hiperatividade na escola: o que fazer? · mulheres corajosas, fortes e guerreiras, fonte...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM PEDAGOGIA DRIELE FERNANDA VAZ PEREIRA MICHELI BERNARDINO DIAS KAWAICHI HIPERATIVIDADE NA ESCOLA: O QUE FAZER? LINS 2010

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM

PEDAGOGIA

DRIELE FERNANDA VAZ PEREIRA

MICHELI BERNARDINO DIAS KAWAICHI

HIPERATIVIDADE NA ESCOLA: O QUE FAZER?

LINS2010

1

DRIELE FERNANDA VAZ PEREIRA

MICHELI BERNARDINO DIAS KAWAICHI

HIPERATIVIDADE NA ESCOLA: O QUE FAZER?

Trabalho de conclusão de cursoapresentado à Banca Examinadora doCentro Universitário Católico SalesianoAuxilium, como requisito parcial paraobtenção do titulo de Graduação emPedagogia. Sob a orientação da ProfªMs Fátima Eliana Frigatto Bozzo.

LINS2010

2

DRIELE FERNANDA VAZ PEREIRA

MICHELI BERNARDINO DIAS KAWAICHI

HIPERATIVIDADE NA ESCOLA: O QUE FAZER?

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação

do curso de Pedagogia.

Aprovado em ________/________/________

Banca Examinadora:

Orientador: Profª M. Sc. Fátima Eliana Frigatto Bozzo

Assinatura: ___________________________________

Profª M. Sc. Mariana Rosa Cavalli Domingues

Assinatura: ___________________________________

Profª M. Sc. Marcos José Ardenghi

Assinatura: ___________________________________

3

DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso

a duas pessoas importantes,

pois sem elas não conseguiria um resultado positivo.

A meu esposo Paulo e

à professora e orientadora Fátima Eliana.

Driele Fernanda Vaz Pereira

Venho por meio deste,

dedicar com carinho e afeição, a conclusão deste trabalho

ao meu esposo Hugo e

à meu filho Bruce

que estiveram juntos comigo nesta nova etapa da minha vida,

me ajudando e colaboram em tudo que precisei.

Dedico principalmente à professora e orientadora Fátima.

Micheli Bernardino Dias Kawaichi

Nosso Muitíssimo Obrigada!

4

AGRADECIMENTO

Primeiramente a DEUS, que foi meu maior porto seguro.

Com a ajuda Dele eu tive forças para chegar ao final dessa pequena jornada.

Jesus me deu a coragem que eu precisava para ir além dos meus limites

nestes quatro anos dedicados à Pedagogia e não me deixou faltar forças para

ir até o final e quebrar as barreiras.

Ao me esposo Paulo, pessoa muito especial na minha vida que me deu força

e não deixou desanimar, estando no meu lado em todos os momentos sendo

bons ou ruins tendo muita paciência comigo.

Obrigada por fazer parte dessa etapa tão importante na minha vida.

A Minha mãe Maria Elena e meu Pai Valter pelo apoio.

As minhas irmãs Cristina, Claudia e Fabiane.

Todos vocês durante todos esses anos foram pra mim um grande exemplo de

força, de coragem, perseverança e energia infinita para nunca desistir diante do

primeiro obstáculo encontrado

Vocês são e sempre serão meu maior porto seguro aqui embaixo, meu maior

exemplo de vitória, meus heróis e simplesmente aqueles que mais amo.

Obrigada por estarem sempre comigo. Obrigada simplesmente por

participarem comigo durante essa caminhada, me ajudando a construir os

alicerces de um futuro que começa agora, após quatro anos dedicados a uma

paixão que surgiu na infância.

Vocês me ensinaram direta e indiretamente lições pra toda uma vida.

Às Professoras Fátima e Elaine que estavam sempre do meu lado mostrando

que sou capaz. Quero ser só um pouquinho de vocês na minha profissão e

tenho certeza que serei uma ótima professora. Mulheres corajosas, fortes e

guerreiras, fonte inesgotável de amor, carinho e incentivo.

Muito obrigada!! Eternamente grata a todos

Driele Fernanda Vaz Pereira

5

AGRADECIMENTO

Venho por meio de este trabalho agradecer primeiramente a Deus, que esta

sempre em minha frente nas decisões a serem tomadas.

Agradeço também a minha amiga Driele, que ao meu lado lutou para terminar

este importante trabalho, que servirá como base para futuras pesquisas.

Não podendo esquecer da Professora Orientadora e amiga Fátima, que com

sua paciência e sabedoria soube nos ensinar não só em conteúdos, mas sim

em lições de vida, muitas vezes até psicóloga em nossas vidas.

Sou eternamente grata a essa grande mulher.

Agradeço aos familiares e amigos, por muitas vezes me ajudaram

indiretamente e aos que auxiliaram diretamente neste trabalho.

Não citarei nomes, pois foram muitos.

Cito uma pessoa muito especial ,que é minha avó Jorgina, quem me criou

com ajuda do meu avô, em memória, que contribuíram para minha formação

de caráter, tornando-me o que atualmente sou.

Muito Obrigada por vocês fazerem parte da minha vida!!!

Micheli Bernardino Dias Kawaichi

6

EPÍGRAFE

Como dizia Antoine Saint Exupéry em sua obra prima “O Pequeno Príncipe”:

“Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que fez a tua rosa

tão importante”.

7

RESUMO

Este projeto trata-se das dificuldades que as crianças hiperativas enfrentamtanto na escola como em outros ambientes de sua vida. Este transtorno dodéficit de atenção/hiperatividade (TDAH) afeta o cotidiano de milhões debrasileiros, adultos e crianças na maioria das vezes meninos. O grandeproblema enfrentado pelos professores é a falta de informação e vontade de seinterar com esse déficit. Os pais punem muito sem saber o que realmenteacontece. A criança fica isolada porque não sabe e não admite perder emnenhuma brincadeira e jogos. Aborda os sintomas do TDAH e fornece algumasorientações para quem lida com essas crianças como pais, família eprofessores. O TDAH é um problema para a vida toda, mas com tratamento ecom a ajuda de todos que estão a sua volta, fica mais simples. Hoje em dia setem vários tipos de tratamento como o Fitoterápico, Homeopatia e algunsestimulantes como a Ritalina. Outros tratamentos com redução de açúcar ecafeína também ajuda muito. Os objetivos da pesquisa foram para analisar eidentificar a melhor maneira de alfabetizar e lidar com crianças hiperativas daprimeira serie do ciclo I do Ensino Fundamental; conhecer as característicasdessas crianças; observar como os professores agem com as criançashiperativas de 6 a 7 anos; verificar o acompanhamento dos pais das criançashiperativas mediante as dificuldades enfrentadas para alfabetização de seusfilhos; observar quais os métodos de tratamentos mais utilizados e qual delestem eficácia. A pesquisa de campo utilizada foram questionários paraprofessores e sua análise de dados qualitativa. Este trabalho mostrou arealidade nas salas de aula, podendo perceber que alguns professoresconhecem este transtorno de déficit de atenção, mas outros são leigos noassunto e não sabem lidar com o déficit e também não mudam seu método deaula se tem alunos hiperativos. Pode-se concluir que o tema é bem extenso enovo, alguns professores e pais não aceitam este transtorno o que dificulta otratamento e causa problemas na aprendizagem, na vida e no convívio socialda criança hiperativa.

Palavras chaves: Hiperatividade. Transtorno. Educação. Problemas.

8

ABSTRACT

This project outlines the difficulties faced by hyperactive children mainly atschool, but also in other environments. Hyperactivity and attention deficitdisorder (TDAH) affects the daly life of millions of brazilians: adults and children,mostly boys. The big trouble faced by teachers is the lack of information- or willto search for it-about this disorder. Parents punish their children without havingan idea about what is really happening. Child ends up isolated, because(s) hedoes not know how to losing any game-neither accepts it. This project pointsTDAH symptoms, offering some orientations to whom deals with these children-parents, family and teachers. TDAH is a life lasting trouble, but it gets easierwith treatment- and the help of everyone around. Nowadays, there are severalkinds of treatment, like: phitoterapy, homeopaty and some stimulants, asRitalina. Other treatments like reducing sugar and caffeine also helps a lot. Theresearch aims analyze and identify the best way of teach and deal withhyperactive children from the first series of Education, building knowledge abouttheir characteristics, observing how teachers deal with them-mainly those whoare 6 or7 years old, verifying also how parents monitor their learning process,showing which treatment methods are common, and which are really affective.As field research, there were proposed questions to teachers, which wereanalyzed, generating qualitative data. This work show what really happensinside classrooms, and allowing us to note that some teachers knows thisdisease, but there a lot who don’t and, therefore, are not able to deal with it,neither to change their teaching methods to fit hyperactive children. We mayconclude that this field is wide and new, and that some teachers and parentsdon’t accept this disease, what difficult child hyperactive treatment, causingtroubles in their learning life and social relationships.

Keywords: Hyperactivity. Disorder. Education. Problems.

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Hemisfério do Cérebro.....................................................................18

Figura 2 – Criança Hiperativa ........................................................................... 22

Figura 3 – Criança Hiperativa na Escola........................................................... 23

Figura 4 – Criança Hiperativa ........................................................................... 26

Figura 5 – Criança com TDAH.......................................................................... 29

Figura 6 – Criança Colorida .............................................................................. 30

Figura 7 – Criança presa ao Ritalina ................................................................ 34

Figura 8 – Você sabe o que é hiperatividade?.................................................. 37

Figura 9 – Como você trabalha com crianças hiperativas? .............................. 38

Figura 10 – Você procura dar atividades diferentes para crianças hiperativas.38

Figura 11 – As crianças que são hiperativas tem acompanhamento médico? .39

Figura 12 – As crianças hiperativas usam algum tipo de medicamento? .........39

Figura 13 – Qual o melhor método utilizado para prender atenção de criançashiperativas em sua sala de aula? .....................................................................40

Figura 14 – Os pais das crianças hiperativas colaboram com o ensinoaprendizagem de seus filhos? .......................................................................... 41

Figura 15 – Além de muito agitado, qual outros problemas que a criançahiperativa demonstra? ...................................................................................... 41

Figura 16 – Quais características das crianças hiperativas na sua sala de aula?.......................................................................................................................... 42

Figura 17 – Você acha que quando a criança é medicada ela muda ocomportamento em sala de aula? Por que? ..................................................... 42

Figura 18 – Criança Agitada ............................................................................. 54

Figura 19 – Criança esperta ............................................................................. 58

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Pergunta Nº 01 Você sabe o que é hiperatividade?........................ 51

Tabela 2 – Pergunta Nº 02 Como você trabalha com criança hiperativa?........ 51

Tabela 3 – Pergunta Nº 03 Você Procura dar atividades diferenciadas pracrianças hiperativas? ........................................................................................ 51

Tabela 4 – Pergunta Nº 04 As crianças que são hiperativas tem algumacompanhamento médico?............................................................................... 51

Tabela 5 – Pergunta Nº 05 As crianças hiperativas usam algum tipo demedicamento? Qual?........................................................................................ 52

Tabela 6 – Pergunta Nº 06 Qual é o melhor método utilizado para prender aatenção de crianças hiperativas em sua sala de aula? ....................................52

Tabela 7 – Pergunta Nº 07 Os pais das crianças hiperativas colaboram naajuda do ensino e aprendizagens das crianças como? ....................................52

Tabela 8 – Pergunta Nº 08 Além de muito agitado qual outro problema que acriança hiperativa demostra?............................................................................ 52

Tabela 9 – Pergunta Nº 09 Quais as principais características da criançahiperativa se sua sala de aula? ........................................................................52

Tabela 10 – Pergunta Nº 10 Você acha que quando a criança é medicada, elamuda o comportamento em sala de aula? Por quê? ........................................52

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Hábitos da família do portador de TDAH ......................................30

11

LISTA DE SIGLAS

TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

12

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................13

CAPÍTULO I – O QUE É HIPERATIVIDADE E QUAIS SÃO SUAS CAUSAS 16

CAPÍTULO II – HIPERATIVIDADE NA IDADE ESCOLAR.............................. 21

CAPÍTULO III – APRENDA A OBSERVAR O COMPORTAMENTO DE SEUFILHO............................................................................................................... 27

CAPÍTULO IV – TRATAMENTO ......................................................................32

CAPÍTULO V – PESQUISA.............................................................................. 36

CONCLUSÃO...................................................................................................44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 45

GLOSSÁRIO ....................................................................................................47

APÊNDICES.....................................................................................................48

ANEXO............................................................................................................. 53

13

INTRODUÇÃO

O assunto que será abordado nessa pesquisa é o Transtorno de Déficit

Atenção/Hiperatividade (TDAH) é muito complexo, visto que “a criança

hiperativa representa um enorme desafio para pais e professores [...]”.

(GOLDESTEIN, 1998, p.19).

As causas podem ser diversas como: a hereditariedade, lesões

cerebrais, problemas no parto e intoxicação por chumbo. Mesmo com

pesquisas realizadas não se tem certeza de como ela aparece.

A hiperatividade é um assunto novo abordado no século XX, um tema

longo e extenso, embora haja muitas crianças com este transtorno. As crianças

só podem ser diagnosticas no 2º ano do ensino fundamental, mais ou menos

entre seis e sete anos onde as crianças começam a ser alfabetizadas.

Mesmo as crianças hiperativas, conseguem obter o resultado escolar

satisfatório quando é feito algum tipo de tratamento. É preciso a ajuda dos pais,

professores e médicos, para que trabalhem em equipe obtendo um melhor

resultado.

É mais comum hiperatividade em meninos do que em meninas. Os

professores precisam estar dispostos a ajudar essas crianças porque precisam

de uma atenção maior com atividades diferentes e mudança na sala de aula.

Quando as crianças atingem o objetivo esperado pela professora, devem

receber estímulos específicos.

Esta pesquisa vem esclarecer as dúvidas, a respeito da alfabetização de

crianças que apresentam hiperatividade, compreendendo as dificuldades e

distinguindo a melhor maneira para alfabetização. Algumas crianças são

rotuladas hiperativas, antes de qualquer diagnóstico, sendo muitas vezes

birrentas, malcriadas e tagarelas.

Os objetivos da pesquisa são para analisar e identificar a melhor

maneira de alfabetizar e lidar com crianças hiperativas da primeira serie do

ciclo I do Ensino Fundamental; conhecer as características dessas crianças;

observar como os professores agem com as crianças hiperativas de 6 a 7

anos; verificar o acompanhamento dos pais das crianças hiperativas mediante

14

as dificuldades enfrentadas para alfabetização de seus filhos; observar quais

os métodos de tratamentos mais utilizados e qual deles tem eficácia.

A agitação pode ser resultado de problemas comportamentais,

mudanças repentinas de vida, como divórcio e crise financeira na família ou

ainda a agitação exacerbada pode ser manifestação de outras doenças graves,

cujos sintomas são semelhantes aos da hiperatividade como o autismo e até a

depressão infantil.

De acordo com Muszkat (2010, p. 1), o diagnóstico correto só é

conseguido após criterioso exame clínico, que comprove a hiperatividade. E

erros diagnósticos frequentes, ocasionam um resultado desastroso.

Para a hiperatividade é ideal que se faça vários diagnósticos com

especialistas como: neurologista, terapeutas ocupacionais, psicólogos,

psiquiatras e psicopedagogos, visto que o professor não pode diagnosticar a

hiperatividade, mas pode fazer um levantamento dos problemas que o aluno

apresenta em sala de aula, realizando relatórios para o profissional adequado.

Muitos profissionais, como professores têm manias de taxarem muitas

crianças como hiperativas sem exames específicos e isso é prejudicial.

Depois de diagnosticado a hiperatividade a criança deve seguir o

tratamento para melhorias, com acompanhamento dos profissionais.

Embora a hiperatividade não tenha cura, ela pode ser controlada com

tratamento psicoterápico, prática de atividades físicas e nos casos mais graves,

medicamentos estimulantes ou antidepressivos.

Este trabalho vem proporcionar um novo olhar sobre este déficit de

atenção a hiperatividade, principalmente para pais e professores.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo

com professores do 2º ano do ensino fundamental e análise qualitativa dos

dados coletados.

O capítulo I “O que é hiperatividade e quais são suas causas” fala sobre

a hiperatividade e quais são suas causas retratando cada tipo de hiperativo.

O capítulo II “Hiperatividade na idade escolar” retrata a hiperatividade

escolar, nas dificuldades que as crianças e seus pais enfrentam nesta etapa.

O capítulo III “Os pais e a hiperatividade” mostra as dificuldades que os

pais enfrentam em casa e como os pais devem tratar este déficit.

15

O capítulo IV “Tratamento” apresenta de alguns tratamentos com

remédios e fototerápicos e outros meios para a melhora do hiperativo

O capítulo V “Pesquisa” mostra os resultados da pesquisa com dez

professoras da Escola Estadual Professora Maria Aparecida Coimbra e seus

resultados.

Na conclusão a pesquisa mostra que os professores ainda apresentam

grandes dificuldades em entender e trabalhar com alunos que tem

hiperatividade.

16

CAPÍTULO I

O QUE É HIPERATIVIDADE E QUAIS

SÃO SUAS CAUSAS

"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes

de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras

gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores,

descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que

estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que

a elas se propõe."

Jean Piaget

17

No século XX, a hiperatividade foi chamada de disfunção cerebral

mínima, passando posteriormente a ser chamada de hipercinesia, ou

hipercinese. Logo a seguir, hiperatividade, nome que ficou mais conhecido e

perdurou por mais tempo. Em 1987 passou a ser chamado de Transtorno de

Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH).

TDAH é um dos distúrbios neuro-comportamentais mais freqüentes

diagnosticado na infância, afetando crianças desde a primeira infância,

passando pelo período escolar e chegando a vida adulta. (GOLDSTEIN;

GOLDSTEIN, 2006)

Este distúrbio está sendo diagnosticado mais freqüentemente hoje do

que há décadas atrás.

Há dias em que alguns alunos parecem estar a mil por hora e nadaprende a atenção deles. Isso não significa que sejam hiperativos .Oproblema pode ter raízes na própria aula- atividades que exijamconcentração muito superior a faixa etária, proposta abaixo ou muitoacima do nível cognitivo da turma e ambientes desorganizados e quefavorecem a dispersão. (BIBIANO, 2010, p. 80)

Embora muitos pais de crianças “elétricas” perguntam aos médicos

sobre hiperatividade, ela não é problema comum, apenas 3,0% das crianças

são realmente diagnosticadas com o TDAH. A Hiperatividade é dez vezes mais

comum nos meninos do que em meninas.

As causas exatas da hiperatividade são desconhecidas. Médicos dizem

que pode ser resultado de fatores genéticos, desequilíbrio químico, lesão,

doença na hora do parto, exposição ao chumbo, hereditariedade, defeito no

cérebro ou sistema nervoso central, resultando no mau funcionamento do

mecanismo responsável pelo controle das capacidades de atenção e filtragem

de estímulos externos.

Rohde e Benczick (1999, p.49) descrevem que o “exame neurológico

evolutivo, realizado por neurologista de crianças pode indicar dados que

fortalecem o diagnóstico baseado na pesquisa de sintomas”.

O TDAH tem alterações no cérebro nas áreas do hemisfério direito do

cérebro, no córtex pré frontal.

18

Fonte: Http://www.google.com.br/imagesFigura 1 – Hemisfério do Cérebro

De acordo com Goldstein, Goldstein (2003, p.65): “Fatores ambientais

(como lesões cerebrais, epilepsia, certos medicamentos, regime alimentar,

intoxicação por chumbo) hereditariedade foram relacionados a hiperatividade”.

Algumas pesquisas de mapeamento cerebral mostram que os

portadores de TDAH têm um desenvolvimento das áreas que correspondam a

cognição preservadas.

Segundo Barkley (2008), esta baixa reflete, muito provavelmente, os

problemas secundários impostos pela condição de TDAH e não propriamente o

comprometimento da inteligência.

As características do TDAH aparecem bem cedo para a maioria das

pessoas, logo na primeira infância. O distúrbio é caracterizado por

comportamentos crônicos de no mínimo seis meses, que se instalam

definitivamente antes dos sete anos.

Existem vários tipos de questionários e entrevistas que acusam a

hiperatividade e faz-se necessário passar por especialistas como psicólogos,

psicopedagogos, neurologista para que juntos cheguem a um resultado final.

Os professores não podem fazer diagnósticos desse tipo.

19

As crianças com TDAH apresentam problemas na área de saúde mental,

como os de comportamento, ansiedade e depressão.

[...] os médicos chamam isso de comorbidade é a ocorrência emconjunto de dois ou mais problemas de saúde mental . Porexemplo, cerca de 50% das crianças e adolescentes com TDAHtambém apresentam problemas de comportamento ,comoagressividade,mentiras roubo,comportamento de oposição ou dedesfio as regras e aos pedidos dos adultos (RHODE; BENCZIK,1999, p. 46)

O comportamento hiperativo nasce de três alterações. O distúrbio é

caracterizado por comportamentos crônicos que se iniciam aos seis meses e

se instalam definitivamente ate os sete anos de idade.

Como diz Amorim (2010, p. 1), existem diversos tipos de TDAH:

TIPO DESATENTO: Não enxerga detalhes ou faz erros porfalta de cuidado, tem dificuldade em manter a atenção, parece nãoouvir, sente dificuldade em seguir instruções, tem dificuldade naorganização, não gosta de tarefas que exigem um esforço mentalprolongado, frequentemente perde os objetos necessários para umaatividade, distrai-se com facilidade e tem esquecimento nasatividades diárias. HIPERATIVO- IMPULSIVO: Inquietação mexendo as mãos eos pés ou se remexendo na cadeira, dificuldade em permanecersentado, corre sem sentido ou sobe nas coisas excessivamente,sente dificuldade de engajar em uma atividade silenciosa, fala semparar, responde as perguntas antes mesmo de serem terminadas,agem a 200 por hora, não consegue esperar sua vez e interrompeconstantemente. COMBINADO: Este tipo é caracterizado pelos dois tipos juntoso desatento e o impulsivo. Lembrando que esses tipos de hiperativossó são diagnosticados quando tem mais de seis sintomas.

Crianças que apresentam essa síndrome distraem–se com qualquer

barulho, até uma borboleta a faz ficar no mundo da lua. Em jogos e

brincadeiras não se preocupam com as regras e acabam brigando muito com

outras crianças, por não estar de acordo com as regras das brincadeiras. É

muito comum que esses alunos fiquem dispersos, excluído por professores e

mesmo dos coleguinhas de sala.

Não é difícil lidar com crianças hiperativas contando com regras e força

de vontade das pessoas que os rodeiam, principalmente a família e os

professores.

Todos têm que trabalhar em equipe. Os pais precisam aceitar este déficit

e fazer seus filhos viverem bem, levando-os a especialistas, medicando caso

20

necessário e acompanhando a suas vidas, elogiando-os quando apresentarem

progressos.

Conforme Barkley (2008, p.218) ”seu filho pode ter de enfrentar

insucesso acadêmico, isolamento social, depressão, baixa auto-estima e

também se envolver em diversos conflitos com outros membros da

família”, por isso o diálogo é uma forma muito importante entre a família,

professores, médicos e as crianças hiperativas para que assim sejam evitados

graves problemas.

Crianças hiperativas são normais, apenas são mais ágeis que as outras.

Isso, muitas vezes, as pessoas não entendem e os professores precisam saber

mais sobre o TDAH, pois muitas dessas crianças estão em sala de aula e

esses não sabem lidar com o problema encontrado.

21

CAPITULO II

HIPERATIVIDADE NA IDADE ESCOLAR

“De todos os presentes da natureza para a raça humana, o que é

mais doce para o homem do que as crianças?”

(Ernest Hemingway)

22

Muitas crianças no dia de hoje sofrem com o TDAH e na escola é o pior

processo que ela pode passar, sejam escolas publicas ou particulares, sempre

há preconceito, tanto da parte dos docentes como dos discentes, pois acabam

desfazendo dessas crianças por serem elétricas e muitas vezes as deixando

de lado.

Crianças com TDAH são crianças como todas as outras e percebem

quando estão sendo rejeitadas, elas precisam de uma atenção maior, por parte

muitas vezes do professor.

Segundo Mattos (2008, p.109), para lidar com uma criança TDAH, antes

de qualquer coisa, o professor precisa conhecer o transtorno e saber

diferencia-lo de má educação, indolência ou preguiça.

Fonte: http://www.google.com.br/images?Figura 2- Criança Hiperativa

Distingui-se uma criança TDAH pelo grau de agitação, porque todas as

crianças de seis anos que já estão na escola são elétricas, correm para lá e

para cá. Como a hiperatividade é mais intensa, e a criança não consegue,

mesmo que queira, se manter concentrada, não consegue prestar atenção e

nem terminar atividades longas; embora com o tratamento e o uso de remédios

ela consegue ter uma vida normal e tirar notas boas.

Como visto, a criança toda é em tudo mais intensa, quando emcomparação com as outras. Ela é mais colorida, mesmo que vestidaem discretos tons pasteis, já que dificilmente passa despercebida. Umaspecto distintivo entre crianças TDAs e não TDAs é que o sintoma de

23

comportamento independem de problemas emocionais, ambientais esociais. (SILVA, 2009, p. 271)

Fonte: http://www.google.com.br/imagesFigura 3 – Criança Hiperativa na Escola

Muitas crianças causam uma falsa impressão no TDAH, demonstrando

estar distante e não prestar atenção em nada que professor diz, mas inúmeras

vezes estas crianças estão passando por dificuldades em casa que contribuem

para deflagrar ou intensificar estes comportamentos agitados ou falta de

atenção. O professor pode investigar para ter certeza do que seu aluno esta

passando, pois muitas vezes eles esta sofrendo maus tratos.

O professor precisa fazer algumas análises, estudo de caso desse

aluno, para saber o que ele consegue fazer e o que não consegue; tentando

saber um pouquinho mais sobre a vida dele. No primeiro momento o professor

deve se mostrar amigo, passando confiança tentado tirar algo da mesma.

O professor deve chamar os pais para expor as dificuldades e ver como

essa criança age em casa, se for do mesmo jeito e a criança não tiver

problemas em casa o professor junto com os pais deve intervir para

procurarem especialistas como: neurologistas, terapeutas ocupacionais e

psicólogos. Todos juntos devem ser uma equipe em busca da melhor condição

de vida para essa criança depois de concluído que realmente ele é hiperativo.

A necessidade de mudança de atitude, conceitos e estratégia do

educador em sala de aula, é imprescindível para valorização do aluno, em

especial aquele diagnosticado com o TDAH.

24

Como diz Mattos (2008, p. 13): “[...] esse educador deve possuir uma

noção clara do seu papel político como formador de cidadãos sujeito do seu

processo de aprendizagem [...]”

O diálogo é extremamente importante, se o professor conseguir

participar de reuniões com os pais e médicos, mas caso não consigam os

professores podem se ajudar com intermédio das famílias ou mesmo que o

médico envie relatórios periódicos para que o professor saiba do andamento do

tratamento e para ele saber também como pode ser mais útil na vida de seu

aluno.

Quando a criança hiperativa está em casa, os pais conseguem controlar

melhor o comportamento do filho, pois com menos crianças ao redor não

necessitam estar chamando muito atenção.

Há muitos casos que só se descobre que são hiperativos quando a

criança realmente entra na escola, e os pais começam a receber reclamações.

É neste momento que eles próprios, começam a perceber que as crianças da

mesma idade, mesmo enérgicas não são agitadas tanto quanto seus filhos.

Surgem os medos, frustrações, dúvidas.

Alguns aceitam na hora e buscam ajuda, outros demoram mais e muitos

nunca aceitam o déficit do seu filho que causa muitos problemas além do

normal.

Os professores são bem diferentes em seus estilos pessoais: O professor hiper crítico, ameaçador e “nunca erra” certamenteficara frustrado pela dificuldade da criança com TDAH em fazermudanças adequadas rapidamente. O professor do tipo impulsivo, temperamental e desorganizadopoderá ter também uma experiência difícil dada a similaridade de seucomportamento com aquele tipicamente apresentado pela criançacom TDAH. (BENCZIK, 2010, p. 1)

O professor que parece mais se ajustar as necessidades dos alunos com

TDAH é aquele que se mostra:

Democrático, solícito, compreensivo. Otimista, amigo e empático. Dar respostas consistentes e rápidas para comportamentoinadequado da criança, não manifestado raiva ou insultando o aluno. Bem organizado e administra bem o tempo. Flexível no manejo dos vários tipos de tarefa. Objetivo e descobre meios de auxiliar o aluno a atingir as suasmetas.( BENCZIK, 2010, p. 1)

25

O aluno hiperativo não é menos inteligente que os outros, eles tem a

mesma capacidade que todos, mas “o principal empecilho para elas é a

impulsividade e a falta de atenção, ferramentas importantes para o processo de

estudos”. (DIAS, 2010, p. 1).

A criança hiperativa responde melhor ao uso do reforço positivo que pela

punição, pois sentem muita dificuldade em obedecê-las, por isso ao se utilizar o

reforço positivo, pode ser uma boa estratégia para que ela possa passar a

seguir comandos simples.

Em relação à família, o comportamento da criança com TDAH, pode ser

muito difícil se não forem estabelecidas regras e comando com firmeza.

Criar uma rotina e hábitos diários pode ajudar a estabelecer um

processo que faça com que a criança venha a se desenvolver, mudando

algumas atitudes, para que seu progresso com o tratamento haja avanços em

sua área cognitiva e aprendizagem.

O ambiente educador para o aprendizado de crianças com TDAH tem

que ser diferente.

De acordo com Gilda Rizzo (1985, p.307) “proporcionar atividades

variadas que ocupem a criança o maior período de tempo possível, dando a ela

liberdade de escolha e de movimentos” .

Dicas para o professor: Conforme Tanganelli, (1995, p. 1):

Evite colocá-los nos cantos da sala ou perto de portas e janelas obarulho pode trazer desconcentração. Coloque o no centro da sala de preferência nas primeiras carteirase perto de alunos mais tranqüilos. Crie regras e rotinas, mais isso tem que ser como um lei, TDAHtem dificuldades de se adaptar com mudanças Sempre repita varias vezes as ordens e procure usar frasescurtas. Deixe que a criança se mova, peça pra realizar pequenas tarefascomo apagar a lousa, distribuir atividades para as outras crianças.Tomando cuidado para que as outras crianças não achem que ele é oqueridinho da professora, fazendo que todos ajudam cada um em umdeterminado momento. Mostre que o hiperativo é importante. Ao falar com ele olhe nos olhos. O hiperativo deve receber elogios quando for bem sucedido. Cuidado em provocar algum constrangimento com esses alunos,se policie sempre. Desenvolva atividades diferentes que faça o aluno se interessar,alguns jogos são ideais. Usar agenda para informações com pais ou médicos. Usar metodologia visual.

26

Estímulos coloridos costuma deixa-los mais excitados e menosatentos ainda, devendo ser evitada cores fortes no ambiente (doespectro vermelho e amarelo), inclusive na vestimenta da criança.

Sabe-se que os hiperativos sempre sofrem na maioria das vezes pelo

bulling. O professor não pode deixar que aconteça qualquer tipo de

xingamentos ou piadas com seus alunos.

Isso deve ser observado por todos no ambiente escolar, desde a

direção, professores e todos os funcionários que fazem parte desse ambiente e

possam ver e ajudar, tomando as providências cabíveis para que essa situação

se resolva. Este problema tem que ser resolvido porque isso afeta a vida da

criança podendo acarretar problemas para a vida inteira.

Fonte:scotty.ffclrp.usp.br/.../especial2.jpgFigura 4: A criança hiperativa

27

CAPÍTULO III

OS PAIS E A HIPERATIVIDADE

“Não devemos moldar os filhos de acordo com os nossossentimentos; tê-los e amá-los do modo como nos foram dados por

Deus.”

(Johann Goethe)

28

O primeiro passo entre os pais em relação a hiperatividade é a

compreensão em seguida deve buscar conhecimento sobre o assunto. Hoje

tem vários livros de fácil linguagem para que os pais tenham conhecimento e

consigam ajudar seus filhos.

Tudo que vier para ajudar é sempre bem vindo programas de ajudas,

muitas vezes os pais precisam ir a psicólogos para aceitar e ate mesmo

entender este déficit que não é nenhum bicho de sete cabeças, assim que

descoberto se fizer o tratamento a vida das crianças e dos pais melhoram

muito.

Como pai, é importante que você veja o mundo através dos olhos deseu filho hiperativo. Isto ajudará você a lidar com ele no cotidiano,pois por causa de seu temperamento, ele pode manifestar uma serieinterminável de problemas. (GOLDSTEIN; GOLDSTEIN 2003 p.168)

Os pais precisam prestar atenção em seu temperamento, pois podem

entrar em conflito com seu filho, como as crianças hiperativas sempre estão

agitadas, inquieta, normalmente distraída, irritável, melancólica, desorganizada,

frequentemente agindo sem pensar, perdendo a paciência, impulsiva,

desatenta e ficando aborrecida facilmente.

Os pais precisam observar essas características para tentar se controlar,

pois se os pais apresentarem alguma dessas características devem ficar mais

calmo e menos agitado para ajudar seus filhos, procurando ajuda médica para

um tratamento adequado também.

Outro aspecto muito importante é a distinção entre desobediência e

incapacidade, estas crianças normalmente são taxadas como incapacitadas.

As crianças hiperativas não são incapacitadas, pelo contrario tem a mesma

capacidade que outra criança ou ate mesmo mais, embora não consiga se

focar e muitas vezes mesmo não querendo desobedecer acaba acontecendo,

pois o estimulo o instiga a fazer algo que seria desobediência.

No caso de incapacidade é que eles não conseguem parar quietos e

nem concluir uma atividade na escola, isso não demonstra que sejam

incapazes de fazer esta atividade, apenas não conseguem prestar atenção e

parar para ouvir explicação.

29

Fonte: http://www.google.com.br/imagesFigura 5- Criança com TDAH

Observar os hábitos da família é muito importante e os próprios pais

devem parar e se observar.

Segundo Barkley (2008) as famílias devem atentar para alguns hábitos

que devem ser evitados e outros que, por outro lado deve ser adotado para que

os sintomas secundários, como: baixa auto-estima e dificuldades com

relacionamentos sejam minimizados.

Os pais devem ser firmes com essas crianças depois do diagnóstico,

porque esta começa a colocar tudo como culpa da hiperatividade. As crianças

não deixam de serem espertinhas e sempre tentam se livrar de alguma culpa

quando fazem algo de errado falam que é por culpa da hiperatividade, Os pais

devem ensinar e conversar mostrando que não devem colocar a hiperatividade

como culpa. Quando as crianças não cumprirem combinados devem receber

punições como: tirar algo que eles gostem como o videogame e quando

progredirem sempre falar parabéns. Isto é essencial para o aprendizado

Você não puniria seu filho de sete anos se ele fosse incapaz de ler,na expectativa de que a punição aumente sua capacidade de leitura.Ao contrario, você passaria um tempo ensinando seu filho a ler pormeio do desenvolvimento de um fundamento básico de aptidõespara a leitura.(GOLDSTEIN; GOLDSTEIN, 2003, P. 170)

30

A punição só deve ser feita quando outras tentativas de conversas e

diálogos já foram tentadas.

.

Fonte: http://www.google.com.br/images?Figura 6 - Criança colorida

Para melhor compreensão do problema de TDAH, Barkley (2008)

desenvolveu um quadro explicativo sobre os hábitos da família do portador.

Observe se sua famíliacostuma: Tente hábitos mais positivos:

Chamar o outro por nomes(xingamentos)

Expressar raiva sem usar palavras quepossam ferir

Interromper uns aos outros Dê a vez; seja breve

Criticar o tempo todo Aponte o bom e o mau

Defender-se quando atacado Ouça cuidadosamente e se necessáriodiscorde calmamente

Dar sermão (discursos grandes) Seja direto e breve

Olhar para longe, e não nointerlocutor Exercite bom contato visual

Largar-se ou deslizar para ochão Sente-se e olhe atentamente

31

Falar em tom sarcástico Fale em tom normal

Fugir do assunto Termine um tópico e siga em frente

Pensar o pior Mantenha a mente aberta não tireconclusões precipitadas

Vasculhar o passado Atenha-se ao presente

Ler a mente do outro Pergunte a opinião do outro

Comandar, dar ordens Fale de modo agradável

Dar o tratamento do silêncio Manifeste o que sente

Enfurecer-se, perder a cabeça Conte até dez, dê uma volta

Tornar insignificante algo sério Leve a sério mesmo que seja pouco pra você

Negar o que fez Admita que fez, mas foi censurado

Importunar sobre pequenoserros

Admita que ninguém é perfeito; ignore aspequenas coisas

Fonte: tdah.net.brQuadro 1: Hábitos da família do portador de TDAH

Tanto os pais quanto as crianças sofrem com o déficit quando não é

tratado e compreendido, para que este problema tenha termino é preciso

compreensão dos dois lados.

32

CAPÍTULO IV

TRATAMENTO

“Aquilo que persistimos em fazer torna-se mais fácil, não porque a

natureza da coisa mude, mas porque a nossa capacidade de

executá-la aumenta"

Harber J. Grant

33

Antes de começar qualquer tipo de tratamento, precisa ser feitos exames

médicos e descartar qualquer tipo de dúvida se a criança é ou não hiperativa,

verificar se apresenta problemas de audição, neurológicos ou visuais. O

hiperativo deve ser diagnosticado principalmente por neurologistas e

psicólogos depois de uma bateria de testes, pois isso não se descobre só de

olhar.

Em “muitos casos os pais não querem medicar seus filhos com remédios

considerados fortes, como o caso da” Ritalina” e acabam procurando outros

métodos. Cabe a cada família, juntamente com os médicos especialistas,

decidirem o que é melhor para essas crianças que necessitam de ajuda de

alguma maneira. Sabendo que para o hiperativo o uso de alguns

medicamentos causa uma mudança radical.

O uso de medicamentos no TDA costuma produzir resultadoseficazes na grande maioria dos casos, contribuindo para umamudança radical na vida dessas pessoas. Para que isso ocorra éfundamental que se definam os sintomas do maior desconforto, emcada caso ou situação, da forma mais objetiva possível. (SILVA,2009, p. 241)

A hiperatividade vem sendo cada vez mais estudada e, com isso,

possíveis tratamentos estão sendo descobertos e os mais usados são os

estimulantes e os antidepressivos.

Segundo Silva (2009) os principais estimulantes são a Ritalina

(metilfenidato), Ritalina LA e Concerta (metilfenidatos de ação prolongada),

Dexedrine (dextroanfetamina) e Adderal (dextroanfetamina e outras

anfetaminas.

Em relação aos antidepressivos, destacam-se: Norpramin (desipramina),

Tofranil (imipramina), Efexor (venlafaxina), Zyban (bupropina), Prozac

(fluoxetina), Zoloft (sertralina), Aropax (paroxetina), Procimax (citalopram),

Lexapro (escitalopram), Prolift (reboxetina) e Stratera (atomexetina).

Muitas vezes as crianças ficam presas ao remédio e é interessante

tentar outros métodos antes de entrar no uso de medicamentos estimulantes

ou antidepressivos.

34

Fonte: http://www.google.com.br/images?Figura 7- Criança presa ao ritalina

Caso os pais não queiram entram com tratamento convencional por

meio de estimulantes e antidepressivos, podem tentar o tratamento fitoterápico

com chás que acalmem como a camomila e sálvia.

A homeopatia também é um tratamento natural, mas é necessário

consultar um médico homeopata, pois como qualquer outro tratamento, os

remédios homeopáticos, deve ser prescrito por médicos de acordo com as

características dos pacientes.

É muito importante que as crianças não consumam conservantes,

açúcar e cafeína, que são alimentos que os deixem mais agitados. Cálcio e

magnésio são indicados, pois ajudam a acalmar o sistema nervoso.

Para prevenção do TDAH, a gestante deve manter longe da exposição

ao chumbo ambiental, como também a eliminação do álcool, são fatores muito

importantes, visto que os dois tem sido relacionados à hiperatividade.

No tratamento do TDAH é importante o auxilio dos pais, tendo em vista a

sua importância. Devem saber o que é TDAH tentando sempre passar

positivamente as instruções e recompensar a criança sempre em que sua

atitude seja positiva e adequada.

A importância dos pais ou os responsáveis que cuidam das crianças

saberem sobre os cuidados com TDAH faz com que eles saibam lidar melhor

35

nas situações em que elas possam vir se constranger, dando o apoio correto

para a criança.

Todas as crianças com TDAH necessitam de medicamentos para que o

professor desenvolva com êxito o seu trabalho.

A escola tem que ter uma interligação, interagindo com a família, pois o

tratamento continua em sala de aula e o professor tem que estar preparado,

pois a criança com TDAH deve ter na sala de aula o tratamento e o trabalho

adequado.

O aluno com TDAH não pode sentar com outra criança agitada, no

trabalho em grupo. O professor deverá colocá-lo com crianças mais tranqüilas

e calmas. Para conseguir mais concentração, se a criança hiperativa for

colocada perto de uma outra criança agitada a tendência é piorar a

concentração.

No conteúdo a professora deve ter paciência e explicar a atividade

quantas vezes forem necessárias. Caso a criança não conseguir o término de

cada atividade, ela deverá voltar a fazer a atividade quando estiver mais

tranqüilo.

Muitas vezes as crianças com hiperatividade precisam sair daquele

ambiente, dando uma volta, indo ao banheiro ou tomando água. Isso já ajuda,

para que se mude o foco por um tempo, para quando ela voltar consiga

terminar a sua atividade.

36

CAPÍTULO V

A PESQUISA

"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para

mudar o mundo."

Nelson Mandela

37

A pesquisa foi direcionada a professores que estão em sala de aula

lidando diariamente com crianças hiperativas.

Foram entrevistados 10 professores da Escola Estadual Professora

Maria Aparecida Coimbra , sendo que o questionário aplicado contou com 10

perguntas específicas sobre o tema abordado.

Quando perguntado o que significa hiperatividade, obteve-se o resultado

com unanimidade (100,0%) sendo que todos responderam que hiperatividade é

um distúrbio de comportamento que causa agitação.

100%

`Disturbio decomportamentoque causahiperatividade

Fonte: Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 8 – Você sabe o que é hiperatividade?

Quando perguntado aos professores como eles trabalham com crianças

hiperativas, obteve-se o seguinte resultado. 60,0% dizem não saber lidar com

crianças com hiperatividade e outros 40,0% responderam que trabalham com

essas crianças com atividades diferenciadas, que não cansem tanto as

crianças para não caírem na monotonia.

38

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 9 – Como você trabalha com crianças hiperativas?

Após ter sido perguntado aos professores se ele procura dar atividades

diferenciadas para crianças hiperativas, alguns professores responderam que

não trabalham com atividades diferentes (50,0%) e que dão as mesmas

atividades para todas os alunos e outros (50,0%) responderam que procuram

atividades que prenda a atenção deles e que não seja muito extensa.

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 10 – Você procura dar atividades diferentes para crianças hiperativas

39

Perguntou-se aos professores se as crianças hiperativas tem algum

acompanhamento médico, todos os professores entrevistados responderam

que sim (100,0%), mas alguns especificaram os médicos como: terapeuta

ocupacional, psicólogo, psiquiatra e neurologista.

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 11 – As crianças que são hiperativas tem acompanhamento médico?

As crianças hiperativas usam algum tipo de medicamento? Alguns

professores não sabiam que as crianças usavam medicamentos, mas,

desconheciam os nomes (50,0%). Uma das professoras entrevistadas (30,0%),

respondeu que sim e citou alguns remédios que podem ser usados como:

gardenal, carmazepina e o mais conhecido a ritalina. O restante (20,0%) não

souberam responder.

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 12 – As crianças hiperativas usam algum tipo de medicamento?

40

Quando perguntados aos professores qual é o melhor método utilizado

para prender a atenção de crianças hiperativas em sua sala de aula, para

alguns professores (60,0%), o melhor método deve ser algo dinâmico, outros

(40,0%), disseram que o melhor seria colocar as crianças longe de janelas e

portas e tirar de perto coisas que possam desviar a atenção.

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 13 – Qual o melhor método utilizado para prender atenção de crianças

hiperativas em sua sala de aula?

Foi perguntado aos professores se os pais de crianças hiperativas

colaboram na ajuda do ensino e aprendizagem das crianças. Alguns dos

entrevistados (40,0%), disseram que sim, pois os pais tem papel fundamental

na vida de seus filhos e o incentivo é importante para o tratamento e sua

continuidade. Alguns não souberam responder (40,0%), e o restante (20,0%),

respondeu que não, porque muitos pais não querem acreditar que seus filhos

são hiperativos.

41

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 14 – Os pais das crianças hiperativas colaboram com o ensino aprendizagem de seusfilhos?

Na pesquisa feita com professores sobre crianças hiperativas perguntou

se além de muito agitado, qual outro problema demonstra a criança hiperativa.

As respostas foram que (80.0%), que é muita inquietação e desatenção, mas,

(20,0%) não souberam especificar quais os outros problemas possam existir.

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 15 – Além de muito agitado, qual outros problemas que a criança hiperativa

demonstra?

Foi perguntado, quais as principais características da criança hiperativa

em sua sala de aula. A maioria (80,0%), responderam falta de atenção,

agitação e agressividade e os restantes (20,0%), não souberam responder.

42

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 16 – Quais características das crianças hiperativas na sua sala de aula?

Perguntado aos professores se quando as crianças hiperativas são

medicadas elas mudam o comportamento em sala de aula e por que, as

respostas foram unânimes todos os professores entrevistados responderam

que sim, porque os remédios fazem com que as crianças se aclamem e

consigam parar mais tempo quietas e mais tranquilas.

Pereira, Driele Fernanda Vaz; Kawaichi, Micheli Bernardino Dias. 2010Figura 17 – Você acha que quando a criança é medicada ela muda o comportamento em salade aula? Por quê?

Ao termino desta pesquisa pode-se concluir que por ser um assunto

novo, alguns professores ainda não tem conhecimento necessário e ainda da a

mesma atividade para o aluno hiperativo, não consegue prender sua atenção.

Mas também pode-se perceber que a maioria tem interesse e procuram

atividades e ambientes diferenciados para conseguir ensinar essas crianças.

43

Em alguns casos o que dificulta bastante é que os pais destas crianças

não procuram médicos para tratar seus filhos pois acham que eles não tem

nada.

44

CONCLUSÃO

Este trabalho não se resume aqui por ser um assunto novo e amplo.

Este presente trabalho fala sobre o TDAH, a escola e qual os problemas

enfrentados com os professores e alunos. Fala sobre os problemas que

possam vir a enfrentar, como resolver e onde buscar ajuda. Mostra aos pais,

como é importante a presença deles para estas crianças e como eles devem

agir em algumas dificuldades no dia a dia.

O trabalho é de suma importância a todos que se relacionam com

crianças hiperativas, sabendo como lidar com este déficit. Sabendo quando é

birra e quando é o TDAH.

Lembrando que a criança deve ser tratada como as outras, chamando

atenção quando necessário e parabenizando quando merecer.

O tema abordado foi de suma importância, pois relatou o quanto a

hiperatividade afeta as crianças atrapalhando o seu desenvolvimento pessoal,

cognitivo e social; podendo acarretar muitos problemas familiares se não for

tratado adequadamente.

Por meio de dados e relatos percebe-se o que alguns professores

conhecem o problema, mas outros ainda desconhecem a maneira mais

apropriada de lidar com a questão. Cabe aos professores procurarem a melhor

maneira de lidar com os alunos hiperativos e seus respectivos familiares, para

proporcionar qualidade ensino e melhor socialização.

45

REFERÊNCIAS

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BARROS, J. M. Gramático. Jogo Infantil e Hiperatividade. Rio de Janeiro:Sprint, 2002.

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BIBIANO, B. Hiperatividade e DDA – Educar para Crescer. Disponível em:<http://educarparacrescer.abril.com.br>. Acesso em: 25 out. 2010.

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MATTOS, P. No Mundo da Lua. São Paulo. Casa da Leitura Médica, 2008.

MUSZKAT, M. Hiperatividade. Disponível em: <http://www.camarpho. hpg. ig.com.br/DIVERSOS/hiperatividade/iperatividade.htm>. Acesso em: 10 nov.2010.

RIZZO, G. Educação Pré- Escolar. 3 ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves,1985.

ROHDE, L. A. P.; BENCZIK, E. B. P. Transtorno de Déficit de Atençãohiperatividade. O que é? Como Ajudar? Porto Alegre: Artmed, 1999.

46

ROHDE, L. A.; MATTOS P. Princípios e Praticas em TDAH. Transtorno deDéficit de Atenção /Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003.

SCHWARTZMAN, S. J. Transtorno de Déficit de Atenção. São Paulo, 2008.

SILVA, A. B. Mentes Inquietas: TDAH, desatenção, hiperatividade eimpulsividade. Rio de janeiro: Objetiva, 2009.

TANGANELLI, M. S. Hiperatividade e distúrbio de déficit de atenção.Disponível em: <http://conexaoeducacional.com/hiperatividade_e_disturbio_de_deficit_de_atencao.html>. Acesso em: 19 set. 2010.

TOPAZEWSKI, A. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo,1999.

TRAIN, A. Ajudando a Criança Agressiva. Campinas: Papirus, 2001.

47

GLOSSÁRIO

Características: característico; parte inteira de um logaritmo; curvacaracterística. (Ferreiro, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio,p.399).

Cérebro: porção do encéfalo que ocupa, na caixa craniana, toda parte superiore anterior; inteligência, cabeça, talento. (Ferreiro, Aurélio Buarque de Holanda.Novo Dicionário Aurélio, p.442).

Cognitivo: relativo à cognição ou ao conhecimento. (Ferreiro, Aurélio Buarquede Holanda. Novo Dicionário Aurélio, p.493).

Desatento: que não presta atenção, distraído; inconsiderado leviano. (FerreiroAurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio, p.631).

Diagnostico: respeitar a diagnose; conhecimento ou determinação dumadoença pelos sintomas, sinal ou sinais e ou mediante exames diversos;conjunto dos dados em que se baseia essa determinação. (Ferreiro, AurélioBuarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio, p.671).

Impacto: medido à força, impelido; encontro de projétil, míssil, lomba outorpedo, com alvo, choque, colisão; colisão de dois ou vários corpos. (Ferreiro,Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio, p.1075).

Impulsividade: qualidade de impulsivo. (Ferreiro, Aurélio Buarque de Holanda.Novo Dicionário Aurélio, p.1082).

Neurológico: relativo a neurologia; nevrológico. (Ferreiro, Aurélio Buarque deHolanda. Novo Dicionário Aurélio, p.).

Portadores: que porta ou conduz, ou traz consigo, ou em si; aquele que portaou conduz; aquele que em nome de outrem leva a qualquer destino, carta,encomenda; possuidor de títulos ou documentos que devem ser pago a quemos apresente. (Ferreiro, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio,p.1604).

Transtorno: ato ou efeito de transtorna-se; contrariedade, decepção;desarranjo, desordem; ligeira perturbação de saúde; termo usado em doençaou de outro vocabulário similar, a fim de causar impacto psicológico menor nodoente ou em quem o acompanha. (Ferreiro, Aurélio Buarque de Holanda.Novo Dicionário Aurélio, p.1980).

48

APÊNDICES

49

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM PARA OS PROFESSORES

Eu Driele Fernanda Vaz Pereira, RG 33.474.403-9 e Micheli Bernardino

Dias Kawaichi, RG 23.215.215-9 alunas do Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium, do Curso de Pedagogia, solicita a sua participação na

Pesquisa “Relação do Educando portador do Transtorno de Déficit de

Atenção/Hiperatividade (TDAH), visto pela Escola, no passado e na

Atualidade.” Como parte do trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Favor responder as questões abaixo justificando suas respostas, pois

elas são importantes para o esclarecimento da nossa pesquisa.Solicitamos que

seja entregue no prazo ____/____/___. Este questionário será de grande

contribuição para a realização da nossa pesquisa.

Agradecemos sua colaboração.

1 - Você sabe o que é hiperatividade?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

______________________________________________________________

2 - Como você trabalha com criança hiperativa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 - Você procura dar atividades diferenciadas pra crianças hiperativas?

( ) Sim ( ) Não

4 - As crianças que são hiperativas tem algum acompanhamento médico?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

50

5 - As crianças hiperativas usam algum tipo de medicamento? Qual?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6 - Qual é o melhor método utilizado para prender a atenção de crianças

hiperativas em sua sala de aula?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7 - Os pais das crianças hiperativas colaboram na ajuda do ensino e

aprendizagens das crianças? Como?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8 - Além de muito agitado, qual outro problema que a criança hiperativa

demostra?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9 - Quais as principais características da criança hiperativa na sua sala de

aula?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

10 - Você acha que quando a criança é medicada ela muda o comportamento

em sala de aula? Por quê?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

51

APÊNDICE BTABELAS DAS RESPOSTAS DOS PROFESSORES

Tabela 1. Pergunta 1: Você sabe o que é hiperatividade?

Todos conhecem o significado da palavra hiperatividade10

Tabela 2.Pergunta 2: Como você trabalha com criança hiperativa?

Professores que não sabem lidar comhiperatividade Atividades diferenciadas

6 4

Tabela 3.Pergunta 3: Você procura dar atividades diferenciadas para ascrianças hiperativas?

Professores responderam que nãotrabalham com atividades

diferenciadas.

Professores que procuram atividadesdiferentes que chamem atenção.

5 5

Tabela 4.Pergunta 4: As crianças que são hiperativas tem algumacompanhamento médico?

Professores responderam que todas as crianças tem tratamento eacompanhamento medico embora não saibam que medico eles vão.

10

Tabela 5.Pergunta 5: As crianças hiperativas usam algum tipo demedicamento? Qual?

Usam Ritalina,Carmazepina

Usam mais não sei oNome Não sei

3 5 2

52

Tabela 6. Pergunta 6: Qual é o melhor método utilizado para prender a atençãode crianças hiperativas em sua sala de aula?

Melhor método ser dinâmicoTirar de perto de coisas que possam

chamar atenção como portas ejanelas

6 4

Tabela 7.Pergunta 7: Os pais das crianças hiperativas colaboram com o ensinoe aprendizagem de seus filhos?

Sim, os pais tem papelfundamental

Não porque os pais nãoquerem acreditar que

seu filho temhiperatividade

Não sei

4 2 4

Tabela 8.Pergunta 8: Além de muito agitado, qual outro problema que a criançahiperativa demostra?

Inquietação e desatenção Não sei8 2

Tabela 9.Pergunta 9: Quais as principais características da criança hiperativase sua sala de aula?

Não souberam responder Agitação e agressividade2 8

Pergunta 10: Você acha que quando a criança é medicada, ela muda ocomportamento em sala de aula? Por quê?

Crianças hiperativas quando medicadas mudam o comportamento10

53

ANEXO

54

ANEXO A

A HISTÓRIA DE PEDRO - COMO EXPLICAR PARA SEU FILHO A TDAH?

Fonte: http://www.google.com.br/images?Figura 18- Criança agitada

Meu nome é Pedro e vou contar minha história para você.

Quase nunca me sinto cansado... O mundo é muito grande e tem muita

coisa para descobrir, mas tenho que ir para a escola. Lá tenho que fazer coisas

que, às vezes, não estou nem um pouco a fim. Prefiro brincar no pátio ou na

quadra.

Ninguém acredita, mas bem que eu quero e tento fazer as lições bem

caprichadas, mas acontece tanta coisa... De repente meu amigo, ou um carro

buzina lá fora, ou até se eu escuto alguém conversar, um lápis caindo no chão,

eu me distraio e me perco. Quando olho de novo para a lousa, demoro para

achar onde parei, confundo tudo, e aí, todos já acabaram a tarefa, só eu que

não. Fico muito chateado... De novo não consegui.

A professora sempre fala: - Pedro, você já terminou sua lição? Eu

preciso apagar a lousa!

Quase nunca presto atenção ao que minha professora diz, nem às

lições. A professora sempre pede que eu seja organizado com o um material e

mais caprichoso com as lições.

55

Na verdade, concordo que me mexo muito, levanto da cadeira a toda

hora, faço barulho com o lápis e às vezes até com a boca (uns barulhos que só

eu sei fazer.), falo muito e atrapalho a professora.

São dois grandes problemas: eu faço malfeito, pois quero acabar muito

depressa, ou então quero fazer tudo muito bem-feito e terminar tudo, mas...

Não consigo! Aí todos pensam que eu sou preguiçoso, relaxado e vagabundo,

ou ainda que sou bobo e não me esforço.

Parece que ninguém me entende. Por mais que eu tente, não consigo

prestar atenção e terminar toda a tarefa tão bem como as outras crianças.

Mas bem que eu gostaria... De verdade! Na classe, quando o assunto é

lição, as crianças tiram sarro de mim, fazem muitas gozações. Eles me

chamam de “minhoca” e de “supertartaruga lerdinha“. Todos acham engraçado,

menos eu.

Quando estou sentado, ali sozinho, sem perceber, começo a morder o

lápis, desmontar meu estojo, rabiscar as folhas no caderno e a mexer com os

pés. Acho que preciso me movimentar mais do que os meus colegas porque

assim me sinto mais ligado e esperto. Estou sempre mexendo minhas mãos e

balançando os pés. A professora vive me dizendo que parece que tenho o

“bicho-carpinteiro” no corpo. Ela pergunta também se tem formiga ou prego na

cadeira, porque não tenho parada e nem sossego.

Percebo que quando a professora pergunta alguma coisa pra mim eu

respondo rapidinho. Muitas vezes começo a responder antes de ouvir a

pergunta inteira. Só quando estou falando é que me dou conta de que não era

nada daquilo...

E quando se trata de escrever... Hum! É tão mais complicado... Eu bem

que gostaria não precisar escrever tanto.

Sabe, acho bem mais interessante o que esta passando fora da sala de

aula. Pela janela, vejo a árvore a balançar, o passarinho voar e pela porta,

sempre vejo alguém passar pelo corredor.

Fico triste, irritado e confuso porque sei que as pessoas ficam cansadas

de mim. Outro, dia vi minha mãe chorando. Também vi meus pais brigando por

minha causa.

A professora vive mandando bilhetes para minha mãe. Ela avisou que

minhas notas estão ruins, que assim não vou passar de ano e que não sabe

56

mais o que fazer comigo. Além do mais, falou que sou distraído, que caminho

pela escola, sem olhar por onde ando, que derrubo com facilidade as coisas da

minha mão. Ela diz que parece que estou sempre voando, como se eu

estivesse no mundo da lua. Muitas vezes me chama de “rei do espaço”.

Fico triste. Às vezes, tento disfarçar, finjo que não ligo, mas não é

verdade. Queria que todos dissessem:

– Olha, o Pedro foi o melhor! Ah! Como eu queria que minha tarefa fosse

realmente a melhor.

Lá em casa não é muito diferente da escola. Sempre me meto em

confusão. Tudo o que acontece de errado pensam que fui eu. Outro dia

mesmo, meu pai perguntou quem tinha quebrado o vidro da janela. Respondi

que não sabia e que não tinha sido eu. Mas eu sabia que não era verdade. È

que eu estava jogando bola e não pensei que ia dar um chute tão forte. Aí

quebrei o vidro da janela. Sei que não sou tão cuidadoso mais poderia ser.

Muitas vezes faço coisas sem pensar. Quando percebo...já fiz! Também não

falo a verdade porque tenho medo que meus pais briguem comigo. Só que isso

é um grande erro, porque, quando descobre... É horrível, quero sumir!

E na hora de fazer a lição de casa então? É um verdadeiro terremoto.

Minha mãe começa a me lembrar da lição, eu enrolo, falo que daqui a pouco eu

faço, daí enrolo mais um pouquinho e vou arrumando mil desculpas para não

fazer a lição. Aí, sabe o que acontece? Minha mãe fica muito braba, irritada e

perde a paciência. Algumas vezes minha mãe chegou até terminar a lição pra

mim. Mas todas às vezes a professora percebeu. Que vergonha!

Um mês atrás a professora chamou minha mãe de novo na escola e

pediu que ela me levasse no psicólogo. Explicou que seria bom e que ele

poderia me ajudar nessa dificuldade. No começo eu não queria ir fiquei com

medo de que os colegas de aula soubessem e começassem a me chamar de

louco, e aí tudo ficaria pior. Eles já me chamam de tanta coisa! Não queria ter

mais apelido!

Mas eu não tive saída. Chegando lá encontrei um psicólogo muito legal.

Ele conversou comigo e parece que me entendeu e me explicou também que

conhecia uma porção de crianças parecidas comigo. Confesso que fiquei mais

tranqüilo. Ele pediu que fizesse uns desenhos, contasse umas histórias, tive

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que fazer também uns problemas de matemática, quebra cabeças e outras

coisas legais.

Então... Num outro dia, o psicólogo chamou meus pais e falou que eles

deveriam me levar há outro médico especial, que trabalha com crianças que

tem dificuldades para prestar atenção.

Fiquei pensando: – será que estou doente? E se esse médico me der

injeções?

Mas de novo não tive saída. O médico também era legal! Perguntou-me

tanta coisa! Até me cansei! Ele queria saber da minha escola, dos meus

amigos, da minha família e por que era tão difícil para mim, terminar as lições.

Ele pediu que eu fizesse uns testes de atenção e alguns desenhos. Falou o

mesmo que o psicólogo. Eles explicaram que eu tinha um problema de atenção

que se chamava Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade – TDAH.

Nossa, que nome comprido! Falaram também que quem tem isso nada tem de

louco ou de burro; apenas dificuldades de prestar atenção e de parar quieto!

Pedro é um garoto esperto!

Fonte: http://www.google.com.br/images?Figura 19- Criança esperta

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Aliás, o médico e o psicólogo falaram que sou um garoto muito

inteligente e esperto. Eu gostaria tanto que meus amigos da escola tivessem

ouvido isso! O médico explicou que eu e meus pais precisamos continuar

conversando para sabermos como levar a nossa vida de maneira mais

tranqüila, e nos explicou também que muitas crianças precisam tomar um

remédio para ajudá-las a prestar atenção! Meus pais ficaram assustados.

Gostariam que eu não precisasse disso.

O médico falou também que ele, o psicólogo, a professora, minha família

e eu trabalharíamos em equipe, todos juntos, e cada um teria que fazer sua

parte.

E ainda nos alertou que eu era muito importante que meus pais e meus

professores entendessem o que estava acontecendo comigo.

Continuo sendo acompanhado pelo médico e pelo psicólogo. Tenho

aprendido muita coisa, principalmente a lidar com o meu jeito distraído e

desajeitado de ser. Descobri também que as pessoas podem ser muito boas

em alguma coisa, muito ruim em outras, mas na maioria das vezes elas são

mais ou menos. Agora sei que também tenho coisas boas.

Minha equipe (médico e psicólogo) está sempre em contato com minha

escola. Eles conversam sobre a melhor maneira de minha família e a

professora a girem comigo para me ajudar nas dificuldades. Tenho que fazer

minha parte. Sei que posso melhorar.

Eu e minha professora temos que cumprir algumas regras, como se

fosse um jogo.

Olhe só...

1. Minha professora deve elogiar meus progressos e minhas habilidades

2. Eu devo me esforçar pra não falar toda hora e nem me levantar da

cadeira o tempo todo.

3. Minha professora me deixa sair da aula quando estou me sentindo

muito inquieto. Sei que vou perder parte da aula e procuro sair cada

vez menos

4. Faço minhas lições por partes, até que tudo esteja pronto. Para isso

preciso muito da ajuda da minha professora.

5. Devo fazer minha lição do melhor modo que puder naquele momento.

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A professora está me entendendo mais e tem se esforçado para ir

passando as atividades passo a passo e sem muita pressa, começando da

lição mais fácil para a mais difícil. Além disso, quando a atividade é muito

demorada e desinteressante, ela vai alternando com atividades mais rápidas e

legais. Ela já não fica mais com tanta pressa para passar as lições na lousa; vai

colocando-as por partes. Assim não fico tão afobado, perdido e confuso.Todos

os dias a professora manda anotações para meus pais me lembrarem do que

eu devo fazer. Estou deixando todo o material de que preciso no armário da

escola. Assim, quando eu precisar de um deles já está lá, e não corro o risco

de me esquecer.

Em casa, as coisas também melhoraram. Minha mãe combinou comigo

uma hora para eu fazer a lição, todos os dias, no mesmo horário. Com isso

ainda sobra tempo para eu brincar. Não quero nem lembrar dos terremotos em

casa quando tinha que fazer lição.

Meus pais fizeram um trato comigo:

1. Devo ouvir o que eles dizem logo na primeira vez. Não devo deixa-los

repetir a mesma coisa várias vezes.

2. Ser mais obediente.

3. Não contar mentiras.

4. Fazer lições na hora combinada.

E o que eles têm a fazer é me deixar assistir TV, brincar no computador

e no videogame, ir à casa do meu amigo, nadar e andar de bicicleta. Mas, se

eu não cumprir as regras, não posso fazer essas coisas de que eu gosto muito.

Vou contar um segredinho:

Muitas vezes quando me meto em confusão e encrencas, quero falar

que é porque tenho TDAH. Mas meu pai e minha mãe me explicam que eu não

posso ficar usando o TDAH como desculpa e permissão para tudo o que faço

de errado, porque nem tudo que faço é por causa do TDAH.

Porém, eles sabem como é difícil para mim, às vezes, me comportar

como deveria. Outra coisa que eu acho chato é tomar o remédio todos os dias,

de manhã após o café e ao meio dia após o almoço. Mas sinto que o remédio

me ajuda a prestar mais atenção na escola e em casa. Penso mais antes de

fazer as coisas. Meu psicólogo e meu médico me explicaram que, se eu

continuar melhorando, logo vou poder parar de tomar o remédio!

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Às vezes fico pensando como é difícil entender por que não consigo

prestar atenção e fazer o que preciso, se sou inteligente. Por que consigo

passar horas na frente da TV? Por que consigo jogar no me computador e

ainda ganhar do meu amigo?

Aí, eu peço para meu médico e meu psicólogo me explicarem tudo de

novo. Eles me dizem que é como se a parte do meu cérebro que me ajuda a

prestar atenção não trabalhasse muito bem, a não ser que sejam coisas muito

interessantes para mim.

Meus dias tem sido mais agradáveis. Percebi que minha letra melhorou.

Já consigo prestar mais atenção. Agora eu penso antes de fazer alguma coisa.

Sinto-me melhor, vejo que todos estão me ajudando, minha família, o

médico, o psicólogo, a professora, e eu estou fazendo o que eu posso.

Às vezes relaxo um pouco, mas em seguida me esforço e continuo

sendo persistente.

Penso sempre que quero que aconteça uma coisa: Que o tempo passe

bem, bem depressa para não me lembrar da frase: – Pedro, você já terminou

sua lição? Eu preciso apagar a lousa.