história da fotografia

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Antecedentes Culturais e Tcnicos d Fotografia da

Segundo o dicionrio, a fotografia : a arte de fixar e reproduzir por meio de reaces qumicas, em superfcies convenientemente preparadas, as i t t d imagens obtidas em cmara escura. Remetendo-nos definio do dicionrio estes antecedentes foram de vrias ordens: ns o dens uns de tipo ptico e outros do tipo o t os qumico.

O movimento e o sonho premonitrio da sua captao e recriao so constantes na vida humana. Nos bisontes das cavernas, g p como na generalidade das composies do barroco, o velho sonho est subjacente. Atribui-se a Lucrcio (poeta e filsofo latino, que viveu no latino sc. I a.C.) os primeiros estudos de persistncia das impresses retinianas:

As imagens, uma a uma desaparecidas e substitudas por novas formas em novas atitudes, parecem mudar de gesto.

Por sua vez Arquimedes, matemtico e inventor grego do sc. I a.C., conhecia j a regra essencial em que se baseia a fotografia:Se se fizer um orifcio numa parede, volta de um espao escuro, as imagens de objectos exteriores aparecem invertidas na parede oposta. d

O desenho fcil No Renascimento o desenho deixa de ser Renascimento, atributo de quem, por dotes naturais e formao adequada seja capaz de manejar adequada, o lpis. Os grandes artistas tambm no resistem aos meios tcnicos que lhes facilitam as tarefas, tendo ainda em conta, que a maioria deles dominam ao mesmo tempo dominam, tempo, a pintura, a escultura, a arquitectura, o desenho tcnico entre outros tcnico, outros.

Leonardo D Vinci L d Da Vi i

A Virgem dos Rochedos, 1482 - 1486

Retrato de Ceclia Gallarani, 1489 - 1494

St. Ana, a Virgem e o Menino, 1508 - 1510

Mona Lisa, 1479 - 1528

A ltima Ceia 1498 Ceia,

Anunciao, 1472 - 1475

Ainda no sc. XV, Piero della Francesca e Alberti recomendam o uso de visores e quadros para traados de perspectivas. Em 1535, Albrecht Drer divulga em Institutionum Geometricarum..., vrias mquinas para desenhar e retratar retratar, antecipando-se s cmaras lcidas que apareceram mais tarde tarde.

Drer, Mquina de retratar, 1535

Diversas variantes destas mquinas para desenhar e Di i t d t i d h retratar, multiplicam-se ao longo dos sc. XVII e XVIII. XVIII

As tcnicas de reproduo da figura: reproduo A fisionotracia e a silhueta A moda dos perfis e das silhuetas

Com a finalidade de captar imagens (principalmente retratos) sem as desenhar, no sc. XVIII, deu se o desenhar sc XVIII deu-se auge dos perfis e das silhuetas. Estes retratos, com aparncia de sombras chinesas, abundavam e podiam ser produes annimas de feirantes, perfis de cortesos ou silhuetas de papel recortado. recortado

Esta tcnica consistia em recortar o perfil de uma pessoa em papel preto.

Data da poca de Lus XIV, mas o apogeu desta tcnica coincidiu, em 1750, com a nomeao de tienne de Silhouette como Inspector-Geral de Finanas. Silhouette, tornou-se de tal forma impopular, at ao ponto de se falar de silhueta para designar limitaes, restries, algo mal feito ou esboado, uma sombra de si mesmo. As silhuetas difundiram se rapidamente pela difundiram-se Alemanha e Gr-Bretanha e, daqui, para os Estados U id d Amrica. E t d Unidos da A i

Em 1786, Gilles-Louis Chrtien inventa o physionotrace, uma espcie de pantgrafo que permite transferir para uma folha de cobre o p perfil do modelo, que imediatamente se retoca ,q com gua-tinta.

Chrtien obteve grande xito em Paris, pois esta tcnica que combinava a silhueta e a gravura, no g , requeria do modelo longas sesses. gO fisionotrao no era muito caro e substitua a aristocrtica miniatura no seu papel de retrato familiar.

As palavras de Gisle Freund descrevem esta ideia: ideia

O fisionotrao no tem nada a ver com a descoberta da tcnica da fotografia Contudo pode fotografia. Contudo, podese consider-lo como um percursor ideolgico.

O fi i fisionotrao propagou-se para Inglaterra, t I l t Estados Unidos da Amrica e tambm para Espanha. E h A silhueta continuou a utilizar-se na 1 metade utilizar se 1 do sc. XIX, tendo sido destronada definitivamente pela fotografia fotografia.

A cmara escura (lat camera obscura) (lat.

A cmara escura constituiu um dos passos mais p importantes que conduziram descoberta da fotografia.O princpio da cmara escura baseia-se na luz que entra por um orifcio e projecta uma imagem invertida numa superfcie oposta.

O chins Mo Tzu (sc. V a ), o filsofo grego o u( a.C.), o o g go Aristteles do sc. I a.C., e o ptico rabe, do sc. XI ( ) d.C., Al Azen (Alhazem ou Ibn al Haitam), conheciam esta regra, que se aplicava correntemente para a observao dos eclipses solares, sem prejudicar os olhos.

O ingls Roger Bacon, estudou-o em 1267, o que lhe valeu ser acusado de evocar os mortos pelo tribunal eclesistico. Com mais pormenores o astrnomo francs Guillaume pormenores, de Saint-Cloud expe-nos no seu Almanaque, em 1290. As suas observaes podem resumir-se assim: resumir seQuando numa sala de tamanho normal e convenientemente escurecida, se faz uma abertura numa das paredes, ou no tecto, que deixe filtrar a luz, qualquer raio luminoso procedente do exterior l i l i d d i projecta-se na superfcie oposta ao orifcio numa mancha circular, mesmo que o furo no seja redondo. circular redondo

A projeco ser tanto maior quanto mais afastada p p do orifcio se encontrar a parede receptora, mesmo que isto resulte na perda da nitidez da projeco. Os raio superiores projectam-se em baixo e os raios inferiores em cima.

Dois sculos mais tarde, cerca de 1515, Leonardo da Vinci, nos , , seus apontamentos, descreve minuciosamente uma cmara escura e no limita a sua utilizao observao do sol.

Quando as imagens dos objectos iluminados penetram por um furo num quarto muito escuro, recebereis essas imagens no interior do dito aposento num papel branco situado a pouca distncia do furo; vereis no papel todos os objectos com as suas formas e cores. Aparecero reduzidos no tamanho. Apresentam-se numa situao invertida, e isto em virtude da interceptao dos raios. Se as imagens procedem i t t d i S i d de um lugar iluminado pelo Sol, aparecero como pintadas no papel, que deve ser muito fino e visto papel por detrs. O furo ser feito numa chapa de ferro tambm muito fina fina.

Em 1550, o milans Girolamo Cardano junta a esta cmara um disco de cristal provavelmente a primeira lente para melhorar a viso. i i l t lh i O seu discpulo Giambattista della Porta num dos Porta, volumes da sua obra Magiae Naturalis (1558), menciona tambm a primeira anlise detalhada da aplicao da cmara escura na produo de desenhos. Assim, a partir do sc. XVI, a qualidade da imagem aumenta com a colocao de lentes nos orifcios. Este novo tipo de cmara diferia da camera obscura estenopeica, conhecida em termos comuns por pinhole (de pin-hole: cmara fotogrfica sem lentes).

Quanto maior o orifcio mais clara a imagem mas com pouca nitidez

Quanto menor o orifcio mais ntida a imagem mas muito escura

A imagem produzida atravs de uma lente bastante ntida devido refraco. Os raios de luz divergentes reflectidos por um ponto do sujeito so refractados pela lente e passam a convergir a um nico ponto.

Ot termo camera obscura, f i utilizado pela primeira b foi tili d l i i vez pelo astrnomo Johannes Kepler, no incio do sc. XVII sc XVII, para denominar uma sala tenda ou caixa sala, escura, com uma abertura j ento equipada com uma lente para melhorar a qualidade da imagem imagem, que era comunmente utilizada por artistas como ferramenta auxiliar de desenho . Rapidamente as cmaras escuras p tornam-se mveis. Em 1620, Kepler dispunha de uma tenda p p porttil com um mecanismo de forma a rodar sobre si mesma como um moinho de vento.

Johan Kleper realizava seus desenhos topogrficos dentro de uma tenda porttil, cnica e p p com um dispositivo ptico (lentes biconvexas e espelho inclinado num ngulo de 45) colocado na parte superior da tenda, como num periscpio. No interior, Kleper desenhava sobre uma mesa que recebia a imagem projetada d alto d i j t d do lt da tenda.

Este tipo de cmara foi utilizado at apario do daguerritipo em 1839.

O Jesuta alemo Athanasius Kircher alemo, Kircher, erudito professor de Roma, e presumvel inventor da lanterna mgica, descreve e g , ilustra, uma cmara escura que viu ao viajar pela Alemanha, em 1646. O desenho mostra uma construo que podia ser transportada, possibilitando ao artista desenhar em vrios locais locais.Consta de duas caixas hermeticamente fechadas, uma dentro d outra. O exterior opaco, e um orifcio equipado d da i if i i d com uma objectiva encontra-se em cada uma das paredes laterais. A caixa interior formada por um p p esticado. O p papel observador entra no aparelho atravs de um pequeno alapo. O conjunto embora volumoso, relativamente leve, assentando em duas varas q e pe mitem o seu transporte d as a as que permitem se t anspo te como se fosse uma padiola.

Um artefacto desta natureza era, certamente, usado p para fazer desenhos de g grande escala, visto que, , q , anteriormente se havia idealizado uma cmara-tenda.

Em E 1685, o alemo J h l Johann Z h autor de O l Zahn, t d Oculus Artificialis, prope uma cmara equipada deespelhos para dirigirem a imagem projectada que projectada, se assemelha s primeiras mquinas fotogrficas.

Cmara Escura porttil tipo reflex 1685

Zahn, descreve a Z h d utilizao de um espelho para redireccionar a imagem ao plano horizontal, facilitando assim, o desenho nas cmaras portteis.

Colocou um espelho ao fundo da cmara, num ngulo de 45 , perto da objectiva, e em posio 45, inversa ao dispositivo de Kleper. Este espelho p j projetava a imagem p g para cima, contra a superfcie , p superior da caixa, onde foi colocado um vidro despolido, permitindo maior comodidade ao observador. Para reforar a viso, poderia adaptar-se um capuz de tecido preto, capaz de evitar os reflexos da luz exterior sobre o vidro. Este o sistema precursor b d das cmaras fotogrficas do tipo reflex.

No final d l XVIII N fi l do sculo XVIII, existia um grande nmero de i ti d d modelos de cmaras em funcionamento, desde aquelas com dimenses gigantescas at as mais pequenas, pouco maiores que caixas de fsforos.

Cmara escura em forma de liteira, 1711

Cmara escura em forma de mesa 1769 mesa,

Cmara escura tpica do incio do sc. XVIII

A criao de mecanismos que permitiam variar o foco com i d i iti i f um grau de nitidez considervel, transformou a cmara num instrumento cada vez mais fcil de se operar.

Cmara escura, sc. XVIII Cmara escura de mesa, 1820 Cmara escura em forma de livro, sc. XVIII

A cmara escura ganhou muita popularidade no sc. XIX, h it l id d XIX transformando-se num espectculo de massas.

A famosa cmara escura de Santa Mnica, sc. XIX

A cmara lcida Cmara lcida (ou cmara clara), constituiu a sntese de todas ( ) as mquinas de desenhar que apareceram no princpio do sc. XIX. A chamada cmara lcida um instrumento constitudopor prismas anexados a uma haste que permitem que se i d h t it observe simultaneamente um objecto e a imagem deste p ojectada sob e uma o a projectada sobre u a folha de pape . papel

O ingls William Hyde Wollaston, introduziu aperfeioamentos g y p de ordem ptica e patenteou-a, em 1806. A sua lente periscpica, conseguia remediar as imperfeies das lentes esfricas at ento usadas.

uma espcie de variante da cmara escura, destinada a facilitar a realizao de esboos pelos artistas.

A diferena bsica entre a cmara lcida e a cmara escura o facto da imagem no ser captada por uma caixa fechada e sim por um prisma de trs ou quatro faces que faces, concentra a imagem a ser decalcada directamente sobre uma folha de papel. p p

Apesar de menos prtico do que seu predecessor, este A d ti d d t aparato teve entre seus usurios William Henry Fox Talbot (1800 1877), (1800-1877), um dos inventores da fotografia.

Em 2001, D id H k E 2001 David Hockney, um dos cones da P d d Pop Art, A t lanou um polmico livro, Conhecimento Secreto, sobre os procedimentos tcnicos da pintura figurativa ocidental. Hockney acredita que, no passado, diversos pintores utilizaram objectos pticos para solucionar as suas obras.

As primeiras imagens A fsica e a qumica

Desde a antiguidade que se conhece a aco da luz sobre certos corpos, por exemplo: A luz modifica as tonalidades da ametista e da opala; Vitrvio (sc. I a. C.), o pai do urbanismo e da arquitectura, virava para norte as galerias decoradas de pinturas para que a luz do sol no as deteriorasse; At ao sculo passado, as mulheres coravam ao sol fitas e gales destinadas decorao, a fim de obterem tonalidades mais tnues.

A luna cornata

Os alquimistas medievais chamavam luna cornata ao cloreto de prata. Desde a antiguidade se conhecia a propriedade destes sais que escurecerem pela aco da luz.

O nitrato de prata era utilizado para diversos fins, tais como, como tingir o marfim, a madeira, as penas, as peles e marfim madeira penas inclusive... o cabelo. At ao sc. XVIII, estas propriedades no foram alvo de um estudo sistemtico. Apenas em 1727, a primeira grande contribuio foi dada por um homem que procurava tudo, menos uma soluo para a questo da fixao da imagem reflectida. fl tid

Johann Heirich Schulze Johann Schulze, professor de anatomia alemo, dedicava g p grande parte do seu tempo s experincias qumicas. Certa ocasio, em 1727, diluiu cido ntrico, contendo nitrato de prata numa soluo para di dissolver giz b l i branco. A surpresa chegou quando o composto que chegou, se encontrava perto de uma janela do laboratrio se tornou prpura. O lado do sedimento de giz, voltado para a luz comeou a escurecer, enquanto o lado voltado para a sombra permanecia branco e inalterado. i lt d

Por um processo de eliminao, Schulze descobriu traos de prata no cido. Prosseguiu essas experincias o suficiente para finalmente concluir que a reaco era causada pela luz e no pelo que, calor, como se supunha data. Foi desta forma que descobriu a sensibilidade dos sais de prata luz, que os transforma em prata metlica negra. Schulze produziu imagens (fotogramas) com fios letras e desenhos que colocados fios, que, em vidros contendo solues de giz com nitrato de prata, produziram imagens, delineando as suas formas em negativo.

Estas primeiras descobertas, eram pouco mais que novidade e foram pouco divulgadas na poca. Schulze no tinha a certeza quanto utilidade prtica da sua descoberta, mas observou: "N t h qualquer d id d que d b t b "No tenho l dvida de esta experincia poder revelar ainda outras utilidades de aplicaes aos naturalistas" profetizou o pai da fotoqumica naturalistas fotoqumica. Como as suas observaes foram acidentais e no tinham utilidade prtica na poca, Schulze cedeu as suas descobertas Academia Imperial de Nuremberga, numa apresentao denominada por: De como descobri o portador da Escurido ao tentar descobrir o portador da Luz.

Thomas Wedgwood Os trabalhos de Schulze foram continuados por vrios investigadores, porm, somente em 1802, Thomas Wedgwood retoma, com sucesso, o trabalho com sais de prata, na produo de imagens para evitar que continuassem a escurecer quando expostas l it ti d t luz. Wedgwood realizou as suas prprias experincias fazendo silhuetas de folhas e de asas de insectos sobre couro branco coberto de nitrato de prata. Mas o intento de conseguir imagens permanentes na cmara escura falhou, por falta de um endurecedor para estabilizar a p imagem e de um fixador para conserv-la.

A descoberta simultnea da fotografia Joseph-Nicphore Nipce Filho de uma burguesia francesa abastada cuja vida provinciana permitia desenvolver as suas simpatias cientfico-artsticas muito cientfico artsticas, prprias da poca ps-revolucionria, Joseph-Nicphore Nipce, viveu entre o sc. XVIII enciclopedista e o sc. XIX industrial. A litografia Ao mesmo tempo que se dedicava a experincias cientficas, com o seu irmo Claude, Nicphore entregou-se a uma Cl d Ni h actividade que, em poucos anos, conquistou bastantes admiradores entre um pblico culto: a litografia.

A litografia um processo que consiste em desenhar sobre uma pedra especial com uma ti t gordurosa. E seguida, b h tinta d Em id banha-se a pedra com cido diludo e fixa-se o desenho, desenho conferindo ao resto da superfcie a propriedade de repelir a tinta gordurosa.

Pedra litogrfica

Assim, s os traos do desenho retm a tinta, o que permite obter um grande nmero de provas em papel. A popularidade da litografia em Frana, no incio do sc. XIX, aliada falta de habilidade para o desenho de Nipce, resultaram no seu interesse pela pesquisa de um mtodo para tentar captar, uma imagem permanente sobre captar o material litogrfico de imprensa.

Durante os anos de 1814 e 1815, Nipce comea a estudar, de forma persistente, a possibilidade de registar, de alguma maneira, a imagem l i i luminosa sobre a pedra lit fi b d litogrfica. Mas, rapidamente, abandona a litografia p outra tcnica, em q p g por que aplicaria as inovaes contidas nos seus ensaios anteriores. A heliografia Em 1816 Nicphore Nipce consegue imagens sobre papel 1816, utilizando a cmara escura. A troca de cartas entre os dois irmos demonstra o: demonstra-o:Coloquei a mquina na sala onde trabalho segundo o p processo que conheces, querido amigo meu, e vi no papel q ,q g , p p branco toda a parte do viveiro de pssaros que se pode

vislumbrar da janela e uma leve imagem desta que se achava menos iluminada que os objectos exteriores [...] isto no mais do que uma experincia ainda muito imperfeita. A possibilidade de pintar desta maneira parece-me praticamente demonstrada. O que tinha previsto, aconteceu, demonstrada previsto aconteceu o fundo do quadro preto e todos os objectos so brancos, isto , mais claros que o fundo. , q

Na mesma altura, Nicphore prev a inverso do negativo em positivo: , p p g pNo resultaria impossvel mudar esta disposio das cores; eu mesmo conto, quanto a isso, com alguns dados que tenho curiosidade de comprovar.

Reconstituio da cmara escura utilizada por Nicephore Nipce

Nipce recobriu um papel com cloreto de prata e exps durante vrias horas na cmara escura, obtendo uma fraca imagem parcialmente fixada com cido ntrico. Como essas imagens eram em negativo e Nipce pelo contrrio, queria imagens positivas que pudessem ser utilizadas como placa de impresso e determinou-se a realizar novas tentativas tentativas.

Os primeiros negativos do mundo (reconstituio)

O betume da Judeia Ao ler os estudos de Snebrier (naturalista e bibligrafo), sobre a aco da luz em vrias resinas, ocorreu a Nicphore Nipce, experimentar uma substncia que j conhecia pela Ni i t b t i h i l sua prtica da gravura.Esta substncia era o betume da Judeia. Consiste numa espcie de verniz utilizado na tcnica de gua forte que possui a forte, propriedade de secar rapidamente quando exposto luz.

No possv el apresentar a imagem ligada. O ficheiro pode ter sido mov ido, mudado de nome ou eliminado. Verifique se a ligao aponta para o ficheiro e localizaes correctos.

Nipce dissolveu o betume, em leo de alfazema e cobriu a superfcie com uma fina camada. Uma vez seca, a soluo exposta luz branqueou em vez de enegrecer, e tornou-se insolvel. As zonas no expostas permaneciam solveis, podendo ser eliminadas eliminadas.

Captao da imagem atravs do betume da Judeia C t d i t d b t d J d i

Com a inteno de aperfeioar a fotografia Nicphore fotografia, Nipce inventou a fotogravura a que chamou de Heliografia.

Heliografia realizada por Nicphore Nipce, em 1826, com base num retrato do Cardeal D'Amboise, de 1650

No entanto, a heliografia tinha dois grandes inconvenientes: exigia, pelo menos, 10 horas de exposio luz; apresentava um fraco contraste entre claros e escuros escuros. Alm disso, a heliografia era em relevo, pois apenas era , g ,p p retirado o betume correspondente s partes escuras. Nipce esforou-se por melhorar estes inconvenientes, no entanto, abandonou rapidamente o processo, para voltar a aprofundar o mtodo de passagem do negativo ao positivo.

A primeira fotografia conhecida Em 1826, Nipce cobriu uma placa d cobre com b t E 1826 Ni b i l de b betume d da Judeia e exp-la, durante aproximadamente 8 horas - num dia de vero -, numa cmara provida de um prisma para corrigir a inverso lateral da imagem. Obteve, assim, a primeira fotografia do mundo: uma imagem positiva permanente, a vista que observava da janela do seu quarto. Apesar d A desta i imagem no conter meios i tons e no servir para a litografia, actualmente, actualmente a grande maioria dos historiadores consideram-na como "a p primeira fotografia permanente do g p mundo".

Daguerre e o Diorama Atravs dos irmos Chevalier, famosos pticos de Paris, Nipce conhece outro entusiasta da pesquisa pela obteno de imagens atravs de um processo qumico qumico, Louis-Jacques Mand Daguerre. Este pintor e cengrafo francs, era sobretudo, famoso pelo Diorama, onde aplicava os seus conhecimentos d li h i de perspectiva e jogos de luz.

Louis-Jacques Mand Daguerre (1787 1851) (1787-1851)

O Diorama, era uma variante do Panorama, um dispositivo complexo patenteado pelo escocs Robert Barker, em 1787, cujo termo significa viso total.

OP Panorama consistia numa pintura di i ti i t disposta em crculo, d t l de forma a envolver completamente os espectadores que a contemplassem a partir de uma plataforma central.

O Panorama de Robert Barker, segundo Robert Mitchell, 1801

De acordo com seu inventor, a finalidade do dispositivo era , p fazer com que os observadores pudessem sentir-se verdadeiramente no local apresentado pela pintura, geralmente, num ponto alto d onde se pudesse observar l l de d d b uma paisagem natural ou uma cidade.

Panorama: Londres, vista do telhado de Albionn Mills, 1793

Panorama de Wocher, 1814

At primeira metade do sc XX surgiram diversas sc. XX, variantes do panorama: Cosmorama, Georama, Neorama, Pleorama, Pandorama, Mareorama, Moving Panorama, , , , g , Photorama, Cineorama, Cinerama, entre outros.

Moving Panorama, 1900

Mareorama, 1900

Na cidade de Paris em 1822 Louis Dagurre e o seu Paris, 1822, scio, Charles M. Bouton, causavam sensao com o Diorama, um espectculo composto de enormes painis translcidos e coloridos, pintados por intermdio da cmara escura, que produziam efeitos visuais (fuso, tridimensionalidade) atravs de iluminao controlada no verso destes painis.

O Diorama de Dagurre: efeitos da utilizao da luz para o dia e para a noite

O diorama fazia lembrar o milenar teatro de sombras chins, pois tratava-se de uma ampla cena com vrios planos recortados e que que, com as luzes apropriadas, dava uma impresso de p perspectiva. Enquanto o pblico admirava as telas, um grande espelho (escondido) movia-se acima destas, redirigindo a luz vinda do d exterior, por uma janela. Esse d l l deslocamento permitia, vista do pblico, mutaes nos panoramas que a todos assombrava. assombrava

Um cenrio giratrio permitia trs quadros sucessivos na mesma sesso.

A combinao com outros truques faziam do Diorama um espectculo nico, que o pblico acompanhou com muito interesse durante 17 anos (O diorama acabou em 1839, apenas por ter sido destrudo pelo fogo).

Durante o tempo em que funcionou, os espectadores puderam admirar paisagens de Roma, Roma Npoles, Npoles Montmartre, a ilha de Santa Helena, entre muitas outras.

A associao Niepce Daguerre Niepce-Daguerre Atormentado pela morte do irmo irmo, e por problemas financeiros, Nicphore Nipce, abandona as p p , suas investigaes e decide tentar tirar delas algum proveito material.O pacto Nipce-Dagurre

Depois de um intercmbio de correspondncia com Dagurre, a 14 de Dezembro de 1829, formada uma sociedade em que se reconhece Nipce como o inventor de:um meio novo [...] para fixar as vistas que a natureza oferece sem ter de recorrer a um desenhador.

A acta da sociedade criada por Dagurre e Nipce, foi acompanhada por uma nota deste ltimo, que expunha a manipulao do processo da heliografia. O processo pode resumir-se deste modo:Numa placa de cobre prateada, cuidadosamente p polida, espalha-se um verniz feito com betume da , p Judeia dissolvido em leo de alfazema. Realiza se Realiza-se uma exposio apropriada da placa luz na cmara escura; a imagem fica invisvel. Retira-se a placa d cmara escura, e b h i l da banha-se a mesma numa soluo de leos essenciais, as partes do verniz no afectadas pela luz dissolvem-se; dissolvem se;

(cont.) As partes do verniz afectadas pela luz tornam-se insolveis ou solveis conforme a quantidade de luz recebida durante a exposio. Aps uma lavagem com gua tpida podia ver-se a ver se imagem composta pela camada de betume nas zonas claras e pela superfcie da chapa prateada nas zonas de sombra. Nipce acrescentava tambm que podia aplicar-se p q p p indistintamente o verniz sobre pedra, metal ou vidro.

Por seu lado, Dagurre no fora alm de um suposto aperfeioamento da cmara escura e prometia melhorar a p p heliografia.

Por seu l d P lado, D Dagurre no f fora alm d um suposto l de t aperfeioamento da cmara escura e prometia melhorar a heliografia heliografia. Depois de se ter familiarizado com o processo d desenvolvido por Ni l id Nipce e aps a celebrao do contrato, Dagurre regressou a Paris e os dois homens nunca mais se voltaram a ver. Em Julho de 1833 Nicphore Nipce, sofre um ataque de apoplexia e morre. Embora tivesse d di d muitos anos d sua vida ao ti dedicado it da id aperfeioamento do processo fotogrfico, no imaginaria o desenvolvimento que em poucos anos, se alcanaria.

Hrcules Florence: a solido de um inventor No mesmo ano da morte de Nipce (1833), Hercules Florence, um francs radicado no Brasil, utilizava j um processo de sua inveno que baptizou de photographie photographie. Florence um caso tpico de investigador autodidacta. Entre 1832 e 1839, procurou uma forma econmica de impresso Hrcules Florence, 1830 (1804 1879) (1804-1879) sensibilizada pela luz do sol e sais de prata prata, parecido com os que Nipce, Dagurre e Talbot utilizaram na Europa Europa. Havia que esperar o trabalho de resgate de Boris Kossoy, em 1976 para que as suas descobertas se tornassem 1976, pblicas.

De esprito meticuloso, Hrcules Florence registava num dirio, as descobertas e pesquisas que realizava:Neste ano de 1832, no dia 15 de Agosto, estando a passear na minha varanda, vem-me ideia que talvez se possam fixar as imagens na cmara escura, por meio de um corpo que mude de cor pela aco da luz.Rtulos para farmcia, c, 1833

Esta ideia minha porque o menor indcio nunca tocou antes o meu esprito. Vou ter com o senhor Joaquim Corra de Mello, boticrio de meu sogro, homem instrudo, que me diz existir o nitrato de prata.

Florence construiu uma cmara escura com uma caixa de carto, uma paleta de p pintor e uma lente.Colocou dentro dela um papel embebido e em nitrato de prata e durante quatro t ato p ata du a te quat o horas deixou-o exposto aco da luz

que provinha de uma janela atravs da qual viam-se os tij l l i tijolos e o t t d casa tecto da em frente e parte do cu.Acabou por obter, mesmo sem entender, a primeira imagem negativa-positiva da histria da fotografia.

Registou no seu dirio que, o boticrio ajudara-o a baptizar o i invento, f t formando a palavra photographia (d grego d l h t hi (do photos = luz, e graphia = desenho, escrita).

Segundo a tese de Boris Kossoy, quando, em 1839, Florence recebeu a notcia de que D Daguerre h i na F havia, Frana, d descoberto b t a forma de fixar a imagem sobre uma chapa de ao polido ficou de tal forma polido, abalado, a ponto de desistir das suas pesquisas. A respeito desta notcia, teria dito:Se tivesse permanecido na Europa, terse-ia reconhecido a minha descoberta.Hrcules Florence em 1875

A ironia histrica, que o processo era mais eficiente que o de Dagurre, o qual, para alm d no permitir cpias, d D l l de ii i utilizava, para a captao das imagens, uma mquina muito pesada e que no poderia ser transportada transportada, facilmente.

Dagurre e o daguerritipo Com a morte de Nipce, Dagurre pde actuar vontade no desenvolvimento da heliografia. Segundo as clusulas do contrato, Isidore herdaria a parte do seu pai, no entanto, dificuldades econmicas obrigaram-no, pouco a pouco, a desfazer-se do patrimnio familiar. Em 1835 e 1837, Dagurre prope a Isidore algumas alteraes na sociedade, que este acaba por aceitar.Cmara utilizada por Nipce, 1826

Para alm das dificuldades econmicas, Isidore parecia no , p confiar muito no xito da heliografia.

Os dois O d i anos (1835 e 1837) em que D Dagurre prope a modificao do contrato da sociedade, coincidem p precisamente com dois momentos essenciais para o p desenvolvimento do daguerritipo:1 1 - Aperfeioa a utilizao do iodeto de prata, com a descoberta da aco do mercrio (reduz o tempo de exposio de vrias horas para cerca de meia hora, no entanto, estas imagens ainda no so permanentes) 2 - Descobre a possibilidade de dissolver o iodeto residual numa soluo quente base de sal comum (resolve o problema da fixao da imagem)

Em suma, Louis Dagurre conclui que placas de cobre cobertas com sais de prata conseguem captar imagens, quando expostas luz tornam se visveis ao serem luz, tornam-se sujeitas ao vapor de mercrio.

Dagurre baptizou este processo de daguerretipia. Cada imagem era um exemplar nico e positivo, do qual no era possvel f l fazer cpias. i O lanamento (1838/39) Dominando completamente o processo e a sua possvel utilizao, Dagurre d incio ao que chamaramos hoje o lanamento de uma campanha promocional. h i l

Dagurre, Composio, 1837. Trata-se de um dos primeiros daguerritipos.

Procura criar uma sociedade de explorao por subscrio p p pblica, mas no tem xito.

Imediatamente comea a fabricar uma srie de material fotogrfico fazendo demonstraes em pblico. Dagurre realiza diversas tomadas de vistas em plena rua, recolhendo aspectos da capital, com grande nmero de ajudantes e de material volumoso. No entanto, Dagurre negava qualquer explicao sobre o processo e as pessoas desconfiavam. Apenas alguns cientistas, artistas e conservadores de museus se interessavam e falavam dele:

Dagurre em 1844 1844.

As pessoas ocupam-se muito do invento do senhor Dagurre e no h nada mais di D d i divertido que a tid explicao deste prodgio oferecida com toda a

seriedade pelos nossos sbios de salo. O senhor Dagurre pode ficar tranquilo, ningum lhe tirar o seu segredo... A verdade que essa descoberta admirvel, mas no entendemos patavina, deramnos explicaes a mais.

Vivia se Vivia-se ento o perodo realista (o naturalismo artstico) e o optimismo provocado pelos progressos cientficos da Revoluo Industrial. Entre o pblico das grandes cidades, surgia uma enorme audincia para as imagens pictricas. A classe mdia era cada vez mais i fl l di d i influente - e menos t instruda que os aristocratas -, os burgueses preferiam expresses mais simples de fcil entendimento simples, entendimento.

Gustave Courbet, Homem com cachimbo, 1846/48.

Gustave Courbet, Estdio do Pintor, 1855.

Vernet (1789-1863), Discussing the Invention of the Daguerreotype

Gravuras, litografias com cenas anedticas, paisagens idlicas, cenas e retratos familiares... No foi difcil para a fotografia nascente ocupar esse espao de preferncias preferncias.

Boulevard du Temple, Paris, 1838.

Pont-Neuf, Paris, 1836.

Pont-Neuf, Paris, 2000.

O lanamento (cont.) Depois da frustrada tentativa de venda da inveno para a iniciativa privada, Dagurre volta-se para os polticos. Entra em contacto com Franois Arago, um conhecido cientista e poltico liberal da poca, que visita Dagurre e toma conhecimento das vistas de Paris tiradas com o auxlio do daguerritipo.

Franois Arago, cerca de 1839

Em Janeiro de 1839 Arago l uma comunicao na sesso 1839, da Academia de Cincias:O senhor Dagurre descobriu umas placas especiais nas quais a imagem ptica deixa uma imagem perfeita.

E acrescenta, informado por Dagurre: A inveno do senhor Dagurre fruto do trabalho de vrios anos, durante os quais teve como colaborador o seu amigo e falecido senhor Nipce, de Chalon-surSane. Sane

Para aperfeioar o invento, Dagurre pede ajuda financeira a Arago, e este pressiona o prprio Estado francs a custear as experincias. Ainda em 1839, a Frana compra a patente do daguerritipo e oferece esta descoberta ao mundo.

Arago expe oficialmente o processo na Academia de Cincias, Paris (1839)

A poca do Daguerritipo Dagurre finalmente concretiza os seus desejos: dinheiro e fama. Ele e Isidore, filho de Nipce, so ainda premiados com penses vitalcias. Com este incentivo monetrio, Dagurre aperfeioa o seu invento, e a Europa entrega-se com paixo daguerriotipia. Fotografava-se sobretudo os monumentos e as paisagens segundo o conselho dado por Dagurre Os paisagens, Dagurre. tempos de exposio nunca eram inferiores a meia-hora e a p prova, nica, era tanto mais custosa, quanto era preciso uma , , , q p carroa para transportar um aparelho que pesava mais de vinte e cinco quilos, caixas especiais, cuvetas, lmpadas de mercrio, trips, entre outros.

Equipamento para daguerreotipia, anncio publicitrio de 1843. daguerreotipia 1843

Cinco dias antes vender a sua ideia ao governo Francs, Dagurre requer a patente do seu invento na Inglaterra Inglaterra. Para alm deste pas, o daguerritipo, cedo se difunde pela Alemanha, Estados Unidos, Itlia, entre outros pases. A prpria diminuio do tempo de exposio do daguerritipo contribuiu para a divulgao do processo, pe permitindo, ainda outro tipo de assuntos. t do, a da out o t po assu tos Evoluo do tempo de exposio: p p 1839 (finais) 15 a 30 minutos g 1841 20 a 90 segundos 1842 10 a 60 segundos

Paris, 1839

Western Photographer:Now, sir, if you dare move a muscle of your face I'll blow your brains out! I want a placid expression sir; my reputation as a daguerreotypist is at stake!Frank Leslie's Illustrated Newspaper. Vol. 7, No. 289 (1859)

Fotografia, inveno do Diabo O daguerritipo torna-se uma moda que toma conta dos centros urbanos e vrios pintores acusam-no de matar a pintura. pintura Assim que a Academia Francesa anunciou publicamente a q p inveno do Daguerretipo, o pintor Paul Delaroche j declarava enfaticamente: De hoje em diante, a pintura est morta. Nos crculos mais conservadores e nos meios religiosos g da sociedade, a inveno foi chamada de blasfmia, e Dagurre era condecorado com o ttulo de "Idiota dos Idiotas".

Baudelaire, um dos mais expressivos representantes da cultura francesa, negava publicamente a fotografia como forma de expresso artstica. Alegava que: a f fotografia no passa d refgio d fi de f i de todos os pintores frustrados (...) e, sarcasticamente, celebrava a fotografiaBaudelaire

como uma arte absoluta, um D b l Deus vingativo que realiza o i i lidesejo do povo... e Dagurre foi seu Messias... Uma loucura, um fanatismo se apoderou destes novos adoradores do sol!.

Com estas declaraes, Baudelaire refletia o impacto causado pela fotografia na intelectualidade europeia da p g p poca. Um artigo publicado no jornal alemo Leipziger Stadtanzeiger, ainda na ltima semana de Agosto de 1839, ajuda a compreender melhor este confronto: d d lh fDeus criou o homem sua imagem e a mquina construda pelo homem no pode fixar a imagem p q de Deus. impossvel que Deus tenha abandonado os seus princpios e permitido a um francs dar ao mundo uma inveno do Diabo.

Talbot e o Caltipo Em 1835 o qumico ingls William Henry Fox Talbot, no decurso das suas experincias, obtm verdadeiros negativos, que reproduz por contacto, sobre uma folha embebida em nitrato de prata, tendo ensaiado, depois, a sua fixao por intermdio s a fi ao po inte mdio de clo eto de sdio (sal) e cloreto mais tarde com tirossulfato de sdio. As placas de albumina utilizadas na calotipia, ficaro tambm conhecidas por Talbotipia. Assim, em 1840 o ingls Fox Talbot, descobre a chamada imagem l t t i latente.

O processo que Talbot desenvolvera envolvia imagens em negativo e reprodues em positivo, positivo ambas sobre papel papel. No entanto, a pouca qualidade das imagens obtidas e a impossibilidade de utilizao livre do mtodo, mantiveram a calotipia, e outras tcnicas herdeiras desse processo longe da processo, preferncia dos fotgrafos profissionais.

William Henry Fox Talbot (1800 - 1870)

Talbot patenteara a sua inveno e exigia o pagamento de direitos de autor a quem utilizasse a sua t tili calotipia, o que fez com que esta tcnica no se generalizasse.The Open Door, Fox Talbot, 1843

O Coldio hmido Desde a primeira fotografia de Nipce (1826), at 1851, deu-se uma g progressiva diminuio do tempo de exposio. Contudo, foi necessrio aparecer o processo do coldio hmido, que se generalizou a partir d 1851 para que li ti de 1851, nascesse a fotografia com os negativos em chapa de vidro, da qual se podia tirar um certo nmero de positivos em papel.J. Scott Archer

O ano de 1851 foi muito significativo para a fotografia. Na Frana morre Dagurre. Na Gr Bretanha, como fruto da Revoluo Industrial organizada a "Grande Exposio", Industrial, Grande Exposio apresentando os ltimos modelos produzidos. Surge S ge um in ento q e em po co tempo s bstit i os m invento que pouco substitui mtodos existentes, o processo do "coldio hmido", de Frederick Scott Archer, publicado no The Chemist. Archer (1813-1857) era um obscuro escultor londrino londrino, com grande interesse pela fotografia. Insatisfeito com a qualidade das imagens, deterioradas pela textura fibrosa dos papis negativos negativos, realizou algumas experincias.

Tenda para a prtica da fotografia em campo na poca do coldio hmido, 1875.

Sugeriu uma mistura de algodo de plvora com lcool e ter, chamada coldio, como meio de unir os sais de prata nas placas de vidro vidro. O processo consistia em:Espalhar cuidadosamente o coldio com iodeto de potssio sobre o vidro, escorrendo o excesso, at formar uma superfcie uniforme; No quarto escuro, com somente uma fraca luz alaranjada, a placa era submetida a um banho de nitrato de prata. A placa era exposta na cmara escura ainda hmida, porque a sensibilidade diminua rapidamente medida que o coldio secava O tempo mdio de secava. exposio luz do sol era de 30 segundos.

Antes que o ter, que se evapora rapidamente secasse, tornando-se impermevel, revelava-se com cido piroglico ou com sulfato ferroso ferroso. A fixagem era feita com tiossulfato de sdio ou com cianeto de potssio (venenoso), para finalmente lavar bem o negativo.

O coldio, alm de muito transparente, permitia uma concentrao maior de sais de prata, fazendo com que as p , q placas fossem 10 vezes mais sensveis que as de albumina utilizadas na calotipia, tambm conhecida por talbotipia. Convm relembrar que o ingls William Henry Fox Talbot, em 1840, havia j descoberto a imagem latente.

Acreditando que sua patente cobria o processo coldio, Fox Talbot levou a tribunal um fotgrafo que utilizava esta tcnica. Porm, tcnica Porm o juiz e os jurados no lhe deram razo razo. Ao usar coldio hmido em vez da habitual albumina na ligao dos sais de prata ao vidro, Frederich Scott c e de ade o pu so Archer deu o derradeiro impulso para que os processos baseados no princpio do negativo-positivo substitussem d fi iti b tit definitivamente o t daguerretipo, aumentado desse modo a qualidade da reproduo e diminuindo as dificuldades tcnicas.O nico inconveniente era a necessidade de sensibilizar sensibilizar, expor e revelar a chapa num curto espao de tempo.

Como Archer no teve interesse em patentear o seu processo, morreu na misria e quase desconhecido. No , g g p p , entanto, os fotgrafos ingleses podiam praticar livremente, pela primeira vez, a fotografia.

A carroa fotogrfica de Roger Fenton na guerra da Crimeia, 1855.

Fotgrafo de paisagem em 1865.

Capa do livro Photographic Pleasures que satirizava a fotografia

Foi F i necessria a generalizao d i li do processo do coldio hmido - com os seus negativos em chapa de vidro, dos quais se poderiam tirar um certo nmero de positivos em papel -, para que nascesse a fotografia, tal como a conhecemos. O tempo de pose foi reduzido a alguns segundos e uma nova segundos, profisso artesanal, a de fotgrafo, passou desde logo a empregar dezenas de milhares de pessoas.

Caricatura francesa satirizando a moda da poca: a fotografia!

O estdio de Richard Beard, 1842

As em lses emulses Com a descoberta do coldio hmido, em 1851, a fotografia ganhou, nos cerca de 20 a 30 anos seguintes, condies para crescer tanto em popularidade como em quantidade.

Interior with Portraits, Thomas Le Clear, 1865.

O nmero de retratistas aumentou consideravelmente, pessoas de todas as classes sociais desejavam retratos mas, mas para alm disso surgiu um novo gnero a fotografia disso, de guerra.

Guerra da Crimeia, Roger Fenton, 1854. g

A generalizao da prtica fotogrfica, deveu-se ainda, ao uso de uma adaptao barata do processo do coldio hmido chamada Ambrtipo.

De origem britnica, o ambrtipo, constitua um positivo directo sobre vidro, o qual era obtido atravs do branqueamento de um negativo subexposto subexposto.

Colocado sobre papel aveludado, entre molduras d C l d b l l d d t ld douradas, d era um substituto barato para o daguerretipo.

Em 1856, surge outra derivao do processo do coldio hmido, o Ferrtipo. Inventado por um norte-americano, o Ferrtipo, consistia numa imagem produzida sobre uma fina placa de ferro esmaltada com laca preta ou castanha. castanha O ferrtipo tornou-se muito popular tornou se entre os fotgrafos ambulantes at fins do sculo dezanove - sobretudo nos Estados Unidos - em virtude d d d d da rapidez de sua produo, de seu baixo custo e pelo facto de no se danificar como ocorria com as chapas de vidro dos ambrtipos.

No entanto, o grande inconveniente destas variantes do processo por coldio era a utilizao obrigatria de placas hmidas. hmidas Idealizaram-se vrias maneiras de conservar o coldio em estado pegajoso e sensvel durante dias e semanas, de forma a que toda a manipulao qumica pudesse ser realizada no laboratrio do g , g fotgrafo - em sua casa -, mas logo apareceu o processo seco que rapidamente substituiu o coldio hmido: a gelatina - emulso d gelatina seca. l ti l de l i

Fotgrafo ciclista itinerante (p (por volta de 1870). )

Assim, em 1871, as delicadas chapas de vidro entraram ss , e 8 , de cadas c apas d o e t a a definitivamente em desuso.

Nesta data (1871), um mdico ingls, Richard Leach Maddox, publicou no British Journal of Photograph, as suas experincias com uma emulso de gelatina e brometo de prata como substituto para o coldio. O resultado foi uma chapa 180 vezes mais lenta que o processo anterior, mas aperfeioado e acelerado por John Burgess, Richard Kennett e Charles Bennett, a placa seca de gelatina estabelecia a era moderna d material b l d do l fotogrfico fabricado comercialmente, libertando o fotgrafo da necessidade de preparar as suas placas.

Richard Maddox, 1816 1902.

Rapidamente vrias firmas passaram a fabricar placas de gelatina seca em quantidades industriais.

Em 1873, o professor de fotoqumica em Berlim, Hermann Wilhelm Voguel, descobriu que podia aumentar a sensibilidade, sensibilidade a uma gama maior das radiaes actnicas actnicas, quando banhava a emulso com certos corantes de anilina. Estas emulses, chamadas ortocromticas, passaram a ser, alm do azul, sensveis cor verde. E 1906 j era comercializada d Em i li d as emulses pancromticas, sensveis ao tambm luz laranja e vermelha vermelha. Em 1880, os fabricantes britnicos Wratten & Wainwrigth e The Liverpool Dry Plate Co., monopolizaram a fabricao de placas secas secas.Hermann W. Voguel

Rapidamente, as fbricas de vrios pases passaram a imitar os fabricantes ingleses, at que em 1883, o coldio entrou, definitivamente, entrou definitivamente em desuso pela grande maioria dos fotgrafos.

Equipamento utilizado no processo do coldio hmido, cerca de 1875.

Na Alemanha, Otto Perutz, de Munique (1882), e a Agfa AG, de Berlim, (1883), tornaram-se famosos por fabricarem chapas secas de qualidade qualidade. No entanto, as placas secas , p de gelatina, apesar de serem muito mais cmodas que o coldio, tinham o inconveniente ld h de serem pesadas, mas ao mesmo tempo frgeis para frgeis, alm de se perder muito tempo q quando se tornava necessrio substituir uma placa na cmara.

Caixa com placas secas de gelatina.

A descoberta do filme em celulide solucionava de certa forma o problema, porm, ainda no era o suficiente.

John Carbutt, um fotgrafo ingls que havia imigrado para a Amrica, convence um fabricante de celulide, em 1888, a produzir folhas suficientemente finas para receber uma emulso de gelatina. Esse fabricante chamava-se George Eastman e escreveu o seu nome na histria da fotografia ao criar a emulso de gelatina e brometo de prata em o a o os forma de rolos. Em 1889, a Eastman Co. comeou a produzir uma pelcula emulsionada em George Eastman rolo, feita com nitrato de celulose muito mais fina e transparente e, em 1902 j era responsvel por p , j p p 85% da produo mundial.

Em 1888, Eastman j produzia uma cmara, a Kodak n1, quando introduziu a base malevel de nitrato de celulose em rolo. Esta cmara, consistia num aparelho simples, em forma de paraleleppedo, paraleleppedo com foco e tempo de exposio fixos. A Kodak n1, foi lanada no mercado americano, e em pouco tempo, a sua extraordinria t t di i facilidade de utilizao alargou consideravelmente o conjunto de praticantes da arte fotogrfica.

Colocava-se o rolo na mquina, e a cada foto, o mesmo iase enrolando noutra bobina. Depois de captadas as imagens, o aparelho era enviado para o fabricante, onde o filme era cortado em tiras (at 100 fotos), revelado e copiado por contacto. l d d Depois de imprimidas as provas em papel, a mquina era g recarregada com um novo rolo e devolvida ao seu proprietrio, acompanhada pelas desejadas fotografias. fotografias

O slogan da Eastman Voc aperta o boto e ns fazemos o resto correu o mundo, dando oportunidade para a fotografia ficar ao alcance de milhes de pessoas pessoas.

Cmara Kodak n 1, de 1888.

Campanha publicitria de 1888.