história das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)

25
HISTÓRIA DAS LITERATURAS PORTUGUESA E BRASILEIRA Caráter pendular da Literatura rafabebum.blogspot.com 28/10/2022

Upload: rafabebum

Post on 16-Apr-2017

524 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

HISTÓRIA DAS LITERATURAS PORTUGUESA E BRASILEIRA

Caráter pendular da Literatura

Page 2: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Page 3: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Page 4: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Alternâncias na visão de mundo

RAZÃO EMOÇÃO

Page 5: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Idade Média - Trovadorismo

Estes meus olhos nunca perderán,senhor, gran coita, mentr'eu vivo for.E direi-vos, fremosa mia senhor,destes meus olhos a coita que han:     choran e cegan quand'alguén non veen,     e ora cegan per alguén que veen.

Page 6: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Renascimento (razão)

-equilíbrio-cultura clássica-universalismo

Page 7: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 1 Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho, logo, mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada.   Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, Pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim com a alma minha se conforma, Está no pensamento como ideia; E o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples, busca a forma. 

(CAMÕES)

Page 8: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Barroco (predomina a emoção)

-Arte do conflito- Época da Inquisição

Page 9: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 2

É a vaidade, Fábio, nesta vida,Rosa, que da manhã lisonjeada,Púrpuras mil, com ambição dourada,Airosa rompe, arrasta presumida.

É planta, que de abril favorecida,Por mares de soberba desatada,Florida galeota empavesada,Sulca ufana, navega destemida.

É nau enfim, que em breve ligeireza,Com presunção de Fênix generosa,Galhardias apresta, alentos presa:

Mas ser planta, ser rosa, nau vistosaDe que importa, se aguarda sem defesaPenha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?

(Gregório de Matos)

Page 10: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 3 Tanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio; Sem causa, juntamente choro e rio, O mundo todo abarco, e nada aperto.

É tudo quanto sinto um desconcerto: Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora desconfio; Agora desvario, agora acerto. Estando em terra, chego ao Céu voando; Num'hora acho mil anos, e é de jeito Que em mil anos não posso achar um'hora. Se me pergunta alguém porque assi ando, Respondo que não sei, porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora. 

(CAMÕES)

Page 11: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Arcadismo ou Neoclassicismo (razão)

-retomada dos princípios da Antiguidade clássica- “carpe diem” em contato com a natureza

Page 12: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 4 Ornemos nossas testas com as flores, e façamos de feno um brando leito;prendamo-nos, Marília, em laço estreito, gozemos do prazer de sãos amores.

Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre;e para nós  o tempo que se passa

também, Marília, morre. 

(Tomás Antônio Gonzaga)

Page 13: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Romantismo (emoção)

- evasão, escapismo-valorização do sonho, da fantasia- retorno ao passado- idealização da mulher

Page 14: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 5 

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.  

(José de Alencar)

Page 15: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Realismo / Naturalismo / Parnasianismo (razão)

-observação direta-crítica social

Naturalismo: exagero científico

Parnasianismo: valorização extrema da forma perfeita (“arte pela arte”); retomada dos princípios clássicos

Page 16: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 6 

Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade. O Carlos da Botica - que o detestava - costumava dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue, muito enfartado:

- Lá vai a jiboia esmoer. Um dia estoura!Com efeito, estourou (...)

 (Eça de Queirós)

Page 17: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 7 Esta, de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendiaEntão e, ora repleta ora esvazada,A taça amiga aos dedos seus tiniaToda de roxas pétalas colmada.

Depois. Mas o lavor da taça admira,Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordasFinas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga liraFosse a encantada música das cordas,Qual se essa a voz de Anacreonte fosse. 

(Alberto de Oliveira)

Page 18: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Simbolismo (emoção)

-plenitude da emoção-misticismo-cor branca

Page 19: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 8

Mãos de finada, aquelas mãos de neve,De tons marfíneos, de ossatura rica,Pairando no ar, num gesto brando e leve,Que parece ordenar, mas que suplica.

Erguem-se ao longe como se as eleveAlguém que antes os altares sacrifica;Mãos que consagram, mãos que partem breve,Mãos cuja sombra nos meus olhos fica ...

Sinto-as agora, ao luar, descendo juntas,Grandes, magoadas, pálidas, tateantes,Cerrando os olhos das visões defuntas...

Mãos de esperança para as almas loucas,Brumosas mãos que vêm brancas, distantes,Fechar ao mesmo tempo tantas bocas...

(Alphonsus de Guimaraens)

Page 20: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023

rafabebum.blogspot.com

Page 21: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Page 22: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Modernismo (busca do equilíbrio)

-várias etapas, fases ou gerações

Page 23: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 9

Quando o português chegouDebaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena!Fosse uma manhã de solO índio tinha despido O português.

(Oswald de Andrade)

Page 24: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 10 Para que viesteNa minha janelaMeter o nariz?Se foi por um versoNão sou mais poetaAndo tão feliz! Se é para uma prosaNão sou AnchietaNem venho de AssisDeixa-te de históriasSome-te daqui. 

(Vinícius de Morais)

Page 25: História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)

03/05/2023 rafabebum.blogspot.com

Texto 11 (...) Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se. Estava preso por isso? Como era? Então mete-se um homem na cadeia por que ele não sabe falar direito? 

(Graciliano Ramos)