henri regnault - léon denis e a experiência espírita

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  • 8/14/2019 Henri Regnault - Lon Denis e a Experincia Esprita

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    www.autoresespiritasclassicos.com

    Henri Regnault

    Lon Denis

    E a Experincia Esprita

    Do Original Francs

    Lon Denis et IExprience Spirite

    1928

    Eugne Bodin

    Barcos na Praia da Mar Baixa

    Contedo resumido

    Exemplos atuais e conselhos oportunos sobre a formao degrupos medinicos. A obra prope-se a analisar a atividadeesprita de Lon Denis, no campo experimental e, junto a ela,

    http://www.autoresespiritasclassicos.com/http://www.autoresespiritasclassicos.com/
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    adicionar conselhos oportunos sobre a formao de grupos, nosquais ressaltada a necessidade da "disciplina, pacincia,perseverana e regularidade, alm do carter mental".

    Sumrio

    Prefcio Guisa de PrefcioCaptulo I - As Experincias de Lon DenisCaptulo II - As Qualidades do Experimentador

    Captulo III - Como Formar os GruposCaptulo IV - Como se Tornar-se MdiumCaptulo V - Como Experimentar

    PREFCIO

    Henri Regnault foi contemporneo de Leon Denis.Escreveu este livro,ao que parece em cima da morte doMestre, provavelmente tangido por uma forte emoo.

    Seu trabalho se prope analisar a atividade esprita deLeon Denis, notadamente no campo experimental e junto aela, adicionar exemplos vividos e conselhos oportunos sobre

    a formao de grupos, onde ressaltada a necessidade dadisciplina, pacincia, perseverana, e regularidade, alm docarter mental

    Regnault, ainda em outros captulos, aborda os temas:Como experimentar, como tornar-se mdium e quais asqualidades do experimentador.

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    Todos os conselhos esto calcados nas obras de Denis,notadamente em No Invisvel, de onde o autor tira a maiorparte das citaes, alias bem lembradas.

    Sentimos, porem, a falta dos textos enxutos e limpos deaparatos que Denis emprega em seu livro Espritos eMdiuns

    Nesta importante obra, embora Denis fale somente umpouco de suas experincias, ele o faz muito bem, no CaptuloV - A Anlise da Mediunidade.

    Ali ele nos diz de notvel experincia em que umamdium desconhecida, que o visitava pela primeira vez,recebe Jernimo de Praga e a Senhora Forget.

    Nesta mesma sesso, outro mdium, usando dapsicografia, registra a presena de um suicida, que d provasde sua identificao, como sendo o pai de uma pessoapresente reunio e que, alis, pela primeira vez, participavade urna sesso esprita.

    Enfim, "Espritos e Mdiuns" poderia ter contribudo, e

    muito, para o enriquecimento das observaes do livro deHenri Regnault.Reconhecemos que se trata de excelente esforo, em

    torno das atividades medinicas de Lon Denis e que nosinduz, a ns os Leondenisianos, a pesquisar ainda mais.

    Altivo C. PamphiroRJ, set-1992

    GUISA DE PREFCIO

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    Estudando a obra de Lon Denis, em meu livro "A Morteno Existe", tive a ocasio, por vrias vezes, de assinalar as provas pelas quais os espritas tm o direito de afirmar,

    simultaneamente, a sobrevivncia dos mortos e aspossibilidades que eles tm de se comunicar com os vivos.Um autor, que se tornou acadmico, e por isso mesmo

    "imortal", Abel Hermant, fez em "Coutras Soldat", umaobservao que passo a transcrever:

    "No aceitamos, espontaneamente, escreveu ele, quenossos amigos no sejam to infelizes quanto ns e comons: devemos am-los.

    Nossos males no nos parecem suportveis, a no ser queestejam igualmente experimentados pelos que nos so maiscaros, ou, pelo menos, pelo maior nmero possvel depessoas: e a morte, entre outras coisas, se tornaria bem maiscompreensvel, se estivssemos seguros de que o mundoacaba conosco."

    H, segundo creio, um meio muito mais seguro de tornar

    a morte compreensvel; saber, exatamente, o objetivo denossa passagem pela Terra, de procurar o que acontececonosco aps a morte.

    Para ser precisamente esclarecido, no haver melhormeio do que ler as obras de Lon Denis, portanto estudandoo Espiritismo.

    Poder-se-, assim, conhecer a morte, conseqentementeno tem-la, pois se ter a certeza de que ela simplesmudana de estado, que em nada modifica nosso "eu" real.

    Certamente, Abel Hermant parece ter observado justamente que os egostas teriam um maldoso prazer emcomunicar a seus amigos que eram tambm to infelizesquanto eles, mas isso no lhes evitaria quaisquer sofrimentos

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    pessoais e no lhes faria conhecer a finalidade de suas provasterrenas, nem a utilidade de saber suport-las com resignaoativa. (*)

    (*) Ver Henri Regnault - "Tu Revivers", pginas 23, 175 e seguintes.

    Mas os espritas so altrustas e no egostas; aobservao do autor de "Coutras Soldat" no se dirige,portanto a eles.

    Len Denis mostra a seus leitores o que o Espiritismo,quais so as provas reais em que se apia e como ele paraos humanos um excelente meio de consolao e quais sosuas conseqncias morais.

    Tendo estudado sua obra sob seus diferentes aspectos, julguei til pesquisar em seus escritos como Lon Denishavia adquirido pessoalmente a prova da realidade de suasafirmativas; para repetir a feliz expresso colocada por meuamigo Gaston Luce, no ttulo de sua interessante biografiado Mestre, "O Apstolo do Espiritismo", contentou-se eleem apresent-lo como doutrinador, afirmando que outros,

    dignos de f, o haviam assim denominado.Ao contrrio, esteve ele pessoalmente preocupado com omaravilhoso problema da morte?

    Teria ele feito pesquisas? Suas experincias foramconcludentes?

    Essas questes deviam ser propostas no aos leitoreshabituais de Lon Denis; estes conhecem bem a conscinciado patriarca do Espiritismo; eles leram, por vezes, em seus

    livros a descrio de uma ou de outra experincia esprita,realizada por ele; conhecem tal resultado obtido nos gruposque ele freqentava.

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    Certamente, j tm a certeza de que Lon Denis foi umexperimentador sagaz, habilidoso, prevenido, prudente e,para eles, a questo no interessava.

    Entretanto, ficariam talvez satisfeitos em encontrar, numnico lugar, os ensinamentos esparsos atravs daconsidervel obra do Mestre.

    Todavia, para todos os que eu desejaria lessem a obracompleta de Lon Denis; para os que ainda no tomaramconhecimento da magia de seu estilo; para os que, tendo lidoum ou alguns de seus livros, seria talvez til propor-lhes asquestes relativas experimentao pessoal de Lon Denis;seria talvez necessrio tentar resolv-las.

    17 de Julho 1928

    CAPTULO I

    AS EXPERINCIAS DE LON DNIS

    Para pesquisar como Lon Denis experimentava e quaisprovas pessoais pde obter, fiz novas incurses por toda aobra do Mestre. O estudo foi longo, mas de um interesseapaixonante.

    H, com efeito, muito a se aprender, quando se busca amaneira pela qual um homem como Lon Denis pdeconstatar, por si s, a realidade dos fenmenos espritas e acerteza da comunicao entre os vivos e os mortos.

    E essa busca era necessria, porque Lon Denis, sobreesse assunto, como tambm em tantos outros, pari ns ummaravilhoso exemplo a ser seguido.

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    No Congresso Esprita Internacional de 1925, que obtevena imprensa um grande sucesso, Lon Denis apresentou uminteressante trabalho sobre as sesses espritas feitas em

    Tours, cidade na qual passou quase toda a sua vida.Teria podido me contentar comentar essa narrativa, bemcompleta por si mesma, porm, preferi me servir delasimplesmente como base.

    Em 1862, Lon Denis tinha 16 anos. Segundo ele, aindaera muito jovem naquele momento e, principalmente,possua uma condio bem modesta para pretender entrar noGrupo Esprita fundado pelo Dr. Chauvet.

    O Espiritismo tem feito reais progressos; conheoespritas, de situao modesta, que no hesitam em fazerdessa Doutrina a base da prpria educao de seus filhos.Lon Denis s teria 2 anos mais para se ocupar com oEspiritismo.

    , realmente, com a idade de 18 anos, portanto em 1864,que, numa livraria de Tours, situada numa das grandes ruas

    dessa cidade - deve ser a Rua Nationale - ele encontrou umaobra cujo ttulo o atraiu. Era "O Livro dos Espritos", deAllan Kardec. Comprou-o, leu-o, s escondidas de sua me, porque receava que essa leitura lhe seria desagradvel,porm descobriu, com grande espanto, que ela mesma, tendoachado essa obra no quarto de Lon, desejou igualmente l-la, talvez em segredo e sem diz-lo a seu filho.

    "O Livro dos Espritos" levou Lon Denis a pensar queexiste no Espiritismo algo de plausvel.

    Com a seqncia de suas reflexes, decidiu fundar umgrupo. Esse grupo teve sua sede na Rua do Cygne.

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    A propsito, curioso notar que, no curso de minhasviagens, quando paro em Tours, deso justamente no Hotelde Cygne, situado na Rua do Cygne.

    Os resultados obtidos por Lon Denis e seus amigos, nodecorrer das experincias efetuadas na Rua do Cygne, foramverdadeiramente medocres.

    Houve mesmo alguns casos de obsesso.O grande apstolo do Espiritismo no foi favorecido

    desde o incio.Em 1867, Lon Denis travou conhecimento com Allan

    Kardec, que viera fazer uma conferncia em Tours, que,alis, no pde ser efetuada no salo pblico onde havia sidoanunciada e teve que se realizar, quase de improviso, emSpirito-Villa.

    Puseram jovens porta do local onde deveria ocorrer conferncia, avisando s pessoas: "Dirijam-se a Spirito-Villa".

    Esse retrospecto nos permite avaliar como somos

    favorecidos, ns que podemos, atualmente, anunciar nossasreunies espritas sem receios.Entretanto, alguns se obstinam, sem nada conhecer do

    verdadeiro Espiritismo, em considerar nossa Doutrina comoum perigo.

    assim que no "La Rumeur", de 23 de junho de 1928, aSra. Aurel pede a proibio severa das reunies espritas, sobo capcioso pretexto de que "toda reunio esprita tende aenlouquecer continuamente o auditrio, portanto a provocara depresso mental e o enfraquecimento do senso crtico".

    A Senhora Aurel escreveu isto a propsito do "processode Mantes", que provocou grande alarido na imprensa e que,

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    no dizer de nossos adversrios mal informados, "le balloncrev des spirites".(1)

    (1) - Expresso idiomtica com sentido pejorativo.

    No tendo sido admitido, mais de uma vez, em 1923, sexperincias organizadas em casa da Sra. Alexandre, noposso opinar sobre a irrealidade dos fantasmas de Mantes, porm, sou. obrigado a lembrar aos antiespritas que osprprios espritas tm desmascarado as fraudes e que elasno impedem que os fenmenos reais existam.

    O Espiritismo no repousa unicamente sobre asmaterializaes, porm, sobre um conjunto de fatos

    medianmicos reconhecidos como exatos por numerosossbios.Muito freqentemente se acreditou abater em definitivo o

    Espiritismo, mas, cada vez, nossa Doutrina sai vitoriosa emais forte da luta e o mesmo acontecer aps os novosataques desferidos no "processo de Mantes".

    Se a Senhora Aurel fizesse a honra de me ler, ela se daria

    conta de que em uma verdadeira reunio esprita, osassistentes conservam em cada instante seu esprito crtico,seus meios de controle e que, por conseqncia, osexperimentadores no buscam, como se pensa, "provocar adepresso moral e o enfraquecimento do senso crtico".

    Se ela tivesse o trabalho de estudar a obra de AllanKardec, de Gabriel Delanne, de Lon Denis, no escreveriacom ingenuidade tais afirmaes, em contradio absoluta

    com o que realmente existe.Sem se deixar perturbar pelas campanhas da imprensa,

    onde nossos adversrios buscam em vo nos ridicularizar,sem argumentos srios, os militantes do Espiritismocompreendero melhor ainda a necessidade de tornar

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    conhecida a todos a realidade do Espiritismo e decidirocontinuar os esforos dos que, como Allan Kardec, LonDenis, Gabriel Delanne, tiveram a misso maravilhosa de

    torn-la conhecida do povo francs.A guerra de 1870, como a Guerra Mundial, demoliu umpouco todos os Grupos Espritas de nosso territrio.

    Aps ter dedicado seus esforos na defesa de nossa terra,Lon Denis reencontrou em Tours o capito Armand efundou, com ele, um novo Grupo.

    O "Porqu da Vida" estava publicado desde 1885 e LonDenis j havia comeado sua atividade de conferncias,quando, em 1890, realizou experincias com Perinne,presidente da Cmara de Apelao de Alger e Lejeune, ex-lugar-tenente da guarda, em um grupo, cuja mdium era aSenhora Forget.

    Lon Denis, por diversas vezes, cita as qualidadesmedianmicas extraordinrias dessa mdium.

    Todavia, foi somente em 1892 que fundou o grupo, dos

    mais importantes, que ele teve a ocasio de presidir.Esse grupo estava instalado na Rua do Rempart e possuacinco mdiuns.

    Em 1900, (2) aps a morte da principal mdium e dapartida de Tours de certas pessoas chamadas para outroslocais da Frana, esse grupo foi dissolvido.

    (2) - Nota da Editora: Gaston Luce - em "Lon Denis - O Apstolo do

    Espiritismo" - informa que o grupo terminou suas sesses em fins de 1909. Ver edioCELD do referido livro s pginas 197 e 198.

    Entretanto, Lon Denis, no tendo mais grupo onde pudesse oficialmente trabalhar, jamais cessou de fazerexperimentaes espritas.

    Ele manteve um grupo particular, com mdiuns (3) edurante a Grande Guerra Mundial, por intermdio deles, foi

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    posto ao corrente da proteo de nossos amigos do Alm edas diferentes fases das peripcias que se passavam nosexrcitos. Comprovei isso, estudando seu livro "O Mundo

    Invisvel e a Guerra". (4)(3) - Esses mdiuns, naturalmente, eram desinteressados. Na biografia de LonDenis, Gaston Luce nos informa que o prprio mestre era mdium escrevente evidente. Gaston Luce - "Lon Denis, O Apstolo do Espiritismo", Edies CELD,

    pgina 32.

    (4) - Ver Henri Regnault- "La Mort n'est Pas", pginas 166 e seguintes.

    Lendo a narrao de Lon Denis no Congresso de 1925,eu me lembrava das mltiplas provas pessoais que nossosguias nos deram, durante a guerra.

    Em janeiro de 1917, fui reformado definitivamente porferimento de guerra; quis comear imediatamente a trabalharna divulgao do Espiritismo, ao qual eu havia decidido meconsagrar, j que, em meu leito de sofrimentos, tinharealmente encontrado em nossa filosofia, que eu entoestudava, o meio de suportar todas as minhas provaesfsicas, morais e materiais.

    Ns tnhamos, cada segunda-feira, noite, uma reunio

    com uma excelente mdium de incorporao, a SenhoraHlne, que me ajudava em minhas pesquisas, com o maiscompleto desinteresse.

    No decorrer de nossas reunies, acontecia,freqentemente, que um guia nos falava:

    "Em alguns instantes, meus amigos, iro ouvir soar oalarme; orem por aqueles que vo ser vtimas, mas no

    tenham medo, continuem a trabalhar, nada tm a temer."Em nenhuma vez nossos guias nos anunciaram algumacoisa, sem que, num espao de 15 a 30 minutos notivssemos a ocasio de confirmar sua afirmativa e deconstatar, assim, que nossos guias no se enganavam.

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    desnecessrio acrescentar que, certos dessa proteo doAlm, ns no nos perturbvamos.

    Eu residia, ento, em toile, no trreo de uma pequena

    casa de trs andares, que poderia ter sido bombardeada porvrias vezes, pois as bombas dos avies caram realmente,perto da casa, especialmente na Avenida da Grande Arme ena Rua de Saigon.

    Continuvamos nosso trabalho. Isto me trazia felicidade,uma vez que havia coincidncia entre as experincias deLon Denis e as que, graas proteo de meus guias, meforam dadas realizar.

    At sua morte, Lon Denis esteve sempre em contatocom o Alm.

    Tal o rpido resumo do trabalho apresentado peloMestre ao Congresso Esprita Internacional de 1925.

    Vou, agora, registrar, em suas obras, o que se refere asuas experincias pessoais; no tenho a pretenso de anotartodas as passagens onde Lon Denis fala de suas

    experimentaes. Simplesmente, tenho o desejo de indicar asprincipais e mostrar os fenmenos, que foram obtidos porLon Denis.

    Entre eles, os mais interessantes foram conseguidosespontaneamente.

    Chama-se fenmeno psquico espontneo um fato que seproduz de improviso, seja fora das sesses, ou mesmo no seudesenrolar, sem que se haja procurado, por qualquer meio,provoc-lo.

    Lon Denis teve a oportunidade de estarem uma casaonde se produziam fatos mal-assombrados.

    Mesmo no curso da Guerra de 1870, ele teve aoportunidade, graas a um de seus amigos, mdium, de obter

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    a prova de que os fenmenos de assombraes so umarealidade.

    Ainda se afirma, atualmente, ser trapaa existncia dos

    fenmenos das casas mal-assombradas.Pode-se tentar dar, nesses casos, uma explicaodiferente da dos espritas, porm, a existncia dos fenmenosno pode ser contestada.

    Muitas obras os consagram, notadamente por Maxwell epor Camille Flammarion, que relatam o grande nmero depesquisas judicirias feitas a propsito.

    "Durante a Guerra de 1870, escreve Lon Denis, (5)sendo oficial entre os mobilizados de Indreet-Loire, fiqueialojado durante alguns dias, numa vasta e antiga residncia, beira do campo de Dompierre, onde nosso batalho estavaacantonado.

    (5) - Lon Denis, "No Invisvel", Cap. 16.

    Quando, noite, eu retornava ao meu quarto, atravs deescadarias e de longos corredores, sentia singulares

    sensaes: sopros e contatos indefinveis meimpressionavam.Por toda noite, eu era incomodado por rudos

    misteriosos e vibraes que faziam tremer o assoalho.Um sargento de minha companhia era mdium; eu o

    levei ao local, numa noite de inverno, e ficamos ambos emtorno de uma mesa, procurando descobrir o segredo daquelasmanifestaes.

    A mesa logo se agitou e, depois, foi derrubada por umafora irresistvel.

    Lpis foram quebrados e o papel, rasgado.Pancadas estalavam nas paredes; rudos surdos pareciam

    sair das profundezas do solo e se faziam ouvir.

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    De repente, a luz se apagou e se ouviu um estrondo maisforte que os anteriores, que fez tremer a casa e, depois, seperdeu, ao longe, no silncio da noite.

    Antes de deixar essa casa mal-assombrada, soubemosque ela havia sido palco de cenas sanguinolentas.Morei, por muito tempo em Tours, explica Lon Denis,

    (6) em uma casa onde eram ouvidos rudos de passos, golpesdados nas paredes e nos mveis.

    (6) - Lon Denis, "No Invisvel", Cap. 16.

    Portas se abriam, depois que mo invisvel s tocavam egiravam as maanetas.

    A campainha soava, sem que a tocassem. Algumasvezes, no mesmo instante em que um visitante queria pr amo, ouvia-se o som, antes que ele a tocasse."

    Tambm tenho minha experincia pessoal. Em 1919,passei minhas frias nas imediaes de Caen, em Riva-Bella,numa pequena casa.

    Na ocasio, eu tinha como empregada, Jeanne, uma

    jovem mulher, que era mdium, porm, com a qual jamaistivera ocasio de trabalhar, seriamente.Numa noite, minha mulher e eu, terminvamos o jantar,

    quando Jeanne nos chamou.Ela havia subido e queria entrar em nosso quarto para

    fazer arrumao, mas no conseguia abrir a porta docmodo.

    Minha mulher, Mado, subiu, tentou girar a maaneta e

    sentiu uma resistncia muito forte. Fui, ento, chamado.Subindo, pedia a meus protetores para me ajudarem, se

    possvel, e que me dessem a prova de que Jeanne, que ouviacom freqncia, falar de Espiritismo, no estava sendo

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    vtima de uma auto-sugesto e que Mado, por sua vez, noestivesse sugestionada.

    Senti, igualmente, uma resistncia que era, exatamente, a

    que se produziria se, algum, do interior, impedisse girar amaaneta.Aps um apelo a meus Guias, a porta foi, finalmente,

    aberta.Olhamos por todos os cantos, debaixo da cama, debaixo

    do armrio, no vimos nada, absolutamente.Jeanne ficou de tal modo espantada, que seu rosto

    empalideceu.Lon Denis teve, igualmente, como fenmeno

    espontneo, uma materializao.Est descrita, (7) na pgina 22 de "O Alm e a

    Sobrevivncia do Ser" (40 milheiro), na pgina 362 de "NoInvisvel" (7 milheiro), na pgina 233 de "Cristianismo eEspiritismo" (12 milheiro) e na pgina 254 do "Relatrio doCongresso Esprita Internacional de 1925".

    (7) - Trata-se, evidentemente, das edies francesas.

    desse ltimo documento que extra a narrao feitapelo Mestre:

    "Era uma noite de vero, porm, ainda em plena luz dodia, quando estvamos reunidos o capito e eu, em casa doDr. Aguzoly, na Rua do Comrcio, em seu consultrio e afomos testemunhas de uma materializao prometida demuito pelos Espritos.

    Ouviram-se trs golpes na parede e uma forma humanaapareceu a alguns passos de ns trs, que estvamossentados com as costas para a janela.

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    A forma saiu de uma parede e, deslizando lentamentepelo assoalho, atravessou o cmodo para ir desaparecer naparede oposta.

    A parte superior do corpo estava nitidamente visvel, masa parte inferior era compacta e indefinvel.Estvamos os trs perfeitamente despertos e conscientes,

    e nossas observaes foram absolutamente idnticas. Nenhuma trapaa nos pareceu possvel, as portas

    estavam fechadas e no havia nenhuma soluo decontinuidade nas paredes onde se produzira a apario, logodesaparecida.

    Coisa singular: no havia nenhuma mediunidade em jogoe, se doamos fluidos, no tivemos disso conscincia.

    Os Espritos Guias nos disseram, em seguida, que eles seserviram de um esprito muito inferior que eles haviamajudado com seu poder, retirando os elementos damaterializao dos fluidos ambientes, para confirmar nossaconvico na realidade do Espiritismo."

    Na pgina 420 de "Cristianismo e Espiritismo" (12milheiro), (8) Lon Denis afirma que obteve, muitas vezes, aescrita direta.

    (8) - Edio francesa.

    Sabemos em que consiste esse fenmeno: coloca-se umlpis numa caixa, ou entre duas ardsias.

    Coloca-se a tampa sobre a caixa e adapta-se uma ardsiacontra a outra. Amarra-se tudo e, sem qualquer contato,

    obtm-se, por vezes, comunicaes escritas, que so provasevidentes das identificaes.

    Dessa forma foi possvel obter-se assinaturas de pessoasmortas, absolutamente desconhecidas dos assistentes,

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    assinaturas totalmente idnticas s que os mortos tinham emvida.

    De igual maneira, obtiveram-se comunicaes em lngua

    estrangeira, diferente da falada pelo mdium e pelosassistentes, que no a conheciam. (9)(9) - Para os fenmenos de escrita direta, pode-se consultar, utilmente, as obras

    do Dr. Gibier

    *

    O sono , igualmente, uma coisa interessante.Em "O Problema do Ser e do Destino", Lon Denis

    estuda, simultaneamente, a alma e os diferentes estados dosono.Por vezes, diz ele, quando se sonha, h atividades que

    so realmente realizadas e assim que na pgina 94 de "OProblema do Ser e do Destino" (14 milheiro), (10) LonDenis nos indica o que pelos sonhos se produz.

    (10) - Edio francesa.

    "Quanto mais a alma se afasta do corpo e penetra nas

    regies etreas, mais frgil o liame que os une, mais vaga a lembrana ao despertar.

    A alma plana bem longe, na imensidade, e o crebro noregistra mais suas sensaes.

    Disso resulta que no podemos analisar nossos maisbelos sonhos.

    Algumas vezes, a ltima das impresses mantidas no

    curso dessas peregrinaes noturnas permanece ao sedespertar.Se, nesse momento, tivermos a precauo de fix-la

    fortemente na memria, ela poder permanecer gravada.Certa noite, tive a sensao de vibraes no espao, as

    ltimas com uma melodia doce e penetrante e a lembrana

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    das derradeiras palavras de um canto, que terminava assim:So cus inumerveis.

    Lon Denis tambm foi magnetizador. Em suas

    experincias, chegou, por vezes, a adormecer o mdium;outras vezes, ao contrrio, este era posto em transe pelamagnetizao dos Espritos.

    Na pgina 76 de "O Alm e a Sobrevivncia do Ser" (40milheiro), (11) Lon Denis menciona mltiplas experinciasde regresso de memria.

    (11) - Edio francesa.

    ", sobretudo, escreve ele, na hipnose, no transe, no

    afastamento da alma, que o passado pode retornar e reviver.Experimentei, nesse sentido, em vrios mdiuns.Adormecidos, por mim ou pelas entidades invisveis, eles

    reproduziam cenas de suas existncias passadas, cenas pungentes ou trgicas, que no poderiam inventar, pormuitas razes.

    Certos pormenores dessas vidas puderam ser controlados

    e reconhecidos como verdadeiros.Infelizmente, a natureza ntima desses fatos no permitelev-los publicidade."

    Denis faz aluso s provas que obteve; encontram-se na pgina 31 de "O Problema do Ser e do Destino" (14milheiro).(12)

    (12) - Edio francesa.

    Conhece-se o caso de Hlne Smith, estudado pelo

    Professor Flournoy, publicado numa importante obra: "Dasndias ao Planeta Marte". Na pgina 245 de "O Problema doSer e do Destino" (14 milheiro), (13) Lon Denis nos afirmater estado diante de casos semelhantes.

    (13) - Edio francesa.

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    "Um dos mdiuns do grupo, cujos trabalhos dirigamos,reproduzia, em transe, sob a influncia do Esprito Guia,cenas de suas diferentes existncias.

    Inicialmente, foram as da vida atual, do perodo dainfncia, com expresses caractersticas e emoes juvenis.Depois, vieram episdios das vidas passadas, com gestos

    fisionmicos, atitudes, movimentos, reminiscncias deexpresso da Idade Mdia, num conjunto de pormenores psicolgicos e automticos muito diferentes dos atuaishbitos da mulher, muito recatados e incapazes de qualquersimulao e, dessa forma obtnhamos esses estranhosfenmenos."

    Lon Denis obteve fenmenos de encarnao (ou deincorporao). Esses fenmenos so relatados em"Cristianismo e Espiritismo" (12 milheiro), (14) s pginas265 e 268.

    (14) - Edio francesa.

    Dois mdiuns os forneceram; um era de bem modesta

    condio e tinha pouco preparo intelectual; o outro, aocontrrio, era uma mulher elegante e de boa educao.Ora, justamente por intermdio do mdium mais

    simples e sem instruo que os Guias de Lon Denis e os dogrupo que ele presidia, Rua do Rempart, se manifestaram.

    Esses Guias davam conselhos aos assistentes e falaramcom preciso sobre pormenores de suas vidas ntimas, a talponto que tais indicaes constituam as melhores provas de

    identificao.Pelo contrrio, a mdium elegante e distinta dava,

    quando em transe, passividade a espritos inferiores e atgrosseiros e assim, graas a ela, se conseguiu, durante muitotempo, a presena de um Esprito, hoje conhecido, para os

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    que estudam a obra de Lon Denis. o de Sophie, uma ex-vendedora de legumes em Amiens, que vindofreqentemente se manifestar, empregava o dialeto picardo,

    (15) totalmente ignorado, tanto pelo mdium como pelosassistentes.(15) - Dialeto usado na Picardia, uma antiga provncia da Frana.

    L, tambm, as provas de identificao foramabsolutamente incontestveis e, uma vez mais, se confirmouessa certeza de que o Espiritismo beneficia, no apenas osque vivem neste mundo, porm, ainda, os espritossofredores do alm, que os Guias trazem s sesses srias de

    Espiritismo, para que possa continuar, no Espao, a evoluoque o objetivo de toda a vida humana.Encontram-se interessantes dados sobre o transe nas

    pginas 323 e seguintes de "No Invisvel" (7 milheiro -edio francesa).

    Lendo-se as primeiras palavras do 3- pargrafo dacitao que vou fazer, elas vo responder, aos nossos

    adversrios, que ainda esto irredutveis na objeo falta deluz em nossas reunies.Assim que se faz a obscuridade, exclamam eles: "Que

    controle poder existirem tais condies?" Que tenham apacincia de continuar a leitura. O 5 pargrafo lhes dar aresposta." (16)

    (16) - No intil relembrar que Colley teve pelo mdium Monck, manifestaes,

    a plena luz, e com minucioso controle. Ver, a propsito, Gabriel Delanne - "LesApparitions Materialises des Vivants et des Morts", Tomo II, pginas 521 e

    seguintes."De 1893 a 1901, escreve Lon Denis, possuamos no

    Grupo de Estudos Psquicos de Tours, trs senhoras,mdiuns de incorporao, todas pertencentes burguesia ecujo concurso era totalmente desinteressado.

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    Relatrios escritos, com vrios volumes, permitemanalisar os discursos pronunciados, as comunicaes obtidascom o auxilio de suas faculdades e constatar, aps vrios

    anos, uma perfeita identificao de carter e de pontos devista de cada um dos comunicantes.Logo que se faz a obscuridade, os mdiuns sentem a

    influncia magntica dos Invisveis.Na primeira fase do transe, estando ainda despertos, os

    mdiuns vem todo um crculo de espritos se formar diantedos experimentadores. Descrevem as aparies, ouvem etransmitem as indicaes, as perguntas desses espritos, emsua linguagem, com certas particularidades de fisionomia oude atitude, e os assistentes reconhecem facilmente parentes eamigos desencarnados.

    Quando o transe se acentua, o mdium adormece e aincorporao se faz. Em nosso grupo, o poder fludico dosEspritos Guias era suficiente para anular a personalidade domdium e evitar qualquer interveno no subconsciente.

    Ao demais, pde ser constatado, algumas vezes, com umdos sensitivos, uma mistura de personalidades, quando otranse no era profundo.

    Quase sempre as incorporaes se sucedem.Quando o domnio completo, acende-se a luz. Depois,

    logo que o esprito se retira, diminui-se a luz, para facilitar aao fludica dos Invisveis e a entrada em cena de um novoocupante.

    Cada mdium serve, habitualmente, a trs espritosdiferentes, numa mesma sesso.

    Enquanto um mdium faz a incorporao, os outrosdescansam, porm, s vezes, as incorporaes sosimultneas.

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    Dilogos, discusses se travam ento entre vriosespritos e o presidente do grupo. Essas conversaes entrequatro pessoas, das quais trs do mundo espiritual, so

    sobremodo impressionantes.Em geral, so inicialmente, os Espritos Guias que semanifestam, dando conselhos, instrues repletas de lgica ede grandeza, sobre os problemas da vida e do destino.

    Em seguida, so as conversas com os espritos menoselevados, sendo que muitos viveram entre ns e partilharamde nossas vidas.

    Cenas patticas so produzidas. um pai, uma me quevm exortar seus filhos presentes na reunio.

    Amigos do alm nos recordam lembranas da infncia,os servios prestados, as faltas cometidas.

    Apresentam sua maneira de viver no espao, falam dealegrias e sofrimentos morais sentidos aps a morte,conseqncias inevitveis de seu modo de existncia naTerra.

    Como vivas lies de vida, plenas de movimentao e decolorido, esses transbordamentos, essas confisses nostocavam profundamente.

    Vrias vezes, discusses de uma certa violncia setravaram entre espritos. Dois polticos clebres adversriosdeclarados na Terra, continuavam se combatendo pela bocados mdiuns, com uma veemente oratria,uma dialticacerrada, com argumentos de tribuna e da profisso, com umconjunto de traos caractersticos e picantes que eram outrastantas provas de identificao.

    Uma disputa de opinies entre um de nossos Guias e umesprito obsessor, ambos incorporados, atingiu alturas picas.

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    Essas cenas, de uma intensidade de vida e de expressotal como podemos ver num teatro, deixaram em nossasmemrias inesquecveis lembranas.(17)

    (17) - Lon Denis - "No Invisvel"- 7 milheiro, pgina 323, edio francesa.

    Lon Denis obteve numerosos fenmenos de vidncia,no decorrer dos quais os mdiuns descreviam os espritosque se achavam perto dos assistentes.

    Igualmente, as provas de identidade foram numerosas;pode-se constatar, lendo, principalmente "O Problema de Sere do Destino" (14 milheiro), na pgina 124 e "No Invisvel"(74 milheiro), na pgina 142 (ambas edies francesas).

    "No grupo que, por muito tempo, dirigi em Tours,escreve Lon Denis, (18) os mdiuns descreviam apariesde mortos, visveis s para eles, verdade, mas que jamaishaviam conhecido e dos quais no tinham visto nenhumaimagem ou ouvido fazer qualquer descrio e que osassistentes reconheciam aps suas indicaes."

    (18) - Lon Denis, "O Problema do Ser e do Destino" (14 milheiro), pgina 124,

    edio francesa.

    O grupo de Rempart um dos que Lon Denis, parece,mais confiava. Os assistentes tinham oportunidade de obtercomunicaes bastante srias, que representam sete volumesinditos.

    Quatro Espritos elevados vinham dirigir as sesses: oEsprito Azul, Jernimo de Praga, Henri e Esprance.

    Jernimo de Praga era o Guia de Lon Denis que, a esserespeito, escreveu em "O Problema do Ser e do Destino":"Jernimo de Praga, meu amigo, meu Guia, do presente e do passado, o Esprito magnnimo que dirigiu os primeiros passos de minha inteligncia infantil, no longnquo dasidades." (19)

    (19) - Lon Denis, "O Problema do Ser e do Destino" (14 milheiro), pgina 54,

    edio francesa.

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    interessante saber como Lon Denis foi levado presena de seu Guia Jernimo de Praga. Este se manifestou,inicialmente, pela mesa, em 1882. Encontra-se o relato dessa

    manifestao na pgina 261, de "O Mundo Invisvel e aGuerra" (edio francesa)."A comunicao por pancadas dadas por meio dos ps de

    uma mesa, soletrando, sucessivamente, todas as letras doalfabeto, considerada como um processo muito lento,montono, rudimentar, empregado principalmente porespritos de ordem inferior.

    certo que, se para conversar com os espritos,dispomos de um bom mdium de escrita mecnica, oumelhor ainda, de um mdium de incorporao, como possuum, durante mais de 20 anos, pode-se achar o emprego dasmesas incmodo e fastidioso.

    Acontece, todavia, que na falta de outros recursos, asentidades de alto valor no desdenham em recorrer s mesas.

    assim que meu venervel Guia - Jernimo de Praga -

    se revelou, pela primeira vez, em minha vida, no meio de umgrupo de operrios, num subrbio de Mans, a 2 de novembrode 1882, Dia de Finados.

    Certamente, que nenhum dos assistentes conhecia ahistria do apstolo tcheco. Eu sabia, muito bem, que odiscpulo de Joo Huss tinha sido queimado viva, como seumestre, no sculo XV por ordem do Conclio de Constana,mas no imaginava nada naquele momento.

    Eu revia ainda, pelo pensamento, o humilde local ondefazamos reunio, com umas 10 pessoas, em torno de umamesa de 4 ps, sem nela tocar.

    Apenas dois operrios mecnicos e uma mulher nelacolocavam suas mos rudes e escuras.

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    Eis que o mvel ditou, com movimentos solenes eritmados:

    "Deus bom, que sua bno se espalhe sobre vs como

    um orvalho bendito, porque as consolaes celestes s soprodigalizadas aos que procuram a justia.Lutei na arena terrestre, mas a luta foi desigual.Sucumbi, mas de minha poeira surgiram defensores

    corajosos; marcharam no caminho que eu segui.Todos eles so meus filhos bem amados.Jernimo de Praga"Em sua longa carreira de militante esprita, Lon Denis

    teve, por vrias vezes, provas formais de que seu Guia era,realmente, Jernimo de Praga.

    Queria tirar dessa narrativa um ensinamento.Acontece-me, freqentemente, protestar contra os que

    fazem da experimentao um divertimento e contra os que,no sabendo como passar o seu tempo, dizem, aps umjantar mais ou menos copioso: "Por que no brincamos com

    a mesa?"Algumas vezes, so obtidos movimentos, em outras at pode haver manifestaes de Espritos, mas isso umaperigosa maneira de proceder.

    Prefiro, no lugar dessas diverses mundanas, a maneirasria de trabalhar que existe no povo e que Lon Denis e eumesmo constatamos, por ocasio de experimentar, principalmente durante uma viagem de propaganda, naBlgica, quando fui recebido nos meios operrios.

    Baseando-me na obra de Lon Denis, nas buscasnecessrias para preparar este estudo, tive o grande prazer deverificar, de novo, que ele, com a modstia que o caracteriza,

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    transfere sempre para os Espritos as coisas maravilhosasque teve ocasio de escrever.

    A encontrei, mais uma vez, a prova de que Lon Denis

    no convivia somente com os vivos desse mundo, mas aindacom o mundo do Alm. Para ele a interpenetrao entre osdois mundos, existia, realmente.

    Estudando a obra de Lon Denis, sob o aspecto especialda experimentao, pude constatar, com grande alegria, queele havia tido, por vezes, sesses improdutivas.

    bom sempre desconfiar dos mdiuns que,constantemente e sem descanso, do manifestaes deEspritos.

    Alguns so claramente honestos, bem sinceros, muitosrios, porm, sem perceberem e na melhor boa f, podemestar, por vezes, em comunicaes no com o Alm, e simcom o seu subconsciente; podem, igualmente, faz-lo atravsda auto-sugesto.

    Repito mais uma vez, preciso, quando se trata de

    Espiritismo, conservar, em cada segundo, o esprito crtico,mesmo conhecendo-se bem o mdium.Tenho, atualmente, a oportunidade de ter sido posto em

    relao (20) com um mdium de transporte, que me parecebem interessante.

    (20) - Isso foi escrito em maro de 1928. Desde essa poca tenho assistido a outras

    sesses, mas nossos estudos cessaram, momentaneamente, porque o mdium fraturou

    o brao. No momento, pois, no me possvel concluir definitivamente.

    Estou em minha stima sesso semanal e, embora ocontrole seja feito por mim, desde o incio da reunio, damaneira mais sria, costuma-se, cada vez que a sessotermina, refazer, de novo, esse controle, para me dar certezade que no estou iludido.

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    Apesar das aparncias e de um controle bem srio, aindano tenho o direito de opinar sobre os transportesextraordinrios obtidos.

    Trabalho com esse mdium, tomando a maior cautela;talvez tenha necessidade de provocar a comunicao sobre oassunto.

    De qualquer forma, essa criatura me parece muitosincera, totalmente desinteressada. Isso , a meus olhos, amelhor virtude.

    Para os resultados improdutivos ou insignificantesobtidos por Lon Denis, durante certas sesses de seusgrupos, pode-se ler utilmente a pgina 123 de "No Invisvel"(7 milheiro - edio francesa).

    O grupo, primitivamente formado pelo Mestre, na Ruado Cygne, em Tours, no deu jamais resultadosinteressantes; houve alguns casos de obsesso bem graves,provocados por entidades malficas. Lembro que se trata deum grupo formado por iniciantes, ainda sem os suficientes

    conhecimentos sobre o meio de se proteger contra os perigosda experimentao.Esses perigos so reais:"Desde que se abordam esses fenmenos, escreve Lon

    Denis, (21) somos envolvidos pelo mundo invisvel que noscerca, pelo carter dessas multides de espritos que nosrodeiam e buscam, sem cessar, colocar-se em relaes comos homens.

    (21) - Lon Denis - "O Grande Enigma" 3 milheiro, pgina 99, edio

    francesa.

    Em torno de nosso planeta atrasado, existe uma vidapoderosa, invisvel, onde dominam os espritos invisveis ezombeteiros, aos quais se misturam espritos perversos emalfeitores.

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    H, tambm, apaixonados, viciosos, criminosos.Deixaram a Terra com a alma cheia de dio e o

    pensamento alterado por vingana; esperam, na sombra, o

    momento propcio para satisfazerem seus rancores, suasfrias, s expensas dos experimentadores imprudentes eimprevidentes que, sem precauo, sem reserva, abrem todosos largos caminhos que fazem comunicar nosso mundo como dos espritos.

    por esse meio que nos vm as mistificaes sem conta,as trapaas audaciosas, as manobras prfidas que os espritasexperimentados to bem conhecem e que, em certos casos,conduzem os mdiuns obsesso, possesso, perda desuas mais belas faculdades. A tal ponto que certos crticos,fazendo a enumerao das vtimas desses fatos, relatandotodos os abusos que decorrem de uma prtica irresponsvel efrvola do Espiritismo, perguntam se no h nele uma fontede perigo, de misrias, uma nova causa de decadncia para aHumanidade."

    A esse propsito, consulte-se, proveitosamente, a obra deMaxwell, intitulada - "Fenmenos Psquicos", (22) pginas232 a 255; o captulo XXII de "No Invisvel" e o "Relatriodo Congresso Esprita de Bruxelas", de 1910, pginas 112,124.(23)

    (22) - Nota da Editora. Edio francesa. Ttulo em francs "Phnomnes

    Psychiques".

    (23) - Edio francesa.

    Antes de aceitar qualquer um no grupo j constitudo, preciso estar bem seguro sobre a mentalidade e a boa-f doaspirante.

    Lon Denis absolutamente claro e preciso.Achei a prova disso pgina 135 de "No Invisvel", 7

    milheiro.(24)

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    (24) - Edio francesa.

    "Em seguida, escreveu Lon Denis, introduo emnosso grupo de um experimentador entusiasta por fatosmateriais e assistido por um cortejo de espritos inferiores,fenmenos vulgares vieram ajuntar-se s manifestaeselevadas. espritos levianos, inclinados s trivialidades,imiscuram-se entre ns e foi necessria toda a energia denossas vontades reunidas para reagir contra as msinfluncias que nos invadiam."

    No relato que apresentou ao Congresso EspritaInternacional de 1925, Lon Denis indica que o

    desenvolvimento do Espiritismo em Touraine foi, por vezes,enfraquecido. "Suas vicissitudes, escreveu ele, resultaramsobretudo da interveno de certas personagens vindas defora e que, com suas excentricidades e suas atitudes,procederam como loucos ou charlates."

    CAPTULO IIAS QUALIDADES DO EXPERIMENTADOR

    O estudo da obra de Lon Denis pode dar aos leitorescondies para eles mesmos experimentarem.

    Todavia, antes de mostr-lo, quero lembrar o que eu

    escrevia em "A Morte no Existe" (analisando a tointeressante obra "No Invisvel").

    As principais qualidades para ser experimentador somltiplas. Se precisssemos reuni-las todas, no haveria, por

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    certo, um nico ser humano capaz de realizar experinciasespritas.

    Pela continuidade de sua ao e de sua incansvel

    propaganda Lon Denis merecia receber os incentivos doAlm, entretanto, ele aguardou, por muito tempo, provaspessoais.

    Essa tenacidade lhe d o direito de guiar seus leitores,aconselh-los e lhes afirmar que um experimentador deve ter pacincia, perseverana, mtodo e discernimento; deve,igualmente, manter seu senso crtico; e lhe convm ter,enfim, uma grande elevao de pensamento e de corao.Lon Denis agrega a esses dois ltimos pontos um valor todoparticular.

    Antes de experimentar, preciso saber que o Alm nopossui somente foras superiores; h, tambm, o outro ladodo vu, como em nossa Humanidade, seres que ainda noevoluram, que permanecem num estgio primitivo.

    Entretanto, eles tm necessidade de se manifestar aos

    vivos, nem que seja para poderem progredir aproveitando osbenefcios do Espiritismo.Portanto, preciso, segundo penso, quando se tenta lidar

    com a mediunidade, estar preparado igualmente para entrarem comunicao com os seres inferiores desencarnados. ento, indispensvel conhecer os mais graves perigos aosquais se fica exposto, nessa experimentao.

    Por conseqncia, somente deve dedicar-se a esse gnerode experincias os que, por seus estudos, adquiriram domagnetismo e do Espiritismo um conhecimento profundoque lhes permita desembaraar-se dessas foras.

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    Igualmente, preciso, para assim proceder, estaranimado, ao extremo, dos sentimentos de solidariedade e debondade.

    CAPTULO III

    COMO FORMAR OS GRUPOS

    Em "No Invisvel", Lon Denis deu excelentes conselhossobre a maneira de proceder, para formar os Grupos deEstudos Espritas.

    Antes de tudo, os membros do Grupo devem escolherentre eles um diretor das sesses.

    Este deve ter uma real competncia. Quanto aosassistentes, eles devem se manter numa disciplina rigorosa;devem ter mtodo, pacincia, perseverana, regularidade e

    um bom equilbrio mental. Uma grande simpatia deve (25)aproximar as pessoas do grupo, que tm o dever de nunca sedeixarem guiar pelo interesse.

    (25) - Falo dos grupos de Estudo. Quando um grupo j est constitudo e com

    resultados positivos, nada se ope organizao de sesses especiais de propaganda,

    nas quais as condies de simpatia mtua no so mais to rigorosas.

    Os assistentes guardaro constantemente seu sensocrtico e o exercero, incessantemente, para poderem julgar ovalor das manifestaes. Uma grande elevao depensamento indispensvel.

    Todas essas qualidades so, por certo, difceis de seconseguir, mas, quando as possumos, chegamos a bonsresultados.

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    CAPTULO IV

    COMO SE TORNAR-SE MDIUM

    Em "No Invisvel", Lon Dervis indica as condiesnecessrias para se tornar um bom mdium.

    Todos os seres humanos tm, em estado latente, amediunidade.

    "H em cada um de ns rudimentos de mediunidade,faculdades em grmen, que podem desenvolver-se peloexerccio.

    Para a maior parte, um longo e perseverante trabalho necessrio. Entre certas pessoas, essas faculdades aparecemdesde a infncia e conseguem, sem esforos, com o tempo,um alto grau de perfeio.

    Nesse caso, elas so o resultado de aquisies anteriores,

    o fruto dos trabalhos conseguidos na Terra ou no espao,fruto que trazemos ao renascer." um erro acreditar que s as mulheres podem ser

    mdiuns. Homens e mulheres tm, em potencial, amediunidade, como j havia falado Allan Kardec.

    Antes de procurar desenvolver a mediunidade, precisotomar os conselhos de um esprita srio; convm fazer,previamente, os necessrios estudos.

    Nunca se deve considerar a imposio das mos sobreum "guridon" (26) como um divertimento, uma distrao.

    (26) - Nota da Editora: Mesa redonda de apenas um p, muito usada para as

    manifestaes das mesas girantes.

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    Muitas vezes me acontece, num meio em que no se estpreparado para ocupar-se core psiquismo nem Espiritismo,me falarem:

    - "Ah! Voc esprita. Eu tambm; tenho realizado umpouco dessas coisas; diverti-me com amigos, fazendo giraras mesas."

    Cada vez que ouvi tais declaraes, tremi, em pensar nosperigos corridos por meu interlocutor.

    Se o Espiritismo encerra nele maravilhosos meios defelicidade, encerra, igualmente, graves perigos; uma armade dois gumes que convm saber manejar, quando se quertratar com pesquisas experimentais e quando se desejadesenvolver a mediunidade.

    Antes de tudo, preciso estudar as obras espritas.Os mdiuns podem escapar dos graves perigos que os

    ameaam?Lon Denis lhes traa o meio. (27)(27) - "No Invisvel", 7 milheiro, pgina 77, edio francesa.

    "A mediunidade uma flor delicada que temnecessidade, para se expandir, de precaues atentas e decuidados permanentes.

    E preciso mtodo, pacincia, altas aspiraes e nobressentimentos.

    Necessrio, sobretudo, terna solicitude do esprito bomque o envolve com seu amor, com seus fluidos vivificantes.Quase sempre, porm, se quer produzir frutos prematuros e,

    desde ento, ela se estiola, fenece ao sopro dos espritosatrasados.

    Na Antigidade, os jovens mdiuns que revelassemaptides especiais, eram retirados do mundo, colocados forade qualquer influncia degradante, em lugares consagrados

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    ao culto, cercados de tudo o que pudesse elevar seus pensamentos e seus coraes, desenvolver neles osentimento do Belo.

    Assim eram as virgens vertais, as druidesas, as sibilas,etc.Eram, da mesma forma, as escolas de profetas e videntes

    da Judia, colocados longe do barulho das cidades.No silncio do deserto, na paz dos pncaros, os iniciados

    sabiam atrair para eles as influncias superiores e interrogaro Invisvel. Graas a essa educao, chegavam a resultadosque nos surpreendem.

    Atualmente tais procedimentos so inaplicveis.As exigncias sociais no permitem sempre ao mdium

    se consagrar, como conviria, ao cultivo de suas faculdades.Sua ateno desviada pelas mil necessidades da vida

    familiar, suas aspiraes entravadas pelo contato de umasociedade mais ou menos frvola ou corrompida.

    s vezes, ele chamado a exercer suas aptides em

    meios impregnados de fluidos impuros, de vibraesdesarmnicas, que reagem sobre seu organismo toimpressionvel e que causara perturbao e desordem.

    preciso que, pelo menos, o mdium, compenetrado dautilidade e da grandeza de seu papel, se aplique a aumentarseus conhecimentos e busque espiritualizar-se ao mximo;que aproveite as horas de recolhimento e que tente, ento,pela viso interior, chegar at s coisas divinas, belezaeterna e perfeita.

    Quanto mais inteligncia, saber e moralidade sejamdesenvolvidos nele, mais apto se tornar para servir deintermedirio s grandes almas do espao."

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    Lon Denis trata, igualmente, essa questo em suasoutras obras; citarei, por exemplo, o que ele escreveu em "OGrande Enigma": (28)

    (28) - Lon Denis, O Grande Enigma, 3 milheiro, pgina 312, edio

    francesa.

    "Os mdiuns podem prevenir os perigos da mediunidadepreparando-se para suas funes como para um ministriosagrado, pela invocao, pelo re- . colhimento e pela orao.

    O iniciado nos ministrios antigos tinha um ritual; s seentregava evocao depois de estar preparado pelaabstinncia, pela meditao e no recolhimento.

    A lei no pode mudar; quem quiser passar alm, se expea reais inconvenientes."

    CAPTULO V

    COMO EXPERIMENTAR

    Aps ter estudado a obra de Lon Denis, pode-seconhecer a maneira como convm experimentar; pode-seadquirir, pessoalmente, a prova experimental de que oEspiritismo uma realidade?

    Minha resposta nitidamente afirmativa.Segundo penso, o melhor meio de se preparar para

    experincia pessoal estudar seriamente.(29)(29) - Ponho-me, graciosamente, disposio dos meus leitores que desejaremser orientados. Escrever aos cuidados de Leymarie, Rua Saint-Jacqes, 42, juntandoum selo para resposta.

    Se desejam realizar experincias de regresso de memria, encontraro em meu

    livro "Tu revivers", captulo VI, o modo experimental empregado pelo Cel. deRochas, Charles Lancelin e Bouvier.

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    Alm das passagens da obra de Lon Denis, assinaladasnesse estudo, bom ler com ateno "O Livro dos Mdiuns",de Allan Kardec; se desejam desenvolver sua fora

    magntica, estudar com cuidado "Le Traitement Mental",(30) de Albert Caillet.(30) - Nota da Editora: "O Tratamento Mental".

    Leitores, peo-lhes, no se julguem capazes de realizarexperimentao, simplesmente porque ouviram umconferencista sabido lhes transmitir a certeza das realidadesdo Espiritismo; no se creiam mais capazes de experimentarporque leram uma obra esprita.

    Antes de experimentar, preciso estudar muitoseriamente a Doutrina; convm, ainda, entrarem relaescom os que tm uma grande prtica no Espiritismo,notadamente com os presidentes das Associaes Espritas.(31)

    (31) - Encontra-se a lista das Sociedades adesas Unio Esprita Francesa, na 4pgina do "Bulletin de I' Union Spirite Franaise", revista mensal reservada aos

    adesos da unio, na Rua Copernic, 9, Paris (assinatura anual: 10 francos).

    Podem, igualmente, dirigir-se Socit Franaise d'Etudes des Phnomnes

    Psychiques, Rua Gatines, 1, Paris, que publica "La Tribune Spirite" (assinaturaanual: 10 francos).

    Pode-se, igualmente, tentar conhecer um dos chefes degrupos familiares que existem em Frana, mas dos quais,geralmente, ignora-se a existncia, porque, tambm, essesprprios chefes sabem como seria perigoso algum realizarexperincias, utilizando-se um esprito estranho snecessidades reais.

    Sobretudo, leitores, quando, aps terem lido muito,preparem-se para comear o estudo prtico e experimentaldo Espiritismo; coloquem-se, frente a frente de vocs, paramanter seu esprito crtico e ter uma perseveranaincansvel.

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    preciso conhecer muito bem, todas as objees, mesmoas mais fceis de refutao.

    Quando uma nica objeo for suscetvel de explicar o

    resultado de uma de suas experincias, no hesitem nuncaem rejeitar o fenmeno.Apliquem, de forma implacvel a regra que, de minha

    parte, tracei:Nunca interpretar como vindo do Alm um fenmeno

    que possa ser explicado por qualquer uma das objeesapresentadas aos espritas por aqueles que tentam demonstrara irrealidade do Espiritismo.

    Quando comearem o estudo experimental, devemigualmente, estar certos de no terem receio.

    Com efeito, profundamente perturbador se sentir em presena, embora a invisibilidade, de um ser que semanifesta, apesar de sabermos que seu corpo j est, a maisou menos tempo, na sepultura.

    preciso, realmente, ter coragem e muita confiana em

    seus protetores invisveis, para viver numa casa mal-assombrada como, por exemplo, o fez Lon Denis. necessrio, tambm, no ter medo para ir a um lugar

    mal-assombrado, com um mdium, e fazer experincias detiptologia.

    Ora, o Patriarca do Espiritismo no vacilou em faz-lo,em 1870. (32)

    (32) - Ver pginas 20 a 22 e 32 a 34 deste livro.

    No se tratava, para ele, j esprita, de se convencer darealidade do fato; num esprito de altrusmo, ele tinha, antes,a inteno de tentar prestar servio s pobres almas que, apssua morte, estavam condicionadas depois de longos anos,

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    talvez, a permanecerem perto dos vivos e a tentaremmanifestar sua presena por meios muito primitivos.

    Quando experimentarem, no comecem nunca uma

    reunio, sem estar em relao mental com seus Guias, semlhes terem pedido para ajud-los e proteg-los.Afastem os que acharem que isso misticismo; no se

    mstico porque se est certo de que h um Ser Supremo, quese chama no importa como; no se mstico porque sepossua essa certeza de que h sempre, perto de ns, para nosajudar nesse mundo, um dos que tm essa tarefa, por vezesestafante de guiar os seres humanos encarnados e detentarem, misso muitas vezes bem difcil, impedi-los dedarem passos em falso.

    Para termos uma idia exata da maneira como convmproceder, vejamos o que se passava no grupo da Rua doRempart. Havia l uma Entidade encarregada da direoespiritual. As comunicaes dadas nas sesses tinham umafinalidade precisa e constante.

    As reunies no se realizavam constantemente.Isso comprova que erro dos que imaginam que se deveconsagrar ao Espiritismo experimental de uma formacontnua, seguida, abandonando todas as suas outrasocupaes.

    Tal maneira de encarar a experimentao est errnea. certo que o estudo de nossa Doutrina apaixonante e

    nalguns pode provocar negligncia de comportamento, masos que se deixam levar por essa tentao fazem mal nossaCausa.

    Lon Denis presidia o Grupo da Rua do Rempart ejulgava suficiente fazer uma reunio quinzenal, noite.

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    S eram admitidos os membros do grupo. Eram, cadavez, quinze ou vinte. Cinco mdiuns participavam e todostinham mediunidade de incorporao; dois dentre eles

    tinham tambm a vidncia, a audincia e eram mdiunsescreventes.No comeo de cada sesso, o presidente, no caso Lon

    Denis, fazia uma curta prece.(33)(33) - Como j assinalei, para orar no necessrio empregar uma frmula

    decorada; basta uma simples elevao de pensamento para com o Criador e para com

    os protetores invisveis.

    Em seguida, diminua-se a luz e ouviam-se, compacincia e recolhimento, as manifestaes.

    O chefe do grupo (34) deve ter estudado, completamente,no apenas o Espiritismo mas, ainda, o magnetismo, a fim depoder explicar, a todos, os fenmenos que possam aparecer.

    (34) - Ver o Captulo III, deste livro.

    De minha parte, tive a ocasio de me encontrar empresena de mdiuns que poderiam ter sido vtimas de gravesacidentes, se eu ignorasse o magnetismo e os meios de me

    prevenir.O chefe do grupo deve ser capaz de conservar seu sanguefrio, mesmo diante dos mais graves casos.

    Lembro, para estudo do magnetismo, a valiosa consultado "Traitement Mental", de Caillet.(35)

    (35) - Nota da Editora: "Tratamento Mental".

    A propsito da necessidade de obter a ajuda de um Guiaespiritual, destacaria o que Lon Denis escreveu em "O

    Grande Enigma":(36)(36) - Lon Denis, "O Grande Enigma", 3 milheiro, pgina 101, edio francesa."Temos constatado, muitas vezes, em nossa bem longa

    carreira de experimentador: quando, numa reunio esprita,todos os pensamentos e todas as vontades se unem num elo

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    poderoso, numa convico profunda; quando se dirigem paraDeus, pela prece, o socorro jamais falha.

    Todas essas vontades reunidas constituem um feixe de

    foras, uma arma segura contra o mal.Ao apelo que se eleva ao Cu h sempre algum espritode escol que atende.

    Esse esprito protetor, por um convite do alto, vem dirigirnossos trabalhos, afastar os espritos inferiores, s deixandointervir aqueles cujas manifestaes sejam teis para eles oupara os encarnados.

    Existe a um princpio infalvel. Com o pensamentodepurado e a elevao para Deus, o esprita experimentador pode ser uma luva, uma fora moral, uma fonte deconsolaes.

    Sem isso, reinar a incerteza, com a porta aberta paratodas as armadilhas do Invisvel.

    uma sada aberta a todas as influncias, a todos osperigos do abismo, do dio, dessas tempestades do mal, que

    passam pela Humanidade como perturbaes e a cobrem dedesordem e de runas.Sim, bom, necessrio abrir os caminhos para se

    comunicar com o mundo dos espritos, mas, antes de maisnada, preciso evitar que esses caminhos sirvam a nossosinimigos, para nos prejudicarem.

    Recordemos que, no Mundo Invisvel, h muitoselementos impuros. Abrir-lhes uma porta seria espalharsobre a Terra males incontveis; seria entregar aos espritosperversos uma multido de almas frgeis e desprevenidas.

    Para entrar em relaes com as potncias superiores, comos espritos esclarecidos, necessrio ter vontade e f,desinteresse absoluto e elevao de pensamentos.

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    Fora dessas condies, o experimentador seria joguete deespritos levianos. "Os semelhantes se atraem", diz oprovrbio.

    Com efeito, a lei das afinidades rege o mundo das almase o dos corpos."Para se dedicar experimentao, preciso ter muita

    pacincia e no desanimar diante das sesses improdutivas.De minha parte, tive-as muitas.Ao demais, ainda no recebi comunicaes de nenhum

    de meus parentes, tenda obtido inegveis manifestaes deespritos.

    No comeo de suas experincias, Lon Denis desejava,vivamente, ter uma manifestao de seu pai; um de seusGuias lhe havia dito: - "Tu a ters". Ele a aguardou muitotempo. Eu luto contra a tendncia de certas pessoas quedesejam unicamente praticar o Espiritismo com egosmo,isto , com o nico desejo de entrar em relaes com seusparentes, sem estarem interessados pelas comunicaes de

    desconhecidos.Quando se possui a certeza da realidade do Espiritismo,quando se sabe que a morte no existe, j no suficiente?

    preciso para manter sua convico ter ainda acomunicao de um dos seus?

    J perto de ficar sozinho no mundo, no tendo maisfamlia, eu teria, talvez, o direito de obter a graa de umacomunicao dos meus, mas isso no seria por causa do quefao para divulgar os conhecimentos de nossa Doutrina.

    Jamais recebi qualquer comunicao de meus queridosmortos, mas tenho suficientes provas para estar certo de queos que me deixaram no esto realmente mortos e que, numaexistncia ou noutra, teremos ocasio de nos encontrar.

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    Em "No Invisvel" (37) Lon Denis nos narra como foiposto em contato com seu pai morto.

    (37) - Lon Denis, "No Invisvel", 7 milheiro, pgina 103, edio francesa.

    "Meu pai, escreveu ele, morto h uns 20 anos, jamaishavia podido se comunicar no seio do grupo cujos trabalhoseu dirigia, fazia muito tempo, por nenhum dos mdiuns queo freqentaram.

    Apenas, um deles havia podido entrev-lo como umasombra vaga, indistinta.

    Eu havia perdido qualquer esperana de conversar comele, quando, certa noite, em Marselha, durante uma visita de

    despedida feita a uma famlia amiga, uma senhora, que euno via fazia mais de um ano, se apresenta e se junta a ns.No meio de nossa conversa, ela adormece, num sono

    espontneo, e, por seu intermdio, veio minha grandesurpresa: o esprito de meu pai, que ela jamais conhecera, semanifesta, me d provas de identidade irrecusveis e, numaefuso cheia de ternura, manifesta as sensaes e as vivas

    emoes que sentira aps a hora da separao."Poucas pessoas sabem que Joseph Denis, pai do clebreautor, era tambm esprita.

    Quando morreu, "Le Spiritisme" (38) publicou o artigoseguinte:

    "Lon Denis, o simptico e eloqente conferencista deTouraine, nos comunicou a desencarnao de seu pai JosephDenis, em 19 de janeiro, aps longa e cruel enfermidade.

    (38) - "Le Spiritisme", 1 quinzena de fevereiro de 1886.Partilhamos da tristeza de nosso amigo, mas sabemos

    que ele saber superar a dor do primeiro momento por meiodas consolaes que nossa Doutrina nos oferece.

    O pai de Lon Denis era esprita fervoroso e convicto.

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    A morte no o amedrontava e ele a viu chegar, semtemor e sem desfalecimento."

    O enterro foi apenas civil. Um grande nmero de

    espritas de Tours acompanhava o enterro e os assistentesestavam muito impressionados pelo discurso pronunciadopor nosso confrade capito Harmant.

    A fim de que no se duvide do carter civil dosepultamento. Lon Denis mandou imprimir na comunicaode luto, a seguinte declarao:

    Nascer, morrer, renascer e progredir sempre, tal a lei

    (Allan Kardec)Os mortos no so os ausentes, so os invisveis (VictorHugo)

    A Famlia do morto, segundo declara que, se Joseph Denisdesejou civilmente, sem a presena de um padre assalariado,no como manifestao do atesmo, como ato anti-religioso,porem, porque ele mantinha crenas na conscincia livre,esclarecida, fora das prescries de qualquer culto material.

    J. Denis cr em Deus, principio soberano e regulador davida universal. Cr na continuao da existncia aps amorte, nas vidas sucessivas que o Esprito percorre comotantos degraus para se elevar rumo a Eterna Luz.

    Ele cr no Progresso infinito, na Justia, na Solidariedadeentre os seres. com esta disposio de esprito que eleentra na nova vida.

    Aps a morte de sua me, com a idade de 84 anos, a 19de novembro de 1903, Lon Denis mandou imprimir,igualmente, uma nota de falecimento de teor esprita. Estavaassim impressa: (39)

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    Nascer, morrer, renascer e progredir sempre, tal a lei(Allan Kardec)

    Os mortos no so os ausentes, so os invisveis (VictorHugo)

    Senhor Lon Denis tem a honra de lhe participar a morteterrestre da viva Sra. Denis, sua me, nascida Anne-lucieLiouville.

    Sua alma desprendeu-se da priso carnal, a 17 denovembro de 1903, s 6 horas da manh.

    Aps uma dolorosa existncia de sofrimento, de sacrifciose de dever, foi. Com todas as virtudes e mritos adquiridos,recolher-se ao Espao e se preparar para uma nova vida.

    N.B. Ela s quis convidar para seu enterro um pequenonumero de amigos; recomendou que se evitasse, nosfunerais, toda coisa intil ou de vaidade e que se desse aospobres, sem exceo de opinio ou de crena, o que se gastaordinariamente nas pompas fnebres.

    Poder-se-ia estabelecer uma semelhana entre essas duasparticipaes e a de Hector Durville.

    A comunicao da morte do clebre magnetizador estavaimpressa em papel branco; trazia a afirmativa de que osfunerais civis no deviam supor que o morto fossematerialista e mencionava que, os que viessem ao enterrodeveriam comparecer com um esprito de piedade, semqualquer tristeza.

    Isso responde exatamente s preocupaes de nossosamigos invisveis; nunca se deveria chorarem um velrio, aocontrrio, se deveria inclinar, baixinho, e com tristeza, diantedos beros. O velrio comprova a sada, enquanto que, parao pequeno ser que acaba de encarnar, a vida ser,certamente, a fonte de provaes mais ou menos cruis,qualquer que seja sua situao terrena.

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    Importa, igualmente, quando se experimenta, fazer pesquisas com o maior desinteresse e sem qualquer fimlucrativo. Lon Denis, a esse respeito, absolutamente

    formal; ele o disse, vrias vezes e, notadamente, no "GrandeEnigma", no trecho da pgina 101, j citada.Para se ter os mais amplos pormenores sobre a

    experimentao, os leitores consultaro, utilmente, "NoInvisvel", 7 milheiro, pginas 21, 123, 126, 135 e 136(edio francesa).

    Se desejar levar mais longe a experimentao, bomconhecer o processo para se obter a regresso de memria etentar continuar as experincias to interessantes do Cel. deRochas.

    Encontram-se orientaes sob esse assunto em "OProblema do Ser e do Destino" 14 milheiro, pgina 137,edio francesa. (40)

    (40) - Ver Henri Regnault, "Tu Reviveras", captulo VI, pginas 227 a 252.

    Recordando, antes de fazer essa citao, quanta

    prudncia indispensvel, quando se quer, experimentar.Ainda insistindo junto aos leitores, sobre os reais e graves perigos da experimentao esprita realizadadesordenadamente, creio ajudar, destacando o texto de "NoInvisvel", onde Lon Denis deu sbios conselhos aosiniciantes.

    "O grupo constitudo e formado de 4 a 8 pessoas deambos os sexos, por quais experincias se dever comear?

    Se ainda nenhuma mediunidade se revelou, serconveniente comear pela mesa. o meio mais simples,mais rudimentar. Ele est, por isso mesmo, no caminho deoutros fenmenos.

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    Colocados, alternadamente, homens e mulheres, em voltade uma mesa, com as mos espalmadas sobre o tampo, osassistentes faro um apelo a seus amigos do espao, depois

    aguardaro, em silncio, com o desejo de obteremcomunicaes, porm, sem a presso dos dedos e sem atenso do esprito.

    intil prolongar as tentativas durante mais de meiahora; quase sempre, desde a primeira reunio, impressesfludicas so sentidas; correntes se destacam das mos dosexperimentadores, revelando, por sua intensidade, o grau deaptido de cada um. Rudos so ouvidos no mvel, queacaba por se inclinar, por se agitar, depois se destaca do soloe fica suspenso sobre um dos ps.

    Desde ento, bom combinar uma srie de sinais.Pede-se fora-inteligncia que se manifeste, batendo

    com os ps ou no interior da mesa, um nmero de golpescorrespondentes ao das letras do alfabeto.

    Assim, palavras e frases podem ser ditadas, questes

    propostas e respostas obtidas. Uma conversao seestabelecer entre o dirigente do grupo e a intelignciainvisvel.

    Pode-se abreviar e simplificar, por sinaisconvencionados. Por exemplo, um nico golpe significarafirmao e dois para a negao.

    Tal modo de comunicao, lento e cansativo, no comeo,se tornar bastante rpido com a prtica.

    Quando os mdiuns forem conhecidos, bastar coloc-losno centro do grupo, em volta da mesa, a fim de acelerar osmovimentos e facilitar as comunicaes. Os outros membrosfaro um crculo em derredor deles.

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    Folhas de papel e lpis devero estar colocados nas proximidades; as questes e as respostas seroescrupulosamente transcritas.

    Desde que a inteligncia se revele com respostas precisas, sensatas e caractersticas, poder-se- consult-lasobre a formao do grupo, as aptides medinicas dosassistentes e o caminho a seguir nos trabalhos.

    Todavia, bom se prevenir contra os espritos levianosque afluem em torno de ns e no receiam tomar nomesclebres para nos mistificarem.

    Pode-se experimentar, simultaneamente, pela mesa e pelaescrita. Os fenmenos dessa ordem conduzem, geralmente, aoutras manifestaes mais elevadas, por exemplo, o transe, osono magntico ou a incorporao. Ser bom, no comeo,reservar cada metade da sesso para cada modalidade.

    A maneira de proceder, pela escrita automtica, bemsimples.

    O experimentador, munido de um lpis, cuja ponta

    repousa levemente sobre o papel, evoca mentalmente algumdos seus e aguarda.No fim de certo tempo, bem varivel conforme os casos

    e as pessoas, o escrevente percebe uma agitao febril dobrao, da mo, e que vai se acentuando. Depois, um impulsoestranho lhe faz traar sinais informes, linhas e desenhos.

    Convm obedecer a esse impulso e se submeter, pacientemente aos exerccios de aparncia bizarra, porm,necessrios para envolver o organismo e regularizar aemisso fludica.

    Pouco a pouco, no final de algumas sesses, aparecemletras, entre sinais incoerentes, depois viro palavras e frases.

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    O mdium obter mensagens, inicialmente breves,consistindo em algumas linhas que se alongaro, porm,cada vez mais, medida que sua faculdade progrida.

    Finalmente, viro instrues mais precisas e maisextensas.Durante o perodo dos exerccios, o mdium poder

    trabalhar fora das reunies; cada dia, em horas certas, a fimde ativar o desenvolvimento de sua faculdade, porm, logoque esse perodo termine, desde que as manifestaes serevistam de um carter inteligente, ele dever evitar oisolamento, s trabalhar nas reunies e submeter sprodues de sua mo ao crivo do presidente e dos Guias dogrupo.

    Existem diferentes processos para facilitar acomunicao alfabtica. As letras so traadas num quadro,em cuja superfcie est um tringulo mvel. Basta o contatodos dedos de um mdium para transmitir a esse pequenomvel a fora fludica necessria.

    Sob essa ao, o tringulo se movimenta rapidamente evai desenhar as letras escolhidas pelo esprito. Em certosgrupos, as letras so indicadas com o auxlio de golpes dadosno interior da mesa.

    Outros se servem, com sucesso, para escrever, da cestaou da prancheta americana.

    Os sistemas so numerosos e variados. Pode-se tent-los,at que se tenha encontrado o que se adapta melhor aosrecursos fludicos e ao gosto dos experimentadores."

    Para terminar esse rpido estudo sobre a experimentaoesprita realizada pelo grande Apstolo do Espiritismo,lembrarei o trecho de "O Problema do Ser e do Destino",

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    onde ele apresenta, aos que pretendem, um excelente meiode entrar em comunicao com o Alm:

    "s vezes, escreveu ele, (41) as almas humanas em

    desespero se dirigem a mim para solicitar do Alm avisos,conselhos e sugestes, que no posso conseguir.(41) - Lon Denis - "O Problema do Ser e do Destino", 14 milheiro, pgina 417, edio

    francesa.

    Eu lhes recomendava, ento, a seguinte experincia que,por vezes, dava resultado: debrucem-se sobre vocs mesmos,dizia-lhes eu, no isolamento e no silncio.

    Elevem seus pensamentos para Deus, invoquem seuesprito protetor, esse Guia tutelar que a Providncia colocaem nossos passos, em nossa vida terrena.

    Interroguem-no sobre as questes que lhes preocupam,com a condio de serem dignos dele, isentos de qualquerinteresse inferior. Depois, aguardem, ouam atentamente emvocs mesmos e, no cabo de um instante, nas profundezas desuas conscincias, ouviro, como o eco dbil de uma vozdistante ou, ento, percebero as vibraes envolventes,

    consoladoras, de um pensamento misterioso, que dissipardvidas e angstias.Eis a, com efeito, uma das formas da mediunidade e no

    das menos belas.Todos podem obt-la e participar dessa comunho dos

    vivos e dos mortos e que convocada para se estender, umdia, a toda a Humanidade."

    Seguindo o mtodo experimental relatado por LonDenis (42) obtemos muito sucesso; para dar prova dissocitarei o que se passa no Foyer Spirite de Bziers, presididapela Senhora Ducel, membro da Comisso da Unio EspritaFrancesa.

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    (42) - Ficaria agradecido aos que obtivessem resultados, que me escrevessem,

    citando todas as indicaes teis.

    A Senhora Ducel e os membros de seu grupo obtiveramnumerosas provas de identidade descritas incompletamente,

    no relato apresentado por ela, no Congresso EspritaInternacional de 1925."Em Bziers, escreveu ela, (43) o Espiritismo progrediu

    e os grupos tambm. Seguindo conselho do Mestre LonDenis, exceto para as reunies comuns, ns no desprezamosos nmeros que ele fixou: trs, no mnimo e doze, nomximo.

    (43) - Relatrio do Congresso Esprita Internacional de 1925, pgina 129, edio

    francesa.

    Chegando a quinze, pois era preciso prevenir ausncias,formava-se um segundo grupo e o dirigente que tivera tempode conhecer as caractersticas e as simpatias, designava aparte dos antigos que devia formar, com os novatos, umsegundo grupo.

    FIM