hermenêutica bíblica

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HERMENÊUTICA Noções Básicas Para interpretação de Textos da Bíblia

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HERMENÊUTICANoções Básicas Para interpretação de

Textos da Bíblia

Introdução  Definição Uma das primeiras ciências que o pregador deve

conhecer é certamente a hermenêutica. Porém, quantos pregadores há que nem de nome a conhece! Que é, pois a hermenêutica? A arte de interpretar textos responde o dicionário. Porém, a hermenêutica do qual nos ocupamos, forma parte da teologia exegética, ou seja, a que trata da reta inteligência e interpretação das escrituras bíblicas.

 

1. Disposições necessárias para o estudo proveitoso das escrituras

 

a) Espírito respeitoso. A Bíblia é a revelação do onipotente, é o milagre permanente da graça de Deus. Sem esse espírito, talvez o estudante seja como o insensato que joga lama sobre um monumento artístico que é admirado por todo mundo.

  b) Espírito dócil. A pessoa obstinada e teimosa que

intenta estudar a Bíblia, lhe acontecerá o que disse Paulo do homem natural (1 Co 2.14).

 

d) Paciente no estudo. Ao dizer Jesus: “examinai as Escrituras”, se serve duma palavra que mostra o mineiro que cava e revolve a terra, buscando com diligência o material precioso, ocupado numa obra que requer paciência. As escrituras necessariamente devem ser ricas em conteúdos e inesgotáveis como as entranhas da terra.

  e) Prudência. Saber iniciar a leitura pelo mais simples e

prosseguir para o mais difícil. É fácil descobrir que o novo testamento é mais simples que o antigo, e que os evangelhos são mais simples que as cartas apostólicas. Ainda entre os evangelhos, os três primeiros são mais simples que o quarto.

2. Regra fundamental: A primeira e fundamental regra da correta interpretação bíblica é “A Bíblia é a sua própria interprete”. Ignorando ou violando este principio simples e racional, temos encontrado como dissemos aparente apoio nas escrituras para muitos erros como: os judeus para rejeitar a Cristo, os papistas para os erros do papado e das matanças com eles relacionadas, os espíritas para sua errônea Reencarnação e os russelitas para seus erros blasfemos.

Esta é a regra das regras, porque desta, que é fundamental, se desprendem as outras várias e que dela nascem naturalmente.

3. primeira regra: É preciso, o quanto seja possível, tomar as palavras em seu sentido usual e comum. Por exemplo, houve quem imaginasse que as ovelhas e os bois que menciona o salmo 8, eram os crentes, enquanto as aves e os peixes eram os incrédulos donde se concluía em conseqüência, que todos os homens queiram ou não, estão submetidos ao poder de Cristo.

Porém, tenha-se sempre presente que o sentido usual e comum não equivale sempre ao sentido literal. Em outras palavras, o dever de tomar as palavras e frases em seu sentido natural e comum, não significa que sempre deve tomar-se ao pé da letra. Vejamos alguns exemplos.

 

Exemplo : Em gênesis 6.12 lemos: “Porque toda carne havia corrompido seu caminho sobre a terra”. Tomando aqui as palavras carne e caminho em sentido literal o texto perde seu significado por completo. Porém tomando em seu sentido comum, usando-se como figuras, isto é, carne em sentido de pessoa e caminho no sentido de costume, modo de proceder ou religião, já não só tem significado, mas um significado terminante, dizendo-nos que toda pessoa havia corrompido seus costumes.

 

4. Segunda regra: É necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase. Dos exemplos que oferecemos a seguir, veremos como varia, segundo a frase texto ou versículo o significado de algumas palavras.

 

Exemplo : Fé. A palavra fé ordinariamente significa confiança; mas também tem outras acepções. Lemos de Paulo, por exemplo: “agora prega a fé que outrora procurava destruir” (Gl 1.23). Do conjunto desta frase vimos claramente que a fé, aqui, significa crença, ou seja, a doutrina do evangelho.

 

5. Terceira regra: É necessário tomar as palavras no sentido indicado no contexto, a saber, os versículos que precedem e seguem ao texto que se estuda. Às vezes sucede que não basta o conjunto de uma frase para determinar qual é o verdadeiro significado de certas palavras.

 

Exemplo: No contexto achamos expressões, versículos ou exemplos que nos esclarecem ou definem o significado da palavra obscura. Ao dizer Paulo: “quando lerdes podeis compreender o meu discernimento no mistério de Cristo” (Ef.3.4). Pelos versículos anteriores e posteriores, verificamos que a palavra mistério se aplica aqui a participação dos gentios nos benefícios do evangelho.

 

6. Quarta regra: É preciso tomar em consideração o objetivo ou desígnio do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.

 

Exemplo : É evidente que as cartas aos Gálatas e aos Colossenses foram escritas na ocasião dos erros que, com grande dano, os judaizantes ou “falsos mestres” procuravam implantar nas Igrejas apostólicas.

 

7. Quinta regra: É preciso consultar as passagens paralelas, explicando coisas espirituais pelas espirituais (1 Co 2.13). Ou seja, que tenha entre si alguma relação, ou tratem de um modo ou outro de um mesmo assunto. Vejamos os três tipos de paralelos.

 

a) Paralelos de palavras: Quando o conjunto de frases ou o contexto não bastam para explicar uma palavra duvidosa, procura-se às vezes adquirir seu verdadeiro significado consultando outros textos em que ela ocorre.

 

Exemplo: Em Gálatas 6. 17, diz Paulo: “Trago no corpo as marcas de Jesus”. Que eram essas marcas? Iremos, pois as passagens paralelas: em 2 Co 4.10, encontramos em primeiro lugar, que Paulo usa a expressão “levando sempre no corpo o morrer de Jesus” falando da cruel perseguição que continuamente Cristo padecia o que nos indica que essas marcas se relacionam com a perseguição que sofria. Veja também 2 Co 11.23-25.

 

Exemplo : Ao dizer Jesus: “Sobre esta pedra edificarei aminha igreja”. Constitui ele a Pedro como fundamento da Igreja? Note-se que Cristo não disse: sobre ti Pedro. Em Mateus 21. 42, 44, vemos Jesus mesmo como a pedra fundamental profetizada e tipificada no Antigo Testamento. Veja também 1 Co 3:10,11.

 

c) Paralelos de ensinos gerais: É preciso recorrer aos ensinos gerais das escrituras.

Exemplo: Diz a escritura: “O homem é justificado pela fé sem as obras da lei”. Ficaria o homem livre das obrigações de viver uma vida santa? Não, porque os evangelhos em todas as partes previnem os crentes contra o pecado, exortando-os à pureza e à santidade.

 

 Conclusão Que possamos partir do pressuposto de

que a Bíblia é a palavra de Deus. Que ao estudarmos, devemos guardar a regra fundamental, ou seja, a Bíblia é sua própria interprete, para que possamos desenvolver uma hermenêutica sadia,sem especulações e erros de interpretação.

BIBLIOGRAFIA:   LUND, e/ NELSON, p.c. Hermenêutica.

São Paulo: vida, 1968. 126p.        

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