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1 Luciano Fernandes Lourenço HIDROLOGIA CONTINENTAL HIDROLOGIA CONTINENTAL Coimbra Novembro de 1997

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Luciano Fernandes Lourenço

H I D R O L O G I A C O N T I N E N T A LH I D R O L O G I A C O N T I N E N T A L

Coimbra Novembro de 1997

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Luciano Fernandes Lourenço

H I D R O L O G I A C O N T I N E N T A LH I D R O L O G I A C O N T I N E N T A L

Relatório, programa, conteúdos e métodos de ensino teórico e prático das matérias da

disciplina

Concurso para o lugar de Professor Associado da 2ª Secção, 6º Grupo, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Coimbra Novembro de 1997

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Relatório do programa, conteúdos e métodos de ensino teórico e prático das matérias da disciplina de Hidrologia Continental, apresentado por Luciano Fernandes Lourenço, na qualidade de candidato ao concurso documental para provimento de três vagas de Professor Associado da 2ª Secção (Ciências Históricas, Geográficas e Filosóficas) do 6º. Grupo (Geografia), da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, nos termos do disposto nos artigos 37° a 52°, Capítulo IV, Secção I, do Estatuto da Carreira Docente Universitária, anexo à Lei 19/80, de 16 de Julho, e do Edital do Reitor da mesma Universidade, Doutor Rui Nogueira Alarcão e Silva, publicado no Diário da República nº. 177, II Série, de 2 de Agosto de 1997.

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Sumário e Índice 1. Apresentação geral da disciplina .......................................................................... 5 1.1. Enquadramento curricular ......................................................................... 7 1.2. Âmbito e objectivos ................................................................................. 11 2. Plano de estudos ................................................................................................... 13 2.1. Apresentação geral do programa .............................................................. 15 2.2. Distribuição do programa no tempo ......................................................... 19 3. Linhas estratégicas ............................................................................................... 21 3.1.Organização do curso ................................................................................ 23 3.2. Avaliação de conhecimentos .................................................................... 25 4. Apresentação do programa detalhado e dos métodos de ensino ......................... 27 4.1. Ensino teórico ........................................................................................... 29 4.2. Aulas práticas ........................................................................................... 37 5. Bibliografia .......................................................................................................... 39

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1. Apresentação geral da disciplina

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1.1. Enquadramento curricular A Geografia, por muitos considerada como uma ciência de síntese, desde sempre tendeu, umas vezes com maior e outras vezes com menor incidência, em função das situações conjunturais do momento, para uma certa separação entre as áreas ditas de Geografia Física e de Geografia Humana e, dentro destas, para uma certa especialização temática. Nesta perspectiva, a Hidrografia aparece tradicionalmente como um dos ramos da Geografia Física. Contudo, em Coimbra e mesmo em Portugal, nunca alcançou grande desenvolvimento, apesar de alguns estudos, tanto de A. Amorim Girão como de A. Fernandes Martins, se centrarem em bacias hidrograficas, Vouga e Mondego, respectivamente, mas entendidas mais como unidades geográficas do que estudadas no sentido hidrográfico. R. J. Chorley, em 1969, considera mesmo que a bacia hidrográfica é a unidade geomorfológica fundamental. É, pois, sobretudo nesta perspectiva que têm sido estudadas, uma vez que o ponto de vista hidrológico só muito recentemente começou a merecer mais atenção por parte dos geógrafos. Com efeito, na Universidade de Coimbra é só depois de Abril de 1974, na reestruturação do curso de geografia, que a disciplina de Hidrografia aparece no curriculum do curso de geografia, como opção oferecida aos alunos dos 4º e 5º anos. No ano lectivo de 1974/75 foi leccionada pelo Prof. Doutor A. Fernandes Martins e nos três anos seguintes (1975/76 a 1977/78), pela Prof. Doutora Fernanda Delgado Cravidão. Desde então, as sucessivas reestruturações do curso deixaram sempre a Hidrologia numa posição marginal, comparada com outras especializações da Geografia Física (Geomorfologia, Climatologia, Biogeografia) apesar da cada vez maior importância da água. Durante este período, a leccionação de alguns aspectos hidrológicos passou a estar inserida nos conteúdos de outras disciplinas do ramo da Geografia Física. Finalmente, com a entrada em vigor, no ano lectivo de 1993/94, do novo plano curricular do curso de Geografia, a leccionação da Hidrologia passou a ser incluída como disciplina autónoma, subdividida nas suas duas principais componentes:

Hidrologia marinha, de carácter obrigatório para todos os alunos do 2º ano, ou seja, das três áreas de especialização da licenciatura em Geografia, com início no ano lectivo de 1994/95 (1º semestre);

Hidrologia continental, de carácter obrigatório para os alunos do ramo de Estudos Ambientais (3º ano) e disciplina opcional para os alunos das áreas de Ensino e de Ordenamento do Território e Desenvolvimento (3º e 4º anos), teve início no ano lectivo de 1995/96 (1º semestre).

A inclusão destas duas disciplinas no elenco das cadeiras curriculares, imprimiu uma maior abrangência às áreas temáticas da Geografia Física, se bem que não entendemos porque é que a Hidrologia Continental não aparece com carácter obrigatório para todos os alunos da licenciatura de Geografia, como veremos a seguir.

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Além disso, a inclusão destas disciplinas no primeiro semestre, não permite tirar todo o partido que a sua leccionação no segundo semestre possibilitaria.Com efeito, muita da dinâmica marinha é semelhante à da atmosfera, pelo que a sua compreensão seria grandemente facilitada se fosse apreendida depois de conhecida a dinâmica atmosférica, o que sucederia se a Hidrologia marinha fosse leccionada no segundo semestre. Mas, centrando-nos na Hidrologia Continental, as vantagens da sua colocação no segundo semestre são óbvias, especialmente em termos de trabalho e de reconhecimento de campo, não só porque as condições meteorológicas são, normalmente, mais favoráveis, mas sobretudo porque o arco diurno é maior, logo o período diário, com luz natural, para se poder realizar trabalho de campo fica substancialmente dilatado. O programa que propomos responderia melhor a esta segunda situação, mas é possível adaptá-lo à primeira, da leccionação no 1º semestre, embora com alguns inconvenientes para os alunos. Quanto ao carácter da não obrigatoriedade de frequência da disciplina de Hidrologia Continental pelos alunos de algumas áreas de especialização, entendemos que é um erro grave que urge corrigir. E pensamos que é um erro grave atendendo à importância crescente que a água tem vindo a assumir ao longo dos últimos anos. Neste final de milénio, não nos parece necessário fazer a apologia da água, tal é a sua importância actual, bem patente na recente criação de Institutos da Água, de diversas Associações, quer de Recursos Hídricos, quer de Ambiente, tendo por base bacias hidrográficas e, ainda, a realização de Congressos da Água, cuja 4ª edição está prevista para a FIL, nos dias 23 a 27 de Março de 1998. Por estas razões, custa-nos a admitir que a Hidrologia Continental não esteja incluída no leque de disciplinas que constituem o tronco comum do curso de Geografia. Com efeito, a nível de Ordenamento do Território, muitas decisões são fundamentadas e tomadas em função da existência ou não de água. Do mesmo modo, com maior ou menor grau de desenvolvimento, a nível do Ensino, também a água está presente em todos os níveis de aprendizagem em que é leccionada Geografia, tanto no Ensino Básico (7º e 9º ano), como no Ensino Secundário (10º ano). Meramente a título de exemplo justificativo desta realidade, vejamos alguns aspectos dos programas actualmente em vigor nestes três níveis de ensino, em que a água faz parte integrante e obrigatória das matérias a leccionar:

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7º Ano Tema - Uma Europa de contrastes espaciais São analisados, entre outros assuntos, os seguintes aspectos: - o problema do abastecimento de água potável às cidades, - a poluição das águas causada pelos esgotos, - a irrigação artificial, - o ciclo da água, - a rede hidrográfica europeia e - os transportes fluviais. Tema - Uma Europa de equilíbrio ambiental frágil a) A propósito do impacte ambiental da actividade humana, nomeadamenteem

termos de utilização dos recursos renováveis (hídricos) e das componentes ambientais naturais, em que a água é considerada como a principal dessas componentes, na medida em que é indispensável a qualquer actividade humana;

b) Ao analisarem-se os riscos naturais e a prevenção de catástrofes, a água está presente nas inundações, provocadas por cheias fluviais, sendo tidas como uma das principais preocupações;

c) Ao considerar-se a necessidade de preservar e recuperar o ambiente: a gestão de um património comum, a água está de novo em foco, sobretudo no que concerne à sua qualidade, pois a poluição dos rios assume aqui um papel de destaque.

9º Ano Tema - A Terra, um planeta frágil A protecção e gestão das águas merecem destaque suficiente, ao ponto de constituirem uma unidade, a terceira, em que se analisam os problemas decorrentes da escassez de água e se procuram soluções, pois a água é tratada como um importante recurso a preservar.

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10º Ano Tema - Conhecer o território: os recursos e as actividades Muito provavelmente é no 10º ano que a água merece um tratamento mais pormenorizado, que nãovamos aqui desenvolver detalhadamente. No entanto, entendemos dever referir alguns dos tópicos que nos parecem mais relevantes:

a) Subtema - A água: irregularidades na sua distribuição - a importância para a vida e para as actividades humanas - as disponibilidades hídricas: - cursos de água e variações de caudal - lagoas e albufeiras - águas subterrâneas -os problemas na distribuição e utilização da água - riscos na gestão dos recursos - redes de abastecimento - potencializar a disponibilidade dos recursos hídricos

b) Subtema - A energia: suporte da actividade humana - os recursos energéticos - hidroelectricidade

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1.2. Âmbito e objectivos Na sequência do anteriormente exposto e considerando que a disciplina de Hidrologia Continental pode ser frequentada por alunos das três áreas de especialização do curso de Geografia, a elaboração do respectivo programa científico deve, no nosso entender e na medida do possível, procurar dar resposta às diferentes necessidades que os licenciados irão sentir ao ingressarem em mercados de trabalho tão diversificados como sejam o ensino, o ordenamento e desenvolvimento do território ou os estudos ambientais. Por esse motivo, procurámos que o programa permitisse estabelecer uma sólida formação científica que, sendo comum, interessará às três áreas, numa perspectiva de sedimentar uma vasta panóplia de conhecimentos, suficientemente abrangente mas, também, com a especificação necessária a permitir-lhes efectuar uma correcta gestão dos recursos hídricos. Com efeito, a água é uma matéria que tem a ver com o ordenamento e desenvolvimento do território, do mesmo modo que interessa aos estudos ambientais e, porque interfere com o futuro da humanidade, importa que também seja ensinado aos alunos dos Ensinos Básico e Secundário, pelo que as matérias a leccionar serão abordadas numa perspectiva de utilização e de utilidade futuras. Deste modo, os conhecimentos apreendidos pelos estudantes durante as aulas deverão ser depois facilmente adaptáveis à sua vida profissional, independentemente da área temática em que os venham a aplicar, quer seja de planeamento e gestão dos recursos hídricos, quer se destinem ao ordenamento, protecção e conservação dos recursos hídricos ou, ainda à utilização da água tanto em usos domésticos, como em actividades produtivas: agricultura, aquicultura, indústria e turismo. Nesta conformidade, todos os alunos que concluirem com aproveitamento a disciplina de Hidrologia Continental não possuem apenas mais uma habilitação académica, mas devem antes ter ficado com o mínimo de conhecimentos sobre a generalidade dos aspectos que se relacionam com a água, como sejam a origem, distribuição à superfície do globo e problemas que ela encerra, usos e consequências dessa utilização, etc. Mais do que memorizarem um conjunto de conhecimentos, pretendemos que os alunos apreendam a importância dessas noções e travem contacto directo com a realidade, dando-lhes a conhecer e fomentando o seu relacionamento com instituições, entidades e associações que têm responsabilidades no domínio da água. Do mesmo modo, mais do que ter a preocupação de lhes ministrar muitos conhecimentos sobre as diferentes matérias, é mais nosso objectivo colocá-los em contacto com a realidade exterior, "abrir-lhes portas", ensinar-lhes os locais onde poderão encontrar resposta para os problemas que se lhes depararão no futuro e ensinar-lhes as metodologias correctas para os solucionar.

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Este relacionamento com instituições exteriores à Faculdade de Letras é benéfico a vários níveis, sendo particularmente positivo no que se refere ao contacto com metodologias próprias de outras ciências, o que lhes possibilita ensaiar novos métodos, completando e enriquecendo os seus conhecimentos científicos, sempre com o objectivo de habilitar os alunos a encontrarem, eles próprios, as soluções adequadas aos problemas que lhes caberá resolver. Aos futuros licenciados nas áreas de Estudos Ambientais e Ordenamento do Território e Desenvolvimento, caber-lhes-á, muito provavelmente, integrar equipas interdisciplinares. Os contactos ora estabelecidos, bem como esta experiência "extra-muros", podem vir a ser determinantes na correcta gestão do papel integrador da Geografia, como ciência de síntese, possibilitando-lhes assumir destacado papel de relevo, gerador de consensos, em áreas tão diferentes como, por exemplo, avaliação de impactes ambientais nos recursos hídricos, mais aplicável ao primeiro caso, ou de correcta utilização e gestão da água, mais adequado à segunda situação. Quanto aos futuros Professores dos Ensinos Básico e Secundário, o seu relevante papel de formadores de homens, passa também pelo ensino da importância e da correcta utilização da água, um recurso natural que merece ser preservado, porque dele depende a sobrevivência da humanidade.

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2. Plano de estudos

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2.1. Apresentação geral do programa A proposta de plano de estudos que a seguir apresentamos pretende dar uma resposta concreta aos objectivos antes enunciados, traçando uma panorâmica muito geral e simplificada dos principais assuntos que interessam à Hidrologia Continental, numa perspectiva geográfica, sem grande preocupação de tratamentos exaustivos dos diferentes temas que, nem a diversidade da formação de base e dos variados interesses dos alunos, nem o reduzido tempo para leccionar as matérias, de apenas um semestre, permite. Contudo, tendo em conta sobretudo este segundo aspecto, o plano poderá parecer demasiado ambicioso, pois seria mais facilmente exequível num curso anual, mas, no entanto, parece-nos justificável, porquanto resulta de uma dupla necessidade. Por um lado, importa fornecer uma quantidade mínima de informação, considerada básica, necessária e fundamental para se entender a distribuição dinâmica das águas continentais no globo terrestre e as implicações desta distribuição, a nível global, regional e local. Por outro lado, os aspectos hidrológicos interferem ou relacionam-se directamente com outros fenómenos de natureza geográfica, pelo que nos pareceu conveniente construir um programa que permita estabelecer pontes com outros temas da ciência geográfica, não só de natureza física, mas também de ordem humana, pois o homem cada vez mais utiliza a água e nem sempre o faz das formas mais correctas. Nesta conformidade, o programa, a par de uma organização interna que procura ser coerente e de uma abordagem temática suficientemente ampla, visa transmitir aos alunos uma noção global da ciência hidrológica em simultâneo com o tratamento individual das suas três grandes áreas temáticas, fazendo-as corresponder aos três capítulos que reputamos de fundamentais, versando, respectivamente, sobre rios, lagos e águas subterrâneas, pois a água proveniente da precipitação ou se escoa à superfície, através dos rios, ou se concentra em lagos ou, por último, se infiltra nas rochas, armazenando-se em profundidade para, mais tarde, regressar à superfície e alimentar o escoamento subaéreo. Deste modo, numa breve introdução, começamos por clarificar alguns conceitos, analisar as relações da Hidrologia Continental com outras ciências afins e atentar nas suas principais subdivisões. Depois, passamos a relembrar o mecanismo de funcionamento do ciclo hidrológico e a distribuição da água na Terra. Por último, consideramos, já com mais pormenor, as propriedades físicas e as características químicas das águas continentais, acompanhando a sua variação no tempo e no espaço. Posto isto, vamos considerar separadamente as três grandes divisões da Hidrologia Continental, embora sem nunca perder de vista o carácter unitário e integrador desta ciência, começando por estudar os rios, através da discussão dos conceitos de bacia e de rede hidrográfica, e dando a conhecer os grandes sistemas

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fluviais, a nível mundial, europeu, ibérico e nacional, nomeadamente em termos da sua localização no espaço terrestre. Passamos, depois, à análise detalhada das características físicas das bacias de drenagem, seguida da análise morfométrica, quantitativa, das bacias fluviais, com o objectivo de relacionar essas suas características com o modo como se processa o escoamento fluvial. Por último, aplicaremos a bacias hidrográficas portuguesas os aspectos concretos estudados. Os lagos, apesar de possuirem muito menor expressão geográfica do que os rios, merecem tratamento adequado no segundo capítulo, começando por agrupá-los em função da sua origem. Abordam-se, depois, as características e os movimentos das águas lacustres, muitas vezes apelando a conhecimentos que os estudantes aprenderam em Hidrologia Marinha, de modo a permitir uma análise comparativa e, simultaneamente, uma mais fácil e melhor compreensão destas matérias. Segue-se a definição da tipologia dos lagos, primeiro nas suas relações com os rios, relativamente ao seu posicionamento, e, depois, separadamente, a dos lagos de água doce e de água salgada. Estabelece-se a classificação dos lagos de água doce em função da variação da temperatura em profundidade, ao longo do ano, e, por conseguinte, da existência ou não de circulação vertical, ou seja, da mistura ou não das águas que formam as diferentes "camadas" lacustres. No que concerne aos lagos salgados, apresentam-se as suas principais características e discute-se o problema da renovação das suas águas profundas, para, depois, se estabelecer uma classificação baseada essencialmente na composição química das suas águas. O capítulo dedicado aos lagos conclui-se com a apresentação das principais lagoas e albufeiras portuguesas, tanto no que concerne à sua origem (natural e artificial), como no tocante à sua distribuição geográfica. Dá-se particular ênfase às albufeiras destinadas ao armazenamento de água para produção de energia eléctrica, sobretudo pelas suas implicações, tanto a nível da regularização do regime dos rios em que foram implantadas, como pelas alterações que, localmente, introduzem na paisagem, em particular a nível do impacte ambiental. Segue-se o estudo das águas subterrâneas, começando-se por apresentar a sua origem e modo de jazida, passando, depois, à definição dos tipos de aquíferos e de nascentes, bem como à consideração das relações entre ambos. A referência às águas subterrâneas conclui-se com a identificação das grandes unidades geológicas portuguesas, em termos de capacidade de armazenamento e de circulação de águas subterrâneas, com particular destaque para as minero-medicinais. Mas, na nossa perspectiva, o estudo das águas continentais não poderia terminar sem uma referência ao seu principal utilizador. Com efeito, desde sempre existiram conflitos na gestão deste recurso natural, mas os crescentes interesses que as águas continentais têm despertado nos últimos tempos, não só emtermos de gestão, mas também em termos de posse, merecem ser

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analisados, pois, alguns deles são mesmo geradores de conflitos mais ou menos graves, frontais ou latentes, entre países vizinhos. São disso exemplo a (não)retirada de Israel dos Montes Goulã, o tão discutido Plano Hidrológico Espanhol com transvases das bacias dos rios Douro, Tejo e Guadiana para as bacias costeiras mediterrâneas. Assim sendo, importa discutir a evolução sofrida ao longo do tempo na utilização da água, para depois nos centrarmos no seu uso actual. Averiguadas as necessidades, importa saber se a quantidade e qualidade são suficientes para fazer face à crescente procura. Depois, interessa saber quais são os efeitos que decorrem dessa utilização, seja agrícola, industrial ou doméstica, nomeadamente em termos de contaminação. De igual modo, importa averiguar até que ponto os sistemas fluviais e os próprios aquíferos são aproveitados para descargas de efluentes das mais diversas naturezas e qual o grau de contaminação que daí resulta. A poluição das águas continentais é um tema em debate, cada vez com mais frequência, pelo que não pode deixar de ser analisado. Mas, porque acreditamos nas capacidades do ser humano para resolver os problemas que, tantas vezes, ele próprio origina, discutiremos os problemas que se colocam em termos de disponibilidade dos recursos hídricos no futuro, dando a possibilidade aos alunos de, eles próprios, equacionarem o problema e tentarem encontrar soluções alternativas às normalmente propostas, aproveitando também para esta finalidade algumas das aulas práticas.

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Semana Aula Natureza Tema Sub-tema(Aulasteóricas)

Sub-tema(Aulaspráticas)

1 1 T 1.1.e1.2.2 T 1 1.3.e1.4.

2 3 P 1.4 T 2.1.

3 5 P 2.1.6 T 2.2.

4 7 P 2.2.8 T 2 2.3.

5 9 P 2.3.10 T 2.4.

6 11 P 2.4.12 T 2.5.

7 13 P 2.5.14 T 3.1.e3.2.

8 15 P 3.2.16 T 3 3.3.e3.4.

9 17 P 3.3.18 T 3.5.e3.6.

10 19 P 3.6.20 T 4.1.e4.2.

11 21 T 4 4.3.e4.4.22 P 4

12 23 T 5.1.e5.2.24 T 5 5.3.

13 25 P 526 P 5

2.2. Distribuição do programa no tempo A calendarização da prática lectiva, nomeadamente no que respeita ao desenvolvimento dos conteúdos programáticos das aulas teóricas e práticas, foi baseada no pressuposto de que o primeiro semestre conta com 13 semanas lectivas, não se tendo considerado eventuais feriados, tolerâncias de ponto ou outras interrupções lectivas. Além disso, consignou-se que cada tempo lectivo, independentemente de ser teórico ou prático, seria de duas horas semanais, o que perfaz assim um total de quatro horas por semana, sendo duas teóricas e duas práticas, como consta da seguinte distribuição: Tabela I - Calendarização das aulas teóricas e práticas

Natureza das Aulas: T- Aulas Teóricas e P - Aulas Práticas Temas das Aulas: 1 - Iniciação à Hidrologia Continental; 2 - Potamologia; 3 - Limnologia; 4 - Hidrogeologia e 5 - A Água e o Homem

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3. Linhas estratégicas

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3.1.Organização do curso A legislação em vigor, bem como as características intrínsecas à disciplina de Hidrologia Continental permitem a organização do curso tanto em regime de aulas teórico-práticas, como a leccionação separada de aulas teóricas e de aulas práticas. Contudo, os objectivos definidos e a prática corrente, resultante de alguns anos de experiência de leccionação de matérias relacionadas com Hidrologia Continental, levaram-nos a planificar o curso separando as aulas teóricas das aulas práticas. No entanto, esta estruturação não é rígida e poderá vir a ser alterada, em função de circunstâncias ou condicionalismos que tal aconselhem. Nas actuais circunstâncias, as aulas teóricas serão essencialmente expositivas, destinando-se a fornecer uma informação científica básica, sintetizada. A narração será apoiada em meios audiovisuais, recorrendo-se à projecção de transparências e de diapositivos, tanto de esboços e diagramas interpretativos dos temas em tratamento, como de imagens ilustrativas e adequadas às situações em análise. Sempre que possível, a transmissão de conhecimentos deverá ser participativa, motivando e interessando os alunos na equacionação e discussão de problemas concretos, relativos aos assuntos em debate, de preferência com descrição de casos concretos de seu conhecimento. Outro aspecto que merece ser devidamente equacionado é o da interligação dos assuntos a tratar nesta disciplina com outros relacionados com outras áreas do saber geográfico (e não só), não apenas pela ligação directa da Hidrologia Continental com outras ciências, mas, sobretudo, atendendo aos diferentes interesses científicos dos alunos que frequentam esta disciplina. Por este motivo, uma das nossas preocupações assenta na articulação das matérias agora leccionadas com os conhecimentos que os estudantes já possuem ou estão a adquirir noutras disciplinas, por forma a permitir a integração das diferentes matérias, em áreas tão específicas como sejam os estudos ambientais ou o ordenamento do teritório e desenvolvimento. No que respeita às aulas práticas, a calendarização apresentada, mais do que um plano rígido é uma proposta flexível, a adaptar às características da turma e aos interesses dos alunos. Com efeito, a aprendizagem de muitas das medições e técnicas de representação gráfica usadas em Hidrologia Continental far-se-á em aulas isoladas ou, preferencialmente em nosso entender, integradas em estudos mais abrangentes que envolvam algumas dessas técnicas. Por esse motivo, privilegiaremos uma aprendizagem em que as diferentes técnicas sejam aplicadas a casos concretos do conhecimento dos alunos que, por qualquer motivo tenham despertado o seu interesse. Pensamos que este método, além de mais motivador para o aluno, permite uma aplicação prática mais eficaz, na medida em que será este a investigar, óbvia e devidamente orientado, asfontes a utilizar, não permanecendo estático, à espera que

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seja o Professor a fornecer-lhe os materiais que, durante duas horas, vai usar para construir um gráfico ou um qualquer desenho e que, uma vez terminada a aula, arquiva e, muito provavelmente, nunca mais volta a usar. A execução de trabalhos continuados não exclui a realização daqueles exercícios, antes os direcciona com vista à prossecução de objectivos bem específicos, imprimindo, por essa razão, um dinamismo diferente às aulas práticas e obrigando o aluno a relacionar as matérias que, sucessivamente, lhe vão sendo apresentadas e que deve aplicar à situação concreta que está a analisar. O plano contempla, também, a realização de algumas saídas de campo, duas delas dentro da cidade e ocupando, respectivamente, apenas uma manhã ou uma tarde, enquanto que as restantes implicam utilização de um dia completo para a sua realização, motivo porque nem todas se poderão concretizar dentro dos tempos lectivos, ficando a sua concretização dependente da disponibilidade e dos critérios de opção dos alunos. Pensamos que, tratando-se de uma disciplina de opção para a maioria dos alunos, esta flexibilidade permite uma melhor adaptação do programa aos diferentes interesses temáticos dos alunos que frequentam a disciplina, sem colocar em risco a sua unidade nem deixar de tratar os aspectos considerados fundamentais. Para melhor compreensão de alguns dos temas abordados e, sobretudo, para mais fácil visualização de alguns aspectos pouco frequentes ou de difícil observação nos local, algumas aulas práticas poderão ser ilustradas com a visualização de vídeos ilustrativos de temas tratados, do mesmo modo que para apresentar algum tema mais específico pode ser convidado um especialista da matéria.. Com o objectivo de orientar as tarefas escolares aos alunos e, simultaneamente, de contribuir para que possam assimilar com mais facilidade as matérias leccionadas em Hidrologia Continental, pensamos vir a editar, à semelhança do que fizemos quando leccionávamos Geografia Física, um caderno onde constem os sumários desenvolvidos, a bibliografia específica e exemplos dos mapas e diagramas mais frequentemente usados nesta disciplina, bem como elementos estatísticos que permitam a elaboração dos gráficos mais usuais.

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3.2. Avaliação de conhecimentos A avaliação de conhecimentos dos alunos que frequentam a disciplina de Hidrologia Continental rege-se pelo Regulamento de Avaliação de Conhecimentos da Faculdade de Letras, aprovado pelo Conselho Pedagógico e ratificado pelo Conselho Directivo. Este regulamento contempla, no seu artº. 1º., três métodos de avaliação: a) avaliação contínua b) avaliação periódica c) avaliação final Ora, o número 1, do artº. 5º., determina: a) que as turmas que funcionam neste tipo de avaliação não excedam 20 a

25 alunos por turma, consoante a natureza da cadeira; Como os alunos inscritos na disciplina de Hidrologia Continental normalmente duplicam aqueles valores, este tipo de avaliação está posto fora de causa. Restam, todavia, mais dois. Contudo, porque esta disciplina é semestral, o número de provas da avaliação periódica é igual ao exigido na avaliação final, pelo que, na prática, elas confundem-se. Deste modo, a avaliação baseia-se na prestação das seguintes provas (alínea b) do nº. 1, do artº. 9º.): uma prova escrita e uma prova oral. Não haverá prova oral se a nota for igual ou superior a 10 valores. Contudo, o número 2 do referido artigo 9º, determina que "mediante a aprovação das Comissões Científica e Pedagógica do Grupo respectivo e de acordo com os alunos, poderão substituir-se ou acrescentar-se às provas referidas […] outras formas de avaliação, tais como trabalhos práticos (quer de campo, quer de outra natureza) […]. Face ao exposto, a avaliação de conhecimentos está sempre condicionada pelo que vier a ser acordado com os alunos no início de cada ano lectivo. A experiência recomenda-nos incentivar os alunos à realização da prova escrita, pois a sua realização implica um estudo mais aturado das matérias leccionadas, complementada com a realização de um trabalho prático, curto e preciso, de natureza facultativa, onde o aluno pode demonstrar as suas capacidades para a investigação. Atendendo à não obrigatoriedade da realização do trabalho, que decorre do regulamento, a natureza facultativa deste assenta no pressuposto de que ele só é contabilizado em termos de avaliação quando contribuir para melhorar o resultado final do aluno. Deste modo, sem prejudicar os alunos em termos de resultados finais, é possível motivá-los a realizarem estudos que, além do interesse académico imediato, lhes podem fornecer modelos para superarem algumas situações que a vida profifssional se encarregará de lhes colocar num futuro que esperamos esteja próximo.

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4. Apresentação do programa detalhado

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4.1. Ensino teórico Pelas suas características e, sobretudo, para não tornar demasiada extensa a apresentação do programa que propomos, optámos por fazê-la por tópicos, indicando os principais assuntos a abordar dentro de cada sub-capítulo: 1. Iniciação à Hidrologia Continental 1.1. Noções, conceitos e subdivisões - Climatologia, Hidrologia e Glaciologia - Hidrologia e Hidrografia - Hidrologia Marinha e Hidrologia Continental - Potamologia, Limnologia e Hidrogeologia 1.2. A água na Terra - o ciclo hidrológico

- evapotranspiração, precipitação, infiltração, escoamento - as grandes unidades de distribuição da água existente no mundo

- extensão superficial e volume ocupado; - irregularidades na sua distribuição - tempos de residência; - endorreísmo e exorreísmo

1.3. Propriedades físicas das águas continentais. Sua variação no espaço e no tempo

- densidade - fluidez e viscosidade - velocidade e rugosidade - turbulência - temperatura

1.4. Características químicas e substâncias dissolvidas: - composição química - dissolução - pH da água - gases dissolvidos - salinidade - poluição - transportes artificiais em dissolução - tratamento das águas residuais - qualidade da água

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2. Potamologia (Hidrologia Fluvial) 2.1. Os conceitos - bacia e de rede hidrográficas - delimitação das bacias - outras bacias: - geológica - topográfica - de drenagem - grandes bacias e redes fluviais: - mundiais - europeias - ibéricas - nacionais 2.2. Características físicas das bacias hidrográficas, como condicionantes do

escoamento - geológicas: - litologia e tectónica - porosidade e permeabilidade -topográficas: - orografia e morfologia - altitudes e curvas características - curva hipsométrica - curva das frequências altimétricas - integral hipsométrica - curva da distribuição dos declives - perfil longitudinal do talvegue - perfil tranversal do vale - perfil tranversal dos leitos - estiagem - menor ou ordinário - maior ou de inundação - climáticas: - precipitação - tipos de chuvas - quantidade de precipitação: - precipitações normais - valores extremos - o risco de alagamento - o risco de cheia - precipitações sólidas - precipitação média da bacia - temperatura - média anual - médias mensais - distribuição na bacia - evaporação e evapotranspiração - balanço hídrico (climatológico da água no solo) - biogeográficas: - pedológicas - agrícolas e florestais - alterações antrópicas, o papel hidrológico do homem

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2.3. Morfometria. Análise quantitativa das bacias fluviais - forma das bacias de drenagem - índices de forma - forma da bacia e caudal na foz - organização interna das bacias hidrográficas - orientação - tipos de drenagem - índice de assimetria - hierarquização da rede fluvial - elementos da morfometria fluvial - ordem dos canais - número de canais - comprimento dos canais - perímetro das bacias - área das bacias - relação de bifurcação - relação de comprimento dos canais - relação de áreas das bacias - crescimento alométrico - relação entre a área média de uma bacia e o comprimento médio (acumulado) do

respectivo canal - caudal do rio e área da bacia hidrográfica - relação entre o caudal do rio e a área da bacia - densidade de drenagem e textura topográfica - densidade hidrográfica e coeficiente de torrencialidade - declive do talvegue e inclinação das paredes do vale - relação de gradiente - relação entre a inclinação média das paredes do vale e o declive médio

do leito 2.4.Escoamento fluvial - ponderação e regularidade do escoamento - factores que influenciam o escoamento - litológicos - orográficos - relevo e precipitação - relevo e escoamento - morfológicos - área e forma da bacia - geometria do leito - climáticos - duração e intensidade da precipitação - precipitação antecedente - evaporação - biogeográficos - medidas e cálculos hidrométricos

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- postos limnimétricos - estações hidrométricas - alturas de água - velocidade - caudal - curva de vazão - manifestações hidrológicas dos cursos de água - abundância média e sua evolução no tempo: - ao longo do ano - de ano para ano - módulo (escoamento, caudal) - total (bruto) - específico (relativo) - classificação - evolução para jusante - característicos - valores mensais - QC 3 e QC 9 (quartis) - QC 1 e QC 11 - QC 6 (caudal mediano) - valores diários - QM, caudal máx. absoluto (1 único dia ano) - QMC ou Q10, caudal característico máximo ou

de cheia (10 dias ano) - Q30, Q60 …Q300, Q330 - Qee ou Q345, caudal de estiagem equivalente

(345 dias ano) - Qme ou Q355, caudal característico mínimo ou

de estiagem (355 dias ano) - Qm, caudal mínimo absoluto (365 dias ano) - balanço do escoamento - variações estacionais - estiagens - cheias - causas - evolução - potência - frequência - soluções - o risco de inundação - influência sobre os transportes sólidos - regimes fluviais - pluviais, térmicos e variáveis (J. LOUP) - simples, complexos e cambiantes (M. PARDÉ) 2.5. Principais bacias hidrográficas portuguesas - localização - características físicas - escoamento - regime

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3. Limnologia (Hidrologia Lacustre) 3.1. Origem e morfologia dos lagos - estrutura - escavamento - barragem - escavamento e barragem 3.2. Os grandes lagos - mundiais - europeus 3.3. Características das águas lacustres - salinidade - transparência - temperatura - tipos de estratificação - normal ou directa - isotermia - inversa 3.4. Movimentos das águas lacustres - flutuações de nível - movimentos ondulatórios - marés - seiches - ondas - internas - produzidas pelo vento - de cheia fluvial - correntes 3.5. Tipos de lagos - associados aos rios - emissão - transmissão - recepção - de água doce (temperatura e convecção térmica) - monomícticos - quentes - frios - dimícticos - amícticos - oligomícticos - polimícticos - holomícticos - meromícticos - salgados - composição das águas - cloretados - sulfatados - carbonatados - os sebka (salt pans) - características e problemas de renovação das águas profundas 3.6. Lagoas e albufeiras portuguesas - lagoas de origem natural - as lagoas da Serra da Estrela - as logoas do litoral - albufeiras de origem antrópica - distribuição geográfica

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4. Hidrogeologia (Hidrologia subterrânea) 4.1. Origem das águas subterrâneas 4.2. Modo de jazida das águas subterrâneas - águas de infiltração (zona de arejamento) - zona das águas de infiltração - zona intermédia - auréola capilar - águas de saturação ( zona de saturação) - conceitos - porosidade e permeabilidade - coeficiente de permeabilidade - nível freático, hidrostático, de saturação ou superfície piezométrica - águas - pelicular - de capilaridade - gravítica ou gravitacional - descargas naturais de água de saturação 4.3. Toalhas subterrâneas (aquíferos) e nascentes -tipos de aquíferos - normal (toalhas freáticas) - suspenso (águas epidérmicas) - cativo (águas artesianas) - a água nas rochas compactas - tipos de nascentes - perenes, temporárias e intermitentes (artesianas) - subaéreas e subaquáticas - de depressão, de contacto e de fractura - termais e minerais 4.4. Hidrogeologia das grandes unidades geológicas de Portugal (Continente, Açores e

Madeira) - características gerais - águas minero-medicinais - localização - composição - finalidade terapêutica

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5. A água e o Homem 5.1. A água, como recurso natural - interesse crescente das águas continentais - uso da água - utilização ao longo dos tempos - principais usos na actualidade - irrigação (agricultura) - consumo doméstico (abastecimento urbano) - utilização industrial - produção de energia hidroeléctrica 5.2. A qualidade da água - poluição das águas superficiais - uso agrícola - uso doméstico - uso industrial - contaminação das águas subterrâneas - exemplos portugueses 5.3. Disponibilidade de recursos hídricos no futuro - problemas e soluções

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4..2. Aulas práticas As aulas práticas servem essencialmente para aprofundar e clarificar os conhecimentos apreendidos nas aulas teóricas, quer através da leitura e interpretação de documentos-base, quer através da representação gráfica de diversas situações apresenatadas de forma numérica, quer da discussão de temas da actualidade relacionados com a água (secas, inundações, impactes ambeientais, gestão de recursos hídricos, implicações da construção de barragens e criação de albufeiras, …) quer, ainda, de reconhecimento e trabalho de campo. As aulas práticas servirão também para orientação de trabalhos práticos, muito concretos e objectivos, direccionados para aspectos directamente ligados às áreas de especialização de cada um dos alunos intervenientes e, preferencialmente, sobre temas actuais e que digam rspeito aos locais de naturalidade ou de residência dos estudantes. Estes trabalhos deverão ser curtos, com dez a doze páginas, redigidos em forma de artigo de revista, com vista ao ensaio de técnicas específicas por parte dos alunos e com envolvimento de investigação pessoal. Nestas circunstâncias, o produto final deverá dar conta não só dos objectivos do trabalho, da caracterização da área estudada, dos materiais e métodos usados, mas também deve apresentar os resultados obtidos, passando pela eventual discussão dos mesmos e apresentar as conclusões a que foi possível chegar. Todos estes estudos são sempre de carácter facultativo, embora incentivemos os alunos à sua realização com vista a uma melhor preparação individual para, no futuro, poderem dar cabal e eficaz resposta aos problemas concretos com que se irão debater quando começarem a sua actividade profissional. Durante a realização destes trabalhos é-lhes dada a oportunidade de contactarem directamenete com a realidade exterior à Faculdade, tanto a nível da realização de trabalho de campo, como através do recurso a diversas instituições, com vista ao fornecimento de elementos estatísticos ou outros necessários ao normal desenrolar dos trabalhos, mas também no sentido de lhes dar a conhecer a quem poderão recorrer no futuro, com vista à solução dos problemas com que vierem a ser confrontados. Este aspecto é, quanto a nós, particularmente importante, porque coloca os alunos em contacto com o mundo exterior, retirando-os do "conforto" e segurança que as paredes da Faculdade proporcionam, contribuindo assim para reduzir o "efeito de choque" por que, terminado o curso, passarão ao entrarem no mercado de trabalho. Concluídos os relatórios, é altura de serem apresentados nas aulas, não só para que os colegas possam ficar a conhecê-los, mas também para familiarizar os intervenientes com este tipo de situações, a da apresentação em público, importante sobretudo para os alunos da área de especialização em Ensino. As matérias a abordar durante as aulas práticas estarão, pois, intimamente associadas à respectiva componente teórica e à sua distribuição temporal,

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procurando acompanhar, sequencialmente, a leccionação daquelas. A distribuição temática será, por esse motivo, semelhante à das aulas teóricas. O seu tratamento, atendendo ao pouco tempo disponível, consistirá na apresentação genérica das matérias e o seu tratamento mais ou menos pormenorizado, irá ser feito de acordo com as preferências dos alunos,dentro do seguinte contexto: 1. Iniciação à Hidrologia Continental - Apresentação dos documentos-base usados em Hidrologia Continental - cartográficos - estatísticos - Tipos de representações gráficas mais usados 2. Potamologia 2.1. Os conceitos de bacia e de rede hidrográficas - Técnica de delimitação das bacias - Desenho de mapas hidrográficos 2.2. Características físicas das bacias de drenagem - Elaboração de mapas temáticos - Cálculo das altitudes características - Desenho das curvas características - Tipos e características dos gráficos climatológicos mais usados em

Hidrologia 2.3. Análise quantitativa das bacias fluviais - Modos de hierarquização da rede fluvial - Medição do comprimento dos canais e do perímetro e área das

bacias - Cálculo de índices de forma e de assimetria - Tipos de relações e de coeficientes

2.4. Escoamento fluvial - Medidas e cálculos hidrométricos - Processos de determinação das alturas de água - Técnicas de medição da velocidade da corrente - Cálculo de caudais - Representação gráfica das manifestações hidrológicas dos cursos

de água

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5. Bibliografia

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5. BIBLIOGRAFIA GERAL 5.1 TEMA 1 - INICIAÇÃO À HIDROLOGIA CONTINENTAL CHORLEY, R. J. (1969b) - Geographical Hidrology. Methuen, Londres, 206 p. CHOW, V. T. (1988) - Applied Hydrology. McGraw-Hill International Editions, New

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(5ª. ed.).

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5.2. TEMA 2 - POTAMOLOGIA ALCOFORADO, M. J. (1981) - Notas sobre a Geomorfologia da Arrábida Oriental.

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Memória, 82 p.; Tomo 2.4. - Quadros, 150; Tomo 3.4. - Quadros, 79; Tomo 4.4 - Desenhos, 133.

vol. II - “Hidrogeologia. Águas subterrâneas”, 15 p. + 62 quadros + 7 figuras. vol. III - “Geologia. Selecção de locais de Barragem”, 89 p. + 1 figura. vol. IV - “Disponibilidades hídricas”, 11 p. + 172 quadros + 44 fig.s.

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5.3.TEMA 3 - LIMNOLOGIA COLLET, L. W. (1925) - Les lacs; leur mode de formation, leurs eaux, leur destin.

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6. SÉRIES CARTOGRÁFICAS E ESTATÍSTICAS DE APOIO ÀS AULAS PRÁTICAS 6.1. MAPAS GERAIS COMISSÃO NACIONAL DO AMBIENTE (1975 e seg.) - Portugal. Atlas do Ambiente.

Esc. 1/1 000 000, Lisboa. GIRÃO, A. (1958) - Atlas de Portugal. Instituto de Estudos Geográficos, Coimbra,

40 estampas (2ª. ed.). 6.2. MAPAS TOPOGRÁFICOS Carta Corográfica de Portugal, Esc. 1:50 000, Instituto Geográfico e Cadastral,

Lisboa. Carta Militar de Portugal, Esc. 1:25 000, Serviços Cartográficos do Exército,

Lisboa. Carta de Portugal, Esc. 1:100 000, Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa. Carta de Portugal, Esc. 1:200 000, Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa. Folhas

nºs.: 3 Beira Litoral (1985) e 4 Beiras (1988) Carta de Portugal (1968), Esc. 1:400 000, Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa.

Folha 2 (Centro). Carta de Portugal (1974), Esc. 1:500 000, Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa. Mapa Oro-Hidrográfico de Portugal (1965), Esc. 1:200 000, Centro de Estudos

Geográficos, Lisboa. Folhas: 13, 14, 16 e 17. 6.3. FOTOGRAFIA AÉREA Fotografia aérea (1958), Voo Americano (USAF), Esc. Aprox. 1:26 000. Serviço

Cartográfico do Exército, Lisboa. Fotografia aérea, Voos Especiais da Força Aérea Portuguesa para os Serviços

Florestais, Esc. Aprox. 1:15 000. Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa. Ortofotomapas (hipsometria em transparente), Esc. 1:10 000, Instituto Geográfico e

Cadastral, Lisboa.

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6.4. SÉRIES CLIMATOLÓGICAS CARVALHO, A. FERRAZ DE (1922) - Clima de Coimbra. Resumo das observações

feitas no Observatório Meteorológico da Universidade de Coimbra desde 1866. Imprensa Nacional, Lisboa, LXXIII+114 p.

DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS - Anuário dos Serviços Hidráulicos. Udometeorologia (1975/76, 1976/77 e 1977/78).

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6.5. SÉRIES HIDROLÓGICAS BRIGADA DE HIDROMETRIA DO BAIXO MONDEGO (1979) - Características físicas

das estações de medição de caudais das bacias hidrográficas do Vouga e Mondego. Direcção dos Serviços de Hidrologia, DGRAH, MHOP, Montemor-o-Velho, 239 p. (inédito).

DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS (1986) - Dados pluviométricos 1900/01 a 1984/85. Portugal (Continente). Ministério do Plano e Administração do Território, Lisboa, s/ paginação.

DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS (1986) - Escoamentos até 1984/85. Portugal (Continente). Ministério do Plano e Administração do Território, Lisboa, s/ paginação.

DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS - Caudais. Portugal (Continente). (1978/79 a 1989/90).

DIRECÇÃO-GERAL DOS SERVIÇOS HIDRÁULICOS - Anuários dos Serviços Hidráulicos. 1933 a 1941 e 1942/43 a 1970/71.

DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS - Anuário dos Serviços Hidráulicos. Hidrometria (1976/77), 215 p.

ELECTRICIDADE DE PORTUGAL EDP/EP - Anuário Hidrológico (1976/77 a 1987/88).

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