história antiga - egito faraônico

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – UFRRJ INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS Departamento de História e Relações Internacionais – DHRI Gradução em História HISTÓRIA ANTIGA I O EGITO FARAÔNICO (poder e cultura: mitologia e religião) Professor Luís Eduardo Lobianco

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Page 1: História Antiga - Egito Faraônico

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – UFRRJINSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS

Departamento de História e Relações Internacionais – DHRIGradução em História

HISTÓRIA ANTIGA I

O EGITO FARAÔNICO

(poder e cultura: mitologia e religião)

Professor Luís Eduardo Lobianco

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Cronologia da História Faraônica segundo o Sacerdote Manethon

da época Ptolomaica (Egito Helenístico: 332 a.C. a 30 a.C.), portanto Pós-Faraônica

Reino Antigo - 1º Período Intermediário - Reino Médio - 2º Período Intermediário - Reino (Império) Novo -

3º Período Intermediário - Época Tardia.

OBSERVAÇÃO: Os “Períodos Intermediários” representaram ANARQUIA POLÍTICA e

DESCENTRALIZAÇÃO DE PODER. No 2º Período Intermediário é importante lembrar-se a “invasão dos hicsos”, os quais trouxeram para

o Egito o “carro de guerra e o cavalo”, fato que proporcionou a expansão militar faraônica no Reino (ou neste caso Império) Novo.

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Cultura e Religião FaraônicasSímbolos, Cetros e Coroas de reis e divindades

OBSERVAÇÃO: na lista abaixo as Coroas do Alto e do Baixo Egito são identificadas por suas CORES e NÃO pelas deusas que as representam.

Os principais deuses e deusas, cujas representações iconográficas devem ser reconhecidas e identificadas suas funções, são os que estão presentes na PSICOSTASIA (Ver “slides” da PSICOSTASIA de HUNEFER):

Anúbis, Maat, Osíris, Hórus, Thot, Ísis e Néftis.

ATENÇÃO: Seres Mitológicos : AMMIT (a Monstra Devoradora) da “Consciência” do Morto – o “IB”, que é seu coração simbólico, mas sobretudo é sua CONSCIÊNCIA, tal

Monstra NÃO é uma deusa.

SEIDEL, Matthias e SCHULZ, Regine. Egipto. Arte e Arquitectura. Lisboa: Dinalivro, 2006, pp. 572 e 573.

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SÍMBOLOS, CETROS e COROAS faraônicas

BELER, Aude Gros de. A Mitologia Egípcia.

Lisboa: Gama Editora, 2001, pp. 118 a 119.

Anexo 1 da Pasta Lobianco – Antiga I (xerox ICHS)

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COROAS – Atenção: nesta obra as coroas branca (poder apenas sobre o Alto Egito – “Heget”) e a vermelha (poder somente sobre o Baixo Egito – “Desheret”) –, bem como a

união entre as duas - “coroa Pschent” - que simboliza o poder por TODO o Egito (seja do Faraó ou do deus Hórus – a quem o Rei era associado em vida) e, por fim, a coroa Atef ou do

deus Osíris NÃO são citadas por suas cores, mas sim elas têm os nomes dos deuses e deusas que as portavam (utilizavam) ao contrário do já citado anteriormente neste “powerpoint”, ou seja, Coroa da deusa abutre protetora do Alto Egito – o

Vale do rio Nilo: deusa NEKHBET (coroa branca) e a Coroa da deusa “naja” (serpente) protetora do Baixo Egito – Delta do

Nilo: deusa UADJIT (coroa vermelha).

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A PSICOSTASIA PESAGEM DA psychē̕: “ALMA?” - CORAÇÃO –

CONSCIÊNCIA (principal definição).

stásis: estado, condição de alguém.

psychē̕ + stásis:

Psicostasia: o estado da consciência (do morto)

OBSERVAÇÃO: o termo ou ideia de ALMA NÃO se adequa à cultura faraônica, mas sobretudo à grega.

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“Psicostasia” – pesagem da “alma?”

ATENÇÃO: não é correto falar-se em “alma” para o mundo faraônico. Na verdade, trata-se

da pesagem do coração simbólico ou, mais precisamente, da “consciência” do morto.

Logo a seguir, a iconografia (em partes conectadas) encontrada no Livro dos Mortos do

Papiro de Hunefer (escriba real do Reino Novo).

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A PSICOSTASIA DE HUNEFEREscriba real do Faraó Seti I

(cerca de 1280 a.C.)

PARKINSON, Richard. Hunefer and his Book of the Dead. Londres: The British Museum Press, 2010, pp. 20 – 21.

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“Psicostasia” – pesagem do coração simbólico (IB = consciência) do defunto, no Livro dos Mortos do Papiro de Hunefer, pesagem feita com a pluma da deusa MAAT (que representava verdade, ordem e justiça)

( 1ª parte)

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Psicostasia” de Hunefer já “absolvido” no Tribunal Funerário de Osíris ou “sala das duas verdades / duas Maats” e sendo

encaminhado ao Além (o mundo de Osíris) ( 2ª parte )

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ATENÇÃO sobre a Psicostasia de Hunefer (1ª parte):

Deuses presentes nesta iconografia funerária: Anúbis, Maat, Thot, Hórus, Osíris, Néftis (à frente) e Ísis (ao lado de Néftis e parcialmente

escondida), além de parte das 42 divindades julgadoras deste Tribunal (registro ao alto, a quem Hunefer presta reverência);

ANÚBIS conduz Hunefer (o morto) ao Tribunal e regula o fiel da balança na qual seu IB será pesado com a pena (pluma) de MAAT.

Caso seu IB NÃO fosse mais pesado do que a pena (pluma), significava que durante sua vida terrena o morto fora JUSTO, VERDADEIRO e

mantivera a ORDEM contra o retorno do CAOS inicial. TOTH anota a SENTENÇA do julgamento, a qual ABSOLVEU o morto. HÓRUS apresenta

Hunefer absolvido a seu pai, OSÍRIS, que preside o julgamento. ÍSIS e NÉFTIS estão atrás de Osíris em posição de reverência a ele.

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ATENÇÃO sobre a Psicostasia de Hunefer (2ª parte):

Símbolos vistos nesta imagem (na 2ª parte – no “Além” – o mundo de Osíris):

a) a flor de lótus = renascimento; b) o olho Udjat (ou olho de Hórus) = regeneração;

c) os vasos canopos (que guardavam as principais vísceras do morto: estômago, intestinos, pulmões e fígado) protegidos pelos 4 filhos de

Hórus, o Antigo (NÃO é “Hórus” filho de Ísis e Osíris).

O trono de Osíris está sobre o “rio Nilo”.

Osíris porta (usa) sua coroa ATEF, segura o CETRO HEQA = realeza + CHIBATA NEKHAKHA ou FLAGELLUM = poder e autoridade e é

representado como uma múmia (sua iconografia característica).

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ATENÇÃO sobre a Psicostasia de Hunefer (3ª parte):

Ammit (a “monstra devoradora” do IB, olha ansiosa para a sentença proferida por THOT para saber se Hunefer foi absolvido ou culpado.

Em caso de culpa, a “monstra” devoraria o IB do morto e por ser o IB uma das 7 partes do ser, ao desaparecer este, seu CORPO (outra destas 7 partes) também sumiria,

portanto o morto nunca mais poderia reunir todas estas partes e jamais entraria no Mundo de Osíris.

Tais partes do ser são: corpo, ib, nome, sombra, ka (princípio do sustento), ba (princípio do movimento).

IMPORTANTE: KA e BA NÃO são “almas” e a 7ª parte é o AKH = KA + BA.

OBSERVAÇÃO: não se conhece iconografias nas quais o morto tenha, ainda em vida, pedido que seu IB fosse representado mais pesado do que Maat ou sua pluma, pois

isto significaria que sua CONSCIÊNCIA IB seria devorada pela Monstra e o defunto NUNCA poderia reunir novamente as 7 partes de seu ser e muito menos entrar no

mundo de Osíris – o Além.

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OS VASOS CANOPOS:

Estômago, intestinos, pulmões e fígado do morto. Protegidos pelos 4 filhos de Hórus, o Antigo

(NÃO é “Hórus” filho de Ísis e Osíris).

Qebehsenuef - cabeça de falcão - intestinos.

Hapi - cabeça de babuíno - pulmões. Duamutef - cabeça de chacal - estômago.

Imset ou Amset - cabeça de homem - fígado.

SCHULZ, Regine e SEIDEL, Matthias (editores). Egipto: El mundo de los faraones. Potsdam – Alemanha: H.F. Ullmann Publishing (para a edição espanhola): Tandem

Verlag GmbH, 2007, p. 463.

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A PSICOSTASIA DE NESMINÉpoca Tardia: XXX Dinastia

(380 a 342 a.C.)

BELER, Aude Gros de. A Mitologia Egípcia. Tradução de Teresa Curvelo. Lisboa: Gama Editora, 2001, pp. 80 e 81

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A “Reforma de Amarna”(reinado de Amenhotep IV ou AKHENATON)

Reino Novo (1570 a 1070 a.C.) (XVIII dinastia – 1353 a 1335 a.C.)

O culto de adoração ao deus ATON (o disco solar).Monoteísmo ou Monolatria ?

Monolatria, pois embora ATON fosse o único deus que o Faraó adorava, as demais divindades faraônicas não

desapareceram. Monoteísmo ocorre quando há SOMENTE um ÚNICO DEUS.

Este NÃO foi o caso específico de AMARNA. No máximo, houve um “monoteísmo de Estado” mas, de fato, o que ocorreu no reinado de Akhenaton foi uma MONOLATRIA, já que uma vez morto este Faraó, todos os tradicionais deuses voltaram a ser amplamente adorados.

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Faraó Akhenaton, a Rainha Nefertiti e duas jovens princesas em AMARNA ( Akhetaton )

A família real adorando o disco solar – o deus ATON

Túmulo Civil de Amarna ( Akhetaton ) Reino Novo – XVIII Dinastia

Reinado de Akhenaton: 1353 a 1335 a.C.

BELER, Aude Gros de. A Mitologia Egípcia.

Lisboa: Gama Editora, 2001, p. 23

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Cena Privada da Família Real do Faraó Akhenaton:

O Faraó, a Rainha Nefertiti e três jovens princesas sob proteção do o disco solar – o deus ATON

Iconografia de um altar doméstico de AMARNA ( Akhetaton )

Reino Novo – XVIII Dinastia

Reinado de Akhenaton: 1353 a 1335 a.C.

SCHULZ, Regine e SEIDEL, Matthias (editores). Egipto: El mundo de los faraones. Potsdam – Alemanha: H.F. Ullmann Publishing (para a edição espanhola): Tandem

Verlag GmbH, 2007, p. 443.

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COSMOGONIA = ORIGEM DO MUNDOe

TEOGONIA = NASCIMENTO DOS DEUSES

“A GRANDE ENÉADE DE HELIÓPOLIS”

Observação: Tefnut representa a UMIDADE e Chu o AR SECO.

BELER, Aude Gros de. A Mitologia Egípcia. Tradução de Teresa Curvelo. Lisboa: Gama Editora, 2001, p. 24.

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CONCLUSÕES

Bibliografia completa (ao longo do “powerpoint”)