formatura. Ordenado ao ministério batista em 1862, pastoreou igrejas nos Estados de New Hampshire e Nova Iorque.

Homem de muitas habilidades, serviu ao mesmo tempo como secretário do seu pai, então governador de New Hampshire, e editou um jornal. Em 1867 ensinou hebraico no Seminário Teológico de Rochester (NY) e, no ano seguinte, assumiu o professorado de lógica, retórica e literatura inglesa na Universidade de Rochester, continuou ali até sua aposentadoria em 1911.

Publicou 6 livros ao longo dos seus anos de ensino.Teve uma vida longa e produtiva. Foi amado e respeitado tanto nos círculos religiosos como

educacionais, mas hoje Joseph Henry Gilmore é lembrado, em primeiro lugar, pelo hino que escreveu aos 28 anos, na hora escura da guerra civil.

O nome da melodia, HE LEADETH ME (Ele me Guia), vem do título original do hino, baseado em Salmo 23: 2.( ver dados biográficos do compositor, Badbury no H. A. 457).

O tradutor, Pr. Leônidas Philadelpho Gomes da Silva nasceu no recife, PE, em 1854, e ali, aos 20 anos, foi batizado pelo Dr. Kalley na Igreja pernambucana (Congregacional) .

Preparou-se para o ministério em Londres e voltou para o Brasil em 1879. Foi ordenado na Igreja Evangélica para o Brasil em 1893, continuando a trabalhar no Recife. PE, em Salvador, BA (onde editou o jornal A Palavra) e no Rio de janeiro. organizou a igreja Evangélica (Congregacional em Niterói, RJ, a qual pastoreou durante 15 anos. Ao exonerar-se do pastorado em 1914, tornou-se evangelista da Sociedade de Evangelização, ministério que o levou a diversos estados do Brasil, e que continuou até sua morte em 14 de março de 1919. Também foi editor do periódico O Cristão por algum tempo.

O Pr. Leônidas editou a coletânea O Cantor Evangélico, em 1895, seguida por mais duas edições. Escreveu, traduziu e adaptou numerosos hinos. Suas produções, como de outros autores e compositores, foram incluídas nesta obra. Poderemos encontrar diversas dos seus hinos nos hinários evangélicos do Brasil.

Bibliografia: Gilmore, Joseph Henry In: Reynolds, William J. Companion to Baptist Hymnal, Nashiville, TN, Broadman press, 1976, p. 85.

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1.151 H.A. 386 – Nunca Te Deixarei

Letra: Nathaniel Niles (1835- ? )Música: Philip Paul Bliss (1838-1876)

Este bem conhecido cântico foi escrito pelo Sr. Nathaniel Niles, residente em Morristone, Rhode Island, inspirado na preciosa promessa descrita em Salmos 32:8: ("Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os Meus olhos"). Por este motivo, o título original é "Precious Promisse", que quer dizer "Promessa Preciosa", e a frase principal da letra original, que se repete tanto nas estrofes quanto no estribilho, é "I will guide thee with Mine eye", que significa "Guiar-te-ei com os Meus olhos".

Os versos foram compostos à margem de um jornal, num trem, certa manhã, ao dirigir-se ele para o trabalho, em 1835, tendo sido publicado posteriormente em Sunshine for Sunday Schools, em 1873. A melodia foi escrita por P. P. Bliss e publicada em seu livro “Gospel Hymns”. Logo depois foi publicado em “Sacraed Songs and Solos” na Inglaterra, onde se tornou um dos cânticos mais úteis para as reuniões de Moody e Sankey. O Sr. Moody, seguidamente pedia que este hino fosse cantado em relação com suas conferências sobre “As Preciosas Promessas”.

1.152 H.A. 387 - Deus Vos Guarde

Alguns hinos são escritos sob circunstâncias incomuns. A história deste hino, entretanto, pode melhor ser contada nas palavras do seu autor, Dr. J. E. Rankin, presidente da Howard University, D.C., e pastor veterano já falecido. Escrito em 1882 como um hino cristão de despedida, não era destinado a nenhuma pessoa ou ocasião, porém, foi composto deliberadamente como um hino cristão sobre a base da etmologia de “Good Bye”, (Adeus) Que é “Deus seja contigo”. A primeira estrofe foi escrita e enviada a dois compositores, um muito conhecido e o outro totalmente desconhecido e não inteiramente educado em música. Escolhi a composição do último, submetí-a a J. W. Bischoff, diretor musical de um pequeno livro que estávamos preparando. Ele a aprovou, porém, com algumas emendas que foram adotadas. Foi cantado pela primeira vez numa noite na Primeira Igreja Congregacional em Washington, onde eu era então pastor e o Sr. Bischoff, o organista. A sua popularidade deve-se à música que foi adotada. Minha orientação na união de palavras e música não deve, porém, tirar do Sr. Tomer (o compositor) a honra que lhe cabe totalmente.

O Dr. Rankin nasceu a 2 de janeiro de 1828 em Thornton, New Hampshire. Tornou-se um ministro Congregacional e mais tarde foi por vários anos presidente da Howard University, Whashington D.C.. Morreu em Cleveland, Ohio, a 28 de novembro de 1904.

O compositor, William Gould Tomer, nasceu em 1883 e serviu no exército da União durante a guerra civil. Era de descendência alemã e passou vários anos como professor nas escola públicas de New Jersey e também trabalhou como um funcionário do governo em Washington. No tempo em que compôs a música para “Deus Vos Guarde” era diretor musical da Igreja Metodista Episcopal da Graça em Washington, D.C.. Morreu em 1896.

1.153 H.A. 388 - Vem, Alma Cansada

A autora deste cântico era filha de um ministro. Quando escreveu estas linhas, vivia com seu irmão a quem muito amava. Ele era ministro também, e tinha todos os problemas e encargos comuns à vida de pastor. Para ele ela confiava todas as suas alegrias e tristezas.

Certo dia, após revelar-lhe uma provação especial pela qual estava passando, sentiu-se reprovada pela consciência por havê-lo sobrecarregado desnecessariamente, quando ele já tinha tantos problemas. Parou em frente à janela aberta, e viu as longas e pesadas sombras projetadas pelas árvores no gramado, e um pensamento lhe veio à mente: "foi exatamente isto que fiz para meu irmão! Lancei sombras sobre ele. Porque é que fiz isto? Porque não enterrei minha própria dor, e não permiti que apenas palavras de luz e alegria chegassem aos seus ouvidos?"

Com tais pensamentos e com lágrimas de arrependimento retirou-se para seu quarto, no sótão, e lá escreveu o cântico que tem sido tão abençoado. No original há a expressão: "vai enterrar a tua dor".

A música é de P. Bliss, compositor de muitos outros hinos do Hinário Adventista. Ele encontrou a poesia original num jornal, arranjou-a e musicou-a.

Este hino tem sido uma bênção para muita gente, ao longo dos anos. Contudo ele encerra uma mensagem especial para os pastores que vivem carregando a dor das pessoas, ao mesmo tempo que precisam levar seus fardos ao Senhor e continuar levando aos outros a luz, a paz e o perdão.

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1.154 H.A. 393 - Sentado às Ribas d'Água Viva

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.155 H.A. 394 - De Ti Careço, ó Deus

Ficha Técnica

Letra Música

Título: De Ti Careço,ó Deus Nome da melodia: idem

Autor: Annie Sherwood Hawks Compositor: Robert Lowry

Tonalidade: Sol Maior

A Srª Hawks nasceu em Hoosick, Nova York, em 28 de maio de 1835. Durante sua longa residência em Brooklin, foi membro da “Herson Place Baptist Church,” onde por oito anos, o Dr. Lowry foi pastor. “De Ti Careço, ó Deus” é o único dos muitos Hinos que ele escreveu, que tem sobrevivido. Morreu em Bennington, Vermount,a 3 de janeiro de 1918.

Este hino surgiu em meio as tarefas diárias de uma dona de casa. A escritora, Srª Annie Sherwood Hawks, escreveu a respeito daquela manhã quando foi inspirada a colocar estas palavras no papel: “ Eu estava tão cheia do sentimento de proximidade do Mestre que, imaginando como algém poderia viver sem Ele, quer na alegria, quer na tristeza, estas palavras “Careço de Ti toda hora” surgiram em minha mente... Sentando-se perto da janela aberta, apanhei meu lápis e as palavras foram logo confiadas ao papel, quase da mesma forma como são cantadas agora... Alguns anos depois, quando as sombras caíram sobre meu caminho, por causa de uma grande perda, foi que senti o poder confortante das palavras que transmiti a outros em minhas horas de doce segurança e paz”.

A Srª Hawks deu os versos a seu pastor, o Ver. Robert Lowry, que os musicou. O hino foi mais tarde divulgado por Ira B. Sankey, nas grandes conferências de D.L. Moody.

Robert Lowry, nasceu em 12 de março de 1826, na hitórica cidade de Filadélfia, também na Pensilvânia. Bacharelou-se, com honras, pela Universidade Bucknell (em Lewsburg) em 1854. Foi professor de retórica na mesma Universidade,onde recebeu o grau de Doutor em Divindade (honoris causa), em 1875. Pastoreou diversas igrejas batistas na Pensilvânia e em Nova York.Era pastor da Primeira Igreja Batista de Plainsfield, Estado de Nova Jersey, quando morreu em 1899.

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Lowry era um homem de muitos talentos: como pastor, além de ser um pregador e orador popular, possuía discernimento afiado e habilidades administrativas. Foi hinista e compositor muitorespeitado, como também, colaborador na publicação de inúmeros hinários. Como compositor, tinha capacidade de imortalizar um texto, comunicando o seu significado duma forma especial com sua música cativante.

Bibliografia:Osbeck,Kenneth W. 101 More Hymn Stories, Grand Rapids, MI, Kregel Publications, 1985,p. 57

1.156 H.A. 396 - Ouve-nos Pastor Divino

Letra: AnônimoMúsica: William B. Bradbury

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Supõe-se haver sido, este belo hino, escrito pela senhorita Dorothy Ann Thrupp e publicado pela primeira vez em "Miss Thrupp's Hymns for the Young", (Hinos da Srtª Thrupp para os Jovens), em 1836.

A música deste hino, que é tão conhecido na América como na Grã-Bretanha, foi escrita por William Bradbury. Era muito usado nas reuniões como um hino congregacional quando o assunto era o Bom Pastor.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.157 H.A. 397 - Comigo Habita

Este belo hino, de nº. 380 em "Hinos e Cânticos", é de autoria do consagrado servo de Deus, o Sr. Henry Francis Lyte, nascido na Escócia, em 1de Junho de 1793. No início dos seus estudos Lyte desejava ser médico, mas logo sentiu que Deus o queria como pregador da Sua Palavra. Depois de servir a Deus como pastor por mais de 24 anos, na cidade de Brixham, Inglaterra, viu-se acometido por uma doença pertinaz, pulmonar,enfraquecendo rapidamente o seu estado físico. O seu médico recomendou-lhe que deixasse aquela cidade e fosse para as regiões da Itália, onde havia mais sol e onde poderia fugir do ar salgado de Brixham.

Lyte não gostou da idéia, pois amava o mar desde a sua infância; e, agora, aos 54 anos, recebia o diagnóstico do médico como se fosse uma verdadeira sentença. Assim se expressou: "Espero que não seja necessário, pois nenhuma separação me seria mais penosa do que a do mar. Desde a minha infância ele tem sido o meu amigo e companheiro de folga e jamais me cansaria de o contemplar". E mais: "As andorinhas estão a preparar-se para o vôo e estão a convidar-me para as acompanhar, porém, enquanto falo em voar, mal posso arrastar-me, e pergunto-me se será possível deixar a Inglaterra".

Parece que foi durante este estado físico e emocional que Lyte preparou o sermão que, sabia, seria o último para a sua Igreja a qual tanto amava. O seu último sermão naquela cidade foi proferido no dia 4 de Setembro de 1847. Foi grande o esforço que despendeu, nas condições físicas em que se encontrava, a ponto de muitos temerem pela sua saúde. Mesmo assim, após o culto, foi, pela última vez, à beira do mar, voltando, depois, lentamente, para sua casa.

No final daquele mesmo dia, ele colocou nas mãos de um parente seu, o hino "Comigo assiste, ó Deus , que mais tarde passou a ser conhecido por "Comigo fica". Pensa-se que Lyte, ao meditar na sua iminente saída de Brixham, havia escrito o hino, em Agosto daquele ano (1847). Mas a primeira vez que foi divulgado, foi na data do seu último sermão. Lyte, dois meses mais tarde, morreu, na cidade de Nice, ao sul da França, antes de chegar ao seu destino, apontando para o céu e dizendo:: "Paz, Alegria!". Assim partiu Lyte.

A música deste hino foi escrita pelo Dr. William H. Monk e recebeu o título de EVENTIDE (Crepúsculo), nome bem sugestivo de acordo com a letra e o sentido do hino escrito por Lyte, bem no crepúsculo da sua vida terrenal!

Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos13.html

1.158 H.A. 399 - Salva-me Também

Letra: Fanny J. CrosbyMúsica: William H. Doane

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Um fervoroso pastor conta de um jovem por quem ele há muito ele andava ansioso, pois, parecia muito despreocupado a respeito de sua alma, e era, na realidade, causador de perturbação e interrupções nas classes de jovens.

Encontrando-se com ele certo dia, o amorável pastor procurou mais uma vez influenciá-lo, dizendo: "Nós queremos que você se dedique a Cristo e ao Seu serviço." Houve certa mudança na aparência do rapaz, que foi notada pelo zeloso pastor, e, não tendo tempo para fazer mais, aproveitou a oportunidade para insistir com seu jovem amigo para que estivesse presente na reunião de Esforço Missionário que iria se realizar em breve.

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Page 113: HISTÓRIA DE HINOS

Cumprindo sua promessa, o jovem lá estava. Foi dada a oportunidade para que os jovens escolhessem os hinos e o pastor insistiu para que ele escolhesse um também. Atendendo ao pedido, o rapaz perguntou se o hino salva-me também podia ser cantado; ambos uniram-se ao cântico com interesse e fervor. Mais tarde nesta mesma noite, foi solicitado que todos os que estavam definitivamente ao lado do Senhor, o declarassem, levantando-se. Aquele por quem o coração do pastor estava tão ansioso levantou-se tão imediatamente e com decisão.

-"Conta-me a respeito da sua conversão,"pediu o pastor no final do culto, quando lhe deu um aperto de mão com alegria e reconhecimento.

-"Oh sim", respondeu o jovem. "Foi por meio daquele hino que cantamos. Eu trabalhava no canal em G...., e uma reunião estava sendo realizada na Capela dos Marinheiros, ali perto. As palavras pareciam boiar sobre as águas, e do guindaste onde trabalhava, eu podia ouvir muito bem. Quando chegaram aos versos que dizem:"Outros tens abençoado, Vem a Mim Também", um grande temor se apossou de mim e pensei: -'Ó, se o Senhor não viesse a mim, quão terrível isto seria!' Imediatamente, lá mesmo no guindaste onde me achava gritei: -'Ó Senhor, salva-me também'. "Com um grande sorriso ele acrescentou:-"O Senhor veio a mim também, e eu estou salvo."

Nenhum hino foi mais popular do que este nas reuniões, em Londres, em 1874. Foi cantado quase que diariamente no Teatro de Sua Majestade, em Pall Mall; foi traduzido para várias línguas.

Em uma reunião de oração ao meio dia, em Glasgow, um senhor importante foi impressionado com o cântico deste hino. Ele se opusera muito as nossas reuniões, e esta oposição aumentou quando sua esposa se converteu. Neste dia, com concessão especial, concordou em assistir à reunião pela última vez; e o Espírito tocou-o através deste hino.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.159 H.A. 403 - Mais de Cristo

É emocionante contemplar o evangelho de Cristo. De um lado, é tão simples que uma criancinha pode entendê-lo e responder à sua mensagem básica (como a autora deste livro que fez sua profissão de fé e foi batizada aos sete anos). Entretanto, é tão profundo que uma vida inteira é muito breve para compreende-lo totalmente, porque sua mensagem é realmente uma pessoa – um conhecimento crescente e um relacionamento com o eterno Filho de Deus. Vez após vez ao longo da história, homens e mulheres sinceros clamaram, usando as palavras do apóstolo Paulo em Filipenses 3. 10:"Que posso conhecê-lo... mais, mais de Cristo".

Eliza Edmunds Hewitt, que passou parte da sua vida inválida por causa de um sério defeito na coluna, desenvolveu um relacionamento muito estreito com Deus e um conhecimento profundo das escrituras. Não é de surpreender que este hino tenha nascido no seu coração.

John Robson Sweney, que compôs mais de 1000 melodias, colaborou com Eliza Hewitt neste e em muitos outros hinos. Escreveu a melodia SWENEY para a letra e publicou-a na coletânea Glad Halleluyahs (Alegres Aleluias), editada por Sweney e Kirkpatrick em 1887. A melodia e também chamada MORE ABOUT JESUS (Mais de Jesus), sendo esse o título do hino original.

Bibliografia: OSBECK, Kenneth W. 101 More Hymn Stories, Grand Rapids, MI, Kregel publications, 1985, p. 57-58

1.160 H.A. 412 - Comunhão Preciosa

A cidade santa de Benares, na Índia, é uma das mais antigas do mundo. Foi a lar de Buda. Aliás, no século VI, quando Buda se mudou para lá para estabelecer sua religião, já era uma cidade próspera. Por gerações a cidade abrigou centenas de mosteiros, milhares de monges e muitos templos e mesquitas.

O rio serpentino geralmente está cheio de gente que veio de longa distancia para poder se banhar nele e "lavar os seus pecados no rio sagrado, o Ganges".

Benares também é o lar de muitas ricas famílias hindus que desejam obter salvação para sua vida futura por andar na estada sagrada Ponch-Kos perto da cidade. Qualquer que andar naquele curso, crêem eles, seja de qualquer casta ou religião, terá entrada certa no céu da deusa Siva.

Nesta cidade, em 11 de setembro de 1853, nasceu uma menina, Ellen Lakshmi Goreh. Era da mais alta casta (Mahratta Brahmim). Sua mãe morreu quando tinha um ano e Ellen foi adotada. Depois, quando seu novo pai perdeu sua propriedade, Ellen foi acolhida pela família do Pastor W. T. Storrs. Neste lar ela se converteu. Viajou com eles para a Inglaterra, onde foi educada.

Em 1880, Ellen voltou à sua terra natal para um trabalho missionário entre as mulheres. Não foi fácil para esta senhora de alta casta. Houve muita oposição e dificuldades. Entretanto, seu caráter e vida espiritual brilharam como um farol entre o seu povo que vivia em tanta escuridão. Foi no meio dessas dificuldades e preconceitos que Ellen escreveu hinos de louvor e sobre a vida cristã: hinos que demonstravam de onde ela recebia a força para a sua vida e seu ministério.

O hino Comunhão Preciosa (Quão Preciosa são as Horas), foi ouvido pela primeira vez numa grande reunião missionária em Londres, em 1883. O hinista e publicador, George C. Stebbins, compôs a melodia. Desde o início, o hino tornou-se uma benção para os que cantavam. Pelo encorajamento da hinista Francis

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Page 114: HISTÓRIA DE HINOS

Havergal, Ellen publicou o hinário From Índia’s Coral Stand:Hymns of Cristians Faith (Da Costa de Coral da Índia:Hinos de Fé Cristã) naquele ano. Desta coleção, este é o hino que foi traduzido pelo missionário Myron August Clark em 1894. Passou a fazer parte de quase todos os hinários evangélicos do Brasil. Hoje, depois de mais de um século, continua a abençoar os nossos corações.

George Coles Stebbins (1846-1947), nascido e criado no Estado de Nova Iorque, estudou música em Bufflo e Rochester. Aos 23 anos, mudou-se para Chicago, onde associou-se a uma publicadora de música e tornou-se o diretor de música da Primeira Igreja Batista. Neste período fez amizade com os músicos evangélicos mais importantes da época: Root, Bliss, Palmer e Sankey. Depois de servir como diretor de música em duas outras grandes igrejas, no verão de 1876, Moody o convenceu a se unir a ele na obra de evangelismo. Associou-se a Moody e outros evangelistas proeminentes por 25 anos, viajando pelo mundo nas sua campanhas. Além do seu ministério de regente congregacional, Stebbins compôs centenas de hinos, e cooperou na compilação de numerosas coletâneas de gospel hymns (Hinos do Evangelho), em colaboração com Sankey e Mcgranahan.

O tradutor [da versão utilizada no hinário Cantor Cristão (nr. 151)], Myron August Clark, americano formado pela Faculdade MacAllister, veio para o Brasil em 1891, "a fim de fundar a Associação Cristã de Moços (ACM) o que logrou fazer dois anos mais tarde, em 1893, no Rio de Janeiro".

Clark casou-se com a brasileira Francisca Pereira de Moraes. Dominando muito bem o português, tornou-se um incomparável interprete. Traduziu para o português vários livros religiosos e dois expressivos hinos que "refletem marcantes aspectos de sua personalidade: a plena e inabalável fé em Deus, a quem sempre buscou como orientador de sua realizações, e a completa submissão aos sues desígnios, aceitando sem vacilar os campos de trabalho que lhe eram propostos."

Em 1915, Clark foi transferido para Portugal para organizar a ACM na Universidade de Coimbra. Mas estava transcorrendo a primeira Guerra Mundial. Contingentes de soldados portugueses estavam sendo enviados para a França, para participar na luta. Clark decidiu acompanha-los, para atendê-los moral e espiritualmente. Realizou um notável trabalho ali durante trinta meses de extenuante atividade. Depois de um período de descanso, do qual estava muito carente, nos Estados Unidos, Myron Clark voltou para o Brasil para continuar a obra que fundara. Infelizmente, faleceu no Rio de Janeiro em 16 de maio de 1920, dezessete dias após a sua chegada. Henriqueta Braga informa que Clark também faleceu dois dias antes de ser alcançado pela notícia de que o governo português lhe concedera o grau de cavaleiro da ordem de Cristo pelos serviços prestados àquele país.

Bibliografia: Braga, Henriqueta Rosa Fernandes, Obediência. Ultimato, Ano XV-Nº143, maio/jun. 1982 p. 21.

1.161 H.A. 416 - Ao Pé da Cruz de Cristo

O texto deste hino reflete o profundo conhecimento das Escrituras que tinha a sua autora, a frágil escocesa Elizabeth Cecília Clephane. Ela o escreveu em 1868, um ano antes da sua morte prematura, mas publicado anonimamente em 1872, como outros dos seus poemas, no periódico presbiteriano escocês, Family Teasury (Tesouro da Família) muito lido entre as famílias daquela denominação. Osbeck assinala os versículos bíblicos de base da primeira estrofe [tendo como base o original, em inglês. Na versão em português essas referências não são encontradas, a não ser a terceira]:

"à sombra duma rocha" – Isaías 32. 2"aragem no deserto"- Jeremias 9. 2"na estrada, um doce lar"- Isaías 28. 12"que os fardos ameniza" –Mateus 11. 30"o sol faz refrescar" – Isaías 4. 6

Ao publicar este hino, sob o título Breathings on the Border (Sopro na Margem). O editor do periódico comenta:

"Estas linhas expressam as experiências, as esperanças, e os desejos de uma jovem crente, que faleceu há pouco tempo. (...) Estas [palavras] de alguém que o Bom Pastor guiou pelo deserto ao descanso podem, com a benção de Deus, contribuir para o conforto e direção de outros peregrinos."

McCutchan recomendou esse hino especialmente para o culto da Sexta-Feira da Paixão, dizendo: "Seu espírito de devoção e a excelência da sua poesia, fazem-no peculiarmente aceitável". É um excelente hino para o solo, dueto, quarteto, ou grupo maior!

Elizabeth Cecília Douglas Clephane, nascida em 18 de junho de 1830 em Edimbugo, na Escócia, era filha do xerife do município. Após a morte do seu pai, a família mudou-se para Melrose, uma linda vila perto da cidade do famoso poeta escocês, Sir Walter Scott. Embora de saúde muito precária e personalidade tímida, Elizabeth servia aos pobres e doentes da sua comunidade. Com suas duas irmãs, vivia daquilo que achavam estritamente necessário, dando o resto aos necessitados. Venderam, inclusive, sua charrete e cavalo para esse fim. Elizabeth era afetuosamente chamada pela comunidade de "O Raio de Sol". Gostava de escrever poesia. Poemas dela foram publicados, ocasionalmente, na revista de sua denominação. Após a sua morte em 19 de fevereiro de 1869, oito das suas poesias foram publicadas anonimamente neste periódico entre 1872 e 1874.

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Frederick Charles Maker compôs a melodia ST. CHRISTOPHER para o hino de Clephane para ser incluído no suplemento da Bristol Tune Book (Coletânea de Melodias de Bristol) publicada em 1881. O nome da melodia quer dizer "Bearer of Christ" (Aquele que Leva Cristo).

Frederick Charles Maker (1844-1927) passou sua vida inteira na cidade de Bristol, ao sul da Inglaterra, na margem do rio Avon. Começou a sua carreira musical como corista da Catedral da cidade. Foi organista em algumas igrejas "livres" (como eram chamadas todas as igrejas evangélicas que não pertenciam a Igreja da Inglaterra, igreja oficial do país) Serviu 28 anos na igreja Congregacional Redland Park. Foi professor adjunto por 20 anos na Faculdade Clifton e regente da Associação de Igrejas Livres de Bristol. Como compositor, além de cantatas, peças corais e composições para piano, Maker escreveu melodias para hinos, contribuindo com diversas para a Coletânea de Melodias de Bristol. Esta série de coleções providenciou muita das melodias usadas pelas igrejas livres, cujos hinários, na maior parte, eram publicados somente com os textos. Alguns dessas lindas melodias são usadas até hoje, ajudando a preservar hinos de importância.

Bibliografia: Osbeck, Kenneth W. 101 Hymn Stories, Grand Rapids, MI, kregel, Publications, 1982. p. 40.

1.161.1 H.A. 416 - Ao Pé da Cruz de Cristo

Letra: Elizabeth Cecelia ClephaneMúsica: Frederick C. Maker

Elizabeth Cecelia Clephane era filha do delegado de Fife, Escócia. Nasceu em Edinburgh, a 18 de junho de 1830; foi sempre uma criança quieta, e ocupada com seus livros e sua poesias.

A Srtª Clephane é talvez mais conhecida pelo seu poema: "The Ninety and Nine", (As Noventa e Nove). Este tão conhecido cântico, bem como o que estamos considerando, foram publicados pela primeira vez num jornal conhecido como "The Family Treasury" (O Tesouro da Família), com o título: "Breathings from the Border" (Sopros da Fronteira).

Ao publicar os poemas o editor disse: "Estas linhas expressam as experiências, esperanças e desejos de uma jovem cristã falecida há pouco. Escritos nos limites desta vida, com a terra melhor à vista, eles nos parecem as pegadas na areia do Tempo, onde estas areia tocam o oceano da Eternidade."

A verdade das palavras do editor pode ser compreendida quando nos lembramos que a Strª Clephane morreu a 19 de fevereiro de 1869, com a idade de 39 anos – e os poemas foram escritos em 1868. A autora não viveu tempo suficiente para ouvir as palavras de seus poemas musicais.

Elizabeth Clephane tinha uma imaginação muito vívida. Ao escrever "Ao Pé da Cruz de Cristo", ela estava assentada em seu lar, "Bridgend House". Ela era chamada na comunidade como "The Sunbean" (O Raio de Sol), devido ao seu costume de dedicar todos os seus rendimentos à caridade, tirando apenas o suficiente para suas poucas necessidades. Olhando através da janela, ela podia ver a ponte na qual os monges passavam, e esta cena serviu de inspiração para este brilhante cântico.

Frederick C. Maker, que compôs uma das melodias usadas para este cântico, foi um compositor inglês de antemas. Esta música apareceu inicialmente no Bristol Tune Book, de 1881.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.162 H.A. 419 - Bendita Hora de Oração

Letra: William W. WalforMúsica: William B. Bradbury

Este hino tem se tornado popular em todas as reuniões de oração que se fazem nas igrejas evangélicas. Suas palavras fazem-nos aproximar ainda mais do Senhor que é o Doador de toda a força e consolação no meio das aflições.

As suas palavras fazem-nos recordar que o Senhor Jesus também passou por experiências semelhantes às nossas e que recorreu, muitas vezes, a esse recurso extraodinário, que é a oração. Lemos que inúmeras vezes Ele se retirou do meio da multidão para um lugar à parte ou no deserto, para ali Se entregar à oração. (Mateus 14.23; 26.36; Marcos 1.35; 6.46; Lucas 6.12; 9.28).

E somos confortados quando nos lembramos de que o apóstolo Paulo nos exorta, dizendo: "Não andeis ansiosas de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições pela oração e pela súplica, com acções de graças" (Filipenses 4.6).

Mas o mais interessante neste hino é que foi ditado por um servo de Deus, um ministro do Evangelho, que era cego! - o Sr. William W. Walford, nascido na Inglaterra. Ele ditou as palavras ao seu colega, o Sr. Thomas Salmon, também pastor de uma Igreja Congregacional, no ano de 1842. Este mandou publicar a letra do hino num periódico, a 13 de Setembro de 1845.

Conta-se que o Sr. Walford era um homem que não possuia grande educação cultural mas que era muito inteligente, e possuia uma memória extraordinária. Diz-se, até, que quando pregava sempre escolhia bem os textos bíblicos e citava-os de cor com muita precisão.

Raramente errava na repetição dos Salmos ou nas citações de qualquer parte das Escrituras, quer do Velho quer do Novo Testamento. Conhecia tão bem os factos bíblicos que ganhou a fama de saber a Bíblia inteira de cor.

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Com o decorrer dos tempos o hino foi traduzido em outras línguas e, em português temos, com algumas aterações, no "Aleluias", a tradução de Dna. Sara P. Kalley; no "Cantor Cristão" (148), a do Sr. T. R. Teixeira e em "Hinos e Cânticos" (287).

A música, muito apropriada para as palavras, é de autoria do Sr. William B. Bradbury (1816-1868) que a compôs em 1859. O Sr. Bradbury tornou-se muito conhecido, também, como fabricante de pianos e outros instrumentos musicais.

O valor da oração não consiste em pedir, mas, sim, naquela sublime experiência que está ao alcance de qualquer alma - a comunhão com Deus. (Harry Emerson Fosdick)

Tenho sempre tanta coisa para fazer, mas só posso desobrigar-me dessas árduas tarefas após prolongado período de oração. (John Wesley)

Um cristão de joelhos vê mais que um filósofo na ponta dos pés (Toplady).Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos21.html

1.162.1 H.A. 419 - Bendita Hora de Oração

Pouco se sabe sobre o escritor das palavras deste cântico. Provavelmente o cântico não teria jamais se tornado tão popular como o é, se não tivesse a música de William B. Bradbury, grande hinologista, organista e diretor de coro do século dezenove.

Raramente um serviço de semana de oração se realiza nas igrejas, sem algum pensamento deste cântico; ou mesmo as palavras dele sejam cantadas. O escritor pinta o privilégio e valor da oração tão claramente que todo o povo de Deus responde um caloroso "amém" quando é ouvido este cântico.

W. W. Walford era um artífice que trabalhava com ossos (fazia pequenos artigos para crianças) porém, ganhava a vida esculpindo em marfim. A despeito de sua vida de adversidade e provações, podia-se notar nas palavras de seu cântico grande confiança em Seu Salvador.

Crê-se que o ministro congregacional, Rev. Thomas Salmon, um dos amigos mais íntimos de Walford, levou o poema ao "Observer" de Nova York, que o publicou em 1845. Apenas catorze anos mais tarde, entretanto, foi que William Bradbury encontrou uma cópia dele, musicou-o e publicou-o em seu "Cottage Melodies".

W. W. Walford não era poeta. De fato, não era nem mesmo um homem perfeito. A razão porque ele mesmo não podia burilar o seu poema, e foi isolar-se na pequena cidade de Coleshill, Inglaterra, foi a sua cegueira – não podia nem ver para escrever!

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.163 H.A. 420 - Oh! Que Amigo em Cristo Temos

Há um ditado que diz: "Um amigo verdadeiro é aquele que nos conhece muito bem, mas nos ama assim mesmo". Um bom amigo nos aceita como somos, continua ao nosso lado tanto nos bons momentos como nos maus, está pronto a nos ajudar em tempo de necessidade e tristeza. "Foi porque o autor deste hino, Joseph Scriven, achou um verdadeiro amigo em Jesus, que decidiu passar sua vida inteira mostrando real amizade a outros."

Joseph Medlicott Scriven (1819-1886) nasceu em Seapatrick, condado de Down, Irlanda, filho de um capitão da Marinha Real, e sobrinho dum pastor. Formou-se na célebre Faculdade Trinity de Dublin, capital [da Irlanda]. Possuía fortuna, educação, uma família que o amava e uma vida cheia de alegria. Estava preste a casar-se com uma bela moça. Então, tragédia inesperada lhe sobreveio. Na noite anterior às suas almejadas núpcias, sua noiva afogou-se! "Na sua tristeza profunda [e melancolia que o perseguiria durante toda sua vida], Joseph reconheceu que somente no seu amigo mais querido, Jesus, poderia achar o consolo e o sustento de que precisava".

Começara a carreira militar, mas sua saúde precária forçou-o a abandonar este sonho. Pouco tempo depois, Scriben decidiu emigrar para o Canadá. Mudou-se completamente o seu estilo de vida. Estabeleceu-se em Port Hope, Província de Ontário, e propôs no seu coração que se dedicaria a ser amigo e auxilio aos outros. Professor por profissão, trabalhou, sem pagamento, para qualquer pessoa que precisasse dele. Doava sua própria roupa e outros pertences a qualquer pessoa necessitada. Tornou-se conhecido como "O Bom Samaritano de Port Hope".

Uma vez um novo vizinho procurava quem lhe cortasse lenha. Vendo as ferramentas de Scriven, procurou se informar sobre ele. "O senhor não pode empregar aquele homem", lhe disseram. "É o senhor Scriven. Não cortará lenha para o senhor". "Por que não?" perguntou o homem. "Porque o senhor pode pagar. Ele somente corta lenha para viúvas e inválidos".

Scriven sofreu outra perda devastadora. Noivo pela segunda vez, no Canadá, sua pretendida adoeceu gravemente, vindo a falecer. Ele também sofreu financeira e fisicamente. Com muita razão, Bill Ichter intitulou sua comovente história sobre a vida deste bom homem: Um Homem Marcado Pela Tragédia.

Foi ao ouvir da enfermidade da sua mãe em 1855, que Scriven, numa carta para ela, incluiu as comoventes palavras deste hino para o seu conforto, mensagem experimentada por ele dias após dia. Não pensou que os outros fossem ver suas palavras. O hino foi publicado anonimamente. Até pouco tempo antes da sua morte, ninguém sabia deste dom poético de Scriven. Foi um vizinho, que foi ajudá-lo durante uma

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enfermidade, que viu a poesia, rabiscada num papel ao lado da sua cama. "Lendo-a comovido, perguntou: ’foi o irmão que escreveu isto?’ ‘O Senhor e eu a escrevemos juntos’, ele respondeu. " Depois, Scriven publicou uma pequena edição dos poemas, Hymns and Other Verses (Hinos e Outros Versos), em 1869.

Sciven afogou-se num riacho pertinho da casa do seu vizinho amigo. Supõe-se que foi num delírio, porque continuava bem doente, e com muita febre. Estava debruçado, como se estivesse orando. Seus vizinhos de Bewdley e dos arredores, "erigiram três monumentos à memória desse humilde emigrante que veio da Irlanda e proporcionou tanta alegria a tantas pessoas".

A mensagem de conforto de Scriven tem alcançado os corações de milhões, porque é um dos hinos mais cantados ao redor do mundo. Depois de mais de um século, continua em grande demanda.

O hino aparentemente apareceu anonimamente pela primeira vez em 1857, no hinário Spirit Minstel: A Collection of Hymns and Music (Trovador Espiritual: Coleção de Hinos e Melodias), de J. B. Packard.

Habilmente traduzido pela operosa missionária pioneira Kate Stevens Crawfod Taylor, nos primeiros anos do trabalho batista no Brasil, este hino tornou-se um dos mais cantados por evangélicos brasileiros.

Sankey e Bliss estavam para publicar Gospel Nymns Nº 1, (Hinos Gospel Nº 1), em 1875. Depois de completar a coleção, Sankey, lendo um panfleto de hinos , descobriu o hino de Scriven, ligado à melodia do seu amigo Charles C. Converse. Gostou muito. Achou que fosse o "Príncipe dos hinista Escoceses", Horatio Bonar. Desejoso que este hino estivesse nesse hinário, colocou-o no lugar de outro de Converse. "Assim o útimo hino que entou no hinário tornou-se um dos primeiros em preferência". Mais tarde , Sankey soube, dos amigos de Scriven, de quem foi este hino tão importante.

Charles Crozat Converse (1832-1918) nasceu em Waren, Estado de Massachusetts e foi educado na academia Elmira na ciade de Nova Iorque. Associou-se com William B. Bradbury e ira D. Sankey na compilação e edição de hinários , usando seu pseudônimo Karl Reden, foma alemã do seu nome. Mais tarde, estudou música erudita no Conservatório de Leipzig, na Alemanha, onde conheceu Franz Liszt e Louis Spohr. Voltando aos Estados Unidos em 1859, estudou Direito na Univesidade de Albany (Nova Iorque). Praticando a advocacia com muito sucesso em Eric, Estado de Pensilvânia, continuou como músico e escritor, interessando-se também em Filosofia e Filologia. Compôs melodias para hinos, quartetos mistos, antemas corais, cantatas e oratórios patrióticos, quartetos e outra música para cordas e duas sinfonias. A Faculdade Rutherford lhe conferiu o Doutorrado em Letras (honoris causa)em 1895. Converse faleceu em Highwood, Estado de Nova Jersey.

O nome da melodia, CONVERSE, homenageia este destacado compositor. Foi composta em 1868 e apareceu na sua coletânea Silver Wings (Asas Prateadas), em 1870 sob seu pseudônimo: Karl Reden.

Bibliografia: Sankey, Ira D. , My Life and the Story of The Gospel Hymns, Philadelphia, PA, P. W. Zeigler Co, 1906, p. 334.

1.164 H.A. 426 - No Jardim

Algumas pessoas às vezes dizem que este hino é apenas de natureza sentimental, sem nenhum tema religioso. Contudo, as circunstâncias em que foi escrito mostram claramente que foi inspirado pelo incidente de Maria Madalena encontrando Jesus, a quem ela repentinamente reconheceu no Jardim do Getsêmani na manhã da Ressurreição.

Em março de 1912, C. Austin Miles estava sentado em seu laboratório fotográfico, um quarto escuro onde mantinha também seu órgão. Ao tomar a Bíblia, ela se abriu em seu capítulo favorito, João 20, que ele então leu mais uma vez. Na luz fraca e azulada lhe pareceu ver a história diante dos seus olhos. Ali estavam Pedro e João se encontrando com Maria Madalena diante da tumba. Como ela estava vazia, os dois homens se foram. Maria, sozinha, falou com o " jardineiro", a quem então ela reconheceu como o seu ressurgido Senhor. Austin Miles voltou a si com os músculos tensos. Guardou a bíblia e sob a inspiração de sua aparente visão, escreveu o poema assim que pôde. Na tarde do mesmo dia ele compôs a música para esta letra, e publicou o hino no "The Gospel Message", n 2, em 1912.

1.165 H.A. 427 - Mais Perto Quero Estar

Durante muitos anos, somente os homens escreviam hinos, mas, pouco a pouco, as mulheres também começaram a usar o seu talento poético e, hoje, temos muitos hinos escritos por mulheres consagradas a Deus e ao Seu trabalho.

Mas, um dos mais conhecidos em todo o mundo foi o hino escrito por Sarah Flower Adams (1805-1848). Trata-se do hino "Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti".

Foi no ano de 1841 que esta senhora, que estudava muito a Bíblia, ficou tão impressionada com a história relatada no livro de Gênesis (capítulo 28) sobre a visão de Jacó, em Betel, e a escada que alcançava o céu, e os anjos que subiam e desciam por ela, que, inspirada naquela passagem bíblica, resolveu escrever este hino que mais tarde se tornou universalmente conhecido.

Dizem que, quando os visitantes cristãos visitam a Palestina, em chegando a este lugar, Betel (hoje Bira, um território da Jordânia), param e cantam este hino, evocando os acontecimentos impressionantes experimentados por Jacó. As palavras deste hino tem sido um grande auxilio e um grande conforto para muitos crentes em tempos de dificuldades.

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É impossível esquecermos o terrível desastre com o grande transatlântico "TITANIC" nos primeiros anos deste século. Era a sua viagem inaugural; grandes personagens viajavam nele; viajava, também, um grupo de peregrinos, crentes da Europa que demandavam a nova terra (EUA). Mais de mil vidas se perderam naquela ocasião.

E contam que, quando o grande navio estava soçobrando, tinha-se a impressão de que ia haver um pânico geral; porém, a orquestra de bordo começou a tocar o hino "Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti" e, imediatamente, foi presenciado um espetáculo comovedor: os crentes e outros tripulantes, dando as mãos uns aos outros, começaram a cantar também o hino à medida que o navio ia afundando-se!

A música deste hino foi feita pelo conhecido compositor sacro Lowell Mason, autor de inúmeras outras músicas e que se tornou famoso pelos seus excelentes trabalhos. Durante a sua vida teve muitos cargos de importância e foi o fundador da Academia de Música de Boston.

Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos19.html

1.165.1 H.A. 427 - Mais Perto Quero Estar

Letra: Sarah Flower AdamsMúsica: Lowell Mason

As últimas palavras do Presidente William Mckinley, relatadas por seu médico, Dr. M. D. Mann, foram: -"Mais perto, meu Deus de Ti, ainda que seja a cruz' tem sido minha constante oração".

Preferido pela Rainha Vitória, por Theodore Roosevelt, pelo Rei Edward VII e muitos outros, este hino foi escrito por Sarah Flower Adams, em 1840 e é um dos treze com que ela contribuiu para "Hinos e Antemas", 1841, publicado pelo pastor, Rev. W. J. Fox, para a sua congregação.

É baseado em Gêneses 28:10-22, a história de Jacó em Betel. Sarah Flower Adams era filha de Benjamin Flower, o hábil redator do "Cambridge Intelligencer", e do "Political Review". Ela possuía talento dramático bem como habilidade poética e contribuiu para o ''Monthly Repository". Sua obra mais grandiosa foi "Vivia Perpetua" – um poema dramático.

"Bethany" é o nome da melodia composta para este hino por Lowell Mason, em 1856. Apareceu, pela primeira vez, em "Sabbath Hymns and Tune Book" (Livro de Canções e Hinos para o Dia do Senhor) , em 1859. Mason disse de sua origem: "O compasso estava irregular, porém, uma noite depois de permanecer acordado no escuro, com os olhos bem abertos, através do silêncio da casa, a melodia me veio, e na manhã seguinte escrevi as notas do "Bethany'." A melodia possui alguma semelhança com "Oft in the stilly nigth", e Mason pode ter usado, inconscientemente, alguma melodia já conhecida.

Um fato interessante é relatado com referência a este hino: "Durante a Guerra Civil o Bispo Martin da 'M. E. Church', do Sul, foi despejado de seu lar pelos Soldados da União, e saiu andando sozinho em direção ao mato. Ouviu alguém cantando 'Mais Perto Quero Estar' e dirigiu-se a uma casa de madeira, onde uma mulher velha e solitária, pobre e na miséria, cantava alegremente o hino. Esta cena despertou-lhe o sentimento de ilimitada confiança em Deus, e livrou-o dos seus temores." - The Story of Our Hymns, Haeussler, pág.355 (Com permissão da Eden Publishing House).

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.165.2 H.A. 427 - Mais Perto Quero Estar

Este hino bastante conhecido foi escrito por uma mulher inglesa talentosa e elegante, que viveu apenas quarenta e três anos. Apesar de sua saúde delicada, Sarah Flower Adams teve uma vida ativa e produtiva. Depois de uma carreira bem sucedida nos palcos de Londres como Lady MacBeth de Sheakespeare, começou a escrever e tornou-se amplamente conhecida por suas realizações literárias. A cruz mencionada na primeira estrofe do texto de seu hino pode ter sido suas dificuldades físicas, que limitaram muitas de suas ambições.

A irmã de Sara, Eliza, tinha dom para a música e com freqüência compunha músicas para os poemas de sua irmã. Juntas, elas contribuíram com treze letras e sessenta e duas novas melodias para um hinário que estava sendo compilado pelo seu pastor. Certo dia, o Rev. William J. Fox solicitou um novo hino para acompanhar seu sermão sobre a história de Jacó e Esaú. Sarah passou bastante tempo estudando Gênesis 28:10-22 e em pouco tempo completou todas as estrofes de “Mais Perto Quero Estar”. Desde aquele dia em 1840 este hino teve uma história incomum de ministrar consolo a pessoas sofredoras em todos os lugares.

Estas linhas (na letra original em Inglês), que descrevem Jacó dormindo sobre uma pedra e chamado o lugar de Betel, que significa “Casa de Deus”, parecem refletir um anseio comum – especialmente em momentos de profunda necessidade – de experimentar a proximidade e a presença de Deus de uma maneira muito real.

Fonte: http://books.google.com.br/books?id=mPqN_R-waqUC&pg=PA238&lpg=PA238

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1.166 H.A. 431 - Sim, Glória Haverá no Final

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.167 H.A. 434 - Quando For Chamado

O silêncio o perturbou. Tomava parte numa reunião da mocidade da Pine Street Church, uma modesta igreja metodista no Estado de Pensilvânia, EUA. No início do programa daquela noite foi feita a chamada, e cada pessoa, ao ouvir o seu nome, em vez de responder "presente", recitava um versículo bíblico. Noventa e oito jovens já haviam respondido, mas o número 99 não se pronunciou. O professor James Milton Black levantou-se e, pela terceira vez chamou aquele nome. Conhecia bem a menina, pois ele mesmo algum tempo atrás a convidara a freqüentar a igreja. Pertencia a uma família muito pobre, cujo pai gastava tudo que ganhava em bebidas.

O fato da menina não ter respondido à chamada impressionou grandemente o Prof. Black. Naquela noite, voltando para casa, ele pensou: "E se ela nunca mais responder, que acontecerá?" Sob a impressão desta dúvida, naquela mesma noite, ele escreveu:

Quando Cristo a trombeta lá do céu mandar tocarQuando o dia majestoso amanhecer, E e os remidos desta terra meu Jesus vier buscar, E fizer-se então chamada lá estarei.

Mais quinze minutos e ele escreveu mais duas estrofes. Ao terminar a poesia, foi ao piano e escreveu a música nota por nota, exatamente como nós a conhecemos hoje.

Mais tarde, Black verificou que aquela menina não estivera presente à reunião porque se achava gravemente enferma, vindo a falecer depois.

Assim Bill Ichter nos conta a história deste hino no Volume 2 da série "Se os hinos Falassem". O hino apareceu pela primeira vez em 1892, no hinário Songs of the Savior’s Love (Cânticos do Amor do Salvador), embora o copyright de Black tenha a data de 1893.

James Milton Black (1856-1938), membro muito ativo na Igreja Metodista, estudou canto e órgão desde cedo e tornou-se professor das escolas de canto que a igreja mantinha. Dedicou-se ao serviço social da sua igreja e da sua comunidade, como também à escola Bíblica Dominical e à mocidade. Escritor de provavelmente mais de mil hinos, letra e música, Black também foi editor de mais de uma dúzia de coletâneas,

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sendo a mais popular dessas Songs of the Soul (Cânticos da Alma), Volume I e II, publicadas em 1894 e 1896. Amplamente usadas em conferências evangelísticas, seu uso se alastrou ao redor do mundo.

O nome da melodia, ROLL CALL (Chamada) foi escolhido pela comissão do Bapitist Hymnal (Hinário Batista) de 1956, lembrado a chamada para a qual todo crente tem certeza que vai responder: "Presente"!

Bibliografia: Mesquita, Antônio N, de. História dos Batistas do Brasil de 1907 até 1945, Rio de janeiro, Casa Publicadora Batista (JUERP), 1962, p. 247

1.168 H.A. 441 - Junto ao Rio Jordão

Letra: Samuel StennettMúsica: Tullius Clinton O’Kane

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Enquanto visitava a Terra Santa, estoei este cântico ás margens do Jordão na parte oposta ao monte Horabe, onde Deus mostrou a Moisés a Terra prometida de Canaã.

Como as margens do Jordão não são tempestuosas, a palavra "Tempestuosa" do original em inglês tem sido por muitos substuídas por "rude", na primeira estrofe.

Dos muitos cânticos escritos pelo Dr. Stennett, este é o mais famoso. Ele nasceu em Exeter, na Inglaterra. Seu pai era o pastor da Igreja Batista em Little Wild Street, Londres. O jovem Stennett uniu-se a esta igreja. Tornou-se assistente de seu pai e mais tarde eu sucessor, continuando naquele pastorado até sua morte, em 1795 com idade de sessenta e oito anos. Foi amigo do rei George II.

O cântico foi publicado na coleção de "Rippon Selections", em 1787.Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.169 H.A. 442 - Tão Grato Me é Lembrar

Letra: Phoebe CaryMúsica: Philip Phillips

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

"Um cavalheiro, viajando na China, encontrou em Macau um grupo de jogadores, numa sala no fundo do andar superior de um hotel. À mesa mais próxima à sua, estava um americano de cerca de vinte anos jogando com um homem de idade.

Enquanto o homem de cabelos grisalhos embaralhava as cartas, o jovem, de maneira descuidada cantou uma estrofe de "Tão Grato Me é Lembrar", com uma melodia muito patética. Vários jogadores olharam surpresos ao ouvir o canto. O velho, que estava embaralhando as cartas, encarou firmemente o companheiro de jogo e atirou o maço de cartas debaixo da mesa.

'Onde aprendeu esta música?' perguntou. O jovem fez de conta que não sabia que havia cantado.-'Bem, não faz mal,' disse o velho, 'eu acabo de jogar meu último jogo, e isto é o fim. As cartas podem

ficar aí até o Dia do Julgamento, e eu nunca vou ajuntá-las.'Havia ganho cem dólares no jogo; tirou o dinheiro do bolso, e, dando-o ao jovem, disse:-'Harry, aqui está o seu dinheiro; leve-o e faça o bem com ele; eu o farei com o meu.'O viajante seguiu-o escada abaixo, e à porta, ainda ouviu o idoso senhor falando a respeito do cântico,

que o jovem cantara. Muito mais tarde, um senhor em Boston recebeu uma carta do homem de Macau, na qual ele declarava haver-se tornado um 'cristão trabalhador', e que seu jovem amigo também havia renunciado ao jogo e vícios semelhantes."

Este cântico foi composto em um pequeno quarto no terceiro andar, em uma manhã de domingo, em 1852, após a autora haver regressado da igreja. A srtª Carey tinha então vinte e oito anos de idade. Ela morreu em Newpot, Rhode Island, dezenove anos mais tarde.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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1.170 H.A. 457 - Sim, Cristo me Ama

Ficha Técnica

Letra Música

Título: Sim, Cristo me Ama Nome da melodia: CHINA

Autor: Anna Bartlett WarnerCompositor:William Batchekder

Bradbury

Data da Autoria:1859 Data de composição:1862

Tradutor: Stuart Edmund McNair Tonalidade:

Anna Barllet Warner, e sua irmã Susan, escreveram um romance intitulado, Say and Seal,( Dizer e Selar) em 1859, publicada em 1860. Num ponto da história, um menino doente está sendo confortado por seu professor da Escola Dominical. Ele toma a criança nos seus braços. Quando o menino lhe pede para cantar, ele canta um novo hino, escrito por Anna, um hino que mais tarde seria cantado e amado por crianças em todos os continentes do globo:

Anna Barllet Warner (1820-1915) nasceu em Long Island, Estado de Nova Iorque. Morou com o seu pai, o advogado Henry W. Warner, e sua irmã Susan, uma famosa autora, na ilha Constitution perto da Academia Militar West Point. Embora Anna nunca alcançasse a fama literária da sua irmã, escreveu diversos romances sob psedônimo de Amy Lothrop. Publicou também dois volumes de poesia. Anna e Susan mantiveram classes de Escola Dominical na Academia por muitos anos. O seu lar, chamado Good Crag ( Bom Rochedo), foi doado à Academia e transformado em patrimônio nacional.

Stuart Edmund McNair, dedicado missionário inglês, que nunca se casou, mas teve particular amor pelas crianças, traduziu este hino e publicou-o no hinário Hinos e Cantos Espirituais, do qual foi editor por longos anos

O compositor, William Batchelder Bradbury, nascido em Montclair, Estado de Nova Jersey, EUA, em 6 de outubro, 1816, mudou-se com a família para Boston, Estado de Massachussetts, em 1830. Lá, ele estudou na Academia de música de Boston e cantou no coro da igreja “Bowdoin Street”, ambos dirigidos pelo Dr. Lowell Mason, o célebre músico, educador e compositor.

Bradbury serviu como organista e dirigiu classes de canto em igrejas da cidade de Nova Iorque, de 1840 até 1847, quando levou sua família à Europa. Lá estudou com Wenael, Boehm e Hauptmann, em Leipzig. Voltando a Nova Iorque em 1847, dedicou o seu tempo em ensinar, conduzir convenções musicais e editar livros. Juntamente com Lowel Mason, Bradbury incentivou o estudo de música nas escolas publicas. Também fundou a companhia de pianos Bradbury em sociedade com seu irmão.

Entre 1854 e 1867, Bradbury ajudou a publicar 59 coletâneas de música sacra e secular. Entre as mais importantes estão O Coro Jovem, O Salmista, e a Coletânea Mendelssohn.

Bradbury, “ o hinista mais importante e prolífico do seu período”, aplicou nas suas melodias, como também faziam outros músicos americanos contemporâneos, artifícios usados pelos mestres europeus. Algumas vezes, ele fazia adaptações de melodias de Beethoven, Handel, e outros compositores clássicos. As melodias de Bradbury se destacavam por fluírem bem, sendo assim fáceis de serem cantadas.

Outra contribuição de Bradbury, que afetaria a hinodia mundial de uma maneira marcante, foi procurar uma famosa poetisa cega, chamada Fanny Jane Crosby, e convidá-la a contribuir com hinos para a sua publicadora. Falando desse encontro, Fanny diria: “ Parecia que o grande trabalho da minha vida havia começado”.( trabalho este que resultaria em 9.000 hinos).Os dois passaram a trabalhar em feliz parceria até a morte de Bradbury em 1868.

Bradbury compôs a música CHINA para este texto, e adicionou as palavras do refrão. Publicou o hino no seu hinário para a Escola Dominical, Golden Shower (Chuva de Ouro), em 1862. Porque missionários na China contaram que este hino era favorito entre as crianças da China, o nome CHINA foi dado à melodia

1.171 H.A. 458 - Vinde, Meninos

Letra e Música: George F. RootIra David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel

Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):"Em 1879 eu estava auxiliando em reuniões de reavivamento em Danville, California," escreve o pastor

de uma Igreja Presbiteriana em Oakland. "As reuniões tinham uma boa assistência, havia muito interesse, mas não conversões. Um homem com sua esposa e filha que vivia na vizinhança freqüentava a igreja regularmente, e lhe dava grande apoio financeiro. Eram pessoas excelentes, mas, não professavam a Cristo, e não se consideravam cristãos.

Certo dia, enquanto os homens realizavam um culto na igreja, as senhoras estavam reunidas em oração na casa pastoral, ali perto.No decorrer da reunião elas cantaram: 'Vinde Meninos!' Terminado o cântico, e prestes a orar, a senhora acima referida pediu que repetissem a última estrofe (a qual, em inglês, diz mais ou menos):

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'Pensai uma vez mais, Ele esta conosco hoje;Atendei aos Seus benditos mandamentos e obedecei;Ouvi agora Sua voz dizer suavemente,Meus filhos, vireis?!

A senhora fora grandemente impressionada pelo canto, e ao terminar disse com profunda emoção: 'Sim, eu irei; tenho sido muito obstinada, mais não ficarei distante por nenhum momento mais.'

As senhoras estavam todas profundamente emocionadas e oraram louvando a Deus de coração. Quando os homens ouviram as novas, ficaram encorajados também com as boas notícias.

Seguiu-se um reavivamento e poucos dias mais tarde, no final de um culto, quando foi feito um apelo para os que desejavam unir-se à igreja, esta senhora seu esposo foram os primeiros a responder. Foram seguidos por alguns de seus próprios filhos, e muitos outros – vinte pessoas ao todo. Este cântico parece ter sido o meio para alcançar o coração da esposa, e abrir o caminho para a benção que se seguiu."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.172 H.A. 462 - Jóias Preciosas

Este cântico, escrito pelo Rev. W. O. Cushing e musicado por G. F. Root, é um dos mais populares cânticos infantis, no mundo. Ele escreveu vários cânticos, entre os quais os mais populares são:"Hiding in Thee" (Escondido em Ti) e There'll be no Dark Valley" (Não Haverá Vale Escuro).

O Rev. William Orcott Cushing nasceu em Hingham Center, Massachusetts, em 1833 e converteu-se quando ainda criança. Entrou para o ministério e continuou aí por muitos anos,até que perdeu parcialmente a voz. Isto fez com abandonasse o púlpito, mas a oração feita por ele; -Senhor, dá-me ainda algo que eu possa fazer para Ti!" foi respondida de maneira maravilhosa, e ele pode escrever cânticos para crianças, muitos dos quais tem abençoado milhares de pessoas através do mundo, a quem sua voz de pregador nunca haveria alcançado.

"Jóias" se alinha com "Vinde Meninos" (HASD 458), e "I Am So Glad That Jesus Loves Me" (Sou Tão Feliz Por Jesus Me Amar), os dois mais populares cânticos para crianças, no mundo. O Rev. Cushing morreu em 1902.

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

Quando um ministro retornava da Europa, em um vapor inglês, visitou a terceira classe, e após um pouco de conversa amistosa, propôs que, se houvesse algo que todos conhecessem se cantasse pois, havia centenas de imigrantes de quase todas as partes da Europa.

-"Então terá que ser um melodia americana" disse o encarregado da terceira classe; "tente 'Jóias'."O ministro começou a melodia com as palavras: "Eis que Cristo vem à terra," e centenas de pessoas,

pobres e mal alimentadas uniram-se a ele. Muitos, e centenas mesmo, provavelmente, reconheceram a música da velha canção, e outros talvez se lembrassem de haver ouvido esta doce melodia tocada na torre da igreja, em suas terras. Mas outras vozes se uniram, masculinas e femininas, acompanhando a melodia, e às vezes a letra, as palavras eram fáceis e repetidas – e o volume do cântico aumentou, até que o ministro se viu em meio a um concerto internacional, o mais singular por ele já dirigido. (Theron Brown's Story of the Hymns and Tunes).

George Frederick Root, doutor em Música, autor da melodia, nasceu em Sheffield, Massachusetts, em 1920 e morreu em 1895.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.173 H.A. 472 - Deus é Tão Bom

“Pois a bondade de Deus dura para sempre”. Sal. 52: 1Esta é a história do Pastor Estéfano Rutuna, o criador da letra e musica do conhecido corinho “Deus é

Tão Bom”. Filho de pais muçulmanos, ia a uma escola evangélica na Uganda, sua pátria, apenas para aprender as noções do Francês, matemática, etc. Nenhum dos trezentos alunos foi ali buscar salvação. Mas a dedicação dos mestres impressionou a Estéfano. Começou a conhecer a Bíblia, depois a Jesus, ao ouvi-los se referirem sempre ao amor de Deus. Com doze anos Estéfano se entregou a Cristo. Quando adulto, um dia, foi convidado a ser o Primeiro-Ministro de seu país. Isto o deixou num grande dilema. Sendo um pastor e embaixador de Cristo entre as crianças africanas ele decidiu não aceitar o convite. Preferiu continuar anunciando o amor de Deus.

Mas o governo qualificou a recusa como alta traição contra a pátria; e ele foi tratado como espião. Estéfano foi preso, julgado e condenado à morte. Seria decapitado, e sua família queimada na sua casa. Quando chegou o dia, Estéfano testemunhou a morte de outros condenados, um a um, num total de doze. Mas ele não temia a morte. Sentia-se nas mãos de Deus, a quem amava e que tinha sido tão bom para ele. Lamentava apenas morrer nas mãos dos ímpios. Em sua última oração diante dos verdugos pediu que o Senhor Se dignasse tirar-lhe a vida. Que fizesse uso da tempestade que caía então, enviando um raio para matá-lo.

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Nos seus últimos momentos de vida havia um canto de louvor a Deus nos seus lábios. Como rendendo o espírito, cantou um hino que ele próprio compôs, música e letra, sobre a bondade de Deus:“Deus é tão bom, Deus é tão bom”,Deus é tão bom, é tão bom pra mim. ”

Nesse instante Deus Se pronunciou. Um raio entrou no cárcere e atingiu um dos algozes, matando-o. O temor caiu em todos os carrascos. Ninguém se atrevia a decapitar Estéfano e suspenderam a execução.

No mesmo momento os soldados, que conduziram sua esposa e filhinhos para serem queimados com a casa, ficaram tocados com o testemunho do menino de quatro anos e não tiveram coragem de atear fogo e queimar a criança. O caso foi levado ao presidente, que retirou a sentença de morte, mas expulsou a família da Uganda para não mais voltarem. Vivem atualmente no Quênia.

Sim, “Deus é tão bom! ”.Bibliografia: Meditação dos Juvenis - Casa Publicadora Brasileira, 1993, p. 147.

1.174 H.A. 484 - Faze Como Daniel

Letra e Música: Philip Paul Bliss (1838-1876)Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel

Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):"O Sr Bliss escreveu este cântico especialmente para a sua classe, na Escola Dominical, na Primeira

Igreja Congregacional de Chicago. Tem sido admirado e muito usado nas preleções do Sr. Moody sobre Daniel.

Este cântico e 'Sempre Avante, Jovens Crentes' (Cantai ao Senhor, nr. 528) foram proibidos pelo sultão, de serem usados na Turquia."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.175 H.A. 485 - Levantai-vos, Jovens

Letra e Música: Philip Paul Bliss (1838-1876)Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel

Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):Pouco antes de Sherman começar sua famosa marcha para o mar em 1864, e enquanto seu exército

estava acampado nas vizinhanças de Atlanta em 5 de Outubro, as tropas de Hood, em movimento cuidadosamente preparado, passaram pelo lado direito do exército de Sherman, chegaram à retaguarda, e começaram a destruição da estrda de ferro que levava ao norte, queimando as torres de vigia, e capturando os pequenos fortes ao longo do caminho. As tropas de Sherman movimentaram-se rapidamente em perseguição às de Hood, procurando salvar as provisões e armamentos, bem como os postos avançados sendo que o principal deles estava localizado em Altoona Pass.

O General Corse, de Illinois, estava acampado ali com cerca de mil e quinhentos homens, sendo o Coronel Tourtelotte o seu imediato. Um milhão e meio de rações estavam guardadas ali e era necessário que as trincheiras que guardavam a passagem e protegiam os suprimentos fossem mantidas. Seis mil homens sob o comando do General French, foram instruídos por Hood para tomarem posições. O posto foi completamente cercado, e foi dada a ordem para a rendição. O General Corse negou-se a render-se, e uma renhida luta começou.

Os defensores foram vagarosamente acossados e encurralados em um pequeno forte na crista da montanha. Muitos haviam caído, e parecia desnecessário prolongar a luta, pois não havia mais esperança. Neste momento um oficial viu à distância, através do vale, a vinte milhas, o sinal de uma bandeira branca, sobre o topo da Montanha Kenesaw. O sinal foi respondido, e logo a mensagem lhes foi transmitida de montanha para montanha: "Não entreguem o forte. Estou chegando. W. T. Sherman."

Vivas se fizeram ouvir; o ânimo dos homens foi revigorado com o reconhecimento do esforço que chegava, e, pelo fogo assassino, que matou e feriu mais da metade deles – Corse foi baleado três vezes na cabeça, e Tourtelotte tomou o comando, apesar de estar também muito ferido – resistiram por três horas até que os primeiros do exército de Sherman chegaram. French foi obrigado a bater em retirada.

"Este incidente histórico foi relatado pelo Major Whittle na reunião da Escola dominical em Rockford, Illiois, em maio de 1870. O Sr. Bliss estava presente, e o cântico 'Levantai-vos, Jovens', (Não Entreguem o Forte – no original em inglês), surgiu em sua mente. No dia seguinte Whittle e Bliss realizaram uma reunião na Associação Cristã de Moços em Chicago. Blisss foi à plataforma e escreveu o coro deste cântico no quadro negro. Cantou os versos pela primeira vez em público e o auditório uniu-se a ele no coro. Logo depois, publicou-o em folhas avulsas.

O Sr. Bliss disse-me, certa vez, pouco antes de sua morte, que esperava não ser conhecido pela posteridade apenas como o autor de "Levantai-vos, Jovens", pois havia escrito muitos cânticos melhores. No entanto, quando assisti à inauguração do monumento a Bliss em Roma, Pennsylvania, notei a seguinte inscrição:

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Page 124: HISTÓRIA DE HINOS

P.P. BlissAutor de "Levantai-vos, Jovens"

O pinheiro do qual Sherman transmitiu os sinais foi cortado poucos anos após a guerra, e foi transformado em muitas lembranças das quais recebi uma batuta para dirigir meus coros.

"Levantai-vos, Jovens" foi muito usado em nossas reuniões na Inglaterra, durante 1873-4. O Lord Shaftesbury disse em nossa reunião de despedida em Londres: "Se o Sr. Sankey não fez mais nada além de ensinar o povo a cantar 'Levantai-vos, Jovens', já conferiu uma benção inestimável ao Império Britânico".

Em uma viagem à Suíça, 1879, parei um domingo em Londres, com a família de William Higgs, e assisti ao culto no Tabernáculo Metropolitano, junto com a Srª Higgs e três de suas filhas. O Sr. Spurgeon, viu-me e, no final da reunião, mandou um de seus diáconos convidar-me para ir a sua sala particular. Cumprimentou-me calorosamente e no decorrer da nossa conversa disse:

-"Há poucos dias recebi a cópia de um projeto de lei relacionado com o exército, que estava em estudo no Parlamento, acompanhado de uma carta de um membro do Parlamento, um cavalheiro cristão, pedindo-me que pregasse um sermão sobre o assunto em foco. Decidi pregar hoje à noite, e quero que você venha e cante: ' Levantai-vos, Jovens'."

Respondi que não poderia deixar de atendê-lo e que apesar de não haver planejado cantar em público, em Londres, nesta viagem, eu o faria com prazer se pudesse ter um pequeno órgão para me acompanhar. Supunha que não iria ser atendido pois ele não aprovava o uso de órgãos em cultos públicos, e nunca havia usado um em sua igreja; mas, respondeu-me que quando chegasse à reunião, encontraria um instrumento na plataforma.

À noite, no final de seu sermão, ele anunciou que eu estava presente e que iria cantar 'Levantai-vos, Jovens', pediu a congregação que se unisse a mim cantando animadamente o coro. O órgão havias sido emprestado pelo "Students College". Quando o coro foi cantado, podia-se ouvir a quadras de distância.

No final do culto, o Sr. Spurgeon exclamou: "Creio que depois disto, o nosso teto nunca mais cairá!"Chegando à Suíça, cantei em muitas cidades. Atravessando o Lago Lucerne, e subindo o Rigi, cantei

novamente "Levantai-vos, Jovens", e isto foi de grande interesse para os camponeses suíços.Uma demonstração da influência religiosa causada por este e outros cânticos americanos sobre o

povo, foi observado quando dois atores se apresentaram no palco de um dos maiores teatros da Inglaterra, para imitar humrísticamente o Sr. Moody e eu. Ao iniciarem sua apresentação os ouvintes das galerias começaram a cantar "Levantai-vos, Jovens", e continuaram cantando até que os atores deixaram o palco. Ao voltarem com o propósito de continuarem a apresentação, o cântico foi entoado novamente e continuou a ser cantado até que os atores desistiram desta parte do espetáculo.

Fui informado de que a notícia deste incidente enviada aos Estados Unidos nessa ocasião, pelo telégrafo chamou mais a atenção dos nossos patrícios para o trabalho em outras terras, do que todos os relatórios recebidos até então relacionados com o trabalho missionário de além mar.

Pouco tempo após o trabalho evangelístico de Harry Varley em Yorkville e Toronto, cerca de 1875, quando os cânticos da primeira edição de "Gospel Hymns" foram conhecidos em todo o país, um carpinteiro e seu ajudante estavam trabalhando em um edifício em Yorkville. O homem era cristão, e havia consagrado sua bela voz de tenor ao trabalho do Mestre. O menino, havia se entregado a Jesus, há pouco, e era também um cantor para Cristo. Certa manhã, ao se encontrarem na hora costumeira par o trabalho, travou-se entre eles o seguinte diálogo:

-"Você sabe quem vem trabalhar aqui hoje?"-"Não, não sei".-"É Tommy Dodd"-"Quem é Tommy Dodd?"-"É pintor, o maior bêbado e espancador de esposa de Yorkville."-"Precisamos dar-lhe uma calorosa recepção."-"Sim, nós cantaremos o tempo todo, de forma que ele não possa falar palavrões."Desta forma, quando Tommy Dodd chegou, começaram a cantar "Levantai-vos, Jovens", e

continuaram até que ele deixou o seu trabalho, aproximou-se para ouvir, e pediu que o cantassem várias vezes. Finalmente juntou-se a eles, pois, gostava muito de cantar. Logo o convidaram para a reunião de oração dos moços e lá o Espírito o levou a render-se à Cristo. Daí em diante era encontrado na igreja, em vez de no bar, cantando os doces cânticos de Sião.

O Dr. R. A. Torrey, ao regressar de Londres recentemente, veio visitar-me e contou-me que quando ele e o Sr. Alexander estavam realizando reuniões em Belfest, um de seus mais entusiásticos auxiliares era um irlandês, conhecido como um obreiro ativo em toda a cidade. "Ele estava constantemente trazendo bêbados para a frente, e ajudando-os", diz o Dr. Torrey, e "realiza reuniões ao ar livre em toda parte.

A história de sua conversão era muito interessante. Ele havia sido prisioneiro em Belfast. Certo dia a janela de sua cela estava aberta e o Sr.Sankey estava cantando " Levantai-vos, Jovens", em outro edifício. As palavras trazidas pelo ar penetraram pela janela, e encontraram guarida em seu coração. Lá na cela ele aceitou a Cristo sob a influência deste cântico. Creio que ele nunca viu o Sr. Sankey em toda a sua vida."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 125: HISTÓRIA DE HINOS

1.176 H.A. 495 - Haja Paz na Terra

Era verão,1955. Um grupo de jovens acampantes de diversas raças e grupos religiosos tinha um grande desejo: ver a paz mundial. Braços dados cantaram um cântico, escrito naquele ano, que comunicava perfeitamente o que estava nos seus corações: “Haja Paz na Terra, a começar em mim”. Descendo da montanha, esses jovens começaram a compartilhar este cântico.

Como se tivesse asas, Haja Paz na Terra começou uma viagem maravilhosa ao redor do globo. Foi cantado em organizações de todo o tipo, em reuniões de igrejas. Foi gravado, copiado, impresso, passado de boca em boca. Atravessou os Estados Unidos. Ganhou medalhas e honrarias em 1958 e nos anos seguintes. Continuou a ser hino-tema de muitas ocasiões cívicas no país. Foi para a Europa, Oriente Médio, América do Sul, Ásia, África e Austrália e as ilhas do Pacífico. Foi usado num programa da Cruzada para a Paz e num filme para o Japão.

Por expressar uma oração muito importante para o dia de hoje, seu uso nas igrejas por coros e congregações se alastrou mundialmente. Certamente, por onde quer que olhemos, há ódio, violência e guerra. Quando cada crente no mundo orar sinceramente “Haja paz na terra, a começar em mim” e se puser à disposição do Príncipe da Paz para que esta paz se espalhe, faremos uma diferença neste mundo conturbado.

O co-autor e compositor deste hino, Seymour (Sy) Miller (1908-1971), foi famoso pianista escritor e produtor de teatro, rádio e televisão. Formou-se pela Universidade Cornell, em Nova Iorque.

Jill Jackson, co-autora e compositora de Haja Paz na Terra, nasceu em 1913. Foi esposa de Sy Miller e sua principal colaboradora na sua música. WORLD PEACE, o nome da melodia, significa “Paz Mundial”, expressando o anseio dos autores-compositores do hino e de todos nós.

Bibliografia: Jan-Lee, Let There be Peace on Earth, Brochura, 1990.

1.177 H.A. 497 - Queremos Dar Louvor

Este inspirador hino, em verdade uma oração cantada, foi composto por Ariney de Oliveira, para o Campori de Desbravadores da Divisão Sul Americana, realizado no Parque de Exposições de Ponta Grossa, Pr., em janeiro de 1994. Naquela ocasião o Pastor Acílio Alves era o responsável pela programação musical do evento.

O pastor foi à casa dos pais da Alessandra, esposa do Ariney, e durante um gostoso jantar, eles conversaram sobre a música especial que pretendiam usar antes dos sermões para os adolescentes. Deveria ser uma composição capaz de atrair o inquieto auditório adolescente ao mesmo que tempo que deveria criar o clima para a adoração e o estudo da Bíblia.

Menos de um mês depois o pastor Acílio encontrou-se com o querido casal de músicos em uma sala da Igreja Central Paulistana. Ali, o Ariney foi ao piano e acompanhou a esposa, que cantou esta música. Todos entenderam que mais uma vez Deus havia usado Seus instrumentos humanos para produzir algo inspirador.

A composição entrou na coletânea do evento, uma versão em espanhol também foi publicada, e, desde então, ela se tornou um dos mais queridos cânticos dos Jovens Adventistas.

1.178 H.A. 499 - Não Me Esqueci de Ti

Jader Santos, diretor de Música de "A Voz da Profecia", e um dos mais queridos músicos adventistas do Brasil, compôs letra e música deste inspirador hino sob o impacto das impressões produzidas nele por um sermão pregado sobre a volta de Jesus.

Naquela ocasião, a "Voz da Profecia" ainda estava sediada nas suas antigas instalações, na Igreja do Botafogo, Rio de Janeiro. Após o sermão, o maestro e pastor Jader dirigiu-se a sua sala, dispensando o almoço, e de uma só vez escreveu as palavras e a melodia. Na segunda-feira, apresentou a nova composição aos colegas e guardou-a.

Algum tempo depois foi procurado pelo prof. Eli Prates, diretor do famoso grupo "PRISMA" que queria um hino novo para ser gravado pelo grupo. Foi a partir daí que o "Eu Não me Esqueci de Ti" se tornou um dos mais famosos hinos brasileiros dos últimos anos.

Esta história foi contada pelo próprio Jader num encontro de músicos promovido pelo Ministério Jovem das Associações de São Paulo na Igreja Central Paulistana, no ano de 1993.

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Page 126: HISTÓRIA DE HINOS

1.179 H.A. 500 - Deus Sabe, Deus Ouve, Deus Vê

Letra: Valdecir Simões Lima (1953- )Música: Flávio Almeida Santos (1963- )

A irmã Raquel Silva enviou, por intermédio do irmão Aristides dos Santos, o seguinte relato aos editores do Música Sacra e Adoração:

Recentemente o prof. Valdecir Lima fez uma semana de oração em minha igreja, a Capital Brazilian SDA Temple, em Washington.

Ele nos contou que quando fez a letra deste hino, faziam apenas 45 dias que seu pai havia morrido. Ele estava na biblioteca de sua casa, assentado na escrivaninha que fora de seu pai, e, naturalmente, passando por um momento de grande dor, quando fez a letra do hino.

Deixou bem claro que o hino não foi feito em homenagem ao falecido pai, a quem muito amou, mas como uma declaração de confiança e descanso no amor de Deus, em meio das tribulações desta vida, como era o momento que estava vivendo então.

1.180 H.A. 504 – Da Igreja o Fundamento

Letra: Samuel John Stone (1839-1900)Música: Samuel Sebastian Wesley (1810-1876)

Este é o hino que nasceu de uma controvérsia teológica. Costuma-se dizer que das coisas ruins nascem, coisas boas. Com certeza poderíamos dizer isso da famosa “Controvérsia de Colenso.”

John William Colenso era um prelado britânico, servindo como bispo anglicano em Natal, África do Sul. Ele era muito ativo na evangelização dos zulus, e defendeu as populações negras contra a dominação bôer. Suas interpretações críticas da Bíblia provocaram vivas polêmicas. Um livro dele, “O Pentateuco e o Livro de Josué”, examinado do ponto de vista da crítica, foi publicado em 1862 e provocou uma grande controvérsia.

Quem mais recebeu os ensinos de Colenso foi o seu superior, o Bispo Gray, Bispo da Cidade do Cabo. Ele demitiu Colenso das suas funções e este apelou à sede da Igreja em Londres.

Quem se interessou muito pela polêmica foi um outro membro da Igreja Anglicana, o Rev. Samuel John Stone, que naquela época estava iniciando o seu ministério.

Nascido em 25 de abril de 1839, Stone, passou os primeiros treze anos na roça. Depois, mudou-se para Londres e estudou no Pembroke College, em Oxford, onde, além dos estudos, participava também ativamente de vários esportes. Mostrou grande talento poético.

Em 1862 era um adjunto numa igreja em Windsor. Enquanto servia a essa igreja, a “Controvérsia de Colenso” estourou. Stone sentiu que as suas ovelhas repetiam friamente o Credo Apostólico, sem realmente sentirem o sentido das palavras. Por isso ele escreveu em 1866 a coleção conhecida como, Lyra Fidelium, constituída de doze hinos sobre os doze artigos do Credo Apostólico.

Um desses hinos era “Da Igreja o Fundamento”, baseado no artigo 9 do Credo, que dizia “Ele é a cabeça do corpo da igreja.”

O hino era um reflexo da própria controvérsia. Tinha, originalmente sete estrofes, mas algumas partes foram omitidas, por conterem expressões pouco condizentes ao louvor. Uma das estrofes omitidas dizia (mais ou menos literalmente, sem nos preocuparmos com a rima e a métrica).

“A Igreja jamais perecerá, Seu Criador a defenderá,Guiará, sustentará e acalentará,E estará com ele até o fim.Apesar do fato de que existem alguns que a odeiam,E filhos falsos, que diante dela empalideceram,Ela prevalecerá,Contra os inimigos ou traidores.”

Em 1864 o hinário “A Selection of Solos and Hymns” (Uma Seleção de Solos e Hinos) foi editado em Londres por Samuel Wesley (neto de Charles Wesley) e Charles Kemble. No hinário de 150 hinos existiam mais de trinta melodias originais de Samuel Wesley. Uma dessas foi ligada ao hino que conhecemos como “Jerusalém Excelsa”, cuja letra recebeu a seguinte tradução para o Português:

O olhar dos oprimidos está em ti, no além,Cidade de ouro puro, feliz Jerusalém.Não sei nem imagino o gozo que há em ti,A glória imarcescível não posso ver daqui.

Oh, doce lar bendito, em breve ver-te-ei,Teus gozos inefáveis e a paz desfrutarei.

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Page 127: HISTÓRIA DE HINOS

Exulta pois, minh’alma, prorrompe em canção;Porque bem perto estamos da eterna redenção.

Em 1868, em um apêndice do hinário “Hymns Ancient And Modern” (Hinos Antigos e Modernos), os seus editores usaram aquela melodia de Samuel Wesley para cantar o hino “Da Igreja o Fundamento”, de Stone. Desde então o hino tradicionalmente cantado com a melodia de Wesley, melodia está intitulada “Aurélia”(do latim Aurum, que significa “ouro”).

Em 1870, dois anos depois de lançado o hino de Stone, com a melodia de Wesley, Stone foi a Londres e trabalhou como auxiliar do pai, que também era um prelado da Igreja Anglicana. Em 1874 o pai faleceu, e John Stone continuou no bairro de Haggerstone, conhecido como um bairro pobre e necessitado. Ele foi muito querido pelo povo, e os moradores desse bairro ficaram tristes,  quando, em 1890, com sua saúde enfraquecida; Stone foi transferido para outra igreja. No dia 19 de novembro de 1900 Stone faleceu, vitima de câncer.

O compositor da melodia “Aurélia”, Samuel Wesley, nascido em Londres no dia 14 de agosto de 1810, foi um grande músico. Dotado de grande talento natural, ainda se preparou diligentemente na Universidade de Oxford, onde recebeu os graus de Bacharel e Doutor em Música. Ele foi um organista de grande renome e teve também, vasta experiência como regente.

Contam que Wesley era um inveterado pescador e que um dia, a caminho para apresentar um concerto, viu um lugar tão encantador e tentador para pescar, que mandou o seu assistente prosseguir a viagem, apresentar o concerto em nome dele e avisar que foi detido por motivos superiores; Bill Reynolds, no seu livro Hymns Of Our Faith (Hinos de Nossa Fé), e Roberto McCutchman, no seu livro Our Hymnody (Nossa hinodia), contam esta história.

De qualquer maneira, Wesley foi um grande músico, e deixou uma rica herança de composições. As suas últimas palavras, ao falecer, foram : “Deixem-me ver o céu”.

Na Catedral de Gloucester há trabalho dedicado a Wesley, com os seguintes dizeres: “Este monumento foi colocado por amigos como expressão de alta estima do seu valor pessoal e admiração pelo seu grande gênio musical”. Há, na mesma catedral, uma janela colocada em memória dele, mas o famoso Groves Dictionary of Music and Musicians, diz que “O monumento que mais perdura é o da sua própria criação, que persiste em suas obras”.

Fonte: Se os Hinos Falassem – Bill H. Ichter – Vol. IV – pág. 60 a 63 .

1.181 H.A. 511 – Oh, Que Belos Hinos

Letra: William Orcutt Cushing (1823-1902)Música: George Frederick Root (1820-1895)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

"'Oh, que Belos Hinos!' (Soam os Sinos do Céu – no original em inglês), foi escrito", diz o autor, Sr. Cushing, " para ser usado com uma bela melodia que me fora enviado por George F. Root, intitulada, 'O Pequeno Mestiço'. Após receber a melodia, esta ficou em minha cabeça o dia todo, soando melodiosamente em sua doce cadência musical. Queria aprendê-la para usá-la na Escola Dominical e para outros propósitos cristãos também. Imaginei haver alegria no céu quando, os sinos no céu soando anunciam a volta de um pecador arrependido. Então as palavras 'Soam os Sinos do Céu' subitamente fluíram para a melodia que estava à espera. Foi uma bela e abençoada experiência e parece que os sinos ainda estão soando."

Uma meninazinha na Inglaterra, muito querida por seus pais, estava morrendo. Ela gostava muito de nossos cânticos, e sempre falava quanto os amava. Alguns dias antes de morrer disse à sua mãe:

-"Quando eu morrer, mamãe, peça as meninas da escola que entoem o cântico: 'Soam os Sinos do Céu'".

Meia hora antes de sua morte ela exclamou:-"Oh, mamãe, ouça os sinos dos céus! Como tocam belissimamente!"Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 128: HISTÓRIA DE HINOS

1.182 H.A. 515 – Importa Renascer

Letra: William True SleeperMúsica: George Coles Stebbins

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

"Certa noite, em novembro de 1886," diz o superintendente de uma escola para meninos, "eu estava andando em uma rua em St. Joseph, Missouri, quando vi adiante uma multidão aglomerada em frente a uma porta. Ao chagar mais próximo vi que era a entrada para o salão da Associação Cristã de Moços. À porta, alguns jovens cantavam. Ao eu me aproximar começaram a cantar:

'De noite, uma vez, veio um rico a JesusA fim de saber o caminho da luz;O Mestre explicou, e lhe fez entender:Importa renascer!'

Quando chegaram ao coro, a espada do Espírito penetrou meu coração. Pareceu-me estar diante do Senhor Jesus face a face. Lá na rua, enquanto o cântico era entoado, eu lhe pedi que me ensinasse como renascer outra vez, e Ele o fez.

Aceitei um convite para o culto da noite e após aquele serviço, e pelo resto da minha vida, reconheci publicamente a Cristo como meu Salvador. Tenho sentido que foi através da influência daquele cântico que minha alma foi despertada. Agradeço a Deus muitas vezes pelo cântico, bem como pela coragem que ele deu aos seus discípulos de cantarem na rua."

Relata ainda Sankey:"Muitos anos atrás um evangelista inglês mandou-me este incidente: -'Estavamos realizando reuniões

evangelísticas em uma cidade em Perthshire, e havia ali uma pessoa que ajudou-nos mais efetivamente do que poderíamos esperar. Não sei exatamente como entramos em contato com a "Cega Aggie"; além de ser cega e idosa, era uma grande sofredora, e raramente podia arrastar-se além de sua porta.

Nós éramos estranhos no lugar, e ninguém nos falou dela; no entanto, pela providência de Deus, um de nosso grupo foi levado a visitar seu pequeno quarto, descobrindo quão santa era ela, e quão profundamente interessada estava a respeito de tudo que ouvira de nossas reuniões. Ela nos auxiliou grandemente com orações, e tanto quanto possível com trabalho individual.

Hospedada na mesma casa que a cega Aggie, estava uma costureira – uma pobre jovem, frívola e tola por quem ela se interessou profundamente. Com muita dificuldade convenceu a jovem a assistir a uma de nossas reuniões.

Enquanto a moça estava na reunião, Aggie estava orando para que ela recebesse uma benção especial. Quando ela voltou, Aggie fez-lhe muitas perguntas, mas para sua tristeza notou que o coração da jovem não havia sido impressionado.

A boa anciã induziu a irresponsável moça a ir outra vez; quando ela voltou pela segunda vez, já era muito tarde, e a cega Aggie havia ido para a cama, mas a jovem irrompeu quarto a dentro, gritando:

- "Ó, Aggie, onde está você? Eu preciso contar-lhe..."- "Sim, querida, o que é? Venha, conte-me!"-Oh! mas primeiro eu preciso de luz; não posso contar-lhe no escuro."Apesar de Aggie nunca usar velas, disse à moça onde poderia encontrar uma. Após acendê-la, a

jovem abriu seu coração:- "Oh, Aggie desta vez eu não ri! Eles apresentaram um cântico que sempre repetia: 'Importa renascer',

e isso tomou conta de mim, Aggie, e oh, eu nasci outra vez. Jesus tomou-me, Aggie'!"Numa noite de domingo," relata uma jovem de Dunfermline, Escócia, "fui com uma amiga passear

num parque público, quando nossa atenção foi atraída para uma reunião ao ar livre. Enquanto estávamos lá ouvindo, o cântico 'Importa Renascer' foi distribuído e cantado. As duas últimas linhas da última estrofe (este trecho não se encontra no "Hinário Adventista") eram:

'Um querido no céu meu coração deseja verNo belo portão esperando para ir comigo ter!

Essas palavras tocaram-me profundamente, e eu senti que precisava renascer, pois de outra forma, jamais, entraria lá. Naquela noite me decidi por Cristo e desde este cântico tem sido muito precioso para mim".

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 129: HISTÓRIA DE HINOS

1.183 H.A. 519 - O Pão da Vida

A autora deste hino, Mary Artemisia Lathbury (1841-1913) era filha de pastor e tinha dois irmãos, também ministros do Evangelho.

Cedo na vida revelou ela dotes especiais para poesia e desenho. Tornou-se artista profissional e professora de arte. Ilustrava freqüentemente seus livros e versos com seus próprios desenhos. No ramo literário contribuiu muito para jornais e revistas para crianças e jovens e, como redatora, serviu no notável Instituto Bíblico de Chautauqua, no norte do estado de Nova Iorque, fundado pelos Srs. Lewis Miller e Dr. John H. Vincent. Muitas das poesias que a Srta. Lathbury escreveu foram usadas para os cultos vespertinos em Chautauqua.

Falando sobre como chegou a desenvolver os seus dons no serviço religioso, diz ela que, um dia, pareceu-lhe ouvir uma voz dizendo: “Lembra-te, minha filha, de que tens o dom de tecer a imaginação em versos e o dom de, com o lápis, reproduzir imagens que te vêm ao coração. Consagra tais virtudes inteiramente a mim, como fazes com o mais íntimo do teu espírito”. Foi depois de ouvir isto que ela dedicou o seu talento ao serviço do Senhor.

Entre os vários cursos oferecidos pelo Instituto Bíblico de Chautauqua, predominava o do estudo bíblico. Sentindo o Dr. Vincent a necessidade de um hino especial, relacionado àquela matéria, solicitou à Srta. Lathbury, sua auxiliar, que o escrevesse. Ela o atendeu e, durante o verão de 1877, compôs este maravilhoso hino. O hino é baseado no milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, operado pelo Senhor para alimentar a multidão cansada e faminta que O cercava junto ao mar da Galiléia, incidente este narrado pelos evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João.

É uma prece ao Senhor suplicando-lhe que conceda a visão para enxergar o sentido profundo das santas Escrituras “além da mera letra”!

O tradutor deste hino é o Sr. Henry Maxwell Wright (1849-1931). Nascido em Lisboa, era filho de pais ingleses e por alguns anos dedicou-se ao comércio. Depois de auxiliar o célebre pregador Moody em uma grande campanha de evangelização realizada em Londres, em 1874 e 1875, abandonou a sua próspera carreira comercial para dedicar-se à evangelização da Inglaterra e Escócia. Esteve no Brasil quatro vezes: 1881, 1890-1891, 1893 e 1914.

O Sr. Wright contribuiu grandementete para a hinologia nacional, pois escreveu cerca de 151 hinos e 42 coros, muitos dos quais constam de hinários em língua portuguesa.

Este hino tem o número 353 em Hinos e Cânticos e é cantado com a música Bread of Life (Pão da Vida), cuja autoria é de William Fisk Sherwin (1826-1888).

Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos27.html

1.183.1 H.A. 519 - O Pão da Vida

A narrativa bíblica do milagre de Cristo ao alimentar os cinqüenta mil foi a inspiração para a escritora deste belíssimo hino conhecido e amado por cristãos de todos os lugares. A escritora, Mary Lathbury, era conhecida como "A poetisa laureada de Chatauqua", o famoso movimento literário do final do século XIX.

Mary nasceu em 1841 e passou seus primeiros anos em Manchester, Nova York. Seu pai era um pregador na igreja Metodista Episcopal. Seus dois irmãos também foram ordenados nesta denominação.

Além de ser hábil poetisa, Mary era uma artista brilhante e foi encarregada de ilustrar vários periódicos infantis.

Abandonou sua carreira de artista para assumir o trabalho de assistente de Secretário Executivo da União das Escolas Dominicais Metodistas, Bispo John H. Vincent. Mais tarde, Vincent fundou o famoso Movimento Chautauqua que, por volta de 1880, era muito popular através do país. Quando seu chefe pediu que escrevesse um hino vespertino para as reuniões de Chautauqua, Mary escreveu "Morre o Dia" (H.A. 028), o qual se tornou tão popular que foi publicado em quase todos os hinários da América.

"O Pão da Vida" foi escrito como um hino de meditação, para ser cantado pelos membros de Chautauqua, e o professor Sherwin compôs a música, que se adapta às palavras do poema de Mary de maneira belíssima. É um hino apreciado nos dois lados do Atlântico, e tem sido uma benção desde que foi composto em 1877, às margens de um pequeno lago no sudoeste de Nova York.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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Page 130: HISTÓRIA DE HINOS

1.184 H.A. 523 - Envio a Ti

Era 1937, na solidão de uma noite no vasto silêncio no Norte do Canadá, uma professora lia a sua Bíblia. Encontrou em João 20:21, a convicção que sua chamada era para ir a qualquer lugar que Deus a enviasse. Então escreveu uma poesia que começava: "Envio a Ti aos compôs da Seara/ semear, ceifar, sem horas receber/ sofrer por mim ingratidão e escárnio; Contigo estou, terás o Meu poder/... " 

Margareth Clarkson conta que anos mais tarde, ela chegou a conhecer a "alegria da obediência", e arrependeu-se do triste tom do seu poema. Então, escreveu uma nova versão que refletia esta alegria, esta vitória que ela sentia em sua vida. Singspiration publicou o hino com a música de John W. Peterson, em 1963. É esta versão o tema da cantata missionária So Send I You (Eu vos Envio), composta por Peterson e publicada por Singspiration, Inc, em 1969. Sobre a tradução, o Pr. Ivo Augusto Seitz fala:

"Quando a turma de música sacra do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil trabalhava na tradução da cantata do mesmo nome do hino, descobri uma segunda melodia e letra, dos mesmos autores. Comparando, entendi logo as razões da autora - no ano seguinte também seguiria para o campo missionário."

Ainda se canta este hino em todos os cantos do Brasil.E. (Edith) Margaret Clarkson, a autora de Envio a Ti, nasceu na cidade de Melville, na província de

Saskatchewan, no Canadá, em 8 de junho de 1915. Margaret aceitou a Cristo aos 10 anos, depois de ver um programa de slides sobre o livro "O Peregrino". Sua primeira poesia foi publicada no mesmo ano, as primícias da sua prodigiosa produção literária. Desde então, fluíram da sua pena mais de cem hinos e cânticos, muitos artigos, livros de poesias, hinários, livros textos e livros devocionais.

A Srta. Clarkson cursou a Faculdade de Pedagogia e a Universidade de Toronto, capital da província de Ontário. Ela se dedicou, de 1935 a 1973, no ensino do primeiro grau na província, sentindo este trabalho como sua missão dada por Deus. Além de ser sempre membro ativo na sua igreja, cooperou fielmente na Aliança Bíblica Universitária para a qual ela escreveu, a pedido do diretor, seu primeiro hino, We Come, O Christ, to Thee ( Chegamos, ó Cristo, a Ti), publicado no primeiro hinpario da ABU, em 1946.

Sobre sua vida desde a sua aposentadoria do ensino publicou em 1973, a prfª Clarkson diz: "vivo tranqüila, num subúrbio de Toronto, chamado Willwdale, escrevendo quando posso". E escreve! Colaborou com Donald P. Hustad na letra da cantata Celebração do Discipulado em 1974. Escreveu, no mesmo ano, o hino oficial para o Congresso de Evangelização Mundial em Lausanne, Suíça, "Praise The Lord, Sing Hallelujah" (Louvai ao Senhor, Cantai Aleluia). Também preparou o livro The Singing Heart (O Coração que Canta), coletânea de mais de cem hinos, publicada por Hope Publishing Co., Carol Stream, Estado de Illinois, EUA, em 1987. A hinodia mundial ainda aguarda grandes coisas desta talentosa e dedicada serva do Senhor.

O compositor, John Willard Peterson, recebeu uma cópia, sem assinatura, da primeira versão do poema da srta. Clarkson. Muito impressionado com a poesia, Peterson usou-a num dos seus programas na radio WMBI do Instituto Bíblico Moody, em Chicago. "Um dia ao piano, com o texto diante dele, Peterson improvisava". "A melodia 'chegou a mim', diz Peterson, (...) e eu senti que de alguma maneira, Deus havia de usar este hino". Foi publicado, em primeiro lugar, na coletânea Low Voice, (Voz Grave) por Moody Press, em 1954. Quando a srta. Clrarkson escreveu a segunda versão mais amadurecida de João 20:21. Singspiration, Inc. publicou-a, com a música de Peterson, em 1963.

Ao descobrir que a poesia era de Margaret Clarkson, Peterson deu à melodia o nome de TORONTO, cidade onde ela mora há muitos anos.

Bibliografia: Seitz, Ivo Augusto. Carta à autora em 13 de setembro de 1991.

1.185 H.A. 525 - Obedecer é Melhor

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas

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não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.186 H.A. 534 - Salvo em Jesus

Letra: Fanny Jane Crosby (1820-1915)Música: William Howard Doane (1832-1915)

De Benjamin, disse: "Todo o dia o Senhor o protegerá, e ele descansará nos seus braços" Deuteronômio 33.12. De Aser, disse: "O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo de ti estende os braços" Deuteronômio 33.27.

O hino de que vamos falar é o fruto de uma vida consagrada ao Senhor. Uma vida de alegria e gozo, é a demonstração mais eloqüente do que o Senhor pode fazer com uma pessoa que, mesmo fraca e deficiente, descansa nEle e vence para honrá-Lo.

Trata-se da famosa serva de Deus que viveu entre os anos 1820 e 1915, Fanny Jane Crosby. Bem cedo, com apenas seis semanas de vida, ficou completamente cega devido a um engano do médico que a tratou. Por isso, nunca chegou a apreciar, com os seus olhos, as belezas do mundo criado por Deus.

No entanto esta aflição serviu apenas para a introduzir num mundo novo onde encontrou, mais tarde, Cristo, seu grande Amigo e Guia.

Bem cedo, também, demonstrou seus dotes poéticos, compondo, aos oito anos de idade, sua primeira poesia, a qual revela o seu contentamento e confiança em Deus, mesmo na adversidade.

Anos mais tarde começou a escrever hinos sacros, por sugestão do célebre compositor musical, W.B. Bradbury, e dai por diante escreveu tantos hinos que não se sabe, ao certo, o seu verdadeiro número; sabe-se, porém, que somam muito mais de 8.000.

Fanny escrevia os hinos com tanto rapidez que em certa ocasião, estando com o Sr. William H. Doane, também compositor de música de muitos hinos, este lhe disse; "Tenho uma música que gostaria que ouvisse", e assim ele a tocou, ela exclamou: "Ora, isso está dizendo: 'Salvo nos braços de Jesus'!" Ausentou-separa outra sala e, dentro de poucos minutos, regressou pronunciando as palavras originais do lindo hino acima.

Assim, aquela ceguinha, graças à sua disposição alegre, e pela confiança que havia posto em Jesus, "não chorava nem se lamentava por ser cega", antes tem servido de inspiração a milhões de pessoas, induzindo-as a levarem vidas úteis e alegres.

Fonte: http://www.refrigerio.net/hinos20.html

1.187 H.A. 535 - Para o Céu por Jesus Irei

Hugh Mddleton Brock, o avô desta autora, estava muito doente na sua cama de onde todos sabiam que não se levantaria. Sua querida esposa Clara e alguns dos seus filhos estavam a seu lado. ”Meu neto, Charlie, já chegou? ” Perguntava ele. ”Ainda não”, vinha à resposta.

O Sargento Charles Swigert voltava da Segunda Guerra Mundial, onde servia na Europa, “Preciso vê-lo! ” Repetia Brock. Finalmente, depois de viajar dia e noite de um lado do país para o outro, Charlie chegou. “Aqui estou, vovô” disse ele. Com grande alívio, Hugh pôde ver que ele estava são, bem de saúde, com a ferida, que recebera na guerra, já sarada.

Os outros não ouviram tudo que se passou entre aqueles dois que se amavam muito, mas uma coisa Clara ouviu distintamente: “Charlie, para o céu pela cruz irei; nenhum outro vou achar! ” Antes de um novo dia amanhecer, Hugh Brock já tinha partido para estar com Jesus.

Jessie Brown Pounds escreveu esta letra em 1906. De acordo com Charles H. Gabriel, no seu livro Singers and Their Songs (Cantores e Seus Cânticos), ela quis “dar ênfase a uma verdade que é constantemente presente nos ensinos de Cristo, que o cristão heróico não segue a linha de menos resistência”. O hino é geralmente cantado lembrando que o único caminho para o céu é pela cruz de Cristo, o que está certo. Mas é preciso perceber que a autora também enfatizou a cruz que Cristo nos manda levar. A terceira estrofe diz:

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Os caminhos maus deste mundo deixei; Jamais neles vou seguir, Sigo, pois Jesus, com a minha cruz,No caminho que ao céu conduz

A autora Jessie Brown Pounds (1861-1921), nascida em Hiram, Estado de Ohio, EUA, nunca foi muito forte fisicamente e recebeu sua educação em casa. Aos 15 anos começou a contribuir regularmente para periódicos religiosos e por mais de 30 anos escreveu poesia sacra para a publicadora de James H. Fillmore. Publicou ao todo, nove livros, 50 textos para cantatas e operetas, e mais de 400 hinos.

Jessie H. Brown casou-se com o Pr. John E. Pounds, pastor da igreja Cristã Central em Indianápolis, Estado de Indiana em 1896. Mais tarde, ele tornou-se pastor universitário em Hiram, a cidade natal de Jessie.

"Para o Céu por Jesus Irei" foi traduzido para o português pelo missionário William Edwin Entzminger que, depois de Salomão Ginsburg, fez a maior contribuição como hinista e publicador.

Charles H. Gabriel compôs esta melodia para a letra de Jessie Pounds e publicou o hino na coletânea Living Praises N° 2 (Louvores Vivos) em 1906, compilado por Gabriel em parceria com W. W. Dowling.

Charles Hutchison Gabriel nasceu no Estado de Iowa, EUA, no dia 15 de setembro de 1856. Passou seus primeiros 17 anos de vida na fazenda. Desde menino, Charles mostrou grande interesse na música. Quando sua família comprou um harmônio pequeno, ele aprendeu a tocar com muita rapidez. Aos 16 anos, Gabriel já estava ensinando em algumas escolas de canto nas igrejas. Sua fama de professor e compositor se alastrou. De 1890 a 1892, foi diretor de música da Igreja Metodista da Graça, na cidade de São Francisco, Califórnia. Depois desta época, estabeleceu-se em Chicago, Illinois, centro de publicadores evangélicos.

De 1895 a 1912, Charles Gabriel publicou diversos hinários. Em 1912, se associou com a firma publicadora de Homer Rodeheaver, famoso cantor-evangelista, e ali ficou até a sua morte em 15 de setembro de 1932.

Gabriel teve parte importante entre os colaboradores da hinodia, especialmente, os gospel hymns. Contribuiu com um extraordinário número de produções. Editou 35 hinários de gospel hymns, oito hinários para Escolas Bíblicas, sete coleções para coro feminino, 10 hinários para crianças, 19 coleções de música corais e 23 cantatas. Era igualmente talentoso, tanto na música quanto na poesia. Freqüentemente, escrevia os textos dos seus hinos, assinando a maior parte como Charlotte G. Homer (anagrama do seu nome).

Os hinos de Gabriel eram simples, e tinham “aquele velho balanço dos hinos metodistas”. Autodidata, foi, nas palavras de Jacob Hall, um hinista contemporâneo, ”pouco inibido pelas regras puramente escolásticas de forma, sendo livre para produzir muitos efeitos e contrastes que outros compositores facilmente perdem”.

Gabriel nos soube dar hinos que ainda hoje são muitos apreciados. Quase 100 anos depôs de serem escritos, o H.A. ainda inclui “Precioso é Jesus para Mim” (93), além dos hinos 184, 233, 276, 308, 309, 311, 315, 316, 371, 409, 428, 465, 514.

Fonte: Brock, Clara Earle. , Conversação com a autora em cerca de 1946.

1.188 H.A. 538 - Oh, Vem a Jesus

Letra: Samuel O'Maley Cluff (1837-1910)Música: Ira David Sankey (1840-1908)

Este é um dos melhores cânticos evangélicos, tendo uma mensagem sincera de apelo para o perdido aceitar o Salvador. As palavras foram encontradas por Ira D. Sankey, enquanto estava na Irlanda com Dwight L. Moody, em 1874. Pouco se sabe sobre o autor, Samuel O'Malley Cluff. Sabe-se que Cluff era um clérigo irlandês da Igreja Estabelecida e deixou-a para se filiar à irmandade Plymouth.

Ira David Sankey nasceu a 28 de agosto de 1840 em Edinburg, Pennsylvania.Enquanto jovem, Sankey serviu na Guerra Civil Americana. Com freqüência, ajudava a unidade de

Capelania e dirigia seus companheiros soldados no cântico de hinos. Depois da guerra, foi trabalhar com o Internal Revenue Service, e também Associação Cristã de Moços (YMCA). Tornou-se conhecido como cantor evangelístico e, eventualmente, chamou a atenção do evangelista Dwight Lyman Moody. Os dois encontraram-se em uma convenção da YMCA em Indianapolis, Indiana, em junho de 1870. Alguns meses mais tarde, Sankey assistiu à sua primeira reunião evangelística com Moody, e demitiu-se de seu trabalho como funcionário público logo em seguida.

Em outubro de 1871, Sankey e Moody estavam no meio de uma reunião de reavivamento, quando o iniciou-se Grando Incêndio de Chicago. Os dois homens escaparam por pouco da tragédia que se seguiu. Sankey observou a cidade queimar de dentro de um barco a remos, ao largo do Lago Michigan.

O nome de Sankey é bem conhecido; foi um cantor evangélico talentoso que, associado a Dwight L. Moody, foi instrumento para alcançar muitas almas através do Evangelismo do Canto. O Sr. Sankey era modesto, embora mostrasse grande talento no canto. Diz ele:

"Não sou músico; nem cantor; nunca fui ensinado a cantar; nem há arte no meu canto. Nunca executo porém, um cântico que não fale a mim em cada palavra e frase. Antes de cantar tenho que sentir, e o cântico tem de ser de tal qualidade que eu saiba que posso transmitir o que sinto aos corações daqueles que ouvem. Encontro muito mais dificuldade em conseguir boas palavras, do que boa música. Nossas melhores palavras vem da Inglaterra; a música que melhor se adapta ao nosso propósito, vem da América. Os compositores ingleses, aparentemente, não se preocupam em escrever cânticos simples como nós necessitamos. Podemos

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ter muitos cânticos de estilo amplo e firme, mas apesar destes serem úteis uma vez ou outra, nossos cultos não poderão ser beneficiados com o uso deles apenas." -John S. Curwin, "Studies in Worship Music" (Estudos Sobre a Música de Adoração), Second Series, 1885.

Sankey reconhecia, como o faz todo obreiro evangélico, que a igreja necessita de diferentes espécies de cânticos e hinos. Todo cântico deveria ser estudado cuidadosamente e ser determinada sua conveniência para a ocasião a que se destina. Este cântico é apropriado para solo, número de coro, bem como cântico congregacional.

Sankey compôs mais de 1.200 cânticos durante a sua vida. Ele ficou cego, por causa de glaucoma, nos últimos cinco anos de sua vida e, sem dúvida, encontrou ânimo para seu espírito em sua amiga e parceira, a escritora de hinos cega Fanny Crosby. Sankey morreu em 13 de agosto de 1908.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.189 H.A. 540 - A Revelação da Cruz

Isaac Watts escreveu este hino intitulado Godly Sorrow Arising from the Sufferings of Christ (Tristeza Santa Surgindo dos Sofrimentos de Cristo). As seis estrofes originais descrevem bem este sofrimento e a resposta do pecador ao descobrir em Cristo a fonte da sua redenção. O hino faz parte da segunda divisão do seu hinário Hymns and Spiritual Songs (Hinos e Cânticos Espirituais), publicado em 1707. A inigualável poetisa cega, Fanny Crosby, conta na sua autobiografia da hora da sua conversão ao som do hino de Watts. Em novembro de 1850, durante um culto que ela estava assistindo, "depois duma oração, começaram a cantar o grande hino antigo de consagração, 'Por Meus Pecados Padeceu', e quando chegaram a terceira linha da quinta estrofe, ’Eis-me aqui, Senhor, eu me entrego a Ti’, minha alma se inundou de luz celestial."

Infelizmente, esta estofe não aparece nos hinários em português. Acredita-se que mais conversões têm sido atribuídas a este do que a qualquer outro hino inglês, a não ser que "Tal Qual Estou" de Charlotte Elliott o tenha superado em anos recentes.

O evangelista e músico Ralph E. Hudson compôs a melodia que ganhou o seu nome. HUDSON apareceu pela primeira vez no seu Hymns Songs of Peace, Love and Joy (Cânticos de Paz, Amor e Alegria) em 1885. Hudson adicionou um refrão (letra e música) ao hino que calcula-se ter nascido nos Camp Meetings. O hino, sem o refrão de Hudson apareceu em outras coletâneas da época. Por seu caráter bem diferente da estofe, o refrão não foi incluído .

Ralph E. Hudson (1843-1901), nascido na cidade de Napoleon, Estado de Ohio, EUA, mudou-se durante a infância para Pensilvânia. Durante a Guerra Civil, Hudson serviu como enfermeiro no Estado de Maryland. Casou-se com Mary Smith em 1863 e , voltando a Ohio em 1864, começou o seu ensino de música na faculdade Mount Vernon na cidade de Alliance. Pregador licenciado pela igreja Metodista Episcopal, Hudson foi muito ativo na obra evangelística. Cantor e hinista, também estabeleceu sua própria publicadora. Publicou quatro coletâneas de gospel hymns, as quais depois uniu num só volume intitulado Quartette. Hudson freqüentemente compôs melodias do estilo gospel hymns para letras de hinos tradicionais bem conhecidos para uso no seu trabalho evangelísticos.

1.190 H.A. 541 - De Jesus a Doce Voz

Letra: Elvina Mabel Hall (1820-1889)Música: John Thomas Grape (1835-1915)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

"Nossa igreja estava passando por uma reforma", 'escreve o sr. Grape', e o órgão foi confiado ao meu cuidado. Tive tanto prazer como nunca antes; deliciei-me tocando os cânticos da nossa Escola Dominical.

Resolvi dar forma tangível a um tema que tinha em mente há algum tempo: escrever, se possível, uma resposta à bela peça do Sr. Bradbury: 'Jesus Tudo Pagou'. Fiz disto uma questão de estudo e oração e dei a público a música agora conhecida como a melodia do cântico 'De Jesus a Doce Voz'. Foi considerada muito pobre por meu coro e amigos, mas, minha querida esposa declarou persistentemente que era uma boa peça musical e que viveria. O tempo provou que o seu julgamento era correto.

Pouco mais tarde o Rev. Sr. Schrick pediu-me que providenciasse qualquer coisa nova em música, e eu tinha o que lhe oferecer. Ao ouvir a peça ele expressou seu apreço por ela, e disse que a Srª Elvina M. Hall havia escrito algumas palavras, as quais ele cria que iriam se adaptar bem à música. Dei-lhe uma cópia dela, e em breve foi cantada em várias igrejas e bem conhecida.

Devido à sugestão de amigos, mandei uma cópia ao prof. Theodore Perkins, e esta foi publicada em 'Sabbath Chords'. Sob a providência de Deus ela tem sobrevivido. Creio que não tem falhado em trazer algo de bom para os homens, e para a glória de Deus."

Na noite de ano novo de 1886, alguns missionários estavam realizando reuniões ao ar livre a fim de interessar os que por ali passavam para irem à missão que ficava próxima, onde seriam realizadas conferências mais tarde. "De Jesus a Doce Voz" foi cantado, e depois de um cavalheiro fazer um pequeno sermão, dirigiu-se apressadamente para a missão. Ouviu logo ruídos de passos atrás de si, uma jovem o alcançou e disse:

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-"Eu o ouvi falando na reunião ao ar livre há pouco; o senhor crê que Jesus poderia salvar uma pecadora como eu?"

O cavalheiro respondeu que não havia dúvidas a respeito disto, se ela tivesse desejo de ser salva. Ela lhe disse que era uma criada e que havia abandonado o emprego naquela manhã depois de uma discussão com sua patroa. Ao estar vagueando pelas ruas no escuro, imaginando onde passaria a noite, a doce melodia do cântico a havia atraído, e ela aproximara e ouvira atentamente.

Ao serem cantadas as diferentes estrofes sentiu que as palavras tinham algo a ver com ela. Através do serviço todo sentiu que ouvia exatamente aquilo que sua alma oprimida necessitava. O Espírito de Deus lhe havia mostrado quão pobre e miserável criatura era, e a levou a perguntar o que deveria fazer.

Ao ouvir sua experiência, o cavalheiro a levou para a missão e a entregou às senhoras encarregadas. A jovem e desgarrada ovelha foi trazida a Cristo naquela noite. Foi providenciado lugar para ela na família de um ministro.

Lá, ficou doente e teve que ser levada a um hospital. Rapidamente piorou e tornou-se evidente que não viveria mais por muito tempo. Certo dia, o cavalheiro que ela havia encontrado na noite de Ano Novo foi visitá-la no hospital. Após ler alguns versos escolhidos da Bíblia ele repetiu o seu cântico preferido: "De Jesus a Doce Voz". Ao chegar à quarta estrofe (Não encontrada no "Hinário Adventista):

"Quando do meu leito de morteMinha alma liberta se levantar,Então, havendo 'Jesus tudo pago',Romperá as arcadas dos céus".

Ela parecia desfalecer ante o pensamento da glória vindoura, repetia o coro, para ela tão precioso:

"Meu pecado, sim,Já na cruz pagou,E por graça sem igual,Jesus me resgatou."

Duas horas depois, falecia.Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.191 H.A. 544 - O Juízo

Letra e Música: Franklin Edson Belden (1858-1945)Franklin Edson Belden nasceu em Battle Creek, Michigan, a 21 de março 1858 e foi o mais velho dos

cinco filhos que nasceram a Stephen and Sarah Belden. Sarah era a irmã mais velha de Ellen White, uma pioneira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Grande parte da educação de Franklin foi obtida no Colégio de Battle Creek.

Por volta de 1876, quando tinha dezoito anos de idade, a família de Belden mudou-se para a Califórnia, juntamente com seu pai, sua madrasta e Tiago e Ellen White, seus tios, onde começou a compor. Por causa de problemas de respiratórios, mudou-se mais tarde para o Colorado, onde conheceu e casou-se, em 1879, com Harriet MacDearmon, que também era musicalmente talentosa.

O casal voltou a Battle Creek no início da década de 1880, onde Belden ligou-se à Review and Herald Publishing Company, uma editora mantida pelos Adventistas do Sétimo Dia. Ele e Edwin Barnes serviram como editores de música do Hymns and Tunes (Hinos e Cânticos), que foi publicado em 1886. Belden também colaborou com seu primo, J. Edson White, em vários livros de cânticos. Por algum tempo, serviu como diretor geral da Review and Herald. Ele permaneceu na obra Adventista até 1910, quando começou a escrever músicas para o evangelista Billy Sunday.

Uma discórdia surgiu entre Belden e a Review and Herald, acerca dos direitos autorais do hinário Hymns and Tunes. Foi relatado que Belden era ganancioso e queria o dinheiro. Na verdade, o acordo com a Conferência Geral em 1886 era que a sua parte dos direitos autorais deveria ir para o trabalho das missões. Quando a Review and Herald assumiu os direitos do hinário, Belden não quis que a sua parte fosse para a casa publicadora. O assunto nunca se resolveu completamente. Desiludido, separou-se da obra da igreja, mas não “abandonou seu comprometimento com a igreja ou com o Senhor”. Embora os últimos dias de Belden tenham sido maculados por mal-entendidos com a liderança da igreja acerca de seus direitos autorais, depois de sua morte todas seus papéis, composições e manuscritos foram doados para o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia.

O gênio poético e musical de Belden era demonstrado por sua prática freqüente de escrever um cântico que combinasse com um sermão enquanto este ainda estava sendo apresentado. Ele e sua esposa sentavam-se no coro; ali ele apanhava o texto bíblico do sermão como tema e, captando a exposição do pregador, escrevia a letra do hino. Em seguida compunha a música e, ao término do culto, ele e a esposa cantavam o hino recém composto como o hino final. Christ in Song (Cristo em Cânticos), publicado em 1900 é a mais reconhecida contribuição de Belden à hinodia Adventista do Sétimo Dia. O Hinário Adventista brasileiro inclui treze hinos compostos por ele, letra e música e mais quatro músicas suas para textos escritos por outros

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Page 135: HISTÓRIA DE HINOS

autores, além de uma letra musicada por outro compositor; isto é mais do que qualquer outro colaborador adventista.

1.192H.A. 553 - Há um Rio Cristalino

Letra e Música: Robert Lowry (1826-1899)Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel

Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):Numa tarde mormacenta, em julho de 1864, o Dr. Lowry estava assentado à sua escrivaninha em

Elliott Place, Brooklyn, quando as palavras do cântico "Há um Rio Cristalino" lhe vieram à mente. Ele as escreveu rapidamente, e então sentou-se diante de seu órgão e compôs a melodia que agora é cantada em todas as Escolas Dominicais do mundo. Falando a respeito do cântico disse ele:

"É música de banda, tem movimento de marcha, e por esta razão tornou-se tão popular, mas eu mesmo não lhe dou muito valor. Apesar disso, tenho ficado comovido em várias ocasiões ao ouvi-lo. Indo de Harrisburg a Lowisburg, certa vez, eu estava em um vagão cheio de lenhadores meio bêbados. De repente, um deles começou a cantar: 'Há um Rio Cristalino', e eles o cantaram muitas vezes, repetindo o coro de uma forma selvagem e exuberante. Não pensei muito na música ao ouvir aqueles cantores, mas pensei que o espírito do cântico, e suas palavras tão frívolamente cantadas, poderiam ficar no coração destes homens descuidados, e influenciar-lhes a vida e finalmente elevá-los a realizar a esperança expressa no cântico.

Outro fato em relação ao cântico foi evidenciado durante o centenário de Robert Raikes. Eu estava em Londres, e havia ido em uma reunião no Old Baily para ver alguns dos mais famosos obreiros de Escolas Dominicais de todo o mundo. Estavam presentes representantes da Europa, Ásia e América; sentei-me bem atrás, sozinho. Após vários sermões feitos em diversas línguas, eu estava prestes a sair, quando o presidente da reunião anunciou que o autor do cântico "Há um Rio Cristalino" estava presente e chamou-me para frente, pelo nome. Homens aplaudiram, e senhoras abanaram seus lenços quando fui para a plataforma. Foi um tributo ao cântico, mas, eu senti, depois que tudo acabou, que havia feito algo de bom no mundo."

Um ano após o cântico ser escrito, no Dia da Criança em Brooklin, quando as Escolas Dominicais da cidade se reuniram num grupo surpreendentemente grande, foi cantado por mais de quarenta mil vozes. Não havia criança da favela ou abrigada na missão que não o soubesse.

Uma senhora americana, que havia recebido permissão para visitar o hospital militar do Cairo logo após terem trazidos homens feridos em uma escaramuça, escreveu:

"As três horas que pudemos ficar lá foram cheias de trabalho para o coração e as mãos. Um jovem soldado de um regimento da Escócia, atraiu meu interesse especial. Ele havia perdido um membro, e o médico dissera que ele não sobreviveria àquela noite. Parei perto do seu leito para ver se havia algo que pudesse fazer por ele. Estava deitado, com os lhos fechados, e ao moverem-se seus lábios, pude ouvi-lo murmurar 'Mamãe, Mamãe'. Mergulhei meu lenço numa bacia de água gelada e banhei-lhe a testa que ardia em febre."

-"Oh, isto é bom:" disse ele, abrindo os olhos. Vendo-me inclinada sobre ele, tomou minha mão e a beijou. "Muito obrigado, minha senhora; isto me faz lembrar de minha mãe."

"Perguntei-lhe se poderia escrever para sua mãe. Ele respondeu-me que não, pois o cirurgião havia prometido fazê-lo, mas pediu-me que cantasse para ele. Hesitei por um momento, e olhei ao redor. Os últimos raios de sol incidindo sobre o Nilo chamaram minha atenção e me fizeram pensar no rio como cujas correntes alegram a Cidade de Deus. Comecei a cantar baixinho: 'Há um Rio Cristalino'. Vi cabeças erguerem-se ansiosas para ouvir melhor, e logo mais, vozes de tenor e baixo fracas e trêmulas uniram-se ao coro:

'Sim, às margens desse rio,Na mansão de glória e luz,Com os santos cantaremosEm louvor ao Rei Jesus!'

"Quando acabamos o cântico, olhei para a face do menino, pois ele não tinha mais do que vinte anos, e perguntei: 'Você estará lá?!"

"Sim, eu estarei, pelo que o Senhor Jesus fez por mim", respondeu ele, com seus olhos azuis brilhando, enquanto uma luz que nunca incidiu sobre mar ou terra irradiava em sua face. Lágrimas encheram meus olhos, ao pensar naquela mãe, naquele distante lar na Escócia, atenta, esperando por notícias de seu filho soldado, que estava nos últimos momentos de vida num hospital egípcio.

"Volte, minha senhora, volte" eu ouvi por todos os lados ao deixar a barraca hospital. Eu voltei, mas não encontrei mais meu menino escocês, pois ao amanhecer ele descansara.

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

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1.193 H.A. 557 - Grandes Coisas, Mui Gloriosas

Letra: John Newton (1725-1807)Música: Franz Joseph Haydn (1732-1809)

Este é considerado por muitos o maior cântico de John Newton. É baseado no Salmo 87:3 – "Coisas Gloriosas se dizem de Ti, ó cidade de Deus." Foi publicado pela primeira vez no "Olney Hymns" em 1779. Havia inicialmente cinco estrofes. (O hinário "Hinário Adventista" usa apenas três e de forma alterada).

Newton era ex-marinheiro, aventureiro, ex-comerciante de escravos, consagrado ministro, poeta, amigo e companheiro de William Cowper, com quem produziu "Olney Hymns". Dos trezentos e quarenta e oito cântico desta seleção, Cowper escreveu sessenta e oito, e Newton duzentos e oitenta.

Em "The Gospel in Hymns" (O Evangelho em Hinos), A. E. Bailey diz de Newton:"Seu interesse por pessoas comuns, sua ansiedade em pregar o evangelho, sua genuína bondade e

talvez por saberem ter tido ele um passado sombrio, atraíam os jovens e velhos. Era de efeito especial a história de sua juventude e conversão, que ele contava repetidas vezes. Como não encontrasse exatamente os cânticos que desejava, nem mesmo em Watts, para expressar a religião simples e de coração, que ele ensinava, começou a escrever alguns, e o melhor de tudo, é que iniciou seu vizinho Wlliam Cowper na mesma tarefa. O resultado foi o famoso "Olney Hymns", publicado no ano seguinte como um livro de instrução na fé evangélica, para cantar, ler e memorizar." Pág. 126. (Com permissão de Charles Scribner's Sons).

Na sua velhice Newton disse: "Minha memória esta muito falha, mas, lembro-me de duas coisas: "que eu sou um grande pecador e que Cristo é um grande Salvador."

A melodia "Áustria", escrita por Franz Joseph Haydn é uma melodia poderosa e de grande efeito. É baseada numa canção folclórica croata e foi usada como cântico nacional na Áustria. Haydn a apreciava muito, usando-a em uma série de variações para quarteto de cordas. Pouco antes de morrer ele a tocou muitas vezes ao piano em sua última execução musical.

A melodia deveria ser cantada de forma moderadamente lenta, com grande dignidade e com voz cheia.Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.194 H.A. 569 - Oh, Vale do Éden, Formoso!

Letra: William Orcutt Cushing (1823-1902)Música: Willieam Fisk Sherwin (1826-1888)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

"Um dia em 1875 eu estava procurando receber uma benção" diz o autor destas palavras, "quando, repentinamente, recebi uma visão do País Celestial. Parecia-me que um rio, correntoso, rolava lá em baixo. Do outro lado do rio, avistei uma terra encantadora; seus vales e colinas tinham uma calma celestial. Não tenho palavras para descrever sua beleza; parecia-me estar lá. Ao contemplar este cenário vieram aos meus lábios as palavras: "Vale do Éden, Formoso". A visão permaneceu até que terminei de escrever o cântico; e, gradativamente, foi se dissipando. Desejo dizer que a beleza do cântico está na rica melodia escrita pelo Sr. Sherwin que o fez atingir mais profundamente os sentimentos do que quaisquer palavras o poderiam haver feito."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.195 H.A. 572 - Lar Feliz

Letra: Sanford Filmore Bennett (1836-1898)Música: Joseph Philbrick Webster (1819-1875)

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

O Sr. Bennett, autor deste cântico famoso no mundo inteiro, diz o seguinte a respeito de sua origem:"Em 1861 fui residir na cidadezinha de Elkhorn, Wisconsin, terra do compositor J. P. Webster; dentro

em pouco associei-me a ele na produção de músicas impressas em folhas soltas, e outros trabalhos musicais.No verão ou outono do ano de 1867 iniciamos o trabalho do "The Signet Ring". Um dos cânticos

escritos para aquele livro foi 'Lar Feliz'. O Sr. Webster, como muitos outros músicos, tinha uma natureza excessivamente sensível e nervosa, e era sujeito a períodos de depressão, durante os quais, encarava a vida no seu lado escuro.

Eu estava tão acostumado com suas peculiaridades que ao encontrá-lo, ao primeiro olhar poderia dizer se ele estava numa de suas fases de melancolia; descobri que poderia animá-lo e fazê-lo sair dessas fases dando-lhe uma nova melodia ou cântico com que se ocupar. Numa ocasião, ele veio ao meu local de trabalho, andou até a lareira, e virou-me as costas, sem falar. Eu estava escrevendo e lhe disse: -"Webster, que é que há?"

-"Nada, respondeu ele, "tudo vai melhorar aos poucos" (by and by). A idéia veio-me à mente como um raio, e eu respondi:

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-"Doce aos poucos! Será que isto não daria um bom cântico?" (O título do cântico em inglês é 'Sweet By-and-by', que traduzido literalmente seria 'Doce aos Poucos', ou Suave aos Poucos').

-"Talvez desse", retorquiu com indiferença.Rapidamente escrevi as três estrofes e o coro. Neste meio tempo, dois amigos, o Sr. N. H. Carswell e o

Sr. S. E. Bright, entraram. Entreguei o cântico ao Sr. Webster. Ao lê-lo, seus olhos brilharam, e modificou-se sua atitude. Dirigindo-se a uma escrivaninha, começou a escrever notas rapidamente. Depois pediu ao Sr. Bright que lhe alcançasse seu violino, e então tocou a melodia. Em poucos momentos mais havia escritos as notas para quatro vozes.

Creio que não se passaram mais do que trinta minutos desde a hora que tomei minha pena para escrever as palavras, até a hora em que os dois cavalheiros, o Sr. Webster e eu estávamos entoando o cântico, como apareceu em 'The Signet Ring'. Enquanto cantávamos, o Sr. R. R. Crosby entrou. Após ouvir por um pouco de tempo, disse com lágrimas nos olhos: -'Este cântico será imortal'. Creio que foi logo usado em público, pois, em duas semanas, crianças já o cantavam nas ruas."

No ano seguinte os editores de 'The Signet Ring' distribuíram um grande número de circulares, anunciando o novo hinário, nas quais havia seleções dos cânticos, entre elas, 'Lar Feliz'. Estas circulares tornaram este cântico logo apreciado pelo público, estimulando a aquisição do hinário. Perto do fim do ano o cântico foi publicado em folhas soltas. Agora pode ser encontrado em várias compilações de músicas, na América, e diz um jornal: 'foi traduzido para inúmeras línguas estrangeiras, e é cantado em toda a parte debaixo do sol'.

Webster, Crosby e Carswell já morreram. S. E. Bright, de Fort Atkinson, Wisconsin e eu somos as únicas testemunhas vivas do aparecimento de 'Lar Feliz'."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.196 H.A. 574 - Deus Está Presente

Cada estrofe deste hino é baseada numa distinta passagem das Escrituras, que se refere a uma testemunha viva - crentes que compreendem e demonstram a presença de Deus.

Estrofe 1 - Habacuque 2:20 pede que toda a terra guarde silêncio, e proporciona o tema para sua adoração - a transcendência única de Deus.

Estrofe 2 - Apocalipse 4:8 retrata as multidões nos céus que se unem aos salvos na terra, adorando a Deus dizendo: "Santo, Santo, Santo!"

Estrofe 3 - Salmos 36:8-10 sugere a encarnação de Deus no crente que adora a Deus através da sua vida santa.

Gerhard Tersteegen é considerado um dos maiores hinistas e líderes espirituais da Igreja Reformada Alemã. Ele mesmo era uma “testemunha viva". Deixando sua vocação lucrativa, escolheu uma vida de sacrifício. Depois de um tempo como eremita começou a viajar e pregar, dando de si mesmo a um grupo crescente de seguidores, vivendo uma vida exemplar de serviço.

A trajetória da sua vida se assemelha a este hino: o silêncio - sua retirada da vida; a adoração da igreja - seus muitos amigos e sua pregação em muitos lugares; a vida pessoal – [sua vida santa] e seu extenso serviço.

O autor, Gerhard Tersteegen (1697 - 1769), nasceu em 25 de novembro de 1697, em Mörs, em Reino - Vestfália, da Prússia (Alemanha). Quando seus planos de preparo para o pastorado na Igreja Reformada foram frustrados por causa da morte prematura de seu pai, Tersteegen aprendeu a arte de tecelagem. O negócio ia bem, mas ele passou cinco anos em depressão, no fim do qual sua fé na graça reconciliadora de Cristo tornou-se segura. Em 1724, Gerahard fez uma nova promessa a Deus, selando-a com seu próprio sangue.

Abandonou, então, seus negócios e entrou num ministério singular de aconselhamento espiritual, de encorajamento e avivamento. O seu lar, chamado A Casinha do Peregrino, se abria a todos. Dizem que trabalhava dez horas por dia no seu tear, orava por duas horas e passava duas horas escrevendo e discutindo assuntos espirituais com outros. Preparava comida e remédios simples para os pobres.

Tersteegen, escreveu 111 hinos, caracterizados pela clareza no ensino de verdades cristãs, renúncia de si e do mundo a um esforço diário de viver como aquele que está na presença de Deus.

Também traduziu ou parafraseou muitos clássicos do francês e latim. Sua obra hinológica é Geistliches Blumegärtlein (Um Pequeno Jardim de Flores Espirituais), editada pela primeira vez em 1729, com muitas edições subseqüentes. Faleceu no lar em Mühlhein, na Prússia.

Tersteegen publicou este hino, Got ist gegen wartig (Deus Está Presente) no seu hinário Geistliches Blumengärtlein (Um Pequeno Jardim de Flores Espirituais), em 1729. Alguns acham que é possivelmente uma paráfrase duma obra do escritor francês pietista Labadie.

A melodia ARNSBERG, também chamada WUNDERBARER KÖNIG (Maravilhoso Rei), foi composta pelo consagrado hinista Joachim Neander, publicada no seu hinário Bundes Lieder (Hinos Cívicos) em 1680. Seu nome alemão refere-se ao hino para o qual Neander a compôs, Wunderbarer König, Herrscher von uns allen (Maravilhoso Rei, Senhor de Todos Nós). Entretanto, é com a letra de Tersteegen que sua melodia hoje é usada ao redor do mundo.

Joachim Neander nasceu em Bremem, Alemanha, em 1650, primeiro filho do diretor do Pädogogium (Escola Primária) daquela cidade, e descendente de uma longa linha de pastores de destaque. Recebeu uma

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educação privilegiada. Entretanto, como aluno, influenciado pelos seus colegas, vivia uma vida de devassidão. Aos vinte anos, foi com dois amigos a um culto numa igreja com a idéia de criticar e achar graça. Mas o fervor do pastor, o Rev. Theodore Under-Eyck, tocou-lhe o coração e conversas subseqüentes com ele mudaram a sua vida.

Um dia, Neander foi caçar nas florestas dos morros perto da sua casa. Caiu a noite, e no escuro perdeu o caminho. Foi ali que Deus alcançou a vida desse jovem. Caindo de joelhos, orou, dando a sua vida ao Salvador. Ao se levantar, descobriu que havia parado na beira de um precipício, e que mais um passo teria causado sua morte. Logo depois, como que guiado por Deus, Neander descobriu uma vereda bem conhecida, e chegou em casa salvo, e transformado.

Depois de servir como tutor em Frankfut e Heidelberg, Neander foi ensinar numa escola da igreja Reformada Alemã em Dusseldorf, e, embora não ordenado, assistia na pregação e no trabalho pastoral da igreja ligada à escola. Foi nesse tempo que Neander começou a sua associação com pietistas [*], tornando-se amigo do seu líder, Jacob Spencer. Começou a seguir algumas das suas práticas. Com isso, foi demitido da escola e da igreja e foi morar numa caverna na linda região de Neanderthal, perto de Mettman, nas margens do Reno. Foi ali que escreveu a maior parte dos seus sessenta hinos (letra e música). A caverna ainda hoje é chamada A Caverna Neander.

Em julho de 1679, Neander, aceito novamente na Igreja Reformada, tornou-se assistente do Pastor Under-Eyck, na mesma igreja onde ele tinha ido zombar nove anos antes. Certamente teria tido um rico ministério nos anos a seguir mas, a tuberculose o ceifou em 1680. Seus hinos foram publicados no mesmo ano numa coletânea chamada A und Joachini Neandri - Glaub und Liebesübung (Joachim Neander - Ensaios de Fé e Amor). Naquele período curto de dez anos, Neander tornou-se o mais notável hinista da Igreja Reformada Alemã. É chamado “o Paul Gerhardt dos calvinistas". Nos seus hinos acham-se as expressões e crenças da Igreja Reformada e dos Pietistas, mas, o brilho e a doçura dos seus melhores hinos, sua fé firme, originalidade, biblicidade, variedade e mestria de formas rítmicas, e genuíno caráter lírico dá a eles o direito ao lugar alto [na hinodia] que ocupam.

A tradução do alemão para o português foi habilmente feita pelo Pr. João Soares Fonseca.[*] Nota - O pietismo foi o rompimento com as tendências escolásticas [ou ortodoxa morta], uma

afirmação da primazia do sentimento, na experiência cristã, uma reivindicação por parte dos leigos da participação ativa na edificação da vida cristã e um esforço de estrita atitude ascética com referência ao mundo

Bibliografia: Julian, John, ed. A Dictionary of Hymnology, Vol. 1 Dover Edition New York, Dover Publication, inc., 1957, p. 791.

1.197 H.A. 577 - Santo És, Senhor

Desde os primórdios da era cristã, os crentes, nos seus cultos, cantavam os salmos, ensinados pelos judeus convertidos. Além destes, adicionaram os hinos, outros trechos do Antigo Testamento, como o Gloria in Excelsis, o cântico dos anjos (Lucas 2:10-14), o Magnificat, cantado por Maria (Lucas 1:46-55), o Benedictus, cântico de Zacarias (Lucas 1:67-79), e o Nunc Dimittis, cântico de Simeão (Lucas 2:28-32). No Ter Sanctus (três vezes santo), de Isaías 6:3 e Apocalipse 4:8, os serafins dirigiam-se a seu Deus e cantavam “Santo, santo, santo”. Ao longo dos anos, o canto desta, e de outras escrituras, que antes era espontâneo, aos poucos se tornou parte do ritual do culto. No período medieval, a igreja católica incluiu o Sanctus como parte invariável da missa que se definiu nesta época. Ao mesmo tempo, os crentes continuavam a cantar este versículo em hinos escritos em épocas sucessivas.

Hoje, felizmente, há nas igrejas evangélicas um movimento mundial de ênfase na adoração. Para levar a igreja a adorar a Deus em uma só voz, uma ótima maneira de iniciar um culto é usar uma “chamada ao culto”; um curto trecho bíblico recitado em uníssono ou um curto cântico de adoração. Este cântico, que declara a santidade de Deus, é uma escolha excelente para esta parte do culto.

Ao procurar responsos e doxologias para os cultos das igrejas, achou-se Holy Is The Lord (Santo És, Senhor) de letra tradicional e a música do ilustre compositor vienense Franz Shubert. Faz parte de diversos hinários modernos.

Franz Shubert compôs Deutshe Messe (Missa Alemã), da qual esta melodia foi extraída, em 1816. A letra original fez parte do antigo Sanctus (com texto em Isaías), seção que segue o prefácio da obra. Apropriadamente, a melodia é chamada HEILIG, HEILIG, HEILIG (Santo, Santo, Santo).

Franz Peter Shubert, um dos maiores gênios da música erudita da sua época, nasceu em 31 de janeiro de 1797, num subúrbio de Viena. Conseguiu seus primeiros conhecimentos musicais com seu pai (um hábil violoncelista amador) e seu irmão. Franz começou a tocar violino aos oito anos. Entrou, aos dez, no coro da corte de Viena e na escola Konvict, que treinava estes cantores. Seus professores (que incluíam o ilustre Salieri) descobriram nele um gênio musical. Tocou na orquestra da corte, chegando à posição de primeiro violino. Sua primeira canção, ainda existente, foi escrita em 1811 aos quatorze anos; sua primeira sinfonia, em 1813. Para se sustentar, Shubert completou seu preparo para o ensino público, juntando-se ao seu pai na mesma escola. Continuou a estudar a composição, e tornou-se “o expoente supremo do lied (canção alemã), obtendo a maestria de expressão vocal”. De fato hoje Shubert é “considerado o criador do lied alemão moderno”.

Há amplas fontes sobre a vida e obra deste cordial gênio que, como Mozart, produziu (além de 500 canções) um fantástico acervo de música em todas as formas na sua vida curta de 31 anos (sua obra completa

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abrange quarenta volumes! ). Faleceu em 1828, de febre tifóide, pobre e pouco conhecido além do seu circulo de ilustres músicos e escritores. Hoje, sua obra é considerada à altura de Beethoven. A seu próprio pedido, foi sepultado perto deste gênio alemão. (Brahms, outro gênio do século, foi sepultado pertinho).

Bibliografia: Slonimsky, Nicolas, ed. , Baker’s Biografical Dictionary of Musicians, Sixth Edition, New York, Schirmer Books, 1978, p. 1549.

1.198 H.A. 578 - Sinto a Presença do Senhor

Este cântico, que expressa a certeza da presença do Senhor no meio daqueles que o adoram, foi escrito, letra e música, por Lanny Wolfe em 1977. Traduzido por Wanderley Neves e Joan Larie Sutton, foi publicado pela JUERP na revista Louvor (Vol 4, out/nov/dez/ de 1981). Desde então tem sido muito usado em todo o Brasil, onde se reúnem aqueles que amam ao Senhor.

Lanny Lavon Wolfe é educador, ministro de música, e um dos mais destacados compositores americanos da música gospel. Lanny nasceu em 2 de fevereiro de 1942, em Columbus, Estado de Ohio, EUA. Hoje é Deão da Escola de Música da Faculdade Jackson de Ministérios, em Jackson, Estado de Mississipi, e Ministro de Música da primeira igreja pentecostal daquela cidade. O grupo coral e orquestral Lanny Wolfe Singers, regido por Wolfe, viaja dentro de costa a costa dos Estados unidos, dando concertos em igrejas e auditórios.

Lanny Wolfe já publicou mais de 300 hinos e cânticos, e sete musicais muito apreciados. Seus hinos ganharam inúmeros prêmios e foram cantados e gravados por cantores e evangélicos nacionalmente famosos com Sandi Ptti, Andraé Crouch, Bill Gaither e outros. Apontado, por oito anos consecutivos, pela Gospel Music Association (Associação de Música Gospel) como melhor compositor gospel, Lanny também foi eleito para a junta daquela prestigiosa organização, por dois anos. Em 1984, recebeu o Prêmio Dove como hinistas ao ano, e seu hino More Than Wonderful (Mais que maravilhoso) foi escolhido como hino do ano. Gravou alguns álbuns de trios, os quais estiveram entre os primeiros cinco álbuns inspirativos do ano.

Lanny Wolfe casou - se com Maritta Wolfe e o casal tem filhas, Lanna Marie e Lanita.O nome da melodia deste hino de Lanny Wolfe é SURELY THE PRESENCE (Certamente a Presença),

vindo das primeiras três palavras do texto e do título do hino no original.Bibliografia: Hinário para o Culto Cristão - Notas históricas - Edith Brock Mulholland (compiladora) - Rio

de janeiro JUERP, 2001

1.199 H.A. 581 - Adoração

Ficha Técnica

Letra Música

Título: A Deus, o Pai e Benfeitor ( Adoração)

Nome da melodia: OLD HUNDREDTH

Autor: Thomas Ken Compositor: Louis Bourgeois

Data da autoria: 1673 Data da composição: 1551

Tradutor: Alice Ostergre Denyszczuck

Tonalidade: Sol maior

Estas quatro linhas de Thomas Ken talvez sejam mais conhecidas do que quaisquer outras de qualquer hino. É verdadeiramente a doxologia dos evangélicos. Seu texto fez parte do Manual of Prayers for the Use of the Scholars of Winchester College, escola pela qual Ken foi responsável por algum tempo. Para o bem espiritual de cada menino de sua escola, Ken colocou três hinos (matutino, vespertino e noturno) na cabeceira da cama de cada um deles, com a advertência. "È bom em toda hora louvar ao Senhor". Cada um dos três hinos terminou com esta doxologia. Embora escritos antes, Ken os publicou no manual em 1965. Revisou-os em 1709, colocando-os na forma usada hoje.

Doxologias, ou expressões de louvor a Deus, existem desde os Aleluias, que querem dizer "Louvai a Jeovah (Senhor)", do Antigo Testamento. No Novo Testamento, doxologias são achadas em trechos como Romanos 16:27, Efésios 3:21, Judas 25 e Apocalipse 5:13. Na prática da igreja Primitiva, usou-se o Glória in Excelsis (Glória a Deus nas Alturas) do trecho Lucas 2:14. Com o surgimento da heresia ariana que negava a divindade de Cristo, as congregações adicionaram a prática de louvor especificamente ao trino Deus: Deus Pai, Deus filho, e Deus Espírito Santo, numa doxologia chamada Glória Patri, Não é de se surpreender que esta doxologia de Ken se tornasse um hino em si, uma doxologia moderna.

Thomas Ken (1637-1711),um homem de princípios firmes, que causaram sua prisão e poderiam ter-lhe custado a vida, Nasceu em Berkhampstead, no condado de Hertford, na Inglaterra. Ficando órfão na infância, foi criado por sua meia-irmã Ann e seu marido, o famoso autor Isaac Walton. Educado na Faculdade Winchester, Hart Hall e na Universidade Oxford, foi ordenado em 1662. Pastoreou diversas igrejas até 1666, quando voltou a Winchester, servindo de diversas maneiras através dos anos. Possuía uma bela voz e acompanhava seus hinos com a viola ou a espineta (pequeno piano).

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Nos anos seguintes Ken capelão da Princesa Maria, em Haia, e mais tarde na corte de James II, que o considerou o mais eloqüente dentre os pregadores protestantes. O rei Charles II disse dele: "Vou a Ken para ouvir deles as minhas falhas". De fato, em nenhuma circunstância Ken comprometeu os seus princípios, mesmo que isto lhe custasse sua posição ou sua prisão. "A santidade do seu caráter, sua combinação de ousadia, gentileza, modéstia e amor têm sido universalmente reconhecidos." Ken aposentou-se do bispado em 1691. Suas caridades deixaram-no com insuficiente sustento, mas,dali em diante, até sua morte, foi acolhido por seu amigo, Lord Weymouth. Suas obras poéticas foram publicadas em quatro volumes em 1721.

A melodia OLD HUNDREDTH foi composta ou adaptada por Louis Bourgeois para a edição do Saltério Genebrino em 1551, e usada com o Salmo 134. William Kethe transferiu a melodia para o Salmo 100 (HUNDREDTH) para o Anglo-Genevan Psalter (um saltério Genebrino traduzido para o Inglês) em 1561, e é com este salmo que tem sido cantado por 400 anos. A palavra "old" refere-se à Versão Antiga dos Salmos de Sternhold e Hopkins de 1562, que "por mais de duzentos anos(...) manteve lugar de proeminência nos corações do povo comum da Inglaterra". Para o uso como doxologia como é cantada hoje, foi deita uma alteração do ritmo para a forma binária, e o valor do tempo de cada sílaba é igual, com uma fermata no fim de cada linha. Embora isto não embeleze a melodia, simplifica a sua execução.

O compositor Louis Bourgeois, nascido em 1510 em Paris, França, tornou-se discípulo de João Calvino e mudou-se para Genebra em 1541. Foi nomeado cantor (solista e dirigente do canto congregacional) na Igreja São Pedro e regente do coro, em 1545. Calvino lhe deu a responsabilidade de preparar melodias para os Salmos metrificados para um saltério já em preparo. Um saltério parcial foi publicado em 1542. Bourgeois usou, como ponto de partida, o Saltério de Strasburgo, de Calvino. Alterou algumas melodias, trocou outras e compôs novas também.

De 1542 a 1557, Bourgeois serviu como redator musical para as edições sucessivas do Saltério Genebrino. Não se sabe exatamente com quantas melodias originais ele contribuiu para estas edições, mas a importância e a qualidade da sua obra é demonstrada pelo fato dele ter sido responsável pela forma final de 85 das 105 melodias e 110 métricas no saltério complete de 1562.

Bourgeois foi preso em Genebra em 1551, acusado de fazer alterações não autorizadas em algumas melodias bem conhecidas. Calvino conseguiu libertá-lo em vinte quatro horas, e as suas alterações foram mais tarde sancionadas! Desta data em diante Bourgeois teve dificuldades com as autoridades de Genebra que estavam em oposição às mudanças que ele propôs e à introdução de harmonia a quatro vozes que ele preferia. Voltou para Paris em 1557, publicou uma coleção de salmos harmonizados em 1561 e ali desapareceu da história. Suas melodias, com o uso freqüente do padrão de quatro notas em linha descendente implicam numa saída dos modos eclesiásticos para as escalas maiores e menores, mudança radical e duradoura para a salmódia e, em conseqüência, para a hinodia.

A inigualável missionária pioneira Sarah Poulton Kalley traduziu este hino em 1861, seis anos depois de sua chegada ao Brasil, publicando-o na primeira edição de Psalmos e Hymnos (letra somente).

Bibliografia: Keith,Edmond D.Hinodia Cristã. 2ª ed. Revista e Atualizada, Trad. BennieMay Oliver, Rio de Janeiro, JUERP,1987.p.65

1.200 H.A. 584 - Oh Como É Bom Louvar

“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.” (Salmos 51:10). A versão deste texto no “Livro de Orações” é: “Faz para mim, ó Deus, um coração limpo, e renova em mim um espírito reto.” Baseado neste texto Charles Wesley escreveu oito estrofes, que foram publicadas em “Hinos e Poemas Sagrados” em 1742. Três estrofes foram selecionadas selecionadas para o nosso hinário.

Charles Wesley, sem dúvida, cantava do amor de Deus porque ele o havia experimentado tão grandemente em sua própria vida. Amor é a nota tônica de seus hinos e desenrola-se como uma corrente através deles. Na versão original deste hino encontram-se as linhas:

“Escreve Teu nome sobre meu coração,Teu novo, melhor nome de Amor”. Estas linhas não se encontram na versão do Cantai ao Senhor e nem do Hinário Adventista.Este hino é cheio de pensamentos espirituais, e a cuidadosa meditação sobre cada uma de suas linhas

trará grande proveito. É inteiramente escriturístico, e ensina sobre a intercessão de Cristo, purificação do pecado, entrega completa a Cristo, vida vitoriosa em Cristo, o Cristo que habita o coração e sobre perfeição em Cristo.

“Beautitude” é o nome da melodia escrita por John Bacchus Dykes, um ministro da igreja da Inglaterra, e talentoso compositor de cerca de trezentas melodias. Esta melodia foi publicada primeiramente na edição de 1875 de “Hinos Antigos e Modernos”.

A música é tipicamente romântica, enfatizando os elementos de doçura, suavidade harmônica e encantadora qualidade de linha melódica. Em vez de ser forte e ousada, a melodia é agradável aos sentidos e encantadora. A igreja tem necessidade de diferentes espécies de melodias, as doces e as fortes, e a música de Dykes preenche um lugar lado a lado com melodias profundas.

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Page 141: HISTÓRIA DE HINOS

1.201 H.A. 588 - Bendito Jesus

Ficha Técnica:

Letra Música

Título: Bendito Jesus Nome da melodia: WAREHAM

Autora: Sarah Poulton Kalley Compositor: Willian Knapp

Data da Autoria: 1873 Data de composição: 1738

Depois de dezoito anos de alegre serviço na “Terra do Cruzeiro do Sul”, a autora deste hino, chamada a “Mãe da Hinodia Brasileira”, Sara Poulton Kalley (1825-1907), podia dizer com firmeza as palavras deste hino. Embora não tenhamos os dados exatos sobre como o hino surgiu em 1873, cremos que ele se baseia em Salmo 106: 4 e 5.

Nascida em 1825, na Inglaterra, em lar de destaque cultural e político, Sarah Poulton Morely recebeu primorosa educação e cultivou seus dotes artísticos, claramente revelados mais tarde na poesia e na pintura. Estudou várias línguas, entre as quais o hebraico, grego, alemão e francês. Sarah conheceu o Dr. Robert Reid Kalley em março de 1852, quando ambos faziam viagens à Palestina. Veio a casar-se com ele em dezembro do mesmo ano.

O Dr. Kalley trabalhara como missionário médico na Ilha da Madeira. Abrira escolas e mantivera um hospital durante oito anos, de 1838 a 1846 .Foi o primeiro médico a cuidar dos pobres. Tanto cuidou deles sem remuneração, como convidou a seus filhos a estudarem nas suas escolas sem pagar matricula. 

Uma onda de gratidão ao ‘bom doutor’,’o santo inglês’, espalhou-se pela ilha. Muitas pessoas tornaram-se crentes em Jesus e reuniram para louva-lo e aprender dele. Isso trouxe terrível perseguição pelo clero. O Dr. Kalley, e muitos crentes foram presos: o missionário por 6 meses. Ali foi enterrada sua primeira esposa. No esquentamento destas ferrenhas perseguições, cercaram o seu consultório. Planejavam matar o Doutor.

Com o auxilio dos crentes fiéis, o Dr. Kalley conseguiu sair somente com a roupa do corpo, e subir à bordo de um navio que Deus colocou no porto! O intrépido servo de Deus concluiu que seria impossível voltar para trabalhar na Ilha. “O Lobo da Escócia”, como fora chamado pelas autoridades católicas da Ilha, viajou então para o Brasil com D. Sarah. Ao saírem do porto Southampton para o Brasil no dia 8 de abril de 1855, o Dr. Roberto escreveu no seu diário:

"Deixar as ilhas Britânicas seria insuportável se não fosse pelo sentir que fosse levar as palavras de Paz de Deus para as criaturas rebeldes, e com a esperança de ver fruto eterno dos nossos trabalhos e das nossas dificuldades. Vale a pena o nosso trabalho e o nosso sofrer.Vale a pena gastar as nossas vidas para alcançar este alvo."

O casal chegou aqui em maio de 1855. Seguiu-se o primeiro trabalho evangélico duradouro entre os brasileiros.

O casal Kalley estabeleceu-se na cidade serrana de Petrópolis, RJ. Logo D. Sarah organizou o primeiro trabalho de Escola Bíblica ente os Brasileiros, para a qual começou a produzir hinos e cânticos em Português. O casal Kalley fundou a Igreja Evangélica Fluminense na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 1858. Foram firmes desde o começo, sobre a ira de Deus sobre a escravatura. Os cultos sempre incluíam qualquer pessoa, sem distinção. O Dr. Kalley pregava com bastante coragem contra esse mal. Houve um possuidor de escravos ser membro da igreja. O Dr. Kalley foi tácito. Citando Romanos 8.15,16 e outras passagens mostrou como um homem possuir outro, quanto menos de lhe tratar com menos do que o amor ao irmão, era totalmente contra as Escrituras. Desta maneira o casal foi modelo para outros missionários e outras missões que começaram seu trabalho no Brasil durante o período da escravidão e depois.

Uma das maiores contribuições que o casal Kalley fez para a marcha do evangelho no Brasil foi na área de hinodia. Henriqueta (Rosinha) Braga, a maior historiadora de música sacra evangélica no Brasil, falou eloqüentemente sobre esse aspectos do ministério desse admirável casal.

O casal foi, na divina providência, o verdadeiro baluarte da hinologia brasileira. Para isto, achavam-se os dois magnificamente preparados: eram, antes de tudo, cristãos consagrados; além disso, possuíam fina educação aliada à sólida cultura e a notáveis dons artísticos. Ambos escreveram hinos originais (metrificaram Salmos) e traduziram inspirados cânticos. (Dos cento e oitenta e dois números que hoje (1961) se encontram em Salmos e Hinos, com a letra K na lista de autores, cento e sessenta foram produzidos por D. Sarah e treze pelo Dr. Kalley).

“A coleção Psalmos e Hymnos, organizada pelo casal, com 50 salmos e hinos, foi usada pela primeira vez no domingo 17 de novembro de 1861, seis anos depois de sua chegada ao Brasil! Esta coleção foi a primeira coletânea de hinos evangélicos em português organizada no Brasil”. Sucederam-se novas edições, ano após ano, D. Sarah lançou Música Sacra, editada em 1868, na realidade a primeira edição de Psalmos e Hymnos com Músicas Sacras.

Não tendo filhos, o casal Kalley adotou uma filha, Sai, e um Filho, João Gomes da Rocha, que mais tarde, tornou-se colaborador com D. Sarah na obra hinológica que o casal começara.

Depois de 21 anos árduos e frutíferos no Brasil, o casal Kalley voltou à Escócia, mantendo, de lá a sua influencia e seu apoio ao trabalho aqui no Brasil. D. Sarah publicou a segunda edição de Psalmos e Hymnos

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com Músicas Sacras em 1889. Recebeu, na ausência do Dr. Kalley, que falecera em 1888, a ajuda valiosa do Dr. João Gomes da Rocha, organizador de edições subseqüentes. Foi necessária que estas edições fossem impressas na Escócia ou em Portugal sempre adicionando novas traduções e hinos originais. Como o casal havia custeado todas as edições até a morte do Dr. Kalley, assim continuaram a D. Sarah e o Dr. João Gomes da Rocha. Ao todo, laboriosamente prepararam e publicaram estas edições, tanto de letra, como também , as com partituras, como uma parte da sua grande colaboração para que o Evangelho crescesse no amado Brasil. Rocha continuou até sua morte a produzir estas edições que cresciam em número de hinos.

Seria muito difícil exagerar a importância do hinário Salmos e Hinos na história da hinodia brasileira, além de ser o primeiro hinário usado por diversas denominações.

A mãe da hinodia brasileira ainda fez muito mais em prol da obra do Evangelho no Brasil. Levantou fundos para missionários poderem trabalhar neste país.

D. Sarah faleceu aos 82 anos de idade, deixando-nos uma herança inigualável no campo da hinodia brasileira.

William Knapp (1698-1768) dizia em cada culto da sua igreja: “Vamos todos cantar para o louvor e a glória de Deus”, esta frase caracterizou a sua vida.

Knapp descendente de alemães, nasceu no condado de Dorstshire, Inglaterra, em 26 de setembro de 1698. Foi chamado O Salmista do Campo. Tornou-se organista, compositor e compilador de coleções de melodias. Serviu por 39 anos como precentor, uma função semelhante à de diretor de música, na Igreja de Saint James, em Poole, porto no seu condado natal no extremo sul do país.

Knapp publicou duas coleções de salmos, antemas e hinos, em 1738 e 1753. Hoje cantamos somente a sua melodia WAREHAM, que faz parte da primeira coleção. Uma das características distintas dessa melodia é que, com duas pequenas exceções, ela se movimenta, do início ao fim, em graus conjuntos.

1.202 H.A. 593 - Ao Orarmos Senhor

Ralph Carmichael, nascido em 1927 em Illinois, iniciou seus estudos de violino aos 4 anos de idade. Na juventude dirigiu grupos musicais na Califórnia e demonstrou especial habilidade para compor e fazer arranjos orquestrais. Participou de grandes produções das maiores gravadoras dos Estados Unidos e trabalhou com alguns dos mais famosos artistas de seus dias tais como Bing Crosby e Roger Williams. Produziu música para famosos sucessos da televisão, inclusive para o "I Love Lucy", mas ele mesmo dizia que sempre terminava voltando à música evangélica. Participou de campanhas evangelísticas de Billy Graham e outros famosos pregadores.

Este pequeno cântico, para ser usado nos momentos de oração, foi escrito para um grupo de jovens da Califórnia, quando ele trabalhava com os "Jovens por Cristo", nos anos 60. No Brasil esta suave melodia teve uma de suas primeiras aparições através de uma gravação produzida pelo coral regido por Elias Azevedo, com alunos do IAE - SP.

1.203 H.A. 603 - Benditos Laços

Letra: John Fawcett(1740-1817)Música: Hans Georg Naegeli(1768-1836)Arranjo: Lowell Mason

O Dr. John Fawcett era o pastor de uma pequena igreja em Wainsgate, e foi chamado para uma igreja maior em Londres, em 1772. Ele aceitou o chamado, e pregou o seu sermão de despedida. As carroças estavam carregadas com os seus livros e mobília, e tudo estava preparado para a sua partida, quando os seus paroquianos rodearam-no e com lágrimas em seus olhos pediram-lhe que ficasse.

Sua esposa disse: “Oh, John, John, eu não posso agüentar isso”. – “Nem eu”, exclamou o bom ministro, “nós não iremos. Descarreguem as carroças e ponham todas as coisas nos lugares em que estavam antes."

Sua decisão foi saudada com grande alegria por seu povo, e ele escreveu as palavras deste cântico em comemoração ao acontecimento. Este cântico, e “Deus vos Guarde”, são os mais usados em despedidas em todo o mundo.

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1.203.1 H.A. 603 - Benditos Laços

Ira David Sankey, conhecido hinista americano, diz em seu livro My Life and the Story of the Gospel Hymns (Minha Vida e a História dos Hinos Evangélicos):

"O Sr. Moody costumava contar de um professor de Escola Dominical, a quem ele havia dado uma classe de moças, que veio certa vez à sua loja, muito triste, dizendo que sofria de uma hemorragia nos pulmões, e seu médico lhe havia dito que precisava sair de Chicago. Ele estava triste porque sentia que não havia feito um esforço verdadeiro para salvar sua classe.

Por sugestão do Sr. Moody, eles foram imediatamente visitar cada um dos membros da classe, usando para isto uma charrete, e o jovem muito fraco, dizia a cada um o que podia.

Na reunião de despedida, onde todos estavam reunidos, eles tentaram cantar "Benditos Laços", mas estavam muito emocionados e suas vozes falharam. Cada membro da classe entregou seu coração a Deus."

Fonte: Histórias de Hinos e Autores - CMA - Conservatório Musical Adventista

1.204 H.A. 606 - Amigo, Não Saia Sem Cristo

Lawrence (Laurie) Forbes Taylor, escreveu este cântico de apelo, em 1932, para uma campanha evangelítica em que ele cooperava com seu irmão, Charles Forbes Taylor. Publicou-o, em 1940, na conta-capa da coletânea Cary Away a Song (Leve Consigo um Cântico), publicada para as campanhas evangelísticas dos irmãos Taylor, na qual Laurie incluiu 12 dos seus hinos e cânticos.

Não há outras informações disponíveis sobre este evangelista-compositor no momento.Este hino, cujo tradutor é desconhecido, tem sido cantado no Brasil há muito tempo. O maestro Fred

Spann incluiu um simples arranjo do hino pelo saudoso prof. Osires Macedo no primeiro volume do Coral sinfônico no fim dos anos sessenta. Diversos coros de igrejas batistas apresentaram um arranjo coral dele nos anos setenta. 

Bibliografia: Hinário para o Culto Cristão - Notas históricas - Edith Brock Mulholland (Compiladora) - Rio de Janeiro JUERP, 2001, p. 206.

2.0 Referências

ADVIR . Disponível em: http://www.musicaeadoracao.com.br/hinos/historias/index.htm. Acesso em : setembro de 2010.

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