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PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR HISTÓRIA Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br

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Page 1: HISTÓRIA · 2013-09-05 · Getúlio Vargas (CARONE, E . A Quarta República (1945-1964). São Paulo: Difel, 1980. p. 58-59.) O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) Após o

PRÉ-VESTIBULARLIVRO DO PROFESSOR

HISTÓRIA

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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico

Disciplinas Autores

Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima BezerraLiteratura Fábio D’Ávila Danton Pedro dos SantosMatemática Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba CostaFísica Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. SaquetteQuímica Edson Costa P. da Cruz Fernanda BarbosaBiologia Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério FernandesHistória Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa SilvaGeografia DuarteA.R.Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer

I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]

696 p.

ISBN: 978-85-387-0574-1

1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.

CDD 370.71

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O populismo brasileiro

Após a Segunda Guerra Mundial surgiu um fenômeno político latino-americano conhecido com “Populismo”, que teve como seus principais expoen-tes Getúlio Vargas no Brasil e o presidente argentino Domingos Perón. O populismo é resultado da crise das políticas oligárquicas e do deslocamento do eixo econômico do campo para a cidade, graças ao desen-volvimento urbano das primeiras décadas do século XX, mesmo sem a intenção dos governos aristocratas. Desta maneira, o populismo agregou, pelo menos no discurso, os interesses destas classes atendendo- -os em parte por meio de legislações de proteção ao trabalhador e políticas industrializantes.

Na verdade, em muitos momentos estes dois grupos foram manipulados pela iniciativa dos presi-dentes populistas, consolidando a base política que sustentaria o regime por longos anos. A propaganda oficial do Estado assim como o carisma dos gover-nantes faziam parte da política populista, com uma fachada democrática estimulada pela derrota do fascismo após a Segunda Guerra Mundial e a vitória do liberalismo. A principal característica do populis-mo é o apoio do líder político nas massas populares, vinculadas diretamente a ele, geralmente com laços de afetividade.

Após a Segunda Guerra Mundial o mundo se en-contra dividido em dois blocos, um constituído pelas nações capitalistas e outro pelas nações coligadas à União Soviética, e o mundo de uma maneira geral acabou se alinhando a uma dessas duas ideologias; é o período conhecido como Guerra Fria. Em linhas gerais, foi o conflito ideológico entre estas nações, e é neste contexto que o Brasil, por meio de um Tratado de Assistência Mútua de 1947, se vinculou aos EUA. Como consequência desta vinculação o Brasil rompeu ligações diplomáticas com a União Soviética (URSS) e decretou novamente ilegalidade do Partido Comunis-ta Brasileiro, sendo que seus representantes, eleitos em 1946, perdem seus mandatos.

O governo Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)

Durante o governo de Eurico Gaspar Dutra uma nova constituição foi elaborada em 1946, em substituição a Constituição “Polaca” de 1937. A Constituição de 1946 retomava em partes as liberda-des legadas pela constituição de 1934 e suprimidas pela de 1937; ela representa a vinculação do Brasil ao liberalismo vencedor da Segunda Guerra Mundial. Liberalismo que colocou o PCB na clandestinidade mais uma vez, considerado uma organização “es-trangeira” implantada no Brasil e que se opunha à democracia ao defender a instalação da ditadura do proletariado.

Eurico Gaspar Dutra.

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Entre as principais características da Consti-tuição de 1946 podemos destacar:

manutenção do federalismo e do presiden- •cialismo, e do equilíbrio entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);

mandato presidencial de cinco anos; •

formação de Comissões Parlamentares de •Inquérito (CPI), para investigar autoridades governistas;

igualdade de todos perante a lei; •

fim da censura; •

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liberdade religiosa; •

proibição de qualquer organização contrária •à democracia;

liberdade de manifestação de pensamento •sem censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas.

No governo Dutra, implantou-se no Brasil uma política econômica liberal que se efetivou com a en-trada maciça de capitais e bens de consumo não-du-ráveis estrangeiros, ou seja, uma completa abertura econômica que provocou déficit na balança comercial brasileira. Consequentemente o Brasil conheceu fa-lências, desempregos, dívida externa e inflação.

A intervenção do Estado na economia era restri-ta apenas aos setores considerados essenciais – saú-de, alimentação, transporte e energia, concretizada no Plano SALTE de 1947. O plano apresentou, de concreto, a pavimentação da rodovia Rio-São Paulo, (atual Via Dutra), a abertura da rodovia Rio-Bahia e a instalação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). A abertura ao capital estrangeiro e aos bens de consumo importados quase esgotou as divisas brasileiras obtidas com o comércio durante a Segunda Guerra Mundial.

Os anos após a Segunda Guerra Mundial foram marcados pelo crescimento da produção mundial (“capital internacional”) e expansão em direção de novos mercados, entre eles o Brasil. A economia brasileira, antes protegida pela intervenção do Es-tado, passa gradativamente a se inserir no mercado mundial.

PLANO SALTE

Saúde

Alimentação

Transporte

Energia

O governo democrático de Getúlio Vargas (1951-1954)

Com o término do mandato do general Eurico Gaspar Dutra novas eleições foram convocadas, da qual Vargas sagrou-se vitorioso graças ao apoio dos trabalhadores.

Diferentemente de seu antecessor, Vargas promoveu o nacionalismo econômico, que tinha como principais medidas a restrição às importações, limites aos investimentos estrangeiros e à remessa de divisas para o exterior. Uma das primeiras medi-das deste projeto foi a criação do Banco de Desen-volvimento Econômico (BNDE) para incentivar a indústria nacional.

Porém, a ação que mais chamou atenção no governo de Vargas foi a campanha “O Petróleo é Nosso” que resultou na criação da Petrobras, em 1953. Esta companhia estatal possuía o monopólio da extração e do refino do petróleo, para ampliar a rede energética brasileira.

Refinaria da Petrobras em Duque de Caxias no Rio de Janeiro.

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João Goulart foi nomeado para o Ministério do Trabalho, aproximando-se dos movimentos trabalhis-tas por meio da duplicação do salário mínimo. Esta medida fez com que João Goulart, popularmente conhecido como Jango, fosse visto como o sucessor político de Vargas pelos trabalhadores.

No entanto, esta atitude nacionalista não agra-dou a alguns setores tanto de dentro como fora do país. Neste período, os Estados Unidos cancelaram o acordo de desenvolvimento entre Brasil e os EUA, por intermédio do então presidente norte-americano

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Dwight Eisenhower. Além da oposição das empre-sas estrangeiras e grupos petrolíferos contrários à Petrobras, Vargas contou ainda com a oposição de muitos oficiais das Forças Armadas, preocupados com a mobilização popular e com as medidas nacio-nalistas no Brasil. A UDN também foi um dos centros de oposição a Vargas, representando a voz da elite liberal brasileira, interessada na reabertura da eco-nomia. O comando da oposição udenista pertencia ao jornalista Carlos Lacerda, que com seu jornal Tribuna da Imprensa, lançava ofensas pessoais a Vargas, procurando desarticular um dos pilares da política varquista: a imagem.

No dia 5 de agosto de 1954, ocorreu um aten-tado contra Carlos Lacerda que vitimou o major da Aeronáutica Rubens Vaz. Investigações posteriores apontaram o envolvimento do tenente Gregório For-tunato (o “Anjo Negro”), chefe da guarda pessoal de Vargas, acabando por incidir sobre Vargas não a au-toria, mas o mandato pelo assassinato. Esse episódio ficou conhecido como o Atentado da Rua Toneleros. Carlos Lacerda e o Exército exigiram a renúncia de Vargas. Vargas se suicidou em 24 de agosto de 1954, após redigir sua “Carta Testamento”, gerando forte comoção nacional. Por todo o Brasil surgiam manifes-tações populares contra diretórios da UDN, jornais de oposição e a embaixada dos EUA no Brasil.

Cenas de desespero popular no velório de Vargas.

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A carta-testamento

“Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desenca-deiam sobre mim. Não me acusam, insultam, não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo, principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. (...) A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. (...) Contra a justiça de revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencia-lizarão das nossas riquezas através da Petrobras e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. (...) Tenho lutado mês a mês, dia-a-dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante (...). Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. (...). Eu vos dei a minha vida, agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.”

Getúlio Vargas

(CARONE, E . A Quarta República (1945-1964).

São Paulo: Difel, 1980. p. 58-59.)

O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961)

Após o suicídio de Vargas que tanto marcou e comoveu a população, o vice-presidente Café Filho assumiu o poder, garantindo eleições para o ano de

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1955. Estas foram vencidas por Juscelino Kubitschek do PSD (presidente) e João Goulart do PTB (vice).Contudo, após as eleições e antes da posse dos elei-tos, em 1955, Café Filho foi afastado por problemas de saúde, assumindo o presidente da Câmara, Carlos Luz adversário de Juscelino Kubitschek. Frente a esta situação, a UDN e setores da Marinha começa-ram a imaginar um golpe para impedir a posse dos candidatos eleitos. Contra os golpistas e a favor da garantia de cumprimento do determinado pelas eleições, Carlos Luz foi derrubado pelo Ministro da Guerra General Henrique Teixeira Lott, assumindo o presidente do Senado Nereu Ramos, que garantiu a posse de Juscelino.

Este foi um governo de relativa estabilidade po-lítica devido à aliança PSD-PTB e o apoio das Forças Armadas, sob o comando do general Lott.

No governo JK nasceu a ideologia do nacional- -desenvolvimento, que representou uma fase de grande crescimento da economia, baseada na ordem do pós-guerra. Este projeto foi concretizado através do Plano de Metas que pretendia, em linhas gerais, fazer em 5 anos o que nenhum presidente havia feito em cinquenta anos. As áreas que JK pretendia atuar foram a energia, transporte, educação, indústria e alimentos.

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Juscelino Kubitschek.

Visando esta modernização e crescimento eco-nômico neste período percebemos a forte penetração de capitais estrangeiros e de empresas transna-

cionais, o que representou a adesão ao capitalismo internacional baseado na lógica do Tripé Econômi-co, ou seja, três formas distintas de investimento: o capital estatal que deveria investir em indústria de base e infraestrutura; o capital privado nacional que se responsabilizaria pela indústria de bens de consumo não-duráveis (têxteis, alimentos, bebidas) e o capital estrangeiro que representaria a indústria de bens de consumo duráveis (automobilística e de eletrodomésticos), além da indústria farmacêutica, garantindo dessa forma o desenvolvimento deste setor no país.

Vale ressaltar, ainda, a construção das hidrelé-tricas de Furnas e Três Marias, a pavimentação de estradas e a criação da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). Esta pretendia corrigir o desequilibrio no desenvolvimento das regiões, levando capitais para o Nordeste. Entretan-to, um dos efeitos colaterais da política de JK foi a acentuação das distorções regionais, uma vez que a Sudene foi incapaz de zelar pelo desenvolvimento do Nordeste em equiparação com o Sudeste. Embora tenha sido extinta na década de 1990, recentemente o governo de Luiz Inácio Lula da Silva reativou a Sudene, numa nova tentativa de promoção do de-senvolvimento na região.

JK criou ainda o Geia (Grupo de Estudo da In-dústria Automobilística) e construiu uma nova capital em Brasília, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo urbanista Lúcio Costa e inaugurada em 21 de abril de 1960. A nova capital era uma das principais metas de seu plano econômico e seria um dos símbo-los de um país que se desenvolvia. JK defendia que a nova capital deveria estar situada no interior do Brasil por uma questão de defesa de possíveis ata-ques estrangeiros, além da necessidade de ocupação do interior do Brasil. Apesar de ter contribuído muito para a ocupação do Centre-Oeste, a transferência da capital do Rio de janeiro para Brasília reduzia as pressões sobre o Governo Federal, uma vez que a sede da administração nacional passou a estar bem distante dos principais centros urbanos do país.

Diante das transformações proporcionadas pela nova estruturação econômica do país percebemos como consequências da administração JK o desen-volvimento desigual do Brasil, devido a priorização do eixo Sul-Sudeste; a diversificação da atividade produtiva e a intensificação da industrialização brasileira, grande envio de recursos para o exterior, controle dos principais setores produtivos pelo ca-pital estrangeiro, crise financeira provocada pelos inúmeros empréstimos no exterior e inflação.

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O governo de Jânio Quadros (31/01 até 25/08 de 1961)

Juscelino Kubitschek conseguiu estabilizar o país politicamente, mas o entregou endividado a seu sucessor Jânio Quadros, que tomou posse em janeiro de 1961. Jânio Quadros, candidato da UDN, venceu o candidato indicado pela coligação PSD- -PTB marechal Henrique Teixeira Lott, utilizando o populismo da campanha anticorrupção simboliza-da por uma vassoura.

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Jânio Quadros.

No campo econômico, para tentar sanear as combalidas contas do Estado, Jânio Quadros cortou subsídios estatais para a importação do trigo e do petróleo, porém só gerou mais inflação.

Num discurso populista e de certo tom moralis-ta, Jânio apresentava-se como o “homem do tostão contra o milhão” que iria “sanear” a nação. Não bastasse o fato de Jânio ter conquistado o apoio maciço da classe média e de setores militares, Lott revelou-se um candidato desastroso que além de soar artificial em sua defesa do getulismo, era desprovido de oratória.

Outras características do governo de Jânio merecem destaque como o seu conservadorismo cultural a partir da proibição das brigas de galo e do uso de biquínis no calçadão. Seu discurso de política externa “independente” era baseado num discurso autonomista em relação aos Estados Uni-

dos que pregava o não-alinhamento automático e o restabelecimento de ligações diplomáticas com os países socialistas.

O ponto alto desta política externa foi a condeco-ração do então Ministro da Economia cubana Ernesto Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro, dentre outras medidas que tornavam sua forma de governar bem singular. Em tempos de Guerra Fria, as atitudes de Jânio deixaram as lideranças brasileiras assustadas com os rumos que o Brasil poderia tomar.

Jânio governava sem base política: o PTB e o PSD dominavam o congresso, Lacerda passara para a oposição. Jânio não consultava a UDN e o país estava endividado. É neste contexto que no dia 25 de agosto de 1961, Jânio declarou sua renúncia, acreditando que vários setores sociais clamariam sua volta, afi-nal seu vice era ninguém mais, ninguém menos que João Goulart. Desde o governo de Vargas, Jango é considerado “líder da república sindicalista”, um comunista disfarçado de democrata e ainda por cima se encontrava numa visita oficial a China, comunista de Mao Tse-tung.

Porém, os planos de Jânio deram errado e a sua renúncia foi aceita sem restrições. Jânio tinha acer-tado no tocante ao medo de certos setores sociais, como os militares, de que tomasse realmente posse e, desse modo, ministros militares tentaram impedir este acontecimento, declarando estado de sítio.

É neste contexto que surgiu a Campanha da Legalidade, liderada pelo governador do Rio Gran-de do Sul Leonel Brizola, cunhado de Jango, com o apoio do 3.º Exército. Esta campanha correspondia à exigência do cumprimento da Constituição e com-prometimento com a posse de Jango. A solução para o impasse foi a instituição do regime parlamentarista no Brasil através do Ato Adicional apresentado por Plínio Salgado, que teve seus poderes limitados.

“(...) As forças armadas do Brasil (...) mani-festam (...) a absoluta inconveniência, na atual, situação, do regresso ao país do vice-presidente, Sr. João Goulart. (...) Já ao tempo em que exercera o cargo de ministro do trabalho, o Sr. João Gou-lart demonstrava, bem às claras, sua tendências ideológicas, incentivando e mesmo promovendo agitações sucessivas e frequentes nos meios sindi-cais (...). E menos verdadeira foi a ampla infiltração (...) de ativos e conhecidos agente do comunismo internacional, além de incontáveis elementos es-querdistas. (...)

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Na presidência da República, em regime que atribuiu ampla autoridade e poder pessoal ao chefe de governo, o Sr. João Goulart constituir-se-á, sem dúvida alguma, no mais evidente incentivo a todos aqueles que desejam ver o país mergulhado no caos, na anarquia, na luta civil. (...)”.

(Manifestos dos ministros das três armas contra

a posse de João Goulart, 30 de agosto 1961.

CARONE, E. A Quarta República (1945-1964).

São Paulo/Rio de Janeiro: Difel, 1980. p. 183- 184.)

O governo João Goulart (1961-1964)

O governo parlamentarista de Jango durou de 1961 até 1963. Durante este período, o Brasil teve como primeiros-ministros Tancredo Neves, Brochado da Rocha, ambos da UDN e Hermes Lima do PSB. Foi um período marcado por grande instabilidade polí-tica devido a greves e à pressão da população e de setores militares pelo retorno do presidencialismo e por reformas sociais urgentes. Por isso, em 1963 foi realizado um plebiscito que decidiu pela restauração do presidencialismo, após intensa campanha política liderada por João Goulart.

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João Goulart.

Após a restauração da forma presidencialista de governo, Jango conseguiu se manter pouco tempo no poder, pois vários foram os problemas enfren-tados por ele, como a crise econômica provocada pela disparada da inflação. Pressões populares por

reformas de base vinham de grupos como as Ligas Camponesas lideradas por Francisco Julião, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a CGT (Central Geral dos Trabalhadores), criada em 1962.

Jango lançou em 1963 o Plano Trienal, que foi desenvolvido pelo economista Celso Furtado, Ministro do Planejamento, e tinha como principais características:

controle da inflação por meio da criação da •Sunab (Superintendência Nacional de Abas-tecimento);

corte de gastos públicos; •

restrição ao crédito; •

congelamento de salários; •

nacionalização de refinarias de petróleo; •

monopólio estatal sobre a importação de •petróleo e seus derivados;

restrição à emissão de lucros para o exterior; •

desapropriação de terras com mais de 100 •hectares para reforma agrária.

Essas reformas de base fizeram com que Jango sofresse forte oposição de industriais, militares, da classe média e do capital internacional, determinan-do sua aproximação aos movimentos de esquerda como as Ligas Camponesas, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a CGT (Central Geral dos Traba-lhadores). Neste prisma, convencido de que suas re-formas de base não seriam aprovadas no Congresso, Jango organizou um comício no Rio de Janeiro, no dia 13 de março de 1964, onde agregou 200 mil pessoas, prometendo reforçar as reformas de base.

Durante o comício entre milhares de bandeiras vermelhas e cartazes pedindo a legalização do PCB e urras de “Reforma Já”, Jango anunciou a assinatura de mais dois decretos. Um deles era quase simbólico e encampava em prol do Estado, refinarias de petróleo “particulares” que ainda não pertenciam à Petrobras. O segundo criava a Superintendência da Reforma Agrária (Supra), que desapropriava terras improdutivas localizadas à beira de estradas e ferrovias.

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Após Jango ter dito no comício de 13 de março que os “rosários da fé não podiam ser levantados contra o povo”, surgiu a 1.a manifestação da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade realizado em 19 de março de 1964. Contando com cerca de 500 mil opositores (classe média, Igreja Católica, grandes proprietários e industriais) reunidos em São Paulo.

“O povo carioca atendeu ao chamado dos que pediam sua presença maciça nas praças públicas, na Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Um milhão, aproximadamente, de cariocas, fluminenses das cidades vizinhas e representações dos estados mais próximos (...) reuniram-se um dia após o tér-mino da grande crise nacional, numa das maiores demonstrações populares já vista no Rio. (...) Era a festa da vitória. (...) Grupos mais exaltados e toma-dos de fúria incendiaram o prédio da UNE, na praia do Flamengo (...). os mesmos grupos depredaram e incendiaram a Última Hora, Praça da Bandeira.”

(O Cruzeiro, 10 abr. 1964.)

Entre 25 e 27 de março de 1964, o Motim dos Marinheiros representou a reunião de cerca de 1 200 marinheiros contra a punição dos diretores da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais. O governo apoiou os marinheiros, o que acabou re-voltando a alta cúpula militar. No dia 30 de março, em discurso no Automóvel Clube do Rio de Janeiro diante de 2 mil sargentos, Jango respondeu às crí-ticas dos militares.

Diante desta instabilidade política, o golpe foi iniciado em Minas Gerais no dia 31 de março de 1964, sob a liderança dos generais Olympio Mourão Filho e Carlos Luiz Guedes, contando logo com o apoio do governador de Minas Gerais Magalhães Pinto, da Guanabara Carlos Lacerda e de São Paulo Ademar de Barros, além de outras unidades militares em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Mediante a esta con-juntura, João Goulart partiu em 1.o de Abril de 1964 para Porto Alegre, refugiando-se no Uruguai. Ranieri Mazzili, presidente da Câmara dos Deputado, assu-miu a presidência provisoriamente até a ascensão de Castelo Branco.

(UFMG) Observe esta figura: 1.

(TEIXEIRA, Francisco M. P. Brasil: História e Sociedade.

São Paulo: Ática, 2000. p. 274.)

Essa figura está relacionada:

à campanha eleitoral de 1950, quando Getúlio a) se apresentou como um candidato democrático apoiado pela massa de trabalhadores.

à propaganda da Aliança Liberal, que defendia a b) coligação dos tenentes com a oligarquia gaúcha, tendo Getúlio Vargas como seu líder.

ao culto do regionalismo político, que os órgãos de c) propaganda do Estado Novo alimentaram usando a origem gaúcha de Getúlio Vargas.

ao movimento conhecido como queremismo, que, d) ao final do Estado Novo, uniu comunistas e traba-lhistas na luta pela Constituinte com Getúlio.

Solução: ` A

(PUC-SP)2.

“1930: Vamos deixar como está para ver como fica. 1945: Vamos deixar como está para ver como eu fico.”

(Máximas e Mínimas do Barão de Itararé.

Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 67.)

As frases, atribuídas pelo humorista Barão de Itararé a Getúlio Vargas, são evidentemente uma brincadeira com o nome do presidente da República e com as

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diferenças políticas entre 1930 e 1945. As alusões à posição de Vargas em 1930 e em 1945 referem-se, respectivamente, à:

ausência de uma proposta de reformulação consti-a) tucional e à tentativa de se manter na Presidência num contexto de redemocratização.

aliança com a política café-com-leite e à candidatu-b) ra presidencial, por via direta, de Vargas.

manutenção do modelo econômico de base agro-c) exportadora e à política industrialista voltada à bus-ca da autossuficiência nacional.

reiteração da proposta federalista da Primeira Re-d) pública e à defesa de um Estado em que o poder estivesse centralizado nas mãos do presidente.

dependência econômica em relação à Inglaterra e e) aos Estados Unidos e à tentativa de consolidar um Estado Nacional autônomo.

Solução: ` A

(UERJ) Globalização e revisão das leis do trabalho3.

“Engana-se quem vê na globalização apenas o obscuro mundo da mercantilização que leva a extremos despudorados na esfera das relações trabalhistas. É preciso reconhecer que há uma dinâmica social em andamento, da qual faz parte a busca de novas formas de diálogo entre empregados e empregadores.

(...) É nesse quadro de referências (...) que se deve situar a preparação, pelo governo federal, de um projeto de lei de demissão temporária (lay off), na sequência de medidas anteriores destinadas a flexibilizar a legislação trabalhista – o contrato de trabalho por tempo determinado e o banco de horas. (...)”

(Folha de S.Paulo, 9 dez. 1998.)

A base da legislação trabalhista que ainda hoje vigora, apesar da pressão de setores políticos e empresariais, como demonstra a matéria acima, foi fruto do seguinte momento da história brasileira:

Redemocratização de 1946, quando se pôs abaixo a) a política sindicalista do Estado Novo.

República Velha, quando se instituiu a sindicaliza-b) ção de trabalhadores urbanos.

Estado Novo, quando se implementou a Consolida-c) ção das Leis do Trabalho.

Nova República, quando se garantiu a estabilidade d) por tempo de serviço.

Solução: ` C

(UFMG) Nos governos latino-americanos caracteriza-4. dos como populistas, “... os humilhados e ofendidos, os homens simples, ou LOS OLVIDADOS no sistema oligárquico, adquirem alguns direitos”. Esses direitos ex-pressam o limite da participação política desses homens trabalhadores nas lutas relativas tanto aos problemas de classe quanto às questões nacionais.

Defina Populismo.a)

Identifique os direitos adquiridos pelos trabalhado-b) res nos governos populistas latino-americanos.

Explique por que, apesar dos direitos adquiridos, os c) trabalhadores encontraram limitações à sua partici-pação política nos governos populistas.

Solução: `

Política estatal de manipulação das aspirações po-a) pulares.

A legislação trabalhista e a sindicalização.b)

Porque os sindicatos eram atrelados ao governo e a c) oposição reprimida.

(UFMG) Observe a charge. 5.

Nessa charge, faz-se referência:

à política econômica do Governo Juscelino Kubits-a) chek, responsável pelo ingresso do Brasil em uma nova fase da sua economia industrial e pela presen-ça maciça de capital estrangeiro no país.

ao Plano Cruzado, adotado no Governo Sarney, res-b) ponsável por uma relativa estabilidade de preços e pela escassez de produtos da cesta básica.

à política econômica adotada por Getúlio Vargas no c) contexto do Estado Novo, responsável pela amplia-ção da oferta de produtos nacionais à população.

ao Segundo PND, implementado no Governo Gei-d) sel, responsável pela construção de mega-estradas, como a Transamazônica, e outras obras faraônicas.

Solução: ` A

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(UERJ) Existem dois países, entre os quais é difícil 6. distinguir o verdadeiro; na fazenda do interior, o homem do campo trabalha de enxada e transporta uma colheita insignificante em carroças rangentes (...); na cidade de São Paulo, a cada hora termina-se um prédio.

(LAMBERT, Jacques. Os dois Brasis. São Paulo:

Companhia Editora Nacional, 1984.)

Meta de faminto

JK - Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gasolina brasileira. Que mais quer?

JECA - Um prato de feijão brasileiro, seu doutô!

(THÉO, 1960. In: LEMOS, Renato. Uma História do Brasil

através da Caricatura. Rio de Janeiro:

Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.)

O texto e a charge representam, de formas diferentes, um dos principais dilemas do desenvolvimentismo no governo Juscelino Kubitschek, durante a 2.a metade da década de 1950.

A alternativa que melhor apresenta esse dilema é:

os contrastes culturais e educacionais entre as a) elites paulistas e nortistas.

a desigualdade política e ideológica entre as oli-b) garquias nordestinas e sulistas.

a defasagem histórica e tecnológica entre o se-c) tor petrolífero e o agroexportador.

as disparidades econômicas e sociais entre os d) setores agrário e urbano-industrial.

Solução: ` D

(UERJ) Na década de 1950, a onda nacionalista latino- 1. -americana foi contida pelo imperialismo norte-america-no, estimulando golpes militares, articulando oligarquias ao grande capital.

Dentre as medidas adotadas pela Aliança para o Progresso como forma de afastar o perigo vermelho, podemos citar:

estimulo à industrialização capitaneada por um na-a) cionalismo exacerbado.

aproximação dos países da América Latina objeti-b) vando o combate ao comunismo.

política de reformas econômicas e sociais estimu-c) lando os investimentos estrangeiros.

fortalecimento da luta nacionalista em favor do progres-d) so evitando qualquer intervenção do imperialismo.

superação do estágio do subdesenvolvimento fomen-e) tando a criação de um estado revolucionário popular.

(Cesgranrio) Na década de 1950, durante o segundo 2. governo de Getúlio Vargas (1950-1954), setores da sociedade brasileira se mobilizaram numa campanha:

por uma política externa independente, que fez com a) que o Presidente criasse, sem a ajuda de capitais estrangeiros, a Companhia Siderúrgica Nacional.

pela nacionalização da pesquisa, exploração e re-b) fino do petróleo, que culminou com a criação da Petrobras, símbolo do nacionalismo econômico.

que exigia reformas de base, forçando o Congresso c) a votar leis que permitissem a reforma agrária o a nacionalização das empresas estrangeiras.

pela entrada sem restrições do capital estrangeiro d) no país, que culminou com a formulação, por seto-res governamentais, do Plano de Metas.

pela modernização tecnológica do país, que re-e) sultou no investimento estatal em novas fontes de energia e na criação de usinas nucleares.

(Cesgranrio) Tendo em vista o processo de democrati-3. zação iniciado em 1946 no Brasil, pode-se afirmar que foi o resultado:

das pressões populares, especialmente de setores a) médios, identificados com a ideia de um Estado centralizador.

do ambiente internacional pós-Segunda Guerra b) Mundial, favorecendo o aparecimento de períodos de redemocratização oposto às formas autoritárias.

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da liberdade partidária, da economia de mercado c) e da industrialização – alguns dos fatores que fa-voreceram a redemocratização dirigidas por Ge-túlio Vargas.

da liberdade de imprensa, da autonomia sindical d) e das novas alianças políticas (UDN/PTB e PSD/PCB), criando um clima propício para o processo de democratização brasileiro.

da reestruturação do Estado através da revisão de e) sua política industrial, associada à construção de uma capital federal (Brasília).

(Unirio) A redemocratização do Brasil, em 1945, e o fim 4. da Segunda Guerra Mundial consolidaram uma política externa, já esboçada durante o conflito Mundial, que pode ser caracterizada pelo(a):

“pragmatismo responsável”, no qual os interesses eco-a) nômicos prevaleceram sobre as posições políticas.

alinhamento aos Estados Unidos e ao Bloco Capita-b) lista no contexto da Guerra Fria.

“política externa independente”, que priorizava a c) aproximação com as antigas colônias recém-inde-pendentes.

valorização da integração e formação de blocos, d) dentro de uma concepção latino-americanista.

aproximação com os países europeus, visando e) recuperar os mercados perdidos durante a Se-gunda Guerra.

(Unirio) A criação da Petrobras, empresa controlada 5. pela União e administradora do monopólio do petróleo, foi representativa da política econômica adotada por Getúlio Vargas (1951-1954), que:

atraiu capitais estrangeiros para acelerar o cresci-a) mento industrial.

imprimiu ao país uma orientação nacionalista.b)

priorizou o crédito ao setor agrícola através do BNDE.c)

contou com amplo apoio do empresariado nacional d) e multinacional.

sofreu severa oposição dos sindicatos contrários ao e) apoio dispensado ao empresariado.

(Fuvest) 6.

(Careta, 18 nov. 1948.)

A charge da revista ilustra:

os conflitos do governo de Getúlio Vargas com as a) companhias norte-americanas para nacionalizar a extração e produção de petróleo.

a pressão de empresas internacionais contra o pro-b) cesso de nacionalização do petróleo brasileiro, in-tensificado após a Segunda Guerra Mundial.

a crise de produção de petróleo, após a Segunda c) Guerra Mundial, que levou as “sete irmãs” a exigi-rem a desnacionalização da produção no Brasil.

o momento da criação da Petrobras, com o apoio d) das companhias de petróleo internacionais, interes-sadas em explorar o solo brasileiro.

as dificuldades de extração de petróleo pela Pe-e) trobras que foi obrigada a recorrer ao capital e a técnicos estrangeiros.

(Fuvest)7.

“Bota o retrato do velho outra vez

Bota no mesmo lugar

O sorriso do velhinho

Faz a gente se animar, oi

Eu já botei o meu

E tu não vais botar?

Já enfeitei o meu

E tu vais enfeitar?

O sorriso do velhinho

Faz a gente trabalhar”

(PINTO, Mário; LOBO, Haroldo. Retrato do Velho.)

Esse samba, muito popular na época, foi utilizado como instrumento de propaganda pelo movimento político que visava ao retorno do seu líder. Identifique esse movimento e seu líder.

Jacobinismo e Floriano Peixoto.a)

Monarquismo e D. Pedro II.b)

Janismo e Jânio Quadros.c)

Queremismo e Getúlio Vargas.d)

Tenentismo e Luís Carlos Prestes.e)

(Mackenzie) “O suicídio de Getúlio exprimia desespero 8. pessoal, mas tinha também profundo significado político.”

(Bóris Fausto)

Assinale a alternativa que justifique a afirmação acima.

Oferecer apoio moral à chamada República do Ga-a) leão.

Favorecer o golpe militar liderado pelos “purificado-b) res da democracia”;

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Possibilitar a ascensão das forças políticas lideradas c) por Carlos Lacerda;

Mobilizar as massas populares em defesa do po-d) pulismo e inviabilizar os objetivos das forças de oposição;

Impedir a sucessão pela via legal, fortalecendo os e) comunistas.

(Cesgranrio) A famosa portaria 113 da Sumoc, Supe-9. rintendência da Moeda e do Crédito, do Ministério da Fazenda, na gestão de Café Filho, foi uma das bases para a implantação dos “cinquenta anos em cinco” de JK porque:

possibilitou a ampliação das exportações brasileiras a) para atrair divisas.

atraiu investimentos estrangeiros para o setor b) agroindustrial, que precisava modernizar-se.

inseriu o Brasil no mercado econômico internacio-c) nal, por alterar as taxas cambiais.

possibilitou a atração do capital estrangeiro asso-d) ciado ao capital nacional.

diminuiu a oferta de moedas e dificultou a conces-e) são de empréstimos para conter a inflação.

(Cesgranrio) No governo de João Goulart, as chamadas 10. reforma de base foram motivos de muitas discussões. Dentre elas, a mais polêmica foi a reforma agrária, que não estava intimamente ligada:

à falta de correspondência entre desenvolvimento a) econômico e estrutura da propriedade da terra.

ao favorecimento do desenvolvimento capitalista na-b) cional, com o aumento das áreas cultivadas no país e da diminização do mercado interno que daí resultaria.

à redistribuição da propriedade da terra, compro-c) misso assumido pelo governo com os trabalhado-res rurais.

à justiça social no campo com a defesa dos inte-d) resses dos camponeses no acesso à propriedade de terras.

à transformação dos camponeses em trabalhadores e) assalariados, com a consequente elevação da pro-dutividade agrícola e dos investimentos no setor.

(Cesgranrio) O golpe que derrubou o Presidente João 11. Goulart, em 1964, representou a culminância de uma crise iniciada no final da década anterior. Assinale a opção que não apresenta um elemento dessa crise.

O apoio da maioria conservadora do Congresso a) Nacional ao programa de reformas de base.

As resistências à posse de João Goulart, quando da b) renúncia de Jânio Quadros.

O agravamento do quadro econômico com a as-c) censão da inflação.

A politização crescente de vários movimentos so-d) ciais, como as Ligas Camponesas.

Os movimentos de indisciplina militar de marinhei-e) ros e sargentos.

(Cesgranrio) A política desenvolvimentista, associada 12. ao governo Juscelino Kubistschek pode ser represen-tada pela:

mudança da capital para o interior como ação de a) integração econômica e política.

criação do Estado do Acre e incentivo à construção b) de rodovias e crescimento da indústria automobi-lística.

ampliação do poder do legislativo através da des-c) centralização política com a criação do voto distrital.

modernização do interior do Brasil através da cria-d) ção de incentivos ao desenvolvimento industrial e a integração dos mercados do sul através da cons-trução de ferrovias.

expansão do poder executivo, com a instauração e) das salvaguardas constitucionais.

(Cesgranrio) Durante o governo do presidente Jânio 13. Quadros foram alteradas as diretrizes da política externa. Essas alterações ficaram conhecidas como:

política externa independente, com aproximação a) comercial e cultural dos países africanos, especial-mente os de língua portuguesa.

política externa independente, com aproximação b) cultural e econômica dos países da Europa Central e Ocidental.

política externa independente, com aproximação c) comercial e industrial, dos países comunistas.

política externa dependente, com definição do d) pragmatismo econômico sob a direção americana.

política externa dependente, com aproximação co-e) mercial e cultural dos países latino-americanos.

(Unirio) A preocupação desenvolvimentista da política 14. econômica brasileira na década de 50 deste século pode ser corretamente relacionada à:

restrição à entrada de capital estrangeiro adotada a) pela Sumoc durante o governo Café Filho.

integração do território nacional através de ferro-b) vias e ao favorecimento da pecuária, previstos no programa de Juscelino Kubitschek.

abertura dos setores de infraestrutura ao capital c) privado.

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política de distribuição de renda, através de me-d) canismos de proteção aos trabalhadores como o FGTS e o PIS.

criação de órgãos voltados para o desenvolvimento e) regional como a Sudene.

(Cesgranrio) A política de relações internacionais 15. do Estado brasileiro contemporâneo teve entre seus marcos o(a):

não-alinhamento à Guerra Fria, definido na Confe-a) rência do Rio de Janeiro, em 1947.

afastamento dos Estados Unidos depois de 1964, b) quando os militares adotaram uma política terceiro- -mundista.

criação do Mercosul com a Argentina, tendo a in-c) tegração dos países sido iniciada no contexto da Independência.

valorização do Nafta como forma de integração conti-d) nental, recebendo o Brasil apoio dos EUA à sua can-didatura para a Conselho de Segurança da ONU.

política externa independente a partir do início do e) governo Jânio Quadros, reaproximando o Brasil dos países do bloco socialista.

(UERJ) 16.

A política dos bilhetinhos é uma das características do governo Jânio Quadros (1961), que foi marcado por uma:

Jânio e os bilhetinhos

(BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. O Governo

Jânio Quadros. São Paulo: Brasiliense, 1993.)

forma descentralizada de governo, concretizada a) pela delegação de poderes.

aliança com grupos de esquerda, exemplificada b) pela condecoração de Che Guevara.

integração ao projeto populista de governo, apoia-c) da pelos partidos getulistas PSD e PTB.

ação moralizadora de combate à corrupção, acres-d) cida do estilo personalista do presidente.

(UERJ)1.

Morte e Vida Severina

João Cabral de Melo Neto

E somos Severinos

iguais em tudo na vida

morremos de morte igual

mesma morte Severina:

que é a morte de que se morre

de velhice antes dos trinta,

de emboscada antes dos vinte,

de fome um pouco por dia.

O canto das populações mais pobres, notadamente no campo, explica, em parte, o êxodo rural e a concentração urbana de meados do século XX na América Latina. Esse processo desenvolveu mudanças em vários níveis, dando origem ao que se convencionou denominar de populismo. A alternativa que caracteriza o populismo é:

expressou a participação autônoma das classes a) trabalhadoras, tanto rurais quanto urbanas.

rompeu com a histórica tradição da intervenção mi-b) litar nos governos latino-americanos.

recebeu forte apoio norte-americano, interessado c) na abertura que se realizou ao capital estrangeiro.

contou com a liderança dos setores agroexportadores, d) como forma de se recuperar das consequências da crise de 1929.

deu forma a um Estado administrador do conflito e) social, absorvendo e cooptando o trabalhador den-tro de um projeto nacionalista.

(Unirio) O fim do Estado Novo e o processo de redemo-2. cratização do país criaram novas estruturas partidárias que não representavam, em sua totalidade, uma ruptura com a Era Vargas porque:

os novos partidos surgiram dos movimentos de a) oposição reprimidos durante o Estado Novo.

os partidos eram representativos apenas das popu-b) lações e lideranças urbanas mais politizadas.

o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) reuniu as prin-c) cipais lideranças do movimento operário sob a in-fluência do socialismo soviético.

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o PSD (Partido Social Democrático) foi organizado d) com base nas administrações estaduais do próprio Estado Novo.

a UDN (União Democrática Nacional) agregou os e) diversos grupos políticos e sociais ligados a Getúlio Vargas.

(UERJ) O ano de 1946 traz de volta as eleições para o 3. cenário político brasileiro, com o fim do Estado Novo. O governo Dutra (1946-1951), contudo, reflete sua participação nos quadros da Guerra Fria, caracterizada pela Doutrina Truman e pelo Plano Marshall.

Explique o significado do Plano Marshall, relacio-a) nando-o ao surgimento da Guerra Fria.

Cite dois acontecimentos ocorridos durante o go-b) verno Dutra que evidenciem a influência do contex-to da Guerra Fria.

(UFES)4.

Desastre no Paraná: 4 milhões de litros de óleo no ambiente“Até quando?

Petrobras - Acidentes acontecem, mas a paciência tem limite!”

(Superinteressante, n. 8, agosto, 2000, p. 26)

O Espírito Santo na corrida do petróleo“Os novos desafios estão lançados. Na corrida do petróleo, a Petrobras procura definir sua linha de atuação no Estado.”

(Talismã, edição 32, 2000, p. 11)

As citações acima referem-se aos problemas que a Petrobras vem enfrentando e ao propósito de ampliar sua atuação no Espírito Santo. A Petrobras foi criada na década de 1950, no seguinte contexto:

Estado Novo, decretado por Getúlio Vargas, com a) base no autoritarismo político e no nacionalismo econômico.

governo de João Figueiredo, cuja política populista b) previa a prospecção petrolífera em várias partes do Brasil.

presidência de Getúlio Vargas, eleito pelo voto no c) seu segundo governo, com grande apelo naciona-lista.

governo de Juscelino Kubitschek, marcado pelo d) antinacionalismo e voltado para os interesses nor-te-americanos no setor automobilístico.

governo provisório de Getúlio Vargas, numa situa-e) ção de colaboração ao esforço de guerra imposto pelos ingleses e americanos.

(UFSM) 5.

(DOMINGUES, Joelza E.; FIUSA, Layla P. L.

História: o Brasil em foco. São Paulo: FTD, p. 281.)

No período que antecedeu o suicídio de Vargas, o jornal Tribuna da Imprensa, ostensivamente antigetulista, apresentava manchetes que refletiam o(a):

crise do modelo agroexportador e o início de uma a) campanha pró-desenvolvimento industrial no país, com base exclusiva no capital nacional.

pressão da oposição conservadora para pôr fim ao b) nacionalismo econômico em prol de uma política mais adequada aos interesses do capital oligopolista.

descontentamento popular com a política naciona-c) lista de Vargas.

fim do pacto populista no Brasil, resultando na elei-d) ção de Juscelino Kubitschek pelas forças contrárias a Vargas.

fim do acordo de Vargas com a União Democrática e) Nacional (UDN) e a sua aproximação com o Parti-do Trabalhista Brasileiro (PTB).

(UFRJ)6.

Parlamentares comunistas protestam a cassação dos seus mandatos. Câmara dos Deputados - Rio de Janeiro - Foto DSP.

“… últimas horas que me restam aqui, para abordar (…) o quadro (…) de misérias, de sofrimento das populações pobres do Brasil. (…) O Presidente da República entende que a solução dó problema da fome e da miséria, no Brasil, consiste, exclusivamente, em combater os comunistas,

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cassando (-lhes) os mandatos (…). Nós, os deputados comunistas, aqui voltaremos. Saímos empurrados pela reação, mas voltaremos a este plenário, conduzidos nos braços do povo e do proletariado.”

(Gregório Bezerra (12 de janeiro de 1948).

Nosso Século – 1845/1960.)

O discurso proferido por Gregório Bezerra é o último do PCB na Câmara dos Deputados, em virtude da cassação do partido e seus parlamentares no Governo Dutra (1946/51), no auge de uma ampla campanha anticomunista.

Explique uma razão externa para a política anticomunista do Governo Dutra.

(Mackenzie) Getúlio Vargas, dono de enorme carisma, 7. era acusado de ditador pelos liberais, de representante do populismo latino-americano e ainda de último dos caudilhos. Em qualquer hipótese, Vargas marcou a história do século XX no Brasil porque:

fez a transição do Brasil rural para o urbano através a) de uma política de defesa do Estado na vida eco-nômica e a incorporação das massas urbanas no processo político.

marcou sua longa trajetória por um estilo antinacio-b) nalista, antidemocrático e antipersonalista.

eliminou drasticamente o coronelismo e a econo-c) mia agrária.

defendeu um Estado descentralizado e sem partici-d) pação na economia, voltado para a industrialização.

durante a Segunda Guerra, desde o início, mante-e) ve-se ao lado dos aliados, combatendo o fascismo.

(UFRJ)9.

“(…) Como é do conhecimento geral, foi hoje promulgada uma nova Constituição Federal, estatuto que os órgãos competentes na matéria consideram melhor atender às exigências do momento atual.

Percebendo as lacunas e os defeitos do Estatuto de 1934 (Constituição), inspirado em princípios que colidem com a agitação mundial a que não podemos fugir, novos rumos são traçados ao nosso regime democrático, (agora) melhor aparelhado para a continuidade federativa.

(…) Teremos força e coesão para cumprir as atribuições que nos são próprias em defesa da ordem interna, da integridade política, da soberania nacional. E esta a nossa missão”.

Rio de Janeiro,10 de novembro de 1937

Eurico Gaspar Dutra, Ministro da Guerra.

(CARONE, Edgard. A Segunda República (1930-1937).

São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1973. p. 76-78.)

O trecho acima foi extraído da proclamação do General Eurico Gaspar Dutra ao Exército e às Forças Armadas; procura explicar a situação vigente, em âmbito nacional e internacional, posicionando-se em face dela e do golpe de Estado que resultou na decretação da Constituição de 1937.

O texto contém vários elementos ligados à crise da sociedade liberal do Mundo Ocidental Capitalista. Identifique e analise dois elementos do texto ligados à situação interna brasileira, articulando-os a dois outros vinculados à situação internacional, seja no continente americano, seja na Europa.

(Cesgranrio) O desenvolvimento foi um dos elementos 10. de maior importância nos debates políticos e intelectuais ocorridos no Brasil, a partir da década de 40, sendo também a preocupação das políticas governamentais do período.

Assinale a opção que não expressa uma política governamental no período.

O segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954) a) imprimiu um caráter nacional ao desenvolvimentis-mo com restrições ao capital estrangeiro e criação de empresas estatais.

Os “cinquenta anos em cinco”, b) slogan do Progra-ma de Metas de JK, caracterizado por um rápido crescimento industrial, foi facilitado pela atração de capitais estrangeiros.

(Cesgranrio) Durante a presidência de Harry Truman 8. (1945-1953), criou-se a Doutrina de Segurança Na-cional, cujo objetivo era conter o avanço do comunis-mo no mundo. Na Europa, adotou-se o Plano Marshall. Na América Latina, os Estados Unidos buscaram uma política de alianças, cuja expressão foi o(a):

Pacto Andino.a)

Tratado Interamericano de Assistência Recíproca.b)

Tratado de Bryan-Chamorro.c)

Tratado de Guadalupe-Hidalgo.d)

Primeira Conferência Panamericana.e)

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A política desenvolvimentista, em todas as suas c) etapas, foi acompanhada por crescente interfe-rência do Estado no domínio econômico através da formulação de planos, criação de agências de financiamento e de empresas estatais.

A abertura da economia brasileira ao capital estran-d) geiro, a partir do Estado Novo, com a participação dos Estados Unidos no desenvolvimento da side-rurgia, foi o principal fator de estímulo ao desenvol-vimento brasileiro.

As empresas estatais de grande porte criadas no e) período, como a Vale do Rio Doce, a Petrobras e a Eletrobras, colocavam sob o controle do gover-no setores de base considerados estratégicos, que exigiam vultosos investimentos.

(UFRJ) “A ideologia do desenvolvimento tem neces-11. sariamente de ser um fenômeno de massas. (...) o processo de desenvolvimento é função da consciência das massas. (...) a ideologia do desenvolvimento tem de proceder da consciência das massas.”

(PINTO, Álvaro Vieira. Consciência e Realidade Nacional. Rio: ISEB, 1960.)

“... a revolução modernizadora de 1964 fundamenta toda a sua doutrina estratégica no binômio do desenvolvimento e da segurança, reconhecido desde logo que, em essência, o primeiro é dominante (...) para a nação brasileira (...).”

(GEISEL, E. Discursos. Brasília: Assessoria de Imprensa

da Presidência da República, 1976.)

A ideia de desenvolvimento está presente nos dois textos acima, representativos de dois momentos históricos distintos, os dos governos João Goulart (1961-1964) e Ernesto Geisel (1974-1979), respectivamente. Em ambos, essa ideia refere-se a projetos políticos orientados por concepções bem definidas no que diz respeito aos compromissos sociais desses governos.

Indique uma iniciativa do governo João Goulart que a) evidencie seu projeto de desenvolvimento.

Compare as visões dos projetos de desenvolvimen-b) to expressas nos documentos apresentados.

(Unirio) A história brasileira no início dos anos 60, cul-12. minando com o Golpe de 1964, foi marcada por uma sucessão de problemas dentre os quais está a:

política de estabilização econômica adotada no go-a) verno João Goulart.

manifestação militar a favor da renúncia de Jânio b) Quadros e pela posse de João Goulart.

rápida tramitação no Congresso Nacional do pro-c) grama de “Reformas de Base”.

oposição dos setores conservadores, inclusive ex-d) pressiva parcela das forças armadas, ao presidente João Goulart.

opção parlamentarista de João Goulart, sustentada e) na aliança do governo federal com os governadores estaduais.

(PUC-Rio) “Em comparação com o governo Vargas e 13. os meses que se seguiram ao suicídio do presidente, os anos JK podem ser considerados de estabilidade políti-ca. Mais do que isso, foram anos de otimismo, embalados por altos índices de crescimento econômico, pelo sonho realizado da construção de Brasília. Os “cinquenta anos em cinco” da propaganda oficial repercutiram em amplas camadas da população”.

(FAUSTO, Bóris. História do Brasil.)

Tendo como referência o texto anterior:

identifique uma característica do jogo político que a) possibilitou a estabilidade dos anos JK.

relacione o lema “cinquenta anos em cinco” ao Pla-b) no de Metas e à definição nacional-desenvolvimen-tista da política econômica, utilizando ao menos dois exemplos.

(PUC-Rio) O desenvolvimento econômico nacional 14. foi um tema central dos debates políticos que, no início dos anos sessenta, mobilizaram diversos grupos sociais e os governos brasileiros da época. Particularmente, du-rante o governo João Goulart, esta temática figurou em projetos que a associaram à possibilidade de criação de uma ordem política democrática no Brasil. O movimento militar que ocasionou a deposição do presidente João Goulart, em 1964, por seu turno, acabou por imple-mentar ações que redirecionaram tais perspectivas de desenvolvimento econômico.

Identifique duas propostas do Governo João Goulart (1961-1964), relacionadas à associação entre desen-volvimento econômico e democracia.

(PUC-Rio) Os anos sessenta demarcaram, no cenário 15. internacional, um período de contestação social e de manifestação de variadas utopias políticas. No Brasil, houve a emergência de um intenso debate entre projetos de ação reformista e revolucionária. Com relação a esses projetos, no Brasil, é correto afirmar que:

o debate sobre a questão agrária intensificou-se a) durante o governo de João Goulart (1961-1964), cuja proposta de Reforma Agrária, inserida no pro-grama de reformas de base, recebeu críticas tanto de setores de direita quanto de esquerda.

as discussões sobre reforma universitária orientaram b) boa parte das ações da União Nacional dos Estudan-tes, contrária às propostas do governo João Goulart

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de favorecer, além da extinção da cátedra, a privati-zação de estabelecimentos públicos de ensino.

as ações do movimento negro, inspiradas nas c) lutas de descolonização do continente africano, conduziram à organização de núcleos antirracis-tas, destinados à promoção de ações revolucioná-rias e terroristas.

intelectuais e artistas, adeptos de manifestações d) culturais politicamente engajadas, tornaram-se, a partir do golpe militar de 1964, as principais lideran-ças da resistência armada contra o novo regime.

os resultados positivos alcançados pela Política Ex-e) terna Independente garantiram sua manutenção pelos governos militares, aprofundando o intercâm-bio comercial com os países do Leste Europeu.

(Cesgranrio) “Tenho neste momento como razão de maior 16. orgulho poder entregar a V. Ex. o governo da república em condições muito diversas daquelas em que o recebi, no tocante à estabilidade do regime. Está consolidada entre nós a democracia e estabelecida a paz...”

(KUBITSCHEK, Juscelino. Meu Caminho para Brasília.

Rio de Janeiro: Bloch, 1978. p. 451. v. 3.)

No ano de 2002, o país comemorou o centenário de nascimento de Juscelino Kubitschek, o presidente em cujo mandato se mantiveram instituições estáveis e democráticas. O período imediatamente anterior à sua posse foi marcado por crises sucessivas, bem como o governo que o sucedeu.

As condições de instabilidade a que o presidente se referia, no trecho acima, ocorreram no período em que:

uma conspiração udenista, após a morte de Vargas a) e o governo de Café Filho, tentou impedir a posse dos eleitos, a qual acabou sendo garantida pelo en-tão Ministro da Guerra.

sua política desenvolvimentista, marcada pelo slo-b) gan “cinquenta anos em cinco”, levou a um proces-so inflacionário acelerado e ao seu consequente desprestígio.

o presidente Jânio Quadros, eleito por esmagadora c) maioria, procurava aproximar-se dos países socia-listas, em busca de empréstimos externos.

o vice-presidente João Goulart, submetido ao sis-d) tema parlamentarista, então instituído, assumiu o governo, face à renúncia de Jânio Quadros.

os governos militares, tentando implementar a in-e) dústria de base no Brasil, foram acusados de forte internacionalização da economia, pela entrada das multinacionais no mercado brasileiro.

(UERJ)17.

Varre, varre, varre, varre, vassourinha.

Varre, varre a bandalheira,

Que o povo já está cansado

De sofrer desta maneira.

Jânio Quadros é a esperança deste povo abandonado.

(Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural, 1980.)

Esse “jingle” acompanhou o candidato Jânio Quadros durante a sua campanha à presidência da República, em 1960.

A letra sintetiza a seguinte política de resolução dos problemas da época:

a austeridade do governo e o controle dos gastos a) públicos conteriam a inflação e a corrupção oficial.

a disputa de mercados externos e a ideologia na-b) cionalista aumentariam o superávit comercial e a geração de renda.

o atendimento à economia popular e à produção c) de alimentos baixariam o custo de vida e os gastos do governo.

a defesa dos interesses nacionais e a adoção de d) uma política externa independente gerariam em-prego e novas possibilidades econômicas.

(UFF) Bossa-nova mesmo é ser presidente / Desta 18. terra descoberta por Cabral / Para tanto basta ser tão simplesmente/ Simpático, risonho, original. / Depois, desfrutar da maravilha / De ser o presidente do Brasil / Voar da “velhacap” pra Brasília / Ver o Alvorada e voar de volta ao Rio. / Voar, voar, voar, / Voar, voar pra bem distante / Até Versailles, onde duas mineirinhas / Valsinhas, dançam como debutantes / Interessante. / Mandar parente a jato pro dentista / Almoçar com o tenista campeão / Também pode ser um bom artista / Exclusivista / Tomando, com Dilermando, umas aulinhas de violão. / Isso é viver como se aprova / É ser um presidente bossa-nova / Bossa-nova / Muito nova / Nova mesmo / Ultra nova.

(CHAVES, Juca. Presidente Bossa-nova. In: História da Música

Popular Brasileira. São Paulo: Abril Cultural, fascículo e LP n. 41.)

Essa letra de música deixa transparecer uma crítica política ao presidente Juscelino Kubitschek, bem

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(UFF) Como decorrência do Plano de Metas da gestão 19. JK, o país entrou, desde fins da década de 1950, num dos mais tumultuados momentos de sua história. Nesse contexto, inúmeros movimentos sociais ganharam fôlego, demonstrando a insatisfação com a situação vigente.

Cite a principal forma de organização dos movi-a) mentos rurais verificados no período entre os anos 1950 e início dos anos 1960, no Brasil.

Explique o papel dos movimentos rurais de opo-b) sição e de que forma se articularam com os movi-mentos sociais urbanos, no processo que originou o Golpe Militar de 64.

como o clima de inovação que marcou a história do Brasil a partir da segunda metade dos anos 50.

Assinale a opção que faz alusão a movimentos culturais brasileiros deste período.

A construção de Brasília representou a associa-a) ção entre os ideais dos movimentos culturais brasileiros que tinham como inspiração a cultura americana do pós-guerra.

A euforia promovida pelo Plano de Metas, que b) prometia um crescimento de nossa economia na base de “50 anos em 5”, favoreceu a emer-gência do movimento conhecido como “Jovem Guarda” liderado por Roberto Carlos.

A década de 1950 abriu caminho para o desen-c) volvimento da música nordestina que se trans-formou, nos anos 1960, em referência nacional.

O nacional-desenvolvimentismo deste período d) sepultou a cultura brasileira, mediante a imposi-ção dos padrões culturais hollywoodianos.

O nacional-desenvolvimentismo vigente neste e) período originou manifestações culturais como o cinema novo, a bossa-nova e o teatro político.

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B1.

B2.

B3.

B4.

B5.

B6.

D7.

D8.

D9.

E10.

A11.

A12.

A13.

E14.

E15.

D16.

E1.

D2.

3.

O Plano Marshall (1947) – ajuda financeira para a) a reconstrução das economias europeias – tinha como principal objetivo conter o avanço das ideias socialistas no território europeu. Com a Europa em-pobrecida após a destruição da Segunda Guerra Mundial, a possibilidade do crescimento dos parti-dos de esquerda e dos movimentos sociais de con-testação era muito grande. A conjuntura internacio-nal cada vez mais demonstrava que a disputa pelo poder estava bipolarizada ideologicamente entre os EUA e a URSS (Guerra Fria).

Rompimento de relações diplomáticas com a URSS;b)

Fechamento do Partido Comunista;

Cassação de parlamentares do Partido Comunista.

C4.

B5.

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O motivo foi o início da Guerra Fria, conflito ideológico 6. entre o bloco capitalista (liderado pelos EUA) e o bloco so-cialista (liderado pela URSS). O governo brasileiro aderiu ao bloco capitalista, tomando medidas anticomunistas.

A7.

B8.

O texto critica (...) os defeitos do Estatuto de 1934 (Cons-9. tituição) (...)â de base liberal que permitiu a formação da ANL (Aliança Nacional Libertadora) de base socialista e antifascista, responsável pela revolta conhecida como Intentona Comunista de 1935€€. A reação do governo Var-gas foi o Golpe do Estado Novo€ gerando um governo autoritário retratado na Constituição de 1937, conforme demonstrado no texto quando afirma que (...) novos rumos são traçados (...) Esta ação articula-se com o contexto internacional no qual a Crise de 1929 enfra-queceu o Liberalismo, verificando-se a ascensção das forças fascistas, na Italia e na Alemanha (conforme nossa Carta de 37) e socialistas, na URSS.

D10.

11.

A formulação do Plano Trienal, regulamentação do a) Código Brasileiro de Telecomunicações (nacionali-zação dos serviços), criação da Eletrobras, conces-são à Petrobras do monopólio de fornecimento de derivados de petróleo aos órgãos de governo, au-tarquias e estatais, proibição do registro de financia-mento estrangeiro para a importação de máquinas e equipamentos que a indústria nacional pudesse fabricar, inauguração Usiminas e Cosipa.

O projeto do governo João Goulart, expressa um b) momento de forte pressão dos mais diversos setores da sociedade por reformas, diante das transforma-ções que ocorrem no Brasil a partir do governo JK.

O projeto do governo Geisel fundamentado no bi-nômio desenvolvimento e segurança, evidencia a estreita ligação entre o regime militar e o capital externo, sobretudo norte-americano.

D12.

13.

Bancada no Congresso Nacional que dava sustenta-a) ção aos projetos encaminhados pelo Executivo, a qual possuía no PSD e no PTB seus principais suportes.

Política agrária favorável aos interesses dos grande proprietários à medida que não colocava em xeque os mecanismos de dominação sobre a massa tra-balhadora rural.

Capacidade demonstrada pelo presidente em ope-rar conciliatoriamente as estratégias populistas, conferindo-lhes uma marca pessoal.

O Plano de Metas visava estimular o desenvolvi-b) mento brasileiro, através principalmente, do incen-tivo ao setor industrial. Para tanto, buscou conjugar capitais estatais, capitais privados nacionais e ca-pitais estrangeiros, favorecendo a entrada destes últimos por meio de diversos mecanismos cambiais e tributários. Nesse sentido, o governo JK se di-ferenciou da perspectiva nacionalista característica do segundo governo Vargas, ao enfatizar o binômio ordem e desenvolvimento. No entender do presi-dente e de sua equipe; o atraso econômico poderia ser superado através de maciços investimentos em setores fundamentais, tais como o de infraestrutura (estradas, portos, hidrelétricas etc.), o de indústria de base (siderúrgicas, metalúrgicas) e de bens de consumo não duráveis (indústria automobilística, indústria eletroeletrônica etc).

A perspectiva do Governo João Goulart caracterizou-se, 14. entre outros aspectos, por enfatizar propostas de desen-volvimento econômico capitalistas desconcentradoras de renda, valorizando e buscando legitimar a participação dos trabalhadores na conquista de novos patamares de bem-estar social. São propostas do governo João Goulart:

a Legalização dos sindicatos rurais; tolerância em re- •lação à CGT (Comando Geral dos Trabalhadores);

a Proposta das Reformas de Base: reforma agrária, •reestruturação da universidade, reforma tributária (inversão na carga de impostos), reforma bancária (crédito para pequenos e médios proprietários), reforma eleitoral (voto para analfabetos);

a Continuação da Política Externa Independente; •

a Formulação do Plano Trienal (como um pacto para •a viabilização das reformas).

A15.

A16.

A17.

E18.

19.

A criação das Ligas Camponesas.a)

O núcleo da resposta consiste em articular a ame-b) aça representada pelas Ligas Camponesas, orga-nizadas principalmente na zona rural nordestina, aos grandes proprietários de terra, ou latifundiários, que passaram a denunciar tais movimentos sociais como comunistas ou desordeiros, ou ainda per-turbadores da ordem estabelecida. Em face dessa conjuntura, somada à eclosão de inúmeras greves de operários fabris na cidades reivindicando au-mentos salariais -, bem como ao efetivo poder de pressão que muitos sindicatos detinham junto ao então presidente João Goulart.

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identificado pelas classes dominantes como de •esquerda;

efetivou-se o Golpe, ou revolução, de 64, para •assegurar o retorno da ordem ao país.

Também poderá ser analisada a relação entre as ameaças à burguesia agrária, aos empresários in-dustriais e, mesmo, às classes médias, que tais mo-vimentos – no campo e na cidade – representavam, gerando a insegurança geral e o temor do domínio dos comunistas, que pode ser identificado às Re-formas de Base iniciadas pelo presidente Goulart. Visando à combater operários e camponeses, as elites conclamaram os militares a reinstaurar a or-dem no Brasil.

Outra possibilidade será o candidato relacionar as Ligas Camponesas.

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A ditadura militar

brasileira

Este é um dos períodos mais controversos da história do Brasil, a começar pela denominação do movimento que deu origem. Os que defendem a ditadura militar afirmam que a mobilização que der-rubou Jango foi uma Revolução Democrática, pois conseguiu reverter uma suposta ameaça comunista que poderia implantar a temida “ditadura do prole-tariado” defendida pelos comunistas. Os partidários de Jango e os observadores da Constituição afirmam que ele foi derrubado por um golpe, pois Jango era o presidente eleito.

No início do golpe, o senso comum compreendia que o golpe foi feito em nome da Política de Lim-peza, de maneira que os militares “expurgariam” a oposição ligada aos movimentos de esquerda, garantindo a “normalidade democrática” e depois transmitiria o poder de volta aos civis. Essa concep-ção esteve presente no governo de Castelo Branco, fazendo com que muitas pessoas, hoje em dia, o lembre com saudosismo.

“De todas as violências e ilegalidade posta em prática pela quartelada de 1.º de abril, a mais repugnante (...) é a oficialização e a santificação da delegação (...). Delatar um colega de trabalho, apontá-lo aos algozes de hoje porque ele pensa di-ferente de nós não é um ato digno de um homem,

e muito menos de um democrata. A oficialização da delação é a arma predileta e inseparável dos regimes de força. Quem melhor se utilizou dela foram nomes recentes para o nosso repúdio: Hitler, Mussolini e Stálin. ”

(CONY, Carlos Heitor. Judas, o dedo-duro.

Correio da Manhã, 14 mai. 1964.)

Mas com a ascensão de Costa e Silva ficou claro que o objetivo dos militares não era abrir mão do poder de imediato, argumentando que defendiam, a supostamente ameaçada, Segurança Nacional. O resultado: uma onda de insatisfação a qual os militares responderam com o AI-5, em 1968. Daí por diante, a violência e repressão se tornaram uma política de estado, distendendo-se apenas a partir do governo Geizel.

O governo de Castelo Branco (1964-1967)

Após o golpe, formou-se um Governo Provisório entre 9/4 até 15/4/1964, que teve a participação do Brigadeiro Correia de Mello, do almirante Augusto Rademaker e do General Artur da Costa e Silva. Ocor-reu neste período a proclamação do Ato Institucional n.o 1 em 9/4/1964, que garantia:

autorização do Executivo, por sessenta dias, •para cassar mandatos e suspender direitos políticos de parlamentares de oposição liga-dos a Jango;

suspensão por seis meses das garantias •constitucionais;

eleição indireta para presidente. •

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O objetivo do ato institucional era garantir ao governo provisório poderes para eliminar a oposição no Congresso, favorecendo a eleição de Humberto Castelo Branco em 1964. Entre os exilados encon-tram-se os ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek que, uniram-se para formar a Frente Ampla, de oposição ao governo militar.

No dia 11 de abril de 1964, com a concordância relutante de Costa e Silva, o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco foi eleito presidente.

Humberto de Alencar Castelo Branco.

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Dentre as ações do governo Castelo Branco podemos destacar: a dissolução de órgãos de oposi-ção como a UNE, a CGT e as Ligas Camponesas, a criação do Serviço Nacional de Informações (SNI) e a implantação dos Atos Adicionais 2 , 3 e 4 discri-minados abaixo:

“A nova lei de Segurança Nacional consolida no Brasil um regime totalitário, onde a oposição passa a inexistir em qualquer forma válida, desde a luta partidária a um simples protesto de um manifesto: tudo é passível de prisão, variando apenas a pena-lidade aos infratores.”

(Correio da Manhã, 14 mar. 1967.)

O Ato Institucional n.o 2 (1965)

Maiores poderes para o presidente; •

Suspensão da estabilidade de funcionários •públicos;

O julgamento de civis acusados de crimes •contra a segurança nacional passou a ser feito pela Justiça Militar;

Extinção dos partidos políticos existentes e •criação de dois partidos: Arena (Aliança Re-novadora Nacional – apoio ao governo militar) e MDB (Movimento Democrático Brasileiro – oposição).

O Ato Institucional n.o 3 (1966)

Eleições indiretas para governadores e vice- •-governadores;

Nomeação dos prefeitos das capitais pelos •governadores;

Vinculação entre governadores e vice-gover- •nadores, para que ambos sejam do mesmo partido.

O Ato Institucional n.o 4 (1966)

Definia os critérios para a criação da consti- •tuição de 1967, incorporando os textos dos Atos Institucionais.

No campo econômico desenvolveu-se uma eco-nomia totalmente vinculada aos Estados Unidos e a entrada de capital estrangeiro, a partir da criação do Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), que congelou salários, aumentou os impostos dos serviços, normalizou a oferta de crédito a partir da criação da ORTN (Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional – indexação da economia) e criou o Banco Nacional de Habitação (BNH) para estimular a cons-trução civil, ampliando o número de empregos.

Após a morte de Castelo Branco em 1967, foi in-dicado o ministro da guerra marechal Artur da Costa e Silva, eleito sem restrições pelo Parlamento.

O governo Costa e Silva (1967-1969)

Foi neste momento que os movimentos de oposi-ção ao regime militar avançaram, exigindo a redemo-cratização do país. Tais movimentos foram reprimidos com extrema violência pelas tropas militares. Um dos maiores símbolos da repressão da ditadura militar foi o Ato Institucional n.o 5, cuja justificativa incidiu sobre um discurso do deputado do MDB, Márcio Mo-reira Alves, incitando a população a não participar do desfile de 7 de setembro de 1968.

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Artur da Costa e Silva.

Dom

ínio

púb

lico.

As principais medidas do AI-5 estão discrimi-nadas abaixo:

legislar através de decreto de lei; •

o presidente poderia decretar o recesso do •Congresso Nacional, das assembleias legis-lativas e das câmaras dos vereadores;

o presidente poderia intervir nos estados e •municípios, cassar mandatos eletivos fede-rais, estaduais e municipais;

o presidente poderia decretar o estado de •sítio;

suspensão das garantias constitucionais e •do habeas corpus;

suspensão da possibilidade de reuniões com •pautas políticas.

Um dos acontecimentos mais chocantes durante a ditadura foi o assassinato do estudante Edson Luiz, membro da UNE, pelas tropas governistas gerando uma grande comoção nacional que culminou com a passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro, 1968.

Em agosto de 1969, Costa e Silva sofreu um derrame e foi substituído por uma Junta Militar formada pelo general Lira Tavares, o almirante Augusto Rademaker e o brigadeiro Márcio de Souza Melo, que governou até a eleição de Emílio Garrastazu Médici.

O governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974)

Dom

ínio

púb

lico.

Emílio Garrastazu Médici.

Este período é considerado o auge da ditadura e do fechamento político “anos de chumbo”, devi-do à repressão policial aos movimentos estudantis e sindicais e pelo silenciamento do MDB através do AI-5. Neste período encontra-se, ainda, o surgimento de movimentos de esquerda radicais, que desenvol-veram a luta armada sob influência da Revolução Cubana de 1959 e do jovem marxista francês Régis Debray, como os citados abaixo:

ALN (Aliança Libertadora Nacional) • , chefia-da por Carlos Mariguela. Exercia a guerrilha urbana, principalmente em São Paulo. Em 1969, organizou o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, exigindo liberdade para os presos políticos em troca da libertação do embaixador. Mariguela foi morto em São Paulo no ano de 1969;

MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outu- •bro – data da morte de Che Guevara na Bolívia em 1967). Também exercia a guerrilha urbana.

VAR-Palmares (Vanguarda Armada Re- •volucionária Palmares), chefiada pelo ex-

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-capitão do exército Carlos Lamarca, realizou uma guerrilha rural no Vale do Ribeira, no sul de São Paulo. Lamarca foi morto no sertão baiano em 1971.

A guerrilha do Araguaia (Tocantins, Pará e •Maranhão). Foi um movimento, organizado pelo PC do B, e chefiado por Oswaldo Orlando da Costa que durou de 1969 a 1974.

Para que fosse possível combater as guerrilhas, foram criados vários órgãos de informação e de re-pressão, sob o controle das Forças Armadas, como o SNI (Serviço Nacional de Informações ), CIEx (Centro de Informações do Exército), Cenimar (Centro de Informações da Marinha), Cisa (Centro de Informação Social do Exército), Codi (Comando de Operações de Defesa Interna) que comandava as tropas dos Destacamentos de Operações Internas (DOI), Oban (Operação Bandeirantes), comandada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Faz-se necessário ressaltar, também na década de 1960, os vários movimentos culturais de oposição ao regime militar, como os CPC’s (Centros Populares de Cultura) organizados pela UNE, o Teatro de Arena e o Grupo Oficina, o Cinema Novo representado por Glauber Rocha, a Tropicália representada por Caeta-no Veloso e Gilberto Gil. O DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) foi um órgão, criado durante o “Estado Novo” utilizado para censurar as produções durante a Ditadura.

Músicos como Chico Buarque e Milton Nasci-mento foram fundamentais nas críticas ao regime militar e com toda sua criatividade conseguiam muitas vezes driblar a censura:

“Hoje você é quem manda Falou, tá faladoNão tem discussão, nãoA minha gente hoje andaFalando de ladoE olhando pro chão, viu(...)”

(Chico Buarque. Apesar de Você, 1970.)

“Eu já estou com pé nessa estrada.Qualquer dia a gente se vê.Sei que nada será como antes, amanhã.Que notícias que me dão dos amigos,Que notícia me dão de você?

(...)Sei que nada será como está Amanhã ou depois de amanhã.Resistindo na boca da noite um gosto de sol.(...)”

(Milton Nascimento e Ronaldo Bastos.

Nada será como antes, 1972.)

A ditadura militar utilizou a máquina propa-gandista para passar aos brasileiros a imagem de que tudo ia bem, por meio da campanha oficial que praticamente definia uma espécie de “nacionalismo obrigatório”, mediante lemas como “Ninguém segura este país”, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, “Pra frente, Brasil”. Neste contexto, o tricampeonato de futebol brasileiro em 1970 também foi utilizado como sím-bolos da imagem positiva do Brasil.

“Noventa milhões em ações,

pra frente Brasil, do meu coração.

todos juntos, vamos, pra frente, Brasil,

salve a seleção!

De repente é aquela corrente pra frente,

Parece que todo o Brasil deu a mão.

Todos ligados na mesma emoção,

Tudo é um só coração.

Todos juntos, vamos, pra frente Brasil, Brasil, Brasil,

Salve a seleção.”

(Miguel Gustavo – Marcha Cantada em 1970 na

campanha do tricampeonato de futebol.)

O milagre econômicoParte da euforia, que legitimou durante anos o

regime militar foi trazida pelo milagre econômico, que consistiu em um grande crescimento econômico brasileiro, entre os governos Costa e Silva e Médici, sob o comando do Ministro da Fazenda de ambos os governos, Delfim Netto. De fato, entre 1969 e 1973, ocorreu um extraordinário crescimento do PIB brasi-leiro. Veja abaixo a estrutura do milagre econômico:

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os princípios econômicos seguiam as defini- •ções do PAEG, elaborado no governo Castelo Branco, propondo ainda a redução no déficit dos pagamentos do governo, incentivo às ex-portações e à atração de capitais estrangeiros a partir da possibilidade de lucros considerá-veis e da estabilidade política obtida com a de-sarticulação dos movimentos de esquerda;

de 1968 até 1973 o Brasil apresentou um •crescimento médio de 11% ao ano, decorrente da contenção de salários, permitindo a con-centração de renda; grandes investimentos estatais em setores estratégicos; taxas de juros baixas; grande endividamento externo e entrada de multinacionais em busca de fontes de matéria-prima, mercados consumidores e mão-de-obra barata de baixa organização sindical, reprimida pelo regime militar.

Quando indagado sobre a crescente concen-tração de renda e o não-repasse do crescimento para o bolso da maioria da população, Delfim Netto afirmou que “primeiro era necessário fazer o bolo [PIB] crescer, depois o bolo seria dividido”. Muitos aguardam até hoje o seu pedaço de bolo...

O milagre econômico permitiu a ascensão da classe média mediante empregos qualificados em multinacionais e devido ao aumento da oferta de cré-dito que combinado ao arrocho dos salários, contri-buía para ampliar a concentração de renda no Brasil. As obras faraônicas (investimento de grande soma de capital estrangeiro em obras que simbolizavam o Brasil potência) foram características do milagre econômico. No governo Médici, temos a construção da Transamazônica e da ponte Rio-Niterói.

O esgotamento do milagre brasileiro ocorreu a partir de 1973, motivado pela retração do poder de compra da população com o arrocho salarial e pelo endividamento externo. Boa parte dos lucros das em-presas multinacionais eram remetidos para o exterior e inviabilizavam o desenvolvimento consolidado da economia brasileira. Era apenas uma expansão sem bases, solapada pela grande importação de produtos de tecnologia de alto valor e elevação do preço dos derivados de petróleo da década de 1973, ocasionada pela restrição de fornecimento de petróleo aos países

que apoiaram Israel na Guerra do Yom Kippur im-posto pelos países árabes da Opep. O resultado do esgotamento do Milagre foi uma grande inflação e emissão de títulos para obtenção de receitas extras para financiamento dos projetos estatais.

O governo Ernesto Geisel (1974-1979)

O fim do Milagre Econômico foi um dos gran-des responsáveis pela alteração dos rumos do Regime Militar. A oposição ao fechamento político do regime não encontrava grande amplitude na população brasileira, pois a “falsa impressão” de desenvolvimento fazia com que muitos silenciassem diante das denúncias de violência. Entretanto, com o desgaste econômico a partir de 1973, a sociedade brasileira elevou seus gritos de descontentamento que atingiram diversas classes, dos trabalhadores do ABC Paulista até parlamentares do MDB – a crítica à ditadura se acentuava.

Foi essa conjuntura que motivou o início do pro-cesso de redemocratização do Brasil. Uma abertura política que não deveria ser brusca, mas sim “lenta, gradual e segura”. O ideal de segurança era expresso no desejo dos militares de não permitir que os grupos de esquerda, afastados em 1964, retornassem ao po-der, tudo enquadrado dentro da lógica da “segurança nacional”. O temor da revolução comunista estava presente no imaginário da população servindo para manutenção da ditadura e de seu modelo econômico comprometido com o grande capital internacional.

Com a posse de Geisel, voltou ao poder também o general Golbery do Couto e Silva e juntos inicia-ram o processo de redemocratização do Brasil de forma “lenta, gradual e segura”, que garantiria a transição para um governo civil, porém vinculado aos antigos dirigentes e ao modelo econômico atre-lado ao capital estrangeiro. Não seriam permitidas investigações dos crimes cometidos pelos militares durante o Regime Militar.

Ernesto Geisel.

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lico.

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Entre os princípios da abertura política estão:

Programa de anistia, permitindo o retorno de •exilados políticos, incluindo Leonel Brizola e Luis Carlos Prestes;

Revogação do Ato Institucional n.º 5, em •1979;

Extinção da censura no Brasil; •

Cronograma eleitoral marcando eleições •indiretas em 1978 para um sucessor militar para Geisel e diretas em 1989 para eleger um presidente civil.

Como chefe da casa militar de Castelo Branco, o general Ernesto Geisel procurou manter a linha dura (militares que defendiam a manutenção do fechamento político) à distância. Sua indicação para presidente representou uma derrota para Médici e seus seguidores mais radicais. Geisel tomou posse em 15 de março de 1974, e herdou do governo anterior uma grave crise econômica que ampliou o descon-tentamento com o regime militar. Fato evidenciado na vitória do MDB nas eleições legislativas do ano de 1974. Em represália, os militares impuseram a Lei Falcão em 1978, proibindo a campanha eleitoral no rádio e na televisão para limitar a influência do MDB, que pela mesma lei teve alguns de seus parlamen-tares cassados. A Lei Falcão foi um “pé-no-freio” no processo de redemocratização, procurando conter as expressivas vitórias do MDB nas eleições.

Contudo, este processo de abertura política iniciada por Geisel não agradou algumas lideranças militares que passaram à oposição ao presidente. Um fato que muito chamou a atenção foi a morte do jornalista Wladimir Herzog, em outubro de 1975. O chefe de jornalismo da TV Cultura foi chamado para prestar depoimento junto ao Doi-Codi e acabou morrendo. Em janeiro de 1976, o operário Manoel Fiel Filho faleceu em circunstâncias similares. Nos dois casos, o comandante do Segundo Exército, Ednardo D’Ávila Filho divulgou a versão de suicídio, de pouco crédito entre a opinião pública. Geisel demitiu-o do comando do Segundo Exército.

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Wladimir Herzog.

O general Sylvio Frota, Ministro do Exército e representante da ala conservadora dos militares, pretendia lançar sua candidatura nas próximas eleições presidenciais, contrariando os desejos de Geisel, que acabou por demiti-lo. Sylvio Frota ainda tentou dar um golpe, divulgando um manifesto que acusava Geisel de permitir a infiltração do comunis-mo no Brasil. Geisel soube do golpe e junto ao SNI (Serviço Nacional de Informação), conseguiu desar-ticular a tentativa de golpe com o apoio do general Hugo de Abreu.

Diante das eleições que se aproximavam, Geisel em 1977 fechou o Congresso para instalar o Pacote de Abril que estabeleceu a nomeação dos senadores biônicos para o Congresso (um terço do Senado seria composto por políticos nomeados diretamente pelo governo militar). Além disso, impôs a alteração das regras de representação proporcional dos deputa-dos, favorecendo as bancadas dos estados nordes-tinos, onde a Arena obtinha vantagens eleitorais. O objetivo das medidas era evitar uma vitória esmaga-dora do MDB nas eleições. Outras medidas do Pacote de Abril são: mandato de seis anos para o sucessor de Geisel e eleições indiretas para governadores.

Por fim, em 1978 ocorreu um grande movimento de metalúrgicos do ABC paulista, exigindo a redemo-cratização do Brasil, sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula e os movimentos operários.

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lico.

Frente a toda a crise econômica na qual estava inserido o Brasil, ainda foi assinado em 1975 o acor-do nuclear entre Brasil e Alemanha, que previa a construção de oito usinas nucleares no Brasil, ao custo de 10 bilhões de dólares. Das oito, apenas duas foram construídas em Angra dos Reis no Rio de Janeiro (Angra I e II), superando em grande monta os investimentos inicialmente planejados e apresentando uma baixíssima produção energéti-ca. Na verdade, Geisel deu continuidade à política econômica iniciada por Médici, procurando atrair capital e empresas estrangeiras e construir novas “obras faraônicas” como as hidrelétricas de Itaipu e Tucuruí e o Projeto Carajás.

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No ano de 1975, o governo Geisel instituiu o Programa Pró-Álcool, programa de incentivo ao consumo e à produção de álcool combustível. Dian-te da crise internacional do petróleo, o Pró-Álcool procurou, através de subsídios estatais, uma alter-nativa de combustível para o país. Entretanto, o programa não se consolidou, pois muitos usineiros se dedicaram à plantação de cana-de-açúcar para produção de açúcar que tinha melhores preços no mercado internacional. Além disso, com a superação da crise do petróleo e o restabelecimento do preço combustível, os consumidores passaram a consumi-lo preferencialmente, em detrimento do álcool.

Pró-Álcool: Na hora em que o mundo quis uma resposta para a crise do petróleo, o Brasil apresentou o álcool.

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O governo João Baptista Figueiredo (1979-1985)

Durante este governo ocorreu um agravamento da crise econômica brasileira acentuada pela nova crise do petróleo de 1979 e pelo pedido de moratória da dívida externa em 1982, efetuada pelo México, o que dificultou a entrada de capitais estrangeiros no Brasil. A emissão de papel moeda para cobrir a dívida ampliou ainda mais a crise, gerando inflação, além da estagnação econômica, que atingia a população mais humilde influindo na intensificação dos movi-mentos sindicais.

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João Baptista Figueiredo.

Figueiredo manteve o processo de abertura polí-tica gradual, iniciada por Geisel, determinando a Lei da Anistia que perdoou todos os presos ou exilados de crimes políticos, com exceção dos acusados de terrorismo contra o governo.

O clima era de muita instabilidade. No dia 30 de abril de 1981, os setores mais reacionários das Forças Armadas, empreenderam um atentado no centro de exposições do Riocentro, no Rio de Janeiro, onde se re-alizava um grande festival de música em homenagem aos trabalhadores. Uma das bombas atingiu a central de energia e a outra explodiu acidentalmente dentro do carro que a transportava, matando um sargento e ferindo gravemente um oficial. O atentado não foi apurado pelo governo, gerando um grande escândalo, que desarticulou as forças reacionárias militares.

Tendo em vista as eleições para governadores dos estados em 1982, foi autorizada, em 1979, a for-mação de novos partidos políticos, fato conhecido como Reforma Partidária, cuja finalidade era deter-minar o enfraquecimento do MDB nestas eleições, através do esfacelamento da oposição em diversos partidos. Entre os partidos que se formaram estão:

o • PDS (Partido Democrático Social), formado pelos políticos da antiga Arena;

o • PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), sob a liderança de Ulysses Gui-marães, que trabalhou para manter coeso o MDB;

o • PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), herdei-ro do populismo varguista;

o • PT (Partido dos Trabalhadores), organizado pelas lideranças sindicais, principalmente de Lula, que conheceram amplo crescimento após as greves de 1978-1979;

o • PDT (Partido Democrático Trabalhista), sob a liderança de Leonel Brizola.

O Partido Comunista Brasileiro só foi legalizado com a Constituição de 1988.

Nas eleições para governadores de 1982, a opo-sição obteve ampla vantagem, exemplificada na vitó-ria de Tancredo Neves e de Franco Montoro do PMDB, em Minas Gerais e São Paulo, respectivamente, e de Leonel Brizola do PDT, no Rio de Janeiro. Em 1983, o PMDB e o PT, lideraram uma intensa campanha popular pela realização de eleições presidenciais diretas em 1984, para a sucessão de Figueiredo. Este movimento ficou conhecido como Diretas Já e foi uma das maiores mobilizações populares da história do Brasil. Porém, apesar do forte apelo popular, a emen-da Dante de Oliveira que tratava das eleições diretas não foi aprovada por 22 votos no Congresso.

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A campanha das Diretas Já mobilizou a população brasilei-ra nas principais cidades do país.

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Já para as eleições de 1984, o PDS apresentou a candidatura de Paulo Maluf a presidente, após a vitória deste sobre Mário Andreazza a partir de uma série de concessões e promessas aos militares. Devido à intransigência de Paulo Maluf, vários pe-dessistas como Marco Maciel, José Sarney, Antônio Carlos Magalhães, Jorge Bornhausen, sob a lideran-ça de Aureliano Chaves, resolveram sair do partido para formar o Partido da Frente Liberal (PFL). Este partido juntamente com o PMDB, formou a Aliança Democrática, tendo Tancredo Neves do PMDB como presidente e José Sarney como vice. Contando com o apoio da maioria dos estados, a Aliança Democrática obteve ampla vitória nas eleições presidenciais.

A vitória de Tancredo marcou o fim da ditadura militar no Brasil.

(UFRJ) [...] a crise do petróleo, decretada unilateral-1. mente pela imposição do boicote seletivo dos países

produtores árabes, desde a terceira semana de outu-bro último, está afetando o abastecimento das nações industrializadas. E as sociedades afluentes do ocidente, acostumadas à fartura, agora se mostram perplexas e frustradas com a escassez compulsória.

(O destino de uma crise. Veja.

São Paulo: 274, 5 dez. 1973, p. 111.)

Em outubro de 1973, a Opep (Organização dos Países Expor tadores de Petróleo), então responsável por 60% das exportações mundiais do produto, surpreendeu o mundo ao aumentar o preço do barril de petróleo e impor um boicote seletivo no fornecimento do produto aos países aliados de Israel na Guerra do Yom Kippur. As economias ocidentais foram fortemente atingidas e os diferentes governos buscaram soluções para enfrentar a crise.

No segundo semestre de 2000, uma alta dos preços do petróleo trouxe com ela o medo de que pudesse se repetir uma crise semelhante à ocorrida na década de 70.

Identifique uma consequência social das medidas a) adotadas pela OPEP para as economias ocidentais na década de 70.

Explique uma medida tomada pelo governo brasi-b) leiro a fim de enfrentar a crise do petróleo na dé-cada de 70.

Solução: `

A elevação dos índices de inflação; o aumento do a) desemprego e a queda dos salários face à falência de empresas.

b) – a criação de Programas visando a pesquisa e o

uso de outras fontes de energia, como o Programa Nacional do Álcool (Pró-álcool) e o Programa Nu-clear Brasileiro;

– o maior investimento na Petrobras com o objetivo de prospecção na plataforma submarina, notada-mente na bacia de Campos (RJ) e em projetos de pesquisa com o objetivo de encontrar bacias de pe-tróleo em outras áreas do país.

(UFF) “Brasil, ame-o ou deixe-o” foi um dos célebres 2. slogans do regime militar, em torno de 1970, época em que o Governo Médici divulgava a imagem do “Brasil Grande” e proclamava o “Milagre Econômico” que faria do país uma grande potência. Assinale a opção que melhor caracteriza a política econômica correspondente ao chamado “Milagre”.

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Fusão do capital industrial e do bancário, gerando a) monopólios capazes de impor preços inflacionários, dos quais resultaram o crescimento econômico e o aumento do mercado consumidor nos grandes centros urbanos.

Desenvolvimento de obras de infraestrutura, a b) exemplo de hidrelétricas e rodovias, com base na poupança nacional e no investimento de bancos públicos.

Crescimento econômico e aquecimento do merca-c) do de bens duráveis ancorados em políticas sala-riais redistributivas e na indexação de rendimentos do mercado financeiro.

Elevados investimentos no setor de bens de capital d) e na indústria automobilística combinados a uma vigorosa agricultura comercial de médio porte.

Incentivo à entrada maciça de capitais estrangei-e) ros combinada ao arrocho salarial, resultando em elevados índices de crescimento econômico e in-flação baixa.

Solução: ` E

(UERJ) Observe a charge de Ricardo Goulart, referente 3. à política econômica empreendida no período dos go-vernos militares no Brasil (1964/1985).

(BOCAYUVA, P. C. C.; VEIGA, S. M.(Orgs.).

Afinal, que País É este? Rio de Janeiro: DP&A, 1999.)

A mensagem da charge está fundamentada na seguinte crítica à política econômica do período citado:

a política financeira não estimulou a desejada acu-a) mulação de capitais.

a ação do Estado não promoveu crescimento ace-b) lerado da economia.

o déficit da balança comercial não permitiu melhor c) repartição da riqueza.

o crescimento econômico não garantiu uma distri-d) buição de renda mais justa.

Solução: ` D

(UFSM) “Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi / eu 4. cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri / eu saí pra sonhar meu país / e foi tão bom, não estava sozinho / a praça era alegria sadia / o povo era senhor / e só uma voz, numa só canção / e foi por ter posto a mão no futuro / que no presente preciso ser duro / que eu não posso me acomodar / quero um país melhor.”

A letra da música “Carta à República”, de autoria de Mílton Nascimento e Fernando Brant, embora seja ainda adequada à atualidade, é expressão da resistência à ditadura militar e da luta pela democratização política do Brasil nos anos 80. Sobre esse período, é correto afirmar:

A partir do final dos anos 70, os movimentos sociais, I. tanto do campo quanto da cidade, deram novo im-pulso às atividades sindicais, liderados, principal-mente, pela CUT, UNE, MST, CONTAG e partidos políticos de oposição à ditadura.

A anistia aos presos políticos e aos exilados resul-II. tou de uma ampla campanha popular, vitoriosa em 1979, possibilitando a conquista do pluripartidaris-mo nos anos 80.

A partir dos últimos meses de 1983, intensificou- III. -se a campanha pelas eleições diretas para presi-dente da República, tornando-se vitoriosa com a aprovação da emenda Dante de Oliveira, em abril de 1984.

A vitória eleitoral de Tancredo Neves, por eleição IV. direta, resultou de uma aliança política entre liberais descontentes com a ditadura militar e a totalidade dos oposicionistas de esquerda.

Está(ão) correta(s):

apenas I e II.a)

apenas I, II e III.b)

apenas IV.c)

apenas III e IV.d)

I, II, III e IV.e)

Solução: ` A

(Fuvest)5.

(O Estado de S.Paulo, 14 ago. 2001.)

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No primeiro plano desta fotografia, Fernando Henrique Cardoso e Fidel Castro juntam as mãos com Hugo Chávez. Na década de 1970, esta foto seria impossível, já que os governos do Brasil e de Cuba não mantinham relações diplomáticas.

Aponte duas razões – uma nacional e outra internacional – para essa impossibilidade.

Solução: `

Nacional: O anticomunismo dos governos militares do Brasil vinculados aos interesses, principalmente, do capital norte-americano.

Internacional: A Guerra Fria na medida em que os gover-nos militares, no Brasil, sob influência político-ideológica dos Estados Unidos, romperam as relações diplomáticas com Cuba.

Texto para as próximas quatro questões(UERJ) Utilizando os trechos das composições de Chico Buarque e outros parceiros, que dizem muito sobre o período da ditadura militar no Brasil, responda à(s) questão(ões).

I.

“Apesar de você

Amanhã há de ser

Outro dia

Ainda pago pra ver

O jardim florescer

Qual você não queria

Você vai amargar

Vendo o dia raiar

Sem lhe pedir licença

E eu vou morrer de rir

Antes do que você pensa.”

(Apesar de você, 1970.)

II.

“Vai meu irmão

Pega esse avião

Você tem razão

De correr assim

Desse frio, mas veja

O meu Rio de Janeiro

(...)

Pede perdão

Pela duração dessa temporada

Mas não diga nada

Que me viu chorando

E pros da pesada

Diz que eu vou levando.”

(Samba de Orly, 1970.)

III.

“Ninguém

Ninguém vai me segurar

Ninguém há de me fechar

As portas do coração

(...)

Ninguém

Ninguém vai me acorrentar

(PUC Minas) Leia, com atenção, a letra que se segue. 6. Ela é de uma música de protesto surgida durante a repressão desencadeada pelos governos militares brasileiros.

“Acender as velas já é profissão

Quando não tem samba tem desilusão

É mais um coração que deixa de bater

Um anjo que vai ao Pai do Céu

Deus me perdoe

Mas vou te dizer

O doutor chegou tarde demais

Porque no morro não tem automóvel

Para subir

Não tem telefone para chamar

Não tem beleza para se ver

E a gente morre sem querer morrer!”

O cantor e compositor Zé Ketti, na letra que você acabou de ler:

clama por justiça diante da violência observada a) nos morros dominados pelos traficantes.

conclama a população carente a se mobilizar e b) derrubar o regime vigente no país.

aborda a questão social, em que o lirismo se en-c) trelaça com o desânimo em face às injustiças.

denuncia o descaso dos postos de saúde insta-d) lados pelo governo nas favelas e nas periferias.

Solução: ` C

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Enquanto eu puder cantar

Enquanto eu puder sorrir

Enquanto eu puder cantar

Alguém vai me ouvir.”

(Cordão, 1971.)

IV.

“Pai, afasta de mim esse cálice

De vinho tinto de sangue

Como beber essa bebida amarga

Tragar a dor; engolir a labuta

Mesmo calada a boca, resta o peito

Silêncio na cidade não se escuta”.

(Cálice, 1973.)

V.

“Cadê o meu!

Cadê o meu, ô meu?

Dizem que você se defendeu

É o milagre brasileiro

Quanto mais trabalho, menos vejo dinheiro

É o verdadeiro boom

Tu tá no bem bom

Mas eu vivo sem nenhum.”

(Milagre brasileiro, 1975.)

VI.

“Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever

Mas o correio andou arisco

Se permitem, vou tentar-lhe remeter

Notícias frescas nesse disco

Aqui na terra tão jogando futebol

Tem muito samba, muito choro e rock’ n’ roll

Uns dias chove, noutros bate sol

Mas eu só quero lhe dizer que a coisa aqui tá preta.”

(Meu caro amigo, 1978.)

Os trechos que melhor explicitam uma voz de determi-1. nação de luta contra a ditadura militar no Brasil e uma motivação para esta luta são, respectivamente, os de número:

II e Va)

III e Ib)

V e IIc)

VI e IVd)

Sobre o chamado Milagre Brasileiro (1967-1973), uma 2. característica salientada pelo compositor no trecho V é a ausência de uma ampla política de:

redução da inflação.a)

fomento às exportações.b)

distribuição da riqueza.c)

liberalização crescente de crédito.d)

O crescente antagonismo entre o regime e parcelas 3. expressivas de estudantes, intelectuais e trabalhadores descontentes gerou medidas governamentais enérgicas e autoritárias.

A mais significativa dessas medidas, empreendida pelo governo Costa e Silva, e a canção com a crítica mais direta ao silêncio que foi imposto naquele momento, estão indicadas em:

edição do Ato lnstitucional n.° 5 – a) Cálice.

formação da Junta Militar – b) Meu caro amigo.

criação do Ministério da Economia – c) Milagre bra-sileiro.

decretação do Ato lnstitucional n.° 2 – d) Apesar de você.

Na canção 4. Meu caro amigo, o compositor faz uma ironia que poderia ser motivada não somente pelo desencanto com o regime militar, mas também pela situação econômica do país.

Essa situação econômica desfavorável é manifestada pelo:

avanço das empresas estatais desencadeando a a) formação dos sindicatos.

crescimento econômico mantendo parte da popu-b) lação à margem do mercado consumidor.

arrocho salarial desestimulando o crescimento dos c) setores mais dinâmicos da economia.

esgotamento do milagre econômico provocando a d) adoção de medidas contra o desemprego.

(UFRJ) “(...) Considerando que, assim, se torna imperiosa 5. a adoção de medidas que impeçam sejam frustrados os ideais superiores da Revolução, preservando a ordem, a segurança, a tranquilidade e o desenvolvimento econômi-co e cultural e a harmonia política e social do país (...).”

(Ato Institucional n.º 5. 13 dez. 1968.)

A edição do AI-5 representou, há 30 anos, uma radicalização do poder gerado pelo golpe político-militar de abril de 1964 no Brasil. Diante do quadro que se apresentava na época, podemos entender que “os ideais superiores da Revolução” significavam:

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a integração do capitalismo brasileiro ao grande ca-a) pital internacional e a representação da segurança nacional por um anticomunismo radical.

a implantação da chamada “República Sindicalista” b) e a vinculação econômica ao sistema financeiro in-ternacional.

o desenvolvimento capitalista independente e a c) aproximação político-cultural com os países latino- -americanos.

a maior aproximação com o capitalismo europeu, d) para romper a dependência com os Estados Uni-dos e a União Soviética.

a criação de uma economia planificada e uma apro-e) ximação com outros regimes revolucionários da América.

(UERJ) Observe os trechos iniciais das seguintes 6. canções:

A Banda

Chico Buarque

Estava à toa na vida

O meu amor me chamou

Pra ver a banda passar

Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida

Despediu-se da dor

Pra ver a banda passar

Cantando coisas de amor

Disparada

Geraldo Vandré/Theo de Barros

Prepare o seu coração

Pras coisas que eu vou contar

Eu venho lá do sertão

E posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não

Ver a morte sem chorar

E a morte, o destino, tudo

Estava fora de lugar

Eu vivo pra consertar

(Essas duas canções, de grande apelo popular, ficaram

empatadas em 1.º lugar, no Festival de MPB da

Record, em 1966.)

Diferente do que ocorre com “A Banda”, em “Disparada” os autores assumem, de forma explícita, uma crítica social que expressa:

a aliança política entre as elites regionais.a)

a fuga dos problemas sociais pelo povo trabalhador.b)

o saudosismo das oligarquias rurais afastadas do c) poder.

o inconformismo dos marginalizados diante da de-d) sigualdade social.

(UERJ) 7.

(Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural, 1980.)

A charge de Ziraldo relaciona o autoritarismo ao nacionalismo característico dos governos militares brasileiros, porque faz a seguinte denúncia:

a palavra de ordem seguia uma diretriz de patriotis-a) mo obrigatório.

o nacionalismo militarista supunha a negação da b) exploração capitalista.

o abandono do país significava a manutenção de fé c) no futuro da nação.

o autoritarismo tinha um respaldo inegável dos di-d) versos segmentos sociais.

(UERJ) A estratégia do “milagre econômico”, no Brasil 8. do início da década de 1970, buscava conter os ânimos da oposição, através da diminuição do desemprego e da exaltação patriótica.

Essa estratégia motivou, dentre outras, a seguinte política:

ação no setor de serviços, com a diminuição de im-a) postos e o aumento na oferta de bens duráveis.

ocupação da Amazônia, com a construção da rodo-b) via Transamazônica e a propaganda da integração nacional.

valorização das atividades administrativas, com a c) adoção dos concursos públicos e o estímulo à or-ganização sindical.

criação de incentivos fiscais para a agricultura, com d) a absorção do homem do campo e o desenvolvi-mento de novas atividades primárias.

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(Cesgranrio) O conjunto de fatos relacionados abaixo 9. dizem respeito ao processo de abertura democrática iniciado pelo presidente Geisel, com exceção de um. Assinale-o.

A demissão do Ministro da Guerra Sílvio Frota e o a) movimento de anistia.

A liberdade para criação de novos partidos políti-b) cos, como UDN e PTB, e o pluralismo sindical.

A eleição de Tancredo Neves e o fim da Lei de Se-c) gurança Nacional.

A promulgação da Constituição de 1988 e a elimi-d) nação da censura.

A Campanha das Diretas Já e a criação de novos e) partidos políticos como, entre outros, o PFL, o PMDB e o PDT.

(Cesgranrio) O processo de redemocratização brasileiro, 10. no final da década de 1970, combinou pressões da socie-dade civil e a estratégia de distensão/abertura do próprio regime militar, como pode ser observado na(no):

vitória do movimento popular das “Diretas Já”, per-a) mitindo eleições gerais diretas em 1982.

concessão de anistia “ampla, geral e irrestrita”, por lei b) de iniciativa do governo, mas que excluía as principais lideranças ligadas ao governo derrubado em 1964.

total autonomia do movimento sindical, forçada pe-c) las greves do ABCD paulista.

revogação dos Atos Institucionais, por iniciativa do d) governo, após negociação com setores representa-tivos da sociedade civil.

“pacote de abril” de 1977, que transformou o Con-e) gresso Nacional em Assembleia Constituinte.

(Cesgranrio) Durante o período militar brasileiro, insta-11. lou-se uma nova dinâmica nas relações entre o capital nacional, o capital estrangeiro e o Estado. Assinale a opção que não corresponde a uma característica dessa nova dinâmica:

instalação de bases técnicas necessárias para a au-a) todeterminação do capital nacional.

articulação do capital nacional com o estrangeiro.b)

fortalecimento de uma classe média consumista.c)

fortalecimento do setor agroexportador com a me-d) canização da lavoura.

implantação de um mercado financeiro sólido e oli-e) gopolizado.

(UFRJ) “O Brasil é hoje uma Nação dividida. Há 14 anos 12. tenta-se silenciar seu povo. O regime, imposto contra

os interesses da maioria da população, outorgou-se o direito de legislar sobre tudo e sobre todos. A tudo e a todos, por todos os meios, tentou impor sua vontade.

(...)

Expressando insatisfações nacionais, os participantes do Congresso repudiam a marginalização política, econômica e social do povo brasileiro, condenam a repressão que sobre ele se abate e exigem anistia.

(...)

As entidades presentes no Congresso Nacional pela Anistia assumiram o compromisso da transformação da luta pela anistia num amplo e estruturado movimento popular, entendendo que é da organização e da pressão popular que depende a conquista do fim da legislação repressiva, inclusive a revogação da Lei de Segurança Nacional e da insegurança dos brasileiros; desmantelamento do aparelho de repressão política e fim da tortura; liberdade de organização e manifestação e anistia ampla, geral e irrestrita. (...)”

(Manifesto à Nação - do Congresso Brasileiro

pela Anistia. Folha de S.Paulo: 6 nov. 1978.)

A luta pela anistia política no Brasil, segundo o Manifesto à Nação, tinha objetivos:

restritos à libertação dos presos políticos, por se-a) rem as prisões arbitrárias e ilegais.

os mais amplos, voltados à derrubada do sistema b) capitalista e à conquista do socialismo no Brasil.

puramente político-partidários, garantindo a eleição c) do maior número de parlamentares oposicionistas.

amplos, de derrubada dos instrumentos repressi-d) vos da ditadura e a conquista de uma sociedade mais livre.

os mais limitados, dada a grande força que ainda e) tinha na época o governo ditatorial e seu aparato repressivo.

(FGV) Taxas de inflação no Brasil:13.

Ano Índice

19601961196219631964196519661967

26,333,354,078,087,855,439,528,8

Jânio Quadros

João Goulart

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Ano Índice

1969

1970

1971

1972

1973

1974

1975

1976

1977

1978

1979

1980

1981

1982

27,620,318,217,317,420,531,532,741,944,140,677,2110,297,099,7239,0

Milagre Brasileiro

Lei da AnistiaReorganização Partidária

(MOREIRA ALVES, M. H. Estado e oposição no Brasil (1964-

1984). 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1989. p. 331.)

A partir do exame dos dados da tabela acima, assinale a alternativa correta:

O milagre econômico brasileiro caracterizou-se pelo a) crescimento do PIB, entrada crescente de capitais es-trangeiros e estabilização dos índices inflacionários.

O processo gradativo de abertura política ocorreu b) numa conjuntura de elevação progressiva dos índi-ces inflacionários.

A luta armada contra o regime militar transcorreu c) numa conjuntura de aumento progressivo da infla-ção, o que explica a grande adesão das classes mé-dias urbanas, sobretudo estudantes e intelectuais.

A Lei da Anistia, que permitiu o retorno de exila-d) dos, a libertação de presos políticos e a devolução de direitos a pessoas cassadas durante a ditadura, ocorreu numa conjuntura de acentuada queda dos índices inflacionários.

A estabilização da inflação registrada ao longo do e) governo João Goulart permitiu ao presidente contar com o apoio de amplos setores das classes médias, que se manifestaram favoravelmente às Reformas de Base em grandes concentrações populares.

(Unicamp) O movimento das Diretas Já em 1984 che-14. gou a reunir centenas de milhares de pessoas na Praça da Sé em São Paulo e em outras cidades do Brasil. Ao final de cada comício, cantava-se o Hino Nacional, que expressava o descontentamento da sociedade civil com o regime político, cada vez mais, antipopular e deslegitimado.

O que foi o movimento Diretas Já?a)

De que maneira o Hino Nacional, cantado nas pra-b) ças públicas, marcava uma nova relação entre o estado e a nação?

(UERJ) “(…) Na década de 50, um neto do Dr. Cidadão 15. pelo lado pobre da família, o Dr. Nacional-Progressista, casou-se com uma neta de Zé Povinho, Dona Classe Operária (…)

O casal não teve, de início, muita sorte. O primeiro filho, Populismo, nascido no início dos anos 50, trouxe grandes esperanças aos pais e amigos. Mas teve infância atribulada, marcada por acidentes e doenças. Ao entrar na adolescência (…) foi atropelado por um tanque durante um desfile militar em 1964 (…) Na década de 70 nasceu-lhes uma filha, Armada, mas antes não nascera. Morreu tragicamente, ainda muito jovem, vítima da imperícia médica quando submetida à sessão de cirurgia (…) No início dos anos 80 (…), afinal, um terceiro filho, que era outra filha. Deram-lhe o nome de Cidadania, nossa heroína (…)”

(CARVALHO, José Murilo de. Cidadania e seus dois maridos.

Jornal do Brasil, 15 jan. 1995. p.11.)

No trecho do artigo acima, o cientista político José Murilo de Carvalho faz, em forma de ficção, um passeio pela história política de nosso país, entre as décadas de 1950 e 1980.

A afirmativa que não se refere corretamente ao período por ele analisado é:

A Constituição de 1967 foi a última tentativa das a) forças democráticas brasileiras no sentido de evitar o total controle do poder executivo pelos militares “linha-dura”.

O período denominado populista (1946-64) é ca-b) racterizado pela intervenção do Estado na organi-zação da infraestrutura necessária ao desenvolvi-mento da indústria de base.

O nome Armada, no texto, sugere o desenvolvimento c) das guerrilhas urbanas e rurais como uma das pou-cas possibilidades que restaram à oposição, após o endurecimento do regime militar, com o AI-5.

A economia brasileira entre 1970 e 1973 viveu uma d) fase de euforia desenvolvimentista conhecida como “milagre econômico”, graças ao arrocho salarial e aos juros baixos dos empréstimos internacionais

(UERJ) Na Copa do Mundo de 1958, o povo cantou a 1. vitória brasileira com:

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“A taça do mundo é nossa!

Com brasileiro, não há quem possa!

Eeeta, esquadrão de ouro

(...), é bom no samba, é bom no couro (...)”

Em 1970, cantou-se:

“Noventa milhões em ação

Pra frente Brasil, do meu coração

Todos juntos vamos

Pra frente Brasil, salve a seleção

De repente é aquela corrente pra frente (...)”

Essas duas formas de celebrar a vitória brasileira estão relacionadas, em 1958 e em 1970, respectivamente, aos contextos de:

alienação frente aos valores nacionais – investimen-a) tos do governo no setor esportivo.

ênfase na capacidade criativa do brasileiro – tenta-b) tiva de legitimação do governo militar.

reconhecimento do subdesenvolvimento nacional – c) exaltação à arrancada para o desenvolvimento.

mobilização após a vitória aliada na Segunda Guer-d) ra Mundial campanha popular pela superação da pobreza.

(Unirio)2.

Sei que ainda vou voltar

Para o meu lugar

Foi lá

E é ainda lá

Que eu hei de ouvir cantar

Uma sabiá

(Sabiá, de A.C. Jobim e Chico Buarque.)

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

(Pra não dizer que não falei de flores ou Caminhando, de Geraldo Vandré.)

Estávamos em 1968 e os ânimos acirrados. A disputa entre as duas composições era mais que o resultado do festival nacional de canção popular. A ditadura militar pouco depois introduziu o Al-5 ao texto da Constituição. Entre as medidas drásticas adotadas pelo Al-5, podemos citar a(o):

dissolução do CGT (Comando Geral dos Trabalha-a) dores), das Ligas Camponesas e da UNE (União Nacional dos Estudantes).

Lei de imprensa, a Lei de Segurança nacional e a b) dissolução dos Partidos Políticos.

eleição do presidente da República pelo Congresso c) e a criação do CCC (Comando de Caça aos Co-munistas).

criação de dois poderes paralelos: um civil (Congres-d) so) e um militar, composto pelas forças armadas.

fim das imunidades parlamentares e a instituição da e) prisão perpétua e da pena de morte.

(UFF) No período após 1964, o regime militar inaugurou 3. uma política econômica que, entre 1968 e 1974, ganhou a denominação de “milagre brasileiro”.

Mencione dois resultados econômico-sociais ob-a) servados durante o “milagre brasileiro”.

Analise as repercussões desse período histórico b) (1968 - 1974) na sociedade brasileira.

(UFF) “O confronto foi direto. O Paço Municipal 4. transformou-se numa verdadeira praça de guerra. (...) Num dos momentos de calma, os metalúrgicos aproveitaram e escreveram com seus próprios corpos a palavra DEMOCRACIA, no chão do Paço de São Bernardo. Foi um recado ao país, para explicar o motivo da luta.

(GRAMMONT, Júlio. Os subversivos de 1978. In: Teoria &

Debate, n.º 37. São Paulo: Fundação Perseu Abramo,1998. p. 27.)

As greves organizadas pelos metalúrgicos do ABC paulista, ocorridas há 20 anos, fizeram parte de um conjunto de lutas que visavam por fim às arbitrariedades do regime militar, instituído no Brasil após 1964.

Identifique dois aspectos da ditadura militar, evi-a) denciando as medidas daquele governo, contra a democracia.

Cite duas lutas ou dois movimentos sociais de opo-b) sição à Ditadura.

(UFF) A economia brasileira, em fins da década de 5. 60, apresentou um novo direcionamento analisado de modo ambíguo pelos especialistas: tanto corresponde-ria a uma política distributivista, quanto a uma política econômica altamente concentracionista da riqueza e da renda do país.

Apesar dessa ambiguidade, não se pode negar que, nesse período:

o aspecto concentracionista da economia foi de-a) terminado pela violência da perseguição política movida pelo regime militar aos setores médios urbanos.

o novo direcionamento econômico elevou o nível b) médio salarial da classe operária no Brasil.

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o cunho distributivista da economia brasileira, para c) os que o defendem, teve sua origem no caráter al-tamente democrático de participação no mercado financeiro.

a característica distributivista deveu-se ao aumento d) da renda dos trabalhadores do setor primário da economia.

a economia concentracionista deveu-se à política e) de arrocho salarial seletiva, praticada pelos gover-nos militares.

(PUC-Rio) A música, como produção cultural de ampla 6. circulação entre diversos segmentos sociais, é muitas vezes apropriada por dirigentes governamentais como instrumento de divulgação de valores e ideias do regime vigente. As alternativas abaixo reproduzem trechos de músicas brasileiras. Assinale a alternativa que não apre-senta ideias valorizadas e apropriadas pela propaganda e pela censura política do Governo Médici (1969-1974):

“90 milhões em ação, prá frente Brasil do meu co-a) ração...”.

“Eu te amo, meu Brasil, eu te amo. Meu coração é b) verde, amarelo, branco, azul anil... Ninguém segura a juventude do Brasil”.

“Este é um país que vai prá frente... De uma gente c) alegre e tão contente...”

“Apesar de você, amanhã há de ser outro dia...”d)

“Moro num país tropical, abençoado por Deus e e) bonito por natureza.”

(UFRJ) “7. AO POVO BRASILEIRO

Grupos revolucionários detiveram, hoje, o senhor Burke Elbrick, Embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum ponto do país, onde o mantêm preso. (...)

O Senhor Burke Elbrick representa em nosso país os interesses do imperialismo que, aliados aos grandes patrões, aos grandes fazendeiros e aos grandes banqueiros nacionais, mantêm o regime de opressão e de exploração. São os interesses desses consórcios, de enriquecerem cada vez mais, que criaram e mantêm o arrocho salarial, a estrutura agrária injusta, a repressão institucionalizada. (...)

Nossas duas exigências são: a) a libertação de quinze prisioneiros políticos. São quinze revolucionários entre os milhares que sofrem as torturas nas prisões-quartéis de todo o país, que são espancados, seviciados e que amargam as humilhações impostas pelos militares. (...) b) a publicação e leitura desta mensagem, na íntegra, nos principais jornais, rádios e televisões de todo o país. (...)”

(Manifesto da Ação Libertadora Nacional e do Movimento

Revolucionário 8 de Outubro. Correio da Manhã: 5 set. 1969.)

O sequestro do embaixador norte-americano acabou pegando de surpresa a recém-empossada Junta Militar que, por alguns meses governou o país, criando uma crise política de alcance internacional. De acordo com o texto:

cite uma razão para a ocorrência da luta de guerri-a) lhas após 1964.

explicite as condições políticas que levaram à criação b) de uma Junta Militar para governar o país em 1969.

(UERJ) Um homem de direita, que já foi de esquerda, se 8. une a um homem de esquerda, para fins de direita.

(QUEIRÓS, Raquel de. Nosso Século (1960/1980).

São Paulo: Abril Cultural, 1980.)

A frase acima exemplifica o clima de tensão gerado pelo avanço dos segmentos mais autoritários do exército brasileiro no pós-1964. O avanço dessas ações mais repressivas promoveu “alianças impossíveis” de serem imaginadas antes de 1964, como aquela que uniu o presidente da república deposto, João Goulart, vinculado ao movimento trabalhista, e o primeiro governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, um dos principais líderes do movimento de 1964.

Identifique duas ações dos governos militares que possam explicar essas “alianças impossíveis”.

(UFF) Ao longo dos anos 1960, um dos setores da 9. cultura brasileira que mais resistência ofereceu ao regime militar foi a MPB (Música Popular Brasileira) que expressava, em seus festivais e nas letras das canções, a insatisfação da sociedade diante da censura e da repressão.

A partir da conjuntura aludida, explique o significado da expressão “É proibido proibir” - lema do Tropicalismo, importante movimento musical da época.

(UERJ) 10.

Distribuição de renda pessoal: 1960-1970:

Extrato da população economicamente ativa

Proporção da renda total (%)

1960 1970

Baixa (50%) 17,73 14,91

Média Baixa (30%) 27,92 22,85

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Extrato da população economicamente ativa

Proporção da renda total (%)

1960 1970

Média Alta (15%) 26,66 27,83

Alta (5%) 27,69 34,86

Total (100%) 100,00 100,00

(MENDONÇA, Sônia Regina. Estado e Economia no Brasil:

opções de desenvolvimento. Rio de Janeiro: Graal, 1986.)

Relacionando os dados apresentados no tabela acima à performance da economia brasileira nos anos de 1960 e 1970, podemos verificar a ocorrência de:

crescimento salarial generalizado, em virtude dos a) incentivos oferecidos no período de 1964-1970.

aumento do concentração de renda, decorrente da b) política econômica implementado no período.

melhoria nos condições de vida, por causa do sa-c) neamento econômico empreendido pelos primeiros governos militares.

elevação do poder de compra das camadas popu-d) lares; consequência da política de indexação sala-rial instituída nos governos militares.

(UFRJ) 11.

Chi

co C

aruz

o, J

B,

20 ju

l. 19

79.

Com que roupa?

A charge anterior, do cartunista Chico Caruso, diz respeito às dúvidas do general João Figueiredo no início do seu governo, sobre como deveria conduzir o principal projeto da sua administração: a “abertura política”. O novo presidente tanto poderia vestir a farda militar e acentuar a face dura do regime, por meio de medidas discricionárias, como se compor com trajes civis dando prosseguimento à política de “distensão gradual e segura” desenvolvida pelo governo anterior.

Ao longo do seu governo, João Figueiredo terminou por se utilizar de ambos os trajes: ora fez questão de demonstrar força por meio de medidas repressivas, ora estimulou a aprovação de medidas que favoreceram a liberalização do regime.

Explique duas medidas adotadas pelo presidente João Figueiredo, no âmbito da “abertura política”, que favoreceram a liberalização do regime.

Texto para as questões 12 e 13.

Hen

fil,

“Dir

etas

Já”

.

(RODRIGUES, M. O Brasil da Abertura: de 1974

à Constituinte. São Paulo: Atual, 1980.)

A campanha das Diretas Já, iniciada no final de 1983, 12. tinha como objetivo pressionar os políticos e o governo a aceitarem a emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas para presidente.

Estabeleça a relação entre o resultado das eleições de 1982 para governadores e o início da campanha das Diretas Já.

Cite um desdobramento da campanha das “Diretas Já” que 13. possibilitou a conclusão do processo de abertura política.

(PUC-Rio) São exemplos de práticas centralizadoras 14. e intervencionistas do Estado brasileiro ao longo do século XX:

A criação de associações e sindicatos de trabalha-I. dores urbanos, no início do século.

A atuação do Departamento de Imprensa e Propa-II. ganda na regulamentação dos meios de comunica-ção, durante o Estado Novo.

O crescimento da indústria do entretenimento, nos III. anos cinquenta, através da expansão do rádio, da criação da televisão e da popularização do cinema.

A política econômica de concessão de subsídios às IV. exportações agrícolas como estratégia de sustenta-ção do “Milagre Brasileiro”, no início dos anos 70.

Está(ão) correta(s):

apenas a afirmativa I.a)

as afirmativas I e III.b)

as afirmativas II e IV.c)

as afirmativas II, III e IV.d)

todas as afirmativas.e)

(UFRJ) “Ato Complementar n.º 102 de 1.º de abril 15. de 1977.

O Presidente da República, com fundamento no artigo 182 da Constituição, resolve baixar o seguinte Ato Complementar:

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Art. 19.º Nos termos do artigo 2o e seus parágrafos do Ato Institucional n.o 5, de 13 de dezembro de 1968, fica decretado o recesso do Congresso Nacional.

Art. 2.º O presente Ato Complementar entra em vigor nesta data, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 1.º de abril de 1977, 156o da Independência e 89o da República. Ernesto Geisel”

O fechamento do Congresso Nacional e a edição de um conjunto de medidas conhecidas como “pacote de abril” fizeram parte da estratégia política do Governo do General Ernesto Geisel, denominada “distensão lenta, gradual e segura”, coroada em dezembro de 1978 com a extinção do Ato Institucional n.o 5 (AI-5), embora fossem mantidas “salvaguardas”, como o Estado de Emergência e a Lei de Segurança Nacional. No mesmo período, na África, ocorria a chamada “descolonização tardia”, ou seja, a emancipação das antigas colônias portuguesas.

Analise uma medida do “pacote de abril” no quadro da transição “gradual e segura” do Governo Geisel.

(Fatec)16.

“Vai passar

Nessa avenida um samba popular

Cada paralelepípedo

Da velha cidade

Essa noite vai

Se arrepiar

Ao lembrar

Que aqui passaram sambas imortais

Que sangraram pelos nossos pés

Que aqui sambaram nossos ancestrais.

Num tempo

Página infeliz de nossa história

Passagem desbotada na memória

Das novas gerações

Dormia

A nossa pátria mãe tão distraída

Sem perceber que era subtraída

Em tenebrosas transações.”

Os versos anteriores são de Chico Buarque de Holanda e pertencem à composição “Vai Passar”, lançada no final de 1984. O Brasil estava prestes a virar mais uma página de sua história.

Sobre esse período é correto afirmar:

Apesar da modernização e do crescimento eco-a) nômico acelerados, muitas camadas da população não se beneficiaram com o “milagre econômico.”

As reivindicações sindicais passaram ao patamar b) das exigências políticas, desaguando em uma par-ticipação maciça dos trabalhadores nas Diretas Já.

Mesmo após atribuir a si mesmo poderes excep-c) cionais, os militares brasileiros procuraram legitimar suas atitudes, fazendo referendar parte de suas medidas pelo poder legislativo, ao contrário do ocorrido em outros países latino-americanos.

A ação contra elementos vinculados ao governo d) deposto gerou atos primitivos, tendo sido fechadas entidades estudantis e da sociedade civil.

A extrema direita realizava sequestros e atentados e) com a cumplicidade dos setores governamentais da linha dura, que, percebendo a reação negativa da população a esses atos, atribuíam sua autoria à extrema esquerda.

(Fuvest) “...Meu Brasil...17.

que sonha com a volta do irmão do Henfil

com tanta gente que partiu num rabo de foguete

chora a nossa pátria mãe gentil

choram Marias e Clarices no solo do Brasil...”

Esse trecho de O Bêbado e o Equilibrista, de João Bosco e Aldir Blanc, expressa qual momento político brasileiro? Analise o panorama cultural do período retratado.

(UFBA) Da análise da tabela a seguir e dos conhecimen-18. tos sobre a economia brasileira no período 1960-1976, pode-se concluir:

Comparação da distribuição da renda no Brasil 1960, 1970, 1975

População economicamente

ativa (%)

Participação na renda

1960 1970 1976

50% mais pobres 17,71% 14,91% 11,8%

30% seguintes 27,92% 22,85% 21,2%

15% seguintes 26,66% 27,38% 28%

5% mais ricos 27,69% 34,86% 39%

(01) O bolo da economia nacional cresceu, mas não foi dividido; os ricos ficaram mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.

(02) A tabela indica que, entre 1960 e 1976, a distribuição da renda no Brasil ocorreu de forma mais justa.

(04) Entre os anos 1960 e 1970, o crescimento do mer-cado interno foi visto como fator de correção das distorções registradas na tabela.

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(08) A expansão do sistema de crédito, verificada no Bra-sil, a partir do início dos anos 1970, permitiu à classe média a participação no consumo de bens duráveis ainda que ficasse progressivamente endividada.

(16) Os índices registrados na tabela demonstram que foi possível incentivar o crescimento da indústria de bens de consumo não duráveis, em prejuízo da indústria de produtos de luxo e bens de consumo duráveis.

(32) No início dos anos 1970, a abertura da economia brasileira para o capital estrangeiro possibilitou o controle quase exclusivo dos setores de bens de consumo duráveis pelas empresas multinacionais.

Soma ( )

(Fuvest) 20.

E agora um minuto prá nos-sa programação. Voltaremos

logo após os comerciais...

A caricatura de Glauco, no “Folhetim” de 18/11/79, critica:

os programas televisivos que não eram submetidos a) à censura prévia e favoreciam a inculcação de hábi-tos consumistas nos telespectadores.

a censura dos anos ditatoriais, que obrigava os do-b) nos das redes de televisão a substituírem os pro-gramas normais por comerciais.

a indústria cultural em crescente desenvolvimento, c) na época do autoritarismo, que criava hábitos e va-lores consumistas.

a mediocridade de programas televisivos durante o d) regime militar, submetidos a um sistema de mono-pólio estatal das redes de difusão.

a televisão comercial, como veículo do sistema po-e) lítico implementado na fase da ditadura militar, para divulgar propagandas anticomunistas.

(UFRJ) “a ideologia do desenvolvimento tem neces-19. sariamente de ser um fenômeno de massas. (...) o processo de desenvolvimento é função da consciên-cia das massas. (...) a ideologia do desenvolvimento tem de proceder da consciência das massas.”

(PINTO, Álvaro Vieira. Consciência e Realidade Nacional.

Rio de Janeiro: ISEB, 1960.)

“(...) a revolução modernizadora de 1964 fundamenta toda a sua doutrina estratégica no binômio do desenvolvimento e da segurança, reconhecido desde logo que, em essência, o primeiro é dominante (...) para a nação brasileira (...).”

(GEISEL, E. Discursos. Brasília: Assessoria de Imprensa

da Presidência da República, 1976.)

A ideia de desenvolvimento está presente nos dois textos acima, representativos de dois momentos históricos distintos, os dos governos João Goulart (1961-1964) e Ernesto Geisel (1974-1979), respectivamente. Em ambos, essa ideia refere-se a projetos políticos orientados por concepções bem definidas no que diz respeito aos compromissos sociais desses governos.

Indique uma iniciativa do governo João Goulart a) que evidencie seu projeto de desenvolvimento.

Compare as visões dos projetos de desenvol-b) vimento expressas nos documentos apresen-tados.

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C2.

A3.

B4.

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D6.

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D10.

A11.

D12.

B13.

14.

Mobilização popular em prol da emenda do depu-a) tado Dante de Oliveira pelas eleições direitas.

Era o clamor popular exigindo, pela maioria, a de-b) mocratização plena so país.

A15.

B1.

E2.

3.

O candidato poderá citar:a)

arrocho salarial sobre os operários e trabalha-I. dores de baixa renda;

favorecimento das grandes empresas – sobre-II. tudo as estrangeiras - pelo Estado;

obtenção de empréstimos externos pelo gover-III. no para financiar as multinacionais;

O “milagre brasileiro” trouxe para a classe trabalha-b) dora um brutal achatamento salarial, com o conse-quente encarecimento da cesta básica. Face a esse arrocho, os operários foram obrigados a trabalhar mais de 44 horas semanais, em vários turnos de

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trabalho, de modo a tentar recuperar o poder de compra de seu salário. Desse processo decorreram tanto o aumento do número de acidentes de tra-balho no Brasil (pelo cansaço e má alimentação), quanto o crescimento do trabalho feminino e infan-til como forma de recomposição salarial da família. Faz parte, ainda, desse quadro, o aumento dos ín-dices de subnutrição e mortalidade infantil, no país. Ademais, com o fim da estabilidade instaurada no pós-64, o “milagre brasileiro” consolidou a alta ro-tatividade no sistema de trabalho fabril, com perdas evidentes para o operariado.

4.

A ausência do direito de greve; a aplicação da Lei a) de Segurança Nacional; a tortura e as violações nos direitos humanos; a extinção de partidos políticos e de entidades políticas como a UNE e a UEF.

As manifestações estudantis; a anistia ampla, geral e b) irrestrita a todos exilados e perseguidos pelo regime militar; a formação do Partido dos Trabalhadores.

E5.

D6.

7.

O restabelecimento da democracia no país, contes-a) tando as medidas ditatoriais, sobretudo o AI-5 (Ato Institucional n.° 5) eram motivações para a luta de guerrilhas inspirados no êxito da Revolução Russa.

O afastamento do presidente Costa e Silva por mo-b) tivos de saúde, levam à formação da Junta Militar, formada por reacionárias que não pretendiam en-tregar poderão vice-presidente Pedro Aleixo.

Duas dentre as ações:8.

adiamento das eleições presidenciais marcadas para •1965, sem nova data;

instituição dos IPM e cassações de políticos que •apoiavam o golpe em 1964;

aumento da repressão, provocando divisões no inte- •rior das facções presentes no movimento de 1964;

aumento da repressão ao movimento sindical e a •eliminação dos partidos tradicionais, provocando maior controle sobre os oposicionistas;

controle, de forma mais contundente, por parte das •agências oficiais de informação e repressão, que se constituiu em um poder paralelo dentro do Estado.

O lema “É proibido proibir” denunciava o clima de cen-9. sura e repressão imposto pelo regime militar, acentuava a crítica ao autoritarismo e reivindicava a liberdade. As denúncias eram feitas nas letras das canções, em per-formances teatrais, festivais e shows de vários grupos

e artistas ligados ao movimento. Esse lema também pode ser associado à crítica aos valores conservadores dominantes, à sisudez dos mais velhos, às limitações da criatividade.

B10.

A anistia política iniciada em 1979 favoreceu o retorno 11. de políticos, intelectuais e artistas exilados durante o período de linha dura.

A reformulação partidária acabou com o bipartidarismo (ARENA E MDB), possibilitando o surgimento de novos partidos como o PDS, PMDB, PP, PTB, PDT e PT.

O avanço político da oposição, com o crescimento do 12. PMDB e o destaque da vitória do PDT no Rio de Janeiro, possibilitou maior organização da opinião pública e o amadurecimento da participação popular, levando-a à campanha das Diretas Já.

Um dentre os desdobramentos:13.

articulação política entre conservadores e liberais; •

fundação do PFL; •

eleição de Tancredo Neves; •

fim dos governos militares. •

C14.

Dentre as medidas podemos destacar: a extensão do 15. mandato do último presidente do regime para seis anos, com o intuito de adiar o processo de redemocratização; a manutenção das eleições indiretas para governadores estaduais, o que mantém o limite da representatividade eleitoral da nação que é uma prova de conservadorismo no processo de transição para a democracia; a definição de que um terço das cadeiras do senado seriam direta-mente designadas aos membros da Arena, o que ficou conhecido como “Senador Biônico”, como a Arena era o partido do governo, é mais uma prova que o processo redemocratizador se deu por vias conservadoras, ou seja, de forma gradual e segura.

B16.

Fase de intensa repressão cultural e política que abrange 17. o governo Medici e parte do governo Geisel (1969-1977). Perseguição aos opositores do regime e censura dos meios de comunicação são os principais temas abordados no plano cultural da época.

4118.

19.

A formulação do Plano Trienal, regulamentação do a) Código Brasileiro de Telecomunicações (nacionali-zação dos serviços), criação da Eletrobras, conces-são à Petrobras do monopólio de fornecimento de derivados de petróleo aos órgãos de governo, au-tarquias e estatais, proibição do registro de financia-

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mento estrangeiro para a importação de máquinas e equipamentos que a indústria nacional pudesse fabricar, inauguração Usiminas e Cosipa.

O projeto do governo João Goulart, expressa um b) momento de forte pressão dos mais diversos se-tores da sociedade por reformas, diante das trans-formações que ocorrem no Brasil a partir do go-verno JK.

O projeto do governo Geisel fundamentado no bi-nômio desenvolvimento e segurança, evidencia a estreita ligação entre o regime militar e o capital externo, sobretudo norte-americano.

C20.

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