hipertextualidade - novas arquiteturas noticiosas

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Hipertextualidade: Novas arquiteturas noticiosas Camila Freitas Roseli Honorato Sarah Lima Stéphanie Lisboa

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Page 1: Hipertextualidade - Novas arquiteturas noticiosas

Hipertextualidade:Novas arquiteturas noticiosas

Camila FreitasRoseli Honorato

Sarah LimaStéphanie Lisboa

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1. DO TEXTO AO HIPERTEXTO

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• A origem etmológica da palavra “ texto” é “textum”. Que significa entrelaçamento.

• Na WEB o texto é visto como entrelaçamento.

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Tece a informação por um conjunto de blocos ligados por links, num

hipertexto;

A palavra hipertexto foi usada pela primeira vez por Theodor Nelson, que definiu o conceito como uma escrita

não conceitual,

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Um texto com várias opções de leitura que permite o leitor efetuar

uma escolha;

Esta definição inicial passou a ser atualizadas por vários autores;

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Nelson define também possibilidade usar a hiperligação para ligar dois nós

informativos;

Landow (1995) sublinha esta ideia de fragmentação do texto (atomização) e as diversas possibilidades de leituras oferecidas, podem ameaçar o texto e

transformá-lo num caos;

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Codina (2003) salienta da mesma forma a sequencialidade de um hiperdocumento, mas introduz a necessidade de uma certa

composição interna, embora os elementos que constituem pode não ser

homogêneos.

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Codina (2003) salienta da mesma forma a sequencialidade de um

hiperdocumento, mas introduz a necessidade de uma certa

composição interna, embora os elementos que constituem pode

não ser homogêneos.

Page 9: Hipertextualidade - Novas arquiteturas noticiosas

O bloco informativo textual é o tipo de conteúdo mais

usado para a inserção de hiperligações.

Page 10: Hipertextualidade - Novas arquiteturas noticiosas

A dimensão do texto é um elemento fundamental na

arquitetura noticiosaDevem ser adaptados em cada

meio;O hipertexto é descentralizado

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Uma hiperligação também pode ser chamada de conexão ou link (Lévy,1993) , (Landow, 1992), pode

ser definida como o elemento que permite a ligação entre dois blocos informativos (Codina,

2003) ou ainda como o eixo dos modelos hipermídia (Edo, 2002).

Hiperligações: tipologia.

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No campo do jornalismoDestacam-se duas funções:

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A primeira é documental: as hiperligações funcionam como elementos de contextualização que oferecem por menores do relato através da oferta de informação mais especifica sobre determinado aspecto.

Page 14: Hipertextualidade - Novas arquiteturas noticiosas

A segunda função é narrativa: acontece a libertação do leitor, é

oferecido a ele diferentes percursos de leitura .

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Salverría identifica quatro tipos de hiperligações:

Documental:

Ampliação informativa;Atualização;

Definição

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A hiperligação é embutida quando é grafada em palavras ou em outros elementos icônicos

existentes dentro do bloco informativo.

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A evolução tecnológica permite que autores mais recentes, possam ter uma visão menos preocupada, como Moraes

e Jorge ( 2011) e defina hipertexto como “um modo de organização textual

cuja função é unir sentidos” (p.107). introduzindo assim um papel textual dos blocos informativos de colocar

ordem no caos referido por Landow.

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O bloco informativo tenta situar o leitor no contexto temático e na macroestrutura do documento.

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O conceito de bloco informativo, também conhecidos por nó (Lévy, 1993) ou

lexia (Landow, 1992) aplica-se a todo o tipo de conteúdo, sejam textos, imagens

fixas, imagens em movimento, sons ou infografias.

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2. Técnicas de redação jornalística: o que muda com o hipertexto

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• Pirâmide invertida é a técnica fundamental do jornalismo escrito.

• Técnica que consiste em uma organização dos dados importantes.

• Pode transformar o jornalismo em uma rotina com espaços definidos.

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• Quando a notícia é a mesma para todos, o diferencial vem do profissional jornalista.

• O que atrai o leitor é, principalmente, a abordagem dos fatos e o estilo da escrita.

Page 23: Hipertextualidade - Novas arquiteturas noticiosas

A pirâmide invertida é inadequada para o webjornalismo.

• Porque na web não há limitações espaciais, • O jornalista não precisa cortar informações.

Pode colocar todas que achar interessante ao leitor.

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Algumas dificuldades

• A diversidade do público dificulta na hora de fazer a seleção das informações importantes. É impossível agradar a todos.

• A proximidade perde sentido quando o conteúdo é publicado para o mundo e em várias línguas.

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Vantagens

Possibilidade de separar a informação em blocos informativos ligados através de hiperligações (links) facilitando itinerários de leitura. • Existem dois tipos:– Intratextual ou internos são aqueles que remetem

para lexias dentro do site; – Os intertextuais “intertextual” ou externos linkam

para conteúdos exteriores à página que está sendo acessada.

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• A notícia web é fragmentada em blocos. E isso pode dificultar um pouco a compreensão do conteúdo. Por isso, cada bloco precisa se fazer compreender.

• Sabendo-se que o recurso ao hipertexto pode gerar desorientação.

• Os blocos informativos devem ser dispostos com coerência para facilitar a compreensão deste bloco e sua relação com os anteriores.

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Exemplo

Segundo o autor a hipertextualidade “é a possibilidade de separar a informação em blocos informativos ligados através de hiperligações que abre uma diversidade de itinerários de leitura tão

vasta quanto o número de arranjos e combinações possíveis”.

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• Um exemplo é a matéria “Professores e polícia entram em confronto durante votação na Alep”, do Portal de notícias G1.

http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2015/04/professores-entram-em-confronto-com-pm-durante-votacao-na-alep.html

Exemplo

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3. Arquitetura da notícia na Web: propostas

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Tipos de leitores da Web:

1. Os que procuram uma informação específica;

2. Os que estão navegando em uma notícia, mas precisam

ser guiados;

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Modelo de Carole Rich

• Contextualização;

• Conjunto de opções informativas;

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Modelo de Mario Garcia

• Semelhante a imprensa escrita;

• “Copo de Champanhe”;

• Texto único: informação é limitada por blocos de 21 linhas (dimensão

ecrã);

• Organização pirâmide invertida;

• A informação deve atrair o leitor para avançar para o próximo bloco

informativo;

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Modelo de Ramón Salaverría:

• Harmonia entre os blocos de texto e as hiperligações;

• O leitor não tem opção de criar seu roteiro de leitura;

• A estrutura noticiosa se adapta de acordo com as características da notícia;

• Tipos de ligação entre os blocos:

Arbóreas: cada bloco está ligado a outro (vários sucessivamente);

Paralela: um bloco dá origem a várias estruturas lineares (único caminho de leitura);

Reticulares: existem múltiplas ligações entre os blocos e liberdade de navegação;

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Arbóreas

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Paralela

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Reticulares

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Modelo de João Canavilhas:

• A organização característica dos meios tradicionais( o jornalista hierarquiza as informações) não é semelhante a maneira como o leitor na web vai organizar sua leitura;

• Notícia é organizada por níveis de informação (diferentes percursos);

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Modelo de João Canavilhas

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Modelo de Paul Bradshaw:

Parte da forma mais simples para o nível de contexto máximo (personalização);

1. Versão curta(alerta);

2. Desenvolvimento e distribuição para o blog da publicação (draft –rascunho);

3. Informação fundamental sobre o tema (article – artigo);

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Modelo Black’s Wheel (Martinez e Ferreira, 2010)

• Elemento central (eixo) e os elementos secundários(raios) ligados por linhas que mostram a hierarquia da notícia;

• Cada elemento narrativo é auto explicativo, mas quando é inserido no contexto narrativo ganha uma melhor compreensão;

• Bloco informativo seja autónomo (ponto de entrada);

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Arquitetura da notícia na Web: propostas

Modelo Black’s Wheel (Martinez e Ferreira, 2010)

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4. Técnicas de Redação hipertextual

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QUESTÃO BÁSICA

• As técnicas de redação hipertextual tem como objetivo principal organizar a informação disponível dentro do espaço, ou do tempo, atribuídos à notícia em causa.

• Isso faz com que as prioridades dos jornalistas sejam diferentes de meio para meio.

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JORNALISTA IMPRENSA ESCRITAX

JORNALISTA DA WEB

• Suas preocupações no momento de redigir o texto são diferentes:

O jornalista da imprensa escrita preocupa-se necessariamente com a seleção da informação, pois sabe que lhe está atribuído um determinado espaço no jornal. O jornalista que trabalha para uma edição Web não tem limitações espaciais, e por isso concentra-se na estrutura da notícia, procurando encontrar a melhor maneira de oferecer toda a informação disponível de uma forma apelativa. (CANAVILHAS, 2014, p.17)

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Técnica da Pirâmide Invertida(Jornal Impresso)

• Os factos mais importantes aparecemno início, os menos importantes no final da notícia, e uma parte significativa da informação acaba mesmo por não ser utilizada.

• O critério utilizado pelo jornalista é a “importância” da informação para a linha editorial ou para a imagem que o autor tem do seu público.

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WEB

• Nesse caso a disponibilidade espacial é infinita e o público é global;

• A importância nessa situação é variável;

• A notícia veiculada na Web tem blocosligados por hiperligações.

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BLOCOS INFORMATIVOS

[...]entende-se uma unidade informativa autónoma, independentemente de ser composta por texto, vídeo, som ou qualquer tipo de imagem. Neste campo, as variáveis estão relacionadas com a quantidade de informação do bloco. (CANAVILHAS, 2014, p.18)

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O EQUILÍBRIO

• No caso dos texto, os blocos não devem ser excessivamente longos, pois o leitor não gosta de ler textos extensos;

• Caso o texto seja longo demais a tendência é que o leitor faça uma leitura diagonal, pulando trechos e captando apenas o que considera mais relevante;

• Exemplo:Para layouts com três colunas de informação, o valor dereferência por bloco seriam cerca de mil caracteres.

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CONSEQUÊNCIA

Um bloco informativo com muita informação pode demorar bastante tempo a carregar devido a limitações no dispositivo de acesso à Internet, o que pode levar o leitor a desistir.

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O QUE FAZER ENTÃO?

• Para não “perder” a atenção do público leitor é preciso então : “say it quick, say it well”, ou seja , “dizer rápido, falando bem”;

• Essa, segundo o autor, é cada vez mais uma regra na produção de conteúdos para a Web;

• Os conteúdos devem ser comprimidos e reduzidos(tamanho e tempo) para dimensões que permitam um bom acesso mesmo com ligações de baixa velocidade.

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O LABIRINTO

• O jornalismo na Web enfrenta dificuldades não só para simplificar o texto para seu leitor, mas também no momento da construção de uma arquitetura noticiosa que consiga guiar o internauta;

• Em comparação com os outros meios, esse leitor vai precisar utilizar competência ligadas ao campo da interatividade;

Para mudar de folha, (jornais e revistas, ou de canal da rádio e da televisão), basta um gesto simples e universal. No caso do online existe um conjunto de regras que se vai estabilizando, como o facto de uma palavra sublinhada indicar uma hiperligação, mas tudo o resto é variado e está longe de estabilizar devido à constante evolução do meio. Sem regras, o leitor pode sentir-se num labirinto onde caminha livremente, mas sem saber se está no caminho certo. (CANAVILHAS, 2014, p.19)

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AS REGRAS

• Segundo o autor é importante estabelecer algumas regras (gramática hipertextual), para apoiar o leitor no consumo da informação. São elas:

1ªREGRANielsen & Morkes (1997) recomendam que as hiperligações tenham uma distribuição homogénea ao longo do texto porque funcionam como âncoras ao impedir o leitor de fazer a chamada “leitura na diagonal”, saltando linhas de texto. (CANAVILHAS, 2014, p.19)

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AS REGRAS 2ªREGRAA segunda regra assinala que é vantajoso indicar ao leitor o tipo de bloco informativo para o qual se direciona a hiperligação. O facto desse bloco ser outro texto, uma foto, um vídeo, um som ou uma infografia, representa diferentes estímulos para o leitor, que poderá desistir de seguir a hiperligação, simplesmente porque não lhe interessa esse tipo de conteúdos ou porque a velocidade da ligação o impede de aceder a um vídeo. (CANAVILHAS, 2014, p.20)

3ª REGRAA terceira regra relaciona-se com a colocação da hiperligação nas frases. Os leitores tendem a clicar nas hiperligações no preciso momento da sua leitura. Isso significa que uma hiperligação colocada no início de uma frase pode significar uma saída para outro bloco informativo sem que o leitor tenha lido o parágrafo onde se encontrava e, por isso, sem ter captado a mensagem que se pretendia transmitir. (CANAVILHAS, 2014, p.20)

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AS REGRAS 4ª REGRAUma quarta regra está relacionada com a relação entre a palavra onde se coloca a hiperligação e a natureza mediática do bloco informativo de destino. A inexistência de um ícone ou de uma etiqueta que assinale o tipo de bloco de destino não deve impedir o leitor de saber que tipo de conteúdo está associado à hiperligação. Assim, o estabelecimento de pares “tipo de conteúdo-palavra a hiperligar” pode ajudar o leitor a optar por clicar na hiperligação. (CANAVILHAS, 2014, p.20)