história da alemanha

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HISTÓRIA DA EUROPA: A pilhagem era um das mais importantes atividades econômicas entre os germânicos. Ao falarmos dos povos germânicos, estabelecemos a observação de uma grande miríade de culturas espalhadas em diferentes tribos denominadas pelos romanos como bárbaras. A expressão “bárbaro” denuncia o olhar preconceituoso que os romanos dedicavam às tribos germânicas, pois a expressão visava promover uma distinção negativa entre os povos que dominavam a língua latina e aqueles que não sabiam esse mesmo idioma. Entre os germânicos podemos encontrar uma grande variedade de povos, entre os quais podemos destacar os suevos, visigodos, vândalos, ostrogodos, saxões, anglos, burúngios e alamanos. Apesar das várias diferenças que podemos traçar entre essas tribos, existem algumas características em comum que acabaram adentrando os domínios do decadente Império Romano do Ocidente. Do ponto de vista econômico, os germânicos estabeleciam uma economia agrícola de natureza itinerante que promovia o uso das terras até o seu completo esgotamento. Paralelamente, a caça e a pesca eram outras atividades que também exerciam um relativo destaque. Influenciados pela sua cultura militar, os germânicos promoviam saques e invasões que se transformavam em outra interessante fonte de renda. Politicamente, os germânicos não contavam com uma estrutura política fortemente centralizada. Os líderes guerreiros tinham papel de destaque, contudo, as relações pessoais e a autonomia individual prevaleciam sob qualquer experiência centralizadora. Com o passar do tempo, uma elite de guerreiros foi tomando um

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HISTÓRIA DA EUROPA:

A pilhagem era um das mais importantes atividades econômicas entre os germânicos.

Ao falarmos dos povos germânicos, estabelecemos a observação de uma grande miríade de culturas espalhadas em diferentes tribos denominadas pelos romanos como bárbaras. A expressão “bárbaro” denuncia o olhar preconceituoso que os romanos dedicavam às tribos germânicas, pois a expressão visava promover uma distinção negativa entre os povos que dominavam a língua latina e aqueles que não sabiam esse mesmo idioma.

Entre os germânicos podemos encontrar uma grande variedade de povos, entre os quais podemos destacar os suevos, visigodos, vândalos, ostrogodos, saxões, anglos, burúngios e alamanos. Apesar das várias diferenças que podemos traçar entre essas tribos, existem algumas características em comum que acabaram adentrando os domínios do decadente Império Romano do Ocidente.

Do ponto de vista econômico, os germânicos estabeleciam uma economia agrícola de natureza itinerante que promovia o uso das terras até o seu completo esgotamento. Paralelamente, a caça e a pesca eram outras atividades que também exerciam um relativo destaque. Influenciados pela sua cultura militar, os germânicos promoviam saques e invasões que se transformavam em outra interessante fonte de renda.

Politicamente, os germânicos não contavam com uma estrutura política fortemente centralizada. Os líderes guerreiros tinham papel de destaque, contudo, as relações pessoais e a autonomia individual prevaleciam sob qualquer experiência centralizadora. Com o passar do tempo, uma elite de guerreiros foi tomando um papel político de maior expressividade que os diferenciou dos camponeses que trabalhavam em suas terras.

A ordem social dos germânicos era estabelecida por meio de clãs e tribos patriarcais que se mantinham unidas pelas relações consanguíneas. Geralmente, quando alguma decisão atingia uma grande parcela da população, uma assembleia de guerreiros era responsável pela tomada de decisão. O comitatus, que estipulava a união militar dos guerreiros, era de caráter transitório e influenciou a formação social do mundo medieval.

A religiosidade dos germânicos era marcada pela adoração de várias divindades que estabeleciam uma mitologia bastante diversificada. Uma das mais importantes

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divindades era Odin, o deus da guerra. A vida após a morte era uma crença comum entre os germânicos. Para os grandes guerreiros, a morte previa a passagem para um imenso paraíso chamado de valhalla.

A historia da Europa pode-se dizer que é a historia de uma grande parte do mundo desde as suas origens. Junto a outras culturas como a chinesa ou a egípcia, a historia da Europa marcou desde há milhares de anos atrás o desenvolvimento da humanidade deste planeta

Desde a Talasocracia grega a partir de 2500 anos antes de Cristo até aos dias de hoje, foram vários os impérios que foram predominantes na Europa. Os primeiros a surgir foram os gregos, por volta de 500 anos antes de Cristo, este povo foi governantes do continente e em seguida, vieram os romanos, os árabes, os bizantinos, os francos, os venezianos, o Império Carolíngio, os Estados Pontifícios, os ingleses, os espanhóis, os russos, os italianos, o Império de Napoleão ... e, mais recentemente, as duas guerras mundiais, surgidas na Europa e na criação da União Europeia. É tudo parte da história de um continente, Europa.

Segundo a pesquisa, pode-se dizer que a Europa é um continente que é habitada desde, pelo menos 40,000 anos antes de Cristo, durante o Paleolítico Superior. Antiguidade Clássica foi dominada pelos gregos, que espalharam a sua cultura pelo resto do continente.

A hegemonia grega deu lugar ao império romano, que se espalhou por todo o continente durante séculos, para a idade moderna. Com a idade moderna, a Europa começou o processo de conflitos entre os povos, que perduram até hoje. O poder e a religião foram acontecendo como as origens dos conflitos.

Os gregos tinham a sua força no império marítimo, a sua forma de governo era a democracia, sendo a mais antiga de todos os que existem, durante a sua época alta, houve muitas batalhas livradas por estas, batalhas pelas terras, como a que tiveram contra os Persas séculos antes da nossa era, os gregos foram os fundadores das primeiras grandes cidades da Europa.

No Ocidente, a República de Roma foi crescendo a passos gigantes, uma vez resolvidos os seus conflitos com os etruscos. Se fizeram fortes, e começou sua expansão. No final da época antes de Cristo se converteram em Império. Dentro de alguns séculos chegaram com o poder praticamente quase em todo o continente Europeu.

Paralelamente aos Romanos, os alemães também comandavam no centro da Europa, mais acima dos Alpes, e não eram os romanos que tinham o poder. O Rio Danúbio marcou a fronteira entre esses dois povos.

No Século III, os romanos começaram a diminuir, o caos tomou conta do império, o que levou os alemães para o norte para deturpar a terra império. Ao mesmo tempo, a Igreja Católica começa a tomar força. Os alemães, por um lado, os visigodos do outro ... começou a desintegração do que tinha sido o Império Romano.

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Neste momento, os alemães, por um lado, e os muçulmanos e emergentes Bizantino, do outro lado crescem para tentar ter controlo sobre o continente. Constantinopla, hoje Istambul, foi fundada, e o Império Otomano passou a ser o sucessor do romano. Por outro lado da Europa, na actual Espanha, os árabes estabeleceram-se após entrar, o que é agora Marrocos. Desta época destaca-se o nome de Carlomagno.

Já no segundo milénio, outro tipo de luta para substituir a luta pelo poder e território, a luta pela religião, as crenças religiosas se fazem fortes, por um lado, a Igreja Católica Romana, que estabeleceu a Inquisição, que não foi mas uma forma de punição, a tortura e matar todos os que não têm a mesma crença. Foi uma época escura, de cruzadas e conflitos. Começa a era dos Papas.

Já no século XVI, a situação política na Europa começou a tomar forma e lembram o presente, a Igreja esteve sempre atrás de qualquer conflito ou qualquer outra forma de governo dos diversos países e diversas casas foram feitas com poder real diferentes partes do bolo que foi a Europa. A Reforma de Lutero trouxe consigo muitos conflitos.

A partir do século XV, por outro lado, outro motivo de conflito entre as potências europeias, a descoberta do novo mundo e dos exploradores, neste momento, os europeus, principalmente espanhóis, Inglês e Português, começaram a colonizar zonas de África, as ilhas do Pacífico, do Oceano Índico e do novo mundo, a América. É o tempo do desenvolvimento marítimo na Europa, Ingleses, Espanhóis, Italianos, Portugueses, Holandeses, iniciando a sua expansão no mundo, colonizando tudo que encontravam no seu caminho, resultando em muitos conflitos.

Já no século XVIII, tem lugar na Inglaterra outro dos momentos da evolução da Europa como um continente, a revolução industrial. Nesses mesmos anos, em França, é um outro tipo de revolução, a francesa e da chegada ao poder de Napoleão Bonaparte.

Após esta época, chega a Prússia e de Otto Von Bisckmark com uma evolução significativa na Prússia, ou o que hoje conhecemos como a Alemanha durante o século XIX, as guerras com os franceses foram importantes. Itália, outro país dividido, se unificou também neste momento.

O Século XX, o mais contemporâneo, também foi o sangrento, o mais importante no futuro da Europa. Em 1914, Prússia, juntamente com o Império Austro-Húngaro e Império Otomano foram os poderes centrais na Primeira Guerra Mundial contra o resto da Europa. Esta guerra terminou com a derrota dos poderes centrais, mas a semente não tinha sido removida em 1939 e opera a segunda guerra mundial, com a Alemanha novamente na primeira fila, junto com países como a Itália. Esta guerra durou até 1945.

Após a II Guerra Mundial, a Europa começou a dividir-se em dois blocos, o Ocidente e o Oriente, formado pela Rússia e os seus países satélites sob um regime comunista. É um período de tensões entre os Estados Unidos e a Rússia, o período conhecido como a Guerra Fria. Mas nem tudo é conflito nesta época, em 1950, em Roma, são os alicerces da actual União Europeia.

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HISTÓRIA DA ALEMANHA:

A história da Alemanha inclui os acontecimentos ocorridos nos territórios de língua alemã que correspondem aproximadamente ao Estado formado em 1871 em Versalhes, quando o Império Alemão, dirigido pela Prússia, foi constituído.

O Sacro Império Romano Germânico, que existiu desde o século VIII até 1806, é considerado o primeiro Reich alemão (Reich, Império, em alemão, termo usado para descrever os sucessivos períodos históricos do povo alemão). No momento de maior extensão territorial, o Império incluía o que são hoje a Alemanha, a Áustria, a Eslovênia, a República Checa, o oeste da Polônia, os Países Baixos, o leste da França, a Suíça e partes da Itália central e setentrional. A partir de meados do século XV, passou a ser conhecido como o "Sacro Império Romano da Nação Germânica". O Império Alemão de 1871-1918 é chamado de o Segundo Reich, de modo a indicar a sua descendência do império medieval. Segundo o mesmo raciocínio, Adolf Hitler referia-se à Alemanha Nazista (1933-1945) como o Terceiro Reich.

O termo "germanos" é usado para referir-se ao grupo ou grupos étnicos oriundos da Idade do Bronze Nórdica, que falavam línguas germânicas e ocupavam a chamada Germânia. A partir do período histórico do Sacro Império, pode ser empregado o termo "alemães" para designar os habitantes do Império.

Germanos e romanos

Entre 800 e 70 a.C., as tribos germânicas no norte migraram para território celta, avançando até os rios Oder e Reno e para o que é hoje a Alemanha meridional.

Por volta de 58 a.C., os romanos, por meio de uma sucessão de campanhas militares, tornaram o Reno a fronteira nordeste do Império Romano, o que levou à romanização da margem esquerda do rio e a incorporação das sociedades celtas centro-europeias ao Império. Construíram-se fortes romanos em Colônia, Trier, Coblença, Mogúncia e em outros locais de modo a permitir a defesa da fronteira renana, onde os romanos e os germanos se encontravam frente a frente. Em 9 d.C., um exército romano chefiado por Públio Quintílio Varo foi derrotado pelo chefe germano Armínio, na Batalha da Floresta de Teutoburgo. A Germânia até o Reno e o Danúbio permaneceram fora do Império Romano.

A partir de 90 d.C., os romanos construíram o Limes, uma linha defensiva de 550 quilômetros do Reno até o Danúbio, planejada para conter as incursões germânicas na fronteira, bem como uma série de fortificações (como os de Wiesbaden, Augsburgo, Ratisbona e Passau). O século III assistiu à aparição de grandes tribos germânicas ocidentais - alamanos, francos, catos, saxões, frísios, turíngios. Em cerca de 260, os germanos finalmente romperam o Limes e a fronteira do Danúbio.

No século IV, o avanço dos hunos Europa adentro deu início a um período chamado de Grandes Migrações, que mudou completamente o mapa do continente europeu. Ao unificar os francos e conquistar a Gália, o rei merovíngio Clóvis tornou-se o fundador do Reino Franco. Em 496, os francos derrotaram os alamanos, aceitaram a fé católica e passaram a ser apoiados pela Igreja.

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As províncias romanas ao norte dos Alpes já eram cristãs desde o século IV, e centros cristãos, como Augsburgo, foram mantidos mesmo após a queda do Império Romano do Ocidente. Entretanto, a partir de 600 d.C., houve um novo esforço missionário cristão dirigido às tribos bárbaras. Os mosteiros de Würzburg, Ratisbona, Reichenau e outros foram fundados por monges irlandeses. A atividade missionária no Reino Franco continuou pelas mãos do monge anglo-saxão Bonifácio, que estabeleceu o primeiro mosteiro a leste do Reno, em Fritzlar. Dioceses episcopais sob autoridade papal foram criadas para propagar a fé cristã nas terras germânicas.

Sacro Império RomanoEm 751, Pepino, o Moço (erroneamente chamado O Breve), Prefeito do Palácio sob o rei merovíngio, assumiu o título de rei dos francos e foi ungido pela Igreja; os reis francos passaram então a atuar como protetores do Papa. Os sucessores de Pepino lançaram uma longa campanha contra os pagãos saxões, os quais terminaram por ser conquistados e convertidos a força, quando suas terras foram anexadas pelo Reino Franco.

Durante a Idade da Pedra os bosques alemães estavam povoados por grupos de caçadores e coletores.Nos séculos II AC e V DC os romanos que tiveram contato com as tribos germânicas e tentaram sem êxito estender seu domínio até o rio Elba.

De 772 a 814, o Rei Carlos Magno estendeu o império carolíngio até a Itália setentrional e os territórios de todos os povos germânicos, inclusive os saxões e os bávaros. Em 800, a sua autoridade na Europa Ocidental foi confirmada com a sua sagração como imperador, em Roma, estabelecendo-se, assim, o que viria a chamar-se Sacro Império Romano-Germânico. O reino franco foi dividido em condados e suas fronteiras eram protegidas por marcas.

Entre 843 e 880, após disputas entre os netos de Carlos Magno, o império carolíngio foi dividido, conforme o Tratado de Verdun (843). O império germânico desenvolveu-se a partir do reino franco do leste, a Frância oriental (Francia Orientalis). A linha carolíngia oriental extinguiu-se com a morte de Luís, o Menino (911), filho de Arnulfo da Caríntia, De 919 a 936, os povos germânicos (francos, saxões, suábios e bávaros) foram unidos pelo Duque Henrique da Saxônia, que assumiu o título de rei. Pela primeira vez, o termo Reino (Império) dos Germanos (Regnum Teutonicorum) foi aplicado ao reino franco.

Em 936, Otão I, o Grande foi coroado em Aachen. Fortaleceu a autoridade real ao nomear bispos e abades como príncipes do Império (Reichsfürsten), estabelecendo uma igreja nacional (Reichskirche). Em 951, casou-se com Adelaide da Borgonha (viúva do rei dos lombardos), recebendo então a coroa lombarda. As principais ameaças externas ao reino foram contidas quando Otão derrotou os húngaros na Batalha de Lechfeld (955) e subjugou os eslavos entre o Elba e o Oder. Em 962, foi coroado imperador, em Roma, a exemplo de Carlos Magno, passando a exercer portanto uma forte influência alemã sobre o Papado.

Em 1033, a Borgonha foi incorporada ao Reino dos Germanos, durante o reinado de Conrado II, primeiro imperador da dinastia sália (ou francônia).

Durante o reinado de seu filho, Henrique III, a Alemanha apoiou a reforma clunicense da Igreja — a "paz de Deus", a proibição da simonia (compra de cargos eclesiásticos)

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e o celibato dos sacerdotes. A autoridade imperial sobre o Papa atingiu o ápice. O Império continuava a expandir-se para o oriente — uma fortaleza imperial (Pfalz) foi construída em Goslar.

A Questão das Investiduras começou quando Henrique IV e o Papa Gregório VII divergiram a respeito das nomeações para cargos eclesiásticos. O imperador viu-se obrigado a submeter-se ao Papa em Canossa, em 1077, após haver sido excomungado. Em 1122, uma reconciliação temporária foi obtida entre Henrique V e o Papa, mediante a Concordata de Worms. Foram conseqüências da Questão das Investiduras um enfraquecimento da Reichskirche otoniana e o fortalecimento dos príncipes seculares alemães.

O período entre 1096 e 1291 é conhecido como a Época das Cruzadas. Estabeleceram-se ordens religiosas de cavalaria, inclusive os Templários, os Cavaleiros de São João e a Ordem Teutônica.

A partir de 1100, fundaram-se novas vilas em torno de fortalezas imperiais, castelos, palácios episcopais e mosteiros. As vilas começaram a estabelecer direitos e liberdades municipais, enquanto a população rural continuava na servidão. Diversas localidades tornaram-se Cidades Livres Imperiais, que não dependiam de príncipes ou bispos, mas estavam diretamente sujeitas ao Imperador. As cidades eram governadas por patrícios (comerciantes). Os artesãos formaram corporações, regidas por normas estritas, que procuravam obter o controle das cidades. O comércio com o oriente e o norte intensificou-se quando as principais cidades comerciais se uniram na Liga Hanseática, sob a liderança de Lübeck.

A expansão germânica em direção ao oriente fez com que camponeses e citadinos alemães, bem como a Ordem Teutônica, colonizassem territórios habitados pelos eslavos a leste do Oder (Boêmia, Silésia, Pomerânia, Polônia e Livônia), formando vilas e cidades.

Entre 1152 e 1190, durante o reinado de Frederico I (Barbarossa), da dinastia Hohenstaufen, chegou-se a um entendimento com o partido guelfo, por meio da cessão do Ducado da Baviera a Henrique o Leão, Duque da Saxônia. A Áustria tornou-se um ducado separado, devido ao Privilegium Minus de 1156. Barbarossa tentou recuperar o controle da Itália. Em 1177, o Imperador e o Papa finalmente lograram reconciliar-se, em Veneza.

Em 1180, Henrique o Leão foi considerado fora-da-lei e a Baviera foi outorgada a Otão de Wittelsbach (fundador da dinastia que governaria a Baviera até 1918); a Saxônia foi dividida.

O período de 1184 a 1186 assistiu ao zênite do império de Barbarossa. O poder dos senhores feudais foi reduzido através da nomeação de funcionários imperiais. A sofisticação da vida na corte levou ao desenvolvimento da cultura e da literatura alemãs.

Entre 1212 e 1250, Frederico II estabeleceu um Estado moderno e com administração profissional na Sicília. Continuou a conquista da Itália, causando conflitos com o Papa. No Império, concederam-se grandes poderes soberanos a príncipes seculares e eclesiásticos, o que fez surgir Estados territoriais independentes. O conflito com o Papa minou o poder do Império, pois Frederico II foi três vezes excomungado. Após

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sua morte, a dinastia dos Hohenstaufen caiu, seguindo-se um interregno durante o qual não houve Imperador.

Em 1226, a Ordem Teutônica conquistou e evangelizou partes da Prússia, cuja população foi dizimada por aqueles cavaleiros, que haviam sido convidados a entrar na Polônia por Conrado da Masóvia, um duque polonês. Mas a partir de 1300 o Império começou a perder território em todas as suas fronteiras.

O fracasso das negociações entre o Imperador Luís IV e o Papado fez com que, em 1338, seis dos sete eleitores declarassem em Rhens que doravante a eleição por todos ou pela maioria automaticamente conferiria ao eleito o título real (rei dos romanos) e o governo do Império, dispensada a confirmação papal. Entre 1346 e 1378, o Imperador Carlos IV de Luxemburgo, rei da Boêmia, procurou restaurar a autoridade imperial.

Em meados do século XIV, a Peste Negra dizimou a Alemanha e a Europa. Os judeus foram perseguidos com pretextos religiosos e econômicos; muitos fugiram para a Polônia.

A Bula Dourada de 1356 determinava que, no futuro, o Imperador seria escolhido por sete eleitores — os arcebispos de Mogúncia, de Trier e de Colônia, o rei da Boêmia, o conde Palatino do Reno, o duque da Saxônia e o Marquês de Brandemburgo.

Em seguida aos desastres do século XIV, a sociedade europeia moderna veio à luz gradualmente, resultado de mudanças econômicas, religiosas e políticas. Surgiu uma economia monetária, que provocou descontentamento entre cavaleiros e camponeses. Um sistema proto-capitalista evoluiu aos poucos a partir do feudalismo. A família Fugger, por meio de suas atividades comerciais e financeiras, ganhou notoriedade; seus membros tornaram-se homens de finanças junto a governantes eclesiásticos e seculares.

A nobreza viu o seu monopólio das armas e das habilidades militares ser minado com a aparição de exércitos mercenários e de soldados de infantaria. Tornaram-se comuns as atividades de nobres inescrupulosos (os Raubritter, que cobravam impostos ilegais). A partir de 1438, os Habsburgos, que controlavam a maior parte do sudeste do Império (o que corresponde hoje a Áustria e Eslovênia e, depois de 1526, Boêmia e Morávia), lograram assegurar para si a dignidade de Sacro imperador até 1806 (exceto no período 1742-1745). Esta situação, porém, causou crescente desunião entre os governantes territoriais alemães e impediu que, diferentemente do que ocorreu na França ou na Inglaterra, todas as regiões da nação fossem reunidas em um só Estado nacional.

Durante seu reinado (1493-1519), Maximiliano I procurou reformar o Império: criou-se uma Suprema Corte Imperial (Reichskammergericht), cobraram-se impostos imperiais, aumentou-se o poder da Dieta Imperial (Reichstag). As reformas, entretanto, foram frustradas pela contínua fragmentação territorial do Império.

Reforma Religiosa e Guerra dos Trinta Anos

No início do século XVI, era crescente o descontentamento na Alemanha com os abusos na Igreja Católica e havia um desejo de reforma. A Reforma Religiosa (ou

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Protestante) começou em 1517, quando Martinho Lutero pregou as suas "95 Teses" no portão da igreja do castelo em Wittenberg.

Em 1515, uma rebelião de camponeses da Frísia instaurou-se. Liderados por Pier Gerlofs Donia e Wijerd Jelckama, milhares de frísios lutaram contra a supressão de seus territórios pelo Imperador Carlos V. As hostilidades só tiveram fim em 1523, com a intervenção do exército holandês, quando as forças rebeldes (organizadas no Arumer Zwarte Hoop) perderam seus líderes, capturados e decapitados.

Em 1521, Lutero foi declarado fora-da-lei pela Dieta de Worms. Mas a Reforma propagou-se rapidamente, com o incentivo das guerras do Imperador Carlos V contra a França e os turcos. Escondido no Castelo de Wartburg, Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, lançando as bases da moderna língua alemã.

Em 1524, estalou a Guerra dos Camponeses, na Suábia, Francônia e Turíngia, contra os príncipes e senhores governantes, segundo a pregação de certos sacerdotes reformistas. Mas as revoltas, apoiadas por nobres com experiência militar tais como Götz von Berlichingen e Florian Geyer (na Francônia) e pelo teólogo Thomas Münzer (na Turíngia), foram reprimidas pelos príncipes territoriais.

A Contra-Reforma teve início em 1545 na Alemanha. O impulso principal foi dado pelos Jesuítas, ordem fundada pelo espanhol Ignácio de Loyola. O centro e o nordeste da Alemanha tornaram-se protestantes, enquanto que o oeste e o sul permaneceram predominantemente católicos. Na Guerra da Liga de Esmalcalda, em 1546-7, Carlos V derrotou os governantes luteranos.

A Paz de Augsburgo (1555) reconheceu a fé luterana. O tratado também determinava que a religião de um Estado seria a do governante (Cuius regio, eius religio).

Carlos V abdicou em 1556. O Império Habsburgo foi dividido, quando a Espanha foi separada dos territórios germânicos. Em 1608-9, a União Protestante e a Liga Católica foram formadas.

O período de 1618 a 1648 foi marcado na Alemanha pela Guerra dos Trinta Anos. As causas foram os confrontos entre católicos e protestantes, os esforços dos diversos Estados dentro do Império no sentido de concentrar poder e a tentativa, da parte do Imperador, de concretizar uma união política e religiosa. A causa imediata da guerra foi o levante da nobreza protestante da Boêmia contra o Imperador (Defenestração de Praga), mas o conflito ampliou-se, tornando-se uma guerra europeia, com a intervenção do Rei Cristiano IV da Dinamarca (1625-29), do Rei Gustavo II Adolfo da Suécia (1630-48) e da França, sob o Cardeal Richelieu, regente do jovem Luís XIV (1635-48). A Alemanha foi o maior teatro de operações da guerra e o palco da disputa final entre França e os Habsburgos pela supremacia na Europa. Como resultado da guerra, grandes áreas da Alemanha foram destruídas, com a perda de algo como um terço da sua população, e houve um empobrecimento geral.

A guerra terminou em 1648, com a Paz de Vestfália, celebrada em Münster e Osnabrück: a França e a Suécia receberam territórios anteriormente alemães, e os Países Baixos tornaram-se independentes do Sacro Império. O poder dos príncipes territoriais aumentou, em detrimento da autoridade imperial central, que se viu irreparavelmente abalada.

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Fim do Sacro Império Romano

A partir de 1640, Brandemburgo-Prússia começara a destacar-se, sob o governo do Grande Eleitor, Frederico Guilherme. A Paz de Vestfália fortaleceu ainda mais a Prússia, por meio da aquisição da Pomerânia Oriental. Um sistema absolutista de governo foi adotado.

Em 1701, o Eleitor Frederico de Brandemburgo foi coroado "rei na Prússia". No período de 1713 a 1740, o Rei Frederico Guilherme I, também conhecido como o "Soldado Rei", estabeleceu um Estado altamente centralizado.

Entrementes, Luís XIV de França conquistara partes da Alsácia e Lorena (1678-1681), e invadira e devastara o Palatinado (1688-1697). Luís XIV aproveitou-se dos problemas do Império com os turcos, que ameaçavam a Áustria, mas terminou por desistir do Palatinado.

Em 1683, os otomanos sofreram uma derrota fora dos muros de Viena, nas mãos de tropas polonesas chefiadas pelo Rei João Sobieski; a cidade era defendida por forças alemãs e austríacas sob comando de Carlos IV, duque de Lorena. A Hungria foi reconquistada e receberia, mais tarde, colonos alemães. A Áustria, governada pelos Habsburgos, tornou-se uma grande potência.

Durante a Guerra de Sucessão Austríaca (1740-1748), Maria Teresa da Áustria logrou obter o reconhecimento de sua ascensão ao trono, mas teve que ceder a Silésia a Frederico II da Prússia, ao fim das Guerras Silésias e da Guerra dos Sete Anos. A Prússia, por sua vez, tornou-se uma grande potência após a Paz de Hubertsburg, em 1763, celebrada com a Áustria e a Saxônia. Começou então a rivalidade entre Áustria e Prússia pela liderança da Alemanha.

A partir de 1763, tanto a Prússia quanto a Áustria adotaram o "despotismo esclarecido": a economia desenvolveu-se, providenciaram-se reformas legais (inclusive a abolição da tortura e a melhoria do status dos judeus), teve início a emancipação dos servos e promoveu-se a educação.

No período 1772-1795, a Prússia participou da partilha da Polônia, ocupando territórios a oeste da Grande Polônia, o que começou uma resistência polonesa de séculos contra a presença alemã.

A Revolução Francesa provocou uma nova guerra entre a França e vários países a leste, inclusive a Prússia e a Áustria. Em seguida à Paz de Basileia com a Prússia, em 1795, a França recebeu a margem esquerda do Reno.

Napoleão I da França recomeçou a guerra com o Sacro Império. Em 1803, ele aboliu quase todos os territórios eclesiásticos, estados pequenos e cidades livres imperiais. Estabeleceram-se novos estados de tamanho médio no sudoeste da Alemanha. A Prússia ganhou, por sua vez, território no noroeste.

O Sacro Império Romano-Germânico foi dissolvido formalmente em 6 de agosto de 1806, com a renúncia do último Sacro Imperador, Francisco II (a partir de 1804, Francisco I da Áustria). A dinastia de Francisco manteve o título de Imperadores Austríacos até 1918. Em 1806, a Confederação do Reno foi criada, sob a proteção de Napoleão.

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A Paz de Tilsit foi assinada em 1807, após a derrota do exército prussiano frente às forças revolucionárias francesas em Jena e Auerstedt: a Prússia cedeu à França todas as suas possessões a oeste do Elba e estabeleceu-se o Reino da Vestfália, governado pelo irmão de Napoleão, Jérome. O Ducado de Varsóvia recuperou alguns dos territórios prussianos conquistados à Polônia.

No período de 1808 a 1812, a Prússia foi reconstruída e uma série de reformas regulou a administração municipal, a liberação dos camponeses e a emancipação dos judeus. A reforma do exército foi empreendida pelos generais prussianos Gerhard von Scharnhorst e August von Gneisenau.

Em 1813, tiveram início as guerras de liberação, em seguida à destruição do exército napoleônico na Rússia (1812). Após a Batalha das Nações em Leipzig, rompeu-se o controle francês sobre a Alemanha. A Confederação do Reno foi dissolvida.

Em 1815, Napoleão foi definitivamente derrotado em Waterloo por forças do Reino Unido, comandadas pelo Duque de Wellington, e da Prússia, sob Gebhard Leberecht von Blücher.

Liga Alemã

Restauração e revolução

Após a queda de Napoleão, os monarcas e estadistas europeus reuniram-se em Viena em 1814, com vistas a reorganizar a Europa, sob a liderança do príncipe austríaco Metternich. Dentre os princípios políticos pactuados no Congresso de Viena, incluem-se a restauração, legitimidade e solidariedade dos governantes em prol da repressão a ideias revolucionárias e nacionalistas.

No território do antigo Sacro Império Romano, formou-se a Liga Alemã (Deutscher Bund), uma união fraca de 39 estados (35 príncipes reinantes e 4 cidades livres), sob a liderança da Áustria, com uma Dieta Federal (Bundestag) sediada em Frankfurt am Main.

Em 1819, o estudante Karl Ludwig Sand assassinou o escritor August von Kotzebue, que havia escarnecido as organizações liberais de estudantes (que promoviam ideais patrióticos de uma Alemanha unida). O Príncipe Metternich usou este caso como pretexto para convocar uma conferência de Prússia, Áustria e outros oito estados em Karlsbad, que promulgaram os "decretos de Karlsbad": adotou-se a censura e as universidades foram postas sob supervisão. Perseguiram-se "demagogos", isto é, indivíduos acusados de divulgar ideias nacionalistas ou revolucionárias.

Em 1834, estabeleceu-se a Zollverein, uma união aduaneira entre a Prússia e a maior parte dos demais estados alemães, com a exclusão da Áustria.

O crescente descontentamento com a ordem política e social imposta pelo Congresso de Viena levou à eclosão, em 1848, da Revolução de Março nos estados alemães. Em maio, foi criada a Assembleia Nacional Alemã (ou Parlamento de Frankfurt), com o objetivo de preparar uma constituição nacional alemã.

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Mas a Revolução de 1848 terminou por fracassar: o Rei Frederico Guilherme IV da Prússia recusou a coroa imperial, o Parlamento de Frankfurt foi dissolvido, os príncipes reinantes reprimiram os levantes pela força e a Liga Alemã foi restabelecida em 1850.

Em 1862, o Príncipe Bismarck foi indicado como primeiro-ministro da Prússia — apesar da objeção dos liberais e dos socialistas, que o consideravam um reacionário.

Em 1864, intensificou-se a controvérsia entre a Prússia e a Dinamarca acerca do Schleswig, que — diferentemente do Holstein — não integrava a Liga Alemã e que nacionalistas dinamarqueses desejavam incorporar ao Reino da Dinamarca. A disputa levou à Segunda Guerra do Schleswig, durante a qual os prussianos, com a Áustria, derrotaram os dinamarqueses. A Dinamarca viu-se compelida a ceder os Ducados do Schleswig e do Holstein à Áustria e à Prússia. Mais tarde, a administração de ambos os ducados provocou tensões entre estes dois países que foram a causa imediata da Guerra Austro-Prussiana (1866). Os prussianos venceram-na, com o sucesso decisivo na Batalha de Königgrätz, sob o comando de Helmuth von Moltke.

Confederação da Alemanha do Norte

Em 1867, dissolveu-se a Liga Alemã. Em seu lugar, surgiu a Confederação da Alemanha do Norte (Norddeutscher Bund, em alemão), sob a liderança da Prússia. A Áustria foi excluída, e permaneceria fora dos assuntos alemães ao longo do restante do século XIX e no século XX.

A Confederação existiu até 1871, quando da fundação do Império Alemão. Por meio dela, a Prússia logrou controlar os 22 estados da Alemanha setentrional, mantendo a Alemanha meridional em sua zona de influência por meio da Zollverein.

Império Alemão

Era de Bismarck

A controvérsia entre a França e a Prússia acerca da sucessão do trono espanhol por um candidato alemão — a quem se opunha a França — provocou a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871). Em seguida à declaração de guerra francesa, tropas prussianas e sul-alemãs, sob o comando de Moltke, invadiram a França em 1870. O exército francês terminou por capitular na Batalha de Sedan. O Imperador Napoleão III foi feito prisioneiro e o Segundo Império francês desmoronou. Após a rendição de Paris, foi celebrada a Paz de Frankfurt am Main: a França obrigava-se a ceder à Alemanha a Alsácia e a parte germanófona da Lorena, que eram territórios ricos em Ferro e Carvão, pagar indenizações, e teve seu contingente de soldados limitado a cem mil soldados além de não poder manter QGs em um raio de 100Km com a fronteira Alemã. As concessões territoriais feriram o orgulho nacional francês profundamente e formariam um obstáculo à concórdia franco-alemã. Além disso, o Kaiser Guilherme I da Prússia foi coroado no Palácio de Versalhes, outra humilhação simbólica para a França.

A partir desse dia, em 1870, o francês olhava para o relógio contando os segundos para a revanche. Vale lembrar que esse fato, além de criar a maior rivalidade da história da Europa Contemporânea com base no nacionalismo agressivo e no

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revanchismo francês, mostrou que a Alemanha já nasceu uma potência, pois uma coisa é derrotar a França, e outra é derrotar uma França Napoleônica.

As políticas domésticas de Bismarck, na qualidade de Chanceler da Alemanha, caracterizaram-se por sua luta contra os supostos inimigos do estado protestante da Prússia. Na chamada Kulturkampf ("luta cultural", 1872-1878), buscou ele limitar a influência da Igreja Católica e de seu braço político, o Partido do Centro Católico, por meio de diversas medidas — como a instituição do casamento civil —, mas sem grande sucesso. Os grupos não-alemães da população do Império Alemão, tais como as minorias polonesas, dinamarquesas e francesas, sofriam discriminação e foram objeto de uma política de germanização.

A outra suposta ameaça era a ascensão do Partido dos Trabalhadores Socialistas (mais tarde, Partido Social-Democrata da Alemanha), cujo propósito declarado era estabelecer uma nova ordem socialista através da transformação das estruturas políticas e sociais existentes. A partir de 1878, Bismarck procurou reprimir o movimento social democrata, proibindo sua organização, assembleias e a maioria de seus periódicos. Por outro lado, ao instituir um sistema de previdência social, esperava ele ganhar o apoio das classes trabalhadoras do Império.

A prioridade de Bismarck era proteger o poder alemão em expansão, por meio de um sistema de alianças e ao procurar conter crises até que a Alemanha estivesse preparada para provocá-las. Nesse sentido, era de particular importância conter e isolar a França, pois Bismarck temia que esta formasse uma aliança com a Rússia e se vingasse de sua perda da Alsácia e da Lorena.

Em 1879, Bismarck concluiu a Dúplice Aliança da Alemanha com a Áustria-Hungria, cujo objetivo era fornecer assistência militar mútua em caso de um ataque russo. A formação da Dúplice Aliança levou a Rússia a adotar uma posição mais conciliatória e a celebrar, em 1887, com a Alemanha, o Tratado de Resseguro ou Tratado de Segurança Mútua (do alemão Rückversicherungsvertrag): as duas potências concordaram em fornecer apoio militar mútuo em caso de ataque francês contra a Alemanha ou de ataque austríaco contra a Rússia. Em 1882, a Itália aderiu à Dúplice Aliança, formando-se então a Tríplice Aliança. Os italianos procuravam defender seus interesses na África do Norte contra a política colonial francesa. Em troca do apoio alemão e austríaco, a Itália comprometeu-se a socorrer a Alemanha em caso de uma agressão militar francesa.

Birmarck custou a acatar as aspirações do Imperador Guilherme I no sentido de tornar a Alemanha uma potência mundial através da aquisição de colônias alemãs ("um lugar ao sol"). Birmarck desejava de todas as maneiras evitar tensões com as potências europeias que ameaçassem a segurança da Alemanha. Mas quando, entre 1880 e 1885, o quadro internacional se mostrou auspicioso, Birmarck acedeu, estabelecendo-se então algumas colônias ultramarinas alemãs: na África (Togo, Camarões, Sudoeste Africano Alemão e África Oriental Alemã) e na Oceania (Nova Guiné Alemã, o Arquipélago de Bismarck e as Ilhas Marshall).

O Kaiser Guilherme I morreu em 1888, sucedendo-o seu filho, Frederico III, o qual reinou por apenas 99 dias, até a sua morte. Subiu ao trono, então, o jovem e ambicioso Guilherme II, filho de Frederico. Bismarck renunciou em 1890, devido a divergências políticas e pessoais com o novo Kaiser, que desejava ser o "seu próprio chanceler".

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Era guilhermina

Apesar das declarações de Guilherme II em contrário, logo após a renúncia de Bismarck a política externa alemã sofreu uma inflexão, mudando de rumo com o objetivo de aumentar a influência da Alemanha no mundo (Weltpolitik). O Tratado de Segurança Mútua (Resseguro) com a Rússia não foi renovado. Com isto, Rússia e França formaram uma aliança de oposição à Tríplice Aliança, a qual estava enfraquecida devido a divergências entre a Áustria e a Itália.

A partir de 1898, a expansão colonial alemã no Sudeste da Ásia (Baía de Kiauchau, as Marianas, as Carolinas, Samoa) começou a causar problemas com o Reino Unido, a Rússia, o Japão e os Estados Unidos. A construção da Ferrovia de Bagdá, financiada por bancos e pela indústria pesada alemã, cujo propósito era ligar o Mar do Norte com o Golfo Pérsico através do Bósforo, também colidiu com interesses geopolíticos e econômicos britânicos e russos.

De modo a proteger o comércio e as colônias de ultramar alemães, o Almirante von Tirpitz deu início a um programa de construção de belonaves em 1898, o que ameaçava diretamente a hegemonia britânica nos mares e causou, conseqüentemente, o colapso das negociações com vistas à formação de uma aliança entre Reino Unido e Alemanha. Esta última via-se cada vez mais isolada.

A política de poder imperialista e a defesa determinada dos interesses nacionais terminaram por levar à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, tendo como causa imediata o assassinato do herdeiro do trono austríaco, Francisco Fernando, e sua mulher, em Sarajevo, em 28 de junho de 1914, nas mãos de um nacionalista sérvio. Outras causas para a guerra, indicadas por historiadores, são as políticas opostas levadas a cabo pelas potências europeias, a corrida armamentista, a rivalidade germano-britânica, as dificuldades do Estado multinacional austro-húngaro, a política russa para os Bálcãs e as apressadas mobilizações e ultimatos (na premissa de que o conflito seria de curta duração). A Alemanha lutou ao lado da Áustria-Hungria e do Império Otomano contra Rússia, França, Reino Unido, Itália e vários outros Estados menores. Houve combates também no Oriente Próximo e nas colônias alemãs.

No ocidente, a Alemanha lutou uma guerra de posições com batalhas sangrentas. Após uma rápida marcha através da Bélgica, as tropas alemãs foram detidas no Marne, ao norte de Paris. Desde então, o fronte na França mudou muito pouco até o final do conflito. No oriente, não houve vitórias decisivas contra as forças russas. O bloqueio naval britânico no Mar do Norte trouxe sérias conseqüências para o suprimento alemão de matérias-primas e alimentos. A entrada dos Estados Unidos na guerra, em 1917, em seguida à declaração alemã de conduzir uma guerra submarina irrestrita, constituiu-se no ponto de inflexão em desfavor da Alemanha.

No final de outubro de 1918, unidades da marinha alemã em Kiel recusaram-se a lançar-se ao mar para uma última grande operação numa guerra que davam como perdida. Em 3 de novembro, a revolta espalhou-se para outras cidades. Estabeleceram-se os chamados conselhos de trabalhadores e os de soldados.

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O Kaiser Guilherme II e todos os príncipes reinantes alemães abdicaram. Em 9 de novembro, o social-democrata Philipp Scheidemann proclamou a República. Em 11 de novembro, assinou-se o armistício em Compiègne.

República de Weimar

Nos termos do Tratado de Versalhes, assinado em 28 de junho de 1919, a Alemanha deveria ceder a Alsácia-Lorena, Eupen-Malmédy, o Schleswig Setentrional e a área de Memel. A Polônia foi restaurada e, após plebiscitos e levantes independentistas, foram-lhe entregues Posen, a Prússia Ocidental e a Alta Silésia. Todas as colônias seriam entregues aos Aliados. As margens direita e esquerda do Reno seriam permanentemente desmilitarizadas. O Sarre, centro industrial importante, seria governado pela Liga das Nações por 15 anos, seus campos de carvão administrados pela França. Para assegurar o cumprimento do tratado, tropas aliadas ocupariam a margem esquerda (alemã) do Reno por um período entre 5 e 15 anos. O exército alemão ficaria limitado a 100 mil oficiais e soldados; o estado-maior seria dissolvido; grandes quantidades de material bélico seriam entregues e a fabricação de munições, rigidamente controlada. A marinha sofreria redução semelhante; ficava proibida a utilização de aeronaves militares. A Alemanha e seus aliados deveriam aceitar a exclusiva responsabilidade pela guerra e pagar compensações financeiras pelas perdas e danos sofridas pelos Aliados.

Os humilhantes termos da paz provocaram indignação entre os alemães e enfraqueceram drasticamente o novo regime democrático. Em 11 de agosto de 1919, entrou em vigor a constituição de Weimar, sendo Friedrich Ebert o primeiro Presidente da República.

Os dois maiores inimigos do novo regime eram o Partido Comunista Alemão (KPD) e o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), que abusariam das liberdades democráticas para lutar contra a República de Weimar. Já nos primeiros meses de 1920, fracassou uma tentativa de golpe de Estado feita pelo extrema-direita Wolfgang Kapp em Berlim; greves e rebeliões em outras cidades foram violentamente reprimidas.

Em 1922, a Alemanha foi o primeiro Estado a estabelecer relações diplomáticas com a União Soviética, por meio do Tratado de Rapallo.

Quando a Alemanha deixou de pagar a indenização de guerra, tropas francesas e belgas ocuparam o distrito do Ruhr, altamente industrializado (janeiro de 1923). A resistência passiva subseqüente foi bem-sucedida mas levou à hiperinflação — os que perderam as suas fortunas tornar-se-iam inimigos da República de Weimar e eleitores da direita antidemocrática.

Em setembro de 1923, com a deterioração da economia, o Chanceler Gustav Stresemann pediu o fim da resistência passiva no Ruhr. Em novembro, seu governo lançou uma nova moeda, o Rentenmark (posteriormente, Reichsmark), e tomou outras medidas para controlar a hiperinflação. Nos seis anos seguintes, a situação econômica melhorou. Em 1928, a produção industrial alemã voltou aos níveis de 1913.

Na noite de 8 de novembro de 1923, seiscentos integrantes armados das SA cercaram uma cervejaria em Munique, onde os dirigentes do estado da Baviera e os comandantes locais do exército alemão se encontravam para uma reunião pública. As

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tropas de assalto eram chefiadas por Adolf Hitler. Nascido em 1889, na Áustria, ex-voluntário no exército alemão durante a Primeira Guerra Mundial, na época membro do NSDAP, Hitler era até então desconhecido. Procurou forçar os presentes a se juntarem a ele numa marcha contra Berlim para tomar o poder (o chamado Putsch da Cervejaria). Foi posteriormente preso e condenado a cinco anos de detenção, mas terminou por ser solto com apenas um ano de prisão, no fim de 1924.

As eleições nacionais de 1924 foram ganhas pela direita (na chamada Ruck nach Rechts). O Marechal-de-Campo Hindenburg, monarquista, foi eleito Presidente.

Em outubro de 1925, Alemanha, França, Bélgica, Reino Unido e Itália celebraram o Tratado de Locarno, que reconhecia as fronteiras franco e belgo-germânicas. Ademais, o Reino Unido, a Itália e a Bélgica comprometeram-se a ajudar a França caso a tropas alemãs reocupassem a Renânia desmilitarizada. O tratado preparou a entrada da Alemanha na Liga das Nações, em 1926.

O crash de Wall Street em 1929 e a conseqüente Grande Depressão foram sentidos na Alemanha, cuja economia foi abalada. No início de 1932, o desemprego no país já atingia mais de seis milhões de pessoas. Ocorreu também uma crise política, devido à incapacidade de os partidos políticos representados no Reichstag constituírem uma maioria para indicar o governo. Em março de 1930, o Presidente Hindenburg nomeou Heinrich Brüning para o cargo de chanceler. De maneira a fazer aprovar seu pacote de medidas de austeridade contra uma maioria de parlamentares sociais-democratas, comunistas e do NSDAP, Brüning lançou mão de decretos de emergência e chegou mesmo a dissolver o Parlamento.

O NSDAP saiu vitorioso nas eleições de julho de 1932, com 38% dos votos (e o apoio da pequena burguesia, da juventude, dos desempregados e da população rural), o que lhe deu a maior bancada no Reichstag. O KPD comunista, por sua vez, passou a ser o terceiro maior partido no Parlamento, com 15%. Juntos, portanto, os partidos antidemocráticos de esquerda e direita detinham agora a maioria no legislativo alemão. Em 30 de janeiro de 1933, pressionado pelo ex-Chanceler Franz von Papen e outros conservadores, o Presidente Hindenburg nomeou Hitler para o cargo de chanceler.

Terceiro Reich

Ascensão dos nazistas

O Chanceler Adolf Hitler acusou os comunistas pelo incêndio criminoso do prédio do Reichstag, ocorrido na noite de 27 de fevereiro de 1933, e logrou convencer o Presidente Hindenburg a assinar o "decreto do incêndio do Reichstag", que suspendia importantes direitos políticos e humanos e permaneceu em vigor até 1945. Foram detidos e enviados para campos de concentração 11 mil comunistas e socialistas, que ficaram à disposição da nova polícia secreta, a Gestapo.

Apesar do terror e do uso sem precedentes da propaganda política, as últimas eleições livres, de 5 de março, não permitiram ao NSDAP constituir a maioria parlamentar que Hitler esperava. Entretanto, o chanceler logrou convencer os necessários 2/3 do Parlamento (com o auxílio dos Partidos Popular Nacional Alemão e do Centro Católico, e com a ausência de parlamentares mortos ou detidos, considerada voluntária para os fins da votação) a aprovar a chamada "lei dos plenos

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poderes" (23 de março de 1933), que conferia a seu governo plenos poderes legislativos. Apenas os sociais-democratas se opuseram à lei, que foi a base da ditadura nazista, da dissolução dos Laender, dos sindicatos e dos partidos políticos (exceto o nazista). Estabeleceu-se um Estado centralizado e totalitário, que substituiu a constituição liberal de Weimar. A Alemanha deixou a Liga das Nações. A Reichskonkordat (uma concordata entre a Santa Sé e a Alemanha nazista), negociada com o anticomunista Papa Pio XI, concedeu ao regime de Hitler o reconhecimento internacional, no momento em que as potências viam os desdobramentos políticos na Alemanha com desconfiança.1

Entrementes, muitos dirigentes das SA nazistas estavam decepcionados. O chefe do Estado-Maior das SA, Ernst Röhm, pressionava a favor da incorporação daquele contingente à Wehrmacht (exército alemão), sob seu comando. Hitler, sentindo-se ameaçado, ordenou em 30 de junho de 1934 que as SS capturassem Röhm e seus tenentes e os executassem sem julgamento.

As SS tornaram-se uma organização independente sob o comando do Reichsführer SS Heinrich Himmler. Este também viria a ser o supervisor da Gestapo e dos campos de concentração e, mais tarde, da polícia comum.

O regime demonstrou especial hostilidade contra os judeus. Em setembro de 1935, o Reichstag aprovou as chamadas leis raciais de Nuremberga, contra os cidadãos judeus: estes perderam a nacionalidade alemã e foram proibidos de casar-se com alemães.

Hitler restabeleceu a força aérea alemã e o serviço militar obrigatório. O rearmamento era uma violação ostensiva do Tratado de Versalhes, mas nem o Reino Unido, nem a França ou a Itália fizeram mais do que passar notas de protesto.

Em 1936, a Renânia desmilitarizada foi reocupada por tropas alemãs. O Tratado de Locarno obrigava o Reino Unido a intervir em favor da França, mas, apesar dos protestos franceses, o governo britânico decidiu nada fazer. O caso fortaleceu a posição de Hitler na Alemanha. Sua reputação aumentaria ainda mais com os Jogos Olímpicos, que se realizaram naquele ano em Berlim e em Garmisch-Partenkirchen e mostraram-se um grande sucesso de propaganda para o regime.

Expansão e derrota

Após estabelecer o "Eixo Roma-Berlim" com Mussolini e assinar o Pacto Anti-Comintern com o Japão, ao qual a Itália aderiria no ano seguinte, em 1937, Hitler sentiu-se capaz de partir para a ofensiva em política externa. Em 12 de março de 1938, tropas alemãs entraram na Áustria, onde uma tentativa de golpe nazista havia fracassado em 1934. Quando Hitler chegou a Viena, foi recebido com vivos aplausos. Quatro semanas depois, 99% dos austríacos votaram em favor da anexação (Anschluss) de seu país à Alemanha. Com isso, Hitler concretizou a antiga ideia de um império alemão com a inclusão da Áustria — a solução "grande-alemã" que Bismarck havia rejeitado quando, em 1871, uniu as terras germânicas, sob a liderança da Prússia. Embora a anexação violasse o Tratado de Saint-Germain-en-Laye, que proibia expressamente a unificação da Áustria com a Alemanha, as potências ocidentais, mais uma vez, limitaram-se a protestar.

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Em seguida à Áustria, Hitler voltou-se para a Tchecoslováquia, onde uma minoria étnica alemã de 3,5 milhões de habitantes nos Sudetos estavam a exigir direitos iguais e auto-governo. Na Conferência de Munique, de setembro de 1938, Hitler, Mussolini, o Primeiro-Ministro britânico Neville Chamberlain e o Primeiro-Ministro francês Édouard Daladier convieram em que os tchecoslovacos deveriam ceder os Sudetos à Alemanha. Hitler declarou então que todas as reivindicações territoriais alemãs haviam sido atendidas. Mas apenas seis meses após Munique, em março de 1939, o dirigente alemão usou os desentendimentos entre eslovacos e tchecos como pretexto para invadir o restante da Tchecoslováquia, transformando-a no Protetorado da Boêmia e Morávia. Neville Chamberlain viu-se compelido a reconhecer que sua política de apaziguamento para com Hitler havia fracassado.

Em seis anos, o regime nazista preparou o país para a Segunda Guerra Mundial. A liderança nazista buscou eliminar ou subjugar a população judaica na Alemanha e posteriormente nos países ocupados, por meio de deportações forçadas e genocídio, hoje conhecido como o Holocausto. Política semelhante foi adotada para outros grupos étnicos e nacionais vistos pelos nazistas como "sub-humanos", tais como os Roma, os poloneses e os russos, considerados uma ameaça à "pureza da raça ariana" alemã, bem como para com deficientes físicos e mentais.

Após a anexação dos sudetos e do resto da Tchecoslováquia, a Alemanha, juntamente com a União Soviética, invadiu a Polônia, em setembro de 1939, fato considerado como o início da Segunda Guerra.

O ano de 1945 viu a Alemanha e seus parceiros do Eixo (Itália e Japão) derrotados pelas forças combinadas dos Estados Unidos, do Reino Unido, da União Soviética e outros. A maior parte da Europa estava em ruínas, dezenas de milhões de pessoas haviam sido mortas (em grande parte, civis), dentre as quais seis milhões de judeus e muitas outras pessoas dos territórios ocupados. A Segunda Guerra resultou na destruição da infra-estrutura política e econômica alemã, causou a sua divisão e considerável perda de território na Europa Oriental e deixou um legado de humilhação.

Alemanha desde 1945

Os alemães referem-se com freqüência a 1945 como a Stunde Null (a hora zero), para descrever o quase-total colapso do país. Na Conferência de Potsdam, a Alemanha foi dividida pelos Aliados em quatro zonas de ocupação militar; as três zonas a oeste viriam a formar a República Federal da Alemanha (conhecida como Alemanha Ocidental), enquanto que a área ocupada pela União Soviética se tornaria a República Democrática da Alemanha (conhecida como Alemanha Oriental), ambas fundadas em 1949. A Alemanha Ocidental estabeleceu-se como uma democracia capitalista e a sua contraparte oriental, como um Estado comunista sob influência da URSS. Em Potsdam, os Aliados decidiram que as províncias a leste dos rios Oder e Neisse (a "linha Oder-Neisse") seriam transferidas para a Polônia e a Rússia (Kaliningrado). O acordo também determinou a abolição da Prússia e a repatriação dos alemães que residiam naqueles territórios, formalizando o êxodo alemão da Europa Oriental.

As relações entre os dois Estados alemães do pós-guerra mantiveram-se frias, até a política de aproximação com os países comunistas da Europa Oriental promovida pelo Chanceler ocidental Willy Brandt (Ostpolitik), nos anos 1970, cujo conceito principal era "Dois Estados alemães dentro de uma nação alemã". O relacionamento entre os

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dois países melhorou e, em setembro de 1973, as duas Alemanhas tornaram-se membros da Organização das Nações Unidas.

Durante o verão de 1989, mudanças políticas ocorridas na Alemanha Oriental e na União Soviética permitiram a reunificação alemã. Alemães orientais começaram a emigrar em grande número para o lado ocidental, via Hungria, quando o governo húngaro decidiu abrir as fronteiras com a Europa Ocidental. Milhares de alemães orientais ocuparam missões diplomáticas da Alemanha Ocidental em capitais do leste europeu. A emigração e manifestações em massa em diversas cidades pressionaram o governo da Alemanha Oriental por mudança, o que levou Erich Honecker a renunciar em outubro; em 9 de novembro de 1989, as autoridades alemãs orientais surpreenderam o mundo ao permitir que seus cidadãos cruzassem o Muro de Berlim e outros pontos da fronteira comum e entrassem em Berlim Ocidental e na Alemanha Ocidental - centenas de milhares aproveitaram a oportunidade. O processo de reformas na Alemanha Oriental culminou com a reunificação da Alemanha, em 3 de outubro de 1990.

Juntamente com a França e outros países europeus, a nova Alemanha tem exercido um papel de liderança na União Europeia. É um dos principais defensores da união monetária, de uma maior unificação nas áreas de política, defesa e segurança europeias. O governo alemão expressou interesse em assumir um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Antiguidade

Germanos Grande Migração

Idade Média Frância oriental Reino da Germânia Sacro Império

Romano-Germânico Colonização do Leste Seccionalismo

Formando uma nação Confederação do Reno Confederação Germânica Revolução de 1848 Confederação da

Alemanha do Norte Unificação Alemã

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Império Alemão Império Alemão Primeira Guerra Mundial República de Weimar Alemanha Nazi Governo Flensburg

Alemanha pós-1945 Ocupação Aliada Expulsão dos alemães

após a Segunda Guerra Mundial

Alemanha Oriental Alemanha Ocidental Reunificação da Alemanha

Alemanha moderna Alemanha moderna

Bismarck e a Vontade do Poder

Otto von Bismarck, o assim chamado chanceler de ferro, foi o estadista mais importante da Alemanha do século XIX. Coube a ele lançar as bases do II Reich (1871-1918), que fizeram com que o país, superando a existência de mais de 300 entidades políticas diferentes, conhecesse pela primeira vez na sua longa história a existência de um Estado-nacional único. Para tanto, para formar a unidade alemã, Bismarck desprezou os recursos do liberalismo político - baseado no consenso ou no voto das maiorias extraído das práticas parlamentares -, apostando sempre numa política de força (dita de sangue e ferro), moldando assim o novo Estado alemão dentro da blindagem do antigo sistema autoritário prussiano.

O último refresco

"Existem filósofos alemães? Existem escritores alemães? Existem bons livros alemães? Fazem-me esta pergunta no estrangeiro. Ruborizo-me! mas com toda a delicadeza que sou capaz nestas situações delicadas, eu respondo:- Sim! Bismarck!"

F. Nietzsche - Götzendämmerung, 1888

Serviram-lhe um refresco, fazia calor. Bebeu-o de vez estalando a língua. -Vorwärts! Avante! exclamou, duas horas depois o octogenário Otto von Bismarck, o chanceler de ferro, expirou. Morreu em Schönhäusen, a propriedade da família na Prússia, no dia 2 de agosto de 1898. Oito anos antes, em 1890, recolhera-se para lá a contragosto. O Kaiser Guilherme II, o jovem imperador alemão o constrangera à renúncia.

Bismarck (1815-1898)

O chanceler de ferro um pouco antes da sua morte em 1898

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- "Não vou hibernar como um urso!" Pensava ainda continuar governando a Alemanha. A sua Alemanha. E, de fato, se existisse algum país na Europa daquele tempo que pertencesse a alguém, que tivesse sido obra de alguém, este país era a Alemanha, a Alemanha de Bismarck.

Chicote e pão-doce

Nomeado chanceler pelo rei da Prússia em 1862, percebeu o equivoco dos conservadores alemães deixarem a causa da unificação nacional como bandeira só dos liberais e dos democratas. O pendão em favor da aliança de todos alemães baixo um só regime, vivendo num país integrado, estava largado ao chão desde o fracasso da Revolução dos Poetas na assembléia nacional de Frankfurt, fechada pela reação em 1849. Desde então, reerguido por ele aquele ideal, recorrendo à prática do Peitsche und Zuckenbrot, a política que alternava entre o chicote e o pão-doce, lançando mão da guerra e das negociações diplomáticas, conforme a suas estratégia determinava, Bismarck trabalhou incansavelmente para atingir aquele objetivo. Henry Kissinger considera-o um revolucionário.

Pensava ele com razão, que a Prússia dos 1860 - o reino mais povoado, instruído e industrializado dos 39 estados da Alemanha -, era poderosa o bastante para caminhar sozinha rumo à integração nacional sem prender-se à Áustria ou ao consentimento da Rússia. Tornou-se um aplicado seguidor da chamada Realpolitik. Nada de ater-se a pruridos morais ou preceitos ideológicos. Para alcançar a tão desejada unidade ele faria acordos até com o demônio se fosse preciso. Contatou inclusive com Karl Marx, em 1867, sondando-o para que pusesse seus "extraordinários talentos a serviço do povo alemão". Preparou-se então para a guerra. Em seis anos, de 1864 a 1870, batendo dinamarqueses, austríacos e franceses, conseguiu o feito de unificar o pais.

Tratado de Versalhes (1919)O Tratado de Versalhes (1919) foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. Após seis meses de negociações, em Paris, o tratado foi assinado como uma continuação do armistício de Novembro de 1918, em Compiègne, que tinha posto um fim aos confrontos.1 O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a um certo número de nações da Tríplice Entente.

Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colônias sobre os oceanos e sobre o continente africano, uma restrição ao tamanho do exército e uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. A República de Weimar também aceitou reconhecer a independência da Áustria. O ministro alemão do exterior, Hermann

O capacete prussiano cobrindo a todos (caricatura)

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Müller, assinou o tratado em 28 de Junho de 1919.1 O tratado foi ratificado pela Liga das Nações em 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado causou choque e humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do Nazismo.

No tratado foi criada uma comissão para determinar a dimensão precisa das reparações que a Alemanha tinha de pagar. Em 1921, este valor foi oficialmente fixado em 33 milhões de dólares. Os encargos a comportar com este pagamento são frequentemente citados como a principal causa do fim da República de Weimar e a subida ao poder de Adolf Hitler, o que inevitavelmente levou à eclosão da Segunda Guerra Mundial apenas 20 anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes.

Condições

O tratado tinha criado Liga das Nações, um dos objetivos maiores do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. A Liga das Nações pretendia arbitrar disputas internacionais para evitar futuras guerras. Só quatro dos chamados Quatorze Pontos de Wilson foram concretizados, já que Wilson era obrigado a negociar com Clemenceau, Lloyd George e Orlando alguns pontos para conseguir a aprovação para criação da Liga das Nações.1 A visão mais comum era que a França de Clemenceau era a mais vigorosa na luta por uma represália contra a Alemanha, já que grande parte da guerra tinha sido no solo francês.

Cedências territoriais

Outras cláusulas incluíam a perda das colônias alemãs e dos territórios que o país tinha anexado ou invadido num passado recente-:1

Alsácia-Lorena, os territórios cedidos a Alemanha no acordo de Paz assinado em Versalhes em 26 de Janeiro de 1871 e o Tratado de Frankfurt em 10 de Maio de 1871, seriam devolvidos a França (área 14 522 km², 1 815 000 habitantes, 1905).

A Sonderjutlândia seria devolvida a Dinamarca se assim fosse decidido por um plebiscito na região (toda a região da Schleswig-Holstein teve o plebiscito, sendo a Sonderjutlândia a única região a se decidir separar)(3984 km², 163 600 habitantes, 1920).

As províncias de Posen e Prússia Oriental, que a Prússia Ocidental tinha conquistado nas Partições da Polônia eram devolvidas após a população local ter ganho a liberdade na Revolução da Grande Polônia (área 53 800 km², 4 224 000 habitantes, 1931).

Hlučínsko, região da Alta Silésia, para a Checoslováquia (316 ou 330 km² e 49 000 habitantes)

Parte leste da Alta Silésia para a Polônia (área 3214 km², 965 000 habitantes) apesar do plebiscito ter apontado que 60% população preferia ficar sob domínio da Alemanha.

As cidades alemãs de Eupen e Malmedy para a Bélgica.

A região de Soldau da Prússia Oriental a Polônia (área de 492 km²).

Parte setentrional da Prússia Ocidental, Klaipėda, sob o controle francês, depois transferida para a Lituânia.

Na parte oriental da Prússia Ocidental e na parte sul da Prússia Oriental, Vármia e Masúria, pequenas partes para a Polônia.

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A província de Sarre para o comando da Liga das Nações durante 15 anos.

A cidade de Danzig (hoje Gdańsk, Polônia com o delta do Rio Vístula foi transformada na Cidade Livre de Danzig sobre o controlo da Liga das Nações (área de 1893 km², 408 000 habitantes, 1929).

O artigo 156 do tratado transferiu as concessões de Shandong, da China para o Japão ao invés de retornar a região à soberania chinesa. O país considerou tal decisão ultrajante o que levou a movimentos como o Movimento de Quatro de Maio, que influenciou a decisão final chinesa de não aderir ao Tratado de Versalhes. A República da China declarou o fim da guerra contra a Alemanha em Setembro de 1919 e assinou um tratado em separado com a mesma em 1921.

Reparações de guerra e cláusulas de culpa

Woodrow Wilson com os comissários americanos de paz.

Em seu livro sabrina lima escreve:2

No início, França e Bélgica argumentavam que o dano direto deveria receber prioridade em qualquer distribuição de reparações. No norte francês, altamente industrializado, os alemães levaram tudo o que queriam para o uso próprio e destruíram muito do que sobrara. Mesmo batendo em retirada em 1918, as forças alemãs encontraram tempo para destruir as minas de carvão mais importantes da França.

O artigo 231 do Tratado (a cláusula da 'culpa de guerra') responsabilizou unicamente a Alemanha por todas as 'perdas e danos' sofridas pela Tríplice Entente durante a guerra obrigando-a a pagar uma reparação por tais atos. O montante total foi decidido entre a Tríplice Entente na Comissão de Reparação. Em Janeiro de 1921 esse número foi oficializado em 269 bilhões de marcos, dos quais 226 bilhões como principal, e mais 12% do valor das exportações anuais alemãs - um valor que muitos economistas consideraram ser excessivo. Mais tarde, naquele ano, a dívida foi reduzida para 132 biliões, o que ainda era considerado uma soma astronômica para os observadores germânicos.

Os problemas econômicos que tal pagamento trouxe, e a indignação alemã pela sua imposição são normalmente citados como um dos mais significantes factores que levaram ao fim da República de Weimar e ao início da ditadura de Adolf Hitler, que levou à II Guerra Mundial. Alguns historiadores, como Margaret Olwen MacMillan discordam desta afirmação, popularizada por John Maynard Keynes.

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A posição dos Estados Unidos

Os Estados Unidos não ratificaram o tratado. As eleições para o Senado em 1918 deram a vitória ao Partido Republicano (49 contra 47 lugares), que assumiu o controlo do Senado e por duas vezes bloqueou a ratificação (a segunda vez em 19 de março de 1920), favorecendo o isolamento do país opondo-se à Sociedade das Nações. Outros senadores queixaram-se da quantidade excessiva de reparações a que a Alemanha era obrigada. Como resultado, os Estados Unidos nunca aderiram à Sociedade das Nações e negociaram em separado uma paz com a Alemanha: o Tratado de Berlim de 1921, que confirmou a pagamento de indenizações e de outras disposições do Tratado de Versalhes, mas excluiu explicitamente todos os assuntos relacionados com a Sociedade das Nações

As negociações

As negociações entre as potências aliadas começaram em 18 de Janeiro, no Salão dos Relógios no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, no Quai d'Orsay, em Paris. No início participaram nas negociações 70 delegados representado 27 nações.3

Tendo sido derrotados, a Alemanha, a Áustria e a Hungria (estados que sucederam à Áustria-Hungria) foram excluídas das negociações. A República Socialista Federativa Soviética da Rússia também foi excluída porque tinha negociado o Tratado de Brest-Litovsk, que estabelecia uma paz separada com a Alemanha em 1918, graças ao qual a Alemanha ganhou uma grande faixa de terras e de recursos à Rússia.1

Até Março de 1919, as extremamente complexas negociações das condições de paz foram conduzidas através de reuniões periódicas do "Conselho dos Dez" (líderes de governo e ministros dos Negócios Estrangeiros), composto pelos cinco grandes vencedores (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão). Uma vez que este organismo revelou ser demasiado pesado e formal para uma tomada eficaz de decisões, o Japão e os ministros dos Negócios Estrangeiros deixaram as principais reuniões, de modo que apenas os ditos "Quatro Grandes" permaneceram.4 Após as suas reivindicações territoriais para a região de Fiume (hoje Rijeka) terem sido rejeitadas, o primeiro-ministro da Itália, Vittorio Orlando, deixou as negociações (apenas voltaria para a assinatura em Junho). As condições finais foram determinadas pelos líderes das "três grandes" nações: o primeiro-ministro britânico David Lloyd George, o primeiro-ministro francês Georges Clemenceau, e o presidente dos EUA, Woodrow Wilson.

O Japão tentou no início inserir uma cláusula nos artigos referentes à constituição da Sociedade das Nações contra a discriminação baseada na raça ou na nacionalidade, mas teve de retirar a pretensão devido sobretudo à atitude da Austrália.5

Em Versalhes, era difícil chegar a posições comuns porque os conferencistas defendiam objetivos que entravam em conflito entre si. O resultado foi chamado um "compromisso infeliz".6 Por exemplo, enquanto os líderes americanos e britânicos quiseram chegar a uma paz justa e a um acordo razoável, os interesses da França apelavam a vastíssimas indenizações, já que a maior parte das batalhas e destruição se deram em solo francês, além de a França ter perdido cerca de 1 500 000 combatentes e 400 000 civis.

Estrutura do Tratado

Parte I - Pacto da Sociedade das Nações (artigos 1 a 26 e anexo).

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Parte II - As Fronteiras da Alemanha (artigos 27 a 30).

Parte III - Cláusulas para Europa (artigos 31 a 117 e anexos).

Parte IV - Direitos e interesses alemães fora da Alemanha (artigos 118 a 158 e anexos).

Parte V - Cláusulas militares, navais e aéreas (artigos 159 a 213).

Parte VI - Prisioneiros de guerra e cemitérios (artigos 214 a 226).

Parte VII - Sanções (artigos 227 a 230).

Parte VIII - Reparações (artigos 231 a 247 e anexos).

Parte IX - Cláusulas financeiras (artigos 248 a 263).

Parte X - Cláusulas económicas (artigos 264 a 312).

Parte XI - Navegação aérea (artigos 313 a 320 e anexos).

Parte XII - Portos, vias marítimas e vias férreas (artigos 321 a 386).

Parte XIII - Organização Internacional do Trabalho (artigos 387 a 399).

Procedimentos (artigos 400 a 427 e anexo).

Parte XIV - Garantias (artigos 428 a 433).

Parte XV - Previsões e diversos (artigos 434 a 440 e anexo).

Ver também

Plano Dawes

Plano Young

Tratado de VersalhesTratado de Paz entre os aliados e Potências

Associadas e a Alemanha

Página frontal da versão em língua inglesa

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Assinado 28 de junho de 1919Local Versalhes, FrançaEm vigor 10 de janeiro de 1920Condição Ratificação pela Alemanha e as

três principais Potências Associadas

Signatários  Reich Alemão

 Império Britânico

 França

 Itália

 Japão

 Estados Unidos

outras potências aliadas[Expandir]

Depositário Governo francêsLínguas Francês e inglês

O Segundo Reich

Em 1870 tornara-se o alemão mais famosos do mundo. A sua altura imensa - tinha quase 2 metros - o seu uniforme engalanado, o bigodão de hussardo e seu capacete pontiagudo, viraram o símbolo da Alemanha do século 19. Em 18 de janeiro de 1871, no Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes, na França derrotada, esmagada que fora pelos granadeiros prussianos de von Molke em Sedan, o chanceler de ferro, como rapidamente o cognominaram, realizou seu sonho. Perante os príncipes alemães, todos presentes naquela ocasião extraordinária, Bismarck viu o seu rei Guilherme I, tornar-se o Imperador de todos os alemães coroado como Kaiser. Se bem que os monarcas da Baviera e da Saxônia, e outros reinos de menor importância, ainda mantinham certas prerrogativas, dali em diante o país seria governado de Berlim. Tendo uma só política externa, uma só moeda e um só comando militar.

Os desastres da unificação conservadora

À distância desse episódio histórico, vê-se tudo como uma tragédia. O repúdio do IIº Reich alemão (1871-1918) ao liberalismo e à democracia ocidental, o fez presa de cartéis militaristas reacionários, belicosissimos, sedentos por "espaço vital", querendo

Guilherme I, rei da Prússia e Imperador da Alemanha (1861-1888)

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alastrar-se pelo mundo inteiro. O resultado foi o que se viu. Primeiro conduzindo o IIº Reich em 1914-18 à Grande Guerra e, novamente, em outra refrega muito mais mortífera, à Guerra Total de 1939-45, levada à diante pelo chamado IIIº Reich, o dos nazistas.

Mapa da região central da Europa, tendo em destaque a Alemanha e áreas onde houveram as ocupações nazistas:

Page 27: História da alemanha

A Europa em 1920

1. República Portuguesa 2. Reino de Espanha 3. Principado de Andorra 4. Terceira República Francesa 5. Reino de Itália 6. Suíça 7. Reino da Bélgica 8. Reino dos Países Baixos 9. República de Weimar 10. Reino da Dinamarca e da Islândia11. Primeira República Austríaca 12. República Checoslovaca 13. Segunda República Polaca 14. Silésia 15. Reino da Hungria 16. Reino da Jugoslávia 17. Reino da Roménia 18. Reino da Albânia 19. Grécia 20. Reino da Bulgária

21. Ucrânia 22. União Soviética 23. Lituânia Central 24. República da Letónia 25. Constantinopla 26. Turquia 27. República da Finlândia 28. Reino da Suécia 29. Reino da Noruega 30. Império Britânico 31. Rif 32. Reino de Marrocos 33. Argélia (colónia francesa)34. Tunísia (protectorado francês)35. Tripolitânia (Líbia)36. Egito 37. República de San Marino 38. Vaticano (Reino de Itália)39. Cidade Livre de Danzig 40. Grão-Ducado do Luxemburgo 41. República Democrática da Geórgia

A coroação do imperador da Alemanha no salão dos espelhos em Versalhes, 1871

Na época, porém, quando se deu a unificação, até os exilados socialistas alemães , inimigos de Bismarck, exultaram com a vitória dos prussianos. Mikhail Bakunin, o anarquista russo, registrou incomodado como inclusive Karl Marx - naqueles dias que se seguiram à vitória de Sedan e ao anuncio da formação do império alemão -, tornara-se um pangermanista intratável, verificando que por debaixo da pele do revolucionário mais ardoroso escondia-se um chauvinista alemão.

Bismarck, o super-homem

Page 28: História da alemanha

Nietzsche, quando jovem, fascinou-se por Otto von Bismarck, saboreando seus discursos como se "fossem vinho forte", contendo a língua "para não bebê-lo demasiadamente rápido e prolongar o prazer". Mais tarde queixou-se do cheiro de pólvora , do rufar dos tambores e do ensarilhar de armas do Reich, mas, ainda é legitimo suspeitar-se que a inspiração para o seu Super-Homem, o dominador dos destinos futuros, tenha-lhe sido emprestada pela poderosa imagem do velho Bismarck cavalgando frente aos regimentos de granadeiros prussianos, construindo com a força do seu punho de ferro um império. Quanto à obra maior do chanceler, a unificação do povo alemão, ela ainda está ai. Soçobrou por duas vezes ao longo do século XX mas sobreviveu.

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/ottobismarck2.htm

Segundo Império da Alemanha - História do Segundo Império da Alemanha

Também conhecido como Segundo Reich (1871-1918), império europeu e colonial governado pela Prússia. A proclamação do Império teve lugar em Versalhes, em 1º de janeiro de 1871, quando a antiga Confederação da Alemanha do Norte e os quatro estados da Alemanha do Sul (Baviera, Baden, Hesse-Darmstadt e Württemberg) concordaram em constituir uma união federal permanente, cedendo a maioria de seus direitos de soberania ao novo Império. O rei da Prússia, Guilherme I, foi proclamado imperador alemão. Otto von Bismarck presidiu a nova organização política como chanceler imperial.

Guilherme I faleceu em 1888 e, depois do breve mandato de Frederico III, Guilherme II ascendeu ao trono. Bismarck apresentou sua demissão em 1890. A partir desta década, os conflitos entre as classes privilegiadas e o proletariado foram aumentando na sociedade alemã. Por outro lado, as relações com as outras potências européias se deterioraram consideravelmente. O único aliado fiel foi o Império Austro-húngaro. A Alemanha apoiou a Áustria na guerra contra a Sérvia no verão de 1914, com a esperança de que a luta reuniria as classes trabalhadoras em torno do governo. Este confronto deu origem à I Guerra Mundial. O fracasso militar e as desordens internas levaram à dissolução do segundo Império Alemão. Guilherme II abdicou em 9 de novembro e, neste mesmo dia, a República foi proclamada em Berlim.

Segundo Reich

Em 1933, com a ascensão do regime Nazista na Alemanha, a propaganda estatal começou a divulgar com bastante fervor a expressão “Terceiro Reich“, dando a entender que, sob o comando de Adolf Hitler a Alemanha iria reviver seus dois períodos de maior destaque, ou seja, os dois momentos na história em que o país foi o centro de um vasto e diverso império (ou reich, em alemão). O Primeiro Reich seria o Sacro Império Romano-Germânico, existente entre 962 e 1806, fundado pelo monarca germânico Oto I, que tomava emprestado características tanto do Império Romano como do Império Carolíngio, tendo porém, a região da atual Alemanha como núcleo do estado.

Nietzsche, aos poucos esmoreceu o seu fervor por Bismarck

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Já o Segundo Reich teria sido representado pelo Império Alemão (Deutsches Reich), existente entre 1871 e 1918, e que compreendia o território alemão unificado (um pouco maior do que o atual), além de vários domínios ultramarinos espalhados pela África, Ásia e Oceania.

A Alemanha deste chamado “Segundo Reich”, é obra quase que exclusiva do chanceler Otto von Bismarck, que projeta, sob regime monárquico, um moderno estado nacional, de governo central com soberania sob todo o seu território, num modelo que vinha sendo progressivamente adotado por outras nações europeias e americanas desde o século XII. Essa composição, porém, é adotada em um momento bastante tardio, deixando o país em relativa desvantagem no cenário político e econômico da época. O novo império, porém, logo se destaca, e em pouco tempo rivaliza no campo econômico com a maior potência, a Grã-Bretanha, e apesar de ter chegado tarde na disputa colonial por territórios, consegue assegurar um império ultramarino de dimensões respeitáveis.

Entre seus domínios, estavam:

Na África:

Togolândia (atual Togo e parte de Gana) África Ocidental Alemã (grande parte da atual República dos Camarões) Sudoeste Africano Alemão (atual Namíbia) África Oriental Alemã (atuais Ruanda, Burundi e Tanzânia, sem a ilha de Zanzibar)

Na Ásia:

Kiautschou (enclave em território chinês cujo centro urbano era a cidade de Qingdao)

Na Oceania:

Nova Guiné Alemã (atuais Ilhas Salomão, Ilhas Marshall, Micronésia, Marianas do Norte, Nauru, Palau e norte de Papua-Nova Guiné) Samoa Alemã (atual Estado Independente de Samoa)

Com esta configuração, o “Segundo Reich” estava entre as grandes potências mundiais, sendo que em vários campos poderia ser considerado facilmente o país de maior destaque. A expansão alemã parecia não ter limites, mas, aos poucos os dirigentes do país optam pelo militarismo e por um enfrentamento direto aos seus competidores, numa espiral que acaba por envolver a Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Contando com estimativas equivocadas sobre seu poderio e o de seus aliados, a Alemanha acaba saindo da guerra derrotada, com uma grave crise econômica, social e institucional e que ainda experimenta a perda significativa de territórios e de todo o seu império colonial. É o fim do reich.

Bibliografia:O Segundo Reich. Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/ottobismarck2.htm>. Acesso em: 03 jul. 2012.

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Segundo Império da Alemanha – História do Segundo Império da Alemanha. Disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/germanica/segundo-imperio-da-alemanha.htm>. Acesso em: 03 jul. 2012

República de Weimar

Insígnia Naval de Reichsflotte.

A República de Weimar foi instaurada na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial, tendo como sistema de governo o modelo parlamentarista democrático. O Presidente da República nomeava um chanceler que seria responsável pelo poder Executivo. Quanto ao poder Legislativo, era constituído por um parlamento (Reichstag). Sucedeu ao Império Alemão. Este período tem este nome pois foi a República proclamada na cidade de Weimar.

As circunstâncias em que foi criada a República de Weimar foram muito especiais. Prestes a perder a Primeira Guerra Mundial, a liderança militar alemã, altamente autocrática e conservadora, atirou o poder para as mãos dos democratas, em particular o SPD, que acabou por ter de negociar a paz (ou seja, a derrota na Guerra). Com isso, ficava no ar o saudosismo de uma nação outrora poderosa, nos tempos do imperador, em comparação com a nova realidade democrática, cheia de derrotas e humilhações. Sebastian Haffner chamou-lhe uma "república sem republicanos". Kurt Tucholwski chamou-lhe: "o negativo de uma monarquia, que só não o é porque o monarca fugiu" (o imperador Wilhelm II viu-se obrigado a abdicar).

Face a essa situação política, que alguns compararam a um presente envenenado à democracia, acabou por lançar os fundamentos que permitiram mais tarde a Adolf Hitler posicionar-se como o arauto de um regresso ao passado imperial e antidemocrático da Alemanha e implantar o nazismo.

1933 é o ano terminal da República, já que, embora a constituição de 1919 não tenha sido revista até ao final da Segunda Guerra Mundial, as reformas levadas a cabo pelo partido nazista invalidaram-na muito antes.Bandeira e Brasão

Após a proclamação da república, a bandeira e o brasão de armas da Alemanha foram também alterados para dar conta das mudanças políticas no país. O tricolor republicano é baseado na bandeira introduzida pela Constituição Paulskirche de 1849,

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a qual foi decidida que pelo Parlamento de Frankfurt, durante o movimento civil alemão, o qual pediam principalmente o parlamentarismo e a unificação dos estados germânicos.

As conquistas e sinais desse movimento foram majoritariamente feitos após a queda do antigo regime e a reação politica. Apenas o pequeno Principado de Waldeck continuou sua tradição usando as cores alemãs, chamadas de Schwarz-Rot-Gold em alemão (Em português: Preto-Vermelho-Dourado).

Esses sinais continuaram sendo símbolos do movimento Paulskirche e a República de Weimar queria expressar sua origem naquele movimento entre 1848 e 1852. Os anti-republicanos se opuseram a essa bandeira. Enquanto a primeira frota imperial (Reichsflotte) orgulhosamente usava uma bandeira naval baseada na Schwarz-Rot-Gold, a marinha alemã (Reichsmarine) insistia em usar as cores pré-segunda guerra, similar a marinha mercantil alemã.

O brasão de armas republicano foi idealizado no movimento Paulskirche, usando o mesmo animal, a águia, e as mesmas cores (preto, vermelho e dourado), mas ocorrendo uma redução de duas cabeças pra uma. O político alemão, Friedrich Ebert declarou, inicialmente, que o brasão de armas poderia ser desenhado por Emil Doepler, e em 11 de Novembro de 1919, foi aceito pelo governo alemão. Em 1928, o Reichswappen (brasão de armas do Reich) desenhado por Tobias Schwab (1887-1967) passou a ser usado como emblema oficial da Equipe Olímpica da Alemanha.

O desenho de Doepler virou o Reichsschild (escudo do Reich) com uso restrito a veículos do governo.

Em 1949, a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) adotou todas as três insignias da República de Weimar.

História

O início da República de Weimar data de 1918, quando o país começou a ser controlado pelos militares logo após a fuga do Kaiser Wilhelm II. Quando se tornou evidente que a Primeira Guerra estava perdida, o Oberste Heeresleitung ("Comando Supremo do Exército"), induziu a constituição de um governo civil para facilitar as negociações de paz com os aliados.

Em 28 de Outubro de 1918, a nova constituição alemã estava pronta, convertendo o Reich numa república parlamentar (algo que havia sido evitado pelo Kaiser). Dessa forma, o Chanceler devia responsabilizar-se à nação perante o Reichstag (Parlamento Alemão) e não mais perante o imperador. O príncipe Maximiliano de Baden assumiu o cargo.

O plano de transformar a Alemanha veio a fracassar devido sobretudo às condições impostas pelo Tratado de Versalhes, que limitavam qualquer possibilidade de ressurgimento econômico do país por causa das reparações de guerra, e as restrições à indústria e ao exército alemão. As consequências econômicas da paz (1919), formuladas pelo economista John Maynard Keynes, que assistiu como observador às deliberações, expõem de maneira pormenorizada, e com sagacidade qual haveria de ser o impacto das reparações sobre o frágil esquema das relações econômicas internacionais durante a década de 1920. Isso, somado ao regresso dos soldados da

Page 32: História da alemanha

frente (muitos dos quais vinham feridos não apenas física mas psicologicamente), aumentou enormemente o clima de fracasso e descontentamento que assombrava a nação.

A escalada de violência entre os movimentos de direita e esquerda culminaram em 29 de Outubro de 1918, ao estalar a rebelião de parte do exército. O governo prendeu os amotinados, principalmente da divisão naval, e muitos estudantes, operários e militares solidarizaram-se com eles, agrupando-se em conselhos similares aos Sovietes, que tomaram o poder militar e civil em diversas cidades. A 7 de Novembro, a revolução alcançou a cidade de Munique, provocando a fuga do rei Luís III da Baviera.

O país esteve perto de se converter num Estado socialista. A 9 de Novembro, o príncipe von Baden transferiu os seus poderes legais a Friedrich Ebert, líder do Partido Socialista da Alemanha (SPD, Sozialistische Partei Deutschlands), de influência operária, mas sem intenções de abandonar o sistema parlamentar. Esperava-se que esse ato bastaria para acalmar as massas, mas tal não ocorreu.

No dia seguinte, instaurou-se um governo revolucionário sob o nome de Rat der Volksbeauftragten, traduzido como "Conselho dos Encarregados do Povo", que era formado por três membros do MSPD e três membros do partido Social Democrata Independente (USPD, Unabhängige Sozialdemokraten), liderado por Ehbert e Hugo Haase, respectivamente. Esse conselho governou a Alemanha de Novembro de 1918 a Janeiro de 1919.

Deutsches Reich

Weimarer RepublikRepública de Weimar

República

← 1919 – 1933→

 

Bandeira Brasão

Page 33: História da alemanha

Continente Europa

Capital Berlim

Língua oficial Alemão

Governo República semi-presidencialista

Reichspräsident (Presidente)

 • 1919-1925 Friedrich Ebert (SPD) • 1925 Hans Luther • 1925 Walter Simons • 1925-1933 Paul von Hindenburg Reichskanzler

(Chanceler) • 1º: 1920

2º: 1928-1930 Hermann Müller (SPD)

 • 1º: 1923-19252º: 1926-1928

Wilhelm Marx (Zentrum)

 • 1932 Franz von Papen • 1933 Adolf Hitler (NSDAP)

Período histórico Período de entre-guerras • 11 de Agosto de

1919 Estabelecimento

 • 30 de Janeiro de 1933 Hitler assume o cargo de Chanceler

 • 27 de Fevereiro de 1933 Incêndio do Reichstag

 • 23 de Março de 1933 Dissolução

Moeda Papiermark (1919-1923)Rentenmark (1923-1924)Reichsmark (1924-1933)

Membro de: SDN

9 de novembro na história da Alemanha

Page 34: História da alemanha

Schicksalstag (literalmente dia do destino em língua alemã), conhecido internacionalmente também em inglês como Day of fate, é o título dado ao dia 9 de novembro pelos alemães, devido a neste dia terem ocorrido em diversos anos vários acontecimentos importantes para a História da Alemanha. Os mais importantes incluem:

1848: foi a data da execução do líder liberal Robert Blum. Este acontecimento é visto frequentemente como simbólico para o fracasso da revolução de 1848. 1918: o imperador Guilherme II foi destronado e Philipp Scheidemann proclamou a primeira república da Alemanha, a República de Weimar. 1923: deu-se o Putsch de Munique, uma tentativa de golpe de estado que foi a primeira aparição do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores em público. 1938: a Kristallnacht marca o inicio do Holocausto. Foram mortos mais de 1300 judeus e queimadas ou destruídas por outras formas muitas sinagogas e outras propriedades dos judeus. 1989: caiu o muro de Berlim que tinha sido símbolo para da separação da Alemanha, e dissolveu-se a restante fronteira interna alemã, que tinha custado a vida de muitos alemães que a tentaram atravessar. Este acontecimento é visto como o início da reunificação da Alemanha.

Depois da queda do muro de Berlim o termo Schicksalstag ganhou o seu uso comum. Discutiu-se na Alemanha se 9 de novembro seria o dia nacional do país reunificado, mas por causa da carga negativa do dia pelos acontecimentos de 1923 e de 1938 decidiu-se que não seria adequado celebrar este dia.

Second world war europe 1941-1942

Page 35: História da alemanha

Países ocupados

Territórios ocupados em sua totalidade ou em parte:

Territórioocupado

Informação detalhada

Reino da Albânia Ocupação da Albânia pela Alemanha nazista

Estado Federal da Áustria (Primeira República Austríaca)

Anschluss

Bélgica Bélgica durante a Segunda Guerra Mundial

RSS da BielorrúsiaOcupação da Bielorrússia pela Alemanha nazistaOcupação das Repúblicas Bálticas

Tchecoslováquia Ocupação alemã da Checoslováquia

DinamarcaOcupação da DinamarcaOperação Weserübung

Estônia Ocupação da Estônia pela Alemanha Nazista

Page 36: História da alemanha

França

Ocupação da França pela Alemanha NaziFrança de VichyFrança do NorteAlsácia-Lorena

Reino da Grécia Ocupação da Grécia pelas Forças do Eixo

Guernsey Ocupação das Ilhas do Canal

Reino da Hungria (1920-1945) Estado Húngaro

Reino de Itália (1861-1946) República Social Italiana

Jersey Ocupação das Ilhas do Canal

Letônia Ocupação da Letônia pela Alemanha Nazista

Lituânia Ocupação da Lituânia pela Alemanha nazista

LuxemburgoOcupação alemã de Luxemburgo na Segunda Guerra Mundial

Monaco História de Mônaco

Países Baixos Ocupação alemã dos Países Baixos

NoruegaOcupação Nazista na NoruegaOperação Weserübung

Polônia

Áreas polonesas anexadas pela Alemanha nazistaGoverno GeralInvasão da Polônia

San Marino San Marino na Segunda Guerra Mundial

República Eslovaca Revolta Nacional Eslovaca

RSS da Ucrânia Reichskommissariat da Ucrânia

Reino da IugosláviaInvasão da IugosláviaFrente Iugoslava

Evolução territorial da Alemanha

A Evolução territorial da Alemanha refere-se às mudanças nas fronteiras e no território da Alemanha. A Alemanha moderna foi formada em 1871, quando Otto von Bismarck, que depois tornou-se chanceler do Império Alemão, unificou um certo número de estados alemães para o Império Alemão. 1 Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu territórios para seus vizinhos e a República de Weimar foi formada.

Page 37: História da alemanha

Esta república possuia importantes territórios ao leste da Alemanha atual, sobretudo a Prússia Oriental. No entanto, durante o período do governo nazista enormes mudanças territoriais ocorreram. Inicialmente, a Alemanha nazista expandiu territórios de forma bastante dramática, mas o ponto de viragem foi a invasão da União Soviética, embora a invasão significasse o aumento o mais rápido no território de Alemanha, como os Aliados começaram a vencer os alemães, o território foi rapidamente perdido o que culminou com a divisão e ocupação da Alemanha pelos aliados 2

Imediatamente após a Segunda Guerra Mundial a Alemanha foi dividida em zonas inglesa, francesa e americana no oeste e uma zona russa no leste, a capital Berlim foi igualmente dividida. Com o início da Guerra Fria, a parte ocidental da Alemanha foi unificada, tornando-se a República Federal da Alemanha (muitas vezes informalmente chamada de "Alemanha Ocidental"), com um enclave em Berlim. A zona da Rússia tornou-se o regime comunista da Alemanha Oriental (oficialmente República Democrática Alemã). 1 , assim como o território perdido que havia ganhado durante a guerra, a Alemanha também perdeu território para o leste. A maior parte das terras a leste do Oder-Neisse foi para a Polônia. O restante, Königsberg, foi a Rússia. Em 1990, após o fim da Guerra Fria, as duas Alemanhas se uniram 1 .

Índice

1 Contexto o 1.1 Colonização alemã na Europa Orientalo 1.2 A ascensão do nacionalismo europeu

2 Formação do Império Alemão o 2.1 Cronologia da formação do Império Alemão

3 Primeira Guerra Mundial o 3.1 Brest-Litovsk

4 Mudanças territoriais após a I Guerra Mundial o 4.1 Tratado de Versalheso 4.2 Sudetoso 4.3 Revoltas da Silésia

5 Interbellum o 5.1 Reivindicações territoriais dos nacionalistas alemãeso 5.2 Renâniao 5.3 Região de Sarreo 5.4 Anschlusso 5.5 Território de Memelo 5.6 Checoslováquiao 5.7 Sudetoso 5.8 A invasão do resto da Checoslováquia

6 Segunda Guerra Mundial o 6.1 Polôniao 6.2 Alsácia-Lorenao 6.3 Luxemburgoo 6.4 Outroso 6.5 Reconhecimento

7 Mudanças territoriais após a II Guerra Mundial o 7.1 Ocupação Aliada

8 Guerra fria, divisão e reunificação 9 Ver Também 10 Referências

Page 38: História da alemanha

Contexto

Colonização alemã na Europa Oriental

Parte da motivação por trás das mudanças territoriais são baseadas em acontecimentos na história da Alemanha e da Europa, especialmente da Europa Oriental. Migrações que decorreram durante mais de um milênio levaram bolsões de alemães que vivem na Europa do Leste como no Extremo Oriente da Rússia. A existência destes bolsões foi usado por nacionalistas alemães e os nazistas para justificar suas reivindicações territoriais.

A ascensão do nacionalismo europeu

As mudanças territoriais da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, devem ser interpretadas no contexto da evolução do nacionalismo global em geral e nacionalismo europeu, em particular.

A segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX viu a ascensão do nacionalismo na Europa. Anteriormente, um país composto em grande parte dos povos que moravam na terra que estava sob o domínio de um governante em particular. Assim, como principados e reinos cresceram através da conquista e do casamento, um governante pode acabar com os povos de muitas etnias diferentes em seu domínio.

O conceito de nacionalismo foi baseado na idéia de um "povo" que compartilhavam um elo comum com sua raça, religião, língua e cultura. Além disso, o nacionalismo afirmou que cada povo "tinha direito ao seu próprio Estado. Assim, muito da história da Europa na segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX pode ser entendido como os esforços para realinhar as fronteiras nacionais com esse conceito de "um só povo, um estado".

Prússia (verde) no Império Alemão 1871-1918.

Muitos conflitos que surgem quando uma nação afirma direitos territoriais de terras fora das suas fronteiras a partir de um elo comum com as pessoas que vivem nessa terra. Outra fonte de conflito surgiu quando um grupo de pessoas que constituíam uma minoria em um país que busca se separar da nação, quer formar uma nação independente, ou ingressar em outro país com quem sentiam laços mais fortes. No entanto, outra fonte de conflito era o desejo de alguns países para expulsar pessoas do território dentro das suas fronteiras, pelo fato dessas pessoas não partilharem um elo comum com a maioria das pessoas que vivem nesse país.

Page 39: História da alemanha

Formação do Império AlemãoVer artigo principal: Unificação da Alemanha e Império Alemão

A Confederação da Alemanha do Norte, liderada pelo Reino da Prússia, foi combinado com os estados do sul de Baden, Württemberg, Baviera e Hesse formaram o Império Alemão em 1871. Em algumas áreas das províncias orientais da Prússia, como a província de Posen, a maioria da população era polaca.

Cronologia da formação do Império AlemãoVer artigo principal: Império colonial alemão

Mapa do Império Alemão entre 1871 e 1918, destacando a composição de vários estados.

Extensão das colônias alemãs em 1914.

10 de maio de 1871:

Assinatura do Tratado de Frankfurt. A Alemanha anexa a Alsácia-Lorena à custa da França.

5 de julho de 1884:

Criação do protetorado da Togolândia, a primeira colônia alemã na África.

7 de agosto de 1884:

Colonização do Sudoeste Africano Alemão.

3 de novembro de 1884:

Colonização da Nova Guiné Alemã.

Page 40: História da alemanha

27 de fevereiro de 1885:

Colonização da África Oriental Alemã.

30 de abril de 1885:

Colonização de Kamerun

27 de maio de 1885:

Estabelecimento do Protetorado de Wituland.

1890:

A Grã-Bretanha cede a ilha de Helgoland para a Alemanha em 1890, em conformidade com os termos do Tratado de Helgoland-Zanzibar.

1 de março de 1900:

Colonização de Samoa alemã.

Primeira Guerra Mundial

Em 1 de agosto de 1914, a Alemanha declara guerra à Rússia, e nos dias seguintes a França, Reino Unido e Bélgica. Desde os primórdios da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha invadiu a Bélgica e Luxemburgo, oeste e o nordeste da França, e parte do Império Russo (Polónia, Lituânia e Letónia). As colônias alemãs são invadidas por forças britânicas, francesas e japonesas.

Brest-Litovsk

Como parte do Tratado de Brest-Litovsk, o novo governo da Rússia bolchevique (comunista) renunciou a todos as reivindicações para a Finlândia, os futuros Estados Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polônia, Bielorrússia, Ucrânia.

A maior parte destes territórios estavam em vigor cedidos ao Império Alemão, destinados a tornar-se economicamente dependente e politicamente ligados intimamente ao Império Alemão, sob diferentes reis e duques.

No que diz respeito aos territórios cedidos, o tratado afirmava que "a Alemanha e a Áustria-Hungria pretendem determinar o futuro destino desses territórios, de acordo com sua população", com alguns outros efeitos que a nomeação dos governantes alemães para os novos tronos da Finlândia, Letónia e Lituânia.

Mudanças territoriais após a I Guerra Mundial

Tratado de VersalhesVer artigo principal: Tratado de Versalhes

Page 41: História da alemanha

Alemanha depois de Versailles

  Anexado por países vizinhos

  Administrado pela Liga das Nações

  Alemanha de Weimar

As disposições do Tratado de Versalhes no final da I Guerra Mundial, a Alemanha foi obrigada a transferir alguns territórios para outros países. Além da perda do império colonial alemão, a Alemanha perdeu os seguintes territórios:

Alsácia-Lorena, os territórios, na verdade, anexados pela França em 1681, que foram cedidos à Alemanha, em conformidade com as preliminares da paz assinada em Versalhes, em 26 de fevereiro de 1871, e o Tratado de Frankfurt de 10 de maio de 1871, foram restaurados para a soberania francesa sem um plebiscito, como condição prévia para armistício (ou seja, e, portanto, não como uma cláusula do Tratado de Versailhes), com efeitos a partir da data do Armistício (11 de novembro de 1918). (área de 14522 km², 1815000 habitantes (1905));

Norte de Schleswig incluindo as cidades de domínio alemão de Tondern (Tønder), Apenrade (Aabenraa), Sonderburg (Sønderborg), Hadersleben (Haderslev) e Lügum em Schleswig-Holstein, após o Plebiscito de Schleswig, a Dinamarca (área 3 984 km ², 163.600 habitantes (1920)),

As províncias da Prússia de Posen e Prússia Ocidental, que a Prússia havia anexado nas Partições da Polônia (1772-1795), foram devolvidos à Polónia renascida. Este território já havia sido liberado pela população polonesa local durante a Grande Revolta da Polônia de 1918-1919 (área de 53800 km², 4224000 habitantes (1931), incluindo 510 km² e 26000 habitantes da Alta Silésia).

Prússia Ocidental foi dada para a Polônia para proporcionar o livre acesso ao mar, junto com uma minoria considerável alemã, criando o Corredor Polonês.

A área Hlučínsko de Hulczyn da Alta Silésia para a Checoslováquia (área 316 ou 333 km², 49.000 habitantes),

A parte oriental da Alta Silésia a Polónia (área de 3214 km², 965000 habitantes), embora durante o plebiscito na Alta Silésia , 60% votaram a favor de permanecer dentro da Alemanha

A área de cidades alemãs de Eupen e Malmedy para a Bélgica

Page 42: História da alemanha

A parte norte da Prússia Oriental, o Território de Memel sob controle da França, mais tarde transferida para a Lituânia, sem plebiscito.

A área de Soldau na Prússia Oriental (estação de trem na rota de Varsóvia-Gdansk), a Polônia (área 492 km ²),

A parte oriental da Prússia Ocidental e na parte sul da Prússia Oriental e Vármia -Masúria, uma pequena área para a Polónia (plebiscito da Prússia Oriental),

A província de Sarre estaria sob o controle da Liga das Nações por 15 anos, depois que um plebiscito entre a França e a Alemanha, para decidir a qual país iria pertencer. Durante esse tempo, o carvão foi para a França.

O porto de Danzig (atual Gdansk, Polônia), com o delta do rio Vístula, no Mar Báltico, se tornou a Cidade Livre de Danzig, sob a Liga das Nações. (Área de 1893 km², 408000 habitantes (1929)).

Alemanha reconhece e respeitará estritamente a independência da Áustria.

Sudetos

Os alemães dos Sudetos tentaram evitar que as áreas de idioma alemão na fronteira da antiga Áustria tornar-se parte da Checoslováquia em 1918. Eles tinham proclamado a região dos Sudetos província alemã-austríaca em outubro de 1918, a votação em vez de se juntar a recém-declarada República da Áustria Alemã em novembro de 1918. Isto tinha sido proibido pelas potências aliadas vitoriosas da Primeira Guerra Mundial (Tratado de Saint-Germain-en-Laye) e pelo governo da Checoslováquia, em parte, com força de armas em 1919. Muitos alemães dos Sudetos rejeitaram a filiação à Checoslováquia, porque tinha sido recusado o direito à autodeterminação prometida pelo presidente dos EUA, Woodrow Wilson, em seus Quatorze Pontos de janeiro de 1918.

Revoltas da SilésiaVer artigo principal: Revoltas na Silésia

As rebeliões da Silésia (em polonês: Powstania śląskie) foram uma série de três levantes armados (1919-1921) dos poloneses na região da Alta Silésia contra a República de Weimar, a fim de separar a região (onde em algumas partes constituíram uma maioria poloneses) da Alemanha juntá-lo com a Segunda República Polonesa.

Interbellum

Perdas territoriais da Alemanha 1919-1945

Page 43: História da alemanha

Reivindicações territoriais dos nacionalistas alemães

Pela Primeira Guerra Mundial, houve grupos isolados de alemães ou Schwaben do sudeste na medida em que o Bósforo (Turquia), Geórgia e Azerbaijão. Após a guerra, a derrota e perdas de territórios da Alemanha e da Áustria-Hungria, e da ascensão do comunismo na União Soviética significava que os alemães mais do que nunca constituíram minorias consideráveis em vários países.

Nacionalistas alemães usaram a existência de grande número de minorias alemãs em outros países como base para reivindicações territoriais. Muitos dos temas de propaganda do regime nazista contra a Tchecoslováquia e Polônia afirmou que os alemães étnicos (Volksdeutsche) nesses territórios foram perseguidos.

Os nazistas negociaram um número de transferências de população com Josef Stalin e outros, com Benito Mussolini para que tanto, a Alemanha como outros países iriam aumentar a sua homogeneidade étnica. No entanto, estas transferências de população não foram suficientes para aplacar as exigências dos nazistas. A retórica "Heim ins Reich" dos nazistas sobre o estatuto separado continuado de enclaves como Danzig e Königsberg foi um fator de agitação na política que levaram à Segunda Guerra Mundial, e é considerada por muitos para estar entre as principais causas da agressividade nazista e assim a guerra. Adolf Hitler usou estas questões como um pretexto para guerras de agressão contra a Tchecoslováquia e Polônia.

RenâniaVer artigo principal: Remilitarização da Renânia

Extensão do Terceiro Reich em 1943. Em vermelho, os limites da Alemanha em 1933, quando Hitler chegou ao poder; em roxo, áreas anexadas antes da Segunda Guerra Mundial, em marrom, áreas anexas antes de 1943.

Em 7 de março de 1936, Hitler mandou uma pequena força expedicionária para a Renânia desmilitarizada. Esta foi uma clara violação do Tratado de Versalhes (1919, fim oficial da I Guerra Mundial) e, como tal, a França e a Grã-Bretanha estavam dentro de seus direitos, através do Tratado, para expulsar as forças alemãs. A opinião pública britânica bloqueou qualquer uso da força militar, evitando ação francesa, que estavam divididos internamente e não agiriam sem o apoio britânico.

Região de SarreVer artigo principal: Território da Bacia do Sarre

Page 44: História da alemanha

Em 1933, um número considerável de alemães anti-nazistas fugiram para o Sarre, como era a única parte da Alemanha deixada de fora do controle do Terceiro Reich. Como resultado, os grupos anti-nazistas fizeram campanha fortemente para o que Sarre permanecesse sob o controle da Liga das Nações, enquanto Adolf Hitler governasse a Alemanha. No entanto, os sentimentos de longa data contra a França manteve-se entrincheirada, com muito poucos simpatizando-se abertamente com a França. Quando os 15 anos de prazo haviam terminado, um plebiscito foi realizado no território em 13 de janeiro de 1935: 90,3% dos votantes quiseram unir-se a Alemanha.

Em 17 de janeiro de 1935, o território foi reunido com a Alemanha foi aprovado pelo Conselho da Liga. Em 1 de março, a Alemanha nazista tomaram a região, e nomeou Josef Bürckel como Reichskommissar für die Rückgliederung des Saarlandes, "Comissário Imperial para a reunião do Sarre".

Como o novo Gau foi prorrogado até o Reno, incluindo o histórico Palatinado, o nome da região foi alterado novamente em 8 de abril de 1940 para Saarpfalz, "Sarre-Palatinado". Após a Batalha da França, o reanexado departamento francês de Moselle foi incorporado ao Reichsgau.

AnschlussVer artigo principal: Anschluss

Os Aliados tinham, no papel, o compromisso de manter os termos do Tratado de Versalhes, que expressamente proibia a união da Áustria e da Alemanha. Não obstante, a Anschluss foi um dos primeiros passos importantes na criação do desejado império de Adolf Hitler, incluindo terras de língua alemã e os territórios que a Alemanha havia perdido após a Primeira Guerra Mundial

Os acontecimentos de 12 de março de 1938, marcou o ponto culminante da histórica pressões transnacionais para unificar a população alemã da Áustria e da Alemanha em uma nação. No entanto, o Anschluss de 1938, independentemente de sua popularidade, foi promulgada pela Alemanha. Anteriormente, a Alemanha hitlerista tinha prestado apoio ao Partido Nacional-Socialista austríaco, na sua tentativa de tomar o poder da liderança do Austrofacismo da Áustria. Totalmente dedicado ao restante independente, mas em meio a crescentes pressões, o chanceler da Áustria, Kurt Schuschnigg, tentou realizar um plebiscito.

Embora Schuschnigg esperava a Áustria para votar a favor da manutenção da autonomia, uma queda interna bem planejada do Partido Nazista austríaco das instituições de estado da Áustria em Viena, teve lugar no dia 11 de março, antes da votação. Com o poder rapidamente transferido para a Alemanha, as tropas da Wehrmacht entraram na Áustria para aplicar o Anschluss. Os nazistas realizaram um plebiscito no mês seguinte, quando receberam 99,73% dos votos. Sem lutas que nunca ocorreram e as mais fortes vozes contra a anexação, em particular a Itália fascista, a França e o Reino Unido: a Frente de Stresa, estavam impotentes ou, no caso da Itália, apaziguada.

Território de MemelVer artigo principal: Território de Memel

Ao final de 1938, a Lituânia tinha perdido o controle da situação no território de Memel. Na madrugada de 23 de março de 1939, após um ultimato político, fez-se uma viagem da delegação lituana para Berlim, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia Juozas Urbšys e seu homólogo alemão Joachim von Ribbentrop, assinaram um Tratado de Cessão do Território de Memel à Alemanha em troca de uma Zona Livre lituana no porto de Memel, utilizando as instalações erguidas nos anos anteriores.

Page 45: História da alemanha

ChecoslováquiaVer artigo principal: Ocupação alemã da Tchecoslováquia

A divisão da Checoslováquia de 1938 a 1939. Conquistados pela Alemanha em roxo (escuro: Sudetos; claro: Protectorado da Boémia e Morávia).

SudetosVer artigo principal: Crise de Sudetos e Acordo de Munique

Em 29 de setembro de 1938, Adolf Hitler, Neville Chamberlain, Benito Mussolini e Édouard Daladier assinaram o Acordo de Munique. O governo checoslovaco capitulou em 30 de setembro e concordou em cumprir o acordo. A resolução deu à Alemanha a região dos Sudetos a partir de 10 de outubro, e de fato o controle sobre o resto da Checoslováquia, desde que Hitler prometeu ir mais longe.

Hitler e Chamberlain assinaram uma resolução determinando adicionais para resolver todas as disputas futuras entre a Alemanha e o Reino Unido através de meios pacíficos.

A invasão do resto da ChecoslováquiaVer artigo principal: Protectorado da Boémia e Morávia e República Eslovaca (1939-

1945)

Em 13 de março de 1939, tropas nazistas entraram em Praga e passaram a ocupar o resto da Boêmia e da Moravia, que foi transformado em um protetorado do Reich. A metade oriental do país, a Eslováquia, se tornou um estado independente pró-nazista, a República Eslovaca.

O primeiro-ministro Chamberlain se sentiu traído pelo ataque nazista a Tchecoslováquia, realizando a sua política de apaziguamento para com Hitler tinha falhado, e imediatamente começou a mobilizar as forças armadas do Império Britânico em pé de guerra. A França fez o mesmo. Apesar de nenhuma ação imediata ser seguida, a invasão de Hitler a Polônia, em setembro deu início a Segunda Guerra Mundial na Europa.

Segunda Guerra MundialMais informações: Alemanha Nazista

PolôniaVer artigo principal: Crise de Danzig e Invasão da Polônia

Page 46: História da alemanha

Mapa dos Reichsgaue em 1941

Depois de invadir a Polônia em 1939, a Alemanha anexou os territórios que foi forçada a dar a Polônia reformada em 1919-1922 pelo Tratado de Versalhes, incluindo o "Corredor Polonês", a Prússia Ocidental, a província de Posen, e partes do leste da Alta Silésia. O Conselho da Cidade Livre de Danzig votou para se tornar uma parte da Alemanha, novamente, apesar dos poloneses e judeus serem privados de seus direitos de voto e todos os partidos políticos não-nazistas estarem proibidos. Partes da Polônia, que não faziam parte da Alemanha guilhermina também foram incorporadas ao Terceiro Reich.

Esses territórios tinham uma área de 94.000 km ² e uma população de 10.000.000 pessoas. O restante do território polaco foi anexado pela União Soviética (ver: Pacto Molotov-Ribbentrop) ou feita na zona alemã controlada pelo Governo Geral de ocupação .

Após o ataque alemão à União Soviética em junho de 1941, o distrito de Białystok, que incluía Białystok, Bielsk Podlaski, Grajewo, Łomża, Sokółka, Volkovysk, e Municípios de Grodno, foi "anexado para" (não incorporados) a Prússia Oriental.

Alsácia-Lorena

Após a invasão da França em 1940, a Alemanha anexou a Alsácia-Lorena. O governo alemão nunca negociou ou declarou uma anexação formal, no entanto, a fim de preservar a possibilidade de um acordo com o Ocidente. [carece de fontes]

Luxemburgo

Luxemburgo foi invadido e ocupado pelas forças alemãs em junho de 1940. Foi formalmente anexado à Alemanha em agosto de 1942.

Outros

Eupen e Malmedy Partes da Iugoslávia Tirol do Sul

Page 47: História da alemanha

Reconhecimento

Todas as áreas que foram incorporadas a Alemanha nazista entre 1937 e 8 de maio de 1945 foram de facto repudiados (Yalta, Potsdam), e, portanto, questões da divisão do pós-guerra da Alemanha nazista. Uma exceção foi o Território de Memel, constituído no final de março de 1939, foi reconhecido pelo Reino Unido e França, mas não pelos E.U.A..

Mudanças territoriais após a II Guerra Mundial

Quando se tornou evidente que os Aliados estavam para derrotar a Alemanha nazista decisivamente, surgiu a questão de como redesenhar as fronteiras dos países do Leste Europeu após a guerra. No âmbito dessas decisões, surgiu o problema de o que fazer sobre as minorias étnicas dentro das fronteiras redesenhadas. As mudanças territoriais no final da Segunda Guerra Mundial eram parte de acordos negociados entre os Aliados vitoriosos para redesenhar as fronteiras nacionais e mandar para as "transferências população ordenadas" para remover as minorias étnicas que eram vistas como problemáticas.

Ocupação Aliada

Mapa da Alemanha, em 1945, mostrando as áreas de ocupação e as áreas anexadas por outros países.

A linha Oder-Neisse.

5 de julho de 1945

Page 48: História da alemanha

formação do Conselho de Controlo Aliado para organizar a ocupação da Alemanha. Partilhando o território em quatro zonas de ocupação americana, britânica, francesa e soviética. Berlim também é dividida dessa forma.

2 de agosto de 1945

final da Conferência de Potsdam. A Alemanha perdeu todos os territórios anexados após 1937. A Prússia Oriental foi dividida entre a Polónia e a União Soviética. A Polônia também recebe uma grande parte do território alemão, principalmente a leste da linha Oder-Neisse, reduzindo o tamanho da Alemanha por 25% em relação a 1937. Projetos de desmembramento completo da Alemanha são discutidos, mas não serão processados.

2 de dezembro de 1946

combinação das zonas americanas e britânicas formando a Bizona.

15 de dezembro de 1947

formação do Protectorado de Sarre.

6 de março de 1948

a zona francesa junta-se a Bizona para formar a Trizona.

Guerra fria, divisão e reunificaçãoMais informações: Reunificação da Alemanha

20 de março de 1948

representantes soviéticos deixam o Conselho de Controle Aliado, em retaliação por decisões tomadas na Conferência de Londres.

23 de maio de 1949

criação da República Federal da Alemanha ou Alemanha Ocidental, no território da Trizona. Berlim Ocidental não faz parte da RFA e permanece sob o controle dos Aliados até 1991, a capital do Estado é Bona.

7 de outubro de 1949

criação da República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental, o território ocupado pela União Soviética.

6 de julho de 1950

Tratado de Zgorzelec: a Alemanha Oriental reconhece a linha Oder-Neisse como fronteira oriental do seu território.

1952

reorganização administrativa da Alemanha Oriental, a abolição dos Länder e federados com a sua substituição por 14 distritos.

Page 49: História da alemanha

1955

Proclamação da plena soberania da Alemanha Oriental, no seu território por parte da União Soviética. A autoridade da Alemanha Oriental em Berlim Oriental, nunca será reconhecida pelos Estados Unidos, França e Reino Unido.

23 de outubro de 1955

reincorporação de Sarre a Alemanha Ocidental após um referendo.

12 de setembro de 1990

Tratado Dois Mais Quatro entre as duas Alemanhas, os Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética.

3 de outubro de 1990

Reunificação alemã. O ex-Länder da Alemanha Oriental abolido em 1952 é recriado.

14 de novembro de 1990

a RFA, por sua vez, reconhece sua fronteira com a Polónia.

15 de março de 1991

ratificação do Tratado de Moscou pela Alemanha. O país tornou-se soberano sobre todo o seu território e reitera o seu reconhecimento das fronteiras existentes.

Nova Ordem (nazismo)

A Nova Ordem (em alemão: Neuordnung; em francês: Ordre Nouveau) foi um sistema político, econômico, territorial e social que a Alemanha nazista tentou estabelecer em primeiro lugar na Europa e, finalmente, expandir para o resto do mundo durante as décadas de 1930 e 1940. O estabelecimento da Nova Ordem foi proclamado por Adolf Hitler em 1940:

“ Nossa nação é a única capaz de desempenhar um papel criativo e decisivo na Nova Ordem que está tomando forma em torno de nós. ”

—Adolf Hitler[carece de fontes]

Entre outras coisas, a Nova Ordem implicava a criação de um Estado racial pangermânico estruturado de acordo com a ideologia Nacional-Socialista para garantir a supremacia da raça superior ariana-nórdica, e uma grande expansão territorial na Europa Oriental, a aniquilação mundial de judeus e outros grupos considerados indignos de viver, bem como a exterminação física, expulsão, escravização e assimilação da maioria dos povos eslavos e outros considerados racialmente inferiores. O desejo agressivo de expansionismo territorial da Alemanha nazista foi uma das principais causas que levaram à eclosão da II Guerra Mundial.

A Nova Ordem foi destinada à segurança da hegemonia alemã nazista na Europa e sua elevação ao status de superpotência, e finalmente ao total domínio alemão sobre o mundo inteiro.

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Índice

1 Origem do termo 2 Estratégia geopolítica da Nova Ordem

o 2.1 Fase inicial do estabelecimento da Nova Ordemo 2.2 Lebensraum no Orienteo 2.3 A Nova Ordem na Europao 2.4 Conferência diplomática secreta para dividir a Ásiao 2.5 Plano de dominação alemã da África Centralo 2.6 Plano de dominação alemã da América do Sulo 2.7 O plano de Hitler para a conquista da América do Norteo 2.8 Reivindicação territorial na Antártida

3 O abandono do projeto para a Nova Ordem 4 Referências 5 Bibliografia

Origem do termo

O termo Neuordnung originalmente tinha um significado diferente e mais limitado do que em seu uso atual. Embora seja geralmente traduzido como Nova Ordem, uma tradução mais correta e literal, seria Re-estruturação. Quando foi utilizada na Alemanha durante o Terceiro Reich referia-se especificamente aos desejo dos nazistas de redesenhar essencialmente as fronteiras de Estado contemporâneas dentro da Europa (especialmente em oposição aos decretos do Tratado de Versalhes), mudando assim a estrutura geopolítica então existente localmente no momento. No mesmo sentido, também é usado ainda para designar os períodos semelhantes de reordenação geográfica da ordem política internacional, como a Paz de Vestfália em 1648, o Congresso de Viena em 1815, e a vitória dos Aliados em 1945. A frase completa, que foi utilizado orginalmente pelos nazistas foi die Neuordnung Europas (a Nova Ordem da Europa), sendo Neuordnung apenas uma abreviação.

Segundo o governo nazista esse objetivo foi perseguido pela Alemanha para garantir um rearranjo do território para o benefício comum de toda a Europa, o que na terminologia nazista significava apenas o continente europeu, com a exclusão da Ásia, e a União Soviética. Opiniões racistas e nazistas consideravam-na como um Estado "Judaico- bolchevista", tanto como uma instituição que devia ser destruída, bem como um lugar bárbaro , sem uma cultura real. A Neuordnung, portanto, quase nunca foi usado em referência à Rússia soviética, teoricamente, uma vez que não havia ainda qualquer estrutura real sobre ela nos projetos alemães.

O objetivo real era, no entanto, garantir um estado de hegemonia continental total pós-guerra para Alemanha nazista. Isso seria realizado pela expansão territorial do Estado alemão, combinado com a subjugação política e econômica do resto da Europa para a Alemanha. Eventuais extensões do projeto para áreas fora da Europa, bem como a uma escala global em última instância, seriam projetadas em um período futuro em que a Alemanha teria garantido o controlo incontestado sobre seu próprio continente. Logo, primeiramente, o termo Neuordnung não possuía significado extra-europeu na época.

Através de sua ampla utilização na propaganda nazista, rapidamente ganhou cunhagem na mídia ocidental. Na língua inglesa e em círculos acadêmicos, eventualmente a expressão possuiu uma definição muito mais abrangente, e tornou-se cada vez mais conhecida como um termo usado para se referir a toda a política externa e interna e objetivos de guerra do Estado nazista alemão, bem como ao seu ditatorial líder Adolf Hitler. Portanto, detém aproximadamente a mesma conotação que o termo Esfera de co-prosperidade em círculos japoneses em referência a seu domínio imperial. Atualmente é mais habitualmente usado para se referir a todos o planejamento político pós-guerra, dentro e fora da Europa, que o governo nazista

Page 51: História da alemanha

deveria implementar, após a vitória da Alemanha e outras potências do Eixo na II Guerra Mundial.

Estratégia geopolítica da Nova Ordem

As ideias de Hitler sobre a expansão para o leste que ele promulgou em Mein Kampf foram fortemente influenciados por seu contato durante o seu encarceramento em 1924 com o seu mentor geopolítico Karl Haushofer.1 Um dos principais argumentos geopolíticos de Haushofer era que se a Alemanha obtivesse o controle do coração da Eurásia, assim, a Alemanha poderia eventualmente dominar o mundo.2 Haushofer propôs a construção de uma aliança com a União Soviética e o Japão, para combater o poder político e naval do restante da Europa e dos Estados Unidos. Hitler rejeitou essa ideia, acreditando que a Rússia não poderia ser aliada dos interesses alemães, particularmente em virtude do comunismo, e que o controle sobre a área central da Rússia devia ser diretamente atingido pela força.

Fase inicial do estabelecimento da Nova Ordem

Em um discurso dado e publicado posteriormente na Universidade de Erlangen, em novembro de 1930, Hitler explicou aos seus ouvintes que nenhum outro povo teria mais direito para lutar e alcançar o controle do globo (Weltherrschaft) do que os alemães. Ele compreendeu plenamente que essa meta ambiciosa jamais poderia ser alcançada sem uma enorme quantidade de combates. Uma série de guerras , portanto, previsivelmente acabaria por resultar na total hegemonia alemã.

É no contexto desta Stufenplan ou um Plano passo-a-passo que Hitler conduziu a sua política externa a partir do momento que ele chegou ao poder. Cada uma destas etapas poderiam servir como um trampolim para a seguinte, começando com a incorporação da Áustria para a esfera de influência alemã. A guerra que começou com a Invasão da Polônia em setembro de 1939 foi, portanto, apenas vista como uma etapa deste plano. Isso abriria o caminho para uma guerra contra a União Soviética, depois contra os Estados Unidos e assim por diante.3

A fase inicial do estabelecimento da Nova Ordem foi:

Em primeiro lugar, a assinatura do Pacto de alemão-soviético de 23 de agosto de 1939 e uma falsa sensação de segurança da União Soviética.

Em segundo lugar, o ataque relâmpago e a invasão e conquista da França, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Dinamarca e Noruega para neutralizar a oposição do Ocidente. Isso ocorreu na primavera de 1940.

Terceiro, a neutralização ou a conquista do Reino Unido. Inicialmente, Hitler queria fazer um acordo com o Império Britânico, no qual ele teria livre transporte sobre os oceanos do mundo e a Alemanha seria dada mão livre na Europa. No entanto, quando a Grã-Bretanha recusou-se ao fazer o acordo, Hitler planejou a conquista da Grã-Bretanha na Operação Leão Marinho, após a vitória alemã na Grã-Bretanha, o alegado pró-alemão Duque de Windsor teria sido nomeado como Rei Edward VIII, um fantoche de Hitler. Foram feitos planos para enviar um Einsatzgruppen sob o comando de Franz Alfred Six, esquadrões da morte seriam designados para lidar especificamente com a Grã-Bretanha. Assim a maioria dos homens Ingleses teriam sido exportados como escravos para o Oriente. Cerca de 2.000 mil jovens mulheres nórdicas inglesas teriam sido forçadas servir como um haras para os homens da SS, como parte do programa do Lebensborn, para preencher o Leste com a raça superior.4

As duas primeiras fases do plano inicial para o estabelecimento da Nova Ordem foram bem sucedidos, mas Hitler foi incapaz de implementar a terceira fase, uma vez que o Reino Unido, venceu a Batalha da Grã-Bretanha.

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Lebensraum no Oriente

A implementação do plano da Nova Ordem para a Europa Oriental, delineado pela elite nazista, foi o Generalplan Ost ("Plano Geral para o Oriente"), iniciada em 22 junho de 1941 com a Operação Barbarossa, a invasão da Rússia. Em 1942 os regimes militares do chamado Governo Geral da Polônia, o Reichskommissariat Ostland nos Estados Bálticos e na Rússia Branca, e o Reichskommissariat Ukraine na Ucrânia tinham sido estabelecidos.

O filósofo do partido nazista Alfred Rosenberg (que já havia protestado contra a política desumana mostrada para com os Eslavos5 ) foi nomeado "Ministro dos territórios orientais", nominalmente responsável pelo projeto, e Heinrich Himmler, chefe da SS, foi designado para implementar a escravidão e o extermínio da população não-ariana. O plano total, tal como descrito por Hitler em "Mein Kampf", seria a anexação de grandes territórios orientais e eventualmente, alargar o território da Alemanha onde sua fronteira oriental seria o Montes Urais. Isso facilitaria a obtenção da lebensraum alemã.6 Foi planejada a criação de um Reichskommissariat Moskau que incluia a área metropolitana de Moscou e vastas áreas da Rússia Europeia, bem como um Reichskommissariat Kaukasus na região do Cáucaso.

Esta política foi acompanhada pelo extermínio da sua população judaica (ver solução final), e a escravização da população eslava, seriam feitos trabalhadores escravos nas fazendas concedidas a homens das SS, após a conquista da Rússia Europeia. Esperava-se que cada homem agricultor da SS seria o pai de pelo menos sete crianças.7 Mulheres alemãs foram incentivadas a ter tantas crianças quanto possível para preencher os territórios do Leste. Para incentivar esta fertilidade, o programa Lebensborn foi ampliado e a Cruz de Honra das Mães Alemãs foi instituída, sendo concedida às mulheres alemãs que tinham oito ou mais crianças. Himmler previa uma população alemã de 300 milhões até 2000.

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A Nova Ordem na Europa

Em 1942, Croácia, Eslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e Sérvia (incluindo Região Autónoma de Banat) já eram estados satélites da Alemanha (Montenegro e Grécia eram satélites da Itália; e a Albânia anexada a Itália). Depois que a Alemanha tinha conquistado a Rússia Europeia, o plano foi então fazer da Geórgia, Azerbaijão, Armênia, e grande parte dos outros povos do Cáucaso, Cazaquistão, Turquemenistão, Uzbequistão, Quirguistão e Tajiquistão, bem como alguns outros povos não-eslavos da URSS, como os tártaros e cossacos, também satélites.

Conferência diplomática secreta para dividir a Ásia

Em 1942, uma conferência diplomática secreta foi realizada entre a Alemanha nazista e o Império Japonês, no qual eles concordaram em dividir a Ásia ao longo de uma linha contornada pelo Rio Ienissei da fronteira da China, e em seguida ao longo da fronteira da China e da União Soviética, as fronteiras norte e oeste do Afeganistão e a fronteira entre o Irã e a Índia (o Paquistão era então parte da Índia). Foi decretado que, após as tropas alemãs chegarem nos Montes Urais, o Japão invadiria a União Soviética a partir do leste e as tropas alemãs e japonesas se encontrariam no rio Ienissei.

A Alemanha tinha planos para estabelecer uma Reichskommissariat Siberien West entre os Montes Urais e o Rio Ienissei, e campos de concentração com trabalho escravo para as empresas industriais, usando eslavos que não eram escravos nas fazendas dos agricultores alemães a oeste dos Urais.3

O mapa mostra a extensão da Nova Ordem na Europa, na sua extensão máxima em 1942. O azul é a cor tradicional utilizada na cartografia na Alemanha, para representar a Alemanha e a sua esfera de influência, e o vermelho, são as cores tradicionais usadas para representar a Grã-Bretanha e a sua esfera de influência, o Império Britânico (No mapa, a cor vermelha é usada para representar os Aliados).

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Plano de dominação alemã da África Central

Os planos de Hitler sobre a geopolítica da África sempre ocuparam uma posição secundária em seus objetivos expansionistas: "A política colonial só faz sentido se você primeiro controla o continente". Suas declarações públicas antes da eclosão da guerra diziam que as ex-colónias da Alemanha seriam devolvidas, no entanto, esta área cairia sob o controle alemão, de forma ou de outra, depois de ter conseguido primeiro a supremacia sobre o seu próprio continente. As intenções de Hitler para uma futura organização da África, a dividiria em três partes básicas. O norte seria dado ao seu aliado italiano, enquanto a parte central cairia sob o domínio alemão. O sul seria controlado por um Estado pró-nazista africâner construído a partir de bases raciais.3

Hitler se recusou a fornecer qualquer informação durante a guerra sobre a divisão de colônias francesas africanas entre os governos espanhol e italiano, com medo de perder o apoio da França de Vichy.

Em 1940, o Maior Geral da Marinha da Alemanha produziu um plano mais pormenorizado, acompanhado de um mapa que mostra uma proposta alemã de um império colonial na África Subsaariana que se estende do Oceano Atlântico ao Oceano Índico,8 essa proposta cumpriria o objetivo alemão territorial de Mittelafrika, e forneceria uma base a partir da qual a Alemanha atingiria uma posição preeminente no continente africano como a conquista da Europa Oriental alcançaria um estatuto semelhante ao longo do continente europeu. Em contraste com territórios que deveriam ser adquiridos na própria Europa (especificamente a Rússia Europeia), essas áreas contudo, não previam assentamento da população alemã. A criação de um vasto império colonial serviria principalmente para fins econômicos, pois permitiria a Alemanha ter mais recursos naturais que não seria capaz de encontrar em suas possessões continentais, bem como uma oferta adicional de trabalho quase ilimitado. Políticas racialistas seriam, no entanto, estritamente aplicadas em todos os seus habitantes (o que significa segregação de brancos e negros e punição de relações inter-raciais ) para manter a "pureza ariana".

A área inclui todos os territórios coloniais alemães pré-Primeira Guerra Mundial na África, bem como colonias complementares dos franceses, belgas e britânicos. Estes foram o Congo Belga, Congo Francês, Rodésia do Norte e Rodésia do Sul, Niassalândia, Quênia, Uganda, Gabão, Ubangui-Chari, Nigéria, Daomé, Costa do Ouro e quase todo o Níger e Chade.

A segunda parte do plano implica a construção de uma cadeia enorme de bases fortificadas navais e aéreas para as futuras operações contra o hemisfério ocidental, abrangendo grande parte da costa atlântica da Europa e da África, Trondheim na Noruega e todo o caminho até ao Congo Belga, assim como muitas ilhas ao longo do mar, como Cabo Verde e os Açores. Uma iniciativa similar, mas menos extensa foi destinada para a costa leste da África.

Plano de dominação alemã da América do Sul

A Alemanha tinha planos para dominar a América do Sul a leste pela Cordilheira dos Andes.2 Hitler planejava iniciar uma extensiva colonização alemã na Argentina 9 (um país já com uma grande população de origem alemã).

O plano de Hitler para a conquista da América do Norte

Na transcrição da Zweites Buch, em 1928 , Hitler preveu uma guerra de conquista aérea contra os Estados Unidos por seu sucessor em 1980, conduzida por uma grande frota de bombardeiros de longo alcance alemães.

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Cerca de nove meses antes dos Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra Mundial, o presidente americano Franklin D. Roosevelt fez uma referência a Nova Ordem em um discurso em 15 de marco de 1941 10 :

... forças nazistas não estão buscando apenas modificações nos mapas coloniais ou em pequenas fronteiras europeias. Eles buscam abertamente a destruição de todos os sistemas eletivos de governo em todos os continentes, incluindo o nossa. Eles procuram estabelecer sistemas de governo com base na arregimentação de todos os seres humanos e pessoas por um punhado de governantes que tomam o poder pela força.

Sim, esses homens e seus seguidores hipnotizados chamam isso de "Nova Ordem". Não é Nova, e não é Ordem. Por ordem entre as nações pressupõe algo duradouro, algum sistema de justiça em que os indivíduos durante um longo período de tempo estão dispostos a viver. A humanidade nunca vai aceitar permanentemente um sistema imposto pela conquista, e baseado na escravidão. Esses tiranos modernos acham necessário para os seus planos eliminar todas as democracias - e eliminá-las uma por uma. As nações da Europa, e certamente nós mesmos, não permitirão isso.

Reivindicação territorial na AntártidaVer artigo principal: Nova Suábia

Entre 1939 e 1945, o Terceiro Reich reivindicou a posse de um território na Antártica, denominado Nova Suábia (Neuschwabenland).

O abandono do projeto para a Nova Ordem

Após a derrota alemã, com a decisiva Batalha de Stalingrado em 2 de fevereiro de 1943, a Alemanha estava na defensiva e não era mais capaz de contribuir ativamente para a implementação da Nova Ordem na União Soviética, embora o genocídio contra os judeus, ciganos, e outras minorias continuou. O projeto da Nova Ordem foi oficialmente abandonado no final de 1944, porque Himmler esperava obter dos aliados ocidentais uma paz em separado e continuar lutando contra a União Soviética, e para fazê-lo, ele queria parecer mais bondoso. Em março de 1945, Himmler concordou em se reunir com um representante do Congresso Judaico Mundial, dizendo: "Vamos enterrar o machado da guerra".11

Operações Militares na África do Norte

As campanhas militares da Segunda Guerra Mundial no norte da África foram travadas entre 13 de setembro de 1940 e 13 de maio de 1943. Elas foram estatisticamente tão importantes tanto para os Aliados quanto para os países do Eixo. Estes últimos queriam garantir e aumentar seu acesso ao petróleo, além de impedir que os Aliados conseguissem aquele combustível, e assim interromper o fluxo de recursos materiais e humanos das colônias britânicas na Ásia e na África para a Inglaterra.

Além disto, após sua fragorosa derrota na Europa ocidental, no início de 1940, as campanhas no norte da África ofereceram aos Aliados a oportunidade de abrir uma nova frente contra os países do Eixo, diminuindo assim a pressão alemã na frente oriental após a invasão nazista à União Soviética em junho de 1941.

A campanha do norte da África teve três fases: a Campanha no Deserto Ocidental (oeste do Egito e leste da Líbia); a Operação Tocha (Argélia e Marrocos); e a campanha da Tunísia.

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Durante todas aquelas campanhas, os alemães e italianos tiveram 620.000 mortos, enquanto os ingleses perderam 220.000 homens, e as mortes norte-americanas na Tunísia foram de mais de 18.500 homens. A vitória dos Aliados na África do Norte destruiu, ou neutralizou, cerca de 900.000 soldados alemães e italianos, abrindo uma segunda frente contra o Eixo, além de permitir a invasão da Sicília e da parte continental da Itália em meados de 1943, além de aniquilar a ameaça do Eixo aos campos de petróleo do Oriente Médio e às linhas de abastecimento para a Ásia e a África. Isso foi extremamente importante para o desenrolar da Segunda Guerra Mundial.

Egito, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos

Em 1940, os cinco territórios da costa norte Africana-- Egito, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos-- eram colônias ou semi-colônias européias. Em 1914 a Inglaterra havia estabelecido oficialmente um protetorado no Egito e, apesar de conceder sua independência nominal ao sultão Fuad I, em 1922 a Inglaterra tomou o controle das políticas externas e de defesa militar daquele país; a Inglaterra também ocupou as margens do Canal de Suez; e o controle britânico sobre o Egito foi reafirmado com o Tratado Anglo-Egípcio de 1936. A Itália, em 1911, havia conquistado dos turcos suas províncias africanas de Cirenaica, Tripolitânia e Fezzan , e em 1934 unificou-as e deu-lhes o nome comum de Líbia.

Em 1881, a França havia estabelecido um protetorado oficial na Tunísia, e o governador tunisiano era supervisionado por um Residente-Geral francês. O Marrocos, governado por um sultão subordinado à Turquia, com o Tratado de Fez, em 1912, se tornou um protetorado francês; e na Tunísia, um Residente-Geral francês supervisionava o sultão e seu governo. A França iniciou a conquista da Argélia em 1830, e em 1940 o país tornou-se parte oficial da França, administrada diretamente por um governador-geral. Com o colapso da França frente ao nazismo e o estabelecimento do regime pró-nazista de Vichy em 1940, as colônias francesas no norte da África ficaram sob o controle daquele governo colaborador da Alemanha nazista.

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